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Uma Abordagem Astrológica do Ritual Menor do Pentagrama.

Por Paulo T. Vasconcellos para o Projeto Mayhem.

1. Introdução.

O Estudo da Magia apresenta algumas particularidades que decorrem


da natureza do conhecimento Mágico. Ela depende de fatores subjetivos (como
Concentração, Vontade e Visualização), de forma que até hoje as tentativas de se
aferir objetivamente a Magia redundaram em fracasso. A Ciência trabalha com a
perspectiva de que o Objeto de estudo é independente do observador. Na Magia o
Observador é fundamental.
Por outro lado, a despeito de ser uma experiência eminentemente
pessoal, a experiência mostra que existe um denominador comum às mais diversas
escolas mágicas. Isso sugere que existe um Elemento Objetivo na Magia que
independe da Vontade do estudante e, por isso, funciona em si.
O Magista, portanto, encontra-se caminhando sobre o Fio da
Navalha: de um lado, pender para o subjetivismo de que “tudo é, pois assim eu
quero” implica no risco de recortar a realidade para que ela caiba em sua crença,
mutilando-a. Por outro lado, pender para o Objetivismo, de que as coisas “são
porque são” é se destacar da operação mágica, e o Magista é o Combustível do
Ritual.
Não é à toa que uma das definições mais famosas de Magia, atribuída
a Crowley, sustenta que esta é a Ciência e Arte de Causar a Mudança de Acordo
com a Vontade. Há o caráter de Ciência, objetiva e aferível, e há o caráter de Arte,
subjetiva e pessoal. O Caminho do Magista deve equilibrar ambas as polaridades,
sob o risco de ser estéril: a vida ocorre dentro de um espectro de PH, Temperatura,
Equilíbrio Osmótico e Concentração de Elementos Químicos e Nutrientes.
Entretanto, definir Magia nesse espectro tão amplo sugere que tudo
pode ser magia, de um ritual de evocação de um anjo enoquiano até a combustão
de glicose em laboratório. Sabe-se que tal entendimento pode levar a um estado de
atenção e concentração altamente positivo ao se encarar as atividades cotidianas
como atividades mágicas. Porém, se tudo é magia, a palavra perde razão de ser:
não faz sentido nomear magia, por exemplo, a constituição de um servidor para
distorção do Tempo como Fotamecus e o ato de fritar um ovo. Consideraremos,
portanto, neste Estudo, Magia como a Ciência e Arte de Causar nos Planos Sutis a
Mudança de acordo com a Vontade nos Planos Sensíveis.
Dito isto, o Ritual Menor do Pentagrama (RMP) é uma das práticas
mágicas fundamentais de algumas Ordens e é largamente utilizado na abertura de
todos os seus rituais de magia cerimonial. Atribuído à Golden Dawn, e com uma
dezena de variáveis em Outros Sistemas, é uma prática transmitida comumente
como uma limpeza ou banimento (vale lembrar que em inglês o nome original é
“Lesser Banishing Ritual of the Pentagram”).
O estudo comparativo de alguns RMP’s existentes à Luz da
Astrologia, notoriamente o da Golden Dawn (GD) e o da Aurum Solis (AS) sugere,
entretanto, uma função distinta: A Recriação em Terra do Firmamento Celeste
Primordial.
Este estudo pretende uma breve exposição a respeito das
investigações e experiências conduzidas em Magia Cerimonial. Pretende-se expor
brevemente o rito publicado da GD e da AS, propor um modelo de funcionamento
que tem por base a Astrologia e sugerir uma forma específica para o rito de Magia
Cerimonial.

