Rezar Com Os Patronos

24 Horas de
Oração
Rezar com os Patronos
21 e 22 de Janeiro de 2023
Lisboa2023.org
Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023
24 Horas de Oração
Rezar com os Patronos

O que queremos nestas 24 horas de Oração pela JMJ?
Agora vais encontrar vários capítulos, um para cada Patrono, um com Orações
Eucarística e outro com um Exame para o Sacramento da Reconciliação. Tudo foi
feito por jovens como tu. Cada um fez à sua maneira, com o seu estilo. Vê todos,
pode ser que um Patrono te ajude mais, mas vê também os outros, podes depois
falar a um amigo, querer saber mais. Pode ser que Deus te queira tocar por algo
que não estás à espera.
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São João Paulo II

"Caríssimos Jovens,
Ao término do Ano Santo, confio-vos o sinal mesmo do Ano Jubilar: a "Cruz de
Cristo"!
Levai-a ao mundo como sinal do amor do Senhor Jesus pela humanidade, e
anunciai a todos que só em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção."
PP. João Paulo II, Sábado Santo, 21 de Abril de 1984
Nota Biográfica
Karol Wojtyla nasceu a 18 de Maio de 1920 em Wadowice, na Polónia, onde viveu

até 1938, data em que ingressou na faculdade de filosofia da Universidade
Jagelónica, em Cracóvia.
No Outono de 1940, veio a trabalhar como operário nas minas de pedra e depois
numa fábrica química, tendo, em outubro de 1942, entrado no seminário
clandestino de Cracóvia, onde, em 1 de Novembro de 1946, foi ordenado sacerdote.
A 4 de Julho de 1958, foi nomeado bispo auxiliar de Cracóvia, pelo Papa Pio XII,
tendo a sua ordenação episcopal tido lugar a 28 de Setembro do ano seguinte.
Como lema episcopal escolheu a expressão mariana Totus tuus de São Luís Maria
Grignion de Montfort.
Tendo sido nomeado arcebispo de Cracóvia em 13 de Janeiro de 1964, Karol

Wojtyla participou em todas as sessões do Concílio Vaticano II, sendo, depois,
criado cardeal, em junho de 1967, pelo Papa Paulo VI.
Participou nos Conclaves convocados depois da morte dos Papas Paulo VI e João
Paulo I, tendo, no último conclave, sido eleito Papa, em 16 de outubro de 1978,
surpreendendo a Igreja por ser o primeiro Papa não italiano, desde o século XVI.
O seu pontificado primou por uma atividade intensíssima e pastoralmente

inovadora, que se traduziu na visita a 129 países visitados nos cinco continentes,
tendo sido voz ativa na queda do muro de Berlim em 1989 e, por conseguinte, no
colapso dos regimes soviéticos, através da publicação de três das suas 14
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encíclicas: a Laborem exercens (1981), a Sollicitudo rei socialis (1987) e a Centesimus

annus (1991).
Karol Wojtyla desenvolveu a sua atividade pastoral a favor da paz, concretizando-

se na busca do diálogo com as grandes religiões — em particular com o judaísmo
e com o islão — e com o novo impulso impresso no caminho ecuménico.
Em 13 de maio de 1981, foi vítima de um atentado, tendo, no ano seguinte, em

Fátima, oferecido a Nossa Senhora de Fátima, uma das balas disparadas.
Em 1983, promulgou o (novo) Código de Direito Canónico e reformou a Cúria

Romana, especialmente, no que respeita à colegialidade episcopal no governo da
Igreja, sobretudo através da convocação de quinze sínodos dos bispos.
Entre outros, convocou o grande ano jubilar no ano 2000, caracterizado pela
grande celebração da misericórdia de Deus e perdão dos pecados, tendo, neste
ano, visitado inúmeros locais para assinalar um espírito ecuménico.
O Papa São João Paulo II veio a falecer em abril de 2005, aos 84 anos, no seu
apartamento privado no Vaticano.
Após 26 dias do seu falecimento, o Papa Bento XVI concedeu a dispensa dos cinco
anos de expectativa prescritos permitindo o início da causa de canonização, tendo
sido proclamado Beato pelo mesmo Papa Bento XVI, a 01 de maio de 2011, e
canonizado em 27 de abril de 2014, pelo Papa Francisco.
Da Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia
A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência
diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja. É com
alegria que ela experimenta, de diversas maneiras, a realização incessante desta
promessa: «Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo» (Mt 28, 20); mas,
na sagrada Eucaristia, pela conversão do pão e do vinho no corpo e no sangue do
Senhor, goza desta presença com uma intensidade sem par. (…)
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Durante o Grande Jubileu do ano 2000, pude celebrar a Eucaristia no Cenáculo de

Jerusalém, onde, segundo a tradição, o próprio Cristo a realizou pela primeira vez.
O Cenáculo é o lugar da instituição deste santíssimo sacramento. Foi lá que Jesus
tomou nas suas mãos o pão, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: « Tomai,
todos, e comei: Isto é o meu Corpo que será entregue por vós » (cf. Mt 26, 26; Lc 22,
19; 1 Cor 11, 24). Depois, tomou nas suas mãos o cálice com vinho e disse-lhes: «
Tomai, todos, e bebei: Este é o cálice do meu Sangue, o Sangue da nova e eterna
aliança, que será derramado por vós e por todos para remissão dos pecados » (cf.
Mc 14, 24; Lc 22, 20; 1 Cor 11, 25). Dou graças ao Senhor Jesus por me ter permitido
repetir no mesmo lugar, obedecendo ao seu mandato: « Fazei isto em memória de
Mim » (Lc 22, 19), as palavras por Ele pronunciadas há dois mil anos.
Teriam os Apóstolos, que tomaram parte na Última Ceia, entendido o significado
das palavras saídas dos lábios de Cristo? Talvez não. Aquelas palavras seriam
esclarecidas plenamente só no fim do Triduum Sacrum, ou seja, aquele período de
tempo que vai da tarde de Quinta-feira Santa até à manhã do Domingo de Páscoa.
Nestes dias, está contido o mysterium paschale; neles está incluído também o
mysterium eucharisticum.
Do mistério pascal nasce a Igreja. Por isso mesmo a Eucaristia, que é o sacramento
por excelência do mistério pascal, está colocada no centro da vida eclesial. Isto é
visível desde as primeiras imagens da Igreja que nos dão os Atos do Apóstolos: «
Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fração do pão, e às
orações » (2, 42). Na « fração do pão », é evocada a Eucaristia. Dois mil anos depois,
continuamos a realizar aquela imagem primordial da Igreja. E, ao fazê-lo na
celebração eucarística, os olhos da alma voltam-se para o Tríduo Pascal: para o
que se realizou na noite de Quinta-feira Santa, durante a Última Ceia, e nas horas
sucessivas. De facto, a instituição da Eucaristia antecipava, sacramentalmente, os
acontecimentos que teriam lugar pouco depois, a começar da agonia no
Getsémani. Revemos Jesus que sai do Cenáculo, desce com os discípulos,
atravessa a torrente do Cedron e chega ao Horto das Oliveiras.
Silêncio
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Cântico 1: Naquela noite (Fazei em minha memória)
Naquela Noite, em que ele era entregue

Tomou o Pão e o Cálice, dando graças dizendo
Que este Pão é Corpo do Meu Corpo,
E este Cálice é Sangue da Nova Aliança
Fazei em Minha memória,

Em memória de Mim,
O que Eu vos disser
Porque sempre que comerdes deste Pão
E beberdes deste Vinho,
Lembrareis a Minha Morte
Até ao novo dia da Ressurreição.
Fazei, em Minha memória

Tudo aquilo que eu,
Tudo o que eu vos disser
Do Discurso do Papa João Paulo II, por ocasião da XV Jornada Mundial da

Juventude
«Vós, quem dizeis que Eu sou?» (Mt 16, 15). Jesus faz esta pergunta aos seus
discípulos, perto de Cesareia de Filipe. Simão Pedro responde: «Tu és o Cristo, o
Filho de Deus vivo» (Mt 16, 16). E o Mestre, por sua vez, dirige-lhe estas palavras
surpreendentes: «És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem o
sangue quem to revelou, mas o meu Pai que está nos céus» (Mt 16, 17).
Qual é o significado deste diálogo? Porque é que Jesus quer ouvir o que os homens
pensam d'Ele? Porque deseja saber o que pensam d'Ele os seus discípulos? Jesus
quer que os discípulos tomem consciência do que está escondido na sua mente e
no seu coração e que exprimam a sua convicção. Ao mesmo tempo, porém, Ele
sabe que o juízo que vão manifestar não será apenas obra deles, porque no
mesmo há de revelar-se aquilo que o Pai derramou nos seus corações com a
graça da fé.
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Este acontecimento nas vizinhanças de Cesareia de Filipe introduz-nos de certo

modo no «laboratório da fé». Desvenda-se aí o mistério do início e da maturação
da fé. Primeiro, está a graça da revelação: uma íntima e inefável doação de Deus
ao homem. Vem depois o apelo a dar uma resposta. Por fim, aparece a resposta
do homem, uma resposta que doravante há de dar sentido e configurar toda a
sua vida. Eis o que é a fé! É a resposta racional e livre do homem à palavra do Deus
vivo. As perguntas que Cristo faz, as respostas que são dadas pelos Apóstolos e
finalmente por Simão Pedro, constituem uma espécie de exame da maturidade da
fé daqueles que vivem mais perto de Cristo.
Este colóquio junto de Cesareia de Filipe deu-se no período pré-pascal, isto é, antes
da paixão e da ressurreição de Cristo. Seria preciso lembrar ainda outro
acontecimento, durante o qual Cristo, já ressuscitado, examinou a maturidade da
fé dos seus Apóstolos. Trata-se do encontro com o apóstolo Tomé. (…)
Com o caso de Tomé, o «laboratório da fé» ficou enriquecido com um novo

elemento. A Revelação divina, a pergunta de Cristo e a resposta do homem
acharam pleno cumprimento no encontro pessoal do discípulo com Cristo vivo,
com o Ressuscitado. Aquele encontro tornou-se o início duma nova relação do
homem com Cristo, uma relação em que o homem reconhece existencialmente
que Cristo é Senhor e Deus; Senhor e Deus não só do mundo e da humanidade,
mas também desta minha existência humana concreta. Um dia, S. Paulo há de
escrever: «Perto de ti está a palavra, na tua boca e no teu coração, isto é, a palavra
da fé que nós pregamos. Porque, se confessares com a tua boca que Jesus é o
Senhor, e creres no teu coração que Deus O ressuscitou dentre os mortos, serás
salvo» (Rom 10, 8-9). (…)
Com efeito, neste admirável laboratório do espírito humano, que é o laboratório

da fé, sempre se encontram mutuamente Deus e o homem. Incessantemente
Cristo ressuscitado entra no cenáculo da nossa vida, permitindo a cada um
experimentar a sua presença e confessar: Tu, ó Cristo, és «o meu Senhor e o meu
Deus».
Silêncio
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Cântico 2: É o meu corpo
Como o Senhor nos amou, jamais alguém pode amar

Pelo caminho da justiça, nos ensina a caminhar
Quando estamos reunidos e partilhamos seu pão
Ele nos dá o seu amor e a sua paz
É o meu corpo, tomai e comei

É o meu sangue, tomai e bebei
Porque eu sou a vida, porque eu sou o amor
Ó senhor faz-nos viver no teu amor
Como o Senhor nos amou, jamais alguém pode amar

