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AR: Esse brilho da mente produz o elemento ar e nós respiramos. O elemento ar traz
movimento, uma fluidez que surge por dentro do brilho da mente. Na experiência da Mandala
Primordial, o elemento ar corresponde à expansão infinita do espaço básico, como respirar ao
contemplar a amplidão da realidade do alto de uma montanha.
Podemos também levar o elemento ar, através da respiração, para cada parte do
nosso corpo. Se estivermos com excesso de elemento ar, somos simplesmente arrastados de
um lado para o outro, literalmente ao sabor dos ventos cármicos. Na sua falta, nos tornamos
fechados e monótonos.
FOGO: Da união desse brilho sutil do elemento éter com a respiração, o movimento do
elemento ar, surge um calor interno e o nosso corpo se aquece: é o elemento fogo. O fogo
produz uma sensação de vida, nos permite ver as coisas, criar, dar significados, dar cor às
experiências. Sentimos um calor sutil preenchendo nosso corpo.
Podemos levar calor e aquecer cada parte do nosso corpo, sentindo o elemento fogo o
preenchendo. Quando nos engajamos nos pensamentos e nas bolhas que surgem na mente,
perdemos a estabilidade destes elementos e, consequentemente, a capacidade de reconhecê-
los. Se estivermos com excesso de elemento fogo, nos tornamos impulsivos, impacientes e
irritados. Na sua falta, nos tornamos apáticos e sem energia e criatividade.
ÁGUA: Do elemento fogo vem a fluidez do elemento água, uma ausência de rigidez. Sentimos
nosso corpo leve, fluido, sem tensão, pronto para agir. A natureza primordial é fluida, não-
obstruída. Podemos visualizar todo nosso corpo sendo inundado pela flexibilidade do
elemento água. Se estivermos com excesso de elemento água, afundamos nas emoções e
Nascendo no Lótus e a Mandala dos Cinco Elementos
Retiro de Carnaval – Fevereiro de 2013
Facilitador: Henrique Lemes
pensamentos, nos tornamos excessivamente emotivos. Na sua falta, nos tornamos insensíveis
e secos, sem a capacidade de flexibilizar.
TERRA: Na sequência surge a estabilidade do elemento terra, uma serenidade, uma confiança
e não oscilação do nosso movimento. Se estivermos com excesso de elemento terra, nos
tornamos rígidos, tensos. Na sua falta, oscilamos junto com as experiências, sem estabilidade
nenhuma. No samsara, todos nós aspiramos estabilizar tudo, ter experiências sólidas como
uma casa, um carro, um relacionamento, um emprego. Mas tudo se mostra impermanente.
Mas enquanto não reconhecermos a estabilidade da Natureza Primordial, não vamos
conseguir estabilizar nada. A Natureza Primordial é a estabilidade que podemos obter. É na
verdade, a única estabilidade possível.
No samsara, todos aspiramos ter brilho para as coisas (éter), ter empolgação e respirar
desimpedido (ar), ter calor, energia para realizar o que queremos (fogo), nos movimentar
desimpedidos, de maneira fluida (água) e conseguir estabilizar as experiências que vivemos
(terra). Nosso movimento por dentro do samsara sempre é de estabilizar os cinco elementos
através do controle do javali e do galo, tendo a cobra como a ação reativa sempre que nossas
aspirações falharem.
Nossa sensação de vida, de viver, vem dos cinco elementos. Quando reconhecemos
isso, o que fazemos? Sorrimos! Apenas isso. Vemos que a aparente “concretude” do samsara
tem na sua gênese a plasticidade dos cinco elementos, não há essa solidez.