Você está na página 1de 51

INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
INTRODUÇÃO

Um Sistema Instrumentado de Segurança deve


ser capaz de agir em situações de perigo,
alertando e controlando o processo, e até mesmo
colocando o sistema em shutdown.
INTRODUÇÃO

Gases inflamáveis
MAIOR POTENCIAL
DE RISCO
ÁREA CLASSIFICADA Poeira

Combustível

Necessitamos de equipamentos e de instrumentação, de forma que estes


não possam representar uma fonte de potencial risco de ignição (centelhas
ou pontos quentes acima das temperaturas de autoignição dos gases ou
poeiras presentes.
Introdução

Refinária Terminais de
de armazenament
Navios petróleo o de petróleo e
derivados Gasodutos
petroleiros e
oleodutos

Posto de abastecimento
de gasolina, álcool diesel,
gás natural
Industrias
ÁREA COM
químicas e
POTENCIAL DE
EXPLOSIVIDAE
petroquímicas

Silos de
armazenamento
de grãos
Industria de
açúcar e de
Industria álcool
alimentícia Áreas de TQ de
abastecimentos armazenamento
de aviões de combustíveis
INTRODUÇÃO
Cite uma das principais fontes de
ignição em áreas com atmosferas
explosivas?

A presença de equipamentos elétricos em áreas com atmosferas


explosivas constituem uma das principais fontes de ignição dessas
atmosferas, quer pelo centelhamento normal como na abertura e
fechamento de contatos, como devido a temperatura elevada
atingida pelo mesmo em operação normal ou em falhas.
Classificação de Áreas

Áreas perigosas (Hazardous Areas) são locais onde existe ou pode existir uma
atmosfera potencialmente explosiva ou inflamável devido à presença de gases,
vapor, poeiras ou fibras.

Classificação das áreas perigosas

ZONAS – usadas para definir a probabilidade da presença de materiais inflamáveis;

TIPOS DE PROTEÇÃO – que denota o nível de segurança para um dispositivo e;

GRUPOS – que caracterizam a natureza inflamável do material.


Classificação de Áreas
ZONAS
(ABNT NBR IEC 60079-10)
Classificação de Áreas
ZONAS
(ABNT NBR IEC 60079-10)
Classificação de Áreas
ZONAS
Conceito de zonas para áreas com poeira
combustível (ABNT NBR IEC 61241)
Frequentemente,
Atmosfera Explosiva: continuamente, ou por longos
• poeira combustível em nuvem no ar períodos

Atmosfera Explosiva: Ocasionalmente em


• poeira combustível em nuvem no ar operação normal

Local onde é improvável de


ocorrer (em condições
Atmosfera Explosiva: normais) E se ocorrer será
• poeira combustível em nuvem no ar por um curto período de
tempo.
Classificação de Áreas
Defina atmosferas explosivas?

ABNT NBR IEC 60079-0/2013

“Mistura com ar, sob condições atmosféricas, de


substâncias inflamáveis na forma de gás, vapor, poeira,
fibras, ou combustíveis suspensos os quais, após ignição,
permitem autossustentação da propagação”
Classificação de Áreas

1 Área Segura

2 / 22 2

1 / 21 3

0 / 20 4

0 / 20 5
Classificação de Áreas
Triângulo do Fogo / Tetraédrica do Fogo
Classificação de Áreas
GRUPOS
Classificação de Áreas
Grupos de Equipamentos
Grupo I (minas de carvão):

Equipamentos elétricos destinados para utilização em minas de carvão suscetíveis ao


gás metano (Grisu).

Nos tipos de proteção do Grupo I, é levada em consideração a


ignição do Grisu e da poeira de carvão, assim como proteção
física para utilização subterrânea.
Classificação de Áreas
Grupos de Equipamentos
Grupo II (gases):
Equipamentos elétricos para utilização em locais com atmosfera explosiva de gás. O
grupo II é subdividido em:

• IIA, um gás representativo é o propano.


• IIB, um gás representativo é o etileno.
• IIC, um gás representativo é o hidrogênio.

OBS: Equipamento certificado para o Grupo IIB é


adequando para o Grupo IIA. Equipamento certificado
para grupo IIC é adequado para os Grupos IIA e IIB.
Classificação de Áreas
Grupos de Equipamentos
Grupo III (poeiras):
Equipamentos elétricos para utilização em locais com atmosfera explosiva de poeira.

