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Thomas T. Vieira
Shannon McMackin
English 3B
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Ninguém morre de desigualdade. Mas milhões morrem de pobreza. Enquanto estes dois
conceitos não forem corretamente entendidos, não há nenhuma chance de o problema da pobreza
aumenta é porque aumentou a pobreza. Esta mentalidade tende a ser reforçada durante períodos
economia passa a ser vista como um jogo de soma zero, ou seja, se a renda de uma pessoa
aumentou é porque a renda de outra inevitavelmente caiu. Porém, as recessões econômicas não
duram para sempre, e o fato é que a economia de mercado se mostrou capaz, ao longo dos
últimos 200 anos, de aumentar a renda de todos os cidadãos. Segundo as estatísticas compiladas
pelo economista britânico Angus Maddison, passamos de uma renda per capita mundial de 1.130
dólares por ano em 1820 para uma de 15.600 em 2015. E isso ao mesmo tempo em que a
população global aumentou de 1 bilhão de pessoas para 7 bilhões. (Veja o estudo. Confira
na pobreza, com uma estimativa de que 85% vivia na pobreza "abjeta". Em 2015, menos de 10%
no mundo aumentou 7 vezes, como ainda cada habitante aumentou sua renda em 11 vezes. Isto é
uma façanha extraordinária. Este fato, por si só, mostra como estão errados aqueles que dizem
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que toda a riqueza do mundo já está dada e deve apenas ser "redistribuída justamente". Se toda a
riqueza do mundo já estivesse dada, devendo apenas ser redistribuída, seria impossível que a
algumas pessoas aumentariam suas rendas à custa de todas as outras, e a renda per capita
permaneceria constante — aliás, cairia, por causa do aumento do número de indivíduos. Que
tenhamos conseguido multiplicar por 11 a renda per capita do conjunto de habitantes do planeta
(e por 20 em alguns países ocidentais, como os EUA) ilustra claramente que a economia não é
um jogo de soma zero. E, principalmente, que desigualdade não é o mesmo que pobreza. Uma
sociedade pode ser muito igualitária e muito pobre. Ou bastante desigual e rica. Albânia,
Bielorrússia, Iraque, Cazaquistão, Kosovo, Moldávia, Tajiquistão e Ucrânia são sociedades que
apresentam uma distribuição de renda muito mais igualitária que a da Espanha, mas são muito
mais pobres. Por outro lado, Cingapura é uma sociedade muito mais desigual que a Espanha, mas
apresenta uma renda per capita maior em todos os quintis da redistribuição de renda. O bem-estar
de um indivíduo está estritamente relacionado com seu nível de renda: quanto maior a renda,
melhor sua alimentação, maior seu acesso a bens e serviços, maior seu acesso a bons serviços de
saúde, maior seu acesso a uma boa educação, maior o seu tempo de lazer etc. Uma pessoa é
pobre porque ela é carente de bens materiais. Ela não possui um mínimo de suas necessidades
materiais satisfeitas. Suas posses são escassas porque ela não tem renda para obter bens e
serviços em um volume que satisfaça suas necessidades mínimas. Isto, aliás, vale tanto para
indivíduos quanto para países. Quanto mais bens e serviços disponíveis aos habitantes de um
país, melhores serão suas condições de vida e menor será o nível de pobreza. O padrão de vida
maior será o padrão de vida. Quanto maior a oferta de alimentos, quanto maior a variedade de
comerciais, de shoppings, de cinemas etc., maior tenderá a ser a qualidade de vida da população.
