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DPE-MT

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO

Técnico Administrativo- Áreas: fim e meio


EDITAL Nº 01, DE 03 DE JUNHO DE 2022
ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos. Tipologia textual................................................................................................................... 5
2. Ortografia oficial.................................................................................................................................................................................. 13
3. Acentuação gráfica.............................................................................................................................................................................. 14
4. Emprego das classes de palavras. ....................................................................................................................................................... 15
5. Emprego do sinal indicativo de crase. ................................................................................................................................................. 22
6. Sintaxe da oração e do período. .......................................................................................................................................................... 22
7. Pontuação. .......................................................................................................................................................................................... 25
8. Concordância nominal e verbal. .......................................................................................................................................................... 26
9. Regência nominal e verbal. ................................................................................................................................................................. 27
10. Significação das palavras. .................................................................................................................................................................... 28

Raciocínio Lógico
1. Noções de Lógica. Diagramas Lógicos: conjuntos e elementos. Lógica da argumentação. Tipos de Raciocínio. Conectivos Lógicos..
Proposições lógicas Simples e compostas. ......................................................................................................................................... 39
2. Elementos de teoria dos conjuntos, análise combinatória e probabilidade. ....................................................................................... 62

Noções de Informática
1. Internet e Aplicativos; Ferramentas de busca; Navegadores (Browser); ............................................................................................. 77
2. Sistema Operacional e Software; ........................................................................................................................................................ 85
3. Correios Eletrônicos; ........................................................................................................................................................................... 93
4. Programa Antivírus e Firewall; ............................................................................................................................................................ 97
5. Editores de Apresentação;Editores de Planilhas;Editores de Texto; Pacote Microsoft Office.............................................................. 99
6. Extensão de Arquivo; ........................................................................................................................................................................ 104
7. Teclas de Atalho; ............................................................................................................................................................................... 107

Princípios de Ética e da Filosofia


1. Fundamentos da Filosofia ................................................................................................................................................................. 111
2. Filosofia moral: Ética ou filosofia moral............................................................................................................................................. 114
3. Consciência crítica e filosofia............................................................................................................................................................. 116
4. A relação entre os valores éticos ou morais e a cultura .................................................................................................................... 117
5. Juízos de fato ou de realidade e juízos de valor ................................................................................................................................ 119
6. Ética e cidadania................................................................................................................................................................................ 119
7. Racionalismo ético ............................................................................................................................................................................ 121
8. Ética e liberdade ................................................................................................................................................................................ 123

História de Mato Grosso


1. Colonização da região de Mato Grosso. Disputas territoriais e conflitos no Mato Grosso. Principais atividades econômicas nos difer-
entes períodos da história. Formação territorial. ............................................................................................................................. 131
2. Manifestações populares e culturais ................................................................................................................................................. 133

Geografia de Mato Grosso


1. O espaço natural de Mato Grosso (noções de relevo, clima, vegetação e hidrografia do estado). A população de Mato Grosso: cresci-
mento, distribuição, estrutura e movimentos. ................................................................................................................................. 139
2. O espaço econômico: desenvolvimento econômico, atividades agropecuárias, extrativistas e industriais. ...................................... 141
3. O estado de Mato Grosso no contexto brasileiro. ............................................................................................................................. 142
ÍNDICE
Conhecimentos Étnico-Raciais
1. Constituição da República Federativa do Brasil (Artigos 1º, 3º, 4° e 5°). ........................................................................................... 145
2. Lei federal n° 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial)................................................................................................................ 151
3. Lei federal nº 7.7168/1989 (Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor). ......................................................... 156
4. Lei federal n° 9.459/1997 (Tipificação dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor). ................................................... 157
5. Decreto federal n° 65.810/1969 (Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial). ......... 158
6. Lei federal nº 10.678/2003, com as alterações da Lei federal nº 13.341/2016 (Referente à Secretaria de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial da Presidência da República). ................................................................................................................................ 163

Legislação
1. Art. 134 da Constituição Federal de 1988. ........................................................................................................................................ 177
2. Lei Complementar Federal nº 80, de 12 de janeiro de 1994, que Organiza a Defensoria Pública da União, do Distrito Federal e dos
Territórios e prescreve normas gerais para sua organização nos Estados, e dá outras providências. ............................................. 177
3. Lei Complementar Estadual nº 146, de 29 de dezembro de 2003, que dispõe sobre a Lei Orgânica da Defensoria Pública do Estado de
Mato Grosso e dá outras providências. ............................................................................................................................................ 197
4. Lei Estadual nº 10.773, de 5 de dezembro de 2018, que dispõe sobre a Estrutura Organizacional, o Quadro de Pessoal e o Plano de
Carreiras de Apoio Administrativo da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso e dá outras providências. ........................... 223
5. Lei Complementar Estadual nº 04, de 15 de outubro de 1990, que dispõe sobre o Estatuto dos Servidores, Públicos da Administração
Direta das Autarquias e das Fundações Públicas Estaduais. ............................................................................................................. 230
6. Lei Complementar Estadual nº 112, de 1º de julho de 2002, que institui o Código de Ética Funcional do Servidor Público Civil do Estado
de Mato Grosso. ............................................................................................................................................................................... 249
7. Lei Complementar Estadual nº 207, de 29 de dezembro de 2004, que institui o Código Disciplinar do Servidor Público Civil do Poder
Executivo do Estado de Mato Grosso, e dá outras providências. ..................................................................................................... 251
8. Resolução 90/2017/CSDP, que fixa critérios para deferimento de assistência jurídica a ser prestada pela Defensoria Pública........ 259
9. Lei Complementar Estadual nº 295, de 28 de dezembro de 2007, que dispõe sobre o Sistema Integrado de Controle Interno do Estado
de Mato Grosso e dá outras providências. ....................................................................................................................................... 261

Conhecimentos Específicos
Técnico Administrativo - Áreas: fim e meio
1. Noções de administração:Almoxarifado ............................................................................................................................................ 267
2. Redação oficial .................................................................................................................................................................................. 274
3. Relações humanas, comunicação e expressão, desenvolvimento organizacional, atendimento público, guarda e conservação de mate-
riais sob sua responsabilidade. ......................................................................................................................................................... 282
4. Rotinas de envio e recebimentos de ofícios, memorandos.. Gestão eletrônica de documentos. Protocolos: recebimento, registro,
distribuição, tramitação e expedição de documentos. Classificação de documentos de arquivo. Arquivamento e ordenação de docu-
mentos de arquivo. Tabela de temporalidade de documentos de arquivo. Acondicionamento e armazenamento de documentos de
arquivo. Preservação e conservação de documentos de arquivo. ................................................................................................... 294
5. Noções de Direito Administrativo e Noções de Adminstração Pública. . Administração direta e indireta. . Administração centralizada e
descentralizada. ................................................................................................................................................................................ 304
6. Ato administrativo: conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies..................................................................................... 311
7. Noções de Licitação e Contratos Administrativos.............................................................................................................................. 315
8. Agentes públicos.. Espécies e classificação. . Cargo, emprego e função públicos.............................................................................. 325
9. Os Poderes constitucionais na administração pública. ...................................................................................................................... 336
10. Processo administrativo. Funções da administração: planejamento, organização, direção e controle. ............................................ 338
11. Lei de processo administrativo estadual (Lei Estadual n° 7.692, de 1º de julho de 2002, e alterações posteriores). ........................ 340
12. Comportamento organizacional: relações indivíduo/organização, motivação, liderança, desempenho. .......................................... 345
13. Gestão da qualidade e modelo de excelência gerencial. ................................................................................................................... 348
14. Noções de Direito Constitucional. ..................................................................................................................................................... 359
15. Regimento Interno da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (Portaria nº 1016/2020/DPG, de 19 de outubro de 2020, e alter-
ações posteriores). ........................................................................................................................................................................... 366
LÍNGUA PORTUGUESA

Tipos textuais
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS. TIPO- A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
LOGIA TEXTUAL dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- específico para se fazer a enunciação.
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas característi-
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o cas:
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido
completo.
Apresenta um enredo, com ações e
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e
relações entre personagens, que ocorre
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci-
em determinados espaço e tempo. É
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua TEXTO NARRATIVO
contado por um narrador, e se estrutura
interpretação.
da seguinte maneira: apresentação >
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do
desenvolvimento > clímax > desfecho
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta- Tem o objetivo de defender determinado
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper- TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
tório do leitor. DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos. Sua
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, ARGUMENTATIVO estrutura comum é: introdução >
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- desenvolvimento > conclusão.
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido Procura expor ideias, sem a necessidade
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar de defender algum ponto de vista. Para
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens. isso, usa-se comparações, informações,
TEXTO EXPOSITIVO
definições, conceitualizações etc. A
Dicas práticas estrutura segue a do texto dissertativo-
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con- argumentativo.
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa-
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível, Expõe acontecimentos, lugares, pessoas,
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações. de modo que sua finalidade é descrever,
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém. Com
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe- isso, é um texto rico em adjetivos e em
cidas. verbos de ligação.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon- Oferece instruções, com o objetivo de
te de referências e datas. TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de são os verbos no modo imperativo.
opiniões.
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques-
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin- Gêneros textuais
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe-
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir da
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo não
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual,
quando afirma que... podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o
padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as-
Tipologia Textual sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
A partir da estrutura linguística, da função social e da finali- Alguns exemplos de gêneros textuais:
dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele • Artigo
pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas • Bilhete
classificações. • Bula
• Carta
• Conto
• Crônica
• E-mail
• Lista
• Manual

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LÍNGUA PORTUGUESA
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
• Notícia que C é igual a A.
• Poema Outro exemplo:
• Propaganda Todo ruminante é um mamífero.
• Receita culinária A vaca é um ruminante.
• Resenha Logo, a vaca é um mamífero.
• Seminário
Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- também será verdadeira.
to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária, No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele, a
por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali- conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
dade e à função social de cada texto analisado. mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
ARGUMENTAÇÃO confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada da
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
propõe. outro fundado há dois ou três anos.
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo der bem como eles funcionam.
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
vista defendidos. acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
sos de linguagem. essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de zado numa dada cultura.
escolher entre duas ou mais coisas”.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des- Tipos de Argumento
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa-
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu-
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre- mento. Exemplo:
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna Argumento de Autoridade
uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para
que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos- servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur-
sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto
enunciador está propondo. um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver-
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. dadeira. Exemplo:
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para ele,
uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe-
admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de
cimento. Nunca o inverso.
crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea-
Alex José Periscinoto.
mento de premissas e conclusões.
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
A é igual a B.
A é igual a C.
Então: C é igual a B.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Argumento do Atributo
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor- É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi-
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela, cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se um raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem que é mais grosseiro, etc.
acreditar que é verdade. Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
Argumento de Quantidade
alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú-
tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior
de.
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz
competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
largo uso do argumento de quantidade.
língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
Argumento do Consenso mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como dizer dá confiabilidade ao que se diz.
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- por bem determinar o internamento do governador pelo período
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
carentes de qualquer base científica. - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
Argumento de Existência tal por três dias.
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
do que dois voando”. deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais texto tem sempre uma orientação argumentativa.
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante a traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- to homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa
ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela
dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na-
dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
vios, etc., ganhava credibilidade.
Argumento quase lógico outras, etc. Veja:
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são vam abraços afetuosos.”
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi-
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras e
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí- sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en- fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica. que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra-
não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável. tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am-
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con- plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá-
correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser
tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente,
indevidas. injustiça, corrupção).
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
o argumento.

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- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con- argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta-
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e ria contra a argumentação proposta;
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por - refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos-
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite ta.
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido,
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
outros à sua dependência política e econômica”. gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa- não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
o assunto, etc). tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men- todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
dades não se prometem, manifestam-se na ação. é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui a regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar- série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che- da verdade:
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo - evidência;
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se - divisão ou análise;
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu - ordem ou dedução;
comportamento. - enumeração.
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli- da,
expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen- A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
mica e até o choro. contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos caracteriza a universalidade.
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo-
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta- gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de- silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à
possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun- fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para
damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista. o efeito. Exemplo:
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis- Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia. Fulano é homem (premissa menor = particular)
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições, Logo, Fulano é mortal (conclusão)
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e seus
respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve- zes, a A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia-
análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre, essa se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse
capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par-
aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol- te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci-
ver as seguintes habilidades: dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma O calor dilata o ferro (particular) O
ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total- calor dilata o bronze (particular)
mente contrária;

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LÍNGUA PORTUGUESA
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por
O calor dilata o cobre (particular) meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con-
O ferro, o bronze, o cobre são metais junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise,
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo-
sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas relacionadas:
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu- Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata,
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de lha dos elementos que farão parte do texto.
argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
sofisma no seguinte diálogo: formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
- Lógico, concordo. tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
- Claro que não! um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
Exemplos de sofismas: partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Dedução análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Todo professor tem um diploma (geral, universal) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
Fulano tem um diploma (particular) nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me-
nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
Indução empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e
cular) espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís-
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial.
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral
– conclusão falsa) Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão sabiá, torradeira.
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro- Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden- Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, base-
ados nos sentimentos não ditados pela razão. Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé-
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen- tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de
tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda- classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é
de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de
outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais
processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par- importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro
ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é
demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração do
classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por- plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou seja,
que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização.
pesquisa. (Garcia, 1973, p. 302304.)
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados; Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in-
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres-
todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de- sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio-
pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam.
síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição
que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu de vista sobre ele.
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina-
das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então,
o relógio estaria reconstruído.

9
LÍNGUA PORTUGUESA
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem-
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua- pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e
gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a
com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do
espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen-
mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda-
cia dos outros elementos dessa mesma espécie.
mentação coerente e adequada.
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição é
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás-
um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A
sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa-
da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco-
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
- o termo a ser definido; rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
- o gênero ou espécie; reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
- a diferença específica. sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
ma espécie. Exemplo: elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
Elemento especiediferença de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
a ser definidoespecífica se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior
relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa-
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par- apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de
tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por-
advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan- virtude de, em vista de, por motivo de.
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli-
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta-
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como:
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista,
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
ou instalação”; segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; assim, desse ponto de vista.
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de-
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de-
pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan- além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
dida;d interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de se
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma
diferenças). ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma
forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta-
As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos
paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que que, melhor que, pior que.
consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala- Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
vra e seus significados. o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade tecnológica
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir- - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi- a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos-
bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no ta, justificar, criando um argumento básico;
corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li-
construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou
que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais
(rever tipos de argumentação);
caráter confirmatório que comprobatório.
- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli-
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po-
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ-
caso, incluem-se ência);
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
mortal, aspira à imortalidade); argumento básico;
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula- - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
dos e axiomas); poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature- argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu-
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão mento básico;
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se-
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às
parece absurdo). partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
menos a seguinte:
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con- Introdução
cretos, estatísticos ou documentais. - função social da ciência e da tecnologia;
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se - definições de ciência e tecnologia;
realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau- - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, Desenvolvimento
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini- - apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol-
ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, vimento tecnológico;
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex- - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na condições de vida no mundo atual;
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica-
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra-
mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub-
-argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar-
desenvolvidos;
gumentação:
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran-
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas-
do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu-
mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”; sado; apontar semelhanças e diferenças;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- banos;
dadeira; - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi- mais a sociedade.
nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali-
dade da afirmação; Conclusão
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis- - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ-
te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto- ências maléficas;
ridade que contrariam a afirmação apresentada; - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de- apresentados.
sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se
em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes. Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados ção: é um dos possíveis.
estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen- Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra- criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis-
que gera o controle demográfico”. tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela é
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao inserida.
desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui- O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
elaboração de um Plano de Redação.

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LÍNGUA PORTUGUESA
A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa pro-
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume dução textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem ex-
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a pressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
textos caracterizada por um citar o outro. termo “citação” (citare) significa convocar.
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um
texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou de termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di-
ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos Pastiche é uma recorrência a um gênero.
pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema
pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
mencionar um provérbio conhecido. a recriação de um texto.
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou- Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “conheci-
tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to- mento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao
má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi- produtor e ao receptor de textos.
zá-lo ou ao compará-lo com outros. A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito am-
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum plo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de- remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres- além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram daquela citação ou alusão em questão.
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con-
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi- Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita
nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido. implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte,
ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
Tipos de Intertextualidade
A intertextualidade acontece quando há uma referência ex- A intertextualidade explícita:
plícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer – é facilmente identificada pelos leitores;
com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. – estabelece uma relação direta com o texto fonte;
Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextuali- – apresenta elementos que identificam o texto fonte;
dade. – não exige que haja dedução por parte do leitor;
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, – apenas apela à compreensão do conteúdos.
um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diá-
logo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as A intertextualidade implícita:
mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. – não é facilmente identificada pelos leitores;
– não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto – não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea- – exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por par-
firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com te dos leitores;
outras palavras o que já foi dito. – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros tex- a compreensão do conteúdo.
tos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto
de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, PONTO DE VISTA
um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica de sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos de
suas verdades incontestadas anteriormente, com esse proces- so vista diferentes. É considerado o elemento da narração que com-
há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela preende a perspectiva através da qual se conta a história. Trata-se
verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir
programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequente- diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, con-
mente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica sidera-se dois pontos de vista como fundamentais: O narrador-ob-
e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da servador e o narrador-personagem.
demagogia praticada pela classe dominante.
A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos Primeira pessoa
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que con- Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
siste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma re- de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
lação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígra- o livro com a sensação de termos a visão do personagem poden- do
fhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé” também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
(escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas
Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “A vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e
cultura é o melhor conforto para a velhice”. só descobrimos ao decorrer da história.

12
LÍNGUA PORTUGUESA
- Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupos-
Segunda pessoa tos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diá-
logo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se sinta Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução,
quase como outro personagem que participa da história. desenvolvimento e conclusão):
Terceira pessoa “Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha.
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas obser- Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado
vasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psico-
primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como al- trópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão
guém que estivesse apenas contando o que cada personagem disse. estrutura suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o
caos. ”
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmi- (Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)
tida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é contada
por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para Elemento relacionador: Nesse contexto.
outro deve ser bem clara, para que quem estiver acompanhando a Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha.
leitura não fique confuso. Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do
consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁ- sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação
GRAFOS de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.
Conclusão: Enfim, viveremos o caos.
São três os elementos essenciais para a composição de um tex-
to: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos estudar
cada uma de forma isolada a seguir: ORTOGRAFIA OFICIAL

Introdução A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes


à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso
É a apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. A analisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memo-
introdução é caracterizada por ser o parágrafo inicial. rizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que
Desenvolvimento também faz aumentar o vocabulário do leitor.
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes
Quando tratamos de estrutura, é a maior parte do texto. O entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar
desenvolvimento estabelece uma conexão entre a introdução e a que existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique
conclusão, pois é nesta parte que as ideias, argumentos e posicio- atento!
namento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com a fina-
lidade de dirigir a atenção do leitor para a conclusão. Alfabeto
Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e ap- O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é co-
tas a fazer com que o leitor anteceda qual será a conclusão. nhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o
alfabeto se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e
São três principais erros que podem ser cometidos na elabora- consoantes (restante das letras).
ção do desenvolvimento: Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram
- Distanciar-se do texto em relação ao tema inicial. reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo
- Focar em apenas um tópico do tema e esquecer dos outros. que elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de
- Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá-las, nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.
dificultando a linha de compreensão do leitor.
Uso do “X”
Conclusão Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o
X no lugar do CH:
Ponto final de todas as argumentações discorridas no desen- • Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxer-
volvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questionamen- gar)
tos levantados pelo autor. • Depois de ditongos (ex: caixa)
Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como: • Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)
“Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”.
Uso do “S” ou “Z”
Parágrafo Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser ob-
servadas:
• Depois de ditongos (ex: coisa)
Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à margem
• Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S”
esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo deve
(ex: casa > casinha)
conter introdução, desenvolvimento e conclusão.
• Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou
- Introdução – apresentação da ideia principal, feita de maneira
origem. (ex: portuguesa)
sintética de acordo com os objetivos do autor.
• Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex:
- Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução),
populoso)
atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibili-
dade na discussão.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Uso do “S”, “SS”, “Ç”
• “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex: diversão)
• “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo)
• “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passaram pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)

Os diferentes porquês

POR QUE Usado para fazer perguntas. Pode ser substituído por “por qual motivo”
PORQUE Usado em respostas e explicações. Pode ser substituído por “pois”
O “que” é acentuado quando aparece como a última palavra da frase, antes da pontuação final (interrogação,
POR QUÊ
exclamação, ponto final)
PORQUÊ É um substantivo, portanto costuma vir acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou pronome

Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

A acentuação é uma das principais questões relacionadas à Ortografia Oficial, que merece um capítulo a parte. Os acentos utilizados
no português são: acento agudo (´); acento grave (`); acento circunflexo (^); cedilha (¸) e til (~).
Depois da reforma do Acordo Ortográfico, a trema foi excluída, de modo que ela só é utilizada na grafia de nomes e suas derivações
(ex: Müller, mülleriano).
Esses são sinais gráficos que servem para modificar o som de alguma letra, sendo importantes para marcar a sonoridade e a intensi-
dade das sílabas, e para diferenciar palavras que possuem a escrita semelhante.
A sílaba mais intensa da palavra é denominada sílaba tônica. A palavra pode ser classificada a partir da localização da sílaba tônica,
como mostrado abaixo:
• OXÍTONA: a última sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: café)
• PAROXÍTONA: a penúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: automóvel)
• PROPAROXÍTONA: a antepenúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: lâmpada)
As demais sílabas, pronunciadas de maneira mais sutil, são denominadas sílabas átonas.

Regras fundamentais

CLASSIFICAÇÃO REGRAS EXEMPLOS


• terminadas em A, E, O, EM, seguidas ou não do
cipó(s), pé(s), armazém
OXÍTONAS plural
respeitá-la, compô-lo, comprometê-los
• seguidas de -LO, -LA, -LOS, -LAS
• terminadas em I, IS, US, UM, UNS, L, N, X, PS, Ã,
ÃS, ÃO, ÃOS
táxi, lápis, vírus, fórum, cadáver, tórax, bíceps,
• ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido
PAROXÍTONAS ímã, órfão, órgãos, água, mágoa, pônei, ideia, geleia,
ou não do plural
paranoico, heroico
(OBS: Os ditongos “EI” e “OI” perderam o
acento com o Novo Acordo Ortográfico)
PROPAROXÍTONAS • todas são acentuadas cólica, analítico, jurídico, hipérbole, último, álibi

Regras especiais

REGRA EXEMPLOS
Acentua-se quando “I” e “U” tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de saída, faísca, baú, país
“S”, desde que não sejam seguidos por “NH” feiura, Bocaiuva,
OBS: Não serão mais acentuados “I” e “U” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo Sauipe
têm, obtêm, contêm,
Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “TER” e “VIR” e seus compostos
vêm
Não são acentuados hiatos “OO” e “EE” leem, voo, enjoo

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LÍNGUA PORTUGUESA
Não são acentuadas palavras homógrafas
pelo, pera, para
OBS: A forma verbal “PÔDE” é uma exceção

EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS

Classes de Palavras
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou inde- A galinha botou um ovo.
ARTIGO finido) Uma menina deixou a mochila no ôni-
Varia em gênero e número bus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conec-
Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO tivos)
Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Não sofre variação
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequên-
Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL cia
Três é a metade de seis.
Varia em gênero e número
Posso ajudar, senhora?
Ela me ajudou muito com o meu traba-
Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo
PRONOME lho.
Varia em gênero e número
Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.
Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares
A menina jogou sua boneca no rio.
SUBSTANTIVO etc.
A matilha tinha muita coragem.
Flexionam em gênero, número e grau.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza Ana se exercita pela manhã.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, Todos parecem meio bobos.
VERBO tempo, número, pessoa e voz. Chove muito em Manaus.
Verbos não significativos são chamados verbos de liga- A cidade é muito bonita quando vista do
ção alto.

Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedreiro; livraria; noturno...
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radical). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol...

Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão que
protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.

Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).

Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).

Novo Acordo Ortográfico


De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas e
festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas.
Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana, meses, estações do ano e em pontos cardeais.
Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em palavras de categorização.

Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
• de criança = infantil
• de mãe = maternal
• de cabelo = capilar

Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).

Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; pri- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais,
DE TEMPO
meiramente de noite
Ao redor de; em frente a; à esquerda; por per-
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali
to
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê

Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo

Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido
próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de
realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí).

Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado,
ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questionamentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...)
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...)

Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la,
no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati-
vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no gerúndio antecedidos por “em”.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Nada me faria mais feliz.

• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerúndio não
acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal.
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho.

• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração.


Orgulhar-me-ei de meus alunos.

DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou orações, nem após ponto-e-vírgula.

Verbos
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro pos-
suem subdivisões.
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do pre-
sente, futuro do pretérito.
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito imperfeito, futuro.

Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre flexão em
tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no particípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro.
As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem, aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando, fa-
zendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particípio) ou
advérbio (gerúndio).

Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal. Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar, vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados (ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais (falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sempre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)
• Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
• Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se, pente-
ar-se...)
• Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si próprios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)

Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)

Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.

Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

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LÍNGUA PORTUGUESA
Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Temporais: quando, enquanto, agora.
Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra,
para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, en- Formação de Palavras
tre.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, du- A formação de palavras se dá a partir de processos morfológi-
rante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc. cos, de modo que as palavras se dividem entre:
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, • Palavras primitivas: são aquelas que não provêm de outra
defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc. palavra. Ex: flor; pedra
• Palavras derivadas: são originadas a partir de outras pala-
Ao conectar os termos das orações, as preposições estabele- vras. Ex: floricultura; pedrada
cem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de: • Palavra simples: são aquelas que possuem apenas um radi-
• Causa: Morreu de câncer. cal (morfema que contém significado básico da palavra). Ex: cabelo;
• Distância: Retorno a 3 quilômetros. azeite
• Finalidade: A filha retornou para o enterro. • Palavra composta: são aquelas que possuem dois ou mais
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura. radicais. Ex: guarda-roupa; couve-flor
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila. Entenda como ocorrem os principais processos de formação de
• Lugar: O vírus veio de Portugal.
palavras:
• Companhia: Ela saiu com a amiga.
• Posse: O carro de Maria é novo. Derivação
• Meio: Viajou de trem. A formação se dá por derivação quando ocorre a partir de uma
palavra simples ou de um único radical, juntando-se afixos.
Combinações e contrações • Derivação prefixal: adiciona-se um afixo anteriormente à pa-
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras pa- lavra ou radical. Ex: antebraço (ante + braço) / infeliz (in + feliz)
lavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e • Derivação sufixal: adiciona-se um afixo ao final da palavra ou
havendo perda fonética (contração). radical. Ex: friorento (frio + ento) / guloso (gula + oso)
• Combinação: ao, aos, aonde • Derivação parassintética: adiciona-se um afixo antes e outro
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso depois da palavra ou radical. Ex: esfriar (es + frio + ar) / desgoverna-
do (des + governar + ado)
Conjunção • Derivação regressiva (formação deverbal): reduz-se a pala-
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabe- vra primitiva. Ex: boteco (botequim) / ataque (verbo “atacar”)
lecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante de • Derivação imprópria (conversão): ocorre mudança na classe
conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois gramatical, logo, de sentido, da palavra primitiva. Ex: jantar (verbo
reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e para substantivo) / Oliveira (substantivo comum para substantivo
interpretação de textos, além de ser um grande diferencial no mo- próprio – sobrenomes).
mento de redigir um texto.
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e Composição
conjunções subordinativas. A formação por composição ocorre quando uma nova palavra
se origina da junção de duas ou mais palavras simples ou radicais.
Conjunções coordenativas • Aglutinação: fusão de duas ou mais palavras simples, de
As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti- modo que ocorre supressão de fonemas, de modo que os elemen-
ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma tos formadores perdem sua identidade ortográfica e fonológica. Ex:
função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em aguardente (água + ardente) / planalto (plano + alto)
cinco grupos: • Justaposição: fusão de duas ou mais palavras simples, man-
• Aditivas: e, nem, bem como. tendo a ortografia e a acentuação presente nos elementos forma-
• Adversativas: mas, porém, contudo. dores. Em sua maioria, aparecem conectadas com hífen. Ex: beija-
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer.
-flor / passatempo.
• Conclusivas: logo, portanto, assim.
• Explicativas: que, porque, porquanto. Abreviação
Quando a palavra é reduzida para apenas uma parte de sua
Conjunções subordinativas totalidade, passando a existir como uma palavra autônoma. Ex: foto
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação (fotografia) / PUC (Pontifícia Universidade Católica).
de dependência entre a oração principal e a oração subordinada.
Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) Hibridismo
se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada. Quando há junção de palavras simples ou radicais advindos de
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes: línguas distintas. Ex: sociologia (socio – latim + logia – grego) / binó-
• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas culo (bi – grego + oculus – latim).
substantivas, definidas pelas palavras que e se.
• Causais: porque, que, como. Combinação
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que. Quando ocorre junção de partes de outras palavras simples ou
• Condicionais: e, caso, desde que. radicais. Ex: portunhol (português + espanhol) / aborrecente (abor-
• Conformativas: conforme, segundo, consoante. recer + adolescente).
• Comparativas: como, tal como, assim como.
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que.
• Finais: a fim de que, para que.
• Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que.

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LÍNGUA PORTUGUESA
DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em
Intensificação caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no
Quando há a criação de uma nova palavra a partir do alarga- masculino. Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos
mento do sufixo de uma palavra existente. Normalmente é feita à escola / Amanhã iremos ao colégio.
adicionando o sufixo -izar. Ex: inicializar (em vez de iniciar) / proto-
colizar (em vez de protocolar).

Neologismo SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO


Quando novas palavras surgem devido à necessidade do falan-
te em contextos específicos, podendo ser temporárias ou perma- A sintaxe estuda o conjunto das relações que as palavras esta-
nentes. Existem três tipos principais de neologismos: belecem entre si. Dessa maneira, é preciso ficar atento aos enuncia-
• Neologismo semântico: atribui-se novo significado a uma pa- dos e suas unidades: frase, oração e período.
lavra já existente. Ex: amarelar (desistir) / mico (vergonha) Frase é qualquer palavra ou conjunto de palavras ordenadas
• Neologismo sintático: ocorre a combinação de elementos já que apresenta sentido completo em um contexto de comunicação
existentes no léxico da língua. Ex: dar um bolo (não comparecer ao e interação verbal. A frase nominal é aquela que não contém verbo.
compromisso) / dar a volta por cima (superar). Já a frase verbal apresenta um ou mais verbos (locução verbal).
• Neologismo lexical: criação de uma nova palavra, que tem Oração é um enunciado organizado em torno de um único ver-
um novo conceito. Ex: deletar (apagar) / escanear (digitalizar) bo ou locução verbal, de modo que estes passam a ser o núcleo da
oração. Assim, o predicativo é obrigatório, enquanto o sujeito é
Onomatopeia opcional.
Quando uma palavra é formada a partir da reprodução aproxi- Período é uma unidade sintática, de modo que seu enuncia- do
mada do seu som. Ex: atchim; zum-zum; tique-taque. é organizado por uma oração (período simples) ou mais orações
(período composto). Eles são iniciados com letras maiúsculas e fina-
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE lizados com a pontuação adequada.

Análise sintática
Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma A análise sintática serve para estudar a estrutura de um perío-
só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é de- do e de suas orações. Os termos da oração se dividem entre:
marcada com o uso do acento grave (à), de modo que crase não • Essenciais (ou fundamentais): sujeito e predicado
é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão. • Integrantes: completam o sentido (complementos verbais e
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o em- nominais, agentes da passiva)
prego da crase: • Acessórios: função secundária (adjuntos adnominais e adver-
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela alu- biais, apostos)
na.
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especifica- Termos essenciais da oração
das: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas. Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado.
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito O sujeito é aquele sobre quem diz o resto da oração, enquanto o
estresse. predicado é a parte que dá alguma informação sobre o sujeito, logo,
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos dei- onde o verbo está presente.
xando de lado a capacidade de imaginar.
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima O sujeito é classificado em determinado (facilmente identificá-
à esquerda. vel, podendo ser simples, composto ou implícito) e indeterminado,
podendo, ainda, haver a oração sem sujeito (a mensagem se con-
Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a cra- centra no verbo impessoal):
se: Lúcio dormiu cedo.
• Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé. Aluga-se casa para réveillon.
• Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor ter- Choveu bastante em janeiro.
mos uma reunião frente a frente.
• Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar. Quando o sujeito aparece no início da oração, dá-se o nome de
• Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te sujeito direto. Se aparecer depois do predicado, é o caso de sujeito
atender daqui a pouco. inverso. Há, ainda, a possibilidade de o sujeito aparecer no meio da
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça oração:
a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras. Lívia se esqueceu da reunião pela manhã.
• Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha Esqueceu-se da reunião pela manhã, Lívia.
fica a 50 metros da esquina. Da reunião pela manhã, Lívia se esqueceu.
Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo Os predicados se classificam em: predicado verbal (núcleo do
• Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha. predicado é um verbo que indica ação, podendo ser transitivo, in-
/ Dei um picolé à minha filha. transitivo ou de ligação); predicado nominal (núcleo da oração é
• Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei um nome, isto é, substantivo ou adjetivo); predicado verbo-nomi-
minha avó até à feira. nal (apresenta um predicativo do sujeito, além de uma ação mais
• Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado): uma qualidade sua)
Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à
Ana da faculdade.

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LÍNGUA PORTUGUESA
As crianças brincaram no salão de festas.
Mariana é inteligente.
Os jogadores venceram a partida. Por isso, estavam felizes.

Termos integrantes da oração


Os complementos verbais são classificados em objetos diretos (não preposicionados) e objetos indiretos (preposicionado).
A menina que possui bolsa vermelha me cumprimentou.
O cão precisa de carinho.

Os complementos nominais podem ser substantivos, adjetivos ou advérbios.


A mãe estava orgulhosa de seus filhos.
Carlos tem inveja de Eduardo.
Bárbara caminhou vagarosamente pelo bosque.

Os agentes da passiva são os termos que tem a função de praticar a ação expressa pelo verbo, quando este se encontra na voz passiva.
Costumam estar acompanhados pelas preposições “por” e “de”.
Os filhos foram motivo de orgulho da mãe.
Eduardo foi alvo de inveja de Carlos.
O bosque foi caminhado vagarosamente por Bárbara.

Termos acessórios da oração


Os termos acessórios não são necessários para dar sentido à oração, funcionando como complementação da informação. Desse
modo, eles têm a função de caracterizar o sujeito, de determinar o substantivo ou de exprimir circunstância, podendo ser adjunto adver-
bial (modificam o verbo, adjetivo ou advérbio), adjunto adnominal (especifica o substantivo, com função de adjetivo) e aposto (caracteriza
o sujeito, especificando-o).
Os irmãos brigam muito.
A brilhante aluna apresentou uma bela pesquisa à banca.
Pelé, o rei do futebol, começou sua carreira no Santos.

Tipos de Orações
Levando em consideração o que foi aprendido anteriormente sobre oração, vamos aprender sobre os dois tipos de oração que existem
na língua portuguesa: oração coordenada e oração subordinada.

Orações coordenadas
São aquelas que não dependem sintaticamente uma da outra, ligando-se apenas pelo sentido. Elas aparecem quando há um período
composto, sendo conectadas por meio do uso de conjunções (sindéticas), ou por meio da vírgula (assindéticas).
No caso das orações coordenadas sindéticas, a classificação depende do sentido entre as orações, representado por um grupo de
conjunções adequadas:

CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS CONJUNÇÕES


ADITIVAS Adição da ideia apresentada na oração anterior e, nem, também, bem como, não só, tanto...
Oposição à ideia apresentada na oração anterior
ADVERSATIVAS mas, porém, todavia, entretanto, contudo...
(inicia com vírgula)
Opção / alternância em relação à ideia apresentada
ALTERNATIVAS ou, já, ora, quer, seja...
na oração anterior
logo, pois, portanto, assim, por isso, com
CONCLUSIVAS Conclusão da ideia apresentada na oração anterior
isso...
EXPLICATIVAS Explicação da ideia apresentada na oração anterior que, porque, porquanto, pois, ou seja...

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LÍNGUA PORTUGUESA
Orações subordinadas
São aquelas que dependem sintaticamente em relação à oração principal. Elas aparecem quando o período é composto por duas ou
mais orações.
A classificação das orações subordinadas se dá por meio de sua função: orações subordinadas substantivas, quando fazem o papel
de substantivo da oração; orações subordinadas adjetivas, quando modificam o substantivo, exercendo a função do adjetivo; orações
subordinadas adverbiais, quando modificam o advérbio.
Cada uma dessas sofre uma segunda classificação, como pode ser observado nos quadros abaixo.

SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS FUNÇÃO EXEMPLOS


Esse era meu receio: que ela não discursasse outra
APOSITIVA aposto
vez.
COMPLETIVA NOMINAL complemento nominal Tenho medo de que ela não discurse novamente.
OBJETIVA DIRETA objeto direto Ele me perguntou se ela discursaria outra vez.
OBJETIVA INDIRETA objeto indireto Necessito de que você discurse de novo.
PREDICATIVA predicativo Meu medo é que ela não discurse novamente.
SUBJETIVA sujeito É possível que ela discurse outra vez.

SUBORDINADAS
CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS
ADJETIVAS
Esclarece algum detalhe, adicionando uma in-
O candidato, que é do partido socialista, está
EXPLICATIVAS formação.
sendo atacado.
Aparece sempre separado por vírgulas.
Restringe e define o sujeito a que se refere.
As pessoas que são racistas precisam rever
RESTRITIVAS Não deve ser retirado sem alterar o sentido.
seus valores.
Não pode ser separado por vírgula.
Introduzidas por conjunções, pronomes e locu-
ções conjuntivas. Ele foi o primeiro presidente que se preocu-
DESENVOLVIDAS
Apresentam verbo nos modos indicativo ou pou com a fome no país.
subjuntivo.
Não são introduzidas por pronomes, conjun-
ções sou locuções conjuntivas. Assisti ao documentário denunciando a cor-
REDUZIDAS
Apresentam o verbo nos modos particípio, ge- rupção.
rúndio ou infinitivo

SUBORDINADAS ADVERBIAIS FUNÇÃO PRINCIPAIS CONJUNÇÕES


Ideia de causa, motivo, razão de
CAUSAIS porque, visto que, já que, como...
efeito
como, tanto quanto, (mais / menos) que, do
COMPARATIVAS Ideia de comparação
que...
CONCESSIVAS Ideia de contradição embora, ainda que, se bem que, mesmo...
caso, se, desde que, contanto que, a menos
CONDICIONAIS Ideia de condição
que...
CONFORMATIVAS Ideia de conformidade como, conforme, segundo...
CONSECUTIVAS Ideia de consequência De modo que, (tal / tão / tanto) que...
FINAIS Ideia de finalidade que, para que, a fim de que...
quanto mais / menos... mais /menos, à me-
PROPORCIONAIS Ideia de proporção
dida que, na medida em que, à proporção que...
TEMPORAIS Ideia de momento quando, depois que, logo que, antes que...

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LÍNGUA PORTUGUESA

PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).
Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.

SINAL NOME USO EXEMPLOS


Indicar final da frase declarativa Meu nome é Pedro.
. Ponto Separar períodos Fica mais. Ainda está cedo
Abreviar palavras Sra.
A princesa disse:
Iniciar fala de personagem
- Eu consigo sozinha.
Antes de aposto ou orações apositivas, enumerações ou
Esse é o problema da pandemia: as
: Dois-pontos sequência de palavras para resumir / explicar ideias
pessoas não respeitam a quarentena.
apresentadas anteriormente
Como diz o ditado: “olho por olho,
Antes de citação direta
dente por dente”.
Indicar hesitação
Sabe... não está sendo fácil...
... Reticências Interromper uma frase
Quem sabe depois...
Concluir com a intenção de estender a reflexão
Isolar palavras e datas A Semana de Arte Moderna (1922)
() Parênteses Frases intercaladas na função explicativa (podem Eu estava cansada (trabalhar e
substituir vírgula e travessão) estudar é puxado).
Indicar expressão de emoção Que absurdo!
Ponto de
! Final de frase imperativa Estude para a prova!
Exclamação
Após interjeição Ufa!
Ponto de
? Em perguntas diretas Que horas ela volta?
Interrogação
A professora disse:
Iniciar fala do personagem do discurso direto e indicar — Boas férias!
— Travessão mudança de interloculor no diálogo — Obrigado, professora.
Substituir vírgula em expressões ou frases explicativas O corona vírus — Covid-19 — ainda
está sendo estudado.

Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o
prédio.
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.

No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:

• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.
• Predicativo do objeto do objeto.
• Oração principal da subordinada substantiva.
• Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL

Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa

Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.

Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.

Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.

Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.

Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.

CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


É PROIBIDO Deve concordar com o substantivo quando há
É proibida a entrada.
É PERMITIDO presença de um artigo. Se não houver essa determinação,
É proibido entrada.
É NECESSÁRIO deve permanecer no singular e no masculino.
Mulheres dizem “obrigada” Homens
OBRIGADO / OBRIGADA Deve concordar com a pessoa que fala.
dizem “obrigado”.
As bastantes crianças ficaram doentes
Quando tem função de adjetivo para um com a volta às aulas.
substantivo, concorda em número com o substantivo. Bastante criança ficou doente com a
BASTANTE
Quando tem função de advérbio, permanece volta às aulas.
invariável. O prefeito considerou bastante a respeito
da suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não Havia menos mulheres que homens na
MENOS
existe na língua portuguesa. fila para a festa.
As crianças mesmas limparam a sala
MESMO Devem concordar em gênero e número com a depois da aula.
PRÓPRIO pessoa a que fazem referência. Eles próprios sugeriram o tema da
formatura.
Quando tem função de numeral adjetivo, deve
Adicione meia xícara de leite.
concordar com o substantivo.
MEIO / MEIA Manuela é meio artista, além de ser
Quando tem função de advérbio, modificando um
engenheira.
adjetivo, o termo é invariável.
Segue anexo o orçamento.
Seguem anexas as informações
Devem concordar com o substantivo a que se adicionais
ANEXO INCLUSO
referem. As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da
mensalidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.

Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um substan-
tivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.

Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.

Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.

Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:

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LÍNGUA PORTUGUESA
PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum;
A contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; necessário;
nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil; visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente;
DE dotado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato;
COM
intolerante; mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador;
EM
negligente; perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...

Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.

Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado de
um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática:
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.

Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto direto), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo.

Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto indireto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer o
sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da campanha eleitoral.

Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposição)
e de um objeto indireto (com preposição):
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda à senhora.

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os sentidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Conheça as
principais relações e suas características:

Sinonímia e antonímia
As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente
<—> esperto
Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam significados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex: forte
<—> fraco

Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo “rir”)
X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (numeral) X
sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical).
As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual, porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver-
bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo).

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LÍNGUA PORTUGUESA
2. (UEPB – 2010)
Polissemia e monossemia Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos
As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar maiores nomes da educação mundial na atualidade.
mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a
frase. Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo). Carlos Alberto Torres
Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam apenas 1O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Por-
um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos). tanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito
no 3pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diver-
Denotação e conotação sidade não só em ideias contrapostas, mas também em 5identida-
Palavras com sentido denotativo são aquelas que apresentam des que se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um
um sentido objetivo e literal. Ex:Está fazendo frio. / Pé da mulher. processo de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diver-
Palavras com sentido conotativo são aquelas que apresentam sidade está relacionada com a questão da educação 8e do poder. Se
um sentido simbólico, figurado. Ex: Você me olha com frieza. / Pé a diversidade fosse a simples descrição 9demográfica da realidade e
da cadeira. a realidade fosse uma boa articulação 10dessa descrição demográ-
fica em termos de constante articulação 11democrática, você não
Hiperonímia e hiponímia
sentiria muito a presença do tema 12diversidade neste instante. Há
Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de signi-
o termo diversidade porque há 13uma diversidade que implica o uso
ficado entre as palavras. e o abuso de poder, de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça,
Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que de classe.
tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão.
[…]
Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, por-
tanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex: Rosa Maria Torres
Limão é hipônimo de fruta. 15O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre
16muitas versões possíveis de projeto educativo e de projeto 17po-
Formas variantes lítico e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e
São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem pela qual temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de
que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfarte – in- reconhecer que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a
farto / gatinhar – engatinhar. escola deve adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o
tema da diversidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas
Arcaísmo indesejadas.
São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao longo […]
do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e
ainda podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante possibilidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29.
encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> far-
mácia / franquia <—> sinceridade. Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema
identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que
I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo
EXERCÍCIOS semântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hiperôni-
mo, em relação à “diversidade”.
II – há uma relação de intercomplementariedade entre “diversi-
1. (FMPA – MG) dade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura
Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamen- no paradigma argumentativo do enunciado.
te aplicada: III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso co-
(A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes. loquial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “diversi-
(B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros. dade e identidade”.
(C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.
(D) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever. Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposi-
(E) A cessão de terras compete ao Estado. ção(ões) verdadeira(s).
. (A) I, apenas
(B) II e III
(C) III, apenas
(D) II, apenas
(E) I e II

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LÍNGUA PORTUGUESA
Quando meditava sobre algum problema terrível – pois na pré-
3. (UNIFOR CE – 2006) -adolescência sempre temos problemas terríveis –, eu tentava me
Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televi- libertar da coisa repetindo em voz alta: “Qüeqüi Güegüi”. Se numa
sões hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao prova de Matemática eu não conseguia me lembrar de uma fórmu-
resgate de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um rio. la, lá vinham as palavras mágicas.
Assisti ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário, o Um desses problemas terríveis, uma namorada, ouvindo minha
silêncio em volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram as evocação, quis saber o que era esse tal de Qüeqüi Güegüi.
suas ocupações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar. Per- – Você nunca ouviu falar nele? – perguntei.
guntei-me: indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra, – Ainda não fomos apresentados – ela disse.
indiferença é sinônimo de desdém, de insensibilidade, de apatia e – É o abominável monstro ortográfico – fiz uma falsa voz de
de negligência. Mas podemos considerá-la também uma forma de terror.
ceticismo e desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada – E ele faz o quê?
de particular”; enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralida- – Atrapalha a gente na hora de escrever.
de. Ela riu e se desinteressou do assunto. Provavelmente não sabia
Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis usar trema nem se lembrava da regrinha.
diante da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nossa Aos poucos, eu me habituei a colocar as letras e os sinais no
indiferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, segui- lugar certo. Como essa aprendizagem foi demorada, não sei se con-
mos surdos ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de mas- seguirei escrever de outra forma – agora que teremos novas regras.
sa “quentes” (lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fundíamos na Por isso, peço desde já que perdoem meus futuros erros, que servi-
igualdade, passamos aos gestos frios, nos quais indiferença e dis- rão ao menos para determinar minha idade.
tância são fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos – Esse aí é do tempo do trema.”
estrangeiros ao destino de nossos semelhantes. […]
(Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contexto, Assinale a alternativa correta.
2001. p.68) (A) As expressões “monstro ortográfico” e “abominável mons-
tro ortográfico” mantêm uma relação hiperonímica entre si.
Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vo- (B) Em “– Atrapalha a gente na hora de escrever”, conforme a
cábulo indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-se o norma culta do português, a palavra “gente” pode ser substitu-
contexto, é ída por “nós”.
(A) ceticismo. (C) A frase “Fui-me obrigando a escrever minimamente do jeito
(B) desdém. correto”, o emprego do pronome oblíquo átono está correto de
(C) apatia. acordo com a norma culta da língua portuguesa.
(D) desinteresse. (D) De acordo com as explicações do autor, as palavras pregüiça
(E) negligência. e tranqüilo não serão mais grafadas com o trema.
(E) A palavra “evocação” (3° parágrafo) pode ser substituída no
4. (CASAN – 2015) Observe as sentenças.
texto por “recordação”, mas haverá alteração de sentido.
I. Com medo do escuro, a criança ascendeu a luz.
II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo. 6. (FMU) Leia as expressões destacadas na seguinte passagem:
III. O tráfico nas grandes cidades torna-se cada dia mais difícil “E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero
para os carros e os pedestres. na salada – o meu jeito de querer bem.”
Tais expressões exercem, respectivamente, a função sintática
Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado de ho-
de:
mônimos e parônimos.

(A) objeto indireto e aposto


(A) I e III. (B) objeto indireto e predicativo do sujeito
(B) II e III. (C) complemento nominal e adjunto adverbial de modo
(C) II apenas. (D) complemento nominal e aposto
(D) Todas incorretas. (E) adjunto adnominal e adjunto adverbial de modo

5. (UFMS – 2009) 7. (PUC-SP) Dê a função sintática do termo destacado em: “De-


Leia o artigo abaixo, intitulado “Uma questão de tempo”, de pressa esqueci o Quincas Borba”.
Miguel Sanches Neto, extraído da Revista Nova Escola Online, em (A) objeto direto
30/09/08. Em seguida, responda. (B) sujeito
“Demorei para aprender ortografia. E essa aprendizagem con- (C) agente da passiva
tou com a ajuda dos editores de texto, no computador. Quando eu (D) adjunto adverbial
cometia uma infração, pequena ou grande, o programa grifava em (E) aposto
vermelho meu deslize. Fui assim me obrigando a escrever minima-
mente do jeito correto. 8. (MACK-SP) Aponte a alternativa que expressa a função sintá-
Mas de meu tempo de escola trago uma grande descoberta, a tica do termo destacado: “Parece enfermo, seu irmão”.
do monstro ortográfico. O nome dele era Qüeqüi Güegüi. Sim, esse (A) Sujeito
animal existiu de fato. A professora de Português nos disse que (B) Objeto direto
devíamos usar trema nas sílabas qüe, qüi, güe e güi quando o u é (C) Predicativo do sujeito
pronunciado. Fiquei com essa expressão tão sonora quanto enig- (D) Adjunto adverbial
mática na cabeça. (E) Adjunto adnominal

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LÍNGUA PORTUGUESA
14. (PUC-SP) “Pode-se dizer que a tarefa é puramente formal.”
9. (OSEC-SP) “Ninguém parecia disposto ao trabalho naquela No texto acima temos uma oração destacada que é e
manhã de segunda-feira”. um “se” que é . .
(A) Predicativo (A) substantiva objetiva direta, partícula apassivadora
(B) Complemento nominal (B) substantiva predicativa, índice de indeterminação do sujeito
(C) Objeto indireto (C) relativa, pronome reflexivo
(D) Adjunto adverbial (D) substantiva subjetiva, partícula apassivadora
(E) Adjunto adnominal (E) adverbial consecutiva, índice de indeterminação do sujeito
10. (MACK-SP) “Não se fazem motocicletas como antigamen- 15. (UEMG) “De repente chegou o dia dos meus setenta anos.
te”. O termo destacado funciona como: Fiquei entre surpresa e divertida, setenta, eu? Mas tudo parece
(A) Objeto indireto ter sido ontem! No século em que a maioria quer ter vinte anos
(B) Objeto direto (trinta a gente ainda aguenta), eu estava fazendo setenta. Pior: du-
(C) Adjunto adnominal vidando disso, pois ainda escutava em mim as risadas da menina
(D) Vocativo que queria correr nas lajes do pátio quando chovia, que pescava
(E) Sujeito lambaris com o pai no laguinho, que chorava em filme do Gordo e
Magro, quando a mãe a levava à matinê. (Eu chorava alto com pena
11. (UFRJ) Esparadrapo dos dois, a mãe ficava furiosa.)
Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Es- A menina que levava castigo na escola porque ria fora de hora,
paradrapo”, por exemplo. Quem quebrou a cara fica mesmo com porque se distraía olhando o céu e nuvens pela janela em lugar de
cara de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobre sentido, prestar atenção, porque devagarinho empurrava o estojo de lápis
que parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, “incuná- até a beira da mesa, e deixava cair com estrondo sabendo que os
bulo*”. meninos, mais que as meninas, se botariam de quatro catando lá-
QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio pis, canetas, borracha – as tediosas regras de ordem e quietude se-
de Janeiro, Globo. 1987. p. 83. riam rompidas mais uma vez.
*Incunábulo: [do lat. Incunabulu; berço]. Adj. 1- Diz-se do livro
Fazendo a toda hora perguntas loucas, ela aborrecia os profes-
impresso até o ano de 1500./ S.m. 2 – Começo, origem.
sores e divertia a turma: apenas porque não queria ser diferente,
queria ser amada, queria ser natural, não queria que soubessem
A locução “No entanto” tem importante papel na estrutura do
que ela, doze anos, além de histórias em quadrinhos e novelinhas
texto. Sua função resume-se em:
açucaradas, lia teatro grego – sem entender – e achava emocionan-
(A) ligar duas orações que querem dizer exatamente a mesma
te.
coisa.
(E até do futuro namorado, aos quinze anos, esconderia isso.)
(B) separar acontecimentos que se sucedem cronologicamen- O meu aniversário: primeiro pensei numa grande celebração,
te. eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos.
(C) ligar duas observações contrárias acerca do mesmo assun- Mas pensei, setenta vale a pena! Afinal já é bastante tempo! Logo
to. me dei conta de que hoje setenta é quase banal, muita gente com
(D) apresentar uma alternativa para a primeira ideia expressa. oitenta ainda está ativo e presente.
(E) introduzir uma conclusão após os argumentos apresenta-
Decidi apenas reunir filhos e amigos mais chegados (tarefa difí-
dos.
cil, escolher), e deixar aquela festona para outra década.”
LUFT, 2014, p.104-105
12. (IBFC – 2013) Leia as sentenças:
Leia atentamente a oração destacada no período a seguir:
É preciso que ela se encante por mim! “(...) pois ainda escutava em mim as risadas da menina que
Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo. queria correr nas lajes do pátio (...)”
Assinale abaixo a alternativa que classifica, correta e respecti- Assinale a alternativa em que a oração em negrito e sublinhada
vamente, as orações subordinadas substantivas (O.S.S.) destacadas: apresenta a mesma classificação sintática da destacada acima.
(A) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. objetiva indireta. (A) “A menina que levava castigo na escola porque ria fora de
(B) O.S.S. subjetiva e O.S.S. completiva nominal hora (...)”
(C) O.S.S. subjetiva e O.S.S. objetiva indireta. (B) “(...) e deixava cair com estrondo sabendo que os meninos,
(D) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. completiva nominal. mais que as meninas, se botariam de quatro catando lápis, ca-
netas, borracha (...)”
13. (ADVISE-2013) Todos os enunciados abaixo correspondem
(C) “(...) não queria que soubessem que ela (...)”
a orações subordinadas substantivas, exceto:
(D) “Logo me dei conta de que hoje setenta é quase banal (...)”
(A) Espero sinceramente isto: que vocês não faltem mais.
(B) Desejo que ela volte.
(C) Gostaria de que todos me apoiassem.
(D) Tenho medo de que esses assessores me traiam.
(E) Os jogadores que foram convocados apresentaram-se on-
tem.

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LÍNGUA PORTUGUESA
21. (FUVEST – 2001) A única frase que NÃO apresenta desvio
16. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma
.” culta é:
(A) O governador insistia em afirmar que o assunto principal
Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada- seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam
mente a frase acima. Assinale-a. líderes pefelistas.
(A) desfilando pelas passarelas internacionais. (B) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do
(B) desista da ação contra aquele salafrário. qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros pa-
(C) estejamos prontos em breve para o trabalho. íses passou despercebida.
(D) recuperássemos a vaga de motorista da firma. (C) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a
(E) tentamos aquele emprego novamente. dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação
social.
17. (ITA - 1997) Assinale a opção que completa corretamente (D) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um
as lacunas do texto a seguir:

“Todas as amigas estavam ansiosas morador não muito consciente com a limpeza da cidade.

ler os jornais, pois foram informadas de que as (E) O roteiro do filme oferece uma versão de como consegui-
críticas foram indulgentes ra- mos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra,
paz, o qual, embora tivesse mais aptidão ciên- a aventura à repetição.
cias exatas, demonstrava uma certa propensão
arte.” 22. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamen-
(A) meio - para - bastante - para com o - para - para a te as lacunas correspondentes.
(B) muito - em - bastante - com o - nas - em A arma se feriu desapareceu.
(C) bastante - por - meias - ao - a - à Estas são as pessoas lhe falei.
(D) meias - para - muito - pelo - em - por Aqui está a foto me referi.
(E) bem - por - meio - para o - pelas – na Encontrei um amigo de infância nome não me lembrava.
Passamos por uma fazenda se criam búfalos.
18. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo
com a gramática: (A) que, de que, à que, cujo, que.
I - Os brasileiros somos todos eternos sonhadores. (B) com que, que, a que, cujo qual, onde.
II - Muito obrigadas! – disseram as moças. (C) com que, das quais, a que, de cujo, onde.
III - Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada. (D) com a qual, de que, que, do qual, onde.
IV - A pobre senhora ficou meio confusa. (E) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja.
V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.
23. (FESP) Observe a regência verbal e assinale a opção falsa:
(A) em I e II (A) Avisaram-no que chegaríamos logo.
(B) apenas em IV (B) Informei-lhe a nota obtida.
(C) apenas em III (C) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos
(D) em II, III e IV sinais de trânsito.
(E) apenas em II (D) Há bastante tempo que assistimos em São Paulo.
(E) Muita gordura não implica saúde.
19. (CESCEM–SP) Já anos, neste local árvores e flores.
Hoje, só ervas daninhas. 24. (IBGE) Assinale a opção em que todos os adjetivos devem
(A) fazem, havia, existe ser seguidos pela mesma preposição:
(B) fazem, havia, existe (A) ávido / bom / inconsequente
(C) fazem, haviam, existem (B) indigno / odioso / perito
(D) faz, havia, existem (C) leal / limpo / oneroso
(E) faz, havia, existe (D) orgulhoso / rico / sedento
(E) oposto / pálido / sábio
20. (IBGE) Indique a opção correta, no que se refere à concor-
dância verbal, de acordo com a norma culta: 25. (TRE-MG) Observe a regência dos verbos das frases reescri-
(A) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova. tas nos itens a seguir:
(B) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha. I - Chamaremos os inimigos de hipócritas. Chamaremos aos ini-
(C) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui. migos de hipócritas;
(D) Bateu três horas quando o entrevistador chegou. II - Informei-lhe o meu desprezo por tudo. Informei-lhe do meu
(E) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo. desprezo por tudo;
III - O funcionário esqueceu o importante acontecimento. O
funcionário esqueceu-se do importante acontecimento.

A frase reescrita está com a regência correta em:


(A) I apenas
(B) II apenas
(C) III apenas
(D) I e III apenas

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(E) I, II e III LÍNGUA PORTUGUESA

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LÍNGUA PORTUGUESA
31. (VUNESP/2017 – TJ-SP) Assinale a alternativa em que todas
26. (INSTITUTO AOCP/2017 – EBSERH) Assinale a alternativa as palavras estão corretamente grafadas, considerando-se as regras
em que todas as palavras estão adequadamente grafadas. de acentuação da língua padrão.
(A) Silhueta, entretenimento, autoestima. (A) Remígio era homem de carater, o que surpreendeu D. Firmi-
(B) Rítimo, silueta, cérebro, entretenimento. na, que aceitou o matrimônio de sua filha.
(C) Altoestima, entreterimento, memorização, silhueta. (B) O consôlo de Fadinha foi ver que Remígio queria desposa-la
(D) Célebro, ansiedade, auto-estima, ritmo. apesar de sua beleza ter ido embora depois da doença.
(E) Memorização, anciedade, cérebro, ritmo. (C) Com a saúde de Fadinha comprometida, Remígio não con-
seguia se recompôr e viver tranquilo.
27. (ALTERNATIVE CONCURSOS/2016 – CÂMARA DE BANDEI- (D) Com o triúnfo do bem sobre o mal, Fadinha se recuperou,
RANTES-SC) Algumas palavras são usadas no nosso cotidiano de Remígio resolveu pedí-la em casamento.
forma incorreta, ou seja, estão em desacordo com a norma culta (E) Fadinha não tinha mágoa por não ser mais tão bela; agora,
padrão. Todas as alternativas abaixo apresentam palavras escritas interessava-lhe viver no paraíso com Remígio.
erroneamente, exceto em:
(A) Na bandeija estavam as xícaras antigas da vovó. 32. (PUC-RJ) Aponte a opção em que as duas palavras são acen-
(B) É um privilégio estar aqui hoje. tuadas devido à mesma regra:
(C) Fiz a sombrancelha no salão novo da cidade. (A) saí – dói
(D) A criança estava com desinteria. (B) relógio – própria
(E) O bebedoro da escola estava estragado. (C) só – sóis
(D) dá – custará
28. (SEDUC/SP – 2018) Preencha as lacunas das frases abaixo (E) até – pé
com “por que”, “porque”, “por quê” ou “porquê”. Depois, assinale a
alternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo, de 33. (UEPG ADAPTADA) Sobre a acentuação gráfica das palavras
classificação. agradável, automóvel e possível, assinale o que for correto.
“ o céu é azul?” (A) Em razão de a letra L no final das palavras transferir a toni-
“Meus pais chegaram atrasados, pegaram trân- cidade para a última sílaba, é necessário que se marque grafi-
sito pelo caminho.” camente a sílaba tônica das paroxítonas terminadas em L, se
“Gostaria muito de saber o de você ter faltado isso não fosse feito, poderiam ser lidas como palavras oxítonas.
ao nosso encontro.” (B) São acentuadas porque são proparoxítonas terminadas em
“A Alemanha é considerada uma das grandes potências mun- L.
diais. ?” (C) São acentuadas porque são oxítonas terminadas em L.
(A) Porque – porquê – por que – Por quê (D) São acentuadas porque terminam em ditongo fonético –
(B) Porque – porquê – por que – Por quê eu.
(C) Por que – porque – porquê – Por quê (E) São acentuadas porque são paroxítonas terminadas em L.
(D) Porquê – porque – por quê – Por que
(E) Por que – porque – por quê – Porquê 34. (IFAL – 2016 ADAPTADA) Quanto à acentuação das palavras,
assinale a afirmação verdadeira.
29. (CEITEC – 2012) Os vocábulos Emergir e Imergir são parô- (A) A palavra “tendem” deveria ser acentuada graficamente,
nimos: empregar um pelo outro acarreta grave confusão no que se como “também” e “porém”.
quer expressar. Nas alternativas abaixo, só uma apresenta uma (B) As palavras “saíra”, “destruída” e “aí” acentuam-se pela
frase em que se respeita o devido sentido dos vocábulos, selecio- mesma razão.
nando convenientemente o parônimo adequado à frase elaborada. (C) O nome “Luiz” deveria ser acentuado graficamente, pela
Assinale-a. mesma razão que a palavra “país”.
(A) A descoberta do plano de conquista era eminente. (D) Os vocábulos “é”, “já” e “só” recebem acento por constituí-
(B) O infrator foi preso em flagrante. rem monossílabos tônicos fechados.
(C) O candidato recebeu despensa das duas últimas provas. (E) Acentuam-se “simpática”, “centímetros”, “simbólica” por-
(D) O metal delatou ao ser submetido à alta temperatura. que todas as paroxítonas são acentuadas.
(E) Os culpados espiam suas culpas na prisão.
35. (MACKENZIE) Indique a alternativa em que nenhuma pala-
30. (FMU) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão vra é acentuada graficamente:
grafadas corretamente. (A) lapis, canoa, abacaxi, jovens
(A) paralisar, pesquisar, ironizar, deslizar (B) ruim, sozinho, aquele, traiu
(B) alteza, empreza, francesa, miudeza (C) saudade, onix, grau, orquídea
(C) cuscus, chimpazé, encharcar, encher (D) voo, legua, assim, tênis
(D) incenso, abcesso, obsessão, luxação (E) flores, açucar, album, virus
(E) chineza, marquês, garrucha, meretriz

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LÍNGUA PORTUGUESA
36. (IFAL - 2011)

Parágrafo do Editorial “Nossas crianças, hoje”.

“Oportunamente serão divulgados os resultados de tão importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos sentimos na pele
e na alma a dor dos mais altos índices de sofrimento da infância mais pobre. Nosso Estado e nossa região padece de índices vergonhosos
no tocante à mortalidade infantil, à educação básica e tantos outros indicadores terríveis.” (Gazeta de Alagoas, seção Opinião, 12.10.2010)
O primeiro período desse parágrafo está corretamente pontuado na alternativa:
(A) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos, sentimos
na pele e na alma a dor dos mais altos índices de sofrimento da infância mais pobre.”
(B) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos sentimos, na
pele e na alma, a dor dos mais altos índices de sofrimento da infância mais pobre.”
(C) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos, sentimos
na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de sofrimento da infância mais pobre.”
(D) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos sentimos,
na pele e na alma a dor dos mais altos índices de sofrimento, da infância mais pobre.”
(E) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos, sentimos,
na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de sofrimento da infância mais pobre.”

37. (F.E. BAURU) Assinale a alternativa em que há erro de pontuação:


(A) Era do conhecimento de todos a hora da prova, mas, alguns se atrasaram.
(B) A hora da prova era do conhecimento de todos; alguns se atrasaram, porém.
(C) Todos conhecem a hora da prova; não se atrasem, pois.
(D) Todos conhecem a hora da prova, portanto não se atrasem.
(E) N.D.A

38. (VUNESP – 2020) Assinale a alternativa correta quanto à pontuação.


(A) Colaboradores da Universidade Federal do Paraná afirmaram: “Os cristais de urato podem provocar graves danos nas articulações.”.
(B) A prescrição de remédios e a adesão, ao tratamento, por parte dos pacientes são baixas.
(C) É uma inflamação, que desencadeia a crise de gota; diagnosticada a partir do reconhecimento de intensa dor, no local.
(D) A ausência de dor não pode ser motivo para a interrupção do tratamento conforme o editorial diz: – (é preciso que o doente confie
em seu médico).
(E) A qualidade de vida, do paciente, diminui pois a dor no local da inflamação é bastante intensa!

39. (ENEM – 2018)

Física com a boca


Por que nossa voz fica tremida ao falar na frente do ventilador?
Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. Quando você não tem mais o que fazer e fica falando na frente dele, as ondas da
voz se propagam na direção contrária às do ventilador. Davi Akkerman – presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica – diz
que isso causa o mismatch, nome bacana para o desencontro entre as ondas. “O vento também contribui para a distorção da voz, pelo fato
de ser uma vibração que influencia no som”, diz. Assim, o ruído do ventilador e a influência do vento na propagação das ondas contribuem
para distorcer sua bela voz.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).

Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organizar a escrita e ajudar na compreensão da mensagem. No texto, o sentido
não é alterado em caso de substituição dos travessões por
(A) aspas, para colocar em destaque a informação seguinte
(B) vírgulas, para acrescentar uma caracterização de Davi Akkerman.
(C) reticências, para deixar subetendida a formação do especialista.
(D) dois-pontos, para acrescentar uma informação introduzida anteriormente.
(E) ponto e vírgula, para enumerar informações fundamentais para o desenvolvimento temático.

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LÍNGUA PORTUGUESA
40. (FUNDATEC – 2016)

Sobre fonética e fonologia e conceitos relacionados a essas áreas, considere as seguintes afirmações, segundo Bechara:

I. A fonologia estuda o número de oposições utilizadas e suas relações mútuas, enquanto a fonética experimental determina a natu-
reza física e fisiológica das distinções observadas.
II. Fonema é uma realidade acústica, opositiva, que nosso ouvido registra; já letra, também chamada de grafema, é o sinal empregado
para representar na escrita o sistema sonoro de uma língua.
III. Denominam-se fonema os sons elementares e produtores da significação de cada um dos vocábulos produzidos pelos falantes da
língua portuguesa.

Quais estão INCORRETAS?


(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e II
(E) Apenas II e III.

41. (CEPERJ) Na palavra “fazer”, notam-se 5 fonemas. O mesmo número de fonemas ocorre na palavra da seguinte alternativa:
a) tatuar
b) quando
c) doutor
d) ainda
e) além

42. (OSEC) Em que conjunto de signos só há consoantes sonoras?


(A) rosa, deve, navegador;
(B) barcos, grande, colado;
(C) luta, após, triste;
(D) ringue, tão, pinga;
(E) que, ser, tão.

43. (UFRGS – 2010) No terceiro e no quarto parágrafos do texto, o autor faz referência a uma oposição entre dois níveis de análise de
uma língua: o fonético e o gramatical.
Verifique a que nível se referem as características do português falado em Portugal a seguir descritas, identificando-as com o número
1 (fonético) ou com o número 2 (gramatical).
( ) Construções com infinitivo, como estou a fazer, em lugar de formas com gerúndio, como estou fazendo.
( ) Emprego frequente da vogal tônica com timbre aberto em palavras como académico e antónimo,

36
LÍNGUA PORTUGUESA
(E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo
( ) Uso frequente de consoante com som de k final da sílaba, qual são introduzidas de forma mais generalizada
como em contacto e facto.
( ) Certos empregos do pretérito imperfeito para designar fu- 47. (UFMG-ADAPTADA) As expressões em negrito correspon-
turo do pretérito, como em Eu gostava de ir até lá por Eu gostaria dem a um adjetivo, exceto em:
de ir até lá. (A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de (B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.
cima para baixo, é: (C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
(A) 2 – 1 – 1 – 2. (D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga
(B) 2 – 1 – 2 – 1. sem fim.
(C) 1 – 2 – 1 – 2. (E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.
(D) 1 – 1 – 2 – 2.
(E) 1 – 2 – 2 – 1. 48. (UMESP) Na frase “As negociações estariam meio abertas
só depois de meio período de trabalho”, as palavras destacadas são,
44. (FUVEST-SP) Foram formadas pelo mesmo processo as se- respectivamente:
guintes palavras: (A) adjetivo, adjetivo
(A) vendavais, naufrágios, polêmicas (B) advérbio, advérbio
(B) descompõem, desempregados, desejava (C) advérbio, adjetivo
(C) estendendo, escritório, espírito (D) numeral, adjetivo
(D) quietação, sabonete, nadador (E) numeral, advérbio
(E) religião, irmão, solidão

45. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma das palavras 49. (ITA-SP)
não é formada por prefixação: Beber é mal, mas é muito bom.
(A) readquirir, predestinado, propor (FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S. Paulo, 5 ago. 2001, p.
(B) irregular, amoral, demover 28.)
(C) remeter, conter, antegozar
(D) irrestrito, antípoda, prever A palavra “mal”, no caso específico da frase de Millôr, é:
(E) dever, deter, antever (A) adjetivo
(B) substantivo
46. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto: (C) pronome
Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook? (D) advérbio
Uma organização não governamental holandesa está propondo (E) preposição
um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias
sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o 50. (PUC-SP) “É uma espécie... nova... completamente nova!

grau de felicidade dos usuários longe da rede social. (D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso, e
O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi- da retomada de uma informação já conhecida, no segundo.
cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que
o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par-
ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar
um contador na rede social.
Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade
dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência.
Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam
em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso,
a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam
ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.
(http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)

Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa-


rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro-
pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos
usuários longe da rede social.”
A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:
(A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
ticamente.
(B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo
possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
raria o sentido do texto.
(C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de
informação conhecida, e da especificação, no segundo, com
informação nova.

37
LÍNGUA
(Mas já) tem nome... Batizei-(a) logo... Vou-(lhe) mostrar...”. SobPORTUGUESA
o ponto de vista morfológico, as palavras destacadas
correspondem pela ordem, a:
(A) conjunção, preposição, artigo, pronome
(B) advérbio, advérbio, pronome, pronome
(C) conjunção, interjeição, artigo, advérbio
(D) advérbio, advérbio, substantivo, pronome
(E) conjunção, advérbio, pronome, pronome

GABARITO

1 C
2 B
3 D
4 C
5 C
6 A
7 D
8 C
9 B
10 E
11 C
12 B

38
LÍNGUA PORTUGUESA
13 E ANOTAÇÕES
14 B
15 A
16 C
17 A
18 C
19 D
20 C
21 E
22 C
23 A
24 D
25 E
26 A
27 B
28 C
29 B
30 A
31 E
32 B
33 E
34 B
35 B
36 E
37 A
38 A
39 B
40 A
41 D
42 D
43 B
44 D
45 E
46 D
47 B
48 B
49 B
50 E

39
LÍNGUA PORTUGUESA

40
RACIOCÍNIO LÓGICO

B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as in-


NOÇÕES DE LÓGICA.DIAGRAMAS LÓGICOS: CONJUN- formações ou opiniões contidas no trecho)
TOS E ELEMENTOS. LÓGICA DA ARGUMENTAÇÃO. C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é
TIPOS DE RACIOCÍNIO.CONECTIVOS LÓGICOS. PROPO- verdadeira ou falsa sem mais informações)
SIÇÕES LÓGICAS SIMPLES E COMPOSTAS
ESTRUTURAS LÓGICAS
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições.
Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos
Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver proble- atribuir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos.
mas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife- Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.
rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura
de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte Elas podem ser:
consiste nos seguintes conteúdos: • Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi-
- Operação com conjuntos. co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
- Cálculos com porcentagens. não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geomé- - Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
tricos e matriciais. – Fez Sol ontem?
- Geometria básica. - Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Álgebra básica e sistemas lineares. - Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
- Calendários. televisão.
- Numeração. - Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
- Razões Especiais. bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
- Análise Combinatória e Probabilidade. do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
- Progressões Aritmética e Geométrica.
• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO
RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
rada uma frase, proposição ou sentença lógica.
Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de
Argumentação. Proposições simples e compostas
• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém
ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas
O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação
temporal envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo. • Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógi-
O mais importante é praticar o máximo de questões que envol- cas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
vam os conteúdos: simples. As proposições compostas são designadas pelas letras lati-
- Lógica sequencial nas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
- Calendários
ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas
RACIOCÍNIO VERBAL por duas proposições simples.

Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar


conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de ha-
bilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma
vaga. Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteli-
gência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do
conhecimento por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um
trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirma-
ções, selecionando uma das possíveis respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das in-
formações ou opiniões contidas no trecho)

41
RACIOCÍNIO LÓGICO
Proposições Compostas – Conectivos
As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

42
RACIOCÍNIO LÓGICO
Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F

Resposta: Certo

43
RACIOCÍNIO LÓGICO
Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposição
é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.

44
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resposta: B.

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

45
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.

Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

46
RACIOCÍNIO LÓGICO
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

47
RACIOCÍNIO LÓGICO
Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.

Conectivo “ou” (v)


Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

48
RACIOCÍNIO LÓGICO
Conectivo “ou” (v)
Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeira

Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplo:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer sol,
então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não disse o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
Temos então sua tabela verdade:

Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

Conectivo “Se e somente se” (↔)


Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é con-
dição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somente se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela verdade:

49
RACIOCÍNIO LÓGICO

Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as proposições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.

ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qualquer
questão referente ao assunto.

Ordem de precedência dos conectivos:


O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica matemática
prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:

Em resumo:

Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q
Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais proposições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente do
valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua tabela-verdade:

Exemplo:
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a proposição ~P ∧ P é:
(A) uma tautologia.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p.
(C) uma contradição.
(D) uma contingência.
(E) uma disjunção.

50
RACIOCÍNIO LÓGICO
• Transitiva:
Resolução: – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
Montando a tabela teremos que: Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
P ~p ~p ^p – Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
V F F
Regras de Inferência
V F F • Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
F V F de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
F V F
sições verdadeiras já existentes.
Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante
Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,-


q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente
temos:

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).
• Silogismo Disjuntivo
ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-
tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec-
tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica
que pode ou não existir entre duas proposições.

Exemplo:

• Modus Ponens

Observe:
- Toda proposição implica uma Tautologia:

• Modus Tollens

- Somente uma contradição implica uma contradição:

Propriedades
• Reflexiva:
– P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
– Uma proposição complexa implica ela mesma.

51
RACIOCÍNIO LÓGICO
Tautologias e Implicação Lógica
• Teorema
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...)

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


Teremos duas possibilidades.

Observe que:
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências
• Regra do Silogismo Hipotético Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no
conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de
“Todo B é A”.

• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”


Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
Princípio da inconsistência entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes-
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica mo que dizer “nenhum B é A”.
p ^ ~p ⇒ q Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia-
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo- grama (A ∩ B = ø):
sição q.

A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a


condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira • Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
ou falsa. Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:
Vejamos algumas formas:
- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.
Onde temos que A e B são os termos ou características dessas
proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.
– Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.

52
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplos:
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” (DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. mação anterior é:
(A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” dos.
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três (B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
representações possíveis: (C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
(D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
pardo.

Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo A é não B.
que Algum B não é A. Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
são pardos NÃO miam alto.
• Negação das Proposições Categóricas
Resposta: C
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as
seguintes convenções de equivalência: (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
uma proposição categórica particular. vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição (A) Todos os não psicólogos são professores.
categórica particular geramos uma proposição categórica universal. (B) Nenhum professor é psicólogo.
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos, (C) Nenhum psicólogo é professor.
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca, (D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre, (E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
uma proposição de natureza afirmativa.
Em síntese: Resolução:
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega-
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo
menos um professor não é psicólogo.
Resposta: E

• Equivalência entre as proposições


Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na
resolução de questões.

53
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual
a cinco”?
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco. NENHUM
E
(C) Todo número natural é diferente de cinco. AéB
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco. Existe pelo menos um elemento que
pertence a A, então não pertence a B, e
Resolução: vice-versa.
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
dos e Nenhum, que também são universais.

Existe pelo menos um elemento co-


mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
tes formas:
ALGUM
I
AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
dem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para


conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.

Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:


ALGUM
O
TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS A NÃO é B

TODO Perceba-se que, nesta sentença, a aten-


A ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
AéB
não são B (enquanto que, no “Algum A é
Se um elemento pertence ao conjunto A, B”, a atenção estava sobre os que eram B,
então pertence também a B. ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B

54
RACIOCÍNIO LÓGICO
Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
Exemplo: Segundo as afirmativas temos:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO (A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura (B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
mo princípio acima.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado,
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos
afirma isso

- Existem teatros que não são cinemas

(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-


cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que
todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura
também não é cinema.

- Algum teatro é casa de cultura

Resposta: E

55
RACIOCÍNIO LÓGICO
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
Exemplo: menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
P1: Todos os cientistas são loucos. Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
P2: Martiniano é louco. lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
Q: Martiniano é um cientista. de uma total dissociação entre os dois conjuntos.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

Argumentos Válidos
Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
ria do seu conjunto de premissas.

Exemplo: Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença


O silogismo... “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em
P1: Todos os homens são pássaros. comum.
P2: Nenhum pássaro é animal. Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
Q: Portanto, nenhum homem é animal. vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.

ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CONTE-


ÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!

• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli-


do?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé-
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con-
essa frase da seguinte maneira: junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do
conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!

56
RACIOCÍNIO LÓGICO
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de cho-
Argumentos Inválidos colate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não!
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado Pode ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círcu-
ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade lo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)!
das premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclu- Enfim, o argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a
são. veracidade da conclusão!
Exemplo: Métodos para validação de um argumento
P1: Todas as crianças gostam de chocolate. Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos
P2: Patrícia não é criança. possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate. 1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada
quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO,
Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois ALGUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão. 2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocor-
a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam re quando nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e
de chocolate. nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “ ” e “↔”. Baseia-se
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade do na construção da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para
argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo arti- cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a des-
fício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela pri- vantagem de ser mais trabalhoso, principalmente quando envolve
meira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”. várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e consi-
derando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a vali-
dade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibi-
lidade do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades.
Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobri-
remos o valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em
verdade, para que o argumento seja considerado válido.

4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, conside-


rando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do
terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da
Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é conclusão de maneira direta, mas somente por meio de análises
criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da mais complicadas.
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Pa-
trícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos Em síntese:
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das
crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do
diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não


gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este ar-
gumento é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado
(se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!

57
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplos:
Exemplo: (DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido: seguintes proposições sejam verdadeiras.
• Quando chove, Maria não vai ao cinema.
(p ∧ q) → r
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
~r
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
~p ∨ ~q • Quando Fernando está estudando, não chove.
• Durante a noite, faz frio.
Resolução:
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o
ou nenhum? item subsecutivo.
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando.
à pergunta seguinte. ( ) Certo
( ) Errado
- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposi-
ções simples? Resolução:
A resposta também é não! Portanto, descartamos também o A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre-
2º método. missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas:
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposi- A = Chove
ção simples ou uma conjunção? B = Maria vai ao cinema
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar C = Cláudio fica em casa
então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos D = Faz frio
seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos: E = Fernando está estudando
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição F = É noite
simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta A argumentação parte que a conclusão deve ser (V)
também é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso Lembramos a tabela verdade da condicional:
queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo
3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão
verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa!
- 1ª Premissa) (p ∧ q) r é verdade. Sabendo que r é falsa, con-
cluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma con-
junção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou ambas A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores lógicos utilizando isso temos:
de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar adequado, O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando
por meio do mesmo, não poderemos determinar se o argumento é estava estudando. // B → ~E
ou NÃO VÁLIDO. Iniciando temos:
4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
Resolução pelo 4º Método = V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- tem que ser F.
mos: 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
deiro! vai ao cinema tem que ser V.
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
verdadeiras! Teremos: = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
- 1ª Premissa) (p∧q) r é verdade. Sabendo que p e q são ver- sai de casa tem que ser F.
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo: // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
r é verdadeiro. ser V ou F.
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi!
Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si- dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que Resposta: Errado
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido!

58
RACIOCÍNIO LÓGICO
(PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada, então
Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma bruxa.
Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
(A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
(B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
(C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
(D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
(E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.

Resolução:
Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão o
valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F) → V

(3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro (F) → V


(2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F) → V
(1) Tristeza não é uma bruxa (V)

Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)

Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que
contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o
passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

59
RACIOCÍNIO LÓGICO
2º passo – construir a tabela gabarito.
Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.
HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS
Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

60
RACIOCÍNIO LÓGICO
4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia

Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza.

É correto concluir que, em janeiro,


(A) Paulo viajou para Fortaleza.
(B) Luiz viajou para Goiânia.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador.
(E) Luiz viajou para Curitiba.

61
RACIOCÍNIO LÓGICO
Quantificador
Resolução: É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
Vamos preencher a tabela: tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; proposição aberta em uma proposição lógica.

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA


Luiz N
Arnaldo N Tipos de quantificadores
Mariana • Quantificador universal (∀)
Paulo O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:

− Mariana viajou para Curitiba;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N
Arnaldo N N Exemplo:
Todo homem é mortal.
Mariana N N S N A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
Paulo N mortal.
Na representação do diagrama lógico, seria:
− Paulo não viajou para Goiânia;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N N
ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
− Luiz não viajou para Fortaleza. mem.
A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
2ª) Se José é homem, então José é mortal.
Luiz N N N
Arnaldo N N A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
Mariana N N S N (x) (A (x) → B).
Paulo N N Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão
de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional.
Agora, completando o restante:
Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En- Aplicando temos:
tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for-
ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x
+ 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira?
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador,
Luiz N S N N a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul-
Arnaldo S N N N gar, logo, é uma proposição lógica.
Mariana N N S N • Quantificador existencial (∃)
Paulo N N N S O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas:

Resposta: B

62
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase é:

O quantificador existencial tem a função de elemento comum. A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos comuns,
por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃ (x)) (A (x) ∧ B).

Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈ N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x
+ 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença será verdadeira?
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador, a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos julgar,
logo, é uma proposição lógica.

ATENÇÃO:
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B” é diferente de “Todo B é A”.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é B” é a mesma coisa que “Algum B é A”.

Forma simbólica dos quantificadores


Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B).
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B).

Exemplos:
Todo cavalo é um animal. Logo,
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
(C) Todo animal é cavalo.
(D) Nenhum animal é cavalo.

Resolução:
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclusões:
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
– Se é cavalo, então é um animal.
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma de
conclusão).
Resposta: B

(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposição (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V.

Resolução:
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais (R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R) tal
que x + y = x.
– 1º passo: observar os quantificadores.
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos os valores de x devem satisfazer a propriedade.
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é necessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos x e y.
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Existe sim! y = 0.
X + 0 = X.
Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está correto.
Resposta: CERTO

63
RACIOCÍNIO LÓGICO

ELEMENTOS DE TEORIA DOS CONJUNTOS, ANÁLISE COMBINATÓRIA E PROBABILIDADE. RESOLUÇÃO DE PROBLE-


MAS COM FRAÇÕES, CONJUNTOS, PORCENTAGENS E SEQUÊNCIAS COM NÚMEROS, FIGURAS, PALAVRAS

Conjunto dos números inteiros - z


O conjunto dos números inteiros é a reunião do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...},(N C Z); o conjunto dos opostos
dos números naturais e o zero. Representamos pela letra Z.

N C Z (N está contido em Z)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Z* Conjunto dos números inteiros não nulos
+ Z+ Conjunto dos números inteiros não negativos
*e+ Z*+ Conjunto dos números inteiros positivos
- Z_ Conjunto dos números inteiros não positivos
*e- Z*_ Conjunto dos números inteiros negativos

Observamos nos números inteiros algumas características:


• Módulo: distância ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira. Representa-se o módulo por | |. O módulo de
qualquer número inteiro, diferente de zero, é sempre positivo.
• Números Opostos: dois números são opostos quando sua soma é zero. Isto significa que eles estão a mesma distância da origem
(zero).

Somando-se temos: (+4) + (-4) = (-4) + (+4) = 0

Operações
• Soma ou Adição: Associamos aos números inteiros positivos a ideia de ganhar e aos números inteiros negativos a ideia de perder.

ATENÇÃO: O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispensado, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode ser
dispensado.

• Subtração: empregamos quando precisamos tirar uma quantidade de outra quantidade; temos duas quantidades e queremos saber
quanto uma delas tem a mais que a outra; temos duas quantidades e queremos saber quanto falta a uma delas para atingir a outra. A
subtração é a operação inversa da adição. O sinal sempre será do maior número.

ATENÇÃO: todos parênteses, colchetes, chaves, números, ..., entre outros, precedidos de sinal negativo, tem o seu sinal invertido,
ou seja, é dado o seu oposto.

64
RACIOCÍNIO LÓGICO
36 : 3 = 12 livros de 3 cm
Exemplo: O total de livros da pilha: 8 + 12 = 20 livros ao todo.
(FUNDAÇÃO CASA – AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP) Para
Resposta: D
zelar pelos jovens internados e orientá-los a respeito do uso ade-
quado dos materiais em geral e dos recursos utilizados em ativida- • Potenciação: A potência an do número inteiro a, é definida
des educativas, bem como da preservação predial, realizou-se uma como um produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
dinâmica elencando “atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no base e o número n é o expoente.an = a x a x a x a x ... x a , a é multi-
entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um plicado por a n vezes. Tenha em mente que:
classificasse suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo – Toda potência de base positiva é um número inteiro positivo.
(+4) pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. Se – Toda potência de base negativa e expoente par é um número
um jovem classificou como positiva apenas 20 das 50 atitudes inteiro positivo.
anotadas, o total de pontos atribuídos foi – Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um nú-
(A) 50. mero inteiro negativo.
(B) 45.
(C) 42. Propriedades da Potenciação
(D) 36. 1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base
(E) 32. e somam-se os expoentes. (–a)3 . (–a)6 = (–a)3+6 = (–a)9
2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a
Resolução: base e subtraem-se os expoentes. (-a)8 : (-a)6 = (-a)8 – 6 = (-a)2
50-20=30 atitudes negativas 3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se
20.4=80 os expoentes. [(-a)5]2 = (-a)5 . 2 = (-a)10
30.(-1)=-30 4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-a)1 = -a e
80-30=50 (+a)1 = +a
Resposta: A 5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual
a 1. (+a)0 = 1 e (–b)0 = 1
• Multiplicação: é uma adição de números/ fatores repetidos.
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indicado Conjunto dos números racionais – Q m
por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras. Um número racional é o que pode ser escrito na forma n , onde
m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente de zero.
• Divisão: a divisão exata de um número inteiro por outro nú- Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de m por n.
mero inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo
pelo módulo do divisor.

ATENÇÃO:
1) No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa
e não tem a propriedade da existência do elemento neutro.
2) Não existe divisão por zero.
3) Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de zero,
é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é igual a
zero.

Na multiplicação e divisão de números inteiros é muito impor-


tante a REGRA DE SINAIS: N C Z C Q (N está contido em Z que está contido em Q)

Sinais iguais (+) (+); (-) (-) = resultado sempre positivo. Subconjuntos:
Sinais diferentes (+) (-); (-) (+) = resultado sempre
negativo. SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO
Conjunto dos números
Exemplo: * Q*
racionais não nulos
(PREF.DE NITERÓI) Um estudante empilhou seus livros, obten-
do uma única pilha 52cm de altura. Sabendo que 8 desses livros Conjunto dos números
+ Q+
possui uma espessura de 2cm, e que os livros restantes possuem racionais não negativos
espessura de 3cm, o número de livros na pilha é: Conjunto dos números
(A) 10 *e+ Q*+
racionais positivos
(B) 15
Conjunto dos números
(C) 18 - Q_
racionais não positivos
(D) 20
(E) 22 Conjunto dos números
*e- Q*_
racionais negativos
Resolução:
São 8 livros de 2 cm: 8.2 = 16 cm
Como eu tenho 52 cm ao todo e os demais livros tem 3 cm,
temos:
52 - 16 = 36 cm de altura de livros de 3 cm

65
RACIOCÍNIO LÓGICO
Representação decimal
Podemos representar um número racional, escrito na forma de fração, em número decimal. Para isso temos duas maneiras possíveis:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um número finito de algarismos. Decimais Exatos:

2
= 0,4
5

2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente Decimais
Periódicos ou Dízimas Periódicas:

1
= 0,333...
3

Representação Fracionária
É a operação inversa da anterior. Aqui temos duas maneiras possíveis:

1) Transformando o número decimal em uma fração numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto pelo
numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal dado. Ex.:
0,035 = 35/1000

2) Através da fração geratriz. Aí temos o caso das dízimas periódicas que podem ser simples ou compostas.
– Simples: o seu período é composto por um mesmo número ou conjunto de números que se repeti infinitamente. Exemplos:

Procedimento: para transformarmos uma dízima periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no denominador para cada
quantos dígitos tiver o período da dízima.

– Composta: quando a mesma apresenta um ante período que não se repete.

a)

Procedimento: para cada algarismo do período ainda se coloca um algarismo 9 no denominador. Mas, agora, para cada algarismo do
antiperíodo se coloca um algarismo zero, também no denominador.

66
RACIOCÍNIO LÓGICO
b)

Procedimento: é o mesmo aplicado ao item “a”, acrescido na frente da parte inteira (fração mista), ao qual transformamos e obtemos
a fração geratriz.

Exemplo:
(PREF. NITERÓI) Simplificando a expressão abaixo

Obtém-se :

(A) ½
(B) 1
(C) 3/2
(D) 2
(E) 3

Resolução:

Resposta: B

Caraterísticas dos números racionais


O módulo e o número oposto são as mesmas dos números inteiros.

Inverso: dado um número racional a/b o inverso desse número (a/b)–n, é a fração onde o numerador vira denominador e o denomi-
nador numerador (b/a)n.

Representação geométrica

67
RACIOCÍNIO LÓGICO
• Divisão: a divisão de dois números racionais p e q é a própria
Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem infini- operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p
tos números racionais. ÷ q = p × q-1
Operações
• Soma ou adição: como todo número racional é uma fração
ou pode ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição

a e c , da mesma forma que a soma


entre os números racionais
de frações, através de: b d

Exemplo:
(PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB) Numa operação
policial de rotina, que abordou 800 pessoas, verificou-se que 3/4
dessas pessoas eram homens e 1/5 deles foram detidos. Já entre as
mulheres abordadas, 1/8 foram detidas.
• Subtração: a subtração de dois números racionais p e q é a Qual o total de pessoas detidas nessa operação policial?
própria operação de adição do número p com o oposto de q, isto é: (A) 145
p – q = p + (–q) (B) 185
(C) 220
(D) 260
(E) 120

Resolução:

ATENÇÃO: Na adição/subtração se o denominador for igual,


conserva-se os denominadores e efetua-se a operação apresen-
tada.

Exemplo:
(PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPERACIONAIS
– MAKIYAMA) Na escola onde estudo, ¼ dos alunos tem a língua
portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm a matemática como
favorita e os demais têm ciências como favorita. Sendo assim, qual
fração representa os alunos que têm ciências como disciplina favo-
rita?
(A) 1/4
(B) 3/10
(C) 2/9
(D) 4/5
(E) 3/2 Resposta: A

Resolução: • Potenciação: é válido as propriedades aplicadas aos núme-


Somando português e matemática: ros inteiros. Aqui destacaremos apenas as que se aplicam aos nú-
meros racionais.

A) Toda potência com expoente negativo de um número racio-


nal diferente de zero é igual a outra potência que tem a base igual
ao inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do expo-
ente anterior.
O que resta gosta de ciências:

Resposta: B

• Multiplicação: como todo número racional é uma fração ou B) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal da
pode ser escrito na forma de uma fração, definimos o produto de base.
dois números racionais a e c , da mesma forma que o produto de

b d
frações, através de:

68
RACIOCÍNIO LÓGICO

69
RACIOCÍNIO LÓGICO
C) Toda potência com expoente par é um número positivo.

Resposta: E

Expressões numéricas Múltiplos


São todas sentenças matemáticas formadas por números, suas Dizemos que um número é múltiplo de outro quando o primei-
operações (adições, subtrações, multiplicações, divisões, potencia- ro é resultado da multiplicação entre o segundo e algum número
ções e radiciações) e também por símbolos chamados de sinais de natural e o segundo, nesse caso, é divisor do primeiro. O que sig-
associação, que podem aparecer em uma única expressão. nifica que existem dois números, x e y, tal que x é múltiplo de y se
existir algum número natural n tal que:
Procedimentos x = y·n
1) Operações:
- Resolvermos primeiros as potenciações e/ou radiciações na Se esse número existir, podemos dizer que y é um divisor de x e
ordem que aparecem; podemos escrever: x = n/y
- Depois as multiplicações e/ou divisões;
- Por último as adições e/ou subtrações na ordem que apare- Observações:
cem. 1) Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
2) Todo número natural é múltiplo de 1.
2) Símbolos: 3) Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múl-
- Primeiro, resolvemos os parênteses ( ), até acabarem os cál- tiplos.
culos dentro dos parênteses, 4) O zero é múltiplo de qualquer número natural.
-Depois os colchetes [ ]; 5) Os múltiplos do número 2 são chamados de números pares,
- E por último as chaves { }. e a fórmula geral desses números é 2k (k  N). Os demais são cha-
mados de números ímpares, e a fórmula geral desses números é 2k
ATENÇÃO: + 1 (k  N).
– Quando o sinal de adição (+) anteceder um parêntese, col- 6) O mesmo se aplica para os números inteiros, tendo k  Z.
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos Critérios de divisibilidade
com os seus sinais originais. São regras práticas que nos possibilitam dizer se um número é
– Quando o sinal de subtração (-) anteceder um parêntese, col- ou não divisível por outro, sem que seja necessário efetuarmos a
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou divisão.
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos No quadro abaixo temos um resumo de alguns dos critérios:
com os seus sinais invertidos.

Exemplo:
(MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – ADMINISTRATI-
VA – FCC) Considere as expressões numéricas, abaixo.
A = 1/2 + 1/4+ 1/8 + 1/16 + 1/32 e
B = 1/3 + 1/9 + 1/27 + 1/81 + 1/243
O valor, aproximado, da soma entre A e B é
(A) 2
(B) 3
(C) 1
(D) 2,5
(E) 1,5

Resolução:
Vamos resolver cada expressão separadamente:

(Fonte: https://www.guiadamatematica.com.br/criterios-de-divisi-
bilidade/ - reeditado)

70
RACIOCÍNIO LÓGICO
Vale ressaltar a divisibilidade por 7: Um número é divisível por 7 quando o último algarismo do número, multiplicado por 2, subtraí-
do do número sem o algarismo, resulta em um número múltiplo de 7. Neste, o processo será repetido a fim de diminuir a quantidade de
algarismos a serem analisados quanto à divisibilidade por 7.

Outros critérios
Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 quando é divisível por 3 e por 4 ao mesmo tempo.
Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 quando é divisível por 3 e por 5 ao mesmo tempo.

Fatoração numérica
Trata-se de decompor o número em fatores primos. Para decompormos este número natural em fatores primos, dividimos o mesmo
pelo seu menor divisor primo, após pegamos o quociente e dividimos o pelo seu menor divisor, e assim sucessivamente até obtermos o
quociente 1. O produto de todos os fatores primos representa o número fatorado. Exemplo:

Divisores
Os divisores de um número n, é o conjunto formado por todos os números que o dividem exatamente. Tomemos como exemplo o
número 12.

Um método para descobrimos os divisores é através da fatoração numérica. O número de divisores naturais é igual ao produto dos
expoentes dos fatores primos acrescidos de 1.
Logo o número de divisores de 12 são:

Para sabermos quais são esses 6 divisores basta pegarmos cada fator da decomposição e seu respectivo expoente natural que varia
de zero até o expoente com o qual o fator se apresenta na decomposição do número natural.
12 = 22 . 31 =
22 = 20,21 e 22 ; 31 = 30 e 31, teremos:
20 . 30=1
20 . 31=3
21 . 30=2
21 . 31=2.3=6
22 . 31=4.3=12
22 . 30=4

O conjunto de divisores de 12 são: D (12)={1, 2, 3, 4, 6, 12}


A soma dos divisores é dada por: 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 12 = 28

Máximo divisor comum (MDC)


É o maior número que é divisor comum de todos os números dados. Para o cálculo do MDC usamos a decomposição em fatores pri-
mos. Procedemos da seguinte maneira:
Após decompor em fatores primos, o MDC é o produto dos FATORES COMUNS obtidos, cada um deles elevado ao seu MENOR EXPO-
ENTE.

71
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
MDC (18,24,42) =

Observe que os fatores comuns entre eles são: 2 e 3, então pegamos os de menores expoentes: 2x3 = 6. Logo o Máximo Divisor Co-
mum entre 18,24 e 42 é 6.

Mínimo múltiplo comum (MMC)


É o menor número positivo que é múltiplo comum de todos os números dados. A técnica para acharmos é a mesma do MDC, apenas
com a seguinte ressalva:
O MMC é o produto dos FATORES COMUNS E NÃO-COMUNS, cada um deles elevado ao SEU MAIOR EXPOENTE.
Pegando o exemplo anterior, teríamos:
MMC (18,24,42) =
Fatores comuns e não-comuns= 2,3 e 7
Com maiores expoentes: 2³x3²x7 = 8x9x7 = 504. Logo o Mínimo Múltiplo Comum entre 18,24 e 42 é 504.

Temos ainda que o produto do MDC e MMC é dado por: MDC (A,B). MMC (A,B)= A.B

Os cálculos desse tipo de problemas, envolvem adições e subtrações, posteriormente as multiplicações e divisões. Depois os pro-
blemas são resolvidos com a utilização dos fundamentos algébricos, isto é, criamos equações matemáticas com valores desconhecidos
(letras). Observe algumas situações que podem ser descritas com utilização da álgebra.
É bom ter mente algumas situações que podemos encontrar:

Exemplos:
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – CAIPIMES) Sobre 4 amigos, sabe-se que Clodoaldo é 5 centímetros
mais alto que Mônica e 10 centímetros mais baixo que Andreia. Sabe-se também que Andreia é 3 centímetros mais alta que Doralice e que
Doralice não é mais baixa que Clodoaldo. Se Doralice tem 1,70 metros, então é verdade que Mônica tem, de altura:
(A) 1,52 metros.
(B) 1,58 metros.
(C) 1,54 metros.
(D) 1,56 metros.

Resolução:
Escrevendo em forma de equações, temos:
C = M + 0,05 ( I )
C = A – 0,10 ( II )
A = D + 0,03 ( III )
D não é mais baixa que C
Se D = 1,70 , então:

72
RACIOCÍNIO LÓGICO
Fração é todo número que pode ser escrito da seguinte forma
( III ) A = 1,70 + 0,03 = 1,73 a/b, com b≠0. Sendo a o numerador e b o denominador. Uma fra-
( II ) C = 1,73 – 0,10 = 1,63 ção é uma divisão em partes iguais. Observe a figura:
( I ) 1,63 = M + 0,05
M = 1,63 – 0,05 = 1,58 m
Resposta: B

(CEFET – AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO – CESGRANRIO) Em


três meses, Fernando depositou, ao todo, R$ 1.176,00 em sua ca-
derneta de poupança. Se, no segundo mês, ele depositou R$ 126,00
a mais do que no primeiro e, no terceiro mês, R$ 48,00 a menos do O numerador indica quantas partes tomamos do total que foi
que no segundo, qual foi o valor depositado no segundo mês? dividida a unidade.
(A) R$ 498,00 O denominador indica quantas partes iguais foi dividida a uni-
(B) R$ 450,00 dade.
(C) R$ 402,00 Lê-se: um quarto.
(D) R$ 334,00
(E) R$ 324,00 Atenção:
• Frações com denominadores de 1 a 10: meios, terços, quar-
Resolução: tos, quintos, sextos, sétimos, oitavos, nonos e décimos.
Primeiro mês = x • Frações com denominadores potências de 10: décimos, cen-
Segundo mês = x + 126 tésimos, milésimos, décimos de milésimos, centésimos de milési-
Terceiro mês = x + 126 – 48 = x + 78 mos etc.
Total = x + x + 126 + x + 78 = 1176 • Denominadores diferentes dos citados anteriormente:
3.x = 1176 – 204 Enuncia-se o numerador e, em seguida, o denominador seguido da
x = 972 / 3 palavra “avos”.
x = R$ 324,00 (1º mês)
* No 2º mês: 324 + 126 = R$ 450,00 Tipos de frações
Resposta: B – Frações Próprias: Numerador é menor que o denominador.
Ex.: 7/15
(PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO/SP – AGENTE – Frações Impróprias: Numerador é maior ou igual ao denomi-
DE ADMINISTRAÇÃO – VUNESP) Uma loja de materiais elétricos nador. Ex.: 6/7
testou um lote com 360 lâmpadas e constatou que a razão entre o – Frações aparentes: Numerador é múltiplo do denominador.
número de lâmpadas queimadas e o número de lâmpadas boas era As mesmas pertencem também ao grupo das frações impróprias.
2 / 7. Sabendo-se que, acidentalmente, 10 lâmpadas boas quebra- Ex.: 6/3
ram e que lâmpadas queimadas ou quebradas não podem ser ven- – Frações mistas: Números compostos de uma parte inteira e
didas, então a razão entre o número de lâmpadas que não podem outra fracionária. Podemos transformar uma fração imprópria na
ser vendidas e o número de lâmpadas boas passou a ser de forma mista e vice e versa. Ex.: 1 1/12 (um inteiro e um doze avos)
(A) 1 / 4. – Frações equivalentes: Duas ou mais frações que apresentam
(B) 1 / 3. a mesma parte da unidade. Ex.: 2/4 = 1/2
(C) 2 / 5. – Frações irredutíveis: Frações onde o numerador e o denomi-
(D) 1 / 2. nador são primos entre si. Ex.: 5/11 ;
(E) 2 / 3.
Operações com frações
Resolução:
Chamemos o número de lâmpadas queimadas de ( Q ) e o nú- • Adição e Subtração
mero de lâmpadas boas de ( B ). Assim: Com mesmo denominador: Conserva-se o denominador e so-
B + Q = 360 , ou seja, B = 360 – Q ( I ) ma-se ou subtrai-se os numeradores.

, ou seja, 7.Q = 2.B ( II )

Substituindo a equação ( I ) na equação ( II ), temos:


7.Q = 2. (360 – Q) Com denominadores diferentes: é necessário reduzir ao mes-
7.Q = 720 – 2.Q mo denominador através do MMC entre os denominadores. Usa-
7.Q + 2.Q = 720 mos tanto na adição quanto na subtração.
9.Q = 720
Q = 720 / 9
Q = 80 (queimadas)
Como 10 lâmpadas boas quebraram, temos:
Q’ = 80 + 10 = 90 e B’ = 360 – 90 = 270

O MMC entre os denominadores (3,2) = 6


Resposta: B

73
RACIOCÍNIO LÓGICO
Princípio fundamental de contagem (PFC)
• Multiplicação e Divisão
É o total de possibilidades de o evento ocorrer.
Multiplicação: É produto dos numerados pelos denominadores
dados. Ex.: • Princípio multiplicativo: P1. P2. P3. ...... Pn.(regra do “e”). É
um princípio utilizado em sucessão de escolha, como ordem.
• Princípio aditivo: P1 + P2 + P3 +..... + Pn. (regra do “ou”). É o
princípio utilizado quando podemos escolher uma coisa ou outra.

Exemplos:
(BNB) Apesar de todos os caminhos levarem a Roma, eles pas-
sam por diversos lugares antes. Considerando-se que existem três
caminhos a seguir quando se deseja ir da cidade A para a cidade B,
e que existem mais cinco opções da cidade B para Roma, qual a
quantidade de caminhos que se pode tomar para ir de A até Roma,
– Divisão: É igual a primeira fração multiplicada pelo inverso da passando necessariamente por B?
segunda fração. Ex.: (A) Oito.
(B) Dez.
(C) Quinze.
(D) Dezesseis.
(E) Vinte.

Resolução:
Observe que temos uma sucessão de escolhas:
Obs.: Sempre que possível podemos simplificar o resultado da Primeiro, de A para B e depois de B para Roma.
fração resultante de forma a torna-la irredutível.
1ª possibilidade: 3 (A para B).
Obs.: o número 3 representa a quantidade de escolhas para a
Exemplo:
primeira opção.
(EBSERH/HUPES – UFBA – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – IA-
DES) O suco de três garrafas iguais foi dividido igualmente entre 5 2ª possibilidade: 5 (B para Roma).
pessoas. Cada uma recebeu Temos duas possibilidades: A para B depois B para Roma, logo,
uma sucessão de escolhas.
(A)
Resultado: 3 . 5 = 15 possibilidades.
Resposta: C.
(B)
(PREF. CHAPECÓ/SC – ENGENHEIRO DE TRÂNSITO – IOBV) Em
um restaurante os clientes têm a sua disposição, 6 tipos de carnes,
4 tipos de cereais, 4 tipos de sobremesas e 5 tipos de sucos. Se o
(C)
cliente quiser pedir 1 tipo carne, 1 tipo de cereal, 1 tipo de sobre-
mesa e 1 tipo de suco, então o número de opções diferentes com
que ele poderia fazer o seu pedido, é:
(D)
(A) 19
(B) 480
(C) 420
(E)
(D) 90

Resolução:
Resolução:
A questão trata-se de princípio fundamental da contagem, logo
Se cada garrafa contém X litros de suco, e eu tenho 3 garrafas,
vamos enumerar todas as possibilidades de fazermos o pedido:
então o total será de 3X litros de suco. Precisamos dividir essa quan-
6 x 4 x 4 x 5 = 480 maneiras.
tidade de suco (em litros) para 5 pessoas, logo teremos:
Resposta: B.

Fatorial
Sendo n um número natural, chama-se de n! (lê-se: n fatorial)
a expressão:
n! = n (n - 1) (n - 2) (n - 3). ..... 2 . 1, como n ≥ 2.
Onde x é litros de suco, assim a fração que cada um recebeu de
suco é de 3/5 de suco da garrafa.
Resposta: B

A Análise Combinatória é a parte da Matemática que desen-


volve meios para trabalharmos com problemas de contagem. Ve-
jamos eles:

74
RACIOCÍNIO LÓGICO
A(n,p)=np
Exemplos: A(4,2)=42=16
5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120.
7! = 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 5.040. Permutação
É a TROCA DE POSIÇÃO de elementos de uma sequência. Utili-
ATENÇÃO zamos todos os elementos.
0! = 1
• Sem repetição
1! = 1
Tenha cuidado 2! = 2, pois 2 . 1 = 2. E 3!
Não é igual a 3, pois 3 . 2 . 1 = 6.

Arranjo simples
Arranjo simples de n elementos tomados p a p, onde n>=1 e p Atenção: Todas as questões de permutação simples podem ser
é um número natural, é qualquer ordenação de p elementos dentre resolvidas pelo princípio fundamental de contagem (PFC).
os n elementos, em que cada maneira de tomar os elementos se
diferenciam pela ordem e natureza dos elementos. Exemplo:
(PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – ORIENTADOR SOCIAL –
Atenção: Observe que no grupo dos elementos: {1,2,3} um dos IDECAN) Renato é mais velho que Jorge de forma que a razão entre
arranjos formados, com três elementos, 123 é DIFERENTE de 321, e o número de anagramas de seus nomes representa a diferença en-
assim sucessivamente. tre suas idades. Se Jorge tem 20 anos, a idade de Renato é
(A) 24.
• Sem repetição (B) 25.
A fórmula para cálculo de arranjo simples é dada por: (C) 26.
(D) 27.
(E) 28.

Resolução:
Anagramas de RENATO
______
Onde: 6.5.4.3.2.1=720
n = Quantidade total de elementos no conjunto.
P =Quantidade de elementos por arranjo Anagramas de JORGE
Exemplo: Uma escola possui 18 professores. Entre eles, serão _____
escolhidos: um diretor, um vice-diretor e um coordenador pedagó- 5.4.3.2.1=120
gico. Quantas as possibilidades de escolha?
n = 18 (professores) Razão dos anagramas: 720/120=6
p = 3 (cargos de diretor, vice-diretor e coordenador pedagógi- Se Jorge tem 20 anos, Renato tem 20+6=26 anos.
co) Resposta: C.

• Com repetição
Na permutação com elementos repetidos ocorrem permuta-
ções que não mudam o elemento, pois existe troca de elementos
iguais. Por isso, o uso da fórmula é fundamental.
• Com repetição
Os elementos que compõem o conjunto podem aparecer re-
petidos em um agrupamento, ou seja, ocorre a repetição de um
mesmo elemento em um agrupamento.
A fórmula geral para o arranjo com repetição é representada
por:
Exemplo:
(CESPE) Considere que um decorador deva usar 7 faixas colo-
ridas de dimensões iguais, pendurando-as verticalmente na vitri- ne
de uma loja para produzir diversas formas. Nessa situação, se 3
faixas são verdes e indistinguíveis, 3 faixas são amarelas e indistin-
Exemplo: Seja P um conjunto com elementos: P = {A,B,C,D}, guíveis e 1 faixa é branca, esse decorador conseguirá produzir, no
tomando os agrupamentos de dois em dois, considerando o arranjo máximo, 140 formas diferentes com essas faixas.
com repetição quantos agrupamentos podemos obter em relação ( ) Certo (
ao conjunto P. ) Errado

Resolução:
P = {A, B, C, D}
n=4
p=2

75
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:
Total: 7 faixas, sendo 3 verdes e 3 amarelas.

Resposta: Certo.

• Circular
A permutação circular é formada por pessoas em um formato circular. A fórmula é necessária, pois existem algumas permutações
realizadas que são iguais. Usamos sempre quando:
a) Pessoas estão em um formato circular.
b) Pessoas estão sentadas em uma mesa quadrada (retangular) de 4 lugares.

Exemplo:
(CESPE) Uma mesa circular tem seus 6 lugares, que serão ocupados pelos 6 participantes de uma reunião. Nessa situação, o número
de formas diferentes para se ocupar esses lugares com os participantes da reunião é superior a 102.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
É um caso clássico de permutação circular.
Pc = (6 - 1) ! = 5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120 possibilidades.
Resposta: CERTO.

Combinação
Combinação é uma escolha de um grupo, SEM LEVAR EM CONSIDERAÇÃO a ordem dos elementos envolvidos.

• Sem repetição
Dados n elementos distintos, chama-se de combinação simples desses n elementos, tomados p a p, a qualquer agrupamento de p
elementos distintos, escolhidos entre os n elementos dados e que diferem entre si pela natureza de seus elementos.

Fórmula:

Exemplo:
(CRQ 2ª REGIÃO/MG – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FUNDEP) Com 12 fiscais, deve-se fazer um grupo de trabalho com 3 deles. Como
esse grupo deverá ter um coordenador, que pode ser qualquer um deles, o número de maneiras distintas possíveis de se fazer esse grupo é:
(A) 4
(B) 660
(C) 1 320
(D) 3 960

Resolução:
Como trata-se de Combinação, usamos a fórmula:

Onde n = 12 e p = 3

Como cada um deles pode ser o coordenado, e no grupo tem 3 pessoas, logo temos 220 x 3 = 660.
Resposta: B.

76
RACIOCÍNIO LÓGICO
As questões que envolvem combinação estão relacionadas a duas coisas:
– Escolha de um grupo ou comissões.
– Escolha de grupo de elementos, sem ordem, ou seja, escolha de grupo de pessoas, coisas, objetos ou frutas.

• Com repetição
É uma escolha de grupos, sem ordem, porém, podemos repetir elementos na hora de escolher.

Exemplo:
Em uma combinação com repetição classe 2 do conjunto {a, b, c}, quantas combinações obtemos?
Utilizando a fórmula da combinação com repetição, verificamos o mesmo resultado sem necessidade de enumerar todas as possibi-
lidades:
n=3ep=2

PROBABILIDADES
A teoria da probabilidade permite que se calcule a chance de ocorrência de um número em um experimento aleatório.

Elementos da teoria das probabilidades


• Experimentos aleatórios: fenômenos que apresentam resultados imprevisíveis quando repetidos, mesmo que as condições sejam
semelhantes.
• Espaço amostral: é o conjunto U, de todos os resultados possíveis de um experimento aleatório.
• Evento: qualquer subconjunto de um espaço amostral, ou seja, qualquer que seja E Ì U, onde E é o evento e U, o espaço amostral.

Experimento composto
Quando temos dois ou mais experimentos realizados simultaneamente, dizemos que o experimento é composto. Nesse caso, o nú-
mero de elementos do espaço amostral é dado pelo produto dos números de elementos dos espaços amostrais de cada experimento.
n(U) = n(U1).n(U2)

Probabilidade de um evento
Em um espaço amostral U, equiprobabilístico (com elementos que têm chances iguais de ocorrer), com n(U) elementos, o evento E,
com n(E) elementos, onde E Ì U, a probabilidade de ocorrer o evento E, denotado por p(E), é o número real, tal que:

Onde,
n(E) = número de elementos do evento E.
n(S) = número de elementos do espaço amostral S.

Sendo 0 ≤ P(E) ≤ 1 e S um conjunto equiprovável, ou seja, todos os elementos têm a mesma “chance de acontecer.

77
RACIOCÍNIO LÓGICO
ATENÇÃO:
As probabilidades podem ser escritas na forma decimal ou representadas em porcentagem.
Assim: 0 ≤ p(E) ≤ 1, onde:
p(∅) = 0 ou p(∅) = 0%
p(U) = 1 ou p(U) = 100%

Exemplo:
(PREF. NITERÓI – AGENTE FAZENDÁRIO – FGV) O quadro a seguir mostra a distribuição das idades dos funcionários de certa repartição
pública:

FAIXA DE IDADES (ANOS) NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS


20 ou menos 2
De 21 a 30 8
De 31 a 40 12
De 41 a 50 14
Mais de 50 4

Escolhendo ao acaso um desses funcionários, a probabilidade de que ele tenha mais de 40 anos é:
(A) 30%;
(B) 35%;
(C) 40%;
(D) 45%;
(E) 55%.

Resolução:
O espaço amostral é a soma de todos os funcionário:
2 + 8 + 12 + 14 + 4 = 40
O número de funcionário que tem mais de 40 anos é: 14 + 4 = 18
Logo a probabilidade é:

Resposta: D

Probabilidade da união de eventos


Para obtermos a probabilidade da união de eventos utilizamos a seguinte expressão:

Quando os eventos forem mutuamente exclusivos, tendo A ∩ B = Ø, utilizamos a seguinte equação:

78
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
Probabilidade de um evento complementar Lançando-se um dado 5 vezes, qual a probabilidade de ocorre-
É quando a soma das probabilidades de ocorrer o evento E, e
rem três faces 6?
de não ocorrer o evento E (seu complementar, Ē) é 1.
Resolução:
n: número de tentativas ⇒ n = 5
k: número de sucessos ⇒ k = 3
p: probabilidade de ocorrer face 6 ⇒ p = 1/6
q: probabilidade de não ocorrer face 6 ⇒ q = 1- p ⇒ q = 5/6
Probabilidade condicional
Quando se impõe uma condição que reduz o espaço amostral,
dizemos que se trata de uma probabilidade condicional. ANOTAÇÕES
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral U, com p(B) ≠
0. Chama-se probabilidade de A condicionada a B a probabilidade
de ocorrência do evento A, sabendo-se que já ocorreu ou que vai
ocorrer o evento B, ou seja:

Podemos também ler como: a probabilidade de A “dado que”


ou “sabendo que” a probabilidade de B.

– Caso forem dois eventos simultâneos (ou sucessivos): para


se avaliar a probabilidade de ocorrem dois eventos simultâneos (ou
sucessivos), que é P (A ∩ B), é preciso multiplicar a probabilidade
de ocorrer um deles P(B) pela probabilidade de ocorrer o outro,
sabendo que o primeiro já ocorreu P (A | B). Sendo:

– Se dois eventos forem independentes: dois eventos A e B de


um espaço amostral S são independentes quando P(A|B) = P(A) ou
P(B|A) = P(B). Sendo os eventos A e B independentes, temos:

P (A ∩ B) = P(A). P(B)

Lei Binomial de probabilidade


A lei binominal das probabilidades é dada pela fórmula:

Sendo:
n: número de tentativas independentes;
p: probabilidade de ocorrer o evento em cada experimento (su-
cesso);
q: probabilidade de não ocorrer o evento (fracasso); q = 1 - p
k: número de sucessos.

ATENÇÃO:
A lei binomial deve ser aplicada nas seguintes condições:
– O experimento deve ser repetido nas mesmas condições as
n vezes.
– Em cada experimento devem ocorrer os eventos E e .
– A probabilidade do E deve ser constante em todas as n vezes.
– Cada experimento é independente dos demais.
79
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• WAN: É uma rede com grande abrangência física, maior que


INTERNET E APLICATIVOS.FERRAMENTAS DE BUSCA. a MAN, Estado, País; podemos citar até a INTERNET para entender-
NAVEGADORES (BROWSER) mos o conceito.

Tipos de rede de computadores


• LAN: Rele Local, abrange somente um perímetro definido.
Exemplos: casa, escritório, etc.

Navegação e navegadores da Internet

• Internet
É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção
global de computadores, celulares e outros dispositivos que se co-
municam.

• MAN: Rede Metropolitana, abrange uma cidade, por exem- • Procedimentos de Internet e intranet
plo. Através desta conexão, usuários podem ter acesso a diversas
informações, para trabalho, laser, bem como para trocar mensa-
gens, compartilhar dados, programas, baixar documentos (down-
load), etc.

80
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Sites
Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar web
sites para operações diversas.

• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.

Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
Mozilla Firefox e Google Chrome.

Internet Explorer 11

• Identificar o ambiente

O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Microsoft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador simplifi-
cado com muitos recursos novos.
Dentro deste ambiente temos:
– Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções que protegem e controlam seus dados pessoais coletados por sites;
– Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um endereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: https://www.
gov.br/pt-br/
– Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto. No exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.gov.br/
pt-br/ está aberta.
– Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favoritos
– Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como: imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre ou-
tras.

Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da internet muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos que
possibilitam ricas experiências para os usuários.

• Características e componentes da janela principal do Internet Explorer

81
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica automa-
ticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.

Vamos destacar alguns pontos segundo as indicações da figura:


1. Voltar/Avançar página
Como o próprio nome diz, clicando neste botão voltamos página visitada anteriormente;

2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;

3. Ícones para manipulação do endereço da URL


Estes ícones são pesquisar, atualizar ou fechar, dependendo da situação pode aparecer fechar ou atualizar.

4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.

5. Página Inicial, favoritos, ferramentas, comentários

6. Adicionar à barra de favoritos

Mozila Firefox

Vamos falar agora do funcionamento geral do Firefox, objeto de nosso estudo:

Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Voltar para a página inicial do Firefox

5 Barra de Endereços

82
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:
6 Ver históricos e favoritos
1 Botão Voltar uma página
Mostra um painel sobre os favoritos (Barra,
7
Menu e outros) 2 Botão avançar uma página
Sincronização com a conta FireFox (Vamos
8
detalhar adiante) 3 Botão atualizar a página

9 Mostra menu de contexto com várias opções 4 Barra de Endereço.

– Sincronização Firefox: Ato de guardar seus dados pessoais na 5 Adicionar Favoritos


internet, ficando assim disponíveis em qualquer lugar. Seus dados
como: Favoritos, históricos, Endereços, senhas armazenadas, etc., 6 Usuário Atual
sempre estarão disponíveis em qualquer lugar, basta estar logado Exibe um menu de contexto que iremos relatar
com o seu e-mail de cadastro. E lembre-se: ao utilizar um computa- 7
seguir.
dor público sempre desative a sincronização para manter seus da-
dos seguros após o uso. O que vimos até aqui, são opções que já estamos acostuma-
dos ao navegar na Internet, mesmo estando no Ubuntu, percebe-
Google Chrome mos que o Chrome é o mesmo navegador, apenas está instalado em
outro sistema operacional. Como o Chrome é o mais comum
atualmente, a seguir conferimos um pouco mais sobre suas funcio-
nalidades.

• Favoritos
No Chrome é possível adicionar sites aos favoritos. Para adi-
cionar uma página aos favoritos, clique na estrela que fica à direita
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido, e
pronto.
Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de Fa-
O Chrome é o navegador mais popular atualmente e disponi- voritos, mas você pode criar pastas para organizar melhor sua lista.
biliza inúmeras funções que, por serem ótimas, foram implementa- Para removê-lo, basta clicar em excluir.
das por concorrentes.
Vejamos:

• Sobre as abas
No Chrome temos o conceito de abas que são conhecidas tam-
bém como guias. No exemplo abaixo temos uma aba aberta, se qui-
sermos abrir outra para digitar ou localizar outro site, temos o sinal
(+).

A barra de endereços é o local em que se digita o link da página


visitada. Uma outra função desta barra é a de busca, sendo que ao
digitar palavras-chave na barra, o mecanismo de busca do Google é
acionado e exibe os resultados.

• Histórico
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para aces-
sá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do
teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba,
onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo
dia a dia se preferir.

83
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Pesquisar palavras
Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos o atalho
do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado.

• Salvando Textos e Imagens da Internet


Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Neste caso,
o Chrome possui um item no menu, onde podemos ver o progresso e os downloads concluídos.

• Sincronização
Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é importante para manter atualizadas nossas operações, desta forma, se por
algum motivo trocarmos de computador, nossos dados estarão disponíveis na sua conta Google.
Por exemplo:
– Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão disponíveis.
– Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.

84
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
No canto superior direito, onde está a imagem com a foto do usuário, podemos clicar no 1º item abaixo para ativar e desativar.

Safari

O Safari é o navegador da Apple, e disponibiliza inúmeras funções implementadas.


Vejamos:

• Guias

– Para abrirmos outras guias podemos simplesmente teclar CTRL + T ou

Vejamos os comandos principais de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

85
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Histórico e Favoritos
4 Barra de Endereço.

5 Adicionar Favoritos

6 Ajustes Gerais

7 Menus para a página atual.

8 Lista de Leitura

Perceba que o Safari, como os outros, oferece ferramentas bas-


tante comuns.
Vejamos algumas de suas funcionalidades:

• Lista de Leitura e Favoritos


No Safari é possível adicionar sites à lista de leitura para pos-
terior consulta, ou aos favoritos, caso deseje salvar seus endere- • Pesquisar palavras
ços. Para adicionar uma página, clique no “+” a que fica à esquerda Muitas vezes, ao acessar um determinado site, estamos em
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido e busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso utilizamos o
pronto. atalho do teclado Ctrl + F, para abrir uma caixa de texto na qual po-
Por padrão, o Safari salva seus sites na lista de leitura, mas você demos digitar parte do que procuramos, e será localizado.
pode criar pastas para organizar melhor seus favoritos. Para remo-
vê-lo, basta clicar em excluir. • Salvando Textos e Imagens da Internet
Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de um al-
gum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.).
Neste caso, o Safari possui um item no menu onde podemos ver o
progresso e os downloads concluídos.

86
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Preparo e envio de mensagens
Correio Eletrônico
O correio eletrônico, também conhecido como e-mail, é um
serviço utilizado para envio e recebimento de mensagens de texto
e outras funções adicionais como anexos junto com a mensagem.

Para envio de mensagens externas o usuário deverá estar co-


nectado a internet, caso contrário ele ficará limitado a sua rede lo-
cal.

Abaixo vamos relatar algumas características básicas sobre o


e-mail
– Nome do Usuário: é o nome de login escolhido pelo usuário
na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é
nome do usuário;
– @ : Símbolo padronizado para uso em correios eletrônicos;
– Nome do domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria • Boas práticas para criação de mensagens
das vezes, a empresa; – Uma mensagem deverá ter um assunto. É possível enviar
mensagem sem o Assunto, porém não é o adequado;
Vejamos um exemplo: joaodasilva@gmail.com.br / @hotmail. – A mensagem deverá ser clara, evite mensagens grandes ao
com.br / @editora.com.br extremo dando muitas voltas;
– Caixa de Entrada: Onde ficam armazenadas as mensagens – Verificar com cuidado os destinatários para o envio correto
recebidas; de e-mails, evitando assim problemas de envios equivocados.
– Caixa de Saída: Onde ficam armazenadas as mensagens ainda
não enviadas; • Anexação de arquivos
– E-mails Enviados: Como o próprio nome diz, é onde ficam os
e-mails que foram enviados;
– Rascunho: Guarda as mensagens que você ainda não termi-
nou de redigir;
– Lixeira: Armazena as mensagens excluídas.

Ao escrever mensagens, temos os seguintes campos:


– Para: é o campo onde será inserido o endereço do destinatá-
rio do e-mail;
– CC: este campo é usado para mandar cópias da mesma men-
sagem. Ao usar esse campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos;
– CCO: sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no
entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos da Uma função adicional quando criamos mensagens é de ane- xar
mensagem; um documento à mensagem, enviando assim juntamente com o
– Assunto: campo destinado ao assunto da mensagem; texto.
– Anexos: são dados que são anexados à mensagem (imagens,
programas, música, textos e outros); • Boas práticas para anexar arquivos à mensagem
– Corpo da Mensagem: espaço onde será escrita a mensagem. – E-mails tem limites de tamanho, não podemos enviar coisas
que excedem o tamanho, estas mensagens irão retornar;
• Uso do correio eletrônico – Deveremos evitar arquivos grandes pois além do limite do
– Inicialmente o usuário deverá ter uma conta de e-mail; e-mail, estes demoram em excesso para serem carregados.
– Esta conta poderá ser fornecida pela empresa ou criada atra- Computação de nuvem (Cloud Computing)
vés de sites que fornecem o serviço. As diretrizes gerais sobre a cria-
ção de contas estão no tópico acima; • Conceito de Nuvem (Cloud)
– Uma vez criada a conta, o usuário poderá utilizar um cliente
de e-mail na internet ou um gerenciador de e-mail disponível;
– Atualmente existem vários gerenciadores disponíveis no
mercado, tais como: Microsoft Outlook, Mozila Thunderbird, Opera
Mail, Gmail, etc.;
– O Microsoft outlook é talvez o mais conhecido gerenciador
de e-mail, dentro deste contexto vamos usá-lo como exemplo nos
tópicos adiante, lembrando que todos funcionam de formas bas-
tante parecidas.

A “Nuvem”, também referenciada como “Cloud”, são os servi-


ços distribuídos pela INTERNET que atendem as mais variadas de-
mandas de usuários e empresas.

87
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
São exemplos de Cloud Storage: DropBox, Google Drive, One-
Drive.
As informações são mantidas em grandes Data Centers das
empresas que hospedam e são supervisionadas por técnicos res-
ponsáveis por seu funcionamento. Estes Data Centers oferecem
relatórios, gráficos e outras formas para seus clientes gerenciarem
seus dados e recursos, podendo modificar conforme a necessidade.
O armazenamento em nuvem tem as mesmas características
que a computação em nuvem que vimos anteriormente, em termos
de praticidade, agilidade, escalabilidade e flexibilidade.
Além dos exemplos citados acima, grandes empresas, tais
como a IBM, Amazon, Microsoft e Google possuem serviços de nu-
vem que podem ser contratados.

SISTEMA OPERACIONAL E SOFTWARE


A internet é a base da computação em nuvem, os servidores
remotos detêm os aplicativos e serviços para distribuí-los aos usu-
ários e às empresas.
WINDOWS 7
A computação em nuvem permite que os consumidores alu-
guem uma infraestrutura física de um data center (provedor de ser-
viços em nuvem). Com acesso à Internet, os usuários e as empresas
usam aplicativos e a infraestrutura alugada para acessarem seus
arquivos, aplicações, etc., a partir de qualquer computador conec-
tado no mundo.
Desta forma todos os dados e aplicações estão localizadas em
um local chamado Data Center dentro do provedor.
A computação em nuvem tem inúmeros produtos, e esses pro-
dutos são subdivididos de acordo com todos os serviços em nuvem,
mas os principais aplicativos da computação em nuvem estão nas
áreas de: Negócios, Indústria, Saúde, Educação, Bancos, Empresas
de TI, Telecomunicações.

• Armazenamento de dados da nuvem (Cloud Storage)

Conceito de pastas e diretórios


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.

A ideia de armazenamento na nuvem ( Cloud Storage ) é sim-


ples. É, basicamente, a gravação de dados na Internet.
Este envio de dados pode ser manual ou automático, e uma vez
que os dados estão armazenados na nuvem, eles podem ser aces-
sados em qualquer lugar do mundo por você ou por outras pessoas
que tiverem acesso.

88
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
No caso da figura acima, temos quatro pastas e quatro arqui- Área de trabalho do Windows 7
vos.

Arquivos e atalhos
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização,
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos.
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado.
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos,
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina-
da pasta ou arquivo propriamente dito.

Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
estamos copiando dados para esta área intermediária.

– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,


estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
área de transferência.

Manipulação de arquivos e pastas


A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
tas, criar atalhos etc.

89
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Música e Vídeo
Uso dos menus Temos o Media Player como player nativo para ouvir músicas
e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma excelente expe-
riência de entretenimento, nele pode-se administrar bibliotecas de
música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar CDs, criar
playlists e etc., isso também é válido para o media center.

Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o pró-
prio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente
confirmar sua exclusão.
Programas e aplicativos
• Media Player
• Media Center
• Limpeza de disco
• Desfragmentador de disco
• Os jogos do Windows.
• Ferramenta de captura
• Backup e Restore
Interação com o conjunto de aplicativos
Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
tendermos melhor as funções categorizadas.

Facilidades

O Windows possui um recurso muito interessante que é o Cap-


turador de Tela , simplesmente podemos, com o mouse, recortar a
parte desejada e colar em outro lugar.

90
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

WINDOWS 8

• O desfragmentador de disco é uma ferramenta muito impor-


tante, pois conforme vamos utilizando o computador os arquivos
ficam internamente desorganizados, isto faz que o computador fi-
que lento. Utilizando o desfragmentador o Windows se reorganiza
internamente tornando o computador mais rápido e fazendo com
que o Windows acesse os arquivos com maior rapidez.

Conceito de pastas e diretórios


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.

• O recurso de backup e restauração do Windows é muito im-


portante pois pode ajudar na recuperação do sistema, ou até mes-
mo escolher seus arquivos para serem salvos, tendo assim uma có-
pia de segurança.

91
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro arquivos. estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
área de transferência.
Arquivos e atalhos
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização, Manipulação de arquivos e pastas
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos. A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado. pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos, executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc. tas, criar atalhos etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina-
da pasta ou arquivo propriamente dito.

Uso dos menus

Área de trabalho do Windows 8 Programas e aplicativos

Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se- Interação com o conjunto de aplicativos
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc. tendermos melhor as funções categorizadas.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
estamos copiando dados para esta área intermediária.

92
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Transferência
Facilidades O recurso de transferência fácil do Windows 8 é muito impor-
tante, pois pode ajudar na escolha de seus arquivos para serem sal-
vos, tendo assim uma cópia de segurança.

O Windows possui um recurso muito interessante que é o Cap-


turador de Tela, simplesmente podemos, com o mouse, recortar a
parte desejada e colar em outro lugar.

Música e Vídeo
Temos o Media Player como player nativo para ouvir músicas e
assistir vídeos. O Windows Media Player é uma excelente expe-
riência de entretenimento, nele pode-se administrar bibliotecas de
música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar CDs, criar
playlists e etc., isso também é válido para o media center.

A lista de aplicativos é bem intuitiva, talvez somente o Skydrive


mereça uma definição:
• Skydrive é o armazenamento em nuvem da Microsoft, hoje
portanto a Microsoft usa o termo OneDrive para referenciar o ar-
mazenamento na nuvem (As informações podem ficar gravadas na
internet).

WINDOWS 10

Conceito de pastas e diretórios


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
Jogos de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Temos também jogos anexados ao Windows 8. Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.

No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro arquivos.

93
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Arquivos e atalhos
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização,
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos.
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado.
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos,
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina-
da pasta ou arquivo propriamente dito.

Uso dos menus

Área de trabalho

Área de transferência Programas e aplicativos e interação com o usuário


A área de transferência é muito importante e funciona em se- Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários tendermos melhor as funções categorizadas.
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc. – Música e Vídeo: Temos o Media Player como player nativo
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”, para ouvir músicas e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma
estamos copiando dados para esta área intermediária. excelente experiência de entretenimento, nele pode-se administrar
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”, bibliotecas de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na CDs, criar playlists e etc., isso também é válido para o media center.
área de transferência.

Manipulação de arquivos e pastas


A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
tas, criar atalhos etc.

94
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o próprio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente confir-
mar sua exclusão.

• O desfragmentador de disco é uma ferramenta muito importante, pois conforme vamos utilizando o computador os arquivos ficam
internamente desorganizados, isto faz que o computador fique lento. Utilizando o desfragmentador o Windows se reorganiza internamen-
te tornando o computador mais rápido e fazendo com que o Windows acesse os arquivos com maior rapidez.

• O recurso de backup e restauração do Windows é muito importante pois pode ajudar na recuperação do sistema, ou até mesmo
escolher seus arquivos para serem salvos, tendo assim uma cópia de segurança.

95
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Inicialização e finalização

Quando fizermos login no sistema, entraremos direto no Windows, porém para desligá-lo devemos recorrer ao e:

CORREIOS ELETRÔNICO

OUTLOOK
O Microsoft Outlook é um gerenciador de e-mail usado principalmente para enviar e receber e-mails. O Microsoft Outlook também
pode ser usado para administrar vários tipos de dados pessoais, incluindo compromissos de calendário e entradas, tarefas, contatos e
anotações.

Funcionalidades mais comuns:

PARA FAZER ISTO ATALHO CAMINHOS PARA EXECUÇÃO


1 Entrar na mensagem Enter na mensagem fechada ou click Verificar coluna atalho
2 Fechar Esc na mensagem aberta Verificar coluna atalho
3 Ir para a guia Página Inicial Alt+H Menu página inicial
4 Nova mensagem Ctrl+Shift+M Menu página inicial => Novo e-mail
5 Enviar Alt+S Botão enviar
6 Delete Excluir (quando na mensagem fechada) Verificar coluna atalho
7 Pesquisar Ctrl+E Barra de pesquisa
8 Responder Ctrl+R Barra superior do painel da mensagem

96
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
9 Encaminhar Ctrl+F Barra superior do painel da mensagem
10 Responder a todos Ctrl+Shift+R Barra superior do painel da mensagem
11 Copiar Ctrl+C Click direito copiar
12 Colar Ctrl+V Click direito colar
13 Recortar Ctrl+X Click direito recortar
14 Enviar/Receber Ctrl+M Enviar/Receber (Reatualiza tudo)
15 Acessar o calendário Ctrl+2 Canto inferior direito ícone calendário
16 Anexar arquivo ALT+T AX Menu inserir ou painel superior
17 Mostrar campo cco (cópia oculta) ALT +S + B Menu opções CCO

Endereços de e-mail
• Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é nome
do usuário;
• @ – Símbolo padronizado para uso;
• Nome do domínio – domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria das vezes, a empresa. Vejamos um exemplo real: joaodasil-
va@solucao.com.br;
• Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens recebidas;
• Caixa de Saída – Onde ficam armazenadas as mensagens ainda não enviadas;
• E-mails Enviados – Como próprio nome diz, e aonde ficam os e-mails que foram enviados;
• Rascunho – Guarda as mensagens que ainda não terminadas;
• Lixeira – Armazena as mensagens excluídas;

Escrevendo e-mails
Ao escrever uma mensagem, temos os seguintes campos:
• Para – é o campo onde será inserido o endereço do destinatário do e-mail;
• CC – este campo é usado para mandar cópias da mesma mensagem. Ao usar este campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos.
• CCO – sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos;
• Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem.
• Anexos – são dados que são anexados à mensagem (imagens, programas, música, textos e outros.)
• Corpo da Mensagem – espaço onde será escrita a mensagem.

Contas de e-mail
É um endereço de e-mail vinculado a um domínio, que está apto a receber e enviar mensagens, ou até mesmo guarda-las conforme
a necessidade.

Adicionar conta de e-mail


Siga os passos de acordo com as imagens:

97
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Enviar
De acordo com a imagem a seguir, o botão Enviar fica em evi-
dência para o envio de e-mails.

Encaminhar e responder e-mails


A partir daí devemos seguir as diretrizes sobre nomes de e-mail, Funcionalidades importantes no uso diário, você responde a e-
referida no item “Endereços de e-mail”. mail e os encaminha para outros endereços, utilizando os botões
indicados. Quando clicados, tais botões ativam o quadros de texto,
Criar nova mensagem de e-mail para a indicação de endereços e digitação do corpo do e-mail de
resposta ou encaminhamento.

Ao clicar em novo e-mail é aberto uma outra janela para digita-


ção do texto e colocar o destinatário, podemos preencher também
os campos CC (cópia), e o campo CCO (cópia oculta), porém esta
outra pessoa não estará visível aos outros destinatários.

Adicionar, abrir ou salvar anexos


A melhor maneira de anexar e colar o objeto desejado no corpo
do e-mail, para salvar ou abrir, basta clicar no botão corresponden-
te, segundo a figura abaixo:

98
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Imprimir uma mensagem de e-mail
Adicionar assinatura de e-mail à mensagem Por fim, um recurso importante de ressaltar, é o que nos pos-
Um recurso interessante, é a possibilidade de adicionarmos sibilita imprimir e-mails, integrando-os com a impressora ligada ao
assinaturas personalizadas aos e-mails, deixando assim definida a computador. Um recurso que se assemelha aos apresentados pelo
nossa marca ou de nossa empresa, de forma automática em cada pacote Office e seus aplicativos.
mensagem.

Hardware
Hardware refere-se a parte física do computador, isto é, são os
dispositivos eletrônicos que necessitamos para usarmos o compu-
tador. Exemplos de hardware são: CPU, teclado, mouse, disco rígi-
do, monitor, scanner, etc.

Software
Software, na verdade, são os programas usados para fazer ta-
refas e para fazer o hardware funcionar. As instruções de software
são programadas em uma linguagem de computador, traduzidas
em linguagem de máquina e executadas por computador.
O software pode ser categorizado em dois tipos:
– Software de sistema operacional
– Software de aplicativos em geral

• Software de sistema operacional


O software de sistema é o responsável pelo funcionamento do
computador, é a plataforma de execução do usuário. Exemplos de
software do sistema incluem sistemas operacionais como Win-
dows, Linux, Unix , Solaris etc.

• Software de aplicação
O software de aplicação é aquele utilizado pelos usuários para
execução de tarefas específicas. Exemplos de software de aplicati-
vos incluem Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Access, etc.

Para não esquecer:

HARDWARE É a parte física do computador


São os programas no computador (de
SOFTWARE
funcionamento e tarefas)

Periféricos
Periféricos são os dispositivos externos para serem utilizados
no computador, ou mesmo para aprimora-lo nas suas funcionali-
dades. Os dispositivos podem ser essenciais, como o teclado, ou
aqueles que podem melhorar a experiencia do usuário e até mesmo
melhorar o desempenho do computador, tais como design, qualida-
de de som, alto falantes, etc.

Tipos:

PERIFÉRICOS
Utilizados para a entrada de dados;
DE ENTRADA
PERIFÉRICOS Utilizados para saída/visualização de da-
DE SAÍDA dos

99
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Existem outros termos importantes com os quais um profissio-
• Periféricos de entrada mais comuns. nal da área trabalha no dia a dia.
– O teclado é o dispositivo de entrada mais popular e é um item Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação do
essencial. Hoje em dia temos vários tipos de teclados ergonômicos conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que se re-
para ajudar na digitação e evitar problemas de saúde muscular; fere ao controle sobre quem acessa as informações; e a auditoria,
– Na mesma categoria temos o scanner, que digitaliza dados que permite examinar o histórico de um evento de segurança da
para uso no computador; informação, rastreando as suas etapas e os responsáveis por cada
– O mouse também é um dispositivo importante, pois com ele uma delas.
podemos apontar para um item desejado, facilitando o uso do com-
putador. Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares
– Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo pro-
• Periféricos de saída populares mais comuns tegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de segurança
– Monitores, que mostra dados e informações ao usuário; da informação, ainda que sem intenção
– Impressoras, que permite a impressão de dados para mate- – Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da vulne-
rial físico; rabilidade existente para atacar a informação sensível ao negócio.
– Alto-falantes, que permitem a saída de áudio do computador; – Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade ser
– Fones de ouvido. explorada por uma ameaça.
– Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o con-
Sistema Operacional teúdo protegido seja exposto de forma não autorizada.
O software de sistema operacional é o responsável pelo funcio- – Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto,
namento do computador. É a plataforma de execução do usuário. ajudando a determinar onde concentrar investimentos em seguran-
Exemplos de software do sistema incluem sistemas operacionais ça da informação.
como Windows, Linux, Unix , Solaris etc.
Tipos de ataques
• Aplicativos e Ferramentas Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são eles3:
São softwares utilizados pelos usuários para execução de tare- – Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gravar
fas específicas. Exemplos: Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Ac- de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o ataque
cess, além de ferramentas construídas para fins específicos. passivo não é prejudicial, mas a informação coletada durante a ses-
são pode ser extremamente prejudicial quando utilizada (adultera-
PROGRAMA ANTIVÍRUS E FIREWALL ção, fraude, reprodução, bloqueio).
– Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados cole-
tados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sistema,
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO infectar o sistema com malwares, realizar novos ataques a partir da
Segurança da informação é o conjunto de ações para proteção máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento (Ex.: intercep-
de um grupo de dados, protegendo o valor que ele possui, seja para tação, monitoramento, análise de pacotes).
um indivíduo específico no âmbito pessoal, seja para uma organi-
zação1. Política de Segurança da Informação
É essencial para a proteção do conjunto de dados de uma cor- Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança da
poração, sendo também fundamentais para as atividades do negó- organização através de regras de alto nível que representam os
cio. princípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo com a
Quando bem aplicada, é capaz de blindar a empresa de ata- visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível táti- co)
ques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas. Porém, e procedimentos (nível operacional). Seu objetivo será manter a
qualquer tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para pro- segurança da informação. Todos os detalhes definidos nelas serão
blemas. para informar sobre o que pode e o que é proibido, incluindo:
A segurança da informação se baseia nos seguintes pilares2: • Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas nos
– Confidencialidade: o conteúdo protegido deve estar disponí- recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo, regra
vel somente a pessoas autorizadas. de formação e periodicidade de troca.
– Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam • Política de backup: define as regras sobre a realização de có-
acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou seja, pias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de reten-
de modo permanente a elas. ção e frequência de execução.
– Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou seja, • Política de privacidade: define como são tratadas as infor-
sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por quem e mações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcionários.
nem em qual etapa, se no processamento ou no envio. • Política de confidencialidade: define como são tratadas as
– Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e auto- informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassadas a
ria do conteúdo seja mesmo a anunciada. terceiros.

Mecanismos de segurança
Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, técni-
ca, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de preservar
o conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.

1 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/ 3 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-seguranca-da-
2 https://bit.ly/2E5beRr -informacao/

100
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ele pode ser aplicado de duas formas:
– Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à informação
ou infraestrutura que dá suporte a ela
– Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um antivírus,
firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para evitar infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por métodos de en-
criptação, que transformam as informações em códigos que terceiros sem autorização não conseguem decifrar e, há ainda, a certificação
e assinatura digital, sobre as quais falamos rapidamente no exemplo antes apresentado da emissão da nota fiscal eletrônica.

Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por profissional habilitado conforme o plano de segurança da informação da
empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.

Criptografia
É uma maneira de codificar uma informação para que somente o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de uma
chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a informação 4.
Tem duas maneiras de criptografar informações:
• Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma sequ-
ência de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensagem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto o emissor
quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a chave secreta para poder ler a mensagem.
• Criptografia assimétrica (chave pública):tem duas chaves relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer pessoa
que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave privada é mantida em segredo, para que somente você saiba.

Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá ser descriptografada pela chave privada.
Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.
• Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e permitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da infor-
mação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permite o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a ação. A
chave é integrada ao documento, com isso se houver alguma alteração de informação invalida o documento.
• Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pessoa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.

Firewall
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem
ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basicamente em
bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.

Representação de um firewall.5

Formas de segurança e proteção


– Controles de acesso através de senhas para quem acessa, com autenticação, ou seja, é a comprovação de que uma pessoa que está
acessando o sistema é quem ela diz ser6.
– Se for empresa e os dados a serem protegidos são extremamente importantes, pode-se colocar uma identificação biométrica como
os olhos ou digital.
– Evitar colocar senhas com dados conhecidos como data de nascimento ou placa do seu carro.
– As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiúsculas, números e caracteres especiais como @ # $ % & *.
– Instalação de antivírus com atualizações constantes.
– Todos os softwares do computador devem sempre estar atualizados, principalmente os softwares de segurança e sistema operacio-
nal. No Windows, a opção recomendada é instalar atualizações automaticamente.
4 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-2/
5 Fonte: https://helpdigitalti.com.br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20%C3%A9%20uma%20solu%C3%A7%C3%A3o%20
de,de%20dados%20podem%20ser%20executadas.
6 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-3/

101
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção é a
recomendada. EDITORES DE APRESENTAÇÃO.EDITORES DE
– Sempre estar com o firewall ativo. PLANILHAS EDITORES DE TEXTO.
– Anti-spam instalados. PACOTE MICROSOFT OFFICE
– Manter um backup para caso de pane ou ataque.
– Evite sites duvidosos.
– Não abrir e-mails de desconhecidos e principalmente se tiver Microsoft Office
anexos (link).
– Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades.
– Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso seja
necessário, fornecer somente em sites seguros.
– Cuidado com informações em redes sociais.
– Instalar um anti-spyware.
– Para se manter bem protegido, além dos procedimentos an-
teriores, deve-se ter um antivírus instalado e sempre atualizado.

NOÇÕES DE VÍRUS, ANTIVÍRUS

Noções de vírus, worms e pragas virtuais (Malwares)


– Malwares (Pragas): São programas mal intencionados, isto é,
programas maliciosos que servem pra danificar seu sistema e dimi-
nuir o desempenho do computador;
– Vírus: São programas maliciosos que, para serem iniciados, é
necessária uma ação (por exemplo um click por parte do usuário);
– Worms: São programas que diminuem o desempenho do
sistema, isto é, eles exploram a vulnerabilidade do computador se
instalam e se replicam, não precisam de clique do mouse por parte O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para
do usuário ou ação automática do sistema. uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas
em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos –
Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, antispyware Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações –
etc.) PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização mais comum:

• Antivírus Word
O antivírus é um software que encontra arquivos e programas O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele
maléficos no computador. Nesse sentido o antivírus exerce um pa- podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos
pel fundamental protegendo o computador. O antivírus evita que então apresentar suas principais funcionalidades.
o vírus explore alguma vulnerabilidade do sistema ou até mesmo
de uma ação inesperada em que o usuário aciona um executável • Área de trabalho do Word
que contém um vírus. Ele pode executar algumas medidas como Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo
quarentena, remoção definitiva e reparos. com a necessidade.
O antivírus também realiza varreduras procurando arquivos po-
tencialmente nocivos advindos da Internet ou de e-mails e toma as
medidas de segurança.

• Firewall
Firewall, no caso, funciona como um filtro na rede. Ele deter-
mina o que deve passar em uma rede, seja ela local ou corporativa,
bloqueando entradas indesejáveis e protegendo assim o compu-
tador. Pode ter regras simples ou complexas, dependendo da im-
plementação, isso pode ser limitado a combinações simples de IP /
porta ou fazer verificações completas.

• Antispyware
Spyware é um software espião, que rouba as informações, em
contrário, o antispyware protege o computador funcionando como
o antivírus em todos os sentidos, conforme relatado acima. Muitos
antivírus inclusive já englobam tais funções em sua especificação.

102
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Iniciando um novo documento
Limpa a formatação

• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar


diferentes tipos de marcadores automáticos:

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do


Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações
desejadas.

• Alinhamentos • Outros Recursos interessantes:


Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha- GUIA ÍCONE FUNÇÃO
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word.
- Mudar
Forma
GUIA PÁGINA TECLA DE Página - Mudar cor
ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO inicial de Fundo
Justificar (arruma a direito - Mudar cor
e a esquerda de acordo Ctrl + J do texto
com a margem
- Inserir
Alinhamento à direita Ctrl + G Tabelas
Inserir
- Inserir
Centralizar o texto Ctrl + E Imagens

Alinhamento à esquerda Ctrl + Q


Verificação e
Revisão correção ortográ-
• Formatação de letras (Tipos e Tamanho) fica
Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos
de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação),
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto- Arquivo Salvar
máticos.
Excel
O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.
GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
Tipo de letra – Planilha de custos.

Tamanho Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-


tomaticamente.

Aumenta / diminui tamanho • Mas como é uma planilha de cálculo?


– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são
calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es-
Recursos automáticos de caixa-altas
pecíficas do aplicativo.
e baixas
– A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento
entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )

103
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Fórmulas de comum interesse

MÉDIA (em um intervalo de


=MEDIA(célula X:célulaY)
células)
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.

– Podemos também ter o intervalo A1..B3 • Área de Trabalho do PowerPoint

– Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé- Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escre- ver
lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até
uma planilha. mesmo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as
caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior,
• Formatação células também alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.

Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo


tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint,
• Fórmulas básicas o Word e o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, no
que diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópi- co
ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY) referente ao Word, itens de formatação básica de texto como:
alinhamentos, tipos e tamanhos de letras, guias de marcadores e
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
recursos gerais.
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)

104
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente
utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam
a aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no
trabalho com o programa.

Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre-


sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito.

Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade


Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le-
no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe- vando a experiência dos usuários a outro nível.
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho.
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já Office 2013
apresentado anteriormente. A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar a
navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível nas
versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque
(TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen-
tos com telas simples funciona normalmente.
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem,
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po-
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smar-
tfones diversos.

• Atualizações no Word
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen);
– As imagens podem ser editadas dentro do documento;
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura;
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente;
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como
editar PDF(s).

• Atualizações no Excel
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário
Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro melhores formas de apresentar dados.
slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se – Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.
fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de
uma posição para outra utilizando o mouse. • Atualizações no PowerPoint
As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados – O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
para passagem entre elementos das apresentações. de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
antecipadamente;

105
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”.
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.
de apresentações.

Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.

• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos, • Atualizações no Excel
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar – Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
quando outro usuário está digitando; destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os algum mapa que deseja construir.
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
quisa inteligente;
– É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
a digitação de equações.

• Atualizações no Excel
– O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
questão do compartilhamento dos arquivos.

• Atualizações no PowerPoint
– O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
tão do compartilhamento dos arquivos;
– O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
3D na apresentação.

Office 2019
O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.

• Atualizações no Word
– Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
desenvolvimento de documentos;

106
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Atualizações no PowerPoint
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Inclusão de imagens 3D na apresentação.

Office 365
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário sua
instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o Word, Excel e PowerPoint.

Observações importantes:
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as melhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é responsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre atualizados.

=
EXTENSÃO DE ARQUIVO

Pasta
São estruturas que dividem o disco em várias partes de tamanhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras pastas
(subpastas)7.

7 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas

107
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identifica o
tipo de dado que ele representa.

Extensões de arquivos

Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são universais
podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do Corel Draw
que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas letras que ficam
no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.

É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto do
LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.

Nomenclatura dos arquivos e pastas


Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres (letras,
números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \ | > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional.

Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.

108
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Microsoft8.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.

Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear, ex-
cluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são as de
Download, documentos e imagens.

Operações básicas com arquivos do Windows Explorer


• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear ela. Você
pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma mesma pasta um
arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc
Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanecerá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado
• Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode também
clicar com o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o local que quer copiar e clicar novamente como o botão direito do mouse
e selecionar colar.
• Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir
• Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos, lista com
detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na mesma barra do lado direito.
• Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas clicando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o arquivo
e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente no botão direito
do mouse e selecionar colar.

8 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/

109
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Localizando Arquivos e Pastas
No Windows Explorer tem duas:
Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de Pesquisar.
Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a sua busca.

Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alteração,
poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.

TECLAS DE ATALHO

Os atalhos são combinações de teclas que permitem a execução de determinadas ações. Dentro deste conceito os atalhos são muito
apreciados pelos usuários, visto que economizam tempo, pois ao invés de acessar um item com o mouse o mesmo pode ser acessado por
uma combinação de teclas simples.
Vamos exemplificar abaixo alguns atalhos juntamente com sua combinação de teclas.

Atalhos para o Sistema Operacional Windows


— Win ou “Ctrl + Esc” – Abre o Menu Iniciar
— Win + número – Abre o programa correspondente da “Barra de Tarefas”
— Win + D – Abre ou esconde a “Área de trabalho”
— Win + E – Abre o “Explorador de arquivos”
— Win + G (Windows 10) – Abre a barra de jogos quando um jogo está aberto
— Win + H – Inicia a função de ditado do sistema
— Win + I – Abre a tela de “Configurações” do Windows 10
— Win + L – Bloqueia o computador
— Win + M – Minimiza o programa aberto
— Win + R – Abre a janela do “Executar”
— Win + S – Abre o sistema de buscas do Windows
— Win + U – Abre a central de acessibilidade do Windows
— Win + X – Abre um menu que facilita o acesso a ferramentas do sistema
— Win + PrtScr – Faz uma captura da tela e a salva a imagem automaticamente
— Alt + PrtScr – Captura de tela da janela atual, deixando-a na área de transferência
— PrtScr – Faz uma captura de toda a tela do notebook
— Win + Tab – Abre a tela do “Visão de Tarefas”
— Win + setas ↑/↓/ →/← posiciona a janela ao lado ou redimensiona / maximiza
— Win + vírgula – Mostra temporariamente a área de trabalho
— Win + Alt + D – Abre ou fecha o calendário e data/hora do Windows
— Win + Ctrl + D – Adiciona uma nova área de trabalho virtual
— Tecla Win + Ctrl + F4 – Fecha a área de trabalho virtual atual
— Tecla Win + Ctrl + setas → / ← – Alterna entre as áreas de trabalho virtuais

110
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
2. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) João comprou um
— Alt + Tab – Alterna entre os programas aberto novo jogo para seu computador e o instalou sem que ocorressem
— Ctrl + Shift + Esc – Abre a barra “Gerenciador de tarefas” erros. No entanto, o jogo executou de forma lenta e apresentou
— Ctrl + seta da direita ou esquerda – Move o cursor de digita- baixa resolução. Considerando esse contexto, selecione a alterna-
ção entre palavras tiva que contém a placa de expansão que poderá ser trocada ou
— Ctrl + seta para cima ou para baixo – Move o cursor de digi- adicionada para resolver o problema constatado por João.
tação entre os parágrafos (A) Placa de som
— Tecla F1 – Abre o menu de ajuda do programa aberto (B) Placa de fax modem
— Tecla Win + F1 – Abre o menu de ajuda do Windows (C) Placa usb
— Shift esquerdo + alt esquerdo + Print Screen – Ativa ou desa- (D) Placa de captura
bilita o alto contraste
(E) Placa de vídeo
— Shift esquerdo + tecla Win + M – Restaura as janelas minimi-
zadas anteriormente 3. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) Há vários tipos de pe-
— Windows + Tecla Pause/Break – Abre a aba de propriedades riféricos utilizados em um computador, como os periféricos de saída
do sistema e os de entrada. Dessa forma, assinale a alternativa que apresenta
— Tecla Windows + sinal de mais ou menos – Usa a lupa dispo- um exemplo de periférico somente de entrada.
nível no Windows. (A) Monitor
(B) Impressora
Outros atalhos gerais:
(C) Caixa de som
— Ctrl + A – Seleciona todos o arquivo ou texto, exceto na suíte (D) Headphone
Microsoft Office
(E) Mouse
— Ctrl + C Copia a seleção
— Ctrl + D – Apaga um item enviando-o para a lixeira; 4. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de computado-
— Ctrl + R – Recarrega uma janela ou página sendo vista res, Internet, os serviços de comunicação e informação são disponi-
— Ctrl + X – Recorta a seleção bilizados por meio de endereços e links com formatos padronizados
— Ctrl + V – Cola o item da área de transferência URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de formato de ende-
— Ctrl + Y – Refaz uma ação reço válido na Internet é:
— Ctrl + Z – Desfaz uma ação. (A) http:@site.com.br
(B) HTML:site.estado.gov
Outros Atalhos importantes: (C) html://www.mundo.com
— Tecla + (sinal de mais) – Mostra todo o conteúdo de uma (D) https://meusite.org.br
pasta selecionada
(E) www.#social.*site.com
— Tecla – (sinal de menos) – Fecha o conteúdo aberto de uma
pasta selecionada 5. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido-
— Tecla End – Exibe o final da pasta atual res e armazenamento compartilhados, com software disponível e
— Tecla F11 – Maximiza ou minimiza a janela ativa localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos acesso
— Shift + Delete – Exclui o item previamente selecionado, sem presencial, chamamos esse serviço de:
enviá-lo a lixeira (A) Computação On-Line.
— F3 – realiza pesquisas de arquivos em uma pasta que estiver (B) Computação na nuvem.
aberta. (C) Computação em Tempo Real.
— F5 – atualiza a janela atual, seja uma pasta, aplicativo ou (D) Computação em Block Time.
página na web.
(E) Computação Visual
— F6 – seleciona o texto que estiver na barra de endereços do
Explorer ou do navegador. 6. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e modos
de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimen-
tos associados à Internet, julgue o próximo item.
EXERCÍCIOS Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na Inter-
net para diversas finalidades, ainda não é possível extrair apenas o
áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por exemplo, no
1. (FGV-SEDUC -AM) O dispositivo de hardware que tem como Youtube (http://www.youtube.com).
principal função a digitalização de imagens e textos, convertendo as ( ) Certo (
versões em papel para o formato digital, é denominado ) Errado
(A) joystick. 7. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, a
(B) plotter. execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode provocar
(C) scanner. danos ao computador do usuário.
(D) webcam.
( ) Certo (
(E) pendrive. ) Errado

111
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
14. (CESPE BANCO DA AMAZÔNIA) O Linux, um sistema multi-
8. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um e-mail tarefa e multiusuário, é disponível em várias distribuições, entre as
com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acusa existên- quais, Debian, Ubuntu, Mandriva e Fedora.
cia de vírus. ( ) Certo (
Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a ser ) Errado
adotado no exemplo acima.
(A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá-lo 15. (FCC – DNOCS) - O comando Linux que lista o conteúdo de
ao administrador de rede. um diretório, arquivos ou subdiretórios é o
(B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o tipo (A) init 0.
de vírus. (B) init 6.
(C) Apagar o e-mail, sem abri-lo. (C) exit
(D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de moni- (D) ls.
toramento. (E) cd.
(E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a
analisá-lo posteriormente. 16. (SOLUÇÃO) O Linux faz distinção de letras maiúsculas ou
minúsculas
9. (CESPE – PEFOCE) Entre os sistemas operacionais Windows ( ) Certo
7, Windows Vista e Windows XP, apenas este último não possui ver- ( ) Errado
são para processadores de 64 bits.
( ) Certo ( 17. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo
) Errado (A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô-
nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção
10. (CPCON – PREF, PORTALEGRE) Existem muitas versões do de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú-
Microsoft Windows disponíveis para os usuários. No entanto, não é meros e letras.
uma versão oficial do Microsoft Windows (B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração
(A) Windows 7 e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT.
(B) Windows 10 (C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é
(C) Windows 8.1 útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos
(D) Windows 9 que o Excel.
(E) Windows Server 2012 (D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa-
gens de correio eletrônico.
11. (MOURA MELO – CAJAMAR) É uma versão inexistente do (E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio
Windows: e recebimento de páginas web.
(A) Windows Gold.
(B) Windows 8. 18. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apresen-
(C) Windows 7. ta uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba “Pági-
(D) Windows XP. na Inicial” do Word 2010.
(A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento.
12. (QUADRIX CRN) Nos sistemas operacionais Windows 7 e (B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra parte
Windows 8, qual, destas funções, a Ferramenta de Captura não exe- do documento.
cuta? (C) Definir o alinhamento do texto.
(A) Capturar qualquer item da área de trabalho. (D) Inserir uma tabela no texto
(B) Capturar uma imagem a partir de um scanner.
(C) Capturar uma janela inteira 19. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint
(D) Capturar uma seção retangular da tela. 2002 ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse apli-
(E) Capturar um contorno à mão livre feito com o mouse ou cativo.
uma caneta eletrônica A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?.
13. (IF-PB) Acerca dos sistemas operacionais Windows 7 e 8,
assinale a alternativa INCORRETA:
(A) O Windows 8 é o sucessor do 7, e ambos são desenvolvidos
pela Microsoft.
(B) O Windows 8 apresentou uma grande revolução na interfa-
ce do Windows. Nessa versão, o botão “iniciar” não está sem-
pre visível ao usuário.
(C) É possível executar aplicativos desenvolvidos para Windows
7 dentro do Windows 8. ( ) Certo
(D) O Windows 8 possui um antivírus próprio, denominado ( ) Errado
Kapersky.
(E) O Windows 7 possui versões direcionadas para computado- 20. (CESPE – CAIXA) O PowerPoint permite adicionar efeitos so-
res x86 e 64 bits. noros à apresentação em elaboração.
( ) Certo
( ) Errado

112
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

GABARITO

1 C
2 E
3 E
4 D
5 B
6 ERRADO
7 CERTO
8 C
9 CERTO
10 D
11 A
12 B
13 D
14 CERTO
15 D
16 CERTO
17 A
18 D
19 CERTO
20 CERTO

ANOTAÇÕES

113
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA

. A partir daí passou a ser necessário testar a verdade dos co-


FUNDAMENTOS DA FILOSOFIA nhecimentos, o que somente seria possível pela correção do racio-
cínio. Neste sentido, é correto o raciocínio que expressa um juízo
Etimologicamente, a palavra “filosofia” é formada pelas pala- positivo ou negativo racionalmente válido.
vras gregas philos e sophia, que significam “amor à sabedoria”. Por sua vez, o raciocínio pode ser:
Filósofo é o amante da sabedoria. Porém, este significado, dura a) indutivo, que parte de casos particulares para concluir uma
na história pouco tempo. Em Heródoto, em Tucídides, talvez nos verdade geral ou universal (ex: ferro, ouro, cobre e prata conduzem
pré-socráticos, uma ou outra vez, durante pouco tempo, tem este eletricidade, logo, metais conduzem eletricidade), muito utilizado
significado primitivo de amor à sabedoria. Imediatamente, passa a nas ciências experimentais;
ter outro significado: significa a própria sabedoria. Assim, já nos pri- b) dedutivo, que parte de uma lei universal considerada váli-
meiros tempos da autêntica cultura grega, filosofia significa, não o da para um certo conjunta aplicando-a a casos particulares desse
simples afã ou o simples amor à sabedoria, mas a própria sabedoria. conjunto (ex: todo homem é mortal, Sócrates é homem, Sócrates é
O verbo filosofar pode ser usado com significados distintos: mortal).
a) mero sinônimo de pensar, significado bastante amplo para
os fins deste estudo; A verdade da conclusão do raciocínio baseia-se na verdade
b) sinônimo de saber viver conforme a virtude, isto é, filosofar contida nas proposições e nas premissas: se elas forem falsas (de-
é viver com sabedoria, ideia que se aproxima mais do que será fo- nominadas falácias), a conclusão será falsa.
cado; Estabelecidas estas premissas, parte-se para um estudo histó-
c) filosofia propriamente dita, originária com mais força na Gré- rico-filosófico apto a nos fazer compreender algumas das premissas
cia em torno dos séculos VI a V a.C., quando se começou a repen- da filosofia:
sar a natureza, o ser humano e as divindades sob uma perspectiva “Durante um longo período da história grega, a mitologia cons-
crítica. tituiu a fonte exclusiva de explicação para a existência do homem e
da organização do mundo. As interpretações imaginárias criadas
A profundidade das discussões filosóficas fica bem compreen- por ela foram adquirindo autoridade pelo fato de serem antigas. As
dida no início da obra O Mundo de Sofia, de Josteein Gaarder: divindades constituíam as personagens que, pelas divergências,
“O melhor meio de se aproximar da filosofia é fazer perguntas intrigas, amizades e desejos de justiça, explicavam tanto a nature-
filosóficas: como o mundo foi criado? Será que existe sentido por za humana como os resultados das guerras e os valores culturais.
detrás do que ocorre? Há vida depois da morte? Como podemos Nesse sentido, a linguagem do mito esconde interesses de classes e
responder a estas perguntas? E, principalmente: como devemos vi- pode ser manipulada por aqueles que detêm o poder. Ela impõe
ver? Essas perguntas têm sido feitas pelas pessoas de todas as épo- comportamentos morais à comunidade e uma hierarquia de puni-
cas. Não conhecemos nenhuma cultura que não tenha perguntado ções para aqueles que não o seguem”. Quando o mito se tornou in-
quem é o ser humano e de onde veio o mundo. suficiente para explicar os fenômenos sociais, surge a necessidade
Basicamente, não há muitas perguntas filosóficas para se fazer. de novos conceitos culturais, os quais devem ser baseados na razão.
Já fizemos algumas das mais importantes. Mas a história nos Assim, a filosofia vem para permitir o uso da razão para que se com-
mostra diferentes respostas para cada uma dessas perguntas que preendesse a verdade universal, questionando-se os paradigmas
estamos fazendo. É mais fácil, portanto, fazer perguntas filosóficas postos e quebrando a insegurança e o temor que era incutido na
do que respondê-las. Da mesma forma, hoje em dia cada um de nós humanidade pelos mitos.
deve encontrar a sua resposta para estas perguntas. Justamente pela força que o aspecto mítico tinha na vida em
[...] Mesmo que seja difícil responder a uma pergunta, isto não sociedade que nas premissas da filosofia se voltou atenção aos fe-
significa que ela não tenha uma e só uma resposta certa”. nômenos naturais. Pelo mito, cada fenômeno natural era a manifes-
O saber filosófico é apenas uma entre as muitas espécies de sa- tação da ira divina ou de sua satisfação. A filosofia despe- se de tais
beres, que não merecem ser desmerecidos. Quer dizer, o ser huma- interpretações culturais e manifesta-se com autonomia e por suas
no pode obter diversas espécies de conhecimento, destacando-se: próprias leis, deixando a natureza falar por si mesma.
a) conhecimento empírico ou sensorial, que se dá pelos senti- Assim, os primeiros filósofos que surgiram podem ser chama-
dos, pela percepção física dos objetos materiais; dos de filósofos da natureza, os quais acreditavam que por trás de
b) conhecimento lógico ou intelectual, que se obtém pelo ra- toda transformação da natureza estaria uma substância básica,
ciocínio, no sentido de que a combinação dos dados permite anali- pensamento este defendido na tentativa de compreender a nature-
sar, comparar, articular e unir, gerando conceitos, definições e leis za sem a necessidade dos mitos6.
indispensáveis ao entendimento da realidade (predominantemen- Os primeiros filósofos da natureza são conhecidos como filóso-
te, é este o tipo de conhecimento buscado pelos filósofos, embora fos de Mileto, uma colônia grega na Ásia Menor. Tales considerava
alguns tenham se valido do conhecimento empírico); que a água era a origem das coisas; Aneximandro acreditava que o
c) conhecimento de fé, que se dá pela crença. Descartes e filó- mundo era apenas um dos muitos mundos que surgem de alguma
sofos como Galileu Galilei colocaram em dúvida as verdades abso-
lutas de cada uma destas espécies de conhecimento

114
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
do a teoria das ideias de Platão e fornecendo com base em critérios
coisa e se dissolvem de alguma coisa chamada infinito (não era uma lógicos uma nova concepção do mundo natural (inclusive com a
substância determinada); Anaxímenes tinha a crença de que o ar ou
clássica divisão animal, vegetal e mineral).
o sopro de ar era a substância básica de todas.
Enquanto filósofo, pode ser colocado como um dos principais
Após, Parmênides defendeu que tudo sempre existiu, que nada
filósofos morais da história da humanidade, razão pela qual voltará
pode surgir do nada e que nada poderia ser diferente do que é (re-
a ser estudado no tópico 4. Além do aspecto moral, Aristóteles co-
jeitava a transformação). Na mesma época, Heráclito confiava que
tudo está em movimento e nada dura para sempre (não se pode en- locava o homem enquanto ser político, tanto que defendeu a con-
trar duas vezes no mesmo rio). Logo, pensavam de maneira oposta, cepção de dimensões de justiça (estudada a título introdutório no
pois o primeiro não confiava nos sentidos, o segundo sim; o primei- tópico anterior).
ro não acreditava na transformação, o segundo sim. Para resolver o A partir de movimentos como o helenismo e, principalmente,
impasse, Empédocles propôs que não se podia defender que há um o estoicismo, a filosofia saiu das fronteiras gregas e adquiriu um
único elemento primordial que origina as coisas da natureza, caráter global. Inicialmente, passou para Roma, onde Cícero des-
defendendo que nela se faziam presentes quatro elementos básicos pontou como um dos principais pensadores. Influenciado pela pró-
(terra, ar, fogo e água). pria estrutura do Império Romano, Cícero trabalhou sua filosofia no
Também buscando solucionar os impasses desta discussão, modelo da República, estudando o que seria o governante ideal.
Anaxágoras defendeu a presença de uma infinidade de partículas Logo, também foi um filósofo moral, pois ao estabelecer o conceito
minúsculas na natureza. Os últimos dois filósofos acreditavam tam- de governante ideal traçou as principais virtudes que um homem
bém em elementos de ligação entre os elementos naturais, que deveria possuir.
seriam sentimentos: Para Empédocles, o amor; para Anaxágoras, a O Império Romano ruiu e abriu espaço para o início da Idade
inteligência. O último filósofo da natureza, Demócrito, concorda- va Média, na qual o pensamento filosófico predominante foi o cris-
com a transformação constante da natureza e supôs que todas as tianismo. O primeiro pensador deste período foi Santo Agostinho,
coisas eram constituídas por uma infinidade de microsubstân- cias, que “explicava que Deus havia criado o mundo a partir do nada, e
cada qual eterna e imutável, chamando-as de átomos (o pen- sador este é um ensinamento da Bíblia. [...] Para Agostinho, antes de Deus
se aproximou do que se descobriu posteriormente, do que ter criado o mundo, as ideias já existiam dentro de Sua cabeça. Ele
conhecemos hoje); mas também acreditava que a alma humana era atribuiu a Deus as ideias eternas e com isto salvou a concepção pla-
composta de átomos, isto é, a própria consciência do homem, não tônica das ideias eternas. [...] Isto também mostra que Agostinho e
sendo então imortal. muitos outros membros do clero se esforçavam ao máximo par- ra
“Com o surgimento da política democrática nas cidades-esta- conciliar o pensamento grego com o judeu”. Agostinho também
dos, a filosofia passa a ser praticada não como procura da verdade, dividiu os homens em dois grupos, os redimidos e os condenados,
mas como um ensino útil para os líderes políticos fazerem valer os conforme a vontade divina no julgamento das ações humana (as-
seus pontos de vista nas discussões públicas”9. A partir deste mo- sim, o homem seria responsável por seus atos). O segundo pensa-
mento, a maioria dos filósofos passou a se concentrar na natureza dor deste período foi Santo Tomás de Aquino, que em sua Suma Te-
humana, não na natureza das coisas. O primeiro grande filósofo ológica desenvolveu um amplo estudo do pensamento cristianista
e assim discutiu premissas filosóficas tradicionais como as virtudes
desta nova fase foi Sócrates, que foi professor de
morais, os fundamentos do Direito, a consciência humana, a ação
Platão, o qual, por sua vez, ensinou Aristóteles.
racional, etc.
Embora Sócrates nunca tenha escrito uma linha com seus pen-
O movimento que se seguiu com o fim da Idade Média foi o
samentos, ficou marcado como uma das maiores influências filosó- Renascimento. Os cidadãos da época do Renascimento começaram
ficas do mundo e é conhecido mesmo pelos que pouco sabem de a se libertar dos senhores feudais e do poder da Igreja, ao mesmo
filosofia, principalmente por seu fim trágico (foi condenado à morte tempo em que redescobriram a cultura grega. O renascimento vi-
por seus pensamentos). Sócrates não queria ensinar às pessoas o sou propiciar uma nova visão do homem e de seu valor, de forma
que ele pensava, mas queria ensiná-las a pensar: daí sua máxima que o homem passa a ser visto como algo infinitamente grande e
“só sei que nada sei”. Sócrates impulsionava as pessoas a utilizarem poderoso. Logo, a marca do Renascimento é um antropocentrismo
a razão, logo, foi um racionalista convicto. Acreditava na consciência individualista. No Renascimento surgiram as premissas de toda uma
humana guiada por esta razão, levando as pessoas a agirem corre- evolução tecnológica, com pensadores como Galileu, Copérnico e
tamente. Isaac Newton. Em meio a tantas novas teorias e descobertas, o Re-
Platão, inspirado por seu mestre Sócrates, transpôs ao papel di- nascimento trouxe uma nova concepção de Deus muito diferente
versos de seus pensamentos, mas também elaborou suas próprias da defendida na Idade Média.
ideias. Em destaque, investigou a relação entre eterno e imutável,
tanto na natureza quando na moral humana. No mundo material, Após o Renascimento, veio a Reforma
defendeu a fruição das coisas (tudo flui) e a propagação destas coi- A Revolução Luterana, nomenclatura mais adequada que a
sas pela natureza humana depende de uma ideia pré-estabelecida: usual, que é de Reforma, eis que Lutero alterou em sua tese a tota-
“Platão acreditava numa realidade autônoma por trás do mundo lidade das raízes do cristianismo, notadamente as já afirmadas por
dos sentidos. A esta realidade deu o nome de mundo das ideias. Santo Tomás de Aquino e Aristóteles, em especial a de que a fé seria
Nele estão as imagens padrão, as imagens primordiais, eternas e um ato do intelecto, logo, associada à filosofia, pois para Lutero a fé
imutáveis, que encontramos na natureza. Esta notável concepção associa-se somente à teologia, não à filosofia.
é chamada por nós de a teoria das ideias de Platão”. No aspecto Ela se deu em 1518, quando acontece a famosa “Disputa de
moral, Platão defendeu a imortalidade da alma, que seria a morada Heidelberg”, na qual Lutero apresenta 28 teses para corroborar as
da razão. outras 95 publicadas no ano anterior. Ao Lutero afirmar que a ra-
Aristóteles, por mais que fosse discípulo de Platão, mudou seu zão filosófica e o Magistério são falíveis e, possivelmente, errados,
pensamento em muitos aspectos. Enquanto cientista, saiu ao en- abre-se as portas para um novo processo de interpretação da teolo-
contro da natureza e a estudou, acreditando que seus sentidos po- gia cristã. À Reforma seguiu a Contra-Reforma, buscando restaurar
premissas da Idade Média e recolocar a Igreja no centro do Poder.
deriam lhe fornecer uma percepção do conhecimento, questionan-

115
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
direitos da defesa. No entanto, a Lei de Introdução às Normas do
Mais adiante no processo histórico, o Iluminismo, como o pró- Direito Brasileiro é expressa no sentido de aceitar a aplicação dos
prio nome diz, veio conceder luzes ao pensamento filosófico com
princípios gerais do Direito (artigo 4°).
seus diversos pensadores. Todos eles, acima de tudo, questionavam
É inegável que o Direito possui forte cunho axiológico, diante
a estrutura político-social do absolutismo e focavam seu pensamen-
da existência de valores éticos e morais como diretrizes do orde-
to numa estrutura mais justa de Estado, explicando também os fe-
namento jurídico, e até mesmo como meio de aplicação da nor- ma.
nômenos sociológicos que cercam a sua formação.
Como marcos, o Iluminismo têm: a revolta contra as autorida- Assim, perante a Axiologia, o Direito não deve ser interpretado
des, o racionalismo, o pensamento do Iluminismo, o otimismo cul- somente sob uma concepção formalista e positivista, sob pena de
tural, o retorno à natureza, o cristianismo humanista e os direitos provocar violações ao princípio que justifica a sua criação e estru-
humanos. “Os filósofos iluministas diziam que somente quando a turação: a justiça.
razão e o conhecimento se tivessem difundido entre todos é que a Neste sentido, Montoro entende que o Direito é uma ciência
humanidade faria grandes progressos. Era apenas uma questão de normativa ética: “A finalidade do direito é dirigir a conduta humana
tempo para que desaparecessem a irracionalidade e a ignorância e na vida social. É ordenar a convivência de pessoas humanas. É dar
surgisse uma humanidade iluminada, esclarecida. Este pensamento normas ao agir, para que cada pessoa tenha o que lhe é devido. É,
dominou a Europa ocidental até há poucas décadas. Hoje não esta- em suma, dirigir a liberdade, no sentido da justiça. Insere-se, por-
mos assim tão convencidos de que o progresso do conhecimento tanto, na categoria das ciências normativas do agir, também deno-
leva necessariamente a melhores condições de vida. Mas esta críti- minadas ciências éticas ou morais, em sentido amplo. Mas o Direito
ca da ‘civilização’ já tinha sido feita pelos próprios filósofos do Ilumi- se ocupa dessa matéria sob um aspecto especial: o da justiça”.
nismo”. Inúmeros foram os filósofos relevantes em cada um destes A formação da ordem jurídica, visando a conservação e o pro-
movimentos históricos, mas para os fins desta proposta de estudo, gresso da sociedade, se dá à luz de postulados éticos. O Direito
devemos depreender: filosofia não é a discussão isolada e unânime criado não apenas é irradiação de princípios morais como também
de aspectos determinados, mas sim um complexo de discussões força aliciada para a propagação e respeitos desses princípios.
que se propagam no curso da história, adquirindo novas perspec- Um dos principais conceitos que tradicionalmente se relaciona
tivas, as quais repousam sobre as questões mais essenciais da exis- à dimensão do justo no Direito é o de lei natural. Lei natural é aque-
tência humana: como deve ser visto o espaço em que o homem la inerente à humanidade, independentemente da norma imposta,
vive, tanto o social quanto o natural; como a existência do homem e que deve ser respeitada acima de tudo.
deve ser encarada; o que impulsiona o homem a ser quem é; qual O conceito de lei natural foi fundamental para a estruturação
o tipo de sociedade deve ser construída para que o homem viva dos direitos dos homens, ficando reconhecido que a pessoa huma-
adequadamente. Enfim, são incontáveis as controvérsias postas nos na possui direitos inalienáveis e imprescritíveis, válidos em qual-
debates filosóficos e até hoje é difícil defender concepções únicas quer tempo e lugar, que devem ser respeitados por todos os Esta-
ou unânimes. Contudo, filosofia é mais do que fornecer respostas: dos e membros da sociedade.
é promover discussões. Questionar, assim, é mais importante do O Direito natural, na sua formulação clássica, não é um conjun-
que responder. to de normas paralelas e semelhantes às do Direito positivo.
Mas é o fundamento do Direito positivo. É constituído por
Estudadas as premissas da filosofia geral, isto é, compreendi-
aquelas normas que servem de fundamento a este, tais como:
dos os principais aspectos de seu fundamento, vale encerrar este
“deve se fazer o bem”, “dar a cada um o que lhe é devido”, “a vida
tópico com o estudo dos fundamentos da filosofia do direito, que é
social deve ser conservada”, “os contratos devem ser observados”
uma das principais áreas de filosofia aplicada a um campo espe-
etc., normas essas que são de outra natureza e de estrutura dife-
cífico. rente das do Direito positivo, mas cujo conteúdo é a ele transposto,
A área da filosofia do direito que estuda a ética é conhecida notadamente na Constituição Federal.
como axiologia, do grego άξιος “valor” + λόγος “estudo, tratado”. Importa fundamentalmente ao Direito que, nas relações so-
Por isso, a axiologia também é chamada de teoria dos valores. ciais, uma ordem seja observada: que seja assegurada a cada um
Daí valores e princípios serem componentes da ética sob o aquilo que lhe é devido, isto é, que a justiça seja realizada.
aspecto da exteriorização de suas diretrizes. Em outras palavras, a Podemos dizer que o objeto formal, isto é, o valor essencial, do
mensagem que a ética pretende passar se encontra consubstancia- direito é a justiça.
da num conjunto de valores, para cada qual corresponde um postu- No sistema jurídico brasileiro, estes princípios jurídicos funda-
lado chamado princípio. mentais de cunho ético estão instituídos no sistema constitucional,
De uma maneira geral, a axiologia proporciona um estudo dos isto é, firmados no texto da Constituição Federal. São os princípios
padrões de valores dominantes na sociedade, que revelam princí- constitucionais os mais importantes do arcabouço jurídico nacio-
pios básicos. Valores e princípios, por serem elementos que permi- nal, muitos deles se referindo de forma específica à ética no setor
tem a compreensão da ética, também se encontram presentes no público. O mais relevante princípio da ordem jurídica brasileira é o
estudo do Direito, notadamente desde que a posição dos juristas da dignidade da pessoa humana, que embasa todos os demais
passou a ser mais humanista e menos positivista (se preocupar mais princípios jurídico-constitucionais (artigo 1°, III, CF).
com os valores inerentes à dignidade da pessoa humana do que Claro, o Direito não é composto exclusivamente por postulados
com o que a lei específica determina). éticos, já que muitas de suas normas não possuem qualquer cunho
Os juristas, descontentes com uma concepção positivista, esta- valorativo (por exemplo, uma norma que estabelece um prazo de
dística e formalista do Direito, insistem na importância do elemento 10 ou 15 dias não tem um valor que a acoberta).
moral em seu funcionamento, no papel que nele desempenham a Contudo, o é em boa parte.
boa e a má-fé, a intenção maldosa, os bons costumes e tantas ou- A Moral é composta por diversos valores bom, correto, pru-
tras noções cujo aspecto ético não pode ser desprezado. Algumas dente, razoável, temperante, enfim, todas as qualidades esperadas
dessas regras foram promovidas à categoria de princípios gerais do daqueles que possam se dizer cumpridores da moral.
direito e alguns juristas não hesitam em considerá-las obrigató- rias,
mesmo na ausência de uma legislação que lhes concedesse o
estatuto formal de lei positiva, tal como o princípio que afirma os

116
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
possui coligada a algum valor ético, ou seja, é a aptidão para agir
É impossível esgotar um rol de valores morais, mas nem ao me- conforme algum dos valores morais (ser bondoso, ser solidário, ser
nos é preciso: basta um olhar subjetivo para compreender o que se temperante, ser magnânimo).
espera, num caso concreto, para que se consolide o agir moral bom Ética, Moral, Direito, princípios, virtudes e valores são elemen-
senso que todos os homens possuem (mesmo o corrupto sabe que tos constantemente correlatos, que se complementam e estrutu-
está contrariando o agir esperado pela sociedade, tanto que escon- ram, delimitando o modo de agir esperado de todas as pessoas na
de e nega sua conduta, geralmente). vida social, bem como preconizando quais os nortes para a atuação
Todos estes valores morais se consolidam em princípios, isto é, das instituições públicas e privadas. Basicamente, a ética é compos-
princípios são postulados determinantes dos valores morais consa- ta pela Moral e pelo Direito (ao menos em sua parte principal), sen-
grados. do que virtudes são características que aqueles que agem conforme
Segundo Rizzatto Nunes, “a importância da existência e do a ética (notadamente sob o aspecto Moral) possuem, as quais exte-
cumprimento de imperativos morais está relacionada a duas ques- riorizam valores éticos, a partir dos quais é possível extrair postula-
tões: dos que são princípios.
a) a de que tais imperativos buscam sempre a realização do
Bem ou da Justiça, da Verdade etc., enfim valores positivos;
b) a possibilidade de transformação do ser comportamento FILOSOFIA MORAL: ÉTICA OU FILOSOFIA MORAL
repetido e durável, aceito amplamente por todos (consenso) em
dever ser, pela verificação de certa tendência normativa do real”. A ética é composta por valores reais e presentes na sociedade,
Quando se fala em Direito, notadamente no direito constitucio- a partir do momento em que, por mais que às vezes tais valores
nal e nas normas ordinárias que disciplinam as atitudes esperadas apareçam deturpados no contexto social, não é possível falar em
da pessoa humana, percebem-se os principais valores morais con- convivência humana se esses forem desconsiderados.
solidados, na forma de princípios e regras expressos. Por exemplo, Entre tais valores, destacam-se os preceitos da Moral e o valor
quando eu proíbo que um funcionário público receba uma vanta- do justo (componente ético do Direito).
gem indevida para deixar de praticar um ato de interesse do Estado, Se, por um lado, podemos constatar que as bruscas transfor-
consolido os valores morais da bondade, da justiça e do respeito ao mações sofridas pela sociedade através dos tempos provocaram
bem comum, prescrevendo a respectiva norma. uma variação no conceito de ética, por outro, não é possível negar
Uma norma, conforme seu conteúdo mais ou menos amplo, que as questões que envolvem o agir ético sempre estiveram pre-
pode refletir um valor moral por meio de um princípio ou de uma sentes no pensamento filosófico e social.
regra. Quando digo que “todos são iguais perante a lei [...]” (art. 5°, Aliás, um marco da ética é a sua imutabilidade: a mesma ética
caput, CF) exteriorizo o valor moral do tratamento digno a todos os de séculos atrás está vigente hoje, por exemplo, respeitar ao próxi-
homens, na forma de um princípio constitucional (princípio da mo nunca será considerada uma atitude antiética. Outra caracte-
igualdade). Por sua vez, quando proíbo um servidor público de “So- rística da ética é a sua validade universal, no sentido de delimitar
licitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, a diretriz do agir humano para todos os que vivem no mundo. Não
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, há uma ética conforme cada época, cultura ou civilização: a ética
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem” (art. 317, é uma só, válida para todos eternamente, de forma imutável e de-
CP), estabeleço uma regra que traduz os valores morais da solida- finitiva, por mais que possam surgir novas perspectivas a respeito
riedade e do respeito ao interesse coletivo. No entanto, sempre por de sua aplicação prática. É possível dizer que as leis éticas dirigem
trás de uma regra infraconstitucional haverá um princípio constitu- o comportamento humano e delimitam os abusos à liberdade, es-
cional, no caso do exemplo do art. 317 do CP, pode-se mencionar o tabelecendo deveres e direitos de ordem moral, sendo exemplos
princípio do bem comum (objetivo da República segundo o art. 3º, destas leis o respeito à dignidade das pessoas e aos princípios do
IV, CF “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, direito natural, a exigência de solidariedade e a prática da justiça22.
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação) e Outras definições contribuem para compreender o que signi-
o princípio da moralidade (art. 37, caput, CF, no que tange à Admi- fica ética:
nistração Pública). Ética é a ciência do comportamento adequado dos homens em
Conforme Alexy, a distinção entre regras e princípios é uma dis- sociedade, em consonância com a virtude.
tinção entre dois tipos de normas, fornecendo juízos concretos para A ética é uma disciplina normativa, não por criar normas, mas
o dever ser. A diferença essencial é que princípios são normas de por descobri-las e elucidá-las. Seu conteúdo mostra às pessoas os
otimização, ao passo que regras são normas que são sempre satis- valores e princípios que devem nortear sua existência.
feitas ou não. Se as regra se conflitam, uma será válida e outra não. Ética é a doutrina do valor do bem e da conduta humana que
Se princípios colidem, um deles deve ceder, embora não perca sua tem por objetivo realizar este valor.
validade e nem exista fundamento em uma cláusula de exceção, ou A ética é justamente saber discernir entre o devido e o indevi-
seja, haverá razões suficientes para que em um juízo de sope- do, o bom e o mau, o bem e o mal, o correto e o incorreto, o certo
samento (ponderação) um princípio prevaleça. Enquanto adepto da e o errado.
adoção de tal critério de equiparação normativa entre regras e A ética nos fornece as regras fundamentais da conduta huma-
princípios, o jurista alemão Robert Alexy é colocado entre os nomes na.
do pós-positivismo. Delimita o exercício da atividade livre. Fixa os usos e abusos da
Em resumo, valor é a característica genérica que compõe de liberdade.
alguma forma a ética (bondade, solidariedade, respeito...) ao passo Ética é a doutrina do valor do bem e da conduta humana que
que princípio é a diretiva de ação esperada daquele que atende cer- o visa realizar.
to valor ético (p. ex., não fazer ao outro o que não gostaria que fos- “Em seu sentido de maior amplitude, a Ética tem sido entendi-
se feito a você é um postulado que exterioriza o valor do respeito; da como a ciência da conduta humana perante o ser e seus seme-
tratar a todos igualmente na medida de sua igualdade é o postulado lhantes. Envolve, pois, os estudos de aprovação ou desaprovação
do princípio da igualdade que reflete os valores da solidariedade e
da justiça social). Por sua vez, virtude é a característica que a pessoa

117
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
b) estabelecimento da virtude como um hábito que sozinho é
da ação dos homens e a consideração de valor como equivalente capaz de produzir a potência perfeita, podendo ser intelectual, mo-
de uma medição do que é real e voluntarioso no campo das ações
ral ou teologal três virtudes que se relacionam porque não basta
virtuosas”.
possuir uma virtude intelectual, capaz de levar ao conhecimento do
É difícil estabelecer um único significado para a palavra ética,
bem, sem que exista a virtude moral, que irá controlar a faculdade
mas os conceitos acima contribuem para uma compreensão geral
apetitiva e quebrar a resistência para que se obedeça à razão (da
de seus fundamentos, de seu objeto de estudo.
Quanto à etimologia da palavra ética: No grego existem duas mesma forma que somente existirá plenitude virtuosa com a exis-
vogais para pronunciar e grafar a vogal e, uma breve, chamada epsí- tência das virtudes teologais);
lon, e uma longa, denominada eta. Éthos, escrita com a vogal lon- c) presença da mediania como critério de determinação do agir
ga, significa costume; porém, se escrita com a vogal breve, éthos, virtuoso;
significa caráter, índole natural, temperamento, conjunto das dis- d) crença na existência de quatro virtudes cardeais a prudência,
posições físicas e psíquicas de uma pessoa. Nesse segundo senti- a justiça, a temperança e a fortaleza.
do, éthos se refere às características pessoais de cada um, as quais
determinam que virtudes e que vícios cada indivíduo é capaz de No Iluminismo, Kant definiu a lei fundamental da razão pura
praticar (aquele que possuir todas as virtudes possuirá uma virtude prática, que se resume no seguinte postulado: “age de tal modo que
plena, agindo estritamente de maneira conforme à moral). a máxima de tua vontade possa valer-te sempre como princípio de
A ética passa por certa evolução natural através da história, uma legislação universal”. Mais do que não fazer ao outro o que não
mas uma breve observação do ideário de alguns pensadores do gostaria que fosse feito a você, a máxima prescreve que o homem
passado permite perceber que ela é composta por valores comuns deve agir de tal modo que cada uma de suas atitudes reflita aquilo
desde sempre consagrados. que se espera de todas as pessoas que vivem em sociedade. Claro,
Entre os elementos que compõem a Ética, destacam-se a Moral o filósofo não nega que o homem poderá ter alguma vontade ruim,
e o Direito. Assim, a Moral não é a Ética, mas apenas parte dela. mas defende que ele racionalmente irá agir bem, pela prevalência
Neste sentido, Moral vem do grego Mos ou Morus, referindo-se ex- de uma lei prática máxima da razão que é o imperativo categóri- co.
clusivamente ao regramento que determina a ação do indivíduo. Por isso, o prazer ou a dor, fatores geralmente relacionados ao
Assim, Moral e Ética não são sinônimos, não apenas pela Moral apetite, não são aptos para determinar uma lei prática, mas apenas
ser apenas uma parte da Ética, mas principalmente por- uma máxima, de modo que é a razão pura prática que determina o
que enquanto a Moral é entendida como a prática, como a realiza- agir ético. Ou seja, se a razão prevalecer, a escolha ética sempre
ção efetiva e cotidiana dos valores; a Ética é entendida como uma será algo natural.
“filosofia moral”, ou seja, como a reflexão sobre a moral. Quando acabou a Segunda Guerra Mundial, consideradas suas
Moral é ação, Ética é reflexão. graves consequências, o pensamento filosófico ganhou novos ru-
Em resumo: mos, retomando aspectos do passado, mas reforçando a dimensão
Ética mais ampla filosofia moral reflexão coletiva da ética. Maritain, um dos redatores da Declaração Univer-
sal de Direitos Humanos de 1948, defendeu que o homem ético é
Moral parte da Ética realização efetiva e cotidiana dos valores aquele que compõe a sociedade e busca torná- la mais justa e ade-
ação quada ao ideário cristão; assim, a atitude ética deve ser considerada
No início do pensamento filosófico não prevalecia real distin- de maneira coletiva, como impulsora da sociedade justa, embora
ção entre Direito e Moral, as discussões sobre o agir ético envol- partindo da pessoa humana individualmente considerada como um
viam essencialmente as noções de virtude e de justiça, constituindo ser capaz de agir conforme os valores morais.
esta uma das dimensões da virtude. Já a discussão sobre o conceito de justiça, intrínseca na do con-
Por exemplo, na Grécia antiga, berço do pensamento filosófico, ceito de ética, embora sempre tenha estado presente, com maior
embora com variações de abordagem, o conceito de ética aparece ou menor intensidade dependendo do momento, possuiu diversos
sempre ligado ao de virtude. enfoques ao longo dos tempos. Pode-se considerar que do pensa-
Aristóteles, um dos principais filósofos deste momento históri- mento grego até o Renascimento a justiça foi vista como uma virtu-
co, concentra seus pensamentos em algumas bases: de, não como uma característica do Direito.
a) definição do bem supremo como sendo a felicidade, que Por sua vez, no Renascimento, o conceito de Ética foi bifurca-
necessariamente ocorrerá por uma atividade da alma que leva ao do, remetendo-se a Moral para o espaço privado e remanescendo
princípio racional, de modo que a felicidade está ligada à virtude; a justiça como elemento ético do espaço público, no entanto, como
b) crença na bondade humana e na prevalência da virtude so- se denota pela teoria de Maquiavel, o justo naquele tempo era tido
bre o apetite; como o que o soberano
c) reconhecimento da possibilidade de aquisição das virtudes Atualmente, entretanto, é quase universal a retomada dos es-
pela experiência e pelo hábito, isto é, pela prática constante; tudos e exigências da ética na vida pública e na vida privada, na ad-
d) afastamento da ideia de que um fim pudesse ser bom se ministração e nos negócios, nas empresas e na escola, no esporte,
utilizado um meio ruim. na política, na justiça, na comunicação. Neste contexto, é relevante
destacar que ainda há uma divisão entre a Moral e o Direito, que
Já na Idade Média, os ideais éticos se identificaram com os constituem dimensões do conceito de Ética, embora a tendência
religiosos. O homem viveria para conhecer, amar e servir a Deus, seja que cada vez mais estas dimensões se juntem, caminhando
diretamente e em seus irmãos. Santo Tomás de Aquino26, um dos lado a lado.
principais filósofos do período, lançou bases que até hoje são invo- Dentro desta distinção pode-se dizer que alguns autores, entre
cadas quanto o tópico em questão é a Ética: eles Radbruch e Del Vechio são partidários de uma dicotomia rigo-
a) consideração do hábito como uma qualidade que deverá de- rosa, na qual a Ética abrange apenas a Moral e o Direito.
terminar as potências para o bem;

118
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
Assim, as principais notas que distinguem Moral e Direito são:
Contudo, para autores como Miguel Reale, as normas dos
a) Exterioridade: Direito comportamento exterior, Moral com-
costumes e da etiqueta compõem a dimensão ética, não possuin-
portamento interior (intenção);
do apenas caráter secundário por existirem de forma autônoma, já
b) Exigibilidade: Direito a cada Direito pode se exigir uma obri-
que fazem parte do nosso viver comum impunha (o rei poderia
gação, Moral agir conforme a moralidade não garante direitos (não
fazer o que bem entendesse e utilizar quaisquer meios, desde que
posso exigir que alguém aja moralmente porque também agi);
visasse um único fim, qual seja o da manutenção do poder). Poste-
c) Coação: Direito sanções aplicadas pelo Estado; Moral san-
riormente, no Iluminismo, retomou-se a discussão da justiça como
ções não organizadas (ex: exclusão de um grupo social).
um elemento similar à Moral, mas inerente ao Direito, por exemplo,
Kant30 defendeu que a ciência do direito justo é aquela que se pre-
Em outras palavras, o Direito exerce sua pressão social a partir
ocupa com o conhecimento da legislação e com o contexto social
do centro ativo do Poder, a moral pressiona pelo grupo social não
em que ela está inserida, sendo que sob o aspecto do conteúdo
organizado. ATENÇÃO: tanto no Direito quando na Moral existem
seria inconcebível que o Direito prescrevesse algo contrário ao im-
sanções, elas somente são aplicadas de forma diversa, sendo que
perativo categórico da Moral kantiana; sem falar em Locke, Montes-
somente o Direito aceita a coação, que é a sanção aplicada pelo
quieu e Rousseau, que em comum defendiam que o Estado era um
Estado.
mal necessário, mas que o soberano não possuía poder divino/ab-
O descumprimento das diretivas morais gera sanção, e caso ele
soluto, sendo suas ações limitadas pelos direitos dos cidadãos sub-
se encontre transposto para uma norma jurídica, gera coação (es-
metidos ao regime estatal. Tais pensamentos iluministas não foram
pécie de sanção aplicada pelo Estado). Assim, violar uma lei ética
plenamente seguidos, de forma que firmou-se a teoria jurídica do
não significa excluir a sua validade. Por exemplo, matar alguém não
positivismo, pela qual Direito é apenas o que a lei impõe (de modo
torna matar uma ação correta, apenas gera a punição daquele que
que se uma lei for injusta nem por isso será inválida), que somente
cometeu a violação. Neste sentido, explica Reale:
foi abalada após o fim trágico da 2ª Guerra Mundial e a consolida-
“No plano das normas éticas, a contradição dos fatos não anula
ção de um sistema global de proteção de direitos humanos (criação
a validez dos preceitos: ao contrário, exatamente porque a normati-
da ONU + declaração universal de 1948). Com o ideário humanis- ta
vidade não se compreende sem fins de validez objetiva e estes têm
consolidou-se o Pós-positivismo, que junto consigo trouxe uma
sua fonte na liberdade espiritual, os insucessos e as violações das
valorização das normas principiológicas do ordenamento jurídico,
normas conduzem à responsabilidade e à sanção, ou seja, à concre-
conferindo-as normatividade. ta afirmação da ordenação normativa”.
Assim, a concepção de uma base ética objetiva no comporta- Como se percebe, Ética e Moral são conceitos interligados, mas
mento das pessoas e nas múltiplas modalidades da vida social foi a primeira é mais abrangente que a segunda, porque pode abarcar
esquecida ou contestada por fortes correntes do pensamento mo- outros elementos, como o Direito e os costumes. Todas as regras
derno. Concepções de inspiração positivista, relativista ou cética e éticas são passíveis de alguma sanção, sendo que as incorporadas
políticas voltadas para o homo economicus passaram a desconside- pelo Direito aceitam a coação, que é a sanção aplicada pelo Estado.
rar a importância e a validade das normas de ordem ética no cam- Sob o aspecto do conteúdo, muitas das regras jurídicas são com-
po da ciência e do comportamento dos homens, da sociedade da postas por postulados morais, isto é, envolvem os mesmos valores
economia e do Estado. e exteriorizam os mesmos princípios.
No campo do Direito, as teorias positivistas que prevaleceram
a partir do final do século XIX sustentavam que só é direito aquilo
que o poder dominante determina. Ética, valores humanos, justiça CONSCIÊNCIA CRÍTICA E FILOSOFIA
são considerados elementos estranhos ao Direito, extrajurídicos.
Pensavam com isso construir uma ciência pura do direito e garantir Consciência crítica consiste na existência de raciocínios e na
a segurança das sociedades. formação de pensamentos que levam uma pessoa a estabelecer so-
Para os fins da presente exposição, basta atentar para o binô- luções e reflexões racionais sobre determinado aspecto.
mio Moral-Direito como fator pacífico de composição da Ética. As- Pode-se afirmar que o filósofo possui consciência crítica, pois o
sim, nas duas posições adotadas, uma das vertentes da Ética é a raciocínio filosófico em si exige que se dispa do senso comum e que
Moral, e a outra é o Direito. se faça um raciocínio lógico sobre fatos da vida humana.
Tradicionalmente, os estudos consagrados às relações entre o Assim, opõe-se à consciência crítica o senso comum, que vem
Direito e a Moral se esforçam em distingui-los, nos seguintes ter- de experiências passadas, mas nem sempre ilumina a realidade.
mos: o direito rege o comportamento exterior, a moral enfatiza a Na filosofia, o senso comum (ou conhecimento vulgar) é a pri-
intenção; o direito estabelece uma correlação entre os direitos e as meira suposta compreensão do mundo resultante da herança fe-
obrigações, a moral prescreve deveres que não dão origem a di- cunda de um grupo social e das experiências atuais que continuam
reitos subjetivos; o direito estabelece obrigações sancionadas pelo sendo efetuadas. O senso comum descreve as crenças e proposi-
Poder, a moral escapa às sanções organizadas. ções que aparecem como normal, sem depender de uma investi-
Assim, as principais notas que distinguem a Moral do Direito gação detalhada para alcançar verdades mais profundas como as
não se referem propriamente ao conteúdo, pois é comum que dire- científicas. Um tipo de conhecimento que se acumula no nosso co-
trizes morais sejam disciplinadas como normas jurídicas.33 tidiano e é chamado de senso comum, baseado na tentativa e no
Com efeito, a partir da segunda metade do século XX (pós- erro. O senso comum que nos permite sentir uma realidade menos
-guerra), a razão jurídica é uma razão ética, fundada na garantia da detalhada, menos profunda e imediata e vai do hábito de realizar
intangibilidade da dignidade da pessoa humana, na aquisição da um comportamento até a tradição que, quando instalada, passa de
igualdade entre as pessoas, na busca da efetiva liberdade, na reali- geração para geração.
zação da justiça e na construção de uma consciência que preserve Quando o senso comum é usado para o mau, sem a vontade de
integralmente esses princípios. verificar se o conhecimento é correto ou se evoluiu, origina-se a
chamada consciência ingênua, que se caracteriza nos seguintes

119
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
cimento deste mundo, sendo até capaz de modificá-lo. Esta ação
termos: evidencia certa simplicidade, tendente a interpretar e en-
modificadora, entretanto, torna-se impossível, se ele estiver imer-
carar os problemas e desafios de maneira simples; não busca um
so e acomodado a este mundo e for incapaz de distanciar-se dele
aprofundamento na observação de relações de causalidade, nem se para admirá-lo e perceber o seu conjunto. A partir da visão crítica
preocupa com a investigação complexa dos fatos, satisfazendo-se
de realidade, que o homem se torna capaz de modificar o mundo
com aparências; possui também uma tendência a considerar que o em que vive. Ao contrário, a consciência ingênua leva a uma visão
passado foi melhor e olha ao novo com maus olhos; tende a acei-
distorcida da realidade. São características da consciência crítica:
tar formas pré-estabelecida de comportamento, inclusive beirando
anseio de profundidade na análise de problemas, isto é, busca-se
uma consciência fanática; subestima o homem simples e não dá um conhecimento detalhado de cada problema visualizado não se
atenção às suas explicações; pretende ganhar a discussão com ar-
contentando apenas com o que está às vistas claras, com o que é
gumentos frágeis, gota de ser polêmico e não pretende esclarecer
aparente; há consciência de que por vezes não existirão meios para
suas posições, as quais são formadas mais de emoções do que de análise dos problemas e de que a realidade é mutável, mas isto não
críticas; pode cair no fanatismo ou intolerância; rejeita mudanças
impede o processo de reflexão; coloca no lugar de situações ou
sociais. explicações mágicas princípios autênticos de causalidade, os quais
A consciência crítica é uma forma de relação com o mundo que explicam uma relação de causa e efeito nos fenômenos observa-
busca compreendê-lo de modo concreto, para além das aparências. dos, permitindo descobertas que sempre poderão ser revistas (afi-
O indivíduo dotado de consciência crítica rejeita as interpretações nal, a verdade é mutável); quando se visualiza um fato, livra-se dos
subjetivas, fantasiosas, enganosas, místicas e outras formas ilusó- preconceitos ao examiná-lo e ao propor soluções; rejeita posições
rias de encobrir a verdade. Por meio da observação, ele busca as quietas, repele o comodismo, sendo intensamente inquieta pois é
causas de todo o que observa e se interessa pelos fundamentos justamente na inquietude que o processo de reflexão crítica se in-
mais profundos dos problemas que visualiza nesta observação. tensifica; sabe-se que nem tudo é o que parece, razão pela qual
A consciência crítica observa, experimenta, problematiza e cri- é preciso refletir sobre tudo, buscando a sua essência, no que se
tica os fatos. Pensar de modo crítico é, então, derrubar as mentiras, encontra a autenticidade; rejeita toda transferência de responsabi-
as falsas imagens, as suposições levianas, as crenças alienantes, as lidade e de autoridade e aceita a delegação das mesmas (no caso do
ideias preconceituosas, para poder estabelecer a razão, as causas e cidadão, ele exerce todos os meios possíveis de participação no pro-
o sentido das coisas.
cesso democrático); é indagadora, investiga, força, choca, nutre-se
Como é possível extrair desta introdução, a ciência e a filosofia
do diálogo; nunca ignora nenhum argumento possível, por isso, ao
são dois produtos da consciência crítica, porque elas se fundam na
mesmo tempo em que não teme o novo, sempre olha para o velho
racionalidade, na observação, na experimentação e na análise do
com cuidado e dentro de um processo reflexivo.
mundo. E são muitas as questões que exigem tal análise, uma vez Da consciência crítica que se origina a chamada consciência so-
que tudo o que é criado é incompleto, é relativo, é precário, é histó- cial, que vai sendo adquirida depois que a pessoa descobre que é
rico, possui vazios a serem preenchidos. sujeito de sua história e passa ter maior interesse pelas coisas da
Sim, comprometido com a sua responsabilidade de “ser histó- sociedade. Ela deixa de pensar somente nela ou em seu grupo e
rico”, de gente de mudança do mundo. Enquanto o indivíduo de passa a ver e viver o social. A consciência neste momento é refle-
consciência ingênua aceita o que vê, o de consciência crítica pro- xiva, amadurecida e crítica. A pessoa percebe que o mundo é uma
blematiza o que vê; isto é, ao passo que o primeiro é um ser “cas- construção do homem e está sempre passando por transformações.
trado” mentalmente, sem projetos de futuro, o segundo é um ser Descobre que tudo se transforma a realidade pessoal, comunitária
que incorpora que faz seu o compromisso da luta pela mudança o e social. A construção de um mundo novo, justo e fraterno é missão
compromisso com o futuro. Logo, aquele que possui consciência de todos e não apenas de alguns.
crítica, naturalmente, é um melhor cidadão, pois está preocupado e
ciente dos problemas sociais que merecem solução.
“À medida que se pensa e se representa o convívio pátrio, vão- A RELAÇÃO ENTRE OS VALORES ÉTICOS OU MORAIS E
-se conhecendo, explicando e justificando as condições dessa convi- A CULTURA
vência, inclusive a participação na vida política do país.
Vemos que ideologia é um fenômeno social cheio de sutilezas. A sociedade está passando por constantes mudanças e a cada
Mais que ideias que se impõem a ideologia tem uma dimensão dia nos é questionado como tais mudanças devem ser recepciona-
prática, pois ideias impulsionam os homens à ação e a própria ação das.
altera as ideias que não têm autossustentação. Esse é um processo Seria contrário à própria proposta da filosofia supor que, uma
histórico, recíproco, que ocorre ao nos associarmos para garantir vez respondido um problema social, jamais se questionasse tal res-
a reprodução da vida biológica e cultural”. Ter consciência crítica posta. Conforme a sociedade muda, as perspectivas que cercam os
é mais do que ter mera ideologia, é se preocupar em agir por uma valores éticos adquirem nova interpretação.
sociedade melhor porque se está ciente dos problemas dela. “Como um sistema social de regulamentação, a função da mo-
“A pátria é um fenômeno vivido em um tempo e espaço deter- ral é garantir o funcionamento, a estabilidade da vida em sociedade
minados, mas generalizado em sua concepção. É mediante opini- e a possibilidade de melhorá-la. Ora, como as necessidades sociais
ões cristalizadas pela cultura sobre diferentes situações sociais que variam no tempo e no espaço, as normas morais também sofrem
pensamos ter uma participação social plena”. mudanças. [...] Explica-se o relativismo das normas morais em fun-
Muitas vezes somos iludidos com a política do pão e circo para ção das diferentes e específicas situações em que são praticadas.
não enxergarmos os maiores problemas sociais. Aqueles munidos Em outras palavras, a moral se encarna no contexto histórico-social
de consciência crítica ficam isentos de tais práticas e enxergam a de cada povo, tomando uma forma específica. O relativismo moral
sociedade em que vivem com mais clareza. pode acarretar um descrédito da própria moral. [...] Embora a con-
A ação do homem só tem sentido se for compromissada com a cepção daquilo que é bom ou mau, permitido ou proibido, varie de
realidade, uma vez que, diferente do animal, o ser humano é capaz uma época (ou sociedade) para outra, a existência de regras morais
de reflexão. O homem existe. Está inserido no mundo. Toma conhe-

120
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
países do Oriente Médio. Muitas atitudes praticadas são conside-
é uma constante na história humana. Portanto, a moral constitui
radas por nós como contrárias a valores morais, ao passo que para
uma característica essencial do homem em sociedade, um valor im-
eles significam justamente o respeito a estes valores.
prescindível que perpassa toda a história da humanidade”.
A questão se complica quando o Direito se depara com este
A moral existe, assim, para melhorar a vida social, para tornar
relativismo cultural que gera uma interpretação multifacetada da
o convívio em sociedade mais agradável às pessoas. Qualquer coisa
ética. “Essa concepção de uma base ética objetiva no comporta-
que fuja a isto não é moral, mas mero moralismo.
mento das pessoas e nas múltiplas modalidades da vida social foi
Respeitar os preceitos morais não significa adotar uma posição
esquecida ou contestada por fortes correntes do pensamento mo-
conservadora de apego a valores do passado.
derno. Concepções de inspiração positivista, relativista ou cética e
Por exemplo, nas origens da filosofia era totalmente rejeitada
políticas voltadas para o homo economicus pas saram a desconside-
a ideia de que uma mulher pudesse pensar. E, como já estudamos,
rar a importância e a validade das normas de ordem ética no campo
os pensamentos filosóficos daquela época eram muito evoluídos e
influenciam a sociedade até hoje. Então, o machismo é uma postura da ciência e do comportamento dos homens, da sociedade da eco-
adequada? De forma alguma, pois por mais que os valores éticos nomia e do Estado. Neste final de século, entretanto, é quase uni-
permaneçam os mesmos a interpretação do significado deles evolui versal a retomada dos estudos e exigências da ética na vida pública
conforme as novas necessidades sociais. e na vida privada, na administração e nos negócios, nas empresas
Neste sentido, se quando na Grécia se dizia que determinados e na escola, no esporte, na política, na justiça, na comunicação. No
homens poderiam ser cidadãos e eram dotados de racionalidade; campo do Direito, as teorias positivistas que prevaleceram a par- tir
na contemporaneidade se percebeu que esta característica deveria do final do século XIX sustentavam que só é direito aquilo que o
ser atribuída a toda pessoa capaz, num respeito mais amplo à no- poder dominante determina. Ética, valores humanos, justiça são
ção de igualdade. Logo, a sociedade evolui e, com isso, a interpreta- considerados elementos estranhos ao direito, extrajurídicos. Pen-
ção dos valores éticos evolui. savam com isso construir uma ciência pura do direito e garantir a
É possível afirmar, então, que a interpretação dos valores mo- segurança das sociedades”.
rais está aliada com o aspecto dos costumes: conforme o costume Relacionando-se diretamente com a temática posta, temos a
de uma época ou de uma localidade surge uma nova interpretação questão da universalidade contraposta ao relativismo dos direitos
de qual seria o conteúdo destes valores morais. humanos. Ora, são nos chamados direitos humanos que repousa a
“Os costumes mudam e o que ontem era considerado errado segurança jurídica de respeito aos valores éticos consolidados no
hoje pode ser aceito, assim como o que é aceito entre os índios do decorrer da história da humanidade. Seria simples se em todas cul-
Xingu pode ser rejeitado em outros lugares, do mesmo país até. A turas tais direitos fossem vistos e interpretados da mesma forma,
ética não seria então uma simples listagem das convenções sociais mas não o são.
provisórias?. [...] Não seria exagerado dizer que o esforço de teo- Quando se fala que direitos humanos são universais estabele-
rização no campo da ética se debate com o problema da variação ce- se que eles são válidos para todas as pessoas do mundo, inde-
dos costumes. E os grandes pensadores éticos sempre buscaram pendentemente de onde elas sejam. Assim, basta ser pessoa para
formulações que explicassem, a partir de alguns princípios mais ter os direitos humanos reconhecidos internacionalmente.
universais, tanto a igualdade do gênero humano no que há de mais As teorias que defendem o universalismo dos direitos huma-
fundamental, quanto as próprias variações. Uma boa teoria ética nos se contrapõem ao relativismo cultural, que afirma a validez de
deveria atender À pretensão de universalidade, ainda que simulta- todos os sistemas culturais e a impossibilidade de qualquer valori-
neamente capaz de explicar as variações de comportamento, carac- zação absoluta desde um marco externo, que, neste caso, seriam os
terísticas das diferentes formações culturais e históricas”. direitos humanos universais.
Mas atenção, não significa que a ética não seja eterna e imutá- A respeito, Camargo e Melo Neto entendem:
vel: a imutabilidade é característica da ética e, de fato, se pararmos “A Declaração Universal dos Direitos Humanos adotada em 10
para pensar, os valores morais não mudam. de dezembro de 1948 consolida a afirmação de uma ética universal,
ao consagrar um consenso sobre valores de cunho universal a se-
Não existe um tempo ou um lugar do mundo em que ser mau, rem seguidos pelos Estados.
desrespeitar o próximo ou ser egoísta foram considerados compor- Para que os direitos humanos se internacionalizassem era
tamentos éticos esperados do homem: sempre se defendeu que necessário que eles passassem a ser tratados como questão de
devem se fazer presentes os valores morais da temperança, do bom legítimo interesse internacional e para isso foi imprescindível a
senso, do respeito ao próximo, da busca de bem comum, da magna- redefinição quanto ao âmbito e o alcance do tradicional conceito
nimidade. O que muda, em verdade, é a limitação do que significa de soberania estatal. Assim como também foi necessário rever o
cada um destes valores morais e também dos sujeitos que deverão status do indivíduo no cenário internacional, para que se tornasse
priorizar isto com maior ou menor intensidade nas suas ações. verdadeiro sujeito do direito internacional. Não é consenso que o
“O comportamento dos indivíduos é, pois, condicionado pela processo de internacionalização dos direitos humanos e a criação
cultura em que convive. O processo de assimilação da cultura re- de um sistema internacional de proteção dos mesmos consistam
cebe o nome de socialização. É em virtude da socialização que nós, em um avanço ou mesmo em algo positivo e benéfico. Os críticos
ocidentais, comemos de garfo e faca, e as mulheres podem se dar do alcance universal dos direitos humanos afirmam que a pretensa
o luxo de chorar em público e aos homens não se permite que ma- universalidade dos mesmos esconde o seu caráter marcadamente
nifestem suas emoções. Socialização é o permanente aprendizado europeu e cristão e simboliza a arrogância do imperialismo cultural
das relações que os homens estabelecem entre si”. do mundo ocidental, que tenta universalizar as suas próprias cren-
O aspecto social influencia intensamente na interpretação dos ças. Sendo assim, o universalismo induz à destruição da diversidade
valores morais em cada ponto do mundo. Se pensarmos em cultu- cultural. A essa crítica, os universalistas se defendem alegando que
ras isoladas, tal aspecto fica ainda mais evidente. Basta observar as a existência de normas universais relativas ao valor da dignidade
notícias de práticas em comunidades indígenas, tribos africanas, humana é uma exigência do mundo atual, e que os diversos Estados
que ratificaram instrumentos internacionais de proteção aos direi-

121
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
no material da realidade, ou seja, coisas que julgamos a respeito do
tos humanos, consentiram em respeitar tais direitos. Desta feita, que está posto ao nosso redor, das coisas que existem, dos objetos
não podem se isentar do controle da comunidade internacional, na materiais.
hipótese de violação desses direitos, e, portanto, de descumpri- Ex: O ouro é um metal; o oxigênio é um elemento químico; esta
mento de obrigações internacionais”. porta é de madeira; esta cadeira tem rodas; o livro possui páginas...
Entre duas posturas extremas favoráveis ao universalismo e Nota-se que a observação feita num juízo de fato ou de realida-
contrárias ao universalismo situa-se uma gama de posições inter- de é perceptível por qualquer pessoa que olhe o objeto.
mediárias. Muitas declarações de direitos humanos emitidas por Todos falariam a mesma coisa. Por isso mesmo que o juízo é de
organizações internacionais regionais põem um acento maior ou realidade, é o que realmente se vê, de forma clara e unânime.
menor no aspecto cultural e dão mais importância a determinados Juízos de valor, por sua vez, são normativos e se referem ao
direitos de acordo com sua trajetória histórica. que algo deve ser, como devem ser os bons sentimentos, as boas
Na verdade, a criação de sistemas regionais de proteção de di- intenções, as boas ações, os comportamentos corretos, as decisões
reitos humanos são uma tentativa do sistema internacional global adequadas, etc.
de proteção de direitos humanos de instituir um conceito de direi- Aqui, os juízos de valor não tratam de objetos materiais, mas
tos humanos universais que se equilibrem com as particularidades, sim de questões relacionadas às ações humanas, ou seja, às ques-
sociais, econômicas e culturais de cada Estado. tões morais e éticas. São reflexões acerca de como deve ser o bem
Neste sentido, uniformizar não significa desrespeitar as parti- proceder das pessoas. Não obstante, os juízos de valor podem re-
cularidades culturais, mas encontrar um ponto de equilíbrio que cair sobre objetos materiais, verificando o aspecto qualitativo.
permita a garantia mínima de certos direitos humanos. Aponta Reis: Ex.: a lua é bela; discussões são ruins; os políticos são corrup-
“Universalizar, ao contrário do que pensam alguns autores, não tos; o livro é interessante; furtar é errado; ajudar uma pessoa é cor-
é uniformizar as ideias, criar um pensamento único. Trata de levar reto.
a todo o planeta um marco mínimo de respeito entre as mais di- Veja bem: a principal marca dos juízos de valores é uma certa
versas culturas, para que haja diálogo entre elas. Esse diálogo deve subjetividade. Quer dizer, nem toda pessoa que olha para a lua pre-
ser produtivo, ao contrário do que ocorreria com o relativismo, pois cisa achá-la bela; há quem entenda que discutir é a melhor forma
não haveria como chegar a um mínimo de entendimento. A partir de resolver problemas; existem políticos que não são corruptos,
deste marco, que são os direitos fundamentais, cada povo tem a então seria errado generalizar; um livro que é aclamado por alguns
máxima liberdade de expressar suas tradições e crenças. críticos é menosprezado por outros; ajudar uma pessoa só é certo
É verdade que a universalidade dos direitos humanos tem sido se esta pessoa estiver bem intencionada (por exemplo, ajudar a as-
utilizada no curso da história para justificar intervenções imperialis- saltar um banco não é uma atitude correta).
tas de alguns Estados em outros povos, como ocorreu no colonia- A percepção dos juízos de valor é algo complexo e que pode
lismo e no neocolonialismo, assim como, mais recentemente, na gerar discussões, principalmente quando o estabelecimento destes
invasão americana ao Estado soberano do Iraque. se referir a comportamentos humanos.
Apesar disso, essas manipulações do Direito devem ser vistas Então, os juízos de valor não dizem respeito às propriedades
como patologias e não como o próprio Direito, pois este tem como reais da coisa, do objeto, mas sim de como julgamos a presença,
meta a convivência pacífica entre os povos, com a proibição de ex- a existência, a ação de tal coisa. Por outro lado, os juízos de fato
cessos na seara internacional. dizem sim as propriedades reais, intrínsecas na realidade do objeto,
Confesso que se existisse a possibilidade de um diálogo entre ou seja, diz que coisas que podemos perceber de fato em algo.
culturas em um marco relativista, eu seria relativista. Isso poderia
acontecer se eu acreditasse no caráter bom e pacífico do ser huma-
no, o que não é verdade. Se não houvesse a possibilidade de que
ÉTICA E CIDADANIA
determinado povo fizesse o mal a outro grupo ou indivíduo, não
necessitaríamos de um catálogo mínimo de direitos, pois a base já Ética e Cidadania
estaria pronta – respeito à dignidade humana. As instituições sociais e políticas têm uma história. É impossível
Entretanto, não é isso que temos visto na história do homem. não reconhecer o seu desenvolvimento e o seu progresso em mui-
Ao contrário, mecanismos artificiais de contenção do homem têm tos aspectos, pelo menos do ponto de vista formal.
sido desenvolvidos desde o seu aparecimento no planeta, por in- A escravidão era legal no Brasil até 120 anos atrás.
termédio da religião, da filosofia, da ciência e, mais recentemente, As mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar apenas
do Direito”. há 60 anos e os analfabetos apenas há alguns anos.
Chamamos isso de ampliação da cidadania (MARTINS, 2008).
JUÍZOS DE FATO OU DE REALIDADE E JUÍZOS DE VALOR
Existem direitos formais (civis, políticos e sociais) que nem
sempre se realizam como direitos reais. A cidadania nem sempre é
O homem, pelo seu intelecto e sua experiência, forma juízos uma realidade efetiva e nem sempre é para todos. A efetivação da
acerca da realidade, acerca das coisas. Em outras palavras, constan- cidadania e a consciência coletiva dessa condição são indicadores
temente, o homem está julgando tudo o que está à sua volta com
do desenvolvimento moral e ético de uma sociedade.
base em seu conhecimento e em suas experiências. Julgar algo, ou
Para a ética, não basta que exista um elenco de princípios fun-
formar um juízo, é equivale a afirmar, negar, juntar, separar proprie-
damentais e direitos definidos nas Constituições. O desafio ético
dades de um objeto. Os juízos podem ser e dois tipos, de fato e de
para uma nação é o de universalizar os direitos reais, permitido a
valor.
Juízos de fato são aqueles que dizem que algo é ou existe, e que todos cidadania plena, cotidiana e ativa.
dizem o que as coisas são, como são e por que são43. Em outras É preciso fundar a responsabilidade individual numa ética cons-
palavras, juízos de fato são proposições que formamos com base truída e instituída tendo em mira o bem comum, visando à forma-
ção do sujeito ético. Desse modo, será possível a síntese entre éti-

122
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
Transportes
ca e cidadania, na qual possa prevalecer muito mais uma ética de O automóvel, por seu avanço tecnológico, impulsionou o de-
princípios do que uma ética do dever. A responsabilidade individual senvolvimento da indústria automobilística e outros setores ligados
deverá ser portadora de princípios e não de interesses particulares. direta ou indiretamente a ela. As grandes cidades renderam- se aos
carros, gerando o transporte individual e, com isso, reformaram-se
Componentes Éticos e Cidadania as ruas, criaram-se avenidas, tudo em função da sua circulação com
A tendência da maioria é pensar que o funcionamento da cida- maior rapidez.
dania depende dos outros: prefeitos, vereadores, deputados, en- O pedestre foi esquecido e também o ciclista. O transporte pú-
fim, do governo. Uma pessoa exemplar comporta-se como se tudo blico passou a um segundo plano. Resultado: o mundo ficou refém
dependesse do seu procedimento pessoal e não do próximo. do automóvel. Em um engarrafamento qualquer, os motoristas per-
Por outro lado, é preciso admitir que nenhum país é subdesen- cebem que estão parados, a maioria deles a sós, espremidos entre
volvido por acaso, devido a uma série de coincidências nefastas que quatro latas, querendo ir todos ao mesmo lugar, mas sem sucesso.
acabaram prejudicando a nação ao longo do tempo, sem culpa de Além de inviabilizar ou complicar os deslocamentos, o trânsi-
ninguém. A miséria é fruto da omissão e do descaso sistemáticos, to rodado enerva as pessoas, produz inúmeros acidentes, polui o
da cobiça e da ganância de alguns, durante séculos. ambiente e empobrece muitos usuários, que perdem grandes so-
A recuperação do tempo perdido exige uma mudança radical, a mas de dinheiro cada vez que decidem trocar de carro tudo isso em
partir da consideração dos seguintes itens: nome do prestígio, da privacidade e de um ilusório conforto
individual.
Impostos O homem esclarecido prefere o transporte público, só se senta
O primeiro dever do cidadão responsável é colaborar finan- ao volante sóbrio, partilha sua condução com amigos, conhecidos
ceiramente no custeio das despesas comuns, como por exemplo: ou colegas de trabalho.
pagar o Imposto Territorial Urbano, a Seguridade Social e todos os
tributos embutidos em serviços e alimentos. Pedir a nota fiscal ao Segurança
efetuar qualquer compra. Infelizmente, nem sempre os governan- No mundo em que vivemos, ninguém está livre de assaltos. Pe-
tes se comportam de modo isento na hora de estabelecer a carga destres, usuários de transportes coletivos e proprietários de veícu-
tributária ou o emprego dos recursos arrecadados. Alguns tributos, los correm perigos semelhantes. Os ladrões são, via de regra, inteli-
criados com determinado fim, mudam de destinação ao longo dos gentes e preguiçosos. Alguns escolhem suas vítimas pacientemente
anos; outros, temporários na sua implantação, eternizam-se inex- após um período de observação. Alguns são mais rápidos e agem
plicavelmente; certos impostos incidem sobre outros, punindo intuitivamente. Mulheres e pessoas idosas correm mais riscos. A
desnecessariamente a população. Por tudo isso, um cidadão res- pessoa circunspecta (que denota seriedade) toma distância de pes-
ponsável: mantém-se sempre vigilante; fiscaliza o poder executivo soas envolvidas com drogas, veste-se de modo discreto, evita luga-
diretamente ou por intermédio do seu representante na Câmara, res isolados, estacionamentos vazios ou terre- nos baldios. Antes de
Assembleia ou Congresso; nega o voto aos políticos ineficientes ou estacionar ou parar, dá uma olhada em volta do carro.
corruptos, nas eleições.
Saúde Pública
Solidariedade O zelo pela saúde individual tem sua dimensão social, pois,
As organizações empregam grande parte dos tributos recolhi- cada vez que um cidadão adoece, a sociedade como um todo fica
dos para minimizar problemas sociais, os quais, por sua vez, não são prejudicada.
tão graves quanto os dos povos subdesenvolvidos. Em países emer- O cidadão ético evita que a água se acumule em qualquer tipo
gentes, como o Brasil, o Estado deve atender a tantas necessidades de recipiente, para combater doenças parasitárias, dá passagem
e os problemas são tão numerosos que sempre ficam enormes la- imediata a veículos de emergência (ambulância, polícia, bombei-
cunas por preencher. Cabe aos cidadãos esclarecidos desdobrar-se ros), dentre outras atitudes.
para ajudar os marginalizados do sistema.
Além dos tributos obrigatórios, tais organizações como ONGs, Serviços Públicos
hospitais, instituições civis e religiosas, orfanatos, escolas especiais, Delegacias, hospitais, escolas públicas e telefones sofrem ter-
creches, movimentos ou associações de pessoas portadoras de de- ríveis desgastes nas mãos da população. Paredes, objetos e móveis
ficiência tentam diversas fórmulas para canalizar ajuda. são arranhados, riscados, pichados, quando não arrancados do seu
Elas não só ajudam, mas fiscalizam as despesas, controlam con- devido lugar, como é o caso do telefone público.
tas e decidem, na medida do possível, sobre aplicações de recursos Um cidadão que se preza usa com cuidado os bens comuns; co-
arrecadados. labora com as escolas públicas; ao sair com o animal de estimação
para passear, limpa os detritos e excrementos deixados por este no
Meio Ambiente percorrer do passeio.
Encontramos enormes problemas em nossa sociedade que de- Texto adaptado de: http://ftp.comprasnet.se.gov.br/ sead/ licitacoes/
vem ser resolvidos, porém o homem nunca viveu tanto, nem teve Pregoes2011/PE091/Anexos/servi%E7o_publico_modulo_ I/Aposti-
tanta saúde como agora. la%20Etica%20no%20Servi%E7o%20 P%FAblico/Etica%20e%20Cidada-
O principal problema do meio ambiente é que a população da nia%20no%20Setor%20 P%FAblico.pdf
Terra aumenta, mas os recursos naturais continuam os mesmos,
com a ressalva de que, cada vez, produzimos mais alimentos. Ética e democracia: exercício da cidadania
Em contrapartida, também consumimos mais, gerando enor- ÉTICA E DEMOCRACIA
mes quantidades de detritos que se voltam contra nós. O Brasil ainda caminha a passos lentos no que diz respeito à
Como seres humanos responsáveis, é necessário difundir o há- ética, principalmente no cenário político que se revela a cada dia,
bito de poupar água, energia, reciclar o lixo, usar fontes alternativas
porém é inegável o fato de que realmente a moralidade tem avan-
de energia e controlar a natalidade.
çado.

