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ISABELA BERTHOLAZO

RAFAELA MARIANO
NUCCI

DESTINAÇÃO CORRETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM POSTOS


DE COMBUSTÍVEIS: um estudo sobre os postos de combustíveis
de Uraí-PR

CORNÉLIO PROCÓPIO
2017
ISABELA BERTHOLAZO
RAFAELA MARIANO NUCCI

DESTINAÇÃO CORRETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM POSTOS


DE COMBUSTÍVEIS: um estudo sobre os postos de combustíveis
de Uraí-PR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Estadual do Norte do Paraná Campus
de Cornélio Procópio, ao curso de Bacharelado em
Administração, sob a orientação da Professora: Me.
Letícia Mirella Fischer Campos.

CORNÉLIO PROCÓPIO
2017
DESTINAÇÃO CORRETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM POSTOS
DE COMBUSTÍVEIS: um estudo sobre os postos de combustíveis de
Uraí-PR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de


Bacharelado em Administração.

Banca examinadora:

Prof. Me. Letícia Mirella Fischer


Campos
Universidade Estadual do Norte do Paraná – Cornélio Procópio/PR

Prof. Dr. Tayso Silva


Universidade Estadual do Norte do Paraná – Cornélio Procópio/PR

Prof. Me. Sérgio Roberto Ferreira


Universidade Estadual do Norte do Paraná – Cornélio Procópio/PR

Cornélio Procópio, 13 de novembro de 2017.


SUMÁRIO

RESUMO....................................................................................................................................1
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................2
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................................2
3 METODOLOGIA...................................................................................................................4
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES...........................................................................................5
5 CONCLUSÃO.......................................................................................................................12
6 REFERÊNCIAS....................................................................................................................13
7 APENDICÊS..........................................................................................................................14
APÊNDICE A.......................................................................................................................14
APÊNDICE B.......................................................................................................................14
APÊNDICE C.......................................................................................................................18
8 ANEXOS..............................................................................................................................19
ANEXO A – ABNT NBR 10004 – Resíduos Sólidos – Clasificação (p. V a p. 5)..............19
ANEXO B – RESOLUÇÃO 273 DE 29 DE NOVEMBRO DE 2000 - CONAMA...........26
ANEXO C – RESOLUÇÃO Nº 313, DE 29 DE OUTUBRO DE 2002..............................31
DESTINAÇÃO CORRETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM POSTOS DE COMBUSTÍVEIS:
um estudo sobre os postos de combustíveis de Uraí-PR

Isabela Bertholazo
Rafaela Mariano Nucci

RESUMO
O desenvolvimento sustentável é uma prática realizada em diversas empresas de diferentes setores
no Brasil e no mundo. Os impactos ambientais causados pelo desenvolvimento das atividades de
posto de combustível podem ser controlados ou até mesmo evitados, desde que, se invista na
adoção de medidas de gestão ambiental. Este trabalho teve como objetivo analisar a gestão de
resíduos sólidos gerados nos postos de combustível no município de Uraí/PR. Esta pesquisa é
classificada, quanto a sua natureza, como pesquisa aplicada, quanto a sua forma, como qualitativa,
do ponto de vista dos objetivos, como pesquisa exploratória assumindo a forma de estudo de casos
múltiplos. Foram realizadas entrevistas nos postos de combustível de Uraí e foram obtidas respostas
de três de quatro postos que a cidade possui. Os objetivos atribuídos a este artigo foram alcançados
e relatados para pesquisas posteriores.

Palavras-chave: Desenvolvimento sustentável; Posto de Combustível; Resíduos sólidos.

CORRECT DESTINATION OF SOLID WASTE AT FUEL POSTS: A study on Uraí gas


stations

ABSTRACT
Sustainable development is a practice carried out in several companies from different sectors in
Brazil and in the world. The environmental impacts caused by the development of fuel station
activities can be controlled or even avoided, provided that it is invested in the adoption of
environmental management measures. This work had the objective of analyzing and identifying the
solid waste generated at the fuel stations of the municipality of Uraí / PR. This research is
classified, as to its nature, as applied research, as to its form, as qualitative, from the point of view
of the objectives, like exploratory research assuming the form of study of multiple cases. Interviews
were conducted at the Uraí fuel stations and we obtained responses from three out of four stations
that the city has. The objectives assigned to this article were reached and reported for further
research.

Keywords: Sustainable development; Fuel station; Solid waste.

1
1 INTRODUÇÃO

Ser sustentável vai muito além do plantio de árvores e reciclagem, é aproveitar o que o
mundo oferece sem comprometer as ações sustentáveis das próximas gerações. A proposta deste
artigo é apresentar conceitos sobre sustentabilidade na área de resíduos sólidos gerados por rede de
postos de combustível e sua aplicação por meio de pesquisa realizada em uma cidade do norte do
Paraná, apresentando os serviços e resíduos gerados.
De acordo com o Anexo I da Resolução CONAMA nº 273/00 “os resíduos gerados devem
ser listados, especialmente, as embalagens de óleo lubrificante, de filtros de óleo e outras
embalagens (xampu, limpa-vidros, removedores, resíduos de borracharia, areia e lodo do fundo dos
separadores, água/óleo)” (Anexo B).
Entre os diversos resíduos gerados em um posto de combustível, destacam-se, embalagens
plásticas de óleo, filtros de óleo, filtros de combustível e de ar, óleo lubrificante, terra contaminada
com óleo, panos e estopas usadas e contaminadas.
As embalagens estão contaminadas com óleos que dificultam o processo de reciclagem e
exige uma etapa de separação de produto químicos (óleo) da água. O tempo de biodegradação do
óleo é muito longo (acima de 100 anos), estes frascos ocupam muito espaço e podem reduzir o
tempo de vida útil de lixões e aterros.
“Os óleos são uma ameaça constante ao meio ambiente, vista que 85% dos postos possuem
troca de óleo e que as embalagens contêm resto de óleo dentro do recipiente e esse óleo é
mundialmente considerado como produto maléfico ao meio ambiente e a saúde pública, estando
inserido na “Classe I dos Resíduos Perigosos”, por apresentar toxidade, conforme a classificação da
Associação Brasileira de Normas Técnicas” – ABNT, de 2004 (Anexo A).
Esse artigo tem como objetivo de identificar os resíduos de posto de combustível e seu
potencial em termos de risco ao meio ambiente, que está relacionada à sua origem e verificar como
é realizado o seu descarte.
As análises das condições ambientais dos postos de venda de combustíveis foram realizadas
a partir de aplicação de questionários em entrevistas que possuíam perguntas focadas um roteiro e
relacionadas ao gerenciamento dos resíduos gerados pelas atividades da empresa.
Com as respostas obtidas, foi possível confirmar que estes resíduos precisam ter uma
destinação correta para que não abale o meio ambiente e para que a organização esteja em dia com
suas obrigações de acordo com leis estabelecidas.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O desenvolvimento sustentável não é algo que esteja em um momento instável. Trata-se de


um processo de mudança onde o uso dos recursos, a destinação dos investimentos, os caminhos do
desenvolvimento da tecnologia e a mudança institucional devem estar de acordo com as
necessidades do presente e do futuro.

