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VI Congresso Nacional de Administração e Contabilidade - AdCont 2015

29 e 30 de outubro de 2015 - Rio de Janeiro, RJ

Impacto do Conservadorismo Condicional e Incondicional sobre a Qualidade das


Informações Contábeis das Empresas Brasileiras Listadas na BM&Fbovespa.

Raul Ventura Júnior


Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis pela UFPB

Wenner Glaucio Lopes Lucena


Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis pela UFPB

RESUMO
Este artigo tem por objetivo analisar os impactos do conservadorismo condicional e
incondicional sobre a qualidade das informações contábeis das empresas listadas na
BM&FBovespa no período de 2010 a 2014, contemplando na amostra 156 empresas,
totalizando 624 observações, onde os dados foram coletados no banco de dados da
Economática®. Para se chegar ao objetivo da pesquisa, foram realizadas técnicas de análise
de dados, sendo a utilização de estatística descritiva, como também modelos de regressão, nos
quais estão embasados no modelo de Basu (1997), no qual o respectivo modelo foi
modificado para captação dos dois tipos de conservadorismo. Nos resultados evidenciados, a
variável DRit*RETit apresentou significância a 10%, em todos os modelos, a qual é
responsável em captar más notícias, onde o seu coeficiente δ3 nos três modelos foi positivo e
maior que zero, demonstrando a presença do conservadorismo. Contudo, a insignificância nas
demais variáveis nos modelos 2 e 3, que contém proxeis que medem, respectivamente, o
conservadorismo condicional e o conservadorismo incondicional, não demonstraram
significância na qualidade da informação contábil e no preço das ações, divergindo de outras
pesquisas internacionais. Estas divergências de resultados podem ser explicadas pelo tipo e
quantidade da amostra, como também, na realidade macroeconômica que esta amostra está
inserida.

Palavras-chave: Qualidade da informação contábil; Conservadorismo condicional;


Conservadorismo incondicional; Preço das ações.

