Você está na página 1de 34

QUADROS ISOSTÁTICOS

DISCIPLINA: ANÁLISE ESTRUTURAL II


PROFESSORA: PRISCILA LUZ
1
Existem quatro tipos
fundamentais de quadros
QUADROS SIMPLES isostáticos planos, os chamados
quadro simples, quando ocorrem
isoladamente e que, associados
entre si, foram os chamados
Quadro biapoiado
quadros compostos.

Para obter as reações de apoio HA,


VA e VD tem-se três equações
universais da Estática no plano.
Conhecida as reações de apoio
passa-se a obtenção dos
diagramas solicitantes
QUADROS BIAPOIADOS

Rompendo o quadro em seus nós


intermediários B e C, pode-se
destacar umas das outras barras
que o constituem, desde que se
aplique nesses nós, em cada uma
das barras, os esforços simples
neles atuantes, que manterão o
equilíbrio de cada barra AB, BC e
CD
QUADROS BIAPOIADOS

Como as cargas estão equilíbrio, pode-


se encarar HB, VB e VC como sendo as
forças que equilibram as demais cargas
atuantes e a barra BC pode, então, ser
considerada como uma viga biapoiada,
submetida ao carregamento que lhe
está diretamente aplicado, acrescido
de cargas-momento em suas
extremidades iguais aos momentos
fletores atuantes nestas seções e de
uma carga horizontal no apoio do 1º
gênero, igual ao esforço atuantes
nesta seção
QUADROS BIAPOIADOS

O estudo do quadro
recai, então, no
estudo das três
vigas biapoiadas AB,
BC e CD
Os diagramas são marcados,
QUADROS BIAPOIADOS
como no caso das vigas,
perpendicularmente ao eixo de
cada barra.

A obtenção dos diagramas de


Para se traçar o diagrama dos momentos esforços cortantes e esforços
fletores atuantes num quadro, basta normais é imediata, a partir
marcar os momentos fletores atuantes em do conhecimento das reações
seus nós, liga-los por uma linha reta de apoio.
tracejada, a partir da qual penduramos os
diagramas de viga biapoiada devidos aos
carregamentos atuantes sobre cada uma
das barras que constituem o quadro
Obter os diagramas solicitantes
QUADROS BIAPOIADOS para o quadro

Substituindo o carregamento distribuído por


sua resultante, indicado, obtém-se as reações
de apoio:
Conhecidas as reações de apoio,
QUADROS BIAPOIADOS consegue-se traçar os diagramas
solicitantes.

Nó D - Para a barra AD: 𝑀𝐷𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝐴𝐷 = 10 𝑥 8 + 4 𝑥 4 = 96 𝑚𝑡 –


tracionando as fibras da esquerda.
- Para a barra CD: 𝑀𝐷𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝐶𝐷 = 2 𝑥 22 /2 = 4 𝑚𝑡 – tracionando
as fibras superiores.
- Para a barra DE: pode-se obter o momento fletor atuantes
em D a partir de sua definição, isto é, entrando com as
forças atuantes num dos lados da seção (por exemplo,
entrando com as forças atuantes à esquerda, obtém-se
2 𝑥 2²
𝑀𝐷𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝐷𝐸 = 10 𝑥 8 + 4 𝑥 4 + = 100 𝑚𝑡 tracionando as
2
fibras superiores
QUADROS BIAPOIADOS Obter o valor a partir do equilíbrio do nó
D, conforme se segue:

Rompendo todas as barras que concorrem no nó D e


Nó D aplicando os momentos fletores nelas atuantes, eles têm
que estar em equilíbrio, pois a estrutura o está.