2
“No processo de desenvolvimento e geração de resíduos, diversas atividades se destacaram.
Dentro destas, os postos revendedores de combustível ou também chamado de “posto de gasolina”,
nome tradicionalmente utilizado pela maioria da população brasileira para indicar o local onde se
abastece de combustível os veículos automotivos” (SANTOS 2005)
A dimensão social consiste nos aspectos sociais relacionadas às qualidades dos seres
humanos, como suas habilidades, dedicação e experiências, abrangendo tanto o ambiente interno da
empresa quanto o externo (ALMEIDA, 2002).
O impacto causado no meio ambiente pelos resíduos das atividades comerciais, em especial
as dos postos de abastecimento de combustíveis, são preocupantes. Os riscos podem estar
associados à segurança à saúde do funcionário e riscos ambientais, que podem ocasionar
contaminação do solo, pelo vazamento de combustíveis ou provenientes de outros serviços
prestados por um posto de combustível como a troca de óleo (SANDRES, 2004).
De acordo com Gallo (2007) para se atingir o desenvolvimento sustentável, é fundamental a
consideração das questões econômicas e ecológicas nos processos de tomada de decisões, visto que,
nas atividades do mundo real, economia e ecologia estão integradas. Nesse sentido, tornam-se
necessárias mudanças de atitudes e objetivos e a adoção de novas disposições institucionais em
todos os níveis: municipal, estadual e federal.
A empresa é responsável por todos os resíduos sólidos gerados em suas instalações e
implicará na suspensão da Licença Ambiental se caso não for atendido. E com base na legislação os
fiscais ambientais podem solicitar a paralisação do Posto de Combustível quando seus resíduos
sólidos não estiverem sendo acondicionados adequadamente. O proprietário do Posto pode
responder por crime ambiental no caso de acidente com algum resíduo sólido gerado por sua
empresa. (SEMARH, 2003)
Desde a Lei Federal nº 6.938/81, regulamentada pelo Decreto Federal n.º 99.274/90, a
atividade de comércio varejista de combustíveis (postos de gasolina) está submetida à legislação
ambiental, sendo citada, também, como atividade sujeita ao licenciamento ambiental pela
Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA nº 237/97 e mais recentemente
pela resolução CONAMA nº 273/2000, que trata especificamente da padronização e licenciamento
das atividades que possuem reservatórios e armazenamento de combustíveis, constituindo a mais
abrangente e mais importante legislação referente à tratativa.
Guidoni (2005) discorre que o descarte inadequado dos resíduos sólido dos postos de
combustíveis é um problema que assume grandes riscos. Os aterros sanitários não podem receber
estes resíduos visto que a contaminação com o solo seria imediata.
Para Lorenzett e Rossato (2010, apud Santos, 2005), os postos de combustíveis desenvolvem
atividades como: recebimento e armazenamento de combustíveis em tanques subterrâneos;
abastecimento, lubrificação e lavagem de veículos; drenagem e purificação dos efluentes líquidos;
troca de óleo e de filtros; e operação da loja de conveniência.
Ainda, segundo Lorenzett e Rossato (2010, apud Santos, 2005), os impactos ambientais
causados pelo desenvolvimento das atividades de posto de combustível podem ser controlados,
desde que, se invista na adoção de medidas de gestão ambiental.
Segundo Barros (2006), os transportes no Brasil são predominantemente rodoviários,
dependendo basicamente de combustíveis fósseis e bicombustíveis para manter o ciclo econômico
da nação. Fica demonstrada, dessa forma, a importância da cadeia de postos de abastecimento de
combustíveis, estrategicamente, disposta em todo território nacional.

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É de competência do CONAMA legislar sobre a atividade e da Fundação Estadual de
Proteção Ambienta - FEPAM (http://www.fepam.rs.gov.br/) licenciar e fiscalizar o cumprimento
das normas estabelecidas. Sendo então tarefa das prefeituras municipais a questão da permissão
para o funcionamento dos postos, ou seja, identificar os locais adequados ao desenvolvimento dessa
atividade.
Segundo Santos, (2005), os impactos ambientais causados por esses resíduos provenientes
da atividade de posto de combustível podem ser controlados e/ou evitados, desde que, se invista em
equipamentos mais adequados, inserindo novas tecnologias menos impactantes, para controle
ambiental, promovendo um melhor desempenho ambiental operacional ao não provocar incidentes
dessa natureza.
Os postos devem se posicionar de maneira responsável diante a questão ambiental, adotando
programas de gestão ambiental, principalmente quanto à emissão de resíduos, atuando de maneira
sustentável e correta, não só pela legislação que está cada vez mais limitava, mas também pela
crescente conscientização dos consumidores que vêm exigindo cada vez mais da responsabilidade
ambiental dessas empresas.
Para Santos (2005), o ramo de postos revendedores de combustível pode ser dividido em
duas categorias: a de postos cidade e a de postos estrada, em função das atividades neles
desenvolvidas. O primeiro é mais voltado para atender às necessidades da população urbana,
enquanto o segundo seria mais voltado a atender às necessidades dos viajantes e dos caminhoneiros.
Isso implica diretamente na disposição do estabelecimento, pois enquanto o primeiro localiza-se em
perímetro urbano e possuem estruturas menores, o segundo concentra-se geralmente junto às
estradas e possui uma estrutura relativamente maior em função até da disponibilização de
estacionamentos para que os caminhoneiros possam pernoitar.

3 METODOLOGIA

Segundo Gil (2002), “pesquisa é definida como o (...) procedimento racional e sistemático
que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa
desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a
apresentação e discussão dos resultados.”.
Para Fonseca (2002), “methodos significa organização, e logos, estudo sistemático, pesquisa,
investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem percorridos,
para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência. Historicamente, significa o
estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma pesquisa científica.”
Uma pesquisa pode ser classificada de quatro maneiras, para Silva e Menezes (2000, p. 20);
“quanto à natureza, quanto à forma de abordagem do problema, quanto aos objetivos e quanto aos
procedimentos técnicos.”.
Esta pesquisa quanto à natureza é classificada como uma pesquisa aplicada, pois a mesma
tem como objetivo a gerar conhecimentos para aplicações práticas dirigidas à solução de problemas
específicos.
Também classificada como qualitativa de acordo com a sua forma, por possuir
características citadas por Silva e Menezes (2000, p. 20) “que classificam como sendo uma pesquisa