2. Estrutura do Rito.

A estrutura básica do Rito, tanto na GD quando na AS, consiste em


uma Prática de Harmonização Pessoal, Delimitação do Círculo, Fixação dos
Pentagramas, Estabelecimento das Guardas de Poder e novamente a Prática de
Harmonização Pessoal. Na GD a Harmonização Pessoal é representada pela Cruz
Cabalística, já na AS, é o Calyx.
A presença de uma macro-estrutura fez com que se afirmasse que o
Rito da AS “era equivalente” ao Rito da GD. Essa afirmação é refutada pela AS
e merece guarida: não se altera processo sem se alterar resultado. Ritos análogos
podem render resultados análogos, mas não iguais.

2.1. O Rito na GD1.

Proceda à Cruz Cabalística: Toque com a adaga a fronte vibrando


“ATAH” (“Tu és”), a genitália vibrando “MALKUTH” (“O Reino”), o ombro
direito vibrando “VE-GUEVURAH” (“E O Poder”), o ombro esquerdo vibrando
“VE-GUEDULAH” (“E A Glória”). Uma as mãos perante a si vibrando “LE
OLAM AMEN” (“Para Sempre Oculto”).
Trace o Círculo ao seu Redor.
Trace ao leste o pentagrama de invocação enquanto vibra IOD-HEH-
VAV-HE, ao sul o pentagrama de invocação enquanto vibra ADONAI, ao oeste o
pentagrama de invocação enquanto vibra AGLA e ao norte o pentagrama de
invocação enquanto vibra ELOHIM.
Declame:

1
REGARDIE, Israel, The Golden Dawn, 6ª Edição, Llewellyn Publications.
“À minha frente Rafael, atrás de mim Gabriel, à minha direita
Miguel e à minha esquerda Uriel. À minha frente flameja o Pentagrama e atrás
de mim brilha a estrela de seis pontas.”
Repita a Cruz Cabalística.

2.2. O Rito na AS2.

Proceda ao Cálice: Inspire enquanto visualiza uma esfera de luz


branca no topo da cabeça e expire vibrando “ATAH”. Inspire enquanto ergue os
braços em forma de crus e vê essa luz descendo até os pés e expire vibrando
“MALKUTH”. Inspire enquanto toca o ombro esquerdo com a mão direita e vibre
“VE GEBURAH”. Inspire enquanto toca com a mão esquerda o ombro direito e
vibre “VE GUEDULAH”. Inspire e vibre “LE OLAM VE AD” (“Para sempre e
Agora”). Solte os braços.
Trace o Círculo ao seu Redor.
Una as mãos frente à testa no gesto Cervus (formando um triângulo
com os polegares e indicadores das mãos abertas e com as palmas voltadas para
fora). Visualize um pentagrama no centro do triângulo enquanto vibra “EHEIEH”
e projete esse pentagrama para frente enquanto vibra “IOD-HEH-VAV-HEH”.
Proceda da mesma forma ao sul, mas vibrando “EHEIEH”/“ELOHIM”, ao oeste
vibrando “AGLA”/“EL” e ao norte vibrando “AGLA”/“ADONAI”.
Declame:
“Ao Leste Ruachiel, ao Sul Achiel, ao Oeste Miel e ao Norte Ofiriel”.
Repita o Cálice.

3. Avaliação do RMP à luz da Astrologia.

Um dos Postulados do Hermetismo e da Astrologia é a “Lei da


Correspondência”, que estabelece que “aquilo o que está acima é como aquilo o
que está abaixo”.
O Modelo Astrológico presume que a Criação possui uma estrutura
de Camadas correspondente às Órbitas/Esferas dos planetas e com a Terra no
Centro. Acima das esferas planetárias está o Firmamento das Estrelas Fixas. Para
o presente momento, portanto, basta saber que o Firmamento é o Envoltório da
Criação.
Sabendo que a camada mais externa da criação é Firmamento das
Estrelas Fixas, este é o elemento delimitador do Universo. A coincidência da Roda
Zodiacal com a Roda das Estrelas Fixas é uma questão que depende do sistema
astrológico utilizado (Tropical ou Sideral), de forma que os Signos propriamente

