Você está na página 1de 6

DESTRINCHANDO

inorcr DE GrNr ruos pRísrs


GII{I, O IÌ{DICADOR DA DESIGUATDADE POSRIZA E DESIGUATDADE
0 índice (ou coeficiente) de Gini é o Desigualdade e pobreza são conceitos
principal indicador utilizado para medir diferentes. Pobreza está relacionada à
o grau de concentração de renda na privação material e de neeessidades
população de um pah ou uma regiã0. básicas. Consideram.se extremamente
0 indicador varia de o a:" onde zero pobres aqueles que sobrevivem com
corresponde à completa igualdade menos de r,9o dólar por dia - o que
(todos têm a mesma renda) e r, significa uma renda mensal de
àcompleta desigualdade {só uma aproximadamente roo reais. Já a
pessoa detém toda a renda). desigualdade, como vemos ao longo
RICO E DESIGUAI
desta reportagem, diz respeito à relação
Repare que 0s EUA, donos do maior Produto Mais desigual
entre a renda total de uma sociedade e
lnterno Bruto (PlB), apresentam elevado Gini,
de que Íorma diÍerentes parcelas da
que implica que toda a sua riqueza não é f,ir,:,,.,,,,'.,.r. ,,;1ï!ì
o
distribuída de forma equitativa entÍe a populaçã0. 0,250 0,650
populaçâo se apropriam dela,

EUA

vj

AMÉRICA ÁFRICA
LATINA

ii;ìrì!i.i.:;t!:.
''rl:ltrië.!::r,
',:i'ili:;ii!t
ï$,'
POBRES E DESIGUAIS
.', il POBREZAI{IVEIADA .

n
Na maioria dos casos, pahes ou
regiões mais pobres apíesentam Países como Tanzânia, Paquistão e
alto indice de desigualdade - é o Vietnã, apesar de serem mais pobres,
que acontece com a África d#ffi posuem baixo Gini, o que indica que
M.
não há disparidades sociais gritantes -
Subsaariana e a América Latina. Já
\\
o rico continente europeu possui os
\.\ isso porque uma grande parcela da
menores indicadores de Gini \\ população possui baixo rendimento.

l8 t.. nrunltonoEs 2ô semestre 2018


concentração de que caiu de 35,5%" em 1990 paralo,go/o
Ummundo debate sobre a
renda e a desigualdade é fun-
damental quando queremos
em 2013, a concentração de renda só
vem aumentando. Atualmente 2O%o de
desigual discutir o atual estágio da economia
mundial. Essa discussão se intensificou
toda a riqueza mundial está nas mãos
de apenas 1% dos habitantes do plane-
Dados sobre a distribuição principalmente a partir da eclosão da ta. Por outro lado, os 50% mais pobres
de renda no olaneta revêlam crise econômica mundial em 2O08, do planeta ficam com apenas 9,7"/" da
como as disoaridades entre quando ficou evidente como uma pe- bolo total - um aumento de menos de
ricos e oobrès afetam os quena elite endinheirada detém uma l% em relação aos índices registrados
países de diferentes formas fatia desproporcional da riqueza pro- em 1990. Acompanhe o conjunto de
duzida globalmente. infográficos nesta reportâgem para en-
por Marcelo Soares e Mario Kanno/MultiSP Apesar dos notáveis avanços na re- tender as diferentes perspectivas acerca
dução da pobreza extrema no mundo, da desigualdade no Brasil e no mundo.

FATTA DA RENDA ToïAt D0 PA|S QUE F|CA CoM 010/o MAIS RlCo (EM %l ffi
ffi3ffi
3006
DESIGUAI.DADE CRôÌ{ICA
0s Doilos DA RIQUEZA
_1
õl Segundo esses critérios, o Brasil
0utra Íorma de observar a desigualdade
*l
oì x* é a partir da fatia da renda nacional que
apresenta apenas dados a partir de
Èì éapropriada pelos super'ricos. Quanto "H1-Brasir- rool mas já é possível ver como o

H
maior a parte da riqueza de um pak
=l'
I

20v,
abocanhada pelo r0/0 mais rico, maior a
concentraçâo de renda.

