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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

Sumário

Apresentação ..................................................................................................................................................... 3

Revisão de Véspera ............................................................................................................................................ 4

Direito Civil ..................................................................................................................................................... 4

Direito Administrativo.................................................................................................................................... 9

Direito Empresarial ...................................................................................................................................... 11

Direito Processual Civil................................................................................................................................. 13

Direito do Trabalho ...................................................................................................................................... 14

Direito Tributário ......................................................................................................................................... 18

Filosofia do Direito ....................................................................................................................................... 25

Direitos Humanos ........................................................................................................................................ 27

Estatuto da Criança e Adolescente .............................................................................................................. 28

Direito Internacional .................................................................................................................................... 29

Direito Ambiental ......................................................................................................................................... 31

Direito Consumidor ...................................................................................................................................... 32

Direito Previdenciário .................................................................................................................................. 34

Direito Financeiro......................................................................................................................................... 41

Direito Eleitoral ............................................................................................................................................ 46

Direito Processual Penal .............................................................................................................................. 47

Direito Processual do Trabalho .................................................................................................................... 49

Direito Penal................................................................................................................................................. 52

Direito Constitucional .................................................................................................................................. 54

Ética Profissional .......................................................................................................................................... 59

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APRESENTAÇÃO
Prezados alunos,

É com grande satisfação que convidamos vocês para participarem da nossa Revisão de Véspera no dia 08/07,
iniciando às 7h30. Será um evento especial, no qual teremos a presença de toda a equipe de professores,
revisando todas as disciplinas exigidas na prova de 1ª Fase da OAB.

A Revisão de Véspera é uma oportunidade valiosa para consolidar seu conhecimento, relembrar os principais
conceitos e estratégias e garantir que você esteja preparado para enfrentar a prova com confiança no dia
seguinte.

Durante o evento, teremos aulas dinâmicas, repletas de dicas, macetes e abordagens práticas para cada
disciplina. Nossos renomados professores compartilharão seus conhecimentos e orientações, trazendo
consigo toda a expertise e experiência acumulada ao longo dos anos.

Então, desde já, tomem nota da nossa programação:

Prof. Ricardo
7h30 às 7h40 Abertura
Torques
7h40 às 8h30 Direito Civil Prof. Paulo Sousa
8h30 às 9h10 Direito Administrativo Prof. Igor Maciel
Prof. Alessandro
9h10 às 9h40 Direito Empresarial
Sanchez
Prof. Ricardo
9h40 às 10h30 Direito Processual Civil
Torques
Prof.ª Priscila
10h30 às 11h10 Direito do Trabalho
Ferreira
Prof. Rodrigo
11h10 às 11h50 Direito Tributário
Martins
Heloísa Tondinelli e
11h50 às 12h Bate-Papo
Professores
08/07/2023
12h às 12h10 Filosofia Direito Alessandro Sanchez
12h10 às 12h20 Direito Internacional Vanessa Arns
12h20 às 12h30 Direito Ambiental Rosenval Junior
12h30 às 12h40 Direito do Consumidor Igor Maciel
12h40 às 12h55 Direito Previdenciário Rubens Maurício
12h55 às 13h15 ECA e Humanos Géssica Ehle
13h15 às 13h30 Direito Financeiro Rodrigo Martins
13h30 às 13h45 Direito Eleitoral Ricardo Torques
13h45 às 14h30 Direito Processual Penal Prof. Ivan Marques
Prof.ª Priscila
14h30 às 15h20 Direito Processual do Trabalho
Ferreira
Prof. Cristiano
15h20 às 16h10 Direito Penal
Rodrigues

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Prof. Diego
16h10 às17h Direito Constitucional
Cerqueira
Prof. Edilton
17h às 17h50 Ética Profissional Cardoso e Priscila
Ferreira
Professores
------------- Encerramento
Estratégia OAB

*Sujeito a alteração

Contamos com a presença de todos vocês nesse evento especial.

Juntos, vamos enfrentar a prova da OAB e alcançar o sucesso que tanto almejamos.

Nos vemos lá!

Coordenação Estratégia OAB

REVISÃO DE VÉSPERA

Direito Civil

Dica 01

I. Erro

O erro, ou ignorância, nada mais é do que “a falsa representação


psicológica da realidade”, da situação em face da qual a pessoa se
encontra. Há, portanto, uma distorção da vontade relativamente ao
mundo exterior

II. Dolo

É a ação ou omissão em induzir, fortalecer ou manter o outro na falsa representação da realidade para
beneficiar a si ou a outrem, de modo que o negócio não se realizaria de outra maneira. Ou seja, o dolo nada
mais é do que “induzir alguém em erro”,

III. Coação

A vontade, aqui é viciada pelo medo de dano a si, à família, a outrem ou aos bens, a partir de uma pressão
física ou moral, segundo o art. 151. O parágrafo único desse artigo diz que se a coação for contra terceiro,
não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.

IV. Estado de perigo

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O estado de perigo está previsto no CC/2002:

Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de


salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume
obrigação excessivamente onerosa.

V. lesão

No CC/2002, a lesão está prevista no art. 157 e tem dois pressupostos:

1. Prestação manifestamente desproporcional: valorada pelo juiz (elemento objetivo). Por


exemplo, vende a casa de 1 milhão por 100 mil;
2. O negócio se deu por estado de necessidade ou inexperiência (elemento subjetivo).

Dica 02

Res perit domino. Sim, a teoria da coxinha é fundamental na sua prova. Veja ela:

Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa.


Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal
qual se ache, sem direito a indenização
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e
os do preço por conta do comprador.
Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja
conta correm todos os riscos dela desde a tradição.
Art. 612. Se o empreiteiro só forneceu mão-de-obra, todos os riscos em que não tiver culpa
correrão por conta do dono
Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da
tradição.
Art.1.826. O possuidor da herança está obrigado à restituição dos bens do acervo, fixando-
se-lhe a responsabilidade segundo a sua posse.

Dica 03

Pode haver estipulação em favor de terceiro, isto é, o contrato por via do qual uma das partes se obriga a
atribuir vantagem patrimonial gratuita a pessoa estranha à formação do vínculo contratual.

O beneficiário pode exigir o cumprimento da obrigação do promitente, tanto quanto o pode o estipulante e
o estipulante pode, por ato entre vivos ou por disposição de última vontade, substituir o beneficiário.

Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.

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Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é


permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele
anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-
lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no
contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de
última vontade.

Dica 04

O que é um vício redibitório?

1) VÍCIO OCULTO
• Se for aparente ou de fácil constatação, presume-se que o adquirente quis receber a coisa ainda
assim.
2) EXISTÊNCIA NO MOMENTO DA CONCLUSÃO DO CONTRATO
• Ou melhor, na execução, já que o contrato e a tradição podem acontecer em momentos diferentes,
mas, se aparece posteriormente, já no domínio do adquirente, não vale. Portanto, se o vício aparece
posteriormente, não é redibitório.
3) TORNA A COISA IMPRÓPRIA PARA O USO DESTINADO OU LHE DIMINUI O VALOR
• Substancialmente, e não vício insignificante ou que não altere o valor (outra diferença para o Direito
do Consumidor).

E em que prazo se faz isso?

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A) BENS MÓVEIS:
• 30 dias (contados a partir da tradição).

B) BENS IMÓVEIS:
• 1 ano (contado a partir da tradição).

C) EXCEÇÕES:
• 1. Se o sujeito já estava na posse do bem (traditio brevi manu) o prazo cai pela metade, contado da
conclusão do negócio;
• 2. Quando o vício se conhece posteriormente (como numa rachadura dentro de uma viga), começa
a contar o prazo de seu conhecimento, segundo o §1º. Limita-se o prazo total, porém, a 180 dias,
no caso de bens móveis, e 1 ano, se imóveis;
• 3. Os semoventes têm regulamentação própria, não se sujeitando a esses prazos, segundo o §2º;
• 4. Não corre o prazo na constância de cláusula de garantia, mas o adquirente deve denunciar o
defeito em 30 dias, tomando conhecimento dele, sob pena de decadência (art. 446).

Dica 05

Há revogação da doação quando: ocorrer o descumprimento do encargo; ou a ingratidão do donatário, que


se dá nos casos do donatário atentar contra a vida do doador ou cometer crime de homicídio doloso contra
ele (sendo que, nesse último caso, a ação de revogação será proposta pelos herdeiros do doador
assassinado), se o donatário praticar ofensa física contra o doador, se o beneficiado injuriou ou caluniou
gravemente o doador, ou se o donatário, tendo condições financeiras, se negar a prestar alimentos ao
doador que deles necessitar. Aplicam-se essas disposições se o ato se dá contra cônjuge, companheiro,
ascendente, descendente, ou irmão do doador.
O prazo para revogação é de 1 ano, contado a partir do dia em que o ato foi praticado ou de quando o
doador dele tenha tomado conhecimento.
Entretanto, são doações irrevogáveis: as doações puramente remuneratórias; as doações oneradas com
encargo já cumprido; doações que se fizerem em cumprimento de obrigação natural; e as doações feitas
para determinado casamento.
O único legitimado a revogar a doação por ingratidão é o próprio doador, ou seja, é direito intransmissível,
salvo no caso de morte do doador, cuja ação poderá ser intentada pelos herdeiros, salvo se o doador tiver
perdoado o donatário.

Dica 06

Havendo enriquecimento sem causa, aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, é
obrigado a restituir o indevidamente recebido. A restituição é devida não só quando não tenha havido causa
que justifique o enriquecimento, mas também se esta deixou de existir.

Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la. Se a coisa
não existir mais, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido.

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Não cabe restituição por enriquecimento se a lei conferir ao lesado outros meios para se ressarcir do prejuízo
sofrido. A ação é a chamada in rem verso, que é residual, portanto.

Dica 07

No caso de culpa concorrente, ou seja, se a vítima do dano concorrer com o agente no dano, cada um arcará
equitativamente com o prejuízo, na proporção de suas respectivas culpas. Por sua vez, no caso de culpa
exclusiva da vítima, haverá quebra o nexo de causalidade e afasta o dever de indenizar.

Se houver pluralidade de causadores, os causadores do dano respondem solidariamente pela indenização.

Dica 08

A usucapião ordinária pode ser rural e urbana, ocorre no prazo de 10 anos e exige boa-fé, com justo título.
Já a usucapião extraordinária pode ser rural e urbana, ocorre no prazo de 15 anos, podendo ocorrer com 10
anos se o possuidor houver estabelecido sua moradia ou realizado obras ou serviços de caráter produtivo, e
exige requisitos comuns (não exige boa-fé nem justo título).
Constitucionalmente, tem-se a usucapião rural e urbana, no prazo de 5 anos. São requisitos da usucapião
urbana (especial, pro moradia): área de até 250 m², sem oposição, moradia sua ou de família, não ser
proprietário de outro imóvel, e não pode usucapir deste modo mais de uma vez. Por seu turno, constituem
requisitos para usucapião rural (especial, pro labore): área de até 50 ha, sem oposição, tornar produtiva e
ter moradia, e não ser proprietário de outro imóvel.
A usucapião coletiva é somente urbana, e ocorre no prazo de 5 anos. Os demais requisitos são: área superior
a 250 m², ocupada por população de baixa renda, para fins de moradia, sem oposição, e impossibilidade de
identificar os terrenos ocupados por cada possuidor.
A sentença de procedência da usucapião coletiva constitui um condomínio entre os possuidores, sendo que
a sentença deve atribuir igual fração ideal de terreno para cada um dos possuidores. Esse é o caso de um
condomínio especial, pois dotado de indivisibilidade, sendo somente divisível se por decisão favorável de
dois terços dos condôminos, desde que na hipótese de uma urbanização posterior à constituição do
condomínio.
A usucapião familiar também é somente urbana, e se dá no prazo de 2 anos. São seus requisitos: área de
até 250m², para fins de moradia, sem oposição, seja o único imóvel, e haja abandono do lar conjugal pelo
cônjuge/companheiro.

Dica 09

Bens que não se comunicam na constância do casamento:

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I. Os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar

II. Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-
rogação dos bens particulares

III. As obrigações anteriores ao casamento

IV. As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal

V. Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão

VI. Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge

VII. As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes

Dica 10

São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu
trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do
necessário ao seu sustento.
Os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver
de modo compatível com a sua condição social.
É recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos
em grau, uns em falta de outros. Há subsidiariedade dos mais distantes, e sendo várias as pessoas obrigadas
a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos.

Direito Administrativo

Dica 01

As autarquias são pessoas jurídicas de direito público.

Dica 02

Os bens públicos não podem ser adquiridos por usucapião. Não há exceção.

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Dica 03

Súmula 619-STJ: “A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de


natureza precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.”

Dica 04

Tanto a desapropriação ordinária como a desapropriação extraordinária serão indenizadas. Contudo, a


desapropriação extraordinária será indenizada em títulos da dívida.

Dica 05

Em caso de tredestinação ilícita, caberá ao particular o direito de retrocessão sobre o bem desapropriado.

Dica 06

O prazo prescricional para a ação de desapropriação indireta é o mesmo prazo para o poder público adquirir
o bem ocupado por usucapião.

