Transparência nos municípios brasileiros: as dimensões porte populacional e região
importam?
O artigo intitulado “Transparência nos municípios brasileiros: as dimensões porte
populacional e região importam?” escrito por Pedro Nascimento, apresenta uma análise entre duas pesquisas realizadas no Brasil no que tange a transparência a partir do porte populacional dos municípios e na dimensão regional. Inicialmente, o autor discorre acerca da importância da transparência para se evitar atos ilícitos, estimular maior responsabilidade por parte dos gestores públicos e participação dos cidadãos. Entende-se como consequência da transparência um evidente fortalecimento dos regimes democráticos, visto que tem como objetivo, dispor informações ao cidadão sobre as decisões tomadas pelo governo, colaborando assim, para as prestações de contas. No que refere-se a obrigar a União, os Estados e Municípios a prestarem contas de suas ações à população, no Brasil a Lei de Acesso à Informação é a ferramenta principal a cumprir esse papel. Toda informação que pertencer ao Estado é sempre pública, sendo restrita somente em casos de segurança nacional. Com a função de orientar e fiscalizar os municípios brasileiros, a CGU criou a Escala Brasil Transparente (EBT), com o objetivo de mapear a regulamentação da LAI nos Estados e Municípios. Finalizando a introdução, Nascimento, apresenta informações sobre a sua pesquisa, como a questão-problema, objetivo geral, objetivos específicos e a hipótese. Através deste trabalho ele busca identificar as dimensões que influenciam o nível de transparência dos municípios brasileiros. No segundo tópico “Transparência como mecanismo das democracias contemporâneas” o autor cita diversos autores para trabalhar a importância da transparência para um regime democrático. O acesso à informação durante períodos eleitorais podem auxiliar os cidadãos na decisão de seus votos, podendo examinar as ações do governo e comparar com os partidos de oposição. No entanto, esses efeitos da transparência não se limitam apenas no âmbito eleitoral, sendo fundamental para diminuição de ações ilegais dos governos. Nascimento, cita Filgueiras (2011) que diz que a disponibilização das informações pertencentes ao Estado permite melhorar o controle social, com isso, governos que agem de forma mais transparente tendem a ser mais democráticos. No terceiro tópico, é trabalhado sobre as dimensões determinantes da transparência municipal e para isso o autor apresenta o resultado de algumas pesquisas realizadas na Espanha e no Brasil, onde foi possível perceber que cidades mais desenvolvidas possuem maior transparência que as menos desenvolvidas, que os indicadores de desenvolvimento favorecem o aumento do índice de transparência municipal, que o IDHM e a transparência caminham juntos e que os municípios com melhores condições fiscais tendem a divulgar mais informações e assim apresentar bom desempenho no nível de transparência. Por fim, ele justifica a escolha das duas dimensões usadas na presente pesquisa. No quarto tópico, este voltado propriamente para a pesquisa, o autor aponta que foi utilizado os dados da EBT referente a sua terceira edição de 2017 e em seguida explica que a Escala Brasil Transparente tem como objetivo avaliar o grau de cumprimento de dispositivos da Lei de Acesso à Informação (LAI) por parte dos Municípios, Estados e Distrito Federal. Nascimento, explica também quais são os critérios analisados pela EBT e como ocorre a coleta da transparência passiva. A pesquisa em questão contou com uma amostra de 2.325 entes federados e tem como foco o índice de transparência dos municípios brasileiros. No que diz respeito às dimensões, a de porte populacional foi dividida em quatro variáveis: porte pequeno I, porte pequeno II, porte médio e porte grande, a partir disso, tem-se como objetivo analisar em que medida o porte populacional influencia na qualidade da transparência dos municípios. A dimensão região contempla as 5 regiões do Brasil: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, as regiões são utilizadas como variáveis e são importantes para entender como é a dinâmica da transparência em cada região. Por fim, no quinto tópico, trata-se sobre os resultados e para isso o autor se utiliza de tabelas e gráficos para ilustrar os dados alcançados. Ao fim da pesquisa, foi possível perceber que os municípios com menores índices de transparência possuem Porte Pequeno I, Porte Pequeno II e Porte Médio. E na dimensão região, os municípios com os piores índices de transparência estão na região Norte, Nordeste e Sudeste.
Programa de Integridade no contexto da Lei Distrital 6.112, de 02 de fevereiro de 2018: aplicação de política pública anticorrupção para o fortalecimento da cidadania