1. Introdução

A contabilidade é uma ciência social que tem como um dos principais papéis
desempenhar a redução da assimetria informacional, amenizando os conflitos de interesses
entre o agente-principal, onde no mercado acionário, as informações geradas pela
contabilidade refletem essa importância, pois os investidores realizam técnicas de avaliação
das empresas e os analistas fazem previsões e decisões de compra de ações com base nos
lucros (ISMAIL e ELBOLOK, 2011).
A qualidade da informação contábil é preponderante para que as informações geradas
tenham maior transparência e, por conseguinte, tragam maior confiabilidade aos usuários. No
Brasil, por meio da norma CPC 00_R1, encontram-se as características qualitativas da
informação contábil, onde as mesmas são divididas entre fundamentais e características
qualitativas de melhoria.
O poder informacional torna-se necessário para os usuários das informações contábeis,
mas essa transparência poderá ser comprometida por atuações empresarias, nas quais existem
interesses em não evidenciar informações confiáveis, podendo representar um melhor
desempenho financeiro, inclusive por meio de políticas contábeis mais conservadoras
(MOREIRA, COLAUTO e AMARAL, 2010).
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Sendo assim, é importante para o usuário da informação contábil, seja ele investidor
ou analista, que tenha uma informação transparente e não comprometida, para que dessa
forma, haja uma melhor capacidade de informação, trazendo uma diminuição da assimetria
informacional.
Conforme Almeida (2010), a capacidade informativa gerada pela contabilidade, em
específico, o lucro, pode ser mensurado por várias métricas, dentre elas: relevância da
informação contábil (value relevance), tempestividade nos números contábeis (timeliness),
conservadorismo condicional (conditional conservatism) e gerenciamento de resultados
(earnings mangement).
Dentre as métricas utilizadas para medir a capacidade informacional, descritas acima,
será destacado neste trabalho o conservadorismo, que, conforme Ball e Shivakumar (2005)
classificam-no em dois tipos de conservadorismo, o conservadorismo condicional e o
conservadorismo incondicional. O conservadorismo condicional significa a adoção de
métodos e políticas contábeis que reconhecem uma má notícia no resultado de forma mais
rápida do que uma boa notícia (ex-post ou notícias dependentes). Conforme Ball e
Shivakumar (2005), o conservadorismo incondicional significa a adoção de métodos de
contabilidade e as políticas que reduzem os lucros e o valor contábil dos ativos líquidos
independente de notícias econômicas (ex-ante ou de notícias independentes). A assimetria
informacional trazida pelo conservadorismo incondicional pode se explicada pela exposição
de valores menores para ativos e receitas, independentemente de sinalização de perdas
econômicas (MOREIRA, COLAUTO e AMARAL, 2010).
Observa-se que tanto o conservadorismo condicional como o incondicional podem
trazer impactos na qualidade da informação contábil, podendo inclusive provocar o
descasamento entre receitas e despesas do período corrente, de modo que os ganhos se tornem
menos persistentes. Além disso, quando a empresa aumenta o investimento, o
conservadorismo contábil leva a ganhos reportados mais baixos, criando mais reservas não
registradas, fornecendo aos gerentes maior flexibilidade para relatar mais renda no futuro
(ISMAIL e ELBOLOK, 2011). Por outro lado, o conservadorismo pode ser considerado
positivo, pois pode evitar a discricionariedade dos gestores.
Levando em consideração o conservadorismo, no contexto descrito acima, o presente
trabalho busca responder a seguinte questão de pesquisa: Quais são os impactos do
conservadorismo condicional e incondicional sobre a qualidade das informações
contábeis das empresas brasileiras listadas na BM&FBOVESPA?
O objetivo desta pesquisa é analisar os impactos do conservadorismo condicional e
incondicional sobre a qualidade das informações contábeis das empresas brasileiras listadas
na BM&FBovespa.
Esta pesquisa se torna relevante, pois se diferencia de estudos realizados recentemente,
já que será analisado o impacto dos dois tipos de conservadorismos (condicional e
incondicional) no mercado acionário brasileiro, nos últimos cinco anos.
Alguns trabalhos, recentemente, correlacionaram a qualidade da informação contábil e
o conservadorismo no Brasil, como o trabalho de Lima et al. (2015), que analisaram o efeito
dos estágios de ciclo de vida das empresas listadas na BM&FBovespa, no período de 1995 a
2011, onde, foi utilizado o conservadorismo como uma das métricas para a qualidade das
informações contábeis.
Este artigo tem como referência o trabalho realizado por Ismail e Elbolok (2011), onde
os mesmos realizaram uma pesquisa empírica sobre os impactos do conservadorismo
condicional e incondicional no mercado de ações do Egito. Beaver e Ryan (2005) também
tiveram o objetivo de pesquisar concepções para os dois tipos de conservadorismo,
desenvolvendo um modelo para capturar as distintas características e a relação entre o
conservadorismo condicional e incondicional.
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Na próxima seção será tratado o desenvolvimento das hipóteses, na qual terá uma
revisão da literatura sobre qualidade das informações contábeis e conservadorismo, como
também a descrição de pesquisas realizadas, para que, baseada na literatura, chegue-se na
formulação das hipóteses. Posteriormente, na metodologia, descreve-se a amostra e os
modelos utilizados na pesquisa. E, finalmente, a análise dos resultados e as conclusões e
contribuições para a literatura.

