Você está na página 1de 2

Bolsista: Rogério Lucas Fernandes Rocha

11/05/2023

Transparência nos municípios brasileiros: as dimensões porte populacional e região


importam?

O artigo intitulado “Transparência nos municípios brasileiros: as dimensões porte


populacional e região importam?” escrito por Pedro Nascimento, apresenta uma análise entre
duas pesquisas realizadas no Brasil no que tange a transparência a partir do porte
populacional dos municípios e na dimensão regional.
Inicialmente, o autor discorre acerca da importância da transparência para se evitar
atos ilícitos, estimular maior responsabilidade por parte dos gestores públicos e participação
dos cidadãos. Entende-se como consequência da transparência um evidente fortalecimento
dos regimes democráticos, visto que tem como objetivo, dispor informações ao cidadão sobre
as decisões tomadas pelo governo, colaborando assim, para as prestações de contas.
No que refere-se a obrigar a União, os Estados e Municípios a prestarem contas de
suas ações à população, no Brasil a Lei de Acesso à Informação é a ferramenta principal a
cumprir esse papel. Toda informação que pertencer ao Estado é sempre pública, sendo restrita
somente em casos de segurança nacional. Com a função de orientar e fiscalizar os municípios
brasileiros, a CGU criou a Escala Brasil Transparente (EBT), com o objetivo de mapear a
regulamentação da LAI nos Estados e Municípios.
Finalizando a introdução, Nascimento, apresenta informações sobre a sua pesquisa,
como a questão-problema, objetivo geral, objetivos específicos e a hipótese. Através deste
trabalho ele busca identificar as dimensões que influenciam o nível de transparência dos
municípios brasileiros.
No segundo tópico “Transparência como mecanismo das democracias
contemporâneas” o autor cita diversos autores para trabalhar a importância da transparência
para um regime democrático. O acesso à informação durante períodos eleitorais podem
auxiliar os cidadãos na decisão de seus votos, podendo examinar as ações do governo e
comparar com os partidos de oposição. No entanto, esses efeitos da transparência não se
limitam apenas no âmbito eleitoral, sendo fundamental para diminuição de ações ilegais dos
governos. Nascimento, cita Filgueiras (2011) que diz que a disponibilização das informações
pertencentes ao Estado permite melhorar o controle social, com isso, governos que agem de
forma mais transparente tendem a ser mais democráticos.
No terceiro tópico, é trabalhado sobre as dimensões determinantes da transparência
municipal e para isso o autor apresenta o resultado de algumas pesquisas realizadas na
Espanha e no Brasil, onde foi possível perceber que cidades mais desenvolvidas possuem
maior transparência que as menos desenvolvidas, que os indicadores de desenvolvimento
favorecem o aumento do índice de transparência municipal, que o IDHM e a transparência
caminham juntos e que os municípios com melhores condições fiscais tendem a divulgar
mais informações e assim apresentar bom desempenho no nível de transparência. Por fim, ele
justifica a escolha das duas dimensões usadas na presente pesquisa.
No quarto tópico, este voltado propriamente para a pesquisa, o autor aponta que foi
utilizado os dados da EBT referente a sua terceira edição de 2017 e em seguida explica que a
Escala Brasil Transparente tem como objetivo avaliar o grau de cumprimento de dispositivos
da Lei de Acesso à Informação (LAI) por parte dos Municípios, Estados e Distrito Federal.
Nascimento, explica também quais são os critérios analisados pela EBT e como ocorre a
coleta da transparência passiva. A pesquisa em questão contou com uma amostra de 2.325
entes federados e tem como foco o índice de transparência dos municípios brasileiros.
No que diz respeito às dimensões, a de porte populacional foi dividida em quatro
variáveis: porte pequeno I, porte pequeno II, porte médio e porte grande, a partir disso,
tem-se como objetivo analisar em que medida o porte populacional influencia na qualidade
da transparência dos municípios. A dimensão região contempla as 5 regiões do Brasil: Sul,
Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, as regiões são utilizadas como variáveis e são
importantes para entender como é a dinâmica da transparência em cada região.
Por fim, no quinto tópico, trata-se sobre os resultados e para isso o autor se utiliza de
tabelas e gráficos para ilustrar os dados alcançados. Ao fim da pesquisa, foi possível perceber
que os municípios com menores índices de transparência possuem Porte Pequeno I, Porte
Pequeno II e Porte Médio. E na dimensão região, os municípios com os piores índices de
transparência estão na região Norte, Nordeste e Sudeste.

Você também pode gostar