4
qualitativa a pesquisa contendo tais características: interpretação de fenômenos e a atribuição de
significados, ambiente natural como fonte dos dados e o pesquisador como instrumento-chave,
análise de dados indutivamente e os focos principais de abordagem sendo o processo e seu
significado.”
Do ponto de vista dos objetivos, este trabalho se caracteriza como pesquisa exploratória e
assume a forma de estudo de casos múltiplos, Gil (1999) “considera que a pesquisa exploratória tem
como objetivo principal desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a
formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.
Segundo Yin (2001, p.32): “o estudo de caso é uma investigação empírica de um fenômeno
contemporâneo dentro de um contexto da vida real, sendo que os limites entre o fenômeno e o
contexto não estão claramente definido”. Para tanto, Yin (2001) considera que estudos de caso
único e de casos múltiplos refletem situações de projetos diferentes e que, mesmo dentro desses
dois tipos, possam existir unidades unitárias ou múltiplas de análise.”.
Realizou-se primeiramente uma revisão bibliográfica relacionada ao tema escolhido, em
livros e artigos, para se obter um embasamento teórico. Após a revisão bibliográfica, foi formulado
um roteiro de entrevista piloto, aplicado em apenas um posto de combustível do município, para
que fosse possível ter uma base, e verificar se haveria a necessidade de acrescentar perguntas.
Aplicada então a entrevista piloto que como um pré-teste verificou-se que não haveria a
necessidade de acrescentar mais perguntas no roteiro da entrevista, prosseguindo então com as
demais entrevistas e assim dando confiabilidade ao assunto. (Apêndice A)
As outras entrevistas a serem realizadas foram marcadas com antecedência com os
responsáveis pelos estabelecimentos. Os estabelecimentos escolhidos para a realização das
entrevistas foram quatro postos de combustível, sendo três bandeirados (Shell, Petrobrás e Ipiranga)
e um sem bandeira.
Os estabelecimentos bandeirados realizaram a entrevista e mostraram o passo a passo de
como é realizada a separação dos resíduos e a destinação dos tais. Já o estabelecimento sem
bandeira, obteve-se uma dificuldade maior para realizar a entrevista. O gerente do estabelecimento
alegou estar sem tempo para a entrevista, portanto, com o objetivo de facilitar, as perguntas a serem
realizadas na entrevista foram enviadas via e-mail, porém, não obtivemos resposta.
Portanto, a coleta de dados realizada neste trabalho foi realizada através de:
a) Entrevista estruturada com os responsáveis pelos estabelecimentos.
b) Observação direta dos processos realizados de separação e destinação dos resíduos
sólidos.

4 DISCUSSÕES E RESULTADOS

O estudo foi realizado na cidade de Uraí no Paraná que de acordo com o IBGE tem 11.400
habitantes e conta com a participação de quatro postos de combustíveis, sendo eles Ipiranga, Shell,
BR e um sem bandeira definida.

5
Após pesquisar sobre os postos da cidade foram contatados os donos e gerentes para que
fosse agendada uma reunião para realizar as entrevistas com relação à destinação correta dos
resíduos sólidos gerados pela organização e se eles realizam esta destinação. Para essa entrevista foi
seguido um roteiro preparado através de pesquisas e discussões. (Apêndice A).
Por observação, pode-se constatar que todos os postos estudados possuem canaletas em
volta de suas pistas de abastecimentos, ou seja, elas captam todos os tipos de resíduos que entram
por elas e fazem a separação do que é um resíduo a ser destinado e do que é água, podendo também
fazer a reutilização, contribuindo novamente com o meio ambiente.
Serão apresentados os resultados obtidos com observação e entrevistas realizadas nos postos
de combustível individualmente, para depois análise conjunta.

Figura 1: Canaletas posto BR (Apêndice


B) Fonte: as autoras (2017)

O primeiro posto visitado foi o BR, e foram obtidas algumas informações sobre o
estabelecimento e seus procedimentos de destinação. Este posto está no mercado há 18 anos. Os
serviços oferecidos por eles são de abastecimento, troca de óleo e lavagem. De acordo com esses
serviços os resíduos sólidos gerados são os óleos, os filtros, estopas e os barros, como demostramos
na tabela a seguir.

6
EMPRESA REALIZA A
POSTO SERVIÇOS RESÍDUOS
RESPONSÁVEL OPERAÇÃO?
ABASTECIMENTO - - -
POSTO 1 - ÓLEO, ESTOPA,
TROCA DE OLEO TABORDA X
BR EMBALAGENS.
LAVAGEM BARROS TABORDA X
ABASTECIMENTO - - -
POSTO 2 - ÓLEO, ESTOPA,
TROCA DE OLEO TABORDA X
SHELL EMBALAGENS.
LAVAGEM BARROS TABORDA X
ABASTECIMENTO - - -
POSTO 3 - TROCA DE OLEO ÓLEO, EMBALAGENS TABORDA X
IPIRANGA
TROCA DE
EMBALAGENS TABORDA X
FILTRO

Quadro 1: Tabela ilustrando os serviços oferecidos e resíduos gerados. (Apêndice C)


Fonte: as autoras (2017)

Com a geração destes resíduos, o posto precisa estabelecer um contrato com empresas que
recolhem e fazem à destinação correta dos tais, o posto BR tem um acordo com o grupo
TABORDA (http://www.grupotaborda.com.br/) que passa no estabelecimento recolhendo os
resíduos. O tempo de passagem para recolher é sazonal, pois não tem uma data certa ou um volume
certo para recolher, por isto o dono do posto faz um contato com a empresa quando observa um
determinado volume para ser recolhido.

Figura 2: Troca de Óleo posto BR


Fonte: as autoras. (2017)

7
Figura 3: Escorrimento de resíduos de óleo das embalagens
Fonte: as autoras. (2017)

A instituição responsável por fiscalizar esta área é o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) o
dono do posto BR informou que quando o posto renova a sua licença de operação o IAP fiscaliza se
a destinação esta realizada corretamente e em dia. Por causa da falta de funcionários, infelizmente o
IAP não faz uma fiscalização programada e por isso não possui um tempo certo para passar
verificando se está tudo dentro das normas.
O posto BR da cidade tem um contrato com a empresa LWART que recolhe o óleo
queimado que é trocado no posto e fornece a eles uma nota fiscal de que o posto também destina os
óleos queimados gerados pelo estabelecimento.
De acordo com o proprietário, todos os funcionários do posto possuem conhecimento do
risco que a má destinação dos resíduos gera e com isso todos fazem parte do processo da separação
dos lixos sólidos.

Figura 4: Posto BR
Fonte: as autoras. (2017)

O segundo posto visitado foi o posto Shell, que está há 7 anos no mercado, os serviços
oferecidos pelo posto são de abastecimento, troca de óleo, lavagem de automóvel e da pista (que é

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quando precisam lavar a pista e possuem resíduos). Os resíduos sólidos gerados através dos serviços
do posto são as estopas sujas de óleos, as embalagens de óleo e o barro da lavagem.

