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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
2º BATALHÃO FERROVIÁRIO
CENTRO DE INSTRUÇÃO DE ENGENHARIA

JOÃO MARCOS DA COSTA MARQUES FIGUEIREDO


RAFAEL MOREIRA LOPES
PATRICK ANDERSON ALVES DIVINO

ANÁLISE DA MANUTENÇÃO CORRETIVA DE PEÇAS DE ALTA


MORTALIDADE DA FROTA DE MOTONIVELADORA DO 2° BFV PELO
DIAGRAMA DE PARETO

ARAGUARI-MG
2021
2

JOÃO MARCOS DA COSTA MARQUES FIGUEIREDO


RAFAEL MOREIRA LOPES
PATRICK ANDERSON ALVES DIVINO

ANÁLISE DA MANUTENÇÃO CORRETIVA DE PEÇAS DE ALTA


MORTALIDADE DA FROTA DE MOTONIVELADORA DO 2° BFV PELO
DIAGRAMA DE PARETO

Artigo científico apresentado à Divisão de Planejamento, Doutrina e Pesquisa, do


Centro de Instrução de Engenharia, como requisito para a conclusão do Curso de
Equipamento de Engenharia.

Área de concentração: Doutrina Militar

Orientador: Maykon Welligton Silva Vieira

ARAGUARI-MG
2021
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JOÃO MARCOS DA COSTA MARQUES FIGUEIREDO


RAFAEL MOREIRA LOPES
PATRICK ANDERSON ALVES DIVINO

ANÁLISE DA MANUTENÇÃO CORRETIVA DE PEÇAS DE ALTA


MORTALIDADE DA FROTA DE MOTONIVELADORA DO 2° BFV PELO
DIAGRAMA DE PARETO

Artigo científico aprovado como requisito para a conclusão do Curso de


Equipamento de Engenharia pela banca examinadora formada por:

Araguari, ____ de _________________ de 2021.

Banca examinadora:

______________________________________
Nome
(Maykon Welligton Silva Vieira)

_____________________________________
Nome

_____________________________________
Nome

_____________________________________
Nome
(suplente)
4

RESUMO

O estudo apresentado tem como finalidade confirmar a importância de


levantamento de peças de alta mortalidade das motoniveladoras do 2° Batalhão
Ferroviário, o qual faz parte do sistema de engenharia do Exército Brasileiro e pelo
método do diagrama de Pareto identificar as peças de maior importância para o ciclo
de manutenção, com o intuito de subsidiar a implantação de um plano de manutenção
corretiva, identificar as principais ações estratégicas que poderiam contribuir para
melhorar a produtividade, reduzir os custos de manutenções, aumentar a
disponibilidade dos equipamentos móveis, evitar paradas não programadas. Foi feita
uma pesquisa quali-quantitativa, foram analisadas ordens de serviço da companhia
de equipamentos de engenharia e manutenção, estes foram analisados e observou-
se que a manutenção corretiva era predominante, havia então a falta da manutenção
preventiva e consequente não se percebia nenhum planejamento com relação a
manutenção corretiva em equipamentos móveis. Esses resultados foram de grande
valia para permitirem a identificação das estratégias necessárias à resolução dos
pontos negativos. Portanto, o desenvolvimento de uma seção de manutenção que
planeje e controle todas as manutenções possibilitando que os equipamentos sejam
controlados e que trabalhem sem que haja falhas ou quebras inesperadas, de modo
seguro e por mais tempo.

Palavras-chave: Manutenção, corretiva, Pareto, equipamentos, exército


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ABSTRACT

The present study aims to confirm the importance of surveying high mortality parts
of the 2nd Railway Battalion motor graders, which is part of the Brazilian Army's
engineering system and through the Pareto diagram method to identify the most
important parts for the maintenance cycle, in order to support the implementation of a
corrective maintenance plan, identify the main strategic actions that could contribute
to improve productivity, reduce maintenance costs, increase the availability of mobile
equipment, and avoid unscheduled downtime. A quali-quantitative research was
carried out, work orders of the engineering and maintenance equipment company were
analyzed, these were analyzed and it was observed that corrective maintenance was
predominant, then there was a lack of preventive maintenance and consequently no
planning was perceived. regarding corrective maintenance on mobile equipment.
These results were of great value in allowing the identification of the necessary
strategies to resolve the negative points. Therefore, the development of a maintenance
section that plans and controls all maintenance, enabling the equipment to be
controlled and to work without failures or unexpected breaks, in a safe way and for
longer.

