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RESUMO
O presente trabalho apresenta um estudo sobre os prismas das ciências jurídicas e
do empirismo sobre a aplicação da norma jurídica como ferramenta eficaz de
adequação do comportamento coletivo no que tange ao combate ao Racismo como
prática inserida na cultura social brasileira, vez por outra, disfarçado sob argumentos
que negam a referida prática, que, entretanto, aflige grande parte da população, uma
vez, que, o fenótipo africano está presente em percentual significativo da sociedade
brasileira, que ainda sofre influências de uma história que faz alusão à escravidão do
negro, e que, portanto, coloca as pessoas de fenótipo africano como pessoas
inferiores ou fadadas ao sofrimento na analogia histórico cultural incutida no
consciente coletivo, o que gera um grave problema na esfera da manutenção do Pacto
Social. Diante da problemática em tela surge o Objetivo Geral de definir e demonstrar
a fundamentação jurídica e seus respectivos efeitos nos parâmetros de mudança
comportamental à partir da aplicação da norma. Foram utilizadas: Técnica do
Referencial, da Categoria e da Pesquisa Bibliográfica. Na fase de Pesquisa, o Método
Indutivo, na fase de Tratamento de Dados o Método Cartesiano e na compilação geral
a Base Lógica Indutiva. Os resultados mais significativos da pesquisa foram
compilados e devidamente fundamentados à luz das ciências jurídicas e apresentados
em sínteses e analogias no presente trabalho. A conclusão é de que existe um longo
caminho a ser percorrido por toda a sociedade brasileira no intuito de dirimir todas as
práticas relacionadas ao Racismo, e até lá, a Norma Jurídica há de fazer seu papel
de melhor e mais eficaz das ferramentas de controle social do Estado.
ABSTRACT
This paper presents a study on the prisms of legal issues and empiricism on the
application of the legal norm, such as the method of adequate adaptation of collective
behavior, which cannot be combated against racism, how to practice social insertion
in Brazilian social culture, instead on the other, disguised under arguments that deny
the practice, which, however, affect a large part of the population, since either the
African phenomenon is present in a significant percentage of Brazilian society, which
is still influenced by a history that alludes to slavery of the black, and that, therefore,
places people of the African phenotype as inferior or doomed to suffering in the cultural
historical analogy instilled in the conscious collective, or that generates a serious
problem in the sphere of maintaining the Social Pact. Faced with the problem on the
magnifying screen or the General Objective, define and demonstrate the legal basis
and its effects on the parameters of behavioral change from the application of the
standard. Were used: Referential, Category and Bibliographic Research Technique. In
the Research phase, in the Inductive Method, in the Data Treatment phase or in the
Cartesian Method and in the general compilation in the Inductive Logical Base. The
most selected results of the research were compiled and duly substantiated in the light
of the legal sciences and presented in the analyzes and analogies in the present work.
The conclusion is that there is a long way to be taken by the whole of Brazilian society
in order to direct all practices related to racism, and until then, a Legal Standard will
play its role as the best and most effective of the social control tools of the State.
INTRODUÇÃO:
O presente artigo científico tem como objetivo demonstrar para a sociedade e para a
comunidade científica a evolução histórica do comportamento social depois da Lei nº
7.716 de 5 de janeiro de 1989, tendo como parâmetro comparativo o cenário que
provocou a redação do referido texto legal à época. Pretende ainda demonstrar os
efeitos da referida lei 7.716/89 na criação de outras legislações importantes que
demonstram a preocupação do Estado em dirimir o racismo do convívio social através
da aplicação da norma jurídica como ferramenta de mudança comportamental, tal
como a lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010, o Estatuto da Igualdade Racial, e a lei
nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, a Lei de Cotas. Desde os primórdios do Pacto
Social que uniu as pessoas para o convívio em sociedade, diversos problemas na
esfera das relações interpessoais começaram a eclodir, uma vez que, as diferenças
de ideias, crenças, origens e até mesmo de ordem fisiológica passaram a inferir,
incomodar e causar desconforto entre os membros que compõem a sociedade.
Evidente que problemas dessa ordem surgiriam com o aumento da densidade
demográfica e influências históricas, sociais, culturais, entre outros fatores
influenciadores e com o passar do tempo o Estado, grande “Leviatã”, passou a tutelar
esses problemas, outrora de menor importância, com mais atenção, uma vez que
esses passaram a tomar maior proporção, causando prejuízos em diversas esferas,
prejudicando assim a manutenção da ordem social.
O presente trabalho visa abordar especificamente talvez o maior desses problemas
que tomaram um gigantismo assustador, a ponto de provocar esta chamada
intervenção estatal com fins de dirimir um comportamento extremamente nocivo à
ordem social, denominado RACISMO, e dessa forma, através de previsão legal e
cominação de pena, o Estado vem lançando mãos da aplicação da norma jurídica
como ferramenta de mudança comportamental social.
Como definir padrões comportamentais aceitáveis no plano do convívio social sem
ferir as liberdades individuais? O problema maior está em definir os referidos padrões
de forma a promover a prevenção dos comportamentos de ordem negativa que
possam vir a ofender a dignidade da ‘pessoa humana’ na esfera individual e coletiva,
bem como, punir determinados comportamentos previstos como fatos típicos
antijurídicos com a finalidade maior de promover a paz social. A letra da lei é clara e
não deixa dúvidas quanto à antijuridicidade do comportamento rotulado como
“racismo”, a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes resultantes de
preconceito racial e comina a pena de reclusão a quem tenha cometido atos de
discriminação ou preconceito por conta de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional, regulamentando o trecho da Carta Magna que reza que “todos são iguais
sem discriminação de qualquer natureza”, tornando inafiançável e imprescritível o
crime de racismo, entretanto, apesar da intervenção estatal na esfera do direito
positivo parecer deveras eficaz, a conscientização da sociedade aparenta ainda estar
longe de atingir sua plenitude.
CONCLUSÃO
O presente artigo objetiva a apresentação de normas jurídicas que surgiram da
necessidade de coibir ações caracterizadas como racismo. Entretanto, para que a
letra da lei tenha sucesso, é preciso que de fato aconteçam as mudanças
comportamentais objetivadas pelo legislador, quando traduziu o anseio da
coletividade em direito positivado. Para tanto, se faz necessária a profunda intelecção
de todos os componentes do Pacto Social a respeito do tema, uma vez, que, quando
uma sociedade precisa de uma norma jurídica para parametrizar ou mesmo, dirimir
determinados comportamentos, isso é sinal de que o erro a ser corrigido está
arraigado no consciente coletivo, na cultura, e, portanto, se traduz em comportamento
não condizente com os parâmetros necessários à manutenção do respectivo pacto.
Ou seja, mais do que letra de lei, é preciso conscientização para que de fato
aconteçam as necessárias mudanças comportamentais de uma sociedade, e, dessa
forma, na falta de um programa eficaz nas esferas da educação e cultura, a norma
jurídica vem para fazer um papel muito além do mero controle social, um papel
educativo, que de fato, transforma, adequa e evolui a sociedade em sua integralidade.
REFERÊNCIAS
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ROUSSEAU, Jean Jacques. Do Contrato Social. 4ª ed. (São Paulo: Revista dos
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