O grupo III é subdividido em:


OBS: Equipamento certificado para o Grupo IIIB
• IIIA: fibras combustíveis. é adequando para o Grupo IIIA. Equipamento
certificado para grupo IIIC é adequado para os
• IIIB: poeiras não condutoras.
Grupos IIIA e IIIB.
• IIIC: poeiras condutoras.
Classificação de Áreas
Grupos de Equipamentos
Classificação de Áreas
Grupos de Equipamentos
Classificação de Áreas
CLASSES DE TEMPERATURA

As normas (NBR 9518) também classificam as


temperaturas máximas de superfície para
equipamentos elétricos do Grupo II.
Classificação de Áreas
Máxima temperatura de superfície
A ABNT NBR IEC 60079-0/2013
define:

“Maior temperatura que é


atingida em serviço sob as
condições mais adversas (mas
dentro de uma tolerância
especificada) por qualquer
parte ou superfície do
equipamento elétrico”.
Classificação de Áreas
Máxima temperatura de superfície

A ABNT NBR IEC 60079-0/2013


define:

ATENÇÃO: quanto maior a classe de temperatura (T6)


menor é a temperatura de superfície atingida pelo
equipamento. Exemplo: o equipamento classificado
como T6 é adequado para instalações com T5, T4, T3,
T2 e T1.
Classificação de Áreas
Nível De Proteção De Equipamento (EPL)

ABNT NBR IEC 60079-0/2013

“Nível de proteção atribuído ao equipamento baseado em sua


probabilidade de se tornar uma fonte de ignição e distinguindo as
diferenças entre atmosfera explosiva de gás, atmosfera explosiva de
poeira e atmosfera explosiva em minas suscetível ao grisu”.
Classificação de Áreas
Nível De Proteção De Equipamento (EPL)
• Minas de carvão sujeitas a grisu (Grupo I): EPL Ma: equipamento com nível
de proteção “muito alto”.
EPL Mb: equipamento com nível de proteção “alto”.
•Gases (Grupo II):
EPL Ga: equipamento com nível de proteção “muito alto”.
EPL Gb: equipamento com nível de proteção “alto”.
EPL Gc: equipamento com nível de proteção “moderado”.
• Poeiras (Grupo III):
EPL Da: equipamento com nível de proteção “muito alto”.
EPL Db: equipamento com nível de proteção “alto”.
EPL Dc: equipamento com nível de proteção “moderado”.
Classificação de Áreas
Nível De Proteção De Equipamento (EPL)
Classificação de Áreas
Descrição dos Tipos de Proteção.
• À Prova de Explosão Ex d (“Explosion Proof” ou “Flame Proof”)
Invólucro à prova de explosão: é um sistema suficientemente resistente e vedado
para não propagar uma explosão, e cuja temperatura superficial não provoque a
ignição de uma atmosfera explosiva.

Esses invólucros são construídos de forma a, ocorrendo a ignição de uma


mistura dentro dele, resistir mecanicamente à pressão, impedindo que a
explosão se propague para o meio externo.
Classificação de Áreas
Descrição dos Tipos de Proteção.
• À Prova de Explosão Ex d (“Explosion Proof” ou “Flame Proof”)
Invólucro à prova de explosão: é um sistema suficientemente resistente e vedado
para não propagar uma explosão, e cuja temperatura superficial não provoque a
ignição de uma atmosfera explosiva.

Esses invólucros são construídos de forma a, ocorrendo a ignição de uma


mistura dentro dele, resistir mecanicamente à pressão, impedindo que a
explosão se propague para o meio externo.
A largura e comprimento destes interstícios (limitados aos valores
normalizados) devem ser suficientes para que o gás se resfrie antes de
alcançar o ambiente externo.
Aplicação: Zonas 1 e 2.
Classificação de Áreas
Descrição dos Tipos de Proteção.
• Segurança Aumentada (Ex e) (NBR 9883/87 e IEC 79-7)
Equipamento elétrico de segurança aumentada é aquele que “sob condições
normais de operação não produz arcos, faíscas ou aquecimento suficiente para
causar ignição da atmosfera explosiva para a qual foi projetado, e no qual são
tomadas as medidas adicionais durante a construção, de modo a evitar com maior
segurança, que tais fenômenos ocorram em condições de operação e de sobrecarga
previstas”..

. Equipamentos típicos com segurança aumentada são os transformadores de


potência e de medição, luminárias e caixas de distribuição e de ligação.
Aplicação: Zonas 1 e 2.
Classificação de Áreas
Descrição dos Tipos de Proteção.
• Equipamento Elétrico Imerso em Óleo - Ex o (NBR 8601 e IEC 60079-6)

O equipamento elétrico é imerso em óleo de tal modo que não inflame uma
atmosfera inflamável acima do líquido ou na parte externa do invólucro. Este tipo de
proteção é aplicável somente para equipamentos fixos.