2
DENNING, Melita, OSBORNE Phillips, Mysteria Magica, V. 3, L. 5, Llewellyn Publications, 1986.
ditos serão ignorados neste ensaio e se utilizará apenas as estrelas e constelações.
Especialmente as “Estrelas Reais”.
Os Persas, acredita-se, perceberam que Quatro Estrelas (na época)
dividiam o Céu em quatro quadrantes e correspondiam à posição do Sol no céu nos
Solstícios e Equinócios. Tais Estrelas receberam o nome de Estrelas Reais e as
funções de Guardiões das Estações. Estas quatro estrelas são conhecidas hoje como
Aldebaran, Regulus, Antares e Sadalmelik3.
Aldebaran, o Olho do Touro, era a Guardiã Leste e do Equinócio de
Primavera. Regulus, o Coração do Leão, era a Guardiã do Norte e do Solstício de
Verão. Antares, o Coração do Escorpião, era a Guardiã do Oeste e do Equinócio
de Outono. Sadalmelik, o Ombro do Carregador de Água, era a Guardiã do Sul e
do Solstício de Inverno.
Tais estrelas são correspondentes na mitologia bíblica aos quatro
animais sagrados4: o Touro, o Leão, a Águia e o Anjo. Uma vez que se crê que a
Águia/Falcão era o nome dado à Constelação de Escorpião no Egito e na
Astrologia Pré-Judaica5, fica aparente uma distribuição clara aos Elementos e
Pontos Cardeais.
A maior probabilidade, portanto, é que o RMP visa recriar em Terra
o céu primitivo da Criação como concebido 3.000 anos antes de Cristo. O Círculo
Mágico corresponderia a uma projeção em duas dimensões da esfera celeste, os
quatro pentagramas correspondem às quatro estrelas reais e os quatro arcanjos aos
quatro animais sagrados das constelações da época.
Outra chave de entendimento que sustenta essa proposição é o
Arcano do Tarot “O Mundo”, que retrata uma mulher nua no centro de uma Roda
no Céu e circundada pelos Quatro Animais: O Anjo, a Águia, o Leão e o Touro.
Uma vez que o Arcano “O Mundo” representa o caminho cabalístico
de Tav, que une Malkuth a Yesod, é possível afirmar que ao se proceder ao RMP
o Magista também está reproduzindo Caminho que une o Plano Sensível aos
Planos Sutis, preparando a operação mágica. O RMP recria um modelo do
Universo que permite ao Magista causar nos planos sutis a mudança nos planos
sensíveis.
Analogamente, o Círculo Mágico está para o Universo como o
Boneco Voodoo está para a Vítima.

