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C331e Extrusão a quente de tubos: análise experimental da distribuição de tensões residuais na parede do
tubo[manuscrito] / Francianne Santos Gonzaga de Carvalho. – 2013.
74f . ; il.
Mecânica .
Referências: f. 75-80.
CDU: 669.71
iii
iv
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais que puderam me dar a oportunidade da educação
v
AGRADECIMENTOS
Aos técnicos, Camilo, Luiz e Emílio pela dedicação na confecção da ferramenta, corpos
de prova e condução do experimento.
Em especial, a meu noivo, Luciano, sem seu incentivo este trabalho não teria se
concretizado.
Aos meus pais, pela oportunidade de estudo e minhas irmãs, pelo carinho.
EPÍGRAFE
RESUMO
ABSTRACT
Manufacturing process induce residual stresses on the parts. These may are present in the
mechanical components and have an important influence in their mechanical strength as they
are added to the external stresses and may increase or decrease its magnitude, thus
determining their load strength and life. This study investigate the distribution of residual
stresses in the wall of hot extruded aluminum tubes, setting the map of intensity and nature
(compressive or tensile, Samples of commercially pure aluminum with dimensions 20 x 5 mm
(diameter x height) were hot extruded at three temperatures above the recrystallization
temperature of aluminum. Three angles of tool and two thin wall were tested. Then the
specimens were sectioned in its longitudinal axis of symmetry to expose the cross section of
the tube wall. Instrumented microhardness tests were performed to evaluate the residual stress
along the wall of the tube and evaluate the residual stress. A statistical analyzes were done
using a full factorial design, randomized by levels. To ensure repeatability of the process, four
replicates were done to each test. We found favorable conditions of extrusion, with induced
compressive residual stresses in the inner and outer walls of the tubes.
Lista de Figuras
Figura 5- Início da extrusão de um tubo com tarugo maciço (DIETER, 1981) ...................... 10
Figura 8- Gráfico da pressão de extrusão de acordo com o percurso do pistão nas extrusões
direta e indireta (DIETER, 1981) ......................................................................................... 12
Figura 9- Ângulo de uma matriz de extrusão (LAUE and STENGER, 1981) ........................ 13
Figura 10- Tensões residuais desenvolvidas junto à superfície de uma peça sendo esmerilhada
(MODENESI, 2008) ............................................................................................................ 14
Figura 11- Padrão típico de distribuição de tensões residuais ao longo da seção de um eixo
(OGATA, 2003) ................................................................................................................... 15
Figura 12- Superposição de tensão residual e tensão aplicada (NUNES, 2008) ..................... 17
Figura 17- Princípios da medição de tensões residuais pela difração de raios-X (NUNES,
2008)............ ........................................................................................................................ 28
Figura 21- Esquema de ensaio de indentação com indentador piramidal (CIMM, 2011) ....... 35
Figura 27- À esquerda, foto do forno de mufla utilizado para tratamento térmico, ao centro,
foto da ferramenta montada e à direita, detalhe da base com o punção. ................................. 40
Figura 33- Resíduos retirados após a extrusão dos corpos de prova, punção cônico (à
esquerda), e punção redondo (à direita) ................................................................................ 42
Figura 34- À esquerda, foto do tubo na ferramenta desmontada após extrusão, e à direita,
detalhe do tubo aderido ao punção redondo .......................................................................... 43
Figura 35- Fotos dos corpos de prova após tentativas de extrusão com alumínio ASTM 6351-
T6.......... .............................................................................................................................. 44
Figura 42- Resultado direto de dureza obtido para a amostra 2, do corpo de prova extrudado a
400 º C, matriz de 15 graus e espessura do tubo de 2,5 mm .................................................. 48
Figura 43- Gráfico de dureza média, paredes externas x paredes internas, temperatura de 400°
e espessura de tubo de 2,5 mm ............................................................................................. 53
xi
Figura 44- Gráfico de dureza média, paredes externas x paredes internas, temperatura de 450°
e espessura de tubo de 2,5 mm ............................................................................................. 54
Figura 45- Gráfico de dureza média, paredes externas x paredes internas, temperatura de 500°
e espessura de tubo de 2,5 mm ............................................................................................. 54
Figura 46- Gráfico de dureza média, paredes externas x paredes internas, temperatura de 400°
e espessura de tubo de 3,5 mm ............................................................................................. 55
Figura 47- Gráfico de dureza média, paredes externas x paredes internas, temperatura de 450°
e espessura de tubo de 3,5 mm ............................................................................................. 55
Figura 48- Gráfico de dureza média, paredes externas x paredes internas, temperatura de 500°
e espessura de tubo de 3,5 mm ............................................................................................. 56
Figura 49- Gráfico de deslocamento x força, para extrusão de tubos com matrizes de ângulos
curvos e punções retos (CHITKARA E ALEEM, 2001) ....................................................... 56
Figura 62- Gráfico de micro dureza para cilindros de alumínio extrudados a frio com matrizes
de ângulos 30º, 45º e 60º (CHAUDHARI et al., 2012) ......................................................... 63
Figura 63- Gráfico de dureza média para temperaturas de 400º, 450º e 500° Celsius, em
relação ao ângulo de 15° para matriz de extrusão e espessura de tubo de 2,5 mm ................. 65