Keywords: Maintenance, corrective, Pareto, equipment, army


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1. INTRODUÇÃO

O 2° Batalhão Ferroviário sediado em Araguari-MG é subordinado à Diretoria de


Obras de Cooperação que é responsável pelo gerenciamento das atividades relativas
às obras de engenharia atribuídas ao Sistema Obras de Cooperação. As Obras de
Cooperação são obras e serviços de engenharia executadas pelas Organizações
Militares de Engenharia (OM Eng), em proveito do Exército ou em cooperação com
outros órgãos, mediante a celebração de convênios ou mecanismos equivalentes
(parcerias).

As obras de cooperação englobam a construção, recuperação e manutenção de


pontes, estradas, ferrovias, portos e aeroportos em todo o território, levando a
integração nacional, ao desenvolvimento econômico, capacitação da força terrestre e
divulgação da imagem do Exército Brasileiro. Para a execução das obras de
engenharia é fundamental a utilização de equipamentos mecânicos especializados
com a finalidade de otimizar a produção, reduzir tempo e custos.

Em consideração a isso, foi implantada as companhias de equipamentos de


engenharia e manutenção, cuja missão é garantir a manutenção e disponibilidade das
funções dos equipamentos de modo a atender a um processo de produção ou de
serviço com confiabilidade, segurança, preservação do meio ambiente e custo
adequado.

A manutenção torna-se imprescindível para o serviço contínuo da missão da


engenharia nas obras de cooperação. Sendo assim a manutenção refere-se ao
conjunto de atividades e procedimentos que tem a finalidade de manter o ativo em
condições de utilização durante todo o seu ciclo de vida e, quando houver falhas,
restabelecer essa condição para que o ativo volte a desempenhar sua função no
desempenho esperado (BRASIL, 2017).

Nesse sentido, a manutenção corretiva, mesmo que somente realizada quando


ocorrem quebras ou falhas, tem grande impacto no desempenho e na produção dos
serviços executados nas obras de cooperação. Diante disso, é necessário viabilizar
meios e idealizar planejamentos prévios para que a manutenção corretiva seja
7

realizada, a fim de causar o mínimo de impacto negativo possível durante os serviços


realizados.

Em consideração a isso, a presente pesquisa tem como hipótese a análise e


quantificação das peças de alta mortalidade na manutenção corretiva da frota do 2°
Batalhão Ferroviário para que sejam categorizadas as peças de mais relevância com
base no diagrama de Pareto, uma vez que tal diagrama possibilita a priorização de
planos, bem como também determina ocorrências importantes de séries de dados
coletados. A justificativa para a realização deste trabalho são as melhorias nos
processos da manutenção corretiva da frota do Batalhão, a aplicação prática do
conhecimento adquirido no curso e desenvolver um resultado para ser empregado no
gerenciamento da manutenção das viaturas e equipamentos da OM.

Essa pesquisa está estruturada em cinco capítulos. Será apresentado no princípio


a parte introdutória, relacionado aos argumentos iniciais da pesquisa, com a descrição
do tema, problema, objetivos e justificativa do trabalho. No segundo capítulo será
abordada a revisão da literatura a respeito do assunto. O terceiro capítulo apresenta
a metodologia empregada para alcançar os objetivos da pesquisa, posteriormente
tem-se a análise e discussão dos resultados. Por fim, constam as considerações finais
do artigo, expondo a relevância do tema e as contribuições que a pesquisa oferece
para o 2° BFv.

1.1 Objetivo Geral

Categorizar as peças de alta mortalidade da manutenção corretiva das


motoniveladoras do 2°BFv, baseando-se nos registros de ordem de serviços
realizadas no período de 2 anos.

1.2 Objetivos Específicos

Para atingir o objetivo geral, apresentam-se os seguintes objetivos específicos:

- Determinar as peças de alta mortalidade da manutenção corretiva das


motoniveladoras do 2°BFv nos anos de 2019 e 2020.
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- Levantar as peças de alta mortalidade prioritárias para a manutenção corretiva


das motoniveladoras durante o ano utilizando o diagrama de Pareto.
- Propor melhorias na gestão da manutenção corretiva das motoniveladoras do
2°BFv.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Conforme o Manual Técnico de Manutenção do Material de Engenharia T-5-505,


os equipamentos de engenharia apresentam dificuldade de manutenção devido aos
seguintes fatores: variedade de marca, modelos e fabricantes, características
específicas, emprego em serviço pesado, a por vezes falta de capacitação de
operadores e mecânicos, rotatividade dos militares da força. Os ativos geralmente
ficam expostos à ação de intempéries (areia, chuva e sol) e às vezes são submetidos
a choques, sobrecargas e imersão na lama.