Figura 5: Troca de óleo posto Shell Figura 6: Escorrimento de óleo posto Shell
Fonte: as autoras. (2017) Fonte: as autoras. (2017)

O estabelecimento possui também contrato com a TABORDA que é a empresa responsável


pelo recolhimento dos resíduos sólidos. O dono do posto Shell informou que a sobra de óleos e os
óleos trocados dos carros são vendidos em modo particular. O dono informou que o grupo passa em
média de três em três meses para recolhimento dos resíduos.
A fiscalização muda de posto para posto, o proprietário informou que foram fiscalizadas
várias vezes desde que o posto está em funcionamento. Informou que todos os funcionários
possuem conhecimento dos riscos que a má destinação destes resíduos gera para o meio ambiente e
por isto todos fazem parte da seleção e separação destes materiais para a destinação correta e que no
ano de 2016 foi realizado um treinamento para que haja uma boa separação e destinação dos
mesmos.

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Figura 7: Posto Shell
Fonte: as autoras (2017)

De acordo com a terceira entrevista, realizada no posto Ipiranga o proprietário informou que
está no mercado há 4 anos oferecendo serviços de combustível, troca de óleo e de filtro de ar. Como
oferecem menos serviços os resíduos gerados pelo posto são menores, como as estopas, as
embalagens de óleo e o óleo queimado.

Figura 8: Troca de óleo posto Ipiranga Figura 9: Escorrimento de óleo posto Ipiranga
Fonte: as autoras. (2017) Fonte: as autoras. (2017)

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A empresa responsável pelo recolhimento desses resíduos também é a TABORDA, que foi
informado que apenas esta empresa tem licença para recolher os resíduos dessa região. Quem
possui um contrato com a TABORDA é a marca IPIRANGA. A empresa não tem um tempo
determinado para recolher os resíduos e em média recolhem de três em três meses, mas eles
calculam de acordo com toda compra e venda realizada pelo posto, com base em sistemas
utilizados.

Figura 10: Reservatório do óleo a ser descartado


Fonte: as autoras. (2017)

A fiscalização realizada pelo IAP no estabelecimento geralmente é feita uma vez ao ano.
Todos os funcionários têm treinamento para realizar essa destinação dos resíduos sólidos do posto,
colocam em recipientes em seus devidos lugares e cuidam para que tudo haja corretamente e
conforme o estabelecido.

Figura 11: Posto Ipiranga


Fonte: as autoras (2017)

O posto sem bandeira foi o último a ser contatado e o único que não foi possível obter
respostas sobre as questões realizadas. Após ir ao posto encontramos a gerente que recusou atender
as pesquisadoras, pois alegou estar sem tempo e passou o e-mail do proprietário do posto.

11
Após enviar um e-mail ao dono explicando sobre o que o trabalho seria realizado, o
responsável do posto respondeu e disse que seria possível enviar o questionário, porém foi
aguardado e cobrado resposta durante um mês e não se obtive o retorno esperado.
Todos estes contratos com empresas responsáveis por recolher os resíduos fornecem notas
fiscais e documentos que comprovam a fiscalização do IAP que o posto está em dia com suas
obrigações e que está dentro das normas e leis estabelecidas pela CONAMA.

5 CONCLUSÃO

O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise da destinação dos resíduos


sólidos dos postos de combustíveis da cidade de Uraí/PR. Além disso, também permitiu uma
pesquisa de campo para obter dados mais consistentes, e o conhecimento de todo o processo da
destinação de tais resíduos.
De modo geral, os postos de combustíveis de Uraí/PR, estão realizando os procedimentos
corretamente, seguindo as normas estabelecidas pelo IAP e pelo CONAMA. Com base nas
entrevistas realizadas, podemos afirmar que 75% dos postos de combustíveis estão
comprovadamente seguindo os procedimentos e com as fiscalizações e documentações em dia, não
causando então, nenhum dano ao meio ambiente com tais resíduos.
O objetivo estabelecido para este artigo foi devidamente atingido, que seria identificar os
resíduos sólidos que os postos de combustíveis geram, a destinação correta dada a estes e se
estavam regulares com as normas do CONAMA e do IAP.
As entrevistas e a observação direta realizadas com os gerentes ou proprietários dos postos
foram totalmente esclarecedoras, e permitiu nos mostrar que os funcionários dos estabelecimentos
entrevistados, estavam cientes dos processos de destinação dos resíduos sólidos e as consequências
que trariam ao meio ambiente caso não houvessem tal cuidado, com a exceção do posto sem
bandeira que não conseguimos respostas.
Dada à importância do assunto, seria interessante se tal levantamento fosse realizado em
outras cidades do estado do Paraná, para que fosse possível analisar se todo o estado está condizente
com as exigências dos órgãos responsáveis, e se possuem a consciência sustentável destas atitudes.
Neste sentido, a destinação correta dos resíduos sólidos permite que o meio ambiente seja
menos poluído, e proporcionando então um ambiente melhor para as gerações futuras.

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6 REFERÊNCIAS

ABNT - Norma Brasileira Registrada – NBR 10.004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABNT.
CONAMA - Resolução CONAMA 273 de 29 de Novembro 2000. Disponível em: <
http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res00/res27300.html>
CONAMA - Resolução CONAMA Nº 313 de Outubro de 2002, Dispõe sobre o Inventário Nacional
de Resíduos Sólidos Industriais. Disponível em: <
http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res31302.html>
GUIDONE, R. A solução é inverter a pirâmide Disponível em: <
http://revistacombustiveis.com.br/edicao40/meioambiente02.htm>.
ALMEIDA, Fernando. Os desafios da sustentabilidade: uma ruptura urgente. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2007.
BARROS, Paulo Eduardo Oliveira. Diagnóstico ambiental para postos de abastecimento de
combustíveis – DAPAC. Itajaí: UNIVALI, 2006. 100 p. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-
graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2006.
COSTA, Giovani Aparecido da; FERREIRA, Osmar Mendes. IDENTIFICAÇÃO DOS
RESÍDUOS GERADOS EM POSTOS DE COMBUSTÍVEIS. Universidade Católica de Goiás.
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.
GALLO, Zildo. Ethos, a grande morada humana: economia, ecologia e ética. Itu: Ottoni, 2007.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 edição. São Paulo: Atlas, 2002.
LEITE, Paulo Roberto. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. 2. Reimpressão. São
Paulo, SP: Pearson Prentice Hall, 2006.
LORENZETT, Daniel Benitti; ROSSATO, Marivane Vestena. A gestão de resíduos em postos de
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2010
SANDRES, Gisele C. Contaminação dos solos e águas subterrâneas provocada por vazamentos de
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Dissertação (Mestrado em Gestão de Segurança no Trabalho) - Universidade Federal Fluminense,
Rio de Janeiro, 2004.
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Prevenção de Passivos Ambientais. Universidade Federal Fluminense - UFF (Tese de Mestrado).
Niterói. 2005.
RIBAS, Francisco Carlos Machado; SILVA, Joel Dias da. GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM POSTOS DE ABASTECIMENTOS DE COMBUSTÍVEIS E DE SERVIÇOS EM CURITIBA
E REGIÃO METROPOLITANA. 26º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental.
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dissertação. Florianópolis: UFSC/PPGEP/LED, 2000.

