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REVISÃO DE VÉSPERA – PGM-SP ESTRATÉGIA

CARREIRA
JURÍDICA
REVISÃO DE VÉSPERA – PGM-SP ESTRATÉGIA
CARREIRA
JURÍDICA

Olá, Futuros Procuradores e Procuradoras do Município de São Paulo! Tudo bem?


Aqui é Ricardo Torques, coordenador do Estratégia Carreira Jurídica e do Estratégia.
A equipe de procuradores do Estratégia Carreira jurídica preparou um curso de
“revisão de véspera” presencial para vocês, com diversas aulas sobre pontos
estratégicos na preparação para a prova da PGM-SP.
São aulas presenciais, em um evento todo preparado para vocês com os seus
professores do time de procuradorias do seu curso preferido!

Depois de muito tempo apenas com aulas on-line, finalmente é a oportunidade


para nos encontrarmos presencialmente para um dia completo de muito
conteúdo e muita interação, nesse momento de grande importância para vocês!

Por isso, estaremos lá com nossa equipe para dar todo suporte, não apenas no conteúdo, mas um suporte pessoal
para que vocês tenham o melhor desempenho possível nesta prova.
ENDEREÇO
Você é nosso convidado para participar presencialmente do curso, interagindo com os professores e passando todo
o dia conosco, com muito conteúdo.
Fique atento ao endereço abaixo e aos horários acima.

LOCAL: CENTRO DE CONVENÇÕES REBOUÇAS


Endereço:
Av. Rebouças, 600 - Pinheiros, São Paulo - SP, 05402-000.
Auditório Amarelo.

Entradas:
Carro: Av. Rebouças, 600 – Pinheiros;
Táxi/Uber/Pedestres: Avenida Doutor Enéas Carvalho de Aguiar, 23 – Pinheiros.

Importante! Não há ingresso, basta levar um documento com foto.


CONTEÚDO DO CURSO
Veja a grade de aulas que serão ministradas:
HORÁRIO TEMPO MATÉRIA PROFESSOR
07:00 as 08:00 01:00 Direito Administrativo Rodolfo Penna
08:00 às 09:00 01:00 Direito Constitucional Nelma Fontana
09:00 às 10:00 01:00 Direito Processual Civil Josias Barcellos
10:00 as 11:00 01:00 Direito Civil Paulo Sousa
11:00 as 11:30 01:00 Difusos e Coletivos - Urbanístico Igor Maciel
11:30 às 12:00 00:30 Direito Penal Michael Procópio
12:00 as 12:30 00:30 Direito Processual Penal Ivan Marques
12:30 às 13:00 00:30 Direito Empresarial Alessandro Sanchez
13:00 as 14:00 01:00 Direito Previdenciário Rubens Maurício
14:00 às 14:30 00:30 Difusos e Coletivos - Ambiental Thiago Leite
14:30 às 15:00 00:30 Direito do Trabalho Felipe Fernandes
15:00 às 15:30 00:30 Direito Processual do Trabalho Lucas Pessoa
15:30 às 16:30 01:00 Direito Tributário Felipe Duque
16:30 às 17:00 00:30 Difusos e Coletivos - Leis Locais Joana Portela
17:00 às 17:30 00:30 Direito Financeiro João Lawal
REVISÃO DE VÉSPERA – PGM-SP ESTRATÉGIA
CARREIRA
JURÍDICA

17:30 as 18:00 00:30 Direito Administrativo - Lei Local Bruno Betti


18:00 às 19:00 01:00 Fazenda Pública em Juízo Igor Maciel
19:00 às 19:10 00:10 Encerramento Todos
Você pode também entrar em nosso canal do Telegram para não perder nossas principais informações no seguinte
link:
https://t.me/+9DbcEBRRFvFiYWFh
INTERVALOS E ALIMENTAÇÃO
No dia do evento, disponibilizaremos café e água. Vale levar um lanchinho para fazer durante as aulas.

Entre às 12:00 e às 13:00 teremos um intervalo para o almoço.

As aulas deste período (Direito Processual Penal – Ivan Marques – e Direito Empresarial – Alessandro Sanchez) serão
gravadas previamente para transmitirmos para quem estiver apenas on-line.
Para quem estiver no presencial, essas aulas estarão previamente na sua plataforma, no dia 15/06. Sugerimos que
assistam essas aulas antecipadamente para que, no dia do evento presencial, possam realizar esse intervalo para
almoço.
Como sugestão, a região conta com inúmeros restaurantes, especialmente nas ruas Dr. Melo Alves, Rua da
Consolação e na Rua Bela Cintra. Basta atravessar a passarela expressa para chegar nos locais. Mas, atenção! Não
perca o retorno para as aulas às 13h!
REVISÃO DE VÉSPERA – PGM-SP ESTRATÉGIA
CARREIRA
JURÍDICA

SUMÁRIO
Direito Administrativo – Prof. Rodolfo Penna ......................................................................................................................... 4
Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ...................................................................................................................... 13
Direito Processual Civil – Prof. Josias Barcellos ............................................................................................................................ 14
Direito Civil – Prof. Paulo Sousa ................................................................................................................................................... 22
Difusos e Coletivos: Urbanístico – Prof. Igor Maciel ..................................................................................................................... 26
Direito Penal – Prof. Michael Procópio ........................................................................................................................................ 28
Direito Processual Penal – Prof. Ivan Marques ............................................................................................................................. 31
Direito Empresarial – Prof. Alessandro Sanchez ........................................................................................................................... 32
Direito Previdenciário – Prof. Rubens Maurício............................................................................................................................ 35
Direito Ambiental – Prof. Thiago Leite ......................................................................................................................................... 39
Direito do Trabalho – Prof. Felipe Fernandes ............................................................................................................................... 47
Direito Processual do Trabalho – Prof. Felipe Fernandes ............................................................................................................. 50
Direito Tributário – Prof. Felipe Duque ........................................................................................................................................ 54
Difusos e Coletivos: Leis Locais – Prof. Joana Portela ................................................................................................................... 63
Direito Financeiro – Prof. João Lawall .......................................................................................................................................... 69
Direito Administrativo: Lei Local – Prof. BVruno Betti .................................................................................................................. 73
Fazenda Pública em Juízo – Prof. Igor MAciel............................................................................................................................... 76
Considerações finais................................................................................................................................................................ 78

DIREITO ADMINISTRATIVO – PROF. RODOLFO PENNA

LEI 14.133/2021 – LICITAÇÕES

Publicidade diferida
Art. 13 (...)
Parágrafo único. A publicidade será diferida:
I – quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura;
II – quanto ao orçamento da Administração, nos termos do art. 24 desta Lei.
Art. 24. Desde que justificado, o orçamento estimado da contratação poderá ter caráter sigiloso
I – o sigilo não prevalecerá para os órgãos de controle interno e externo;

Regra: público

Orçamento
Exceção: sigiloso, se Sigilo não prevalece para os
devidamente fundamentado órgãos de controle

Segregação de funções
Art. 7º (...)
§ 1º A autoridade referida no caput deste artigo deverá observar o princípio da segregação de funções, vedada a
designação do mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo a
reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação.

Regra Geral Agente de Contratação

Bens ou serviços Pode substituir por


Condução da licitação especiais comissão

Diálogo competitivo Deve formar comissão


Exceções
Pregão Pregoeiro

Leiloeiro oficial ou
Leilão
servidor designado

Pregão
Obrigatório (lei): Bens e serviços comuns
Facultativo: Serviços comuns de engenharia (cabe concorrência)
Critérios de julgamento
Menor preço e maior desconto
Concorrência
Obrigatória:
a) Bens e serviços especiais (inclusive de engenharia;
b) Obras;
Facultativa:
Serviços comuns de engenharia (facultativo)
Concurso
Trabalho técnico, científico ou artístico
Critérios de julgamento (tipos de licitação):
Melhor técnica ou conteúdo artístico
Leilão
Alienação de bens: Móveis - Imóveis
Critérios de julgamento: maior lance
Diálogo competitivo

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Inovação tecnológica ou técnica

Impossibilidade de ter necessidade satisfeita


Objeto com as seguintes condições
sem a adaptação de soluções;

Impossibilidade de as especificações técnicas


serem definidas com precisão suficiente
Diálogo
competitivo a) a solução técnica mais adequada; b) os
Necessidade de definir e identificar as
requisitos técnicos aptos a concretizar a
alternativas que possam satisfazer
solução já definida; c) a estrutura jurídica ou
necessidades
financeira do contrato;
Concessões de serviços públicos e parcerias
público-privadas

Procedimento:
a) Formação da comissão de contratação;
b) Edital: prazo mínimo de 25 dias úteis para manifestar interesse na participação da licitação; Critérios objetivos
para pré-seleção dos interessados, admitindo todos que preencherem os requisitos;
c) Reuniões e interações (“diálogo”) com os licitantes pré-selecionados;
d) Identificada a solução ou as soluções que atendam às necessidades da Administração, o diálogo será declarado
concluído;
e) Novo edital: especificação da solução e os critérios objetivos a serem utilizados para seleção da proposta;
f) Somente participam da fase competitiva os licitantes pré-selecionados para a fase do diálogo;
g) O prazo para a proposta será de, no mínimo, 60 dias úteis.
Inexigibilidade

Profissional do setor artístico

Serviços técnicos especializados, predominantemente intelecutal

Credenciamento

Aquisição ou locação de imóveis com instalações ou localização necessárias

Contratação direta
Serviços técnicos especializados

Regime anterior Nova lei

Serviço técnico Serviço técnico

Natureza predominantemente
Natureza singular
intelectual

Notória especialização Notória especialização

d) Credenciamento

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IV – objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento;
Hipóteses de contratação
I – paralela e não excludente: caso em que é viável e vantajosa para a Administração a realização de contratações
simultâneas em condições padronizadas;
II – com seleção a critério de terceiros: caso em que a seleção do contratado está a cargo do beneficiário direto da
prestação;
III – em mercados fluidos: caso em que a flutuação constante do valor da prestação e das condições de contratação
inviabiliza a seleção de agente por meio de processo de licitação.
Não é possível estabelecer critério de pontuação, de forma que os credenciados sejam avaliados e organizados
segundo uma ordem de classificação para posterior contratação. O critério de escolha quanto ao credenciado que
irá prestar o serviço não pode levar em conta a competição. São exemplos de critérios válidos: escolha do terceiro
que irá utilizar o serviço, rodízio, sorteio, opções de voo (no caso de fornecimento de passagens) etc.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.747.636-PR, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 03/12/2019.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Informativo 1066
Improbidade Administrativa
Os entes públicos que sofreram prejuízos em razão de atos de improbidade também estão autorizados, de forma
concorrente com o Ministério Público (MP), a propor ação e a celebrar acordos de não persecução civil em relação
a esses atos. ADI 7042/DF, relator Min. Alexandre de Moraes, julgamento finalizado em 31.8.2022; ADI 7043/DF,
relator Min. Alexandre de Moraes, julgamento finalizado em 31.8.2022.
No tocante ao polo passivo, não deve existir obrigatoriedade de defesa judicial do agente público que cometeu ato
de improbidade por parte da Advocacia Pública, pois a sua predestinação constitucional, enquanto função essencial
à Justiça, identifica-se com a representação judicial e extrajudicial dos entes públicos. Contudo, permite-se essa
atuação em caráter extraordinário e desde que norma local assim disponha.
Informativo 1065
Improbidade Administrativa
“É necessária a comprovação de responsabilidade subjetiva para a tipificação dos atos de improbidade
administrativa, exigindo-se — nos artigos 9º, 10 e 11 da LIA — a presença do elemento subjetivo — DOLO;
2) A norma benéfica da Lei 14.230/2021 — revogação da modalidade culposa do ato de improbidade administrativa
—, é IRRETROATIVA, em virtude do artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, não tendo incidência em relação
à eficácia da coisa julgada; nem tampouco durante o processo de execução das penas e seus incidentes;
3) A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de improbidade administrativa culposos praticados na vigência do
texto anterior da lei, porém sem condenação transitada em julgado, em virtude da revogação expressa do texto
anterior; devendo o juízo competente analisar eventual dolo por parte do agente;
4) O novo regime prescricional previsto na Lei 14.230/2021 é IRRETROATIVO, aplicando-se os novos marcos
temporais a partir da publicação da lei.” ARE 843989/PR, relator Min. Alexandre de Moraes, julgamento finalizado
em 18.8.2022
Dolo
Art. 1º (...) § 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º,
10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente.
Dolo específico
Art. 11 (...) § 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº
5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplicação deste artigo, quando for
comprovado na conduta funcional do agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para si ou para
outra pessoa ou entidade.
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos de improbidade administrativa tipificados nesta Lei e
em leis especiais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade administrativa instituídos por lei.
Sanções

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Perda dos bens e Perda da função Suspensão dos Multa civil Proibição de
valores pública direitos políticos contratar e
receber
benefícios
Art. 9º Sim Sim Até 14 anos Equivalente ao Até 14 anos
acréscimo
patrimonial

Art. 10 Sim, se houver Sim Até 12 anos Equivalente ao Até 12 anos


valor do dano

Art. 11 Não Não Não 24 vezes o valor Até 4 anos


da remuneração

Ação de Improbidade Administrativa


Indisponibilidade dos bens

Redação original Redação com a lei 14.230/2021

Periculum in mora presumido. Ausência de Deve demonstrar, no caso concreto:


necessidade de demonstração. Bastava a mera a) Perigo de dano irreparável ou de risco ao
demonstração do fumus boni iuris (STJ). resultado útil do processo (periculum in mora);
Entendia-se que se tratava de tutela de evidência (STJ). b) Probabilidade da ocorrência dos atos descritos
na petição inicial (fumus boni iuris).

Poderia ser decretado sem oitiva do réu. Somente após a oitiva do réu em 05 dias, salvo quando
o contraditório prévio puder comprovadamente
frustrar a efetividade da medida ou houver outras
circunstâncias que recomendem a proteção liminar,
não podendo a urgência ser presumida.

Podia recair sobre bens suficientes para assegurar o Não assegura pagamento de multa, apenas o
valor de eventual multa a ser aplicada (além do ressarcimento ao erário e a perda dos bens acrescidos
ressarcimento e perda dos bens ilicitamente ilicitamente.
acrescidos).

SERVIDORES PÚBLICO

Concurso Público
Súmula Vinculante 43: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem
prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual
anteriormente investido.
Direito à nomeação
Direito subjetivo à nomeação
 Aprovado dentro do número de vagas definidas no edital;

 Passa a figurar dentro das vagas do edital em razão da desistência de candidato mais bem classificado;

 Caso haja preterição da ordem de classificação, ainda que em virtude de contratações precárias, neste último
caso desde que comprovada da existência de cargos vagos;

 Manifestação inequívoca da Administração quanto à necessidade de contratação;

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 Quando a Administração nomear o candidato mais bem classificado, ainda que fora do número de vagas, e
este manifestar desistência;
Exceção ao direito subjetivo à nomeação
 Situação excepcional, demonstrados os seguintes requisitos: a) superveniência; b) imprevisibilidade; c)
gravidade; e d) necessidade.
Mera expectativa de direito à nomeação
 Candidatos aprovados fora do número de vagas do edital;

 Contratação de servidores temporários ou o emprego de servidores comissionados, terceirizados ou


estagiários, por si só, não caracterizam preterição na convocação e na nomeação de candidatos advindos de
concurso público;
 Quando a convocação para próxima fase ou a nomeação de candidatos com posição inferior se dá por força
de cumprimento de ordem judicial;
 Quando houver simples requisição ou a cessão de servidores públicos não configura preterição da lista de
classificação.
Informativo 715-STJ: Para a recusa à nomeação de aprovados dentro do número de vagas em concurso público
devem ficar comprovadas as situações excepcionais elencadas pelo Supremo Tribunal Federal no RE 598.099/MS,
não sendo suficiente a alegação de estado das coisas - pandemia, crise econômica, limite prudencial atingido para
despesas com pessoal -, tampouco o alerta da Corte de Contas acerca do chamado limite prudencial. A recusa à
nomeação dos candidatos aprovados dentro do número de vagas deve ser a última das alternativas.
RMS 66.316-SP, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), Primeira Turma, por
unanimidade, julgado em 19/10/2021
Direito à indenização, progressão funcional e promoção em virtude da demora na nomeação
O STF e o STJ já firmaram jurisprudência definindo que a nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso
público não gera direito à indenização, ainda que a demora tenha origem em erro reconhecido pela própria
Administração Pública, tendo em vista que ensejaria o enriquecimento sem causa do candidato que não realizou
efetivo exercício do cargo ou emprego público. Excepcionalmente será reconhecido direito à indenização se
comprovada arbitrariedade flagrante da Administração.
STF: RE 724347; STJ: REsp 1.238.344-MG
Sistema remuneratório
Os pagamentos indevidos aos servidores públicos decorrentes de erro administrativo (operacional ou de cálculo),
não embasado em interpretação errônea ou equivocada da lei pela Administração, estão sujeitos à devolução,
ressalvadas as hipóteses em que o servidor, diante do caso concreto, comprova sua boa-fé objetiva, sobretudo com
demonstração de que não lhe era possível constatar o pagamento indevido. REsp 1.769.306/AL, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 10/03/2021. (Tema 1009).
Por outro lado, os valores recebidos por força de decisão judicial precária, posteriormente revogada, devem ser
restituídos à Administração Pública, não cabendo a aplicação do entendimento da boa-fé do servidor público, uma
vez que conhecia o caráter precário da decisão e a possibilidade de revogação ou modificação a qualquer tempo
(AgRg no REsp 1408831/CE).

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Má-fe do servidor público Deve devolver

Erro de interpretação da lei Não deve devolver


Devolução de valores pagos
indevidamente
Regra: deve devolver

Erro administrativo (operacional


ou de cálculo) Exceção: não devolve se
comprovar boa-fé (não tinha
como conhecer o erro).

Greve dos servidores públicos


Servidores públicos militares: não possuem direito à greve nem à sindicalização (art. 142, §3º, IV, CF);
Servidores públicos civis: possuem direito à greve garantido pela Constituição, na forma da lei específica a ser
editada pelo Poder Legislativo (art. 37, VII, CF). Enquanto não editada lei específica, aplica-se a lei de greve dos
empregados da iniciativa privada (lei 7.783/79).
Carreiras policiais e que atuam na segurança pública: não possuem direito à greve (STF), assegurada a participação
do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos de classe.
Desconto da remuneração dos dias de paralização
O Poder Público deve descontar os dias de paralisação dos servidores grevistas, em virtude da suspensão do vínculo
funcional no período, permitida a compensação de horários em caso de acordo. Somente será vedado o desconto
no caso de greve deflagrada por conduta ilícita do Poder Público (RE 693.456).

PODER DE POLÍCIA

Delegação do Poder de Polícia

Pessoa jurídica de Direito


Pode exercer o poder de polícia de forma plena;
público

Pessoa jurídica de Direito STF: pode exercer poder de polícia (exceto a ordem de polícia)
privado integrante da se prestadora de serviço público, com capital social
Administração indireta majoritariamente público e atue em regime não concorrencial.

As atividades acessórias ao poder de polícia podem ser


ATIVIDADES ACESSÓRIAS exercidas por entidades da inciativa privada e por equipamentos
eletrônicos.

TERCEIRO SETOR

OS (Lei 9.637/98) OSCIP (Lei 9.970/99)

Qualificação é ato discricionário (art. 1º); Qualificação é ato vinculado (art. 1º, §2º);

Atividades: ensino, pesquisa científica, desenvolvimento Rol mais amplo (art. 3º);
tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura,
saúde (art. 1º);
Não exige tempo mínimo de constituição; Exige 3 anos de constituição e
funcionamento (art. 1º);

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Exige conselho de administração (art. 2º, I, “c”); Exige conselho fiscal (art. 4º, III);

Presença obrigatória de representante do poder público no Presença facultativa de representante do


conselho de administração (art. 2º, I, “d”); poder público (art. 4º, parágrafo único);

OS (Lei 9.637/98) OSCIP (Lei 9.970/99)

Parceria: Contrato de gestão (art. 5º); Parceria: Termo de parceria (art. 9º);

Desqualificação quando descumprir disposições do contrato Desqualificação quando deixar de


de gestão; preencher os requisitos da lei;

Idealizadas para substituir órgãos e entidades da Não foram idealizadas para substituir
Administração Pública que seriam extintos e a atividade órgãos ou entidades da administração.
“absorvida” pela OS.
OSC – Lei 13.019/2016
Termo de colaboração Termo de fomento Acordo de cooperação

Envolve transferência de recurso Envolve transferência de recurso Não envolve transferência de


financeiro; financeiro; recurso financeiro;

Proposto pela Administração Proposto pelas OSCs; Não há distinção;


Pública;

Exige chamamento público. Exige chamamento público. Em regra, não exige chamamento
público.

INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA

Servidão Requisição Ocupação Temporária Limitação


Administrativa Administrativa Administrativa

Direito Real; Direito pessoal; Direito pessoal; Limitação geral;

Bens imóveis; Bens móveis, imóveis e Bens imóveis; Bens móveis, imóveis ou
serviços; serviços, sempre
indeterminados;
Finalidade pública; Combate a perigo Dar auxílio a uma obra ou Promover a função social
iminente; serviço público; da propriedade;

Perpetuidade; Transitório/temporário; Transitório/temporário; Permanente;

Não há indenização, Não há indenização, salvo Não há indenização, salvo Não há indenização,
salvo prejuízo prejuízo comprovado. prejuízo comprovado. salvo prejuízo
comprovado. comprovado.
Tombamento
Objeto
O STF e o STJ já se manifestaram quanto à viabilidade de tombamento, pelo Município, de bens dos Estados e da
União, assim como os Estados podem tombar bens federais (STF: ACO 1.208 AgR/MS; STJ: RMS 18.952/RJ).
Desapropriação
Hierarquia federativa
DL 3.365/41

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Art. 2º (...) § 2º Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão ser
desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder
autorização legislativa.
Desapropriação Indireta
Prazo prescricional da ação de desapropriação indireta
Súmula 119-STJ: A ação de desapropriação indireta prescreve em vinte anos
Em regra, portanto, o prazo prescricional das ações indenizatórias por desapropriação indireta é decenal,
presumindo-se que o Ente Público realizou obras ou serviços de caráter produtivo. Admite-se, excepcionalmente, o
prazo prescricional de 15 anos, caso concreta e devidamente afastada a presunção legal (EREsp 1575846/SC).
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe
a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença,
a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no
imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.

SERVIÇOS PÚBLICOS

Concessão e permissão
Art. 2º (...)
II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação,
na modalidade de concorrência ou diálogo competitivo, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;
IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços
públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho,
por sua conta e risco.
CONCESSÃO PERMISSÃO

Modalidade de licitação concorrência ou diálogo Modalidade de licitação não especificada;


competitivo;

Forma definitiva; Título precário;

Pessoa Jurídica ou consórcio de empresas; Pessoa física ou jurídica.

Prazo determinado. Não menciona prazo (embora deva ser determinado).

Licitação para concessão ou permissão de serviço público


Salvo situações excepcionais, devidamente comprovadas, o implemento de transporte público coletivo pressupõe
prévia licitação. STF. Plenário. RE 1001104, Rel. Marco Aurélio, julgado em 15/05/2020 (Repercussão Geral – Tema
854) (Info 982 – clipping).
É constitucional dispositivo de lei federal que altera o regime de outorga da prestação regular de serviços de
transporte terrestre coletivo de passageiros desvinculados da exploração de obras de infraestrutura, permitindo sua
realização mediante mera autorização estatal, sem a necessidade de licitação prévia, desde que cumpridos
requisitos específicos. ADI 5.549/DF, relator Ministro Luiz Fux, julgamento finalizado em 29.3.2023 ADI 6.270/DF,
relator Ministro Luiz Fux, julgamento finalizado em 29.3.2023

PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS

Concessão patrocinada Concessão Administrativa

Tarifas dos usuários + contraprestação do parceiro Serviços que a Administração é usuária direta ou
público. indireta. A remuneração advém exclusivamente do
parceiro público.

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O objeto da concessão será sempre um serviço público. O objeto da contratação poderá ser um serviço público
ou um serviço administrativo.
Vedações à celebração de PPPs
§ 4º É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:
I – cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);
I - cujo valor do contrato seja inferior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais); (Redação dada pela Lei nº 13.529,
de 2017)
II – cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos; ou
III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos
ou a execução de obra pública.

DIREITO CONSTITUCIONAL – PROF. NELMA FONTANA


Poder Constituinte
Político; ilimitado;
Originário
incondicionado; permanente.
Poder Constituinte

Reformador

Derivado Revisor

Decorrente

Difuso Mutação Constitucional

Auto-organização
Constituição Federal Constituição Estadual Lei Orgânica do Município

2 turnos de votação na em cada 2 turnos de votação na Assembleia 2 turnos de votação (interstício


Casa do Congresso Nacional; Legislativa; mínimo de 10 dias);
Quórum de 3/5; Quórum: 3/5; Quórum de 2/3;
Promulgação: Mesa da Câmara e Pode ter iniciativa popular; Não serve como parâmetro de
Mesa do Senado; Há assuntos de iniciativa privativa controle de constitucionalidade.
Não admite iniciativa popular; do Governador.
Não pode ser emendada durante
estado de defesa, estado de sítio e
intervenção federal.
Aplicabilidade das normas constitucionais
Norma plena Norma contida Norma limitada

Aplicabilidade imediata, direta e Aplicabilidade imediata, direta, mas Aplicabilidade mediata e indireta.
integral. possivelmente não integral. Depende de regulamentação
infraconstitucional.
Controle de Constitucionalidade
ADI ADC ADPF

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Objeto: Objeto: Objeto:
• Lei ou ato normativo federal • Lei ou ato normativo • evitar ou reparar lesão a
ou estadual. federal. preceito fundamental,
resultante de ato do Poder
Público.
• relevante o fundamento da
controvérsia constitucional
sobre lei ou ato normativo
federal, estadual ou
municipal, incluídos os
anteriores à Constituição.
Representação de inconstitucionalidade – competência do TJ

• Lei ou ato normativo estadual ou municipal.

Processo Legislativo
As normas da constituição estadual e da lei orgânica, quanto ao processo legislativo, devem guardar simetria com
a Constituição Federal;
Não há hierarquia entre lei complementar e lei ordinária;
É vedada a reedição de medida provisória na mesma sessão legislativa, independentemente da razão da perda da
eficácia.
Particularidades do município
Só serão aplicadas as regras de segundo turno, para eleição do prefeito, no caso de Municípios com mais de
duzentos mil eleitores;
Prefeito e Vice-Prefeito tomam posse no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição;
Os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais serão fixados por lei de iniciativa da Câmara
Municipal;
O total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da
receita do Município;
As inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos, no exercício do mandato, têm limitação
territorial (área do município);
O Prefeito é julgado perante o Tribunal de Justiça;
O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só
deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL – PROF. JOSIAS BARCELLOS


Tutela Provisória

Tutela Provisória
(art. 294 e ss.)

Urgência Evidência
(art. 300 e ss.) (Art. 311)

Antecipada Cautelar

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.


Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter
antecedente ou incidental.

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78
Tutela de Urgência
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito
e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea
para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte
economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos
efeitos da decisão.
Tutela de Evidência
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de
risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento
de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em
que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que
o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

Recurso – TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE


Apenas a interposição de agravo de instrumento contra a decisão antecipatória dos efeitos da tutela requerida em
caráter antecedente é que se revela capaz de impedir a estabilização, nos termos do disposto no art. 304 do Código
de Processo Civil.
REsp 1.797.365-RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, Rel. Acd. Min. Regina Helena Costa, Primeira Turma, por maioria, julgado
em 03/10/2019, DJe 22/10/2019 (Info 658)
Mandado de Segurança – Liminar

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78
Lei mandado de Segurança (Lei nº 12.016/09)
Art. 7º
2º Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de
mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão
de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.
Liminar – Mandado de Segurança (ADI 4296)
2. No exercício do poder geral de cautela, tem o juiz a faculdade de exigir contracautela para o deferimento de
medida liminar, quando verificada a real necessidade da garantia em juízo, de acordo com as circunstâncias do caso
concreto. Razoabilidade da medida que não obsta o juízo de cognição sumária do magistrado.
4. A cautelaridade do mandado de segurança é ínsita à proteção constitucional ao direito líquido e certo e encontra
assento na própria Constituição Federal. Em vista disso, não será possível a edição de lei ou ato normativo que vede
a concessão de medida liminar na via mandamental, sob pena de violação à garantia de pleno acesso à jurisdição e
à própria defesa do direito líquido e certo protegida pela Constituição. Proibições legais que representam óbices
absolutos ao poder geral de cautela.
(STF - ADI 4296 DF 0007424-92.2009.1.00.0000, Relator: MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 09/06/2021,
Tribunal Pleno, Data de Publicação: 11/10/2021)

PROCESSO CIVIL E NORMAS FUNDAMENTAIS

Processo Civil e suas Normas Fundamentais

Constitucionalização do Processo Civil (art. 1º)

Inafastabilidade da Jurisdição (Sistema Multiportas) – art. 3º

Boa-fé objetiva processual – art. 5º (REsp 1.976.741-RJ)

Cooperação – art. 6º

Promover a Dignidade da Pessoa Humana/ Proporcionalidade – art. 8º

Contraditório Coparticipativo – art. 9º

Vedação a não surpresa (decisões por emboscada) – art. 10 (REsp 2.049.725-PE)

Publicidade e Fundamentação – art. 11

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78
INTERVENÇÃO ANÔMALA

Intervenção Anômala (Anódina/ Especial)


Lei nº 9.469/97 (Parag. único, art. 5º)

Interesse econômico, ainda que indiretos


(independentemente do interesse jurídico)

Sem qualidade de parte

Sem Modificação de Competência (exceto recurso)


(REsp 1.097.759/BA)

Esclarecimentos de fatos e de direito, assegurado o direito de juntar documentos e


memoriais que repute úteis ao julgamento da lide

Procedimentos – Cabimento – Procedimento Comum

Procedimento – Execução – Incompatível


(AgRg na Pet no REsp 1.431.825/MS)

Procedimento – Mandando de Segurança – Não admitido – (AgRg no MS 15.298/DF)

RECLAMAÇÃO

Cabimento Preservar a competência do tribunal


Reclamação
Art. 988, caput Garantir a autoridade das decisões do tribunal
CPC
Garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo
Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade
Garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de
demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência

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Elementos Natureza jurídica de Ação
importantes da
Reclamação Rcl 24.417 SP (STF) e EDcl na Rcl 33.747 SP (STJ)

Partes, pedido e causa de pedir


Art. 989, inc. III CPC
Beneficiário da decisão impugnada (citação/contestação – prazo 15 dias)

Concessão de tutela provisória (art. 989, inc. II, CPC)


“II - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar
dano irreparável;”

Produz coisa julgada

Acarreta em honorários advocatícios


STJ - EDcl na Rcl: 33747 SP

§ 5 º É inadmissível a reclamação:
I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada;
II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida
ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas
as instâncias ordinárias.
§ 6º A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado
não prejudica a reclamação.
Lei nº 11.417/06
Art. 7º Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe
vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou
outros meios admissíveis de impugnação.
§ 1º Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das
vias administrativas.
§ 2º Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a
decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o
caso.
(...) quando o CPC exige que se esgotem as instâncias ordinárias, significa que a parte só poderá apresentar
reclamação ao STF depois de ter apresentado todos os recursos cabíveis não apenas nos Tribunais de 2º grau, mas
também nos Tribunais Superiores (STJ, TST e TSE). Se ainda tiver algum recurso pendente no STJ ou no TSE, por
exemplo, não caberá reclamação ao STF. Em suma, nos casos em que se busca garantir a aplicação de decisão
tomada em recurso extraordinário com repercussão geral, somente é cabível reclamação ao STF quando esgotados
todos os recursos cabíveis nas instâncias antecedentes.
STF. 2ª Turma. Rcl 24686 ED-AgR/RJ, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 28/10/2016 (Info 845).
Possibilidade de o STF modificar entendimento firmado em controle concentrado As decisões definitivas de mérito
proferidas pelo STF em ADI e ADC produzem eficácia contra todos e efeito vinculante. Tais efeitos não vinculam,
contudo, o próprio STF. Assim, se o STF decidiu, em uma ADI ou ADC, que determinada lei é CONSTITUCIONAL, a
Corte poderá, mais tarde, mudar seu entendimento e decidir que esta mesma lei é INCONSTITUCIONAL por conta
de mudanças no cenário jurídico, político, econômico ou social do país. Esta mudança de entendimento do STF
sobre a constitucionalidade de uma norma pode ser decidida durante o julgamento de uma reclamação
constitucional.
Segundo o Min. Gilmar Mendes, é no juízo hermenêutico típico da reclamação (no “balançar de olhos” entre objeto
e parâmetro da reclamação) que surgirá com maior nitidez a oportunidade para evolução interpretativa no controle
de constitucionalidade. STF. Plenário. Rcl 4374/PE, rel. Min. Gilmar Mendes, 18/4/2013 (Info 702).

18
78
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO

Petição Inicial (Procedimento Comum)

Despacho do Juiz: Citar o


Formação do process:
Registro ou Distribuição: réu (interrompe a
Propositura da demanda
(torna prevento o juízo – prescrição – retroage a
com o protocolo da
art. 59) data da propositura – art.
Petição Inicial
240, § 1ª)

O indeferimento da petição inicial, quer por força do não-preenchimento dos requisitos exigidos nos arts. 319 e 320
do CPC/2015, quer pela verificação de defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,
reclama a concessão de prévia oportunidade de emenda pelo autor, nos termos do art. 321 do CPC/2015.
STJ. 2ª Seção. REsp 2.013.351-PA, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 14/09/2022 (Info 751).
Improcedência Liminar (art. 332)

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar:

I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;

II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento
de recursos repetitivos;

III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de


competência;

IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.

Decadência e Prescrição
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de
decadência ou de prescrição.
Intimação do Réu
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241 .
Apelação/ Retratação
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
Retratação
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver
retratação, determinará a citação do réu para apresentar CONTRARRAZÕES, no prazo de 15 (quinze) dias.

PARTES (CAPACIDADE): MUNICÍPIO

CAPACIDADE DE ESTAR EM JUÍZO – REGRAS ESPECÍFICAS

União AGU, diretamente ou por órgão vinculado

Estados e Distrito Federal procuradores do Estado

Município Prefeito, procuradores municipais e ou Associação de


Representação de Municípios, quando expressamente
autorizada.

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78
autarquias e fundações públicas quem tiver essa prerrogativa de acordo com lei específica.

massa falida administrador judicial

herança jacente ou vacante curador

espólio inventariante

pessoa jurídica quem o ato constitutivo designar ou seus diretores

sociedade e associações sem personalidade pessoa que for responsável pela administração dos bens
jurídica

pessoa jurídica estrangeira gerente, representante ou administrador da filial no Brasil

condomínio administrador ou síndico

Inventariante do espólio for dativo


Os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte.
Sociedade ou a associação sem personalidade jurídica
NÃO poderá opor a irregularidade de sua constituição quando demandada.
Art. 75. CPC
§ 5º A representação judicial do Município pela Associação de Representação de Municípios somente poderá
ocorrer em questões de interesse comum dos Municípios associados e dependerá de autorização do respectivo
chefe do Poder Executivo municipal, com indicação específica do direito ou da obrigação a ser objeto das medidas
judiciais. (Incluído pela Lei nº 14.341, de 2022)
Lei 14.341/22
Art. 3º Para a realização de suas finalidades, as Associações de Representação de Municípios poderão:
(...)
V - postular em juízo, em ações individuais ou coletivas, na defesa de interesse dos Municípios filiados, na qualidade
de parte, terceiro interessado ou amicus curiae, quando receberem autorização individual expressa e específica do
chefe do Poder Executivo;
Art. 12. Quando constituídas como pessoa jurídica de direito privado, as Associações de Representação de
Municípios não gozarão das prerrogativas de direito material e de direito processual asseguradas aos Municípios.

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78
GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Gratuidade da Justiça

Pessoa Jurídica (art. 98, caput)

Presunção de necessidade – Pessoa Física (art. 99, § 3º)

Assistência de Advogado não impede (art. 99, §4º)

Concessão parcial (art. 98, § 5º)

Há condenação em despesas e honorários da parte sucumbente, mas


suspende-se a exigibilidade (art. 98, § 3º)

Não impede a cobrança de multas processuais (art. 98, § 4º)

Impugnação na contestação (art. 100)

Agravo de Instrumento restrito para indeferimento ou revogação (art. 101)

INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Art. 133
O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério
Público, quando lhe couber intervir no processo.
Desconsideração Inversa
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.

Incidente
Cabimento
art. 134 CPC

Execução fundada em
Todas fases do processo
Cumprimento de sentença título executivo
de conhecimento
extrajudicial

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78
Incidente Desconsideração da
Personalidade Jurídica
Art. 134

Petição Inicial Fora da petição inicial

Dispensa o incidente,
citando o sócio ou a Deve instaurar o
pessoa jurídica (§ 2º) incidente

Não suspende o
processo Suspende o processo
(3º)

Citação
Requerimento de Provas
Art. 135
Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no
prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 136
Recursos
Resolvido por decisão interlocutória.
Agravo de instrumento (art. 1.015, IV CPC)
Se for por relator, cabe agravo interno
(parágrafo único do art. 136, CPC)
Se for julgada na sentença, cabe apelação.
Ineficácia da alienação e oneração de bens
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução,
será ineficaz em relação ao requerente.
Juizados Especiais
CPC
Art. 1.062. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao processo de competência dos
juizados especiais.
Incidente desconsideração – Processo Falimentar
É possível a desconsideração da personalidade jurídica incidentalmente no processo falimentar,
independentemente de ação própria, verificada a fraude e a confusão patrimonial entre a falida e outras empresas
Uma vez verificada a ocorrência de fraude e confusão patrimonial entre a falida e outras empresas, é possível a
desconsideração das personalidades jurídicas incidentalmente no processo falimentar, independentemente de
ação própria (anulatória ou revocatória), inclusive com o objetivo de arrecadar bens das sociedades empresariais
envolvidas na fraude reconhecida pelas instâncias ordinárias. Precedentes.
A desconsideração da personalidade jurídica, quando preenchidos os seus requisitos, pode ser requerida a
qualquer tempo, não se submetendo, à míngua de previsão legal, a prazos decadenciais ou prescricionais.
STJ. 3ª Turma. REsp 1686123-SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 22/03/2022 (Info 730).

DIREITO CIVIL – PROF. PAULO SOUSA


Vamos começar… do fim!
Ordem da vocação hereditária
Art. 1.829

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78
I - aos descendentes
II - aos ascendentes
III - ao cônjuge sobrevivente
IV - aos colaterais
Art. 1.829
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge, a depender do regime de bens adotado
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge
III - ao cônjuge sobrevivente
IV - aos colaterais
Sucessão do cônjuge
Art. 1.829
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime
da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da
comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares
Sucessão dos descendentes
Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais remotos, salvo o direito de
representação.
Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge
sobrevivente.
§ 1º Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas.
Sucessão dos colaterais
Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação
concedido aos filhos de irmãos.
OK, vamos voltar ao começo. Ou melhor, antes do começo...
LINDB
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o
desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge
ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de
cujus.
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
Direito intertemporal
Validade
Vigência
Modificação e revogação
Ultratividade
Repristinação
Agora sim, vamos ao começo. De verdade, o início da vida...
Personalidade
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção,
os direitos do nascituro.
Capacidade
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis)
anos.
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.

23
78
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos
da vida civil.
Emancipação
Art. 5º Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente
de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles,
o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Personalidade pra quê? Vão desconsiderá-la mesmo...
Nascimento da pessoa jurídica
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no
respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se
no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Morte da pessoa jurídica
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá
para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de
direito privado.
§ 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
Desconsideração da personalidade jurídica
Teoria MAIOR
Art. 50 do CC
Relações paritárias
Muitos requisitos
TEORIA menor
Art. 28, §5º do CDC
Relações desiguais
Requisito: obstáculo
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo,
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de
lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica
específica da pessoa jurídica.
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por:
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa;
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente
insignificante; e
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.
1. Desconsideração direta ou comum da personalidade jurídica
Art. 50
2. Desconsideração inversa ou invertida da personalidade jurídica

24
78
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de
administradores à pessoa jurídica.
3. Desconsideração indireta ou reflexa da personalidade jurídica
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste artigo não
autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.
4. Desconsideração econômica ou expansiva da personalidade jurídica
Objetiva atingir sócios ocultos por arranjos societários fraudulentos, nos quais são utilizados os elementos cítricos
da relação jurídica, popularmente conhecidos por laranjas.
STF: a desconsideração da personalidade jurídica, na modalidade comum ou nas demais, também é aplicável na
seara administrativa. Isso permite aos órgãos de controle, como o TCU, afastar a possibilidade de uma pessoa
jurídica que tenha sido suspensa ou impedida de participar de licitação ou contratar com a Administração Pública,
ou ainda, declarada inidônea, possa ter seus sócios integrando, direta ou indiretamente, outra pessoa jurídica que
participe de licitação com o Poder Público (MS 32.494/DF).
O que importa são os bens. E suas infinitas classificações...
Bens (i)móveis
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da
substância ou da destinação econômico-social.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade
de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.
Bens (in)fungíveis
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Bens (in)consumíveis
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também
considerados tais os destinados à alienação.
Bens singulares X coletivos
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.
Bens reciprocamente considerados

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78
O problema é quando o meu bem, Vira os meus bens...
Comunhão parcial de bens
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação
ou sucessão, e os sub-rogados;
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens
particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento;
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo proveito do casal;
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
Art. 1.660. Entram na comunhão:
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou
pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
Bom, agora, a gente como fica a sucessão do cônjuge e voltamos ao começo...