Aplicação: Zonas 1 e 2.
Classificação de Áreas
Descrição dos Tipos de Proteção.
• Equipamentos Pressurizados – Ex p

Neste tipo de proteção uma pressão positiva superior à pressão atmosférica, é


mantida no interior do invólucro de modo a evitar a penetração de uma atmosfera
explosiva que venha a existir ao redor do equipamento.

São definidos três tipos de pressurização que reduz a classificação no interior do


invólucro pressurizado de:
• px – Zona 1 para não classificada ou Grupo I para não classificada;
• py – Zona 1 para Zona 2;
• pz – Zona 2 para não classificada.
Aplicação: Zonas 1 e 2.
Classificação de Áreas
Descrição dos Tipos de Proteção.
• Equipamento Elétrico Encapsulado – Ex m

As partes que podem causar ignição são encapsuladas por uma resina de modo a
não conseguir inflamar uma atmosfera explosiva externa.
Aplicação: Zonas 1 e 2.
Classificação de Áreas
Descrição dos Tipos de Proteção.
• Equipamentos de Segurança Intrínseca – Ex i
São aqueles que em condições normais (isto é, abertura e fechamento do circuito)
ou anormais (curto circuito, falta à terra) não liberam energia suficiente para
inflamar a atmosfera explosiva.

categoria: “ia” – estes são projetados de tal forma que não são capazes de causar uma
ignição em operação normal e mesmo com aplicação de duas falhas evidentes mais as
falhas não evidentes; e
“ib” – que são aqueles incapazes de causar uma ignição em operação normal e com a
aplicação de uma falha evidente mais a aplicação das falhas não evidentes.
Aplicação: “ia” – Zona 0; e “ib” – Zonas 1 e 2.
Classificação de Áreas
Descrição dos Tipos de Proteção.
• Equipamento Elétrico não Acendível – Ex n

Equipamentos que, em condições normais de operação e sob determinadas


condições anormais especificadas, não causam a ignição da atmosfera explosiva de
gás existente no ambiente.
Aplicação: Zona 2
Classificação de Áreas
Ponto de Fulgor (“Flash-Point”)

• Menor temperatura na qual um líquido libera vapor em quantidade suficiente


para formar mistura inflamável.
Classificação de Áreas
Limites Superior e Inferior de Explosividade
L.I.E. e L.S.E. (% volume do gás no ar)
Classificação de Áreas
Limites Superior e Inferior de Explosividade
L.I.E. e L.S.E. (% volume do gás no ar)
Classificação de Áreas
Limites Superior e Inferior de Explosividade
L.I.E. e L.S.E. (% volume do gás no ar)

Etanol

Dadas as informações dos limites:


Superior (LES): 19,0%
Inferior (LEI): 3,3%

19,0%
Construa o gráfico representativo de
explosividade?
3,3%
Classificação de Áreas
TEMPERATURA DE IGNIÇÃO DE GASES INFLAMÁVEIS
NORMA ABNT NBR IEC 60079-20-1

Temperatura específica para cada substância inflamável, suficiente para causar


uma reação de ignição espontânea de mistura explosiva com o ar, quando em
contato com superfícies ou pontos quentes.

Produto Temp. Ignição


Gasolina 253 ºC

Óleo Diesel 329 ºC

Etanol 363,10 ºC

Butano 372 ºC

Propano 450 ºC

GNV 538 ºC

Hidrogênio 588 ºC
Classificação de Áreas
Triângulo da Explosão em Atmosferas Explosivas

Evitar a ocorrência simultânea dos


3 componentes necessários para
que ocorra a explosão.

Instalar equipamento elétrico com um tipo


específico de proteção para atmosfera
explosiva buscando promover a eliminação ou
isolar as fontes de ignição.
Classificação de Áreas
Triângulo do Fogo / Tetraédrica do Fogo
INTRODUÇÃO
Prevenção
Como funciona o
Sistema de Camadas de
Instrumentação de Proteção

Segurança?
Mitigação

Qual a finalidade Tem por finalidade impedir o


da camadas de início de uma falha.
prevenção? Ex: alarmes industriais.