ffi.
Assim como o mapa do índice de Gini,
o gráfico mostra a elevada
concentração de renda nos EUA -
maior até do que a África do Sul.
A China e as naçôes europeias
apresentadas no gráfico mostram

K
que o 1o/o mais rico fica com algo
enÍe rooô e 140/0 da renda.
1950 1960 1970 1950 1990 2000 2012

GINIE IDH
|l
0,6 _ *::!:',,:y:,|:!' ou?, i maisdesenvotvido S
América do Norte
América Latina e Caribe

E ., e maìs desigual iltl.ri ii -@ e ma is desigual * Europa e Asia Central *


ô "lB
E
Ë ReD.Centro
Rên rêntrn
ennslt Pacífico e Leste Asiático Try
c,s AÏricana '-S" r*
f
ì {i
;
*
Sul da Ásia

= & oriente Módio e Norte da África


África Subsaariana

ÁFRICA E EUROPA
Note como os países da ÁÍrica
Subsaariana estão no grupo dos que
apresentam baixo IDH e elevada
n) nenosdesenvolvid,o i Ucrânia naisdesenvolvido _ concentração de renda. Na outra pont4
e menos desigual
,/./ i e menos desigual os oaíses da Eurooa têm elevado

( 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 r,0


desenvolvimento humano e maior
I tDH.
run
\ \- equidade de rendimentos.
ocnÁFIcoDEDrsPERsÃo 0 tDH
Este tipo de gráfico permite estabelecer relações entre 0 índice de Gini foi criado em rgu com o Íoco na concentração de renda. lá o lndice
dois indicadores distintos apresentados por um país. de Desenvolvimento Humano (lDH) surgiu em rggo e é mais ambicioso ao tentar
Neste casq a ideia é entender de que forma o IDH e o medir o desenvolvimento humano a partir de três parâmetros: renda (renda nacional
Gini se relacionam. Quanto mais alto estiver posici0nado bruta per capita), escolaridade (anos de estudo e expectativa de escolaridade) e
o país no gráfic0, maior é o Gini; quanto mais à direita o saúde (expectativa de vida). Assim como o Gini, o IDH é apresentado em uma escala
país estiver, maior é o lDH. de o a r - quanto mais perto de !maior a qualidade de vida.
Íoíle! 1NU e Banco Múndidl

cËATUALIDADES | 2o semestre 2018 19


::::::::::l::i::::::::::::::::::::i::::::::::::::::::::::::: DESTRINCHANDO ::l:i::::::::::iii:,;;i,,,,,,iiii,iiii::iiiiiiiii:iii:ii:i:iiiiiii:ii:i:ii

No BrasiI o topo é mais acima ualquer debate sobre o que


deve ser feito para melhorar
a economia e a qualidade de
Um dos países mais desigyais do qlaneta, o Brasil.tem entre vida no Brasil passa necessariamente
seus prtnclpals qesanos economtcos proporcronar uma pelo combate à elevada concentração
distribuição úaislusta da renda de renda. Sem alterar o panorama da
grande e crônica desigualdade, o país
vem privando gerações e gerações de
jìrvens de oportunidades de estudo e
crescimento profissional. Gera-se um
ciclo vicioso na sociedade que mar-
ginaliza os mais pobres e mantém os
privilégios de uma pequena elite.

FATIA DA RENDA T0TA[ APR0PRIADA PEt0l9o MAIS RlC0 NOS ESTAD0S BRASILEIROS (EM o/01

AI{AMORFOSE: Em o/o

BA UË17,e
Este mapa é diÍerente AM n17,0
daqueles que você está
AP ffi15,1
acostumado. IÍata.se de uma
anamorfose - uma
PB ffitc,e
representação cartográfi ca
MA Wl17
que distorce o tamanho e o cg ffi13,s
traçado dos estados para PE w13,s
reforçar o efeito comparativo 5P w11l
a respeito do tema PI 11,8
apresentado. Neste caso, o DF 11,8
mapa mostra como seria o GO lt7
mapa do Brasil se as áreas
5E 11,6
dos estados fossem
PA 7t,4
proporcionais à concentração
de renda no país. m PR li,4
éÈ
!|I
AC Lt,2.
AL 109