DIFUSOS E COLETIVOS: URBANÍSTICO – PROF. IGOR MACIEL


Plano Diretor
Estatuto das Cidades:
Art. 40. O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e
expansão urbana.
Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades:
I – com mais de vinte mil habitantes;
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no § 4o do art. 182 da Constituição
Federal;
IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;
V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de
âmbito regional ou nacional.
VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande
impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos. (Incluído pela Lei nº 12.608, de
2012)
O Plano Diretor deverá englobar todo o território do Município?
Sim, conforme o §2º, do artigo 40:
§ 2º O plano diretor deverá englobar o território do Município como um todo.
A lei que institui o Plano Diretor deve ser revista?
Sim, a lei deve ser revista pelo menos a cada dez anos.
§ 3º A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada dez anos.
Como a propriedade cumpre sua função social?
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor.
E se o particular descumprir a função social da propriedade urbana?
Desapropriação

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Existem dois tipos de desapropriação: ordinárias e extraordinárias;
Desapropriação Ordinária – Indenização justa, prévia e em dinheiro;
Decorrem do inadequado aproveitamento do solo urbano ou (artigo 182, CF);
Da improdutividade do imóvel rural (Artigo 184, CF);
CF.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais
fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-
estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes,
é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
Desapropriação - Urbanístico
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos
termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
§ 2º O proprietário será notificado pelo Poder Executivo municipal para o cumprimento da obrigação, devendo a
notificação ser averbada no cartório de registro de imóveis.
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
§ 1º O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado na lei específica a que se refere o caput do art. 5o
desta Lei e não excederá a duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de quinze por
cento.
§ 2º Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida em cinco anos, o Município manterá a
cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a referida obrigação, garantida a prerrogativa prevista no art. 8º.
§ 3º É vedada a concessão de isenções ou de anistia relativas à tributação progressiva de que trata este artigo.
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor
real da indenização e os juros legais.
Art. 8º Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação
de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com
pagamento em títulos da dívida pública.
Desapropriação - Rural
Rural
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não
esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula
de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja
utilização será definida em lei.
Expropriação
Sem direito a indenização;
Previsão constitucional;
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de
plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma
agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 81, de 2014)
Art. 243.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com
destinação específica, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)

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Lei 6.766/79
Parcelamento
Art. 2º O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as
disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes.
§ 1º Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias
de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes.
§ 2º Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento
do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no
prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes.
§ 4º Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos
definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe.
Usucapião Especial
CF.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde
que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Estatuto das Cidades. Artigo 9º.
§ 3º Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, a posse de seu antecessor, desde
que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão.
Art. 10. Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de cinco anos e cuja área total dividida pelo
número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor são suscetíveis de
serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou
rural.
§ 3º Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão
do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais
diferenciadas.
§ 3º Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão
do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais
diferenciadas.
I – o possuidor, isoladamente ou em litisconsórcio originário ou superveniente;
II – os possuidores, em estado de composse;
III – como substituto processual, a associação de moradores da comunidade, regularmente constituída, com
personalidade jurídica, desde que explicitamente autorizada pelos representados.
§ 2º O autor terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro
de imóveis.
Art. 13. A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser invocada como matéria de defesa, valendo a sentença
que a reconhecer como título para registro no cartório de registro de imóveis.

DIREITO PENAL – PROF. MICHAEL PROCÓPIO


Crimes contra a Administração Pública
O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a Administração Pública.
Súmula 599 do STJ
Peculato (próprio)
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular,
de que tem a posse em razão do cargo, [peculato apropriação] ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio [peculato
desvio]:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

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“O pagamento antecipado, ao arrepio da lei, da totalidade do valor de aditivo contratual celebrado irregularmente
(STF, Inq 3621/MA, Rel. p/ acórdão Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, Julgamento em 28/03/2017).
Peculato (impróprio)
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o
subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário. [peculato furto]
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
“Esta Corte Superior possui entendimento segundo o qual em se tratando de elementar do crime de peculato, é
perfeitamente admissível, segundo o texto do art. 30 do CP, a comunicação da circunstância da função pública aos
co-autores e partícipes do crime, inclusive quanto àquele estranho ao serviço público (STJ, AgRg nos EDcl no AREsp
n. 2.174.298/GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, j. 7/2/2023, DJe de 13/2/2023)
“(...) 1. A figura do peculato-apropriação traz a elementar "apropriar-se", que significa tomar como propriedade sua
ou apossar-se, ou seja, posicionar-se em relação à coisa como se fosse seu proprietário. A expressão "posse" deve
ser concebida em sentido amplo, ou seja, inclui a disponibilidade jurídica do bem. (...)”
(STJ, REsp 1723969/PR, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, DJe 27/05/2019).
“II - Para que o delito em exame se configure, é necessário que o agente se aproprie do bem com o ânimo de se
apossar definitivamente dele, motivo pelo qual a simples utilização da coisa pelo funcionário público, em seu
benefício ou de terceiro, mas com a intenção de devolver, não caracteriza crime.” (STJ, HC 415135/RS, Rel. Min. Felix
Fischer, Quinta Turma, DJe 24/05/2018).
Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário,
independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores:
I - apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio;
Il - utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos;
§1º Os crimes definidos nêste artigo são de ação pública, punidos os dos itens I e II, com a pena de reclusão, de
dois a doze anos, e os demais, com a pena de detenção, de três meses a três anos.
§ 2º A condenação definitiva em qualquer dos crimes definidos neste artigo, acarreta a perda de cargo e a
inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou função pública, eletivo ou de nomeação, sem
prejuízo da reparação civil do dano causado ao patrimônio público ou particular.
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas Peculato-desvio

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de
diversa da estabelecida em lei: dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. ou particular, de que tem a posse em razão do cargo,
ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
(Lei n. 13.964, de 2019)
Excesso de exação:
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido,
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos
cofres públicos:

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Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Corrupção ativa Corrupção passiva

Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
funcionário público, para determiná-lo a praticar, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
omitir ou retardar ato de ofício: antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Corrupção Passiva majorada
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou
deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo
a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Concussão Exigir vantagem

Solicitar/receber Aceitar promessa de


Corrupção passiva
vantagem vantagem

Corrupção passiva
Corrupção passiva privileg.
privileg.

Satisfazer interesse ou
Prevaricação
sentimento pessoal

Desobediência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
“Prevalece no STJ o entendimento no sentido de que, para configurar o crime do art. 330 do CP, não basta
o descumprimento de ordem legal emanada por funcionário público competente, sendo indispensável não
existir sanção administrativa ou civil determinada em lei específica no caso de descumprimento do ato.” (STJ,
AgRg no AgRg no REsp 1800887/MS, Rel. Min. Reynaldo da Fonseca, Quinta Turma, DJe 01/07/2019).
Desacato
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
É preciso um menosprezo da própria função pública exercida pelo agente.
E, mais, é necessário que o ato perturbe ou obstrua a execução das funções do funcionário público.
Atipicidade de reclamações, censuras ou críticas, ainda que veementes, à atuação funcional do funcionário.
(STF, ADPF 496, Rel. Min. Roberto Barroso, Tribunal Pleno, julgado em 22/06/2020)

Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem,


Tráfico de influência vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em
ato praticado por funcionário público no exercício da função

Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a


pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público,
Exploração de prestígio
funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou
testemunha

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Lei 8.666/93 Código Penal (Lei 14.133/2021)

Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à
previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades contratação direta fora das hipóteses previstas em lei:
pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que,
tendo comprovadamente concorrido para a
consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa
ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o
Poder Público

Contratação direta ilegal


“ART. 89 DA LEI Nº 8.666/93. (...) LEI 14.133/21. ABOLITIO CRIMINIS. CONTINUIDADE TÍPICO-NORMATIVA. (...) Não
há se falar em abolitio criminis com relação aos crimes da Lei n. 8.666/1993, porquanto houve a continuidade típico-
normativa, por meio da inserção do Capítulo II-B no Código Penal, intitulado "Dos Crimes em Licitações e Contratos
Administrativos"
(STJ, AgRg no REsp n. 1.981.227/TO, relator Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, julgado em
8/11/2022, DJe de 16/11/2022)
Lei 8.666/93 Código Penal (Lei 14.133/2021)
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter
combinação ou qualquer outro expediente, o caráter para si ou para outrem vantagem decorrente da
competitivo do procedimento licitatório, com o intuito adjudicação do objeto da licitação, o caráter
de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente competitivo do processo licitatório:
da adjudicação do objeto da licitação: Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa multa.
“O crime de fraude à licitação é formal, e sua consumação prescinde da comprovação do prejuízo ou da obtenção
de vantagem.”
Súmula 645 do STJ

DIREITO PROCESSUAL PENAL – PROF. IVAN MARQUES


Processo penal no Edital da PGM
• 7 Inquérito policial.
• 8 Ação penal. Denúncia e queixa. Competência.
• 9 Prisão. Prisão provisória. Flagrante. Preventiva. Temporária. Liberdade provisória.
• 10 Prova no processo penal.
• 11 Sentença penal. Efeitos da condenação.
• 12 Recursos penais. Revisão criminal.
• 13 Procedimento comum ou ordinário. Juizados Especiais criminais (Lei nº 9.099/1995).
• 14 Procedimentos dos crimes funcionais.
Inquérito policial - Arquivamento
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Ainda vale a regra do antigo art. 28 do CPP
Ação penal - ANPP
CPP Art. 28-A, § 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei;
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual,
reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas;
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não
persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e

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IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões
da condição de sexo feminino, em favor do agressor.
Prisão temporária
• for imprescindível para as investigações do inquérito policial;
• houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado;
• for justificada em fatos novos ou contemporâneos;
• for adequada à gravidade concreta do crime, às circunstâncias do fato e às condições pessoais do indiciado;
e
• não for suficiente a imposição de medidas cautelares diversas da prisão.
Provas – silêncio parcial no interrogatório
O exercício parcial do direito ao silêncio - nemo tenetur se detegere e que encontra previsão constitucional (art. 5º,
LXIII, Constituição Federal), supranacional (artigo 8, n. 2, g, da Convenção Americana de Direitos Humanos,
promulgada pelo Decreto nº 678/92) e infraconstitucional (arts. 186, 198, 479, Código de Processo Penal).
STJ (HC nº 703.978) - o direito ao silêncio do investigado e do acusado compreende não só um silêncio absoluto,
em que pode deixar de responder a todas as perguntas, como também um silêncio parcial, em que é possível
escolher as perguntas que quer responder.
Sentença – detração
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:
(...)
§ 2º O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será
computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade.
Revisão criminal - Indenização
Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa indenização pelos
prejuízos sofridos.
§ 1º Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União, se a condenação tiver sido proferida
pela justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva justiça.
§ 2º A indenização não será devida:
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio impetrante, como a confissão
ou a ocultação de prova em seu poder;
b) se a acusação houver sido meramente privada.
Transação penal descumprida
SÚMULA VINCULANTE 35
A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e,
descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade
da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.
Defesa prévia desnecessária nos crimes funcionais
Súmula 330 do STJ
É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal
instruída por inquérito policial.

DIREITO EMPRESARIAL – PROF. ALESSANDRO SANCHEZ

ESTABELECIMENTO

Estabelecimento e trespasse

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1.1. Conceito

Bens

Materiais> Imateriais>
Móveis, Art. 1142, CC
utensílios Ponto, título

1.2. Trespasse

Alienação

Empresário Empresário
Art. 1143, CC
alienante> adquirente

A) Registro – Art. 1144, CC

1.3. Exigências legais

B) Notificação dos credores – 1145, CC

A) Adquirente: Obrigações contabilizadas

B) Alienante: 1 ano de solidariedade


1.4. Responsabilidade dos contratantes
Art. 1146, CC
* Dívidas vencidas: à partir da publicação da
transferência

* Dívidas vincendas: à partir do vencto

LIMITADAS: RESPONSABILIDADE E QUOTAS

Responsabilidade dos sócios


“Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos
respondem solidariamente pela integralização do capital social.”

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•Ricardo • Ivan Marques

• 1 casa Coruja Ltda (PJ) • 1 apartamento

• CONTRIBUIÇÃO • CONTRIBUIÇÃO
•Capital Social =
R$ 100.000,00

C/C = R$ 50.000,00 Doblô = R$ 50.000,00

Opção pelo valor de 1 quota = R$


Ricardo 1.000,00

Contribuição em dinheiro
R$ 50.000,00
Resultado = R$ 50.000,00 = R$
1.000,00 cada = 50 quotas

LIMITADAS: VONTADE DA SOCIEDADE

Deliberações

Quórum

1/2 do capital social:


2/3 do capital social » Modificação do
Maioria dos presentes:
» designação de contrato social
3/4 do capital social » demais deliberações,
administrador não sócio, » Fusão, incorporação,
» Cessão de quotas salvo exigência prevista
enquanto o capital não dissolução
no contrato social
estiver integralizado » Pedido de
Recuperação

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RECUPERAÇÃO JUDICIAL

I. Não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença


II. Não ter, há menos de 5 anos, obtido concessão de recuperação judicial.
III. No momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 anos.
IV. Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer
dos crimes previstos na lei citada.
Constatação Prévia
Art. 51-A. Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, poderá o juiz, quando reputar necessário, nomear
profissional de sua confiança, com capacidade técnica e idoneidade, para promover a constatação exclusivamente
das reais condições de funcionamento da requerente e da regularidade e da completude da documentação
apresentada com a petição inicial.
Recuperação judicial

Julgamentos
independentes

Consolidação processual Controle societário comum

Convolação em
consolidação substancial

I – garantias cruzadas III - Dependência

Consolidação substancial

II– Identidade de sócios IV – Práticas de mercado

DIREITO PREVIDENCIÁRIO – PROF. RUBENS MAURÍCIO

REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RPPS)

CF/88: art. 40
Financiamento do RPPS
O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e
solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
CF/88: Art. 149, § 1º
Contribuições para o custeio do RPPS
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições para custeio de
Regime Próprio de Previdência Social - RPPS, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas,
que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de
aposentadoria e de pensões.
CF/88: Art. 40, § 18
Contribuição dos Aposentados e Pensionistas

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Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo Regime Próprio de
Previdência Social – RPPS que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de
Previdência Social – RGPS*, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
(Valor em 2023: R$ 7.507,49)
CF/88: Art. 149, § 1º-A
Contribuição Ordinária em caso de Deficit Atuarial
Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas poderá incidir sobre o
valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo.
Lei 9.717/98: Art. 2º
Contribuição do Ente Federativo
A contribuição da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações, aos Regimes Próprios de Previdência Social - RPPS a que estejam vinculados seus servidores não poderá
ser inferior ao valor da contribuição do servidor ativo, nem superior ao dobro desta contribuição.
Lei 9.717/98: Art. 2º, § 1º
Cobertura por Insuficiência Financeira
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são responsáveis pela cobertura de eventuais
insuficiências financeiras do respectivo regime próprio, decorrentes do pagamento de benefícios previdenciários.
CF/88: art. 40, § 20
RPPS Único por Ente Federativo
É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um órgão ou entidade
gestora desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e
fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a natureza
jurídica a serem definidos em lei complementar.
CF/88: art. 40, § 22
Vedação à Criação de Novos RPPS
Os municípios que, até a data da publicação da EC 103/2019 (Reforma da Previdência) não possuíam RPPS, não
poderão mais criá-lo, pois a Reforma da Previdência vedou a instituição de novos regimes próprios de
previdência social no país.

CONTAGEM RECÍPROCA DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – PONTOS MAIS IMPORTANTES

Vedações
Para os fins de contagem recíproca, é vedada:
• conversão do tempo de contribuição exercido em atividade sujeita à condições especiais;
• conversão do tempo cumprido pelo segurado com deficiência, em tempo de contribuição comum; e
• a contagem de qualquer tempo de serviço fictício (ou seja, quando o tempo é contado para a
aposentadoria, mas não houve, de fato, contribuição para a previdência).
Decreto 3.048/99: Art. 127
Normas para Contagem Recíproca
O tempo de contribuição para fins de contagem recíproca será contado de acordo com a legislação pertinente,
observadas as seguintes normas:
• não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições especiais;
• é vedada a contagem de tempo de contribuição no serviço público com o de contribuição na atividade
privada, quando concomitantes;
• não será contado por um regime o tempo de contribuição utilizado para concessão de aposentadoria por
outro regime;
• para ex-servidor público, a certidão de tempo de contribuição somente poderá ser emitida por regime
próprio de previdência social;
Normas para Contagem Recíproca
O tempo de contribuição para fins de contagem recíproca será contado de acordo com a legislação pertinente,
observadas as seguintes normas:

36
78
• O tempo de contribuição anterior ou posterior à obrigatoriedade de filiação à previdência social só será
contado por meio de indenização da contribuição correspondente ao período respectivo;
• É vedada a contagem recíproca de tempo de contribuição do RGPS por regime próprio de previdência
social sem a emissão da certidão de tempo de contribuição correspondente.

REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

CF/88: Art. 202


Regime de Previdência Complementar
O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao
regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o
benefício contratado, e regulado por lei complementar.
CF/88: Art. 202, § 3º
Aporte de Recursos
É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades
públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal
poderá exceder a do segurado.
Entidades Fechadas de Previdência Complementar
LC 109/2001: Art. 31
Participantes das Entidades Fechadas de Previdência Complementar
As entidades fechadas são aquelas acessíveis, na forma regulamentada pelo órgão regulador e fiscalizador,
exclusivamente:
• aos empregados de uma empresa (ou grupo de empresas) e aos servidores da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, entes denominados patrocinadores; e
• aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial,
denominadas instituidores.
Entidades de Previdência Complementar
Organização das Entidades de Previdência Complementar
LC 109/2001: Art. 31, § 1º e 2º
As entidades fechadas organizar-se-ão sob a forma de fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos.
LC 109/2001: Art. 36, caput e § 1º
As entidades abertas são constituídas unicamente sob a forma de sociedades anônimas e têm por objetivo
instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário concedidos em forma de renda continuada ou
pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas.
Fiscalização dos Planos de Previdência Complementar
Órgão Regulador e Fiscalizador
Entidades Abertas de Previdência Complementar
Órgão Fiscalizador: Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)
Órgão Regulador: Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
Entidades Fechadas de Previdência Complementar
Órgão Fiscalizador: Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC)
Órgão Regulador: Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPS)

REPARTIÇÃO CONSTITUCIONAL DAS COMPETÊNCIAS

Legislação Previdenciária
Competência Legislativa

37
78
Conforme previsão constitucional, compete privativamente à União legislar sobre questões relacionadas a
seguridade social. Contudo, lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
relacionadas à Seguridade Social.
Ademais, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre previdência social.
Nos casos de legislação concorrente entre União, Estados e Distrito Federal, a competência da União limitar-se-á a
estabelecer normas gerais.
Outrossim, a competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos
Estados.
Caso inexista lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para
atender a suas peculiaridades. No entanto, a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspenderá a
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Art. 195, §4º CF


A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da Seguridade Social
a União poderá instituir (mediante lei complementar)
novas contribuições para a seguridade social (Contribuições Sociais Residuais)
condições
não cumulativas
inovar fato gerador
inovar base de cálculo
Art. 195, §6º CF
As contribuições sociais (para a seguridade social) só poderão ser exigidas:
• após decorridos 90 dias (Anterioridade Nonagesimal ou Anterioridade Mitigada)
• da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado*
• não lhes aplicando o princípio da anterioridade (podem ser exigidas no mesmo ano)
Art. 195, §9º CF
As contribuições sociais: empregador, empresa, equiparado
- Folha de pagamento
- Faturamento ou Receita
- Lucro
PODERÃO TER
Alíquotas diferenciadas em razão da
• atividade econômica
• utilização intensiva de mão-de-obra
• porte da empresa
• condição estrutural do mercado de trabalho
Base de Cálculo diferenciadas apenas sobre
• receita ou faturamento
• lucro

RECONHECIMENTO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – EC 103/2019

EC 103/2019: Art. 29
Reconhecimento do Tempo de Contribuição
A partir de 13/11/2019, para fins de aquisição e manutenção da qualidade de segurado, de carência, de tempo de
contribuição e de cálculo do salário de benefício exigidos para o reconhecimento do direito aos benefícios do RGPS
e para fins de contagem recíproca, somente serão consideradas as competências cujo salário de contribuição seja

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78
Igual ou superior: ao limite mínimo mensal do salário de contribuição para sua categoria, assegurado o
agrupamento de contribuições.
EC 103/2019: Art. 29
Reconhecimento do Tempo de Contribuição
Ao segurado que, no somatório de remunerações auferidas no período de um mês, receber remuneração
inferior ao limite mínimo mensal do salário de contribuição será assegurado (opção irreversível e
irrenunciável):
• complementar a contribuição das competências, de forma a alcançar o limite mínimo do salário de
contribuição exigido.
• utilizar o excedente do salário de contribuição superior ao limite mínimo de uma competência para
completar o salário de contribuição de outra competência até atingir o limite mínimo; ou
• agrupar os salários de contribuição inferiores ao limite mínimo de diferentes competências para
aproveitamento em uma ou mais competências até que estas atinjam o limite mínimo.
EC 103/19, Art. 29, parágrafo único: Obs: Os ajustes de complementação ou agrupamento de contribuições
somente poderão ser feitos ao longo do mesmo ano civil.

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO - JURISPRUDÊNCIA SOBRE O SALÁRIO-MATERNIDADE

Lei 8.212/91: Art. 28, § 9º, “a”


Parcelas não-integrantes do salário de contribuição
Os benefícios do RGPS, nos termos e limites legais
• exceto parcela a cargo do segurado sobre o salário maternidade
• A decisão do STF tem repercussão geral, tendo-se fixada a seguinte tese: “É inconstitucional a incidência da
contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o salário maternidade”

DIREITO AMBIENTAL – PROF. THIAGO LEITE

Princípio do desenvolvimento sustentável: comando por meio do qual se busca o crescimento econômico aliado à
justiça social e à preservação do meio ambiente.

