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LIÇÃO 9
E
m cada cidade, o Espírito Santo advertia Paulo, em mensagem pro
fética, sobre os sofrimentos que o aguardavam em Jerusalém. Aqui,
como em muitas outras situações, percebemos que o consolo do Es-
pírito nem sempre nos vem como esperamos, mas, sim, como agrada o Pai.
Nosso Senhor sabe que recebemos forças quando enfrentamos corajosa-
mente os fatos mais desagradáveis, preparando-nos espiritualmente em tem-
po, a fim de que um repentino infortúnio não nos pegue de surpresa, como
cilada do Diabo.
O apóstolo já pregara muito aos gentios e judeus, como vimos nas lições
que já estudamos. Agora, mais uma etapa da missão desse grande apóstolo
estava à frente, por vencer: a pregação do Evangelho a reis, príncipes e
governadores.
ESBOÇO DA LIÇÃO
OBJETIVOS DA LIÇÃO
5. Apontar o que Festo deu como causa daquilo que ele chamou de
“delírio” da parte do apóstolo Paulo.
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TEXTO 1
Sempre fizera parte dos planos de Paulo visitar Roma, entretanto, não
surgira qualquer oportunidade até àquela data. Naturalmente, Paulo não podia
imaginar que seria, agora, que seu desejo iria cumprir-se. Eis que de repen-
te, Paulo ouve a voz do Senhor: “Coragem! pois, do modo por que deste
testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o
faças em Roma.” (v. 11). Paulo devia sentir-se entristecido diante da rejeição
ao evangelho de Jesus Cristo, por parte dos judeus. Ele que tanto aguardara
pela oportunidade de testemunhar em Jerusalém! Surgia, agora, o momento
de testemunhar aos romanos. Apenas Paulo jamais imaginara ser conduzido
por Deus a Roma para ali testemunhar, feito prisioneiro. O “pior” método de
Deus para tratar conosco e em nós, continua sendo muitíssimo mais excelen-
te do que o melhor que nós mesmos planejamos para nossa vida.
seguinte teor:
TEXTO 2
A defesa de Paulo
Em parte, Paulo admitiu a segunda acusação que lhe faziam, mas, cor-
rigiu-a em pontos mui importantes. Confessou que de fato participava desse
“Caminho” a que os judeus chamavam “seita”; mas, tal Caminho era o verda-
deiro Judaísmo. E, de fato, como seguidor do Caminho, mostrava ser um
judeu mais fiel que seus acusadores. Ele adorava o Deus de seus antepassa-
dos - e por isso o Caminho não era uma religião nova. Participava da mesma
esperança de Israel e a admitiu por inteiro nos termos da ressurreição. Por
isso, os saduceus o rejeitaram, e os fariseus podiam não segui-lo em tudo,
mormente quando afirmava a ressurreição “dos justos e injustos”.
TEXTO 3
A fraqueza de Festo
É importante notar que Festo não admitiu que Paulo fosse julgado pelo
Sinédrio, mas, que apenas, fosse julgado em Jerusalém. “Perante mim” é
coisa clara na proposta de Festo (v. 9). Como se multiplicasse a confusão,
Festo, sem dúvida deu-se por feliz quando surgiu a possibilidade de remeter
Paulo à corte superior em Roma, escapando ele assim ao dilema de sacrificar
um homem inocente ou ofender os chefes judeus.
TEXTO 4
Paulo tinha motivos para se alegrar pela oportunidade que lhe era dada
para explicar pessoalmente o seu caso e também proclamar o Evangelho de
Cristo perante os mais altos líderes dentre os judeus. Isto era um fato de
grande importância, pois, Agripa conhecia os costumes e controvérsias da
gente judia.
todos quantos desejassem saber. Pessoa alguma podia negar que ele vivera
conforme a mais rigorosa seita, ou partido da religião deles, como um perfeito
fariseu (v. 5). A esperança que ele alimentava no momento, não era nenhuma
inovação, ou criação sua, mas, a verdadeira esperança de Israel. Com certa
dose de ironia, referiu-se ele a um fato quase incrível: “E por causa desta
esperança é que sou acusado pelos judeus, ó rei!”. E Paulo, novamente,
baseia seus argumentos no glorioso acontecimento da ressurreição de Cristo
(v. 8).
Um testemunho pessoal
“Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial” (v. 19).
Agripa tinha que entender que, quando Deus fala, o homem não tem outro
caminho senão obedecer. Esta obediência de Paulo (v. 20) incluía um grande
volume de serviço e abnegação, num círculo de atuação sempre maior: Da-
masco, Jerusalém, Judéia, e o mundo gentio, e, implicava arrependimento,
conversão e prática de obras dignas de serem imitadas.
TEXTO 5
As palavras ditas por Festo revelam que ele era um homem de coração
duro e de espírito fechado para as coisas de Deus. Reconhece a cultura de
Paulo para depois dizer-lhe que o que Paulo pregava não passava de loucura.
Esta é, sem dúvida, a maneira de agir de muitos que se acham investidos de
poder secular e que se dizem cultos. Julgam-se sempre superiores às ques-
tões que envolvem a alma e a vida eterna.
A posição tomada por Agripa, ao qual foi feito um apelo pessoal (vv. 27 e
29), caracteriza aqueles que estão sempre deixando para mais tarde a opor-
tunidade de render suas vidas aos pés de Jesus. Resistiu ao apelo de Deus
mediante o apóstolo Paulo e à voz da sua consciência. Manifestou publica-
mente a sua incredulidade.
Não se sabe ao certo se a lei romana determinava que uma vez feita a
apelação para César, o processo devia continuar, ou se Festo, simplesmente,
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Este homem a quem Deus escolhera para o seu apostolado antes mes-
mo que ele nascesse, não podia estar só, em hora tão difícil, quando os
homens lhe davam as costas e os amigos deviam estar longe. O cristão des-
prezado pelos homens e abandonado pelos seus, move a compaixão de Deus.