\ E5

RN
10,7
10,6
€ RR 10,5
RS r ::: 10
È .. -. '9,6
A Behia é o estado onde há maior desigualdade: o rryo mais rico
o MG

N MT t.. , .9,6
detém quase r80/o da renda. Entre 2016 e zor7, esse movimento
RJ r.ì,.: : 9,3
seacentuou com queda no rendimento dos 500/0 mais pobres e
,t, .:1.., 9 1
aumento no salário dos 100/0 mais ricos. Em Rondônia e Santa o TO

Catarina há maior equilíbrio no rendimento da populaçã0. -\ M5 ffi8,2 I


q
E 5C ffi8,1
lanlet Pnad CÊntlnua 2at6 RO ffi7,4

A PIRÂMIDE INVERTIDA DA RTNDA NO BRASIL


too/o mais ricos
& o/o
da renda zoo6
concentram mais de
lD 9o da renda ro16 0ó
da população conÍorme o rendimento (em grupos de rolo) 4o% da rendr no Brasil
444 100/0 meis ricos
1s,4wm Ers,r
10ffi{.&w Ero,r
7,6ffi n7,9
rooó mak pobres
detêm 1o/o do total
6ffiffiffi Xo,s MOBIIIDADE BAIIIA
No Brasil, apenas rlo da renda está na mão dos roYo
da renda no país. mais pobres, segundo o lBGt, ,á os r00/o mais ricos
concentram 43?o da renda. Em comparação com a
Pesquisa Nacional por AmostÍa de Domicílios (PNAD)
de 2006, nos últimos dez anos, a fatia da renda nas
mãos dos 50V0 mais pobres aumentou apenas de 16,690
para r13qo. Apesar do avançq o país continua com
tonts /86f uma distribuição de renda extremamente desigual.

20 aeerulltonoEs | 20 semestre 2018


Em certo momento, houve um pe- No entanto, combase nos estudos do abocanharam uma fatia ainda maior
ríodo em que imaginava-se que o país economista francês Thomas Piketty, da renda nacional na década passada,
estava no rumo certo. No inícío dos a desigualdade no Brasil passou a ser elevando a concentração de renda.
anos 20O0, principalmente a partir medida de outra maneira. A partir da Dessa forma, a desigualdade no
das políticas sociais de valorização do análise das declarações de imposto de Brasil vem se perpetuando de forma
salário mínimo e transferência de renda renda, percebeu-se que a fatía mais a restringir e limitar as possibilida-
adotadas pelo presidente Luiz Inácio rica da população omitia informações des de mobilidade social. Um estudo
Lula da Silva (zoos-2o10), diversas sobre os seus rendimentos quando era feito pela OCDE (Organização para a
pesquisas apontâvam que o país havia entrevistada pelos pesquisadores da Cooperação e Desenvolvimento Eco-
reduzido a concentração da riqueza no Pnad - a tradicional forma de mensurar nômico) mostrou que umbrasileiro na
topo da pirâmide. Era o que apontava a renda realizada no país até pouco faixa dos 10% mais pobres levaria nove
o índice de Gini e a Pesquisa Nacional tempo. Conclusão: ainda que a pobreza gerações para atingir o nivel médio de
por Amostra de Domicílios (Pnad). tenha, de fato, reduzido, os mais ricos rendimento do país.