Justiça Social

Preservação
Crescimento
do Meio
Econômico
Ambiente

Princípio da função ambiental da posse e da propriedade: o exercício da posse e da propriedade deve ser exercido
de forma a garantir a preservação do meio ambiente.
O exercício do direito de posse/propriedade em desacordo com as normas ambientais é caracterizado como
ABUSO DE DIREITO, gerando responsabilidade civil pela reparação do dano não só ao causador do dano, como ao
proprietário/possuidor.
O princípio da função ambiental da posse/propriedade traz para o titular uma série de deveres voltados para
preservação do ecossistema. Tais deveres são propter rem, ou seja, acompanham a coisa, independente do
causador do dano.

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78
Não geram direito a
indenização, haja vista que não
REGRA
ferem o núcleo essencial do
As limitações sofridas pelo
direito em questão
titular do direito em decorrência
dos deveres oriundos da
Caso as limitações cheguem a
preservação do meio ambiente
aniquilar o núcleo essencial do
EXCEÇÃO
direito, aí sim haverá direito a
indenização

Aproveitamento racional e adequado

Utilização adequada dos recursos naturais


disponíveis e preservação do meio ambiente
Propriedade Rural (art.
186 CF/88)
Observância nas disposições que regulam as
relações de trabalho
Função social da
propriedade Exploração que favoreça o bem-estar dos
proprietários e dos trabalhadores

Propriedade urbana
Obediência ao Plano Diretor
(art. 182, §2º CF/88)

Princípio da prevenção: Visa impedir a ocorrência do dano ambiental, através da adoção de medidas de cautela
antes da execução de atividades potencialmente poluidoras ou utilizadoras de recursos naturais. Aplica-se o
princípio da prevenção naqueles casos em que os riscos já são conhecidos e previstos, de modo a se exigir do
responsável pela atividade potencialmente poluidora a adoção de medidas que impeçam ou diminuam os danos
ambientais.
Princípio da precaução: Visa impedir a ocorrência de danos potenciais que, de acordo com o atual estágio do
conhecimento, não podem ser identificados. Portanto, ainda não há certeza científica acerca dos potenciais danos
causados por uma atividade, por isso tal atividade deve ser evitada.
Princípio do poluidor-pagador: Significa que o poluidor deverá arcar com os custos das medidas de prevenção e
controle da poluição (internalização dos custos ambientais). O fornecedor, portanto, está obrigado a levar em
consideração no preço final de seu produto os custos necessários para a preservação do meio ambiente. É a
chamada internalização das externalidades negativas ambientais.
Competência Ambiental
A competência legislativa em matéria ambiental é CONCORRENTE (artigo 24, VI e VIII da CF). Nela, a União edita
normas gerais, e os Estados e DF irão complementá-las. Caso a União não edite norma geral, os Estados e DF terão
a competência legislativa plena. Mas sobrevindo lei federal sobre normas gerais a eficácia da lei estadual ficará
suspensa naquilo que lhe for contrário.
A competência administrativa em matéria ambiental é COMUM, CUMULATIVA OU PARALELA (artigo 23, VI e VII da
CF). Nela, tanto a União, quanto os Estados e os Municípíos podem tratar da matéria em igualdadede de condições.
Licenciamento Ambiental
O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo mediante o qual o órgão ambiental competente
autoriza a exploração de atividades e empreendimentos utilizadores de recursos naturais, ou que possam causar
degradação ambiental. Ao final do procedimento, poderá resultar o ato administrativo de licença, no qual o órgão
ambiental estabelecerá as condições, as restrições e as medidas de controle ambiental que deverão ser adotadas
pelo interessado.
Segundo o artigo 7º da Resolução CONAMA 237/97 e artigo 13 da Lei Complementar 140/2011 o procedimento
de licenciamento ambiental será realizado apenas por um único ente federativo, a ser definido pela predominância
de interesse (nacional, regional ou local):

40
78
Resolução CONAMA 237/97
Art. 7º Os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único nível de competência, conforme
estabelecido nos artigos anteriores.
LC140/2011
Art. 13 Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um único ente
federativo, em conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei Complementar.
$ 1º Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão responsável pela licença ou
autorização, de maneira não vinculante, respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento ambiental.
Importante frisar que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) só é exigido em licenciamentos de atividades que causem
significativo impacto ambiental, conforme prevê o art. 225, $81º, IV, da CF/88 c/c art. 30 da Resolução CONAMA
237/97:
CF/88
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações.
$ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
.. IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
Instrumentos Econômicos Da Pnma
Concessão Florestal é contrato de concessão firmado entre entes políticos e pessoas jurídicas, precedido de
licitação na modalidade concorrência, em que se transfere ao concessionário o direito de explorar, de forma
sustentável, os recursos florestais ou serviços florestais (como o turismo) por tempo determinado. É regulado pela
Lei 11.284/2006. A concessão não transfere a titularidade imobiliária, apenas o direito de uso dos recursos florestais.

prazo mínimo: ciclo de corte


uso de produtos florestais
prazo máximo: 40 anos
Prazo da concessão florestal
prazo mínimo: 5 anos
uso de serviços florestais
prazo máximo: 20 anos

Servidão Ambiental: está regulada no artigo 9º-A da Lei 6.938/81 e é uma espécie de servidão administrativa, na
qual o proprietário rural (pessoa física ou jurídica) voluntariamente renuncia, em caráter permanente ou temporário,
total ou parcialmente, a direito de uso, exploração ou supressão de recursos naturais existentes em seu domínio.
Poderá ser onerosa ou gratuita e o seu aperfeiçoamento se dá com a averbação no cartório de registro de imóveis,
sendo vedada, durante o período da servidão, a alteração da destinação da área, mesmo que haja transmissão de
propriedade, desmembramento ou retificação de limites.
O prazo mínimo da servidão ambiental temporário é de 15 anos e não poderá ser instituída em área de preservação
permanente e de reserva legal, e a limitação não poderá ser menor do que aquela existente na reserva legal.
Normas de Cooperação Ambiental
Conceitos trazidos pelo artigo 2º da LC 140/2011
• Atuação supletiva: ação do ente da Federação que se substitui ao ente federativo originariamente detentor
das atribuições, nas hipóteses) definidas nesta Lei Complementar.
• Atuação subsidiária: ação do ente da Federação que visa a auxiliar no desempenho das atribuições
decorrentes das competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo originariamente detentor
das atribuições definidas nesta Lei Complementar.
SISNAMA – Lei Nº 6.938/81

41
78
Órgão Superior

Órgão Consultivo
e deliberativo
Órgão
Central

Órgãos
Executores

SNUC – LEI Nº 9.985/2000

É o conjunto de diretrizes e procedimentos que permite à


Administração Pública federal, estadual e municipal, além da
SNUC iniciativa privada, a criação, implantação e gestão de espaços
protegidos denominados Unidades de Conservação – UC, com
vista a uma proteção ambiental mais eficiente.

I - Unidades de Proteção Integral (cujo objetivo principal é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso
indireto dos recursos naturais, excetuados os casos previstos em lei), composto de:
a) Estação Ecológica;
b) Reserva Biológica;
c) Parque Nacional (estadual e municipal);
d) Monumento Natural; e
e) Refúgio da Vida silvestre.
II - Unidades de Uso Sustentável (cujo objetivo principal é compatibilizar a conservação da natureza com o uso
sustentável de parcela dos recursos naturais), composto de:
a) Área de Proteção Ambiental;
b) Área de Relevante Interesse Ecológico;
c) Floresta Nacional (estadual e municipal);
d) Reserva Extrativista;
e) Reserva de Fauna;
f) Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e
g) Reserva Particular do Patrimônio Natural.
A competência para o lincencimanto de atividades em unidades de conservação é do ente instituidor da UC, com
exceção da Área de Proteção Ambiental - APA. Neste caso, a competência dependerá da abrangência do impacto
da atividade (artigo 12, parágrafo único da LC 140/2011):
Abrangência nacional --> União
Abrangência Estadual --> Estados e DF
Abrangência local --> Municípios

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78
Criação de UC

Alplicação de UC
Ato Normativo (Lei, Decreto)

Transformação de UC de uso
sustentável em UC de proteção
integral
Alteração das UC´s
Extinção de UC

Diminuição de UC
LEI

Transformação de UC de
proteção integral em UC de uso
sustentável

Código Florestal – Lei Nº 12.651/2012


Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o
fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;
I - as faixas marginais de qualquer curso d'água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda
da calha do leito regular, em largura mínima de:

IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d'água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no
raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;

43
78
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do
espaço permanentemente brejoso e encharcado.

Intervenção em APP’s
Regra: é vedada a supressão de vegetação em APP (haja vista sua importância ambiental).
Exceção:
a) Utilidade pública;
b) Interesse social; e
c) Baixo impacto ambiental.

44
78
Reserva Legal
A Reserva Legal se constitui como uma limitação administrativa fixada em lei, condicionando o uso da propriedade
em prol do interesse público (preservação do meio ambiente). Como limitação administrativa que é, a reserva legal
é geral, gratuita e com finalidade pública, e está fundamentada no princípio da função socioambiental da
propriedade.
Conceito legal (art. 3º, III, CFlo): “área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos
termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel
rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade,
bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa”.
A reserva
A reserva legal terá legal terá delimitações:
as seguintes as seguintes delimitações:

Caso o imóvel esteja na


Amazônia Legal e nele
existam diferentes
biomas, haverá uma
reserva legal proporcional,
considerando
separadamente os índices.
Este raciocínio pode ser
estendido para a situação
em que o imóvel esteja
localizado parte na
Amazônia Legal e parte
fora dela.
Caso o imóvel esteja na Amazônia Legal e nele existam diferentes biomas, haverá uma reserva legal proporcional,
Localizado na Amazônia Legal:
considerando separadamente os índices. Este raciocínio pode ser estendido para a situação em que o imóvel esteja
80%
localizado (oitenta
parte por Legal
na Amazônia cento), nofora
e parte imóvel
dela. situado em
área de florestas;
Localizado na Amazônia Legal:
35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado
• em 80%área
(oitenta
depor cento), no imóvel situado em área de florestas;
cerrado;
• 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado;
20% (vinte por cento), no imóvel situado em área
• de 20%campos
(vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais;
gerais;
Localizado nas demais regiões do País:
Localizado nas demais regiões do País:
• 20% (vinte por cento).
20% (vinte por cento).
Responsabilidade Ambiental

Responsabilidade Civil

Espécies de responsabilização
Responsabilidade Administrativa
pelo dano ambiental

Responsabilidade Penal

Quadro comparativo entre os tipos de responsabilidades

45
78
Quadro comparativo entre os tipos de responsabilidades

Responsabilidade Responsabilidade Responsabilidade


civil administrativa penal

Objetiva Subjetiva Subjetiva

Depende da existência Não depende da Não depende da


do dano existência do dano existência do dano

Solidária Pessoal Pessoal

Pode decorrer de ato Decorre de ilícito


Decorre de ilícito penal
lícito ou ilícito administrativo

Pessoa física ou
Pessoa física ou jurídica Pessoa física ou jurídica
jurídica

Teoria do risco integral Teoria da culpabilidade Teoria da culpabilidade

O STJ vem entendendo que o dano ambiental é imprescritível, por se tratar de direito inerente à própria vida,
fundamental à existência humana (Resp 1.120.117). Mas atenção: a imprescritibilidade se refere às ações coletivas
que tutelam direitos difusos ambientais. As ações individuais, por possuírem caráter eminentemente patrimonial,
obervam o prazo prescricional do código civil. E o termo inicial do prazo prescricional é a data da ciência inequívoca
dos efeitos decorrentes do ato lesivo (REsp 1.346.489)
Súmulas – Responsabilidade ambiental
Súmula 467, STJ
Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da Administração Pública
de promover a execução da multa por infração ambiental.
Súmula 613, STJ
Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental.
Súmula 618, STJ
A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental.
Súmula 623, STJ:
As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor
atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor.
Súmula 629, STJ:
Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obrigação de fazer ou à de não fazer cumulada com
a de indenizar.
Súmula 652, STJ:
A responsabilidade da administração por dano ao meio ambiente decorrente de sua omissão no dever de
fiscalização é de caráter solidário, mas de execução subsidiária.
Recursos Hídricos
A Lei 9.433/1997 instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos - PNRH e criou o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos - SINGREH, materializando o mandamento constitucional insculpido no art. 21,
XIX da Carta Magna.
CF/88
Art, 21. Compete à União:
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de
seu uso;
A PNRH é um conjunto de diretrizes voltadas para a boa gestão dos recursos hídricos, garantindo, às presentes e
futuras gerações, a quantidade e a qualidade da água necessárias para um desenvolvimento sustentável. A atuação
da PNRH está voltada, portanto, para a preservação da água como elemento essencial para a vida na terra.
I- a água é um bem de domínio público;
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de
animais;

46
78
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e
atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos
usuários e das comunidades.
OUTORGA DE DIREITO DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS
A outorga de direito de uso de recursos hídricos é o ato administrativo mediante o qual a Administração Pública,
através de seus agentes, faculta (autoriza) ao interessado o direito de usar os recursos hídricos, por prazo
determinado, de acordo com as condições impostas pelo respectivo ato. Seu grande objetivo é assegurar o controle
da quantidade e da qualidade da água, além de garantir o efetivo exercício dos direitos de acesso à água.
A outorga é um instrumento necessário para o gerenciamento dos recursos hídricos, pois permite o controle
quantitativo e qualitativo dos usos da água, possibilitando uma distribuição mais justa e equilibrada desse recurso.
Através da outorga também é possível garantir o efetivo exercício dos direitos de acesso aos recursos hídricos por
parte dos usuários interessados.
ESTÃO SUJEITOS À OUTORGA
I - derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final, inclusive
abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;
II - extração de água de aqúuífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo;
III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim
de sua diluição, transporte ou disposição final;
IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;
V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo de água.

I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades


de pequenos núcleos populacionais, distribuídos no meio rural;

Não estão sujeitos à II - as derivações, captações e lançamentos considerados


outorga insignificantes;

III - as acumulações de volumes de água consideradas


insignificantes

Os Municípios não possuem competência para outorga de direito de uso de recursos hídricos, pois a Constituição
distribuição tais recursos apenas entre a União, Estados e DF.

DIREITO DO TRABALHO – PROF. FELIPE FERNANDES


Grupo Econômico
Art. 2º, § 2º, CLT. Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica
própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada
uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes
da relação de emprego.
Requisitos do grupo econômico
Art. 2º, § 3º, CLT. Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a
configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação
conjunta das empresas dele integrantes.
Consequências Jurídicas Do Grupo Econômico
Súmula nº 129 do TST.
A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho,
não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.
Sucessão empresarial

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78
Art. 448-A, CLT. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta
Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para
a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude
na transferência.
Desmembramento de Município
OJ 92/SDI-1. Em caso de criação de novo município, por desmembramento, cada uma das novas entidades
responsabiliza-se pelos direitos trabalhistas do empregado no período em que figurarem como real empregador.
Contrato de trabalho
Art. 443, CLT. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por
escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente.
Distrato
Resilição Bilateral:
Art. 484-A, CLT. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador, caso em
que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - por metade:
a) o aviso prévio, se indenizado; e
b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, prevista no § 1o do art. 18 da Lei no
8.036, de 11 de maio de 1990; (20%)
II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas.
Resilição Bilateral:
Art. 484-A, CLT. § 1o A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a movimentação da conta
vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei no
8.036, de 11 de maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos.
§ 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o ingresso no Programa de
Seguro-Desemprego.
Contrato Por Prazo Determinado
Art. 443, § 1º, CLT. - Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de
termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível
de previsão aproximada.
§2º O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:
a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo;
b) de atividades empresariais de caráter transitório;
c) de contrato de experiência.
Contrato de Experiência: a) avaliação recíproca das partes; prazo máximo de 90 dias; admite apenas uma
prorrogação (dentro dos 90 dias);
Demais contratos por prazo determinado da CLT: a) prazo máximo de 2 anos; b) admitem uma prorrogação dentro
dos 2 anos.
Extinção antecipada do contrato por prazo determinado
Extinção antecipada pelo empregador: metade dos salários devidos até o termo
Art. 479, CLT. Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o
empregado será obrigado a pagar-lhe, a titulo de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até
o termo do contrato.
Extinção antecipada pelo empregado: indenização pelos prejuízos causados:
Art. 480, CLT. Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa causa, sob
pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem.
§ 1º - A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em idênticas condições.
Cláusula assecuratória de direito recíproco

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78
Art. 481, CLT. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula asseguratória do direito recíproco de
rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os
princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.
Dispensa discriminatória
Súmula nº 443 do TST.
DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO PORTADOR DE DOENÇA GRAVE. ESTIGMA OU
PRECONCEITO. DIREITO À REINTEGRAÇÃO.
Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador do vírus HIV ou de outra doença grave que suscite
estigma ou preconceito. Inválido o ato, o empregado tem direito à reintegração no emprego.
Pagamento das verbas rescisórias
OJ 238 da SBDI-I.
Submete-se à multa do artigo 477 da CLT a pessoa jurídica de direito público que não observa o prazo para
pagamento das verbas rescisórias, pois nivela-se a qualquer particular, em direitos e obrigações, despojando-se do
“jus imperii” ao celebrar um contrato de emprego.
Trabalho ilícito: OJ 199 da SDI-I
É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente à prática do jogo do bicho, ante
a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de validade para a formação do ato jurídico.
Trabalho proibido: Súmula nº 386 do TST
Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial
militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no
Estatuto do Policial Militar. (ex-OJ nº 167 da SBDI-1 - inserida em 26.03.1999)
Estabilidade do Dirigente Sindical
Art. 8º, CF. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
(...)
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta
grave nos termos da lei.
Súmula nº 369 do TST
I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da
candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º (24hrs), da CLT, desde
que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho.
II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que
alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes.
III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa
atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente.
IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir
a estabilidade.
V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda
que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação
das Leis do Trabalho.
Delegado sindical
OJ 369, SDI-1. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. DELEGADO SINDICAL. INAPLICÁVEL.
O delegado sindical não é beneficiário da estabilidade provisória prevista no art. 8º, VIII, da CF/1988, a qual é
dirigida, exclusivamente, àqueles que exerçam ou ocupem cargos de direção nos sindicatos, submetidos a processo
eletivo.
Membro do Conselho Fiscal
OJ 365, DSI-1. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. MEMBRO DE CONSELHO FISCAL DE SINDICATO. INEXISTÊNCIA
Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, VIII,
da CF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de direitos da categoria respectiva, tendo sua
competência limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT).
Terceirização: Teses importantes

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▪ O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade
subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que: i) haja participado da relação
processual e; ii) conste também do título executivo judicial;
▪ Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente;
▪ A responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela
empresa regularmente contratada;
▪ Condiciona-se a responsabilização dos entes públicos à demonstração da falha na fiscalização;
▪ A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação
referentes ao período da prestação laboral.
▪ A terceirização ilícita não gera vínculo de emprego com os entes da Administração Pública (art. 37, II, da
CF/1988).