123
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
Exercer a cidadania por consequência é também ser probo, agir
Vários fatores contribuíram para a formação desse quadro ca- com ética assumindo a responsabilidade que advém de seus deve-
ótico. Entre eles os principais são os golpes de estados – Golpe de res enquanto cidadão inserido no convívio social.
1930 e Golpe de 1964.
Durante o período em que o país viveu uma ditadura militar e
a democracia foi colocada de lado, tivemos a suspensão do ensino RACIONALISMO ÉTICO
de filosofia e, consequentemente, de ética, nas escolas e universi-
dades. Aliados a isso tivemos os direitos políticos do cidadão sus- Racionalismo é a corrente central no pensamento liberal que
pensos, a liberdade de expressão caçada e o medo da repressão. se ocupa em procurar, estabelecer e propor caminhos para alcançar
Como consequência dessa série de medidas arbitrárias e auto- determinados fins. Tais fins são postulados em nome do interes- se
ritárias, nossos valores morais e sociais foram se perdendo, levando coletivo (common wealth), base do próprio liberalismo e que se
a sociedade a uma “apatia” social, mantendo, assim, os valores que torna assim, a base também do racionalismo. O racionalismo, por
o Estado queria impor ao povo. sua vez, fica à base do planejamento da organização econômica e
Nos dias atuais estamos presenciando uma “nova era” em nos- espacial da reprodução social.
so país no que tange à aplicabilidade das leis e da ética no poder: O postulado do interesse coletivo elimina os conflitos de inte-
os crimes de corrupção e de desvio de dinheiro estão sendo mais resses (de classe, entre uma classe e seus membros e até de simples
investigados e a polícia tem trabalhado com mais liberdade de atu- grupos de interesse) existentes em uma sociedade, seja em nome
ação em prol da moralidade e do interesse público, o que tem le- do princípio de funcionamento do mercado, seja como princípio
vado os agentes públicos a refletir mais sobre seus atos antes de orientador da ação do Estado. Abre espaço para soluções racionais
cometê-los. a problemas econômicos (de alocação de recursos) ou urbanos (de
Essa nova fase se deve principalmente à democracia implanta- infraestrutura, da habitação, ou do meio ambiente) com base em
da como regime político com a Constituição de 1988. soluções técnicas e eficazes.
Etimologicamente, o termo democracia vem do grego de- Uma ideologia difere do mundo concreto não naquilo que afir-
mokratía, em que demo significa povo e kratía, poder. Logo, a defi- ma, senão no que cala (discurso lacunar) não nega, apenas esca-
nição de democracia é “poder do povo”. moteia a existência conflitos na sociedade. Um apelo à razão é um
convite a esquecer a existência de conflitos sociais.
A democracia confere ao povo o poder de influenciar na ad-
O racionalismo é a corrente filosófica que se iniciou com a defi-
ministração do Estado. Por meio do voto, o povo é que determina
nição do raciocínio como uma operação mental, discursiva e lógica
quem vai ocupar os cargos de direção do Estado. Logo, insere-se
que usa uma ou mais proposições para extrair conclusões se uma
nesse contexto a responsabilidade tanto do povo, que escolhe seus
ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável. Essa era a ideia
dirigentes, quanto dos escolhidos, que deverão prestar contas de
central comum ao conjunto de doutrinas conhecidas tradicional-
seus atos no poder.
mente como racionalismo.
A ética tem papel fundamental em todo esse processo, regula-
O racionalismo afirma que tudo o que existe tem uma causa
mentando e exigindo dos governantes o comportamento adequado
inteligível, mesmo que essa causa não possa ser demonstrada em-
à função pública que lhe foi confiada por meio do voto, e conferindo
piricamente tal como a causa da origem do Universo. Privilegia a
ao povo as noções e os valores necessários para o exercício de seus
deveres e cobrança dos seus direitos. razão em detrimento da experiência do mundo sensível como via
E por meio dos valores éticos e morais – determinados pela de acesso ao conhecimento. Considera a dedução como o método
sociedade – que podemos perceber se os atos cometidos pelos superior de investigação filosófica.
ocupantes de cargos públicos estão visando ao bem comum ou ao O racionalismo é baseado nos princípios da busca da certeza e
interesse público. da demonstração, sustentados, segundo Kant, pelo conhecimen- to
a priori, ou seja o conhecimento que não é inato nem decorre da
EXERCÍCIO DA CIDADANIA experiência sensível mas é produzido somente pela razão. Kant
Todo cidadão tem direito a exercer a cidadania, isto é, seus di- admite que as formas a priori de todo o conhecimento limitam as
reitos de cidadão; direitos esses que são garantidos constitucional- possibilidades da razão e distingue as duas fontes de conhecimen-
mente nos princípios fundamentais. to, sensibilidade e entendimento, em que a sensibilidade é limitada
Exercer os direitos de cidadão, na verdade, está vinculado a pelas intuições puras.
exercer também os deveres de cidadão. Por exemplo, uma pessoa O racionalismo consiste em acreditar nas ideias inatas e no ra-
que deixa de votar não pode cobrar nada do governante que está ciocínio lógico através da razão. É, de certo modo, a própria filosofia
no poder, afinal ela se omitiu do dever de participar do processo de desde a sua origem pois, de fato, a razão é a condição de todo o
escolha dessa pessoa, e com essa atitude abriu mão também dos pensamento teórico.
seus direitos. A filosofia constitui-se pelo reconhecimento da razão como a
faculdade do conhecimento das coisas e do domínio em si.
Direitos e deveres andam juntos no que tange ao exercício da O racionalismo muda de aspeto conforme se opõe a cada filo-
cidadania. Não se pode conceber um direito sem que antes este sofia. Opõe-se ao pensamento arcaico pelo seu estilo, já que está
seja precedido de um dever a ser cumprido; é uma via de mão du- atento à ideia e visa uma coerência inteligível. Opõe-se ao empi-
pla, seus direitos aumentam na mesma proporção de seus deveres rismo, tornando-se metódico, armando-se com a lógica e a mate-
perante a sociedade. mática.
Constitucionalmente, os direitos garantidos, tanto individuais Toda a doutrina da razão se apoia em dois pilares: a experiência
quanto coletivos, sociais ou políticos, são precedidos de responsa- que nos é dada pelos sentidos é insuficiente para se poder atingir o
bilidades que o cidadão deve ter perante a sociedade. Por exemplo, conhecimento; o pensamento através da razão é capaz de atingir a
a Constituição garante o direito à propriedade privada, mas exige-se verdade absoluta, pois as suas leis são também as leis que regem os
que o proprietário seja responsável pelos tributos que o exercício objetos do conhecimento, tal como
desse direito gera, como o pagamento do IPTU.

124
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
da razão, racionalismo é idêntico à filosofia, à vida socrática de
Hegel descrevia: “Tudo o que é racional é real e tudo o que é inquérito, ou à zetética (cética) interpretação clara de autoridade
real é racional”. (aberto à causa subjacente ou essencial das coisas como elas apare-
Descartes é o criador e impulsionador do racionalismo moder- cem ao nosso senso de certeza). Racionalismo não se confunde com
no. racionalidade nem com racionalização46.
Ele preocupa-se com a investigação prévia do conhecimento. O racionalismo é também uma forte teoria política, reforçando
A dúvida corresponde a uma exigência da fundamentação das uma política da razão baseada numa escolha racional. Na socieda-
possibilidades do conhecimento. de brasileira o super privilegiamento da elite e o constante entra-
Há uma vastidão imensa de ideias inatas (intuição). Estas são vamento do desenvolvimento entra em contradição flagrante com
isentas de dúvidas. Descartes não recusa a existência de informa- a ideia do interesse coletivo e o racionalismo perde sua base ma-
ções vindas pelos sentidos mas não pode ter por elas caráter de terial, originando também o caráter incongruente da ideologia da
evidência pois são obscuras e confusas. Descartes admite nos seres elite. Nessas condições se gesta um derivado curioso do interesse
humanos a existência de ideias factícias (imaginação). coletivo, a saber, o consenso. Sendo fraca a figura do interesse co-
É classificado de racionalista inatista pois só as ideias inatas são letivo, esse fica substituído por seu suposto resultado: o consenso
garantia de certeza. No racionalismo, o edifício do saber constrói- se a saber, entre os membros da elite ou entre seus representantes no
por dedução a partir das ideias inatas. Tem, como modelo, a mate- âmbito político. O enfraquecimento da base do racionalismo se
mática, que é raiz do modelo do funcionamento do conhecimento reflete também no planejamento e na ação do Estado, que adquire
no ser humano. um caráter errático e não-explícito.
Acima de tudo, nota-se que para o racionalismo ético a priori- Vale trazer o cerne do pensamento dos principais filósofos do
dade é a utilização da razão para a resolução dos problemas sociais, racionalismo moderno:
rejeitando questões sensitivas: a razão, sozinha, é capaz de a tudo
responder. a) René Descartes
Enfim, na epistemologia, racionalismo é a visão que relaciona a Descartes é o primeiro dos racionalistas modernos e foi apeli-
razão como chefe da busca e do teste do conhecimento ou qual- dado de Pai da Filosofia Moderna. Descartes pensava que o conhe-
quer visão apelando para a razão como recurso de conhecimento cimento das verdades eternas incluindo as verdades da matemática
ou justificação. Mais formalmente, racionalismo é definido como e as bases epistemológicas e metafísicas das ciências só poderia ser
um método ou uma teoria na qual o critério da verdade não é sen- alcançado pela razão; outro conhecimento, o conhecimento da
sorial, mas intelectual e dedutivo. Racionalistas acreditam que a re- física, a experiência necessária do mundo, seria alcançado metodi-
alidade tem uma lógica estrutural intrínseca. Por isso, racionalistas camente pela comunidade científica. Ele também argumentou que
argumentam que certas verdades existem e que o intelecto pode embora os sonhos parecessem tão reais quanto a experiência dos
diretamente compreendê-las. Assim dizendo, racionalistas afirmam sentidos, eles não podem fornecer às pessoas com conhecimento.
que certos princípios racionais existem na lógica, na matemática, na Além disso, como experiência sensorial consciente, pode ser a
ética e na metafísica, sendo eles fundamentalmente tão verdadei- causa de ilusões. Então, a experiência sensorial em si pode ser
ros que negá-los geraria uma contradição. Racionalistas tem uma duvidosa. Como resultado, Descartes deduziu que a busca racional
confiança tão alta na razão que provas e evidências físicas são des- da verdade deve duvidar de todas as crenças sobre a realidade. Ele
necessárias para assimilar a verdade, isto é, existem modos signifi- elaborou essas crenças em obras como O
cantes nos quais nossos conceitos e conhecimentos são adquiridos Discurso do Método, Meditações sobre a Filosofia Primeira
independentemente de senso de experiência. Por causa desta cren- e Princípios da Filosofia. Descartes desenvolveu um método para
ça, o empirismo é um dos maiores rivais do racionalismo, sendo que atingir verdades segundo o qual nada que não possa ser reconheci-
para o empirismo tudo deve ser testado na prática, num constante do pelo intelecto (ou razão) pode ser classificado como do conheci-
exercício de experiência. mento. Estas verdades são obtidas sem qualquer experiência sen-
O racionalismo é muitas vezes comparado com o empirismo. sorial, segundo Descartes. Verdades que são atingidas pela razão
Tomadas de forma muito ampla essas visões não são excluden- são divididas em elementos que a intuição pode compreender que,
tes, uma vez que um filósofo pode ser tanto racionalista quanto em- através de um processo puramente dedutivo, resultará em verda-
pirista. Levadas ao extremo, a visão empirista afirma que todas as des claras sobre a realidade47.
ideias vêm até nós a posteriori, isto é , através da experiência, atra- Portanto Descartes discutiu, como um resultado do seu méto-
vés os sentidos externos ou através de tais sensações internas como do, essa razão determinada pelo conhecimento, a qual poderia ser
dor e satisfação. O empirista acredita essencialmente que o conhe- alcançada independentemente dos sentidos. Por exemplo, o seu
cimento é baseado em ou derivado diretamente da experiência. O famoso ditado, penso, logo existo é uma conclusão a priori, isto é,
racionalista acredita que chegamos ao conhecimento a priori por antes de qualquer tipo de experiência sobre o assunto. O significa-
meio do uso da lógica e é , portanto, independente da experiência do simples é que a dúvida sua existência, por si só, prova que um eu
sensorial. Entre ambas as filosofias, o assunto em questão é a fon- existe para fazer o pensamento. Em outras palavras, duvidar de sua
te fundamental do conhecimento humano e as técnicas adequadas própria dúvida seria um absurdo48.
para verificar o que nós pensamos que sabemos. Descartes postulava um dualismo metafísico, a distinção entre
as substâncias do corpo humano (res extensa) e da mente ou da
Considerando que ambas as filosofias estão sob o guarda- chu- alma (res cogitans). Esta distinção fundamental seria deixada em
va da epistemologia, seu argumento está na compreensão do man- aberto e baseia o que é conhecido como o problema do corpo-men-
dado, que está sob o guarda-chuva epistêmico mais amplo da teoria te, uma vez que as duas substâncias no sistema cartesiano são inde-
pendentes uma das outras e irredutíveis49.
da justificação.
Diferentes graus de ênfase sobre métodos ou teorias raciona-
b) Baruch Spinoza
listas lideram uma gama de pontos de vista, da posição moderada
A filosofia de Baruch Spinoza é uma sistemática, lógica, filoso-
de que a razão predomina sobre outros modos de adquirir conheci-
fia racional desenvolvida na Europa do século XVII. A filosofia de
mento para a mais extrema posição que a razão é o único caminho Spinoza é um sistema de ideias construídas em cima de blocos de
para o conhecimento. Conferindo um entendimento pré-moderno

125
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
construção básicos com uma consistência interna com a qual ele
tentou responder a grandes questões da vida e na qual ele propôs ÉTICA E LIBERDADE
que Deus só existe filosoficamente. Ele foi fortemente influenciado
por pensadores como Descartes, Euclides e Thomas Hobbes, bem Silva explica que “o homem se torna cada vez mais livre na me-
como teólogos da tradição filosófica judaica, como Maimonides. dida em que amplia seu domínio sobre a natureza”, ou seja, com a
Mas seu trabalho era, em muitos aspectos, uma partida da tradição evolução da sociedade, a tendência é que o círculo que delimita a
judaico-cristã. Muitas das ideias de Spinoza continuar a influenciar esfera da liberdade se amplie. Entretanto, o direito à liberdade
pensadores hoje e muitos de seus princípios, especialmente em nunca foi assegurado de forma irrestrita, internacional ou consti-
relação às emoções, têm implicações para as abordagens moder- tucionalmente, assim como nunca se defendeu no campo da Moral
nas da psicologia. Mesmo os maiores pensadores viram o método que alguém pudesse exercê-lo sem limites.
geométrico de Spinoza como difícil de se compreender, mas ainda A liberdade de pensamento, qual seja, a liberdade de adotar
assim atraiu seguidores, como Einstein50. determinado direcionamento intelectual ou não, formando suas
opiniões e tomando suas decisões, é a liberdade primária de todas
c) Gottfried Leibniz as liberdades. Por isso mesmo, sua menção nos documentos inter-
Leibniz foi o último dos grandes racionalistas que contribuíram
nacionais aparece associada a estas outras espécies de liberdades.
fortemente para outros campos, como a metafísica, a epistemolo-
O artigo XVIII da Declaração Universal de 1948 prevê que “toda
gia, a lógica, a matemática, a física, a jurisprudência e a filosofia da
pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e reli-
religião. Ele não desenvolveu seu sistema, no entanto, indepen-
gião [...]”, prosseguindo ao explicitar o que a liberdade de religião e
dentemente desses avanços. Leibniz rejeitou o dualismo cartesiano
a de crença abrangem. Já o artigo XIX do mesmo diploma traz que
e negou a existência de um mundo material. Na visão de Leibniz
, existem infinitas substâncias simples, que ele chamou de môna- “toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão [...]”,
das51. delimitando que tal direito inclui ter opiniões, o que se relaciona
Leibniz desenvolveu sua teoria das mônadas em resposta tan- puramente à liberdade de pensamento, e de manifestá-las e buscá-
to a Descartes quanto a Spinoza. Ao rejeitar essa resposta ele foi -las, o que corresponde respectivamente à liberdade de expressão
forçado a chegar a sua própria solução. Mônada é a unidade fun- e à liberdade de informação.
damental da realidade, de acordo com Leibniz, constituindo tanto O que ocorre no artigo XVIII da Declaração Universal dos Direi-
as coisas inanimadas quanto as animadas. Estas unidades da reali- tos Humanos se repete no artigo 18 do Pacto Internacional de Direi-
dade representam o universo , embora não estejam sujeitas às leis tos Civis e Políticos; sendo que o artigo 19 do Pacto traz a impossi-
da causalidade ou no espaço (que ele chamou de fenômenos bem bilidade de violar as opiniões alheias, aprofundando-se no direito à
fundamentados). Leibniz, portanto, apresenta o seu princípio de liberdade de expressão.
harmonia pré-estabelecida para contabilizar causalidade aparente No âmbito interamericano, o artigo 12 da Convenção Ameri-
no mundo52. cana sobre Direitos Humanos trata da liberdade de consciência,
logo, de pensamento, associada à liberdade religiosa; ao passo que
d) Immanuel Kant o artigo 13 traz a liberdade de pensamento coligada à liberdade de
Kant é uma das figuras centrais da filosofia moderna e definiu expressão.
os termos pelos quais todos os pensadores posteriores se ativeram. O importante é ter em mente que se uma pessoa não está apta
Ele argumentou que as estruturas da percepção humana originam- a pensar e a adotar posturas intelectuais torna-se impossível a ela
-se das leis naturais e que a razão é a fonte da moralidade. Seu exercer liberdades conexas. Quer dizer, só pode se dizer o que pen-
pensamento continua a ter uma grande influência no pensamento sa ao se pensar (liberdade de expressão), só se pode buscar uma in-
contemporâneo, especialmente em campos como a metafísica, a formação quando se tem uma noção do que se pretende conhecer
epistemologia, a ética, a filosofia política e a estética. (liberdade de informação), só pode se professar uma crença ao ado-
Kant chamou o seu ramo da epistemologia de Idealismo Trans- tá-la intelectualmente (liberdade de religião), só se pode associar
cendental e colocou em primeiro lugar estes pontos de vista em sua ou reunir em defesa de uma causa ao crer nela em sua mente (li-
famosa obra Crítica da Razão Pura. berdade de associação e de reunião), só se pode escolher um ofício
Nela, ele argumentou que houve problemas fundamentais tan- e exercê-lolivremente ao se conhecer as habilidades para seu bom
to com o dogma racionalista quanto com o empirista. desempenho (liberdade de trabalho), só se pode decidir para onde
Para os racionalistas, argumentou, em geral, a razão pura é fa- ir ao ter noções de espaço e localização (liberdade de locomoção).
lha quando vai além de seus limites e créditos de saber as coisas Enquanto ser racional, o homem é uma entidade pensante, em
que são, necessariamente, para além do domínio de toda a experi- constante exercício de sua liberdade de pensamento e de consci-
ência possível (a existência de Deus, o livre arbítrio e a imortalidade ência.
da alma do ser humano). A liberdade de expressão encontra previsão no artigo XIX da
Kant se refere a esses objetos como a coisa em si e passa a Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Toda pessoa tem di-
argumentar que sua condição de objetos além de toda a experiên- reito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liber-
cia possível, por definição, significa que não podemos conhecê-los. dade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e
Para o empirista, ele argumentou que, embora seja correto que a transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independen-
experiência é fundamentalmente necessária para o conhecimento temente de fronteiras”. O direito à liberdade de expressão precisa
humano, a razão é necessária para processar essa experiência em ser limitado porque o pensamento de um pode atingir a esfera de
pensamento coerente. Portanto, ele conclui que a razão e a experi- direitos de outrem, ofendendo-o em sua honra e imagem, ou carac-
ência são necessárias para o conhecimento humano. Da mesma for- terizando invasão de sua vida privada ou intimidade.
ma, Kant também argumentou que era errado considerar o pensa- A liberdade de informação também encontra previsão no arti-
mento como mera análise. Em vista de Kant, conceitos a priori não go XIX da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Toda pessoa
existem, mas se quiserem levar para a ampliação do conhecimento, tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a
eles devem ser postos em relação com dados empíricos.

126
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
pensamento em si; ao passo que o relato de Huxley mostra uma
liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber
sociedade na qual transformações biológicas criaram seres huma-
e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e indepen-
nos próximos a máquinas, livres de qualquer complexidade ética,
dentemente de fronteiras”. mas também livres da possibilidade de pensar livremente devido à
O artigo XVIII da Declaração Universal de Direitos Humanos tra- programação biológica.
ta da liberdade de religião ao prever: “toda pessoa tem direito à
A marca da obra de Orwell consiste na defesa de que a liber-
liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui
dade deve ser garantida na vida social, sob pena de se acabar com
a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de mani-
o indivíduo. Perturbado, o protagonista de Orwell define liberdade:
festar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto
“liberdade é a liberdade de dizer que dois mais dois são quatro. Se
e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em
isso for admitido, tudo o mais é decorrência”.
particular”.
Era tão consolidada a questão da perda de liberdade que os
Por fim, tem-se a liberdade de associação e de reunião, que é
cidadãos eram incitados a odiar aqueles que um dia a defenderam.
a liberdade de reunir-se em grupo, manifestando em conjunto um
Gerando histeria nos presentes, o vídeo dos dois minutos de
pensamento ou ideário, ou mesmo defendendo interesses em co- ódio, reunião diária obrigatória na qual todos odiavam um inimigo
mum. Nos termos do artigo XX da Declaração Universal de 1948, “1.
invisível contrário ao Partido, as falas deste favoráveis à liberdade
Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação
são motivo de revolta: “Goldstein atacava o Grande Irmão, denun-
pacíficas. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma as- ciava a ditadura do Partido, exigia a imediata celebração da paz
sociação”.
com a Eurásia, defendia a liberdade de expressão, a liberdade de
A observância das normas de direitos humanos permitem con- imprensa, a liberdade de reunião, a liberdade de pensamento, gri-
cluir que a liberdade possui diversas dimensões, mas também en-
tava histericamente que a revolução fora traída”.
contram limites éticos e jurídicos ao seu exercício.
Poucos, ou quase nenhum, percebiam que o medo era a marca
Na esfera filosófica, percebe-se que o direito à liberdade é ine-
desta nova sociedade, não o medo de agir contra o Partido manifes-
rente ao homem, possibilitando o seu desenvolvimento enquanto
tando sua revolta, mas o simples medo de pensar contra a massa.
pessoa humana. Vale lembrar que agir conforme a virtude não é
Quando Winston, protagonista da obra, começa a escrever um di-
algo que possa ser forçado, de forma que ninguém será de fato éti-
ário criticando o Partido, já sabe que será morto em pouco tempo,
co se não respeitar espontaneamente, de forma livre, os postula-
apenas por pensar de maneira diferente dos demais: “não fazia a
dos morais embora a lei seja um instrumento para punir aqueles
menor diferença levar o diário adiante ou não. de toda maneira, a
que violem certos ditames éticos. É preciso garantir espaço para se
Polícia das Ideias haveria de apanhá-lo.
deliberar a respeito do fim correto, vedando-se abusos, que nem ao
Cometera e teria cometido, mesmo que jamais houvesse apro-
menos ocorrerão se o homem seguir estritamente sua raciona-
ximado a pena do papel o crime essencial que englobava todos os
lidade. Aliás, a filosofia kantiana toma a liberdade como base das
outros. Pensamento-crime, eles o chamavam”.
leis morais, somente podendo ser verdadeiramente exercida com o
Liberdade é mais do que apenas se expressar, liberdade é ser.
respeito à lei fundamental da razão pura prática é a autonomia da
Para alguém se dizer uma pessoa, deve ter liberdade para pensar
vontade, que se difere da heteronomia do livre-arbítrio. como quiser, algo essencial até mesmo para a manutenção da sani-
Silva aponta que a liberdade de pensamento, que também dade mental. Sabendo disso, Winston escreveu em seu diário: “não
pode ser chamada de liberdade de opinião, é considerada pela era fazendo-se ouvir, mas mantendo a sanidade mental que a pes-
doutrina como a liberdade primária, eis que é ponto de partida de soa transmitia sua herança humana. Voltou para a mesa, molhou a
todas as outras, e deve ser entendida como a liberdade da pessoa pena da caneta e escreveu: ‘ao futuro ou ao passado, a um tempo
adotar determinada atitude intelectual ou não, de tomar a opinião em que os homens sejam diferentes uns dos outros, em que não
pública que crê verdadeira. vivam sós a um tempo em que a verdade exista e em que o que for
“Na verdade, o ser humano, através dos processos internos de feito não possa ser desfeito: Da era de uniformidade, da era da
reflexão, formula juízos de valor. Estes exteriorizam nada mais do solidão, da era do Grande Irmão, da era do duplipensamento sau-
que a opinião de seu emitente. Assim, a regra constitucional, ao dações!’”.
consagrar a livre manifestação do pensamento, imprime a existên- A liberdade de pensamento proporciona a construção da indi-
cia jurídica ao chamado direito de opinião”57. vidualidade, da autonomia pessoal. O desejo de ser indivíduo deve
Por sua vez, conforme Silva58, a liberdade de expressão pode fazer parte do ideário humano, de modo que o corpo social nunca
ser vista sob diversos enfoques, como o da liberdade de comunica- seja superior à pessoa humana, mas apenas sustentáculo ao seu
ção, ou liberdade de informação, que consiste em um conjunto de desenvolvimento livre. Em Huxley, Bernard, um dos protagonistas,
direitos, formas, processos e veículos que viabilizam a coordenação expressa o desejo incomum de ser mais indivíduo e menos parte do
livre da criação, expressão e difusão da informação e do pensamen- todo: “mas eu quero [...] Isso me dá a sensação [...] de ser mais eu,
to. Contudo, a manifestação do pensamento não pode ocorrer de se é que você compreende o que quero dizer. De agir mais por mim
forma ilimitada. Afinal, os direitos humanos fundamentais “não po- mesmo, e não tão completamente como parte de alguma outra coi-
dem ser utilizados como um verdadeiro escudo protetivo da prática sa. De não ser simplesmente uma célula do corpo social. Você não
de atividades ilícitas, tampouco como argumento para afastamento tem a mesma sensação, Lenina?”
ou diminuição da responsabilidade civil ou penal por atos crimino- Ao ser questionado por Lenina, outra protagonista, sobre esta
sos” vontade de não ser parte do corpo social, Bernard continua fazen-
Nos permitem compreender a grandeza do sentido filosófico do um complexo questionamento sobre o condicionamento social,
pensando como seria se ele não estivesse escravizado pelo que o
da liberdade a observância de duas obras literárias, quais sejam,
Estado incutiu nele. Trata-se de clara defesa da liberdade de pen-
1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Huxley. Ape-
samento, sem a qual não há autonomia ou individualidade: “como
nas a título de localização, destaca-se que a primeira obra é um re-
posso? Não, o verdadeiro problema é este: como é que não posso,
lato de uma sociedade global sem liberdade, na qual se instaurou
um regime político ditatorial e inamovível, na qual a plena vigilância
do cidadão proibia não só a manifestação do pensamento, mas o

127
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
encontra limites na individualidade do outro, de que nem todos os
ou antes porque eu sei perfeitamente por que é que não posso o atos que podem ser livremente praticados são socialmente ou mo-
que sentiria eu se pudesse, se fosse livre, se não estivesse escravi-
ralmente aceitos.
zado pelo meu condicionamento?”
O Estado possui um papel essencial em garantir que os indi-
De tudo o exposto neste tópico, percebe-se que a liberdade
víduos exerçam suas liberdades individuais com responsabilidade.
é condição imanente do homem, sem a qual ele nem ao menos é.
Por isso, os indivíduos possuem liberdade, mas se sujeitam às
Assim, é a liberdade que permite a construção de individualidades.
Mas, para exercer a liberdade, o homem tem que estar apto a leis, que possuem o seu conteúdo ético e que são resguardadas pelo
refletir sobre suas ações. Neste sentido, liberdade pressupõe cons- Estado, inclusive cabendo o uso da coação. Exatamente por
ciência. desempenhar um papel tão relevante que o Estado em si tem o seu
“Para decidir, escolher, enfim para exercer sua liberdade, o ho- valor ético. O paradigma da Ética Pública parte da noção de
mem precisa estar consciente. Não há, pois, liberdade sem cons- liberdade social, envolta nos valores da segurança, igualdade e soli-
ciência. Enquanto a consciência psicológica possibilita ao homem dariedade. Neste sentido, cada pessoa deve ter espaço para exercer
escolher, a consciência moral, com seus valores, normas e prescri- individualmente sua liberdade moral, cabendo à ética pública ga-
ções, orienta a escolha”, sentido em que os três componentes fun- rantir que os indivíduos que vivem em sociedade realizem projetos
damentais da vida moral seriam consciência, liberdade e responsa- morais individuais.
bilidade. A Ética Pública pode ser vista sob o aspecto da moralidade críti-
“Falar em ética significa falar da liberdade. Num primeiro mo- ca e sob o aspecto da moralidade legalizada: quando estuda- se a lei
mento, a ética nos lembra as normas e a responsabilidade. posta ou a ausência de lei e questiona-se a falta de justiça, há uma
Mas não tem sentido falar de norma ou de responsabilidade se moralidade crítica; quando a regra justa é incorporada ao Direito,
a gente não parte da suposição de que o homem é realmente livre, há moralidade legalizada ou positivada.
ou pode sê-lo. [...] Pois a norma nos diz como devemos agir. Sobre a Ética Pública, explica Nalini: “Ética é sempre ética, po-
E se devemos agir de tal modo, é porque (ao menos teorica- der-se-ia afirmar. Ser ético é obrigação de todos. Seja no exercício
mente) também podemos não agir deste modo. Isto é: se devemos de alguma atividade estatal, seja no comportamento individual.
obedecer, é porque podemos desobedecer, somos capazes de de- Mas pode-se falar em ética realçada quando se atua num universo
sobedecer à norma ou ao preceito. [...] Também não tem sentido mais amplo, de interesse de todos. Existe, pois, uma Ética Pública,
falar de responsabilidade, palavra que deriva de resposta, se o con- e apura-se o seu sentido em contraposição com o de Ética Privada.
dicionamento ou o determinismo é tão completo que a resposta Um nome pelo qual a Ética Pública tem sido conhecida é o da jus-
aparece como mecânica ou automática”. tiça”.
Com efeito, as regras éticas delimitam o convívio social, no en- Assim, Ética Pública seria a moral incorporada ao Direito, con-
tanto: solidando o valor do justo. Diante da relevância social de que a Éti-
a) elas não são fechadas a ponto de exigirem apenas um com- ca se faça presente no exercício das atividades públicas, as regras
portamento humano padrão, pois os homens são diferentes, pos- éticas para a vida pública são mais do que regras morais, são regras
suem personalidade e liberdade para agirem nos limites da ética; jurídicas estabelecidas em diversos diplomas do ordenamento, pos-
b) independentemente dos limites éticos, é sempre possível ir sibilitando a coação em caso de infração por parte daqueles que
contra eles, pois se existisse algum fator no homem que controlas- desempenham a função pública.
se plenamente seus impulsos dentro de um padrão nem ao menos Quando uma pessoa se candidata a uma vaga no serviço públi-
faria sentido se falar em liberdade de escolha o que se exige é que co e é selecionada, deve ter consciência de que passa a ser exten-
cada um arque com as consequências do exercício de sua liberdade, são do Estado e, nesta posição e dentro de suas competências, ze-
isto é, que exerça a liberdade com responsabilidade. lará pelo exercício das liberdades individuais com responsabilidade,
ou seja, preservará as liberdades daqueles que agirem conforme as
“O termo responsabilidade pode ser sinônimo de ‘cumprimen- leis, os ditames éticos da sociedade.
to de dever. Assim, é responsável quem cumpre seus deveres. Em fi-
losofia, responsabilidade constitui a consequência necessária o co-
rolário da liberdade. O ato livre é necessariamente um ato pelo qual
se deve responder. Porque sou livre, tenho de assumir as consequ-
ências de minhas ações e omissões. Já os animais irracionais, por
não serem livres, não são responsáveis pelo que fazem ou deixam
de fazer. Ninguém pode condenar um cavalo que lhe deu um coice.
Só o homem comete crime e só ele pode ser julgado. O homem,
racional e livre, tanto constrói como destrói; tanto ergue escolas
e hospitais como inventa bombas capazes de destruir o planeta;
tanto ama como odeia; tanto salva como mata. [...] Não há como
não se espantar diante do incrível poder que a liberdade confere ao
homem: para o bem e para o mal. [...] É a própria liberdade que nos
oferece a possibilidade de corrigir o mau uso que se faz dela. Não
resolve ficar lamentando a má sorte da vida ou o que os outros
fizeram de nós e do mundo; importa, antes, reagir com as forças e
as armas que nos sobram”.
Um dos principais conceitos associados à liberdade é o de auto-
nomia, que nada mais é do que a etapa mais elevada do comporta-
mento moral consistente na consciência de que sua individualidade

128
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
3. (INEP 2012 ENEM Exame Nacional do Ensino Médio Primeiro
EXERCÍCIOS e Segundo Dia)
Texto I
“Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário
1. (INEP 2012 ENEM Exame Nacional do Ensino Médio Primeiro de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm
e Segundo Dia) “Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmê- de sua descendência. Quando o ar as dilata, transforma- se em fogo,
nides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão, não ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a
de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transfor-
racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro mam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se
em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Dou- em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se
trina das Ideias formava-se em sua mente” (ZIGANO, M. Platão e em pedras”. (BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro:
Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012). PUC-Rio, 2006).
O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um as-
pecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). Texto II
De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação? “Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como cria-
(A) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas. dor de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos.
(B) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta con-
a eles. cepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais
(C) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensa- o mundo se origina, ou de algum dos quatro ele como julga Demó-
ção são inseparáveis. crito. Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar o mundo,
(D) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas numa teia de aranha”. (GILSON, E.; BOEHNER, P. História da filosofia
a sensação não. cristã. São Paulo: Vozes, 1991).
(E) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses
superior à razão. para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racio-
nal. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filó-
R: D. Platão, diferente de Aristóteles, acreditava que as sen- sofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que
sações tinham um papel ilusório. Assim cabia se prender exclusi- (A) eram baseadas nas ciências da natureza.
vamente à razão. Sua teoria das ideias compreende o mundo da (B) refutavam as teorias de filósofos da religião.
natureza como um mundo das ideias, de forma que a cada coisa da (C) tinham origem nos mitos das civilizações antigas.
natureza corresponde uma ideia de coisa eterna e imutável. (D) postulavam um princípio originário para o mundo.
(E) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.
2. (INEP 2012 ENEM Exame Nacional do Ensino Médio Primei-
ro e Segundo Dia) “Nossa cultura lipofóbica muito contribui para a R: D. Na busca de quebrar a força dos mitos, os filósofos da
distorção da imagem corporal, gerando gordos que se veem magros natureza pretenderam estabelecer uma origem substancial para as
e magros que se veem gordos, numa quase unanimidade de que to- formas da natureza. Para Tales, a origem de tudo estava no ar. Para
dos se sentem ou se veem ‘distorcidos’. Engordamos quando somos Demócrito, a origem de tudo estava no átomo.
gulosos. É o pecado da gula que controla a relação do homem com a
balança. Todo obeso declarou, um dia, guerra à balança. Para ema-
grecer é preciso fazer as pazes com a dita cuja, visando adequar-se
às necessidades para as quais ela aponta”. (FREIRE, D. S. Obesidade
não pode ser pré-requisito. Disponível em: http://gnt. globo.com.
Acesso em: 3 abr. 2012).
O texto apresenta um discurso de disciplinarização dos corpos,
que tem como consequência
(A) a ampliação dos tratamentos médicos alternativos, reduzin-
do os gastos com remédios.
(B) a democratização do padrão de beleza, tornando-o acessí-
vel pelo esforço individual.
(C) o controle do consumo, impulsionando uma crise econômi-
ca na indústria de alimentos.
(D) a culpabilização individual, associando obesidade à fraque-
za de caráter.
(E) o aumento da longevidade, resultando no crescimento po-
pulacional.

R: C. Uma das maiores críticas à sociedade contemporânea é a


da imposição de um padrão de beleza quase inatingível para a
maioria das pessoas. As revistas apontam um padrão e quem não o
atinge deve se sentir envergonhado. As pessoas se enxergam feias
e nunca estão satisfeitas consigo mesmas. E os gordinhos, gordos e
obesos são vistos como preguiçosos e sem caráter. A filosofia deve
se preocupar em resolver questões tão complexas e que afetam
tanto a vida humana.

129
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
6. (INEP 2010 ENEM Exame Nacional do Ensino Médio Azul
4. (INEP 2012 ENEM Exame Nacional do Ensino Médio Primei- Primeiro Dia) “O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a
ro e Segundo Dia) “Não ignoro a opinião antiga e muito difundida reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal.
de que o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo aca- De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente
so. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às grandes do que outros que, por muita piedade, permitem os distúrbios que
transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais es- levem ao assassínio e ao roubo”. (MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São
capam à conjectura humana. Não obstante, para não ignorar intei- Paulo: Martin Claret, 2009).
ramente o nosso livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre
decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o a Monarquia e a função do governante. A manutenção da ordem
controle sobre a outra metade”. (MAQUIAVEL, N. O príncipe. Brasí- social, segundo esse autor, baseava-se na
lia: EdUnB, 1979). (A) inércia do julgamento de crimes polêmicos.
Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder (B) bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre (C) compaixão quanto à condenação de transgressões religio-
o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao sas.
(A) valorizar a interferência divina nos acontecimentos defini- (D) neutralidade diante da condenação dos servos.
dores do seu tempo. (E) conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe.
(B) rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos.
(C) afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento R: E. O relativismo moral, numa tolerância às atitudes do prín-
da ação humana. cipe por mais tirânicas que fossem desde que benéficas ao Estado,
(D) romper com a tradição que valorizava o passado como fon- é uma das principais marcas da filosofia de Maquiavel, para o qual
te de aprendizagem. os fins justificam os meios.
(E) redefinir a ação política com base na unidade entre fé e ra-
zão. 7. (CESPE 2010 Caixa Advogado) A respeito das classificações
da ética como campo de estudo, assinale a opção correta.
R: C. Como todo filósofo do Renascimento, Maquiavel adota (A) Na abordagem da ética absoluta, toda ação humana é boa
uma concepção antropocentrista, confiante no elemento racional e, consequentemente, um dever, pois se fundamenta em um
do homem como centro de toda a sociedade. Contudo, Maquiavel valor.
não ignora que existem coisas que estão fora do alcance do homem, (B) De acordo com a ética formal, não existem valores univer-
ao que dá o nome da acaso ou sorte. sais, objetivos, mas estes são convencionais, condicionados ao
tempo e ao espaço.
5. (INEP 2010 ENEM Exame Nacional do Ensino Médio Azul Pri- (C) Segundo a ética empírica, a distinção entre o certo e o er-
meiro Dia) “A política foi, inicialmente, a arte de impedir as pessoas rado ocorre por meio da experiência, do resultado do proce-
de se ocuparem do que lhes diz respeito. Posteriormente, passou a dimento, da observação sensorial do que de fato ocorre no
ser a arte de compelir as pessoas a decidirem sobre aquilo de que mundo.
nada entendem”. (VALÉRY, P. Cadernos. Apud BENEVIDES, M.V. M. (D) Quanto ao aspecto histórico, a ética empírica possui a razão
A cidadania ativa. São Paulo: Ática, 1996). Nessa definição, o autor como enfoque para explicar o mundo, na medida em que ela
entende que a história da política está dividida em dois momentos constrói a teoria explicativa e vai ao mundo para ver sua ade-
principais: um primeiro, marcado pelo autoritarismo excludente, e quação.
um segundo, caracterizado por uma democracia incompleta. Consi- (E) Em todas as classificações da ética, ela se torna equivalen-
derando o texto, qual é o elemento comum a esses dois momentos te à moral porque direciona o comportamento humano para
da história política? menos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos ações consideradas positivas para um grupo social
(A) A distribuição equilibrada do poder.
(B) O impedimento da participação popular. R: C. Empirismo é a observação prática de um fenômeno. En-
(C) O controle das decisões por uma minoria. quanto que numa ética teórica bastaria a reflexão para conhecer o
(D) A valorização das opiniões mais competentes. certo e o errado, por uma ética empírica é preciso vivenciar o conta-
(E) A sistematização dos processos decisórios. to direto com situações que permitam compreender estes valores.
R: C. O texto remonta à falha dos processos democráticos na
atualidade. A democracia existe, mas muito parece com uma demo-
cracia formal, não verdadeira. As pessoas não sabem ao certo sobre
o que decidem e não acessam corretamente os meios de partici-
pação popular. Em outras palavras, na prática, as decisões políticas
acabam sendo tomadas por uma minoria.

130
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
10. (ASPERH 2010 Professor auxiliar ética profissional) Sobre
8. (CESPE 2010 Caixa Advogado) A respeito das classificações moral e ética é incorreto afirmar:
da ética como campo de estudo, assinale a opção correta. (A) A moral é a regulação dos valores e comportamentos con-
(A) Na abordagem da ética absoluta, toda ação humana é boa siderados legítimos por uma determinada sociedade, um povo,
e, consequentemente, um dever, pois se fundamenta em um uma religião, uma certa tradição cultural etc.
valor. (B) Uma moral é um fenômeno social particular, que tem com-
(B) De acordo com a ética formal, não existem valores univer- promisso com a universalidade, isto é, com o que é válido e de
sais, objetivos, mas estes são convencionais, condicionados ao direito para todos os homens. Exceto quando atacada: justifica-
tempo e ao espaço. se se dizendo universal, supostamente válida para todos.
(C) Segundo a ética empírica, a distinção entre o certo e o er- (C) A ética á uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela
rado ocorre por meio da experiência, do resultado do proce- não é puramente teoria. A ética é um conjunto de princípios e
dimento, da observação sensorial do que de fato ocorre no disposições voltados para a ação, historicamente produzidos,
mundo. cujo objetivo é balizar as ações humanas.
(D) Quanto ao aspecto histórico, a ética empírica possui a razão (D) A moral é um conjunto de regras de conduta adota- das
como enfoque para explicar o mundo, na medida em que ela pelos indivíduos de um grupo social e tem a finalidade de or-
constrói a teoria explicativa e vai ao mundo para ver sua ade- ganizar as relações interpessoais segundo os valores do bem e
quação. do mal.
(E) Em todas as classificações da ética, ela se torna equivalen- (E) A moral é a aplicação da ética no cotidiano, é a prática con-
te à moral porque direciona o comportamento humano para creta.
ações consideradas positivas para um grupo social.
R: B. A Moral, embora seja mais subjetiva que a Ética, reflete o
R: C. Na filosofia, empirismo é um movimento que acredita nas seu conteúdo, logo, também possui universalidade. O sentimento
experiências como únicas (ou principais) formadoras das ideias, dis- moral é uno e repousa no seio social, sendo assim universal. Logo, a
cordando, portanto, da noção de ideias inatas, havendo também Moral é válida para todos, não supostamente válida.
uma vertente no campo de estudo da ética.
11. (ASPERH 2010 Professor auxiliar ética profissional) Sobre
9. (CESPE 2010 Caixa Advogado) Acerca da relação entre ética e moralidade administrativa e a constituição federativa é incorreto
moral, assinale a opção correta. afirmar:
(A) O entendimento ético discorre filosoficamente, em épocas (A) A carta magna faz menção em diversas oportunidades ao
diferentes e por vários pensadores, dando conceitos e formas princípio da moralidade. Uma delas, prevista no art. 5º, LXXIII,
de alusão ao termo ética. trata da ação popular contra ato lesivo à moralidade adminis-
(B) Durante as Idades Média e Moderna, a ética era considera- trativa
da uma ciência, portanto, era ensinada como disciplina escolar. (B) Em outra, o constituinte determinou a punição mais rigoro-
Na Idade Contemporânea, a ética assumiu uma nova conota- sa da imoralidade qualificada pela improbidade (art. 37, §4º)
ção, desvinculando-se da ciência e da filosofia e sendo vincula- (C) Há ainda o art. 14, §9º, onde se visa proteger a probidade
da às práticas sociais. e moralidade no exercício de mandato, e o art. 85, V, que con-
(C) A simples existência da moral significa a presença explícita sidera a improbidade administrativa como crime de atividade
de uma ética, entendida como filosofia moral, isto é, uma re- administrativa
flexão que discute, problematiza e interpreta o significado dos (D) O princípio da moralidade, com o advento da Carta Consti-
valores morais. tucional de 1988 foi alçado, pela vez primeira em nosso direi-
(D) A ética não tem por objetivo procurar o fundamento do va- to positivo a princípio constitucional, nos termos do artigo 37,
lor que norteia o comportamento, tendo em vista a historicida- caput, o qual estabelece diretrizes à administração pública
de presente nos valores. (E) Também o artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal,
(E) O conhecimento do dever está desvinculado da noção de prevê a possibilidade de anulação de atos lesivos à moralidade
ética, pois este é consequência da percepção, pelo sujeito, de administrativa
que ele é um ser racional e, portanto, está obrigado a obedecer
ao imperativo categórico: a necessidade de se respeitar todos R: C. Embora o artigo 85, V faça referência à probidade adminis-
os seres racionais na qualidade de fins em si mesmos. trativa como um dos objetos de violação, caracterizando crime de
responsabilidade pelo Presidente da República, o ato de improbida-
R: A. O termo ética passa por diversas interpretações no decor- de administrativa praticado pelos servidores em geral tem natureza
rer da história, mas é possível notar que alguns de seus elementos, cível e está regulado na Lei nº 8.429/92.
guardadas as devidas particularidades, são reincidentes na forma-
ção deste conceito.

131
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
Este texto indica a existência de uma lei moral natural universal
12. (ASPERH 2010 Professor auxiliar ética profissional) Referen- no tempo e no espaço, imutável, inscrita no coração dos homens,
te a principio constitucional da moralidade administrativa e admi- indicando em seu íntimo o bem e o mal, irrevogável pelas leis hu-
nistração publica é incorreto afirmar: manas foi expressa de uma maneira poética na tragédia grega An-
(A) O principio constitucional da moralidade administrativa tígona:
configura um vigoroso instrumento à função de controle de (A) de Aristóteles
legalidade, legitimidade e economicidade dos atos administra- (B) de Platão
tivos dos quais resultam despesas públicas (C) de Sócrates
(B) O principio atua positivamente, impondo à Administração (D) de Sófocles
Publica o dever de bem gerir e aumentando os demais deveres (E) de Xenofonte
de conduta administrativa, tais como os de agir impessoalmen-
te, garantir a ampla publicidade de seus atos, pautar-se com R: D. O autor da tragédia grega Antigona, que marcou a distin-
razoabilidade, motivar seus atos e decisões, agir com eficiência ção entre lei natural e lei positiva, é Sófocles.
e observar a compatibilidade entre o objetivo de suas ações e
o ato praticado para operacionalizar tal objetivo ou finalidade.
14. (CONSULPLAN 2008 Correios Agente de Correios Atendente
Bem assim, configura cânone de interpretação e integração de
Comercial) Pode-se afirmar que a ética tem como objeto de estudo:
norma jurídicas e/ ou atos administrativos
(A) O ato humano (voluntário e livre) que é o ato com vontade
(C) O princípio atua negativamente, impondo limites ao exer-
racional, permeado por inteligência e reflexão prévia.
cício da discricionariedade e permitindo a correção dos atos
(B) A distinção entre o existir e o agir, solenemente.
praticados em desvio de finalidade, mediante o seu expurgo do
(C) A tradução dos costumes aceitos pela sociedade emergen-
mundo jurídico através da invalidação
te.
(D) O princípio geralmente ‘”aplicável” isoladamente, compon-
(D) O conceito de moralidade dos povos segregados.
do- se e articulando-se, algumas vezes, com outros princípio
jurídicos (E) N.R.A.
(E) O princípio consubstancia “norma jurídica” e, portanto, ao
utilizá-lo no exercício das funções constitucionais de controle R: A. O principal objeto de estudo da ética é a ação humana
dos atos administrativos que geram despesas públicas sob os num sentido de refletir sobre ela. De forma estrita, a moral, parte
prismas de legalidade e da legitimidade, não desborda o Tribu- da ética, estuda a ação humana enquanto ação propriamente dita.
nal de Contas de sua competência constitucional De qualquer maneira, no âmbito da ética é feito um estudo da ação
humana baseada na razão, na vontade racional.
R: D. O princípio da moralidade administrativa deve sempre ser
lido em conjunto com os demais princípios constitucionais, notada- 15. (FCC 2011 NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO Contador) A
mente os aplicáveis à Administração Pública: legalidade, impessoa- respeito dos conceitos de ética, moral e virtude, é correto afirmar:
lidade, publicidade e eficiência. (A) A vida ética realiza-se no modo de viver daqueles indivíduos
que não mantêm relações interpessoais.
13. (ASPERH 2010 Professor auxiliar ética profissional) Antígo- (B) Etimologicamente, a palavra moral deriva do grego mos e
na, por razões de Estado, havia sido proibida de dar sepultura a seu significa comportamento, modo de ser, caráter.
irmão. No entanto, mesmo correndo o risco de ser condenado à (C) Virtude deriva do latim virtus, que significa uma qualidade
morte por haver descumprido essa proibição legal, resolve piedo- própria da natureza humana; significa, de modo geral, praticar
samente enterrar seus parente, e é então indagada pela autoridade o bem usando a liberdade com responsabilidade constante-
civil (Creonte): Creonte: ...Confessas ou negas ter feito o que ele mente.
diz? Antígona: Confesso o que fiz! Confesso-o claramente! Creonte: (D) A moral é influenciada por vários fatores como, sociais e
Sabias que, por uma proclamação, eu havia proibido o que fizeste? históricos; todavia, não há diferença entre os conceitos morais
Antígona: -Sim, eu sabia! Por acaso poderia ignorar, se era uma de um grupo para outro.
coisa pública? (E) Compete à moral chegar, por meio de investigações cientí-
Creonte: -E, apesar disso, tiveste a audácia de desobedecer a ficas, à explicação de determinadas realidades sociais, ou seja,
essa determinação? ela investiga o sentido que o homem dá a suas ações para ser
Antígona: Sim, porque não foi Júpiter que a promulgou; e a verdadeiramente feliz.
Justiça... jamais estabeleceu tal decreto entre os humanos; nem eu
creio que teu édito tenha força bastante para conferir a um mortal R: C. Virtude é uma qualidade da natureza humana relacionada
o poder de infringir as leis divinas, que nunca foram escritas, mas a um valor ético. A ação que seja virtuosa será voltada sempre ao
são irrevogáveis, não são escritas a partir de ontem ou de hoje, são bem e praticada com responsabilidade e razoabilidade, sem o que
eternas, sim” perderia tal caráter. Vale destacar que a alternativa d está incorreta
E ninguém sabe desde quando elas vigoram. Tais decretos, eu, porque embora a ética seja imutável, preceitos morais podem so-
que não temo o poder de homem algum, posso violar sem que por frer pequenas variações de um grupo social para outro sem que se
isso me venham punir os deuses!...” perca a essência ética.

132
PRINCÍPIOS DE ÉTICA E DA FILOSOFIA
18. (CESPE 2011 SAEB-BA Professor Filosofia) Certos pensado-
16. (ASPERH 2010 Professor auxiliar ética profissional) Sobre a res foram capazes de sintetizar grande parte do pensamento de um
ética, moral e direito é incorreto afirmar: período em uma única frase. A época de Galileu Galilei foi marcada
(A) Tanto a moral como o direito baseiam-se em regras que vi- por inúmeras diatribes com a Igreja Católica e pelo surgimento de
sam estabelecer uma certa previsibilidade para as ações huma- uma nova maneira de pensar. A frase “o livro da natureza está escri-
nas. Ambas, porém, se diferenciam. to em linguagem matemática” sintetiza
(B) O direito busca estabelecer o regramento de uma socieda- (A) o desprezo de Galileu por Deus e por qualquer explicação
de delimitada pelas fronteiras do Estado. de caráter metafísico embasada em entidades supranaturais.
(C) As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para (B) a defesa do heliocentrismo, tese introduzida por Nicolau
aquela área geográfica onde uma determinada população ou Copérnico.
seus delegados vivem. (C) a superação da filosofia platônica com seu apreço excessivo
(D) Alguns autores afirmam que o direito é um subconjunto da pela construção lógica.
ética. Esta perspectiva pode gerar a conclusão de que toda a lei (D) a inversão entre religião e ciência com relação à prioridade
é moralmente aceitável. Inúmeras situações demonstram a sobre a enunciação da verdade.
existência de conflitos entre a ética e o direito.
(E) A desobediência civil ocorre quando argumentos morais im- R: D. Se, por um lado, o livro de Deus, a bíblia, está escrito em
pedem que uma pessoa acate uma determinada lei. Este é um inúmeras histórias e parábolas; por outro, o livro da natureza, como
exemplo de que a moral e o direito, apesar de referirem-se a chamado por Galileu, é muito mais pragmático e lógico, sendo es-
uma mesma sociedade, podem ter perspectivas discordantes. crito matematicamente. Não significa que Galileu desprezasse a
Igreja, ele apenas era contrário a uma visão sem lógica e ciência do
R: D. O Direito é um subconjunto da Ética e, por isso mesmo, mundo em prol do fortalecimento da religião.
suas normas devem refletir o conteúdo ético sempre que possível,
o que ocorre pela presença do valor do justo. Tomar como corre- ta 19. (CESPE 2011 SAEB-BA Professor Filosofia) Kant desenvolve
a afirmativa d seria entender que o Direito pode não ser justo e sua filosofia moral em torno do chamado imperativo categórico, se-
ainda assim ser válido, premissa positivista refutada no contexto gundo o qual uma ação deve ser considerada moralmente boa se
pós-guerra. for possível estendê-la a todas as pessoas sem que, com isso, a ação
torne-se inconcebível ou impraticável.
17. (CESPE 2011 SAEB-BA Professor Filosofia) O florescimento Considerando esse princípio, é correto identificar a moral kan-
da filosofia ocorre a partir das realizações dos chamados filósofos tiana a uma perspectiva
pré-socráticos, como Tales de Mileto, Anaxágoras, Anaxímenes, (A) formal, em que os elementos contextuais são irrelevantes.
entre outros. Essa nova maneira de pensar conflitava em muitos (B) segundo a qual os resultados de uma ação determinam a
aspectos com a maneira de pensar expressa nos mitos ou nas nar- moralidade dessa ação.
rativas mitológicas desenvolvidas na Grécia Arcaica por aedos como (C) formal, em que elementos contextuais devem ser levados
Hesíodo e Homero. em conta.
Uma diferença entre a forma de pensamento da filosofia préso- (D) segundo a qual as intenções dos agentes determinam a mo-
crática e a fundamentada nos mitos é ralidade da ação.
(A) a preocupação com a explicação dos fenômenos naturais.
(B) a visão animista com base na qual se explicam os fenôme- R: A. A teoria kantiana é marcada por sua pureza. Notadamen-
nos naturais. te, a defesa do imperativo categórico se encontra na obra Crítica da
(C) a preocupação dos pré-socráticos com questões éticas ou Razão Prática, que traz uma explicação prática da obra Crítica da
morais. Razão Pura. Kant é contrário às expectativas externas como de-
(D) a sistematização do conhecimento sobre o mundo median- terminantes da boa ação. A ação conforme o imperativo categórico
te a busca de princípios sintéticos. se dá pela razão prática, superior a qualquer outro fator, posto que
guiada pela autonomia da vontade.
R: D. Os pré-socráticos, também chamados naturalistas ou
filósofos da physis (natureza entendendo-se este termo não em seu 20. (CESPE 2011 SAEB-BA Professor Filosofia) Um argumento
sentido corriqueiro, mas como realidade primeira, originária e lógico
fundamental, ou o que é primário, fundamental e persistente, em (A) é considerado válido se sua conclusão for verdadeira.
oposição ao que é secundário, derivado e transitório), tinham como (B) admite uma conclusão válida a partir de premissas inváli-
escopo especulativo o problema cosmológico, ou cosmo-on- das.
tológico, e buscavam o princípio (ou arché) das coisas, sendo assim, (C) é considerado válido se a verdade da conclusão decorrer
procuravam um princípio fundamental único (noção de princípios necessariamente da verdade das premissas.
sintéticos). (D) admite que se conclua uma falsidade de premissas verda-
deiras, desde que o argumento seja válido.

R: C. Premissas inválidas geram uma conclusão inválida e pre-


missas verdadeiras podem gerar ou não conclusões válidas (desde
que corretamente interpretadas)

133
HISTÓRIA DE MATO GROSSO

Pela via fluvial vieram 4.200 homens sob o comando do Coro-


COLONIZAÇÃO DA REGIÃO DE MATO GROSSO. nel Vicente Barrios, que encontrou a heroica resistência de Coimbra
DISPUTAS TERRITORIAIS E CONFLITOS NO MATO ocupado por uma guarnição de apenas 115 homens, sob o coman-
GROSSO. PRINCIPAIS ATIVIDADES ECONÔMICAS NOS do do Tte. Cel. Hermenegildo de Albuquerque Portocarrero. Pela via
DIFERENTES PERÍODOS DA HISTÓRIA. FORMAÇÃO terrestre vieram 2.500 homens sob o comando do Cel. Isidoro
TERRITORIAL Rasquin, que no posto militar de Dourados encontrou a bravura do
Tte. Antônio João Ribeiro e mais 15 brasileiros que se recusaram
Mato Grosso1 já foi território espanhol. As primeiras excursões a rendição, respondendo com uma descarga de fuzilaria à ordem
feitas no território de Mato Grosso datam de 1525, quando Pedro para que se entregassem. Foi ai que o Tte. Antônio João enviou ao
Aleixo Garcia vai em direção à Bolívia, seguindo as águas dos rios Comandante Dias da Silva, de Nioaque, o seu famoso bilhete dizen-
Paraná e Paraguai. Posteriormente portugueses e espanhóis são do: “Ser que morro mas o meu sangue e de meus companheiros
atraídos à região graças aos rumores de que havia muita riqueza na- será de protesto solene contra a invasão do solo da minha Pátria” A
quelas terras ainda não exploradas devidamente. Também vieram evacuação de Corumbá, desprovida de recursos para a defesa, foi
jesuítas espanhóis que construíram missões entre os rios Paraná e outro episódio notável, saindo a população, através do Pantanal,
Paraguai. em direção a Cuiabá, onde chegou, a pé, a 30 de abril de 1865.
No período “colonial”, a história de Mato Grosso é importan- Na expectativa dos inimigos chegarem a Cuiabá, autoridades e
tíssima, porque durante esses 9 governos o Brasil defendeu o seu povo começaram preparativos para a resistência. Nesses preparati-
perfil territorial e consolidou a sua propriedade e posse até os limi- vos sobressaia a figura do Barão de Melgaço que foi nomeado pelo
tes do rio Guaporé e Mamoré. Foram assim contidas as aspirações Governo para comandar a defesa da Capital, organizando as forti-
espanholas de domínio desse imenso território. Proclamada a nos- ficações de Melgaço. Se os invasores tinham intenção de chegar a
sa independência, os governos imperiais de D. Pedro I e das Re- Cuiabá dela desistiram quando souberam que o Comandante da de-
gências (1º Império) nomearam para Mato Grosso cinco governan- fesa da cidade era o Almirante Augusto Leverger - o futuro Barão de
tes e os fatos mais importantes ocorridos nesses anos (7/9/1822 a Melgaço -, que eles já conheciam de longa data. Com isso não subi-
23/7/1840) foram a oficialização da Capital da Província para Cuia- ram além da foz do rio São Lourenço. Expulsão dos invasores do sul
bá (lei nº 19 de 28/8/1835) e a “Rusga” (movimento nativista de de Mato Grosso- O Governo Imperial determinou a organização, no
matança de portugueses, a 30/05/1834). triângulo Mineiro, de uma “Coluna Expedicionária ao sul de Mato
Proclamada a 23 de julho de 1840 a maioridade de Dom Pedro Grosso”, composta de soldados da Guarda Nacional e voluntários
II, Mato Grosso foi governado por 28 presidentes nomeados pelo procedentes de São Paulo e Minas Gerais para repelir os invasores
Imperador, até à Proclamação de República, ocorrida a 15/11/1889. daquela região. Partindo do Triângulo em direção a Cuiabá, em Co-
Durante o Segundo Império (governo de Dom Pedro II), o fato mais xim receberam ordens para seguirem para a fronteira do Paraguai,
importante que ocorreu foi a Guerra da Tríplice Aliança, movida pela reprimindo os inimigos para dentro do seu território.
República do Paraguai contra o Brasil, Argentina e Uruguai, iniciada A missão dos brasileiros tornava-se cada vez mais difícil, pela
a 27/12/1864 e terminada a 01/03/0870 com a morte do Presiden- escassez de alimentos e de munições. Para cúmulo dos males, as
te do Paraguai, Marechal Francisco Solano Lopez, em Cerro-Corá. doenças oriundas das alagações do Pantanal mato-grossense, de-
Os episódios mais notáveis ocorridos em terras mato-grossen- vastou a tropa. Ao aproximar-se a coluna da fronteira paraguaia, os
ses durante os 5 anos dessa guerra foram: problemas de alimentos e munições se agravava cada vez mais e
a) o início da invasão de Mato Grosso pelas tropas paraguaias, quando se efeito a destruição do forte paraguaio Bela Vista, já em
pelas vias fluvial e terrestre; território inimigo, as dificuldades chegaram ao máximo. Decidiu
b) a heroica defesa do Forte de Coimbra.; então o Comando brasileiro que a tropa segue até a fazenda Lagu-
c) o sacrifício de Antônio João Ribeiro e seus comandados no na, em território paraguaio, que era propriedade de Solano Lopez
posto militar de Dourados. e onde havia, segundo se propalava, grande quantidade de gado, o
d) a evacuação de Corumbá; que não era exato. Desse ponto, após repelir violento ataque para-
e) os preparativos para a defesa de Cuiabá e a ação do Barão guaio, decidiu o Comando empreender a retirada, pois a situação
de Melgaço; era insustentável.
f) a expulsão dos inimigos do sul de Mato Grosso e a retirada Iniciou-se aí a famosa “Retirada da Laguna”, o mais extraordiná-
da Laguna; rio feito da tropa brasileira nesse conflito. Iniciada a retirada, a ca-
g) a retomada de Corumbá; valaria e a artilharia paraguaia não davam tréguas à tropa brasileira,
h) o combate do Alegre; atacando-as diariamente. Para maior desgraça dos nacionais veio o
cólera devastar a tropa. Dessa doença morreram Guia Lopes, fazen-
deiro da região, que se ofereceu para conduzir a tropa pelos cer-
rados sul mato-grossenses, e o Coronel Camisão, Comandante das
forças brasileiras. No dia da entrada em território inimigo (abril de
1867), a tropa brasileira contava com 1.680 soldados. A 11 de junho
foi atingido o Porto do Canuto, às margens do rio Aquidauana, onde
1 Disponível em http://www.mt.gov.br/historia Acesso em 07.06.2022

134
HISTÓRIA DE MATO GROSSO
o Arraial de Cuiabá recebeu novo nome: Vila Real do Senhor Bom
foi considerada encerrada a trágica retirada. Ali chegaram apenas Jesus de Cuiabá. Em 1748, foi criada a capitania de Cuiabá, lugar
700 combatentes, sob o comando do Cel. José Thomás Gonçalves, que concedia isenções e privilégios a quem ali quisesse se instalar.
substituído de Camisão, que baixou uma “Ordem do dia”, concluí- As conquistas dos bandeirantes, na região do Mato Grosso, fo-
da com as seguintes palavras: “Soldados! Honra à vossa constância, ram reconhecidas pelo Tratado de Madrid, em 1750. No ano se-
que conservou ao Império os nossos canhões e as nossas bandei- guinte, o então capitão-general do Mato Grosso, Antônio Rolim de
ras”. Moura Tavares, fundou, à margem do rio Guaporé, a Vila Bela da
Santíssima Trindade. Entre 1761 e 1766, ocorreram disputas terri-
A Retirada da Laguna toriais entre portugueses e espanhóis, depois daquele período as
Foi sem dúvida, a página mais brilhante escrita pelo Exército missões espanholas e os espanhóis se retiraram daquela região,
Brasileiro em toda a Guerra da Tríplice Aliança. O Visconde de Tau- mas o Mato Grosso somente passou a ser definitivamente território
nay, que dela participou, imortalizou-a num dos mais famosos livros brasileiro depois que os conflitos por fronteira com os espanhóis
da literatura brasileira. A retomada de Corumbá foi outra página deixaram de acontecer, em 1802.
brilhante escrita pelas nossas armas nas lutas da Guerra da Tríplice Na busca de índios e ouro, Pascoal Moreira Cabral e seus ban-
Aliança. O presidente da Província, então o Dr. Couto de Magalhães, deirantes paulistas fundaram Cuiabá a 8 de abril de 1719, num pri-
decidiu organizar três corpos de tropa para recuperar a nossa cida- meiro arraial, São Gonçalo Velho, situado nas margens do rio Coxi-
de que há quase dois anos se encontrava em mãos do inimigo. O 1º pó em sua confluência com o rio Cuiabá.
corpo partiu de Cuiabá a 15.05/1867, sob as ordens do Tte. Cel. Em 1o. de janeiro de 1727, o arraial foi elevado à categoria de
Antônio Maria Coelho. Foi essa tropa levada pelos vapores “Antônio vila por ato do Capitão General de São Paulo, Dom Rodrigo César de
João”, “Alfa”, “Jaurú” e “Corumbá” até o lugar denominado Alegre. Menezes. A presença do governante paulista nas Minas do Cuiabá
Dali em diante seguiria sozinha, através dos Pantanais, em canoas, ensejou uma verdadeira extorsão fiscal sobre os mineiros, numa
utilizando o Paraguai -Mirim, braço do rio Paraguai que sai abaixo obsessão institucional pela arrecadação dos quintos de ouro. Esse
de Corumbá e que era confundido com uma “boca de baía”. fato somado à gradual diminuição da produção das lavras auríferas,
Desconfiado de que os inimigos poderiam pressentir a presença fizeram com que os bandeirantes pioneiros fossem buscar o seu
dos brasileiros na área, Antônio Maria resolveu, com seus Oficiais, ouro cada vez mais longe das autoridades cuiabanas.
desfechar o golpe com o uso exclusivo do 1º Corpo, de apenas 400 Em 1734, estando já quase despovoada a Vila Real do Senhor
homens e lançou a ofensiva de surpresa. E com esse estratagema e Bom Jesus do Cuiabá, os irmãos Fernando e Artur Paes de Barros,
muita luta corpo a corpo, consegui o Comandante a recuperação da atrás dos índios Parecis, descobriram veio aurífero, o qual resolve-
praça, com o auxílio, inclusive, de duas mulheres que o acompa- ram denominar de Minas do Mato Grosso, situadas nas margens do
nhavam desde Cuiabá e que atravessaram trincheiras paraguaias a rio Galera, no vale do Guaporé.
golpes de baionetas. Quando o 2º Corpo dos Voluntário da Pátria Em 1754, vinte anos após descobertas as Minas do Mato Gros-
chegou a Corumbá, já encontrou em mãos dos brasileiros. Isso foi so, pela primeira vez o histórico dessas minas foi relatado num do-
a 13/06/1867. No entanto, com cerca de 800 homens às suas or- cumento oficial, onde foi alocado o termo Mato Grosso, e identifi-
dens o Presidente Couto de Magalhães, que participava do 2º Cor- cado o local onde as mesmas se achavam.
po, teve de mandar evacuar a cidade, pois a varíola nela grassava, Todavia, o histórico da Câmara de Vila Bela não menciona por-
fazendo muitas vítimas. O combate do Alegre foi outro episódio no- que os irmãos Paes de Barros batizaram aquelas minas com o nome
tável da guerra. Quando os retirantes de Corumbá, após a retoma- de Mato Grosso.
da, subiam o rio no rumo de Cuiabá, encontravam-se nesse portox O nome Mato Grosso é originário de uma grande extensão de
“carneando”, ou seja, abastecendo-se de carne para a alimentação sete léguas de mato alto, espesso, quase impenetrável, localizado
da tropa eis que surgem, de surpresa, navios paraguaios tentando nas margens do rio Galera, percorrido pela primeira vez em 1734
uma abordagem sobre os nossos. pelos irmãos Paes de Barros. Acostumados a andar pelos cerrados
A soldadesca brasileira, da barranca, iniciou uma viva fuzilaria e do chapadão dos Parecis, onde apenas havia algumas ilhas de ar-
após vários confrontos, venceram as tropas comandadas pela cora- bustos agrestes, os irmãos aventureiros, impressionados com a al-
gem e sangue frio do Comandante José Antônio da Costa. Com essa tura e porte das árvores, o emaranhado da vegetação secundária
vitória chegaram os da retomada de Corumbá à Capital da Província que dificultava a penetração, com a exuberância da floresta, a de-
(Cuiabá), transmitindo a varíola ao povo cuiabano, perdendo a ci- nominaram de Mato Grosso. Perto desse mato fundaram as Minas
dade quase a metade de sua população. Terminada a guerra, com a de São Francisco Xavier e toda a região adjacente, pontilhada de
derrota e morte de Solano Lopez nas “Cordilheiras” (Cerro Corá), a arraiais de mineradores, ficou conhecida na história como as Minas
1º de março de 1870, a notícia do fim do conflito só chegou a Cuia- do Mato Grosso.
bá no dia 23 de março, pelo vapor “Corumbá”, que chegou ao porto Apesar de não denominar a Capitania expressamente com o
embandeirado e dando salvas de tiros de canhão. Dezenove anos nome de Mato Grosso, somente referindo-se às minas de Cuiabá,
após o término da guerra, foi o Brasil sacudido pela Proclamação da no fim do texto da Carta Régia, é denominado plenamente o novo
República, cuja notícia só chegou a Cuiabá na madrugada de 9 de governo como sendo de ambas as minas, Mato Grosso e Cuiabá.
dezembro de 1889. Isso ressalva, na realidade, a intenção portuguesa de dar à Capita-
As Minas de Mato Grosso, descobertas e batizadas ainda em nia o mesmo nome posto anos antes pelos irmãos Paes de Barros.
1734 pelos irmãos Paes de Barros, impressionados com a exuberân- Entende-se perfeitamente essa intenção.
cia das 7 léguas de mato espesso, dois séculos depois, mantendo Da Carta Patente e das Instruções da Rainha, o governo colonial
ainda a denominação original, se transformaram no continental Es- mais longínquo, mais ao oriente em terras portuguesas na América,
tado de Mato Grosso. O nome colonial setecentista, por bem posto, passou a se chamar de Capitania de Mato Grosso, tanto nos do-
cumentos oficiais como no trato diário por sua própria população.
perdurou até nossos dias.
Logo se assimilou o nome institucional Mato Grosso em desfavor do
Assim, em 1718, um bandeirante chamado Pascoal Moreira
nome Cuiabá. A vigilância e proteção da fronteira oeste era mais
Cabral Leme subiu pelo rio Coxipó e descobriu enormes jazidas de
importante que as combalidas minas cuiabanas. A prioridade era
ouro, dando início à corrida do ouro, fato que ajudou a povoar a
Mato Grosso e não Cuiabá.
região. No ano seguinte foi fundado o Arraial de Cuiabá. Em 1726,

135
HISTÓRIA DE MATO GROSSO
religiosas, caiu na marginalidade e ruralizou-se. É executada por
Com a independência do Brasil em 1822, passou a ser a Provín- dois ou mais cururueiros com viola de cocho, ganzás (kere-kechê),
cia de Mato Grosso, e com a República em 1899, a denominação trovos e carreiras.
passou a Estado de Mato Grosso. • Congo: esta dança é um ato de devoção a São Benedito. No
A partir do início do século XIX, a extração de ouro diminui bas- reinado do Congo os personagens representados são: o Rei, o Se-
tante, dessa maneira, a economia começa um período de decadên- cretário de Guerra e o Príncipe. Já no reino adversário, Bamba, fica
cia e a população daquele estado parar de crescer. Militares e civis o Embaixador do Rei e doze pares de soldados. Os músicos ficam no
dão início a um movimento separatista, em 1892, contra o governo reino de Bamba e utilizam: ganzá, viola caipiria, cavaquinho, choca-
do então presidente Mal. Floriano Peixoto. O movimento separatis- lho e bumbo.
ta é sufocado por intervenção do governo federal. • Chorado: dança surgida na primeira capital de Mato Grosso,
A economia do estado começa a melhorar com a implantação Vila Bela de Santíssima Trindade, no período colonial. A dança leva
de estradas de ferro e telégrafos, época em que começam a che- esse nome, pois representa o choro dos negros escravos para seus
gar seringueiros, pessoas que cultivaram erva-mate e criadores de senhores para que os perdoassem dos castigos imposto aos trans-
gado. gressores. O ritmo da música é afro, com marcações em palmas,
Em 1894, os salesianos chegaram a Mato Grosso, a pedido do mesa, banco ou tambor.
bispo Dom Carlos Luís D’Amour ao fundador Dom Bosco. Os salesia- • Siriri: dança com elementos africanos, portugueses e espa-
nos deixaram histórico rastro cultural em Mato Grosso, notabiliza- nhóis. O nome indígena é referência aos cupins com asa, que vo-
ram-se pelas Missões entre povos indígenas. O conturbado período avam num ritmo parecido com a dança nas luminárias. A música
político de 1889 a 1906 assinalou progressos econômicos. Usinas é uma variação do cururu, só que com ritmo bem mais rápido. Os
açucareiras da beira do Rio Cuiabá desenvolveram-se, tornando-se instrumentos utilizados são: viola de cocho, o ganzá, o adufe e o
potências econômicas no Estado. mocho. Os versos são cantigas populares, do cotidiano da região.
Notabilizaram-se as Usinas da Conceição, Aricá, Itaicy - além de • Dança dos Mascarados: dança executada durante a Cavalhada
outras. em Poconé. E uma apresentação composta apenas por homens -
A produção de borracha tomou notável impulso. Outra fonte de adultos e crianças. Tem esse nome por executarem a dança com
riqueza em crescimento foram os ervais da região fronteiriça com o máscaras de arame e massa. O ritmo é instrumental com o uso de
Paraguai. Em 1905 tiveram início as obras da estrada de ferro, que saxofone, tuba, pistões pratos e tambores. O município de Poconé
cortou o sul do Estado. é o único do Brasil a realizar esse espetáculo.
A Pecuária, criação de gados e porcos ajudou muito a economia • Rasqueado: tem origem no siriri e na polca paraguaia. O nome
de MT, entre o século XVII e XIX. do ritmo é referência ao rasqueado que as unhas fazem no instru-
Em 1977, Mato Grosso é desmembrado em dois estados: Mato mento de corda, uma forma tradicional de tocar instrumentos. Na
Grosso e Mato Grosso do Sul. sua essência utiliza os mesmos instrumentos que o siriri: viola de
cocho, mocho, adufe e ganzá. Mas evoluiu para o uso de violões,
percussão, sanfona e rabeca.
MANIFESTAÇÕES POPULARES E CULTURAIS Linguajar3
É uma terra de vários sotaques. Com influência de Gaúchos, mi-
Manifestações populares e culturais. neiros, paulistas, portugueses, negros, índios e espanhóis, o estado
A população indígena de Mato Grosso se concentra no Parque não tem uma fala própria. Em lugares como Sorriso, Lucas do Rio
Nacional do Xingu, ali vivem tribos indígenas que preservam a tradi- Verde e Sinop o acento do sul fica mais evidente
ção do Kuarup, ritual realizado em homenagem aos mortos. No entanto, em Mato Grosso, temos o falar cuiabano, talvez o
O estado apresenta grande pluralidade cultural, entre os ele- sotaque mais marcado da língua portuguesa. Com expressões pró-
mentos da cultura mato-grossense estão: o Cururu, o Siriri, o Ras- prias como “vôte” e “sem-graceira” esse falar se mistura com uma
queado Cuiabano, o Boi, a Dança de São Gonçalo, a Dança dos Mas- entonação diferente, como a desnasalização no final de algumas
carados e o Congo. palavras. Infelizmente ele é um dos menos retratados na cultura
O Mato Grosso ocupa a 11° posição no ranking nacional de Índi- nacional, nunca apareceu em uma novela ou filme de sucesso na-
ce de Desenvolvimento Humano (IDH), com média de 0,725. cional e não possui uma identificação imediata.
A taxa estadual de mortalidade infantil é de 19,2 a cada mil Devido ao seu enorme isolamento por conta da distância e
crianças nascidas vivas, essa média é a maior do Centro-Oeste. acontecimentos históricos, o linguajar guardou resquícios do por-
A taxa de assassinatos por 100 mil habitantes é de 25,2, sendo tuguês arcaico, misturou-se com o falar dos chiquitanos da bolívia e
uma das maiores médias do país. dos índios das diversas tribos do estado.
A maioria dos habitantes é alfabetizada – 89,8%, e 48,7% pos- Antônio de Arruda descreveu algumas expressões idiomáticas
suem oito anos ou mais de estudo. que são verificadas num glossário do Linguajar Cuiabano:
• É mato - abundante.
Dança e música2 • Embromador - tapeador.
A dança e a música de Cuiabá têm influências de origem africa- • Fuxico - mexerico.
na, portuguesa, espanhola, indígenas e chiquitana. É um conjunto • Fuzuê - confusão, bagunça.
muito rico de combinações que resultou no rasqueado, siriri, cururu • Gandaia - cair na farra, adotar atitude suspeita.
• Ladino - esperto, inteligente.
e outros ritmos. Os instrumentos principais que dão ritmo às músi-
• Molóide - fraco.
cas e danças são: a viola de cocho, ganzá e mocho.
• Muxirum - mutirão.
• Cururu: música e dança típica de Mato Grosso. Do modo como
• Pau-rodado - pessoa de fora que passa a residir na cidade.
é apresentado hoje é uma das mais importantes expressões cultu-
• Perrengue - molóide, fraco.
rais do estado. Teve origem à época dos jesuítas, quando era execu-
tado dentro das igrejas. Mais tarde, após a vinda de outras ordens 3 Fonte: ARRUDA, Antônio. O Linguajar Cuiabano E Outros Escritos.
Cuiabá, 1998.
2 Fonte: LOUREIRO, Antônio. Cultura mato-grossense. Cuiabá, 2006

136
HISTÓRIA DE MATO GROSSO
Patrimônio histórico6
• Pinchar - jogar fora. O Patrimônio Histórico de Mato Grosso vem sendo revitalizado
• Quebra torto - desjejum reforçado. através de várias ações em âmbito estadual. Imóveis que contam a
• Ressabiado - desconfiado. história coletiva dos povos mato-grossenses, como igrejas e mu-
• Sapear - assistir do lado de fora. seus, são alvos de projetos de recuperação em várias cidades como
• Taludo - crescido desenvolvido fisicamente. Vila Bela de Santíssima Trindade, Diamantino, Rosário Oeste, Cáce-
• Trens - objetos, coisas. res e Poxoréu.
• Vote! - Deus me livre
Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho
Imaginário popular (mitos e lendas)4 A igreja dedicada à Nossa Senhora foi uma das primeiras a se-
• Currupira: este personagem faz parte do folclore nacional, rem levantadas em Cuiabá, ainda no século XVIII. A construção atu-
mas tem bastante espaço no meio rural de Mato Grosso. Um garoto al, entretanto, data de 1918, iniciada durante a presidência de Dom
com os pés virados, que vaga pela mata aprontando estripulias. Em Francisco de Aquino Correia, que também era arcebispo de Cuiabá
Mato grosso diz-se que ele protege os animais selvagens da caça e na época. Tombada estadualmente em 1977, a Igreja foi reinaugu-
chama garotos que caçam passarinhos para dentro da mata – esta rada em 2004 após passar por um amplo processo de recuperação
parte é usada pelos adultos para manter as crianças longe da mata feito em parceria pelos governos estadual e federal.
fechada.
• O Minhocão: este ser mítico é o Monstro do Lago Ness de Palácio da Instrução
Cuiabá. Relatos dos mais antigos atestam que um ser em forma de Belíssima construção em pedra canga, localizada na região cen-
uma cobra gigante, com cerca de 20 metros de cumprimento e dois tral de Cuiabá, ao lado da Catedral Metropolitana. Inaugurado em
de diâmetro, morava nas profundezas do rio e atacava pescadores 1914, é hoje a sede da Secretaria Estadual de Cultura, do Museu de
e banhistas. A lenda percorre toda extensão do rio e foi passada de História Natural e Antropologia e da Biblioteca Pública.
boca a boca pelos mais velhos. O Palácio da Instrução foi reinaugurado no dia 06 de dezembro
• Boitatá: o nome quer dizer “cobra de fogo” (boia = cobra / de 2004. O projeto foi considerado a maior obra de recuperação
atatá = fogo). É uma cobra transparente que pega fogo como se feita até hoje no Estado.
queimasse por dentro. É um fogo azulado. Sua aparição é maior em
locais como o Pantanal, onde o fenômeno de fogo fátuo é mais Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito
comum. Esse fenômeno se dá por conta da combustão espontânea A igreja é um dos marcos de fundação da cidade de Cuiabá,
de gases emanados de cadáveres e pântanos. tendo sido construída em arquitetura de terra em torno de 1730,
• Cabeça de Pacu: se você estiver de passagem por Mato Gros- próximo às águas do córrego da Prainha, em cujas águas Miguel
so é bom ficar atento ao Pacu. De acordo com a lenda local, quem Sutil descobriu as minas de ouro que impulsionariam a colonização
come cabeça de Pacu nunca mais saí de Mato Grosso. Se o viajante da região.
for solteiro não tardará a casar com uma moça da terra, caso for
casado, vai fincar raízes e permanecer no estado. Igreja Senhor dos Passos
Instalada há 214 anos num cantinho discreto do Centro Histó-
Gastronomia5 rico – no movimentado cruzamento das ruas 7 de setembro e Vo-
Apesar de ser conhecido como o celeiro do mundo, Mato Gros- luntários da Pátria -, a Igreja do Nosso Senhor dos Passos guarda
so tem um enorme potencial também para servir comidas de ex- muitas histórias e lendas, que se confundem, e revelam aspectos do
celente qualidade. A culinária do estado tem influências da África, folclore, das crendices e do espírito religioso da Cuiabá antiga.
Portugal, Síria, Espanha e dos antigos indígenas. Com a migração
dos últimos anos a culinária também agregou alguns pratos típicos Museu Histórico de Mato Grosso
de outras regiões brasileiras. O prédio do antigo Tesouro do Estado foi recuperado e entregue
Pratos considerados bem mato-grossenses são: Maria Isabel em novembro de 2006. Atualmente, abriga o Museu Histórico de
(carne seca com arroz) o Pacu assado com farofa de couve, a carne Mato Grosso. O acervo do Museu contém documentos, maquetes
seca com banana-da-terra verde, farofa de banana-da-terra madura e registros que vão desde os tempos pré-históricos de ocupação do
além do tradicional churrasco pantaneiro que se desenvolveu pelas território, passando pelos períodos colonial e imperial do Estado
longas comitivas de gado no pantanal. até chegar à Política Contemporânea.
O peixe é um alimento farto. Ele é comido frito, assado ou enso-
pado, recheado com farinha de mandioca ou servido com pedaços Antiga Residência Oficial dos Governadores de Mato Grosso
de mandioca. Os peixes dos rios do estado, carnudos e saborosos, A Residência Oficial dos Governadores de Mato Grosso foi cons-
são uma atração turística para quem visita o estado. truída entre os anos de 1939 e 1941, no Governo do Interventor
Outro elemento bastante presente é o guaraná de ralar, usado Júlio Müller. Getúlio Vargas, que ocupava o Palácio do Catete no Rio
principalmente pelos mais velhos que o tomam sempre pela manhã de Janeiro à época, foi o primeiro presidente brasileiro a visitar o
antes de começar o dia. Estado e, também, o primeiro hóspede ilustre da casa.
Podemos destacar a variedade de doces e licores apreciados Durante 45 anos a residência abrigou 14 dirigentes do Estado de
pelos mato-grossenses. Temos como os mais famosos o Furrundu Mato Grosso e seus familiares. Foi palco de grandes decisões políti-
(doce feito de mamão e rapadura de cana), o doce de mangaba, o cas e governamentais, sendo desativada como residência oficial em
doce de goiaba, o doce de caju em calda, o doce de figo, o doce de 1986. A última reforma/restauro, em 2000, devolveu a residência
suas características do projeto original.
abóbora, e outros. Como aperitivo temos o licor de pequi, licor de
caju, licor de mangaba, e outros.

4 Fonte: LOUREIRO, Antônio. Cultura mato-grossense. Cuiabá, 2006

137
5 HISTÓRIA
Fonte: LOUREIRO, Antônio. Cultura mato-grossense. Cuiabá, DE MATO GROSSO
2006 6 Fonte: Secretaria de Cultura de Mato Grosso

138
HISTÓRIA DE MATO GROSSO
Artesanato7
Reflete o modo de vida do artesão. Em cada obra, vemos repre- EXERCÍCIOS
sentado o dia-a-dia e os costumes da sociedade. Verdadeiras obras
de arte enriquecem a cultura mato-grossense e transformam o coti-
diano num encanto de belezas. São objetos de barro, madeira, fibra 1. (SEJUDH - MT - Agente de Segurança Socioeducativo – Femi-
vegetal, linhas de algodão e sementes. nino - IBADE – 2018) A história de Mato Grosso, no período “colo-
Dentro do artesanato mato-grossense a cerâmica é a que mais nial”, possui relevância porque o Brasil defendeu o seu perfil terri-
se destaca pelas suas formas e perfeições. Feita de barro cozido em torial, e consolidou a sua propriedade e posse até os limites do rio
forno próprio, ela é muito utilizada para a fabricação de utensílios Guaporé e Mamoré durante nove governos. Durante esse período
domésticos e objetos de ornamentação. Na divulgação da arte, cul- foram reprimidas as aspirações espanholas de domínio desse terri-
tura e tradição mato-grossense, a tecelagem também detém gran- tório. Depois foi proclamada a independência do Brasil e, durante
de representatividade, principalmente pela beleza das cores refle- os governos imperiais de Dom Pedro I e das Regências (1° Império),
tidas nas redes tingidas e bordadas, uma a uma, pelas mãos das fatos importantes ocorreram em Mato Grosso. Dentre eles desta-
rendeiras. A mistura de cores forma lindas imagens, que vão desde cou-se a “Rusga”, que foi um movimento:
araras e onças até belas flores nativas. (A) em defesa das terras portuguesas.
Indígena: a cultura mato-grossense sofre forte influência dos (B) de combate do Alegre.
indígenas, através de seus costumes e tradições. O artesanato é for- (C) de expulsão dos inimigos.
te e expressivo, representando o modo de vida de cada tribo. Eles (D) em defesa do Forte de Coimbra.
preservam a arte de confeccionar cocar, colares, brincos e pulseiras, (E) nativista de matança de portugueses.
utilizando-se das matérias-primas oriundas da natureza, como se-
mentes, penas e pigmentos. 2. (SEJUDH - MT - Agente de Segurança Socioeducativo - IBADE
– 2018) O nome Mato Grosso é originário de uma grande extensão
Folclore8 de sete léguas de mato alto, espesso, quase impenetrável, localiza-
- Cavalhada: é uma das mais ricas manifestações da cultura po- do nas margens do rio Galera, percorrido pela primeira vez em 1734
pular da cidade de Poconé, que rende homenagem a São Benedito. pelos irmãos:
Uma festa organizada por famílias tradicionais da região, carrega o (A) Paes de Bairros.
Pantanal para uma longínqua Idade Média. Trata-se de uma disputa (B) Gonçalves da Fonseca.
entre mouros e cristãos. Nesta luta são utilizadas dezenas de cava- (C) Freire de Andrade.
los e cavaleiros que têm por objetivo salvar uma princesa presa em (D) Xavier de Barros.
uma torre permanentemente vigiada. Em dia de Cavalhada, a cida- (E) Caetano Borges.
de de Poconé amanhece azul e vermelha, as cores que representam
os cristãos e os mouros, um exemplo puro de cultura e paixão por 3. (SEJUDH - MT - Assistente do Sistema Socioeducativo – As-
suas raízes. sistente Administrativo - IBADE – 2018) “Ser que morro, mas o meu
- Festa de São Benedito: geralmente realizada entre a última se- sangue e de meus companheiros será de protesto solene contra a
mana de junho e a primeira de julho, movimenta milhares de fiéis, invasão do solo da minha Pátria”. Essa famosa frase é um dos mar-
em procissão com bandeiras e mastros tão criativos quanto singe- cos de momentos históricos em terras mato-grossenses. A citada
los. Ao final da procissão é levantado o mastro em homenagem ao frase foi escrita pelo Tenente:
santo. Dias antes do festejo há um ritual no qual os festeiros per- (A) Coronel Isidoro Rasquin.
correm as ruas da cidade levando a bandeira do santo de casa em (B) Hermenegildo de Albuquerque Portocarrero.
casa e recebendo donativos. Durante os dias de festa há fartura de (C) Dias da Silva de Nioaque.
comida e diversas iguarias, com distribuição de alimentos. (D) Marechal Francisco Solano Lopez.
- Dança dos mascarados: típica do município de Poconé, é uma (E) Antônio João Ribeiro.
mistura de contradança europeia, danças indígenas e ritmos ne-
gros. A maior peculiaridade desta dança é o fato de participarem 4. (SEJUDH - MT - Assistente do Sistema Socioeducativo – Téc-
apenas homens, aos pares, metade dos quais vestidos de mulher, nico de Saúde Bucal - IBADE – 2018) Durante a colonização da pro-
com máscaras e roupas coloridas onde predominam o vermelho e o víncia de Mato Grosso, a alternativa econômica nessas terras era
amarelo. A Dança dos Mascarados não encontra semelhanças com advinda da extração de:
nenhuma outra manifestação no Brasil e sua origem ainda é um (A) bauxila.
mistério, porém a origem pode estar ligada aos índios que habita- (B) bronze.
vam a região. (C) ouro.
- Dança do chorado: dança afro, da região de Vila Bela da San- (D) prata.
tíssima Trindade, surgiu no período colonial, quando escravos fugi- (E) esmeralda.
tivos e transgressores eram aprisionados e castigados pelos Senho-
res e seus entes solicitavam o perdão dançando o Chorado. Com o
passar do tempo a dança foi introduzida nos últimos dias da Festa
de São Benedito, pelas mulheres que trabalhavam na cozinha. Com
coreografia bem diferente da demais danças típicas, são equilibra-
das garrafas na cabeça das dançarinas que cantam e dançam um
tema próprio.

7 Fonte: Mato Grosso e seus Municípios

139
8 Disponível em: http://www.mt.gov.br/cultura Acesso HISTÓRIA
em 07.06.2022 DE MATO GROSSO

140
HISTÓRIA DE MATO GROSSO
8. (SEJUDH - MT - Assistente Social - IBADE – 2017) A Rusga
5. (SEDUC-MT - Professor de Educação Básica – História - IBFC destaca-se como um importante episódio da história de Mato Gros-
– 2017) Leia o trecho a seguir: “Embarca bicudo, embarca canalha so, sendo reflexo de acontecimentos e disputas nacionais. A pola-
vil que os brasileiros não querem Bicudos no seu Brasil.” (in. Correa, rização foi uma marca da disputa pelo poder que colocou frente a
Virgilio. História do Mato Grosso.) A anedota exposta anteriormen- frente as denominadas “Sociedade dos Zelosos da Independência”
te foi feita como resultado da Rusga mato grossense, movimento e “Sociedade Filantrópica”. Entre as alternativas a seguir, assinale a
ocorrido em Mato Grosso no ano de 1834. Sobre isso assinale a que mais se relaciona com a composição da denominada Sociedade
alternativa incorreta. Filantrópica.
(A) Foi uma revolta de cunho nativista, que envolveu tanto a (A) Formada principalmente por bolivianos de língua espanho-
elite como a população mais pobre la.
(B) Tinha como uma de suas reivindicações a expulsão dos Por- (B) Liderada por brancos pobres e negros libertos com ideias
tugueses (chamados bicudos) liberais.
(C) Ficou conhecida por alguns estudiosos como a “noite de São (C) Aliados ao Regente Feijó contra o governo do Mato Grosso.
Bartolomeu mato grossense” (D) Agregava liberais e conservadores contra D Pedro I.
(D) Pode se afirmar que a Rusga representou a situação política (E) Com posta por muitos portugueses que defendiam o status
do Império na época, considerando que ela partidariamente se quo.
dividiu em dois os “Sociedade dos zelosos da Independência”
associada aos liberais, em oposição aos “Caramurus”/ conser- 9. (SEDUC-MT - Apoio Administrativo Educacional - IBFC –
vadores 2017) Cândido Mariano da Silva Rondon (1865 – 1958), ou Ma-
(E) Pode se dizer que a Rusga efetivou uma brusca mudança rechal Rondon, foi importante figura mato grossense e brasileira,
social na província de Mato Grosso, exigindo tanto a indepen- atuando constantemente na geografa e política do país e ficou co-
dência da região do Mato Grosso para com o Império, assim nhecido como patrono da comunicação. Sobre ele, assinale a alter-
como o fim da escravidão nativa correta:
(A) O Marechal Rondon, descendente de indígenas (Bororo e
6. (PJC-MT - Delegado de Polícia Substituto - CESPE – 2017) Na Terena), dominava inúmeras línguas e dialetos dos povos da
segunda metade do século XIX, o Brasil participou de importante região, por isso ficou conhecido como patrono da comunicação
conflito na América do Sul, a Guerra da Tríplice Aliança (Brasil, Ar- (B) Por ser de origem Bororo e Terena, etnias indígenas que
gentina e Uruguai), também conhecida como Guerra do Paraguai. habitam o território brasileiro, ele conhecia todos os rios da re-
Invadido pelas tropas paraguaias por vias fluvial e terrestre, Mato gião norte do Brasil, o que lhe permitiu efetivar seus trabalhos
Grosso protagonizou importantes acontecimentos no transcorrer como geólogo
do conflito. Esses fatos incluem a (C) Cândido Rondon, mato-grossense, conquista o posto de
(A) retirada de Laguna, apesar de as tropas brasileiras estarem Marechal do Exército brasileiro devido aos longos anos de vida
suficientemente providas de armas e alimentos. dedicado à integração das regiões mais afastadas do interior
(B) resistência heroica da população de Corumbá, que nunca brasileiro e tinha por lema a frase: “morrer se for preciso, ma-
chegou a ser sitiada nem evacuada. tar nunca” , demonstrando sempre respeito pela imensa diver-
(C) ação do barão de Melgaço nos preparativos para Cuiabá fa- sidade da fauna e fora, bem como as culturas indígenas com as
zer frente a possível ataque inimigo. quais teve contato
(D) resistência dos militares do posto militar de Dourados, que (D) O Marechal Rondon recebeu o título de Marechal devido a
derrotou os invasores sem sofrer baixas. seus corajosos atos durante a Guerra da Cisplatina que permiti-
(E) vitória paraguaia, que resultou na tomada, sem resistência, ram ao Brasil manter as fronteiras territoriais do país
do Forte Coimbra. (E) Por ser de origem Terena, etnias indígenas que habitam o
território brasileiro, ele conhecia todos os rios da região norte
7. (PJC-MT - Delegado de Polícia Substituto - CESPE – 2017) Nas do Brasil, o que lhe permitiu efetivar seus trabalhos como ar-
instruções entregues a dom Rolim de Moura, em 1749, a metrópo- queólogo
le portuguesa revelava claramente que a Capitania Geral de Mato
Grosso, instituída por Carta Régia em 1748, havia sido criada para 10. (PJC-MT - Delegado de Polícia Substituto - CESPE – 2017)
(A) exercer maior controle sobre a mais importante e duradou- Com relação à história econômica, social e política de Mato Grosso
ra área de exploração de ouro e diamantes na colônia. a partir de meados do século passado até as primeiras décadas do
(B) conferir absoluta autonomia a Mato Grosso em relação à século XXI, é correto afirmar que
administração colonial sediada no Rio de Janeiro. (A) os equívocos da política de integração nacional implemen-
(C) impedir a chegada de novos forasteiros a Mato Grosso, so- tada pelo regime militar durante a década de 70 do século XX
bretudo daqueles oriundos dos domínios espanhóis vizinhos. retardaram o avanço do agronegócio na região Centro-Oeste.
(D) assegurar obediência ao governo da União Ibérica nos ser- (B) os imigrantes que passaram a buscar o Mato Grosso vie-
tões brasileiros, zelando pelo cumprimento de suas decisões. ram basicamente do Norte e do Nordeste, enquanto imigrantes
(E) consolidar e institucionalizar a posse portuguesa na estraté- provenientes do Sul e do Sudeste optaram, prioritariamente,
gica região de fronteira com os domínios espanhóis. pelo extremo setentrional do país.
(C) a população mato-grossense conheceu, entre a Era Vargas
e o regime militar, relativa redução, fenômeno explicado pela
ampliação dos problemas fundiários, fator de fuga dos antigos
habitantes locais.
(D) a divisão de Mato Grosso em dois estados, no final dos anos
70 do século passado, foi justificada pelo governo federal como
necessária para o desenvolvimento da região devido à sua
grande extensão e diversidade.

141
HISTÓRIA DE MATO GROSSO
(E) Mato Grosso passou ao largo de graves tensões decorrentes
11 E
de problemas relativos a invasões de terras indígenas, ao con-
trário do ocorrido no Norte do país. 12 A
13 B
11. (Prefeitura de São Roque do Canaã - ES - Auxiliar Adminis-
trativo - IDCAP – 2019) Queimadas atingiram quase toda terra indí-
gena Areões, no município de Nova Nazaré - MT, segundo o Institu- ANOTAÇÕES
to Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) - um
território de 219 mil hectares. (Fonte adaptada: https://g1.globo.
com/>acesso em 28 de agosto de 2019)
Com base na notícia acima e utilizando seus conhecimentos so-
bre o assunto, é correto afirmar que o estado do Mato Grosso está
localizado em qual região brasileira?
(A) Região Noroeste.
(B) Região Norte.
(C) Região Sudeste.
(D) Região Sul.
(E) Região Centro-oeste.

12. (Prefeitura de Cuiabá - MT - Analista de Tecnologia da In-


formação - Analista de Sistemas - IBFC – 2019) Considere a seguir
as afirmativas relacionadas à formação do território do Mato Gros-
so, nos diferentes períodos da história do Brasil e dê valores Verda-
deiro (V) ou Falso (F).
( ) Conquistas dos bandeirantes, na região do Mato Grosso, fo-
ram reconhecidas pelo Tratado de Madrid, em 1750.
( ) A capitania de Mato Grosso foi criada pelo governo colonial
português em 1630, desmembrando-o da província do Amazonas.
( ) A província do Mato Grosso passou a ser chamada de estado
do Mato Grosso após a Proclamação da República, em 1989.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
cima para baixo.
(A) V, F, F
(B) V, V, F
(C) F, V, V
(D) V, F, V

13. (SEJUDH - MT - Assistente do Sistema Socioeducativo – As-


sistente Administrativo - IBADE – 2018) Durante a colonização da
província de Mato Grosso, a alternativa econômica nessas terras
era advinda da extração de:
(A) prata.
(B) ouro.
(C) esmeralda.
(D) bauxita.
(E) bronze.

GABARITO

1 E
2 A
3 E
4 C
5 E
6 C
7 C
8 E
9 C

142
10 D HISTÓRIA DE MATO GROSSO

143
HISTÓRIA DE MATO GROSSO

144
GEOGRAFIA DE MATO GROSSO

O ESPAÇO NATURAL DE MATO GROSSO (NOÇÕES DE RELEVO, CLIMA, VEGETAÇÃO E HIDROGRAFIA DO ESTADO). A
POPULAÇÃO DE MATO GROSSO: CRESCIMENTO, DISTRIBUIÇÃO, ESTRUTURA E MOVIMENTOS

Fonte: https://th.bing.com/th/id/OIP.gBn8cId4tJIaNQ8k3l3BuAHaHg?pid=ImgDet&rs=1

Mato Grosso tem 903.357,908 km2 de extensão. É o terceiro maior estado do país, ficando atrás somente do Amazonas e do Pará. A
área urbana de Mato Grosso é de 519,7 km2, o que coloca o estado em 11º lugar nos ranking de estados com maior mancha urbana.
Localizado no Centro-Oeste brasileiro, fica no centro geodésico da América Latina. Cuiabá, a capital, está localizada exatamente no
meio do caminho entre o Atlântico e o Pacifico, ou seja, em linha reta é o ponto mais central do continente. O local exato foi calculado por
Marechal Rondon durante suas expedições pelo estado e é marcado com um monumento, o obelisco da Câmara dos Vereadores.
Mato Grosso é um estado com altitudes modestas, o relevo apresenta grandes superfícies aplainadas, talhadas em rochas sedimenta-
res e abrange três regiões distintas: na porção centro-norte do estado, a dos chapadões sedimentares e planaltos cristalinos (com altitudes
entre 400 e 800m), que integram o planalto central brasileiro. A do planalto arenito-basáltico, localizada no sul, simples parcela do planalto
meridional. A parte do Pantanal Mato-Grossense, baixada da porção centro-ocidental.
Devido à grande extensão Leste-Oeste, o território brasileiro abrange quatro fusos horários situados a Oeste de Greenwich. O Estado
de Mato Grosso abrange o fuso horário quatro negativo (-4). Apresenta, portanto, 4 horas a menos, tendo como referência Londres, o
horário GMT (Greenwich Meridian Time).

145
GEOGRAFIA DE MATO GROSSO
Amazônia
Bacias hidrográficas1 Existem dois tipos de florestas em Mato Grosso: a Floresta Ama-
Possui maior volume de água doce no mundo. Considerado a zônica e a Floresta Estacional. Elas ocupam cerca de 50% do terri-
caixa-d’água do Brasil por conta dos seus inúmeros rios, aquíferos tório mato-grossense. Concentrada no norte do estado, a Amazônia
e nascentes. O planalto dos Parecis, que ocupa toda porção cen- é o que existe de mais complexo em termos de biodiversidade no
tro-norte do território, é o principal divisor de águas do estado. Ele mundo.
reparte as águas das três bacias hidrográficas mais importantes do Devido à dificuldade de entrada de luz, pela abundância e gros-
Brasil: Bacia Amazônica, Bacia Platina e Bacia do Tocantins. sura das copas, a vegetação rasteira é muito escassa na Amazônia.
Os rios de Mato Grosso estão divididos nessas três grandes Os animais também. A maior parte da fauna amazônica é composta
bacias hidrográficas que integram o sistema nacional, no entanto, de bichos que habitam as copas das árvores. Não existem animais
devido à enorme riqueza hídrica do estado, muito rios possuem ca- de grande porte no bioma, como no Cerrado. Entre as aves da copa
racterísticas específicas e ligações tão estreitas com os locais que estão os papagaios, tucanos e pica-paus. Entre os mamíferos estão
atravessam que representam, por si só, uma unidade geográfica, os morcegos, roedores, macacos e marsupiais.
recebendo o nome de sub-bacias. É uma das três grandes florestas tropicais do mundo. O clima na
As principais sub-bacias do estado são: Sub-bacia do Guaporé, floresta Amazônica é equatorial, quente e úmido, devido à pro-
Sub-bacia do Aripuanã, Sub-bacia do Juruena-Arinos, Sub-bacia do ximidade à Linha do Equador (contínua à Mata Atlântica), com a
Teles Pires e Sub-Bacia do Xingu. temperatura variando pouco durante o ano. As chuvas são abun-
Os rios pertencentes a Bacia Amazônica drena 2/3 do território dantes, com as médias de precipitação anuais variando de 1.500
mato-grossense. mm a 1.700 mm. O período chuvoso dura seis meses.
Biomas: privilegiado em termos de biodiversidade. É o único do
O nome Amazônia deriva de “amazonas”, mulheres guerreiras
Brasil a ter, sozinho, três dos principais biomas do país: Amazônia,
da Mitologia grega.
Cerrado e Pantanal.
A pecuária, atividade econômica que, em Mato Grosso, desen- Relevo
volvesse paralelamente à mineração, também mostra uma expan- Aqui temos alguns destaques:
são muito relacionada com a hidrografia.
Planalto dos Parecis
Cerrado Ocupa uma grande área do estado de Mato Grosso.
Uma vegetação riquíssima com uma biodiversidade gigante, o - Formado por terrenos sedimentares do Mesozóico.
Cerrado é o principal bioma do Centro-Oeste brasileiro. Em Mato - Divisor de águas das bacias do Amazonas e do Paraguai.
Grosso, o cerrado cobre 38,29% de todo o território. Localizado - Altitudes em torno de 800 metros.
principalmente nas depressões de Alto Paraguai - Guaporé, o sul
e o sudeste do planalto dos Parecis e ao sul do paralelo 13º, até os Planaltos e serras residuais do alto Paraguai
limites de Mato Grosso do Sul. - Ao sul do Pantanal Matogrossense.
A riqueza florística do cerrado só é menor do que a das florestas - Norte do Pantanal.
tropicais úmidas. A vegetação é composta por gramíneas, arbustos - Correspondem a formas de dobramentos em rochas sedimen-
e árvores esparsas. As árvores têm caules retorcidos e raízes longas, tares (era pré-cambriana).
que permitem a absorção da água mesmo durante a estação seca - Sofreram erosão intensa.
do inverno. - Altitudes entre 600 e 800m.
No ambiente do Cerrado são conhecidos, até o momento, mais - Serra das Araras.
de 1.500 espécies de animais, entre vertebrados (mamíferos, aves, - Serra Azul (Norte do Pantanal).
peixes, repteis e anfíbios) e invertebrados (insetos, moluscos, etc). - MS
Cerca de 161 das 524 espécies de mamíferos do mundo estão no - Serra da Bodoquena.
Cerrado. Apresenta 837 espécies de aves, 150 espécies de anfíbios - Maciço de Urucum (Sul do Pantanal MS)
e 120 espécies de répteis.
Depressões
Pantanal Depressão do Araguaia- Tocantins
É a maior área alegável do planeta, com uma fauna exuberante - Vales dos rios Araguaia e Tocantins.
e cenários que encantam qualquer visitante. Apesar de ocupar ape- - Relevo quase plano.
nas 7,2% do estado, o Pantanal é o bioma mais exaltado quando se - 200 a 400m
fala em Mato Grosso. Considerado pela UNESCO Patrimônio Natu-
- Rochas cristalinas e sedimentares.
ral Mundial e Reserva da Biosfera.
A fauna pantaneira é muito rica, provavelmente a mais rica do Depressão Cuiabana
planeta. Há 650 espécies de aves. Talvez a mais espetacular seja - Altitude varia de 150 a 400m.
a arara-azul-grande, uma espécie ameaçada de extinção. Há ainda - Formas arredondadas.
tuiuiús (símbolo do Pantanal), tucanos, periquitos, garças-brancas,
beija-flores, jaçanãs, emas, seriemas, papagaios, colhereiros, gavi- Depressão do Alto-Paraguai - Guaporé
ões, carcarás e curicacas. - Altitudes baixas, variando entre 150 e 200m.
A vegetação pantaneira é um mosaico de cinco regiões distin-
tas: Floresta Amazônica, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Chaco
(paraguaio, argentino e boliviano). Durante a seca, os campos se
tornam amarelados e constantemente a temperatura desce a níveis
abaixo de 0 °C, com registro de geadas, influenciada pelos ventos
que chegam do sul do continente.

146
1 Fonte: Embrapa e IBGE GEOGRAFIA DE MATO GROSSO

147
GEOGRAFIA DE MATO GROSSO
Clima
Predominam dois tipos de clima: equatorial e tropical continen- O ESPAÇO ECONÔMICO: DESENVOLVIMENTO
tal (duas estações bem definidas, uma chuvosa e outra seca). O cli- ECONÔMICO, ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS,
ma equatorial no norte do Estado caracteriza-se pela ocorrência de EXTRATIVISTAS E INDUSTRIAIS
chuvas intensas, com temperaturas elevadas durante os doze me-
ses do ano. Sofre influência da massa equatorial continental, com Dados socioeconômicos
altas temperaturas, baixas pressões atmosféricas, forte evaporação Produto Interno Bruto (PIB): R$ 101,235 bilhões (ano de 2014)
e, consequentemente, intensas precipitações. Renda Per Capita: R$ 30.137 (ano de 2014)
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,725 alto - (ano de
2010)
Principais Atividades Econômicas: agricultura, serviços, pecuá-
ria e mineração.
Mortalidade Infantil (antes de completar 1 ano): 17,7 por mil
(em 2015)
Analfabetismo: 8,5% (2010)
Expectativa de vida (anos): 74,0 (em 2015)

Programas governamentais e fronteira agrícola mato-grossen-


se
O processo de produção do espaço da região foi descontínuo,
nucleado e desarticulado. A história nos dá as razões que desenca-
dearam a ocupação desse território. Nessa perspectiva, observa-se
que, em Mato Grosso, se identificam, as seguintes fases de ocupa-
ção:
- Mineração e fortificações – século XVIII;
- Pecuária extensiva – século XIX, até o final da Guerra do Para-
guai, em 1870;
- Internacionalização da navegação do rio Paraguai e diversifica-
ção da produção econômica – após 1870;
- Processo inicial de integração econômica regional e moderni-
zação de algumas áreas produtivas – décadas de 1940, 1950 e 1960.
Sua capital, Cuiabá, é uma das cidades mais quentes do Brasil,
com temperatura média que gira em torno de 24°C e não raro bate A década de 1970 marcou uma fase significativa no processo de
os 40º., mas há 60 quilômetros, em Chapada dos Guimarães, o cli- desenvolvimento do país. As indústrias, que elevaram o país ao
ma já muda completamente. É mais ameno, com ventos diurnos e grupo dos países em desenvolvimento, já estavam concentradas no
noites frias; registrando temperaturas negativas, fato nunca ocorri- Sudeste brasileiro. O governo federal considerou que era necessá-
do em Cuiabá. rio levar os seus planos de desenvolvimento para as demais regiões
O estado de Mato Grosso apresenta sensível variedade de cli- brasileiras. Como principal agente na reestruturação do espaço no
mas. Prevalece o tropical super-úmido de monção, com elevada Centro-Oeste, o poder público foi o incentivador e avalista da ex-
temperatura média anual, superior a 24º C e alta pluviosidade pansão espacial do processo capitalista na região. Para isso:
(2.000mm anuais); e o tropical, com chuvas de verão e inverno - Destinou recursos do setor público para viabilizar a implanta-
seco, caracterizado por médias de 23°C no planalto. A pluviosidade ção de infraestrutura de transporte, energia e armazenagem;
é alta também nesse clima: excede a média anual de 1.500mm. - Expandiu o processo de ocupação, anexando novas áreas ao
processo produtivo através de incentivos fiscais e financeiros – o
A população do Mato Grosso é de 3.526.220 habitantes, segun- que atraiu grandes empresas;
do a estimativa populacional de 2020, com dados coletados pelo - Disponibilizou política creditícia àqueles considerados aptos a
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mato Grosso é o dé- inserir a região no cenário econômico nacional.
cimo-nono Estado mais populoso do Brasil. Possui uma densidade
demográfica de 3,36 habitantes por quilômetro quadrado. Ao final da década de 1960, a região Centro-Oeste e, por exten-
Pelas características encontradas no estado, o predomínio é de são, Mato Grosso, apresentavam dois tipos de estrutura espacial já
pessoas adultas e com um índice de declínio para jovens e aumento consolidada. O primeiro tipo refere-se às áreas de povoamento
de idosos. Pela média do estado há um predomínio de homens de- estabilizado e espaços estruturados pela pecuária modernizada.
vido a emigração dos outros estados para o Mato Grosso, contudo, Distinguindo-se dois tipos de produtores:
na grande Cuiabá há predomínio de mulheres, semelhante à média - Os produtores capitalizados, provenientes do Sul, que repro-
brasileira. Mato Grosso ocupa o nono lugar entre os maiores índices duziam o capital trazido, transformando-se em empresários rurais
de desenvolvimento humano das unidades federativas do Brasil. através do crédito e infraestrutura de armazenagem disponíveis;
- Os produtores descapitalizados e pequenos produtores, que,
não conseguindo usufruir da política creditícia, acabam vendendo
suas terras ou posses, cedendo lugar à concentração capitalista (de
terras ou da produção).

148
GEOGRAFIA DE MATO GROSSO

O ESTADO DE MATO GROSSO NO


CONTEXTO BRASILEIRO

O Estado do Mato Grosso no contexto nacional


Se durante a colonização Mato Grosso foi reconhecido pelo
ouro, hoje é um mercado potencial para a fabricação de joias e semi
joias a partir de pedras preciosas. Além de ser o maior produtor de
diamante do Brasil – com 88% do total da produção brasileira, se-
gundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) –, o
estado também se destaca pelas pedras coradas, como a ametista,
o quartzo rosa, a ágata e a turmalina.
A atividade mineral no Estado é histórica. Não há como falar
da povoação de Mato Grosso sem falar da extração do ouro e dia-
mante. Era 1719, quando o ouro foi descoberto por bandeirantes
às margens do Rio Coxipó. Já o diamante começou a ser explorado
no fim do século XVIII nas regiões de Coité, Poxoréu e Diamantino.
Atualmente, conforme dados da Companhia Mato-grossense de
Mineração (Metamat), as pedras coradas se concentram nas regi-
ões noroeste, centro sul e leste de Mato Grosso. A granada, o zircão
e o diopsídio em geral são encontrados associados ao diamante,
nas regiões de Paranatinga e de Juína.
Nas proximidades de Rondolândia existe um depósito de quart- Esses fatos, somados à visão estratégica de ocupar a Amazônia,
zo rosa e as turmalinas são encontradas próximas a Cotriguaçu, en- levaram o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici (1971-
quanto as ametistas estão concentradas próximas aos municípios 1975) a criar programas especiais de desenvolvimento, destinados
de Aripuanã (noroeste) e Pontes e Lacerda (oeste). a criar infraestrutura nas regiões Sul e Norte de Mato Grosso. A
O estado de Mato Grosso é conhecido como o celeiro do país, ideia era preparar Mato Grosso para ser o “Portal da Amazônia”, e,
campeão na produção de soja, milho, algodão e de rebanho bovino, a partir dele, ocupar o norte amazônico.
e quer alcançar novos títulos do lado de fora da porteira das fazen- Para apoiar a ocupação, o governo federal, através do Progra-
das. Cinco setores com grande potencial de crescimento na região ma de Integração Nacional – PIN, pavimentou as rodovias BR-163 e
e que têm atenção especial do estado são agroindústria, turismo, 364, ligando Cuiabá a Goiânia e a Campo Grande, com extensão à
piscicultura, economia criativa e polo joalheiro. malha rodoviária nacional.
Duas variáveis são de extrema importância para entender o es- Criou-se a Universidade Federal de Mato Grosso e estendeu li-
tado de mato grosso: nhões de energia elétrica a partir de Cachoeira Dourada, em Goiás.
- Construção de Brasília, nos anos 1960, e os reflexos da filosofia Como último gesto para fortalecer o “Portal da Amazônia”, o gover-
do presidente Juscelino Kubitscheck de interiorizar o Brasil, expan- no federal dividiu Mato Grosso em 1977, separando Mato Grosso
dindo o desenvolvimento e a nacionalidade, confinados, historica- do Sul, desmembrado em 1° de janeiro de 1979, já que a região Sul
mente, no litoral. tinha melhor infraestrutura e melhor posição geográfica em relação
- A década de 1970, a filosofia estratégica dos governos mili- ao Sul e Sudeste.
tares de integrar o Centro-Oeste à Amazônia, complementando a
expansão de Brasília. Agronegócio
Em pouco mais de uma década, o PIB estadual passou de R$
Como pano de fundo desses novos avanços haviam alguns as- 12,3 bilhões (1999) para R$ 80,8 bilhões (2012), representando um
pectos especiais: crescimento de 554%. Neste mesmo período, o PIB brasileiro au-
- Os problemas sociais, no Rio Grande do Sul, que atingiam des- mentou 312%, segundo dados do IBGE. Grande parte deste desem-
cendentes dos imigrantes europeus, que vieram para o Brasil no penho positivo veio do campo. Atualmente, o estado Mato Grosso
final do século XIX e começo do século XX. lidera a produção de soja no país, com estimativa de 28,14 milhões
- O minifúndio, de 25 hectares, recebido na chegada, foi dividi- de toneladas para a safra 2014/2015. Também está à frente na pro-
do, sucessivamente, entre os descendentes e, já na década de 30 dução de algodão em pluma – 856.184 toneladas para 2014/2015
do século XX, os filhos migravam para Santa Catarina, Paraná e para – e rebanho bovino, com 28,41 milhões de cabeças. De acordo com
o Sul de MT. o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o
- A segunda geração remanescente no Rio Grande tornara-se agronegócio representa 50,5% do PIB do estado.
um problema social, acampada na entrada de Porto Alegre, expulsa Com o agronegócio consolidado, Mato Grosso é terreno fértil
de terras indígenas, que invadiram alguns anos antes. para as indústrias que atuam antes e depois da porteira. Até 2013,
- Esses descendentes, ao lado dos cafeicultores atingidos pelas segundo a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso
geadas de 1974/75 no Paraná, aumentavam a crise social no Sul do (Fiemt), o estado tinha 11.398 unidades industriais em operação,
Brasil, cuja economia era a referência nacional. com 166 mil empregos gerados.
Ainda assim, é preciso agregar mais valor ao produto que sai de
Mato Grosso. Da porteira para dentro há potencial para as empre-
sas que abastecem os produtores com adubo, defensivo e maqui-
nário, entre outros produtos. Da porteira para fora, as empresas de
beneficiamento, como a têxtil e de etanol.

149
GEOGRAFIA DE MATO GROSSO
Ao todo serão construídas 31 pontes de concreto. Chapada dos
Pesquisa e tecnologia Guimarães é outro ponto prioritário para a Sedec quando o assunto
O que poucos sabem é que Mato Grosso, além de grãos, é o é infraestrutura. No município, que atrai visitantes adeptos do tu-
maior produtor de pescado de água doce do país, responsável por rismo de contemplação e de esporte de aventura, será executada a
20% da produção do Brasil, com 75,629 mil toneladas (IBGE 2013). E conclusão do Complexo Turístico da Salgadeira e a pavimentação da
esse mercado tem muito a crescer. O potencial está na abundância MT-060 e MT-020. O Governo do Estado também retomou o diálogo
de rios e lagos em território mato-grossense. com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
Atualmente, 72% do pescado produzido no estado são destina- (ICMBio) para o andamento das obras do Portão do Inferno e da
dos ao consumo interno, de acordo com dados de 2014 do Imea. O entrada da Cachoeira Véu de Noiva, os dois principais pontos de
segundo maior consumidor do peixe produzido no estado é o Pará contemplação do Parque Nacional de Chapada.
(9,71%), seguido do Tocantins (2,35%).
A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão
Rural (Empaer) é uma das que investe no setor, tanto em pesquisa
quanto na produção. A instituição mantém no município de Nossa EXERCÍCIOS
Senhora do Livramento uma estação de piscicultura onde são pro-
duzidos e comercializados alevinos de espécies como pacu, tamba-
cu e tambatinga. 1. (CAU-MT - Assistente Administrativo - IADES – 2019) O Mato
A Empaer conta com 39 tanques de reprodução com capacidade Grosso é um estado peculiar nos respectivos aspectos físicos e ga-
para produzir um milhão de alevinos – sendo 12 tanques de pes- nha grande destaque no cenário nacional. Com relação a tais aspec-
quisa e 27 para recria. A instituição também oferece cursos para tos e a assuntos correlatos, assinale a alternativa correta.
produtores rurais e técnicos agrícolas sobre noções básicas de pis- (A) O relevo matogrossense é bastante homogêneo, apresen-
cicultura. tando áreas de planalto e de planície, com destaque para a
A borracha natural é outro foco da política de incentivos desen- Chapada dos Parecis.
volvida pelo Governo de Mato Grosso, que quer agregar valor à bor- (B) O clima predominante é o tropical seco, com temperatu-
racha produzida no estado, com beneficiamento e industrialização. ras acima de 26 °C, e o índice pluviométrico nunca ultrapassa
O estado é o segundo maior produtor de borracha natural do país, 1.000 mm/ano.
com 40 mil hectares de área plantada e 25 mil famílias envolvidas (C) A vegetação, mesmo sendo diversificada, é considerada
na atividade, conforme dados da Empaer. pobre e homogênea. O Pantanal é o grande destaque, porém
Pioneira no estado em produção e pesquisa da seringueira, a ocupa uma área ínfima, não sendo representativa na região.
empresa possui um campo experimental no município de Rosário (D) O cerrado é a vegetação predominante, possui um elevado
Oeste (128 km ao Norte de Cuiabá) com jardim clonal e viveiro para grau de preservação e não é afetado pelos avanços do setor
atender a agricultura familiar. Os produtores contam com o apoio agropecuário.
do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (E) É um estado interiorano, ou seja, não possui saída para o
(Pronaf Eco), que disponibiliza uma linha de crédito com prazo de mar e limita-se ao norte com o Pará, a nordeste com o Tocan-
20 anos para pagamento e oito de carência. tins, a leste com Goiás, ao sul com o Mato Grosso do Sul, a
Paralelamente, a Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secitec) in- noroeste com o Amazonas e a oeste com Rondônia e Bolívia.
veste em inovação e qualificação de mão de obra com a criação do
primeiro parque tecnológico de Mato Grosso, além de negociação 2. (SEJUDH - MT - Agente de Segurança Socioeducativo – Femi-
com centros europeus para cooperações na área de tecnologia. nino - IBADE – 2018) O Mato Grosso é um dos lugares com maior
Energia também não falta para mover esta máquina. Superavitá- volume de água doce no mundo por conta dos seus inúmeros rios,
rio no setor energético, Mato Grosso alcançou em 2014 a produção aquíferos e nascentes. O planalto dos Parecis é o principal divisor
de 14 milhões/MWh. Desse montante, consumiu 9 milhões/MWh e de águas do Estado e ocupa toda porção centro-norte do território.
exportou 5 milhões/MWh via o Sistema Interligado Nacional (SIN). Ele reparte as águas das três bacias hidrográficas mais importantes
do Brasil, que são:
Paraíso do ecoturismo (A) Bacia Amazônica, Bacia do Xingu e Bacia do Peres.
Cachoeiras, safaris, trilhas ecológicas, observação de pássaros, (B) Bacia do Guaporé, Bacia do Tocantins e Bacia do Xingu.
mergulho em aquários naturais. Seja no Pantanal, no Cerrado ou no (C) Bacia Amazônica. Bacia Platina e Bacia do Tocantins.
Araguaia, Mato Grosso é o destino certo para quem gosta de eco- (D) Bacia Corumbá, Bacia do Xingu e Bacia do Peres.
turismo e para quem planeja investir no segmento que mais cresce (E) Bacia do Juruena-Arinos, Bacia Planiina e Bacia do Tocantins.
no setor de turismo.
Dados da Organização Mundial de Turismo (OMT) apontam que 3. (SEJUDH - MT - Assistente do Sistema Socioeducativo – As-
o ecoturismo cresce em média 20% ao ano, enquanto o turismo sistente Administrativo - IBADE – 2018) O Mato Grosso é um Es-
convencional apresenta uma taxa de aumento anual de 7,5%, con- tado bastante rico em termos de biodiversidade. Ele é o único do
forme divulgado pelo Ministério do Turismo em 2014. A organiza- Brasil a ter, simultaneamente, três dos principais biomas do país,
ção estima ainda que pelo menos 10% dos turistas em todo o mun- quais sejam:
do sejam adeptos do turismo ecológico. (A) Pantanal, Mata Atlântica e Pampa.
Como belezas naturais não faltam em Mato Grosso, os governos (B) Amazônia. Cerrado e Pantanal.
Federal e Estadual têm investido em infraestrutura de acesso a pa- (C) Amazônia , Mata Atlântica e Caatinga .
raísos naturais mato-grossenses, como o Pantanal. Exemplo disso é (D) Amazônia. Caatinga e Cerrado.
o projeto de substituição de pontes de madeira ao longo da rodovia (E) Mata Atlântica. Pampa e Amazônia.
Transpantaneira – que liga a cidade de Poconé até a localidade de
Porto Jofre, cortando a planície alagável.

150
GEOGRAFIA DE MATO GROSSO
4. Sobre a classificação climática de Mato Grosso, marque V ANOTAÇÕES
para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Em Mato Grosso, onde as áreas mais elevadas são formadas
por chapadas, a altitude associada à ventilação constitui o fator ge-
ográfico que mais influencia as variações de temperatura e pluvio-
sidade.
( ) A classificação climática de Strahler divide o clima de Mato
Grosso em três tipos Tropical Chuvoso de Floresta, de Savana, e Tro-
pical de Altitude, enquanto que a classificação de Koppen classifica
somente em Equatorial Quente-úmido e Tropical Seco-úmido.
( ) Mato Grosso, pela sua localização latitudinal, encontra-se na
região tropical, onde a continentalidade, a extensão territorial, as
variações do relevo e a circulação atmosférica influenciam na distri-
buição espacial da temperatura.
( ) A capital do estado, Cuiabá, caracteriza-se por clima tropical,
com menos pluviosidade no inverno que no verão, de quatro a cin-
co meses secos, apresentando uma temperatura média acima dos
26°C e com uma pluviosidade média anual de 1.498 mm.
Assinale a sequência correta.
(A) V, V, V, V
(B) F, V, F, F
(C) V, F, V, V
(D) V, F, F, F
(E) F, V, V, F

5. No estado de Mato Grosso é possível encontrar três tipos de


biomas. Marque a alternativa que indica as paisagens vegetais exis-
tentes no território mato-grossense.
(A) Caatinga, Mata dos Cocais e Mata Atlântica
(B) Mata de Araucárias, Zona Litorânea e Manguezal
(C) Floresta Amazônica, Cerrado e Pantanal
(D) Floresta Amazônica, Pantanal e Caatinga
(E) Nenhuma da alternativas dadas.

GABARITO

1 E
2 C
3 B
4 C
5 C

151
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS

A dignidade da pessoa humana é valor moral personalíssimo


CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRA- inerente à própria condição humana. Fundamento consistente no
SIL (ARTIGOS 1º, 3º, 4° E 5°) respeito pela vida e integridade do ser humano e na garantia de
condições mínimas de existência com liberdade, autonomia e igual-
dade de direitos.
— Princípios fundamentais Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, pois é atra-
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união vés do trabalho que o homem garante sua subsistência e contribui
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti- para com a sociedade. Por sua vez, a livre iniciativa é um princípio
tui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: que defende a total liberdade para o exercício de atividades econô-
I - a soberania; micas, sem qualquer interferência do Estado.
II - a cidadania O pluralismo político que decorre do Estado democrático de
III - a dignidade da pessoa humana; Direito e permite a coexistência de várias ideias políticas, consubs-
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei tanciadas na existência multipartidária e não apenas dualista. O
nº 13.874, de 2019). Brasil é um país de política plural, multipartidária e diversificada e
V - o pluralismo político. não apenas pautada nos ideais dualistas de esquerda e direita ou
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por democratas e republicanos.
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Importante mencionar que união indissolúvel dos Estados, Mu-
Constituição. nicípios e do Distrito Federal é caracterizada pela impossibilidade
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fede- de secessão, característica essencial do Federalismo, decorrente da
rativa do Brasil: impossibilidade de separação de seus entes federativos, ou seja, o
vínculo entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios é indis-
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
solúvel e nenhum deles pode abandonar o restante para se trans-
II - garantir o desenvolvimento nacional;
formar em um novo país.
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi-
Quem detém a titularidade do poder político é o povo. Os go-
gualdades sociais e regionais;
vernantes eleitos apenas exercem o poder que lhes é atribuído pelo
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, povo.
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Além de ser marcado pela união indissolúvel dos Estados e
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela- Municípios e do Distrito Federal, a separação dos poderes estatais
ções internacionais pelos seguintes princípios: – Executivo, Legislativo e Judiciário é também uma característica
I - independência nacional; do Estado Brasileiro. Tais poderes gozam, portanto, de autonomia e
II - prevalência dos direitos humanos; independência no exercício de suas funções, para que possam atuar
III - autodeterminação dos povos; em harmonia.
IV - não-intervenção; Fundamentos, também chamados de princípios fundamentais
V - igualdade entre os Estados; (art. 1º, CF), são diferentes dos objetivos fundamentais da Repú-
VI - defesa da paz; blica Federativa do Brasil (art. 3º, CF). Assim, enquanto os funda-
VII - solução pacífica dos conflitos; mentos ou princípios fundamentais representam a essência, cau- sa
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; primária do texto constitucional e a base primordial de nossa
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani- República Federativa, os objetivos estão relacionados à destinação,
dade; ao que se pretende, às finalidades e metas traçadas no texto cons-
X - concessão de asilo político. titucional que a República Federativa do Estado brasileiro anseia
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a in- alcançar.
tegração econômica, política, social e cultural dos povos da América O Estado brasileiro é democrático porque é regido por normas
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana democráticas, pela soberania da vontade popular, com eleições
de nações. livres, periódicas e pelo povo, e de direito porque pauta-se pelo
respeito das autoridades públicas aos direitos e garantias funda-
Os princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988 mentais, refletindo a afirmação dos direitos humanos. Por sua vez,
estão previstos no art. 1º da Constituição e são: o Estado de Direito caracteriza-se pela legalidade, pelo seu sistema
A soberania, poder político supremo, independente interna- de normas pautado na preservação da segurança jurídica, pela se-
cionalmente e não limitado a nenhum outro na esfera interna. É o paração dos poderes e pelo reconhecimento e garantia dos direitos
poder do país de editar e reger suas próprias normas e seu ordena- fundamentais, bem como pela necessidade do Direito ser respeito-
mento jurídico. so com as liberdades individuais tuteladas pelo Poder Público.
A cidadania é a condição da pessoa pertencente a um Estado,
dotada de direitos e deveres. O status de cidadão é inerente a todo
jurisdicionado que tem direito de votar e ser votado.

152
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
Liberdade de profissão:
— Direitos e deveres individuais e coletivos XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis-
Os direitos e deveres individuais e coletivos são todos aqueles são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
previstos nos incisos do art. 5º da Constituição Federal.
Acesso à informação:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguar-
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re- dado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Liberdade de locomoção, direito de ir e vir:
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
Princípio da igualdade entre homens e mulheres: podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane-
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos cer ou dele sair com seus bens;
termos desta Constituição;
Direito de reunião:
Princípio da legalidade e liberdade de ação:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo-
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde
coisa senão em virtude de lei;
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
Vedação de práticas de tortura física e moral, tratamento de- mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com-
sumano e degradante: petente;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu-
mano ou degradante; Liberdade de associação:
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada
Liberdade de manifestação do pensamento e vedação do ano- a de caráter paramilitar;
nimato, visando coibir abusos e não responsabilização pela veicu- XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coope-
lação de ideias e práticas prejudiciais: rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano- estatal em seu funcionamento;
nimato; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi-
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
Direito de resposta e indenização: -se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma-
além da indenização por dano material, moral ou à imagem; necer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente auto-
Liberdade religiosa e de consciência: rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo extrajudicialmente;
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; Direito de propriedade e sua função social:
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência XXII - é garantido o direito de propriedade;
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença re-
ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para Intervenção do Estado na propriedade:
eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
prestação alternativa, fixada em lei;
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me-
diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
Liberdade de expressão e proibição de censura:
previstos nesta Constituição;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade com-
fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro-
Proteção à imagem, honra e intimidade da pessoa humana: prietário indenização ulterior, se houver dano;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano Pequena propriedade rural:
material ou moral decorrente de sua violação; XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des-
de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
Proteção do domicílio do indivíduo: pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis-
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran-
te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por Direitos autorais:
determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência). XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei-
Proteção do sigilo das comunicações: ros pelo tempo que a lei fixar;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl- a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei es- à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
tabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual desportivas;
penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996).

153
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
b) o sigilo das votações;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
c) a soberania dos veredictos;
obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér- d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
pretes e às respectivas representações sindicais e associativas; a vida;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais pri-
vilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às cria- Princípio da legalidade, da anterioridade e da retroatividade
ções industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas da lei penal:
e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
desenvolvimento tecnológico e econômico do País; sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Direito de herança:
XXX - é garantido o direito de herança; Princípio da não discriminação:
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direi-
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos tos e liberdades fundamentais;
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do
“de cujus”; Crimes inafiançáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de graça
e anistia:
Direito do consumidor: XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con- critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
sumidor; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecen-
Direito de informação, petição e obtenção de certidão junto tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
aos órgãos públicos: dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos infor- podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento).
mações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da o Estado Democrático.
sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011). • Crimes inafiançáveis e imprescritíveis: Racismo e ação de
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do paga- grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Demo-
mento de taxas: crático;
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi- • Crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia: Prá-
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; tica de Tortura, Tráfico de drogas e entorpecentes, terrorismo e cri-
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa mes hediondos.
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Princípio da intranscendência da pena:
Princípio da proteção judiciária ou da inafastabilidade do con- XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden-
trole jurisdicional: do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
ou ameaça a direito; executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Segurança jurídica: Individualização da pena:
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
perfeito e a coisa julgada; outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
Direito adquirido é aquele incorporado ao patrimônio jurídico b) perda de bens;
de seu titular e cujo exercício não pode mais ser retirado ou tolhido. c) multa;
Ato jurídico perfeito é a situação ou direito consumado e defi- d) prestação social alternativa;
nitivamente exercido, sem nulidades perante a lei vigente. e) suspensão ou interdição de direitos;
Coisa julgada é a matéria submetida a julgamento, cuja sen-
tença transitou em julgado e não cabe mais recurso, não podendo, Proibição de penas:
portanto, ser modificada. XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
Tribunal de exceção: art. 84, XIX;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; b) de caráter perpétuo;
O juízo ou tribunal de exceção seria aquele criado exclusiva- c) de trabalhos forçados;
mente para o julgamento de um fato específico já acontecido, onde d) de banimento;
os julgadores são escolhidos arbitrariamente. A Constituição veda e) cruéis.
tal prática, pois todos os casos devem se submeter a julgamento
dos juízos e tribunais já existentes, conforme suas competências Estabelecimentos para cumprimento de pena:
pré-fixadas. XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos,
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
Tribunal do Júri: Respeito à Integridade Física e Moral dos Presos:
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física
que lhe der a lei, assegurados: e moral;
a) a plenitude de defesa;

154
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
Identificação dos responsáveis pela prisão:
Direito de permanência e amamentação dos filhos pela pre- LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por
sidiária mulher: sua prisão ou por seu interrogatório policial;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que pos-
sam permanecer com seus filhos durante o período de amamenta- Relaxamento da prisão ilegal:
ção; LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori-
dade judiciária;
Extradição:
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, Garantia da liberdade provisória:
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e dro- lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
gas afins, na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime Prisão civil:
político ou de opinião; LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do respon-
sável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
Direito ao julgamento pela autoridade competente alimentícia e a do depositário infiel;
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela au-
toridade competente; Habeas corpus:
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer
Devido Processo Legal: ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda-
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
devido processo legal;
Mandado de Segurança:
Contraditório e a ampla defesa: LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger di-
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
com os meios e recursos a ela inerentes; autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atri-
buições do Poder Público;
Provas ilícitas: LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por por:
meios ilícitos; a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal-
Presunção de inocência: mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em jul- defesa dos interesses de seus membros ou associados;
gado de sentença penal condenatória;
Mandado de Injunção:
Identificação criminal: LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identifi- de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
cação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento). liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à naciona-
lidade, à soberania e à cidadania;
Ação Privada Subsidiária da Pública:
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se Habeas data:
esta não for intentada no prazo legal; LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
A publicidade dos atos processuais e o segredo de Justiça: pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processu- de entidades governamentais ou de caráter público;
ais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
Legalidade da prisão:
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or- Ação Popular:
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi- popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
litar, definidos em lei; entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
Comunicabilidade da prisão: salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre sucumbência;
serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família
do preso ou à pessoa por ele indicada;

Informação ao preso:
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí-
lia e de advogado;

155
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
Natureza jurídica
Ação Popular versus Ação Civil Pública À vista dos artigos 3º e 11 da Lei nº 7.347, de 1985, tem-se que
O cotejo analítico dos preceitos constitucionais e das leis de re- a ação civil pública conduz à instauração de processo civil cognitivo
gência da ação popular e da ação civil pública revela a existência de
de natureza condenatória. A condenação pode ser tanto pecuniária
similitude em relação ao escopo de ambos os institutos: defesa do
quanto em obrigação de fazer ou de não fazer, conforme o caso.
patrimônio público em geral, em prol da coletividade. Há, todavia,
A eventual condenação pecuniária deve ser revertida em prol
uma importante diferença em relação ao objeto das referidas ações
do Fundo previsto no artigo 13 da Lei nº 7.347, de 1985, com a pos-
constitucionais: a ação civil pública enseja a proteção da coletivi-
terior aplicação dos recursos financeiros em prol da reconstituição
dade relacionada a direitos do consumidor, o que não é admissível
dos bens lesados.
na ação popular1.
Além da condenação em dinheiro, a ação civil pública enseja a
Outras importantes diferenças residem na legitimidade ativa e
na legitimidade passiva: enquanto a ação popular é exclusiva do imposição de obrigação de fazer e de não fazer, com possibilidade
cidadão, a ação civil pública pode ser movida pelo Ministério Públi- de execução específica e de imposição de multa diária, até mes- mo
co, pela Defensoria Pública, por pessoa jurídica de direito público e de ofício pelo juiz. E mais, tanto a execução específica quanto a
até mesmo por associação civil constituída há pelo menos um ano, multa diária podem ser determinadas liminarmente, mediante
cujas finalidades institucionais sejam transindividuais. decisão interlocutória proferida in limine litis no processo da ação
Quanto ao polo passivo, a ação popular é movida em face de civil pública.
pessoa jurídica lesada, dos respectivos administradores, agentes
públicos e dos terceiros beneficiados pela lesão ao patrimônio pú- Ação civil pública repressiva e preventiva
blico em geral. Em contraposição, a ação civil pública tem como alvo À luz dos artigos 11 e 12 da Lei nº 7.347, de 1985, tem-se que a
qualquer pessoa, natural ou jurídica, de direito público ou privado. ação civil pública pode ser repressiva e preventiva, já que admissí-
Em virtude das diferenças apontadas, a propositura de uma vel diante da ocorrência de lesão e também em caso de ameaça ao
ação não impede a veiculação da outra, porquanto não há identi- patrimônio público em geral, ao meio ambiente, aos consumidores,
dade das ações. Por consequência, não há litispendência; tanto que à ordem econômica, à ordem urbanística, ao patrimônio social, à
o proêmio do artigo 1º da Lei nº 7.347, de 1985, revela que a pro- honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos.
positura da ação civil pública se dá “sem prejuízo da ação popular”. Daí a possibilidade do acionamento da ação civil pública tanto
Na verdade, há apenas prevenção, por força de conexão, para que antes quanto depois da consumação da lesão a interesses difusos
ambas as ações sejam processadas no mesmo juízo. ou coletivos.

Ação Civil Pública Ministério Público


Em primeiro lugar, o Ministério Público tem legitimidade ativa
Legislação de regência para ajuizar a ação civil pública. É o principal legitimado ativo, à vis-
A ação civil pública está consagrada no artigo 129, inciso III, da ta do artigo 129, inciso III, da Constituição brasileira, e dos artigos
Constituição de 1988. Além das linhas mestras estampadas no 5º, inciso I, 6º e 7º, todos da Lei nº 7.347, de 1985.
dispositivo constitucional de regência, a ação civil pública também Não obstante, o Ministério Público não é o único legitimado ati-
segue o disposto na Lei nº 7.347, de 1985, na Lei nº 8.078, de 1990 vo, como bem revela o § 1º do artigo 129 da Constituição de 1988.
– Código de Defesa do Consumidor, na Lei nº 8.437, de 1992, na Lei Sem dúvida, além da legitimidade ativa do Ministério Público, o dis-
nº 8.884, de 1994 (revogada pela Lei nº 12.529, de 2011), na Lei nº positivo constitucional assegura a igual legitimidade ativa em favor
11.448, de 2007, na Lei nº 12.966, de 2014 e na Lei nº 13.004, de dos autorizados por força de lei.
2014. Daí a constitucionalidade da Lei nº 8.884, de 1994 (revogada
Por fim, mas não menos importante, vale registrar a incidência pela Lei nº 12.529, de 2011), e da Lei nº 11.448, de 2007, que con-
subsidiária do disposto no Código de Processo Civil, conforme de- feriram legitimidade ativa em prol da Defensoria Pública, da União,
termina o artigo 19 da Lei nº 7.347, de 1985. dos Estados, dos Municípios, do Distrito Federal, das autarquias,
das empresas públicas, das fundações públicas, das sociedades de
Conceito economia mista e também das associações com finalidades institu-
A ação civil pública é a ação constitucional adequada para a cionais compatíveis com os objetos da ação civil pública.
instauração de processo civil destinado à obtenção de tutela jurisdi- Na eventualidade do ajuizamento da ação civil pública por al-
cional em defesa do patrimônio público, de bens e direitos de valor gum dos outros legitimados ativos acima indicados, o Ministério
artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, do meio ambien- Público deve intimado, para que possa intervir no processo na qua-
te, da ordem econômica, dos consumidores, da ordem urbanística, lidade de fiscal da lei. De fato, se o Ministério Público não for o autor
do patrimônio social, da honra e da dignidade humana de grupos da ação civil pública, há a necessidade da intimação destinada à
raciais, étnicos ou religiosos, e de qualquer outro direito difuso ou atuação ministerial como custos legis.
coletivo, mediante o acionamento por parte do Ministério Público, Por fim, em caso de desistência infundada ou abandono da
da Defensoria Pública, da União, de Estado-membro, do Distrito Fe- ação civil pública movida por associação legitimada, o Ministério
deral, de Município, de autarquia, de fundação pública, de empre- Público deve patrocinar a causa, quando deixa de atuar como fiscal
sa pública, de sociedade de economia mista ou de associação civil da lei e assume a autoria no processo.
regularmente constituída há pelo menos um ano e com finalidade
institucional de “proteção ao patrimônio público e social, ao meio Proteção dos direitos e interesses difusos, coletivos e individu-
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, ais homogêneos
aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimô- À vista do artigo 129, inciso III, da Constituição de 1988, dos
nio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico”, nos termos artigos 1º, inciso IV, e 21, da Lei nº 7.347, de 1985, e dos artigos 81,
do artigo 5º, inciso V, alínea “b”, da Lei nº 7.347, de 1985, com a parágrafo único, incisos I, II e III, e 90, da Lei nº 8.078, de 1990, a
redação conferida pela Lei nº 13.004, de 2014. ação civil pública é admissível para a proteção dos direitos e interes-
1 http://www.dpd.ufv.br/wp-content/uploads/DAS-A%C3%87%C3%95ES-CONS-
TITUCIONAIS-BERNARDO-PIMENTEL-SOUZA-SEGUNDA-EDI%C3%87%- ses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
C3%83O-2018.docx.pdf

156
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
Sem dúvida, o controle da constitucionalidade em processo de
Difusos são os direitos e interesses indivisíveis e de pessoas in- ação civil pública só pode se dar de forma incidental, como causa de
determinadas. À evidência, são os direitos e interesses com maior pedir de algum caso concreto. Com efeito, a declaração da inconsti-
grau de indeterminação das pessoas atingidas pela lesão ao patri- tucionalidade de lei ou ato normativo do poder público só pode ser
mônio público em sentido amplo. veiculada como questão prejudicial em relação ao pedido.
Os direitos e interesses coletivos são igualmente indivisíveis e Ademais, o julgamento proferido no processo da ação civil pú-
de pessoas indeterminadas, mas são passíveis de identificação. blica só alcança as pessoas insertas na área territorial da compe-
Com efeito, os direitos e os interesses coletivos são indivisíveis, mas tência do juízo no qual a sentença foi prolatada, tendo em vista o
de pessoas determináveis.
disposto no artigo 16 da Lei nº 7.347, de 1985, com a redação con-
Já os direitos e interesses individuais homogêneos são divisí-
ferida pela Lei nº 9.494, de 1997.
veis e de pessoas determinadas. É a homogeneidade dos direitos e
interesses comuns de vários indivíduos que explica a admissibilida-
Assistência Judiciária:
de da ação civil pública.
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita
Não obstante, à vista do parágrafo único do artigo 1º da Lei nº
aos que comprovarem insuficiência de recursos;
7.347, acrescentado pela Medida Provisória nº 2.180-35, de 2001,
nem todos os direitos individuais homogêneos são passíveis de
Indenização por erro judiciário:
defesa mediante ação civil pública, porquanto o dispositivo veda o
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as-
emprego da ação civil pública para a defesa de direitos individuais
sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
homogêneos referentes a tributos, contribuições previdenciárias e
fundos institucionais, como o Fundo de Garantia do Tempo de Ser-
viço. Gratuidade de serviços públicos:
Por fim, vale anotar que a restrição imposta por força da Medi- LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na for-
da Provisória nº 2.180-35, de 2001, é de constitucionalidade duvi- ma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
dosa, à luz dos artigos 62 e 129, inciso III, da Constituição brasileira. a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
Atenção! LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data,
e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidada- nia
De acordo com decisão do STF. Plenário. RE 643978/SE, Rel. (Regulamento).
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 9/10/2019 (repercussão
geral – Tema 850) (Info 955): “O Ministério Público tem legiti- Princípio da Celeridade Processual:
midade para a propositura de ação civil pública em defesa de LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse-
direitos sociais relacionados ao Fundo de Garantia do Tempo de gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
Serviço (FGTS)”.2 celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004).
No entanto, em provas e concursos, deve se ter cuidado caso LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos
seja cobrada a mera transcrição literal da redação do art. 1º, pa- dados pessoais, inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda
rágrafo único, da Lei nº 7.347/85: Constitucional nº 115, de 2022)
Art. 1º (...) Parágrafo único. Não será cabível ação civil públi-
ca para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições Aplicabilidade das normas de direitos e garantias fundamen-
previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FGTS tais:
ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamen-
podem ser individualmente determinados. (Incluído pela Medida tais têm aplicação imediata.
provisória nº 2.180-35/2001). Assim, todas as normas relativas aos direitos e garantias funda-
mentais são autoaplicáveis.
Controle difuso de constitucionalidade em processo de ação
civil pública Rol é exemplificativo:
Tal como se ocorre no processo de mandado de segurança, § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
também há lugar para controle judicial de constitucionalidade pelo excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela ado-
juiz competente para processar e julgar ação civil pública, quando o tados, ou dos tratados internacionais em que a República Federati-
julgamento do pedido depender de prévia análise de compatibilida- va do Brasil seja parte.
de de alguma norma jurídica em relação à Constituição. Trata-se de O rol dos direitos elencados no art. 5º da CF/88 não é taxativo,
controle difuso de constitucionalidade, incidenter tantum, de algu- mas sim exemplificativo. Os direitos e garantias ali expressos não
ma causa de pedir veiculada na ação civil pública, para o posterior excluem outros de caráter constitucional, decorrentes de princípios
julgamento do pedido, o que é juridicamente possível. constitucionais, do regime democrático, ou de tratados internacio-
Não obstante, o pedido principal não pode ser a declaração da nais.
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público,
porquanto a ação civil pública não substitui a ação direta de incons- Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos
titucionalidade nem a ação de arguição de descumprimento de pre- § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos hu-
ceito constitucional. manos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos mem-
bros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma
deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009, DLG 261,
2 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&do-
cID=751245465 de 2015, DEC 9.522, de 2018).

157
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
Art. 2oÉ dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de
Com a Emenda Constitucional n° 45 de 2004, as normas de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, indepen-
tratados internacionais sobre direitos humanos passaram a ser re- dentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação na
conhecidas como normas de hierarquia constitucional, porém, so- comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas,
mente se aprovadas pelas duas casas do Congresso por 3/5 de seus empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua
membros em dois turnos de votação. dignidade e seus valores religiosos e culturais.
Art. 3oAlém das normas constitucionais relativas aos princípios
Submissão à Jurisdição do Tribunal Penal Internacional:
fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Inter-
sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial ado-
nacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela ta como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigual-
Emenda Constitucional nº 45, de 2004). dade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortaleci-
O Brasil se submeteu expressamente à jurisdição do Tribunal mento da identidade nacional brasileira.
Penal Internacional, também conhecido por Corte ou Tribunal de Art. 4oA participação da população negra, em condição de
Haia, instituído pelo Estatuto de Roma e ratificado em 20 de junho igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e
de 2002 pelo Brasil. A Emenda Constitucional n° 45/2004, deu a esta cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de:
adesão força constitucional. O objetivo do TPI é identificar e punir I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econô-
autores de crimes contra a humanidade. mico e social;
II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirma-
LEI FEDERAL N° 12.288/2010 (ESTATUTO DA tiva;
IGUALDADE RACIAL) III - modificação das estruturas institucionais do Estado para o
adequado enfrentamento e a superação das desigualdades étnicas
decorrentes do preconceito e da discriminação étnica;
LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010.
IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o com-
bate à discriminação étnica e às desigualdades étnicas em todas as
Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nos 7.716,
suas manifestações individuais, institucionais e estruturais;
de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24
V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e insti-
de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de 2003. tucionais que impedem a representação da diversidade étnica nas
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- esferas pública e privada;
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da
sociedade civil direcionadas à promoção da igualdade de oportuni-
TÍTULO I dades e ao combate às desigualdades étnicas, inclusive mediante a
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES implementação de incentivos e critérios de condicionamento e
prioridade no acesso aos recursos públicos;
Art. 1oEsta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado VII - implementação de programas de ação afirmativa destina-
a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportuni- dos ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à edu-
dades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos cação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia,
e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à
étnica. terra, à Justiça, e outros.
Parágrafo único.Para efeito deste Estatuto, considera-se: Parágrafo único.Os programas de ação afirmativa constituir-se-
I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclu- -ão em políticas públicas destinadas a reparar as distorções e desi-
são, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou gualdades sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, nas
origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir esferas pública e privada, durante o processo de formação social do
o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, País.
de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos políti-
co, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida Art. 5oPara a consecução dos objetivos desta Lei, é instituído o
pública ou privada; Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), con-
II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferen- forme estabelecido no Título III.
ciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas
esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou TÍTULO II
origem nacional ou étnica; DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no
DO DIREITO À SAÚDE
âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres
negras e os demais segmentos sociais;
Art. 6oO direito à saúde da população negra será garantido
IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autode-
pelo poder público mediante políticas universais, sociais e econômi-
claram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela cas destinadas à redução do risco de doenças e de outros agravos.
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou § 1oO acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde
que adotam autodefinição análoga; (SUS) para promoção, proteção e recuperação da saúde da popu-
V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adota- lação negra será de responsabilidade dos órgãos e instituições pú-
dos pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais; blicas federais, estaduais, distritais e municipais, da administração
VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais ado- direta e indireta.
tados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das de- § 2oO poder público garantirá que o segmento da população
sigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportuni- negra vinculado aos seguros privados de saúde seja tratado sem
dades. discriminação.

158
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
§ 1oOs conteúdos referentes à história da população negra no
Art. 7oO conjunto de ações de saúde voltadas à população Brasil serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, res-
negra constitui a Política Nacional de Saúde Integral da População gatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social,
Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo especificadas: econômico, político e cultural do País.
I - ampliação e fortalecimento da participação de lideranças § 2oO órgão competente do Poder Executivo fomentará a for-
dos movimentos sociais em defesa da saúde da população negra mação inicial e continuada de professores e a elaboração de mate-
nas instâncias de participação e controle social do SUS; rial didático específico para o cumprimento do disposto no caput
II - produção de conhecimento científico e tecnológico em saú- deste artigo.
de da população negra; § 3oNas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos res-
III - desenvolvimento de processos de informação, comunica- ponsáveis pela educação incentivarão a participação de intelectuais
ção e educação para contribuir com a redução das vulnerabilidades
e representantes do movimento negro para debater com os estu-
da população negra.
dantes suas vivências relativas ao tema em comemoração.
Art. 8oConstituem objetivos da Política Nacional de Saúde Inte-
Art. 12.Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à
gral da População Negra:
pesquisa e à pós-graduação poderão criar incentivos a pesquisas e a
I - a promoção da saúde integral da população negra, priorizan-
do a redução das desigualdades étnicas e o combate à discrimina- programas de estudo voltados para temas referentes às relações ét-
ção nas instituições e serviços do SUS; nicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população negra.
II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS Art. 13.O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos com-
no que tange à coleta, ao processamento e à análise dos dados de- petentes, incentivará as instituições de ensino superior públicas e
sagregados por cor, etnia e gênero; privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a:
III - o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racis- I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar gru-
mo e saúde da população negra; pos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos programas de pós-
IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos -graduação que desenvolvam temáticas de interesse da população
processos de formação e educação permanente dos trabalhadores negra;
da saúde; II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de formação
V - a inclusão da temática saúde da população negra nos pro- de professores temas que incluam valores concernentes à pluralida-
cessos de formação política das lideranças de movimentos sociais de étnica e cultural da sociedade brasileira;
para o exercício da participação e controle social no SUS. III - desenvolver programas de extensão universitária destina-
Parágrafo único.Os moradores das comunidades de remanes- dos a aproximar jovens negros de tecnologias avançadas, assegu-
centes de quilombos serão beneficiários de incentivos específicos rado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os benefi-
para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condi- ciários;
ções ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e IV - estabelecer programas de cooperação técnica, nos esta-
nutricional e na atenção integral à saúde. belecimentos de ensino públicos, privados e comunitários, com as
escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e
CAPÍTULO II ensino técnico, para a formação docente baseada em princípios de
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO equidade, de tolerância e de respeito às diferenças étnicas.
LAZER Art. 14.O poder público estimulará e apoiará ações socioedu-
SEÇÃO I cacionais realizadas por entidades do movimento negro que desen-
DISPOSIÇÕES GERAIS volvam atividades voltadas para a inclusão social, mediante coope-
ração técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros
Art. 9oA população negra tem direito a participar de atividades
mecanismos.
educacionais, culturais, esportivas e de lazer adequadas a seus inte-
Art. 15.O poder público adotará programas de ação afirmativa.
resses e condições, de modo a contribuir para o patrimônio cultural
de sua comunidade e da sociedade brasileira. Art. 16.O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos res-
Art. 10.Para o cumprimento do disposto no art. 9o, os gover- ponsáveis pelas políticas de promoção da igualdade e de educação,
nos federal, estaduais, distrital e municipais adotarão as seguintes acompanhará e avaliará os programas de que trata esta Seção.
providências:
I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da po- SEÇÃO III
pulação negra ao ensino gratuito e às atividades esportivas e de DA CULTURA
lazer;
II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham espaço para Art. 17.O poder público garantirá o reconhecimento das socie-
promoção social e cultural da população negra; dades negras, clubes e outras formas de manifestação coletiva da
III - desenvolvimento de campanhas educativas, inclusive nas população negra, com trajetória histórica comprovada, como patri-
escolas, para que a solidariedade aos membros da população negra mônio histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 da Cons-
faça parte da cultura de toda a sociedade; tituição Federal.
IV - implementação de políticas públicas para o fortalecimento Art. 18.É assegurado aos remanescentes das comunidades dos
da juventude negra brasileira. quilombos o direito à preservação de seus usos, costumes, tradi-
ções e manifestos religiosos, sob a proteção do Estado.
SEÇÃO II Parágrafo único.A preservação dos documentos e dos sítios
DA EDUCAÇÃO detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos,
tombados nos termos do § 5o do art. 216 da Constituição Federal,
Art. 11.Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensi- receberá especial atenção do poder público.
no médio, públicos e privados, é obrigatório o estudo da história ge-
ral da África e da história da população negra no Brasil, observado o
disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

159
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
Art. 26.O poder público adotará as medidas necessárias para o
Art. 19.O poder público incentivará a celebração das perso- combate à intolerância com as religiões de matrizes africanas e à
nalidades e das datas comemorativas relacionadas à trajetória do discriminação de seus seguidores, especialmente com o objetivo
samba e de outras manifestações culturais de matriz africana, bem de:
como sua comemoração nas instituições de ensino públicas e pri- I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para a
vadas. difusão de proposições, imagens ou abordagens que exponham
Art. 20.O poder público garantirá o registro e a proteção da ca- pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na
poeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza ima- religiosidade de matrizes africanas;
terial e de formação da identidade cultural brasileira, nos termos do II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e
art. 216 da Constituição Federal. outros bens de valor artístico e cultural, os monumentos, manan-
Parágrafo único.O poder público buscará garantir, por meio dos ciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de matrizes
atos normativos necessários, a preservação dos elementos forma-
africanas;
dores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais.
III - assegurar a participação proporcional de representantes
das religiões de matrizes africanas, ao lado da representação das
SEÇÃO IV
demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instân-
DO ESPORTE E LAZER
cias de deliberação vinculadas ao poder público.
Art. 21.O poder público fomentará o pleno acesso da popula-
CAPÍTULO IV
ção negra às práticas desportivas, consolidando o esporte e o lazer
como direitos sociais. DO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA
Art. 22.A capoeira é reconhecida como desporto de criação na- SEÇÃO I
cional, nos termos do art. 217 da Constituição Federal. DO ACESSO À TERRA
§ 1oA atividade de capoeirista será reconhecida em todas as
modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte, Art. 27.O poder público elaborará e implementará políticas pú-
luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território blicas capazes de promover o acesso da população negra à terra e
nacional. às atividades produtivas no campo.
§ 2oÉ facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e Art. 28.Para incentivar o desenvolvimento das atividades pro-
privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e formal- dutivas da população negra no campo, o poder público promoverá
mente reconhecidos. ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento agrí-
cola.
CAPÍTULO III Art. 29.Serão assegurados à população negra a assistência téc-
DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA E nica rural, a simplificação do acesso ao crédito agrícola e o forta-
AO LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS lecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da
produção.
Art. 23.É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sen- Art. 30.O poder público promoverá a educação e a orientação
do assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na profissional agrícola para os trabalhadores negros e as comunida-
forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias. des negras rurais.
Art. 24.O direito à liberdade de consciência e de crença e ao Art. 31.Aos remanescentes das comunidades dos quilombos
livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende: que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade de-
I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à finitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.
religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de Art. 32.O Poder Executivo federal elaborará e desenvolverá po-
lugares reservados para tais fins; líticas públicas especiais voltadas para o desenvolvimento sustentá-
II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com vel dos remanescentes das comunidades dos quilombos, respeitan-
preceitos das respectivas religiões; do as tradições de proteção ambiental das comunidades.
III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de ins- Art. 33.Para fins de política agrícola, os remanescentes das co-
tituições beneficentes ligadas às respectivas convicções religiosas; munidades dos quilombos receberão dos órgãos competentes tra-
IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de ar- tamento especial diferenciado, assistência técnica e linhas especiais
tigos e materiais religiosos adequados aos costumes e às práticas de financiamento público, destinados à realização de suas ativida-
fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas veda- des produtivas e de infraestrutura.
das por legislação específica;
V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas ao Art. 34.Os remanescentes das comunidades dos quilombos se
exercício e à difusão das religiões de matriz africana; beneficiarão de todas as iniciativas previstas nesta e em outras leis
VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais e para a promoção da igualdade étnica.
jurídicas de natureza privada para a manutenção das atividades
religiosas e sociais das respectivas religiões; SEÇÃO II
VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para di- DA MORADIA
vulgação das respectivas religiões;
VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de Art. 35.O poder público garantirá a implementação de políticas
ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa públicas para assegurar o direito à moradia adequada da população
nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais. negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas subutilizadas,
Art. 25.É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de degradadas ou em processo de degradação, a fim de reintegrá-las à
religiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em ou- dinâmica urbana e promover melhorias no ambiente e na qualidade
tras instituições de internação coletiva, inclusive àqueles submeti- de vida.
dos a pena privativa de liberdade.

160
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
Art. 40.O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Traba-
Parágrafo único.O direito à moradia adequada, para os efeitos lhador (Codefat) formulará políticas, programas e projetos voltados
desta Lei, inclui não apenas o provimento habitacional, mas tam- para a inclusão da população negra no mercado de trabalho e orien-
bém a garantia da infraestrutura urbana e dos equipamentos comu- tará a destinação de recursos para seu financiamento.
nitários associados à função habitacional, bem como a assistência Art. 41.As ações de emprego e renda, promovidas por meio de
técnica e jurídica para a construção, a reforma ou a regularização financiamento para constituição e ampliação de pequenas e médias
fundiária da habitação em área urbana. empresas e de programas de geração de renda, contemplarão o es-
Art. 36.Os programas, projetos e outras ações governamentais tímulo à promoção de empresários negros.
realizadas no âmbito do Sistema Nacional de Habitação de Interes- Parágrafo único.O poder público estimulará as atividades vol-
se Social (SNHIS), regulado pela Lei no 11.124, de 16 de junho de tadas ao turismo étnico com enfoque nos locais, monumentos e ci-
2005, devem considerar as peculiaridades sociais, econômicas e dades que retratem a cultura, os usos e os costumes da população
culturais da população negra. negra.
Parágrafo único.Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios Art. 42.O Poder Executivo federal poderá implementar critérios
estimularão e facilitarão a participação de organizações e movimen- para provimento de cargos em comissão e funções de confiança
tos representativos da população negra na composição dos conse- destinados a ampliar a participação de negros, buscando reprodu-
lhos constituídos para fins de aplicação do Fundo Nacional de Habi- zir a estrutura da distribuição étnica nacional ou, quando for o caso,
tação de Interesse Social (FNHIS). estadual, observados os dados demográficos oficiais.
Art. 37.Os agentes financeiros, públicos ou privados, promove-
rão ações para viabilizar o acesso da população negra aos financia- CAPÍTULO VI
mentos habitacionais. DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

CAPÍTULO V Art. 43.A produção veiculada pelos órgãos de comunicação va-


DO TRABALHO lorizará a herança cultural e a participação da população negra na
história do País.
Art. 38.A implementação de políticas voltadas para a inclusão Art. 44.Na produção de filmes e programas destinados à vei-
da população negra no mercado de trabalho será de responsabili- culação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas,
dade do poder público, observando-se: deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de empre-
I - o instituído neste Estatuto; go para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e
II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Con- qualquer discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou
venção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Dis- artística.
criminação Racial, de 1965; Parágrafo único.A exigência disposta no caput não se aplica aos
filmes e programas que abordem especificidades de grupos étnicos
III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Con-
determinados.
venção no 111, de 1958, da Organização Internacional do Trabalho
Art. 45.Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas à
(OIT), que trata da discriminação no emprego e na profissão;
veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas
IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo Bra-
o disposto no art. 44.
sil perante a comunidade internacional. Art. 46.Os órgãos e entidades da administração pública federal
Art. 39.O poder público promoverá ações que assegurem a direta, autárquica ou fundacional, as empresas públicas e as socie-
igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a popu- dades de economia mista federais deverão incluir cláusulas de par-
lação negra, inclusive mediante a implementação de medidas visan- ticipação de artistas negros nos contratos de realização de filmes,
do à promoção da igualdade nas contratações do setor público e o programas ou quaisquer outras peças de caráter publicitário.
incentivo à adoção de medidas similares nas empresas e organiza- § 1oOs órgãos e entidades de que trata este artigo incluirão,
ções privadas. nas especificações para contratação de serviços de consultoria,
§ 1oA igualdade de oportunidades será lograda mediante a conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças
adoção de políticas e programas de formação profissional, de em- publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades
prego e de geração de renda voltados para a população negra. de emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço
§ 2oAs ações visando a promover a igualdade de oportunida- contratado.
des na esfera da administração pública far-se-ão por meio de nor- § 2oEntende-se por prática de iguais oportunidades de empre-
mas estabelecidas ou a serem estabelecidas em legislação específi- go o conjunto de medidas sistemáticas executadas com a finalidade
ca e em seus regulamentos. de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na equipe vin-
§ 3oO poder público estimulará, por meio de incentivos, a ado- culada ao projeto ou serviço contratado.
ção de iguais medidas pelo setor privado. § 3oA autoridade contratante poderá, se considerar necessário
§ 4oAs ações de que trata o caput deste artigo assegurarão o para garantir a prática de iguais oportunidades de emprego, reque-
princípio da proporcionalidade de gênero entre os beneficiários. rer auditoria por órgão do poder público federal.
§ 5oSerá assegurado o acesso ao crédito para a pequena pro- § 4oA exigência disposta no caput não se aplica às produções
dução, nos meios rural e urbano, com ações afirmativas para mu- publicitárias quando abordarem especificidades de grupos étnicos
lheres negras. determinados.
§ 6oO poder público promoverá campanhas de sensibilização
contra a marginalização da mulher negra no trabalho artístico e cul-
tural.
§ 7oO poder público promoverá ações com o objetivo de ele-
var a escolaridade e a qualificação profissional nos setores da eco-
nomia que contem com alto índice de ocupação por trabalhadores
negros de baixa escolarização.

161
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
CAPÍTULO IV
TÍTULO III DAS OUVIDORIAS PERMANENTES E DO ACESSO À JUSTIÇA E
DO SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RA- À SEGURANÇA
CIAL (SINAPIR)
CAPÍTULO I Art. 51.O poder público federal instituirá, na forma da lei e no
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR âmbito dos Poderes Legislativo e Executivo, Ouvidorias Permanen-
tes em Defesa da Igualdade Racial, para receber e encaminhar de-
Art. 47.É instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igual-
núncias de preconceito e discriminação com base em etnia ou cor e
dade Racial (Sinapir) como forma de organização e de articulação
acompanhar a implementação de medidas para a promoção da
voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços desti-
igualdade.
nados a superar as desigualdades étnicas existentes no País, presta-
Art. 52.É assegurado às vítimas de discriminação étnica o aces-
dos pelo poder público federal.
so aos órgãos de Ouvidoria Permanente, à Defensoria Pública, ao
§ 1oOs Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão par-
ticipar do Sinapir mediante adesão. Ministério Público e ao Poder Judiciário, em todas as suas instân-
§ 2oO poder público federal incentivará a sociedade e a inicia- cias, para a garantia do cumprimento de seus direitos.
tiva privada a participar do Sinapir. Parágrafo único.O Estado assegurará atenção às mulheres ne-
gras em situação de violência, garantida a assistência física, psíqui-
CAPÍTULO II ca, social e jurídica.
DOS OBJETIVOS Art. 53.O Estado adotará medidas especiais para coibir a vio-
lência policial incidente sobre a população negra.
Art. 48.São objetivos do Sinapir: Parágrafo único.O Estado implementará ações de ressocializa-
I - promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades ção e proteção da juventude negra em conflito com a lei e exposta
sociais resultantes do racismo, inclusive mediante adoção de ações a experiências de exclusão social.
afirmativas; Art. 54.O Estado adotará medidas para coibir atos de discrimi-
II - formular políticas destinadas a combater os fatores de mar- nação e preconceito praticados por servidores públicos em detri-
ginalização e a promover a integração social da população negra; mento da população negra, observado, no que couber, o disposto
III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos na Lei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989.
governos estaduais, distrital e municipais; Art. 55.Para a apreciação judicial das lesões e das ameaças de
IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção lesão aos interesses da população negra decorrentes de situações
da igualdade étnica; de desigualdade étnica, recorrer-se-á, entre outros instrumentos, à
V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados ação civil pública, disciplinada na Lei no 7.347, de 24 de julho de
para a implementação das ações afirmativas e o cumprimento das 1985.
metas a serem estabelecidas.
CAPÍTULO V
CAPÍTULO III DO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS DE PROMOÇÃO DA
DA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA IGUALDADE RACIAL
Art. 49.O Poder Executivo federal elaborará plano nacional de
Art. 56.Na implementação dos programas e das ações constan-
promoção da igualdade racial contendo as metas, princípios e dire-
tes dos planos plurianuais e dos orçamentos anuais da União, deve-
trizes para a implementação da Política Nacional de Promoção da
rão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que se refere o
Igualdade Racial (PNPIR).
inciso VII do art. 4o desta Lei e outras políticas públicas que tenham
§ 1oA elaboração, implementação, coordenação, avaliação e
acompanhamento da PNPIR, bem como a organização, articulação como objetivo promover a igualdade de oportunidades e a inclusão
e coordenação do Sinapir, serão efetivados pelo órgão responsável social da população negra, especialmente no que tange a:
pela política de promoção da igualdade étnica em âmbito nacional. I - promoção da igualdade de oportunidades em educação, em-
§ 2oÉ o Poder Executivo federal autorizado a instituir fórum prego e moradia;
intergovernamental de promoção da igualdade étnica, a ser co- II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde
ordenado pelo órgão responsável pelas políticas de promoção da e emprego, voltadas para a melhoria da qualidade de vida da popu-
igualdade étnica, com o objetivo de implementar estratégias que vi- lação negra;
sem à incorporação da política nacional de promoção da igualdade III - incentivo à criação de programas e veículos de comunica-
étnica nas ações governamentais de Estados e Municípios. ção destinados à divulgação de matérias relacionadas aos interes-
§ 3oAs diretrizes das políticas nacional e regional de promoção ses da população negra;
da igualdade étnica serão elaboradas por órgão colegiado que asse- IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas ad-
gure a participação da sociedade civil. ministradas por pessoas autodeclaradas negras;
Art. 50.Os Poderes Executivos estaduais, distrital e municipais, V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das
no âmbito das respectivas esferas de competência, poderão insti- pessoas negras na educação fundamental, média, técnica e supe-
tuir conselhos de promoção da igualdade étnica, de caráter perma- rior;
nente e consultivo, compostos por igual número de representantes VI - apoio a programas e projetos dos governos estaduais, dis-
de órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil trital e municipais e de entidades da sociedade civil voltados para a
representativas da população negra. promoção da igualdade de oportunidades para a população negra;
Parágrafo único.O Poder Executivo priorizará o repasse dos re- VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e das
cursos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei aos tradições africanas e brasileiras.
Estados, Distrito Federal e Municípios que tenham criado conselhos
de promoção da igualdade étnica.

162
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
§ 2oFicará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços
§ 1oO Poder Executivo federal é autorizado a adotar medidas à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade ra-
que garantam, em cada exercício, a transparência na alocação e na cial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento
execução dos recursos necessários ao financiamento das ações pre- de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou
vistas neste Estatuto, explicitando, entre outros, a proporção dos etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigên-
recursos orçamentários destinados aos programas de promoção da cias.” (NR)
igualdade, especialmente nas áreas de educação, saúde, emprego Art. 61.Os arts. 3o e 4o da Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995,
e renda, desenvolvimento agrário, habitação popular, desenvolvi- passam a vigorar com a seguinte redação:
mento regional, cultura, esporte e lazer. “Art. 3oSem prejuízo do prescrito no art. 2o e nos dispositivos
§ 2oDurante os 5 (cinco) primeiros anos, a contar do exercí- cio legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de etnia,
subsequente à publicação deste Estatuto, os órgãos do Poder raça ou cor, as infrações do disposto nesta Lei são passíveis das se-
Executivo federal que desenvolvem políticas e programas nas áreas guintes cominações:
referidas no § 1o deste artigo discriminarão em seus orçamentos . ................................................................................. ” (NR)
anuais a participação nos programas de ação afirmativa referidos “Art. 4oO rompimento da relação de trabalho por ato discri-
no inciso VII do art. 4o desta Lei. minatório, nos moldes desta Lei, além do direito à reparação pelo
§ 3oO Poder Executivo é autorizado a adotar as medidas ne- dano moral, faculta ao empregado optar entre:
cessárias para a adequada implementação do disposto neste artigo, . ................................................................................. ” (NR)
podendo estabelecer patamares de participação crescente dos pro- Art. 62.O art. 13 da Lei no 7.347, de 1985, passa a vigorar acres-
gramas de ação afirmativa nos orçamentos anuais a que se refere o cido do seguinte § 2o, renumerando-se o atual parágrafo único
§ 2o deste artigo. como § 1o:
§ 4oO órgão colegiado do Poder Executivo federal responsável “Art. 13.........................................................................
pela promoção da igualdade racial acompanhará e avaliará a pro- § 1o...............................................................................
gramação das ações referidas neste artigo nas propostas orçamen- § 2ºHavendo acordo ou condenação com fundamento em dano
tárias da União. causado por ato de discriminação étnica nos termos do disposto no
Art. 57.Sem prejuízo da destinação de recursos ordinários, po- art. 1o desta Lei, a prestação em dinheiro reverterá diretamente ao
derão ser consignados nos orçamentos fiscal e da seguridade social fundo de que trata o caput e será utilizada para ações de promoção
para financiamento das ações de que trata o art. 56: da igualdade étnica, conforme definição do Conselho Nacional de
I - transferências voluntárias dos Estados, do Distrito Federal e Promoção da Igualdade Racial, na hipótese de extensão nacional,
dos Municípios; ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial estaduais ou
II - doações voluntárias de particulares; locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou local, res-
III - doações de empresas privadas e organizações não governa- pectivamente.” (NR)
mentais, nacionais ou internacionais; Art. 63.O § 1o do art. 1o da Lei nº 10.778, de 24 de novembro
IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacionais; de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação:
V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios, “Art. 1o.......................................................................
§ 1ºPara os efeitos desta Lei, entende-se por violência contra
tratados e acordos internacionais.
a mulher qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, inclusi- ve
decorrente de discriminação ou desigualdade étnica, que cause
TÍTULO IV
morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher,
DISPOSIÇÕES FINAIS
tanto no âmbito público quanto no privado.
. ................................................................................. ” (NR)
Art. 58.As medidas instituídas nesta Lei não excluem outras em Art. 64.O § 3o do art. 20 da Lei nº 7.716, de 1989, passa a vigo-
prol da população negra que tenham sido ou venham a ser adota- rar acrescido do seguinte inciso III:
das no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos “Art. 20.......................................................................
Municípios. § 3o...............................................................................
Art. 59.O Poder Executivo federal criará instrumentos para afe- .............................................................................................
rir a eficácia social das medidas previstas nesta Lei e efetuará seu III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de infor-
monitoramento constante, com a emissão e a divulgação de relató- mação na rede mundial de computadores.
rios periódicos, inclusive pela rede mundial de computadores. . ................................................................................. ” (NR)
Art. 60.Os arts. 3o e 4o da Lei nº 7.716, de 1989, passam a vigo- Art. 65.Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data de
rar com a seguinte redação: sua publicação.
“Art. 3o........................................................................
Parágrafo único.Incorre na mesma pena quem, por motivo de
discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, LEI FEDERAL Nº 7.716/1989 (DEFINE OS CRIMES RESUL-
obstar a promoção funcional.” (NR) TANTES DE PRECONCEITO DE RAÇA OU DE COR)
“Art. 4o........................................................................
§ 1ºIncorre na mesma pena quem, por motivo de discrimina- A Lei nº 7.716 de 05 de janeiro de 1989, entrou em vigor na
ção de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de des- data de sua publicação. A Lei nº 7.716/89 determina em seu título
cendência ou origem nacional ou étnica: a punição de crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empre- A legislação define como crime o ato de praticar, induzir ou incitar
gado em igualdade de condições com os demais trabalhadores; a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou pro-
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra cedência nacional. Também regulamentou o trecho da Constituição
forma de benefício profissional; Federal que torna inafiançável e imprescritível o crime de racismo,
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no após dizer que todos são iguais sem discriminação de qualquer na-
ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário. tureza.

163
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
Pena: reclusão de um a três anos.
LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989. Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como
aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer ou-
Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. tro meio de transporte concedido.
Pena: reclusão de um a três anos.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na-
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
qualquer ramo das Forças Armadas.
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultan-
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casa-
tes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
mento ou convivência familiar e social.
procedência nacional.
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
Art. 2º (Vetado).
Art. 15. (Vetado).
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente ha-
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou
bilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem
como das concessionárias de serviços públicos. função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcio-
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de namento do estabelecimento particular por prazo não superior a
discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, três meses.
obstar a promoção funcional. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) Art. 17. (Vetado).
Pena: reclusão de dois a cinco anos. Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada. são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sen-
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimi- tença.
nação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de Art. 19. (Vetado).
descendência ou origem nacional ou étnica: (Incluído pela Lei nº Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou precon-
12.288, de 2010) ceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empre- Pena: reclusão de um a três anos e multa.
gado em igualdade de condições com os demais trabalhadores; (In- § 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, em-
cluído pela Lei nº 12.288, de 2010) blemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar ou- suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.
tra forma de benefício profissional; (Incluído pela Lei nº 12.288, de Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
2010) § 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qual-
ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário. (Incluído quer natureza:
pela Lei nº 12.288, de 2010) Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
§ 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços § 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar,
à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade ra- ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do in-
cial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento quérito policial, sob pena de desobediência:
de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exem-
etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigên- plares do material respectivo;
cias. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, tele-
Pena: reclusão de dois a cinco anos. visivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer meio; (Redação
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comer- dada pela Lei nº 12.735, de 2012)
cial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador. III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de infor-
Pena: reclusão de um a três anos. mação na rede mundial de computadores.
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de § 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após
aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qual- o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreen-
quer grau. dido.
Pena: reclusão de três a cinco anos. Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de de- Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário.
zoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço).
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel,
pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar.
Pena: reclusão de três a cinco anos. LEI FEDERAL N° 9.459/1997 (TIPIFICAÇÃO DOS CRIMES
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restauran- RESULTANTES DE PRECONCEITO DE RAÇA OU DE COR)
tes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público.
Pena: reclusão de um a três anos. LEI Nº 9.459, DE 13 DE MAIO DE 1997.
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabele-
cimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos Altera os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989,
ao público. que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor,
Pena: reclusão de um a três anos. e acrescenta parágrafo ao art. 140 do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de dezembro de 1940.
cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabe-
lecimento com as mesmas finalidades. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
Pena: reclusão de um a três anos. cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públi-
cos ou residenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos:

164
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
A CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO DE
Art. 1º Os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL.
passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultan- Os Estados Partes na presente Convenção,
tes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou Considerando que a Carta das Nações Unidas baseia-se em
procedência nacional.” princípios de dignidade e igualdade inerentes a todos os seres hu-
“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou precon- manos, e que todos os Estados Membros comprometeram-se a to-
ceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. mar medidas separadas e conjuntas, em cooperação com a Organi-
Pena: reclusão de um a três anos e multa. zação, para a consecução de um dos propósitos das Nações Unidas
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, em- que é promover e encorajar o respeito universal e observância dos
blemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz direitos humanos e liberdades fundamentais para todos, sem discri-
suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. minação de raça, sexo, idioma ou religião.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. Considerando que a Declaração Universal dos Direitos do Ho-
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por mem proclama que todos os homens nascem livres e iguais em
intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qual- dignidade e direitos e que todo homem tem todos os direitos esta-
quer natureza: belecidos na mesma, sem distinção de qualquer espécie e principal-
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. mente de raça, cor ou origem nacional,
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, Considerando todos os homens são iguais perante a lei e têm o
ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do in- direito à igual proteção contra qualquer discriminação e contra
quérito policial, sob pena de desobediência: qualquer incitamento à discriminação,
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exem- Considerando que as Nações Unidas têm condenado o colo-
plares do material respectivo; nialismo e todas as práticas de segregação e discriminação a ele
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas ou te- associados, em qualquer forma e onde quer que existam, e que a
levisivas. Declaração sobre a Conceção de Independência, a Partes e Povos
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após Coloniais, de 14 de dezembro de 1960 (Resolução 1.514 (XV), da
o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreen- Assembleia Geral afirmou e proclamou solenemente a necessidade
dido.” de levá-las a um fim rápido e incondicional,
Art. 2º O art. 140 do Código Penal fica acrescido do seguinte Considerando que a Declaração das Nações Unidas sobre elimi-
parágrafo: nação de todas as formas de Discriminação Racial, de 20 de novem-
“Art. 140. ................................................................... bro de 1963, (Resolução 1.904 ( XVIII) da Assembleia-Geral), afirma
................................................................................... solemente a necessidade de eliminar rapidamente a discriminação
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes racial através do mundo em todas as suas formas e manifestações
a raça, cor, etnia, religião ou origem: e de assegurar a compreensão e o respeito à dignidade da pessoa
Pena: reclusão de um a três anos e multa.” humana,
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Convencidos de que qualquer doutrina de superioridade ba-
Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário, especialmente seada em diferenças raciais é cientificamente falsa, moralmente
o art. 1º da Lei nº 8.081, de 21 de setembro de 1990, e a Lei nº condenável, socialmente injusta e perigosa, em que, não existe jus-
8.882, de 3 de junho de 1994. tificação para a discriminação racial, em teoria ou na prática, em
lugar algum,
Reafirmando que a discriminação entre os homens por motivos
DECRETO FEDERAL N° 65.810/1969 (CONVENÇÃO IN- de raça, cor ou origem étnica é um obstáculo a relações amistosas e
TERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS pacíficas entre as nações e é capaz de disturbar a paz e a segurança
FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL) entre povos e a harmonia de pessoas vivendo lado a lado até dentro
de um mesmo Estado,
Convencidos que a existência de barreiras raciais repugna os
DECRETO Nº 65.810, DE 8 DE DEZEMBRO DE 1969.
ideais de qualquer sociedade humana,
Alarmados por manifestações de discriminação racial ainda em
Promulga a Convenção Internacional sobre a Eliminação de evidência em algumas áreas do mundo e por políticas governamen-
todas as Formas de Discriminação Racial. tais baseadas em superioridade racial ou ódio, como as políticas de
apartheid, segreção ou separação,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, HAVENDO o Congresso Nacional Resolvidos a adotar todas as medidas necessárias para elimi-
aprovado pelo Decreto Legislativo nº 23, de 21 de junho de 1967, a nar rapidamente a discriminação racial em, todas as suas formas e
Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de manifestações, e a prevenir e combater doutrinas e práticas ra- ciais
Discriminação Racial, que foi aberta à assinatura em Nova York e com o objetivo de promover o entendimento entre as raças e
assinada pelo Brasil a 07 de março de 1966; construir uma comunidade internacional livre de todas as formas
E HAVENDO sido depositado o Instrumento brasileiro de Ratifi- de separação racial e discriminação racial,
cação, junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas, a 27 de março Levando em conta a Convenção sobre Discriminação nos Em-
de 1968; prego e Ocupação adotada pela Organização internacional do Tra-
E TENDO a referida Convenção entrada em vigor, de conformi- balho em 1958, e a Convenção contra discriminação no Ensino ado-
dade com o disposto em seu artigo 19, parágrafo 1º, a 04 de janeiro tada pela Organização das Nações Unidas para Educação a Ciência
de 1969; em 1960,
DECRETA que a mesma, apensa por cópia ao presente Decreto,
seja executada e cumprida tão inteiramente como ela nele contém.
Brasília, 08 de dezembro de 1969; 148º da Independência e 81º
da República.

165
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
2) Os Estados Partes tomarão, se as circunstâncias o exigirem,
Desejosos de completar os princípios estabelecidos na Decla- nos campos social, econômico, cultural e outros, as medidas espe-
ração das Nações unidas sobre a Eliminação de todas as formas de ciais e concretas para assegurar como convier o desenvolvimento
discriminação racial e assegurar o mais cedo possível a adoção de ou a proteção de certos grupos raciais ou de indivíduos pertencen-
medidas práticas para esse fim, tes a estes grupos com o objetivo de garantir-lhes, em condições de
Acordaram no seguinte: igualdade, o pleno exercício dos direitos do homem e das liberda-
des fundamentais.
PARTE I Essas medidas não deverão, em caso algum, ter a finalidade de
Artigo I manter direitos grupos raciais, depois de alcançados os objetivos
em razão dos quais foram tomadas.
1. Nesta Convenção, a expressão “discriminação racial” signi-
ficará qualquer distinção, exclusão restrição ou preferência base- Artigo III
adas em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que
tem por objetivo ou efeito anular ou restringir o reconhecimento, Os Estados Partes especialmente condenam a segregação racial
gozo ou exercício num mesmo plano,( em igualdade de condição), e o apartheid e comprometem-se a proibir e a eliminar nos territó-
de direitos humanos e liberdades fundamentais no domínio político rios sob sua jurisdição todas as práticas dessa natureza.
econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio de vida
pública. Artigo IV
2. Esta Convenção não se aplicará ás distinções, exclusões, res-
trições e preferências feitas por um Estado Parte nesta Convenção Os Estados partes conenam toda propaganda e todas as organi-
entre cidadãos e não cidadãos. zações que se inspirem em ideias ou teorias baseadas na superiori-
3. Nada nesta Convenção poderá ser interpretado como afe- dade de uma raça ou de um grupo de pessoas de uma certa cor ou
tando as disposições legais dos Estados Partes, relativas a naciona- de uma certa origem ética ou que pretendem justificar ou encorajar
lidade, cidadania e naturalização, desde que tais disposições não qualquer forma de ódio e de discriminação raciais e comprometem-
discriminem contra qualquer nacionalidade particular. -se a adotar imediatamente medidas positivas destinadas a eliminar
4. Não serão consideradas discriminação racial as medidas qualquer incitação a uma tal discriminação, ou quaisquer atos de
especiais tomadas com o único objetivo de assegurar progresso discriminação com este objetivo tendo em vista os princípios for-
adequado de certos grupos raciais ou étnicos ou de indivíduos que mulados na Declaração universal dos direitos do homem e os direi-
necessitem da proteção que possa ser necessária para proporcionar tos expressamente enunciados no artigo 5 da presente convenção,
a tais grupos ou indivíduos igual gozo ou exercício de direitos hu- eles se comprometem principalmente:
manos e liberdades fundamentais, contando que, tais medidas não a) a declarar delitos puníveis por lei, qualquer difusão de ideias
conduzam, em consequência, à manutenção de direitos separados baseadas na superioridade ou ódio raciais, qualquer incitamento à
para diferentes grupos raciais e não prossigam após terem sidos al- discriminação racial, assim como quaisquer atos de violência ou
cançados os seus objetivos. provocação a tais atos, dirigidos contra qualquer raça ou qualquer
grupo de pessoas de outra cor ou de outra origem técnica, como
Artigo II também qualquer assistência prestada a atividades racistas, inclusi-
ve seu financiamento;
1. Os Estados Partes condenam a discriminação racial e com- b) a declarar ilegais e a proibir as organizações assim como as
prometem-se a adotar, por todos os meios apropriados e sem tar- atividades de propaganda organizada e qualquer outro tipo de
dar uma política de eliminação da discriminação racial em todas as atividade de propaganda que incitar a discriminação racial e que
suas formas e de promoção de entendimento entre todas as raças a encorajar e a declara delito punível por lei a participação nestas
e para esse fim: organizações ou nestas atividades.
a) Cada Estado parte compromete-se a efetuar nenhum ato ou c) a não permitir as autoridades públicas nem ás instituições
prática de discriminação racial contra pessoas, grupos de pessoas públicas nacionais ou locais, o incitamento ou encorajamento à dis-
ou instituições e fazer com que todas as autoridades públicas nacio- criminação racial.
nais ou locais, se conformem com esta obrigação; Artigo V
b) Cada Estado Parte compromete-se a não encorajar, defender
De conformidade com as obrigações fundamentais enunciadas
ou apoiar a discriminação racial praticada por uma pessoa ou uma
no artigo 2, Os Estados Partes comprometem-se a proibir e a eli-
organização qualquer;
minar a discriminação racial em todas suas formas e a garantir o
c) Cada Estado Parte deverá tomar as medidas eficazes, a fim
direito de cada uma à igualdade perante a lei sem distinção de raça
de rever as politicas governamentais nacionais e locais e para mo-
, de cor ou de origem nacional ou étnica, principalmente no gozo
dificar, ab-rogar ou anular qualquer disposição regulamentar que
dos seguintes direitos:
tenha como objetivo criar a discriminação ou perpetrá-la onde já a) direito a um tratamento igual perante os tribunais ou qual-
existir; quer outro órgão que administre justiça;
d) Cada Estado Parte deverá, por todos os meios apropriados, b) direito a segurança da pessoa ou à proteção do Estado con-
inclusive se as circunstâncias o exigerem, as medidas legislativas, tra violência oulesão corporal cometida que por funcionários de
proibir e por fim, a discriminação racial praticadas por pessoa, por Governo, quer por qualquer individuo, grupo ou instituição.
grupo ou das organizações; c) direitos políticos principalmente direito de participar às
e) Cada Estado Parte compromete-se a favorecer, quando for eleições - de votar e ser votado - conforme o sistema de sufrágio
o caso as organizações e movimentos multirraciais e outros meios universal e igual direito de tomar parte no Governo, assim como na
próprios a eliminar as barreiras entre as raças e a desencorajar o direção dos assuntos públicos, em qualquer grau e o direito de
que tende a fortalecer a divisão racial. acesso em igualdade de condições, às funções públicas.

166
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
2. Os Membros do Comitê serão eleitos em escrutínio secreto
d) Outros direitos civis, principalmente, de uma lista de candidatos designados pelos Estados Partes, Cada
i) direito de circular livremente e de escolher residência dentro Estado Parte poderá designar um candidato escolhido dentre seus
das fronteiras do Estado; nacionais.
ii) direito de deixar qualquer pais, inclusive o seu, e de voltar 3. A primeira eleição será realizada seis meses após a data da
a seu país; entrada em vigor da presente Convenção. Três meses pelo menos
iii) direito de uma nacionalidade; antes de cada eleição, o Secretário Geral das Nações Unidas enviará
iv) direito de casar-se e escolher o cônjuge; uma Carta aos Estados Partes para convidá-los a apresentar suas
v) direito de qualquer pessoa, tanto individualmente como em candidaturas no prazo de dois meses. O Secretário Geral elaborará
conjunto, à propriedade; uma lista por ordem alfabética, de todos os candidatos assim no-
vi) direito de herda; meados com indicação dos Estados partes que os nomearam, e a
vii) direito à liberdade de pensamento, de consciência e de re- comunicará aos Estados Partes.
ligião; 4. Os membros do Comitê serão eleitos durante uma reunião
viii) direito à liberdade de opinião e de expressão; dos Estados Partes convocada pelo Secretário Geral das Nações
ix) direito à liberdade de reunião e de associação pacífica; Unidas. Nessa reunião, em que o quórum será alcançado com dois
e) direitos econômicos, sociais culturais, principalmente: terços dos Estados Partes, serão eleitos membros do Comitê, os
i) direitos ao trabalho, a livre escolha de seu trabalho, a con- candidatos que obtiverem o maior número de votos e a maioria
dições equitativas e satisfatórias de trabalho à proteção contra o absoluta de votos dos representantes dos Estados Partes presentes
desemprego, a um salário igual para um trabalho igual, a uma re- e votantes.
muneração equitativa e satisfatória; 5. a) Os membros do Comitê serão eleitos por um período de
ii) direito de fundar sindicatos e a eles se filiar; quatro anos. Entretanto, o mandato de nove dos membros eleitos
iii) direito à habitação; na primeira eleição, expirará ao fim de dois anos; logo após a pri-
iv) direito à saúde pública, a tratamento médico, à previdência meira eleição os nomes desses nove membros serão escolhidos, por
social e aos serviços sociais; sorteio, pelo Presidente do Comitê.
v) direito a educação e à formação profissional; b) Para preencher as vagas fortuitas, o Estado Parte, cujo perito
vi) direito a igual participação das atividades culturais; deixou de exercer suas funções de membro do Comitê, nomeará
f) direito de acesso a todos os lugares e serviços destinados ao outro perito dentre seus nacionais, sob reserva da aprovação do
uso do publico, tais como, meios de transporte hotéis, restaurantes, Comitê.
cafés, espetáculos e parques. 6. Os Estados Partes serão responsáveis pelas despesas dos
membros do Comitê para o período em que estes desempenharem
Artigo VI funções no Comitê.

Artigo IX
Os Estados Partes assegurarão a qualquer pessoa que estiver
sob sua jurisdição, proteção e recursos efetivos perante os tribunais 1. Os Estados Partes comprometem-se a apresentar ao Secretá-
nacionais e outros órgãos do Estado competentes, contra quaisquer rio Geral para exame do Comitê, um relatório sobre as medidas le-
atos de discriminação racial que, contrariamente à presente Con- gislativas, judiciárias, administrativas ou outras que tomarem para
venção, violarem seus direitos individuais e suas liberdades funda- tornarem efetivas as disposições da presente Convenção:
mentais, assim como o direito de pedir a esses tribunais uma satis- a) dentro do prazo de um ano a partir da entrada em vigor da
fação ou repartição justa e adequada por qualquer dano de que foi Convenção, para cada Estado interessado no que lhe diz respeito, e
vitima em decorrência de tal discriminação. posteriormente, cada dois anos, e toda vez que o Comitê o soli-
citar. O Comitê poderá solicitar informações complementares aos
Artigo VII Estados Partes.
2. O Comitê submeterá anualmente à Assembleia Geral, um
Os Estados Partes, comprometem-se a tomar as medidas ime- relatório sobre suas atividades e poderá fazer sugestões e reco-
diatas e eficazes, principalmente no campo de ensino, educação, da mendações de ordem geral baseadas no exame dos relatórios e das
cultura e da informação, para lutar contra os preconceitos que informações recebidas dos Estados Partes. Levará estas sugestões
levem à discriminação racial e para promover o entendimento, a e recomendações de ordem geral ao conhecimento da Assembleia
tolerância e a amizade entre nações e grupos raciais e éticos assim Geral, e se as houver juntamente com as observações dos Estados
como para propagar ao objetivo e princípios da Carta das Nações Partes.
Unidas da Declaração Universal dos Direitos do Homem, da Decla- Artigo X
ração das Nações Unidas sobre a eliminação de todas as formas de
1. O Comitê adotará seu regulamento interno.
discriminação racial e da presente Convenção.
2. O Comitê elegerá sua mesa por um período de dois anos.
3. O Secretário Geral da Organização das Nações Unidas foi ne-
PARTE II
cessários serviços de Secretaria ao Comitê.
Artigo VIII 4. O Comitê reunir-se-á normalmente na Sede das Nações Uni-
das.
1. Será estabelecido um Comitê para a eliminação da discrimi-
nação racial (doravante denominado “o Comitê) composto de 18
peritos conhecidos para sua alta moralidade e conhecida imparcia-
lidade, que serão eleitos pelos Estados Membros dentre seus na-
cionais e que atuarão a título individual, levando-se em conta uma
repartição geográfica equitativa e a representação das formas di-
versas de civilização assim como dos principais sistemas jurídicos.
167
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
7. O Secretário Geral ficará autorizado a pagar, se for necessá-
Artigo XI rio, as despesas dos membros da Comissão, antes que o reembolso
seja efetuado pelos Estados Partes na controvérsia, de conformida-
1. Se um Estado Parte Julgar que outro Estado igualmente Parte de com o parágrafo 6 do presente artigo.
não aplica as disposições da presente Convenção poderá chamar a 8. As informações obtidas e confrontadas pelo Comitê serão
atenção do Comitê sobre a questão. O Comitê transmitirá, então, a postas à disposição da Comissão, e a Comissão poderá solicitar aos
comunicação ao Estado Parte interessado. Num prazo de três me- Estados interessados sde lhe fornecer qualquer informação com-
ses, o Estado destinatário submeterá ao Comitê as explicações ou plementar pertinente.
declarações por escrito, a fim de esclarecer a questão e indicar as Artigo XIII
medidas corretivas que por acaso tenham sido tomadas pelo refe-
rido Estado. 1. Após haver estudado a questão sob todos os seus aspectos,
2. Se, dentro de um prazo de seis meses a partir da data do a Comissão preparará e submeterá ao Presidente do Comitê um
recebimento da comunicação original pelo Estado destinatário a relatório com as conclusões sobre todas ass questões de fato rela-
questão não foi resolvida a contento dos dois Estados, por meio de tivas à controvérsia entre as partes e as recomendações que julgar
negociações bilaterais ou por qualquer outro processo que estiver a oportunas a fim de chegar a uma solução amistosa da controvérsia.
sua disposição, tanto um como o outro terão o direito de submetê- 2. O Presidente do Comitê transmitirá o relatório da Comissão
-la novamente ao Comitê, endereçando uma notificação ao Comitê a cada um dos Estados Partes na controvérsia. Os referidos Estados
assim como ao outro Estado interessado. comunicarão ao Presidente do Comitê num prazo de três meses se
3. O Comitê só poderá tomar conhecimento de uma questão, aceitam ou não, as recomendações contidas no relatório da Comis-
de acordo com o parágrafo 2 do presente artigo, após ter consta- são.
tado que todos os recursos internos disponíveis foram interpostos 3. Expirado o prazo previsto no paragrafo 2º do presente arti-
ou esgotados, de conformidade com os princípios do direito inter- go, o Presidente do Comitê comunicará o Relatório da Comissão e
nacional geralmente reconhecidos. Esta regra não se aplicará se os as declarações dos Estados Partes interessadas aos outros Estados
procedimentos de recurso excederem prazos razoáveis. Parte na Comissão.
4. Em qualquer questão que lhe for submetida, Comitê poderá
solicitar aos Estados-Partes presentes que lhe forneçam quaisquer Artigo XIV
informações complementares pertinentes.
5. Quando o Comitê examinar uma questão conforme o pre- 1. Todo o Estado parte poderá declarar e qualquer momento
sente Artigo os Estados Partes interessados terão o direito de no- que reconhece a competência do Comitê para receber e examinar
mear um representante que participará sem direito de voto dos comunicações de indivíduos sob sua jurisdição que se consideram
trabalhos no Comitê durante todos os debates. vítimas de uma violação pelo referido Estado Parte de qualquer um
dos direitos enunciados na presente Convenção. O Comitê não re-
Artigo XII ceberá qualquer comunicação de um Estado Parte que não houver
feito tal declaração.
1. a) Depois que o Comitê obtiver e consultar as informações 2. Qualquer Estado parte que fizer uma declaração de confor-
que julgar necessárias, o Presidente nomeará uma Comissão de midade com o parágrafo do presente artigo, poderá criar ou de-
Conciliação ad hoc (doravante denominada “ A Comissão”, compos- signar um órgão dentro de sua ordem jurídica nacional, que terá
ta de 5 pessoas que poderão ser ou não membros do Comitê. Os competência para receber e examinar as petições de pessoas ou
membros serão nomeados com o consentimento pleno e unânime grupos de pessoas sob sua jurisdição que alegarem ser vitimas de
das partes na controvérsia e a Comissão fará seus bons ofícios a uma violação de qualquer um dos direitos enunciados na presente
disposição dos Estados presentes, com o objetivo de chegar a uma Convenção e que esgotaram os outros recursos locais disponíveis.
solução amigável da questão, baseada no respeito à presente Con- 3. A declaração feita de conformidade com o parágrafo 1 do
venção. presente artigo e o nome de qualquer órgão criado ou designado
b) Se os Estados Partes na controvérsia não chegarem a um en- pelo Estado Parte interessado consoante o parágrafo 2 do presente
tendimento em relação a toda ou parte da composição da Comissão artigo será depositado pelo Estado Parte interessado junto ao Se-
num prazo de três meses os membros da Comissão que não tiverem cretário Geral das Nações Unidas que remeterá cópias aos outros
o assentimento do Estados Partes, na controvérsia serão eleitos por Estados Partes. A declaração poderá ser retirada a qualquer mo-
escrutinio secreto entre os membros de dois terços dos membros mento mediante notificação ao Secretário Geral mas esta retirada
do Comitê. não prejudicará as comunicações que já estiverem sendo estudadas
2. Os membros da Comissão atuarão a título individual. Não de- pelo Comitê.
verão ser nacionais de um dos Estados Partes na controvérsia nem 4. O órgão criado ou designado de conformidade com o pará-
de um Estado que não seja parte da presente Convenção. grafo 2 do presente artigo, deverá manter um registro de petições
3. A Comissão elegerá seu Presidente e adotará seu regimento e cópias autenticada do registro serão depositadas anualmente por
interno. canais apropriados junto ao Secretário Geral das Nações Unidas, no
4. A Comissão reunir-se-á normalmente na sede nas Nações entendimento que o conteúdo dessas cópias não será divulgado ao
Unidas em qualquer outro lugar apropriado que a Comissão deter- público.
minar. 5. Se não obtiver repartição satisfatória do órgão criado ou de-
5. O Secretariado previsto no parágrafo 3 do artigo 10 prestará signado de conformidade com o parágrafo 2 do presente artigo, o
igualmente seus serviços à Comissão cada ver que uma controvér- peticionário terá o direito de levar a questão ao Comitê dentro de
sia entre os Estados Partes provocar sua formação. seis meses.
6. Todas as despesas dos membros da Comissão serão divididos
igualmente entre os Estados Partes na controvérsia baseadas num
cálculo estimativo feito pelo Secretário-Geral.

168
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
Artigo XVI
6. a) O Comitê levará, a título confidencial, qualquer comuni-
cação que lhe tenha sido endereçada, ao conhecimento do Estado As disposições desta Convenção relativas a solução das contro-
Parte que, pretensamente houver violado qualquer das disposições vérsias ou queixas serão aplicadas sem prejuízo de outros processos
desta Convenção, mas a identidade da pessoa ou dos grupos de para solução de controvérsias e queixas no campo da discriminação
pessoas não poderá ser revelada sem o consentimento expresso da previstos nos instrumentos constitutivos das Nações Unidas e suas
referida pessoa ou grupos de pessoas. O Comitê não receberá agências especializadas, e não excluirá a possibilidade dos Estados
comunicações anônimas. partes recomendarem aos outros, processos para a solução de uma
b) Nos três meses seguintes, o referido Estado submeterá, por controvérsia de conformidade com os acordos internacionais ou es-
escrito ao Comitê, as explicações ou recomendações que esclare- peciais que os ligarem.
cem a questão e indicará as medidas corretivas que por acaso hou-
ver adotado. Terceira Parte
7. a) O Comitê examinará as comunicações, à luz de todas as Artigo XVII
informações que forem submetidas pelo Estado parte interessado
e pelo peticionário. O Comitê só examinará uma comunicação de 1. A presente Convenção ficará aberta à assinatura de todo Es-
peticionário após ter-se assegurado que este esgotou todos os re- tado Membro da Organização das Nações Unidas ou membro de
cursos internos disponíveis. Entretanto, esta regra não se aplicará qualquer uma de suas agências especializadas, de qualquer Estado
se os processos de recurso excederem prazos razoáveis. parte no Estatuto da Côrtes Internacional de Justiça, assim como de
b) O Comitê remeterá suas sugestões e recomendações even- qualquer outro Estado convidado pela Assembleia-Geral da Organi-
tuais, ao Estado Parte interessado e ao peticionário. zação das Nações Unidas a torna-se parte na presente Convenção.
8. O Comitê incluirá em seu relatório anual um resumo destas 2. A presente Convenção ficará sujeita à ratificação e os instru-
comunicações, se for necessário, um resumo das explicações e de- mentos de ratificação serão depositados junto ao Secretário Geral
clarações dos Estados Partes interessados assim como suas próprias das Nações Unidas.
sugestões e recomendações.
9. O Comitê somente terá competência para exercer as funções Artigo XVIII
previstas neste artigo se pelo menos dez Estados Partes nesta Con-
venção estiverem obrigados por declarações feitas de conformida- 1. A presente Convenção ficará aberta a adesão de qualquer
de com o parágrafo deste artigo. Estado mencionado no parágrafo 1º do artigo 17.
2. A adesão será efetuada pelo depósito de instrumento de
Artigo XV adesão junto ao Secretário Geral das Nações Unidas.

1. Enquanto não forem atingidos os objetivos da resolução Artigo XIX


1.514 (XV) da Assembleia Geral de 14 de dezembro de 1960, re-
lativa à Declaração sobro a concessão da independência dos paí- ses 1. Esta convenção entrará em vigor no trigésimo dia após a data
e povos coloniais, as disposições da presente convenção não do deposito junto ao Secretário Geral das Nações Unidas do vigési-
restringirão de maneira alguma o direito de petição concedida aos mo sétimo instrumento de ratificação ou adesão.
povos por outros instrumentos internacionais ou pela Organização 2. Para cada Estado que ratificar a presente Convenção ou a ele
das Nações Unidas e suas agências especializadas. aderir após o depósito do vigésimo sétimo instrumento de ratifica-
2. a) O Comitê constituído de conformidade com o parágrafo 1 ção ou adesão esta Convenção entrará em vigor no trigésimo dia
do artigo 8 desta Convenção receberá cópia das petições provenien- após o depósito de seu instrumento de ratificação ou adesão.
tes dos órgãos das Nações Unidas que se encarregarem de questões
diretamente relacionadas com os princípios e objetivos da presente Artigo XX
Convenção e expressará sua opinião e formulará recomendações
sobre petições recebidas quando examinar as petições recebidas 1. O Secretário Geral das Nações Unidas receberá e enviará, a
dos habitantes dos territórios sob tutela ou não autônomo ou de todos os Estados que forem ou vierem a torna-se partes desta Con-
qualquer outro território a que se aplicar a resolução 1514 (XV) da venção, as reservas feitas pelos Estados no momento da ratificação
Assembleia Geral, relacionadas a questões tratadas pela presente ou adesão. Qualquer Estado que objetar a essas reservas, deverá
Convenção e que forem submetidas a esses órgãos. notificar ao Secretário Geral dentro de noventa dias da data da re-
b) O Comitê receberá dos órgãos competentes da Organização ferida comunicação, que não aceita.
das Nações Unidas cópia dos relatórios sobre medidas de ordem le- 2. Não será permitida uma reserva incompatível com o objeto
gislativa judiciária, administrativa ou outra diretamente relacionada e o escopo desta Convenção nem uma reserva cujo efeito seria a de
com os princípios e objetivos da presente Convenção que as Potên- impedir o funcionamento de qualquer dos órgãos previstos nesta
cias Administradoras tiverem aplicado nos territórios mencionados Convenção. Uma reserva será considerada incompatível ou impe-
na alínea “a” do presente parágrafo e expressará sua opinião e fará ditiva se a ela objetarem ao menos dois terços dos Estados partes
recomendações a esses órgãos. nesta Convenção.
3. O Comitê incluirá em seu relatório à Assembleia um resumo 3. As reservas poderão ser retiradas a qualquer momento por
das petições e relatórios que houver recebido de órgãos das Nações uma notificação endereçada com esse objetivo ao Secretário Geral.
Unidas e as opiniões e recomendações que houver proferido sobre Tal notificação surgirá efeito na data de seu recebimento.
tais petições e relatórios.
4. O Comitê solicitará ao Secretário Geral das Nações Unidas
qualquer informação relacionada com os objetivos da presente
Convenção que este dispuser sobre os territórios mencionados no
parágrafo 2 (a) do presente artigo.