Para algumas pessoas, o crescimento econômico global não é desejável ou mesmo não é
possível. Segundo elas, não podemos e não devemos seguir explorando um planeta com recursos
limitados (sobre essa "exploração", vale ressaltar que tais pessoas não aceitam nem mesmo que
haja um aproveitamento mais eficiente dos recursos disponíveis por meio do aumento da
renda e a riqueza que já existem: nós não precisamos de mais, precisamos apenas
efeito duradouro sobre a pobreza. E isso é fácil de ser demonstrado. Hoje, a renda per capita
global é de 15.600 dólares. Isso significa que, caso houvesse uma imediata distribuição
igualitária de renda, conseguiríamos apenas fazer com que cada cidadão passe a ter 15.600
dólares. À primeira vista, tal valor não parece pequeno. Uma família composta por dois adultos e
um menor desfrutaria de 46.800 dólares, aparentemente mais do que a imensa maioria das
famílias da Espanha, por exemplo. Mas o erro deste cálculo é não entender os conceitos que
realmente integram a definição de renda per capita. Em primeiro lugar, 15.600 dólares
representam aproximadamente a renda per capita atual de países como Argélia, Bielorrússia,
Botsuana, Brasil, China, Costa Rica, República Dominicana, Iraque, Líbano, Montenegro, Sérvia
europeu ou de um americano seria reduzido ao nível desses países [e nós brasileiros, como um
todo, ficaríamos na mesma]. Trata-se de uma constatação nada esperançosa, ainda que, em uma
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análise superficial, os 15.600 dólares por cidadão pareçam bastante. Mas isso ainda é o de
Nem toda a renda per capita disponível pode ser consumida: uma parte dela deve ser
reinvestida de modo a garantir uma geração de renda no futuro. Isso é economia básica: se
consumirmos toda a renda gerada por uma colheita, não será possível investir para gerar uma
nova colheita no futuro. Consequentemente, se uma pessoa ganhar 15.600 dólares hoje e gastar
em bens de consumo, visando a aumentar seu bem-estar, rapidamente voltará a ser pobre. Terá
algum luxo momentâneo, mas não terá renda futura. Nas sociedades capitalistas, parte da renda
reinvestida faz os capitalistas garantirem suas rendas futuras. No entanto, se esta renda for
redistribuída entre todos, todos nós teremos de investir uma parte da nossa renda para manter a
redor de 20% do PIB. Assim, da renda per capita de 15.600 dólares, somente 12.480 poderiam
ser consumidos. Após esta renda distribuída ter sido consumida, não haveria como ocorrer novas
redistribuições. Afinal, de onde viria a nova renda a ser redistribuída? Vale lembrar que não há
mais ricos e pobres. Todos estão em igual situação. Consequentemente, não haverá mais de
quem tirar. Logo, e por definição, uma redistribuição de renda é algo que só pode ser feito uma
durar essa sua renda recebida. Tão logo ela seja consumida, tais pessoas voltarão ao estado de
pobreza anterior. E pior: com os empreendedores mais pobres, será muito mais difícil para tais
riqueza dos ricos está majoritariamente na forma de meios de produção: instalações industriais,
escritório de uma fábrica ou de uma empresa qualquer. Esses meios de produção, além de
tornarem o trabalho humano mais eficiente e produtivo, produzem os bens e serviços que todas
obra, e essa mão-de-obra é vendida pelas massas em troca de salários. Quanto maior a riqueza de
vida de todos. Caso os ricos sejam espoliados destas posses (que são sua verdadeira riqueza), e
caso estes bens de capital sejam "socializados" para todos, simplesmente não mais haverá a
sucedido, não basta ele ter poupado e acumulado capital. É necessário que ele invista, contínua e
repetidamente, naquelas linhas de produção que melhor atendam aos desejos dos consumidores.
mercado e está ávido para realizar empreendimentos que, caso se revelem corretos — isto é, que
lucros. É isso o que distingue o empreendedor bem-sucedido das outras pessoas. Suas ações são
dirigidas por uma estimativa do futuro que não é a mesma da maioria das pessoas. Portanto, os
capitalistas detentores destes meios de produção são bem-sucedidos exatamente porque sabem
como alocar racionalmente estes meios de produção. Seu êxito decorre diretamente disso. Com
por muito poucos indivíduos — estará abolida. Assim, com coletivização dos meios de produção
Na mais benéfica das hipóteses, todo o nosso bem-estar e toda a nossa capacidade de auferir
crescimento econômico, é trapaça intelectual. A única coisa que teríamos seria a redistribuição
da miséria. O problema atual não é a desigualdade, mas a pobreza que ainda resta. Tanto nos
países desenvolvidos, como nos países em desenvolvimento, existem muitas pessoas pobres
(embora o número seja cada vez menor). A nossa prioridade deve ser tirá-los da pobreza e não
universalizar suas carências. Desigualdade não é pobreza: combater a desigualdade não acaba
com a pobreza e diminuir a pobreza não implica acabar com a desigualdade. É imprescindível
separar esses dois conceitos para não sermos enganados pelos defensores do igualitarismo, os
quais querem apenas redistribuir a pobreza. Como mostram as estatísticas, o bem-estar das
pessoas não tem nenhuma relação com o grau de desigualdade da sociedade em que moram.
e, por conseguinte, o aumento da renda de todas as pessoas. Logo, não faz sentido nem mesmo
qualquer preocupação indireta para com a desigualdade. É claramente preferível uma sociedade
com rendas elevadas, porém muito desiguais, a uma sociedade de rendas ínfimas, porém
igualitárias. Qualquer política econômica de bom senso deve visar ao crescimento econômico
inclusivo (ou seja, um crescimento que beneficie a todos, ainda que em proporções desiguais), e