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO – PROF. FELIPE FERNANDES


Petição inicial
Verbal ou Escrita (art. 840, CLT)
Requisitos:
Art. 840, §1º, CLT. § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes,
a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação
de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
Obs: Peça mais simplificada do que no processo civil (não se exige a especificação de provas e a opção do autor
pela realização ou não da audiência de conciliação e mediação)
Reclamação Trabalhista Verbal
Distribuída antes da redução a termo:
Art. 786, CLT. A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo.
Parágrafo único - Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior, apresentar-se
no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena estabelecida no art. 731.
Perempção:
Art. 731, CLT. Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar, no prazo
estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de
perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho.
Art. 732, CLT. Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa
ao arquivamento de que trata o art. 844.
Jus postulandi
Art. 791, CLT. Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho
e acompanhar as suas reclamações até o final.
§ 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se representar por intermédio do
sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 2º - Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado.
Exceções ao Jus postulandi
Súmula nº 425 do TST.
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais
do Trabalho, NÃO ALCANÇANDO a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de
competência do Tribunal Superior do Trabalho.
Cuidado!!!
Art. 855-B, CLT. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo
obrigatória a representação das partes por advogado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum.
(...)
Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, designará
audiência se entender necessário e proferirá sentença. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

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Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação quanto aos
direitos nela especificados. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que
negar a homologação do acordo.
Necessidade de comparecimento das partes à audiência
Art. 844, CLT. O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-
comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
Não comparecimento do reclamante à audiência inaugural
Arquivamento da reclamação:
Art. 844, § 2º, CLT. Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas
calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar,
no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.
§ 3º O pagamento das custas a que se refere o § 2o é condição para a propositura de nova demanda.
Não Comparecimento da Reclamada à Audiência
Revelia e confissão quanto à matéria fática;
Reforma Trabalhista Inserção do §4º ao art. 844. Revelia não produz efeitos:
I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova
constante dos autos.
E a Fazenda Pública?
OJ 152 da SDI-1 do TST.
Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no artigo 844 da CLT.
Prova pré-constituída nos autos
Súmula nº 74 do TST
I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência
em prosseguimento, na qual deveria depor.
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta (art. 400, I, CPC),
não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores.
III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício,
pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.
Na audiencia: dupla tentativa conciliatória
Art. 846, CLT. Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.
(...)
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos
para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será
proferida a decisão.
O juiz DEVE propor a conciliação em dois momentos:
a) após a abertura da audiência e;
b) depois das razões finais, antes da sentença.
Ônus da prova: horas extras
Art. 74, CLT. O horário de trabalho será anotado em registro de empregados.
(...)
§ 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada
e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções expedidas pela Secretaria Especial de
Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, permitida a pré-assinalação do período de repouso. (Redação
dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
Ônus da prova: horas extras

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Súmula nº 338 do TST
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) (leia-se 20) empregados o registro da jornada de trabalho
na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção
relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338
–alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser
elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova,
invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da
inicial se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº 306 da SBDI-1- DJ 11.08.2003)
Prova pericial: adicional de insalubridade
OJ 278, SDI-I. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. PERÍCIA. LOCAL DE TRABALHO DESATIVADO (DJ 11.08.2003)
A realização de perícia é obrigatória para a verificação de insalubridade.
Quando não for possível sua realização, como em caso de fechamento da empresa, poderá o julgador utilizar-se de
outros meios de prova.
Honorários Advocatícios
Reforma Trabalhista: Inserção do Art. 791-A, CLT:
Art. 791-A, CLT. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados
entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da
liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado
da causa.
§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver
assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.
São devidos:
▪ Pela mera sucumbência;
▪ Ainda que o advogado atue em causa própria;
▪ Nas ações contra a Fazenda Pública;
▪ Nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato da categoria;
▪ Na reconvenção.
Representação dos advogados públicos
Súmula nº 436 do TST. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. PROCURADOR DA UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS E
DISTRITO FEDERAL, SUAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS. JUNTADA DE INSTRUMENTO DE MANDATO
I - A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas em
juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de
comprovação do ato de nomeação.
II - Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário ao menos declare-se exercente do cargo de
procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.
Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias
Súmula nº 214 do TST
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso
imediato, salvo nas hipóteses de decisão:
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do
Trabalho;
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele
a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
Mandado de segurança e tutela provisória
Súmula nº 414 do TST
I - A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser
impugnável mediante recurso ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário

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mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido,
por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015.
II - No caso de a tutela provisória haver sido concedida ou indeferida antes da sentença, cabe mandado de
segurança, em face da inexistência de recurso próprio.
III - A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança que
impugnava a concessão ou o indeferimento da tutela provisória.
Recurso de revista no procedimento sumaríssimo
Art. 896, § 9º, CLT. Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por
contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do
Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
Prescrição trabalhista
Art. 7º, CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:
(...)
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para
os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
Prescrição Bienal;
Prescrição Quinquenal.
Aviso Prévio
OJ 83, SDI-I. AVISO PRÉVIO. INDENIZADO. PRESCRIÇÃO (inserida em 28.04.1997)
A prescrição começa a fluir no final da data do término do aviso prévio. Art. 487, § 1º, da CLT.
O período de aviso prévio deve ser levado em consideração.
Prescrição intercorrente
Art. 11-A, CLT. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos.
§ 1º A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação
judicial no curso da execução.
§ 2º A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de
jurisdição.
Dissídios na Administração Pública
OJ 5, SDC DISSÍDIO COLETIVO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. POSSIBILIDADE JURÍDICA. CLÁUSULA
DE NATUREZA SOCIAL.
Em face de pessoa jurídica de direito público que mantenha empregados, cabe dissídio coletivo exclusivamente
para apreciação de cláusulas de natureza social. Inteligência da Convenção nº 151 da Organização Internacional do
Trabalho, ratificada pelo Decreto Legislativo nº 206/2010
Greve no serviço público
Requisitos:
▪ Pacífica
▪ Tentativa de Negociação (Pauta de Reivindicações);
▪ Assembleia Geral;
▪ Comunicação (72 horas);
▪ Manutenção do Mínimo.
Desconto pelos dias paralisados
A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de
greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre. É permitida a
compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi
provocada por conduta ilícita do Poder Público. (Informativo 845/STF)
Não se mostra razoável a possiblidade de desconto em parcela única sobre a remuneração do servidor público dos
dias parados e não compensados provenientes do exercício do direito de greve. (Informativo 592/STJ)
Competência

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A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos
celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações públicas. (Informativo 871/STF)
▪ Servidores Estaduais ou Municipais numa única UF: TJ
▪ Servidores Federais sob uma mesma região: TRF
▪ Mais de uma unidade da federação ou região: STJ
Greve de Policiais
O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. (Informativo 860/STF)

DIREITO TRIBUTÁRIO – PROF. FELIPE DUQUE


Feeling
(...)cuida de entrega de carnês de IPTU diretamente pelo próprio Município, e nele foi analisado tema relativo à
preservação da competência tributária dos municípios, conforme se pode conferir: "(…) Noutro passo, cinge-se a
questão a verificar se a atividade relativa à entrega de carnês de IPTU pela municipalidade se enquadra no conceito
de serviço público postal, o que, caso positivo, violaria o privilégio da União para a exploração e manutenção do
serviço postal. (...) Ao que se tem, a notificação pela entrega do carnê de IPTU, porque integra o procedimento de
constituição do crédito tributário, é ato próprio dos entes federativos no exercício da competência tributária, que a
podem delegar ao serviço público postal.
Assim, por constituir o Estado brasileiro uma federação, é dado aos entes federativos a autonomia para o amplo
exercício das suas competências tributárias, incluindo nesse caso a possibilidade de constituição do
crédito tributário por seus próprios meios. Ressalte-se, ademais, que a realidade de muitos municípios, dada, na
maioria dos casos, a sua diminuta área territorial, permite que os diversos carnês de IPTU sejam entregues por meio
do próprio corpo administrativo municipal, o que poderia até diminuir custos com a arrecadação.
Dessa feita, a possibilidade do ente federativo optar pelo meio mais vantajoso para notificar o contribuinte da
constituição do crédito tributário de IPTU, se mediante a entrega pelo Correios ou mediante a entrega por agentes
municipais, constitui discricionariedade decorrente do princípio do federalismo e do princípio da competência
tributária, previstos, respectivamente, na Constituição e no Código Tributário Nacional. Insta salientar, por fim, que
a exceção ao privilégio do serviço postal da União se situa, tão somente, na hipótese do próprio município realizar
o transporte e a entrega dos carnês de IPTU, motivo pelo qual se exclui de pronto a possibilidade de contratação
de terceiros para tal mister.
É que, por não se tratar de atividade econômica e por não se constituir serviço público da sua competência, os
municípios não poderiam delegar tal atividade a terceiros".
(STJ; AgInt-EDv-REsp 1.322.133; Proc. 2012/0092681-2; RJ; Primeira Seção; Rel. Min. Herman Benjamin; DJE
05/06/2023)
AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. Direito tributário. Imunidade tributária recíproca. IPTU. Empresa privada
ocupante de imóvel público. Decisão que define a empresa arrendatária como exploradora de atividade econômica
com fins lucrativos. Imunidade inaplicável. Alegação de má-aplicação das teses firmadas no recurso extraordinário
594.015. Tema-rg 385 e no recurso extraordinário 601.720. Tema-rg 437. Inocorrência. Ausência de teratologia.
Impossibilidade de revolvimento do conjunto fático-probatório na via estreita da reclamação. Precedentes. Agravo
a que se nega provimento.
(STF; Rcl-AgR 57.131; RJ; Primeira Turma; Rel. Min. Luiz Fux; Julg. 29/05/2023; DJE 01/06/2023)
Tema-RG 437: “Incide o IPTU, considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa
jurídica de direito privado, devedora do tributo.”
Tema-RG 385: “A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição não se estende a empresa
privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins
lucrativos. Nessa hipótese é constitucional a cobrança do IPTU pelo Município”
ISSQN
De acordo com o art. 1o da LC 116/2003:
Art. 1º O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem
como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como
atividade preponderante do prestador.

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Se o serviço não estiver previsto na lista anexa, não será fato gerador do ISS.
Nas situações onde se encontra dificuldade para definir o que é venda de mercadoria e o que é prestação de serviço,
a LC 116/03 dispõe como resolver o conflito.
Trata-se do art. 1º, § 2º da LC 116/2003.
Art. 1º (...)
§ 2º Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao Imposto
Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias.
ISSQN – Operações Mistas
Regra Geral:
a) Se o serviço prestado estiver na lista anexa da LC 116/2003: haverá pagamento apenas de ISS.
b) Se o serviço prestado não estiver na lista anexa da LC 116/2003: haverá pagamento apenas de ICMS.
Exceção:
Existem algumas operações mistas nas quais a LC 116/2003 prevê que sobre elas deverão incidir tanto o ISS (sobre
o serviço prestado) como também o ICMS (sobre a circulação de mercadorias).
Tributos Municipais

IPTU - Atenção
Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato
gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil,
localizado na zona urbana do Município.
Tomando por base os atributos que caracterizam o direito de propriedade (direito de usar, gozar e dispor da coisa),
a Segunda Turma do STJ decidiu – atenção – que não há fato gerador do IPTU para o proprietário (que consta como
tal junto ao Registro de Imóveis) que não detém a posse do imóvel em razão de invasão, sobre o fundamento de
que tal situação (a invasão) lhe destitui do direito de usar e gozar da coisa (dos poderes inerentes à propriedade):

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TRIBUTÁRIO. IPTU. INCIDÊNCIA SOBRE IMÓVEL. INVASÃO. OCUPAÇÃO POR TERCEIROS. PERDA DO
DOMÍNIO E DOS DIREITOS INERENTES À PROPRIEDADE. IMPOSSIBILIDADE DA SUBSISTÊNCIA DA
EXAÇÃO TRIBUTÁRIA. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 7/ST)
AO CASO DOS AUTOS.
1. É inexigível a cobrança de tributos de proprietário que não detém a posse do imóvel, devendo o
município, no caso, lançar o débito tributário em nome dos ocupantes da área invadida.
2. "Ofende os princípios básicos da razoabilidade e da justiça o fato do Estado violar o direito de
garantia de propriedade e, concomitantemente, exercer a sua prerrogativa de constituir ônus tributário
sobre imóvel expropriado por particulares (proibição do venire contra factum proprium)". (REsp
1.144.982/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em
13/10/2009, DJe 15/10/2009.).
3. Faz-se necessária a modificação do acórdão estadual, tendo em vista especial atenção ao
desaparecimento da base material do fato gerador do IPTU, combinado com a observância dos
princípios da razoabilidade e da boa-fé objetiva.
4, Inaplicável ao caso dos autos a incidência da Súmula 7/STJ, porquanto todo o quadro fático está
devidamente delineado nos fundamentos do acórdão recorrido.
Agravo interno improvido (STJ, 2º T., Agint no RESp nº 1.551.595/SP, Rel. Min. Humberto Martins, v.u.,
j. 21.06.2016, DJe 28.06.2016).

De outro lado, a mesma Segunda Turma do STJ entendeu que o fato de parte de um imóvel urbano ter sido
declarado como Área de Preservação Permanente (APP) e, além disso, estar sofrendo restrição administrativa
consistente na proibição de construir (nota non aedificandi) não impede a incidência do IPTU sobre toda a área do
imóvel, sobre o fundamento de que, apesar de tais restrições, não foram totalmente destituídos aqueles atributos
da propriedade (direito de usar, gozar e dispor da coisa). Vejamos a ementa do julgado:

TRIBUTÁRIO. IPTU. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE CUMULADA COM A NOTA DE NON


AEDIFICANDI. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO.
1. Discute-se nos autos a incidência de IPTU sobre imóvel urbano declarado em parte como área de
preservação permanente com nota non aedificandi.
2. Nos termos da jurisprudência do STJ, "A restrição à utilização da propriedade referente a área de
preservação permanente em parte de imóvel urbano (loteamento) não afasta a incidência do Imposto
Predial e Territorial Urbano, uma vez que o fato gerador da exação permanece íntegro, qual seja, a
propriedade localizada na zona urbana do município. Cuida-se de um ônus a ser suportado, o que não
gera o cerceamento total da disposição, utilização ou
alienação da propriedade, como ocorre, por exemplo, nas desapropriações." (Resp 1128981/SP, Rel.
Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/03/2010, DJe 25/03/2010).

Art. 2º Para os efeitos deste imposto, considera-se zona urbana toda a área em que existam melhoramentos
executados ou mantidos pelo Poder Público, indicados em pelo menos dois dos incisos seguintes: (Art. 3º da Lei no 6.989, de
29/12/66)
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.
Assim, atenção: tanto o STF quanto o STJ combinam os critérios de localização (topográfico ou especial) e de
destinação na configuração do fato gerador do IPTU.
Por sua vez, ao julgar a questão sob o regime de Recurso Repetitivo (tema 174), o STJ também firmou a tese em
questão, de que não incide IPTU, mas ITR, sobre imóvel localizado na área urbana do Município, desde que
comprovadamente utilizado em exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial (art. 15 do DL no
57/1966).
Portanto, atenção: o IPTU não incide sobre todos os imóveis situados na área urbana do Municípios, pois quando
for utilizado na exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, sofrerá a incidência do ITR.
Súmula 626: A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área considerada pela lei local como urbanizável ou de
expansão urbana não está condicionada à existência dos melhoramentos elencados no art. 32, 8 1º, do CTN.

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Atenção, muita atenção: não se exige a presença daqueles melhoramentos indicados nos incisos l a V
do $ 1º do art. 32 do CTN para fins de incidência do IPTU sobre a propriedade imóvel situada em área
“urbanizável” ou de “expansão urbana”, posto que não exigidos pelo § 2º do mesmo art. 32.

Seguindo essa “tendência”, o Município de São Paulo elegeu o primeiro dia do ano, qual seja 1º de janeiro, conforme
se verifica no inciso | do $1º do art. 1º do Decreto nº 62.137/2022:
Art. 1º Constitui fato gerador do Imposto Predial a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel construído,
localizado na zona urbana do Município. (Art. 2º da Lei nº 6.989, de 29/12/66) $ 1º Considera-se ocorrido o fato
gerador do Imposto Predial: (Acrescido pela Lei nº 15.406, de 08/07/11)
|- em 1º de janeiro de cada exercício;
(...)

Contudo, atenção novamente: o Município de São Paulo estipula algumas exceções em sua legislação,
segundo as quais determinadas alterações promovidas no imóvel após 1º de janeiro já surtirão efeitos
tributários dentro do próprio exercício, com cobrança parcial do imposto.

Assim, de acordo com a legislação do Município de São Paulo: a “situação fática e jurídica” a ser tributada (sujeito
passivo, tipologia construtiva do imóvel, sua extensão, utilização, existência ou não de edificação etc.) deve ser
aquela existente em 1º de janeiro do ano a que se refere a tributação (ou no primeiro dia útil em algumas legislações
municipais). Contudo, segundo o Município de São Paulo, acaso ocorre demolição, edificação e/ou conclusão de
obra, etc., essas alterações surtirão efeitos na obrigação tributária já surgida para aquele exercício tributário (aquele
ano a que se refere a tributação), mediante a cobrança proporcional do imposto, conforme §§ 2º a 4º acima.
Por exemplo: acaso a obrigação tributária relativa ao IPTU seja desencadeada em 1º de janeiro de determinado
exercício tendo por base o valor venal de um imóvel de 100m 2 (efetiva extensão do imóvel em 1º de janeiro do ano
a que se refere a tributação), mas após, por exemplo, em 15 de março, ocorra ampliação da área construída, essa
área adicional sofrerá a cobrança proporcional do imposto, pela quantidade de meses faltantes (no caso, 10/12
avos, ou seja, de março a dezembro).

Atenção: muita atenção à essa possibilidade de cobrança proporcional, pois é uma particularidade
existente na legislação do Município de São Paulo (e em outros poucos Municípios, como Salvador e
São Bernardo do Campo, e, por ser uma particularidade Municipal, tem grande chance de ser exigida
em provas de concursos públicos.

PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO No


3/STJ. IPTU EM IMÓVEL ENFITÊUTICO. DOMÍNIO ÚTIL DO ENFITEUTA. INCIDÊNCIA. PRECEDENTE. SÚMULA 83/STJ.
AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO.
1. O Tribunal de origem consignou a sujeição passiva da sociedade de economia mista ao tributo de IPTU, pois ela
detém a posse e o domínio através do regime de enfiteuse.
2. Nos termos da jurisprudência desta Corte, o enfiteuta é o titular do domínio útil do imóvel, sendo, portanto, o
sujeito passivo do imposto predial territorial urbano.
4. Agravo interno não provido (STJ, 2a T., AgInt. no REsp 1616632/BA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, v.u., j.
21/09/2017, DJe em 27/09/2017).
Em interessantíssimo julgado, o STJ entendeu que o exercício da posse sobre bem público desencadeia a incidência
do IPTU, apesar da impossibilidade normativa de aquisição da propriedade por usucapião:
5. Cumpre esclarecer em que pese no caso o poder fático que exerce sobre os bens públicos não seja qualificado
no plano jurídico como posse suficientemente capaz para gerar a aquisição da propriedade por usucapião ou a
garantir a proteção possessória em face dos entes públicos, os detentores de bens públicos se caracterizam como
possuidores a qualquer título, para efeito de incidência do IPTU, devendo ser considerados sujeitos passivos já que
patente o seu inequívoco ânimo de se apossar definitivamente dos imóveis ou deles dispor mediante contrato
oneroso.
6. Recurso especial parcialmente conhecido, e nessa parte não provido. (STJ, 2a T., REsp. no 1.402.217/DF, Rel. Min.
Mauro Campbell Marques, DJe 24/11/2015).
De acordo com o julgado acima, mesmo ante à impossibilidade jurídica de aquisição do bem imóvel por usucapião,
por tratar-se de bem público, a situação fática da posse com o simples animus (intenção) de ser proprietário, e a
possibilidade de dispor daqueles direitos inerentes à condição de possuidor (do direito de

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usar, gozar e dispor da posse) caracteriza a sujeição passiva do IPTU na condição de possuidor.
Súmulas
Súmula Vinculante 31 - É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza do ISS sobre
operações de locação de bens móveis.
Súmula 588 do STF - O imposto sobre serviços não incide sobre os depósitos, as comissões e taxas de desconto,
cobrados pelos estabelecimentos bancários.
Súmula 138 do STJ - O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas móveis.
Súmula 167 do STJ - O fornecimento de concreto, por empreitada, para construção civil, preparado no trajeto até a
obra em betoneiras acopladas a caminhões, e prestação de serviço, sujeitando-se apenas a incidência do ISS.
Súmula 274 do STJ - O ISS incide sobre o valor dos serviços de assistência médica, incluindo-se neles as refeições,
os medicamentos e as diárias hospitalares.
Súmula 424 do STJ - É legítima a incidência de ISS sobre os serviços bancários congêneres da lista anexa ao DL
406/1968 e à LC 56/1987.
Súmula 524 do STJ - No tocante à base de cálculo, o ISSQN incide apenas sobre a taxa de agenciamento quando o
serviço prestado por sociedade empresária de trabalho temporário for de intermediação, devendo, entretanto,
englobar também os valores dos salários e encargos sociais dos trabalhadores por ela contratados nas hipóteses de
fornecimento de mão de obra.
Súmula 156 do STJ - A prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que
envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS.
Obs.: Existe entendimento de que esta súmula está superada.
Inclusive o próprio STJ trouxe entendimento nesse sentido, conforme se percebe nos julgados a seguir:
Incide ICMS nas operações de produção de embalagens sob encomenda destinadas à integração ou utilização
direta em processo subsequente de industrialização ou de posterior circulação de mercadoria. (STJ, AgInt no REsp
1901932/RN, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 07/06/2021, DJe 10/06/2021)
O legislador incorporou esse entendimento à LC no 116/2003 (ISSQN), alterando a redação do subitem 13.05 da
lista anexa pela LC no 157/2016.
A LC 157/16 alterou a redação do subitem 13.05 da Lista de serviços anexa à LC 116/03, destacando que a
composição gráfica destinada a posterior operação de industrialização de embalagens, bulas, rótulos, manuais de
instrução ou integração a produtos passou a se submeter ao ICMS: Composição gráfica, inclusive confecção de
impressos gráficos, fotocomposição, clicheria, zincografia, litografia e fotolitografia, exceto se destinados a posterior
operação de comercialização ou industrialização, ainda que incorporados, de qualquer forma, a outra mercadoria
que deva ser objeto de posterior circulação, tais como bulas, rótulos, etiquetas, caixas, cartuchos, embalagens e
manuais técnicos e de instrução, quando ficarão sujeitos ao ICMS.
Teses Relevantes
É constitucional a incidência do ISS no licenciamento ou na cessão de direito de uso de programas de computação
desenvolvidos para clientes de forma personalizada, nos termos do subitem 1.05 da lista anexa à LC 116/2003. (STF,
RE 688223, Tema 590 de RG)
A tradicional distinção entre software de prateleira (padronizado) e por encomenda (personalizado) não é mais
suficiente para a definição da competência para a tributação dos negócios jurídicos que envolvam programas de
computador em suas diversas modalidades.
O legislador elencou, no subitem 1.05 da lista de serviços tributáveis pelo ISS anexa à LC no 116/03, o licenciamento
e a cessão de direito de uso de programas de computação.
(STF. Plenário. ADI 5659/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/2/2021; STF. Plenário. ADI 1945/MT, Rel. Min.
Cármen Lúcia, redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 24/2/2021)
É constitucional a inclusão do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza na base de cálculo da Contribuição
Previdenciária sobre a Receita Bruta – CPRB. (STF, RE 1285845, Tema 1135 de RG)
Vs
É constitucional a inclusão do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS na base de cálculo da
Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta - CPRB. (STF, RE 1187264, Tema 1048 de RG)
É incompatível com a Constituição Federal disposição normativa a prever a obrigatoriedade de cadastro, em órgão
da Administração municipal, de prestador de serviços não estabelecido no território do Município e imposição ao

