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A LEI DA SEMEADURA

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A LEI DA SEMEADURA

ÍNDICE

DEFINIÇÃO DE LEI ................................................................................ 3

LEIS BÍBLICAS ........................................................................................ 4


1ª Lei Natural ........................................................................... 4
2ª Lei Moral .............................................................................. 5
3ª Cerimonial............................................................................ 6

1ª Lei da Reversão ............................................................................ 6


2ª Lei Canônica ................................................................................. 7
3ª Lei da Semeadura ......................................................................... 8

TIPOS DE SEMENTE .............................................................................. 9

SEMENTES DA PALAVRA .................................................................... 10


Onde devemos Semear? .......................................................... 13
Obstáculos a Semeadura ......................................................... 14
Preconceito .................................................................. 14
Desânimo ..................................................................... 15
O Medo ........................................................................ 16

SEMENTE DE MISERICÓRDIA .......................................................... 18


Os Perdidos.............................................................................. 19
Os Desviados ........................................................................... 21
Os Fracos na Fé....................................................................... 22

SEMENTE FINANCEIRA ....................................................................... 25

SEMENTE DA CARNE ........................................................................... 30

SEMENTE DO ESPÍRITO ...................................................................... 35

CONCLUSÃO............................................................................................ 39

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A LEI DA SEMEADURA

DEFINIÇÃO DE LEI

A palavra lei no latim (legem) significa prescrição legal; Significa regras


sistemáticas e logicamente ordenadas, cujo principal objetivo é normalizar a vida em
sociedade( definição teológica).
Segundo o dicionário Aurélio, lei é um preceito que deriva do poder
legislativo; relação constante entre um fenômeno e sua causa; obrigação imposta;
norma.
Existem leis científicas, leis jurídicas, gramaticais, físicas e etc.; toda ela
tem em comum um princípio, seja ela imparcial, justa e boa, ou seja, não pode
favorecer ou desfavorecer mas deve cumprir sua função, daí surge a expressão: ―A
justiça é cega, pois não deve olhar a quem, mas fazer justiça‖.

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LEIS BÍBLICAS
O Reino de Deus é Reino de legalidades, regido por princípios e limites. Há
muitas leis que regem o universo físico (leis físicas, químicas, biológicas, etc.), Mas
também há o que podemos chamar de leis espirituais, estas são encontradas somente
na Bíblia Sagrada, visto que a Bíblia é um livro de autoridade espiritual.
A Bíblia registra a palavra lei cerca de 380 vezes com algumas classes de
leis, sendo algumas explícitas e outras implícitas.
A Sagrada Escritura informa-nos acerca de pelo menos três tipos de leis
explícitas, a saber: Lei Natural, Lei Moral e Lei Cerimonial.

1ª- A lei Natural

Segundo esta lei que está registrada no livro de Romanos 2.15, Paulo diz
que existe uma lei natural de como o ser humano se comporta, às vezes contraria esta
lei, mas o faz sabendo que esta foi escrita nos corações, isto é, o homem tem incutido
na própria consciência, como uma voz que o aprova e o desaprova de acordo com
suas atitudes. Paulo descobriu esta natureza quando se confrontou com a lei de Deus,
e percebeu que mesmo quando queria realizar o bem não conseguia, então exclamou:
“Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos
meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me
prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.” (Rm 7:22-23).
Esta é a definição de lei natural, em que o homem tem em si mesmo uma lei
que chamamos de consciência e testifica acerca de uma lei maior, a chamada lei
moral.

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2ª- A Lei Moral

Esta lei está registrada desde o início do relacionamento entre Deus e o


homem, esta lei tem por principal característica a imutabilidade, Deus deixa claro que
seu favor e sua presença estão estritamente ligados a esta lei.
A lei moral está registrada em palavras claras e transparentes no livro do
Êxodo capítulo 20.
Ali no Sinai Deus estabeleceu a base de sua relação com o homem,
deixando claro que todo homem deve obedecer a essa lei se quiser ter vida. Jesus
repetiu o mesmo quando disse aos fariseus —“Por isso vos disse que morrereis em
vossos pecados, porque se não [crerdes] que eu sou, morrereis em vossos pecados”
(Jo 8:24).
Paulo diz —“... a ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com
que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a [lei]” (Rm.
13:8).
A lei moral de Deus é uma lei de amor, foi no Sinai referendado em dez
mandamentos, onde mais tarde Jesus resumiria para dois, em Mateus 22:37-40:
—“E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e
de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande
mandamento. E o segundo, semelhante a este, é amarás o teu próximo como a ti
mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.”
É uma lei eterna de que depende a salvação, mas há muitos que não ama o
próximo então não tem a vida eterna, João diz em sua 1ª epístola que o mandamento
não era mais antigo e que desde o princípio já haviam ouvido, em Levítico 19:18 está
claro que Deus sempre quis o amor prevalecesse na raça humana, o que na verdade
sempre separam os homens foram os dogmas e preceitos humanos o que nos leva a
terceira lei explícita na bíblia, a lei cerimonial ou mosaica.

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3ª- A Lei Cerimonial

Esta lei é chamada pelos judeus de Lei de Moisés (Lc 2:22; Lc 24:44; Jo
1:17)
Esta lei não é eterna, mas tinha um tempo, e um propósito determinado,
algumas passagens são suficientes para deixar claro que ela terminaria, em Romanos
10:4 diz "Porque o fim da [lei] é Cristo para justiça de todo aquele que crê”.
Ainda em Efésios 2:15 diz “Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a [lei]
dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois
um novo homem, fazendo a paz”, e por fim em Hebreus 7:12 diz “Porque,
mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da [lei]”.
Então esta lei nunca teve o intuito de ser eterna, mas apenas de cumprir o
seu propósito. Ela serviria para mostrar ao pecador a necessidade de um salvador, o
que de fato cumpriu com êxito.
Há do ponto de vista teológico pelo menos três leis que estão implícitas na
bíblia, a saber: Lei da Reversão, Lei Canônica e Lei da Semeadura.

1ª- A Lei da Reversão

Segundo ensinava Ethelbert Stauffer Deus consente ou permite a ocorrência


de determinados males e pecados. Mas de acordo com o seu propósito, reverte-os,
transformando-os em benefícios em favor daqueles que hão de herdar a vida eterna.
Parece que Salomão tinha isso em mente quando escreveu “O SENHOR fez
todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o [ímpio] para o dia do
mal”.
Foi isso que José entendeu quando disse “Vós bem intentastes [mal] contra
mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para
conservar muita gente com vida”.

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Nessa lei Deus se revela como dominador de todas as coisas e que nada
escapa do seu controle. Deus não planeja o mal (Jr 29:11), mas o têm sob controle.
Na bíblia sagrada Deus sempre se revelou ao homem como todo poderoso, capaz de
reverter todo mal em benefício do homem, isto está consubstanciado no livro de Jó, e
revela o dilema do sofrimento humano como ferramenta de aperfeiçoamento da
caminhada cristã.

2ª - A Lei Canônica

É o conjunto de normas elaboradas a partir de concílios, cujo objetivo é


disciplinar o ministério e as práticas da igreja, na bíblia foi realizada em Atos 15 uma
reunião para decidir algumas divergências por parte de alguns que não compreendiam
bem a questão da salvação e só pôde ser resolvida através da liderança da igreja, por
ordem de Cristo a igreja tinha as chaves do reino dos céus. São encontradas nas
epístolas gerais e paulinas as principais normas para o funcionamento da igreja;
Alguém poderia argumentar: Por que Jesus não estabeleceu as doutrinas? A bíblia
diz: “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis [suportar] agora”.
A missão de Cristo era edificar a igreja, a doutrina e principais
ensinamentos eram obras do Espírito Santo:
— “Mas, quando vier aquele, o [Espírito] de verdade, ele vos guiará em
toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e
vos anunciará o que há de vir”.
A igreja está edificada sobre os fundamentos dos apóstolos, do qual Jesus é
a principal pedra de esquina. E ainda diz a bíblia, que essa igreja cresceu
perseverando na doutrina dos apóstolos, ou seja, as regras sagradas foram definidas
pelos apóstolos que tiveram uma revelação ímpar. Sob a orientação do Espírito Santo
os apóstolos se reuniam para buscar a sua direção e estabelecer regras para o
comportamento Cristão.

