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São Paulo
2011
Dinorah Zilbersztajn Gotlieb
Área de concentração:Genética
São Paulo
2011
Ao meu querido marido e aos
meus anjos chamados pai e mãe.
AGRADECIMENTOS
Rebe de Lubavitch.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 17
1.1 O MÚSCULO NORMAL ..................................................................................................... 17
1.1.2 O tecido muscular no desenvolvimento embrionário .......................................... 17
1.1.3 O tecido muscular maduro .......................................................................................... 18
1.1.4 Regeneração muscular ................................................................................................. 22
1.2 O MÚSCULO DISTRÓFICO .............................................................................................. 23
1.2.1 Distrofias musculares progressiva ........................................................................... 23
1.2.2 Modelos animais para distrofias musculares ......................................................... 25
1.2.2.1 Distrofinopatias ........................................................................................................... 26
1.2.2.2 Deficiência de alfa 2 laminina .................................................................................. 26
1.2.2.3 Disferlinopatias ........................................................................................................... 27
1.2.2.4 Defeitos de glicosilação ............................................................................................ 27
1.3 MIOSTATINA ....................................................................................................................... 28
1.3.2 Expressão da Miostatina durante o desenvolvimento ........................................ 29
1.3.3 Função da miostatina e associação com doenças .............................................. 30
1.3.4 Inibição da Miostatina como abordagem terapêutica .......................................... 31
2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 33
3 MATERIAL E METODOLOGIA ...................................................................................... 34
3.1 OBTENÇÃO DOS ANIMAIS E MANUTENÇÃO DA COLÔNIA.................................. 34
3.2 EXTRAÇÃO DE DNA E GENOTIPAGEM....................................................................... 34
3.3 SELEÇÃO E PREPARAÇÃO DOS MÚSCULOS .......................................................... 36
3.4 PREPARAÇÃO DE LÂMINAS HISTOLÓGICAS .......................................................... 36
3.5 HISTOLOGIA ....................................................................................................................... 37
3.5.1 Coloração de Hematoxilina-Eosina (HE) .................................................................. 37
3.5.2 Coloração com Picro Sirius® ....................................................................................... 37
3.6 ESTUDOS MOLECULARES ............................................................................................. 38
3.6.1 Extração de RNA total ................................................................................................... 38
3.6.2 Síntese de cDNA total ................................................................................................... 38
3.6.3 Análise de Expressão da miostatina ......................................................................... 38
3.6.4 PCR em Tempo Real (Q-PCR)- quantificação relativa da expressão
da miostatina ............................................................................................................................ 39
4 RESULTADOS ..................................................................................................................... 40
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA .............................................................................. 40
4.2 ANÁLISE DE EXPRESSÃO DA MIOSTATINA ............................................................. 41
4.2.1 Análise semiquantitiva.................................................................................................. 41
1INTRODUÇÃO
cartilaginoso e dérmico. O destino de cada região dos somitos é especificada por fatores
Figura 1-A mesoderme de um embrião no estágio de nêurula pode ser dividida em partes que darão origem
aos diversos compartimentos, órgãos e tecidos do corpo. Em laranja esta destacada a região
paraxial de onde serão formados grupos de células mesodérmicas chamadas somitos. Duas regiões
dos somitos sofrem influencia de fatores secretados nas suas proximidades que induzem a formação
do miótomo e consequentemente das células precursoras musculares.
FONTE: modificado Gilbert (2000).
Figura 2-No
o miotoma os mioblastos, células precursoras musculares, proliferam, sintetizam proteínas
miogênicas bHLH, se alinham e se fundem para a formação de miotubos multinucleados.
FONTE: modificado Gilbert (2000)
por diversos fatores de transcrição miogênicos (MYFs) pertencem à família protéica HLH
(helix-loop-helix),
helix), que têm um papel fundamental na miogênese e na regeneração. Dentre
de lesões musculares, uma vez que participa da ativação das células satélite (CS) (Hawke
a linhagem miogênica e modulam a diferenciação final das CS; O Pax7 (paired box
número de fibras, seu calibre e tamanho durante a miogênese embrionária, fetal e pós-
pós
1.1.3O
1.1.3O tecido muscular
muscular maduro
esquelético, estriado
ado cardíaco e liso.
Cada músculo é composto de muitos feixes de fibras musculares. Cada fibra tem
diâmetro que varia entre 10 e 100μm, é formada por muitas miofibrilas de diâmetro
di de 1 a
19
2μm, que correm longitudinalmente à fibra muscular. Por sua vez as miofibrilas são
Figura 3-Organização do músculo esquelético. Cada músculo é composto de muitos feixes de fibras
musculares. Cada fibra muscular é composta por muitas miofibrilas, as quais são compostas por
miofilamentos.
FONTE: modificado Johnson e Raven, 2002.
filamento espesso, composto pela proteína miosina; filamento fino, formado por
revela sob microscopia eletrônica um padrão de bandas claras e escuras que se repetem
Banda A
Figura 4-Eletronmicrografia de fibra muscular. A linha Z serve como bordas dos sarcômeros claramente
visualizados em cada miofibrila. Os filamentos espessos compõem a banda A, os filamentos finos
fazem parte da banda I e da banda A, sobrepondo os filamentos espessos. Na região central da
banda A chamada por banda H, não há sobreposição dos filamentos, por isso a aparência mais
clara.
FONTE: modificado Johnson e Raven, 2002.