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tomador da retenção do Imposto Sobre Serviços – ISS quando descumprida a obrigação acessória. (STF, RE
1167509, Tema 1020 de RG)
No tocante às farmácias de manipulação, incide o ISS sobre as operações envolvendo o preparo e o fornecimento
de medicamentos encomendados para posterior entrega aos fregueses, em caráter pessoal, para consumo; incide
o ICMS sobre os medicamentos de prateleira por elas produzidos, ofertados ao público consumidor. (STF, RE
605552, Tema 379 de RG)
É constitucional a incidência de Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) sobre contratos de franquia
(franchising) (itens 10.04 e 17.08 da lista de serviços prevista no Anexo da Lei Complementar 116/2003). (STF, RE
603136, Tema 300 de RG)
É taxativa a lista de serviços sujeitos ao ISS a que se refere o art. 156, III, da Constituição Federal, admitindo-se,
contudo, a incidência do tributo sobre as atividades inerentes aos serviços elencados em lei em razão da
interpretação extensiva. (STF, RE 784439, Tema 296 de RG)
A base de cálculo do ISSQN incidente na prestação do serviço público de transporte coletivo é o valor pago pelo
usuário no momento da aquisição da passagem, e não o valor da tarifa vigente na data da sua utilização.
(STJ, AgRg no AREsp 483264/RS,Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 13/05/2014,DJE
19/05/2014)
É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza- ISS sobre operações de locação
de bens móveis, dissociada da prestação de serviços. (STF, RE 626706, Tema 212 de RG)
Súmula Vinculante 31 - É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza do ISS sobre
operações de locação de bens móveis.
É constitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS sobre as operações de
arrendamento mercantil (leasing financeiro).
(STF, RE 592905, Tese 125 de RG)
Percebam:
No contrato de locação de bens móveis: não incide ISS (SV 31);
No arrendamento mercantil: incide ISS (Tese 125 de RG - STF).
Vs
Não incide o ICMS na operação de arrendamento mercantil internacional, salvo na hipótese de antecipação da
opção de compra, quando configurada a transferência da titularidade do bem. (STF, RE 540829, Tese 297 de RG)
Nesse sentido, o STJ decidiu pela solidariedade tributária entre o promitente comprador e o promitente vendedor
de imóvel objeto de promessa de compra e venda, desde que a lei municipal defina como contribuinte o
proprietário, o titular do domínio útil, ou o possuidor a qualquer título.
Essa questão foi julgada em regime de Recurso Repetitivo (Tema 122), quando a referida Corte Superior
firmou a tese de que tanto o promitente comprador (na condição de possuidor a qualquer título) do imóvel quanto
seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis) são
contribuintes solidariamente responsáveis pelo pagamento do IPTU:

TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE


IMÓVEL. LEGITIMIDADE PASSIVA DO POSSUIDOR (PROMITENTE COMPRADOR) E DO PROPRIETÁRIO
(PROMITENTE VENDEDOR).
1. Segundo o art. 34 do CTN, consideram-se contribuintes do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do
seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título.
2. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que tanto o promitente comprador (possuidor
a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a
propriedade registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis pelo pagamento do
IPTU. Precedentes: (...)
3. "Ao legislador municipal cabe eleger o sujeito passivo do tributo, contemplando qualquer das
situações previstas no CTN. Definindo a lei como contribuinte o proprietário, o titular do domínio útil,
ou o possuidor a qualquer título, pode a autoridade administrativa optar por um ou por outro visando
a facilitar o procedimento de arrecadação (STJ, 1º S., REsp. nº 1.110.551/SP, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, v.u., j. 10/06/2009, DJe em 18/06/2009).

Esse julgado deu surgimento, inclusive, à já referida Súmula 399 do STJ, com a seguinte redação:

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Súmula 399 do STJ: Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU.

4. A orientação do STJ, firmada em recurso repetitivo, é no sentido de que o art. 34 do CTN considera contribuintes
do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. Assim, "tanto o promitente
comprador (possuidor a qualquer título)doimóvel quanto
seuproprietário/promitentevendedor(aquelequetemapropriedade registrada no Registro de Imóveis) são
contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU." (...).
5. De igual forma, o STJ já definiu que "ao legislador municipal cabe eleger o sujeito passivo do tributo,
contemplando qualquer das situações previstas no CTN. Definindo a lei como contribuinte o proprietário, o titular
do domínio útil, ou o possuidor a qualquer título, pode a autoridade administrativa optar por um ou por outro
visando a facilitar o procedimento de arrecadação” (REsp 475.078/SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 27.9.2004).
6. In specie, à época do fato gerador os executados eram os proprietários do imóvel objeto de compromisso de
compra e venda devidamente averbado no Cartório de Registro de Imóveis e a lei municipal prevê a
responsabilidade solidária do promitente vendedor e do compromissário comprador pelo pagamento do IPTU.
7. Sendo assim, aplica-se ao caso a Súmula 399/STJ e a jurisprudência do STJ que admite a legitimidade passiva do
promitente vendedor de imóvel para responder pela cobrança do IPTU, na hipótese de compromisso de compra e
venda registrado em cartório. Precedentes: (...).
8. Recurso Especial provido (STJ, 2a T., REsp. no 1.695.772/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, v.u., j. 21/11/2017, DJe
em 19/12/2017).
Conclui-se, assim, a partir do quanto decidido pelo STJ, que só haverá a exclusão do proprietário, do titular do
domínio útil ou do possuidor do imóvel da condição de contribuinte solidário do IPTU acaso a própria legislação
municipal retire a responsabilidade de qualquer um deles.
Acaso a legislação prescreva que o proprietário, o titular do domínio útil ou possuidor do imóvel são contribuintes
do IPTU, haverá solidariedade implícita, segundo entendimento expressado pelo STJ.
Conforme acima já visto, o art. 11 do Decreto 62.137/2022, prevê a responsabilidade solidária entre os possuidores
diretos e indiretos:
Art. 11. O imposto é devido, a critério da repartição competente: (Art. 10 da Lei nº 6.989, de 29/12/66)
I - por quem exerça a posse direta do imóvel, sem prejuízo da responsabilidade solidária dos possuidores
indiretos;
II - por qualquer dos possuidores indiretos, sem prejuízo da responsabilidade solidária dos demais e do
possuidor direto.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se ao espólio das pessoas nele referidas
Progressividade e aliquota mínima
3. É constitucional a cobrança de IPTU, referente a período anterior à Emenda Constitucional 29/2000, mesmo que
a progressividade das alíquotas tenha sido declarada inconstitucional, em sede de representação de
inconstitucionalidade em Tribunal de Justiça local. Função da alíquota na norma tributária. Teoria da divisibilidade
das leis. Inconstitucionalidade parcial.
4. O IPTU é exigível com base na alíquota mínima prevista na lei municipal, de modo que o critério quantitativo da
regra matriz de incidência tributária seja proporcional e o menos gravoso possível ao contribuinte. Precedentes.
5. Recurso extraordinário provido (STF, Pleno, RE. no 602.347/MG, Rel. Min. Edson Fachin, j. 04/11/2015).
A inoponibilidade das convenções particulares à fazenda pública
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo
pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito
passivo das obrigações tributárias correspondentes.
Inaplicabilidade do princípio da anterioridade nonagesimal à fixação da base de cálculo
A fixação da base de cálculo do IPTU, isto é, a fixação da PGV, é uma das exceções ao constitucionalmente
consagrado Princípio da Anterioridade Nonagesimal ou Noventena

Por exemplo: lei municipal que atualiza a PGV é publicada em 31 de dezembro de 2017. Diante dessa
hipótese, pergunta-se: a partir de quando essa lei será eficaz? A partir de quando produzirá efeitos? A
resposta é bem simples: a partir do dia seguinte ao de sua publicação, ou seja, a partir de 1º de janeiro
de 2018, valendo a PGV atualizada para o IPTU do exercício de 2018 (considerando a previsão legal de

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que o fato gerador ocorre em 1º de janeiro de cada ano), pois a atualização em questão não se submete
ao Princípio da Anterioridade Nonagesimal ou Noventena (art. 150, inciso IIl, alínea “c”, da CF/88), se
submetendo, porém, ao Princípio da Anterioridade Anual ou de Exercício (art. 150, inciso IIl, alínea “b”,
da CF/88).

Município de SP – Alíquotas do IPTU


Logo, em resumo, as alíquotas são:
• Para imóveis edificados de uso residencial: 1%
• Para imóveis edificados de uso não residencial: 1,5%
• Para imóveis não edificados: 1,5%
ITBI
Atenção, não se esqueça que são direitos reais sobre bens imóveis:
• Propriedade;
• Superfície;
• Servidões;
• Usufruto;
• Uso;
• Habitação;
• Direto do promitente comprador do imóvel;
• Concessão de direito real de uso; e
• Laje.
Não se esqueça, também, de que os direitos reais de garantia estão fora do campo de incidência do ITBI sendo eles:
• Penhor;
• Hipoteca; e
• Anticrese.
ITBI
ITBI e a usucapião
O ITBI não incide nas hipóteses de aquisição originária da propriedade, pois nesses casos inexiste transmissão (troca
de titularidade, de uma pessoa para outra, por meio de um negócio jurídico).
Como a aquisição de imóvel por usucapião é modo originário, não está sujeita, portanto, à incidência do referido
imposto.
ITBI e a desapropriação (ou retrocessão)
Como a desapropriação também é forma originária de aquisição da propriedade, igualmente não é alcançada pela
hipótese de incidência (fato gerador in abstracto) do ITBI (que exige, reitera-se, a ocorrência de um modo originário
de aquisição).
Nesse sentido, prescreveu o art. 172 do Decreto 62.137/2022, que consolida as leis tributárias no Município de São
Paulo:
Art. 172. O imposto não incide: (Art. 3º da Lei nº 11.154, de 30/12/91, com a redação da Lei nº. 13.402, de 05/08/02)
(...)
II - sobre a transmissão de bem imóvel, quando este voltar ao domínio do antigo proprietário por força de
retrovenda, de retrocessão ou pacto de melhor comprador;
(...)
ITBI – alíquotas
Não há, no texto constitucional ou em lei complementar (seja no CTN ou em qualquer outra complementar), uma
regra que condicione ou limite a fixação das alíquotas do ITBI, assim como há, exemplo, para o ITCMD (de acordo
com o inciso IV do § 1º do art. 155 do CF/88, a alíquota máxima do ITCN será fixada pelo Senado Federal, estando
atualmente limitada a 8%, nos termos da Resolução nº 9/92 Senado Federal) ou para o ISS (artigos 8º e 8º-A da Lei
Complementar nº 116/2003).
Portanto, as alíquotas do ITBI podem ser livremente estipuladas pelos Municípios.
Valendo-se dessa prerrogativa, o Município de São Paulo/SP fixou as alíquotas do referido imposto no art. 180 do
Decreto 62.137/2022:

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Art. 180. O imposto será calculado: (Art. 10 da Lei nº 11.154, de 30/12/91, com a redação da Lei nº 15.891, de
07/11/13)
I - nas transmissões de imóveis de até R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais) compreendidas no Sistema Financeiro da
Habitação — SFH, no Programa de Arrendamento Residencial — PAR e de Habitação de Interesse Social — HIS, bem
como aquelas realizadas por meio de consórcios:
a) à razão de 0,5% (meio por cento) sobre o valor efetivamente financiado ou sobre o valor do crédito efetivamente
utilizado para aquisição do imóvel, até o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais); (inciso | e alínea “a” com redação
da Lei nº 17.719, de 26/11/21, com efeitos 90 dias após public., conf. art. 53 da referida lei);
b) pela aplicação da alíquota de 3% (três por cento) sobre o valor restante; (Com a redação da Lei nº 16.098, de
29/12/14)
II - nas demais transmissões, pela alíquota de 3% (três por cento). (Com a redação da Lei nº 16.098, de 29/12/14)
$ 1º Na hipótese prevista no inciso | do “caput” deste artigo, quando o valor da transação for superior ao limite nele
fixado, o valor do imposto será determinado pela soma das parcelas estabelecidas em suas alíneas “a” e “b”.
$2º Asimportâncias fixas previstas neste artigo serão atualizadas na forma do disposto no artigo 621.
ITBI
Art. 172. O imposto não incide: (Art. 3º da Lei nº 11.154,'de 30/12/91, com a redação da Lei nº 13.402, de 05/08/02)
I - no mandato em causa própria ou com poderes equivalentes e seu substabelecimento, quando outorgado para o
mandatário receber a escritura definitiva do imóvel;
II - sobre a transmissão de bem imóvel, quando este voltar ao domínio do antigo proprietário, por força de
retrovenda, de retrocessão ou pacto de melhor comprador;
III - sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoas jurídicas em realização de
capital;
IV - sobre a transmissão de bens ou direitos aos mesmos alienantes, em decorrência de sua desincorporação do
patrimônio da pessoa jurídica a que foram conferidos;
V - sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção da pessoa jurídica;
VI - sobre a constituição e a resolução da propriedade fiduciária de coisa imóvel, prevista na Lei Federal nº 9.514,
de 20 de novembro de 1997.
PAT
A decisão de primeira instância pode gerar três consequências:
(i) Decisão integralmente favorável ao Fisco: caberá apenas ao sujeito passivo, caso queira, ingressar com Recurso
Ordinário contra a decisão da impugnação de primeira instância de julgamento.
O Recurso Ordinário será julgado pelo Conselho Municipal de Tributos (CMT).
(ii) Decisão parcialmente favorável ao sujeito passivo: caberá tanto a interposição de Recurso Ordinário por parte
do sujeito passivo quanto o Reexame Necessário no caso de a parte desfavorável o Fisco superar o valor
estabelecido em ato do Secretário Municipal da Fazenda.
Ambos serão julgado pelo Conselho Municipal de Tributos (CMT);
(iii) Decisão integralmente favorável ao sujeito passivo: caberá apenas o Reexame Necessário no caso de a decisão
desfavorável ao Fisco superar o valor estabelecido em ato do Secretário Municipal da azenda.
O Reexame Necessário será julgado pelo Conselho Municipal de Tributos (CMT).
(ii) Em regra, o prazo para interposição de recursos será de 30 DIAS. Exceção: o prazo para interposição do Recurso
de Revisão será de 15 DIAS.
Da decisão final proferida em primeira instância que seja contrária ao contribuinte caberá Recurso Ordinário dirigido
ao Conselho Municipal de Tributos (CMT) no prazo de 30 (trinta) dias.
O Recurso Ordinário será apreciado pelas Câmaras Julgadoras do Conselho Municipal de Tributos (CMT), podendo
conter impugnação de toda a decisão de Primeira Instância ou apenas de parte da decisão, implicando na
apreciação e julgamento de todas as questões suscitadas no expediente, ainda que a decisão de Primeira Instância
não as tenha julgado por inteiro.
As Câmaras Julgadoras do Conselho Municipal de Tributos (CMT) serão responsáveis pela apreciação do Recurso
Ordinário.

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DIFUSOS E COLETIVOS: LEIS LOCAIS – PROF. JOANA PORTELA
PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO – Lei Municipal nº 16.050/2014
Art. 1º. Esta lei dispõe sobre a Política de Desenvolvimento Urbano, o Sistema de Planejamento Urbano e o Plano
Diretor Estratégico do Município de São Paulo e aplica-se à totalidade do seu território.
§ 1º A Política de Desenvolvimento Urbano é o conjunto de planos e ações que tem como objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e o uso socialmente justo e ecologicamente equilibrado e
diversificado de seu território, de forma a assegurar o bem-estar e a qualidade de vida de seus habitantes.
§ 3º O Plano Diretor Estratégico é o instrumento básico da Política de Desenvolvimento Urbano do Município
de São Paulo, determinante para todos os agentes públicos e privados que atuam em seu território.
Art. 5º → PRINCÍPIOS
Art. 6º → DIRETRIZES
Art. 7º. → OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
Art. 9º A estratégia territorial do Plano Diretor, na perspectiva de observar de maneira equilibrada as dimensões
definidas no artigo anterior e, ainda, os princípios, diretrizes e objetivos da Política Urbana, estrutura-se a partir dos
seguintes elementos:
I - macrozonas e macroáreas, áreas homogêneas que orientam, ao nível do território, os objetivos específicos de
desenvolvimento urbano e a aplicação dos instrumentos urbanísticos e ambientais;
II - rede de estruturação e transformação urbana, onde se concentram as transformações estratégicas propostas
pelo Plano Diretor, composta pelos seguintes elementos estruturadores do território:
Parágrafo único. Fica o território do Município de São Paulo dividido nas seguintes macrozonas, cada uma delas
subdividas em quatro macroáreas, conforme Mapas 1 e 2, anexos:
I - Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana;
II - Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental.
Art. 10. A Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana, situada integralmente na Zona Urbana, apresenta
grande diversidade de padrões de uso e ocupação do solo, desigualdade socioespacial, padrões diferenciados de
urbanização e é a área do Município mais propícia para abrigar os usos e atividades urbanos.
Art. 16. A Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental, conforme Mapa 1 anexo, é um território
ambientalmente frágil devido às suas características geológicas e geotécnicas, à presença de mananciais de
abastecimento hídrico e à significativa biodiversidade, demandando cuidados especiais para sua conservação.
Dos instrumentos Indutores da Função Social da Propriedade
Art. 90. O Executivo, na forma da lei, poderá exigir do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado, ou
não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
II – Imposto Predial e Territorial Urbano Progressivo no Tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública.
Do Âmbito de Aplicação
Art. 91. Para aplicação dos instrumentos indutores da função social da propriedade, são consideradas passíveis de
aplicação dos instrumentos indutores do uso social da propriedade os imóveis não edificados, subutilizados, ou não
utilizados localizados nas seguintes partes do território:
(...)
Art. 92. São considerados imóveis não edificados os lotes e glebas com área superior a 500 m² (quinhentos metros
quadrados), com coeficiente de aproveitamento utilizado igual a 0 (zero).
§ 1º As obrigações estabelecidas por esta lei aos proprietários de imóveis caracterizados no “caput” não serão
aplicadas enquanto o terreno não tiver acesso à infraestrutura básica, assim definida pela legislação federal de
parcelamento do solo urbano, ressalvados os casos em que os equipamentos urbanos ali estabelecidos possam ser
exigidos no processo de licenciamento.
Art. 93. São considerados imóveis subutilizados os lotes e glebas com área superior a 500m² (quinhentos metros
quadrados) que apresentem coeficiente de aproveitamento inferior ao mínimo definido nos Quadros 2 e 2A
anexos.
Art. 94. Ficam excluídos das categorias de não edificados ou subutilizados os imóveis que:

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I – abriguem atividades que não necessitem de edificação para suas finalidades, com exceção de estacionamentos;
II – integrem o Sistema Municipal de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres, forem classificados como
ZEPAM ou cumpram função ambiental relevante;
Art. 94. Ficam excluídos das categorias de não edificados ou subutilizados os imóveis que:
III – forem classificados como ZEPEC, tombados, ou que tenham processo de tombamento aberto pelo órgão
competente de qualquer ente federativo, ou ainda cujo potencial construtivo tenha sido transferido;
IV – estejam nestas condições devido a impossibilidades jurídicas momentaneamente insanáveis pela simples
conduta do proprietário, e apenas enquanto estas perdurarem.
Art. 95. São considerados imóveis não utilizados aqueles com coeficiente de aproveitamento utilizado igual ou
superior ao coeficiente de aproveitamento mínimo definido nos Quadros 2 e 2A anexos e que tenham, no mínimo,
60% (sessenta por cento) de sua área construída desocupada por mais de 1 (um) ano ininterrupto.
Art. 95.
§ 2º A desocupação dos imóveis poderá ser comprovada, por meio de consulta às concessionárias, pela não
utilização ou pela interrupção do fornecimento de serviços essenciais como água, luz e gás.
§ 3º A classificação do imóvel como não utilizado poderá ser suspensa devido a impossibilidades jurídicas
momentaneamente insanáveis pela simples conduta do proprietário, e apenas enquanto estas perdurarem,
conforme regulamentação do Poder Executivo.
Do Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórios
Art. 96. Os imóveis não edificados, subutilizados e não utilizados são sujeitos ao parcelamento, edificação e
utilização compulsórios.
§ 1º Os proprietários dos imóveis não parcelados, não edificados ou subutilizados deverão ser notificados pela
Prefeitura e terão prazo máximo de 1 (um) ano a partir do recebimento da notificação para protocolar, junto ao
órgão competente, pedido de aprovação e execução de projeto de parcelamento ou edificação desses imóveis,
conforme o caso.
Art. 96.
§ 2º Os proprietários dos imóveis notificados nos termos do parágrafo anterior deverão iniciar a execução do
parcelamento ou edificação desses imóveis no prazo máximo de 2 (dois) anos a contar da expedição do alvará de
execução do projeto, cabendo aos proprietários a comunicação à administração pública.
§ 3º Os proprietários dos imóveis não utilizados deverão ser notificados pela Prefeitura e terão prazo máximo de 1
(um) ano, a contar do recebimento da notificação, para ocupá-los, cabendo aos proprietários a comunicação à
administração pública.
§ 6º Os prazos previstos neste artigo serão contados em dobro quando o proprietário notificado for cooperativa
habitacional ou associação sem fins lucrativos.
§ 9º A transmissão do imóvel, por ato “inter vivos” ou “causa mortis”, posterior à data da notificação prevista nos §§
1º e 3º, transfere as obrigações de parcelamento, edificação ou utilização sem interrupção de quaisquer prazos.
Art. 97. § 1º A notificação referida no “caput” deste artigo deverá ser averbada na matrícula do imóvel no Cartório
de Registro de Imóveis, pela Prefeitura do Município de São Paulo.
§ 2º Uma vez promovido, pelo proprietário, o adequado aproveitamento do imóvel na conformidade do que dispõe
esta lei, caberá à Prefeitura do Município de São Paulo efetuar o cancelamento da averbação tratada no
parágrafo anterior.
Do IPTU Progressivo no Tempo
Art. 98. Caso os proprietários dos imóveis mencionados na subseção anterior não cumpram as obrigações nos
prazos ali estabelecidos, a Prefeitura deverá aplicar alíquotas progressivas de IPTU majoradas anualmente pelo
prazo de 5 (cinco) anos consecutivos até atingir a alíquota máxima de 15% (quinze por cento).
§ 1º A alíquota a ser aplicada a cada ano será igual ao dobro do valor da alíquota do ano anterior.
§ 3º Será mantida a cobrança do Imposto pela alíquota majorada até que se cumpra a obrigação de parcelar,
edificar, utilizar o imóvel ou que ocorra a sua desapropriação.
§ 4º É vedada a concessão de isenções, anistias, incentivos ou benefícios fiscais relativos ao IPTU Progressivo de
que trata esta lei.
§ 5º Serão suspensas quaisquer isenções do IPTU incidentes em um dado imóvel quando o proprietário for
notificado para o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios.