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3ª - A Lei da Semeadura

“Enquanto a terra [durar], sementeira e sega, e frio e calor, e verão e


inverno, e dia e noite, não cessarão”.

Essa é a lei da qual iremos tratar nesse estudo, é uma lei que concorda com
a física quando diz que toda ação tem uma reação, nessa lei tudo o que planta colhe,
seja bom ou mal, perdido ou salvo, crente ou descrente, rico ou pobre a vivos e
mortos, ao mundo e a igreja, enfim todos estão debaixo dessa lei.
Conhecer sobre a lei da semeadura é fundamental para quem tem o desejo e
o sonho de plantar muito e colher muito. O Supremo Agricultor estabeleceu
princípios para que sejamos prósperos na vida espiritual, emocional, familiar e
também pessoal.
Como a lei da gravidade afeta o pesado e o leve, assim essa lei determina o
curso da vida humana, isso acontece porque esta lei é de ordem espiritual, e obedece
a regras espirituais. Segundo essa lei, o homem deve observar o que se planta, porque
a colheita de Deus é farta e não tem prejuízos, por isso é verdadeiro o ditado: “quem
planta vento colhe tempestade”.

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TIPOS DE SEMENTES

“Pois o que o homem semear, isso também colherá” Gálatas 6:7.

Existem vários tipos de semente, uma infinidade de assuntos, visto que a


bíblia é um poço sem fundo de revelações, mas entre elas destacamos pelo menos
cinco sementes: Semente da Palavra, Semente de Misericórdia, Semente Financeira,
Semente da Carne e Semente do Espírito.
Não vamos falar da semente da fé, por que a exceção da semente da carne,
todas as outras dependem da fé para serem semeadas.
Deus nunca te dará a colheita se primeiro não sair a semear. A lei funciona
para todos, e semeando você manterá colheitas por todos os lados, porque o ciclo da
colheita é: primeiro semear, esperar crescer e depois fazer a colheita.
Nada acontece por acaso, a vida é um campo de sementeira. A colheita
esperada é a semente que deve ser plantada. É a lei natural que Deus estabeleceu no
princípio, e existirá enquanto a terra durar. A rainha das sementes é a Palavra de
Deus. Na parábola do semeador, Jesus disse que a semente é a Palavra de Deus. As
boas sementes são as plantadas em obediência à Palavra de Deus. Tempo remido,
amor, fidelidade e atos de bondade são sementes boas. Mas há também as sementes
da desobediência, sementes ruins: ódio e falta de perdão, ressentimento, amargura e
rebelião.
O homem deve ter uma certeza, diz Paulo “tudo o que semear ele
certamente ceifará”, deve saber o homem, que o seu futuro está na semente a ser
lançada hoje. A lei da semeadura é a lei mais poderosa que existe. Deus a colocou até
mesmo na física, onde toda ação tem uma reação.
Neste sentido deve o homem cuidar do que planta, pois ele mesmo
determina seu futuro de acordo com o seu plantio. Cada um tem a responsabilidade
daquilo que planta, Deus nos chamou a semear e nos condicionou a direção do
plantio, a mãe de todas as sementes é a semente da palavra voltamos a dizer, e somos
convocados a trabalhar nesse imenso campo que é o mundo.
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SEMENTE DA PALAVRA

“Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.
Reparte com sete, e ainda até com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a
terra.” (Ec 11: 1,2)

O pregador tinha em mente o fato de a vida nos oferecer riscos e


oportunidades, ou seja, que ela não oferece garantias, e devemos estar preparados
para aproveitarmos as oportunidades quando elas surgirem, incentivando a ousadia de
se lançar sobre a vida sem temer as circunstâncias, no vers.4 ele diz: “Quem observa
o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará”.
Está dando um alerta àqueles que se aventuram a realizar o trabalho de um
semeador, ele está dizendo que, se esperarmos as condições ficarem propícias nunca
vamos começar, se esperarmos as facilidades, as comodidades não teremos firmeza
no ofício, pois não sabemos o que o futuro nos aguarda, ele nos exorta a termos
confiança na lei da semeadura, ele diz: —“... lança o teu pão!”.
Não importa em que circunstância, mas lança o teu pão, o trabalho de um
semeador não é fácil, mas simples, Eclesiastes diz que Deus fez tudo simples, mas
nós complicamos tudo (Ec 7.29).
Nós queremos tomar o lugar da natureza quando determinamos se vale ou
não a pena semear. Jesus disse que um semeador saiu a semear e encontrou solos
diferentes, mas não se preocupou com o crescimento, e sim com o plantio, com a
semeadura, quando uma igreja acha que não vale à pena semear ela está aceitando o
fato de que não pode mais crescer e estagna, é certo que há o tempo de plantar e
colher o que se plantou, mas o que o pregador está dizendo é que muitos ficam
apenas esperando o momento certo, observe que Jesus disse —“... saiu um semeador
a semear!”
Ele saiu, ele agiu, ele procurou realizar, Paulo diz preguemos a tempo e fora
de tempo, não deixe de pregar! A igreja precisa acreditar no potencial da semente e
da semeadura, precisa enxergar a possibilidade de colheita.
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O grande motivo da igreja hodierna se acomodar na quantidade de


evangelizados e estagnar na obra evangelística é porque perdeu a visão. Jesus disse
aos discípulos: “Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa?
Eis que eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas
para a ceifa. E o que ceifa recebe galardão, e ajunta fruto para a vida eterna; para
que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem”.
Os discípulos tinham uma visão limitada da obra, uma visão natural acerca
das coisas, mas como dissemos, a lei da semeadura é uma lei espiritual e precisamos
enxergar espiritualmente. É por isso que João inspirado pelo Espírito Santo escreveu
à igreja de Laudicéia, que é um retrato de uma igreja morta dizendo: —―Aconselho-
te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas
brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os
teus olhos com [colírio], para que vejas”.
Aquela igreja havia perdido a visão espiritual e como conseqüência se
tornou formal, orgulhosa, miserável e estagnada. Paul Yonggi Cho (o Pr. da maior
igreja do mundo que conta com 700.000 membros cadastrados) diz que uma igreja
morta é uma igreja que tem capacidade para 600 membros e quando atinge os 600 ela
diz que está bem, que já tem o que precisa, este é o retrato de uma igreja morta, mas
uma igreja viva é aquela que tem capacidade para 600 membros e quando atinge esse
número ela planeja comprar os terrenos dos lados quebrarem as paredes, por que
nosso alvo é mil, dois mil, três mil membros.
Quando Paulo se converteu, o primeiro milagre na sua vida foi uma nova
visão, veja o que diz a bíblia:
— “E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão
Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinha me enviou,
para que tornes a [ver] e sejas cheio do Espírito Santo”.
Paulo foi o grande exemplo de semeador da palavra, por que tinha uma
visão espiritual acerca do seu chamado. Ele compreendia sua missão e sabia que seu
ofício era semear, por isso escreveu: —“Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o
[crescimento]”.
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Ou seja, o nosso ofício é semear, lançar a semente e esperar o crescimento.


Jesus nos chamou a testemunhar, nossa função é contar os seus feitos e a sua obra, se
o que recebe a semente irá crer não é trabalho nosso isto é função do Espírito Santo,
convencer o homem do pecado da justiça e do juízo.
Se estivéssemos em um tribunal e presenciássemos um julgamento,
veríamos o desempenho de uma testemunha e sua função é de apenas contar o que
viu, ouviu e presenciou, jamais iríamos ver uma testemunha argumentar com o júri
para comprovar seus relatos, por que isso é trabalho do advogado, por isso que
Marcos escreveu : —“ E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes,
cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se
seguiram. Amém”.
Observe as funções:
Eles pregavam e o Senhor confirmava, eles semeavam e o Senhor dava o
crescimento. Quando digo que a igreja deve acreditar em seu potencial, estou dizendo
que Jesus prometeu vitória no terreno do inimigo, ele disse —“Edificarei a minha
igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”, e esse versículo tem sido
muito mal interpretado, como se a igreja estivesse sendo atacada e conseguisse
resistir ao ataque do inferno, não é isso que o texto diz. Porta não é instrumento de
ataque e sim de defesa, porta sempre foi sinal de proteção e segurança.
Quando Cristo proferiu essas palavras estava na verdade dizendo que a
igreja iria invadir o inferno e libertar os cativos, e o inferno, mesmo com as portas
trancadas não conseguiria resistir à marcha da igreja.
Jesus prometeu o crescimento de um reino na parábola da semente de
mostarda, ele retratou que a semente era boa e iria crescer muito, mas também alertou
do esfriamento por parte daqueles que haveriam de semear. Mas a principal visão de
Jesus era sobre a necessidade de semear. Jesus é o semeador da parábola que não se
cansa, quando após pregar à mulher samaritana, seus discípulos disseram-lhe para
comer, ele dizia ―... Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis‖.