20
cabeça, possui atividade ATPásica, e dois pares de cadeias leves diferentes, chamadas
cadeias leves essenciais e cadeias leves regulatórias, cujo peso varia de 15 a 22kD,
Região N-terminal
denominada cabeça
Molécula de miosina
Feixe de miosina
Figura 5-Representação de uma molécula de miosina representando 2 cadeias pesadas, parte torcida, e 2
cabeças parte globular. Parte de um feixe de miosinas na disposição que compõem o fila espesso
das miofibrilas.
FONTE: modificado Johnson e Raven, 2002.
As bandas finas e claras, também chamadas por bandas I, são compostas de dois
filamentos de actina torcidos em hélice. A actina é uma proteína globular com 375
aminoácidos.
Moléculas de actina
Filamento fino
Figura 6-Filamento fino. Duas cadeias de actina torcidas juntas na forma de hélice.
FONTE: Modificado Johnson e Raven, 2002.
terminal como ponto de ligação com os filamentos de actina, no interior da fibra muscular e
distrofina ao complexo DGC é feita através de sua ligação à proteína -DG. A proteína β β-
DG está associada ao complexo transmembranoso sarcoglicano, e também à proteína
relacionados a este processo sugerem que este mecanismo teria importante função na
ligação e interação da α-
-DG com a laminina na matriz extracelular, e conseqüentemente,
conseq
DGC promove a ligação entre as proteínas internas da fibra muscular (ligação actina-
por três cadeias, sendo uma delas a cadeia α2 (Ervasti e Campbell, 1993; Ozawa et al.,
1995).
respiratórias aeróbicas,
bicas, alta
al concentração de mioglobinas e por isso são
s chamadas de
fibras vermelhas; e rápida, tipo II, com menor quantidade de capilares, mitocôndrias
mitocô e
22
fadiga.
1.1.4
1.1.4Regeneração muscular
têm forma alongada e são uninucleadas, e tem papel importante na hipertrofia e no reparo
e Garry, 2001).
Figura 8- Ativação, diferenciação e proliferação de células satélites na resposta ao a dano muscular. Vários
fatores liberados pelo exercício ou lesão ativam as células satélites fazendo com que estas deixem o
estado quiescente. Neste
Neste estado as células podem proliferar e/ou migrar, nesse caso ao fundir-se
fundir
aos miócitos “danificados”, contribuem para a regeneração da célula.
célula
FONTE: modificado adaptado de Hawke e Garry(2001).
glicolítico (rápidas) apresentam quantidade menor de CS, já que estas aparecem em maior
glicolíticas.
decorrência da ativação das CS. A lesão muscular causada pelo exercício intenso provoca
através de seu efeito nessas células (Kirk et al., 2000; Sharma et al., 2001).
α−, β−, γ−
( e δ-SG), disferlina e caveolina 3; na matriz extracelular, a α2-laminina e
colágeno VI; nos sarcômeros, a teletonina, miotilina, titina, actina e tropomiosina; no citosol
A/C, proteína SMN. Algumas das doenças associadas a alterações nestas proteínas são
sinais clínicos iniciam-se entre 3 e 5 anos de idade (com quedas freqüentes, dificuldades
até os 12 anos de idade e os afetados raramente sobrevivem após a terceira década (Zatz,
2001). O gene responsável pela DMD localiza-se no braço curto do cromossomo X (Xp21).
24
face interna da membrana das fibras musculares esqueléticas e cardíacas, como visto
2003).
também são de extrema importância para o bom funcionamento do músculo, e assim como
DMC2G. Além disso, mutações no gene LAMA2 que codifica a cadeia α2 da laminina
muscular (laminina2) causam uma forma de distrofia muscular congênita muito grave, a
CMD1A. A α2-laminina é expressa em vários tipos celulares, entre eles células musculares
esqueléticas e cardíacas, células de Schwann, trofoblastos e células de origem
mesenquimal (Vilquin et al., 1999). Em 1994, Tomé et al. identificaram a proteína merosina
deste grupo de doenças, nota-se a distrofia das cinturas tipo 2I e forma congênita 1C,
ambas causadas por mutações no gene FKRP que codifica uma possível
25
glicosiltransferase. Além disso, uma nova forma de distrofia muscular congênita, a forma
1.2.2Modelos
1.2.2Modelos animais para distrofias musculares
como os cães Golden Retriever, Beagle, Rottweiler, modelos para DMD e Boston Terrier,
(Shelton
Shelton e Engvall, 2005).
26
1.2.2.1 Distrofinopatias
Dmdmdx tem uma mutação de ponto no gene da distrofina no cromossomo X que causa
ausência total da proteína no músculo. Esse fato o torna um bom modelo molecular. No
(Stedman et al., 1991) por esta razão ele é amplamente usado em análises histológicas.
Dentre eles, dois modelos, com mutações espontâneas no gene LAMA2 foram
mutante alélico dy2J/dy2J.No modelo dy2J/dy2Ja distrofia é mais branda que no modelo
dy/dy. Ambos exibem deficiência parcial de alfa 2 lamina e são modelos para distrofia
periférico, porem não se sabe ainda qual é a mutação para esse fenótipo (Jackson
semanas de vida, em que ocorre paralisia primeiramente nos músculos posteriores, depois
nos axiais e por último nos anteriores. Eles apresentam defeitos na mielinação de nervos
mRNA é traduzido num polipeptídio alfa2 com uma deleção no domínio IV (Sumada et al , .