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§ 7º Comprovado o cumprimento da obrigação de parcelar, edificar ou utilizar o imóvel, ocorrerá o lançamento do
IPTU sem a aplicação das alíquotas previstas nesta lei no exercício seguinte.
Da Desapropriação Mediante Pagamento em Títulos da Dívida Pública
Art. 99. Decorrido o prazo de 5 (cinco) anos de cobrança do IPTU Progressivo no Tempo sem que os proprietários
dos imóveis tenham cumprido a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar, conforme o caso, a Prefeitura poderá
proceder à desapropriação desses imóveis com pagamento em títulos da dívida pública.
§ 1º Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação do Senado Federal e serão resgatados no prazo de até
dez anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais, nos
termos do art. 8º da Lei Federal nº 10.257, de 2001.
§ 4º Adjudicada a propriedade do imóvel à Prefeitura, esta deverá determinar a destinação urbanística do bem,
vinculada à implantação de ações estratégicas do Plano Diretor, ou iniciar o procedimento para sua alienação ou
concessão, nos termos do art. 8º do Estatuto da Cidade.
§ 5º Caso o valor da dívida relativa ao IPTU supere o valor do imóvel, a Prefeitura deverá proceder à
desapropriação do imóvel e, na hipótese de não ter interesse público para utilização em programas do Município,
poderá aliená-lo a terceiros.
§ 6º Ficam mantidas para o adquirente ou concessionário do imóvel as mesmas obrigações de parcelamento,
edificação ou utilização previstas nesta lei.
§ 7º Nos casos de alienação do imóvel previstas nos §§ 4º e 5º deste artigo, os recursos auferidos deverão ser
destinados ao Fundo Municipal de Habitação.
Da Arrecadação de Bens Abandonados
Art. 108. O imóvel que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e
que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e após três anos ser
incorporado à propriedade do Município, conforme estabelece a legislação federal.
Vide art. 1275, III, Código Civil -> abandono é uma das causas de perda da propriedade
Art. 1276, Código Civil
Art. 109. O imóvel que passar à propriedade do Município em razão de abandono poderá ser empregado
diretamente pela Administração, para programas de habitações de interesse social, de regularização fundiária,
instalação de equipamentos públicos sociais ou de quaisquer outras finalidades urbanísticas.
Parágrafo único. Não sendo possível a destinação indicada no artigo anterior em razão das características do imóvel
ou por inviabilidade econômica e financeira, o bem deverá ser alienado e o valor arrecadado será destinado ao
Fundo Municipal de Habitação para a aquisição de terrenos e glebas.
LEI DOS PLANOS REGIONAIS ESTRATÉGICOS E DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO – LEI
MUNICIPAL Nº 16.402/2016
Do Parcelamento do Solo Urbano
Art. 35. A disciplina do parcelamento do solo regula a divisão ou redivisão do solo, objetivando o equilíbrio entre
áreas públicas e privadas e seu adequado aproveitamento urbanístico.
Art. 36. Somente será permitido o parcelamento do solo para fins urbanos na zona urbana, definida pela Lei nº
16.050, de 31 de julho de 2014 – PDE.
Art. 37. Não será permitido o parcelamento do solo:
I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento
das águas;
II - em áreas com potencial ou suspeitas de contaminação, em áreas contaminadas e em monitoramento ambiental,
sem que haja manifestação favorável do órgão ambiental competente para sua reutilização conforme o uso
pretendido; (interpretação conforme a Constituição do Estado - ADIN nº 2304556- 40.2020.8.26.0000)
III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas as exigências
específicas das autoridades competentes;
IV - em terrenos onde a incidência de processos geológico-geotécnicos não aconselhe a edificação;
V - em áreas de preservação ecológica;
VI - em áreas onde a poluição, em suas diversas formas, impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção.
ATENÇÃO

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Em razão de ADI proposta pelo Procurador Geral de Justiça do Estado de São Paulo (2304556-40.2020.8.26.0000),
em 09 de março de 2022 o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo julgou a ação procedente em parte,
com pontual interpretação conforme, para: “Conferir interpretação conforme a Constituição ao inciso II do art. 37,
da Lei nº 16.402, de 22.03.16 do Município de São Paulo, para que em toda e qualquer autorização de parcelamento
do solo em áreas com potencial ou suspeita de contaminação, em áreas contaminadas e em monitoramento
ambiental seja exigida a prévia e total restauração dos processos ecológicos e a reparação de danos ambientais,
sobretudo do solo e das águas subterrâneas, ou a constatação da inexistência de contaminação efetiva ou potencial
pelo órgão ambiental competente”.
A decisão ainda não transitou em julgado.
Dos requisitos e parâmetros de parcelamento do solo
Art. 38. Os parcelamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos:
I - respeitar as faixas marginais de cursos d’água naturais perenes e intermitentes e as áreas no entorno de lagos e
lagoas naturais e de nascentes definidas pela legislação federal, salvo maiores exigências da legislação específica;
II - as vias, quando exigidas, deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas,
integrando-se com o sistema viário da região, e harmonizar-se com a topografia local;
III - respeitar as faixas de domínio público das rodovias e ferrovias, sendo reservada uma faixa não edificável de 15m
(quinze metros) de cada lado, salvo exigências mais restritivas definidas em lei específica.
Art. 41. A área mínima de lote no território do Município é de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e a
frente mínima é de 5m (cinco metros), ambas podendo ser maiores de acordo com a zona na qual o lote está
inserido.
Art. 42. A área máxima de lote no território da zona urbana do Município é de 20.000m² (vinte mil metros
quadrados) e a frente máxima é de 150m (cento e cinquenta metros), ambas podendo ser menores de acordo
com a zona na qual o lote está inserido.
Art. 45. Da área total do lote ou gleba objeto de parcelamento deverá ser destinado percentual mínimo para a
Municipalidade para a implantação de área verde pública, área institucional e sistema viário, bem como
percentual mínimo de área sem afetação previamente definida, de acordo com os percentuais previstos no Quadro
2 desta lei.
§ 5º Não estão sujeitos à obrigação prevista no “caput” os seguintes usos:
(...)
Das modalidades de parcelamento do solo
Art. 49. São modalidades de parcelamento do solo:
I - loteamento;
II - desmembramento;
III - remembramento;
IV - reparcelamento;
V - Parcelamento de Interesse Social (PIS).
ATENÇÃO: Art 2º, Lei 6.766/1979
§ 1º Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias
de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes.
§ 2º Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento
do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no
prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes.
Art. 49, Lei Municipal 16.402/2016
§ 1º Considera-se remembramento o reagrupamento de lotes para edificar, até o limite das dimensões máximas
estabelecidas no Quadro 2A desta lei, desde que a operação não interfira com o sistema viário existente, nem
imponha qualquer outra modificação nos logradouros já existentes.
§ 2º Considera-se reparcelamento do solo o reagrupamento de lotes ou glebas e sua posterior divisão em novos
lotes com dimensões, localização ou configuração distintos da situação original.
Do licenciamento das atividades
Art. 136. Nenhuma atividade não residencial – nR poderá ser instalada sem prévia emissão, pela Prefeitura, da
licença correspondente, sem a qual será considerada em situação irregular.

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§ 1º A licença a que se refere o “caput” deste artigo deverá ser emitida preferentemente de modo eletrônico pelo
sítio da Prefeitura na internet.
§ 2º A expedição da licença a que se refere o “caput” deste artigo dependerá de ser o uso permitido na zona, da
regularidade da edificação e do atendimento das condições de instalação e dos parâmetros de incomodidade
previstos nos Quadros 4A e 4B desta lei, ressalvado o disposto no art. 133 desta lei.
Art. 137. A emissão de alvarás, licenças de funcionamento ou suspensão de atividades enquadradas no
licenciamento ambiental municipal, certificados de conclusão e outras situações específicas referentes ao uso e à
ocupação do solo em áreas públicas ou privadas consideradas potencialmente contaminadas, suspeitas de
contaminação, contaminadas ou em monitoramento ambiental, fica condicionada à manifestação favorável do
órgão ambiental competente, respeitada a legislação aplicável em vigor.
§ 1º O Executivo estabelecerá os critérios de classificação das atividades potencialmente contaminadas ou suspeitas
de contaminação capazes de alterar a qualidade do solo e das águas subterrâneas.
Art. 141. Constatado o funcionamento da atividade sem a licença a que se refere o art. 136, o funcionamento da
atividade será considerado irregular, ensejando a lavratura de Autos de Infração e de Multa e, concomitantemente,
de Auto de Intimação para regularizar a situação ou encerrar a atividade, nos seguintes prazos: (Regulamentado
pelo Decreto nº 57.443/2016)
I - 90 (noventa) dias, para a atividade considerada conforme;
II - 30 (trinta) dias, para a atividade considerada permitida no local;
III - 5 (cinco) dias úteis, para a atividade considerada não permitida no local.
Art. 142. O desatendimento do Auto de Intimação de que trata o art. 141 desta lei implicará a lavratura de Autos
de Infração e de Multa, concomitantemente, com a interdição da atividade, com lacre. (Regulamentado pelo
Decreto nº 57.443/2016)
Art. 143. Constatada a desobediência da ordem de interdição, será lavrado Auto de Constatação, bem como Autos
de Infração e de Multa, sendo o fato noticiado à autoridade policial competente para a instauração de inquérito
por crime de desobediência. (Regulamentado pelo Decreto nº 57.443/2016)
Dos parcelamentos irregulares
Art. 149. Aqueles que executarem parcelamento do solo, em qualquer de suas modalidades, sem prévia aprovação
do respectivo projeto pela Prefeitura do Município de São Paulo, ou em desacordo com o projeto aprovado
e não lograrem comprovar sua regularização, ficam sujeitos às seguintes sanções:(Regulamentado pelo Decreto nº
57.443/2016)
I - multa, aplicada no momento da vistoria inicial, no valor estabelecido no Quadro 5 desta lei;
II - intimação, lavrada simultaneamente à imposição da multa, para que, no prazo de 10 (dez) dias, apresentem a
documentação que comprove a regularidade do parcelamento do solo.
§ 3º No caso das edificações não autorizadas, serão aplicadas as seguintes penalidades:
I - multa e embargo de cada edificação, nos termos do Código de Obras e Edificações (COE), vigente na época da
constatação da irregularidade;
II - apreensão ou inutilização dos materiais de construção;
III - intimação dos responsáveis para desfazerem voluntariamente as obras, ampliações ou edificações em
parcelamento não consolidados, no prazo de 2 (dois) dias.
PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E AMBIENTAL - LEI MUNICIPAL Nº 10.032/1985
Art. 1º Fica instituído o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade
de São Paulo (CONPRESP), órgão colegiado de assessoramento cultural integrante da estrutura da Secretaria
Municipal de Cultura.
Art. 3º O Conselho compõe-se dos seguintes membros, nomeados pelo Prefeito:(Redação dada pela Lei nº 14.516,
de 11 de outubro de 2007)
I - um representante da Secretaria Municipal de Cultura;(Redação dada pela Lei nº 14.516, de 11 de outubro de
2007)
II - o Diretor do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura;(Redação dada pela Lei
nº 14.516, de 11 de outubro de 2007)
III - um Vereador eleito pelos pares no Plenário da Câmara Municipal de São Paulo;(Redação dada pela Lei nº 14.516,
de 11 de outubro de 2007)

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IV - um representante da Secretaria Municipal dos Negócios Jurídicos;(Redação dada pela Lei nº 14.516, de 11 de
outubro de 2007)
V - um representante da Secretaria Municipal de Habitação;(Redação dada pela Lei nº 14.516, de 11 de outubro de
2007)
VI - um representante da Secretaria Municipal de Planejamento;(Redação dada pela Lei nº 14.516, de 11 de outubro
de 2007)
VII - um representante do Instituto dos Arquitetos do Brasil - Seção de São Paulo;(Redação dada pela Lei nº 14.516,
de 11 de outubro de 2007)
VIII - um representante da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de São Paulo;(Redação dada pela Lei nº 14.516,
de 11 de outubro de 2007)
IX - um representante do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - Seção de São Paulo.(Redação dada pela
Lei nº 14.516, de 11 de outubro de 2007)
Art. 4º O mandato dos membros do Conselho, bem como de seu presidente, é de três anos, permitida a
recondução.
Art. 6º O exercício das funções de Conselheiro é considerado de relevante interesse público, e não poderá, por
qualquer forma, ser remunerado.
Art. 7º O Município, na forma desta lei, procederá ao tombamento total ou parcial de bens móveis e imóveis, de
propriedade pública ou particular existentes em seu território que, pelo seu valor cultural, histórico, artístico,
arquitetônico, documental, bibliográfico, paleográfico, urbanístico, museógrafo, toponímico, ecológico e hídrico,
ficam sob a especial proteção do Poder Público Municipal.
Parágrafo Único. O tombamento deverá recair de ofício sobre bens já tombados pelos poderes públicos, federal e
estadual.
Dos efeitos do tombamento
Art. 20 - Em nenhuma circunstância o bem tombado poderá ser destruído, demolido, mutilado.
Art. 21 - O bem tombado só poderá ser reparado, pintado, restaurado, ou por qualquer forma alterado, com prévia
autorização do órgão técnico de apoio e, se necessário do Conselho, aos quais caberá prestar a conveniente
orientação e proceder ao acompanhamento da execução.
Dos efeitos do tombamento
Art. 22 - O bem tombado somente poderá sair do Município para efeito de intercâmbio cultural, e, mesmo nesta
hipótese, por prazo reduzido, mediante autorização do Secretário Municipal de Cultura, com anuência do
Conselho, que deverá ser solicitada por escrito e com pelo menos 30 (trinta) dias de antecedência pelo responsável
pelo bem.(Redação dada pela Lei 10.236, de 16 de dezembro de 1986)
Art. 29 - A alienabilidade dos bens tombados por esta lei submete-se às restrições do Decreto-lei Federal nº 25, de
30 de novembro de 1937.
ATENÇÃO:
Art. 22. DL 25/37: previa o direito de preferência em favor dos entes federados (União, Estados e Municípios, nessa
ordem) em caso de alienação onerosa de bem tomado.
Contudo, o art. 22 foi revogado pelo art. 1.072, I, do Código de Processo Civil de 2015
Permanece o direito de preferência apenas em caso de leilão de bem tombado:
Art. 892, § 3º, CPC. No caso de leilão de bem tombado, a União, os Estados e os Municípios terão, nessa ordem, o
direito de preferência na arrematação, em igualdade de oferta.
CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO – LEI MUNICIPAL Nº 16.642/2017
Art. 4º. É direito e responsabilidade do proprietário ou possuidor do imóvel requerer perante a Prefeitura a emissão
dos documentos de controle da atividade edilícia de que trata este Código, respeitados o direito de vizinhança, a
função social da propriedade e a legislação municipal correlata.
Parágrafo único. O licenciamento de projetos e obras e instalação de equipamentos não implica o
reconhecimento, pela Prefeitura, do direito de propriedade ou posse sobre o imóvel.
Art. 6º O possuidor tem os mesmos direitos do proprietário, desde que apresente a certidão de registro imobiliário
e um dos seguintes documentos:
(...)

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Parágrafo único. O proprietário ou possuidor que autoriza a obra ou serviço fica responsável pela manutenção
das condições de estabilidade, segurança e salubridade do imóvel, edificações e equipamentos, bem como pela
observância do projeto aprovado, das disposições deste Código, do respectivo decreto regulamentar, das normas
técnicas aplicáveis e da legislação municipal correlata, bem como do Plano Diretor Estratégico - PDE e da Legislação
de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo - LPUOS.
Art. 10. A Prefeitura não se responsabiliza pela estabilidade da edificação e do equipamento ou por qualquer
sinistro ou acidente decorrente de deficiências do projeto, de sua execução ou instalação, bem como de sua
utilização.
Art. 11. A conformidade do projeto às normas técnicas gerais e específicas de construção e às disposições legais e
regulamentares aplicáveis aos aspectos interiores das edificações é de responsabilidade exclusiva do
responsável técnico pelo projeto, de acordo com a declaração de responsabilidade a ser apresentada nos termos
deste Código.

DIREITO FINANCEIRO – PROF. JOÃO LAWALL

ORÇAMENTO E LEIS ORÇAMENTÁRIAS

Constituição Federal de 1988


Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
Lei Orgânica de São Paulo
Art. 137 - Leis de iniciativa do Poder Executivo
Municipal estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
Ausência de hierarquia formal entre as leis (todas são leis ordinárias), mas podendo se falar em hierarquia temática.

PPA
LDO
Subordina a elaboração
da LDO e da LOA que não LOA
podem lhe contrariar Subordina a elaboração
(Planejamento da LOA que não pode lhe
contrariar (Planejamento Operacional
Estratégico)
operacional)

Conteúdo das Lei Orçamentárias

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Plano Plurianual

De forma
regionalizada

Diretrizes Objetivos Metas

Da administração pública municipal para as despesas de capital, e outras delas decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada.

Metas e prioridades da administração pública municipal


Lei de Diretrizes Orçamentárias

(incluindo as despesas de capital para o exercício


financeiro subsequente)

Orientará a elaboração da Lei Orçamentária Anual

Disporá sobre as alterações na legislação tributária

Atenção: previsão de conteúdo da LOA na CF/88


Art. 165.
(...)
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público;
Art. 165.
(...)
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do
capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração
direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo poder público.
Orçamento: Autorizativo ou participativo?
Doutrina clássica (Aliomar Baleeiro) e a jurisprudência do STF entendiam que o orçamento tem natureza autorizativa.
Atenção para a diferença das normas orçamentárias e das normas pré-orçamentárias.
Alterações relevantes na Constituição Federal de 1988 – Emendas Constitucionais nº 86, 100 e 126.
Emendas Individuais ao Orçamento: EC nº 86 e 126
Artigo 166, §9º, 9º-A e 11
Tornou obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações oriundas de emendas individuais no
limite de 2% (dois por cento) da receita corrente líquida do exercício anterior ao do encaminhamento do projeto.