TRÊS MANEIRAS DE MEDIR A DESIGUATDADE


40 0,7

& Dados tributários


@ PNAD5
# GINI
.g 30 0,6
.!!
õ
*
!o
E20 0,5
=
I
.9
É

o
É ln 0,4
@

6
À

0,3

1990 2000 2010

IilDtct DE Gtill
A medida é um indicador simples e de fácil
interpretação quando comparamos países ou
estados. Mas tem limitações para aÍerir a renda no
PE'QUISAS AmoSTnArS íPlrADl
(Parte da renda nacional do r% mais rico)
Pesquisa domiciliaÍ feita com uma parcela da população
para apurar a renda familiar. Traz dados mais objetivos
ffi{-
DADOS TRIBUTÁRIOS
(Parte da renda nacional do r% mais rico)
Em vez de realizar entrevistas, como nas pesquisas
amostrait este levantamento considera a renda
topo da pirâmide - apurado a partir de pesquisas do que o Gini, que é um índice, mas tem o mesmo declarada à Receita tederal - portantq inclui renda
domiciliares feitas por instituições como o IBGE, problema: entre as pessoas mais ricas, é comum do trabalho, ganhos de capital e patrimônio. Esses
o Gini é focado na renda do trabalho. Portanto, responder informações diÍerentes das declaradas à dados são protegidos por sigilo fiscal e tornados
não considera ganhos com lucros e aplicaçôes Receita Federal ou omitir os rendimentos financeiros de anônimos antes de ser analisados por
fi nanceiras, bastante signifi cativos quando lidamos capital, gerando incerteza sobre os dados. pesquisadores.
com 0s extratos mais ricos da sociedade
0 QUE Dlz 0 GRÁtlCo: de modo geral, os dados tendem 0 QUE Dlz 0 GRÁFICo: quando analisamos os dados
0 QUE Dlz 0 GRÁFlco: a concentração de renda era a acompanhar a curva do Gini, porém é mais preciso obtidos pela Receita Federal percebemos que, ao
maior no período da hiperinflação dos anos 1990, para captar as variações anuais. Veja como no começo contrário do que aponta as pesquisas amostrais,
quando os mais ricos conseguiam se proteger da dos anos rggo, com o confisco da poupança realizada a parcela r0lo mais rica da população aumentou sua
desvalorização monetária por meio de aplicações pelo Plano Collor, a concentração de renda chega a cair, participação na renda nacional nos anos looo.
financeiras. A partir da segunda metade dos anos mas volta a subir com o fracasso do plano e a volta da Ao conseguir informações mais abrangentes sobre
zooo há uma ligeira desconcentração da rend4 fruto hiperinflaçã0. A partir dos anos rooq os dados mostram a renda da elite nacional, o dado deíaz a impressão
das políticas sociais e do aumento do salário mínimo. uma visivel qued4 da mesma forma que o Gini. de que a concentração caiu neste século.

GEATUALIDADES I z" semestre zots 21


:::::::::::::::::::::i::::::::::::::::::::::::i::::::;:::::: DESTRINCHANDO ::::::::;;::::i::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::i:::::::::

Tributação desequilibrada
Proporcionalmente. os ricos Dagam menos imoostos em
O:tri*ïï,ri{ïi:ï'#;
educaçãq segurança, salários do funcio-
relação aos pobres no Brasil, oqüe contribui para manter nalismo entre outros. Frequentemente,
eleúadâ a concentraç^ão de renda são apontados como o gïandevilão das
contas pessoais e das empresas. No
entanto, no Brasil, o problema não é
èxatamente o quanto se cobra de im-
posto de corporações e indivíduos, mas
sim de quem se cobra mais impostos.
Em um sistema tributário ideal, os
mais ricos pagam mais impostos do que

lNclDËNclA DE ALIQU0TAS EFETMS* D0 tMPoSTo DE RENDA SoBRE AS FATXAS SATARIA|S (2016)

*Salários
O Alhuota efetiva (%)

AITA REÌ{DA
Já os super.ricos, com rendimentos
superiores a 16o salários, pagam apenas
16 Çr?o de imposto de renda - uma alíquota
menor do que aquela que incide sobre
rendimentos de r5 salários.

t2

QUEM TEM MAIS PAGA ÍIIEIIOS


F Em um sistema tributário mais igualitáriq a curva do percentual da
d
.: alíquota eÍetiva deveria estar sempre na ascendente - ou sej4 quanto
o
@ maior a renda maior a tributaçã0. No entantq a partir de 3o a 4o salários
Ë mínimos a alíquota começa a cairi justamente nas faixas de maior
o
q concentração de renda. lsso ocorre porque o percentual máximo de
imposto descontado no salário é de r150Á e incide tanto paÍa quem
ganha 46 mil reais como para quem recebe roo mil reais mensais.
8