Figura 64- Gráfico de dureza média para temperaturas de 400º, 450º e 500° Celsius, em
relação ao ângulo de 24° para matriz de extrusão e espessura de tubo de 2,5 mm ................. 65
Figura 65- Gráfico de dureza média para temperaturas de 400º, 450º e 500° Celsius, em
relação ao ângulo de 30° para matriz de extrusão e espessura de tubo de 2,5 mm ................. 66
Figura 66- Gráfico de dureza média para temperaturas de 400º, 450º e 500° Celsius, em
relação ao ângulo de 15° para matriz de extrusão e espessura de tubo de 3,5 mm ................. 66
Figura 67- Gráfico de dureza média para temperaturas de 400º, 450º e 500° Celsius, em
relação ao ângulo de 24° para matriz de extrusão e espessura de tubo de 3,5 mm ................. 67
Figura 68- Gráfico de dureza média para temperaturas de 400º, 450º e 500° Celsius, em
relação ao ângulo de 30° para matriz de extrusão e espessura de tubo de 3,5 m .................... 67
Figura 69- À esquerda, foto dos punções utilizados, à direita, gráfico com a carga requerida
para extrusão para cada tipo de punção, conical (cônico), ogival (ogival) e polynomial
(redondo) (CHITKARA E ALEEM, 2001)........................................................................... 68
Figura 70- Gráfico de dureza média em relação ao tipo de punção para a temperatura 450°
Celsius, superfície de análise interna e espessura do tubo de 2,5 mm .................................... 69
Figura 71- Gráfico de dureza média em relação ao tipo de punção para a temperatura 450°
Celsius, superfície de análise externa e espessura do tubo de 2,5 mm ................................... 69
Figura 72- Fotos de tubos extrudados de 2,5mm de espessura, compunção cônico, a 400, 450
e 500 graus Celsius, respectivamente ................................................................................... 70
xiii
Figura 73- Fotos de tubos extrudados de 2,5mm de espessura, com punção cônico, a 500, 450
e 400 graus Celsius, respectivamente ................................................................................... 71
Figura 74- Fotos de tubos extrudados de 2,5mm de espessura, com punção redondo, a 400 e
450 graus Celsius, respectivamente ...................................................................................... 71
Figura 75- Fotos de tubos extrudados de 2,5mm de espessura, com punção redondo, a 400 e
450 graus Celsius, respectivamente ...................................................................................... 71
xiv
Lista de Tabelas
Tabela 1- Faixas de temperatura para extrusão de vários metais (CIMM, 2011) ..................... 9
Tabela 6- Resultados de dureza para os punções redondo e cônico, nas mesmas ................... 51
Letras Latinas
D detector de Raios-X []
d0 distância interplanar []
dϕ0 espaçamento entre planos cristalinos para material livre de tensões residuais [Å]
n ordem de difração []
N perpendicular à superfície []
Pres carga residual de indentação do material com tensões residuais menos a carga de
indentação do material livre de tensões residuais [N]
S fonte de Raios-X []
xvi
Letras Gregas
ε1 direção principal []
ε2 direção principal []
ε3 direção principal []
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................ 4
5 CONCLUSÕES .................................................................................................... 72
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 75
ANEXO...................................................................................................................81
1
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
A produção de tubos metálicos a partir da extrusão tem sido muito utilizada para
materiais metálicos não ferrosos, especialmente o alumínio. Este tem aplicações em diversos
setores da indústria e a sua freqüente presença no nosso dia a dia representa bem a sua
importância econômica no mundo atual. Tubos de alumínio são utilizados em estruturas
espaciais permitindo a cobertura de grandes vãos com o mínimo de apoios, em tubulações
para irrigação e em trocadores de calor como radiadores e componentes de ar condicionado,
entre outros, ideais para os setores da construção civil, bens de consumo, indústria elétrica e
de transportes. A variedade de perfis que podem ser extrudados em alumínio é praticamente
ilimitada. O processo reduz custos, pois elimina operações posteriores de usinagem,
possibilitando a obtenção de seções mais resistentes pela adequada eliminação de juntas
frágeis e uma melhor distribuição de metal. Entre os principais tipos de produtos extrudados
estão perfis sólidos, tubulares e semi-tubulares.
térmico para alívio de tensões poderia resolver o problema, mas além de custo adicional como
no seu superdimensionamento, ainda pode acontecer alterações dimensionais durante o
tratamento térmico, com perda das tolerâncias fixadas no projeto. A redução ou anulação das
tensões residuais em peças mecânicas que trabalham em tensões cíclicas reduz a possibilidade
de falhas em serviço, reduzindo substancialmente os custos de reposição e de manutenção dos
sistemas dos quais estes elementos são componentes. Tubos de alumínio extrudados são
largamente empregados na indústria mecânica, mas, até o presente, não existe um estudo
sobre a presença de tensões residuais na sua produção e a sua natureza.
CAPÍTULO 2
REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Extrusão
Pugh e Watkins (1961) fizeram uma análise da extrusão e dos produtos extrudados,
comparando a extrusão a quente de alumínio puro e da liga DTD 363, investigando o efeito da
temperatura e da velocidade de extrusão na pressão de extrusão. Também foi feita uma
investigação da extrusão a frio de metais não ferrosos, com análises de efeito da redução e
velocidade na pressão de extrusão.
Na extrusão direta apresentada na figura 2, o pistão age sobre o tarugo forçando sua
passagem pela ferramenta e o metal é movido na mesma direção do pistão, provocando atrito
entre ele e o container. Este processo possui maior utilização, pois não precisa de
equipamentos complexos, consegue elevado controle dimensional e pode trabalhar com perfis
extrudados de grande diâmetro sem comprometer a fluidez do perfil (SILVA, 1989).