Em tudo o que nos legou, manifestou o seu amor
Quem comer a minha carne e beber o meu sangue,
Permanecerá em mim e Eu nele.
Da Carta Dominicae Cenae
Se é verdade que a vida cristã se exprime no cumprimento do maior mandamento,

ou seja, no amor de Deus e do próximo, este amor tem a sua fonte exatamente no
Santíssimo Sacramento, que comummente é chamado: Sacramento do Amor.
A Eucaristia significa esta caridade, e por isso a recorda, a toma presente e ao
mesmo tempo a realiza. Todas as vezes que nela participamos de modo
consciente, abre-se na nossa alma uma dimensão real daquele amor
imperscrutável que em si contém tudo aquilo que Deus fez para nós homens, e que
continuamente faz, segundo as palavras de Cristo: "O meu Pai opera sempre e
também eu opero". Juntamente com este dom insondável e gratuito, que é a
caridade revelada, até ao extremo, no sacrifício salvífico do Filho de Deus, de que
a Eucaristia é sinal indelével, nasce também em nós uma resposta de amor. Não
só conhecemos o amor, mas também nós próprios começarmos a amar. Nós
entramos, por assim dizer, no caminho do amor e por este caminho fazemos
progressos. O amor que em nós nasce da Eucaristia, também em nós se
desenvolve, se aprofunda e se reforça, graças a ela. (…)
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O autêntico sentido da Eucaristia torna-se, de per si, escola de amor ativo para
com o próximo. Nós sabemos que é assim a ordem verdadeira e integral do amor
que o Senhor nos ensinou: "nisto precisamente todos reconhecerão que sois meus
discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros". E a Eucaristia educa-nos para este
amor de maneira mais profunda; ela demonstra, de facto, qual o valor que têm
aos olhos de Deus todos os homens, nossos irmãos e irmãs, uma vez que Cristo se
oferece a Si mesmo de igual modo a cada um deles, sob as Espécies do pão e do
vinho. Se o nosso culto eucarístico for autêntico, deve fazer crescer em nós a
consciencialização da dignidade de todos e de cada um dos homens. (…)
Devemos também tornar-nos particularmente sensíveis a todos os sofrimentos e

misérias humanas, a todas as injustiças e arbitrariedades, buscando a maneira de
a isso remediar de forma eficaz. Aprendamos a descobrir com respeito a verdade
sobre o homem interior, porque é precisamente esse íntimo do homem que se
torna morada de Deus presente na Eucaristia. Cristo vem aos corações e visita as
consciências dos nossos irmãos e irmãs. Como se modifica a imagem de todos e
de cada um dos homens, quando tomamos consciência desta realidade, quando
a tornamos objeto das nossas reflexões! O sentido do Mistério eucarístico impele-
nos ao amor para com o próximo, ao amor para com todos e cada um dos homens.
Silêncio
Cântico 3: Via de amor
Via de amor, és Tu Jesus

o Pão do céu que nos transforma em Ti.
Não, não estamos sós sobre esta terra,

pois Tu ficaste entre nós para nos saciar,
és o Pão da vida
e inflamas com o Teu amor
toda a Humanidade.
Sim, temos o céu sobre esta terra,

pois Tu ficaste entre nós, mas nos levas contigo
para Tua casa
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onde viveremos junto de Ti

toda a eternidade.
Não, a sombra da morte não nos assusta

pois Tu ficaste entre nós; e quem vive de Ti
vive p’ra sempre
és Deus connosco, és Deus p’ra nós,
és Deus no meio de nós.
Da Mensagem do Papa João Paulo II na II Jornada Mundial Da Juventude

1987
«Nós conhecemos e cremos no amor que Deus nos tem» (1 Jo. 4, 16).
A este propósito, desejo recordar-vos um pensamento que expus na minha

primeira Encíclica: «O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si
próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for
revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não o experimenta e se o
não torna algo seu próprio, se nele não participa vivamente».
E muito mais poderia ser sublinhada a referida realidade para a vida dos jovens,
nesta fase de especial responsabilidade e esperança, do crescimento da pessoa,
de definição dos grandes significados, ideais e projetos de vida, de ânsia de
verdade e de caminhos de autêntica felicidade! É então que mais se experimenta
a necessidade de se sentir reconhecido, apoiado, escutado e amado. Vós bem
sabeis, desde o profundo dos vossos corações, que são efémeras e só deixam
vazio na alma as satisfações oferecidas por um hedonismo superficial; que é
ilusório fechar-se sob a cobertura do próprio egoísmo; que toda a indiferença e
ceticismo contradizem as nobres ânsias de amor sem fronteiras; que as tentações
da violência e das ideologias que negam Deus levam só a veredas sem saída.
Posto que o homem não pode viver nem ser compreendido sem amor, quero
convidar-vos a todos a crescer em humanidade, a pôr como prioridade absoluta
os valores do espírito, a transformar-vos em «homens novos», reconhecendo e
aceitando cada vez mais a presença de Deus em vossas vidas, a presença de um
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Deus que é Amor; um Pai que ama cada um de nós desde toda a eternidade, que
nos criou por amor e que tanto nos amou até entregar o seu Filho Unigénito para
perdoar os nossos pecados, para nos reconciliar com Ele, para viver com Ele uma
comunhão de amor que jamais terminará.
Silêncio
Cântico 4: Ninguém te ama como eu
Quanto esperei este momento. Quanto esperei que estivesses aqui

Quanto esperei que me falasses. Quanto esperei que viesses a mim
Sei bem o que tens vivido. Sei bem porque tens chorado
Eu sei o que tens sofrido. Sempre estive a teu lado
Ninguém te ama como eu. Ninguém te ama como eu

Olha pra cruz é a minha maior prova. Ninguém te ama como eu
Ninguém te ama como eu. Ninguém te ama como eu
Foi por ti só por ti porque te amo. Ninguém te ama como eu
Eu sei bem o que tu dizes, mesmo que às vezes não me fales

Eu sei bem o que tu sentes, mesmo que não o partilhes comigo.
A teu lado caminharei, junto a ti sempre estive;
Tenho sido o teu apoio, fui o teu melhor amigo.
Da Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia
Na realidade, é Jesus quem buscais quando sonhais a felicidade; é Ele quem vos
espera, quando nada do que encontrais vos satisfaz; Ele é a beleza que tanto vos
atrai; é Ele quem vos provoca com aquela sede de radicalidade que não vos deixa
ceder a compromissos; é Ele quem vos impele a depor as máscaras que tornam a
vida falsa; é Ele quem vos lê no coração as decisões mais verdadeiras que outros
quereriam sufocar. É Jesus quem suscita em vós o desejo de fazer da vossa vida
algo de grande, a vontade de seguir um ideal, a recusa de vos deixardes submergir
pela mediocridade, a coragem de vos empenhardes, com humildade e
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perseverança, no aperfeiçoamento de vós próprios e da sociedade, tornando-a

mais humana e fraterna.
Queridos jovens, em tarefas tão nobres não estais sozinhos. Convosco estão as
vossas famílias, estão as vossas comunidades, estão os vossos sacerdotes e
educadores, estão tantos de vós que, sem fazer alarde, não se cansam de amar a
Cristo e de acreditar n'Ele. Na luta contra o pecado, não estais sozinhos: muitos
como vós lutam e, com a graça do Senhor, vencem!
Pai-Nosso
Oração final: Ato de Entrega dos Jovens a Maria
"Eis aí a tua Mãe!" (Jo, 19, 27)

É Jesus, ó Virgem Maria,
que da cruz
nos quer confiar a Ti,
não para atenuar,
mas para confirmar
o seu papel exclusivo de Salvador do mundo.
Se no discípulo João,
te foram entregues todos os filhos da Igreja,
Tanto mais me apraz ver confiados a Ti, ó Maria,
os jovens do mundo.
A Ti, doce Mãe,
cuja proteção eu sempre experimentei,
os entrego, novamente, nesta tarde.
Todos, sob o teu manto,
procuram refúgio
na tua proteção.
Tu, Mãe da divina graça,
fá-los brilhar com a beleza de Cristo!
São os jovens deste século,
que na aurora do novo milénio,
vivem ainda os tormentos derivados do pecado,
do ódio, da violência,
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do terrorismo e da guerra.
Mas são também os jovens para os quais
a Igreja olha com confiança,
na consciência de que,
com a ajuda da graça de Deus,
conseguirão acreditar e viver
como testemunhas do Evangelho
no hoje da história.
Ó Maria,
ajuda-os a responder à sua vocação.
Guia-os para o conhecimento do amor verdadeiro
e abençoa os seus afetos.
Ajuda-os no momento do sofrimento.
Torna-os anunciadores intrépidos
da saudação de Cristo
no dia de Páscoa: a Paz esteja convosco!
Com eles, também eu me confio
mais uma vez a Ti
e, com afeto confiante, te repito:
Totus tuus ego sum!
Eu sou todo teu!
E também cada um deles
Te grite comigo:
Totus tuus!
Totus tuus!
Amen
Oração da JMJ a São João Paulo II

Deus, rico de misericórdia,
que colocastes o papa João Paulo II,
fundador da Jornada Mundial da Juventude,
à frente da vossa Igreja,
fazei que, instruídos pelos seus ensinamentos,
abramos confiadamente os nossos corações à graça salvadora de Cristo,
único salvador do mundo, que vive e reina pelos séculos dos séculos. Ámen.
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São João Bosco

Nota Biográfica
João Bosco nasceu em Becchi, a 16 de agosto de 1815 numa família de agricultores.

O seu pai, Francisco Bosco faleceu a 11 de maio de 1817, vítima de pneumonia,
deixando aos cuidados da sua mulher, Margarida Occhiena, os seus três filhos:
António, José e João.
Depois de se terem mudado para um casebre rústico, adaptado para habitação,

a família viveu duros tempos de conjunturas desfavoráveis. Joãozinho, educado
pela Mãe com profunda intuição humana e cristã, tornou-se um amigo generoso
e diligente dos rapazes da sua idade. Margarida, educadora sábia, superou as
dificuldades e fez da sua família uma igreja doméstica.
Devido ao seu gosto pelos estudos, Joãozinho entra em conflito com o meio-irmão
António, e foi mandado para a quinta Moglia para trabalhar como criado. Com a
ajuda do Pe. João Calosso, João Bosco voltou para casa e foi estudar no ensino
primário em Castelnuovo d’Asti e depois no ensino humanístico nas escolas
públicas de Chieri.
João sentia, desde a infância, o desejo de se tornar sacerdote. Aos nove anos teve
um sonho que lhe ficou profundamente gravado na mente por toda a vida, e que
lhe revelou a sua missão: “Torna-te humilde, forte e robusto”, disse-lhe uma
senhora tão brilhante como o sol, “aquilo que vês acontecer a estes lobos que se
transformam em cordeiros, tu o farás aos meus filhos. Serei a tua mestra. A seu
tempo tudo compreenderás”. Esta era a antecipação de uma extraordinária
vocação educativa e pastoral.
Em 1835, João Bosco entrou para o seminário e, em junho de 1841, foi ordenado
sacerdote escolhendo como programa de vida “Dai-me almas e levai o resto”, Da
mihi animas, cetera tolle.
A 8 de dezembro de 1841, na sacristia da Igreja de São Francisco de Assis, em Turim,

Dom Bosco encontra Bartolomeu Garelli, um órfão de dezasseis anos. O legado de
Dom Bosco começa com uma Ave-Maria. Depois daquele encontro, S. João Bosco
reúne em torno dele os primeiros rapazes e organiza o oratório festivo, que mais
tarde dará origem ao Oratório de Valdocco, no qual contou com a ajuda da sua
Mãe. Margarida associa-se à missão do filho e parte com ele para Turim, tornando-
se também para os rapazes do Oratório a “Mãe Margarida”.
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Com o Oratório a crescer, desenvolve-se o método educativo de Dom Bosco, o

famoso Sistema Preventivo: “Estai com os jovens, evitai o pecado pela razão,
religião e amabilidade. Tornai-vos santos, educadores de santos. Os nossos jovens
sintam que são amados”.
Em 1859, nasce, com a ajuda do Papa Pio IX, a “Pia Sociedade de S. Francisco de
Sales”, uma congregação que visa a salvação da juventude, combatendo toda a
pobreza e atuando pelo lema: “Dai-me almas e levai o resto”.
Dom Bosco escolheu e modelou as primeiras gerações de Salesianos, partilhou e

guiou a sua experiência, escreveu a primeira regra de vida salesiana, trabalhou no
meio deles e com eles na missão, no espírito e no método salesiano. Fundou
oratórios, centros juvenis, escolas, dedicou-se à boa imprensa e às missões.
Surgiram também as primeiras casas nos arredores de Turim às quais continuam
a chegar novas vocações.
Maria Auxiliadora, que sempre apoiou Dom Bosco na sua obra, garantiu-lhe muitas
graças, mesmo extraordinárias, e o dinheiro necessário para todos os seus
projetos foi sempre surgindo, de uma forma ou de outra, possibilitando que a obra
salesiana se fosse desenvolvendo e acolhendo cada vez mais rapazes.
A Providência juntou os caminhos de Dom Bosco e os da jovem Maria Mazzarello

que, em Mornese e com a ajuda de Dom Bosco, fundou o Instituto das Filhas de
Maria Auxiliadora cujo objetivo era a formação cristã das meninas.
Nos anos seguintes, juntamente com os seus benfeitores e os leigos

comprometidos, Dom Bosco deu vida à União dos Cooperadores Salesianos,
inspirada no princípio “vis unita fortior”: a união faz a força. Esta nova rede de
colaboradores foi sendo cultivada com conferências apropriadas e com a
publicação mensal do Boletim Salesiano, desde 1877 – que tem hoje 64 edições em
todo o mundo.
Dom Bosco era contemplativo na ação, orava constantemente e com simplicidade.