3
Há uma “disputa” teórica entre Formaulhault e Sadalmelik pois ambas as estrelas compartilham a
mesma longitude na Roda Zodiacal, de forma que, à época, o Sol se encontrava conjunto a ambas as
estrelas no Solstício de Inverno. A escolha entre uma e outra pode ser guiada com certa lógica: se cada
estrela anterior representa um signo da Terra, um do Fogo e um da Água, respectivamente, restaria um
do Ar para compor a Roda, sendo mais lógica a escolha de Aquário.
4
Apocalipse de São João 4.7.
5
http://constellationsofwords.com/Constellations/Scorpio.html#History_of_the_constellation
Sem desmerecer cada visão pessoal e egregórica, quanto mais
aproximado for o modelo do Universo, mais eficiente é o Ritual. Por isso, e
tomando por base especulações Astrológicas, estas propostas de alterações na
ritualística do RMP.
Primeiramente, partindo-se do pressuposto que o RMP estabelece em
Terra o Céu, deve ser questionado a que Pontos Cardeais e Elementos deve se
atribuir as Estrelas Reais e, consequentemente, os Arcanjos e Animais.
Em um primeiro momento, é sedutor se atribuir às Estrelas a
Regência Elemental dos signos em que se encontram. Dessa maneira atribuir-se-
ia a Aldebaran a Terra, a Regulus o Fogo, a Antares a Água e a Sadalmelik o Ar.
Tal atribuição, porém, não é coerente com os Casamentos Alquímicos ou com a
atribuição tradicional segundo Ptolomeu6.
A definição dos Elementos toma por base os binômios
Umidade/Secura e Calor/Frio. O Ar é Quente e Úmido, o Fogo é Quente e Seco, a
Água é Fria e Úmida e a Terra é Fria e Seca. Os pares opostos, portanto, são
Terra/Ar e Fogo/Água, posto que possuem qualidades opostas em ambos os
binômios. Dessa forma, é importante que a atribuição elemental respeite as
oposições de qualidades.
Ptolomeu propõe que a o Prmeiro Quadrante da Roda Zodiacal
(Aldebaran) responde pelo Ar, o Segundo (Regulus) responde pelo Fogo, o
Terceiro (Antares) responde pela Terra e o Quarto (Sadalmelik) responde pela
Água. Essa atribuição respeita os Casamentos Alquímicos e a prática confirma sua
eficácia.
Além disso, essa atribuição dos pontos cardeais respeita o diagrama
da Árvore da Vida Sefirótica7: De pé em Tiphereth, olhando para Kether ao Leste
está o Ar, às costas e ao Oeste a Terra, à esquerda e ao Norte o Fogo e à direita e
ao Sul a Água. O Pai, a Mãe, o Rigor e a Misericórdia.
Tomando-se por base o Leste como o Nascer do Sol (Ascendente) e
origem da Vida, cabe às Estrelas Reais a seguinte correspondência: Aldebaran para
o Leste, o Touro, a Primavera, o Ar e Rafael; Regulus para o Sul, o Leão, o Verão,
o Fogo e Miguel; Antares para o Oeste, a Águia, o Outono, a Terra e Uriel; e
Sadalmelik para o Norte, o Anjo, o Inverno, a Água e Gabriel.
Ao se proceder a essa construção, portanto, o Magus se coloca no
centro do Universo, como Criador. Ele tem a Vida à Sua frente, a Morte às suas
Costas, a Taça na Mão Direita, a Adaga na Mão Esquerda e é, a um só tempo, a
reconciliação e o equilíbrio entre o Pai, a Mãe, o Poder e a Glória.
Essa Reconstrução do Todo, portanto, recomenda a releitura do
RMP, na proposição abaixo se explana.

6
PTOLOMEU, Claudio, Tetrabiblos, Livro 1, Capítulo 10.
7
GRANT, Kenneth, O Renascer da Magia, Ed. Penumbra.
4. Estrutura Proposta para o RMP da Magia Astrológica.

Sugere-se para o RMP a seguinte estrutura:

1. Energização Pessoal.
2. Delimitação do Círculo.
3. Invocação das Potências Criadoras.
4. Estabelecimento das Estrelas Reais e Elementos.
5. Energização Pessoal.

4.1 – Energização Pessoal.

A primeira energização tem por finalidade ativar os centros


energéticos do Magista permitindo que o ritual transcorra com o menor desgaste
pessoal o possível. Trata-se de uma etapa prévia e preparatória.
Visualize enquanto inspira uma luz branca no topo da cabeça com o
glifo de Saturno dentro. Expira-se vibrando “SATURNO” e direcionando a
vibração para essa esfera de Luz, enquanto sente ela despertar e se ativar. Repete-
se três vezes. Visualiza-se a luz escorrendo para o próximo Chakra.
Repita o mesmo procedimento para os demais Chakras, atribuindo
na sequência as cores, glifos e planetas: azul índigo e “JÚPITER”; azul claro e
“MARTE”; verde e “SOL”; dourado e “VÊNUS”; laranja e “MERCÚRIO”; e
vermelho e “LUA”.
Depois da recepção da Energia Celeste, é hora de captar a Energia
Telúrica. Inspire sentindo e visualizando a energia da Terra subir na forma de duas
colunas de luz unindo o Chakra da Lua ao Chakra de Mercúrio e expire vibrando
a vogal “U” enquanto mantém a visualização.
Repita o mesmo procedimento para os demais Chakras, mas
vibrando o mantra “Ô” unindo o Chakra de Mercúrio ao de Vênus; o mantra “A”
unindo o Chakra de Vênus ao do Sol; o mantra “Ê” unindo o Chakra do Sol ao de
Marte; o mantra “I” luz unindo o Chakra de Marte ao de Júpiter; o mantra “AUM”
unindo o Chakra de Júpiter ao de Saturno.
Respire lenta e profundamente três vezes enquanto visualiza a seu
redor a forma de um Ovo Dourado.