Dica 07

A responsabilidade civil do estado opera-se de forma objetiva em razão de atos comissivos, nos termos do
artigo 37, parágrafo 6o, da Constituição Federal. Já a responsabilidade civil do estado por atos omissivos
opera-se de forma subjetiva, salvo em hipóteses de omissões específicas, onde o Estado falha no seu dever
de guarda.

Dica 08

Na concessão especial de serviços públicos (PPP), o Poder Público repassa algum valor para o faturamento
da concessionária, seja de forma integral (PPP Administrativa) ou parcial (PPP Patrocinada).

Dica 09

Os Tribunais de Contas podem sustar atos administrativos. Contudo, a sustação de contratos administrativos
cabe apenas ao Poder Legislativo. Além disso, qualquer pessoa pode fazer uma denúncia aos Tribunais de
Contas para fiscalizar a aplicação de recursos públicos.

Dica 10

Não existe mais ato de improbidade administrativa culposo. Todos os atos de improbidade, atualmente,
exigem DOLO. Além disso, a ação para a aplicação das sanções previstas na Lei de improbidade prescreve
em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato. Especificamente as ações de ressarcimento ao
erário decorrentes dos atos de improbidade dolosos são imprescritíveis.

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Direito Empresarial

Dica 01

ATIVIDADE ECONÔMICA, PROFISSIONAL E ORGANIZADA para a


produção de bens e/ou serviços. O Código Civil adota o caráter funcional
para compreende que a empresa é a própria atividade exercida, seja a
produção ou o comércio de bens e serviços.

Dica 02

As atividades intelectuais são excluídas pois tais atividades, não tem


no elemento da organização um fator de grande relevância.
O próprio parágrafo único do art. 966, CC, traz as espécies intelectuais, classificando-as como as de natureza
científica (médico, contadores ou advogados), literária (escritores) ou artística (pintor de quadros). O que
caracteriza um intelectual não é o seu talento na gestão dos fatores de produção e comércio, mas o próprio
talento intelectual.
Os intelectuais não são empresários; no entanto, quando a atividade intelectual for absorvida pelo
elemento de empresa (organização), a atividade intelectual será considerada empresária.

Dica 03

REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS


DREI – Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração: Órgão de pesquisa, sistematização e
uniformização dos procedimentos das juntas comerciais de todo o país.
JUNTAS: Órgão de competência administrativa dos Estados com vinculação ao Registro Público de Empresas
Mercantis.
PRINCIPAIS ATOS REGISTRAIS
 Arquivamento: Registro de atos empresariais.
 Matrícula: Registro dos auxiliares do Comércio.
 Autenticação: Registro dos Livros Empresariais

Dica 04

Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos
respondem solidariamente pela integralização do capital social.
Tratando-se da responsabilidade limitada dos sócios pelas obrigações sociais, vejamos como funcionam as
regras para a determinação do limite da responsabilidade dos sócios.

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Dica 05

Em regra, as sociedades limitadas adotam, subsidiariamente, as regras das sociedades simples, e a escolha
pelas sociedades por ações para sanar as omissões sobre suas regras é solução supletiva, em vista do
disposto no art. 1.052 do Código Civil.

Dica 06

O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. Pela
exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos os sócios, até
o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade.

Dica 07

Deliberações

Reunião Assembleia Pronunciamento

Dica 08

Endosso é o ato pelo qual o beneficiário de um título opera sua transferência a outrem. Evidente que a
transferência do título a terceiro se efetiva mediante a tradição, já que é necessária a apresentação do título
para sua cobrança. (“cartularidade”).

Dica 09

É o ato em que uma pessoa garante o pagamento do título em favor do devedor principal ou de
um coobrigado. Quem dá garantia de pagamento é chamado de avalista. A quem é dada a garantia
é chamado de avalizado.
O aval pode ser total ou parcial, e o avalista é responsável da mesma forma que o seu avalizado,
sendo sua obrigação autônoma em relação ao avalizado.

Dica 10

Requisitos ad Patene:

• Novidade: o bem não é conhecido no estado da técnica


• Atividade inventiva: relacionada aos procedimentos
• Aplicação industrial: relacionada à fabricação

É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial

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Modelo de utilidade

É a melhoria introduzida na forma de objetos conhecidos, a fim de aumentar sua utilidade. Não se trata de
uma invenção, mas, sim, de um acréscimo na utilidade. Pode-se dizer que uma novidade parcial é agregada.

Direito Processual Civil

Dica 01

Ainda que tenha ocorrido penhora em dinheiro, primeiro na ordem de


preferência, pode haver substituição por fiança bancária e seguro garantia desde
que o valor não seja inferior ao valor devido mais 30%. Para o STJ essas garantias
equivalem a dinheiro.

Dica 02

O incidente de desconsideração da personalidade jurídica é admissível em todas as fases do processo


inclusive na execução.

Dica 03

É possível haver a estabilização de uma decisão provisória. Isso só ocorre na tutela antecipada com caráter
antecedente e desde que não haja interposição de recurso. Não haverá estabilização quando a tutela tem
caráter cautelar.

Dica 04

Há duas hipóteses de tutela de evidência que permite que o juiz decida liminarmente:
• quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
• quando se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de
depósito.

Dica 05

Litisconsortes com procuradores diferentes (escritórios diferentes) terão prazo em dobro para todas as suas
manifestações independentemente de qualquer requerimento. Mas lembre-se de que esta regra não se
aplica quando o processo for eletrônico.

Dica 06

Para que uma questão prejudicial seja abrangida pela coisa julgada devem ser observados três requisitos:
• dessa resolução depende o julgamento do mérito;

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• a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo;


• o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal.

Dica 07

Como regra a competência para o cumprimento de sentença será do juízo que sentenciou o processo. Porém
o CPC prevê a possibilidade de cumprimento de sentença ser promovido:
a) no domicílio do executado;
b) no juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução; ou
c) no juízo do local onde deve ser cumprida a obrigação de fazer ou de não fazer

Dica 08

A denunciação da lide envolve direito de regresso ou evicção. O chamamento ao processo envolve devedores
solidários e fiadores.

Dica 09

Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em VOTAÇÃO


UNÂNIME, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado
MULTA fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.

Dica 10

O Calendário Processual depende da concordância do juiz. Fixado o calendário fica dispensada a intimação
dos atos por ele previsto.

Direito do Trabalho

Dica 01

Empregado Hipersuficiente X Arbitragem

o Empregado Hipersuficiente: Portador de diploma de nível superior +


Salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

Arbitragem: Remuneração seja superior a duas vezes o limite


máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.

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Dica 02

CTPS - MULTA - ANOTAÇÃO DA CTPS

▪ Prazo de 5 (cinco) dias úteis para anotação na CTPS, sob pena de Multa.

Dica 03

JORNADA DE TRABALHO

o Jornada Extraordinária: Não serão descontadas nem computadas como jornada


extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco
minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.

Ausência de Controle de Jornada: (i) Gerente; (ii) Atividade Externa; (iii) teletrabalhador
que presta serviço por produção ou tarefa.

o Cartão de Ponto: Torna-se obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro


manual, mecânico ou eletrônico, para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores.

Ponto Por Exceção: Acordo individual escrito ou negociação coletiva.

o Compensação de Jornada:

Banco de Horas Anual: Negociação Coletiva – Prazo de 01 ano;

Banco de Horas Semestral: Acordo Individual ou Negociação Coletiva – Prazo de 06 meses.

Dica 04

FÉRIAS

▪ As férias serão concedidas por ato do empregador;


▪ Período Aquisitivo X Período Concessivo (Pagamento em Dobro)
▪ É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal
remunerado;
▪ O pagamento da remuneração das férias deverá ser efetuado em até 2 (dois) dias antes do início
do respectivo período -- STF.
▪ Fracionamento das Férias: Não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão
ser inferiores a cinco dias corridos, cada um.
▪ Época de fruição das Férias: Determinação do empregador.
▪ Exceção: Estudante menor; e Membros de uma mesma família.

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Dica 05

INTERVALO INTRAJORNADA E INTERJORNADA

▪ Diferente do Intervalo Interjornada;


▪ Intervalo Intrajornada - Redução por negociação coletiva / Ministério do Trabalho;
o Indenização do período suprimido.
▪ Jornada 12x36 - Autorizada a Supressão do Intervalo (Mediante Compensação)
▪ Intervalo Interjornada: Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze)
horas consecutivas para descanso.

Dica 06

QUITAÇÃO ANUAL

o É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de emprego,


firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos
empregados da categoria.

o O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constará


a quitação anual dada pelo empregado, com EFICÁCIA LIBERATÓRIA das parcelas nele
especificadas.

Dica 07

Tempo à disposição do Empregador

o Prontidão - Ficar nas dependências da empresa, aguardando ordens.


o Limite: 12h
o Pagamento: 2/3 (dois terços) do salário-hora normal.
o Sobreaviso - Permanecer em regime de plantão durante o período de descanso.
o Limite: 24h
o Pagamento: 1/3 (um terço) do salário normal.

o Horas In Itinere – Extinta pela Reforma Trabalhista (Não gera Hora Extra).

Dica 08

NEGOCIAÇÃO COLETIVA

▪ Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior
a dois anos, sendo vedada a ultratividade;

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▪ A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo


coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico;

▪ Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo
coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada
durante o prazo de vigência do instrumento coletivo.

Dica 09

GESTANTE

▪ A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo
do emprego e do salário;
▪ Em caso de parto antecipado, a mulher terá direito aos 120 (cento e vinte) dias.
▪ A adoção ou guarda judicial conjunta ensejará a concessão de licença-maternidade a apenas um
dos adotantes ou guardiães empregado ou empregada.
▪ Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial, a mulher terá um
repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o direito de retornar à função
que ocupava antes de seu afastamento.
▪ O pedido de demissão do empregado estável só será válido quando feito com a assistência do
respectivo Sindicato e, se não o houver, perante autoridade local competente do Ministério do
Trabalho e Previdência Social ou da Justiça do Trabalho.

Dica 10

Sistema Remuneratório

▪ Adicional Noturno
▪ O trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua
remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a
hora diurna.
▪ Não gera direito adquirido;
▪ Jornada mista.

▪ Adicional de Transferência
▪ Adicional de Transferência: 25% do salário
▪ Requisitos: (i) transferência provisória; (ii) Mudança de domicílio
▪ Transferência Definitiva - Sem Adicional.
▪ Transferência Abusiva – Medida Liminar

▪ Insalubridade X Periculosidade
▪ Insalubridade: O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de
tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de

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adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10%
(dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus
máximo, médio e mínimo.

▪ Periculosidade: São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da


regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por
sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de
exposição permanente do trabalhador a: I - inflamáveis, explosivos ou energia
elétrica; II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais
de segurança pessoal ou patrimonial; III - atividades de trabalhador em
motocicleta.
*Ad. de Periculosidade = 30% (trinta por cento) sobre o salário

Sucesso,
Prof.ª Priscila Ferreira.

Direito Tributário

Dica 01

A CF/88 prevê, no art. 145, II, que a União, Estados, Distrito Federal e
Municípios poderão instituir taxas (i) em razão do exercício do poder de
polícia ou (ii) pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição.

- Taxa de Serviço

Não basta ser “serviço público” para ensejar a instituição e cobrança de


taxa, pois há determinados pressupostos que precisam ser necessariamente atendidos e que, acaso não
presentes, impedem a cobrança do tributo em questão (da taxa). Esses pressupostos foram explicitados no
art. 79 do CTN), quais sejam:

CTN: Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:


I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua
disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção,
de unidade, ou de necessidades públicas;

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III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos
seus usuários.

A ausência dos critérios de divisibilidade e especificidade fizeram com que o STF julgasse inconstitucional,
por exemplo (RE nº 188.391/SP), diversas leis municipais que instituíram a Taxa de Conservação e Limpeza
Pública.

Pelo mesmo motivo (ausência dos critérios de divisibilidade e especificidade), o STF também julgou
inconstitucional a Taxa de Segurança Pública (ADI 2424).

Outro exemplo de atividade carente de especificidade e divisibilidade é o serviço de iluminação pública, que
levou o STF a editar a seguinte Súmula Vinculante:

Súmula Vinculante nº 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado
mediante taxa.

É importante lembrar que o serviço de iluminação pública deve ser remunerado por meio da contribuição
prevista no art. 149-A da CF/88 (CIP ou COSIP), já que tal atividade não pode ser custeada por taxa.

Porém, diferentemente, o STF já sumulou o entendimento de que a taxa de coleta de lixo domiciliar é sim
específica e divisível:

Súmula Vinculante nº 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos
de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de
imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.

- Taxa de Polícia

O CTN define, no art. 78, que é Poder de Polícia:

CTN: Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do
processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso
ou desvio de poder.

Diferentemente do que ocorre em relação à taxa de serviço, que pode ser exigida em razão de uma prestação
potencial do serviço, só poderá haver a cobrança da taxa de polícia - atenção - se houver o EFETIVO
EXERCÍCIO da atividade estatal, sendo vedada a cobrança em função de uma atividade potencial. Porém,
cuidado: para o STF, não é necessária a fiscalização “porta a porta” para que haja a cobrança da taxa de

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polícia, bastando a existência do órgão competente na estrutura do ente público que tenha como função o
exercício do poder de polícia.