169
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
Artigo XXI
LEI FEDERAL Nº 10.678/2003, COM AS ALTERAÇÕES
Qualquer Estado parte poderá denunciar esta Convenção me- DA LEI FEDERAL Nº 13.341/2016 (REFERENTE À SECRE-
diante notificação escrita endereçada ao Secretário Geral da Orga- TARIA DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE
nização das Nações Unidas. A denúncia surtirá efeito um ano após RACIAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA)
data do recebimento da notificação pelo Secretário Geral.
LEI N° 10.678, DE 23 DE MAIO DE 2003.
Artigo XXI
Cria a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualda-
Qualquer Controvérsia entre dois ou mais Estados Parte relati- de Racial, da Presidência da República, e dá outras providências.
va a interpretação ou aplicação desta Convenção que não for resol-
vida por negociações ou pelos processos previstos expressamente Faço saber que o Presidente da República adotou a Medida
nesta Convenção, será o pedido de qualquer das Partes na contro- Provisória nº 111, de 2003, que o Congresso Nacional aprovou, e
vérsia. Submetida à decisão da Côrte Internacional de Justiça a não eu, Eduardo Siqueira Campos, Segundo Vice-Presidente, no exercí-
ser que os litigantes concordem em outro meio de solução. cio da Presidência da Mesa do Congresso Nacional, para os efeitos
do disposto no art. 62 da Constituição Federal, com a redação dada
Artigo XXII pela Emenda constitucional nº 32, combinado com o art. 12 da Re-
solução nº 1, de 2002-CN, promulgo a seguinte Lei:
Qualquer Controvérsia entre dois ou mais Estados Partes relati- Art. 1° Fica criada, como órgão de assessoramento imediato ao
va à interpretação ou aplicação desta Convenção, que não for resol- Presidente da República, a Secretaria Especial de Políticas de Pro-
vida por negociações ou pelos processos previstos expressamente moção da Igualdade Racial.
nesta Convenção será, pedido de qualquer das Partes na controvér- Art. 2° (Revogado pela Lei nº 12.314, de 2010)
sia, submetida à decisão da Côrte Internacional de Justiça a não ser Art. 3° O CNPIR será presidido pelo titular da Secretaria Espe-
que os litigantes concordem em outro meio de solução. cial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Presidência da
República, e terá a sua composição, competências e funcionamento
Artigo XXIII estabelecidos em ato do Poder Executivo, a ser editado até 31 de
agosto de 2003.
1. Qualquer Estado Parte poderá formular a qualquer momen- Parágrafo único.A Secretaria Especial de Políticas de Promo-
to um pedido de revisão da presente Convenção, mediante notifi- ção da Igualdade Racial, da Presidência da República, constituirá, no
cação escrita endereçada ao Secretário Geral das Nações Unidas. prazo de noventa dias, contado da publicação desta Lei, grupo de
2. A Assembleia-Geral decidirá a respeito das medidas a serem trabalho integrado por representantes da Secretaria Especial e da
tomadas, caso for necessário, sobre o pedido. sociedade civil, para elaborar proposta de regulamentação do
CNPIR, a ser submetida ao Presidente da República.
Artigo XXIV Art. 4º Fica criado, na Secretaria Especial de Políticas de Promo-
ção da Igualdade Racial da Presidência da República, 1(um) cargo
O Secretário Geral da Organização das Nações Unidas comuni- de Secretário-Adjunto, código DAS 101.6. (Redação dada pela Lei nº
cará a todos os Estados mencionados no parágrafo 1º do artigo 17 11.693, de 2008)
desta Convenção. Art. 4º-A. Fica transformado o cargo de Secretário Especial de
a) as assinaturas e os depósitos de instrumentos de ratificação Políticas de Promoção da Igualdade Racial no cargo de Ministro de
e de adesão de conformidade com os artigos 17 e 18; Estado Chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
b) a data em que a presente Convenção entrar em vigor, de Igualdade Racial. (Incluído pela Lei nº 11.693, de 2008)
conformidade com o artigo 19; Art. 5° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
c) as comunicações e declarações recebidas de conformidade
com os artigos 14, 20 e 23. LEI Nº 13.341, DE 29 DE SETEMBRO DE 2016.
d) as denúncias feitas de conformidade com o artigo 21.
Altera as Leis n º 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe
Artigo XXV sobre a organização da Presidência da República e dos Ministé-
rios, e 11.890, de 24 de dezembro de 2008, e revoga a Medida
1. Esta Convecção, cujos textos em chinês, espanhol, inglês e Provisória nº 717, de 16 de março de 2016.
russo são igualmente autênticos será depositada nos arquivos das
Nações Unidas. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
2. O Secretário Geral das Nações Unidas enviará cópias autenti- cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
cadas desta Convenção a todos os Estados pertencentes a qualquer
uma das categorias mencionadas no parágrafo 1º do artigo 17. Art. 1 o Ficam extintos:
Em fé do que os abaixo assinados devidamente autorizados por I - a Secretaria de Portos da Presidência da República;
seus Governos assinaram a presente Convecção que foi aberta a II - a Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República;
assinatura em Nova York a 7 de março de 1966. III - a Controladoria-Geral da União;
IV - o Ministério das Comunicações;
V - o Ministério do Desenvolvimento Agrário;
VI - o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventu-
de e dos Direitos Humanos;
VII - a Casa Militar da Presidência da República; e
VIII - a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da Re-
pública.

170
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
IV - do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juven-
Art. 2º Ficam transformados: tude e dos Direitos Humanos para o Ministério da Justiça e Cidada-
I - o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exte- nia, ressalvadas as competências sobre políticas para a juventude;
rior em Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços; V - do Ministério do Desenvolvimento Agrário para o Ministério
II - o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário;
da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; VI - da Casa Militar da Presidência da República para o Gabinete
III - o Ministério do Trabalho e Previdência Social em Ministério de Segurança Institucional da Presidência da República; e
do Trabalho; VII - da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da Re-
IV - o Ministério da Justiça em Ministério da Justiça e Cidadania; pública para a Casa Civil da Presidência da República.
V - o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Art. 7º Ficam transferidos os órgãos e as entidades supervisio-
em Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário; nadas, no âmbito:
VI - o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão em Mi- I - da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República e
nistério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; e da Secretaria de Portos da Presidência da República para o Ministé-
VII - o Ministério dos Transportes em Ministério dos Transpor- rio dos Transportes, Portos e Aviação Civil;
tes, Portos e Aviação Civil. II - da Controladoria-Geral da União para o Ministério da Trans-
Art. 3º Ficam criados: parência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU;
I - o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria- III - do Ministério das Comunicações para o Ministério da Ciên-
-Geral da União - CGU; e cia, Tecnologia, Inovações e Comunicações;
II - o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da Re- IV - do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juven-
pública. tude e dos Direitos Humanos para o Ministério da Justiça e Cida-
Art. 4º Ficam extintos os cargos de: dania, ressalvados aqueles com competências relativas a políticas
I - Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Portos da Presi- para a juventude;
dência da República; V - do Ministério do Desenvolvimento Agrário para o Ministério
II - Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Aviação Civil da do Desenvolvimento Social e Agrário;
Presidência da República; VI - da Casa Militar da Presidência da República para o Gabinete
III - Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação So- de Segurança Institucional da Presidência da República; e
cial da Presidência da República; VII - da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da Re-
IV - Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União; pública para a Casa Civil da Presidência da República.
V - Ministro de Estado das Comunicações; Parágrafo único. Mantidos os demais órgãos e entidades super-
VI - Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário; visionadas que lhe componham a estrutura organizacional ou que
VII - Ministro de Estado das Mulheres, da Igualdade Racial, da lhe estejam vinculados, ficam transferidos:
Juventude e dos Direitos Humanos; I - o Conselho de Recursos da Previdência Social, que passa a se
VIII - Secretário-Executivo da Secretaria de Portos da Presidên- chamar Conselho de Recursos do Seguro Social, e o Instituto Nacio-
cia da República; nal do Seguro Social - INSS, do Ministério do Trabalho e Previdência
IX - Secretário-Executivo da Secretaria de Aviação Civil da Pre- Social para o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário;
sidência da República; II - a Superintendência Nacional de Previdência Complementar
X – (VETADO); - PREVIC, o Conselho Nacional de Previdência Complementar e a
XI - Secretário-Executivo do Ministério do Desenvolvimento Câmara de Recursos da Previdência Complementar para o Ministé-
Agrário; rio da Fazenda;
XII - Secretário-Executivo do Ministério das Mulheres, da Igual- III - o Conselho Nacional de Previdência Social e a Empresa de
dade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos; Tecnologia e Informações da Previdência Social - DATAPREV, que
XIII - Chefe da Casa Militar da Presidência da República; passam a se chamar, respectivamente, Conselho Nacional de Pre-
XIV - Secretário Especial da Previdência Social do Ministério do vidência e Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência -
Trabalho e Previdência Social; e DATAPREV, para o Ministério da Fazenda;
XV - Secretário Especial do Trabalho do Ministério do Trabalho IV - a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Ga-
e Previdência Social. rantias S.A. - ABGF e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econô-
Art. 5º Ficam criados os cargos de: mico e Social - BNDES para o Ministério do Planejamento, Desen-
I - Ministro de Estado da Transparência, Fiscalização e Controla- volvimento e Gestão;
doria-Geral da União - CGU; V - o Conselho Deliberativo do Sistema de Proteção da Ama-
II - Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institu- zônia - CONSIPAM da Casa Civil da Presidência da República para o
cional da Presidência da República; Ministério da Defesa;
III - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Gabinete de VI – (VETADO); e
Segurança Institucional da Presidência da República; VII - a Câmara de Comércio Exterior - CAMEX para a Presidência
IV - Natureza Especial de Secretário Especial de Agricultura Fa- da República.
miliar e do Desenvolvimento Agrário do Ministério do Desenvolvi- Art. 8º Ficam transformados os cargos de:
mento Social e Agrário. I - Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comér-
Art. 6º Ficam transferidas as competências: cio Exterior em cargo de Ministro de Estado da Indústria, Comércio
I - da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República e Exterior e Serviços;
da Secretaria de Portos da Presidência da República para o Ministé- II - Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação em
rio dos Transportes, Portos e Aviação Civil; cargo de Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Co-
II - da Controladoria-Geral da União para o Ministério da Trans- municações;
parência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU; III - Ministro de Estado do Trabalho e Previdência Social em car-
III - do Ministério das Comunicações para o Ministério da Ciên- go de Ministro de Estado do Trabalho;
cia, Tecnologia, Inovações e Comunicações;

171
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
Art. 9º Para fins do disposto no art. 1º, os cargos inerentes aos
IV - Ministro de Estado da Justiça em cargo de Ministro de Esta- órgãos comuns, nos termos em que os define o art. 28 da Lei nº
do da Justiça e Cidadania; 10.683, de 28 de maio de 2003 , serão suprimidos por ocasião da
V - Ministro de Estado do Desenvolvimento Social e Combate à publicação dos decretos das estruturas regimentais dos órgãos que
Fome em cargo de Ministro de Estado do Desenvolvimento Social e incorporarem as respectivas competências.
Agrário; Art. 10. O acervo patrimonial e o quadro de servidores efeti-
VI - Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão vos dos órgãos e entidades extintos, transformados, transferidos,
em cargo de Ministro de Estado do Planejamento, Desenvolvimento incorporados ou desmembrados por esta Lei serão transferidos aos
e Gestão; órgãos que absorverem as suas competências, bem como os res-
VII - Ministro de Estado dos Transportes em cargo de Ministro pectivos direitos, créditos e obrigações decorrentes de lei, atos ad-
de Estado dos Transportes, Portos e Aviação Civil; ministrativos ou contratos, inclusive as receitas e despesas.
VIII - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério Parágrafo único. Aplica-se às dotações orçamentárias dos ór-
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em cargo de Na- gãos e entidades de que trata o caput o disposto no art. 52 da Lei nº
tureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério da Indústria, 13.242, de 30 de dezembro de 2015 .
Comércio Exterior e Serviços; Art. 11. Ficam transferidas aos órgãos que recebam as atribui-
IX - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério da ções correspondentes e a seus titulares as competências e as in-
Ciência, Tecnologia e Inovação em cargo de Natureza Especial de cumbências, estabelecidas em lei, dos órgãos transformados e de
Secretário-Executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inova- seus titulares, transferidos ou extintos por esta Lei.
ções e Comunicações; Art. 12. A Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003 , passa a vigorar
X - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério do com as seguintes alterações:
Trabalho e Previdência Social em cargo de Natureza Especial de Se- “Art. 1º .......................................................................
cretário-Executivo do Ministério do Trabalho; .....................................................................................
XI - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério da IV - (revogado);
Justiça em cargo de Natureza Especial de Secretário-Executivo do .....................................................................................
Ministério da Justiça e Cidadania; VI - pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
XII - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério do República;
Desenvolvimento Social e Combate à Fome em cargo de Natureza .....................................................................................
Especial de Secretário-Executivo do Ministério do Desenvolvimento XI - (revogado);
Social e Agrário; XII - (revogado);
XIII - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério ......................................................................................
do Planejamento, Orçamento e Gestão em cargo de Natureza Espe- § 1º ..............................................................................
cial de Secretário-Executivo do Ministério do Planejamento, Desen- ......................................................................................
volvimento e Gestão; X - (revogado).
XIV - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério ......................................................................................
dos Transportes em cargo de Natureza Especial de Secretário-Exe- § 3º (VETADO).
cutivo do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil; I - (revogado);
XV - Natureza Especial de Secretário-Executivo da Controlado- . ..........................................................................” (NR)
ria-Geral da União em cargo de Natureza Especial de Secretário- “Art. 2º .................................................................
-Executivo do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controla- I - ..........................................................................
doria-Geral da União - CGU; ......................................................................................
XVI - Natureza Especial de Subchefe-Executivo da Secretaria de e) na formulação e implementação da política de comunicação
Comunicação Social da Presidência da República em cargo de Natu- e divulgação social do Governo Federal;
reza Especial de Secretário Especial da Secretaria de Comunicação f) na implementação de programas informativos;
Social da Casa Civil da Presidência da República; g) na organização e desenvolvimento de sistemas de informa-
XVII - Natureza Especial de Secretário Especial de Direitos Hu- ção e pesquisa de opinião pública;
manos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juven- h) na coordenação da comunicação interministerial e das ações
tude e dos Direitos Humanos em cargo de Natureza Especial de de informação e difusão das políticas de governo;
Secretário Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça e i) na coordenação, normatização, supervisão e controle da pu-
Cidadania; blicidade e de patrocínios dos órgãos e das entidades da adminis-
XVIII - Natureza Especial de Secretário Especial de Políticas de tração pública federal, direta e indireta, e de sociedades sob con-
trole da União;
Promoção da Igualdade Racial do Ministério das Mulheres, da Igual-
j) na convocação de redes obrigatórias de rádio e televisão;
dade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos em cargo de Na-
k) na coordenação e consolidação da implementação do siste-
tureza Especial de Secretário Especial de Políticas de Promoção da
ma brasileiro de televisão pública;
Igualdade Racial do Ministério da Justiça e Cidadania;
l) na assistência ao Presidente da República relativamente à co-
XIX - Natureza Especial de Secretário Especial de Políticas para
municação com a sociedade;
as Mulheres do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da
m) no relacionamento do Presidente da República com a im-
Juventude e dos Direitos Humanos em cargo de Natureza Especial
prensa nacional, regional e internacional;
de Secretário Especial de Políticas para as Mulheres do Ministério
n) na coordenação do credenciamento de profissionais de im-
da Justiça e Cidadania; e
prensa e do acesso e do fluxo a locais onde ocorram atividades de
XX - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério que participe o Presidente da República;
das Comunicações em Natureza Especial de Secretário Especial dos o) na prestação de apoio jornalístico e administrativo ao comitê
Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Justiça e Ci- de imprensa do Palácio do Planalto;
dadania.

172
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
VII - zelar, assegurado o exercício do poder de polícia, pela se-
p) na divulgação de atos e de documentação para órgãos pú- gurança pessoal do Presidente da República, do Vice-Presidente da
blicos; República e respectivos familiares, dos titulares dos órgãos essen-
q) no apoio aos órgãos integrantes da Presidência da República ciais da Presidência da República e de outras autoridades ou perso-
no relacionamento com a imprensa; e nalidades, quando determinado pelo Presidente da República, bem
..................................................................................... como pela segurança dos palácios presidenciais e das residências
Parágrafo único. .......................................................... do Presidente da República e do Vice-Presidente da República;
I - (revogado); VIII - coordenar as atividades do Sistema de Proteção Nuclear
...................................................................................... Brasileiro como seu órgão central; e
IV - a Secretaria Executiva; IX - planejar e coordenar viagens presidenciais no País e, no
V - até três Subchefias; exterior, em articulação com o Ministério das Relações Exteriores.
VI - a Secretaria Especial de Comunicação Social; e ......................................................................................
VII - até três Secretarias.” (NR) § 3º Os locais onde o Presidente da República e o Vice-Presiden-
“Art. 3º ................................................................. te da República trabalham, residem, estejam ou haja a iminência de
..................................................................................... virem a estar, e adjacências, são áreas consideradas de segurança
XII - (revogado); das referidas autoridades e cabe ao Gabinete de Segurança Institu-
XIII - (revogado); cional da Presidência da República, para os fins do disposto neste
..................................................................................... artigo, adotar as necessárias medidas para a sua proteção e coor-
§ 1º ....................................................................... denar a participação de outros órgãos de segurança nessas ações.
I - supervisão e execução das atividades administrativas da § 4º O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
Presidência da República e, supletivamente, da Vice-Presidência da República tem como estrutura básica:
República; .......................................................................................
II - avaliação da ação governamental e do resultado da gestão IV - a Secretaria-Executiva e até três Secretarias; e
dos administradores, no âmbito dos órgãos integrantes da Presidên- V - a Agência Brasileira de Inteligência - ABIN.” (NR)
cia da República e Vice-Presidência da República, além de outros “ Art. 11-A . Ao Conselho de Aviação Civil, presidido pelo Minis-
determinados em legislação específica, por intermédio da fiscaliza- tro de Estado dos Transportes, Portos e Aviação Civil, com composi-
ção contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial; ção e funcionamento estabelecidos pelo Poder Executivo, compete
III - formulação, supervisão, coordenação, integração e articu- estabelecer as diretrizes da política relativa ao setor de aviação ci-
lação de políticas públicas para a juventude; vil.” (NR)
IV - articulação, promoção e execução de programas de coope- “Art. 16. ...............................................................
ração com organismos nacionais e internacionais, públicos e priva- § 1º O Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional
dos, voltados à implementação de políticas de juventude; terão como Secretários-Executivos, respectivamente, o Ministro de
V - elaboração da agenda futura do Presidente da República; Estado Chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República
VI - articulação e supervisão dos órgãos e entidades envolvidos e o Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucio-
na integração para o registro e legalização de empresas. nal da Presidência da República.
§ 2º ............................................................................. § 2º A Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional será
...................................................................................... presidida pelo Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança
IV-A - a Secretaria Nacional de Juventude; Institucional da Presidência da República.” (NR)
..................................................................................... “ Art. 18. Ao Ministro de Estado da Transparência, Fiscalização
VIII - (revogado); e Controladoria-Geral da União - CGU, no exercício da sua compe-
IX - (revogado); tência, incumbe, especialmente:
X - o Conselho Nacional de Juventude; I - decidir, preliminarmente, sobre as representações ou de-
XI - a Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa. núncias fundamentadas que receber, indicando as providências
§ 3º Caberá ao Secretário-Executivo da Secretaria de Governo cabíveis;
da Presidência da República exercer, além da supervisão e da co- II - instaurar os procedimentos e processos administrativos a
ordenação das Secretarias integrantes da estrutura regimental da seu cargo, constituindo comissões, e requisitar a instauração da-
Secretaria de Governo da Presidência da República subordinadas ao queles que venham sendo injustificadamente retardados pela au-
Ministro de Estado da Secretaria de Governo da Presidência da toridade responsável;
República, as funções que lhe forem por este atribuídas.” (NR) III - acompanhar procedimentos e processos administrativos
“ Art. 6º Ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência em curso em órgãos ou entidades da administração pública federal;
da República compete: IV - realizar inspeções e avocar procedimentos e processos em
....................................................................................... curso na administração pública federal, para exame de sua regulari-
III - analisar e acompanhar questões com potencial de risco, dade, propondo a adoção de providências ou a correção de falhas;
prevenir a ocorrência e articular o gerenciamento de crises, em caso V - efetivar ou promover a declaração da nulidade de proce-
de grave e iminente ameaça à estabilidade institucional; dimento ou processo administrativo e, se for o caso, a imediata e
IV - coordenar as atividades de inteligência federal; regular apuração dos fatos mencionados nos autos e na nulidade
V - realizar o assessoramento pessoal em assuntos militares e declarada;
de segurança; VI - requisitar procedimentos e processos administrativos já ar-
VI - coordenar as atividades de segurança da informação e das quivados por autoridade da administração pública federal;
comunicações; VII - requisitar a órgão ou entidade da administração pública
federal ou, quando for o caso, propor ao Presidente da República
que sejam solicitados as informações e os documentos necessários
a trabalhos do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controla-
doria-Geral da União - CGU;

173
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
II - Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunica-
VIII - requisitar aos órgãos e às entidades federais servidores e ções:
empregados necessários à constituição das comissões referidas no a) política nacional de telecomunicações;
inciso II, e de outras análogas, bem como qualquer servidor ou b) política nacional de radiodifusão;
empregado indispensável à instrução do processo; c) serviços postais, telecomunicações e radiodifusão;
IX - propor medidas legislativas ou administrativas e sugerir d) políticas nacionais de pesquisa científica e tecnológica e de
ações que visem evitar a repetição de irregularidades constatadas; incentivo à inovação;
X - receber as reclamações relativas à prestação de serviços pú- e) planejamento, coordenação, supervisão e controle das ativi-
blicos em geral e promover a apuração do exercício negligente de dades de ciência, tecnologia e inovação;
cargo, emprego ou função na administração pública federal, quan- f) política de desenvolvimento de informática e automação;
do não houver disposição legal que atribua a competência a outros g) política nacional de biossegurança;
órgãos; e h) política espacial;
XI - desenvolver outras atribuições de que o incumba o Presi- i) política nuclear;
dente da República. j) controle da exportação de bens e serviços sensíveis; e
§ 1º (Revogado). k) articulação com os Governos dos Estados, do Distrito Federal
§ 2º (Revogado). e dos Municípios, com a sociedade civil e com órgãos do Governo
§ 3º (Revogado). Federal para estabelecimento de diretrizes para as políticas nacio-
§ 4º (Revogado). nais de ciência, tecnologia e inovação;
§ 5º (Revogado).” (NR) l) (revogada);
“Art. 25. ............................................................... III - Ministério da Defesa:
..................................................................................... a) política de defesa nacional, estratégia nacional de defesa e
II - da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; elaboração do Livro Branco de Defesa Nacional;
III - da Defesa; b) políticas e estratégias setoriais de defesa e militares;
IV - da Cultura; c) doutrina, planejamento, organização, preparo e emprego
V - da Fazenda; conjunto e singular das Forças Armadas;
VI - da Indústria, Comércio Exterior e Serviços; d) projetos especiais de interesse da defesa nacional;
VII - da Integração Nacional; e) inteligência estratégica e operacional no interesse da defesa;
VIII - da Justiça e Cidadania; f) operações militares das Forças Armadas;
IX - da Saúde; g) relacionamento internacional de defesa;
X - da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da h) orçamento de defesa;
União - CGU; i) legislação de defesa e militar;
XI - das Cidades; j) política de mobilização nacional;
XII - das Relações Exteriores; k) política de ensino de defesa;
XIII - de Minas e Energia; l) política de ciência, tecnologia e inovação de defesa;
XIV - do Desenvolvimento Social e Agrário; m) política de comunicação social de defesa;
XV - do Esporte; n) política de remuneração dos militares e pensionistas;
XVI - do Meio Ambiente; o) política nacional:
XVII - do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; 1. de indústria de defesa, abrangendo a produção;
....................................................................................... 2. de compra, contratação e desenvolvimento de Produto de
XIX - do Trabalho; Defesa - PRODE, abrangendo as atividades de compensação tecno-
XX - do Turismo; lógica, industrial e comercial;
XXI - dos Transportes, Portos e Aviação Civil; 3. de inteligência comercial de Prode; e
XXII - (revogado); 4. de controle da exportação e importação de Prode e em áreas
XXIII - (revogado); de interesse da defesa;
....................................................................................... p) atuação das Forças Armadas, quando couber, na garantia da
XXV - (revogado); lei e da ordem, visando à preservação da ordem pública e da in-
XXVI - da Educação. columidade das pessoas e do patrimônio, na garantia da votação e
Parágrafo único. ........................................................... da apuração eleitoral e sua cooperação com o desenvolvimento
....................................................................................... nacional e a defesa civil e no combate a delitos transfronteiriços e
II - o Chefe da Secretaria de Governo da Presidência da Repú- ambientais;
blica; q) logística de defesa;
r) serviço militar;
III - o Advogado-Geral da União, até que seja aprovada emenda
s) assistência à saúde, social e religiosa das Forças Armadas;
constitucional para incluí-lo no rol das alíneas c e d do inciso I do
t) constituição, organização, efetivos, adestramento e apresta-
caput do art. 102 da Constituição Federal;
mento das forças navais, terrestres e aéreas;
.......................................................................................
u) política marítima nacional;
VI - (revogado);
v) segurança da navegação aérea e do tráfego aquaviário e sal-
VII - o Presidente do Banco Central do Brasil, até que seja apro-
vaguarda da vida humana no mar;
vada emenda constitucional para incluí-lo, juntamente com os dire-
w) patrimônio imobiliário administrado pelas Forças Armadas,
tores do Banco Central do Brasil, no rol das alíneas c e d do inciso I
sem prejuízo das competências atribuídas ao Ministério do Planeja-
do caput do art. 102 da Constituição Federal; e mento, Desenvolvimento e Gestão;
VIII - o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presi- x) política militar aeronáutica e atuação na política aeroespa-
dência da República.” (NR) cial nacional;
“Art. 27. ...................................................................... y) infraestrutura aeroespacial e aeronáutica; e
......................................................................................

174
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
VII - Ministério da Integração Nacional:
z) operacionalização do Sistema de Proteção da Amazônia - SI- a) formulação e condução da política de desenvolvimento na-
PAM; cional integrada;
IV - Ministério da Cultura: b) formulação dos planos e programas regionais de desenvol-
a) política nacional de cultura; vimento;
b) proteção do patrimônio histórico e cultural; c) estabelecimento de estratégias de integração das economias
c) regulação de direitos autorais; e regionais;
d) assistência e acompanhamento do Ministério do Desenvol- d) estabelecimento das diretrizes e prioridades na aplicação
vimento Social e Agrário e do Instituto Nacional de Colonização e dos recursos dos programas de financiamento de que trata a alínea
Reforma Agrária - INCRA nas ações de regularização fundiária, para c do inciso I do caput do art. 159 da Constituição Federal;
garantir a preservação da identidade cultural dos remanescentes e) estabelecimento das diretrizes e prioridades na aplicação
das comunidades dos quilombos; dos recursos do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia - FDA e
e) (revogada); do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste - FDNE;
f) (revogada);
f) estabelecimento de normas para cumprimento dos progra-
g) (revogada); mas de financiamento dos fundos constitucionais e das programa-
h) (revogada); ções orçamentárias dos fundos de investimentos regionais;
V - Ministério da Fazenda:
g) acompanhamento e avaliação dos programas integrados de
a) moeda, crédito, instituições financeiras, capitalização, pou-
desenvolvimento nacional;
pança popular, seguros privados e previdência privada aberta;
h) defesa civil;
b) política, administração, fiscalização e arrecadação tributária
i) obras contra as secas e de infraestrutura hídrica;
e aduaneira;
j) formulação e condução da política nacional de irrigação;
c) administração financeira e contabilidade públicas;
k) ordenação territorial; e
d) administração das dívidas públicas interna e externa;
l) obras públicas em faixas de fronteiras;
e) negociações econômicas e financeiras com governos, orga-
m) (revogada);
nismos multilaterais e agências governamentais;
n) (revogada);
f) preços em geral e tarifas públicas e administradas;
o) (revogada):
g) fiscalização e controle do comércio exterior;
1. (revogado);
h) realização de estudos e pesquisas para acompanhamento da
2. (revogado);
conjuntura econômica;
3. (revogado);
i) autorização, ressalvadas as competências do Conselho Mo-
p) (revogada);
netário Nacional:
q) (revogada);
1. da distribuição gratuita de prêmios a título de propaganda
r) (revogada);
quando efetuada mediante sorteio, vale-brinde, concurso ou ope-
s) (revogada);
ração assemelhada;
t) (revogada);
2. das operações de consórcio, fundo mútuo e outras formas
u) (revogada);
associativas assemelhadas, que objetivem a aquisição de bens de
v) (revogada);
qualquer natureza;
w) (revogada);
3. da venda ou da promessa de venda de mercadorias a varejo, x) (revogada);
mediante oferta pública e com recebimento antecipado, parcial ou y) (revogada);
total, do preço;
z) (revogada);
4. da venda ou da promessa de venda de direitos, inclusive co- VIII - Ministério da Justiça e Cidadania:
tas de propriedade de entidades civis, como hospital, motel, clube, a) defesa da ordem jurídica, dos direitos políticos e das garan-
hotel, centro de recreação ou alojamento e organização de serviços tias constitucionais;
de qualquer natureza, com ou sem rateio de despesas de manu- b) política judiciária;
tenção, mediante oferta pública e com pagamento antecipado do c) direitos dos índios;
preço; d) políticas sobre drogas, segurança pública, polícias federal,
5. da venda ou promessa de venda de terrenos loteados a pres- rodoviária, ferroviária federal e do Distrito Federal;
tações mediante sorteio; e e) defesa da ordem econômica nacional e dos direitos do con-
6. da exploração de loterias, inclusive os sweepstakes e outras sumidor;
modalidades de loterias realizadas por entidades promotoras de f) planejamento, coordenação e administração da política pe-
corridas de cavalos; nitenciária nacional;
j) previdência; e g) nacionalidade, imigração e estrangeiros;
k) previdência complementar; h) ouvidoria-geral dos índios e do consumidor;
VI - Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços: i) ouvidoria das polícias federais;
a) política de desenvolvimento da indústria, do comércio e dos j) prevenção e repressão à lavagem de dinheiro e cooperação
serviços; jurídica internacional;
b) propriedade intelectual e transferência de tecnologia; k) defesa dos bens e dos próprios da União e das entidades
c) metrologia, normalização e qualidade industrial; integrantes da administração pública federal indireta;
d) políticas de comércio exterior;
e) regulamentação e execução dos programas e atividades rela-
tivas ao comércio exterior;
f) aplicação dos mecanismos de defesa comercial;
g) participação em negociações internacionais relativas ao co-
mércio exterior; e
h) execução das atividades de registro do comércio;

175
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
c) saúde ambiental e ações de promoção, proteção e recupe-
l) articulação, coordenação, supervisão, integração e proposi- ração da saúde individual e coletiva, inclusive a dos trabalhadores e
ção das ações do Governo e do Sistema Nacional de Políticas sobre dos índios;
Drogas nos aspectos relacionados com as atividades de prevenção, d) informações de saúde;
repressão ao tráfico ilícito e à produção não autorizada de drogas e) insumos críticos para a saúde;
e aquelas relacionadas com o tratamento, a recuperação e a rein- f) ação preventiva em geral, vigilância e controle sanitário de
serção social de usuários e dependentes e ao Plano Integrado de fronteiras e de portos marítimos, fluviais e aéreos;
Enfrentamento ao Crack e outras Drogas; g) vigilância de saúde, especialmente quanto a drogas, medica-
m) política nacional de arquivos; mentos e alimentos;
n) formulação de políticas e diretrizes voltadas à promoção dos ....................................................................................
direitos da cidadania, da criança, do adolescente, do idoso e das i) pesquisa científica e tecnologia na área de saúde;
minorias e à defesa dos direitos das pessoas com deficiência e à X - Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-
promoção da sua integração à vida comunitária; -Geral da União - CGU:
o) articulação de iniciativas e apoio a projetos voltados à prote- a) adoção das providências necessárias à defesa do patrimô-
ção e à promoção dos direitos humanos em âmbito nacional, tanto nio público, ao controle interno, à auditoria pública, à correição, à
por organismos governamentais, incluindo os Poderes Executivo, prevenção e combate à corrupção, às atividades de ouvidoria e ao
Legislativo e Judiciário, quanto por organizações da sociedade; incremento da transparência da gestão no âmbito da administração
p) exercício da função de ouvidoria nacional de direitos huma- pública federal;
nos, da criança, do adolescente, do idoso e das minorias; b) decisão preliminar acerca de representações ou denúncias
q) atuação em favor da ressocialização e da proteção dos de- fundamentadas que receber, indicando as providências cabíveis;
pendentes químicos, sem prejuízo das atribuições dos órgãos in- c) instauração de procedimentos e processos administrativos a
tegrantes do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas seu cargo, constituindo comissões, e requisição de instauração da-
- SISNAD; queles injustificadamente retardados pela autoridade responsável;
r) formulação, coordenação, definição de diretrizes e articula- d) acompanhamento de procedimentos e processos adminis-
ção de políticas para a promoção da igualdade racial; trativos em curso em órgãos ou entidades da administração pública
s) formulação, coordenação e avaliação das políticas públicas federal;
afirmativas de promoção da igualdade e da proteção dos direitos e) realização de inspeções e avocação de procedimentos e pro-
de indivíduos e grupos raciais e étnicos, com ênfase na população cessos em curso na administração pública federal, para exame de
negra, afetados por discriminação racial e demais formas de into- sua regularidade, propondo a adoção de providências ou a correção
lerância; de falhas;
t) articulação, promoção e acompanhamento da execução dos f) efetivação ou promoção da declaração da nulidade de pro-
programas de cooperação com organismos nacionais e internacio- cedimento ou processo administrativo e, se for o caso, da imediata
nais, públicos e privados, voltados à implementação da promoção e regular apuração dos fatos envolvidos nos autos e na nulidade
da igualdade racial; declarada;
u) formulação, coordenação e acompanhamento das políticas g) requisição de dados, informações e documentos relativos a
transversais de governo para a promoção da igualdade racial; procedimentos e processos administrativos já arquivados por auto-
v) planejamento, coordenação da execução e avaliação do Pro- ridade da administração pública federal;
grama Nacional de Ações Afirmativas; h) requisição a órgão ou entidade da administração pública fe-
deral de informações e documentos necessários a seus trabalhos ou
w) acompanhamento da implementação de legislação de ação
atividades;
afirmativa e definição de ações públicas que visem ao cumprimento
i) requisição a órgãos ou entidades da administração pública
de acordos, convenções e outros instrumentos congêneres firma-
federal de servidores ou empregados necessários à constituição de
dos pelo País, nos aspectos relativos à promoção da igualdade e ao
comissões, inclusive as que são objeto do disposto na alínea c , e de
combate à discriminação racial ou étnica; qualquer servidor ou empregado indispensável à instrução de
x) assistência ao Presidente da República em matérias não afe- processo ou procedimento;
tas a outro Ministério; e j) proposição de medidas legislativas ou administrativas e su-
y) formulação, coordenação, definição de diretrizes e articula- gestão de ações necessárias a evitar a repetição de irregularidades
ção de políticas para as mulheres, incluindo: constatadas;
1. elaboração e implementação de campanhas educativas e an- k) recebimento de reclamações relativas à prestação de servi-
tidiscriminatórias de caráter nacional; ços públicos, em geral, e apuração do exercício negligente de cargo,
2. planejamento que contribua na ação do Governo Federal e emprego ou função na administração pública federal, quando não
das demais esferas de governo para a promoção da igualdade entre houver disposição legal que atribua competências específicas a ou-
mulheres e homens; tros órgãos; e
3. promoção, articulação e execução de programas de coopera- l) execução das atividades de controladoria no âmbito do Poder
ção com organismos nacionais e internacionais, públicos e privados, Executivo federal;
voltados à implementação das políticas; e XI - Ministério das Cidades:
4. acompanhamento da implementação de legislação de ação a) política de desenvolvimento urbano;
afirmativa e definição de ações públicas que visem ao cumprimento b) políticas setoriais de habitação, saneamento ambiental,
de acordos, convenções e planos de ação firmados pelo País, nos transporte urbano e trânsito;
aspectos relativos à igualdade entre mulheres e homens e ao com- c) promoção, em articulação com as diversas esferas de gover-
bate à discriminação; no, com o setor privado e organizações não governamentais, de
IX - Ministério da Saúde: ações e programas de urbanização, de habitação, de saneamento
a) política nacional de saúde; básico e ambiental, transporte urbano, trânsito e desenvolvimento
b) coordenação e fiscalização do Sistema Único de Saúde - SUS; urbano;

176
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
h) normatização, orientação, supervisão e avaliação da execu-
d) política de subsídio à habitação popular, saneamento e ção das políticas de desenvolvimento social, segurança alimentar e
transporte urbano; nutricional, de renda de cidadania e de assistência social;
e) planejamento, regulação, normatização e gestão da aplica- i) gestão do Fundo Nacional de Assistência Social;
ção de recursos em políticas de desenvolvimento urbano, urbaniza- j) coordenação, supervisão, controle e avaliação da operacio-
ção, habitação, saneamento básico e ambiental, transporte urbano nalização de programas de transferência de renda;
e trânsito; e k) aprovação dos orçamentos gerais do Serviço Social da Indús-
f) participação na formulação das diretrizes gerais para con- tria - SESI, do Serviço Social do Comércio - SESC e do Serviço Social
servação dos sistemas urbanos de água e para a adoção de bacias do Transporte - SEST;
hidrográficas como unidades básicas do planejamento e gestão do l) reforma agrária;
saneamento; m) promoção do desenvolvimento sustentável do segmento
XII - Ministério das Relações Exteriores: rural constituído pelos agricultores familiares; e
a) política internacional; n) delimitação das terras dos remanescentes das comunidades
b) relações diplomáticas e serviços consulares; dos quilombos e determinação de suas demarcações, a serem ho-
c) participação nas negociações comerciais, econômicas, técni- mologadas por decreto;
cas e culturais com governos e entidades estrangeiras; o) (revogada);
d) programas de cooperação internacional; XV - Ministério do Esporte:
e) promoção do comércio exterior, de investimentos e da com- a) política nacional de desenvolvimento da prática dos espor-
petitividade internacional do País, em coordenação com as políticas tes;
governamentais de comércio exterior; e b) intercâmbio com organismos públicos e privados, nacionais,
f) apoio a delegações, comitivas e representações brasileiras internacionais e estrangeiros, voltados à promoção do esporte;
em agências e organismos internacionais e multilaterais; c) estímulo às iniciativas públicas e privadas de incentivo às ati-
g) (revogada); vidades esportivas; e
h) (revogada); d) planejamento, coordenação, supervisão e avaliação dos pla-
i) (revogada): nos e programas de incentivo aos esportes e de ações de demo-
1. (revogado); cratização da prática esportiva e inclusão social por intermédio do
2. (revogado); esporte;
3. (revogado); e) (revogada);
4. (revogado); f) (revogada);
5. (revogado); XVI - Ministério do Meio Ambiente:
..................................................................................... a) política nacional do meio ambiente e dos recursos hídricos;
7. (revogado); b) política de preservação, conservação e utilização sustentável
XIII - Ministério de Minas e Energia: de ecossistemas, e biodiversidade e florestas;
a) geologia, recursos minerais e energéticos; c) proposição de estratégias, mecanismos e instrumentos eco-
b) aproveitamento da energia hidráulica; nômicos e sociais para a melhoria da qualidade ambiental e do uso
c) mineração e metalurgia; e sustentável dos recursos naturais;
d) petróleo, combustível e energia elétrica, inclusive nuclear; d) políticas para integração do meio ambiente e produção;
e) (revogada); e) políticas e programas ambientais para a Amazônia Legal; e
f) (revogada); f) zoneamento ecológico-econômico;
XVII - Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão:
g) (revogada);
.....................................................................................
h) (revogada);
f) formulação de diretrizes, coordenação das negociações e
i) (revogada);
acompanhamento e avaliação dos financiamentos externos de
j) (revogada); projetos públicos com organismos multilaterais e agências gover-
l) (revogada); namentais;
m) (revogada); ......................................................................................
XIV - Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário: j) administração patrimonial; e
a) política nacional de desenvolvimento social; ......................................................................................
b) política nacional de segurança alimentar e nutricional; XIX - Ministério do Trabalho:
c) política nacional de assistência social; a) política e diretrizes para a geração de emprego e renda e de
d) política nacional de renda de cidadania; apoio ao trabalhador;
e) articulação com os governos federal, estaduais, do Distrito b) política e diretrizes para a modernização das relações de tra-
Federal e municipais e a sociedade civil no estabelecimento de di- balho;
retrizes para as políticas nacionais de desenvolvimento social, de c) fiscalização do trabalho, inclusive do trabalho portuário, e
segurança alimentar e nutricional, de renda de cidadania e de as- aplicação das sanções previstas em normas legais ou coletivas;
sistência social; d) política salarial;
f) articulação entre as políticas e programas dos governos fede- e) formação e desenvolvimento profissional;
ral, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as ações da socie- f) segurança e saúde no trabalho;
dade civil ligadas ao desenvolvimento social, à produção alimentar, g) política de imigração; e
à alimentação e nutrição, à renda de cidadania e à assistência social; h) cooperativismo e associativismo urbanos;
g) orientação, acompanhamento, avaliação e supervisão de XX - Ministério do Turismo:
planos, programas e projetos relativos às áreas de desenvolvimento a) política nacional de desenvolvimento do turismo;
social, segurança alimentar e nutricional, de renda de cidadania e b) promoção e divulgação do turismo nacional, no País e no
de assistência social; exterior;

177
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
§ 5º A competência relativa aos direitos dos índios atribuída ao
c) estímulo às iniciativas públicas e privadas de incentivo às ati- Ministério da Justiça e Cidadania na alínea c do inciso VIII do caput
vidades turísticas; inclui o acompanhamento das ações de saúde desenvolvidas em
d) planejamento, coordenação, supervisão e avaliação dos pla- prol das comunidades indígenas.
nos e programas de incentivo ao turismo; .....................................................................................
e) gestão do Fundo Geral de Turismo; e § 8º As competências atribuídas ao Ministério dos Transportes,
f) desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Certificação e Clas- Portos e Aviação Civil, nos termos das alíneas a , b e i do inciso XXI
sificação das atividades, empreendimentos e equipamentos dos do caput , compreendem:
prestadores de serviços turísticos; .....................................................................................
g) (revogada); III - a elaboração e a aprovação dos planos de outorgas, ouvida,
h) (revogada); tratando-se da exploração da infraestrutura aeroportuária, a Agên-
XXI - Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil: cia Nacional de Aviação Civil - ANAC;
a) política nacional de transportes ferroviário, rodoviário, aqua- .....................................................................................
viário e aeroviário; V - a formulação e a supervisão da execução da política referen-
b) marinha mercante e vias navegáveis; te ao Fundo da Marinha Mercante, destinado à renovação, recupe-
c) formulação de políticas e diretrizes para o desenvolvimento ração e ampliação da frota mercante nacional, em articulação com
e o fomento do setor de portos e instalações portuárias marítimos, os Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Desenvolvimento e
fluviais e lacustres e execução e avaliação de medidas, programas Gestão;
e projetos de apoio ao desenvolvimento da infraestrutura e da su- VI - o estabelecimento de diretrizes para afretamento de em-
perestrutura dos portos e instalações portuárias marítimos, fluviais barcações estrangeiras por empresas brasileiras de navegação e
e lacustres; para liberação do transporte de cargas prescritas;
d) formulação, coordenação e supervisão das políticas nacio- VII - a elaboração de estudos e projeções relativos aos assun-
nais do setor de portos e instalações portuárias marítimos, fluviais tos de aviação civil e de infraestruturas aeroportuária e aeronáutica
e lacustres; civil e sobre a logística do transporte aéreo e do transporte inter-
e) participação no planejamento estratégico, no estabeleci- modal e multimodal, ao longo de eixos e fluxos de produção, em
mento de diretrizes para sua implementação e na definição das articulação com os demais órgãos governamentais competentes,
prioridades dos programas de investimentos em transportes; com atenção às exigências de mobilidade urbana e acessibilidade;
f) elaboração dos planos gerais de outorgas; VIII - a formulação e a implementação do planejamento estra-
g) estabelecimento de diretrizes para a representação do País tégico do setor aeroviário, definindo prioridades dos programas de
nos organismos internacionais e em convenções, acordos e tratados investimentos;
referentes às suas competências; IX - a proposição de que se declare a utilidade pública, para fins
h) desenvolvimento da infraestrutura e da superestrutura de desapropriação ou instituição de servidão administrativa, dos
aquaviária dos portos e instalações portuárias em sua esfera de bens necessários à construção, manutenção e expansão da infraes-
competência, com a finalidade de promover a segurança e a efici- trutura aeronáutica e aeroportuária;
ência do transporte aquaviário de cargas e de passageiros; e X - a coordenação dos órgãos e das entidades do sistema de
i) aviação civil e infraestruturas aeroportuária e de aeronáutica aviação civil, em articulação com o Ministério da Defesa, no que
civil, em articulação, no que couber, com o Ministério da Defesa; couber; e
j) (revogada); XI - a transferência, para Estados, o Distrito Federal ou Muni-
XXII - (revogado); cípios, da implantação, da administração, da operação, da manu-
XXIII - (revogado); tenção e da exploração de aeródromos públicos, direta ou indire-
..................................................................................... tamente.
XXV - (revogado); .....................................................................................
XXVI - Ministério da Educação: § 14. Ao Ministério da Transparência, Fiscalização e Contro-
a) política nacional de educação; ladoria-Geral da União - CGU, no exercício de suas competências,
b) educação infantil; cabe dar o devido andamento às representações ou denúncias fun-
c) educação em geral, compreendendo ensino fundamental, damentadas que receber, relativas a lesão ou ameaça de lesão ao
ensino médio, ensino superior, educação de jovens e adultos, edu- patrimônio público, velando por seu integral deslinde.
cação profissional, educação especial e educação a distância, exce- § 15. Ao Ministério da Transparência, Fiscalização e Controla-
to ensino militar; doria-Geral da União - CGU, por seu titular, sempre que constatar
d) avaliação, informação e pesquisa educacional; omissão da autoridade competente, cumpre requisitar a instaura-
e) pesquisa e extensão universitária; ção de sindicância, procedimentos e processos administrativos, e
f) magistério; e avocar aqueles já em curso perante órgão ou entidade da adminis-
g) assistência financeira a famílias carentes para a escolarização tração pública federal, visando à correção do andamento, inclusive
de seus filhos ou dependentes. mediante a aplicação da penalidade administrativa cabível.
..................................................................................... § 16. Cumpre ao Ministério da Transparência, Fiscalização e
§ 3º A competência atribuída ao Ministério da Integração Na- Controladoria-Geral da União - CGU, na hipótese do § 15, instaurar
cional de que trata a alínea k do inciso VII do caput será exercida em sindicância ou processo administrativo ou, conforme o caso, repre-
conjunto com o Ministério da Defesa. sentar a autoridade competente para apurar a omissão das autori-
§ 4º A competência atribuída ao Ministério do Meio Ambiente, dades responsáveis.
nos termos da alínea f do inciso XVI do caput , será exercida em con-
junto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, o Minis-
tério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e o Ministério da
Integração Nacional.

178
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
IV - do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comu-
§ 17. O Ministério da Transparência, Fiscalização e Controlado- nicações, o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, o Centro de
ria-Geral da União - CGU encaminhará à Advocacia-Geral da União
Tecnologias Estratégicas do Nordeste, o Instituto Nacional de
os casos que configurarem improbidade administrativa e aqueles
Pesquisa do Pantanal, o Instituto Nacional de Águas, o Instituto
que recomendarem a indisponibilidade de bens, o ressarcimento ao
Nacional da Mata Atlântica, o Conselho Nacional de Informática e
erário e outras providências a cargo da Advocacia-Geral da União e
Automação, a Comissão de Coordenação das Atividades de Meteo-
provocará, sempre que necessária, a atuação do Tribunal de Contas
da União, da Secretaria da Receita Federal do Brasil, dos órgãos do rologia, Climatologia e Hidrologia, o Instituto Nacional de Pesquisas
sistema de controle interno do Poder Executivo federal e, quando Espaciais, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o Institu-
houver indícios de responsabilidade penal, do Departamento de to Nacional de Tecnologia, o Instituto Brasileiro de Informação em
Polícia Federal e do Ministério Público, inclusive quanto a represen- Ciência e Tecnologia, o Instituto Nacional do Semiárido, o Centro de
tações ou denúncias que se afigurarem manifestamente caluniosas. Tecnologia da Informação Renato Archer, o Centro Brasileiro de Pes-
§ 18. Os procedimentos e processos administrativos de instau- quisas Físicas, o Centro de Tecnologia Mineral, o Laboratório Nacio-
ração e avocação facultados ao Ministério da Transparência, Fiscali- nal de Astrofísica, o Laboratório Nacional de Computação Científica,
zação e Controladoria-Geral da União - CGU incluem aqueles de que o Museu de Astronomia e Ciências Afins, o Museu Paraense Emílio
tratam o Título V da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 , e o Goeldi, o Observatório Nacional, a Comissão Técnica Nacional de
Capítulo V da Lei n o 8.429, de 2 de junho de 1992 , e outros a serem Biossegurança, o Conselho Nacional de Controle de Experimenta-
desenvolvidos ou já em curso em órgão ou entidade da administra- ção Animal, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de De-
ção pública federal, desde que relacionados a lesão ou ameaça de sastres Naturais e até cinco Secretarias;
lesão ao patrimônio público. V - (revogado);
§ 19. Os titulares dos órgãos do sistema de controle interno do VI - (revogado);
Poder Executivo federal devem cientificar o Ministro de Estado da VII - do Ministério da Defesa, o Conselho Militar de Defesa, o
Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU Comando da Marinha, o Comando do Exército, o Comando da Aero-
acerca de irregularidades que, registradas em seus relatórios, tra- náutica, o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, a Secretaria-
tem de atos ou fatos atribuíveis a agentes da administração públi- -Geral, a Escola Superior de Guerra, o Centro Gestor e Operacional
ca federal e das quais haja resultado ou possa resultar prejuízo ao do Sistema de Proteção da Amazônia, o Hospital das Forças Arma-
erário de valor superior ao limite fixado pelo Tribunal de Contas da das, a Representação Brasileira na Junta Interamericana de Defe-
União para efeito da tomada de contas especial elaborada de forma sa, o Conselho Deliberativo do Sistema de Proteção da Amazônia
simplificada. - CONSIPAM, até três Secretarias e um órgão de controle interno;
§ 20. O Ministro de Estado da Transparência, Fiscalização e VIII - (revogado);
Controladoria-Geral da União - CGU poderá requisitar servidores na IX - do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o
forma do art. 2º da Lei nº 9.007, de 17 de março de 1995 . Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Indus-
§ 21. Para efeito do disposto no § 19, os órgãos e as entidades trial, o Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exporta-
da administração pública federal estão obrigados a atender, no pra- ção e até quatro Secretarias;
zo indicado, às requisições e solicitações do Ministro de Estado da X - do Ministério da Cultura, o Conselho Superior do Cinema, o
Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU e Conselho Nacional de Política Cultural, a Comissão Nacional de
a comunicar-lhe a instauração de sindicância ou outro processo Incentivo à Cultura e até seis Secretarias;
administrativo e o respectivo resultado. .....................................................................................
§ 22. Fica autorizada a manutenção no Ministério da Transpa- XII - do Ministério da Fazenda, o Conselho Monetário Nacional,
rência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU das Grati- o Conselho Nacional de Política Fazendária, o Conselho de Recursos
ficações de Representação da Presidência da República alocadas à do Sistema Financeiro Nacional, o Conselho Nacional de Seguros
Controladoria-Geral da União da Presidência da República na data Privados, o Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros
de publicação desta Lei. Privados, o Conselho de Previdência Privada Aberta e de Capitaliza-
§ 23. O INSS é vinculado ao Ministério do Desenvolvimento So- ção, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Conselho
cial e Agrário e, quanto às questões previdenciárias, segue as dire- Administrativo de Recursos Fiscais, o Conselho Diretor do Fundo de
trizes gerais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Previdência. Garantia à Exportação, o Comitê Brasileiro de Nomenclatura, o Co-
§ 24. (VETADO).” (NR) mitê de Avaliação de Créditos ao Exterior, a Secretaria da Receita
“Art. 29. ............................................................... Federal do Brasil, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, a Esco-
I - do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o la de Administração Fazendária, o Conselho Nacional de Previdên-
Conselho Nacional de Política Agrícola, o Conselho Deliberativo cia Complementar, a Câmara de Recursos da Previdência Comple-
da Política do Café, o Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca, a mentar, o Conselho Nacional de Previdência e até seis Secretarias;
Comissão Especial de Recursos, a Comissão Executiva do Plano da .....................................................................................
Lavoura Cacaueira, o Instituto Nacional de Meteorologia e até cinco XIV - do Ministério da Justiça e Cidadania, o Conselho Nacio-
Secretarias; nal de Política Criminal e Penitenciária, o Conselho Nacional de
II - do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, o Con- Segurança Pública, o Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa
selho Nacional de Assistência Social, o Conselho de Articulação de dos Direitos Difusos, o Conselho Nacional de Combate à Pirataria e
Programas Sociais, o Conselho Gestor do Programa Bolsa Família, o Delitos contra a Propriedade Intelectual, o Conselho Nacional de
Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, o Conse- Arquivos, o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas, o Departa-
lho Curador do Banco da Terra, o Conselho de Recursos do Seguro mento de Polícia Federal, o Departamento de Polícia Rodoviária Fe-
Social, a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvi- deral, o Departamento Penitenciário Nacional, o Arquivo Nacional,
mento Agrário e até seis Secretarias; o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, o Conselho
.................................................................................... Nacional dos Direitos Humanos, o Conselho Nacional de Combate à
Discriminação, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do

179
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
Art. 14. Enquanto não forem publicados os decretos de estru-
Adolescente, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com De- tura regimental dos Ministérios que absorverão as competências
ficiência, o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso, o Conselho dos órgãos de que trata o art. 1º, as estruturas remanescentes dos
Nacional dos Direitos da Mulher, a Secretaria Especial de Políticas órgãos a serem extintos na forma do art. 9º ficarão subordinadas
para as Mulheres, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da aos Ministros de Estado titulares dos órgãos que irão assumir as
Igualdade Racial, a Secretaria Especial de Direitos Humanos e até competências respectivas.
seis Secretarias; Art. 15. A estrutura organizacional dos órgãos extintos e trans-
..................................................................................... formados, assim como as entidades que lhes sejam vinculadas, in-
XVII - do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Ges- tegrarão os órgãos resultantes das transformações ou daqueles que
tão, a Comissão de Financiamentos Externos, a Assessoria Econômi- absorveram as respectivas competências, bem como serão man-
ca e até dez Secretarias; tidas as gratificações devidas em virtude de exercício nos órgãos
..................................................................................... transformados ou extintos.
XIX - do Ministério das Relações Exteriores, o Cerimonial, a Se- Art. 16. É aplicável o disposto no art. 2º da Lei nº 9.007, de 17
cretaria de Planejamento Diplomático, a Inspetoria-Geral do Servi- de março de 1995 , para os servidores, os militares e os empregados
ço Exterior, a Secretaria-Geral das Relações Exteriores, composta de em exercício no Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil
até nove Subsecretarias-Gerais, a Secretaria de Controle Interno, o ou no Ministério da Justiça e Cidadania requisitados para a Secreta-
Instituto Rio Branco, as missões diplomáticas permanentes, as re- ria de Aviação Civil da Presidência da República, para a Secretaria de
partições consulares, o Conselho de Política Externa, a Comissão de Portos da Presidência da República ou para o Ministério das Mulhe-
Promoções e a Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exte- res, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos até a
rior; data de entrada em vigor desta Lei.
..................................................................................... Parágrafo único. Os servidores, os militares e os empregados
XXI - do Ministério do Trabalho, o Conselho Nacional do Tra- de que trata o caput poderão ser designados para o exercício de
balho, o Conselho Nacional de Imigração, o Conselho Curador do Gratificações de Representação da Presidência da República ou de
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o Conselho Deliberativo Gratificação de Exercício em Cargo de Confiança nos órgãos da Pre-
do Fundo de Amparo ao Trabalhador, o Conselho Nacional de Eco- sidência da República devida aos militares enquanto permanece-
nomia Solidária e até três Secretarias; rem em exercício nos sucessores dos órgãos para os quais foram
XXII - do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, o requisitados.
Conselho Nacional de Aviação Civil, o Instituto Nacional de Pesqui- Art. 17. O art. 18 da Lei nº 11.890, de 24 de dezembro de 2008
sas Hidroviárias e até cinco Secretarias; , passa a vigorar com a seguinte alteração:
..................................................................................... “Art. 18. ................................................................
XXV - (revogado); ......................................................................................
XXVI - do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controla- II - ..........................................................................
doria-Geral da União - CGU, o Conselho de Transparência Pública e a) ............................................................................
Combate à Corrupção, a Comissão de Coordenação de Controle ......................................................................................
Interno, a Corregedoria-Geral da União, a Ouvidoria-Geral da União 5. Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior;
. .........................................................................” (NR)
e duas Secretarias, sendo uma a Secretaria Federal de Controle In-
Art. 18. Ficam revogados:
terno;
I - os seguintes dispositivos da Lei nº 10.683, de 28 de maio de
XXVII - do Ministério da Educação, o Conselho Nacional de Edu-
2003 :
cação, o Instituto Benjamin Constant, o Instituto Nacional de Educa- a) os incisos IV , XI e XII do caput do art. 1º ;
ção de Surdos e até seis Secretarias. b) o inciso X do § 1º do art. 1º ;
..................................................................................... c) o inciso I do parágrafo único do art. 2º ;
§ 7º Ao Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca, presidido d) o art. 2º-B ;
pelo Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e e) os incisos XII e XIII do caput do art. 3º;
composto na forma estabelecida em regulamento pelo Poder Exe- f) os incisos VIII e IX do § 2º do art. 3º;
cutivo, compete subsidiar a formulação da política nacional para a g) os §§ 1º a 5º do art. 18 ;
pesca e aquicultura, propondo diretrizes para o desenvolvimento e h) os arts. 17 , 19 , 20 , 24-A e 24-D ;
fomento da produção pesqueira e aquícola, apreciar as diretrizes i) os incisos XXII , XXIII e XXV do caput do art. 25 ;
para o desenvolvimento do plano de ação da pesca e aquicultura e j) o inciso VI do parágrafo único do art. 25 ;
propor medidas destinadas a garantir a sustentabilidade da ativida- k) os incisos XXII , XXIII e XXV do caput do art. 27 ; e
de pesqueira e aquícola. l) os incisos V , VI , VIII e XXV do caput do art. 29 ; e
...................................................................................... II - a Medida Provisória nº 717, de 16 de março de 2016 .
§ 9º O Conselho de Transparência Pública e Combate à Cor- Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, pro-
rupção será presidido pelo Ministro de Estado da Transparência, duzindo efeitos:
Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU e composto, pa- I - quanto à alteração das estruturas dos órgãos abrangidos, a
ritariamente, por representantes da sociedade civil organizada e partir da data de entrada em vigor dos respectivos decretos de
representantes do Governo Federal.” (NR) estrutura regimental; e
Art. 13. A criação, a extinção, a transformação, a transferência, II - quanto às transformações, às extinções de cargos, às alte-
a incorporação ou o desmembramento de órgãos ou unidades ad- rações de supervisão ministerial de entidades e às demais disposi-
ministrativas integrantes das entidades e dos órgãos, para fins do ções, de imediato.
disposto nesta Lei, ocorrerá mediante a edição de decreto, desde Parágrafo único. A competência sobre Previdência e Previdên-
que não implique aumento de despesa, que também disporá sobre cia Complementar será exercida, de imediato, pelo Ministério da
a estrutura regimental e a distribuição do pessoal e de cargos ou Fazenda, com apoio das estruturas que atualmente dão suporte a
elas.
funções no âmbito do órgão ou da unidade administrativa.

180
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
( ) Promoção da saúde integral da população negra, priorizando
EXERCÍCIOS a redução das desigualdades étnicas e o combate à discriminação
nas instituições e serviços do SUS.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima
para baixo, é:
1. Na implementação dos programas e das ações constantes (A) F – F – F.
dos planos plurianuais e dos orçamentos anuais da União, deverão (B) F – V – V.
ser observadas as políticas de ação afirmativa conforme o Estatuto (C) V – F – F.
de Igualdade Racial (Lei n° 12.288/2010) e outras políticas públicas (D) V – F – V.
que tenham como objetivo promover a igualdade de oportunidades (E) V – V – V.
e a inclusão social da população negra, entre elas:
I. incentivo à criação de programas e veículos de comunicação 5. De acordo com a Lei nº 12.288/2010, que institui o Estatuto
destinados à divulgação de matérias relacionadas aos interesses da da Igualdade Racial, assinale a alternativa correta.
população negra. (A) O Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz político-
II. iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das -jurídica a ressocialização dos autores de desigualdade étnico-
pessoas negras na educação fundamental, média, técnica e supe- -racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da
rior. identidade nacional brasileira.
III. apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e das (B) O poder público garantirá que o segmento da população ne-
tradições africanas e brasileiras. gra vinculado aos seguros privados de saúde seja tratado com
Está correto o que se afirma em prioridade no atendimento.
(A) III, apenas. (C) A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacio-
(B) I, II e III nal.
(C) I e II, apenas. (D) Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino
(D) I e III, apenas. médio, desde que públicos, é obrigatório o estudo da história
(E) II e III, apenas. geral da África e da história da população negra no Brasil.
(E) Os moradores de comunidades carentes serão beneficiários
2. De acordo com Estatuto da Igualdade Racial (Lei n° de incentivos específicos para a garantia do direito à saúde.
12.288/2010) a eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais
e institucionais que impedem a representação da diversidade ét- 6. Sobre o Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010) e
nica nas esferas pública e privada é uma das formas de promover os conceitos estabelecidos por ele, relacione as colunas e assinale a
(A) a informação para os jovens que buscam melhores condi- alternativa com a sequência correta.
ções econômicas e sociais. 1. Desigualdade racial.
(B) a ação de adolescentes e jovens universitários nos diversos 2. Desigualdade de gênero e raça.
espaços sociais garantindo a promoção da igualdade racial. 3. Políticas públicas.
(C) a participação da população negra, em condição de igual- 4. Ações afirmativas.
dade de oportunidade, na vida econômica, social, política e ( ) Ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cum-
cultural do País. primento de suas atribuições institucionais.
(D) o acesso aos recursos financeiros para jovens com alto ren- ( ) Assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a
dimento escolar visando a melhoria de sua organização fami- distância social entre mulheres negras e os demais segmentos so-
liar. ciais.
(E) a inclusão de meninas nos programas de apoio ao combate ( ) Programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela
às drogas nas escolas das grandes metrópoles. iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a
promoção da igualdade de oportunidades.
3. João, 15 anos, negro, é vítima de várias piadas de outros ado- ( ) Toda situação injustificada de diferenciação de acesso e frui-
lescentes pela textura do cabelo e forma de penteá-lo. Na escola é ção de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e priva-
excluído das atividades pelos próprios colegas e sempre recebe um da, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou
apelido diferente pela cor da pele. A atitude das pessoas para com o étnica.
João é definida no Estatuto da Igualdade Racial (Lei n° 12.288/2010) (A) 4 – 2 – 3 – 1.
como (B) 3 –1 – 4 – 2
(A) desigualdade de gênero. (C) 3 – 2 – 4 – 1.
(B) política pública. (D) 4 – 1 – 3 – 2.
(C) discriminação racial. (E) 1 – 2 – 3 – 4.
(D) ação afirmativa.
(E) discriminação sexual. 7. Assinale a alternativa correta acerca do que prevê o Estatuto
da Igualdade Racial (Lei n° 12.288/2010).
4. Conforme Lei Federal nº 12.288/2010, em relação aos ob- (A) Denominam-se políticas públicas para integração racial os
programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela
jetivos da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra,
iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e
analise as assertivas abaixo, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se
para a promoção da igualdade de oportunidades.
falsas.
(B) Os programas de ação afirmativa constituir-se-ão em políti-
( ) Fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racismo
cas públicas destinadas a reparar as distorções e desigualdades
e saúde da população negra.
sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, nas esferas
( ) Inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos pro-
pública e privada, durante o processo de formação social do
cessos de formação e educação permanente dos trabalhadores da
País.
saúde.

181
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
(C) Nada do disposto nesta Convenção prejudicará qualquer
(C) Os moradores das comunidades de remanescentes de qui- disposição que seja mais propícia à obtenção da igualdade
lombos serão beneficiários de incentivos específicos para a entre homens e mulheres e que seja contida na legislação de
garantia do direito à saúde, excluindo- -se apenas as melho- um Estado-Parte ou em qualquer outra convenção, tratado ou
rias nas condições ambientais, garantindo-se porém obras de acordo internacional vigente nesse Estado.
saneamento básico, de segurança alimentar e nutricional e na (D) É assegurado às mulheres o direito às mesmas oportunida-
atenção integral à saúde. des de emprego, inclusive a aplicação dos mesmos critérios de
(D) É obrigatório o ensino da capoeira nas instituições públicas seleção em questões de emprego.
e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e (E) Os Estados-Partes outorgarão à mulher os mesmos direitos
formalmente reconhecidos, para crianças de 04 a 07 anos de que ao homem no que diz respeito à nacionalidade dos filhos.
idade.
(E) Os Poderes Executivos Estaduais elaborarão plano de pro- 12. Assinale a alternativa que apresenta a Convenção Interna-
moção da igualdade racial contendo as metas, princípios e dire- cional ainda não ratificada pelo Estado brasileiro.
trizes para a implementação da Política Nacional de Promoção (A) Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
da Igualdade Racial. a Violência contra a Mulher.
(B) Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança.
8. Segundo a Lei nº 7.716/1989, é crime resultante de discri- (C) Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos
minação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência Humanos dos Idosos.
nacional, impedir (D) Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência.
(A) a ascensão funcional de servidores públicos estatutários, (E) Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discri-
excluindo-se os prestadores de serviço em regime celetista. minação contra a Mulher.
(B) a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma 13. Assinale a alternativa correta sobre as previsões expressas
de benefício profissional, excluídos os cargos da administração da Lei Federal n° 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Pe-
pública indireta. nha).
(C) o acesso de pessoa habilitada, a qualquer cargo da admi- (A) O Ministério Público atuará apenas quando for parte nas
nistração pública, bem como das concessionárias de serviços causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e
públicos. familiar contra a mulher
(D) o acesso de pessoa devidamente habilitada a cargo da ad- (B) Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher
ministração direta, o que não se aplica aos entes privados em em situação de violência doméstica e familiar deverá estar
regime de concessão de serviços públicos. acompanhada de advogado
(C) Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mu-
9. De acordo com a Lei nº 7.716/1989, que define os crimes lher que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe
resultantes de preconceito de raça ou de cor, aquele que incitar o de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissio-
preconceito de raça por intermédio dos meios de comunicação so- nais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde
cial está sujeito à pena de (D) A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Fami-
(A) reclusão de dois a cinco anos e multa. liar contra a Mulher deverá ser acompanhada pela implantação
(B) trabalho voluntário e restrições de finais de semana. das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária
(C) reclusão de um a três anos.
(D) detenção de seis meses a 1 ano e multa. 14. A República Federativa do Brasil, conforme a Constituição
(E) somente multa. Federal, é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constituindo-se em Estado Democrático de
10. Constituem crimes resultantes de discriminação ou precon- Direito e tendo como fundamentos, EXCETO
ceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, EXCETO (A) a independência nacional.
(A) impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habi- (B) o pluralismo político.
litado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, (C) a dignidade da pessoa humana.
bem como das concessionárias de serviços públicos. (D) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
(B) negar ou obstar emprego em empresa privada.
(C) recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, 15. Quanto aos direitos fundamentais, assinale a alternativa
negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador. correta.
(D) impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, (A) São imprescritíveis e podem ser invocados, em qualquer
estalagem, ou qualquer estabelecimento similar. ação, a qualquer tempo.
(E) injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, (B) São históricos, pois foram evoluindo e sendo formatados
utilizando-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião gradativamente.
e origem. (C) São absolutos.
(D) Podem ser renunciados, justificadamente.
11. A respeito das disposições da Convenção sobre a elimina- (E) Podem possuir conteúdo econômico, hipótese em que po-
ção de todas as formas de discriminação contra a mulher, assinale a derão ser alienáveis.
alternativa INCORRETA.
(A) Devem ser tomadas medidas apropriadas, inclusive de cará-
ter legislativo, para suprimir todas as formas de tráfico de mu-
lheres e exploração da prostituição da mulher
(B) Os Estados-Partes convém que todo contrato ou outro ins-
trumento privado de efeito jurídico que tenda a restringir a ca-
pacidade jurídica da mulher será considerado anulável, salvo se
a própria mulher referendar o ato.

182
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS
16. Assinale a alternativa correta a respeito dos direitos e ga- ANOTAÇÕES
rantias fundamentais, nos termos disciplinados na Constituição da
República Federativa do Brasil.
(A) Os direitos e garantias fundamentais, em razão de concre-
tizarem a dignidade humana, não podem ser relativizados pela
atuação do Estado para suspender ou restringir as suas eficá-
cias.
(B) Os direitos e garantias fundamentais são apenas os previs-
tos, expressamente, no texto constitucional.
(C) A adoção, pelo Brasil, de normas internacionais sobre direi-
tos humanos obriga que essas sejam previamente internaliza-
das através de emenda constitucional.
(D) Os direitos e garantias fundamentais, desde que por emen-
da constitucional, podem ser suprimidos do texto da Constitui-
ção da República Federativa do Brasil.
(E) Enquanto os direitos fundamentais são as disposições que
reconhecem e declaram propriamente os direitos inerentes à
dignidade de todo ser humano, as garantias são disposições as-
securatórias do exercício dos direitos.

GABARITO

1 B
2 C
3 C
4 E
5 C
6 C
7 B
8 C
9 A
10 E
11 B
12 C
13 C
14 A
15 B
16 E

183
CONHECIMENTOS ÉTNICO-RACIAIS

184
LEGISLAÇÃO

§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da


ART. 134 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 União e do Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 74, de 2013)
— Defensoria Pública § 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a uni-
Função essencial individualizada da advocacia pela Emenda dade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se
Constitucional nº 80/2014, a Defensoria Pública é instituição per- também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art.
manente do Estado, que também tem como finalidade primordial a 96 desta Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucio-
orientação jurídica e a defesa do cidadão em todos os graus, carac- nal nº 80, de 2014)
teriza-se por garantir o acesso à justiça aos mais necessitados. Pos-
sui autonomia funcional e administrativa, competindo-lhe a promo-
ção dos direitos humanos, a defesa, em todos os graus, judicial e LEI COMPLEMENTAR FEDERAL Nº 80, DE 12 DE
extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos e a orientação ju- JANEIRO DE 1994, QUE ORGANIZA A DEFENSORIA
rídica dos cidadãos que não possuem recursos financeiros suficien- PÚBLICA DA UNIÃO, DO DISTRITO FEDERAL E DOS
tes para a contratação de um advogado particular. A independência TERRITÓRIOS E PRESCREVE NORMAS GERAIS PARA
funcional no desempenho de suas atribuições, a inamovibilidade, a SUA ORGANIZAÇÃO NOS ESTADOS, E DÁ OUTRAS
irredutibilidade de vencimentos e a estabilidade são também PROVIDÊNCIAS
garantias dos defensores públicos. São princípios institucionais da
Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência LEI COMPLEMENTAR Nº 80, DE 12 DE JANEIRO DE 1994
funcional. O ingresso na carreira de defensor também deve se dar
por concurso público. Organiza a Defensoria Pública da União, do Distrito Federal e
Diante da omissão constitucional sobre a necessidade de o de- dos Territórios e prescreve normas gerais para sua organização
fensor público continuar inscrito nos quadros da OAB, dada a si- nos Estados, e dá outras providências.
militude das atividades da Defensoria Pública com a advocacia, se
discute nos Tribunais superiores a obrigatoriedade da inscrição na O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
OAB para os defensores públicos. Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

TÍTULO IV TÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO IV (REDAÇÃO DADA PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 132, DE
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA 2009).
SEÇÃO IV
DA DEFENSORIA PÚBLICA Art. 1º A Defensoria Pública é instituição permanente, es-
sencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, es- expressão e instrumento do regime democrático, fundamental-
sencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como mente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos
expressão e instrumento do regime democrático, fundamental- e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos
mente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessi-
e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos tados, assim considerados na forma do inciso LXXIV do art. 5º da
individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessi- Constituição Federal. (Redação dada pela Lei Complementar nº 132,
tados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Fe- de 2009).
deral. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) Art. 2º A Defensoria Pública abrange:
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da I - a Defensoria Pública da União;
União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas II - a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;
gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, III - as Defensorias Públicas dos Estados.
providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e Art. 3º São princípios institucionais da Defensoria Pública a
títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilida- unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
de e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institu- Parágrafo único. (VETADO).
cionais. (Renumerado do parágrafo único pela Emenda Constitu- Art. 3º-A. São objetivos da Defensoria Pública: (Incluído pela Lei
cional nº 45, de 2004) Complementar nº 132, de 2009).
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas au- I – a primazia da dignidade da pessoa humana e a redução das
tonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta desigualdades sociais; (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes 2009).
orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. (Inclu- II – a afirmação do Estado Democrático de Direito; (Incluído
ído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) pela Lei Complementar nº 132, de 2009).

185
LEGISLAÇÃO
XV – patrocinar ação penal privada e a subsidiária da pública;
III – a prevalência e efetividade dos direitos humanos; e (In- (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
cluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009). XVI – exercer a curadoria especial nos casos previstos em lei;
IV – a garantia dos princípios constitucionais da ampla defesa (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
e do contraditório. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de XVII – atuar nos estabelecimentos policiais, penitenciários e de
2009). internação de adolescentes, visando a assegurar às pessoas, sob
Art. 4º São funções institucionais da Defensoria Pública, den- quaisquer circunstâncias, o exercício pleno de seus direitos e
tre outras: garantias fundamentais; (Incluído pela Lei Complementar nº 132,
I – prestar orientação jurídica e exercer a defesa dos necessi- de 2009).
tados, em todos os graus; (Redação dada pela Lei Complementar nº XVIII – atuar na preservação e reparação dos direitos de pes-
132, de 2009). soas vítimas de tortura, abusos sexuais, discriminação ou qualquer
II – promover, prioritariamente, a solução extrajudicial dos outra forma de opressão ou violência, propiciando o acompanha-
litígios, visando à composição entre as pessoas em conflito de in- mento e o atendimento interdisciplinar das vítimas; (Incluído pela
teresses, por meio de mediação, conciliação, arbitragem e demais Lei Complementar nº 132, de 2009).
técnicas de composição e administração de conflitos; (Redação XIX – atuar nos Juizados Especiais; (Incluído pela Lei Comple-
dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009). mentar nº 132, de 2009).
III – promover a difusão e a conscientização dos direitos hu- XX – participar, quando tiver assento, dos conselhos federais,
manos, da cidadania e do ordenamento jurídico; (Redação dada estaduais e municipais afetos às funções institucionais da Defen-
pela Lei Complementar nº 132, de 2009). soria Pública, respeitadas as atribuições de seus ramos; (Incluído
IV – prestar atendimento interdisciplinar, por meio de órgãos pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
ou de servidores de suas Carreiras de apoio para o exercício de suas XXI – executar e receber as verbas sucumbenciais decorrentes
atribuições; (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de de sua atuação, inclusive quando devidas por quaisquer entes pú-
2009). blicos, destinando-as a fundos geridos pela Defensoria Pública e
V – exercer, mediante o recebimento dos autos com vista, a destinados, exclusivamente, ao aparelhamento da Defensoria Pú-
ampla defesa e o contraditório em favor de pessoas naturais e blica e à capacitação profissional de seus membros e servidores;
jurídicas, em processos administrativos e judiciais, perante todos os (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
órgãos e em todas as instâncias, ordinárias ou extraordinárias, XXII – convocar audiências públicas para discutir matérias re-
utilizando todas as medidas capazes de propiciar a adequada e lacionadas às suas funções institucionais. (Incluído pela Lei Com-
efetiva defesa de seus interesses; (Redação dada pela Lei Comple- plementar nº 132, de 2009).
mentar nº 132, de 2009). § 1º (VETADO).
VI – representar aos sistemas internacionais de proteção dos § 2º As funções institucionais da Defensoria Pública serão
direitos humanos, postulando perante seus órgãos; (Redação dada exercidas inclusive contra as Pessoas Jurídicas de Direito Público.
pela Lei Complementar nº 132, de 2009). § 3º (VETADO).
VII – promover ação civil pública e todas as espécies de ações § 4º O instrumento de transação, mediação ou conciliação
capazes de propiciar a adequada tutela dos direitos difusos, cole- referendado pelo Defensor Público valerá como título executivo
tivos ou individuais homogêneos quando o resultado da deman- da extrajudicial, inclusive quando celebrado com a pessoa jurídica de
puder beneficiar grupo de pessoas hipossuficientes; (Redação dada direito público. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
pela Lei Complementar nº 132, de 2009). § 5º A assistência jurídica integral e gratuita custeada ou for-
VIII – exercer a defesa dos direitos e interesses individuais, di- necida pelo Estado será exercida pela Defensoria Pública. (Incluí- do
fusos, coletivos e individuais homogêneos e dos direitos do consu- pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
midor, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal; § 6º A capacidade postulatória do Defensor Público decorre
(Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009). exclusivamente de sua nomeação e posse no cargo público. (Inclu-
IX – impetrar habeas corpus, mandado de injunção, habeas ído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
data e mandado de segurança ou qualquer outra ação em defesa § 7º Aos membros da Defensoria Pública é garantido sentar-
das funções institucionais e prerrogativas de seus órgãos de exe- -se no mesmo plano do Ministério Público. (Incluído pela Lei Com-
cução; (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009). plementar nº 132, de 2009).
X – promover a mais ampla defesa dos direitos fundamentais § 8º Se o Defensor Público entender inexistir hipótese de atu-
dos necessitados, abrangendo seus direitos individuais, coletivos, ação institucional, dará imediata ciência ao Defensor Público-Ge-
sociais, econômicos, culturais e ambientais, sendo admissíveis ral, que decidirá a controvérsia, indicando, se for o caso, outro
todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e Defensor Público para atuar. (Incluído pela Lei Complementar nº
efetiva tutela; (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de 132, de 2009).
§ 9º O exercício do cargo de Defensor Público é comprovado
2009).
mediante apresentação de carteira funcional expedida pela res-
XI – exercer a defesa dos interesses individuais e coletivos da
pectiva Defensoria Pública, conforme modelo previsto nesta Lei
criança e do adolescente, do idoso, da pessoa portadora de ne-
Complementar, a qual valerá como documento de identidade e terá
cessidades especiais, da mulher vítima de violência doméstica e
fé pública em todo o território nacional. (Incluído pela Lei
familiar e de outros grupos sociais vulneráveis que mereçam pro-
Complementar nº 132, de 2009).
teção especial do Estado; (Redação dada pela Lei Complementar nº
§ 10. O exercício do cargo de Defensor Público é indelegável e
132, de 2009).
privativo de membro da Carreira. (Incluído pela Lei Complementar
XII - (VETADO);
nº 132, de 2009).
XIII - (VETADO);
XIV – acompanhar inquérito policial, inclusive com a comu-
nicação imediata da prisão em flagrante pela autoridade policial,
quando o preso não constituir advogado; (Incluído pela Lei Com-
plementar nº 132, de 2009).

186
LEGISLAÇÃO
aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do
§ 11. Os estabelecimentos a que se refere o inciso XVII do caput Senado Federal, para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma
reservarão instalações adequadas ao atendimento jurídi- co dos recondução, precedida de nova aprovação do Senado Federal.
presos e internos por parte dos Defensores Públicos, bem como a (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
esses fornecerão apoio administrativo, prestarão as in- formações § 1º (VETADO).
solicitadas e assegurarão acesso à documentação dos presos e § 2º (VETADO).
internos, aos quais é assegurado o direito de entrevista com os Art. 7º O Defensor Público-Geral Federal será substituído, em
Defensores Públicos. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de suas faltas, impedimentos, licenças e férias, pelo Subdefensor Pú-
2009). blico-Geral Federal, nomeado pelo Presidente da República, den-
Art. 4º-A. São direitos dos assistidos da Defensoria Pública, tre os integrantes da Categoria Especial da Carreira, escolhidos pelo
além daqueles previstos na legislação estadual ou em atos norma- Conselho Superior, para mandato de 2 (dois) anos. (Redação dada
tivos internos: (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009). pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
I – a informação sobre: (Incluído pela Lei Complementar nº Parágrafo único. A União poderá, segundo suas necessidades,
132, de 2009). ter mais de um Subdefensor Público-Geral Federal. (Redação dada
a) localização e horário de funcionamento dos órgãos da pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
Defensoria Pública; (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de Art. 8º São atribuições do Defensor Publico-Geral, dentre ou-
2009). tras:
b) a tramitação dos processos e os procedimentos para a I - dirigir a Defensoria Pública da União, superintender e coor-
realização de exames, perícias e outras providências necessárias denar suas atividades e orientarlhe a atuação;
à defesa de seus interesses; (Incluído pela Lei Complementar nº II - representar a Defensoria Pública da União judicial e extra-
132, de 2009). judicialmente;
II – a qualidade e a eficiência do atendimento; (Incluído pela III - velar pelo cumprimento das finalidades da Instituição;
Lei Complementar nº 132, de 2009). IV - integrar, como membro nato, e presidir o Conselho Supe-
III – o direito de ter sua pretensão revista no caso de recusa de rior da Defensoria Pública da União;
atuação pelo Defensor Público; (Incluído pela Lei Complemen- tar V – submeter ao Conselho Superior proposta de criação ou de
nº 132, de 2009). alteração do Regimento Interno da Defensoria Pública-Geral da
IV – o patrocínio de seus direitos e interesses pelo defensor União; (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
natural; (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009). VI - autorizar os afastamentos dos membros da Defensoria
V – a atuação de Defensores Públicos distintos, quando veri- Pública da União;
ficada a existência de interesses antagônicos ou colidentes entre VII - estabelecer a lotação e a distribuição dos membros e dos
destinatários de suas funções. (Incluído pela Lei Complementar nº servidores da Defensoria Pública da União;
132, de 2009). VIII - dirimir conflitos de atribuições entre membros da Defen-
soria Pública da União, com recurso para seu Conselho Superior;
TÍTULO II IX - proferir decisões nas sindicâncias e processos administra-
DA ORGANIZAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO tivos disciplinares promovidos pela Corregedoria-Geral da Defen-
CAPÍTULO I soria Pública da União;
DA ESTRUTURA X - instaurar processo disciplinar contra membros e servido-
res da Defensoria Pública da União, por recomendação de seu
Art. 5º A Defensoria Pública da União compreende: Conselho Superior;
I - órgãos de administração superior: XI - abrir concursos públicos para ingresso na carreira da De-
a) a Defensoria Público-Geral da União; fensoria Pública da União;
b) a Subdefensoria Público-Geral da União; XII - determinar correições extraordinárias;
c) o Conselho Superior da Defensoria Pública da União; XIII - praticar atos de gestão administrativa, financeira e de
d) a Corregedoria-Geral da Defensoria Pública da União; pessoal;
II - órgãos de atuação: XIV - convocar o Conselho Superior da Defensoria Pública da
a) as Defensorias Públicas da União nos Estados, no Distrito União;
Federal e nos Territórios; XV - designar membro da Defensoria Pública da União para
b) os Núcleos da Defensoria Pública da União; exercício de suas atribuições em órgão de atuação diverso do de
III - órgãos de execução: sua lotação ou, em caráter excepcional, perante Juízos, Tribunais ou
a) os Defensores Públicos Federais nos Estados, no Distrito Ofícios diferentes dos estabelecidos para cada categoria;
Federal e nos Territórios. (Redação dada pela Lei Complementar nº XVI - requisitar de qualquer autoridade pública e de seus
132, de 2009). agentes, certidões, exames, perícias, vistorias, diligências, proces-
sos, documentos, informações, esclarecimentos e demais provi-
SEÇÃO I dências necessárias à atuação da Defensoria Pública;
DO DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL E DO SUBDEFEN- XVII - aplicar a pena da remoçaõ compulsória, aprovada pelo
SOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL voto de dois terços do Conselho Superior da Defensoria Pública da
(REDAÇÃO DADA PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 132, DE União, assegurada ampla defesa;
2009). XVIII - delegar atribuições a autoridade que lhe seja subordi-
nada, na forma da lei.
Art. 6º A Defensoria Pública da União tem por chefe o Defen- XIX – requisitar força policial para assegurar a incolumida-
sor Público-Geral Federal, nomeado pelo Presidente da Repúbli- ca, de física dos membros da Defensoria Pública da União, quando
estes se encontrarem ameaçados em razão do desempenho de suas
dentre membros estáveis da Carreira e maiores de 35 (trinta e
atribuições institucionais; (Incluído pela Lei Complementar nº 132,
cinco) anos, escolhidos em lista tríplice formada pelo voto dire- to,
de 2009).
secreto, plurinominal e obrigatório de seus membros, após a

187
LEGISLAÇÃO
X - decidir acerca da destituição do Corregedor-Geral, por voto
XX – apresentar plano de atuação da Defensoria Pública da de dois terços de seus membros, assegurada ampla defesa;
União ao Conselho Superior. (Incluído pela Lei Complementar nº XI - deliberar sobre a organização de concurso para ingresso na
132, de 2009). carreira e designar os representantes da Defensoria Pública da
Parágrafo único. Ao Subdefensor Público-Geral Federal, além União que integrarão a Comissão de Concurso;
da atribuição prevista no art. 7º desta Lei Complementar, compe- XII – organizar os concursos para provimento dos cargos da
te: (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009). Carreira de Defensor Público Federal e editar os respectivos re-
I - auxiliar o Defensor Público-Geral nos assuntos de interesse gulamentos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de
da Instituição; 2009).
II - desincumbirse das tarefas e delegações que lhe forem de- XIII - recomendar correições extraordinárias;
terminadas pelo Defensor Público-Geral. XIV – indicar os 6 (seis) nomes dos membros da classe mais
elevada da Carreira para que o Presidente da República nomeie,
SEÇÃO II dentre esses, o Subdefensor Público-Geral Federal e o Correge- dor-
DO CONSELHO SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA DA Geral Federal da Defensoria Pública da União; (Redação dada pela
UNIÃO Lei Complementar nº 132, de 2009).
XV – editar as normas regulamentando a eleição para De-
Art. 9º A composição do Conselho Superior da Defensoria fensor Público-Geral Federal. (Incluído pela Lei Complementar nº
Pública da União deve incluir obrigatoriamente o Defensor Pú- 132, de 2009).
blico-Geral Federal, o Subdefensor Público-Geral Federal e o Cor- Parágrafo único. As decisões do Conselho Superior serão mo-
regedor-Geral Federal, como membros natos, e, em sua maioria, tivadas e publicadas, salvo as hipóteses legais de sigilo.
representantes estáveis da Carreira, 2 (dois) por categoria, eleitos
pelo voto direto, plurinominal, obrigatório e secreto de todos in- SEÇÃO III
tegrantes da Carreira. (Redação dada pela Lei Complementar nº DA CORREGEDORIA-GERAL DA DEFENSORIA PÚBLICA DA
132, de 2009). UNIÃO
§ 1º O Conselho Superior é presidido pelo Defensor Público-
-Geral, que, além do seu voto de membro, tem o de qualidade, ex- Art. 11. A Corregedoria-Geral da Defensoria Pública da União é
ceto em matéria de remoção e promoção, sendo as deliberações órgão de fiscalização da atividade funcional e da conduta dos
tomadas por maioria de votos. membros e dos servidores da Defensoria Pública da União.
§ 2º As eleições serão realizadas em conformidade com as Art. 12. A Corregedoria-Geral da Defensoria Pública da União
instruções baixadas pelo Defensor Público-Geral. é exercida pelo Corregedor-Geral, indicado dentre os integrantes
§ 3º Os membros do Conselho Superior são eleitos para man- da classe mais elevada da carreira pelo Conselho Superior e no-
dato de dois anos, mediante voto nominal, direto e secreto. meado pelo Presidente da República para mandato de dois anos.
§ 4º São elegíveis os Defensores Públicos Federais que não es- Parágrafo único. O Corregedor-Geral poderá ser destituído,
tejam afastados da Carreira, para mandato de 2 (dois) anos, per- antes do término do mandato, por proposta do Defensor Público-
mitida 1 (uma) reeleição. (Redação dada pela Lei Complementar nº -Geral, pelo voto de dois terços dos membros do Conselho Supe-
132, de 2009). rior, assegurada ampla defesa.
§ 5º São suplentes dos membros eleitos de que trata o caput Art. 13. À Corregedoria-Geral da Defensoria Pública da União
deste artigo os demais votados, em ordem decrescente. compete:
§ 6º Qualquer membro, exceto os natos, pode desistir de sua I - realizar correições e inspeções funcionais;
participação no Conselho Superior, assumindo, imediatamente, o II - sugerir ao Defensor Público-Geral o afastamento de Defen-
cargo, o respectivo suplente. sor Público que esteja sendo submetido a correição, sindicância ou
Art. 10. Ao Conselho Superior da Defensoria Pública da União processo administrativo disciplinar, quando cabível;
compete: III - propor, fundamentadamente, ao Conselho Superior a sus-
I - exercer o poder normativo no âmbito da Defensoria Públi- pensão do estágio probatório de membros da Defensoria Pública da
ca da União; União;
II - opinar, por solicitação do Defensor Público-Geral, sobre IV - receber e processar as representações contra os mem-
matéria pertinente à autonomia funcional e administrativa da De- bros da Defensoria Pública da União, encaminhandoas, com pare-
fensoria Pública da União; cer, ao Conselho Superior;
III - elaborar lista tríplice destinada à promoção por mereci- V - apresentar ao Defensor Público-Geral, em janeiro de cada
mento; ano, relatório das atividades desenvolvidas no ano anterior;
IV - aprovar a lista de antigüidade dos membros da Defensoria VI - propor a instauração de processo disciplinar contra mem-
Pública da União e decidir sobre as reclamações a ela concernen- bros da Defensoria Pública da União e seus servidores;
tes; VII - acompanhar o estágio probatório dos membros da De-
V - recomendar ao Defensor Público-Geral a instauração de fensoria Pública da União;
processo disciplinar contra membros e servidores da Defensoria VIII - propor a exoneração de membros da Defensoria Pública
Pública da União; da União que não cumprirem as condições do estágio probatório.
VI - conhecer e julgar recurso contra decisão em processo ad-
ministrativo disciplinar;
VII - decidir sobre pedido de revisão de processo administra-
tivo disciplinar;
VIII - decidir acerca da remoção voluntária dos integrantes da
carreira da Defensoria Pública da União;
IX - decidir sobre a avaliação do estágio probatório dos mem-
bros da Defensoria Pública da União, submetendo sua decisão à
homologação do Defensor Público-Geral;

188
LEGISLAÇÃO
SEÇÃO VI
SEÇÃO IV DOS DEFENSORES PÚBLICOS FEDERAIS
DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NOS ESTADOS, NO (REDAÇÃO DADA PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 132, DE
DISTRITO FEDERAL E NOS TERRITÓRIOS 2009).
Art. 14. A Defensoria Pública da União atuará nos Estados, Art. 18. Aos Defensores Públicos Federais incumbe o desem-
no Distrito Federal e nos Territórios, junto às Justiças Federal, do penho das funções de orientação, postulação e defesa dos direi- tos
Trabalho, Eleitoral, Militar, Tribunais Superiores e instâncias admi- e interesses dos necessitados, cabendo-lhes, especialmente:
nistrativas da União. (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
§ 1o A Defensoria Pública da União deverá firmar convênios I - atender às partes e aos interessados;
com as Defensorias Públicas dos Estados e do Distrito Federal, para II - postular a concessão de gratuidade de justiça para os ne-
que estas, em seu nome, atuem junto aos órgãos de primeiro e cessitados;
segundo graus de jurisdição referidos no caput, no desempenho das III - tentar a conciliação das partes, antes de promover a ação
funções que lhe são cometidas por esta Lei Complementar. cabível;
(Incluído pela Lei Complementar nº 98, de 1999). IV - acompanhar e comparecer aos atos processuais e impul-
§ 2o Não havendo na unidade federada Defensoria Pública sionar os processos;
constituída nos moldes desta Lei Complementar, é autorizado o V - interpor recurso para qualquer grau de jurisdição e pro-
convênio com a entidade pública que desempenhar essa função,
mover revisão criminal, quando cabível;
até que seja criado o órgão próprio. (Incluído pela Lei Comple-
VI - sustentar, oralmente ou por memorial, os recursos inter-
mentar nº 98, de 1999).
postos e as razões apresentadas por intermédio da Defensoria
§ 3o A prestação de assistência judiciária pelos órgãos pró-
Pública da União;
prios da Defensoria Pública da União dar-se-á, preferencialmente,
VII - defender os acusados em processo disciplinar.
perante o Supremo Tribunal Federal e os Tribunais superiores. (In-
VIII – participar, com direito de voz e voto, do Conselho Peni-
cluído pela Lei Complementar nº 98, de 1999).
tenciário; (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
Art. 15. Os órgãos de atuação da Defensoria Pública da União
IX – certificar a autenticidade de cópias de documentos ne-
em cada Estado, no Distrito Federal e nos Territórios serão dirigi-
cessários à instrução de processo administrativo ou judicial, à vis-
dos por Defensor Público-Chefe, designado pelo Defensor Publi- co-
Geral, dentre os integrantes da carreira. ta da apresentação dos originais; (Incluído pela Lei Complementar
Parágrafo único. Ao Defensor Publico-Chefe, sem prejuízo de nº 132, de 2009).
suas funções institucionais, compete, especialmente: X – atuar nos estabelecimentos penais sob a administração da
I – coordenar as atividades desenvolvidas pelos Defensores União, visando ao atendimento jurídico permanente dos presos
Públicos Federais que atuem em sua área de competência; (Reda- e sentenciados, competindo à administração do sistema peniten-
ção dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009). ciário federal reservar instalações seguras e adequadas aos seus
II - sugerir ao Defensor Publico-Geral providências para o trabalhos, franquear acesso a todas as dependências do estabe-
aperfeiçoamento das atividades institucionais em sua área de lecimento independentemente de prévio agendamento, fornecer
competência; apoio administrativo, prestar todas as informações solicitadas, as-
III - deferir ao membro da Defensoria Pública da União sob sua segurar o acesso à documentação dos presos e internos, aos quais
coordenação direitos e vantagens legalmente autorizados, por não poderá, sob fundamento algum, negar o direito de entrevista
expressa delegação de competência do Defensor Publico-Geral; com os membros da Defensoria Pública da União. (Incluído pela Lei
IV - solicitar providências correlacionais ao Defensor Publico- Complementar nº 132, de 2009).
-Geral, em sua área de competência;
V - remeter, semestralmente, ao Corregedor-Geral, relatório CAPÍTULO II
das atividades na sua área de competência. DA CARREIRA
Art. 15-A. A organização da Defensoria Pública da União deve
primar pela descentralização, e sua atuação deve incluir atendi- Art. 19. A Defensoria Pública da União é integrada pela Carrei-
mento interdisciplinar, bem como a tutela dos interesses individu- ra de Defensor Público Federal, composta de 3 (três) categorias de
ais, difusos, coletivos e individuais homogêneos. (Incluído pela Lei cargos efetivos: (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de
Complementar nº 132, de 2009). 2009) (Vide Lei nº 12.763, de 2012)
I – Defensor Público Federal de 2ª Categoria (inicial); (Reda-
SEÇÃO V ção dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
DOS NÚCLEOS DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NOS II – Defensor Público Federal de 1ª Categoria (intermediária);
ESTADOS, NO DISTRITO FEDERAL E NOS TERRITÓRIOS (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
III – Defensor Público Federal de Categoria Especial (final).
Art. 16. A Defensoria Pública da União nos Estados, no Distrito (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
Federal e nos Territórios poderá atuar por meio de Núcleos. Art. 20. Os Defensores Públicos Federais de 2ª Categoria atu-
Art. 17. Os Núcleos são dirigidos por Defensor Publico-Chefe, arão junto aos Juízos Federais, aos Juízos do Trabalho, às Juntas e
nos termos do art. 15 desta Lei Complementar. aos Juízes Eleitorais, aos Juízes Militares, às Auditorias Militares, ao
Tribunal Marítimo e às instâncias administrativas. (Redação dada
pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
Art. 21. Os Defensores Públicos Federais de 1ª Categoria atu-
arão nos Tribunais Regionais Federais, nas Turmas dos Juizados
Especiais Federais, nos Tribunais Regionais do Trabalho e nos Tri-
bunais Regionais Eleitorais. (Redação dada pela Lei Complemen- tar
nº 132, de 2009).

189
LEGISLAÇÃO
SEÇÃO III
Art. 22. Os Defensores Públicos Federais de Categoria Espe- cial DA PROMOÇÃO
atuarão no Superior Tribunal de Justiça, no Tribunal Superior do
Trabalho, no Tribunal Superior Eleitoral, no Superior Tribunal Art. 30. A promoção consiste no acesso imediato dos mem-
Militar e na Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Espe- bros efetivos da Defensoria Pública da União de uma categoria para
ciais Federais. (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de outra da carreira.
2009). Art. 31. As promoções obedecerão aos critérios de antigüida-
Parágrafo único. (VETADO). de e merecimento alternadamente.
Art. 23. O Defensor Publico-Geral atuará junto ao Supremo § 1º A antigüidade será apurada na categoria e determinada
Tribunal Federal. pelo tempo de efetivo exercício na mesma.
§ 2º A promoção por merecimento dependerá de lista trípli- ce
SEÇÃO I para cada vaga, organizada pelo Conselho Superior, em sessão
DO INGRESSO NA CARREIRA secreta, com ocupantes da lista de antigüidade, em seu primeiro
terço.
Art. 24. O ingresso na Carreira da Defensoria Pública da União § 3º Os membros da Defensoria Pública somente poderão ser
far-se-á mediante aprovação prévia em concurso público, de âm- promovidos após dois anos de efetivo exercício na categoria, dis-
bito nacional, de provas e títulos, com a participação da Ordem dos pensado o interstício se não houver quem preencha tal requisito ou
Advogados do Brasil, no cargo inicial de Defensor Público Fe- deral se quem o preencher recusar a promoção.
de 2ª Categoria. (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de § 4º As promoções serão efetivadas por ato do Defensor Pú-
2009). blico-Geral Federal. (Redação dada pela Lei Complementar nº 132,
§ 1º Do regulamento do concurso constarão os programas das de 2009).
disciplinas sobre as quais versarão as provas, bem como ou- tras Art. 32. É facultada a recusa de promoção, sem prejuízo do
disposições pertinentes à sua organização e realização. critério para o preenchimento da vaga recusada.
§ 2º O edital de abertura de inscrições no concurso indicará, Art. 33. O Conselho Superior fixará os critérios de ordem ob-
obrigatoriamente, o número de cargos vagos na categoria inicial da jetiva para a aferição de merecimento dos membros da institui- ção,
carreira. considerandose, entre outros, a eficiência e a presteza de-
Art. 25. O concurso de ingresso realizarseá, obrigatoriamen- te, monstradas no desempenho da função e a aprovação em cursos de
quando o número de vagas exceder a um quinto dos cargos iniciais aperfeiçoamento, de natureza jurídica, promovidos pela insti-
da carreira e, facultativamente, quando o exigir o interesse da tuição, ou por estabelecimentos de ensino superior oficialmente
administração. reconhecidos.
Art. 26. O candidato, no momento da inscrição, deve possuir § 1º Os cursos de aperfeiçoamento de que trata este artigo
registro na Ordem dos Advogados do Brasil, ressalvada a situação compreenderão necessariamente, as seguintes atividades:
dos proibidos de obtêla, e comprovar, no mínimo, dois anos de a) apresentação de trabalho escrito sobre assunto de relevân-
prática forense, devendo indicar sua opção por uma das unidades cia jurídica;
da federação onde houver vaga. b) defesa oral do trabalho que tenha sido aceito por banca
§ 1º Considera-se como atividade jurídica o exercício da ad- examinadora.
vocacia, o cumprimento de estágio de Direito reconhecido por lei e § 2º Não poderá concorrer à promoção por merecimento quem
o desempenho de cargo, emprego ou função, de nível superior, de tenha sofrido penalidade de advertência ou suspensão, no período
atividades eminentemente jurídicas. (Redação dada pela Lei de um ano imediatamente anterior à ocorrência da vaga, em caso
Complementar nº 132, de 2009). de advertência, ou de dois anos, em caso de suspensão.
§ 2º Os candidatos proibidos de inscrição na Ordem dos Ad- § 3º É obrigatória a promoção do Defensor Público que figurar
vogados do Brasil comprovarão o registro até a posse no cargo de por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de mere-
Defensor Público. cimento, ressalvada a hipótese do § 2º.
Art. 26-A. Aos aprovados no concurso deverá ser ministrado
curso oficial de preparação à Carreira, objetivando o treinamento CAPÍTULO III
específico para o desempenho das funções técnico-jurídicas e no- DA INAMOVIBILIDADE E DA REMOÇÃO
ções de outras disciplinas necessárias à consecução dos princípios
institucionais da Defensoria Pública. (Incluído pela Lei Comple- Art. 34. Os membros da Defensoria Pública da União são ina-
mentar nº 132, de 2009). movíveis, salvo se apenados com remoção compulsória, na forma
Art. 27. O concurso será realizado perante bancas examinado- desta Lei Complementar.
ras constituídas pelo Conselho Superior. Art. 35. A remoção será feita a pedido ou por permuta, sem-
pre entre membros da mesma categoria da carreira.
SEÇÃO II Art. 36. A remoção compulsória somente será aplicada com
DA NOMEAÇÃO, DA LOTAÇÃO E DA DISTRIBUIÇÃO prévio parecer do Conselho Superior, assegurada ampla defesa em
processo administrativo disciplinar.
Art. 28. O candidato aprovado ao concurso público para in- Art. 37. A remoção a pedido farseá mediante requerimento ao
gresso na carreira da Defensoria Pública será nomeado pelo Pre- Defensor Publico-Geral, nos quinze dias seguintes à publicação, no
sidente da República para cargo inicial da carreira, respeitada a Diário Oficial, do aviso de existência de vaga.
ordem de classificação e o número de vagas existentes. § 1º Findo o prazo fixado no caput deste artigo e, havendo mais
Art. 29. Os Defensores Públicos Federais serão lotados e dis- de um candidato à remoção, será removido o mais antigo na
tribuídos pelo Defensor Público-Geral Federal, assegurado aos categoria e, ocorrendo empate, sucessivamente, o mais antigo na
nomeados para os cargos iniciais o direito de escolha do órgão carreira, no serviço público da União, no serviço público em geral,
de atuação, desde que vago e obedecida a ordem de classificação o mais idoso e o mais bem classificado no concurso para ingresso
no concurso. (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de na Defensoria Pública.
2009).

190
LEGISLAÇÃO
SEÇÃO III
§ 2º A remoção precederá o preenchimento da vaga por pro-
DAS GARANTIAS E DAS PRERROGATIVAS
moção.
Art. 38. Quando por permuta, a remoção será concedida me- Art. 43. São garantias dos membros da Defensoria Pública da
diante requerimento do interessado, atendida a conveniência do União:
serviço e observada a ordem de antiguidade na Carreira. (Redação I - a independência funcional no desempenho de suas atri-
dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009). buições;
II - a inamovibilidade;
CAPÍTULO IV III - a irredutibilidade de vencimentos;
DOS DIREITOS, DAS GARANTIAS E DAS PRERROGATIVAS IV - a estabilidade;
DOS MEMBROS DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO Art. 44. São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública
SEÇÃO I da União:
DA REMUNERAÇÃO I – receber, inclusive quando necessário, mediante entrega dos
autos com vista, intimação pessoal em qualquer processo e grau de
Art. 39. À lei cabe fixar a remuneração dos cargos da carreira jurisdição ou instância administrativa, contando-se-lhes em dobro
da Defensoria Pública da União, observado o disposto no art. 135 todos os prazos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de
da Constituição Federal. 2009).
§ 1º (VETADO). II - não ser preso, senão por ordem judicial escrita, salvo em
§ 2o Os membros da Defensoria Pública da União têm os di- flagrante, caso em que a autoridade fará imediata comunicação ao
reitos assegurados pela Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, Defensor Publico-Geral;
e nesta Lei Complementar. (Redação dada pela Lei Complementar III - ser recolhido a prisão especial ou a sala especial de
nº 98, de 1999). EstadoMaior, com direito a privacidade e, após sentença conde-
I - revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 98,
natória transitada em julgado, ser recolhido em dependência se-
de 1999). parada, no estabelecimento em que tiver de ser cumprida a pena;
II - (VETADO); IV - usar vestes talares e as insígnias privativas da Defensoria
III - revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 98,
Pública;
de 1999). V - (VETADO);
IV - revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 98, VI - ter vista pessoal dos processos fora dos cartórios e secre-
de 1999). tarias, ressalvadas as vedações legais;
V - revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 98, VII – comunicar-se, pessoal e reservadamente, com seus as-
de 1999) sistidos, ainda quando esses se acharem presos ou detidos, mes-
VI - revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 98, mo incomunicáveis, tendo livre ingresso em estabelecimentos
de 1999). policiais, prisionais e de internação coletiva, independentemente
VII - (VETADO); de prévio agendamento; (Redação dada pela Lei Complementar nº
VIII - revogado. (Redação dada pela Lei Complementar nº 98, 132, de 2009).
de 1999). VIII – examinar, em qualquer repartição pública, autos de fla-
grantes, inquéritos e processos, assegurada a obtenção de cópias e
SEÇÃO II
podendo tomar apontamentos; (Redação dada pela Lei Comple-
DAS FÉRIAS E DO AFASTAMENTO mentar nº 132, de 2009).
IX - manifestarse em autos administrativos ou judiciais por
Art. 40. (Revogado pela Lei Complementar nº 98, de 1999).
meio de cota;
Art. 41. As férias dos membros da Defensoria Pública da União
X - requisitar de autoridade pública e de seus agentes exames,
serão concedidas pelas chefias a que estiverem subordinados.
certidões, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos,
Art. 42. O afastamento para estudo ou missão no interesse da
informações, esclarecimentos e providências necessárias ao exer-
Defensoria Pública da União será autorizado pelo Defensor Publi-
cício de suas atribuições;
co-Geral.
XI - representar a parte, em feito administrativo ou judicial,
§ 1º O afastamento de que trata este artigo somente será
independentemente de mandato, ressalvados os casos para os
concedido pelo Defensor Publico-Geral, após o estágio probatório
quais a lei exija poderes especiais;
e pelo prazo máximo de dois anos.
XII - deixar de patrocinar ação, quando ela for manifestamen-
§ 2º Quando o interesse público o exigir, o afastamento pode-
te incabível ou inconveniente aos interesses da parte sob seu pa-
rá ser interrompido a juízo do Defensor Publico-Geral.
trocínio, comunicando o fato ao Defensor Publico-Geral, com as
Art. 42-A. É assegurado o direito de afastamento para exer-
razões de seu proceder;
cício de mandato em entidade de classe de âmbito nacional, de
XIII - ter o mesmo tratamento reservado aos magistrados e
maior representatividade, sem prejuízo dos vencimentos, van-
demais titulares dos cargos das funções essenciais à justiça;
tagens ou qualquer direito inerente ao cargo. (Incluído pela Lei XIV - ser ouvido como testemunha, em qualquer processo ou
Complementar nº 132, de 2009). procedimento, em dia, hora e local previamente ajustados com a
§ 1º O afastamento será concedido ao presidente da entidade autoridade competente;
de classe e terá duração igual à do mandato, devendo ser prorro- XV - (VETADO);
gado no caso de reeleição. (Incluído pela Lei Complementar nº 132,
XVI - (VETADO);
de 2009).
§ 2º O afastamento para exercício de mandato será contado
como tempo de serviço para todos os efeitos legais. (Incluído pela
Lei Complementar nº 132, de 2009).

191
LEGISLAÇÃO
V - em que qualquer das pessoas mencionadas no inciso III
Parágrafo único. Quando, no curso de investigação policial, funcione ou haja funcionado como Magistrado, membro do Mi-
houver indício de prática de infração penal por membro da De- nistério Público, Autoridade Policial, Escrivão de Polícia ou Auxiliar
fensoria Pública da União, a autoridade policial, civil ou militar, de Justiça;
comunicará, imediatamente, o fato ao Defensor Publico-Geral, que VI - em que houver dado à parte contrária parecer verbal ou
designará membro da Defensoria Pública para acompanhar a escrito sobre o objeto da demanda;
apuração. VII - em outras hipóteses previstas em lei.
Art. 48. Os membros da Defensoria Pública da União não
CAPÍTULO V podem participar de comissão, banca de concurso, ou qualquer
DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES, DOS IMPEDIMENTOS E DA decisão, quando o julgamento ou votação disser respeito a seu
RESPONSABILIDADE FUNCIONAL cônjuge ou companheiro, ou parente consangüíneo ou afim em
SEÇÃO I linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
DOS DEVERES
SEÇÃO IV
Art. 45. São deveres dos membros da Defensoria Pública da DA RESPONSABILIDADE FUNCIONAL
União:
I - residir na localidade onde exercem suas funções; Art. 49. A atividade funcional dos membros da Defensoria Pú-
II - desempenhar, com zelo e presteza, os serviços a seu cargo; blica da União está sujeita a:
III - representar ao Defensor Publico-Geral sobre as irregulari- I - correição ordinária, realizada anualmente pelo Corregedor-
dades de que tiver ciência, em razão do cargo; -Geral e por seus auxiliares, para verificar a regularidade e eficiên-
IV - prestar informações aos órgãos de administração superior cia dos serviços;
da Defensoria Pública da União, quando solicitadas; II - correição extraordinária, realizada pelo Corregedor-Geral e
V - atender ao expediente forense e participar dos atos judi- por seus auxiliares, de ofício ou por determinação do Defensor
ciais, quando for obrigatória a sua presença; Publico-Geral;
VI - declararse suspeito ou impedido, nos termos da lei; § 1º Cabe ao Corregedor-Geral, concluída a correição, apre-
VII - interpor os recursos cabíveis para qualquer instância ou sentar ao Defensor Publico-Geral relatório dos fatos apurados e das
Tribunal e promover revisão criminal, sempre que encontrar fun- providências a serem adotadas.
damentos na lei, jurisprudência ou prova dos autos, remetendo § 2º Qualquer pessoa pode representar ao Corregedor-Geral
cópia à Corregedoria-Geral. sobre os abusos, erros ou omissões dos membros da Defensoria
Pública da União.
SEÇÃO II Art. 50. Constituem infrações disciplinares, além de outras
DAS PROIBIÇÕES definidas em lei complementar, a violação dos deveres funcionais
e vedações contidas nesta Lei Complementar, bem como a prática
Art. 46. Além das proibições decorrentes do exercício de cargo de crime contra a Administração Pública ou ato de improbidade
público, aos membros da Defensoria Pública da União é vedado: administrativa.
I - exercer a advocacia fora das atribuições institucionais; § 1º Os membros da Defensoria Pública da União são passí- veis
II - requerer, advogar, ou praticar em Juízo ou fora dele, atos das seguintes sanções:
que de qualquer forma colidam com as funções inerentes ao seu I - advertência;
cargo, ou com os preceitos éticos de sua profissão; II - suspensão por até noventa dias;
III - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, ho- III - remoção compulsória;
norários, percentagens ou custas processuais, em razão de suas IV - demissão;
atribuições; V - cassação da aposentadoria.
IV - exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, § 2º A advertência será aplicada por escrito nos casos de vio-
exceto como cotista ou acionista; lação dos deveres e das proibições funcionais, quando o fato não
V - exercer atividade políticopartidária, enquanto atuar junto à justificar a imposição de pena mais grave.
justiça eleitoral. § 3º A suspensão será aplicada em caso de reincidência em falta
punida com advertência ou quando a infração dos deveres ou das
SEÇÃO III proibições funcionais, pela sua gravidade, justificar a sua imposição.
DOS IMPEDIMENTOS § 4º A remoção compulsória será aplicada sempre que a falta
praticada, pela sua gravidade e repercussão, tornar incompatível a
Art. 47. Ao membro da Defensoria Pública da União é defeso permanência do faltoso no órgão de atuação de sua lotação.
exercer suas funções em processo ou procedimento: § 5º A pena de demissão será aplicável nas hipóteses previs-
I - em que seja parte ou, de qualquer forma, interessado; tas em lei, e no caso de reincidência em falta punida com suspen-
II - em que haja atuado como representante da parte, perito, são ou remoção compulsória.
Juiz, membro do Ministério Público, Autoridade Policial, Escrivão de § 6º As penas de demissão e cassação da aposentadoria serão
Polícia, Auxiliar de Justiça ou prestado depoimento como tes- aplicadas pelo Presidente da República e as demais pelo Defensor
temunha; Publico-Geral, garantida sempre a ampla defesa, sendo obrigató-
III - em que for interessado cônjuge ou companheiro, parente rio o inquérito administrativo nos casos de aplicação de remoção
consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral, até o terceiro compulsória, suspensão, demissão e cassação da aposentadoria.
grau; § 7º Prescrevem em dois anos, a contar da data em que fo- ram
IV - no qual haja postulado como advogado de qualquer das cometidas, as faltas puníveis com advertência, suspensão e
pessoas mencionadas no inciso anterior; remoção compulsória, aplicandose, quanto às demais, os prazos
previstos em lei.

192
LEGISLAÇÃO
III - velar pelo cumprimento das finalidades da Instituição;
Art. 51. A qualquer tempo poderá ser requerida revisão do IV - integrar, como membro nato, e presidir o Conselho Su-
processo disciplinar, quando se aduzirem fatos novos ou circuns- perior da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;
tâncias suscetíveis de provar, a inocência do apenado ou de justi- V - baixar o Regimento Interno da Defensoria Pública-Geral do
ficar a imposição de pena mais branda. Distrito Federal e dos Territórios;
§ 1º Poderá requerer a instauração de processo revisional o VI - autorizar os afastamentos dos membros da Defensoria
próprio interessado ou, se falecido ou interdito, o seu cônjuge ou Pública do Distrito Federal e dos Territórios;
companheiro, ascendente, descendente ou irmão. VII - estabelecer a lotação e a distribuição dos membros e ser-
§ 2º Se for procedente a revisão, será tornado sem efeito o ato vidores da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;
punitivo ou aplicada a penalidade adequada restabelecendo- se os VIII - dirimir conflitos de atribuições entre membros da De-
direitos atingidos pela punição, na sua plenitude. fensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, com recurso
para seu Conselho Superior;
TÍTULO III IX - proferir decisões nas sindicâncias e processos administra-
DA ORGANIZAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO tivos disciplinares promovidos pela Corregedoria-Geral do Distrito
FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS Federal e dos Territórios;
CAPÍTULO I X - instaurar processo disciplinar contra membros e servido-
DA ESTRUTURA res da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;
XI - abrir concursos públicos para ingresso na carreira da De-
Art. 52. A Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territó- fensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;
rios é organizada e mantida pela União. XII - determinar correições extraordinárias;
Art. 53. A Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territó- XIII - praticar atos de gestão administrativa, financeira e de
rios compreende: pessoal;
I - órgãos de administração superior: XIV - convocar o Conselho Superior da Defensoria Pública do
a) a Defensoria Pública-Geral do Distrito Federal e dos Terri- Distrito Federal e dos Territórios e dar execução às suas delibera-
tórios; ções;
b) a Subdefensoria Pública-Geral do Distrito Federal e dos Ter- XV - designar membro da Defensoria Pública do Distrito Fe-
ritórios; deral e dos Territórios para exercício de suas atribuições em órgão
c) o Conselho Superior da Defensoria Pública do Distrito Fe- de atuação diverso do de sua lotação ou, em caráter excepcional,
deral e dos Territórios; perante Juízos, Tribunais ou Ofícios diferentes dos estabelecidos
d) a Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Distrito Fe- para cada categoria;
deral e dos Territórios; XVI - requisitar de qualquer autoridade pública e de seus
II - órgãos de atuação: agentes, certidões, exames, perícias, vistorias, diligências, proces-
a) as Defensorias Públicas do Distrito Federal e dos Territórios; sos, documentos, informações, esclarecimentos e demais provi-
b) os Núcleos da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos dências necessárias à atuação da Defensoria Pública;
Territórios; XVII - aplicar a pena de remoção compulsória, aprovada pelo
III - órgãos de execução: os Defensores Públicos do Distrito voto de dois terços do Conselho Superior, aos membros da Defen-
Federal e dos Territórios. soria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;
XVIII - delegar atribuições a autoridade que lhe seja subordi-
SEÇÃO I nada, na forma da lei.
DO DEFENSOR PUBLICO-GERAL E DO SUBDEFENSOR PUBLI- Parágrafo único. Ao Subdefensor Publico-Geral, além da atri-
CO-GERAL DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS buição prevista no art. 55 desta Lei Complementar, compete:
a) auxiliar o Defensor Publico-Geral nos assuntos de interesse
Art. 54. A Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Ter- da Instituição;
ritórios tem por Chefe o Defensor Público-Geral, nomeado pelo b) desincumbirse das tarefas e delegações que lhe forem de-
Presidente da República, dentre membros estáveis da Carreira e terminadas pelo Defensor Publico-Geral.
maiores de 35 (trinta e cinco) anos, escolhidos em lista tríplice
formada pelo voto direto, secreto, plurinominal e obrigatório de SEÇÃO II
seus membros, para mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) DO CONSELHO SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA DO DIS-
recondução. (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de TRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
2009).
Parágrafo único. (VETADO) Art. 57. A composição do Conselho Superior da Defensoria
§ 2º (VETADO) (Incluído dada pela Lei Complementar nº 132, Pública do Distrito Federal e dos Territórios deve incluir obrigato-
de 2009). riamente o Defensor Público-Geral, o Subdefensor Público-Geral
Art. 55. O Defensor Publico-Geral será substituído, em suas e o Corregedor-Geral, como membros natos, e, em sua maioria,
faltas, impedimentos, licenças e férias, pelo Subdefensor Publi- co- representantes estáveis da Carreira, 2 (dois) por categoria, eleitos
Geral, nomeado pelo Presidente da República, dentre os inte- pelo voto direto, plurinominal, secreto e obrigatório, de todos os
grantes da Categoria Especial da carreira, escolhidos pelo Conse- integrantes da Carreira. (Redação dada pela Lei Complementar nº
lho Superior, para mandato de dois anos. 132, de 2009).
Art. 56. São atribuições do Defensor Publico-Geral: § 1º O Conselho Superior é presidido pelo Defensor Público-
I - dirigir a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Terri- -Geral, que terá voto de qualidade, exceto em matéria disciplinar.
tórios, superintender e coordenar suas atividades e orientarlhe a (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
§ 2 As eleições serão realizadas em conformidade com as ins-
atuação;
truções baixadas pelo Conselho Superior. (Redação dada pela Lei
II - representar a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos
Complementar nº 132, de 2009).
Territórios judicial e extrajudicialmente;

193
LEGISLAÇÃO
SEÇÃO III
§ 3º Os membros do Conselho Superior são eleitos para man- DA CORREGEDORIA-GERAL DA DEFENSORIA PÚBLICA DO
dato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) reeleição. (Redação dada
DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
§ 4º São elegíveis os Defensores Públicos do Distrito Federal e Art. 59. A Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Dis-
dos Territórios que não estejam afastados da carreira. trito Federal e dos Territórios é órgão de fiscalização da atividade
§ 5º São suplentes dos membros eleitos de que trata o caput funcional e da conduta dos membros e dos servidores da Defen-
deste artigo os demais votados, em ordem decrescente. soria Pública do Distrito Federal e dos Territórios.
§ 6º Qualquer membro, exceto o nato, pode desistir de sua Art. 60. A Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Dis-
participação no Conselho Superior, assumindo, imediatamente, o trito Federal e dos Territórios é exercida pelo Corregedor-Geral,
cargo, o respectivo suplente. indicado dentre os integrantes da classe mais elevada da carreira
§ 7º O presidente da entidade de classe de âmbito distrital de pelo Conselho Superior e nomeado pelo Presidente da República,
maior representatividade dos membros da Defensoria Pública do para mandato de dois anos.
Distrito Federal e dos Territórios terá assento e voz nas reuniões do Parágrafo único. O Corregedor-Geral poderá ser destituído por
Conselho Superior. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de proposta do Defensor Publico-Geral, pelo voto de dois terços dos
2009). membros do Conselho Superior, antes do término do man- dato.
Art. 58. Ao Conselho Superior da Defensoria Pública do Distri- Art. 61. À Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Distri-
to Federal e dos Territórios compete: to Federal e dos Territórios compete:
I - exercer o poder normativo no âmbito da Defensoria Públi- I - realizar correições e inspeções funcionais;
ca do Distrito Federal e dos Territórios; II - sugerir ao Defensor Publico-Geral o afastamento de Defen-
II - opinar, por solicitação do Defensor Publico-Geral, sobre sor Público que esteja sendo submetido a correição, sindicância ou
matéria pertinente à autonomia funcional e administrativa da De- processo administrativo disciplinar, quando cabível;
fensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios; III - propor, fundamentadamente, ao Conselho Superior a sus-
III - elaborar lista tríplice destinada à promoção por mereci- pensão do estágio probatório de membros da Defensoria Pública do
mento; Distrito Federal e dos Territórios;
IV - aprovar a lista de antigüidade dos membros da Defenso- IV - receber e processar as representações contra os mem-
ria Pública do Distrito Federal e dos Territórios e decidir sobre as bros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios,
reclamações a ela concernentes; encaminhadoas, com parecer, ao Conselho Superior;
V - recomendar ao Defensor Publico-Geral a instauração de V - apresentar ao Defensor Publico-Geral, em janeiro de cada
processo disciplinar contra membros e servidores da Defensoria ano, relatório das atividades desenvolvidas no ano anterior;
Pública do Distrito Federal e dos Territórios; VI - propor a instauração de processo disciplinar contra mem-
VI - conhecer e julgar recurso contra decisão em processo bros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios e
administrativodisciplinar; seus servidores;
VII - decidir sobre pedido de revisão de processo VII - acompanhar o estágio probatório dos membros da De-
administrativodisciplinar; fensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;
VIII - decidir acerca da remoção dos integrantes da carreira da VIII - propor a exoneração de membros da Defensoria Pública
Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios; do Distrito Federal e dos Territórios que não cumprirem as condi-
IX - decidir sobre a avaliação do estágio probatório dos mem- ções do estágio probatório.
bros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios,
submetendo sua decisão à homologação do Defensor Publico-Ge-
ral;

X - decidir, por voto de dois terços de seus membros, acerca SEÇÃO IV


da destituição do Corregedor-Geral; DOS NÚCLEOS DA DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FE-
XI - deliberar sobre a organização de concurso para ingres- DERAL E DOS TERRITÓRIOS
so na carreira e designar os representantes da Defensoria Pública
do Distrito Federal e dos Territórios que integrarão a Comissão de Art. 62. A Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territó-
Concurso; rios exercerá suas funções institucionais através de Núcleos.
XII - organizar os concursos para provimento dos cargos da Art. 63. Os Núcleos da Defensoria Pública do Distrito Federal e
carreira de Defensor Público do Distrito Federal e dos Territórios e dos Territórios são dirigidos por Defensor Publico-Chefe, desig-
os seus respectivos regulamentos; nado pelo Defensor Publico-Geral, dentre integrantes da carreira,
XIII - recomendar correições extraordinárias; competindolhe, no exercício de suas funções institucionais:
XIV - indicar os seis nomes dos membros da classe mais eleva- I - prestar, no Distrito Federal e nos Territórios, assistência ju-
da da carreira para que o Presidente da República nomeie, dentre rídica, judicial e extrajudicial, integral e gratuita, aos necessitados;
estes, o Subdefensor Publico-Geral e o Corregedor-Geral. II - integrar e orientar as atividades desenvolvidas pelos De-
XV – editar as normas regulamentando a eleição para De- fensores Públicos que atuem em sua área de competência;
fensor Público-Geral. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de III - remeter, semestralmente, ao Corregedor-Geral, relatório
2009). de suas atividades;
Parágrafo único. As decisões do Conselho Superior serão mo- IV - exercer as funções que lhe forem delegadas pelo Defen-
tivadas e publicadas, salvo as hipóteses legais de sigilo. sor Publico-Geral.

194
LEGISLAÇÃO
Art. 68. Os Defensores Públicos do Distrito Federal e dos Ter-
SEÇÃO IV ritórios de Categoria Especial atuarão junto ao Tribunal de Justiça
DOS DEFENSORES PÚBLICOS DO DISTRITO FEDERAL E DOS do Distrito Federal e Territórios, e aos Tribunais Superiores, quan-
TERRITÓRIOS do couber (art. 22, parágrafo único).
Art. 64. Aos Defensores Públicos do Distrito Federal e dos Ter- SEÇÃO I
ritórios incumbe o desempenho das funções de orientação, pos- DO INGRESSO NA CARREIRA
tulação e defesa dos direitos e interesses dos necessitados, em
todos os graus de jurisdição e instâncias administrativas, cabendo- Art. 69. O ingresso na Carreira da Defensoria Pública do Distri-
lhes especialmente: to Federal e dos Territórios farseá mediante aprovação prévia em
I - atender às partes e aos interessados; concurso público, de provas e títulos, com a participação da Or-
II - postular a concessão de gratuidade de justiça para os ne- dem dos Advogados do Brasil, no cargo inicial de Defensor Público
cessitados; do Distrito Federal e dos Territórios de 2ª Categoria.
III - tentar a conciliação das partes, antes de promover a ação § 1º Do regulamento do concurso constarão os programas das
cabível; disciplinas sobre as quais versarão as provas, bem como ou- tras
IV - acompanhar e comparecer aos atos processuais e impul- disposições pertinentes à sua organização e realização.
sionar os processos; § 2º O edital de abertura de inscrições no concurso indicará,
V - interpor recurso para qualquer grau de jurisdição e pro- obrigatoriamente, o número de cargos vagos na categoria inicial da
mover Revisão Criminal, quando cabível; carreira.
VI - sustentar, oralmente ou por memorial, os recursos inter- Art. 70. O concurso de ingresso realizarseá, obrigatoriamen- te,
postos e as razões apresentadas por intermédio da Defensoria Pú- quando o número de vagas exceder a um quinto dos cargos iniciais
blica do Distrito Federal e dos Territórios; da carreira e, facultativamente, quando o exigir o interesse da
VII - defender os acusados em processo disciplinar. administração.
VIII – participar, com direito a voz e voto, do Conselho Peni- Art. 71. O candidato, no momento da inscrição, deve possuir
tenciário; (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009). registro na Ordem dos Advogados do Brasil, ressalvada a situação
IX – certificar a autenticidade de cópias de documentos ne- dos proibidos de obtêla, e comprovar, no mínimo, dois anos de
cessários à instrução de processo administrativo ou judicial, à vis- prática forense.
ta da apresentação dos originais; (Incluído pela Lei Complementar § 1º Considerase como prática forense o exercício profissional
nº 132, de 2009). de consultoria, assessoria, o cumprimento de estágio nas Defen-
X – atuar nos estabelecimentos penais sob a administração do sorias Públicas e o desempenho de cargo, emprego ou função de
Distrito Federal, visando ao atendimento jurídico permanente dos nível superior, de atividades eminentemente jurídicas.
presos e sentenciados, competindo à administração do sistema § 2º Os candidatos proibidos de inscrição na Ordem dos Ad-
penitenciário distrital reservar instalações seguras e adequadas aos vogados do Brasil comprovarão o registro até a posse no cargo de
seus trabalhos, franquear acesso a todas as dependências do Defensor Público.
estabelecimento, independentemente de prévio agendamento, Art. 72. O concurso será realizado perante bancas examinado-
fornecer apoio administrativo, prestar todas as informações solici- ras constituídas pelo Conselho Superior.
tadas e assegurar o acesso à documentação dos presos e internos,
aos quais não poderá, sob fundamento algum, negar o direito de SEÇÃO II
entrevista com os membros da Defensoria Pública do Distrito Fe- DA NOMEAÇÃO, DA LOTAÇÃO E DA DISTRIBUIÇÃO
deral. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
Art. 73. O candidato aprovado no concurso público para in-
CAPÍTULO II gresso na carreira da Defensoria Pública será nomeado pelo Pre-
DA CARREIRA sidente da República para cargo inicial da carreira, respeitada a
ordem de classificação e o número de vagas existentes.
Art. 65. A Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Terri- Art. 74. Os Defensores Públicos do Distrito Federal e dos Ter-
tórios é integrada pela carreira de Defensor Público do Distrito ritórios serão lotados e distribuídos pelo Defensor Publico-Geral,
Federal e dos Territórios, composta de três categorias de cargos assegurado aos nomeados para os cargos iniciais o direito de es-
efetivos: colha do órgão de atuação, desde que vago e obedecida a ordem
I - Defensor Público do Distrito Federal e dos Territórios de 2ª de classificação no concurso.
Categoria (inicial);
II - Defensor Público do Distrito Federal e dos Territórios de 1ª SEÇÃO III
Categoria (intermediária); DA PROMOÇÃO
III - Defensor Público do Distrito Federal e dos Territórios de
Categoria Especial (final). Art. 75. A promoção consiste no acesso imediato dos mem-
Art. 66. Os Defensores Públicos do Distrito Federal de 2ª Ca- bros efetivos da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Terri-
tegoria atuarão nos Núcleos das Cidades Satélites, junto aos Juízes tórios de uma categoria para outra da carreira.
de Direito e às instâncias administrativas do Distrito Federal e dos Art. 76. As promoções obedecerão aos critérios de antigüida-
Territórios, ou em função de auxílio ou substituição nos Núcleos do de e merecimento alternadamente.
Plano Piloto. § 1º A antigüidade será apurada na categoria e determinada
Art. 67. Os Defensores Públicos do Distrito Federal e dos Ter- pelo tempo de efetivo exercício na mesma.
ritórios de 1ª Categoria atuarão nos Núcleos do Plano Piloto, jun- to § 2º A promoção por merecimento dependerá de lista trípli- ce
para cada vaga, organizada pelo Conselho Superior, em sessão
aos Juízes de Direito e às instâncias administrativas do Distrito
secreta, com ocupantes da lista de antigüidade, em seu primeiro
Federal e dos Territórios, ou em função de auxílio ou substituição
terço.
junto ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

195
LEGISLAÇÃO
CAPÍTULO IV
§ 3º Os membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e DOS DIREITOS, DAS GARANTIAS E DAS PRERROGATIVAS
dos Territórios somente poderão ser promovidos depois de dois DOS MEMBROS DA DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO
anos de efetivo exercício na categoria, dispensado o interstício se FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
não houver quem preencha tal requisito ou se quem o preencher SEÇÃO I
recusar a promoção.
DA REMUNERAÇÃO
§ 4º As promoções serão efetivadas por ato do Defensor Pu-
blico-Geral. Art. 84. À lei cabe fixar a remuneração dos cargos da carreira
Art. 77. É facultada a recusa à promoção, sem prejuízo do cri- da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, obser-
tério para o preenchimento da vaga recusada. vado o disposto no artigo 135 da Constituição Federal.
Art. 78. O Conselho Superior fixará os critérios de ordem
§ 1º (VETADO).
objetiva para a aferição de merecimento dos membros da Ins-
§ 2o Os membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e
tituição, considerandose, entre outros, a eficiência e a presteza
dos Territórios têm os direitos assegurados pela Lei no 8.112, de
demonstradas no desempenho da função e aprovação em cursos
1990, e nesta Lei Complementar. (Redação dada pela Lei Comple-
de aperfeiçoamento, de natureza jurídica, promovidos pela Insti-
mentar nº 98, de 1999).
tuição, ou por estabelecimentos de ensino superior, oficialmente
I - revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 98,
reconhecidos.
de 1999).
§ 1º Os cursos de aperfeiçoamento de que trata este artigo
II - (VETADO);
compreenderão, necessariamente, as seguintes atividades:
III - revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 98,
a) apresentação de trabalho escrito sobre assunto de relevân-
cia jurídica; de 1999).
b) defesa oral do trabalho que tenha sido aceito por banca IV - revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 98,
examinadora. de 1999).
§ 2º Não poderá concorrer à promoção por merecimento quem V - revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 98,
tenha sofrido penalidade de advertência ou suspensão; no período de 1999).
de um ano imediatamente anterior à ocorrência da vaga, no caso VI - revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 98,
de advertência; ou de dois anos, em caso de suspensão. de 1999).
§ 3º É obrigatória a promoção do Defensor Público que figurar VII - (VETADO);
por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de mere- VIII - revogado. (Redação dada pela Lei Complementar nº 98,
cimento, ressalvada a hipótese do § 2º. de 1999).

CAPÍTULO III SEÇÃO II


DA INAMOVIBILIDADE E DA REMOÇÃO DAS FÉRIAS E DO AFASTAMENTO

Art. 79. Os membros da Defensoria Pública do Distrito Federal Art. 85. (Revogado pela Lei Complementar nº 98, de 1999). Art.
e dos Territórios são inamovíveis, salvo se apenados com remoção 86. As férias dos membros da Defensoria Pública do Dis-
compulsória, na forma desta Lei Complementar. trito Federal e dos Territórios serão concedidas pelas chefias a que
Art. 80. A remoção será feita a pedido ou por permuta, sem- estiverem subordinados.
pre entre membros da mesma categoria da carreira. Art. 87. O afastamento para estudo ou missão no interesse da
Art. 81. A remoção compulsória somente será aplicada com Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios será auto-
prévio parecer do Conselho Superior, assegurada ampla defesa em rizado pelo Defensor Publico-Geral.
processo administrativo disciplinar. § 1º O afastamento de que trata este artigo somente será
Art. 82. A remoção a pedido farseá mediante requerimento ao concedido pelo Defensor Publico-Geral, após o estágio probatório
Defensor Publico-Geral, nos quinze dias seguintes à publicação, no e pelo prazo máximo de dois anos.
Diário Oficial, do aviso de existência da vaga. § 2º Quando o interesse público o exigir, o afastamento pode-
§ 1º Findo o prazo fixado no caput deste artigo e, havendo mais rá ser interrompido a juízo do Defensor Publico-Geral.
de um candidato à remoção, será removido o mais antigo na Art. 87-A. É assegurado o direito de afastamento para exercí-
categoria e, ocorrendo empate, sucessivamente, o mais antigo na cio de mandato em entidade de classe de âmbito nacional e distri-
carreira, no serviço público da União, no serviço público em geral, tal, de maior representatividade, sem prejuízo dos vencimentos,
o mais idoso e o mais bem classificado no concurso para ingresso vantagens ou qualquer direito inerente ao cargo. (Incluído pela Lei
na Defensoria Pública. Complementar nº 132, de 2009).
§ 2º A remoção precederá o preenchimento de vaga por pro- § 1º O afastamento será concedido ao presidente da entidade
moção. de classe e terá duração igual à do mandato, devendo ser prorro-
Art. 83. Quando por permuta, a remoção será concedida me- gado no caso de reeleição. (Incluído pela Lei Complementar nº 132,
diante requerimento dos interessados, atendida a conveniência do de 2009).
serviço. § 2º O afastamento para exercício de mandato será contado
como tempo de serviço para todos os efeitos legais. (Incluído pela
Lei Complementar nº 132, de 2009).

SEÇÃO III
DAS GARANTIAS E DAS PRERROGATIVAS

Art. 88. São garantias dos membros da Defensoria Pública do


Distrito Federal e dos Territórios:

196
LEGISLAÇÃO
CAPÍTULO V
I - a independência funcional no desempenho de suas atri- DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES, DOS IMPEDIMENTOS E DA
buições; RESPONSABILIDADE FUNCIONAL
II - a inamovibilidade; SEÇÃO I
III - a irredutibilidade de vencimentos; DOS DEVERES
IV - a estabilidade.
Art. 89. São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública Art. 90. São deveres dos membros da Defensoria Pública do
do Distrito Federal e dos Territórios: Distrito Federal e dos Territórios:
I – receber, inclusive quando necessário, mediante entrega dos I - residir na localidade onde exercem suas funções;
autos com vista, intimação pessoal em qualquer processo e grau de II - desempenhar, com zelo e presteza, os serviços a seu cargo;
jurisdição ou instância administrativa, contando-se-lhes em dobro III - representar ao Defensor Publico-Geral sobre as irregulari-
todos os prazos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de dades de que tiver ciência em razão do cargo;
2009). IV - prestar informações aos órgãos de administração superior
II - não ser preso, senão por ordem judicial escrita, salvo em da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, quando
flagrante, caso em que a autoridade fará imediata comunicação ao solicitadas;
Defensor Publico-Geral; V - atender ao expediente forense e participar dos atos judi-
III - ser recolhido a prisão especial ou a sala especial de ciais, quando for obrigatória a sua presença;
EstadoMaior, com direito a privacidade e, após sentença conde- VI - declararse suspeito, ou impedido, nos termos da lei;
natória transitada em julgado, ser recolhido em dependência se- VII - interpor os recursos cabíveis para qualquer instância ou
parada, no estabelecimento em que tiver de ser cumprida a pena; Tribunal e promover revisão criminal, sempre que encontrar fun-
IV - usar vestes talares e as insígnias privativas da Defensoria damentos na lei, jurisprudência ou prova dos autos, remetendo
Pública; cópia à Corregedoria-Geral.
V - (VETADO);
VI - ter vista pessoal dos processos fora dos cartórios e secre- SEÇÃO II
tarias, ressalvadas as vedações legais; DAS PROIBIÇÕES
VII – comunicar-se, pessoal e reservadamente, com seus as-
sistidos, ainda quando esses se acharem presos ou detidos, mes- Art. 91. Além das proibições decorrentes do exercício de car-
mo incomunicáveis, tendo livre ingresso em estabelecimentos go público, aos membros da Defensoria Pública do Distrito Federal
policiais, prisionais e de internação coletiva, independentemente e dos Territórios é vedado:
de prévio agendamento; (Redação dada pela Lei Complementar nº I - exercer a advocacia fora das atribuições institucionais;
132, de 2009). II - requerer, advogar, ou praticar em Juízo ou fora dele, atos
VIII – examinar, em qualquer repartição pública, autos de fla- que de qualquer forma colidam com as funções inerentes ao seu
grante, inquéritos e processos, assegurada a obtenção de cópias cargo, ou com os preceitos éticos de sua profissão;
e podendo tomar apontamentos; (Redação dada pela Lei Comple- III - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, ho-
mentar nº 132, de 2009). norários, percentagens ou custas processuais, em razão de suas
IX - manifestarse em autos administrativos ou judiciais por atribuições;
meio de cota; IV - exercer o comércio ou participar de sociedade comercial,
X - requisitar de autoridade pública ou de seus agentes exa- exceto como cotista ou acionista;
mes, certidões, perícias, vistorias, diligências, processos, docu- V - exercer atividade políticopartidária, enquanto atuar junto à
mentos, informações, esclarecimentos e providências necessárias Justiça Eleitoral.
ao exercício de suas atribuições;
XI - representar a parte, em feito administrativo ou judicial, SEÇÃO III
independentemente de mandato, ressalvados os casos para os DOS IMPEDIMENTOS
quais a lei exija poderes especiais;
XII - deixar de patrocinar ação, quando ela for manifestamen- Art. 92. Ao membro da Defensoria Pública do Distrito Federal
te incabível ou inconveniente aos interesses da parte sob seu pa- e dos Territórios é defeso exercer suas funções em processo ou
trocínio, comunicando o fato ao Defensor Publico-Geral, com as procedimento:
razões de seu proceder; I - em que seja parte ou, de qualquer forma, interessado;
XIII - ter o mesmo tratamento reservado aos Magistrados e II - em que haja atuado como representante da parte, perito,
Juiz, membro do Ministério Público, Autoridade Policial, Escrivão de
demais titulares dos cargos das funções essenciais à justiça;
Polícia, Auxiliar de Justiça ou prestado depoimento como tes-
XIV - ser ouvido como testemunha, em qualquer processo ou
temunha;
procedimento, em dia, hora e local previamente ajustados com a
III - em que for interessado cônjuge ou companheiro, parente
autoridade competente;
consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral, até o terceiro
XV - (VETADO).
grau;
XVI – ter acesso a qualquer banco de dados de caráter públi-
IV - no qual haja postulado como advogado de qualquer das
co, bem como a locais que guardem pertinência com suas atribui-
pessoas mencionadas no inciso anterior;
ções. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
V - em que qualquer das pessoas mencionadas no inciso III
Parágrafo único. Quando, no curso de investigação policial,
funcione ou haja funcionado como Magistrado, membro do Mi-
houver indício de prática de infração penal por membro da De- nistério Público, Autoridade Policial, Escrivão de Polícia ou Auxiliar
fensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, a autoridade de Justiça;
policial, civil ou militar, comunicará imediatamente o fato ao De- VI - em que houver dado à parte contrária parecer verbal ou
fensor Publico-Geral, que designará membro da Defensoria Públi- escrito sobre o objeto da demanda;
ca para acompanhar a apuração. VII - em outras hipóteses previstas em lei.

197
LEGISLAÇÃO
§ 2º Se for procedente a revisão, será tornado sem efeito o ato
Art. 93. Os membros da Defensoria Pública do Distrito Federal punitivo ou aplicada a penalidade adequada, restabelecendo- se os
e dos Territórios não podem participar de comissão, banca de con- direito atingidos pela punição, na sua plenitude.
curso, ou de qualquer decisão, quando o julgamento ou votação
disser respeito a seu cônjuge ou companheiro, ou parente con- TÍTULO IV
sangüíneo ou afim em linha reta ou colateral, até o terceiro grau. DAS NORMAS GERAIS PARA A ORGANIZAÇÃO DA DEFENSO-
RIA PÚBLICA DOS ESTADOS
SEÇÃO IV CAPÍTULO I
DA RESPONSABILIDADE FUNCIONAL DA ORGANIZAÇÃO
Art. 94. A atividade funcional dos membros da Defensoria Pú- Art. 97. A Defensoria Pública dos Estados organizarseá de
blica do Distrito Federal e dos Territórios está sujeita a: acordo com as normas gerais estabelecidas nesta Lei Complemen-
I - correição ordinária, realizada anualmente pelo Corregedor- tar.
-Geral e por seus auxiliares, para verificar a regularidade e eficiên- Art. 97-A. À Defensoria Pública do Estado é assegurada au-
cia dos serviços; tonomia funcional, administrativa e iniciativa para elaboração de
II - correição extraordinária, realizada pelo Corregedor-Geral e sua proposta orçamentária, dentro dos limites estabelecidos na lei
por seus auxiliares, de ofício ou por determinação do Defensor de diretrizes orçamentárias, cabendo-lhe, especialmente: (In-
Publico-Geral. cluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
§ 1º Cabe ao Corregedor-Geral, concluída a correição, apre- I – abrir concurso público e prover os cargos de suas Carreiras
sentar ao Defensor Publico-Geral relatório dos fatos apurados e das e dos serviços auxiliares; (Incluído pela Lei Complementar nº 132,
providências a serem adotadas. de 2009).
§ 2º Qualquer pessoa pode representar ao Corregedor-Geral II – organizar os serviços auxiliares; (Incluído pela Lei Comple-
sobre os abusos, erros ou omissões dos membros da Defensoria mentar nº 132, de 2009).
Pública do Distrito Federal e dos Territórios. III – praticar atos próprios de gestão; (Incluído pela Lei Com-
Art. 95. Constituem infrações disciplinares, além de outras plementar nº 132, de 2009).
definidas em lei, a violação dos deveres funcionais e vedações IV – compor os seus órgãos de administração superior e de
contidas nesta Lei Complementar, bem como a prática de crime atuação; (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
contra a Administração Pública ou ato de improbidade adminis- V – elaborar suas folhas de pagamento e expedir os compe-
trativa. tentes demonstrativos; (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de
§ 1º Os membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e 2009).
dos Territórios são passíveis das seguintes sanções: VI – praticar atos e decidir sobre situação funcional e admi-
I - advertência; nistrativa do pessoal, ativo e inativo da Carreira, e dos serviços
II - suspensão por até noventa dias; auxiliares, organizados em quadros próprios; (Incluído pela Lei
III - remoção compulsória; Complementar nº 132, de 2009).
IV - demissão; VII – exercer outras competências decorrentes de sua autono-
V - cassação da aposentadoria. mia. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
§ 2º A advertência será aplicada por escrito nos casos de vio- Art. 97-B. A Defensoria Pública do Estado elaborará sua pro-
lação aos deveres e das proibições funcionais, quando o fato não posta orçamentária atendendo aos seus princípios, às diretrizes e
justificar a imposição de pena mais grave. aos limites definidos na lei de diretrizes orçamentárias, encami-
§ 3º A suspensão será aplicada em caso de reincidência em nhando-a ao Chefe do Poder Executivo para consolidação e enca-
falta punida com advertência ou quando a infração dos deveres e minhamento ao Poder Legislativo. (Incluído pela Lei Complemen-
das proibições funcionais, pela sua gravidade, justificar a sua im- tar nº 132, de 2009).
posição. § 1º Se a Defensoria Pública do Estado não encaminhar a
§ 4º A remoção compulsória será aplicada sempre que a falta respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na
praticada, pela sua gravidade e repercussão, tornar incompatível a lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para
permanência do faltoso no órgão de atuação de sua lotação. fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os va- lores
§ 5º A pena de demissão será aplicável nas hipóteses previs- aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os
tas em lei, e no caso de reincidência em falta punida com suspen- limites estipulados na forma do caput. (Incluído pela Lei
são ou remoção compulsória. Complementar nº 132, de 2009).
§ 6º As penas de demissão e cassação da aposentadoria serão § 2º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for
aplicadas pelo Presidente da República e as demais pelo Defensor encaminhada em desacordo com os limites estipulados no caput, o
Publico-Geral, garantida sempre ampla defesa, sendo obrigatório o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fim de
inquérito administrativo nos casos de aplicação de remoção consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Lei
compulsória, suspensão, demissão e cassação de aposentadoria. Complementar nº 132, de 2009).
§ 7º Prescrevem em dois anos, a contar da data em que fo- ram § 3º Durante a execução orçamentária do exercício, não pode-
cometidas, as faltas puníveis com advertência, suspensão e rá haver a realização de despesas que extrapolem os limites esta-
remoção compulsória, aplicandose, quanto às demais, os prazos belecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamen-
previstos em lei. te autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou
Art. 96. A qualquer tempo poderá ser requerida revisão do especiais. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
processo disciplinar, quando se aduzirem fatos novos ou circuns- § 4º Os recursos correspondentes às suas dotações orçamen-
tâncias suscetíveis de provar a inocência do apenado ou de justifi- tárias próprias e globais, compreendidos os créditos suplementa-
car a imposição de pena mais branda. res e especiais, ser-lhe-ão entregues, até o dia 20 (vinte) de cada
§ 1º Poderá requerer a instauração de processo revisional o mês, na forma do art. 168 da Constituição Federal. (Incluído pela Lei
próprio interessado ou, se falecido ou interdito, o seu cônjuge ou Complementar nº 132, de 2009).
companheiro, ascendente, descendente ou irmão.

198
LEGISLAÇÃO
§ 1º O Conselho Superior é presidido pelo Defensor Público-
§ 5º As decisões da Defensoria Pública do Estado, fundadas em -Geral, que terá voto de qualidade, exceto em matéria disciplinar.
sua autonomia funcional e administrativa, obedecidas as for- (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
malidades legais, têm eficácia plena e executoriedade imediata, § 2º As eleições serão realizadas em conformidade com as
ressalvada a competência constitucional do Poder Judiciário e do instruções baixadas pelo Conselho Superior da Defensoria Pública
Tribunal de Contas. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de do Estado. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
2009). § 3º Os membros do Conselho Superior são eleitos para man-
§ 6º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, opera- dato de 2 (dois) anos, permitida uma reeleição. (Incluído pela Lei
cional e patrimonial da Defensoria Pública do Estado, quanto à le- Complementar nº 132, de 2009).
galidade, legitimidade, aplicação de dotações e recursos próprios e
§ 4º São elegíveis os membros estáveis da Defensoria Pública
renúncia de receitas, será exercida pelo Poder Legislativo, me-
que não estejam afastados da Carreira. (Incluído pela Lei Comple-
diante controle externo e pelo sistema de controle interno estabe-
mentar nº 132, de 2009).
lecido em lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
§ 5º O presidente da entidade de classe de maior represen-
Art. 98. A Defensoria Pública dos Estados compreende:
tatividade dos membros da Defensoria Pública do Estado terá as-
I - órgãos de administração superior:
sento e voz nas reuniões do Conselho Superior. (Incluído pela Lei
a) a Defensoria Pública-Geral do Estado;
b) a Subdefensoria Pública-Geral do Estado; Complementar nº 132, de 2009).
c) o Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado; Art. 102. Ao Conselho Superior compete exercer as ativida- des
d) a Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Estado; consultivas, normativas e decisórias a serem previstas na lei
II - órgãos de atuação: estadual.
a) as Defensorias Públicas do Estado; § 1º Caberá ao Conselho Superior decidir sobre a fixação ou
b) os Núcleos da Defensoria Pública do Estado; a alteração de atribuições dos órgãos de atuação da Defensoria
III - órgãos de execução: Pública e, em grau de recurso, sobre matéria disciplinar e os con-
a) os Defensores Públicos do Estado. flitos de atribuições entre membros da Defensoria Pública, sem
IV – órgão auxiliar: Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do prejuízo de outras atribuições. (Incluído pela Lei Complementar nº
Estado. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009). 132, de 2009).
§ 2º Caberá ao Conselho Superior aprovar o plano de atua- ção
SEÇÃO I da Defensoria Pública do Estado, cujo projeto será precedido de
DO DEFENSOR PUBLICO-GERAL E DO SUBDEFENSOR PUBLI- ampla divulgação. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de
CO-GERAL DO ESTADO 2009).
§ 3º As decisões do Conselho Superior serão motivadas e pu-
Art. 99. A Defensoria Pública do Estado tem por chefe o De- blicadas, e suas sessões deverão ser públicas, salvo nas hipóteses
fensor Público-Geral, nomeado pelo Governador do Estado, den- legais de sigilo, e realizadas, no mínimo, bimestralmente, poden- do
tre membros estáveis da Carreira e maiores de 35 (trinta e cinco) ser convocada por qualquer conselheiro, caso não realizada dentro
anos, escolhidos em lista tríplice formada pelo voto direto, secre- desse prazo. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
to, plurinominal e obrigatório de seus membros, para mandato de
2 (dois) anos, permitida uma recondução. (Redação dada pela Lei SEÇÃO III
Complementar nº 132, de 2009). DA CORREGEDORIA-GERAL DA DEFENSORIA PÚBLICA DO
§ 1º O Defensor Público-Geral será substituído em suas faltas, ESTADO
licenças, férias e impedimentos pelo Subdefensor Público-Geral,
por ele nomeado dentre integrantes estáveis da Carreira, na for- ma Art. 103. A Corregedoria-Geral é órgão de fiscalização da ati-
da legislação estadual. (Redação dada pela Lei Complementar nº
vidade funcional e da conduta dos membros e dos servidores da
132, de 2009).
Instituição.
§ 2º Os Estados, segundo suas necessidades, poderão ter mais
Art. 104. A Corregedoria-Geral é exercida pelo Corregedor-
de um Subdefensor Publico-Geral.
-Geral indicado dentre os integrantes da classe mais elevada da
§ 3º O Conselho Superior editará as normas regulamentando a
eleição para a escolha do Defensor Público-Geral. (Incluído pela Lei Carreira, em lista tríplice formada pelo Conselho Superior, e no-
Complementar nº 132, de 2009). meado pelo Defensor Público-Geral para mandato de 2 (dois) anos,
§ 4º Caso o Chefe do Poder Executivo não efetive a nomeação permitida 1 (uma) recondução. (Redação dada pela Lei
do Defensor Público-Geral nos 15 (quinze) dias que se seguirem ao Complementar nº 132, de 2009).
recebimento da lista tríplice, será investido automaticamente no § 1º O Corregedor-Geral poderá ser destituído por proposta do
cargo o Defensor Público mais votado para exercício do man- dato. Defensor Publico-Geral, pelo voto de dois terços do Conselho
(Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009). Superior, antes do término do mandato. (Renumerado pela Lei
Art. 100. Ao Defensor Publico-Geral do Estado compete dirigir Complementar nº 132, de 2009).
a Defensoria Pública do Estado, superintender e coordenar suas § 2º A lei estadual poderá criar um ou mais cargos de Subcor-
atividades, orientando sua atuação, e representandoa judicial e regedor, fixando as atribuições e especificando a forma de desig-
extrajudicialmente. nação. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
Art. 101. A composição do Conselho Superior da Defensoria Art. 105. À Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Es-
Pública do Estado deve incluir obrigatoriamente o Defensor Pú- tado compete:
blico-Geral, o Subdefensor Público-Geral, o Corregedor-Geral e o I - realizar correições e inspeções funcionais;
Ouvidor-Geral, como membros natos, e, em sua maioria, repre- II - sugerir ao Defensor Publico-Geral o afastamento de Defen-
sentantes estáveis da Carreira, eleitos pelo voto direto, plurinomi- sor Público que esteja sendo submetido a correição, sindicância ou
nal, obrigatório e secreto de seus membros, em número e forma a processo administrativo disciplinar, quando cabível;
serem fixados em lei estadual. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar nº 132, de 2009).

199
LEGISLAÇÃO
II – propor aos órgãos de administração superior da Defen-
III - propor, fundamentadamente, ao Conselho Superior a sus- soria Pública do Estado medidas e ações que visem à consecução
pensão do estágio probatório de membro da Defensoria Pública do dos princípios institucionais e ao aperfeiçoamento dos serviços
Estado; prestados; (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
IV - apresentar ao Defensor Publico-Geral, em janeiro de cada III – elaborar e divulgar relatório semestral de suas atividades,
ano, relatório das atividades desenvolvidas no ano anterior; que conterá também as medidas propostas aos órgãos competen-
V - receber e processar as representações contra os membros tes e a descrição dos resultados obtidos; (Incluído pela Lei Com-
da Defensoria Pública do Estado, encaminhadoas, com parecer, ao plementar nº 132, de 2009).
Conselho Superior; IV – participar, com direito a voz, do Conselho Superior da
VI - propor a instauração de processo disciplinar contra mem- Defensoria Pública do Estado; (Incluído pela Lei Complementar nº
bros da Defensoria Pública do Estado e seus servidores; 132, de 2009).
VII - acompanhar o estágio probatório dos membros da De- V – promover atividades de intercâmbio com a sociedade ci-
fensoria Pública do Estado; vil; (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
VIII - propor a exoneração de membros da Defensoria Pública VI – estabelecer meios de comunicação direta entre a De-
do Estado que não cumprirem as condições do estágio probatório. fensoria Pública e a sociedade, para receber sugestões e recla-
IX – baixar normas, no limite de suas atribuições, visando à re- mações, adotando as providências pertinentes e informando o
gularidade e ao aperfeiçoamento das atividades da Defensoria Pú- resultado aos interessados; (Incluído pela Lei Complementar nº
blica, resguardada a independência funcional de seus membros; 132, de 2009)
(Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009). VII – contribuir para a disseminação das formas de participa-
X – manter atualizados os assentamentos funcionais e os da- ção popular no acompanhamento e na fiscalização da prestação dos
dos estatísticos de atuação dos membros da Defensoria Pública, serviços realizados pela Defensoria Pública; (Incluído pela Lei
para efeito de aferição de merecimento; (Incluído pela Lei Com- Complementar nº 132, de 2009)
plementar nº 132, de 2009). VIII – manter contato permanente com os vários órgãos da
XI – expedir recomendações aos membros da Defensoria Pú- Defensoria Pública do Estado, estimulando-os a atuar em per-
blica sobre matéria afeta à competência da Corregedoria-Geral da manente sintonia com os direitos dos usuários; (Incluído pela Lei
Defensoria Pública; (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de Complementar nº 132, de 2009).
2009). IX – coordenar a realização de pesquisas periódicas e produzir
XII – desempenhar outras atribuições previstas em lei ou no estatísticas referentes ao índice de satisfação dos usuários, divul-
regulamento interno da Defensoria Pública. (Incluído pela Lei gando os resultados. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de
Complementar nº 132, de 2009). 2009).
Parágrafo único. As representações podem ser apresentadas
SEÇÃO III-A por qualquer pessoa, inclusive pelos próprios membros e servido-
(INCLUÍDO PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 132, DE 2009). res da Defensoria Pública do Estado, entidade ou órgão público.
DA OUVIDORIA-GERAL DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTA- (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
DO
SEÇÃO IV
Art. 105-A. A Ouvidoria-Geral é órgão auxiliar da Defensoria DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO
Pública do Estado, de promoção da qualidade dos serviços pres-
tados pela Instituição. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, Art. 106. A Defensoria Pública do Estado prestará assistência
de 2009). jurídica aos necessitados, em todos os graus de jurisdição e ins-
Parágrafo único. A Ouvidoria-Geral contará com servidores da tâncias administrativas do Estado.
Defensoria Pública do Estado e com a estrutura definida pelo Con- Parágrafo único. À Defensoria Pública do Estado caberá inter-
selho Superior após proposta do Ouvidor-Geral. (Incluído pela Lei por recursos aos Tribunais Superiores, quando cabíveis.
Complementar nº 132, de 2009). Art. 106-A. A organização da Defensoria Pública do Estado deve
Art. 105-B. O Ouvidor-Geral será escolhido pelo Conselho Su- primar pela descentralização, e sua atuação deve incluir
perior, dentre cidadãos de reputação ilibada, não integrante da atendimento interdisciplinar, bem como a tutela dos interesses
Carreira, indicados em lista tríplice formada pela sociedade civil, individuais, difusos, coletivos e individuais homogêneos. (Incluído
para mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondução. pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
(Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
§ 1º O Conselho Superior editará normas regulamentando a SEÇÃO V
forma de elaboração da lista tríplice. (Incluído pela Lei Comple- DOS NÚCLEOS DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO
mentar nº 132, de 2009).
Art. 107. A Defensoria Pública do Estado poderá atuar por in-
§ 2º O Ouvidor-Geral será nomeado pelo Defensor Público-
termédio de núcleos ou núcleos especializados, dando-se priori-
-Geral do Estado. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
dade, de todo modo, às regiões com maiores índices de exclusão
§ 3º O cargo de Ouvidor-Geral será exercido em regime de
social e adensamento populacional. (Redação dada pela Lei Com-
dedicação exclusiva. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de
plementar nº 132, de 2009).
2009).
Art. 105-C. À Ouvidoria-Geral compete: (Incluído pela Lei
Complementar nº 132, de 2009).
I – receber e encaminhar ao Corregedor-Geral representação
contra membros e servidores da Defensoria Pública do Estado, as-
segurada a defesa preliminar; (Incluído pela Lei Complementar nº
132, de 2009).

200
LEGISLAÇÃO
§ 2º O edital de abertura de inscrições no concurso indicará,
SEÇÃO VI obrigatoriamente, o número de cargos vagos na categoria inicial da
DOS DEFENSORES PÚBLICOS DOS ESTADOS carreira.
Art. 112-A. Aos aprovados no concurso deverá ser ministrado
Art. 108. Aos membros da Defensoria Pública do Estado in-
curso oficial de preparação à Carreira, objetivando o treinamento
cumbe, sem prejuízo de outras atribuições estabelecidas pelas específico para o desempenho das funções técnico-jurídicas e no-
Constituições Federal e Estadual, pela Lei Orgânica e por demais ções de outras disciplinas necessárias à consecução dos princípios
diplomas legais, a orientação jurídica e a defesa dos seus assisti- institucionais da Defensoria Pública. (Incluído pela Lei Comple-
dos, no âmbito judicial, extrajudicial e administrativo. (Redação mentar nº 132, de 2009).
dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
Parágrafo único. São, ainda, atribuições dos Defensores Públi- SEÇÃO II
cos Estaduais: (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009). DA NOMEAÇÃO E DA ESCOLHA DAS VAGAS
I – atender às partes e aos interessados; (Incluído pela Lei
Complementar nº 132, de 2009). Art. 113. O candidato aprovado no concurso público para in-
II – participar, com direito a voz e voto, dos Conselhos Peni- gresso na carreira da Defensoria Pública do Estado será nomeado
tenciários; (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009). pelo Governador do Estado para cargo inicial da carreira, respeita-
III – certificar a autenticidade de cópias de documentos ne- da a ordem de classificação e o número de vagas existentes.
cessários à instrução de processo administrativo ou judicial, à vis- Art. 114. O candidato aprovado poderá renunciar à nomea- ção
ta da apresentação dos originais; (Incluído pela Lei Complementar correspondente à sua classificação, antecipadamente ou até o
nº 132, de 2009). termo final do prazo de posse, caso em que, optando o renun-
IV – atuar nos estabelecimentos prisionais, policiais, de inter- ciante, será deslocado para o último lugar da lista de classificados.
nação e naqueles reservados a adolescentes, visando ao atendi-
mento jurídico permanente dos presos provisórios, sentenciados, SEÇÃO III
internados e adolescentes, competindo à administração estadu- al DA PROMOÇÃO
reservar instalações seguras e adequadas aos seus trabalhos,
franquear acesso a todas as dependências do estabelecimento in- Art. 115. A promoção consiste no acesso imediato dos mem-
dependentemente de prévio agendamento, fornecer apoio admi- bros efetivos da Defensoria Pública do Estado de uma categoria
nistrativo, prestar todas as informações solicitadas e assegurar o para outra da carreira.
acesso à documentação dos assistidos, aos quais não poderá, sob Art. 116. As promoções serão efetivadas por ato do Defensor
fundamento algum, negar o direito de entrevista com os mem- bros Publico-Geral do Estado, obedecidos, alternadamente, os critérios
da Defensoria Pública do Estado. (Incluído pela Lei Comple- mentar de antigüidade e merecimento.
nº 132, de 2009). § 1º É facultada a recusa à promoção, sem prejuízo do critério
do preenchimento da vaga recusada.
SEÇÃO VII § 2º A antigüidade será apurada na categoria e determinada
DOS ÓRGÃOS AUXILIARES pelo tempo de efetivo exercício na mesma.
§ 3º A promoção por merecimento dependerá de lista trípli- ce
Art. 109. Cabe à lei estadual disciplinar os órgãos e serviços para cada vaga, elaborada pelo Conselho Superior, em sessão
auxiliares de apoio administrativo, organizandoo em quadro pró- secreta, com ocupantes do primeiro terço da lista de antigüidade.
prio, com cargos que atendam às peculiaridades e às necessida- des § 4º Os membros da Defensoria Pública do Estado somente
da administração e das atividades funcionais da Instituição. poderão ser promovidos após dois anos de efetivo exercício na
categoria, dispensado o interstício se não houver quem preencha
CAPÍTULO II tal requisito, ou se quem o preencher recusar a promoção.
DA CARREIRA § 5º É obrigatória a promoção do Defensor Público que figurar
por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de mere-
Art. 110. A Defensoria Pública do Estado é integrada pela cimento, ressalvada a hipótese do art. 117, § 2º.
carreira de Defensor Público do Estado, composta das categorias Art. 117. O Conselho Superior fixará os critérios de ordem
de cargos efetivos necessárias ao cumprimento das suas funções objetiva para a aferição de merecimento dos membros da Insti-
institucionais, na forma a ser estabelecida na legislação estadual. tuição, considerandose, entre outros, a eficiência e a presteza de-
Art. 111. O Defensor Público do Estado atuará, na forma do monstradas no desempenho da função e a aprovação em cursos de
que dispuser a legislação estadual, junto a todos os Juízos de 1º aperfeiçoamento, de natureza jurídica, promovidos pela Insti-
grau de jurisdição, núcleos, órgãos judiciários de 2º grau de juris- tuição, ou por estabelecimentos de ensino superior, oficialmente
reconhecidos.
dição, instâncias administrativas e Tribunais Superiores (art. 22,
§ 1º Os cursos de aperfeiçoamento de que trata este artigo
parágrafo único).
compreenderão, necessariamente, as seguintes atividades:
a) apresentação de trabalho escrito sobre assunto de relevân-
SEÇÃO I
cia jurídica;
DO INGRESSO NA CARREIRA
b) defesa oral do trabalho que tenha sido aceito por banca
examinadora.
Art. 112. O ingresso nos cargos iniciais da carreira farseá me- § 2º A lei estadual estabelecerá os prazos durante os quais
diante aprovação prévia em concurso público de provas e títulos, estará impedido de concorrer à promoção por merecimento o
com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil. membro da instituição que tiver sofrido imposição de penalidade
§ 1º Do regulamento do concurso constarão os programas das em processo administrativo disciplinar.
disciplinas sobre as quais versarão as provas, bem como ou- tras
disposições pertinentes à sua organização e realização.

201
LEGISLAÇÃO
Art. 126. O afastamento para estudo ou missão, no interesse
CAPÍTULO III da Defensoria Pública do Estado, será autorizado pelo Defensor
DA INAMOVIBILIDADE E DA REMOÇÃO Publico-Geral.
§ 1º O afastamento de que trata este artigo somente será
Art. 118. Os membros da Defensoria Pública do Estado são concedido pelo Defensor Publico-Geral, após estágio probatório
inamovíveis, salvo se apenados com remoção compulsória, na for- e pelo prazo máximo de dois anos.
ma da lei estadual. § 2º Quando o interesse público o exigir, o afastamento pode-
Art. 119. A remoção será feita a pedido ou por permuta, sem- rá ser interrompido a juízo do Defensor Publico-Geral.
pre entre membros da mesma categoria da carreira. Art. 126-A. É assegurado o direito de afastamento para exer-
Art. 120. A remoção compulsória somente será aplicada com cício de mandato em entidade de classe de âmbito estadual ou
prévio parecer do Conselho Superior, assegurada ampla defesa em nacional, de maior representatividade, sem prejuízo dos venci-
processo administrativo disciplinar. mentos, vantagens ou qualquer direito inerente ao cargo. (Incluí-
Art. 121. A remoção a pedido farseá mediante requerimento do pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
ao Defensor Publico-Geral, nos quinze dias seguintes à publicação, § 1º O afastamento será concedido ao presidente da entidade
no Diário Oficial, do aviso de existência de vaga. de classe e terá duração igual à do mandato, devendo ser prorro-
Parágrafo único. Findo o prazo fixado neste artigo e, havendo gado no caso de reeleição. (Incluído pela Lei Complementar nº 132,
mais de um candidato à remoção, será removido o mais antigo
de 2009).
na categoria e, ocorrendo empate, sucessivamente, o mais antigo
§ 2º O afastamento para exercício de mandato será contado
na carreira, no serviço público do Estado, no serviço público em
como tempo de serviço para todos os efeitos legais. (Incluído pela
geral, o mais idoso e o mais bem classificado no concurso para
Lei Complementar nº 132, de 2009).
ingresso na Defensoria Pública.
§ 3º Lei estadual poderá estender o afastamento a outros
Art. 122. A remoção precederá o preenchimento da vaga por
membros da diretoria eleita da entidade. (Incluído pela Lei Com-
merecimento.
Art. 123. Quando por permuta, a remoção será concedida plementar nº 132, de 2009).
mediante requerimento dos interessados, respeitada a antiguida-
SEÇÃO III
de dos demais, na forma da lei estadual. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 132, de 2009) DAS GARANTIAS E DAS PRERROGATIVAS
Parágrafo único. O Defensor Público-Geral dará ampla divul-
gação aos pedidos de permuta. (Incluído pela Lei Complementar nº Art. 127. São garantias dos membros da Defensoria Pública
132, de 2009). do Estado, sem prejuízo de outras que a lei estadual estabelecer:
I - a independência funcional no desempenho de suas atri-
CAPÍTULO IV buições;
DOS DIREITOS, DAS GARANTIAS E DAS PRERROGATIVAS II - a inamovibilidade;
DOS MEMBROS DA DEFENSORIA PÚBLICA DOS ESTADOS III - a irredutibilidade de vencimentos;
SEÇÃO I IV - a estabilidade.
DA REMUNERAÇÃO Art. 128. São prerrogativas dos membros da Defensoria Públi-
ca do Estado, dentre outras que a lei local estabelecer:
Art. 124. À lei estadual cabe fixar a remuneração dos cargos da I – receber, inclusive quando necessário, mediante entrega dos
carreira do respectivo Estado, observado o disposto no art. 135 da autos com vista, intimação pessoal em qualquer processo e grau de
Constituição Federal. jurisdição ou instância administrativa, contando-se-lhes em dobro
§ 1º (VETADO). todos os prazos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de
§ 2o Os membros das Defensorias Públicas dos Estados têm os 2009).
direitos assegurados pela legislação da respectiva unidade da II - não ser preso, senão por ordem judicial escrita, salvo em
Federação e nesta Lei Complementar. (Redação dada pela Lei flagrante, caso em que a autoridade fará imediata comunicação ao
Complementar nº 98, de 1999). Defensor Publico-Geral;
I - revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 98, III - ser recolhido à prisão especial ou à sala especial de
de 1999). EstadoMaior, com direito a privacidade e, após sentença conde-
II - (VETADO). natória transitada em julgado, ser recolhido em dependência se-
III - revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 98, parada, no estabelecimento em que tiver de ser cumprida a pena;
de 1999). IV - usar vestes talares e as insígnias privativas da Defensoria
IV - revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 98, Pública;
de 1999). V - (VETADO);
V - revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 98, VI – comunicar-se, pessoal e reservadamente, com seus assis-
de 1999). tidos, ainda quando estes se acharem presos ou detidos, mesmo
VI - revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 98, incomunicáveis, tendo livre ingresso em estabelecimentos poli-
de 1999). ciais, prisionais e de internação coletiva, independentemente de
VII - (VETADO); prévio agendamento; (Redação dada pela Lei Complementar nº
VIII - revogado. (Redação dada pela Lei Complementar nº 98, 132, de 2009).
de 1999). VII - ter vista pessoal dos processos fora dos cartórios e secre-
tarias, ressalvadas as vedações legais;
SEÇÃO II VIII – examinar, em qualquer repartição pública, autos de fla-
DAS FÉRIAS E DO AFASTAMENTO grantes, inquéritos e processos, assegurada a obtenção de cópias e
podendo tomar apontamentos; (Redação dada pela Lei Comple-
Art. 125. As férias dos membros da Defensoria Pública do Es- mentar nº 132, de 2009).
tado serão concedidas de acordo com a lei estadual.

202
LEGISLAÇÃO
III - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, ho-
IX - manifestarse em autos administrativos ou judiciais por norários, percentagens ou custas processuais, em razão de suas
meio de cota; atribuições;
X - requisitar de autoridade pública ou de seus agentes exa- IV - exercer o comércio ou participar de sociedade comercial,
mes, certidões, perícias, vistorias, diligências, processos, docu-
exceto como cotista ou acionista;
mentos, informações, esclarecimentos e providências necessárias V - exercer atividade políticopartidária, enquanto atuar junto à
ao exercício de suas atribuições; Justiça Eleitoral.
XI - representar a parte, em feito administrativo ou judicial,
independentemente de mandato, ressalvados os casos para os SEÇÃO III
quais a lei exija poderes especiais; DOS IMPEDIMENTOS
XII - deixar de patrocinar ação, quando ela for manifestamen-
te incabível ou inconveniente aos interesses da parte sob seu pa- Art. 131. É defeso ao membro da Defensoria Pública do Esta-
trocínio, comunicando o fato ao Defensor Publico-Geral, com as do exercer suas funções em processo ou procedimento:
razões de seu proceder; I - em que seja parte ou, de qualquer forma, interessado;
XIII - ter o mesmo tratamento reservado aos Magistrados e II - em que haja atuado como representante da parte, perito,
demais titulares dos cargos das funções essenciais à justiça; Juiz, membro do Ministério Público, Autoridade Policial, Escrivão de
XIV - ser ouvido como testemunha, em qualquer processo ou Polícia, Auxiliar de Justiça ou prestado depoimento como tes-
procedimento, em dia, hora e local previamente ajustados com a temunha;
autoridade competente; III - em que for interessado cônjuge ou companheiro, parente
XV - (VETADO); consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral, até o terceiro
XVI - (VETADO). grau;
Parágrafo único. Quando, no curso de investigação policial, IV - no qual haja postulado como advogado de qualquer das
houver indício de prática de infração penal por membro da De- pessoas mencionadas no inciso anterior;
fensoria Pública do Estado, a autoridade policial, civil ou militar, V - em que qualquer das pessoas mencionadas no inciso III
comunicará imediatamente o fato ao Defensor Publico-Geral, que funcione ou haja funcionado como Magistrado, membro do Mi-
designará membro da Defensoria Pública para acompanhar a apu- nistério Público, Autoridade Policial, Escrivão de Polícia ou Auxiliar
ração. de Justiça;
VI - em que houver dado à parte contrária parecer verbal ou
CAPÍTULO V escrito sobre o objeto da demanda;
DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES, DOS IMPEDIMENTOS E DA VII - em outras hipóteses previstas em lei.
RESPONSABILIDADE FUNCIONAL Art. 132. Os membros da Defensoria Pública do Estado não
SEÇÃO I podem participar de comissão, banca de concurso, ou de qual- quer
DOS DEVERES decisão, quando o julgamento ou votação disser respeito a seu
cônjuge ou companheiro, ou parente consangüíneo ou afim em
Art. 129. São deveres dos membros da Defensoria Pública dos linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
Estados:
SEÇÃO IV
I - residir na localidade onde exercem suas funções, na forma
DA RESPONSABILIDADE FUNCIONAL
do que dispuser a lei estadual;
II - desempenhar com zelo e presteza, dentro dos prazos, os Art. 133. A atividade funcional dos membros da Defensoria
serviços a seu cargo e os que, na forma da lei, lhes sejam atribuí- Pública dos Estados está sujeita a:
dos pelo Defensor Publico-Geral; I - correição ordinária, realizada anualmente pelo Corregedor-
III - representar ao Defensor Publico-Geral sobre as irregulari- -Geral e por seus auxiliares, para verificar a regularidade e eficiên-
dades de que tiver ciência, em razão do cargo; cia dos serviços;
IV - prestar informações aos órgãos de administração superior II - correição extraordinária, realizada pelo Corregedor-Geral e
da Defensoria Pública do Estado, quando solicitadas; por seus auxiliares, para verificar a regularidade e eficiência dos
V - atender ao expediente forense e participar dos atos judi- serviços.
ciais, quando for obrigatória a sua presença; § 1º Cabe ao Corregedor-Geral, concluída a correição, apre-
VI - declararse suspeito ou impedido, nos termos da lei; sentar ao Defensor Publico-Geral relatório dos fatos apurados e das
VII - interpor os recursos cabíveis para qualquer instância ou providências a serem adotadas.
Tribunal e promover revisão criminal, sempre que encontrar fun- § 2º Qualquer pessoa pode representar ao Corregedor-Geral
damentos na lei, jurisprudência ou prova dos autos, remetendo sobre os abusos, erros ou omissões dos membros da Defensoria
cópia à Corregedoria-Geral. Pública dos Estados.
Art. 134. A lei estadual estabelecerá as infrações disciplina- res,
SEÇÃO II com as respectivas sanções, procedimentos cabíveis e prazos
DAS PROIBIÇÕES prescricionais.
§ 1º A lei estadual preverá a pena de remoção compulsória nas
Art. 130. Além das proibições decorrentes do exercício de hipóteses que estabelecer, e sempre que a falta praticada, pela sua
cargo público, aos membros da Defensoria Pública dos Estados é gravidade e repercussão, tornar incompatível a perma- nência do
vedado: faltoso no órgão de atuação de sua lotação.
I - exercer a advocacia fora das atribuições institucionais; § 2º Caberá ao Defensor Publico-Geral aplicar as penalidades
II - requerer, advogar, ou praticar em Juízo ou fora dele, atos previstas em lei, exceto no caso de demissão e cassação de apo-
que de qualquer forma colidam com as funções inerentes ao seu sentadoria, em que será competente para aplicálas o Governador
cargo, ou com os preceitos éticos de sua profissão; do Estado.

203
LEGISLAÇÃO
Art. 140. Os concursos públicos para preenchimento dos car-
§ 3º Nenhuma penalidade será aplicada sem que se garanta gos transformados em cargos do Quadro Permanente da Defenso-
ampla defesa, sendo obrigatório o inquérito administrativo nos ria Pública da União, cujo prazo de validade não se tenha expira- do,
casos de aplicação de remoção compulsória. habilitam os aprovados, obedecida a ordem de classificação, a
Art. 135. A lei estadual preverá a revisão disciplinar, estabe- preenchimento das vagas existentes no Quadro Permanente da
lecendo as hipóteses de cabimento e as pessoas habilitadas a Defensoria Pública da União.
requerêla. Art. 141. As leis estaduais estenderão os benefícios e vanta-
Parágrafo único. Procedente a revisão, será tornado sem efeito gens decorrentes da aplicação do art. 137 desta Lei Complemen- tar
o ato punitivo ou aplicada a penalidade adequada, aos inativos aposentados como titulares dos cargos transfor- mados
restabelecendose os direitos atingidos pela punição, na sua ple- em cargos do Quadro de Carreira de Defensor Público.
nitude. Art. 142. Os Estados adaptarão a organização de suas Defen-
sorias Públicas aos preceitos desta Lei Complementar, no prazo de
TÍTULO V cento e oitenta dias.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 143. À Comissão de Concurso incumbe realizar a seleção
dos candidatos ao ingresso na Carreira da Defensoria Pública da
Art. 136. Os Defensores Públicos Federais, bem como os do União, do Distrito Federal e dos Territórios.
Distrito Federal, estão sujeitos ao regime jurídico desta Lei Com- Art. 144. Cabe à lei dispor sobre os órgãos e serviços auxi- liares
plementar e gozam de independência no exercício de suas fun- de apoio administrativo, que serão organizados em quadro próprio,
ções, aplicando-se-lhes, subsidiariamente, o instituído pela Lei nº composto de cargos que atendam às peculiaridades e às
8.112, de 11 de dezembro de 1990. (Redação dada pela Lei Com- necessidades da administração e das atividades funcionais da ins-
plementar nº 132, de 2009). tituição.
Art. 137. Aos Defensores Públicos investidos na função até a Art. 145. As Defensorias Públicas da União, do Distrito Federal
data da instalação da Assembléia Nacional Constituinte é assegu- e dos Territórios e dos Estados adotarão providências no sentido de
rado o direito de opção pela carreira, garantida a inamovibilidade selecionar, como estagiários, os acadêmicos de Direito que,
e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições constitu- comprovadamente, estejam matriculados nos quatro últimos se-
cionais. mestres de cursos mantidos por estabelecimentos de ensino ofi-
Parágrafo único. (VETADO) cialmente reconhecidos.
Art. 138. Os atuais cargos de Advogado de Ofício e de Ad- § 1º Os estagiários serão designados pelo Defensor Publico-
vogado de Ofício Substituto da Justiça Militar e de Advogado de -Geral, pelo período de um ano, podendo este prazo ser prorroga-
Ofício da Procuradoria Especial da Marinha, cujos ocupantes te- do por igual período.
nham sido aprovados em concurso público de provas ou de provas § 2º Os estagiários poderão ser dispensados do estágio, antes
e títulos e optem pela carreira, são transformados em cargos de de decorrido o prazo de sua duração, nas seguintes hipóteses:
Defensor Público da União. a)
§ 1º Os cargos a que se refere este artigo passam a integrar o b) r prática de ato que justifique seu desligamento.
Quadro Permanente da Defensoria Pública da União, nos seguin- § 3º O tempo de estágio será considerado serviço público re-
tes termos: levante e como prática forense.
I - os cargos de Advogado de Ofício Substituto da Justiça Mi- Art. 146. Os preceitos desta Lei Complementar aplicamse
litar passam a denominarse Defensor Público da União de 1ª Ca- imediatamente aos membros da Defensoria de Ofício da Justiça
tegoria; Militar, que continuarão subordinados, administrativamente, ao
II - os cargos de Advogado de Ofício da Justiça Militar passam Superior Tribunal Militar, até a nomeação e posse do Defensor Pu-
a denominarse Defensor Público da União de Categoria Especial; blico-Geral da União.
III cargos de Advogado de Ofício da Procuradoria Especial da Parágrafo único. Após a aprovação das dotações orçamentá-
Marinha passam a denominarse Defensor Público da União de 1ª rias necessárias para fazer face às despesas decorrentes desta Lei
Categoria. Complementar, o Poder Executivo enviará projeto de lei dimensio-
§ 2º Os cargos de Defensor Público cujos ocupantes optarem nando o Quadro Permanente dos agentes das Defensorias Públi-
pela carreira são transformados em cargos integrantes do Qua- dro cas da União, do Distrito Federal e dos Territórios, e de seu pessoal
Permanente da Defensoria Pública da União, respeitadas as de apoio.
diferenças existentes entre eles, de conformidade com o disposto Art. 147. Ficam criados os cargos, de natureza especial, de
na Lei nº 7.384, de 18 de outubro de 1985, que reestruturou em Defensor Publico-Geral e de Subdefensor Publico-Geral da União e
carreira a Defensoria de Ofício da Justiça Militar Federal. de Defensor Publico-Geral e de Subdefensor Publico-Geral do
§ 3º São estendidos aos inativos os benefícios e vantagens Distrito Federal e dos Territórios. (Vide Lei Complementar nº 132,
decorrentes da transformação dos cargos previstos nesta Lei Com- de 2009).
plementar, nos termos da Constituição Federal, art. 40, § 4º. Art. 148. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de
§ 4º O disposto neste artigo somente surtirá efeitos financei- sua publicação.
ros a partir da vigência da lei a que se refere o parágrafo único do Art. 149. Revogam-se as disposições em contrário.
art. 146, observada a existência de prévia dotação orçamentária.
Art. 139. É assegurado aos ocupantes de cargos efetivos de
assistente jurídico, lotados no Centro de Assistência Judiciária da
ProcuradoriaGeral do Distrito Federal, o ingresso, mediante op-
ção, na carreira de Defensoria Pública do Distrito Federal e dos
Territórios.
Parágrafo único. Serão estendidos aos inativos em situação
idêntica os benefícios e vantagens previstos nesta Lei Comple-
mentar.

204
LEGISLAÇÃO
Art. 4º À Defensoria Pública é assegurada autonomia funcio-
LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 146, DE 29 DE nal e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 134,
DEZEMBRO DE 2003, QUE DISPÕE SOBRE A LEI § 2º, da Constituição Federal, e arts. 116 e 117 da Constituição
ORGÂNICA DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE Estadual, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus
MATO GROSSO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS cargos e serviços auxiliares, bem como a respectiva política remu-
neratória. (Nova redação dada pela LC 229/05)
Art. 5º Aos membros da Defensoria Pública fica assegurado,
quando necessário, mediante entrega dos autos com vista, inti-
LEI COMPLEMENTAR N° 146, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2003.
mação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição ou ins-
tância administrativa, contando-se-lhes em dobro todos os pra- zos,
Dispõe sobre a Lei Orgânica da Defensoria Pública do Estado
nos termos do Art. 128, I, da Lei Complementar Federal n° 80,
de Mato Grosso e dá outras providências.
de 12 de janeiro de 1994. (Nova redação dada pela LC 398/10)
A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO,
TÍTULO II
tendo em vista o que dispõe o art. 45 da Constituição Estadual,
DA ORGANIZAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA
aprova e o Governador do Estado sanciona a seguinte lei comple-
CAPÍTULO I
mentar:
DOS ÓRGÃOS DA DEFENSORIA PÚBLICA
TÍTULO I
DA DEFENSORIA PÚBLICA Art. 6º A Defensoria Pública é composta pelos seguintes ór-
CAPÍTULO ÚNICO gãos:
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES I - Órgãos de Administração Superior:
a) Defensoria Pública-Geral do Estado;
Art. 1º Esta lei complementar regula a organização da Defen- b) Subdefensorias Públicas-Gerais do Estado. (Nova redação
soria Pública do Estado de Mato Grosso, as atribuições e funcio- dada pela LC 398/10)
namento dos seus órgãos e dispõe sobre a carreira de seus mem- c) Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado;
bros. d) Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Estado;
Art. 2º A Defensoria Pública é instituição essencial à atuação e) Subcorregedorias-Gerais da Defensoria Pública do Estado;
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica, judi- (Acrescentado pela LC 398/10)
cial e extrajudicial e a defesa, em todos os graus de jurisdição, aos f) (revogada) (Revogada pela LC 608/18)
necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, e II - Órgãos de Atuação:
art. 1º da Lei Complementar Federal nº 80, de 12 de janeiro de a) Defensorias Públicas do Estado;
1994. b) Núcleos da Defensoria Pública do Estado;
§ 1º Considera-se juridicamente necessitado o declarada- III - Órgãos de Execução:
mente pobre na forma da lei. a) Defensores Públicos de Segunda Instância; (Nova redação
§ 2º À Defensoria Pública é conferido o direito de apurar o dada pela LC 398/10)
estado de carência dos seus assistidos. b) Defensores Públicos de Classe Especial; (Nova redação
Art. 3º Compete à Defensoria Pública: dada pela LC 608/18)
I promover extrajudicialmente conciliação entre as partes c) Defensores Públicos de 3ª Classe; (Nova redação dada pela
em conflito de interesses; LC 608/18)
II atrocinar a ação penal privada e a subsidiária da pública; d) Defensores Públicos de 2ª Classe; (Nova redação dada pela
III trocinar a ação civil; LC 608/18)
IV atrocinar defesa em ação penal; e) Defensores Públicos de 1ª Classe; (Nova redação dada pela
V patrocinar defesa em ação civil; LC 608/18)
VI tuar como curador especial, nos casos previstos em lei; f) (revogada) (Revogada pela LC 608/18)
VII ercer a defesa da criança e do adolescente; IV rgãos Auxiliares: (Nova redação dada pela LC 608/18)
VIII junto aos estabelecimentos policiais e penitenciá- rios, a) Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do Estado.
visando assegurar à pessoa pobre, sob quaisquer circunstân- cias, b) Escola Superior da Defensoria Pública do Estado. (Acres-
o exercício dos direitos e garantias individuais compatíveis com centada pela LC 608/18)
a situação jurídica do patrocinado;
IX egurar aos seus assistidos em processo judicial ou ad- CAPÍTULO II
ministrativo e aos acusados em geral, o contraditório e a ampla DAS ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS DA DEFENSORIA PÚBLICA
defesa, com recursos e meios a ela inerentes; SEÇÃO I
X atuar junto aos juizados especiais cíveis e criminais; DO DEFENSOR PÚBLICO-GERAL E DO SUBDEFENSOR PÚBLI-
XI atrocinar os direitos e interesses do consumidor neces- CO-GERAL
sitado lesado;
XII stir juridicamente as pessoas jurídicas de direito pri- vado Art. 7º A Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso tem por
na forma da lei. (Acrescentado pela LC 553/14) Chefe o Defensor Público-Geral, nomeado pelo Governador do
§ 1º A defesa da criança e do adolescente caberá, especial- Estado, escolhido em lista tríplice formada pelo voto direto,
mente, nas hipóteses previstas no § 3º do art. 227 da Constituição secreto, plurinominal e obrigatório dentre membros estáveis da
Federal. carreira maiores de 35 (trinta e cinco) anos, para mandato de 02
§ 2º As funções institucionais da Defensoria Pública serão (dois) anos, permitida uma recondução. (Nova redação dada pela
exercitadas mesmo que contra as pessoas jurídicas de direito pú- LC 398/10)
blico e as demais pessoas jurídicas por aquelas criadas.

205
LEGISLAÇÃO
IX - expedir ordens e instruções normativas aos órgãos, agen-
§ 1º Integrarão a lista tríplice os 03 (três) membros estáveis tes e servidores da instituição;
mais votados e, ocorrendo empate, terá preferência, sucessiva- X - fiscalizar as atividades de todos os órgãos, agentes e ser-
mente: (Nova redação dada pela LC 398/10) vidores da instituição, sem prejuízo da fiscalização afeta ao Corre-
I - o ocupante da categoria mais elevada, entre membros de gedor-Geral;
categorias distintas; XI - autorizar o afastamento dos membros da instituição;
II - o mais antigo na classe; XII - dirimir dúvidas e conflitos de atribuições entre órgãos da
III - o mais antigo na carreira; instituição;
IV - o de maior tempo de serviço público em geral; XIII - proferir decisões nas sindicâncias e procedimentos admi-
V - o de mais idade. nistrativos disciplinares presididos ou não pelo Corregedor-Geral;
§ 2º A eleição a que se refere o caput deste artigo será realiza- XIV - baixar o Regimento da instituição;
da, na Capital do Estado, na primeira quinzena do mês de novem- XV - proferir decisão final em processo administrativo disci-
bro do último ano do mandato do Defensor Público-Geral, deven- plinar instaurado para verificação de conduta dos servidores da
do a lista tríplice ser encaminhada ao Governador do Estado até o Defensoria Pública; (Nova redação dada pela LC 608/18)
dia 30 (trinta) daquele mês; (Nova redação dada pela LC 398/10) XVI - abrir concursos públicos para provimento de cargo na
§ 3º Não havendo publicação do ato de nomeação do De- carreira de Defensor Público, de servidores e de estagiários da ins-
fensor Público-Geral no Diário Oficial do Estado, no prazo de 15 tituição;
(quinze) dias, contados do recebimento da lista tríplice pela Casa XII - determinar correições extraordinárias;
Civil do Estado, será empossado o Defensor Público mais votado. XIII - presidir as sessões ordinárias do Conselho Superior e
(Nova redação dada pela LC 398/10) convocar e presidir as sessões extraordinárias;
§ 4º A posse do Defensor Público-Geral será realizada no dia 02 XIX - declarar a ineficácia da nomeação do membro que, in-
(dois) do mês de janeiro seguinte à eleição. (Nova redação dada justificadamente, não entrar em efetivo exercício no prazo de 10
pela LC 398/10) (dez) dias, prorrogável por mais 10 (dez);
§ 5º (suprimido) (Suprimido pela LC 398/10) XX - declarar a vacância dos cargos de membros da Defenso-
Art. 8º A destituição do Defensor Público-Geral, observado o ria Pública e dos servidores da Instituição;
disposto nos incisos XXII e XXIII, do Art. 26, da Constituição Esta- XXI - dar posse aos Defensores Públicos e lotá-los em seus
dual, ocorrerá nos casos de abuso de poder, conduta incompatí- respectivos órgãos de atuação;
vel, ou grave omissão dos deveres do cargo. (Nova redação dada XXII - (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
pela LC 398/10) XXIII - requisitar de qualquer autoridade pública e de seus
Parágrafo único. Na hipótese de vacância do cargo do Defen- agentes, certidões, exames, perícias, vistorias, diligências, proces-
sor Público-Geral, assumirá a Chefia da Defensoria Pública o Pri- sos, documentos, informações, esclarecimentos e demais provi-
meiro Subdefensor Público-Geral que, na qualidade de Presidente dências necessárias à atuação da Defensoria Pública;
do Conselho Superior, no prazo de 10 (dez) dias, convocará novas XXIV - recomendar, motivadamente, a realização de exame de
eleições que deverão se realizar dentro de 30 (trinta) dias da pu- sanidade mental em membros da Instituição, resguardado o devido
blicação do edital. (Nova redação dada pela LC 398/10) processo legal;
Art. 9º O Defensor Público-Geral poderá convocar para auxi- XXV - adir ao gabinete, no interesse do serviço, membro es-
lia-lo, por prazo determinado, comprovada a necessidade do ser- tável da Defensoria Pública, para o desempenho de atribuição es-
viço, até dois membros estáveis da Defensoria Pública. pecífica;
Art. 10 O Defensor Público-Geral será substituído em suas XXVI - decidir, em grau de recurso final, sobre pedidos de as-
faltas, impedimentos, licenças e férias, observando a seguinte or- sistência jurídica gratuita;
dem: (Nova redação dada pela LC 398/10) XXVII - elaborar e propor ao Conselho Superior o Plano Anu- al
I - pelo Primeiro Subdefensor Público-Geral; da Defensoria Pública do Estado; (Nova redação dada pela LC
II - pelo Segundo Subdefensor Público-Geral; 608/18)
III - pelo Corregedor-Geral. XXVIII - promover por merecimento o membro da Defensoria
Art. 11 Ao Defensor Público-Geral do Estado compete: Pública indicado em lista tríplice e efetuar a promoção e a remo-
I - dirigir a instituição, bem como superintender, coordenar ção por antiguidade, conforme deliberação do Conselho Superior;
e orientar as atividades dos seus membros, promovendo atos da (Nova redação dada pela LC 608/18)
gestão administrativa, financeira e de pessoal; XXIX - elaborar a proposta orçamentária anual da Defenso- ria
II - representar a instituição judicial e extrajudicialmente; Pública do Estado, atendendo aos princípios institucionais, às
diretrizes estabelecidas no plano anual de atuação e aos limites
III - velar pelo cumprimento da finalidade da instituição;
IV - planejar e executar a política da assistência jurídica e judi- defendidos na lei de diretrizes orçamentária; (Acrescentado pela LC
398/10)
ciária em todo o Estado, firmando, se necessário, convênios com
XXX - enviar a proposta orçamentária anual da Defensoria Pú-
entidades públicas ou privadas;
bica do Estado, observado o disposto no Art. 99, § 2°, da Constitui-
V - encaminhar expedientes para nomeação, exoneração,
ção Federal; (Acrescentado pela LC 398/10)
aposentadoria dos membros da Instituição, dentre outros;
XXXI - propor à Assembleia Legislativa a criação e a extinção de
VI - efetuar a aplicação das sanções disciplinares aos mem-
cargos da Defensoria Pública e de seus serviços auxiliares, a fixação
bros da instituição, após o trânsito em julgado de processo admi-
e a revisão da remuneração dos seus membros e servido- res;
nistrativo disciplinar; (Nova redação dada pela LC 608/18)
(Acrescentado pela LC 398/10)
VII - instaurar processo disciplinar contra servidores da Defen- XXXII - elaborar e propor ao Conselho Superior o Plano Anual
soria Pública, ao receber representação interna ou externa, bem da Defensoria Pública do Estado. (Acrescentado pela LC 398/10)
como por recomendação do Corregedor-Geral ou do Conselho Su- XXXIII - nomear o Diretor da Escola Superior da Defensoria
perior; (Nova redação dada pela LC 608/18) Pública para um mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recon-
VIII - editar ato de remoção, na forma desta Lei Complemen- dução; (Acrescentado pela LC 608/18)
tar; (Nova redação dada pela LC 608/18)

206
LEGISLAÇÃO
Art. 17 Os membros do Conselho Superior serão escolhidos por
XXXIV - autorizar despesas relativas às atividades da Escola voto direto, plurinominal, obrigatório e secreto de todos os
Superior, convocar procedimento licitatório ou justificar sua dis- membros da instituição, para mandato de 02 (dois) anos, faculta-
pensa ou inexigibilidade, respeitadas as determinações legais; da uma reeleição. (Nova redação dada pela LC 398/10)
(Acrescentado pela LC 608/18) § 1º É vedada a elegibilidade de Defensores Públicos estáveis
XXXV - firmar contratos e decidir eventuais divergências so- submetidos à aplicação de sanção administrativa disciplinar a me-
bre assuntos relativos aos procedimentos licitatórios convocados nos de 02 (dois) anos das inscrições dos candidatos. (Acrescenta- do
pela Escola Superior, bem como aplicar penalidade; (Acrescenta- do pela LC 398/10)
pela LC 608/18) § 2º Serão proclamados eleitos os mais votados e, ocorrendo
XXXVI - exercer outras atribuições previstas em lei ou no Re- empate, será observado o disposto no § 1° do Art. 7° desta lei
gimento da Defensoria Pública, compatíveis com a chefia da insti- complementar. (Acrescentado pela LC 398/10)
tuição. (Acrescentado pela LC 608/18) § 3º Os candidatos que, no processo eleitoral, obtiverem vo-
Parágrafo único. Para desempenho de suas funções, o Defen- tação imediatamente inferior a dos eleitos, serão proclamados,
sor Público-Geral poderá requisitar, na Capital, de órgão estadual, pela ordem, suplentes do Conselho Superior. (Acrescentado pela LC
e no interior, de órgão municipal, transporte de qualquer nature- 398/10)
za, para si, para qualquer membro da instituição ou para os ser- Art. 18 As eleições serão realizadas conforme instruções bai-
vidores da Defensoria-Geral, à realização de serviço funcional da xadas pelo Conselho Superior da Defensoria Pública sendo obri-
Defensoria. gatório o voto para os membros em atividade e facultativo para as
Art. 12 Todas as decisões do Defensor Público-Geral serão hipóteses de férias, licença, afastamentos e inatividade. (Nova
motivadas e publicadas, salvo os casos de sigilo previstos em lei. redação dada pela LC 608/18)
§1º. A eleição e a posse dos Conselheiros deverão ser realiza-
SEÇÃO I-A das na mesma data da eleição e posse do Defensor Público-Geral.
DA PRIMEIRA E SEGUNDA SUBDEFENSORIA PÚBLICA-GERAL (Acrescentado pela LC 398/10 e renumerado de parágrafo único
(ACRESCENTADA PELA LC 398/10) para § 1º pela LC 608/18)
§ 2º Aplicam-se as regras do caput deste artigo à eleição para
Art. 13 A Primeira Subdefensoria Pública-Geral, órgão da ad- formação da lista tríplice para escolha do Defensor Público-Geral.
ministração superior tem por competência auxiliar o Defensor (Acrescentado pela LC 608/18)
Público-Geral na promoção, execução e controle das atividades de Art. 19 Caso haja vacância do cargo de Conselheiro, este será
gestão administrativa da Defensoria Pública do Estado, em especial preenchido pelo Suplente que houver alcançado o maior núme- ro
o planejamento, a elaboração do orçamento e o acom- de votos dentre os não eleitos. (Nova redação dada pela LC 398/10)
panhamento de sua execução; a coordenação e orientação das § 1º O membro da Defensoria Pública que for nomeado para
atividades de contabilidade e finanças; a captação de recursos fi- vaga de Conselheiro que não terminou o mandato, apenas o com-
nanceiros via projetos, além de exercer outras atribuições correla- pletará. (Nova redação dada pela LC 398/10 e renumerado de pa-
tas ou que lhe forem conferidas ou determinadas. (Nova redação rágrafo único para § 1º pela LC 608/18)
dada ao caput pela LC 608/18) § 2º Os casos de vacância, impedimentos e suspeição serão
Parágrafo único. O órgão será dirigido pelo Primeiro Sub- disciplinados no regimento interno do Conselho Superior, obser-
defensor Público-Geral, nomeado pelo Defensor Público-Geral vado o disposto nesta Lei Complementar. (Acrescentado pela LC
dentre os membros estáveis em efetivo exercício, que terá como 608/18)
substituto, em suas ausências legais ou eventuais, o segundo Sub- Art. 20 O Conselho Superior será presidido pelo Defensor Pú-
defensor Público-Geral. (Acrescentado pela LC 398/10) blico-Geral e, em sua falta, pelo Primeiro Subdefensor Público-Ge-
Art. 14 A Segunda Subdefensoria Pública-Geral, órgão da ad- ral e, na ausência deste, pelo Segundo Subdefensor Público-Geral.
ministração superior, tem por competência auxiliar o Defensor (Nova redação dada pela LC 398/10)
Público-Geral nos assuntos institucionais, em especial a coorde- Art. 21 São atribuições do Conselho Superior:
nação e a orientação da atuação dos órgãos regionais da Defenso- I - exercer o poder normativo;
ria Pública do Estado, além de exercer outras atribuições correla- II - decidir sobre a instauração de procedimento administrati-
tas ou que lhe forem conferidas ou determinadas. (Nova redação vo disciplinar para a apuração de irregularidades contra membros
dada ao caput pela LC 608/18) da Defensoria Pública, observado o quórum de maioria absoluta
Parágrafo único. O órgão será dirigido pelo Segundo Sub- para instauração; (Nova redação dada pela LC 608/18)
defensor Público-Geral, nomeado pelo Defensor Público-Geral, III - julgar procedimento administrativo disciplinar instaurado
dentre os membros estáveis em efetivo exercício, que terá como para a apuração de irregularidades contra membros da Defenso- ria
substituto, em suas ausências legais, ou eventuais, o Primeiro Pública, observado o quórum de maioria absoluta para conde-
Subdefensor Público-Geral. (Acrescentado pela LC 398/10) nação; (Nova redação dada pela LC 608/18)
IV - opinar sobre as representações oferecidas pelo Defensor
SEÇÃO II Público-Geral e pelo Corregedor-Geral, quando solicitado seu pro-
DO CONSELHO SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA nunciamento pelo Defensor Público-Geral;
V - decidir pelo afastamento de membro da instituição sub-
Art. 15 O Conselho Superior da Defensoria Pública é órgão metido a Processo Administrativo Disciplinar, nos termos desta Lei
consultivo, normativo e decisório. Complementar; (Nova redação dada pela LC 608/18)
Art. 16 O Conselho Superior é composto pelo Defensor Públi- VI - representar ao Defensor Público-Geral sobre qualquer
co-Geral, pelo Primeiro e Segundo Subdefensores Públicos-Gerais, assunto que interesse à organização da Defensoria Pública ou à
pelo Corregedor-Geral e pelo Ouvidor-Geral, como membros na- disciplina de seus membros;
tos, e por 8 (oito) Defensores Públicos estáveis em efetivo exercí-
cio. (Nova redação dada pela LC 608/18)

207
LEGISLAÇÃO
XXIX - autorizar ao membro da Defensoria Pública o exercí- cio
VII - decidir sobre a avaliação do estágio probatório dos mem- de outro cargo, emprego ou função de nível equivalente ou superior
bros da Instituição, submetendo sua decisão à homologação do na administração direta ou indireta; (Acrescentado pela LC 398/10)
Defensor Público-Geral; XXX - definir, com auxílio da Escola Superior da Defensoria Pú-
VIII - decidir sobre a suspensão do estágio probatório dos blica, os padrões mínimos de atendimento ao assistido da Defen-
membros da Instituição, atendendo proposição fundamentada do soria Pública, respeitada a independência funcional dos membros
Corregedor-Geral; da instituição; (Nova redação dada pela LC 608/18)
IX - recomendar as medidas necessárias ao regular funciona- XXXI - eleger o Diretor da Escola Superior da Defensoria Públi-
mento da Defensoria Pública, a fim de assegurar o seu prestígio e a ca; (Acrescentado pela LC 608/18)
consecução de seus fins; XXXII - aprovar o regimento interno da Escola Superior da De-
X - recomendar correição extraordinária; fensoria Pública; (Acrescentado pela LC 608/18)
XI - opinar acerca das remoções voluntárias e das permutas XXXIII - aprovar a prestação de contas da Escola Superior da
dos integrantes da carreira da Defensoria Pública; Defensoria Pública; (Acrescentado pela LC 608/18)
XII - regulamentar a forma pela qual será manifestada a recu- XXXIV - exercer outras atribuições compatíveis com suas fun-
sa à promoção; ções consultivas, normativas e decisórias, previstas ou não em lei,
XIII - organizar a lista de antiguidade e a lista tríplice destinada no regimento da instituição ou no regimento interno do Conselho.
à promoção por merecimento e decidir sobre as reclamações a elas (Acrescentado pela LC 608/18)
concernentes; (Nova redação dada pela LC 398/10) Art. 22 As decisões do Conselho Superior serão motivadas e
XIV - atualizar a lista de antiguidade dos membros da Defen- publicadas, salvo os casos de sigilo previsto em lei. (Redação dada
soria Pública na data de ocorrência da vaga para promoção ou pela LC 608/18, passando a vigorar acrescentado dos §§ 1º a 5º)
remoção; (Nova redação dada pela LC 608/18) § 1º Salvo disposições expressas em contrário, as delibera- ções
XV - julgar recursos atinentes à formação das listas de anti- do Conselho Superior dar-se-ão por voto da maioria simples de seus
güidade e de merecimento, interpostas pelos membros da Insti- membros.
tuição; § 2º Não haverá voto secreto, exceto, exceto no procedimen-
XVI - julgar processo de revisão de sanção disciplinar dos seus to eleitoral de formação da lista triplice para escolha do Correge-
julgados; (Nova redação dada pela LC 608/18) dor-Geral.
XVII - (revogado) (Revogado pela LC 608/18) § 3º O Ouvidor-Geral da Defensoria Pública e o presidente da
XVIII - formar lista sêxtupla para a escolha do Corregedor-Ge- entidade de classe de maior representatividade dos membros da
ral; Defensoria Pública do Estado não integram o quórum de abertura
dos trabalhos tampouco o de votação em razão de ser-lhes asse-
XIX - exercer outras atribuições compatíveis com suas funções
gurado em lei federal somente o direito a voz (Lei Complementar
consultivas, normativas e decisórias, previstas ou não em lei ou no
Federal nº 132, de 2009).
Regimento da instituição.
§ 4º O presidente do Conselho Superior possui o direito de
XX - indicar ao Defensor Público-Geral, em lista tríplice, os
voto, como membro, somente nos casos de procedimentos eleito-
candidatos à promoção por merecimento, na forma do art. 65 desta rais da Corregedoria, Ouvidoria e Diretoria da Escola Superior da
Lei Complementar; (Nova redação dada pela LC 608/18) Defensoria Pública, resguardado, nos demais casos, apenas o voto
XXI - indicar o nome do mais antigo membro da Defensoria de qualidade, exceto em procedimento administrativo disciplinar.
Pública para remoção ou promoção por antigüidade; § 5º As reuniões do Conselho Superior serão realizadas em
XXII - decidir sobre a estabilidade de membros da Defensoria sessão pública devendo serem fundamentadas todas as decisões.
Pública; Art. 23 O Conselho Superior da Defensoria Pública poderá ser
XXIII - opinar sobre o afastamento de membro da Defensoria dividido em órgãos especiais de consultas.
Pública, nos casos de estudo ou missão, no interesse da institui-
ção, no país ou no exterior, de duração máxima de 02 (dois) anos; SEÇÃO III
(Nova redação dada pela LC 398/10) DA CORREGEDORIA-GERAL DA DEFENSORIA PÚBLICA
XXIV - editar resolução definindo as normas relativas à rea-
lização do concurso público de provas e títulos para ingresso na Art. 24 A Corregedoria-Geral da Defensoria Pública é órgão de
carreira de Defensor Público de 1ª Classe bem como sobre a orga- fiscalização da atividade funcional e da conduta dos membros e
nização e o funcionamento da Comissão de Concurso; (Nova reda- dos servidores da instituição.
ção dada pela LC 608/18) Art. 25 A Corregedoria-Geral da Defensoria Pública é exercida
XXV - homologar a indicação dos Subcorregedores-Gerais, nos pelo Corregedor-Geral indicado dentre os Defensores Públicos de
termos do art. 25, § 1º, desta Lei Complementar; (Nova reda- ção Segunda Instância, em lista tríplice formada pelo Conselho Supe-
dada pela LC 608/18) rior e nomeado pelo Defensor Público-Geral, para mandato de 02
XXVI - destituir, pelo voto de 2/3 (dois terços) de seus mem- (dois) anos, permitida uma recondução. (Nova redação dada pela
bros, o Corregedor-Geral em casos de abuso de poder, conduta LC 398/10)
incompatível ou grave omissão no deveres de cargo, assegurada a § 1º O Corregedor-Geral será auxiliado pelo Primeiro e Segun-
ampla defesa; (Nova redação dada pela LC 398/10) do Subcorregedores-Gerais, de sua livre escolha dentre os Defen-
XXVII - apreciar as justificativas de abstenção de voto para sores Públicos de Segunda Instância, homologado pelo Conselho
provimento do cargo de Defensor Público-Geral do Estado e elei- Superior e designados pelo Defensor Público-Geral. (Nova reda- ção
dada pela LC 398/10)
ção para composição do Conselho Superior; (Acrescentado pela LC
§ 2º O Corregedor-Geral da Defensoria Pública será substitu-
398/10)
ído em suas faltas, licenças, férias e impedimentos, pelo Primeiro
XXVIII - indicar os representantes da Defensoria Pública que
Subcorregedor-Geral e, em sua falta, pelo Segundo Subcorrege-
integrarão a Comissão de Concursos; (Acrescentado pela LC 398/10)
dor-Geral. (Nova redação dada pela LC 398/10)

208
LEGISLAÇÃO
XIV - propor, fundamentadamente, ao Defensor Público-Ge-
§ 3º O Corregedor-Geral poderá ser destituído por proposta do ral, a instauração de processo administrativo disciplinar contra
Defensor Público-Geral, pelo voto de 2/3 (dois terços) do Con- selho servidor da instituição para apuração de irregularidades das quais
Superior, antes do término do mandato. tenha conhecimento; (Nova redação dada pela LC 608/18)
§ 4º No caso da destituição do Corregedor-Geral, o Conselho
XV - propor, fundamentadamente, o afastamento provisório
Superior, no prazo de 03 (três) dias, elaborará nova lista, na forma
de membro ou servidor da Defensoria Pública submetido à sindi-
do caput deste artigo.
cância ou a processo administrativo disciplinar, quando cabível, ao
§ 5º A posse do Corregedor-Geral será realizada no mesmo dia
Conselho Superior ou Defensor Público-Geral, respectivamente;
da posse do Defensor Público-Geral. (Acrescentado pela LC 398/10)
(Acrescentado pela LC 608/18)
Art. 26 À Corregedoria-Geral da Defensoria Pública compete:
XVI - apresentar ao Defensor Público-Geral do Estado, em fe-
I - editar atos, normas e procedimentos, nos limites de suas
vereiro de cada ano, relatório das atividades desenvolvidas no ano
atribuições, para a organização dos serviços e de desempenho das
anterior; (Acrescentado pela LC 608/18)
funções dos membros e servidores da Defensoria Pública; (Nova
XVII - elaborar o regimento interno da Corregedoria-Geral e
redação dada pela LC 608/18)
II - inspecionar, em caráter permanente, as atividades dos submetê-lo à homologação do Conselho Superior da Defensoria
membros e servidores da Defensoria Pública, realizando correi- Pública; (Acrescentado pela LC 608/18)
ções ordinárias ou extraordinárias, bem como visitas de inspeção, XVIII - delegar atividades compatíveis com suas atribuições
recomendando as correções julgadas necessárias; (Nova redação conferidas por lei ou regimento interno da Corregedoria aos Sub-
dada pela LC 608/18) corregedores-Gerais; (Acrescentado pela LC 608/18)
III - requerer ao Defensor Público-Geral a designação de De- XIX - exercer outras atividades compatíveis com suas atribui-
fensor Público estável para realizar ou auxiliar nos trabalhos de ções conferidas por lei ou por regimento interno. (Acrescentado
correição e avaliação do estágio probatório; (Nova redação dada pela LC 608/18)
pela LC 608/18) Parágrafo único A análise dos relatórios circunstanciados dos
IV - receber e processar as representações contra os mem- membros da Defensoria Pública em estágio probatório poderá ser
bros e servidores da Defensoria Pública; (Nova redação dada pela realizada com auxílio da Escola Superior da Defensoria Pública.
LC 608/18) (Acrescentado pela LC 608/18)
V - receber e analisar os relatórios circunstanciados dos mem-
bros da Defensoria Pública, informando ou sugerindo ao Defensor SEÇÃO III-A
Público-Geral o que for necessário; (Nova redação dada pela LC DA PRIMEIRA E SEGUNDA SUBCORREGEDORIA-GERAL
608/18) (Acrescentada pela LC 398/10)
VI - requisitar, de qualquer autoridade pública e de seus
agentes ou de entidades privadas, certidões, exames, perícias, Art. 26-A Compete ao Primeiro Subcorregedor-Geral auxiliar o
vistorias, diligências, processos, documentos, informações, escla- Corregedor-Geral nos assuntos do órgão, em especial, inspecio- nar
recimentos e outras providências necessárias à atuação da Corre- em caráter permanente, as atividades dos membros da Defen- soria
gedoria-Geral; (Nova redação dada pela LC 608/18) Pública. (Acrescentado pela LC 398/10)
VII - controlar e acompanhar os registros referentes à vida Art. 26-B Compete ao Segundo Subcorregedor-Geral, auxiliar o
funcional e a movimentação dos membros da Defensoria Pública e Corregedor-Geral nos assuntos do órgão em especial, inspecio- nar
dos servidores, zelando para que os assentamentos funcionais de em caráter permanente, as atividades dos servidores admi-
cada um dos membros da Defensoria Pública sejam mantidos nistrativos da Defensoria Pública. (Acrescentado pela LC 398/10)
atualizados para fins de apuração de merecimento; (Nova redação
dada pela LC 608/18) SEÇÃO III-B
VIII - coordenar e acompanhar o desempenho funcional e ins- DO COLÉGIO DE DEFENSORES PÚBLICOS
titucional dos membros e servidores da Defensoria Pública, du- (Acrescentada pela LC 398/10)
rante o período do estágio probatório; (Nova redação dada pela LC
608/18) Art. 26-C (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
IX - propor, fundamentadamente, ao Conselho Superior a sus- Art. 26-D (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
pensão do estágio probatório de membro e servidor da Defenso- ria
Pública, bem como a exoneração daquele que não cumprir as SEÇÃO III-C
condições de desempenho; (Nova redação dada pela LC 608/18) DA OUVIDORIA-GERAL
X - prestar ao Conselho Superior da Defensoria Pública e ao (Acrescentada pela LC 398/10)
Defensor Público-Geral, em caráter sigiloso, as informações que lhe
forem solicitadas sobre a atuação funcional de membro da De- Art. 26-E A Ouvidoria-Geral é órgão auxiliar da Defensoria Pú-
fensoria Pública; (Nova redação dada pela LC 608/18) blica do Estado, de promoção da qualidade dos serviços prestados
XI - opinar em procedimentos de pedidos de férias e licença pela instituição. (Acrescentado pela LC 398/10)
especial dos membros da Defensoria Pública; (Nova redação dada Parágrafo único. A estrutura da Ouvidoria-Geral será definida
pela LC 608/18) pelo Conselho Superior após proposta do Ouvidor-Geral. (Acres-
XII - instaurar sindicância para apurar indícios de infração dis- centado pela LC 398/10)
ciplinar e sua autoria, imputáveis aos membros e servidores da Art. 26-F O Ouvidor-Geral será escolhido pelo Conselho Su-
Defensoria Pública; (Nova redação dada pela LC 608/18) perior e nomeado pelo Defensor Público-Geral na forma do Art.
XIII - propor, fundamentadamente, ao Conselho Superior a 105-B, e exercerá suas atribuições nos termos do Art. 105-C, am-
instauração de processo administrativo disciplinar contra membro bos da Lei Complementar Federal nº 80, de 12 de janeiro de 1994.
da Defensoria Pública para apuração de irregularidades das quais (Acrescentado pela LC 398/10)
tenha conhecimento; (Nova redação dada pela LC 608/18)

209
LEGISLAÇÃO
XI - promover o curso de preparação à carreira, destinado aos
§ 1º Na hipótese de vacância do cargo de Ouvidor-Geral, o Defensores Públicos em estágio probatório;
Defensor Público-Geral nomeará integrante da lista tríplice ela- XII - incentivar a participação dos Defensores Públicos nos
borada pela sociedade civil, para assumir o cargo. (Acrescentado conselhos municipais, estaduais e comunitários que tenham atua-
pela LC 398/10) ção em matéria correlata;
§ 2º O cidadão que for nomeado para a vaga de Ouvidor-Geral XIII - auxiliar o Conselho Superior na fixação de parâmetros
que não terminou o mandato, apenas o completará. (Acrescenta- mínimos de qualidade para atuação dos Defensores Públicos;
do pela LC 398/10) XIV - organizar encontro anual dos Defensores Públicos para a
Art. 26-G O subsídio do Ouvidor-Geral será correspondente ao definição de teses institucionais, que deverão ser observadas por
de Diretor-Geral da Defensoria Pública, nos termos da lei. todos os membros da carreira, constituindo parâmetros mínimos
Art. 26-H O Ouvidor-Geral será substituído em suas faltas, li- de qualidade para atuação;
cenças, férias e impedimentos, pelo Segundo Subcorregedor-Ge- XV - auxiliar a Corregedoria-Geral no acompanhamento e ava-
ral. (Acrescentado pela LC 398/10) liação da qualidade das atividades executadas pelos Defensores
Art. 26-I A posse do Ouvidor-Geral será realizada no mesmo dia
Públicos em estágio probatório.
da posse do Defensor Público-Geral. (Acrescentado pela LC 398/10)
Art. 26-K A Escola Superior da Defensoria Pública será dirigida
por um Defensor Público, eleito pelo Conselho Superior da Defen-
SEÇÃO III-D
soria Pública e nomeado pelo Defensor Público- Geral, dentre os
DA ESCOLA SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA
membros estáveis da carreira, para um mandato de 2 (dois) anos,
(Acrescentada pela LC 608/18)
permitida uma recondução. (Acrescentado pela LC 608/18)
Art. 26-J A Escola Superior da Defensoria Pública tem por fi- § 1º Ao Diretor da Escola Superior competirá:
nalidade promover o aperfeiçoamento profissional e cultural dos I - elaborar proposta orçamentária da Escola Superior, devida-
membros da Instituição, de seus auxiliares, servidores e estagi- mente instruída e justificada quanto à sua aplicação e execução,
ários, bem como a educação em direitos da população alvo dos submetendo-a a apreciação do Conselho Superior da Defensoria
serviços da Defensoria Pública, competindo-lhe: (Acrescentado Pública;
pela LC 608/18) II - indicar um membro estável da carreira para auxiliá-lo na
I - promover a atualização profissional e o aperfeiçoamento administração da Escola Superior, na função de Vice-Diretor, a ser
técnico dos membros, servidores e estagiários, realizando cursos, nomeado pelo Defensor Público-Geral;
conferências, seminários e outras atividades científicas relativas às III - praticar atos de gestão da Escola determinados por seu
áreas de atuação e às atribuições institucionais da Defensoria regimento interno ou lei e que não estejam na competência do
Pública do Estado; Defensor Público-Geral.
II - promover a capacitação funcional dos membros e servi- § 2º O membro da carreira que for nomeado para o cargo de
dores, necessária ao exercício de cargos de coordenação, notada- Diretor da Escola Superior da Defensoria Pública poderá pedir o
mente para a incorporação de técnicas de gestão, administração, afastamento de seu órgão de atuação, sem prejuízo de sua remu-
relacionamento interpessoal e liderança; neração.
III - editar revistas e boletins periódicos de conteúdo multidis- § 3º Na hipótese de vacância do cargo de Diretor da Escola
ciplinar visando à divulgação de estudos, artigos e pesquisas de Superior, o Conselho Superior da Defensoria Pública deverá reali-
interesse institucional; zar nova eleição, no prazo de até 60 (sessenta) dias, assumindo a
IV - manter intercâmbios e convênios com instituições de en- direção o Vice-Diretor enquanto não houver nomeação do novo
sino, órgãos públicos e entidades cuja atuação guarde afinidade Diretor.
com as atribuições institucionais da Defensoria Pública do Estado, § 4º O Diretor nomeado para assumir no caso de vacância
inclusive com órgãos de ensino e formação das demais carreiras apenas completará o mandato.
jurídicas; § 5º O Diretor da Escola Superior apresentará relatório anual
V - manter biblioteca atualizada, efetuando o tombamento e ao Conselho Superior da Defensoria Pública, no mês de março,
classificação de livros, revistas, impressos, documentos, arquivos prestando contas das atividades e gastos realizados.
eletrônicos e eletromagnéticos que componham seu acervo; Art. 26-L A Escola Superior terá recursos financeiros advindos
VI - disponibilizar aos membros, servidores e estagiários da do FUNADEP - Fundo de Aperfeiçoamento e Desenvolvimento das
Defensoria Pública do Estado, por meio da internet ou outro ins- Atividades da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, na
trumento eletrônico, ferramentas de pesquisa e espaço para troca forma a ser regulamentada pelo Conselho Superior. (Acrescenta- do
de informações; pela LC 608/18)
VII - promover a rápida e constante atualização dos membros Parágrafo único Os recursos oriundos exclusivamente das ati-
da Defensoria Pública do Estado em matéria legislativa, doutriná- vidades desenvolvidas pela Escola Superior serão destinados ao
ria e jurisprudencial de interesse dos serviços; FUNADEP - Fundo de Aperfeiçoamento e Desenvolvimento das
VIII - realizar pesquisas e estudos bibliográficos solicitados Atividades da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso.
pelos órgãos de execução, relacionados ao desempenho de suas
atividades; SEÇÃO IV
IX - promover os direitos humanos e fundamentais da popu- DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO
lação alvo dos serviços da Defensoria Pública por meio de cursos,
seminários e debates; Art. 27 A Defensoria Pública do Estado prestará assistência
X - custear, quando possível, integral ou parcialmente, as jurídica aos necessitados, em todos os graus de jurisdição e ins-
despesas de membros e servidores relativas à participação em tâncias administrativas do Estado.
eventos promovidos por outros órgãos de natureza científica e Parágrafo único. À Defensoria Pública do Estado caberá inter-
acadêmica que propiciem a atualização e aperfeiçoamento pro- por recursos aos Tribunais Superiores, quando cabíveis.
fissionais;

210
LEGISLAÇÃO
§ 3º O ato de promoção do Defensor Público para a Segunda
SEÇÃO V Instância também determinará a sua lotação no órgão de atuação.
DOS NÚCLEOS DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO § 4º O Defensor Público de Segunda Instância deverá residir na
Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá.
Art. 28 A Defensoria Pública do Estado exercerá suas funções
Art. 32 Aos Defensores Públicos de Segunda Instância compe-
institucionais através de Núcleos.
te: (Nova redação dada pela LC 398/10)
§ 1º Poderão ser criados Núcleos da Defensoria Pública para
I - realizar sustentação oral ou apresentar memorial, se neces-
prestação de assistência jurídica específica, inclusive a extrajudi- sário, no Tribunal de Justiça e Tribunais Superiores, nos recursos
cial e a exercida junto a complexos penitenciários e presídios, os interpostos pelos Defensores Públicos;
quais serão providos por membros da instituição, regularmente II - remeter relatório mensal de suas atividades à Corregedo-
lotados ou especialmente designados pelo Defensor Público-Ge- ria-Geral;
ral. III - comunicar ao Defensor Público-Geral, ao Conselho Supe-
§ 2º A criação dos Núcleos da Defensoria Pública dar-se-á rior e ao Corregedor-Geral, conforme o caso, as irregularidades e
através de resolução que atenderá ao interesse público e à con- deficiências observadas na atuação dos Defensores Públicos de
veniência administrativa e regulamentada pelo Regimento da Ins- 1ª Instância;
tituição. IV - comparecer, se necessário, aos julgamentos dos proces-
§ 3º Os Núcleos da Defensoria Pública do Estado serão dirigi- sos sob o patrocínio da Defensoria Pública, nas sessões dos órgãos
dos por Defensor Público-Coordenador, designado pelo Defensor judiciários perante as quais exerce seu ofício;
Público-Geral, dentre os integrantes da carreira, competindo-lhes, V - interpor, apresentar razões e contrarrazoar recursos para
além do exercício de suas funções: os Tribunais Superiores;
I - integrar e orientar as atividades desenvolvidas pelos Defen- VI - promover revisão criminal e ação rescisória de acórdãos,
sores Públicos que atuem em sua área de competência; justificando ao Defensor Público-Geral, por escrito, quanto enten-
II - encaminhar ao Defensor Público-Geral a escala de férias dos dê-las incabíveis;
membros da Defensoria Pública em atuação sob a sua coor- VII - atuar perante as Turmas Recursais dos Juizados Especiais;
denação; VIII - exercer, no segundo grau de jurisdição, a função de Cura-
III - representar a Defensoria Pública nos conselhos, reuniões e dor Especial de que tratam os Códigos de Processo Civil e de Pro-
movimentos ligados à área de atuação da instituição, atuando como cesso Penal, salvo quando a lei atribuir especificamente a outrem;
instrumento de intercâmbio das entidades da sociedade ci- vil; IX - executar outras atribuições compatíveis com a atuação em
(Nova redação dada pela LC 608/18) 2ª Instância ou conferidas em lei ou pelo Regimento Interno da
IV - zelar pela disciplina da realização dos serviços e fiel ob- instituição.
servância ao cumprimento do horário forense pelo Núcleo, infor-
mando à Administração Superior acerca da existência de quais- SEÇÃO VII
quer irregularidades que possam comprometer a qualidade e a boa DOS DEFENSORES PÚBLICOS
condução dos trabalhos;
Art. 33 Aos Defensores Públicos compete:
V - realizar e estimular o intercâmbio permanente entre os
I - atender os necessitados em horários pré-fixados;
Defensores Públicos objetivando o aprimoramento das funções
II - tentar a composição amigável das partes, antes de promo-
institucionais e a uniformidade dos entendimentos ou teses jurí-
ver a ação cabível, sempre que julgar conveniente;
dicas; (Nova redação dada pela LC 608/18)
III - praticar atos inerentes à postulação e defesa dos juridica-
VI - exercer outras funções que forem delegadas pelo Defen- mente necessitados, providenciando para que os feitos tenham
sor Público-Geral. (Acrescentado pela LC 608/18) normal tramitação e utilizando-se de todos os recursos legais;
§ 4º A representação especificada no inciso III do § 3º deste IV - propor a ação penal privada e a subsidiária da pública nos
artigo poderá ser delegada a outro membro com atuação no nú- casos em que a parte for juridicamente necessitada;
cleo. (Acrescentado pela LC 608/18) V - exercer a função de curador especial de que tratam os Có-
digos de Processo Penal e Processo Civil, salvo quando tal encargo
SEÇÃO VI a lei atribuir especificamente a outrem;
DOS DEFENSORES PÚBLICOS DE SEGUNDA INSTÂNCIA VI - exercer a função de curador nos processos em que ao juiz
(Nova redação dada pela LC 398/10) competir a nomeação, inclusive a de curador a lide do inter- ditando
quando a interdição for pedida pelo órgão do Ministério Público e
Art. 29 Os Defensores Públicos de Segunda Instância ocupam a na Comarca não houver tutor judicial;
classe mais elevada da carreira. (Nova redação dada pela LC 608/18) VII - (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
Art. 30 (revogado) (Revogado pela LC 398/10) VIII - requerer a transferência de presos para local adequado,
Art. 31 O acesso ao cargo de Defensor Público de Segunda quando necessário;
Instância ocorrerá entre os Defensores Públicos de Classe Espe- cial. IX - requerer, com absoluta prioridade, a internação de meno-
(Nova redação dada ao artigo pela LC 608/18) res abandonados ou infratores em estabelecimentos adequados;
§ 1º Vagando o cargo de Defensor Público de Segunda Instân- X - diligenciar, com absoluta prioridade, as medidas necessá-
cia, os Defensores Públicos integrantes da Classe Especial poderão rias ao assentamento do registro civil de nascimento dos menores
concorrer ao cargo vago, por antiguidade ou merecimento, obser- abandonados;
vadas as instruções baixadas pelo Defensor Público-Geral. XI - requerer o arbitramento e o recolhimento aos cofres pú-
§ 2º Os critérios de antiguidade e merecimento serão os mes- blicos dos honorários advocatícios, quando devidos;
mos adotados para promoção dos Defensores Públicos com atua- XII - representar ao Ministério Público, nos casos de sevícias e
ção em primeira instância, a que se referem os arts. 53 a 66, desta maus-tratos à pessoa do assistido;
Lei Complementar. XIII - defender, no processo criminal, os réus que não tenham
defensor constituído, inclusive os revéis;

211
LEGISLAÇÃO
§ 1º O cargo de Defensor Público de 1ª Classe constitui a clas-
XIV - defender os interesses dos juridicamente necessitados se inicial da carreira, provido por concurso público de provas e
contra as pessoas de Direito Público; títulos nos termos desta Lei Complementar.
XV - prestar orientação jurídica aos juridicamente necessita- § 2º Enquanto em estágio probatório o Defensor Público no-
dos, inclusive no âmbito extrajudicial; meado para o cargo inicial da carreira receberá a denominação de
XVI - prestar orientação jurídica ao encarcerado; Defensor Público Substituto.
XVII - prestar assistência jurídica ao consumidor; § 3º O Defensor Público Substituto será confirmado na carrei-
XVIII - executar com presteza os serviços que lhes forem distri- ra, tornando-se estável, ao final do período de estágio probatório
buídos pelo Defensor Público-Geral e por superiores hierárquicos; de 36 (trinta e seis) meses.
XIX - apresentar relatório mensal de suas atividades;
XX - supervisionar, sob a coordenação dos órgãos superiores, CAPÍTULO II
a ação dos estagiários que lhes são subordinados; DO CONCURSO E DA COMISSÃO DE CONCURSO
XXI - observar as normas obrigatórias à Defensoria Pública; SEÇÃO I
XXII - promover a ação civil pública em favor das associações DO CONCURSO
que incluam, entre suas finalidades, a proteção ao meio ambiente
ou de outros interesses difusos e coletivos, e nos demais casos Art. 35 O concurso para ingresso na carreira, cujo cargo inicial
definidos em lei; será o de Defensor Público de 1ª Classe, mediante concurso pú-
XXIII - promover, com absoluta prioridade, a defesa da criança blico de provas e títulos, será promovido pela Defensoria Pública do
e do adolescente, assegurando-lhes os direitos e garantias funda- Estado com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em
mentais da Constituição Federal e da lei. (Acrescentado pela LC todas as suas fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo,
398/10) 3 (três) anos de atividade jurídica, e terá validade de até 2 (dois)
XXIV - interpor apresentar razões e contrarrazoar recursos anos, prorrogável uma vez, por igual período. (Nova reda- ção dada
para os Tribunais de Segunda Instância e para as turmas recursais ao artigo pela LC 608/18)
dos Juizados Especiais; (Acrescentado pela LC 398/10) § 1º O concurso público poderá ser realizado por meio de en-
XXV - promover revisão criminal e ação rescisória de decisões tidade específica contratada ou por outros órgãos ou entidades
monocráticas, justificando ao Defensor Público-Geral, por escrito públicas, mediante convênio, após prévia aprovação do Conselho
quando entendê-las incabíveis. (Acrescentado pela LC 398/10) Superior da Defensoria Pública.
XXVI - interpor, concorrentemente com os Defensores Públi- § 2º Resolução do Conselho Superior da Defensoria Pública
cos de Segunda Instância, recurso em habeas corpus para os Tri- regulamentará o que vem a ser atividade jurídica para efeitos do
bunais Superiores. (Acrescentado pela LC 608/18) caput deste artigo.
§ 1º O Defensor Público poderá deixar de promover a ação Art. 36 O Conselho Superior da Defensoria Pública, por reso-
quando verificar não ser cabível ou não oferecer probabilidades de lução, definirá as normas relativas à realização do Concurso Pú-
êxito, informando ao Defensor Público-Geral as razões de seu blico de Provas e Títulos, para ingresso na carreira de Defensor
proceder. Público do Estado. (Nova redação dada pela LC 608/18)
§ 2º Os honorários advocatícios devidos ao Defensor Público, Art. 37 (revogado) (Revogado pela LC 398/10)
em razão de sua atuação funcional, serão recolhidos aos cofres Art. 38 O Conselho Superior da Defensoria Pública, por reso-
públicos do Estado e constituirão receita vinculada ao Fundo Es- lução, elaborará o Regulamento do Concurso que conterá as ins-
pecial de que trata o art. 179 desta lei complementar. truções e requisitos para ingresso na carreira bem como todas as
§ 3º Aos Membros da Defensoria Pública é vedada a atuação demais normas relativas à realização do concurso, em conformi-
fora do respectivo Núcleo onde estiver lotado, salvo com auto- dade com as disposições constitucionais e legais aplicáveis. (Nova
rização expressa do Defensor Público-Geral ou, quando por este redação dada pela LC 608/18)
designado.
SEÇÃO II
DA COMISSÃO DE CONCURSO
TÍTULO III
DA CARREIRA DOS DEFENSORES PÚBLICOS
Art. 39 A Comissão de Concurso será constituída por 4 (qua-
CAPÍTULO I
tro) Defensores Públicos estáveis na carreira, escolhidos pelo Con-
DA CARREIRA
selho Superior da Defensoria Pública, e 1 (um) membro represen-
tante da Ordem dos Advogados do Brasil, sendo presidida por um
Art. 34 A carreira de Defensor Público é organizada em classes,
dos integrantes da carreira, por designação do Defensor Público-
sendo constituída de cargos de provimento efetivo assim estrutu-
-Geral. (Nova redação dada ao caput pela LC 608/18)
rados: (Nova redação dada a íntegra do artigo pela LC 608/18) § 1º Além dos membros titulares de que trata o caputdes-
I - 25 (vinte e cinco) cargos de Defensor Público de Segunda te artigo, integrarão a Comissão de Concurso 2 (dois) Defensores
Instância, com atuação em segunda instância de jurisdição e nos Públicos estáveis, como suplentes. (Nova redação dada pela LC
Tribunais Superiores; 608/18)
II - 90 (noventa) cargos de Defensor Público de Classe Espe- § 2º O Defensor Público-Geral oficiará à Ordem dos Advoga-
cial, com atuação em primeira instância de jurisdição; dos do Brasil, seccional de Mato Grosso, solicitando a indicação, no
III - 50 (cinquenta) cargos de Defensor Público de 3ª Classe, prazo de 15 (quinze) dias, de seu representante e respectivo
com atuação em primeira instância de jurisdição; suplente, para integrarem a Comissão.
IV - 40 (quarenta) cargos de Defensor Público de 2ª Classe, com § 3º As decisões da Comissão de Concurso serão tomadas
atuação em primeira instância de jurisdição; por maioria de votos, possuindo o presidente, além do seu voto de
V - 50 (cinquenta) cargos Defensor Público de 1ª Classe, com membro, o voto de qualidade. (Nova redação dada pela LC 608/18)
atuação em primeira instância de jurisdição;
VI - (revogado) (Revogado pela LC 608/18)

212
LEGISLAÇÃO
§ 1º O membro da Defensoria Pública terá lotação em órgão de
Art. 40 O Conselho Superior da Defensoria Pública, por re- atuação da instituição ao qual se vincula pela garantia da ina-
solução, disporá sobre a organização e o funcionamento da Co- movibilidade. (Nova redação dada pela LC 608/18)
missão de Concurso, nos termos desta Lei Complementar. (Nova § 2º Nos órgãos de atuação, os membros da Defensoria Públi-
redação dada pela LC 608/18) ca regularmente lotados, ou expressamente designados, exerce-
rão as funções como titular.
CAPÍTULO III § 3º (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
DA NOMEAÇÃO, POSSE, LOTAÇÃO, EXERCÍCIO, ESTÁGIO § 4º Os Defensores Públicos de Segunda Instância terão lo-
PROBATÓRIO E TEMPO DE SERVIÇO. tação nas Defensorias Públicas Cíveis e Criminais de Segunda Ins-
SEÇÃO I tância e exercerão suas funções perante as Turmas recursais dos
DA NOMEAÇÃO, POSSE E LOTAÇÃO. Juizados Especiais, o Tribunal de Justiça do Estado e os Tribunais
Superiores. (Nova redação dada pela LC 398/10)
Art. 41 A nomeação para a classe inicial da carreira de De-
§ 5º Os Defensores Públicos de Segunda Instância que exer-
fensor Público será feita pelo Defensor Público-Geral, observada
cem suas atividades nas Defensorias Cíveis e Criminais a que se
a ordem de classificação no concurso. (Nova redação dada pela
refere o parágrafo anterior, não poderão ser removidos das res-
LC 398/10)
pectivas Defensorias, salvo se a pedido ou por permuta. (Nova
Art. 42 O Defensor Público deverá tomar posse dentro de 60
redação dada pela LC 398/10)
(sessenta) dias, a contar da publicação do ato de nomeação no
§6º (revogado) (Revogado pela LC 398/10)
Diário Oficial do Estado, podendo o prazo ser prorrogado por igual
Art. 44-A Ao término do curso de preparação à carreira, o De-
período, fundamentadamente, a critério do Defensor Público-Ge-
fensor Público-Geral procederá a lotação dos Defensores Públicos
ral. (Nova redação dada ao caput pela LC 554/14)
Substitutos empossados, nas vagas previamente disponibilizadas,
§ 1º Em se tratando de funcionário em licença ou em qual- quer
facultando-lhes a escolha de acordo com a ordem de classificação
outro afastamento legal, o prazo será contado do término do
no concurso público. (Acrescentado pela LC 608/18)
impedimento.
§ 1º Somente serão disponibilizadas para escolha dos Defen-
§ 2º A nomeação tornar-se-á sem efeito se a posse não se der
sores Públicos Substitutos as vagas em órgãos de atuação que es-
dentro dos prazos previstos neste artigo.
tejam prontas para a imediata entrada em exercício.
§ 3º A posse será dada pelo Defensor Público-Geral, em ses-
§ 2º É obrigatória a observância do processo de remoção a
são solene perante o Conselho Superior, mediante assinatura do
pedido, na forma do art. 57 desta Lei Complementar, antes do
termo de compromisso que deverá conter o seguinte texto: “Pro-
processo de lotação de que trata este artigo.
meto servir o povo do Estado de Mato Grosso, desempenhando
com retidão as funções do cargo, cumprindo e fazendo cumprir
SEÇÃO II
a Constituição e as leis e prestando assistência jurídica integral
DO EXERCÍCIO
e gratuita aos necessitados e vulneráveis, defendendo seus inte-
resses em todos os graus de jurisdição, e visando construir uma Art. 45 O exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
sociedade livre, justa e solidária; erradicar a pobreza e a margi-
cargo e seu início, a interrupção e reinício serão registrados nos
nalização; reduzir as desigualdades sociais; e promover o bem de assentamentos funcionais do membro da Defensoria Pública.
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor e idade e com-
§ 1º O curso de preparação à carreira terá início no dia da posse
bater quaisquer outras formas de discriminação. (Nova redação ou no primeiro dia útil subsequente e sua frequência é obri- gatória,
dada pela LC 608/18)
constituindo-se em efetivo exercício. (Nova redação dada pela LC
Art. 43 São condições indispensáveis para a posse dos Defen-
608/18)
sores Públicos nomeados para a classe inicial da carreira: (Nova
§ 2º (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
redação dada ao caput pela LC 608/18)
§ 3º O membro da Defensoria Pública comprovará o ingresso
I - comprovar aptidão física e psíquica, através de inspeção
em exercício junto ao órgão de atuação, mediante declaração, sob
médica do órgão de perícia oficial do Estado;
as penas da lei.
II - estar, até a data da posse, inscrito na Ordem dos Advoga-
Art. 46 O membro da Defensoria Pública deverá assumir as
dos do Brasil;
funções dentro de 10 (dez) dias, contados: (Nova redação dada ao
III - apresentar declaração: (Nova redação dada ao inciso pela
caput do artigo pela LC 608/18)
LC 608/18)
I - da data de publicação do ato de lotação, para o Defensor
a) de bens;
Público Substituto empossado;
b) relativa à ocupação de outro cargo, função ou emprego pú-
II - da data de publicação do ato de promoção, para o Defen-
blicos;c) relativa ao percebimento de proventos de inatividade ou
sor Público de Segunda Instância;
pensão originários de regime previdenciário próprio;
III - da data da publicação do ato de lotação, remoção ou
IV - estar em dia com o serviço militar; (Acrescentado pela LC
designação, independentemente de novo compromisso, para os
608/18)
demais.
V - estar em gozo dos direitos políticos. (Acrescentado pela LC
§ 1º Não fará jus ao período de trânsito, devendo assumir
608/18)
incontinenti suas novas funções, apenas interrompidas as ante-
Parágrafo único. Em caso de candidato ocupante de cargo in-
riores, o Defensor Público designado, promovido ou removido
compatível com o exercício da advocacia, a comprovação de que
dentro da mesma Comarca. (Nova redação dada pela LC 608/18)
trata o inciso II deste artigo, poderá ser feita no prazo de 60 (ses-
§ 2º O prazo para o membro da Defensoria Pública assumir suas
senta) dias, mediante apresentação do pedido de inscrição nos
funções, quando promovido, removido ou designado duran- te o
quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, sob pena de invali-
gozo de férias, licença ou afastamentos, será contado de seu
dação da posse.
término. (Nova redação dada pela LC 608/18)
Art. 44 Entende-se por lotação a específica distribuição dos
§ 3º (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
membros da Defensoria Pública em seus órgãos de atuação.