27
1995). Os efeitos desta mutação são mais brandos que no camundongo dy/dy, porem nos
dois casos as alterações clínicas e histológicas são similares. Os camundongos Lama2dyJ/J
são maiores e mais ativos que os camundongos dy/dy, têm expectativa de vida normal e
são férteis. Foi observado que ao levantar o animal pela cauda ele recolhe os membros em
1.2.2.3 Disferlinopatias
Disferlinopatias
que codifica a maioria dos domínios C2. Essa mutação causa a deleção de 57
músculo incluindo fibras musculares com núcleos centrais, variação de calibre, splitting,
infiltração inflamatória, necrose e eventual substituição de músculo por tecido gorduroso
grave e cardiomiopatia branda. Podem ser reconhecidos com 12-15 dias pelo seu tamanho
de fukutina.
1.3
1.3 MIOSTATINA
β
fatores de crescimento TGF- , que é composta por fatores de crescimento e diferenciação
1997).
por Ferrel et al.(1999), e é constituído por três exons intercalados por dois introns,
humanos.
pode-se observar duas bandas de massas de 101 kDa e 25 kDa, consistentes com o
terminal. O pró-peptideo tem função inibitória sobre a proteína, pois inibe a sua ligação ao
receptor (Lee e McPherron, 2001). Esse complexo latente pode ser ativado in vitro pela
29
Estudos com miostatina recombinante purificada demonstraram que ela é capaz de se ligar
e ActRIIB in vitro (Lee e McPherron 2001; Rebbapragada et al., 2003). A ligação ao ActRII
leva a fosforilação e ativação do receptor Activina tipo I, que por sua vez inicia uma
Smads ativados são translocados do citoplasma para o núcleo onde eles regulam a
reposição de massa muscular perdida por falta de uso. A miostatina foi encontrada
2000). Por outro lado, marcação positiva para miostatina foi também encontrada em
1.3.2
1.3.2 Expressão da Miostatina
Miostatina durante o desenvolvimento
embrionário mostrou que nos estágios mais incipientes, sua expressão é restrita aos
somitos em desenvolvimento. O mRNA da miostatina pode ser detectado desde 9,5 dias
post-coitum (p.c.), em cerca de um terço dos somitos. Por volta do dia 10,5 p.c. a
1.3.3
1.3.3 Função da miostatina e associação com doenças
com uma dieta balanceada de nutrientes. Em outro estudo Hitell et al.(2009) observaram
aumentada.
fibras danificadas em regeneração. Nas primeiras a expressão é alta o que deve inibir a
2000).
1.3.4
1.3.4 Inibição da Miostatina como abordagem terapêutica
terapêutica
musculares pela maioria das abordagens farmacológicas tem sido decepcionante (Rodino-
no objetivo de produzir animais com maior massa muscular, o que seria vantajoso para a
pecuária.
.
Lee et al (2005) descreveram um potente inibidor da miostatina (ACVR2B) que
seu estudo demonstraram que o efeito do ACVR2B é atenuado em indivíduos nulos para a
32
miostatina, sugerindo que existe pelos menos uma outra substância que normalmente
estágios tardios em animais nulos para delta sarcoglicana. Eles observaram aumento de
inibição pode ser benéfica em período inicial de vida ou quando a doença é branda.
.
selvagens (Amthor et al , 2007).
Visto que o papel da miostatina no processo distrófico não está bem estabelecido,
este trabalho se faz de extrema importância na tentativa de explicar uma possível relação
2 OBJETIVOS
OBJETIVOS
distrofias musculares com diversos padrões de fraqueza muscular: Dmdmdx, SJL, Largemyd,
Lama2dyJ/J.
Objetivos Específicos:
3 MATERIAL E METODOLOGIA
Genoma Humano, o qual está devidamente equipado para abrigar estes animais, em
B6.WK- Lama2dyJ/J (Meier e Southard, 1970), SJL/J (Welleret al., 1997), Largemyd
(Grewal e Hewitt, 2002), e C57Black6 (camundongo normal).
furos na orelha, fragmentos de cauda foram colocados em tubos identificados com solução
de extração e Proteinase K e incubados a 55ºC over night. Após incubação o DNA foi
Para o modelo Largemyd, utilizou-se uma reação de PCR multiplex que amplifica o
mutação, a reação amplifica apenas o alelo mutado (421 pb). Se ele for normal, apenas o
alelo normal (162 pb). Se for heterozigoto, os dois alelos são amplificados. Os
desta reação pode ser observado na eletroforese das amostras em gel de agarose 2%.
35
Quadro 1-Oligonucleotídeos
ligonucleotídeos utilizados pra genotipagem do modelo Largemyd.
Mouse wild type forward (MWTF) GGC CGT GTT CCA TAAA GTT CAA
Mouse wild type reverse (MWTR) GGC ATA CGC CTC TGT GAA AAC
Mutation forward (MUTF) ATC TCA GTC CCA AAG GGT GAAG
Mutation reverse (MUTR) GCC AAT GTA AAA TGA GGG GAA A
421pb
162pb
myd
Figura 10- Genotipagem dos camundongos Large . Eletroforese dos produtos
dutos do PCR multiplex em gel de
agarose 2% corado com brometo de etideo.
fragmento de 170pb contendo a mutação. Após o PCR é feito uma reação de digestão com
a enzima NDE1, pois esta mutação cria um sítio de restrição que é possível
poss digerir com
banda referente
nte ao alelo normal. Se o indivíduo
indivíduo for homozigoto para a mutação, aparecem
377pb
213pb
164pb
dy-2J
Figura11- Genotipagem de Lama2 /J,, após digestão. Gel de acrilamida corado com brometo de etídio. 1-
1
camundongo normal; 2-
2 camundongo heterozigoto; 3- camundongo afetado.