4.2 – A Delimitação do Círculo.


De pé, voltado face ao Leste, erga seu dedo indicador na altura de
seu coração e, girando em sentido horário, trace uma linha de luz prateada em
formato de um círculo.
Relaxe o braço e visualize, em uma inspiração, que esse círculo se
prolonga até o infinito do Céu, mantendo a rotação em sentido horário. Expire e
relaxe. Na próxima inspiração, visualize que esse círculo se prolonga até o centro
da Terra, mantendo a rotação em sentido horário. Repita por três ou cinco vezes
cada um até sentir que você construiu um tubo de luz prateada que une o centro da
terra ao firmamento, e que esse tubo possui uma lenta rotação ao seu redor em
sentido horário.
Delimitou-se, com isso, a área de trabalho unindo as profundezas da
Terra e o limiar do Céu.

4.3 - Invocação das Potências Criadoras.

Em pé, braços relaxados, visualize vindo do céu um pilar de luz


branca que se conecta ao seu Chakra Coronário e nele se acumula e diga
“HABAH” (“O Pai”).
Visualize que essa energia desce pela sua coluna indo até os pés,
onde se transforma em uma Raiz que te conecta com a Terra. Enquanto faz isso,
erga os braços ao lado do corpo na figura de uma cruz e diga “HA-IMA” (“A
Mãe”).
Toque o ombro esquerdo com a mão direita e diga “U-GEVURAH”
(“E o Poder”). Toque o ombro direito com a mão esquerda e diga “U-GEDULAH”
(“E a Glória”). Seus braços deverão estar cruzados, o esquerdo sobre o direito.
Abra os braços como se estivesse abrindo o peito para o Universo
enquanto fala “Le Olam Ve Ad” (“Para Sempre Desde Agora”).
Esta proposta visa a conciliação das polaridades reconhecendo e
valorizando igualmente as polaridades masculina e feminina, celeste e telúrica, o
Pai e a Mãe, o Rigor e a Misericórdia e o Poder e a Glória.

4.4) Estabelecimento das Estrelas Reais.