Os conceitos como manutenção corretiva, falha, pane e peças de alta mortalidade


e o Diagrama de Pareto são os princípios básicos para compreender e desenvolver
processos para solucionar os diversos fatores citados no manual T-5-505.

A manutenção faz-se presente em qualquer organização militar de engenharia,


pois seu principal objetivo é manter a disponibilidade dos equipamentos e viaturas,
gerenciar os recursos limitados e mitigar os defeitos dos ativos para manter o padrão
de qualidade dos produtos e das obras.

A manutenção refere-se ao conjunto de atividades e procedimentos que tem a


finalidade de manter o ativo em condições de utilização durante todo o seu ciclo de
vida e, quando houver falhas, restabelecer essa condição para que o ativo volte a
desempenhar sua função no desempenho esperado (BRASIL, 2017).

Outra definição de manutenção é a combinação de todas as ações técnicas e


administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item
em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida (ABNT NBR 5462-
1994). Agregaram ao conceito de manutenção, o aspecto de estimular a preservação
ambiental, definindo que manutenção significa garantir a disponibilidade da função
9

dos ativos de modo a atender o método de produção e preservação do meio ambiente,


com confiabilidade, segurança e custos adequados (PINTO; XAVIER, 2001, p. 22).

De acordo com a ABNT NBR 5462-1994, a atividade de manutenção é dividida


em corretiva, preditiva e preventiva, porém no artigo científico abordaremos a
manutenção corretiva. A Tabela 1 mostra as principais manutenções, as suas bases
na falha, uso, tempo, projeto, detecção e condição e as ações que devem ser tomadas
em cada uma delas.

Tabela 1 – Atividade de Manutenção

Atividade de Manutenção

Grupo Base da Atividade da Ação da


Manutenção Manutenção

Manutenção Manutenção baseada na Falha Reparar


corretiva

Manutenção baseada no Uso Inspecionar

Manutenção
preventiva Manutenção baseada no Reparar
Tempo

Manutenção baseada no Substituir


Projeto

Manutenção Manutenção baseada na Inspecionar


Detecção
Preditiva

Manutenção baseada na Inspecionar


Condição

Fonte: Adaptado de Waeyenbergh (2005)


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Nesta pesquisa, o foco será a manutenção corretiva, conforme verificado no


histórico de ordens de serviço do 2°Batalhão Ferroviário foi a mais realizada em
comparação às outras, com a finalidade de reduzir essa prática e melhorar a gestão
de insumos reduzindo gastos, tempo, estoques e paradas não programadas.

2.2 Manutenção corretiva

De acordo com Kardec e Nascif (2009), manutenção corretiva atua em um fato no


qual não foi engendrado, dessa forma não houve tempo para planejar o serviço, por
isso é mais praticada do que deveria ser em comparação às outras manutenções.
Gera altos custos, pois a quebra inesperada acarreta perdas na produção, perdas de
qualidade, custos indiretos de manutenção e ainda pode ter consequências
inesperadas para o equipamento, pois a extensão dos danos pode ser bem maior.

A manutenção corretiva consiste em deixar que as máquinas funcionem até que


apresentem alguma falha ou algo próximo disso, para então programar a correção
dos problemas. É evidente que esse método é o que acarreta maiores custos
associados às perdas de produção, devido às paradas inesperadas e à
impossibilidade de um planejamento eficiente (PIRES, 2005).

Mirshawka (1991) ressalta ainda outros lados negativos da manutenção corretiva:

• Diminuição da vida útil dos equipamentos;

• Paradas de equipamentos em momentos impróprio; e

• Quando da quebra de um equipamento, pode gerar falhas em outros


componentes ou sistemas devido a sua complexidade.

Conforme (ABNT NBR 5462-1994) a manutenção corretiva é efetuada após a


ocorrência de uma pane e destina-se a recolocar um item em condições de executar
uma função requerida. Segundo Viana (2014), pode-se dividir a manutenção corretiva
em duas: a não planejada e a planejada.