213
LEGISLAÇÃO
Art. 50-B A Corregedoria-Geral encaminhará semestralmente
Art. 47 O Defensor Público Substituto empossado na carreira ao Conselho Superior relatório individualizado relativo a cada De-
que, sem justo motivo, deixar de entrar em exercício ou de assu- fensor Público Substituto. (Acrescentado pela LC 608/18)
mir suas funções, dentro do prazo fixado nesta Lei Complementar, § 1º No quinto relatório, encaminhado 6 (seis) meses antes do
será exonerado. (Nova redação dada pela LC 608/18) término do estágio probatório, a Corregedoria-Geral opinará
Art. 48 A promoção ou a remoção não interrompe o tempo de motivadamente pela confirmação ou exoneração do Defensor Pú-
exercício, que é contado do novo posicionamento na carreira, a blico Substituto.
partir da data da publicação do ato concessivo. § 2º Opinando pela exoneração o Corregedor-Geral poderá
Art. 49 São considerados como efetivo exercício os dias em que requerer ao Conselho Superior, mediante despacho motivado, o
o membro da Defensoria Pública estiver afastado de suas fun- ções afastamento do Defensor Público Substituto de suas funções, em
em razão de:
caráter cautelar e imediato, devendo o colegiado proferir decisão
I - licenças previstas no art. 88 desta Lei Complementar, exce-
na primeira sessão subsequente.
to aquelas previstas nos incisos VII e X; (Nova redação dada pela LC
§ 3º O afastamento previsto no § 2º deste artigo será sem pre-
608/18)
juízo do subsídio, até decisão final a ser proferida pelo colegiado
II - férias;
quanto a confirmação ou exoneração.
III - estudo ou missão, no interesse da Defensoria Pública, no
país ou no exterior, de duração máxima de 02 (dois) anos; (Nova Art. 50-C O Conselho Superior apreciará os relatórios para
redação dada pela LC 398/10) verificação do preenchimento dos requisitos necessários à confir-
IV - trânsito, quando designado, removido ou promovido; mação do Defensor Público Substituto na carreira. (Acrescentado
(Nova redação dada pela LC 608/18) pela LC 608/18)
V - disponibilidade remunerada; § 1º O Conselho Superior proferirá sua decisão até 1 (um) mês
VI - exercício de outro cargo, emprego ou função de nível antes de o Defensor Público Substituto completar o prazo de 36
equivalente ou superior na administração direta ou indireta, des- (trinta e seis) meses de efetivo exercício.
de que autorizado pelo Conselho Superior da Defensoria Pública; § 2º Decidindo o Conselho Superior pela confirmação, o De-
VII - designação pelo Defensor Público-Geral para: fensor Público-Geral do Estado expedirá o respectivo ato homo-
a) realização de atividade de relevância para a instituição; logatório.
b) direção de Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional § 3º Na hipótese de não confirmação, e após a publicação da
da Defensoria Pública; decisão do Conselho Superior no Diário Oficial do Estado, o Defen-
VIII - os demais casos previstos em lei. sor Público-Geral expedirá o ato de exoneração.
§1º (revogado) (Revogado pela LC 398/10) Art. 51 Findo o estágio probatório, o Conselho Superior divul-
§ 2º Não constitui acumulação e é considerado como de efe- gará, através de publicação no Diário Oficial do Estado, a relação
tivo exercício o desempenho de atividades em: dos Defensores Públicos que obtiveram estabilidade na carreira.
a) organismos estatais afetos à área de atuação da Defensoria
Pública; SEÇÃO IV
b) Centro de Estudo e Aperfeiçoamento Funcional da Defen- TEMPO DE SERVIÇO
soria Pública, reconhecido pela instituição;
c) entidades sindical da Defensoria Pública; Art. 52 A apuração do tempo de serviço na classe e na carreira
d) cargos na Administração Superior; será feita em dias, convertidos em anos e meses, à razão de 365
e) participação em comissões de sindicância ou Processo Ad- (trezentos e sessenta e cinco) dias por ano e 30 (trinta) dias por mês.
ministrativo Disciplinar, como membro ou Defensor, este atuando (Nova redação dada ao caput pela LC 608/18)
junto às Comissões.
Parágrafo único. (revogado) (Revogado pela LC 398/10)
SEÇÃO III
CAPÍTULO IV
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
DA REMOÇÃO, PROMOÇÃO, SUBSTITUIÇÃO E DESIGNAÇÃO
Art. 50 A contar da data de início do exercício na carreira e pelo (Nova redação dada pela LC 608/18)
período de 36 (trinta e seis) meses, o Defensor Público Subs- tituto SEÇÃO I
cumprirá estágio probatório, durante o qual será apurada a DISPOSIÇÕES GERAIS
conveniência de sua confirmação na carreira, mediante a verifica-
ção dos seguintes requisitos: (Nova redação dada ao caput pela LC Art. 53 Os cargos da carreira da Defensoria Pública serão pro-
608/18) vidos pela posse ou promoção, conforme o estabelecido nesta Lei
I - disciplina; Complementar. (Nova redação dada pela LC 608/18)
II - eficiência no desempenho das funções; Parágrafo único. (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
III - responsabilidade; Art. 54 Verificada a vaga para promoção em cargo da carreira
IV - produtividade; ou remoção em órgão de atuação, o Defensor Público-Geral fará
V - assiduidade; publicar, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, edital para preen-
VI - idoneidade moral. chimento da vaga. (Nova redação dada ao artigo pela LC 608/18)
§ 1º (revogado) (Revogado pela LC 608/18) § 1º Sendo a vaga para promoção, o edital deverá fazer a indi-
§ 2º (revogado) (Revogado pela LC 608/18) cação do critério de provimento.
§ 3º (revogado) (Revogado pela LC 608/18) § 2º A promoção ou remoção dependerá de prévia manifes-
Art. 50-A O Conselho Superior regulamentará o estágio pro- tação escrita do interessado, salvo na hipótese de remoção com-
batório, inclusive os casos de exoneração de ofício, assegurada a pulsória.
ampla defesa, cabendo à Corregedoria-Geral o acompanhamento § 3º A remoção precederá o preenchimento da vaga por pro-
da atuação do Defensor Público Substituto. (Acrescentado pela LC moção na Defensoria Pública de Segunda Instância.
608/18)

214
LEGISLAÇÃO
Parágrafo único Em sendo a remoção compulsória para nú-
§ 4º Para efeitos de promoção e remoção, o Conselho Supe- cleo onde inexiste vaga, o removido ficará designado para atuar em
rior da Defensoria Pública deverá manter a lista de antiguidade dos auxílio ou substituição a titular de órgão de atuação no núcleo e
Defensores Públicos atualizada, com observância, na sua con- será lotado no primeiro órgão que vagar independentemente de
fecção, dos seguintes requisitos para definição da ordem de classi- processo de remoção.
ficação na classe: data na qual se iniciou o exercício; pela posse, se
o exercício iniciou-se na mesma data; pelo maior tempo de efetivo
SEÇÃO III
exercício na carreira; pelo maior tempo de serviço público em ge-
DA PROMOÇÃO
ral e pela idade, sucessivamente.
§ 5º O membro da Defensoria Pública poderá interpor recurso
Art. 59 A ascensão na carreira, por promoção, se fará de classe
ao Conselho Superior sobre sua posição na lista de antiguidade, no
a classe e da mais alta para Defensor Público de Segunda Instân- cia
prazo de 10 (dez) dias da publicação da lista no Diário Oficial do
Estado de Mato Grosso. por antiguidade e merecimento, alternadamente, atendidas as
Art. 55 O Conselho Superior da Defensoria Pública, na forma do seguintes normas: (Nova redação dada ao artigo pela LC 608/18)
seu regimento interno e nos termos desta Lei Complementar, I - é obrigatória a promoção do Defensor Público que figure por
apreciará e decidirá os casos de promoção e remoção. (Nova re- três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de me-
dação dada pela LC 608/18) recimento;
II - a promoção por merecimento pressupõe dois anos de
SEÇÃO II exercício na respectiva classe e integrar o Defensor Público a pri-
DA REMOÇÃO meira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não hou-
ver interessados no cargo vago;
Art. 56 A remoção de Defensor Público, de um órgão de atua- III - na apuração de antiguidade, o Conselho Superior somen-
ção para outro, somente poderá ocorrer dentro da mesma instân- te poderá recusar o Defensor Público mais antigo pelo voto funda-
cia jurisdicional de atuação e será:(Nova redação dada ao artigo mentado de dois terços de seus membros, conforme procedimen-
pela LC 608/18) to próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até
I - a pedido, para órgão declarado vago; fixar-se a indicação;
II - por permuta; IV - a antiguidade será apurada na classe e o merecimento pela
III - compulsória. atuação do membro da Defensoria Pública em toda a car- reira.
Art. 57 A remoção a pedido, para órgão de atuação declara- do § 1º Para definição da fração preconizada no inciso II deste
vago, far-se-á por ato do Defensor Público-Geral em processo artigo será observada a ordem de classificação na lista de anti-
regularmente instaurado, mediante requerimento do interessado guidade, somente excedendo a fração no caso de existirem, na
feito no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da publicação do ato última posição, dois ou mais Defensores Públicos empatados em
que declarou vago o órgão a ser preenchido, obedecida ordem todos os critérios de elaboração da lista.
contida na lista de antiguidade: (Nova redação dada ao caput do § 2º O Conselho Superior fixará os critérios de ordem objetiva
artigo pela LC 608/18) para a aferição de merecimento dos membros da instituição, con-
I - (revogado) (Revogado pela LC 608/18) siderando-se, entre outros, a eficiência e a presteza demonstradas
II - (revogado) (Revogado pela LC 608/18) no desempenho da função e a aprovação em cursos de aperfeiço-
III - (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
amento, de natureza jurídica, promovidos pela instituição, ou por
Parágrafo único Para se inscrever à remoção, o Defensor Pú-
estabelecimentos de ensino superior, oficialmente reconhecidos
blico deve preencher os seguintes requisitos: (Renumerado de § 1º
Art. 60 Não poderá concorrer à promoção por merecimento o
para p. único, com nova redação, pela LC 665/2020)
membro da Defensoria Pública: (Nova redação dada ao artigo pela
I - não ter sido removido a menos de 1 (um) ano da data do
edital de abertura da remoção para o qual pretende se inscrever; LC 608/18)
II - ter exercido suas funções em seu órgão de lotação pelo I - em gozo de licença prevista nos incisos VII e X do artigo 88
período mínimo de 6 (seis) meses, considerados apenas os últi- desta Lei Complementar;
mos 12 (doze) meses que antecederam a publicação do edital de II - que estiver afastado de suas funções nas hipóteses previs-
remoção para o qual pretende se inscrever. tas nas alíneas “a” e “b” do inciso VI bem como aquelas previstas
Art. 58 A remoção por permuta se fará por ato do Defensor no inciso VII, ambos do art. 102-B desta Lei Complementar;
Público-Geral mediante pedido conjunto dos interessados, ouvido III - que tiver sofrido sanção disciplinar no período de 2 (dois)
o Conselho Superior em sua primeira reunião e respeitada a anti- anos anterior ao pedido de inscrição respectivo.
guidade dos demais: (Nova redação dada ao caput pela LC 608/18) Parágrafo único Para efeitos do inciso III deste artigo consi-
I - (revogado) (Revogado pela LC 608/18) dera-se a data do trânsito em julgado da decisão que aplicou a
II - (revogado) (Revogado pela LC 608/18) sanção disciplinar.
§ 1º Será considerada nula a remoção por permuta quando Art. 61 (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
o Defensor Público removido vier a ser aposentado nos 12 (doze) Art. 62 (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
meses subsequentes a publicação do ato da remoção. (Acrescen- Art. 63 A lista de merecimento, observado o disposto no §
tado pela LC 608/18) 3º, do art. 116, da Lei Orgânica Nacional da Defensoria Pública,
§ 2º O Conselho Superior da Defensoria Pública, mediante resultará dos 03 (três) nomes mais votados pelo Conselho Supe-
resolução, regulamentará o procedimento de observância da an- rior, desde que obtida a maioria de votos, procedendo-se, para
tiguidade previsto no caput deste artigo. (Acrescentado pela LC alcançá-la, a tantas votações quantas necessárias, vedado o voto de
608/18) qualidade.
§ 3º A remoção por permuta não gera direito a qualquer tipo
de ajuda de custo ou indenização. (Acrescentado pela LC 608/18)
Art. 58-A A remoção compulsória decorre da aplicação de
sanção disciplinar. (Acrescentado pela LC 608/18)

215
LEGISLAÇÃO
I - a designação de membro da Defensoria Pública por prazo
Parágrafo único Poderá ser indicado à promoção por mereci- indeterminado ou superior a 180 (cento e oitenta) dias deverá ser
mento um número inferior de candidatos, na impossibilidade da precedida de procedimento administrativo específico no qual será
formação de lista tríplice, em razão da inexistência de mais de 02 oportunizado aos Defensores Públicos a manifestação formal de
(dois) Defensores Públicos na mesma Classe. (Nova redação dada eventual interesse na designação;
pela LC 608/18) II - o Defensor Público-Geral poderá estabelecer requisitos de
Art. 64 Na aferição do merecimento será levado em conside- ordem objetiva que tenham relação com a função a ser de-
ração: sempenhada e que sejam efetivamente relevantes para o bom
I - a conduta do membro da Defensoria Pública na sua vida desempenho das atribuições objeto da designação, podendo ser
pública e particular e o conceito de que goza na comarca, segundo indeferidos os requerimentos que não demonstrarem atendimen-
as observações feitas em correições, visitas de inspeção, informa- to àqueles;
ções idôneas e do mais que conste dos seus assentamentos; III - a escolha do Defensor Público a ser designado, dentre
II - a pontualidade e a dedicação no cumprimento das obri- aqueles que preencherem os requisitos referidos no inciso II, dar-
gações funcionais, a atenção às instruções da Defensoria Pública- -se-á exclusivamente pelo critério de antiguidade na carreira;
-Geral, da Corregedoria-Geral e demais órgãos superiores, aqui- IV - no caso de designação por prazo de até 180 (cento e oi-
latados pelos relatórios de suas atividades, pelas observações feitas tenta) dias, ou quando o ato se der sem prejuízo das atribuições
nas correições e inspeções permanentes ou extraordinárias e pelas oriundas da lotação, fica dispensado o procedimento referido nos
anotações constantes de seus assentamentos funcionais; incisos I, II e III, mantendo-se a necessidade de fundamentação,
III - a eficiência do desempenho de suas funções verificada inclusive quanto ao critério de escolha do designado;
através de referências dos Defensores Públicos de Segunda Ins- V - toda designação, com ou sem prejuízo das atribuições
tância em sua inspeção permanente, dos elogios insertos em jul- oriundas da lotação, depende de expressa anuência do Defensor
gamentos dos Tribunais, da publicação de trabalhos de sua auto- ria Público a ser designado.
e das observações feitas em correições e visitas de inspeção; (Nova
redação dada pela LC 398/10) CAPÍTULO V
IV - a contribuição à organização e melhoria dos serviços judi- DOS DIREITOS E VANTAGENS
ciais e correlatos na Comarca, bem como ao aperfeiçoamento da SEÇÃO I
Defensoria Pública do Estado; DAS GARANTIAS E PRERROGATIVAS
V - o aprimoramento de sua cultura jurídica, através de fre-
qüência e aprovação em cursos de aperfeiçoamento mantidos ou Art. 69 Não há qualquer relação de hierarquia ou de subor-
reconhecidos pela Defensoria Pública, publicação de livros, teses, dinação entre os membros da Defensoria Pública, Magistrados e
estudos, artigos e obtenção de prêmios relacionados com sua ati- membros do Ministério Público, devendo todos merecer o mes- mo
vidade funcional; tratamento, baseado na consideração e respeito mútuos.
VI - a atuação em comarca que apresente peculiar dificuldade Art. 70 O membro da Defensoria Pública está sujeito ao re-
ao exercício das funções, a critério do Conselho Superior. gime jurídico especial estabelecido nesta e na Lei Complementar
Art. 65 O Conselho Superior da Defensoria Pública encami- Federal nº 80/94, e goza das garantias da inamovibilidade e da
nhará ao Defensor Público-Geral a lista de promoção por mere- irredutibilidade de seus subsídios, bem como de independência no
cimento, comunicando-lhe a ordem dos escrutínios, o número exercício de suas atribuições.
de votos obtidos e quantas vezes os indicados entraram em listas Art. 71 Os membros da Defensoria Pública não estão sujeitos
anteriores. a ponto.
Art. 66 Cabe ao Defensor Público-Geral efetivar a promoção, Art. 72 O membro da Defensoria Pública representa a parte,
dentre os indicados pelo Conselho Superior, no prazo de 10 (dez) exercendo a advocacia em feito administrativo ou judicial, inde-
dias, a contar do recebimento do respectivo expediente. pendentemente de instrumento de mandato, estando habilitado à
Art. 67 (revogado) (Revogado pela LC 608/18) prática de qualquer ato decorrente do exercício de suas funções
institucionais, ressalvados os casos para os quais a lei exija pode-
SEÇÃO IV res especiais.
DA SUBSTITUIÇÃO Art. 73 O membro da Defensoria Pública, após 36 (trinta e seis)
meses de efetivo exercício, será considerado estável na car- reira e
Art. 68 A substituição de membros da Defensoria Pública nos somente poderá ser demitido em razão de processo admi-
casos de impedimento, férias, licença ou afastamento dar-se-á nistrativo no qual se lhe assegure a ampla defesa. (Nova redação
conforme ato do Defensor Público-Geral. (Nova redação dada ao dada pela LC 608/18)
artigo pela LC 608/18) Art. 74 Os mandados de segurança contra atos do Defensor
Parágrafo único A substituição em Segunda Instância, quando Público-Geral serão processados e julgados, originariamente, pelo
necessária, somente se dará entre Defensores Públicos da Classe Tribunal de Justiça do Estado.
Especial. Art. 75 O membro da Defensoria Pública, nos crimes comuns e
de responsabilidade, será processado e julgado, originariamen- te,
SEÇÃO IV-A pelo Tribunal de Justiça do Estado.
DA DESIGNAÇÃO Art. 76 A prisão ou detenção de membro da Defensoria Pú-
(Acrescentada pela LC 608/18) blica, em qualquer circunstância, será imediatamente comunica- da
ao Defensor Público-Geral, sob pena de responsabilidade de quem
Art. 68-A A designação compreende ato do Defensor Públi- co- não a fizer, e só será efetuada em sala especial de Estado-
Geral determinando a atuação de Defensor Público em órgão -Maior ou em prisão especial, com direito a privacidade e, após
diverso ao qual possui lotação, de forma cumulativa ou não e des- sentença condenatória transitada em julgado, ser recolhido em
de que inexista titular no órgão ou este esteja afastado, possuin- do dependência separada, no estabelecimento em que tiver de ser
caráter excepcional e temporário, exigindo fundamentação e cumprida a pena.
obediência aos seguintes critérios: (Acrescentado pela LC 608/18)

216
LEGISLAÇÃO
SEÇÃO II
Art. 77 São prerrogativas do membro da Defensoria Pública,
DOS SUBSÍDIOS
dentre outras que lhe sejam conferidas por lei, ou que forem ine-
rentes ao seu cargo, as seguintes:
Art. 78 O subsídio do membro da Defensoria Pública deverá ser
I - usar distintivos e vestes talares, privativas da Defensoria
fixado, observando-se o disposto nos arts. 37, XI, 135, 150, II e
Pública;
153, III, da Constituição Federal, em nível condizente com a
II - receber igual tratamento ao dispensado aos Magistrados e
relevância da função e de forma a compensar as vedações e in-
demais titulares dos cargos das funções essenciais à justiça;
compatibilidades específicas que lhe são impostas e a constituir real
III - possuir carteira de identidade funcional expedida em atrativo em relação às demais carreiras jurídicas.
conformidade com o regulamento baixado pelo Defensor Públi- co-
Art. 79 Os subsídios dos membros da Defensoria Pública se- rão
Geral, valendo em todo o território nacional como cédula de
fixados a partir do cargo de Defensor Público de Segunda Ins-
identidade e porte de arma, assegurando-se ainda trânsito livre,
tância, com diferença de 10% (dez por cento) de uma para outra
quando no exercício de suas atribuições;
classe, até o cargo de Defensor Público de 1ª Classe. (Nova reda-
IV - requisitar de qualquer autoridade pública e de seus agen-
ção dada ao caput pela LC 608/18)
tes ou de entidade privada exames, certidões, perícias, vistorias,
§ 1º O subsídio relativo ao cargo de Procurador da Defensoria
diligência, processos, documentos, informações, esclarecimentos e
Pública será fixado no valor de R$ 18.640,00 (dezoito mil e seis-
providências necessárias ao exercício de suas atribuições;
centos e quarenta reais). (Nova redação dada pela LC 377/09)
V - ter nos edifícios dos fóruns, tribunais, delegacias de polícia
§ 2º (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
e presídios do Estado, salas privativas, condignas e permanentes,
§ 3º O membro da Defensoria Pública investido no cargo de
das quais somente poderá ser removido com a prévia anuência do
Defensor Público-Geral do Estado fará jus a um acréscimo de 20%
Defensor Público-Geral;
(vinte por cento) sobre o valor de seu subsídio. (Nova redação dada
VI - fazer respeitar, em nome da liberdade, do direito de defe-
pela LC 398/10)
sa e do sigilo profissional, a inviolabilidade de seu gabinete e dos
§ 4º Os membros da Defensoria Pública investidos nos cargos
seus arquivos;
de Subdefensores Públicos-Gerais e de Corregedor-Geral farão jus
VII - atuar nos estabelecimentos penais, de internação de
a um acréscimo de 15% (quinze por cento) sobre o valor de seus
adolescentes e aqueles destinados à custódia ou ao acolhimen-
subsídios. (Nova redação dada pela LC 398/10)
to de pessoas, visando ao atendimento jurídico permanente dos
§ 5º Os membros da Defensoria Pública investidos nos cargos
menores infratores, presos e sentenciados, pessoal e reservada-
de Subcorregedores-Gerais farão jus a um acréscimo de 10% (dez
mente, mesmo sem procuração, ainda que considerados incomu-
por cento sobre o valor de seus subsídios. (Nova redação dada pela
nicáveis, competindo à administração do sistema penitenciário
LC 398/10)
estadual reservar instalações seguras e adequadas aos seus tra-
§ 6º O membro da Defensoria Pública investido no cargo de
balhos, franquear acesso a todas as dependências do estabele-
Coordenador de Núcleo com três ou mais membros, lotados ou
cimento, independentemente de prévio agendamento, fornecer
designados, fará jus a um acréscimo de 5% (cinco por cento) sobre
apoio administrativo, prestar todas as informações solicitadas e
o valor de seu subsídio. (Acrescentado pela LC 398/10)
assegurar o acesso à documentação dos menores, presos e inter-
nos, aos quais não poderá, sob fundamento algum, negar o direito
SEÇÃO III
de entrevista com os membros da Defensoria Pública do Estado;
DAS VANTAGENS
(Nova redação dada pela LC 608/18)
VIII - examinar, em qualquer repartição pública, inclusive
Art. 80 Aos subsídios dos membros componentes da Defen-
policial ou judicial, autos de flagrante, inquérito, processo e ou-
soria Pública poderão ser acrescidas as seguintes vantagens, nos
tros, necessários à coleta de provas ou de informações úteis ao
termos desta lei complementar:
exercício de suas atribuições, assegurada a obtenção de cópias,
I - ajuda de custo, para despesa de transporte e mudança;
podendo, ainda, tomar apontamentos; (Nova redação dada pela LC
II - diárias;
608/18)
III - gozo de férias anuais remuneradas com acréscimo de 1/3
IX - ser ouvido como testemunha, em qualquer processo ou
(um terço) calculado sobre os subsídios;
inquérito, em dia, hora e local previamente ajustado com as auto-
IV - abono de natal com base no subsídio integral ou no valor
ridades competentes; (Nova redação dada pela LC 608/18)
dos proventos da aposentadoria;
X - recusar-se a depor e a ser ouvido como testemunha, em
V - licença-prêmio de 03 (três) meses, adquirida em cada pe-
processo no qual funciona ou deve funcionar, sobre fato relacio-
ríodo de 05 (cinco) anos de efetivo exercício no serviço público
nado à pessoa cujo direito esteja a defender, ou haja defendido,
do Estado de Mato Grosso, a ser usufruída a critério do Defensor
ainda que por ela autorizado;
Público-Geral.
XI - agir em juízo ou fora dele, na defesa de seu assistido, com
VI - auxílio funeral. (Acrescentado pela LC 398/10)
dispensa de taxas, emolumentos e custas processuais, além de
VII - gratificação pelo exercício cumulativo de função. (Acres-
outras isenções previstas em lei;
centado pela LC 647/19)
XII - não ser constrangido, por qualquer modo ou forma, a agir
§ 1º A ajuda de custo, para atender as despesas de mudança
em desconformidade com a sua consciência ético-profissional.
de transporte, em virtude de designação, promoção ou remoção,
Parágrafo único. Quando no curso de investigação policial,
será de 30% (trinta por cento) sobre o subsídio do cargo efetivo.
houver indício de prática de infração penal por membro da De-
(Nova redação dada pela LC 608/18)
fensoria Pública do Estado, a autoridade policial, civil ou militar,
§ 2º Na hipótese em que a designação, remoção ou promoção
comunicará imediatamente o fato ao Defensor Público-Geral, que
não implique mudança na sede de atuação do membro da Defen-
designará membro da Defensoria Pública para acompanhar a apu-
soria Pública, não será devida a ajuda de custo. (Nova redação dada
ração de forma sigilosa.
pela LC 398/10)

217
LEGISLAÇÃO
SEÇÃO IV-A
§ 3º O pagamento da ajuda de custo para despesa com mu- AUXÍLIO FUNERAL
dança não é devido quando a designação, remoção ou promoção (Acrescentada pela LC 398/10)
ocorrer a menos de 12 (doze) meses da última mudança, contada
das respectivas publicações do Diário Oficial. (Acrescentado pela LC Art. 87-A Será concedido auxílio funeral ao cônjuge ou com-
665/2020) panheiro sobrevivente e, em sua falta, aos herdeiros ou depen-
dentes do de cujus, ainda que aposentado ou em disponibilidade,
SEÇÃO IV no valor de 01 (um) subsídio ou provento percebido pelo fale- cido
DAS FÉRIAS na época do óbito, através de procedimento sumário que será
concluído no prazo de 5 (cinco) dias úteis da prova do óbito.
Art. 81 Os membros da Defensoria Pública terão direito às fé- (Acrescentado pela LC 398/10)
rias anuais, coletivas e individuais, iguais aos membros da Magis- Parágrafo único. Se o Defensor Público falecer no desempe-
tratura e do Ministério Público. nho de suas funções em local diverso de sua atuação, no país ou no
Parágrafo único. Não terão direito a férias coletivas, mas go- exterior, as despesas efetuadas com o transporte do corpo se- rão
zarão férias individuais compensatórias, no prazo máximo de 02 indenizadas, subordinando-se o pagamento à apresentação dos
(dois) anos da data original, os membros da Defensoria Pública que, comprovantes através de procedimento sumário, no prazo de 20
por resolução do Defensor Público-Geral, ficarem de plantão nas (vinte) dias. (Acrescentado pela LC 398/10)
épocas indicadas, bem como os que tiverem suas férias inde-
feridas ou interrompidas. SEÇÃO IV-B
Art. 82 O Defensor Público-Geral entrará em gozo de férias DA GRATIFICAÇÃO PELO EXERCÍCIO CUMULATIVO DE FUN-
comunicando o fato, com uma semana de antecedência ao Con- ÇÃO
selho Superior da Defensoria Pública. (Acrescentada pela LC 647/19)
Art. 83 O Defensor Público-Geral, por portaria, organizará a
escala de férias individuais, atendendo às exigências do serviço. Art. 87-B O Defensor Público que cumular, com o exercício
Parágrafo único Ao requerer o gozo de férias o membro da pleno de suas funções, outro órgão de atuação da carreira da De-
Defensoria Pública fará as devidas comunicações ao Coordenador fensoria Pública do Estado, perceberá a gratificação de acumula-
do núcleo e ao seu substituto, quando existentes. (Acrescentado ção. (Acrescentado pela LC 647/19)
pela LC 608/18) Art. 87-C A gratificação pelo exercício cumulativo de funções
Art. 84 O pedido de férias não poderá ser efetuado com prazo será devida aos membros da Defensoria Pública do Estado que
inferior a 10 (dez) dias da data indicada para seu início, salvo casos forem designados em substituição, observado o disposto nos arts.
de urgência devidamente justificados quando ficará a critério do 68 e 68-A desta Lei Complementar, desde que importe acumu-
Defensor Público-Geral o deferimento. (Nova redação dada pela LC lação de funções em órgãos de atuação diversos. (Acrescentado
608/18) pela LC 647/19)
§ 1º Deferidas as férias individuais e antes de entrar em gozo o § 1º O valor da gratificação de que trata este artigo corres-
membro da Defensoria Pública procederá as comunicações ao ponderá a um terço do subsídio do membro designado em substi-
Defensor Público-Geral, em até 2 (dois) dias úteis de antecedên- cia, tuição para cada trinta dias de exercício cumulativo de funções e
contendo: (Nova redação dada ao § 1º pela LC 608/18) será pago proporcionalmente à duração do acúmulo.
I - declaração de não possuir processo com carga; § 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se também às
II - telefone e endereço onde poderá ser encontrado. hipóteses de acumulação decorrentes de vacância no órgão de
§ 2º A inobservância ao disposto nos incisos I e II do parágrafo atuação.
anterior poderá importar em suspensão das férias sem prejuízo das § 3º As designações previstas no caput deste artigo deverão
cominações legais cabíveis. recair em membro específico, correspondente ao substituto natu-
Art. 85 Por necessidade de serviço, o Defensor Público-Geral ral do membro a ser substituído.
poderá indeferir pedido de férias, bem como determinar que o § 4º Exclusivamente nos casos em que não houver substituto
membro da Defensoria Pública em gozo de férias reassuma ime- natural para o membro a ser substituído, poderá ser designado
diatamente o exercício do seu cargo. mais de um substituto, caso em que a fração de um terço deverá
§ 1º O Defensor Público a que competir oficiar perante o Tri- ser rateada igualmente entre os designados.
bunal do Júri não poderá gozar férias no mesmo período em que § 5º Não será devida a gratificação de que trata este artigo nas
houver previsão de reunião do citado Tribunal. seguintes hipóteses:
§ 2º O Defensor Público a que competir oficiar perante o Tri- I - substituição em feitos determinados;
bunal do Júri ou Justiça Militar não poderá gozar férias no mesmo II - atuação simultânea no mesmo órgão de atuação de outro
período em que houver previsão de reunião do citado Tribunal ou membro da Defensoria Pública, nos casos de defesas colidentes ou
pelo Conselho Permanente de Justiça, salvo quando houver subs- patrocínio de assistência jurídica em ambos os polos;
tituto legal. (Nova redação dada pela LC 608/18) III - atuação em regime de plantão.
Art. 86 O membro da Defensoria Pública, só após o primeiro
ano de efetivo exercício, adquirirá direito às férias, facultado con- SEÇÃO V
verter dois terços das férias em abono pecuniário, condicionado DAS LICENÇAS
o pagamento à existência de disponibilidade orçamentária. (Nova SUBSEÇÃO I
redação dada ao artigo pela LC 608/18) DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Parágrafo único No cálculo do abono pecuniário será conside-
rado o valor do adicional de férias. Art. 88 Conceder-se-á licença:
Art. 87 Durante as férias, serão asseguradas todas as vanta- I - para tratamento de saúde;
gens do cargo. II - por motivo de doença em pessoa da família;

218
LEGISLAÇÃO
SUBSEÇÃO III
III - à gestante, ao adotante e paternidade; (Nova redação DA LICENÇA À GESTANTE, AO ADOTANTE E LICENÇA PATER-
dada pela LC 608/18) NIDADE
IV - (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
(Nova redação dada pela LC 608/18)
V - (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
VI - licença especial; Art. 94 À gestante será concedida licença, com vencimentos
VII - para tratar de interesse particular; integrais, pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias. (Nova redação
VIII - para casamento; dada pela LC 398/10)
IX - por luto.
§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de
X - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro.
gestação, salvo prescrição médica em contrário. (Nova redação
(Acrescentado pela LC 608/18)
dada pela LC 608/18)
§ 1º É vedada a concessão das licenças previstas nos incisos VI,
§ 2º No caso de parto prematuro, a licença terá início a partir
VII e X deste artigo durante o estágio probatório. (Acrescenta- do
pela LC 608/18) do parto. (Nova redação dada pela LC 608/18)
§ 2º Não poderá ser interrompido o gozo de férias para con- § 3º No caso de natimorto, a Defensora Pública terá direito a
cessão de licenças previstas neste artigo. (Acrescentado pela LC 20 (vinte) dias de licença, com vencimentos integrais. (Nova reda-
608/18) ção dada pela LC 608/18)
§ 3º Não haverá suspensão de licença, no seu curso, para con- § 4º No caso de aborto atestado por laudo médico, a Defenso-
cessão de outra. (Acrescentado pela LC 608/18) ra Pública terá direito a 10 (dez) dias de repouso, se ocorrido até o
§ 4º As licenças previstas nos incisos VII e X do art. 88 desta Lei quarto mês de gestação, ou 20 (vinte) dias, se o aborto ocorrer a
Complementar deverão ser submetidas à apreciação e autori- zação partir do quinto mês de gestação, com vencimentos integrais em
do Conselho Superior da Defensoria Pública. (Acrescentado pela LC ambos os casos. (Acrescentado pela LC 608/18)
608/18) § 5º A licença de que trata este artigo será concedida à vista de
Art. 89 Ao membro da Defensoria Pública que entrar em gozo atestado médico. (Acrescentado pela LC 608/18)
de licença aplica-se o disposto no art. 84 desta Lei Complementar. Art. 95 Ao membro da Defensoria Pública será concedida li-
(Nova redação dada pela LC 608/18) cença-paternidade de 20 (vinte) dias, contados da data do nasci-
Art. 90 O membro da Defensoria Pública licenciado não po- mento do filho. (Nova redação dada pela LC 608/18)
derá exercer qualquer função inerente ao seu cargo; nem, em re- Art. 96 Será concedida ao membro da Defensoria Pública ado-
lação a este, e desde que incompatível, desempenhar qualquer tante, a partir da concessão do termo de guarda ou da adoção,
atividade pública ou particular. licença para afastamento em período que obedecerá a seguinte
Art. 91 As licenças do Defensor Público-Geral serão concedi- proporção em relação à idade do adotado:
das pelo Primeiro Subdefensor Público-Geral e as dos membros da I - de zero a dois anos, 180 (cento e oitenta) dias; (Nova reda-
Defensoria Pública pelo Defensor Público-Geral. (Nova redação ção dada pela LC 608/18)
dada ao caput pela LC 608/18) II - de mais de dois até quatro anos, 120 (cento e vinte) dias;
Parágrafo único (revogado) (Revogado pela LC 608/18) (Nova redação dada pela LC 608/18)
III - de mais de quatro até seis anos, 90 (noventa) dias; (Nova
SUBSEÇÃO II redação dada pela LC 608/18)
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE E DOENÇA DE
IV - de mais de seis até doze anos, 60 (sessenta) dias; (Nova
PESSOA DA FAMÍLIA
redação dada pela LC 608/18)
V - acima de doze anos, 30 (trinta) dias. (Acrescentado pela LC
Art. 92 As licenças para tratamento de saúde serão concedi-
608/18)
das ao Defensor Público pelo Defensor Público-Geral, à vista de
atestado médico. Parágrafo único O benefício deste artigo será extensivo ao
Parágrafo único. A licença para tratamento de saúde, por membro da Defensoria Pública do sexo masculino nos casos de
tempo superior a trinta dias, dependerá de laudo passado por junta solteiros, em relação homoafetiva e aos divorciados que formem
médica oficial. família com a criança a ser adotada, sem a participação da figura
Art. 93 Ao membro da Defensoria Pública poderá ser conce- materna. (Acrescentado pela LC 608/18)
dida licença por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos
pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou de- SUBSEÇÃO IV
pendente que viva as suas expensas e conste do seu assentamen- DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE ATIVIDADE POLÍTICA
to funcional, a vista de atestado médico. (Nova redação dada ao E EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO
artigo pela LC 608/18)
§ 1º A licença prevista no caput, por tempo superior a 15 Art. 97 (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
(quinze) dias, dependerá de laudo médico específico e fundamen- Art. 98 (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
tado.
§ 2º O Defensor Público, independentemente do período da SUBSEÇÃO V
licença, deverá firmar e apresentar declaração de que sua assis- DA LICENÇA ESPECIAL
tência direta é indispensável e não pode ser prestada simultanea-
mente com o exercício do cargo. Art. 99 Ao membro da Defensoria Pública, após 5 (cinco) anos
ininterruptos de serviço público, é assegurado o direito de gozar
licença especial por assiduidade de 3 (três) meses, com subsídios
inerentes ao cargo, sendo permitida sua conversão em espécie
parcial ou total, com natureza indenizatória, por opção do benefi-
ciário. (Nova redação dada ao artigo pela LC 608/18)

219
LEGISLAÇÃO
§ 3º Compete ao Conselho Superior decidir pela concessão
§ 1º Para fins da licença especial de que trata este artigo, será
da licença.
considerado o tempo de serviço desde seu ingresso no serviço pú- § 4º Cessado o deslocamento ou expirado o mandato eletivo
blico estadual. do cônjuge, cessará a licença, devendo o licenciado apresentar-se
§ 2º É facultado ao membro da Defensoria Pública fracionar a para reassumir as funções no prazo de 10 (dez) dias
licença de que trata este artigo em até 3 (três) parcelas, desde que
defina previamente os meses para gozo da licença. SEÇÃO V-A
§ 3º Vencido o período aquisitivo da licença, o membro da DOS AFASTAMENTOS
Defensora Pública poderá apresentar requerimento com a opção (Acrescentada pela LC 608/18)
pelo gozo, pela conversão parcial ou total em espécie.
§ 4º Ocorrendo a opção pela conversão em espécie, a auto- Art. 102-B O membro da Defensoria Pública poderá afastar-se
rização para pagamento deverá observar a disponibilidade orça- do exercício de suas funções para: (Acrescentado pela LC 608/18)
mentária. I - frequentar curso ou seminário de aperfeiçoamento e estu-
do, no país ou no exterior, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
SUBSEÇÃO VI
II - elaborar e apresentar dissertação conclusiva de cursos de
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSE PARTICULAR
pós-graduação em nível de mestrado, doutorado ou pós-doutora-
do, pelo prazo de dois meses;
Art. 100 Ao membro da Defensoria Pública que tenha com-
pletado o estágio probatório, poderá ser concedida licença para III - comparecer a seminários ou congressos, no país ou ex-
tratar de interesse particular, desde que não prejudique o serviço, terior;
pelo prazo de até 02 (dois) anos consecutivos, sem subsídio. IV - ministrar cursos e seminários destinados ao aperfeiçoa-
§ 1º A licença poderá ser interrompida a qualquer tempo, por mento dos membros da instituição;
iniciativa do membro da Defensoria Pública ou no interesse do V - participar de missão institucional, dentro ou fora do país;
serviço. VI - exercer, mediante autorização do Conselho Superior, car-
§ 2º Ao membro da Defensoria Pública em gozo de licença a go, emprego ou função de nível equivalente ou superior em ór- gãos
que se refere este artigo, aplica-se às restrições previstas em lei, e entidades dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e
descontando-se o tempo de licença para todos os efeitos. Municípios;
VII - exercer cargo eletivo nos casos previstos em lei ou a ele
SUBSEÇÃO VII concorrer, observadas as seguintes condições:
DA LICENÇA PARA CASAMENTO a) o afastamento será obrigatório e sem prejuízo dos subsí-
dios, na forma da legislação eleitoral;
Art. 101 O membro da Defensoria Pública poderá afastar-se do b) o membro da Defensoria Pública eleito para exercer man-
serviço, em decorrência do casamento, pelo período de até 8 (oito) dato público federal, estadual ou no executivo municipal será
dias, devendo a data do casamento estar inserida dentro do afastado do cargo, desde a posse, sendo-lhe facultado optar por sua
período de gozo da licença. (Nova redação dada pela LC 608/18) remuneração;
Parágrafo único. Ao afastar-se, o membro da Defensoria Pú- c) o membro da Defensoria Pública investido no mandato de
blica comunicará ao Defensor Público-Geral a data do afastamen- vereador, havendo compatibilidade de horário, perceberá as van-
to e o tempo de sua duração. tagens do seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo ele-
tivo, e não havendo compatibilidade de horário, será afastado do
SUBSEÇÃO VIII cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
DA LICENÇA POR LUTO VIII - exercer a presidência de entidade de classe dos mem-
bros da Defensoria Pública em nível estadual ou nacional;
Art. 102 O membro da Defensoria Pública poderá afastar-se do
IX - exercer a presidência da Escola Superior da Defensoria
serviço, por luto, em virtude de falecimento do cônjuge, com-
Pública.
panheiro, ascendente, descendente, irmãos, sogros, noras e gen-
§ 1º Os afastamentos previstos neste artigo somente ocorre-
ros, por período de até 08 (oito) dias, aplicando-se o disposto no
rão após a expedição do ato do Defensor Público-Geral e dar-se-
parágrafo único, do artigo anterior.
-ão sem prejuízo dos subsídios, auxílios e vantagens, ressalvado o
SUBSEÇÃO IX disposto no inciso VII deste artigo.
DA LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO CÔNJUGE § 2º No caso de afastamento do cargo, nas hipóteses previs- tas
(Acrescentada pela LC 608/18) no inciso VII deste artigo, o membro da Defensoria Pública
continuará contribuindo para o órgão da previdência e assistência
Art. 102-A Poderá ser concedida licença ao Defensor Público do Estado, como se em exercício estivesse.
para acompanhar cônjuge ou companheiro que, na condição de § 3º O período de afastamento será considerado de efetivo
servidor público civil estatutário ou militar, de qualquer dos Pode- exercício para todos os efeitos legais exceto para promoção por
res da União, dos Estados ou Municípios, foi deslocado para outro merecimento nos casos de afastamento para exercer cargo eleti-
ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de vo, desde a posse e quando não houver compatibilidade de horá-
mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. (Acrescenta- rio nos termos do inciso VII, c, deste artigo.
do pela LC 608/18) § 4º Existindo duas ou mais entidades de classe no âmbito es-
§ 1º É vedada a concessão da licença prevista no caputdeste tadual, o afastamento previsto no inciso VIII deste artigo somente
artigo para membro em estágio probatório ou que esteja respon- será conferido ao presidente da entidade que contemple o maior
dendo a Processo Administrativo Disciplinar. número de filiados ou associados.
§ 2º A licença será por prazo indeterminado e sem remunera- § 5º Durante o estágio probatório somente será permitido
ção, aplicando-se às restrições previstas em lei, descontando-se o afastamento nos casos dos incisos II a IV deste artigo.
tempo de licença para todos os efeitos.

220
LEGISLAÇÃO
SEÇÃO VI
§ 6º A hipótese de desistência ou não confirmação da candi- DA APOSENTADORIA E DISPONIBILIDADE
datura em convenção partidária implicará na imediata interrup- ção SUBSEÇÃO I
do afastamento previsto no inciso VII deste artigo. DA APOSENTADORIA
Art. 102-C Os afastamentos previstos nos incisos I e II do art.
102-B desta Lei Complementar devem ser levados a conhecimen- Art. 103 Os membros da Defensoria Pública serão aposenta-
to do Conselho Superior, devendo o interessado: (Acrescentado
pela LC 608/18) dos: I - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade;
I - comprovar proficiência no idioma do país onde pretenda II - a pedido, quando contar com o tempo de serviço exigido
frequentar o curso ou empreender pesquisa, juntando certificado

expedido por entidade idônea, especializada em exame para pós- pela legislação em vigor;
-graduação no exterior; III - a pedido ou compulsoriamente, por invalidez comprova-
II - justificar a utilidade da medida para a Defensoria Pública do da.
Estado, demonstrando a excelência da instituição de ensino ou § 1º Na hipótese do inciso I, ao completar a idade limite para a
pesquisa; permanência no serviço, o Defensor Público afastar-se-á do
III - instruir o pedido de afastamento com programa e plano de exercício, comunicando seu afastamento ao Defensor Público-Ge-
orientação ou acompanhamento do curso, fornecidos pela ins- ral do Estado, para formalização da aposentadoria.
tituição de ensino superior que pretenda frequentar; § 2º A aposentadoria de que trata o item III será concedida
IV - instruir o pedido de afastamento com a relação das disci- mediante comprovação da incapacidade física ou mental do mem-
plinas a serem cursadas, indicando os períodos, carga horária e a bro da Defensoria Pública, e precedida de licença para tratamento
comprovação do controle de aproveitamento a que será subme- de saúde, em período não superior a 24 (vinte e quatro) meses,
tido; salvo se o laudo médico concluir, desde logo, pela incapacidade
V - comprovar que concluiu, no mínimo, os créditos de mes- definitiva para o exercício do cargo.
trado ou doutorado e que está sendo orientado por professor de
instituição de ensino superior, ou que foi aprovado em programas
SUBSEÇÃO II
de órgãos nacionais ou internacionais de incentivo à pesquisa;
DA DISPONIBILIDADE
VI - apresentar relatório circunstanciado sobre o curso e pes-
quisa realizados.
§ 1º O Conselho Superior poderá se manifestar pelo cancela- Art. 104 Em caso de extinção de cargo da carreira da Defen-
mento da autorização de afastamento concedida quando consta- soria Pública do Estado, seu titular, se estável, será colocado em
tado que o membro da Defensoria Pública não está frequentando disponibilidade remunerada, aguardando seu aproveitamento em
regularmente o curso ou seminário de aperfeiçoamento ou estu- cargo de atribuições e remunerações compatíveis com o anterior-
do, resguardado o direito a ampla defesa. mente ocupado.
§ 2º O Defensor Público que, a pedido, for exonerado do car-
go, no período de 4 (quatro) anos após a conclusão de curso rea- SEÇÃO VII
lizado nos termos do art. 102-B, inciso I, desta Lei Complementar, DA REINTEGRAÇÃO, REVERSÃO E APROVEITAMENTO
ficará obrigado à devolução da retribuição pecuniária percebida SUBSEÇÃO I
durante o período de afastamento. DA REINTEGRAÇÃO
§ 3º Nos casos de afastamentos preconizados neste artigo é
vedado: Art. 105 A reintegração, que decorrerá de decisão adminis-
I - a cumulação de qualquer tipo de bolsa com o subsídio do trativa ou sentença judicial transitada em julgado, é o retorno do
cargo de Defensor Público, facultada a opção pela percepção de membro da Defensoria Pública ao cargo, com ressarcimento dos
bolsa de estudo em detrimento do subsídio; subsídios, com seus respectivos reajustes, deixados de perceber em
II - o recebimento de quaisquer verbas indenizatórias, no âm- razão do afastamento, inclusive a contagem do tempo de ser- viço.
bito da Defensoria Pública. § 1º Achando-se provido o órgão de atuação no qual foi rein-
Art. 102-D A cessão prevista no inciso VI do artigo 102-B des- tegrado o membro da Defensoria Pública, o seu ocupante ficará
ta Lei Complementar será efetivada mediante o reembolso, pelo designado para atuar em auxílio ou substituição a titular de órgão
órgão ou entidade dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal de atuação no núcleo e será lotado no primeiro órgão que vagar
e Municípios, dos valores referentes à remuneração e encargos independentemente de processo de remoção. (Nova redação dada
sociais do Defensor Público cedido à Defensoria Pública do Estado pela LC 608/18)
de Mato Grosso. (Acrescentado pela LC 608/18) § 2º O membro da Defensoria Pública reintegrado será sub-
§ 1º O valor a ser reembolsado será apresentado mensalmen- metido à inspeção médica e, se considerado incapaz, será aposen-
te ao cessionário pela Defensoria Pública, discriminado por par- tado compulsoriamente com as vantagens a que teria direito se
cela remuneratória e Defensor Público, e será efetuado no mês
efetivada a reintegração.
subsequente.
§ 2º Na hipótese do não reembolso pela cessionária, durante o
SUBSEÇÃO II
prazo de 3 (três) meses consecutivos, ficará sem efeito o ato de
DA REVERSÃO
cessão, devendo o Defensor Público cedido assumir imediatamen-
te suas funções junto ao órgão de atuação.
Art. 106 A reversão é o reingresso na carreira da Defensoria
Pública, a pedido ou de ofício, quando insubsistentes os motivos da
aposentadoria.
§ 1º A reversão far-se-á no cargo e órgão de atuação aos quais
pertencia o aposentado. (Nova redação dada pela LC 608/18)

221
LEGISLAÇÃO
VIII - representar ao Defensor Público-Geral sobre as irregu-
§ 2º Não poderá reverter ao cargo o membro da Defensoria laridades de que tenha conhecimento em razão do cargo ou que
Pública aposentado que contar mais de 60 (sessenta) anos de ida- ocorram nos serviços que lhe foram afetos;
de. IX - encaminhar à Corregedoria-Geral, até o quinto dia útil do
§ 3º Na reversão ex-officio, não será obedecido o limite es- mês, relatório das atividades desenvolvidas no mês anterior para
tabelecido no parágrafo anterior, se a aposentadoria tiver sido aferição da eficiência, zelo e presteza no desempenho das suas
concedida por motivo de incapacidade física ou mental posterior- atribuições;
mente sanada. X - observar as normas e instruções da Defensoria Pública,
§ 4º Será cassada a aposentadoria se o aposentado não com- assim como prestar as informações solicitadas pelos órgãos da ad-
parecer à inspeção de saúde na reversão ex-officio ou não entrar ministração superior da instituição;
em exercício no prazo legal. XI - atender ao expediente forense e assistir aos atos judiciais,
§ 5º Achando-se provido o órgão de atuação no qual foi re- quando obrigatórios ou, conveniente a sua presença, salvo nos
vertido o membro da Defensoria Pública, o seu ocupante ficará casos em que tenha de proceder diligências indispensáveis ao
designado para atuar em auxílio ou substituição a titular de órgão exercício de suas atribuições, quando deverá providenciar a ne-
de atuação no núcleo e será lotado no primeiro órgão que vagar cessária substituição;
independentemente de processo de remoção. (Acrescentado pela
XII - residir na sede do Juízo na qual servir, dela só podendo se
LC 608/18)
ausentar, nos dias úteis, com autorização expressa do Defensor
Público-Geral;
SUBSEÇÃO III
XIII - atender com presteza à solicitação de outros membros
DO APROVEITAMENTO
da Defensoria Pública para acompanhar os atos judiciais ou dili-
Art. 107 O aproveitamento é o retorno à carreira do membro gências que devam se realizar na área que exerça suas atribuições.
da Defensoria Pública posto em disponibilidade. Art. 110 Além das proibições decorrentes do exercício de car-
§ 1º O aproveitamento será voluntário ou por determinação do go público, aos membros da Defensoria Pública é vedado, espe-
Defensor Público-Geral, no caso de provimento de vaga no mesmo cialmente:
órgão de atuação em que o membro da Defensoria Públi- ca estava I - exercer a advocacia fora das atribuições institucionais;
lotado. (Nova redação dada pela LC 608/18) II - empregar em seu expediente expressões ou termo desres-
§ 2º Havendo mais de 01 (um) concorrente à mesma vaga, terá peitoso à justiça e às autoridades constituídas, bem como infringir
preferência o de maior tempo de disponibilidade e, no caso de os preceitos de ética profissional;
empate, o de maior tempo de serviço público em geral. III - afastar-se do exercício das funções da Defensoria Pública
Art. 108 Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada durante o período do estágio probatório;
a disponibilidade se o membro da Defensoria Pública não tomar IV - valer-se da qualidade de membro da Defensoria Pública
posse no prazo legal, salvo no caso de doença comprovada em para desempenhar atividades estranhas às suas funções;
inspeção médica. V - aceitar cargo ou exercer funções fora dos casos autoriza-
Parágrafo único. Comprovada a incapacidade definitiva em dos em lei;
inspeção médica, o membro da Defensoria Pública será aposen- VI - revelar segredo que conheça em razão de cargo ou fun-
tado. ção;
VII - exercer o comércio ou participar de sociedade comercial,
CAPÍTULO VI exceto como quotista ou acionista;
DOS DEVERES, PROIBIÇÕES E IMPEDIMENTOS. VIII - abandonar seu cargo ou função;
SEÇÃO I IX - requerer, advogar ou praticar em juízo ou fora dele, atos
DOS DEVERES E PROIBIÇÕES que de qualquer forma colidam com as funções inerentes ao seu
cargo, ou com os preceitos éticos de sua profissão;
Art. 109 São deveres do membro da Defensoria Pública:
X - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, ho-
I - ter conduta irrepreensível na vida pública e particular, pug-
norários, percentagens ou custas processuais, em razão de suas
nando pelo prestígio da Justiça e velando pela dignidade de suas
atribuições.
funções, bem como pelo respeito aos membros da Instituição,
Magistrados, membros do Ministério Público e advogados;
II - comparecer diariamente, no horário normal do expedien- SEÇÃO II
te, à sede do órgão onde funcione, exercendo os atos do seu ofí- DOS IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÕES
cio;

III - desempenhar com zelo e presteza os serviços a seu cargo e guarda;


os que, na forma da lei, lhes forem atribuídos pelo Defensor
Público-Geral;
IV - tratar com urbanidade as partes, testemunhas, funcioná-
rios, auxiliares da justiça e aos que estiverem sob a sua subordi-
nação direta, bem como aos seus superiores hierárquicos e aos
servidores a eles vinculados;
V - zelar pela regularidade dos feitos em que funcionar e, de
modo especial, pela observância dos prazos legais;
VI - observar o sigilo funcional quanto à matéria dos proce-
dimentos em que atuar e, especialmente, nos que tramitam em
segredo de justiça;
VII - velar pela boa administração dos bens confiados a sua

222
Art. 111 Ao membro da Defensoria Pública é impedido exer- LEGISLAÇÃO
cer suas funções em processo ou procedimento em que: (Nova
redação dada ao artigo pela LC 608/18)
I - seja parte ou, de qualquer forma, interessado;
II - haja atuado como representante da parte, perito, Juiz de
Direito, membro do Ministério Público, autoridade policial, escri-
vão de polícia, serventuário da justiça ou prestado depoimento
como testemunha;
III - for interessado cônjuge ou companheiro, parente
consan- guíneo, civil ou afim em linha reta ou colateral, até o
terceiro grau;
IV - haja postulado como advogado de qualquer das pessoas
mencionadas no inciso III;

223
LEGISLAÇÃO
I - fiscalização permanente; (Nova redação dada pela LC
V - qualquer das pessoas mencionadas no inciso III deste ar- 608/18)
tigo funcione ou haja funcionado como magistrado, membro do II - correição ordinária;
Ministério Público, autoridade policial, escrivão de polícia ou ser- III - correição extraordinária.
ventuário da justiça; IV - visitas de inspeção. (Acrescentado pela LC 608/18)
VI - houver dado à parte contrária parecer escrito sobre o ob- Parágrafo único Qualquer pessoa poderá representar ao Cor-
jeto da demanda; regedor-Geral sobre abusos, erros, omissões ou conduta incom-
VII - em outras hipóteses previstas em lei. patível dos membros da Defensoria Pública do Estado. (Acrescen-
Parágrafo único Os membros da Defensoria Pública, quando se tado pela LC 608/18)
declararem impedidos, deverão comunicar essa condição no prazo Art. 118 A fiscalização permanente será procedida pela Corre-
de 5 (cinco) dias, indicando o motivo, ao Defensor Público- gedoria-Geral e pelos Defensores Públicos de Segunda Instância, ao
-Geral do Estado, que determinará a substituição imediata a fim de examinarem os autos em que devam oficiar, no desempenho de
evitar prejuízos aos necessitados. suas funções, quando entenderem conveniente e oportuno. (Nova
Art. 112 Os membros da Defensoria Pública estão impedidos redação dada ao artigo pela LC 608/18)
de servir conjuntamente com Juiz de Direito, Promotor de Justiça, Parágrafo único O Corregedor-Geral, de oficio ou à vista das
Defensor Público ou escrivão que sejam parentes, consangüíneos apreciações sobre a atuação dos membros da instituição, enviadas
ou afins, até o terceiro grau. pelos Defensores Públicos de Segunda Instância fará aos Defenso-
Art. 113 O membro da Defensoria Pública se dará por suspei- res Públicos, oralmente ou por escrito, em caráter reservado, as
to ou impedido nos casos previstos nesta Lei Complementar e na recomendações, observações ou elogios que julgar cabíveis, dan-
legislação processual e, se não o fizer, poderá tal circunstância ser do-lhes ciência e mandando consignar em seus assentamentos as
arguida por qualquer interessado. (Nova redação dada ao caput devidas anotações.
pela LC 608/18) Art. 118-A As visitas de inspeção serão realizadas em caráter
§ 1º Quando o membro da Defensoria Pública considerar-se informal pelo Corregedor- Geral ou pelos Subcorregedores-Ge- rais,
suspeito por questão de foro íntimo, comunicará o fato ao Defen- aplicando-se, no que couber, o parágrafo único do art. 118 desta Lei
sor Público-Geral. (Renumerado de parágrafo único para § 1º pela Complementar. (Acrescentado pela LC 608/18)
LC 608/18) Art. 119 A correição ordinária será efetuada pelo Corregedor-
§ 2º A exceção de suspeição ou impedimento arguida por -Geral, Subcorregedores-Gerais ou pelos auxiliares da Corregedo-
qualquer interessado obedecerá ao rito previsto no Código de ria-Geral, visando apurar: (Nova redação dada ao artigo pela LC
Processo Penal, competindo ao Defensor Público-Geral decidir o 608/18)
incidente. (Acrescentado pela LC 608/18) I - a regularidade do serviço;
§ 3º O impedimento declarado de ofício, em razões funda- II - a eficiência e a pontualidade no exercício das funções;
mentadas, será submetido à decisão do Defensor Público-Geral. III - o cumprimento das obrigações legais e das determina-
(Acrescentado pela LC 608/18) ções dos Órgãos da Administração Superior da Defensoria Pública;
§ 4º Da decisão proferida em procedimento de exceção ou IV - a integração comunitária do titular do órgão e sua parti-
impedimento caberá recurso ao Conselho Superior da Defensoria cipação em reuniões, palestras, audiências públicas e vistoriais;
Pública, no prazo de 10 (dez) dias, sem efeito suspensivo. (Acres- V - a sua contribuição para a consecução dos objetivos defini-
centado pela LC 608/18) dos pelos Órgãos da Administração Superior.
§ 5º Compete ao Conselho Superior o processamento e julga- Parágrafo único A Corregedoria-Geral realizará correições
mento de suspeição e impedimento de seus membros. (Acrescen- ordinárias anualmente e em Núcleos da Defensoria Pública esco-
tado pela LC 608/18) lhidos segundo critérios internos, observadas as recomendações
oriundas do Defensor Público-Geral, Conselho Superior e dos De-
TÍTULO IV fensores Públicos de Segunda Instância.
DO REGIME DISCIPLINAR Art. 120 A correição extraordinária será realizada pelo Cor-
CAPITULO I regedor-Geral ou pelos Subcorregedores-Gerais, de oficio ou por
DA RESPONSABILIDADE FUNCIONAL solicitação de Defensor Público-Geral ou do Conselho Superior da
SEÇÃO I Defensoria Pública, para apuração de: (Nova redação dada ao ar-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS tigo pela LC 608/18)
I - abusos, erros ou omissões que incompatibilizem o membro
Art. 114 O membro da Defensoria Pública responde penal, ci- da Defensoria Pública para o exercício do cargo ou função;
vil e administrativamente pelo exercício irregular de suas funções. II - atos que comprometam o prestígio ou a dignidade da ins-
Art. 115 A atividade funcional dos membros da Defensoria tituição;
Pública estará sujeita à fiscalização permanente, através de inspe- III - descumprimento do dever funcional ou procedimento in-
ções e correições realizadas na forma do regulamento e desta lei correto.
complementar. Art. 121 Durante os trabalhos correicionais o correiciona-
Art. 116 A responsabilidade administrativa dos membros da do deverá permanecer a disposição da autoridade fiscalizatória,
Defensoria Pública apurar-se-á, sempre, por pedido de explica- acompanhando os trabalhos e solicitando ao juízo, se necessário, a
ções, sindicância ou processo administrativo disciplinar. (Nova re- redesignação de audiências bem como suspendendo o atendi-
dação dada pela LC 608/18) mento ao público. (Nova redação dada pela LC 608/18)

SEÇÃO II
DAS INSPEÇÕES E DAS CORREIÇÕES

Art. 117 A atividade funcional dos membros da Defensoria


Pública está sujeita a:

224
LEGISLAÇÃO
XIII - não se apresentar, sem motivo justo, ao fim de licença,
Art. 122 Concluída a correição o Corregedor-Geral apresenta- para o trato de interesses particulares, férias ou dispensa de servi-
rá ao Defensor Público-Geral um relatório circunstanciado men- ço ou ainda, depois de saber que qualquer delas foi interrompida
cionando os fatos observados, as providências adotadas e pro-
por ordem superior;
pondo, se for o caso, as de caráter disciplinar ou administrativa que
XIV - negligenciar a guarda de objetos pertencentes à Institui-
excedam de suas atribuições, informando, também, a respei- to dos
ção ou a outra entidade pública ou privada e que, em decorrência
aspectos moral, intelectual e funcional dos membros da Defensoria
da função ou para o seu exercício, lhe tenham sido confiados ou
Pública.
estejam sob sua guarda, possibilitando que se danifiquem ou ex-
§ 1° O relatório de correição será sempre levado ao conheci- traviem;
mento do Conselho Superior da Defensoria Pública. (Renumerado XV - exercer, a qualquer título, atividade pública ou privada,
de parágrafo único para § 1º pela LC 608/18) profissional ou liberal, estranha à Instituição, exceto os casos pre-
§ 2º Com base nas observações feitas nas correições, o Cor- vistos em lei;
regedor-Geral poderá propor ao Conselho Superior a edição de XVI - abandonar o exercício do cargo ou função, sem motivo
normas para orientar a conduta dos Defensores Públicos. (Acres- justo, por mais de 30 (trinta) dias consecutivos ou 60 (sessenta)
centado pela LC 608/18) intercalados no período de 12 (doze) meses;
Art. 123 O Corregedor-Geral poderá solicitar ao Defensor Pú- XVII - revelar segredo profissional que conheça em razão do
blico-Geral, para auxiliá-lo nas correições, a designação de mem- cargo ou função, ressalvados os casos previstos em lei;
bros estáveis da Defensoria Pública. (Nova redação dada pela LC XVIII - desviar, aplicar, ou utilizar indevidamente, lesionando os
608/18) cofres públicos e contrariando as normas da administração pú-
Art. 124 Sempre que, em correição ou visita de inspeção, o blica, dinheiro ou valores sob sua responsabilidade ou concorrer, de
Corregedor-Geral verificar a violação dos deveres e proibições ou qualquer forma, para que tal fato ocorra;
de falta passível de pena disciplinar, tomará as providências cabí- XIX - prevalecer-se abusivamente das prerrogativas da fun-
veis nos limites de suas atribuições. (Nova redação dada ao caput ção, delas fazendo uso para tirar proveito próprio ou para terceiro,
pela LC 608/18) bem como causar ato lesivo à honra ou ao patrimônio de pessoa
Parágrafo único (revogado) (Revogado pela LC 608/18) natural ou jurídica, com abuso ou desvio de poder ou sem com-
petência legal;
SEÇÃO III XX - conduta irregular, ainda que na vida privada, desde que
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES incompatibilize o membro da Defensoria Pública para o exercício do
cargo ou comprometa o prestígio ou o decoro da instituição;
Art. 125 São infrações disciplinares: Art. 126 São aplicáveis aos membros da Defensoria Pública as
I - falta de cumprimento do dever funcional previsto nas leis, seguintes sanções disciplinares:
nos regulamentos e nas determinações legítimas escritas ou ver- I - advertência;
balmente emanadas por superior hierárquico; II - suspensão por até 90 (noventa) dias;
II - desrespeitar as determinações, instruções e decisões dos III - remoção compulsória;
Órgãos da Administração Superior da instituição; (Nova redação IV - demissão;
V - cassação de disponibilidade e de aposentadoria. (Nova re-
dada pela LC 608/18)
dação dada pela LC 608/18)
III - referir-se de modo depreciativo às autoridades e atos da
§ 1º Na aplicação das penas disciplinares, serão consideradas a
administração pública, qualquer que seja o meio empregado para
natureza e a gravidade da infração e os danos dela resultantes para
esse fim; o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os
IV - acumular cargo ou função pública, ressalvadas as exce- antecedentes funcionais.
ções previstas em lei; § 2º Serão consideradas circunstâncias agravantes a negli-
V - receber comissões, presentes ou auferir vantagem de gência reiterada para com os deveres, proibições e impedimentos
qualquer espécie, em razão das atribuições que exerce; funcionais, e a reincidência.
VI - retirar, sem prévia autorização da autoridade competen- § 3º Serão consideradas circunstâncias atenuantes a ausência
te, qualquer documento ou objeto da Instituição; de antecedentes disciplinares, a prestação de relevantes serviços
VII - participar da gerência ou administração de empresa, prestados à Defensoria Pública, bem como ter sido cometida a in-
qualquer que seja a sua natureza, exercer comércio ou participar de fração na defesa de garantia ou prerrogativa funcional.
sociedade comercial, salvo como acionista, cotista ou coman- § 4º (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
ditário; Art. 127 A pena de advertência será aplicada, por escrito, de
VIII - utilizar-se do anonimato para qualquer fim; forma reservada, nos casos de violação dos deveres e vedações
IX - deixar de comunicar, imediatamente, à autoridade com- funcionais, quando o fato não justificar imposição de pena mais
petente as faltas ou irregularidades que haja presenciado ou de que grave, incidindo nas seguintes hipóteses:
tenha tido ciência; I - negligência no exercício da função;
X - deixar de oficiar com presteza nos processos que lhe forem II - desobediência às determinações e às instruções dos Ór-
encaminhados ou com vistas, retardando-os e desatendendo aos gãos da Administração Superior;
prazos legais, sem motivo que justifique; III - descumprimento injustificado de designações oriundas
XI - negligenciar ou descumprir a execução de qualquer or- dos Órgãos da Administração Superior;
dem legítima, emanada de superior hierárquico, bem como acon- IV - inobservância dos deveres inerentes ao cargo, quando o
selhar ou concorrer para não ser cumprida ou para que seja retar- fato não se enquadrar nos incisos anteriores.
dada a sua execução; Art. 128 A suspensão será aplicada em caso de reincidência em
XII - simular doença para esquivar-se ao cumprimento de falta punida com advertência, ou quando a infração dos de- veres e
vedações funcionais, pela gravidade, justificar a sua im- posição.
obrigação ou dever funcional;

225
LEGISLAÇÃO
Art. 135 O curso da prescrição começa a fluir da data em que
§ 1º A suspensão também será aplicada nas hipóteses de prá- for cometida a falta e interrompe-se pela instauração do processo
tica, pelo membro da Defensoria Pública, de infração que consti- administrativo disciplinar.
tua crime contra a administração pública ou ato de improbidade Parágrafo único. O curso da prescrição suspende-se, continu-
administrativa, que não implique na perda da função pública.
ando a correr no prazo restante, enquanto não resolvida em outro
§ 2º A suspensão acarretará a perda dos direitos e vantagens processo de qualquer natureza, questão de que dependa o reco-
decorrentes do exercício do cargo, não podendo ter início durante nhecimento da infração.
o período de férias ou de licença. Art. 136 (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
§ 3º Quando houver conveniência para o serviço, o Defensor
Público-Geral poderá converter a suspensão em multa, no valor de CAPÍTULO II
50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento, permane- cendo DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR
o membro da Defensoria Pública no exercício de suas fun- ções.
Art. 129 A remoção compulsória será aplicada sempre que Art. 137 Nenhuma sanção será aplicada a membro da Defen-
a infração praticada, pela sua gravidade e repercussão tornar in- soria Pública sem que lhe seja facultado o direito à ampla defesa,
compatível, a permanência do faltoso no órgão de atuação de sua obedecido o devido processo legal.
lotação. Art. 137-A A apuração das infrações disciplinares será feita
Art. 130 Aplicar-se-á a pena de demissão nos casos de infra- mediante: (Acrescentado pela LC 608/18)
ção aos deveres e vedações funcionais graves, tais como: I - pedido de explicações;
I - abandono de cargo, pela interrupção injustificada do exer- II - sindicância;
cício das funções por mais de 30 (trinta) dias consecutivos ou 60 III - processo administrativo disciplinar.
(sessenta) dias intercalados durante o ano civil; Parágrafo único O pedido de explicações e a sindicância pos-
II - conduta incompatível com o exercício do cargo; suem natureza meramente informativa, sem caráter contraditório
III - ineficiência comprovada com caráter de habitualidade, no e punitivo.
desempenho dos encargos de sua competência; Art. 137-B O despacho de abertura dos procedimentos previs-
IV - reincidência em infração punida com suspensão ou remo- tos no art. 137-A, incisos I e II, desta Lei Complementar inaugura- rá
ção compulsória. o procedimento investigatório ou de apuração. (Acrescentado pela
Parágrafo único Para os fins previstos no inciso II deste artigo, LC 608/18)
consideram-se incompatíveis com o exercício do cargo, dentre ou- Art. 137-C Na decisão de instauração do processo administra-
tras, as infrações penais praticadas contra a administração e a fé tivo disciplinar, ou no seu curso, o Conselho Superior da Defenso-
pública e as que importem lesão aos cofres públicos e dilapidação ria Pública poderá afastar ou remover o acusado do exercício do
do patrimônio público ou de bens confiados à sua guarda. (Nova cargo, desde que demonstrada a necessidade da medida para a
redação dada pela LC 608/18) garantia da regular apuração dos fatos ou em atenção ao interesse
Art. 131 A cassação de disponibilidade ou de aposentadoria público. (Acrescentado pela LC 608/18)
terá lugar se ficar comprovado que o membro da Defensoria Pú- § 1º O afastamento não excederá ao prazo ordinário fixado
blica praticou, quando em atividade, falta passível de demissão. nesta Lei Complementar para o processamento do processo admi-
(Nova redação dada pela LC 608/18) nistrativo disciplinar, podendo, excepcionalmente, ser prorrogado
Art. 132 Caracteriza a reincidência, para os efeitos previstos por até igual período mediante decisão do Conselho Superior, se
neste Capítulo, com o cometimento pelo membro da Defensoria mantida a necessidade referida no caput deste artigo.
Pública, de infração disciplinar após a aplicação de penalidade de- § 2º O afastamento dar-se-á sem prejuízo dos direitos e van-
finitiva por outra infração administrativa. tagens do acusado, constituindo medida acautelatória, sem cará-
§ 1º Anterior firmamento de termo de ajustamento de condu- ter de sanção.
ta bem como termo circunstanciado administrativo não caracteri- Art. 137-D No processo administrativo disciplinar fica assegu-
za a reincidência. (Acrescentado pela LC 608/18) rado aos membros da Defensoria Pública do Estado o exercício
§ 2º. Na hipótese em que haja transcorrido período igual ou de ampla defesa, pessoalmente ou por advogado, mediante inti-
superior a 2 (dois) anos, contados do cumprimento da penalidade mação de todos os atos do procedimento. (Acrescentado pela LC
pela infração anterior, a reincidência deixa de operar os efeitos 608/18)
previstos neste Capítulo. (Renumerado de parágrafo único para § Art. 137-E Considerando a obediência aos princípios da efi-
2º pela LC 608/18) ciência e do interesse público por meio da racionalização dos
Art. 133 As decisões referentes à imposição de sanção dis- procedimentos administrativos, antes da instauração de processo
ciplinar, com menção dos fatos que lhe deram causa, constarão do administrativo disciplinar, o Corregedor-Geral poderá firmar ter-
prontuário do Defensor Público. (Nova redação dada ao artigo pela mo de ajustamento de conduta bem como termo circunstanciado
LC 608/18) administrativo. (Acrescentado pela LC 608/18)
Parágrafo único Decorridos 2 (dois) anos da imposição de san- § 1º O termo de ajustamento de conduta poderá ser firmado
ção disciplinar, sem cometimento de nova infração, não mais po- nos casos em que a infração disciplinar recomendar a sanção de
derá ela ser considerada em prejuízo do Defensor Público. advertência e o membro da Defensoria Pública não seja reinci-
Art. 134 Ocorrerá a prescrição: dente bem como não tenha igualmente sido contemplado com
I - em 2 (dois) anos quando a falta for sujeita às penas de ad- igual medida nos 3 (três) anos anteriores a prática da infração dis-
vertência, suspensão e remoção compulsória; ciplinar.
II - em 5 (cinco) anos nos demais casos. § 2º O termo circunstanciado administrativo terá lugar em caso
Parágrafo único. Quando a infração constituir também crime de conduta culposa de extravio ou dano a bem público que implicar
contra a administração pública, a prescrição regular-se-á pelas em prejuízo de pequeno valor.
disposições da lei penal.

226
LEGISLAÇÃO
§ 1º Colhidos os elementos necessários à comprovação do fato
§ 3º Para os fins do disposto neste artigo, considera-se preju- e da autoria, será imediatamente ouvido o sindicado, que de- verá
ízo de pequeno valor aquele cujo preço de mercado para aquisi- ção ser pessoalmente intimado com antecedência mínima de 2 (dois)
ou reparação do bem extraviado ou danificado seja igual ou inferior dias.
ao limite estabelecido como de licitação dispensável, nos termos da § 2º Se o sindicado não for encontrado, se furtar à intimação
legislação. ou não comparecer para ser ouvido, será declarada encerrada a
§ 4º O firmamento do termo de ajustamento de conduta e do fase investigativa.
termo circunstanciado administrativo independe da prévia exis- Art. 141 (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
tência de pedido de explicações ou sindicância e deverá constar do Art. 142 Concluída a fase investigativa, o sindicante, em 10
prontuário do Defensor Público, vedado seu uso senão unica- (dez) dias, elaborará relatório onde examinará os elementos da
mente para efeitos deste artigo. sindicância, remetendo os autos ao Conselho Superior que pro-
§ 5º As medidas previstas neste artigo dependem de expressa ferirá julgamento concluindo pela adoção de uma das seguintes
aceitação do membro da Defensoria Pública. medidas: (Nova redação dada ao artigo pela LC 608/18)
§ 6º O termo de ajustamento de conduta e o termo circuns- I - termo de ajustamento de conduta;
tanciado administrativo deverão obrigatoriamente ser subme- II - termo circunstanciado administrativo;
tidos à homologação pelo Conselho Superior que poderá, moti- III - instauração de processo administrativo disciplinar;
vadamente, recusar a homologação e decidir pela instauração de IV - arquivamento da sindicância.
procedimento administrativo disciplinar. Parágrafo único Não caberá recurso da decisão proferida em
§ 7º O descumprimento de quaisquer das medidas impostas sindicância.
sujeitará a análise, pelo Conselho Superior, da instauração de pro- Art. 143 (Revogado) (Revogado pela LC 608/18)
cesso administrativo disciplinar.
§ 8º O firmamento de termo de ajustamento de conduta ou de SEÇÃO I-A
termo circunstanciado administrativo suspende o curso do pra- zo DO PEDIDO DE EXPLICAÇÕES
prescricional previsto no art.134 desta Lei Complementar,ocor- (Acrescentada pela LC 608/18)
rendo a retomada da contagem do prazo na hipótese de descum-
primento de medida imposta no termo e a partir da data em que se Art. 143 O Corregedor-Geral, antes da deflagração de sindi-
deveria implementar a condição descumprida. cância ou processo administrativo disciplinar, poderá instaurar
Art. 137-F Poderão ser concedidas diárias: (Acrescentado pela procedimento de pedido de explicações visando dar oportunida- de
LC 608/18) ao interessado para se manifestar acerca de irregularidade que lhe
I - ao Defensor Público convocado para prestar depoimento, tenha sido atribuída. (Acrescentado pela LC 608/18)
fora da sede da Comarca onde exerce suas atividades, na condição Parágrafo único O regimento interno da Corregedoria-Geral
de sindicado, acusado, informante ou testemunha; disporá sobre as regras de instauração e processamento do pedi-
II - aos membros da Comissão Processante, quando obrigados do de explicações, de caráter reservado.
a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de missão
essencial ao esclarecimento dos fatos. SEÇÃO II
Art. 137-G Nos casos de omissão desta Lei Complementar em DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
relação aos procedimentos disciplinares, aplicam-se, subsidiaria-
mente, as normas que dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Art. 144 Compete ao Conselho Superior da Defensoria Públi- ca
Públicos Civis do Estado de Mato Grosso, do Código de Processo decidir pela instauração de processo administrativo disciplinar
Penal e Código de Processo Civil. (Acrescentado pela LC 608/18) contra membro da Defensoria Pública, por proposição do Defen-
sor Público-Geral ou da Corregedoria-Geral, para a apuração das
SEÇÃO I infrações disciplinares previstas no artigo 125 desta Lei Comple-
DA SINDICÂNCIA mentar. (Nova redação dada ao artigo pela LC 608/18)
§ 1º O Corregedor-Geral relatará a acusação perante o órgão
Art. 138 A sindicância, sempre de caráter sigiloso, será pro- colegiado, com direito a voto.
cessada pela Corregedoria-Geral como preliminar do processo § 2º O Defensor Público e seu advogado, se houver, serão in-
administrativo disciplinar, quando necessário, por despacho mo- timados da data da sessão do julgamento, sendo facultada a sus-
tivado, devendo estar concluída no prazo de 90 (noventa) dias, a tentação oral, na forma do regimento interno do colegiado.
contar da instalação dos trabalhos, prorrogável por igual período, § 3º O colegiado poderá, sendo o caso, decidir pela adoção de
salvo motivo de força maior. (Nova redação dada pela LC 608/18) medida descrita no art. 137-E desta Lei Complementar,ainda que
Art. 139 Compete ao Corregedor-Geral a instauração de sindi- tenha ocorrido anterior recusa do acusado, devendo especificar as
cância: (Nova redação dada ao artigo pela LC 608/18) condições para firmamento do termo sendo que no caso de recusa
I - de ofício; de assinatura do termo pelo Defensor Público o procedi- mento
II - mediante proposição do Defensor Público-Geral, Conselho disciplinar prosseguirá até seus ulteriores termos, vedada nova
Superior ou dos Defensores Públicos de Segunda Instância; oportunização da medida.
III - por provocação de qualquer pessoa, desde que forneça § 4º Na oportunidade em que determinar a instauração do
elementos indiciários de infração disciplinar. processo administrativo disciplinar o colegiado decidirá funda-
Parágrafo único No despacho de instauração da sindicância o mentadamente sobre o afastamento do cargo do membro proces-
Corregedor-Geral nomeará o sindicante, observando-se, no que sado até a decisão final, ou, conforme lhe parecer conveniente ou
couber, a regra contida no art. 147 desta Lei Complementar. oportuno, por prazo determinado, assegurado o subsídio integral.
Art. 140 O sindicante deverá colher todas as informações § 5º Da decisão proferida pelo colegiado não caberá recurso.
necessárias, bem como proceder à juntada de quaisquer docu-
mentos capazes de esclarecer o ocorrido e identificar a autoria,
quando necessário. (Nova redação dada ao artigo pela LC 608/18)

227
LEGISLAÇÃO
II - se estiver em lugar certo e conhecido em município diver-
Art. 145 Decidindo o Conselho Superior pela instauração de so daquele em que se encontrar estabelecida a Comissão Proces-
processo administrativo disciplinar serão os autos encaminhados sante o acusado será citado por via postal, em carta registrada com
ao Defensor Público-Geral para que promova a publicação da por- aviso de recebimento em mão própria, cujo comprovante se juntará
taria inaugural. (Nova redação dada ao artigo pela LC 608/18) ao processo, fazendo-se acompanhar junto da citação os
Parágrafo único A portaria indicará os membros da Comissão documentos relacionados no inciso I deste artigo.
Processante e conterá a imputação dos fatos e a delimitação do § 1º Não sendo encontrado, o acusado será citado por edital,
teor da acusação. inserto duas vezes seguidas no Diário Oficial do Estado, com inter-
Art. 146 A Comissão Processante será composta por 3 (três) valo mínimo de 10 (dez) dias entre a primeira e a segunda publi-
Defensores Públicos estáveis na carreira, cabendo a presidência cação, contando-se o prazo para responder a acusação da data da
a um membro de categoria igual ou superior ao processado, por última publicação.
indicação e nomeação do Defensor Público-Geral. (Nova redação § 2º O secretário da Comissão certificará no processo as datas
dada ao artigo pela LC 608/18) em que os editais foram publicados, juntando cópia nos autos.
§ 1º A Comissão Processante terá como secretário servidor § 3º Considerar-se-á revel o acusado que, regularmente cita-
designado pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um do, não apresentar defesa no prazo assinado.
de seus membros. § 4º Para efeitos de citação ou intimação do acusado, será
§ 2º Os membros da comissão processante não pertencente observado o endereço constante dos registros de assentamentos
aos quadros da Corregedoria-Geral poderão ser dispensados do contidos na Defensoria Pública, sendo ainda lícito o cumprimento
exercício de suas funções na Defensoria Pública até a entrega do do ato na repartição de trabalho do acusado.
relatório expositivo, quando necessário. Art. 152 Na resposta o acusado poderá arguir preliminares e
Art. 147 Não poderá ser designado para integrar a Comissão alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos
Processante, mesmo como secretário desta, parente consanguí- e justificações, especificar provas pretendidas e arrolar testemu-
neo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, do nhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua
denunciante ou denunciado. (Nova redação dada ao artigo pela LC intimação, se necessário. (Nova redação dada ao artigo pela LC
608/18) 608/18)
Parágrafo único O designado declinará desde logo, à autori- § 1º Não apresentada a resposta no prazo legal o presidente da
dade competente, o impedimento que houver, observando-se o Comissão Processante solicitará ao Defensor Público-Geral a
disposto no art. 113 desta Lei Complementar. nomeação Defensor Público que deverá oferecê-la, concedendo-
Art. 148 À Comissão Processante serão assegurados todos os -lhe vista dos autos por 10 (dez) dias.
meios necessários ao desempenho de suas funções. § 2º O Defensor Público nomeado somente poderá escusar-se
Parágrafo único. Os órgãos estaduais e municipais deverão da incumbência por suspeição ou impedimento.
atender com a máxima presteza as solicitações da Comissão, in- § 3º O acusado poderá, a qualquer tempo, constituir advo-
clusive requisição de técnicos e peritos. gado, que substituirá o membro da Defensoria Pública do Estado
Art. 149 A Comissão Processante exercerá suas atividades com designado, recebendo o processo no estado em que se encontra.
independência e imparcialidade, assegurado o sigilo neces- sário à § 4º O acusado, mediante manifestação expressa e a qual- quer
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administra- ção. momento, poderá optar por fazer sua própria defesa, dis-
(Nova redação dada ao caput pela LC 608/18) pensando-se, neste caso, a nomeação de dativo.
§ 1º As reuniões e as audiências das comissões terão caráter Art. 153 Findo o prazo para responder à acusação, o presi-
reservado. (Nova redação dada pela LC 608/18) dente da Comissão Processante designará data para audiência
§ 2º (revogado) (Revogado pela LC 608/18) de instrução, podendo indeferir fundamentadamente os pedidos
§ 2º (revogado) (Revogado pela LC 608/18) impertinentes ou que tiverem intuito protelatório. (Nova redação
§4º (revogado) (Revogado pela LC 608/18) dada ao caput pela LC 608/18)
Art. 150 A Comissão Processante deverá iniciar seus trabalhos § 1º (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
dentro de 5 (cinco) dias úteis a contar de sua constituição, deven- § 2º (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
do concluí-los em até 120 (cento e vinte) dias, a partir da citação do Art. 154 As intimações do acusado e de seu defensor poderão
acusado, prorrogáveis por iguais períodos mediante solicita- ção ser efetuadas por via postal, com aviso de recebimento em mão
motivada do presidente, a critério do Defensor Público-Geral. (Nova própria, juntando-se o comprovante aos autos. (Nova redação dada
redação dada ao artigo pela LC 608/18) ao artigo pela LC 608/18)
§ 1º Compete à Comissão Processante arrolar as testemu- Parágrafo único Não sendo possível a intimação por via postal
nhas, em número não superior a 08 (oito), podendo haver subs- ou pessoalmente, proceder-se-á a intimação pela imprensa ofi- cial.
tituição na hipótese de não serem encontradas para prestarem Art. 155 O processo seguirá sem a presença do acusado que,
depoimento. intimado pessoalmente para ato procedimental, deixar de compa-
§ 2º A conclusão dos trabalhos da Comissão Processante fora recer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residên-
do prazo não implica em nulidade. cia, não comunicar o novo endereço à Comissão Processante, res-
Art. 151 O acusado será citado para responder a acusação, por guardado, em qualquer caso, a obrigatoriedade da intimação do
escrito, no prazo de 10 (dez) dias, por uma das seguintes for- mas: defensor constituído ou nomeado. (Nova redação dada ao caput
(Nova redação dada ao artigo pela LC 608/18) pela LC 608/18)
I - pessoalmente, devendo ser enviada, junto à citação, cópia § 1º Ocorrendo a hipótese prevista no caput deste artigo, a
da decisão de instauração, da portaria e da ata de instalação que Comissão Processante deverá decretar a revelia do acusado, dei-
permita ao acusado conhecer o motivo do procedimento discipli- xando de intimá-lo para os atos subsequentes. (Nova redação dada
nar e o enquadramento administrativo atribuído em seu desfavor pela LC 608/18)
bem como o rol de testemunhas, até o máximo de 8 (oito), apre- § 2º (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
sentadas pela Comissão Processante;

228
LEGISLAÇÃO
§ 1º Ante a expedição da precatória o presidente da Comissão
Art. 156 Serão intimados para comparecerem à audiência as sobrestará o andamento do processo administrativo disciplinar, no
testemunhas arroladas, o acusado e seu advogado: (Nova redação prazo marcado para o ato, comunicando o fato ao Defensor Público-
dada ao caput pela LC 608/18) Geral.
I - (revogado) (Revogado pela LC 608/18) § 2º Findo o prazo marcado na carta precatória, o presiden- te
II - (revogado) (Revogado pela LC 608/18) da Comissão dará prosseguimento ao processo administrativo
§ 1º As testemunhas serão intimadas mediante mandado ex- disciplinar, juntando aos autos a precatória, caso seja devolvida.
pedido pelo presidente da Comissão Processante, devendo apor Art. 159 O depoimento será prestado oralmente e reduzido
seus cientes na segunda via, a qual será anexada ao processo. a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito, sen- do-
(Acrescentado pela LC 608/18) lhe, porém, facultada breve consulta a apontamentos. (Nova
§ 2º As testemunhas arroladas pela Comissão Processante redação dada ao caput pela LC 608/18)
serão obrigadas a comparecer às audiências quando regularmen- te § 1º (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
intimadas e, se injustificadamente não o fizerem, poderão ser § 2º (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
conduzidas pela autoridade policial, mediante requisição do pre- Art. 160 Ao ser inquirida uma testemunha, as demais não po-
sidente da Comissão. (Acrescentado pela LC 608/18) derão estar presentes, a fim de evitar-se que uma ouça o depoi-
§ 3º No caso de servidor público arrolado como testemunha, a mento da outra. (Nova redação dada pela LC 608/18)
expedição do mandado será acompanhada de requisição ao che- fe Art. 161 A testemunha somente poderá eximir-se de depor nos
da repartição onde servir, com a indicação do dia, hora e local em casos previstos na lei penal. (Nova redação dada ao caput pela LC
que se procederá à inquirição. (Acrescentado pela LC 608/18) 608/18)
§ 4º No caso de ser arrolado como testemunha o Governa- dor § 1º No caso em que pessoas estranhas ao serviço público
do Estado, o Vice- Governador do Estado, os Secretários de Estado, se recusarem a depor perante a Comissão Processante, seu presi-
o Procurador-Geral do Estado, os Chefes das Casas Civil e Militar, dente poderá solicitar à autoridade policial competente providên-
bem como os presidentes ou diretores-presidentes das entidades cias no sentido de serem elas ouvidas na polícia, encaminhando,
da Administração Pública Estadual Direta e Indireta, e as para tanto, à autoridade policial solicitada, a matéria reduzida a
autoridades federais, estaduais ou municipais de níveis hierár- itens, sobre os quais devam ser ouvidas. (Nova redação dada pela
quicos a eles assemelhados, o depoimento será colhido em dia, LC 608/18)
hora e local previamente ajustado entre o presidente da Comissão § 2º (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
e a autoridade arrolada. (Acrescentado pela LC 608/18) Art. 162 Durante o processo, poderá o presidente, ouvido os
§ 5º Se as testemunhas de defesa não forem encontradas e demais membros da Comissão Processante, ordenar qualquer di-
o acusado, intimado do ato, não indicar outras em substituição, no ligência que seja requerida ou que julgue necessária ao esclareci-
prazo de 3 (três) dias, prosseguir-se-á nos demais termos do mento do fato. (Nova redação dada ao artigo pela LC 608/18)
processo. (Acrescentado pela LC 608/18) § 1º Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acu-
§ 6º O cumprimento do mandado de intimação poderá ser sado, a Comissão proporá ao Defensor Público-Geral a submissão
efetuado por qualquer dos membros da Comissão Processante ou daquele à exame por junta médica, da qual participe, pelo menos,
pelo secretário, servidor pertencente aos quadros da Corregedo- um médico psiquiatra, preferencialmente do quadro do órgão de
ria-Geral ou Oficial de Diligências. (Acrescentado pela LC 608/18) perícia oficial do Estado.
§ 7º Não comparecendo à audiência o advogado do acusado, § 2º Na hipótese do §1º, o presidente da Comissão poderá
embora intimado, o presidente da Comissão Processante nome- ará solicitar ao Defensor Público-Geral o sobrestamento do processo
Defensor Público ad hoc para o ato. (Acrescentado pela LC 608/18) administrativo disciplinar até a conclusão da perícia.
Art. 157 As testemunhas serão inquiridas pelo presidente Art. 163 Encerrada a colheita da prova testemunhal, o acusa-
da Comissão Processante, facultado o direito de reperguntas, as do será interrogado. (Nova redação dada ao artigo pela LC 608/18)
quais poderão ser formuladas diretamente à testemunha pelo § 1º O interrogatório será realizado, preferencialmente, na
acusado ou seu advogado. (Nova redação dada ao artigo pela LC audiência de instrução, após a oitiva das testemunhas.
608/18) § 2º Não sendo possível a realização do interrogatório na au-
§ 1º As testemunhas de defesa serão inquiridas após aquelas diência de instrução, o acusado e seu advogado serão intimados da
arroladas pela Comissão Processante, salvo expressa concordân- designação da data e horário e, não comparecendo aquele,
cia do acusado e seu advogado. prosseguirá o processo à revelia, com a presença do defensor
§ 2º Na impossibilidade de inquirir todas as testemunhas na constituído ou nomeado.
mesma audiência, o presidente da Comissão Processante poderá, § 3º No caso de acusado revel, o presidente da Comissão Pro-
desde logo, designar tantas datas quantas forem necessárias para cessante determinará seja procedida a intimação para compare- cer
tal fim, saindo intimados todos os interessados. ao interrogatório via imprensa oficial do Estado, por uma única vez.
§ 3º Se o presidente da Comissão Processante verificar que a § 4º O defensor do acusado poderá formular perguntas no
presença do acusado poderá influir no ânimo do denunciante ou interrogatório.
testemunha, solicitará que se retire, prosseguindo na inquirição § 5º No caso de mais de um acusado, cada um deles será ou-
vido separadamente, podendo ser promovida acareação, sempre
com a presença do defensor e fazendo a ocorrência constar do
que divergirem em suas declarações.
termo respectivo.
§ 6º É lícito ao acusado permanecer em silêncio no interroga-
Art. 158 Quando a testemunha residir fora da Comarca na qual
tório, no tocante aos fatos, sendo-lhe obrigatório responder ape-
tramita o processo administrativo disciplinar, poderá o pre- sidente
nas as perguntas atinentes a sua qualificação.
da Comissão Processante solicitar sua inquirição a Defen- sor
Público ou autoridade policial com atuação no Núcleo local,
expedindo-se para esse fim carta precatória, com prazo razoável,
intimando dessa providência o acusado e seu defensor. (Nova re-
dação dada ao artigo pela LC 608/18)

229
LEGISLAÇÃO
§ 2º Não aceitando o acusado o firmamento de termo de
Art. 164 A Comissão Processante poderá conhecer de acusa- ajustamento de conduta ou termo circunstanciado administrativo
ções novas contra o acusado ou de denúncia contra outro membro deverá o Conselho Superior concluir o julgamento, com a aplica-
da Defensoria Pública que não figure na portaria, ao que deverá
ção da sanção cabível.
representar ao Conselho Superior sobre a necessidade de decidir
§ 3º Verificada a ocorrência de vício insanável, o Conselho Su-
pelo aditamento à portaria ou que decida sobre a instauração de
perior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e determinará ao
outro processo administrativo disciplinar contra o infrator. (Nova
Defensor Público-Geral, no mesmo ato, a constituição de outra
redação dada ao artigo pela LC 608/18)
Comissão Processante que deverá refazer os atos anulados.
Parágrafo único Decidindo o colegiado pelo aditamento, de-
§ 4º A punição ao acusado somente será imposta pelo voto da
verá o Defensor Público-Geral publicar a portaria, sendo o acu- sado maioria absoluta dos membros do colegiado.
intimado do ato, oportunidade em que poderá arrolar, no prazo de § 5º Ocorrendo divergência quanto à pena, sem que se tenha
5 (cinco) dias, até 3 (três) testemunhas, qualificando-as e formado maioria absoluta por uma delas, cada sugestão de pena
requerendo a intimação pessoal para comparecerem em audi- deverá ser votada separadamente para que seja aplicada somente
ência, se necessário. aquela que alcançar quórum de maioria absoluta na deliberação,
Art. 165 Constará dos autos o prontuário do acusado. (Nova iniciando-se a votação pela pena mais branda dentre as que rece-
redação dada ao caput pela LC 608/18) beram votos.
Parágrafo único (revogado) (Revogado pela LC 608/18) § 6º A ausência do acusado ou seu defensor na sessão de jul-
Art. 166 Encerrada a instrução, o acusado terá vista dos autos gamento, quando previamente intimado, não implicará adiamen-
para oferecer alegações escritas, no prazo de 10 (dez) dias. (Nova to tampouco nulidade do ato.
redação dada à íntegra do artigo pela LC 608/18) § 7º Da decisão proferida será intimado o acusado e seu advo-
I - (revogado) (Revogado pela LC 608/18) gado, quando constituído ou nomeado.
II- (revogado) (Revogado pela LC 608/18) § 8º O julgamento de processo administrativo disciplinar pos-
III- (revogado) (Revogado pela LC 608/18) sui prioridade sobre qualquer outro procedimento, cabendo ao
IV- (revogado) (Revogado pela LC 608/18) presidente do órgão colegiado zelar pela inclusão em pauta.
V- (revogado) (Revogado pela LC 608/18) Art. 168-A Transitada em julgado a decisão condenatória se-
§ 1º O prazo previsto no caput deste artigo tem início no pri- rão os autos remetidos imediatamente ao Defensor Público-Geral
meiro dia útil subsequente à audiência na qual se realizou o in- para publicação do ato correspondente. (Acrescentado pela LC
terrogatório do acusado ou após a intimação deste, quando pen- 608/18)
dente diligência que necessite ser realizada ou finalizada antes do § 1º Aplicada a pena de demissão, a publicação do ato corres-
oferecimento das alegações escritas. pondente pelo Defensor Público-Geral impede a instauração de
§ 2º A vista dos autos processuais será concedida, sempre, novos processos administrativos contra o demitido, resguardado o
na repartição, mediante requerimento do acusado ou defensor, ou regular trâmite, até o encerramento, de processo administrativo já
fora da repartição mediante cópia às expensas do requerente, instaurado.
podendo ser requerida cópia digitalizada dos autos. § 2º A vedação contida no § 1º deste artigo deixa de existir em
caso de reintegração, respeitado o prazo prescricional.
§ 3º Em não oferecendo, o acusado ou seu defensor, as ale-
Art. 168-B O membro da Defensoria Pública do Estado que
gações finais, o presidente da Comissão Processante nomeará De-
responder a processo administrativo disciplinar só poderá ser exo-
fensor Público ad hoc para o ato.
nerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclu-
Art. 167 Oferecidas as alegações finais, a Comissão Proces-
são do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada
sante fará relatório do apurado e declarará encerrados os traba- (Acrescentado pela LC 608/18)
lhos de instrução, encaminhando o processo administrativo disci-
plinar ao Conselho Superior para julgamento. (Nova redação dada SEÇÃO II-A
ao artigo pela LC 608/18) DO RECURSO
§ 1º No relatório é vedado à Comissão Processante o ingresso (Acrescentada pela LC 608/18)
no mérito dos fatos apurados.
§ 2º No colegiado, o processo administrativo disciplinar será Art. 168-C Das decisões proferidas pelo Conselho Superior, em
distribuído a um relator que, no prazo de 30 (trinta) dias, deverá julgamento final de processo administrativo disciplinar, é ca- bível
pedir inclusão em pauta para julgamento. somente embargos declaratórios em casos de erro, omissão,
Art. 168 No julgamento em sessão pública, do qual deverá o contradição ou obscuridade, no prazo de 10 (dez) dias contados da
acusado e seu advogado serem previamente intimados, o Conse- intimação do acusado e seu defensor. (Acrescentado pela LC
lho Superior proferirá decisão adotando uma das seguintes medi- 608/18)
das: (Nova redação dada ao artigo pela LC 608/18) Parágrafo único Os embargos serão dirigidos ao relator do
I - propor o firmamento de termo de ajustamento de conduta processo administrativo disciplinar e serão julgados na forma do
ou termo circunstanciado administrativo; regimento interno do colegiado, observado ainda o art. 168 desta
II - julgar improcedente a imputação; Lei Complementar no que for cabível.
III - julgar procedente a imputação, decidindo pela aplicação da
penalidade disciplinar cabível; SEÇÃO III
IV - reconhecer a existência de vício insanável. DA REVISÃO
§ 1º A medida prevista no inciso I deste artigo somente será
admissível quando não tiver ocorrido anterior recusa pelo Defen- Art. 169 Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão de punição
sor Público, na forma do § 3º do art. 144 desta Lei Complementar, disciplinar, sempre que forem alegados fatos novos, circunstân- cias
devendo o colegiado, no ato da decisão, especificar as condições ainda não apreciadas ou vícios insanáveis de procedimento capazes
para firmamento do termo. de justificar, respectivamente, redução ou anulação da penalidade.
(Nova redação dada ao artigo pela LC 608/18)

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LEGISLAÇÃO
cionalidade do quadro da Defensoria Pública, permanecendo os
§ 1º Não constitui fundamento para a revisão a simples alega- requisitos do art. 50, como pressupostos para a confirmação na
ção de injustiça da penalidade imposta. carreira. (Nova redação dada ao caput pela LC 608/18)
§ 2º Não será admitida a reiteração do pedido de revisão pelo I - (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
mesmo motivo. II - (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
§ 3º Compete ao Conselho Superior julgar a revisão de puni- III - (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
ção disciplinar de seus julgados. IV - (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
Art. 170 A revisão poderá ser requerida pelo próprio interes- V - (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
sado ou, em caso de sua morte, ausência ou interdição, pelo côn- Parágrafo único. (revogado) (Revogado pela LC 608/18)
juge ou companheiro, ascendente, descendente ou irmãos. (Nova Art. 176 É gratuita a publicação no Diário Oficial do Estado
redação dada ao artigo pela LC 608/18)
dos atos e editais de interesse da Defensoria Pública.
§ 1º O pedido de revisão, devidamente instruído, inclusive com
Art. 177 Os prazos previstos nesta lei complementar serão
o rol das testemunhas, será dirigido ao presidente do órgão
contados em dias corridos.
colegiado.
§ 1º Computar-se-ão os prazos, excluídos o dia do começo e
§ 2º O presidente do órgão colegiado poderá indeferir, de pla-
incluído o do vencimento.
no, pedido de revisão que flagrantemente não atenda aos requisi-
§ 2º Os prazos somente começam a fluir do primeiro dia útil
tos do art. 169 desta Lei Complementar, submetendo a decisão à
após a publicação, a citação, a intimação ou a notificação pessoal.
homologação pelo Conselho Superior. Art. 178 A Defensoria Pública elaborará sua proposta orça-
Art. 171 Deferido o processamento do pedido, os autos da mentária, dentro dos limites estabelecidos na respectiva Lei de
revisão serão apensados ao processo original, sorteando-se re- Diretrizes Orçamentárias, com liberação mensal dos seus recursos
lator dentre os membros do órgão colegiado a quem incumbirá em duodécimo.
a instrução do pedido revisional no prazo de 120 (cento e vinte) Art. 179 Fica criado, no âmbito da Defensoria Pública do Es-
dias, prorrogável por igual período, apresentando, ao final, relató- tado de Mato Grosso, o Fundo de Aperfeiçoamento e Desenvol-
rio conclusivo para julgamento perante o órgão colegiado. (Nova vimento das Atividades da Defensoria Pública do Estado de Mato
redação dada ao artigo pela LC 608/18) Grosso - FUNADEP, que será constituído dos seguintes recursos:
§ 1º No processo revisional, o ônus da prova cabe ao reque- (Nova redação dada pela LC 604/18)
rente. I - honorários de sucumbência pagos a favor da Defensoria
§ 2º Não poderá ser relator aquele que, no julgamento do Pública;
processo administrativo disciplinar, o relatou. II - dotações orçamentárias próprias; (Nova redação dada pela
§ 3º Aplicar-se-á no trâmite do processo revisional, no que LC 604/18)
couber, o procedimento previsto no art. 144 e seguintes desta Lei III - recursos provenientes da transferência de outros Fundos;
Complementar. (Nova redação dada pela LC 604/18)
Art. 172 Julgada procedente a revisão poderá ser cancelada ou IV - auxílios, subvenções, doações e contribuições de entida-
modificada a pena imposta ou anulado o processo, restabele- des públicas ou privadas, pessoas físicas, nacionais ou estrangei-
cendo-se todos os direitos atingidos pela sanção imposta. (Nova ras, destinadas a atender as finalidades previstas no art. 179-A
redação dada ao caput pela LC 608/18) desta Lei Complementar; (Acrescentado pela LC 604/18)
§ 1º Da revisão do processo não poderá resultar agravamento V - recursos provenientes de aluguéis ou permissões de uso de
de penalidade. (Nova redação dada pela LC 608/18) espaços livres para terceiros onde funcionem os órgãos da De-
§ 2º (revogado) (Revogado pela LC 608/18) fensoria Pública; (Acrescentado pela LC 604/18)
§ 3º (revogado) (Revogado pela LC 608/18) Art. VI - recursos provenientes do produto da alienação de equi-
173 (revogado) (Revogado pela LC 608/18) pamentos, veículos, outros materiais permanentes ou material
inservível ou dispensável; (Acrescentado pela LC 604/18)
TÍTULO V VII - rendimentos dos depósitos bancários ou aplicações fi-
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS, GERAIS E TRANSITÓRIAS nanceiras realizadas em conta do Fundo; (Acrescentado pela LC
604/18)
Art. 174 A Defensoria Pública poderá celebrar convênios com VIII - outros recursos que lhe forem expressamente atribuí-
entidades de ensino superior oficial ou reconhecida, a fim de dos. (Acrescentado pela LC 604/18)
propiciar estágio profissional aos estudantes de Direito, Serviço Parágrafo único O saldo positivo do FUNADEP, apurado em
Social e Psicologia, desempenhando tarefas que lhe forem come- balanço no término de cada exercício, será transferido para o
tidas em consonância com as instruções baixadas pelo Defensor exercício seguinte, a crédito do mesmo Fundo. (Nova redação dada
Público-Geral. pela LC 604/18)
§ 1º O estágio forense do acadêmico de Direito realizado nos Art. 179-A O FUNADEP tem por finalidade complementar os
termos deste artigo, para a sua validade como serviço de prática recursos financeiros indispensáveis ao custeio e ao investimento da
forense, dependerá de convênio celebrado com a Ordem dos Ad- Defensoria Pública, voltados à consecução de sua finalidade
vogados do Brasil. institucional e ao aperfeiçoamento jurídico de membros e servi-
§ 2º O convênio obedecerá aos termos do art. 145 e parágra- dores. (Acrescentado pela LC 604/18)
fos da Lei Complementar Federal nº 80/94. Parágrafo único É vedada a aplicação das receitas do FUNA-
Art. 175 Enquanto não forem preenchidos os cargos de De- DEP em despesas com pessoal. (Acrescentado pela LC 604/18)
fensores Públicos previstos no art. 34 desta Lei Complementar, Art. 179-B O FUNADEP terá como gestor o Defensor Público-
referente às diversas Classes, o Conselho Superior, mediante pro- -Geral do Estado. (Acrescentado pela LC 604/18)
posta do Defensor Público-Geral, poderá efetuar a promoção de § 1º O Defensor Público-Geral, por ato próprio, poderá de-
Defensor Público de 1ª Classe, em estágio probatório e denomina- legar a função de gestão do FUNADEP a membro ou servidor.
do Substituto, para Classe mais elevada, tendo em vista a excep- (Acrescentado pela LC 604/18)

231
LEGISLAÇÃO
§ 2º O Defensor Público-Geral do Estado designará equipe
especial de trabalho na Defensoria Pública incumbida de organi- zar LEI ESTADUAL Nº 10.773, DE 5 DE DEZEMBRO DE 2018,
a contabilidade financeira e o plano de aplicação de recursos. QUE DISPÕE SOBRE A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL,
(Acrescentado pela LC 604/18) O QUADRO DE PESSOAL E O PLANO DE CARREIRAS
Art. 179-C Os bens adquiridos pelo FUNADEP serão incorpo- DE APOIO ADMINISTRATIVO DA DEFENSORIA
rados ao patrimônio da Defensoria Pública do Estado de Mato PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO E DÁ OUTRAS
Grosso. (Acrescentado pela LC 604/18) PROVIDÊNCIAS
Art. 179-D O FUNADEP terá escrituração contábil própria,
observadas a legislação federal e estadual, bem como as nor- LEI Nº 10.773, DE 05 DE DEZEMBRO DE 2018 - D.O. 05.12.18.
mas emanadas do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso.
(Acrescentado pela LC 604/18) Dispõe sobre a Estrutura Organizacional, o Quadro de Pesso-
Parágrafo único A prestação de contas da aplicação e da ges- al e o Plano de Carreiras de Apoio Administrativo da Defensoria
tão financeira do FUNADEP será consolidada na Defensoria Pú- Pública do Estado de Mato Grosso e dá outras providências.
blica, por ocasião do encerramento do correspondente exercício.
(Acrescentado pela LC 604/18) A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO,
Art. 179-E O Conselho Superior da Defensoria Pública do Es- tendo em vista o que dispõe o art. 42 da Constituição Estadual,
tado de Mato Grosso, por meio de resolução, editará os atos com- aprova e o Governador do Estado sanciona a seguinte Lei:
plementares necessários ao funcionamento do FUNADEP. (Acres-
centado pela LC 604/18) CAPÍTULO I
Art. 180 No prazo de 90 (noventa) dias, contados da data da DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
publicação desta lei complementar, o Poder Executivo encaminha-
rá projeto de lei criando os cargos necessários a atender aos ser- Art. 1º Fica instituído, nos termos da presente Lei, o Plano de
viços administrativos da Defensoria Pública. Carreiras e Cargos dos Órgãos de Apoio Administrativo estabele-
Art. 181 Do total dos cargos de provimento efetivo para a re- cido pela Lei Orgânica da Defensoria Pública do Estado de Mato
alização do concurso público no âmbito da Defensoria Pública do Grosso, com fundamentos nas diretrizes de:
Estado, 5% (cinco por cento) serão destinados a pessoas porta- I - qualidade e produtividade dos serviços públicos prestados
doras de deficiência física, contanto que esta deficiência não seja pela Defensoria Pública;
incompatível com o exercício da atividade profissional. II - valorização do servidor;
Parágrafo único. Na hipótese de não-preenchimento de 5% III - qualificação profissional;
(cinco por cento) das vagas por deficientes físicos, poderá a De- IV - desenvolvimento funcional, baseado na avaliação de de-
fensoria Pública convocar pessoas não portadoras de deficiência, sempenho;
desde que tenham sido aprovadas no referido concurso. V - quantitativo restrito às reais necessidades da estrutura or-
Art. 182 Ficam lotados, os atuais Procuradores da Defensoria ganizacional.
Pública, nos termos do art. 44, § 5º, desta lei complementar, nas Art. 2º O regime aplicado aos servidores da Defensoria Públi-
Procuradorias Cíveis e Criminais, obedecendo-se as disposições da ca do Estado de Mato Grosso é o estatutário, respeitada a legisla-
Resolução nº 08/2003/CSDP, de 20 de junho de 2003 e Portaria nº ção geral, específica e a autonomia da Defensoria Pública.
37/ DPDG de 20 de junho de 2003. Art. 3º Para efeito desta Lei é adotada a seguinte terminologia
Art. 183 (revogado) (Revogado pela LC 608/18) com os respectivos conceitos:
Art. 183-A Os Defensores Públicos estão sujeitos ao regime I - ATRIBUIÇÃO: responsabilidade própria de um cargo ou fun-
jurídico desta lei complementar e gozam de independência no ção; competência, prerrogativa;
exercício de suas funções, aplicando-se-lhes, subsidiariamente, o II - CARREIRA: é a estrutura dos cargos, escalonados por uma
instituído pela Lei Complementar nº 04, de 15 de outubro de 1990. série de classes, em função do grau de responsabilidade e nível de
(Acrescentado pela LC 398/10 e renumerado de artigo 183- B para complexidade das atribuições;
183-A pela LC 608/18) III - CARGO: conjunto de atribuições substancialmente idênti-
Art. 184 As despesas resultantes da execução desta lei com- cas quanto à natureza do trabalho e aos graus de complexidade e
plementar correrão à conta das dotações orçamentárias próprias responsabilidade;
consignadas no orçamento. IV - FUNÇÃO: atribuição que deve ser executada pelo servi-
Art. 185 Esta lei complementar entra em vigor na data de sua dor;
publicação, com efeitos pecuniários a partir de 1º de abril de 2004. V - CLASSE: graduação ascendente do cargo, determinante da
Art. 186 Ficam revogadas a Lei Complementar nº 89, de 23 de progressão horizontal;
julho de 2001, e a Lei Complementar nº 105, de 13 de março de VI - NÍVEL: graduação ascendente, existente em cada classe,
2002, e demais disposições em contrário. determinante da progressão vertical;
VII - PROGRESSÃO FUNCIONAL: avanço entre classes e níveis
decorrente da promoção de servidor no mesmo cargo;
VIII - SUBSÍDIO: é o sistema remuneratório fixado em parce- la
única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional,
abono, prêmio, verba de representação e de qualquer outra espé-
cie remuneratória;
IX - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO: é o conjunto de procedi-
mentos administrativos direcionados para promover o desenvol-
vimento funcional do servidor, compreendendo ações voltadas
para o estabelecimento de padrões de atuação funcional compa-
tíveis com os objetivos da Defensoria Pública do Estado de Mato
Grosso.

232
LEGISLAÇÃO
b) Assessoria Jurídica;
CAPÍTULO II II - Escola Superior da Defensoria Pública:
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL a) Assessoria Técnica;
b) Secretaria da Escola Superior da Defensoria Pública.
Art. 4º O quadro de pessoal da Defensoria Pública compõe- § 4º Os órgãos de Administração Sistêmica compõem os Ser-
-se de cargos de provimento efetivo e permanente e de cargos de viços de Apoio Administrativo à Atividade Institucional, área meio,
provimento em comissão, constantes dos Anexos I e II. assim composto:
Art. 5º Os órgãos de apoio administrativo da Defensoria Pú- I - Secretaria Executiva de Administração da Defensoria Públi-
blica do Estado de Mato Grosso constituem-se das seguintes uni- ca do Estado:
dades administrativas: a) Assessoria Jurídica;
I - Administração Superior; b) Assessoria Técnica;
II - Órgãos de atuação – Execução Programática; c) Assessoria Jurídica Sistêmica;
III - Órgãos Auxiliares; d) Comissão de Licitação;
IV - Órgãos de atuação – Administração Sistêmica. e) Comissão de Pregão;
§ 1º A Administração Superior é composta da seguinte forma: f) Comissão de Avaliação de Desempenho Funcional;
I - Gabinete do Defensor Público-Geral do Estado: g) Comissão de Tomada de Contas Especial;
a) Assessoria-Chefia de Gabinete; II - Diretoria-Geral:
b) Assessoria Especial; a) Assessoria Técnica;
c) Assessoria Jurídica; III - Coordenadoria de Gestão Funcional:
d) Assessoria Técnica; a) Gerência de Registros e Informações Funcionais;
e) Assessoria de Imprensa e Comunicação Institucional; b) Gerência de Desenvolvimento Funcional e Qualidade de
f) Cerimonial e Eventos Institucionais; Vida;
g) Unidade de Controle Interno: c) Gerência de Folha de Pagamento;
1) Controlador Interno; IV - Coordenadoria de Orçamento, Finanças e Contabilidade:
h) Unidade de Apoio à Gestão Estratégica; a) Gerência de Programação e Execução Orçamentária;
i) Unidade de Inteligência e Segurança Institucional; b) Gerência Financeira;
II - Gabinete do Primeiro Subdefensor Público-Geral: c) Gerência de Contabilidade;
a) Assessoria Especial; d) Gerência de Prestação de Contas;
b) Assessoria Jurídica; V - Coordenadoria de Gestão de Convênios e Parcerias:
III - Gabinete do Segundo Subdefensor Público-Geral: a) Gerência de Elaboração de Instrumentos de Convênios e
a) Assessoria Especial; Parcerias;
b) Assessoria Jurídica; b) Gerência de Execução e Prestação de Contas de Convênios
c) Assessoria Técnica de Assuntos Interdisciplinares; e Parcerias;
IV - Gabinete do Corregedor-Geral: VI - Coordenadoria Administrativa Sistêmica:
a) Assessoria-Chefia de Gabinete; a) Gerência de Protocolo e Arquivo de Documentos;
b) Assessoria Jurídica; b) Gerência de Almoxarifado e Patrimônio Mobiliário;
c) Assessoria Técnica; c) Gerência de Patrimônio Imobiliário e Gestão de Serviços;
d) Secretaria da Corregedoria-Geral: d) Gerência de Relacionamento e Suporte aos Núcleos da De-
1) Secretário da Corregedoria-Geral; fensoria Pública;
2) Analista Advogado; e) Gerência de Transporte e Apoio Logístico;
3) Técnico Administrativo; VII - Coordenadoria de Aquisições e Contratos:
V - Gabinete da Primeira Subcorregedoria-Geral; a) Gerência de Compras;
a) Assessoria Jurídica; b) Gerência de Licitações;
b) Assessoria Técnica; c) Gerência de Contratos;
VI - Gabinete da Segunda Subcorregedoria-Geral; VIII - Coordenadoria de Tecnologia da Informação:
a) Assessoria Jurídica; a) Gerência de Sistemas de Tecnologia da Informação;
b) Assessoria Técnica; b) Gerência de Suporte Técnico em Tecnologia da Informação;
VII - Conselho Superior da Defensoria Pública: IX - Coordenadoria de Infraestrutura Física:
a) Assessoria Técnica; a) Gerência de Projetos Estruturais;
b) Secretaria do Conselho Superior. b) Gerência de Manutenção, Obras e Reformas;
§ 2º Os órgãos de Execução Programática compõem as Ati-
c) Assessoria de Infraestrutura Física.
vidades Institucionais da Defensoria Pública do Estado de Mato
Grosso, da seguinte forma: CAPÍTULO III
I - Defensoria Pública de Segunda Instância: DAS CARREIRAS E DOS CARGOS
a) Assessoria Jurídica;
II - Defensorias Públicas de Primeira Instância: Art. 6º As carreiras de apoio administrativo da Defensoria
a) Assessoria Jurídica; Pública do Estado de Mato Grosso são constituídas de cargos de
III - Núcleos da Defensoria Pública de Segunda Instância: provimento efetivo e permanente, estruturados em classes, cons-
a) Técnico Administrativo; tantes do Anexo I, assim discriminados:
IV - Núcleos da Defensoria Pública de Primeira Instância: I - CONTROLADOR INTERNO: compreendendo o cargo que
a) Técnico Administrativo. exige formação de nível superior em Administração, Direito, Ci-
§ 3º Os Órgãos Auxiliares da Defensoria Pública são compos- ências Contábeis ou Economia, reconhecido pelo Ministério d a
tos da seguinte forma: Educação (MEC), e registro no respectivo Conselho/Delegacia ou
I - Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública: Órgão quando este exigir para o exercício do cargo;
a) Assessoria Técnica;

233
LEGISLAÇÃO
§ 2º O concurso público poderá ser realizado por meio de en-
II - ANALISTA: compreendendo os cargos que exigem forma- tidade específica contratada ou por outros órgãos ou entidades
ção de nível superior, conforme Anexo I desta Lei; públicas, mediante convênio.
III - TÉCNICO: compreendendo os cargos que exigem forma- § 3º O Defensor Público-Geral, por ato administrativo, defini-
ção de nível médio. rá as normas relativas à realização do concurso público de provas,
Art. 7º Os cargos de provimento efetivo e permanente pos- ou provas e títulos, para ingresso no quadro de servidores da De-
suem códigos de identificação formados por letras maiúsculas, fensoria Pública do Estado de Mato Grosso.
assim definidas: Art. 12 Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para o
I - DP-CI: Controlador Interno; cargo de provimento efetivo ficará sujeito ao cumprimento do es-
II - DP-AENS: Apoio Especializado de Nível Superior; tágio probatório por 36 (trinta e seis) meses, durante o qual sua
III - DP-ATNM: Apoio Técnico de Nível Médio. aptidão e capacidade serão objetos de avaliação para o desempe-
Art. 8º As atividades típicas pertinentes a cada um dos cargos nho do cargo.
e funções de que trata esta Lei serão detalhadas no Regimento § 1º A contar da data de entrada em exercício e pelo período
Interno da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso por ato do de 36 (trinta e seis) meses, o servidor nomeado em cargo de pro-
Defensor Púb lico-Geral. vimento efetivo cumprirá estágio probatório durante o qual será
§ 1º Compete ao Regimento Interno da Corregedoria-Geral apurada a conveniência de sua efetivação, mediante a verificação
e do Conselho Superior disciplinar a organização e as atribuições dos seguintes requisitos:
gerais das respectivas unidades administrativas. I - disciplina;
§ 2º O cargo de Técnico Administrativo, previsto na estrutura II - eficiência no desempenho das funções;
administrativa dos Núcleos da Defensoria Pública, nos denomina- III - responsabilidade;
dos órgãos de Execução Programática, será distribuído segundo o IV - produtividade;
disposto no Regimento Interno da Defensoria Pública. V - assiduidade;
Art. 9º O quadro de pessoal compreende: VI - idoneidade moral.
I - cargos de provimento efetivo e permanente, estruturados § 2º O estágio probatório ficará suspenso, e será retomado a
em grupos, classes e níveis, de acordo com a natureza, grau de partir do término do impedimento, durante as seguintes licenças e
complexidade e responsabilidades das respectivas atividades e as afastamentos:
qualificações exigidas para seu desempenho, conforme Anexo I I - por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais,
desta lei; dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou depen- dente
II - cargos de provimento em comissão, compreendendo ativi- que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional.
dades de direção, chefia e assessoramento, classificados em Car- II - licença para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi
gos de Natureza Especial – CNE, segundo a natureza e grau de deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior
responsabilidade das funções executadas, relacionadas no Anexo II ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e
desta lei. Legislativo, sem remuneração.
§ 1º Nos cargos comissionados, consideram-se como ativida- III - licença, sem remuneração, durante o período que mediar
des de direção e chefia os cargos de Diretor-Geral, Secretário da entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a
Corregedoria-Geral, Coordenador, Gerente e Chefe de Gabinete e cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a
consideram-se como atividades de assessoramento os cargos de Justiça Eleitoral.
Assessor Especial, Assessor Jurídico, Assessor Té cnico e Assessor de IV - afastamento para Participação em Programa de Pós-Gra-
Infraestrutura Física. duação Stricto Sensu no País.
§ 2º É vedada a nomeação, para o exercício dos cargos de que § 3º A avaliação do servidor em estágio probatório compete
trata o inciso II deste artigo, de cônjuge, companheiro ou parente à Comissão de Avaliação de Estágio Probatório dos Servidores da
até o terceiro grau dos membros da Defensoria Pública do Estado Defensoria Pública, composta pelo Corregedor-Geral, Subcorre-
de Mato Grosso, salvo a de servidor titular de cargo de provimen- gedores e por dois Defensores Públicos nomeados pelo Defensor
to efetivo. Público-Geral, conforme instruções a serem baixadas pela Corre-
Art. 10 Integram esta Lei: gedoriaGeral.
I - Quadro de Provimento Efetivo e Permanente – Anexo I, Art. 13 O provimento inicial dar-se-á no primeiro nível da pri-
compreendendo os grupos I (Controlador Interno), II (Nível Supe- meira classe, respeitados os requisitos profissionais exigidos pelo
rior) e III (Nível Médio); cargo para o qual o servidor prestou concurso.
II - Quadro de Provimento em Comissão – Anexo II; Art. 14 Os cargos de provimento em comissão são de livre no-
III - Quadro de distribuição dos cargos de Chefia de Gabinete e meação e exoneração pelo Defensor Público-Geral, garantindo-se,
Assessoramento – Anexo III; no caso de Coordenadores e Gerentes, o mínimo de 30% (trinta por
IV - Quadro de Subsídios – Anexo IV, compreendendo os gru- cento) para os servidores efetivos na carreira.
pos I (cargos de provimento efetivo e permanente) e II (cargos de § 1º A indicação da Chefia de Gabinete, Assessoria Especial,
provimento em comissão); Secretário da CorregedoriaGeral, Assessoria Técnica e Assessoria
Jurídica das Subdefensorias-Gerais, Corregedoria-Geral, Subcorre-
CAPÍTULO IV gedoriasGerais, Secretaria Executiva de Administração, Diretoria-
DO PROVIMENTO -Geral e da Ouvidoria-Geral, quando existentes, será facultada aos
titulares destes órgãos em conformidade com o Anexo III desta Lei.
Art. 11 O ingresso nos cargos de provimento efetivo far-se-á
por meio de aprovação prévia em concurso público de provas, ou
de provas e títulos.
§ 1º O Regimento Interno da Defensoria Pública do Estado de
Mato Grosso regulamentará a composição da Comissão de Con-
curso e seu funcionamento.

234
LEGISLAÇÃO
Art. 23 O substituto assumirá, automaticamente, o exercício do
§ 2º Os cargos de provimento em comissão que estejam desti- cargo comissionado ou da função de confiança de direção ou chefia
nados ao assessoramento direto de Defensor Público de Primeira e nos afastamentos ou impedimentos regulamentares do ti- tular,
Segunda Instância, denominados Assessor Jurídico, serão nome- fazendo jus à gratificação referente ao cargo assumido, no período
ados pelo Defensor Público-Geral, mediante indicação do respec- da substituição.
tivo membro da Defensoria. Art. 24 O substituto será indicado, preferencialmente, entre
§ 3º Os cargos de provimento em comissão de Assessoria de servidores que fazem parte da Unidade Administrativa ou Núcleo
Infraestrutura Física destinamse ao assessoramento do Coordena- da Defensoria Pública do substituído.
dor de Infraestrutura Física, para auxílio nos assuntos de projetos
estrut urais e de manutenção, obras e reformas de estrutura físi- CAPÍTULO VII
ca, por nomeação do Defensor Público-Geral. DA JORNADA DE TRABALHO
§ 4º Os cargos de Assessor Jurídico existentes no Gabinete
da Defensoria Pública-Geral, Subdefensorias, Corregedoria-Geral, Art. 25 A jornada de trabalho básica do servidor de cargo de
Subcorregedorias, Secretaria Executiva de Administração e Ouvi-
provimento efetivo e permanent e da Defensoria Pública do Es-
doria-Geral, relacionados no Anexo III, integram os cargos preco-
tado de Mato Grosso é de 30 (trinta) horas semanais, com limite
nizados nos arts. 50 e 56 desta Lei.
máximo de seis (06) horas diárias.
Art. 15 Na realização de concurso público serão reservados, no
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou de função de con-
mínimo, 5% (cinco por cento) das vagas disponíveis às pessoas com
deficiência, atendidos os requisitos para investidura e obser- vada fiança submete-se a regime integral de dedicação ao serviço, com
a compatibilidade das atribuições do cargo com o grau de jornada diária de 08 (oito) horas, podendo ser convocado sempre
deficiência a ser constatada por junta médica oficial do Estado, que houver interesse da Administração.
conforme o Regimento Interno da Defensoria Pública do Estado de § 2º No interesse da Administração e por ato do Defensor Pú-
Mato Grosso. blico-Geral, a jornada de trabalho estabelecida no caput e no §1º
Art. 16 A posse ocorrerá no prazo improrrogável de 30 (trinta) deste artigo poderá ser reduzida, vedada a redução de subsídio.
dias contados da publicação do ato de provimento. § 3º Os servidores efetivos que exerçam atividades regula-
Art. 17 É de 15 (quinze) dias o prazo para o servidor entrar no mentadas em lei específica, não ocupantes de cargo comissiona-
exercício do cargo, contados da data da posse. do, poderão requerer a adoção da respectiva legislação quanto à
Art. 18 Caso a data final do prazo de posse e de entrada em jornada de trabalho.
exercício terminem em feriado, finais de semana ou em data na Art. 26 Poderá ser concedido horário especial de trabalho ao
qual o expediente da sede administrativa se encerrou antecipada- servidor, mediante requerimento encaminhado ao Defensor Pú-
mente, prorrogar-se-á o término do referido prazo para o primeiro blico-Geral.
dia útil subsequente. § 1º O requerimento do benefício previsto neste artigo deve
conter a ciência da chefia imediata do interessado e ser acompa-
CAPÍTULO V nhado dos documentos comprobatórios necessários.
DA REMOÇÃO § 2º Para fazer jus ao horário especial de trabalho, o servidor
estudante deverá frequentar curso que tenha relação com as suas
Art. 19 Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de atividades desempenhadas na Defensoria Pública.
ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede, § 3º O Conselho Superior da Defensoria Pública poderá esta-
condicionada à existência de vagas, em ambos. belecer outros requisitos para a concessão de horário especial de
Parágrafo único Para fins do disposto neste artigo, a remoção trabalho aos servidores da instituição.
dar-se-á exclusivamente nas seguintes modalidades: § 4º Caberá recurso ao Conselho Superior da Defensoria Pú-
I - de ofício, no interesse da Administração; blica, no prazo de 15 (quinze) dias, no caso de indeferimento do
II - a pedido, de acordo com os critérios fixados pela Admi-
requerimento descrito neste artigo.
nistração;
Art. 27 O serviço extraordinário será remunerado com acrés-
III - a pedido, para outra localidade onde a Defensoria Pública
cimo de no mínimo 50% (cinquenta por cento) em relação à hora
do Estado de Mato Grosso tenha Núcleo em funcionamento, para
acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público normal de trabalho, e somente será permitido para atender a
civil estatutário ou militar, de qualquer dos Poderes da União e dos situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máxi- mo
Estados, que foi deslocado no interesse da Administração. de 40 (quarenta) horas mensais, previamente solicitadas pela chefia
Art. 20 Não se confere remoção a pedido, para acompanhar imediata, e submetido à apreciação da Secretaria Executiva de
cônjuge ou companheiro, quando a unidade familiar é rompida por Administração, comunicando -se a Coordenadoria de Gestão
vontade própria do servidor ao assumir em primeira investi- dura o Funcional.
cargo para o qual foi aprovado em concurso público, em localidade Parágrafo único Nas hipóteses de redução de jornada previs-
distinta daquela em que residia com seu cônjuge. tas nos arts. 25 e 26 desta Lei, será considerado serviço extraordi-
Art. 21 É vedado o deferimento de pedido de remoção du- nário somente aquele que ultrapassar o limite de:
rante o período de estágio probatório de 36 (trinta e seis) meses. I - 6 (seis) horas diárias, para servidores efetivos e permanen-
tes;
CAPÍTULO VI II - 8 (oito) horas diárias, para servidores ocupantes de cargo
DA SUBSTITUIÇÃO em comissão ou de função de confiança.

Art. 22 Os servidores investidos em cargos comissionados ou


em funções de confiança de d ireção ou chefia terão substitutos
indicados previamente por portaria do Defensor Público -Geral.
Parágrafo único O substituto do Secretário da Corregedoria-
-Geral será de indicação do Corregedor-Geral.

235
LEGISLAÇÃO
§ 2º As faltas injustificadas ao serviço retardarão a concessão
CAPÍTULO VIII de licença prevista neste artigo, na proporção de um mês para cada
DA POLÍTICA SALARIAL 3 (três) faltas.
Art. 33 Os servidores que exercerem as atribuições de Pre-
Art. 28 Os subsídios do Quadro de Pessoal de Apoio Adminis- goeiro e membros de Equipe de Apoio, criadas pelo inciso IV do art.
trativo da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso constam 3º da Lei Federal nº 10.520, de 17 de julho de 2002, de mem- bros
do Anexo IV desta Lei e estão sujeitos à política de revisão gera l da Comissão Permanente de Licitação, criadas pelo art. 43 da Lei
anual que será correspondente ao período de janeiro a dezembro Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e de membros da
do exercício anterior. Comissão de Tomada de Conta Especial, terão direito a Verba
§ 1º Considera-se como data base para aplicação do reajuste Indenizatória por Procedimento Licitatório e Tomada de Contas.
o mês de abril do ano subsequente. § 1º O valor da Verba Indenizatória de que trata este artigo
§ 2º A revisão geral anual fica condicionada à disponibilidade será:
orçamentária da instituição e à ocorrência de desvalorização do I - Pregoeiro: R$ 500,00 (quinhentos reais) por pregão reali-
poder aquisitivo da moeda. zado;
§ 3º A desvalorização do poder aquisitivo da moeda será me- II- Membro de Equipe de Apoio: R$ 200,00 (duzentos reais) por
dida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, ela- pregão realizado;
borado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE III - Presidente da Comissão Permanente de Licitação: R$
ou outro índice que o venha a substituir no caso de sua extinção. 500,00 (quinhentos reais) por licitação realizada;
Art. 29 O servidor integrante das carreiras de provimento efe- IV - Membro da Comissão Permanente de Licitação: R$ 200,00
tivo e permanente, investido em cargo comissionado de direção, (duzentos reais) por licitação realizada;
chefia ou assessoramento, poderá optar entre o subsídio do car- V - Membros de Tomadas de Conta Especial: R$ 200,00 por
go comissionado ou o subsídio do cargo efetivo acrescido de 30% Tomada de Conta Especial.
(trinta por cento) do subsídio do cargo comissionado. § 2º A Verba Indenizatória será paga independentemente do
Art. 30 É facultado aos servidores pertencentes ao quadro fato de o procedimento deflagrado vir a ser homologado pela Au-
de apoio administrativo da Defensoria Pública converter até 1/2 toridade Superior e resultar em efetiva contratação pela Defenso-
(metade) das férias em abono pecuniário, observando-se a con- ria Pública do Estado de Mato Grosso.
§ 3º Os valores previstos no §1º deste artigo serão reajusta-
veniência administrativa e a disponibilidade orçamentária e finan-
dos segundo os mesmos índices e data-base de reajustes utiliza- dos
ceira.
para os subsídios dos servidores públicos da Defensoria Públi- ca do
Parágrafo único No cálculo do abono pecuniário previsto no
Estado de Mato Grosso.
caput incidirá o valor do adicional de férias, o qual corresponderá,
§ 4º Não haverá pagamento da verba que trata este artigo a
em qualquer caso, a 1/3 (um terço) do subsídio mensal. Defensor Público integrante das Comissões.
Art. 31 O Defensor Público-Geral, por meio de ato administra- Art. 34 Salvo por imposição legal ou mandado judicial, ne-
tivo próprio, poderá instituir, estabelecer e regulamentar valores nhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.
de ajuda de custo, auxílios e indenizações aos servidores efetivos e § 1º A consignação em folha de pagamento em favor de ter-
comissionados da instituição. ceiros, instituições financeiras ou previdenciárias, cooperativas de
§ 1º O pagamento dos valores previstos no caput dependerá crédito, associações, sindicatos, pecúlio e seguros dependerá de
de prévia dotação orçamentária e de disponibilidade financeira da autorização expressa do servidor, respeitado o limite de 30% (trin-
Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso. ta por cento) de comprometimento de sua remuneração.
§ 2º A ajuda de custo, os auxílios e as indenizações a que se § 2º No cálculo do limite acima estipulado não serão consi-
refere o caput: deradas as mensalidades de associações de classe e de plano de
I - não terão natureza salarial, nem se incorporarão à remu- saúde.
neração para quaisquer efeitos, inclusive para concessão de gra- § 3º Aos membros da Defensoria Pública aplicam-se as mes-
tificação natalina; mas regras estabelecidas neste artigo.
II - não se configurarão como rendimento tributável e nem
constituirão base para incidência de contribuição previdenciária; CAPÍTULO IX
III - não poderão ser percebidos com outro auxílio ou benefí- DO DESENVOLVIMENTO FUNCIONAL
cio de mesmo título ou por idêntico fundamento; SEÇÃO I
IV - não integrarão a base de cálculo para margem consigná- DA PROGRESSÃO FUNCIONAL
vel.
§ 3º A instituição dos valores previstos no caput deste artigo Art. 35 A progressão funcional dar-se-á verticalmente quando
poderá ser extensiva aos membros da Defensoria Pública. o servidor for movimentado de um nível para outro imediatamen-
Art. 32 Os servidores da Defensoria Pública farão jus à licença te superior, até o limite da classe em que se encontre, obedecidos
por assiduidade por tempo de serviço a cada 5 (cinco) anos de os seguintes critérios, cumulativamente:
efetivo exercício no Estado de Mato Grosso, sendo que a sua con- I - ser estável;
II - permanência mínima de 3 (três) anos no nível atual;
versão em espécie, total ou parcial, será permitida quando houver
III - obter avaliação de desempenho satisfatória;
disponibilidade orçamentária e financeira.
IV - não ter sofrido penalidade de suspensão nos últimos 2
§ 1º Não se concederá licença por assiduidade ao servidor da
(dois) anos.
Defensoria Pública que, no período aquisitivo:
§ 1º A progressão enunciada no caput dar-se-á automatica-
I - sofrer penalidade disciplinar de suspensão; mente assim que completado o requisito temporal enumerado.
II - afastar-se do cargo em virtude de: § 2º Caso os demais requisitos não sejam preenchidos em razão
a) licença ou afastamento não remunerado pela instituição; de mora da Administração, o servidor terá direito ao rece- bimento
b) condenação a pena privativa de liberdade, por sentença dos valores advindos da progressão de forma retroativa.
definitiva.

236
LEGISLAÇÃO
IV - prisão decorrente de decisão judicial.
§ 3º Considera-se o período de estágio probatório para efei- tos Art. 39 O processo de avaliação de desempenho de que tra-
do requisito de permanência exigida no inciso II deste artigo. tam os arts. 35 e 36 desta Lei será formalizado por ato do Defen-
Art. 36 A progressão funcional dar-se-á horizontalmente por sor Público-Geral.
aperfeiçoamento, quando o servidor for movimentado de uma para
outra classe do mesmo cargo, obedecidos os seguintes crité- rios, SEÇÃO II
cumulativamente: DA COMISSÃO PARA PROGRESSÃO FUNCIONAL
I - ser estável;
II - obter titulação exigida para a classe, e o requisito tempo- Art. 40 A Comissão para Progressão Funcional será instituída a
ral, quando estabelecido; cada dois anos, até o dia 30 de abril, por ato do Defensor Públi- co-
III - obter avaliação de desempenho satisfatória; Geral.
IV - não ter sofrido penalidade de suspensão nos últimos 2 Art. 41 Integram a Comissão para Progressão Funcional:
(dois) anos. I - O Secretário Executivo de Administração;
Parágrafo único Para fazer jus à progressão de que trata este II - 1 (um) servidor efetivo da Coordenadoria de Gestão Fun-
artigo o servidor deverá encaminhar requerimento à Comissão de cional;
Progressão Funcional fazendo acompanhar o documento original III - 1 (um) Assessor Especial indicado pelo Defensor Público-
ou fotocópia autenticada que comprove a titulação exigida. -Geral;
Art. 37 Para fins de aplicação do inciso II do art. 36 desta Lei IV - 1 (um) representante indicado pela entidade represen-
serão exigidos os segu intes requisitos: tativa dos servidores da Defensoria Pública do Estado de Mato
I - cargo para cujo ingresso tenha sido exigido ensino médio: Grosso.
a) classe A: ensino médio completo; § 1º Caberá ao Secretário Executivo de Administração a coor-
b) classe B: no mínimo 120 (cento e vinte) horas/aula em cur- denação dos trabalhos da Comissão.
sos compatíveis com as atribuições do cargo; § 2º Existente mais de uma entidade representativa dos ser-
c) classe C: ensino superior completo; vidores, a representação de que trata o inciso IV deste artigo será
d) classe D: especialização em nível de pós-graduação lato indicada por aquela que contemple o maior número de filiados
sensu, com carga horária mínima de 360 (trezentas e sessenta) ou associados.
horas, reconhecido pelo MEC. § 3º Inexistente entidade representativa dos servidores, o re-
e) classe E: mestrado, doutorado ou duas especializações em presentante de que trata o inciso
nível de pós-graduação lato sensu, com carga horária mínima de IV deste artigo será escolhido pelo Defensor Público-Geral en-
360 (trezentas e sessenta) horas cada, reconhecidas pelo MEC, bem tre analistas com exercício na sede administrativa da instituição.
como a permanência de 8 (oito) anos no cargo; Art. 42 Compete à Comissão:
f) classe F: o requisito da alínea “e” mais uma especialização I - receber e se pronunciar sobre os processos de progressão
em nível de pós-graduação lato sensu, com carga horária mínima funcional;
de 360 (trezentas e sessenta) horas, reconhecida pelo MEC, bem II - analisar a documentação e verificar o cumprimento dos
como a permanência de 10 (dez) anos no cargo. requisitos para fins de desenvolvimento do servidor;
II - cargo para cujo ingresso tenha sido exigido ensino supe- III - analisar as informações e registro dos pontos da avaliação
rior: de desempenho;
a) classe A: ensino superior completo; Parágrafo único Da decisão proferida pela Comissão caberá
b) classe B: 240 (duzentas e quarenta) horas/aula em cursos recurso administrativo endereçado ao Defensor Público-Geral, no
compatíveis com as atribuições do cargo; prazo de 10 (dez) dias.
c) classe C: especialização em nível de pós-graduação lato Art. 43 A comissão deverá pronunciar-se no prazo máximo
sensu com carga horária mínima de 360 (trezentos e sessenta) ho- de 15 (quinze) dias, a contar do recebimento do requerimento de
ras, reconhecido pelo MEC; que trata o parágrafo único do art. 36 desta Lei.
d) classe D: mestrado, doutorado ou 2 (duas) especializações
em nível de pósgraduação lato sensu com carga horária mínima de SEÇÃO III
360 (trezentos e sessenta) horas cada, reconhecido pelo MEC. DO AFASTAMENTO DE SERVIDORES PARA CAPACITAÇÃO
e) classe E: o requisito da alínea “d”mais uma especialização
em nível de pós-graduação lato sensu com carga horária mínima de Art. 44 Os afastamentos dos servidores estáveis da Defenso- ria
360 (trezentos e sessenta) horas, reconhecida pelo MEC, bem como Pública do Estado de Mato Grosso para capacitação deverão ser
a permanência de 8 (oito) anos no cargo; autorizados pelo Defensor Público-Geral, observadas as regras
f) classe F: o requisito da alínea “d” mais duas especializações estabelecidas em resolução a ser editada pelo Conselho Superior da
em nível de pós-graduação lato sensu com carga horária mínima de Defensoria Pública.
360 (trezentos e sessenta) horas cada, reconhecidas pelo MEC, bem § 1º Os servidores em estágio probatório deverão informar à
como a permanência de 10 (dez) anos no cargo.” Corregedoria-Geral todo e qualquer afastamento autorizado.
Parágrafo único Os cursos de especialização ou pós-gradua- § 2º A inexistência de resolução do Conselho Superior da De-
ção citados nos incisos I e II deste artigo deverão ser compatíveis fensoria Pública não impede a autorização pelo Defensor Público-
com as atribuições do cargo e/ou na área de abrangência das ati- -Geral do afastamento mencionado no caput.
vidades da Defensoria Pública, devidamente reconhecidos pelo
MEC.
Art. 38 Para efeito de progressão funcional por tempo de ser-
viço, não será considerado como de efetivo exercício no cargo o
tempo relativo a:
I - licença para tratamento de interesses particulares;
II - faltas injustificadas;
III - suspensão disciplinar;

237
LEGISLAÇÃO
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO X
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
DA RESPONSABILIDADE FUNCIONAL
Art. 48 O cargo de provimento efetivo denominado Analista,
Art. 45 A responsabilidade funcional do Quadro de Pessoal previsto no Anexo I da Lei nº 8.572, de 31 de outubro de 2006 e na
de Apoio Administrativo da Defensoria Pública do Estado de Mato Lei nº 8.831, de 24 de janeiro de 2008, com o acréscimo efetuado
Grosso reger-se-á pelo regulamento aplicável aos demais servido-
pela Lei nº 10.528, de 28 de março de 2017, integra o total de car-
res públicos civis do Estado de Mato Grosso, observado o disposto
gos de Analista previstos no Grupo II do Anexo I desta Lei.
nesta lei.
Art. 49 O cargo de provimento efetivo denominado Assisten-
Parágrafo único A penalidade administrativa de suspensão,
te, previsto no Anexo I da Lei nº 8.572, de 31 de outubro de 2006 e
prevista no art. 3º, inciso II, da Lei Complementar nº 207, de 29 de
na Lei nº 8.831, de 24 de janeiro de 2008, integra o total de cargos
dezembro de 2004, importa, enquanto durar, na perda do subsídio
previstos nesta Lei e passam a ser denominado Técnico Adminis-
e demais vantagens pecuniárias inerentes ao exercício do cargo.
trativo, conforme Grupo III do Anexo I desta Lei.
Art. 46 Considerando a obediência aos princípios da eficiên- cia
§ 1º A função de Assistente de Gabinete, prevista no Anexo I da
e do interesse público por meio da racionalização dos proce-
Lei nº 8.572, de 31 de outubro de 2006 e na Lei nº 8.831, de 24 de
dimentos administrativos, antes da instauração de processo ad-
ministrativo disciplinar, o Defensor Público-Geral poderá propor janeiro de 2008, integra esta lei e passa a ser denominado Ser- viço
o firmamento de termo de ajustamento de conduta, bem como Técnico de Apoio Administrativo – Área fim, conforme Grupo III do
termo circunstanciado administrativo. Anexo I desta Lei.
§ 1º O termo de ajustamento de conduta poderá ser firmado § 2º A função de Assistente Administrativo, prevista no Anexo
nos casos em que a infração disciplinar recomendar a sanção de I da Lei nº 8.572, de 31 de outubro de 2006 e na Lei nº 8.831, de 24
advertência e o servidor não seja reincidente, bem como não te- de janeiro de 2008, integra esta Lei e passa a ser denominado
nha igualmente sido contemplado com igual medida nos 3 (três) Serviço Técnico de Apoio Administrativo – Área meio, conforme
anos anteriores a prática da infração disciplinar. Grupo III do Anexo I desta Lei.
§ 2º O termo circunstanciado administrativo terá lugar em caso Art. 50 O cargo em comissão denominado Assistente Jurídico,
de conduta culposa de extravio ou dano a bem público que implicar previsto na Lei nº 9.284, de 22 de dezembro de 2009, acrescidos
prejuízo de pequeno valor. pela Lei nº 10.069, de 19 de maço de 2014 e Lei nº 10.529, de 28 de
§ 3º Para os fins do disposto neste artigo, considera-se preju- março de 2017, integra o total de cargos previstos nesta Lei e
ízo de pequeno valor aquele cujo preço de mercado para aquisi- ção passa a ser denominado Assessor Jurídico, conforme Anexo II desta
ou reparação do bem extraviado ou danificado seja igual ou inferior Lei.
ao limite estabelecido como de licitação dispensável, nos termos da Art. 51 O cargo em comissão denominado Assistente Técnico,
legislação. previsto na Lei nº 9.284, de 22 de dezembro de 2009, integra o total
§ 4º O firmamento do termo de ajustamento de conduta e do de cargos previstos nesta Lei e passa a ser denominado As- sessor
termo circunstanciado administrativo independe da prévia exis- Técnico, conforme Anexo II desta Lei.
tência de pedido de explicações ou sindicância e deverá constar do Art. 52 Do total de 10 (dez) cargos de Assessor Especial, pre-
prontuário do servidor público, não gerando reincidência. visto na Lei nº 8.572, de 31 de outubro de 2006, e modificado pela
§ 5º As medidas previstas neste artigo dependem de expressa Lei nº 8.831, de 24 de janeiro de 2008, 8 (oito) integram esta Lei,
aceitação do servidor da Defensoria Pública. sendo que 1 (um) fica convertido em cargo de Chefe de Gabinete e
§ 6º O descumprimento de quaisquer das medidas impostas 1 (um) fica convertido em cargo de Secretário da Corregedoria-
sujeitará a instauração de processo administrativo disciplinar. -Geral, mantido o subsídio, conforme Anexo II desta Lei.
§ 7º O firmamento de termo de ajustamento de conduta ou de Art. 53 O cargo de Chefe de Gabinete, previsto Lei nº 8.572, de
termo circunstanciado administrativo suspende o curso do pra- zo 31 de outubro de 2006, integra o total de cargos previstos no Anexo
prescricional, ocorrendo a retomada da contagem do prazo na II desta Lei.
hipótese de descumprimento de medida imposta no termo e a Art. 54 Do total de 10 (dez) cargos de Assessor de Gabinete,
partir da data em que se deveria implementar a condição des- previsto na Lei nº 8.572, de 31 de outubro de 2006, e modificado
cumprida. pela Lei nº 8.831, de 24 de janeiro de 2008, 7 (sete) cargos ficam
§ 8º O disposto neste artigo somente pode ser proposto ao convertidos em cargos de Gerente, e 3 (três) ficam convertidos em
servidor uma vez para um mesmo fato e, havendo recusa na as- cargos de Assessor de Infraestrutura Física, conforme Anexo II
sinatura do termo, prosseguirá o procedimento investigatório ou desta Lei.
disciplinar até seus ulteriores termos. Art. 55 A Secretaria-Geral da Defensoria Pública, criada pela Lei
nº 10.069, de 19 de março de 2014, passa a ser denomina- da
CAPÍTULO XI Secretaria Executiva de Administração da Defensoria Pública e será
DOS AFASTAMENTOS provida por Defensor Público estável, por nomeação do De- fensor
Público-Geral, cujas atribuições constarão no Regimento Interno da
Art. 47. É assegurado o direito de afastamento para exercício Instituição, mantidas as demais disposições contidas na citada lei.
de mandato de presidente em entidade de classe dos servidores da Art. 56 Fica criado 1 (um) cargo de Assessor Jurídico para as-
Defensoria Pública, de âmbito estadual ou nacional, de maior sessoramento da Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública, de provi-
representatividade, sem prejuízo dos vencimentos, vantagens ou mento comissionado, conforme Anexo II.
qualquer direito inerente ao cargo. Art. 57 Enquanto inexistir concurso público para provimento do
§ 1º O afastamento será concedido ao presidente da entidade cargo de Controlador Interno, a Unidade de Controle Interno será
de classe e terá duração igual à do mandato, devendo ser prorro- chefiada por servidor efetivo do quadro da Defensoria Públi- ca,
gado no caso de reeleição. nomeado pelo Defensor Público-Geral, na condição de Coor-
§ 2º O afastamento para exercício de mandato será contado
denador de Controle Interno.
como tempo de serviço para todos os efeitos legais.

238
LEGISLAÇÃO
TÍTULO I
§ 1º Após a realização de concurso específico e respectiva CAPÍTULO ÚNICO
posse, o Controlador Interno será o responsável pela chefia da
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Unidade de Controle Interno, transformando-se o cargo comissio-
nado de Coordenador do Controle Interno em Coordenador da
Art. 1° Esta lei complementar institui o Estatuto dos Servido-
Unidade de Apoio a Gestão Estratégica, de livre nomeação e exo-
res Públicos da Administração Direta, das Autarquias e das Funda-
neração pelo Defensor Público-Geral.
ções Estaduais criadas e mantidas pelo Poder Público.
§ 2º Ocorrendo a vacância do cargo de Controlador Interno, a
Art. 2° Para os efeitos desta lei complementar, servidor é a
chefia da Unidade de Controle Interno será ocupada por servidor
efetivo lá lotado, designado pelo Defensor Público -Geral, fazendo pessoa legalmente investida em cargo público.
jus ao recebimento do subsídio do cargo de Controlador Interno, Art. 3° Cargo Público integrante da carreira é o conjunto de
respeitada a mesma classe e nível. atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organiza-
§ 3º Na hipótese do § 2º, o Defensor Público-Geral deverá de- cional que deve ser cometido a um servidor.
terminar providências para preencher o cargo vago mencionado. Parágrafo único Os cargos públicos, acessíveis a todos os bra-
Art. 58 O cargo comissionado de Gerente de Contabilidade sileiros, são criados por lei complementar, com denominação pró-
somente poderá ser ocupado por servidor efetivo com formação pria e remuneração paga pelos cofres públicos, para provimento
superior na área de ciências contábeis. em caráter efetivo ou em comissão.
Art. 59 No prazo de 180 (cento e oitenta) dias após a publi- Art. 4° Os cargos de provimento efetivo da Administração Di-
cação desta Lei, o Defensor Público - Geral deverá publicar o re- reta, das Autarquias e das Fundações criadas e mantidas pelo Po-
gimento interno da instituição, nos moldes do art. 8º desta Lei. der Público, serão organizados e providos em carreiras.
Art. 60 A partir da publicação desta Lei, o Defensor Público- Art. 5º As carreiras serão organizadas em classes de cargos,
-Geral terá até 6 (seis) meses para cumprir o disposto no caput do observadas a escolaridade e a qualificação profissional exigidas,
art. 14 deste diploma legal. bem assim a natureza e complexidade das atribuições a serem
Art. 61 As disposições desta Lei vinculam-se, integralmente, ao exercidas e manterão correlação com as finalidades dos órgãos ou
Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Mato Gros- so, entidades a que devam atender.
naquilo que forem omissas. § 1º Classe é a divisão básica da carreira, que agrupa os cargos
Art. 62 A contribuição previdenciária dos servidores de car- da mesma denominação, segundo o nível de atribuições e respon-
reira, até que ocorra a adesão da Defensoria Pública ao MTPREV, sabiIidades, inclusive aquelas das funções de direção, chefia, as-
será recolhida para a conta específica da Defensoria Pública do sessoramento o assistência.
Estado de Mato Grosso e a contribuição previdenciária dos servi- § 2º As Classes serão desdobradas em padrões, aos quais cor-
dores comissionados será recolhida para o Instituto Nacional do respondem a remuneração do cargo.
Seguro Social – INSS. § 3º As carreiras compreendem Classes de cargos do mesmo
Art. 63 Em observância ao Princípio da Reserva Legal, a Verba grupo profissional, reunidas em segmentos distintos, escalonados
Indenizatória estabelecida no art. 33 desta Lei não terá incidência
nos níveis básico, auxiliar, médio e superior.
nos certames realizados antes do início de sua vigência.
Art. 6º Quadro é o conjunto de carreira e em comissão, inte-
Art. 64 As despesas decorrentes da aplicação desta Lei cor-
grantes das estruturas dos órgãos da Administração Direta, das
rerão à conta da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso,
Autarquias a das Fundações criadas e mantidas pelo Poder Pú- blico.
observada a dotação orçamentária.
Art. 65 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 7º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os
Art. 66 Ficam revogadas a Lei nº 8.572, de 31 de outubro de casos previstos em lei.
2006; a Lei nº 8.831, de 24 de janeiro de 2008; a Lei nº 9.284,
de 22 de dezembro de 2009; a Lei nº 10.528, de 28 de março de TÍTULO II
2017; e a Lei nº 10.529, de 28 de março de 2017. DO PROVIMENTO, PROGRESSÃO. VACÂNCIA, PROMOÇÃO,
ASCENSÃO, ACESSO, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTI-
Prezado candidato, a lei na íntegra com seus respectivos TUIÇÃO.
anexos está disponível para consulta no site oficial da Assem- bleia CAPÍTULO I
Legislativa do Estado do Mato Grosso no seguinte link: fi- DO PROVIMENTO
le:///C:/Users/User/Downloads/lei-10773-2018%20(1).pdf SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 04, DE 15 DE Art. 8º São requisitos básicos para o ingresso no serviço pú-
OUTUBRO DE 1990, QUE DISPÕE SOBRE O ESTATUTO blico:
DOS SERVIDORES, PÚBLICOS DA ADMINISTRAÇÃO
I - a nacionalidade brasileira;
DIRETA DAS AUTARQUIAS E DAS FUNDAÇÕES
II - o gozo dos direitos políticos;
PÚBLICAS ESTADUAIS
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
LEI COMPLEMENTAR Nº 04, DE 15 DE OUTUBRO DE 1990. V - a idade mínima prevista em lei;
VI - a boa saúde física e mental.
Dispõe sobre o Estatuto dos Servidores, Públicos da Admi- § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de
nistração Direta das Autarquias e das Fundações Públicas Esta- outros requisitos estabelecidos em lei.
duais. § 2° Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o di-
reito de se inscrever em concurso público para provimento de car-
O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO Faço saber
go cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que
que a Assembléia Legislativa do Estado decreta e eu sanciono a
seguinte Lei Complementar.

239
LEGISLAÇÃO
Art. 15. O concurso público terá validade de até 02 (dois)
são portadoras; para as quais deverá ser reservado um mínimo de
anos, podendo ser prorrogada uma única vez, por igual período.
5% (cinco por cento) das vagas oferecidas no concurso, observan- § 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua
do-se o disposto na Lei Estadual n° 4.902, de 09.10.85. realização serão fixados em edital que será publicado no Diário
Art. 9º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato Oficial do Estado. (Nova redação dada pela LC 260/06)
da autoridade competente de cada Poder, do dirigente supe- rior § 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato
da autarquia ou da fundação pública. aprovado em concurso anterior com prazo de validade ainda não
Art 10 A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. expirado.
Art. 11 São forma de provimento de cargo público: § 3º Os princípios da ética e da filosofia serão matérias obri-
I - nomeação; gatórias nos concursos públicos. (Acrescentado pela LC 400/10)
II - ascensão;
III - transferência; SEÇÃO IV
IV - readaptação; DA POSSE E DO EXERCÍCIO
V - reversão;
VI - aproveitamento; Art. 16. Posse é a investidura no cargo público mediante a
VII - reintegração; aceitação expressa das atribuições, deveres e responsabilidades
VIII - recondução. inerentes ao cargo público com o compromisso de bem servir, for-
malizada com a assinatura do termo pela autoridade competente e
SEÇÃO II pelo empossado.
DA NOMEAÇÃO § 1º A posse ocorrerá no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias
contados da publicação do ato de provimento. (Nova redação dada
Art. 12. A nomeação far-se-á : pela LC 289/07)
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de carreiras; § 2º Em se tratando de servidor em licença, ou afastamento por
II - em comissão, para os cargos de confiança, de livre exone- qualquer outro motivo legal, o prazo será contado do término do
ração, respeitando o que dispõe o Artigo 7º da Lei, nº 5.601, de impedimento.
09.05.90. § 3º A posse poderá dar-se mediante procuração especifica.
Parágrafo único A designação por acesso, para a função de § 4° Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por
direção, chefia, assessoramento e assistência, recairá, exclusiva- nomeação, acesso e ascensão.
mente, em servidor de carreira, satisfeitos os requisitos de que § 5º No ato da posse, o servidor apresentará, obrigatoriamen-
trata o Artigo 13, Parágrafo Único. te, declaração dos bens e valores que constituem seu patrimônIo e
Art. 13 A nomeação para cargo de carreira depende de prévia declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou
habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, função pública.
obedecida a ordem de classificação e o prazo de sua validade. § 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse
Parágrafo único Os demais requisitos para o ingresso e o de- não ocorrer no prazo previsto no parágrafo 1º.
senvolvimento do servidor na carreira, mediante progressão, pro- § 7° O ato de provimento ocorrerá no prazo máximo de 30
moção, ascensão e acesso serão estabelecidos pela lei que fixar as (trinta) dias após a publicação do resultado do concurso para as
diretrizes do sistema de carreira na administração pública estadu- vagas imediatamente disponíveis conforme o estabelecido no edi-
al e seus regulamentos. tal de concurso.
Art. 17. A posse em cargo público dependerá de comprovada
SEÇÃO III aptidão física e mental para o exercício do cago, mediante inspe-
DO CONCURSO PÚBLICO ção médica oficial.
Parágrafo único. Será empossado em cargo público aquele que
Art. 14. O concurso será de caráter eliminatório e classificató- for julgado apto física e mentalmente pela assistência médica
rio, compreendendo, provas ou provas e títulos. pública do Estado, excetuando-se os casos previstos no parágrafo
§ 1º A publicação do resultado do concurso deverá ser efe- 2º do Artigo 8º desta Lei Complementar.
tivado no prazo máximo de 30 (trinta) dias após a realização do Art. 18. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
mesmo. (Renumerado de p. único para § 1º pela LC 298/08) cargo.
§ 2º O concurso público e as vagas estabelecidas no edital § 1º É de 15 (quinze) dias o prazo para o servidor empossado
poderão ser dispostas por região ou municípios pólos, a critério da em cargo público de provimento efetivo entrar em exercício, con-
Administração Pública. (Acrescentado pela LC 298/08) tados da data da posse. (Nova redação dada pela LC 289/07)
§ 3º A Administração Pública, observando-se estritamente a § 2º Será exonerado o servidor empossado que não entrar em
ordem classificatória e a pontuação obtida no certame, quando não exercício no prazo previsto no parágrafo anterior.
forem preenchidas todas as vagas existentes em determinada § 3º A autoridade competente do órgão ou entidade para onde
região ou município pólo poderá aproveitar os candidatos clas- for designado o servidor compete dar-lhe exercício.
Art. 19. O início, a suspensão, a interrupção a o reinício do
sificados e excedentes dos demais pólos. (Acrescentado pela LC
exercício serão registrados no assentamento individual do servi-
298/08)
dor.
§ 4º O aproveitamento dos candidatos classificados e exce-
Parágrafo único Ao entrar em exercício, o servidor apresen-
dentes de que trata o § 3° se dará por convocação publicada em
tará ao órgão competente, os elementos necessários ao assenta-
Diário Oficial. (Acrescentado pela LC 298/08)
mento individual.
§ 5º O candidato que opta por assumir vagas em outros mu-
Art. 20. A promoção ou a ascensão não interrompem o tempo
nicípios ou região pólo que eventualmente tiver vagas não preen-
de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira
chidas, automaticamente, será considerado desistente de assumir
a partir da data da publicação do ato que promover ou ascender
na região ou município pólo opção para qual se inscreveu para o o servidor.
concurso. (Acrescentado pela LC 298/08)

240
LEGISLAÇÃO
Art. 27 Será admitida a transferência de servidor ocupante de
Art. 21. O servidor transferido, removido, redistribuído, re- cargo de quadro em extinção para igual situação em quadro de
quisitado ou cedido, quando licenciado, que deva prestar servi- ços outro órgão ou entidade.
em outra localidade, terá 30 (trinta) dias de prazo para entrar em Parágrafo único A transferência far-se-á a pedido do servidor,
exercício, incluído nesse tempo o necessário ao deslocamento para atendendo a conveniência do serviço público.
a nova sede. Art. 28 São requisitos essenciais da transferência:
Parágrafo único. Na hipótese do servidor encontrar-se afasta- I - interesse comprovado do serviço;
do legalmente, o prazo a que se refere este artigo será contado a II - existência de vaga;
partir do término do afastamento. III - contar, o servidor, com 02 (dois) anos de efetivo exercício
Art. 22. O ocupante de cargo de provimento efetivo, integran- no cargo.
te do sistema de carreira, fica sujeito a 30 (trinta) horas semanais Parágrafo único Nos casos de transferência não se aplicam os
de trabalho. incisos deste artigo para cônjuge ou companheiro (a).
Art. 23 Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para o Art. 29 As transferências não poderão exceder de 1/3 (um ter-
cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por ço) das vagas de cada classe.
período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual sua aptidão e
capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, SEÇÃO VII
observados os seguintes fatores: DA READAPTAÇÃO
I - assiduidade;
II - disciplina; Art. 30 Readaptação é a investidura do servidor em cargo de
III - capacidade de iniciativa; atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que
IV - produtividade; tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em
V - responsabilidade; inspeção médica.
VI - idoneidade moral. § 1° Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando
§ 1° 04 (quatro) meses antes de findo o período do estágio será aposentado, nos termos da lei vigente.
probatório, será, obrigatoriamente, submetida à homologação da § 2° A readaptação será efetivada em cargo de carreira de
autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, atribuições afins, respeitada a habilitação exigida.
realizada de acordo com o que dispuser a lei e o regulamento do § 3° Em qualquer hipótese, a readaptação não poderá acarre-
plano de carreira, sem prejuízo da continuidade de apuração dos tar aumento ou redução de remuneração do servidor.
fatores enumerados nos incisos I a VI.
§ 2° Se, no curso do estágio probatório, for apurada, em pro- SEÇÃO VIII
cesso regular, a inaptidão para exercício do cargo, será exonerado. DA REVERSÃO
§ 3° No curso do processo a que se refere o parágrafo ante-
rior, e desde a sua instauração, será assegurado ao servidor ampla Art. 31 Reversão é o retorno à atividade de servidor aposen-
defesa que poderá ser exercitada pessoalmente ou por intermé- dio tado por invalidez. quando, por junta médica oficial, forem decla-
de procurador habilitado, conferindo-se-lhe, ainda, o prazo de rados insubsistentes os motivos determinantes da aposentadoria.
10 (dez) dias, para juntada de documentos e apresentação de Art. 32 A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resul-
defesa escrita. tante de sua transformação, com remuneração integral.
§ 4° Para a avaliação prevista neste artigo, deverá ser consti- Parágrafo único Encontrando-se provido este cargo, o servi-
tuída uma comissão paritária no órgão ou entidade composta por dor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de
06 (seis) membros. vaga.
§ 5° Não constituem provas suficientes e eficazes as certidões Art. 33 Não poderá reverter o aposentado que já tiver com-
ou portarias desacompanhadas dos documentos de atos admi- pletado 70 (setenta) anos de idade.
nistrativos para avaliar negativamente a aptidão e capacidade do Art. 34 A reversão far-se-á a pedido.
servidor no desempenho do cargo, sobretudo nos fatores a que
refere os incisos I, II, III, IV, V e VI deste artigo. SEÇÃO IX
DA REINTEGRAÇÃO
SEÇÃO V
DA ESTABILIDADE Art. 35 Reintegração é a investidura do servidor estável no
cargo anteriormente ocupado ou no cargo resultante de sua
Art. 24 O servidor habilitado em concurso público e empossa- transformação, quando invalidada a sua demissão por ocasião ad-
do em cargo de carreira adquirirá estabilidade no serviço público ao ministrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
completar 02 (dois) anos de efetivo exercício. § 1° Na hipótese do cargo ter sido extinto, o servidor ocupará
Art. 25 O servidor estável só perderá o cargo em virtude de outro cargo equivalente ao anterior com todas as vantagens.
§ 2° O cargo a que se refere o artigo somente poderá ser pre-
sentença judicial transitada em julgado ou de processo adminis-
enchido em caráter precário até o julgamento final.
trativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
SEÇÃO X
SEÇÃO VI
DA RECONDUÇÃO
DA TRANSFERÊNCIA
Art. 36 Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo
Art. 26 Transferência é a passagem do servidor estável de car-
anteriormente ocupado e decorrerá de:
go efetivo de carreira para outro de igual denominação, classe e
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
remuneração, pertencente a quadro de pessoal diverso e na mes-
II - reintegração do anterior ocupante.
ma localidade.

241
LEGISLAÇÃO
III - em conformidade com o que dispõe a Lei n° 5.601, de
Parágrafo único Encontrando-se provido o cargo de origem, 09.05.90.
o servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no Parágrafo único Os cargos em comissão ocupados por servi-
Artigo 40. dores do quadro de carreiras eleitos conforme Artigo 134 da Cons-
tituição Estadual, só poderão ser exonerados a pedido ou quando
SEÇÃO XI comprovadamente através de processo administrativo, agir con- tra
DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO os interesses do Estado e da categoria que o elegeu.
Art. 37 Aproveitamento é o retorno do servidor em disponibi- CAPÍTULO III
lidade ao exercício do cargo público. DA PROGRESSÃO, PROMOÇÃO, ASCENSÃO E ACESSO
Art. 38 Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade,
o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração Art. 46 Progressão é a passagem do servidor de uma refe-
integral. rência para a imediatamente superior, dentro da mesma classe
Art. 39 O retorno à atividade de servidor em disponibilidade e da categoria funcional a que pertence, obedecidos os critérios
far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atri- especificados para a avaliação de desempenho e tempo de efetiva
buições e remunerações compatíveis com o anteriormente ocu- permanência na carreira.
pado. Art. 47 Ascensão é a passagem do servidor de um nível para
Parágrafo único O Órgão Central do Sistema de Pessoal Civil outro sendo posicionado na primeira classe e em referência ou
determinará o imediato aproveitamento de servidor em disponi- padrão de vencimento imediatamente superior àquele em que se
bilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos da administração encontrava, na mesma carreira.
pública, na localidade em que trabalhava anteriormente ou em Art. 48 Promoção é a passagem do servidor de uma classe para
outra com a concordância do servidor. a imediatamente superior do respectivo grupo de carreira que
Art. 40 O aproveitamento do servidor que se encontra em pertence, obedecidos os critérios de avaliação, desempenho e
disponibilidade há mais de 12 (doze) meses dependerá de prévia qualificação funcional.
comprovação de sua capacidade física e mental, por junta médica Art. 49 Acesso é a investidura do servidor na função de di-
oficial. reção, chefia, assessoramento e assistência, segundo os critérios
§ 1° Se julgado apto, o servidor assumirá o exercício do car- go estabelecidos em lei.
no prazo de 30 (trinta) dias, contados da publicação do ato de Art. 50 Os critérios para aplicação deste capítulo serão defini-
aproveitamento. dos ao instituir o plano de carreira.
§ 2° Verificada a incapacidade definitiva, o servidor em dispo- Parágrafo único Fica assegurada a participação dos servidores
nibilidade será aposentado, na forma da legislação em vigor. na elaboração do plano de carreira e seus critérios.
Art. 41 Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a
disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, CAPÍTULO IV
salvo doença comprovada por junta médica oficial. DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO
Art. 42 Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, terá SEÇÃO I
preferência o de maior tempo de disponibilidade e, no caso de DA REMOÇÃO
empate, o de maior tempo de serviço público.
Art. 51 Remoção é o deslocamento do servidor a pedido ou de
CAPÍTULO II oficio, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede,
DA VACÂNCIA observada a lotação existente em cada órgão: (Nova reda- ção dada
pela LC 187/04)
Art. 43 A vacância do cargo público decorrerá de: I - de uma para outra repartição do mesmo órgão ou entida-
I - exoneração; de;
II - demissão; II - de um para outro órgão ou entidade, desde que compa-
III - ascensão; tíveis a situação funcional e a carreira especifica do servidor re-
IV - acesso; movido.
V - transferência; § 1º A remoção a pedido para outra localidade, por motivo de
VI - readaptação; saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente, fica
VII - aposentadoria; condicionada à apresentação de laudo pericial emitido pela Cor-
VIII - posse em outro cargo inacumulável; regedoria-Geral de Perícia Medica da Secretaria de Estado de Ad-
IX - falecimento. ministração - SAD, bem como à existência de vagas. (Acrescentado
Art. 44 A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do pela LC 187/04)
servidor, ou de ofício. § 2º A remoção para outra localidade, baseada no interesse
Parágrafo único A exoneração de ofício dar-se-á: público, deverá ser devidamente fundamentada. (Acrescentado
I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; pela LC 187/04)
II - quando por decorrência do prazo, ficar extinta a punibili- Art. 52 O ato que remover o servidor estudante de uma para
dade para demissão por abandono de cargo; outra cidade ficará suspenso se, na nova sede, não existir estabe-
III - quando, tendo tomado posse, não entrar no exercício no lecimento congênere oficial, reconhecido ou equiparado àquele em
prazo estabelecido. que o interessado esteja matriculado, devendo permanecer no
Art. 45 A exoneração de cargo em comissão dar-se-á: (Repris- exercício do cargo.
tinado o art. 45 pela LC 550/14) § 1° Efetivar-se-á a remoção se o servidor concluir o curso,
I - a juízo da autoridade competente, salvo os cargos ocupa- deixar de cursá-lo ou for reprovado durante 02 (dois) anos con-
dos por servidores do plano de carreira através de eleições; secutivos.
II - a pedido do próprio servidor;

242
LEGISLAÇÃO
Art. 62 Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a
§ 2° Semestralmente, o interessado deverá apresentar prova título de remuneração, importância superior à soma dos valores
de sua frequência regular do curso que estiver matriculado peran- percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no
te a repartição a que esteja subordinado. âmbito dos respectivos Poderes, pelos Secretários de Estado, por
membros da Assembléia Legislativa e membros do Tribunal de
SEÇÃO II Justiça.
DA REDISTRIBUIÇÃO Parágrafo único Excluem-se do teto de remuneração, o adi-
cional por tempo de serviço e as vantagens previstas no Artigo
Art. 53 Redistribuição é o deslocamento do servidor, com o
82, I a VIII.
respectivo cargo, para o quadro de pessoal do mesmo ou qual- quer
Art. 63 A relação entre a menor e a maior remuneração atri-
órgão ou entidade do Governo, cujo planos de carreira e
buída aos cargos de carreira não poderá ser superior a 08 (oito)
remuneração sejam idêntico, observado sempre o interesse da
vezes.
administração. (Nova redação dada pela LC 187/04)
Art. 64 O servidor perderá:
§ 1º A redistribuição dar-se-á exclusivamente para ajusta-
I - vencimento ou remuneração do dia que não comparecer
mento de quadros de pessoal às necessidades dos serviços, in- ao serviço, salvo motivo legal ou moléstia comprovada;
clusive nos casos de reorganização, extinção, ou criação de órgão II - 1/3 (um terço) do vencimento ou da remuneração do dia,
ou entidade. quando comparecer ao serviço com atraso máximo de uma hora,
§ 2º Nos casos de extinção de órgão ou entidade os servido- res ou quando se retirar antecipadamente;
estáveis que não puderem ser redistribuídos, na forma deste artigo, III - 1/3 (um terço) do vencimento ou da remuneração duran-
serão colocados em disponibilidade com remuneração in- tegral, te o afastamento por motivo de prisão preventiva, pronúncia por
até seu aproveitamento na forma do artigo 40. crime comum, denúncia por crime funcional, condenação recor-
rível por crime inafiançável ou processo no qual haja pronúncia,
CAPÍTULO V com direito à diferença, se absolvida;
DA SUBSTITUIÇÃO IV - 2/3 (dois terços) do vencimento ou da remuneração du-
rante o período de afastamento em virtude da condenação por
Art. 54 (revogado) (Revogado pela LC 266/06) sentença definitiva, cuja pena não resulte em demissão.
Art. 55 (revogado) (Revogado pela LC 266/06) Art. 65 Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, ne-
nhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.
TÍTULO III § 1° Mediante autorização do servidor poderá haver consig-
DOS DIREITOS E VANTAGENS nação em folha de pagamento a favor de terceiros, ou seja, insti-
CAPÍTULO I tuições de previdências, associações, sindicatos, pecúlio, seguros e
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO os demais na forma definida em regulamento instituído pelas
associações e sindicatos dos servidores.
Art. 56. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício § 2° Sob pena de responsabilidade a autoridade que deter-
de cargo público, com valor fixado em lei. minar o desconto em folha de pagamento para instituições de
Art. 57. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acres- previdência ou associações, deverá efetivar o repasse do descon-
cido das vantagens pecuniárias, permanentes ou temporárias, to, no prazo máximo dos 05 (cinco) primeiros dias úteis do mês
previstas na Constituição Federal, Estadual, em acordos coletivos subseqüente.
ou em convenções de trabalho que venham a ser celebrados. (ADI Art. 66 As reposições e indenizações ao erário serão descon-
559-6 - DOU 24/05/2006: declara inconstitucional a expressão “em tadas em parcelas mensais não excedentes à décima parte da re-
acordos coletivos ou em convenções de trabalho que venham a ser muneração ou provento.
celebrados”) § 1° Independente do parcelamento previsto neste artigo, o
Art. 58 A remuneração total do servidor será composta exclu- recebimento de quantias indevidas poderá implicar processo dis-
sivamente do vencimento base, de uma única verba de represen- ciplinar para apuração de responsabilidades e aplicação das pena-
tação e do adicional por tempo de serviço. lidades cabíveis.
Parágrafo único O adicional por tempo de serviço concedido § 2° Nos casos de comprovada má fé e abandono de cargo, a
aos ocupantes dos cargos de carreira de provimento efetivo e aos reposição deverá ser feita de uma só vez, sem prejuízo das pena-
empregados públicos como única vantagem pessoal, não será lidades cabíveis, inclusive no que se refere a inscrição na dívida
considerado para efeito deste artigo. ativa.
Art. 59 Ao servidor nomeado para o exercício de cargo em Art. 67 O servidor em débito com o erário que for demitido,
comissão, é facultado optar entre o vencimento de seu cargo efe- exonerado ou que tiver a sua aposentadoria ou disponibilidade
tivo e do cargo em comissão, acrescido da verba única de repre- cassada, terá o prazo de 60 (sessenta) dias para quitá-lo.
sentação. Parágrafo único A não-quitação do débito no prazo previsto
Parágrafo único O servidor investido em cargo em comissão de implicará sua inscrição na dívida ativa.
órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a remu- Art. 67-A Serão inscritos em dívida ativa pela Procuradoria-
neração de acordo com o estabelecido no Artigo 119, § 1°. -Geral do Estado os créditos constituídos pelo Estado de Mato
Art. 60 O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vanta- Grosso em razão de benefícios previdenciários ou assistenciais pa-
gens de caráter permanente, é irredutível. gos indevidamente ou além do devido, hipótese em que se aplica o
Art. 61 É assegurada a isonomia de vencimento para cargos de disposto na Lei Federal nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, para
atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder ou entre a execução judicial. (Acrescentado pela LC 659/2020)
servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter Art. 68 O vencimento, a remuneração e o provento não se- rão
individual e as relativas à natureza e ao local de trabalho. objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos casos de
prestação de alimentos resultantes de decisão judicial.

243
LEGISLAÇÃO
SUBSEÇÃO III
Art. 69 O pagamento da remuneração dos servidores públicos
DA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE
dar-se-á até o dia 10 (dez) do mês seguinte ao que se refere.
§ 1° O não-pagamento até a data prevista neste artigo impor-
Art. 81 Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor
tará na correção do seu valor, aplicando-se os índices federais de
que realizar despesas com a utilização do meio próprio de loco-
correção diária, a partir do dia seguinte ao do vencimento até a data moção para execução de serviços externos, por força das atribui-
do efetivo pagamento. ções próprias do cargo, conforme regulamento.
§ 2° O montante da correção será pago juntamente com o
vencimento do mês subsequente, corrigido o seu total até o últi- SUBSEÇÃO IV
mo dia do mês, pelos mesmos índices do parágrafo anterior. DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS

CAPÍTULO II Art. 82. Além da remuneração e das indenizações previstas


DAS VANTAGENS nesta lei, poderão ser deferidas aos servidores, as seguintes grati-
ficações adicionais:
Art. 70 Além do vencimento poderão ser pagas ao servidor as I - gratificação natalina;
seguintes vantagens: II - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas
I - indenizações; ou penosas;
II - gratificações e adicionais. III - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
Parágrafo único A indenização não se incorpora ao vencimen- IV - adicional noturno;
to ou provento para qualquer efeito. V - adicional de férias;
Art. 71 As vantagens não serão computadas nem acumuladas VI - adicional por tempo de serviço;
para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuni- VII - Vetado;
ários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento. VIII - Vetado.

SEÇÃO I SUBSEÇÃO V
DAS INDENIZAÇÕES DA GRATIFICAÇÃO NATALINA

Art. 72 Constituem indenizações ao servidor: Art. 83. A gratificação natalina correspondete a um doze avos
I - ajuda de custo; da remuneração a que o servidor fizer jus ao mês de dezembro, por
II - diárias. mês de exercício, no respectivo ano.
Parágrafo único A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias
Art. 73 Os valores das indenizações, assim como as condições
será considerada como mês integral.
para a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento.
Art. 84 A gratificação natalina será paga até o dia 20 (vinte) do
Art. 74 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)
mês de dezembro de cada ano. (Nova redação dada pela LC 479/12)
Art. 75 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)
Parágrafo único (revogado) (Revogado pela LC 479/12)
Art. 76 Não será concedida a ajuda de custo ao servidor que se Art. 85. O servidor exonerado perceberá sua gratificação na-
afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato ele- tivo. talina, proporcionalmente aos de efetivo exercício, calculada so-
Art. 77 (revogado) (Revogado pela LC 59/99) bre a remuneração do mês de exoneração.
Art. 78 O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo
quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no SUBSEÇÃO VI
prazo determinado no Artigo 21. DO ADICIONAL, POR TEMPO DE SERVIÇO
Parágrafo único Não haverá obrigação de restituir a ajuda de
custo nos casos de exoneração de ofício, ou de retorno por motivo Art. 86 O adicional por tempo de serviço é devido à razão de
de doença comprovada. 2% (dois por cento), por ano de serviço público estadual, inciden- te
sobre o vencimento - base do cargo efetivo, até o limite de 50%
SUBSEÇÃO II (cinqüenta por cento). (Nova redação dada pela LC 42/96)
DAS DIÁRIAS § 1º O servidor fará jus ao adicional a partir do mês imediato
àquele em que completar o anuênio, independente, de requeri-
Art. 79 O servidor que, a serviço, se afastar da sede, em ca- mento. (Acrescentado pela LC 42/96)
ráter eventual ou transitório, para outro ponto do território ma- to- § 2º VETADO (Acrescentado pela LC 42/96)
grossense e de outras unidades da Federação, fará jus a passa- gens § 3º Fica excluído do teto constitucional o adicional por tem-
e diárias para cobrir as despesas de pousada, alimentação, po de serviço. (Acrescentado pela LC 42/96)
locomoção urbana e rural.
Parágrafo único A diária será concedida por dia de afastamen- SUBSEÇÃO VII
to, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE OU
pernoite fora da sede. PENOSIDADE
Art. 80 O servidor que receber diárias e não se afastar da sede,
por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integral- mente, no Art. 87. Os servidores que trabalham com habitualidade em
prazo de 05 (cinco) dias. locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tó-
xicas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional nos termos da
Parágrafo único Na hipótese do servidor retornar à sede em
legislação pertinente.
prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá
§ 1º O servidor que fizer jus a mais de um adicional será con-
as diárias recebidas em excesso, em igual prazo.
cedido o pagamento, de acordo com a legislação pertinente.

244
LEGISLAÇÃO
Art. 97. O servidor fará jus a 30 (trinta) dias de férias, que
§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade podem ser cumuladas até o máximo de dois períodos, median-
cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram te comprovada necessidade de serviço, ressalvadas as hipóteses em
causa a sua concessão.
que haja legislação específica. (Nova redação dada pela LC 141/03)
Art. 88 . Caberá à Administração Estadual exercer permanen-
§ 1º Para o período aquisitivo de férias, serão exigidos 12 (doze)
te controle da atividade de servidores em operações ou locais
meses de exercício.
considerados penosos, insalubres ou perigosos.
§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afasta-
§ 3º Fica proibida a contagem, em dobro, de férias não goza-
da, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais
das, para fins de aposentadoria e promoção por antiguidade acu-
previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre
muladas por mais de 02 (dois) períodos.
e em serviço não perigoso.
§ 4º Para gozo das férias previstas neste artigo, deverá ser
Art. 89 Na concessão dos adicionais de penosidade, insalubri- observada a escala a a ser organizada pela repartição.
dade e de periculosidade serão observadas as situações especifi- § 5º As férias poderão ser parceladas em até 03 (três) eta- pas,
cadas na legislação pertinente aplicável ao servidor público. se assim requeridas pelo servidor, com período mínimo de 10
Art. 90. O adicional de penosidade será devido ao servidor em (dez) dias em cada, sendo que o terço constitucional será cor-
exercício em zonas de fronteira ou em locais, cujas condições de respondente ao período usufruído. (Nova redação dada pela LC
vida o justifiquem. nos termos, condições e limites fixados em 640/19)
regulamento. § 6º Caso não cumprido o estabelecido no caput deste artigo,
Art. 91. Os locais de trabalho e os servidores que operam com o servidor público, automaticamente, entrará em gozo de férias a
Raio X ou substâncias radioativas devem ser mantidos sob contro- partir do primeiro dia do terceiro período aquisitivo. (Acrescenta-
le permanente, de modo que as doses de radiação, ionizantes não do pela LC 293/07)
ultrapassam o nível máximo previsto na legislação própria. Art. 98 Quando em gozo de férias, o servidor terá direito a re-
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo de- ceber o equivalente a 01 (um) mês de vencimento. (Nova redação
vem ser submetidos a exame médico oficial. dada pela LC 141/03)
Parágrafo único. No caso de férias proporcionais, o servidor
SUBSEÇÃO VIII perceberá uma remuneração correspondente ao número de dias
DO ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO gozados. (Acrescentado pela LC 141/03)
Art. 99. O pagamento da remuneração das férias deverá ser
Art. 92. O serviço extraordinário será remunerado com acrés- efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período,
cimo de no mínimo 50 % (cinquenta por cento) em relação à hora observando-se o disposto no parágrafo primeiro deste artigo.
normal de trabalho. § 1º É facultado ao servidor converter 1/3 (um terço) das fé-
Art. 93. Somente será permitido serviço extraordinário para rias ou abono pecuniário desde que o requeira com pelo menos 60
atender situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite (sessenta) dias de antecedência de seu início.
máximo de 02 (duas) horas diárias, conforme se dispuser em re- § 2º No cálculo do abono pecuniário será considerado o valor
gulamento. do adicional de férias, previsto no artigo 82, inciso V.
Art. 100 O servidor que opera direta e permanentemente com
SUBSEÇÃO IX Raios X ou substâncias radioativas gozará, obrigatoriamente, 20
(vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade
DO ADICIONAL NOTURNO
profissional, proibida, em qualquer hipótese a acumulação.
Art. 101. É proibido a transferência e remoção do servidor
Art. 94. O serviço noturno prestado em horário compreendi- do
quando em gozo de férias.
entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 05 (cinco) horas do dia
Art. 102. As férias somente poderão ser interrompidas por
seguinte, terá o valor hora acrescido de 25 % (vinte e cinco por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para
cento) computando-se cada hora com 52 (cinquenta e dois) juri, serviço militar ou eleitoral ou por motivo de superior inte- resse
minutos e 30 (trinta) segundos. público definidos em lei, devendo o período interrompido ser
Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o gozado imediatamente, após a cessação do motivo da inter- rupção.
acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração
prevista no artigo 93. CAPÍTULO III
DAS LICENÇAS
SUBSEÇÃO X SEÇÃO I
DO ADICIONAL DE FÉRIAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 95. Independente de solicitação, será pago ao servidor, por Art. 103. Conceder-se-á, ao servidor, licença:
ocasião das férias, um adicional de 1/3 (um terço) da remune- ração I - por motivo de doença em pessoa da família;
correspondente ao período de férias. II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
Parágrafo único. No caso do servidor exercer função de dire- III - para serviço militar;
ção, chefia, assessoramento ou assistência ou ocupar cargo em IV - para atividade políticas;
comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do V - prêmio por assiduidade;
adicional de que trata este artigo. VI - para tratar de interesses particulares;
Art. 96. O servidor em regime de acumulação lícita perceberá VII - para qualificação profissional.
o adicional de férias, calculado sobre a remuneração do cargo em § 1º A licença prevista no inciso I será precedida de exame por
que for gozar as férias. médico da junta médica oficial.

245
LEGISLAÇÃO
afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candida-
§ 2º O servidor não poderá permanecer em licença da mesma tura perante, a justiça eleitoral, até o décimo quinto dia seguinte ao
espécie por período superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos do pleito.
casos dos incisos II, III, IV e VII deste artigo. § 2º A partir do registro de candidatura e até o décimo quinto
§ 3º É vedado o exercício de atividade remunerada durante dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença como se em
o período da licença prevista no inciso I deste artigo, ressaIvada a exercício estivesse, com o vencimento de que trata o artigo 57.
hipótese do artigo 105 e seus parágrafos.
Art. 104. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do SEÇÃO VI
término de outra da mesma espécie será considerada como pror- DA LICENÇA-PRÊMIO POR ASSIDUIDADE
rogação.
Art. 109 Após cada quinquênio ininterrupto de efetivo exercí-
SEÇÃO II cio no serviço público estadual, o servidor fará jus a 90 (noventa)
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOAS EM dias de licença, a título de prêmio por assiduidade, com o subsí- dio
FAMÍLIA do cargo efetivo, acrescido do valor do cargo em comissão ou
função de confiança, se for o caso. (Nova redação dada pela LC
Art. 105. Poderá ser concedida licença ao servidor, por moti- vo 738/2022)
de doença do cônjuge ou companheiro, padrasto ou madrasta, § 1º Para fins da licença-prêmio de que trata este artigo, será
ascendente, descendente, enteado e colateral consanguíneo ou considerado o tempo de serviço desde seu ingresso no serviço pú-
afim até o segundo grau civil, mediante comprovação médica. blico estadual.
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do § 2º É facultado ao servidor fracionar a licença de que trata este
servidor for indispensável e não puder ser prestada simultanea- artigo, conforme disposto em regulamento. (Nova redação dada
mente com o exercício do cargo, o que deverá ser apurado através pela LC 738/2022)
de acompanhamento social. § 3º (revogado) (Revogado pela LC 59/99)
§ 2º A licença será concedida sem prejuízo da remuneração do § 4º (revogado) (Revogado pela LC 59/99)
cargo efetivo, até um 01 (um) ano, com 2/3 (dois terços) do Art. 110. Não se concederá licença-prêmio ao servidor que, no
vencimento ou remuneração, excedente, esse prazo, até 02 (dois) período aquisitivo:
anos. I - sofrer penalidade disciplinar, de suspensão;
II - afastar-se do cargo em virtude de:
a) licença por motivo de doença em pessoa da família, sem
SEÇÃO III
remuneração;
DA LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO CÔNJUGE
b) licença para tratar de interesses particulares;
c) condenação a pena privativa de liberdade, por sentença
Art. 106. Poderá ser concedida licença ao servidor para acom-
definitiva;
panhar o cônjuge ou companheiro que for deslocado para outro d) afastamento para acompanhar cônjuge ou companheiro.
ponto do território nacional, para o exterior ou para exercício de Parágrafo único. As faltas injustificadas ao serviço retardarão a
mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. concessão de licença prevista neste artigo, na proporção de um mês
§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem remune- para cada três faltas.
ração. Art. 111. O número de servidor em gozo simultâneo de licen-
§ 2º Na hipótese do deslocamento de que trata este artigo, ça-prêmio não poderá ser superior a 1/3 (um terço) da lotação da
o servidor poderá ser lotado, provisoriamente, em repartição da respectiva unidade administrativa do órgão ou entidade.
Administração Estadual Direta, Autárquica ou Fundacional, desde Art. 112. Para efeito de aposentadoria será contado em dobro
que para exercício de atividade compatível com o seu cargo com o tempo de licença-prêmio não gozado.
remuneração do órgão de origem. Art. 113. Para possibilitar o controle das concessões da licen-
ça, o órgão de lotação deverá proceder anualmente a escala dos
SEÇÃO IV servidores, a fim de atender o disposto no artigo 109, Parágrafo 4º,
DA LICENÇA PARA O SERVIÇO MILITAR e garantir os recursos orçamentários e financeiros necessários ao
pagamento, no caso de opção em espécie.
Art. 107. Ao servidor convocado para o serviço militar será § 1º O servidor não poderá cumular duas licenças-prêmio.
concedida licença, na forma e condições previstas na legislação (Acrescentado pela LC 293/07)
específica. § 2º O servidor deverá gozar a licença-prêmio concedida,
Parágrafo único Concluído o serviço militar, o servidor terá obrigatoriamente, no período aquisitivo subseqüente. (Acrescen-
30 (trinta) dias, com remuneração, para reassumir o exercício do tado pela LC 293/07)
cargo. § 3º Caso não usufrua no período subseqüente, entrará, au-
tomaticamente, em gozo da referida licença a partir do primeiro dia
SEÇÃO V do terceiro período aquisitivo. (Acrescentado pela LC 293/07)
DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA
SEÇÃO VII
Art. 108. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES
durante o período que mediar entre a sua escolha, em convenção
Art. 114. A pedido e sem prejuízo do serviço será concedida, ao
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro
servidor estável, licença para o trato de assuntos particulares, pelo
de sua candidatura perante a justiça eleitoral.
prazo de até 02 (dois) anos consecutivos, sem remuneração,
§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde podendo esta licença ser interrompida a qualquer momento por
desempenha sua função e que exerça cargo de direção, chefia, as- interesse do servidor.
sessoramento, assistência, arrecadação ou fiscalização, dele será

246
LEGISLAÇÃO
III - em casos previstos em leis específicas.
§ 1º A licença poderá ser interrompida a qualquer tempo, a § 1º O ônus da remuneração será do órgão ou entidade ces-
pedido do servidor ou no interesse do serviço público. sionária, salvo disposição legal em contrário. (Nova redação dada
§ 2º Não se concederá nova licença antes de decorridos 02 pela LC 662/2020)
(dois) anos do término da anterior. § 2º Mediante autorização da Secretaria de Estado de Plane-
§ 3º Não se concederá licença a servidor nomeado, removido, jamento e Gestão, o servidor do Poder Executivo poderá ter exer-
redistribuído ou transferido, antes de completar 02 (dois) anos de cício em outro órgão da Administração Pública Estadual, que não
exercício. tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado e a certo
§ 4º O requerente aguardará, em exercício no cargo, a publi- prazo (Nova redação dada pela LC 627/19)
cação, no diário oficial, do ato decisório sobre a licença solicitada. § 3º O afastamento previsto neste artigo será de até 05 (cin-
co) anos, prorrogáveis por interesse da Administração Pública.
SEÇÃO VIII
(Acrescentado pela LC 640/19)
DE LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDATO CLASSISTA
SEÇÃO II
Art. 115 É assegurado ao servidor público efetivo o direito à
DO AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO
licença remunerada, para o exercício de mandato eletivo em di-
retoria de entidade sindical ou associativa, ainda que de caráter Art. 120. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-
nacional, desde que representativas das carreiras integrantes da -se as seguintes disposições:
Administração Pública Estadual, nos termos do art. 133 da Consti- I - tratando-se de mandato federal, Estadual ou distrital, ficará
tuição Estadual. (Nova redação dada ao artigo pela LC 662/2020) afastado do cargo;
Parágrafo único A licença terá duração igual à do mandato, II - investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo,
podendo ser prorrogada no caso de reeleição. sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
III - investido no mandato de vereador :
SEÇÃO IX a) havendo compatibilidade de horários, perceberá as vanta-
DA LICENÇA PARA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL gens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horários, será afastado do
Art. 116. A licença para qualificação profissional se dará com cargo, sendo-lhe facultado optar peIa sua remuneração;
prévia autorização do Governador do Estado e consiste no afas- c) não poderá exercer cargo em comissão ou de confiança na
tamento do servidor de suas funções, sem prejuízo dos seus ven- Administração Pública, de livre exoneração.
cimentos, assegurada a sua efetividade para todos os efeitos de § 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá
carreira e será concedida para frequência de curso de formação, para a seguridade social como se em exercício estivesse.
treinamento, aperfeiçoamento ou especialização profissional ou § 2º O servidor investido em mandato eletivo ou classista não
a nível da pós-graduação e estágio, no país ou no exterior, se de poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade di-
interesse do Estado. versa onde exerce a mandato.
Art. 117. Para concessão da licença de que trata o artigo ante-
rior, terão preferências os servidores que satisfaçam os seguintes SEÇÃO III
requisitos: DO AFASTAMENTO PARA ESTUDO OU MISSÃO NO EXTERIOR
I - Residência em localidade onde não existam unidades uni-
versitárias ou faculdades isoladas; Art. 121. O servidor não poderá ausentar-se do Estado ou País
II - Experiência no máximo de 05 (cinco) anos de magistério para estudo ou missão oficial, sem autorização do Governador do
público estadual, e o servidor com 05 (cinco) anos de efetivo exer- Estado, ou Presidente dos Órgãos dos Poderes Legislativo e Judi-
cício no Estado; ciário.
III - Curso correlacionado com a área de atuação. § 1º A ausência não excederá de 04(quatro) anos e, finda a
Art. 118. Realizando-se o curso na mesma localidade da lo- missão ou estudo, somente decorrido igual período, será permiti-
tação do serviço ou em outra de fácil acesso, em lugar da licença da nova ausência.
será concedida simples dispensa do expediente pelo tempo ne- § 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não
cessário a frequência regular do curso. será concedida exoneração ou licença para tratar da interesse
Parágrafo único. A dispensa de que trata o artigo deverá ser particular, antes de decorrido período igual ao do afastamento,
obrigatoriamente comprovado mediante frequência regular do ressalvada a hipótese do ressarcimento da despesa havida com o
curso. afastamento.
Art. 122. O afastamento de servidor para servir em organismo
CAPÍTULO V
internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-
DOS AFASTAMENTOS
-se-á com direito a opção pela remuneração.
SEÇÃO I Art. 123. O afastamento para estudo ou missão oficial no ex-
DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ÓRGÃO OU EN- terior, obedecerá ao disposto em legislação específica.
TIDADE
CAPÍTULO V
Art. 119 O servidor poderá ser cedido para ter exercício em DAS CONCESSÕES
outro órgão ou entidade do Poder Executivo Estadual ou dos Po-
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, Art. 124. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-
nas seguintes hipóteses: (Nova redação dada ao caput pela LC -se do serviço:
662/2020) I - por um (01) dia, para doação de sangue;
I - para exercício de cargo em comissão ou função de con- II - por 02 (dois) dias para se alistar como eleitor;
fiança; III - por 08 (oito) dias consecutivos em razão de:
II - em situações de comprovado interesse público;

247
LEGISLAÇÃO
IV - participação em programas de treinamento regularmente
a) casamentos; instituído;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, mu-
padrasto, filhos, enteado, menor sob guarda ou tutela, irmãos e nicipal ou do distrito federal, exceto para promoção por mereci-
avós. mento;
Art. 124-A Fica concedido ao servidor público que tenha côn- VI - juri e outros serviços obrigatórios por lei;
juge, filho ou dependente com deficiência, redução da jornada de VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afas-
trabalho da respectiva lei de carreira em 50% (cinquenta por cen- tamento.
to), sem compensação de horário e sem prejuízo da remuneração, VIII - licença:
desde que observados os seguintes requisitos: (Acrescentado pela a) à gestante, à adotante e à paternidade;
LC 607/18) b) para tratamento da própria saúde, até 02 (dois) anos;
I - ser titular de cargo efetivo; c) por motivo de acidente em serviço ou doença Profissional;
II - comprovar a dependência socioeducacional e econômica da d) prêmio por assiduidade;
pessoa com deficiência; e) por convocação para o serviço militar;
III - não estar no exercício de cargo em comissão ou função f) qualificação Profissional;
gratificada. g) licença para acompanhar cônjuge ou companheiro;
§ 1º Fica assegurada a redução da jornada prevista no caput h) licença para tratamento de saúde em pessoa da família;
deste artigo mediante averiguação por assistente social referente i) para desempenho de mandato classista.
à dependência socioeducativa e a realização de avaliação médica IX - deslocamento para a nova sede de que trata o artigo 21.
pericial, nos termos do regulamento. X - participação em competição desportiva estadual e nacio-
§ 2º A redução da jornada prevista no caput deste artigo fica nal ou convocação para integrar representação desportiva nacio-
estendida enquanto permanecer a necessidade de assistência e nal, no país ou no exterior, conforme disposto em lei específica.
a dependência econômica da pessoa com deficiência nos termos do Art. 130 Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e
regulamento. disponibilidade:
§ 3º Fica concedida a redução da jornada prevista no caput I - o tempo do serviço público federal, estadual e municipal,
deste artigo apenas para um dos pais ou responsáveis do depen- mediante comprovação do serviço prestado e do recolhimento da
dente com deficiência quando ambos forem servidores públicos previdência social;
estaduais efetivos. II - a licença para atividade política, no caso do artigo 108,
§ 4º Fica vedado ao servidor alcançado pela redução prevista Parágrafo 2º;
no caput deste artigo a ocupação de qualquer atividade, remune- III - o tempo correspondente ao desempenho de mandato
rada ou não, enquanto perdurar a redução. eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingres-
Art. 125 (revogado) (Revogado pela LC 293/07) so no serviço público estadual;
Art. 126. Ao servidor estudante, que mudar de sede no in- IV - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Pre-
teresse da administração, assegurada, na localidade da nova re- vidência Social, o após decorridos 05 (cinco) anos de efetivo exer-
sidência ou na mais próxima, matrícula em instituto de ensino cício no serviço público;
congênere, em qualquer época, independente de vaga, na forma e V - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
condições estabelecidas na legislação específica. VI - Vetado.
Parágrafo único O disposto neste artigo estende-se ao cônju- § 1º O tempo de serviço a que se refere o inciso I deste artigo
ge ou companheiro, aos filhos ou enteados do servidor, que vivam não poderá ser contado em dobro ou quaisquer outros acrésci-
na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com mos, salvo se houver norma correspondente na legislação esta-
autorização judicial. dual.
§ 2º O tempo em que a servidor esteve aposentado ou em
CAPÍTULO VI disponibilidade será apenas contado para nova aposentadoria ou
DO TEMPO DE SERVIÇO disponibilidade.
§ 3º Será contado, em dobro, o tempo de serviço prestado às
Art. 127. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço Forças Armadas em operações de guerra.
público prestado ao Estado de Mato Grosso, inclusive o das Forças § 4º É vedado a contagem cumulativa de tempo de serviço
Armadas. prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função em
Art. 128. A apuração do tempo de serviço será feita em dias órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal
que serão convertidos em anos, considerado o ano como de 365 e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia
(trezentos e sessenta e cinco) dias. mista e empresa pública.
Parágrafo único Feita a conversão, os dias restantes até 182
(cento o oitenta a dois), não serão computados, arredondando-se CAPÍTULO VII
para 01 (um) ano quando excederem deste número, para efeito de DO DIREITO DE PETIÇÃO
aposentadoria.
Art. 129. Além das ausências ao serviço previstas no artigo 125, Art. 131. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos
serão considerados como de efetivo exercício os afastamen- tos em Poderes Públicos, em defesa de direito ou de interesse legítimo.
virtude de: Parágrafo único. É possibilitado, dependente somente de
I - férias; sindicalização prévia, que o requerimento seja subscrito pelo res-
II - exercício de cargo em comissão, ou equivalente em órgãos pectivo Sindicato da categoria do servidor. (Acrescentado pela LC
ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Dis- 345/09)
trito Federal; Art. 132. O requerimento será dirigido à autoridade compe-
III - exercício de cargo, ou função de governo ou administra- tente para decidi-lo e encaminhado através daquela a que estiver
ção, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do imediatamente subordinado o requerente.
Presidente da República, Governo Estadual e Municipal.