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 Onde devemos semear?

O texto de Marcos revela que os discípulos pregavam por toda a parte, em


Mateus 9:35 diz que Jesus percorria todas as cidades e aldeias, quando o Senhor disse
—“a seara é grande” ele estava dizendo “há muito trabalho a ser feito”.
Devemos semear onde houver campo, ou em outras palavras, onde houver
vidas que precisem ouvir essa palavra, não podemos escolher o caminho, a regra é a
toda criatura! O texto diz: —“lança teu pão sobre as águas”, águas na bíblia são em
uma linguagem simbólica, povos, multidões e pessoas, veja o que diz apocalipse —
“E disse-me: As [águas] que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e
multidões, e nações, e línguas”.
A igreja primitiva cometeu alguns erros quando do seu início, não se
ausentava de Jerusalém e os povos gentios não recebiam a palavra, foi necessário se
levantar uma grande perseguição para romperem com as quatro paredes, os judeus
não conversavam com os samaritanos e por isso não levavam a palavra a eles,
ignoraram a ordem toda criatura, julgavam que não tinham a possibilidade de
alcançar a salvação.
Parece que é isso que o pregador queria dizer quando escreveu —“Pela
manhã [semeia] a tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes
qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão igualmente boas”. Ou seja, a
ordem é semear!
Dentro dessa visão o semeador deve vencer o preconceito, o desânimo e o
medo! Existem lugares que não são tão receptivos, mas a ordem é a toda criatura!!!
Somos confrontados com o amor pelas almas todos os dias, as barreiras
surgem para nos revelar se amamos a obra ou o que ela pode nos oferecer.
É por isso que Jesus disse: ―grande é a seara e poucos os trabalhadores‖,
porque muitos são levados pela emoção e não pela chamada. Uma das grandes
barreiras a ser vencida se chama preconceito.

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 Obstáculos à Semeadura

Preconceito

Sem dúvida, o preconceito, a inimizade e a aversão, são etapas a serem


vencidas pelo semeador, inclusive os apóstolos sofreram para vencerem estas
fraquezas humanas. A bíblia diz em Atos 1:8: —“ Mas recebereis a virtude do
Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em
Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”.
O texto é claro a revelar aonde deveria ser levada a palavra, não obstante, os
apóstolos relutavam em sair de Jerusalém, por conta de seus paradigmas e sectarismo,
se enclausuraram em Jerusalém a espera que os povos viessem para ouvir a palavra,
enquanto deveriam obedecer ao mandamento:―IDE‖.
Nem quando a igreja sofreu os primeiros momentos da perseguição isso não
os levou a se espalharem sobre a terra, veja o que diz a bíblia: “e também Saulo
consentiu na morte dele. E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a
igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e de
Samaria, exceto os apóstolos”.
Samaria só foi evangelizada porque dois diáconos que não eram judeus
―puros‖ tiveram a coragem de romper com a barreira do sectarismo e semearam em
terra desprezadas pelos judeus —“... E, descendo Filipe à cidade de Samaria lhes
pregava a Cristo”.
O que começou com a pregação de Estevão, desencadeando a grande
perseguição contra a igreja culminou com a evangelização de Samaria através de
Felipe.
O resultado foi tremendo, chamou tanto a atenção que dois apóstolos
tiveram que ir lá para confirmar o que se ouvia: —“... Os apóstolos, pois, que
estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus,
enviaram para lá Pedro e João”.

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A LEI DA SEMEADURA

João, que em certa ocasião quisera orar para que Deus mandasse fogo em
Samaria e os consumisse, agora tinha de ver que Deus não se manifesta
geograficamente.
Mais tarde Pedro teria a experiência de levar a palavra aos gentios e
também seria convencido de que Deus não era particularidade judia.

Desânimo

Desânimo é algo que não se enfrenta, jogando a culpa no diabo, mas é uma
luta interior, que o homem enfrenta dentro da sua natureza. Paulo diz —“Porque eu
sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o
querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.”. Em outra parte diz —“E
não nos [cansemos] de fazer bem, porque há seu tempo ceifaremos se não
houvermos desfalecido”.
Paulo está falando da realidade de muitos semeadores, começam bem, mas,
acabam em algum lugar da história se acomodando, cansando, desanimando.
O desânimo é provocado normalmente, por fatores externos, mas para
vencê-lo devemos lutar internamente, porque o desânimo é o abatimento de espírito,
o sentimento de frustração que leva muitos semeadores a parar, estagnar, e se
acomodar.
A principal motivação de um semeador deve ser o amor pelas almas, o
desejo de realizar o bem a todo custo, mas como vimos, Paulo tinha a motivação mas,
esbarrava na vontade carnal que era contrária, enquanto Paulo queria fazer, sua carne
desejava descansar, ou fazer outra coisa que não fosse semear.
Então entendemos por que Cristo passava noites e noites em oração.
Porque os homens que fizeram história, eram homens de oração, porque a
igreja primitiva crescia assustadoramente, porque perseverava em oração.

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A LEI DA SEMEADURA

E por que tanta oração? Justamente porque é o único meio de vencer o


desânimo, a preguiça, a inércia, o comodismo e a indiferença pelas almas perdidas, é
através da oração.
A oração é o único meio que temos de subjugar a carne, por isso é que
Paulo falou —“Porque a [carne] cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a
[carne]; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis”.
A oração é uma arma espiritual para vencermos o mundo, a carne é o
pecado. Só teremos ânimo e ousadia se vivermos uma vida de oração.

O Medo

O Medo é um sentimento que tem levado muitos crentes a uma estrada de


derrota, há um sentimento de incapacidade exagerado que impede muitos semeadores
de cumprir o chamado, até mesmo de aceitar o chamado.
Quando Deus chamou algumas pessoas na bíblia, elas sempre revelaram
medo da chamada, porque o medo é um sentimento normal desde o pecado no jardim
do éden, todavia esse sentimento deve recuar ante o chamado divino, o amor a Deus
deve vencer a barreira da timidez, da incapacidade, do medo.
João esclarece que o principal motivo do medo, é que o homem não é
perfeito em amor, e que o perfeito amor lança fora todo medo.
É o amor que leva missionários como Davi Brainerd, Guilherme Carey,
Davi Livingstone e tantos outros a gastarem suas vidas em favor da evangelização, o
que leva muitos a enfrentarem o desprezo, a rejeição e os perigos de semear a Palavra
é o amor por Cristo, pelas almas e por missões.
Todavia, o homem pode ter intenções nobres, mas, lhe falta a ousadia de
realizar. Quando Deus chamou Moisés, este tentou se escusar pelas suas limitações,
mas Deus o repreendeu revelando que a responsabilidade é daquele que chama, e se
Deus o estava chamando, Ele sabia o que estava fazendo.

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A LEI DA SEMEADURA

No Evangelho segundo João 20:19,21,22 encontramos os discípulos


reunidos com as portas trancadas, com medo dos judeus. Eles estavam acuados,
acovardados, paralisados e sem nenhuma ousadia para sair pelas ruas. Haviam
perdido a coragem para testemunhar.
A obra da semeadura estava parada, pois aquela igreja tinha perdido a
paixão pelas almas, e não estava disposta a correr riscos para levar a Palavra; o medo
era maior que o amor e, conseqüentemente lhe faltava ousadia.
Alguns crentes têm medo das críticas, medo do preconceito, medo da
perseguição, medo de ser zombado, medo de assumir que são de Jesus. Estão mais
preocupados com a posição, do que com o chamado a semear.
Deus ainda faz a pergunta que Isaías ouviu:
—“A quem enviarei, e quem há de ir por nós?”. Ele ainda espera a mesma
resposta, Deus nos chama a semear a palavra, a cumprir como disse Paulo a obra de
um evangelista, a remir o tempo, se entregar pela causa.