Sendo assim:
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- Não planejada – corrige a falha de maneira aleatória, como uma quebra


inesperada, sempre após a ocorrência do fato, sem acompanhamento ou
planejamento anterior. Segundo Branco (2006, p.35) “[...] se a falha não puder ser
adiada ou planejada, deve ser considerada como manutenção corretiva não planejada
ou emergência, ou seja, aconteceu agora e é preciso fazer agora”.

- Planejada - é uma correção de uma falha ou de um desempenho menor que o


esperado, porém se baseia na modificação dos parâmetros de condição observados
pela manutenção preditiva (KARDEC e NASCIF, 2009). Com isso, se diferencia da
não planejada por ser uma decisão gerencial.

Tabela 2 – Ações para os tipos de manutenção

Manutenção Ação

Corretiva não Após a ocorrência, sem planejamento


planejada

Corretiva planejada Planejada, após inspeção ou acompanhamentos


preditivos

Fonte: Autor

A manutenção corretiva planejada ou não planejada necessita de estudos


detalhados dos históricos de manutenções corretivas e preventivas, além do
levantamento de óbices recorrentes para desenvolver o plano de manutenção
corretiva eficaz que minimize as paralisações que são demoradas e a incerteza da
quebra que exige estoques elevados de peças de reposição, com acréscimos nos
custos de manutenção, pode acarretar perdas de produção e queda de qualidade do
produto.

2.3 Falha

Os equipamentos estão suscetíveis a falhas, as quais dessa forma impactam


diretamente na produção, estoque, tempo e gastos. Por isso, há necessidade de
gestão, planos de manutenção, controle e histórico de falhas.
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De acordo com Monchy (1989, p. 9) “quanto mais custosa for a não


disponibilidade, mais a manutenção é econômica; quanto mais a segurança está em
jogo, mais a manutenção torna-se indispensável”. Essa afirmação confirma as
premissas do modelo de manutenção para as organizações militares de processo
contínuo, principalmente no que diz respeito à relação entre o custo da falha e o custo
de sua prevenção.

Conforme a ABNT NBR 5462-1994, a falha é o término da capacidade de um item


em desempenhar determinada função solicitada:
a. depois da falha de uma peça ou sistema, item passa a ter uma pane
b. a falha é um evento, pane é um estado.

2.4 Panes

É um estado de um item caracterizado pela incapacidade de desempenhar uma


função requerida, excluindo a incapacidade durante a manutenção preventiva ou
outras ações planejadas, ou pela falta de recursos externos, conforme ABNT NBR
5462-1994. Diferentemente do defeito e da falha, a norma define a pane como um
estado, e não como um evento.

2.5 Peças de Alta Mortalidade

Mortalidade é a classificação do material quanto a sua vida útil, conforme


Separata ao Boletim do Exército N° 11/2002.

As peças de alta mortalidade, no âmbito do Exército Brasileiro, são aquelas que


devido ao seu emprego perdem as suas funções rapidamente comparadas às demais
peças dos ativos culminando num reparo ou substituição. Pertencem, geralmente, à
prática da manutenção preventiva; a pequenos reparos e a manutenção corretiva.

2.6 Análise de Pareto

O método da Análise de Pareto “permite dividir um problema em várias partes, o


que o torna mais fácil de resolver” (CAMPOS, 1992, p. 231). Segundo Werkema
(1995, p. 71) como o método se baseia em fatos e dados, ele permite priorizar
13

projetos, da mesma forma que permite estabelecer metas concretas e mais fáceis de
atingir.

Conforme Meireles (2001), o gráfico de Pareto tem por finalidade revelar os


eventos mais importantes de determinada série de dados permitindo discriminar as
causas mais significativas de um processo. Segundo o autor, essa ferramenta tem
grande relevância na estratificação dos dados coletados, por obter melhor razão de
causa e efeito devido a uma maior divisão de categorias.

Meireles (2001) destaca que Juran (1997), utilizando esse método desenvolveu a
chamada regra 80/20, onde classificou os problemas de qualidade em vitais e triviais,
concluindo que 80% dos problemas tinham relação com apenas 20% das causas.
Com base nesses dados gera uma representação gráfica decrescente da frequência
dos problemas ocorridos, mostrando os resultados por categoria de análise ou tipo de
defeito conforme (CAMPOS, 1992).