𝑀𝐷𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝐷𝐸 = 100 𝑚𝑡
(tracionando as fibras superiores)
QUADROS BIAPOIADOS

- Para a barra EF: 𝑀𝐸𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝐸𝐹 = 16 𝑚𝑡 – tracionando as fibras


da direita.
Nó E
- Para a barra BE: 𝑀𝐸𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝐵𝐸 = 12 𝑥 4 + 2 𝑥 2 = 52 𝑚𝑡 –
tracionando as fibras da direita.
- Para a barra DE: temos, a partir do equilíbrio do nó
E:𝑀𝐸𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝐷𝐸 = 36 𝑚𝑡 tracionando as fibras superiores
QUADROS BIAPOIADOS
QUADROS BIAPOIADOS
OBSERVAÇÕES

Para o traçado do diagrama de esforços


Os diagramas de momentos fletores nas cortantes, obedece-se às mesmas
barras verticais poderiam, também, ser convenções de sinais adotadas no caso
obtidos calculando seus valores nas das vigas.
seções de aplicação das cargas
concentradas (4t para a barra AD e 2t
para a barra BE), ligando-as a zero nos
apoios e aos valores obtidos nos nós (96
mt para o nó D e 52 mt para o nó E)
Á área do diagrama de esforços cortantes vale:
𝑆𝑄 = −10 𝑥 4 − 14 𝑥 4 − 4 + 16 𝑥 4 + 14 𝑥 2 + 12 𝑥 2 = +16 𝑚𝑡
Valor da carga-momento aplicada (sentindo anti-horário)
QUADROS BIAPOIADOS
OBSERVAÇÕES

No traçado do diagrama de esforços


normais, é indiferente o lado para o qual A fim de evitar confusão com as linhas
marcamos os valores, interessando apenas que definem o eixo do quadro e com
o sinal (positivo se o esforço é de tração e linhas auxiliares usadas para o traçado
negativo no caso de compressão) dos diagramas, pode-se hachurar, se
julgado útil para maior clareza, a área
compreendida entre o diagramas e o
eixo do quadro.

Notar, no diagrama de momentos fletores, os pontos anguloso


nos pontos de aplicação e nos sentidos das cargas aplicadas
(inclusive as reações de apoio).
Para determinar suas 4 reações de apoio
HA, VA, HB e VB), dispõem das três
QUADRO TRIARTICULADO equações universais da Estática no plano
e, por haver uma rótula em G, tem-se uma
quarta equação indicando que o momento
fletor em G deve ser nulo.

Casos os dois apoios do 2º gênero e a


rótula intermediária estejam alinhados, a
estrutura será hipostática,
Para que tenham satisfeita a condição do
momento fletor ser nulo em G, as reações
QUADRO TRIARTICULADO de apoio HA e VA em A e HB e VB em B
devem ter suas resultantes RA e RB
segundo a direção da reta AB
Calcula-se a soma das projeções de todas as forças
na direção perpendicular à reta AB: ela valerá ∑𝑌 =
− 𝑃 cos 𝛼. Conclui-se então que, nestas circunstância,
o equilíbrio é impossível e por consequência é uma
estrutura hipostática.
Um quadro
triarticulado é
uma estrutura
isostática, desde
que suas 3
rótulas não
sejam alinhadas
Obter os diagramas solicitantes para o
quadro
QUADRO TRIARTICULADO

As reações de apoio são dadas por:


QUADRO TRIARTICULADO

Nó C - 𝑀𝐶 = 3 𝑥 3 = 9 𝑚𝑡 – tracionando as fibras da externas.

Nó G - 𝑀𝐺 = 𝑀𝐺𝑑𝑖𝑟 = 6 𝑚𝑡 – valor das cargas-momentos aplicadas,


𝑒𝑠𝑞

tracionando as fibras externas.

(observação: Em G temos, evidentemente 𝑀𝐺 = 0; o diagrama sofre


descontinuidade de 6 mt à esquerda e à direita da rótula);
QUADRO TRIARTICULADO

Nó F - 𝑀𝐹𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝐹𝐻 = 2 𝑥 2 = 4 𝑚𝑡, tracionando as fibras externas.


- 𝑀𝐹𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝐸𝐹 = 3 𝑥 6 − 4 𝑥 2 = 10 𝑚𝑡 , tracionando as fibras
externas;
- 𝑀𝐹𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝐺𝐹 = 14 𝑚𝑡, tracionando as fibras externas, obtido a
partir dos valores anteriores, por equilíbrio do nó F
QUADRO TRIARTICULADO

Nó E - 𝑀𝐸𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝐷𝐸 = 8 𝑚𝑡, tracionando as fibras superiores;