6
Neste processo ilustrado pela figura 4, um tarugo é colocado sobre a matriz e envolvido
por um fluido, ambos contidos no interior de um container. O fluido tem sua pressão
aumentada por meio de um pistão, até o ponto em que o tarugo é forçado a escoar pela
abertura da matriz, dando forma final ao produto. O apoio da matriz é obtido pelo fluido sob
pressão, sendo a vedação do sistema feita através de selantes colocados em torno do pistão e
da matriz. O fluido pressurizado facilita a deformação do material pelo estabelecimento de um
estado de tensões favorável e pela redução do atrito entre o tarugo e a matriz. Entre as
vantagens deste tipo de extrusão estão o controle do estado de tensões sobre o produto,
evitando que haja a fratura do mesmo no caso de materiais frágeis, melhor qualidade de
extrusão, eliminação do atrito possibilitando grandes reduções sem que seja necessário
aquecer o material que será extrudado, maior rapidez na operação, uma maior vida útil e uso
de materiais menos nobres na confecção das matrizes (BUTTON, 1985 e 1990).
8
A extrusão a quente é feita para ligas que não tem ductilidade suficiente à temperatura
ambiente ou quando o material exige grande esforço à deformação. Com a extrusão a quente
não se tem ganhos tão substancias em relação ao acabamento superficial e aumento da
resistência mecânica (CHIKTARA e ALLEM, 2001), mas consegue-se reduzir as forças
9
necessárias para a realização do processo com grandes reduções de seção numa só etapa.
Possui alguns problemas como desgaste excessivo da matriz, deformações não uniformes
devido ao resfriamento do tarugo no container, filme de óxido no tarugo após ser aquecido
gerando acabamento superficial ruim, mas algumas medidas preventivas podem resolver ou
diminuir o efeito destes problemas como o pré-aquecimento da matriz (MORO e AURAS,
2006).
Metal Temperatura ºC
além de melhor qualidade e menores custos. Para cumprir essas necessidades, é necessário o
uso de ferramentas otimizadas e técnicas avançadas de controle de qualidade e fabricação
(CARDOSO, 2007).
De acordo com Bresciane Filho et al. (1997), existem fatores de influência que
favorecem ou não as condições de trabalho, levando à obtenção de um produto de qualidade e
custos especificados. Segundo Dieter (1981), estas variáveis são:
a) Tipo de Extrusão
O processo de extrusão direta apresenta um elevado nível de pressão inicial para fazer o
tarugo passar pela matriz, depois este nível cai com o avanço do pistão até um valor mínimo
pela redução de comprimento do tarugo no container, tendendo a crescer novamente no fim.
A pressão de extrusão é a força de extrusão dividida pela área da seção transversal do tarugo.
Na extrusão indireta, a pressão cresce constantemente com o avanço do pistão em decorrência
dos resíduos de material retidos entre a ferramenta e o container, o que dificulta o movimento.
A figura 8 mostra o gráfico da pressão de extrusão de acordo com o movimento do pistão nos
processos de extrusão direta e indireta. A maioria das extrusões a quente são feitas pelo
processo de extrusão direta, pois a extrusão indireta cria limitações quanto ao tamanho da
peça extrudada e a pressão de extrusão máxima que pode ser atingida.
12
b) Razão de Extrusão
( ) (1)
Onde:
F = força de extrusão
c) Temperatura de Trabalho
A temperatura de trabalho deve ser alta o suficiente para dar trabalhabilidade plástica ao
metal, diminuindo a tensão de escoamento, mas não pode ser muito alta para se evitar gastos
excessivos de energia, desgastes dos elementos da máquina de extrusão e matrizes e evitar a
oxidação do tarugo. Escolhe-se a temperatura máxima abaixo do ponto de fusão ou abaixo da
faixa de fragilidade a quente do metal, como já foi apresentado na Tabela 1, anteriormente.
d) Velocidade de Deformação
O atrito entre o container e o tarugo e entre a matriz e o tarugo tem uma enorme
influência no escoamento do material, refletindo na qualidade do produto extrudado, tanto em
suas propriedades mecânicas quanto nos defeitos que podem se apresentar ou não, além de
produzir desgaste nas ferramenta. O ângulo da matriz também influi no atrito que será
produzido, pois ângulos maiores aumentam a área de contato entre o material a ser extrudado
e a ferramenta, aumentando assim o atrito. A figura 9 exemplifica o ângulo de uma matriz de
extrusão.
Para Hauk (1997), as tensões residuais são tensões auto-equilibradas, originadas sempre
que o componente sofre deformação plástica localizada ou deformação elástica não-
homogênea. Como exemplo, pode-se citar o processo de esmerilhamento de uma peça,
ilustrado na figura 10, que causa o escoamento plástico de material próximo à superfície da
peça, introduzindo tensões residuais nesta região.
Figura 10- Tensões residuais desenvolvidas junto à superfície de uma peça sendo
esmerilhada (MODENESI, 2008)
15
Torneamento, Frezamento,
Processos de Usinagem
Retificação, Furação, etc.
Yazdi et al. (1998) examinaram o campo de tensões residuais induzidas por têmpera
através do método de elementos finitos, analisando os aspectos térmicos e mecânicos no
resfriamento de ligas de alumínio.
Raj et al. (2009) avaliaram danos em materiais de aeronaves causados por vida em
fadiga utilizando a medição de tensões residuais, permitindo a continuidade de sua utilização
com a remoção da superfície danificada sem afetar sua integridade estrutural.
As tensões residuais podem ser classificadas quanto à sua natureza e quanto à sua área
de abrangência, isto é, o volume do material sujeito à sua ação.
efetivo das tensões de tração necessárias para a nucleação e crescimento de trincas de fadiga
(ROCHA, 2009). A presença de tensões residuais leva o projetista a superdimensionar as
peças, de modo a evitar sua falha prematura em serviço. Uma outra alternativa é submeter o
elemento produzido a tratamento térmico para alívio de tensões. Os dois casos representam
custo adicional. No segundo caso, outro inconveniente é a possibilidade de alterações
dimensionais durante o tratamento térmico, com perda das tolerâncias fixadas no projeto.