YIN, R. K. Estudo de caso – planejamento e métodos. (2Ed.). Porto Alegre: Bookman, 2001.

13
7 APENDICÊS

APÊNDICE A:

Com um roteiro, realizamos uma entrevista em todos os postos de combustíveis estudados


na cidade, feita de acordo com os fundamentos teóricos e conhecimentos obtidos em pesquisas
sobre resíduos gerados por organizações da mesma área. A seguir estão todas as questões utilizadas
no dia da entrevista:

1. Nome do entrevistado?
2. Nome do posto
3. Qual a bandeira do posto?
4. Há quanto tempo o posto esta no mercado?
5. Quais são os principais serviços e produtos oferecidos pelo posto?
6. Os resíduos gerados pelo posto são guardados e depois recolhidos por alguma empresa? Se sim,
qual?
7. Há quanto tempo ela recolhe estes resíduos? É feito um contrato com esta empresa?
8. Com que frequência os resíduos são recolhidos?
9. Existe um funcionário próprio para esta destinação ou todos tem o conhecimento?
10. De acordo com os principais serviços oferecidos no posto, quais são os resíduos que são
gerados?
11. O IAP é responsável pela fiscalização desta área, o posto já foi fiscalizado?
12. Os funcionários tem conhecimento sobre o risco trazido pela má destinação desses resíduos?

APÊNDICE B:

Todos os postos visitados foram fotografados e registrados pelas autoras e as imagens a


seguir são reais dos estabelecimentos:

Figura 1 - Posto BR

Figura 2 - Área de abastecimento – Posto BR

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Figura 5 - Shiro Tokuno Junior - Sócio do posto
BR

Figura 3 - Área de troca de óleo – Posto BR

Figura 6 - Posto Shell

Figura 4 - Área de lavagem – Posto BR

Figura 7 - Área de lavagem - Posto Shell

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Figura 10 - Posto Ipiranga

Figura 8 - Área de troca de óleo - Posto Shell

Figura 11 - Área de troca de óleo - Posto


Ipiranga

Figura 9 - Neuri Koga - Sócio do posto Shell

16
Figura 12 - Astrogildo - Sócio do posto Ipiranga

Figura 13 - Recipientes para separação de embalagens - Posto Ipiranga

Figura 14 - As autoras - Posto sem bandeira

17
APÊNDICE C:

A tabela a seguir mostra dados de todos os postos estudados e seus serviços


oferecidos, resultando em seus resíduos gerados. De acordo com o trabalho os resíduos
que possuem grande volume de produção são os óleos, as estopas, as embalagens e os
barros de lavagem e da pista.
Para este estudo, a empresa TABORDA é a única responsável pelo recolhimento
dos resíduos e ela fornece notas fiscais e certificados de que os postos estão dentro do
regulamento e realizando todas as operações necessárias, estabelecidas por lei.

EMPRESA REALIZA A
POSTO SERVIÇOS RESÍDUOS
RESPONSÁVEL OPERAÇÃO?
ABASTECIMENTO - - -
POSTO 1 - ÓLEO, ESTOPA,
BR TROCA DE OLEO TABORDA X
EMBALAGENS.
LAVAGEM BARROS TABORDA X
ABASTECIMENTO - - -
POSTO 2 - ÓLEO, ESTOPA,
SHELL TROCA DE OLEO TABORDA X
EMBALAGENS.
LAVAGEM BARROS TABORDA X
ABASTECIMENTO - - -
POSTO 3 -
IPIRANGA TROCA DE OLEO ÓLEO, EMBALAGENS TABORDA X
TROCA DE FILTRO EMBALAGENS TABORDA X

18
8 ANEXOS

ANEXO A – ABNT NBR 10004 – Resíduos Sólidos – Clasificação (p. V a p. 5)

0. INTRODUÇÃO

0.1 Considerando a crescente preocupação da sociedade com relação às questões


ambientais e ao desenvolvimento sustentável, a ABNT criou a CEET-00.01.34 -
Comissão de Estudo Especial Temporária de Resíduos Sólidos, para revisar a
ABNT NBR 10004:1987 - Resíduos sólidos - Classificação, visando a
aperfeiçoá-la e, desta forma, fornecer subsídios para o gerenciamento de
resíduos sólidos.

0.2 As premissas estabelecidas para a revisão foram a correção, complementação e a


atualização da norma em vigor e a desvinculação do processo de classificação
em relação apenas à disposição final de resíduos sólidos.

0.3 A classificação de resíduos sólidos envolve a identificação do processo ou


atividade que lhes deu origem, de seus constituintes e características, e a
comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo
impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido.
A segregação dos resíduos na fonte geradora e a identificação da sua origem são
partes integrantes dos laudos de classificação, onde a descrição de matérias-
primas, de insumos e do processo no qual o resíduo foi gerado devem ser
explicitados.
A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo
deve ser estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos e o
processo que lhe deu origem.

0.4 A figura 1 ilustra a classificação dos resíduos sólidos quanto ao risco à saúde
pública e ao meio ambiente. Os resíduos sólidos são classificados em dois
grupos - perigosos e não perigosos, sendo ainda este último grupo subdividido
em não inerte e inerte.

0.4.1 Esta Norma estabelece os critérios de classificação e os códigos para a


identificação dos resíduos de acordo com suas características.

0.4.1.1 Todos os resíduos ou substâncias listados nos anexos A, B, D, E, F e H têm


uma letra para codificação, seguida de três dígitos.
Os resíduos perigosos constantes no anexo A são codificados pela letra F e
são originados de fontes não específicas.
Os resíduos perigosos constantes no anexo B são codificados pela letra K e
são originados de fontes específicas.
19
Os resíduos perigosos classificados pelas suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e patogenicidade são codificados
conforme indicado a seguir: D001: qualifica o resíduo como inflamável;
D002: qualifica o resíduo como corrosivo;
D003: qualifica o resíduo como reativo;
D004: qualifica o resíduo como patogênico.
Os códigos D005 a D052 constantes no anexo F identificam resíduos
perigosos devido à sua toxicidade, conforme ensaio de lixiviação realizado
de acordo com ABNT NBR 10005. Os códigos identificados pelas letras P e
U, constantes nos anexos D e E, respectivamente, são de substâncias que,
dada a sua presença, conferem periculosidade aos resíduos e serão adotados
para codificar os resíduos classificados como perigosos pela sua
característica de toxicidade.