2. Fundamentação

2.1 Qualidade das Informações Contábeis

O assunto qualidade das informações contábeis vem sendo estudado por vários
pesquisadores nacionais e internacionais no decorrer dos últimos anos (Lima et al., 2015;
Paulo, Martins e Girão, 2014; Bhattacharya, Desai e Venkataramn, 2013; Dechow, Ge e
Shcarnd 2010).
No caso de Dechow, Ge e Shcarnd (2010), que realizaram pesquisas com várias
medidas de mensuração da qualidade da informação contábil, existem características a serem
observadas sobre a definição da qualidade das informações contábeis, podendo ser
condicionada à relevância da decisão da informação, à um informativo sobre o desempenho
financeiro da empresa e, também, pode ser determinada conjuntamente pela relevância do
desempenho financeiro subjacente à decisão e pela capacidade do sistema de contabilidade
para medir o desempenho.
Moreira, Colauto e Amaral (2010) identificam que quando uma boa informação
contábil está relacionada com estas mesmas informações, correlacionam-se com bons
indicadores de resultados futuros das empresas, estando também direcionadas a características
que refletem a sua utilidade aos diversos usuários.
Desta forma, conforme os autores, a qualidade da informação contábil não existe por
apenas existir, mas para atender finalidades que podem ser sintetizadas na necessidade em
predizer desempenhos e satisfazer as necessidades dos diversos usuários.
Contudo, para se chegar a uma definição e a realização de uma mensuração efetiva da
qualidade da informação contábil, ainda não há uma concordância, existindo várias métricas
para a medição como o conservadorismo, a persistência dos lucros, o gerenciamento de
resultados, o value relevance, a transparência e comparabilidade (LIMA et al., 2015).
Dentro deste escopo, pode-se relacionar a qualidade da informação contábil com a
assimetria informacional, pois a utilização de informações boas ou más trarão impactos
distintos aos usuários da informação. Isto pode ser confirmado na pesquisa de Bhattacharya,
Desai e Venkataramn (2013), onde se verificou que uma baixa qualidade das informações
contábeis é significativamente associada com a alta assimetria informacional.
Dentre as métricas utilizadas para se medir a qualidade da informação contábil, será
utilizado nesta pesquisa o reconhecimento assimétrico das perdas, isto é, o conservadorismo,
sendo estudado em vários outros estudos internacionais e nacionais recentes (SHROFF,
VENKATRAMAN e ZHANG, 2013; MOREIRA, COLAUTO e AMARAL, 2010;
ALMEIDA et al., 2012; LIMA et al., 2015; PAULO, MARTINS e GIRÃO, 2014).

2.2 Conservadorismo

Dentre as métricas para evidenciar a qualidade da informação contábil, será utilizado o


conservadorismo, tendo a sua importância para o monitoramento do contrato, onde se “possa
proteger antecipadamente de ameaças de perda de seus capitais” (COELHO e LIMA, 2007, p.
9).
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Trazem o significado do conservadorismo contábil, Shroff, Venkatraman e Zhang


(2013), consideram a escolha, em caso de dúvida, da solução que vai ser menos propensa a
exagerar bens e rendimentos e que, se duas estimativas de valores a serem recebidas ou pagas
são igualmente prováveis, o conservadorismo dita utilizar a estimativa menos otimista.
Ainda, Coelho e Lima (2007, p. 9) evidencia que o conservadorismo está relacionado
com a verificação dos sinais que mostram a “antecipação de registros sobre prováveis efeitos
futuros no fluxo de caixa”. Contudo, Basu (1997) considera no conservadorismo que os lucros
refletem más notícias mais rapidamente do que boas notícias, situação que poderia impactar
nas decisões contábeis, isto é, representando uma antecipação assimétrica do registro de
perdas econômicas, sendo esta definição utilizada na elaboração e discussão das hipóteses
apresentadas neste trabalho.
Na conceituação de conservadorismo, Coelho e Lima (2007) relata uma subdivisão da
medida, sendo subdividido em conservadorismo condicional e conservadorismo
incondicional. Conforme o autor, a definição de conservadorismo incondicional está
relacionada com o que foi citado por Shroff, Venkatraman e Zhang (2013), refletindo a
escolha da solução que vai ser menos propensa a exagerar bens e rendimentos. Já o
conservadorismo incondicional está relacionado a fazer correr, antes do tempo, o
reconhecimento de perdas econômicas ainda não realizadas, tomando como orientação fatos
atuais de caráter negativo.
Dessa forma, pode-se inferir que o conservadorismo condicional se trata da empresa
em captar informações negativas mais rápida do que informações positivas, para os seus
resultados. Já o conservadorismo incondicional, como o próprio nome diz, independe dessas
informações econômicas negativas, estando atrelado a prudência do profissional contábil, em
reconhecer resultados negativos em detrimento aos positivos.

