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INTRODUÇÃO:

O ensino da Aromaterapia, com o objetivo de multiplicar


conhecimentos sobre os óleos essenciais e o modo de usá-
-los, se torna necessário em nossa sociedade. Sociedade
esta que precisa ampliar os seus conceitos sobre saúde,
sobre inteligência emocional, sobre prosperidade, dentre
variados aspectos, que trazem um desenvolvimento mo-
ral e da consciência em todos nós. Como parte disso, a
Aromaterapia alia auto-responsabilidade, cuidado com a
saúde emocional, física, mental e energética e nos ajuda a
quebrar paradigmas sobre ensiná-la. Vamos, então, apren-
der a ensinar em Aromaterapia e nos desenvolver na arte
de nos comunicar, para que possamos espalhar os nossos
conhecimentos e as nossas experiências, com o intuito
maior de impactar e transformar o mundo.

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ENSINANDO AROMATERAPIA:

Uma das formas que temos para mostrar a eficácia da


Aromaterapia e a sua importância para todos nós é lecio-
narmos sobre ela. Seja por meio de workshops, seja por
meio de cursos, o que importa é que possamos falar so-
bre os óleos essenciais, as suas ricas propriedades e como
eles contribuem com a nossa saúde. Mas, para ensinar, é
necessário enfatizar que é primordial conhecer profunda-
mente o tema primeiro, já que explicar sobre um conteúdo
requer que se saiba bastante sobre ele. Logo, todo ensino
depende de muitas horas de estudo, dedicação e esfor-
ço pessoal. Porém, na medida em que nós investimos em
aprender para ensinar, nos habilitamos a ser profissionais
diferenciados no mercado. Isto faz com que nos tornemos
uma referência em determinado saber e podemos cobrar
um preço que faça juz ao nosso valor, desde que reconhe-
çamos ele.
Mas, corremos um certo perigo, pois, na maioria das
vezes, não somos capazes de identificar o nosso próprio
valor. Para Harv Eker (2006) isto ocorre porque o nosso ca-
ráter, os nossos pensamentos e as nossas crenças deter-
minam o grau de nosso sucesso. Porém, ao longo da vida,
introjetamos crenças que fazem com que internamen-
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te desvalorizamos quem somos e, consequentemente, o
quanto vale o nosso trabalho. Desta maneira, precisamos
acreditar em nós, acreditar em nosso trabalho e saber que
temos uma missão muito importante de espalhar saúde
por todo o mundo. Missão esta que o aromaterapeuta An-
dré Ferraz nos ensina quando enfatiza a importância de
sermos prósperos ao associarmos o nosso propósito em
oferecer o melhor para os nossos pacientes, ao pagamen-
to que recebemos pelo nosso investimento em conheci-
mentos e experiência e por focarmos em fazer o bem para
eles. Pagamento este que vem em dinheiro sim, mas que
vem também do reconhecimento e do bem estar que sen-
timos quando, mesmo oferecendo algo gratuito, sabemos
que estamos transformando vidas.
Esta é uma lição importante e precisamos sem-
pre lembrar que ao alinharmos as emanações que vibra-
mos em nossos corações, com a nossa mente e as nossas
emoções, somos capazes de transformar o nosso campo
energético e eletromagnético e, por consequência, o cam-
po energético e eletromagnético de quem está próximo
a nós. O geólogo e cientista Gregg Braden (2015) explica
este fenômeno, por meio do conceito de coerência cardí-
aca. Ele afirma que o coração emite sinais para o cérebro
e vice-versa. Quando estes sinais são baseados em emo-
ções como calma, amor, compaixão e etc, entramos nesta
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coerência entre coração-cérebro, nos capacitando a emitir
vibrações e campos eletromagnéticos que afetam positi-
vamente o contexto ao nosso redor. Por isto, André Fer-
raz afirma que, se em primeiro lugar, pensamos em nosso
paciente e vibramos na energia de querer fazer o bem a
ele, por meio da Aromaterapia, consequentemente esta
energia voltará para nós, nos trazendo igual bem estar, re-
alização e prosperidade. Portanto, viver de e para o nosso
propósito é o que fará que nos sintamos realizados. É só
lembrarmos lá da primeira aula, do seu IKIGAI.
André Ferraz nos ensina também que é importante
identificar para quem vamos ensinar, pois para cada tipo
de pessoa, precisamos organizar modos distintos de trans-
mitir o nosso conteúdo. Além disso, ele identifica passos
que podemos seguir para que organizemos workshops e
cursos transformadores para os nossos alunos:
O primeiro passo é que usemos a contação de histó-
rias, já que elas geram identificação e impactam emocio-
nalmente os nossos alunos, trazendo conexão e motivação
pela aprendizagem. Englobe, então, histórias sobre o iní-
cio da Aromaterapia, fale sobre a origem e o processo de