20
Resíduos sólidos – Classificação

1 Objetivo
Esta Norma classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio
ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente.
NOTA Os resíduos radioativos não são objeto desta Norma, pois são de competência
exclusiva da Comissão Nacional de Energia Nuclear.
2 Referências normativas
As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto,
constituem prescrições para esta Norma. As edições indicadas estavam em vigor no
momento desta publicação. Como toda norma está sujeita a revisão, recomenda-se
àqueles que realizam acordos com base nesta que verifiquem a conveniência de se
usarem as edições mais recentes das normas citadas a seguir. A ABNT possui a
informação das normas em vigor em um dado momento.
Portaria nº 204/1997 do Ministério dos Transportes
ABNT NBR 10005:2004 – Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de resíduos
sólidos
ABNT NBR 10006:2004 – Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de
resíduos sólidos
ABNT NBR 10007:2004 – Amostragem de resíduos sólidos
ABNT NBR 12808:1993 – Resíduos de serviço de saúde – Classificação
ABNT NBR 14598:2000 – Produtos de petróleo – Determinação do ponto de fulgor
pelo aparelho de vaso fechado Pensky- Martens
USEPA - SW 8461) – Test methods for evaluating solid waste – Physical/chemical
methods

3 Definições
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições:
3.1 resíduos sólidos: Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de
atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e
de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de
poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções
técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.

21
3.2 periculosidade de um resíduo: Característica apresentada por um resíduo que, em
função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar:
a) risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando
seus índices;
b) riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada.
3.3 toxicidade: Propriedade potencial que o agente tóxico possui de provocar, em
maior ou menor grau, um efeito adverso em conseqüência de sua interação com o
organismo.
3.4 agente tóxico: Qualquer substância ou mistura cuja inalação, ingestão ou absorção
cutânea tenha sido cientificamente comprovada como tendo efeito adverso (tóxico,
carcinogênico, mutagênico, teratogênico ou ecotoxicológico).
3.5 toxicidade aguda: Propriedade potencial que o agente tóxico possui de provocar
um efeito adverso grave, ou mesmo morte, em conseqüência de sua interação com o
organismo, após exposição a uma única dose elevada ou a repetidas doses em curto
espaço de tempo.
3.6 agente teratogênico: Qualquer substância, mistura, organismo, agente físico ou
estado de deficiência que, estando presente durante a vida embrionária ou fetal, produz
uma alteração na estrutura ou função do individuo dela resultante.
3.7 agente mutagênico: Qualquer substância, mistura, agente físico ou biológico cuja
inalação, ingestão ou absorção cutânea possa elevar as taxas espontâneas de danos ao
material genético e ainda provocar ou aumentar a freqüência de defeitos genéticos.
3.8 agente carcinogênico: Substâncias, misturas, agentes físicos ou biológicos cuja
inalação ingestão e absorção cutânea possa desenvolver câncer ou aumentar sua
freqüência. O câncer é o resultado de processo anormal, não controlado da diferenciação
e proliferação celular, podendo ser iniciado por alteração mutacional.
3.9 agente ecotóxico: Substâncias ou misturas que apresentem ou possam apresentar
riscos para um ou vários compartimentos ambientais.
3.10 DL50 (oral, ratos): Dose letal para 50% da população dos ratos testados, quando
administrada por via oral (DL – dose letal).
3.11 CL50 (inalação, ratos): Concentração de uma substância que, quando
administrada por via respiratória, acarreta a morte de 50% da população de ratos
exposta (CL – concentração letal).
3.12 DL50 (dérmica, coelhos): Dose letal para 50% da população de coelhos testados,
quando administrada em contato com a pele (DL – dose letal).
4 Processo de classificação
A classificação de resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes
deu origem e de seus constituintes e características e a comparação destes constituintes

22
com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é
conhecido.
A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo deve
ser criteriosa e estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos e o processo
que lhe deu origem.
NOTA Outros métodos analíticos, consagrados em nível internacional, podem ser
exigidos pelo Órgão de Controle Ambiental, dependendo do tipo e complexidade do
resíduo, com a finalidade de estabelecer seu potencial de risco à saúde humana e ao
meio ambiente.
4.1 Laudo de classificação
O laudo de classificação pode ser baseado exclusivamente na identificação do processo
produtivo, quando do enquadramento do resíduo nas listagens dos anexos A ou B. Deve
constar no laudo de classificação a indicação da origem do resíduo, descrição do
processo de segregação e descrição do critério adotado na escolha de parâmetros
analisados, quando for o caso, incluindo os laudos de análises laboratoriais. Os laudos
devem ser elaborados por responsáveis técnicos habilitados.
4.2 Classificação de resíduos
Para os efeitos desta Norma, os resíduos são classificados em:
a) resíduos classe I - Perigosos;
b) resíduos classe II – Não perigosos;
– resíduos classe II A – Não inertes.
– resíduos classe II B
– Inertes.
4.2.1 Resíduos classe I - Perigosos
Aqueles que apresentam periculosidade, conforme definido em 3.2, ou uma das
características descritas em 4.2.1.1 a 4.2.1.5, ou constem nos anexos A ou B.
NOTA O gerador de resíduos listados nos anexos A e B pode demonstrar por meio de
laudo de classificação que seu resíduo em particular não apresenta nenhuma das
características de periculosidade especificadas nesta Norma.
4.2.1.1 Inflamabilidade
Um resíduo sólido é caracterizado como inflamável (código de identificação D001), se
uma amostra representativa dele, obtida conforme a ABNT NBR 10007, apresentar
qualquer uma das seguintes propriedades:
a) ser líquida e ter ponto de fulgor inferior a 60°C, determinado conforme ABNT NBR
14598 ou equivalente, excetuando-se as soluções aquosas com menos de 24% de álcool
em volume;
23
b) não ser líquida e ser capaz de, sob condições de temperatura e pressão de 25°C e 0,1
MPa (1 atm), produzir fogo por fricção, absorção de umidade ou por alterações
químicas espontâneas e, quando inflamada, queimar vigorosa e persistentemente,
dificultando a extinção do fogo;
c) ser um oxidante definido como substância que pode liberar oxigênio e, como
resultado, estimular a combustão e aumentar a intensidade do fogo em outro material;
d) ser um gás comprimido inflamável, conforme a Legislação Federal sobre transporte
de produtos perigosos (Portarianº 204/1997 do Ministério dos Transportes).
4.2.1.2 Corrosividade
Um resíduo é caracterizado como corrosivo (código de identificação D002) se uma
amostra representativa dele, obtida segundo a ABNT NBR 10007, apresentar uma das
seguintes propriedades:
a) ser aquosa e apresentar pH inferior ou igual a 2, ou, superior ou igual a 12,5, ou sua
mistura com água, na proporção de 1:1 em peso, produzir uma solução que apresente
pH inferior a 2 ou superior ou igual a 12,5;
b) ser líquida ou, quando misturada em peso equivalente de água, produzir um líquido e
corroer o aço (COPANT 1020) a uma razão maior que 6,35 mm ao ano, a uma
temperatura de 55°C, de acordo com USEPA SW 846 ou equivalente.
4.2.1.3 Reatividade
Um resíduo é caracterizado como reativo (código de identificação D003) se uma
amostra representativa dele, obtida segundo a ABNT NBR 10007, apresentar uma das
seguintes propriedades:
a) ser normalmente instável e reagir de forma violenta e imediata, sem detonar;
b) reagir violentamente com a água;
c) formar misturas potencialmente explosivas com a água;
d) gerar gases, vapores e fumos tóxicos em quantidades suficientes para provocar danos
à saúde pública ou ao meio ambiente, quando misturados com a água;
e) possuir em sua constituição os íons CN- ou S2- em concentrações que ultrapassem os
limites de de 250 mg de HCN liberável por qulilograma de resíduo ou 500 mg de H2S
liberável por quilograma de resíduo, de acordo com ensaio estabelecido no USEPA -
SW 846;
f) ser capaz de produzir reação explosiva ou detonante sob a ação de forte estímulo,
ação catalítica ou temperatura em ambientes confinados;
g) ser capaz de produzir, prontamente, reação ou decomposição detonante ou explosiva
a 25°C e 0,1 MPa (1 atm);