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A LEI DA SEMEADURA

SEMENTE DE MISERICÓRDIA

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles


alcançarão [misericórdia]” (Mt 5:7)

Com estas palavras, Jesus incentivou seus ouvintes a plantarem sementes de


misericórdia, a demonstrarem compaixão pelos outros, segundo a teologia a palavra
misericórdia vem do latim: Miser – miséria + cordis - coração, literalmente significa
ter o coração voltado a miséria de outrem. É a compaixão de Deus voltado para o ser
humano. Através deste sentimento, que em Deus é imensurável, o Senhor mostra que,
no juízo, sua misericórdia sempre triunfa.
A oração do Pai Nosso salienta que, pedimos, perdoa nossas dívidas assim
como nós perdoamos aos nossos devedores. É comum quando exigido do homem o
perdão para com o próximo, ele se esquivar dizendo: —“É Deus quem perdoa!”
Mas Deus nos delegou responsabilidades no relacionamento cristão,
concernente ao perdão e a misericórdia. Isso frequentemente é motivo de desculpa
para muitos se afastarem da igreja, quando são ofendidos, não estão dispostos a
perdoar, a relevar, a suportar, e por fim acabam se afastando do Senhor, o escritor dos
Hebreus faz um alerta quando diz:
—“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor; Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que
nenhuma raiz de [amargura], brotando, vos perturbe, e por ela muitos se
contaminem”.
—―Se, porém, não [perdoar] des aos homens as suas ofensas, também
vosso Pai vos não [perdoar]á as vossas ofensas”.
Esta é a lei de Deus para com as sementes de misericórdia, só seremos
perdoados se plantarmos o perdão. Só colheremos a misericórdia se semearmos esta
semente, e na semeadura da misericórdia iremos sempre ter oportunidade de semear.
Nesta plantação, o trabalho só terá fim no arrebatamento.

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A LEI DA SEMEADURA

Pedro se perturbou com a quantidade de perdão oferecido, Jesus respondeu


com uma figura de linguagem que demonstrava ser extremamente grande às vezes
que teremos de manifestar a misericórdia para com o próximo!
Há pelo menos três tipos de pessoas a quem devemos semear a
misericórdia; são eles: os perdidos, os desviados e os fracos na fé.

 Os Perdidos

Há no livro de Marcos 1: 40-42, a história de um leproso que necessitava de


muita misericórdia, a sociedade em que vivia o excluía e até mesmo o sacerdócio
nada podia fazer por ele, um leproso era considerado a escória da sociedade, e
ninguém podia se aproximar dele, existia segundo a história, um lugar onde ficavam
todos estes que eram leprosos , se chamava vilarejo dos leprosos, até mesmo sua
família ficava a distância, e para se alimentarem a comida descia por uma carretilha
do altar do monte para que ninguém se aproximasse deles. Quando um leproso
ousava se aproximar da cidade deveria gritar bem alto IMUNDO!!! Um imundo se
aproxima, e quando fazia isso todos corriam de sua presença..
Em João 5, João narra a história de cinco pavilhões lotados de miseráveis
que precisavam da semente da misericórdia, precisavam de alguém que se importasse
com eles, neste capítulo João identifica um paralítico que há trinta e oito anos estava
na mesma situação, quando questionado se queria ser curado ele disse —“... eu não
tenho ninguém!”
Nos dois exemplos, vemos como os perdidos necessitam de alguém que os
ajude, de alguém que esteja disposto a pagar o preço de semear misericórdia, alguém
que faça como os amigos do paralítico de Lc. 5 que o transportaram até Jesus, para
ser curado.
Jesus foi o grande exemplo de misericórdia a uma geração egoísta e
incrédula, que só se ocupava com seus interesses. No caso do leproso, Jesus
permaneceu quando todos fugiram, enquanto ninguém estava disposto a se
aproximar, Jesus não apenas permitiu que se aproximasse como também o tocou. No
19
A LEI DA SEMEADURA

caso de Betesda, Jesus interrompeu uma jornada até uma festa de caráter religioso em
Jerusalém, para caminhar no meio dos enfermos em um hospital ao ar livre.
Quantos estão dispostos abandonar a festas religiosas, os congressos, as
convenções, o comodismo para semear em meio aos enfermos? Quantos estão
dispostos a deixar seus interesses particulares, para se importar com os outros?
Queremos nos esquivar da responsabilidade, estabelecendo limites e opções
de pessoas a quem devemos semear a misericórdia, instintivamente perguntamos
como o fariseu: —“Quem é meu próximo?”. Queremos estabelecer quem merece e
quem não merece, oramos, investimos e corremos atrás de pessoas que podem
futuramente nos devolver; mas quem se importará com os miseráveis? Veja o que
Jesus diz sobre a verdadeira misericórdia: —“E dizia também ao que o tinha
convidado: Quando deres um jantar, ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem
os teus irmãos, nem os teus parentes, nem vizinhos ricos, para que não suceda que
também eles te tornem a [convidar], e te seja isso recompensado”.(Lc 14.12)
Esta geração tem sido marcada pelo egoísmo e a indiferença, mas há um
alerta divino sobre semear a misericórdia, a bíblia diz em Mt 25.40:—―... E,
respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um
destes meus [pequeninos] irmãos, a mim o fizestes‖.
Jesus considera as obras realizadas para com o próximo como sendo feitas a
ele, toda dedicação será recompensada, mas toda indiferença, egoísmo e desprezo
será punido. Jesus é o nosso exemplo maior de misericórdia, ele sempre se importou
com a humanidade, não obstante seus discípulos, diversas vezes não o
compreendiam, e preferiam despedir as pessoas em necessidade, como no caso de
Bartimeu, da mulher Cananéia, e da grande multidão que o seguia pelo caminho do
deserto.
A grande verdade na semeadura da semente de misericórdia é que vamos
colher das mãos do próprio Deus a recompensa. A semente que plantamos hoje, vai
nos dar uma colheita de eternidade.

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A LEI DA SEMEADURA

 Os Desviados

Se tem uma coisa que devemos trabalhar é na semente da misericórdia entre


os irmãos, muitos até demonstram compaixão pelos perdidos com facilidade, pois
entendem que estavam vivendo um período de ignorância, e mereciam uma
oportunidade de encontrar a misericórdia.
Mas quão difícil é para a maioria dos irmãos demonstrarem a mesma
compaixão por aqueles que tropeçaram, aqueles que caminhavam bem mas de
repente caíram. Pedro expressa isso quando pergunta a Jesus —“... Senhor, até
quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu terei de perdoá-lo? Até sete?”.
Achamos que aqueles que conhecem a verdade não podem errar, e mesmo
que errem não podem repetir os erros, e se repetirem deve haver um limite. Há em
nós a arrogância de julgarmos o erro dos outros, como se não errássemos, como se
não pudéssemos falhar.
Quando o filho pródigo retornou à casa do pai, o filho mais velho se
indignou, não aceitava que o pai o pudesse perdoar, ele se julgava perfeito, ele dizia
—“... Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento”.
Ele precisava da misericórdia do pai tanto quanto seu irmão, mas não
percebia, enquanto seu irmão se perdeu na promiscuidade, ele se perdia na
arrogância, no orgulho no desamor e amargura, chegando a desconsiderar seu
parentesco, ele disse: —“...este teu filho”!!!
Paulo tratou de um assunto em Corinto, sobre a fornicação de um membro e
o disciplinou, mas depois recomendou a igreja: ―Basta-lhe ao tal esta repreensão feita
por muitos. De maneira que pelo contrário deveis antes perdoar-lhe e consolá-lo, para
que o tal não seja de modo algum devorado de demasiada tristeza‖.
José é um exemplo de alguém disposto a perdoar o erro dos irmãos, Davi
nos dá uma lição quando Deus entrega Saul em suas mãos. Ele se recusa a matá-lo
por o considerar ungido do Senhor, ou seja, parte da aliança do Todo Poderoso, parte
da família de Deus.