36
Quando necessário são formados novos casais de heterozigotos. Os normais podem ser
Foram utilizados:
nitrogênio líquido.
3.5 HISTOLOGIA
minutos em Bouim para a fixação do tecido. Depois elas passam por um banho de água
corrente para retirar o excesso de Bouim. Em seguida são submersas em solução de Sirius
série de 2 minutos em cada desidratante seguinte: em álcool 90%, álcool 100%, solução
de álcool mais xilol e por ultimo xilol. As lâminas são retiradas uma por vez para serem
calcula a área relativa ao tecido conjuntivo (corado em vermelho) em relação à área total
do corte.
38
líquido, macerado com pistola em banho de nitrogênio líquido e dividido em duas partes,
3.6.1Extração
3.6.1Extração de RNA total
O RNA total foi extraído dos músculos coletados, a partir de material macerado com
extração de RNA do material pulverizado foi realizada com o reagente Trizol® (Invitrogen
Inc Brasil), conforme as especificações do fabricante. O RNA foi diluído em água tratada
70oC.
1 µg de RNA total foi utilizado para a síntese de cDNA, a qual foi realizada conforme
3.6.3Análise
3.6.3Análise de Expressão da miostatina
amplificaram, foi feito o PCR Real Time para os pares de oligonucleotideos dos genes da
cada amostra foi adicionado o par de primers do gene de interesse e o MasterMix contendo
Sybr Green (Applied Biosystems), num volume total de 25μL. A corrida das placas foi feita
Quadro2- Pares dos oligonucleotideos para amplificação do gene alvo da miostatina e o gene
endógeno GAPDH.
MIOSTATINA forward (MSTN F) AACCTTCCCAGGACCAGGAG
MIOSTATINA reverse (MSTN R) CATCGCAGTCAAGCCCAAAG
GAPDH forward AGGTCGGTGTGAACGGATTTG
GAPDH reverse TGTAGACCATGTAGTTGAGGTCA
curva padrão com diferentes diluições de um cDNA controle. Nesta etapa é determinado o
threshold, o qual é um valor arbitrário do limiar que determina o ciclo onde é medida a
fluorescência em cada reação (Ct). O valor Ct é usado pelo programa para calcular a
4 RESULTADOS
variou.
C24 C24 C 24 D C 24 G
C47 C47 C 47 D C 47 G
C48 C48
SJL/J S1
S2 S2 S 2D S 2 G S2D
S3 S3 S 3D S 3 G S3D S3G
S4 S4 S 4D S 4 G S4D S4G
S5 S5 S 5D S 5 G S5D S5G
S6 S6 S 6D S 6 G S6D S6G
S7 S7 S 7D S 7 G S7D
Dmdmdx M8
M9 M9 M 9D M 9 G M9D M9G
M10 M18G
L131
L132
4.2.1 Análise
Análise semiquantitiva.
murinos para distrofias musculares, foi realizado através do método semiquantitativo, com
GAPDH
110pb
101pb
MSTN
Figura12-Exemplo de gel de acrilamida com produtos da amplificação do cDNA dos gene GAPDH(110pb)e
MSTN(101pb), com 27 e 30 ciclos, no músculo gastrocnêmio de 3 camundongos modelos. S6 e S7
mdx
são SJL/J, M28 é Dmd .
Quadro 4- Análise da intensidade das bandas resultantes da eletroforese dos produtos de PCR de
27 e 30 ciclos para os genes GAPDH e MSTN no músculo diafragma, quantificadas pelo
software Scion Image, e a relação MSTN/GAPDH entre as bandas de miostatina com
GAPDH.
DIAFRAGMA GASTROCNÊMIO
27 ciclos 30 ciclos 27 ciclos 30 ciclos
MSTN/GAPDH MSTN/GAPDH MSTN/GAPDH MSTN/GAPDH
C19 0,08 0,145 C19 0,265 0,296
C20 0,324 0,435 C20 0,278 0,258
C22 0,193 0,479 C21 0,375 0,219
C23 0,025 0,079 C22 0,135 0,366
C57BL C24 0,399 0,711 C23 0,349 0,332
C25 0,016 0,101 C24 0,186 0,299
C46 0,203 0,368 C25 0,414 0,471
C47 0,172 0,405 C46 0,285 0,335
C48 0,11 0,293 C47 0,235 0,567
C48 0,232 0,333
S2 0,176 0,49 S1 0,13 0,288
S3 0,241 0,527 S2 0,257 0,388
SJL/J S4 0,153 0,372 S3 0,211 0,409
S5 0,2 0,276 S4 0,252 0,448
S6 0 0,083 S5 0,322 0,5
S7 0,138 0,373 S6 0,181 0,234
43
S7 0,227 0,372
M9 0,18 0,423 M8 0,206 0,462
M25 0,109 0,464 M9 0,212 0,343
M26 0,15 0,258 M10 0,259 0,385
Dmdmdx M27 0,22 0,364 M25 0,288 0,439
M28 0,362 0,418 M26 0,156 0,401
M29 0,299 0,812 M27 0,367 0,384
M28 0,234 0,406
M29 0,152
L118 0,027 0,133 L121 0,24 0,303
L121 0,024 0,109 L123 0,146 0,328
Largemyd L123 0 L129 0,139 0,216
L129 0,154 0,183 L130 0,114 0,216
L130 0,135 0,372 L131 0,115 0,236
L132 0,183 0,381
L118 0,273 0,342
2J61 0,251 0,501 2J61 0,251 0,355
2J69 0,118 0,364 2J69 0,235 0,496
dy2J
Lama2 /J 2J70 0,281 0,377 2J70 0,193 0,286
2J79 0,186 0,506 2J79 0,161 0,317
2J88 0,131 0,503 2J88 0,32 0,376
2J92 0,322 0,636 2J92 0,257 0,295
Como esta técnica não demonstrou ser muito sensível para o número de ciclos
C20
C22 C22G
C24 C24G
C46
C47 C47G
C48 C48G
S1G
44
S2 S2G
S3 S3G
S4 S4G
S5G
S6
S7 S7G
M8G
M9 M9G
M10G
M25 M25G
M26 M26G
M27
M28G
M29
L123G
L118
L121
L130 L130G
L131G
2J61 2J61G
2J69 2J69G
2J70G
2J79 2J79G
2J88
L132G
2J92
médias de cada grupo de animais e músculos e foi realizada analise por teste de Mann
Figura 13-Comparação gráfica entre as médias das semiquantificações da expressão da miostatina dos
controles normais e animais afetados no diafragma.