De acordo com a sua área de abrangência, as tensões residuais podem ser classificadas
como:
São tensões que se estendem sobre grandes porções volumétricas quando comparadas
com o tamanho de grão do material (RODRIGUES, 2007). As Macrotensões, Tensões
Macroscópicas ou Tensões Residuais do Tipo I, apresentadas na figura 13, são homogêneas
no volume de vários grãos e causam deformações uniformes da rede cristalina na região em
que atuam (GUIMARAES, 1990). O material é considerado como sendo homogêneo numa
visão macroscópica. São medidas por métodos de dissecção do material e secção. Estas tensões
são causadas pelas interações mútuas de zonas de tamanhos macroscópicos do material. Elas
podem ser originadas pelos processos de manufatura e se superpõem às tensões externas
aplicadas no componente. A formação destas tensões é causada principalmente por fatores
externos, tais como efeitos de deformação plástica não uniforme no material durante os
processos de fabricação ou ainda gradientes de temperatura que causam expansões não
uniformes no material (NUNES, 2008).
Em geral é o tipo de tensão residual de maior interesse para a engenharia devido aos
seus efeitos sobre os materiais.
20
2.4.1.3. Submicroscópicas
Na maioria dos casos, os efeitos das tensões residuais sobre os materiais são nocivos,
uma vez que, por sua superposição com as tensões de serviço ou cargas aplicadas, podem
causar deformações, acelerar transformações de fase e processos de corrosão. Nas situações
onde pequenas deformações estão envolvidas, como fadiga, corrosão sob tensão e trincas por
fragilização, as tensões residuais podem provocar fraturas (GUIMARAES, 1990 e SUTERIO,
2005).
Withers e Bhadeshia (2001) fizeram uma análise dos tipos de tensões residuais e seus
efeitos nas estruturas mecânicas, e uma avaliação das técnicas de medição de tensões
residuais, comparando a escala de comprimento característica de cada uma. As tensões
residuais são mais difíceis de prever do que as tensões externas aplicadas. Por este motivo, é
de grande importância ter métodos confiáveis para a medição destas tensões.
Outra dificuldade para a medição de tensões residuais é o fato de que as tensões não são
diretamente medidas. O que é medido é a deformação elástica causada pelas microtensões e
macrotensões residuais. Os primeiros métodos utilizados na determinação qualitativa das
tensões residuais eram baseados no alívio das tensões pela realização de cortes, remoção de
camadas por meio de ataques químicos e pela medição do empenamento resultante no
material. Estes métodos ainda são usados hoje, mas já foram aperfeiçoados. Ainda assim,
existem algumas hipóteses para a medição de tensões residuais que continuam inalteradas.
Elas assumem que:
a) o material é isótropo;
Vários métodos de medição da tensão residual podem ser usados e a escolha específica
de um método depende de vários fatores como, a natureza do campo da tensão residual, a
geometria e a região da parte analisada (profundidade, dimensão e forma da superfície), o
custo da medição e dos equipamentos necessários, o tempo disponível para a medição, a
incerteza requerida e a repetitividade do método, a extensão da região de interesse
(superficial, sub-superficial ou o volume total do material). Cada método possui um domínio
de aplicações bem definido e dependente do problema (OGATA, 2003 e PITELLA, 2003).
Oettel (2000) diz que o método semi-destrutivo mais usado é o método do furo cego,
que é regido pela norma ASTM-E 837.
O uso de difratometria por raios-X iniciou-se por volta do final do século XIX, com a
descoberta de Max von Laue (SOUZA e BITTENCOURT, 2008). A partir daí, foi possível
conhecer melhor a estrutura dos materiais e as relações entre essa estrutura e suas
propriedades. Com a difratometria de raios-X pode-se fazer atualmente a análise quantitativa
de fases amorfas e cristalinas, análise de tensão residual, análise de filmes finos, análise de
reflexão e textura, além de estudos de transformação de fase, reação cinética e comportamento
da tensão em temperatura com auxílio de acessórios de alta temperatura (GOLDSMITH et al.,
2000, citado por SILVA, 2007).
De acordo com Ruud (2002), considerando que os metais são compostos de átomos
dispostos em uma matriz tridimensional regular para formar um cristal, estes átomos formam
pequenos cristais ou grãos, que se orientam aleatoriamente em relação ao arranjo cristalino do
metal. Quando um metal policristalino é colocado sob tensão, externa ou residual, as tensões
elásticas são produzidas na rede cristalina dos pequenos cristais, gerando modificações nas
distâncias entre os átomos. É esta modificação que a difração de raios-X pode medir.
Em um difrator de raios-X, o feixe de raios-X é gerado por uma fonte, passa por um
colimador para direcionar e limitar este feixe de acordo com as especificações, e incide sobre
a amostra a ser analisada (GUIMARÃES, 1990). Uma parte dos raios-X é absorvida pelos
átomos enquanto outra parte é enviada de volta em todas as direções da área irradiada. No
caso dos raios-X que incidem sobre um corpo cristalino, ao contrário dos corpos de
substâncias amorfas, a dispersão ou espalhamento devido a cada átomo é reforçada em certas
direções específicas com variação angular muito pequena. Esse é o fenômeno denominado
27
difração. O ângulo formado pela direção de incidência dos raios-X e o ângulo do raio
difratado é designado como 2θ, sendo a metade deste ângulo o ângulo de BRAGG (PREVÉY,
1986).
(2)
θ é o ângulo de difração.
(3)
Onde:
E = módulo de elasticidade
εx = deformação linear
Quando uma força de tração é aplicada em um material em uma direção x, não ocorre
apenas uma deformação linear (εx) na direção da força de tração, mas também ocorre
deformação transversal e longitudinal. A razão entre a deformação transversal e a longitudinal
é denominada Coeficiente de Poisson (ν).