- Base de cálculo das taxas

O § 2º do art. 145 CF/88 determina que “As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos”, isto
porque - atenção - deve haver uma correlação entre o custo da atividade estatal e a taxa que ela remunera
(já que as taxas são tributos contraprestacionais).

Contudo, apesar da vedação constitucional em questão, o STF sedimentou o entendimento de que é


constitucional a adoção, no cálculo do valor de uma taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo
própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra:

Súmula Vinculante nº 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou


mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja
integral identidade entre uma base e outra.

Por fim, outro exemplo de inconstitucionalidade é o da taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da
causa, conforme entendimento consubstanciado na Súmula nº 667 do STF:

Súmula 667 do STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária
calculada sem limite sobre o valor da causa.

Dica 02

Este princípio está positivado no art. 150, inciso IV, da CF/88, e estabelece que é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios utilizar tributo com efeito de confisco.

A aplicação de tal princípio aos tributos é incontestável, porém, sempre houve uma grande discussão sobre
a aplicação do Princípio da Vedação ao Confisco às multas tributárias.

Atenção: o STF decidiu, em regime de Repercussão Geral, que as multas tributárias se


submetem SIM ao referido Princípio da Vedação ao Confisco.

Pois bem. No que tange aos tributos, não existe um parâmetro objetivo quanto à caracterização de
confisco tributário (por exemplo, 10%, 20% etc.).

Diferentemente, no que tange à sua aplicação às multas tributárias, o STF fixou os seguintes limites
objetivos:

 Quando moratória: de até 20% do valor do tributo; e


 Quando punitiva: de até 100% do valor do tributo.

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Dica 03

A imunidade religiosa prevista no art. 150, inciso VI, alínea "c", da CF/88 recai somente sobre os impostos
que incidem sobre o próprio patrimônio, renda ou serviços relacionados às finalidades essenciais da
entidade religiosa. Assim, de acordo esse específico dispositivo, somente o patrimônio que for da própria
entidade religiosa, sua própria renda e seus próprios serviços seriam alcançados pela norma imunizante.
Tal imunidade não alcançava, dessa forma, o IPTU incidente sobre o imóvel utilizado pela entidade religiosa
à título de locação.

Mas, no início do ano de 2022 foi promulgada a Emenda Constitucional nº 116/2022, incluindo o § 1º-A no
art. 156 da CF/88, passando a prescrever o IPTU não incide sobre templos de qualquer culto, ainda que as
entidades abrangidas pela imunidade de que trata a alínea "b" do inciso VI do caput do art. 150 desta
Constituição sejam apenas locatárias do bem.

Portanto, atenção, muita atenção: agora inclusive o imóvel que não é da propriedade da
entidade religiosa, mas de terceiro, não imune, mas que foi alugado pela entidade
religiosa e que é por ela utilizado em suas finalidades essenciais, goza de imunidade
tributária quanto ao IPTU (só do IPTU).

Dica 04

A responsabilidade tributária na aquisição de bem imóvel está prevista no art. 130 do CTN, segundo o qual
somente os seguintes tributos podem ser transferidos para a responsabilidade do adquirente do bem:

 IPTU e ITR;
 Taxas pela prestação de serviços públicos referentes a tais bens, como, por exemplo, a taxa pelo
recolhimento de lixo do imóvel (lixo domiciliar);
 Contribuição de melhoria.

Nenhum outro tributo a não ser esses - atenção - pode ser transferido para a responsabilidade do adquirente
do bem imóvel.

Pois bem. Essa regra de responsabilização tem uma exceção (Parágrafo único do artigo 130 em questão),
segundo o qual, no caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.

Dica 05

As convenções particulares (isto é, os contratos particulares) relativas à responsabilidade pelo


pagamento de tributo não podem ser opostas à Fazenda Pública para modificar a definição legal do
sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes, uma vez que este é definido por lei, cujas
disposições não podem ser alteradas pela vontade das partes (art. 123 do CTN).

Atenção: isso não significa que as convenções particulares não têm validade! Significa,
em verdade, que elas só não podem ser opostas à Fazenda Pública. Não se nega,

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

portanto, utilidade a essas convenções, mas seus efeitos ficam restritos às partes,
gerando inclusive direito de regresso, e não ao Estado-fisco!

Dica 06

O art. 185-A do CTN prescreve que na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado (em processo
de Execução Fiscal ou em Ação Cautelar Fiscal), não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e
não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos,
comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem
registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades
supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições,
façam cumprir a ordem judicial.

O referido dispositivo é complementado pela Súmula nº 560 do STJ, segundo a qual:

Súmula 560 do STJ: A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art.


185-A do CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o
qual fica caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros
e a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran ou
Detran.

Assim, na conjugação do art. 185-A do CTN com a Súmula 560 do STJ, há diferentes etapas que devem ser
necessariamente cumpridas (sem “saltos”) para que o juiz possa, ao final, decretar a indisponibilidade de
bens e direitos do devedor no processo de Execução Fiscal, que são:

1ª) A citação do devedor;

2ª) O não pagamento do débito (depois de regularmente citado);

3ª) O não oferecimento de bens à penhora (acaso não pague após ser regularmente citado); e

4ª) A não localização de bens penhoráveis após o exaurimento das diligências realizadas pela Fazenda
Pública exequente, caracterizado quando houver nos autos prova de que: (i) foi infrutífero o pedido de
constrição sobre ativos financeiros (BACENJud); (ii) o Fisco expedir ofícios aos registros públicos do
domicílio do executado (como, por exemplo, cartório de registro de imóveis), sem que tenham sido
encontrados bens; e (iii) o Fisco tenha enviado ofícios ao Departamento Nacional ou Estadual de Trânsito
- DENATRAN ou DETRAN com pedido de informações sobre veículos em nome do devedor, sem que
tenham sido encontrados bens.

Pois bem. De acordo com o § 1° do 185-A em questão, a indisponibilidade limitar-se-á ao valor total exigível
(isto é, do débito em cobrança), devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade
dos bens ou valores que excederem esse limite.

E de acordo com o § 2º do referido dispositivo, os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação
enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

promovido. Esses órgãos tomam conhecimento da decretação da indisponibilidade por meio da referida
Central Nacional de Indisponibilidade de Bens.

Dica 07

O caput do art. 198 do CTN impõe o dever à Fazenda Pública de guardar sigilo quanto às informações
fiscais dos contribuintes.

Ocorre, porém, que o próprio CTN prescreve algumas exceções ao dever do sigilo fiscal fazendário:

CTN: Art. 198 (...)


§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os
seguintes:
I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça;
II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde
que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na
entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a
informação, por prática de infração administrativa.
§ 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será
realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita
pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e
assegure a preservação do sigilo.
§ 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a:
I – representações fiscais para fins penais;
II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública;
III - parcelamento ou moratória; e
IV - incentivo, renúncia, benefício ou imunidade de natureza tributária cujo beneficiário
seja pessoa jurídica.

Dica 08

Diante da inexistência de débitos vencidos, o contribuinte terá direito à expedição de uma “Certidão
Negativa de Débitos”, conhecida como “CND”, conforme preceitua o art. 205 do CTN.

Contudo, em determinadas hipóteses, mesmo que haja algum débito vencido e não pago, o art. 206 do CTN
prevê a expedição de uma certidão com os mesmos efeitos da CND, que é, no caso, a “Certidão Positiva
com Efeitos de Negativa”, também conhecida como “CPEND” ou “CPEN”, que será emitida nas seguintes
hipóteses:

1º) Constar a existência de créditos não vencidos;

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2º) Estiver em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora ou outra forma de
garantia do débito no processo de Execução Fiscal; e

3º) O débito estiver com a sua exigibilidade suspensa por força de alguma das hipóteses previstas no art.
151 do CTN.

Dica 09

De acordo com o inciso I do § 2º do art. 156 da CF/88, não incide ITBI sobre a transmissão de bens ou
direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão
de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses
casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de
bens imóveis ou arrendamento mercantil.

Se trata, no caso, de uma imunidade específica de ITBI nas hipóteses descritas no dispositivo em questão.

Contudo, de acordo com o STF, a imunidade em questão não alcança o valor do bem (imóvel) que exceder
o limite do capital social a ser integralizado.

Por exemplo: se um determinado sócio vai integralizar seu capital social, que é de R$
100.000,00, com um imóvel que tem valor venal de R$ 500.000,00, a imunidade alcançará
somente o valor integralizado (R$ 100.000,00), sendo devido, assim, o ITBI, sobre o valor
que exceder o capital social integralizado, sendo devido o ITBI sobre a diferença de R$
400.000,00.

Dica 10

O § 1º do art. 155 da CF/88 disciplina o aspecto espacial do ITCMD.

Nos incisos I e II prescreve que tal imposto, relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete
ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal, e relativamente a bens móveis, títulos e créditos,
compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao
Distrito Federal.

No inciso III prescreve, por sua vez, que uma Lei Complementar de caráter nacional deverá estipular para
qual Estado é devido o imposto se o doador tiver residência ou domicílio no exterior ou se o de cujus
possuir bens, era residente ou se era domiciliado ou teve seu inventário processado no exterior:

CF/88: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993);
(...).
§ 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993)

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

(...)
III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário
processado no exterior;
(...).

Porém, atenção: apesar do mandamento constitucional em questão, essa Lei


Complementar ainda não foi editada pelo Congresso Nacional (isto é, não existe).

O STF decidiu, então, que a ausência dessa Lei Complementar torna inconstitucional qualquer lei estadual
ou do Distrito Federal que institua o ITCMD na hipótese do inciso III acima, ou seja, é inconstitucional
qualquer lei estadual ou do Distrito Federal que institui o ITCMD quando o doador tiver residência ou
domicílio no exterior ou quando de cujus possuísse bens, era residente ou domiciliado ou teve seu inventário
processado no exterior:

Tema 825: É vedado aos estados e ao Distrito Federal instituir o ITCMD nas hipóteses
referidas no art. 155, § 1º, III, da Constituição Federal sem a intervenção da lei
complementar exigida pelo referido dispositivo constitucional.

Filosofia do Direito

Dica 01

O indivíduo deve
Social colaborar para o bem da
sociedade (solidariedade)
A sociedade deve aplicar
Espécies de
Distributiva recursos para melhorar a
Justiça
vida dos desfavorecidos
A justiça nas relações
Comutativa interpessoais (dar a cada
um o que lhe é devido)

Dica 02

Quanto ao AGENTE Quanto à NATUREZA Quanto ao RESULTADO

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

+ Gramatical ou Literal
+ Lógica ou Racional
+ Autêntica ou Legislativa + Ampliativa ou Extensiva
+ Sistemática
+ Jurisprudencial + Declarativa
+ Histórica
+ Doutrinária + Restritiva ou Limitadora
+ Teleológica
+ Axiológica

Dica 03

❑ Dentro da teoria normativista, Hans Kelsen foca na norma jurídica sob a perspectiva exclusiva da
validade/invalidade, abandonando noções de “verdadeiro” ou “falso” (próprias de uma perspectiva
moral). A validade da norma é aferida por seu ingresso no ordenamento jurídico, o que significa: (a)
a observância fiel às regras do processo legislativo; e (b) o respeito à hierarquia do ordenamento
jurídico (cada norma tem como fundamento de existência e validade uma norma hierarquicamente
superior, retrocedendo até a norma hipotética fundamental – pressuposto lógico do sistema).

Observância Respeito à
VALIDADE da
do processo hierarquia
norma
legislativo normativa

Dica Bônus 01

❑ Norberto Bobbio é o autor mais cobrado em provas da OAB.


❑ Ele declara expressamente que sua obra pode ser considerada uma continuação ou complementação
do trabalho de Hans Kelsen.
❑ A abordagem avalorativa, priorizando-se o aspecto formal e não o material do fenômeno jurídico –
único caminho para a construção de uma genuína ciência do direito.
❑ Definição do direito centrada no aspecto coativo (base empírica).
❑ Preponderância da legislação sobre as demais fontes.
❑ A norma jurídica como imperativo.
❑ Bobbio discorda de Kelsen, contudo, que o direito seria uma mera regra formal da conduta humana
(interessa à ciência jurídica não o que os homens fazem, mas como o fazem). Cita então, o exemplo
do testamento, que possui imensas formalidades, mas isso não exclui a apreciação do conteúdo, uma
vez que o testador não pode desrespeitar a legítima dos herdeiros necessários.

Dica Bônus 02

Segundo a teoria tridimensional, o Direito se compõe da conjugação harmônica dos três aspectos básicos e
primordiais:

O aspecto fático (fato), ou seja, o seu nicho social e histórico;

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O aspecto axiológico (valor), ou seja, os valores buscados pela sociedade, como a Justiça;

O aspecto normativo (norma), ou seja, o aspecto de ordenamento do Direito.

A conjugação proposta por Reale pressupõe uma constante comunicação entre o primeiro e o segundo
aspectos, que origina e também se relaciona com o terceiro. Esta comunicação é denominada pelo próprio
autor como a "dialética de implicação-polaridade", ou "dialética de complementariedade". Essa dialética
consiste na percepção de que fatos e valores estão constantemente relacionados na sociedade de maneira
irredutível (polaridade) e de mútua dependência (implicação).