248
LEGISLAÇÃO
b) a expedição de certidões requeridas para defesa de direito
Art. 133. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que ou esclarecimento de situacões de interesse pessoal;
houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não po- c) as requisições para a defesa da fazenda pública.
dendo ser renovado. VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregu-
Parágrafo único. O requerimento e o pedido da reconsidera- laridades de que tiver ciência em razão do cargo;
ção de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados VII - zelar pela economia do material e a conservação do pa-
no prazo de 05 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias, trimônio público;
contados a partir do recebimento dos autos pela autoridade julga- VIII - guardar sigilo sobre assuntos da repartição;
dora, após a apreciação pela Procuradoria-Geral do Estado, con- IX - manter conduta compatível com a da moralidade admi-
soante estabelece o art. 14, II, da Lei Complementar nº 111, de 1º
nistrativa;
de julho de 2002. (Nova redação dada pela LC 123/03)
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
Art. 134. Caberá recurso:
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
XII - representar contra ilegalidade ou abuso de Poder.
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpos-
Parágrafo único A representação do que trata o inciso XII, será
tos.
encaminhada pela via hierárquica e obrigatoriamente apreciada
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente su-
pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, asse-
perior a que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, suces-
gurando ao representado direito de defesa.
sivamente, em escala ascendente, às demais autoridades.
§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da autorida-
CAPÍTULO II
de a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
Art. 135. O prazo para interposição de pedido de reconsidera- DAS PROIBIÇÕES
ção ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da
ciência, pelo interessado, da decisão decorrida. Art. 144. Ao servidor público é proibido:
Art. 136. O recurso poderá ter recebido com efeito suspensi- I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia
vo, a juízo da autoridade competente. autorização do chefe imediato;
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de recon- II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente,
sideração ou de recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do qualquer documento, ou objeto da repartição;
ato impugnado. III - recusar fé a documentos públicos;
Art. 137. O direito em requerer prescreve: IV - opor resistência injustificada ao andamento de documen-
I - em 05 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cas- to e processo ou execução de serviço;
sação de aposentadoria ou disponibilidade ou que afetem Inte- V - referir-se de modo depreciativo ou desrespeitoso, à auto-
resse patrimonial a créditos resultantes das relações de trabalho. ridades públicas ou aos atos do Poder Público, mediante manifes-
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quan- tação escrita ou oral, podendo, porém, criticar ato do Poder Públi-
do outro prazo for fixado em lei. co, do ponto de vista doutrinário ou da organizanção do serviço, em
Parágrafo único O prazo de prescrição será contado da data da trabalho assinado;
publicação do ato impugnado ou de ciência pelo interessado, VI - cometer a pessoa estranha à repartição , fora dos casos
quando o ato não for publicado. previstos em lei, o desempenho de atribuições que seja sua res-
Art. 138. O pedido de reconsideração e o recurso, quando ca- ponsabilidade ou de seu subordinado;
bíveis, interrompem a prescrição; VII - compelir ou aliciar outro servidor no sentido de filiação a
Parágrafo único Interrompida a prescrição, o prazo recome- associação profissional ou sindical, ou a partido político;
çará a correr pelo restante, no dia em que cessar a interrupção. VIII - manter sob sua chefia imediata, cônjuge, companheiro ou
Art. 139. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser parente até o segundo grau civil, salvo se ambos servidores forem
relevada pela administração. ocupantes de cargo de provimento efetivo; (Nova redação dada
Art. 140. Para o exercício do direito de petição, é assegurada pela LC 692/2021)
vista ao processo ou documento na repartição ao servidor ou a IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de ou-
procurador por ele constituído. trem, em detrimento da dignidade da função pública;
Art. 141. A administração deverá rever seus atos , a qualquer X - participar de gerência ou administração de empresa pri-
tempo, quando eivados de ilegalidade. vada, de sociedade civil, ou exercer comércio e, nessa qualidade,
Art. 142. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos transacionar com o Estado.
neste Capítulo. XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repar-
tições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciá-
TÍTULO IV rios ou assistenciais de parentes até segundo grau, e de cônjuge ou
DO REGIME DISCIPLINAR companheiro;
CAPÍTULO I XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de
DOS DEVERES qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de Estado estran-
Art. 143. São deveres do funcionário: geiro, sem licença do Governador do Estado;
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
II - ser leal às instituições a que servir; XV - proceder de forma desidiosa;
III - observar as normas legais e regulamentares; XVI - utilizar pessoa ou recursos materiais em serviços ou ati-
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta- vidades particulares;
mente ilegais; XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas às do
V - atender com presteza: cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitó-
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, rias;
ressalvadas as protegidas por sigilo;

249
LEGISLAÇÃO
V - destituição de cargo em comissão.
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis Art. 155. Na aplicação das penalidades serão consideradas a
com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
XIX - assediar sexualmente ou moralmente outro servidor pú- provieram para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou
blico. (Acrescentado pela LC 347/09) atenuantes a os antecedentes funcionais.
XX - violar prerrogativas e direitos dos advogados no exercício Art. 156 A repreensão será aplicada por escrito, nos casos de
de sua função. (Acrescentado pela LC 657/2020) violação de proibição constante do art. 143, I a IX, do art. 144, XX,
e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamen-
CAPÍTULO III
to ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade
DA ACUMULAÇÃO mais grave. (Nova redaçao dada pela LC 657/2020)
Art. 157. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das
Art. 145. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é ve-
faltas punidas com repreensão e de violação das demais proi-
dada a acumulação remunerada de cargos públicos.
bições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demis-
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos. empregos e
são, não podendo exceder de 90 (noventa)dias.
funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas,
§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o ser-
sociedades de economia mista da União, dos Estados e dos Mu-
vidor que injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspe-
nicípios.
ção médica determinada pela autoridade competente, cessando os
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condiciona-
efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
da à comprovoção da compatibilidade de horários.
Art. 146. O servidor não poderá exercer mais de um cargo § 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalida-
em comissão nem ser remunerado pela participação em órgão de de de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50%
deliberação coletiva. (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, fi-
Art. 147. O servidor vinculado ao regime desta lei, que acu- cando o servidor obrigado a permanecer em serviço.
mular licitamente dois cargos de carreira, quando investido em Art. 158. As penalidades de repreensão e de suspensão terão
cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os seus registros cancelados, após o decurso de 01 (um) ano a 03 (três)
cargos efetivos recebendo a remuneração do cargo em comissão, meses de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não
facultando-lhe a opção pela remuneração. houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
Parágrafo único. O afastamento previsto neste artigo ocorrerá Parágrafo único O cancelamento da penalidade não surtirá
apenas em relação a um dos cargos, se houver compatibilidade de efeitos retroativos.
horários. Art. 159. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
I - crime contra a administração pública;
CAPÍTULO IV II - abandono de cargo;
DAS RESPONSABILIDADES III - inassiduidade habitual;
IV - improbidade administrativa;
Art. 148. O servidor responde civil, penal e administrativa- V - incontinência pública e conduta escandalosa;
mente, pelo exercício irregular de suas atribuições. VI - insubordinação grave em serviço;
Art. 149. A responsabilidade civil decorre do ato omissivo ou VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo
comissivo, doloso ou culposo que resulte em prejuízo ao erário ou em legítima defesa própria ou de outrem;
a terceiro. VIII - aplicação irregular de dinheiro público;
§ 1º A Indenização de prejuízo dolosamante causado ao erário IX - revelação de segredo apropriado em razão do cargo;
somente será liquidado na forma prevista no artigo 66, na falta do X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio Es-
outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. tadual;
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o XI - corrupção;
servidor perante a fazenda estadual, em ação regressiva. XII - acumulação ilegal de cargos ou fuções públicas após
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucesso- res constatação em processo disciplinar;
e contra eles será executada, até o limite do valor da herança XIII - transgressão do artigo 144, incisos X a XVII.
recebida. Art. 160 (revogado) (Revogado pela LC 584/17)
Art. 150 A responsabilidade penal abrange os crimes e contra- Art. 161. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do
venções imputados ao servidor, nessa qualidade. inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a
Art. 151. A resposabilidade administrativa resulta do ato omis- demissão.
sivo ou comissivo praticado no desempenho de cargo ou função. Art. 162. A destituição de cargo em comissão exercido por não
Art. 152. As sanções civis penais e administrativas poderão ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração
cumular-se sendo independentes entre sí. sujeita a penalidades de suspensão e de demissão.
Art. 153. A responsabilidade civil ou administrativa do servi- Parágrafo único Ocorrida a exoneração de que trata o artigo
dor será afastada no caso da absolvição criminal que negue a exis- 45, o ato será convertido em destituição de cargo em comissão
tência do fato ou de sua autoria. prevista neste artigo.
Art. 163. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
CAPÍTULO V nos casos dos incisos IV, VIII a X do artigo 144, implica indisponi-
DAS PENALIDADES bilidade dos bens e ressarcimento ao erário sem prejuízo da ação
penal cabível.
Art. 154. São penalidades disciplinares: Art. 164. A demissão ou a destituição de cargo em comissão por
I - repreensão; infringência do artigo 144, inciso X, XII e XIII, incompatibiliza o ex-
II - suspensão; servidor para nova investidura em cargo público estadual, pelo
III - demissão prazo mínimo de 05 (cinco) anos.
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

250
LEGISLAÇÃO
CAPÍTULO II
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público esta-
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
dual o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comis-
são por infringência do artigo 159, Inciso I, IV, VIII, X e XI. Art. 174. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não
Art. 165. Configura o abandono de cargo a ausência intencio- venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instau-
nal do servidor ao serviço por mais de 30 (trinta) dias consecuti- vos. radora do processo disciplinar poderá ordenar o seu afastamento
Art. 166. Entende-se por inassiduidade habitual, a falta ao do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem
serviço sem causa justificada por 60 (sessenta) dias, interpolada- prejuízo da remuneração.
mente, durante o período de 12 (doze) meses. Parágrafo único O afastamento poderá ser prorrogado por
Art. 167. O ato de imposição da penalidade mencionará sem- igual prazo, findo o qual cassarão os seus efeitos, ainda que não
pre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. concluído o processo.
Art. 168. As penalidades disciplinares serão aplicadas: Art. 175. O processo disciplinar é o instrumento destinado
I - pelo Governador do Estado, pelos Presidentes do Poder Le- a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no
gislativo e dos Tribunais Estaduais, pelo Procurador Geral da Justi- exercício de suas atribuições, ou que tenha relação mediata com,
ça e o pelo dirigente superior de autarquia e Fundação, quando se as atribuições do cargo que se encontre investido.
tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilida-
§ 1º O servidor que responde a processo administrativo dis-
de de servidor vinculado ao respectivo Poder, Órgão ou Entidade;
ciplinar nos termos do caput deste artigo, até decisão final da
II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediata- autoridade competente e independentemente do que dispõe o
mente inferior aquelas mencionadas no inciso I , quando se trata artigo anterior, deverá ser remanejado para exercer as atribuições
de suspensão superior a 30 (trinta) dias.
do cargo em que se encontra investido em ambiente de trabalho
III - pelo chefe da repartição e outra autoridade, na forma dos
diverso daquele em que as exercia quando da instauração do refe-
respectivos regimentos ou regulamentos , nos casos de repreen-
rido processo, sem prejuízo da remuneração. (Acrescentado pela LC
são ou de superior de até 30 (trinta) dias;
85/01)
IV - peIa autoridade que houver feito a nomeação, quando se
§ 2º Para a aplicação das penalidades previstas nesta lei com-
tratar de destituição de cargo em comissão de não ocupante do
plementar, observar-se-á o disposto no artigo 168.(Acrescentado
cargo efetivo.
pela LC 85/01)
Art. 169 A ação disciplinar prescreverá:
Art. 176 Vetado.
I - em 05 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com de-
Art. 177. A comissão de inquérito exercerá suas atividades com
missão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destitui- independência e imparcialidade, assegurado o sigilo neces- sário a
ção de cargo em comissão; elucidação do fato ou exigido pelo interesse da adminis- tração.
II - em 2 (dois) anos, quanto à representação e suspensão; Art. 178. O processo discipIinar se desenvolve nas seguintes
§ 1º O prazo de prescrição começa da data em que, o fato ou
fases:
transgressão se tornou conhecido.
I - instauração, com publicação do ato que Constituiu a co-
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se
missão;
às infrações disciplinares capituladas também como crime.
II - inquérito administrativo, que compreende instrução, de-
§ 3º (revogado) (Revogado pela LC 584/17)
fesa e relatório;
§ 4º (revogado) (Revogado pela LC 584/17)
III - julgamento.
§ 5º (revogado) (Revogado pela LC 584/17) Art. 179. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não
excederá 60 (sessenta) dias, contados da publicação do ato que
TÍTULO V constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo,
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR quando as circunstâncias o exigirem.
CAPÍTULO I § 1º Decorrido, sem que seja apresentado o relatório conclu-
DISPOSIÇÕES GERAIS sivo, a autoridade competente deverá determinar a apuração, a
responsabilidade dos membros da comissão.
Art. 170. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no
§ 2º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo in-
serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata,
tegral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do
mediante sindicância ou processo disciplinar, assegurado ao acu-
ponto, até a entrega do relatório final.
sado ampla defesa.
§ 3º As reuniões da comissão serão registradas em atas que
Art. 171. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de
deverão detalhar as deliberações adotadas.
apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do
denunciante e sejam formulados por escrito, confirmada a auten- SEÇÃO I
ticidade. DO INQUÉRITO
Parágrafo único Quando o fato narrado não configurar evi-
dente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquiva- Art. 180. O inquérito administrativo será contraditório, asse-
da por falta de objeto. gurado ao acusado a ampla defesa, com a utilização dos meios e
Art. 172 . Da sindicância poderá resultar: recursos admitidos em direito.
I - arquivamento do processo; Art. 181. Os autos de sindicância integrarão o processo disci-
II - aplicação de penalidade de repreensão ou suspensão de plinar, como peça informativa de instrução.
até 30 (trinta) dias; Parágrafo único. Na hipótese do relatório da sindicância con-
III - instauração de processo dinciplinar. cluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a autori- dade
Art. 173. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar à competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Pú- blico,
imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias independentemente da imediata instauração do processo
de demissão ou destituição de cargo em comissão, será obri- disciplinar.
gatória a instauração do processo disciplinar.

251
LEGISLAÇÃO
Art. 190. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabi-
Art. 182. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a toma- do, será citado por edital, publicado no Diário Oficial do Estado e
da de depoimentos, acareações, investigações diligências cabíveis, em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio
objetivando a coleta de prova, recorrendo quando necessário, a
conhecido, para apresentar defesa.
técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos
Parágrafo único Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa
fatos.
será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do edital.
Art. 183. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o
Art. 191.Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente
processo em qualquer fase, pessoalmente ou por intermédio de
citado, não apresentar defesa no prazo legal,
procurador, arrolar-se e reinquirir testemunhas, produzir provas
§ 1º A revelia será declarada por termo nos autos do processo
a contra-provas e formular quesitos, quando se tratar de prova
e devolverá o prazo para a defesa.
pericial,
§ 2º Para defender o indiciado revél, a autoridade instaura-
§ 1º O Presidente da comissão poderá denegar pedidos con- dora do processo designará um servidor como defensor-dativo de
siderados impertinentes meramente protelatórios ou de nenhum cargo de nível igual ou superior ao do indiciado.
interesse para o esclarecimento dos fatos. Art. 192. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório
§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e men-
comprovação do fato independer, de conhecimento especial de cionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção.
perito. § 1º O relatório será conclusivo quanto a inocência ou respon-
Art. 184. As testemunhas serão intimadas a depor mediante sabilidade do servidor.
mandado expedido pelo Presidente da comissão, devendo a se- § 2º O processo disciplinar, com o relatório da comissão, indi-
gunda via, com o ciente do interessado, ser anexada aos autos. cará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a ex- circunstâncias agravantes ou atenuantes.
pedição do mandado será imediatamente comunicado ao chefe da Art. 193. O processo disciplinar, com o relatório da comissão,
repartição onde serve, com indicação do dia e hora marcados para será remetido á autoridade que determinou a instauração, para
a inquirição. julgamento.
Art. 185. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a
termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito. SEÇÃO II
§ 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente. DO JULGAMENTO
§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se
infirmem, proceder-se-á a acareacão,entre os depoentes. Art. 194. No prazo de 60 (sessenta) dias, contados do rece-
Art. 186. Concluída a inquirição das tentemunhas a comissão bimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua de-
promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedi- cisão.
mentos previstos nos artigos 184 e 185. § 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da auto-
§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvi- ridade instauradora do processo, este será encaminhado à autori-
do separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações dade competente que decidirá em igual prazo.
sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre § 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções,
eles. o julgamento caberá a autoridade competente para a imposição da
pena mais grave.
§ 2º O Procurador do acusado poderá assistir ao interrogató-
§ 3º Se a penalidade prevista for de demissão, o julgamento
rio, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhes vedado
caberá às autoridades de que trata o inciso l, do artigo 169.
interferir nas perguntas e respostas, facultando-lhe, porém, rein-
Art. 195. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo
quirí-las, por intermédio do Presidente da comissão.
quando contrário às provas dos autos.
Art. 187. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do Parágrafo único Quando o relatório da comissão contrariar as
acusado, a comissão proporá à autoridade compete que ele seja provas dos autos, a autoridade julgadora poderá motivadamente,
submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo agravar a penalidade proposta, abrandá-la, ou isentar o funcioná-
menos um médico psiquiatra. rio de responsabilidade.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será proces- Art. 196. Verificada a existência de vício insanável, a autori-
sado em auto apartado e apenso no processo principal, após a dade julgadora declarará a nulidade total ou parcial do processo e
expedição do laudo pericial. ordenará a constituição de outra comissão, para a instauração de
Art. 188. Tipificada a Infração disciplinar será formulada a in- novo processo.
dicação do servidor com a especificação dos fatos a ele imputados § 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do
a das respectivas provas. processo. (Nova redação dada pela LC 123/03)
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido pelo Pre- § 2º A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que
sidente de Comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 trata o artigo 169, parágrafo 2º, será responsabilizada na forma do
(dez) dias, assegurando-se- lhe vista do processo na repartição. Capitulo V, do Título V desta. Lei.
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e Art. 197. Extinta a punibilidade peIa prescrição, a autoridade
de 20 (vinte) dias. julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos indi-
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, viduais do servidor.
para diligências indispensáveis. Art. 198. Quando a infração estiver capitulada como crime,
§ 4º No caso de recusa do indiciado em opor o ciente na cópia o processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para
da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada em instauração da Ação Penal, ficando translado na repartição.
termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação. Art. 199. O servidor que responde processo disciplinar só po-
Art. 189 O indiciado que mudar de residência fica obrigado a derá ser exonerado a pedido, do cargo, ou aposentado volunta-
comunicar à Comissão o lugar onde poderá ser encontrado. riamente, após a conclusão do processo e o do cumprimento da
penalidade acaso aplicada.

252
LEGISLAÇÃO
Art. 211. O Plano de Seguridade Social visa dar cobertura aos
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o artigo riscos a que esta sujeito o servidor e sua família, e compreende um
44, parágrafo único, inciso I, o ato será convertido em demissão, se conjunto de benefícios e ações que atendam as seguintes fi-
for o caso. nalidades:
Art. 200. Serão assegurados transporte e diárias: I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, in-
I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora, da validez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimento e
sede de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado ou reclusão;
indiciado; II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;,
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obri- III - (revogado) (Revogado pela LC 94/01)
gados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos e
missão essencial ao esclarecimento dos fatos. condições definidos em regulamento, observadas as disposições
desta lei.
SEÇÃO III Art. 212. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do ser-
DA REVISÃO DO PROCESSO vidor compreendem:
I - quanto ao servidor:
Art. 201. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer a) aposentadoria;
tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou b) (revogado) (Revogado pela LC 94/01)
circunstanciais suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a c) salário-famílía;
inadequação da penalidade aplicada. d) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade; (Nova
§ 1º Em caso de falecimento, ausência, ou desaparecimento do redação dada pela LC 263/06)
servidor, qualquer pessoa poderá requerer a revisão do pro- cesso. e) licença por acidente em serviço;
§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será f) licença para tratamento de saúde.
requerida pelo respectivo curador. II - quanto aos dependentes:
Art. 202. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao re- a) pensão vitalícia e temporária;
querente. b) (revogado) (Revogado pela LC 94/01)
Art. 203 A simples alegação de injustiça da penalidade não c) (revogado) (Revogado pela LC 94/01)
constitui fundamento para revisão que requer elementos novos, d) auxílio-reclusão.
ainda não apreciados no processo originário. § 1º (revogado) (Revogado pela LC 254/06)
Art. 204. o requerimento de revisão do processo será dirigido § 2º O recebimento indevido de benefícios havidos por frau-
ao Secretário de Estado ou autoridade equivalente, que,se auto- de, dolo ou má fé, implicará na devolução ao erário do total aufe-
rizar a revisão encaminhará o pedido ao , dirigente do órgão ou rido, sem prejuízo da ação penal cabível.
entidade onde se originou o processo disciplinar.
Parágrafo único. Recebida a petição, o dirigente do órgão ou CAPÍTULO II
entidade providenciará a constituição da comissão na forma pre- DOS BENEFÍCIOS
vista no art. 176, desta lei. SEÇÃO I
Art. 205. A revisão correrá em apenso ao processo originário. DA APOSENTADORIA
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia
e hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que Art. 213. O servidor será aposentado:
arrolar. I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais
Art. 206. A comissão revisora terá até 60 (sessenta) dias para a quando decorrentes de acidentes em serviço, moléstia profissio-
conclusão dos trabalhos, prorrogável por igual prazo quando as nal ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei,
circunstâncias o exigirem. com base de conclusões de junta médica do IPEMAT - Instituto de
Art. 207. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no Previdência do Estado de Mato Grosso e proporcional nos demais
que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do casos. (Nova redação dada pela LC 68/00)
processo disciplinar. II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com
Art 208. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pe- proventos proporcionais ao tempo de serviço;
nalidade nos termos do art. 154 desta lei. III - voluntariamente:
Parágrafo único. O prazo para julgamen to será até 60 (ses- a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30
senta) dias, contados do recebimento do processo no curso do qual (trinta) se mulher, com proventos integrais;
a autoridade julgadora poderá determinar diligências. b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de
Art. 209. Julgada procedente a revisão, será declarada sem magistério, se professor, e 25 (vinte e cinco), se professora, com
efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos proventos integrais;
do servidor, exceto em relação a destituição de cargo em comis- são c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem e aos 25 (vinte e
que será convertida em exoneração. cinco) se mulher, com proventos proporcionais;
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar d) aos 65 (sessenta o cinco) anos de idade, se homem, e aos 60
agravamento de penalidade. (sessenta), se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
serviço.
TÍTULO VI § 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incurá-
DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR veis, a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alie-
CAPÍTULO I nação mental, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no
DISPOSIÇÕES GERAIS serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, esclerose múlti- pla,
hepatopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e
Art. 210. O Estado manterá Plano de Seguridade Social para o incapacitante, expondiloartrose anquilorante, nefropatia grave,
servidor e sua família submetido ao Regime Jurídico Único. estado avançado do mal de Paget, osteíte deformante, síndro-

253
LEGISLAÇÃO
SEÇÃO IL
me da imunodeficiência adquirida, AIDS; no caso de magistério,
DO AUXÍLIO-NATALIDADE
surdez permanente, anomalia da fala e outros que a lei indicar com
base na medicina especializada. (Nova redação dada pela LC Art. 223 (revogado) (Revogado pela LC 124/03)
568/15)
§ 2º Nos casos de exercícios de atividades consideradas insa- SEÇÃO III
lubres ou perigosas, bem como nas hipóteses previstas no artigo DO SALÁRIO-FAMÍLIA
90, a aposentadoria que trata o inciso III, alíneas “a”, “b” e “c”,
observará o disposto em lei especial. Art. 224. O salário-familia, definido na legislação específica,
§ 3º Estende-se aos ocupantes de cargos em comissão, as é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente econô-
prerrogativas inseridas no inciso I deste artigo, quando se tratar de mico.
acidente em serviço, moléstia profissional e invalidez perma- nente. § 1º Consideram.se dependentes para efeito de percepção do
(Acrescentado pela LC 68/00) salário-família: (Nova redação dada pela LC 124/03)
§ 4º Para atender o disposto no inciso I deste artigo, a Junta I - o filho, até quatorze anos de idade ou inválido.
Médica do IPEMAT terá o prazo de 30 (trinta) dias para expedir o II - o enteado e o menor que esteja sob sua tutela, comprova-
laudo ou atestado de invalidez, contados da data do requerimento da a dependência econômica, e desde que não possua bens sufi-
do interessado. (Acrescentado pela LC 68/00) cientes para o próprio sustento e educação.
Art. 214. A aposentadoria compulsória será automática e de- § 2º O salário-família somente será devido ao servidor que
clarada por ato com vigência a partir do dia imediato àquele em que perceber remuneração, vencimento ou subsídio igual ou interior ao
o servidor atingir a idade limite de permanência no serviço ativo. teto fixado para esse fim pelo Regime Geral de Previdência So- cia.
Art. 215. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará (Nova redação dada pela LC 124/03)
a partir da data da publicação do respectivo ato. Art. 225. Não se configura a dependência econômica quando o
§ 1º A aposentadoria por invalidez será precedida de licença beneficiário do salário-familia perceber rendimento do trabalho ou
para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento de apo-
e quatro) meses. sentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo.
§ 2º Expirado o período de licença e não estando em condi- Art. 226. Quando pai e mãe forem servidores públicos e vi-
ções de reassumir o cargo, ou de ser readaptado, o servidor será verem em comum, o salário-familia será pago a um deles quando
aposentado. separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição
§ 3º O lapso de tempo compreendido entre o término de li- dos dependentes.
cença e a publicação do ato de aposentadoria será considerado Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a
como de prorrogação de licença. madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapa-
Art. 216. O provento de aposentadoria será calculado com zes.
observância do disposto no artigo 57, e revisto na mesma data e Art. 227. O salário-familia não está sujeito a qualquer tribu- to,
proporção, sempre que se modificar a remuneração do servidor em nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para
atividade. previdência social.
Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer be- Art. 228. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração,
nefícios ou vantagens posteriormente concedidos ao servidor em não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família.
atividade, inclusive, quando decorrentes da transformação ou re-
classificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria. SEÇÃO IV
Art. 217. O servidor aposentado com provento proporcional ao DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE
tempo de serviço, se acometido de qualquer das moléstias es-
pecificadas no artigo 213, parágrafo 1º, passará a perceber pro- Art. 229. Será concedida ao servidor licença para tratamento
vento integral. de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem
Art. 218. (revogado) (Revogado pela LC 524/14) prejuízo da remuneração a que fizer jus.
Art. 219. (revogado) (Revogado pela LC 59/99) Art. 230. A Inspeção para fins de licença para Tratamento de
Art. 220. O servidor que tiver exercido função de direção, che- Saúde será feita pelo Médico Assistente do órgão da Previdência
fia, assessoramento, assistência ou cargo em comissão, por perío- Estadual ou por Junta Médica Oficial, conforme se dispuser em
do de 05 (cinco) anos consecutivos ou 10 (dez) anos interpolados regulamento. (Nova redação dada pela LC 12/92)
poderá se aposentar com a gratificação da função ou remunera- ção § 1º Sempre que necessário,a inspeção médica será realizada
do cargo em comissão, de maior valor, desde que exercido por um na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se
período mínimo de 02 (dois) anos. encontrar internado.
Parágrafo único. Quando o exercício da função ou cargo em § 2º Inexistindo médico do órgão ou entidade no local onde se
comissão de maior valor não corresponde ao período de 02 (dois) encontra o servidor, será aceito atestado passado por médico
anos, será incorporada a gratificação ou remuneração da função ou particular.
cargo em comissão imediatamente inferior dentre os exerci- dos. § 3º No caso do parágrafo anterior, o atestado só produzirá
Art. 221 Ao servidor aposentado será paga a gratificação na- efeitos depois da homologação pelo setor médico do respectivo
talina, até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro, em valor equiva- órgão ou entidade.
lente ao respectivo provento, deduzido adiantamento recebido. § 4º No caso de não ser homologado a licença, o servidor será
Art. 222 Ao Ex-combatente que tenha efetivamente participa- obrigado a reassumir o exercício do cargo, sendo considerado,
do de operações bélicas, durante a segunda guerra mundial, nos como de faltas justificadas, os dias em que deixou de comparecer
termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será concedi- ao serviço por esse motivo, ficando, no caso caracterizado a res-
da aposentadoria com proventos integrais, aos 25 (vinte e cinco) ponsabilidade do médico atestante.
anos de serviço efetivo. § 5º Será facultado à administração, em caso de dúvida razo-
ável, exigir inspeção, por junta médica oficial.

254
LEGISLAÇÃO
§ 5º Cessados os motivos da licença, a servidora deverá se
Art. 231. Findo o prazo de licença, se necessário, o servidor será apresentar no órgão de gestão de pessoas para revogação da con-
submetido a nova inspeção médica, que concluirá pela volta ao cessão, sob pena de perda total da remuneração ou subsídio a
serviço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria. partir da data da revogação da guarda judicial, sem prejuízo da
Art. 232. O atestado e o laudo da junta médica não se refe- aplicação das penalidades disciplinares cabíveis. (Nova redação
rirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de dada pela LC 724/2022)
lesões produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou § 6º No caso da adoção ou guarda judicial conjunta, caberá aos
quaisquer das doenças especificadas no art. 213, parágrafo 1º. adotantes ou guardiães, em comum acordo, decidirem aquele que
Art. 233. O servidor que apresente indícios de lesões orgâni- usufruirá da licença fixada no caput deste artigo, por meio de
cas ou funcionais será submetido à inspeção médica. declaração escrita a ser apresentada no seu respectivo órgão
Art. 234. Será punido disciplinarmente o servidor que se re- (Acrescentado pela LC 724/2022)
cusar à inspeção médica, cessando os efeitos da pena logo que se
verifique a inspeção. SEÇÃO VI
DA LICENÇA POR ACIDENTE EM SERVIÇO
SEÇÃO V
DA LICENÇA À GESTANTE, À ADOTANTE E DA LICENÇA-PA- Art. 239 Será licenciado, com remuneração integral, o servi-
TERNIDADE dor acidentado em serviço.
Art. 240 Configura acidente em serviço o dano físico ou men-
Art. 235 Será concedida licença à servidora gestante pelo pe- tal sofrido pelo servidor e que se relacione mediata ou imediata-
ríodo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos, contados a partir mente com as atribuições do cargo exercido.
da data de nascimento da criança, sem prejuízo da remuneração, Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:
mediante apresentação de requerimento e certidão de nascimen- I - decorrente de agressão sofrida a não provocada pelo servi-
to. (Nova redação dada a íntegra do art. pela LC 724/2022) dor no exercício do cargo;
§ 1º O início da licença poderá ser antecipado a partir do pri- II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-
meiro dia do nono mês de gestação ou em razão de prescrição -versa.
médica, mediante requerimento e comprovação documental. Art. 241. O servidor acidentado em serviço que necessite da
§ 2º Publicada a licença tratada neste artigo, o usufruto não tratamento especializado poderá ser tratado em instituição priva-
será interrompido, mesmo com o falecimento da criança, salvo a da, à conta de recursos públicos, dentro ou fora do Estado.
pedido da servidora. Parágrafo único.O tratamento recomendado por junta médi- ca
§ 3º No caso de natimorto ou aborto devidamente compro- oficial constitui medida de exceção a somente será admissível
quando inexistirem, meios a recursos adequados, em instituição
vado, poderá ser concedida licença para tratamento de saúde,
pública.
mediante prescrição de médico assistente e de avaliação médica
Art. 242. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez)
pericial.
dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.
§ 4º A servidora que entrar em exercício no cargo público após
Art. 243. Por morte do servidor, os dependentes fazem jus
o nascimento da criança terá direito ao usufruto do restante do a uma pensão mensal de valor correspondente ao da respectiva
período da licença. remuneração ou provento, a partir da data do óbito, observado o
§ 5º Ao servidor cujo cônjuge ou convivente estiver no usu- limite estabelecido no artigo 62 desta lei.
fruto da licença maternidade e vier a falecer, será concedido o Art. 244. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, em
direito do usufruto do período remanescente de que trata o caput vitalícias e temporárias.
deste artigo, mediante solicitação e comprovação documental. § 1º A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas perma-
§ 6º No caso de recém-nascido prematuro ou com deficiência nentes, que somente se extinguem ou revertem com a morte de
visual, auditiva, mental, motora ou com má-formação congênita, o seus beneficiários.
período da licença estabelecido no caput deste artigo poderá ser § 2º A pensão temporária é composta de cota ou cotas que
prorrogado por até 120 (cento e vinte) dias, mediante funda- podem se extinguir ou reverter por motivo de morte, cessação da
mentação subscrita em laudo clínico por médico assistente e ava- invalidez ou maioridade do beneficiário.
liação médica pericial. § 3º Aplica-se, para efeito deste artigo, os benefícios previstos
Art. 236 Pelo nascimento ou adoção de filho, o servidor terá na alínea “a” do artigo 140 da Constituição Estadual.
direito à licença-paternidade de 05 (cinco) dias consecutivos. (Nova Art. 245. São beneficiários das pensões:
redação dada pela LC 263/06) I - vitalícia:
Art. 237 Para amamentar o próprio filho, até a idade de 06 a) cônjuge;
(seis) meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou divorcia-
trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em 02 da, com percepção de pensão alimentícia;
(dois) períodos de 1/2 (meia) hora. c) o companheiro ou companheira designado(a) que compro-
Art. 238 Será concedida licença à servidora que adotar ou ob- ve união estável como entidade familiar, por meio de ação judicial
tiver guarda judicial para fins de adoção de criança pelo período de própria ao reconhecimento; (Nova redação dada pela LC 524/14)
180 (cento e oitenta) dias consecutivos, para ajustamento do d) a mãe e o pai que comprovem a dependência econômica do
adotado ao novo lar, mediante apresentação de documento ofi- cial servidor, por meio de ação judicial própria ao reconhecimento.
comprobatório da adoção ou guarda, expedido pela autorida- de (Nova redação dada pela LC 524/14)
judiciária competente. (Nova redação dada pela LC 724/2022) e) (revogado) (Revogado pela LC 124/03)
II - temporária:
§ 1º (revogado) (Revogado pela LC 124/03)
a) os filhos até que atinjam a maioridade civil ou, se inválidos,
§ 2º (revogado) (Revogado pela LC 124/03)
enquanto durar a invalidez; (Nova redação dada pela LC 197/04)
§ 3º (revogado) (Revogado pela LC 724/2022)
b) (revogado) (Revogado pela LC 197/04)
§ 4º (revogado) (Revogado pela LC 724/2022)

255
LEGISLAÇÃO
IV - a cessação da menoridade civil por qualquer das causas
c) o irmão órfão de pai e sem padrasto, até18 (dezoito) anos e previstas na legislação em vigor, bem como a da invalidez. (Nova
o irmão inválido, enquanto durar a invalidez, que comprovem redação dada pela LC 197/04)
dependência econômica do servidor, por meio de ação judicial V - a acumulação de pensão na forma do artigo 249;
própria ao reconhecimento.” (NR) (Nova redação dada pela LC VI - a renúncia expressa.
524/14) VII - a constituição de nova união estável ou a celebração de
d) (revogado) (Revogado pela LC 124/03) novo casamento para os que recebem o benefício com fundamen-
§ 1º A concessão da pensão vitalícia aos beneficiários de que to nas alíneas “a”, “b” ou “c” do inciso I do art. 245.”VII - a consti-
tratam as, alíneas “a” a “c” do inciso I deste artigo, exclui desse tuição de nova união estável ou a celebração de novo casamento
direito os demais beneficiários referidos nas alíneas “d” e “e”. para os que recebem o benefício com fundamento nas alíneas “a”,
§ 2º A concessão da pensão temporária aos beneficiários de “b” ou “c” do inciso I do art. 245. (Acrescentado pela LC 197/04)
que tratam as alíneas “a” a “b” do inciso II deste artigo, exclui des-
Art. 251. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário a
se direito os demais beneficiários referidos nas alíneas “c” e “d”.
respectiva cota reverterá:
Art. 246. A pensão será concedida integralmente ao titular
I - da pensão vitalícia para os remanescentes desta pensão ou
da pensão vitalícia, exceto se existirem beneficiários da pensão
para os titulares da pensão temporária se não houver pensionista
temporária.
remanescente da pensão vitalícia;
§ 1º Decorrendo habilitação de vários titulares à pensão vita-
II - da pensão temporária para os co-beneficiários ou, na falta
lícia, o seu valor será distribuído em partes iguais entre os benefi-
destes, para o beneficiário da pensão vitalícia.
ciários habilitados.
Art. 252 As pensões serão reajustadas segundo critérios esta-
§ 2º Ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e temporária,
metade do valor caberá ao titular ou titulares da pensão vitalícia, belecidos pelas normas constitucionais e legais aplicáveis ao be-
sendo a outra metade rateada em partes iguais, entre os titulares nefício. (Nova redação dada pela LC 524/14)
da pensão temporária. Art. 253. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção
§ 3º Ocorrendo habilitação somente à pensão temporária, o cumulativa de mais de 02 (duas) pensões.
valor integral da pensão será rateada, em partes iguais, entre os
que se habilitarem. SEÇÃO VIII
§ 4º Quando o beneficiário se tratar de pessoa desquitada, DO PECÚLIO ESPECIAL
separada judicialmente ou divorciada, com percepção de pensão
alimentícia, o valor do benefício corresponderá àquele determi- Art. 254 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)
nado judicialmente a título de alimentos. (Acrescentado pela LC Art. 255 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)
524/14) Art. 256 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)
Art. 247 A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo,
sendo que será devida a contar da data: (Nova redação dada pela SEÇÃO IX
LC 524/14) DO AUXÍLIO-FUNERAL
I - do óbito, quando requerida até 30 (trinta) dias depois des-
te; (Acrescentado pela LC 524/14) Art. 257 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto Art. 258 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)
no inciso anterior; (Acrescentado pela LC 524/14) Art. 259 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. (Acres-
centado pela LC 524/14) SEÇÃO X
Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova poste- DO AUXÍLIO-RECLUSÃO
rior ou habilitação tardia que implique exclusão de beneficiários ou
redução de pensão só produzirá efeitos a partir da data em que foi Art. 260 A família do servidor ativo é devido o auxílio-reclu- são,
oferecida. nos seguintes valores:
Art. 248. Não faz jus à pensão o beneficiário condenado pela I - 2/3 (dois terços) da remuneração quando afastado por
prática de crime doloso de que resultou a morte do servidor. motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela
Art. 249. Será concedida pensão provisória por morte do ser- autoridade competente, enquanto perdurar a Prisão;
vidor nos seguintes casos: II - metade da remuneração, durante o afastamento em virtu-
I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária compe- de de condenação, por sentença difinitiva, a pena que não deter-
tente. mine perda do cargo.
II - desaparecimento em desabamento inundação, incêndio § 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá
ou acidente não caracterizado como em serviço; direito à integralização da remuneração, desde que absolvi- do.
III - desaparecimento no desempenho das atribuições do car- § 2º O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia
go ou em missão de segurança. imediato àquele em que a servidor for posto em liberdade, ainda
Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em que condicional.
vitalícia ou temporária conforme o caso, decorridos 05 (cinco) anos § 3º O auxilio reclusão somente será devido à família do servi-
de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, dor que perceber remuneração, vencimento ou subsídio igual ou
hipótese em que a benefício será automaticamente can- celado. inferior ao teto fixado para esse fim pelo Regime Geral de Previ-
Art. 250. Acarreta perda de qualidade de beneficiário: dência Sócial. (Acrescentado pela LC 124/03)
I - o seu falecimento;
II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a
concessão da pensão do cônjuge;
III - a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiãrio
inválido;

256
LEGISLAÇÃO
Art. 273. É vedado ao servidor servir sob a direção imedia-
CAPÍTULO III ta de cônjuge ou parente até segundo grau, salvo em função de
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE confiança ou livre escolha, não podendo ultrapassar de 02 (dois)
o seu número.
Art. 261 (revogado) (Revogado pela LC 94/01) Art. 274. Consideram-se da família do servidor, além do côn-
juge e filhos, quaisquer pessoas que vivam as suas expensas e
CAPÍTULO IV constem de seu assentamento individual.
DO CUSTEIO
Parágrafo único Equipara-se ao cônjuge a companheira ou
companheiro, que comprove união estável como entidade fami-
Art. 262 O Plano de Seguridade Social do servidor será custea-
liar.
do com o produto de arrecadação de contribuições sociais obriga-
Art. 275. Para os fins desta lei, considera-se sede do muni- cípio
tório dos servidores dos três Poderes do Estado, da Autarquias e
onde a repartição estiver instalada e onde o servidor tiver exercício,
das Fundações e das Fundações Públicas, criadas e mantidas pelo
Poder Público Estadual. em caráter permanente.
§ 1º A contribuição do servidor, diferenciada em função da Art. 276. Aos servidores regidos pelas Leis especiais, de que
remuneração mensal, bem com dos órgãos e entidades, será fi- trata o parágrafo único do artigo 45 da Constituição Estadual, com
xada em lei. exceção do inciso VII e artigo 79, serão aplicados, subsidiariamen-
§ 2º O custeio da aposentadoria é de responsabilidade inte- te, as disposições deste estatuto.
gral do tesouro do Estado. Art. 277. Quando da fixação das condições para realização de
concurso público de provas ou de provas e títulos. deverá ser ob-
TÍTULO VII servado que a inscrição de ocupantes de cargo público indepen-
CAPÍTULO ÚNICO derá do limite de idade.
DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTE- Parágrafo único Ao estipular o limite de vagas, deverá ser re-
RESSE PÚBLICO servado 50% (cinquenta por cento) do quantitativo fixado, para fins
de ascenção funcional.
Art. 263 Para atender a necessidade temporária de excepcio- Art. 278. A Polícia Militar e Civil do Estado será regido por
nal interesse público, poderão ser efetuadas contratações de pes- estatuto próprio.
soal por tempo determinado. Art. 279. A investidura em cargo público depende de aprova-
Art. 264 (revogado) (Revogado pela LC 600/17) ção prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos,
Art. 265 (revogado) (Revogado pela LC 600/17) ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em
Art. 266(revogado) (Revogado pela LC 600/17) lei, de livre nomeação e exoneração, conforme artigo 12 desta lei.

TÍTULO VIII TÍTULO IX


CAPÍTULO ÚNICO CAPÍTULO ÚNICO
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 267. O dia do servidor público será comemorado a vinte e Art. 280. Ficam submetidos ao regime jurídico desta lei, os
oito de outubro. servidores dos Poderes do Estado da Administração Direta, das
Art. 268 Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Exe- Autarquias e Fundações criadas e mantidas pelo Estado de Mato
cutivo, Legislativo o Judiciário, os seguintes incentivos funcionais, Grosso, regidos pelo Estatuto do Servidores Públicos Civis do Esta-
além daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira: do, de que trata a Lei nº 1.638, de 28 de outubro de 1961, ou pela
I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos Consolidação das Leis do Trabalho CLT, aprovada pelo Decreto-Lei
que favorecem o aumento da produtividade e a redução dos cus- nº 5.452, de 01 de maio de 1943, exceto os contratados por prazo
tos operacionais; e determinado, conforme o disposto nesta lei.
II - concessão de medalhas, diploma de honra ao mérito, con- § 1º A submissão de que trata este artigo fica condicionada ao
decorações e elogio. que dispõe a lei que instituir o Regime Jurídico Único.
Art. 269. Os prazos previstos nesta lei serão contados em dias § 2º Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no re-
corridos excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do venci- gime estatutário ficam transformados em cargos, na data da pu-
mento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o blicação desta lei.
prazo vencido em dia em que não haja expediente. § 3º Os contratos individuais de trabalho se extinguem au-
Art. 270. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filo- tomaticamente pela transformação dos empregos ou funções,
sófica ou política, nenhum servidor poderá ser privado de quais- ficando assegurados aos respectivos ocupantes a continuidade
quer de seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, da contagem de tempo de serviço para fins de férias, gratificação
nem eximir-se do cumprimento de seus deveres. natalina, anuênio, aposentadoria e disponibilidade, e ao pessoal
Art. 271. É vedado exigir atestado de ideologia como condi- ção optante nos termos da lei no 5.107, de 13.09. 66, o levantamento
para posse ou exercício de cargo ou função pública. do FGTS.
Parágrafo único. Será responsabilidade administrativa e crimi- § 4º O regime jurídico desta lei é extensivo aos serventuários
nalmente a autoridade que infringir o disposto neste artigo. da justiça, remunerados com recursos do Estado no que couber.
Art. 272. São assegurados ao servidor público os direitos de § 5º Os empregos dos servidores estrangeiros com estabilida-
associação profissional ou sindical e o de greve. de no serviço público, enquanto não adquirirem a nacionalidade
§ 1º O direito de greve será exercido nos termos e nos limites
brasileira, passarão a integrar tabela em extinção, do respectivo
definidos em lei.
órgão ou entidade, sem prejuízo.
§ 2º (Julgado inconstitucional pela ADI STF 554-5 - DOU
§ 6º Vetado.
24/05/06)

257
LEGISLAÇÃO
fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio Poder
§ 7º Assegura-se aos servidores contratados sob o regime ju- estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados
rídico celetista que não desejarem ser submetidos ao regime jurí- para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos
dico estatutário o direito de, alternativamente: estaduais;
I - ter o contrato de trabalho rescindido garantindo-lhe a in- II - o servidor público não poderá jamais desprezar o elemen-
denização pecuniária integral de todos os direitos adquiridos na to ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente en-
vigência do regime celetista, inclusive os previstos nos parágrafos tre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o incon-
3º e 6º deste artigo; veniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o
II - obter remanejamento para empresas públicas ou de eco- honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no artigo 37,
nomia mista do Estado, desde que haja manifestação favorável da caput, e § 4º, da Constituição Federal;
administração do órgão de origem e da empresa de destino do III - a moralidade da Administração Pública Estadual não se
servidor. limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da
Art. 281 Vetado. idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a
legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que
DOS DIREITOS INERENTES AOS PLANOS DE CARREIRA AOS poderá consolidar a moralidade do ato administrativo;
QUAIS SE ENCONTRAM VINCULADOS OS EMPREGOS IV - a remuneração do servidor público é custeada pelos tri-
Art. 282. A licença especial disciplinada pelo artigo 120, de Lei butos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele pró-
n 1.638, de 1.961, ou por outro diploma legal, fica transformada em prio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade
licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos artigos 109 administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável
a 113 desta lei. de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conse-
Art. 283. Até a data de vigência da Lei de que trata o artigo 262, qüência, em fator de legalidade;
§ 1º, os servidores abrangidos por esta lei contribuirão na forma e V - o trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a
nos percentuais atualmente estabelecidos para o servidor do comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio
Estado, conforme regulamento próprio. bem-estar, já que, cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse
Art. 284. Esta Lei Complementar entrará em vigor na data de trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio;
sua publicação, com efeitos financeiros a partir do primeiro dia do VI - a função pública integra-se na vida particular de cada
mês subsequente. servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do
Art. 285. Revogam-se as Leis nºs. 1.638, de 28 de outubro dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu
de 1961; 5.083, de 03 de dezembro de 1986 e 978, de 04 de no- bom conceito na vida funcional;
VII - salvo os casos de investigações policiais ou interesse su-
vembro de 1957, Decreto nº 511, de 25 de março de 1968, Lei nº
perior do Estado e da Administração Pública Estadual, a serem
5.063, de 20 de novembro de 1986 e Decreto nº 2.245, de 02 de
preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos
dezembro de 1986.
termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo cons-
titui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a
LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 112, DE 1º DE
negar;
JULHO DE 2002, QUE INSTITUI O CÓDIGO DE ÉTICA
FUNCIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO ESTADO VIII - toda pessoa tem direito à verdade. O servidor público não
DE MATO GROSSO pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da
própria pessoa interessada ou da Administração Pública Esta- dual.
O Estado de Mato Grosso não pode crescer ou estabilizar-se sobre
o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão, ou da mentira,
LEI COMPLEMENTAR N° 112, DE 1º DE JULHO DE 2002 - D.O. que sempre aniquila a dignidade humana;
1º.07.02. IX - a cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados
ao serviço público estadual caracterizam o esforço pela disciplina;
Institui o Código de Ética Funcional do Servidor Público Civil X - tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou
do Estado de Mato Grosso. indiretamente significa causar-lhe dano moral;
XI - causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio
O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO, tendo em público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não cons-
vista o que dispõe o art. 45 da Constituição Estadual, sanciona a titui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao
seguinte lei complementar: Estado de Mato Grosso, mas a todos os homens de boa vonta-
de que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e
CAPÍTULO I seus esforços para construí-los;
SEÇÃO I XII - deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de
DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS solução que compete ao setor em que exerça suas funções, per-
mitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de
Art. 1º Esta lei complementar institui o Código de Ética Fun- atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude
cional do Servidor Público Civil do Estado de Mato Grosso. contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente dano
Art. 2º O exercício de cargo efetivo ou em comissão, emprego moral aos usuários dos serviços públicos estaduais;
XIII - o servidor público deve prestar toda a sua atenção às
público ou função de confiança exige conduta compatível com os
ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu
preceitos deste Código e com os demais princípios da moral indi-
cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repeti-
vidual, social e funcional, em especial com os seguintes:
dos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes,
I - a dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos
difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no de-
princípios morais são primados maiores que devem nortear o ser- sempenho da função pública;
vidor público, seja no exercício de cargo, emprego ou função, ou

258
LEGISLAÇÃO
XII - comunicar imediatamente a seus superiores todo e qual-
XIV - toda ausência injustificada do servidor público de seu quer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as provi-
local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público dências cabíveis;
estadual, o que quase sempre conduz à desordem nas relações XIII - manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho,
humanas; seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distri-
XV - o servidor público que trabalha em harmonia com a buição;
estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada conci- XIV - participar dos movimentos e estudos que se relacionem
dadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a
atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o realização do bem comum;
engrandecimento do Estado de Mato Grosso. XV - apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao
exercício da função;
SEÇÃO II XVI - manter-se atualizado com as instruções e normas de ser-
DOS DEVERES FUNDAMENTAIS DO SERVIDOR PÚBLICO viço, bem como com a legislação pertinente ao órgão ou entidade
onde exerce suas funções;
Art. 3º Para fins de apuração do comprometimento ético, en- XVII - cumprir, de acordo com as normas do serviço e as ins-
tende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, truções superiores, as tarefas de seu cargo, emprego ou função,
contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza tanto quanto possível com critério, segurança e rapidez, manten-
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribui- do sempre em boa ordem;
ção financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qual- XVIII - facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por
quer órgão ou entidade do Poder estatal, como as autarquias, as quem de direito;
fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas pú- XIX - exercer, com estrita moderação, as prerrogativas funcio-
blicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor nais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contraria-
onde prevaleça o interesse do Estado de Mato Grosso. mente aos legítimos interesses dos usuários dos serviços públicos
Art. 4º São deveres fundamentais do servidor público: estaduais e dos jurisdicionados administrativos;
I - desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo efetivo ou XX - abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, po-
em comissão, emprego público ou função de confiança de que seja der ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público,
titular; mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo
II - exercer suas atribuições, com rapidez, perfeição e rendi- qualquer violação expressa à lei;
XXI - divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe
mento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situa-
sobre a existência deste Código de Ética Funcional, estimulando o
ções procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qual-
seu integral cumprimento.
quer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor
em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao SEÇÃO III
usuário; DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO
III - ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integri-
dade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante Art. 5º É vedado ao servidor público:
de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; I - o uso do cargo, emprego ou função, bem como facilidades,
IV - jamais retardar qualquer prestação de contas, condição amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favo-
essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade recimento, para si ou para outrem;
a seu cargo; II - prejudicar deliberadamente a reputação de outros servi-
V - tratar cuidadosamente os usuários dos serviços públicos dores públicos ou de cidadãos que deles dependam;
estaduais, aperfeiçoando o processo de comunicação e contato III - ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente
com o público; com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética
VI - ter consciência de que seu trabalho é regido por princí- pios de sua profissão;
éticos que se materializam na adequada prestação dos servi- ços IV - usar de artifícios para procrastinar o exercício regular de
públicos estaduais; direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou mate- rial;
VII - ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, V - deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu
respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
usuários dos serviços públicos estaduais, sem qualquer espécie de VI - permitir que perseguições, simpatias, antipatias, capri-
preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, chos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato
religião, cunho político e posição, abstendo-se, dessa forma, de com o público ou com colegas hierarquicamente superiores ou
causar-lhes dano moral; inferiores;
VIII - ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de VII - pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer
representar contra qualquer comprometimento indevido da es- tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou
trutura em que se funda o Poder estatal; vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer
IX - resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar
contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer fa- outro servidor público para o mesmo fim;
VIII - alterar ou deturpar o teor de documentos que deva en-
vores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações
caminhar para providências;
imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;
IX - iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do
X - zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências es-
atendimento em serviços públicos estaduais;
pecíficas da defesa da vida e da segurança coletiva;
X - desviar servidor público para atendimento a interesse par-
XI - ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua
ticular;
ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negati-
vamente em todo o sistema;

259
LEGISLAÇÃO
Parágrafo único A cominação aplicada será transcrita na ficha
XI - retirar da repartição pública, sem estar legalmente autori- funcional do faltoso, por um período de 05 (cinco) anos, para to-
zado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimô- dos os efeitos legais, em especial para o disposto no art. 6º deste
nio público estadual; Código.
XII - fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito Art. 10 Sempre que a conduta do servidor público ou sua rein-
de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de cidência ensejar a imposição de penalidade, deverá a Comissão
terceiros; de Ética encaminhar a sua decisão à autoridade competente para
XIII - apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele; instaurar o processo administrativo disciplinar, nos termos do Es-
XIV - dar o seu concurso a qualquer instituição que atente tatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Mato Grosso e,
contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; cumulativamente, se for o caso, à entidade em que, por exercício
XV - exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a profissional, o servidor público esteja inscrito, para as providên- cias
empreendimentos de cunho duvidoso. disciplinares cabíveis. O retardamento dos procedimentos aqui
prescritos implicará comprometimento ético da própria Co- missão,
CAPÍTULO II cabendo à autoridade acima citada o seu conhecimento e
DAS COMISSÕES DE ÉTICA providências.
Art. 11 As decisões da Comissão de Ética, na análise de qual-
Art. 6º Em todos os órgãos e entidades do Poder Executi- quer fato ou ato submetido à sua apreciação ou por ela levantado,
vo, bem assim nos Poderes Legislativo e Judiciário do Estado de serão resumidas em ementa e, com a omissão dos nomes dos in-
Mato Grosso, deverá ser criada, através de portaria do respecti- vo teressados, divulgadas no próprio órgão ou entidade, bem como
Secretário de Estado ou do dirigente máximo da entidade ou Poder, remetidas às demais Comissões de Ética, criadas com o fito de
uma Comissão de Ética, integrada por 03 (três) servidores públicos formação da consciência ética na prestação de serviços públicos
efetivos e respectivos suplentes, encarregada de orien- tar e estaduais.
aconselhar sobre a ética funcional do servidor público, no Parágrafo único Todo o expediente deverá ser remetido à Se-
tratamento com as pessoas e com o patrimônio público estadual, cretaria de Estado de Administração, por translado, em se tratan-
competindo-lhe conhecer concretamente de atos susceptíveis de do de servidor do Poder Executivo.
advertência ou censura ética. Art. 12 A Comissão de Ética não poderá se eximir de funda-
Parágrafo único A portaria a que se refere o caput deverá mentar o julgamento da falta ética do servidor publico ou do pres-
ser publicada no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso, com tador de serviços contratado, alegando a falta de previsão neste
a indicação dos nomes dos membros titulares e dos respectivos Código, cabendo-lhe recorrer à analogia, aos costumes e aos prin-
suplentes. cípios éticos e morais conhecidos em outras profissões.
Art. 7º À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organis- mos Art. 13 Em cada órgão e entidade do Poder Executivo, bem
encarregados da execução do quadro de carreira, os registros sobre como nos Poderes Legislativo e Judiciário do Estado de Mato
a conduta ética dos servidores públicos, para o efeito de instruir e Grosso, em que qualquer cidadão houver de tomar posse ou ser
fundamentar promoções e para todos os demais proce- dimentos investido em função pública, deverá ser prestado, perante a res-
próprios da carreira do servidor público. pectiva Comissão de Ética, um compromisso solene de acatamen-
Art. 8º O processo de apuração de prática de ato em desres- to e observância das regras estabelecidas por este Código de Ética
peito ao preceituado neste Código será instaurado pela Comissão Funcional e de todos os princípios éticos e morais estabelecidas
de Ética, de ofício ou em razão de denúncia fundamentada for- pela tradição e pelos bons costumes.
mulada por autoridade, servidor público, qualquer cidadão que Art. 14 Esta lei complementar entra em vigor na data de sua
se identifique ou quaisquer entidades associativas regularmente publicação.
constituídas. Art. 15 Revogam-se as disposições em contrário.
§ 1º O servidor público será oficiado para manifestar-se no
prazo de 05 (cinco) dias.
§ 2º Os interessados, bem como a Comissão de Ética, de ofí- LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 207, DE 29 DE
cio, poderão produzir provas documental e testemunhal. DEZEMBRO DE 2004, QUE INSTITUI O CÓDIGO
§ 3º A Comissão de Ética poderá promover as diligências que DISCIPLINAR DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER
considerar necessárias. EXECUTIVO DO ESTADO DE MATO GROSSO, E DÁ
§ 4º Concluídas as diligências mencionadas no parágrafo an- OUTRAS PROVIDÊNCIAS
terior, a Comissão de Ética oficiará o servidor público para nova
manifestação, no prazo de 03 (três) dias. LEI COMPLEMENTAR N° 207, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2004.
§ 5º Se a Comissão de Ética concluir que o servidor público
praticou ato em desrespeito ao preceituado neste Código, adotará Institui o Código Disciplinar do Servidor Público Civil do Po-
uma das cominações previstas no artigo posterior, com comunica- der Executivo do Estado de Mato Grosso, e dá outras providên-
ção da decisão ao faltoso e ao seu superior hierárquico. cias.
Art. 9º A violação das normas estipuladas neste Código acar-
retará as seguintes cominações: A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO,
I - advertência, aplicável aos servidores públicos no exercício tendo em vista o que dispõe o art. 45 da Constituição Estadual,
do cargo efetivo ou em comissão, emprego público ou função de aprova e o Governador do Estado sanciona a seguinte lei comple-
confiança; mentar:
II - censura ética, aplicável aos servidores públicos que já tive-
rem deixado o cargo efetivo ou em comissão, emprego público ou
função de confiança.

260
LEGISLAÇÃO
III - a boa conduta funcional; e
CAPÍTULO I IV - relevantes serviços prestados.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 12. São circunstâncias que agravam a pena:
I - reincidência;
Art. 1º Esta lei complementar institui o Código Disciplinar do II - coação, instigação ou determinação para que outro servi-
Servidor Público Civil do Estado de Mato Grosso. dor, subordinado ou não, pratique infração ou dela participe;
Art. 2º O servidor público civil, detentor de emprego público, III - impedir ou dificultar, de qualquer maneira, a apuração de
cargo efetivo ou em comissão, que infringir deveres elementares ou falta funcional cometida;
violar condutas vedadas, previstas no Estatuto do Servidor Pú-
IV - concurso de dois ou mais agentes na prática de infrações.
blico, estará sujeito a procedimentos administrativos disciplinares
previstos nesta lei complementar. CAPÍTULO IV
DAS RESPONSABILIDADES
CAPÍTULO II
DAS PENALIDADES Art. 13. O servidor responde civil, penal e administrativamen-
te, pelo exercício irregular de suas atribuições.
Art. 3º São penalidades disciplinares: Art. 14. A responsabilidade civil decorre do ato omissivo ou
I - repreensão; comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou
II - suspensão: a terceiros.
a) de 01 (um) a 30 (trinta) dias e, Art. 15. A indenização de prejuízo causado ao erário será li-
b) de 31 (trinta e um) a 90 (noventa) dias; quidada em parcelas limitadas ao máximo de 30% (trinta por cen-
III - demissão; to) da remuneração ou provento do servidor, desde que consen-
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; tido pelo mesmo.
V - destituição de cargo efetivo ou em comissão. Art. 16. Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o
Art. 4º Quando do julgamento pela autoridade competente,
servidor perante a fazenda estadual, em ação regressiva.
em havendo conveniência para o serviço, a penalidade de suspen- Art. 17. A obrigação de reparar o dano estende-se aos suces-
são poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por sores e contra eles será executada, até o limite do valor da heran-
cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o ser- vidor ça recebida.
obrigado a permanecer em serviço. Art. 18. A responsabilidade administrativa resulta de ato omis-
Parágrafo único. O servidor punido com suspensão, em seu sivo ou comissivo praticado no desempenho de cargo ou função.
direito de recorrer em sua defesa ou de interesse legítimo, pode
Art. 19. As sanções civis, penais e administrativas poderão
pleitear a conversão em multa. cumular-se sendo independentes entre si.
Art. 5º A suspensão terá o seu início de imediato ou em até 02 Art. 20. A responsabilidade civil ou administrativa do servidor
(dois) meses da ciência do servidor, de acordo com a conveniência será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existên-
da Administração. cia do fato ou a sua autoria.
Art. 6º Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do
inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a de- CAPÍTULO V
missão. DA INSTRUÇÃO SUMÁRIA
Art. 7º A destituição de cargo em comissão, exercido por não
ocupante de cargo efetivo, será aplicada nos casos de infração su- Art. 21. A Instrução Sumária é a fase formal e interna, de rito
jeita às penalidades de suspensão de 31 (trinta e um) a 90 (noven- sumário, que antecede a Sindicância Administrativa ou Processo
ta) dias ou demissão. Administrativo Disciplinar, quando houver, em tese, indícios de
Art. 8º Configura abandono de cargo a ausência, sem causa infringência legal ou regulamentar em denúncia, processo admi-
justificada, do servidor ao serviço, por mais de 30 (trinta) dias con- nistrativo ou auto de constatação, nos casos de autoria e materia-
secutivos. lidade certas ou incertas.
Art. 9º Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao servi- Art. 22 A Instrução Sumária será iniciada por determinação do
ço, sem causa justificada, por 60 (sessenta) dias, intercaladamen- Governador do Estado, do Secretário-Controlador Geral do Es-
te, durante o período de 12 (doze) meses. tado, dos Secretários de Estado, do Secretário Adjunto de Corre-
Parágrafo único. Para o fim do disposto no caput, a cada fi- nal gedoria e dos Presidentes de Entidades. (Nova redação dada pela
de mês as unidades de recursos humanos deverão efetuar a LC 550/14)
somatória de faltas dos servidores nos últimos 12 (doze) meses. Art. 23. A autoridade designada ou comissão deve concluir o
procedimento no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, podendo ser
CAPÍTULO III
renovado por igual período, iniciando-a através de despacho do
DAS REGRAS PARA APLICAÇÃO DAS PENALIDADES servidor designado.
Parágrafo único. Os documentos produzidos no procedimen- to
Art. 10. A natureza, a gravidade, os motivos determinantes e a
de instrução passam a ter validade legal, devendo obrigatoria-
repercussão da infração, os danos por ela causados, o compor-
mente, serem acostado aos autos de sindicância administrativa ou
tamento e os antecedentes funcionais do servidor, a intensidade do
processo administrativo disciplinar.
dolo ou grau de culpa devem ser considerados para a dosagem da
Art. 24. Finalizada a instrução, havendo ou não enquadra-
sanção administrativa.
mento previsto em lei, o servidor designado para a apuração dos
Art. 11. São circunstâncias que atenuam a pena:
fatos fará fundamentado relatório o qual apontará os fatos e tipi-
I - haver o transgressor procurado diminuir as conseqüências
ficações, sugerindo ou não a instauração de sindicância adminis-
da falta, ou haver antes da aplicação da pena reparado o dano;
trativa ou processo administrativo disciplinar ou recomendando
II - haver o transgressor confessado espontaneamente a falta
o arquivamento em Instrução Sumária, a qual será autuada para
perante a autoridade sindicante ou processante, de modo a facili-
controle.
tar a apuração daquela.

261
LEGISLAÇÃO
re-se que as provas em desfavor do sindicado deverão ser aceitas a
Art. 25. Em sendo recomendado o arquivamento, a Instrução qualquer tempo antes da elaboração do despacho de acusação
Sumária deverá ser encaminhada ao superior que determinou sua (libelo acusatório), vez que, representam meios importantes à
instauração, o qual poderá concordar com o arquivamento ou jus- apuração do fato atribuído e à definição dos possíveis autores.
tificar decisão contrária, hipótese em que será designado outro Art. 37. O pedido de juntada de documento será feito pelo
servidor para nova apuração. interessado, mediante requerimento dirigido à autoridade sindi-
Parágrafo único. Acatado o arquivamento pela autoridade
cante.
competente será dada ciência ao servidor denunciante e denun-
Art. 38. Deferido o requerimento pela autoridade sindicante, o
ciado.
documento será juntado aos autos, o qual não poderá ser retira- do
Art. 26. Havendo, em tese, materialidade e tipificação admi-
antes de findo e arquivado o processo de sindicância.
nistrativa será elaborada, de imediato, portaria de instauração da
Sindicância Administrativa para apurar os fatos atribuídos ao ser- Art. 39. O desentranhamento de documentos integrantes
vidor, nos termos desta lei complementar. dos autos poderá ser concedido a qualquer tempo para novas in-
vestigações de fatos não relacionados à apuração, e neste caso, os
CAPÍTULO VI documentos serão encaminhados à autoridade competente,
SINDICÂNCIA ADMINISTRATIVA mantendo-se no processo cópias autênticas dos documentos de-
sentranhados.
Art. 27 A autoridade competente para determinar a instau- Art. 40. Nos casos em que os autos de sindicância adminis-
ração de sindicância administrativa, deverá designar como presi- trativa passem a instruir o Processo Administrativo Disciplinar, a
dente do feito servidor ocupante de cargo efetivo superior ou de solicitação de documentos a serem desentranhados, a pedido das
mesmo nível, ou que tenha nível de escolaridade igual ou superior partes, somente poderá ser concedida após a conclusão do refe-
ao do sindicado. (Nova redação dada pela LC 550/14) rido processo.
Parágrafo único. Poderá ser determinado um único servidor Art. 41. Em qualquer fase, pode o dirigente do órgão ou en-
ou comissão processante. tidade requerer às autoridades designadas cópias de instrução
Art. 28. A autoridade competente para determinar a instaura- sumária ou de sindicância administrativa, para conhecimento e
ção de sindicância administrativa se convencida da existência de demais providências.
irregularidade funcional e de indícios de quem seja o autor, pode- Art. 42 A Sindicância Administrativa será instaurada por meio
rá em despacho fundamentado do seu convencimento remanejar de portaria da autoridade designante, nos seguintes casos: (Nova
o sindicado para exercer as atribuições de seu cargo em unidade redação dada à íntegra do art. 42 pela LC 550/14)
diversa daquela em que se deu o fato investigado. I - como preliminar de processo administrativo disciplinar;
Art. 29. O servidor designado ou o Presidente da Comissão de II - quando não for obrigatório o processo administrativo dis-
Sindicância consignará, por meio de despachos interlocutórios, as ciplinar e a aplicação da penalidade resultar em pena de repreen-
diligências necessárias à elucidação dos fatos, estabelecendo um são ou suspensão em até 30 (trinta) dias.
nexo causal entre o objeto da apuração e as medidas adotadas. § 1º Considera-se autoridade competente para determinar
Art. 30. Serão carreadas para os autos todas as provas possí- a instauração, apuração e proferir posterior julgamento da sindi-
veis e necessárias ao esclarecimento do fato atribuído e enseja- dor cância administrativa o Governador do Estado, o Secretário-Con-
do procedimento administrativo, juntando-se documentos e
trolador Geral do Estado, os Secretários de Estado, Dirigentes de
oitivando pessoas, que de alguma forma possam contribuir para a
entidades e de órgãos desconcentrados.
elucidação dos fatos.
§ 2º As competências asseguradas aos Secretários de Esta- do,
Art. 31. O servidor designado ou o Presidente da Comissão
Dirigentes de entidades e de órgãos desconcentrados, serão
Processante deverá garantir, no texto da portaria inaugural, a refe-
rência à necessidade de cumprimento do art. 5°, LV, da Constitui- exercidas pelo Secretário Controlador Geral do Estado, em caráter
ção da República Federativa do Brasil, e do art. 10, X, da Constitui- concorrente, mediante manifestação fundamentada, em razão:
ção Estadual, que tratam do princípio da ampla defesa. I - inexistência de condições objetivas para sua realização no
Art. 32. Durante a instrução do procedimento administrativo, órgão ou entidade de origem;
não existe impedimento para que o servidor mencionado, em pre- II - complexidade, relevância da matéria e sua repercussão
liminar, seja oitivado sobre os fatos em apuração. social;
Art. 33. As testemunhas prestarão depoimento oral, sendo III - envolvimento de servidores de mais de um órgão ou en-
que, na redação do termo, a autoridade sindicante cingir-se-á às tidade;
expressões usadas por elas, tentando reproduzir fielmente o que IV - autoridade envolvida;
foi dito. V - inércia da autoridade responsável;
Art. 34. A inquirição de testemunhas que estejam em locali- VI - descumprimento injustificado de recomendações da Con-
dade diversa daquela onde se processa a Sindicância Administra- troladoria Geral do Estado ou determinações dos órgãos de Con-
tiva, deverá ser feita por meio de pergunta prévia e objetivamente trole Externo.
formulada, por via precatória ou ofício circunstanciado, remetido § 3º A Sindicância, já em curso, poderá ser avocada pelo
pelo meio mais rápido de comunicação, devendo o relatório de in- Secretário Controlador Geral do Estado, o qual o fará mediante
quirição ser devolvido o mais rápido possível, para que se possam despacho fundamentado, quando verificada a ocorrência de qual-
cumprir os prazos estabelecidos em lei. quer das hipóteses do parágrafo anterior.
Art. 35. É permitida a qualquer tempo, vista dos autos do pro- § 4º Excetua-se do disposto no caput e parágrafos anteceden-
cedimento administrativo disciplinar para facilitar o trabalho dos tes as Corregedorias da Procuradoria Geral do Estado, da Polícia
defensores. Judiciária Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.
Art. 36. Sendo a Sindicância Administrativa um instrumento Art. 43. O sindicado será notificado para seu interrogatório,
para sustentáculo à instauração de processo administrativo dis- no mínimo com 03 (três) dias de antecedência, com cópia da por-
ciplinar ou para aplicação de faltas de menor gravidade, punida com taria instauradora e do despacho de indiciação.
repreensão ou com suspensão de até 30 (trinta) dias, infe-

262
LEGISLAÇÃO
§ 2º Para a defesa do indiciado revel, a autoridade sindicante
Art. 44. Se no curso da sindicância administrativa, em qual- designará um servidor como defensor dativo, de cargo de nível igual
quer hipótese, surgirem indícios de prática de crime, a autoridade ou superior ao do sindicado, sempre que possível bacharel em
sindicante encaminhara cópia dos autos à autoridade que deter- Direito.
minou a instauração, para conhecimento e providências de enca- Art. 54. Procedido ao interrogatório do sindicado, inicia-se
minhamento à autoridade policial, sem prejuízo da continuidade da o prazo de 03 (três) dias para requerimento ou oferecimento de
apuração no âmbito administrativo. produção de provas de seu interesse, que serão deferidas, se per-
Art. 45 A autoridade competente para determinar a instau- tinentes.
ração de sindicância administrativa, deverá designar como presi- Art. 55. O denunciante, se existir, prestará declarações no in-
dente do feito servidor ocupante de cargo efetivo superior ou de terregno da notificação do despacho de indiciação e a data fixada
mesmo nível, ou que tenha nível de escolaridade igual ou superior para o interrogatório do sindicado.
ao do sindicado. (Nova redação dada ao art. 45 pela LC 550/14) Art. 56. A declaração do denunciante deverá ser lida ao sin-
Art. 46. As autoridades competentes para designar, em se dicado, antes de seu interrogatório, devendo ser consignado no
tratando de designação de servidores de outros órgãos ou uni-
termo, a leitura.
dades, deverão ter o consentimento prévio do responsável pelos
Art. 57. Havendo dois ou mais sindicados o prazo será conta-
mesmos.
do em dobro.
Art. 47. A Sindicância Administrativa será registrada em livro
Art. 58. A autoridade sindicante poderá, indeferir diligências
próprio das unidades que tenham competência para a apuração.
consideradas procrastinadoras ou desnecessárias à apuração do
Art. 48. A Sindicância Administrativa deve obrigatoriamente ser
fato atribuído ao servidor, devendo neste caso fundamentar o
observado os direitos de ampla defesa, do contraditório e do
despacho de indeferimento, dando ciência imediata ao acusado
devido processo legal, devendo ser dado publicidade.
e a seu defensor.
Art. 49. Compete à autoridade sindicante designada, comuni-
car o início do feito aos setores do Jurídico e de Recursos Huma- Art. 59. Quando o sindicado e defensor devidamente notifica-
nos, fornecendo-lhes o nome do sindicado, sua individualização dos para a produção de provas, não as oferecer no prazo regimen-
funcional, sua lotação, o número do feito e a data da autuação. tal, deverá a autoridade sindicante consignar, em despacho, o fato
Art. 50. A Sindicância será concluída no prazo de 30 (trinta) e, após, determinar a notificação dos mesmos para as alegações
dias, a contar da data da portaria inaugural. finais;
Parágrafo único. A Sindicância Administrativa poderá ser pror- Art. 60. O sindicado e seu defensor poderão ter vista dos au-
rogada por iguais e sucessivos períodos, não podendo exceder a tos, na repartição ou fora dela, mediante extração de cópias às
120 (cento e vinte) dias. expensas do requerente.
Art. 51. Instruído o procedimento e colhidos os elementos Art. 61. Concluída a produção de prova, o sindicado será inti-
necessários à comprovação dos fatos e da autoria, a autoridade mado para, dentro de 03 (três) dias, oferecer defesa escrita (ale-
sindicante: gações finais).
I - formalizará despacho de indiciação (libelo acusatório), de- Parágrafo único. Na hipótese de não-oferecimento de defe- sa
vendo pormenorizar e fundamentar o motivo da apuração, indivi- escrita, a autoridade sindicante nomeará, para representar o
dualizando ou reiterando a acusação, apontando os fatos irregu- sindicado, um servidor que seja, preferencialmente, bacharel em
lares, os dispositivos legais violados, e, em tese, e atribuídos ao direito, concedendo-lhe novo prazo de 03 (três) dias.
servidor; Art. 62. Findo o prazo de defesa, a autoridade sindicante emi-
II - deverá consignar no despacho de indiciação o nome do tirá relatório conclusivo, em que examinará todos os elementos
denunciante, se houver, e das testemunhas que serão inquiridas, colhidos na sindicância.
podendo o defensor do sindicado reperguntar, cumprindo os dita- Parágrafo único. O relatório conclusivo deverá:
mes de ampla defesa; I - sugerir a sanção cabível e encaminhar à autoridade julga-
III - obrigatoriamente, deverá anexar cópia da ficha funcional dora, nos casos de repreensão e suspensão em até 30 (trinta) dias;
do servidor, no qual deverá ser grifado e registrado o que consta II - sugerir o arquivamento dos autos, quando não forem co-
em favor e desfavor do mesmo, para quando do relatório conclu- lhidos elementos fáticos suficientes para caracterização das faltas
sivo ser parâmetro para dosagem da pena; atribuídas no despacho de indiciação ou para definição de autoria;
IV - notificará o sindicado e defensor com cópia da portaria III - sugerir a absolvição do sindicado quando inexistir o fato ou,
instauradora e do despacho de indiciação, com antecedência mí- em existindo, não constituir proibição prevista em lei; não ter sido
nima de 03 (três) dias, do local, dia e hora designados para seu in- o sindicado o autor da infração; ou não houver inexigibilidade de
terrogatório, bem como, dará ciência das testemunhas arroladas conduta diversa;
pela autoridade sindicante; IV - sugerir a instauração de processo administrativo discipli-
V - a autoridade sindicante poderá arrolar até 05 (cinco) tes- nar quando previr que a pena possa ser superior a 30 (trinta) dias
temunhas, e a defesa, igual número. ou que seja caso de demissão, destituição de cargo comissionado
Art. 52. A inquirição de testemunha que esteja em localida- de ou cassação de aposentadoria.
diversa daquela onde se processa a sindicância poderá ocor- rer Art. 63. Na fase de apreciação e decisão (relatório conclusi- vo),
por carta precatória ou ofício circunstanciado, remetido pelo meio resultando provas a favor do sindicado, pode a autoridade
mais rápido de comunicação, expediente do qual constará pergunta sindicante excluir enquadramentos, de forma parcial ou na ínte-
prévia e objetivamente formulada, devendo a diligência ser gra, daqueles sugeridos no despacho de indiciação.
cumprida com urgência e restituída à origem o mais rápido possível, Parágrafo único. É vedado acrescentar novo enquadramento
devendo ser dada ciência ao acusado e defensor, do dia, hora e local em fase de relatório final.
em que a testemunha será oitivada. Art. 64. Concluída a Sindicância Administrativa, os autos serão
Art. 53. Considerar-se-á revel o sindicado que, regularmente encaminhados ao setor jurídico do órgão ou entidade para análise
notificado, não se apresentar ao seu interrogatório. e parecer quanto a sua legalidade, devendo ser devolvida à auto-
§ 1º A revelia será declarada por termo nos autos da Sindi- ridade julgadora no prazo de 03 (três) dias úteis.
cância.

263
LEGISLAÇÃO
§ 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé,
Art. 65. O sindicado será notificado do julgamento no prazo de aplicar-se-á pena de demissão, destituição de cargo em comissão
05 (cinco) dias. ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação a
Parágrafo único. Na hipótese de punição, o sindicado será no- cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação
tificado com a cópia da portaria punitiva, a qual será encaminhada ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação se-
a unidade de Recursos Humanos para anotação em ficha funcio- nal rão comunicados.
e descontos pecuniários. § 7º O prazo para a conclusão do processo administrativo dis-
Art. 66. A portaria punitiva, assinada pela autoridade com- ciplinar submetido ao rito sumário não excederá 30 (trinta) dias,
petente para o julgamento, mencionará o fundamento legal e a contados da data de publicação do ato que constituir a comissão,
causa da sanção disciplinar. admitida a sua prorrogação por até 15 (quinze) dias, quando as
Art. 67. A Sindicância Administrativa poderá, em qualquer fase, circunstâncias o exigirem.
ser avocada pelo dirigente do órgão ou entidade, mediante § 8º O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste
despacho fundamentado. artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente,
as disposições do Capítulo VII desta Lei Complementar.
CAPÍTULO VI-A Art. 67-B Na apuração de abandono de cargo ou inassiduida-
DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO de habitual, também será adotado o procedimento sumário a que
(Acrescentado pela LC 584/17) se refere o art. 67-A, observando-se especialmente que: (Acres-
centado pela LC 584/17)
Art. 67-A Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de I - a indicação da materialidade dar-se-á:
cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade competen- a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do
te para instaurar Processo Administrativo Disciplinar notificará o período de ausência intencional do servidor ao serviço supe- rior a
servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar 30 (trinta) dias;
opção no prazo improrrogável de 10 (dez) dias, contados da data da b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de
ciência e, na hipótese de omissão ou justificativa não acolhida pela falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou su-
autoridade, adotará procedimento sumário para a sua apu- ração e perior a 60 (sessenta) dias interpoladamente, durante o período de
regularização imediata, cujo processo administrativo dis- ciplinar se 12 (doze) meses;
desenvolverá nas seguintes fases: (Acrescentado pela LC 584/17) II - após a apresentação da defesa, a comissão elaborará re-
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co- latório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do
missão, a ser composta por 2 (dois) servidores estáveis e, simul- servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará o
taneamente, indicar a autoria e a materialidade da transgressão respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de
objeto da apuração; cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior a 30
II - instrução, que compreende indiciação, defesa e relatório; (trinta) dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para
III - julgamento. julgamento.
§ 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo
nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela des- crição dos CAPÍTULO VII
cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, do ho- rário de
trabalho ou carga horária e do correspondente regime jurídico. Art. 68 O processo administrativo disciplinar é o instrumen- to
§ 2º A comissão lavrará, até 10 (dez) dias após a publicação do destinado a apurar responsabilidade do servidor por infração
ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas atribuída no exercício de sua função, ou que tenha relação com
as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como pro- as atribuições do cargo em que se encontrar investido, nos ca-
moverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio sos em que se atribua ao servidor, faltas de natureza grave que
de sua chefia imediata, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresen- possam culminar em penas de suspensão superiores a 30 (trinta)
tar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repar- dias, demissão, destituição de cargo comissionado ou cassação de
tição, observado o disposto nos art. 78, § 1º, e art. 81. aposentadoria.
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório Parágrafo único. Deverão ser observados no processo admi-
conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, nistrativo disciplinar os princípios do contraditório e da ampla de-
em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a fesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.
licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo disposi- Art. 69 São competentes para determinar a instauração e a
tivo legal e remeterá o processo à autoridade instauradora, para instrução de processo administrativo disciplinar o Governador do
julgamento. Estado, o Secretário-Controlador Geral do Estado, os Secretários
§ 4º No prazo de 5 (cinco) dias, contados do recebimento do de Estado e Dirigentes de entidades. (Nova redação dada à íntegra
processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplican- do art. 69 pela LC 550/14)
do-se, quando for o caso, o disposto no art. 69. § 1º Cabe exclusivamente ao Governador do Estado o julga-
§ 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para de- mento dos processos administrativos disciplinares em que seja
fesa configurará sua boa-fé, devendo apresentar, juntamente com aplicável a pena de demissão, mediante parecer prévio da Procu-
sua opção, o protocolo do pedido de exoneração do(s) cargo(s) radoria Geral do Estado, e nos casos em que seja cabível a pena de
preterido(s). suspensão são competentes as demais autoridades mencionadas
no caput.
§ 2º As competências asseguradas aos Secretários de Esta- do,
Dirigentes de entidades e de órgãos desconcentrados, serão
exercidas pelo Secretario Controlador Geral do Estado, em caráter
concorrente, mediante manifestação fundamentada, em razão de
alguma das hipóteses previstas nos incisos do Art. 42 desta lei.

264
LEGISLAÇÃO
§ 2º A Comissão Processante comunicará o início do processo
§ 3º O Processo Administrativo Disciplinar, em curso, poderá administrativo aos setores Jurídico e de Recursos Humanos.
ser avocado pelo Secretário Controlador Geral do Estado, o qual o Art. 76 A portaria vestibular deverá esclarecer os motivos que
fará mediante despacho fundamentado, quando verificar a ocor- a ensejarem, a qualificação individual do acusado, minuciosa atri-
rência de qualquer das hipóteses previstas nas alíneas do Art. 42 buição dos fatos atribuídos ao acusado e os dispositivos legais, em
desta Lei Complementar. tese, violados. (Nova redação dada à íntegra do art. 76 pela LC
§ 4º Ficam excetuadas das hipóteses de instauração e de avo- 550/14)
cação, pelo Secretário-Controlador Geral do Estado, as sindicân- § 1º Deverá ser publicado no Diário Oficial do Estado o extrato
cias, procedimentos e processos administrativos disciplinares de resumido da portaria prevista no caput.
competência das Corregedorias da Procuradoria-Geral do Estado, § 2º A portaria vestibular prevista no caput deverá acompa-
da Polícia Judiciária Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombei- nhar o mandado de citação, como forma de garantir a ampla de-
ros Militar. fesa e o contraditório.
Art. 70 A autoridade competente para determinar a instaura- Art. 77. O presidente da Comissão Processante e seus mem-
ção de processo administrativo disciplinar, se convencida da exis- bros elaborarão ata de instalação do processo administrativo dis-
tência de irregularidade funcional e de indícios de quem seja o ciplinar, a qual determinará:
autor, deverá, em despacho fundamentado, remanejar o acusado I - autuação e registro;
para exercer as atribuições de seu cargo em unidade diversa da- II - designação de dia e hora para audiência inicial;
quela em que se deu o fato investigado. III - citação do acusado;
Art. 71 Como medida cautelar e a fim de que o servidor não IV - notificação do denunciante, no caso de existência;
venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade ins- V - notificação de testemunhas;
tauradora do processo administrativo disciplinar poderá ordenar o VI - a juntada de cópia da ficha funcional do servidor, na qual
seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 deverá ser grifado e registrado o que consta em favor e desfavor do
(sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração, podendo o afas- mesmo;
tamento ser prorrogado, somente uma vez, em até mais 60 (ses- VII - demais providências tendentes a permitir a completa
senta dias). elucidação dos fatos.
Parágrafo único. Durante o afastamento previsto no caput o Art. 78. O acusado será citado para interrogatório por uma das
servidor deverá ser colocado à disposição da Escola de Governo ou seguintes formas:
congêneres, devendo cumprir integralmente seu horário de I - pessoalmente, com antecedência mínima de 05 (cinco) dias,
trabalho. devendo ser enviada, junto à citação, cópia da portaria de
Art. 72 O processo administrativo disciplinar será realizado por instauração e da ata de instalação, que permita ao acusado co-
Comissão Processante ou Permanente, designada por autori- dade nhecer o motivo do procedimento disciplinar e o enquadramento
mencionada no Art. 69 desta Lei Complementar. (Nova reda- ção administrativo atribuído em seu desfavor
dada pela LC 550/14) II - se estiver em outro município deste Estado, pessoalmente,
Art. 73 A Comissão Processante será integrada por 03 (três) por intermédio do respectivo superior hierárquico, ao qual serão
servidores estáveis, designados pela autoridade competente, que encaminhadas, pelo correio através de carta registrada com aviso
indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de de recebimento, ou meio próprio; a citação será acompanhada de
cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de es- cópia da portaria de instauração e da ata de instalação, juntando-
colaridade igual ou superior ao do indiciado. (Nova redação dada -se ao processo o comprovante de sua entrega ao destinatário;
pela LC 550/14) III - se estiver em lugar certo e conhecido em outro Estado,
§ 1º Não poderá fazer parte da Comissão Processante, o servi- pelo correio, com as cautelas exigidas neste artigo.
dor que anteriormente tenha presidido sindicância ou participado § 1º Não sendo encontrado o acusado e ignorando-se o seu
das investigações que dão suporte ao Processo Administrativo. paradeiro, será citado por edital, inserto três vezes seguidas, no
§ 2º Não poderá fazer parte da Comissão Processante, os pa- Diário Oficial do Estado com prazo de 15 (quinze) dias para o com-
rentes consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o parecimento, a contar da data da última publicação.
terceiro grau, inclusive cônjuge ou qualquer subordinado hierár- § 2º O secretário da Comissão certificará no processo as datas
quico do denunciante ou do acusado, ou desafetos do acusado. em que o edital foi publicado.
§ 3º O servidor que se encontrar na situação do § 2º deste ar- Art. 79. A Comissão Processante poderá arrolar até 08 (oito)
tigo, deverá comunicar à autoridade competente o impedimento. testemunhas.
§ 4º O presidente da comissão designará o secretário, que será Art. 80. Existindo denunciante, este prestará declarações no
um servidor do órgão ou entidade. interregno entre a citação e o interrogatório do acusado.
§ 5º O presidente da Comissão Processante não poderá ser § 1º O acusado poderá assistir à inquirição do denunciante,
subordinado ao acusado. salvo se este alegar constrangimento ou intimidação, porém, a
Art. 74 A Comissão Processante exercerá suas atividades com proibição não se aplica ao seu defensor que poderá formular per-
independência e imparcialidade, assegurando o sigilo necessário guntas ao denunciante.
à elucidação dos fatos, ou exigido pelo interesse da administração. § 2º As declarações do denunciante, se houver, serão lidas,
Art. 75 O processo administrativo será iniciado pelo presiden- antes do interrogatório, pelo secretário da Comissão Processante
te da comissão dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) dias, a para que o denunciado possa ter conhecimento.
contar da publicação da portaria que determinar sua instauração. Art. 81. Não comparecendo o acusado regularmente citado,
§ 1º O processo administrativo será concluído no prazo de 60 prosseguirá o processo à sua revelia, nomeando o presidente um
(sessenta) dias, a contar da citação do acusado, admitida sua pror- defensor dativo para defendê-lo, que deverá ser servidor do órgão
rogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem, me- ou entidade, sempre que possível bacharel em Direito.
diante solicitação à autoridade que determinou sua instauração, Art. 82. O acusado poderá constituir advogado para todos os
não podendo exceder a 120 (cento e vinte) dias. (Nova redação atos e termos do processo.
dada pela LC 584/17)

265
LEGISLAÇÃO
Art. 88. A Comissão Processante, se entender conveniente,
§ 1º Em sendo constituído advogado, em caso de desistência ouvirá o denunciante ou as testemunhas no respectivo município
deverá ser juntado aos autos do processo, o substabelecimento. de residência.
§ 2º Não tendo o acusado, condições financeiras ou negando- Art. 89 As testemunhas arroladas pelo acusado deverão ser
-se a constituir advogado, o presidente da Comissão Processante notificadas a comparecer na audiência, salvo quando o acusado,
nomeará um defensor, preferencialmente, bacharel em direito, por escrito, se comprometer em apresentá-las, espontaneamen- te.
servidor do órgão ou entidade. Parágrafo único. Será notificada a testemunha que não com-
Art. 83. Realizado o interrogatório, será o acusado e ou seu parecer espontaneamente e cujo depoimento for considerado im-
defensor notificado para defesa, podendo produzir provas, contra prescindível pela Comissão Processante.
provas ou formular quesitos, quando se tratar de prova pericial, no
Art. 90. O Presidente da Comissão Processante indeferirá per-
prazo de 08 (oito) dias.
gunta considerada impertinente, formulada pelo acusado ou seu
Parágrafo único. A vista dos autos processuais será concedida
defensor, mas fará o ocorrido constar do termo.
na repartição, mediante requerimento da parte ou defensor, ou
Art. 91. Em qualquer fase do processo poderá o Presidente
fora da repartição mediante cópia às expensas do requerente.
Art. 84. Ao acusado é facultado arrolar até 08 (oito) testemu- ordenar diligência que entender conveniente, de ofício ou a re-
nhas. querimento do acusado.
Art. 85. Concluído o prazo para defesa, o Presidente da Co- Parágrafo único Sendo necessário o concurso de técnicos ou
missão Processante designará audiência de instrução. peritos oficiais, o Presidente da Comissão requisitá-los-á quem de
§ 1º O acusado e seu defensor serão notificados da data, dia, direito, observados os impedimentos de ordem legal.
hora e local da audiência de instrução, com antecedência mínima Art. 92. O Presidente da Comissão, em despacho fundamen-
de 05 (cinco) dias, nominando as testemunhas que serão oitiva- das. tado, poderá indeferir as diligências requeridas com finalidade
§ 2º Serão ouvidas, pela ordem, as testemunhas arroladas manifestadamente protelatória ou de nenhum interesse para o
pela comissão e em seguida as arroladas pelo acusado. esclarecimento do fato, devendo dar ciência do indeferimento ao
§ 3º O denunciante, o acusado e as testemunhas, se necessá- acusado e seu defensor.
rio, poderão ser ouvidos, reinquiridos ou acareados, em mais de Art. 93. No curso do processo, tomando a Comissão Proces-
uma audiência. sante conhecimento de novas acusações em desfavor do proces-
§ 4º A notificação do servidor público será comunicada ao sado, deverá de imediato dar ciência à autoridade que determi- nou
respectivo chefe imediato, com a indicação do dia, local e hora a instauração do procedimento administrativo disciplinar.
marcados para sua inquirição. § 1º Quando forem atribuídos novos fatos pertinentes ao pro-
Art. 86 A testemunha arrolada não poderá eximir-se de depor, cesso, deles será citado o acusado com cópia de portaria comple-
salvo se for ascendente, descendente, cônjuge, ainda que separa- mentar, reabrindo-lhe prazo para produção de provas.
do legalmente, irmão, sogro, cunhado, pai, mãe ou filho adotivo do § 2º Se os novos fatos atribuídos não tiverem ligação com o
acusado, exceto quando não for possível, de outro modo, ob- ter- processo, será designada outra comissão para apuração do fato.
se informações dos fatos e suas circunstâncias, considerando- Art. 94. Encerrada a fase probatória, o acusado e seu defensor
-o como informante. serão notificados para apresentação das alegações finais, no prazo
§ 1º Os parentes, nos mesmos graus, do denunciante, ficam de 10 (dez) dias, a contar da ciência no respectivo mandado.
proibidos de depor, ressalvada a exceção prevista neste artigo. § 1º Havendo dois ou mais acusados o prazo será, comum, de
§ 2º O servidor que se recusar a depor, sem motivo justo, será 20 (vinte) dias.
objeto de sindicância administrativa, devendo a recusa ser § 2º Não tendo sido apresentadas as alegações finais, o Pre-
comunicada oficialmente à autoridade designante, que determi-
sidente da Comissão nomeara defensor dativo, abrindo-lhe novo
nará sua apuração, devendo o resultado final ser comunicado ao
prazo.
Presidente da Comissão Processante.
Art. 95. Terão forma sucinta, quanto possível, os termos in-
§ 3º O servidor que tiver de ser ouvido fora da sede de seu
terlocutórios lavrados pelo secretário, bem como as certidões e os
exercício terá direito, exceto o acusado, a transporte e diárias na
forma da lei. compromissos.
§ 4º Concluído o processo administrativo disciplinar com a ab- Art. 96. Toda e qualquer juntada aos autos far-se-á em ordem
solvição do acusado, poderá o mesmo requerer o ressarcimento de cronológica de apresentação, rubricada pelo secretário.
despesas com transporte e diárias. Art. 97. Recebidas às alegações finais, e saneado o processo, a
§ 5º São proibidas de depor as pessoas que, em razão de Comissão Processante apresentará o seu relatório dentro de 10
função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, a (dez) dias.
menos que, desobrigadas pela parte interessada, queiram dar seu Art. 98. Do relatório da Comissão Processante deverá constar:
testemunho. I - apreciação individualizada, em relação a cada acusado, às
Art. 87. Residindo a testemunha em município diverso da sede irregularidades que lhe foram imputadas, às provas colhidas e às
da Comissão Processante, sua inquirição poderá ser depre- cada às razões de defesa, propondo a absolvição ou a punição cabível,
unidades mais próximas do local de sua residência, de- vendo mencionando as provas em que se baseou para formar sua con-
constar na precatória os quesitos a serem respondidos pela vicção, e indicará os dispositivos legais violados e as circunstâncias
testemunha. atenuantes e agravantes;
§ 1º A Comissão Processante certificar-se á a data e horário da II - sugestão de quaisquer providências relacionadas com o
realização da audiência de inquirição para deles cientificar, com 05 feito que lhe pareçam do interesse do serviço público.
(cinco) dias de antecedência, o acusado ou seu defensor, em Parágrafo único. Havendo divergência entre os membros da
cumprimento ao direito de ampla defesa e do contraditório. comissão processante quanto à sanção sugerida, o membro diver-
§ 2º A carta precatória conterá a síntese dos fatos atribuídos, gente apresentará relatório em separado.
indicará os esclarecimentos pretendidos e solicitará comunicação
tempestiva da data da audiência.

266
LEGISLAÇÃO
III - em cinco anos, nas faltas sujeitas a demissão, cassação
Art. 99 Os processos administrativos disciplinares, após a de aposentadoria e destituição de caro efetivo ou em comissão.
emissão do relatório pela comissão processante, serão encami- § 1º O prazo de prescrição inicia-se no dia do conhecimento do
nhados à Secretaria Adjunta de Corregedoria, para exarar Parecer fato e interrompe-se pela instauração de sindicância ou de pro-
quanto a sua legalidade, e que, após 05 (cinco) dias úteis, enca- cesso administrativo disciplinar, ou pelo sobrestamento de que
minhará os autos à autoridade que determinou a instauração do trata o art. 104 desta lei complementar.
processo para julgamento, que o fará em 20 (vinte) dias, de acor- § 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se
do com sua competência. (Nova redação dada pela LC 550/14) às infrações disciplinares capituladas também como crime. (Nova
§ 1º Havendo mais de um acusado e diversidade de sanção, redação dada pela LC 584/17)
o julgamento caberá à autoridade competente para imposição da § 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo
pena mais grave. disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por
§ 2º Após o julgamento os autos serão encaminhados ao órgão autoridade competente. (Acrescentado pela LC 584/17)
a que se vincula o servidor processado para aplicação da penalidade § 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo recomeçará a
de suspensão pelo titular do órgão ou entidade ou ao correr a partir do dia em que cessar a interrupção. (Acrescenta- do
Governador do Estado quando pela penalidade de demissão. (Nova pela LC 584/17)
redação dada pela LC 550/14) § 5º Se decorrido o prazo legal para o disposto no parágrafo
§ 3º Colhido o ciente do servidor na Portaria Punitiva, esta será terceiro sem a conclusão e o julgamento, recomeçará a correr o
encaminhada ao setor de Recursos Humanos para as provi- dências curso da prescrição. (Acrescentado pela LC 584/17)
de anotações e descontos pecuniários.
Art. 100. Se a penalidade prevista for a de demissão, desti- SEÇÃO II
tuição de cargo comissionado ou cassação de aposentadoria, seu DA REABILITAÇÃO
julgamento e a aplicação da sanção caberão ao Governador do Es-
tado, amparado no parecer proferido pela autoridade designante, Art. 108. Será considerado reabilitado o servidor punido dis-
observada a manifestação da Procuradoria-Geral do Estado. ciplinarmente:
Parágrafo único. O julgamento fora do prazo legal não implica I - com a pena de repreensão após 01 (um) ano de sua apli-
nulidade do processo. cação;
Art. 101. A autoridade julgadora, quando o relatório da Co- II - com pena de suspensão em até 30 (trinta) dias, após 03
missão Processante contrariar as provas dos autos, poderá, moti- (três) anos de sua aplicação;
vadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar III - com pena de suspensão de 31 (trinta e um) a 90 (noventa)
o servidor da responsabilidade. dias, após 05 (cinco) anos de sua aplicação.
Art. 102. O ato de imposição da penalidade mencionará o Parágrafo único. A reabilitação será requerida pelo servidor,
fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. decorrido o lapso referido neste artigo, a qual será analisada pelo
Art. 103. Quando houver notícia de infração penal praticada setor Jurídico do órgão ou entidade, e em seguida encaminhada
por servidor, sem que tenha sido instaurado inquérito policial, a para o setor de Recursos Humanos para atualização de registro
autoridade designante ou o presidente da Comissão Processante, funcional.
de imediato, encaminhará as peças à Delegacia de Polícia compe- Art. 109. Na imposição de nova penalidade disciplinar será
tente para os devidos fins. somado a esta o prazo restante a ser cumprido, da pena anterior-
Art. 104. O processo administrativo será sobrestado se o acu- mente aplicada.
sado for demitido por decisão proferida em outro procedimento
disciplinar, retomando o seu andamento se o acusado for reinte- CAPÍTULO IX
grado ao cargo que ocupava. DA RECONSIDERAÇÃO, DO RECURSO E DA REVISÃO
Art. 105. É defeso fornecer, a qualquer meio de divulgação,
nota sobre ato processual antes de seu julgamento, salvo no in- Art. 110. Assegura-se ao servidor o direito de recorrer em de-
teresse da administração e a juízo do dirigente do órgão ou enti- fesa do direito ou interesse legítimo.
dade.
Art. 106. O servidor que responder a processo administrativo SEÇÃO I
disciplinar só poderá ser exonerado, a pedido, ou aposentado vo- DA RECONSIDERAÇÃO
luntariamente, após o julgamento do processo e o cumprimento da
penalidade. Art. 111. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que
Parágrafo único. Havendo requerimento de exoneração a pe- houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não po-
dido, este deve ser juntado nos autos para apreciação ao término dendo ser o mesmo renovado.
do procedimento. Art. 112. O prazo para interposição do pedido de reconsidera-
ção é de 30 (trinta) dias, a contar da ciência do servidor da penali-
CAPÍTULO VIII dade lhe imposta, ou da publicação do ato de demissão, cassação
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE E DA REABILITAÇÃO de aposentadoria e destituição de cargo efetivo ou comissionado.
SEÇÃO I Parágrafo único. Nos casos de processo administrativo disci-
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE plinar em que houver pedido de reconsideração ao Governador
do Estado, o prazo para decisão será iniciado após apreciação pela
Art. 107. A extinção da punibilidade ocorre pela prescrição, Procuradoria-Geral do Estado, contado a partir do recebimento
que se dá: dos autos pela autoridade julgadora.
I - em 02 (dois) anos, nas faltas sujeitas à repreensão e sus- Art. 113. O pedido de reconsideração será decidido no prazo de
pensão até 30 dias; 20 (vinte) dias.
II - em 03 (três) anos, nas faltas sujeitas à suspensão de 31
(trinta e um) dias a noventa dias;

267
LEGISLAÇÃO
Art. 127. O julgamento caberá à autoridade que determinou
SEÇÃO II a revisão.
DO RECURSO Parágrafo único. O prazo para julgamento será até 20 (vinte)
dias, contados do recebimento do processo, podendo a autorida-
Art. 114. Caberá recurso do indeferimento do pedido de re- de julgadora determinar diligências.
consideração à autoridade superior.
Art. 128. Julgada procedente a revisão, será declarada sem
Art. 115. O recurso será encaminhado por intermédio da che-
efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos
fia a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
do servidor, exceto em relação à destituição de cargo em comis- são
Art. 116. O prazo para interposição de recurso é de 15 (quin-
que será convertida em exoneração.
ze) dias, a contar:
I - da ciência do servidor do indeferimento do pedido de re- Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar
consideração, se houver; agravamento de penalidade.
II - da ciência da penalidade lhe imposta, nos casos de repre- Art. 129. A revisão será processada por comissão especial-
ensão ou suspensão; mente designada pela autoridade que a deferiu, composta de 03
III - da publicação do ato de demissão, cassação de aposenta- (três) membros.
doria e destituição de cargo efetivo ou comissionado. Art. 130. Cabe ao Presidente da Comissão designar seu se-
Art. 117. O recurso será recebido com efeito devolutivo. cretário.
Parágrafo único. O recurso poderá ser admitido, com efeito Art. 131. É vedada a participação na revisão de quem tenha
suspensivo para evitar possíveis lesões ao direito do recorrente ou atuado no procedimento disciplinar.
para salvaguardar interesses superiores da Administração. Art. 132 Tratando-se de sindicância finalizada, a revisão será
processada por autoridade especialmente designada pela autori-
SEÇÃO III dade que a deferiu, observada a hierarquia.
DA REVISÃO Art. 133. Recebido o pedido, o Presidente da Comissão, ou a
autoridade designada para processar a revisão, providenciará o
Art. 118. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer apensamento do procedimento disciplinar e notificará o reque-
tempo, a pedido, ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou rente para, no prazo de 08 (oito) dias, juntar as provas que tiver ou
circunstanciais suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a indicar as que pretenda produzir, oferecendo rol de testemunhas
inadequação da penalidade aplicada, quando: se for o caso.
I - a decisão houver sido proferida contra expressa disposição Art. 134. Contar-se-ão por dias corridos os prazos previstos
legal; nesta lei complementar, não se computando o dia inicial e prorro-
II - a decisão colhida for contrária à evidência nos autos; gando-se o vencimento que cair em sábado, domingo ou feriado,
III - a decisão se fundar em depoimentos, exames periciais, para o primeiro dia útil subseqüente.
vistorias e documentos falsos; Art. 135. Esta lei complementar entra em vigor na data de sua
IV - surgirem, após a decisão, provas de inocência do punido; publicação.
V - ocorrer circunstâncias que autorizem o abrandamento da Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 29 de dezembro de 2004, 183º
pena.
da Independência e 116º da República.
Parágrafo único. Os pedidos que não se fundarem nos casos
enumerados neste artigo serão indeferidos liminarmente.
Art. 119. Em caso de falecimento, ausência ou desapareci- RESOLUÇÃO 90/2017/CSDP, QUE FIXA CRITÉRIOS
mento do servidor, qualquer pessoa poderá requerer a revisão do PARA DEFERIMENTO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA A SER
processo. PRESTADA PELA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 120. No caso de incapacidade mental do servidor, a revi-
são será requerida pelo respectivo curador.
Art. 121. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao re- RESOLUÇÃO Nº. 90/2017/CSDP/MT
querente.
Art. 122. A simples alegação de injustiça da penalidade não Fixa critérios para deferimento da assistência jurídica a ser
constitui fundamento para revisão que requer elementos novos, prestada pela Defensoria Pública.
ainda não apreciados no processo originário.
Art. 123 O requerimento de revisão do processo será dirigi- do O CONSELHO SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA, no uso
ao Secretário-Controlador Geral do Estado, que se autorizado, de suas atribuições institucionais, conferidas pela Lei Orgânica da
providenciará a constituição da comissão revisora. (Nova redação Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (Lei Complementar
dada pela LC 550/14) Estadual n.º 146/2003), em seu artigo 15 e artigo 21, I, VI, IX, XIX e
Parágrafo único. Na hipótese de não autorizada a revisão, no- XXVI, notadamente o de exercer o poder normativo e recomendar
tificar-se-á ao requerente com cópia da manifestação fundamen- as medidas necessárias ao regular funcionamento da Defensoria
tada. (Nova redação dada pela LC 550/14) Pública, a fim de assegurar o seu prestígio e a consecução de seus
Art. 124. A revisão correrá em apenso ao processo originário. fins
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia CONSIDERANDO que o artigo 146 da Constituição Federal dis-
e hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que põe que a Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à
arrolar. função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expres- são
Art. 125. A comissão revisora terá até 30 (trinta) dias para a e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a
conclusão dos trabalhos, prorrogáveis, uma vez, por igual prazo, orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa,
quando as circunstâncias o exigirem. em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e
Art. 126. Aplica-se aos trabalhos da comissão revisora, no que coletivos, de forma integral e gratuita aos necessitados, na for- ma
couber, as normas e procedimentos próprios da comissão sindi- do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal;
cante ou comissão de processo administrativo disciplinar.

268
LEGISLAÇÃO
§6º. O Defensor Público poderá, na análise do caso concreto,
CONSIDERANDO que o artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição atender aquele que não preencher os critérios acima especifica-
Federal dispõe que o Estado prestará assistência jurídica integral e dos, se ficar demonstrado, pela avaliação econômico-financeira
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; e situação de vulnerabilidade, que o interessado não dispõe de
CONSIDERANDO que a assistência jurídica integral e gratuita é recursos para as despesas inerentes à assistência jurídica gratuita,
serviço público destinado constitucionalmente aos necessitados especialmente nos casos do artigo 4º, inciso XI, da LC 080/94 (com
(inciso LXXIV do art. 5.º da Carta da República), conforme deter- a redação dada pela LC 132/09).
mina o artigo 1º da LC n º80/94 (com a nova redação dada pela §7º. Havendo possibilidade de solução consensual do confli- to,
LC 132/09); judicial ou extrajudicialmente, o limite previsto no caput e no
CONSIDERANDO que o parágrafo 2º, do artigo 2º, da Lei Com- § 2º será aferido apenas em relação à pessoa física que original-
plementar Estadual nº 146, de 29 de dezembro de 2003, assevera mente procurou o atendimento.
que à Defensoria Pública é conferido o direito de apurar o estado §8º. Não se aplica o disposto no caput em se tratando de inte-
de carência dos seus assistidos; resses transindividuais que versem sobre direitos difusos, em sen-
CONSIDERANDO que a Lei nº 11.340/06 elenca a violência pa- do constatada pelo Defensor Público a hipossuficiência jurídica,
trimonial como uma das possíveis formas de violência doméstica e social, cultural ou organizacional de grupos, classes ou categoria de
familiar contra a mulher e que a política pública que visa coibir a pessoas indeterminadas.
violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de Artigo 2º. Por ocasião da entrevista, o interessado apresen-
um conjunto articulado das ações da União, dos Estados do Distrito tará o respectivo comprovante de rendimentos para exame do
Federal e dos Municípios e de ações não governamentais, tendo Defensor Público.
como diretrizes, dentre outras, a integração operacional do Poder §1º. Na falta do comprovante de renda, além da Declaração de
Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública; Hipossuficiente a ser firmada por aqueles que buscam atendi-
CONSIDERANDO que o Pleno do Supremo Tribunal Federal na mento pela Defensoria Pública do Estado, devem apresentar ao
ADI 3.943/DF, em 6 e 7/5/2015 reconheceu que a Defensoria Pú- Defensor Público faturas de água, energia elétrica e telefone, além
blica pode propor ação civil pública na defesa de direitos difusos, de outros documentos para melhor análise da hipossuficiência;
coletivos e individuais homogêneos, suplantando o entendimento §2º. Se o Defensor Público identificar indícios de que as in-
da impossibilidade de individualizar os hipossuficientes titulares formações prestadas pelo requerente da assistência jurídica não
dos direitos pleiteados; coincidem com a realidade, poderá exigir do requerente que se
CONSIDERANDO que o critério fixado atualmente deveria ser submeta a pesquisa destinada à identificação do seu perfil social e
provisório até que o Conselho Superior definisse regras mais ob- econômico, de acordo com o formulário do modelo anexo.
jetivas; Art. 3º. Todo aquele que não se enquadrar no critério es-
CONSIDERANDO que pelas disposições da Lei nº 9.099/95 as tabelecido para a presunção da necessidade poderá requerer a
causas de valor até vinte salários mínimos não é obrigatória a as- assistência jurídica gratuita ao Defensor Público Geral do Estado
sistência de Advogado; demonstrando que, apesar da renda familiar mensal ultrapassar a
CONSIDERANDO que a atuação dos Defensores Públicos, por quantia líquida de três salários mínimos, não tem como arcar com
vezes, tem sido questionada por Advogados no que concerne aos os honorários de advogado e custas processuais sem prejuízo do
critérios de atendimento dotados pela instituição; seu próprio sustento e/ou do de sua família.
CONSIDERANDO a falta de previsão legal estabelecendo limi- §1º. O recurso de que trata o caput deste artigo poderá ser
tes objetivos para a prestação dos seus serviços; apresentado com o preenchimento de formulário padronizado
CONSIDERANDO a necessidade de atualização do regramen- (modelo anexo), ao qual serão anexados: declaração de necessi-
to; tado ou de hipossuficiente; formulário de avaliação socioeconô-
RESOLVE fixar critérios e procedimentos para a presunção e mica; comprovantes de despesas com luz, água, telefone, aluguel,
para a comprovação da necessidade de assistência jurídica pela despesas médicas e outras que possam demonstrar que o reque-
Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso. rente não dispõe de condições para contratar advogado e custear
Artigo 1º. Será presumido hipossuficiente de recursos, para fins eventuais despesas em processo judicial.
de assistência jurídica pela Defensoria Pública, aquele que §2º. O recurso poderá ser apresentado por meio eletrônico,
comprovar renda mensal familiar líquida de até três salários mí- com a digitalização dos documentos acima especificados, com o
nimos. envio direito para e-mail a ser criado especialmente para tal fina-
§1º. Renda familiar mensal é a soma dos rendimentos aufe- lidade.
Art. 4º. Independente da renda mensal, não se presume ne-
ridos mensalmente pela entidade familiar, composta pelo casal e
cessitado aquele que tem patrimônio vultoso, ficando a análise do
filhos que contribuam para o sustento do lar.
caso a ser realizada nos termos do artigo anterior.
§2º. Quando mais de uma pessoa contribuir para a renda fa-
Art. 5º. O exercício da curatela especial estabelecida no pa-
miliar líquida, o parâmetro para a atuação da Defensoria Pública
rágrafo único do artigo 72 da Lei nº 13.105/2015 não depende
será de até cinco salários mínimos.
de considerações sobre a necessidade econômica do seu benefi-
§3º. Para aferição da renda familiar liquida deverão ser de-
ciário, mas o Defensor Público pode requerer ao juízo que arbitre
duzidas as parcelas referentes ao INSS, ao Imposto de Renda e aos
honorários a favor da Defensoria Pública sempre que verificar, no
valores concedidos por programas oficiais de transferência de
caso concreto, que o assistido dispõe de recursos para pagá-los.
renda e de benefícios assistenciais. Parágrafo único. Antes de assumir a curadoria especial de réu
§4º. Não serão computados para o fim de se aferir a renda revel citado por edital, cumpre ao Defensor Público diligenciar para
mensal familiar os filhos maiores de idade e outros parentes que tentar localizar o seu endereço, utilizando-se dos meios ordi- nários
estejam residindo temporariamente na casa dos interessados. que possui à sua disposição ou requisitando as diligências que
§5º. Na hipótese de duas ou mais famílias residirem no mes- entender serem pertinentes ao juízo, devendo, nas ações de
mo teto, mas com despesas separadas, cada uma delas que bus- car destituição do poder familiar, requisitar certidão de que a parte
os serviços da Defensoria Pública deverá ser analisada sepa- demandada não está presa.
radamente para efeitos de aferimento da renda mensal familiar.

269
LEGISLAÇÃO
§4º. Na hipótese de assistido citado ou intimado por correio,
Art. 6º. A assistência jurídica para pessoa jurídica que de- serão aplicadas as regras de distribuição de atendimento inicial
monstre não possuir recursos para contratação de Advogado, fixadas pelo núcleo.
observado o disposto no artigo 1º desta resolução, poderá ser §5º. Nos casos descritos nos §§ 3º e 4º, em havendo possibi-
prestada pela Defensoria Pública, desde que atenda, cumulativa- lidade de assunção do polo passivo da demanda pela Defensoria
mente, as seguintes condições: Pública, incumbe ao Defensor Público com atuação no juízo com-
I - não remunere, individualmente, empregado ou prestador petente participar da audiência de conciliação, caso o assistido
de serviços autônomo com valor bruto mensal superior a 2 (dois) informe que participará da audiência.
salários mínimos; §6º. Na hipótese do parágrafo anterior, incumbe ao defensor
II - não remunere os sócios, individualmente, com pro labore da comarca de residência orientar ao assistido de que no caso de
ou lucros, em valor bruto mensal superior a 3 (três) salários mí- restar infrutífera a audiência de conciliação ou mediação, ele de-
nimos; verá comparecer ao núcleo da Defensoria de sua residência para a
Art. 7º. A Defensoria Pública-Geral disponibilizará instruções e apresentação da contestação, devendo o Defensor Público con-
formulários padronizados para a otimização das medidas deter- signar na contestação pleito de que para os demais atos do pro-
minadas nesta portaria, conforme modelos anexos. cesso seja intimada da Defensoria Pública local em que tramita
Parágrafo único. As instruções e os formulários padronizados o processo para análise de eventual possibilidade de atuação e,
fornecidos pela Defensoria Pública-Geral poderão ser substituídos subsidiariamente, a nomeação de Advogado dativo.
por outros, preparados pelos Coordenadores dos Núcleos, desde §7º. Incumbe ao Defensor da comarca de residência do assis-
que contenham as informações mínimas exigidas nesta portaria. tido prestar as informações sobre o tramite processual nos pro-
Art. 8°. Nas causas de competência do Juizado Especial Cível, cessos em andamento em comarca diversa, devendo o Defensor
em que o valor da causa for igual ou inferior a 20 (vinte) salários atuante na comarca em que tramita o processo auxiliar no repas-
mínimos, é facultada a atuação do Defensor Público. se das informações necessárias, quando solicitado.
Art. 9º. Na hipótese do Defensor Público natural concluir pela “§8º. Na hipótese de atendimento e propositura de ação ju-
inexistência de hipótese de atuação institucional, observado o dis- dicial, no caso envolvendo saúde pública ou privada em que haja
posto no artigo 128, inciso XII, da LCF 80/94 (deixar de patrocinar a urgência, o assistido ou quem legalmente o represente poderá op-
ação, quando for manifestamente incabível ou inconveniente aos tar por Núcleo diverso de seu domicílio.” (nova redação dada pela
interesses da parte sob seu patrocínio, comunicando o fato ao Resolução nº. 93/2018/CSDP e nº.125/2019/CSDP).
Defensor Público Geral), deverá este orientar o assistido do teor do Art. 11. Esta resolução entrará em vigor na data da sua publi-
disposto no artigo 4º-A, inciso III, da LCF Nº 80/94, atinente ao cação, revogando-se a Resolução nº 46/2011/CSDP.
seu direito de ter sua pretensão revista pelo Defensor Público Geral
do Estado, na forma prevista no artigo 4º, § 9º, da LCF Nº 80/94, e, Prezado candidato, a lei na íntegra com seus respectivos
em caso de inconformismo por parte do assistido, deve- rá o anexos está disponível para consulta em: file:///C:/Users/User/
Defensor Público, imediatamente, comunicar o fato expondo as Downloads/Resolu%C3%A7%C3%A3o%2090%20-%20CSDP-%20
suas razões de proceder ao Defensor Público Geral que decidirá a correta%20contendo%20altera%C3%A7%C3%B5es%20da%20 93-
controvérsia, acatando ou não as razões do Defensor Público. 2018%20e%20125-2019%20ambas%20do%20CSDPMT.pdf
Parágrafo único: Concluindo, fundamentadamente, o Defen-
sor Público Geral pela existência de hipótese de atuação institu-
cional, designará outro Defensor Público para atuar em favor do LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 295, DE 28 DE
assistido. DEZEMBRO DE 2007, QUE DISPÕE SOBRE O SISTEMA
Art. 10. Os conflitos de atribuição deverão ser suscitados pe- INTEGRADO DE CONTROLE INTERNO DO ESTADO DE
los Defensores Públicos interessados, de forma fundamentada, em MATO GROSSO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
conjunto ou separadamente, perante o Defensor Público-Ge- ral e
será por este dirimido. LEI COMPLEMENTAR N° 295, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2007.
“Art. 10-A. Na hipótese de indeferimento da assistência jurí-
dica, denegação de atendimento ou encaminhamento do Assisti- do Dispõe sobre o Sistema Integrado de Controle Interno do Es-
para outro Núcleo de Atendimento, este deverá ser feito em tado de Mato Grosso e dá outras providências.
formulário padronizado e entregue ao mesmo, conforme modelo
anexo, especificado os motivos. (nova redação dada pela Resolu- A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO,
ção nº. 93/2018/CSDP). tendo em vista o que dispõe o Art. 45 da Constituição Estadual,
§1º. A realização de atendimento, bem como a formulação da aprova e o Governador do Estado sanciona a seguinte lei comple-
petição inicial e de outros atos inaugurais de postulação são de mentar:
atribuição do Defensor Público atuante no local onde resida o as-
sistido, ainda que a demanda, por força legal, tenha que tramitar CAPÍTULO-I
em foro diverso. SEÇÃO I
§2º. Em continuidade ao atendimento prestado pala institui- DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
ção nos moldes do parágrafo anterior, o Defensor Público do local
onde tramita o processo, assumindo o polo ativo da demanda, Art. 1º Fica instituído, nos termos do Art. 74, da Constituição
praticará todos os demais atos processuais necessários. Federal e Art. 52, da Constituição Estadual, o Sistema Integrado de
§3º. Na hipótese de assistido citado ou intimado por carta Controle Interno do Estado de Mato Grosso, compreendendo os
precatória, será este atendido pelo Defensor Público que atua no Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e os órgãos Ministério
juízo deprecado ou na respectiva vara, devendo ele lavrar a mani- Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas do Estado.
festação processual pertinente e proceder com a sua remessa ao
juízo deprecante, postulando a intimação da Defensoria Pública
local para análise de eventual possibilidade de atuação e, subsi-
diariamente, a nomeação de Advogado dativo.

270
LEGISLAÇÃO
CAPÍTULO II
§ 1º Entende-se por Sistema Integrado de Controle Interno, o DA COMPETÊNCIA, DAS RESPONSABILIDADES DOS SISTE-
conjunto de ações e soluções realizadas de forma compartilhada MAS DE CONTROLES INTERNOS, DAS GARANTIAS
entre os poderes e órgãos referidos no caput, visando assegurar SEÇÃO I
a legalidade, legitimidade, transparência e efetividade dos gastos
DAS COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES
públicos.
§ 2º A integração entre os Sistemas de Controle Interno dos
Art. 6º Respeitadas as normas e procedimentos adotados pelos
Poderes e Órgãos mencionados no caput se dará através da rea-
órgãos e Poderes mencionados no caput do Art. 1º desta lei
lização de seminários, conferências, capacitações, treinamentos,
complementar, e disposições dos Artigos 74, da Constituição
troca de experiências, simetria de normas e compartilhamento dos
Federal, e 52 da Constituição Estadual, são competências da Uni-
sistemas informatizados corporativos.
dade de Controle Interno, no que couber, as seguintes:
SEÇÃO II I – coordenar as atividades relacionadas com o Sistema de
DAS CONCEITUAÇÕES Controle Interno do correspondente Poder ou Órgão menciona- dos
no caput do Art. 1° desta lei complementar, incluindo suas
Art. 2º Entende-se por Sistema de Controle Interno o conjun- administrações Direta e Indireta, promover a integração opera-
to de atividades de controle, realizadas no âmbito de cada um dos cional, orientar a elaboração dos atos normativos sobre procedi-
Poderes, Legislativo, Executivo e Judiciário, bem como do Ministé- mentos de controle e zelar pela condução do Sistema de Controle
rio Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas, visando asse- Interno, preservando o interesse público e a probidade na guarda
gurar a legalidade, legitimidade, transparência e efetividade dos e aplicação de dinheiro, valores e outros bens do Estado, ou a ele
gastos públicos, compreendendo particularmente: confiados;
I – o controle exercido diretamente pelos diversos níveis de II – apoiar o controle externo no exercício de sua missão ins-
chefia objetivando o cumprimento das diretrizes, metas e orça- titucional, supervisionando e auxiliando as unidades executoras
mentos e a observância à legislação e às normas que orientam a no relacionamento com o Tribunal de Contas do Estado quanto
atividade específica da unidade controlada; ao encaminhamento de documentos e informações, atendimen-
II – o controle, pelas diversas unidades da estrutura organiza- to às equipes técnicas, recebimento de diligências, elaboração de
cional, da observância à legislação e às normas gerais que regulam respostas, tramitação dos processos e apresentação dos recursos;
o exercício das atividades auxiliares; III – assessorar e orientar a administração nos aspectos rela-
III – o controle do uso e guarda dos bens pertencentes ao Es- cionados com os controles internos e externo, inclusive sobre a
tado, efetuado pelos órgãos próprios; forma de prestar contas e quanto à legalidade dos atos de gestão,
IV – o controle orçamentário e financeiro das receitas e des- emitir relatórios e pareceres sobre os mesmos;
pesas, efetuado pelos órgãos dos Sistemas de Planejamento e Or- IV – interpretar e pronunciar-se sobre a legislação concernen-
çamento e de Contabilidade e Finanças; te à execução orçamentária, financeira e patrimonial;
V – o controle exercido pela Unidade de Controle Interno V – medir e avaliar a eficiência e eficácia dos procedimentos
destinado a avaliar a eficiência e eficácia do Sistema de Controle operacionais e de controle interno, por meio das atividades de
Interno da Administração e a assegurar a observância dos dispo- auditoria interna a serem realizadas, mediante metodologia e
sitivos constitucionais e dos relativos aos incisos I a VI, do Art. 59,
programação próprias, nos diversos sistemas administrativos dos
da Lei de Responsabilidade Fiscal.
correspondentes Poderes e Órgãos mencionados no caput do Art.
Parágrafo único. Cada Poder e Órgão referido no caput deste
1°, desta lei complementar, incluindo suas administrações Direta e
artigo deverá expedir e submeter-se às suas próprias normas de
Indireta, expedindo relatórios com recomendações para o apri-
padronização de procedimentos e rotinas, observadas as disposi-
moramento dos controles;
ções desta lei complementar e demais legislação vigente.
Art. 3º O controle interno compreende: VI – fiscalizar e avaliar a execução das diretrizes, objetivos e
I – plano de organização e todos os métodos e medidas ado- metas previstas no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamen-
tados pela administração para salvaguardar os ativos; tárias e no Orçamento, examinado a conformidade da execução
II – desenvolver a eficiência nas operações, avaliar o cumpri- com os limites e destinações estabelecidos, inclusive as ações des-
mento das diretrizes, objetivos, metas e orçamentos e das políti- centralizadas executadas à conta de recursos oriundos dos Orça-
cas administrativas prescritas; mentos Fiscal e de Investimentos;
III – verificar a exatidão e a fidelidade das informações e asse- VII – exercer o acompanhamento dos limites e demais deter-
gurar o cumprimento da lei. minações contidas na Constituição Federal, na Constituição Esta-
Art. 4º Entende-se por Unidade de Controle Interno o órgão, dual, na Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000 - Lei
no âmbito de cada Poder, ou a unidade administrativa do Minis- de Responsabilidade Fiscal e os estabelecidos nos demais instru-
tério Público, da Defensoria Pública e do Tribunal de Contas res- mentos legais;
ponsável pela coordenação e avaliação do Sistema de Controle VIII – comprovar a legalidade dos atos praticados pelos gesto-
Interno. res de recursos públicos e avaliar os resultados quanto à eficácia,
Parágrafo único. No Poder Executivo do Estado de Mato Gros- eficiência e economicidade das gestões orçamentária, financeira,
so, a Unidade de Controle Interno é a Auditoria-Geral do Estado, patrimonial, operacional e contábil, nos correspondentes Pode- res
nos termos do § 2° do Art. 52 da Constituição Estadual. e Órgãos, incluindo suas administrações direta e indireta, bem
Art. 5º Entende-se por Unidades Executoras do Sistema de como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito
Controle Interno todas as unidades da estrutura organizacional, privado;
sejam de funções finalísticas ou de caráter administrativo. IX – aferir a destinação dos recursos obtidos com a alienação
de ativos, tendo em vista as restrições constitucionais e as da Lei de
Responsabilidade Fiscal;

271
LEGISLAÇÃO
XXII – fiscalizar o cumprimento das providências tomadas,
X – verificar a exatidão dos balanços, balancetes e outras conforme o disposto no Art. 31, da Lei de Responsabilidade Fiscal,
demonstrações contábeis e acompanhar a divulgação dos instru- para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobili-
mentos de transparência da gestão fiscal nos termos da Lei de ária aos respectivos limites.
Responsabilidade Fiscal, em especial quanto ao Relatório Resumi- Art. 7º Todas as unidades componentes da estrutura organi-
do da Execução Orçamentária e ao Relatório de Gestão Fiscal, afe- zacional do Poder ou Órgão indicados no caput do Art. 1º, desta lei
rindo a consistência das informações constantes de tais documen- complementar, incluindo as administrações Direta e Indireta, no
tos em confronto com os documentos que lhes deram origem; que tange ao controle interno, têm as seguintes responsabi-
XI – verificar a exatidão dos controles financeiros, patrimo- lidades:
niais, orçamentários, administrativos e contábeis, examinando se I – exercer os controles estabelecidos nos diversos sistemas
os recursos foram empregados de maneira eficiente e econômica e, administrativos afetos à sua área de atuação, no que tange a ati-
na execução dos programas, se foram alcançados os resultados e vidades específicas ou auxiliares, objetivando a observância à
benefícios desejados, em obediência às disposições legais e às legislação, a salvaguarda do patrimônio e a busca da eficiência
normas de contabilidade estabelecidas para o serviço público es- operacional;
tadual; II – exercer o controle, em seu nível de competência, sobre
XII – participar do processo de planejamento e acompanhar o cumprimento dos objetivos e metas definidas nos Programas
a elaboração do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentá- constantes do Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentá-
rias e da Lei Orçamentária; rias, no Orçamento Anual e no cronograma de execução mensal de
XIII – examinar a regularidade e legalidade dos processos li- desembolso;
citatórios, sua dispensa ou inexigibilidade, dos contratos, convê- III – exercer o controle sobre o uso e guarda de bens perten-
nios, acordos e outros instrumentos congêneres, bem como dos centes ao Poder ou Órgão indicado no caput do Art. 1º, desta lei
demais atos administrativos de que resulte a criação e/ou extin- ção complementar, incluindo suas administrações Direta e Indireta,
de direitos e obrigações, nos correspondentes Poderes e Ór- gãos, colocados à disposição de qualquer pessoa física ou entidade que
incluindo suas administrações direta e indireta; os utilize no exercício de suas funções;
XIV – propor a melhoria ou implantação de sistemas de pro- IV – exercer o controle sobre a execução dos contratos, con-
cessamento eletrônico de dados em todas as atividades da admi- vênios e instrumentos congêneres, afetos ao respectivo sistema
nistração pública, com o objetivo de aprimorar os controles inter- administrativo;
nos, agilizar as rotinas e melhorar o nível das informações; V – comunicar à Unidade de Controle Interno do respectivo
XV – instituir e manter sistema de informações para o exercí- Poder ou Órgão indicado no caput do Art. 1° desta lei complemen-
cio das atividades finalísticas do Sistema de Controle Interno; tar, qualquer irregularidade ou ilegalidade de que tenha conheci-
XVI – alertar formalmente a autoridade administrativa com- mento, sob pena de responsabilidade solidária.
petente para que instaure procedimento, sob pena de responsa-
bilidade solidária, visando apurar os atos ou fatos inquinados de SEÇÃO II
ilegais, ilegítimos ou antieconômicos, praticados por agentes pú- DAS GARANTIAS
blicos, bem como na hipótese de não serem prestadas as contas ou,
ainda, quando ocorrer desfalque, desvio de dinheiro, bens ou Art. 8º Nenhum processo, documento ou informação poderá
valores públicos; ser sonegado na realização das atividades de controle interno, no
XVII – representar ao Chefe de cada Poder ou Órgão mencio- exercício das atribuições inerentes às atividades de auditoria, fis-
nado no caput do Art. 1° desta lei complementar e ao Tribunal de calização e avaliação de gestão.
Contas do Estado, sob pena de responsabilidade solidária, sobre as Parágrafo único. O agente público que, por ação ou omissão,
irregularidades e ilegalidades que evidenciem danos ou prejuí- zos causar embaraço, constrangimento ou obstáculo à atuação do sis-
ao erário, não reparados integralmente por meio das medidas tema de controle interno no desempenho de suas funções insti-
adotadas pela Administração; tucionais, ficará sujeito à responsabilização administrativa, civil e
XVIII – examinar e emitir parecer sobre as contas anuais pres- penal.
tadas pelo Chefe de cada Poder ou Órgão mencionado no caput do Art. 9º O servidor que exercer funções relacionadas com o
Art. 1° desta lei complementar e sobre as prestações de contas dos Sistema de Controle Interno deverá guardar sigilo sobre dados e
ordenadores de despesas, administradores e demais respon- informações obtidas em decorrência do exercício de suas atribui-
sáveis, de direito e de fato, por bens e valores do Estado ou a esses ções e pertinentes aos assuntos sob a sua fiscalização, sob pena de
confiados, nos correspondentes Poderes e Órgãos, incluindo suas responsabilidade administrativa, civil e penal
administrações direta e indireta; Art. 10 Esta lei complementar entra em vigor na data de sua
XIX – revisar e emitir parecer sobre os processos de Tomada de publicação.
Contas Especiais instauradas pelos correspondentes órgãos de cada
poder ou pelas unidades administrativas dos órgãos mencio- nados
no caput do Art. 1º desta lei complementar, incluindo as suas
administrações Direta e Indireta, sem prejuízo das normas
complementares a serem baixadas pelo Tribunal de Contas do Es-
tado, acerca da instrução daquele processo;
XX – fiscalizar o cumprimento dos limites e condições para
realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar;
XXI – fiscalizar o cumprimento das medidas adotadas para o
retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite, nos
termos dos Artigos. 22 e 23, da Lei de Responsabilidade Fiscal;

272
LEGISLAÇÃO
4. Tendo em vista a jurisprudência do STF no que se refere à
EXERCÍCIOS relação entre finanças públicas e Defensoria Pública, assinale a op-
ção correta.
(A) Em atendimento ao equilíbrio financeiro e atuarial, é consti-
1. Considere que uma pessoa transgênero e hipossuficiente te- tucional lei que defina requisitos legais diferentes em razão do
nha procurado a Defensoria Pública para que lhe seja assegurada gênero para efeito de outorga de pensão por morte de ex-ser-
judicialmente a alteração de seu prenome no registro civil. De acor- vidores públicos.
do com os dispositivos presentes na Constituição Federal de 1988 e (B) Na dinâmica orçamentária estadual, o Poder Executivo atua
com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, essa pessoa apenas como órgão arrecadador dos recursos, não havendo
(A) não pode ser representada Defensoria Pública, já que tal espaço para discricionariedade acerca do repasse dos duodé-
circunstância não consta do rol de atribuições dessa instituição. cimos das verbas destinadas à Defensoria Pública pela lei de
(B) pode ser representada pela Defensoria Pública, dada a sua diretrizes orçamentárias (LDO).
hipossuficiência, embora a pretensão não encontre amparo no
(C) Com respaldo na garantia constitucional de que o Estado
catálogo de direitos fundamentais.
prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que compro-
(C) não pode ser representada pela Defensoria Pública, já que a
varem insuficiência de recursos, será constitucional lei estadual
alteração do prenome, nessa circunstância, deve ser feita pela
que atribua à Defensoria Pública do estado o ônus de defesa
via administrativa.
judicial de servidores públicos que eventualmente sejam pro-
(D) pode ser representada pela Defensoria Pública em juízo, en-
cessados civil ou criminalmente em razão do regular exercício
quanto eventual denegação judicial de alteração do prenome
do cargo.
preservaria o direito fundamental ao livre desenvolvimento da
(D) A autonomia funcional e administrativa conferida à Defen-
personalidade.
(E) pode ser representada pela Defensoria Pública, com o obje- soria Pública estadual assegura, conforme a CF, a gestão dos
tivo de assegurar a efetivação do direito à igualdade e do direi- recursos e de pessoal da instituição, sem, contudo, incluir a
to ao livre desenvolvimento da personalidade. prerrogativa de formulação da própria proposta orçamentária.
(E) Será constitucional lei estadual que atribua a governador de
2. São princípios institucionais tanto do Ministério Público estado a competência para nomear cargos de chefia na estru-
quanto da Defensoria Pública expressos na Constituição Federal tura organizacional da Defensoria Pública estadual.
(A) a unidade, a indivisibilidade e a publicidade.
(B) a unidade, a publicidade e a independência funcional. 5. Considerando as disposições da Constituição Federal de 1988
(C) a indivisibilidade e a independência funcional, somente. (CF) a respeito das funções essenciais à justiça e a jurisprudência do
(D) a unidade e a publicidade, somente. STJ e do STF a esse respeito, assinale a opção correta.
(E) a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. (A) À Defensoria Pública é atribuída a função de promoção dos
direitos humanos e defesa do regime democrático, com a
3. Considere as afirmações abaixo segundo a Constituição da orientação jurídica dos necessitados, sendo cabível, inclusive, a
República Federativa do Brasil. celebração de convênios para esse mister constitucional.
I - A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do (B) O fato de Defensoria Pública estadual não possuir repre-
povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada sentação física na cidade de Brasília é critério suficiente para
Território e no Distrito Federal, e o Senado Federal compõe-se de que a Defensoria Pública da União assista as partes em sede de
representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o recurso especial.
princípio majoritário. (C) A CF dispõe que a Defensoria Pública é instituição perma-
II - O processo legislativo compreende a elaboração de atos adi- nente e essencial ao funcionamento da justiça, atribuindo-lhe,
cionais, leis complementares, leis ordinárias, instruções legislativas entre outras, a função de promover a defesa dos hipossuficien-
e decretos-leis. tes em sede judicial, o que inviabiliza, portanto, a sua atuação
III- Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República no polo ativo de ação penal.
poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo sub- (D) Em caso de excepcional interesse público, as Constituições
metê-las de imediato ao Congresso Nacional. estaduais podem ampliar o limite temporal para exercício do
IV - São funções essenciais a Justiça, o Ministério Público, a Ad- direito de opção pela carreira de defensor público previsto no
vocacia Pública, a Advocacia e a Defensoria Pública. artigo 22 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
Quais estão corretas? (ADCT).
(A) Apenas I, II e III. (E) Constituição estadual pode atribuir foro por prerrogativa de
(B) Apenas II e IV. função para defensores públicos.
(C) Apenas I, III e IV.
(D) Apenas II e III. 6. Segundo dispõe a Constituição Federal de 1988, a institui-
(E) Apenas III e IV. ção permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incum-
bindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático,
fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos
direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos ne-
cessitados é denominada de:
(A) Advocacia Geral da União-AGU.
(B) Defensoria Pública.
(C) Juizado Especial.
(D) Ministério Público.

273
LEGISLAÇÃO
7. Analise as afirmativas a seguir.
I. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à GABARITO
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individu- 1 E
ais indisponíveis.
II. O advogado é indispensável à administração da Justiça, sen- 2 E
do inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profis- 3 C
são, nos limites da Lei.
III. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à 4 B
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e 5 A
instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orienta-
6 B
ção jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos
os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, 7 D
de forma integral e gratuita, aos necessitados. 8 C
IV. Os sindicatos são associações de trabalhadores permanen-
tes e essenciais em defesa da função jurisdicional, para defender os 9 A
interesses e os direitos profissionais das classes que representam, 10 D
nas esferas processuais e administrativas, além de representarem
as categorias em congressos, conferências e encontros de qualquer
natureza e perante autoridades administrativas e judiciais.
Das afirmativas relacionadas, indica função não essencial à Jus-
tiça, nos termos da Constituição ANOTAÇÕES
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) IV.

8. NÃO se trata de uma Função Essencial à Justiça:


(A) a Advocacia, pública ou privada.
(B) a Defensoria Pública.
(C) a Polícia Civil.
(D) o Ministério Público.

9. É legitimado a propor a edição, a revisão ou o cancelamento


de enunciado de súmula vinculante, independentemente de curso
de processo em que seja parte, o
(A) Defensor Público-Geral da União.
(B) Município.
(C) Presidente do Senado Federal.
(D) Procurador-Geral de Justiça.
(E) Presidente de Assembleia Legislativa.

10. De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Fe-


deral sobre a concretização dos direitos fundamentais, analise as
assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. O Ministério Público é parte legítima para ajuizamento de
ação civil pública que vise ao fornecimento de remédios a portado-
res de certa doença.
II. A Defensoria Pública tem legitimidade para a propositura de
ação civil pública que vise a promover a tutela judicial de direitos
difusos ou coletivos de que sejam titulares, em tese, pessoas ne-
cessitadas.
III. Cabe ao Estado fornecer, em termos excepcionais, medi-
camento que, embora não possua registro na ANVISA, tem a sua
importação autorizada pela agência de vigilância sanitária, desde
que comprovada a incapacidade econômica do paciente, a impres-
cindibilidade clínica do tratamento e a impossibilidade de substitui-
ção por outro similar constante das listas oficiais de dispensação de
medicamentos e os protocolos de intervenção terapêutica do SUS.
(A) Apenas I e II estão corretas.
(B) Apenas I e III estão corretas.
(C) Apenas II e III estão corretas.
(D) Todas estão corretas.
(E) Todas estão incorretas.

274
LEGISLAÇÃO

275
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Técnico Administrativo - Áreas: fim e meio

As tarefas de recebimento compreendem desde a recepção do


NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO: ALMOXARIFADO material pelo fornecedor na entrega, até a entrada nos estoques. A
tarefa de recebimento dos materiais é módula de um sistema global
integrado, com as áreas de contabilidade, compras e transportes, e
Funções Do Almoxarifado é definida em sinergia com o atendimento do pedido pelo fornece-
Esse termo é derivado de um vocábulo árabe que significa dor e os estoques físico e contábil.
“depositar”. O recebimento dispõe de quatro etapas:
Como um dos mais importantes setores de uma organização, o
almoxarifado consiste em um lugar destinado ao armazenamento 1ª Entrada de materiais;
adequado para cada produto de uso interno. No campo da adminis- 2ª Conferência quantitativa;
tração se tornou também, uma das principais matérias de estudo. 3ª Conferência qualitativa;
Carlos Henrique Klipel em seu artigo publicado em 2014 desta- 4ª Regularização.
ca que é o setor responsável pela gestão física dos estoques e tem a Ao armazenar materiais no almoxarifado, são necessários al-
função de guardar, preservar, receber e expedir materiais. guns cuidados especiais, eles devem ser definidos dentro do siste-
ma de instalação e no layout adotado pela organização. Deve pro-
Suas funções: porcionar condições físicas adequadas que resguardem a qualidade
• Garantir que o material adequado esteja, em sua quantidade dos materiais, visando a ocupação plena e a ordenação da arruma-
devida, no local correto, quando se fizer necessário; ção.
• Evitar que haja divergência de inventário e/ou perda, desvios
de qualquer natureza;
Etapas
• Resguardar a qualidade e as quantidades exatas de cada ma-
terial;
1ª Verificação das condições de recebimento do material
• Obter as devidas instalações, de forma adequadas, bem
como recursos de movimentação e distribuição suficientes para um 2ª Identificação do material
atendimento rápido e eficiente.
3ª Depositar na localização destinada
Função Dos Estoques
O estoque é todo o material ou produtos disponíveis para o uso Informação da localização física de armazenagem ao
da empresa no processo de fabricação ou comercialização direta ao 4ª
controle
consumidor final.
Verificar periodicamente as condições de proteção e

Funções: armazenamento
• Receber para armazenagem e proteção os materiais adquiri-
dos pela empresa; 6ª Separação para distribuição
• Entrega dos materiais mediante requisições autorizadas aos
setores da organização; Controle De Entradas E Saídas
• Assegurar que os registros necessários estejam sempre atu- O controle de entrada e saída de produtos/matérias de esto-
alizados; que pode ser realizado de forma manual (para organizações não
• Controle: que deve fazer parte do conjunto de atribuições de informatizadas), por meio de planilhas, memorandos, fichas de
cada setor envolvido, qual seja recebimento, armazenagem e dis- controle, formulários criados pela própria organização, ou ainda por
tribuição. softwares de controle de estoque, que são programas elaborados
de forma a viabilizar toda a rotina administrativa do setor.
Critérios Para Armazenamento No Almoxarifado As etapas do processo de controle de entrada e saídas, bem
O almoxarifado constituía-se em um depósito, em sua maioria como seus critérios e definições, são elaboradas pela gestão da or-
o pior e mais inadequado local da empresa, onde os materiais fica- ganização e o responsável pelo almoxarifado, em sinergia com os
vam acumulados de qualquer maneira, não havia mão de obra qua- demais setores, de maneira a abranger e sanar a necessidade da
lificada para tal função. Com o passar do tempo surgiram sistemas organização.
de armazenagem e processos mais sofisticados, acarretando no au-
mento da produtividade, segurança nas operações de agilidade na Tipos De Armazenamento
obtenção das informações. O setor de almoxarifado exige o controle do estoque, como
quantidade, reposição, armazenamento, validade, controle do uso,
etc.
Para as mercadorias e produtos (de limpeza, de escritório, ser-
viços, etc.),

276
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Emissões de etiquetas para identificação fácil dos produtos
Materiais de aquisição (levantamento de preços, pesquisa de ou patrimônios.
fornecedores, registro das compras feitas e a fazer, arquivamento • Controlar pedidos e recebimentos de materiais.
de notas) e outras tarefas ligadas ao almoxarife ou estoquista. Estas • Gerenciar usuários e níveis de acesso.
funções necessitam observar critérios de racionalização, acondicio- • Criar eventos e definir produtos e patrimônios que serão uti-
namento, localização, precisão, padronização, indicadores e docu- lizados.
mentação. • Transferência de produtos/ materiais entre estoques.
Na organização do almoxarifado, deve-se observar o cálculo • Relatórios de controle detalhados.
das quantidades de produtos que deverá possuir em estoque. No
acondicionamento deve-se almejar a otimização das distâncias en- De Equipamento, Ventilação, Limpeza, Identificação, Formu-
tre o local de estocagem e o local a ser utilizado, a adequação do lários, Itens Diversos
espaço de armazenagem com o melhor uso de sua capacidade em Os equipamentos utilizados nos locais de armazenamento ba-
volume. sicamente são:
Quanto a localização deve-se observar a facilidade em encon- Empilhadeiras: que são as protagonistas de um sistema de
trar o que está sendo procurado, por meio de etiquetagem, ordem logística para a movimentação de mercadorias. Paleteiras, entre
alfabética, ou utilização setorial, por exemplo, a fim de se evitar a outros, como: Guindastes, Comboio, Esteira transportadora, Mono-
entrega errônea de materiais, acarretando em problemas de con- vias, Transportador de roletes, Transelevadores.
trole e em tempo desperdiçado.
Precisão de operação: exatidão nas informações de controle Além disso, o almoxarife deve sempre preservar:
com a realidade dos itens armazenados. A inexatidão dos dados
acarreta falhas de contabilidade, fornecimento, e etc. — As áreas de circulação localizadas entre as áreas de estoca-
Os itens do almoxarifado devem ser padronizados, com a finali- gem e/ou áreas livres, destinadas à movimentação do material e ao
dade de melhoria no controle das compras (fornecimento), e evitar trânsito de pessoas e equipamentos.
falhas como a duplicidade de itens registrados. — Os espaços decorrentes da divisão de uma área de estoca-
O setor deve apresentar relatórios de eficiência, com os devi- gem, destinados a definir a localização do material nas unidades de
dos indicadores das atividades, proporcionando otimização do ge- estocagem e/ou áreas livres, podem ser:
renciamento, controle do histórico dos itens, etc. ABERTOS: para materiais de alta rotatividade ou que não re-
queira condições especiais de segurança e/ou preservação) e
Recomendações Gerais Para Almoxarifado: Treinamento, Fer- FECHADOS: delimitados por paredes e teto, destinados à se-
ramentas, Manutenção gurança e/ou preservação de materiais, tais como: eletrodos, pro-
A eficácia de um almoxarifado tange fundamentalmente: dutos perecíveis, ferramentas, instrumentos de precisão, material
• Reduzir as distâncias internas percorridas pela carga e con- radioativo, produtos químicos, hospitalares, cirúrgicos, farmacêu-
sequentemente o aumento do número das viagens de ida e volta ticos, etc.).
(desperdício de tempo);
• Do aumento do tamanho médio das unidades armazenadas; São procedimentos promovidos sistematicamente pelos cola-
• Da melhor utilização de sua capacidade em volume. boradores do almoxarifado, da segurança e da limpeza, que englo-
bam medidas para prevenir incêndios, furtos, roubos e acidentes
O caminho tomado pelas organizações no mercado que rea- pessoais, bem como medidas que assegurem o patrimônio.
lizam esse controle e sanam este impasse de minimizar erros no
controle de estoque, devido a forma manual (ou não informatizada) Os critérios básicos para identificar o material são a descrição
de se realizar a manutenção periódica, visa através de ferramen- tas e a codificação.
como softwares de controle de almoxarifado, conseguir obter o A descrição do material para identificação, pode ser feita com
acompanhamento da gestão do estoque, empréstimos de patrimô- base nas características físicas do material recebido e aceito. Isto
nios e relatórios gerenciais para compra, por exemplo. porque a descrição do item na nota de empenho pode não coincidir
com a descrição que o almoxarifado utilize. O material aceito deve
Através de treinamentos e aperfeiçoamento da equipe voltada ser catalogado de acordo com uma descrição que possibilite fácil
para o setor, o controle de almoxarifado pode minimizar o tempo identificação visual por parte dos usuários externos também.
nas tarefas (como entrada, verificação e saída de produtos/mate-
riais), mão-de-obra (conferência), bem como desperdícios em ter- Carga Unitária: Conceito, Tipos, Vantagens
mos de compra de produtos/materiais. Carga unitária: Materiais acondicionados em volume único.
Conceito - Toda a carga constituída de embalagens de transpor-
Um software de controle de almoxarifado pode realizar: te que condicionam uma certa quantidade de material para possi-
bilitar o seu manuseio, transporte e armazenamento como se fosse
• Um melhor controle de compras juntamente com alertas de uma unidade.
estoque mínimo e máximo. Tipo - A formação de carga unitária se dá através de pallets.
• Agilizar solicitações de produtos e patrimônios pelos próprios Vantagem - Isto é feito para facilitar o transporte e a armaze-
usuários. nagem do produto.
• Facilitar a consulta rápida de produtos.
• Realizar Entrada e Saída de produtos, de forma rápida e sim-
ples.
• Controlar os itens consignados.
• Organizar mediante criação de grupos e subgrupos de pro-
dutos.
• Empréstimos e Devoluções de Patrimônios.

277
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O estoque em poder próprio: o fornecedor mantém a estrutura
Pallet: Conceito, Tipos, Vantagem para a venda em consignação pelo revendedor; O estoque do forne-
O palete (do inglês pallet, ou francês pallette) é uma plataforma cedor em posse de terceiros: o fornecedor transfere provisoriamen-
ou estrado, que geralmente é feito em madeira, plástico ou metal, te a guarda dos produtos a um terceiro.
utilizado para empilhamento ou transporte de materiais por meio
de empilhadeiras. Geralmente é fabricado com medidas pré-deter- ▪ Estoque inativo
minadas, para poder ser carregado pelas máquinas existentes no Destinado a verificação e separação de itens em estoque que
mercado e otimizar os espaços por onde as mercadorias transitam. não tiveram um bom desempenho nas saídas e, por isso, estão pa-
A paletização é um sistema consolidado no meio logístico e muito rados há algum tempo, se tornando obsoletos.
utilizado por empresas de varejo, para armazenagem e transporte Essa situação, apesar de não ser produtiva para a empresa, é
de cargas. relativamente comum e configura o chamado estoque inativo.
A principal função dos paletes é otimizar e facilitar o transporte Essa questão está intimamente relacionada ao giro de estoque,
e armazenamento de mercadorias, com um tamanho padrão, em que mostra o nível de atividade de cada produto: fast mover (alto
porta-paletes e com o uso de paleteiras e/ou empilhadeiras, etc. giro), low mover (baixo giro) e no mover (sem giro). Ou seja, quanto
Vantagens dos pallets: Otimizar a tarefa de expedição de pedi- maior é a rotatividade das mercadorias no estoque, menor o núme-
dos. Com a utilização de pallets é possível tornar o fluxo de entrada ro de produtos inativos.
e saída de mercadorias cada vez mais ágil. Organização sistemática: Para determinar que o produto se tornou obsoleto, diversas
Diminuindo o prazo de entrega e aumentando a qualidade do aten- questões precisam ser analisadas. Em geral, o tipo de mercadoria e
dimento prestado. Redução de custos: Reduzir custos com estoque o prazo de validade devem ser levados em consideração para que o
e aumentar a produtividade. negócio não sofra prejuízos.
Equipamentos Gerais De Um Almoxarifado ▪ Estoque máximo
Os equipamentos utilizados em um almoxarifado, em sua É preciso compreender que ele trabalha com a perspectiva da
maioria são: Empilhadeiras, Paleteiras, Guindastes, Comboio, Estei- quantidade máxima de produtos que deve existir no estoque em
ra transportadora, Monovias, Transportador de roletes e Transele- um determinado período. Por exemplo: uma empresa pode
vadores. definir que um certo tipo de material tenha o estoque máximo do
produto de 100 unidades em um mês, ao atingir esse número,
Tipos De Estoques portanto, as compras devem ser suspensas. A entrada desse pro-
▪ Estoque de antecipação ou sazonal duto no estoque fica interrompida (exceto por razões sazonais ou
Que se refere a mercadorias com época específica de utilização inesperadas), pois isso evita que os itens se tornem obsoletos e se
(entrada/saída). É muito útil em datas comemorativas, por exem- transformem em um estoque inativo.
plo. Ao longo do ano, podemos identificar épocas em que há picos Destaca-se que diversos fatores influenciam na determina- ção
de compras, dos quais vale a pena mencionar: Dia das Mães; Natal; desse estoque máximo, como o espaço físico disponível para
e etc. armazenamento e a própria disponibilidade orçamentária — além
De modo a atender a toda essa demanda, a empresa deve se de cálculos realizados por algoritmos de reposição de estoque, em
preparar com antecedência e tomar todas as medidas necessárias soluções tecnológicas de
para estar preparada para a demanda. Nesse momento o estoque ressuprimento, baseados nas vendas ao consumidor final.
sazonal se torna essencial. Essa estratégia costuma ser adotada
quando o gestor identifica um aumento na expectativa de vendas, ▪ Estoque mínimo
onde a produção ou aquisição dos produtos é intensificada com o Conhecido também como ponto de ressuprimento, consiste na
objetivo de tentar assegurar ao consumidor o pronto atendimento menor quantidade possível de um produto armazenado. Esse nú-
de seu pedido, permitindo que a empresa aproveite a oportunidade mero é definido com antecedência pelo gestor e leva em conside-
de ampliar suas vendas e lucros. Diante dessa variação relevante, ração a demanda por aquele item. Sua intenção é evitar que o item
pode ser realizado também o reforço do estoque. acabe antes do ressuprimento.
Na prática, uma empresa pode definir, por exemplo, que o es-
Destaca-se que esse modelo também é utilizado quando o ges- toque mínimo de um produto específico seja de 50 peças. Com isso,
tor percebe o risco de sofrer alguma interrupção ou que poderá mesmo que ela faça uma compra de 100 unidades — que pode ser
enfrentar problemas com o fornecimento de algum item devido a o seu estoque máximo —, quando a quantidade dessa mercadoria
alguma situação inesperada — como um estoque de contingência. atingir o ponto de ressuprimento, é importante negociar uma nova
Assim, para evitar prejuízos ao atendimento dos pedidos, é realiza- compra.
da uma compra antecipada e em maior volume.
▪ Estoque de proteção ou estoque isolador
▪ Estoque consignado Apesar de evitarem o mesmo risco, o estoque de proteção e o
É mantido por terceiros, que podem ser distribuidores ou estoque mínimo, tratam-se de conceitos distintos.
clientes. Esse é um dos modelos de estoque mais utilizados por setores
Nesse caso, a guarda dos produtos é transferida, mas a proprie- robustos, como o alimentício e o automobilístico. Seu objetivo é
dade continua sendo da empresa. proteger as vendas e garantir a disponibilidade dos produtos mes-
Esse modelo tem se mostrado interessante principalmente mo em situações pouco favoráveis, como: alta nos preços; greve de
quando o negócio não dispõe de muito espaço livre, precisa agilizar fornecedores; greve no setor de transportes; súbita elevação na
o processo de distribuição ou deseja ampliar seus canais de vendas. demanda do mercado.
Na prática, o estoque é abastecido por fornecedores que, em geral, Caso algum desses problemas surja, o estoque de proteção é
são fabricantes, utilizado até que o abastecimento retorne ao normal e as novas
distribuidores ou importadores. Os itens ficam armazenados mercadorias sejam cadastradas. Para isso, alguns itens adicionais
nesse local e, conforme a demanda do cliente final, são distribuí- são mantidos no estoque.
dos. Podendo ser realizado em dois modelos:

278
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
▪ Dropshipping
▪ Estoque de segurança O dropshipping é um tipo de estoque voltado para e-commerce
É importante para grande parte das empresas. Os varejistas pequenos marketplaces. Nesse modelo, após a conclusão da venda
precisam manter em estoque todos os produtos que o cliente de- ao consumidor é aberta uma ordem de serviço que é encaminhada
seja, e a indústria deve ter um estoque de matérias-primas para ao fornecedor.
assegurar o ritmo de produção. Esse fornecedor é que será o responsável por enviar a merca-
Como o nome sugere, esse tipo de estoque visa reduzir o ris-
doria ao cliente. Ou seja, a mercadoria sai do centro de distribuição
co de o negócio perder vendas ou atrasar entregas em razão de
do fornecedor direto para a residência do consumidor final, mesmo
problemas inesperados, como um imprevisto durante a negociação
tendo sido vendido no site de um distribuidor ou revendedor.
com o fornecedor. Com uma gestão eficiente do estoque de segu-
Perceba que o e-commerce funciona aqui como um interme-
rança, é possível desfrutar de benefícios importantes e que fazem a
diário entre o cliente e o fornecedor. Ele não precisa investir em
diferença para o crescimento empresarial, como: cumprimento de
sistemas de armazenagem, tampouco reservar capitar para gestão
prazos; aumento da satisfação dos clientes; manutenção do fluxo
de estoque.
de produção; redução de gastos com armazenagem; diminuição do
acúmulo de produtos sazonais e perecíveis; liberação de recursos
para investir em setores estratégicos. Estoque de materiais ou matérias-primas
Nessa metodologia, o desafio do gestor é encontrar a quanti- • Estoques de Insumos: os insumos correspondem a todo tipo
dade exata de estoque de segurança. Isso significa definir quantos de matéria-prima, ou demais materiais que se encontram armaze-
produtos armazenar, de modo que exista um equilíbrio entre inves- nados ou estocados na empresa, aguardando o processo de pro-
timento e lucros — por isso o apoio da tecnologia é tão importante. dução, ou outro tipo de processo, ou momento, para ser utilizado.

▪ Estoque regulador Estoque de material em processo


É uma excelente opção para manter equilíbrio. Ele é mantido • Estoque de Produtos em Processamento: Durante o processo
por uma das filias com o objetivo de suprir uma eventual neces- de produção também é possível manter-se estoques dos produtos
sidade dos demais pontos de vendas. Em geral, a filial que possui e dos componentes que estão sendo produzidos, ou serão produzi-
melhor espaço físico para armazenamento de mercadorias man- dos no processo completo de produção. Isso é possível em virtude
tém um estoque maior. Assim, caso a demanda aumente em ou- de que cada processo de fabricação é composto por fases, e depen-
tra unidade, ela consegue transferir mercadorias sem afetar a sua dendo do produto final, as fases são complexas e contínuas, além
própria segurança. Esse modelo já é bem aplicado pelos varejistas, de serem numerosas. Por isso a importância desse tipo de estoque.
mas vale ressaltar que a gestão dos itens precisa ser executada
com o auxílio de um software. Critérios de classificação de materiais
É imprescindível que exista uma comunicação efetiva entre Os critérios de classificação de materiais e os parâmetros a se-
todas as filiais. O sistema precisa ser integrado, já que o gestor guir podem ser utilizados para diferenciar o material permanente,
deve ter acesso às informações e agir antes que o desabasteci- do material de consumo. Um material é considerado de consumo
mento ocorra — isto é, ele precisa reequilibrar o estoque com an- caso atenda a um dos critérios a seguir:
tecedência.
• Durabilidade: em uso normal perde ou tem reduzidas as suas
▪ Estoque de ciclo
condições de funcionamento, no prazo máximo estabelecido;
Por meio dele, a produção e o planejamento de estoque serão
organizados em períodos determinados. A ideia é suprir totalmente
• Fragilidade: sua estrutura poderá ser danificada, ou se for
a demanda e manter o desempenho econômico do negócio. Esse
quebradiça, deformável, caracterizando sua perda ou não podendo
modelo é muito utilizado em indústrias devido às suas caracterís-
ser recuperada sua identidade ou funcionalidade;
ticas permitirem que os itens em estoque circulem internamente.
Em uma fabricante de carros, por exemplo, há várias linhas de pro-
dução, e cada uma se responsabiliza por um componente — como • Perecibilidade: está sujeito a modificações (físicas ou quími-
a parte elétrica, a mecânica e os assentos. Com isso, cada grupo cas), se há como deteriorar-se, ou perde sua característica pelo uso
fabrica e estoca o item de acordo com um ciclo produtivo que visa normal;
assegurar que o produto (o carro) seja finalizado em tempo hábil.
• Incorporabilidade: destina-se a incorporação a outro bem e
▪ Estoque em trânsito não podendo ser retirado sem prejuízo das características físicas
Faz parte da rotina de toda empresa. Ele se refere aos produ- e funcionais do principal. Pode ser utilizado para constituir novos
tos que estão em rota de deslocamento pelas transportadoras. Por bens, adições ou melhorias complementares de bens em utilização
exemplo: o gestor terá em mãos a informação precisa de quanto
tempo as suas mercadorias permanecem nos veículos de transpor- • Transformabilidade: caso tenha sido adquirido com a finalida-
te. de de transformação.
Além disso, é possível ter uma visão mais exata sobre o esto-
que global, isto é, a quantidade exata de todos os produtos que a Objetivos Da Codificação
empresa possui armazenado — os que estão na empresa e os que Consiste em metodizar o processo, sendo utilizada interna-
ainda estão sendo transportados. Portanto, o estoque em trânsito é mente pelo setor de almoxarifado. A codificação de cada material
um modelo intermediário de estoque, responsável por controlar o poderá ser do tipo alfanumérico, em que a letra inicial do item será
trânsito das mercadorias entre a origem acrescida de três números que serão gerados numa sequên- cia
(o fornecedor) e o destino (o varejista). Vale lembrar que esse numérica crescente. Exemplo: açúcar cristal marca Coité, código A-
controle de estoque é tão necessário quanto os demais. 001. O próximo item que o nome na descrição começa com a le- tra
“A” terá o código A-002, e assim por diante.

279
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Recebimento e aceitação:
A lista com os códigos de cada material deve ser atualizada As etapas de recebimento e aceitação compreendem desde
sempre que um novo material estiver disponível para o forneci- a recepção do material na entrega pelo fornecedor até a entrada da
mento. mercadoria nos estoques. A etapa de recebimento e aceitação de
materiais abrange um sistema global integrado com as áreas de
Fluxo Contábil E Administrativo Dos Materiais contabilidade e compras, e é caracterizada como uma conexão en-
Existem etapas em que o almoxarife (responsável pelo almo- tre o atendimento do pedido pelo fornecedor e os estoques físico
xarifado), deve responsabilizar-se para o bom desenvolvimento do e contábil.O recebimento e aceitação compõe as seguintes etapas:
fluxo administrativo e contábil do setor, como:

• Garantir que os produtos/materiais estejam armazenados em


local seguro e na quantidade ideal de suprimento;
• Reparar as divergências de inventário e perdas de qualquer
natureza;
• Garantir a qualidade e as quantidades corretas e observar a
adequação das instalações e se os recursos de movimentação e dis- Compreende no ato pelo qual os produtos/materiais adquiri-
tribuição são suficientes para um atendimento rápido e eficiente. dos são entregues no local designado previamente (almoxarifado).
• Recebimento e conferência dos materiais adquiridos ou cedi- Independentemente do local físico que os produtos/ materiais fo-
dos de acordo com o documento de compra (Nota de Empenho e rem recebidos, todo o registro de entrada e distribuição de material
Nota Fiscal) ou equivalentes; deverá ser de responsabilidade do Almoxarifado. O recebimento
• Registrar em sistema próprio manual ou software de controle dispõe de duas etapas:
de estoque, as notas fiscais dos materiais recebidos;
• Encaminhamento ao Departamento de Contabilidade e Fi-
nanças as notas fiscais para o devido pagamento;
• Elaboração de estatísticas de consumo por materiais e cen-
tros de custos para previsão das compras;
• Elaboração de balancetes dos materiais existentes e demais
relatórios solicitados por outros setores;
• Preservação da qualidade e as quantidades dos materiais es-
tocados; Ordem de compra
• Viabilização do inventário anual ou periódico (de acordo com É o documento pelo qual os usuários requisitam os materiais
a organização) dos materiais estocados; no Almoxarifado. A requisição de materiais é um pedido oficial, por-
• Garantir que as instalações estejam adequadas para a devida menorizado, do setor que vai consumir o material. Ao receber uma
movimentação e retiradas dos materiais, visando um atendimento requisição, o almoxarife terá que preliminarmente efetuar as devi-
eficiente com agilidade; das conferências, como por exemplo:verificar se o setor emitiu a
• Organizar de forma atualizada o registro de estoque do ma- requisição dentro dos padrões previamente definidos, constatar se
terial existente; as quantidades pedidas estão normais e dentro das possibilidades
• Proporcionar políticas e diretrizes relativas a estoques e pro- do estoque. Toda solicitação tem que ser objetiva, oferecendo ao
gramação de aquisição, bem como o fornecimento de material de usuário, Almoxarifado e a Contabilidade todos os dados necessários
expediente; para um perfeito controle dos materiais e dos gastos.
• Estabelecer normas de armazenamento dos materiais esto- Quando o almoxarife receber a requisição de materiais, deve
cados; fornecer no máximo a quantidade solicitada pelo requisitante. As
• Estabelecer as necessidades de aquisição dos materiais de requisições de materiais devem ser arquivadas pelo setor de Al-
consumo para fins de reposição de estoque, e assim solicitar sua moxarifado de forma a estar disponível para posteriores consultas,
aquisição. caso necessário.
Recebimento De Mercadorias Notas fiscais
O recebimento de produtos/materiais pode ser classificado em Recebimentos de bens com nota fiscal dependerão da impres-
dois tipos: são da sua autenticidade, que pode ser obtida através do site Portal
da Nota Fiscal.
• Recebimento provisório:
Que se refere ao ato da entrega de um bem ao órgão no lo- cal Divergências e irregularidades que são insanáveis, geralmente
previamente designado pela organização, para fins de posterior constatadas em relação às condições de contrato (compras não au-
conferência e verificação de conformidade do material com a espe- torizadas, entrega fora do prazo, autenticidade não autorizada da
cificação, não configurando sua aceitação definitiva. nota fiscal etc.) devem nortear a recusa do recebimento. Anota-se
então, no canhoto da Nota Fiscal recebida, os motivos da recusa,
• Recebimento definitivo: assim também, nos documentos do transportador, comunicando
Os produtos/materiais serão recebidos somente após verifica- imediatamente ao setor responsável ela compra e/ou ao fornece-
ção da qualidade e quantidade e consequente validação de recebi- dor, como a gestão definir ser melhor ao fluxo interno. Sugere-se
mento e aceitação da mercadoria. também que seja tirado uma cópia do documento no qual foi ano-
tado o motivo da recusa de recebimento e que seja solicitado ao
entregador um visto de ciência.

280
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A definição de um método de controle de estoque (FIFO e LIFO,
São considerados documentos aptos para o recebimento de por exemplo) é outro item necessário.
produtos/materiais: A opção deve ser feita a partir do vencimento da validade do
item armazenado.
• Nota Fiscal, Fatura e Nota Fiscal/Fatura;
• Termo de Cessão, Doação; Exemplos de Técnicas de armazenagem:
• Declaração exarada no processo relativo à permuta;
• Guia de Remessa de Material ou Nota de Transferência; ▪ Armazenamento de produtos químicos
• Guia de Produção. Nesse caso, a logística e o transporte desse tipo de produto é
mais complexa e, por isso, há várias regras que precisam ser segui-
das. Algumas diretrizes são:
NBR 7502, que determina como deve ser feito o transporte de
cargas perigosas;
Código Marítimo Internacional de Mercadorias Perigosas;
Decreto 2.657, que aborda o uso de produtos químicos no tra-
balho.
Ficha de controle de estoque O ideal é que você analise o tipo de produto químico que utiliza
As documentações do setor, resultam na confecção do manual e verifique as normas impostas pela legislação.
técnico de almoxarifado, definido um modo preciso às normas de
identificação dos materiais, inventário, inclusão de novos itens, en- ▪ Uso de planos metálicos
tre outros. Nesse caso as opções são bastante variadas. Estantes porta-pa-
Utiliza-se os seguintes documentos para atendimento das di- letes é uma delas, já que exclui a necessidade de paletização.
versas rotinas de trabalho no Almoxarifado: Além disso, o equipamento é transformado em uma gôndola
• Ficha de controle de estoque (para organizações ainda não rapidamente, o que traz mais flexibilidade para o transporte e o ar-
informatizadas): documento que visa controlar manualmente o es- mazenamento.
toque, por meio da anotação das quantidades de entradas e saídas,
destinado ao reabastecimento; ▪ Sistemas de gestão de estoque
• Ficha de Localização (para organizações ainda não informati- Nesse caso o uso de suporte tecnológico é uma necessidade,
zadas): documento destinado a indicar as localizações (onde o ma- especialmente se o estoque da empresa for grande. Pode-se usar
terial está guardado), através de códigos, um software ERP, que reúne várias informações em um só local e
• Comunicação de Irregularidades: documento destinado a es- garante a atualização dos dados automática.
clarecer ao fornecedor os motivos da devolução, quanto os aspec-
tos qualitativo e quantitativo; ▪ Endereçamento de estoque
• Relatório técnico de inspeção: documento destinado a defi- Essa técnica facilita muito na hora de encontrar algum item
nir, qualitativamente o aceite ou a recusa do material adquirido do estocado. O objetivo é denominar as áreas e alocar os materiais
fornecedor; conforme os critérios estabelecidos. Duas opções são:
• Requisição de material: documento destinado a retirada de RPA: rua, posição e altura; e ARMNV: área, rua, módulo, nível
materiais do almoxarifado; e vão.
• Devolução de material: documento destinado a devolver ao Em ambos os casos são utilizados apenas números, que facili-
estoque do almoxarifado, as quantidades de material, outrora, re- tam a nomeação dos elementos.
quisitadas além do necessário. ▪ Paletização
Esse sistema de unitização abrange uma quantidade de produ-
tos grande em apenas um palete. Depois disso, os itens podem ser
Armazenamento centralizado x descentralizado colocados em porta-paletes, como já indicado, ou agrupados por
Um estoque centralizado mantém as mercadorias em Centros meio de pirâmides ou torres, geralmente se utiliza os mesmos pro-
de Distribuição (CD). dutos com as mesmas datas, o que simplifica a movimentação e o
Um estoque descentralizado faz com que todas as mercadorias controle.
sigam diretamente para seus (PVs) pontos de vendas.
▪ FEFO, ou PVPS
• Centralizado: materiais são armazenados em um único local Esse método de controle de estoque indica que o primeiro
– CD. produto que vence é o primeiro que sai. É uma técnica bastante
• Descentralizado: não há um ponto central e os materiais são indicada para bens perecíveis, que possuem prazos de vencimento
armazenados em vários lugares conectados entre si que podem es- curto ou médio, como é o caso dos iogurtes, leites, carnes não con-
tar em um mesmo local físico ou dispersos - PVs geladas, entre outros alimentos.
Outra indicação é quando você recebe o mesmo produto a
Técnicas para armazenagem de materiais partir de fábricas distintas ou quando negocia com os fornecedores
As técnicas de armazenagem variam conforme o segmento de para ter acesso a itens com prazos menores de venda.
atuação da empresa.
Por exemplo: se as atividades envolvem produtos químicos, é ▪ FIFO, ou PEPS
necessário adotar alguns procedimentos exclusivos, que cumpram Nesse caso, a ideia é que o primeiro que entra é o primeiro que
as regras de regulamentação para transporte e armazenagem. sai. Esse sistema de armazenamento não considera a data de ven-
Para ser mais eficiente, a empresa também deve implantar sis- cimento, mas sim a de entrada. Por isso, é indicada para produtos
temas para o endereçamento de estoque e implantação de códigos que não têm prazo de validade ou ele é muito longo, como é o caso
de barras, que facilitam o encaminhamento, localização e uso dos dos eletrônicos.
itens armazenados.

281
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Periodicidade
Contagem cíclica Definir a periodicidade do inventário de estoque é muito im-
Contagem cíclica ou inventário cíclico, rotativo refere-se à con- portante, quando se realiza um inventário de estoque, nada mais é
tagem do estoque que é realizada periodicamente, em intervalos feito do que a contagem de tudo que está armazenado. Essa conta-
regulares ao longo do ano, sejam eles diários, mensais, bimestrais, gem, portanto, deve ser referenciada de alguma forma.
semestrais, etc. Possibilita a precisão dos processos e pode ser uti- O objetivo de um inventário é muito simples: É o procedimento
lizada para focar em itens de maior valor, maior taxa de movimen- que vai garantir o controle, de modo que possíveis problemas sejam
tação ou críticos os processos da empresa. Menor interrupção – A identificados e corrigidos. Como todo estoque apresenta rotativida-
contagem cíclica como parte dos processos contínuos da logística de, definir inventários periódicos se torna obrigatório.
diminuem a interrupção das operações de armazém. Destaca-se que a prestação de contas junto ao Fisco envolve a
declaração de bens em estoque.
Método de classificação ABC
Se sua empresa não sabe o quanto tem estocado de tempos
Esse método dispõe de vários nomes como: Curva ABC, Princí-
em tempos, vai se arriscar a passar informações erradas.
pio de Pareto, Análise de Pareto ou até mesmo Regra 80/20. Sendo A consequência disso é aplicação de multas que vão desfalcar
essa uma ferramenta (geralmente em forma gráfica de colunas), as suas reservas e, consequentemente, trazer prejuízos e perdas.
que tem como objetivo o agrupamento e ordenamento de diversas
ocorrências para identificar problemas nas empresas. O entendi- Etapas
mento é simples: 80% das consequências originam-se de 20% das Antes da contagem dos produtos estocados, é fundamental sa-
causas. ber onde eles permanecerão, evitando o retrabalho de retirar item
por item para acessar aquele produto mal posicionado na pratelei-
É uma ferramenta muito usada na gestão de estoques, pois ela ra. Tudo isso se relaciona diretamente com a necessária elaboração
permite determinar quais itens são mais importantes para a empre- de uma estratégia de reposição de estoque.
sa e, portanto, merecem maior atenção no acompanhamento de Fazer a contagens e recontagens dos itens para consolidar o
níveis de estoque ou na realização de inventários. inventário e conferir se está de acordo com a real quantidade.
Classe A – a maior importância, valor ou quantidade da análise, É imprescindível que todos os itens sejam identificados com
o que corresponde a 20% do total; códigos, que são usados também para a checagem e conferência
Classe B – importância, valor ou quantidade intermediária, o na hora do recebimento dos produtos dos fornecedores. Uma al-
que corresponder a 30% do total; ternativa tecnologicamente mais avançada são as etiquetas RFID.
Classe C – de menor importância, valor ou quantidade, o que A contagem dos produtos em estoque pode ser feita por equi-
corresponde a 50% do total. pes. Se o estoque não conta com pessoal suficiente, podem ser des-
tacados funcionários para a tarefa, desde que eles tenham perfil
Neste sentido, a curva ABC existe para dar tempo e disciplina compatível com a responsabilidade envolvida, que exige muita con-
fundamentais para lidar com a demanda e entender a relação de
centração e atenção aos detalhes.
casualidade dentro das empresas. Serve para tornar o trabalho no
dia a dia mais estratégicos, direcionado àquilo que realmente faz a Recomendações
diferença para gerar melhores resultados. Toda empresa busca atender as demandas do cliente na hora
certa e na quantidade ideal. Porém, isso só é alcançado por meio
Inventário físico: benefícios, periodicidade, etapas e reco- de uma distribuição rápida e precisa das mercadorias. Nesse con-
mendações texto, a gestão de estoque exerce um papel crucial para qualquer
O inventário físico de estoque é o processo de contagem físi- empreendimento, pois ajuda a alcançar o estoque ideal, sem faltas
ca de todas as mercadorias que a empresa possui para que então, e excessos e de acordo com a demanda do consumidor. Em outras
após essa contagem, seja feita uma comparação entre a quantidade palavras, para que se consiga manter a disponibilidade de produtos
dos produtos existentes na empresa e a quantidade que está cadas- nas prateleiras, é indispensável que a empresa conte com um esto-
trada no sistema de controle de estoque utilizado. que organizado e completo, de acordo com a demanda da empresa.
Uma boa gestão de estoque permite que o negócio tenha cla-
Benefícios
reza sobre os fatores que prejudicam suas vendas, os produtos com
Redução das perdas - Um bom inventário de estoque é capaz
menor saída e as situações que geram aumento dos custos logísti-
de diminuir os gastos e evitar desperdícios. Caso a relação de itens
cos. E o sell-out é a chave para manter o nível de estoque ideal e
do inventário físico estiver em desarmonia com a área contábil, será toda cadeia de suprimentos em sincronia.
mais fácil saber se ocorreu extravios e furtos, por exemplo. Destaca-se que sua utilização leva em consideração inúme- ros
fatores, como o tipo de produto e a própria infraestrutura da
Melhoria do atendimento ao cliente - Ao entender quais mer- empresa. Mas que, independentemente do modelo, é importante
cadorias estão disponíveis no estoque, é possível melhorar suas saí- sempre orientar os processos pelas vendas ao consumidor final.
das e também ampliar a credibilidade com os clientes. Quando não Sem dúvida, o primeiro passo para se alcançar resultados positivos
existe controle de estoque, a possibilidade de erros é bem maior: com a gestão de estoque é conhecer a realidade do negócio e as
vender um produto indisponível e comprometer a entrega. opções à sua disposição.
O inventário de estoque é uma tarefa trabalhosa e driblar os
Cumprimento da legislação -Incoerências entre o inventário entraves deste processo só é possível por meio de planejamento,
físico e o contábil podem fazer com que a empresa entre na mira para tanto se faz necessário um olhar pontual para esse tema, as-
do Fisco. Se o fiscal constatar que há divergências entre o estoque
sim, destaca-se algumas recomendações importantes, como:
declarado de mercadorias e o real, pode ocorrer penalização com
Definir o melhor momento para realizar o inventário, categori-
aplicação de multas, ameaçando, dessa forma, a saúde financeira zar os produtos, organizar os espaços físicos, desenvolver um méto-
da sua empresa. do de contagem e padronizar os registros.

282
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

REDAÇÃO OFICIAL s.f. Substantivo feminino


s.m. Substantivo masculino
A terceira edição do Manual de Redação da Presidência da Re- SEI! Sistema Eletrônico de Informações
pública foi lançado no final de 2018 e apresenta algumas mudanças
sing. Singular
quanto ao formato anterior. Para contextualizar, o manual foi criado
em 1991 e surgiu de uma necessidade de padronizar os protocolos tb. Também
à moderna administração pública. Assim, ele é referência quando v. Ver ou verbo
se trata de Redação Oficial em todas as esferas administrativas.
O Decreto de nº 9.758 de 11 de abril de 2019 veio alterar re- v.g. verbi gratia
gras importantes, quanto aos substantivos de tratamento. Expres- var. pop. Variante popular
sões usadas antes (como: Vossa Excelência ou Excelentíssimo, Vossa
Senhoria, Vossa Magnificência, doutor, ilustre ou ilustríssimo, digno A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela
ou digníssimo e respeitável) foram retiradas e substituídas apenas escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
por: Senhor (a). Excepciona a nova regra quando o agente público a) alguém que comunique: o serviço público.
entender que não foi atendido pelo decreto e exigir o tratamento b) algo a ser comunicado: assunto relativo às atribuições do
diferenciado. órgão que comunica.
c) alguém que receba essa comunicação: o público, uma insti-
A redação oficial é tuição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Execu-
A maneira pela qual o Poder Público redige comunicações ofi- tivo ou dos outros Poderes.
ciais e atos normativos e deve caracterizar-se pela: clareza e pre-
cisão, objetividade, concisão, coesão e coerência, impessoalidade, Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a fina-
formalidade e padronização e uso da norma padrão da língua por- lidade do documento, para que o texto esteja adequado à situação
tuguesa. comunicativa. Os atos oficiais (atos de caráter normativo) estabele-
cem regras para a conduta dos cidadãos, regulam o funcionamento
SINAIS E ABREVIATURAS EMPREGADOS dos órgãos e entidades públicos. Para alcançar tais objetivos, em
sua elaboração, precisa ser empregada a linguagem adequada. O
• Indica forma (em geral sintática) inaceitável ou mesmo ocorre com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua
agramatical é a de informar com clareza e objetividade.
§ Parágrafo
Atributos da redação oficial:
adj. adv. Adjunto adverbial
• clareza e precisão;
arc. Arcaico • objetividade;
art.; arts. Artigo; artigos • concisão;
• coesão e coerência;
cf. Confronte • impessoalidade;
CN Congresso Nacional • formalidade e padronização; e
Cp. Compare • uso da norma padrão da língua portuguesa.
EM Exposição de Motivos
CLAREZA PRECISÃO
f.v. Forma verbal
Para a obtenção de clareza, sugere-se: O atributo da precisão
fem. Feminino a) utilizar palavras e expressões simples, complementa a clareza
ind. Indicativo em seu sentido comum, salvo quando o e caracteriza-se por:
ICP - Brasil Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira texto versar sobre assunto técnico, hipóte- a) articulação da lin-
se em que se utilizará nomenclatura pró- guagem comum ou
masc. Masculino pria da área; técnica para a perfeita
obj. dir. Objeto direto b) usar frases curtas, bem estruturadas; compreensão da ideia
apresentar as orações na ordem direta e veiculada no texto;
obj. ind. Objeto indireto
evitar intercalações excessivas. Em certas b) manifestação do
p. Página ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere- pensamento ou da
p. us. Pouco usado -se a adoção da ordem inversa da oração; ideia com as mesmas
c) buscar a uniformidade do tempo ver- palavras, evitando o
pess. Pessoa bal em todo o texto; emprego de sinonímia
pl. Plural d) não utilizar regionalismos e neologismos; com propósito mera-
pref. Prefixo e) pontuar adequadamente o texto; mente estilístico; e
f) explicitar o significado da sigla na pri- c) escolha de expres-
pres. Presente meira referência a ela; e são ou palavra que não
Res. Resolução do Congresso Nacional g) utilizar palavras e expressões em outro confira duplo sentido
idioma apenas quando indispensáveis, em ao texto.
RICD Regimento Interno da Câmara dos Deputados
razão de serem designações ou expressões
RISF Regimento Interno do Senado Federal de uso já consagrado ou de não terem exata
s. Substantivo tradução. Nesse caso, grafe-as em itálico.

283
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Todavia, o agente público federal que exigir o uso dos prono-
Por sua vez, ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se mes de tratamento, mediante invocação de normas especiais refe-
deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir isso, rentes ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do mesmo
é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia prin- modo. Ademais, é vedado negar a realização de ato administrativo
cipal e quais são as secundárias. A objetividade conduz o leitor ao ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente caso haja erro
contato mais direto com o assunto e com as informações, sem sub- na forma de tratamento empregada.
terfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes pú-
a objetividade suprime a delicadeza de expressão ou torna o texto blicos federais não conterá pronome de tratamento ou o nome do
rude e grosseiro. agente público. Poderão constar o pronome de tratamento e o
Conciso é o texto que consegue transmitir o máximo de infor- nome do destinatário nas hipóteses de:
mações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma I – A mera indicação do cargo ou da função e do setor da ad-
entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve ministração ser insuficiente para a identificação do destinatário; ou
eliminar passagens substanciais do texto com o único objetivo de II - A correspondência ser dirigida à pessoa de agente público
reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras específico.
inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já
foi dito. Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de expe-
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atri- dientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela for-
butos favorecem a conexão, a ligação, a harmonia entre os elemen- ma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de uniformizá-
tos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência -los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam
quando se lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os o que chamamos de padrão ofício.
parágrafos estão entrelaçados, dando continuidade uns aos outros. Consistem em partes do documento no padrão ofício:
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um
texto são: • Cabeçalho: O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página
• Referência (termos que se relacionam a outros necessários à do documento, centralizado na área determinada pela formatação.
sua interpretação); No cabeçalho deve constar o Brasão de Armas da República no topo
• Substituição (colocação de um item lexical no lugar de outro da página; nome do órgão principal; nomes dos órgãos secundá-
ou no lugar de uma oração); rios, quando necessários, da maior para a menor hierarquia; espa-
• Elipse (omissão de um termo recuperável pelo contexto); çamento entrelinhas simples (1,0). Os dados do órgão, tais como
• Uso de conjunção (estabelecer ligação entre orações, perío- endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio
dos ou parágrafos). eletrônico oficial da instituição, podem ser informados no rodapé
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço pú- do documento, centralizados.
blico e sempre em atendimento ao interesse geral dos cidadãos.
Sendo assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não de- • Identificação do expediente:
vem ser tratados de outra forma que não a estritamente impessoal. a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, com
As comunicações administrativas devem ser sempre formais, todas as letras maiúsculas;
isto é, obedecer a certas regras de forma. Isso é válido tanto para as b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”,
comunicações feitas em meio eletrônico, quanto para os eventuais padronizada como Nº;
documentos impressos. Recomendações: c) informações do documento: número, ano (com quatro dí-
• A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra gitos) e siglas usuais do setor que expede o documento, da menor
a sua simplicidade; para a maior hierarquia, separados por barra (/);
• O uso do padrão culto não significa empregar a língua de d) alinhamento: à margem esquerda da página.
modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem próprias do estilo
literário; • Local e data:
• A consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na reda- a) composição: local e data do documento;
ção de um bom texto. b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o
documento, seguido de vírgula. Não se deve utilizar a sigla da uni-
O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com dade da federação depois do nome da cidade;
agentes públicos federais é “senhor”, independentemente do nível c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do
hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião. mês e em numeração cardinal para os demais dias do mês. Não se
deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês;
Obs. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;
e para o plural. e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data;
f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem
São formas de tratamento vedadas: direita da página.
I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
II - Vossa Senhoria; • Endereçamento: O endereçamento é a parte do documento
III - Vossa Magnificência; que informa quem receberá o expediente. Nele deverão constar :
IV - doutor; a) vocativo;
V - ilustre ou ilustríssimo; b) nome: nome do destinatário do expediente;
VI - digno ou digníssimo; e c) cargo: cargo do destinatário do expediente;
VII - respeitável.

284
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Em qualquer uma das duas estruturas, o texto do documento
d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente, deve ser formatado da seguinte maneira:
dividido em duas linhas: primeira linha: informação de localidade/ a) alinhamento: justificado;
logradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão, b) espaçamento entre linhas: simples;
informação do setor; segunda linha: CEP e cidade/unidade da fede- c) parágrafos: espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após
ração, separados por espaço simples. Na separação entre cidade e cada parágrafo; recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem
unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou esquerda; numeração dos parágrafos: apenas quando o documento
pelo travessão. No caso de ofício ao mesmo órgão, não é obriga- tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro parágrafo. Não se
tória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da numeram o vocativo e o fecho;
cidade/unidade da federação; d) fonte: Calibri ou Carlito; corpo do texto: tamanho 12 pontos;
e) alinhamento: à margem esquerda da página. citações recuadas: tamanho 11 pontos; notas de Rodapé: tamanho
10 pontos.
• Assunto: O assunto deve dar uma ideia geral do que trata e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas,
o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado da seguinte pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings.
maneira:
a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o • Fechos para comunicações: O fecho das comunicações ofi-
conteúdo do documento, seguida de dois-pontos; ciais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar
b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do o destinatário.
documento deve ser escrita com inicial maiúscula, não se deve utili- a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, in-
zar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras; clusive o Presidente da República: Respeitosamente,
c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o títu- b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia infe-
lo, deve ser destacado em negrito; rior ou demais casos: Atenciosamente,
d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto;
e) alinhamento: à margem esquerda da página. • Identificação do signatário: Excluídas as comunicações assi-
nadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações
• Texto: oficiais devem informar o signatário segundo o padrão:
a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado em le-
NOS CASOS EM QUE QUANDO FOREM USADOS tras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha acima do nome do
NÃO SEJA USADO PARA PARA ENCAMINHAMENTO signatário;
ENCAMINHAMENTO DE DOCUMENTOS, A b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigi-
DE DOCUMENTOS, O ESTRUTURA É MODIFICADA: do apenas com as iniciais maiúsculas. As preposições que liguem as
EXPEDIENTE DEVE CONTER palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
A SEGUINTE ESTRUTURA: c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser centra-
lizada na página. Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a
a) introdução: em que é a) introdução: deve iniciar com
assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa
apresentado o objetivo da referência ao expediente que
página ao menos a última frase anterior ao fecho.
comunicação. Evite o uso das solicitou o encaminhamento.
formas: Tenho a honra de, Se a remessa do documento
• Numeração de páginas: A numeração das páginas é obrigató-
Tenho o prazer de, Cumpre-me não tiver sido solicitada, deve
ria apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser
informar que. Prefira empregar iniciar com a informação do
centralizada na página e obedecer à seguinte formatação:
a forma direta: Informo, motivo da comunicação, que
a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm
Solicito, Comunico; é encaminhar, indicando a
da margem inferior; e
b) desenvolvimento: em que o seguir os dados completos
b) fonte: Calibri ou Carlito.
assunto é detalhado; se o texto do documento encaminhado
contiver mais de uma ideia (tipo, data, origem ou
Quanto a formatação e apresentação, os documentos do pa-
sobre o assunto, elas devem signatário e assunto de que se
drão ofício devem obedecer à seguinte forma:
ser tratadas em parágrafos trata) e a razão pela qual está
a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
distintos, o que confere maior sendo encaminhado;
b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
clareza à exposição; e b) desenvolvimento: se o autor
c) margem lateral direita: 1,5 cm;
c) conclusão: em que é da comunicação desejar fazer
d) margens superior e inferior: 2 cm;
afirmada a posição sobre o algum comentário a respeito
e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da mar-
assunto. do documento que encaminha,
gem superior do papel;
poderá acrescentar parágrafos
f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
de desenvolvimento. Caso
g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode
contrário, não há parágrafos
ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as margens es-
de desenvolvimento em
querda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares
expediente usado para
(margem espelho);
encaminhamento de
h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em pa-
documentos.
pel branco, reservando-se, se necessário, a impressão colorida para
gráficos e ilustrações;

285
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o
negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico, sublinhado,
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
outra forma de formatação que afete a sobriedade e a padroniza-
ção do documento;
j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafa-
das em itálico; Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com
k) arquivamento: dentro do possível, todos os documentos algumas possíveis variações:
elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão en-
posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve via o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. A sigla na
ser utilizado, preferencialmente, formato de arquivo que possa ser epígrafe será apenas do órgão remetente.
lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no servi- b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um
ço público, tais como DOCX, ODT ou RTF. órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para um único
l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epí-
arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do docu- grafe.
mento + número do documento + ano do documento (com 4 dígi- c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando
tos) + palavras-chaves do conteúdo. mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para
mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes cons-
tarão na epígrafe.

Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o


órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas ou nomes dos
órgãos que receberão o expediente.

Exposição de motivos (EM)


É o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-
Presidente para:
a) propor alguma medida;
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou
c) informa-lo de determinado assunto.

A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República


por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto tratado en-
volva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada
por todos os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
de interministerial. Independentemente de ser uma EM com ape-
nas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica das
exposições de motivos é única. A numeração começa e termina
dentro de um mesmo ano civil.
A exposição de motivos é a principal modalidade de comunica-
ção dirigida ao Presidente da República pelos ministros. Além disso,
pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacio-
nal ou ao Poder Judiciário.
O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais
(Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a elaboração, a re-
dação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a ge-
rência das exposições de motivos com as propostas de atos a serem
encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatá-
rio são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome
do ministro que assinou a exposição de motivos e do consultor jurí-
dico que assinou o parecer jurídico da Pasta.
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os
Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas
pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar
sobre fato da administração pública; para expor o plano de gover-
no por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter ao
Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas
Casas; para apresentar veto; enfim, fazer comunicações do que seja
de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios
à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação fi-
nal. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso
Nacional têm as seguintes finalidades:

286
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a) Encaminhamento de proposta de emenda constitucional, de projeto de lei ordinária, de projeto de lei complementar e os que com-
preendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicionais.
b) Encaminhamento de medida provisória.
c) Indicação de autoridades.
d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presidente da República se ausentarem do país por mais de 15 dias.
e) Encaminhamento de atos de concessão e de renovação de concessão de emissoras de rádio e TV.
f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
g) Mensagem de abertura da sessão legislativa.
h) Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
i) Comunicação de veto.
j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo, ex. Apreciação de intervenção federal.
As mensagens contêm:
a) brasão: timbre em relevo branco;
b) identificação do expediente: MENSAGEM Nº, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com o recuo de pará-
grafo dado ao texto;
d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo;
e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita. A mensagem, como os demais atos assinados pelo
Presidente da República, não traz identificação de seu signatário.

A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática comum, não só em âmbito privado, mas também na administração públi-
ca. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos. Dependendo do contexto, pode significar gênero textual, endereço eletrônico
ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica. Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documento oficial, assim
como o ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Como endereço eletrônico utiliza-
do pelos servidores públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo. Como sistema de transmissão de
mensagens eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de envio e recebimento de documentos na
administração pública.
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor documental, isto é, para que
possa ser aceito como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, segundo os parâ-
metros de integridade, autenticidade e validade jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICPBrasil.
O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem certificação digital ou com certificação digital fora ICP-Brasil; contudo,
caso haja questionamento, será obrigatório a repetição do ato por meio documento físico assinado ou por meio eletrônico reconhecido
pela ICP-Brasil. Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor a aceitação de documento eletrônico que não atenda os parâmetros
da ICP-Brasil.
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir padronização da mensagem
comunicada. O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, quem irá receber
a mensagem identificará rapidamente do que se trata; quem a envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem na caixa do correio
eletrônico.
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando endereçado para outras instituições, para receptores
desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”,
seguido do cargo respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”.

Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de abreviações como “Att.”,
e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem ser
utilizados em e-mails profissionais.
Sugere-se que todas as instituições da administração pública adotem um padrão de texto de assinatura. A assinatura do e-mail deve
conter o nome completo, o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens do e-mail. A mensagem que
encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e que apresentem poucos riscos de segurança. Quando se tratar de documento
ainda em discussão, os arquivos devem, necessariamente, ser enviados, em formato que possa ser editado.
A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer texto, e ainda mais importante quando se trata de textos oficiais. Muitas
vezes, uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase. O que na correspondência particular
seria apenas um lapso na digitação pode ter repercussões indesejáveis quando ocorre no texto de uma comunicação oficial ou de um ato
normativo. Assim, toda revisão que se faça em determinado documento ou expediente deve sempre levar em conta também a correção
ortográfica.

287
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
HÍFEN ASPAS ITÁLICO NEGRITO E SUBLINHADO
Emprega-se itálico em:
a) títulos de publicações
O hífen é um sinal usado para:
As aspas têm os seguintes (livros, revistas, jornais,
a) ligar os elementos de
empregos: periódicos etc.) ou títulos de
palavras compostas: vice-
a) antes e depois de uma congressos, conferências,
ministro;
citação textual direta, quando slogans, lemas sem o uso de Usa-se o negrito para realce
b) para unir pronomes átonos
esta tem até três linhas, sem aspas (com inicial maiúscula de palavras e trechos. Deve-se
a verbos: agradeceu-lhe; e
utilizar itálico; em todas as palavras, exceto evitar o uso de sublinhado para
c) para, no final de uma
b) quando necessário, para nas de ligação); realçar palavras e trechos em
linha, indicar a separação
diferenciar títulos, termos b) palavras e as expressões comunicações oficiais.
das sílabas de uma palavra
técnicos, expressões fixas, em latim ou em outras
em duas partes (a chamada
definições, exemplificações e línguas estrangeiras não
translineação): com-/parar,
assemelhados. incorporadas ao uso comum
gover-/no.
na língua portuguesa ou não
aportuguesadas.

PARÊNTESES E TRAVESSÃO USO DE SIGLAS E ACRÔNIMOS


Os parênteses são empregados para intercalar, em um texto, Para padronizar o uso de siglas e acrônimos nos atos normativos,
explicações, indicações, comentários, observações, como por serão adotados os conceitos sugeridos pelo Manual de Elaboração
exemplo, indicar uma data, uma referência bibliográfica, uma de Textos da Consultoria Legislativa do Senado Federal (1999), em
sigla. que:
O travessão, que é representado graficamente por um hífen a) sigla: constitui-se do resultado das somas das iniciais de um
prolongado (–), substitui parênteses, vírgulas, dois-pontos. título; e
b) acrônimo: constitui-se do resultado da soma de algumas sílabas
ou partes dos vocábulos de um título.

Sintaxe é a parte da Gramática que estuda a palavra, não em si, mas em relação às outras, que, com ela, se unem para exprimir o
pensamento. Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos elementos que compõem uma oração:

SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + ADJUNTO ADVERBIAL

O sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. De acordo com a gramática normativa, o sujeito da
oração não pode ser preposicionado. Ele pode ter complemento, mas não ser complemento.
Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois muitas
vezes dificulta a compreensão.
A omissão de certos termos, ao fazermos uma comparação, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na língua escrita, pois
compromete a clareza do texto: nem sempre é possível identificar, pelo contexto, o termo omitido. A ausência indevida de um termo pode
impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase.
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial,
deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos de compreensão. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui mais de um antecedente na terceira pessoa.
A concordância é o processo sintático segundo o qual certas palavras se acomodam, na sua forma, às palavras de que dependem.
Essa acomodação formal se chama flexão e se dá quanto a gênero e número (nos adjetivos – nomes ou pronomes), números e pessoa (nos
verbos). Daí, a divisão: concordância nominal e concordância verbal.

CONCORDÂNCIA VERBAL CONCORDÂNCIA NOMINAL


O verbo concorda com seu Adjetivos (nomes ou
sujeito em pessoa e número. pronomes), artigos e numerais
concordam em gênero e
número com os substantivos
de que dependem.

Regência é, em gramática, sinônimo de dependência, subordinação. Assim, a sintaxe de regência trata das relações de dependência
que as palavras mantêm na frase. Dizemos que um termo rege o outro que o complementa. Numa frase, os termos regentes ou subordi-
nantes (substantivos, adjetivos, verbos) regem os termos regidos ou subordinados (substantivos, adjetivos, preposições) que lhes comple-
tam o sentido.
Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as seguintes finalidades:
a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoação) na leitura;
b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o autor, devem merecer destaque; e
c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambiguidades.

288
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
inúmeros novos conceitos e termos, ditando de certa forma a ve-
A vírgula serve para marcar as separações breves de sentido locidade com que a língua deve incorporá-los. O importante é usar
entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na ora- o estrangeirismo de forma consciente, buscar o equivalente portu-
ção, quer no período. O ponto e vírgula, em princípio, separa es- guês quando houver ou conformar a palavra estrangeira ao espírito
truturas coordenadas já portadoras de vírgulas internas. É também da Língua Portuguesa.
usado em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer.
O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou emprega-
Emprega-se este sinal de pontuação para introduzir citações,
dos em contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo
marcar enunciados de diálogo e indicar um esclarecimento, um re-
desconhecimento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela in-
sumo ou uma consequência do que se afirmou.
corporação acrítica do estrangeirismo.
O ponto de interrogação, como se depreende de seu nome,
• A homonímia é a designação geral para os casos em que pa-
é utilizado para marcar o final de uma frase interrogativa direta.
lavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos
O ponto de exclamação é utilizado para indicar surpresa, espanto,
homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos).
admiração, súplica etc. Seu uso na redação oficial fica geralmente
• Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como
restrito aos discursos e às peças de retórica.
nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta)
O uso do pronome demonstrativo obedece às seguintes cir-
e manga (de camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo
cunstâncias:
(pedido) e apelo (com e aberto, 1ª pess. Do sing. Do pres. Do ind. Do
a) Emprega-se este(a)/isto quando o termo referente estiver
verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com o aberto, 1ª pess. Do
próximo ao emissor, ou seja, de quem fala ou redige.
sing. Do pres. Do ind. Do verbo consolar), com pronúncia diferente.
b) Emprega-se esse(a)/isso quando o termo referente estiver
Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto
próximo ao receptor, ou seja, a quem se fala ou para quem se re-
em que são empregados.
dige.
• Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com
c) Emprega-se aquele(a)/aquilo quando o termo referente es-
palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pro-
tiver distante tanto do emissor quanto do receptor da mensagem.
núncia. É fonte de muitas dúvidas, como entre descrição (ato de
d) Emprega-se este(a) para referir-se ao tempo presente;
descrever) e discrição (qualidade do que é discreto), retificar (corri-
e) Emprega-se esse(a) para se referir ao tempo passado;
gir) e ratificar (confirmar).
f) Emprega-se aquele(a)/aquilo em relação a um tempo passa-
do mais longínquo, ou histórico. No Estado de Direito, as normas jurídicas cumprem a tarefa de
g) Usa-se este(a)/isto para introduzir referência que, no texto, concretizar a Constituição. Elas devem criar os fundamentos de
ainda será mencionado; justiça e de segurança que assegurem um desenvolvimento social
h) Usa-se este(a)para se referir ao próprio texto; harmônico em um contexto de paz e de liberdade. Esses complexos
i) Emprega-se esse(a)/isso quando a informação já foi mencio- objetivos da norma jurídica são expressos nas funções:
nada no texto. I) de integração: a lei cumpre função de integração ao com-
pensar as diferenças jurídico-políticas no quadro de formação da
A Semântica estuda o sentido das palavras, expressões, frases
vontade do Estado (desigualdades sociais, regionais);
e unidades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe
II) de planificação: a lei é o instrumento básico de organização,
são atribuídos. Ao considerarmos o significado de determinada pa-
de definição e de distribuição de competências;
lavra, levamos em conta sua história, sua estrutura (radical, prefi-
III) de proteção: a lei cumpre função de proteção contra o arbí-
xos, sufixos que participam da sua forma) e, por fim, o contexto em
trio ao vincular os próprios órgãos do Estado;
que se apresenta.
IV) de regulação: a lei cumpre função reguladora ao direcionar
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto
condutas por meio de modelos;
oficial, deve-se atentar para a tradição no emprego de determina-
V) de inovação: a lei cumpre função de inovação na ordem ju-
da expressão com determinado sentido. O emprego de expressões
rídica e no plano social.
ditas de uso consagrado confere uniformidade e transparência ao
Requisitos da elaboração normativa:
sentido do texto. Mas isso não quer dizer que os textos oficiais de-
• Clareza e determinação da norma;
vam limitar-se à repetição de chavões e de clichês.
• Princípio da reserva legal;
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo
• Reserva legal qualificada (algumas providências sejam prece-
utilizadas. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias ou
didas de específica autorização legislativa, vinculada à determinada
redundâncias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para as
situação ou destinada a atingir determinado objetivo);
palavras repetidas; mas se sua substituição for comprometer o
• Princípio da legalidade nos âmbitos penal, tributário e admi-
sentido do texto, tornando-o ambíguo ou menos claro, não hesite
nistrativo;
em deixar o texto como está.
• Princípio da proporcionalidade;
É importante lembrar que o idioma está em constante muta-
• Densidade da norma (a previsão legal contenha uma discipli-
ção. A própria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da
na suficientemente concreta);
política, enfim da vida social em geral, impõe a criação de novas
• Respeito ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coi-
palavras e de formas de dizer.
sa julgada;
A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações,
• Remissões legislativas (se as remissões forem inevitáveis, se-
nem incorporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabula-
jam elas formuladas de tal modo que permitam ao intérprete apre-
res, por um lado, elas devem sempre ser usadas com critério, evi-
ender o seu sentido sem ter de compulsar o texto referido).
tando-se aquelas que podem ser substituídas por vocábulos já de
uso consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes quer dar. Além do processo legislativo disciplinado na Constituição (pro-
De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto pu- cesso legislativo externo), a doutrina identifica o chamado processo
rismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune às cria- legislativo interno, que se refere à forma de fazer adotada para a
ções vocabulares ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez do tomada da decisão legislativa.
desenvolvimento tecnológico, por exemplo, impõe a criação de

289
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
c) a sistemática da lei deve ser concebida de modo a permitir
Antes de decidir sobre as providências a serem tomadas, é es- que ela forneça resposta à questão jurídica a ser disciplinada; e
sencial identificar o problema a ser enfrentado. Realizada a iden- d) institutos diversos devem ser tratados separadamente.
tificação do problema em decorrência de impulsos externos (ma-
nifestações de órgãos de opinião pública, críticas de segmentos • O artigo de alteração da norma deve fazer menção expressa
especializados) ou graças à atuação dos mecanismos próprios de ao ato normativo que está sendo alterado.
controle, o problema deve ser delimitado de forma precisa. • Na hipótese de alteração parcial de artigo, os dispositivos que
A análise da situação questionada deve contemplar as causas não terão o seu texto alterado serão substituídos por linha ponti-
ou o complexo de causas que eventualmente determinaram ou lhada, cujo uso é obrigatório para indicar a manutenção e a não
contribuíram para o seu desenvolvimento. Essas causas podem ter alteração do trecho do artigo.
influências diversas, tais como condutas humanas, desenvolvimen-
tos sociais ou econômicos, influências da política nacional ou inter- O termo “republicação” é utilizado para designar apenas a hi-
nacional, consequências de novos problemas técnicos, efeitos de pótese de o texto publicado não corresponder ao original assina- do
leis antigas, mudanças de concepção etc. pela autoridade. Não se pode cogitar essa hipótese por motivo de
Para verificar a adequação dos meios a serem utilizados, deve- erro já constante do documento subscrito pela autoridade ou,
-se realizar uma análise dos objetivos que se esperam com a apro- muito menos, por motivo de alteração na opinião da autoridade.
vação da proposta. A ação do legislador, nesse âmbito, não difere, Considerando que os atos normativos somente produzem efeitos
fundamentalmente, da atuação do homem comum, que se caracte- após a publicação no Diário Oficial da União, mesmo no caso de re-
riza mais por saber exatamente o que não quer, sem precisar o que publicação, não se poderá cogitar a existência de efeitos retroativos
efetivamente pretende. com a publicação do texto corrigido. Contudo, o texto publicado
A avaliação emocional dos problemas, a crítica generalizada e, sem correspondência com aquele subscrito pela autoridade poderá
às vezes, irrefletida sobre o estado de coisas dominante acabam por ser considerado inválido com efeitos retroativos.
permitir que predominem as soluções negativistas, que têm por Já a retificação se refere aos casos em que texto publicado
escopo, fundamentalmente, suprimir a situação questionada sem corresponde ao texto subscrito pela autoridade, mas que continha
contemplar, de forma detida e racional, as alternativas possíveis ou lapso manifesto. A retificação requer nova assinatura pelas autori-
as causas determinantes desse estado de coisas negativo. Outras dades envolvidas e, em muitos casos, é menos conveniente do que
vezes, deixa-se orientar por sentimento inverso, buscando, pura e a mera alteração da norma.
simplesmente, a preservação do status quo. A correção de erro material que não afete a substância do ato
Essas duas posições podem levar, nos seus extremos, a uma singular de caráter pessoal e as retificações ou alterações da de-
imprecisa definição dos objetivos. A definição da decisão legislati- nominação de cargos, funções ou órgãos que tenham tido a deno-
va deve ser precedida de uma rigorosa avaliação das alternativas minação modificada em decorrência de lei ou de decreto superve-
existentes, seus prós e contras. A existência de diversas alternativas niente à expedição do ato pessoal a ser apostilado são realizadas
para a solução do problema não só amplia a liberdade do legislador, por meio de apostila. O apostilamento é de competência do setor
como também permite a melhoria da qualidade da decisão legis- de recurso humanos do órgão, autarquia ou fundação, e dispensa
lativa. nova assinatura da autoridade que subscreveu o ato originário.
Antes de decidir sobre a alternativa a ser positivada, devem- Atenção: Deve-se ter especial atenção quando do uso do apos-
-se avaliar e contrapor as alternativas existentes sob dois pontos de tilamento para os atos relativos à vacância ou ao provimento de-
vista: a) De uma perspectiva puramente objetiva: verificar se a aná- corrente de alteração de estrutura de órgão, autarquia ou funda-
lise sobre os dados fáticos e prognósticos se mostra consistente; b) ção pública. O apostilamento não se aplica aos casos nos quais a
De uma perspectiva axiológica: aferir, com a utilização de critérios essência do cargo em comissão ou da função de confiança tenham
de probabilidade (prognósticos), se os meios a serem empregados sido alterados, tais como nos casos de alteração do nível hierárqui-
mostram-se adequados a produzir as consequências desejadas. De- co, transformação de atribuição de assessoramento em atribuição
vem-se contemplar, igualmente, as suas deficiências e os eventuais de chefia (ou vice-versa) ou transferência de cargo para unidade
efeitos colaterais negativos. com outras competências. Também deve-se alertar para o fato que
O processo de decisão normativa estará incompleto caso se en- a praxe atual tem sido exigir que o apostilamento decorrente de
tenda que a tarefa do legislador se encerre com a edição do ato nor- alteração em estrutura regimental seja realizado na mesma data da
mativo. Uma planificação mais rigorosa do processo de elaboração entrada em vigor de seu decreto.
normativa exige um cuidadoso controle das diversas consequências A estrutura dos atos normativos é composta por dois elemen-
produzidas pelo novo ato normativo. tos básicos: a ordem legislativa e a matéria legislada. A ordem legis-
É recomendável que o legislador redija as leis dentro de um lativa compreende a parte preliminar e o fecho da lei ou do decreto;
espírito de sistema, tendo em vista não só a coerência e a harmonia a matéria legislada diz respeito ao texto ou ao corpo do ato.
interna de suas disposições, mas também a sua adequada inserção A lei ordinária é ato normativo primário e contém, em regra,
no sistema jurídico como um todo. Essa sistematização expressa normas gerais e abstratas. Embora as leis sejam definidas, normal-
uma característica da cientificidade do Direito e corresponde às mente, pela generalidade e pela abstração (lei material), estas con-
exigências mínimas de segurança jurídica, à medida que impedem têm, não raramente, normas singulares (lei formal ou ato normati-
uma ruptura arbitrária com a sistemática adotada na aplicação do vo de efeitos concretos).
Direito. Costuma-se distinguir a sistemática da lei em sistemática As leis complementares são um tipo de lei que não têm a ri-
interna (compatibilidade teleológica e ausência de contradição ló- gidez dos preceitos constitucionais, e tampouco comportam a re-
gica) e sistemática externa (estrutura da lei). vogação por força de qualquer lei ordinária superveniente. Com a
Regras básicas a serem observadas para a sistematização do instituição de lei complementar, o constituinte buscou resguardar
texto do ato normativo, com o objetivo de facilitar sua estruturação: determinadas matérias contra mudanças céleres ou apressadas,
a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser tratadas sem deixá-las exageradamente rígidas, o que dificultaria sua modifi-
em um mesmo contexto ou agrupamento; cação. A lei complementar deve ser aprovada pela maioria absoluta
b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo a ordem de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
cronológica, se possível;

290
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A votação da matéria legislativa constitui ato coletivo das Casas
Lei delegada é o ato normativo elaborado e editado pelo Pre- do Congresso. Realiza-se, normalmente, após a instrução do proje-
sidente da República em decorrência de autorização do Poder Le- to nas comissões e dos debates no plenário. A sanção é o ato pelo
gislativo, expedida por meio de resolução do Congresso Nacional e qual o Chefe do Executivo manifesta a sua anuência ao projeto de
dentro dos limites nela traçados. Medida provisória é ato normativo lei aprovado pelo Poder Legislativo. Verifica-se aqui a fusão da von-
com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da República tade do Congresso Nacional com a do Presidente, da qual resulta a
em caso de relevância e urgência. Decretos são atos administrativos formação da lei.
de competência exclusiva do Chefe do Executivo, destinados a pro- O veto é o ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo nega san-
ver as situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de ção ao projeto – ou a parte dele –, obstando à sua conversão em lei.
modo expresso ou implícito, na lei. Dois são os fundamentos para a recusa de sanção:
• Decretos singulares ou de efeitos concretos: Os decretos po- a) inconstitucionalidade; ou
dem conter regras singulares ou concretas (por exemplo, decretos b) contrariedade ao interesse público.
referentes à questão de pessoal, de abertura de crédito, de desa-
propriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto, de perda de O veto deve ser expresso e motivado, e oposto no prazo de 15
nacionalidade, etc.). dias úteis, contado da data do recebimento do projeto, e comunica-
• Decretos regulamentares: Os decretos regulamentares são do ao Congresso Nacional nas 48 horas subsequentes à sua oposi-
atos normativos subordinados ou secundários. ção. O veto não impede a conversão do projeto em lei, podendo ser
• Decretos autônomos: Limita-se às hipóteses de organização superado por deliberação do Congresso Nacional.
e funcionamento da administração pública federal, quando não im- A promulgação e a publicação constituem fases essenciais da
plicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos pú- eficácia da lei. A promulgação das leis compete ao Presidente da
blicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. República. Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas, decor-
rido da sanção ou da superação do veto. Nesse último caso, se o
Portaria é o instrumento pelo qual Ministros ou outras autori- Presidente não promulgar a lei, competirá a promulgação ao Pre-
dades expedem instruções sobre a organização e o funcionamento sidente do Senado Federal, que disporá, igualmente, de 48 horas
de serviço, sobre questões de pessoal e outros atos de sua compe- para fazê-lo; se este não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-Presidente do
tência. Senado Federal, em prazo idêntico.
O período entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor é
O processo legislativo abrange não só a elaboração das leis chamado de período de vacância ou vacatio legis. Na falta de dis-
propriamente ditas (leis ordinárias, leis complementares, leis de- posição especial, vigora o princípio que reconhece o decurso de um
legadas), mas também a elaboração das emendas constitucionais, lapso de tempo entre a data da publicação e o termo inicial da obri-
das medidas provisórias, dos decretos legislativos e das resoluções. gatoriedade (45 dias).
A iniciativa é a proposta de edição de direito novo. A iniciati- Podem-se distinguir seis tipos de procedimento legislativo:
a) procedimento legislativo normal: Trata da elaboração das
va comum ou concorrente compete ao Presidente da República, a
leis ordinárias (excluídas as leis financeiras e os códigos) e comple-
qualquer Deputado ou Senador, a qualquer comissão de qualquer
mentares.
das Casas do Congresso, e aos cidadãos – iniciativa popular. A Cons-
b) procedimento legislativo abreviado: Este procedimento
tituição confere a iniciativa da legislação sobre certas matérias,
dispensa a competência do Plenário, ocorrendo, por isso, a deli-
privativamente, a determinados órgãos, denominada de iniciativa
beração terminativa sobre o projeto de lei nas próprias Comissões
reservada. A Constituição prevê, ainda, sistema de iniciativa vincu- Permanentes.
lada, na qual a apresentação do projeto é obrigatória. Nesse caso, o c) procedimento legislativo sumário: Entre as prerrogativas
Chefe do Executivo Federal deve encaminhar ao Congresso Nacio- regimentais das Casas do Congresso Nacional existe a de conferir
nal os projetos referentes às leis orçamentárias (plano plurianual, urgência a certas proposições.
lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual). d) procedimento legislativo sumaríssimo: Existe nas duas Ca-
sas do Congresso Nacional mecanismo que assegura deliberação
A disciplina sobre a discussão e a instrução do projeto de lei é instantânea sobre matérias submetidas à sua apreciação.
confiada, fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legislati- e) procedimento legislativo concentrado: O procedimento le-
vas. gislativo concentrado tipifica-se, basicamente, pela apresentação
Emenda é a proposição apresentada como acessória de outra das matérias em reuniões conjuntas de deputados e senadores. Ex.
proposição. Nem todo titular de iniciativa tem poder de emenda. para leis financeiras e delegadas.
Essa faculdade é reservada aos parlamentares. Se, entretanto, for f) procedimento legislativo especial: Nesse procedimento,
de iniciativa do Poder Executivo ou do Poder Judiciário, o seu titular englobam-se dois ritos distintos com características próprias, um
também pode apresentar modificações, acréscimos, o que fará por destinado à elaboração de emendas à Constituição; outro, à de có-
meio de mensagem aditiva, dirigida ao Presidente da Câmara dos digos.
Deputados, que justifique a necessidade do acréscimo. A apresen-
tação de emendas a qualquer projeto de lei oriundo de iniciativa re-
servada é autorizada, desde que não implique aumento de despesa RELAÇÕES HUMANAS, COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO,
e que tenha estrita pertinência temática. DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL, ATENDIMEN-
A Constituição não impede a apresentação de emendas ao pro-
TO PÚBLICO, GUARDA E CONSERVAÇÃO DE MATERIAIS
SOB SUA RESPONSABILIDADE
jeto de lei orçamentária. Elas devem ser, todavia, compatíveis com
o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias e devem
indicar os recursos necessários, sendo admitidos apenas aqueles Quando se fala em comunicação interna organizacional, auto-
provenientes de anulação de despesa. A Constituição veda a propo- maticamente relaciona ao profissional de Relações Públicas, pois
ele é o responsável pelo relacionamento da empresa com os seus
situra de emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias que
diversos públicos (internos, externos e misto).
não guardem compatibilidade com o plano plurianual.