Com uma profunda vida interior, ensinou-nos a amar a Eucaristia, Maria e o Papa,
colocando sempre a santidade como meta.
A igreja do Sagrado Coração, em Roma, construída, a pedido do Papa Leão XIII,

com a ajuda da Providência, tornou-se lugar de espiritualidade e âncora social
para inúmeros jovens. "Formar cidadãos honestos e bons cristãos" foi a missão à
qual o Santo se dedicou até à morte, ocorrida em 31 de janeiro de 1888.
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Pio XI beatificou Dom Bosco em 1929 e o canonizou em 1934. São João Paulo II, por
ocasião do centenário da sua morte, o declarou "pai e mestre da juventude".
Inúmeros jovens ainda frequentam a sua escola. A eles, Dom Bosco recorda que
"ser bom não consiste em não cometer erros, mas em ter vontade de se
arrepender".
Trata-se de um caminho de santificação que, para usar as palavras de São

Domingos Sávio, seu aluno, consiste em "ser felizes e no perfeito cumprimento dos
próprios deveres". Eis o "carisma da alegria” que o Papa Francisco admitiu ter
aprendido, quando criança, ao frequentar a sexta série dos Salesianos na
Argentina.
Texto de São João Bosco
“Não omitais nunca a visita a cada dia ao Santíssimo Sacramento, ainda que seja
muito breve, mas contanto que seja constante. Quereis que o Senhor vos dê muitas
graças? Visitai-o muitas vezes. Quereis que Ele vos dê poucas graças? Visitai-o
poucas vezes. Quereis que o demónio vos assalte? Visitai raramente a Jesus
Sacramentado. Quereis que o demónio fuja de vós? Visitai a Jesus muitas vezes.
Quereis vencer ao demônio? Refugiai-vos sempre aos pés de Jesus. Quereis ser
vencidos? Deixai de visitar Jesus…”
Perguntas para reflexão individual
E nós quantas vezes, não te refugiaste em Jesus Sacramentado? Será que te

refugias aos pés de Jesus em todos os momentos da tua vida, ou apenas nos
maus?
Reflexão
O exemplo de Dom Bosco impele-nos neste sentido e é bom lembrar algumas
eficazes características do seu método educativo orientado para a formação de
"bons cristãos e honestos cidadãos": estudo, trabalho, liberdade regulada, alegria,
civilização numa tendencial síntese de razão e religião.
Don Bosco queria uma formação integral para os seus jovens. Dizia que a
educação é “coisa do coração”, e é preciso que todos os protagonistas da
educação convirjam numa comunhão de interesses e de objetivos, para o
amadurecimento de uma autêntica personalidade, humana e cristã.
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Contudo, Dom Bosco não se detém a contemplar o "céu" dos seus jovens. Viveu
no meio deles e soube, ou "sentiu", que eles não suportavam somente
pensamentos sérios; além disso, teve modo de experimentar quanto sofriam a
"pobreza" e o "abandono" e quais eram as suas necessidades, mais ou menos
expressas. A sua pedagogia, por conseguinte, não deixa de assumir o "rosto" dos
rapazes dos quais se ocupa. Necessariamente, portanto, se "humaniza" nos
conteúdos e nos métodos. Assim, a salvação eterna é procurada passando através
das indispensáveis formas da salvação terrena (alimentação, vestuário, abrigo,
trabalho, profissão, socialização) e de um estilo sob medida da sensibilidade juvenil
(segurança afetiva, serenidade, convivência familiar, alegria).
Nós nos sentimos esses continuadores? Ou simples e unicamente estamos

orgulhosos da herança deixada por Dom Bosco? Cada um de nós no lugar que
ocupa, participa com a própria vida e com o próprio trabalho no projeto integral
de formação cristã das novas gerações. É uma herança que não se pode perder,
pelo contrário, se deve fazer frutificar cada vez mais na nossa sociedade tão
carente de valores e testemunhos.
Oração 1
São João Bosco, que com tão grande amor e zelo, cultivastes às múltiplas formas
de ação católica que hoje florescem na Igreja, concedei a suas associações o
maior progresso e desenvolvimento. Redobrai, nos corações dos jovens, a
devoção à Santíssima Eucaristia e a Maria Auxiliadora dos cristãos.
Acrescentai neles o amor ao Papa, o zelo pela propagação da fé, um solícito

esmero pela educação da juventude e grandes entusiasmos para suscitar novas
vocações sacerdotais, religiosas e missionárias. Fazei que, em cada uma das
nações, fomente-se e inicie a guerra contra a blasfêmia, o mal falar e a imprensa
ímpia; fazendo surgir em todas as partes novos cooperadores para as diversas
formas de apostolado recomendadas por Cristo.
Infundi em todos os corações católicos a chama de vosso zelo, para que, vivendo
em caridade difusiva, possam, ao fim de suas vidas, recolher o fruto das muitas
obras boas praticadas durante ela.
Pai Nosso
Avé Maria
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Oração da JMJ São João Bosco

Senhor nosso Deus,
que em São João Bosco destes à vossa Igreja
um pai e mestre da juventude,
fazei que, animados pelo mesmo amor,
façamos da JMJ Lisboa 2023 um encontro para todos os jovens
e nos entreguemos ao vosso serviço
trabalhando pela salvação dos homens.
Por Cristo, nosso Senhor.
Ámen.
Proposta de Cântico
1. Pai e mestre dos jovens,

Deste a vida por nós:
Hoje nós te louvamos
Juntos numa só voz.
“D. Bosco, D. Bosco!”

Cantemos, cantemos:
“Glória, Glória
Glória para sempre”. (bis)
2. Teu segredo é Maria

Tua força é Jesus
Tua vida é dos jovens;
És caminho és luz.
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São Vicente
Nota biográfica
Vicente nasceu em Huesca, atual Espanha, numa família cristã nos finais do século
III. Foi admitido como diácono para o serviço da diocese de Saragoça. No início do
século IV, por volta do ano 303, no contexto de uma perseguição aos cristãos,
Vicente foi preso. A liberdade de culto cristão ainda não tinha sido promulgada no
império e, por tal, Vicente foi torturado na prisão e morreu em Valência nesse
mesmo ano.
No século VIII, aquando da invasão da Península Ibérica, o corpo do mártir foi

lançado ao mar para não ser usurpado, tendo os restos mortais navegado e
chegado à costa algarvia.
Mais tarde, o rei D. Afonso Henriques ordenou que o seu corpo fosse trazido desde
o atual Cabo de São Vicente no Algarve até Lisboa, e diz-se que dois corvos
escoltaram o barco onde seguiam as suas relíquias.
Exemplo para os jovens
São Vicente, que morreu por ser cristão, é um exemplo daquilo que é levar a fé até
ao limite. Podíamos perguntar-nos: morreria eu se a única opção de sobrevivência
fosse dizer que não acreditava em Jesus? É sempre uma resposta que podemos
dizer “sim” de ânimo leve, porque a maioria de nós vive sempre num local
tradicionalmente cristão e sem perseguição religiosa. Como temos essa sorte, os
nossos sins são atualmente um pouco diferentes do que o de São Vicente. São sins
do dia a dia: temos de dizer sim e levantar-nos quando toca o despertador, mas
queremos dormir mais, temos de dizer sim quando devemos rezar, mas apetece-
nos fazer algo mais lúdico, temos de dizer sim quando nos pedem algo que não
nos apetece, mas que devemos fazer, temos de dizer sim em tantas coisas para
as quais o que realmente apetece é dizer não.
São Vicente, mártir, é o padroeiro de Lisboa, cidade onde acontecerá esta jornada.
É bem possível que tenhamos sido eleitos enquanto cidade para organizar a JMJ
Lisboa2023.org 19
também através da intercessão de Vicente. Por tal, não nos podemos esquecer de
pedir ajuda a um dos que protege de forma especial a nossa cidade no céu, junto
de Deus.
São Vicente ouve as nossas preces desde Lisboa e comunica-as a Deus Nosso
Senhor, podemos estar seguros. Por isso, peçamos-lhe auxílio para sermos bons
filhos de Deus e para que esta jornada traga muitos frutos aos jovens, atualmente
tão apegados aos bens do mundo.
Que todos nós nos alegremos com o exemplo deste Santo, que, tendo a
oportunidade de revelar aos inimigos de Cristo a localização de outros cristãos,
decidiu não o fazer, tendo para isso de pagar com a sua própria vida. Hoje,
felizmente, o Senhor já não pede com tanta frequência a vida pela fé. Ainda assim,
pede-nos todos os dias pequenos sacrifícios e dá-nos cruzes que também custam.
Isso também é, em certa medida, dar a vida por Jesus.
A exemplo de Vicente, que perdeu a vida em nome da Igreja, peçamos a Jesus que
também nós possamos dar e dedicar as nossas vidas à Igreja e, em especial, à
JMJ 2023.
A exemplo de São Vicente, que tendo percorrido o mar chegou a Lisboa, peçamos
a Jesus que inunde a nossa capital de jovens dispostos a uma vida de conversão.
Oração da JMJ a São Vicente

Deus eterno e omnipotente,
infundi em nós o vosso Espírito,
para que os nossos corações, nomeadamente
o de tantos jovens que participam na JMJ Lisboa 2023
sejam fortalecidos por aquele amor
que ajudou São Vicente a suportar o martírio
Por Cristo, nosso Senhor,
Ámen
Lisboa2023.org 20
Santo António de Lisboa

Nota Biográfica
Santo António nasceu em Lisboa, entre 1191 e 1195, filho da fidalga D. Teresa Taveira
e do seu marido Martini de Bulhões, foi batizado com o nome Fernandus Martini
de Bulhões, e viveu a sua juventude com os pais e irmã. Com cerca de 20 anos
ingressou no Convento dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, no Mosteiro
de São Vicente de Fora, em Lisboa, onde prosseguiu os seus estudos teológicos.
Em 1220 transferiu-se para o Convento dos Franciscanos em Coimbra, muda de
Ordem religiosa, torna-se Frade Franciscano e adota o nome de Antonius. Neste
Convento tinha à sua disposição a melhor biblioteca monacal do país, e crê-se que
tenha lido muito, facto que o incentivou a partilhar a palavra de Deus, tornando-
se pregador.
Sentindo o chamamento da pregação ruma até Marrocos, mas uma doença súbita
e grave impede-o de continuar e de regresso a Lisboa, o barco é apanhado por
uma tempestade que o leva até à Sicília. Em 1221 participa no Capítulo Geral dos
Franciscanos em Assis e de regresso à sua comunidade, é escolhido para fazer
uma conferência espiritual. Durante o seu discurso, impressionou e cativou todos
os presentes, com o seu conhecimento das escrituras, a sua fé e os seus invulgares
dotes oratórios. Por sugestão de São Francisco de Assis tornou-se Mestre de
Teologia, percorrendo várias regiões em Itália e após a morte deste em 1226 vai
viver para Pádua e a sua pregação e os seus sermões tornam-se tão populares
que consegue reunir multidões, começando a sua popularidade e fama de fazer
milagres.
Posteriormente o Papa Alexandre IV pede-lhe que escreva os Sermões para as

principais festas religiosas, sendo estes os documentos escritos mais importantes
da sua autoria, pois existem muito poucos sobre o conteúdo das suas pregações.
Ao sentir-se muito doente pede para ir para Pádua e aí morreu a 13 de junho de
1231. Logo após a sua morte, aconteceram muitos milagres que lhe foram
atribuídos e foi canonizado em 1232 pelo Papa Gregório IX, menos de um ano sobre
a sua morte, sendo este, caso único na Igreja Católica. Está sepultado em Pádua
na Igreja com o seu nome. Em 1934 foi declarado Padroeiro de Portugal e em 1946
foi proclamado Doutor da Igreja pelo Papa Pio XII. Deixou escritos vários Sermões
Marianos (Sermones in honorem et laudem beatissimae Mariae Virginis) e vários
Sermões festivos (Sermones festivi uel in solemnitatibus).
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Reflexão I
É Deus quem se revela ao homem.