Direitos Humanos

Dica 01

Sistema Americano de Direitos Humanos: Convenção Americana


sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica) – Direitos
Albergados

Previu extensivamente direitos de primeira dimensão e fez menção


expressa sobre a implementação progressiva dos direitos de segunda
dimensão, mediante atuação cooperativa dos Estados-membros, mas
tais direitos somente foram disciplinados no Protocolo de San
Salvador. Ademais, apesar de posterior a DUDH (1948), a CADH (1969) não retratou direitos de terceira
dimensão, pois não estava alinhada aos objetivos de assegurar direitos transindividuais e coletivos.

Dica 02

Do processo de internalização dos Tratados Internacionais

Tratados Internacionais de Direitos Humanos quando aprovados com quórum de 3/5, por 2/3 em dois turnos
das casas do Congresso, têm status de Emenda Constitucional, enquanto que se aprovados com quórum de
norma infraconstitucional, adquirem status supralegal. Ainda, Tratados que não versarem sobre Direitos
Humanos equivalerão às leis ordinárias.

Dica 03

Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes

A tortura é a inflição de dor ou sofrimento físico ou mental praticada com a finalidade de obter informações,
castigar ou intimidar por parte de um agente que tenha alguma vinculação, ao menos indireta, com o Estado.
Ademais, é considerada crime contra a ordem internacional, extraditável em qualquer tratado de extradição.

Dica Bônus 01

Estatuto de Roma (Decreto 4.388/2002)

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

O Tribunal Penal Internacional possui competência para julgar quatro espécies de crimes: Crime de
genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crime de agressão. O Tribunal julgará todas as
pessoas, independentemente da capacidade funcional e tem sua atuação regida pelo Princípio da
Complementariedade, ou seja, não exercerá sua jurisdição quando o Estado onde ocorreu o delito estiver
atuando com a investigação ou processando os acusados.

Dica Bônus 02

Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos

Mesmo no estado de emergência, alguns direitos não poderão ser suspensos, sendo eles: direito à vida;
vedação à tortura; vedação à escravidão, servidão ou trabalhos forçados; vedação à prisão do depositário
infiel; princípio da anterioridade penal, da vedação à aplicação da lex gravior e aplicação da lei considerada
mais benéfica ao condenado; reconhecimento da personalidade jurídica; e liberdade de pensamento, de
consciência e de religião.

Estatuto da Criança e Adolescente

Dica 01

Dos crimes e das infrações administrativas

Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo
explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva
criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou
adolescente para fins primordialmente sexuais.

Dica 02

Do conselho tutelar

É órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo ECA. Em cada
Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar
como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela
população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos de escolha.
Atenção às atribuições do Conselho Tutelar: Vide art. 13; art. 18-B; art. 56; art. 70-B; art. 136.

Dica 03

Da Adoção

O adotando deve contar com até 18 (dezoito) anos a data do pedido, salvo quando já estiver sob guarda ou
tutela dos adotantes. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, obter acesso irrestrito ao

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) e, se
incompletos, poderá ter acesso desde que assegurada sua orientação e assistência jurídica e psicológica.

Dica Bônus 01

Do direito à convivência familiar e comunitária

Os pais que desejarem entregar seu filho para adoção tem seu consentimento retratável até a data da
realização da audiência que extinguiria o poder familiar. Ainda, têm o direito ao arrependimento no prazo
de 10 (dez) dias, contados da data de prolação da sentença de extinção do poder familiar.

Dica Bônus 02

Dos Direitos Individuais e da Apuração do Ato Infracional Atribuído a Adolescente

O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais,
de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada. Apreendido por força
de ordem judicial, será encaminhado à autoridade judiciária; apreendido em flagrante, será encaminhado à
autoridade policial competente.

Direito Internacional

Dica 01

Visto temporário para acolhida humanitária.

De acordo com o art. 14, c) da Lei de Migração:

Art. 14. O visto temporário poderá ser concedido ao imigrante


que venha ao Brasil com o intuito de estabelecer residência por
tempo determinado e que se enquadre em pelo menos uma das
seguintes hipóteses:
§ 3º O visto temporário para acolhida humanitária poderá ser concedido ao apátrida ou
ao nacional de qualquer país em
1 - situação de grave ou iminente instabilidade institucional
2 - de conflito armado
3 - de calamidade de grande proporção
4- de desastre ambiental ou
5 - de grave violação de direitos humanos ou de direito internacional humanitário,
ou em outras hipóteses, na forma de regulamento.

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Dica 02

A extradição é a medida de cooperação internacional entre o Estado brasileiro e outro Estado pela qual se
concede ou solicita a entrega de pessoa sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins de
instrução de processo penal em curso.
Vejamos:
Art. 5º, LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime
comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião

Não pode ser


Brasileiro Nato
Extraditado!

Comprovado
Brasileiro Crime comum praticado envolvimento em
Naturalizado antes da naturalização tráfico de
Entorpecentes
Não pode ser
Pode ser extraditado, em
Estrangeiro extraditado por crime
regra
político ou de opinião.

Há diferença entre EXTRADIÇÃO e ENTREGA ao TPI***

Dica 03

Direitos do estrangeiro no Brasil, de acordo com a Lei de Migração - Lei nº 13.445/2017:

Art. 4º Ao migrante é garantida no território nacional, em condição de igualdade com os


nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, bem como são assegurados:
VIII - acesso a serviços públicos de saúde e de assistência social e à previdência social, nos
termos da lei, sem discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória.
X - direito à educação pública, vedada a discriminação em razão da nacionalidade e da
condição migratória.
Tais direitos são assegurados a todos os migrantes, inclusive apátridas e refugiados.

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

Dica Bônus 01

Tratados Internacionais Paridade normativa


Comuns com a lei ordinária

Aprovados pelo rito Equivalência de


Tratados Internacionais de
próprio das emendas emenda
Direitos Humanos
constitucionais constitucional

Tratados Internacionais de Aprovados pelo rito Status supralegal


Direitos Humanos ordinário

Dica Bônus 02

Homologação de Sentença estrangeira- Divórcio Consensual

Segundo o art. 961, § 5º, do Novo CPC, “a sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no
Brasil, independentemente de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça”.

Direito Ambiental

Dica 01

As unidades de conservação são divididas em 2 grupos: Proteção


Integral e Uso Sustentável. O objetivo básico das Unidades de Proteção
Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto
dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos em Lei. Já
as Unidades de Uso Sustentável possuem como objetivo compatibilizar
a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus
recursos naturais. A supressão, redução, extinção e desafetação de uma
Unidade Conservação só pode ser feita por intermédio de lei específica.
Já a criação de uma unidade de conservação é feita por ato do Poder Público (Lei ou Decreto) e deve ser
precedida de estudos técnicos e de consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os
limites mais adequados para a unidade. Na criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é
obrigatória a consulta pública.

Dica 02

O Licenciamento Ambiental é o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou


empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, poluidores ou capazes de causar degradação
ambiental. É atividade típica do Executivo, no exercício do Poder de Polícia. Já a Licença Ambiental é o ato
administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de
controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor para localizar, instalar, ampliar e operar

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou


potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. Em
regra, há 3 licenças: Licença Prévia, Licença de Instalação e Licença de Operação. No caso de obra ou
atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente será exigido estudo
prévio de impacto ambiental (EIA), a que se dará publicidade. Esse estudo é elaborado por uma equipe
multidisciplinar e é custeado pelo empreendedor.

Dica 03

A vegetação situada em Área de Preservação Permanente (APP) deverá ser mantida pelo proprietário da
área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. A APP
é exigida em zona rural ou urbana. A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de
Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de
baixo impacto ambiental.

Dica 04

As obrigações previstas no Código Florestal têm natureza real e são transmitidas ao sucessor, de qualquer
natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural. É, portanto, uma obrigação propter
rem, que acompanha a coisa ou bem.

Dica 05

As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados. Há, portanto, uma tríplice responsabilização: penal, administrativa e civil. A reponsabilidade civil
por dano ambiental é objetiva, ou seja, independe da comprovação de culpa.

Direito Consumidor

Dica 01

Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto


ou serviço como destinatário final. Em algumas situações justificáveis, se
vulnerável o adquirente do produto ou serviço, poderá ser dispensado o
atributo da destinação final na caracterização do consumidor. É possível
falarmos em consumidores por equiparação - pessoas que mesmo não
tendo adquirido diretamente um produto ou serviço, são protegidas pelo
CDC.

Dica 02

O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. Já a responsabilidade dos profissionais liberais -

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aqueles prestadores de serviço que trabalham de forma técnica e pessoal - ocorre de forma subjetiva, com
a necessidade de demonstração de culpa. A exceção é a realização de cirurgia plástica meramente
embelezadora, onde eventual erro médico irá gerar o dever de indenizar de forma objetiva.

Dica 03

O CDC regula o direito de arrependimento previsto quanto às contratações realizadas pelos consumidores
fora do estabelecimento comercial. Em especial, neste particular, o CDC regula as compras feitas à distância,
seja através de telefone, internet, ou outro meio telemático. Este direito não precisa de justificativa para ser
exercido, tratando-se de verdadeiro direito potestativo do consumidor a desistir da compra, sem a
necessidade de provar qualquer motivação.

Dica Bônus 01

Os bancos de dados e cadastros de consumidores são instrumentos que se destinam à proteção do crédito,
instituindo-se um cadastro daqueles consumidores inadimplentes. Exemplos destes bancos são os
organizados por instituições como SERASA e SPC.

• Acaso o consumidor esteja inadimplente, necessário que ele seja notificado antes de ser feita a
inscrição no cadastro. Assim, caberá ao órgão mantenedor do cadastro notificar o devedor antes de
proceder à inscrição do seu nome no banco de dados.
• STJ, Súmula 359. Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do
devedor antes de proceder à inscrição.
• STJ, Súmula 404 - É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor
sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros.
• STJ, Súmula 323 - A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao
crédito até o prazo máximo de 5 anos, independentemente da prescrição da execução.
• Se o consumidor for inscrito irregularmente no cadastro de inadimplentes, a princípio caberá
indenização por danos morais. Contudo, o consumidor que já possuía uma prévia e regular inscrição
no cadastro de inadimplentes não poderá pleitear danos morais por uma nova inscrição, ainda que
irregular, ressalvado o direito ao cancelamento (Súmula 385).
• Ressalte-se, ainda, a existência de um cadastro positivo de consumidores que, na opinião do STJ, não
se confunde com banco de dados e cadastros:

Súmula 550 - STJ - A utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação de


risco que não constitui banco de dados, dispensa o consentimento do consumidor, que
terá o direito de solicitar esclarecimentos sobre as informações pessoais valoradas e as
fontes dos dados considerados no respectivo cálculo.

Dica Bônus 02

São proibidas tanto a publicidade enganosa quanto a abusiva. Publicidade enganosa é aquela inteira ou
parcialmente falsa que seja capaz de induzir o consumidor em erro a respeito de quaisquer características
do produto ou serviços (natureza, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço, etc.). Já a
publicidade abusiva é aquela que apresente qualquer tipo de discriminação, incite a violência ou explore
medo ou superstição. É ainda abusiva a publicidade que se aproveita da pouca experiência das crianças,

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

desrespeita valores ambientais ou induza o consumidor a se comportar de forma prejudicial à sua saúde
ou segurança.

Direito Previdenciário

Dica 01

Aposentadoria Programada

Para os segurados que se filiaram ao RGPS após 13/11/19 (data em que


entrou em vigor a Emenda Constitucional 103/19), a aposentadoria
programada será devida, após cumprida a carência exigida na lei, ao
segurado que cumprir, cumulativamente, os seguintes requisitos:

• 65 anos de idade e 20 anos de contribuição, se homem; e


• 62 anos de idade e 15 anos de contribuição, se mulher.

Aposentadoria por idade do trabalhador rural

A aposentadoria por IDADE do trabalhador rural, uma vez cumprido o período de carência exigido (180
contribuições), será devida aos segurados abaixo relacionados, quando completarem 55 anos de idade,
quando mulheres, e 60 anos de idade, quando homens, conforme segue:

• segurado empregado rural;


• contribuinte individua que prestam serviços de natureza rural, em caráter eventual, a uma ou mais
empresas, sem relação de emprego;
• trabalhador avulso rural;
• segurado especial (pequeno produtor rural e pescador artesanal); e
• segurado garimpeiro que trabalhe, comprovadamente, em regime de economia familiar

Aposentadoria programa do professor

Para o professor que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo exercício em função de magistério na
educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, desde que cumprido o período de carência exigido,
têm uma redução de 5 anos na idade mínima para obter sua aposentadoria programada. Sendo assim,
deverão cumprir, cumulativamente, os seguintes requisitos:

• 57 anos de idade, se mulher, e 60 anos de idade, se homem; e


• 25 anos de contribuição, para ambos os sexos, em efetivo exercício na função de magistério na
educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.

O Supremo Tribunal federal – STF já firmou entendimento de que as atividades de direção de unidade
escolar, coordenação e assessoramento pedagógico também são consideradas funções de magistério e

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

terão a idade reduzida em 5 anos, desde que exercidas por professores na educação básica (educação
infantil, ensino fundamental e ensino médio).