destilação e explane sobre o uso dos óleos e temperos ao
longo da História.
O segundo passo é que organizemos o nosso curso
ou o que faremos de acordo com o tempo em que nos
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propusemos ensinar. É importante testar o modelo ini-
cialmente, para ver se ele contempla tudo o que é preciso
abarcar, além disto permitir que nos sintamos mais segu-
ros e confiantes.
Um outro aspecto primordial que precisa estar em
nossos cursos é abordarmos a extração dos óleos essen-
ciais, explicando as razões deles serem chamados de óleos
e os diferenciando de extratos, óleos vegetais, florais e até
dos remédios homeopáticos. É importante explicar que
eles são muito concentrados quimicamente e que isto é
um de seus grandes diferenciais.
Consequentemente, o próximo passo é explicar sobre
a atuação dos óleos essenciais no organismo, mostrando
o que acontece quando inalamos ou aplicamos uma siner-
gia ou um óleo essencial na pele. Neste momento, preci-
samos explicar como eles são aplicados, diferenciando a
inalação, o uso tópico e a ingestão. Esta só deve ser ensina-
da sobre como ser usada com um público que já entende
mais sobre a Aromaterapia e em um curso que aprofunda
mais sobre todas os passos descritos e a serem descritos
ainda.
Em seguida, podemos ensinar sobre como os óle-
os essenciais agem em nosso organismo. Neste momen-
to, é primordial explicar o modo como os óleos essenciais
atuam no sistema límbico, ensinando que esta é uma das
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razões para que eles interfiram diretamente em nossas
emoções.
A partir disto, podemos ensinar como usar os óleos
essenciais e é interessante apresentar exemplos práticos,
como, por exemplo, mostrar um difusor, apresentar alguns
óleos essenciais e pingar algum na mão das pessoas para
elas experimentarem a sensação.
Para comprovarmos que a Aromaterapia é científica,
um passo importante é falar sobre os princípios ativos e a
química que compõem os óleos essenciais, explicando so-
bre cromatografia e ensinando a todos a importância das
empresas disponibilizarem-na.
Um passo fundamental e que não pode ser esque-
cido é ensinar sobre as contraindicações no uso dos óleos
essenciais. Como, por exemplo, que os cítricos são fotos-
sensíveis e a pessoa pode manchar a pele em contato com
o Sol. Todas as contra indicações precisam ser muito bem
explicadas, para que evitemos efeitos contrários ao que
queremos ao ensinar sobre aromaterapia. Para enriquecer
ainda mais os nossos workshops ou cursos, podemos mos-
trar livros que trazem ainda mais conteúdos.
Agora, para quem é consultor, é muito importante
organizar fichas sobre diversos óleos essenciais. De acordo
com o tema da explanação, podemos escolher de 10 a 20
óleos essenciais para aprofundarmos mais em suas pro-
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priedades e até para falarmos um pouco sobre a química
que os constitui.
A arte de ensinar em Aromaterapia, além de informar
sobre os óleos essenciais e fins terapêuticos, é importante
para que o nosso paciente se vincule ao próprio tratamen-
to. Afinal de contas, quanto mais conhecimento ele tem
sobre os processos que vivenciará, mais seguro ele se sen-
te e mais confiante em nosso trabalho também.
Esta arte depende também de nós e como transmi-
tiremos todos os conteúdos que almejamos. Ela depende
de como nos sentimos ao expormos os nossos conheci-
mentos e experiências, depende do quanto cobramos
por isto e depende do grau de profissionalismo que que-
remos passar para os nossos alunos. Neste item, é impor-
tante que pensemos em abrir uma empresa, mesmo que
seja um MEI (Micro Empreendedor Individual) com CNPJ,
para que possamos emitir um certificado, que poderá ser
transformador para a vida das pessoas. Um contador pode
esclarecer melhor para você e adequar com seus objetivos
profissionais.
André Ferraz nos lembra da História da Viver de Aro-
mas, que foi criada, por meio do propósito de se ter um
aromaterapeuta em cada lar, e nos emociona ao falar de
como o ensino da Aromaterapia impacta todo o mundo ao
levar saúde integral para todos os lares.
Segundo ele, então, podemos também espalhar07
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estes conhecimentos para todos que conseguimos impac-
tar. E esses passos citados anteriormente podem ser orga-
nizados para montar, desde workshops até cursos maiores
e mais completos, se aprofundarmos os temas descritos,
conforme preciso. Resta apenas que nos permitamos di-
fundir a nossa mensagem e o nosso propósito. O que de-
pende de nossa capacidade de expressá-los. É o que vere-
mos a seguir.