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A LEI DA SEMEADURA

Frequentemente não queremos aceitá-los de volta, por que queremos limitar


a misericórdia divina, a bíblia diz —―...sete vezes cairá o justo e se levantará”!
O profeta Oséias aprendeu na prática a lição da misericórdia, quando tomou
por esposa uma prostituta, após lhe dar um lar e uma família, sua esposa volta aos
caminhos da prostituição, o Senhor lhe diz — ―vai outra vez e a ama”!!!
Deus revelou a Oséias como era a sua disposição em perdoar Israel, como
eles caíam sempre no mesmo erro e Deus estava sempre disposto a perdoar, nesse
sentido Jesus disse: sede vós perfeitos como perfeito é o vosso pai que está no céu.
Pedro diz — “Porque para isto sois chamados; pois também Cristo
padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas [pisadas]”.
Se semearmos misericórdia vamos recebê-la na colheita desta vida, e ainda
na outra vida. Quando Davi pecou, ele não morreu como deveria pelo pecado de
adultério, a lei dizia que ele deveria ser apedrejado, mas foi perdoado. Deus
demonstrou misericórdia a Davi por que Davi demonstrou misericórdia em sua vida.
Deus não fica devendo nada a ninguém, se o homem plantou vai receber por que na
colheita de Deus tudo é com fartura.
José colheu os frutos de uma vida misericordiosa, e se tornou poderoso no
Egito. Raabe colheu os frutos da misericórdia, pois demonstrou misericórdia aos
espias. Noemi foi misericordiosa com Rute a levando para o meio do seu povo e
colheu a remissão de sua família. José de Nazaré demonstrou misericórdia para com
Maria e recebeu a benção de criar o filho de Deus.
Todos têm a oportunidade de semear, a opção é individual, se vamos ou não
semear, cabe a cada um decidir e arcar com as conseqüências. A semeadura é a
oportunidade que Deus nos dá de construirmos o futuro que desejarmos.

 Os Fracos na Fé

Devemos em primeiro lugar definir o que é ser fraco na fé, em Romanos


15:1 Paulo diz: —“ MAS nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos
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A LEI DA SEMEADURA

[fracos], e não agradar a nós mesmos”. Paulo nos traz uma verdade, que nem todos
são fortes na fé, nem todos tem a mesma facilidade de absorver as verdades do
evangelho, quando se fala de salvação, todos têm a mesma condição, mas quando se
fala de questões doutrinárias, há uma diferença gritante, em 1ª Cor.8:10 está escrito:
—“Porque, se alguém te vir a ti, que tens ciência, sentado à mesa no templo dos
ídolos, não será a consciência do que é [fraco] induzida a comer das coisas
sacrificadas aos ídolos? E pela tua ciência perecerá o irmão [fraco], pelo qual
Cristo morreu”.
Ainda em Romanos 14.2 diz: —“Porque um crê que de tudo se pode
comer, e outro, que é [fraco], come legumes”.
Paulo em uma linguagem simbólica está revelando, que algumas pessoas
sabem andar, se comportar no meio cristão sem se sentirem culpados por quaisquer
acusação, pois tem uma consciência forte acerca das verdades absorvidas, mas outros
não tem a mesma consciência, e por tudo se escandalizam, Paulo parece estar falando
de algumas dificuldades de libertação e de fraqueza de conhecimento.
Nesse sentido, há uma diferença gritante do grau de compreensão da
verdade infelizmente, algumas pessoas não sabem demonstrar compaixão pelos que
não têm facilidade de absorção do evangelho, enquanto que aqueles que deveriam ser
instrutores e guias dos mais fracos na fé agem com desprezo para com os fracos.
Isso acontece por que em nossos dias existe uma independência espiritual, e
não mais uma comunhão de propósitos, hoje a grande maioria está como nos dias dos
juizes, cada um faz o que é reto aos seus próprios olhos. Os que têm entendimento, o
tem para si e não sentem a necessidade de ajudar o próximo.
Israel quando atravessou o Mar Vermelho atravessaram juntos, do mais
forte ao mais fraco, todos tinham de atravessar, e Deus só fecharia o mar quando
Israel terminasse a travessia, então naquela multidão de quase três milhões de
israelitas, havia crianças, jovens, adultos e velhos e os que estavam mais fortes
tiveram que ajudar os mais fracos a atravessar.
A igreja primitiva só crescia porque ninguém tinha nada por seu e todos
tinham tudo em comum, em Romanos 14:3 Paulo faz um alerta: —“O que come não
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A LEI DA SEMEADURA

[despreze] o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus
o recebeu por seu”.
Paulo ressalta a importância de se preocupar com os fracos, porque o
evangelho é firmado no amor de uns para com os outros, Paulo diz —“se a “comida”
faz meu irmão tropeçar nunca mais comerei carne para não servir de tropeço para
meu irmão‖. Paulo diz —“...levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei
de Cristo”.
A compaixão demonstrada aos nossos irmãos nos levará a conhecer a
misericórdia do Senhor, devemos nos lembrar que necessitamos dessa misericórdia
Jesus falou que devemos aprender o que significa misericórdia e não sacrifício.
Somos um povo carente da misericórdia do Senhor, não somos perfeitos na
fé, na obediência e nem tampouco no amor, Jeremias descreveu bem o que
merecíamos quando pronunciou as misericórdias do Senhor são a causa de não
sermos consumidos. O salmista expressou isso quando escreveu: —“Assim como um
pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece daqueles que o
temem. Pois Ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó”.
Essas palavras devem nos fazer lembrar que se estamos em pé estamos pela
grande compaixão de Deus, e esta compaixão deve ser compartilhada com aqueles
que não estão fortes o suficiente.
Como disse alguém: somos uma comunhão de sangue, alguém se doou para
que nós fossemos um!!!

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A LEI DA SEMEADURA

SEMENTE FINANCEIRA

Essa semente tem sido muito discutida nesses últimos dias, há aqueles que
não a aceitam, porque têm, infelizmente, o conceito de que Deus os chamou para a
pobreza, de alguma maneira fizeram uma hermenêutica errada do texto que diz —“...
quão dificilmente entrarão os ricos no reino do céu”, ou das palavras de Paulo
quando escreveu —“o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”.
Existem aqueles que afirmam que não devem dizimar porque é uma palavra
vetero testamentária e que não há evidências dessa ordenança no novo testamento.
Existe aqueles que dizem que não darão seu dinheiro para pastor andar de carro. Uma
geração egoísta que só se ocupa de seus interesses e por isso não enxergam a lei de
Deus, o diabo tem cegado o entendimento dos homens e consequentemente muitos
têm vivido uma vida medíocre. Não falo daqueles que passam por momentos de
angústias e provações, como o próprio Paulo diz ter aprendido a ter abundancia e
passar necessidade, falo daqueles que desprezam as promessas por não assumirem
um compromisso real com sua Palavra e tentarem racionalizar sua situação.
Estes não querem admitir que não tenha confiança para depositar sua fé em
Deus, não semeiam então não podem colher, sendo assim, estes querem dar uma
interpretação bíblica favorável às suas convicções, mas a bíblia fala muito sobre o
dízimo.
O Dízimo está na lei de Deus 1.300 anos antes de Cristo. Deus ordenou que
seus filhos trouxessem o Dízimo, oferta alçada, oferta voluntária, holocaustos e
outros votos, ao lugar de culto. Deuteronômio 12:5, 6, 11; 14:22.
O Dízimo está nos profetas 800 anos mais tarde, ou 500 anos antes de
Cristo. O profeta do Senhor confirma e atualiza a lei, não só em relação ao Dízimo,
mas também sobre ofertas alçadas, dizendo mesmo ser roubo não pagá-los e
declarando, em nome do Senhor, haver maldição ao infrator. Malaquias 3:7-10.
O Dízimo está nas palavras de Jesus Cristo 600 anos após o profeta e 1.300
depois da lei, Jesus Cristo, nosso único Mestre (Mat. 23:7, 10), confirma a lei e os
profetas, e afirma em Mateus 23:23 e em Lucas 11:42. Portanto, deixar de entregar o
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A LEI DA SEMEADURA