(4)
[ ]
[ ] (5)
[ ]
(6)
30
(7)
De acordo com Prevéy (1986), a deformação, εϕψ na direção definida pelos ângulos ϕ e
ψ é:
ϕ * + * + (8)
(9)
Teremos:
* + * + (10)
(11)
32
* + *( ) + (12)
(13)
cristalográficos para a direção normal aos planos da rede em que a deformação é medida,
como especificado pelos índices de Miller, pois nos cristais isolados a deformação pode ser
diferente.
[( ) ] [( ) ] (14)
[( ) ] [( ) ] (15)
Para = 0, então:
( ) [ ( ) ] (16)
( ) (17)
( ) ( ) (18)
33
De acordo com Nunes (2008), como dϕ0 não difere de d0 em mais de 1%, a equação (18)
pode ser escrita da seguinte forma:
( ) ( ) (19)
A equaçao (19) faz com que a medição de tensões residuais por difração de raios-X
torne-se um método diferencial, não precisando de nenhuma amostra livre de tensões
residuais para se determinar o estado biaxil de tensões residuais na superfície de uma amostra.
Como o corpo, no estudo de trabalho, não está carregado, Neves (2003) diz que a tensão
residual será a relação entre a tensão residual e a deformação produzida no plano
perpendicular, devido ao efeito do Coeficiente de Poisson:
(20)
Segundo Callister (2007), a dureza é uma propriedade mecânica do material, que está
relacionada à facilidade ou dificuldade de deformação plástica localizada, ou seja, é a
resistência que o material oferece à pequenas impressões ou riscos. A técnica da indentação é
um método não destrutivo que consiste na aplicação de uma carga sobre a superfície do
material a ser analisado através de um penetrador rígido. Esse penetrador é padronizado, pode
ser esférico, cônico ou piramidal e é semelhante aos usados em ensaios de dureza. A pressão
feita pelo penetrador causa um re-equilíbrio no estado de tensão do corpo o que provoca um
campo de deslocamentos ao redor da indentação. O campo de deformações locais decorrentes
da indentação é função da forma da ferramenta de indentação, das propriedades do material,
da carga de indentação e da magnitude e direção das tensões residuais inicialmente presentes
no material (SUTERIO et al., 2002). Assim com técnicas apropriadas de medição de
deslocamentos e deformações, é possível estabelecer uma relação entre a quantidade de
tensões residuais presentes no material e (SUTERIO, 2005):
Figura 21- Esquema de ensaio de indentação com indentador piramidal (CIMM, 2011)
A medição de tensões residuais é feita pela comparação entre um material com tensões
residuais e outro com a mesma composição, livre de tensões. Através da relação entre a força
e a profundidade de indentaçao temos (SUTERIO, 2005):
(21)
Onde:
CAPÍTULO 3
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a extrusão dos corpos de prova, foi confeccionada uma ferramenta composta por 8
peças no Laboratório de Usinagem da UFSJ. O material utilizado foi o aço 1045.
As figuras 23, 24, 25 e 26, a seguir, mostram de forma detalhada as peças que compõem a
ferramenta de extrusão confeccionada.
Foi feito tratamento térmico de têmpera nas peças da ferramenta de acordo com a GGD
Metals (2011), em um forno de mufla, da marca JUNG, com temperatura inicial de 450 graus
Celsius. Após estabilização marcou-se o tempo de 30 minutos. A temperatura foi elevada,
então, para 950 graus Celsius e após estabilização, as peças da ferramenta permaneceram no
forno por 1 hora. Para evitar a formação de carepa, as peças foram introduzidas no forno
dentro de uma caixa de grafite. Ao serem retiradas do forno, as peças foram imersas em óleo
de têmpera para resfriamento ao invés de água, para se evitar trincas. Após chegarem à
temperatura ambiente, as peças foram introduzidas novamente no forno, dentro da caixa de
grafite, à temperatura de 400 graus Celsius. Após estabilização, marcou-se o tempo de 30
minutos. As peças foram retiradas logo após o tempo marcado e foram resfriadas no ar,
concluindo o processo de revenimento de acordo com a GGD Metals (2011), para alívio de
tensões.
40
Figura 27- À esquerda, foto do forno de mufla utilizado para tratamento térmico, ao
centro, foto da ferramenta montada e à direita, detalhe da base com o punção.
Foram confeccionados também além das 8 peças, mais um punção cônico, para extrusão
de tubos de 3,5mm de espessura, e dois punções com ponta redonda para extrusão de tubos de
2,5mm e 3,5mm de espessura, além de mais duas matrizes com ângulos de 24 e 30 graus.
Para extrusão, a ferramenta foi montada e um corpo de prova colocado no seu interior.
Como lubrificante, foi utilizado grafite em pó (textura de talco), colocado por cima do corpo
de prova, até preencher toda a ferramenta, apresentado na figura 31.
Depois de o grafite ser compactado com o próprio pistão da ferramenta, esta foi levada
para o forno, e permaneceu 10 minutos no seu interior, após a estabilização da temperatura.
Em seguida, foi retirada e levada à Prensa Hidráulica da marca CONEMAG. Nela o corpo de
prova foi prensado, como mostrado na figura 32, e retirado logo em seguida, desmontando-se
a ferramenta.
Foram feitas extrusões nas temperaturas de 400, 450 e 500 graus Celsius. A velocidade
da prensa foi a mesma em todos os ensaios. Variou-se o ângulo da matriz de extrusão, com
15, 24 e 30 graus, e a espessura dos tubos, com 2,5 e 3,5 mm. O punção utilizado para
extrusão na ferramenta foi de dois tipos: cônico e redondo. No total, foram extrudados 39
corpos de prova, 36 com os punções cônicos e 3 com o punção redondo.