{Sttt",*'.*,,*
ll :+:tiïii{*l;$'

BAIXA REÌ{DA
Aalíquotade i
impostos sobre a I

renda inicia o I

crescimento a partir i

da Íaixa de três i

salários mínimos. j

ATÉ V2 V2-1 1-2 2-3 7-10 10-15 15-20 20-30 30-40 40-60 60-80 80-160 + DE 160

Faixa de salário mínimo mensal


Íoôtet DIRPF 2016

22 cglrulltoloEs | 2o semestre 2org


os mais pobres. Mas não é isso o que mensalmente paga uma taxa próxima pirâmide. Apesar de o lucro das empre-
acontece no Brasil: proporcionalmente, à dos que recebem 10% desse valor. sas ser tributado, quando ela o reparte
a incidência de impostos recai mais Outra distorção no sistema tribu- na forma de dividendos para sócios e
sobre os pobres e a classe média do que tário é que há uma série de impostos acionistas não há cobrança de impos-
nos indivíduos das classes muito altas. indiretos, principalmente aqueles que tos. A extinção dessa taxação vigora
Isso acontece porque o sistema tribu- incidem sobre o consumo, que afetam no Brasil desde 1995, e hoje existe um
tário brasileiro combina uma taxação ricos e pobres da mesma forma, mas intenso debate sobre o retorno desse
sobre a renda que nivela as alíquotas de corroem uma proporção amplamente tributo, que poderia render ó0 bilhões
impostos dos super-ricos com a classe maior das menores rendas. de reais aos cofres públicos, segundo
média. Um exemplo: a faixa do salá- Além disso, a forma como o Brasil o Instituto de Pesquisa Econômica
rio a partir da qual se paga 27,5%" de cobra impostos sobre os lucros e os Aplicada (Ipea). Estes são alguns de-
imposto de renda é de 4.664 reais por dividendos contribui para perpetuar sequilíbrios que explicam muito sobre
mês. Então, quem ganha 44 mil reais a concentração de renda no topo da a atuâl concentração de renda no país.

coMp0srçÃ0 DA ARRECADAçAo TRTBUTÁR|A (EM o/o) (2015) PESO DOS IMPOSTOS I.IA RENDA
FAMII.IAR. POR FAIXA DE RENDA
{, Bens e serviços & PÍopriedade O Salários e seguridade social I Rend4 lucro, ganhos de capital e outros
(EM Vo) (20151

I
Estados Unidos Japão FÍança

A DIFEREÌ{çA EÌ|ïRE 0S TMP0SToS


Suécia México Brasil
México Brasil

DlsroRçÃo lros 8Eils E


Chile

sERvrços RICOS BEl{EFICIADOS


1f
r Uma boa forma de analisar o sistema
tributário de um país é ver de que forma
os impostos incidem sobre diterentes
Já osimpostos sobre bens e serviços
pesam mais no bolso de quem tem renda
mais baixa. lsso leva à seguinte
A composição da arrecadação tributária
no Brasil leva à seguinte distorção:
proporcionalmente, os pobres
bases. A cobrança de impostos sobre distorção: apesar de ricos e pobres contribuem com mais impostos que os
rend4 lucro e ganhos de capital, salários pagarem o mesmo valor em um saco de ricos. Enquanto os tributos acabam
e seguridade social e propriedade tende arroz, esse gasto pesa mais no abocanhando quase um terço de todo o
a atingir os mais ricos. Nestes quesitos, orçamento dos mais pobres do que dos rendimento que os 1oryo mais pobres
países como Franç4 lapã0, 5uécia e EUA mais ricos. Éo que acontece em países recebem, entre os loYo mais ricos o peso
possuem as maiores alíquotas. como Chile e Brasil o que contribui para
manteÍ a concentração de renda elevada
no topo da pirâmide.
lï dos impostos é de apenas 21%. Essa
diferença permite aos ricos acumular
muito mais renda do que os pobres.

GEATUALTDADES I 2" semestre 2018 23

Você também pode gostar