Também tem decidido o STF que, para efeito de aposentadoria, não é possível conversão de tempo de
magistério em tempo de exercício comum. Ou seja, se o professor não tiver tempo exclusivo de magistério
que permita sua aposentadoria com a redução de 5 anos, os anos de contribuição na condição de professor
serão contados sem nenhum acréscimo.

Aposentadoria Especial

A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência e idade mínima exigidas, será devida ao segurado
empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual (no caso do contribuinte individual somente
quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção), que tenha trabalhado durante quinze,
vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais cujas atividades sejam exercidas
com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses
agentes.

Obs.: É vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.

Até que lei complementar disponha sobre a redução de idade mínima ou tempo de contribuição prevista
nos §§ 1º e 8º do art. 201 da Constituição Federal, será concedida aposentadoria segundo as regras abaixo:

Tempo de
Idade
Exposição
Mínima
(de acordo com o
Regras de (homem e mulher)
agente nocivo)
Aposentadoria
Especial
15 ANOS 55 ANOS
(Enquanto não for publicada
lei complementar
prevendo as regras
para a concessão de 20 ANOS 58 ANOS
aposentadoria especial)

25 ANOS 60 ANOS

O tempo de contribuição e a idade mínima são os mesmos para segurados de ambos os sexos na

A efetiva exposição a agente prejudicial à saúde configura-se quando, mesmo após a adoção das medidas
de controle previstas na legislação trabalhista, a nocividade não seja eliminada ou neutralizada, conforme
segue:

Eliminação - a adoção de medidas de controle que efetivamente impossibilitem a exposição ao agente


prejudicial à saúde no ambiente de trabalho; e

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

Neutralização - a adoção de medidas de controle que reduzam a intensidade, a concentração ou a dose do


agente prejudicial à saúde ao limite de tolerância previsto neste Regulamento ou, na sua ausência, na
legislação trabalhista.

O STJ tem entendimento de que o fato de a empresa fornecer ao segurado equipamento de proteção
individual – EPI, não afasta, por si só, o direito à aposentadoria especial, devendo ser apreciado caso a caso.

Dica 02

A aposentadoria por incapacidade permanente, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida,
será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio por incapacidade temporária, for
considerado permanentemente incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe
garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

A concessão de aposentadoria por incapacidade permanente dependerá da verificação da condição de


incapacidade por meio de exame médico-pericial a cargo da Perícia Médica Federal, de modo que o
segurado possa, às suas expensas, ser acompanhado por médico de sua confiança.

A concessão de aposentadoria por incapacidade permanente, inclusive quando precedida de auxílio por
incapacidade temporária, fica condicionada ao afastamento do segurado de todas as suas atividades.

IMPORTANTE: A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral
de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por incapacidade permanente,
salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa
doença ou lesão.

O valor da aposentadoria por incapacidade permanente do segurado que necessitar da assistência


permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento) e atenderá o disposto a seguir:

• será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal;
• será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado;
• cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao valor da pensão.

O aposentado por incapacidade permanente que se julgar apto a retornar à atividade deverá solicitar ao
INSS a realização de nova avaliação médico-pericial. Na hipótese de a Perícia Médica Federal concluir pela
recuperação da capacidade laborativa, a aposentadoria do segurado será cancelada.

O segurado que retornar à atividade poderá requerer, a qualquer tempo, novo benefício, tendo este
processamento normal.

• Obs.: O aposentado por incapacidade permanente que retornar voluntariamente à atividade terá sua
aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

Dica 03

O auxílio por incapacidade temporária será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso,
o período de carência exigido em lei, ficar incapacitado temporariamente para o seu trabalho ou para a sua
atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos, conforme definido em avaliação médico-pericial.

O benefício de auxílio por incapacidade temporária será devido quando o segurado estiver
temporariamente incapacitado para o trabalho por motivo tanto de doença, como decorrente de acidente,
relacionado ou não com o trabalho (não precisa ser acidente do trabalho).

O auxílio por incapacidade temporária poderá ser concedido ao segurado empregado a contar do décimo
sexto dia do afastamento da atividade e, no caso dos demais segurados, a contar da data do início da
incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz, desde que o afastamento seja superior a quinze dias.

Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença,
incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral.

Se concedido novo benefício decorrente do mesma motivo que gerou a incapacidade, dentro de sessenta
dias contados da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento relativo aos
quinze primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefício anterior e descontando-se os dias
trabalhados, se for o caso.

Não será devido auxílio por incapacidade temporária ao segurado que se filiar ao Regime Geral de
Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando
a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

Obs. 1: Quando o segurado que exercer mais de uma atividade se incapacitar


definitivamente para uma delas, deverá o auxílio por incapacidade temporária ser
mantido indefinidamente, não cabendo sua transformação em aposentadoria por
incapacidade permanente, enquanto essa incapacidade não se estender às demais
atividades. Nesse caso, o segurado somente poderá transferir-se das demais atividades
que exerce após o conhecimento da reavaliação médico-pericial.

Obs. 2: Não será devido auxílio por incapacidade temporária para o segurado recluso em
regime fechado. O segurado em gozo de auxílio por incapacidade temporária na data de
recolhimento à prisão terá seu benefício suspenso por até 60 dias, contados da data de
recolhimento à prisão, cessado o benefício após o referido prazo. Na hipótese de o
segurado ser colocado em liberdade antes de 60 dias, o benefício será restabelecido a
partir da data de soltura.

Em caso de prisão declarada ilegal, o segurado terá direito à percepção do benefício por
todo o período devido, efetuado o encontro de contas na hipótese de ter havido
pagamento de auxílio-reclusão com valor inferior ao do auxílio por incapacidade
temporária no mesmo período.

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O segurado recluso em cumprimento de pena em regime aberto ou semiaberto fará jus ao


auxílio por incapacidade temporária.

Dica Bônus 1

Contribuições Sociais Residuais

Segundo a CF/88, a lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da
seguridade social.

No entanto, somente a União poderá instituir essas novas contribuições sociais, denominadas
“Contribuições Sociais Residuais”. A União somente poderá instituir essas contribuições sociais residuais
mediante lei complementar, e desde que sejam não-cumulativas e não tenham fato gerador ou base de
cálculo próprios das contribuições discriminadas nesta Constituição.

ATENÇÃO: As contribuições sociais residuais não poderão ter fato gerador ou base de
cálculo iguais as contribuições sociais já definidas e discriminadas na CF/88. No entanto,
não há qualquer vedação para que essas novas contribuições sociais para a seguridade
social tenham o mesmo fato gerador e base de cálculo de impostos já existentes.

Imposto e Contribuição Social são diferentes tipos de tributos.

Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Ou seja, o imposto é exigido
sem que seja necessário que o Estado preste uma atividade específica em relação ao
contribuinte.

Já a contribuição social é destinada ao custeio da seguridade social, então é exigida


contrapartida do Estado em relação ao contribuinte (benefícios e serviços de Seguridade
Social).

Portanto, não há impedimento de que a União crie uma contribuição social residual cujo
fato gerador seja a propriedade ou domínio útil de um imóvel urbano, que é o fato gerador
do IPTU (que é um imposto e não uma contribuição social).

Anterioridade Nonagesimal ou Mitigada

Segundo a CF/88, as contribuições sociais destinadas ao financiamento da Seguridade Social só poderão ser
exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado,
não se lhes aplicando o princípio da anterioridade.

Trata-se de uma espécie de noventena, destinada às contribuições sociais de Seguridade Social, denominada
pela maioria dos doutrinadores como anterioridade nonagesimal ou anterioridade mitigada.

Apesar do texto constitucional, em seu art. 195 § 6º, dispor expressamente que o prazo de noventa dias será
contado da data da publicação da lei que houver instituído ou modificado contribuições sociais de

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seguridade social, o Supremo Tribunal Federal – STF, entendendo que a anterioridade nonagesimal existe
para proteger o contribuinte contra mudanças que repercutam negativamente no seu patrimônio, decidiu
que tal artigo só é aplicável no caso de instituição ou majoração. (e não em qualquer modificação, como
consta no texto da constituição).

Por fim, cabe destacar que não se aplica o princípio da anterioridade (do exercício financeiro) às
contribuições sociais em questão, ou seja, mesmo que instituídas ou modificadas tais contribuições, as
mesmas poderão ser exigidas no mesmo exercício financeiro que tenha ocorrido a publicação da respectiva
lei, bastando, tão somente, que respeitem o decurso de, pelo menos, noventa dias após a publicação.

Contribuições Diferenciadas

Segundo a CF/88, as contribuições sociais do empregador, empresa ou entidade equiparada poderão ter
alíquotas (apenas alíquotas) DIFERENCIADAS em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de
mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também
autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas nas mesmas situações, porém com diferenciação
permitida apenas em relação às contribuições do empregador sobre a receita, faturamento e lucro.

Dica Bônus 2

Pensão por morte (nos termos da EC 103/2019)

A pensão por morte será equivalente a uma cota familiar de 50% do valor da aposentadoria recebida pelo
segurado ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do
óbito, acrescida de cotas de 10% por dependente, até o máximo de 100%. Se o número de dependentes
for superior a 5, a pensão por morte se manterá em 100%. Em qualquer caso, o valor global do benefício não
será inferior ao salário-mínimo.

Na hipótese de existir dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da
pensão por morte será, independentemente do número de dependentes, equivalente a 100% (cem por
cento) da aposentadoria recebida pelo segurado ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por
incapacidade permanente na data do óbito, até o limite máximo de benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.

Importante destacar que o valor final obtido será divido igualmente por todos os dependentes. Além disso,
as cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis aos demais
dependentes, preservado o valor de 100% (cem por cento) da pensão por morte quando o número de
dependentes remanescente for igual ou superior a 5 (cinco) ou enquanto existir dependente inválido ou com
deficiência intelectual, mental ou grave.

O fato de a cota de um dependente não ser reversível aos demais implica que o valor global da pensão por
morte diminuirá em 10% cada vez que um dependente perde esta qualidade.

O valor total da pensão por morte não poderá ser inferior a um salário-mínimo. No entanto, cada
dependente que esteja dividindo a mesma pensão por morte poderá receber uma cota no valor abaixo de
um salário-mínimo. Mas, como já vimos, a soma de todas as cotas não poderá ser inferior a um salário-
mínimo.

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

Enquanto o dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave mantiver essa condição,
independentemente do número de dependentes habilitados ao benefício, o valor da pensão será mantido
em 100% da aposentadoria recebida pelo segurado ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por
incapacidade permanente na data do óbito, e será rateado entre todos os dependentes em partes iguais.

Quando não houver mais dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da
pensão será recalculado, seguindo a regra geral, ou seja, uma cota familiar de 50% do valor da aposentadoria
recebida pelo segurado ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na
data do óbito/reclusão, acrescida de cotas de 10% por dependente, até o máximo de 100%.

A condição como dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, pode ser
reconhecida previamente ao óbito do segurado, por meio de avaliação biopsicossocial realizada por
equipe multiprofissional e interdisciplinar, observada revisão periódica na forma da legislação.

Aposentadoria Programada (nos termos da EC 103/2019)

A reforma da previdência também trouxe uma alteração significativa no momento do cálculo da Renda
Mensal Inicial do benefício de aposentadoria programada. Com as novas regras, se um segurado se
aposentar com o tempo mínimo de contribuição exigido para a aposentadoria, ou seja, 20 anos para os
homens e 15 anos para mulheres e, o valor da renda mensal inicial será de 60% do salário-de-benefício.
Para cada ano de trabalho que o segurado tenha além desse mínimo exigido, acrescenta-se mais 2%. Nesse
cálculo, as mulheres conseguirão se aposentar com 100% do salário-de-benefício aos 35 anos de
contribuição e os homens, aos 40 anos de contribuição.

Resumindo, a renda mensal inicial da aposentadoria programada será:

• 60% do salário-de-benefício caso tenha atingido o tempo mínimo de contribuição (20 anos para os
homens e 15 anos para mulheres) +
• 2% do salário-de-benefício para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de
contribuição, para os homens, ou de 15 anos de contribuição, para as mulheres.

Observações: As novas regras permitem que um segurado receba mais de 100% do seu salário-de-benefício,
desde que o valor total da aposentadoria não exceda ao teto previdenciário (limite máximo do salário-de-
contribuição). Portanto, se um homem tiver mais de 40 anos de contribuição e uma mulher tiver mais de 35
anos de contribuição, a porcentagem poderá ser maior que 100%.

Aposentadoria Especial (nos termos da EC 103/2019)

A reforma da previdência trouxe uma alteração significativa no cálculo da Renda Mensal Inicial da
aposentadoria especial. Atualmente, a renda mensal inicial da aposentadoria especial, será:

• Para as aposentadorias que exijam tempo exposição de 20 ou 25 anos:


o 60% do salário-de-benefício; +
o 2% do salário-de-benefício para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de
contribuição, para os homens, ou de 15 anos de contribuição, para as mulheres.

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• Para as aposentadorias que exijam tempo exposição de 15 anos:


• 60% do salário-de-benefício; +
• 2% do salário-de-benefício para cada ano de contribuição que exceder o tempo mínimo de 15 anos
de contribuição, tanto para os homens quanto para as mulheres.

Direito Financeiro

Dica 01

A Medida Provisória é prevista no art. 62 da CF/88:

CF/88: Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente


da República poderá adotar medidas provisórias, com força de
lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
I - relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
(...)
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
(...)
III - reservada a lei complementar;
(...).