2.3 Estudos Empíricos sobre Conservadorismo e a Qualidade da Informação Contábil

Basu (1997) sendo uma das referências no estudo do conservadorismo, considerando


seus resultados em lucros que refletem “más notícias” mais rapidamente do que “boas
notícias”, onde a referência para medir a sensibilidade das boas e das más notícias é baseada
no retorno das ações das empresas, ficando constatado nos resultados que a sensibilidade de
ganhos para retornos negativos é de duas a seis vezes maiores do que os lucros ao retorno
positivo.
Ball e Shvakumar (2005) utilizaram-se de uma amostra de empresas do Reino Unido
para confirmar a hipótese de que empresas de capital fechado são consideradas inferiores,
devido a diferente demanda do mercado e na regulamentação e fiscalização, onde a qualidade
é medida por meio do reconhecimento de perda oportuna de Basu (1997) e um novo método
baseado nos accruals, onde o resultado não foi afetado pelas variáveis tamanho, alavancagem
e relação com a auditoria.
Coelho e Lima (2007) avaliaram empresas brasileiras de capital aberto no período de
1995 a 2004, utilizando-se do modelo de Componentes Transitórios nos Lucros (BASU,
1997) e o conservadorismo condicional por meio do modelo de Associação entre
Apropriações Contábeis e Fluxos de Caixa (BALL e SHIVAKUMAR, 2005) e confirmaram a
hipótese de que os gestores das empresas em questão não praticam o conservadorismo
condicional.
O trabalho realizado por Almeida et al. (2012) investigou a relação entre a prática de
suavização de resultados e o conservadorismo condicional, utilizando-se o modelo de Basu
(1997) para identificar o grau de conservadorismo condicional presente em cada grupo. Foram
identificadas evidências que as empresas que possuem maior grau de conservadorismo
condicional são as que foram classificadas como não suavizadoras de resultado.
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Shroff, Venkataraman e Zhang (2013) testaram a hipótese da assimetria na


tempestividade por meio do proxy de Basu para boas e más notícias, onde foram inicialmente
utilizados 496.360 dados das firmas constantes nos dados da base do CRSP e do
COMPUSTAT, cobrindo o período de 1982-2007, onde o resultado encontrado foi que
retornos negativos extremos têm um poder explicativo significativamente maior para as
mudanças de lucros ganhos simultâneos do que retornos positivos extremos. Por outro lado,
os retornos positivos extremos tiveram uma correlação mais elevada com mudanças de lucros,
ao longo dos dois e três trimestres subsequentes.
Para saber o impacto da adoção das normas internacionais de contabilidade na
qualidade da informação contábil no Brasil, principalmente após a criação do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC) e entrar em vigor a lei de n° 11.638/2007, Paulo et al.
(2013) analisaram empresas brasileiras e europeias de capital aberto listadas na
BM&FBovespa no período de 2000 a 2011, nas quais foram analisadas o conservadorismo
por meio do modelo de Ball e Shivakumar (2005). Nos resultados, mostrou-se que a qualidade
da informação contábil não melhorou após a implementação das normas contábeis.
Com o propósito de verificar a qualidade da informação contábil nas empresas de
capital aberto da América Latina e dos Estados Unidos, Paulo, Martins e Girão (2014),
analisaram 2.526 companhias, em um período de 2005 a 2011, onde, em uma das métricas da
qualidade da informação contábil, os autores mediram o nível de conservadorismo (Ball &
Shivakumar, 2005). Os resultados indicaram que os relatórios financeiros latino-americanos
são menos conservadores (com exceção do Brasil) e têm nível similar de gerenciamento de
resultado em comparação com as empresas norte-americanas.
Lima et al. (2015) estudaram a relação do ciclo de vida e a qualidade das informações
contábeis das empresas listadas na BM&FBovespa, do período de 1995 a 2011, onde o
conservadorismo a persistências dos resultados e fluxos de caixa e o gerenciamento de
resultados serviram de parâmetro para medir a qualidade da informação, em que foram
identificadas variações consideráveis na qualidade das informações contábeis nos estágios de
ciclo de vida das companhias relacionadas na amostra.

2.4 Hipóteses da Pesquisa

Para analisar os impactos do conservadorismo condicional e incondicional sobre a


qualidade das informações contábeis das empresas brasileiras listadas na BM&FBOVESPA
será empregada neste artigo as seguintes hipóteses:

H1: A qualidade das informações contábeis tem uma relação negativa com o conservadorismo
condicional.
H2: A qualidade das informações contábeis tem uma relação positiva com o conservadorismo
incondicional.
H3: Os preços das ações têm uma relação negativa com o conservadorismo condicional.
H4: Os preços das ações têm uma relação positiva com o conservadorismo incondicional.