De acordo com Stevenson (2001), o Diagrama de Pareto também ficou conhecido


como “regra 80-20”, no qual 80% dos defeitos relacionam-se a 20% das causas
potenciais. São gráficos de barras verticais compostos por itens a serem analisados
e a sua frequência, tendo como objetivo estabelecer prioridades na solução dos
problemas que são classificados por dados estatísticos (AVELAR, 2001). Este
diagrama é uma das ferramentas mais eficientes para encontrar problemas, uma vez
que descreve as causas e pode orientar a organização para focalizar esforços
obtendo maior potencial de retorno.

O Diagrama de Pareto é um instrumento de uso viável nas organizações militares


de engenharia, pois consegue expor os pontos críticos: panes, falhas, peças dentro
do histórico de manutenções corretivas, com isso facilita a confecção, execução e
acompanhamento do plano de manutenção corretiva diminuindo custos, reduzindo o
tempo de conserto, controle de estoque.

A melhor maneira de avaliar o progresso da manutenção de um conjunto de


equipamentos é definir indicadores como as ordens de serviços e métodos como o
Diagrama de Pareto. Os indicadores e métodos, são utilizados para mostrar se houve
resultados na implementação das medidas corretivas no conjunto de equipamentos.
14

3. METODOLOGIA

Segundo Carvalho (2011) o método científico tem como objetivo categorizar o


procedimento a ser adotado na evolução da pesquisa, relatando como o estudo será
realizado, estabelecendo o campo a ser pesquisado, o tipo de abordagem, o
planejamento da coleta de dados e o projeto da análise das informações coletadas.

3.1 Tipo e natureza da pesquisa

Para a elaboração deste estudo, optou-se pelo método científico de pesquisa de


campo como procedimento, uma vez que os dados são retirados diretamente da
realidade estudada e a investigação ocorre no local do fenômeno.
Trata-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa, pois os dados e resultados
serão aferidos numericamente e para a análise dos dados obtidos será feito o uso de
estatísticas.
As informações adquiridas através da pesquisa de campo serão examinadas por
intermédio do método dedutivo, com a intenção de serem aplicadas no campo da
manutenção corretiva da frota de motoniveladoras do Batalhão.

3.2 Objeto de estudo e coleta de dados

O estudo limita-se particularmente à Companhia de Equipamentos do 2° Batalhão


Ferroviário, dispondo como objeto de estudo as peças de alta mortalidade levantadas
por meio do histórico do relatório do livro registro referente às ordens de serviço dos
últimos dois anos de nove motoniveladoras desta Organização Militar.
De posse dos dados quantitativos, será realizada a classificação das informações
coletadas por meio da análise de Pareto, a fim de categorizar e ordenar os dados
obtidos e por fim, a interpretação crítica das informações resultantes.
15

4. ANÁLISE DE DADOS

O objeto de estudo desta pesquisa é levantar por meio do histórico das ordens de
serviço da companhia de equipamentos de engenharia e manutenção, os defeitos
recorrentes nos últimos dois anos nas motoniveladoras do 2°BFV, com a finalidade
de analisar as falhas e embasar eficiente plano de manutenção corretiva de peças de
alta mortalidade da frota, proporcionando vantagens econômicas e a eficácia dos
serviços para a organização militar.

4.1 Identificação dos Defeitos

Como resultado das observações durante o processo de conserto, e das


informações extraídas do histórico das ordens de serviço da Companhia de
Engenharia de Equipamentos e Manutenção, foram identificados os defeitos mais
recorrentes:

GRÁFICO 1 - Levantamento dos grupos com as respectivas frequências de falhas.

Fonte: Autor(es)

Diante da análise do relatório dos livros de registro das ordens de serviço das
motoniveladoras estudadas, foi elaborado a tabela acima representada, apresentando
as falhas, extraídas dos livros de registro, alocadas em seus respectivos grupos.
16

Decorrente disso, percebe-se que o total de problemas durante os últimos dois


anos, nas nove motoniveladoras estudadas, somam-se um número de 64 falhas, nas
quais foram distribuídas em seus respectivos sistemas.
Verifica-se na tabela 23 falhas decorrentes de ferramentas de penetração de solo;
20 falhas envolvendo implicações no pneu; 8 falhas englobadas no sistema elétrico e
eletrônico do equipamento; 5 falhas resultantes de problema hidráulico; 3 falhas
envolvendo a alimentação do motor; 2 serviços de lubrificação com graxa; 1 defeito
comprometendo o sistema de transmissão das motoniveladoras; 1 falha demandando
o sistema de admissão e escapamento e por fim 1 falha no sistema de lubrificação.