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APERFEIÇOANDO A ORATÓRIA: COMO
FALAR BEM EM PÚBLICO

A maioria das pessoas apresenta um medo enorme de falar


em público. Muito se deve ao fato de ficarmos imaginando
como estamos sendo julgados pelas pessoas que nos es-
cutam. Porém, precisamos ter em mente que quando nos
calamos perante os julgamentos das pessoas, que, muitas
vezes, são muito mais fantasiosos do que reais, calamos
também a oportunidade de espalhar a nossa mensagem
e transformar a vida de muitas pessoas. O doutor Lair Ri-
beiro (1993) defende que as pessoas bem-sucedidas são
aquelas que são mais produtivas e que ousam, superan-
do os desafios e acreditando em seu potencial. Para isto,
precisamos cuidar de nossa auto-estima, nos apoiarmos
em nossas dificuldades e sabermos aproveitar os nossos
pontos fortes. E atualmente, no mundo da conexão, da co-
municação e da informação, expor as nossas ideias falan-
do sobre elas se torna algo primordialmente importante
de ser aprimorado ou desenvolvido. Isto só é possível por
meio de muita prática e do respeito a nossa própria evolu-
ção no caminho da exposição pública.
Etimologicamente, a palavra oratória vem do latim
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ORARE, uma junção da palavra “boca” com a base “OR”
europeia, que significa “pronunciar uma fórmula ritual”.
As palavras orar, oratória e orador, portanto, apresentam
a mesma raiz etimológica. E é muito interessante saber-
mos que originalmente, orar significava pronunciar uma
frase ritualística, carregando uma mágica na fala que nos
conectava ao sagrado. Os xamãs tinham o dom da palavra
e com o Cristianismo a palavra “orar” passou a também
ter o significado de rogar a Deus. Esta mágica também
está presente na oratória, como veremos ao analisar o
pensamento aristotélico. Afinal de contas, ao usarmos as
palavras para tocar os corações das pessoas, podemos re-
almente transformar e fazer mágica em suas vidas.
Ainda que no Egito, há cinco mil anos antes de Cristo,
as pessoas faziam treinos para falar em público, foram os
gregos Tísias e Córax de Siracusa os criadores da oratória.
Eles eram mais antigos que Aristóteles, porém foi ele que,
em sua obra “A retórica” categorizou a arte de falar como
um dos três elementos chaves da filosofia, junto com a ló-
gica e a dialética.
Segundo o pensamento de Aristóteles, a retórica re-
fere- se a arte de usarmos a linguagem para nos comuni-
car de forma eficaz e persuasiva, desde que mostremos a
verdade ou o que parece sê-la. Por isto é muito importante
conhecermos o seu pensamento, já que precisamos com-
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preender o poder que possuímos em nossas palavras e na
expressão de nossas ideias.
Aristóteles dividiu a arte da retórica em quatro fases.
A primeira relaciona-se à invenção e é a etapa argumen-
tativa do discurso, onde o orador irá se munir de todos os
argumentos e de outros meios de persuasão que envol-
vem o seu tema. A segunda etapa é a disposição, que pode
ser compreendida como a ordenação dos argumentos, a
fim de se organizar formalmente as ideias e as partes do
discurso. A terceira etapa é a elocução, que é a redação
escrita do discurso, com o intuito de colocar em texto os
argumentos da oratória. E a última etapa é a ação, onde há
a expressão e a manifestação do discurso.
Para o aromaterapeuta André Ferraz é muito im-
portante conhecer a arte da retórica, já que a oratória não
se refere apenas a fala em público. Mais do que isto, ela é
uma arte, onde é preciso se preparar muito bem o que será
exposto para as pessoas. André nos lembra também que