Portanto, em regra, de acordo com o caput do art. 62 da CF/88, o Chefe do Poder Executivo poderá editar
Medida Provisória com força de lei desde que presentes os seguintes pressupostos: (i) relevância "E" (ii)
urgência (um "e" outro requisito, cumulativamente, e não um ou outro, alternativamente).

De acordo com a alínea "d" acima, é vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa planos
plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, RESSALVADO, ISTO
É, COM EXCEÇÃO do quanto previsto no art. 167, § 3º, da CF/88, que permite o uso de Medida Provisória
sobre lei orçamentária para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra,
comoção interna ou calamidade pública, mediante a abertura de créditos extraordinários.

Portanto, excepcionalmente, os créditos orçamentários extraordinários podem ser criados por meio de
MP; os demais, só por meio de Lei em sentido estrito

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Dica 02

De acordo com o disposto no art. 84, inciso XIII, da CF/88 (também no art. 165 do texto constitucional), a
elaboração do Projeto das Leis Orçamentárias (iniciativa do Projeto de Lei) é da competência privativa do
Poder Executivo:

CF/88: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


(...)
XIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
(...).

E de acordo com o art. 48, inciso II, da CF/88, a aprovação das Leis Orçamentárias é ato privativo do Poder
Legislativo:

CF/88: Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não
exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre:
(...)
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito,
dívida pública e emissões de curso forçado;
(...).

Logo: a lei orçamentária ou qualquer alteração na lei orçamentária necessariamente


deve ser aprovada pelo Poder Legislativo, isto é, por meio de lei. Lembre-se sempre que
é o Poder Legislativo que aprova, por meio de lei, o que será feito (despesa) com o
dinheiro público. Por isso MP não pode aprovar planos plurianuais, diretrizes
orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, salvo os créditos
orçamentários extraordinários, que são os únicos que podem ser aprovados por MP.

Dica 03

A despesa pública passa por fases ou etapas, que são: o empenho, a liquidação e o pagamento.

A fase de empenho é definida no art. 58 da Lei 4.320/64 nos seguintes termos:

Lei Federal nº 4.320/64: Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade
competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de
implemento de condição.

De acordo com o art. 60 da Lei Federal nº 4.320/64, toda despesa deve ser precedida de empenho:

Lei Federal nº 4.320/64: Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.

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(...).

Portanto, atenção: nenhuma despesa, ou seja, nenhum gasto público pode ser realizado
se não for feito, previamente, o respectivo empenho. É absolutamente vedada a
realização de qualquer despesa pública sem prévio empenho.

Dica Bônus 01

De acordo com esse princípio, positivado no inciso IV do art. 167 da CF/88, é vedada a vinculação legal
(afetação/destinação) da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa:

CF/88: Art. 167. São vedados:


(...)
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a
repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159,
a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e
desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária,
como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação
de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, §
8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;
(...).

É possível observar, porém, que o próprio inciso IV em questão elenca algumas exceções, em relação às
quais existe a afetação/destinação de receita de impostos.

Mas tais exceções não são as únicas, havendo, pois, mais estas:

CF/88: Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais,
Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na
ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos,
proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
adicionais abertos para este fim.
(...)
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em
precatórios e obrigações de pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a
média do comprometimento percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos
imediatamente anteriores, a parcela que exceder esse percentual poderá ser financiada,
excetuada dos limites de endividamento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da
Constituição Federal e de quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se
aplicando a esse financiamento a vedação de vinculação de receita prevista no inciso IV
do art. 167 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
(...).

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

CF/88: Art. 167. São vedados:


(...)
§ 4º É permitida a vinculação das receitas a que se referem os arts. 155, 156, 157, 158 e
as alíneas "a", "b", "d" e "e" do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta Constituição
para pagamento de débitos com a União e para prestar-lhe garantia ou contragarantia.
(...).
CF/88: Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas
com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras
fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:
(...)
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio
à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida,
vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
CF/88: Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira,
nos quais se incluem:
(...)
§ 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à
cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento
de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
(...).

Portanto, em resumo, são exceções ao Princípio da Não Afetação (Não Vinculação/Destinação) das Receitas
de Impostos:

 Repartição constitucional e obrigatória da receita de impostos


 Destinação de um percentual dos impostos arrecadados para a saúde
 Destinação de um percentual dos impostos arrecadados para a educação
 Destinação de um percentual dos impostos arrecadados para as atividades de administração
tributária
 Prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita
 Garantia, contragarantia e pagamento de débitos para com a União
 Garantia de financiamento para o pagamento de precatórios quando os Estados, DF e Municípios não
tiverem condições de quitá-los nos prazos constitucionais
 Vinculação de até 0,5% da receita tributária líquida dos Estados e do DF para os Programas de Apoio
à Inclusão e Promoção Social
 Vinculação de até 0,5% da receita tributária líquida dos Estados e do DF a fundos destinados ao
financiamento de programas culturais

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É importante observar que a excepcional vinculação/afetação da receita de impostos são exceções previstas
na própria CF/88, exclusivamente.

Logo, apenas a CF/88, que seja por Emenda Constitucional, pode-se estabelecer outras
vinculações/afetações ou retirar-se as já existentes.

Atenção: essa afetação/destinação da receita de impostos jamais, em hipótese alguma,


pode ser feita por meio de lei infraconstitucional. A receita dos demais tributos, como,
por exemplo, as taxas, pode ser afetada/destinada por meio de lei infraconstitucional,
mas, dos impostos, jamais! Dos impostos, só por meio da Constituição Federal.

Dica Bônus 02

Historicamente o STF sempre entendeu que não era possível o controle abstrato de constitucionalidade das
normas orçamentárias, com base no argumento de que o orçamento é lei apenas formal, isto é, uma lei de
efeitos concretos (tem forma de lei, mas, quanto à matéria, não veicula normas gerais a abstratas, como
deve ser uma lei, razão pela qual tem efeitos concretos, conforme já estudamos anteriormente quanto à
natureza jurídica do orçamento).

Com base nesse entendimento, de que o orçamento é lei de efeito concreto, por individualizar o destino
específico da alocação dos recursos públicos, o STF entendia que não era possível o seu controle
concentrado de constitucionalidade (nesse sentido, a ADI 2925).

Contudo, o STF mudou esse seu entendimento, tendo o atual posicionamento de que as leis orçamentárias
são leis e que, por isso, podem ser objetos de controle concentrado de constitucionalidade:

(...)
II. CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS ORÇAMENTÁRIAS.
REVISÃO DE JURISPRUDÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal deve exercer sua função
precípua de fiscalização da constitucionalidade das leis e dos atos normativos quando
houver um tema ou uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato,
independente do caráter geral ou específico, concreto ou abstrato de seu objeto.
Possibilidade de submissão das normas orçamentárias ao controle abstrato de
constitucionalidade. III. LIMITES CONSTITUCIONAIS À ATIVIDADE LEGISLATIVA
EXCEPCIONAL DO PODER EXECUTIVO NA EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS PARA
ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO. Interpretação do art. 167, § 3º c/c o art. 62, §
1º, inciso I, alínea "d", da Constituição. Além dos requisitos de relevância e urgência (art.
62), a Constituição exige que a abertura do crédito extraordinário seja feita apenas para
atender a despesas imprevisíveis e urgentes.
(...). (ADI 4048 MC, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 14/05/2008,
DJe-157 DIVULG 21-08-2008 PUBLIC 22-08-2008 EMENT VOL-02329-01 PP-00055 RTJ
VOL-00206-01 PP-00232)
(...)

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1. A lei não precisa de densidade normativa para se expor ao controle abstrato de


constitucionalidade, devido a que se trata de ato de aplicação primária da Constituição.
Para esse tipo de controle, exige-se densidade normativa apenas para o ato de natureza
infralegal.
(...). Precedente: ADI 4.048-MC. (ADI 4049 MC, Relator(a): CARLOS BRITTO, Tribunal Pleno,
julgado em 05/11/2008, DJe-084 DIVULG 07-05-2009 PUBLIC 08-05-2009 EMENT VOL-
02359-02 PP-00187 RTJ VOL-00211-01 PP-00247)

Direito Eleitoral

Dica 01

O alistamento eleitoral e o voto são:


a) obrigatórios para os maiores de 18 anos;
b) facultativo aos (i) analfabetos, (ii) maiores de setenta anos; e (iii) os maiores
de 16 e menores 18 anos de idade.
c) Proibido para estrangeiros e os conscritos durante o período de serviço militar
obrigatório.

Dica 02

Idade mínima:
a) presidente, vice-presidente da república e senador é necessária a idade mínima de 35 (trinta e cinco) anos;
b) Governador e vice governador, 30 (trinta) anos;
c) Deputado (federal, estadual ou distrital), prefeito, vice prefeito e juiz de paz, 21 (vinte e um) anos;
d) Vereador, 18 (dezoito) anos.

Dica 03

As regras de fidelidade partidária são aplicadas apenas para os detentores de cargos eletivos proporcionais.
Salvo nos casos de anuência do partido, mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário,
grave discriminação política pessoal e mudança efetuada durante o período de trinta dias que antecede o
prazo de filiação o candidato que se desligar do partido perderá o mandato.

Dica Bônus 01

A federação é a reunião de dois ou mais partidos que após se constituírem e se registrarem, de forma
individual, perante o TSE atuarão como se fossem uma única agremiação partidária. Os partidos deverão
permanecer por no mínimo 4 anos e terá abrangência nacional.

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

Dica Bônus 02

Considera-se violência política contra a mulher toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir,
obstaculizar ou restringir os direitos políticos da mulher.

Direito Processual Penal

Dica 01

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: I - pela morte do agente.


Art. 62. Somente à vista da certidão de óbito e depois de ouvido o
MP é que o juiz declarará extinta a punibilidade.

E se a certidão de óbito for falsa? Anula a decisão de extinção da punibilidade


e execução penal continua. O agente ainda responderá pelo crime de uso de
documento falso.

Dica 02

Local da postagem - consumando-se no momento da disponibilização do conteúdo ofensivo no espaço


virtual, por força da imediata potencialidade de visualização por terceiros.

CUIDADO – Se as mensagens ofensivas foram privadas (estilo DM do IG), a competência muda:

Local em que a vítima tomou conhecimento do conteúdo ofensivo.

Dica 03

- drogas; - armas; - pessoas; - órgãos humanos; - animais

Outros crimes da JF: descaminho, contrabando, sistema financeiro, organização do trabalho

Dica 04

A homologação da transação penal não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-
se a situação anterior, possibilitando-se ao MP o oferecimento de denúncia.

Dica 05

• Tem a obrigação de propor ANPP se o réu preenche os requisitos


• Não poderá desistir da ação penal.
• Não poderá desistir de recurso que haja interposto.
• Também estão sujeitos às regras de impedimento e suspeição

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

Dica 06

• interesse da ordem pública


• houver dúvida sobre a imparcialidade do júri
• a segurança pessoal do acusado está em risco
• se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado
da decisão de pronúncia

Dica 07

A confissão será divisível e retratável.

O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.

✓ Para o ANPP a confissão é obrigatória


✓ Para a colaboração premiada, a confissão é obrigatória
✓ Para a transação penal, não é obrigatório confessar

Dica 08

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

Art. 28. Se o MP, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do IP, o juiz, no caso de
considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa ao procurador-geral, e este oferecerá a
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

Dica 09

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre
motivada e fundamentada. § 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial:
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida;
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: V - em decorrência de decisão carente
de fundamentação.

Dica 10

Existe antes do processo para assegurar o resultado útil da investigação criminal.

Somente é cabível quando

• for imprescindível para as investigações do inquérito policial;


• houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado;

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

• for justificada em fatos novos ou contemporâneos;


• for adequada à gravidade concreta do crime, às circunstâncias do fato e às condições pessoais do
indiciado; e
• não for suficiente a imposição de medidas cautelares diversas.

Direito Processual do Trabalho

Dica 01

RITO PROCESSUAL

RITO PROCESSUAL Valor da Causa Nº DE TESTEMUNHAS


3 TESTEMUNHAS, para cada
RITO ORDINÁRIO Acima de 40 S.M
parte;
2 TESTEMUNHAS, para cada
RITO SUMARÍSSIMO Até 40 S.M
parte;
3 TESTEMUNHAS, para cada
RITO SUMÁRIO Até 2 S.M
parte;
INQUÉRITO JUDICIAL PARA
----------------------------- 6 TESTEMUNHAS, para cada parte.
APURAÇÃO DE FALTA GRAVE

#Sumaríssimo:
✓ No Procedimento Sumaríssimo, só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente
convidada, deixar de comparecer;
✓ Não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do
reclamado;
✓ Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração
Pública direta, autárquica e fundacional.

Dica 02

INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL

#Art. 800, da CLT


✓ Prazo de cinco dias a contar da notificação;
✓ Suspenso o processo;
✓ Não Alegação – Preclusão;

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

✓ Não cabe Ação Rescisória;

*Súmula n. 214, “c”, do TST: Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões
interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão que acolhe exceção de
incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se
vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

Dica 03

AUDIÊNCIA – COMPARECIMENTO DAS PARTES

▪ Empregado: Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for
possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro
empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.