291
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a pronúncia correta exige a memorização de milhares de caracteres.
As organizações têm passado por diversas mudanças buscan- Em alguns idiomas, o significado de uma palavra muda de acordo
do a modernização e a sobrevivência no mundo dos negócios. Os com a entonação. Se a pessoa não der a devida atenção a esse as-
maiores objetivos dessas transformações são: tornar a empresa pecto do idioma, poderá transmitir ideias erradas.
competitiva, flexível, capaz de responder as exigências do mercado, Se as palavras de um idioma forem compostas de sílabas, é im-
reduzindo custos operacionais e apresentando produtos competiti-
portante enfatizar a sílaba correta. Muitos idiomas que usam esse
vos e de qualidade.
tipo de estrutura têm regras bem definidas sobre a posição da sí-
A reestruturação das organizações gerou um público interno de
laba tônica (aquela que soa mais forte). As palavras que fogem a
novo perfil. Hoje, os empregados são muito mais conscientes,
essas regras geralmente recebem um acento gráfico, o que torna
responsáveis, inseridos e atentos às cobranças das empresas em to- relativamente fácil pronunciá-las de maneira correta. Contudo, se
dos os setores. Diante desse novo modelo organizacional, é que se houver muitas exceções às regras, o problema fica mais complica-
propõe como atribuição do profissional de Relações Públicas ser o do. Nesse caso, exige bastante memorização para se pronunciar
intermediador, o administrador dos relacionamentos institucionais corretamente as palavras.
e de negócios da empresa com os seus públicos. Sendo assim, fica Em alguns idiomas, é fundamental prestar bastante atenção
claro que esse profissional tem seu campo de ação na política de aos sinais diacríticos que aparecem acima e abaixo de determina-
relacionamento da organização. das letras, como: è, é, ô, ñ, ō, ŭ, ü, č, ç.
A comunicação interna, portanto, deve ser entendida como um Na questão da pronúncia, é preciso evitar algumas armadilhas.
feixe de propostas bem encadeadas, abrangentes, coisa signi- A precisão exagerada pode dar a impressão de afetação e até de
ficativamente maior que um simples programa de comunicação esnobismo. O mesmo acontece com as pronúncias em desuso. Tais
impressa. Para que se desenvolva em toda sua plenitude, as empre- coisas apenas chamam atenção para o orador. Por outro lado, é
sas estão a exigir profissionais de comunicação sistêmicos, abertos, bom evitar o outro extremo e relaxar tanto no uso da linguagem
treinados, com visões integradas e em permanente estado de alerta quanto na pronúncia das palavras. Algumas dessas questões já fo-
para as ameaças e oportunidades ditadas pelo meio ambiente. ram discutidas no estudo “Articulação clara”.
Percebe-se com isso, a multivariedade das funções dos Rela- Em alguns idiomas, a pronúncia aceitável pode diferir de um
ções Públicas: estratégica, política, institucional, mercadológica, país para outro — até mesmo de uma região para outra no mesmo
social, comunitária, cultural, etc.; atuando sempre para cumprir os país. Um estrangeiro talvez fale o idioma local com sotaque. Os di-
objetivos da organização e definir suas políticas gerais de relacio- cionários às vezes admitem mais de uma pronúncia para determi-
namento. nada palavra. Especialmente se a pessoa não teve muito acesso à
Em vista do que foi dito sobre o profissional de Relações Públi- instrução escolar ou se a sua língua materna for outra, ela se bene-
cas, destaca-se como principal objetivo liderar o processo de comu- ficiará muito por ouvir com atenção os que falam bem o idioma lo-
nicação total da empresa, tanto no nível do entendimento, como no cal e imitar sua pronúncia. Como Testemunhas de Jeová queremos
nível de persuasão nos negócios. falar de uma maneira que dignifique a mensagem que pregamos e
que seja prontamente entendida pelas pessoas da localidade.
Pronúncia correta das palavras No dia-a-dia, é melhor usar palavras com as quais se está bem
Proferir as palavras corretamente. Isso envolve: familiarizado. Normalmente, a pronúncia não constitui problema
- Usar os sons corretos para vocalizar as palavras; numa conversa, mas ao ler em voz alta você poderá se deparar com
- Enfatizar a sílaba certa; palavras que não usa no cotidiano.
- Dar a devida atenção aos sinais diacríticos
Maneiras de aprimorar
Por que é importante? Muitas pessoas que têm problemas de pronúncia não se dão
A pronúncia correta confere dignidade à mensagem que prega- conta disso.
mos. Permite que os ouvintes se concentrem no teor da mensagem Em primeiro lugar, quando for designado a ler em público, con-
sem ser distraídos por erros de pronúncia. sulte num dicionário as palavras que não conhece. Se não tiver prá-
tica em usar o dicionário, procure em suas páginas iniciais, ou finais,
Fatores a considerar. Não há um conjunto de regras de pronún- a explicação sobre as abreviaturas, as siglas e os símbolos fonéticos
cia que se aplique a todos os idiomas. Muitos idiomas utilizam um usados ou, se necessário, peça que alguém o ajude a entendê-los.
alfabeto. Além do alfabeto latino, há também os alfabetos árabe, Em alguns casos, uma palavra pode ter pronúncias diferentes, de-
cirílico, grego e hebraico. No idioma chinês, a escrita não é feita por pendendo do contexto. Alguns dicionários indicam a pronúncia de
meio de um alfabeto, mas por meio de caracteres que podem ser letras que têm sons variáveis bem como a sílaba tônica. Antes de
compostos de vários elementos. fechar o dicionário, repita a palavra várias vezes em voz alta.
Esses caracteres geralmente representam uma palavra ou par- Uma segunda maneira de melhorar a pronúncia é ler para al-
te de uma palavra. Embora os idiomas japonês e coreano usem ca- guém que pronuncia bem as palavras e pedir-lhe que corrija seus
racteres chineses, estes podem ser pronunciados de maneiras bem erros.
diferentes e nem sempre ter o mesmo significado. Um terceiro modo de aprimorar a pronúncia é prestar atenção
Nos idiomas alfabéticos, a pronúncia adequada exige que se aos bons oradores.
use o som correto para cada letra ou combinação de letras. Quando
Pronúncia de números telefônicos
o idioma segue regras coerentes, como é o caso do espanhol, do
O número de telefone deve ser pronunciado algarismo por al-
grego e do zulu, a tarefa não é tão difícil. Contudo, as palavras es-
garismo.
trangeiras incorporadas ao idioma às vezes mantêm uma pronúncia
Deve-se dar uma pausa maior após o prefixo.
parecida à original. Assim, determinadas letras, ou combinações de
Lê-se em caso de uma sequencia de números de três em três
letras, podem ser pronunciadas de diversas maneiras ou, às vezes,
algarismos, com exceção de uma sequencia de quatro números jun-
simplesmente não ser pronunciadas. Você talvez precise memorizar
tos, onde damos uma pausa a cada dois algarismos.
as exceções e então usá-las regularmente ao conversar. Em chinês,

292
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa que aten-
O número “6” deve ser pronunciado como “meia” e o número de ao telefone deve considerar o assunto como seu, ou seja, com-
“11”, que é outra exceção, deve ser pronunciado como “onze”. prometer-se e, assim, garantir ao interlocutor uma resposta rápida.
Veja abaixo os exemplos Por exemplo: não deve dizer “não sei”, mas “vou imediatamente
011.264.1003 – zero, onze – dois, meia, quatro – um, zero – saber” ou “daremos uma resposta logo que seja possível”.Se não
zero, três for mesmo possível dar uma resposta ao assunto, o atendente de-
021.271.3343 – zero, dois, um – dois, sete, um – três, três –
verá apresentar formas alternativas para o fazer, como: fornecer o
quatro, três
número do telefone direto de alguém capaz de resolver o problema
031.386.1198 – zero, três, um – três, oito, meia – onze – nove,
rapidamente, indicar o e-mail ou numero da pessoa responsável
oito
procurado. A pessoa que ligou deve ter a garantia de que alguém
confirmará a recepção do pedido ou chamada;
Exceções
• Não negar informações: nenhuma informação deve ser nega-
110 -cento e dez
da, mas há que se identificar o interlocutor antes de a fornecer, para
111 – cento e onze
confirmar a seriedade da chamada. Nessa situação, é adequada a
211 – duzentos e onze
seguinte frase: vamos anotar esses dados e depois entraremos em
118 – cento e dezoito contato com o senhor
511 – quinhentos e onze • Não apressar a chamada: é importante dar tempo ao tempo,
0001 – mil ao contrario ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem a dizer e mostrar que
o diálogo está sendo acompanhado com atenção, dando fee- dback,
Atendimento telefônico mas não interrompendo o raciocínio do interlocutor;
Na comunicação telefônica, é fundamental que o interlocutor • Sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e demonstra que o
se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se trata da utili- atendente é uma pessoa amável, solícita e interessada;
zação de um canal de comunicação a distância. É preciso, portanto, • Ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser catastrófi-
que o processo de comunicação ocorra da melhor maneira possível ca: as más palavras difundem-se mais rapidamente do que as boas;
para ambas as partes (emissor e receptor) e que as mensagens se- • Manter o cliente informado: como, nessa forma de comuni-
jam sempre acolhidas e contextualizadas, de modo que todos pos- cação, não se estabele o contato visual, é necessário que o aten-
sam receber bom atendimento ao telefone. dente, se tiver mesmo que desviar a atenção do telefone durante
Alguns autores estabelecem as seguintes recomendações para alguns segundos, peça licença para interromper o diálogo e, depois,
o atendimento telefônico: peça desculpa pela demora. Essa atitude é importante porque pou-
• não deixar o cliente esperando por um tempo muito longo. cos segundos podem parecer uma eternidade para quem está do
É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo e retornar a outro lado da linha;
ligação em seguida; • Ter as informações à mão: um atendente deve conservar a
• o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário tem de informação importante perto de si e ter sempre à mão as informa-
se empenhar em explicar corretamente produtos e serviços; ções mais significativas de seu setor. Isso permite aumentar a rapi-
• atender às necessidades do cliente; se ele desejar algo que o dez de resposta e demonstra o profissionalismo do atendente;
atendente não possa fornecer, é importante oferecer alternativas; • Estabelecer os encaminhamentos para a pessoa que liga:
• agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia” ou “bo- quem atende a chamada deve definir quando é que a pessoa deve
a-tarde”, dizer o nome e o nome da empresa ou instituição são ati- voltar a ligar (dia e hora) ou quando é que a empresa ou instituição
tudes que tornam a conversa mais pessoal. Perguntar o nome do vai retornar a chamada.
cliente e tratá-lo pelo nome transmitem a ideia de que ele é im-
Todas estas recomendações envolvem as seguintes atitudes no
portante para a empresa ou instituição. O atendente deve também
atendimento telefônico:
esperar que o seu interlocutor desligue o telefone. Isso garante que • Receptividade - demonstrar paciência e disposição para ser-
ele não interrompa o usuário ou o cliente. Se ele quiser comple- vir, como, por exemplo, responder às dúvidas mais comuns dos usu-
mentar alguma questão, terá tempo de retomar a conversa. ários como se as estivesse respondendo pela primeira vez. Da mes-
ma forma é necessário evitar que interlocutor espere por respostas;
No atendimento telefônico, a linguagem é o fator principal • Atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrupções, dizer
para garantir a qualidade da comunicação. Portanto, é preciso que palavras como “compreendo”, “entendo” e, se necessário, anotar a
o atendente saiba ouvir o interlocutor e responda a suas demandas mensagem do interlocutor);
de maneira cordial, simples, clara e objetiva. O uso correto da língua • Empatia - para personalizar o atendimento, pode-se pro-
portuguesa e a qualidade da dicção também são fatores importan- nunciar o nome do usuário algumas vezes, mas, nunca, expressões
tes para assegurar uma boa comunicação telefônica. É fundamental como “meu bem”, “meu querido, entre outras);
que o atendente transmita a seu interlocutor segurança, compro- • Concentração – sobretudo no que diz o interlocutor (evitar
misso e credibilidade. distrair-se com outras pessoas, colegas ou situações, desviando-se
do tema da conversa, bem como evitar comer ou beber enquanto
Além das recomendações anteriores, são citados, a seguir, pro- se fala);
cedimentos para a excelência no atendimento telefônico: • Comportamento ético na conversação – o que envolve tam-
• Identificar e utilizar o nome do interlocutor: ninguém gosta bém evitar promessas que não poderão ser cumpridas.
de falar com um interlocutor desconhecido, por isso, o atendente
da chamada deve identificar-se assim que atender ao telefone. Por Atendimento e tratamento
outro lado, deve perguntar com quem está falando e passar a tratar O atendimento está diretamente relacionado aos negócios de
o interlocutor pelo nome. Esse toque pessoal faz com que o interlo- uma organização, suas finalidades, produtos e serviços, de acordo
cutor se sinta importante; com suas normas e regras. O atendimento estabelece, dessa forma,
uma relação entre o atendente, a organização e o cliente.

293
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Abaixo 16 dicas para aprimorar o atendimento telefônico, de
A qualidade do atendimento, de modo geral, é determinada modo a atingirmos a excelência, confira:
por indicadores percebidos pelo próprio usuário relativamente a: 1 - Profissionalismo: utilize-se sempre de uma linguagem for-
• competência – recursos humanos capacitados e recursos tec- mal, privilegiando uma comunicação que transmita respeito e se-
nológicos adequados; riedade. Evite brincadeiras, gírias, intimidades, etc, pois assim fa-
• confiabilidade – cumprimento de prazos e horários estabele-
zendo, você estará gerando uma imagem positiva de si mesmo por
cidos previamente;
conta do profissionalismo demonstrado.
• credibilidade – honestidade no serviço proposto;
2 - Tenha cuidado com os ruídos: algo que é extremamente
• segurança – sigilo das informações pessoais;
prejudicial ao cliente são as interferências, ou seja, tudo aquilo que
• facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao pessoal de
atrapalha a comunicação entre as partes (chieira, sons de aparelhos
contato;
• comunicação – clareza nas instruções de utilização dos ser- eletrônicos ligados, etc.). Sendo assim, é necessário manter a linha
viços. “limpa” para que a comunicação seja eficiente, evitando desvios.
3 - Fale no tom certo: deve-se usar um tom de voz que seja
Fatores críticos de sucesso ao telefone: minimamente compreensível, evitando desconforto para o cliente
• A voz / respiração / ritmo do discurso que por várias vezes é obrigado a “implorar” para que o atendente
• A escolha das palavras fale mais alto.
• A educação 4 - Fale no ritmo certo: não seja ansioso para que você não co-
meta o erro de falar muito rapidamente, ou seja, procure encontrar
Ao telefone, a sua voz é você. A pessoa que está do outro lado o meio termo (nem lento e nem rápido), de forma que o cliente
da linha não pode ver as suas expressões faciais e gestos, mas você entenda perfeitamente a mensagem, que deve ser transmitida com
transmite através da voz o sentimento que está alimentando ao clareza e objetividade.
conversar com ela. As emoções positivas ou negativas, podem ser 5 - Tenha boa dicção: use as palavras com coerência e coesão
reveladas, tais como: para que a mensagem tenha organização, evitando possíveis erros
• Interesse ou desinteresse, de interpretação por parte do cliente.
• Confiança ou desconfiança, 6 - Tenha equilíbrio: se você estiver atendendo um cliente sem
• Alerta ou cansaço, educação, use a inteligência, ou seja, seja paciente, ouça-o aten-
• Calma ou agressividade, tamente, jamais seja hostil com o mesmo e tente acalmá-lo, pois
• Alegria ou tristeza, assim, você estará mantendo sua imagem intacta, haja vista, que
• Descontração ou embaraço, esses “dinossauros” não precisam ser atacados, pois, eles se matam
• Entusiasmo ou desânimo. sozinhos.
7 - Tenha carisma: seja uma pessoa empática e sorridente para
O ritmo habitual da comunicação oral é de 180 palavras por que o cliente se sinta valorizado pela empresa, gerando um clima
minuto; ao telefone deve-se reduzir para 120 palavras por minuto confortável e harmônico. Para isso, use suas entonações com criati-
aproximadamente, tornando o discurso mais claro. vidade, de modo a transmitir emoções inteligentes e contagiantes.
A fala muito rápida dificulta a compreensão da mensagem e 8 - Controle o tempo: se precisar de um tempo, peça o cliente
pode não ser perceptível; a fala muito lenta pode o outro a julgar
para aguardar na linha, mas não demore uma eternidade, pois, o
que não existe entusiasmo da sua parte.
cliente pode se sentir desprestigiado e desligar o telefone.
9 - Atenda o telefone o mais rápido possível: o ideal é atender
O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige ao
o telefone no máximo até o terceiro toque, pois, é um ato que de-
cliente e interage com ele, orientando-o, conquistando sua simpa-
tia. Está relacionada a: monstra afabilidade e empenho em tentar entregar para o cliente
• Presteza – demonstração do desejo de servir, valorizando a máxima eficiência.
prontamente a solicitação do usuário; 10 - Nunca cometa o erro de dizer “alô”: o ideal é dizer o nome
• Cortesia – manifestação de respeito ao usuário e de cordia- da organização, o nome da própria pessoa seguido ainda, das tra-
lidade; dicionais saudações (bom dia, boa tarde, etc.). Além disso, quando
• Flexibilidade – capacidade de lidar com situações não-pre- for encerrar a conversa lembre-se de ser amistoso, agradecendo e
vistas. reafirmando o que foi acordado.
11 - Seja pró ativo: se um cliente procurar por alguém que não
A comunicação entre as pessoas é algo multíplice, haja vista, está presente na sua empresa no momento da ligação, jamais peça
que transmitir uma mensagem para outra pessoa e fazê-la com- a ele para ligar mais tarde, pois, essa é uma função do atendente,
preender a essência da mesma é uma tarefa que envolve inúmeras ou seja, a de retornar a ligação quando essa pessoa estiver de volta
variáveis que transformam a comunicação humana em um desafio à organização.
constante para todos nós. 12 - Tenha sempre papel e caneta em mãos: a organização é um
E essa complexidade aumenta quando não há uma comunica- dos princípios para um bom atendimento telefônico, haja vista, que
ção visual, como na comunicação por telefone, onde a voz é o único é necessário anotar o nome da pessoa e os pontos principais que
instrumento capaz de transmitir a mensagem de um emissor para foram abordados.
um receptor. Sendo assim, inúmeras empresas cometem erros pri- 13 – Cumpra seus compromissos: um atendente que não tem
mários no atendimento telefônico, por se tratar de algo de difícil responsabilidade de cumprir aquilo que foi acordado demonstra
consecução. desleixo e incompetência, comprometendo assim, a imagem da
empresa. Sendo assim, se tiver que dar um recado, ou, retornar
uma ligação lembre-se de sua responsabilidade, evitando esqueci-
mentos.

294
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Essa chamada externa vai solicitar um ramal ou pessoa. Você
14 – Tenha uma postura afetuosa e prestativa: ao atender o te- deve repetir esse número ou nome, para ter certeza de que enten-
lefone, você deve demonstrar para o cliente uma postura de quem deu corretamente. Em seguida diga: “ Um momento, por favor,” e
realmente busca ajudá-lo, ou seja, que se importa com os proble- transfira a ligação.
mas do mesmo. Atitudes negativas como um tom de voz desinteres-
sado, melancólico e enfadado contribuem para a desmotivação do Ao transferir as ligações, forneça as informações que já possui;
cliente, sendo assim, é necessário demonstrar interesse e iniciativa faça uso do seu vocabulário profissional; fale somente o necessário
para que a outra parte se sinta acolhida. e evite assuntos pessoais.
15 – Não seja impaciente: busque ouvir o cliente atentamente, Nunca faça a transferência ligeiramente, sem informar ao seu
sem interrompê-lo, pois, essa atitude contribui positivamente para interlocutor o que vai fazer, para quem vai transferir a ligação, man-
a identificação dos problemas existentes e consequentemente para tenha-o ciente dos passos desse atendimento.
as possíveis soluções que os mesmos exigem. Não se deve transferir uma ligação apenas para se livrar dela.
16 – Mantenha sua linha desocupada: você já tentou ligar para Deve oferecer-se para auxiliar o interlocutor, colocar-se à disposi-
alguma empresa e teve que esperar um longo período de tempo ção dele, e se acontecer de não ser possível, transfira-o para quem
para que a linha fosse desocupada? Pois é, é algo extremamente realmente possa atendê-lo e resolver sua solicitação. Transferir o
inconveniente e constrangedor. Por esse motivo, busque não delon- cliente de um setor para outro, quando essa ligação já tiver sido
gar as conversas e evite conversas pessoais, objetivando manter, na transferida várias vezes não favorece a imagem da empresa. Nesse
medida do possível, sua linha sempre disponível para que o cliente caso, anote a situação e diga que irá retornar com as informações
não tenha que esperar muito tempo para ser atendido. solicitadas.
- Se o ramal estiver ocupado quando você fizer a transferência,
Buscar a excelência constantemente na comunicação huma- na diga à pessoa que chamou: “O ramal está ocupado. Posso anotar o
é um ato fundamental para todos nós, haja vista, que estamos nos recado e retornar a ligação.” É importante que você não deixe uma
comunicando o tempo todo com outras pessoas. Infelizmente linha ocupada com uma pessoa que está apenas esperando a
algumas pessoas não levam esse importante ato a sério, compro- liberação de um ramal. Isso pode congestionar as linhas do equipa-
metendo assim, a capacidade humana de transmitir uma simples mento, gerando perda de ligações. Mas caso essa pessoa insista em
mensagem para outra pessoa. Sendo assim, devemos ficar atentos falar com o ramal ocupado, você deve interromper a outra ligação e
para não repetirmos esses erros e consequentemente aumentar- dizer: “Desculpe-me interromper sua ligação, mas há uma chamada
mos nossa capacidade de comunicação com nosso semelhante. urgente do (a) Sr.(a) Fulano(a) para este ramal. O (a) senhor (a) pode
atender?” Se a pessoa puder atender , complete a ligação, se não,
Resoluções de situações conflitantes ou problemas quanto ao diga que a outra ligação ainda está em andamento e reafirme sua
atendimento de ligações ou transferências possibilidade em auxiliar.
O agente de comunicação é o cartão de visita da empresa.. Por
isso é muito importante prestar atenção a todos os detalhes do seu Lembre-se:
trabalho. Geralmente você é a primeira pessoa a manter contato Você deve ser natural, mas não deve esquecer de certas for-
com o público. Sua maneira de falar e agir vai contribuir muito para malidades como, por exemplo, dizer sempre “por favor” , “Queira
a imagem que irão formar sobre sua empresa. Não esqueça: a pri- desculpar”, “Senhor”, “Senhora”. Isso facilita a comunicação e induz
meira impressão é a que fica. a outra pessoa a ter com você o mesmo tipo de tratamento.
Alguns detalhes que podem passar despercebidos na rotina do A conversa: existem expressões que nunca devem ser usadas,
seu trabalho: tais como gírias, meias palavras, e palavras com conotação de inti-
- Voz: deve ser clara, num tom agradável e o mais natural possí- midade. A conversa deve ser sempre mantida em nível profissional.
vel. Assim você fala só uma vez e evita perda de tempo.
- Calma: Ás vezes pode não ser fácil mas é muito importante Equipamento básico
que você mantenha a calma e a paciência . A pessoa que esta cha- Além da sala, existem outras coisas necessárias para assegurar
mando merece ser atendida com toda a delicadeza. Não deve ser o bom andamento do seu trabalho:
apressada ou interrompida. Mesmo que ela seja um pouco grossei- - Listas telefônicas atualizadas.
ra, você não deve responder no mesmo tom. Pelo contrário, procu- - Relação dos ramais por nomes de funcionários (em ordem al-
re acalmá-la. fabética).
- Interesse e iniciativa: Cada pessoa que chama merece atenção - Relação dos números de telefones mais chamados.
especial. E você, como toda boa telefonista, deve ser sempre simpá- - Tabela de tarifas telefônicas.
tica e demonstrar interesse em ajudar. - Lápis e caneta
- Sigilo: Na sua profissão, às vezes é preciso saber de detalhes - Bloco para anotações
importantes sobre o assunto que será tratado. Esses detalhes são - Livro de registro de defeitos.
confidenciais e pertencem somente às pessoas envolvidas. Você
deve ser discreta e manter tudo em segredo. A quebra de sigilo nas O que você precisa saber:
ligações telefônicas é considerada uma falta grave, sujeita às pena- O seu equipamento telefônico não é apenas parte do seu mate-
lidades legais. rial de trabalho. É o que há de mais importante. Por isso você deve
saber como ele funciona. Tecnicamente, o equipamento que você
O que dizer e como dizer usa é chamado de CPCT - Central Privada de Comunicação Telefôni-
Aqui seguem algumas sugestões de como atender as chama- ca, que permite você fazer ligações internas (de ramal para ramal) e
das externas: externas. Atualmente existem dois tipos: PABX e KS.
- Ao atender uma chamada externa, você deve dizer o nome da - PABX (Private Automatic Branch Exchange): neste sistema,
sua empresa seguido de bom dia, boa tarde ou boa noite. todas as ligaçõesinternas e a maioria das ligações para fora da em-
presa são feitas pelos usuários de ramais. Todas as ligações que en-
tram, passam pela telefonista.

295
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• CORRIJA o erro imediatamente, ou diga quando vai corrigir.
- KS (Key System): todas as ligações, sejam elas de entrada, de • Diga QUEM e COMO vai corrigir o problema.
saída ou internas, são feitas sem passar pela telefonista • EXPLIQUE o que ocorreu, evitando justificar.
Informações básicas adicionais • Entretanto, se tiver uma boa justificativa, JUSTIFIQUE, mas
- Ramal: são os terminais de onde saem e entram as ligações com muita prudência. O Cliente não se interessa por “justificativas”.
telefônicas. Eles se dividem em: Este é um problema da empresa.
* Ramais privilegiados: são os ramais de onde se podem fazer
ligações para fora sem passar pela telefonista 4ª – O Cliente não está entendendo – o que fazer?
* Ramais semi-privilegiados: nestes ramais é necessário o auxi- • Concentre-se para entender o que realmente o Cliente quer
lio da telefonista para ligar para fora. ou, exatamente, o que ele não está entendendo e o porquê.
* Ramais restritos: só fazem ligações internas. • Caso necessário, explique novamente, de outro jeito, até que
-Linha - Tronco: linha telefônica que ligaa CPCT à central Tele- o Cliente entenda.
fônica Pública. • Alguma dificuldade maior? Peça Ajuda! Chame o gerente,
- Número-Chave ou Piloto: Número que acessa automatica- o chefe, o encarregado, mas evite, na medida do possível, que o
mente as linhas que estão em busca automática, devendo ser o úni- Cliente saia sem entender ou concordar com a resolução.
co número divulgado ao público.
- Enlace: Meio pelo qual se efetuam as ligações entre ramais e 5ª – Discussão com o Cliente
linhas-tronco. Em uma discussão com o Cliente, com ou sem razão, você
- Bloqueador de Interurbanos: Aparelho que impede a realiza- sempre perde!
ção de ligações interurbanas. Uma maneira eficaz de não cair na tentação de “brigar” ou “dis-
- DDG: (Discagem Direta Gratuita), serviço interurbano fran- cutir” com um cliente é estar consciente – sempre alerta -, de forma
queado, cuja cobrança das ligações é feita no telefone chamado. que se evite SINTONIZAR na mesma frequência emocional do Clien-
- DDR : (Discagem direta a Ramal) , as chamadas externas vão te, quando esta for negativa. Exemplos:
direto para o ramal desejado, sem passar pela telefonista . Isto só é
possível em algumas CPCTs do tipo PABX.
- Pulso : Critério de medição de uma chamada por tempo, dis- O Cliente está... Reaja de forma oposta
tância e horário.
- Consultores: empregados da Telems que dão orientação às Falando alto, gritando. Fale baixo, pausadamente.
empresas quanto ao melhor funcionamento dos sistemas de tele-
comunicações.
Irritado Mantenha a calma.
- Mantenedora: empresa habilitada para prestar serviço e dar
assistência às CPCTs.
- Serviço Noturno: direciona as chamadas recebidas nos horá- Desafiando Não aceite. Ignore o desafio.
rios fora do expediente para determinados ramais. Só é possível em
CPCTs do tipo PBX e PABX. Diga-lhe que é possível resolver o
Ameaçando problema sem a necessidade de uma
Em casos onde você se depara com uma situação que repre- ação extrema.
sente conflito ou problema, é necessário adequar a sua reação à
cada circunstância. Abaixo alguns exemplos.
Diga-lhe que o compreende, que
Ofendendo gostaria que ele lhe desse uma opor-
1ª - Um cliente chega nervoso – o que fazer?
tunidade para ajudá-lo.
• Não interrompa a fala do Cliente. Deixe-o liberar a raiva.
• Acima de tudo, mantenha-se calmo.
• Por nenhuma hipótese, sintonize com o Cliente, em um esta- 6ª – Equilíbrio Emocional
do de nervosismo.
Em uma época em que manter um excelente relacionamento
• Jamais diga ao Cliente: “Calma, o (a) senhor (a) está muito
com o Cliente é um pré-requisito de sucesso, ter um alto coeficien-
nervoso (a), tente acalmar-se”.
te de IE (Inteligência Emocional) é muito importante para todos os
• Use frases adequadas ao momento. Frases que ajudam acal-
profissionais, particularmente os que trabalham diretamente no
mar o Cliente, deixando claro que você está ali para ajudá-lo
atendimento a Clientes.
2ª – Diante de um Cliente mal-educado – o que fazer?
Você exercerá melhor sua Inteligência Emocional à medida que:
• O tratamento deverá ser sempre positivo, independentemen-
• For paciente e compreensivo com o Cliente.
te das circunstâncias.
• Tiver uma crescente capacidade de separar as questões pes-
• Não fique envolvido emocionalmente. Aprenda a entender
soais dos problemas da empresa.
que você não é o alvo.
• Entender que o foco de “fúria” do Cliente não é você, mas,
• Reaja com mais cortesia, com suavidade, cuidando para não
sim, a empresa. Que você só está ali como uma espécie de “para-
parecer ironia. Quando você toma a iniciativa e age positivamente,
-raios”.
coloca uma pressão psicológica no Cliente, para que ele reaja de
• Não fizer pré julgamentos dos clientes.
modo positivo.
• Entender que cada cliente é diferente do outro.
• Entender que para você o problema apresentado pelo cliente
3ª – Diante de erros ou problemas causados pela empresa
é um entre dezenas de outros; para o cliente não, o problema é
• ADMITA o erro, sem evasivas, o mais rápido possível.
único, é o problema dele.
• Diga que LAMENTA muito e que fará tudo que estiver ao seu
• Entender que seu trabalho é este: atender o melhor possível.
alcance para que o problema seja resolvido.

296
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Já a POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamento dispensa-
• Entender que você e a empresa dependem do cliente, não do às pessoas, está mais relacionado com o funcionário em si, com
ele de vocês. as suas atitudes e o seu modo de agir com os clientes. Portanto, está
• Entender que da qualidade de sua REAÇÃO vai depender o ligado às condições individuais.
futuro da relação do cliente com a empresa. É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas políticas
das empresas, o treinamento, a definição de um padrão de aten-
POSTURA DE ATENDIMENTO - (Conduta/Bom senso/Cordia- dimento e de um perfil básico para o profissional de atendimento,
lidade) como forma de avançar no próprio negócio. Dessa maneira, estes
dois itens se tornam complementares e inter-relacionados, com de-
A FUGA DOS CLIENTES pendência recíproca para terem peso.
As pesquisas revelam que 68% dos clientes das empresas fo- Para conhecermos melhor a postura de atendimento, faz-se
gem delas por problemas relacionados à postura de atendimento. necessário falar do Verdadeiro profissional do atendimento.
Numa escala decrescente de importância, podemos observar
os seguintes percentuais: Os três passos do verdadeiro profissional de atendimento:
• 68% dos clientes fogem das empresas por problemas de pos- 01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de compre-
tura no atendimento; ender e atender as necessidades dos clientes, fazer com que ele seja
• 14% fogem por não terem suas reclamações atendidas; bem recebido, ajudá-lo a se sentir importante e proporcioná-lo um
• 9% fogem pelo preço; ambiente agradável. Este profissional é voltado completamente
• 9% fogem por competição, mudança de endereço, morte. para a interação com o cliente, estando sempre com as suas ante-
nas ligadas neste, para perceber constantemente as suas necessida-
A origem dos problemas está nos sistemas implantados nas des. Para este profissional, não basta apenas conhecer o produto ou
organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas não definem serviço, mas o mais importante é demonstrar interesse em relação
uma política clara de serviços, não definem o que é o próprio ser- às necessidades dos clientes e atendê-las.
viço e qual é o seu produto. Sem isso, existe muita dificuldade em 02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as necessidades
satisfazer plenamente o cliente. dos clientes, aguçando a capacidade de perceber o cliente. Para
Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, não contra- entender o lado humano, é necessário que este profissional tenha
tam profissionais com características básicas para atender o públi- uma formação voltada para as pessoas e goste de lidar com gente.
co, não treinam estes profissionais na postura adequada, não criam Se espera que ele fique feliz em fazer o outro feliz, pois para este
um padrão de atendimento e este passa a ser realizado de acordo profissional, a felicidade de uma pessoa começa no mesmo instante
com as características individuais e o bom senso de cada um. em que ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar a
A falta de noção clara da causa primária da perda de clientes felicidade do outro.
faz com que as empresas demitam os funcionários “porque eles não 03. Entender a necessidade de manter um ESTADO DE ESPÍRITO
sabem nem atender o cliente”. Parece até que o atendimento é a POSITIVO, cultivando pensamentos e sentimentos positivos, para
tarefa mais simples da empresa e que menos merece preocupação. ter atitudes adequadas no momento do atendimento. Ele sabe que
Ao contrário, é a mais complexa e recheada de nuances que perpas- é fundamental separar os problemas particulares do dia a dia do
sam pela condição individual e por condições sistêmicas. trabalho e, para isso, cultiva o estado de espírito antes da chegada
do cliente. O primeiro passo de cada dia, é iniciar o trabalho com a
Estas condições sistêmicas estão relacionadas a: consciência de que o seu principal papel é o de ajudar os clientes a
1. Falta de uma política clara de serviços; solucionarem suas necessidades. A postura é de realizar serviços
2. Indefinição do conceito de serviços; para o cliente.
3. Falta de um perfil adequado para o profissional de atendi-
mento; Os requisitos para contratação deste profissional
4. Falta de um padrão de atendimento; Para trabalhar com atendimento ao público, alguns requisitos
5. Inexistência do follow up; são essenciais ao atendente. São eles:
6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal. • Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz.
• Gostar de lidar com gente.
Nas condições individuais, podemos encontrar a contratação • Ser extrovertido.
de pessoas com características opostas ao necessário para atender • Ter humildade.
ao público, como: timidez, avareza, rebeldia... • Cultivar um estado de espírito positivo.
• Satisfazer as necessidades do cliente.
SERVIÇO E POSTURA DE ATENDIMENTO • Cuidar da aparência.
Observando estas duas condições principais que causam a vin-
culação ou o afastamento do cliente da empresa, podemos separar Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendimento.
a estrutura de uma empresa de serviços em dois itens: os serviços e A POSTURA pode ser entendida como a junção de todos os as-
a postura de atendimento. pectos relacionados com a nossa expressão corporal na sua totali-
O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organizações e, dade e nossa condição emocional.
como tal, está diretamente relacionado ao próprio negócio. Podemos destacar 03 pontos necessários para falarmos de
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de servi- POSTURA. São eles:
ços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também são tratados 01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracteriza por um
os aspectos gerais da organização que dão peso ao negócio, como: posicionamento de humildade, mostrando-se sempre disponível
o ambiente físico, as cores (pintura), os jardins. Este item, portan- para atender e interagir prontamente com o cliente. Esta POSTURA
to, depende mais diretamente da empresa e está mais relacionado DE ABERTURA do atendente suscita alguns sentimentos positivos
com as condições sistêmicas. nos clientes, como por exemplo:

297
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3 metros
a) postura do atendente de manter os ombros abertos e o peito de distância do público e de um tempo imediato, ou seja, pronta-
aberto, passa ao cliente um sentimento de receptividade e acolhi- mente.
mento; Além do mais, deve ocorrer independentemente do funcioná-
b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente inclinado rio estar ou não na sua área de trabalho. Estes requisitos para a
transmite ao cliente a humildade do atendente; interação, a tornam mais eficaz.
c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme traduzem respeito Esta interação pode se caracterizar por um cumprimento ver-
e segurança; bal, uma saudação, um aceno de cabeça ou apenas por um aceno
d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de afetividade de mão. O objetivo com isso, é fazer o cliente sentir-se acolhido e
e calorosidade. certo de estar recebendo toda a atenção necessária para satisfazer
os seus anseios.
02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO CORPORAL: que se
caracteriza pela existência de uma unidade entre o que dizemos e o Alguns exemplos são:
que expressamos no nosso corpo. 1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o carrinho de
Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e confor- limpeza e o hóspede sai do seu apartamento. Ela prontamente olha
táveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os nossos senti- para ele e diz com um sorriso: “bom dia!”.
mentos e eles fluem livremente. Dessa forma, nos sentimos mais 2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no momento
livres do stress, das doenças, dos medos. do pagamento;
3. O frentista do posto de gasolina que se aproxima ao ver o
03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos extrair dois as- carro entrando no posto e faz uma sudação...
pectos: o expressivo, ligado aos estados emocionais que elas tradu-
zem e a identificação destes estados pelas pessoas; e a sua função A INVASÃO
social que diz em que condições ocorreu a expressão, seus efeitos Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver com INVA-
sobre o observador e quem a expressa. SÃO DE TERRITÓRIO.
Podemos concluir, entendendo que, qualquer comportamento Vamos entender melhor isso.
inclui posturas e é sempre fruto da interação complexa entre o or- Todo ser humano sente necessidade de definir um TERRITÓ-
ganismo e o seu meio ambiente. RIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos. Este território
não se configura apenas em um espaço físico demarcado, mas prin-
O olhar cipalmente num espaço pessoal e social, o que podemos traduzir
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através do como a necessidade de privacidade, de respeito, de manter uma
olhar, podemos passar para as pessoas os nossos sentimentos mais distância ideal entre si e os outros de acordo com cada situação.
profundos, pois ele reflete o nosso estado de espírito. Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes na
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos prender so- privacidade, o que normalmente traz consequências negativas.
mente a ele, mas a fisionomia como um todo para entendermos o Podemos exemplificar estas invasões com algumas situações corri-
real sentido dos olhos. queiras: uma piada muito picante contada na presença de pessoas
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de acolhi- estranhas a um grupo social; ficar muito próximo do outro, quase se
mento, de interesse no atendimento das suas necessidades, de von- encostando nele; dar um tapinha nas costas...
tade de ajudar. Ao contrário, um olhar apático, traduz fraqueza e Nas situações de atendimento, são bastante comuns as inva-
desinteresse, dando ao cliente, a impressão de desgosto e dissabor sões de território pelos atendentes. Estas, na sua maioria, causam
pelo atendimento. mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por eles como atitudes
Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este brilho grosseiras e poucos sensíveis. Alguns são os exemplos destas atitu-
nos nossos olhos ? A resposta é simples: des e situações mais comuns:
Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, gostar • Insistência para o cliente levar um item ou adquirir um bem;
de ajudar o próximo. • Seguir o cliente por toda a loja;
Para atender ao público, é preciso que haja interesse e gosto, • O motorista de taxi que não pára de falar com o cliente pas-
pois só assim conseguimos repassar uma sensação agradável para sageiro;
o cliente. Gostar de atender o público significa gostar de atender as • O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerindo pratos
necessidades dos clientes, querer ver o cliente feliz e satisfeito. sem ser solicitado;
• O funcionário que cumprimenta o cliente com dois beijinhos
Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode transmitir: e tapinhas nas costas;
01. Interesse quando: • O funcionário que transfere a ligação ou desliga o telefone
• Brilha; sem avisar.
• Tem atenção;
• Vem acompanhado de aceno de cabeça. Estas situações não cabem na postura do verdadeiro profissio-
nal do atendimento.
02. Desinteresse quando:
• É apático;
• É imóvel, rígido;
• Não tem expressão.
O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o gelo. O olhar
nos olhos dá credibilidade e não há como dissimular com o olhar.
A aproximação - raio de ação.
A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao conceito de
RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o público, independente
deste ser cliente ou não.

298
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Apresentação pessoal
O sorriso Que imagem você acha que transmitimos ao cliente quando o
O SORRISO abre portas e é considerado uma linguagem uni- atendemos com as unhas sujas, os cabelos despenteados, as roupas
versal. mal cuidadas... ?
Imagine que você tem um exame de saúde muito importante O atendente está na linha de frente e é responsável pelo conta-
para receber e está apreensivo com o resultado. Você chega à clí- to, além de representar a empresa neste momento. Para transmitir
nica e é recebido por uma recepcionista que apresenta um sorriso confiabilidade, segurança, bons serviços e cuidado, se faz necessá-
caloroso. Com certeza você se sentirá mais seguro e mais confiante, rio, também, ter uma boa apresentação pessoal.
diminuindo um pouco a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi in- Alguns cuidados são essenciais para tornar este item mais com-
terpretado como um ato de apaziguamento. pleto. São eles:
O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de espírito das 01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além da função
pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas sorridentes são ava- higiênica, também é revigorante e espanta a preguiça;
liadas mais favoravelmente do que as não sorridentes. 02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas limpas, cabelos
O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de comu- cortados e penteados, dentes cuidados, hálito agradável, axilas as-
nicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções e geralmente seadas, barba feita;
informa mais do que a linguagem falada e a escrita. Dessa forma, 03. Roupas limpas e conservadas;
podemos passar vários tipos de sentimentos e acarretar as mais di- 04. Sapatos limpos;
versas emoções no outro. 05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local visível pelo
cliente.
Ir ao encontro do cliente
Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de compromisso no Quando estes cuidados básicos não são tomados, o cliente se
atendimento, por parte do atendente. Este item traduz a importân- questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da sua aparência
cia dada ao cliente no momento de atendimento, na qual o aten- pessoal, como é que vai cuidar de me prestar um bom serviço ? “
dente faz tudo o que é possível para atender as suas necessidades, A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto importante
pois ele compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo ao en- para criar uma relação de proximidade e confiança entre o cliente
contro do cliente, o atendente demonstra o seu interesse para com e o atendente.
ele.
Cumprimento caloroso
A primeira impressão O que você sente quando alguém aperta a sua mão sem fir-
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A PRIMEI- meza ?
RA IMPRESSÃO É A QUE FICA. Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se conhece al-
Você concorda com ela? guém, a sua integridade moral, pela qualidade do seu aperto de
No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil a empre- mão.
sa ter uma segunda chance para tentar mudar a impressão inicial, O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, passividade, baixa
se esta foi negativa, pois dificilmente o cliente irá voltar. energia, desinteresse, pouca interação, falta de compromisso com
É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta o clien- o contato.
te perdido, aquele que foi mal atendido ou que não teve os seus Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo que machuca
desejos satisfeitos. a mão, ao invés de trazer uma mensagem positiva, causa um mal
Estes clientes perdem a confiança na empresa e normalmen- te estar, traduzindo hiperatividade, agressividade, invasão e desres-
os custos para resgatá-la, são altos. Alguns mecanismos que as peito. O ideal é ter um cumprimento firme, que prenda toda a mão,
empresas adotam são os contatos via telemarketing, mala-direta, mas que a deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demons-
visitas, mas nem sempre são eficazes. tra interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, atividade e
A maioria das empresas não têm noção da quantidade de clien- compromisso com o contato.
tes perdidos durante a sua existência, pois elas não adotam meca- É importante lembrar que o cumprimento deve estar associado
nismos de identificação de reclamações e/ou insatisfações destes ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros e o peito abertos,
clientes. Assim, elas deixam escapar as armas que teriam para re- totalizando uma sintonia entre fala e expressão corporal.
forçar os seus processos internos e o seu sistema de trabalho. Não se esqueça: apesar de haver uma forma adequada de cum-
Quando as organizações atentam para essa importância, elas primentar, esta jamais deverá ser mecânica e automática.
passam a aplicar instrumentos de medição.
Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a realida- Tom de voz
de, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, subjetivas ou pedem A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz uma onda de
a opinião aberta sobre o assunto. intensa vibração. O tom de voz e a maneira como dizemos as pala-
Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não colher as vras, são mais importantes do que as próprias palavras.
informações reais. Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair hoje do
A saída seria criar medidores que traduzissem com fatos e da- conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará pronta na próxi-
dos, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o serviço e o produto ma semana “. De acordo com a maneira que dizemos e de acordo
adquiridos da empresa. com o tom de voz que usamos, vamos perceber reações diferentes
do cliente.
Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos desculpando
pela falha e assumindo uma postura de humildade, falando com
calma e num tom amistoso e agradável, percebemos que a reação
do cliente será de compreensão.

299
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao cliente a
Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma mecânica, sensação de desagrado, descaso e desrespeito, além de retornar ao
estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância, poderemos ter atendente como um bumerangue.
um cliente reagindo com raiva, procurando o gerente, gritando... O EFEITO BUMERANGUE é bastante comum em situações de
As palavras são símbolos com significados próprios. A forma atendimento, pois ele reflete o nível de satisfação, ou não, do clien-
como elas são utilizadas também traz o seu significado e com isso, te em relação ao atendente. Com este efeito, as atitudes batem e
cada palavra tem a sua vibração especial. voltam, ou seja, se você atende bem, o cliente se sente bem e trata
o atendente com respeito. Se este atende mal, o cliente reage de
Saber escutar forma negativa e hostil. O cliente não está na esteira da linha de
Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCUTAR? Se produção, merecendo ser tratado com diferenciação e apreço.
você respondeu que não, você errou. Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraídas, que
Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o verdadeiro façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido de vida, que é
sentido, compreendendo e interpretando a essência, o conteúdo da SERVIR AO PRÓXIMO.
comunicação. Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilidade, re-
O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com a nossa tratam bem a falta de calor do atendente. Com estas atitudes, o
capacidade de perceber o outro. E, para percebermos o outro, o atendente parece estar pedindo ao cliente que este se afaste, vá
cliente que está diante de nós, precisamos nos despojar das bar- embora, desapareça da sua frente, pois ele não é bem vindo. Assim,
reiras que atrapalham e empobrecem o processo de comunicação. o atendente esquece que a sua MISSÃO é SERVIR e fazer o cliente
São elas: FELIZ.
* os nossos PRECONCEITOS;
* as DISTRAÇÕES; As gafes no atendimento
* os JULGAMENTOS PRÉVIOS; Depois de conhecermos a postura correta de atendimento,
* as ANTIPATIAS. também é importante sabermos quais são as formas erradas, para
jamais praticá-las. Quem as pratica, com certeza não é um verdadei-
Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, precisamos ro profissional de atendimento. Podemos dividi-las em duas partes,
compreender o TODO, captando os estímulos que vêm do outro, que são:
fazendo uma leitura completa da situação.
Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de recepti- Postura inadequada
vidade e simpatia, afinal, nós temos dois ouvidos e uma boca, o que A postura inadequada é abrangente, indo desde a postura física
nos sugere que é preciso escutar mais do que falar. ao mais sutil comentário negativo sobre a empresa na presença do
Quando não sabemos escutar o cliente - interrompendo-o, fa- cliente.
lando mais que ele, dividindo a atenção com outras situações - tira- Em relação à postura física, podemos destacar como inadequa-
mos dele, a oportunidade de expressar os seus verdadeiros anseios do, o atendente:
e necessidades e corremos o risco de aborrecê-lo, pois não iremos * se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça no seu
conseguir atende-las. birô por não estar com o cliente (esta atitude impede que ele inte-
A mais poderosa forma de escutar é a empatia ( que vamos raja no raio de ação);
conhecer mais na frente ). Ela nos permite escutar de fato, os sen- * mascar chicletes ou fumar no momento do atendimento;
timentos por trás do que está sendo dito, mas, para isso, é preciso * cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coisas só
que o atendente esteja sintonizado emocionalmente com o cliente. devem ser feitas no banheiro);
Esta sintonia se dá através do despojamento das barreiras que já * comer na frente do cliente (comum nas empresas que ofere-
falamos antes. cem lanches ou têm cantina);
* gritar para pedir alguma coisa;
Agilidade * se coçar na frente do cliente;
Atender com agilidade significa ter rapidez sem perder a quali- * bocejar (revela falta de interesse no atendimento).
dade do serviço prestado.
A agilidade no atendimento transmite ao cliente a idéia de res- Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar:
peito. Sendo ágil, o atendente reconhece a necessidade do cliente * se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir carona, por
em relação à utilização adequada do seu tempo. exemplo;
Quando há agilidade, podemos destacar: * receber presentes do cliente em troca de um bom serviço;
• o atendimento personalizado; * fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou serviços
• a atenção ao assunto; na frente do cliente;
• o saber escutar o cliente; * desmerecer ou criticar o fabricante do produto que vende, o
• cuidar das solicitações e acompanhar o cliente durante todo parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem para o cliente;
o seu percurso na empresa. * falar mau das pessoas na sua ausência e na presença do clien-
O calor no atendimento te;
O atendimento caloroso evita dissabores e situações constran- * usar o cliente como desabafo dos problemas pessoais;
gedoras, além de ser a comunhão de todos os pontos estudados * reclamar na frente do cliente;
sobre postura. * lamentar;
O atendente escolhe a condição de atender o cliente e para * colocar problemas salariais;
isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se sentir impor- * “ lavar a roupa suja “ na frente do cliente.
tante e respeitado. Na situação de atendimento, o cliente busca ser
reconhecido e, transmitindo calorosidade nas atitudes, o atendente LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS OUTROS E

satisfaz as necessidades do cliente de estima e consideração. NÃO SE SERVIR DOS OUTROS.

300
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
C) a tarefa
Usar chavões Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais importante
O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como forma de diante desta pessoa mais importante para nós, na hora mais impor-
fugir à sua responsabilidade no atendimento ao cliente. Citamos tante que é o aqui e o agora, é FAZER O CLIENTE FELIZ, atendendo
aqui, os mais comuns: as suas necessidades.
Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos da Ver-
PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPARADO A ESTE dade e, para que estes sejam plenos, é necessário que os funcioná-
ATENDENTE? rios de linha de frente, ou seja, que atendem os clientes, tenham
* o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER... poder de decisão. É necessário que os chefes concedam autonomia
* o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRESA FAZ PELO aos seus subordinados para atuarem com precisão nos Momentos
SENHOR... da Verdade.
* o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER MAIS... Teleimagem
* AÍ VEM ELE DE NOVO... Através do telefone, o atendente transmite a TELEIMAGEM da
empresa e dele mesmo.
Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando a libera-
TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente forma na sua
ção do lado bom da pessoa que atende o cliente.
mente ( imagem mental ) sobre quem o está atendendo e , con-
Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um círculo
sequentemente, sobre a empresa ( que é representada por este
vicioso na postura inadequada, pois, o atendente usa os chavões
atendente).
(pensa dessa forma em relação ao cliente e a situação de atendi-
Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do cliente enca-
mento ), o cliente se aborrece e descarrega no atendente, ou sim-
minhar os seus negócios é maior, pois ele supõe que a empresa é
plesmente não volta mais.
comprometida com o cliente. No entanto, se a imagem é negativa,
Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança radical
vemos normalmente o cliente fugindo da empresa. Como no aten-
no pensamento e postura do atendente.
dimento telefônico, o único meio de interação com o cliente, é atra-
Impressões finais do cliente vés da palavra e sendo a palavra o instrumento, faz-se necessário
Toda a postura e comportamento do atendente vai levar o usá-la de forma adequada para satisfazer as exigências do cliente.
cliente a criar uma impressão sobre o atendimento e, consequente- Dessa forma, classificamos 03 itens básicos ligados a palavra e as
mente, sobre a empresa. atitudes, como fundamentais na formação da TELEIMAGEM.
Duas são as formas de impressões finais mais comuns do clien-
te: São eles:
1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato direto (pesso- 01. O tom de voz: é através dele que transmitimos interesse e
al) e/ou telefônico com o atendente; atenção ao cliente. Ao usarmos um tom frio e distante, passamos
2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Vamos conhe- ao cliente, a ideia de desatenção e desinteresse.
cê-las com mais detalhes. Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma decidida e
atenciosamente, satisfazemos as necessidades do cliente de sentir-
Momentos da verdade -se assistido, valorizado, respeitado, importante.
Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qualquer epi-
sódio no qual o cliente entra em contato com qualquer aspecto da 02. O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com elas o atenden-
organização e obtem uma impressão da qualidade do seu serviço. te passa a ideia de respeito pelo cliente. Aqui fica expressamente
O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente do PROIBIDO o uso de termos como: amor, bem, benzinho, chuchu,
cliente a imagem da empresa e do próprio serviço prestado. Este é mulherzinha, queridinha, colega...
o momento que separa o grande profissional dos demais.
Este verdadeiro profissional trabalha em cada momento da 03. As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a impressão de
verdade, considerando-o único e fundamental para definir a satis- educação e respeito. São INCORRETAS as atitudes de transferir a li-
fação do cliente. Ele se fundamenta na chamada TRÍADE DO ATEN- gação antes do cliente concluir o que iniciou a falar; passar a ligação
DIMENTO OU TRIÂNGULO DO ATENDIMENTO, que é composto de para a pessoa ou ramal errado ( mostrando com isso que não ouviu
elementos básicos do processo de interação, que são: o que ele disse ); desligar sem cumprimento ou saudação; dividir a
atenção com outras conversas; deixar o telefone tocar muitas vezes
A ) a pessoa sem atender; dar risadas no telefone.
A pessoa mais importante é aquela que está na sua frente. En-
tão, podemos entender que a pessoa mais importante é o cliente Aspectos psicológicos do atendente
que está na frente e precisa de atenção. Nós falamos sobre a importância da postura de atendimento.
No Momento da Verdade, o atendente se relaciona diretamen- Porém, a base dela está nos aspectos psicológicos do atendimento.
te com o cliente, tentando atender a todas as suas necessidades. Vamos a eles.
Não existe outra forma de atender, a não ser pelo contato direto e,
portanto, a pessoa fundamental neste momento é o cliente. Empatia
O termo empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA, que sig-
B ) a hora nifica entrar no sentimento. Portanto, EMPATIA é a capacidade de
A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o presente, nos colocarmos no lugar do outro, procurando sempre entender as
pois somente nele podemos atuar. suas necessidades, os seus anseios, os seus sentimentos. Dessa
O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado e o fu- forma, é uma aptidão pessoal fundamental na relação atendente -
turo não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o presente como cliente. Para conseguirmos ser empáticos, precisamos nos despojar
fonte de atuação. Nele, podemos agir e transformar. O aqui e agora dos nossos preconceitos e preferências, evitando julgar o outro a
são os únicos momentos nos quais podemos interagir e precisamos partir de nossas referências e valores.
fazer isto da melhor forma.

301
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o todo é muito
A empatia alimenta-se da autoconsciência, que significa estar- mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que é e não é harmôni-
mos abertos para conhecermos as nossas emoções. Quanto mais co e com ele percebemos a essência dos fatos e situações.
isto acontece, mais hábeis seremos na leitura dos sentimentos dos Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado com a
outros. Quando não temos certeza dos nossos próprios sentimen-
PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de percepção, na qual
tos, dificilmente conseguimos ver os dos outros. vemos, escutamos e sentimos apenas aquilo que nos interessa. Esta
E, a chave para perceber os sentimentos dos outros, está na seleção age como um filtro, que deixa passar apenas o que convém.
capacidade de interpretar os canais não verbais de comunicação do Esta filtragem está diretamente relacionada com a nossa condição
outro, que são: os gestos, o tom de voz, as expressões faciais... física-psíquica emocional. Como é isso? Vamos entender:
Esta capacidade de empatizar-se com o outro, está ligada ao
a) Se estou com medo de passar em rua deserta e escura, a
envolvimento: sentir com o outro é envolver-se. Isto requer uma sombra do galho de uma árvore pode me assustar, pois eu posso
atitude muito sublime que se chama HUMILDADE. Sem ela é impos- percebê-lo como um braço com uma faca para me apunhalar;
sível ser empático. b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de um cheiro
Quando não somos humildes, vemos as pessoas de maneira agradável de comida;
deturpada, pois olhamos através dos óculos do orgulho e do egoís- c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a parte mais
mo, com os quais enxergamos apenas o nosso pequenino mundo. amena da repreensão e reprimir a mais severa.
O orgulho e o egoísmo são dois males que atacam a humanida-
de, impedindo-a de ser feliz. Em alguns casos, a percepção seletiva age como mecanismo de
Com eles, não conseguimos sair do nosso mundinho , crian- do defesa.
uma couraça ao nosso redor para nos proteger. Com eles, nós
achamos que somos tudo o que importa e esquecemos de olhar O ESTADO INTERIOR
para o outro e perguntar como ele está, do que ele precisa, em que O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere, é a condi-
podemos ajudar. ção interna, o estado de espírito diante das situações.
Esquecemos de perceber principalmente os seus sentimentos A atitude de quem atende o público está diretamente relacio-
e necessidades. Com o orgulho e o egoísmo, nos tornamos vaidosos nada ao seu estado interior. Ou seja, se o atendente mantém um
e passamos a ver os outros de acordo com o que estes óculos regis- equilíbrio interno, sem tensões ou preocupações excessivas, as suas
tram: os nossos preconceitos, nossos valores, nossos sentimentos... atitudes serão mais positivas frente ao cliente.
Sendo orgulhosos e egoístas não sabemos AMAR, não sabemos Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensamentos e
repartir, não sabemos doar. sentimentos cultivados pelo atendente. E estes, dão suporte as ati-
Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mesmos, só tudes frente ao cliente.
lembramos de nós. É aqui que a empatia se deteriora, quando os Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensamentos ne-
nossos próprios sentimentos são tão fortes que não permitem har- gativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e vaidade, as atitudes
monização com o outro e passam por cima de tudo. advindas deste estado, sofrerão as suas influências e serão:
OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRABALHAR COM * Atitudes preconceituosas;
O PÚBLICO, POIS ELES NÃO TÊM CAPACIDADE DE SE COLOCAR NO * Atitudes de exclusão e repulsa;
LUGAR DO OUTRO E ENTENDER OS SEUS SENTIMENTOS E NECES- * Atitudes de fechamento;
SIDADES. * Atitudes de rejeição.

É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabilidade,


Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruístas, pois
para que o atendente consiga manter uma atitude positiva com os
as raízes da moralidade estão na empatia. Para concluir, podemos
clientes e as situações.
lembrar a frase de Saint-Exupéry no livro O Pequeno Príncipe: “Só
se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos“. Isto é O ENVOLVIMENTO
empatia. A demonstração de interesse, prestando atenção ao cliente e
voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o caminho para o
PERCEPÇÃO verdadeiro sentido de atender.
PERCEPÇÃO é a capacidade que temos de compreender e cap- Na área de serviços, o produto é o próprio serviço prestado,
tar as situações, o que exige sintonia e é fundamental no processo que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com o cliente. Um ser-
de atendimento ao público. Para percebermos melhor, precisamos viço é, então, um resultado psicológico e pessoal que depende de
passar pelo “esvaziamento” de nós mesmos, ficando assim, mais fatores relacionados com a interação com o outro. Quando o aten-
próximos do outro. Mas, como é isso? Vamos ficar vazios? É isso dente tem um envolvimento baixo com o cliente, este percebe com
mesmo. Vamos ficar vazios dos nossos preconceitos, das nossas an- clareza a sua falta de compromisso. As preocupações excessivas, o
tipatias, dos nossos medos, dos nossos bloqueios, vamos observar trabalho estafante, as pressões exacerbadas, a falta deliderança, o
as situações na sua totalidade, para entendermos melhor o que o nível de burocracia, são fatores que contribuem para uma intera-
cliente deseja. Vamos ilustrar com um exemplo real: certa vez, em ção fraca com o cliente. Esta fraqueza de envolvimento não permite
uma loja de carros, entra um senhor de aproximadamente 65 anos, captar a essência dos desejos do cliente, o que se traduz em insatis-
usando um chapéu de palha, camiseta rasgada e calça amarrada na fação. Um exemplo simples disso é a divisão de atenção por parte
cintura por um barbante. Ele entrou na sala do gerente, que imedia- do atendente. Quando este divide a atenção no atendimento entre
tamente se levantou pedindo para ele se retirar, pois não era permi- o cliente e os colegas ou outras situações, o cliente sente-se desres-
tido “pedir esmolas ali “. O senhor com muita paciência, retirou de peitado, diminuído e ressentido. A sua impressão sobre a empresa
um saco plástico que carregava, um “bolo“ de dinheiro e disse: “eu é de fraqueza e o Momento da Verdade é pobre.
quero comprar aquele carro ali”. Esta ação traz consequências negativas como: impossibilidade
Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata claramente o de escutar o cliente, falta de empatia, desrespeito com o seu tem-
que podemos fazer com o outro quando pré-julgamos as situações. po, pouca agilidade, baixo compromisso com o atendimento.

302
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A autonomia na ponta, na linha de frente, demonstra que a
Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutura ade- empresa está totalmente voltada para o cliente, pois todo o sistema
quada para o atendimento ao público, obrigando o atendente a di- funciona para atendê-lo integralmente, e essa postura é vital, visto
vidir o seu trabalho entre atendimento pessoal e telefônico, quando que a imagem transmitida pelo atendente é a imagem que será ge-
normalmente há um fluxo grande de ambos no setor. Neste caso, o rada no cliente em relação à organização, dessa forma, ao atender,
ideal seria separar os dois tipos de atendimento, evitando proble- o atendente precisa se lembrar que naquele cargo, ele representa
mas desta espécie. uma marca, uma instituição, um nome, e que todas as suas atitudes
Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são: devem estar em conformidade com a proposta de visão que essa
* atender pessoalmente e interromper com o telefone organização possui, focando sempre em um atendimento efetiva-
* atender o telefone e interromper com o contato direto mente eficaz e de qualidade.
* sair para tomar café ou lanchar
* conversar com o colega do lado sobre o final de semana, fé-
rias, namorado, tudo isso no momento de atendimento ao cliente. ROTINAS DE ENVIO E RECEBIMENTOS DE OFÍCIOS,
MEMORANDOS. GESTÃO ELETRÔNICA DE DOCUMEN-
Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como um exibi- TOS. PROTOCOLOS: RECEBIMENTO, REGISTRO, DISTRI-
cionismo funcional, o que não agrega valor ao trabalho. O cliente BUIÇÃO, TRAMITAÇÃO E EXPEDIÇÃO DE DOCUMEN-
deve ser poupado dele. TOS. CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO.
ARQUIVAMENTO E ORDENAÇÃO DE DOCUMENTOS
Os desafios do profissional de atendimento DE ARQUIVO. TABELA DE TEMPORALIDADE DE DO-
Mas, nem tudo é tão fácil no trabalho de atender. Algumas si- CUMENTOS DE ARQUIVO. ACONDICIONAMENTO E
tuações exigem um alto grau de maturidade do atendente e é nes- ARMAZENAMENTO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO.
tes momentos que este profissional tem a grande oportunidade de PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DE
mostrar o seu real valor. Aqui estão duas destas situações. ARQUIVO

Encantando o cliente Conceitos


Fazer apenas o que está definido pela empresa como sendo o Segundo o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística,
seu padrão de atendimento, pode até satisfazer as necessidades do temos quatro definições para o termo arquivologia:
cliente, mas talvez não ultrapasse o normal. 1. Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma
Encantar o cliente é exatamente aquele algo mais que faz a entidade coletiva, pública ou privada, pessoa ou família, no desem-
grande diferença no atendimento. penho de suas atividades, independentemente da natureza do su-
porte.
Atuação extra 2. Instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o
A ATUAÇÃO EXTRA é uma forma de encantar o cliente que se processamento técnico, a conservação e o acesso a documentos.
caracteriza por atitudes ou ações do atendente, não estabelecidas 3. Instalações onde funcionam arquivos.
nos procedimentos de trabalho. É produzir um serviço acima da ex- 4. Móvel destinado à guarda de documentos.
pectativa do cliente.
Podemos entender ela como um conjunto de princípios, nor-
Autonomia mas, técnicas e procedimentos para gerenciar as informações no
Na verdade, a autonomia não deveria estar no encantamento processo de produção, organização, processamento, guarda, utili-
do cliente; ela deveria fazer parte da estrutura da empresa. Mas, zação, identificação, preservação e uso de documentos de arquivos.
nem sempre a realidade é esta. Colocamos aqui porque o consumi- • Um arquivo é o conjunto de documentos produzidos e acu-
dor brasileiro ainda se encanta ao encontrar numa loja, um balco- mulados por uma entidade coletiva, pública e privada, pessoa ou
nista que pode resolver as suas queixas sem se dirigir ao gerente. família, no desempenho de suas atividades, independentemente da
A AUTONOMIA está diretamente relacionada ao processo de natureza do suporte.
tomada de decisão. Onde existir uma situação na qual o funcionário • Um documento é o registro de informações, independente
precise decidir, deve haver autonomia. da natureza do suporte que a contém.
No atendimento ao público, é fundamental haver autonomia • Já informação é um “elemento referencial, noção, ideia ou
do pessoal de linha de frente e é uma das condições básicas para o mensagem contidos num documento.
sucesso deste tipo de trabalho. O suporte é o meio física, aquela que o contém o documento,
Mas, para ter autonomia se faz necessário um mínimo de po- podendo ser: papel; pen-drive; película fotográfica; microfilme; CD;
der para atuar de acordo com a situação e esse poder deve ser con- DVD; entre outros.
quistado. O poder aos funcionários serve para agilizar o negócio. Às
vezes, a falta de autonomia se relaciona com fraca liderança do Outros conceitos importantes de se ter claro na mente:
chefe. Arquivos: órgãos que recolhem naturalmente os documentos
de arquivo, que são acumulados organicamente pela entidade, de
Para o cliente, a autonomia traduz a ideia de agilidade, desbu- forma ordenada, preservando-os para a consecução dos objetivos
rocratização, respeito, compromisso, organização. funcionais, legais e administrativos, tendo em conta sua utilidade
Com ela, o cliente não é jogado de um lado para o outro , não futura.
precisa passear pela empresa, ouvindo dos atendentes: “Esse as- Bibliotecas: reúnem documentos de biblioteca, que são mate-
sunto eu não resolvo; é só com o fulano; procure outro setor...” riais ordenados para estudo, pesquisa e consulta.
Museus: colecionam documentos (bidimensionais e/ou tridi-
mensionais) de museu, que são criações artísticas ou culturais de
uma civilização ou comunidade, possuindo utilidade cultural, de in-
formação, educação e entretenimento.

303
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Princípio da pertinência territorial: afirma que os documen-
Centros de documentação ou informação: é um órgão/insti- tos deverão ser arquivados no local de sua pertinência, e não de sua
tuição/serviço que busca juntar, armazenar, classificar, selecionar e acumulação.
disseminar informação das mais diversas naturezas, incluindo aque-
las próprias da biblioteconomia, da arquivística, dos museus e da Os arquivos públicos são conjuntos de documentos produzidos
informática. e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de
âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e Municipal em decor-
Princípios rência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias. (Lei
A arquivologia possui uma série de princípios fundamentais nº 8.159/91).
para o seu funcionamento. São eles: Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos
produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decor-
• Princípio da proveniência, respeito aos fundos ou método rência de suas atividades. Os arquivos privados podem ser identifi-
histórico: fundo é um conjunto de documentos de uma mesma pro- cados pelo Poder Público como de interesse público e social, desde
veniência. Eles podem ser fundos abertos ou fechados. que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para
Fundo aberto é aquele ao qual podem ser acrescentados novos a história e desenvolvimento científico nacional. (Lei nº 8.159/91).
documentos em função do fato de a entidade produtora continuar
em atividade. CONARQ
Fundo fechado é aquele que não recebe acréscimo de docu- O Conselho Nacional de Arquivos é um órgão colegiado, vin-
mentos, uma vez que a entidade produtora não se encontra mais culado ao Arquivo Nacional, criado pelo art. 26 da Lei 8159, de 8 de
em atividade. Porém, ele pode continuar recebendo acréscimo de Janeiro de 1991, que dispõe da Política Nacional de Arquivos e
documentos desde que seja proveniente da mesma entidade pro- regulamentado pelo decreto n.º 1173 de 19 de Junho de 1994, al-
dutora de quando a organização estava funcionando. terado pelo decreto n.º 1491, de 25 de Abril de 1995, que tem por
finalidade:
• Princípio da indivisibilidade ou integridade arquivística: é I - Definir a Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados;
necessário manter a integridade do arquivo, sem dispersar, mutilar, II - Exercer a orientação normativa visando à Gestão Documen-
alienar, destruir sem autorização ou adicionar documento indevido. tal e à proteção especial aos documentos de arquivo.
• Princípio do respeito à ordem original, ordem primitiva ou Dentre as competências delegadas ao órgão, destacam-se as
“santidade” da ordem original: o arquivo deve conservar o arranjo seguintes:
dado por quem o produziu, seja uma entidade coletiva, pessoa ou — Definir normas gerais e estabelecer diretrizes para o pleno
família. Ou seja, ele deve ser colocado no seu lugar de origem den- funcionamento do SINAR. Visando à Gestão, à preservação e ao
tro do fundo de onde provém. acesso aos documentos do arquivo;
— Promover o inter-relacionamento de arquivos público de
• Princípio da Organicidade: é o princípio que possibilita a privados com vistas ao intercâmbio e à integração sistêmica das ati-
diferenciação entre documentos de arquivo e outros documentos vidades arquivísticas;
existentes no ambiente organizacional. — Zelar pelo cumprimento dos dispositivos constitucionais e
legai que preservam o funcionamento e acesso aos arquivos pú-
• Princípio da Unicidade: independentemente de forma, gê- blicos;
nero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu — Estimular programas de preservação e gestão de documen-
caráter único, em função do contexto em que foram produzidos. tos produzido (orgânicos) e recebidos por órgãos e entidades, no
âmbito federal, estadual e municipal, em decorrência da função
• Princípio da cumulatividade ou naturalidade: seus registros executiva, legislativa e judiciária;
são formados de maneira progressiva, natural e orgânica em função — Subsidiar a elaboração de planos nacionais nos Poderes Le-
do desempenho natural das atividades da organização, família ou gislativo, Executivo e Judiciário, bem como nos Estado, no Distrito
pessoa, por produção e recebimento, e não de maneira artificial. Federal e Municípios;
— Declarar que como de interesse público e social os arquivos
• Princípio da reversibilidade: todo procedimento ou trata- privados que contenham fontes relevantes para a história e o de-
mento aplicado aos arquivos poderá, necessariamente, ser rever- senvolvimento nacionais, nos termos do art. 13 da Lei n.º 8159/91.
tido, caso seja necessário. Para se evitar a desintegração ou perda
de unidade do fundo. SINAR
Sistema Nacional de Arquivos, em 1978, não obstante os es-
• Princípios da inalienabilidade e imprescritibilidade: aplicado forços realizados no sentido de estimular a adoção de políticas que
ao setor público, estabelecendo que a transferência de propriedade assegurassem a preservação do patrimônio documental em decor-
dos arquivos públicos a terceiros é proibida; e que o direito público rência da implementação do sistema foi bastante prejudicada em
sobre os seus arquivos não prescreve com o tempo. decorrência da concepção estreita que norteou o Governo Feral, à
época, com relação à problemática arquivística.
• Princípio da universalidade: implica ao arquivista uma abor- A promulgação da Lei n.º 8159/91 retorna a questão da Política
dagem mais geral sobre a gestão dos documentos de arquivo antes Nacional de Arquivos, reconhecendo e legitimando a necessidade
que ele possa se aprofundar em maiores detalhes sobre cada natu- de um Sistema que promova a efetiva integração sistêmica dos ar-
reza documental. quivos públicos e privados nos moldes legais e tecnicamente corre-
tos, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos
• Princípio da proveniência territorial/territorialidade: es- de arquivo.
tabelece que os documentos deverão ser arquivados no território
onde foram produzidos.

304
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
– É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Fe-
Legislação Federal deral e dos Municípios: ... V- proporcionar os meios de acesso à
(Caro candidato(a) indicamos a consulta das Leis e decretos cultura, à educação e à ciência (Art.23);
abaixo para aprofundar os estudos) – Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da
– Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a documentação governamental e as providências para franquear sua
Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados. consulta a quantos dela necessitem (Art. 216, parág. 2°.);
– Lei nº 5.433, de 8 de maio de 1968. Regula a microfilmagem – A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a
de documentos oficiais e dá outras providências. informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão
– Decreto no 1.799, de 30 de janeiro de 1996. Regulamenta a qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição (Art.
Lei no 5.433, de 8 de maio de 1968, que regula a microfilmagem de 220).
documentos oficiais. – É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Fe-
– Portaria da Secretaria da Justiça nº 58, de 20 de junho de deral e dos Municípios: ... III- proteger os documentos, as obras e
1996. Regulamenta o registro e a fiscalização do exercício da ativi- outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos,
dade de microfilmagem de documentos, em conformidade com o as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV- impedir
parágrafo único do artigo 15 do Decreto nº 1.799, de 30 de janeiro a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de
de 1996. outros bens de valor histórico, artístico ou cultural (Art. 23);
– Decreto nº 2.134, de 24 de janeiro de 1997. Regulamenta o – Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de nature-
art. 23 da Lei 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a za material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
categoria dos documentos públicos sigilosos e o acesso a eles, e dá portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos di-
outras providências. ferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
incluem: ... IV- as obras, objetos, documentos, edificações e demais
Citamos alguns artigos importantes da Legislação Federal: espaços destinados às manifestações artístico-culturais (Art. 216);
– A eliminação de documentos produzidos por instituições pú- – O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promo-
blicas e de caráter público será realizada mediante autorização da verá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inven-
instituição arquivística pública, na sua específica esfera de compe- tários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de ou-
tência (Lei no. 8.159, de 08/01/91, Art. 9°.); tras formas de acautelamento e preservação (Art. 216, parág. 1º.);
– Os documentos, em tramitação ou em estudo, poderão, a
critério da autoridade competente, ser microfilmados, não sendo Lei no. 8.159, de 08/01/91: dispõe sobre a Política Nacional de
permitida a sua eliminação até a definição de sua destinação final Arquivos Públicos e Privados
(Decreto no. 1.799, de 30/01/96, Art. 11); – É dever do Poder Público a gestão documental e a proteção
– A eliminação de documentos, após a microfilmagem, dar-se-á especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à
por meios que garantam sua inutilização, sendo a mesma precedida administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como ele-
de lavratura de termo próprio e após a revisão e a extração de filme mentos de prova e informação (Art. 1º.);
cópia (idem, Art. 12); – Os documentos de valor permanente são inalienáveis e im-
– A eliminação de documentos oficiais ou públicos só deverá prescritíveis (Art. 10);
ocorrer se prevista na tabela de temporalidade do órgão, aprovada – Ficará sujeito a responsabilidade penal, civil e administrativa,
pela autoridade competente na esfera de sua atuação e respeitado na forma da legislação em vigor aquele que desfigurar ou destruir
o disposto no art. 9° da Lei no. 8.159, de 8 de janeiro de 1991 (idem, documentos de valor permanente ou considerado como de interes-
Art. 12 parágrafo único). se público e social (Art. 25);
Constituição da República Federativa do Brasil (1988) Decreto no. 82.308, de 25/09/78: institui o Sistema Nacional de
– É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o Arquivo (SINAR)
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional (Art.5°, – Fica instituído o Sistema Nacional de Arquivo (SINAR) com
XIV); a finalidade de assegurar, com vistas ao interesse da comunidade,
– Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações ou pelo seu valor histórico, a preservação de documentos do Poder
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que Público (Art. 1o.);
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, res- – Compete ao Órgão Central do Sistema: ... III-supervisionar a
salvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da so- conservação dos documentos sob sua custódia (Art. 4°.);
ciedade e do Estado (Art. 5°., XXXIII); – Compete aos Órgãos Setoriais e Seccionais do Sistema: ... III
– São a todos assegurados, independentemente do pagamen- - preservar os documentos sob sua guarda, responsabilizando-se
to de taxas, ... b) a obtenção de certidões em repartições públicas, pela sua segurança (Art. 5º.); Decreto no. 1799, de 30 de janeiro de
para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse 1996: Regulamenta a Lei no. 5.433, de 8 de maio de 1968, que regu-
pessoal (Art. 5°., XXXIV); la a microfilmagem de documentos oficiais, e a outras providências)
– A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais – Os documentos oficiais ou públicos, com valor de guarda per-
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem (Art. manente, não poderão ser eliminados após a microfilmagem de-
5°., LX); vendo ser recolhidos ao arquivo público de sua esfera de atuação
– Conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimen- ou preservados pelo próprio órgão detentor (Art.13).
to de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se pre-
fira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo (Art. 5°,
LXXII);
– É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni-
cípios: ... II recusar fé aos documentos públicos (Art.19);

305
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Para a administração pública federal o modo de classificação
RESOLUÇÃO N.º 4, DE 28 DE MARÇO DE 1996. adotado foi o Método de Classificação Decimal (técnica de Melvil
Dispõe sobre o Código de Classificação de Documentos de Ar- Dewey). As dez principias são representadas por números inteiros
quivo para a Administração Pública. com três algarismos: Classe 100; Classe 200; Classe 300; Classe 400;
Classe 500; Classe 600; Classe 700; Classe 800; Classe 900.
Levando em consideração que o acumulo da massa docu- Essas classes podem ser divididas em subclasses, que podem
mental é um retrocesso da agilidade da obtenção da informação o ser divididas em grupo, que podem ser divididas em subgrupos. Os
presidente do CONARQ dentro de suas atribuições e baseado na números sempre estarão se submetendo a uma subordinação ao
Resolução 1º (adoção de um Plano de Classificação para arquivos anterior. Vejamos:
correntes) resolve aprovar medidas e definir funções. Classe 000
Para os Arquivos Públicos foi aprovado, para as Atividades- Subclasse 010
-Meio, o Código de Classificação da Administração Pública que ser- Grupo 012
ve como modelo. Também foi atribuído que as entidades poderão Subgrupo 012.11
adaptar esse Código de Classificação de acordo com a decorrência
de suas atividades, estipulando mudanças nos prazos de guarda, de Neste modelo de Plano de Classificação as classes de 000 e 900
destinação (eliminação ou guarda permanente), inserção de novas já vem rotuladas com seus respectivos assuntos: Administração Ge-
classes, subclasses e assim por diante. ral e Assuntos Diversos. Mesmo com essas definições essas duas
classes poderão sofrer alterações no seu contexto de subclasses,
Classificação, Temporalidade e Destinação de Documentos de grupos e subgrupos. Alterações que poderão acrescentar ou reduzir
Arquivos Relativos às Atividade – Meio da Administração Pública. seu volume de informação. Essas duas classes já foram incluídas no
A Política Nacional de Arquivos, de acordo com os princípios modelo Plano de Classificação porque segundo seus elaboradores
teóricos da moderna Arquivologia, compreende a definição e a no- essas são duas classes comuns a toda Atividades-Meio de uma orga-
ção de um conjunto de normas e procedimentos técnicos e admi- nização. O restante das classes fica aberto para o uso de acordo com
nistrativos para disciplinar as atividades relativas aos serviços ar- as atividades documentais executadas pela organização.
quivísticos da administração pública, trazendo, por consequência, a
melhoria dos arquivos públicos. A implantação dessa política inclui Aplicação do Código de Classificação de Documentos de Ar-
necessariamente o processo de restauração da própria administra- quivo
ção pública. A classificação faz parte do importante processo de Gestão Do-
No entanto, com essa modernização, pressupõem novas for- cumental de Arquivos, pois a classificação faz parte da eficiência, do
mas de relacionamento entra máquina administrativa governamen- controle e da agilidade no gerenciamento das informações.
tal e seus arquivos, como condição imprescindível para que estes Duas etapas caracterizam a aplicação do Código de Classifica-
últimos sirvam como instrumento de apoio à organização do estado ção: Classificação e Arquivamento.
e da sociedade.
O controle sobre a produção documental e a racionalização de a) Classificação
seu fluxo, atreves da aplicação de modernas técnicas e recursos tec- Primeiramente, essa etapa deve ser realizada por servidores
nológicos, são objetivos de um programa de gestão de documentos, treinado e aptos. O processo de classificação é lento pois necessita
que levará à melhoria dos serviços arquivísticos, reganhando, com da leitura de cada documento com o intuito de aplicar o código de
isso, a função social que os arquivos devem ter, aumentando-lhes a classificação (ESTUDO). Quando a informação se refere a dois ou
eficácia garantindo o cumprimento dos direitos de cidadania e mais assuntos é usado um mecanismo, chamado Referência Cruza-
sendo, para o próprio Estado suporte para as decisões políticos-ad- da, onde é usado uma folha de referência. Essa folha é colocada na
ministrativas. pasta ou nas pastas onde a referência é menor e, consequentemen-
Contudo, o Código de Classificação de Documentos de Arquivo te, o documento vai ocupar o lugar onde ele tem maior importân-
para a Administração Pública: atividades meio e a tabela básica de cia. A codificação é importante na classificação pois faz uma revisão
temporalidade e destinação de documentos de arquivos relativos dos códigos utilizados e sua confirmação é feita com o registro do
às atividades meio da Administração Pública foram elaborados por código na primeira folha do documento.
técnicos do Arquivo Nacional, da antiga Secretaria de Administra-
ção Federal e do Ministério do Planejamento e Orçamento e cons- b) Arquivamento
tituem elementos essenciais à organização do arquivos correntes e Com a efetuação da classificação o documento, ele deve ser
intermediários, permitindo o acesso aos documentos através da encaminhado para o seu destino: a tramitação ou despacho final. O
racionalização e controlo eficazes das informações neles contidas. arquivamento tem o objetivo de preservar a ordem estabelecida
É importante focar que, a utilização desses instrumentos (Tabe- pelos códigos aplicados na fase de classificação (Princípio da Pro-
la de Temporalidade e Destinação), além de possibilitar o controle veniência) visando o acelerar o arquivamento. Uma característica
e a rápida recuperação de informações, orientará as atividades de importante no processo de arquivamento é a preocupação com a
racionalização da produção e fluxo documentais, avaliação e desti- utilização do espaço (hoje em dia praticamente todos os Arquivos
nação dos documentos produzidos e recebidos, aumentando a efi- sofrem com esse problema) por isso neste processo há a preocupa-
cácia dos serviços arquivísticos da administração pública em todas ção se existem réplicas ou documentos que falam do mesmo assun-
as esferas. to, havendo isso, serão encaminhados para a eliminação.
Código de Classificação de Documentos de Arquivo
É o principal instrumento para a classificação dos documentos
no Arquivo Corrente ou na massa documental. A ordem estabeleci-
da é baseada no agrupamento de documentos de um mesmo tema,
com a preocupação de agilizar o recolhimento, transferência e o
acesso ao documento.

306
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivo da Atividades-Meio da Administração Pública
Na necessidade de medidas que definam quais são as atitudes a serem tomadas com os documentos, em relação a preservação, des-
tinação intermediária ou permanente de acordo com seu valor secundário representado para a sociedade, é necessário a elaboração de
uma Tabela de Temporalidade.

a) Disposição da Tabela de Temporalidade


Sendo resultante de várias análises a Tabela de Temporalidade tem os objetivos de definir guarda, destinação e garantir o fácil e rápido
acesso às informações. Em sua estrutura básica são encontrados os prazos de guarda na fase corrente e intermediária, e sua destinação
final além de observações para maior entendimento.

b) Elaboração da Tabela de Temporalidade


O Princípio das Três Idades é fundamental, pois ele rege toda a vida da informação, atendendo as necessidades da Tabela de Tempo-
ralidade. Para a determinação do caráter primário ou secundário é necessário a verificação se a informação tem caráter administrativo ou
probatório/informativo, respectivamente. Em seguida vem a formação de uma Comissão Permanente de Avaliação. Essa Comissão levan-
tará dados sobre as atividades desenvolvidas pela Administração Geral e suas subsidiárias afim de determinar o melhor período de tempo
que documento dever permanecer em cada fase.
Depois de sua elaboração, a Tabela de Temporalidade é encaminhada para a instituição arquivística pública responsável pela área de
situação do Arquivo requerente (onde será aprovada ou não), também há a necessidade de edição da mesma em Diário Oficial e é espe-
rado 45 dias para possíveis manifestações. Depois desse processo e com a aprovação, a Tabela de Temporalidade, da empresa pública ou
privada, será implantada com a orientação e acompanhamento de um Arquivista.

c) Aplicação da Tabela de Temporalidade


O usuário da Tabela de Temporalidade terá a sua disposição, na própria tabela, as orientações e explicações. A principal preocupação
na aplicação da Tabela de Temporalidade é a verificação da organicidade estabelecida aos documentos de arquivo. Esse é a principal mu-
dança que os Arquivos estão sofrendo hoje em dia.
A aplicação da Tabela de Temporalidade tem sido comprometida pois muitos Arquivos não têm profissionais com nível superior de
Arquivologia, ou seja, o responsável, que não tem o curso, na maioria das vezes não é condizente com a utilização do Plano de Classificação
e a aplicação da Tabela de Temporalidade, comprometendo a ênfase da Arquivologia: a organicidade.
A Tabela de Temporalidade é um modo de controlar o fluxo dos documentos em cada fase. Na fase corrente, o valor primário é o
importante; na fase intermediária, o valor primário perde importância e é feita uma averiguação do seu valor secundário e é dado um
prazo de precação (para possíveis pesquisas); em seguida é eliminado ou passa para a guarda permanente (quando constatado seu valor
secundário). Baseado nesses princípios a Tabela de Temporalidade estipula o tempo que o documento deve permanecer na fase corrente
e intermediária ou se será eliminado ou destinado à guarda permanente.

Normas
(Caro(a) candidato(a) os arquivos das normas são extensivos e não tem como serem resumidos, por isso não colocamos os mesmos em
nosso material. Sugerimos para aprofundamento do seu estudo, a leitura das normas.)
– ISAD(G) – Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística
– ISAAR(CPF) – Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias
– ISDF – Norma Internacional para a Descrição de Funções
– ISDIAH – Norma Internacional para Instituições com Acervo Arquivístico.

Sistema “é o conjunto de princípios coordenados entre si, de modo que concorram para um determinado fim”. Paes (2005) ensina que
os métodos de arquivamento podem ser divididos em duas classes:

307
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
No sistema direto buscamos os documentos diretamente onde estão localizados, sem o auxílio de instrumentos de pesquisa. Dentro
desse sistema temos os métodos de arquivamento:
- Alfabético: organização dos documentos feita palavra por palavra e letra por letra. Devemos observar as regras de alfabetação para
a utilização desse método.
- Geográfico: a utilização deste método é tomada quando a política de arquivo define como primordial para organização dos docu-
mentos é a procedência local do mesmo.

Método de Arquivamento

CLASSIFICAÇÃO POR ASSUNTO MÉTODO GEOGRÁFICO


Brasília
PATRIMÔNIO Rio de Janeiro
São Paulo
MÉTODO ALFABÉTICO
Aguiar, Celso
PESSOAL - ADMISSÃO Borges, Francisco
Cardoso Jurandir
Castro, Lúcia
MÉTODO (SECUNDÁRIO) CRONOLÓGICO
Jan. a jul. de 1980
DEMISSÃO - FOLHAS DE PAGAMENTO
Ago. a dez. 1980
Jan. a jul 1981

- Correspondência com outros países: alfabeta-se em primeiro lugar o país, seguido da capital e do correspondente. As demais cidades
serão alfabetadas em ordem alfabética, após as respectivas capitais dos países a que se referem.

Regras de alfabetação1
As seguintes as regras de alfabetação obedecem ao seguinte:
O arquivamento de NOMES obedece a algumas regras, denominadas Regras de Alfabetação, que são as seguintes:
- Nos nomes individuais considera-se, primeiramente, o último nome e depois o prenome.

EXEMPLO:
Miguel Soares Brito
Cláudia Regina Vieira
Ivo Pereira da Paz
ARQUIVAM- SE:
1º BRITO, Miguel Soares
2º PAZ, Ivo Pereira da
3º VIEIRA, Cláudia Regina

– Quando houver sobrenomes iguais, prevalece a ordem alfabética do prenome.


EXEMPLO:
Hermínia Ferreira
Ana Lúcia Ferreira
Mauro Ferreira
ARQUIVAM- SE:
1º FERREIRA, Ana Lúcia
2º FERREIRA, Hermínia
3º FERREIRA, Mauro

– Nomes compostos de um substantivo e um adjetivo ou ligados por hífen não se separam.


EXEMPLO:
Heitor Villa Lobos
Elza Campo Verde
Teobaldo Casa Grande
ARQUIVAM- SE:
1º CAMPO VERDE, Elza
2º CASA GRANDE, Teobaldo
1 Fonte: Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica

308
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OUTHWAITE, William
3º VILLA LOBOS, Heitor
– As partículas dos nomes estrangeiros podem ou não ser con-
– Os nomes com SANTA, SANTO ou SÃO seguem a regra dos sideradas. O mais comum é considera-la como parte integrante do
nomes formados de um adjetivo e um substantivo. nome, principalmente quando escritas em letra maiúscula.
EXEMPLO: EXEMPLO:
Vera Maria São Gonçalo Francisco Di Cavalcanti
Carmem Santo Antônio Lilian Cruz D’Almada
Maria da Paz Santa Cruz Maria Luiza O’Hara
ARQUIVAM- SE: ARQUIVAM- SE:
1º SANTA CRUZ, Maria da Paz 1º D’ALMADA, Lilian Cruz
2º SANTO ANTÔNIO, Carmem 2º DI CAVALCANTI, Francisco
3º SÃO GONÇALO, Vera Maria 3º O’HARA, Maria Luiza
– As iniciais abreviativas de prenomes têm precedência na clas- – Os nomes espanhóis são registrados pelo penúltimo sobreno-
sificação de nomes iguais. me, que corresponde ao sobrenome da família do pai.
EXEMPLO: EXEMPLO:
Moacir Moreira Angel Del Arco Y Molinero
Moisés Moreira Juan Garcia Vasques
M. Moreira Antonio de los Rios
ARQUIVAM- SE: ARQUIVAM-SE:
1º MOREIRA, M. 1º ARCO Y MOLINERO, Agel Del
2º MOREIRA, Moacir
3º RIOS, Antonio de los
3º MOREIRA, Moisés
2º GARCIA VASQUES, Juan
– As partículas tais como de, d’, da, do, e, não são consideradas. – Os nomes orientais japoneses, chineses, árabes e outros são
EXEMPLO: arquivados como se apresentam.
Virgínia Souza e Silva EXEMPLO:
Heloísa R. do Amparo Li Yutang
Regina Viana d’Almeida Adib Hassib
ARQUIVAM- SE: Al BenHur
ALMEIDA, Regina Viana d’ ARQUIVAM-SE:
AMPARO, Heloísa R. do Adib Hassib
SILVA, Virgínia Souza e Al BenHur
Li Yutang
– Os nomes que exprimem grau de parentesco, como: FILHO, – Os nomes de firmas e empresas devem ser considerados tais
JUNIOR, NETO, SOBRINHO, são considerados parte integrante do úl- como se apresentam.
timo sobrenome, mas não são considerados na alfabetação. EXEMPLO:
EXEMPLO: Transportadora Americana Ltda
André Luís Silva Júnior Sapataria Dengo e Denga S/A
Marcos Soares Filho Rezende Barros & Cia
Amaury Reis Serafim Filho ARQUIVAM-SE:
ARQUIVAM-SE: REZENDE BARROS & CIA
SERAFIM FILHO, Amaury Reis SAPATARIA DENGO e DENGA S/A
SILVA JUNIOR, André Luís
TRANSPORTADORA AMERICANA LTDA
SOARES FILHO, Marcos
– Os nomes de instituições e órgãos governamentais em portu-
– Os títulos são colocados no fim, entre parênteses. guês, consideram-se como se apresentam.
EXEMPLO: EXEMPLO:
Maj Int Sérgio F. Brito Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
Ministro Moreira Lima Pe. Antônio Vieira Banco do Brasil
ARQUIVAM-SE: Companhia Estadual de Água e Esgoto
BRITO, Sérgio F. (Maj Int) ARQUIVAM-SE:
LIMA, Moreira (Ministro) BANCO do Brasil
VIEIRA, Antônio (Pe.) COMPANHIA Estadual de Água e Esgoto
EMPRESA Brasileira de Correios e Telégrafos
– Os nomes estrangeiros comuns são considerados pelo sobre-
nome, salvo nos casos de nomes espanhóis e orientais. – Os nomes de instituições ou órgãos de países estrangeiros
EXEMPLO: devem ser precedidos pelo nome do país.
John E. Bingham EXEMPLO:
George Mac Donald Public Record Office
William Outhwaite Editorial Hispano Europea, S.A
ARQUIVAM- SE: United State Air Force
BINGHAM, John E. ARQUIVAM-SE:
MAC DONALD, George

309
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ESPANHA Editorial LETRAS CORES
Hispano Europea, S.A
ESTADOS UNIDOS United A, B, C, D e abreviações Ouro
State Air Force E, F, G, H e abreviações Rosa
INGLATERRA Public
I, J, K, L, M, N e abreviações Verde
Record Office
O, P, Q e abreviações Azul
– Nos títulos de congressos, seminários, conferências, assem- R, S, T, U, V, W, Y, Z e abreviações Palha
bleias, reuniões e outros eventos. Os números arábicos, romanos
ou escritos por extenso, deverão aparecer no fim, entre parênteses. – Automático: É utilizado somente na Europa. Nesse método
EXEMPLO: os papéis são arquivados com guias alfabéticas numeradas uma a
1º Seminário sobre Medicina Aeroespacial uma. Este método é combina letras, números e cores. É considera-
VII Congresso Brasileiro de Arquivologia do um método semidireto porque quando vai numerar é necessário
Quarta Assembleia de Diretores Lojistas olhar uma tabela antes (indireto), mas o nome é alfabético (direto).
ARQUIVAM- SE: – Soundex: Utilizado somente na Europa. Este método utiliza a
ASSEMBLEIA de Diretores Lojistas (Quarta) fonética (som das palavras) e não pela ordem alfabética. Método
CONGRESSO Brasileiro de Arquivologia (VII) soundex: ordenação que tem por eixo a fonética dos nomes que
SEMINÁRIO sobre Medicina Aeroespacial (1º) intitulam os documentos de um determinado arquivo. Usam-se no-
mes para a organização dos arquivos, reunindo-os pela semelhança
Estas regras podem ser alteradas para melhor adaptarem-se à da pronúncia, mesmo que a grafia seja diferente.
empresa, instituição, firma, órgão, desde que o critério escolhido – Mnemônico: É considerado um método obsoleto. Busca com-
seja uniforme para toda a empresa, e que sejam feitas remissivas* binar as letras do alfabeto (símbolos) de forma a auxiliar a memória
para serem evitadas dúvidas futuras. na busca da informação no material de arquivo.
ex.: Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. – Rôneo: Também é considerado um método obsoleto. Conhe-
ver EMBRAER cido como um método híbrido. Ele combina letras, números e cores.
Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária Através da gestão de documentos podemos fazer um correto
ver INFRAERO arquivamento. Ela surgiu a partir da necessidade das organizações
em gerenciar a informação que se encontrava desestruturada, vi-
Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica sando facilitar o acesso ao conhecimento explícito da corporação.
ver CENDOC Pode ser considerada como um conjunto de soluções utilizadas
para assegurar a produção, administração, manutenção e destina-
No sistema indireto, para recuperarmos os documentos de que ção dos documentos possibilitando fornecer e recuperar as infor-
necessitamos, temos de nos valer de instrumento (s) de pesquisa mações contidas nos documentos de uma maneira conveniente.
(s), como índices e catálogos, os principais métodos deste sistema (SANTOS, 2002).
são:

– Numérico: pode ser cronológico, simples ou digital. Precisa- No Brasil, a gestão documental é regulamentada na Lei nº
-se de uma espécie sumário ou índice para que possamos recuperar 8.159/91 que “Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos
o documento. Tal método só deve ser utilizado para quantidade pe- e privados e dá outras providências”.
quena de documentos.
– Por assunto: método muito utilizado para tratar de grandes A Gestão de documentos trata-se de um conjunto de medidas
massas de documentos. Este método requer, obrigatoriamente, a e rotinas que garante o efetivo controle de todos os documentos de
elaboração de um alfabético remissivo, além de uma grande espe- qualquer idade desde sua produção até sua destinação final
cialização do arquivista para atribuir os devidos termos (descrito- (eliminação ou guarda permanente), com vistas à racionalização e
res) aos respectivos documentos. eficiência administrativas, bem como à preservação do patrimônio
documental de interesse histórico-cultural. Pressupõe-se, portanto,
A função primordial dos arquivos é disponibilizar as informa- uma intervenção no ciclo de vida dos documentos desde a sua pro-
ções contidas nos documentos para a tomada de decisão e com- dução até serem eliminados ou recolhidos para guarda definitiva.
provação de direitos e obrigações, o que só se efetivará se os do- Um programa geral de gestão compreende todas as atividades
cumentos estiverem corretamente classificados e devidamente inerentes às idades corrente e intermediária de arquivamento, o
guardados. que garante um efetivo controle da produção documental nos ar-
quivos correntes (valor administrativo/vigência), das transferências
– Variadex: Segundo PAES (2002), a Remington Rand concebeu aos arquivos centrais/intermediários (local onde os documentos ge-
o método variadex, introduzindo as cores como elementos auxilia- ralmente aguardam longos prazos precaucionais), do processamen-
res para facilitar não só o arquivamento, como a localização de do- to das eliminações e recolhimentos ao arquivo permanente (valor
cumentos. Nesse método, trabalha-se com uma chave constituída histórico-cultural).
de cinco cores.
Ciclo de vidas de um documento
• Correntes: conjunto de documentos atuais, em curso, que
são objeto de consultas e pesquisas frequentes.
• Temporários: conjunto de documentos oriundos de arquivos
correntes que aguardam remoção para depósitos temporários.
• Permanentes: conjunto de documentos de valor histórico,

310
científico ou cultural que devem ser preservados CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
indefinidamente.

311
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O termo arquivo morto, o que caracteriza um erro dentro do estudo da arquivística. Documentos que não são consultados com frequ-
ência, mas que possuem valor, devem ser classificados como Documentos Permanentes.

1ª IDADE
– Documentos vigentes, frequentemente consultados
ARQUIVO CORRENTE
– Final de vigência; documentos que aguardam prazos longos de prescrição ou
2ª IDADE
precaução;
– Raramente consultados;
ARQUIVO INTERMEDIÁRIO E/OU CENTRAL
– Aguardam a destinação final: eliminação ou guarda permanente.
3ª IDADE
– Documentos que perderam a vigência administrativa, porém são providos de
valor secundário ou histórico-cultural
ARQUIVO PERMANENTE

IDADE DO DURAÇÃO FREQUÊNCIA DE LOCAL DE


VALOR
DOCUMENTO MÉDIA USO / ACESSO ARQUIVAMENTO
– Documentos vigentes
Imediato – Muito consultados Arquivo Corrente
ADMINISTRATIVA Cerca de 5 anos
ou Primário – Acesso restrito ao organismo (próximo ao produtor)
produtor
– Documentos vigentes
I – Primário – Regularmente consultados Arquivo Central
5 + 5 = 10 anos
reduzido – Acesso restrito ao organismo (próximo à administração)
produtor
INTERMEDIÁRIA II – Primário – Documentos vigentes
10 + 20 = 30 anos
mínimo – Prazo precaucional longo
Arquivo intermediário (exte-
– Referência ocasional
rior à Instituição ou anexo ao
III – Secundário – Pouca frequência de uso
30 + 20 = 50 anos Arquivo Permanente)
potencial – Acesso público mediante autori-
zação
– Documentos que perderam a
vigência Arquivo Permanente ou
HISTÓRICA Secundário Definitiva
– Valor permanente Histórico
– Acesso público pleno

Os três momentos de gestão são fáceis de serem reconhecidos e não são consecutivos. Eles são:
1. Produção dos documentos: elaboração de formulários, implantação de sistemas de organização da informação, aplicação de novas
tecnologias aos procedimentos administrativos.
2. Manutenção e uso: implantação de sistemas de arquivo, seleção dos sistemas de reprodução, automatização do acesso, mobiliário,
materiais, local.
3. Destinação final dos documentos: programa de avaliação que garanta a proteção dos conjuntos documentais de valor permanente
e a eliminação de documentos rotineiros e desprovidos de valor probatório e informativo.

A avaliação de documentos de arquivo é uma etapa decisiva no processo de implantação de políticas de gestão de documentos, tanto
nas instituições públicas quanto nas empresas privadas. Consiste fundamentalmente em identificar valores e definir prazos de guarda para
os documentos de arquivo, independentemente de seu suporte ser o papel, o filme, a fita magnética, o disquete, o disco ótico ou qualquer
outro.

Para a implantação do processo de avaliação de documentos é necessário seguir os seguintes passos:


1) Constituição formal da Comissão de Avaliação de Documentos, para garantir a legitimidade e autoridade à equipe responsável;
2) Elaboração de textos legais ou normativos que definam normas e procedimentos para o trabalho de avaliação;
3) Estudo da estrutura administrativa do órgão e análise das competências, funções e atividades de cada uma de suas unidades;
4) Levantamento da produção documental: entrevistas com funcionários, responsáveis e encarregados, até o nível de seção, para
identificar as séries documentais geradas no exercício de suas competências e atividades;
5) Análise do fluxo documental: origem, pontos de tramitação e encerramento do trâmite;
6) Identificação dos valores dos documentos de acordo com sua idade: administrativo, legal, fiscal, técnico, histórico;
7) Definição dos prazos de guarda em cada local de arquivamento.

312
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Associativismo
Gestão eletrônica de documentos (GED) Quantas são, como estão distribuídas regionalmente e como
A gestão eletrônica de documentos (GED) surge como mais funcionam as associações profissionais da área? Quantos são os as-
uma ferramenta considerada importante e imprescindível para o sociados? Qual o perfil dos associados e dos quadros dirigentes?
gerenciamento da massa documental. Ela gerencia não apenas do- Quais a atividades desenvolvidas?
cumentos digitais, e sim todo e qualquer documento, independente
do suporte físico. Docência e docentes em Arquivologia
Para sua implantação, o primeiro passo é criar a infraestrutura Quantos são? Desde quando atuam na docência? Quantos
necessária: cabeamento, aquisição de servidor, microcomputado- possuem graduação em Arquivologia ou em outras áreas? Quantos
res, instalação de redes, aquisição de softwares específicos para possuem pós-graduação? Em quais áreas? Quais as experiências
cada área etc. Em seguida treinar toda a equipe de usuários, para prévias no campo dos arquivos? Qual a distribuição regional dessa
enfim, proceder aos trabalhos de recebimento, registro, indexação, comunidade profissional? Quais as faixas salariais? Qual o gênero?
controle e arquivamento dos documentos. Qual a idade? Quais as linhas de pesquisa?
Vantagens da GED: Quais os temas arquivísticos com maior ou menor incidência de
– Interação entre sistemas como correio eletrônico e mensa- professores? Como e em quais unidades acadêmicas se inserem os
gens instantâneas; cursos de Arquivologia? Qual a relação acadêmica desses cursos de
– Aumento da disseminação da informação, através do acesso Arquivologia com cursos de Biblioteconomia, História, Adminis-
múltiplo a um documento digitalizado; tração etc.?
– Redução de custos com reprografia, duplicidade e extravio;
– Rapidez no acesso à informação; Usos e usuários da informação arquivística
– Agilidade no atendimento; Quais são os usos e quem são os usuários dos arquivos? Como
– Informações mais precisas; se estruturam esses usos em diversos contextos? Qual o grau de sa-
– Redução da área física. tisfação dos usuários com os arquivos? Quais as demandas dos usu-
ários em relação aos arquivos? Quais as alterações no atendimento
Nos últimos anos vêm sendo ampliados no Brasil os debates so- ao usuário com o acesso a informações arquivísticas na internet?
bre a formulação, desenvolvimento e avaliação de políticas públicas Os setores de atendimento aos usuários estão se modificando em
arquivísticas. Essas reflexões a respeito do tema, revelam cada vez função da internet? Quem é o arquivista de referência hoje? Quais
mais a complexidade de elementos envolvidos no desenho e imple- as características da relação arquivistas-usuários em variados con-
mentação das políticas públicas no campo dos arquivos. textos institucionais? Quais os usuários potenciais, porém não aten-
A produção de conhecimento arquivístico não está mais, espe- didos pelos arquivos? Por que e como tal situação ocorre?
cialmente a partir dos anos 1990, restrita às instituições arquivís- Quais as ações desenvolvidas pelos arquivos públicos, asso-
ticas. É também um dever das universidades. Possivelmente essa ciações profissionais e universidades para ampliar o uso social dos
atribuição das universidades será mais eficazmente cumprida se arquivos?
resultar de diálogos permanentes com os arquivos públicos. Tais di- Quais as ações que podem favorecer o uso social dos arquivos?
álogos são ainda raros e pouco densos no caso brasileiro. Quais os obstáculos e aspectos favoráveis ao uso social dos ar-
A produção de conhecimento arquivístico que emerge das ins-
quivos?
tituições arquivísticas – historicamente um lócus privilegiado de
produção de saber arquivístico – não se faz acompanhar de sufi- Produção e difusão de conhecimento
ciente difusão desse saber. Os arquivos públicos brasileiros ainda Qual a quantidade e o universo temático de trabalhos finais de
difundem muito pouco o saber que, supõe-se, emerge das práticas graduação, dissertações, teses, anais de congressos, artigos de pe-
arquivísticas que desenvolvem. riódicos, livros etc.?
Outras questões que envolve este tema é a quantidade de Qual é a produção de conhecimento arquivístico da universida-
Universidades que ministram o curso de arquivistas, obras literá- de e das instituições arquivísticas? Quais os temas mais pesquisa-
rias que abordam sobre o assunto, concurso público para a área dos? Quais os mecanismos de difusão desse conhecimento?
pouco realizado. Muitas são as variantes que interferem na reali- Qual a atuação das agências governamentais de apoio à pes-
dade arquivística brasileira que contribuem para um diagnóstico da quisa em relação à produção de conhecimento arquivístico?
situação. Segundo artigo publicado pela UFBA2 foi levantado essas
variantes que se seguem: Arquivos públicos (Serviços arquivísticos e instituições arqui-
vísticas governamentais)
O perfil da atividade arquivística Quantos são? Qual é a distribuição regional? Qual a distribui-
Quais os profissionais que atuam no desenvolvimento de prá- ção por segmentos do Estado brasileiro (União, Estados e Muni-
ticas arquivísticas? cípios / Executivo, Legislativo e Judiciário)? Quais os desenhos de
Quantos são arquivistas graduados? Em quais universidades? estrutura organizacional? Quantos são e quais as condições de con-
Qual tipo de formação contínua esses profissionais desenvol- servação dos acervos? Qual o grau de autonomia financeira? Qual é
vem? Quantos possuem pós-graduação lato sensu e stricto sensu? o orçamento? Quais instrumentos garantem respaldo legal? Qual é
Em quais áreas? Quais são suas fontes de informação profissional? a infraestrutura física, tecnológica e humana? Quais os instrumen-
Qual a distribuição regional dessa comunidade profissional? tos de pesquisa? Qual o grau de normatização? Quais as normas
Quais as faixas salariais? arquivísticas utilizadas?
Qual o gênero?
Qual a idade?
Quantos atuam no setor público? Quantos atuam no setor pri-
vado?
Que relações mantêm com as associações profissionais?

313
CONHECIMENTOS
2 Ponto de Acesso, Salvador, v. 3, n. 1, p. 46-59, abr. 2009. ESPECÍFICOS

314
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA
Percepção social dos arquivos, da Arquivologia e dos arqui- Em âmbito federal o Decreto-Lei 200/67 regula a estrutura ad-
vistas ministrativa dividindo, para tanto, em Administração Direta e Admi-
Como são visualizados os arquivos e os arquivistas pela so- nistração Indireta.
ciedade brasileira? Quais as ações desenvolvidas pelos arquivos
públicos, associações profissionais e universidades para ampliar a Administração Direta
percepção social dos arquivos, da Arquivologia e dos arquivistas? A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos públi-
cos vinculados diretamente ao chefe da esfera governamental que
Prospecção (construção de cenários e identificação de ten- a integram.
dências com base em pesquisas)
Como se dá a ampliação crescente dos usos de tecnologias da DECRETO-LEI 200/67
informação? Em quais bases? Em consequência, há mais atendi- Art. 4° A Administração Federal compreende:
mentos remotos a usuários nos arquivos? I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integra-
Quais as perspectivas de efetiva ampliação de um Modelo de dos na estrutura administrativa da Presidência da República e dos
Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de Ministérios.
Documentos, preconizado pelo e-ARQ Brasil?
Como desenharmos hoje nossos programas de gerenciamento Por característica não possuem personalidade jurídica própria,
arquivístico, considerando essas tendências? patrimônio e autonomia administrativa e cujas despesas são reali-
Quais as perspectivas concretas de ampliação da formação de zadas diretamente por meio do orçamento da referida esfera.
arquivistas em níveis de graduação e pós-graduação? Quais as ten- Assim, é responsável pela gestão dos serviços públicos executa-
dências na pesquisa na área? dos pelas pessoas políticas por meio de um conjunto de órgãos que
Quais as tendências do nosso associativismo? estão integrados na sua estrutura.
Quais as tendências na forma pela qual os arquivos são visuali- Outra característica marcante da Administração Direta é que
zados pela sociedade brasileira? não possuem personalidade jurídica, pois não podem contrair direi-
Quais os instrumentos para minimizarmos as nossas desigual- tos e assumir obrigações, haja vista que estes pertencem a pessoa
dades arquivísticas num quadro de diversidade? política (União, Estado, Distrito Federal e Municípios).
A Administração direta não possui capacidade postulatória, ou
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO. ADMINISTRA- seja, não pode ingressar como autor ou réu em relação processual.
ÇÃO DIRETA E INDIRETA. ADMINISTRAÇÃO CENTRALI- Exemplo: Servidor público estadual lotado na Secretaria da Fazenda
ZADA E DESCENTRALIZADA que pretende interpor ação judicial pugnando o recebimento de al-
guma vantagem pecuniária. Ele não irá propor a demanda em face
da Secretaria, mas sim em desfavor do Estado que é a pessoa polí-
NOÇÕES GERAIS
tica dotada de personalidade jurídica com capacidade postulatória
Para que a Administração Pública possa executar suas ativida-
para compor a demanda judicial.
des administrativas de forma eficiente com o objetivo de atender
os interesses coletivos é necessária a implementação de tecnicas Administração Indireta
organizacionais que permitam aos administradores públicos decidi- São integrantes da Administração indireta as fundações, as au-
rem, respeitados os meios legias, a forma adequada de repartição tarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
de competencias internas e escalonamento de pessoas para melhor
atender os assuntos relativos ao interesse público. DECRETO-LEI 200/67
Celso Antonio Bandeira de Mello, em sua obra Curso de Direito Art. 4° A Administração Federal compreende:
Administrativo assim afirma: “...o Estado como outras pessoas de [...]
Direito Público que crie, pelos múltiplos cometimentos que lhe as- II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes ca-
sistem, têm de repartir, no interior deles mesmos, os encargos de tegorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
sua alçada entre diferentes unidades, representativas, cada qual, de a) Autarquias;
uma parcela de atribuições para decidir os assuntos que lhe são b) Empresas Públicas;
afetos...” c) Sociedades de Economia Mista.
d) fundações públicas.
A Organização Administrativa é a parte do Direito Administra- Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administra-
tivo que normatiza os órgãos e pessoas jurídicas que a compõem, ção Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência
além da estrutura interna da Administração Pública. estiver enquadrada sua principal atividade.
Em âmbito federal, o assunto vem disposto no Decreto-Lei n.
200/67 que “dispõe sobre a organização da Administração Pública Essas quatro pessoas ou entidades administrativas são criadas
Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa”. para a execução de atividades de forma descentralizada, seja para
O certo é que, durante o exercício de suas atribuições, o Esta- a prestação de serviços públicos ou para a exploração de atividades
do pode desenvolver as atividades administrativas que lhe compete econômicas, com o objetivo de aumentar o grau de especialidade
por sua própria estrutura ou então prestá-la por meio de outros e eficiência da prestação do serviço público. Têm característica de
sujeitos. autonomia na parte administrativa e financeira
A Organização Administrativa estabelece as normas justamen-
te para regular a prestação dos encargos administrativos do Estado O Poder Público só poderá explorar atividade econômica a títu-
bem como a forma de execução dessas atividades, utilizando-se de lo de exceção em duas situações previstas na CF/88, no seu art. 173:
técnicas administrativas previstas em lei. - Para fazer frente à uma situação de relevante interesse cole-
tivo;
- Para fazer frente à uma situação de segurança nacional.

315
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
b) pessoas/entidades administrativas ou particulares as quais
O Poder Público não tem a obrigação de gerar lucro quando foi atribuído o desempenho da atividade em questão.
explora atividade econômica. Quando estiver atuando na atividade Importante ressaltar que dessa relação de descentralização não
econômica, entretanto, estará concorrendo em grau de igualdade há que se falar em vínculo hierárquico entre a Administração Cen-
com os particulares, estando sob o regime do art. 170 da CF/88, tral e a pessoa descentralizada, mantendo, no entanto, o controle
inclusive quanto à livre concorrência. sobre a execução das atividades que estão sendo desempenhadas.
Por sua vez, a desconcentração está sempre referida a uma úni-
DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO ca pessoa, pois a distribuição de competência se dará internamen-
No decorrer das atividades estatais, a Administração Pública te, mantendo a particularidade da hierarquia.
pode executar suas ações por meios próprios, utilizando-se da es-
trutura administrativa do Estado de forma centralizada, ou então CRIAÇÃO, EXTINÇÃO E CAPACIDADE PROCESSUAL DOS ÓR-
transferir o exercício de certos encargos a outras pessoas, como en- GÃOS PÚBLICOS
tidades concebidas para este fim de maneira descentralizada.
Assim, como técnica administrativa de organização da execu- Conceito:
ção das atividades administrativas, o exercício do serviço público Órgãos Públicos, de acordo com a definição do jurista adminis-
poderá ser por: trativo Celso Antônio Bandeira de Mello “são unidade abstratas que
sintetizam os vários círculos de atribuição do Estado.”
Centralização: Quando a execução do serviço estiver sendo Por serem caracterizados pela abstração, não tem nem vonta-
feita pela Administração direta do Estado, ou seja, utilizando-se do de e nem ação próprias, sendo os órgão públicos não passando de
conjunto orgânico estatal para atingir as demandas da sociedade. mera repartição de atribuições, assim entendidos como uma uni-
(ex.: Secretarias, Ministérios, departamentos etc.). dade que congrega atribuições exercidas por seres que o integram
Dessa forma, o ente federativo será tanto o titular como o pres- com o objetivo de expressar a vontade do Estado.
tador do serviço público, o próprio estado é quem centraliza a exe- Desta forma, para que sejam empoderados de dinamismo e
cução da atividade. ação os órgãos públicos necessitam da atuação de seres físicos, su-
jeitos que ocupam espaço de competência no interior dos órgãos
Descentralização: Quando estiver sendo feita por terceiros que para declararem a vontade estatal, denominados agentes públicos.
não se confundem com a Administração direta do Estado. Esses ter-
ceiros poderão estar dentro ou fora da Administração Pública (são Criação e extinção
sujeitos de direito distinto e autônomo). A criação e a extinção dos órgãos públicos ocorre por meio de
Se os sujeitos que executarão a atividade estatal estiverem vin- lei, conforme se extrai da leitura conjugada dos arts. 48, XI, e 84,
culadas a estrutura centra da Administração Pública, poderão ser VI, a, da Constituição Federal, com alteração pela EC n.º 32/2001.6
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de econo- Em regra, a iniciativa para o projeto de lei de criação dos órgãos
mia mista (Administração indireta do Estado). Se estiverem fora da públicos é do Chefe do Executivo, na forma do art. 61, § 1.º, II da
Administração, serão particulares e poderão ser concessionários, Constituição Federal.
permissionários ou autorizados. “Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe
Assim, descentralizar é repassar a execução de das atividades a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do
administrativas de uma pessoa para outra, não havendo hierarquia. Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da Re-
Pode-se concluir que é a forma de atuação indireta do Estado por pública, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
meio de sujeitos distintos da figura estatal Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos
Desconcentração: Mera técnica administrativa que o Estado previstos nesta Constituição.
utiliza para a distribuição interna de competências ou encargos de
sua alçada, para decidir de forma desconcentrada os assuntos que § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as
lhe são competentes, dada a multiplicidade de demandas e interes- leis que:
ses coletivos. [...]
Ocorre desconcentração administrativa quando uma pessoa
política ou uma entidade da administração indireta distribui com- II - disponham sobre:
petências no âmbito de sua própria estrutura a fim de tornar mais [...]
ágil e eficiente a prestação dos serviços.
Desconcentração envolve, obrigatoriamente, uma só pessoa e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração
jurídica, pois ocorre no âmbito da mesma entidade administrativa. pública, observado o disposto no art. 84, VI;
Surge relação de hierarquia de subordinação entre os órgãos
dela resultantes. No âmbito das entidades desconcentradas temos Entretanto, em alguns casos, a iniciativa legislativa é atribuída,
controle hierárquico, o qual compreende os poderes de comando, pelo texto constitucional, a outros agentes públicos, como ocorre,
fiscalização, revisão, punição, solução de conflitos de competência, por exemplo, em relação aos órgãos do Poder Judiciário (art. 96, II,
delegação e avocação. c e d, da Constituição Federal) e do Ministério Público (127, § 2.º),
cuja iniciativa pertence aos representantes daquelas instituições.
Diferença entre Descentralização e Desconcentração Trata-se do princípio da reserva legal aplicável às técnicas de
As duas figuras técnicas de organização administrativa do Esta-
organização administrativa (desconcentração para órgãos públicos
do não podem ser confundidas tendo em vista que possuem con- e descentralização para pessoas físicas ou jurídicas).
ceitos completamente distintos.
A Descentralização pressupõe, por sua natureza, a existência Atualmente, no entanto, não é exigida lei para tratar da orga-
de pessoas jurídicas diversas sendo: nização e do funcionamento dos órgãos públicos, já que tal matéria
a) o ente público que originariamente tem a titularidade sobre pode ser estabelecida por meio de decreto do Chefe do Executivo.
a execução de certa atividade, e;

316
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PESSOAS ADMINISTRATIVAS
De forma excepcional, a criação de órgãos públicos poderá ser
instrumentalizada por ato administrativo, tal como ocorre na insti- Pessoas Políticas
tuição de órgãos no Poder Legislativo, na forma dos arts. 51, IV, e
52, XIII, da Constituição Federal. Autarquias
Neste contexto, vemos que os órgãos são centros de compe- As autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas
tência instituídos para praticar atos e implementar políticas por in- por lei para a prestação de serviços públicos e executar as ativida-
termédio de seus agentes, cuja conduta é imputada à pessoa jurídi- des típicas da Administração Pública, contando com capital exclusi-
ca. Esse é o conceito administrativo de órgão. É sempre um centro vamente público.
de competência, que decorre de um processo de desconcentração O Decreto-lei 200/67 assim conceitua as autarquias:
dentro da Administração Pública. Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com perso-
Capacidade Processual dos Órgãos Públicos
nalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar ati-
Como visto, órgão público pode ser definido como uma unida-
vidades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu
de que congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos que o
melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descen-
integram com o objetivo de expressar a vontade do Estado.
tralizada.
Na realidade, o órgão não se confunde com a pessoa jurídica,
embora seja uma de suas partes integrantes; a pessoa jurídica é o As autarquias são regidas integralmente por regras de direito
todo, enquanto os órgãos são parcelas integrantes do todo. público, podendo, tão-somente, serem prestadoras de serviços e
O órgão também não se confunde com a pessoa física, o agente contando com capital oriundo da Administração Direta (ex.: IN-
público, porque congrega funções que este vai exercer. Conforme CRA, INSS, DNER, Banco Central etc.).
estabelece o artigo 1º, § 2º, inciso I, da Lei nº 9.784/99, que disci-
plina o processo administrativo no âmbito da Administração Públi- Características: Temos como principais características das au-
ca Federal, órgão é “a unidade de atuação integrante da estrutura tarquias:
da Administração direta e da estrutura da Administração indireta”. - Criação por lei: é exigência que vem desde o Decreto-lei nº 6
Isto equivale a dizer que o órgão não tem personalidade jurídica 016/43, repetindo-se no Decreto-lei nº 200/67 e no artigo 37, XIX,
própria, já que integra a estrutura da Administração Direta, ao con- da Constituição;
trário da entidade, que constitui “unidade de atuação dotada de - Personalidade jurídica pública: ela é titular de direitos e obri-
personalidade jurídica” (inciso II do mesmo dispositivo); é o caso gações próprios, distintos daqueles pertencentes ao ente que a ins-
das entidades da Administração Indireta (autarquias, fundações, tituiu: sendo pública, submete-se a regime jurídico de direito públi-
empresas públicas e sociedades de economia mista). co, quanto à criação, extinção, poderes, prerrogativas, privilégios,
Nas palavras de Celso Antônio Bandeira de Mello, os órgãos: sujeições;
“nada mais significam que círculos de atribuições, os feixes indivi- - Capacidade de autoadministração: não tem poder de criar o
duais de poderes funcionais repartidos no interior da personalidade próprio direito, mas apenas a capacidade de se auto administrar a
estatal e expressados através dos agentes neles providos”. respeito das matérias especificas que lhes foram destinadas pela
Embora os órgãos não tenham personalidade jurídica, eles pessoa pública política que lhes deu vida. A outorga de patrimônio
podem ser dotados de capacidade processual. A doutrina e a ju- próprio é necessária, sem a qual a capacidade de autoadministra-
risprudência têm reconhecido essa capacidade a determinados ór- ção não existiria.
gãos públicos, para defesa de suas prerrogativas. Pode-se compreender que ela possui dirigentes e patrimônio
Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, “embora despersonaliza- próprios.
dos, os órgãos mantêm relações funcionais entre si e com terceiros, - Especialização dos fins ou atividades: coloca a autarquia entre
das quais resultam efeitos jurídicos internos e externos, na forma as formas de descentralização administrativa por serviços ou fun-
legal ou regulamentar. E, a despeito de não terem personalidade cional, distinguindo-a da descentralização territorial; o princípio da
jurídica, os órgãos podem ter prerrogativas funcionais próprias que, especialização impede de exercer atividades diversas daquelas para
quando infringidas por outro órgão, admitem defesa até mesmo por as quais foram instituídas; e
mandado de segurança”. - Sujeição a controle ou tutela: é indispensável para que a au-
Por sua vez, José dos Santos Carvalho Filho, depois de lem- brar tarquia não se desvie de seus fins institucionais.
que a regra geral é a de que o órgão não pode ter capacida- de - Liberdade Financeira: as autarquias possuem verbas próprias
processual, acrescenta que “de algum tempo para cá, todavia, tem (surgem como resultado dos serviços que presta) e verbas orça-
evoluído a ideia de conferir capacidade a órgãos públicos para mentárias (são aquelas decorrentes do orçamento). Terão liberdade
certos tipos de litígio. Um desses casos é o da impetração de man- para manejar as verbas que recebem como acharem conveniente,
dado de segurança por órgãos públicos de natureza constitucional, dentro dos limites da lei que as criou.
quando se trata da defesa de sua competência, violada por ato de - Liberdade Administrativa: as autarquias têm liberdade para
outro órgão”. Admitindo a possibilidade do órgão figurar como par- desenvolver os seus serviços como acharem mais conveniente
te processual. (comprar material, contratar pessoal etc.), dentro dos limites da lei
Desta feita é inafastável a conclusão de que órgãos públicos que as criou.
possuem personalidade judiciária. Mais do que isso, é lícito dizer
que os órgãos possuem capacidade processual (isto é, legitimidade Patrimônio: as autarquias são constituídas por bens públicos,
para estar em juízo), inclusive mediante procuradoria própria, conforme dispõe o artigo 98, Código Civil e têm as seguintes carac-
Ainda por meio de construção jurisprudencial, acompanhando terísticas:
a evolução jurídica neste aspecto tem reconhecido capacidade pro- a) São alienáveis
cessual a órgãos públicos, como Câmaras Municipais, Assembleias b) impenhoráveis;
Legislativas, Tribunal de Contas. Mas a competência é reconhecida c) imprescritíveis
apenas para defesa das prerrogativas do órgão e não para atuação d) não oneráveis.
em nome da pessoa jurídica em que se integram.

317
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Contratos: os contratos celebrados pelas autarquias são de
Pessoal: em conformidade com o que estabelece o artigo 39 da caráter administrativo e possuem as cláusulas exorbitantes, que
Constituição, em sua redação vigente, as pessoas federativas garantem à administração prerrogativas que o contratado comum
(União, Estados, DF e Municípios) ficaram com a obrigação de insti- não tem, assim, dependem de prévia licitação, exceto nos casos de
tuir, no âmbito de sua organização, regime jurídico único para todos dispensa ou inexigibilidade e precisam respeitar os trâmites da lei
os servidores da administração direta, das autarquias e das funda- 8.666/1993, além da lei 10.520/2002, que institui a modalidade lici-
ções públicas. tatória do pregão para os entes públicos.
Isto acontece pelo fato de que por terem qualidade de pessoas
Controle Judicial: as autarquias, por serem dotadas de persona- jurídicas de direito público, as entidades autárquicas relacionam-se
lidade jurídica de direito público, podem praticar atos administrati-
com os particulares com grau de supremacia, gozando de todas as
vos típicos e atos de direito privado (atípicos), sendo este último,
prerrogativas estatais.
controlados pelo judiciário, por vias comuns adotadas na legislação
processual, tal como ocorre com os atos jurídicos normais pratica-
Empresas Públicas
dos por particulares.
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado, e
tem sua criação por meio de autorização legal, isso significa dizer
Foro dos litígios judiciais: a fixação da competência varia de
acordo com o nível federativo da autarquia, por exemplo, os litígios que não são criadas por lei, mas dependem de autorização legis-
comuns, onde as autarquias federais figuram como autoras, rés, as- lativa.
sistentes ou oponentes, têm suas causas processadas e julgadas na O Decreto-lei 200/67 assim conceitua as empresas públicas:
Justiça Federal, o mesmo foro apropriado para processar e julgar
mandados de segurança contra agentes autárquicos. Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
Quanto às autarquias estaduais e municipais, os processos em [...]
que encontramos como partes ou intervenientes terão seu curso na
Justiça Estadual comum, sendo o juízo indicado pelas disposições II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurí-
da lei estadual de divisão e organização judiciárias. dica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo
Nos litígios decorrentes da relação de trabalho, o regime po- da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica
derá ser estatutário ou trabalhista. Sendo estatutário, o litígio será que o Governo seja levado a exercer por fôrça de contingência ou de
de natureza comum, as eventuais demandas deverão ser processa- conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das
das e julgadas nos juízos fazendários. Porém, se o litígio decorrer de formas admitidas em direito.
contrato de trabalho firmado entre a autarquia e o servidor, a
natureza será de litígio trabalhista (sentido estrito), devendo ser re- As empresas públicas têm seu próprio patrimônio e seu capital
solvido na Justiça do Trabalho, seja a autarquia federal, estadual ou é integralmente detido pela União, Estados, Municípios ou pelo Dis-
municipal. trito Federal, podendo contar com a participação de outras pessoas
Responsabilidade civil: prevê a Constituição Federal que as pes- jurídicas de direito público, ou também pelas entidades da admi-
soas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus nistração indireta de qualquer das três esferas de governo, porém,
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. a maioria do capital deve ser de propriedade da União, Estados,
A regra contida no referido dispositivo, consagra a teoria da Municípios ou do Distrito Federal.
responsabilidade objetiva do Estado, aquela que independe da in-
vestigação sobre a culpa na conduta do agente. Foro Competente
A Justiça Federal julga as empresas públicas federais, enquanto
Prerrogativas autárquicas: as autarquias possuem algumas
a Justiça Estadual julga as empresas públicas estaduais, distritais e
prerrogativas de direito público, sendo elas:
municipais.
- Imunidade tributária: previsto no art. 150, § 2 º, da CF, veda
a instituição de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços
das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades essenciais Objetivo
ou às que delas decorram. Podemos, assim, dizer que a imunidade É a exploração de atividade econômica de produção ou comer-
para as autarquias tem natureza condicionada. cialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a ativida-
- Impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas: não pode de econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou
ser usado o instrumento coercitivo da penhora como garantia do preste serviço público.
credor.
- Imprescritibilidade de seus bens: caracterizando-se como Regime Jurídico
bens públicos, não podem ser eles adquiridos por terceiros através Se a empresa pública é prestadora de serviços públicos, por
de usucapião. consequência está submetida a regime jurídico público. Se a empre-
- Prescrição quinquenal: dívidas e direitos em favor de terceiros sa pública é exploradora de atividade econômica, estará submetida
contra autarquias prescrevem em 5 anos. a regime jurídico privado igual ao da iniciativa privada.
- Créditos sujeitos à execução fiscal: os créditos autárquicos são As empresas públicas, independentemente da personalidade
inscritos como dívida ativa e podem ser cobrados pelo processo es- jurídica, têm as seguintes características:
pecial das execuções fiscais. - Liberdade financeira: Têm verbas próprias, mas também são
contempladas com verbas orçamentárias;
- Liberdade administrativa: Têm liberdade para contratar e de-
mitir pessoas, devendo seguir as regras da CF/88. Para contratar,
deverão abrir concurso público; para demitir, deverá haver moti-
vação.

318
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Não existe hierarquia ou subordinação entre as sociedades de
Não existe hierarquia ou subordinação entre as empresas pú- economia mista e a Administração Direta, independentemente da
blicas e a Administração Direta, independentemente de sua fun- função dessas sociedades. No entanto, é possível o controle de le-
ção. Poderá a Administração Direta fazer controle de legalidade e galidade. Se os atos estão dentro dos limites da lei, as sociedades
finalidade dos atos das empresas públicas, visto que estas estão não estão subordinadas à Administração Direta, mas sim à lei que
vinculadas àquela. Só é possível, portanto, controle de legalidade as autorizou.
finalístico. As sociedades de economia mista integram a Administração
Como já estudado, a empresa pública será prestadora de ser- Indireta e todas as pessoas que a integram precisam de lei para au-
viços públicos ou exploradora de atividade econômica. A CF/88 torizar sua criação, sendo que elas serão legalizadas por meio do
somente admite a empresa pública para exploração de atividade registro de seus estatutos.
econômica em duas situações (art. 173 da CF/88): A lei, portanto, não cria, somente autoriza a criação das so-
- Fazer frente a uma situação de segurança nacional; ciedades de economia mista, ou seja, independentemente das ati-
- Fazer frente a uma situação de relevante interesse coletivo: vidades que desenvolvam, a lei somente autorizará a criação das
sociedades de economia mista.
A empresa pública deve obedecer aos princípios da ordem A Sociedade de economia mista, quando explora atividade eco-
econômica, visto que concorre com a iniciativa privada. Quando o nômica, submete-se ao mesmo regime jurídico das empresas pri-
Estado explora, portanto, atividade econômica por intermédio de vadas, inclusive as comerciais. Logo, a sociedade mista que explora
uma empresa pública, não poderão ser conferidas a ela vantagens atividade econômica submete-se ao regime falimentar. Sociedade
e prerrogativas diversas das da iniciativa privada (princípio da livre de economia mista prestadora de serviço público não se submete
concorrência). ao regime falimentar, visto que não está sob regime de livre con-
Cabe ressaltar que as Empresas Públicas são fiscalizadas pelo corrência.
Ministério Público, a fim de saber se está sendo cumprido o acor-
dado. Fundações e Outras Entidades Privadas Delegatárias.
Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio
Sociedades de Economia Mista personalizado, destacado pelo seu instituidor para atingir uma fina-
As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de lidade específica. As fundações poderão ser tanto de direito público
Direito Privado, integrante da Administração Pública Indireta, sua quanto de direito privado. São criadas por meio de por lei específica
criação autorizada por lei, criadas para a prestação de serviços pú- cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
blicos ou para a exploração de atividade econômica, contando com sua atuação.
capital misto e constituídas somente sob a forma empresarial de Decreto-lei 200/67 assim definiu as Fundações Públicas.
S/A (Sociedade Anônima).
O Decreto-lei 200/67 assim conceitua as empresas públicas: Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
[...
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade ju-
[...] rídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de perso- não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público,
nalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos
de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recur-
ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a sos da União e de outras fontes.
entidade da Administração Indireta.
Apesar da legislação estabelecer que as fundações públicas são
As sociedades de economia mista são: dotadas de personalidade jurídica de direito privado, a doutrina ad-
- Pessoas jurídicas de Direito Privado. ministrativa admite a adoção de regime jurídico de direito público
- Exploradoras de atividade econômica ou prestadoras de ser- a algumas fundações.
viços públicos. As fundações que integram a Administração indireta, quando
- Empresas de capital misto. forem dotadas de personalidade de direito público, serão regidas
integralmente por regras de Direito Público. Quando forem dotadas
- Constituídas sob forma empresarial de S/A.
de personalidade de direito privado, serão regidas por regras de di-
reito público e direito privado, dada sua relevância para o interesse
Veja alguns exemplos de sociedade mista:
coletivo.
a). Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil.
O patrimônio da fundação pública é destacado pela Adminis-
b) Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, Metrô,
tração direta, que é o instituidor para definir a finalidade pública.
entre outras
Como exemplo de fundações, temos: IBGE (Instituto Brasileiro Ge-
ográfico Estatístico); Universidade de Brasília; Fundação CASA; FU-
Características
NAI; Fundação Padre Anchieta (TV Cultura), entre outras.
As sociedades de economia mista têm as seguintes caracterís-
ticas: Características:
- Liberdade financeira; - Liberdade financeira;
- Liberdade administrativa; - Liberdade administrativa;
- Dirigentes próprios; - Dirigentes próprios;
- Patrimônio próprio. - Patrimônio próprio:

319
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - especificação do programa de trabalho proposto pela organi-
As fundações governamentais, sejam de personalidade de di- zação social, a estipulação das metas a serem atingidas e os respec-
reito público, sejam de direito privado, integram a Administração tivos prazos de execução, bem como previsão expressa dos critérios
Pública. Importante esclarecer que não existe hierarquia ou subor- objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, median-
dinação entre a fundação e a Administração direta. O que existe é te indicadores de qualidade e produtividade;
um controle de legalidade, um controle finalístico. II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com re-
As fundações são dotadas dos mesmos privilégios que a Admi- muneração e vantagens de qualquer natureza a serem percebidas
nistração direta, tanto na área tributária (ex.: imunidade prevista no pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercí-
art. 150 da CF/88), quanto na área processual (ex.: prazo em dobro).
cio de suas funções;
As fundações respondem pelas obrigações contraídas junto a
III - os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da área
terceiros. A responsabilidade da Administração é de caráter subsi-
de atuação da entidade devem definir as demais cláusulas dos con-
diário, independente de sua personalidade.
tratos de gestão de que sejam signatários.
As fundações governamentais têm patrimônio público. Se ex-
A fiscalização do contrato de gestão será exercida pelo órgão ou
tinta, o patrimônio vai para a Administração indireta, submetendo-
entidade supervisora da área de atuação correspondente à ativida-
-se as fundações à ação popular e mandado de segurança. As par-
de fomentada, devendo a organização social apresentar, ao término
ticulares, por possuírem patrimônio particular, não se submetem à
de cada exercício, relatório de cumprimento das metas fixadas no
ação popular e mandado de segurança, sendo estas fundações
contrato de gestão.
fiscalizadas pelo Ministério Público.
Se descumpridas as metas previstas no contrato de gestão, o
DELEGAÇÃO SOCIAL Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade
como organização social, desde que precedida de processo admi-
Organizações sociais nistrativo com garantia de contraditório e ampla defesa.
Criada pela Lei n. 9.637/98, organização social é uma qualifica- Por fim, convém relembrar que o art. 24, XXIV, da Lei n.
ção especial outorgada pelo governo federal a entidades da inicia- 8.666/93 prevê hipótese de dispensa de licitação para a celebração
tiva privada, sem fins lucrativos, cuja outorga autoriza a fruição de de contratos de prestação de serviços com a s organizações sociais,
vantagens peculiares, como isenções fiscais, destinação de recursos qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para
orçamentários, repasse de bens públicos, bem como empréstimo atividades contempladas no contrato de gestão. Excessivamente
temporário de servidores governamentais. abrangente, o art. 24, XXIV, da Lei n. 8.666/93, tem a sua consti-
As áreas de atuação das organizações sociais são ensino, pes- tucionalidade questionada perante o Supremo Tribunal Federal na
quisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preserva- ADIn 1.923/98. Recentemente, foi indeferida a medida cautelar que
ção do meio ambiente, cultura e saúde. Desempenham, portanto, suspendia a eficácia da norma, de modo que o dispositivo voltou a
atividades de interesse público, mas que não se caracterizam como ser aplicável.
serviços públicos stricto sensu, razão pela qual é incorreto afirmar
que as organizações sociais são concessionárias ou permissionárias. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
Nos termos do art. 2º da Lei n. 9.637/98, a outorga da qualifi- As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, popu-
cação constitui decisão discricionária, pois, além da entidade pre- larmente denominadas OSCIP é um título fornecido pelo Ministério
encher os requisitos exigidos na lei, o inciso II do referido disposi- da Justiça do Brasil, cuja finalidade é facilitar a viabilidade de parce-
tivo condiciona a atribuição do título a “haver aprovação, quanto à rias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos
conveniência e oportunidade de sua qualificação como organização (federal, estadual e municipal).
social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da OSCIPs são ONGs criadas por iniciativa privada, que obtêm um
área de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro certificado emitido pelo poder público federal ao comprovar o cum-
de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado”. Assim, primento de certos requisitos, especialmente aqueles derivados de
as entidades que preencherem os requisitos legais possuem sim- normas de transparência administrativas. Em contrapartida, podem
ples expectativa de direito à obtenção da qualificação, nunca direito celebrar com o poder público os chamados termos de parceria, que
adquirido. são uma alternativa interessante aos convênios para ter maior agili-
Evidentemente, o caráter discricionário dessa decisão, permi- dade e razoabilidade em prestar contas.
tindo outorgar a qualificação a uma entidade e negar a outro que Uma ONG (Organização Não-Governamental), essencialmente
igualmente atendeu aos requisitos legais, viola o princípio da iso- é uma OSCIP, no sentido representativo da sociedade, OSCIP é uma
nomia, devendo-se considerar inconstitucional o art. 2º, II, da Lei qualificação dada pelo Ministério da Justiça no Brasil.
n. 9.637/98. A lei que regula as OSCIPs é a nº 9.790/1999. Esta lei traz a
Na verdade, as organizações sociais representam uma espécie possibilidade das pessoas jurídicas (grupos de pessoas ou profissio-
de parceria entre a Administração e a iniciativa privada, exercen- do nais) de direito privado sem fins lucrativos serem qualificadas, pelo
atividades que, antes da Emenda 19/98, eram desempenhadas por Poder Público, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
entidades públicas. Por isso, seu surgimento no Direito Brasi- leiro Público - OSCIPs e poderem com ele relacionar-se por meio de par-
está relacionado com um processo de privatização lato sensu ceria, desde que os seus objetivos sociais e as normas estatutárias
realizado por meio da abertura de atividades públicas à iniciativa atendam os requisitos da lei.
privada. Um grupo privado recebe a qualificação de OSCIP depois que o
O instrumento de formalização da parceria entre a Administra- estatuto da instituição, que se pretende formar, tenha sido analisa-
ção e a organização social é o contrato de gestão, cuja aprovação do e aprovado pelo Ministério da Justiça. Para tanto, é necessário
deve ser submetida ao Ministro de Estado ou outra autoridade su- que o estatuto atenda a certos pré-requisitos que estão descritos
pervisora da área de atuação da entidade. nos artigos 1º, 2º, 3º e 4º da Lei nº 9.790/1999. Vejamos:
O contrato de gestão discriminará as atribuições, responsabi-
lidades e obrigações do Poder Público e da organização social, de-
vendo obrigatoriamente observar os seguintes preceitos:

320
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos di-
Art. 1º Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade reitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado sem XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos hu-
fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em manos, da democracia e de outros valores universais;
funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias al-
respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos re- ternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos
quisitos instituídos por esta Lei. técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos neste artigo.
a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibi-
sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doa- lização e a implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de
dores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, divi- pessoas, por qualquer meio de transporte.
dendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às ati-
auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica vidades nele previstas configura-se mediante a execução direta de
integralmente na consecução do respectivo objeto social. projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da doa-
§ 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vincu- ção de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela presta-
lado ao cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei. ção de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem
Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da fins lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.
Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para
qualquer forma às atividades descritas no art. 3 o desta Lei: qualificarem-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
I - as sociedades comerciais; Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por es-
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação
tatutos cujas normas expressamente disponham sobre:
de categoria profissional;
I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade,
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação
moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência;
de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
e suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de
fundações;
benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar
no respectivo processo decisório;
bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dota-
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saú-
do de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho
de e assemelhados;
financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas,
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas
mantenedoras; emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gra- IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o
tuito e suas mantenedoras; respectivo patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídi-
IX - as organizações sociais; ca qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o
X - as cooperativas; mesmo objeto social da extinta;
XI - as fundações públicas; V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito qualificação instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial
privado criadas por órgão público ou por fundações públicas; disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa
vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que te-
192 da Constituição Federal. nha o mesmo objeto social;
Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os diri-
qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no res- gentes da entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e
pectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferi- para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em
da às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região
objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: correspondente a sua área de atuação;
I - promoção da assistência social; VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio entidade, que determinarão, no mínimo:
histórico e artístico; a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma e das Normas Brasileiras de Contabilidade;
complementar de participação das organizações de que trata esta b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerra-
Lei; mento do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demons-
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma com- trações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas
plementar de participação das organizações de que trata esta Lei; de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para
V - promoção da segurança alimentar e nutricional; exame de qualquer cidadão;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e pro- c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos
moção do desenvolvimento sustentável; independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais recursos
VII - promoção do voluntariado; objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento;
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e com- d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem
bate à pobreza; pública recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de Interes-
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio- se Público será feita conforme determina o parágrafo único do art.
-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, em- 70 da Constituição Federal.
prego e crédito;

321
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A finalidade da associação pública é estabelecer finalidades de
Parágrafo único. É permitida a participação de servidores pú- interesse comum entre as entidades federativas, estabelecendo
blicos na composição de conselho ou diretoria de Organização da uma meta a ser atingida.
Sociedade Civil de Interesse Público. Faz parte da administração indireta de todas as entidades fede-
rativas consorciadas.
Pode-se dizer que as OSCIPs são o reconhecimento oficial e le-
gal mais próximo do que modernamente se entende por ONG, es- Conselhos Profissionais
pecialmente porque são marcadas por uma extrema transparência Trata-se de entidades que são destinadas ao controle e fiscali-
administrativa. Contudo ser uma OSCIP é uma opção institucional, zação de algumas profissões regulamentadas. Eis que tem-se uma
não uma obrigação. grande controvérsia, quanto à sua natureza jurídica.
Em geral, o poder público sente-se muito à vontade para se O STF considera que como se trata de função típica do Estado,
relacionar com esse tipo de instituição, porque divide com a socie- o controle e fiscalização do exercício de atividades profissionais não
dade civil o encargo de fiscalizar o fluxo de recursos públicos em poderia ser delegado a entidades privadas, em decorrência disso,
parcerias. chegou-se ao entendimento que os conselhos profissionais pos-
A OSCIP, portanto, é uma organização da sociedade civil que, suem natureza autárquica.
em parceria com o poder público, utilizará também recursos públi- Assim, não estamos diante de entes de colaboraçao, mas sim
cos para suas finalidades, dividindo dessa forma o encargo adminis- de pessoas jurídicas de direito público.
trativo e de prestação de contas.
Entidades de utilidade pública Fazendo-se um comparativo, a Constituição Federal não admite
Figuram ainda como entidades privadas de utilidade pública: que esses conselhos tenham personalidade jurídica de direito pri-
vado, gozando de prerrogativas que são conferidas ao Estado. Os
Serviços sociais autônomos conselhos profissionais com natureza autárquica é uma forma de
São pessoas jurídicas de direito privado, criados por intermé- descentralizar a atividade administrativa que não pode mais ser de-
dio de autorização legislativa. Tratam-se de entes paraestatais de legada a associações profissionais de caráter privado.
cooperação com o Poder Público, possuindo administração e patri-
mônio próprios.
Para ficar mais fácil de compreender, basta pensar no sistema ATO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, REQUISITOS, ATRI-
“S”, cujo o qual resulta do fato destas entidades ligarem-se à es- BUTOS, CLASSIFICAÇÃO E ESPÉCIES
trutura sindical e terem sua denominação iniciada com a letra “S” –
SERVIÇO.
Integram o Sistema “S:” SESI, SESC, SENAC, SEST, SENAI, SENAR CONCEITO
e SEBRAE. Ato Administrativo, em linhas gerais, é toda manifestação lícita
Estas entidades visam ministrar assistência ou ensino a algu- e unilateral de vontade da Administração ou de quem lhe faça às
mas categorias sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos. vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir,
São mantidas por dotações orçamentárias e até mesmo por contri- transferir, modificar ou extinguir direitos e obrigações.
buições parafiscais. Para Hely Lopes Meirelles: “toda manifestação unilateral de
Ainda que sejam oficializadas pelo Estado, não são partes inte- vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, te-
grantes da Administração direta ou indireta, porém trabalham ao nha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, ex-
lado do Estado, seja cooperando com os diversos setores as ativida- tinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados
des e serviços que lhes são repassados. ou a si própria”.
Para Maria Sylvia Zanella di Pietro ato administrativo é a “de-
Entidades de Apoio claração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
As entidades de apoio fazem parte do Terceiro Setor e são pes- jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
soas jurídicas de direito privado, criados por servidores públicos direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
para a prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado, pos- Conforme se verifica dos conceitos elaborados por juristas
suindo vínculo jurídico com a Administração direta e indireta. administrativos, esse ato deve alcançar a finalidade pública, onde
Atualmente são prestadas no Brasil através dos serviços de lim- serão definidas prerrogativas, que digam respeito à supremacia do
peza, conservação, concursos vestibulares, assistência técnica de interesse público sobre o particular, em virtude da indisponibilidade
equipamentos, administração em restaurantes e hospitais univer- do interesse público.
sitários. Os atos administrativos podem ser delegados, assim os parti-
O bom motivo da criação das entidades de apoio é a eficiência culares recebem a delegação pelo Poder Público para prática dos
na utilização desses entes. Através delas, convênios são firmados referidos atos.
com a Administração Pública, de modo muito semelhante com a Dessa forma, os atos administrativos podem ser praticados pelo
celebração de um contrato Estado ou por alguém que esteja em nome dele. Logo, pode-se con-
cluir que os atos administrativos não são definidos pela condição da
Associações Públicas pessoa que os realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público.
Tratam-se de pessoas jurídicas de direito público, criadas por
meio da celebração de um consórcio público com entidades fede- REQUISITOS
rativas. São as condições necessárias para a existência válida do ato.
Quando as entidades federativas fazem um consórcio público, Os requisitos dos atos administrativos são cinco:
elas terão a faculdade de decidir se essa nova pessoa criada será de - Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz. Tra-
direito privado ou de direito público. Caso se trate de direito públi- ta-se de requisito vinculado, ou seja, para que um ato seja válido
co, caracterizar-se-á como Associação Pública. No caso de direito deve-se verificar se foi praticado por agente competente.
privado, não se tem um nome específico.

322
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A presunção de legitimidade não pressupõe no entanto que Ios
O ato deve ser praticado por agente público, assim considerado atos administrativos não possam ser combatidos ou questionados,
todo aquele que atue em nome do Estado, podendo ser de qual- no entanto, o ônus da prova é de quem alega.
quer título, mesmo que não ganhe remuneração, por prazo deter- O atributo de presunção de legitimidade confere maior cele-
minado ou vínculo de natureza permanente. ridade à atuação administrativa, já que depois da prática do ato,
Além da competência para a prática do ato, se faz necessário estará apto a produzir efeitos automaticamente, como se fosse vá-
que não exista impedimento e suspeição para o exercício da ativi- lido, até que se declare sua ilegalidade por decisão administrativa
dade. ou judicial.
Deve-se ter em mente que toda a competência é limitada, não
sendo possível um agente que contenha competência ilimitada, b) Imperatividade: É a prerrogativa que os atos administrativos
tendo em vista o dever de observância da lei para definir os critérios
possuem de gerar unilateralmente obrigações aos administrados,
de legitimação para a prática de atos.
independente da concordância destes. É o atributo que a Adminis-
tração possui para impor determinado comportamento a terceiros.
- Finalidade: O ato administrativo deve ser editado pela Admi-
c) Exigibilidade ou Coercibilidade: É a prerrogativa que pos-
nistração Pública em atendimento a uma finalidade maior, que é a
suem os atos administrativos de serem exigidos quanto ao seu cum-
pública; se o ato praticado não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso
primento sob ameaça de sanção. A imperatividade e a exigibilidade,
de poder.
em regra, nascem no mesmo momento.
Em outras palavras, o ato administrativo deve ter como fina-
lidade o atendimento do interesse coletivo e do atendimento das Caso não seja cumprida a obrigação imposta pelo administrati-
demandas da sociedade. vo, o poder público, se valerá dos meios indiretos de coação, reali-
zando, de modo indireto o ato desrespeitado.
- Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exte-
riorização e demais procedimentos prévios que forem exigidos com d) Autoexecutoriedade: É o poder de serem executados mate-
a expedição do ato administrativo. rialmente pela própria administração, independentemente de re-
Via de regra, os atos devem ser escritos, permitindo de ma- curso ao Poder Judiciário.
neira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que A autoexecutoriedade é atributo de alguns atos administrati-
não sejam produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são vos, ou seja, não existe em todos os atos. Poderá ocorrer quando a
os casos dos semáforos, por exemplo. lei expressamente prever ou quando estiver tacitamente prevista
A forma não configura a essência do ato, mas apenas o ins- em lei sendo exigido para tanto situação de urgência; e inexistência
trumento necessário para que a conduta administrativa atinja seus de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão.
objetivos. O ato deve atender forma específica, justamente porque
se dá pelo fato de que os atos administrativos decorrem de um pro- CLASSIFICAÇÃO
cesso administrativo prévio, que se caracterize por uma série de Os atos administrativos podem ser objeto de várias classifica-
atos concatenados, com um propósito certo. ções, conforme o critério em função do qual seja agrupados. Men-
cionaremos os agrupamentos de classificação mais comuns entre
- Motivo: O motivo será válido, sem irregularidades na prática os doutrinadores administrativos.
do ato administrativo, exigindo-se que o fato narrado no ato prati-
cado seja real e tenha acontecido da forma como estava descrito na Quanto à composição da vontade produtora do ato:
conduta estatal. Simples: depende da manifestação jurídica de um único órgão,
Difere-se de motivação, pois este é a explicação por escrito das mesmo que seja de órgão colegiado, torna o ato perfeito, portan-
razões que levaram à prática do ato. to, a vontade para manifestação do ato deve ser unitária, obtida
através de votação em órgão colegiado ou por manifestação de um
- Objeto lícito: É o conteúdo ato, o resultado que se visa rece- agente em órgãos singulares.
ber com sua expedição. Todo e qualquer ato administrativo tem por Complexo: resulta da manifestação conjugada de vontades de
objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídi- órgãos diferentes. É necessária a manifestação de vontade de dois
cas referentes a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da ou mais órgãos para formar um único ato.
Administração Pública. Composto: manifestação de dois ou mais órgãos, em que um
Entende-se por objeto, aquilo que o ato dispõe, o efeito causa- edita o ato principal e o outro será acessório. Como se nota, é com-
do pelo ato administrativo, em decorrência de sua prática. Trata-se posto por dois atos, geralmente decorrentes do mesmo órgão pú-
do objeto como a disposição da conduta estatal, aquilo que fica de- blico, em patamar de desigualdade, de modo que o segundo ato
cidido pela prática do ato. deve contar com o que ocorrer com o primeiro.
ATRIBUTOS Quanto a formação do ato:
Atributos são qualidades, prerrogativas ou poderes especiais Atos unilaterais: Dependem de apenas a vontade de uma das
que revestem os atos administrativos para que eles alcancem os partes. Exemplo: licença
fins almejados pelo Estado. Atos bilaterais: Dependem da anuência de ambas as partes.
Existem por conta dos interesses que a Administração repre- Exemplo: contrato administrativo;
senta, são as qualidades que permitem diferenciar os atos adminis- Atos multilaterais: Dependem da vontade de várias partes.
trativos dos outros atos jurídicos. Decorrem do princípio da supre- Exemplo: convênios.
macia do interesse público sobre o privado.
São atributos dos atos administrativos: Quanto aos destinatários do ato:
Individuais: são aqueles destinados a um destinatário certo e
a) Presunção de Legitimidade/Legitimidade: É a presunção de determinado, impondo a norma abstrata ao caso concreto. Nesse
que os atos administrativos devem ser considerados válidos, até que momento, seus destinatários são individualizados, pois a norma é
se demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação dos geral restringindo seu âmbito de atuação.
serviços públicos.

323
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Quanto à situação de terceiros:
Gerais: são os atos que têm por destinatário final uma catego- Internos: Destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno
ria de sujeitos não especificados. Os atos gerais tem a finalidade de da Administração Pública, não atingindo terceiros, como as circula-
normatizar suas relações e regulam uma situação jurídica que res e pareceres.
abrange um número indeterminado de pessoas, portanto abrange Externos: Destinados a produzir efeitos sobre terceiros, e, por-
todas as pessoas que se encontram na mesma situação, por tratar- tanto, necessitam de publicidade para que produzam adequada-
-se de imposição geral e abstrata para determinada relação. mente seus efeitos.
Quanto à posição jurídica da Administração: Quanto à validade do ato:
Atos de império: Atos onde o poder público age de forma impe- Válido: É o que atende a todos os requisitos legais: competên-
rativa sobre os administrados, impondo-lhes obrigações. São atos cia, finalidade, forma, motivo e objeto. Pode estar perfeito, pronto
praticados sob as prerrogativas de autoridade estatal. Ex. Interdição para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro.
de estabelecimento comercial. Nulo: É o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito
Atos de gestão: são aqueles realizados pelo poder público, sem que não pode ser corrigido. Não produz qualquer efeito entre as
as prerrogativas do Estado (ausente o poder de comando estatal), partes. No entanto, em face dos atributos dos atos administrativos,
sendo que a Administração irá atuar em situação de igualdade com ele deve ser observado até que haja decisão, seja administrativa,
o particular. Nesses casos, a atividade será regulada pelo direito pri- seja judicial, declarando sua nulidade, que terá efeito retroativo, ex
vado, de modo que o Estado não irá se valer das prerrogativas que tunc, entre as partes. Por outro lado, deverão ser respeitados os
tenham relação com a supremacia do interesse público. direitos de terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato
Exemplo: a alienação de um imóvel público inservível ou alu- nulo.
guel de imóvel para instalar uma Secretaria Municipal. Anulável: É o ato que contém defeitos, porém, que podem ser
sanados, convalidados. Ressalte-se que, se mantido o defeito, o ato
Quanto à natureza das situações jurídicas que o ato cria:
será nulo; se corrigido, poderá ser “salvo” e passar a ser válido.
Atos-regra: Criam situações gerais, abstratas e impessoais.Tra- Atente-se que nem todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles
çam regras gerais (regulamentos). expressamente previstos em lei.
Atos subjetivos: Referem-se a situações concretas, de sujeito
Inexistente: É aquele que apenas aparenta ser um ato admi-
determinado. Criam situações particulares e geram efeitos indivi-
nistrativo, mas falta a manifestação de vontade da Administração
duais.
Pública. São produzidos por alguém que se faz passar por agente
Atos-condição: Somente surte efeitos caso determinada condi-
público, sem sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impos-
ção se cumpra.
sível.
Quanto ao grau de liberdade da Administração para a prática Quanto à exequibilidade:
do ato: Perfeito: É aquele que completou seu processo de formação,
Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados estando apto a produzir seus efeitos. Perfeição não se confunde
em lei, não existindo possibilidade de apreciação por parte do ad- com validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição refere-se
ministrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao ad- às etapas de sua formação.
ministrador apenas a verificação da existência de todos os elemen- Imperfeito: Não completou seu processo de formação, portan-
tos expressos em lei para a prática do ato. to, não está apto a produzir seus efeitos, faltando, por exemplo, a
Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o mo- homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei.
tivo e sobre o objeto do ato, devendo pautar suas escolhas de acor- Pendente: Para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou
do com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionarie- termo, mas já completou seu ciclo de formação, estando apenas
dade é sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo aguardando o implemento desse acessório, por isso não se confun-
com o princípio da finalidade pública. O poder judiciário não pode de com o imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o
avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a casamento. Termo é evento futuro e certo, como uma data espe-
legalidade, os motivos e o conteúdo ou objeto do ato. cífica.
Consumado: É o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada
Quanto aos efeitos:
mais havendo para realizar. Exemplifique-se com a exoneração ou a
Constitutivo: Gera uma nova situação jurídica aos destinatários.
concessão de licença para doar sangue.
Pode ser outorgado um novo direito, como permissão de uso de
bem público, ou impondo uma obrigação, como cumprir um perío- ESPÉCIES
do de suspensão. a) Atos normativos: São aqueles que contém um comando ge-
ral do Executivo visando o cumprimento de uma lei. Podem apre-
Declaratório: Simplesmente afirma ou declara uma situação já sentar-se com a característica de generalidade e abstração (decreto
existente, seja de fato ou de direito. Não cria, transfere ou extingue geral que regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção
a situação existente, apenas a reconhece. (decreto de nomeação de um servidor).
Modificativo: Altera a situação já existente, sem que seja extin- Os atos normativos se subdividem em:
ta, não retirando direitos ou obrigações. A alteração do horário de - Regulamentos: São atos normativos posteriores aos decretos,
atendimento da repartição é exemplo desse tipo de ato. que visam especificar as disposições de lei, assim como seus man-
Extintivo: Pode também ser chamado desconstitutivo, é o ato damentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de
que põe termo a um direito ou dever existente. Cite-se a demissão regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-
do servidor público.
-executáveis independem de regulamentos para produzir efeitos.

324
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Licença – ato definitivo e vinculado (não precário) em que a
1. Regulamentos executivos: são os editados para a fiel execu- Administração concede ao Administrado a faculdade de realizar de-
ção da lei, é um ato administrativo que não tem o foto de inovar o terminada atividade.
ordenamento jurídico, sendo praticado para complementar o texto - Autorização – ato discricionário e precário em que a Adminis-
legal. Os regulamentos executivos são atos normativos que comple-
tração confere ao administrado a faculdade de exercer determinada
mentam os dispositivos legais, sem que ivovem a ordem jurídica, atividade.
com a criação de direitos e obrigações. - Permissão - ato discricionário e precário em que a Administra-
2. Regulamentos autônomos: agem em substituição a lei e vi- ção confere ao administrado a faculdade de promover certa ativida-
sam inovar o ordenamento jurídico, determinando normas sobre de nas situações determinadas por ela;
matérias não disciplinadas em previsão legislativa. Assim, podem
- Aprovação - análise pela própria administração de atividades
ser considerados atos expedidos como substitutos da lei e não fa- prestadas por seus órgãos;
cilitadores de sua aplicação, já que são editados sem contemplar - Visto - é a declaração de legitimidade de deerminado ato pra-
qualquer previsão anterior. ticado pela própria Administração como maneira de exequibilidade;
- Homologação - análise da conveniência e legalidade de ato
Nosso ordenamento diverge acercada da possibilidade ou não praticado pelos seus órgãos como meio de lhe dar eficácia;
de serem expedidos regulamentos autônomos, em decorrência do - Dispensa - ato administrativo que exime o particular do cum-
princípio da legalidade. primento de certa obrigação até então conferida por lei.
- Instruções normativas – Possuem previsão expressa na Cons- - Renúncia - ato administrativo em que o poder Público extin-
tituição Federal, em seu artigo 87, inciso II. São atos administrativos gue de forma unilateral um direito próprio, liberando definitiva-
privativos dos Ministros de Estado. mente a pessoa obrigada perante a Administração Pública.
- Regimentos – São atos administrativos internos que emanam
do poder hierárquico do Executivo ou da capacidade de auto-orga- d) Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administra-
nização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta ma- ção se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião
neira, se destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu. sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e
- Resoluções – São atos administrativos inferiores aos regimen- arquivos públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao
tos e regulamentos, expedidos pelas autoridades do executivo. motivo e ao conteúdo.
- Deliberações – São atos normativos ou decisórios que ema- - Atestado - são atos pelos quais a Administração Pública com-
nam de órgãos colegiados provenientes de acordo com os regula- prova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por
mentos e regimentos das organizações coletivas. Geram direitos meio dos órgãos competentes;
para seus beneficiários, sendo via de regra, vinculadas para a Ad- - Certidão – tratam-se de cópias ou fotocópias fiéis e autentica-
ministração. das de atos ou fatos existentes em processos, livros ou documentos
que estejam na repartição pública;
b) Atos ordinatórios: São os que visam a disciplinar o funcio- - Pareceres - são manifestações de órgãos técnicos referentes a
namento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. assuntos submetidos à sua consideração.
Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por
chefes de serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam aos e) Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção impos-
particulares. ta pela lei e aplicada pela Administração, visando punir as infrações
São eles: administrativas ou condutas irregulares de servidores ou de parti-
- Instruções – orientação do subalterno pelo superior hierár- culares perante a Administração.
quico em desempenhar determinada função; Esses atos são aplicados para aqueles que desrespeitam as dis-
- Circulares – ordem uniforme e escrita expedida para determi- posições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens ou servi-
nados funcionários ou agentes; ços.
- Avisos – atos de titularidade de Ministros em relação ao Mi- Quanto à sua atuação os atos punitivos podem ser de atuação
nistério; externa e interna. Quando for interna, compete à Administração
- Portarias – atos emanados pelos chefes de órgãos públicos punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os serviços que
aos seus subalternos que determinam a realização de atos especiais contenham defeitos, por meio de sanções previstas nos estatutos,
ou gerais; fazendo com que se respeite as normas administrativas.
- Ordens de serviço – determinações especiais dirigidas aos res-
ponsáveis por obras ou serviços públicos; EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO.
- Provimentos – atos administrativos intermos, com determina- Os atos administrativos são produzidos e editados com a fina-
ções e instruções em que a Corregedoria ou os Tribunais expedem lidade de produzir efeitos jurídicos. Cumprida a finalidade a qual
para regularização ou uniformização dos serviços; fundamenta a edição do ato o mesmo deve ser extinto.
- Ofícios – comunicações oficiais que são feitas pela Adminis- Outras vezes, fatos ou atos posteriores interferem diretamente
tração a terceiros; no ato e geram sua suspensão ou elimina definitivamente seus efei-
- Despachos administrativos – são decisões tomadas pela auto- tos, causando sua extinção.
ridade executiva (ou legislativa e judiciária, quando no exercício da Ademais, diversas são as causas que determinam a extinção
função administrativa) em requerimentos e processos administrati- dos atos adminsitrativos ou de seus efeitos, vejamos:
vos sujeitos à sua administração.
Cassação: Ocorre a extinção do ato administrativo quando o
c) Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma declara- administrado deixa de preencher condição necessária para perma-
ção de vontade da Administração apta a concretizar determinado nência da vantagem, ou seja, o beneficiário descumpre condição
negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas con- indispensável para manutenção do ato administrativo.
dições impostas ou consentidas pelo Poder Público.

325
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Verificado que um determinado ato é anulável, a convalidação
Anulação ou invalidação (desfazimento): É a retirada, o desfa- será discricionária, ou seja, a Administração convalidará ou não o
zimento do ato administrativo em decorrência de sua invalidade, ou ato de acordo com a conveniência. Alguns autores, tendo por base
seja, é a extinção de um ato ilegal, determinada pela Administração o princípio da estabilidade das relações jurídicas, entendem que a
ou pelo judiciário, com eficácia retroativa – ex tunc. convalidação deverá ser obrigatória, visto que, se houver como sa-
A anulação pode acontecer por via judicial ou por via admi- nar o vício de um ato, ele deverá ser sanado. É possível, entretanto,
nistrativa. Ocorrerá por via judicial quando alguém solicita ao Ju- que existam obstáculos ao dever de convalidar, não havendo outra
diciário a anulação do ato. Ocorrerá por via administrativa quando alternativa senão anular o ato.
a própria Administração expede um ato anulando o antecedente,
utilizando-se do princípio da autotutela, ou seja, a Administração DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA
tem o poder de rever seus atos sempre que eles forem ilegais ou A decadência (art. 207 do Código Civil), incide sobre direitos
inconvenientes. Quando a anulação é feita por via administrativa, potestativos, que “são poderes que a lei confere a determinadas
pode ser realizada de ofício ou por provocação de terceiros. pessoas de influírem, com uma declaração de vontade, sobre situ-
De acordo com entendimento consolidado pelo Supremo Tri- ações jurídicas de outras, sem o concurso da vontade destas”, ou
bunal Federal, a anulação de um ato não pode prejudicar terceiro seja, quando a lei ou a vontade fixam determinado prazo para se-
de boa-fé. rem exercidos e se não o forem, extingue-se o próprio direito ma-
Vejamos o que consta nas Súmulas 346 e 473 do STF: terial.
- SÚMULA 346: A administração pública pode declarar a nulida- O instituto da decadência tem a finalidade de garantir a segu-
de dos seus próprios atos. rança jurídica. A decadência que decorre de prazo legal é de ordem
- SÚMULA 473: A administração pode anular seus próprios pública, não podendo ser renunciada. Entretanto, se o prazo deca-
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles dencial for ajustado, por declaração unilateral de vontade ou por
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência convenção entre as partes, pode ser renunciado, que correspon-
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, derá a uma revogação da condição para o exercício de um direito
em todos os casos, a apreciação judicial. dentro de determinado tempo.
Para Hely Lopes Meirelles mais adequado seria considerar-se
Revogação: É a retirada do ato administrativo em decorrência como de decadência administrativa os prazos estabelecidos por
da sua inconveniência ou inoportunidade em face dos interesses diversas leis, para delimitar no tempo as atividades da Adminis-
públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo tração. E isso porque a prescrição, como instituto jurídico, pressu-
com a lei. A revogação somente poderá ser feita por via adminis- põe a existência de uma ação judicial apta à defesa de um direito.
trativa. Contudo, a legislação, ao estabelecer os prazos dentro dos quais o
Quando se revoga um ato, diz-se que a Administração perdeu administrado pode interpor recursos administrativos ou pode a Ad-
o interesse na manutenção deste, ainda que não exista vício que o ministração manifestar-se, seja pela prática de atos sobre a conduta
tome. Trata-se de ato discricionário, referente ao mérito adminis- de seus servidores, sobre obrigações fiscais dos contribuintes, ou
trativo, por set um ato legal, todos os atos já foram produzidos de outras obrigações com os administrados, refere-se a esses prazos
forma lícita, de modo que a revogação não irá retroagir, contudo denominando-os de prescricionais.
mantem-se os efeitos já produzidos (ex nunc). Em suma, decadência administrativa ocorre com o transcurso
Não há limite temporal para a revogação de atos administrati- do prazo, impedindo a prática de um ato pela própria Administra-
vos, não se configurando a decadência, no prazo quinquenal, tendo ção.
em vista o entendimento que o interesse público pode ser alterado
a qualquer tempo.
Não existe efeito repristinatório, ou seja, a retirada do ato, por NOÇÕES DE LICITAÇÃO E CONTRATOS
razões de conveniência e oportunidade. ADMINISTRATIVOS

Convalidação ou Sanatória: É o ato administrativo que, com Princípios


efeitos retroativos, sana vício de ato antecedente, de modo a torná- Diante do cenário atual, pondera-se que ocorreram diversas
-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior que mudanças na Lei de Licitações. Porém, como estamos em fase
sana um vício de um ato anterior, transformando-o em válido desde de transição em relação às duas leis, posto que nos dois primei- ros
o momento em que foi praticado. Alguns autores, ao se referir à anos, as duas se encontrarão válidas, tendo em vista que na
convalidação, utilizam a expressão sanatória. aplicação para processos que começaram na Lei anterior, deverão
O ato convalidatório tem natureza vinculada (corrente majori- continuar a ser resolvidos com a aplicação dela, e, processos que
tária), constitutiva, secundária, e eficácia ex tunc. começarem após a aprovação da nova Lei, deverão ser resolvidos
Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos atos, com a aplicação da nova Lei.
sustentando que os atos administrativos somente podem ser nu- Aprovada recentemente, a Nova Lei de Licitações sob o nº.
los. Os únicos atos que se ajustariam à convalidação seriam os atos 14.133/2.021, passou por significativas mudanças, entretanto, no
anuláveis. que tange aos princípios, manteve o mesmo rol do art. 3º da Lei nº.
Existem três formas de convalidação: 8.666/1.993, porém, dispondo sobre o assunto, no Capítulo II, art.
a) Ratificação: É a convalidação feita pela própria autoridade 5º, da seguinte forma:
que praticou o ato;
b) Confirmação: É a convalidação feita por autoridade superior
àquela que praticou o ato;
c) Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro, ou
seja, não é feita nem por quem praticou o ato nem por autoridade
superior.

326
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
do contrato, afirma-se que esta não poderá ser levada em consi-
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios deração, caso não haja regra editalícia ou legal que a preveja como
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, passível de fazer interferências no julgamento das propostas.
da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da
igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da Princípios da moralidade e da probidade administrativa
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do A Lei 8.666/1993, Lei de Licitações, considera que os princípios
julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da da moralidade e da probidade administrativa possuem realidades
competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economi- distintas. Na realidade, os dois princípios passam a informação de
cidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as que a licitação deve ser pautada pela honestidade, boa-fé e ética,
disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1.942, (Lei isso, tanto por parte da Administração como por parte dos entes
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). licitantes. Sendo assim, para que um comportamento seja conside-
O objetivo da Lei de Licitações é regular a seleção da proposta rado válido, é imprescindível que, além de ser legalizado, esteja nos
que for mais vantajosa para a Administração Pública. No condizente ditames da lei e de acordo com a ética e os bons costumes. Exis-
à promoção do desenvolvimento nacional sustentável, entende-se tem desentendimentos doutrinários acerca da distinção entre esses
que este possui como foco, determinar que a licitação seja destina- dois princípios. Alguns autores empregam as duas expressões com
da com o objetivo de garantir a observância do princípio constitu- o mesmo significado, ao passo que outros procuram diferenciar os
cional da isonomia. conceitos. O que perdura, é que, ao passo que a moralidade é
Denota-se que a quantidade de princípios previstos na lei não constituída em um conceito vago e sem definição legal, a probidade
é exaustiva, aceitando-se quando for necessário, a aplicação de ou- administrativa, ou melhor dizendo, a improbidade administrativa
tros princípios que tenham relação com aqueles dispostos de forma possui contornos paramentados na Lei 8.429/1992.
expressa no texto legal.
Verificamos, por oportuno, que a redação original do caput do Princípio da Publicidade
art. 3º da Lei 8.666/1993 não continha o princípio da promoção do Possui a Administração Pública o dever de realizar seus atos pu-
desenvolvimento nacional sustentável e que tal menção expressa, blicamente de forma a garantir aos administrados o conhecimento
apenas foi inserida com a edição da Lei 12.349/2010, contexto no do que os administradores estão realizando, e também de manei-
qual foi criada a “margem de preferência”, facilitando a concessão ra a possibilitar o controle social da conduta administrativa. Em se
de vantagens competitivas para empresas produtoras de bens e tratando especificamente de licitação, determina o art. 3º, § 3º, da
serviços nacionais. Lei 8.666/1993 que “a licitação não será sigilosa, sendo públicos e
acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao
Princípio da legalidade conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”.
A legalidade, que na sua visão moderna é chamado também de Advindo do mesmo princípio, qualquer cidadão tem o direito
juridicidade, é um princípio que pode ser aplicado à toda atividade de acompanhar o desenvolvimento da licitação, desde que não in-
de ordem administrativa, vindo a incluir o procedimento licitatório. terfira de modo a atrapalhar ou impedir a realização dos trabalhos
A lei serve para ser usada como limite de base à atuação do gestor (Lei 8.666/1993, art. 4º, in fine).
público, representando, desta forma, uma garantia aos administra- A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro esclarece que “a publici-
dos contra as condutas abusivas do Estado. dade é tanto maior, quanto maior for a competição propiciada pela
No âmbito das licitações, pondera-se que o princípio da lega- modalidade de licitação; ela é a mais ampla possível na concorrên-
lidade é fundamental, posto que todas as fases do procedimento cia, em que o interesse maior da Administração é o de atrair maior
licitatório se encontram estabelecidas na legislação. Considera-se número de licitantes, e se reduz ao mínimo no convite, em que o
que todos os entes que participarem do certame, têm direito pú- valor do contrato dispensa maior divulgação. “
blico subjetivo de fiel observância do procedimento paramentado Todo ato da Administração deve ser publicado de forma a for-
na legislação por meio do art. 4° da Lei 8.666/1993, podendo, caso necer ao cidadão, informações acerca do que se passa com as ver-
venham a se sentir prejudicados pela ausência de observância de bas públicas e sua aplicação em prol do bem comum e também por
alguma regra, impugnar a ação ou omissão na esfera administrativa obediência ao princípio da publicidade.
ou judicial.
Princípio da eficiência do interesse público
Diga-se de passagem, não apenas os participantes, mas qual-
Trata-se de um dos princípios norteadores da administração
quer cidadão, pode por direito, impugnar edital de licitação em de-
pública acoplado aos da legalidade, finalidade, motivação, razoabili-
corrência de irregularidade na aplicação da lei, vir a representar ao
dade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
Ministério Público, aos Tribunais de Contas ou aos órgãos de con-
da segurança jurídica e do interesse público.
trole interno em face de irregularidades em licitações públicas, nos
Assim sendo, não basta que o Estado atue sobre o manto da
termos dos arts. 41, § 1º, 101 e 113, § 1º da Lei 8666/1993.
legalidade, posto que quando se refere serviço público, é essencial
que o agente público atue de forma mais eficaz, bem como que haja
Princípio da impessoalidade melhor organização e estruturação advinda da administração
Com ligação umbilical ao princípio da isonomia, o princípio da pública.
impessoalidade demonstra, em primeiro lugar, que a Administra- Vale ressaltar que o princípio da eficiência deve estar subme-
ção deve adotar o mesmo tratamento a todos os administrados que tido ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a
estejam em uma mesma situação jurídica, sem a prerrogativa de atuação administrativa agindo de forma contrária ao ordenamento
quaisquer privilégios ou perseguições. Por outro ângulo, ligado ao jurídico, posto que por mais eficiente que seja, ambos os princípios
princípio do julgamento objetivo, registra-se que todas as decisões devem atuar de forma acoplada e não sobreposta.
administrativas tomadas no contexto de uma licitação, deverão ob- Por ser o objeto da licitação a escolha da proposta mais vanta-
servar os critérios objetivos estabelecidos de forma prévia no edital josa, o administrador deverá se encontrar eivado de honestidade ao
do certame. Desta forma, ainda que determinado licitante venha a cuidar da Administração Pública.
apresentar uma vantagem relevante para a consecução do objeto

327
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Boa parte da doutrina afirma o princípio da transparência não é
Princípio da Probidade Administrativa um princípio independente, o incorporando ao princípio da publici-
A Lei de Licitações trata dos princípios da moralidade e da pro- dade, posto ser o seu entendimento que uma das inúmeras funções
bidade administrativa como formas distintas uma da outra. Os dois do princípio da publicidade é o dever de manter intacta a trans-
princípios passam a noção de que a licitação deve ser configurada parência dos atos das entidades públicas. Entretanto, o princípio da
pela honestidade, boa-fé e ética, tanto por parte da Administração transparência pode ser diferenciado do princípio da publicida- de
Pública, como por parte dos licitantes. Desta forma, para que um pelo fato de que por intermédio da publicidade, existe o dever das
comportamento tenha validade, é necessário que seja legal e esteja entidades públicas consistente na obrigação de divulgar os seus
em conformidade com a ética e os bons costumes. atos, uma vez que nem sempre a divulgação de informações é feita
Existe divergência quanto à distinção entre esses dois princí- de forma transparente.
pios. Alguns doutrinadores usam as duas expressões com o mesmo O Superior Tribunal de Justiça entende que o “direito à infor-
significado, ao passo que outros procuram diferenciar os conceitos. mação, abrigado expressamente pelo art. 5°, XIV, da Constituição
O correto é que, enquanto a moralidade se constitui num conceito Federal, é uma das formas de expressão concreta do Princípio da
vago, a probidade administrativa, ou melhor dizendo, a improbida- Transparência, sendo também corolário do Princípio da Boa-fé Ob-
de administrativa se encontra eivada de contornos definidos na Lei jetiva e do Princípio da Confiança […].” (STJ. RESP 200301612085,
8.429/1992. Herman Benjamin – Segunda Turma, DJE DATA:19/03/2009).
Princípio da igualdade Princípio da eficácia
Conhecido como princípio da isonomia, decorre do fato de que Por meio desse princípio, deverá o agente público agir de for-
a Administração Pública deve tratar, de forma igual, todos os licitan- ma eficaz e organizada promovendo uma melhor estruturação por
tes que estiverem na mesma situação jurídica. O princípio da igual- parte da Administração Pública, mantendo a atuação do Estado
dade garante a oportunidade de participar do certame de licitação, dentro da legalidade.
todos os que tem condições de adimplir o futuro contrato e proíbe, Vale ressaltar que o princípio da eficácia deve estar submetido
ainda a feitura de discriminações injustificadas no julgamento das ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a atuação
propostas. administrativa contrária ao ordenamento jurídico, por mais eficien-
Aplicando o princípio da igualdade, o art. 3º, I, da Lei te que seja, na medida em que ambos os princípios devem atuar de
8.666/1993, veda de forma expressa aos agentes públicos admitir, maneira conjunta e não sobrepostas.
prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação por meio de edital
ou convite, as cláusulas que comprometam, restrinjam ou frustrem Princípio da segregação de funções
o seu caráter de competição, inclusive nos casos de sociedades co- Trata-se de uma norma de controle interno com o fito de evitar
operativas, e estabeleçam preferências ou diferenças em decorrên- falhas ou fraudes no processo de licitação, vindo a descentralizar o
cia da naturalidade, da sede ou do domicílio dos licitantes ou de poder e criando independência para as funções de execução opera-
“qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o cional, custódia física, bem como de contabilização
específico objeto do contrato”, com ressalva ao disposto nos §§ 5º a Assim sendo, cada setor ou servidor incumbido de determina-
12 do mesmo artigo, e no art. 3º da Lei 8.248, de 23.10.1991. da tarefa, fará a sua parte no condizente ao desempenho de fun-
Ante o exposto, conclui-se que, mesmo que a circunstância ções, evitando que nenhum empregado ou seção administrativa
restrinja o caráter de competição do certame, se for pertinente ou venha a participar ou controlar todas as fases relativas à execução e
relevante para o objeto do contrato, poderá ser incluída no instru- controle da despesa pública, vindo assim, a possibilitar a realização
mento de convocação do certame. de uma verificação cruzada.
O princípio da isonomia não impõe somente tratamento igua- O princípio da segregação de funções, advém do Princípio da
moralidade administrativa e se encontra previsto no art. 37, caput,
litário aos assemelhados, mas também a diferenciação dos desi-
da CFB/1.988 e o da moralidade, no Capítulo VII, seção VIII, item
guais, na medida de suas desigualdades.
3, inciso IV, da IN nº 001/2001 da Secretaria Federal de Controle
Interno do Ministério da Fazenda.
Princípio do Planejamento
A princípio, infere-se que o princípio do planejamento se en- Princípio da motivação
contra dotado de conteúdo jurídico, sendo que é seu dever fixar o O princípio da motivação predispõe que a administração no
dever legal do planejamento como um todo. processo licitatório possui o dever de justificar os seus atos, vindo a
Registra-se que a partir deste princípio, é possível compreen- apresentar os motivos que a levou a decidir sobre os fatos, com a
der que a Administração Pública tem o dever de planejar toda a observância da legalidade estatal. Desta forma, é necessário que
licitação e também toda a contratação pública de forma adequada haja motivo para que os atos administrativos licitatórios tenham
e satisfatória. Assim, o planejamento exigido, é o que se mostre de sido realizados, sempre levando em conta as razões de direito que
forma eficaz e eficiente, bem como que se encaixe a todos os outros levaram o agente público a proceder daquele modo.
princípios previstos na CFB/1.988 e na jurisdição pátria como um
todo. Princípio da vinculação ao edital
Desta forma, na ausência de justificativa para realizar o pla- Trata-se do corolário do princípio da legalidade e da objetivi-
nejamento adequado da licitação e do contrato, ressalta-se que a dade das determinações de habilidades, que possui o condão de
ausência, bem como a insuficiência dele poderá vir a motivar a res- impor tanto à Administração, quanto ao licitante, a imposição de
ponsabilidade do agente público. que este venha a cumprir as normas contidas no edital de maneira
objetiva, porém, sempre zelando pelo princípio da competitividade.
Princípio da transparência Denota-se que todos os requisitos do ato convocatório devem
O princípio da transparência pode ser encontrado dentro da estar em conformidade com as leis e a Constituição, tendo em vista
aplicação de outros princípios, como os princípios da publicidade, que se trata de ato concretizador e de hierarquia inferior a essas
imparcialidade, eficiência, dentre outros. entidades.

328
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Princípio da proporcionalidade
Nos ditames do art. 3º da Lei nº 8.666/93, a licitação destina-se
O princípio da proporcionalidade, conhecido como princípio da
a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a
razoabilidade, possui como objetivo evitar que as peculiaridades
seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a pro-
determinadas pela Constituição Federal Brasileira sejam feridas ou
moção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada
suprimidas por ato legislativo, administrativo ou judicial que possa
e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da le-
exceder os limites por ela determinados e avance, sem permissão
galidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publi-
no âmbito dos direitos fundamentais.
cidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. Princípio da celeridade
O princípio da vinculação ao instrumento convocatório princí-
Devidamente consagrado pela Lei nº 10.520/2.002 e conside-
pio se destaca por impor à Administração a não acatar qualquer
rado um dos direcionadores de licitações na modalidade pregão, o
proposta que não se encaixe nas exigências do ato convocatório,
princípio da celeridade trabalha na busca da simplificação de pro-
sendo que tais exigências deverão possuir total relação com o obje-
cedimentos, formalidades desnecessárias, bem como de intransi-
to da licitação, com a lei e com a Constituição Federal.
gências excessivas, tendo em vista que as decisões, sempre que for
possível, deverão ser aplicadas no momento da sessão.
Princípio do julgamento objetivo
O objetivo desse princípio é a lisura do processo licitatório. De Princípio da economicidade
acordo com o princípio do julgamento objetivo, o processo licitató- Sendo o fim da licitação a escolha da proposta que seja mais
rio deve observar critérios objetivos definidos no ato convocatório, vantajosa para a Administração Pública, pondera-se que é neces-
para o julgamento das propostas apresentadas, devendo seguir de sário que o administrador esteja dotado de honestidade ao cuidar
forma fiel ao disposto no edital quando for julgar as propostas. coisa pública. O princípio da economicidade encontra-se relaciona-
Esse princípio possui o condão de impedir quaisquer interpre- do ao princípio da moralidade e da eficiência.
tações subjetivas do edital que possam favorecer um concorrente e, Sobre o assunto, no que condiz ao princípio da economicidade,
por consequência, vir a prejudicar de forma desleal a outros. entende o jurista Marçal Justen Filho, que “… Não basta honestida-
de e boas intenções para validação de atos administrativos. A eco-
Princípio da razoabilidade nomicidade impõe adoção da solução mais conveniente e eficiente
Trata-se de um princípio de grande importância para o contro- sob o ponto de vista da gestão dos recursos públicos”. (Justen Filho,
le da atividade administrativa dentro do processo licitatório, posto 1998, p.66).
que se incumbe de impor ao administrador, a atuação dentro dos
requisitos aceitáveis sob o ponto de vista racional, uma vez que ao Princípio da licitação sustentável
trabalhar na interdição de decisões ou práticas discrepantes do mí- Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “o princípio da susten-
nimo plausível, prova mais uma vez ser um veículo de suma im- tabilidade da licitação ou da licitação sustentável liga-se à ideia de
portância do respeito à legalidade, na medida em que é a lei que que é possível, por meio do procedimento licitatório, incentivar a
determina os parâmetros por intermédio dos quais é construída a preservação do meio ambiente”.
razão administrativa como um todo. Esse princípio passou a constar de maneira expressa do contido
Pondera-se que o princípio da razoabilidade se encontra aco- na Lei 8.666/1993 depois que o seu art. 3º sofreu alteração pela Lei
plado ao princípio da proporcionalidade, além de manter relação 12.349/2010, que incluiu entre os objetivos da licitação a promoção
com o princípio da finalidade, uma vez que, caso não seja atendida do desenvolvimento nacional sustentável.
a razoabilidade, a finalidade também irá ficar ferida. Da mesma maneira, a Lei 12.462/2011, que institui o Regime
Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), dispõe o desenvolvi-
mento nacional sustentável como forma de princípio a ser obser-
Princípio da competitividade
vado nas licitações e contratações regidas por seu diploma legal.
O princípio da competição se encontra relacionado à competiti-
Assim, prevê a mencionada Lei que as contratações realizadas com
vidade e às cláusulas que são responsáveis por garantir a igualdade
fito no Regime Jurídico Diferenciado de Contratações Públicas de-
de condições para todos os concorrentes licitatórios. Esse princípio
vem respeitar, em especial, as normas relativas ao art. 4º, § 1º:
se encontra ligado ao princípio da livre concorrência nos termos do
A) disposição final ambientalmente adequada dos resíduos só-
inciso IV do art. 170 da Constituição Federal Brasileira. Desta manei- lidos gerados pelas obras contratadas;
ra, devido ao fato da lei recalcar o abuso do poder econômico que B) mitigação por condicionantes e compensação ambiental,
pretenda eliminar a concorrência, a lei e os demais atos normativos que serão definidas no procedimento de licenciamento ambiental;
pertinentes não poderão agir com o fulcro de limitar a competitivi- c) utilização de produtos, equipamentos e serviços que, comprova-
dade na licitação. damente, reduzam o consumo de energia e recursos naturais;
Assim, havendo cláusula que possa favorecer, excluir ou infrin- D) avaliação de impactos de vizinhança, na forma da legislação
gir a impessoalidade exigida do gestor público, denota-se que esta urbanística;
poderá recair sobre a questão da restrição de competição no pro- E) proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e
cesso licitatório. imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indi-
Obs. importante: De acordo com o Tribunal de Contas, não é reto causado pelas obras contratadas;
aceitável a discriminação arbitrária no processo de seleção do con- F) acessibilidade para o uso por pessoas com deficiência ou com
tratante, posto que é indispensável o tratamento uniforme para si- mobilidade reduzida.
tuações uniformes, uma vez que a licitação se encontra destinada a
garantir não apenas a seleção da proposta mais vantajosa para a Princípios correlatos
Administração Pública, como também a observância do princípio Além dos princípios anteriores determinados pela Lei
constitucional da isonomia. Acórdão 1631/2007 Plenário (Sumá- 8.666/1993, a doutrina revela a existência de outros princípios que
rio). também são atinentes aos procedimentos licitatórios, dentre os
quais se destacamos:

329
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Princípio da vedação à oferta de vantagens imprevistas
Princípio da obrigatoriedade É um corolário do princípio do julgamento objetivo. No referen-
Consagrado no art. 37, XXI, da CF, esse princípio está disposto te ao julgamento das propostas, a comissão de licitação não poderá,
no art. 2º do Estatuto das Licitações. A determinação geral é que as por exemplo, considerar qualquer oferta de vantagem que não es-
obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e teja prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos sub-
locações da Administração Pública, quando forem contratadas por sidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas
terceiros, sejam precedidas da realização de certame licitatório, ofertas dos demais licitantes, nos ditames do art. 44, parag. 2°da Lei
com exceção somente dos casos previstos pela legislação vigente. 8.666/1993.
Princípio do formalismo Competência Legislativa
Por meio desse princípio, a licitação se desenvolve de acordo A União é munida de competência privativa para legislar sobre
com o procedimento formal previsto na legislação. Assim sendo, o normas gerais de licitações, em todas as modalidades, para a admi-
art. 4º, parágrafo único, da Lei 8.666/1993 determina que “o pro- nistração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito
cedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrati- Federal e dos Municípios, conforme determinação do art. 22, XXVII,
vo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração da CFB/1988.
Pública”. Desse modo, denota-se que de modo geral, as normas edita-
das pela União são de observância obrigatória por todos os entes
Princípio do sigilo das propostas federados, competindo a estes, editar normas específicas que são
Até a abertura dos envelopes licitatórios em ato público ante- aplicáveis somente às suas próprias licitações, de modo a comple-
cipadamente designado, o conteúdo das propostas apresentadas mentar a disciplina prevista na norma geral sem contrariá-la.
pelos licitantes deve ser mantido em sigilo nos termos do art. 43, Nessa linha, a título de exemplo, a competência para legislar
§ 1º, da Lei 8.666/1993. Deixando claro que violar o sigilo de pro- supletivamente não permite: a) a criação de novas modalidades li-
postas apresentadas em procedimento licitatório, ou oportunizar a citatórias ou de novas hipóteses de dispensa de licitação; b) o esta-
terceiro a oportunidade de devassá-lo, além de prejudicar os de- belecimento de novos tipos de licitação (critérios de julgamento das
mais licitantes, constitui crime tipificado no art. 94 do Estatuto das propostas); c) a redução dos prazos de publicidade ou de recursos.
Licitações, vindo a sujeitar os infratores à pena de detenção, de 2 É importante registrar que a EC 19/1998, em alteração ao art.
(dois) a 3 (três) anos, e multa; 173, § 1º, da Constituição Federal, anteviu que deverá ser editada
lei com o fulcro de disciplinar o estatuto jurídico da empresa pú-
Princípio da adjudicação compulsória ao vencedor
blica, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
Significa que a Administração não pode, ao concluir o procedi-
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
mento, atribuir o objeto da licitação a outro agente ou ente que não
bens ou de prestação de serviços, sendo que esse estatuto deverá
seja o vencedor. Esse princípio, também impede que seja aberta
dispor a respeito de licitação e contratação de obras, serviços, com-
nova licitação enquanto for válida a adjudicação anterior.
pras e alienações, desde que observados os princípios da adminis-
Registra-se que a adjudicação é um ato declaratório que ga-
tração pública.
rante ao vencedor que, vindo a Administração a celebrar um con-
A mencionada modificação constitucional, teve como objeti- vo
trato, o fará com o agente ou ente a quem foi adjudicado o objeto.
possibilitar a criação de normas mais flexíveis sobre licitação e
Entretanto, mesmo que o objeto licitado tenha sido adjudicado, é
contratos e com maior adequação condizente à natureza jurídica
possível que não aconteça a celebração do contrato, posto que a
das entidades exploradoras de atividades econômicas, que traba-
licitação pode vir a ser revogada de forma lícita por motivos de in-
lham sob sistema jurídico predominantemente de direito privado.
teresse público, ou anulada, caso seja constatada alguma irregula-
O Maior obstáculo, é o fato de que essas instituições na maioria das
ridade Insanável.
vezes entram em concorrência com a iniciativa privada e precisam
ter uma agilidade que pode, na maioria das situações, ser prejudi-
Princípio da competitividade
cada pela necessidade de submissão aos procedimentos burocráti-
É advindo do princípio da isonomia. Em outras palavras, ha-
cos da administração direta, autárquica e fundacional.
vendo restrição à competição, de maneira a privilegiar determi-
Em observância e cumprimento à determinação da Constitui-
nado licitante, consequentemente ocorrerá violação ao princípio da
ção Federal, foi promulgada a Lei 13.303/2016, Lei das Estatais, que
isonomia. Por esse motivo, como manifestação do princípio da
criou regras e normas específicas paras as licitações que são dirigi-
competitividade, tem-se a regra de que é proibido aos agentes pú-
das por qualquer empresa pública e sociedade de economia mista
blicos “admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação,
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Ponde-
cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem
ra-se que tais regras forma mantidas pela nova Lei de Licitações, Lei
o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades coope-
nº: 14.133/2.021 em seu art. 1º, inciso I.
rativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da natu-
De acordo com as regras e normas da Lei 13.303/2016, tais em-
ralidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra
presas públicas e sociedades de economia mista não estão dispen-
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto
sadas do dever de licitar. Mas estão somente adimplindo tal obriga-
do contrato”, com exceção do disposto nos §§ 5º a 12 deste art. e
ção com seguimento em procedimentos mais flexíveis e adequados
no art. 3º da Lei 8.248, de 23.10.1991” .
a sua natureza jurídica. Assim sendo, a Lei 8.666/1993 acabou por
Convém mencionar que José dos Santos Carvalho Filho, enten-
não mais ser aplicada às estatais e às suas subsidiárias.
de que o dispositivo legal mencionado anteriormente é tido como
Entretanto, com a entrada em vigor da nova Lei de Licitações de
manifestação do princípio da indistinção.
nº. 14.133/2.021, advinda do Projeto de Lei nº 4.253/2020, obser-
va-se que ocorreu um impacto bastante concreto para as estatais
naquilo que se refere ao que a Lei nº 13.303/16 expressa ao reme-
ter à aplicação das Leis nº 8.666/93 e Lei nº 10.520/02.

330
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Por fim, o inc. III, aduz sobre a contratação de serviços técnicos
Nesse sentido, denota-se em relação ao assunto acima que são especializados, de natureza singular, com profissionais ou empresas
pontos de destaque com a aprovação da Nova Lei de Licitações de de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
nº. 14.133/2.021: publicidade e divulgação.
1) O pregão, sendo que esta modalidade não será mais regula-
da pela Lei nº 10.520/02, que consta de forma expressa no art. 32, Ressalta-se que além das mencionadas hipóteses previstas de
IV, da Lei nº 13.303/16; forma exemplificativa na legislação, sempre que for impossível a
2) As normas de direito penal que deverão ser aplicadas na competição, o procedimento de inexigibilidade de licitação deverá
seara dos processos de contratação, que, por sua vez, deixarão de ser adotado.
ser regulados pelos arts. 89 a 99 da Lei nº 8.666/93; e Vale destacar com grande importância, ainda, em relação ao
3) Os critérios de desempate de propostas, sendo que a Lei nº inc. III da Nova Lei de Licitações, que nem todo serviço técnico espe-
13.303/16 dispõe de forma expressa, dentre os critérios de de- cializado está apto a ensejar a inexigibilidade de licitação, fato que
sempate contidos no art. 55, inc. III, a adoção da previsão que se se verificará apenas se ao mesmo tempo, tal serviço for de natureza
encontra inserida no § 2º do art. 3º da Lei nº 8.666/93, que por sua singular e o seu prestador for dotado de notória especialização. O
vez, passará a ter outro tratamento pela Nova Lei de Licitações. serviço de natureza singular é reconhecido pela sua complexidade,
relevância ou pelos interesses públicos que estiverem em jogo, vin-
Dispensa e inexigibilidade do demandar a contratação de prestador com a devida e notória
Verificar-se-á a inexigibilidade de licitação sempre que houver especialização.
inviabilidade de competição. Com a entrada em vigor da Nova Lei Por sua vez, a legislação considera como sendo de notória
de Licitações, Lei nº. 14.133/2.021 no art. 74, I, II e III, foi disposto especialização, aquele profissional ou empresa que o conceito no
as hipóteses por meio das quais a competição é inviável e que, por- âmbito de sua especialidade, advindo de desempenho feito ante-
tanto, nesses casos, a licitação é inexigível. Vejamos: riormente como estudos, experiências, publicações, organização,
equipe técnica, ou de outros atributos e requisitos pertinentes com
Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, suas atividades, que permitam demonstrar e comprovar que o seu
em especial nos casos de: trabalho é essencial e o mais adequado à plena satisfação do objeto
I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou do contrato.
contratação de serviços que só possam ser fornecidos por produtor, Vale mencionar que em situações práticas, a contratação de
empresa ou representante comercial exclusivos; serviços especializados por inexigibilidade de licitação tem criado
II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente várias controvérsias, principalmente quando se refere à contrata-
ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela ção de serviços de advocacia e também de contabilidade.
crítica especializada ou pela opinião pública; Conforme já estudado, a licitação é tida como dispensada
III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados quando, mesmo a competição sendo viável, o certame deixou de
de natureza predominantemente intelectual com profissionais ou ser realizado pelo fato da própria lei o dispensar. Tem natureza dife-
empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para rente da ausência de exigibilidade da licitação dispensável porque
serviços de publicidade e divulgação: nesta, o gestor tem a possibilidade de decidir por realizar ou não o
procedimento.
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou proje-
A licitação dispensada está acoplada às hipóteses de alienação
tos executivos;
de bens móveis ou imóveis da Administração Pública. Em grande
b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
parte das vezes, quando, ao pretender a Administração alienar bens
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras
de sua propriedade, sejam estes móveis ou imóveis, deverá proce-
ou tributárias; der à realização de licitação. No entanto, em algumas situações, em
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser- razão das peculiaridades do caso especifico, a lei acaba por dispen-
viços; sar o procedimento, o que é verificado, por exemplo, na hipótese da
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; doação de um bem para outro órgão ou entidade da Administração
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; Pública de qualquer esfera de governo. Ocorre que nesse caso, a
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico; Administração já determinou previamente para qual órgão ou en-
h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e en- tidade irá doar o bem. Assim sendo, não existe a necessidade de
saios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento realização do certame licitatório.
de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais
serviços de engenharia que se enquadrem no disposto neste inciso; Critérios de Julgamento
IV - objetos que devam ou possam ser contratados por meio de Os novos critérios de julgamento tratam-se das referências
credenciamento; que são utilizadas para a avaliação das propostas de licitação. Regis-
V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de ins- tra-se que as espécies de licitação encontram-se dotadas de carac-
talações e de localização tornem necessária sua escolha. terísticas e exigências diversas, sendo que as espécies de licitação
Em entendimento ao inc. I, afirma-se que o fornecedor exclu- tendem sempre a variam de acordo com seus prazos e ritos espe-
sivo, vedada a preferência de marca, deverá a comprovar a exclu- cíficos como um todo. Com a aprovação da Lei 14.133/2.021 em seu
sividade por meio de atestado fornecido pelo órgão de registro do art. 33, foram criados novos tipos de licitação designados para a
comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o compra de bens e serviços. Sendo eles: menor preço, maior des-
serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, conto, melhor técnica ou conteúdo artístico, técnica e preço, maior
ainda, pelas entidades equivalentes. lance (leilão), maior retorno econômico.
Em relação ao inc. II do referido diploma legal, verifica-se a dis-
pensabilidade da exigência de licitação para a contratação de profis-
sionais da seara artística de forma direta ou através de empresário,
levando em conta que este deverá ser reconhecido publicamente.

331
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assim dispõe o inc. LIII do Art. 6º da Nova Lei de Licitações:
Vejamos: LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação
Menor preço de serviços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento
Trata-se do principal objetivo da Administração Pública que é o de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao contratante,
de comprar pelo menor preço possível. É o critério padrão bási- co na forma de redução de despesas correntes, remunerado o contra-
e o mais utilizado em qualquer espécie de licitação, inclusive o tado com base em percentual da economia gerada;
pregão. Desta forma, vence, aquele que apresentar o preço menor Desta forma, depreende-se que a pretensão da Administração
entre os participantes do certame, desde que a empresa licitante não se trata somente da obra, do serviço ou do bem propriamente
atenda a todos os requisitos estipulados no edital. dito, mas sim do resultado econômico que tenha mais vantagens
Nesta espécie de licitação, vencerá a proposta que oferecer e advindas dessas prestações, razão pela qual, a melhor proposta de
comprovar maiores vantagens para a Administração Pública, ape- ajuste trata-se daquela que oferece maior retorno econômico à ma-
nas em questões de valores, o que, na maioria das vezes, termina quina pública.
por prejudicar a população, tendo em vista que ao analisar apenas
a questão de menor preço, nem sempre irá conseguir contratar um Modalidades
trabalho de qualidade.
De antemão, infere-se que com o advento da nova Lei de Lici-
Maior desconto tações de nº. 14.133/2.021, foram excluídas do diploma legal da
Pondera-se que caso a licitação seja julgada pelo critério de Lei 8.666/1.993 as seguintes modalidades de licitação: tomada de
maior desconto, o preço com o valor estimado ou o máximo aceitá- preços, convite e RDC – Lei 12.462/2.011. Desta forma, de acordo
vel, deverá constar expressamente do edital. Isso acontece, por que com a Nova Lei de Licitações, são modalidades de licitação: con-
nessas situações específicas, a publicação do valor de referência da corrência, concurso, leilão, pregão e diálogo competitivo.
Administração Pública é extremamente essencial para que os pro- Lembrando que conforme afirmado no início desse estudo,
ponentes venham a oferecer seus descontos. pelo fato do ordenamento jurídico administrativo estar em fase de
Denota-se que o texto de lei determina que a administração li- transição em relação às duas leis, posto que nos dois primeiros anos
citante forneça o orçamento original da contratação, mesmo que tal as duas se encontrarão válidas, tendo em vista que na aplicação
orçamento tenha sido declarado sigiloso, a qualquer instante tanto para processos que começaram na Lei anterior, deverão continuar
para os órgãos de controle interno quanto externo. Esse fato é de a ser resolvidos com a aplicação dela, e, processos que começarem
grande importância para a administração Pública, tendo em vista após a aprovação da nova Lei, deverão ser resolvidos com a aplica-
que a depender do mercado, a divulgação do orçamento original no ção da nova Lei.
instante de ocorrência da licitação acarretará o efeito âncora, fazen-
do com que os valores das propostas sejam elevados ao patamar Concorrência
mais aproximado possível no que diz respeito ao valor máximo que Com fundamento no art. 29 da Lei 14.133/2.021, concorrência
a Administração admite. é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na
fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requi-
Melhor técnica ou conteúdo artístico sitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de
Nesse tipo de licitação, a escolha da empresa vencedora leva seu objeto.
em consideração a proposta que oferecer mais vantagem em ques- Em termos práticos, trata-se a concorrência de modalidade
tão de fatores de ordem técnica e artística. Denota-se que esta es- licitatória conveniente para contratações de grande aspecto. Isso
pécie de licitação deve ser aplicada com exclusividade para serviços ocorre, por que a Lei de Licitações e Contratos dispôs uma espécie
de cunho intelectual, como ocorre na elaboração de projetos, por de hierarquia quando a definição da modalidade de licitação acon-
exemplo incluindo-se nesse rol, tanto os básicos como os executi- tece em razão do valor do contrato. Ocorre que quanto maiores
vos como: cálculos, gerenciamento, supervisão, fiscalização e ou- forem os valores envolvidos, mais altos e maiores serão o nível de
tros pertinentes à matéria. publicidade bem como os prazos estipulados para a realização do
procedimento. Em alguns casos, não obstante, é permitido uso da
Técnica e preço
modalidade de maior publicidade no lugar das de menor publicida-
Depreende-se que esta espécie de licitação é de cunho obriga-
de, jamais o contrário.
tório quando da contratação de bens e serviços na área tecnológica
Nesta linha de pensamento, a regra passa a exigir o uso da con-
como de informática e áreas afins, e também nas modalidade de
corrência para valores elevados, vindo a permitir que seja realizada
concorrência, segundo a nova lei de Licitações. Nesse caso espe- a tomada de preços ou concorrência para montantes de cunho in-
cífico, o licitante demonstra e apresenta a sua proposta e a docu- termediário e convite (ou tomada de preços ou concorrência), para
mentação usando três envelopes distintos, sendo eles: o primeiro
contratos de valores mais reduzidos. Os gestores, na prática, ge-
para a habilitação, o segundo para o deslinde da proposta técnica e
ralmente optam por utilizar a modalidade licitatória que seja mais
o terceiro, com o preço, que deverão ser avaliados nessa respectiva
simplificada dentro do possível, de maneira a evitar a submissão a
ordem. prazos mais extensos de publicidade do certame.
Maior lance (leilão) Concurso
Nos ditames da nova Lei de Licitações, esse critério se encon- Disposto no art. 30 da Nova Lei de Licitações, esta modalidade
tra restrito à modalidade de leilão, disciplina que estudaremos nos de licitação pode ser utilizada para a escolha de trabalho técnico,
próximos tópicos. científico ou artístico. Vejamos o que dispõe a Nova Lei de Licita-
ções:
Maior retorno econômico Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas
Registra-se que esse tema se trata de uma das maiores novida- em edital, que indicará:
des advindas da Nova Lei de Licitações, pelo fato desse requisito ser I - a qualificação exigida dos participantes;
um tipo de licitação de uso para licitações cujo objeto e fulcro sejam II - as diretrizes e formas de apresentação do trabalho;
uma espécie de contrato de eficiência.

332
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A classificação a respeito das formas de pregão está também
III - as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser eivada de diferenças. Infere-se que no pregão presencial, o prego-
concedida ao vencedor. eiro deverá fazer a seleção de todas as propostas de até 10% acima
Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de da melhor proposta e as classificar para a fase de lances. Havendo
projeto, o vencedor deverá ceder à Administração Pública, nos ter- ausência de propostas que venham a atingir esses 10%, restarão
mos do art. 93 desta Lei, todos os direitos patrimoniais relativos ao selecionadas, por conseguinte, as três melhores propostas.
projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e Diversamente do que ocorre no pregão eletrônico, levando em
oportunidade das autoridades competentes. conta que todos os participantes são classificados e tem o direito de
participar da fase na qual ocorrem os lances por meio do sistema,
Leilão dentro dos parâmetros pertinentes ao horário indicado no edital ou
Disposto no art. 31 da Nova Lei de Licitações, o leilão poderá carta convite.
ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela auto- Inicia-se a fase de lances do pregão presencial com o lance da
ridade competente da Administração, sendo que seu regulamento licitação que possui a maior proposta, vindo a seguir, por conse-
deverá dispor sobre seus procedimentos operacionais. guinte, a lista decrescente até alcançar ao menor valor.
Se optar pela realização de leilão por intermédio de leiloeiro É importante destacar que no pregão eletrônico, os lances são
oficial, a Administração deverá selecioná-lo mediante credencia- lançados no sistema na medida em que os participantes vão ofer-
mento ou licitação na modalidade pregão e adotar o critério de jul- tando, devendo ser sempre de menor valor ao último lance que por
gamento de maior desconto para as comissões a serem cobradas, este foi ofertado. Assim, lances são lançados e registrados no siste-
utilizados como parâmetro máximo, os percentuais definidos na lei ma, até que esta fase venha a se encerrar.
que regula a referida profissão e observados os valores dos bens a Desde o início da Sessão, no pregão presencial o pregoeiro de-
serem leiloados verá se informar de antemão, quem são os participantes, tendo em
O leilão não exigirá registro cadastral prévio, não terá fase de vista que estes se identificam no momento do em que fazem o cre-
habilitação e deverá ser homologado assim que concluída a fase de denciamento.
lances, superada a fase recursal e efetivado o pagamento pelo No pregão eletrônico, até que chegue a fase de habilitação,
licitante vencedor, na forma definida no edital. o pregoeiro não possui a informação sobre quem são os licitantes
participantes, para evitar conluio.
Quaisquer interessados podem participar do leilão. Denota-se A intenção de recorrer no pregão presencial, deverá por parâ-
que o bem será vendido para o licitante que fizer a oferta de maior metros legais, ser manifestada e eivada com as motivações ao final
lance, o qual deverá obrigatoriamente ser igual ou superior ao valor da Sessão.
de avaliação do bem. No pregão eletrônico, havendo a intenção de recorrer, deverá
A realização do leilão poderá ser por meio de leiloeiro oficial ou de imediato a parte interessada se manifestar, devendo ser regis-
por servidor indicado pela Administração, procedendo-se conforme trado no campo do sistema de compras pertinente, no qual deverá
os ditames da legislação pertinente. conter as exposições com a motivação da interposição.
Destaca-se ainda, que algumas entidades financeiras da Admi- Diálogo competitivo
nistração indireta executam contratos de mútuo que são garantidos Com supedâneo no art. 32 da Nova Lei de Licitações, modali-
por penhor e que, restando-se vencido o contrato, se a dívida não dade diálogo competitivo é restrita a contratações em que a Admi-
for liquidada, promover-se-á o leilão do bem empenhado que deve- nistração:
rá seguir as regras pertinentes à Lei de licitações. Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a contrata-
ções em que a Administração:
Pregão I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições:
Com fundamento no art. 29 da Nova Lei de Licitações, trata- a) inovação tecnológica ou técnica;
-se o pregão de uma modalidade de licitação do tipo menor preço, b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade
designada ao aferimento de aquisição de bens e serviços comuns. satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e
Existem duas maneiras de ocorrência dos pregões, sendo estas nas c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas
formas eletrônica e presencial. com precisão suficiente pela Administração;
Pondera-se que a Lei geral que rege os pregões é a Lei II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as
10.520/02. No entanto, em âmbito federal, o pregão presencial é alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com desta-
fundamentado e regulamentado pelo Decreto3.555/00, já o pregão que para os seguintes aspectos:
eletrônico, por meio do Decreto 5.450/05. a) a solução técnica mais adequada;
Os referidos decretos, em razão da natureza institucional de b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já defi-
processamento dos pregões, são estabelecidos por meio de regras nida;
diferentes que serão adotadas pelo Poder Público. c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato.
Em âmbito federal, a modalidade pregão é obrigatória para
contratação de serviços e bens comuns. No entanto, o Decreto Obs. Importante: § 1º, inc. VIII , Lei 14.133/2021- a Adminis-
5.459/05 determina que a forma eletrônica é, via de regra, prefe- tração deverá, ao declarar que o diálogo foi concluído, juntar aos
rencial. autos do processo licitatório os registros e as gravações da fase de
Ressalta-se que aqueles que estiverem interessados em partici- diálogo, iniciar a fase competitiva com a divulgação de edital con-
par do pregão presencial, deverão comparecer em hora e local nos tendo a especificação da solução que atenda às suas necessidades
quais deverá ocorrer a Sessão Pública, onde será feito o credencia- e os critérios objetivos a serem utilizados para seleção da proposta
mento, devendo ainda, apresentar os envelopes de proposta, bem mais vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60 (sessenta) dias úteis,
como os documentos pertinentes. para todos os licitantes pré-selecionados na forma do inciso II deste
Referente ao pregão eletrônico, deverão os interessados fazer parágrafo apresentarem suas propostas, que deverão conter os ele-
cadastro no sistema de compras a ser usado pelo ente licitante, vin- mentos necessários para a realização do projeto.
do, por conseguinte, cadastrar a sua proposta.