4.2 Principais causas

A partir destes dados, foi possível construir o Diagrama de Pareto (Gráfico 2),
para representar de forma ilustrativa os percentuais dos defeitos mais frequentes que
ocorrem no decorrer do processo da manutenção corretiva dos componentes.

Gráfico 2 - Diagrama de Pareto nas falhas dentro de cada grupo

Fonte: Autor(es)

Em face do exposto na tabela acima, percebe-se que os grupos representam,


respectivamente da esquerda para direita, as porcentagens de 36%, 31%, 13%, 8%,
5%, 3%, 2%, 2%, e 2%. Isto posto, verifica-se que 3 grupos, FPS juntamente com
pneu e elétrica e eletrônica, representam 33% do total de grupos apresentados.
Juntos esses 3 grupos representam 80% do total de falhas apontadas nos relatórios
dos livros de registro das motoniveladoras, os outros 6 dos grupos, que somados
17

geram a porcentagem de 67% das causas, representam apenas 20% das falhas do
relatório.
Diante deste levantamento nota-se que a regra 80/20 de Pareto não se enquadra
perfeitamente neste quadro dos sistemas e falhas, no entanto é perceptível que 33%
das causas dos defeitos nas motoniveladora correspondidas pelos grupos
demonstrados são responsáveis por exatos 80% dos problemas registrados. Percebe-
se assim que os três primeiros grupos com maior frequência de falhas são os mais
relevantes e significativos deste processo.

4.3 Plano de Manutenção Corretiva

Verificações do histórico das ordens de serviço de manutenção corretiva,


preventivas, inspeções, que são as avaliações periódicas do estado dos
equipamentos, e suas partes constituintes, são realizadas para orientar as atividades
de manutenção. São fundamentais e obrigatórias para a gestão de um programa de
manutenção, conforme a ABNT NBR 5674.
A definição da periodicidade das verificações e sua forma de execução fazem
parte da elaboração do programa de manutenção de equipamentos, conforme
responsabilidades definidas pela ABNT NBR 5674. As informações contidas nesta
pesquisa e no plano de manutenção corretiva auxiliam no processo de elaboração
das listas de conferência padronizadas (check-list) e aquisição de peças de alta
mortalidade a serem utilizadas, considerando:
● Um roteiro lógico de inspeção e verificações dos ativos;
● Os componentes e sistemas mais importantes dos equipamentos;
● As formas de manifestações esperadas do desgaste natural e de uso de
equipamentos,
● As solicitações e reclamações dos operadores.
● Falhas e panes dos ativos
Para o melhor entendimento dos responsáveis pela correta execução do plano,
assim como os profissionais habilitados que deverão executar os serviços de
verificações, inspeções, aferições e correções pré-determinadas, é fundamental a
organização de quais grupos irá contemplar. Foi definido que, para as
18

motoniveladoras em questão, os grupos constituintes para manutenção corretiva em


estudos assim como os seus componentes é o demonstrado na planilha abaixo:

Tabela 3: Grupos e componentes das motoniveladoras

Grupos e Componentes das motoniveladoras

Grupos Componentes

Ferramentas de penetração de solo Lâminas e Escarificador

Rodantes Pneus

Elétricos e eletrônicos Lâmpadas e Sensores


Fonte: Autor(es)

O intervalo de tempo em que cada grupo irá receber manutenção é um


procedimento de fundamental importância para garantia do sucesso do plano, tendo
em vista que longos períodos sem manutenção irão acarretar deterioração dos
sistemas. A definição da periodicidade para cada sistema foi baseada em
recomendações dos fabricantes, assim como também pela análise do histórico das
ordens de serviço. Outro parâmetro respeitado para elaboração foi o agrupamento de
atividades de diversos sistemas que possuem intervalos iguais ou semelhantes para
um mesmo período de atividades de manutenção, facilitando assim a contratação e
gestão do plano.
Levantamento e compra das ferramentas necessárias para a execução dos
serviços de manutenção corretiva, um militar responsável pela armazenagem e
cautela desse ferramental.
Devido a constante modernização da frota, os militares responsáveis pela
manutenção necessitam de capacitação para desempenhar corretamente as funções.
Em consideração a isso, treinamentos presenciais, práticos e a distância, simpósios
e feedback.
Controle do tempo de execução dos serviços para monitorar horas de trabalho,
adestramento da equipe e evitar atrasos, confecção de ordens de serviço no início do
trabalho para servir de controle e como parâmetros, dimensionar a quantidade de
militares nas equipes proporcional a demanda do serviço de forma que não sobre e
nem falte.
19