Dízimo é ir de encontro à Palavra de Cristo, é desobedecer a Cristo, é discordar de


Cristo, é renegar o ensino de Cristo.
O Dízimo está antes da Lei 2.000 anos antes de Cristo e 700 anos antes da
Lei. Abraão, o patriarca, deu o Dízimo de tudo ao sacerdote Melquisedeque, rei de
Salém, rei da Justiça. Hebreus 7:1-2; Gênesis 14:18-20.
O Dízimo está em vigor até a volta de Cristo. Jesus Cristo é sacerdote
segundo a ordem de Melquisedeque o qual recebeu Dízimo, e não segundo a ordem
levítica. Os filhos de Levi têm ordem, segundo a Lei, de tomar Dizimo, do povo, isto
é, dos seus irmãos (Hebreus 7:5). Estes, “certamente tomam dízimos homens que
morrem”. “ali”, (Jesus Cristo, o qual toma Dízimo também). “Aquele de quem se
testifica que vive” Hebreu 7:8. Pelas palavras do escritor da carta aos Hebreus, 60
anos depois da palavra de Cristo, vemos o Dízimo pertencendo ao sacerdócio de Levi
e ao sacerdócio de Melquisedeque, e Jesus segundo a ordem de Melquisedeque
(Hebreus 7.21), isto é, sacerdote eterno (Hebreus 7.24), cujo sacerdócio está até hoje
e para sempre. O Dízimo, segundo Hebreus capítulo 7, foi antes do sacerdócio
levítico, durante o mesmo e continua depois do mesmo; é mandamento, portanto, da
lei e da graça: da velha e da nova dispensação de que Cristo é o Sumo Sacerdote.
Logo, o Dízimo é mandamento de Deus, para todos seus filhos, em vigor, até a volta
de Cristo.
A nação de Israel deveria compreender que o templo dependia de suas
obrigações para com Deus e as coisas pertencentes ao Senhor, mas Israel em sua
rebeldia deixou de cumprir com estas ordenanças e Deus levanta pelo menos dois
profetas para exortar o povo a voltar ao caminho da obediência.
O profeta Ageu aparece em um período em que Israel retornava do cativeiro
e começaram a construir suas casas deixando de lado a reconstrução do templo, a
conseqüência foi que Israel semeava muito e recolhia pouco, eles esperavam muito e
recebiam pouco, Deus deixou claro que o motivo do céu estar fechado para
abundância de frutos era porque estavam voltados para os próprios interesses.
Havia uma preocupação natural: se iriam ofertar na casa do Senhor, sobraria
para edificarem suas próprias casas?
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A LEI DA SEMEADURA

Então Deus dá uma revelação através de Ageu: —“Minha é a prata, e meu


é o ouro, disse o SENHOR dos Exércitos”.
Alguns anos depois após reconstruírem o templo, Israel voltaria a
desobedecer a Deus, e a sofrer as conseqüências de seus pecados e Deus levantaria
mais um profeta para lhes exortar com muito mais firmeza: —“Roubará o homem a
Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas
ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta
nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na
minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu
não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que
não haja lugar suficiente para a recolherdes”.
Deus exorta mais uma vez o homem a confiar nele, que deveriam entregar
seus dízimos e ofertas e não se preocuparem, pois nada lhes haveria de faltar.
Diante dessas passagens vemos que o homem tem dificuldades em confiar
em Deus, nessas questões, percebemos que o homem o desobedece porque age de
maneira natural e o homem natural não pode compreender as coisas de Deus.
Paulo diz em 1ª Coríntios 9:10,11: —“Ou não o diz certamente por nós?
Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança
e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante. Se nós vos
semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais?”
Paulo está falando que se semeamos, é certo que colheremos, se investimos
certamente vamos ter o devido retorno.
Desde o princípio, Deus desejou que o homem fosse próspero e tivesse uma
vida abundante, quando Deus criou o homem, o criou para governar, ter controle e
domínio, mas o homem pecou e desde então o trabalho de Deus tem sido devolver ao
homem a vida abundante que planejou. Quando Deus escolheu Abrão lhe prometeu
que o abençoaria e engrandeceria sobremaneira. Isaque e Jacó receberam a mesma
promessa, quando resolveu tirar Israel do Egito sua promessa foi uma terra que
manaria leite e mel. Em Deuteronômio 28 Deus dá uma lista de bênçãos a serem
recebidas pelo seu povo. Deus usou profetas para relembrar ao homem que se o
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A LEI DA SEMEADURA

ouvissem comeriam o melhor dessa terra, até nos tempos de Cristo o homem não
conseguia se aproximar dessas promessas e então Jesus promete novamente uma vida
abençoada, ele promete que se cressem nele o homem teria uma vida abundante. Mas
com o passar dos anos o homem espiritualizou as palavras e descartou a hipótese de
ser abençoado financeiramente, Paulo diz em 1ª Coríntios 9:7, 9 : —―Quem jamais
[milita] à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou
quem apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado? Porque na lei de
Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura tem
Deus cuidado dos bois?”
Paulo está dando uma certeza aos crentes que, se plantassem iriam colher.
Diante disto, entendemos que o segredo da prosperidade está na lei da semeadura, em
dízimos e ofertas, que Deus prometeu não ficar devendo nada a ninguém, que se
confiasse em sua palavra ele iria suprir suas necessidades.
Todas as promessas do Senhor nesse sentido estão condicionadas á
obediência do homem e o exercício da fé em sua palavra
Todas as advertências ao homem para com o dinheiro estão relacionadas
com o desespero do homem em ser próspero. A teologia da prosperidade exige que
sejemos prósperos, e focaliza principalmente essa parte do evangelho ensinando que
o homem não pode passar por necessidades e angústias, isso fere o verdadeiro
evangelho que mostra que a verdadeira historia da vida é construída entre choro e
alegria. Esse ensino não prepara o homem para os dias maus, e o engana acerca da
caminhada cristã.
Jesus não condenou o dízimo, mas observou que o mais importante seria a
justiça, a misericórdia e a fé. Disse que o homem não deveria andar ansioso por essas
coisas e que o processo natural de que busca o reino de Deus é ter suas necessidades
supridas, Davi escreveu que a bondade e a misericórdia o seguiriam por todos os dias
da sua vida. Isso ensina que o homem não deve se desesperar, mas confiar; também
ensina que se o homem acreditar pode sim receber da parte de Deus bênçãos
materiais para sua vida. Que se observarmos a sua palavra poderemos ser abençoados
sem nos desviarmos.
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A LEI DA SEMEADURA

A bíblia diz que os passos do homem bom são confirmados pelo Senhor, ou
seja, o homem bom será corrigido pelo Senhor se ele se afastar do caminho, se tomar
decisões erradas Deus endireitará suas veredas. Isaías diz que se ele quiser se desviar
ouvirá uma voz dizendo qual o caminho (Is 30.21). Ainda diz a bíblia que se esse
homem cair, não ficará prostrado, pois a mão do Senhor o susterá!
Entendemos que a lei da semeadura na área financeira é real e tangível, e
como as demais áreas da nossa vida dependem da fé para ser conquistada.