3. Metodologia

Nesta seção é evidenciada a construção da amostra da pesquisa, e como ela foi filtrada,
como também a explicação da construção dos modelos que serão utilizados nas regressões,
com o objetivo de analisar as hipóteses construídas nesta pesquisa.
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3.1 Amostra da pesquisa

Para a realização da pesquisa, foi colhida informações das empresas de capital aberto
listadas na BM&FBovespa contidas no banco de dados da Economática®, do período de 2010
a 2014. Este período foi delimitado, pois a partir de 2010 as empresas de capital aberto
passaram a apresentar suas demonstrações financeiras de acordo com as International
Financial Reporting Standards (IFRS).
Foram excluídas da amostra as empresas dos setores de seguro e financeiro, pois os
mesmos divergem em relação às características dos fundamentos dos demais setores, como
também empresas que não contiveram, em algum ano do período estudado, dados para a
realização da pesquisa, resultando em um quantitativo de 156 empresas, totalizando 624
observações, organizados com o auxílio de uma planilha eletrônica e analisados por meio de
um software estatístico.

3.2 Modelos

Para se realizar os testes das hipóteses, este trabalho seguiu a medida de ganhos
assimétricos no tempo de Basu (1997), já que, conforme Ismail e Elbolok (2011), esta medida
é a mais utilizada para conservadorismo e os resultados do modelo podem ser usados para
explicar o efeito da adoção de conservadorismo nos preços das ações, bem como encontrar
um relacionamento, se houver, entre o conservadorismo condicional e os preços das ações. As
regressões serão feitas em dados em painel.
Na regressão de Basu (1997) existe uma medida do conservadorismo, no qual
regridem ganhos em retornos e permite que o coeficiente de retorno varie de acordo com o
sinal do retorno. A medida de conservadorismo pelo qual serve de medida em que os ganhos
refletem más notícias mais rápido que as boas notícias, onde as boas e más notícias são
baseadas no sinal dos retornos das ações da empresa. Conforme a medida de Basu (1997),
quanto maior a antecipação assimétrica, maior é o grau do conservadorismo na firma. A
diferença em antecipação entre boa e má notícia é capturada por δ3, conforme a seguinte
equação abaixo:

𝐸𝑃𝑆𝑖𝑡
= 𝛿0 + 𝛿1 𝐷𝑅𝑖𝑡 + 𝛿2 𝑅𝐸𝑇𝑖𝑡 + 𝛿3 𝐷𝑅𝑖𝑡 ∗ 𝑅𝐸𝑇𝑖𝑡 + 𝜀𝑖𝑡 (1)
𝑃𝑖𝑡

Onde:
EPSit = Lucro por ação antes dos itens extraordinários, por firma i, no ano t;
Pit = Preço da ação no mercado de ações, por firma i, no ano t;
RETit = Retorno da ação no ano t; e
DRit = Variável dummy, servindo para separar boas notícias de más notícias, onde será igual a
“1” se RETit for negativo e “0” caso o contrário. Se más notícias forem reconhecidas em um
tempo hábil que boas notícias, δ3 será maior que zero (δ3>0). Sendo assim, quanto maior for
δ3, maior será o grau de conservadorismo condicional.

Na medida de Basu (1997) não se leva em consideração o impacto do


conservadorismo na qualidade da informação contábil, portanto, Ismail e Elbolok (2011)
incluíram uma variável para medir a capacidade de mensuração, sendo ele o fluxo de caixa do
índice de lucro líquido, sendo uma proxy de qualidade da informação contábil, para testar o
impacto do conservadorismo na qualidade das informações contábeis. Sendo assim, o
resultado da medida pode ser observado na seguinte equação abaixo:
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𝐸𝑃𝑆𝑖𝑡 𝐶𝑂𝐹𝑖𝑡
= 𝛿0 + 𝛿1 𝐷𝑅𝑖𝑡 + 𝛿2 𝑅𝐸𝑇𝑖𝑡 + 𝛿3 𝐷𝑅𝑖𝑡 ∗ 𝑅𝐸𝑇𝑖𝑡 + 𝛿4 + 𝜀𝑖𝑡 (2)
𝑃𝑖𝑡 𝑁𝐼𝑖𝑡