Figura 14- Comparação gráfica entre as médias das semiquantificações da expressão da miostatina dos
controles normais e animais afetados no gastrocnêmio.
4.2.2 Análise
Análise quantitativa da expressão
expressão da miostatina por PCR em tempo real (qRT-
(qRT-PCR)
4.2.2.1
4.2.2.1 Padronização da metodologia para os genes em estudo
amplificação de 5 concentrações do cDNA controle: puro, 1:1, 1:3, 1:7, 1:15, para os pares
informações dos valores do slope e do R2 de cada uma (Quadro 6). Esses valores revelam
respectivamente, a inclinação da curva e a eficiência da curva gerada, e são importantes
GAPDH
Threshold
0.1948304
MSTN
Threshold
0.0896150
Figura 15-Curvas de amplificação para padronização do Q-PCR. No eixo X estão números de ciclos e no eixo
Y está a fluorescência emitida na amplificação. Foram testados pares de oligonulcleotideos GAPDH
e MSTN em cDNA de camundongo normal C57BL47 nas concentrações puro, 1:1, 1:3, 1:7 e 1:15.
4.2.2.2
4.2.2.2 Análise da Miostatina nos músculos diafragma e gastrocnêmio do grupo controle
Para a análise relativa do qRT-PCR, deve-se determinar uma amostra que será
de valor mais próximo a esta média. Esta corresponde ao cDNA da amostra C57BL46D.
Os resultados da expressão relativa de cada amostra estão demonstrados no Quadro7, e a
Quadro7- Expressões relativas da miostatina nos músculos diafragma e gastrocnêmio dos animais
C57BL usados como controles normais.
Controles Expressão relativa
normais D e G ddCT da miostatina
C57BL 20 D 1,27 0,74
Média 3,43
48
1,5
0,5
0
C57BL 20 D
C57BL 23 D
C57BL 24 D
C57BL 46 D
C57BL 47 D
C57BL 20 G
C57BL 23 G
C57BL 24 G
C57BL 25 G
C57BL 46 G
C57BL 47 G
-0,5
-1
Figura 16-Gráfico das expressões relativas da miostatina nos músculos diafragma e gastrocnêmio de animais
controle. Os dados foram normalizados para a amostra C57BL 46 D, a qual obteve valor mais
próximo da média das expressões entre os dois grupos musculares dos animais controles.
4.2.2.3 Análise da
da Miostatina nos músculos diafragma e gastrocnêmio dos diferentes
grupos de animais distróficos
Como houve diferença significativa na expressão da miostatina no diafragma
controle normal C57BL46D, para permitir uma melhor comparação dos resultados. A
DIAFRAGMA
1,5
0,5
0
SJL 2D
SJL 3D
SJL 4D
SJL 5D
SJL 6D
SJL 7D
MDX 25D
MDX 26D
MDX 27D
MDX 28D
MDX 29D
MDX 9D
LARGE 118D
LARGE 121D
LARGE 123D
LARGE 129D
LARGE 130D
C57BL 20D
C57BL 23D
C57BL 24D
C57BL 46D
C57BL 47D
2J 61D
2J 69D
2J 70D
2J 79D
2J 88D
2J 92D
-0,5
-1
-1,5
Figura18- Gráfico das expressões relativas da miostatina no músculo diafragma de todos os animais avaliados.
Os dados foram normalizados para a amostra C57BL46D.
Gastrocnêmio
0
SJL 2 G
SJL 3 G
SJL 4 G
SJL 5 G
SJL 6 G
SJL 7 G
MDX 25 G
MDX 26 G
MDX 27 G
MDX 28 G
MDX 29 G
MDX 9 G
LARGE 118 G
LARGE 121 G
LARGE 123 G
LARGE 130 G
C57BL 20 G
C57BL 23 G
C57BL 24 G
C57BL 25 G
C57BL 46 G
C57BL 47 G
2J 61 G
2J 69 G
2J 70 G
2J 79 G
2J 88 G
2J 92 G
-0,5
-1
-1,5
-2
-2,5
Figura 19-Gráfico das expressões relativas da miostatina no músculo gastrocnêmio de todos os animais
avaliados. Os dados foram normalizados para a amostra C57BL46D.