grande parte do nervosismo de se falar em público vem do
fato de não sabermos o que falar quando as nossas ideias
não estão bem organizadas. Então, parte fundamental da
oratória é a organização.
Para a oratória é também primordial que alcancemos
o nosso público, por meio do “Ethos”, que seria pensarmos
em nossa ética, nossa moral e no nosso caráter. Assim,
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precisamos sempre avaliar se o que falamos é ético e ex-
pressa integridade. Outro modo de chegarmos até o nos-
so público ocorre por meio do “Pathos” que seria o vínculo
emocional que estabelecemos com ele. Neste caso, preci-
samos sempre identificar o quanto estamos sendo empá-
ticos com as questões de nosso público, se demonstramos
amor ao que comunicamos e se as pessoas sentem sin-
ceridade em nosso discurso. E, por fim, temos o “Logos”,
onde alcançamos o nosso público, por meio de um discur-
so lógico e bem organizado, onde as pessoas conseguem
compreender o encadeamento de nossas ideias.
No “Logos”, nós organizamos o exórdio ou a introdu-
ção, a fim de iniciar o nosso discurso. Após isto, nós damos
sequência à narração, que é o desenvolvimento das nossas
ideias. Nele, inserimos as provas que as comprovam, sem-
pre com argumentos lógicos para elas. E depois, concluí-
mos com o epílogo, que é a conclusão de todo o raciocínio.
Logo, é preciso aprendermos a organizar logicamente o
nosso discurso, com paixão, simpatia e integridade para
que as pessoas acreditem em nossas ideias e em nossa
verdade.
André Ferraz nos exemplifica isto em suas aulas e
palestras. Ele afirma que: “Quando eu organizo a minha
apresentação, quando eu organizo as minhas ideias, mon-
tando primeiro um documento, como os slides, eu tam-
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bém estou fazendo a arte da oratória. Ou seja, eu estou
ensinando para você a arte da oratória fazendo a arte da
oratória. E isto vai te impulsionar em tudo, já que tudo
na vida é impulsionado quando você sabe falar melhor e
aprende a comunicar a todos a sua mensagem.”
Ele ainda nos ensina como organizar uma apresenta-
ção impecável, descrevendo-a em sete estágios:
1. Abertura: É o momento de se conectar ao nosso públi-
co para captar a sua atenção e mantê-la. Uma forma de
estreitar este elo é usar cumprimentos que aproximam o
orador dos ouvintes, criando um vínculo maior e uma sen-
sação acolhedora e familiar para quem está ouvindo;
Após os cumprimentos, se estamos em um evento
como convidados, é muito importante mostrar gratidão
pelo convite e pela oportunidade. Em seguida, iniciamos
apresentando o tema central de nosso discurso e contan-
do a nossa história de forma resumida e apaixonada. Caso
o público já conheça a nossa história, mostramos o envol-
vimento que temos com o tema apresentado, a fim de se
criar uma conexão entre as nossas experiências e o que
vamos falar e também de transmitir ainda mais confiança
ao público de que sabemos sobre o que vamos falar.

2. Motivo da apresentação: Após a abertura, é preciso ex-


por as razões para que a apresentação foi criada, incluindo
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os objetivos ao fazê-la, o problema a ser investigado e, cla-
ro, as soluções e os caminhos que você estudou e viven-
ciou para resolver a questão apresentada;

3. Desenvolvimento: Como o próprio nome diz, é o desen-


volvimento e o encadeamento de nossas ideias acerca do
tema, incluindo fatos, argumentos, comprovações e histó-
rias reais.

4. Fechamento: É a conclusão de nosso raciocínio, onde


daremos um fechamento para toda a nossa apresentação.