333
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
5. Maior lance, no caso de leilão;
Habilitação, Julgamento e recursos 6. Maior retorno econômico.
Habilitação Observa-se que os títulos por si só já dão a noção a respeito do
Com determinação expressa no Capítulo VI da Nova Lei de Lici- seu funcionamento, bem como já foram estudados anteriormente
tações, art. 62, denota-se que a habilitação se mostra como a fase nesta obra. Entretanto, é possível afirmar que a maior novidade,
da licitação por meio da qual se verifica o conjunto de informações trata-se do critério de maior retorno econômico, que é uma espécie
e documentos necessários e suficientes para demonstrar a capaci- de licitação usada somente para certames cujo objeto seja contrato
dade do licitante de realizar o objeto da licitação. de eficiência de forma geral.
Registra-se no dispositivo legal, que os critérios inseridos foram Nesta espécie de contrato, busca-se o resultado econômico
renovados pela Nova Lei, como por exemplo, a previsão em lei de que proporcione a maior vantagem advinda de uma obra, serviço
aceitação de balanço de abertura. ou bem, motivo pelo qual, a melhor proposta deverá ser aquela que
No que condiz à habilitação econômico-financeira, com supe- trouxer um maior retorno econômico.
dâneo legal no art. 68 da Nova Lei, observa-se que possui utilidade
para demonstrar que o licitante se encontra dotado de capacidade Recursos
para sintetizar com suas possíveis obrigações futuras, devendo a Com base legal no art. 71 da nova Lei de Licitações, não ocor-
mesma ser comprovada de forma objetiva, por intermédio de coefi- rendo inversão de fases na licitação, pondera-se que os recursos em
cientes e índices econômicos que deverão estar previstos no edital face dos atos de julgamento ou habilitação, deverão ser apresenta-
e devidamente justificados no processo de licitação. dos no término da fase de habilitação, tendo em vista que tal ato
De acordo com a Nova lei, os documentos exigidos para a ha- deverá acontecer em apenas uma etapa.
bilitação são: a certidão negativa de feitos a respeito de falência ex- Caso os licitantes desejem recorrer a despeito dos atos do jul-
pedida pelo distribuidor da sede do licitante, e, por último, exige-se gamento da proposta e da habilitação, denota-se que deverão se
o balanço patrimonial dos últimos dois exercícios sociais, salvo das manifestar de imediato o seu desejo de recorrer, logo após o térmi-
empresas que foram constituídas no lapso de menos de dois anos. no de cada sessão, sob pena de preclusão
Registra-se que base legal no art. 66 da referida Lei, habilita- Havendo a inversão das fases com a habilitação de forma pre-
ção jurídica visa a demonstrar a capacidade de o licitante exercer cedente à apresentação das propostas, bem como o julgamento,
direitos e assumir obrigações, e a documentação a ser apresentada afirma-se que os recursos terão que ser apresentados em dois in-
por ele limita-se à comprovação de existência jurídica da pessoa e, tervalos de tempo, após a fase de habilitação e após o julgamento
quando cabível, de autorização para o exercício da atividade a ser das propostas.
contratada.
Já o art. 67, dispõe de forma clara a respeito da documentação Adjudicação e homologação
exigida para a qualificação técnico-profissional e técnico-operacio- O Direito Civil Brasileiro conceitua a adjudicação como sendo o
nal. Vejamos: ato por meio do qual se declara, cede ou transfere a propriedade de
Art. 67. A documentação relativa à qualificação técnico-profis- uma pessoa para outra. Já o Direito Processual Civil a conceitua
sional e técnico-operacional será restrita a: como uma forma de pagamento feito ao exequente ou a terceira
I - apresentação de profissional, devidamente registrado no pessoa, por meio da transferência dos bens sobre os quais incide a
conselho profissional competente, quando for o caso, detentor de execução.
atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou ser- Ressalta-se que os procedimentos legais de adjudicação têm
viço de características semelhantes, para fins de contratação; início com o fim da fase de classificação das propostas. Adilson
II - certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conse- Dallari (1992:106), doutrinariamente separando as fases de classi-
lho profissional competente, quando for o caso, que demonstrem ficação e adjudicação, ensina que esta não é de cunho obrigatório,
capacidade operacional na execução de serviços similares de com- embora não seja livre.
plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior, bem Podemos conceituar a homologação como o ato que perfaz o
como documentos comprobatórios emitidos na forma do § 3º do encerramento da licitação, abrindo espaço para a contratação. Ho-
art. 88 desta Lei; mologação é a aprovação determinada por autoridade judicial ou
III - indicação do pessoal técnico, das instalações e do apare- administrativa a determinados atos particulares com o fulcro de
lhamento adequados e disponíveis para a realização do objeto da produzir os efeitos jurídicos que lhes são pertinentes.
licitação, bem como da qualificação de cada membro da equipe téc- Considera-se que a homologação do processo de licitação re-
nica que se responsabilizará pelos trabalhos; presenta a aceitação da proposta. De acordo com Sílvio Rodrigues
IV - prova do atendimento de requisitos previstos em lei espe- (1979:69), a aceitação consiste na “formulação da vontade concor-
cial, quando for o caso; dante e envolve adesão integral à proposta recebida.”
V - registro ou inscrição na entidade profissional competente, Registre-se por fim, que a homologação vincula tanto a Admi-
quando for o caso; nistração como o licitante, para buscar o aperfeiçoamento do con-
VI - declaração de que o licitante tomou conhecimento de todas trato.
as informações e das condições locais para o cumprimento das obri-
gações objeto da licitação. Registro de preços
Registro de preços é a modalidade de licitação que se encontra
Julgamento apropriada para possibilitar diversas contratações que sejam conco-
Sob a vigência do nº. 14.133/2.021, a Nova Lei de Licitações mitantes ou sucessivas, sem que haja a realização de procedimento
trouxe em seu art. 33, a nova forma de julgamento, sendo que de de licitação de forma específica para cada uma destas contratações.
agora em diante, as propostas deverão ser julgadas de acordo sob Registra-se que o referido sistema é útil tanto a um, quanto a
os seguintes critérios: mais órgãos pertencentes à Administração.
1. Menor preço;
2. Maior desconto;
3. Melhor técnica ou conteúdo artístico;
4. Técnica e preço;

334
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - realização prévia de ampla pesquisa de mercado;
De modo geral, o registro de preços é usado para compras cor- II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em re-
riqueiras de bens ou serviços específicos, em se tratando daqueles gulamento;
que não se sabe a quantidade que será preciso adquirir, bem como III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle;
quando tais compras estiverem sob a condição de entregas parcela- IV - atualização periódica dos preços registrados;
das. O objetivo destas ações é evitar que se formem estoques, uma V - definição do período de validade do registro de preços;
vez que estes geram alto custo de manutenção, além do risco de VI - inclusão, em ata de registro de preços, do licitante que acei-
tais bens vir a perecer ou deteriorar. tar cotar os bens ou serviços em preços iguais aos do licitante vence-
Por fim, vejamos os dispositivos legais contidos na Nova lei de dor na sequência de classificação da licitação e inclusão do licitante
Lictações que regem o sistema de registro de preços: que mantiver sua proposta original.
Art. 82. O edital de licitação para registro de preços observará § 6º O sistema de registro de preços poderá, na forma de regu-
as regras gerais desta Lei e deverá dispor sobre: lamento, ser utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de dispen-
I - as especificidades da licitação e de seu objeto, inclusive a sa de licitação para a aquisição de bens ou para a contratação de
quantidade máxima de cada item que poderá ser adquirida; serviços por mais de um órgão ou entidade.
II - a quantidade mínima a ser cotada de unidades de bens ou, Art. 83. A existência de preços registrados implicará compro-
no caso de serviços, de unidades de medida; misso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obri-
III - a possibilidade de prever preços diferentes: gará a Administração a contratar, facultada a realização de licita-
a) quando o objeto for realizado ou entregue em locais dife- ção específica para a aquisição pretendida, desde que devidamente
rentes; motivada.
b) em razão da forma e do local de acondicionamento; Art. 84. O prazo de vigência da ata de registro de preços será de
c) quando admitida cotação variável em razão do tamanho do 1 (um) ano e poderá ser prorrogado, por igual período, desde que
lote;
comprovado o preço vantajoso.
d) por outros motivos justificados no processo;
Parágrafo único. O contrato decorrente da ata de registro de
IV - a possibilidade de o licitante oferecer ou não proposta em
preços terá sua vigência estabelecida em conformidade com as dis-
quantitativo inferior ao máximo previsto no edital, obrigando-se
posições nela contidas.
nos limites dela;
V - o critério de julgamento da licitação, que será o de menor Revogação e anulação da licitação
preço ou o de maior desconto sobre tabela de preços praticada no De antemão, em relação à revogação e a anulação do proce-
mercado; dimento licitatório, aplica-se o mesmo raciocínio, posto que caso
VI - as condições para alteração de preços registrados; tenha havido vício no procedimento, busca-se por vias legais o a
VII - o registro de mais de um fornecedor ou prestador de servi- possibilidade de corrigi-lo. Em se tratando de caso de vício que não
ço, desde que aceitem cotar o objeto em preço igual ao do licitante se possa sanar, ou haja a impossibilidade de saná-lo, a anulação se
vencedor, assegurada a preferência de contratação de acordo com impõe. Entretanto, caso não exista qualquer espécie de vício no cer-
a ordem de classificação; tame, mas, a contratação tenha sido deixada de ser considerada de
VIII - a vedação à participação do órgão ou entidade em mais interesse público, impõe-se a aplicação da revogação.
de uma ata de registro de preços com o mesmo objeto no prazo de Nos ditames do art. 62 da Lei nº 13.303/2016, após o início da
validade daquela de que já tiver participado, salvo na ocorrência de fase de apresentação de lances ou propostas, “a revogação ou a
ata que tenha registrado quantitativo inferior ao máximo previsto anulação da licitação somente será efetivada depois de se conceder
no edital; aos licitantes que manifestem interesse em contestar o respectivo
IX - as hipóteses de cancelamento da ata de registro de preços ato prazo apto a lhes assegurar o exercício do direito ao contraditó-
e suas consequências rio e à ampla defesa”.
§ 1º O critério de julgamento de menor preço por grupo de Já na seara da lei nº 8.666/93, ressalta-se que a norma tratou
itens somente poderá ser adotado quando for demonstrada a invia- de limitar a indicar, por meio do art. 49, §3º, que em caso de des-
bilidade de se promover a adjudicação por item e for evidenciada a fazimento do processo licitatório, ficará assegurado o contraditório
sua vantagem técnica e econômica, e o critério de aceitabilidade de e a ampla defesa.
preços unitários máximos deverá ser indicado no edital. Por fim, registra-se que em se tratando da obrigatoriedade da
§ 2º Na hipótese de que trata o § 1º deste artigo, observados aprovação de espaço aos licitantes interessados no exercício do di-
os parâmetros estabelecidos nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 23 desta Lei, reito ao contraditório e à ampla defesa, de forma anterior ao ato de
a contratação posterior de item específico constante de grupo de decisório de revogação e anulação, criou-se de forma tradicio- nal
itens exigirá prévia pesquisa de mercado e demonstração de sua diversos debates tanto na doutrina quanto na jurisprudência
vantagem para o órgão ou entidade. nacional. Um exemplo da informação acima, trata-se dos diversos
§ 3º É permitido registro de preços com indicação limitada a julgados que ressalvam a aplicação contida no art. 49, §3º da Lei
unidades de contratação, sem indicação do total a ser adquirido, 8.666/1.993 nas situações de revogação de licitação antes de sua
apenas nas seguintes situações: homologação. Pondera-se que esse entendimento afirma que o
I - quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou contraditório e a ampla defesa apenas seriam exigíveis quando o
entidade não tiver registro de demandas anteriores; procedimento de licitação tiver sido concluído.
II - no caso de alimento perecível; Obs. Importante: Ainda que em situações por meio das quais é
III - no caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento
considerado dispensável dar a oportunidade aos licitantes do con-
de bens.
traditório e a ampla defesa, a obrigação da administração em mo-
§ 4º Nas situações referidas no § 3º deste artigo, é obrigatória
tivar o ato revogatório não será afastada, uma vez que devendo se
a indicação do valor máximo da despesa e é vedada a participação
ater aos princípios da transparência e da motivação, o gestor por
de outro órgão ou entidade na ata.
força de lei, deverá sempre evidenciar as razões pelas quais foram
§ 5º O sistema de registro de preços poderá ser usado para
fundamentadas a conclusão pela revogação do certame, bem como
a contratação de bens e serviços, inclusive de obras e serviços de
os motivos de não prosseguir com o processo licitatório.
engenharia, observadas as seguintes condições:

335
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Para o jurista administrativo Celso Antonio Bandeira de Mello
Breves considerações adicionais acerca das mudanças no pro- “...esta expressão – agentes públicos – é a mais ampla que se pode
cesso de licitação após a aprovação da Lei 14.133/2.021 conceber para designar genérica e indistintamente os sujeitos que
• Com a aprovação da Nova Lei, nos ditames do §2º do art. 17, servem ao Poder Público como instrumentos expressivos de sua von-
será utilizada como regra geral, a forma eletrônica de contratação tade ou ação, ainda quando o façam apenas ocasional ou episodica-
para todos os procedimentos licitatórios. mente. Quem quer que desempenhe funções estatais, enquanto as
• Como exceção, caso seja preciso que a forma de contratação exercita, é um agente público.”
seja feita presencialmente, o órgão deverá expor os motivos de fato
e de direito no processo administrativo, porém, ficará incumbido da A denominação “agente público” é tratada como gênero das
obrigação de gravar a sessão em áudio e também em vídeo. diversas espécies que vinculam o indivíduo ao estado a partir da sua
• O foco da Nova Lei, é buscar o incentivo para o uso do siste- natureza jurídica. As espécies do agente público podem ser di-
ma virtual nos certames, vindo, assim, a dar mais competitividade, vididas como do qual são espécies os agentes políticos, servidores
segurança e isonomia para as licitações de forma geral. públicos (servidores estatais, empregado público, temporários e co-
• A Nova Lei de Licitações criou o PNCP (Portal Nacional de missionados), particulares em colaboração, agentes militares e os
Contratações Públicas), que irá servir como um portal obrigatório. agentes de fato.
• Todos os órgãos terão obrigação de divulgar suas licitações,
sejam eles federais, estaduais ou municipais. ESPÉCIES (CLASSIFICAÇÃO)
• Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para suprir as de- Agentes públicos abrangem todas as demais categorias, sendo
mandas das estruturas da Administração Pública deverão ser de que alguns deles fazem parte da estrutura administrativa do Estado,
qualidade comum, não superior à necessária para cumprir as finali- seja em sua estrutura direta ou então na organização indireta.
dades às quais se destinam, vedada a aquisição de artigos de luxo. Outros, no entanto, não compõe os quadros internos da admi-
• Art. 95, § 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com nistração Pública, isto é, são alheios ao aparelho estatal, permane-
a Administração, salvo o de pequenas compras ou o de prestação cendo externamente.
de serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de va- Vamos analisar cada uma dessas categorias:
lor não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). a) Agentes políticos: agentes políticos exercem uma função
• São atos da Administração Pública antes de formalizar ou pública de alta direção do Estado. São os que ocupam lugar de co-
prorrogar contratos administrativos: verificar a regularidade fiscal mando e chefia de cada um dos Poderes (Executivo, Legislativo e
do contratado; consultar o Cadastro Nacional de Empresas idôneas Judiciário). São titulares dos cargos estruturais à organização polí-
e suspensas (CEIS) e punidas (CNEP). tica do País.
• A Nova Lei de Licitações inseriu vários crimes do Código Pe- Ingressam em regra, por meio de eleições, desempenhando
nal, no que se refere às licitações, dentre eles, o art. 337-H do Có- mandatos fixos e quando termina o mandato a relação com o Esta-
digo Penal de 1.940: do também termina automaticamente.
Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer mo- A vinculação dos agentes políticos com o aparelho governa-
dificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor mental não é profissional, mas institucional e estatutária.
do contratado, durante a execução dos contratos celebrados com a Os agentes políticos serão remunerados exclusivamente por
Administração Pública sem autorização em lei, no edital da licitação subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer
ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatu- gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
ra com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade: outra espécie remuneratória.
Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. b) Servidores Públicos: são as pessoas que executam serviços
ao Estado e também às entidades da Administração Pública direta e
Perturbação de processo licitatório indireta (sentido amplo). Os servidores têm vínculo empregatício e
• Os valores fixados na Lei, serão anualmente corrigidos pelo sua remuneração é paga pelos cofres públicos.
IPCA-E, nos termos do art. 182: O Poder Executivo federal atua- Também chamados de servidores estatais engloba todos aque-
lizará, a cada dia 1º de janeiro, pelo Índice Nacional de Preços ao les que mantêm com o Estado relação de trabalho de natureza pro-
Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) ou por índice que venha a subs- fissional, de caráter não eventual e sob o vínculo de dependência.
tituí-lo, os valores fixados por esta Lei, os quais serão divulgados no Servidores públicos podem ser:
PNCP. - estatutários: são os ocupantes de CARGOS PÚBLICOS e estão
sob o regime estatutário. Quando nomeados, ingressam numa situ-
AGENTES PÚBLICOS. ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO.CAR- ação jurídica previamente definida, à qual se submetem com o ato
GO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICOS da posse. Assim, não tem como modificar as normas vigentes por
meio de contrato entre o servidor e a Administração, mesmo que
com a concordância de ambos, por se tratar de normas de ordem
CONCEITO pública. Não há contrato de trabalho entre os estatutários e a Ad-
Em seu conceito mais amplo Agente Público é a pessoa física ministração, tendo em vista sua natureza não contratual mas sim
que presta serviços às Pessoas Jurídicas da Administração Pública regida por um estatuto jurídico condicionada ao termo de posse.
Direta ou Indireta, também são aqueles que exercem função públi- - empregados públicos: são ocupantes de empregos públicos
ca, seja qual for a modalidade (mesário, jurado, servidor público, contratados sob o regime da CLT, com vínculo contratual, precisam
etc.). de aprovação em concurso público ou processo seletivo e sua de-
A Lei de Improbidade Administrativa (8.429/92) conceitua missão precisa ser motivada;
Agente Público:
“Artigo 2° - Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei,
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remu-
neração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qual-
quer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, empre-
go ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior”.

336
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Cargo público: unidade de atribuições e competências funcio-
- temporários ou em regime especial: são os contratados por nais. É o lugar dentro da organização funcional da Administração
tempo determinado, com base no artigo 37, IX, CF. Não ocupam Direta de suas autarquias e fundações públicas que, ocupado por
cargos ou empregos públicos e não exige aprovação em concurso servidor público, submetidos ao regime estatuário.
público, mas a Administração Pública deve respeitar os princípios Possui funções específicas e remuneração fixada em lei ou di-
constitucionais da impessoalidade e da moralidade, realizando um ploma a ela equivalente. Todo cargo tem uma função, porém, nem
processo seletivo simplificado. toda função pressupõe a existência de um cargo.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello são as mais simples e
Para que tenha a contratação de temporários, se faz necessária indivisíveis unidades de competência a serem titularizadas por um
a existência de lei regulamentadora, com a previsão dos casos de agente. São criados por lei, previstos em número certo e com de-
contratação, o prazo da contratação, a necessidade temporária e a nominação própria.
motivação do interesse público. Com efeito, as várias competências previstas na Constituição
- cargos comissionados: são os de livre nomeação e exonera- para a União, Estados e Municípios são distribuídas entre seus res-
ção, tem caráter provisório e se destina às atribuições de direção, pectivos órgãos, cada qual dispondo de determinado número de
chefia e assessoramento. Os efetivos também podem ser comissio- cargos criados por lei, que lhes confere denominação própria, defi-
nados. Ao servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão ne suas atribuições e fixa o padrão de vencimento ou remuneração.
aplica-se o regime geral de previdência social previsto na Constitui-
ção Federal, artigo 40, § 13. Empregos públicos: são núcleos de encargos de trabalho per-
manentes a serem preenchidos por pessoas contratadas para de-
c) Agentes militares: são as pessoas físicas que prestam ser- sempenhá-los, sob relação jurídica trabalhista (CLT) de natureza
viços à Forças Armadas (Marinha, Aeronáutica, Exército - art. 142, contratual e somente podem ser criados por lei.
caput, e § 3º, CF, Polícias Militares, Corpo de Bombeiros - art. 42,
CF).

Aqueles que compõem os quadros permanentes das forças rém que existem paralelamente na Administração.
militares possuem vinculação estatutária, e não contratual, mas o
regime jurídico é disciplinado por legislação específica diversa da
aplicável aos servidores civis.
Possui vínculo estatutário sujeito a regime jurídico próprio, me-
diante remuneração paga pelos cofres públicos.
d) Particulares em colaboração / honoríficos: são prestadores
de serviços ao Estado sem vinculação permanente de emprego e
sem remuneração. Essa categoria de agentes públicos pode ser
prestada de diversas formas, segundo entendimento de Celso An-
tônio Bandeira de Mello, se dá por:
- requisitados de serviço: como mesários e convocados para o
serviço militar (conscritos);
- gestores de negócios públicos: são particulares que assumem
espontaneamente uma tarefa pública, em situações emergenciais,
quando o Estado não está presente para proteger o interesse pú-
blico.
- contratados por locação civil de serviços: é o caso, por exem-
plo, de jurista famoso contratado para emitir um parecer;

- concessionários e permissionários: exercem função pública


por delegação estatal;
- delegados de função ou ofício público: é o caso dos titulares
de cartórios.

e) Agentes de fato: é o particular que sem vínculo formal e le-


gítimo com o Estado exerce função pública, acreditando estar de
boa-fé e com o objetivo de atender o interesse público. Neste caso,
não há investidura prévia nos cargos, empregos e funções públicas.
Agente de fato putativo: é aquele que desempenha atividade
pública com a presunção de que tem legitimidade, mas há alguma
ILEGALIDADE em sua INVESTIDURA. É aquele servidor que toma
posse sem cumprir algum requisito do cargo.
Agentes de fato necessário: são os que atuam em situações de
calamidade pública ou emergência.

CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA


Cargo, emprego e função pública são tipos de vínculos de tra-
balho na Administração Pública ocupadas por servidores públicos.
A Constituição Federal, em vários dispositivos, emprega os vocábu-
los cargo, emprego e função para designar realidades diversas, po-

337
Função pública: é a atividade em si mesma, éCONHECIMENTOS
a atribuição, as ESPECÍFICOS
tarefas desenvolvidas pelos servidores. São espécies:
a) Funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi-
dores ocupantes de cargo efetivo, e destinadas ás atribuições de
chefia, direção e assessoramento;
b) Funções exercidas por contratados por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público, nos termos da lei autorizadora, que
deve advir de cada ente federado.

REGIME JURÍDICO
Regime jurídico dos servidores públicos é o conjunto de nor-
mas e princípios referentes a direitos, deveres e demais regras ju-
rídicas normas que regem a vida funcional do servidor. A lei que
reúne estas regras é denominada de Estatuto e o regime jurídico
passa a ser chamado de regime jurídico Estatutário.

No âmbito de cada pessoa política - União, Estados, Distrito Fe-


deral e Municípios - há um Estatuto. A Lei nº 8.112 de 11/12/1990
(por exemplo) estabeleceu que o regime jurídico Estatutário é o
aplicável aos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e
fundações públicas federais, ocupantes de cargos públicos.

Provimento
Segundo Hely Lopes Meirelles, é o ato pelo qual se efetua o
preenchimento do cargo público, com a designação de seu titular.
Configura-se no ato de designação de um sujeito para titularizar
cargo público Podendo ser:
a) originário ou inicial: quando o agente não possui vinculação
anterior com a Administração Pública;
b) derivado: pressupõe a existência de um vínculo com a Ad-
ministração.

Posse: é o ato pelo qual uma pessoa assume, de maneira efe-


tiva, o exercício das funções para que foi nomeada, designada ou
eleita, ou seja, é sua investidura no cargo público. O ato da posse
determina a concordância e a vontade do sujeito em entrar no exer-
cício, além de cumprir a exigência regulamentar.

338
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Já a demissão constitui penalidade decorrente da prática de ilí-
Exercício: é o momento em que o servidor dá início ao desem- cito administrativo; tem por efeito desligar o servidor dos quadros
penho de suas atribuições de trabalho. A data do efetivo exercício do funcionalismo.
é considerada como o marco inicial para a produção de todos os A promoção é, ao mesmo tempo, ato de provimento no cargo
efeitos jurídicos da vida funcional do servidor público e ainda para superior e vacância no cargo inferior.
o início do período do estágio probatório, da contagem do tempo A readaptação, segundo artigo 24 da 8.112/90, “é a investidura
de contribuição para aposentadoria, período aquisitivo para a per- do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatí-
cepção de férias e outras vantagens remuneratórias. veis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou
São formas de provimento: nomeação, promoção, readapta- mental verificada em inspeção médica”.
ção, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução. Efetividade, estabilidade e vitaliciedade
Efetividade: cargos efetivos são aqueles que se revestem de ca-
a) Nomeação: é o único caso de provimento originário, já que o
ráter de permanência, constituindo a maioria absoluta dos cargos
servidor dependerá da aprovação prévia em concurso público e não
integrantes dos diversos quadros funcionais.
possuirá relação anterior com o Estado;
Com efeito, se o cargo não é vitalício ou em comissão, terá que
b) Promoção: é forma de provimento derivado (neste caso o
ser necessariamente efetivo. Embora em menor escala que nos
agente público já se encontra ocupando o cargo) onde o servidor
cargos vitalícios, os cargos efetivos também proporcionam segu-
passará a exercer um cargo mais elevado dentro da carreira exer-
rança a seus titulares; a perda do cargo, segundo art. 41, §1º da
cida.
Constituição Federal, só poderá ocorrer, quando estáveis, se houver
c) Readaptação: espécie de transferência efetuada com a finali-
sentença judicial ou processo administrativo em que se lhes faculte
dade de prover o servidor em outro cargo compatível com eventual
ampla defesa, e agora também em virtude de avaliação negativa de
limitação de capacidade física ou mental, condicionada a inspeção
médica. desempenho durante o período de estágio probatório.
d) Reversão: trata-se do reingresso de servidor aposentado de
seu ofício por não subsistirem mais as razões que lhe determinarão Estabilidade: confere ao servidor público a efetiva permanên-
a aposentadoria por invalidez. cia no serviço após três anos de estágio probatório, após os quais
e) Aproveitamento: relaciona-se com a retomada do servidor só perderá o cargo se caracterizada uma das hipóteses previstas no
posto em disponibilidade (ato pelo qual se transfere o servidor à artigo 41, § 1º, ou artigo 169, ambos da CF.
inatividade remunerada de servidor estável em razão de extinção Hipóteses:
do cargo ocupado ou destinado a reintegração de servidor), seja no a) em razão de sentença judicial com trânsito em julgado (art.
mesmo cargo anteriormente ocupado ou em cargo equivalente 41, §1º, I, da CF);
quanto as atribuições e vencimentos.
b) por meio de processo administrativo em que lhe seja assegu-
f) Reintegração: retorno de servidor ilegalmente desligado de rada a ampla defesa (art. 41, § 1º, II, da CF);
seu cargo. O reconhecimento do direito a reintegração pode decor- c) mediante procedimento de avaliação periódica de desempe-
rer de decisão proferida na esfera administrativa ou judicial. nho, na forma da lei complementar, assegurada ampla defesa (art.
g) Recondução: retorno de servidor estável ao cargo que an- 41, § 1º, III, da CF);
teriormente ocupava, seja por não ter sido habilitado no estágio d) em virtude de excesso de despesas com o pessoal ativo e
probatório relativo a outro cardo para o qual tenha sido nomeado inativo, desde que as medidas previstas no art. 169, § 3º, da CF, não
ou por ter sido desalojado do cargo em razão de reintegração do surtam os efeitos esperados (art. 169, § 4º, da CF).
servidor que ocupava o cargo anteriormente.
A estabilidade é a prerrogativa atribuída ao servidor que pre-
Vacância encher os requisitos estabelecidos na Constituição Federal que lhe
A vacância é a situação jurídica atribuída a um cargo que está garante a permanência no serviço.
sem ocupante. Vários fatos levam à vacância, entre os quais: O servidor estável, que tiver seu cargo extinto, não estará fora
- o servidor pediu o desligamento (exoneração a pedido); da Administração Pública, porque a norma constitucional lhe garan-
- o servidor foi desligado do cargo em comissão ou não iniciou te estabilidade no serviço e não no cargo. Nesta hipótese o servidor
exercício (exoneração ex officio); é colocado em disponibilidade remunerada, seguindo o disposto no
- o servidor foi punido com a perda do cargo (demissão); art. 41, § 3.º, da Constituição sendo sua remuneração calculada de
- o servidor passou a exercer outro cargo ante limitações em forma proporcional ao tempo de serviço.
sua capacidade física ou mental (readaptação); O servidor aprovado em concurso público de cargo regido pela
- aposentadoria ou falecimento do servidor; lei 8112/90 e consequentemente nomeado passará por um período
- acesso ou promoção. de avaliação, terá o novo servidor que comprovar no estágio proba-
tório que tem aptidão para exercer as atividades daquele cargo para
Para Di Pietro3, vacância é o ato administrativo pelo qual o ser- o qual foi nomeado em tais fatores:
vidor é destituído do cargo, emprego ou função. a) Assiduidade;
Decorre de exoneração, demissão, aposentadoria, promoção e b) Disciplina;
falecimento. O artigo 33 da Lei 8.112/90 prevê ainda a readaptação c) Capacidade de iniciativa;
e a posse em outro cargo inacumulável. Mas a ascensão e a trans- d) Produtividade;
formação deixaram de existir por força da Lei 9.527/97. e) Responsabilidade.
A exoneração não é penalidade; ela se dá a pedido ou ex offi-
cio, neste caso quando se tratar de cargo em comissão ou função Atualmente o prazo mencionado de 3 anos de efetivo exercício
de confiança; no caso de cargo efetivo, quando não satisfeitas as para o servidor público (de forma geral), adquirir estabilidade é o
exigências do estágio probatório ou quando, tendo tomado posse, que está previsto na Constituição, que foi alterado após a Emenda
o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. nº 19/98.
3DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 31ª edição, 2018

339
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Desvio de função
Muito embora, a Lei nº 8.112/90, no artigo 20 cite o prazo de 2
O servidor público deve exercer suas atividades funcionais res-
anos, para que o servidor adquira estabilidade devemos considerar
peitando as competências e atribuições previstas para o cargo que
que o correto é o texto inserido na Constituição Federal, repita-se 3
ocupa. Cumpre ressaltar que a lei que cria o cargo estabelece quais
anos de efetivo exercício.
são os limites das atribuições e competências do cargo.
Como não houve uma revogação expressa de tais normas elas
No entanto, não raro identificar o servidor exercendo atribui-
permanecem nos textos legais, mesmo que na prática não são apli-
çoes diversas daquelas previstas em lei para o cargo atualmente
cadas, pois ferem a CF (existe uma revogação tácita dessas normas).
ocupado.
Por definição, o desvio de função do servidor público ocorre
- Requisitos para adquirir estabilidade:
quando este desempenha função diversa daquela correspondente
a) estágio probatório de três anos;
ao cargo por ele legalmente investido mediante aprovação em con-
b) nomeação em caráter efetivo;
curso público.
c) aprovação em avaliação especial de desempenho.
Quando constatada a ocorrência de desvio de função, o servi-
dor que teve suas atribuições desviadas faz jus a indenização relati-
Vitaliciedade: Cargos vitalícios são aqueles que oferecem a vas as diferenças salarias decorrentes do desvio.
maior garantia de permanência a seus ocupantes. Somente através Este é o entendimento já consolidado pelo Superior Tribunal de
de processo judicial, como regra, podem os titulares perder seus Justiça que editou Sumula a respeito.
cargos (art. 95, I, CF). Desse modo, torna-se inviável a extinção do Súmula nº 378 STJ
vínculo por exclusivo processo administrativo (salvo no período ini- “Reconhecido o desvio de função, o servidor faz jus às diferen-
cial de dois anos até a aquisição da prerrogativa). A vitaliciedade ças salariais decorrentes”.
configura-se como verdadeira prerrogativa para os titulares dos
cargos dessa natureza e se justifica pela circunstância de que é ne- Importante esclarecer que em caso de desvio de função, o ser-
cessária para tornar independente a atuação desses agentes, sem vidor público que teve as atribuições do cargo para o qual foi inves-
que sejam sujeitos a pressões eventuais impostas por determina- tido desviadas não tem direito ao reenquadramento funcional. Isso
dos grupos de pessoas. porque inafastável o princípio da imprescindibilidade de concurso
Existem três cargos públicos vitalícios no Brasil: público para o preenchimento de cargos pela administração públi-
- Magistrados (Art. 95, I, CF); ca, No entanto, tem direito a receber os vencimentos correspon-
- Membros do Ministério Público (Art. 128, § 5º, I, “a”, CF); dentes à função desempenhada.
- Membros dos Tribunais de Contas (Art. 73, §3º).
REMUNERAÇÃO
Por se tratar de prerrogativa constitucional, em função da qual Vencimento: é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo
cabe ao Constituinte aferir a natureza do cargo e da função para público, com valor fixado em lei.
atribuí-la, não podem Constituições Estaduais e Leis Orgânicas mu-
nicipais, nem mesmo lei de qualquer esfera, criar outros cargos com Remuneração: é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das
a garantia da vitaliciedade. Consequentemente, apenas Emenda à vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. O acrés-
Constituição Federal poderá fazê-lo. cimo de vantagens permanentes ao vencimento do cargo efetivo é
irredutível.
Criação, transformação e extinção de cargos, empregos e fun- Constitui vedação legal o pagamento de remuneração inferior
ções públicas ao salário mínimo
Com efeito, as várias competências previstas na Constituição
IMPORTANTE: tanto o vencimento com a remuneração e o pro-
para a União, Estados e Municípios são distribuídas entre seus res-
vento não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto
pectivos órgãos, cada qual dispondo de determinado número de
nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.
cargos criados por lei, que lhes confere denominação própria, defi-
ne suas atribuições e fixa o padrão de vencimento ou remuneração. DIREITOS E DEVERES
Criar um cargo é oficializá-lo, atribuindo a ele denominação Os direitos e vantagens dos servidores públicos, quais sejam:
própria, número certo, funções determinadas, etc. Somente se cria vencimento, indenizações, gratificações, diárias, adicionais, férias,
um cargo por meio de lei, logo cada Poder, no âmbito de suas com- licenças, concessões e direito de petição.
petências podem criar um cargo por meio da lei. No caso dos cargos Indenizações: de acordo com o art. 51 da Lei nº 8.112/90 as in-
públicos da União, o vencimento é pago pelos cofres públicos, para denizações são constituídas pela ajuda de custo, diárias, transporte
provimento em caráter efetivo ou em comissão. e auxílio moradia.
A transformação ocorre quando há modificação ou alteração Ajuda de custo: A ajuda de custo destina-se a compensar as
na natureza do cargo de forma que, ao mesmo tempo em que o despesas de instalação do servidor que, no atendimento do inte-
cargo é extinto, outro é criado. Somente se dá por meio de lei e há resse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, desde que
o aproveitamento de todos os servidores quando o novo cargo tiver acarrete mudança de domicílio em caráter permanente.
o mesmo nível e atribuições compatíveis com o anterior. Constitui vedação legal o duplo pagamento de indenização, a
A extinção corresponde ao fim do cargo e também deve ser qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que dete-
efetuada por meio de lei. nha também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma
No entanto, o art. 84, VI, “b” da Constituição Federal revela sede.
exceção a norma geral ao atribuir competência para o Presidente Diárias: essa prerrogativa está regulamentada no art. 58 da Lei
da República para dispor, mediante decreto, sobre a extinção de nº 8.112/90. É devida ao servidor que se afastar da sede em caráter
funções ou cargos públicos quando vagos. eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou
para o exterior. São destinadas a indenizar as parcelas de despesas
extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana.

340
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a) Responsabilidade Civil: A responsabilidade civil decorre de
Gratificações e Adicionais: são tratados no art. 61 da Lei nº ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em pre-
8.112/90 que as discrimina, a saber: juízo ao erário ou a terceiros.
- retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e as- Neste caso, responsabilidade civil se refere à responsabilidade
sessoramento,
patrimonial, que faz referência aos Atos Ilícitos e que traz consigo a
- gratificação natalina, regra geral da responsabilidade civil, que é de reparar o dano cau-
- adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou sado a outrem.
penosas, A Administração Pública, confirmada a responsabilidade de
- adicional pela prestação de serviço extraordinário, seus agentes, como preceitua a no art.37, §6, parte final do Texto
- adicional noturno, Maior, é “assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
- adicional de férias, casos de dolo ou culpa”, descontará nos vencimentos do servidor
- outros (relativos ao local ou à natureza do trabalho), público, respeitando os limites mensais, a quantia exata para o res-
- gratificação por encargo de curso ou concurso. sarcimento do dano.

Férias: é um direito que o servidor alcança após cumprir o pe- b) Responsabilidade Administrativa: A responsabilidade admi-
ríodo aquisitivo (12 meses). Consiste em um período de 30 dias de nistrativa é apurada em processo administrativo, assegurando-se
descanso que podem ser cumuladas até o máximo de dois perío- ao servidor o contraditório e a ampla defesa.
dos, bem como podem ser parceladas em até três etapas. Uma vez constatada a prática do ilícito administrativo, ficará o
Licenças: de acordo com o art. 81 da referida lei a licença é con- servidor sujeito à sanção administrativa adequada ao caso, que
cedida por motivo de doença em pessoa da família, de afastamento poderá ser advertência, suspensão, demissão, cassação de aposen-
do cônjuge ou companheiro, para o serviço militar, para a atividade tadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão ou
política, para capacitação, para tratar de interesses particulares e destituição de função comissionada.
para desempenho de mandato classista. A penalidade deve sempre ser motivada pela autoridade com-
Concessões: existem quando é permitido ao servidor se ausen- petente para sua aplicação, sob pena de nulidade.
tar sem ter que arcar com quaisquer prejuízos. Se durante a apuração da responsabilidade administrativa a
O art. 97 da Lei nº 8.112/90 elenca as hipóteses de concessão, autoridade competente verificar que o ilícito administrativo tam-
vejamos: bém está capitulado como ilícito penal, deve encaminhar cópia do
- por um dia para doação de sangue, processo administrativo ao Ministério Público, que irá mover ação
- pelo período comprovadamente necessário para alistamen- penal contra o servidor
to ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso a dois
c) Responsabilidade Penal: A responsabilidade penal do servi-
dias,
dor é a que resulta de uma conduta tipificada por lei como infração
- por oito dias consecutivos em razão de casamento, falecimen-
penal. A responsabilidade penal abrange crimes e contravenções
to de cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, en-
imputadas ao servidor, nessa qualidade.
teados, menor sob guarda ou tutela ou irmãos.
Direito de Petição: o direito de petição existe para a defesa do Os crimes funcionais estão definidos no Código Penal, artigos
direito ou interesse legítimo. É instrumento utilizado pelo servidor 312 a 326, como o peculato, a concussão, a corrupção passiva, a
e dirigido à autoridade competente que deve decidir. prevaricação etc. Outros estão previstos em leis especiais federais.

RESPONSABILIDADE A responsabilidade penal do servidor é apurada em Juízo Cri-


Ao exercer funções públicas, os servidores públicos não estão minal. Se o servidor for responsabilizado penalmente, sofrerá uma
desobrigados de se responsabilizar por seus atos, tanto atos públi- sanção penal, que pode ser privativa de liberdade (reclusão ou de-
cos quanto atos administrativos, além dos atos políticos, dependen- tenção), restritiva de direitos (prestação pecuniária, perda de bens
do de sua função, cargo ou emprego. e valores, prestação de serviço à comunidade ou a entidades públi-
Esta responsabilidade é algo indispensável na atividade admi- cas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana)
nistrativa, ou seja, enquanto houver exercício irregular de direito ou ou multa (Código Penal, art. 32).
de poder a responsabilidade deve estar presente. Importante ressaltar que a decisão penal, apurada por causa da
Quanto o Estado repara o dano, em homenagem à responsa- responsabilidade penal do servidor, só terá reflexo na responsa-
bilidade objetiva do Estado, fica com direito de regresso contra o bilidade civil do servidor se o ilícito penal tiver ocasionado prejuízo
responsável que efetivamente causou o dano, isto é, com o direito patrimonial (ilícito civil).
de recuperar o valor da indenização junto ao agente que causador
do dano. Nos termos do que estabelece o artigo 125 da Lei 8.112/90, as
Efetivamente, o direito de regresso, em sede de responsabilida- sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo
de estatal, configura-se na pretensão do Estado em buscar do seu independentes entre si.
agente, responsável pelo dano, a recomposição do erário, uma vez A responsabilidade administrativa do servidor será afastada se,
desfalcado do montante destinado ao pagamento da indenização à no processo criminal, o servidor for absolvido por ter sido de-
vítima. clarada a inexistência do fato ou, quando o fato realmente existiu,
Nesse aspecto, o direito de regresso é o direito assegurado ao não tenha sido imputada sua autoria ao servidor. Notem que, se o
Estado no sentido de dirigir sua pretensão indenizatória contra o servidor for absolvido por falta ou insuficiência de provas, a respon-
agente responsável pelo dano, quando tenha este agido com culpa sabilidade administrativa não será afastada.
ou dolo.
Neste contexto, o agente público poderá ser responsabilizado
nos âmbitos civil, penal e administrativo.

341
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A essa vedação existe duas exceções, já que o servidor poderá:
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR I - participação nos conselhos de administração e fiscal de em-
O Regime Disciplinar é o conjunto de deveres, proibições, que presas ou entidades em que a União detenha, direta ou indireta-
geram responsabilidades aos agentes públicos. Descumprido este mente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa
rol, se apura os ilícitos administrativos, onde gera as sanções dis- constituída para prestar serviços a seus membros;
ciplinares. II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na
Com o intuito de responsabilizar quem comete faltas adminis- forma do art. 91 (8.112), observada a legislação sobre conflito de
trativas, atribui-se à Administração o Poder Disciplinar do Estado, interesses.
que assegura a responsabilização dos agentes públicos quando co- - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições
mentem ações que contrariam seus deveres e proibições relacio- públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou
nados às atribuições do cargo, função ou emprego de que estão assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou com-
investidos. Por consequência dos descumprimentos legais, há a panheiro;
aplicação de sanções disciplinares, conforme dispõe a legislação. - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qual-
quer espécie, em razão de suas atribuições;
Dos Deveres - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
Via de regra, os estatutos listam condutas e proibições a serem - praticar usura sob qualquer de suas formas;
observadas pelos servidores, configurando, umas e outras, os seus - proceder de forma desidiosa;
deveres como dois lados da mesma moeda. Por exemplo: a proibi- - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em servi-
ção de proceder de forma desidiosa equivale ao dever de exercer ços ou atividades particulares;
com zelo as atribuições do cargo. Por isso, podem ser englobados - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que
sob a rubrica “deveres” os que os estatutos assim intitulam e os que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;
os estatutos arrolam como proibições. - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o
- Dever de Agir: Devem os administradores agirem em benefí- exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;
cio da coletividade. - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicita-
- Dever de Probidade: O agente público deve agir de forma do.
honesta e em conformidade com os princípios da legalidade e da
moralidade. Infrações e Sanções Administrativas/Penalidades
- Dever de Prestar Contas: Todo administrador deve prestar Os servidores públicos de cada âmbito - União, Estados, Distrito
contas do dinheiro público. Federal e Municípios - têm um Estatuto próprio. Quanto aos agen-
- Dever de Eficiência: Deve elaborar suas funções perfeição e tes públicos Federais rege a Lei nº 8.112/1990, já o regimento dos
demais depende de cada Estado/Município.
rendimento funcional.
Devido ao princípio da Legalidade, todos os agentes devem fa-
- Dever de Urbanidade: Deve o servidor ser cordial com os de-
zer aquilo que está restrito em lei, e caso algum deles descumpram
mais colegas de trabalho e com o público em geral.
a legislação, ocorre uma infração administrativa, pelo poder discipli-
- Dever de Assiduidade: O servidor deve comparecer em seu nar, os agentes infratores estão sujeitos a penalidades, que podem
serviço, a fim de cumprir seu horário conforme determinado. ser: advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria
ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão e destituição
Das Proibições de função comissionada.
De acordo com o estatuto federal, aplicável aos Servidores Pú- Para uma aplicação de penalidade justa deve ser considerada
blicos Civis da União, das autarquias e fundações públicas federais, a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
ocupantes de cargos público, seu artigo 117 traz um rol de proibi- provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou
ções sendo elas: atenuantes e os antecedentes funcionais.
- ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia au- É necessário que cada penalidade imposta mencione o funda-
torização do chefe imediato; mento legal e a causa da sanção disciplinar.
- retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qual-
quer documento ou objeto da repartição; DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS
- recusar fé a documentos públicos;
- opor resistência injustificada ao andamento de documento e A Constituição Federal, em capítulo específico determina as
processo ou execução de serviço; diretrizes a serem adotadas pela Administração Pública no trata-
- promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto mento de normas específicas aos ocupantes de cargos e empregos
da repartição; públicos da Administração Direta ou Indireta.
- cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previs- Vejamos os dispositivos constitucionais relativos ao tema.
tos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabi-
lidade ou de seu subordinado;
- coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a as- CAPÍTULO VII
sociação profissional ou sindical, ou a partido político; DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
- manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de con-
fiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
- valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem,
em detrimento da dignidade da função pública;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
- participar de gerência ou administração de sociedade privada,
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na
pios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora-
qualidade de acionista, cotista ou comanditário; lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

342
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em-
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
como aos estrangeiros, na forma da lei;
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de apro- exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, qualquer caso o disposto no inciso XI:
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, a) a de dois cargos de professor;
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois saúde, com profissões regulamentadas;
anos, prorrogável uma vez, por igual período; XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo- e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro- economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa- ou indiretamente, pelo poder público;
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira; XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te-
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi- rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência
dores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e per- XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
centuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribui- autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de econo-
ções de direção, chefia e assessoramento; mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso- caso, definir as áreas de sua atuação;
ciação sindical; XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria-
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior,
definidos em lei específica; assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro-
sua admissão; cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter-
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
interesse público;
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
obrigações.
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse-
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona-
gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
de índices; terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun- atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de
ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de panhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informa-
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pen- tivo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
sões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de auto-
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na- ridades ou servidores públicos.
tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos
nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito da lei.
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Exe- § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
cutivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento
cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite dos serviços;
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defen- II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-
sores Públicos; mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder XXXIII;
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu- III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
tivo; ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a sus-
pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indispo-
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e grada-
serviço público;
ção previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pra-
não serão computados nem acumulados para fins de concessão de
ticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos
acréscimos ulteriores;
ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

343
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili-
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito priva- dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
do prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocu- de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos
pante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
possibilite o acesso a informações privilegiadas. V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previ-
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos dência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra- 2019)
dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: SEÇÃO II
I - o prazo de duração do contrato; DOS SERVIDORES PÚBLICOS
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
III - a remuneração do pessoal. instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às planos de carreira para os servidores da administração pública dire-
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem ta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni- Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
cípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em instituirão conselho de política de administração e remuneração de
geral. pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po-
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo- deres. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a re- (Vide ADIN nº 2.135-4)
muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais compo-
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos nentes do sistema remuneratório observará:
e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos
exoneração. cargos componentes de cada carreira;
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remunera- II - os requisitos para a investidura;
tórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de III - as peculiaridades dos cargos.
caráter indenizatório previstas em lei. § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores
fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisi-
mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como tos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração
limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo de convênios ou contratos entre os entes federados.
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen- § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o dis-
tésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo posto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,
Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. admissão quando a natureza do cargo o exigir.
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser rea- § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
daptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilida- Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
des sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni-
capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de ori- obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
gem.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de cípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remu-
contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, neração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rom- disposto no art. 37, XI.
pimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de ser- empregos públicos.
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
vidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que
cípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenien-
não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que
tes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência
e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de
social.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, mo-
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica
dernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público,
e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se-
inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
guintes disposições:
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital,
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remunera-
ção;

344
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter tempo- reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da
rário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem
em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emen- tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação
da Constitucional nº 103, de 2019) infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei comple-
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores mentar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda
titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, Constitucional nº 103, de 2019)
mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdên-
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
cia social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime
social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional
Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitu-
nº 103, de 2019)
cional nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar
que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o be-
em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
nefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do
verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a
são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo;
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser-
e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade,
estabelecidos em lei.
se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou
e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado o
idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço corres-
tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
pondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação dada
demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de conta-
de 2019)
gem de tempo de contribuição fictício.
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos
ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao
proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumu-
limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
lação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras ativi-
Social, obser vado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela
dades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
social, e ao montante resultante da adição de proventos de inativi-
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria se-
dade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Cons-
rão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação
tituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
exoneração, e de cargo eletivo.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em re-
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência so-
gime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e
cial, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação
critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Reda-
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ção dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res-
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia-
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera-
dos para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente
ção, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multi-
emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação
profissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda Constitucional
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
nº 103, de 2019)
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ins-
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res-
tituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia-
de previdência complementar para servidores públicos ocupantes
dos para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente peniten-
de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Re-
ciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que
gime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e
tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art.
das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o
52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda
disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
Constitucional nº 103, de 2019)
103, de 2019)
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o §
respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferen-
14 oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribui-
ciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam
ção definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e bio-
intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou
lógicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada
de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada
a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

345
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis- Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
posto nos § § 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver in- X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de
gressado no serviço público até a data da publicação do ato de ins- alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído
tituição do correspondente regime de previdência complementar.
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cál-
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-
culo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados,
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
na forma da lei.
concurso público.
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentado-
rias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado
geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. rada ampla defesa;
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abo- estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es-
no de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua con- tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
tribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re-
compulsória. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de muneração proporcional ao tempo de serviço.
2019) § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor-
previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora des- cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
se regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, outro cargo.
órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsá- § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga-
veis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída
e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o para essa finalidade.
§ 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá ape- EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA POR SERVIDORES CELETISTA
nas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão A Polícia Administrativa é manifestada por meio de atos norma-
que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os bene- tivos e de alcance geral, bem como de atos concretos e específicos.
fícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 Além disso, outra característica marcante dos atos expedidos
desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for por- por força da Polícia Administrativa são os atos revestidos de contro-
tador de doença incapacitante (Incluído pela Emenda Constitucio- le e fiscalização.
nal nº 47, de 2005) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 103,
A atividade administrativa que envolve atos fiscalizadores e de
de 2019) (Vigência) (Vide Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
controle , os quais a Administração Pública pretende a prevenção
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previ-
de atos lesivos ao bem estar social ou saúde pública não podem ser
dência social, lei complementar federal estabelecerá, para os que
proferidos por servidores com regime contratual – CLT.
já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, Esta é a grande polêmica envolvendo a prática de atos admi-
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) nistrativos revestidos de Poder de Polícia quando praticados por
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o servidores celetistas.
Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti- Conforme ressaltado pela melhor doutrina, Celso António Ban-
tucional nº 103, de 2019) deira de Mello afirma que “o regime normal dos servidores públicos
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re- teria mesmo de ser o estatutário, pois este (ao contrário do regime
cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) trabalhista) é o concebido para atender a peculiaridades de um vín-
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído culo no qual não estão em causa tão-só interesses empregatícios,
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) mas onde avultam interesses públicos são os próprios instrumentos
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela de atuacão do Estado”.
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) A jurisprudência já se manifestou neste sentido no julgamento
V - condições para instituição do fundo com finalidade previ- da cautelar da ADin no 2.310, o Supremo examinou a lei que trata
denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur- dos agentes públicos de agências reguladoras (Lei no 9.985/2000),
sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de e ali se posicionou contrário à contratação de servidores em regime
qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de celetista para a execução de atos revestidos com o Poder de Polícia
2019) no ato de fiscalização. De acordo com o ministro Marco Aurélio, re-
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; (Inclu- lator:
ído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) “...prescindir, no caso, da ocupação de cargos públicos, com os
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob- direitos e garantias a eles inerentes, é adotar flexibilidade incompa-
servados os princípios relacionados com governança, controle inter- tível com a natureza dos serviços a serem prestados, igualizando os
no e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de servidores das agências a prestadores de serviços subalternos, dos
2019) quais não se exige, até mesmo, escolaridade maior, como são ser-
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles ventes, artífices, mecanógrafos, entre outros. Atente-se para as es-
que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamen- pécies. Está-se diante de atividade na qual o poder de fiscalização,
te, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional o poder de polícia fazem- se com envergadura ímpar, exigindo, por
nº 103, de 2019)

346
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
isso mesmo, que aquele que a desempenhe sinta-se seguro, atue II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
sem receios outros, e isso pressupõe a ocupação de cargo público III - de Presidente do Senado Federal;
(…). Em suma, não se coaduna com os objetivos precípuos das agên- IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
cias reguladoras, verdadeiras autarquias, embora de caráter espe- V - da carreira diplomática;
cial, a flexibilidade inerente aos empregos públicos, impondo-se a VI - de oficial das Forças Armadas.
adoção da regra que é revelada pelo regime de cargo público, tal VII - de Ministro de Estado da Defesa.
como ocorre em relação a outras atividades fiscalizadoras — fiscais
do trabalho, de renda, servidores do Banco Central, dos Tribunais de Ademais, em decorrência do mandamento constitucional do
Contas etc.”
artigo 7º, XXX, em princípio não seria admissível restrições de con-
Portanto, muito embora não tenha previsão legal, o entendi-
crrencia em concurso público por motivos de idade ou sexo para
mento construído pela doutrina e jurisprudência entende que o
a regular admissão em cargos e empregos públicos, no entanto, o
emprego público, de natureza contratual (CLT) é incompatível com
mencionado artigo constitucional prevê a possibilidade de se insti-
a atividade a ser desenvolvida quando se exige a incidência de ato
tuírem requisitos específicos e diferenciados de admissão quando a
com poder de polícia. O cargo público, sim, é cercado de garantias
natureza do cargo assim exigir. Exemplo: Teste de Aptidão Física –
institucionais, destinadas a dar proteção e independência ao servi-
TAF - permite exigência sequência de exercícios fisicos diferencia-
dor para prestar a manifestação do Estado quando no exercício do
dos entre homens e mulheres.
Poder de Polícia.
Quanto aos requisitos específicos para investidura em cargos
REGIME CONSTITUCIONAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS públicos, a Lei 8.112/90, em seu artigo 5º assim determina:

Concurso público Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público:
Via de regra, para que ocorra a legal investidura em cargou ou I - a nacionalidade brasileira;
emprego público é necessária prévia aprovação em concurso de II - o gozo dos direitos políticos;
prova ou de provas e títulos, levando em consideração a natureza e III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
a complexidade do cargo ou emprego.Quanto as normas constitu- IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
cionais acerca da obrigatoriedade de concurso para o preenchimen- V - a idade mínima de dezoito anos;
to de cargos públicos VI - aptidão física e mental.
A jurisprudência é pacífica quanto a necessidade de aprovação
previa em concurso público para ocupar cargo na estrutura admi- Ainda em homenagem ao Princípio da Acessibilidade aos car-
nistrativa. gos e empregos públicos, o texto constitucional determina que a lei
Súmula Vinculante 43 É inconstitucional toda modalidade de deverá reservar percentual do total das vagas a serem preenchidas
provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia apro- por concurso público de cargos e empregos públicos para as pesso-
vação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo as portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
Invalidação do concurso
Exceção: As nomeação efetuadas pela Administração Pública Conforme mencionado, os concursos públicos devem ser rea-
para preenchimento de cargo em comissão declarado em lei de li- lizados previamente para o preenchimento de cargos e empregos
vre nomeação e exoneração dispensa a realização e aprovação em públicos, devendo para tanto dispensar tratamento impessoal e
concurso público. igualitário entre os interessados, sendo certo que a ausência desse
O concurso público terá prazo de validade de até dois anos, tratamento causaria fraude a ordem constitucional de realização de
podendo ser prorrogável uma única vez por igual período. Em ho- concurso público.
menagem ao princípio constitucional da impessoalidade, durante o Neste contexto, são inválidas as disposições constantes em edi-
prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele que tais ou normas de admissão em cargos e empregos públicos que
for aprovado será convocado com prioridade sobre novos concursa- desvirtuam as finalidades da realização do concurso público.
dos para assumir cargo ou emprego. Caso se identifique qualquer norma ou cláusula constante em
edital que inviabilize ou dificulte a ampla participação daqueles que
Direito de acesso aos cargos, empregos e funções públicas preencham os requisitos mínimos ou então que direcione, de qual-
A Constituição Federal estabelece o Princípio da Ampla Aces- quer forma, com o objetivo de beneficiar ou prejudicar alguém em
sibilidade aos cargos, funções e empregos públicos aos brasileiros concurso público poderá acarretar na invalidação de todo o certa-
que preencham os requisitos estabelecidos em lei específica, bem me.
como aos estrangeiros, na forma da lei. O direito à revisão judicial de provas e exames seletivos à luz
Tal princípio que garante a ampla acessibilidade tem por objeti- dos tribunais pátrios
vo proporcionar iguais oportunidades de disputar, por meio de con-
curso público, o preenchimento em cargos ou empregos públicos O controle judicial dos atos administrativos é preceito básico
na Administração Direta ou Indireta. do Estado de Direito com status de garantia constitucional, nos ter-
mos do que estabelece o artigo 5º, XXXV da Constituição Federal de
Requisito de inscrição e requisitos de cargos 1988.
Nas regras gerais constantes nos editais de concursos públicos
é vedada a inclusão de cláusulas discriminatórias entre brasileiros Art. 5º
natos e naturalizados, salvo para preenchimento de cargos específi- [...]
cos mencionados no artigo 12, § 3º da Constituição Federal. XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
Artigo 12. ou ameaça a direito;
[...]
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

347
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Esta, inclusive, se configura em função típica do Poder Judici-
ário, exercer o controle legal dos atos editados pela ente estatal, OS PODERES CONSTITUCIONAIS NA
como forma de controle externo da Administração Pública. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Neste contexto, ainda é complexa a discussão sobre a legiti-
midade do Poder Judiciário exercer revisão judicial de questões e
resultados em provas de concurso público. O poder administrativo representa uma prerrogativa especial
É crescente a demanda de candidatos que buscam na tutela do de direito público (conjunto de normas que disciplina a atividade
Poder Judiciário a revisão de resultados de concursos públicos, atri- estatal) outorgada aos agentes do Estado, no qual o administrador
buindo as bancas organizadoras, entre outros argumentos, a carên- público para exercer suas funções necessita ser dotado de alguns
cia de razoabilidade, proporcionalidade, isonomia e transparência poderes.
durante a realização do certame. Esses poderes podem ser definidos como instrumentos que
A jurisprudência dos nossos Tribunais tem-se orientado no sen- possibilitam à Administração cumprir com sua finalidade, contudo,
tido de que só são passíveis de reexame judicial as questões cuja devem ser utilizados dentro das normas e princípios legais que o
impugnação se funda na ilegalidade da avaliação ou dos graus con- regem.
feridos pelos examinadores ou ainda a ausência de impessoalidade Vale ressaltar que o administrador tem obrigação de zelar pelo
dedicada nas provas com privilégios exorbitantes a determinados dever de agir, de probidade, de prestar contas e o dever de pautar
candidatos, com a exclusão arbitrária de outros. seus serviços com eficiência.
Nos Estados de Direito, em que vige o princípio da legalidade,
não há espaço para arbitrariedades estatais, ao impor a Ordem Jurí- PODER HIERÁRQUICO
dica, não ficando de toda sorte excluída da apreciação judicial toda A Administração Pública é dotada de prerrogativa especial de
lesão ou ameaça a direito, inclusive quanto ao possível reexame organizar e escalonar seus órgãos e agentes de forma hierarquiza-
judicial de atos praticados durante os concursos públicos ou pro- da, ou seja, existe um escalonamento de poderes entre as pessoas
cessos de seleção. e órgãos internamente na estrutura estatal
É pelo poder hierárquico que, por exemplo, um servidor está
Da investidura do servidor público obrigado a cumprir ordem emanada de seu superior desde que não
A investidura em cargo público, mesmo nos casos em que o sejam manifestamente ilegais. É também esse poder que autoriza a
cargo não é vitalício ou em comissão, terá que ser necessariamente delegação, a avocação, etc.
efetivo. A lei é quem define as atribuições dos órgãos administrativos,
Embora em menor escala que nos cargos vitalícios, os cargos bem como cargos e funções, de forma que haja harmonia e unidade
efetivos também proporcionam segurança a seus titulares; a perda de direção. Percebam que o poder hierárquico vincula o superior e
do cargo, segundo art. 41, §1º da Constituição Federal, só poderá o subordinado dentro do quadro da Administração Pública.
ocorrer, quando estáveis, se houver sentença judicial ou processo Compete ainda a Administração Pública:
administrativo em que se lhes faculte ampla defesa, e agora tam- a) editar atos normativos (resoluções, portarias, instruções),
bém em virtude de avaliação negativa de desempenho durante o que tenham como objetivo ordenar a atuação dos órgãos subordi-
período de estágio probatório. nados, pois refere-se a atos normativos que geram efeitos internos
Isso lhe garante que, uma vez legalmente investido em cargo e não devem ser confundidas com os regulamentos, por serem de-
público passa a ser representante do Estado nas manifestações correntes de relação hierarquizada, não se estendendo a pessoas
proferidas durante o exercício do cargo, e assim, passa a gozar de estranhas;
prerrogativas especiais (típicas de direito público) com o objetivo de b) dar ordens aos subordinados, com o dever de obediência,
satisfazer as demandas coletivas. salvo para os manifestamente ilegais;
c) controlar a atividade dos órgãos inferiores, com o objetivo de
Estágio experimental, estágio probatório e Estabilidade verificar a legalidade de seus atos e o cumprimento de suas obriga-
O instituto da Estabilidade corresponde à proteção ao ocupan- ções, permitindo anular os atos ilegais ou revogar os inconvenien-
te do cargo, garantindo, não de forma absoluta, a permanência no tes, seja ex. officio (realiza algo em razão do cargo sem nenhuma
Serviço Público, o que permite a execução regular de suas ativida- provocação) ou por provocação dos interessados, através dos re-
des, visando exclusivamente o alcance do interesse coletivo. cursos hierárquicos;
d) avocar atribuições, caso não sejam de competência exclusiva
No entanto, para se conquistar a estabilidade prevista constitu- do órgão subordinado;
cionalmente é necessário superar a etapa de estágio experimental e) delegação de atribuições que não lhe sejam privativas.
ou também chamada de estágio probatório, que pressupõe a reali-
zação de avaliação de desempenho e transpor o período de 3 (três) A relação hierárquica é acessória da organização administrati-
anos de efetivo desempenho da função. va, permitindo a distribuição de competências dentro da organiza-
A Avaliação de Desempenho é uma importante ferramenta de ção administrativa para melhor funcionamento das atividades exe-
Gestão de Pessoas que corresponde a uma análise sistemática do cutadas pela Administração Pública.
desempenho do profissional em função das atividades que realiza,
das metas estabelecidas, dos resultados alcançados e do seu poten- PODER DISCIPLINAR
cial de desenvolvimento. O Poder Disciplinar decorre do poder punitivo do Estado de-
corrente de infração administrativa cometida por seus agentes ou
por terceiros que mantenham vínculo com a Administração Pública.
Não se pode confundir o Poder Disciplinar com o Poder Hierár-
quico, sendo que um decorre do outro. Para que a Administração
possa se organizar e manter relação de hierarquia e subordinação é
necessário que haja a possibilidade de aplicar sanções aos agentes
que agem de forma ilegal.

348
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de
A aplicação de sanções para o agente que infringiu norma de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites
caráter funcional é exercício do poder disciplinar. Não se trata aqui da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se
de sanções penais e sim de penalidades administrativas como ad- de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou des-
vertência, suspensão, demissão, entre outras. vio de poder.
Estão sujeitos às penalidades os agentes públicos quando pra-
ticarem infração funcional, que é aquela que se relaciona com a Os meios de atuação da Administração no exercício do poder
atividade desenvolvida pelo agente. de polícia compreendem os atos normativos que estabelecem limi-
É necessário que a decisão de aplicar ou não a sanção seja tações ao exercício de direitos e atividades individuais e os atos ad-
motivada e precedida de processo administrativo competente que ministrativos consubstanciados em medidas preventivas e repressi-
garanta a ampla defesa e o contraditório ao acusado, evitando me- vas, dotados de coercibilidade.
didas arbitrárias e sumárias da Administração Pública na aplicação A competência surge como limite para o exercício do poder de
da pena. polícia. Quando o órgão não for competente, o ato não será consi-
derado válido.
PODER REGULAMENTAR O limite do poder de atuação do poder de polícia não poderá
É o poder que tem os chefes do Poder Executivo de criar e edi- divorciar-se das leis e fins em que são previstos, ou seja, deve-se
tar regulamentos, de dar ordens e de editar decretos, com a finali- condicionar o exercício de direitos individuais em nome da coleti-
dade de garantir a fiel execução à lei, sendo, portanto, privativa dos vidade.
Chefes do Executivo e, em princípio, indelegável.
Podemos dizer então que esse poder resulta em normas inter- Limites
nas da Administração. Como exemplo temos a seguinte disposição Mesmo que o ato de polícia seja discricionário, a lei impõe al-
constitucional (art. 84, IV, CF/88): guns limites quanto à competência, à forma, aos fins ou ao objeto.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: Em relação aos fins, o poder de polícia só deve ser exercido
[...] para atender ao interesse público. A autoridade que fugir a esta re-
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como gra incidirá em desvio de poder e acarretará a nulidade do ato com
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução. todas as consequências nas esferas civil, penal e administrativa.
Dessa forma, o fundamento do poder de polícia é a predomi-
A função do poder regulamentar é estabelecer detalhes e os nância do interesse público sobre o particular, logo, torna-se escuso
procedimentos a serem adotados quanto ao modo de aplicação de qualquer benefício em detrimento do interesse público.
dispositivos legais expedidos pelo Poder Legislativo, dando maior
clareza aos comandos gerais de caráter abstratos presentes na lei. Atributos do poder de polícia
- Os atos gerais são os atos como o próprio nome diz, geram Os atributos do poder de polícia, busca-se garantir a sua execu-
efeitos para todos (erga omnes); e ção e a prioridade do interesse público. São eles: discricionarieda-
- O caráter abstrato é aquele onde há uma relação entre a cir- de, autoexecutoriedade e coercibilidade.
cunstância ou atividade que poderá ocorrer e a norma regulamen- - Discricionariedade: a Administração Pública goza de liberdade
tadora que disciplina eventual atividade. para estabelecer, de acordo com sua conveniência e oportunidade,
quais serão os limites impostos ao exercício dos direitos individuais
Cabe destacar que as agências reguladoras são legalmente e as sanções aplicáveis nesses casos. Também confere a liberdade
dotadas de competência para estabelecer regras disciplinando os de fixar as condições para o exercício de determinado direito.
respectivos setores de atuação. É o denominado poder normativo No entanto, a partir do momento em que são fixados esses li-
das agências. mites, com suas posteriores sanções, a Administração será obrigada
Tal poder normativo tem sua legitimidade condicionada ao a cumpri-las, ficando dessa maneira obrigada a praticar seus atos
cumprimento do princípio da legalidade na medida em que os atos vinculados.
normativos expedidos pelas agências ocupam posição de inferiori-
dade em relação à lei dentro da estrutura do ordenamento jurídico. - Autoexecutoriedade: Não é necessário que o Poder Judiciário
intervenha na atuação da Administração Pública. No entanto, essa
PODER DE POLÍCIA liberdade não é absoluta, pois compete ao Poder Judiciário o con-
É certo que o cidadão possui garantias e liberdades individuais trole desse ato.
e coletivas com previsão constitucional, no entanto, sua utilização Somente será permitida a autoexecutoriedade quando esta for
deve respeitar a ordem coletiva e o bem estar social. prevista em lei, além de seu uso para situações emergenciais, em
Neste contexto, o poder de polícia é uma prerrogativa confe- que será necessária a atuação da Administração Pública.
rida à Administração Pública para condicionar, restringir e limitar o Vale lembrar que a administração pública pode executar, por
exercício de direitos e atividades dos particulares em nome dos seus próprios meios, suas decisões, não precisando de autorização
interesses da coletividade. judicial.
Possui base legal prevista no Código Tributário Nacional, o
- Coercibilidade: Limita-se ao princípio da proporcionalidade,
qual conceitua o Poder de Polícia:
na medida que for necessária será permitido o uso da força par
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administra-
cumprimento dos atos. A coercibilidade é um atributo que torna
ção pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou li-
obrigatório o ato praticado no exercício do poder de polícia, inde-
berdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
pendentemente da vontade do administrado.
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização
do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à proprie-
dade e aos direitos individuais ou coletivos.

349
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Exemplos: o chefe de seção dimensiona os recursos necessá-
Uso e Abuso De Poder rios (materiais, humanos, etc.), em face dos objetivos e metas a se-
Sempre que a Administração extrapolar os limites dos pode- rem atingidos; a montagem de um plano de ação para recuperação
res aqui expostos, estará cometendo uma ilegalidade. A ilegalidade de uma área avariada.
traduz o abuso de poder que, por sua vez, pode ser punido judicial-
mente. Planejamento: funciona como a primeira função administrado-
O abuso de poder pode gerar prejuízos a terceiros, caso em que ra, pois serve de base para as demais.
a Administração será responsabilizada. Todos os Poderes Públicos - É uma reflexão que antecede a ação;
estão obrigados a respeitar os princípios e as normas constitucio- - É um processo permanente e contínuo;
nais, qualquer lesão ou ameaça, outorga ao lesado a possibilidade - É sempre voltado para o futuro;
do ingresso ao Poder Judiciário. - É uma relação entre as coisas a serem feitas e o tempo dispo-
A responsabilidade do Estado se traduz numa obrigação, atri- nível para tanto;
buída ao Poder Público, de compor os danos patrimoniais causados - É mais uma questão de comportamento e atitude da admi-
a terceiros por seus agentes públicos tanto no exercício das suas nistração do que propriamente um elenco de planos e programas
atribuições quanto agindo nessa qualidade. de ação;
- É a busca da racionalidade nas tomada de decisões;
Desvio de Poder - É um curso de ação escolhido entre várias alternativas de ca-
O desvio significa o afastamento, a mudança de direção da que minhos potenciais;
fora anteriormente determinada. Este tipo de ato é praticado por - É interativo, pois pressupõem avanços e recuos, alterações e
autoridade competente, que no momento em que pratica tal ato, modificações em função de eventos novos ocorridos no ambiente
distinto do que é visado pela norma legal de agir, acaba insurgindo externo e interno da empresa.
no desvio de poder. - O planejamento é um processo essencialmente participativo,
e todos os funcionários que são objetos do processo devem parti-
Segundo Cretella Júnior: cipar.
“o fim de todo ato administrativo, discricionário ou não, é o - Para realizar o planejamento, a empresa deve saber onde
interesse público. O fim do ato administrativo é assegurar a ordem está agora (presente) e onde pretende chegar (futuro).
da Administração, que restaria anarquizada e comprometida se o
fim fosse privado ou particular”. Para isso, deve dividir o planejamento em sete fases sequen-
ciais, como veremos abaixo.
Não ser refere as situações que estejam eivadas de má-fé, mas
sim quando a intenção do agente encontra-se viciada, podendo Etapas do planejamento
existir desvio de poder, sem que exista má-fé. É a junção da vontade
de satisfação pessoal com inadequada finalidade do ato que pode- 1. Definir: visão e missão do negócio
ria ser praticado. VisãoÉ a direção em que a empresa pretende seguir, ou ainda,
um quadro do que a empresa deseja ser. Deve refletir as aspirações
Essa mudança de finalidade, de acordo com a doutrina, pode da empresa e suas crenças.
ocorrer nas seguintes modalidades:
a. quando o agente busca uma finalidade alheia ao interesse Fórmula base para definição da visão:
público; Verbo em perspectiva futura + objetivos desafiadores + até
b. quando o agente público visa uma finalidade que, no entan- quando.
to, não é o fim pré-determinado pela lei que enseja validade ao ato
administrativo e, por conseguinte, quando o agente busca uma MissãoA declaração de missão da empresa deve refletir a razão
finalidade, seja alheia ao interesse público ou à categoria deste que de ser da empresa, qual o seu propósito e o que a empresa faz.
o ato se revestiu, por meio de omissão. Fórmula base para definição da Missão:
Fazer o quê + Para quem (qual o público?) + De que forma.
PROCESSO ADMINISTRATIVO. FUNÇÕES DA ADMINIS-
TRAÇÃO: PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E 2. Analisar o ambiente externo
CONTROLE Uma vez declarada a visão e missão da empresa, seus dirigen-
tes devem conhecer as partes do ambiente que precisam monito-
rar para atingir suas metas. É preciso analisar as forças macroam-
Noções das funções administrativas: planejamento, organiza- bientais (demográficas, econômicas, tecnológicas, políticas, legais,
ção, direção e controle sociais e culturais) e os atores microambientais (consumidores,
O conceito de administração representa uma governabilidade, concorrentes, canais de distribuição, fornecedores) que afetam sua
gestão de uma empresa ou organização de forma que as atividades habilidade de obter lucro.
sejam administradas com planejamento, organização, direção, e
controle. Oportunidades Um importante propósito da análise ambiental
é identificar novas oportunidades de marketing e mercado.
PLANEJAR
É a função administrativa em que se estima os meios que pos- Ameaças Ameaça ambiental é um desafio decorrente de uma
sibilitarão realizar os objetivos (prever), a fim de poder tomar de- tendência desfavorável que levaria a deterioração das vendas ou
cisões acertadas, com antecipação, de modo que sejam evitados lucro.
entraves ou interrupções nos processos organizacionais.
É também uma forma de se evitar a improvisação.
Nesta função, o gerente especifica e seleciona os objetivos a
serem alcançados e como fazer para alcançá-los.

350
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
COMANDAR
3. Analisar o ambiente interno
É a função administrativa que consiste basicamente em:
Você saberia dizer quais são as qualidades e o que pode ou
deve ser melhorado na sua empresa? Esses são os pontos fortes/ Decidir a respeito de “que” (como, onde, quando, com que,
forças e fracos/fraquezas do seu negócio. com quem) fazer, tendo em vista determinados objetivos a serem
conseguidos.
4. Analisar a situação atual
Depois de identificados os pontos fortes e pontos fracos e ana- Determinar as pessoas, as tarefas que tem que executar.
lisadas as oportunidades e ameaças, pode-se obter a matriz FOFA É fundamental para quem comanda desfrutar de certo poder:
(força ou fortalezas, oportunidades, fraquezas e ameaças) ou SWOT •Poder de decisão.
(strengths, weaknesses, opportunities e threats). Inclua os pontos •Poder de determinação de tarefas a outras pessoas.
fortes e fracos de sua empresa, juntamente com as oportunidades •Poder de delegar – a possibilidade de conferir á outro parte
e ameaças do setor, em cada uma das quatro caixas: do próprio poder.
•Poder de propor sanções àqueles que cumpriram ou não ás
5. Definir objetivos e Metas
determinações feitas.
São elementos que identificam de forma clara e precisa o que
a empresa deseja e pretende alcançar. A partir dos objetivos e de COORDENAR
todos os dados levantados acima, são definidas as metas. É a função administrativa que visa ligar, unir, harmonizar todos
As Metas existem para monitorar o progresso da empresa. Para os atos e todos os esforços coletivos através da qual se estabelece
cada meta existe normalmente um plano operacional, que é o um conjunto de medidas, que tem por objetivo harmonizar recur-
conjunto de ações necessárias para atingi-la; Toda meta, ao ser sos e processos. Dois tipos de Coordenação:
definida, deve conter a unidade de medida e onde se pretende che- •Vertical/Hierárquico: É aquela que se faz com as pessoas sem-
gar. pre dentro de uma rigorosa observância das linhas de comando (ou
escalões hierárquicos estabelecidos).
6. Formular e Implementar a estratégia
•Horizontal: É aquela que se estabelece entre as outras pes-
Até aqui, você definiu a missão e visão do seu negócio e definiu soas sem observância dos níveis hierárquicos dessas mesmas pes-
metas e objetivos visando atender sua missão em direção à visão soas. Essa coordenação possibilita a comunicação entre as pessoas
declarada. Agora, é necessário definir-se um plano para se atingir de vários departamentos e de diferentes níveis hierárquicos. Risco
as metas estabelecidas, ou seja, a empresa precisa de uma formu- Básico: Desmoralização ou destruição das linhas de comando ou
lação de estratégias para serem implantadas. hierarquia.
Após o desenvolvimento das principais estratégias da empre-
sa, deve-se adotar programas de apoio detalhados com responsá- CONTROLAR
veis, áreas envolvidas, recursos e prazos definidos. Esta função se aplica tanto a coisas quanto a pessoas.
Para que a função de controle possa efetivamente se processar
7. Gerar Feedback e Controlar
e aumentar a eficiência do trabalho, é fundamental que o estabele-
À medida que implementa sua estratégia, a empresa precisa cido ou determinado esteja perfeito, claramente explicado.
rastrear os resultados e monitorar os novos desenvolvimentos nos “O que perturba o bom entendimento não são regras do jogo
ambientes interno e externo. Alguns ambientes mantêm-se está- muito exigentes, mas sim regras esclarecidas após o jogo iniciado.”
veis de um ano para outro. O ideal é estar sempre atento à realiza- É a função administrativa através da qual se verifica se o que
ção das metas e estratégias, para que sua empresa possa melhorar foi estabelecido ou determinado foi cumprido (sem entrar especifi-
a cada dia. camente nos méritos e se deu ou não bons resultados).
Princípios aplicados ao planejamento Um sistema de controle deve ter:
I- Princípio da definição dos objetivos (devem ser traçados •um objetivo, um padrão, uma linha de atuação, uma norma,
com clareza, precisão) uma regra “decisorial”, um critério, uma unidade de medida;
II-Princípio da flexibilidade do planejamento (poderá e deverá •um meio de medir a atividade desenvolvida;
ser alterado sempre que necessário e possível). •um procedimento para comparar tal atividade com o critério
fixado;
Com esta primeira função montaremos o plano teórico, com- •algum mecanismo que corrija a atividade como critério fixa-
pletando assim o ciclo de planejamento: Estabelecer objetivos, to- do. O processo de controle é realizado em quatro fases a saber:
mar decisões e elaborar planos. a) Estabelecimento de padrões ou critérios;
b) Observação do desempenho;
ORGANIZAR
c) Comparação do desempenho com o padrão estabelecido;
É a função administrativa que visa dispor adequadamente os
diferentes elementos (materiais, humanos, processos, etc.) que Ação para corrigir o desvio entre o desempenho atual e o de-
compõem (ou vierem a compor) a organização, como objetivo de sempenho esperado.
aumentar a sua eficiência, eficácia e efetividade.

DIREÇÃO
Podemos dividir essa função em duas subfunções:

351
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
III - formular alegações e apresentar documentos antes da de-
LEI DE PROCESSO ADMINISTRATIVO ESTADUAL (LEI cisão, os quais serão objeto de consideração do órgão competente;
ESTADUAL N° 7.692, DE 1º DE JULHO DE 2002, E ALTE- IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo
RAÇÕES POSTERIORES) quando obrigatória a representação, por força de lei.

LEI N° 7.692, DE 1º DE JULHO DE 2002. CAPÍTULO II


DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
Regula o processo administrativo no âmbito da Administração
Pública Estadual. Art. 7° São deveres do administrado perante a Administração
Pública Estadual, sem prejuízo de outros previstos em lei:
O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO, tendo em I - expor os fatos conforme a verdade;
vista o que dispõe o art. 42 da Constituição Estadual, sanciona a II - prestar as informações que lhe sejam solicitadas colaborar
seguinte lei: para o esclarecimento dos fatos;
TÍTULO I III - proceder com urbanidade, lealdade e boa- fé;
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES IV - não agir de modo temerário.

Art. 1° Esta lei regula os atos e procedimentos administrativos TÍTULO IV


da Administração Pública centralizada e descentralizada do Estado DOS INTERESSADOS
de Mato Grosso, que não tenham disciplina legal específica.
§ 1° Para os fins desta lei, consideram-se: Art. 8° São legitimados como interessados para os fins de pro-
I - órgão: unidade de atuação integrante da estrutura da Admi- cesso administrativo estadual:
nistração direta; I - as pessoas fisicas ou jurídicas que o iniciem orno titulares de
II - entidade: a unidade de atuação dotada de personalidade direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de
jurídica, integrante da Administração indireta; representação;
III - autoridade: o servidor ou agente público dotado de poder II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos
de decisão. ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
§ 2° Considera-se integrante da Administração descentralizada III - as organizações e associações representativas, 10 tocante a
estadual toda pessoa jurídica controlada ou mantida, direta ou in- direitos ou interesses coletivos;
diretamente, pelo Poder Público estadual, seja qual for seu regime IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quan-
jurídico. to a direitos ou interesses difusos.
Art. 2° As normas desta lei aplicam-se subsidiariamente aos Art. 9° São capazes, para fins de processo administrativo esta-
atos e procedimentos administrativos com disciplina legal específi- dual, os maiores de 18 ( dezoito) anos, ressalvada previsão especial
ca, observada a hierarquia das normas jurídicas. em lei.
Art. 3° Os prazos fixados em normas legais específicas prevale-
cem sobre os desta lei. TÍTULO V
DA COMPETÊNCIA
TÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL Art. 10 Competência é a fração do poder político autônomo do
Estado, conferida pela Constituição ou pela lei como própria e irre-
Art. 4° A Administração Pública Estadual obedecerá, dentre nunciável dos orgãos administrativos, salvo os casos de delegação e
outros, aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, avocação legalmente admitidos.
publicidade, eficiência, motivação, formalidade, razoabilidade, pro- Art. 11 Um órgão administrativo, através de seu titular poderá,
porcionalidade, ampla defesa, contraditório e segurança jurídica. e não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência
Art. 5° A norma administrativa deve ser interpretada e aplicada a outros orgãos, quando for conveniente, em razão de circunstân-
de forma que melhor garanta a realização do interesse público a cias de índole técnica social, econômica, jurídica ou territorial.
que se dirige. Parágrafo único. O órgão colegiado não pode delegar suas fun-
ções, mas apenas a execução material de suas deliberações.
TÍTULO III Art. 12 Não podem ser objeto de delegação:
DOS DIREITOS E DEVERES DO ADMINISTRADO I - a competência para edição de atos normativos que regulam
direitos e deveres dos administrados;
CAPÍTULO I II - as atribuições inerentes ao caráter político da autoridade;
DOS DIREITOS DO ADMINISTRADO III - as atribuições recebidas por delegação, salvo autorização
expressa e na forma por ela determinada;
Art. 6° O administrado tem os seguintes direitos perante a Ad- IV - a totalidade da competência do órgão;
ministração Pública Estadual, sem prejuízo de outros que lhe sejam V - as competências essenciais do órgão que justifiquem sua
assegurados por lei: existência;
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que VI - a decisão de recursos administrativos.
deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de Art. 13 O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi-
suas obrigações; cados no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso.
I - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em § 1° O ato de delegação especificará as matérias e poderes
que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter có- transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob-
pias de documentos neles contidos e conhecer as decisões profe- jetivos da delegação, podendo conter ressalva de exercício de atri-
ridas; buição delegada.

352
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II - os decretos serão referendados pelos Secretários de Estado
§ 2° O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela au- em cuja área de atuação devam incidir, ou pelo Procurador-Geral do
toridade delegante. Estado, quando for o caso;
§ 3° As decisões adotadas por delegação devem mencionar III - nenhum decreto regulamentar será editado a consideração
explicitamente esta qualidade e considerar-se como editadas pelo dos motivos que demonstre o fundamento legal de sua edição, a
delegado. finalidade das medidas adotadas e a extensão de seus efeitos;
Art. 14 Será permitida, em caráter excepcional e por motivos IV - as minutas de regulamento serão obrigatoriamente sub-
relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de metidas ao órgão jurídico competente e, posteriormente, à Procu-
competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior . radoria-Geral do Estado, antes de sua apreciação pelo Governador
Art. 15 Inexistindo competência legal específica, o processo do Estado.
administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor
grau hierárquico para decidir. CAPÍTULO III
DA REVOGAÇÃO, INVALIDAÇÃO E CONVALIDAÇÃO DOS ATOS
TÍTULO VI
ADMINISTRATIVOS
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
SEÇÃO I
Art. 16 É impedido de exercer suas competências em processo DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
dministrativo o servidor ou autoridade que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; Art. 24 A Administração Pública Estadual deve anular seus pró-
II - tenha participado ou venha a participar como Perito, teste- prios atos, quando eivados de vício de legalidade e pode revogá-los
munha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direi-
cônjuge, companheiro, ou qualquer parente seu, consanguineo ou tos adquiridos, sempre assegurando a ampla defesa e o contradi-
afim, em linha reta, ou na linha colateral até o terceiro grau; tório.
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o inte- Parágrafo único. Os atos que apresentem defeitos sanáveis
ressado ou respectivo cônjuge, companheiro, ou qualquer parente poderão ser convalidados pela própria Administração Pública Esta-
seu, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral até dual, em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao
o terceiro grau. interesse público nem prejuízo a terceiros.
Art. 17 A autoridade ou servidor que incorrer em impedimen-
to leve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de SEÇÃO II
exercer suas competencias. DA INVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedi-
mento constitui falta grave para efeitos disciplinares. Art. 25 São inválidos os atos administrativos que desatendam
Art. 18 Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor os princípios da Administração Pública Estadual e os pressupostos
que tenha amizade íntima ou inimizade capital com algum dos inte- legais e regulamentares de sua edição, especialmente nos casos de:
ressados, ou com os respectivos cônjuges, companheiros, ou qual- I - incompetência do órgão, entidade ou autoridade de que
quer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha emane;
colateral até o terceiro grau. II - ilicitude, impossibilidade, incerteza ou imoralidade do ob-
Art. 19 O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser jeto;
objeto de recurso sem efeito suspensivo. III - omissão de formalidades ou procedimentos essenciais;
IV - inexistência ou impropriedade do motivo de fato ou de di-
TÍTULO VII reito;
DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
V - falta ou insuficiência de motivação;
VI - desvio de poder;
CAPÍTULO I
VII - desvio de finalidade.
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Parágrafo único. Nos atos discricionários, será razão de invali-
Art. 20 A Administração Pública Estadual não iniciará qualquer dade a falta de correlação lógica entre o motivo e o objeto do ato,
atuação material relacionada com a esfera jurídica dos particulares tendo em vista sua finalidade.
sem a prévia expedição do ato administrativo que lhe sirva de fun- Art. 26 O direito de a Administração Pública Estadual invalidar
damento, salvo na hipótese de expressa previsão legal. os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em 10 (dez) anos, contados da data em que fo-
CAPÍTULO II ram praticados, salvo comprovada má fé.
DA FORMALIZAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS § 1° No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de de-
cadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
Art. 21 Os atos administrativos, produzidos por escrito, indica- § 2° Considera-se exercício do direito de anular qualquer me-
rão a data e o local de sua edição e conterão a identificação nomi- dida da autoridade administrativa que importe impugnação à vali-
nal, funcional e a assinatura da autoridade responsável. dade do ato.
Art. 22 Os atos de conteúdo normativo e os de caráter geral
serão numerados em séries específicas, seguidamente, sem reno- SEÇÃO III
vação anual. DA CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Art. 23 Os regulamentos serão editados por decreto, observa-
das as seguintes regras : Art. 27 A Administração Pública Estadual poderá convalidar
I - nenhum regulamento poderá ser editado sem base em lei, seus atos inválidos, quando a invalidade decorrer de vício de com-
nem prever infrações, sanções, deveres ou condicionamentos de petência ou de, ordem formal desde que:
direitos nela não estabelecidos;

353
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2° A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá
I - na hipótese de vício de competência, a convalidação seja ser feita pelo órgão administrativo.
feita pela autoridade titulada para a prática do ato e não se trate de § 3° O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencial-
competência indelegável; mente e rubricadas.
II - na hipótese de vício formal, este possa se suprimido de Art.34 Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no
modo eficaz. horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o
Parágrafo único. Não será admitida a convalidação quando dela processo.
resultar prejuízo à Administração Pública Estadual ou a terceiros ou
quando se tratar de ato impugnado. Art. 35 Os atos do processo devem realizar-se preferencialmen-
te na sede do órgão, cientificando-se o interessado, quando impres-
CAPÍTULO IV cindível sua presença, se outro for o local de realização.
DA PUBLICIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
SEÇÃO III
Art. 28 Os atos administrativos, inclusive os de caráter geral,
DOS PRAZOS
entrarão em vigor na data de sua publicação, salvo disposição ex-
pressa em contrario.
Art. 29 Salvo norma expressa em contrário, a publicidade dos Art. 36 Quando outros não estiverem previstos nesta lei ou em
atos administrativos consistirá em sua publicação no Diário Oficial disposições especiais, serão obedecidos os seguintes prazos máxi-
do Estado de Mato Grosso, ou, quando for o caso, na citação ou mos nos procedimentos administrativos:
intimação do interessado. I - para autuação, juntada aos autos, publicação e outras provi-
Parágrafo único. A publicação dos atos sem conteúdo normati- dências de mero expediente: 02 ( dois) dias;
vo poderá ser resumida. II - para expedição de intimação pessoal: 05 ( cinco ) dias.
III - para elaboração e apresentação de informes sem caráter
CAPÍTULO V técnico ou jurídico: 05 ( cinco) dias;
DO PRAZO PARA PRODUÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS IV - para elaboração e apresentação de pareceres ou informes
de caráter técnico ou jurídico: 15 ( quinze) dias;
Art.30 Será de 30 (trinta) dias, se outra não for a determinação V - para manifestações do particular ou providências a seu car-
legal, o prazo máximo para a prática de atos administrativos isola- go: 05 (cinco) dias;
dos, que não exijam procedimentos especiais para sua prolação ou VI - para decisões no curso do procedimento: 05 ( cinco) dias;
para sua adoção pela autoridade pública, de outras providências VII - para decisão final: 20 (vinte ) dias;
necessárias à aplicação de lei, ato normativo ou decisão adminis- VIII - para outras providências da Administração Pública Esta-
trativa. dual: 05 ( cinco) dias.
§ 1° O prazo fluirá a partir do momento em que, à vista das § 1° O prazo fluirá a partir do momento em que, à vista das
circunstâncias, tomar-se logicamente possível a produção do ato ou circunstâncias, tomar-se logicamente possível a produção do ato ou
a adoção da medida. a adoção da providência.
§ 2° Os prazos previstos neste artigo poderão ser, caso a caso, § 2° Os prazos previstos neste artigo poderão ser, caso a caso,
prorrogados uma vez, por igual período, pela autoridade competen- prorrogados uma vez, por igual período, pela autoridade competen-
te, à vista de representação fundamentada do agente responsável te, à vista de representação fundamentada do agente responsável
por seu cumprimento. por seu cumprimento.
Art. 37 O prazo máximo para decisão de requerimentos de
TÍTULO VIII
qualquer espécie apresentados à Administração Pública Estadual
DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
será de 120 ( cento e vinte) dias, se outro não for legalmente esta-
belecido.
CAPÍTULO I
§ 1° Ultrapassado o prazo sem decisão, o interessado poderá
NORMAS GERAIS
considerar rejeitado o requerimento na esfera administrativa, salvo
SEÇÃO I previsão legal em contrário.
DO DIREITO DE PETIÇÃO § 2° Quando a complexidade da questão envolvida não per-
mitir o atendimento do prazo previsto neste artigo, a autoridade
Art. 31 Fica assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídica, in- cientificará o interessado das providências até então tomadas, sem
dependentemente de pagamento, o direito de petição para defesa prejuízo do disposto no parágrafo anterior.
de direitos, em como contra ilegalidade ou abuso de poder . § 3° O disposto no § 1º deste artigo não desonera a autoridade
Parágrafo único. As associações, quando expressamente auto- do dever de apreciar o requerimento.
rizadas por seus estatutos ou por ato especial, e os sindicatos pode-
rão exercer o direito de petição, em defesa dos direitos e interesses SEÇÃO IV
coletivos ou individuais de seus membros. DA PUBLICIDADE
Art. 32 Em nenhuma hipótese, a Administração Pública Estadu-
al poderá recusar-se a protocolar a petição, sob pena de responsa- Art. 38 No curso de qualquer procedimento administrativo, as
bilidade do agente. citações e intimações, quando feitas pessoalmente ou por carta
Seção II com aviso de recebimento, observarão as seguintes regras:
Da Forma, Tempo e Lugar dos Atos do Processo Administrativo I - constitui ônus do requerente informar seu endereço para
Art. 33 Os atos do processo administrativo não dependem de correspondência, bem como alterações posteriores;
urna determinada, senão quando a lei expressamente a exigir . II - considera-se efetivada a intimação por carta com lua entre-
§ 1° Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente ga no endereço fornecido pelo interessado;
será exigido quando houver fundada dúvida de autenticidade.

354
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CAPÍTULO III
III - na citação e intimação pessoal, caso o Destinatário se recu-
DA INSTRUÇÃO DO PROCESSO
se a assinar o comprovante de recebimento, o servidor Encarregado
certificará a entrega e a recusa; Art. 47 As atividades de instrução destinadas a averiguar e
IV - quando o particular estiver representado nos autos por comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se
procurador, a este serão dirigidas as intimações, salvo disposição de oficio, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atua-
expressa em contrario. ções probatórias.
Art. 39 A intimação deverá conter: § 1° O órgão competente para a instrução fará constar dos au-
I - a identificação do intimado e nome do órgão ou entidade
tos os dados necessários à decisão do processo.
administrativa;
§ 2° Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados
II - finalidade da intimação;
devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.
III - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes;
Art. 48 O órgão ou entidade da Administração Pública Estadual
IV - informação da continuidade do processo independente-
que necessitar de informações de outro, para instrução de proce-
mente do seu comparecimento;
dimento administrativo, poderá requisitá-las diretamente sem ob-
V - se necessário, data, hora e local em que deve comparecer.
servância da vinculação hierárquica, mediante oficio, do qual uma
§ 1° A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por
via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou por outro cópia será juntada aos autos.
meio que assegure a certeza da ciência do interessado. Art. 49 Durante a instrução, os autos do procedimento adminis-
§ 2° No caso de interessados indeterminados, desconhecidos trativo permanecerão na reparticão competente.
com domicílio indefinido, a intimação deve ser feita por meio de Art. 50 Quando a matéria do processo envolver assunto de in-
publicação o Diário Oficial do Estado de Mato Grosso. teresse geral, a autoridade competente poderá, mediante despa-
§ 3° As intimações serão nulas quando feitas sem observância cho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação
das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado su- de terceiros, antes da decisão pedido, se não houver prejuízo para
pre sua falta ou irregularidade. a parte interessada.
Art. 40 O desatendimento à intimação não importa o reconhe- §1° A abertura da consulta pública será objeto de divulgação
cimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo admi- pelos meios oficiais, a fim de que as pessoas fisicas ou jurídicas
nistrado. possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de
Parágrafo único. No prosseguimento do processo administrati- alegações escritas.
vo, será garantido direito de ampla defesa ao interessado. §2° O comparecimento à consulta pública não confere, por a
Art.41 Devem ser objeto de intimação os atos do processo que condição de interessado no processo, mas confere o direito de ob-
resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, san- ter da administração Pública Estadual resposta fundamentada, que
ções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e atos de ou- poderá ser comum a das as alegações substancialmente escritas.
tra natureza, de seu interesse. Art. 51 Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, ante
Art. 42 Ao advogado fica assegurado o direito de retirar os au- da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pública
tos da repartição, mediante recibo, durante o prazo para manifesta- para debates sobre a matéria do processo.
ção de seu constituinte, salvo na hipótese de prazo comum. Art. 52 Os órgãos e entidades administrativas, em matéria le-
vante, poderão estabelecer outros meios de participação de admi-
CAPÍTULO II nistrados, retamente ou por meio de organizações e associações
DO INÍCIO DO PROCESSO legalmente constituídas.
Art. 53 Os resultados da consulta, da audiência pública e de
Art. 43 O processo administrativo pode iniciar-se de oficio ou a outros meios de participação de administrados deverão ser apre-
pedido de interessado. sentados com a indicação do procedimento adotado.
Art. 44 O requerimento inicial do interessado deve ser formula- Art. 54 Quando necessária à instrução do processo, a audiência
do por escrito e conter os seguintes dados: outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada em
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; reunião conjunta, com a participação de titulares ou representantes
II - identificação do interessado e de quem o represente, sendo dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada
o caso; aos autos.
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de co- Art. 55 Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha ale-
municações; gado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus instrução e do imposto no artigo seguinte desta lei.
fundamentos; Art. 56 Quando o interessado declarar que fatos e dados estão
V - data e assinatura do requerente ou de seu representantete registrados em documentos existentes no próprio órgão ou entida-
Parágrafo único. E vedada à Administração Pública Estadual a de administrativa responsável pelo processo, o órgão competente
recusa de recebimento de documentos, devendo o servidor orien- para a instrução providenciará, de oficio, a obtenção dos documen-
tar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas. tos ou das respectivas cópias.
Art. 45 Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar Art. 57 O interessado poderá, na fase instrutória e antes da
modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer dili-
pretensões equivalentes. gências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria
Art. 46 Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados objeto do processo.
tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formula- § 1° Os elementos probatórios deverão ser considerados na
dos em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário. motivação do relatório e da decisão.
§ 2° Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fun-
damentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam
ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.

355
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
TÍTULO IX
Art. 58 Quando for necessária a prestação de informações ou a
DOS RECURSOS
apresentação de provas pelos interessados ou terceiros,
serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se
CAPÍTULO I
data, prazo, forma e condições de atendimento.
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 59 Quando a apresentação das provas solicitadas aos inte-
ressados for necessária à apreciação de pedido formulado, o não-
Art. 67 Das decisões administrativas cabe recurso, por razões
-atendimento no prazo fixado pela Administração Pública Estadual
de legalidade e de mérito.
para a respectiva apresentação implicará arquivamento do proces-
Art. 68 São irrecorríveis, na esfera administrativa, os atos de
so.
mero expediente ou preparatórios de decisões.
Art. 60 Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de
Art. 69 Contra decisões tomadas originariamente pelo Gover-
manifestar-se no prazo máximo de 10 ( dez) dias, salvo outro prazo
nador do Estado, caberá pedido de reconsideração, que não poderá
legalmente fixado.
ser renovado, observando-se, no que couber, o regime do recurso
Art. 61 Em caso de risco iminente, a Administração Pública Es-
previsto no art. 67.
tadual poderá motivadamente adotar providências acauteladoras
Parágrafo único. O pedido de reconsideração só será admitido
sem a prévia manifestação do interessado.
se contiver novos argumentos, e será sempre dirigido à autoridade
Art. 62 O órgão de instrução que não for competente para emi-
que houver expedido o ato ou proferido a decisão.
tir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o
conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de deci-
CAPÍTULO II
são, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autori-
DA LEGITIMIDADE PARA RECORRER
dade competente.
Art. 70 Têm legitimidade para interpor recurso administrativo
CAPÍTULO IV
os interessados citados no art. 8° desta lei, desde que prejudicados
DA DECISÃO DO PROCESSO
pela decisão.
Art. 63 A Administração Pública Estadual tem o dever de emitir
CAPÍTULO III
decisão nos processos administrativos, em matéria de sua compe-
DA COMPETÊNCIA PARA CONHECER DO RECURSO
tência.
Art. 64 A motivação indicará as razões que justifiquem a edição
Art. 71 Quando norma legal não dispuser de outro modo, será
10 ato, especialmente a regra de competência, os fundamentos de
competente para conhecer do recurso a autoridade imediatamente
fato e de direito e a finalidade objetivada.
superior àquela que praticou o ato.
§ 1° A motivação do ato no procedimento administrativo po-
Art. 72 Salvo disposição legal em contrário, a instância máxima
derá consistir em declaração de concordância com fundamentos de
para o recurso administrativo será:
anteriores pareceres, informações, propostas ou decisões, que,
I - na Administração centralizada, o Secretário de Estado ou au-
neste caso, serão parte integrante do ato.
toridade a ele equiparada, excetuados os casos em que o ato tenha
§ 2° Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode
sido praticado originariamente;
ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das
II - na Administração descentralizada, o dirigente superior da
decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos inte-
pessoa jurídica.
ressados.
§ 3° A motivação das decisões de órgãos colegiados e comis-
CAPÍTULO IV
sões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo
DOS REQUISITOS DA PETIÇÃO DE RECURSO
escrito.
Art. 73 O recurso interpõe-se por meio de requerimento no
CAPÍTULO V
qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de ree-
DA EXTINÇÃO DO PROCESSO
xame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.
Art.74 A petição de recurso observará os seguintes requisitos:
Art. 65 O interessado poderá, mediante manifestação escrita,
I - será dirigida à autoridade recorrida e protocolada no órgão
desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, re-
a que esta pertencer;
nunciar a direitos disponíveis.
II - trará a indicação do nome, qualificação e endereço do re-
§ 1° Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia
corrente;
atinge somente quem a tenha formulado.
III - conterá exposição das razões de inconformidade;
§ 2° A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso,
IV - conterá o pedido de nova decisão.
não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração
Art. 75 Salvo disposição legal em contrário, o prazo para apre-
Pública Estadual considerar que o interesse público assim o exige.
sentação de recurso ou pedido de reconsideração será de 15 (quin-
Art 66 O órgão competente poderá declarar extinto o processo
ze) contados da publicação ou intimação do ato.
quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar
§ 1° Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso adminis-
impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
trativo deverá ser decidido no prazo máximo de 30 (trinta) dias, a
partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.
§ 2° O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser
prorrogado por igual período, mediante justificativa explícita.
Art. 76 Conhecer-se-á do recurso erroneamente designado,
quando de seu conteúdo resultar induvidosa a impugnação do ato.

356
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1° No caso do pedido de reconsideração previsto no art. 69, o
CAPITULO V prazo para a decisão será de 90 (noventa) dias
DOS EFEITOS DOS RECURSOS § 2° O disposto neste artigo não desonera a autoridade do de-
ver de apreciar o recurso.
Art. 77 Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem Art. 84 Os processos administrativos de que resultem sanções
efeito suspensivo. poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de oficio,
Parágrafo único Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetí-
incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida veis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
ou a imediatamente superior poderá, de oficio ou a pedido, dar Parágrafo único Da revisão do processo não poderá resultar
efeito suspensivo ao recurso. agravamento da sanção.
Art. 85 Esgotados os recursos, a decisão final tomada em pro-
CAPÍTULO VI cedimento administrativo formalmente regular não poderá ser mo-
DA TRAMITAÇÃO DOS RECURSOS dificada pela Administração Pública Estadual, salvo por invalidação
ou revisão, ou quando o ato, por sua natureza, for revogável.
Art. 78 A tramitação dos recursos observará as seguintes re-
gras: TÍTULO X
I - a petição será juntada aos autos em 02 ( dois ) dias, contados DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
da data de seu protocolo;
II - requerida a concessão de efeito suspensivo, a autoridade Art. 86 O descumprimento injustificado, pela Administração
recorrida apreciará o pedido nos 05 ( cinco) dias subsequentes; Pública Estadual, dos prazos previstos nesta lei gera responsabili-
III - havendo outros interessados representados nos autos, que dade disciplinar, imputável aos agentes públicos encarregados do
possam ser prejudicados pela nova decisão, serão estes intimados, assunto, não implicando, necessariamente, em invalidação do pro-
com prazo comum de 15 ( quinze) dias, para oferecimento de con- cedimento.
tra-razões; § 1° Respondem também os superiores hierárquicos que se
IV - com ou sem contra-razões, os autos serão submetidos ao omitirem na fiscalização dos serviços de seus subordinados, ou que
órgão jurídico, para elaboração de parecer, no prazo de 15 (quinze) de algum modo concorram para a infração.
dias; § 2° Os prazos concedidos aos particulares poderão ser devol-
V - a autoridade recorrida poderá reconsiderar seu ato, nos 05 vidos, mediante requerimento do interessado, quando óbices cau-
( cinco) dias subseqiientes; sados pela Administração Pública Estadual resultarem na impossibi-
VI - mantido o ato, os autos serão encaminhados à autoridade lidade de atendimento do prazo fixado .
competente para conhecer do recurso, para decisão, em 30 (trinta) Art. 87 Os prazos começam a correr a partir da data da cientifi-
dias. cação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluin-
§ 1° As decisões previstas nos incisos II, V e VI serão encami- do-se o do vencimento.
nhadas, em 02 ( dois) dias, à publicação no Diário Oficial do Estado § 1° Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se-
de Mato Grosso. guinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente
§ 2° Da decisão prevista no inciso II, não caberá recurso na es- ou este for encerrado antes da hora normal.
fera administrativa. § 2° Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
Art. 79 Os recursos dirigidos diretamente ao Governador do § 3° Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a
Estado de Mato Grosso serão, previamente, submetidos à Procu- data.
radoria-Geral do Estado, para parecer, a ser apresentado no prazo § 4° No caso do parágrafo anterior, não havendo, no mês do
máximo de 15 (quinze) dias. vencimento, o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se
Art. 80 O recurso não será conhecido quando interposto: como termo o último dia do mês.
I - fora do prazo; Art. 88 Salvo motivo de força maior devidamente comprovado,
II - perante órgão incompetente; os prazos processuais não se suspendem.
III - por quem não seja legitimado; Art. 89 Os processos administrativos específicos continuarão a
IV - depois de exaurida a esfera administrativa. reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente
§1° Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a auto- os preceitos desta lei.
ridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. Art. 90 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
§ 2° O não-conhecimento do recurso não impede a Administra- Art. 91 Revogam-se as disposições em contrário.
ção Pública Estadual de rever de oficio o ato ilegal, desde que não Palácio Pai ás, em Cuiabá, 1º de julho de 2002, 181º da Inde-
ocorrida a hipótese prevista no art. 26. pendência e 114° da pública.
CAPITULO VII
DA DECISÃO DOS RECURSOS COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL: RELAÇÕES IN-
DIVÍDUO/ORGANIZAÇÃO, MOTIVAÇÃO, LIDERANÇA,
Art. 81 O órgão competente para decidir o recurso poderá con- DESEMPENHO
firmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a deci-
são recorrida, se a matéria for de sua competência. É o método dentro da administração, que abrange um conjunto
Art. 82 A decisão de recurso não poderá, no mesmo procedi- de técnicas dedicadas a extrair a máxima competência do indivíduo
mento, agravar a restrição produzida pelo ato ao interesse do recor- dentro da organização.
rente, salvo em casos de invalidação. As tarefas dessa gestão são:
Art. 83 Ultrapassado, sem decisão, o prazo de 120 (cento e vin- • Desenvolvimento de líderes
te) dias contado do protocolo do recurso que tramite sem efeito • Atração
suspensivo, o recorrente poderá considerá-lo rejeitado na esfera • Conservação
administrativa.

357
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Administração Definição dos níveis de uma orga-
• Reconhecimento nização (pirâmide)
• Orientação Topo: estratégico
3º GESTÃO
ESTRATÉGICA Intermediário: tático
Utilizando uma série de estratégias administrativas, a Gestão Base: operacional
de Pessoas compreende e ocupa-se com os interesses do indivíduo DE PESSOAS
Passam a fazer parte das decisões
dentro da organização, dedicando-se principalmente pelo espírito da organização – planejamento.
de equipe, sua motivação e qualificação. É o conjunto integrado de
processos dinâmicos e interativos, segundo a definição de Idalberto
Chiavenato (escritor, professor e consultor administrativo, atua na Objetivos da Gestão de Pessoas
área de administração de empresas e recursos humanos). Nela en- Permitir que as metas da organização, em conjunto com os ob-
contramos ferramentas que desenvolvem habilidades, comporta- jetivos pessoais, sejam alcançadas. Visa:
mento (atitudes) e o conhecimento, que beneficiam a realização do • Gerir pessoas para que a organização atinja seus objetivos,
trabalho coletivo, produzindo valor econômico (Capital Humano). missão e visão estratégica sejam atingidos com sucesso: Resultados
Dedica-se a inserir melhoradas práticas de gestão, garantindo satisfatórios.
satisfação coletiva e produtividade otimizada que visa alcançar re- • Gerir pessoas para que a manutenção dos talentos seja efeti-
sultados favoráveis para o crescimento saudável da organização. va e contínua: Manter as pessoas motivadas, desenvolvidas, treina-
das e principalmente atraí-las e retê-las à organização.
Histórico • Gerir pessoas de maneira a ampliar a competitividade da or-
O departamento pessoal foi iniciado no século XIX. Com a res- ganização: planos de carreira.
ponsabilidade apenas de medir os custos da empresa, produtivida- • Gerir pessoas para aumentar a satisfação do cliente: melhora
de não era o foco. Os colaboradores eram apenas citados como Ati- a qualidade do produto/serviço.
vo Contábil na empresa. Não havia amplas relações de motivação, • Gerir pessoas melhorando a qualidade de vida: aumenta a
ou de entendimento de ambiente organizacional com o indivíduo produtividade e a satisfação do indivíduo.
ou vice-e-versa. • Gerir pessoas desenvolvendo culturas dentro da organização:
A teoria clássica (mecanicista), entendia que o homem teria possibilitando o desenvolvimento de mudanças, facilitando e agili-
que ter uma organização racional no trabalho e seria estimulado zando a resposta da organização para com as exigências do merca-
através de recursos financeiros, falava-se mais na eficiência opera- do: Competência.
cional. O homem era entendido como homem econômico, que se- • Gerir pessoas mantendo condutas com base na ética: Dire-
ria recompensado e estimulado a partir da quantidade de recursos trizes.
financeiros que fossem a ele fornecido.
Após isso, a Teoria das Relações Humanas começou a compre- Conceitos da Gestão de Pessoas
ender que o homem teria outras demandas e que o ambiente or- Administração de Recursos Humanos - entendimento mais an-
ganizacional agora, também influenciava a sua produtividade, pas- tigo (técnicas - tarefas):
sou-se então, a entender o indivíduo a partir da teoria das relações • É a Provisão, o Treinamento, o Desenvolvimento, a Motivação
humanas. e a Manutenção dos empregados.
Iniciando a CLT, na década de 30 - 50, as leis trabalhistas de-
veriam ser seguidas e isso deveria ser supervisionado de perto por Gestão de Pessoas (relação – elemento imaterial):
um responsável, foi aí que a estrutura do RH (Recursos Humanos) • É o elemento que constrói e é responsável pelo cuidado do
começou a ser formada. capital humano.
Com a evolução do RH, a partir dos anos 70 o foco voltava-se
então para pessoas e não para o burocrático e operacional apenas. Principais diferenças
Tornando a estrutura mais humanizada inicia-se então, o conceito • Gestão de Pessoas não é nomeado normalmente como de-
do planejamento estratégico para conservar talentos e engajar a partamento, como é o RH (Recursos Humanos);
equipe, motivando-a; mais tarde chamaríamos de Gestão de Pes- • A competência da Gestão de Pessoas é responsabilidade dos
soas. gestores, dos líderes, que operam em união com a área de Recursos
Humanos; Assim, para que as atividades de Gestão de Pessoas pos-
Processo evolutivo sam acontecer da melhor forma, o RH disponibiliza as ferramentas
e os mecanismos.
• Sendo um processo que também foca no desenvolvimento do
Contabilidade e processos rela-
1º DEPARTAMENTO indivíduo dentro da organização, a estratégia é mais voltada para o
cionados a contratação e demissão de
PESSOAL lado humano das relações de trabalho. Portanto, a Gestão de Pes-
funcionários: burocracia
soas não se restringe a apenas uma área da organização, mas inter-
Treinamento e desenvolvimento corre em todos os setores.
2º GESTÃO do indivíduo e suas capacidades, po-
DE PESSOAS tencializando-as: comunicação, manu- Desafios da Gestão de Pessoas
tenção Uma vez que a Gestão de Pessoas tem como intuito atingir re-
sultados favoráveis, se torna cada vez mais desafiador dentro do
cenário empreendedor formar líderes dentro das organizações, e
liderança é parte fundamental na Gestão de Pessoas. Desafios:
• A compreensão efetiva de adequar a necessidade da organi-
zação ao talento do indivíduo. Entender que dependendo do tipo
de mão-de-obra que a organização necessita, ela terá um perfil es-
pecífico de trabalhador.

358
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Alinhar os objetivos da Organização com os do Indivíduo.
• Entender e balancear os aspectos internos e externos. Exem-
plo: A organização saberá o valor monetário do indivíduo mediante
a pesquisa de mercado para aquela área específica, isso é aspecto
externo.
• Criar um ambiente de trabalho favorável ao indivíduo que
pode estar descontente com sua organização porque seu ambiente
de trabalho é ruim, isso é aspecto interno.

Características da Gestão de Pessoas


Gestão de Pessoas é Responsabilidade de Linha e Função de
STAFF.
Exemplo:
Dentro do Organograma temos os conceitos funcionais da or-
ganização: Áreas e responsáveis por elas; Se vamos trabalhar a mo-
tivação de um determinado indivíduo dentro da organização, o res-
ponsável diretamente (líder) é chamado de Responsável de Linha:
seria seu supervisor ou gerente direto.
A assessoria para esse trabalho de desenvolvimento e motiva- Exemplo: Se o colaborador perceber, ao decorrer de sua traje-
ção do indivíduo, fica por conta do RH (Recursos Humanos) que é a tória na Organização que está fornecendo mais do que recebendo,
Função de STAFF. a relação aqui é rompida, e a partir daí a Organização entra em De-
sequilíbrio Organizacional.
Principais Mecanismos da Gestão Estratégica de Pessoas Quanto mais a Organização se mantém em Equilíbrio organiza-
• Planejamento de RH (Recursos Humanos): Que pessoas de- cional, mais sucesso ela terá nos seus resultados de suas relações
vemos contratar/demitir? Que áreas temos a melhorar, desenvol- de recompensa e motivação de Pessoas.
ver? Para que a organização seja mais forte, cresça e atinja seus
objetivos. Comportamento organizacional
• Gestão de Competências: A sinérgica relação do CHA com o É o estudo da conduta das pessoas e suas implicações no am-
atingimento dos objetivos organizacionais: biente de uma organização. Visa alcançar maior compreensão acer-
(CHA - Conhecimento: saber teórico, formação - Habilidade: sa- ca do contexto empresarial para compor o desenvolvimento seguro
ber prático - Atitude: vontade de executar. Ou seja, pessoas certas e contínuo do trabalho. O indivíduo aqui tem um papel importante
nos cargos certos, gerando resultados favoráveis. na participação da organização, contudo, ele pode ser ou não o pro-
• Capacitação Contínua com base na Competência: Capacitar, tagonista nos resultados.
desenvolver e treinar o indivíduo, ampliando suas habilidades para Aqui são abandonadas as posições prescritivas e afirmativas
o que a organização necessita, atingindo seus resultados. (de como deve ser) para uma abordagem mais explicativa e descri-
• Avaliação de desempenho e competências (permanente). tiva. A ênfase nas pessoas é mantida dentro de uma posição organi-
zacional de forma mais ampla.
Equilíbrio organizacional Os principais temas de estudos serão sobre: Estilos de admi-
É uma teoria que diz respeito a relação das Pessoas com a Or- nistração, Processo decisório, Motivação, Liderança e Negociação.
ganização e vice-e-versa; ou seja, a Organização e seus colabora- Evolução no entendimento do indivíduo:
dores, seus clientes, ou fornecedores = Pessoas. Em meio a essa
relação, a Organização entrega incentivos (produtos, serviços, sa- A análise do comportamento humano garante muitos benefí-
lários) e recebem contribuições (pagamentos, matérias-primas e cios à organização no geral. Como por exemplo reter talentos e pro-
mão de obra) estabelecendo assim uma balança, pela necessidade mover engajamento e sinergia entre os públicos alvo.
de equilíbrio entre incentivos e contribuições, para a continuidade Garantir benefícios e um ambiente de trabalho harmônico que
de operação da Organização. Ou seja, a relação entre Organização encoraje a motivação é responsabilidade da organização, assim
e Pessoas deve estar em equilíbrio para que ela continue a existir. como, a cocriação e o engajamento. Aplicando ações referente à
O sucesso desse conceito transmite o resultado da Organiza- essa área de conhecimento fica claro para os colaboradores que a
ção quando na motivação e remuneração (não somente moneta- organização visa desenvolver cada indivíduo da forma mais adequa-
riamente, mas também de fins não-materiais) dos colaboradores, da possível.
ferramenta da Gestão de Pessoas. Os agentes que influem no resultado satisfatório de um com-
• Organização: Sistemas de Comportamentos Sociais, Sistema portamento organizacional são diversos:
de relações de Contribuições e Incentivos. É o conjunto de recursos
e pessoas que estão alinhados para o alcance de um resultado. Motivação
Os participantes recebem recompensas em troca das contribui- É um fator dos principais que cooperam para atingir grandes re-
ções. sultados e, assim, uma boa rentabilidade para a organização. Uma
equipe motivada se dedica mais e tem maior facilidade em entregar
a demandas segundo a qualidade esperada ou até acima.
Nesse ponto, para obter sucesso é indispensável que o RH (Re-
cursos Humanos) e os líderes tenham sinergia. Atentando-se aos
pontos vulneráveis que podem ser corrigidos com métodos e capa-
citações. Já os pontos fortes podem ser desenvolvidos de modo a se
tornarem efetivamente crescentes.

359
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A atitude administrativa de maior utilização possível das ap-
Não se trata apenas de ações pontuais, as atividades precisam tidões de todos os empregados fez Ohno atribuir aos indivíduos
ser bem planejadas. É importante ter em mente que a continuida- novas funções relacionadas com o controle de qualidade. Era reser-
de traz resultados a curto, médio e longo prazo. Se torna crucial vado um horário em que, regularmente, a equipe sugeria aos admi-
o comprometimento com a gestão correta para que se alcance o nistradores um conjunto de medidas para melhorar os processos de
desenvolvimento de pessoas. trabalho, surgindo, assim, o Círculo de Controle da Qualidade (CCQ).
O estabelecimento desse círculo envolvia estudos e aprimo-
Liderança
ramento do conhecimento dos trabalhadores na solução de pro-
É responsável pelo desafiador papel de gerir e conduzir pesso-
blemas a serem enfrentados nos processos de trabalho e também
as à resultados satisfatórios. Nesse papel, as organizações conside-
os problemas enfrentados pela própria empresa, inflacionando o
ram de extrema importância colocar um indivíduo de excelência,
pois cada área necessita de talentos adequados. acúmulo de responsabilidades do trabalhador e criando uma via de
Administrar a equipe sinergicamente, alcançando metas, cum- apropriação de aptidões e capacidades antes não exploradas pela
prindo prazos, motivando e inspirando cada indivíduo a entregar empresa. A participação nesses círculos servia como critério de
cada vez melhor seu trabalho é função de um bom líder. Para tanto promoção e seleção dos trabalhadores para possíveis cargos na
o comprometimento, planejamento, empatia e inteligência emocio- gerência. A adesão não era voluntária pelos indivíduos no CCQ e,
nal, geram e mantêm bons relacionamentos interpessoais. também, não era voluntária a decisão pelas equipes de utilizar essa
técnica gerencial no enfrentamento dos problemas.
Desempenho Aquela ideia de uma carga de subjetividade que toca no reco-
É o resultado de uma liderança efetiva e equipe motivada. O nhecimento, valorização e integração do indivíduo pela organiza-
RH (Recursos Humanos) junto aos líderes de cada área, se torna ção, sendo ela a responsável e detentora das condições de modifi-
responsável por desenvolver, medir, avaliar regularmente esse de- car, influenciar e aprimorar as coisas, as relações e os processos de
sempenho, estimulando a melhoria contínua. As ferramentas para trabalho permite uma abordagem epistemológica desse modelo de
essa avaliação são: feedbacks periódicos, que promovem a auto gestão da qualidade considerando suas relações com o indivíduo
avaliação, análise crítica de cada área e da organização no geral. O que participa, fazendo uma reflexão dos pensamentos de Drucker
plano de carreira que considera evolução de cargos e salários tem (da escola neoclássica da administração) e de Edgar Schein (da psi-
esse processo como primeiro passo. cologia organizacional).

GESTÃO DA QUALIDADE E MODELO DE As organizações e o indivíduo participante


EXCELÊNCIA GERENCIAL Se as organizações aplicam mudanças nos tipos de gestão, na
atitude administrativa e na compreensão de um novo perfil de indi-
víduo trabalhador amplamente manifestadas pelo neoclassicismo
da escola científica da administração é porque o indivíduo continua
Gestão da qualidade sendo uma base fundamental para o desenvolvimento das organi-
A gestão da qualidade nas organizações como um processo zações.
participativo entre dirigentes das organizações e trabalhadores tem
Para Peter Drucker a história do êxito das organizações é a his-
relação com alguns acontecimentos posteriores à 2a Guerra, no
tória do êxito da gerência. Os novos pressupostos gerenciais esta-
Japão. A reconstrução do Japão pelos aliados pavimentou as
belecem: um novo perfil de trabalhador nas organizações, colocan-
condições para o desenvolvimento de uma nova atitude adminis-
do em aplicação o que aprende durante uma educação sistemática
trativa flexível à maior participação dos indivíduos que trabalham
nas organizações. e não apenas a sua habilidade manual ou seus músculos; um admi-
Tornava-se necessário um novo projeto que assegurasse a re- nistrador com a função de tornar produtivos os recursos humanos,
construção do país. A reorganização social do mundo do trabalho fazendo com que as pessoas trabalhem em conjunto, unindo as ha-
foi o caminho escolhido para atender às exigências da sociedade bilidades e conhecimentos de cada indivíduo para um fim comum;
japonesa. Os grandes especialistas americanos de qualidade contri- uma atitude administrativa constante e crescente de utilização das
buíram como consultores para o aperfeiçoamento da qualidade na aptidões de todos os empregados (DRUCKER, 1971, 1970, 1964).
produção industrial japonesa. A partir de William Edwards Deming, A junção desse novo perfil de trabalhador, de administrador e
a qualidade se alastra no mundo, abrindo espaço para abordagens dessa atitude administrativa vai estabelecendo uma nova relação
de planejamento, da produção com erro-zero e do controle da qua- do indivíduo com a organização que trabalha. A organização espera
lidade. Taichiro Ohno, engenheiro-chefe da Toyota, empreendeu mais do trabalhador: suas aptidões, habilidades e sua subjetividade
esse novo modo de produção aproveitando o máximo da capaci- – a realização de suas aspirações e reconhecimento pelo trabalho.
dade produtiva do indivíduo e introduzindo outras formas de apro- A oportunidade de participar mais, de trazer com isso uma
priação do indivíduo pela produção capitalista. Surge o toyotismo: mudança positiva para a organização, de obter reconhecimento e
[…] Seu primeiro passo foi agrupar os trabalhadores em equi- realização é de alguém que deseja e necessita pertencer e estar
pes, com um líder de equipe no lugar do supervisor. Cada equipe era integrado, que sente a possibilidade de realizar-se e de sentir-se
responsável por um conjunto de etapas de montagem e uma parte valorizado e amado: um indivíduo. Todavia, é preciso compreender
da linha, e se pedia que trabalhassem em grupo, executando o que esse desejo de participar, essa necessidade de pertencer apon-
melhor possível as operações necessárias. O líder da equipe, além de ta para uma individualidade que não é parte da organização, não
coordená-la, realizava tarefas de montagem; particularmente, pertence a ela. Há um universo de compreensões, sentimentos e
substituía trabalhadores eventualmente faltantes – conceitos esses expectativas do indivíduo distintos dos da organização.
inéditos nas fábricas de produção em massa. (WOMACK, 1992, p. É um movimento de necessidades e desejos do indivíduo e as
47). necessidades e desejos da organização. A perspectiva da organiza-
ção e de seus dirigentes e a dos indivíduos que nela trabalham.

360
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A CULTURA DA QUALIDADE E OS VÍNCULOS QUE SE ESTABELE-
O conceito de contrato psicológico apresentado por Edgar CEM ENTRE INDIVÍDUO E ORGANIZAÇÃO
Shein (1982, p. 18) estabelece quais as relações que permeiam esse Uma leitura da psicologia das organizações acerca da cultura
movimento: “A idéia de um contrato psicológico denota que há um da qualidade aponta para uma crítica à institucionalização da ação
conjunto não explícito de expectativas atuando em todos os mo- do indivíduo, visando garantir aquela harmonia organização/indi-
mentos entre todos os membros de uma organização e os diversos víduo. A socialização é vista como uma aprendizagem de papéis a
dirigentes e outras pessoas dessa organização.” A organização e serem desempenhados no sistema em vigor.
seus dirigentes cuidam dos interesses institucionais, estabelecendo Deming (1990, p. 263) destaca que o desenvolvimento das pes-
objetivos, diretrizes e tomando decisões que afetam os indivíduos soas numa cultura de qualidade é responsabilidade privativa da or-
que ali trabalham. As expectativas do indivíduo têm relação com as- ganização : “[…] o recrutamento, o treinamento, a chefia e o apoio
pectos objetivos, como salários ou vencimentos, horas de trabalho, aos operários da produção do sistema de produção. Quem poderia
benefícios, etc. e aspectos subjetivos, ligados ao íntimo do indiví- ser responsável por essas atividades se não a administração de pro-
duo que envolvem o senso de dignidade e valor da pessoa. dução?” Cada indivíduo deve saber o que se espera dele no desem-
Nas expectativas da organização o comprometimento do indi- penho de um papel e também o que ele pode e deve esperar dos
víduo deve ser primeiramente com a organização em detrimento outros indivíduos. Quanto mais o indivíduo se adapta ao sistema
de sua individualidade. tanto mais melhora seu desempenho, adquirindo, assim, uma iden-
A organização também tem certas expectativas implícitas mais tidade nessa organização.
sutis, por exemplo, de que o empregado melhorará a imagem da É um projeto de controle e previsão do comportamento huma-
organização, será leal, manterá os segredos da organização e tudo no com propósitos de adaptá-lo ao meio, àquilo que está fora dele,
fará em prol dela [isto é, sempre terá elevado nível de motivação e além dele (FIGUEIREDO, 1989, p. 100-103). Fora dele e além dele é
disposição de se sacrificar pela organização]. (SCHEIN, 1982, p. 19). a organização. Faria e Oliveira (2007, p. 199) destacam que “[...] as
Na disposição do indivíduo participante, o modelo de gestão da novas tecnologias industriais revelaram-se ambiciosas estratégias
qualidade elogia essa atitude que interessa à produtividade e lucro de dominação da alma humana e a organização foi reduzida a um
das organizações capitalistas e subverte as diferentes expectativas sistema politico-econômico, sociocultural e simbólico-imaginário
do contrato psicológico, apresentando as expectativas do indivíduo destinado a institucionalizar a relação de submissão.” A organiza-
como sendo as suas expectativas em relação ao indivíduo. Entre- ção ganha uma identidade e proclama aos indivíduos, por intermé-
tanto, os conceitos amplamente estimulados e valorizados da exce- dio da gestão da qualidade, um autoconceito de missão (razão de
lência, do “fazer certo o que é certo desde a primeira vez”, o “erro sua existência, o seu fim último, o seu papel na sociedade – quem é
zero” ou “zero-defeito”, a obrigação de ser forte, a certeza do êxito a organização), visão de futuro (o que a organização quer ser
sempre, o adaptar-se sempre, a necessidade de um desafio como quando crescer – quem será a organização) e valores (os princípios
estímulo e motivo sempre, a constância de propósitos, a internali- e normas da organização). Não significam apenas conceitos sobre a
zação da cultura organizacional são valores do modelo de gestão organização, mas um autoconceito da organização pela organi-
da qualidade total que estabelecem um controle social, um insti- zação. A gestão da qualidade declara o alinhamento da missão de
tuto que assegura a harmonia entre as expectativas do indivíduo e vida do indivíduo com a missão da organização, um sobrepor da vi-
aquelas da organização. são individual de tempo e futuro com a visão de tempo e futuro da
O indivíduo participante digere esses ideais, ajusta-se a essa organização e a aceitação dos valores da organização como sendo
lógica, sujeita-se a padrões de comportamento que o levam a re- seus valores individuais.
nunciar sua autonomia. É a desconstrução de sua individualidade. A discordância do indivíduo nesse processo é estranhada pela
organização; compreende uma atitude inadequada que poderá
Gestão da qualidade nas organizações e a desconstrução da desfigurar a imagem que a organização tem do indivíduo, porque
individualidade este “eu” tem uma identidade própria estranha a uma cultura onde
Os modos de gestão das organizações capitalistas têm como os papéis estão definidos. Não há espaço para o “eu próprio”, mas
característica e fundamento uma abordagem funcionalista. Os mo- apenas para o “eu adaptável” à organização. Para evitar conflitos, o
delos de Taylor, Ford, Fayol, Deming, Ohno sempre primaram pelas indivíduo submete-se a compreensões “prontas” da realidade e
operações – a tarefa é o movimento do indivíduo e nela se concen- passa a estabelecer padrões de conduta que aliviem as tensões de
tra seu comportamento. uma contradição entre o “eu próprio” e o “autoconceito” da orga-
A história das organizações tem ideais de um novo indivíduo, nização.
de um administrador com a função de unir, dispor, estimular, indu-
zir, propor, maximizar as capacidades humanas e de uma atitude O discurso da qualidade como prática organizacional
administrativa de uso dessas capacidades para os interesses da or- No decorrer do século XX, a progressiva atenção dedicada à
ganização. Serão abordados três aspectos da gestão da qualidade linguagem nas ciências humanas e sociais favoreceu uma nova con-
como afirmação de um contrato psicológico com o indivíduo-tra- cepção de realidade, da natureza do conhecimento e da concepção
balhador que subvertem sua individualidade com aquela ideia de de linguagem. A linguagem passa a ser instrumento para criar acon-
harmonia ou de igualdades de expectativas entre organização/indi- tecimentos. É centrada nas relações do cotidiano. É uma forma de
víduo: a cultura da qualidade e os vínculos que se estabelecem en- ação no mundo. É uma prática discursiva.
tre indivíduo e organização; o discurso da qualidade como prática A linguagem é possibilidade de configurar a realidade na me-
organizacional; autorrealização do indivíduo, trabalho e o modelo dida em que é uma prática que provoca efeitos. Tem como função
da qualidade. empreender e executar ações e não somente descrever o mun- do.
Assim, a linguagem é compreendida como ação (MELLO et al., 2007,
p. 26-32).

361
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Autorrealização do indivíduo, trabalho e o modelo da quali-
A gestão da qualidade utiliza o discurso nas organizações como dade
prática de construção do novo. Esse discurso é encontrado na for- A teoria liberal destaca uma sociedade com oportunidades
ma escrita (manuais da qualidade, a difusão da missão, visão e valo- iguais de ascensão, felicidade e prosperidade parecendo estar pre-
res da organização em documentos oficiais, expositores e locais de sente uma autonomia do indivíduo como construtor de seu futuro.
convivência), falada (oficinas, encontros, seminários e reuniões) e Essa conduta liberal da sociedade capitalista lançou a base para
nas imagens veiculadas internamente na organização (símbolos da uma autorrealização do indivíduo. O interesse individual é apre-
qualidade, fotos de personalidades ilustres apresentadas na orga- sentado como a mola propulsora dos sistemas baseados na livre
nização como apoiadores da qualidade, etc.). iniciativa. Defende que os indivíduos, por procurarem seus próprios
É um discurso que flui como convocação ao indivíduo, sendo a interesses, agem por fim em benefício da própria sociedade. Assim,
gestão da qualidade o meio de produção e reprodução da prática as condições políticas de legitimação da acumulação pela via do in-
discursiva. É, portanto, um discurso ideológico da organização que dividualismo e da livre iniciativa são consumadas. A individualidade
conclama os indivíduos a construírem uma realidade essencializan- foi reduzida a um mero instrumento produtivo.
te do perfeito, da qualidade total, da única e verdadeira gestão. Se os vínculos que se estabelecem entre indivíduo e a organi-
Contudo, o discurso da qualidade total esconde sua forma de um zação na cultura da qualidade e suas práticas discursivas subvertem
sistema de produção que se apropria do indivíduo com a roupagem a individualidade, uma posição passiva do indivíduo diante das for-
de participativo e descentralizado. mas de dominação sociais pode indicar o triunfo de uma revolução
O oxigênio que se respira no discurso da qualidade é o da or- contra si mesmo. Essa subversão apresenta-se de forma sutil, mas
ganização perfeita a priori. Os objetivos de aplicação do modelo sempre de forma intencional pela organização e, geralmente, não
(BRASIL, 2008/2009) estão expostos nos seus manuais: avaliar a percebida pelo indivíduo.
qualidade do sistema de gestão da organização e promover o aper- O mais importante é a atitude do indivíduo consigo. O redu-
feiçoamento e o aprendizado contínuo a partir das práticas de ges- cionismo de que todas as necessidades pessoais serão satisfeitas a
tão. partir e somente pelo trabalho podem abrir um caminho de aceita-
Esse avaliar é a avaliação da aplicação do método, do modelo. ção de modelos de gestão das organizações sem a necessária crítica
Mas de forma alguma será a avaliação crítica do método, do mode- e autonomia frente a eles.
lo. Os critérios de avaliação estão previamente definidos: liderança; As ideias de Maslow sobre as necessidades humanas (fisiológi-
planejamento ou estratégias e planos; foco no cliente ou cidadãos; cas, segurança, sociais, de estima e autorrealização) e as de Drucker
sociedade; informação e conhecimento; pessoas; processos e re- sobre a organização como viabilizadora das condições ideais para a
sultados institucionais. satisfação dessas necessidades pode tornar mais severo o controle
O Modelo de Gestão da qualidade traz a “explicação ideal” do do comportamento do indivíduo pela organização:
que significa Gestão Excelente. É a construção de uma versão de O administrador precisa, de fato, supor com a Teoria Y (Mas-
determinada realidade. A concepção da linguagem como “amo do low), que existe no mínimo um número considerável de pessoas na
sujeito” tem força maior em um projeto assim. As pessoas e seus força de trabalho que busca realização. [...] O administrador precisa
grupos recebem o modelo de gestão como algo universalmente ainda aceitar como sua tarefa tornar o trabalhador e suas ativida-
testado e aprovado, como uma realidade ideal que existia em ou- des plenas de realização. (DRUCKER, 1981, p. 321).
tro lugar e não se sabia disso, como algo que a partir dali vai ressig- O humanismo na gestão das organizações apontou para várias
nificar todas as coisas e como se o passado vivido da organização frentes de mudança nas condições de trabalho. A escola compor-
tivesse sido uma grande alucinação. Esse discurso é uma prática tamental da administração e a humanista da psicologia receberam
que transforma o autoconceito. Uma realidade ideal conquistada valiosas contribuições dos estudos de Maslow. Entretanto, as impli-
coletivamente e importante para todos é uma versão negociada e cações de uma gestão com foco na autorrealização dos indivíduos
construída da organização e tem efeitos no indivíduo. que trabalham em uma organização têm outras variáveis:
Na teoria da auto-realização, o contrato envolve a troca de
Se a questão da prática discursiva da gestão da qualidade não
oportunidade de obter recompensas intrínsecas (satisfação pela re-
revela “a sua outra face”, há no discurso outra intenção. Há um jogo
alização e uso das capacidades próprias) pelo desempenho de alta
em curso. Foucault (2007, p. 20) analisa assim a situação: “[…] se o
qualidade e pela criatividade. Isso, por definição, cria um envolvi-
discurso verdadeiro não é mais, com efeito, desde os gregos, aquele
mento moral, e não um envolvimento calculista, e, dessa maneira,
que responde ao desejo ou aquele que exerce o poder, na vontade
libera um maior potencial de dedicação aos objetivos da organi-
de verdade, na vontade de dizer esse discurso verdadeiro, o que
zação e um maior esforço criador desses objetivos [...] de modo
está em jogo, senão o desejo e o poder?” A prática discursiva da
dependente e submisso. (SCHEIN, 1982, p. 55, grifo nosso).
gestão da qualidade serve aos interesses de um poder consti- tuído,
A base da gestão pela qualidade é ser uma gestão participativa
de um que domina sobre os demais na organização e que tem o
que convida o indivíduo a usar de suas habilidades, seu pensamen-
desejo de que os indivíduos apoiem seus objetivos na e pela
to planejador e de sua subjetividade por outro caminho: o da co-
organização. O discurso da qualidade reúne alguns instrumentos de
operação “voluntária”. As concepções mais aceitas e investigadas
controle da organização sobre o indivíduo, desconstruindo sua
sobre o comprometimento dos indivíduos na organização tem sido
individualidade.
consideradas (afetiva, calculativa e normativa) em outros estudos
(GOMIDE JÚNIOR; SIQUEIRA, 2004). Esse comprometimento reú-
ne atitudes individuais com base afetiva (sentimentos e afetos) e
base cognitiva (crenças sobre o papel social dos envolvidos em uma
relação de troca econômica e social). A organização espera que o
indivíduo tenha o desejo de participar e compreenda a importância
de sua participação.

362
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Entretanto, as pesquisas sobre comprometimento organizacional descrevem as bases psicológicas que sustentam o comprometi-
mento dos indivíduos relacionando-o com estados psicológicos de desejo, obrigação ou necessidade de permanecer, de participar, de
pertencer à organização, conforme o Quadro 1 (FEITOSA, 2008; DEMO, 2003; REGO, 2003). 4

Participa na implementação
Categorias Caracterização Estado psicológico
porque
Grau em que o indivíduo se sente
Afetiva emocionalmente ligado à organização e ... sente que quer participar Desejo
identificado e envolvido com ela.
Grau em que o indivíduo possui um sentido ... sente que tem o dever de
Normativa Obrigação
de obrigação (ou dever moral) de participar. participar
Grau em que o indivíduo participa devido ao
reconhecimento dos custos associados com
... sente que tem necessidade de
Calculativa sua não participação. Esse reconhecimento Necessidade
participar
pode advir do sentimento de perda de
recompensas econômicas ou sociais.

Benefícios da gestão da qualidade às empresas


Gerir a qualidade é administrar os processos organizacionais a partir de padrões pré-estabelecidos, corrigindo e implementando
melhorias continuamente.

A atual conjuntura dos mercados, de distintos segmentos, impõe às empresas um padrão de qualidade e capacidade de prover resul-
tados para se destacar em meio a alta competitividade existente, e ser bem sucedida.
A preocupação com a gestão da qualidade é algo que vem evoluindo junto às histórias das organizações, estando mais direcionada
aos produtos e processos inicialmente, e depois voltando sua atenção também aos desejos dos consumidores e às questões internas da
empresa. Dado os diversos aspectos a serem observados para o controle da gestão, foi criado o conceito de um sistema de gestão da
qualidade, ou SGQ, que abrange todas essas questões, planifica e executa as ações necessárias à consecução dos padrões de qualidade.

Sistema de gestão da qualidade


Este instrumento de gestão visa propiciar à organização o controle de todos os seus processos, de forma que um padrão de exce-
lência seja concebido e que as ações dos colaboradores no desempenho de suas atividades não saiam do pré-estabelecido, evitando a
queda da qualidade dos produtos ou serviços, possibilitando uma melhoria contínua e um subsídio de informações à tomada de decisão.
Uma ótima referência de padrões de excelências de qualidade que as empresas buscam alcançar é a NBR ISO 9001. Tal normativa
orienta as empresas a estabelecer seus processos de forma bem definida, podendo acompanhá-los de perto e aprimorá-los constante-
mente. Através dos indicadores de cada processo, e também dos objetivos, informações preciosas à tomada de decisões são geradas e
vão auxiliar os gestores nas ações corretivas, preventivas e de melhorias.
A definição das responsabilidades nos processos, dos indicadores e sua forma de acompanhamento permite à empresa um salto na
sua produtividade: produtos concebidos com o menor custo e no menor tempo possível, evitando-se o retrabalho e alcançando algo de
qualidade que promova a satisfação do cliente.
O sistema de gestão da qualidade aliado à gestão de pessoas vai garantir que a implementação da norma abranja todos os níveis
hierárquicos da empresa, de forma que todos adiram ao novo padrão de qualidade e se comprometam com a melhoria contínua no de-
sempenho. É essencial, também, que a alta administração e os líderes desempenhem o papel de difundir os valores, estimular a mudança
e assegurar o cumprimento dos novos padrões de forma satisfatória e permanente na empresa.

Benefícios de um sistema de gestão da qualidade às empresas


– Maior rentabilidade;
– Maior satisfação dos clientes;
– Maior competitividade da organização;
– Diminuição do retrabalho – menos custos e mais celeridade;
– Maior auto estima e motivação da equipe.
– Incrementos no desenvolvimento de competências e compartilhamento de conhecimentos inerentes às atividades da organiza-
ção, visto que são implementadas as melhores práticas de gestão. 5

Qualidade de vida no trabalho - QVT


Quando falamos em organizações, estamos falando em um conjunto composto por indivíduos que buscam desempenhar suas fun-
ções e ter em contrapartida, atendidas suas necessidades, expectativas e desejos.
Na sociedade atual em que vivemos, uma dessas necessidades mais discutidas no momento é o nível de qualidade de vida no âmbito
profissional, ou seja, não é apenas o retorno financeiro que busca o profissional atual. Ele busca um ambiente saudável, que lhe propor-
cione um bem estar no aspecto físico, intelectual, emocional, espiritual e social.

4Fonte: www.repositorio.ufc.br - Por Gustavo Pucci Schaumann/Antônio Caubi Ribeiro Tupinambá


5Fonte: www.ibccoaching.com.br – Por José Roberto Marques

363
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
De acordo com Chiavenato (1999), a qualidade de vida tem se
Sim, esse contexto todo atendido proporciona uma qualidade tornado um fator de grande importância nas organizações e está
de vida e saúde aos profissionais que traz retorno não somente diretamente relacionada à maximização do potencial humano, e
a eles, mas principalmente às organizações, isso porque, quando isto depende de tão bem as pessoas se sentem trabalhando na or-
esse conceito é levando em consideração, problemas como falta de ganização. Nesse sentido, uma organização que se preocupa e tem
autoestima, baixa motivação, queda de produtividade, ausências, ações voltadas à qualidade de vida de seus funcionários passará
alta rotatividade, e tantas outras posturas que geram um quadro de confiança aos mesmos, pois são organizações que se preocupam
negatividade podem ser melhor administrados gerando retor- nos com o bem estar, satisfação, segurança, saúde e a motivação de
diretos e indiretos. seus funcionários (BORTOLOZO e SANTANA, 2011).
Em razão disso, as organizações estão investindo em práticas Verifica-se também que no atual cenário empresarial e indus-
de boa conduta, de saúde física, mental e emocional, em preven- trial, a motivação exerce papel fundamental e primordial para a re-
ção, em campanhas de consciência individual e coletiva, ou seja, alização das atividades laborais dentro das organizações, uma vez
estimulando hábitos e estilos de vida que proporcionem maior bem que afeta diretamente a qualidade de vida e o comportamento do
estar entre todos, aumentando assim a qualidade e a produtividade colaborador. Colaborando com essa afirmação, Chiavenato (1999)
oferecida pelo profissional, mas também gerando mais satisfação afirma que o funcionário, quando motivado, tem maior disposição
percebida por esse. e capacidade para desempenhar suas atividades laborais. Assim, as
Abaixo relacionamos alguns benefícios percebidos rapidamen- organizações, para obterem de seus colaboradores uma melhor
te quando o conceito de qualidade de vida no ambiente profissio- produtividade e execução de suas funções, precisam investir em
nal recebe maior atenção das organizações: seus funcionários, proporcionando aos mesmos, maior satisfação e
- Aumento de produtividade. motivação para a realização de suas atividades de trabalho (AN-
- Profissionais mais presentes, atentos e motivados. DRADE, 2012).
- Melhora nas relações interpessoais Diante do exposto, observa-se que a motivação é fator essen-
- Diminuição em ocorrências de enfermidades cial para que o colaborador tenha melhor desempenho e compro-
- Baixa na rotatividade de profissionais metimento com suas atividades laborais.
- Aumento na disposição Assim, a organização que enfatiza a motivação de seus colabo-
- Melhora no clima organizacional radores apresenta, por conseguinte, maior produtividade e, além
- Aumento no nível de satisfação disso, propicia também ambientes de trabalho mais agradáveis e
- Diminuição no nível de stress melhor qualidade de vida para seus funcionários (ANDRADE, 2012).
- Baixa no nível de acidentes de trabalho Pelo que foi mencionado anteriormente, o presente estudo
- Melhora na imagem da organização tem por objetivo buscar e identificar na literatura científica, artigos
- Aumento na capacidade de desempenho relacionados à qualidade de vida nas organizações e à motivação
dos colaboradores, visando discorrer sobre os fatores que intera-
O aumento da competitividade entre as empresas, ocasionado gem na motivação dos mesmos e sua associação com a qualidade
por inúmeros fatos ocorridos nos últimos anos no cenário mundial,
de vida dos funcionários.
dentre eles a própria globalização, tem obrigado as empresas a bus-
car formas para se tornarem mais competitivas. Portanto os inves- Qualidade de Vida nas Organizações
timentos em tecnologia, marketing e qualificação profissional são O principal objetivo da implementação de programas que vi-
cada vez mais importantes, sendo que as máquinas, equipamentos sam oferecer maior qualidade de vida é a reestruturação do setor
e tecnologia têm grande importância no sucesso das empresas. Por produtivo, que possa estabelecer estratégias a fim de atender as
outro lado, as pessoas que trabalham nas organizações são respon- necessidades humanas básicas dos trabalhadores e também, maio-
sáveis por conduzir e produzir estes resultados. Com base nisso, as res eficácia e produtividade.
empresas começam a perceber as pessoas como seu recurso mais Verifica-se que ainda não há uma definição precisa e consen-
valioso, é o que alguns autores denominam de capital humano ou sual, na literatura científica sobre a qualidade de vida no trabalho
intelectual (ODEBRECH e PEDROSO, 2010). (QVT), uma vez que a implementação desse tema em nosso país e
Dentro das organizações, as pessoas são consideradas recur- em nossas instituições ainda é principiante.
sos, isto é, como portadores de habilidades e conhecimentos, que Muitos pesquisadores defendem que a qualidade de vida no
auxiliam no processo produtivo e crescimento empresarial, porém, trabalho pode ser entendida com uma estratégia, cuja “meta prin-
é de extrema importância não esquecer de que essas pessoas são cipal de tal abordagem volta-se para a conciliação dos interesses
humanas, formadas de personalidade, expectativas, objetivos pes- dos indivíduos e das organizações, ou seja, ao mesmo tempo em
soais, e possuem necessidades (ANDRADE, 2012). que melhora a satisfação do trabalhador, melhora a produtividade
Para um melhor desenvolvimento das organizações, é preciso da empresa” (FERNANDES, 1996).
que os gestores preocupem-se com as condições de trabalho que De acordo com Werther e Davis (1983), para que uma institui-
oferecem aos seus funcionários, visando proporcionar fatores que ção melhore a qualidade de vida no trabalho de seus colaboradores,
contribuam positivamente nas condições e qualidade de vida dos é necessário reunir esforços para tentar estabelecer cargos mais
trabalhadores (BORTOLOZO e SANTANA, 2011). satisfatórios e produtivos. Para tanto, precisa-se da implementação
Para garantir a qualidade de vida no trabalho, a organização de diferentes técnicas que visem à reformulação dos cargos e fun-
precisa preocupar-se não apenas com o ambiente físico da organi- ções de uma organização, contado também com participação dos
zação, mas também com os aspectos psicológicos e físicos de seus trabalhadores envolvidos nesse processo.
funcionários. Conforme salienta Vieira e Hanashiro (1990), a qualidade de
Alcançar a qualidade de vida é a verdadeira vontade do ser hu- vida no trabalho tem por objetivo melhorar as condições de tra-
mano, que busca tudo que possa proporcionar maior bem estar e o balho e também todas as demais funções, em qualquer que seja a
equilíbrio físico, psíquico e social, ou uma regra para se obter uma natureza ou mesmo, nível hierárquico.
vida mais satisfatória (SUMARIVA e OURIQUES, 2010).

364
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Desse modo, ressalta-se a importância de se abordar a quali-
Além disso, a QVT atua também nas variáveis ambientais, com- dade de vida nas organizações, cujo propósito principal consiste na
portamentais e organizacionais a fim de possibilitar humanização satisfação pessoal do indivíduo na execução de suas tarefas dentro
do setor produtivo e, logicamente, obter resultados mais satisfató- das organizações (MAXIMIANO, 2000).
rios, seja para o colaborador, seja para a instituição empregadora. Verifica-se nos dias atuais, uma grande diferença, nas institui-
Assim, espera-se também da QVT, a diminuição do conflito entre o ções e organizações, entre o avanço e o progresso técnico-científico
trabalhador e o capitalismo (organização). e as questões sociais e aquelas relacionadas à qualidade de vida. A
A literatura cientifica traz alguns modelos estruturais referen- qualidade de vida nas organizações, bem como a motivação e satis-
tes à abordagem da qualidade de vida no trabalho. Tais modelos fação do colaborador com sua atividade laboral são estratégias que
atuam como indicadores da satisfação dos colaboradores com a devem ser utilizadas pelas organizações a fim de se obter maiores
situação de trabalho bem como abordam também a satisfação dos níveis de produtividade, levando-se sempre em consideração que o
mesmos com suas atividades laborais. fator mais importante empregado no setor produtivo é o humano
Dentre os vários modelos difundidos na literatura, o mais con- (MARRAS, 2002).
tundente e abrangente é o que foi proposto por Watson (1973). Com base na afirmação anterior e de acordo com o que é des-
Para este autor, uma organização é humanizada quando ela atribui crito na literatura científica, a motivação é algo que necessita estar
responsabilidades e autonomia aos seus colaboradores, cujo nível continuamente sendo estimulada numa organização, de modo que
varia de acordo com o cargo, bem como tem enfoque no desen- o colaborador possa aplicar e desenvolver todo seu potencial. Para
volvimento pessoal do indivíduo, proporcionando, assim, melhor tanto, é necessário que a organização propicie meios adequados
desempenho dentro da instituição. para que o seu colaborar sinta e esteja sempre motivado, a fim de
Na prática, os critérios do modelo de Walton podem ser defini- se obter um ambiente de trabalho saudável, humano, produtivo e
dos da seguinte forma (CHIAVENATO, 1999): eficaz (MIRANDA, 2009).
1 - Compensação justa e adequada: mensura a adequação en-
tre a remuneração do colaborador com suas atividades laborais; Motivação dos Colaboradores nas Organizações
avalia e compara, também, a remuneração entre os vários cargos e A motivação humana tem sido apontada como um dos maio-
funções dentro da empresa; compara a remuneração do funcioná- res desafios e preocupações das organizações modernas. Este tema
rio com outros profissionais no mercado de trabalho. tem, inclusive, despertado o interesse depesquisadores, os quais
2 - Condições de trabalho: avalia a jornada laboral e o ambien- tentam explicar e entender o sentido dessa força que faz com que
te de trabalho, com vista a determinar que não sejam perigosos ou as pessoas agem e atinjam seus objetivos.
que tragam malefícios à saúde do colaborador. Conforme explica Maximiano (2000), o termo motivação pode
3 - Uso e desenvolvimento de capacidades: refere-se à possi- ser interpretado como “processo pelo qual um conjunto de razões
bilidade do funcionário fazer uso, na prática, de todo seu conheci- ou motivos explica, induz, incentiva, estimula ou provoca algum
mento e destreza. tipo de ação ou comportamento humano”. Nesse sentido, a moti-
4 - Oportunidade de crescimento e segurança: verifica se a or- vação pode ser entendida como uma razão que leva as pessoas à
ganização oferece oportunidade e possibilidade para crescimento e uma determinada ação ou comportamento.
desenvolvimento pessoal e profissional. Nesse contexto, para que os colaboradores possam realizar
5 - Integração social na organização: refere-se à presença de suas atividades, de modo a obter satisfação e motivação, é ne-
respeito, ambiente harmônico, apoio mútuo e ausência de precon- cessário que as organizações ofereçam um ambiente de trabalho
ceitos e diferenças hierárquicas na instituição. confortável e seguro. Além destes fatores, evidencia-se também a
6 - Constitucionalismo: verifica se a instituição possui normas e importância de que sejam realizadas, no ambiente de trabalho, ati-
regras e se a mesma segue a legislação trabalhista. vidades de socialização e interação, uma vez que estes elementos
7 - O trabalho e espaço total de vida: verifica se há equilíbrio mostram-se de fundamental importância para a satisfação dos co-
entre a vida laboral e a vida pessoal. laboradores com a organização e, consequentemente, maior pro-
8 - Relevância social da vida no trabalho: objetiva verificar o dutividade (BORTOLOZO, 2011).
desempenho da empresa na sociedade e responsabilidade social. De acordo com Miranda (2009), sobre a motivação nas organi-
zações, atuam alguns sistemas motivacionais. Tais sistemas podem
Qualidade de Vida e Motivação no Trabalho ser entendidos como todos e quaisquer incentivos ou recompensas
É sabido que a maior parte da vida das pessoas se passa dentro que o colaborador recebe para conseguir atingir um determinado
das instituições de trabalho. Desse modo, é notória e inegável a objetivo laboral. Podem ser citados, para exemplificar esses incen-
importância que o trabalho exerce sobre a vida das pessoas. Há, tivos, programas de estímulo, remuneração de acordo com os re-
contudo, uma nítida contradição em relação à atividade laboral: sultados, autogestão nos grupos de trabalho, enriquecimento do
muitas pessoas o têm como um fardo, como algo difícil, que só é trabalho, dentre outros.
realizado por uma necessidade financeira. Para outros, o trabalho é Ressalta-se também que é através da motivação, associada à
interpretado com meio para crescimento pessoal, como sentido educação formal e à capacitação, que o profissional pode utilizar
para a vida, definidor de responsabilidade e identidade pessoal. todo seu potencial, realizar todos seus objetivos e ideais, além de
Para muitos, a própria rotina e alienação que o trabalho pro- tornar-se evidência e um profissional de sucesso.
move, acabam por caracterizá-lo como um simples meio de sobre-
vivência. Fatores Motivacionais
Nessa interpretação sobre o trabalho, é desprezado e descon- A literatura científica evidencia que alguns fatores podem in-
siderado as expectativas, os sentimentos, a motivação e a qualida- terferir diretamente na motivação dos colaboradores de uma orga-
de de vida dos colaboradores nas organizações, o que acaba refle- nização, seja de maneira positiva ou negativamente. Dentre entre
tindo negativamente em sua autoestima e no seu desempenho na diversos fatores, pode-se elencar a remuneração e os benefícios
instituição empregadora (MIRANDA, 2009). sociais, as condições físicas e psicológicas do trabalho e a questão
da segurança no ambiente de trabalho.

365
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A segurança no trabalho refere-se à área responsável pela
Remuneração e Benefícios Sociais segurança industrial, higiene e medicina do trabalho, frente aos
A remuneração e os benefícios sociais despontam como sendo funcionários da organização, atuando profilaticamente, vidando a
uma das principais funções da organização. Conforme salienta Mar- prevenção de acidentes e agravos à saúde, e atuando também na
ras (2002), estes itens sempre mereceram uma atenção especial correção de acidentes de trabalho.
dos gestores da empresa que, com o passar dos tempos, ganhou Desse modo, é necessário que as organizações possuam políti-
ainda mais relevância, exigindo ainda mais da administração. cas de prevenção a acidentes de trabalho, estimulem e orientem a
É importante ressaltar ainda que salário e remuneração são utilização de equipamentos de proteção individual e coletiva, além
coisas distintas. De acordo com Gonçalves (2008) apud Andrade de contar também com serviços de segurança no trabalho, visando
(2012), a remuneração refere-se ao quantitativo referente à soma à melhoria para as causas de higiene e segurança no trabalho (RI-
do salário devido pelo empregador aos valores que o empregado BEIRO, 2005). Além disso, é fundamental que a organização possi-
recebe de terceiros, em detrimento do contrato de trabalho. Como bilite condições mínimas de trabalho, proteção e higiene, de modo
exemplo desse valor que o colaborador recebe de terceiros, pode- a garantir e assegurar os mesmos contra qualquer incidente e even-
-se citar a gorjeta. tualidade, de modo que eles possam executar suas atividades com
Desse modo, salário é o valor fixo, pré determinado, recebido confiança e evitar problemas futuros.
pelo serviço prestado, e a remuneração constitui-se do salário e dos De acordo com Marras (2004) apud Andrade (2012), a preven-
demais benefícios e incentivos recebidos, seja por parte da empre- ção de acidentes de trabalho tem por objetivo conscientizar o cola-
sa, ou por parte dos clientes (ANDRADE, 2012). borador e oferecer proteção à sua vida e de seus companheiros de
É importante salientar ainda que, a fim de atender esta ne- trabalho, através de estratégias e ações seguras, bem como refle-
cessidade de complementar o salário, existem os benefícios, con- xões das condições insalubres que, eventualmente, possam provo-
ceituado por Marras (2005) apud Andrade (2012) como planos ou car acidentes e agravos à saúde. Nota-se então o quão importante
programas que a organização oferece aos seus colaboradores a fim é proporcionar a segurança no trabalho, tendo em vista que os co-
de complementar sua renda fixa, ou seja, seu salário. laboradores, estando seguros que a empresa está se preocupando
Como já salientado anteriormente, estes itens atuam como es- com sua saúde e com sua vida, irão sentir-se mais valorizados e
tímulos para que o colaborador se sinta satisfeito e motivado com motivados para trabalharem e produzirem.
suas atividades profissionais, ao passo que, quanto mais satisfeito, Com base em tudo que foi levantado e elucidado neste traba-
desempenhará com mais afinco e eficácia suas atividades dentro da lho, torna-se evidente a importância e relevância da qualidade de
organização. vida no trabalho, seja para a melhoria da qualidade de vida pessoal,
seja melhoria do convício social, seja maior satisfação e motivação
Condições físicas e psicológicas do trabalho do trabalhador com a instituição e, consequentemente, melhora na
É sabido que, numa organização, os funcionários estão expos- produtividade das empresas.
tos a uma série de fatores e condições de riscos ou insalubridades. Pode-se constatar também que a motivação do colaborador
Dentre esses fatores, pode-se citar a própria questão estrutural, o com sua instituição empregadora estão diretamente atreladas a
manuseio e operação dos recursos mecânicos e também os fatores fatores como salário, benefícios e remuneração; condições físicas e
psicológicos que podem interferir diretamente na saúde e na fun- psicológicas do trabalho e também, a um ambiente de trabalho se-
cionalidade dos colaboradores. Dessa forma, para que o colabora- guro. Ressalta-se ainda que a motivação dos colaboradores esteja
dor consiga uma maior produtividade, é necessário que a empresa associada à qualidade de vida nas organizações.
ofereça condições ambientais mínimas para que os funcionários se Dessa forma, abordar qualidade de vida nas empresas, hoje em
sintam capazes. Assim, a organização precisa estar atenta a tais fa- dia, é mais que um benefício para o trabalhador/colaborador, é uma
tores, os quais podem interferir e refletir diretamente no bem estar necessidade de vital importância para que o maior patrimônio da
dos funcionários, na sua satisfação e na produtividade da organiza- instituição, o trabalhador, tenha condições para desempenhar com
ção (FERNADES, 1996 apud ANDRADE, 2012). eficácia, suas tarifas, de modo que todos saiam ganhando, em-
Neste contexto, fala-se muito em humanização do ambiente de pregador e colaborador.6
trabalho, o qual precisa ser bom, alegre, descontraído e desafia- dor,
a fim de se ofertar um mínimo de qualidade de vida. Quando surgiu o selo?
No que se refere às questões físicopsicológicas do trabalho, Para entender o surgimento do selo, precisa-se primeiro com-
ressalta-se as condições reais oferecidas ao colaborador para o preender a origem da ISO 9001. O selo de qualidade é resultado da
desempenho de suas funções, no tocante à jornada de trabalho e certificação na ISO 9001. A norma de qualidade foi criada pela
ambiente saudável (ANDRADE, 2012). Organização ISO, cuja sigla significa International Organization for
Contudo, é sabido que, muito mais que motivacional, a abor- Standardization, traduzida para o português como Organização In-
dagem dessa questão juntos às organizações é de fundamental ternacional de Normalização.
importância para a manutenção e preservação de uma boa saúde Sediada em Genebra, Suíça, a ISO foi fundada há aproxima-
aos funcionários, a fim de assegurar uma prática profissional livre damente 70 anos. A ISO foi projetada na intenção de se criar nor-
de malefícios e que traga benefícios para sua sobrevivência e bem mas que fossem padrões para organizações de todos os países. Ou
estar. seja, que elas pudessem ser utilizadas e reconhecidas em qualquer
língua ou nação. Atualmente a Organização possui membros em
Segurança no trabalho aproximadamente 170 países. No Brasil, a ISO é representada pela
Muito se discute hoje em dia acerca da questão da segurança Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
do trabalhador e de seu ambiente laboral. Assim, ressalta-se que
uma organização ideal para se trabalhar é aquela que busca aplicar,
captar e manter na organização, todos os recursos humanos corre-
tamente. Para que esse objetivo seja atingido, ou seja, para que a
empresa consiga manter o recurso humano, é necessário abordar
diversas questões e fatores, como a saúde, a higiene e a segurança 6Fonte: www.unifia.edu.br – Texto adaptado de Jéssica Faria de Carvalho/ Érica
no trabalho (ANDRADE, 2012). Preto Tamaio Martins/ Laureny Lúcio/ Pedro José Papandréa

366
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Reconhecimento internacional
Com o surgimento da Organização, desenvolveu-se em 1987 a Cerca de 170 países utilizam a normas da Organização ISO e
ISO 9001, consequentemente criando-se também o selo de quali- mais de um milhão de empresas espalhadas pelo mundo já foram
dade que é o símbolo da certificação da norma. A ISO 9001 é base- certificadas na ISO 9001. Apenas na América do Sul são aproxima-
ada na norma britânica BS5750. Embora fosse considerada relevan- damente 50 mil empresas certificadas. A ISO 9001 possui validação
te, a BS5750 apresentava algumas ineficiências como a questão da e reconhecimento internacional. O selo na norma abre portas para
gestão dos processos e satisfação do cliente. negociação com qualquer tipo de empresa dentro e fora do país.
A ISO 9001 foi pensada para se tornar padrão internacional É importante destacar que a cada nação a norma recebe sua
para garantir a qualidade de produtos e serviços. Como também, própria versão baseada e adaptada na legislação interna. No Brasil,
facilitar a questão das exportações e reduzir os custos de fabrica- a norma é conhecida como NBR ISO 9001, que é reconhecida para
ção. relações comerciais com qualquer outro país. Portanto, se você de-
seja ampliar as fronteiras do seu negócio, um dos esforços da sua
A norma mais utilizada no mundo
empresa deve consistir em adquirir o selo de qualidade.
A ISO apresenta uma série de normas para diferentes áreas do
mercado; como a ISO 14001 voltada para o sistema de gestão Melhoria do desempenho do produto/serviço
ambiental. Ela aborda os principais requisitos para as empresas Informamos com certa frequência nos artigos do blog da Con-
identificarem, controlarem e monitorarem o impacto sobre o meio sultoria Online que a ISO 9001 não beneficia diretamente a qua-
ambiente. Existe a ISO 22000 voltada para a segurança dos alimen- lidade dos produtos e serviços.Isso porque o selo de qualidade é
tos, a OHSAS 18001 focada na gestão de segurança e saúde ocupa- focado na qualidade dos processos de uma organização.
cional, entre outras. Caso sua dúvida esteja relacionada a qualidade dos produtos,
Dentre as normas da ISO, a mais utilizada pelas empresas é a mais precisamente nos alimentos, entenda que a norma responsá-
ISO 9001 tanto por sua relevância, quanto pela abrangência. Ela é vel pela segurança em alimentos é a ISO 22000.
a responsável pelo sistema de gestão de qualidade. É a partir dela Retomando o assunto da ISO 9001, para tornar ainda mais cla-
que as empresas se fundamentam para otimizar os processos de ro sua funcionalidade no que se refere a qualidade dos produtos e
funcionamento. serviços, daremos um breve exemplo:
Em uma determinada empresa de produção de bolos conta
Funcionalidades da ISO 9001
coma equipe de três funcionários. Essa organização não utiliza o
A ISO 9001 foi criada com a perspectiva que as empresas certi-
sistema de gestão de qualidade baseado na ISO 9001, portanto não
ficadas atinjam metas e possam garantir a capacidade de eficiência há controle nos processos de produção. Por esse motivo, ocorrem
tanto na produção quanto na entrega dos produtos/serviços. uma série de consequências negativas como a irregularidade na
Neste sentido, uma das soluções básicas da ISO 9001 é, portan- qualidade dos produtos. Quando um dos funcionários responsáveis
to, alcançar um consenso sobre soluções que possam atender às pela massa se ausenta, o critério para a produção se perde. A nor-
demandas da empresa, da sociedade e do comércio, ou seja todas
ma de qualidade resolve exatamente problemas como esses. Ela
as partes interessadas. cria padrões que possibilitam que a empresa mantenha a qualidade
independentemente da presença ou ausência de um ou mais fun-
Para que serve o selo?
cionários. Ou seja, a norma ajuda a manter a qualidade dos bolos.
Uma das preocupações dos empresários é o que o selo de qua-
Embora a norma não atue diretamente nos serviços e produ-
lidade não seja mais que um quadro pendurado no escritório ou um
tos, sua aplicação resulta na melhoria destes.Sendo assim, os re-
símbolo adquirido pela empresa. Para esclarecer esse tipo de
sultados da adequação aos requisitos é a melhoria dos produtos/
dúvida e mostrar os benefícios reais que a certificação na ISO 9001
serviços.
proporciona a um empreendimento, citaremos abaixo algumas
vantagens da norma. Confira! Satisfação do consumidor
Ter o selo 9001 é sinônimo de preocupação com as expecta-
Confiabilidade tivas e interesses dos clientes. Haja vista que a norma foi criada com
Os clientes desejam mais que um produto ou serviço com bom o foco voltado para o cliente. Pesquisas e entrevistas com o
preço, esperam também por qualidade naquilo que estão pagando. consumidor fazem parte das estratégias da norma para adaptação
Não é difícil encontrar casos de consumidores contestando a con- aos interesses do público.
fiabilidade de determinada marca. Serviços e produtos que apre- Toda empresa que conta com clientes satisfeitos, tem mais
sentam incertezas em sua origem ou qualidade são vistos de forma probabilidade de crescimento no faturamento e consequentemen-
negativa pelo mercado e possuem a imagem danificada. te na lucratividade. Outro benefício de ser bem quisto é a melhora
A ISO 9001 propõe requisitos que aperfeiçoam o sistema de da imagem externa que configura como uma das funcionalidades
gestão de qualidade aprimorando os processos de forma geral da da gestão de qualidade.
organização. Portanto, ela incentiva a melhora crescente das em-
presas. Investimentos mais assertivos
A norma é respeitada e conhecida por todos os países. Agregar Empresários com o sistema de gestão de qualidade alinhado
o selo a sua marca significa que a empresa cumpre cada um dos re- com a ISO 9001 poderão realizar investimentos mais seguros. Uma
quisitos estipulados pela ISO 9001. Ou seja, o selo de qualidade traz vez que os processos são mais organizados e apresentam menos
segurança e confiança para as empresas que a utilizam. erros nos sistemas, contribuindo para o funcionamento como um
todo da empresa. Nesse sentido, o empreendimento se torna mais
sólido, permitindo investimentos mais seguros e com a qualidade
ISO.

367
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Pouco aproveitamento dos requisitos da ISO 9001 que contri-
Melhora a imagem da empresa buem positivamente para a empresa.
Associar sua marca com o selo de qualidade é mostrar ao mer- A ISO 9001 gera uma série de resultados positivos, por isso em-
cado o empenho com o aperfeiçoamento contínuo da sua empresa. bora ela não seja obrigatória é utilizada por milhares de empresas.
Tendo em vista, que uma de suas premissas refere-se ao aprimora- A implantação feita com urgência pode impedir que a organização
mento contínuo dos processos. Outro benefício se deve ao fato que usufrua de todos os benefícios presentes na norma.
a ISO 9001 é vista positivamente pelo público externo, portanto Portanto, para não enfrentar nenhuma das dificuldades apon-
estar ligado a norma é compartilhar dos mesmos atributos e qua- tadas acima, aconselhamos que você inicie o quanto antes as fases
lidades dela. de adequação do sistema de gestão de qualidade ao da ISO 9001.
Mas o que eu preciso fazer para ser certificado? Para orientá-
Todas as empresas precisam ter o selo?
-lo de modo prático informaremos algumas dicas que podem ser
No Brasil não há nenhuma cobrança na legislação que obrigue
seguidas por qualquer empreendimento, independentemente do
uma empresa a ser certificada, exceto para algumas modalidades
tamanho e tipo de organização.
específicas de negócios (confira no tópico “Quais requisitos são ne-
cessários para iniciar o processo de implementação da ISO 9001?”
Quais requisitos são necessários para iniciar o processo de
e veja quais organizações são obrigadas a possuir a certificação).
implementação da ISO 9001?
Todavia, existe uma obrigatoriedade velada no mercado que
Do ponto de vista legal, os únicos requisitos obrigatórios para
para determinadas relações comerciais exige-se o selo de qualida-
uma empresa que está procurando se certificar na ISO 9001, são as
de. Um dos exemplos é a exportação. Muitos países não aceitam
regulamentações do seu setor específico de operação. Ou seja, uma
realizar trocas comerciais com empresas que não possuam o siste-
ma de gestão de qualidade atrelado aos requisitos da ISO. construtora deve seguir normas legais aplicáveis à sua ativida- de,
Não apenas no mercado externo, como também entre empre- assim como um escritório de contabilidade, etc. Em suma, não há
sas brasileiras exige-se a certificação em muitas situações. As or- leis específicas a serem seguidas em detrimento da norma, cada
ganizações exigem o selo como uma maneira de atestarem que a empresa precisa apenas estar regular com suas obrigações legais
empresa com a qual farão negócios possui certa comprovação de particulares.
qualidade e profissionalismo em sua gestão. Algumas empresas específicas precisam ter o certificado da ISO
Esse é inclusive um dos motivos pelos quais as empresas pro- 9001 por força legal, como é o caso das vistorias veiculares no esta-
curam às pressas empresas de consultoria à procura da implemen- do de São Paulo, ou das empresas pertencentes ao polo industrial
tação da norma. Alertamos para os tipos de problemas que podem de Manaus, Amazonas. Para tais empresas, a regra de manter-se
ser gerados devido a certificação realizada de última hora e apenas regular às leis inerentes à sua atividade continua válida, acrescida
por pressões comerciais: agora da necessidade de ser certificada na ISO 9001 por determi-
nação legal.
Gastos elevados com a certificação; Alguns dos requisitos muito citados por quem está implemen-
Uma vez que a implementação da norma será realizada em tando a ISO 9001 são o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos
pouco tempo devido a necessidade de estar com o selo antes que a Ambientais) e PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde
outra empresa desista de fechar o contrato, os gastos com consul- Ocupacional). Porém no caso dos dois, há uma certa confusão, pois
tores serão redobrados. Já que eles terão que cumprir as ações com eles são obrigatórios para todas as empresas que possuem funcio-
menos tempo de intervalo. nários contratados no âmbito da CLT e não apenas às empresas que
A organização também terá que arcar com custos de contra- estão procurando se certificar na ISO 9001. O fato de eles serem
tação de outros colaboradores para auxiliar no processo de ade- bastante citados se dá em função de existir uma auditoria rigoro- sa
quação aos requisitos da ISO 9001. Soma-se ainda a falta de tempo nestes itens, pois são de grande importância para a garantia da
para pesquisas de consultorias e certificadoras com valores mais qualidade.
em conta.
O que uma empresa precisa para obter o selo?
Adequação aos processos feitos de forma irregular; A norma ISO 9001 foi criada para todas as áreas do mercado,
A norma é funcional e de fato propicia a empresa mudanças ou seja para a indústria, comércio e prestação de serviços. Como
positivas em seu sistema como um todo (como foi dito nos tópicos também para todos os portes de empreendimento, tanto para
anteriores). Implementá-la às pressas pode não ser tão construtivo grandes corporações quanto para microempresas.
para os colaboradores, haja vista que algumas etapas de implemen- Portanto, se você almeja aprimorar o sistema de gestão de
tação exigem mais tempo por sua complexidade e abrangência de qualidade do seu negócio e ampliar as relações comerciais, basta:
atuação. - Ter um CNPJ regular
- Estar instalada em um imóvel regular
Desgaste da equipe encarregada do processo; - Disponibilidade de equipe para acompanhar a consultoria no
Pela pressão gerada do prazo reduzido, muitos colaboradores processo de implementação*
são exigidos além do habitual e por isso sofrem desgaste e estresse - Contratar um órgão certificador
profissional. Consequências como essas também podem reduzir o *Em algumas microempresas, o próprio proprietário junto a
sucesso do projeto de certificação. É essencial que a equipe encar- um consultor promove o processo de implementação da norma de
regada esteja apta e com tempo hábil para promover de maneira qualidade.
satisfatória cada uma das exigências da norma de qualidade.
Como obter o selo ISO 9001?
Uma empresa que possua um sistema de gestão da qualidade
compatível com a norma ISO 9001 pode solicitar o selo de qualida-
de a partir de um órgão certificador autorizado pelo Instituto Nacio-
nal de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).

368
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Depois de submetida a implementação, a empresa deve con-
Mas como saber se o meu sistema está de acordo com o pa- tatar um órgão auditor, ou seja, uma empresa certificadora. Após
drão ISO? A norma de qualidade possui uma série de requisitos que passar pelo crivo de auditoria externa e for aprovada, a organiza-
precisam ser interpretados para adequação. Para verificar cada um ção avaliada será certificada com o selo ISO 9001. A certificação é
dos itens está sendo cumprido, é aconselhável que se tenha um co- portanto a comprovação de que a empresa anda de acordo com a
nhecimento prévio sobre o assunto.Por isso, recomenda-se auxílio norma.
de um profissional da área. Muitas empresas, independentemente do seu processo produ-
Para isso, existem empresas de consultoria com especialistas tivo, fazem uso do selo junto a marca para divulgarem que têm a
em cada uma das normas que poderão tornar o processo rápido e ISO 9001. O selo e o certificado trazem o mesmo significado: con-
o menos burocrático possível. firmação de que a organização atua de acordo com o sistema de
A consultoria Online Verde Ghaia possui experiência de 18 anos gestão de qualidade reconhecido no mundo inteiro.
no seguimento, auxiliando mais de duas mil organizações es-
palhadas pelo Brasil e por outros países. Ela fornece um software
FERRAMENTAS de Gestão da qualidade
online que pode reduzir em até 60% os gastos, comparado a uma
consultoria convencional.
BENCHMARKING
Com a ferramenta, é possível iniciar o processo a qualquer hora
O benchmarking, introduzido em 1970 na empresa Xerox, é ca-
e lugar. O software facilita a flexibilidade da equipe envolvida e
proporciona meios como material online que pode ser consultado racterizado como um processo contínuo e sistemático de pesquisa
no momento mais oportuno à organização para avaliar produtos, serviços, processos de trabalho de ouras em-
presas, a fim de identificar quais são as melhores práticas adotadas
Qual é o processo de implementação da ISO 9001? por elas. A partir dessa análise, a instituição verifica seus próprios
processos e realiza o aprimoramento organizacional, desenvolven-
1º passo: Pesquise do a habilidade dos administradores de visualizar no mercado as
Informar sobre a norma é uma das melhores formas de se pre- melhores práticas administrativas das empresas consideradas ex-
parar para o processo de implementação e antever as necessidades celentes (benchmarks) em certos aspectos.
de ajustes que serão necessários. Entenda como ela funciona, seus A meta é definir objetivos de gestão e legitimá-los por meio de
reais benefícios e a aplicação dela para sua empresa. Se você che- comparações externas. A comparação costuma ser um saudá- vel
gou até aqui então essa parte já foi bastante explorada. método didático, pois desperta para as ações que as empresas
excelentes estão desenvolvendo e que servem de lição. A base do
2ª passo: Estipule uma equipe benchmarking é não fechar-se em si mesma, no caso da empresa,
A organização é uma das chaves para o sucesso da adequação mas sim observar e avaliar constantemente o mundo exterior.
aos requisitos. Portanto, estipule colaboradores que estarão empe- Segundo Chiavenato, o benchmarking exige três objetivos que
nhados em otimizar e promover adequadamente os itens presen- a organização precisa definir:
tes na ISO 9001. • Conhecer suas operações e avaliar seus pontos fortes e fra-
3º passo: treinamento cos. Deve documentar os passos e práticas de processos de traba-
Essa é a fase de interpretação da ISO 9001. A consultoria Online lho, definir medidas de desempenho e diagnosticar suas fragilida-
Verde Ghaia traz os cursos a partir de uma plataforma online. O ma- des.
terial é disponibilizado através de vídeos, ilustrações e textos para • Localizar e conhecer os concorrentes ou organizações líderes
facilitar a compreensão dos consultores internos, colaboradores da do mercado, para poder definir as habilidades, conhecendo seus
empresa que serão responsáveis pela implementação do projeto. pontos fortes e fracos e compará-los com seus próprios pontos for-
tes e fracos.
4º passo: diagnóstico
• Incorporar o melhor do melhor adotando os pontos fortes
Nesta etapa a empresa deverá junto a consultoria avaliar como
dos concorrentes e, se possível, excedendo-os e ultrapassando-os.
está o sistema de gestão atual da empresa. É o momento de anali-
A principal barreira à adoção dessa ferramenta é convencer os ad-
sar quais requisitos são cumpridos e quais não foram atendidos. É
ministradores de que seus desempenhos podem ser melhorados.
um processo minucioso que exige atenção e tempo suficiente para
que nenhum requisito passe despercebido. Isso requer uma paciente abordagem e apresentação de evidências
de melhores métodos utilizados por outras organizações.
5º passo: Adequação aos requisitos
A alta direção deve estar aberta as mudanças que serão pro- BRAINSTORMING
movidas para adequar corretamente os itens exigidos pela ISO O brainstorming, desenvolvido em 1930 por Alex F. Osborn,
9001. O consultor fará esse processo alinhado a liderança, para não busca, a partir da criatividade de um grupo, a geração de ideias para
ocorrer qualquer tipo de transtorno ou desvio inapropriado do fun- um determinado fim.
cionamento normal da operação. A técnica propõe que um grupo de pessoas (de duas até dez
pessoas) se reúna e se utilize das diferenças em seus pensamentos
6º passo: Auditoria interna e ideias para que possa chegar a um denominador comum eficaz e
A auditoria interna funciona como um teste para a empresa. com qualidade.
Essa etapa é semelhante a simulação da auditoria externa que será É preferível que as pessoas que se envolvam nesse método se-
realizada por uma certificadora.É neste momento que são observa- jam de setores e competências diferentes e nenhuma ideia é des-
dos se as exigências estão sendo cumpridas corretamente. A Con- cartada ou julgada como errada ou absurda. O ambiente deve ser
sultoria Online Verde Ghaia oferece 100% de garantia na certifica- encorajador e sem críticas para os participantes ficarem a vonta- de
ção de forma contratual. e deve ser incentivado o trabalho em grupo. Pegar carona nas ideias
dos outros deve ser incentivado.

369
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
DIAGRAMA DE ISHIKAWA
As quatro principais regras do brainstorming são: Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta gráfica utilizada pela
• Críticas são rejeitadas, pois a crítica pode inibir a participação administração para o gerenciamento e o controle da qualidade em
das pessoas; diversos processos, e também é conhecido como Diagrama de Cau-
• Criatividade é bem-vinda. Vale qualquer ideia que lhe venha sa e Efeito ou Diagrama Espinha de peixe.
a mente, sem preconceitos e sem medo que isso irá prejudicar. Na sua estrutura, os problemas são classificados em seis tipos
Uma ideia esdrúxula pode desencadear ideias inovadoras; diferentes:
• Quantidade é necessária. Quanto mais ideias forem geradas, • Método,
maior é a chance de se encontrar uma boa ideia; • Matéria prima,
• Combinação e aperfeiçoamento são necessários. • Mão de obra,
• Máquinas,
O brainstorming pode ser feito de duas formas: estruturado ou • Medição
não estruturado. • Meio ambiente.
• No brainstorming ESTRUTURADO - os participantes lançam
ideias seguindo uma sequência inicialmente estabelecida. Quando Esse sistema permite estruturar hierarquicamente as causas
chega a sua vez, você lança a sua ideia. A vantagem desta forma é potenciais de um determinado problema ou também uma oportu-
que propicia oportunidades iguais a todos os participantes, geran- nidade de melhoria, assim como seus efeitos sobre a qualidade dos
do maior envolvimento. produtos.
• No brainstorming NÃO ESTRUTURADO - as ideias são lança- O Diagrama de Ishikawa é uma das ferramentas mais eficazes
das aleatoriamente, sem uma sequencia inicialmente definida. Isso e mais utilizadas nas ações de melhoria e controle de qualidade nas
cria um ambiente mais informal, porém com risco dos mais falantes organizações, permitindo agrupar e visualizar as várias causas que
dominarem a cena. estão na origem qualquer problema ou de um resultado que se pre-
tende melhorar.
BRAINWRITING
É uma variação do brainstorming, em que as ideias são escri- 5W2H
tas, trazendo ordem e calma ao processo. Evita efeitos negativos de A ferramenta 5W2H é uma forma rápida de verificação de
reuniões, como a influência da opinião de coordenadores e chefes, execução de tarefas a serem distribuídas aos colaboradores da em-
ou a dificuldade em verbalizar rapidamente as ideias. presa. Funciona como um mapeamento das atividades e pode ser
usada de várias formas: para organizar tarefas, escrever um texto,
MATRIZ GUT enviar um email ou escrever um. A grande vantagem é criar um
A Matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência) é uma forma mecanismo de comunicação eficaz uma vez que, se preenchidas as
de priorização baseado em medidas ou observações subjetivas. As questões, teremos tudo o que é preciso para em termos de dados.
letras têm o seguinte significado: A sigla 5W2H representa:
• G (gravidade) – impacto do problema sobre os processos, - O QUÊ será feito (what)
pessoas, resultados. Refere-se ao custo por deixar de tomar uma - QUANDO será feito (when)
ação que poderia solucionar o problema; - QUEM fará (who)
• U (urgência) - relaciona-se com o tempo disponível ou o ne- - ONDE será feito (where)
cessário para resolver o problema; - POR QUÊ será feito (why)
• T (tendência) – refere-se ao rumo ou propensão que o pro- - COMO será feito (how)
blema assumirá se nada for feito para eliminar o problema. - QUANTO custará (how much)
A filosofia do GUT é atribuir notas de 1 a 5 para cada uma das
variáveis G, U e T dos problemas listados e tomar o produto como o PROGRAMA 5S
peso relativo do problema. O Programa 5S, originário no Japão, é considerado um pré-re-
O método deve ser desenvolvido em grupo, sendo as notas quisito para qualquer programa de Gestão da Qualidade Total. O 5S
atribuídas por consenso. Consenso é a concordância obtida pela foca o ambiente de trabalho da organização a fim de simplificar o
argumentação lógica. Uma vez obtidas as notas, os problemas são ambiente de trabalho e reduzir o desperdício. Como resultado,
organizados em ordem decrescente. ocorre melhoria no aspecto de qualidade e segurança. O ambiente
se torna limpo, organizado, evitando a perda de tempo e o desper-
PRINCÍPIO DE PARETO dício de material.
O diagrama de Pareto é uma técnica de priorização das in- Assim, o resultado da implantação dessa ferramenta será o
formações, dando uma ordem hierárquica de importância. Esta menor desperdício, melhor qualidade e ganhos expressivos na ad-
técnica permite estabelecer dois grupos de causas para a maioria ministração do tempo.
dos processos. Uma grande quantidade de causas (ordem de 80%) A sigla 5S refere-se na realidade a 5 letras iniciais de palavras
contribui muito pouco (ordem de 20%) para os efeitos observados. japonesas:
Uma pequena quantidade de causas (ordem de 20%) contribui de • Seiri - Descartar
forma preponderante (ordem de 80%) para os efeitos observados. • Seiton - Organizar
O primeiro grupo é denominado “maiorias triviais” e o segundo • Seiso - Limpar
grupo de “minorias essenciais”. • Seiketsu - Saudável e seguro
Esta técnica utiliza uma abordagem de classificação para enu- • Shitsuke – Autodisciplina
merar as causas de acordo com suas contribuições para atingir um
dado efeito. A causa mais recorrente é vista do lado esquerdo do
diagrama e as causas menos recorrentes são mostradas em ordem
decrescente do lado direito. Em geral, a melhoria inicia-se a partir
da causa mais recorrente, indo para as outras em ordem decrescen-
te e assim por diante.

370
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O PDCA é aplicado para se atingir resultados dentro de um sis-
REENGENHARIA tema de gestão e pode ser utilizado em qualquer empresa de forma
A reengenharia pode ser considerada uma reação às mudanças a garantir o sucesso nos negócios, independentemente da área de
ambientais velozes e intensas e à total inabilidade das organizações atuação da empresa.
em ajustar-se a essas mudanças. Significa fazer uma nova engenha- O ciclo começa pelo planejamento, em seguida a ação ou con-
ria da estrutura organizacional. junto de ações planejadas são executadas, checa-se se o que foi
Representa uma reconstrução e não simplesmente uma refor- feito estava de acordo com o planejado, constantemente e repe-
ma parcial da empresa. Não se trata de fazer reparos rápidos ou tidamente (ciclicamente), e toma-se uma ação para eliminar ou ao
mudanças cosméticas na engenharia atual, mas de fazer um dese- menos mitigar defeitos no produto ou na execução.
nho organizacional totalmente novo e diferente. Os passos são os seguintes:
A reengenharia se baseia nos processos empresariais e consi- • Plan (planejamento): estabelecer uma meta ou identifi-
dera que eles devem fundamentar o formato organizacional. Não car o problema (um problema tem o sentido daquilo que impede o
se pretende melhorar os processos já existentes, mas a sua total alcance dos resultados esperados, ou seja, o alcance da meta);
substituição por processos inteiramente novos. Nem se pretende analisar o fenômeno (analisar os dados relacionados ao problema);
automatizar os processos já existentes. Não se confunde com a me- analisar o processo (descobrir as causas fundamentais dos proble-
lhoria contínua, pois a reengenharia pretende criar um processo mas) e elaborar um plano de ação.
inteiramente novo e baseado na tecnologia da informação e não o • Do (execução): realizar, executar as atividades conforme
aperfeiçoamento gradativo e lento do processo atual. o plano de ação.
Segundo Chiavenato, a reengenharia se fundamenta em qua- • Check (verificação): monitorar e avaliar periodicamente
tro palavras chave: os resultados, avaliar processos e resultados, confrontando-os com
• Fundamental – busca reduzir a organização ao essencial e o planejado, objetivos, especificações e estado desejado, consoli-
fundamental. dando as informações, eventualmente confeccionando relatórios.
• Radical – impõe uma renovação radical, desconsiderando as Atualizar ou implantar a gestão à vista.
estruturas e os procedimentos atuais para inventar novas maneiras • Act (ação): Agir de acordo com o avaliado e de acordo
de fazer o trabalho. com os relatórios, eventualmente determinar e confeccionar novos
• Drástica – destrói o antigo e busca sua substituição por algo planos de ação, de forma a melhorar a qualidade, eficiência e eficá-
inteiramente novo. cia, aprimorando a execução e corrigindo eventuais falhas.
• Processos – orienta o foco para os processos e não mais para
as tarefas ou serviços, nem para pessoas ou para a estrutura orga-
nizacional. NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

CLICLO PDCA

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE


1988

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assem-


bléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático,
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais,
a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igual-
dade e a justiça como valores supremos de uma sociedade frater-
na, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus,
a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Forma, Sistema e Fundamentos da República

Papel dos Princípios e o Neoconstitucionalismo


O ciclo PDCA, ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming, é um ciclo Os princípios abandonam sua função meramente subsidiária na
de desenvolvimento que tem foco na melhoria contínua. aplicação do Direito, quando serviam tão somente de meio de
O PDCA foi idealizado por Shewhart e divulgado por Deming, integração da ordem jurídica (na hipótese de eventual lacuna) e ve-
quem efetivamente o aplicou. Inicialmente deu-se o uso para esta- tor interpretativo, e passam a ser dotados de elevada e reconhecida
tística e métodos de amostragem. O ciclo de Deming tem por princí- normatividade.
pio tornar mais claros e ágeis os processos envolvidos na execução
da gestão, como por exemplo na gestão da qualidade, dividindo-a
em quatro principais passos.

371
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Princípios de Direito Constitucional Internacional
Princípio Federativo Os Princípios de Direito Constitucional Internacional estão
Significa que a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e elencados no Artigo 4º da CF/88. Vejamos:
os Municípios possuem autonomia, caracteriza por um determi- Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela-
nado grau de liberdade referente à sua organização, à sua adminis- ções internacionais pelos seguintes princípios:
tração, à sua normatização e ao seu Governo, porém limitada por I - independência nacional;
certos princípios consagrados pela Constituição Federal. II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
Princípio Republicano IV - não-intervenção;
É uma forma de Governo fundada na igualdade formal entre as V - igualdade entre os Estados;
pessoas, em que os detentores do poder político exercem o coman- VI - defesa da paz;
do do Estado em caráter eletivo, representativo, temporário e com VII - solução pacífica dos conflitos;
responsabilidade. VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani-
Princípio do Estado Democrático de Direito dade;
O Estado de Direito é aquele que se submete ao império da lei. X - concessão de asilo político.
Por sua vez, o Estado democrático caracteriza-se pelo respeito ao Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a in-
princípio fundamental da soberania popular, vale dizer, funda-se na tegração econômica, política, social e cultural dos povos da América
noção de Governo do povo, pelo povo e para o povo. Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana
de nações.
Princípio da Soberania Popular
O parágrafo único do Artigo 1º da Constituição Federal reve- la Referências Bibliográficas:
a adoção da soberania popular como princípio fundamental ao DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e
prever que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de Concursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Cons-
tituição”. Disposições gerais e servidores públicos
A expressão Administração Pública em sentido objetivo traduz
Princípio da Separação dos Poderes a ideia de atividade, tarefa, ação ou função de atendimento ao inte-
A visão moderna da separação dos Poderes não impede que resse coletivo. Já em sentido subjetivo, indica o universo dos órgãos
cada um deles exerça atipicamente (de forma secundária), além de e pessoas que desempenham função pública.
sua função típica (preponderante), funções atribuídas a outro Po- Conjugando os dois sentidos, pode-se conceituar a Administra-
der. ção Pública como sendo o conjunto de pessoas e órgãos que de-
sempenham uma função de atendimento ao interesse público, ou
Vejamos abaixo, os dispositivos constitucionais corresponden- seja, que estão a serviço da coletividade.
tes ao tema supracitado:
Princípios da Administração Pública
TÍTULO I Nos termos do caput do Artigo 37 da CF, a administração públi-
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ca direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti- As provas de Direito Constitucional exigem com frequência a
tui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: memorização de tais princípios. Assim, para facilitar essa memori-
I - a soberania; zação, já é de praxe valer-se da clássica expressão mnemônica “LIM-
II - a cidadania PE”. Observe o quadro abaixo:
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por L Legalidade
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição. I Impessoalidade
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos en- M Moralidade
tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. P Publicidade
Objetivos Fundamentais da República E Eficiência
Os Objetivos Fundamentais da República estão elencados no LIMPE
Artigo 3º da CF/88. Vejamos:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fede- Passemos ao conceito de cada um deles:
rativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; Princípio da Legalidade
II - garantir o desenvolvimento nacional; De acordo com este princípio, o administrador não pode agir
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi- ou deixar de agir, senão de acordo com a lei, na forma determinada.
gualdades sociais e regionais; O quadro abaixo demonstra suas divisões.
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

372
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Disposições Gerais na Administração Pública
O esquema abaixo sintetiza a definição de Administração Pú-
A Administração Pública blica:
Em relação à Administração somente pode fazer o que a lei
Pública permite → Princípio da Estrita
Legalidade ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O Particular pode fazer tudo que DIRETA INDIRETA
Em relação ao Particular
a lei não proíbe Autarquias (podem ser qualificadas
como agências reguladoras)
Federal
Princípio da Impessoalidade Fundações (autarquias e fundações
Estadual
Em decorrência deste princípio, a Administração Pública deve podem ser qualificadas como agên-
Distrital
servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou partidá- cias executivas)
Municipal
rias, não podendo atuar com vistas a beneficiar ou prejudicar de- Sociedades de economia mista
terminadas pessoas, uma vez que o fundamento para o exercício de Empresas públicas
sua função é sempre o interesse público. Entes Cooperados
Princípio da Moralidade Não integram a Administração Pública, mas prestam serviços de
Tal princípio caracteriza-se por exigir do administrador público interesse público. Exemplos: SESI, SENAC, SENAI, ONG’s
um comportamento ético de conduta, ligando-se aos conceitos de
probidade, honestidade, lealdade, decoro e boa-fé. As disposições gerais sobre a Administração Pública estão elen-
A moralidade se extrai do senso geral da coletividade represen- cadas nos Artigos 37 e 38 da CF. Vejamos:
tada e não se confunde com a moralidade íntima do administrador
(moral comum) e sim com a profissional (ética profissional). CAPÍTULO VII
O Artigo 37, § 4º da CF elenca as consequências possíveis, devi- DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
do a atos de improbidade administrativa:
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
SANÇÕES AO COMETIMENTO DE ATOS DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
Suspensão dos direitos políticos (responsabilidade política) dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
Perda da função pública (responsabilidade disciplinar) pios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora-
lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Indisponibilidade dos bens (responsabilidade patrimonial) I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
Ressarcimento ao erário (responsabilidade patrimonial) brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
como aos estrangeiros, na forma da lei;
Princípio da Publicidade II - a investidura em cargo ou emprego público depende de apro-
O princípio da publicidade determina que a Administração Pú- vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos,
blica tem a obrigação de dar ampla divulgação dos atos que pratica, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
salvo a hipótese de sigilo necessário. na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
A publicidade é a condição de eficácia do ato administrativo e comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
tem por finalidade propiciar seu conhecimento pelo cidadão e pos- III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
sibilitar o controle por todos os interessados. anos, prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-
Princípio da Eficiência cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
Segundo o princípio da eficiência, a atividade administrativa vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa-
deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional, dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
evitando atuações amadorísticas. V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi-
Este princípio impõe à Administração Pública o dever de agir dores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
com eficiência real e concreta, aplicando, em cada caso concreto, a preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e per-
medida, dentre as previstas e autorizadas em lei, que mais satisfaça centuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribui-
o interesse público com o menor ônus possível (dever jurídico de ções de direção, chefia e assessoramento;
boa administração). VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso-
Em decorrência disso, a administração pública está obrigada a ciação sindical;
desenvolver mecanismos capazes de propiciar os melhores resul- VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
tados possíveis para os administrados. Portanto, a Administração definidos em lei específica;
Pública será considerada eficiente sempre que o melhor resultado VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
for atingido. para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público;

373
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona-
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse- terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e
gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de
de índices; cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun- § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam-
ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e panhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, infor-
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos mativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de auto-
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pen-
ridades ou servidores públicos.
sões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na-
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos
tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
da lei.
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite,
nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Exe- administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
cutivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo dos serviços;
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defen- mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e
sores Públicos; XXXIII;
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu- ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
tivo; § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a sus-
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponi-
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do bilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
serviço público; previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pra-
não serão computados nem acumulados para fins de concessão de ticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos
acréscimos ulteriores; ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em- § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante
qualquer caso o disposto no inciso XI: de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possi-
a) a de dois cargos de professor; bilite o acesso a informações privilegiadas.
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
saúde, com profissões regulamentadas;
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra-
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções
dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
ou indiretamente, pelo poder público; I - o prazo de duração do contrato;
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; III - a remuneração do pessoal.”
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de econo- sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni-
caso, definir as áreas de sua atuação; cípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- geral.
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo-
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a re-
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exo-
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações neração.
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remunera-
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação tórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das caráter indenizatório previstas em lei.
obrigações.

374
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, instituirão conselho de política de administração e remuneração de
fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po-
mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como deres (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respecti- (Vide ADIN nº 2.135-4)
vo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais compo-
centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo nentes do sistema remuneratório observará:
Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. cargos componentes de cada carreira;
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser re- II - os requisitos para a investidura;
adaptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabili- III - as peculiaridades dos cargos.
dades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas
capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores
desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisi-
para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de ori- tos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração
gem. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) de convênios ou contratos entre os entes federados.
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o dis-
contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, posto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,
inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rom- XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de ad-
pimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. (In- missão quando a natureza do cargo o exigir.
cluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de ser- Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
vidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prê-
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência mio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obe-
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) decido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se- nicípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor re-
guintes disposições: muneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, disposto no art. 37, XI.
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remunera- empregos públicos.
ção; § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili- pios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenien-
dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego tes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, moder-
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício nização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclu-
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos sive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previ- carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
dência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo § 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter tempo-
de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de rário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo
2019) em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emen-
da Constitucional nº 103, de 2019)
Servidores Públicos Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores
Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
à administração pública direta, às autarquias ou fundações públi- mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
cas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutá- ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
rio. Esses serviços são prestados à União, aos Estados-membros, ao preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela
Distrito Federal ou aos Municípios. Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas § 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
dos Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos: social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)
SEÇÃO II I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
DOS SERVIDORES PÚBLICOS que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo;
planos de carreira para os servidores da administração pública dire- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4) II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;

375
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, municipal será contado para fins de aposentadoria, observado o
se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço corres-
e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na pondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação dada
idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons- pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de conta-
demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo gem de tempo de contribuição fictício.
ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos
de 2019) proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumu-
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores lação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras ativi-
ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao dades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência
limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inativi-
Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela dade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Cons-
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) tituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria exoneração, e de cargo eletivo.
serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regi-
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) me próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e cri-
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados térios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Redação
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência so- dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
cial, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera-
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- ção, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação
dos para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multi- § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ins-
profissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda Constitucional tituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime
nº 103, de 2019) de previdência complementar para servidores públicos ocupantes
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Re-
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados gime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e
para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o
de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os 103, de 2019)
incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda Constitu- § 15. O regime de previdência complementar de que trata o §
cional nº 103, de 2019) 14 oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribui-
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- ção definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou
para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada
com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos preju- pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
diciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracteriza- § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dispos-
ção por categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela Emenda to nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressa-
Constitucional nº 103, de 2019) do no serviço público até a data da publicação do ato de instituição
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima re- do correspondente regime de previdência complementar.
duzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da apli- § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cál-
cação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo culo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados,
de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e na forma da lei.
no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar do res- § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentado-
pectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional rias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
nº 103, de 2019) superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdên- § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do res-
cia social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a pectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha
acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que
Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitu- opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de
cional nº 103, de 2019) permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tra- previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compul-
tar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o be- sória. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
nefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora des-
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente se regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes,
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsá-
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) veis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser- e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o
var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
estabelecidos em lei.

376
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, a estabilidade
§ 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional poder ser definida como a garantia constitucional de permanência
nº 103, de 2019) no serviço público, do servidor público civil nomeado, em razão de
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previ- concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo, após
dência social, lei complementar federal estabelecerá, para os que já o transcurso de estágio probatório.
existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de A estabilidade é assegurada ao servidor após três anos de efe-
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, tivo exercício, em virtude de nomeação em concurso público. Esse
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) é o estágio probatório citado pela lei.
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Passada a fase do estágio, sendo o servidor público efetivado,
Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti- ele perderá o cargo somente nas hipóteses elencadas no Artigo 41,
tucional nº 103, de 2019) § 1º da CF.
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re- Haja vista o tema ser muito cobrado nas provas dos mais varia-
cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) dos concursos públicos, segue a tabela explicativa:
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela ESTABILIDADE DO SERVIDOR
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Cargo de provimento efetivo/
V - condições para instituição do fundo com finalidade previ- ocupado em razão de concurso
denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur- público
sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de Requisitos para aquisição de
qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 3 anos de efetivo exercício
Estabilidade
2019)
VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Inclu- Avaliação de desempenho por
ído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) comissão instituída para esta
finalidade
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob- Em virtude de sentença judicial
servados os princípios relacionados com governança, controle inter- transitada em julgado
no e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019) Mediante processo
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles administrativo em que lhe seja
que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamen- assegurada ampla defesa
te, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019) Hipóteses em que o servidor
Mediante procedimento
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela estável pode perder o cargo
de avaliação periódica de
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) desempenho, na forma de lei
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de complementar, assegurada
alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído ampla defesa
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser- Em razão de excesso de
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de despesa
concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: Referências Bibliográficas:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Cons-
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu- titucional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU.
rada ampla defesa; Salvador: Editora JusPODIVM.
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem- NADAL, Fábio; e SANTOS, Vauledir Ribeiro. Administrativo – Série
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. Resumo. 3ª edição. São Paulo: Editora Método.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es-
tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remu-
neração proporcional ao tempo de serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor-
cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
outro cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga-
tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída
para essa finalidade.

Estabilidade
A estabilidade é a garantia que o servidor público possui de
permanecer no cargo ou emprego público depois de ter sido apro-
vado em estágio probatório.

377
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
h) Unidade de Apoio à Gestão Estratégica;
REGIMENTO INTERNO DA DEFENSORIA PÚBLICA DO i) Unidade de Inteligência e Segurança Institucional;
ESTADO DE MATO GROSSO (PORTARIA Nº 1016/2020/ II - Gabinete do Primeiro Subdefensor Público-Geral:
DPG, DE 19 DE OUTUBRO DE 2020, E ALTERAÇÕES POS- a) Assessoria Especial;
TERIORES) b) Assessoria Jurídica;
III - Gabinete do Segundo Subdefensor Público-Geral:
a) Assessoria Especial;
PORTARIA Nº 1016/2020/DPG, DE 19 DE OUTUBRO DE 2020 b) Assessoria Jurídica;
c) Assessoria Técnica de Assuntos Interdisciplinares;
Aprova o novo Regimento Interno da Defensoria Pública do Es- IV - Gabinete do Corregedor-Geral:
tado de Mato Grosso. a) Assessoria-Chefia de Gabinete;
b) Assessoria Jurídica;
O DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO, c) Assessoria Técnica;
no uso das atribuições institucionais, conferidas pela Lei Orgânica d) Secretaria da Corregedoria-Geral:
da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (Lei Complemen- 1) Secretário da Corregedoria-Geral;
tar Estadual nº146, de 29 de dezembro de 2003), em especial no 2) Analista Advogado;
artigo 11, I, IX, e XIV, bem como pela Lei estadual nº 10.773/2018 3) Técnico Administrativo;
em seu art. 8º, V - Gabinete da Primeira Subcorregedoria-Geral;
RESOLVE: a) Assessoria Jurídica;
Art. 1º Fica aprovado o Regimento Interno da Defensoria Pú- b) Assessoria Técnica;
blica do Estado de Mato Grosso, na forma do anexo único desta VI - Gabinete da Segunda Subcorregedoria-Geral;
Portaria. a) Assessoria Jurídica;
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, b) Assessoria Técnica;
revogando a portaria nº 0486/2019/DPG, assim como as demais VII - Conselho Superior da Defensoria Pública:
disposições em contrário. a) Assessoria Técnica;
b) Secretaria do Conselho Superior.
ANEXO ÚNICO § 2º Os órgãos de Execução Programática compõem as Ativida-
REGIMENTO INTERNO DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO des Institucionais da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso,
DE MATO GROSSO da seguinte forma:
I - Defensoria Pública de Segunda Instância:
TÍTULO ÚNICO
a) Assessoria Jurídica;
DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO II - Defensorias Públicas de Primeira Instância:
CAPÍTULO I a) Assessoria Jurídica;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS III - Núcleos da Defensoria Pública de Segunda Instância:
Art. 1º Este Regimento Interno dispõe sobre a organização e o a) Técnico Administrativo;
funcionamento da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, IV - Núcleos da Defensoria Pública de Primeira Instância:
fixando as competências e as atribuições dos órgãos de Administra- a) Técnico Administrativo.
ção Sistêmica e da Administração Superior. § 3º Os Órgãos Auxiliares da Defensoria Pública são compostos
Art. 2° A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial da seguinte forma:
à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e I - Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública:
instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orienta- a) Assessoria Técnica;
ção jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos b) Assessoria Jurídica;
os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, II - Escola Superior da Defensoria Pública:
de forma integral e gratuita, aos necessitados, assim considerados a) Assessoria Técnica;
na forma do inciso LXXIV do artigo 5º da Constituição Federal. b) Secretaria da Escola Superior da Defensoria Pública.
§ 4º Os órgãos de Administração Sistêmica compõem os Ser-
CAPÍTULO II viços de Apoio Administrativo à Atividade Institucional, área meio,
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA DEFENSORIA assim composto:
Art. 3º Os órgãos de apoio administrativo da Defensoria Pública I - Secretaria Executiva de Administração da Defensoria Pública
do Estado de Mato Grosso, previstos na Lei Estadual n. 10.773/2018, do Estado:
constituem-se das seguintes unidades administrativas: a) Assessoria Jurídica;
I - Administração Superior; b) Assessoria Técnica;
II - Órgãos de atuação - Execução Programática; c) Assessoria Jurídica Sistêmica;
III - Órgãos Auxiliares; d) Comissão de Licitação;
IV - Órgãos de atuação - Administração Sistêmica. e) Pregoeiros e equipe de apoio;
§ 1º A Administração Superior é composta da seguinte forma: f) Central de Cotações;
I - Gabinete do Defensor Público-Geral do Estado: g) Comissão de Avaliação de Desempenho Funcional;
a) Assessoria-Chefia de Gabinete; h) Comissão de Tomada de Contas Especial.
b) Assessoria Especial; II - Diretoria-Geral:
c) Assessoria Jurídica; a) Assessoria Técnica;
d) Assessoria Técnica; III - Coordenadoria de Gestão Funcional:
e) Assessoria de Imprensa e Comunicação Institucional; a) Gerência de Registros e Informações Funcionais;
f) Cerimonial e Eventos Institucionais; b) Gerência de Desenvolvimento Funcional e Qualidade de
g) Unidade de Controle Interno: Vida;
1) Controlador Interno;

378
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
d) baixar normas regulando o funcionamento dos órgãos admi-
c) Gerência de Folha de Pagamento; nistrativos, com suas respectivas atribuições;
IV - Coordenadoria de Orçamento, Finanças e Contabilidade: e) aprovar o plano de atuação das Coordenadorias e as altera-
a) Gerência de Programação e Execução Orçamentária; ções que se fizerem necessárias;
b) Gerência Financeira; f) celebrar contratos administrativos, firmar convênios e outros
c) Gerência de Contabilidade; instrumentos similares.
d) Gerência de Prestação de Contas; III - quanto à administração financeira e orçamentária:
V - Coordenadoria de Gestão de Convênios e Parcerias: a) encaminhar proposta orçamentária da Defensoria Pública
a) Gerência de Elaboração de Instrumentos de Convênios e Par- para inclusão no projeto de lei orçamentária a ser submetido ao
cerias; Poder Legislativo;
b) Gerência de Execução e Prestação de Contas de Convênios b) determinar diretrizes sobre a aplicação e a execução do or-
e Parcerias; çamento anual;
VI - Coordenadoria Administrativa Sistêmica: c) manter contato com os órgãos centrais de administração fi-
a) Gerência de Protocolo e Arquivo de Documentos; nanceira e orçamentária do Estado;
b) Gerência de Almoxarifado e Patrimônio Mobiliário; d) autorizar abertura de conta corrente e a sua respectiva mo-
c) Gerência de Patrimônio Imobiliário e Gestão de Serviços; vimentação em instituição financeira;
d) Gerência de Relacionamento e Suporte aos Núcleos da De- e) encaminhar, anualmente, ao Poder Executivo e ao Tribunal
fensoria Pública; de Contas do Estado, o balanço geral da Defensoria Pública.
e) Gerência de Transporte e Apoio Logístico; IV - quanto às competências residuais:
VII - Coordenadoria de Aquisições e Contratos: a) expedir atos e instruções para a execução das leis e regula-
a) Gerência de Compras; mentos no âmbito da Defensoria Pública;
b) Gerência de Licitações; b) editar resoluções, instruções normativas e outros atos ine-
c) Gerência de Contratos; rentes às suas atribuições sobre competência, composição e fun-
VIII - Coordenadoria de Tecnologia da Informação: cionamento dos órgãos de atuação - Administração Sistêmica, uni-
a) Gerência de Sistemas de Tecnologia da Informação; dades e atribuições dos servidores;
b) Gerência de Suporte Técnico em Tecnologia da Informação; c) superintender os serviços e delegar competência dentre as
IX - Coordenadoria de Infraestrutura Física: atribuições descritas em lei e neste regimento aos Subdefensores
a) Gerência de Projetos Estruturais; Públicos-Gerais, à Secretaria Executiva de Administração da Defen-
b) Gerência de Manutenção, Obras e Reformas; soria Pública do Estado e ao Diretor-Geral, mediante ato prévio, ofi-
c) Assessoria de Infraestrutura Física. cialmente publicado, no qual se delimitará a extensão e o prazo de
delegação;
CAPÍTULO III d) apresentar ao Conselho Superior, no prazo máximo de 120
DOS ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR (cento e vinte) dias, contados da sua posse, o plano de atuação da
SEÇÃO I Defensoria Pública para o biênio.
DO GABINETE DO DEFENSOR PÚBLICO-GERAL Art. 6° O Defensor Público-Geral poderá criar, por ato norma-
Art. 4° A Defensoria Pública-Geral, órgão de Administração tivo próprio, mecanismos operacionais de natureza transitória vi-
Superior e de gestão administrativa e financeira, de orientação sando solucionar problemas emergentes, fixando a composição,
normativa, de coordenação setorial programática, de supervisão objetivos, e prazos de realização.
técnica, de fiscalização e de controle dos órgãos que a integram, é Parágrafo único. Consideram-se mecanismos operacionais de
dirigida pelo Defensor PúblicoGeral. natureza transitória para efeito deste artigo:
Art. 5° Compete ao Defensor Público-Geral, além das atribui- I - grupos de trabalho;
ções previstas em lei, praticar, em nome da Defensoria Pública, to- II - projetos;
dos os atos próprios de gestão decorrentes de sua autonomia fun- III - comissões especiais;
cional, administrativa e orçamentária, especialmente: IV - equipes técnicas.
I - quanto à gestão dos servidores de apoio administrativo:
a) propor à Assembleia Legislativa a criação, a transformação e SUBSEÇÃO I
a extinção de cargos da carreira e em comissão, bem como revisão DA ASSESSORIA - CHEFIA DE GABINETE
da remuneração dos servidores; Art. 7° O Chefe de Gabinete da Defensoria Pública-Geral tem
b) conceder direitos e vantagens, disponibilidade e aproveita- como função auxiliar o Defensor Público-Geral no fluxo dos expe-
mento, aposentadoria e reversão; dientes administrativos, com fulcro nas seguintes atribuições:
c) determinar abertura de concursos públicos para ingresso ao I - prestar apoio técnico ao Defensor Público-Geral do Estado
quadro de apoio administrativo; e assisti-lo no exame, instrução e documentação das questões sub-
d) designar servidores para prestarem serviços fora do seu local metidas à sua decisão;
de trabalho; II - assistir ao Defensor Público-Geral em sua representação po-
e) decidir e aplicar as sanções disciplinares aos servidores da lítica e social;
Defensoria Pública, mediante prévio processo administrativo; III - organizar a agenda de audiências, reuniões, despachos e as
f) determinar a instauração de processo administrativo ou de viagens do Defensor PúblicoGeral;
sindicância, instituir suas respectivas comissões, e determinar o IV - organizar e manter atualizado o arquivo de documentos
afastamento cautelar de servidor da Defensoria Pública. recebidos e expedidos pelo Gabinete do Defensor Público-Geral,
II - quanto à gestão administrativa: bem como estudar e remeter às unidades componentes da Defen-
a) criar comissões temporárias e grupos de trabalho; soria Pública, se for o caso, os assuntos encaminhados ao Defensor
b) autorizar o recebimento e as doações de bens móveis e imó- Público-Geral;
veis; V - gerir os recursos materiais necessários às atividades das uni-
c) expedir atos para instituir e organizar os órgãos administrati- dades integrantes do Gabinete;
vas, fixando-lhes as respectivas competências;

379
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SUBSEÇÃO IV
VI - exercer a organização e a supervisão das tarefas de todos
DA ASSESSORIA TÉCNICA
os servidores atuantes no Gabinete, primando pela eficiência dos
trabalhos; Art. 10. A Assessoria Técnica, vinculada à Chefia de Gabinete do
VII - acompanhar o cumprimento das decisões emanadas do Defensor Público-Geral, tem como função assessorar os trabalhos
Defensor Público-Geral; do Gabinete, bem como executar quaisquer outras atribuições que
VIII - receber e processar as correspondências, requerimentos, lhe forem determinadas pelo Chefe de Gabinete ou pelo Defensor
documentos e expedientes, encaminhando-os, em seguida, aos de- Público-Geral.
partamentos competentes e supervisionando a movimentação dos Parágrafo único. A Assessoria Técnica é composta por servi-
mesmos; dores investidos no cargo em comissão denominado de Assessor
IX - emitir ofícios, comunicações, ordens internas de serviço, Técnico.
memorandos, atos e demais expedientes, por ordem do Defensor
Público-Geral; SUBSEÇÃO V
X - providenciar as publicações da Defensoria Pública no Diário DA IMPRENSA E COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
Oficial Eletrônico, bem como registrá-las e catalogá-las;
XI - representar o Gabinete na interlocução com as demais es- Art. 11. A Assessoria de Imprensa e Comunicação Institucional,
truturas administrativas da Instituição; órgão de administração sistêmica vinculada ao Gabinete do Defen-
XII - zelar pelo cumprimento dos prazos fixados para recebi- sor Público-Geral, tem como missão divulgar as ações, os projetos
mento/remessa de informações e documentos; e os eventos da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso utili-
XIII - acompanhar a publicação dos atos oficiais e documentos, zando-se dos meios de comunicação, buscando fortalecer e melho-
tomando as providências administrativas pertinentes; rar a imagem da instituição e aproximá-la da sociedade através da
XIV - solicitar informações, documentos ou serviços às demais informação, por meio do desempenho das seguintes atribuições:
unidades da Instituição, com a finalidade de subsidiar decisão do I - intermediar o relacionamento entre a Defensoria Pública e
Defensor Público-Geral do Estado; os meios de comunicação;
XV - representar o Defensor Público-Geral na interlocução com II - organizar coletivas de imprensa e orientar a conduta dos
outros órgãos, instituições e entidades, quando autorizado; Defensores Públicos e servidores nessas situações;
XVI - selecionar, compilar e garantir que sejam disponibilizadas III - recepcionar a imprensa e agendar entrevistas;
no sítio eletrônico da instituição as normas relativas à Defensoria IV - elaborar a proposta de política de comunicação social e
Pública do Estado; relações públicas da Defensoria Pública e submetê-la à aprovação
XVII - exercer outras atribuições correlatas à sua função, por do Defensor Público-Geral;
determinação do Defensor PúblicoGeral do Estado. V - elaborar planos e projetos relacionados à sua área de atu-
ação, submetendo-os à aprovação do Defensor Público-Geral, pro-
SUBSEÇÃO II movendo a sua coordenação, execução, acompanhamento, contro-
DA ASSESSORIA ESPECIAL le e avaliação;
VI - elaborar notas oficiais e outras matérias de interesse da De-
Art. 8° A Assessoria Especial do Defensor Público-Geral tem fensoria Pública e divulgálas, através da imprensa, após aprovação
como função assessorá-lo mediante estudos, pesquisas, levanta- do Defensor Público-Geral;
mentos, pareceres, minutas, exposições de motivos e, por meio de VII - providenciar a cobertura jornalística e fotográfica dos
suas atribuições: eventos oficiais e sociais que envolvam a Defensoria Pública, com o
I - assistir direta e imediatamente o Defensor Público-Geral no subsequente arquivamento em material digital;
desempenho de suas atribuições e, especialmente, na realização de VIII - providenciar ou preparar os instrumentos de comunica-
estudos e contatos que por ele sejam determinados em assuntos
ção da instituição como folhetos, notas, relatórios, folders, cartazes,
que subsidiem a gestão na tomada de decisões; entre outros, quando assim determinado;
II - assistir o Defensor Público-Geral, em articulação com os IX - divulgar os eventos da Defensoria Pública como seminários,
órgãos da Administração Sistêmica, na preparação de material de cursos, palestras, encontros, entre outros;
informação e de apoio; X - atender os membros da Defensoria Pública na divulgação ou
III - assessorar o Defensor Público-Geral nas reuniões, confe-
esclarecimento público ligado à instituição;
rências, palestras e entrevistas; XI - divulgar ações e matérias institucionais desenvolvidas pela
IV - despachar com o Defensor Público-Geral em assuntos que Defensoria Pública, principalmente por meio da internet, mediante
requerem decisão superior; prévia autorização do Defensor PúblicoGeral;
V - desenvolver outras atividades de natureza administrativa e XII - convocar a imprensa para esclarecimento sobre informa-
de representação determinadas pelo Defensor Público-Geral. ções de interesse da Defensoria Pública, quando determinado pelo
Defensor Público-Geral;
SUBSEÇÃO III
XIII - monitorar as matérias jornalísticas e as informações de
DA ASSESSORIA JURÍDICA
interesse da Defensoria Pública, publicadas nos principais órgãos de
imprensa local e nacional;
Art. 9° A Assessoria Jurídica do Gabinete do Defensor Público-
XIV - manter atualizadas as informações jornalísticas relativas à
-Geral tem como função assessorar os trabalhos jurídicos do Gabi-
Defensoria Pública no sítio institucional;
nete, efetuando despacho quando necessário bem como executar
XV - acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos em sua
quaisquer outras atribuições que lhe forem determinadas pelo De-
área de atuação, quando designados oficialmente para tanto;
fensor PúblicoGeral.
XVI - coordenar e orientar a elaboração e alteração, dos norma-
Parágrafo único. A Assessoria Jurídica do Defensor Público-Ge-
tivos infralegais que regulamentam as atividades que lhe compete
ral integra o quadro do cargo em comissão denominado de Asses-
desenvolver, observando o procedimento traçado na Norma das
sor Jurídico (Assessor de Defensor Público).
Normas;

380
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XVIII - coordenar e orientar a elaboração e alteração, dos nor-
XVII - confeccionar estudo técnico preliminar e termo de refe- mativos infralegais que regulamentam as atividades que lhe com-
rência para aquisição de todo e qualquer material ou serviço rela- pete desenvolver, observando o procedimento traçado na Norma
cionados a área de atuação; das Normas;
XVIII - alimentar e manter com informações atualizadas o site XIX - acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos em sua
da Defensoria Pública, no limite do acesso fornecido pela Coorde- área de atuação, quando designados oficialmente para tanto;
nadoria de Tecnologia e Informação; XX - executar outras atribuições afins que lhe forem determina-
XIX - desempenhar outras atividades afins que lhe forem atri- das pelo Defensor PúblicoGeral.
buídas pelo Defensor Público-Geral. Parágrafo único. A função de Cerimonial e Eventos Institucio-
Parágrafo único. A Assessoria de Imprensa e Comunicação Ins- nais será ocupada por servidor designado pelo Defensor Público-
titucional é composta por servidores do quadro de provimento efe- -Geral, sem prejuízo das atribuições normais do cargo ou da função
tivo, na função de analista jornalista, e poderá contar com o auxílio já ocupada pelo servidor.
de técnicos administrativo e outros servidores da área de publicida-
de ou jornalismo. SUBSEÇÃO VII
DA UNIDADE DE CONTROLE INTERNO
SUBSEÇÃO VI
DO CERIMONIAL E EVENTOS INSTITUCIONAIS Art. 13. A Unidade de Controle Interno, órgão de administração
sistêmica subordinado diretamente ao Gabinete do Defensor Públi-
Art. 12. O Cerimonial e Eventos Institucionais, órgão de admi- co-Geral, deverá atuar de forma independente e autônoma, visan-
nistração sistêmica vinculado ao Gabinete do Defensor Público-Ge- do à racionalização, eficiência, eficácia, economicidade e legalidade
ral, tem como missão zelar pela observância das normas do cerimo- na gestão administrativa, orçamentária, financeira, patrimonial e de
nial público nas solenidades que participe o Defensor Público-Geral pessoal (servidores e membros) da Instituição.
ou quem o represente, bem como organizar e realizar solenidades Art. 14. Na qualidade de órgão central do Sistema de Controle
e eventos oficiais da instituição, precedendo e acompanhando o Interno, responsável por coordená-lo e avaliá-lo, compete à Unida-
Defensor Público-Geral, com o fito de assessorá-lo, por meio do de- de de Controle Interno:
sempenho das seguintes atribuições: I - elaborar, aprovar, modificar e executar o seu Plano Anual de
I - organizar, orientar, controlar e coordenar as solenidades; Auditoria Interna - PAAI;
II - coordenar a lista de convidados dos eventos da Instituição, II - elaborar minuta de normativa destinada a disciplinar o exer-
enviando os respectivos convites, seja por meio impresso ou ele- cício da atividade de produção de normativas institucionais - “Nor-
trônico; ma das Normas”;
IIII - assessorar e acompanhar o Defensor Público-Geral ou III - elaborar e manter o Manual de Auditoria Interna, especifi-
quem o represente em eventos oficiais internos e externos, quando cando os procedimentos e metodologia de trabalho a ser observa-
assim determinado; da pela Unidade de Controle Interno, incluindo o “código de ética”
IV - elaborar e redigir os textos de eventos e solenidades; para o exercício da atividade de auditoria;
V - organizar o roteiro dos eventos; IV - realizar avaliações do Sistema de Controle Interno;
VI - coordenar, supervisionar e controlar o suporte técnico-lo- V - orientar a Administração, de forma preventiva e corretiva,
gístico dos eventos da Defensoria Pública; quanto aos procedimentos de controle interno na condução de sua
VII - promover a ornamentação e decoração de cada evento da gestão;
Defensoria Pública; VI - supervisionar e apoiar a elaboração ou a atualização do
VIII - criar e manter atualizado banco de dados com informa- Manual de Rotinas Internas e Procedimentos de Controle que des-
ções de autoridades de âmbito federal, estadual e municipal; creve procedimentos de controle de riscos
IX - acompanhar eventos de interesse institucional; VII - emitir parecer sobre as Contas Anuais prestadas pelo De-
X - providenciar checklist com todos os materiais e serviços ne- fensor Público-Geral;
cessários para realização dos eventos organizados pela Defensoria VIII - acompanhar procedimentos licitatórios, de aposentado-
Pública e caso necessário, após autorização do Defensor Público- rias e pensões, as prestações de contas de adiantamentos, a execu-
-Geral, iniciar procedimento para aquisição dos materiais e serviços ção orçamentária e financeira, a gestão fiscal e os atos admissionais;
não contemplados nas Atas de Registros de Preço vigentes; IX - coordenar as atividades relacionadas com o Sistema de
XI - solicitar e receber os materiais de expediente necessários Controle Interno da Defensoria Pública, promover a integração ope-
para atendimento dos eventos junto a Gerência de Almoxarifado e racional, orientar a elaboração dos atos normativos sobre procedi-
Patrimônio Mobiliário; mentos de controle, e zelar pela condução do Sistema de Controle
XII - estabelecer calendário anual de atividades e submeter a Interno, preservando o interesse público e a probidade na guarda
aprovação do Defensor Público-Geral; e aplicação de dinheiro, valores e outros bens do Estado, ou a ele
XIII - informar a Gerência de Compras, baseado nas atividades confiados;
programadas e autorizadas pelo Defensor Público-Geral, os mate- X - apoiar o controle externo no exercício de sua missão ins-
riais necessários para organização dos eventos; titucional, supervisionando e auxiliando as unidades executoras no
XIV - organizar a comemoração das datas de interesse da De- relacionamento com o Tribunal de Contas do Estado quanto ao
fensoria Pública; encaminhamento de documentos e informações, atendimento às
XV - zelar pela execução do Hino Nacional Brasileiro e do Hino equipes técnicas, recebimento de diligências, elaboração de respos-
de Mato Grosso na abertura dos eventos oficiais da Defensoria Pú- tas, tramitação dos processos e apresentação dos recursos;
blica; XI - assessorar e orientar a Administração nos aspectos relacio-
XVI - zelar pela obediência às normas protocolares relativas às nados com os controles internos e externo, inclusive sobre a forma
bandeiras; de prestar contas e quanto à legalidade dos atos de gestão, emitir
XVII - confeccionar estudo técnico preliminar e termo de refe- relatórios e pareceres sobre os mesmos;
rência para aquisição de todo e qualquer material ou serviço rela-
cionados a área de atuação;

381
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II - elaborar o Plano Anual de Atividades da Unidade de Con-
XII - interpretar e pronunciar-se sobre a legislação concernente trole Interno - PAACI para o exercício seguinte, compreendendo o
à execução orçamentária, financeira e patrimonial; Plano Anual de Auditoria Interna;
XIII - medir e avaliar a eficiência e a eficácia dos procedimen- III - assinar o Relatório de Gestão Fiscal da Defensoria Pública;
tos operacionais e de controle interno, por meio das atividades de IV - elaborar o Relatório de Resultado de Atividades de Controle
auditoria interna a serem realizadas, mediante metodologia e pro- Interno;
gramação próprias, nos diversos sistemas administrativos da De- V - formular consultas ao Tribunal de Contas do Estado de Mato
fensoria Pública, expedindo relatórios com recomendações para o Grosso.
aprimoramento dos controles; § 1°. O Coordenador de Controle Interno (cargo comissionado
XIV - fiscalizar e avaliar a execução das diretrizes, objetivos e ocupado por servidor efetivo), enquanto existente, exercerá as atri-
metas previstas no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamen- buições de Controlador Interno.
tárias e no Orçamento, examinando a conformidade da execução § 2°. Após a realização de concurso específico e respectiva pos-
com os limites e destinações estabelecidos; se, o Controlador Interno será o responsável pela chefia da Unidade
XV - comprovar a legalidade dos atos praticados pelos gesto- de Controle Interno, transformando-se o cargo comissionado de
res de recursos públicos e avaliar os resultados quanto à eficácia, Coordenador do Controle Interno em Coordenador da Unidade de
eficiência e economicidade das gestões orçamentária, financeira, Apoio a Gestão Estratégica, de livre nomeação e exoneração pelo
patrimonial, operacional e contábil; Defensor Público Geral.
XVI - aferir a destinação dos recursos obtidos com a alienação § 3°. A Unidade de Controle Interno é composta exclusivamen-
de ativos, tendo em vista as restrições constitucionais e legais; te por servidores do quadro de provimento efetivo.
XVII - verificar a exatidão dos balanços, balancetes e outras
demonstrações contábeis e acompanhar a divulgação dos instru- SUBSEÇÃO VIII
mentos de transparência da gestão fiscal, em especial quanto ao DA UNIDADE DE APOIO À GESTÃO ESTRATÉGICA
Relatório de Gestão Fiscal, aferindo a consistência das informações
constantes de tais documentos em confronto com os documentos Art. 16. A Unidade de Apoio à Gestão Estratégica, órgão de
que lhes deram origem; administração sistêmica vinculado ao Gabinete do Defensor Públi-
XVIII - verificar a exatidão dos controles financeiros, patrimo- co-Geral, tem como missão promover o gerenciamento estratégico
niais, orçamentários, administrativos e contábeis, examinando se no âmbito da Defensoria Pública de forma alinhada aos planos e
os recursos foram empregados de maneira eficiente e econômica à estratégia de gestão, contribuindo para o alcance dos resultados
e, na execução dos programas, se foram alcançados os resultados e institucionais nas áreas sistêmica e finalística.
benefícios desejados, em obediência às disposições legais e às nor- Art. 17. Compete à Unidade de Apoio à Gestão Estratégica:
mas de contabilidade estabelecidas para o serviço público estadual; I - participar dos processos de revisão da legislação da estrutu-
XIX - participar do processo de planejamento e acompanhar a ra organização da Defensoria Pública, visando o aprimoramento das
elaboração do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias atividades institucionais;
e da Lei Orçamentária, mediante convocação do Defensor Público- II - organizar, consolidar e disseminar as legislações de estrutu-
-Geral; ra da Defensoria Pública;
XX - examinar a regularidade e legalidade dos processos licita- III - elaborar, atualizar e disponibilizar o Organograma da De-
tórios, sua dispensa ou inexigibilidade, das adesões a atas de regis- fensoria Pública;
tros de preços, dos contratos, convênios, acordos e outros instru- IV - participar dos processos de revisão do Regimento Interno
mentos congêneres, bem como dos demais atos administrativos de da Defensoria Pública, visando o aprimoramento das atividades ins-
que resulte a criação e/ou extinção de direitos e obrigações; titucionais;
XXI - propor a melhoria ou implantação de sistemas de proces- V - monitorar a disponibilização das informações institucionais
samento eletrônico de dados em todas as atividades da adminis- no Portal da Transparência da Defensoria Pública;
tração pública, com o objetivo de aprimorar os controles internos, VI - elaborar, atualizar, orientar a edição e manutenção do Ma-
agilizar as rotinas e melhorar o nível das informações; nual Técnico de Processos e Procedimentos contendo os mapas dos
XXII - instituir e manter sistema de informações para o exercício processos de trabalho;
das atividades finalísticas do Sistema de Controle Interno; VII - monitorar e avaliar o uso dos Manuais Técnicos de Proces-
XXIII - alertar formalmente a autoridade administrativa com- sos e Procedimentos da Defensoria Pública;
petente para que instaure procedimento, visando apurar os atos ou VIII - solicitar a colaboração da Unidade de Controle Interno no
fatos inquinados de ilegais, ilegítimos ou antieconômicos, pra- exercício de suas atribuições;
ticados por agentes públicos, bem como na hipótese de não serem IX - promover a disseminação da metodologia e capacitação
prestadas as contas ou, ainda, quando ocorrer desfalque, desvio de das equipes setoriais para elaboração do Plano Estratégico de Lon-
dinheiro, bens ou valores públicos, sob pena de responsabilidade go Prazo - PELP, do Plano Plurianual - PPA, dos planos setoriais, do
solidária em caso de omissão dolosa; Plano de Trabalho Anual - PTA e da Lei Orçamentária Anual - LOA;
XXIV - representar ao Tribunal de Contas do Estado, sobre as X - coordenar a elaboração e revisão do Plano Estratégico de
irregularidades e ilegalidades que evidenciem danos ou prejuízos ao Longo Prazo - PELP, do Plano Plurianual - PPA, do Plano de Atuação,
erário, não reparados integralmente por meio das medidas ado- dos planos setoriais e do Plano de Trabalho Anual - PTA;
tadas pela Administração, sob pena de responsabilidade solidária XI - coordenar o monitoramento e a avaliação do Plano Estra-
em caso de omissão dolosa; tégico de Longo Prazo - PLP, do Plano Plurianual - PPA, do Plano de
XXV - revisar e emitir parecer sobre os processos de tomada de Atuação, dos planos setoriais e do Plano de Trabalho Anual - PTA;
contas especiais; XII - elaborar recomendações para o alinhamento dos planos
XXVI - fiscalizar o cumprimento dos limites e condições para setoriais com o Plano de Atuação, Plano de Trabalho Anual - PTA,
realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar. Plano Plurianual - PPA e o Planejamento Estratégico;
Art. 15. Compete ao coordenador da Unidade de Controle In-
terno:
I - coordenar as atividades do Sistema de Controle Interno;

382
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV - gerenciar avaliações de risco de membros e servidores
XIII - acompanhar e analisar os principais indicadores de de- quando ameaçados em razão de sua atuação institucional;
sempenho e resultados do Plano Estratégico de Longo Prazo - PELP, V - prestar assessoramento de segurança aos núcleos da De-
do Plano Plurianual - PPA e do Plano de Atuação, do Plano de Traba- fensoria Pública;
lho Anual - PTA e dos planos setoriais; VI - elaborar manuais e planos, bem como propor normas e
XIV - coordenar e orientar o sistema de informações setoriais procedimentos que visem aumentar o nível de segurança da Defen-
em consonância com as diretrizes da Gestão Superior; soria Pública;
XV - mediar e facilitar a gestão institucional nas definições e VII - orientar as atividades de portaria e postos de vigilância
implementação de medidas e práticas que contribuam com os re- tendo em vista o controle de acesso de pessoas, veículos e mate-
sultados estratégicos; riais às instalações da instituição;
XVI - coordenar o monitoramento e a entrega dos resultados; VIII - estabelecer contato com instituições públicas ou privadas
XVII - organizar e acompanhar as etapas da Auto avaliação da e órgãos de segurança pública, visando aprimorar as atividades de
Gestão e do Plano de Melhoria da Gestão da Defensoria Pública; inteligência e segurança da Defensoria Pública;
XVIII - redimensionar e planejar quadro de servidores efetivos e IX - elaborar e manter atualizado o Plano de Segurança da De-
comissionados e demais colaborados, terceirizados ou não; fensoria Pública;
XIX - elaborar, atualizar e disponibilizar, periodicamente, em X - propor medidas técnicas para maior eficiência do uso dos
parceria com as demais órgãos da Administração Sistêmica, fluxo- sistemas de segurança;
grama, visando assegurar a melhoria contínua dos serviços; XI - propor e promover ações que visem ampliar o conhecimen-
XX - acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos em sua to técnico e desenvolver atitudes de segurança institucional no pú-
área de atuação, quando designados oficialmente para tanto; blico interno da Defensoria Pública;
XXI - coordenar e orientar a elaboração e alteração, dos norma- XII - confeccionar estudo técnico preliminar e termo de refe-
tivos infralegais que regulamentam as atividades que lhe compete rência para aquisição de todo e qualquer material ou serviço rela-
desenvolver, observando o procedimento traçado na Norma das cionados a área de atuação;
Normas; XIII - comunicar aos órgãos próprios da Defensoria Pública to-
XXII - confeccionar estudo técnico preliminar e termo de refe- das as ocorrências de que tiver conhecimento, sem prejuízo da ado-
rência para aquisição de todo e qualquer material ou serviço rela- ção das providências cabíveis na esfera de suas atribuições;
cionados a área de atuação; XIV - dar conhecimento ao Defensor Público-Geral das irregu-
XXIII - aplicar e disseminar os métodos, padrões e ferramentas laridades pertinentes à sua área de atuação de que tome conheci-
para mapeamento, análise, desenho e melhoria de processos; mento;
XXIV - orientar os responsáveis pelos processos da área meio XV - produzir e difundir conhecimentos com o intuito de ante-
quanto à realização dos trabalhos de modelagem; cipar, prevenir, neutralizar e reprimir atos atentatórios a Defensoria
XXV - exercer outras atividades compatíveis com as suas finali- Pública;
dades que forem determinadas pelo Defensor Público-Geral. XVI - estabelecer medidas preventivas e ativas no âmbito da
Parágrafo único. A Unidade de Apoio à Gestão Estratégica segurança institucional da Defensoria Pública, com o objetivo de
deverá ser ocupada por servidores de carreira preferencialmente proteger seus membros, servidores e instalações;
Analista Economista e Analista Administrador e ser assessorado por XVII - coordenar e orientar a elaboração e alteração, dos nor-
Assessor Técnico ou Assessor Especial, a critério do Defensor Públi- mativos infralegais que regulamentam as atividades que lhe com-
co-Geral. pete desenvolver, observando o procedimento traçado na Norma
das Normas;
SUBSEÇÃO IX XVIII - acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos em sua
DA UNIDADE DE INTELIGÊNCIA A SEGURANÇA INSTITUCIO- área de atuação, quando designados oficialmente para tanto;
NAL XIX - acompanhar e gerenciar acesso aos sistemas de banco de
dados;
Art. 18. A Unidade de Inteligência e Segurança Institucional, ór- XX - exercer outras atividades compatíveis com as suas finalida-
gão de administração sistêmica vinculado ao Gabinete do Defensor des que forem determinadas pelo Defensor Público-Geral.
Público-Geral, tem como função o atendimento das demandas es- § 1°. A Unidade de Inteligência e Segurança Institucional pode-
pecíficas da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso nas áreas rá ser ocupada por Membros ou Servidores da Defensoria, do qua-
de inteligência e segurança institucional que contempla ações de in- dro próprio ou cedido de outros órgãos públicos, desde que servi-
teligência, contra inteligência, operações de inteligência, segurança dor efetivo, que não esteja em cumprimento de estágio probatório,
de pessoas, materiais, áreas, instalações e as demais relacionadas sendo necessária formação ou curso nas áreas de Inteligência ou
ao tema. Segurança Institucional, a critério do Defensor Público-Geral.
Art. 19. Compete à Unidade de Inteligência e Segurança Institu- § 2°. O Defensor Público-Geral designará quais servidores efe-
cional o exercício de atividades relativas à representação funcional, tivos, que não estejam em cumprimento de estágio probatório, do
à segurança das autoridades e à segurança geral, em especial: quadro de apoio administrativo da instituição ou cedido de outros
I - planejar, organizar, dirigir, executar, coordenar, monitorar e órgãos públicos, poderão ser lotados na Unidade de Inteligência e
orientar as atividades de Inteligência e Segurança Institucional da Segurança Institucional, observada a capacitação técnica necessária
Defensoria Pública; ao desempenho das atividades da Unidade.
II - propor a celebração de convênios, acordos, parcerias, pro-
gramas de capacitação técnica e treinamento de servidores da De-
fensoria Pública em inteligência e segurança, bem como a formação
funcional em estabelecimento de ensino de atividade de segurança
pública, policial, forças armadas ou cursos credenciados;
III - assistir diretamente ao Defensor Público-Geral ou a pessoa
por ele designada, para questões relativas à segurança institucional;

383
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV - assistir o Primeiro Subdefensor Público-Geral, em articula-
SEÇÃO II ção com os órgãos da Administração Sistêmica, na preparação de
DO GABINETE DO PRIMEIRO SUBDEFENSOR PÚBLICO-GERAL material de informação e de apoio;
V - desenvolver outras atividades de natureza administrativa e
Art. 20. A Primeira Subdefensoria Pública-Geral, órgão da admi- de representação determinadas pelo Primeiro Subdefensor Públi-
nistração superior tem por competência auxiliar o Defensor Públi- co-Geral.
co-Geral na promoção, execução e controle das atividades de ges-
tão administrativa da Defensoria Pública do Estado. SUBSEÇÃO II
Art. 21. Compete ao Primeiro Subdefensor Público-Geral, além DA ASSESSORIA JURÍDICA
das atribuições previstas em lei, especialmente:
I – praticar os atos de ordenação de despesas na gestão orça- Art. 24. O Assessor Jurídico do Gabinete da Primeira Subdefen-
mentária e financeira; soria-Geral tem como função assessorar os trabalhos jurídicos do
II - autorizar a abertura de processo licitatório; Gabinete, elaborando minutas de documentos, decisões, ofícios,
III - autorizar a aquisição de bens e serviços comunicações, e cumprindo outras determinações advindas do Pri-
IV - autorizar as movimentações internas e o tombamento dos meiro Subdefensor Público-Geral.
bens patrimoniais; Parágrafo único. O Assessor Jurídico do Primeiro Subdefensor
V - coordenar e orientar as atividades de contabilidade e finan- Público-Geral integra o quadro do cargo em comissão denominado
ças; de Assessor Jurídico (de Defensor Público).
VI - determinar a adoção de medidas contábeis e de apuração
de custos, de forma a permitir a análise da situação econômica, fi- SEÇÃO III
nanceira e operacional da Defensoria Pública, em seus vários ór- DO GABINETE DO SEGUNDO SUBDEFENSOR PÚBLICO-GERAL
gãos;
VII– conceder progressão funcional aos servidores Art. 25. A Segunda Subdefensoria Pública-Geral, órgão da ad-
VIII – captar recursos financeiros via projetos; ministração superior, tem por competência auxiliar o Defensor Pú-
IX – deliberar acerca de despesas executadas sob o regime de blico-Geral nos assuntos institucionais, em especial a coordenação
adiantamento e a orientação da atuação dos órgãos regionais da Defensoria Públi-
X - exercer outras atribuições correlatas ou que lhe forem con- ca do Estado, além de exercer outras atribuições correlatas ou que
feridas ou determinadas lhe forem conferidas ou determinadas.
Parágrafo único. O Defensor Público-Geral poderá, a qualquer Art. 26. Compete ao Segundo Subdefensor Público-Geral, além
tempo, exercer quaisquer das competências atribuídas ao Primeiro das atribuições previstas em lei, especialmente:
Subdefensor Público-Geral. I - conceder indenizações, férias individuais e compensatórias,
Art. 22. O Gabinete do Primeiro Subdefensor Público-Geral, licenças, dispensa dos serviços;
órgão de Administração Superior, tem como missão auxiliar o Pri- II - determinar, em procedimento administrativo, as medidas
meiro Subdefensor Público-Geral, revestindo-se das seguintes atri- necessárias à verificação da (in)capacidade física ou mental dos
buições: servidores da Defensoria Pública, desde que haja parecer da Junta
I - assessorar o Primeiro Subdefensor Público-Geral e executar Médica Oficial do Estado suscitando dúvida sobre a higidez dessas
os serviços relacionados com o desempenho de suas atribuições e capacidades, assegurada, em qualquer hipótese, a ampla defesa ao
compromissos oficiais; interessado;
II - coordenar, preparar e submeter ao Primeiro Subdefensor III - deferir a averbação de tempo de serviço dos servidores da
Público-Geral sua agenda diária; Defensoria Pública;
III - distribuir, orientar e controlar os trabalhos do Gabinete; IV - autorizar os afastamentos legais dos servidores;
IV - receber e processar as correspondências, requerimentos, V – contratar estagiários e assistentes voluntários;
documentos e expedientes, encaminhando-os, em seguida, aos de- VI – autorizar suspensão de expediente nos núcleos da Defen-
partamentos competentes e supervisionando a movimentação dos soria Pública;
mesmos; VII – estabelecer e alterar escala de plantão dos núcleos da De-
V - emitir ofícios, comunicações, ordens internas de serviço, fensoria Pública;
memorandos, atos e demais expedientes, por ordem do Primeiro VIII – determinar a emissão de certidão de tempo de serviço;
Subdefensor Público-Geral; IX – analisar pedidos de nomeação de Assessores Jurídicos;
VI - atender as pessoas que se dirigirem ao Gabinete.” X - exercer outras atribuições correlatas ou que lhe forem con-
feridas ou determinadas.
SUBSEÇÃO I Parágrafo único. O Defensor Público-Geral poderá, a qualquer
DA ASSESSORIA ESPECIAl tempo, exercer quaisquer das competências atribuídas ao Segundo
Subdefensor Público-Geral.
Art. 23. A Assessoria Especial do Primeiro Subdefensor Público- Art. 27. O Gabinete do Segundo Subdefensor Público-Geral, ór-
-Geral tem como função assessorar sob a forma de estudos, pesqui- gão de Administração Superior, tem como missão auxiliar o Segun-
sas, levantamentos, pareceres, minutas, exposições de motivos, por do Subdefensor Público-Geral, por meio das seguintes atribuições:
meio de suas atribuições: I - assessorar o Segundo Subdefensor Público-Geral e executar
I - assessorar o Primeiro Subdefensor Público-Geral nas reuni- os serviços relacionados com o desempenho de suas atribuições e
ões, conferências, palestras e entrevistas; compromissos oficiais;
II - despachar com o Primeiro Subdefensor Público-Geral em II - coordenar, preparar e submeter ao Segundo Subdefensor
assuntos que requerem decisão superior; Público-Geral sua agenda diária;
III - assistir direta e imediatamente o Primeiro Subdefensor Pú- III - distribuir, orientar e controlar os trabalhos do Gabinete;
blico-Geral no desempenho de suas atribuições e, especialmente,
na realização de estudos e contatos que por ele sejam determina-
dos em assuntos que subsidiem a gestão na tomada de decisões;

384
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - oferecer manifestações técnicas para subsidiar a atuação dos
IV - receber e processar as correspondências, requerimentos, Defensores Públicos;
documentos e expedientes, encaminhando-os, em seguida, aos de- II - participar de eventos externos e reuniões técnicas;
partamentos competentes e supervisionando a movimentação dos III - compor grupos de trabalho e de estudos relacionados a
mesmos; atuação interdisciplinar;
V - emitir ofícios, comunicações, ordens internas de serviço, IV - realizar levantamento, de forma contínua, dos serviços/re-
memorandos, atos e demais expedientes, por ordem do Segundo cursos existentes na comunidade visando conhecer a rede socioas-
Subdefensor Público-Geral; sistencial, serviços de saúde e demais políticas públicas existentes
VI - atender as pessoas que se dirigirem ao Gabinete. na rede de serviços;
V - participar e promover encontros de articulação da rede so-
SUBSEÇÃO I cioassistencial e de atenção
DA ASSESSORIA ESPECIAL à saúde, objetivando o acesso aos direitos pela população usu-
ária dos serviços;
Art. 28. A Assessoria Especial do Segundo Subdefensor Públi- VI - traçar fluxos de atendimento em articulação com a rede de
co-Geral tem como função assessorar sob a forma de estudos, pes- serviços e recursos comunitários de modo a garantir o acesso às
quisas, levantamentos, pareceres, minutas, exposições de motivos, políticas públicas;
além das seguintes atribuições: VII - elaborar material de apoio relacionado a temas interdis-
I - assessorar o Segundo Subdefensor Público-Geral nas reuni- ciplinares;
ões, conferências, palestras e entrevistas; VIII - auxiliar a Escola Superior da Defensoria Pública na elabo-
II - despachar com o Segundo Subdefensor Público-Geral em ração e implementação de programas de formação e capacitação
questões de sua competência. dos profissionais da Defensoria;
III - assistir direta e imediatamente o Segundo Subdefensor Pú- IX - propor estudos, projetos, parcerias e convênios voltados ao
blico-Geral no desempenho de suas atribuições e, especialmente, fortalecimento da atuação interdisciplinar e intersetorial;
na realização de estudos e contatos que por ele sejam determina- X - atuar em ações destinadas à melhoria das relações de tra-
dos em assuntos que subsidiem a gestão na tomada de decisões; balho na instituição;
IV - assistir o Segundo Subdefensor Público-Geral, em articula- XI - promover a cooperação na condução dos casos buscando a
ção com os órgãos da Administração Sistêmica, na preparação de integração entre a ATAI e os órgãos da Defensoria;
material de informação e de apoio; XII - manter atualizados os registros de atendimentos em pron-
V - desenvolver outras atividades de natureza administrativa e tuários multiprofissionais, conforme as orientações dos respectivos
de representação determinadas pelo Segundo Subdefensor Públi- códigos de ética profissional;
co-Geral. XIII - desempenhar outras atividades afins que lhe forem atri-
buídas por ato formal do Defensor Público-Geral ou da Secretaria
SUBSEÇÃO II Executiva de Administração.
DA ASSESSORIA JURÍDICA
SEÇÃO IV
Art. 29. O Assessor Jurídico do Gabinete da Segunda Subde- DO GABINETE DO CORREGEDOR-GERAL
fensoria-Geral tem como função assessorar os trabalhos jurídicos
do Gabinete, elaborando minutas de documentos, decisões, ofícios, Art. 31. Compete à Corregedoria-Geral da Defensoria Pública
comunicações, e cumprindo outras determinações advindas do Se- exercer o controle, a fiscalização, a inspeção e a orientação precau-
gundo Subdefensor Público-Geral. cional das atividades funcionais e condutas dos membros e servido-
Parágrafo único. O Assessor Jurídico do Segundo Subdefensor res da Instituição.
Público-Geral integra o quadro do cargo em comissão denominado Art. 32. A Corregedoria-Geral é regulamentada por regimento
de Assessor Jurídico (de Defensor Público). interno próprio.
SUBSEÇÃO III SEÇÃO V
DA ASSESSORIA TÉCNICA DE ASSUNTOS INTERDISCIPLINARES DO CONSELHO SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 30. A Assessoria Técnica de Assuntos Interdisciplinares Art. 33. Ao Conselho Superior da Defensoria Pública, órgão
(ATAI) se constitui como equipe que reúne profissionais de diferen- colegiado de administração superior, presidido pelo Defensor Pú-
tes áreas do conhecimento - a princípio do Serviço Social, da Psico- blico-Geral, compete exercer as atividades consultivas, normativas
logia e técnicos administrativos - para assessoramento em todas as e decisórias da Instituição, bem como velar pela observância dos
áreas de atuação da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, princípios institucionais.
são objetivos da ATAI promover o trabalho em equipe e a coopera- Art. 34. O Conselho Superior é regulamentado por regimento
ção na condução de casos e situações complexas, propor políticas interno próprio.
institucionais relacionadas a assuntos interdisciplinares, estimular a
produção e a transmissão do conhecimento a partir dos dados e CAPÍTULO IV
informações obtidos na prática profissional através do desempenho DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PROGRAMÁTICA - ÁREA AFIM
de suas atribuições. SEÇÃO I
§1º Serão elegíveis para a solicitação do apoio da ATAI os casos DAS DEFENSORIAS PÚBLICAS DO ESTADO
cuja complexidade exija a construção conjunta interdisciplinar de
estratégias de intervenção. Art. 35. As Defensorias Públicas do Estado são órgãos de execu-
§2º Compete à ATAI prestar apoio técnico aos órgãos de Admi- ção programática da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso,
nistração Superior, Auxiliares e de Execução Programática. divididos em Primeira e Segunda Instância, com pelo menos um car-
§3º São atribuições da ATAI: go de Defensor Público.