▪ Empregador: É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro


preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.

Dica 04

JUSTIÇA GRATUITA

Requisitos Legais (Art. 790, da CLT): Perceber salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
✓ Concessão mediante requerimento ou de ofício;
✓ O benefício da justiça gratuita pode ser requerido em qualquer tempo ou
grau de jurisdição, desde que, na fase recursal, seja o requerimento
formulado no prazo alusivo ao recurso;
✓ Indeferido o requerimento de justiça gratuita formulado na fase recursal,
cumpre ao relator fixar prazo para que o recorrente efetue o preparo.

Dica 05

ACORDO EXTRAJUDICIAL

✓ O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo
obrigatória a representação das partes por advogado;
✓ As partes não poderão ser representadas por advogado comum;
✓ No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, designará
audiência se entender necessário e proferirá sentença;
✓ A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação quanto
aos direitos nela especificados.

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

Dica 06

AGRAVO DE INSTRUMENTO

✓ O agravo de instrumento tem a finalidade de “destrancar” recurso não recebido por ausência e
pressuposto recursal;
✓ No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50%
(cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar.

Dica 07

PRESCRIÇÃO - INTERRUPÇÃO

A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que
em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito, produzindo efeitos apenas
em relação aos pedidos idênticos.

Dica 08

DESPESAS - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E PERICIAIS

▪ Honorários Periciais: A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte


sucumbente na pretensão objeto da perícia, SALVO se beneficiária da justiça gratuita.

o O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais.


o O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias – MS.

o Honorários Advocatícios: Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários
de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% e o máximo de 15%.
o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca,
vedada a compensação entre os honorários.
o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, as obrigações decorrentes de sua sucumbência
ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos
dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

Dica 09

EXECUÇÃO DE OFÍCIO

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do
Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado (Art. 878, da
CLT).

Dica 10

Recursos Trabalhistas

RT ------ Contestação ---- Sentença (VT) ---- Recurso Ordinário ----- AC (TRT) ----- Recurso de Verista------- AC
(TST) ----- Embargos ao TST ------ TST ------- Recurso Extraordinário (STF)

Sucesso,
Prof.ª Priscila Ferreira.

Direito Penal

Dica 01

- Erro sobre a pessoa ou in personae (art.20par.3º): é o erro do "irmão


gêmeo" em que o agente se confunde quanto a identidade da vítima, e
responde como se tivesse atingido quem pretendia. (ex: mãe querendo
matar seu filho sob influência do estado puerperal o confunde com o
filho de outrem, e mesmo praticando homicídio, responde pelo
infanticídio).
- Erro de execução ou aberratio ictus (Art. 73 CP): erro da “bala
perdida”, erra na execução da ação acertando vítima diversa da visada
e também responde como se tivesse atingido a vítima que pretendia, com todas as suas características, não
se considerando as características da vítima efetivamente atingida.

Dica 02
Aberratio Criminis (Art. 74 CP): Erro da “pedrada”, o agente quer lesionar um patrimônio (crime de Dano – Art. 163
CP), erra, e atinge uma pessoa (Art. 129 ou Art. 121 CP). Afasta-se a tentativa de dano e responde por lesão corporal
culposa ou homicídio culposo.

Dica 03

A Consequência da aplicação do princípio da Insignificância será sempre, em qualquer hipótese,


ATIPICIDADE DO FATO em face da ausência de tipicidade material, mas não se aplica este princípio a crimes
com violência ou grave ameaça a pessoa. Crimes Tributários: aplica-se a insignificância para lesões de até
R$ 20.000 (STF).

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

Dica 04

O crime de estelionato (Art. 171 CP) passou a ter, como regra, a ação penal pública condicionada à
representação, salvo nas hipóteses do crime ser praticado contra: Administração Pública, criança ou
adolescente, pessoa com deficiência, ou maior de 70 anos ou incapaz.
Além disso, aumenta-se a pena de 1/3 ao dobro se a vítima é idosa ou vulnerável, e qualifica-se o crime
quando cometido por meio eletrônico, redes sociais etc. (pena 4 a 8 anos).

Dica 05

Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Art. 15 CP) afastam a tentativa e tornam o fato iniciado
ATÍPICO, o agente responde somente por outros fatos praticados (se houver).
- Na desistência voluntária o agente abandona a execução em curso (tentativa abandonada) e no
arrependimento eficaz atua concretamente impedindo a consumação.

Dica 06

Arrependimento Posterior (Art. 16 CP) : Reparação do Dano, posterior à consumação, para receber
diminuição de pena (1/3 a 2/3).
- Crimes sem violência ou grave ameaça
- reparação ate o recebimento da denúncia

Dica 07

Crime de Associação Criminosa (Art. 288 CP) exige 3 ou mais pessoas com o fim de cometer vários crimes (
com fim de cometer 1 só crime, ou mesmo de praticar contravenções a conduta será atípica) X Crime de
Organização Criminosa (Lei 12.850/13) exige 4 ou mais pessoas, estabilidade e divisão de tarefas, para
prática de crimes com pena máxima igual ou superior a 4 anos ou transnacionais.

Dica 08

De acordo com o STF, os crimes hediondos em geral podem ter qualquer regime inicial de pena (Art. 33 do
CP) não sendo necessário o regime inicialmente fechado de pena, e admitem a conversão da pena em
restritiva de direitos (art. 44 CP).

Dica 09

Penas Restritivas de Direitos (Art. 44 CP)


- Crimes Culposos: sempre se converte a pena, independentemente do seu valor.
- Crimes Dolosos: somente se convertem penas concretas de até 4 anos e em crimes sem violência ou grave
ameaça a pessoa, não havendo reincidência específica (Art. 44 par 3º CP)

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

Dica 10

Dolo Eventual X Culpa Consciente X Culpa Comum (Inconsciente)

- Dolo Eventual: Previsão concreta + Indiferença quanto eventual resultado + Aceitar(assumir) risco

- Culpa Consciente: Previsão concreta + Repúdio quanto ao resultado + confia em si mesmo para não gerar
resultado.

- Culpa Comum (Inconsciente): Previsibilidade do resultado + Falta de cuidado

Direito Constitucional

Dica 01

O Poder Constituinte em sentido amplo é aquele poder que tem a condição


de estabelecer uma nova ordem jurídica constitucional.

O Poder Constituinte Originário é um poder político, inicial,


incondicionado, permanente, ilimitado juridicamente e autônomo.

O Poder Constituinte Derivado é poder jurídico, derivado, limitado (ou


subordinado) e condicionado. Podemos dividir o Poder Constituinte
Derivado em Reformador e Decorrente. Enquanto o Derivado Reformador tem a função de alterar texto da
Constituição já existente; o Decorrente é o poder conferido aos Estados de se auto-organizarem. Isso ocorre
com a edição de suas próprias Constituições.

Além disso, existe um processo informal de modificação da Constituição, o qual é chamado pela doutrina de
mutação constitucional.

A mutação constitucional é obra do Poder Constituinte Difuso. Não há propriamente uma mudança no texto
formal (com alteração de conteúdo). O que há, em verdade, é alteração no sentido da constituição; na forma
de interpretar.

O Supremo Tribunal reconhece no Brasil a possibilidade de mutação constitucional. Guarde essa informação
com carinho!!!

Dica 02

O direito de associação está previsto nos seguintes incisos do art. 5º da CF/88:

▪ XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
▪ XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização,
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

▪ XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
▪ XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.

Dica 03

▪ Sanção

Quando o Chefe do Poder Executivo Federal realiza o ato de sancionar, ele está concordando com a
aprovação do projeto, transformando-o em lei. A sanção é ato unilateral do Presidente da República e
destaco que não é possível ocorrer a sua revogação. Porque, esse é um ato irretratável.

▪ Veto

Quando o Presidente da República discorda da aprovação dada pelo Poder legislativo a um projeto de lei, o
ato proferido por ele é denominado de veto (ato unilateral). Vamos analisar o que traz o art. 66, §1º,
CRFB/88:

▪ “se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou


contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis,
contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do
Senado Federal os motivos do veto”.

Dica 04

No art. 21 estão as chamadas competências exclusivas da União. São competências de natureza


administrativa ou material, isto é, estão relacionadas à prestação (execução) de serviços públicos pela
União. São indelegáveis: mesmo diante da omissão da União, não podem os demais entes federados nessas
matérias.

No art. 22 estão as chamadas competências privativas da União. São competências legislativas, isto é, estão
relacionadas à edição de normas pela União. E são também competências delegáveis.

O art. 22, I da CF cai muito em prova, veja:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
espacial e do trabalho;

MNEMÔNICO: CAPACETE PM

• Civil
• Agrário
• Penal

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

• Aeronáutico
• Comercial
• Eleitoral
• Trabalho
• Espacial
• Processual e Marítimo

Dica 05

Além da competência legislativa privativa da União, a CRFB/88 traz a previsão da competência legislativa
concorrente entre a União, os Estados e DF.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e
inovação;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV - proteção à infância e à juventude;
▪ Atenção especial aos incisos I e II do art. 24!
▪ Agora, vamos destrinchar o disposto nos parágrafos do art. 24, para uma melhor
compreensão.
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a
estabelecer normas gerais.
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei
estadual, no que lhe for contrário.

Dica 06

▪ A medida provisória é uma norma primária.

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

▪ Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com
força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.

▪ Porém, caso este esteja de recesso, não há a necessidade de convocação extraordinária.

▪ Há matérias que as medidas provisórias não podem tratar - art. 62, § 1º da CF/88.

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:


I - relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
III - reservada a lei complementar;
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de
sanção ou veto do Presidente da República.

▪ Uma vez editada pelo Presidente, esta deverá ser submetida, de imediato, ao Congresso Nacional,
onde terá o prazo de 60 dias (prorrogáveis por mais sessenta) para ser apreciada.

Dica 07

A regra é a não intervenção de um ente sobre o outro. Mas, de modo peculiar e excepcional, é possível que
nós tenhamos o instituto da intervenção.
Somente podemos falar em decretação de intervenção federal em Municípios localizados em Territórios
Federais. A intervenção em Município situado em um Estado não poderá ser decretada pela União; é em
verdade hipótese de intervenção estadual.
Vamos entender uma hipótese importante de intervenção federal.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública.
Agora, entenda uma hipótese quente de intervenção estadual.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios
localizados em Território Federal, exceto quando:
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Dica 08

A ação popular é um dos instrumentos previstos na Constituição para viabilizar a participação do cidadão
na vida pública, exercendo um controle dos atos do Poder Público.

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

Art. 5º, LXXIII da CF/88 - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando
o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

 Não há prazo decadencial para o ajuizamento da ação popular; e

 A ação judicial não gera para o autor, em regra, a obrigação de pagar custas judiciais e o ônus
da sucumbência (honorários advocatícios da outra parte). A obrigação somente ocorrerá caso
seja comprovada má fé do autor.

Dica 09

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) tem como objeto a aferição da validade de lei ou ato normativo
federal ou estadual editados posteriormente à promulgação da Constituição Federal (art. 102, I, alínea “a”).

A ADO tem por objeto a omissão inconstitucional, caracterizada pela inobservância da Carta Magna devido
à inércia do poder constituído competente para promover sua implementação. Por meio de ADO, podem
ser impugnadas omissões de órgãos federais e estaduais em face da CF/88.

Na ADC, o autor busca que o STF se pronuncie sobre lei ou ato normativo que venha gerando dissenso entre
juízes e demais tribunais. A ADC tem como objeto apenas as leis e atos normativos federais apenas.

A ADPF surgiu para suprir uma lacuna do controle concentrado de constitucionalidade. É que, até a sua
criação, não era possível que o STF efetuasse o controle de constitucionalidade das leis e atos normativos
municipais, dos atos administrativos e do direito pré-constitucional.

Dica 10

A educação é um dos mais importantes direitos sociais, na medida em que possibilita que o indivíduo alcance
o máximo de suas potencialidades. A Constituição estabelece que a educação é um direito de todos; trata-
se de dever do Estado e da família, devendo ser promovida com a colaboração da sociedade.

O inciso IV do art. 206 estabelece a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais. Com base
nesse dispositivo, o STF já editou inclusive a Súmula Vinculante nº 12.

A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV,
da CF.”

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Ética Profissional

Dica 01

Sociedade de Advogados

▪ A sociedade de advogados adquire personalidade jurídica com o


registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da
OAB em cuja base territorial tiver sede;
▪ Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de
advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou
integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de
advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional;
▪ Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem representar em juízo
clientes de interesses opostos;
▪ A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia podem ter como sede, filial ou local
de trabalho espaço de uso individual ou compartilhado com outros escritórios de advocacia ou
empresas, desde que respeitadas as hipóteses de sigilo.
▪ Razão Social: A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado
responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista tal
possibilidade no ato constitutivo.
▪ Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem subsidiária
e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia,
sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer.
▪ NÃO serão admitidas a registro, nem podem funcionar, as sociedades:
o que apresentem forma ou características de sociedade empresária;
o que adotem denominação de fantasia;
o que realizem atividades estranhas à advocacia;
o que incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita
como advogado ou totalmente proibida de advogar.