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A LEI DA SEMEADURA

SEMENTE DA CARNE

“Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção”. Gl 6: 8ª

Trataremos da semente que mais atormenta o homem, é a única que não


depende da fé para ser semeada, não depende da disposição, sua semeadura é quase
incontrolável, a semente da carne é aquela que quando nos apercebemos já
semeamos, quando nos damos conta estamos ceifando a colheita dos dissabores, e
lamentamos amargamente não termos evitado a semeadura.
Paulo diz claramente acerca do tipo de frutos que colhemos ao semearmos
na carne, ceifaremos corrupção. A palavra corrupção segundo o dicionário Silveira
Bueno quer dizer: depravação, suborno e desmoralização. O dicionário da bíblia
Almeida define corrupção como: ato de CORROMPER; depravação (Ed. 9: 11; Tg.
1: 27; 2Pe. 1: 4); apodrecimento (Sl. 16: 10; 1Co. 15: 50).
A medicina ainda define como desvio ou perturbação de uma função
normal, sobretudo no terreno psíquico.
Entendemos que essas definições chegam a uma conclusão: Porque o que
semeia na sua carne da carne ceifará a desmoralização moral e, conseqüente,
escândalo e perda de autoridade.
As práticas da carne não têm sido facilmente descartadas por muitos dos
filhos de Deus, a estrada que conduz à ruína, está sempre chamando a atenção de
muitos que insistem em brincar com o pecado. Mesmo as pessoas mais justas podem
tropeçar e cair, se deixarem de "vigiar e orar".
Paulo nos revela em Romanos 7 a luta entre o espírito e a carne, o pecado
sempre fez e sempre fará estragos na vida de quem anda de mãos dadas com ele. Em
Oséias 8: 7 e 10: 13 a bíblia diz: “Porque semearam vento, e segarão tormenta, não
haverá seara, a erva não dará farinha; se a der, tragá-la-ão os estrangeiros...”
“...Lavrastes a impiedade, segastes a iniqüidade, e comestes o fruto da mentira;
porque confiaste no teu caminho, na multidão dos teus poderosos”. Em Provérbios
22: 8 diz: “O que semear a perversidade segará males; e com a vara da sua própria
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A LEI DA SEMEADURA

indignação será extinto”. Em Jó 4:8 diz “Segundo eu tenho visto, os que lavram
iniqüidade, e [semeia]m mal, segam o mesmo”.
O fruto da desobediência é tristeza e amargura, vergonha e indignação e,
por fim, morte.
A bíblia fala de alguns que se enveredaram pelo caminho da iniqüidade,
semearam na carne e ceifaram corrupção.
Sansão foi um herói bíblico que teve sua vida marcada pela vergonha e o
embaraço. De todos os heróis da fé Sansão é aquele que mais revela a fraqueza dos
homens de Deus, ele é símbolo do crente que despreza a sua chamada e unção.
Sansão tinha tudo para ser um ícone entre os Cristãos, tinha tudo para o seu nome
figurar entre Davi e Abraão, mas Sansão é aquele que despreza a oportunidade de ser
luz, sal e exemplo para sua geração. É um marco de vergonha e tristeza, De todos os
heróis da bíblia Sansão é aquele que não temos coragem de dizer aos filhos: Seja
como Sansão!!!
Desde o início do seu ministério, Sansão procurou alimentar a carne,
quando advertido pelos pais acerca da mulher filistéia, pois se encantou, ele
respondeu “... toma-me esta, porque ela agrada aos meus [olhos]”. Ele comeu mel
do ventre de um animal morto, quando seu voto dizia para não se aproximar de
cadáveres.
Sansão semeou prostituição: “E foi-se Sansão a Gaza, e viu ali uma
mulher prostituta, e entrou a ela”. (Jz. 16: 1). Nos VS. 10 e 13 ele omitiu a verdade
a Dalila, mas se simplesmente dissesse: ―Isso é um segredo de Deus e não posso
revelar-lhe‖, não estaria semeando também a mentira, por duas vezes. A colheita, no
VS. 20 foi ficar cego espiritualmente, pois não sabia que o Senhor se tinha retirado
dele. No VS. 21 Ficou cego fisicamente, pois arrancaram-lhe os olhos.
A bíblia fala de um Rei que poderia ter tido um reinado nobre, não obstante
semeou na carne e colheu os frutos da decepção.
Para Saul (1 Sm. 15: 3) a ordem era para ferir a Amaleque e destruir tudo o
que tivesse. Era para matar homem, mulher, meninos até os de peito, boi, ovelhas,
camelos e até os jumentos. No VS. 9 diz que os animais não foram destruídos,
31
A LEI DA SEMEADURA

portanto, semeou a desobediência e perdeu o reino de Israel vers. 28. (1Sm. 18:7, 8)
E as mulheres, tangendo, respondiam uma às outras e diziam: Saul feriu os seus
milhares, porém Davi, os seus dez milhares. “Então, Saul se indignou muito, e
aquela palavra pareceu mal aos seus olhos; e disse: Dez milhares deram a Davi, e a
mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão só o reino?”. Saul semeou
a inveja e o Senhor se retirou dele VS. 12. (1Sm. 28:7, 13) semeou a feitiçaria pois
consultou a pitonisa de Em - dor. (1Sm. 31:4) A ausência do Senhor da sua vida,
levou-o ao desespero e acabou se suicidando, perdendo a oportunidade de reconciliar-
se com Deus e como conseqüência no futuro, a separação eterna após o julgamento
do Grande Trono Branco," no qual a sua alma será lançada no lago de fogo, junto
com o inferno e a morte (Ap 20.14 )‖. É o que a Bíblia chama de segunda morte ou
separação eterna da presença de Deus. Lá também estará o diabo, a besta e o falso
profeta (Ap 20.10). Geazi (2Rs. 5: 22, 25), semeou a mentira e colheu a lepra de
Naamã VS. 27. Davi ( 2Sm. 12:9) semeou adultério e homicídio, a colheita foi a
morte do filho do adultério ( 2Sm. 12:19) escândalo perante todo o Israel (2Sm.
16:22) perdeu a autoridade como rei sendo amaldiçoado e apedrejado por Simei
parente distante de Saul ( 2Sm. 16:5-13), foi repreendido por Joabe seu general de
exército quando chorava pela morte de Absalão seu filho ( 2Sm. 19:5-8).
E o que não dizer de Judas que semeou a hipocrisia, roubava dos discípulos
e do Senhor as ofertas arrecadas, semeou a ganância e colheu a perdição.
Os que semeiam na carne, sejam ímpios ou piedosos, colherão seus
respectivos frutos, às vezes, como na casa de Saul e Judas, poderão colher até mesmo
a corrupção eterna.
Paulo fala de uma batalha entre o homem espiritual e o homem carnal, Jesus
disse: “em verdade o espírito está pronto, mas a carne é fraca”.
Sentimos a necessidade de buscar a Deus quando resolvemos abandonar as
obras da carne. Jesus disse que a árvore seria conhecida por seus frutos, uma árvore
boa não pode produzir maus frutos. Não estou dizendo com isso, que não podemos
falhar, errar, ter momentos de fraqueza, estou dizendo que não podemos produzir
frutos maus.
32
A LEI DA SEMEADURA

Paulo esclarece isso na sua 2ª carta aos Tessalonicenses dizendo: — “Para


que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na
iniqüidade”. Em Romanos ele diz: — “E, como eles não se importaram de ter
conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para
fazerem coisas que não convêm; Estando cheios de toda a iniqüidade, prostituição,
malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano,
malignidade; Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus,
injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e
às mães; Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem
misericórdia; Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os
que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que
as fazem”.
Resumindo, aqueles que semeiam na carne não fazem simplesmente por
ignorância, mas porque não tiveram prazer em conhecer a verdade, o outro lado da
história a possibilidade de produzir frutos pelo Espírito.
Diante disso, os que semeiam na carne não podem ter outro final se não
colher corrupção, ainda que venham mais tarde a conhecer a verdade, o amor de
Cristo e o evangelho, colherão os frutos de seu plantio. Jacó é um grande exemplo de
alguém que semeia na carne, ele tinha a promessa, a chamada, as condições para
cumprir seu chamado, todavia, Jacó não acreditava que Deus pudesse cumprir sem
sua ajuda, herdou de Abraão seu avô a ambição de ajudar a Deus, e quis cumprir as
promessas que ouvira de sua mãe pela força da carne, enganando, mentindo,
trapaceando, e acabou colhendo na sua jornada, o medo, a angústia e o engano.
Muitos acham que podem fazer maldades, podem humilhar os mais fracos, podem
enganar fazer de tudo para chegar ao topo, sem se importar com as conseqüências.
Mas um princípio que aprendemos na lei da semeadura é que a colheita
certamente virá, mas que tem tempo definido por Deus para começar a colher, a
bíblia diz: “Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de
arrancar o que se plantou”.