Onde:
EPSit = Lucro por ação antes dos itens extraordinários, por firma i, no ano t;
Pit = Preço da ação no mercado de ações, por firma i, no ano t;
RETit = Retorno da ação no ano t; e
DRit = Variável dummy, servindo para separar boas notícias de más notícias, onde será igual a
“1” se RETit for negativo e “0” caso o contrário. Se más notícias forem reconhecidas em um
tempo hábil que boas notícias, δ3 será maior que zero (δ3>0). Sendo assim, quanto maior for
δ3, maior será o grau de conservadorismo condicional.
CFOit/NIit = Fluxo de caixa do índice de lucro líquido (proxy de qualidade da informação
contábil)

Ismail e Elbolok (2011) utilizaram a equação da regressão (2) para medir o


conservadorismo condicional e para testar a relação com a qualidade das informações
contábeis e os preços das ações. Um modelo de Basu (1997) estendido, contribuição realizada
por Khan e Watts (2009), pela inclusão do índice market-to-book, calculado pelo valor de
mercado da firma, dividido pelo valor contábil da firma i no final do ano t, servindo para
medir o conservadorismo incondicional, sendo expressa pela seguinte equação:

𝐸𝑃𝑆𝑖𝑡 𝐶𝑂𝐹𝑖𝑡
= 𝛿0 + 𝛿1 𝐷𝑅𝑖𝑡 + 𝛿2 𝑅𝐸𝑇𝑖𝑡 + 𝛿3 𝐷𝑅𝑖𝑡 ∗ 𝑅𝐸𝑇𝑖𝑡 + 𝛿4 + 𝛿5 𝑀𝑇𝐵𝑖𝑡 + 𝜀𝑖𝑡 (3)
𝑃𝑖𝑡 𝑁𝐼𝑖𝑡

Onde:
EPSit = Lucro por ação antes dos itens extraordinários, por firma i, no ano t;
Pit = Preço da ação no mercado de ações, por firma i, no ano t;
RETit = Retorno da ação no ano t; e
DRit = Variável dummy, servindo para separar boas notícias de más notícias, onde será igual a
“1” se RETit for negativo e “0” caso o contrário. Se más notícias forem reconhecidas em um
tempo hábil que boas notícias, δ3 será maior que zero (δ3>0). Sendo assim, quanto maior for
δ3, maior será o grau de conservadorismo condicional.
CFOit/NIit = Fluxo de caixa do índice de lucro líquido (proxy de qualidade da informação
contábil)
MTBit = Índice market-to-book

4. Resultados e Análise

Para a realização dos resultados, primeiramente, foi observada a análise da estatística


básica da amostra, com 780 observações no período de 2010 a 2014. Todas as variáveis
utilizadas nas regressões estão expostas na Tabela 1. Observando-se que as variáveis EPSit/Pit
(lucro por ação dividido pelo preço), os índices MTBit (market-to-book) e o CFOit/NIit (fluxo
de caixa operacional dividido pelo lucro líquido) tiveram grande dispersão, mas foram
normalizados pelos comandos de regressão no programa estatístico.
Já a variável RETit (retorno da ação), variável dummy dos retornos negativos da ação
e a variável resultante da multiplicação da variável dummy com o retorno da ação, não
tiveram grandes dispersões, isto é, não houve a identificação de outliers que enviesassem os
resultados encontrados.
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Tabela 1: Análise descritiva da amostra. 2010-2014


Variáveis Média Desv. Padrão Mínimo Máximo
EPSit/Pit -5306923 8.124.241 -162.275 1.270.598
DRit .4358974 .496192 0 1
RETit .3044487 1.145.808 -95 19.6
DRit*RETit -1198205 .1899056 -95 0
CFOit/NIit 1.946.222 2.055.222 -135.047 359.2
MTBit 2.549.782 7.722.763 -8058 129.25
Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Na análise da correlação, exposta na Tabela 2, a seguir, algumas variáveis tiveram


baixa correlação com a variável dependente EPSit/Pit, sendo a DRit*RETit, a variável que
discrimina os resultados negativos dos ganhos das empresas, no qual o seu coeficiente traz
uma melhor explicação do conservadorismo. O referido coeficiente teve uma correlação
positiva de 6,78% representando um impacto tanto no mercado acionário, como no preço da
ação. Já a variável dummy DRit teve uma correlação negativa de -2,68%, ou seja, a captação
negativa representa um impacto negativo no índice retorno da ação por preço.

