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Resumen: Los rituales presentes en los juegos acompañan a la escalada evolutiva, de los
filogenéticos a los culturales, aunque sigan siempre a la saludable cohesión del grupo.
Presente en las sociedades primitivas, adquieren el status de palabra y se manifiestan
asociados al culto del sagrado, para garantizar la preservación de la relación con la
divinidad. El rito expresa una idea y no se puede desvincularlo de la imagen mítica que
ilumina y guía. Por la repetición y la transmisión se convierte en vehículo de tradición
cultural, en el cual hay orden, tensión, movimiento, solemnidad, ritmo y entusiasmo,
características lúdicas esenciales. Los juegos de pelota, muy populares, son parte de esta
tendencia presente en las civilizaciones antiguas, como la Sphaeromaquia entre los griegos y
el Pilicrepi, las asociaciones de jugadores de pelota, entre los romanos. Símbolo de la
integridad, la pelota tiene que ver con el rotundus alquímico, la imagen de la perfección, la
alegoría del mundo. Registros arqueológicos prehispánicos en México acompañan el origen y
el desarrollo del juego de pelota, que se revela como el producto de una tradición de más de
tres mil años y se puede considerar del status omnipresente de la cultura del maíz y del uso
del calendario. En el juego el tiempo, el espacio, las posturas y movimientos corporales
adquieren un valor simbólico unido a una representación mítica. La pelota no puede ser
tocada con las manos tampoco los pies. Su simbolismo expresa la lucha entre opuestos en
busca del orden cósmico y de la fertilidad, que se alcanza mediante un sacrificio humano por
decapitación. En Brasil, el fútbol, de raíces profundas en nuestra cultura, tiene su práctica
con los pueblos indígenas, con cambios menores. Así, el Xikunahity de los Parecis se juega
con la cabeza, celebrando Wazare, la entidad mítica de su cultura, con la pelota de látex
mangabeira. En el Alto Xingu, el Katulaiwa se juega con las rodillas, también con el objetivo
de seguir con la cultura del pueblo. El fútbol ha tenido buena aceptación entre los grupos
étnicos que participan en los Juegos de los Pueblos Indígenas. Se observa, sin embargo, que
además del gran compromiso que el juego despierta, aspectos rituales y simbólicos de
cohesión y renovación cultural se deben preservar.
Palabras clave: juego de pelota; juego indígena; simbolismo del juego; ritual del juego.
A etnia Paresi é formada por 45 aldeias. Cultivam arroz, milho e batata doce e
comercializam seu artesanato em cerâmica.. Entre os pareci, o esporte só é praticado durante
grandes cerimônias, como: oferta da primeira colheita das roças, iniciação dos jovens de
ambos os sexos, reforma das flautas sagradas, caça, pesca e coleta de frutas silvestres
abundantes e a reincorporação de um espírito novo em doentes terminais. Atualmente, o
Xikunahity tem sido a modalidade mais praticada pelos paresi nos Jogos Indígenas.
Além do caráter místico, os paresi também praticam o esporte como diversão. É
realizado em campo de terra batida para que a bola ganhe impulso. A confecção da bola
também segue um ritual. Na fabricação, o látex da mangaba é colocado ao fogo, sobre uma
frigideira, até tomar um aspecto de panqueca. Em seguida, o índio morde a massa e a sopra
para formar a bola. O látex é espalhado em tiras sobre uma mesa, onde o material seca: a bola
é envolvida por camadas e fica mais espessa e pesada. A escolha da seringa de onde é extraída
a mangaba também é cuidadosa, não podendo esta ser fina. Para confeccionar a bola é
importante que o dia esteja quente e ensolarado, o que ajuda na secagem da liga.
Várias outras modalidades de jogos com bola são praticados no Brasil por povos
indígenas de diversas etnias, como o Rõkrã, jogado pelos Kaiapós, no estado do Pará, ao norte
do Brasil. Neste jogo, os atletas usam uma borduna como bastão e tentam rebater um côco,
que funciona como bola, para o campo adversário. O jogo assemelha-se muito ao Lacross,
praticado no Canadá, também de origem indígena, de onde se apreende a grande difusão
cultural que os jogos permitem, ultrapassando fronteiras geográficas e políticas.
Conforme tradições culturais desportivas dos povos indígenas no Brasil, há
informações de que etnias que desapareceram, praticavam diferentes versões do jogo de bola,
como os indígenas habitantes do Alto Xingu, MT, que praticam um esporte em que a bola era
arremessada usando somente os joelhos, chamado Katulaiwa, onde a regra se assemelha ao do
futebol. O primeiro encontro de indígenas de diferentes etnias para a prática do futebol,
aconteceu no dia 19 de abril de 1979, Dia do Índio. Foi organizada uma seleção indígena de
futebol, da qual participaram os Karajá, Terena, Bakairi, Xavante e Tuxá. Dessa experiência,
nasceu uma equipe de futebol de campo e salão composta por estudantes indígenas, chamada
Kurumim.
No Brasil, os Jogos dos Povos Indígenas foram criados com o objetivo de aproximar
os diferentes grupos étnicos e de valorizar suas diversas culturas, criando condições para que
expressem sua identidade cultural por meio dos jogos e de outras manifestações. Iniciaram-se
em 1996, com a participação de 29 etnias. Em suas diversas edições, esses jogos têm
evidenciado a valorização dos jogadores pelos oponentes, portanto honrando-os (Rubio;
Futada & Silva, 2006). Verifica-se o cuidado dos organizadores desses Jogos em buscar
manter firmes seus objetivos culturais, evitando o mero espetáculo de entretenimento.
Considerações finais
A presença viva e atuante dos Jogos de Bola nas mais variadas culturas e sociedades atuais
evidencia sua força de conservação e inovação, de manutenção da história, com seus valores,
desafios e conquistas, assim como de suas transformações. O caráter simbólico e ritualístico
dos jogos de bola pode ser visto desde a pelada que é jogada na praia aos grandes
campeonatos internacionais de futebol, entre outros jogos de bola. A delimitação da quadra
configura o espaço reservado do jogo, onde valem suas regras, onde os adversários precisam
respeitá-las sob o risco de serem excluídos. A duração do jogo também delimita seu tempo,
tempo este diferente do das obrigações habituais do dia-a-dia, delimitação temporal esta que
traz em sua memória a ruptura com a realidade e o vínculo mítico com o sagrado. Daí a
grande comoção que acompanha os jogos. Jogadores e torcedores das diversas agremiações
unem-se de corpo e alma. Daí também os riscos que essas competições trazem consigo, de
extrapolação emocional, com possíveis agressões físicas e verbais. Veículo de vida, o jogo
traz em seu cerne o risco da morte, seu complemento natural, daí também a relevância de
estar atrelado a valores culturais e humanos de convivência.
Referências