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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO PARANÁ

ANDRE LUIZ HALABURA

A RELAÇÃO ENTRE A DESIGUALDADE SOCIAL, POLÍTICAS PÚBLICAS


SEGREGACIONISTAS E O SURGIMENTO DO ESTADO PARALELO: UMA
ANÁLISE CRIMINOLÓGICA.

CURITIBA/PR
2023
ANDRE LUIZ HALABURA
A RELAÇÃO ENTRE A DESIGUALDADE SOCIAL, POLÍTICAS PÚBLICAS
SEGREGACIONISTAS E O SURGIMENTO DO ESTADO PARALELO: UMA
ANÁLISE CRIMINOLÓGICA.
Projeto de Pesquisa apresentado à disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso I, do curso de Direito
da Faculdade de Educação Superior do Paraná, sob a
orientação de

CIENTE DO ORIENTADOR:
____/ ____/ _____.
________________________________

CURITIBA/PR
2023
1 ÁREA DE PESQUISA
Direito penal.

2 TEMA GERAL
Desigualdade social e a relação com a criminalidade.

3 TEMA ESPECÍFICO
Formação de um estado paralelo que atende as necessidades básicas da população mais
vulnerável na falta de um estado com políticas públicas eficazes.

4. PROBLEMATIZAÇÃO

A desigualdade social é um problema que afeta muitos países, inclusive o Brasil. A falta
de políticas públicas efetivas que visem combater a exclusão social e a marginalização de
grupos vulneráveis contribui para o surgimento de um Estado Paralelo, onde grupos criminosos
assumem o controle de territórios abandonados pelo Estado e impõem suas próprias leis. Este
projeto tem como objetivo analisar a relação entre a desigualdade social, políticas públicas
segregacionistas e o surgimento do Estado Paralelo, através de uma abordagem criminológica.

5 JUSTIFICATIVA

O objetivo deste trabalho de pesquisa não é justificar as ações criminosas, mas sim
compreender os fatores que levaram indivíduos que nunca estiveram envolvidos com o crime
a praticá-lo como opção de sobrevivência na falta de um estado que atenda às necessidades
básicas da população mais vulnerável. Não buscamos apontar soluções imediatas, mas sim
analisar os diversos aspectos que influenciam no aumento significativo da criminalidade, tais
como fatores individuais e sociais, como a desigualdade social e a falta de oportunidades.
Dessa forma, pretendemos contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas mais
eficazes que possam prevenir e combater o crime.

6 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste projeto é analisar a relação entre a desigualdade social, políticas
públicas segregacionistas e o surgimento do Estado Paralelo, sob uma perspectiva
criminológica. Isso significa que a pesquisa pretende entender como a desigualdade social e a
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adoção de políticas públicas que segregam grupos vulneráveis podem contribuir para o
surgimento de organizações criminosas que buscam exercer poder paralelo ao Estado.

Assim, a análise criminológica buscará identificar os fatores que levam à formação do Estado
Paralelo, como a ausência ou a falha do Estado em prover segurança e justiça, a falta de
acesso a direitos básicos e a corrupção. Além disso, a pesquisa se propõe a avaliar o papel da
criminologia na compreensão desse fenômeno complexo, buscando explorar possíveis
estratégias para prevenir e combater o surgimento do Estado Paralelo.

Compreender como a desigualdade social, as políticas públicas segregacionistas e o Estado


Paralelo se relacionam é fundamental para promover a justiça social e o fortalecimento do
Estado de direito. Por isso, o objetivo geral deste projeto é contribuir para a reflexão sobre
esses temas e para a elaboração de políticas públicas mais efetivas na prevenção e no combate
a essa problemática.

7 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

A) analisar a influência das políticas públicas na segregação social;

B) investigar o conceito de Estado Paralelo;

C) identificar os fatores que levam ao surgimento do Estado Paralelo;

D) avaliar o papel da criminologia na compreensão do fenômeno do Estado Paralelo.

8. REVISÃO TEÓRICA

O tema "A Relação entre a Desigualdade Social, Políticas Públicas Segregacionistas e o


Surgimento do Estado Paralelo: Uma Análise Criminológica" é extremamente relevante no
contexto atual, onde a desigualdade social é uma das principais questões enfrentadas em
muitos países, incluindo o Brasil. Além disso, o surgimento de um estado paralelo, onde
grupos criminosos controlam territórios e impõem suas próprias regras, é uma realidade
preocupante em muitas áreas urbanas do país.

Michel Foucault, em seu livro "Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão", discute a forma como
a sociedade moderna trata os indivíduos que transgridem as normas estabelecidas. Ele
argumenta que a prisão não é apenas uma forma de punição, mas também uma forma de
controle social, destinada a manter a ordem e a disciplina na sociedade. Essa abordagem
punitiva pode levar à exclusão social e à marginalização, especialmente para aqueles que já
estão em desvantagem social.