A cada dois corpos de prova extrudados, as matrizes e os punções foram lixados, para
remover resíduos de alumínio, como mostrado na figura 33, a seguir.
Figura 33- Resíduos retirados após a extrusão dos corpos de prova, punção cônico (à
esquerda), e punção redondo (à direita)
43
Inicialmente, o alumínio utilizado foi o ASTM 6351–T6, que tem como principais
elementos de liga o silício e o magnésio. A combinação destes dois elementos reduz o ponto
de fusão e aumenta a fluidez da liga, conseguindo também maior resistência mecânica aliada
à resistência à corrosão (BUZINELLI, 2000). A adição de manganês proporciona aumento de
resistência mecânica, causando uma redução ligeira na ductilidade (MARTINS e PADILHA,
2006). São largamente utilizadas em produtos extrudados como tubos e perfis (LIMA, 2002).
A composição química do Alumínio ASTM 6351-T6 é apresentada na Tabela 3, a
seguir.
Outros Elementos
Si Fe Cu Mn Mg Cr Zn Ti Al
Cada Total
0,7 - 1,3 0,50 0,10 0,4 - 0,8 0,4 - 0,8 - 0,20 0,20 0,05 0,15 Restante
Entretanto, devido à dificuldades nos ensaios preliminares com matriz com ângulo de
10 graus, e temperatura de extrusão de 350 a 550 graus Celsius, este foi substituído por
alumínio comercialmente puro, mais maleável.
44
Figura 35- Fotos dos corpos de prova após tentativas de extrusão com alumínio ASTM
6351-T6
Imediatamente após o polimento, para se evitar a oxidação das amostras, foram feitos
ensaios de microdureza instrumentada Vickers, de acordo com a norma ABNT NBR 6672.
Nesses ensaios um penetrador de diamante, muito pequeno, com geometria piramidal, é
forçado contra a superfície do corpo de prova. A impressão resultante é observada sob um
microscópio e medida; essa medição é então convertida em um número de índice de dureza.
Foi utilizado um ultra micro durômetro SHIMADZU, modelo DUH-211S (Dynamic Ultra
Micro Hardness Tester) alocado no Laboratório de Microcospia da Universidade Federal de
São João Del-Rei, A figura 37 apresenta o equipamento. Os parâmetros utilizados foram:
a) força média de 500 mN;
b) força mínima de 1,96 mN;
c) velocidade de carregamento de 1,0 mN/seg;
d) coeficiente de Poisson do punção piramidal de base quadrada igual 0,070.
46
Para avaliar se houve indução de tensões residuais no processo de extrusão dos tubos,
foi realizado um planejamento estatístico fatorial aleatorizado por níveis, em que:
A é a superfície de análise em dois níveis (interna e externa);
B é o ângulo da matriz em três níveis (15º, 24º e 30º);
C é a espessura da parede do tubo em dois níveis (2,5mm, e 3,5 mm);
D é a temperatura de extrusão em três níveis (400º C, 450º C e 500º C).
48
CAPÍTULO 4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesta seção são apresentados os resultados dos ensaios de Micro Dureza Instrumentada
Vickers.
O equipamento para medição de ultra micro dureza utilizado, fornece algumas
informações importantes tais como: curva de dureza (força x deslocamento), força máxima,
profundidade máxima, número de análises, média dos valores obtidos, dentre outros. Dessa
forma é gerado um arquivo que compõe todos estas informações.
Podem ser obtidos resultados de duas formas: a primeira através de uma leitura direta
no equipamento e, a segunda, utilizando cálculos disponíveis na literatura, como foi citado na
seção 2.4.5 do Capítulo 2. Nesta pesquisa, optou-se pela maneira direta.
Os resultados diretos mostram os parâmetros do ensaio, a força máxima de indentação,
a profundidade máxima e a dureza medida para cada sequência de indentação. A seguir,
encontra-se um dos resultados obtidos pela forma direta.
Figura 42- Resultado direto de dureza obtido para a amostra 2, do corpo de prova
extrudado a 400 º C, matriz de 15 graus e espessura do tubo de 2,5 mm
49
Temperatura 400º C
2,5mm 3,5mm
Superfície de Análise
Ângulo da
Matriz Interna Externa Interna Externa
45,3 67,9 46,2 71,3
54,2 63,9 56,2 54,4
15 graus
47,8 69,3 54,7 57,9
48,2 68,1 57,4 62,3
51,7 76,6 49,9 66,2
52,8 81,6 52,3 66,5
24 graus
55,5 79,5 48,9 62,2
46,4 73,9 47,4 60,9
21,8 43,7 60,4 71,9
36,8 49,7 62,4 73,9
30 graus 23,4 27,9 53,7 64,7
36,5 48,6 62,7 55,7
Temperatura 450º C
2,5mm 3,5mm
Superfície de Análise
Ângulo da
Matriz Interna Externa Interna Externa
48,0 61,3 56,9 61,9
59,2 63,0 60,6 64,0
15 graus
60,8 70,6 63,4 56,5
61,0 65,0 64,7 57,6
44,4 66,2 53,4 52,4
46,5 73,5 67,4 58,8
24 graus
49,2 72,8 56,6 60,5
53,1 72,0 53,8 60,7
40,5 63,3 67,4 70,5
57,3 67,6 64,6 74,5
30 graus
67,4 64,1 49,2 64,5
58,2 64,3 58,6 59,6
50
Temperatura 500º C
2,5 3,5
Superfície de Análise
Ângulo da
Matriz Interna Externa Interna Externa
54,5 61,6 47,8 57,7
58,6 60,5 51,4 56,7
15 graus
47,2 51,9 41,4 48,6
42,0 49,0 36,9 45,9
37,2 60,7 41,9 54,0
47,2 61,8 45,1 53,1
24 graus
51,7 67,2 36,3 45,5
54,2 76,0 32,4 42,9
62,9 63,3 61,3 64,3
71,5 68,2 62,6 64,5
30 graus
75,4 66,0 64,8 63,7
78,9 65,2 64,5 53,5
O material virgem apresentou ultra micro dureza Vickers de 34 HV. Segundo Bocciarelli
e Maier (2007), espera-se que um material deformado, submetido a um ensaio de dureza
superficial, apresente um resultado diferente do resultado do mesmo ensaio em um material
não deformado. Quando há tensões residuais trativas na superfície de um material, os ensaios
de dureza apresentam valores menores de dureza comparados com o material virgem, caso
contrário, as tensões residuais são compressivas, pois o indentador precisará de mais força
para penetrar a amostra.