5. Agradecimentos: Sejamos sempre gratos ao nosso pú-


blico por ter gasto o seu tempo e a sua atenção conosco,
gratos à oportunidade de espalharmos a nossa mensa-
gem e gratos aos nossos anfitriões em nos receber, se este
for o caso.

6. Marketing Pessoal: Ao nos expormos, apresentamos


quem somos e o que somos capazes de fazer. Então, mui-
tas pessoas poderão se identificar conosco e com o nosso
trabalho. Devido a isto, é muito importante passarmos os
nossos contatos e as nossas redes sociais, para que as pes-
soas nos encontrem novamente.

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ção das pessoas após a nossa apresentação, a fim de me-
lhorarmos sempre. Assim, se possível, é interessante fazer-
mos uma pesquisa de satisfação.
Com estes sete estágios de uma apresentação e a
organização de nossas ideias, de acordo com o pensamen-
to de Aristóteles, somos capazes de exponenciar a nossa
comunicação, de forma a chegarmos ao maior número de
pessoas que podem se beneficiar de nossos pensamentos
e de nosso trabalho.

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APRIMORANDO A ORATÓRIA:

Há outros aspectos que precisamos estar atentos, para


desenvolver a nossa oratória. Uma delas é o ornamento,
onde fazemos o preparo dos slides, conforme visto ante-
riormente, mas também pensamos na melhor roupa para
a ocasião, nos detalhes de decoração, dentre outros exem-
plos. Ou seja, para uma boa oratória, precisamos pensar
em todo o contexto e em todos os preparativos para que a
expressão de nossas ideias possa ocorrer da maneira mais
eficaz possível. É Importante também investirmos em
bons equipamentos, como microfone e câmera. Devemos
estar atentos aos nossos gestos, ações e dicções, já que a
comunicação não-verbal também é fundamental para as
trocas entre as pessoas, conforme veremos adiante.
Baseado ainda na retórica aristotélica, há cinco regras
muito importantes a serem consideradas para realmente
conseguir afetar e influenciar o nosso público com o nosso
discurso. A primeira é saber que o êxito de nossa comu-
nicação depende de nossa sinceridade. Se não acredita-
mos no que ensinamos, se não somos honestos em nossa
mensagem e se as pessoas não sentem que somos verda-
deiros, não conseguiremos chegar até elas e as convencer
de que as nossas ideias irão transformá-las.
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Outra regra é aprendermos que um bom orador
transmite serenidade, já que as pessoas não se identificam
com quem lhes passa ansiedade ou nervosismo. Por con-
traponto, a serenidade transmite segurança e a confiança
de que sabemos realmente sobre o que estamos falando.
Precisamos ter em mente também que a oratória é
um meio de comunicação e não de exibição. Assim, não
falamos para nos exibir ou para nos sentirmos poderosos
e importantes. O objetivo é que falamos para nos comuni-
car, afetando emocionalmente as pessoas e transmitindo
para elas ideias e pensamentos que impactam as suas vi-
das.
Uma regra primordial também é reconhecermos que
o propósito da exposição por meio do discurso é captar a
atenção de nosso público. E em um mundo repleto de in-
finitas informações e estímulos, quando uma pessoa nos
oferece a sua atenção, precisamos valorizá-la e mostrar
para ela que realmente vale a pena nos escutar e gastar
um de seus bens mais preciosos, o tempo, com a nossa
mensagem.
Por fim, a última regra nos mostra que a eficácia
de nosso discurso depende de toda a nossa comunicação,
como a fala, mas também, a não-verbal, como os gestos e
até o nosso olhar.
Logo, ao consideramos que a oratória é caracteriza-
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da como uma ciência, onde, de forma estruturada e de-
liberada, atingimos o nosso público, a fim de informá-lo,
influenciá-lo ou entretê-lo. André Ferraz nos ensina quinze
dicas práticas para aprendermos a fazer isto e falar cada
vez melhor:

1. Definição de um tópico central: Ao escolhermos um


assunto, precisamos definir um tópico central, a fim de
aprofundar um determinado tema e organizar melhor as
nossas ideias.

2. Manutenção do tópico central: Precisamos tomar o


cuidado de não fugirmos do tópico central que planeja-
mos explicar. Assim, precisamos ser cautelosos em nossas
divagações, exemplos e excesso de referências, pois eles
podem acabar nos desviando do que precisamos expor.