Controlam as consequências geradas


Qual a finalidade
pelas falhas, uma vez que as mesmas já
camadas de
foram iniciadas. Exemplo disso é o
mitigação?
sistema de detecção e combate ao fogo.
INTRODUÇÃO
O Sistema Instrumentado de Segurança atua de maneira independente
das demais camadas de proteção em uma planta, garantindo ainda
mais proteção contra as falhas e suas consequências.
INTRODUÇÃO
O SIS está posicionado na camada acima de controle do processo –
ainda na área de prevenção -, porém deve ser capaz de intervir após a
camada de alarmes.

Isto porque através dos alarmes industriais pode-se prevenir uma


série de acidentes anteriormente ao acionamento do SIS. Atuar com
um gerenciamento de alarmes eficiente é uma tarefa essencial para a
segurança industrial.

Por isso, o SIS deve ser arquitetado para empregar um conjunto de


funções de segurança ao ocorrer uma falha inaceitável ao processo. Ele
é geralmente composto por sensores, unidades lógicas e
atuadores para a realização de sua função.
INTRODUÇÃO
Além disso, o sistema é geralmente implantado usando
um CLP (Controlador Lógico Programável) de segurança. Estes serão
responsáveis pelo processo de aquisição de dados informados pelos
sensores, realização de cálculos e geração de saídas.

Para a implantação eficaz, é necessário compreender a fundo os


riscos envolvidos nos processos de sua indústria, mensurá-los e
estudá-los.

Portanto, somente a partir disso é que será possível traçar um


projeto para implantar o Sistema Instrumentado de Segurança, com o
nível de segurança preestabelecido e de encontro com as necessidades
para aquela determinada operação.
INTRODUÇÃO
Classificação de atuação do Sistema Instrumentado Segurança

De acordo com Amalfi (2017)

•Partial Shutdown System (PSD): ao reconhecer um problema em uma


área da planta, é responsável por desativar todos os dispositivos
conectados à esta mesma área, não interferindo nos demais processos.

•Emergency Shutdown System (ESD): em casos mais complexos, onde o


número de variáveis ligadas ao problema é maior e envolve mais de uma
área, têm-se a necessidade de desativar mais do que apenas uma parte
do processo. Para isso, o ESD é responsável por desativar todas a planta
de forma segura.
INTRODUÇÃO
Classificação de atuação do Sistema Instrumentado Segurança

De acordo com Amalfi (2017)

•Burner Management System (BMS): dentro de um processo, a


temperatura das caldeiras industriais deve ser constantemente
monitorada, já que valores acima do recomendado podem gerar graves
acidentes. BMS é então aplicado para o controle desta temperatura,
garantindo a segurança do equipamento e do processo.

•Fire and Gas System (F&G): para acidentes com fogo e gases tóxicos, o
SIS é responsável por conter as consequências de acidentes ocorridos.
É composto por elementos capazes de detectar os focos, como
sensores.
INTRODUÇÃO
Normas e conceitos importantes para o Sistema
Instrumentado Segurança
As normas de segurança vigente para a indústria e que norteiam o
Sistema Instrumentado de Segurança são:

▪ IEC 61508
▪ S84.01
▪ IEC 61511

Nível de Integridade de Segurança (SIL)


A norma
apresenta dois
conceitos
importantes para
o SIS Ciclo de Vida de Segurança (SLC).
INTRODUÇÃO
Normas e conceitos importantes para o Sistema
Instrumentado Segurança

O SIL é um número inteiro podendo variar de 1 a 4 e representa o


nível aceitável de falha em um sistema de segurança, sendo 1 o
menor risco e 4 o maior risco.
INTRODUÇÃO
Normas e conceitos importantes para o Sistema
Instrumentado Segurança

SLC é uma ferramenta utilizada para mapear todas as etapas


que irão ser indispensáveis para a obtenção de um alto nível
de segurança. Isso corrobora para que o SIS cumpra sua
função integralmente, se tornando efetivo dentro de um
processo.
INTRODUÇÃO
Benefícios do Sistema Instrumentado Segurança

▪ Redução de custos com acidentes, já que a frequência e

gravidade dos mesmos é diminuída;

▪ Aumento da produtividade em decorrência do aumento da

disponibilidade da planta;

▪ Adequação da indústria às normas requeridas, o que promove a

valorização da organização;

▪ Aumento da vida útil dos componentes do processo.


INTRODUÇÃO
Benefícios do Sistema Instrumentado Segurança

▪ Redução de custos com acidentes, já que a frequência e

gravidade dos mesmos é diminuída;

▪ Aumento da produtividade em decorrência do aumento da

disponibilidade da planta;

▪ Adequação da indústria às normas requeridas, o que promove a

valorização da organização;

▪ Aumento da vida útil dos componentes do processo.

Você também pode gostar