- Que devo dar-te para te possuir?
- Dá-me a ti, eu dar-te-ei a mim. Dá-me o coração, e ter-me-ás no coração.
Reserva para ti todas as tuas coisas. Dá-me somente o coração, e ter-me-ás no
coração. Reserva para ti todas as coisas. Dá-me somente o coração. Estou cheio
de tuas palavras, não preciso dos teus feitos. Dá-me apenas o coração.
(Adaptado de, ANTÓNIO, 2000, v. I, p. 61)
Pai Nosso
Reflexão II
Quantos são hoje os que viveriam de muito bom grado em pobreza estreita por
muito tempo se soubessem com toda a certeza que depois haviam de receber o
reino de Espanha ou da França?
Hoje não há ninguém que queira viver na verdadeira pobreza de Cristo para
poder possuir o reino dos céus.
(Adaptado de ANTÓNIO, 2000, v. II, p. 129).
Pai Nosso
Reflexão III
O que está cheio do Espírito Santo fala várias línguas.
As várias línguas são os vários testemunhos de Cristo, tais como a humildade, a
pobreza, a paciência e a obediência. Falamos com estas virtudes quando as
mostramos aos outros por nós mesmos.
A linguagem é viva, quando falam através das obras.
Cessem, por favor, as palavras, falem pelas obras.
Ditoso o que fala segundo o dom do Espírito Santo, não segundo o seu ânimo.
(Adaptado de ANTÓNIO, 2000, v. II, p.104- 105).
Oração da JMJ a Santo António de Lisboa

Deus eterno e todo-poderoso,
que em Santo António destes ao vosso povo
um pregador insigne do Evangelho
e um poderoso intercessor junto de Vós,
concedei que, pelo seu auxílio,
sigamos fielmente os exemplos da vida cristã
e mereçamos a vossa proteção em todas as adversidades.
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E confiamos a António a Jornada Mundial da Juventude

que acontece na cidade que o viu nascer.
Ámen.
Reflexão IV
A riqueza dos ensinamentos espirituais contidos nos Sermões de Santo António

faz-nos sentir a oração como uma relação de amor, com a abertura de coração
a Deus.
Santo António deu-nos o exemplo da pregação, partilhando a palavra de Deus e
ensinando a rezar, mas também nos impele a mostrar obras.
E eu?
Partilho a palavra de Deus?
Como passo das palavras às obras?
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São Bartolomeu dos Mártires

Nota biográfica
Bartolomeu Fernandes nasceu em Lisboa, na freguesia dos Mártires, em 1514. Aos
14 anos de idade ingressou na Ordem Dominicana onde se estudou Artes e, mais
tarde, Filosofia e Teologia. Foi ordenado bispo em 1559 e, nesse mesmo ano,
recebeu o pálio de Arcebispo de Braga. Participou ativamente no Concílio de
Trento, do qual trouxe grandes ideias de reforma para o nosso País. Durante a sua
atividade pastoral na Arquidiocese de Braga, foi responsável por grandes
reformas pastorais e percorreu as cerca de 1250 paróquias em visita pastoral.
Homem atento às necessidades espirituais e materiais das suas comunidades,
alimentava os pobres por onde passava sendo aclamado como Arcebispo Santo,
pai dos pobres e enfermos.
Descobrir-se na família/grupo/desporto
Traços da vida
Bartolomeu Fernandes do Vale nasceu em Lisboa a 3 de maio de 1514 no seio de
uma família modesta. O jovem Bartolomeu bem cedo sentiu o chamamento de
Deus através do seu avô que passava muitas vezes na Igreja de Nossa Senhora
dos Mártires, em Lisboa, para rezar. Isto veio ajudar a que à sua entrega até que
ingressou na Ordem dos Pregadores, com apenas 14 anos, onde veio a professar
em 1529 com o nome de Bartolomeu dos Mártires – por devoção à padroeira da
Igreja que frequentava em criança com o seu avô. Dotado de grande piedade e
talento, destacou-se na sua carreira académica como o melhor aluno e, mais tarde,
como professor de Filosofia e de Teologia. Anos mais tarde, entre a lecionação e
outros afazeres espirituais, é nomeado como Arcebispo de Braga, arquidiocese
que assume em 1559.
Entrega:
A família, os amigos, a escola, o grupo de jovens são verdadeiras incubadoras da
vocação pessoal de cada um, seja religiosa ou laical. No caso de São Bartolomeu
dos Mártires foi no seio familiar, Igreja Doméstica e primeira Escola de Oração, que
nasceu a sua vocação. Desde muito jovem, soube procurar e reconhecer a
presença de Deus na sua vida e a forma de responder a essa presença foi através
da sua entrega. Permite-te descobrir este Deus na tua vida e deixa-te moldar pelo
seu Espírito.
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Descobrir-se no amor ardente da caridade

Traços da vida
Como Pastor da Arquidiocese de Braga, Bartolomeu entrega-se com toda a sua
energia, ardor e inteligência. Detentor de uma enorme generosidade e caridade,
que vinham do amor ardente que tinha a Deus, dedicava-se aos pobres ajudando-
os nas suas necessidades, ao ponto de ficar privado dos seus bens pelo bem
daqueles que procuravam ajuda.
Bartolomeu dos Mártires era um homem atento às necessidades espirituais e
materiais do rebanho a si confiado. Tendo sempre isto em mente, decidiu
peregrinar, a pé ou de mula, pelas cerca de 1250 paróquias da sua Arquidiocese
em visita pastoral. Durante estas visitas, chegava a vestir e alimentar 400 pobres.
Em anos de fome extrema na região, São Bartolomeu chegava a juntar 3 mil
pobres, a quem dava refeição e esmolas. Noutros momentos de crise, como a da
peste, não se recusou a prestar assistência religiosa aos doentes, mandando
inclusive as famílias dos doentes colocar em prática medidas sanitárias para que
a epidemia fosse controlada. Tudo isto lhe valeu a aclamação por parte do povo
de Arcebispo Santo, pai dos pobres e dos enfermos.
Caminhar:
Nos caminhos que trilhamos, Jesus apresenta-se de muitas e variadas formas,
como peregrino, como pobre, como amigo que precisa de ajuda, como consolador
dos que estão tristes... São Bartolomeu dos Mártires soube reconhecer Jesus
nessas pessoas, mas soube também ser como Ele para elas. O grande desafio que
ele nos coloca é sermos consoladores e consolados, ajudadores e ajudados,
necessitados e ricos de misericórdia.
Descobrir-se no entregar-se em missão cada dia

Traços da vida
Outro serviço pastoral feito de excelente forma, foi a formação do clero. A ideia de
um clero instruído levou-o a lutar e a defender, no Concílio de Trento, a fundação
de Seminários. São Bartolomeu empenhou-se em especial na promoção da cultura
teológica e pastoral do clero e da sua santificação fundando, em particular, o
Seminário Conciliar de Braga. Preocupado com a falta de preparação do clero e
com a falta de conhecimento da doutrina católica por parte dos fiéis, o seu impulso
inicial foi escrever um Catecismo, pois ele via que muitos dos seus padres não eram
capazes de instruir o povo cristão. Através desta obra, Frei Bartolomeu do Mártires
queria acabar com a ignorância e, também, torná-lo acessível ao povo para que
conhecessem melhor o amor de Deus.
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Luz do conhecer:
A formação espiritual e a formação intelectual são ambas importantes para o
nosso crescimento enquanto membros de uma sociedade. A verdadeira formação
ajuda-nos a conhecer o mundo que nos rodeia e cada um de nós. Este
conhecimento não é sinónimo de superioridade, mas de serviço e entrega, de
formação própria e comunitária, pois só este conhecimento nos ajuda a conhecer
Aquele que nos conhece melhor do que ninguém.
Oração da JMJ a São Bartolomeu dos Mártires

Senhor,
que dotastes de grande caridade apostólica
São Bartolomeu dos Mártires,
protegei sempre a vossa Igreja de modo que,
assim como ele foi glorioso na sua solicitude pastoral,
também nós sejamos, pela sua intercessão,
sempre fervorosos no vosso amor,
no compromisso eclesial desde a juventude.
Ámen.
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São João de Brito

Nota Biográfica
São João de Brito nasceu em Lisboa no dia 1 de março de 1647, aos 15 anos, entrou
na Companhia de Jesus e, ordenado sacerdote, embarcou para as missões da
Índia, onde trabalhou no meio de grandes sofrimentos e perseguições, mas
também com grande fruto apostólico. Foi de lá enviado à Europa como
Procurador das Missões e de novo partiu para a Índia, onde foi martirizado em
1693. Foi canonizado pelo papa Pio XII, no dia 22 de junho de 1947. A sua festa
litúrgica é o dia do martírio, 4 de fevereiro.
São João de Brito quando parte para missionar na India, já sabe que será recebido
num país com uma grande presença Hindu, em que o Cristianismo levado pelos
missionários anteriores não superou a religião local. Mas mesmo assim entrega-se
a esta luta. Parte para um território de imensa pobreza, indiferença e frieza. Mas
que cenário é este senão o cenário perfeito para encontrar Deus? Não é Jesus
Cristo que nasce numa manjedoura, no meio de burros e vacas? Não é Jesus Cristo
que é rejeitado, perseguido e morto?
E tu?
No meio da tua escola, faculdade ou local de trabalho fechas-te na tua bolha

beata? Fazes com que os teus amigos sejam só as pessoas que vão há missa
contigo? Sejam só as pessoas que conheceste na Missão País, nos campos de
férias ou nos movimentos que frequentas? Fechas-te a estas pessoas? Ou tentas
levar Deus aos teus amigos que não acreditam no Senhor?
Levas esta Alegria de saber-se filho de Deus àqueles que acreditam e vivem outros
deuses? Ou quando estás com eles as saídas à noite também passam a ser o teu
deus? Manténs-te fiel ao Senhor independentemente dos amigos com que estejas,
no meio que estejas?
São João de Brito apesar de muitas perseguições, tentações, provocações e até

mesmo solidão permaneceu fiel ao Senhor. Encarou esta realidade sem desistir,
ou procurar saídas fáceis. Levou Deus ao mundo como se de um tabernáculo se
tratasse. Viveu com e para Deus nosso Senhor, porque ser cristão é isto mesmo,
viver com esta mansidão e determinação de que só Deus basta. E fez disto o mote
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da sua própria vida. Viver profundamente alegre no serviço, só e exclusivamente

por amor ao outro.
E tu?
Quantas vezes substituíste Deus pelas tuas cobiças? Quantas vezes pões à frente
da vontade de Deus nosso Senhor as tuas próprias vontades, desejos e prazeres?
Será esta carência por vivencias mundanas boa para o teu crescimento pessoal?
Estas escolhas fazem-te crescer ou só aumentam o teu ego? Servem para limpar
o tabernáculo que és chamado a ser ou só o corrompem? Sê honesto contigo e
com O Senhor, procuras servi-Lo ou a ti?
São João de Brito na luta por evangelizar começa pelas suas ações, leva aos
outros a Alegria, o Amor, a sua abnegação, sem nunca pedir nada em troca. Isto
provocou em alguns uma certa inquietação, a santidade era evidente, começaram
a perguntar quem é que o tinha educado? Quem é que o tinha ensinado a ser tão
bom? A resposta foi clara.
E tu?
Vives a religião em modo Checklist ou tentas plantar em ti o evangelho? Procuras

a palavra do Senhor para fazer com que esta viva em ti? Se torne Carne? Fazes
aquilo que acreditas?
São João de Brito converteu e batizou imensos indianos por este ser o caminho da
salvação, mas, foi muitas vezes espancado, preso e torturado. Foi muitas vezes
perseguido e ameaçado, mas nunca fugiu, não queria associar o medo à nossa
religião, porque servia a Verdade, levava Deus nosso Senhor. Sem nunca vacilar
embora as condições fossem muito propicias, São João de Brito manteve-se firme
na fé, nunca esqueceu qual o foco da sua vida: Deus nosso Senhor
Tu!
Vive esta alegria! Semeia o evangelho em ti, limpa o tabernáculo que és, e parte
para o mundo com um sorriso rasgado porque no teu coração abita a Luz! Toca a
fragilidade do homem, sem medo, acolhe o sofrimento, alegra os desanimados,
ama o pobre e vive intensamente a vida para que sem teres de dizer nada te
perguntem por Ele, e aí, pede a Graça ao Espírito Santo para que fale por ti :)
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Em 1693 São João de Brito é martirizado, entregou-se para ser morto, porque nele
vivia a certeza que à sua espera teria um abraço eterno.
Oração da JMJ a São João de Brito