Dica 02

Atividade da Advocacia

▪ É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade;


▪ São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo
das sanções civis, penais e administrativas;
▪ O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os dez dias seguintes à notificação da
renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo;
▪ São atividades privativas de advocacia:

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I - a postulação a órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais;


II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
+ Gerência Jurídica
+ Visar atos e contratos constitutivos de pessoa jurídicas.
Exceções: PAD; Jus Postulandi; HC; Juizado Especial Civil (Até 20 S.M)

Dica 03

Sigilo Profissional

▪ O advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos de que tome conhecimento no exercício da
profissão;
▪ O sigilo profissional é de ordem pública, independendo de solicitação de reserva que lhe seja feita
pelo cliente;
▪ O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias excepcionais que configurem justa causa,
como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra ou que envolvam defesa própria.

Dica 04

Relação Cliente e Advogado

▪ As relações entre advogado e cliente baseiam-se na confiança recíproca;


▪ O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio
conhecimento deste, salvo por motivo plenamente justificável ou para adoção de medidas judiciais
urgentes e inadiáveis;
▪ A renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do motivo que a determinou;
▪ O advogado não se sujeita à imposição do cliente que pretenda ver com ele atuando outros
advogados, nem fica na contingência de aceitar a indicação de outro profissional para com ele
trabalhar no processo.

Dica 05

Direito dos Advogados

▪ ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao
exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais
casos, a comunicação expressa à seccional da OAB;
O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da profissão,
em caso de crime inafiançável
▪ não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado
Maior, com instalações e comodidades condignas e, na sua falta, em prisão domiciliar;

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▪ a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de


trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao
exercício da advocacia.
o Atenção:
o Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de
advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da
inviolabilidade;
o Vedada a determinação da medida cautelar se fundada exclusivamente em
elementos produzidos em declarações do colaborador sem confirmação por
outros meios de prova.
o É garantido o direito de acompanhamento por representante da OAB e pelo
profissional investigado durante a análise dos documentos e dos dispositivos de
armazenamento de informação pertencentes a advogado, apreendidos ou
interceptados.
▪ Comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes
se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que
considerados incomunicáveis;
▪ Ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício da profissão ou em razão dela.

Dica 06

Direitos das Advogadas

Der à Adotante Adotante


Direitos Gestante Lactante
Luz Mulher Homem

Entrada nos Tribunais sem detectores de


SIM NÃO NÃO NÃO NÃO
Metais e Raio X
Reserva de Vagas de Garagem SIM NÃO NÃO NÃO NÃO
Acesso à Creche ou Local Adequado para
NÃO SIM SIM SIM SIM
necessidades do Bebê
Preferência na ordem das Sustentações
Orais e Audiências
SIM SIM SIM SIM SIM
* Comprovação da sua condição

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SIM

Pelo SIM SIM


Suspensão dos Prazos Processuais
prazo
Pelo prazo Pelo prazo
* Única Patrona(o) NÃO NÃO de 30
de 30 dias de 08 dias
dias a
a partir da a partir da
* Notificação escrita ao Cliente partir
adoção adoção
do
parto

➢ A condição de GESTANTE e LACTANTE são temporárias, razão pela qual os direitos lhe serão
conferidos enquanto estiverem nas condições de Gestante e/ou Lactante.
➢ Em se tratando de ADOTANTES (que podem ser Mulheres e Homens), as prerrogativas irão
vigorar pelo prazo de 120 dias, o que corresponde ao prazo atribuído a título de licença
maternidade às empregadas celetistas em geral, conforme previsto no Artigo 392, da CLT.
➢ Em se tratando de Advogada que DER À LUZ, as prerrogativas irão vigorar pelo prazo de 120 dias,
o que corresponde ao prazo atribuído a título de licença maternidade às empregadas celetistas
em geral, conforme previsto no Artigo 392, da CLT.

Dica 07

Honorários Advocatícios

➢ Pertencem ao Advogado(a).
➢ O acordo feito pelo Cliente do Advogado e a Parte Contrária, não lhe prejudica o recebimento dos
honorários convencionados ou concedidos em sentença, salvo autorizado do próprio Advogado.
➢ O(A) Advogado(a) deverá observar os valores mínimos contidos na Tabela de Honorários,
estipulados pelo Conselho Seccional da OAB, onde for realizada a prestação dos serviços.
➢ A cobrança de honorários advocatícios abaixo da Tabela de Honorários será considerada como
aviltamento de honorários e, consequentemente, infração disciplinar, conforme previsto no Art. 2º,
inciso VIII, alínea “f”, do CED.
➢ Tem caráter alimentar, pois se destina ao sustento, manutenção e moradia do(a) Advogado(a) e sua
família (RESP nº 146.318-0).
➢ É considerado CRÉDITO PRIVILEGIADO nas ações que houver concurso de credores, por exemplo:
Ação de Recuperação Judicial, Insolvência Civil, entre outras.
➢ É impenhorável, segundo estabelece o Artigo 833, inciso I, do CPC, pois é destinado ao sustento do
próprio(a) Advogado(a).
➢ Deve ser contratado preferencialmente por escrito, caracterizando-se assim, como Título Executivo
Extrajudicial.
➢ Podem ser cobrados por meio de máquina de cartão de crédito.

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➢ No caso de substabelecimento sem reserva de poderes, o valor relativo aos honorários de


sucumbência pertencerão a ambos, Advogado(a) Substabelecente e Advogado(a) Substabelecido,
de forma proporcional a atuação de cada um.
➢ Havendo bloqueio judicial do patrimônio do Cliente, é garantia do Advogado(a) a liberação de até
20% sobre os bens bloqueados do Cliente, para recebimento de seus honorários advocatícios, bem
como reembolso com as despesas para sua Defesa.
➢ Essa garantia deixa de existir nas hipóteses das causas relacionadas aos crimes previstos na Lei de
Drogas (nº 11.343/2006).
➢ O pedido para desbloqueio dos bens do Cliente deverá ser feito em autos apartados, que
permanecerão em sigilo, mediante a apresentação do respectivo Contrato de Prestação de Serviços
Advocatícios.

Dica 08

Espécies de Honorários Advocatícios

Existem 04 espécies de Honorários Advocatícios, quais sejam:

➢ Convencionados ou Contratados

São aqueles devidamente ajustados pelas partes: Cliente – Advogado(a).

Consideram-se também honorários convencionados aqueles decorrentes da indicação de Cliente entre


Advogados(as) ou Sociedade de Advogados(as) – Art 22, §8º, do EAOAB.

São livremente pactuados pelas partes Cliente-Advogado(a), desde que observados os valores mínimos da
Tabela de Honorários do Conselho Seccional da OAB, do local onde for prestado os serviços.

Podem ser fixados no início e/ou no final da prestação dos serviços advocatícios.

Se fixados para o final da prestação dos serviços, temos como subespécie de Honorários Advocatícios
Contratados, os honorários denominados como Quota Litis, que aquele estabelecido sobre o êxito ou o
resultado da demanda (Ad Exitum).

O acordo (extrajudicial ou judicial) feito pelo Cliente do Advogado(a) e a Parte Contrária, não lhe retira o
direito ao recebimento dos honorários contratados, salvo deliberação diferente estabelecida pelo
Advogado(a).

➢ Arbitrados Judicialmente

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

Na hipótese do(a) Advogado(a) não ter firmado o contrato de prestação de serviços, deverá, para tentar
receber o crédito a título de honorários, ingressar com Ação de Arbitramento de Honorários Advocatícios
(natureza de Conhecimento).

O valor dos honorários será definido pelo Juízo da Causa, observando o trabalho realizado pelo Advogado(a)
e o valor econômico da causa, atentando-se aos valores mínimos previstos pela Tabela de Honorários.

Na hipótese da propositura da Ação de Arbitramento de Honorários Advocatícios pelo(a) Advogado(a) contra


o(a) seu(sua) Cliente, o Código de Ética e Disciplina estabelece que o(a) Advogado(a) deverá renunciar a
causa em que esta patrocinando.

➢ De Sucumbência ou Sucumbenciais

São os honorários fixados ao final da demanda judicial pelo Juízo, como remuneração ao Advogado(a) da
parte vencedora.

A responsabilidade pelo pagamento pertence à Parte que perdeu a ação judicial.

O valor dos honorários de sucumbência será fixado pelo Juiz de Direito, entre entre o mínimo de 10% até o
máximo de 20% do valor sobre o valor da condenação.

No caso de Substabelecimento Sem Reserva de Poderes, o valor relativo aos honorários de sucumbência
pertencerão a ambos, Advogado(a) Substabelecente e Advogado(a) Substabelecido(a), de forma
proporcional a atuação de cada um.

No âmbito da Justiça do Trabalho, a CLT prevê que os honorários de sucumbência serão fixados entre o valor
mínimo de 5% e o valor máximo de 15% da liquidação da sentença, do valor econômico obtido ou se não
for possível calcular, sobre o valor da causa atualizado.

➢ Assistenciais

Os honorários Assistenciais referem-se àqueles recebidos pelo(a) Advogado(a) que atue em favor de
Sindicatos, Entidades de Classe, Confederações, Federações e Associações, no âmbito da Justiça do
Trabalho.

São fixados em Ações Coletivas (aquelas que beneficiarão uma coletividade de pessoas).

Dica 09

Publicidade Profissional

➢ Deve ser MODERADA, DISCRETA e ter finalidade MERAMENTE INFORMATIVA.

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ESTRATÉGIA OAB – REVISÃO DE VÉSPERA XXXVIII

➢ Portanto, estão proibidos a veiculação de publicidade profissional por meio de mala direta,
distribuição de panfletos, rádio, cinema, televisão, outdoors, painéis luminosos, muros, paredes,
veículos, elevadores ou qualquer outro espaço público.
➢ Ficam também proibidos a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras
atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras (Imobiliárias, Corretores de Seguros,
Escritórios de Contabilidade, entre outras).
➢ Exceções:
o É permitida a utilização de placas, painéis luminosos e inscrições na FACHADA DO
ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA.
o Envio de mala direta ou panfletos aos clientes do(a) próprio(a) Advogado(a),
comunicando o ingresso de novo sócio, nova área de especialidade do escritório,
alteração ou mudança de telefone/e-mail/endereço, etc.
o Entrega de mala direta às pessoas que sejam colegas e clientes, que venham e solicitem
ao Advogado(a).
➢ A participação do Advogado(a) na imprensa é permitida, desde que não seja reiterada e habitual,
sempre com o objetivo instrutivo e educacional, sendo proibida a promoção pessoal e
profissional.
➢ A participação do Advogado(a) nos meios de comunicação não deve induzir a litigar, tampouco
visar a captação de clientela.
➢ Será admitida a celebração de termo de ajustamento de conduta no âmbito dos Conselhos
Seccionais e do Conselho Federal para fazer cessar a publicidade irregular praticada por
advogados e estagiários.

Dica 10

Sanções Disciplinares

➢ Se tratam de 04 tipos: Censura, Suspensão, Exclusão e Multa


➢ Censura:
✓ É a penalidade mais branda;
✓ Não acarreta a interdição do exercício profissional;
✓ Pode ser convertida em advertência, em ofício reservado, quando estiver presente
circunstância atenuante.
✓ Se o fato apurado não tiver gerado repercussão negativa à Advocacia, será admissível a
celebração de Termo de Ajustamento de Conduta (Art. 58-A, do CED).
✓ Aplicabilidade:
✓ infrações dos incisos I ao XVI e inciso XXIX, do artigo 34, do EAOAB.
✓ violação ao preceito do CED.
✓ violação a preceito desta lei, quando para a infração não se tenha estabelecido
sanção mais grave.
➢ Suspensão:

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✓ É a penalidade considerada média;


✓ Acarreta a interdição do exercício profissional pelo(a) Advogado(a) por determinado
período/prazo, em todo o território nacional (art. 42, EAOAB):

❑ Regra Geral: de 30 dias até 12 meses


❑ Exceção 01: de 30 dias até Prestação de Contas (34, XXI)
❑ Exceção 02: de 30 dias até Pagamento (34, XXIII)
❑ ADI 7020 - STF declarou a inconstitucionalidade
❑ Exceção 03: de 30 dias até Provas de Habilitação (34, XXIV)
✓ Aplicabilidade:
✓ infrações dos incisos XVII ao XXV, do EAOAB;
✓ reincidência em infração disciplinar;
➢ Exclusão:
✓ É a penalidade considerada mais grave;
✓ Deixa de ser Advogado(a), consequentemente, fica impedido de exercer atos de
advocacia (art. 42, EAOAB);
✓ Ocorre o cancelamento da inscrição junto aos Quadros da OAB;
✓ É obrigado a devolver à OAB a Carteira de Advogado(a) (Art. 74, do EAOAB).
✓ Aplicabilidade:
✓ infrações dos incisos XXVI ao XXVIII, artigo 34, EAOAB;
✓ se houver a aplicação da penalidade de suspensão por 03 vezes.
✓ Manifestação favorável de 2/3 do Conselho Seccional
➢ Multa:
✓ Sanção disciplinar de natureza financeira;
✓ Trata-se de sanção pecuniária acessória;
✓ Valor variável, entre 01 até 10 anuidades;
✓ Quando há circunstâncias agravantes;
✓ Nunca é aplicada isoladamente;
✓ Aplicada cumulativamente com as sanções de censura ou suspensão;

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