- 𝑀𝐸𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝐵𝐸 = 3 𝑥 3 = 9 𝑚𝑡, tracionando as fibras externas;
- 𝑀𝐸𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝐸𝐹 = 14𝑚𝑡, tracionando as fibras externas, obtido a
partir dos valores anteriores, por equilíbrio do nó E
QUADRO TRIARTICULADO

Marcando os valores obtidos para os


nós, as linhas de fechamento são
definidas, a partir das quais
pendura-se os diagramas de viga
biapoiada, obtém-se:
QUADRO TRIARTICULADO
OBSERVAÇÕES

Notar como a escolha adequada do


equilíbrio, bem como de sua ordem de
emprego facilitou o trabalho algébrico
de obtenção das reação de apoio.
O diagrama de momentos fletores de
viga biapoiada a ser superposto à linha
de fechamento na barra CG, tem seu
valor, em J, igual a ql²/8 + Pab/l = 1 x
4²/8 + 2 x 2 x2/4 = 4 mt. Este valor
será marcado evidentemente na
perpendicular à barra CG, a partir da
linha de fechamento.
Trecho DEFGH: trata-se de um
QUADROS COMPOSTOS triarticulado, sem estabilidade própria,
pois as rótulas D e H são capazes apenas
de transmitir forças às estruturas que as
suportam.

Sua estabilidade fica, então,


condicionada à capacidade ou não que
tenham os quadros ACDB e JHIK de
absorver estas forças.
Os quadros ACDB e JHIK são
estruturas isostáticas dotados de
QUADROS COMPOSTOS
estabilidade própria, eles são
capazes de absorver as forças
transmitidas pelas rótulas D e H,
acrescidas das forças que atuam
O conjunto, então, é uma estrutura diretamente sobre eles.
isostática composto por dois quadros
biapoiados, dotados de estabilidade
própria que suportam um triarticulado, O quadro
dando a ele, pois estabilidade. composto está
para o quadro
simples da mesma
A este conjunto formado pela forma que a viga
associação de quadros simples, Gerber está para
chama-se quadro composto. as vigas simples
QUADROS COMPOSTOS

Resolve inicialmente os quadros sem


estabilidade própria (no caso, o
triarticulado DEFGH) para as cargas que
atuam sobre eles e, a seguir, os quadros
dotados de estabilidade própria (e que,
por isto, dão a estabilidade ao conjunto)
para as cargas que atuam diretamente
sobre eles, acrescidas das forças
transmitidas pelas rótulas
QUADROS COMPOSTOS

Para resolver um quadro composto


deve-se decompô-lo nos quadros
simples que o constituem, resolvendo,
inicialmente, aqueles sem
estabilidade própria, e, após, os
dotados de estabilidade própria, para
o carregamento diretamente atuante
sobre eles, acrescidos, para estes
últimos, das forças transmitidas
pelas rótulas
EXEMPLOS DE
QUADROS COMPOSTOS DECOMPOSIÇÃO

Para decompor um quadro composto, deve-


se procurar, inicialmente, os quadros
simples dotados de estabilidade própria que
o constituem e, sobre eles, através das
rótulas, apoia-se a seguir, os quadros
simples sem estabilidade própria
QUADROS COMPOSTOS

Os quadros dotados de estabilidade


própria são:
▪ O quadro engastado e livre AB;
▪ O quadro triarticulado EFGH.
A partir daí, tem-se a decomposição.
QUADROS COMPOSTOS

Sendo AGFE um quadro biapoiado,


dotado de estabilidade própria,
QUADROS COMPOSTOS

Os quadros engastados e livres


AB e FI e o quadro triarticulado
GDH são dotados de estabilidade
própria.
QUADROS COMPOSTOS

Quando tem-se quatro barras


rotuladas num nó, a estrutura se
comporta como tendo, neste nó,
três rótulas distintas.

Generalizando, quando tem-se n


barras rotuladas num nó, a
estrutura se comporta como tendo,
neste nó, (n-1) rótulas distintas.
EXERCÍCIO: Decompor os quadros,
numerando a ordem de resolução dos
QUADROS COMPOSTOS quadros componentes e indicando com
setas as transmissões de cargas
QUADROS COMPOSTOS
QUADROS COMPOSTOS
priscilaluz@fiponline.edu.br

34

Você também pode gostar