50
Um novo gráfico (figura 20) foi construído para representar a média da expressão
relativa da miostatina de cada grupo muscular em cada linhagem. Assim foi possível
0,5
0,0
C57BL D SJL D MDX D LARGE D 2J D C57BL G SJL G MDX G LARGE G 2J G
-0,5
-1,0
-1,5
P = ** * * ** ** ** **
Figura 20-Comparação gráfica das médias das expressões relativas da miostatina entre diafragma e
gastrocnêmio por linhagem, com base na normalização dos dados para o valor da amostra
C57BL46D.*= P< 0,05 e ** = P<0,01
0,5
2J 61D
2J 69D
2J 70D
2J 79D
2J 88D
2J 92D
C57BL 20D
C57BL 23D
C57BL 24D
C57BL 46D
C57BL 47D
SJL 2D
SJL 3D
SJL 4D
SJL 5D
SJL 6D
SJL 7D
MDX 25D
MDX 26D
MDX 27D
MDX 28D
MDX 29D
MDX 9D
LARGE 118D
LARGE 121D
LARGE 123D
LARGE 129D
LARGE 130D
-0,5
-1
-1,5
-2
-2,5
Figura 21- Gráfico das expressões relativas da miostatina no músculo diafragma dos controles normais e
animais afetados. Estes dados foram normalizados para a amostra C57BL 20 D, a qual obteve
valor mais próximo da média das expressões neste grupo muscular entre os animais controles.
0
C57BL 20 G
C57BL 23 G
C57BL 24 G
C57BL 25 G
C57BL 46 G
C57BL 47 G
SJL 2 G
SJL 3 G
SJL 4 G
SJL 5 G
SJL 6 G
SJL 7 G
MDX 25 G
MDX 26 G
MDX 27 G
MDX 28 G
MDX 29 G
MDX 9 G
LARGE 118 G
LARGE 121 G
LARGE 123 G
LARGE 130 G
2J 61 G
2J 69 G
2J 70 G
2J 79 G
2J 88 G
2J 92 G
-0,5
-1
-1,5
-2
Figura 22- Gráfico das expressões relativas da miostatina no músculo gastrocnêmio dos controles normais e
animais afetados. Estes dados foram normalizados para a amostra C57BL 20 G, a qual obteve valor
mais próximo da média das expressões neste grupo muscular entre os animais controles.
DIAFRAGMA GASTROCNÊMIO
0
MDXD
C57BLD
SJLD
LARGED
2JD
C57BlG
SJLG
MDXG
LARGEG
2JG
-0,5
-1
-1,5
P = ** ** * ** P = ** ** **
-2
Figura 23- Gráfico comparativo das expressões relativas da miostatina nos músculos diafragma e gastrocnêmio
entre os controles normais e animais afetados.
52
4.2.2.5 Aná
Análise da miostatina por linhagem (diafragma + gastrocnêmio)
Para comparar as linhagens quanto à expressão relativa da miostatina geral foi feito
um gráfico somando os dados obtidos nos dois grupos musculares (figura 24).
Figura 24-Comparação gráfica das médias das expressões relativas da miostatina dos músculos diafragma e
gastrocnêmio por linhagem, com base na normalização dos dados para o valor da amostra
C57BL46D.
4.2.2.6 Análise
Análise comparativa da miostatina nos músculos diafragma e gastrocnêmio em
cada linhagem distrófica (um só normalizador – C5746D)
sem diferenças no tipo de músculo, conforme pode ser observado na figura 25. Não houve
53
2007.
DEGENERAÇÃO REGENERAÇÃO
ANIMAL
VARIAÇÃO DE TECIDO FIBRAS NÚCLEOS FIBRAS
CALIBRE FORMA CONJUNTIVO FENDIDAS CENTRAIS NECROSE BASOFÍLICAS
C57BL
DIAFRAGMA
C21D + + + 0 + 0 0
C22D + + ++ 0 + + 0
C23D + + + 0 + 0 0
C25D + + + 0 + 0 0
C46D + + + 0 0 0 0
GASTROCNÊMIO
C20G + + + 0 0 0 0
C21G + + + 0 0 0 0
C22G + + + 0 0 0 +
C23G + + + 0 + 0 0
C25G + + + 0 + ++ 0
C46G + + + + ++ + 0
SJL/J
DIAFRAGMA
S2D ++ + + + + ++ 0
S3D + + + + + + 0
S4D + ++ + 0 + 0 0
S5D + ++ + + + + 0
S6D + ++ + 0 + 0 0
S7D + ++ + 0 0 0 0
GASTROCNÊMIO
S3G ++ + + 0 + ++ 0
S4G ++ + + 0 + ++ +
S5G + + + 0 + + 0
S6G + + + 0 + ++ 0
mdx
Dmd
DIAFRAGMA
M25D +++ +++ ++ ++ ++ ++ ++
M26D +++ ++ +++ + +++ +++ +++
M27D +++ +++ ++ + +++ + +
M28D +++ +++ ++ 0 ++ 0 0
M9D +++ +++ +++ ++ +++ + +
M29D +++ +++ ++ + +++ 0 0
GASTROCNÊMIO
M9G +++ + + 0 +++ ++ ++
55
dyJ
Lama2 /J
DIAFRAGMA
2J61D ++ + ++ + + + 0
2J70D +++ ++ ++ 0 + + 0
2J88D ++ ++ ++ 0 + +++ +
2J92D ++ +++ ++ 0 + ++ ++
GASTROCNÊMIO
2J61G +++ +++ +++ +++ ++ ++ 1,00
2J69G +++ +++ +++ +++ ++ ++ 1,00
2J70G +++ +++ ++ + + +++ 1,00
2J88G +++ ++ +++ 0 ++ ++ 1,00
2J92G +++ +++ ++ 0 ++ + 2,00
56
DIAFRAGMA GASTROCNÊMIO
Figura 26- Diafragma e gastrocnêmio em cortes histológicos transversais feitos em micrótomo criostato com
espessura de 6um , corados com HE. Observa-se no controle normal a presença de fibras com
calibre semelhante, citoarquitetura com angularidade entre as fibras, fino tecido conjuntivo entre as
58
fibras, núcleos periféricos. Nos músculos dos animais modelos observa-se fibras de calibre
variado, perda da citoarquitetura angular, infiltração de tecido conjuntivo, núcleos centrais,
mdx
necrose. No modelo SJL/J e no gastrocnêmio do Dmd essas observações são menos
expressivas e muitas vezes ausentes.