Senhor,
que fortalecestes com invencível constância
o mártir São João de Brito para pregar a fé entre os povos da Índia,
concedei-nos, por seus méritos e intercessão, que,
celebrando a memória do seu triunfo,
imitemos os exemplos da sua fé
e a JMJ Lisboa 2023 seja sinal de esperança para todos.
Ámen.
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Beata Joana de Portugal

Nota Biográfica
A Beata Joana de Portugal, filha do rei D. Afonso V, nasceu em Lisboa, dia 6 de
fevereiro de 1452. Joana era a sucessora natural do trono.
Aos 3 anos a princesa começava a ser acompanhada na formação religiosa e
académica pela tia Filipa para a preparar para um dia ser rainha.
A princesa Joana recebeu uma educação esmerada, humanística, a cargo de dois

letrados ilustres da época. Apesar de viver na corte afastava-se de festas e
convívios, preferindo rezar e meditar.
Aos quinze anos a princesa frequentava retiros espirituais, orações, leitura religiosa
e contemplação. Realizava duras penitências, jejuava a pão e água muitos dias,
particularmente todas as sextas-feiras, e não deixava de praticar caridade para
com os mais pobres que recorriam ao seu palácio.
Joana sentia-se chamada a uma grande intimidade com Deus, e, por amor dele,
por baixo dos seus trajes reais usava um cilício para se penitenciar e durante a
noite passava horas a meditar na Paixão e Morte do Senhor; de tal modo era a sua
devoção a Cristo, que, quando o rei, o seu pai, lhe pergunta qual o brasão que
desejava introduzir no seu escudo, ela respondeu: «A Santa Coroa de Espinhos de
Nosso Senhor Jesus Cristo»; e assim se fez, respeitando-se a sua vontade.
Joana desejava entregar a sua vida a Deus, o que trouxe um grande desgosto ao
rei e à corte, que se preocupavam com a sucessão ao trono. A corte começou a
agir a fim de forçar um casamento, pois poderia fazer a princesa mudar de ideias
dada a sua tenra idade.
Joana tornou-se uma jovem princesa muito interessante e cativante pelas
qualidades intelectuais, morais e pela sua rara beleza. Não demorou a surgirem
pedidos de casamento de príncipes estrangeiros, Delfim de França, Maximiliano de
Áustria e o Rei de Inglaterra. Porém, recusou todos, Joana estava determinada a
ser somente esposa de Jesus Cristo.
Aos dezanove anos de idade, Joana convenceu o seu pai a oferecer a Deus a sua
única filha em agradecimento às recentes vitórias que ele tinha conquistado em
Arzila e Tânger e pelos mouros terem abandonado a cidade. O pedido feito pela
princesa fez o rei perceber que a sua dedicação à religião era verídica e consentiu
que a Joana entrasse no Mosteiro de Odivelas. Foi o suficiente para Joana se ir
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desprendendo dos seus bens materiais, dispensar as suas damas e entregar-se

inteiramente à oração e às obras de caridade.
Embora tivesse entrado no Mosteiro de Odivelas, a princesa desejava pertencer a
um mosteiro com disciplina mais austera, ingressando assim no Mosteiro de Jesus,
em Aveiro, onde vestiu o hábito dominicano de noviça em 1472.
Perante tanta discórdia com o rei e a corte, D. Joana decidiu não professar os
votos definitivos, mas declarou que usaria o véu de noviça para sempre,
permanecendo assim como dominicana secular, obedecendo a todas as regras
com louvável rigor dedicou-se aos serviços mais humildes.
Afonso, então satisfeito com a submissão da filha e para melhor acentuar que ela
não era religiosa, doou-lhe uma quinta magnífica, com numerosos criados e
capelães e fartos rendimentos. Joana aproveitou os bens e rendimentos que lhe
foram doados para melhor socorrer os pobres e cuidar das alfaias e paramentos
da Igreja.
D. Joana viveu na humildade e na pobreza. Os pobres, os enfermos, os presos, os
religiosos viam nela a sua protetora e amparo. Conservava um livro onde anotava
os nomes de todos os necessitados, o grau de pobreza de cada um e o dia em que
deveria ser dada a esmola. Por ocasião da Semana Santa, o seu escudeiro e
confidente introduzia, secretamente, no palácio doze mulheres, sendo a maior
parte estrangeiras e das mais desamparadas, a quem Joana lavava e beijava os
pés, imitando o que o Senhor fez aos seus Apóstolos, e entregava-lhes avultados
donativos. Além disso, acudia também com grandes esmolas as cadeias, hospitais
e casas religiosas.
Faleceu aos 38 anos, de peste, no dia 12 de maio de 1490, o dia da sua festa litúrgica.
200 anos após a morte de Joana de Portugal, o Papa Inocêncio XII beatificou-a.
Beata Joana de Portugal, em 1965, foi constituída padroeira da cidade de Aveiro
pelo Papa Paulo VI.
Curiosidades sobre Santa Joana Princesa:

• Há um mito entre as gentes de Aveiro que garante que durante a procissão
fúnebre de Santa Joana, as flores que a Princesa tratou em vida, caíram sobre o
seu caixão, foi considerado o primeiro milagre de Santa Joana Princesa
• Só passados 2 séculos é que Santa Joana foi considerada oficialmente padroeira
da cidade e da Diocese de Aveiro
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Simbologia coroa real e coroa de espinhos: filha de D. Afonso V, rei de Portugal,

tem a coroa como sinal da sua identidade real, mas a coroa de espinhos marca a
sua vida cristã porque, desde menina, procurou praticar sempre o desprendimento
das grandezas da corte e das vaidades do mundo, e nutriu uma profunda piedade
e vida interior, na sincera devoção à paixão de Cristo e na desinteressada caridade
a favor dos pobres.
Convidamos-te agora a refletir e a escrever ou desenhar enquanto

refletes
Santa Joana impele-nos a escolhas radicais. E tu? Estás realmente preocupado em
descobrir e realizar a vontade de Deus ou a tua? Serias capaz de te desprender de
bens materiais que te são dados sem qualquer esforço?
No meio de tantos objetivos, metas e sonhos que temos, de tanta coisa a fazer,
tantos projetos e atividades, apercebemo-nos de que o maior e último objetivo da
nossa vida é acolher Jesus em nós?
Como tens acolhido de forma concreta (muito concreta) Jesus na tua vida até
agora?
Oração da JMJ à Beata Joana de Portugal

Deus de infinita bondade, que,
entre os prazeres da corte e os atrativos do mundo,
fortalecestes a Bem-aventurada Joana de Portugal
com a virtude da constância,
fazei que os vossos fiéis, nomeadamente os jovens,
superando a sedução dos bens terrenos,
aspirem sempre aos bens celestes.
Ámen
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Beato João Fernandes

Nota Biográfica
O Beato João Fernandes nasceu em Lisboa e foi um dos 73 missionários que, em
1570, acompanharam Inácio de Azevedo no sonho missionário da evangelização
do Brasil. Tinha, então, 19 anos e era noviço jesuíta. A 15 de julho, pouco depois da
partida rumo ao Brasil (perto das Canárias), a embarcação em que seguiam foi
atacada por uma frota de cinco navios de piratas huguenotes que os martirizou.
Pio IX reconheceu o martírio e confirmou a devoção ao Beato Inácio de Azevedo
e aos seus 39 companheiros, em 11 de maio de 1854, instituindo a sua festa a 17 de
julho.
Exemplo de fortaleza e coragem, João Fernandes pode animar-nos a todos a
seguir o Evangelho e a ser Apóstolos de Jesus Cristo na nossa vida quotidiana.
Simbolismo
O símbolo que distingue um santo mártir é a Palma: o jesuíta João Fernandes,
membro do grupo de companheiros missionários de Santo Inácio de Azevedo, foi
martirizado em nome da evangelização cristã.
Reflexão
Tendo o exemplo do Beato João Fernandes e transpondo-o para os dias de hoje,
recordo um sacrifício que eu mesmo tenha feito em nome de Jesus.
Talvez não o considere um “grande ato de fé”, mas mesmo estes pequenos
sacrifícios dão-nos esta constância de Jesus nas nossas vidas
Oração da JMJ ao Beato João Fernandes

Deus eterno e todo-poderoso,
que dotastes de invencível constância na fé
o Bem-aventurado mártir João Fernandes,
concedei-nos que, fortalecidos por tão glorioso exemplo,
imitemos o fogo da sua caridade
na preparação e realização da JMJ Lisboa 2023
e participemos da sua glória na pátria celeste.
Ámen.
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Beata Maria Clara do Menino Jesus

Nota biográfica
A Beata Maria Clara nasceu em 25 de junho de 1843 na Quinta do Bosque,

propriedade de sua família, (hoje cidade da Amadora). Foi batizada com o nome
de Libânia do Carmo Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque na igreja
paroquial de Nossa Senhora do Amparo, em Benfica.
Com seis irmãos viveu no seio de uma família nobre e cristã, mas aos 13 anos ficou
órfã de mãe e um ano depois o pai também viria a falecer, ambos vítimas de cólera.
Viveu cinco anos no Asilo Real da Ajuda e posteriormente com os seus familiares
os Marqueses de Valada. Em 1867 ingressou no Pensionato de S. Patrício e dois
anos mais tarde ingressa no Recolhimento de Terceiras Franciscanas Seculares
Capuchinhas de Nossa Senhora da Conceição, e adota o nome de Irmã Maria Clara
do Menino Jesus.
O Padre Raimundo dos Anjos Beirão, dedicado à pregação e ao socorro dos órfãos
e dos pobres viu na Irmã Maria Clara a mulher escolhida por Deus para fundar
uma Congregação que minorasse as graves carências da população portuguesa
da época. Em 1874 é fundada uma “associação de beneficência” com a designação
de Irmãs Hospitaleiras dos Pobres por Amor de Deus, da qual a Irmã Maria Clara
assumiu a responsabilidade como Superiora Geral, dedicando a sua vida aos mais
necessitados até à sua morte em 1899.
Reflexão I
A Irmã Maria Clara ficou órfã muito cedo. Não teve a oportunidade de viver em
família, com os seus pais e irmãos.
Como ela, nos dias de hoje, muitas crianças e jovens não têm a felicidade de
crescer numa família, que lhes dá amor, carinho, segurança e um sentimento de
pertença.
Em silêncio pensemos:
Nos órfãos.
Nos “órfãos de pais vivos”.
Nos momentos de sofrimento que marcaram a nossa infância.
Nas famílias que “não conseguem ser família”
Pai Nosso
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Reflexão II
Depois de muitas tristezas a jovem Libânia sentiu o chamamento para a vida
Consagrada.
Posteriormente, já como Irmã Maria Clara assumiu a responsabilidade de uma
nova Congregação como Superiora Geral aos 33 anos, mas o seu espírito bondoso
impelia-a a preocupar-se e a cuidar dos mais necessitados e sofria quando não os
podia ajudar.
Deixava-se tocar profundamente pela miséria em que mergulha o povo português.
Derrubou barreiras e procurou soluções, por todos os meios ao seu alcance.
Abdica de tudo e faz dos pobres a sua família predileta.
Tornou-se a Irmã dos pobres.
Em silêncio pensemos:
Como acolho o chamamento de Deus?
Como me preocupo com os mais necessitados?
Quem são hoje os mais necessitados? Quem são hoje os mais pobres?
De que pobreza podemos falar?
Em que situações posso também ser a Irmã dos pobres?
Oração da JMJ à Beata Maria Clara do Menino Jesus