O Estabelecimento das Estrelas Reais (ou Pilares Elementais) é a


estabilização do círculo com os pontos de firmeza elemental. Os Pentagramas,
além de representarem o “Eu”, são correspondentes às Quatro Estrelas Reais da
Pérsia e, ao fixá-las, o Magista cria em Terra o Céu da Criação e conecta os planos
sutis com o plano sensível.
De frente para o Leste, com o indicador e médio estendidos, desenhe
o pentagrama de Invocação (em sentido horário) do Espírito (começando pela
ponta superior) enquanto vibra o nome sagrado “EHEIEH”. Terminado o traçado,
aponte o dedo para o centro do pentagrama e vibre o nome sagrado “IAHÔ”8 e
visualize a estrela se prolongando até o horizonte do Universo.
Vire para o Sul, com o indicador e médio estendidos, desenhe um
pentagrama de Invocação do Espírito enquanto vibra o nome sagrado “EHEIEH”.
Terminado o traçado, aponte o dedo para o centro do pentagrama e vibre o nome
sagrado “ELOHIM” e visualize a estrela se prolongando até o horizonte do
Universo.
Vire para o Oeste, com o indicador e médio estendidos, desenhe um
pentagrama de Invocação do Espírito enquanto vibra o nome sagrado “AGLA”.
Terminado o traçado, aponte o dedo para o centro do pentagrama e vibre o nome
sagrado “EL” e visualize a estrela se prolongando até o horizonte do Universo.
Vire para o Norte, com o indicador e médio estendidos, desenhe um
pentagrama de Invocação do Espírito enquanto vibra o nome sagrado “AGLA”.
Terminado o traçado, aponte o dedo para o centro do pentagrama e vibre o nome
sagrado “ADONAI” e visualiza a estrela se prolongando até o horizonte do
Universo.
Assuma a postura da Cruz.
Visualize à sua frente uma figura angelical com um robe amarelo
salpicado de violeta. Sinta Vento adentrando o Círculo. Vibre “Rafael”.
Visualize à sua direita uma figura serena com um robe azul salpicado
de laranja e segurando uma taça de prata. Sinta Água adentrando o Círculo. Vibre
“Gabriel”.
Visualize atrás de você uma figura sóbria com um robe púrpura
salpicado de dourado e segurando uma foice de ouro. Sinta Terra adentrando o
Círculo. Vibre “Uriel”.
Visualize à sua Esquerda uma figura poderosa com um robe
vermelho salpicado de verde e segurando uma espada. Sinta Fogo entrando no
círculo. Vibre “Miguel”.
Mantenha a visualização dos quatro elementos no círculo e declame:

“À minha frente a Vida,


Atrás de mim a Morte,
À minha destra a Taça,
À minha sinistra o Chicote.
Ao meu redor brilham as estrelas reais.
E no Pilar do Meio está estabelecida a Cruz Negra”.

8
“Iahô” é a pronúncia da palavra ‫יהוה‬, que corresponde à conjugação do verbo ‫ יהי‬na primeira pessoa do
presente imperfeito (grosseiramente equivalente a “eu sou aquele que está sendo”).
4.5 – Energização pessoal.

A segunda energização pessoal serve para restabelecer o Magista


dentro de seu estado de normalidade.

5. Comentários Finais.

O presente ritual pretende apresentar uma sugestão, fundamentada,


para o RMP. As atribuições Elementais são um elemento aparentemente sólido e
que dificilmente parece passível de discussão: A Roda Zodiacal, O Horóscopo, o
Tarot, a Bíblia e outros elementos foram preservados por milênios e chegaram até
os nossos dias. Dificilmente algo falso sobreviveria ao teste do tempo.
Algumas questões, ficam em aberto: faz alguma diferença a língua
utilizada? E se ao invés de Arcanjos fossem utilizadas as imagens dos Animais
Sagrados? E se o RMP fosse feito virado para outras direções cardeais? Por que o
sentido horário é o de criação e o anti-horário de banimento? Uma vez que as
estrelas mudaram de posição, seria interessante buscar novas estrelas para
representar os pontos cardeais? Teria a Golden Dawn obtido tais instruções de uma
entidade Atlante ou Caldeica ou teria desenvolvido o ritual sozinha pensando nos
céus primitivos?
Outros elementos estão sob total e completo arbítrio do Magista.
Qual o binômio mais interessante: taça e adaga, taça e chicote ou cetro e chicote
como no Egito Antigo? O uso da Cruz Negra como elemento centralizador (a
figura central que une masculino e feminino, indivíduo e mundo, e onde os quatro
elementos separados se unem) é mais recomendado do que o Hexagrama?
O presente trabalho não pretende ser um ponto final, mas um
esclarecimento a respeito da ritualística que vem sendo, acreditamos, reconstruída.
Tudo o que vivenciamos até o presente momento sugere, fortemente, que apenas
somos do braço a mão.

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