Com o aumento da dureza, há também o aumento da tensão residual. Os resultados
mostraram indução de tensão residual nas paredes dos tubos, de natureza compressiva. A
análise de variância na Tabela 5 mostra, com uma confiança de 95%, se houve influência da
superfície de análise, ângulo da matriz, espessura dos tubos e temperatura de extrusão.
Na análise feita, SST é a soma dos quadrados de todas as medidas, SSA é a soma dos
quadrados das medidas para cada superfície de indentação, SSB é a soma dos quadrados das
medidas para cada ângulo de matriz de extrusão, SSC é a soma dos quadrados das medidas para
cada espessura de tubo extrudado, SSD é a soma dos quadrados das medidas para cada
temperatura de extrusão. O restante é a soma dos quadrados das interações. SSERRO é o erro
embutido em toda a soma, GL é o grau de liberdade para cada variável. Ftab é dado na Tabela de
Distribuição de Fisher, de acordo com a confiança e os graus de liberdade da variável e do erro.
51
Além destas duas análises, também foi feita outra para verificar a influência do ângulo
da matriz de extrusão em relação à superfície de análise para cada punção, na temperatura de
450 graus Celsius e com tubos de espessura de 2,5 mm.
A é a superfície de análise, em dois níveis, interna e externa;
B é o ângulo da matriz de extrusão, em 3 níveis, 15, 24 e 30 graus.
As Tabelas 8 e 9, a seguir, mostram a análise de variância para os punções redondo e
cônico, respectivamente.
Na extrusão dos tubos com punção redondo, a única variável que teve influência na
indução de tensões residuais foi o ângulo da matriz de extrusão, já na extrusão de tubos com
punção cônico, a superfície de análise teve influência na indução de tensões residuais,
enquanto o ângulo da matriz não influenciou a indução de tensões residuais.
As superfícies interna e externa das paredes dos tubos exerceram influência na indução
de tensão residual. Como é observado nas figuras 43, 44, 45, 46, 47 e 48, a seguir, a dureza
nas paredes internas foi menor que nas paredes externas.
80
60
Dureza (HV)
Interna
40 Externa
20
0
15
24
30
Figura 43- Gráfico de dureza média, paredes externas x paredes internas, temperatura de
400° e espessura de tubo de 2,5 mm
54
80
Dureza (HV)
60
Interna
40
Externa
20
0
15
24
30
Figura 44- Gráfico de dureza média, paredes externas x paredes internas, temperatura de
450° e espessura de tubo de 2,5 mm
80
Dureza (HV)
60
Interna
40
Externa
20
0
15
24
30
Figura 45- Gráfico de dureza média, paredes externas x paredes internas, temperatura de
500° e espessura de tubo de 2,5 mm
55
80
60
Dureza (HV)
40 Interna
20 Externa
0
15
24
30
Figura 46- Gráfico de dureza média, paredes externas x paredes internas, temperatura de
400° e espessura de tubo de 3,5 mm
80
60
Dureza (HV)
40 Interna
20 Externa
0
15
24
30
Figura 47- Gráfico de dureza média, paredes externas x paredes internas, temperatura de
450° e espessura de tubo de 3,5 mm
56
80
60
Dureza (HV)
40 Interna
20 Externa
0
15
24
30
Figura 48- Gráfico de dureza média, paredes externas x paredes internas, temperatura de
500° e espessura de tubo de 3,5 mm
De acordo com Chitkara e Aleem (2001), isto se deve ao fato de que à medida que o
pistão se desloca, há um aumento da carga necessária para comprimir o tarugo, até que esta
alcança um pico, que indica o início da extrusão. A partir deste momento, a resistência entre a
parede do tubo e a matriz decresce.
Figura 49- Gráfico de deslocamento x força, para extrusão de tubos com matrizes de
ângulos curvos e punções retos (CHITKARA E ALEEM, 2001)
57
50
40 15°
Dureza (HV)
24°
30
30°
20
10
0
1 2 3 4
Indentação
60
50
15°
Dureza (HV)
40 24°
30 30°
20
10
0
1 2 3 4
Indentação
50
24°
40
30°
30
20
10
0
1 2 3 4
Indentação
50 24°
40 30°
30
20
10
0
1 2 3 4
Indentação
66
24°
64
30°
62
60
58
56
54
1 2 3 4
Indentação
50
24°
40
30°
30
20
10
0
1 2 3 4
Indentação
60
50
15°
Dureza (HV)
40 24°
30 30°
20
10
0
1 2 3 4
Indentação
60
50
15°
Dureza (HV)
40 24°
30 30°
20
10
0
1 2 3 4
Indentação
60
50
15°
Dureza (HV)
40 24°
30 30°
20
10
0
1 2 3 4
Indentação
50
24°
40
30°
30
20
10
0
1 2 3 4
Indentação
50
24°
40
30°
30
20
10
0
1 2 3 4
Indentação
60
50
15°
Dureza (HV)
40 24°
30 30°
20
10
0
1 2 3 4
Indentação
Chaudhari et al. (2012), encontraram valores de micro dureza que também não
seguiram a regra, para cilindros extrudados com matrizes de ângulos diferentes.