24
h) ser explosivo, definido como uma substância fabricada para produzir um resultado
prático, através de explosão ou efeito pirotécnico, esteja ou não esta substância contida
em dispositivo preparado para este fim.
4.2.1.4 Toxicidade
Um resíduo é caracterizado como tóxico se uma amostra representativa dele, obtida
segundo a ABNT NBR 10007, apresentar uma das seguintes propriedades:
a) quando o extrato obtido desta amostra, segundo a ABNT NBR 10005, contiver
qualquer um dos contaminantes em concentrações superiores aos valores constantes no
anexo F. Neste caso, o resíduo deve ser caracterizado como tóxico com base no ensaio
de lixiviação, com código de identificação constante no anexo F;
b) possuir uma ou mais substâncias constantes no anexo C e apresentar toxicidade. Para
avaliação dessa toxicidade, devem ser considerados os seguintes fatores:
― natureza da toxicidade apresentada pelo resíduo;
― concentração do constituinte no resíduo;
― potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, tem para
migrar do resíduo para o ambiente, sob condições impróprias de manuseio;
― persistência do constituinte ou qualquer produto tóxico de sua degradação;
― potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, tem para
degradar-se em constituintes não perigosos, considerando a velocidade em que ocorre a
degradação;
― extensão em que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, é
capaz de bioacumulação nos ecossistemas;
― efeito nocivo pela presença de agente teratogênico, mutagênico, carcinogênco ou
ecotóxico, associados a substâncias isoladamente ou decorrente do sinergismo entre as
substâncias constituintes do resíduo;
c) ser constituída por restos de embalagens contaminadas com substâncias constantes
nos anexos D ou E;
d) resultar de derramamentos ou de produtos fora de especificação ou do prazo de
validade que contenham quaisquer substâncias constantes nos anexos D ou E;
e) ser comprovadamente letal ao homem;
f) possuir substância em concentração comprovadamente letal ao homem ou estudos do
resíduo que demonstrem uma DL50 oral para ratos menor que 50 mg/kg ou CL50
inalação para ratos menor que 2 mg/L ou uma DL50 dérmica para coelhos menor que
200 mg/kg.
Os códigos destes resíduos são os identificados pelas letras P, U e D, e encontram-se
nos anexos D, E e F.

25
4.2.1.5 Patogenicidade
4.2.1.5.1 Um resíduo é caracterizado como patogênico (código de identificação D004)
se uma amostra representativa dele, obtida segundo a ABNT NBR 10007, contiver ou se
houver suspeita de conter, microorganismos patogênicos, proteínas virais, ácido
desoxiribonucléico (ADN) ou ácido ribonucléico (ARN) recombinantes, organismos
geneticamente modificados, plasmídios, cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas capazes
de produzir doenças em homens, animais ou vegetais.
4.2.1.5.2 Os resíduos de serviços de saúde deverão ser classificados conforme ABNT
NBR 12808. Os resíduos gerados nas estações de tratamento de esgotos domésticos e os
resíduos sólidos domiciliares, excetuando-se os originados na assistência à saúde da
pessoa ou animal, não serão classificados segundo os critérios de patogenicidade.
4.2.2 Resíduos classe II - Não perigosos
Os códigos para alguns resíduos desta classe encontram-se no anexo H.
4.2.2.1 Resíduos classe II A - Não inertes
Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de
resíduos classe II B - Inertes, nos termos desta Norma. Os resíduos classe II A – Não
inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou
solubilidade em água.
4.2.2.2 Resíduos classe II B - Inertes
Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa, segundo a
ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada
ou desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não tiverem
nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de
potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme
anexo G.
5 Métodos de ensaio
Para análises químicas deverão ser usados os métodos USEPA - SW 846, última edição
e, quando disponíveis, os métodos nacionais equivalentes elaborados pela ABNT.

ANEXO B – RESOLUÇÃO 273 DE 29 DE NOVEMBRO DE 2000 - CONAMA

O Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA, no uso das competências que lhe


foram conferidas pela Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo
Decreto no 99.274, de 6 de julho de 1990, e tendo em vista o disposto na Resolução
CONAMA no 237, de 19 de dezembro de 1997 e em seu Regimento Interno, e
considerando que toda instalação e sistemas de armazenamento de derivados de petróleo
e outros combustíveis, configuram-se como empreendimentos potencialmente ou
parcialmente poluidores e geradores de acidentes ambientais;