Os insumos que chegam na organização militar são alocados no almoxarifado,


com isso a disposição e organização são importantes para agilizar o pedido e retirada
dos materiais.
As aquisições na administração pública têm como princípios os termos de
referências que é documento em que o requisitante esclarece aquilo que realmente
precisa, trazendo a definição do objeto e elementos necessários à sua perfeita
contratação e execução, por isso a necessidade da correta descrição das peças de
alta mortalidade, para evitar aquisições erradas com o dinheiro da União e perca de
tempo em solucionar o problema.
O plano de manutenção corretiva que leva em consideração essas medidas como
planejar, executar, checar e agir focados na gestão de pessoal, material e
conhecimento produzirá resultados positivos como eficácia nos processos,
entendimentos de possíveis problemas, redução de custos e elevação de
produtividade.

5. CONCLUSÃO

Com a realização deste estudo, foi possível identificar as principais peças de alta
mortalidade e frequência em que ocorrem panes e falhas dos ativos, por meio do
diagrama de Pareto as causas que mais impactam o bom funcionamento dos ativos,
e assim propor providências a serem seguidas.
A identificação das principais causas que influenciaram o aumento de
componentes com defeitos, proporciona à companhia de equipamentos de
engenharia e manutenção tomar medidas corretivas específicas para eliminar ou
minimizar as causas focando nas que proporcionam no maior percentual dos
problemas.
Portanto, com a aplicação das ferramentas da qualidade será possível reduzir os
números de componentes defeituosos e estar preparado, com base no estudo feito e
pela análise de Pareto, para as possíveis falhas que possam surgir futuramente, uma
vez que já é de conhecimento quais são os componentes e que 33% das causas são
responsáveis por 80% dos problemas na manutenção corretiva. Focando nesse
estudo pode-se gerar benefícios para a companhia de equipamentos de engenharia
e manutenção tanto em termos de redução de custos com a diminuição de defeitos,
20

redução de tempo e mão de obra, quanto em relação à minimização do processo de


retrabalho que, além de implicar em custos adicionais para o 2°BFv, gera transtorno
durante o processo de produção.
21

6. REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 5462: 1994.


Confiabilidade e Mantenebilidade. Rio de Janeiro: ABNT, 1994.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 5674: 2012.


Manutenção de Edificações - Procedimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.

Brasil. Manual Técnico de Manutenção do Material de Engenharia T-5-505.


2ed, 2000.

CAMPOS, Vicenti Falconi. TQC – Controle da Qualidade Total. 2. ed. São


Paulo: Editora UFMG, 1995.

CARVALHO, Edgar Gomes Germano de: Análise da viabilidade de


implantação da manutenção preventiva dos equipamentos móveis em uma
indústria cimenteira localizada na região centro-oeste de Minas. Formiga, 2011

MONCHY, F. A Função Manutenção. São Paulo: Durban, 1989.

PINTO, A. K., XAVIER, J. N. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro:


Qualitymark, 2001.

PIRES, A. Ramos (2006). Qualidade-sistemas de gestão da qualidade. 3ª


Edição, 2ª Reimpressão. Lisboa: Edições Sílabolda, 2006.

KARDEC, Alan; NASCIF Júlio. Manutenção: função estratégica. 3.ed. Rio de


Janeiro: Ed. Qualitymark, 2009. 384 p.

WERKEMA, Maria Cristina – Ferramentas Estatísticas Básicas para o


Gerenciamento de Processos. Belo Horizonte, Fundação Christiano Ottoni,
1995.
22

WAEYENBERGH, G. CIBOCOF: Uma estrutura para o desenvolvimento do


conceito de manutenção industrial. Leuven, Belgica: Katholieke Universiteit
Leuven, 2005.

MIRSHAWKA, V. Manutenção Preditiva: Caminho para zero defeitos. Makron


Books, São Paulo, 1991.

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