Tabela 2: Matriz de correlação das variáveis de análise


EPSit/Pit DRit RETit DRit*RETit CFOit/NIit MTBit
EPSit/Pit 1.0000
DRit -0.0268 1.0000
RETit 0.0335 -0.4447 1.0000
DRit*RETit 0.0677 -0.7182 0.3997 1.0000
CFOit/NIit 0.0065 0.0328 -0.0132 -0.0012 1.0000
MTBit 0.0371 0.0004 -0.0210 -0.0542 0.0007 1.0000
Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Para o teste das hipóteses, foi feito a regressão cross section, para os três modelos da
pesquisa. Para todas as variáveis, teve-se a preocupação de se realizar o teste de White para a
verificação da heterocedasticidade, onde a hipótese nula do teste identificou que as variáveis
não são heterocedásticas, não havendo a necessidade de rodar no sistema estatístico o
comando robust para controlar a heterocedasticidade das variáveis. Outro teste realizado foi o
comando estat vif para saber a presença de multicolinariedade, observado nos resultados que
as variáveis da amostra se encontram dentro de uma multicolinariedade moderada, isto é,
sendo menor que 5%.
Na regressão do Modelo 1, evidenciado na Tabela 3, a seguir, que mede a qualidade da
informação contábil baseada no modelo de Basu (1997), onde o coeficiente que trará maior
explicação para a qualidade da informação será o coeficiente δ3, sendo constatado que
variável independente do respectivo coeficiente foi significativo para 10%, representando uma
captação do conservadorismo condicional, já que o referido coeficiente foi maior que zero.

Tabela 3: Resultado da Estimação do Modelo 1. 2010-2014


EPSit/Pit Intercepto Erro Padrão t P>|t| [95% Conf. Interval]
DRit .8294928 .869247 0.95 0.340 -.8768614 2.535847
RETit .1218631 .2857364 0.43 0.670 -.4390448 .682771
DRit*RETit 4.157118 2.219164 1.87 0.061 -.1991587 8.513394
_CONS -.4312592 .4426055 -0.97 0.330 -1.300105 .4375869
Fonte: Dados da pesquisa (2015)
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Para a regressão do modelo 2, exposta na Tabela 4, houve a inclusão do índice


CFOit/NIit (fluxo de caixa operacional dividido pelo lucro líquido), como variável explicativa
no modelo de Basu (1997), servindo de proxy para captação da relação da qualidade da
informação contábil e o conservadorismo condicional. Conforme constatado na tabela abaixo,
todas as variáveis independentes tiveram significância acima de 10%, com a exceção da
variável DRit*RETit. Sendo assim, por conta das demais independentes não serem
significativas, não há representatividade explicativa, podendo ser concluído que a qualidade
da informação contábil não tem uma relação significativa com o conservadorismo condicional
e com o preço das ações, divergindo daquilo que foi encontrado por Ismail e Elbolok (2011),
onde no referido estudo internacional, os autores identificaram uma relação significativa e
negativa com o conservadorismo condicional.

Tabela 4: Resultado da Estimação do Modelo 2. 2010-2014


EPSit/Pit Intercepto Erro Padrão t P>|t| [95% Conf. Interval]
DRit .8240175 .8706333 0.95 0.344 -.8850616 2.533097
RETit .1219721 .2859179 0.43 0.670 -.4392933 .6832374
DRit*RETit 4.146839 2.221722 1.87 0.062 -.2144673 8.508145
CFOit/NIit .0020329 .0141731 0.14 0.886 -.0257894 .0298552
_CONS -.4340938 .4433258 -0.98 0.328 -1.304356 .4361679
Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Foi adicionada ao modelo 3 a variável MTBit (market-to-book), com o objetivo de


captar o impacto do conservadorismo incondicional na qualidade da informação contábil e no
preço da ação.
Conforme exposto na Tabela 5, a seguir, todas as variáveis independentes demonstraram-se
não significativas, com a exceção da variável DRit*RETit, com significância de 10%, onde o
coeficiente δ3 foi positivo, representando uma presença do conservadorismo condicional,
conforme o modelo não modificado de Basu (1997). Contudo, para o teste das hipóteses 2 e 4
desta pesquisa não se pode concluir se o conservadorismo incondicional trará impacto
significativamente positivo ao preço da ação e ao mercado. Comparando com o que foi
identificado na pesquisa de Ismail e Elbolok (2011), coincidiu-se que o resultado de que não
existe significante relação entre o conservadorismo incondicional e a qualidade dos lucros,
mas diverge quando o resultado da pesquisa internacional identifica que existe uma
significativa relação negativa entre o conservadorismo incondicional e os preços das ações.