3. Uso progressivo do tópico central: Além de nos man-


termos no tópico central, é primordial abordá-lo de forma
progressiva e gradual, mostrando a articulação do racio-
cínio e das ideias, para que o discurso fique mais claro e
objetivo.

4. Respeito à sua palestra e ao tempo: Valorizemos a nos-


sa apresentação, as nossas ideias e tudo o que vivencia-
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mos para estarmos discursando. Valorizemos também o
tempo que as pessoas disponibilizaram para nos escuta-
rem. Por isto, é fundamental sermos pontuais e respeito-
sos com todos, organizando previamente quanto tempo
precisaremos para explicar cada aspecto da apresentação
antes organizado.

5. Conhecimento de nosso público: Precisamos conhe-


cer quem é o nosso público, incluindo o seu grau de es-
colaridade, interesse pelo tema apresentado, experiências
prévias, etc. Fazendo isto, conseguimos organizar melhor
as nossas ideias, como falaremos com as pessoas e qual a
melhor forma de nos conectarmos a elas.

6. Cuidado com a generalização: Evitemos generalizar


sobre qualquer assunto, pois não existem verdades abso-
lutas, mas apenas diferentes pontos de vista.

7. Uso de explicações com comparações e contrastes:


Para um melhor entendimento de seu público, a utilização
de comparações e contrastes ajuda as pessoas a compre-
enderem determinado conceito, já que elas usam outro já
conhecido como base. Como, por exemplo, ao definirmos
um óleo essencial, uma pessoa pode compará-lo à fitote-
rapia, que já é conhecida por ela, ajudando, então, a sua
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compreensão.

8. Enriquecimento do conteúdo: É importante enrique-


cermos as nossas apresentações com números, estatísti-
cas, pesquisas, fatos relevantes e curiosidades. Isto facili-
ta tanto o entendimento do público, quanto deixa o tema
mais interessante para todos, o que aumenta a motivação
e a atenção para o que estamos expondo. Além disso, a
exposição de estudos científicos traz uma comprovação
maior de todo o nosso argumento.

9. Uso de depoimentos e estudos de casos reais: Quan-


do colocamos as experiências de outras pessoas, aumen-
tamos a identificação de nosso público com a nossa men-
sagem, facilitando o convencimento de nossos ouvintes,
para que eles passem pelas mesmas experiências que
elas. A identificação entre as pessoas é o gatilho mental
para que o nosso público também queira vivenciar o que
escutaram. Afinal de contas, se funcionou para determi-
nada pessoa, há uma chance de que funcione para todas.

10. Utilização de citações, nomes de grandes autores e


fatos relevantes: Estes aspectos também nos dão maior
embasamento para que as pessoas se sintam mais con-
fiantes e seguras sobre o que estamos apresentando.
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11. Observação de nosso corpo: É importante lembrarmos
que nos comunicamos não apenas por meio da fala, mas
também pelos nossos gestos e pelo nosso próprio corpo.
Então, mesmo quando não estamos falando ou até mes-
mo falando, vamos nos expressando em nossa postura,
em nosso olhar e tudo mais. Devido a isto, precisamos es-
tar atentos às nossas atitudes corporais. Como, por exem-
plo, precisamos evitar comportamentos que demonstram
nervosismo, como bater os pés no chão. Por outro lado,
precisamos deixar o nosso corpo mais relaxado e buscar o
contato ocular com a nossa plateia, para que aumentemos
o vínculo com ela.

12. Evitação de vícios de linguagem: Precisamos evitar a


repetição de palavras como, “né, tá, então, bom.”, no meio
de nossas frases, pois isto faz com que o nosso discurso
deixe de ficar claro, fluído e objetivo.

13. Expressão da sinceridade, bom humor e confiança:


Como vimos anteriormente, é fundamental que expres-
semos o Pathos, ou seja, que nos vinculemos emocional-
mente à nossa plateia, pois esta é a maneira mais eficaz de
conseguirmos mobilizá-la e impactá-la com a nossa men-
sagem. Assim, sejamos sempre sinceros em nossas pala-
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vras e atuemos com leveza, bom humor e gratidão. Isto se
torna fácil e natural quando trabalhamos por um propósi-
to e um bem maior.