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Divisão do percentual: 1,55% para Deputados e 0,45% para Senadores
Emenda Constitucional nº 100 – Emenda de Bancada
Artigo 166, § 12
§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações incluídas por todas
as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, no montante de até 1%
(um por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior.
Artigo 166, § 12
§ 10. A administração tem o dever de executar as programações orçamentárias, adotando os meios e as medidas
necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade.
STF
1. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, antes das Emendas Constitucionais n. 86/2015 e n. 100/2019,
manifestava-se pelo caráter meramente formal e autorizativo da lei orçamentária.
2. Ao enumerarem percentuais específicos para as emendas impositivas, de execução obrigatória, os §§ 9º a 20 do
art. 166 da Constituição da República buscaram compatibilizar a discricionariedade do Executivo e a importância do
Legislativo na elaboração do orçamento, harmonizando e reequilibrando a divisão entre os Poderes.
As Emendas Constitucionais n. 86/2015 e n. 100/2019 reforçaram o anterior caráter autorizativo das previsões
orçamentárias, nos termos da norma constitucional originária, modificada desde as alterações da Constituição da
República.
3. A norma questionada, promulgada em 18.12.2014, foi inserida na Constituição de Santa Catarina antes das
modificações promovidas no art. 166 da Constituição da República sem observar sequer os limites estipulados pelas
Emendas Constitucionais n. 86/2015 e n. 100/2019. Inexistência de constitucionalidade superveniente.
4. Ao impor ao Poder Executivo a obrigatoriedade de execução das prioridades do orçamento a Emenda à
Constituição de Santa Catarina n. 70/2014 contrariou o princípio da separação dos poderes e a regra constitucional
do caráter meramente formal da lei orçamentária até então em vigor na Constituição da República.
5. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente para declarar inconstitucionais os arts. 120-A e 120-B
da Constituição de Santa Catarina.

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO

- Forma democrática de definição do orçamento público e incutir no cidadão a ideia de que nem todas as despesas
são possíveis, dada o plexo de necessidades públicas.
- Consiste na necessária consulta prévia feita aos cidadãos acerca dos gastos públicos que querem ver realizados,
antes que o projeto de LOA vá ao Poder Legislativo.
- Aproximação do cidadão dos gastos públicos.
- Previsão na LRF acerca da transparência fiscal:
Art. 48.
§1º. I. Incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e
discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos.
Previsão expressa no Estatuto das Cidades (Lei 10.527/2001):
Art. 44. No âmbito municipal, a gestão orçamentária participativa de que trata a alínea f do inciso III do art. 4º desta
Lei incluirá a realização de debates, audiências e consultas públicas sobre as propostas do plano plurianual, da lei
de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, como condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara
Municipal.
- Elaborar um orçamento sem a prévia consulta à população infringe o procedimento formal de elaboração do
orçamento, autorizando intervenção judicial.
- Manifestações populares não são vinculantes, mas impõe ao ente federativo o dever de justificar as decisões
tomadas e o não acolhimento das sugestões.

CONSÓRCIO PÚBLICO E PRINCÍPIO DA INSTRANSCENDÊNCIA

Consórcio Público (Lei 11.107/2005)

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- Contrato administrativo multilateral, firmado entre entidades federativas, para persecução de objetivos comuns,
resultando na criação de uma nova pessoa jurídica de direito público.
- Princípio da Intranscendência das sanções: sanções, penalidades e restrições de ordem jurídica não podem
superar a dimensão estritamente pessoal do infrator.
- Transferência Voluntária:
Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos correntes
ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra
de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
DIREITO ADMINISTRATIVO. PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA DAS SANÇÕES E ENTIDADE INTEGRANTE DE
CONSÓRCIO PÚBLICO COM PENDÊNCIA NO CAUC.
O fato de ente integrante de consórcio público possuir pendência no Serviço Auxiliar de Informações para
Transferências Voluntárias (CAUC) não impede que o consórcio faça jus, após a celebração de convênio, à
transferência voluntária a que se refere o art. 25 da LC n. 101/2000.
Nota-se, por oportuno, que o instrumento não modifica a natureza dos entes federativos que dele participam. Nesse
passo, segundo o princípio da intranscendência das sanções, não podem as penalidades e as restrições de ordem
jurídica superar a dimensão estritamente pessoal do infrator, não podendo prejudicar os outros entes, sob pena de
violação desse preceito normativo, consoante entendimento já consolidado no STJ (AgRg no REsp 1.087.465-SC,
Segunda Turma, DJe 16/9/2009) e no STF (ACO 1.631-GO AgR, Tribunal Pleno, DJe 1º/7/2015; e ACO-MA 1.848
AgR, Tribunal Pleno, DJe 6/2/2015).
Em relação aos consórcios públicos, se não adotada a tese da intranscendência, estar-se-á afirmando que a
irregularidade de uma pessoa jurídica de direito público, integrante da administração pública direta, seria capaz de
alcançar outra pessoa jurídica, integrante da administração indireta (no caso, o consórcio público de Direito Público).
Ademais, a escolha das propostas e a celebração do contrato de repasse são decisões discricionárias do órgão do
Poder Executivo competente, havendo um procedimento de aprovação de plano de trabalho e de seleção da
proposta vencedora antes da formalização do contrato de repasse. Se a administração pública decidisse por não
selecionar a proposta em razão da inadimplência de um dos entes consorciados, não haveria óbice algum. No
entanto, se aprovado o plano de trabalho do consórcio público e selecionada a sua proposta, não há que se falar,
em razão da pendência de alguns dos entes consorciados, em irregularidade por parte do consórcio público para
firmar convênio, visto que possui personalidade jurídica própria e relações jurídicas próprias (REsp 1.463.921 – PR)

GASTO COM PESSOAL

Lei de Responsabilidade Fiscal


Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos
gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos,
funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como
vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive
adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e
contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.
Limites de Gasto com Pessoal
- O artigo 169 da CF/88 prevê que lei complementar estipulará os limites de gasto com pessoal ativo e inativo e
pensionistas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

União – 50%
Limite de despesa com pessoal (em
relação a receita corrente líquida)
Estados, DF e Municípios – 60%

- A apuração da despesas, inclusive para fixação dos limites é feita somando-se a realizada no mês em referência
com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência.
Superior Tribunal de Justiça
Poder público não pode alegar excesso de gasto com pessoal para negar progressão funcional com base na LRF

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1. Recurso especial da parte recorrente em que se discute a legalidade do ato de não concessão de progressão
funcional do servidor público, quando atendidos todos os requisitos legais, sob o argumento de que foram
superados os limites orçamentários previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal, referentes a gastos com pessoal de
ente público.
3. A LC 101/2000 determina que seja verificado se a despesa de cada Poder ou órgão com pessoal – limite específico
– se mantém inferior a 95% do seu limite; isso porque, em caso de excesso, há um conjunto de vedações que deve
ser observado exclusivamente pelo Poder ou pelo órgão que houver incorrido no excesso, como visto no art. 22 da
LC 101/2000.
4. O mesmo diploma legal não prevê vedação à progressão funcional do servidor público que atender aos requisitos
legais para sua concessão, em caso de superação dos limites orçamentários previstos na Lei de Responsabilidade
Fiscal, referentes a gastos com pessoal de ente público. Nos casos em que há comprovado excesso, se global ou
específico, as condutas que são lícitas aos entes federativos estão expressamente delineadas. Ou seja, há comandos
normativos claros e específicos de mecanismos de contenção de gasto com pessoal, os quais são taxativos, não
havendo previsão legal de vedação à progressão funcional, que é direito subjetivo do servidor público quando os
requisitos legais forem atendidos em sua plenitude.

DIREITO ADMINISTRATIVO: LEI LOCAL – PROF. BVRUNO BETTI

DECRETO Nº 62.100 DE 27 DE DEZEMBRO DE 2022

Art. 3º, § 3º O agente de contratação, o pregoeiro e os membros da comissão de contratação serão selecionados
preferencialmente dentre servidores públicos efetivos ou empregados públicos do quadro permanente.
Art. 8º Todas as licitações serão realizadas preferencialmente sob a forma eletrônica.
§ 1º Faculta-se a realização na forma presencial, desde que motivada e autorizada pelo titular do órgão ou entidade
licitante, devendo a sessão pública, nessa hipótese, ser registrada em ata e gravada em áudio e vídeo, procedendo-
se à anexação dos arquivos no processo administrativo da licitação.
Das Amostras, Exames de Conformidade e Provas de Conceito
Art. 11. O edital poderá prever a realização de análise e avaliação de conformidade da proposta, mediante
homologação de amostras, exame de conformidade ou prova de conceito, entre outros testes de interesse da
Administração, para comprovar a aderência às especificações definidas no termo de referência ou no projeto básico.
§ 1º Na hipótese de previsão da análise e avaliação de conformidade da proposta como condição de classificação,
a exigência limitar-se-á ao licitante provisoriamente classificado em primeiro lugar.
§ 2º Havendo condições excepcionais devidamente justificadas, o edital poderá prever a exigência de análise e
avaliação de conformidade da proposta de até três licitantes, observada a ordem de classificação provisória.
Art. 16. Caberá à Procuradoria Geral do Município disciplinar os modelos de minutas de editais e a padronização
de contratos.
Parágrafo único. Caberá, ainda, à Procuradoria Geral do Município disciplinar as hipóteses de dispensa da análise
jurídica prevista no artigo 53, §5º, da Lei Federal nº 14.133, de 2021.
Da Vedação da Aquisição de Bens de Consumo de Luxo
Art. 22. Os bens de consumo adquiridos para suprir as demandas das estruturas da Administração Pública Municipal
deverão ser de qualidade comum, não superior à necessária para cumprir as finalidades às quais se destinam,
vedada a aquisição de artigos de luxo.
§ 1º São considerados bens de consumo aqueles que, de acordo com o regulamento específico do Município de
São Paulo, não são passíveis de controle pelo Sistema de Bens Patrimoniais Móveis – SBPM.
§ 2º Para os fins deste decreto, considera-se bem de consumo de luxo aquele:
I – cujo valor é alterado pela sua raridade, exclusividade, imagem, marca, notoriedade, tradição, história ou pela
qualidade superior; e
II – cujas características funcionais necessárias ao uso ou consumo no caso concreto podem ser encontradas em
produto de custo menos elevado e de desempenho similar.
§ 3º Em situações excepcionais, nas quais o bem com características específicas possa melhor atender às
necessidades da Administração e desde que devidamente demonstrado no estudo preliminar, não se configurará
artigo de luxo.

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Da Realização de Consulta e Audiência Públicas
Art. 23. Deverá ser realizada consulta pública:
I - sempre que os valores estimados da contratação superarem o montante de R$ 100.000.000,00 (cem milhões de
reais);
II - independentemente do valor estimado da contratação, sempre que a relevância, a pertinência ou a
complexidade do objeto assim o recomendarem; ou
III - para qualquer valor, quando a legislação específica a exigir.
§ 1º A consulta pública poderá ser dispensada a critério da autoridade competente, desde que devidamente
justificada no respectivo processo administrativo.
§ 2º Não se aplica o disposto no “caput” deste artigo às licitações na modalidade leilão.
Art. 126. Nas contratações que envolvam a prestação de serviços contínuos com dedicação exclusiva ou com
predominância de mão de obra, o edital poderá exigir que percentual mínimo da mão de obra responsável pela
execução do objeto da contratação seja constituído por:
I - mulheres vítimas de violência doméstica, observado o disposto na Lei nº 17.341, de 18 de maio de 2020, e no
Decreto nº 59.537, de 16 de junho de 2020;
II - oriundos ou egressos do sistema prisional, observado o disposto no Decreto nº 51.080, de 7 de dezembro de
2009;
III - pessoas em situação de rua, observado o disposto na Lei nº 17.252, de 26 de dezembro de 2019, e no Decreto
nº 59.252, de 6 de março 2020.

LEI Nº 8.989 DE 29 DE OUTUBRO DE 1979

Art. 10 - Os cargos públicos serão providos por:


I - Nomeação;
II - Transposição;
III - Acesso;
IV - Transferência;
V - Reintegração;
VI - Readmissão
VII - Reversão;
VIII - Aproveitamento.
Art. 23 – A posse deverá se verificar no prazo de 15 (quinze) dias, contado da publicação oficial do ato de provimento.
§ 1º - O prazo previsto neste artigo poderá ser prorrogado por igual período, a juízo da autoridade competente para
dar posse.
Art. 44 – O exercício do cargo terá início dentro do prazo de 15 (quinze) dias.
§ 1º - O prazo referido neste artigo poderá ser prorrogado por igual período, a juízo da autoridade competente para
dar posse.
Art. 115 - O funcionário que completar 25 (vinte e cinco) anos de efetivo exercício no serviço público municipal
perceberá importância equivalente à sexta-parte do seu vencimento.
Art. 116 - A sexta-parte incorpora-se ao vencimento para todos os efeitos legais.
Art. 125. Ao cônjuge ou companheiro, ou na falta destes, ao ascendente ou descendente em linha reta que provar
ter feito despesas relativas ao funeral de funcionário ativo ou inativo, será concedida, a título de auxílio-funeral,
mesmo nos casos de acúmulo de cargos, funções, vencimentos e proventos, uma única parcela de R$ 4.000,00
(quatro mil reais).(Redação dada pela Lei nº 17.457/2020)
§ 1º Quando, na falta do cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente em linha reta da pessoa falecida, as
despesas relativas ao funeral forem efetivadas por pessoa diversa, ser-lhe-á reembolsada a importância
efetivamente dispendida, mediante comprovação, até o limite fixado no “caput” deste artigo.(Incluído pela Lei nº
17.457/2020)
§ 2º O auxílio-funeral ou o reembolso das despesas deverá ser requerido no prazo de até 180 (cento e oitenta) dias
contados da data do óbito do funcionário ativo ou inativo sob pena de decadência.(Incluído pela Lei nº 17.457/2020)

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DAS PENALIDADES
Art. 184 - São penas disciplinares:
I - repreensão;
II - suspensão;
III - demissão;
IV - demissão a bem do serviço público;
V - cassação de aposentadoria ou da disponibilidade.
Art. 185 - A pena de repreensão será aplicada por escrito, nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos
deveres funcionais.
Art. 186 – A pena de suspensão, que não excederá a 120 (cento e vinte) dias, será aplicada em casos de falta grave
ou de reincidência.
§ 3º – A multa não poderá exceder à metade dos vencimentos, nem perdurar por mais de 120 (cento e vinte) dias.
Art. 187 – A autoridade que tiver conhecimento de infração funcional que enseje a aplicação de penas de repreensão
e suspensão até 5 (cinco) dias deverá notificar por escrito o servidor da infração a ele imputada, com prazo de 3
(três) dias para oferecimento de defesa.
Art. 192 - As penalidades poderão ser abrandadas pela autoridade que as tiver de aplicar, levadas em conta as
circunstâncias da falta disciplinar e o anterior comportamento do funcionário.
Art. 196 - Prescreverá:
I - em 2 (dois) anos, a falta que sujeite às penas de repreensão ou suspensão;
II - em 5 (cinco) anos, a falta que sujeite às penas de demissão, demissão a bem do serviço público e de cassação de
aposentadoria ou disponibilidade.
Parágrafo Único – A falta também prevista como crime na lei penal prescreverá juntamente com ele, aplicando-se
ao procedimento disciplinar, neste caso, os prazos prescricionais estabelecidos no Código Penal, quando superiores
a cinco anos.
Art. 197 – Nas hipóteses dos incisos I e II do artigo anterior, a prescrição começa a correr da data em que a autoridade
tomar conhecimento da existência da falta.
Art. 203 - A sindicância é peça preliminar e informativa do inquérito administrativo, devendo ser promovida quando
os fatos não estiverem definidos ou faltarem elementos indicativos da autoria.
Art. 206 - A sindicância deverá estar concluída no prazo de trinta dias, que só poderá ser prorrogado mediante
justificação fundamentada.;
Art. 207 - Instaura-se inquérito administrativo quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa determinar a pena
de demissão.
Art. 209. O inquérito administrativo será iniciado no prazo de 5 (cinco) dias, contados do recebimento dos autos
pela Comissão Processante e concluído no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados do seu início.(Redação
dada pela Lei nº 17.722/2021 - entra em vigor em 1º de janeiro de 2022)
Parágrafo único. O prazo para a conclusão do inquérito poderá ser prorrogado, mediante justificação
fundamentada, pelo Procurador-Geral do Município, que poderá delegar esta atribuição.(Redação dada pela Lei nº
17.722/2021 - entra em vigor em 1º de janeiro de 2022)
Art. 212 - Nenhum funcionário será processado sem assistência de defensor habilitado.
Parágrafo Único. Se o funcionário não constituir advogado, ser-lhe-á dado defensor na pessoa de Procurador
Municipal.
Art. 220 - A revisão será recebida e processada mediante requerimento quando:
I - a decisão for manifestamente contrária a dispositivo legal, ou à evidência dos autos;
II - a decisão se fundar em depoimentos, exames periciais, vistorias ou documentos compravadamente falsos ou
eivados de erros;
III - surgirem, após a decisão, provas da inocência do punido.
§ 1º - Não constitui fundamento para a revisão a simples alegação de injustiça da penalidade.
§ 2º - A revisão, que poderá verificar-se a qualquer tempo, não autoriza a agravação da pena.
§ 3º - Ocorrendo o falecimento do punido, o pedido de revisão poderá ser formulado pelo cônjuge ou parente até
segundo grau.

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LEI Nº 14.141 DE 27 DE MARÇO DE 2006

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Art. 7º O processo administrativo pode ser iniciado pela autoridade competente ou a pedido de interessado, e será
composto pelo conjunto de documentos, requerimentos, atas de reunião, pareceres e informações instrutórias
necessários à decisão da autoridade administrativa.
Art. 8º Distinguem-se os processos em:
I - processos comuns;
II - processos especiais.
Art. 9º Os processos especiais são aqueles disciplinados por normas próprias distintas das aplicáveis nos processos
comuns, aplicando-se-lhes subsidiariamente os demais preceitos desta lei.
Parágrafo único. Enquadram-se, dentre outros, na categoria de especiais, os processos referentes às seguintes
matérias:
I - licenciamento ambiental, edilício, sanitário e urbanístico;
II - licitação;
III - disciplinar;
IV - administrativo-tributário;
V - tomada de contas;
VI - tombamento.
Art. 48-A. A Administração, de ofício ou por provocação de pessoa interessada, anulará seus próprios atos, quando
eivados de vício que os tornem ilegais, salvo se:
I - ultrapassado o prazo de 10 (dez) anos contados de sua produção;
II - da irregularidade não resultar qualquer prejuízo;
III - forem passíveis de convalidação.

FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO – PROF. IGOR MACIEL


Juizados Especiais Estaduais
# Lei 12.153/09
Art. 2º É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de
interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários
mínimos.
§ 1º Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:
I – as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, por improbidade
administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses difusos e coletivos;
II – as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, autarquias e fundações
públicas a eles vinculadas;
III – as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou
sanções disciplinares aplicadas a militares.
§ 2º Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência do Juizado Especial, a soma
de 12 (doze) parcelas vincendas e de eventuais parcelas vencidas não poderá exceder o valor referido
no caput deste artigo.
§ 3º (VETADO)
§ 4º No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é absoluta.
Improbidade
CF. Artigo 37
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública,
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
ação penal cabível.
Independência de Instâncias

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Lei 8.429/92
Necessidade de DOLO, SEMPRE!
Artigo 1º.
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta
Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais.
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta
Lei, não bastando a voluntariedade do agente.
§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato doloso com
fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa.
§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei os princípios constitucionais do direito
administrativo sancionador.
Sujeito ativo?
Terceiro?
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público e todo aquele
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art.
1º desta Lei.
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza
ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade.
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado não respondem
pelo ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente, houver
participação e benefícios diretos, caso em que responderão nos limites da sua participação.
Prescrição
Antigamente – 5 anos do término do mandato;
Hoje – 8 anos a contar do FATO (prática do ato);
# Antiga redação
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;
# Nova redação
Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da
ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência.
§ 1º A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei
suspende o curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias corridos, recomeçando a correr
após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão.
§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído no prazo de 365 (trezentos e sessenta e
cinco) dias corridos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fundamentado submetido à revisão
da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação deverá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não
for caso de arquivamento do inquérito civil.
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo interrompe-se:
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
II - pela publicação da sentença condenatória;
III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal que confirma
sentença condenatória ou que reforma sentença de improcedência;
IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou
que reforma acórdão de improcedência;
V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão condenatório ou
que reforma acórdão de improcedência.
§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do prazo previsto
no caput deste artigo.

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Mandado de Segurança
A indicação errada da Autoridade Impetrada induz à extinção do processo?
Não necessariamente.
Possível aplicar-se a Teoria da Encampação e não extinguir o processo.
Legitimidade passiva no Mandado de Segurança: Pessoa Jurídica;
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação.
§ 2º Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.
Súmula 628 – STJ - A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando presentes,
cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato
impugnado;
b) manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas; e
c) ausência de modificação de competência estabelecida na Constituição Federal.
MS Coletivo
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no
Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária,
ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo
menos, 1 (um) ano,
Em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos
seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
Segundo o STF:
Súmula 629 – STF - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados
independe da autorização destes.
Súmula 630 – STF - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
Litispendência e Coisa Julgada
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo
ou categoria substituídos pelo impetrante.
§ 1º O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa
julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de
segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva.
Medida liminar
§ 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante
judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.
STF – Liminar – Inconstitucionalidade
Conforme argumentou o Min. Marco Aurélio:
“O preceito contraria o sistema judicial alusivo à tutela de urgência. Se esta surge cabível no caso concreto, é
impertinente, sob pena de risco do perecimento do direito, estabelecer contraditório ouvindo-se, antes de qualquer
providência, o patrono da pessoa jurídica. Conflita com o acesso ao Judiciário para afastar lesão ou ameaça de lesão
a direito.
Tenho como inconstitucional o artigo 22, § 2º, da Lei nº 12.016/2009.”

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esperamos que tenham gostado do material e que avancem muitas questões na nota final.
Desejamos uma excelente prova!

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