Senhor bom e omnipotente,
que fizestes resplandecer a vossa santidade na vida simples e humilde
da Bem-aventurada Maria Clara do Menino Jesus,
fazei brilhar sobre nós a claridade da vossa luz, para que,
vivendo no espírito das bem-aventuranças,
pratiquemos as obras de misericórdia,
em fidelidade ao santo Evangelho,
e delas seja sinal a JMJ Lisboa 2023.
Ámen
Lisboa2023.org 35
Beato Pedro Jorge Frassati
“A cada dia compreendo melhor a graça de ser católico;

pobres desgraçados os que não têm Fé”
Nota Biográfica
Pedro Jorge nasceu em Turim, Itália, no dia 6 de Abril de 1901 e faleceu no dia 4 de
Julho de 1925. Aos 12 anos de idade ingressou no Colégio dos Jesuítas, onde
começou a participar no Apostolado da Oração e na Conferência de São Vicente
de Paulo. Ingressou no ensino no Politécnico de Turim, em engenharia e minas, e
em 1920 inscreveu-se no Partido Popular Italiano. Mais tarde, em 1922, entrou na
Ordem Terceira de São Domingos e inscreveu-se em várias associações religiosas,
das quais se destacam o Apostolado da Oração, a Companhia do Santíssimo
Sacramento, a Liga Eucarística, a Congregação Mariana e as Conferências de São
Vicente de Paulo. Pier Giorgio Frassati foi intitulado de “Homem das Bem-
Aventuranças” pelo Papa João Paulo II, que o nomeou Patrono dos Desportistas e
o beatificou a 20 de Maio de 1990. Nas palavras de São João Paulo II, “Ele proclama,
com o seu exemplo, que é bem-aventurada a vida conduzida no Espírito de Cristo,
Espírito das Bem-Aventuranças, e que só aquele que se torna homem das bem-
aventuranças consegue comunicar aos irmãos o amor e paz. Ele repete que
verdadeiramente vale a pena sacrificar tudo para servir ao Senhor. Testemunha
que a santidade é possível a todos e que só a revolução da caridade pode acender
no coração dos homens a esperança de um futuro melhor.”
Traços da vida
Pier Giorgio, nasceu no seio de uma família da alta burguesia e com grande
prestígio. O seu pai Alfredo, era jornalista, embaixador da Itália na Alemanha e
fundador e diretor do jornal “La Stampa”, a sua mãe Adelaide Ametis era uma
notável e talentosa pintora. Desta família, Giorgio recebeu uma ténue educação
religiosa, onde a avó se destaca como uma figura marcante, e por quem este
nutria grande admiração.
No entanto, este jovem não sentia pertença na classe social onde vivia, tendo
passado a sua infância com a irmã Luciana, sendo esta a sua única confidente.
Ainda criança, não suportava a miséria que identificava em torno de si, tendo ido
trabalhar em pequenos trabalhos para ganhar algum dinheiro e distribuí-lo
Lisboa2023.org 36
generosamente aos pobres. No seguimento destas iniciativas, Pier Giorgio também

renunciava aos pequenos prazeres próprios da sua idade e fruto da sua condição
social para beneficiar os mais desfavorecidos.
Depois de ter reprovado no exame de latim, os pais de Giorgio colocam-no no

colégio dos Jesuítas. A partir deste momento, Pier começa a frequentar a
Eucaristia todos os dias, a oração começa a tornar-se uma constante no seu dia a
dia e a Bíblia assume uma grande importância na vida deste jovem. Começa, desta
forma, a ler a Bíblia, tendo preferencialmente mais interesse pelas epístolas de São
Paulo e o Evangelho Segundo São Mateus. Quando o questionam sobre o que
contém o livro que este tanto lê, ele responde: “Contém Palavras de Vida Eterna”
Todavia, esta progressiva atração pela Fé Católica não era bem vista aos olhos
dos seus pais, isto porque, tinham medo de que Giorgio se tornasse padre e não
seguisse as pisadas do pai. O pai de Frassati, sempre acreditou que o seu filho o
fosse seguir no que toca à área laboral e não escondeu a frustração e a
desaprovação quando percebeu que Giorgio se estava a tornar cada vez mais
ativo na Igreja, não demonstrando qualquer interesse pelos assuntos da sua
profissão, da fama ou da fortuna que tinha em seu poder.
Faleceu no dia 4 de julho de 1925 vítima de poliomielite, com apenas 24 anos, na

véspera de concluir o curso de Engenharia Industrial Mecânica. Este jovem
pretendia dedicar-se integralmente aos mineiros devido às más condições a que
estes eram submetidos. E até na morte este jovem marcou pela diferença e se
sacrificou, isto porque, as dores características da doença eram enormes, mas
visto que a sua avó se encontrava debilitada a nível de saúde nunca ninguém da
família deu conta da doença deste. Giorgio, com heroico espírito de sacrifício,
nunca se queixou, acabando os familiares por descobrir a sua situação quando já
era tarde demais.
A notícia da sua morte correu rapidamente em Turim, e o seu enterro foi

considerado fora do comum, visto que a Igreja se tornou pequena e a praça
superlotada de gente para se prestar a última homenagem a este jovem de 24
anos. E foi precisamente aqui, que os pais de Giorgio tomaram conhecimento dos
feitos, da importância e do renome do seu filho.
Características de Pier Giorgio Frassati:

Basta passar os olhos, mesmo que rapidamente, pela sua vida gasta no espaço
de apenas vinte e quatro, anos, para compreender qual foi a resposta que Pier
Giorgio soube dar a Jesus Cristo: a resposta de um jovem "moderno", aberto aos
problemas da cultura, do desporto (um valente alpinista), às questões sociais, aos
Lisboa2023.org 37
verdadeiros valores da vida e, ao mesmo tempo, de um homem profundamente

crente, nutrido pela mensagem evangélica, de carácter solidíssimo, apaixonado
em servir os irmãos e ardendo num fogo de caridade que o levava a aproximar,
segundo uma ordem de precedência absoluta, os pobres e os doentes. É certo que,
nenhum ato heroico marca a vida breve deste jovem tão parecido com os seus
contemporâneos e tão próximo dos jovens de hoje. A razão da sua santidade está
precisamente na sua vida “normal” enraizada na fé em Cristo e na pretensa do
querer viver Deus, sem perder a alegria própria da sua juventude e na sua vida
encarnada na comunidade eclesial (no seu caso expressou-se na pertença a
diversos grupos de oração, ação social e atividade política).
No vigor dos seus 22 anos, sempre teve um papel de destaque aquando

comparado com outros jovens por ser o mais arrojado, o mais alegre, o mais
brincalhão e o jovem que estava sempre disposto a sacrificar-se pelos demais.
Nenhum obstáculo intimidava este jovem e nenhuma contrariedade abatia a
alegria e o ânimo de Giorgio no momento de fazer o bem ao próximo, que para
ele era sinónimo de dar um bom exemplo, incentivar às práticas religiosas e criar
as condições para a virtude triunfar sobre o vício das almas das pessoas.
No discurso proferido por Giorgio Frassati em junho de 1923, após a bênção da

bandeira do círculo Giovane ¬Pollone, encontramos uma clara expressão do seu
nobre ideal de fazer bem às almas, ao distinguir três tipos de apostolado a que um
jovem católico está obrigado: “Antes de tudo, o do exemplo: temos o dever de
regular toda a nossa vida pelas leis morais cristãs. Depois, o da caridade: devemos
procurar os sofredores para confortá-los, os desgraçados, para dizer-lhes uma
boa palavra, porque a Religião Católica baseia-se na caridade, que não é outra
coisa senão o perfeito Amor. […] Finalmente, o apostolado de persuasão, um dos
mais belos e necessários; aproximai, ó jovens, vossos companheiros de trabalho
que vivem longe da Igreja e passam as horas livres não em divertimentos sadios,
mas no vício. Persuadi estes infelizes a seguirem as vias de Deus, entremeadas de
muitos espinhos, como também de muitas rosas”.
Salienta-se de igual forma, a importância do terço para Giorgio e a sua devoção a

Nossa Senhora, que fortaleciam todo o seu ser, que apesar de jovem emanava
uma vitalidade típica da sua idade, apresentando uma maturidade espiritual que
ultrapassava em longos anos a sua tenra idade. Pier Giorgio foi um testemunho de
amor aos pobres e à Igreja, lutando sempre contra o pecado, a corrupção e a
desigualdade social.
Lisboa2023.org 38
Testemunhos acerca de Pier Giorgio do seu exemplo de Santidade, Alegria

e Amor a Deus até aos dias de hoje:
Como já foi mencionado durante o seu período de vida Pier Giorgio, foi no
quotidiano da sua vida cristã um herói da Fé, pela perfeita harmonia entre a Fé e
a sua vida ordinária. Desta forma, mesmo depois da sua morte continua a ser
lembrado por muitas pessoas e pelos Santos Padres como um exemplo de
Santidade, Alegria e Amor até aos dias de hoje para toda a população.
O Papa Francisco, na sua mensagem para a XXXI Jornada Mundial da Juventude

escreve:
“Aqui vem-me ao pensamento o exemplo do bem-aventurado Pier Giorgio Frassati.
Dizia ele: «Jesus faz-me visita cada manhã na Comunhão, eu restituo-a no mísero
modo que posso, ou seja, visitando os pobres». Pier Giorgio era um jovem que
compreendera o que significa ter um coração misericordioso, sensível aos mais
necessitados. Dava-lhes muito mais do que meras coisas materiais; dava-se a si
mesmo, disponibilizava tempo, palavras, capacidade de escuta. Servia os pobres
com grande discrição, não se pondo jamais em evidência. Vivia realmente o
Evangelho, que diz: «Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o
que faz a tua direita, a fim de que a tua esmola permaneça em segredo»(Mt 6, 3-
4). Imaginai vós que, no dia anterior ao da sua morte, gravemente doente, ainda
se pôs a dar orientações sobre o modo como ajudar os seus amigos necessitados.
No seu funeral, os familiares e amigos ficaram estupefactos com a presença de
tantos pobres, a eles desconhecidos, que tinham sido acompanhados e ajudados
pelo jovem Pier Giorgio."
Já o Papa São João Paulo II, no seu discurso de beatificação de Pier Giorgio
declarou que: “Eu também, na minha juventude, senti a benéfica influência do seu
exemplo e, como estudante, fiquei impressionado com a força do seu testemunho
cristão”.
Cântico 1- Pedacinho de Deus
Se sentes dentro de ti a vontade amar

em gestos que criem fontes, a audácia de sonhar
mais longínquos horizontes e o apelo a escalar
cada vez mais altos montes,
cada vez mais altos montes,
então...
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Tens em ti um pedacinho de Deus,

tens rumos certos no coração.
Desperta o sonho: tens em ti os céus,
liberta a vida da palma da mão.
Faz desses rumos os caminhos teus:
de Jesus recebeste esta missão
Se sentes dentro de ti sempre a sede de gritar

o nome da liberdade, a coragem de falar
a palavra da verdade e a servir participar
na construção da cidade,
na construção da cidade, então...
Tens um ti um pedacinho de Deus,

tens rumos certos no coração.
Desperta o sonho da palma da mão.
Faz desses rumos os caminhos teus:
de Jesus recebeste esta missão.
Cântico 2- Estrela Polar
Esta sede de Te encontrar em mim

de correr p´ra Ti, de estar junto de Ti.
Guias pelos vales o decurso do meu rio,
única razão és Tu, ---- único sustento, Tu,
a minha vida existe porque existes Tu
Gira o firmamento sem nunca ter paz,

mas existe um ponto a brilhar para mim,
a Estrela Polar que fixa os meus passos,
a Estrela Polar és Tu, a estrela segura, Tu.
A minha vida existe, porque existes Tu
Tudo gira à Tua volta em função de Ti;

não importa quando, onde e o porquê.
Brilha a Tua luz no centro do meu ser,

dás sentido à vida que em mim nasceu.
Tudo o que farei será somente amor;
único sustento és Tu, a Estrela Polar, Tu,
a minha vida existe porque existes Tu
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Oração a Pier Giorgio Frassati:

Senhor Jesus, dai-nos a coragem de voar alto,
fugir da tentação da mediocridade e da banalidade;
tornai-nos capazes, como Pier Giorgio,
de aspirar às coisas mais nobres,
com tenacidade e constância,
e acolher, com alegria, o vosso convite à santidade.
Livrai-nos do medo de não conseguir
ou da falsa modéstia de não ser chamados por Vós.
Concedei-nos a graça,
que vos pedimos, por intercessão de Pier Giorgio,
e a força para continuar, com fidelidade,
no caminho, que conduz, verdadeiramente, “ao alto".
Por Cristo, nosso Senhor. Amén.
Oração da JMJ a Pier Giorgio Frassati

Pai,
Vós que destes ao jovem Pedro Jorge Frassati
a alegria de encontrar Cristo e de viver a sua fé
com coerência ao serviço dos pobres e doentes,
intercedei por todos os jovens para que sejam como ele
puros e santos e imitem a sua generosidade
para difundir na sociedade o Espírito do Evangelho.
Ámen.
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Beato Marcel Callo