DEGENERAÇÃO
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
DIAFRAGMA
DIAFRAGMA
DIAFRAGMA
DIAFRAGMA
DIAFRAGMA
C57BL
GASTROCNÊMIO
SJL/J
GASTROCNÊMIO
GASTROCNÊMIO
GASTROCNÊMIO
GASTROCNÊMIO
Dmdmdx
Largemyd
Lama2dyJ/J
Figura 27-Distribuição comparativa dos dados de degeneração nos músculos diafragma e gastrocnêmio em
cada uma das linhagens
REGENERAÇÃO
1,6
1,4
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
DIAFRAGMA
DIAFRAGMA
DIAFRAGMA
DIAFRAGMA
DIAFRAGMA
C57BL
GASTROCNÊMIO
SJL/J
GASTROCNÊMIO
GASTROCNÊMIO
GASTROCNÊMIO
GASTROCNÊMIO
Dmdmdx
Largemyd
Lama2dyJ/J
Figura 28-Distribuição comparativa dos dados de regeneração nos músculos diafragma e gastrocnêmio em
cada uma das linhagens.
fibras basofílicas e entre os afetados o músculo que mais apresentou este tipo celular foi o
gastrocnêmio da linhagem Dmdmdx. Nos músculo diafragma das linhagens SJL/J e Largemyd
estas fibras não foram encontradas.
59
indicam degeneração como necrose, substituição de tecido muscular por tecido conjuntivo,
variação de calibre das fibras e perda da angularidade das fibras. A regeneração foi
avaliada de acordo com a presença de fibras basofílicas que são típicas de fibras em
regeneração.
Figura 29- Comparação da expressão relativa da miostatina com a degeneração no músculo diafragma e
gastrocnêmio.
1,00 2,00
1,50
0,50 1,00
REGENERAÇÃO 0,50 REGENERAÇÃO
0,00
MSTN 0,00 MSTN
-0,50 -0,50
-1,00
-1,00 -1,50
5 DISCUSSÃO
5.1 A MIOSTATINA
MIOSTATINA COMO ALVO PARA TERAPIAS
musculatura dupla em bovinos (Grobet, 1997), muitas estratégias tem sido desenvolvidas
analises histológicas destes camundongos, foi revelado que o aumento da massa muscular
miostatina. O camundongo gerado tinha aumento de massa e força muscular, por outro
também observaram uma melhora funcional no camundongo Dmdmdx, mas com o uso de
anticorpos anti-miostatina.
clínico que está em fase I/II demonstrou que a droga usada, MYO-029 era segura
massa muscular esquelética. Este estudo comprovou sugestão anterior de que o sistema
parece estar envolvida. Como nos estudos com homens HIV positivos, Gonzalez-Cadavid
miostatina. Eles observaram que quanto maior a perda muscular maior a concentração de
miostatina.
manutenção muscular em doenças com perda de massa muscular. Porem, há muito o que
estudar em relação aos mecanismos que envolvem sua ação no músculo normal e
distrófico.
musculares, sem a interferência de agentes externos para sua inibição ou ativação, foi feita
das doenças e suas manifestações nos indivíduos afetados (Vainzof et al , 2008). . Neste
estudo, incluímos quatro modelos para distrofias musculares, pois cada um apresenta
mutação em gene que codifica proteína diversa, com localização variável nos
que é a forma mais comum das doenças neuromusculares em crianças. A ausência desta
63
proteína também foi observada em camundongos, que assim como os pacientes com
pertencem a linhagem Dmdmdx, tem curso de vida normal e podem sobreviver até mais que
2 anos (http://jaxmice.jax.org/strain/001801.html). São rotineiramente usados como
modelo animal molecular e histopatológico para a doença, mas não como modelo clínico.
observada em pacientes com DMD. Por histologia é possível verificar que os músculos
aos músculos degenerados de pacientes com DMD (Rouger et al., 2002). A explicação
para esta diferença ainda não foi esclarecida. Por isso investigamos a histologia muscular
dois músculos nesta linhagem, havendo uma maior degeneração no diafragma, e uma
Devido a uma mutação identificada no gene da disferlina (Bittner et al., 1999) ele
apresenta uma redução média de 85% nos níveis desta proteína no sarcolema das fibras
musculares, tornando-o um bom modelo para LGMD2B (Vainzof et al., 2003). Ele tem
expectativa de vida ligeiramente reduzida sendo de 472 dias para os machos e 395 para
as fêmeas, mas de um modo geral, o padrão de fraqueza muscular é leve (Storer, 1966).
Os machos dessa linhagem são conhecidos por serem agressivos (Page e Glenner, 1972).