385
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
VI - promover atividades de intercâmbio com a sociedade civil;
§ 1° Cada Defensoria Pública terá Assessor Jurídico, de indica- VII - estabelecer meios de comunicação direta entre a Defen-
ção e nomeação na forma da lei, cuja atribuição é o assessoramen- soria Pública e a sociedade, para receber sugestões e reclamações,
to direto ao Defensor Público no desempenho de suas atribuições adotando as providências pertinentes e informando o resultado aos
legais. interessados;
§ 2° O Assessor Jurídico integra o quadro do cargo em comissão VIII - contribuir para a disseminação das formas de participa-
denominado de Assessor Jurídico - área fim (de Defensor Público). ção popular no acompanhamento e na fiscalização da prestação dos
serviços realizados pela Defensoria Pública;
SEÇÃO II
IX - manter contato permanente com os vários órgãos da De-
DOS NÚCLEOS DAS DEFENSORIAS PÚBLICAS DO ESTADO fensoria Pública estimulando os a atuar em permanente sintonia
com os direitos dos usuários;
Art. 36. A Defensoria Pública do Estado exercerá suas funções X - estimular a participação do cidadão na identificação dos
institucionais através de Núcleos, na forma da lei, com serviços au-
problemas, fiscalização e planejamento dos serviços prestados pela
xiliares necessários ao desempenho das funções administrativas e
Defensoria Pública;
assim determinados:
XI - facilitar ao máximo o acesso dos interessados à Ouvidoria-
I - Técnico Administrativo. -Geral, simplificando seus procedimentos;
§ 1º. Ao Técnico Administrativo compete: XII - coordenar a realização de pesquisas periódicas e produzir
I - assessorar o Coordenador do Núcleo e executar os serviços estatísticas referentes ao índice de satisfação dos usuários, divul-
relacionados com o desempenho das atribuições administrativas do gando os resultados;
Núcleo; XIII - preservar o sigilo de identidade do denunciante, desde
II - auxiliar no atendimento ao público. que solicitado.
§ 2º. O cargo de Técnico Administrativo, na função de serviço Parágrafo único. As representações podem ser apresentadas
técnico de apoio administrativo – área fim – existirá preferencial- por qualquer pessoa, inclusive pelos próprios membros e servido-
mente nos Núcleos com maior número de Defensores Públicos, res da Defensoria Pública, entidade ou órgão público.
competindo-lhes o desempenho das atividades administrativas em Art. 40. Deverá o Ouvidor-Geral:
geral e atendimento ao público, mediante supervisão do Coordena- I - dar sempre ao usuário uma resposta à questão apresentada,
dor do Núcleo. no menor prazo possível, com objetividade e com emprego de lin-
§ 3º. O Defensor Publico-Geral poderá designar Assessor Técni- guagem clara;
co para assessorar os trabalhos na Coordenação dos Núcleos, quan- II - atender com cortesia e respeito, afastando-se de qualquer
do demonstrado pelo Coordenador do Núcleo a real necessidade. discriminação ou préjulgamento;
III - agir com integridade, transparência, imparcialidade e jus-
CAPÍTULO V
tiça;
DOS ÓRGÃOS AUXILIARES IV - zelar pelos princípios da legalidade, impessoalidade, mora-
SEÇÃO I lidade, publicidade e eficiência da administração pública e respeito
DA OUVIDORIA-GERAL DA DEFENSORIA PÚBLICA aos direitos fundamentais.
Art. 41. O Conselho Superior da Defensoria Pública editará as
Art. 37. A Ouvidoria-Geral é órgão auxiliar da Defensoria Pú- normas de funcionamento e atendimento da Ouvidoria-Geral.
blica do Estado, de promoção da qualidade dos serviços prestados
pela instituição. SEÇÃO II
Art. 38. A Ouvidoria-Geral tem a seguinte estrutura organiza- DA ESCOLA SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA
cional:
I - Ouvidor-Geral Art. 42. A Escola Superior da Defensoria Pública é órgão auxiliar,
II - Assessoria Técnica; ao qual compete promover o aperfeiçoamento e o aprimoramento
III - Assessoria Jurídica. profissional, intelectual e cultural dos membros da carreira, dos
Parágrafo único. As atribuições das Assessorias da Ouvidoria- servidores e estagiários da Defensoria Pública do Estado de Mato
-Geral serão definidas pelo Ouvidor-Geral, estando necessariamen- Grosso, buscando a elevação dos padrões técnicos e científicos dos
te relacionadas às competências da ouvidoriageral, e complemen- serviços prestados pela Instituição e a difusão do conhecimento.
tarão as funções descritas neste regimento interno no Capítulo VIII Art. 43. A Escola Superior da Defensoria Pública é regulamenta-
- Dos Cargos de Provimento em Comissão.” da por regimento interno próprio.
Art. 39. À Ouvidoria-Geral compete:
I - receber e encaminhar ao Corregedor-Geral representação CAPÍTULO VI
contra membros e servidores da Defensoria Pública, assegurada a DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO SISTÊMICA - ÁREA MEIO
defesa preliminar, e acompanhar a tramitação, zelando pela celeri- SEÇÃO I
dade na resposta; DA SECRETARIA EXECUTIVA DE ADMINISTRAÇÃO DA DEFEN-
II - concluir pela procedência ou improcedência da reclamação SORIA PÚBLICA DO ESTADO
de que trata o inciso I deste artigo, informando-a ao interessado; III
- propor aos demais órgãos da administração superior da De- Art. 44. A Secretaria Executiva de Administração da Defenso-
fensoria Pública medidas e ações que visem à consecução dos prin- ria Pública do Estado, órgão de administração sistêmica, tem por
cípios institucionais e ao aperfeiçoamento dos serviços prestados; função assessorar diretamente o Defensor PúblicoGeral, supervisio-
IV - elaborar e divulgar relatório semestral de suas atividades, nando os serviços de apoio administrativo à atividade institucional
que conterá também as medidas propostas aos órgãos competen- - área meio, nas suas atividades administrativas, específicas e distin-
tes e a descrição dos resultados obtidos; tas, composta das seguintes unidades:
V - participar, com direito a voz, do Conselho Superior da De- a) Assessoria Jurídica;
fensoria Pública;
b) Assessoria Técnica;

386
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
V - prestar assessoramento direto e imediato aos Órgãos da Ad-
c) Assessoria Jurídica Sistêmica; ministração Sistêmica da Defensoria Pública;
d) Comissão de Licitação; VI - executar pesquisas de legislação, elaborar minutas de an-
e) Pregoeiros e equipe de apoio; teprojetos de lei e suas justificativas, além de atos administrativos e
f) Central de Cotações; normativos para atendimento da demanda administrativa;
g) Comissão de Avaliação de Desempenho Funcional; VII - emitir pareceres nos termos do art. 38, parágrafo único,
h) Comissão de Tomada de Contas Especial. da Lei n. 8.666/93;
Parágrafo único. A Secretaria Executiva de Administração será VIII - responder consultas abstratas ou concretas formuladas
ocupada por Defensor Público estável, nomeado pelo Defensor Pú- por qualquer agente da Defensoria Pública, mediante ratificação
blico-Geral. formal do questionamento por superior hierárquico;
Art. 45. Compete à Secretaria Executiva de Administração: IX - desempenhar outras atividades afins que lhe forem atri-
I - supervisionar a Assessoria Jurídica Sistêmica; buídas por ato formal do Defensor Público-Geral ou da Secretaria
II - supervisionar as atividades das Comissões de Licitação e de Executiva de Administração.
Pregão; Parágrafo único. Os atos da Assessoria Jurídica Sistêmica serão
III - supervisionar as atividades da Comissão de Avaliação de subscritos exclusivamente por servidores de provimento efetivo da
Desempenho Funcional; Defensoria Pública, no cargo de Analista-Advogado, com inscrição
IV - supervisionar as atividades da Comissão de Tomada de regular junto à Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato
Contas Especial; Grosso -, sem prejuízo da designação de assistentes, assessores e
V - acompanhar e gerenciar os serviços administrativos da insti- estagiários para auxiliar os trabalhos conforme suas determinações.
tuição, como os relacionados à manutenção, patrimônio, documen-
tação e arquivos, comunicação, transporte, programação orçamen- SUBSEÇÃO IV
tária e financeira, execução orçamentária e financeira, tecnologia DA COMISSÃO DE LICITAÇÃO
da informação, recursos humanos, e outros;
VI - desempenhar outras atribuições que forem conferidas pelo Art. 49. A Comissão de Licitação, órgão de administração sistê-
Defensor Público-Geral, através de ato formal; mica, tem como missão realizar licitações para obras e para aquisi-
Parágrafo único. A Secretária Executiva de Administração será ção de bens e serviços, exceto nas modalidades pregão e concurso,
assessorada, em seus trabalhos por Assessor Técnico e Assessor Ju- sendo composta por, no mínimo, 3 (três) membros, dentre os quais
rídico. 1 (um) será nomeado Presidente, sendo pelo menos 2 (dois) dos
membros servidores qualificados pertencentes aos quadros perma-
SUBSEÇÃO I nentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
DA ASSESSORIA JURÍDICA § 1°. Os membros da Comissão Permanente de Licitações serão
designados por ato do Defensor Público-Geral, preferencialmente
Art. 46. O Assessor Jurídico da Secretaria Executiva de Admi- dentre os membros e servidores efetivos, de reputação ilibada, para
nistração tem como função assessorar os trabalhos jurídicos do investidura pelo período de um ano.
Gabinete, elaborando minutas de documentos, decisões, ofícios, § 2°. É vedada a recondução da totalidade dos membros da
comunicações, e cumprindo outras determinações advindas da Se- Comissão de Licitações no período imediatamente subsequente.
cretária Executiva. § 3°. Salvo em hipótese de renúncia ou de instauração de pro-
Parágrafo único. O Assessor Jurídico integra o quadro do cargo cesso administrativo disciplinar, os membros titulares da Comissão
em comissão denominado de Assessor Jurídico (de Defensor Públi- de Licitações não serão afastados de suas funções enquanto durar
co), de livre indicação da Secretária Executiva. a investidura.
§ 4°. Em seus afastamentos, o Presidente da Comissão de Li-
SUBSEÇÃO II citações será substituído por membro titular da Comissão ou uma
DA ASSESSORIA TÉCNICA terceira pessoa, previamente designado por ele ou pelo Defensor
Público Geral, caso o motivo do afastamento não lhe tenha permiti-
Art. 47. O Assessor Técnico, vinculado à Secretaria Executiva de do proceder à designação.
Administração, tem como função assessorar os trabalhos da Se- § 5º. As decisões, de responsabilidade da Comissão de Licita-
cretaria, bem como executar quaisquer outras atribuições que lhe ção, serão tomadas, sempre, por maioria simples de votos, estando
forem determinadas. presente a maioria absoluta de seus membros.
Parágrafo único. O Assessor Técnico integra o quadro do cargo § 6º. Os membros da Comissão de Licitação não poderão ates-
em comissão denominado de Assessor Técnico. tar o recebimento de bens ou a prestação de serviços dos quais a
aquisição ou contratação tiveram origem em procedimentos licita-
SUBSEÇÃO III tórios em que participaram.
DA ASSESSORIA JURÍDICA SISTÊMICA § 8º. Os membros da Comissão de Licitação deverão informar
à Autoridade Superior quando da proximidade do término de seus
Art. 48. A Assessoria Jurídica Sistêmica, como órgão de admi- respectivos mandatos à frente da Comissão.
nistração sistêmica, tem como missão subsidiar e apoiar a Gestão Art. 50. Compete à Comissão de Licitação conduzir, realizar e
Administrativa, por meio das seguintes atribuições: acompanhar a licitação para as obras, serviços, inclusive de publici-
I - prestar assessoramento jurídico, técnico e administrativo; dade, compras, alienações, concessões, permissões e locações.
II - analisar os processos que lhe forem submetidos e emitir Parágrafo único. São atribuições das Comissões de Licitação:
pareceres conclusivos; I - o recebimento e o exame de documentos e propostas em
III - prestar assessoramento no preparo de relatórios, despa- conformidade com o ato convocatório, bem como os respectivos
chos e expedientes administrativos; julgamentos e a prática dos demais atos necessários, visando à es-
IV - analisar e emitir pareceres sobre contratos, convênios e colha da melhor proposta para a instituição;
atos a serem firmados pela Defensoria Pública;

387
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
VII - solicitar a quem de direito as diligências determinadas pela
II - realizar as diligências necessárias ao desempenho de suas comissão, bem assim em relação a laudos, pareceres, assessorias e
funções, inclusive recolhendo amostras do objeto da licitação, outras medidas do gênero que se façam necessárias ao cumprimen-
quando previsto no respectivo instrumento convocatório, provi- to de suas atribuições;
denciando, em caso de dúvida, o seu exame por órgãos oficiais de VIII - votar nos procedimentos licitatórios de que participar;
metrologia e controle de qualidade; IX - providenciar a publicação dos atos da comissão, na forma e
III - decidir sobre a habilitação ou inabilitação dos proponentes, modo legais, quando exigida a medida;
conforme tenham ou não atendido às condições previstas no ato X - assessorar a autoridade superior;
convocatório; XI - solicitar as informações necessárias à tramitação dos proce-
IV - julgar, igualmente conforme a previsão do ato convocató- dimentos licitatórios que preside, sem prejuízo da medida prevista
rio, as propostas técnicas ou comerciais, quanto aos aspectos for- no inciso VII;
mal e de mérito; XII - prestar as informações solicitadas, ao tempo e modo le-
V - proceder à classificação ou desclassificação das propostas, gais;
conforme atendam ou não às prescrições do instrumento convoca- XIII - relacionar-se com terceiros, no que respeita aos interesses
tório; da comissão que preside;
VI - rever seus atos, de ofício ou por provocação, quando en- XIV - solicitar à autoridade competente os instrumentos ne-
tendê-los passíveis de correção, justificadamente; cessários para o desempenho das funções afetas à comissão que
VII - receber recursos opostos contra seus atos, dirigidos à au- preside;
toridade superior, informando aos demais participantes da licitação XV - propor a instauração de processo com vistas à apuração
a sua interposição e dando-lhes o seguimento legal; de infrações cometidas no curso da licitação, para promoção da
VIII - apreciar recurso hierárquico interposto, revendo o ato responsabilidade administrativa e aplicação da sanção cabível, sem
respectivo, se for o caso, ou remetendo o recurso, devidamente ins- prejuízo de sua iniciativa para apuração e aplicação de sanção, em
truído, à autoridade superior; qualquer modalidade de licitação;
IX - promover as diligências determinadas pela autoridade su- XVI - julgar as licitações, zelando pela observância dos princí-
perior; pios constitucionais atinentes à Administração Pública, das normas
X - comunicar ao setor competente, para a devida apuração e gerais da legislação federal específica, da ordem dos trabalhos e da-
eventual imposição de penalidade, a ocorrência de fato que possa quelas que forem estipuladas no ato convocatório;
configurar falta ou ilícito; XVII - aceitar ou indeferir justificativas de ausência às reuniões
XI - exercer as atividades ou atribuições correlatas ou inerentes apresentadas por membros da comissão.
que lhe forem legal ou regularmente conferidas ou determinadas;
XII - decidir sobre os casos omissos afetos às suas atribuições; SUBSEÇÃO V
XIII - lavrar atas das reuniões da Comissão; DOS PREGOEIROS E EQUIPE DE APOIO
XIV - votar nos procedimentos licitatórios de que participar;
XV - rubricar os documentos de habilitação e os relativos às Art. 52. Os Pregoeiros e a Equipe de Apoio, responsáveis pela
propostas; realização de licitações na modalidade pregão, serão designados
XVI - preparar, sob a orientação do Presidente da Comissão, por ato do Defensor Público-Geral. Serão nomeados ao menos 2
correspondência a ser expedida, avisos e atos a serem publicados; (dois) pregoeiros e, para a equipe de apoio, no mínimo 2 (dois)
XVII - controlar e certificar nos autos do processo licitatório os membros titulares e 2 (dois) suplentes.
prazos respectivos; §1º. Os pregoeiros serão escolhidos entre servidores de repu-
XVIII - atender às determinações do Presidente da Comissão, tação ilibada com qualificação específica para a função, garantindo-
ressalvado o §3º do art. 51 da Lei 8.666/93; -se o rodízio entre os pregões conduzidos por eles.
XIX - proceder à numeração das folhas e apor rubrica imedia- § 2º. A equipe de apoio será composta por servidores de repu-
tamente após a juntada dos documentos da licitação ao processo tação ilibada, sendo pelo menos 2 (dois) deles efetivos.
administrativo; § 3°. O mandato dos pregoeiros e dos servidores da equipe de
XX - atender às convocações feitas pelo Presidente da Comis- apoio será de 01 (um) ano, prorrogável por igual período, sendo
são, auxiliando-o na direção das sessões; vedada a recondução de toda a Comissão e priorizando-se novas
XXI - fornecer informações sobre pedidos de levantamento ou composições.
de restituição de caução provisória, quando for o caso. § 4°. Salvo em hipótese de renúncia ou de instauração de pro-
Art. 51. Compete ao Presidente de Comissão de Licitação: cesso administrativo disciplinar, a equipe técnica não será afastada
I - convocar os demais membros, titulares ou suplentes, a fim de suas funções enquanto durar a investidura.
de cuidar dos trabalhos ordinários da comissão, inclusive para reu- § 5º. As decisões, de responsabilidade da equipe de Pregão,
niões periódicas visando tratar de assuntos afetos às atribuições da serão tomadas, sempre, por maioria simples de votos, estando pre-
Comissão; sente a maioria absoluta de seus membros.
II - abrir, presidir e encerrar as sessões desse colegiado, anun- § 6º. O pregoeiro e sua equipe de apoio não poderão atestar o
ciando as deliberações respectivas; recebimento de bens ou a prestação de serviços dos quais a aqui-
III - exercer o poder de polícia para manter a ordem e a segu- sição ou contratação tiveram origem em procedimentos licitatórios
rança dos trabalhos, solicitando a quem de direito a requisição de em que participaram.
força policial, quando necessário; § 7º. O pregoeiro e a sua equipe de apoio deverão informar à
IV - rubricar os documentos de habilitação e os relativos às pro- Autoridade Superior quando da proximidade do término de seus
postas; respectivos mandatos.
V - conduzir o procedimento licitatório, praticando os atos or- Art. 53. Compete ao Pregoeiro:
dinatórios necessários; I - recepcionar os processos licitatórios, quando da abertura da
VI - resolver questões levantadas, verbalmente ou por escrito, fase externa, para o agendamento da data do certame e a divulga-
quando forem de sua competência decisória; ção na plataforma digital escolhida para a execução do certame;

388
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XV - após finalização do certame, remeter à Coordenadoria de
II - coordenar e conduzir os trabalhos da equipe de apoio du- Aquisições e Contratos para ultimar as providências finais (publica-
rante toda a fase externa; ções, etc.);
III - decidir as impugnações ao edital, após diligência junto à XVI - juntar documentos e prestar informações, em geral, res-
área técnica, quando necessário; salvadas aquelas de competência exclusiva do pregoeiro;
IV - coordenar as atividades visando a resposta aos pedidos de XVII - auxiliar na elaboração das informações em mandado de
esclarecimentos e impugnações, bem como avisos dos pregões e segurança impetrado contra ato do pregoeiro;
adendos; XVIII - atender outras tarefas determinadas pelo pregoeiro.
V - iniciar a sessão pública do pregão;
VI - decidir motivadamente sobre a conformidade da proposta; SUBSEÇÃO VI
VII - indicar a proposta de menor preço e ordenar as demais DA CENTRAL DE COTAÇÕES
propostas;
VIII - conduzir a etapa competitiva dos lances; Art. 55. Constitui-se a Central de Cotações de comissão espe-
IX - proceder à classificação dos proponentes depois de encer- cial responsável pela execução da Ordem de Cotação expedida pela
rados os lances; Coordenadoria de Aquisições e Contratos, sob determinação da Au-
X - decidir motivadamente sobre a habilitação dos licitantes e a toridade Superior competente.
aceitabilidade das propostas; §1º. Para atuar na Central de Cotações serão designados Servi-
XI - negociar com o proponente que ofereceu o menor lance; dores Públicos, efetivos ou comissionados, mediante Portaria, pela
XII - inquirir sobre a motivação de recurso, durante a sessão; Autoridade Superior competente, para execução exclusiva das atri-
XIII - decidir, motivadamente, sobre o recurso e, negando provi- buições da comissão, salvo em casos de convocação da Autoridade
mento, encaminhar à autoridade superior, devidamente instruído; Superior ou da Coordenadoria de Aquisições e Contratos.
XIV - decidir, motivadamente, sobre a aplicação da legislação e §2º. A Portaria de designação de servidor para atuar na Central
os casos omissos; de Cotações valerá por até 02 (dois) anos, a partir da data da sua
XV - prestar informações em mandado de segurança impetrado publicação.
contra seus atos; §3º. O Servidor Público designado para atuar na Central de Co-
XVI - adjudicar o objeto da licitação ao licitante da proposta de tações deverá assinar Termo de Sigilo e Confidencialidade para os
menor preço aceitável, desde que não tenha havido recurso; casos de Ordem de Cotação ao Relatório de Pesquisa de Preço de
XVII - elaborar, juntamente com a equipe de apoio, a ata da caráter sigiloso, nos termos do art. 25, §1º e ss da Lei 12.527/11.
sessão do pregão; §4º. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabili-
XVIII - decidir, motivadamente, sobre a suspensão de procedi- dades do servidor público designado para a Central de Cotações,
mento licitatório já instaurado; quanto à proteção dos documentos em sigilo, no que couber, aque-
XIX - encaminhar o processo licitatório, devidamente instruído, las previstas no art. 32 da Lei nº 12.527/11.
após a sua conclusão, ao Defensor Público-Geral, autoridade supe- Art. 56. A Ordem de Cotação será expedida pela Coordenadoria
rior ou a quem este delegar, objetivando a homologação ou adjudi- de Aquisições e Contratos em procedimento próprio, enumerada,
cação, quando for o caso. com endereçamento ao Servidor Público responsável, com prazo de
Parágrafo único. Na hipótese do inciso III, quando a decisão do execução, com a classificação do documento e informações míni-
Pregoeiro implicar em alteração de quaisquer dos instrumentos mas para elaboração do Relatório de Pesquisa de Preço.
mencionados no parágrafo único, do art. 38, da Lei n. 8.666/93, será §1º. Nos casos em que a Autoridade Superior competente de-
observado o mesmo trâmite da confecção do instrumento, com a terminar que seja atribuído Grau de Sigilo ao Relatório de Pesquisa
prolação de novo parecer jurídico se necessário, e de decisão ho- de Preço, deverá a Coordenadoria de Aquisições e Contratos fazer
mologatória da autoridade administrativa. constar expressamente os seguintes elementos na Ordem de Cota-
Art. 54. Compete à equipe de apoio: ção ou em manifestação no procedimento:
I – recepcionar os pedidos de esclarecimento e impugnações a) Assunto sobre o qual versa a informação;
ao edital, prestando as informações devidas, sob a coordenação do b) Fundamento da classificação, observados os critérios esta-
Pregoeiro; belecidos no art. 24, §1º, §4º e §5º da Lei nº 12.527/11 e art. 15,
II - agendar, junto ao Pregoeiro, a data do certame e reservar §1º do Decreto Federal nº 10.024/2019;
local para realização de sessão pública de licitação c) Indicação do prazo de sigilo, estabelecido para o fim da fase
III - recepcionar os licitantes sinalizando o local onde será reali- de lances do Pregão Presencial ou Eletrônico;
zada a sessão, quando da realização do pregão presencial; d) Identificação da autoridade que a classificou.
IV - identificar os representantes dos licitantes, distinguindo os §2º. Deverá a Coordenadoria de Aquisições e Contratos, na
que possuem poderes para fazer lance e para recorrer; abertura do processo da Ordem de Cotação para modalidade Pre-
V- credenciar os licitantes; gão, no Sistema de Protocolo da Instituição, classificar o procedi-
VI - receber os envelopes de proposta e habilitação; mento como sigiloso e credenciar os órgãos de controle interno e
VII - receber as amostras, quando requeridas no edital; aqueles que tenham necessidade de conhecê-lo, nos termos do art.
VIII - abrir os envelopes; 25, §1º da Lei nº 12.527/2011.
IX - verificar a conformidade da proposta com os requisitos do §3º Para fins de controle externo, deverá o servidor responsá-
edital, após encaminhar ao pregoeiro para decisão; vel pelo Aplic-Licitações manter todos os Relatórios de Pesquisa de
X - preencher os mapas de preços e os quadros de lances; Preço, expedidos pela Central de Cotações, em arquivo próprio, em
XI - auxiliar a organização na fase de lance; meio físico ou digital, bem como disponibilizar quando for deman-
XII - analisar a habilitação encaminhando ao pregoeiro para de- dado e alimentar o Portal Transparência no site da Instituição.
cisão;
XIII - elaborar a ata da sessão;
XIV - proceder à numeração das folhas e aposição de rubrica
imediatamente após a juntada dos documentos ao processo de li-
citação;

389
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a) 1 (um) defensor público estável, preferencialmente ocupan-
Art. 57. Os pedidos de acesso à informação, por terceiros, refe- te de cargo na Administração Superior;
rente ao Relatório de Cotação de procedimento licitatório na moda- b) 1 (um) servidor efetivo estável indicado pelo Defensor Pú-
lidade Pregão, que detém caráter sigiloso, deverão tramitar na for- blico-Geral;
ma estabelecida pela Lei nº 12.527/11, Lei de Acesso à Informação. c) 1 (um) representante indicado pela entidade representativa
Parágrafo único. Não caberá classificação em caráter sigiloso no dos servidores da Defensoria Pública, na falta deste será eleito pe-
procedimento de Ordem de Cotação para as demais modalidades los servidores efetivos um representante.
de processos licitatórios. § 2º A Comissão será composta por servidores públicos efetivos
Art. 58. Compete à Central de Cotações, sem prejuízos na exe- ou defensores públicos, que não estejam respondendo a Processo
cução dos trabalhos da Gerência de Compras, Gerência de Licitação Administrativo Disciplinar, nem registrem condenação disciplinar
e Gerência de Contratos, as seguintes atribuições: enquanto não reabilitado.
I - Realizar pesquisa de preços na fase interna do procedimen- § 3º A Comissão será presidida por membro eleito entre seus
to licitatório, adotando a metodologia proposta pelo Tribunal de pares, cabendo ao Defensor Público-Geral nomeá-lo, indicando-o
Contas do Estado de Mato Grosso e em Instrução Normativa desta quando não houver consenso.
Instituição. § 4º As decisões da comissão serão tomadas por maioria sim-
II - Providenciar orçamento estimado em planilhas de quanti- ples de votos.
tativos e preços unitários dos bens ou serviços a serem adquiridos § 5º. Os membros da Comissão deverão informar à Autoridade
através de dispensa, inexigibilidade ou licitação. Superior quando da proximidade do término de seus respectivos
III - Emitir ou solicitar certidões de regularidade fiscal de forne- mandatos à frente da Comissão.
cedor proponente da melhor proposta, caso constatado irregulari- Art. 61. A avaliação de desempenho será realizada pelos mem-
dade, examinar a regularidade do proponente da segunda melhor bros e servidores que trabalham diretamente com o servidor avalia-
proposta e assim sucessivamente até que sejam preenchidos os re- dos e pela Comissão de Avaliação de Desempenho Funcional, com
quisitos para aquisição do bem ou serviço, nos casos de dispensa e base nos seguintes fatores:
inexigibilidade. I - disciplina;
IV – Realizar pesquisa de preços para procedimentos de Adesão II - eficiência no desempenho das funções;
à Ata de Registro de Preço, procedimento de Reequilíbrio Econômi- III - responsabilidade;
co-Financeiro (revisão, reajustes e repactuações) e procedimento IV - produtividade;
de Prorrogação Contratual. V - assiduidade;
IV - Organizar e manter atualizado cadastro de fornecedores. VI - idoneidade moral.
V - Informar a Coordenadoria de Aquisições e Contratos, se VII - presteza;
constatada a necessidade, inconsistências nas especificações des- VIII - urbanidade;
critas na Ordem de Cotação ou no Estudo Técnico Preliminar, e pro- IX - proatividade;
por melhorias, se for o caso. X - qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
VI - Elaborar Relatório de Pesquisa de Preço com base nas in- Parágrafo único. A avaliação deverá ser feita de maneira ob-
formações disponibilizadas na Ordem de Cotação, para compor o jetiva, estipulando-se sistema de notas para cada um dos critérios
Estudo Técnico Preliminar de procedimento licitatório, de dispensa definidos, sem prejuízo de comentários adicionais.
e de Inexigibilidade. Art. 62. A avaliação de desempenho será realizada por, no mí-
VII - Anexar o Relatório de Pesquisa de Preço, Planilhas e os nimo, 2 (dois) membros ou servidores que trabalhem diretamente
comprovantes das diligências deverão no procedimento origina- do com servidor avaliado, escolhidos preferencialmente entre aqueles
pela Ordem de Cotação, no formato PDF (Portable Document efetivos e estáveis.
Format), e serão encaminhados à Coordenadoria de Aquisições e Parágrafo único. Os avaliadores serão indicados pela Comissão
Contratos. de Avaliação de Desempenho Funcional e sua quantidade é deter-
VIII - O Servidor designado na Ordem de Cotação deverá as- minada em função do número de pessoas com as quais o servidor
sinar, por meio digital ou físico, o Relatório de Pesquisa de Preço, avaliado interage.
Planilha da Cotação e demais documentos expedidos. Art. 63. Os formulários de avaliação serão preenchidos pelos
IX - A Central de Cotações deverá manter arquivo próprio, por avaliadores que interagem diretamente com o servidor avaliado e
meio digital ou físico, de todos os Relatórios de Pesquisa de Preços encaminhados para Comissão de Desempenho de Avaliação Funcio-
e respectivos comprovantes de diligências e planilhas, que ficarão nal, a fim de computar as notas pelo cálculo da média aritmética e
disponíveis à Autoridade Superior competente, Coordenadoria de manter arquivo digital das avaliações.
Aquisições e Contratos e aos órgãos de controle interno e externo. Parágrafo único. Os formulários de avaliação têm caráter sigilo-
so, cujo acesso só é permitido aos membros da Comissão.
SUBSEÇÃO VII Art. 64. Os casos de remoções ou transferências, verificados
DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO FUNCIONAL durante o período compreendido da avaliação, requerem que o fun-
cionário seja avaliado na origem e no órgão atual, quando o tempo
Art. 59. A Comissão de Avaliação de Desempenho Funcional de permanência na lotação mais recente for inferior a seis meses.
tem como missão continuar o processo de avaliação das atividades Art. 65. O servidor terá o prazo de 30 (trinta) dias, contados a
dos servidores de provimento efetivo após a aprovação no estágio partir da divulgação dos resultados, para interpor recurso discor-
probatório, a fim de avaliar a aptidão e a capacidade do servidor dando da pontuação obtida.
para a execução das atribuições no cargo/função que ocupa. Art. 66. A avaliação de desempenho dos servidores estáveis
Art. 60. A Comissão de que trata o art. 60 será composta por 3 será feita em etapa única anualmente no mês de outubro.
(três) integrantes nomeados pelo Defensor Público-Geral para in- Art. 67. A Comissão de Avaliação de Desempenho Funcional é
vestidura pelo período de um biênio, sendo vedada a recondução a instância competente para analisar os recursos interpostos pelos
de todos os membros. servidores e rever os resultados da avaliação através do consenso
§ 1º Integram a Comissão de Avaliação de Desempenho Fun- de seus integrantes.
cional:

390
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II - adotar as providências necessárias à apuração dos fatos,
Art. 68. São atribuições da Comissão de Avaliação de Desem- identificação dos responsáveis e quantificação do dano;
penho Funcional: III - emitir relatório conclusivo;
I - analisar, emitir parecer conclusivo e decidir, por consenso, IV - encaminhar os autos para manifestação da Unidade de
sobre processos de discordância na formalização final da avaliação; Controle Interno acerca do relatório conclusivo, para que esta re-
II - apreciar as ocorrências de desempenho insuficiente para meta com opinativo próprio ao Defensor PúblicoGeral e/ou ao TCE/
subsidiar ações de recuperação de desempenho e demais medidas MT, conforme a origem da ordem de instauração da Tomada de
administrativas; Contas Especiais.
III - avaliar o funcionamento do sistema de avaliação de desem- Art. 73. As diretrizes de trabalho da comissão deverão ser nor-
penho no âmbito da Defensoria Pública, propondo ações corretivas matizadas via instrução normativa elaborada pela própria comissão
e mantenedoras; e aprovada pelo Defensor Público-Geral.
IV - computar as notas pelo cálculo da média aritmética e man-
ter arquivo digital das avaliações; SEÇÃO II
V - informar o resultado das avaliações para os servidores ava- DA DIRETORIA-GERAL
liados, antes de encaminhálas a outro setor;
VI - encaminhar resultados para o Defensor Público-Geral, para Art. 74. A Diretoria-Geral, órgão de administração sistêmica,
a Secretaria Executiva da Administração e para a Coordenadoria tem como missão auxiliar ao Defensoria-Geral, as Subdefensorias
Gestão Funcional a fim de ser feita anotação na ficha funcional Públicas-Gerais e a Secretaria Executiva de Administração na con-
Art. 69. As diretrizes de trabalho da comissão deverão ser nor- dução das atividades administrativas institucionais, além das se-
matizadas via instrução normativa elaborada pela própria comissão guintes atribuições:
e aprovada pelo Defensor Público-Geral. I - acompanhar as atividades desempenhadas pelas unidades
da administração sistêmica, expedindo orientações, solicitando in-
SUBSEÇÃO VIII formações e integrando as Coordenadorias com a Administração
DA COMISSÃO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL Superior;
II - prestar assistência às unidades da Defensoria Pública na ela-
Art. 70. A Tomada de Contas Especial será instaurada por or- boração de programas, projetos e planos de trabalho;
dem do Defensor PúblicoGeral ou determinação do Tribunal de III - promover a integração e a articulação das ações de moder-
Contas do Estado de Mato Grosso para apuração dos fatos indicati- nização com as demais unidades da Defensoria Pública, com vista a
vos de omissão do dever de prestar contas, desfalque ou desvio de buscar uma adequação da organização administrativa e os objetivos
dinheiros, bens ou valores públicos, não comprovação da aplicação setoriais fixados;
dos recursos públicos, ou ainda, prática de qualquer ato ilegal, ile- IV - avaliar a entrega de resultados e o cumprimento de prazos
gítimo ou antieconômico de que resulte dano ao erário, visando a de trabalho pelas demais unidades administrativas;
identificação dos responsáveis, a quantificação do dano e a elisão V - assistir o Defensor Público-Geral no desempenho de suas
do prejuízo. funções quando assim determinado;
§ 1º O processo de Tomada de Contas Especial será deflagrado VI - solicitar informações a outros órgãos ou entidades;
quando o suposto dano ao erário atingir o valor mínimo definido VII - encaminhar processos e expedientes administrativos dire-
pelo E. TCE/MT para instauração de procedimentos dessa espécie. tamente aos órgãos competentes para manifestação sobre assun-
§ 2º Nos casos em que o suposto prejuízo não atingir o valor tos neles tratados;
mínimo para instauração de Tomada de Contas Especial, deverão VIII - exercer outras atividades compatíveis com as suas finali-
ser adotadas medidas administrativas com vistas à elisão do dano, dades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Públi-
assegurado o contraditório e a ampla defesa, caso em que, a delibe- co-Geral.
ração final será tomada pelo Defensor Público-Geral. Art. 75. O Diretor-Geral será nomeado pelo Defensor Público-
§3º Não será deflagrado o processo de Tomada de Contas Es- -Geral e será assessorado em seus trabalhos por Assessor Técnico.
pecial se ultrapassado o prazo máximo definido pelo E. TCE/MT, ca-
bendo, todavia, apuração disciplinar por eventual omissão. SUBSEÇÃO I
§4º O procedimento de Tomada de Contas Especial será condu- DA ASSESSORIA TÉCNICA
zido pela Comissão de Tomada de Contas Especial.
Art. 71. A Comissão de Tomada de Contas Especial será com- Art. 76. O Assessor Técnico, vinculado à Diretoria-Geral, tem
posta por 5 (cinco) integrantes, nomeados pelo Defensor Público- como função assessorar os trabalhos da Diretoria-Geral bem como
-Geral, sendo um deles designado para presidi-la, para investidura executar quaisquer outras atribuições que lhe forem determinadas,
pelo período de um ano. entre elas:
§ 1º A Comissão de Tomada de Contas Especial é vinculada à I - assessorar diretamente o Diretoria-Geral;
Secretaria Executiva de Administração. II - gerenciar a agenda de compromissos internos e externos
§ 2º Os membros da Comissão deverão ser servidores públicos da unidade;
efetivos ou defensores públicos, e que não estejam respondendo a III - monitorar as ligações e recados;
Processo Administrativo Disciplinar, nem registrem condenação IV - elaborar Ofícios, Comunicações Internas e demais docu-
disciplinar enquanto não reabilitado. mentos oficiais;
§ 3º As decisões da Comissão de Tomada de Contas Especial V - receber e acompanhar os processos com os devidos des-
serão tomadas por maioria simples dos votos. pachos;
§ 4º. Os membros da Comissão deverão informar à Autoridade VI - acompanhar as reuniões de trabalho das Coordenadorias
Superior quando da proximidade do término de seus respectivos e lavrar Atas;
mandatos à frente da Comissão. VII - agendar reuniões e material de apoio para atender as de-
Art. 72. São atribuições da Comissão de Tomada de Contas Es- mandas da unidade;
pecial: VIII - solicitar e organizar o material de expediente.
I - conduzir e realizar o processo de Tomada de Contas Especial;

391
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XXVII - coordenar e orientar a investigação das as condições de
Parágrafo único. O Assessor Técnico integra o quadro do cargo saúde e segurança no trabalho dos servidores;
em comissão denominado de Assessor Técnico. XXVIII - coordenar e orientar o acompanhamento da reinserção
do servidor ao trabalho após afastamento por motivos de saúde ou
SEÇÃO III disciplinares;
DA COORDENADORIA DE GESTÃO FUNCIONAL XXIX - coordenar e orientar o levantamento das necessidades
de capacitação, em conjunto com a Unidade de Apoio à Gestão Es-
Art. 77. A Coordenadoria de Gestão Funcional tem como mis- tratégica;
são promover e executar políticas e diretrizes de Gestão Funcional, XXX - coordenar e orientar a instrução e acompanhamento da
promovendo e desenvolvendo carreiras e remuneração, competên- licença para qualificação profissional;
cias e qualidade de vida, contribuindo para melhoria do desempe- XXXI - coordenar e orientar o planejamento e medição dos indi-
nho profissional e institucional da Defensoria Pública do Estado de cadores de gestão funcional;
Mato Grosso, competindo-lhe: XXXII - coordenar e orientar a oferta de espaços para compar-
I - acompanhar, orientar e supervisionar os processos de provi- tilhamento e socialização do conhecimento adquirido entre os ser-
mento, movimentação e desenvolvimento do quadro de servidores; vidores;
II- elaborar, acompanhar, orientar e supervisionar os instru- XXXIII - coordenar e orientar o incentivo às capacitações em
mentos de cessão de pessoal; serviço baseadas na troca de conhecimentos e experiências entre
III - coordenar e orientar a execução dos processos de desen- os servidores;
volvimento, saúde e segurança no trabalho; XXXIV - coordenar e orientar a elaboração de impacto de acrés-
IV - coordenar e orientar a execução dos processos de manu- cimo nas despesas com pessoal e encargos sociais, em conjunto
tenção e monitoramento de pessoal; com a Unidade de Apoio à Gestão Estratégica;
V - consolidar e gerenciar as informações de pessoal; XXXV - coordenar e orientar o planejamento e avaliação do
VI - propor e aplicar legislação de pessoal; orçamento da despesa de pessoal e encargos sociais, em conjunto
VII - avaliar o sistema gestão de pessoas; com a Unidade de Apoio à Gestão Estratégica;
VIII – acompanhar concurso público, em especial quanto aos XXXVI - coordenar e orientar a análise e aprovação da folha de
prazos de validade; pagamento, cancelamento de pagamentos e desconto de faltas não
IX - encaminhar ao Tribunal de Contas do Estado - TCE, informa- justificadas;
ções sobre concurso público; XXXVII - informar as progressões salariais dos servidores efeti-
X - coordenar e orientar a contratação de estagiários, conforme vos anualmente bem como do impacto financeiro do mesmo para
a demanda da instituição; Gerência de Programação e Execução Orçamentária em tempo há-
XI - coordenar a lotação de servidores, conforme determinação bil a compor o PTA;
da Administração Superior, e controlar efetivo exercício - comissio- XXXVIII - confeccionar estudo técnico preliminar e termo de
nado e efetivos; referência para aquisição de todo e qualquer material ou serviço
XII - recepcionar e integrar pessoal; relacionados a área de atuação;
XIII - coordenar e orientar a abertura de ficha funcional e o re- XXXIX - coordenar e orientar a elaboração e alteração, dos nor-
gistro de dados de servidores efetivos e comissionados; mativos infralegais que regulamentam as atividades que lhe com-
XIV - coordenar o acompanhamento, análise e informação da
pete desenvolver, observando o procedimento traçado na Norma
vida funcional; das Normas;
XV - coordenar e orientar a concessão de licença prêmio; XL - acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos em sua
XVI - coordenar e orientar a formalização do gozo de férias e
área de atuação, quando designados oficialmente para tanto;
licença prêmio;
XLI - planejar, organizar, dirigir, controlar e coordenar as atribui-
XVII - coordenar e orientar a efetivação da contagem em dobro
ções inerentes as gerências da Coordenadoria;
de licença prêmio;
XLII - confeccionar, quando solicitado ou determinado, certi-
XVIII - coordenar e orientar a instrução de processo de apo-
dões de tempo de serviço, de vínculo funcional, de férias acumula-
sentadoria, de abono permanência, de processo de movimentação
das, ou outras relativas a informações funcionais sobre servidor ou
de servidor (lotação), de reintegração, de recondução, de cessão e
membro, ressalvadas as informações sigilosas;
de processo de licença para mandato classista, atividade política,
XLIII - coordenar e orientar os procedimentos de nomeação e
mandato eletivo e qualificação profissional;
posse de servidores e defensores, possuindo competência para ve-
XIX - coordenar e orientar a gestão do lotacionograma e do
rificar a regularidade da documentação necessária;
quadro de pessoal;
XLIV - solicitar anualmente, até o mês referência indicado por
XX - coordenar e orientar a instrução de processo de desliga-
lei, a concessão do Reajuste Geral Anual, encaminhando memória
mento de pessoal;
de cálculo com o impacto financeiro ao ordenador de despesa;
XXI - coordenar e orientar o redimensionamento e planejamen-
XLV - coordenar e orientar os procedimentos de análise e envio
to do quadro de pessoal, em conjunto com a Unidade de Apoio à
de certificados de cursos de capacitação;
Gestão Estratégica;
XLVI -- notificar e dar ciência de decisões e despachos para
XXII - coordenar e orientar a descrição e análise de cargos e
servidores e defensores, mediante determinação da Administração
funções, em conjunto com a Unidade de Apoio à Gestão Estratégica;
Superior;
XXIII - coordenar e orientar a instrução de processo para en-
XLVII - criar, excluir e gerir os e-mails funcionais dos servidores,
quadramento originário;
mantendo listas segmentadas por grupo de servidor, facilitando a
XXIV - coordenar e orientar a gestão do sistema informatizado
comunicação intra institucional;
de gestão funcional;
XLVIII - exercer outras atividades compatíveis com as suas fi-
XXV - coordenar e orientar a execução e avaliação de ações de
nalidades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor
Saúde e Segurança no Trabalho;
Público-Geral.
XXVI - coordenar e orientar o registro e comunicação de aci-
dentes de trabalho e agravos à saúde do servidor;

392
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XXVIII - anotar no currículo funcional movimentação e lotação
SUBSEÇÃO I de membros e servidores, conforme publicação em diário oficial;
DA GERÊNCIA DE REGISTROS E INFORMAÇÕES FUNCIONAIS XXIX - acompanhar os servidores e membros em gozo de li-
cença para posse em cargo inacumulável, informando a Segunda
Art. 78. A Gerência de Registros e Informações Funcionais tem Subdefensoria Pública-Geral quanto à proximidade do fim do prazo
como missão gerir o provimento e o desenvolvimento dos cargos, para retorno ou desligamento;
carreiras, remuneração, normas e o desempenho profissional, con- XXX - realizar checagem e controle do Espelho de Ponto dos
tribuindo com o atendimento da demanda laboral, da produtivida- servidores da instituição;
de e resultados, competindo-lhe: XXXI - realizar a contratação e acompanhamento dos estagi-
I - acompanhar e orientar os contratos temporários da institui- ários da instituição, bem como manter o controle dos termos de
ção, bem como manter o controle da vida funcional, principalmente compromissos de estagiário e de informações quanto a férias, fim
quanto a fim do contrato, ficha funcional e direitos funcionais; do contrato de estágio e renovação;
II - encaminhar ao Tribunal de Contas do Estado ¬ TCE informa- XXXII - efetuar o registro das progressões funcionais e suas pu-
ções sobre concurso; blicações no currículo funcional do servidor;
III - lotar servidores e controlar efetivo exercício dos efetivos e XXXIII - registrar irregularidades e inconsistências no sistema de
dos comissionados; ponto e encaminhar mensalmente relatório à Segunda Subdefenso-
IV - abrir ficha funcional e registrar dados de servidores efetivos ria Pública-Geral;
e comissionados de acordo com o ato normativo que regule o tema; XXXIV - acompanhar e manter arquivo da folha de ponto enca-
V - acompanhar, analisar e informar a vida funcional dos mem- minhada pelos orientadores investidos;
bros e servidores da instituição; XXXV - exercer outras atividades compatíveis com as suas fi-
VI - realizar anotações quanto ao gozo de férias no sistema de nalidades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor
RH e na ficha funcional do membro ou servidor; Público-Geral.
VII - acompanhar os pedidos de concessão de licença prêmio,
bem como manter informações pertinentes para a concessão do SUBSEÇÃO II
benefício; DA GERÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO FUNCIONAL E QUALI-
VIII - orientar e instruir processo de aposentadoria; DADE DE VIDA
IX - orientar e instruir processo de abono permanência;
X - orientar e instruir processo de movimentação de servidor Art. 79. A Gerência de Desenvolvimento Funcional e Qualidade
(lotação); de Vida tem como atribuições prover condições, ações e soluções
XI - orientar e instruir processo de licença para mandato clas- que promovam a satisfação, saúde integral e bem-estar das equipes
sista, atividade política, mandato eletivo e qualificação profissional; de trabalho e gerenciar o clima e cultura organizacional, visando o
XII - orientar e instruir processo de reintegração, recondução fortalecimento dos valores institucionais, hábitos, estilos de vida, o
e cessão; desenvolvimento de competências, do desempenho e a gestão do
XIII - gerir o lotacionograma e o quadro de pessoal; conhecimento, possibilitando que haja adequação do perfil profis-
XIV - instruir, quando for demandada, procedimento adminis- sional às necessidades requeridas no exercício de atividades e resul-
trativo disciplinar com informações contidas no currículo funcional tados do Órgão, competindo-lhe:
de membros e servidores; I - executar e avaliar ações de Saúde e Segurança no Trabalho;
XV - instruir processo de desligamento de pessoal; II - registrar e comunicar acidentes de trabalho e agravos à saú-
XVI - auxiliar, colaborando com a Unidade de Apoio à Gestão de do servidor;
Estratégica, no redimensionamento e planejamento do quadro de III - investigar as condições de saúde e segurança no trabalho
membros, servidores (efetivos e comissionados) e demais colabora- dos servidores;
dores, terceirizados ou não; IV - acompanhar a reinserção do servidor ao trabalho após
XVII - descrever e analisar cargos e funções; afastamento por motivos de saúde ou disciplinares;
XVIII - orientar e instruir processo para enquadramento origi- V - atender às demandas legais e prestar informações à Previ-
nário; dência do Estado em razão da solicitação de aposentadoria especial
XIX - acompanhar junto à Comissão de Avaliação de Desempe- e outras situações que couber;
nho Funcional o desempenho de pessoal ¬ anual e especial; VI - levantar as necessidades de capacitação;
XX - efetuar o registro das progressões funcionais e suas publi- VII - instruir e acompanhar a licença para qualificação profis-
cações no currículo funcional do servidor; sional;
XXI - orientar e instruir processo para alteração de jornada de VIII - propor e incentivar práticas que propiciem a produção e
trabalho; registro de conhecimento entre os servidores;
XXII - inserir nos registros funcionais o desconto por faltas não IX - oportunizar e oferecer espaços para compartilhamento e
justificadas; socialização do conhecimento adquirido entre os servidores;
XXIII - gerir sistema informatizado de gestão de pessoas; X - incentivar as capacitações em serviço baseado na troca de
XXIV - planejar e medir indicadores de pessoal; conhecimento e experiências entre os servidores;
XXV - manter planilha atualizada com todas as informações XI - encaminhar ofício com o atestado médico do servidor para
pertinentes para o bom funcionamento dos procedimentos estipu- o órgão responsável pela perícia médica estadual;
lados ao setor por ato normativo; XII - coordenar e orientar os procedimentos de apresentação
XXVI - gerir e sugerir melhorias para o sistema informatizado de de atestados por membros e servidores, analisando os atestados e
gestão de pessoas; documentos comprobatórios da licença médica, lactante ou de
XXVII - anotar no currículo funcional todas as qualificações saúde;
apresentadas para a classe que o servidor progrediu, mantendo XIII - dar ciência aos membros e servidores de cursos ofertados
acervo digital da documentação; diretamente para a Defensoria Pública, distribuindo chaves de aces-
so e códigos quando for o caso;

393
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XVIII - cientificar o membro ou servidor, bem como a adminis-
XIV - orientar e instruir os procedimentos de progressão funcio- tração superior, sobre qualquer erro ocorrido no processamento da
nal horizontal e vertical; folha que resultou em pagamentos errôneos bem como as provi-
XV - informar as progressões salariais dos servidores efetivos dências que serão tomadas a fim de sanar as irregularidades;
anualmente bem como do impacto financeiro do mesmo para Ge- XIX - elaborar e alterar os normativos infralegais que regula-
rência de Programação e Execução Orçamentária em tempo hábil a mentam as atividades que lhe compete desenvolver;
compor o PTA; XX - formalizar o resumo mensal da folha de pagamento para
XVI - elaborar e propor alteração dos normativos infralegais envio à unidade responsável para empenho;
que regulamentam as atividades que lhe compete desenvolver; XXI - transmitir as remessas referentes à folha de pagamento;
XVII - recepcionar e integrar pessoal; XXII - elaborar o planejamento anual de gastos com pessoal;
XVIII - buscar convênios junto a estabelecimentos comerciais e XXIII - efetuar, quando solicitado ou determinado, cálculo de
entidades nos mais diversos segmentos a fim de firmar parcerias e direito funcional de membros e servidores;
descontos que beneficiem os servidores da Defensoria; XXIV - assegurar a realização de procedimentos de descontos
XIX - exercer outras atividades compatíveis com as suas finali- em geral na folha de pagamento, quando determinado pela admi-
dades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Públi- nistração superior;
co-Geral. XXV - assegurar a disponibilização da Cédula C dos membros,
servidores ativos e inativos, para o ajuste anual de rendimentos pe-
SUBSEÇÃO III rante a Secretaria da Receita Federal do Brasil;
DA GERÊNCIA DE FOLHA DE PAGAMENTO XXVI - assegurar os registros referentes à folha de pagamento
na ficha funcional dos membros, servidores ativos e inativos;
Art. 80. A Gerência de Folha de Pagamento tem como missão XXVII - formalizar documentos requeridos pelos membros, ser-
gerir todas as situações referentes ao pagamento dos subsídios dos vidores ativos e inativos e ex-servidores, no que se refere à folha de
servidores e membros da Defensoria Pública do estado de Mato pagamento;
Grosso, bem como de encargos sociais, reembolso servidores cedi- XXVIII - prestar informações e/ou esclarecimentos aos mem-
dos, verbas indenizatórias e outras despesas afins, competindo-lhe bros, servidores ativos e inativos e demais interessados no que diz
ainda: respeito a matéria da gerência;
I - processar a folha de pagamento dos membros e servidores XXIX - propor melhorias para a consolidação do Sistema de Ges-
ativos e inativos; tão de Funcional;
II - emitir relatórios mensal da folha sintética; XXX - processar a folha de pagamento dos estagiários;
III - transmitir os dados referentes ao imposto de renda retido XXXI - encaminhar, tempestivamente, Relação Anual de Infor-
na fonte dos membros, servidores ativos e inativos à Secretaria da mação Social – RAIS - à Caixa Econômica Federal;
Receita Federal do Brasil, através da Declaração do Imposto de Ren- XXXII - fazer lançamento e conferência prévia quanto aos paga-
da Retido na Fonte (Dirf); mentos e informações de pessoas no sistema informatizado;
IV - transmitir mensalmente informações referentes à Contri- XXXIII - efetuar o provimento de novos servidores no sistema
buição Previdenciária e o Imposto de Renda Retido na Fonte aos RH, bem como a inserção destes na folha de pagamento;
órgãos competentes, e promover as retificações eventualmente XXXIV - efetuar, tempestivamente, os lançamentos de férias in-
necessárias; dividuais na folha de pagamento;
V - encaminhar Relação Anual de Informação Social - RAIS - à XXXV - efetuar lançamentos de gratificações legais a partir da
Caixa Econômica Federal; devida publicação, respeitada ainda a data do fechamento da folha
VI - elaborar os cálculos de valores das rescisões de contratos e de pagamento;
recolhimentos previstos; XXXVI - elaborar e propor alteração dos normativos infralegais
VII - emitir relatórios gerenciais de acompanhamento da folha que regulamentam as atividades que lhe compete desenvolver;
de pagamento no orçamento quando demandado pelo Defensor XXXVII - manter planilha de acompanhamento mensal dos lan-
Público-Geral; çamentos realizados em arquivo digital próprio;
VIII - instruir processos relacionados a diferenças salariais de XXXVIII - exercer outras atividades compatíveis com as suas
exercícios anteriores; finalidades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor
IX - elaborar cálculos de obrigações patronais dos membros e Público-Geral
dos servidores;
X - propor a ampliação, via web, de informações referentes à SEÇÃO IV
vida funcional do servidor; DA COORDENADORIA DE ORÇAMENTO, FINANÇAS E CONTA-
XI - encaminhar informações relacionadas a contribuição previ- BILIDADE
denciária dos servidores comissionados a Previdência Social - INSS;
XII - elaborar impacto de acréscimo nas despesas com pessoal Art. 81. A Coordenadoria de Orçamento, Finanças e Contabili-
e encargos sociais; dade tem como missão administrar diretrizes orçamentárias, finan-
XIII - planejar e avaliar orçamento da despesa de pessoal e en- ceiras e contábeis para assegurar o equilíbrio orçamentário e finan-
cargos sociais; ceiro e a correta evidenciação do patrimônio, direitos e obrigações
XIV - fazer lançamento e conferência da prévia de pagamento da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, competindo-lhe:
das informações de pessoas no sistema informatizado; I - promover o cumprimento das diretrizes e orientações ema-
XV - confeccionar a folha de pagamento e encaminhar para nadas dos dispositivos legais e infralegais aplicáveis, bem como do
aprovação do ordenador de despesa; sistema orçamentário, financeiro e contábil do Estado;
XVI - cancelar pagamentos, quando autorizado por lei ou deter- II - acompanhar a programação e execução das despesas das
minação superior; ações orçamentárias da Defensoria Pública;
XVII - descontar faltas não justificadas, quando autorizado por III - acompanhar a atualização da programação orçamentária e
lei ou determinação superior; financeira da Defensoria Pública;

394
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SUBSEÇÃO I
IV - supervisionar e controlar a execução orçamentária e finan- DA GERÊNCIA DE PROGRAMAÇÃO E EXECUÇÃO ORÇAMEN-
ceira;
TÁRIA
V - coordenar e orientar a elaboração da programação e a exe-
cução financeira, promovendo as intervenções necessárias quando Art. 82. A Gerência de Programação e Execução Orçamentá- ria
detectadas tendências ou situações que comprometam o equilíbrio tem como missão monitorar, avaliar e realizar as atividades de
das finanças da instituição; programação e execução orçamentária, visando à capacidade orça-
VI - propor políticas e práticas de gestão orçamentária, finan- mentária e operacional da Defensoria Pública do Estado de Mato
ceira e contábil; Grosso, competindo-lhe:
VII - avaliar os riscos orçamentários, financeiros e fiscais, pro- I - participar da elaboração da proposta orçamentária da insti-
pondo medidas e soluções para mitigação, controle e supressão de tuição, em conjunto com a Unidade de Apoio à Gestão Estratégica;
tais eventos; II - promover a articulação dos processos de trabalho da pro-
VIII - propor e analisar indicadores e prestar informações ge- posta da Lei Orçamentária Anual (LOA) no âmbito da instituição, em
renciais sobre a efetividade na gestão orçamentária, financeira, e conjunto com a Unidade de Apoio à Gestão Estratégica;
contábil na contribuição com os resultados; III - dar suporte na classificação orçamentária das despesas e
IX - monitorar e analisar indicadores sobre a efetividade na ges- suas fontes de financiamento na elaboração da proposta da Lei Or-
tão financeira e na contribuição com os resultados institucionais; çamentária Anual (LOA);
X - supervisionar a transmissão de pagamentos ao agente fi- IV - identificar o valor das despesas de caráter obrigatório e
nanceiro; continuado para elaboração da proposta orçamentária anual;
XI - acompanhar a elaboração das demonstrações contábeis e V - apoiar e prestar orientações técnicas e normativas na elabo-
relatórios destinados a compor a prestação de contas mensal e anu- ração da proposta da Lei Orçamentária Anual (LOA);
al da Defensoria Pública; VI - efetuar ajustes e consolidar a proposta orçamentária da
XII - acompanhar o cumprimento de prazos de entrega das de- instituição;
monstrações contábeis e relatórios de prestação de contas mensal VII - efetuar a conferência inicial do orçamento no Sistema FI-
e anual da Defensoria Pública; PLAN, em cada exercício financeiro;
XIII - coordenar e orientar o registro e a elaboração dos rela- VIII - prestar informações para controle interno e externo sobre
tórios contábeis, assegurando a correção dos registros no sistema a situação da execução orçamentária da Defensoria Pública;
FIPLAN; IX - analisar a necessidade, pertinência e o tipo da suplementa-
XIV - promover e homologar a conciliação das contas contábeis ção orçamentária, antes da solicitação de abertura de crédito adi-
com as disponibilidades no banco; cional à SEPLAN;
XV - subsidiar a gerência de contabilidade a efetivar a concilia- X - exercer o controle e acompanhamento da execução orça-
ção bancária da conta corrente; mentária e financeira ao longo do exercício financeiro, além dos
XVI - coordenar a elaboração das demonstrações contábeis e pedidos de créditos suplementares, especiais, extraordinários, anu-
coordenar o encaminhamento dos demais relatórios destinados a lação ou alteração de indicador de uso de acordo com a legislação
compor a prestação de contas mensal e anual da Defensoria Pública vigente;
aos Órgãos de Controle Interno e Externo; XI - proceder ajustes no orçamento da instituição, ao longo do
XVII - coordenar e acompanhar a conformidade contábil e do- exercício financeiro, após ser feita análise prévia da necessidade da
cumental; suplementação, através da solicitação de créditos adicionais e de
XVIII - implementar as políticas e práticas de gestão financeira; alteração de indicador de uso;
XIX - informar ao Defensor Público-Geral sobre todos os pro- XII - solicitar liberação de bloqueio orçamentário;
cessos de pagamento recebidos fora do prazo de vencimento que XIII - consolidar e disponibilizar informações e relatórios ge-
possam gerar qualquer prejuízo financeiro para instituição; renciais sobre a execução orçamentária das ações e programas da
XX - coordenar e orientar a elaboração e alteração, dos norma- Instituição;
tivos infralegais que regulamentam as atividades que lhe compete XIV - orientar e acompanhar anualmente as informações e
desenvolver, observando o procedimento traçado na Norma das avaliações da execução orçamentária de cada programa e ação da
Normas; Defensoria Pública no módulo do Relatório de Avaliação Governa-
XXI - confeccionar estudo técnico preliminar e termo de refe- mental - RAG, do FIPLAN;
rência para aquisição de todo e qualquer material ou serviço rela- XV - fornecer informações a Unidade de Apoio à Gestão Estra-
cionados a área de atuação; tégica na elaboração do Relatório de Gestão Anual;
XXII - acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos em sua XVI - zelar pela legalidade dos atos relativos à execução da des-
área de atuação, quando designados oficialmente para tanto; pesa da Instituição;
XXIII - planejar, organizar, dirigir, controlar e coordenar as atri- XVII - propor normas complementares e procedimentos pa-
buições inerentes as gerências da Coordenadoria; drões relativos à sua área de atuação;
XXIV - manter atualizados os cadastros da Defensoria Pública XVIII - emitir Pedido de Empenho - PED e Empenho Orçamen-
nos órgãos fazendários municipais, estaduais e federais; tário;
XXV - zelar pela regularidade fiscal da Defensoria Pública junto XIX - exercer outras atividades compatíveis com as suas finali-
à fazenda municipal, estadual e federal, tomando as providências dades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Públi-
necessárias; co-Geral.
XXVI - exercer outras atividades compatíveis com as suas fina-
lidades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Pú-
blico-Geral.

395
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - executar, organizar e controlar as atividades, registros e lan-
SUBSEÇÃO II çamentos contábeis;
DA GERÊNCIA FINANCEIRA II - controlar e analisar os processos pagos, bem como a presta-
ção de contas de adiantamentos;
Art. 83. A Gerência Financeira tem como missão administrar o III - solicitar ao Órgão Contábil Central do Estado a abertura,
ponto de equilíbrio financeiro, a solvência e adimplência de pa- alteração e encerramento das contas bancárias;
gamentos, segundo o fluxo financeiro da programação financeira IV - realizar baixa, reconhecimento e atualização da dívida fun-
institucional, de forma a otimizar o alcance dos objetivos da área dada no sistema informatizado FIPLAN;
meio e finalística da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, V - efetuar o integral registro de todos os atos potenciais, inclu-
minimizando o respectivo risco institucional, competindo-lhe: sive contratos, convênios e garantias contratuais;
I - orientar a elaboração da programação e da execução finan- VI - realizar a depreciação de bens móveis no sistema FIPLAN,
ceira, promovendo as intervenções necessárias quando detectadas em colaboração com a Gerência de Almoxarifado e Patrimônio Mo-
tendências ou situações que comprometam o equilíbrio das finan- biliário;
ças da Defensoria Pública; VII - realizar a conferência e o registro da incorporação e baixa
II - implementar as políticas e práticas de gestão financeira; de material permanente no Sistema Contábil vigente;
III - avaliar os riscos financeiros e fiscais, propondo medidas e VIII - orientar e controlar a execução do registro contábil no
soluções para mitigação, controle e supressão de tais eventos; âmbito da Defensoria Pública, observando as diretrizes e orienta-
IV - monitorar e analisar os indicadores de efetividade na ges- ções do Órgão Contábil Central do Estado;
tão financeira e na contribuição com os resultados institucionais; IX - proceder à conciliação e a correta escrituração dos bens de
V - identificar e registrar as receitas na unidade orçamentária; consumo e permanente, os exigíveis e realizáveis da unidade orça-
VI - acompanhar a execução financeira em conjunto com a Ge- mentária, inclusive, promovendo as ações necessárias para a corre-
rência de Programação e Execução Orçamentária; ta avaliação de seus componentes e provisão de perdas;
VII - identificar e registrar as receitas na unidade orçamentária, X - definir e controlar a execução do conjunto de ações neces-
adotando providências para assegurar o repasse em tempo hábil; sárias para regularizar pendências de caráter contábil, apontadas
VIII - exercer o acompanhamento e controle do fluxo de caixa, pelos Órgãos de Controle, no âmbito da unidade orçamentária;
adotando providências para garantir o equilíbrio entre fontes de re- XI - validar a carga inicial do orçamento, de restos a pagar e
ceitas e despesas vinculadas; saldos contábeis, de acordo com a legislação vigente e orientações
IX - exercer o acompanhamento e controle da programação fi- do Órgão Contábil Central do Estado;
nanceira, promovendo intervenções em situações que comprome- XII - compatibilizar os débitos registrados com os restos a pagar
tem o equilíbrio financeiro, requerendo bloqueio orçamentário na processados;
hipótese de frustação definitiva de fonte de receita financiadora das XIII - compatibilizar os registros contábeis específicos no que
despesas da unidade orçamentária; diz respeito a execução dos convênios e contratos;
X - monitorar o saldo das contas bancárias; XIV - manter o alinhamento das informações contábeis com os
XI - elaborar, acompanhar, avaliar e ajustar a programação fi- demais sistemas de gestão pública, não integrados ao Sistema Con-
nanceira nos limites dos tetos disponibilizados pelo Governo do tábil Oficial;
Estado; XV - realizar a conciliação contábil do movimento bancário e
XII - realizar a liquidação e o pagamento das despesas progra- financeiro de todos os valores disponibilizados e despendidos;
madas, aferindo sua conformidade de acordo com as legislações XVI - promover a regularização de inconsistências ou irregulari-
vigentes; dade, apontadas pela conciliação bancária;
XIII - efetuar a concessão das diárias e adiantamento no siste- XVII - elaborar a Prestação de Contas Contábeis Mensal e Anu-
ma FIPLAN; al, observadas as normas pertinentes e as diretrizes do Órgão Con-
XIV - monitorar o cumprimento das obrigações tributárias de- tábil Central do Estado;
correntes da folha de pagamento; XVIII - elaborar as demonstrações contábeis e efetuar o encami-
XV - controlar a execução financeira, de acordo com as orien- nhamento dos demais relatórios destinados a compor a prestação
tações emanadas do órgão central do sistema financeiro estadual; de contas mensal e anual aos Órgãos de Controle Interno e Externo;
XVI - apurar e relacionar, no final de cada exercício, as despesas XIX - elaborar balancetes mensais e balanços, conforme o que
a serem inscritas às contas de “Restos a Pagar”, cujo rol será subme- dispõe a Legislação específica;
tido ao responsável pela ordenação de despesa; XX - supervisionar o Relatório mensal de Contas dos Convênios
XVII - analisar a conformidade documental dos procedimentos, e Relatórios Trimestrais conclusivos de prestação de contas dos con-
antes de realizar os pagamentos das despesas; vênios, desenvolvido pela Coordenadoria de Gestão de Convênios
XVIII - exercer outras atividades compatíveis com as suas fina- e Parcerias;
lidades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Pú- XXI - aprimorar os Mecanismos de Registros Contábeis;
blico-Geral. XXII - aprimorar o plano de contas e utilizá-lo de acordo com a
legislação em vigor;
SUBSEÇÃO III
XXIII - manter organizada toda a documentação necessária ao
DA GERÊNCIA DE CONTABILIDADE exame dos controles interno e externo, cópias de contratos e con-
vênios em vigor, bem como a legislação e as normas regulamenta-
Art. 84. A Gerência de Contabilidade tem como missão realizar
res sobre Tomadas de Contas;
o lançamento sistemático e tempestivo de atos e fatos financeiros
XXIV - subsidiar as Tomadas de Contas anuais e extraordiná-
e patrimoniais, por meio da validação e consolidação dos registros
rias dos ordenadores de despesas e dos demais responsáveis por
contábeis, gerando a Prestação de Contas da Defensoria Pública do dinheiro, bens e valores da Defensoria Pública;
Estado de Mato Grosso aos órgãos de controle bem como garantir a
confiabilidade dos dados contábeis, dentro da legislação, por meio
de suas atribuições, competindo-lhe:

396
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
III - coordenar o acesso e as atividades desempenhadas nos Sis-
XXV - produzir informações necessárias, relativas aos encargos temas de Convênios do Estado e da União, no âmbito da Defensoria
sociais e fiscais, para o cumprimento das obrigações principais e Pública do Estado de Mato Grosso;
acessórias, à Receita Federal do Brasil, aos Estados da Federação e IV - promover a gestão do conhecimento nas atividades de ce-
às Prefeituras Municipais e outras entidades a que a entidade a que lebração, execução e prestação de contas de convênios, instrumen-
representa força da natureza da atividade desenvolvida, nas quais é tos congêneres e parcerias da Instituição;
obrigada a manter cadastro; V - acompanhar e supervisionar a elaboração, execução e pres-
XXVI - exercer outras atividades compatíveis com as suas fina- tação de contas dos instrumentos de convênios, instrumentos con-
lidades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Pú- gêneres e parcerias, no âmbito da Defensoria Pública do Estado de
blico-Geral. Mato Grosso;
Parágrafo único. O cargo comissionado de Gerente de Contabi- VI - manter arquivos e banco de dados sobre os instrumentos
lidade somente poderá ser ocupado por servidor efetivo de carreira de convênios, congêneres, parcerias e demais documentos deles
com formação superior na área de ciências contábeis. decorrentes;
VII - disponibilizar informações para projeções de receitas de
SUBSEÇÃO IV transferências voluntárias por ingresso e acompanhar a realização
DA GERÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS das receitas de convênios;
VIII - prestar informações relativas aos convênios, instrumentos
Art. 85. A Gerência de Prestação de Contas tem como missão congêneres e parcerias celebrados pela Entidade;
gerenciar a adimplência das prestações de contas das despesas re- IX - coordenar o registro dos convênios, instrumentos congê-
alizadas por servidores e membros com recursos da Defensoria Pú- neres, parcerias e respectivos aditivos junto aos sistemas coorpora-
blica do Estado de Mato Grosso, competindo-lhe: tivos de convênios do Estado e da União e aos órgãos de controle;
I - analisar as prestações de contas dos processos de despesas X - confeccionar projetos e buscar convênios com a finalidade
de diárias e adiantamento; de viabilizar transferência de recursos à Defensoria;
II - manter e atualizar planilha de controle; XI - coordenar e orientar a elaboração e alteração, dos norma-
III - encaminhar as prestações de contas de adiantamentos para tivos infralegais que regulamentam as atividades que lhe compete
análise do ordenador de despesa; desenvolver, observando o procedimento traçado na Norma das
IV - classificar as despesas realizadas de acordo com os sub- Normas;
-elementos de despesas estabelecidos no Manual de Elaboração do XII - confeccionar estudo técnico preliminar e termo de refe-
PTA/LOA vigente; rência para aquisição de todo e qualquer material ou serviço rela-
V - monitorar e realizar a baixa da Prestação de Contas de diá- cionados a área de atuação;
rias no sistema informatizado FIPLAN; XIII - acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos em sua
VI - analisar a Prestação de Contas de adiantamento/suprimen- área de atuação, quando designados oficialmente para tanto;
to de fundos e providenciar a baixa no sistema informatizado FI- XIV - planejar, organizar, dirigir, controlar e coordenar as atri-
PLAN; buições inerentes as gerências da Coordenadoria;
VII - monitorar e elaborar relatórios sobre a despesa executada XV - realizar tratativas preliminares e confeccionar minutas de
com o maior nível de detalhamento; termos de doação/cessão de bens, monitorando a vigência dos ins-
VIII - subsidiar as comissões de tomada de contas especiais ins- trumentos;
tauradas na Defensoria Pública; XVI - exercer outras atividades compatíveis com as suas finali-
IX - orientar os beneficiários de diárias e adiantamento, no que dades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Públi-
tange ao procedimento de prestação de contas, conforme as nor- co-Geral.
mativas estabelecidas na legislação vigente;
X - acompanhar e solicitar o encaminhamento das prestações SUBSEÇÃO I
de contas em atraso; DA GERÊNCIA DE ELABORAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE CON-
XI - registrar, solicitar autorização e emitir guias de crédito de VÊNIOS E PARCERIAS
verba (GCV) das devoluções de numerário realizadas pelos benefi-
ciários; Art. 87. A Gerência de Elaboração de Instrumentos de Convê-
XII - exercer outras atividades compatíveis com as suas finali- nios e Parcerias tem como atribuições:
dades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Pú- I - formalizar de acordo com as normas do Tribunal de Contas
blico-Geral. do Estado os procedimentos referentes a convênios, ajustes e con-
gêneres e respectivos termos aditivos ou de rescisão e prestações
SEÇÃO V de contas, bem como manter arquivo que deverá estar à disposição
DA COORDENADORIA DE GESTÃO DE CONVÊNIOS E PARCE- do controle interno e externo, que poderá requisitá-los a qualquer
RIAS tempo;
II - elaborar e formalizar minutas de convênios, instrumentos
Art. 86. A Coordenadoria de Gestão de Convênios e Parcerias congêneres e parcerias, bem como os termos aditivos;
tem como missão promover o fortalecimento institucional através III - promover o cumprimento das normas e rotinas de traba-
da elaboração, execução e prestação de contas dos instrumentos lho, verificando constar o rol de documentos legais exigidos visando
de convênios, instrumentos congêneres e parcerias, no âmbito da à perfeita regularidade do procedimento;
Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, competindo-lhe: IV - providenciar a publicação dos extratos dos termos de con-
I - elaborar, coordenar, acompanhar e controlar o processo de vênio, instrumentos congêneres e parcerias firmadas, no Diário Ofi-
execução de convênios e parcerias diversas, observando as diretri- cial do Estado;
zes e metas traçadas para o desenvolvimento da Defensoria Pública; V - registrar a publicação dos convênios, instrumentos congê-
II - apresentar, anualmente, o relatório das atividades desen- neres e parcerias, bem como os termos aditivos nos sistemas exi-
volvidas; gidos;

397
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SEÇÃO VI
VI - acompanhar e orientar o proponente e ou cooperante, do
DA COORDENADORIA ADMINISTRATIVA SISTÊMICA
início à finalização do convênio;
VII - dar suporte às unidades setoriais da Defensoria Pública na Art. 89. A Coordenadoria Administrativa Sistêmica tem como
elaboração de proposta de convênios, congêneres e parcerias; missão supervisionar e orientar os processos relacionados ao pa-
VIII - providenciar o registro dos convênios, instrumentos con- trimônio móvel e imóvel, aos materiais, aos serviços terceirizados,
gêneres e parcerias e respectivos aditivos junto aos órgãos de con- ao transporte, ao apoio logístico, aos documentos e ao suporte ad-
trole; ministrativo à atividade finalística da instituição, com eficiência e
IX - elaborar os relatórios mensais e anuais de convênios e seus eficácia, visando a implementação dos processos e atividades da
aditivos firmados para o encaminhamento ao Tribunal de Contas do Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, competindo-lhe:
Estado; I - acompanhar o desempenho na prestação de serviços de
X - exercer outras atividades compatíveis com as suas finalida- transportes, apoio logístico e gestão do consumo de combustível;
des que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Público- II - programar, coordenar e executar os serviços de transporte
-Geral. de pessoas e materiais, atendendo às solicitações de membros e
servidores da Instituição;
SUBSEÇÃO II
III - programar a manutenção preventiva dos veículos, bem
DA GERÊNCIA DE EXECUÇÃO E PRESTAÇÃO DE CONTAS DE
como fiscalizar a documentação e apólices de seguro dos veículos
CONVÊNIOS E PARCERIAS e habilitação dos motoristas em conjunto com a Gerência de Trans-
portes;
Art. 88. À Gerência de Execução e Prestação de Contas de Con-
IV - acompanhar e coordenar o planejamento e uso dos bens
vênios e Parcerias, compete-lhe:
de consumo e bens permanentes;
I - acompanhar a liberação de recursos destinados a execução
V - acompanhar e coordenar o desempenho da gestão de docu-
de convênios, instrumentos congêneres e parcerias;
mentos e de arquivos da instituição;
II - acompanhar e dar suporte na execução do convênio, instru-
VI - acompanhar e coordenar o desempenho da prestação de
mentos congêneres e parcerias;
serviços terceirizados pela instituição, zelando pelo cumprimento
III - acompanhar e controlar os acordos e convênios de dispo-
regular e tempestivo das cláusulas contratuais pelas empresas con-
nibilidade de pessoal;
tratadas e pela própria instituição;
IV - alimentar os sistemas de Convênio do Estado, da União e
VII - acompanhar e coordenar o regular cumprimento dos con-
ou outros sistemas similares, com os dados da execução e prestação
tratos de locação de bens móveis e imóveis da instituição, contri-
de contas, do instrumento formalizado;
buindo para o aperfeiçoamento da gestão e das futuras contrata-
V - elaborar as prestações de contas dos convênios, instrumen-
ções pela instituição;
tos congêneres e parcerias, em conjunto com as áreas técnicas e
VIII - planejar reposição dos materiais de expediente e consu-
demais unidades da Instituição, encaminhando-as ao órgão conce-
mo;
dente e ou cooperante;
IX - programar a aquisição de materiais através da solicitação
VI - acompanhar vigência dos convênios, instrumentos congê-
de abertura de procedimento licitatório para registro de preço;
neres e parcerias no âmbito da Instituição ou entidade partícipe; X - prestar informações e assistir a Comissão de Licitação/Pre-
VII - acompanhar, junto às áreas executoras, os prazos de exe- gão;
cução, mantendo-as informadas quanto aos prazos de vigência dos
XI - organizar, coordenar, executar e controlar os serviços de
convênios e instrumentos congêneres, pedidos de renovação e ou- recepção e armazenagem de materiais;
tros atos processuais necessários; XII - organizar, coordenar e controlar a distribuição de materiais
VIII - acompanhar e controlar a tramitação dos processos re- às unidades solicitantes;
lacionados com convênios e aditivos junto aos setores internos, vi- XIII - emitir relatórios para controle de consumo de materiais;
sando atender às exigências e agilizar a conclusão destes; XIV - orientar as unidades operacionais, quanto à forma de re-
IX - manter atualizado o arquivo digital contendo informações quisição e utilização de materiais;
dos convênios e outros ajustes celebrados, garantindo sua disponi- XV - organizar e manter o cadastro de bens móveis e imóveis da
bilidade no Portal da Transparência; Defensoria Pública;
X - registrar as informações referentes à execução e prestação XVI - preparar processos de alienação de bens móveis conside-
de contas instrumentos de convênios, congêneres e parcerias, no rados em desuso ou inservíveis, na forma da Lei;
âmbito da Defensoria Pública, nos sistemas de Convênio do Estado, XVII - controlar, fiscalizar e sugerir novas propostas no que se
da União e ou outros sistemas similares; referir ao patrimônio, cargas, transportes, distribuição e controle;
XI - analisar as prestações de contas dos convênios, congêne- XVIII - receber as ordens de fornecimento e de serviço emitidas
res e parcerias, bem como da aplicação dos recursos, no âmbito da e acompanhar a entrega do bem/serviço junto ao fiscal que irá pro-
Defensoria Pública; videnciar o atesto da nota fiscal, delegando a incumbência à Gerên-
XII - efetuar a fiscalização dos atos processuais de convênios e cia respectiva, se necessário;
seus respectivos aditivos, pronunciando-se sobre eventuais falhas, XIX - receber todos os procedimentos de pagamento verificar a
omissões ou irregularidades que observar, submetendo-as à apre- sua conformidade, providenciar a juntada de certidões pertinentes,
ciação; proceder com a verificação dos atestos e encaminhar para paga-
XIII - emitir, quando necessário, notificação ao proponente ou mento;
cooperante para saneamento de irregularidades identificadas na XX - praticar atos e medidas que se enquadrem nas atribuições
análise da prestação de contas, encaminhando inclusive, quando do setor;
necessário, processo para tomada de contas especial; XXI - acompanhar e coordenar todos os trabalhos executados
XIV - exercer outras atividades compatíveis com as suas finali- pelas gerências que lhe estão subordinadas;
dades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Públi-
co-Geral.

398
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II - exercer o controle geral dos bens integrantes do patrimô-
XXII - acompanhar o ligamento e desligamento de energia elé- nio da Defensoria Pública, conservando atualizado o inventário da
trica, bem como manter arquivo digital das unidades consumidoras Instituição;
de energia dos imóveis sob responsabilidade da Defensoria Pública; III - manter o registro individual dos bens da Instituição, con-
XXIII - coordenar e orientar a elaboração e alteração, dos nor- tendo as seguintes informações: descrição, valor, localização, esta-
mativos infralegais que regulamentam as atividades que lhe com- do de conservação, número do registro patrimonial e funcionário
pete desenvolver, observando o procedimento traçado na Norma responsável pela guarda;
das Normas; IV - realizar o recebimento físico de bens/materiais e efetuar a
XXIV - confeccionar estudo técnico preliminar e termo de refe- conferência qualitativa e quantitativa junto a Ata de Registro de
rência para aquisição de todo e qualquer material ou serviço rela- Preço ou outro instrumento congênere;
cionados a área de atuação; V - solicitar apoio técnico para recebimento e conferências das
XXV - acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos em sua especificações de bens/matérias das áreas de Engenharia e Infor-
área de atuação, quando designados oficialmente para tanto; mática quando exigirem conhecimento técnico específico;
XXVI - planejar, organizar, dirigir, controlar e coordenar as atri- VI - recusar recebimento dos materiais caso as especificações
buições inerentes as gerências da Coordenadoria; estejam diversas das estabelecidas nos instrumentos citados no In-
XXVII - exercer outras atividades compatíveis com as suas fi- ciso IV, bem como informar a administração superior da recusa para
nalidades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor que a mesma tome as medidas adequadas devido a inexecução par-
Público-Geral. cial do contrato;
VII - realizar a incorporação e baixa de bens/materiais no pa-
SUBSEÇÃO I trimônio;
DA GERÊNCIA DE PROTOCOLO E ARQUIVO DE DOCUMENTOS VIII - realizar a movimentação de bens móveis permanentes;
IX - auxiliar a comissão de inventário na elaboração do inven-
Art. 90. As atividades do sistema de protocolo e arquivo serão tário físico e financeiro dos bens móveis pertencentes ao órgão ou
desempenhadas nesta gerência, competindo-lhe: entidade;
I - registrar, autuar, tramitar, informar e distribuir os documen- X - programar, organizar, controlar e executar as atividades re-
tos; lacionadas ao patrimônio mobiliário, conforme normas e procedi-
II - gerir o Sistema Informatizado de Protocolo e capacitar os mentos técnicos estabelecidos pelo próprio setor e pela legislação
usuários; vigente;
III - disseminar as normas e procedimentos técnicos das ativi- XI - apresentar dados e prestar informações para atender au-
dades de protocolo; ditorias, diligências ou consultas, dentro do prazo estabelecido à
IV - orientar o arquivamento dos documentos no arquivo cor- unidade requisitante e ao controle interno e externo;
rente e a transferência para o Arquivo Intermediário ou recolhimen- XII - levantar e consolidar a necessidade de aquisição de bens
to para o Arquivo Permanente; de consumo e solicitar aquisição;
V - arquivar os documentos no Arquivo Permanente; XIII - realizar a movimentação de bens de consumo por trans-
VI - proceder a eliminação dos documentos que já cumpriram o ferência ou doação;
prazo de guarda, em conformidade com a legislação vigente; XIV - realizar descarte de bens de consumo obsoletos em con-
VII - orientar a aplicação dos instrumentos de gestão docu- formidade com a legislação vigente;
mental, como o Código de Classificação de Documentos, Tabela de XV - realizar medidas de segurança patrimonial dos bens mó-
Temporalidade de Documentos e formulários padrões, em confor- veis da Defensoria Pública;
midade com o Manual de Procedimentos Técnicos de Gestão de XVI - realizar, em colaboração com a Gerência de Contabilida-
Documentos do Estado; de, a depreciação de bens móveis;
VIII - acompanhar a atualização do Código de Classificação de XVII - produzir relatório de movimentação patrimonial de bens
Documentos e a Tabela de Temporalidade de Documentos, sempre móveis a ser encaminhado ao setor contábil, relativo às entradas,
que necessário; baixas, saldos anteriores, saldos atuais, depreciações do mês e acu-
IX - disseminar normas que regulam sobre o acervo documen- mulada, valores de avaliação inicial ou redução ao valor recuperável
tal, seja por meio físico ou eletrônico, garantindo a conformidade conforme legislação;
no uso e o sigilo requerido; XVIII - controlar o trânsito interno de bens móveis;
X - cuidar da distribuição de expedientes e processos, no prazo XIX - promover a redistribuição de bens e materiais ociosos; XX-
máximo de 24 (vinte e quatro) horas, a contar do recebimento; formular anualmente o relatório total de bens da Defenso-
XI - exercer outras atividades compatíveis com as suas finali- ria Pública;
dades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Pú- XXI - zelar pelo trâmite de doação de bens móveis, exceto
blico-Geral. quanto às tratativas preliminares e à confecção do respectivo ins-
trumento;
SUBSEÇÃO II XXII - controlar a entrada e saída dos materiais armazenados
DA GERÊNCIA DE ALMOXARIFADO E PATRIMÔNIO MOBILIÁ- no estoque;
RIO XXIII - zelar pelo armazenamento correto e distribuição segura
dos materiais;
Art. 91. A Gerência de Almoxarifado e Patrimônio Mobiliário XXIV - informar ao Coordenador os níveis de estoques dispo-
tem como missão prover bens móveis para a execução das ativida- níveis;
des da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, observados os XXV - organizar o abastecimento e envio de materiais para to-
requisitos de qualidade, eficiência e tempestividade, competindo dos os núcleos, tanto da Capital quanto do interior do Estado;
lhe: XXVI - exercer outras atividades compatíveis com as suas fina-
I - levantar e consolidar a necessidade de aquisição de bens/ lidades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Pú-
materiais e solicitar aquisição; blico-Geral.

399
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XIX - gerir o consumo de água, energia elétrica e telefonia fixa e
SUBSEÇÃO III móvel de todos os núcleos da Defensoria Pública a fim de ser possí-
DA GERÊNCIA DE PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO E GESTÃO DE vel apurar o custo fixo por unidade;
SERVIÇOS XX - efetuar a conferência da regularidade de toda documen-
tação encaminhada junto com a Nota Fiscal em procedimento de
Art. 92. A Gerência de Patrimônio Imobiliário e Gestão de pagamento de serviço terceirizado;
Serviços tem como missão realizar a gestão do patrimônio imobi- XXI - acompanhar o ligamento e desligamento de energia elé-
liário e dos serviços terceirizados, não geridos por outros setores trica, bem como manter arquivo digital das unidades consumidoras
administrativos da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, de energia dos imóveis sob responsabilidade da Defensoria Pública;
observados os requisitos de qualidade, eficiência e tempestividade, XXII - exercer outras atividades compatíveis com as suas fina-
competindo-lhe: lidades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Pú-
I - programar, organizar, controlar e executar as atividades blico-Geral.
relacionadas ao patrimônio imobiliário, conforme normas e pro-
cedimentos técnicos estabelecidos pela legislação vigente e pelo SUBSEÇÃO IV
próprio setor em colaboração com a Unidade de Apoio à Gestão DA GERÊNCIA DE RELACIONAMENTO E SUPORTE AOS NÚCLE-
Estratégica; OS DA DEFENSORIA PÚBLICA
II - apresentar dados e prestar informações para atender au-
ditorias, diligências ou consultas, dentro do prazo estabelecido à Art. 93. A Gerência de Relacionamento e Suporte aos Núcleos
unidade requisitante e ao controle interno e externo; da Defensoria Pública tem como missão realizar o primeiro atendi-
III - manter cadastro atualizado dos imóveis locados, bem como mento às demandas advindas dos Núcleos da Defensoria Pública da
controlar e registrar os gastos mensais com aluguel de imóveis; região metropolitana da capital e do interior do Estado de Mato
IV - organizar, manter cadastro e registro do patrimônio imo- Grosso, observados os requisitos de qualidade, eficiência e tempes-
biliário; tividade, competindo lhe especialmente:
V - encaminhar aos setores e órgãos responsáveis, com todos I - oferecer assistência aos Núcleos da Defensoria Pública da
os documentos necessários à efetivação da averbação na matrícula, região metropolitana da capital e do interior do Estado de Mato
quando da realização de novas construções e ampliações da estru- Grosso;
tura física, em imóveis que lhe estejam afetados; II - coordenar e executar as atividades necessárias para o bom
VI - manter sob sua guarda e responsabilidade cópia dos do- andamento das solicitações de suporte às atividades desenvolvidas
cumentos, títulos e processos relativos ao patrimônio imóvel dos pelos núcleos da Defensoria Pública na região metropolitana da ca-
quais a Defensoria Pública detenha o domínio ou posse; pital e no interior do Estado;
VII - providenciar as regularizações documentais imobiliárias, III - programar, organizar, controlar e executar as atividades
fornecendo subsídios para os atos legais relativos ao registro imo- relacionadas a adiantamento conforme normas e procedimentos
biliário dos imóveis adquiridos ou desapropriados no interesse da técnicos estabelecidos pela legislação vigente e pelo próprio setor;
instituição; IV - apresentar dados e prestar informações para atender au-
VIII - providenciar/assessorar, perante a municipalidade, o al- ditorias, diligências ou consultas, dentro do prazo estabelecido à
vará de localização e funcionamento, a imunidade de IPTU dos imó- unidade requisitante e ao controle interno e externo;
veis sob responsabilidade da Defensoria Pública; V - receber as demandas dos núcleos de bens/materiais, dili-
IX - (revogado); (Redação dada pela Portaria nº 310, de 2021) genciar buscando o atendimento;
X - auxiliar a comissão de inventário na elaboração do inventá- VI - prestar informações requeridas pela Administração Supe-
rio físico e financeiro dos bens imóveis pertencentes ao órgão; rior;
XI - (revogado); (Redação dada pela Portaria nº 310, de 2021) VII - providenciar a emissão e acompanhar vencimento dos
XII - (revogado); (Redação dada pela Portaria nº 310, de 2021) Certificados Digitais dos Defensores Públicos;
XIII - realizar, em colaboração com a Gerência de Contabilidade, VIII - efetuar estudo preliminar da demanda de bens/materiais
a depreciação de bens imóveis; dos núcleos para o exercício seguinte, encaminhar o mesmo para
XIV - realizar incorporação e baixa do patrimônio imóvel da De- Coordenadoria de Aquisição após aprovação do Defensor Público
fensoria Pública; Geral;
XV - produzir relatório de movimentação do patrimônio imóvel IX - elaborar relatórios de troca e aquisição de bens móveis e
a ser encaminhado ao setor contábil, relativo às entradas, baixas, imóveis solicitados pelos Coordenadores dos Núcleos;
saldos anteriores, saldos atuais, depreciações do mês e acumulada, X - exercer outras atividades compatíveis com as suas finalida-
valores de avaliação inicial ou redução ao valor recuperável confor- des que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Público-
me legislação; -Geral.
XVI - programar, organizar, controlar e executar as atividades
relacionadas a prestação dos serviços não geridos por outras gerên- SUBSEÇÃO V
cias da Defensoria Pública, conforme normas e procedimentos téc- DA GERÊNCIA DE TRANSPORTE E APOIO LOGÍSTICO
nicos estabelecidos pela legislação vigente e pela própria gerência;
XVII - levantar, consolidar a necessidade de aquisição e realizar Art. 94. A Gerência de Transporte e Apoio Logístico tem como
gerenciamento referente a serviços gerais, de limpeza, de jardina- missão gerenciar o desempenho na prestação de serviços de trans-
gem, de recepção, de copeiragem, de segurança, de vigilância, en- porte e apoio logístico da Defensoria Pública, observados os requisi-
tre outros, e solicitando contratação; tos de qualidade, eficiência e tempestividade, competindo lhe:
XVIII - manter quadro atualizado dos locais, dimensões e quan- I - gerir e prover serviços de transporte e logística, propondo
titativo de mão de obra necessários à execução dos serviços tercei- soluções para conciliar os métodos de trabalho nas diferentes regi-
rizados, incluindo aqueles prestados por reeducandos contratados ões de atendimento;
sob regime da Lei de Execução Penal; II - gerir o uso, a conservação e a legalidade da frota da Institui-
ção, própria ou locada;

400
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
V - promover a divulgação, no âmbito de suas competências,
III - realizar controle das escalas de serviços; de informações de interesse coletivo ou geral nos termos da Lei de
IV - monitorar as informações de abastecimento de combus- Acesso à informação;
tível; VI - planejar, organizar, dirigir, controlar e coordenar as atribui-
V - levantar e consolidar a demanda de consumo de combustí- ções inerentes as gerências da Coordenadoria;
vel do órgão; VII - coordenar, organizar, planejar e consolidar a elaboração do
VI - manter cadastro atualizado da frota de veículos próprios e Plano Anual de Aquisições da Defensoria Pública;
terceirizados do órgão; VIII - coordenar e orientar a gestão do Plano Anual de Aquisi-
VII - gerir e fiscalizar os contratos de combustível, lavagem e ções e acompanhar a execução dos contratos da instituição;
locação de veículos da instituição, quando formalmente designado IX - orientar a execução do plano de aquisições, conforme ne-
para tanto; cessidades da instituição, padrões e normas estabelecidas, junto ao
VIII - realizar o transporte de bens móveis diversos, equipa- setor técnico competente;
mentos e materiais, assim como o deslocamento de servidores e X - manter meios de informação e de orientação para elabora-
Defensores Públicos; ção do plano de aquisição;
IX - zelar pela conservação e manutenção dos veículos oficiais, XI - recepcionar todos os processos que visam aquisição, de-
comunicando ao Diretor Geral as falhas verificadas, bem como soli- vidamente instruídos com o Estudo Técnico Preliminar propondo
citar os pertinentes reparos; adequações se constatada a necessidade, devolvendo o processo
X - informar ao Diretor Geral a necessidade de aquisição de no- ao setor requisitante, se for o caso
vos veículos para a frota da Defensoria Pública; XII - utilizar o estudo técnico preliminar elaborado pela área
XI - promover e fiscalizar o recolhimento diário dos veículos em técnica competente ou setor demandante, a fim de subsidiar os
local apropriado; processos de aquisição ou registro de preços;
XII - acompanhar o vencimento e contratação de seguro civil, XIII - recepcionar e convalidar Projetos Básicos ou Termos de
licenciamento e seguro obrigatório da frota própria da Defensoria; Referência, orientando as unidades nos ajustes requeridos;
XIII - executar tarefas relacionadas à condução adequada de XIV - coordenar e orientar a elaboração dos Termos de Referên-
veículos oficiais; cia e Projetos Básicos, com base nos Estudos Técnicos Preliminares
XIV - realizar o transporte de documentos e processos a outros elaborados pela área técnica competente ou setor demandante,
órgãos públicos ou privados, ou a outros órgãos da própria Defen- devidamente aprovados pela Autoridade Superior competente;
soria Pública, mediante registro de protocolo; XV - coordenar os procedimentos de aquisição por inexigibili-
XV - zelar pela conservação e manutenção dos veículos oficiais, dade ou dispensa de licitação;
comunicando ao Diretor Geral as falhas verificadas, bem como soli- XVI- coordenar e acompanhar a elaboração de justificativas
citando os pertinentes reparos; acerca de dispensa ou inexigibilidade;
XVI - fiscalizar a validade da habilitação dos motoristas e servi- XVII - coordenar a fase interna do procedimento de licitação
dores que dirigem a frota de veículos da Defensoria Pública; para todas as modalidades previstas legalmente;
XVII - verificar in loco os serviços de manutenção, nos casos de XVIII - recepcionar o processo administrativo, devidamente
dúvidas suscitadas; autuado com reserva orçamentária e autorização para abertura de
XVIII - exercer outras atividades compatíveis com as suas fina- procedimento licitatório, formalizando-o, na forma e condições es-
lidades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Pú- tabelecidas na legislação federal e estadual específicas;
blico-Geral. XIX - identificar e propor qual modalidade licitatória, em con-
formidade com a legislação que rege a matéria, atende ao interesse
SEÇÃO VII
público na situação concreta, submetendo à apreciação da autori-
DA COORDENADORIA DE AQUISIÇÕES E CONTRATOS dade superior;
XX - acompanhar, orientar e avaliar a elaboração de minuta de
Art. 95. A Coordenadoria de Aquisições e Contratos, como uni-
edital e seus anexos, tempestivamente;
dade de administração sistêmica, tem como missão coordenar e
XXI - coordenar, acompanhar, supervisionar as publicações (avi-
promover as aquisições e contratações de bens, serviços e obras,
sos, resultados, retificações, etc.) relativas aos procedimentos licita-
bem como acompanhar a execução dos contratos dos quais a De-
tórios no sítio da Defensoria Pública e Diário Oficial;
fensoria Pública do Estado de Mato Grosso for parte, de acordo com
XXII - informar-se junto à Comissão de Licitação/Pregão acerca
as prioridades, padrões e parâmetros legais estabelecidos, contri-
do andamento da fase externa do processo de licitação, visando ao
buindo com as rotinas e resultados organizacionais, competindo-
acompanhamento dos prazos para tomada de decisão quanto à re-
-lhe:
percussão nos procedimentos administrativos;
I - disseminar políticas, diretrizes, conhecimentos práticos e te-
XXIII - repassar ao Presidente da Comissão de Licitação ou ao
óricos, e normas de aquisições e contratos na instituição e propor
Pregoeiro as solicitações de terceiros, inclusive Tribunal de Contas,
melhorias nos processos setoriais;
acerca dos julgamentos e de decisões tomadas na sessão pública
II - promover orientação e exercer o acompanhamento e con-
para apresentação de justificativas;
trole do cumprimento de normas e procedimentos que regulam o
XXIV - recepcionar os processos licitatórios advindos da Comis-
sistema de aquisições e contratos na organização, bem como atuar
são de Licitação/Pregão com as respostas concedidas aos pedidos
sobre anomalias;
de esclarecimento ou impugnação que propõe alteração do edital,
III - diagnosticar necessidades de melhorias dos métodos, no
bem como a minuta do adendo proposto pela área técnica para en-
âmbito administrativo, aplicados em licitações e aquisições de bens
caminhamento à Autoridade Superior, em se tratando de alteração
ou serviços;
substancial, para autorização superior.
IV - consolidar e disponibilizar informações para os órgãos de
XXV - acompanhar e avaliar permanentemente as atualizações
controle interno e externo, Ministério Público e órgãos do Judiciário
realizadas referentes ao cadastro de fornecedores;
e propor medidas de melhorias sobre inconformidades identifica-
das;

401
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XLIII - exercer o acompanhamento e controle do cumprimen-
XXVI - propor e manter mecanismos de registro e coleta de in- to das disposições contratuais e propor a adoção de providências
formações sobre preços de referência a serem utilizados nos pro- legais que se fizerem necessárias, na hipótese de inadimplemento,
cessos licitatórios; baseada nas informações devidamente fundamentadas, dos fiscais
XXVII - coordenar a realização dos orçamentos estimados, de contrato;
apresentados em planilhas de quantitativos e preços unitários dos XLIV - exercer o acompanhamento e controle dos processos de
bens ou serviços a serem adquiridos através de licitação, dispensa notificação, apuração de responsabilidades e definição de penalida-
ou inexigibilidade, com o auxílio da área técnica responsável ou do des de fornecedores por descumprimento contratual;
setor solicitante; XLV - dar suporte e orientar os fiscais de contratos em conjunto
XXVIII - orientar, coordenar e supervisionar a Central de Cota- com a gerência responsável;
ções da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso; XLVI - acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos em sua
XIX - expedir Ordem de Cotação em procedimento próprio, área de atuação, quando designados oficialmente para tanto;
enumerada, com endereçamento ao Servidor Público responsá- vel, XLVII - efetuar levantamento de dados estatísticos relativos às
com prazo de execução, com a classificação do documento e atividades de aquisição, previsão;
informações mínimas para elaboração do Relatório de Pesquisa de XLVIII - informar à Diretoria Geral, à Secretaria Executiva de
Preço; Administração e ao Defensor Público-Geral e ao órgão central do
XXX - classificar o procedimento de Ordem de Cotação para Sistema de Controle Interno quaisquer irregularidades ou suspeita
modalidade Pregão, no Sistema de Protocolo da Instituição, como de irregularidades ocorridas durante a realização de quaisquer pro-
sigiloso e credenciar os órgãos de controle interno e aqueles que cedimentos licitatórios;
tenham necessidade de conhecê-lo, nos termos do art. 25, §1º da XLIX - exercer o acompanhamento e controle de indicadores de
Lei nº 12.527/2011; desempenho dos processos de aquisição e de gestão de contratos,
XXXI. Nos casos em que a Autoridade Superior competente de- bem como das informações sobre a qualidade dos bens, serviços e
terminar que seja atribuído Grau de Sigilo ao Relatório de Pesquisa obras contratados;
de Preço, fazer constar expressamente os seguintes elementos na L - avaliar na sua área de atuação os riscos financeiros e fiscais,
Ordem de Cotação ou em manifestação no procedimento: propondo medidas e soluções para mitigação, controle e supressão
a) Assunto sobre o qual versa a informação; de tais eventos;
b) Fundamento da classificação, observados os critérios esta- LI - zelar pela conformidade dos processos, adotando as provi-
belecidos no art. 24, §1º, §4º e §5º da Lei nº 12.527/11 e art. 15, dências legais que se fizerem necessárias;
§1º do Decreto Federal nº 10.024/2019; LII - providenciar a implantação dos planos de providências en-
c) Indicação do prazo de sigilo, estabelecido para o fim da fase caminhados pela Unidade de Controle Interno pelo Defensor Públi-
de lances do Pregão Presencial ou Eletrônico; co Geral;
d) Identificação da autoridade que a classificou. LIII - disponibilizar as informações e arquivos de documentos
XXXII - coordenar as aquisições mediante Ata de Registro de necessários para alimentação do Portal Transparência e Sistemas
Preços, dispensa ou inexigibilidade, com o cadastro das aquisições de Órgãos de Controle, zelando pelo cumprimento dos prazos e exi-
no sistema administrativo e controle setorial; gências legais;
XXXIII - coordenar e acompanhar a emissão ou cancelamento LIV - expedir informações e relatórios sobre as licitações de
das ordens de serviço e de fornecimento, observando-se a restitui- aquisições de bens e serviços à Coordenadoria de Orçamento, Fi-
ção dos saldos de valor e quantitativo cadastrados, nos termos do nanças e Contabilidade, a fim de consolidar informações do balan-
inciso anterior; cete mensal e balanço geral da Defensoria Pública;
XXXIV - acompanhar a emissão de ordens de serviço e de forne- LV - coordenar e orientar a elaboração e alteração, dos norma-
cimento e encaminhá-las à Coordenadoria Administrativa Sistêmi- tivos infralegais que regulamentam as atividades que lhe compete
ca, para as providências quanto ao atesto e pagamento; desenvolver, observando o procedimento traçado na Norma das
XXXV - propor adesão à Ata de Registro de Preços, quando esta Normas;
atender à demanda específica da instituição; LVI - emitir atestado ou certidão requeridos por empresas quan-
XXXVI - informar, ao Órgão Gerenciador da Ata de Registro de to à execução de serviços e fornecimento de materiais ou bens;
Preços, as ocorrências referentes às penalizações aplicadas pelo ór- LVII - coordenar as aquisições mediante Ata de Registro de Pre-
gão ou entidade participante do registro de preços; ços, dispensa ou inexigibilidade, com o cadastro das aquisições no
XXXVII - coordenar os atos necessários à concessão ou indeferi- sistema administrativo e controle setorial;
mento de adesão à Ata de Registro de Preços da Defensoria Pública, LVIII - coordenar e acompanhar a emissão ou cancelamento das
quando solicitado por outro Órgão; ordens de serviço e de fornecimento, observando-se a restituição
XXXVIII - coordenar o cadastro e o controle do quantitativo de dos saldos de valor e quantitativo cadastrados, nos termos do inciso
adesões autorizadas, com o envio de informações ao Aplic-TCE/MT; anterior;
XXXIX - coordenar a elaboração e formalização dos contratos, LXIX - acompanhar a emissão de ordens de serviço e de forneci-
aditivos, apostilamentos e demais peças contratuais; mento e encaminhá-las à Coordenadoria Administrativa Sistêmica,
XL - coordenar o monitoramento da vigência dos contratos, para as providências quanto ao atesto e pagamento;
acompanhando os fiscais ou outros responsáveis pela execução LX - exercer outras atividades compatíveis com as suas finali-
física ou financeira dos contratos, por intermédio da Gerência de dades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Pú-
Contratos; blico-Geral.
XLI - acompanhar o cumprimento das disposições contratuais e
propor a adoção de providências legais;
XLII - exercer o acompanhamento e controle dos prazos de as-
sinaturas e vencimentos contratuais, informar partes interessadas
e propor apuração de responsabilidades por descumprimento de
rescisão ou do devido aditamento;

402
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SUBSEÇÃO II
SUBSEÇÃO I
DA GERÊNCIA DE LICITAÇÕES
DA GERÊNCIA DE COMPRAS
Art. 97. A Gerência de Licitações tem como missão executar as
Art. 96. A Gerência de Compras tem como missão gerenciar atividades necessárias ao cumprimento do plano de aquisições,
e elaborar o plano de aquisições, possibilitando o provimento de possibilitando o provimento de bens e serviços que atendam às ne-
bens e serviços que atendam às necessidades e planos de trabalho cessidades e planos de trabalho institucionais, competindo-lhe:
institucionais, competindo-lhe: I - acompanhar a fase interna e externa da licitação;
I - planejar, elaborar, organizar e gerir o Plano Anual de Aquisi- II - cumprir determinações previstas em Leis Federais e Estadu-
ções da Instituição, sob coordenação da Coordenadoria de Aquisi- ais de Licitações e Contratos e outras legislações vigentes;
ções e Contratos, bem como auxiliar sua execução, conforme neces- III - aderir à Ata de Registro de Preços de outros órgãos, quando
sidades do Órgão, padrões e normas estabelecidas; esta atender à demanda específica da instituição, conforme autori-
II - realizar pesquisas de quantitativo de bens e serviços junto zação prévia do Ordenador de Despesas;
aos setores responsáveis, a fim de subsidiar os processos de inten- IV - executar os atos necessários à concessão de adesão à Ata
ção de registro de preços; de Registro de Preços da Defensoria Pública, ou o indeferimento,
III - repassar à Coordenadoria de Aquisições e Contratos, bem quando solicitado por outro órgão, conforme autorização prévia do
como à Gerência de Licitações, os quantitativos de bens e serviços Ordenador de Despesas;
necessários para suprir a demanda da Defensoria Pública; V- executar o cadastro e o controle do quantitativo de adesões
IV – receber todos os processos que visam aquisição para infor- autorizadas;
mar a existência de Ata de Registro de Preços, valor e saldo dispo- VI – realizar o envio das adesões autorizadas ao Aplic-TCE/MT
nível, bem como o respectivo cadastro no sistema administrativo; imediatamente;
V - receber e analisar o Estudo Técnico Preliminar, propondo VII - informar à Coordenadoria de Aquisições e Contratos, à
adequações quando necessário; Diretoria Geral, à Secretaria Executiva de Administração do Defen-
VI - efetuar aquisição direta de bens ou serviços, nos termos sor Público Geral e ao órgão central do Sistema de Controle Interno
dos incisos I e II, art. 24, da Lei nº 8.666/93, evitando fracionamento quaisquer irregularidades ou suspeita de irregularidades ocorridas
de despesas, estando o limite financeiro legal vinculado ao sub-ele- durante a realização de quaisquer procedimentos licitatórios;
mento da despesa; VIII - organizar e manter atualizado o cadastro de fornecedores,
VII - providenciar orçamento estimado em planilhas de quanti- em conjunto com a Gerência de Compras, sob a coordenação da
tativos e preços unitários dos bens ou serviços a serem adquiridos Coordenadoria de Aquisições e Contratos;
através de dispensa ou inexigibilidade, com o auxílio da área técnica IX - realizar pesquisa de preços na fase interna do procedi-
responsável ou do setor solicitante, quando determinado pela Co- mento licitatório e, quando se fizer necessário, na fase externa, na
ordenadoria de Aquisições e Contratos; coordenação da Coordenadoria de Aquisições e Contratos, sob de-
VIII - realizar o cadastramento das dispensas de licitação por manda da Comissão de Licitação/Pregão, quando determinado pela
diminuto valor (compra direta) no sistema administrativo; Coordenadoria de Aquisições e Contratos;
XIX - emitir ou solicitar certidões de regularidade fiscal de for- X - providenciar orçamento estimado em planilhas de quan-
necedor proponente da melhor proposta, caso constatado irregula- titativos e preços, unitários e total dos bens ou serviços a serem
ridade, examinar a regularidade do proponente da segunda melhor licitados, quando determinado pela Coordenadoria de Aquisições e
proposta e assim sucessivamente até que sejam preenchidos os re- Contratos;
quisitos para aquisição do bem ou serviço; XI - confeccionar termo de referência/ projeto básico para aqui-
X - encaminhar o procedimento, autuado com os orçamentos, sição de bens e serviços necessários à Administração Superior, nos
ao ordenador de despesa; termos do Estudo Técnico Preliminar aprovado pela Autoridade Su-
XI - organizar e manter atualizado o cadastro de fornecedores, perior competente, em conjunto com a área técnica responsável ou
em conjunto com a Gerência de Licitação, sob a coordenação da setor solicitante.
Coordenadoria de Aquisições e Contratos; XII - sugerir, formalmente, adequações técnicas aos Termos de
XII - encaminhar à Coordenadoria Administrativa Sistêmica as Referência/Projeto Básico, elaborados pela área técnica responsá-
Ordens de Fornecimento e de Serviço contendo o quantitativo, pre- vel ou setor solicitante, visando a conformidade com a legislação,
ço unitário, descrição e o prazo de entrega dos bens/materiais ou antes da realização do procedimento licitatório;
serviços adquiridos, para fins de acompanhamento; XIII - elaborar as minutas de edital, carta convite e demais mo-
XIII - devolver ao Coordenador a solicitação de aquisição que dalidades licitatórias, bem como os seus anexos, conforme legis-
demande licitação; lação em vigor, e remeter à autoridade superior ou a quem este
XIV - manter atualizados os saldos das Atas de Registro de Pre- delegar, após à Assessoria Jurídica Sistêmica para análise e emissão
ço, realizando o acompanhamento dos quantitativos utilizados; de parecer técnico-jurídico;
XV - realizar o cancelamento das Ordens de Fornecimento e de XIV - Receber da Coordenadoria de Aquisições e Contratos as
Serviço quando determinado pela Autoridade Superior competente
informações oriundas da Comissão de Licitação/Pregão referente às
e dar ciência aos interessados, observando-se a restituição dos sal-
respostas concedidas aos pedidos de esclarecimento ou impugna-
dos de valor e quantitativo cadastrados; ção que propõem alteração do edital, bem como a minuta do aden-
XVI - exercer outras atividades compatíveis com as suas finali- do proposto pela área técnica para encaminhamento à Autoridade
dades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Públi- Superior, em se tratando de alteração substancial, para autorização
co-Geral.
superior;
Parágrafo único. O planejamento, elaboração e organização do
XV - anotar e acompanhar os agendamentos junto à Comissão
Plano Anual de Aquisições, que trata o inciso I, deverá ser realiza- de Licitação/Pregão para sessão pública do certame;
do por Comissão especialmente designada por Portaria para essa
função, presidida pela Gerência de Compras, com a participação de
servidores das áreas técnicas correspondentes.

403
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
X - acompanhar o cumprimento das disposições contratuais e
XVI - providenciar publicações relativas a licitações (aviso, reti- propor a adoção de providências legais que se fizerem necessárias,
ficações, resultados, etc.) no DOE, sítio da Defensoria Pública, jor- na hipótese de inadimplemento, baseada nas informações devida-
nais de ampla circulação, quando a modalidade o exigir, e mural da mente fundamentadas, dos fiscais de contrato;
Defensoria quando for adotada a modalidade convite; XI - dar suporte e orientar os fiscais de contratos no que tange
XVII - publicar o resultado, a homologação e a adjudicação do ao acompanhamento da execução do contrato;
certame, bem como o extrato das Atas de Registro de Preços cele- XII - analisar e validar os requerimentos de prorrogação de con-
bradas pelo Órgão; trato, bem como os requerimentos de acréscimos e supressões;
XVIII - encaminhar para publicação na imprensa oficial o ato de XIII - manter sob a guarda os contratos originais respeitando os
declaração de dispensa ou inexigibilidade; prazos previstos na tabela de temporalidade do Estado;
XIX - Acompanhar as publicações realizadas no DOE, jornais e XIV - elaborar e enviar notificações e penalidades aos contrata-
portal da transparência, comunicando imediatamente a Coordena- dos, sempre que determinado por autoridade competente ou quan-
doria de Aquisições e Contratos o caso de ausência; do demandado pelo fiscal do contrato, na impossibilidade deste;
XX - gerar a Ata de Registro de Preços e dar publicidade dos XV - instruir inicialmente os processos para fins de respon-
preços registrados para orientação da Administração, nos termos sabilização e aplicação de penalidades a contratada, em casos de
do art. 15 §2º da Lei nº 8.666/93; descumprimento contratual, nos termos da legislação vigente, e
XXI - Comunicar à Autoridade Superior o vencimento das Atas posterior encaminhamento ao setor competente para apuração
de Registro de Preços, sob a coordenação da Coordenadoria de das faltas, bem como fazer o acompanhamento de seu andamento;
Aquisições e Contratos; XVI - efetuar renegociação contratual junto aos fornecedores
XXII - organizar e manter atualizado o cadastro de empresas im- da instituição, quando os preços se demonstrarem superiores aos
pedidas de licitar, podendo, para isto, se utilizar do registro existen- praticados no mercado;
te no âmbito da Administração Pública Estadual para a informação XVII - manter atualizado o arquivo digital contendo informa-
da Comissão de Licitação/Pregão, sempre que solicitar; ções dos contratos celebrados, garantindo sua disponibilidade no
XXIII - auxiliar na preparação de documentação para encami- Portal da Transparência;
nhamento ao Tribunal de Contas; XVIII - exercer outras atividades compatíveis com as suas fina-
XXIV - exercer outras atividades compatíveis com as suas fina- lidades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Pú-
lidades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Pú- blico-Geral.
blico-Geral.
Parágrafo único. Na insuficiência de informações necessárias SEÇÃO VIII
para a confecção do Termo de Referência/ Projeto Básico, de que DA COORDENADORIA DE TECNOLOGIA E INFORMAÇÃO
trata o inciso XI, a Gerência de Licitações irá diligenciar junto à área
técnica responsável ou ao setor solicitante para complementação. Art. 99. A Coordenadoria de Tecnologia da Informação tem
como missão prestar serviços de Tecnologia da Informação - TI em
SUBSEÇÃO III conformidade com a política de Tecnologia da Informação da De-
DA GERÊNCIA DE CONTRATOS fensoria Pública do Estado de Mato Grosso, competindo-lhe:
I - propor planos, programas e projetos na área de Tecnologia
Art. 98. A Gerência de Contratos tem como missão proceder à da Informação, alinhados aos objetivos estratégicos da Defensoria
formalização dos contratos e suas alterações, observando a le- Pública;
galidade e os prazos de vigência, bem como orientar os fiscais de II - elaborar e acompanhar o plano setorial de TI anual, promo-
contrato quanto aos instrumentos que asseguram a execução dos vendo ajustes e avaliando os seus resultados;
contratos, competindo-lhe: III - propor e conduzir a Política de Segurança de Tecnologia da
I - elaborar minutas contratuais e formalizar contratos, aditivos, Informação e o tratamento dos dados e das informações, conside-
termo de ratificação, apostilamentos, termos de ajuste de contas, rando a gestão de riscos de TI a gestão de ativos de TI;
termos de rescisão e congêneres; IV - coordenar o desenvolvimento, manutenção e customiza-
II - monitorar os prazos dos contratos e providenciar os adita- ção dos sistemas de informações computacionais da Defensoria
mentos e alterações, quando verificar necessidade ou for provoca- Pública;
da; V - coordenar o gerenciamento da conformidade e efetividade
III - monitorar a vigência dos contratos, acompanhando os fis- na prestação e qualidade da entrega de serviços de TI e das solu-
cais ou outros responsáveis pela execução física ou financeira dos ções contratadas junto a terceiros concernentes a área de TI;
contratos, podendo propor as medidas pertinentes; VI - coordenar a efetividade dos processos de desenvolvimen-
IV - acompanhar o cumprimento das disposições contratuais e to, customização, manutenção e implantação de sistemas de infor-
propor a adoção de providências legais; mações computacionais junto às coordenadorias/núcleos deman-
V - lançar contratos, aditivos e alterações em planilhas de con- dantes da Defensoria;
trole, no sistema administrativo, no site da instituição e no Aplic-T- VII - coordenar o gerenciamento da efetividade nos processos
CE/MT quando necessário; e na entrega de soluções de banco de dados, segurança de tecnolo-
VI - promover o cumprimento tempestivo de direitos da admi- gia da informação, sistemas de inteligência, infraestrutura e portal
nistração em relação a terceiros e exercer a responsabilização con- intranet e internet concernentes a TI;
tratual ou extracontratual, nas hipóteses em que couber; VIII - propor e manter a infraestrutura de TI requerida para dis-
VII - instruir processos de reajustes e revisão contratuais, pro- ponibilização de software base, hardware e comunicação, que inte-
movendo a verificação da vantajosidade das alterações a serem ce- gram o parque tecnológico da Defensoria Pública, que atendam as
lebradas; demandas operacionais dos usuários e o processo de contingência,
VIII - dar publicidade à celebração de contratos, aditamentos e segurança e redundância dos dados e informações;
alterações por meio de publicação no Diário Oficial;
IX - monitorar a vigência dos contratos e providenciar os adita-
mentos e alterações;

404
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
V - prospectar e prover apoio à prospecção de inovações tecno-
IX - coordenar a prospecção de inovações e soluções tecnológi- lógicas e soluções concernentes a sua área de atuação, envolvendo
cas de desenvolvimento, serviços, segurança de tecnologia da infor- as unidades responsáveis pelas especificações das demandas de ne-
mação, processos, projetos, software base e qualidade no âmbito gócio que requeiram aporte de recursos tecnológicos;
da TI; VI - dar suporte juntamente com a área de Gerência de Suporte
X - coordenar o atendimento a demanda e a efetividade na Técnico em Tecnologia da Informação e demais partes interessadas,
prestação dos serviços de suporte técnico aos usuários de TI da De- da definição de recursos necessários à implantação dos sistemas
fensoria Pública; corporativos, inclusive na análise de impacto na rotina, no ambien-
XI - coordenar e manter a gestão sobre soluções, bens ou servi- te, na prestação de serviço e resultados da Defensoria Pública;
ços executados por força de convênios, contratos e terceiros, possi- VII - gerenciar e manter a conformidade na prestação e quali-
bilitando a regularidade na execução e prestação de contas, confor- dade da entrega de serviços e soluções no ambiente interno e con-
me legislação que regula sobre tal processo; tratado junto a terceiros inerente a sua área de atuação;
XII - programar, coordenar e executar incumbências relaciona- VIII - prospectar soluções de software e serviços setoriais;
das aos serviços de telefonia e impressão dentro da Instituição; IX - exercer outras atividades compatíveis com as suas finali-
XIII - acompanhar o recebimento de bens/materiais junto a dades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Pú-
Gerência de Almoxarifado dos materiais que exijam conhecimento blico-Geral.
técnico da área de TI;
XIV - gerenciar o ambiente virtual no que diz respeito a infra- SUBSEÇÃO II
estrutura, novas tendências tecnológicas e funcionalidade do sítio DA GERÊNCIA DE SUPORTE TÉCNICO EM TECNOLOGIA DA
da Defensoria Pública, fornecendo acesso aos setores responsáveis INFORMAÇÃO
por alimentar o site com notícias e informações;
XV - coordenar e orientar a elaboração e alteração, dos norma- Art. 101. A Gerência de Atendimento e Suporte Técnico em Tec-
tivos infralegais que regulamentam as atividades que lhe compete nologia da Informação tem como missão prover suporte aos usuá-
desenvolver, observando o procedimento traçado na Norma das rios dos serviços de tecnologia, promover a gestão do atendimento
Normas; e monitorar a disponibilidade e efetividade dos serviços junto ao
XVI - confeccionar estudo técnico preliminar e termo de refe- ambiente de produção, possibilitando o atendimento das necessi-
rência para aquisição de todo e qualquer material ou serviço rela- dades e resultados do Órgão, competindo lhe:
cionados a área de atuação; I - gerenciar e promover execução das políticas e diretrizes de
XVII - acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos em sua gestão de tecnologia da informação relacionadas à sua área de atu-
área de atuação, quando designados oficialmente para tanto; ação, mantendo o alinhamento na estruturação e implementação
XVIII - planejar, organizar, dirigir, controlar e coordenar as atri- das rotinas e do plano setorial de trabalho;
buições inerentes as gerências da Coordenadoria; II - propor e manter modelo de suporte em serviços de TI ade-
XIX - exercer outras atividades compatíveis com as suas finali- quado as demandas não funcionais da organização, aos padrões de
dades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Públi- serviços e normas estabelecidas;
co-Geral. III - apoiar prospecção e prospectar inovações tecnológicas e
soluções de gestão de serviços de TI;
SUBSEÇÃO I IV - disponibilizar serviços de atendimento e suporte técnico
DA GERÊNCIA DE SISTEMAS DE TECNOLOGIA DA INFORMA- demandado pelos usuários de TI em visão proativa e reativa;
ÇÃO V - inspecionar e exercer acompanhamento e controle de ser-
viços de comunicação, manutenção de ativos de estrutura lógica e
Art. 100. A Gerência de Sistemas de Tecnologia da Informação parque computacional da organização externo ao Data Center;
tem como missão administrar a produção e a manutenção de apli- VI - exercer o monitoramento e controle dos serviços de TI dis-
cativos computacionais de negócio, de acordo com as necessidades, ponibilizados ao usuários;
prioridades e objetivos estratégicos estabelecidos, competindo lhe: VII - exercer outras atividades compatíveis com as suas finali-
I - gerenciar e promover a execução das políticas, planos e dire- dades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Pú-
trizes de Governança de TI, a gestão e operação de TI relacionadas blico-Geral.
à sua área de atuação, mantendo o alinhamento na estruturação e
implementação das rotinas operacionais aos objetivos estratégicos SEÇÃO IX
estabelecidos no ambiente de Governança de TI; DA COORDENADORIA DE INFRAESTRUTURA FÍSICA
II - desenvolver, manter, customizar e implantar softwares e
serviços de sistema de informação computacional de caráter tran- Art. 102. A Coordenadoria de Infraestrutura Física, órgão de
sacional e gerencial, observando os requisitos de segurança e quali- administração sistêmica, tem como missão coordenar e atuar na
dade, tal como as prioridades e o alinhamento estratégico; análise, desenvolvimento e execução de projetos de engenharia,
III - gerenciar a efetividade nos processos de desenvolvimento, arquitetura e instalações, bem como fiscalizar obras e serviços de
manutenção, customização e implantação de serviços de sistemas engenharia, de forma a atender às necessidades de construção, ma-
de informações computacionais; nutenção e conservação de edifícios próprios e dependências loca-
IV - gerenciar e operacionalizar a conformidade e efetividade das pela Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, por meio do
nos processos de desenvolvimento, manutenção, customização e desempenho das seguintes atribuições:
implantação de soluções de serviços de sistemas de informações I - prestar assistência aos órgãos de execução e auxiliares da
computacionais de caráter transacional, gerencial, de inteligência Defensoria Pública quando envolver conhecimentos técnicos nas
institucional e serviços de portal institucional em padrão intranet e áreas de engenharia e arquitetura no que diz respeito as instalações
internet; ocupadas pelos órgãos;
II - avaliar propostas de preços de materiais e serviços de enge-
nharia e arquitetura;

405
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Parágrafo único. Os Assessores de Infraestrutura Física, vincu-
III - favorecer a adequada ocupação e ambientação do espaço lados à Coordenadoria de Infraestrutura Física, tem como função
físico das edificações da Defensoria Pública; assessorar os trabalhos da respectiva coordenadoria e gerências
IV - manter sob sua guarda e responsabilidade todos os proje- subordinadas, nos assuntos de projetos estruturais e de manuten-
tos referentes às edificações de imóveis de sua responsabilidade; ção, obras e reformas de estrutura física, bem como executar outras
V - procurar imóveis que se adequem as necessidades da De- atribuições afins que lhe forem determinadas pelo Coordenador de
fensoria Pública, quando assim determinado; Infraestrutura Física.
VI - participar da recepção de bens/materiais em conjunto com
a Gerência de Almoxarifado quando do recebimento de materiais SUBSEÇÃO I
que exijam conhecimento técnico; DA GERÊNCIA DE PROJETOS ESTRUTURAIS
VII - proceder à manutenção preventiva, corretiva e emergen-
cial dos bens móveis e imóveis da Instituição; Art. 103. A Gerência de Projetos Estruturais, unidade da Co-
VIII - programar, coordenar e executar incumbências relaciona- ordenadoria de Infraestrutura Física, tem como missão planejar,
das aos serviços de instalação hidráulica, elétrica e outros, dentro desenvolver, fiscalizar e gerenciar projetos de Engenharia e Arquite-
da Instituição; tura, de acordo com as diretrizes e normas técnicas oficiais vigentes
IX - efetuar o planejamento e a elaboração de projetos, bem e os padrões estabelecidos pela Instituição, por meio do desempe-
como a execução de suas especificações e fiscalizar as reformas, nho das seguintes atribuições:
ampliações e construções de prédios da Defensoria Pública, no que I - acompanhar, analisar e aprovar projetos elaborados por ter-
se relaciona com a Engenharia e a Arquitetura; ceiros;
X - elaborar projeto para readequação dos espaços físicos exis- II - acompanhar os processos de aprovação dos projetos nos
tentes nas dependências da Defensoria Pública, inclusive no tocan- órgãos competentes que os solicitarem, bem como providenciar as
te às instalações elétricas e de climatização do ambiente; documentações necessárias para incorporar as edificações ao patri-
XI - manter o cadastro atualizado de todos os prédios utilizados mônio da Defensoria Pública;
pela Defensoria Pública, inclusive aqueles alugados ou cedidos, com III - fiscalizar a execução das obras, elaborar relatórios técnicos,
relatório descritivo das instalações elétricas e hidráulicas, da estru- manter atualizada a documentação de obras executadas e docu-
tura e fundação, quando possível; mentar todas as alterações ocorridas nas dependências da Defen-
XII - proceder à vistoria prévia à locação, aquisição, permuta, soria Pública;
cessão ou alienação de imóveis, mantendo, inclusive, registro foto- IV - prestar consultoria na elaboração de editais e contratos re-
gráfico do local; ferentes a serviços de engenharia, construção, reforma e manuten-
XIII - providenciar as adaptações necessárias nos prédios da De- ção de edificações e instalações;
fensoria Pública; V - planejar, organizar, supervisionar, avaliar, fiscalizar e execu-
XIV - coordenar a conservação das áreas verdes presentes nos tar atividades relativas a projetos, serviços técnicos de engenharia
imóveis de propriedade ou uso da Defensoria Pública; e desenvolvimento de obras;
XV - orientar e analisar os Projetos de Paisagismo de interesse VI - exercer outras atividades compatíveis com as suas finali-
da Instituição; dades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Pú-
XVI - desenvolver os desenhos técnicos referentes aos projetos blico-Geral.
executivos de Arquitetura e Engenharia;
XVII - zelar pela guarda, em meio impresso ou digital, de todos SUBSEÇÃO II
os Projetos de Arquitetura, Engenharia, Paisagismo ou afins, de in- DA GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO, OBRAS E REFORMAS
teresse da Defensoria Pública;
XVIII - providenciar, junto ao Corpo de Bombeiros do Estado, a Art. 104. A Gerência de Manutenção, Obras e Reformas, uni-
emissão de Alvará de Segurança contra Incêndio e Pânico; dade da Coordenadoria de Infraestrutura Física, tem como missão
XIX - confeccionar projeto de Segurança contra Incêndio e Pâ- supervisionar periodicamente o estado de conservação dos prédios
nico elencando os preventivos (extintores, hidrantes, sinalizações, e instalações da instituição, adotando as providências necessárias
etc) necessários nas instalações da Defensoria Pública; a sua manutenção, por meio do desempenho das seguintes atri-
XX - coordenar e orientar a elaboração e alteração, dos norma- buições:
tivos infralegais que regulamentam as atividades que lhe compete I - coordenar e acompanhar a prestação de serviços a serem
desenvolver, observando o procedimento traçado na Norma das efetuados por terceiros nos prédios próprios e/ou alugados ocupa-
Normas; dos pela instituição;
XXI - confeccionar estudo técnico preliminar e termo de refe- II - planejar, organizar, supervisionar, avaliar, fiscalizar e geren-
rência para aquisição de todo e qualquer material ou serviço rela- ciar atividades relativas a manutenção e reparos prediais;
cionados a área de atuação; III - gerenciar as demandas das unidades, prestar suporte e
XXII - acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos em sua executar a manutenção, reforma e conservação de bens imóveis e
área de atuação, quando designados oficialmente para tanto; equipamentos de infraestrutura;
XXIII - planejar, organizar, dirigir, controlar e coordenar as atri- IV - gerenciar as demandas e promover ajustes nos ambientes
buições inerentes as gerências da Coordenadoria; de trabalho, visando a adequá-los às rotinas e métodos de trabalho
XXIV - exercer outras atividades compatíveis com as suas fina- em execução pelas unidades, às normas de saúde ocupacional, à le-
lidades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Pú- gislação ambiental e aos requisitos de sustentabilidade e segurança
blico-Geral. institucional;
V - fiscalizar e controlar a qualidade dos serviços de constru-
ção, reforma, manutenção, bem como dos serviços de adequação
do ambiente de trabalho, segundo normas e padrões técnicos es-
tabelecidos;

406
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XIII - participar de estudos para a elaboração de normas desti-
VI - exercer o acompanhamento e controle da locação de imó- nadas à padronização, especificação, compra, recebimento, guarda,
veis; estocagem, alienação e inventário de material;
VII - estabelecer e disseminar padrões e normas sobre utili- XIV - acompanhar ou participar da elaboração de anteprojetos
zação e racionalização no uso de imóveis, bem como a serem ob- de leis, regulamentos e normas administrativas de interesse dos ór-
servados na organização e utilização do ambiente de trabalho na gãos e agentes públicos em exercício na Defensoria Pública;
organização; XV - emitir laudos e pareceres sobre assunto de sua área de
VIII - manter controle e guarda sobre os documentos de posse competência profissional por solicitação do Defensor Público-Geral.
ou plantas arquitetônica, elétrica, hidráulica, ambiental, tecnológi-
ca e outras dos bens imóveis; SUBSEÇÃO II
IX - exercer outras atividades compatíveis com as suas finali- DO ANALISTA ADVOGADO
dades que forem determinadas em ato formal pelo Defensor Pú-
blico-Geral. Art. 106. O Analista Advogado, que compõe o apoio especiali-
zado de nível superior, tem como missão executar tarefas relativas
CAPÍTULO VII à emissão de pareceres, realização de estudos para orientação jurí-
DOS CARGOS DE PROVIMENTO EFETIVO E PERMANENTE dica na elaboração de atos oficiais ou decisões, pesquisa e seleção
SEÇÃO I de textos jurídicos e informações de interesse jurídico, atuando na
DO APOIO ESPECIALIZADO DE NÍVEL SUPERIOR – ANALISTA tramitação de processos para assessorar dirigentes ou membros da
SUBSEÇÃO I Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, por meio do desem-
DO ANALISTA ADMINISTRADOR penho das seguintes atribuições:
A I - realizar pesquisa e seleção de textos jurídicos de interesse,
rt. 105. O Analista Administrador, que compõe o apoio especia- consultando livros, diários oficiais e outras fontes para inteirar-se
lizado de nível superior, tem como missão coordenar, supervisionar de julgados, acórdãos, leis, decretos, alterações ou complemento
e executar trabalhos, estudos, pesquisas, análises e projetos admi- de leis e apurar informações pertinentes ao caso que está sendo
nistrativos, para melhoria e inovação das rotinas administrativas, analisado;
por meio do desempenho das seguintes atribuições: II - acompanhar o andamento de processos e perícias reque-
I - planejar, organizar, formular, implantar, supervisionar, avaliar ridas, visitando outras repartições para verificar a situação destes,
sistemas, processos e métodos de gestão, especialmente nas áreas com vistas à tomada das devidas providências;
de administração de materiais e compras, gestão de pessoas, de- III - preparar certidões de documentos, reproduzindo peças
senvolvimento organizacional, patrimônio e afins; processuais, escritos constantes de suas notas e outros dados perti-
II - pesquisar, desenvolver e sistematizar as atividades decor- nentes, em impressos apropriados para cumprir disposições legais,
rentes do planejamento estratégico e tático; de processos administrativos sob sua responsabilidade;
III - executar atividades especializadas de planejamento, ges- IV - emitir parecer jurídico em processos, contratos e licitações,
tão, coordenação e assistência técnica, bem como administrativas propondo deferimento ou indeferimento, conforme o caso;
e de logística; V - estudar a matéria jurídica e de outra natureza, consultando
IV - assessorar tecnicamente comissões, grupos e equipes de códigos, leis, jurisprudência e outros documentos para adequar os
trabalho, constituídos pela autoridade competente; fatos à legislação aplicável;
V - participar de eventos externos e reuniões técnicas quando VI - elaborar, quando solicitado, documentos jurídicos, pro-
determinado pela autoridade competente; nunciamentos, minutas e informações sobre questões de natureza
VI - elaborar, aplicar instrumentos de acompanhamento, ava- administrativa e jurídica, aplicando a legislação, a forma e a termi-
liação, pesquisa, controle e divulgação referentes aos planos, pro- nologia adequadas ao assunto, em processos administrativos sob
gramas, parcerias estratégicas e projetos desenvolvidos pela Defen- sua responsabilidade;
soria; VII - estabelecer interpretação de normas e decisões judiciais,
VII - promover estudos e pesquisas sobre atribuições de cargos, orientando a utilização ou adoção de medidas legais na esfera ad-
funções e empregos, a fim de possibilitar a definição de sua clas- ministrativa;
sificação e redistribuição, bem como relacionados a programas de VIII - proceder à análise de requerimentos e autos de processos
recrutamento, seleção, treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; que lhe sejam encaminhados;
VIII - acompanhar a implantação de sistemas de avaliação de IX - informar e emitir parecer, indicando a fundamentação ju-
cargos e servidores, bem como participar da elaboração de atos ofi- rídica na legislação, na doutrina e na jurisprudência, submetendo
ciais regulamentando essas matérias; os processos administrativos e judiciais às autoridades superiores,
IX - participar de estudos visando à promoção de cursos, semi- instruindo-os para decisão final;
nários e reuniões com o objetivo de treinamento e aperfeiçoamen- X - elaborar, quando solicitado, relatórios e minutas de atos ofi-
to de pessoa; ciais e de projetos de lei, com as respectivas mensagens;
X - estudar e acompanhar projetos de estruturação e reorga- XI - elaborar e apresentar relatórios periódicos relacionados as
nização de serviços administrativos, e acompanhar programas de suas atividades e do seu setor de trabalho.
simplificação de rotinas de trabalho, com vistas a maior produtivi-
dade e eficiência do serviço;
XI - participar na elaboração de projetos de organização de pro-
cedimentos administrativos e serviços, preparando fluxogramas,
organogramas e demais esquemas e gráficos das informações, in-
clusive avaliando as condições para a utilização de recursos infor-
matizados;
XII - colaborar na análise de fluxos, estudos sobre a divisão do
trabalho e avaliação de tempos de operação, e elaboração de for-
mulários;

407
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XVI - identificar necessidades da organização e prospectar solu-
SUBSEÇÃO III ções tecnológicas disponíveis no mercado, elaborando e validando
DO ANALISTA DE SISTEMA especificações técnicas para contratação;
XVII - realizar a gestão e a implementação da governança de TI;
Art. 107. O Analista de Sistema, que compõe o apoio espe- XVIII - participar de eventos externos e reuniões técnicas quan-
cializado de nível superior, tem como missão analisar e manter os do determinado pela autoridade competente;
sistemas, banco de dados, a rede de telecomunicações (intranet e XIX - administrar ferramentas relacionadas à segurança digital e
internet) e as rotinas de suporte técnico aos usuários, desenvolver à lógica da rede corporativa;
sistemas, elaborar e gerenciar projetos, realizar perícias técnicas na XX - participar de atividades de suporte técnico e capacitação
área de tecnologia da informação, estudar necessidades, possibili- de usuários e desenvolvedores, zelando pela qualidade do atendi-
dades e métodos para assegurar a exatidão e rapidez dos diversos mento em sua área de atuação.
tratamentos de informações, por meio do desempenho das seguin-
tes atribuições: SUBSEÇÃO IV
I - utilizar e manter os métodos, procedimentos, sistemas, apli- DO ANALISTA ARQUITETO
cativos e equipamentos homologados pela Coordenadoria;
II - realizar a gestão de projetos de desenvolvimento de siste- Art. 108. O Analista Arquiteto, que compõe o apoio especiali-
mas de informação finalísticos e corporativos, incluindo a análise, a zado de nível superior, tem como missão desempenhar atividades
implementação, os testes, a manutenção e a documentação de inerentes à produção técnica e especializada, referentes a projetos
acordo com as metodologias, normas, técnicas e padrões adotados de edificações, conjuntos arquitetônicos e monumentos, arquitetu-
na organização; ra paisagística e de interiores, ao planejamento físico, local, urbano
III - identificar as necessidades dos diversos setores da Defen- e regional, seus serviços afins e correlatos, por meio do desempe-
soria Pública do Estado de Mato Grosso e apresentar resultados nho das seguintes atribuições:
para formular um plano de trabalho; I - supervisionar, coordenar e orientar de forma técnica os pro-
IV - realizar estudos sobre a viabilidade da utilização de siste- jetos de Arquitetura;
mas informatizados e verificar o desempenho do sistema proposto, II - realizar estudo e planejamento, projeto e especificação de
levantando os recursos disponíveis e necessários, realizando expe- Arquitetura;
riências práticas para submetê-los à decisão superior; III - estudar a viabilidade técnico-econômica para projetos de
V - estabelecer os métodos e procedimentos possíveis, ideali- Arquitetura;
zando ou adaptando os conhecidos, segundo sua economicidade e IV - direcionar, executar e fiscalizar obras e serviços técnicos de
eficiência, para obter os dados que se prestam ao tratamento infor- Arquitetura;
matizado; V - realizar perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer
VI - preparar diagramas de fluxo e outras instruções referentes técnico;
a sistemas informatizados e desenvolver sistemas segundo lingua- VI - atuar em projetos, convênios e programas de interesse do
gem apropriada, bem como orientar os programadores e outros Defensoria Pública, em conjunto com outras instituições;
trabalhadores envolvidos na operação de microcomputadores; VII - elaborar orçamento de Arquitetura;
VII - realizar a gestão de projetos de instalação, configuração e VIII - realizar padronização, mensuração e controle de qualida-
manutenção dos serviços de rede, bancos de dados e ambientes de;
operacionais, monitorando os níveis de qualidade; IX - conduzir e acompanhar equipe de instalação, montagem,
VIII - coordenar as atividades de profissionais que realizam as operação, reparo ou manutenção;
diferentes fases da análise do problema, as definições das soluções, X - acompanhar a operação, manutenção e instalação de equi-
o detalhamento das soluções, a codificação do problema, teste de pamento;
programa e eliminação de erros; XI - elaborar e executar desenho técnico;
IX - emitir laudos técnicos, pareceres e perícias sobre assunto XII - assistir ou assessorar a contratação dos serviços que envol-
de sua área de competência; vam sua área de conhecimento;
X - prestar serviços afetos a sua área de atuação, podendo ser XIII - acompanhar e fiscalizar a execução de obras e serviços
lotado em quaisquer dos Núcleos ou setores administrativos sistê- que envolvam sua área de conhecimento;
micos da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso sempre que XIV - realizar trabalhos que exijam conhecimentos básicos e/ou
verificada tal necessidade, por determinação superior, respeitando específicos de informática;
a unidade jurisdicional para o qual o servidor foi aprovado no con- XV - assessorar aos membros da Defensoria Pública em pro-
curso; cessos administrativos, compreendendo a realização de vistorias,
XI - atuar em qualquer das gerências que compõe a Coordena- perícias, avaliações, análise de documentos, realização de estudos
doria de Tecnologia da Informação, quando ali lotado; técnicos, coleta de dados e pesquisas, prestando informações téc-
XII - estabelecer e monitorar processos, normas e padrões para nicas sob a forma de pareceres, laudos e relatórios em matérias da
o desenvolvimento de sistemas e para a infraestrutura tecnológica, área de Arquitetura, indicando a fundamentação técnica, métodos
inclusive o modelo corporativo de dados e os relacionados à segu- e parâmetros aplicados;
rança da informação e comunicação e dos serviços de suporte e in- XVI - elaborar, executar, dirigir e fiscalizar projetos de arquite-
fraestrutura; tura;
XIII - assessorar tecnicamente comissões, grupos e equipes de XVII - participar de eventos externos e reuniões técnicas quan-
trabalho constituídos pela autoridade competente; do determinado pela autoridade competente;
XIV - fornecer informações relacionadas ao uso dos serviços de XVIII - assessorar tecnicamente comissões, grupos e equipes de
rede na forma de relatórios gerenciais; trabalho constituídos pela autoridade competente.
XV - participar de pesquisas e/ou desenvolvimento de novas
técnicas alinhadas ao planejamento estratégico da Defensoria Pú-
blica;

408
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
V - supervisionar os cálculos de reavaliação do ativo e de de-
SUBSEÇÃO V preciação de veículos, máquinas, móveis, utensílios e instalações,
DO ANALISTA ASSISTENTE SOCIAL ou participar destes trabalhos, adotando os índices indicados em
cada caso, para assegurar a aplicação correta das disposições legais
Art. 109. O Analista Assistente Social compõe o apoio especiali- pertinentes;
zado de nível superior, tendo suas atribuições regimentais subsidia- VI - organizar e assinar balancetes, balanços e demonstrativos
das pelas legislações pertinentes à área de atuação do Serviço So- de contas, aplicando as normas contábeis, para apresentar resulta-
cial, de modo a atender às demandas relacionadas às expressões da dos parciais e gerais da situação patrimonial, econômica e financei-
questão social por meio do desempenho das seguintes atribuições: ra da instituição;
I - prestar atendimento social aos assistidos; VII - assessorar a administração superior em problemas finan-
II - apresentar manifestação técnica na área de Serviço Social ceiros, contábeis, administrativos e orçamentários, dando parece-
por meio de elaboração de estudo/ relatórios e/ou pareceres so- res à luz da ciência e das práticas contábeis, a fim de contribuir para
ciais; a correta elaboração de políticas e instrumentos de ação nos refe-
III - assessorar os Defensores Públicos, assessores e servidores ridos setores;
em matérias de competência do Serviço Social; VIII - elaborar demonstrativos de execução de despesa, autori-
IV - encaminhar, orientar e esclarecer os assistidos sobre as zação de pagamentos e emissão de empenhos, bem como preparar
atribuições da Defensoria Pública, a rede de serviços e o acesso a prestação de contas anual para remessa ao Tribunal de Contas do
direitos, realizando os encaminhamentos necessários para a garan- Estado;
tia de direitos do assistido; IX - elaborar relatórios sobre a situação patrimonial, econômica
V - participar da elaboração, implementação, supervisão e exe- e financeira da instituição, apresentando dados estatísticos e pare-
cução de projetos internos e institucionais relativos à atuação da ceres técnicos para fornecer os elementos contábeis necessários ao
Defensoria Pública na área do Serviço Social; relatório das atividades da Defensoria Pública do Estado de Mato
VI - participar de comissões, fóruns, seminários e grupo de es- Grosso;
tudos na área do Serviço Social; X - realizar trabalhos periciais em procedimentos administrati-
VII - participar e promover encontros de articulação da rede vos, inquéritos e processos judiciais;
socio assistencial e de atenção à saúde, objetivando o acesso aos XI - realizar auditorias contábeis, financeiras e administrativas
direitos pela população usuária dos serviços; do interesse da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso;
VIII - realizar levantamento, de forma contínua, dos serviços/ XII - acompanhar e dar suporte a diligências para análise de
recursos existentes na comunidade visando conhecer a rede socio- documentos e registros;
assistencial, serviços de saúde e demais políticas públicas existentes XIII - participar do planejamento e execução da elaboração or-
na rede de serviços; çamentária da Defensoria Pública;
IX - realizar visitas domiciliares e institucionais, sempre que o XIV - assessorar tecnicamente comissões, grupos e equipes de
profissional considerar necessário; trabalho constituídos pela autoridade competente;
X - organizar e manter registro e documentação atinentes ao XV - participar de eventos externos e reuniões técnicas quando
serviço social, respeitando as normas do código de ética profissio- determinado pela autoridade competente.
nal;
XI - supervisionar os estagiários de Serviço Social. SUBSEÇÃO VII
DO ANALISTA ECONOMISTA
SUBSEÇÃO VI
DO ANALISTA CONTADOR Art. 111. O Analista Economista, que compõe o apoio especia-
lizado de nível superior, tem como missão realizar planejamentos,
Art. 110. O Analista Contador, que compõe o apoio especializa- estudos, análises e previsões de natureza econômica, financeira,
do de nível superior, tem como missão organizar, dirigir e executar orçamentária e administrativa, aplicando os princípios e teorias da
os trabalhos inerentes à contabilidade, planejando, supervisionan- economia, a fim de formular soluções e diretrizes para os projetos,
do, orientando sua execução e participando destes, de acordo com programas e atividades, por meio do desempenho das seguintes
as exigências legais e administrativas, para apurar os elementos ne- atribuições:
cessários à elaboração orçamentária, ao controle financeiro e regis- I - analisar, projetar e programar o ambiente econômico;
tros da situação patrimonial e financeira, por meio do desempenho II - avaliar impacto de investimentos e das políticas públicas so-
das seguintes atribuições: cioeconômicas;
I - planejar o sistema de registros e operações, atendendo às III - levantar, sistematizar e interpretar dados, informações e
necessidades administrativas e às exigências legais, para possibilitar indicadores;
o controle contábil e orçamentário; IV - efetuar estudos, pesquisas e trabalhos sobre a entrada e
II - supervisionar os trabalhos de contabilização dos documen- saída de recursos (receitas e despesas);
tos, analisando-os e orientando seu processamento, para assegurar V - desenvolver planos de trabalho para a solução de proble-
a observância do plano de contas adotado; mas econômicos e financeiros;
III - controlar e participar os trabalhos de análise e conciliação VI - coletar dados econômicos para formular estratégias ade-
de contas, conferindo os saldos apresentados, localizando os possí- quadas para cada caso;
veis erros para assegurar a correção das operações contábeis; VII - controlar as despesas, comunicando à gerência competen-
IV - proceder ou orientar a classificação e avaliação de despe- te as distorções em relação ao orçamento;
sas, examinando sua natureza, para apropriar custos de bens e ser- VIII - realizar auditorias por designação do Defensor Público-
viços; -Geral;
IX - coletar dados financeiros e estatísticos sobre a receita es-
tadual e elaborar tabelas demonstrativas para a elaboração da pro-
posta orçamentária da Defensoria Pública;

409
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SUBSEÇÃO IX
X - promover o acompanhamento e o controle financeiro e or-
DO ANALISTA JORNALISTA
çamentário das despesas da Defensoria Pública, para fins de anali-
sar, avaliar e propor alterações no seu orçamento; Art. 113. O Analista Jornalista, que compõe o apoio especia-
XI - preparar relatórios e informes sobre a execução financeira lizado de nível superior, tem como missão assessorar o Defensor
e orçamentária e relativos aos planos e programas institucionais; Público-Geral e os órgãos da Defensoria Pública do Estado de Mato
XII - assessorar tecnicamente comissões, grupos e equipes de Grosso na avaliação, apuração, produção e divulgação de dados, no-
trabalho constituídos pela autoridade competente; tas, notícias, matérias e reportagens relacionadas às atividades dos
XIII - participar de eventos externos e reuniões técnicas quando membros e servidores da Defensoria Pública, por meio do desem-
determinado pela autoridade competente. penho das seguintes atribuições:
I - identificar, apurar, redigir e editar informações, dados, de-
SUBSEÇÃO VIII clarações, atividades e fatos gerados pelos servidores e membros,
DO ANALISTA ENGENHEIRO CIVIL de importância e interesse social, com potencial para tornarem-se
notícia em veículos de comunicação internos (institucionais) e ex-
Art. 112. O Analista Engenheiro Civil, que compõe o apoio es-
ternos (imprensa);
pecializado de nível superior, tem como missão desempenhar ativi-
II - redigir e divulgar notícias sobre atos e decisões do Defensor
dades inerentes à elaboração de projetos de edificações, bem como
Público-Geral e dos órgãos superiores da Defensoria Pública que te-
o planejamento físico local, urbano e regional e seus serviços afins nham impacto na rotina administrativa da Instituição ou na vida do
e correlatos, por meio do desempenho das seguintes atribuições: cidadão que depende dos serviços do órgão;
I - supervisionar, coordenar e orientar de forma técnica os pro-
III - assessorar o Defensor Público-Geral, membros e servidores
jetos de Engenharia;
da Defensoria a prestarem informações de interesse público, de for-
II - realizar estudo e planejamento, projeto e especificação de
ma clara, concisa, objetiva, facilitando o relacionamento do órgão
Engenharia; com os veículos de comunicação;
III - estudar a viabilidade técnico-econômica para projetos; IV - fazer coleta e arquivo de notícias da imprensa local, regio-
IV - direcionar, executar e fiscalizar obras e serviços técnicos; nal e nacional (Clipping) que mencionem a Instituição;
V - realizar perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer
V - fazer contato com a imprensa para sugerir temas que a
técnico;
Instituição tenha interesse em divulgar. Atender às solicitações de
VI - realizar análise, experimentação, ensaio, divulgação técnica
dados, informações e de fontes feitos pela imprensa. Agendar en-
e extensão;
trevistas nos veículos de comunicação. Solicitar direito de resposta
VII - elaborar orçamento de Engenharia;
na imprensa, quando for o caso;
VIII - realizar padronização, mensuração e controle de qualida-
VI - acompanhar a Administração Superior e defensores públi-
de;
cos para cobrir jornalisticamente eventos, reuniões, encontros, ex-
IX - conduzir e acompanhar equipe de instalação, montagem,
ternos e internos, quando solicitado pela autoridade competente;
operação, reparo ou manutenção;
VII - prestar assessoria técnica em comissões, grupos e equipes
X - acompanhar a operação, manutenção e instalação de equi-
de trabalho, constituídos pela autoridade competente em ativida-
pamento;
des relacionadas à área de comunicação;
XI - elaborar e executar desenho técnico;
VIII - elaborar planos de trabalho para atuar com base nas de-
XII - assistir ou assessorar à contratação dos serviços que envol-
mandas solicitadas pela Administração Superior;
vam sua área de conhecimento;
IX - dar andamento em processos administrativos relacionados
XIII - acompanhar e fiscalizar a execução de obras e serviços
à área de comunicação que forem encaminhados para o setor;
que envolvam sua área de conhecimento;
X - coordenar e/ou ministrar treinamento de mídia (“media
XIV - realizar trabalhos que exijam conhecimentos básicos e/ou
training”) para públicos específicos, tais como servidores e defen-
específicos de informática;
sores.
XV - assessorar aos membros da Defensoria Pública em pro-
cessos administrativos, compreendendo a realização de vistorias, SUBSEÇÃO X
perícias, avaliações, análise de documentos, realização de estudos DO ANALISTA PSICÓLOGO
técnicos, coleta de dados e pesquisas, prestando informações téc-
nicas sob a forma de pareceres, laudos e relatórios em matérias da Art. 114. O Analista Psicólogo compõe o apoio especializado de
área de Engenharia Civil, indicando a fundamentação técnica, nível superior, tendo como missão promover o respeito à dignidade
métodos e parâmetros aplicados; e integridade do ser humano, a partir do conhecimento teórico e
XVI - a atuar em projetos, convênios e programas de interesse técnico da Psicologia aplicado ao âmbito da Defensoria Pública do
do Defensoria Pública, em conjunto com outras instituições; Estado de Mato Grosso, por meio das seguintes atribuições:
XVII - participar de eventos externos e reuniões técnicas quan- I - realizar atendimentos psicológicos, de forma individual, em
do determinado pela autoridade competente; grupo ou em equipe multiprofissional, com o objetivo de auxiliar os
XVIII - assessorar tecnicamente comissões, grupos e equipes de sujeitos na compreensão das questões que trazem à Defensoria
trabalho constituídos pela autoridade competente. Pública e suas implicações emocionais;
II - elaborar documentos na área do conhecimento da Psicolo-
gia que possam subsidiar as decisões dos defensores na proposição
de peças judiciais;
III - atuar como assistente técnico, elaborando quesitos perti-
nentes ao saber psicológico, e avaliando documentos produzidos
por outros psicólogos no âmbito da Justiça, contestando-os e pedin-
do esclarecimentos quando necessário;

410
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SEÇÃO III
IV - participar de audiências, prestando informações para escla- DO APOIO TÉCNICO DE NÍVEL MÉDIO
recer aspectos técnicos em psicologia a leigos ou a operadores do SUBSEÇÃO I
direito, principalmente naqueles casos em que o assistido necessita
DO TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ÁREA MEIO
de apoio;
V - realizar estudos e pesquisas visando à construção e amplia- Art. 116. O Técnico Administrativo - Área Meio, que compõe o
ção do conhecimento psicológico aplicado ao campo do direito e di- apoio técnico de nível médio, tem como missão executar atividades
vulgá-las no âmbito da Defensoria Pública e de outras instituições; de rotina administrativa da área sistêmica da Defensoria Pública
VI - participar da elaboração, implementação, supervisão e exe- (área meio da instituição), preenchendo formulários, organizando e
cução de projetos internos e institucionais relativos à atuação da controlando processos, documentos e materiais, operando equi-
Defensoria Pública na área da Psicologia; pamentos das unidades administrativas, efetuando notificações
VII - aplicar o conhecimento da Psicologia para a compreensão, mediante determinação do superior imediato, auxiliando nas exe-
intervenção e desenvolvimento das relações e dos processos intra e cuções de serviços administrativos para o perfeito desenvolvimento
interpessoais, intra e intergrupais e suas articulações com as dimen- das rotinas de trabalho da Defensoria Pública do Estado de Mato
sões política, econômica, social e cultural; Grosso, por meio do desempenho das seguintes atribuições:
VIII - participar de comissões, fóruns, seminários e grupos de I - preencher formulários diversos, consultando fontes de in-
estudos e trabalho na área da Psicologia; formações disponíveis para possibilitar a apresentação dos dados
IX - organizar e manter registro e documentação atinentes à solicitados;
Psicologia, respeitando as normas do código de ética profissional; II - arquivar cópia de documentos emitidos, colocando-os em
X - delinear os procedimentos técnicos concernentes à Psico- pastas apropriadas para permitir eventuais consultas e levantamen-
logia; to de informações;
XI - supervisionar os estagiários de Psicologia na Defensoria Pú- III - realizar levantamento do estoque de material existente,
blica e participar de atividades externas relacionadas ao campo de examinando registros efetuados para proceder, caso necessário, a
estágio. sua reposição;
IV - conferir o material recebido, confrontando-o com os dados
SEÇÃO II
contidos na requisição, examinando-os, testando-os e registrando-
DO APOIO ESPECIALIZADO DE NÍVEL SUPERIOR - CONTROLA-
-os para encaminhá-los ao setor requisitante;
DOR INTERNO V - operar equipamentos digitando textos e relatórios, efetuan-
SUBSEÇÃO I do cálculos, tirando cópias xerográficas e prestando orientações por
DO CONTROLADOR INTERNO telefone, para contribuir na execução dos serviços de rotina;
VI - redigir correspondências e documentos em geral;
Art. 115. O Controlador Interno, órgão de administração sistê- VII - colaborar com a preparação e tramitação de processos;
mica vinculado ao Gabinete do Defensor Público-Geral, tem como VIII - proceder à conferência numérica de documentos, proces-
missão realizar atividades de controle interno no âmbito da Defen- sos, materiais e equipamentos;
soria Pública do Estado de Mato Grosso, visando assegurar a legali- IX - elaborar relatórios demonstrativos dos serviços executa-
dade, legitimidade, transparência e efetividade dos gastos públicos, dos;
por meio do desempenho das seguintes atribuições: X - fixar ou substituir cartazes, avisos e outros impressos nos
I - coordenar as atividades do Sistema de Controle Interno; quadros de avisos;
II - elaborar o Plano Anual de Atividades da Unidade de Con- XI - atender às requisições de informações relacionadas às ati-
trole Interno - PAACI para o exercício seguinte, compreendendo o vidades do respectivo setor;
Plano Anual de Auditoria Interna; XII - atender os públicos interno e externo e, em sendo o caso,
III - assinar o Relatório de Gestão Fiscal da Defensoria Pública; encaminhá-los para quem possa sanar a demanda;
IV - elaborar o Relatório de Resultado de Atividades de Controle XIII - atender e efetuar telefonemas, transmitindo ou receben-
Interno; do recados e prestando informações quando possível;
V - formular consultas ao Tribunal de Contas do Estado de Mato XIV - redigir documentos relativos ao tramite interno dos pro-
Grosso; cessos e outros que forem solicitados;
VI - realizar auditagens periódicas, inspeções e fiscalizações nas XV - auxiliar o setor administrativo no cumprimento de diligên-
unidades administrativas incumbidas da execução orçamentária, fi- cias externas;
nanceira, patrimonial e de pessoal (servidores e magistrados); XVI - auxiliar o setor administrativo no que concerne às instru-
VII - acompanhar a implementação das recomendações ou de- ções, notificações, requisições e diligências;
terminações do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso; XVII - auxiliar no recebimento e na devolução dos processos
VIII - emitir parecer técnico conclusivo das Contas Anuais da administrativos aos demais setores, bem como na entrega e recebi-
Defensoria, segundo as diretrizes constantes no Manual de Orienta- mento de documentos e correspondências;
ção para remessa de documentos ao Tribunal de Contas do Estado XVIII - auxiliar em serviço externo que demande a necessidade
de Mato Grosso; de apoio na distribuição de documentos de todos os gêneros e no
IX - emitir parecer no Processo de Tomada de Contas Especial; deslocamento de materiais, móveis e equipamentos;
X - ministrar oficinas nas áreas técnicas da Defensoria, obje- XIX - auxiliar no cadastramento de processos judiciais e admi-
tivando auxiliar nas atividades práticas, cumprindo a Unidade de nistrativos no sistema interno correspondente;
Controle Interno o caráter preventivo, orientativo e pedagógico;
XX - efetuar lançamentos em qualquer sistema informatizado
XI - emitir pareceres, relatórios e certificados. que venha a ser adotado pela Instituição;
XXI - auxiliar nos trabalhos administrativos em geral do local de
sua atuação.

411
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XXI - auxiliar nos trabalhos administrativos em geral do local de
Parágrafo único. Caso seja demonstrada a necessidade do ser- sua atuação.
viço, o Defensor PúblicoGeral poderá requisitar Técnico Administra- Parágrafo único. Caso seja demonstrada a necessidade do ser-
tivo - Área Meio para cumprir suas atribuições na área finalística da viço, o Defensor PúblicoGeral poderá requisitar Técnico Administra-
instituição, desde que haja concordância do servidor. tivo - Área Fim para cumprir suas atribuições na área sistêmica da
instituição, desde que haja concordância do servidor.
SUBSEÇÃO II
DO TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ÁREA FIM CAPÍTULO VIII
DOS CARGOS DE PROVIMENTO EM COMISSÃO
Art. 117. O Técnico Administrativo - Área Fim, que compõe o SEÇÃO I
apoio técnico de nível médio, tem como missão executar atividades DO CARGO DE DIREÇÃO
de rotina administrativa dos Núcleos da Defensoria Pública (área SUBSEÇÃO I
finalística da instituição), preenchendo formulários, organizando e DO DIRETOR-GERAL
controlando processos, documentos e materiais, operando equipa-
mentos das unidades administrativas, efetuando notificações me- Art. 118. O Diretor-Geral, cargo comissionado de nível superior,
diante determinação do Defensor Público Coordenador do Núcleo, tem como missão dirigir, planejar, coordenar, orientar e controlar,
auxiliando nas execuções de serviços administrativos para o perfei- sob a supervisão do Defensor PúblicoGeral, as atividades de ad-
to desenvolvimento das rotinas de trabalho da Defensoria Pública ministração geral dos serviços de apoio administrativo à atividade
do Estado de Mato Grosso, por meio do desempenho das seguintes institucional - área-meio da Defensoria Pública do Estado de Mato
atribuições: Grosso, por meio do desempenho das seguintes atribuições:
I - preencher formulários diversos, consultando fontes de in- I - auxiliar o Defensor Público-Geral a dirigir, organizar, orientar,
formações disponíveis para possibilitar a apresentação dos dados controlar e coordenar as atividades da Defensoria Pública, confor-
solicitados; me lhe for delegado;
II - arquivar cópia de documentos emitidos, colocando-os em II - despachar com o Defensor Público-Geral;
pastas apropriadas para permitir eventuais consultas e levantamen- III - acompanhar, em conjunto com os coordenadores, a atua-
to de informações; ção dos serviços de apoio administrativo à atividade institucional
III - realizar levantamento do estoque de material existente, - área-meio da administração sistêmica da estrutura organizacional,
examinando registros efetuados para proceder, caso necessário, a fornecendo as orientações técnicas necessárias;
sua reposição; IV - acompanhar a elaboração da proposta orçamentária e sua
IV - conferir o material recebido, confrontando-o com os dados execução no âmbito da instituição;
contidos na requisição, examinando-os, testando-os e registrando- V - atender às solicitações de outras áreas da Administração Su-
-os para encaminhá-los ao setor requisitante; perior, execução programática e administração sistêmica voltadas à
V - operar equipamentos digitando textos e relatórios, efetuan- atividade institucional - área-fim da estrutura organizacional;
do cálculos, tirando cópias xerográficas e prestando orientações por VI - promover campanhas internas de redução de gastos, cons-
telefone, para contribuir na execução dos serviços de rotina; cientizando todos os servidores do órgão;
VI - redigir correspondências e documentos em geral; VII - submeter à consideração do Defensor Público-Geral os as-
VII - colaborar com a preparação e tramitação de processos; suntos que excedem a sua competência;
VIII - proceder à conferência numérica de documentos, proces- VIII - participar e, quando for o caso, promover reuniões de
sos, materiais e equipamentos; coordenação no âmbito da sede administrativa e dos núcleos fina-
IX - elaborar relatórios demonstrativos dos serviços executa- lísticos da Defensoria em assuntos que envolvam articulação inter-
dos; setorial;
X - fixar ou substituir cartazes, avisos e outros impressos nos IX - auxiliar o Defensor Público-Geral, os Subdefensores Públi-
quadros de avisos; cos-Gerais e o Secretário Executivo de Administração no controle e
XI - atender às requisições de informações relacionadas às ati- supervisão dos órgãos que compõem a estrutura organizacional da
vidades do respectivo setor; Instituição, propondo alterações, tais como: criação, extinção e
XII - atender os públicos interno e externo e, em sendo o caso, transformação de unidades administrativas, visando aumentar a
encaminhá-los para quem possa sanar a demanda; eficácia das ações e viabilizar a execução da programação institu-
XIII - atender e efetuar telefonemas, transmitindo ou receben- cional;
do recados e prestando informações quando possível; X - desenvolver outras tarefas compatíveis com suas atribui-
XIV - redigir documentos relativos ao tramite interno dos pro- ções ante a determinação formal do Defensor Público-Geral.
cessos e outros que forem solicitados;
SEÇÃO II
XV - efetuar lançamentos em qualquer sistema informatizado
DO CARGO DE CHEFIA
que venha a ser adotado pela Instituição;
SUBSEÇÃO I
XVI - auxiliar o Defensor Público ou o setor administrativo no
DO COORDENADOR
cumprimento de diligências externas;
XVII - auxiliar o Defensor Público no que concerne às instru-
Art. 119 O Coordenador, cargo comissionado de nível supe-
ções, notificações, requisições e diligências;
rior, tem como missão coordenar, orientar, controlar as atividades
XVIII - quando habilitado, auxiliar na devolução dos processos
de serviços de apoio administrativo à atividade institucional - área
judiciais ao cartório, bem como na entrega de correspondências;
meio da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, para aten-
XIX - auxiliar em serviço externo que demande a necessidade dimento aos órgãos, servidores e membros da Defensoria Pública
de apoio na distribuição de documentos de todos os gêneros e no do Estado de Mato Grosso, por meio do desempenho das seguintes
deslocamento de materiais, móveis e equipamentos; atribuições:
XX - auxiliar no cadastramento de processos judiciais e adminis-
trativos no sistema interno correspondente;

412
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SUBSEÇÃO III
I - auxiliar a Diretoria Geral na tomada de decisões em matéria DO GERENTE
de competência de sua área de atuação;
II - coordenar o planejamento, a execução e a avaliação das Art. 121. O Gerente, cargo comissionado de nível médio, tem
ações das Gerências que lhe são subordinadas; como missão orientar, acompanhar e gerenciar o desenvolvimento
III - garantir a gestão pública no planejamento, execução e ava- de programas de trabalhos a serem executados pela unidade, por
liação das ações de sua unidade; meio do desempenho das seguintes atribuições:
IV - propor ao superior hierárquico, anualmente, os programas I - organizar, gerenciar, executar e controlar as atividades da
de trabalho de acordo com as diretrizes estabelecidas, bem como respectiva unidade;
acompanhar o desenvolvimento de sua execução; II - assessorar o superior imediato nos assuntos relacionados
V - estabelecer instruções e normas de serviço no âmbito de com suas atribuições;
sua unidade; III - emitir parecer técnico e proferir despachos nos processos
VI - promover os trabalhos em equipe e o desenvolvimento submetidos a sua apreciação;
continuado dos servidores que lhe são subordinados; IV - propor ao superior hierárquico, anualmente, programas de
VII - criar condições para a melhoria contínua e mensurável da trabalho relativos a sua área de atuação, de acordo com as diretri-
qualidade e produtividade do serviço público; zes estabelecidas, bem como acompanhar o desenvolvimento da
VIII - primar pelo desempenho gerencial em sua área de com- sua execução;
petência, promovendo a definição de responsabilidades por custos V - promover a elaboração de proposta técnica e execução de
e resultados; projetos em sua área de competência;
IX - proferir despachos e informações nos processos submeti- VI - estabelecer as metas a serem atingidas pela Gerência em
dos a sua apreciação; conjunto com a Coordenadoria e/ou Diretoria Geral;
X - fornecer à Diretoria Geral relatório de atividades e informa- VII - garantir a eficiência, eficácia e efetividade na execução das
ções gerenciais relativas ao planejamento e execução das ações da ações da Gerência;
Coordenadoria;
VIII - criar condições para a melhoria contínua e mensurável da
XI - coordenar, orientar, controlar e se responsabilizar pelas
qualidade e produtividade do serviço público;
atividades básicas e inerentes atribuídas neste Regimento a cada
IX - primar pelo desempenho gerencial em sua área de compe-
Gerência que lhe for subordinada.
tência, promovendo a definição de responsabilidades por custos e
resultados;
SUBSEÇÃO II
X - desenvolver outras atribuições afins definidas pelo superior
DO CHEFE DE GABINETE
imediato em ato formal.
Art. 120. O Chefe de Gabinete, cargo comissionado de nível su-
SEÇÃO III
perior, tem como missão prestar apoio técnico e administrativo ao
DO ASSESSORAMENTO
Defensor Público-Geral e Corregedor-Geral, que respectivamente
estiver subordinado, em assuntos de atendimento ao público, dis- SUBSEÇÃO I
tribuição processual e gerenciamento das informações, para me- DO ASSESSOR ESPECIAL
lhor inter-relação entre as áreas da instituição, por meio do desem-
penho das seguintes atribuições: Art. 122. O Assessor Especial, cargo comissionado de nível su-
I - analisar correspondências, expedientes e procedimentos perior, tem como missão prestar assessoramento e apoio especiali-
administrativos, distribuindoos aos setores internos competentes; zado à Administração Superior e aos órgãos de administração sistê-
II - preparar os expedientes e procedimentos administrativos, mica da Defensoria Pública em assuntos especialmente designados
especialmente quando demandarem prévia análise ou prévia ins- na sua área de formação, na realização de estudos, pesquisas, aná-
trução pelos órgãos internos de apoio administrativo, para serem lises, pareceres e minutas referentes a anteprojeto de leis, elabora-
despachados pelo Defensor Público-Geral e CorregedorGeral, que ção de projetos técnicos, e também por meio do desempenho das
respectivamente estiver subordinado; seguintes atribuições:
III - distribuir, orientar, dirigir e controlar os trabalhos do gabi- I - assessorar diretamente o Defensor Público-Geral em assun-
nete; tos pertinentes às esferas política, social e econômica;
IV - preparar, em conjunto com os demais assessores do gabi- II - assessorar o Defensor Público-Geral e/ou chefe imediato em
nete, a agenda diária do Defensor Público-Geral, e Corregedor-Ge- assuntos técnicos específicos de sua área de formação;
ral, que respectivamente estiver subordinado; III - orientar, observada sua área de formação, os demais servi-
V - receber, redigir, expedir e controlar a correspondência ofi- dores em suas respectivas atribuições;
cial do Defensor PúblicoGeral e do Corregedor-Geral que respecti- IV - emitir parecer técnico e proferir despachos nos processos
vamente estiver subordinado; submetidos à sua apreciação;
VI - acompanhar as matérias de interesse da Defensoria nos V - analisar relatórios técnicos, com base em conhecimentos
meios de comunicação; técnicos e científicos, bem como em informações levantadas, visan-
VII - atender as partes interessadas que procuram o gabinete; do subsidiar a Administração Superior, os órgãos de administração
VIII - desenvolver outras atribuições definidas pelo Defensor e execução programática e da administração sistêmica;
Público-Geral e Corregedor-Geral que respectivamente estiver su- VI - assistir direta e imediatamente o Defensor Público Geral no
bordinado. desempenho de suas atribuições e, especialmente, na realização de
estudos e contatos que por ele sejam determinados em assuntos
que subsidiem a gestão na tomada de decisões;
VII - assistir o Defensor Público Geral, em articulação com os
outros órgãos, na preparação de material de informação e de apoio,
de encontros e audiências com autoridades;

413
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
X - conservar arquivados, preferencialmente no formato digital
VIII - elaborar relatórios técnicos a partir das informações pro- despachos e demais trabalhos desenvolvidos;
duzidas pelas unidades administrativas; XI - desempenhar outras funções compatíveis com suas atribui-
IX - coletar informações, para estruturação de documentos, vi- ções face à determinação superior.
sando atender solicitação da administração superior;
X - desempenhar outras funções compatíveis com suas atribui- SUBSEÇÃO III
ções face à determinação superior. DO ASSESSOR TÉCNICO
SUBSEÇÃO II Art. 125. O Assessor Técnico, cargo comissionado de nível su-
DO ASSESSOR JURÍDICO - ÁREA FIM perior, tem como missão prestar assessoramento aos membros da
Defensoria Pública e à administração sistêmica em assuntos técnico
Art. 123. O Assessor Jurídico- área fim, cargo comissionado de em geral, por meio do desempenho das seguintes atribuições:
nível superior exclusivo para bacharéis em direito, tem como I - assessorar o superior imediato ao qual estiver vinculado, no
missão prestar assessoramento direto ao Defensor Público em as- que concerne às instruções, notificações, requisições e diligências;
suntos jurídicos em geral, por meio do desempenho das seguintes II - realizar estudos e pesquisas, e propor projetos e programas
atribuições: sobre assuntos da área fim e/ou área-meio;
I - prestar assessoramento jurídico nos assuntos designados III - organizar e manter atualizados relatórios, ofícios, citações,
pelo Defensor Público ao qual for subordinado; notificações, intimações, requisições e outros expedientes da uni-
II - emitir minuta de peças processuais, pareceres e prestar dade administrativa;
orientação normativa para assegurar o cumprimento de leis e re- IV - assistir as reuniões, lavrando seus respectivos termos,
gulamentos; quando assim determinado;
III - estudar a matéria jurídica e de outras naturezas, consultan- V - instruir processos e outros expedientes a serem submetidos
do códigos, leis, jurisprudências e outros documentos necessários ao seu superior imediato;
para adequar os fatos à legislação aplicável; VI - atender às partes interessadas que procuram o gabinete ao
IV - redigir e elaborar documentos jurídicos, pronunciamentos, qual se encontra vinculado;
minutas e informações sobre as questões solicitadas; VII - prestar esclarecimentos aos interessados sobre a forma de
V - atender as partes interessadas que procuram o gabinete do procedimento, competência e finalidade do organismo ao qual se
Defensor Público; encontra vinculado, encaminhando-os a outros órgãos, se for o
VI - manter arquivadas em pasta própria, cópias dos pareceres caso;
ou quaisquer outros trabalhos que realizar; VIII - elaborar relatórios técnicos a partir das informações pro-
VII - desempenhar outras funções compatíveis com suas atri- duzidas pelas unidades administrativas;
buições face à determinação superior. IX - coletar informações, produzindo dados de forma científica,
para estruturação de documentos, visando atender solicitação da
SUBSEÇÃO II alta administração;
DO ASSESSOR JURÍDICO - ÁREA MEIO X - conservar arquivados, preferencialmente no formato digital
despachos e demais trabalhos desenvolvidos;
Art. 124. O Assessor Jurídico - área meio, cargo comissionado XI - elaborar manifestação técnica e administrativa;
de nível superior exclusivo para bacharéis em direito, tem como XII - desenvolver outras atribuições definidas em ato formal do
missão prestar assessoria técnica, jurídica e administrativa aos ór- superior imediato.
gãos de Administração Sistêmica, por meio do desempenho das se-
guintes atribuições: CAPÍTULO IX
I - elaborar manifestação técnica sobre aspectos de natureza DA COMISSÃO DE CONCURSO
jurídica;
II - elaborar estudos e projetos de caráter técnico-legal; Art. 126. A Comissão de Concurso tem como missão coorde-
III - desenvolver relatórios técnicos e informativos; nar, orientar e controlar a execução das atividades técnico-adminis-
IV - elaborar minutas de leis, decretos e demais normas regula- trativas de apoio à realização do concurso de provas e títulos para
mentadoras, respeitando a orientação técnica quanto ao conteúdo ingresso na carreira do Quadro de Pessoal de Apoio Administrativo
do instrumento; da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, por meio de suas
V - elaborar e examinar os textos de editais de licitação e dos atribuições.
respectivos contratos ou acordos congêneres, a serem celebrados e Art. 127. A Defensoria Pública deverá celebrar contrato com
publicados, bem como os atos pelos quais se vá reconhecer a inexi- instituições públicas ou privadas de ensino com experiência na re-
gibilidade ou decidir a dispensa de licitação; alização de concursos públicos, observadas as disposições contidas
VI - examinar o aspecto jurídico dos documentos que lhes são na Lei 8.666/93.
submetidos, emitindo manifestação técnica de natureza jurídica e Art. 128. Compete a Comissão de Concurso Público, acompa-
sugerindo as providências quando necessárias; nhar a realização, solicitar qualquer providência necessária ao seu
VII - assessorar juridicamente a administração superior e a ad- cumprimento, julgar os casos omissos ou duvidosos e coordenar as
ministração sistêmica, emitindo despacho, pesquisando códigos, atividades necessárias ao bom andamento do Concurso Público.
leis, jurisprudências e outros; Parágrafo único. A Comissão é soberana e tem total autonomia
VIII - propor, acompanhar e avaliar a atualização da legislação para deliberar sobre todos os aspectos não previstos no edital do
administrativa estadual; concurso público em todas as fases, ressalvados os casos de com-
IX - interpretar a Constituição, as leis, os tratados e os demais petência legal específica.
atos normativos, para que sejam uniformemente seguidos pelas Art. 129. A Comissão será composta por até 05 (cinco) integran-
unidades administrativas, quando não houver orientação normati- tes, indicados pelo Conselho Superior e nomeados pelo Defensor
va do Poder Executivo Estadual; Público-Geral, sendo um deles designado para presidi-la.

414
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XVIII - organizar e manter o cadastro qualitativo e quantitativo
§ 1º A Comissão de Concurso Público contará com membros dos candidatos do concurso público para ingresso na carreira do
suplentes, a serem indicados na forma do caput. Quadro de Pessoal de servidores de carreira da Defensoria Pública;
§ 2º Os membros da Comissão deverão ser servidores públicos XIX - receber, conferir, distribuir e expedir os processos e a cor-
efetivos ou defensores públicos ou representantes de outras enti- respondência oficial mantendo o registro adequado;
dades, que não estejam respondendo a Processo Administrativo XX - emitir parecer final para homologação do certame;
Disciplinar, nem registrem condenação disciplinar enquanto não XXI - desempenhar outras atividades que forem atribuídas à
reabilitado. Comissão.
§ 3º Não poderão participar da Comissão de Concurso Público Parágrafo único. O presidente da Comissão de Concurso Pú-
o cônjuge ou companheiro(a) e os parentes consanguíneos ou afins blico fica responsável por assinar os editais de concurso público e
até o terceiro grau, de qualquer dos candidatos, enquanto perdurar responder pela correta atuação da comissão e do órgão executor
o processo. do certame.
§ 4º Ocorrendo impedimento de membro titular da Comissão Art. 132. Os autos do Concurso conterão todos os documen-
de Concurso Público, proceder-se-á à sua substituição por membro tos referentes à sua realização, incluindo solicitações, publicações,
suplente. Caso haja impedimento quer dos membros titulares, quer atas, certidões, comunicações expedidas e recebidas, bem como
dos suplentes, o Defensor Público-Geral indicará substitutos dentre todas as decisões da Comissão de Concurso Público.
membros e servidores efetivos para comporem a referida Comis- Art. 133. As diretrizes de trabalho da comissão poderão ser nor-
são. matizadas via instrução normativa ou regulamento próprio elabora-
§ 5º Os integrantes designados para compor a Comissão de do pela própria comissão e aprovado pelo Defensor Público-Geral.
Concurso Público exercerão suas atividades junto à comissão sem
prejuízo das atribuições normais do cargo ou da função que ocu- CAPÍTULO X
pam. DA LOTAÇÃO DOS CARGOS DE COMISSÃO
Art. 130. Os concursos para provimento dos cargos efetivos se-
rão autorizados pelo Defensor Público-Geral, à vista da existência Art. 134. Os servidores ocupantes de cargos comissionados de
de vagas no quadro de pessoal, em face das necessidades da Ad- nível superior serão lotados nas áreas correlatas à sua formação
ministração. universitária, ressalvados os cargos de assessoria lotados nos gabi-
Art. 131. São atribuições da Comissão de Concurso Público: netes da Administração Superior.
I - fornecer todos os dados e informações à empresa contra- Art. 135. Os analistas, servidores efetivos de carreira, serão
tada, para elaboração do edital de abertura do concurso público; lotados, sempre que possível, nas áreas correlatas à sua área de
II - receber, conferir, atestar, acompanhar, fiscalizar e avaliar a aprovação no concurso público, ressalvados os casos de nomeação
execução das atividades referentes à administração de material, co- em cargo comissionado.
municação e atividades auxiliares à realização do concurso;
III - analisar e validar os editais e os comunicados relacionados CAPÍTULO XI
ao concurso público; DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
IV - julgar os pedidos de isenção de taxa de inscrição dos candi-
datos, após a análise e parecer da empresa contratada; Art. 136. O Diretor Geral e os Coordenadores terão substitutos
V - receber e analisar os relatórios diversos e listagens conten- eventuais, que deverão ser designados pelo Defensor Público-Ge-
do os resultados das provas; ral.
VI - responder quanto a possíveis questionamentos pertinentes Art. 137. Os Gerentes serão substituídos em suas ausências
ao processo de seleção, assessorados pela empresa contratada; e impedimentos por um dos servidores do órgão, designado pelo
VII - aprovar os atos realizados pela empresa contratada, tais Defensor Público-Geral, ouvidos o Diretor Geral e o Coordenador a
como: cronograma de execução de acordo com as fases do concur- que estiver subordinado.
so público, minuta do edital, a matéria técnica pertinente dentre Art. 138. O horário de trabalho na Defensoria Pública obedece-
outros atos necessários ao andamento do concurso; rá à legislação vigente e às determinações estabelecidas em Ato do
VIII - receber, guardar e zelar pela segurança dos processos e Defensor Público-Geral.
documentos encaminhados para arquivamento; Art. 139. Os casos omissos e as dúvidas surgidas na aplicação
IX - acompanhar a execução do concurso público em todas as do Regimento Interno serão dirimidos pelo Defensor Público-Geral.
atividades; Art. 140. Fica estabelecida, no âmbito da Defensoria Pública
X - fazer publicar os editais referentes ao concurso público; estadual, a suspensão do expediente durante o período do reces-
XI - traçar as diretrizes do concurso público, orientando a em- so forense de final de ano, conforme determinado pelo Código de
presa contratada; Organização e Divisão Judiciária do Estado de Mato Grosso, sendo
XII - coordenar e planejar as atividades pertinentes à realização mantido o trabalho em regime de plantão, se necessário.
do concurso público; Art. 141. A numeração das instruções normativas será zerada
XIII - adotar as providências que se fizerem necessárias e decidir todos os anos.
acerca dos incidentes que possam ocorrer no decorrer do certame; Art. 142. Este Regimento Interno entrará em vigor na data da
XIV - analisar e decidir os recursos interpostos; sua publicação.
XV - registrar em atas as deliberações tomadas pelos integran- Art. 143. Revoga-se a portaria nº 0486/2019/DPG, assim como
tes da Comissão; as demais disposições em contrário.
XVI - promover a guarda, conservação e o controle dos pro-
cedimentos e demais documentos recebidos e expedidos, visando
manter a segurança necessária;
XVII - organizar estatística e relatório de cada concurso reali-
zado, como também os quadros analíticos e comparativos entre os
concursos;

415
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
4. Sobre os arquivos públicos, considere os itens abaixo e assi-
EXERCÍCIOS nale a alternativa correta.
I. Os conjuntos de documentos oriundos de arquivos provisó-
rios que aguardam remoção para depósitos temporários são deno-
1. Quanto à aplicação do conceito de qualidade no serviço pú- minados de sistemáticos.
blico, assinale a alternativa correta. II. Os conjuntos de documentos oriundos de arquivos correntes
(A) O trabalho com qualidade significa realizar as atividades de que aguardam remoção para depósitos temporários são denomina-
acordo com as normas preestabelecidas, independentemente dos de Intermediários.
dos resultados obtidos. III. Os conjuntos de documentos atuais, em curso, que são ob-
(B) A qualidade depende apenas do esforço e do trabalho indi- jeto de consultas e pesquisas frequentes denominam- se Correntes.
vidual de cada servidor, independentemente de outros recur- IV. Os conjuntos de documentos de valor históricos, científico
sos disponíveis. ou cultural que devem ser preservados indefinidamente são cha-
(C) Segundo William Edwards Deming, o pai da qualidade, a mados de Permanentes.
maioria das falhas nos processos de produção de serviços é de
responsabilidade direta das pessoas (causas especiais), en- Está(ão) correto(s) o(s) item(ns):
quanto a menor parte pode ser atribuída à má administração (A) I, apenas;
(causas comuns). (B)I e II, apenas;
(D) A qualidade é um conceito da década de 1970, já ultrapas- (C) I, III e IV, apenas;
sado e que não mais se aplica à nova gestão. (D) II, III e IV, apenas;
(E) O trabalho com qualidade significa ter zelo e cuidado com (E) I, II, III e IV.
aquilo que se faz, sabendo com clareza para que serve, a quem
se destina e quais níveis de controle são indispensáveis para 5. Todos os itens abaixo corresponde a acessórios do arquivo,
que se alcance o máximo de resultados com menor esforço, exceto:
atingindo metas, objetivos e finalidades. (A) notações
(B) pastas
2. Em uma repartição pública, o atendimento ao público deve (C) guias
se traduzir em uma relação entre o servidor e o cidadão, pautada (D) bilhetes
por cortesia, interesse, atenção, eficiência, presteza, discrição, to- (E) tiras de inserção
lerância e objetividade. Com relação ao exposto, assinale a alter-
nativa que indica uma situação que viola o que é esperado como 6. A autonomia de sentido é uma das mais importantes carac-
atendimento de qualidade num órgão público. terísticas dos documentos
(A) Um cidadão, que se endereça erroneamente a uma reparti- (A) de arquivos intermediários.
ção pública, recebe informações acerca de como proceder para (B) de arquivos correntes.
alcançar os serviços buscados. (C) iconográficos.
(B) Um cidadão pertencente ao um grupo prioritário (como (D) de arquivos permanentes.
idosos, grávidas e pessoas acompanhadas de crianças de colo, (E) de biblioteca.
por exemplo) recebe atendimento mediante procedimentos
idênticos àqueles exigidos do cidadão médio. 7. A constituição dos acervos das bibliotecas e dos museus en-
volve, quase sempre, mecanismos de compra, doação ou permu-
(C) Um cidadão com orientação sexual diferente dos padrões ta. No caso dos arquivos institucionais, em que os documentos são
hegemônicos acede aos serviços públicos mediante procedi- acumulados em razão das atividades da entidade produtora, os me-
mentos idênticos àqueles demandados aos cidadãos de orien- canismos de constituição dos acervos consistem, basicamente, em
tação sexual hegemônica. (A) ingresso e incorporação.
(D) O cidadão que se declara analfabeto recebe orientações e (B) avaliação e seleção.
atendimento que o habilitem a compreender os documen- tos (C) transferência e recolhimento.
que lhe compete assinar e as normativas que lhe compete (D) aquisição e remessa.
cumprir. (E) recolhimento e depósito legal.
(E) O cidadão com dificuldade de locomoção recebe atendi-
mento em local ou instalações diferenciadas daqueles ofereci- 8. Acerca dos princípios e conceitos arquivísticos, marque a al-
dos ao cidadão médio. ternativa correta.
(A) O historiador francês Natalis de Wailly promulgou o prin-
3. Todos os itens abaixo são características do método de arqui- cípio do ciclo vital dos documentos, que passou a ser aplicado
vamento alfabético, EXCETO: em muitos países.
(A) específico ou por assunto; (B) O Decreto de Messidor da legislação de arquivos da Revolu-
(B)Geográfico; ção Francesa é considerado como o princípio da acessibilidade
(C) Duplex; dos arquivos públicos.
(D) Mnemônico; (C) O princípio da Proveniência sagrou-se com o fim da II Guer-
(E) Variadex. ra Mundial, quando ocorreu um grande aumento no volume de
documentos nas instituições.
(D) O conceito de gestão de documentos nasceu com a criação
do Arquivo Nacional da França, quando começaram a valorizar
os traços administrativos do documento.

416
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Em consonância com as correntes atuais do pensamento arqui-
9. Sua condição no tempo e no espaço faz com que o documen- vístico, está(ão) correta(s)
to de arquivo possua a especificidade de sua produção em série, (A) apenas I.
que corresponde às atividades da entidade, formando um organis- (B) apenas II.
mo total, um corpo vivo. (C) apenas I e III.
(Bellotto, 2014 Com adaptações.) (D) apenas II e III.
(E) I, II e III.
Na citação anterior, a autora refere-se a qual princípio da ar-
quivologia? 12. Vigência é a qualidade pela qual determinados documentos
(A) Unicidade. (A) permanecem efetivos e válidos.
(B) Providência. (B) seguem à risca a norma legal.
(C) Organicidade . (C) perdem vigor e são extintos.
(D) Indivisibilidade. (D) têm precedência sobre outros.
(E) são tempestivos e oportunos.
10. Tendo em vista as recomendações para construção de ar-
quivos, considere as afirmativas a seguir.
13. Em relação às funções arquivísticas, considere as afirmati-
I → No que diz respeito à localização do edifício sobre o terre-
vas a seguir.
no, deve-se observar a influência que o ambiente externo exercerá
I → A avaliação dos documentos refere-se ao ato de elaborar
sobre o interno, ou seja, o projeto de construção deve considerar o
documentos em razão das atividades específicas de um órgão.
posicionamento da construção em relação à incidência de luz solar,
II → A aquisição contempla a entrada de documentos nos ar-
além da localização da vegetação nos arredores, que pode causar
quivos corrente, intermediário e permanente; refere-se ao arqui-
riscos de raios, térmitas, danos estruturais pelas raízes, queda de
vamento corrente e aos procedimentos de transferência e recolhi-
folhas, galhos e frutos e incidência de sombras, que poderão oca-
mento de acervo.
sionar acúmulo de umidade nas paredes.
II → Os espaços projetados devem ser distribuídos pensando III → Classificação é a sequência de operações que, de acordo
em suas funções: depósitos (inclusive para acervos especiais), áreas com as diferentes estruturas, funções e atividades da entidade pro-
para o público e áreas de trabalho (gabinetes, recepção, seleção, dutora, visam a distribuir os documentos de um arquivo.
higienização, restauração, entre outras). IV → A descrição torna os documentos acessíveis e promove
III → As construções espaçosas, com grandes vãos ou abertas sua consulta mediante publicações, exposições, conferências, servi-
são mais eficientes quanto à manutenção das condições ambientais ços educativos e outras atividades.
e de segurança necessárias para a preservação do que espaços me-
nores, fragmentados e compactos. Está(ão) correta(s)
IV → O projeto do edifício deverá levar em conta as condições (A) apenas III.
e dimensões do terreno; os regulamentos e tradições locais; as con- (B) apenas I e IV.
dições climáticas; o fluxo de trabalho e de atendimento ao público; (C) apenas I e III.
as características físicas e formatos dos documentos; o volume do (D) apenas II e III.
acervo e a expectativa de crescimento. (E) apenas II e IV.

Estão corretas 14. Documento é o suporte da informação. Então, informação é


(A) apenas I e II. (A).a idéia ou mensagem contida em um documento.
(B) apenas I e III. (B) todo documento escrito, como livro, revista, relatório etc.
(C) apenas III e IV. (C) um conjunto de documentos que tratam do mesmo assun-
(D) apenas I, II e IV. to.
(E) apenas II, III e IV. (D) a parte material de que os documentos são feitos.
(E) aquele documento que foi considerado de valor.

11. Recentemente, estudiosos, pensadores e profissionais têm 15. Quando uma autoridade determina a guarda de um docu-
discutido princípios da ciência arquivística que, por muito tempo, mento que já cumpriu a sua tramitação, esse documento deve ser
foram considerados inexoráveis para o estudo e a prática dos arqui- (A)descartado.
vos. Sob esta perspectiva, considere as afirmativas a seguir. (B) arquivado.
I→O modelo arquivístico vigente não se encaixa aos organis- (C) despachado.
mos vivos que são os arquivos hoje. A problemática reside em refi- (D)reproduzido.
nar a informação baseada na proveniência geral, sem obscurecer a (E) expedido.
conexão documento- atividade.
II → O arquivista atua como mediador entre documento e usu- 16. As pesquisas comportamentais difundem conhecimentos
ário, devendo, para tanto, possuir formação sólida em áreas como sobre personalidade e atitudes positivas nos grupos. Sobre o assun-
história, idiomas e diplomática, que lhe permitam ler e compreen- to, é correto afirmar:
der os documentos, dominando uma série de detalhes técnicos por (A) Traços como fluência verbal, coalisão e introversão tendem
meio de extensos esforços práticos. a correlacionar-se com flexibilidade, parcerias e maturidade do
III → Os processos de avaliação constituem um elemento vital grupo.
do contexto em que os arquivos históricos são formados. Guiados (B) Traços de dominação, convencionalismo e autoritarismo
pelos valores de sua sociedade, os arquivistas acham-se implicados tendem a correlacionar-se com qualidade produtividade e efi-
na formação dos arquivos que sua época legará ao futuro. cácia do grupo.

417
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
(E) a habilidade em definir regras consensuais para o efetivo
(C) Traços como sociabilidade, autoconfiança e independência
atendimento
tendem a estar relacionados com produtividade, moral e coe-
são do grupo. 21. (AOCP/BRDE) A comunicação e relação interpessoal são
(D) Traços como autoconfiança, clareza e independência ten- apresentadas como habilidade interpessoal e comunicação, tam-
dem a estar negativamente relacionados com produtividade, bém chamadas de habilidades humanas e são consideradas extre-
moral e participação do grupo. mamente necessárias na vida de um administrador, em função de
(E) Traços como autoritarismo, dominação e não convencionis- proporcionar
mo são variáveis independentes correlacionadas com tomada (A) trabalho com eficácia e esforços cooperativos na direção
de decisão, conservadorismo e poder no grupo. dos objetivos estabelecidos.
(B) visão sistêmica da organização com envolvimento das pes-
17. As atitudes e a personalidade podem afetar profundamente soas.
o local de trabalho. A empatia configura-se como um componente (C) trabalho com eficácia, empregabilidade e polivalência.
de personalidade em que se pode afirmar como correto o seguinte (D) visão sistêmica da organização e facilidade no uso de téc-
significado: nicas específicas.
(A) Relacionar-se positivamente com outras pessoas, imitando (E) trabalho com eficácia e esforços individualizados na dire-
gestos e voz. ção dos objetivos estabelecidos.
(B) Preservar amizades, ser aceito pelas pessoas e sentir-se
bem entre as pessoas. 22. (INSTITUTO AOCP/Prefeitura de Angra dos Reis-RJ) Qual é
(C) Responder às emoções e influências diversas sem discrimi- a atividade que compreende um conjunto de operações e procedi-
nações culturais ou religiosas. mentos, visando ao controle dos documentos que ainda tramitam
(D) Manter afinidades e proximidade com colega, nutrir senti- no órgão, de modo a garantir a sua imediata localização e recupe-
mentos em relação ao outro, fazer criticas construtivas. ração?
(E) Colocar-se no lugar do outro, reconhecer os sentimentos do (A) Atividade de classificação de documentos.
outro sem expressas palavras, mas no tom de voz, linguagem (B) Atividade de distribuição de documentos.
corporal e expressão facial. (C) Atividade de recepção de documentos.
(D) Atividade de protocolo de documentos.
18. (CONSULPLAN/TSE) Em relação à comunicação nas orga- (E) Atividade de registro de documentos.
nizações, analise.
I. Uma comunicação eficaz é um processo horizontal, em que 23. (TJ-DFT - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Re-
todos os envolvidos mantêm uma ética relacional. moção - CESPE – 2019). No âmbito da atuação pública, faz-se neces-
II. É possível melhorar a comunicação por meio de treinamen- sário que a administração pública mantenha os atos administrati-
to e desenvolvimento de pessoal. vos, ainda que estes sejam qualificados como antijurídicos, quando
III. A comunicação é elemento acessório no processo de busca verificada a expectativa legítima, por parte do administrado, de
de qualidade nas organizações. estabilização dos efeitos decorrentes da conduta administrativa. A
interrupção dessa expectativa violará o princípio da
Assinale (A) legalidade.
(A) se apenas a afirmativa I estiver correta. (B) confiança.
(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. (C) finalidade.
(C) se apenas a afirmativa II estiver correta. (D) continuidade.
(D) se apenas a afirmativa III estiver correta. (E) presunção de legitimidade.

19. (FCC/MPE-AP) - Para o atendimento ao público ser consi- GABARITO


derado ideal ou próximo ao ideal, existem regras, que inclusive no
caso brasileiro, têm Decreto e Lei regularizando ou estabelecendo
regras mínimas. 1 E
Um atendente deve estar à disposição do consumidor em até
(A) 180 segundos, obrigatoriamente 2 B
(B) 90 segundos, obrigatoriamente 3 C
(C) 90 segundos, se ele assim solicitar
4 D
(D) 60 segundos, obrigatoriamente
(E) 60 segundos, se ele assim solicitar 5 D
6 E
20. (FCC/AL-SP) Um dos fatores de qualidade no atendimento
ao público é a empatia. Empatia é 7 C
(A) a capacidade de transmitir sinceridade, competência e 8 B
confiança ao público. 9 C
(B) a capacidade de cumprir, de modo confiável e exato, o que
foi prometido ao público 10 D
(C) o grau de cuidado e atenção individual que o atendente de- 11 C
monstra para com o público, colocando-se em seu lugar para
um melhor entendimento do problema. 12 A
(D) a intimidade que o atendente manifesta ao ajudar pronta- 13 D
mente o cidadão

418
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
14 A
15 B
16 C
17 E
18 C
19 D
20 E
21 B
22 C
23 B

ANOTAÇÕES

419
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

420

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