Nota Biográfica
Tendo por base, as palavras de D. Manuel Clemente, a história de vida de Marcel

Callo é “uma das mais impressionantes de todo o século XX […] pela maneira
essencialmente cristã como viveu a sua curta, mas preenchidíssima existência.”
Desta forma, torna-se essencial conhecer de forma mais pormenorizada a vida

deste jovem que marcou de forma intensa e positiva a vida de muita gente com
quem se cruzou ao longo da sua existência.
O Beato Marcel Callo nasceu em Rennes, França a 6 de Dezembro de 1921, e

morreu a 19 de Março de 1945 no Complexo do Campo de Concentração
Mauthausen. Nasceu numa família verdadeiramente católica e com um profundo
respeito pelos Sacerdotes da Igreja de Saint-Aubin, sendo o 2º filho mais velho dos
oitos filhos do casal Callo, tendo sido batizado na Igreja de Saint-Aubin.
Desde cedo se destacou pelo seu exemplo em cuidar dos irmãos mais novos e aos
12 anos tornou-se aprendiz numa gráfica, tendo depois a ficar a trabalhar como
tipógrafo.
Apesar de ainda muito jovem, Marcel já tinha um longo caminho de Fé, foi acólito,
fez parte dos escuteiros e da Juventude Operária Cristã (JOC), como uma forma
de “encontrar a alegria junto dos que mais precisam”.
Em 1940, quando a Alemanha invadiu a França, Callo e alguns amigos ajudaram

muita gente a escapar para os territórios não ocupados, dando-lhes a sua própria
identificação de voluntários da Cruz Vermelha. Três anos depois, foi deportado
para uma fábrica de armamento na Alemanha, onde acabou por ser preso em
1944 por ser "muito católico" uma vez que organizava celebrações e atividades
religiosas para os 3000 operários que lá trabalhavam. Marcel foi levado para a
prisão de Gotha e depois para o campo de concentração de Flossenburg, onde
viveu grandes tormentos, mas não deixou de acreditar e falar de Deus a todos
quanto encontrava.
Marcell acabou por morrer em 1945, com 24 anos devido às péssimas condições
dos Campos de Concentração. A história de Marcel foi passando de geração em
geração e em 1987, o Papa João Paulo II decidiu beatificá-lo pelas suas atitudes e
alegria apesar das dificuldades no dia 4 de Outubro de 1987. Na diocese de Rennes
festeja-se o dia do Beato Marcell Callo no dia 19 de Abril.
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É uma das inúmeras Vítimas do Nazismo (Paulinas, 2007) cuja coragem e fé nos
continuam a inspirar.
Características de Marcel Callo
Marcel era um rapaz recatado, não se deixava abater pelos desaforos dos seus
colegas de trabalho, que o chamavam de “beato”; preferia a companhia dos seus
amigos da JOC, a que pertencia com orgulho. Tinha bom sentido de humor,
gostava de futebol, ping-pong e de jogar cartas (especialmente Bridge).
Mesmo nos momentos mais difíceis, este jovem encontrou forças para cuidar dos
seus amigos deportados. Organizou um grupo de trabalhadores cristãos para
praticarem desportos, jogar cartas e fazer teatro. Tudo fazia para motivar os seus
companheiros, apesar de sofrer permanentes e dolorosas infeções e fortes
enxaquecas. Chegou mesmo a conseguir organizar uma Eucaristia na sua língua
materna.
Rico em qualidade e boa vontade, sempre lutou longamente contra a tentação do

mundo, contra si mesmo, contra o peso das coisas e das pessoas.
Quando esteve preso, numa carta que escreveu ao seu irmão confessou que:
“Felizmente, há um amigo que não me deixa um momento e que sabe como me
apoiar e me consolar. Com ele, os momentos mais dolorosos e perturbadores são
superados. Nunca vou agradecer a Cristo o suficiente por me indicar o caminho
que eu agora sigo".
Foi uma referência para os Jovens Trabalhadores Cristãos mostrando o

extraordinário esplendor daqueles que se permitem ser habitados por Cristo e
dedicar-se à libertação total de seus irmãos. Foi considerado, então, como um
modelo de vida Cristã e corajosa pelos cristãos alemães, e pelos Bispos da
Alemanha e Áustria.
Testemunhos acerca do seu Exemplo de uma vida dedicada aos outros e

à Igreja
Marcel foi uma grande testemunha e exemplo de Fé e serviço ao outro no seu

trabalho, com os amigos, na paróquia, o seu entusiasmo juvenil em querer sempre
fazer mais e melhor foi de uma extrema importância para toda a comunidade com
que se cruzou.
Lisboa2023.org 43
Nas palavras de D. Manuel Clemente “se fossemos à procura de alguém que tenha
de algum modo decalcado em si próprio tudo aquilo que foi a vida de Jesus Cristo,
seria difícil encontrar outra personagem com tanta veracidade e autenticidade
nessa mesma vida Cristã.”
Através de Marcel Callo podemos refletir acerca de como o passado pode ser tão
importante no presente no que respeita à iniciação Cristã e na definição de uma
personalidade Cristã. Isto porque, todos os elementos que estão presentes na
infância deste jovem, mesmo um século depois continuam a ser muito importantes
e necessários nos dias de hoje.
Cântico 1- A Ti Meu Deus
A ti Meu Deus, elevo o meu coração

Elevo as minhas mãos, meu olhar, minha voz.
A ti meu Deus, eu quero oferecer
Meus passos e meu viver,
Meus caminhos, meu sofrer
A tua ternura Senhor, vem abraçar-me

E a tua bondade infinita vem perdoar-me.
Vou ser o teu seguidor e dar-te o meu coração
Eu quero sentir o calor das tuas mãos
A ti meus Deus, que és bom e que tens amor

Ao pobre e ao sofredor vou servir e esperar.
Em ti Senhor, humildes se alegrarão
Cantando a nova canção de esperança e de paz.
Cântico 2- Mendigo de Deus
Foi por um gesto de amor, um olhar no silêncio que percebi

Que aquele afago escondido, vindo de dentro não era mais um.
Tirei os olhos do chão, fitei o rosto na luz e só então ouvi
Aquela voz que tocou cá dentro, bem no fundo de mim
Secou a dor que sentia, calou a voz da solidão

Iluminou e aqueceu
Fez-me sair deste trilho, tirou-me da escuridão
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E o meu coração este amor acolheu
Eu nunca antes senti e eu nunca deixei de pensar em Ti

Mas nunca antes ninguém me tomou pela mão e sorriu para mim.
Sou um mendigo de Deus vagueando nas ruas onde já me perdi
Mas pela minha oração, Deus fez-se presente no amor que lhe pedi.
E Ele secou a dor que sentia, calou a voz da solidão

Iluminou e aqueceu
Fez-me sair deste trilho, tirou-me da escuridão
E o meu coração este amor acolheu.
Oração da JMJ a Marcel Callo

Senhor nosso Deus,
Vós que destes ao jovem Marcel Callo, vosso mártir,
o zelo de um apóstolo entre a classe trabalhadora,
mesmo nos campos de concentração,
por sua intercessão, concedei-nos o mesmo entusiasmo e coragem
para testemunhar a nossa fé e fazei da JMJ Lisboa 2023
uma ocasião de seguir Cristo Vivo.
Ámen.
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Beata Chiara Badano

Nota Biográfica
Nasceu em Sasselo, Itália, no ano de 1971. Aos 10 anos de idade vive uma
experiência forte de encontro com Deus que muda a sua vida e a de seus pais.
Desde este momento decide viver com radicalidade o Evangelho, buscando amar
a todos aqueles que a rodeiam. Aos 18 anos diagnosticam-lhe um tumor ósseo.
Vive com grande valentia, cada uma das etapas da sua dolorosa doença.
Louvamos o Senhor pela sua entrega total a Jesus!
Cristo Vive, 62: A jovem Beata Chiara Badano, que morreu em 1990, «experimentou
como a dor pode ser transfigurada pelo amor [...]. O segredo da sua paz e alegria
era a plena confiança no Senhor e a aceitação da doença como misteriosa
expressão da sua vontade para seu próprio bem e para bem dos outros»1.
Que aspetos da vida da Beata Chiara Badano nos podem ajudar a ser
santos?
Descobrir-se na família/grupo/desporto
Acolher Jesus. "Tenho este momento"
Chiara aprende na família os primeiros elementos da fé.
Rodeada de carinho, filha única, aprende a brincar, conviver e partilhar com
generosidade. Procura em todas as coisas o sentido positivo da vida e é ajudada
a modificar alguns impulsos de ciúme nos afetos.
Os sacramentos da Penitência e da Eucaristia introduzem-na numa amizade muito
mais profunda do que as amizades humanas que experimenta.
Por ocasião da sua Primeira Comunhão regista: “Tu dás-nos o pão, Tu dás-nos o
teu amor. Ajuda-nos a dar o que recebemos: pão e amor”.
Fascinada pelas páginas do Evangelho oferecido pelo pároco escreve: “Agora
quero fazer deste livro magnífico o meu único objetivo da vida”.
Chiara cresce alegre e divertida. Gosta de exercício físico, pelo qual pode
mergulhar na natureza. Procura cogumelos nos bosques com o pai, faz grandes
caminhadas, deixa-se cair na neve e corre beijada pelo sol. Das brincadeiras com
bonecas, jogar à bola, salto à corda, patins de rodas avança até à bicicleta e à
paixão pelo ténis. É sensível ao ritmo, canta maravilhosamente e aprende piano.
É no Movimento dos Focolares que aprende mais intensamente a viver o
Evangelho e a construir um mundo novo. Era fiel na oração oferecendo tudo a
Jesus, numa habitual prontidão aos outros.
Cristo Vive 1, 37, 62, 169, 183, 218
1
Bento XVI, Mensagem para a XXVII Jornada Mundial da Juventude (15 de março de 2012): AAS 104 (2012), p.
359.
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Correr
Na família, nos amigos, na escola, na natureza, no desporto, no grupo de jovens,
na paróquia, nos Sacramentos, na Palavra de Deus podemos “correr”! Deixamo-
nos construir nestes espaços que nos abraçam, onde reconhecemos
gradualmente a presença de Deus. Ser jovem é viver “este momento” como único
na alegria de se saber tocado por Deus.
Descobrir-se nas surpresas e quando nos falta o chão

Escutar Jesus: “Jesus, se Tu queres, também eu quero!”
Na vida de Chiara abre-se um novo capítulo: o tempo de doença.
Apesar das dores mantinha-se calma e serena, não faltando às atividades
pastorais que muito a preenchiam. Quem a visitava no hospital ficava
impressionado com a sua alegria. O sofrimento não conseguia travar a carga de
amor presente na sua alma.
Entre internamentos e operações vai ficando cada vez mais frágil e com muitas
dores, mas todos quantos se aproximam dela notam uma singular presença de
paz e força: consciente e informada não perde a serenidade e mantém-se alegre.
Não se trata de uma reação momentânea, pois continua a repetir que está certa
de ter Jesus a seu lado e de que nunca é abandonada por Ele.
Quimioterapia, radioterapia e a certeza da gravidade extrema do seu caso, Chiara
deita-se na cama com os olhos fechados e pede silêncio. Vinte e cinco minutos de
silêncio, habitados pelo silêncio de Deus, onde firma o seu sim a Deus: “Jesus, se
Tu queres, também eu quero!” Estas horas mais duras da sua vida, onde Jesus
lhe pede tudo, quer vivê-las em união íntima com Jesus, enfrentando a dura prova
com serenidade e fortaleza no Espírito Santo.
Acaba por perder o andar, mas afirma que “cada momento é precioso, não deve
ser desperdiçado, e, se vivermos assim, tudo ganha sentido… Portanto, a dor
não se perde, mas ganha sentido quando é oferecida a Jesus!”
Cristo Vive 2, 76, 104, 109, 115
Silêncio:
Jesus parece tirar-nos as pernas, por vezes, mas, tal como em Chiara, dá-nos asas.
Temos sonhos, projetos, agendas que várias vezes são alteradas. Estes imprevistos
podem bloquear-nos e alterar até o nosso estado de felicidade sendo mau
testemunho para os que nos rodeiam.
Na dor, nas perdas, nos limites: devemos rezar, fazer silêncio no silêncio de Deus.
Aí encontramos o mistério do Seu amor por nós o melhor plano, o único projeto, o
amor, querer o que Deus quer.
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Descobrir-se no entregar-se em missão cada dia