Tabela 5: Resultado da Estimação do Modelo 3. 2010-2014


EPSit/Pit Intercepto Erro Padrão t P>|t| [95% Conf. Interval]
DRit .8836062 .8718129 1.01 0.311 -.8277918 2.595004
RETit .1265554 .2858638 0.44 0.658 -.4346048 .6877155
DRit*RETit 4.347344 2.22741 1.95 0.051 -.0251358 8.719824
CFOit/NIit .0019786 .0141693 0.14 0.889 -.0258361 .0297933
MTBit .0452277 .037785 1.20 0.232 -.0289455 .119401
_CONS -.5526541 .4541354 -1.22 0.224 -1.444137 .338829
Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Pode-se observar que em todos os modelos encontrados, a variável DRit*RETit foi


significativa em 10%, mas as demais variáveis independentes não mostraram significância
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suficiente para trazer explicações às hipóteses da pesquisa. Isto talvez se deva pela forma que
os dados foram analisados, onde, em trabalhos realizados para o conservadorismo (ISMAIL e
ELBOLOK, 2011; KAZEMI, HEMMATI e FARIDVAND, 2011), as empresas foram
analisadas individualmente por meio de regressão cross section, já que a análise individual da
empresa pode trazer uma evidenciação mais clara da variável dummy DRit, captando, assim,
os impactos do conservadorismo, tanto condicional como incondicional, na qualidade da
informação contábil e no preço da ação.

5. Conclusão

A qualidade da informação contábil é uma importante característica para o usuário da


informação, pois os mesmos necessitam de informações transparentes, não comprometidas e
tempestivas, na diminuição da assimetria informacional e do risco, refletindo em um melhor
desempenho financeiro, onde esta capacidade informativa pode ser mensurada por várias
métricas, dentre elas o conservadorismo, a qual foi utilizada no presente estudo.
Devido à relevância do assunto, observado que nos últimos trabalhos nacionais não
houve a exposição do impacto dos dois tipos de conservadorismo, condicional e o
incondicional, na qualidade da informação contábil, a presente pesquisa objetivou analisar os
impactos desses tipos de conservadorismo sobre a qualidade das informações contábeis das
empresas brasileiras listadas na BM&FBovespa. A amostra utilizada foi delimitada em 156
empresas, do período de 2010 a 2014, totalizando 624 observações.
Para isso, este trabalho teve como referência o artigo realizado por Ismail e Elbolok
(2011), onde os mesmos pesquisaram empiricamente sobre os impactos do conservadorismo
condicional e incondicional no mercado de ações do Egito.
Os modelos utilizados foram baseados nos estudos de Basu (1997), para a captação da
qualidade da informação contábil (modelo 1), modificado com a inclusão de variáveis que
serviram de proxy para medir o impacto dos dois tipos de conservadorismo, o condicional e o
incondicional (modelos 2 e 3, respectivamente), onde as regressões foram realizadas por meio
de cross section.
Nos resultados evidenciados, a variável DRit*RETit apresentou significância a 10%,
em todos os modelos, a qual é responsável em captar más notícias, onde o seu coeficiente δ3
nos três modelos foi positivo e maior que zero, demonstrando a presença do conservadorismo.
Contudo, a insignificância nas demais variáveis nos modelos 2 e 3, que contém proxeis que
medem, respectivamente, o conservadorismo condicional e o conservadorismo incondicional,
não demonstraram significância na qualidade da informação contábil e no preço das ações,
divergindo de trabalhos internacionais já realizados (ISMAIL e ELBOLOK, 2011; BEAVER
e RYAN, 2005). Estas divergências de resultados podem ser explicadas pelo tipo e quantidade
da amostra, como também, na realidade macroeconômica que esta amostra está inserida.
Como sugestões de pesquisas futuras, recomenda-se uma análise individual das
empresas por meio da regressão cross section, tendo em vista uma melhor possibilidade do
poder explicativo mais acurado da variável dummy DRit, na qual se capta os impactos do
conservadorismo na qualidade da informação contábil.

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