"Na verdade, é preciso dizer que a prisão não é a contraface natural do delito,
a forma normal e adequada de fazer justiça. Ela é, sim, a medida exata da
nossa incapacidade de nos livrarmos do delito, de eliminá-lo, de excluí-lo: ela

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é a expressão da nossa insuficiência política, da nossa impotência social."
(FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. p. 15)

Essa citação de Foucault destaca a visão crítica do autor em relação à prisão como forma de
controle social e justiça penal. Ele argumenta que a prisão não é a solução ideal para o
problema do crime, mas sim uma demonstração da nossa incapacidade de lidar com o delito
de forma mais eficaz. Isso pode estar relacionado à desigualdade social e às políticas públicas
segregacionistas, que muitas vezes levam à marginalização e exclusão social, aumentando a
incidência de crimes e contribuindo para a criação de um estado paralelo.

Nilo Batista, em sua obra "Introdução Crítica ao Direito Penal Brasileiro", também aborda as
consequências da exclusão social e da marginalização no sistema de justiça criminal. Ele
argumenta que o direito penal muitas vezes é usado para controlar e punir aqueles que já estão
em desvantagem social, em vez de proteger os cidadãos e garantir a justiça. Isso pode levar a
uma maior desigualdade social e à criação de um estado paralelo, onde grupos criminosos
assumem o controle das comunidades.

"O direito penal moderno não opera em um vácuo social, mas está, em
verdade, profundamente arraigado em relações econômicas, políticas e
sociais, expressando as relações de poder e dominação que se desdobram no
seio da sociedade." (BATISTA, Nilo. Introdução crítica ao direito penal
brasileiro. p. 35)

Essa citação de Nilo Batista destaca a relação entre o direito penal e as relações de poder e
dominação presentes na sociedade. Ele argumenta que o direito penal não pode ser
compreendido isoladamente, mas deve ser analisado em conjunto com as estruturas sociais e
políticas que o permeiam, incluindo a desigualdade social e as políticas públicas
segregacionistas que podem levar ao surgimento de um estado paralelo.

"O Direito Penal somente deve intervir em situações de extrema gravidade, em


que a própria sobrevivência do grupo social se encontre em risco, não sendo
aceitável que se utilize a ameaça ou a imposição de uma pena quando outros
ramos do Direito possam solucionar o problema apresentado." (LOPES JR.,
Aury. Direito Processual Penal. p. 54)

Essa citação de Aury Lopes Junior destaca a importância do direito penal atuar somente em
situações excepcionais, em que a sobrevivência da sociedade esteja em perigo. Ele argumenta
que outras áreas do direito devem ser utilizadas para solucionar problemas menos graves e
que a ameaça ou imposição de uma pena só devem ser utilizadas em casos extremos. Essa
visão crítica em relação ao direito penal pode ser relacionada à discussão sobre desigualdade
social e políticas públicas segregacionistas, que muitas vezes levam à criminalização de
condutas que poderiam ser tratadas de forma mais adequada por outros ramos do direito.

Em conjunto, as ideias de Foucault, Batista Lopes Junior, ajudam a destacar a importância de


compreender a relação entre a desigualdade social, as políticas públicas segregacionistas e o
surgimento do estado paralelo. Essa análise criminológica pode fornecer insights valiosos
para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes, visando a redução das
desigualdades sociais e a prevenção do surgimento de um estado paralelo.

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9 SUMÁRIO PROVISÓRIO
1 INTRODUÇÃO
2
3
4
5

10 METODOLOGIA

Para atingir os objetivos propostos, será realizada uma pesquisa bibliográfica e documental,
com análise de legislações, dados estatísticos, relatórios e artigos científicos. Serão
selecionados estudos que abordem a relação entre a desigualdade social, políticas públicas
segregacionistas, Estado Paralelo e criminologia. A análise dos dados será realizada por meio
da técnica de análise de conteúdo, com ênfase nas categorias: políticas públicas, desigualdade
social, Estado Paralelo e criminologia.

11 CRONOGRAMA (ajustar as datas)

Atividades Jul Agos Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Maio Jun
2022 2022 2022 2022 2022 2022 2023 2023 2023 2023 2023 2023
Planejamento
e noções
introdutórias
x
Pesquisa
bibliográfica x
Confecção do
Projeto de
Pesquisa
x
Análise e
construção
de dados
x
Redação
provisória do
capítulo 1
x
Redação
provisória do
capítulo 2
x
Redação
provisória do
capítulo 3
x
Correção
pelo
orientador
x
4
Redação
definitiva x
Aceite final
do orientador
e depósito
x
Apresentação
perante a
banca
x x

12. REFERÊNCIAS

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 2019.

LOPES JUNIOR, Aury. Direito processual penal. São Paulo: Saraiva, 2021.

BATISTA, Nilo. Introdução crítica ao direito penal brasileiro. Rio de Janeiro: Revan, 2018.

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