Dar Jesus: “Eu não devo falar sobre Jesus, mas dar Jesus às pessoas com o meu
comportamento.”
Chiara era uma pessoa positiva, estava enamorada por Deus.
O grupo de jovens continua presente através de várias surpresas e de visitas
constantes e junto dela respira-se um ar de festa. Aparece como protagonista de
um caminho que a leva a abraçar com amor cada vez mais intenso a eleição de
Deus.
Todos a vêem calma e senhora de si. Não se deixa abater pelo medo e pela dor. A
luz que partilha com cada um que goza da sua presença é testemunho de um
amor maior que a habita. Vai-se visitar e vem-se visitada! Nada a consegue abater.
A sua fé é forte: voa cada vez mais alto e permanece na alegria do oferecimento
quotidiano.
Vive a JMJ de Santiago de Compostela desde o seu quarto, em comunhão com
os inúmeros membros do Movimento. A sua fama de santidade já se difundiu e
aos sentimentos de assombro e de estima vêm somar-se os de confiança na sua
ajuda.
Da fundadora do Movimento dos Focolares recebe o “nome novo”: Chiara Luce. É
da verdadeira Luz que vem a luz do seu olhar que ilumina todos quantos
experimentam a sua presença. E é esse o maior testemunho da sua vida.
Celebra a Eucaristia nas águas-furtadas da sua casa, já nas vésperas da sua morte,
e prepara, também ela ao pormenor, o seu funeral. É impressionante a presença
de jovens no seu funeral presidido pelo Sr. Bispo. Era um dia de festa, verdadeira
alegria na fé, em Sassello. E hoje, a luz de Chiara irradia até horizontes cada vez
mais alargados.
A relação entre Chiara e Deus é uma história de amor: um grande e apaixonado
amor recíproco. Amor inflamado que ateia o desejo ardente de partilhá-lo.
Cristo Vive 13, 30, 120, 169, 177
Luz:
A santidade é assim, a partilha da luz que nos habita.
Não interessa tanto grandes discursos, mas estar, escutar, dar Jesus!
Somos convidados a ser discípulos-missionários num compromisso pela cultura do
encontro. A santidade é amar cada momento e dar-se os outros na simplicidade.
De Chiara aprendemos a certeza de que Deus não nos abandona e está sempre,
mesmo quando experimentamos os nossos limites. É urgente ser sal e luz.
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Beato Carlo Acutis

Nota biográfica
O Beato Carlo Acutis nasceu no dia 3 de maio de 1991. Desde cedo, demonstrou
uma grande apetência para a informática, dom que utilizou no serviço aos outros
e na divulgação de conteúdos de formação cristã, como a exposição sobre os
milagres eucarísticos. Em setembro de 2006, surgiram os primeiros sinais de
doença e, após o diagnóstico, uma leucemia fulminante. Com total confiança,
entregou, então, a Deus o pouco tempo de vida que lhe restava. Faleceu no dia 12
de outubro de 2006 e foi beatificado no dia 10 de outubro de 2020. A sua festa
litúrgica celebra-se a 12 de outubro.
Exemplo para os jovens

Alguns nomes entram para a história, outros entram para o céu e ensinam-nos a
beleza de oferecer a juventude a Deus e aos Homens. Assim foi Carlo Acutis, o anjo
da juventude.
Eucaristia, terço, estudo …. e internet. São palavras aparentemente incompatíveis

entre si. Como é possível conciliar uma vida de santidade com a internet, escola,
universidade e ter uma vida social com os amigos? Pois bem, a resposta a esta
pergunta é simples quando olhamos para a vida do Beato Carlo Acutis,
considerado o “padroeiro da internet” ou até mesmo, utilizando uma expressão
mais atual, o “influencer de Deus”. Desde pequeno começou a sentir-se atraído
pela religião católica, graças a uma ama polaca devota do papa João Paulo II. Foi
um jovem de oração, que dedicou grande parte do seu tempo à caridade, aos mais
pobres, fazendo voluntariado nos serviços de refeições da sua cidade.
“... são os jovens que querem ser protagonistas da mudança (…) vocês são aqueles
que têm o futuro!” (Papa Francisco, Jornada Mundial da Juventude Brasil 2013), ou
“porque vocês, queridos jovens, não são o futuro, mas o agora de Deus” (Papa
Francisco, Jornada Mundial da Juventude Panamá 2019) ou, ainda, a frase “não
fiquem no sofá, sejam protagonistas da História”, expressa também pelo Papa
Francisco na Jornada Mundial da Juventude na Polónia, em 2016. A maior
responsabilização dos jovens pelo futuro de todos tem sido sucessivamente, e
cada vez mais, reafirmada: na divulgação dos valores que devem orientar a nossa
vida, no cuidado da casa comum, bem como na evangelização dos que os rodeiam,
em especial, dos nossos pares, os outros jovens. Temos mesmo, nós jovens, de ser
protagonistas da evangelização, assumir a responsabilidade que nos dão todos
aqueles que dizem que os jovens são o agora de Deus. Temos de conseguir
manifestar, com a nossa própria vida, que Jesus é o caminho, temos de conseguir
tornar sempre presente no nosso dia-a-dia a Boa Nova de Cristo, temos de ter a
audácia de aplicar, no hoje e no agora, o Seu Mandamento, o Mandamento do
Lisboa2023.org 49
Amor. Porque, por mais séculos que passem, os alicerces que Ele nos deixou jamais
ficarão ultrapassados: o amor, a importância da vida e o cuidar do outro.
Carlo e a amizade com Jesus

Viveu uma vida curta e simples, mas cheia de força e alegria, deixando um
testemunho de fé para muitas pessoas. "Estar sempre unido a Jesus, esse é o
meu projeto de vida". A santidade era a base da sua existência, razão que o fazia
ser “diferente” na escola entre os colegas. Nas suas ações diárias, via sempre
ocasiões de levar Jesus aos seus amigos por meio da sua simplicidade, falando-
lhes abertamente de missa diária, comunhão, adoração eucarística e terço. Tudo
meios para alcançar a santidade!
Missão na internet
Utilizou o seu dom informático para evangelizar, organizando atividades religiosas
através da internet. Tal como refere o Papa Francisco na Carta Encíclica Christus
Vivit, Carlo “sabia muito bem que as redes sociais podem ser utilizadas para nos
tornar sujeitos adormecidos e dependentes do consumo”. Ele “soube usar as novas
técnicas da comunicação para transmitir o Evangelho e comunicar valores e
beleza” (ChV, n. 105-106). Com a ajuda dos seus pais, criou uma exposição e um
site dedicado à Eucaristia e aos milagres eucarísticos no mundo, tendo visitado
inúmeros lugares de forma a aprofundar o seu conhecimento e levá-lo aos outros.
Costumava dizer muitas vezes: “A Eucaristia é a minha autoestrada para o céu”.
A prova desse amor à Eucaristia é demonstrada nesta exposição, que ainda hoje
é possível consultar online.
“Estou feliz por morrer…” – O sofrimento

"… porque vivi a minha vida sem desperdiçar um minuto com coisas que não
agradam a Deus". Esta foi a frase que Carlo disse antes de morrer com apenas 15
anos. Faz-nos pensar profundamente sobre as nossas ações: quem de nós pode
afirmar que nunca desperdiçou apenas um simples minuto em algo desagradável
a Deus? Tanto tempo desperdiçado em coisas inúteis, derivadas da preguiça,
comodismo e egoísmo. Atire a primeira pedra quem nunca o fez!
Citando o Cardeal D. Manuel Clemente: “Os Patronos da JMJ Lisboa 2023

demonstraram que a vida de Cristo preenche e salva a juventude de sempre. Com
eles contamos, com eles partimos!” Nesse sentido, e assim como Carlo Acutis,
peçamos a sua intercessão para que possamos ser os Santos que o mundo de
hoje precisa e que possamos também viver o amor!
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Oração Beato Carlo Acutis JMJ

Senhor nosso Deus,
que na vida do Bem-aventurado Carlo Acutis
mostraste as insondáveis riquezas da Eucaristia
e fizestes dele um exemplo para os jovens
e testemunho de misericórdia aos pobres,
concedei-nos, por sua intercessão, viver sempre unido a Vós
e reconhecer-vos nos vossos irmãos que encontramos no caminho,
levantando-nos apressadamente ao encontro de cada um.
Lisboa2023.org 51

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24 Horas de

Rezar com os Patronos

São João Paulo II

Karol Wojtyla nasceu a 18 de Maio de 1920 em Wadowice, na Polónia, onde viveu

Tendo sido nomeado arcebispo de Cracóvia em 13 de Janeiro de 1964, Karol

O seu pontificado primou por uma atividade intensíssima e pastoralmente

encíclicas: a Laborem exercens (1981), a Sollicitudo rei socialis (1987) e a Centesimus

Karol Wojtyla desenvolveu a sua atividade pastoral a favor da paz, concretizando-

Em 13 de maio de 1981, foi vítima de um atentado, tendo, no ano seguinte, em

Em 1983, promulgou o (novo) Código de Direito Canónico e reformou a Cúria

Da Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia

Durante o Grande Jubileu do ano 2000, pude celebrar a Eucaristia no Cenáculo de

Cântico 1: Naquela noite (Fazei em minha memória)

Naquela Noite, em que ele era entregue

Fazei em Minha memória,

Fazei, em Minha memória

Do Discurso do Papa João Paulo II, por ocasião da XV Jornada Mundial da

Este acontecimento nas vizinhanças de Cesareia de Filipe introduz-nos de certo

Com o caso de Tomé, o «laboratório da fé» ficou enriquecido com um novo

Com efeito, neste admirável laboratório do espírito humano, que é o laboratório

Cântico 2: É o meu corpo

Como o Senhor nos amou, jamais alguém pode amar

É o meu corpo, tomai e comei

Como o Senhor nos amou, jamais alguém pode amar

Da Carta Dominicae Cenae

Se é verdade que a vida cristã se exprime no cumprimento do maior mandamento,

Devemos também tornar-nos particularmente sensíveis a todos os sofrimentos e

Cântico 3: Via de amor

Via de amor, és Tu Jesus

Não, não estamos sós sobre esta terra,

Sim, temos o céu sobre esta terra,

onde viveremos junto de Ti

Não, a sombra da morte não nos assusta

Da Mensagem do Papa João Paulo II na II Jornada Mundial Da Juventude

A este propósito, desejo recordar-vos um pensamento que expus na minha

Cântico 4: Ninguém te ama como eu

Quanto esperei este momento. Quanto esperei que estivesses aqui

Ninguém te ama como eu. Ninguém te ama como eu

Eu sei bem o que tu dizes, mesmo que às vezes não me fales

Da Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia

perseverança, no aperfeiçoamento de vós próprios e da sociedade, tornando-a

Oração final: Ato de Entrega dos Jovens a Maria

"Eis aí a tua Mãe!" (Jo, 19, 27)

Oração da JMJ a São João Paulo II

São João Bosco

João Bosco nasceu em Becchi, a 16 de agosto de 1815 numa família de agricultores.

Depois de se terem mudado para um casebre rústico, adaptado para habitação,

A 8 de dezembro de 1841, na sacristia da Igreja de São Francisco de Assis, em Turim,

Com o Oratório a crescer, desenvolve-se o método educativo de Dom Bosco, o

Dom Bosco escolheu e modelou as primeiras gerações de Salesianos, partilhou e

A Providência juntou os caminhos de Dom Bosco e os da jovem Maria Mazzarello

Nos anos seguintes, juntamente com os seus benfeitores e os leigos

Dom Bosco era contemplativo na ação, orava constantemente e com simplicidade.

A igreja do Sagrado Coração, em Roma, construída, a pedido do Papa Leão XIII,

Trata-se de um caminho de santificação que, para usar as palavras de São

Texto de São João Bosco

Perguntas para reflexão individual

E nós quantas vezes, não te refugiaste em Jesus Sacramentado? Será que te

Nós nos sentimos esses continuadores? Ou simples e unicamente estamos

Acrescentai neles o amor ao Papa, o zelo pela propagação da fé, um solícito

Oração da JMJ São João Bosco

1. Pai e mestre dos jovens,

“D. Bosco, D. Bosco!”