14. Evitação de polêmicas: É muito importante que o nos-


so foco esteja em nosso apresentação e naquilo que que-
remos transmitir em nosso discurso. Todo o resto se torna
inútil e desgastante, como se envolver em assuntos como
política, fazer uma crítica negativa de alguém em público,
etc. Ainda que isto possa gerar um envolvimento emocio-
nal inicial, nada disto sustenta o nosso trabalho, que deve
estar baseado na nossa verdade, em nosso propósito e na
transformação que nós queremos para as pessoas e para
o mundo.

15. Controle de seu tom de voz e entonação: Por fim, ain-


da que tenhamos falado anteriormente sobre a comunica-
ção não-verbal, cabe um adendo apenas para a nossa voz,
pois ela é a mensageira de nossas palavras e quem carre-
ga a nossa verdade e as nossas emoções. Logo, precisa-
mos ter muito cuidado com o modo como nos colocamos:
o tom, o volume e a intensidade de nossa voz, pois estes
aspectos expressam tudo o que somos e o que queremos
em nosso discurso. Além disso, precisamos perceber se es-
tamos articulando bem as palavras, a fim de que facilite-
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mos a compreensão de nossa audiência.
Por fim, André Ferraz nos traz dicas extras de como
cuidar ainda mais de nossa voz, para que ela continue sen-
do o canal de nossa atuação no mundo. Ele enfatiza a im-
portância de se beber bastante água, para hidratar as cor-
das vocais durante a nossa apresentação. O consumo de
maçãs e sucos naturais cítricos, como o limão, são um cui-
dado a mais para a nossa voz, assim como devemos fazer
sempre um repouso vocal e um aquecimento vocal antes
de toda apresentação.
André nos ensina também exercícios simples de aque-
cimento das cordas vocais, como falar as vogais repetidas
vezes; juntar alguma consoante na frente de uma vogal e
aumentar e diminuir o tom de nossa voz. Ele nos lembra
também da importância de treinarmos a nossa respira-
ção abdominal, já que a nossa voz se origina do abdômen.
Além disso, devemos evitar o fumo, álcool, ar condiciona-
do, café, alimentos gordurosos, açucarados e condimenta-
dos, tomar refrigerante e leite antes de toda palestra.
Seguindo todas estas orientações e desenvolvendo
a nossa oratória, vamos conseguindo impactar o mundo,
por meio do ensino de nossos conhecimentos, da trans-
missão de nossas ideias bem organizadas, de nossa fala
bem estruturada e, claro, de nosso amor.

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CONCLUSÃO:

Aprendemos que o ensino da aromaterapia é um


propósito muito gratificante e importante, tanto para a
saúde das pessoas, quanto para o mundo. Mas, para isto,
aprendemos também que precisamos superar sentimen-
tos e crenças que nos limitam a colocarmos as nossas
ideias e a nossa mensagem para o maior número de pes-
soas possível. Mensagem esta que chegará com mais en-
volvimento emocional, impacto e compreensão quando
aperfeiçoamos ou desenvolvemos a nossa oratória. Fazen-
do isto, conseguimos organizar as nossas ideias, expressar
as nossas emoções e a nossa verdade e falarmos em pú-
blico. A arte de falar bem é justamente a arte de organizar
as palavras para expressá-las através de nossa voz. Sempre
compromissados com o nosso aperfeiçoamento e desen-
volvimento. Afinal de contas, aprendemos para ensinar. E
esta também é a arte da vida e um processo constante
para sermos cada vez mais “Masters”.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ALLAN, D. J. Filosofia de Aristóteles. Lisboa: Presença, 1970.

BRADEN, G. Resilience from the Heart: The Power to Thrive in


Life’s Extremes. California: Hay House Inc, 2015.

HARV EKER. T. Os segredos da mente milionária-Aprenda a en-


riquecer mudando seus conceitos sobre o dinheiro e adotando
os hábitos das pessoas bem sucedidas. Rio de Janeiro: Sextante,
2006.

RIBEIRO, L. O sucesso não ocorre por acaso. Rio de Janeiro: Edi-


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