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A LEI DA SEMEADURA

Não há ninguém que fique sem colher os frutos de suas sementeiras, e o


mais importante na lei da semeadura é que se plantou maçã, vai colher maçã, se
plantou abóbora, vai colher abóbora, se plantou espinheiro, vai colher espinheiro, se
plantou abrolhos vai colher abrolhos.
Parece redundância, mas há muitos que acham que podem plantar discórdia
e colher amizade, podem plantar inveja e colher honra, podem plantar ventos e colher
refrigério. Deus não tem privilegiados, nem favoritos, voltamos a dizer, seja justo ou
profano a bíblia diz que ele julgará a cada um segundo as suas obras.

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A LEI DA SEMEADURA

SEMENTE DO ESPÍRITO

“Mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl.


6:8b)

Esta é a antítese da semente da carne, não só isso, mas é também o remédio


para coibir as obras da carne, porque Jesus disse para sermos capazes de produzir
apenas um tipo de fruto, ou os frutos são bons ou maus. Assim, toda a árvore boa
produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.
Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons
(Mt.7:17,18).
Muito tem se comentado a respeito do chamado cristão e suas obras, e este
tem sido motivo de muito embaraço para a igreja hodierna por sofrer com crentes que
não produzem frutos espirituais.
Jesus revelou em suas palavras sobre a parábola da videira, a necessidade de
produzirmos frutos, “Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no
fogo”. João batista dizia ―... Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento‖ (Mt.3:
8).
Paulo diz que, somente se produzirmos os frutos do Espírito estaremos
livres da condenação “... Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a
concupiscência da carne. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da
lei”. (Gl. 5:16,18).
Jesus falou em João 15 sobre as fases desses frutos e a necessidade deles
permanecerem.
A bíblia também revela alguns que deixaram de semear na carne para
semear no Espírito.
José: (Gn. 39: 9, 10) “Ninguém há maior do que eu nesta casa, e
nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como, pois, faria
este tamanho mal e pecaria contra Deus? E acontecendo que, falando ela a cada
dia a José, e não lhe dando ele ouvidos para deitar-se com ela” - a semeadura: Foi
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A LEI DA SEMEADURA

tentado a semear na carne, porém, semeou no Espírito. Semeou a fidelidade a Deus.


A Bíblia diz em (MT. 25:21): “E o seu Senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel.
Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”.
(AP. 2:10): “Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” - Semeou o temor a
Deus.
A Bíblia diz em Sl. 128:1- 4: — “Bem aventurado aquele que teme ao
Senhor e anda nos seus caminhos! Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz
serás, e te irás bem. A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua
casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua mesa. Eis que assim
será abençoado o homem que teme ao Senhor!”. (PV. 19:23): “O temor do Senhor
encaminha para a vida; aquele que o tem ficará satisfeito, e não o visitará mal
nenhum” - Colheita: Se tornou o segundo maior homem de todo o Egito. Foi cheio
de glória no Egito (Gn. 45:13) - Viveu até ver a terceira geração ( Gn. 50:23).
Jó: (Jó 13:15): “Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo, os meus
caminhos defenderei diante dele” - A semeadura: Semeou a confiança (fé) e
paciência em Deus. ( 1Pe. 1:7-9): “para que a prova da vossa fé, muito mais
preciosa do que o ouro que perece, e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e
honra e glória na revelação de Jesus Cristo; ao qual, não o havendo visto, amais;
no qual, não o vendo agora, mas crendo, vós alegrais com gozo inefável e glorioso,
alcançando o fim da vossa fé, a salvação da alma”. - A colheita : Bens materiais. “E
assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro; porque
teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois e mil jumentas”.
Familiar “Também teve sete filhos e três filhas. E chamou o nome da primeira
Jemima, e o nome da segunda Quezia, e o nome da terceira Quéren-Hapuque”.
Teve o seu ego massageado “E em toda a terra não se acharam mulheres tão
formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos”. Teve
abundância de dias “Depois disto viveu Jó cento e quarenta anos, e viu seus filhos, e
os filhos de seus filhos: até a quarta geração. Então morreu Jó, velho e cheio de
dias”.

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A LEI DA SEMEADURA

Sadraque,Mesaque e Abednego: (Dn 3.16): “Responderam Sadraque,


Mesaque e Abednego, e disseram ao rei: Ó Nabucodonosor, não necessitamos de te
responder sobre este negócio. Eis que o nosso Deus a quem nós servimos pode nos
livrar da fornalha de fogo ardente; e ele nos livrará da tua mão, ó rei. Mas se não,
fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de
ouro que levantaste”. Foram convidados a semear idolatria. A semeadura: Aqui
semearam confiança. A colheita: A confiança dos três jovens trouxe a glorificação a
Deus pelo rei pagão. “Falou Nabucodonosor, e disse: Bendito seja o Deus de
Sadraque, Mesaque e Abednego, o qual enviou o seu anjo e livrou os seus servos,
que confiaram nele e frustraram a ordem do rei, escolhendo antes entregar os seus
corpos, do que servir ou adorar a deus algum, senão o seu Deus”. A proibição de
blasfemar de Deus por decreto. “Por mim, pois, é feito um decreto, que todo o povo,
nação e língua que proferir blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e
Abednego, seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas um monturo; porquanto
não há outro deus que possa livrar desta maneira”. Prosperaram na província de
Babilônia. “Então o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abednego na
província de Babilônia”.
Noé: Vivendo em um mundo perdido, onde todos faziam mal, comiam,
bebiam, casavam e se davam em casamento, ou seja, a carnalidade era o fator
dominante daquela geração, Noé escolheu acreditar em Deus. Semeou justiça. A
bíblia o chama de pregoeiro da justiça (2ªPe 2:5) Semeou temor (Hb 11:7). Colheita:
Salvação. A bíblia diz: — “[Noé], porém, achou graça aos olhos do SENHOR”.
(Gn. 6:8). Foi salvo juntamente com sua família, colheu a misericórdia e o
livramento. Pai de uma nova geração: “Todo o animal que está contigo, de toda a
carne, de ave, e de gado, e de todo o réptil que se arrasta sobre a terra, traze fora
contigo; e povoem abundantemente a terra e frutifiquem, e se multipliquem sobre a
terra” (Gn. 8:17).
Todos esses exemplos nos mostram que podemos produzir frutos de justiça,
semeando no Espírito, Jesus disse “Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e

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A LEI DA SEMEADURA

limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela
palavra que vos tenho falado.
Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto,
se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.
Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá
muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará;
e os colhem e lançam no fogo, e ardem”. (Jo 15:2-6)
Jesus está dizendo que devemos produzir frutos, mas também diz que não
podemos produzir de nós mesmos, já que é uma obra do Espírito.
O nosso trabalho é permanecer Nele, deixar que nos limpe através de sua
palavra. Paulo diz que não conheceria pecado se a lei não o dissesse. Nosso trabalho é
observar as escrituras para que sejamos limpos e possamos produzir mais frutos.
Semeando nós Espírito obedecemos a lei, e não sofremos condenação. Veja
o que Paulo diz: — “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei”.
(Gl. 5:22, 23)
Se escolhermos estas sementes teremos uma vida abençoada e profícua, não
somente nós, mas nossos filhos poderão colher os frutos dessa sementes.

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A LEI DA SEMEADURA

CONCLUSÃO

Entendemos que a lei da semeadura trata de uma lei irrevogável da parte de


Deus que afeta tanto o mundo espiritual quanto o material, sendo cada um de nós
responsáveis pelo nosso futuro, de acordo com o que semeamos.
Observamos a certeza de colhermos aquilo que plantamos que nesta lei do
plantio é livre, mas a colheita é obrigatória.
Vemos que esta lei não prioriza a ninguém e não tem prediletos ou
favoritos, mas todo aquele que semear certamente ceifará.
E por fim, entendemos a oportunidade de escolhermos o que vamos plantar,
temos um mar de opções para semear. Não precisamos estar sujeitos às
conseqüências da vida, não temos de ver a vida passar sem reagir, as coisas não
acontecem por casualidade, ou coincidência, elas têm um fundamento, e se crermos
nessa lei não desistiremos diante das intempéries da vida, mas vamos construir um
futuro de acordo com as nossas sementes.

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