.
deficiência parcial desta proteína (Vilquinet al , 1999; Vilquinet al , 2000). . Em ambos os
Uma nova forma de distrofia muscular congênita, a forma DMC1D, foi associada a
mutações no gene LARGE. Este gene está envolvido na glicosilação da proteína α-DG,
conjuntivo, fibras com calibre bastante variado e citoarquitetura muito afetada. O padrão
5.3
5.3 ESTUDO DA EXPRESSÃO RELATIVA DA MIOSTATINA NO MÚSCULO
escolha de gene que mantém a expressão inalterada tanto no músculo diafragma como no
entanto, muitos estudos mostraram que a expressão de genes normalmente usados como
referência, variam com o tipo de tecido e com o seu estado fisiológico (Thellin et al.,1999).
miostatina em fetos bovinos (Milazzoto, 2006). Além disso, este gene foi também utilizado
expressão nos diferentes modelos e músculos analisados. Portanto, foi escolhido como
ciclos. Optamos pela analise em 27 e 30 ciclos pois como a miostatina é um gene pouco
PCR. Porém, quando feita a relação entre as intensidades das bandas da miostatina e do
ciclos utilizados, sugerindo que a metodologia não estava permitindo uma análise
quantitativa. Mesmo quando realizamos a analise somente nas amostras onde houve
5.3.3
5.3.3 Analise por PCR em tempo real
reações se tornam quantitativas. Com esse valor estabelecido é possível calcular nas
gene endógeno do mesmo músculo e animal, sendo, portanto, uma expressão relativa.
normalizadora, para que a expressão das amostras teste sejam calculadas em relação a
esta. Para a escolha do normalizador, que precisa ser uma única amostra das testadas,
expressão mais próximo deste valor médio. Desta forma, a comparação da expressão
nos dois músculos nos camundongos controle foi realizada com a amostra C57Bl46D
(Quadro 7).
do músculo sóleo (Hebel et al.,1983). Ele atua na flexão dos pés para baixo e também
agindo na flexão dos joelhos. Está principalmente relacionado com a locomoção e postura.
prolongamento da linha Z (Friden e Lieber, 1992; Clarkson e Newham, 1995), visto que a
(Mchugh, 2003). As alterações no músculo sob trauma ativam uma cascata de citosinas,
O diafragma pode sofrer dano muscular de outra forma, quando ocorre ventilação
pois é o único entre os músculos esqueléticos em que as fibras radiam a partir do tendão
central para se inserirem perifericamente nas estruturas esqueléticas (Hamid et al., 2005).
Seu papel é relacionado com a respiração. Quando as fibras são estimuladas durante a
67
vísceras abdominais e um aumento da pressão abdominal, que por sua vez empurra a
Para que algum dano ocorra nas fibras do gastrocnêmio basta um movimento
diferente ou mais forçado. Por outro lado, o diafragma apresenta contração ritmada e
constante, sendo necessária uma intervenção como a ventilação forçada para causar uma
normal é importante para que as células satélites entrem em proliferação, e atuem para a
reconstrução de eventuais lesões nas fibras lesionadas. Estes dados são compatíveis com
submetidos a treinamento e exercício físico (Chargé e Rudnik, 2003; Ruth et al., 2003; Kim
et al., 2005; Muniz, 2005). Como exemplo recente Matsakas et al.(2006) encontraram
afetados
miostatina.
linhagem Largemyd, apesar do músculo gastrocnêmio desta linhagem ser um dos mais
afetados pela degeneração, complementa os dados encontrados por Onofre (2009). Neste
trabalho, foi observada baixa expressão dos genes MyoD e Myf5 nos camundongos
Largemyd, sugerindo baixa atividade proliferativa das células-satélite nestes animais
.
(Yablonka-Reuveniet al , 2008). Se há pouca inibição da miostatina, as células satélites
repararem o músculo, resultando num quadro histopatológico muito grave como observado
houve uma intensa degeneração, mas regeneração surpreendente. Isto porque o gene da
α-distroglicana não estava silenciado nas células satélites e estas conseguiram reparar o
relativas da miostatina nestes músculos neste modelo bem como nas demais linhagens
se justificar que a fibra em estado de degeneração tenta regenerar, e para que isto ocorra
a miostatina deve estar inibida para que as células satélites possam reparar o dano
muscular.
Lembrando que embora não houve diferenças significativas nas expressões relativas
ela estava diferente no controle. Portanto, para avaliar este efeito, escolhemos um
69
normalizador para cada músculo (o valor médio encontrado no grupo controle) e fizemos
mesma idade.
fibras com núcleos centrais com padrão de degeneração muito grande em ambos os
músculos, quando comparados com os controles normais. Por outro lado, as fibras
literatura tem mostrado neste modelo deficiente em distrofina, que os músculos envolvidos
redor dos 2 meses de idade, que leva a melhor preservação destes músculos (Anderson
et al., 1988). Já o músculo diafragma não passaria por este processo de regeneração,
1993).
foram muito próximos aos observados nos camundongos normais. Os resultados são
pélvica, enquanto que a cintura escapular é discretamente afetada ao longo do tempo. Nos
estágios iniciais as mudanças distróficas podem ser mínimas, já nos estágios mais tardios
ocorre substituição de tecido muscular por tecido adiposo, alem de fibras fendidas, núcleos
et al.(2008) sugerem que o camundongo Largemyd tenha baixa atividade proliferativa das
miostatina nos quatro modelos distróficos estudados mostrou que não há uma aparente
Isto pode ser melhor observado no músculo diafragma, onde a expressão da miostatina
esta inibida nos quatro modelos, sendo que somente no Dmdmdx e Lama2dy2J/J foi possível
identificar a presença de regeneração.
revelam que o grau de degeneração observado em cada linhagem não influencia na maior
hipótese.
grau, causa molecular primária, ou músculo afetado, parece atuar de forma similar na
6 CONCLUSÕES
camundongos normais.
miostatina mostrou uma maior correlação com o padrão de degeneração do que com a
regeneração.
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