Figura 62- Gráfico de micro dureza para cilindros de alumínio extrudados a frio com
matrizes de ângulos 30º, 45º e 60º (CHAUDHARI et al., 2012)
Uma das razões pelas quais a dureza não teve variação pode ser a temperatura de
extrusão. Com esta variável acima da temperatura de recristalização do alumínio, pode-se ter
64
conseguido uma plasticidade suficiente para não tornar a variação do atrito entre as paredes
dos tubos e a matriz significativa.
70
60
50 400°
Dureza (HV)
40 450°
30 500°
20
10
0
Interna
Externa
Superfície de Análise
Figura 63- Gráfico de dureza média para temperaturas de 400º, 450º e 500° Celsius, em
relação ao ângulo de 15° para matriz de extrusão e espessura de tubo de 2,5 mm
70
60
50 400°
Dureza (HV)
40 450°
30 500°
20
10
0
Interna
Externa
Superfície de Análise
Figura 64- Gráfico de dureza média para temperaturas de 400º, 450º e 500° Celsius, em
relação ao ângulo de 24° para matriz de extrusão e espessura de tubo de 2,5 mm
66
80
70
60
400°
Dureza (HV)
50
450°
40
500°
30
20
10
0
Interna
Externa
Superfície de Análise
Figura 65- Gráfico de dureza média para temperaturas de 400º, 450º e 500° Celsius, em
relação ao ângulo de 30° para matriz de extrusão e espessura de tubo de 2,5 mm
70
60
50 400°
Dureza (HV)
40 450°
30 500°
20
10
0
Interna
Externa
Superfície de Análise
Figura 66- Gráfico de dureza média para temperaturas de 400º, 450º e 500° Celsius, em
relação ao ângulo de 15° para matriz de extrusão e espessura de tubo de 3,5 mm
67
70
60
50 400°
Dureza (HV)
40 450°
30 500°
20
10
0
Interna
Externa
Superfície de Análise
Figura 67- Gráfico de dureza média para temperaturas de 400º, 450º e 500° Celsius, em
relação ao ângulo de 24° para matriz de extrusão e espessura de tubo de 3,5 mm
70
60
50 400°
Dureza (HV)
40 450°
30 500°
20
10
0
Interna
Externa
Superfície de Análise
Figura 68- Gráfico de dureza média para temperaturas de 400º, 450º e 500° Celsius, em
relação ao ângulo de 30° para matriz de extrusão e espessura de tubo de 3,5 m
68
Figura 69- À esquerda, foto dos punções utilizados, à direita, gráfico com a carga
requerida para extrusão para cada tipo de punção, conical (cônico), ogival (ogival) e
polynomial (redondo) (CHITKARA E ALEEM, 2001)
69
70
60
50
Dureza (HV)
15°
40
24°
30
30°
20
10
0
Redondo
Cônico
Tipo de Punção
Figura 70- Gráfico de dureza média em relação ao tipo de punção para a temperatura
450° Celsius, superfície de análise interna e espessura do tubo de 2,5 mm
80
70
60
Dureza (HV)
50 15°
40 24°
30 30°
20
10
0
Redondo
Cônico
Tipo de Punção
Figura 71- Gráfico de dureza média em relação ao tipo de punção para a temperatura
450° Celsius, superfície de análise externa e espessura do tubo de 2,5 mm
70
As figuras 72, 73, 74 e 75, a seguir apresentam fotos de trubos extrudados com 2,5mm
de espessura e diferentes punções e temperaturas.
Figura 72- Fotos de tubos extrudados de 2,5mm de espessura, compunção cônico, a 400,
450 e 500 graus Celsius, respectivamente
71
Figura 73- Fotos de tubos extrudados de 2,5mm de espessura, com punção cônico, a
500, 450 e 400 graus Celsius, respectivamente
Figura 74- Fotos de tubos extrudados de 2,5mm de espessura, com punção redondo, a
400 e 450 graus Celsius, respectivamente
Figura 75- Fotos de tubos extrudados de 2,5mm de espessura, com punção redondo, a
400 e 450 graus Celsius, respectivamente
72
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES
- Foram encontradas tensões residuais nas paredes dos tubos. Estas tensões mostraram-se de
natureza compressiva, o que favorece a utilização destes tubos como elementos estruturais,
pois a indução de tensões residuais compressivas favorece a sua resistência à fadiga.
- Houve diferenças quanto à valores de tensão residual nas paredes interna e externa dos tubos
extrudados, sendo que as paredes internas mostraram menor tensão residual.
- As diferentes espessuras dos tubos não exerceram influência nas medidas de dureza, pois as
reduções de 10% para a espessura de 3,5 mm, 20% para a espessura de 2,5 mm resultaram em
baixos fatores de atrito.
- Apesar de o punção redondo requerer menor carga para realizar o processo de extrusão, o
tipo de punção não influenciou a indução de tensões residuais nas paredes dos tubos
extrudados.
- O punção redondo mostrou melhor acabamento externo, porém, o acabamento interno foi
pior.
CAPÍTULO 6
- Verificar os parâmetros de extrusão a quente de tubos para a liga de alumínio ASTM 6351-
T6;
REFERÊNCIAS
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79
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