26
considerando que os vazamentos de derivados de petróleo e outros combustíveis podem
causar contaminação de corpos d'água subterrâneos e superficiais, do solo e do ar;
considerando os riscos de incêndio e explosões, decorrentes desses vazamentos,
principalmente, pelo fato de que parte desses estabelecimentos localizam-se em áreas
densamente povoadas;
considerando que a ocorrência de vazamentos vem aumentando significativamente nos
últimos anos em função da manutenção inadequada ou insuficiente, da obsolescência do
sistema e equipamentos e da falta de treinamento de pessoal;
considerando a ausência e/ou uso inadequado de sistemas confiáveis para a detecção de
vazamento;
considerando a insuficiência e ineficácia de capacidade de resposta frente a essas
ocorrências e, em alguns casos, a dificuldade de implementar as ações necessárias,
resolve:
Art. 1o A localização, construção, instalação, modificação, ampliação e operação de
postos revendedores, postos de abastecimento, instalações de sistemas retalhistas e
postos flutuantes de combustíveis dependerão de prévio licenciamento do órgão
ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.
§ 1o Todos os projetos de construção, modificação e ampliação dos empreendimentos
previstos neste artigo deverão, obrigatoriamente, ser realizados, segundo normas
técnicas expedidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT e, por
diretrizes estabelecidas nesta Resolução ou pelo órgão ambiental competente.
§ 2o No caso de desativação, os estabelecimentos ficam obrigados a apresentar um
plano de encerramento de atividades a ser aprovado pelo órgão ambiental competente.
§ 3o Qualquer alteração na titularidade dos empreendimentos citados no caput deste
artigo, ou em seus equipamentos e sistemas, deverá ser comunicada ao órgão ambiental
competente, com vistas à atualização, dessa informação, na licença ambiental.
§ 4o Para efeito desta Resolução, ficam dispensadas dos licenciamentos as instalações
aéreas com capacidade total de armazenagem de até quinze m3, inclusive, destinadas
exclusivamente ao abastecimento do detentor das instalações, devendo ser construídas
de acordo com as normas técnicas brasileiras em vigor, ou na ausência delas, normas
internacionalmente aceitas.
Art. 2o Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:
I - Posto Revendedor-PR: Instalação onde se exerça a atividade de revenda varejista de
combustíveis líquidos derivados de petróleo, álcool combustível e outros combustíveis
automotivos, dispondo de equipamentos e sistemas para armazenamento de
combustíveis automotivos e equipamentos medidores.
II - Posto de Abastecimento-PA: Instalação que possua equipamentos e sistemas para o
armazenamento de combustível automotivo, com registrador de volume apropriado para
o abastecimento de equipamentos móveis, veículos automotores terrestres, aeronaves,
embarcações ou locomotivas; e cujos produtos sejam destinados exclusivamente ao uso
do detentor das instalações ou de grupos fechados de pessoas físicas ou jurídicas,
previamente identificadas e associadas em forma de empresas, cooperativas,
condomínios, clubes ou assemelhados.
III - Instalação de Sistema Retalhista-ISR: Instalação com sistema de tanques para o
armazenamento de óleo diesel, e/ou óleo combustível, e/ou querosene iluminante,
destinada ao exercício da atividade de Transportador Revendedor Retalhista.

27
IV - Posto Flutuante-PF: Toda embarcação sem propulsão empregada para o
armazenamento, distribuição e comércio de combustíveis que opera em local fixo e
determinado.
Art. 3o Os equipamentos e sistemas destinados ao armazenamento e a distribuição de
combustíveis automotivos, assim como sua montagem e instalação, deverão ser
avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.
Parágrafo único. Previamente à entrada em operação e com periodicidade não superior a
cinco anos, os equipamentos e sistemas, a que se refere o caput deste artigo deverão ser
testados e ensaiados para a comprovação da inexistência de falhas ou vazamentos,
segundo procedimentos padronizados, de forma a possibilitar a avaliação de sua
conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.
Art. 4o O órgão ambiental competente exigirá as seguintes licenças ambientais:
I - Licença Prévia-LP: concedida na fase preliminar do planejamento do
empreendimento aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade
ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas
próximas fases de sua implementação;
II - Licença de Instalação-LI: autoriza a instalação do empreendimento com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo
medidas de controle ambiental e demais condicionantes da qual constituem motivo
determinante;
III - Licença de Operação-LO: autoriza a operação da atividade, após a verificação do
efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle
ambiental e condicionantes determinados para a operação.
§ 1o As licenças Prévia e de Instalação poderão ser expedidas concomitantemente, a
critério do órgão ambiental competente.
§ 2o Os estabelecimentos definidos no art. 2º que estiverem em operação na data de
publicação desta Resolução, ficam também obrigados à obtenção da licença de
operação.
Art. 5o O órgão ambiental competente exigirá para o licenciamento ambiental dos
estabelecimentos contemplados nesta Resolução, no mínimo, os seguintes documentos:
I - Para emissão das Licença Prévia e de Instalação:
a) projeto básico que deverá especificar equipamentos e sistemas de monitoramento,
proteção, sistema de detecção de vazamento, sistemas de drenagem, tanques de
armazenamento de derivados de petróleo e de outros combustíveis para fins
automotivos e sistemas acessórios de acordo com as Normas ABNT e, por diretrizes
definidas pelo órgão ambiental competente;
b) declaração da prefeitura municipal ou do governo do Distrito Federal de que o local e
o tipo de empreendimento ou atividade está em conformidade com o Plano Diretor ou
similar.
c) croqui de localização do empreendimento, indicando a situação do terreno em relação
ao corpo receptor e cursos d'água e identificando o ponto de lançamento do efluente das
águas domésticas e residuárias após tratamento, tipos de vegetação existente no local e
seu entorno, bem como contemplando a caracterização das edificações existentes num
raio de 100 m com destaque para a existência de clínicas médicas, hospitais, sistema
viário, habitações multifamiliares, escolas, indústrias ou estabelecimentos comerciais;
d) no caso de posto flutuante apresentar cópia autenticada do documento expedido pela
Capitania dos Portos, autorizando sua localização e funcionamento e contendo a
localização geográfica do posto no respectivo curso d'água;

28
e) caracterização hidrogeológica com definição do sentido de fluxo das águas
subterrâneas, identificação das áreas de recarga, localização de poços de captação
destinados ao abastecimento público ou privado registrados nos órgãos competentes até
a data da emissão do documento, no raio de 100 m, considerando as possíveis
interferências das atividades com corpos d'água superficiais e subterrâneos;
f) caracterização geológica do terreno da região onde se insere o empreendimento com
análise de solo, contemplando a permeabilidade do solo e o potencial de corrosão;
g) classificação da área do entorno dos estabelecimentos que utilizam o Sistema de
Armazenamento Subterrâneo de Combustível-SASC e enquadramento deste sistema,
conforme NBR 13.786;
h) detalhamento do tipo de tratamento e controle de efluentes provenientes dos tanques,
áreas de bombas e áreas sujeitas a vazamento de derivados de petróleo ou de resíduos
oleosos;
i) previsão, no projeto, de dispositivos para o atendimento à Resolução CONAMA no 9,
de 1993, que regulamenta a obrigatoriedade de recolhimento e disposição adequada de
óleo lubrificante usado.
II - Para a emissão de Licença de Operação:
a) plano de manutenção de equipamentos e sistemas e procedimentos operacionais;
b) plano de resposta a incidentes contendo:
1. comunicado de ocorrência;
2. ações imediatas previstas; e
3. articulação institucional com os órgãos competentes;
c) atestado de vistoria do Corpo de Bombeiros;
d) programa de treinamento de pessoal em:
1. operação;
2. manutenção;
3. e resposta a incidentes;
e) registro do pedido de autorização para funcionamento na Agência Nacional de
Petróleo-ANP;
f) certificados expedidos pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e
Qualidade Industrial-INMETRO, ou entidade por ele credenciada, atestando a
conformidade quanto a fabricação, montagem e comissionamento dos equipamentos e
sistemas previstos no art. 4o desta Resolução;
g) para instalações em operação definidas no art. 2o desta Resolução, certificado
expedido pelo INMETRO ou entidade por ele credenciada, atestando a inexistência de
vazamentos.
§ 1o Os estabelecimentos definidos no art. 2o que estiverem em operação na data de
publicação desta Resolução para a obtenção de Licença de Operação deverão apresentar
os documentos referidos neste artigo, em seu inciso I, alíneas "a", "b" (que poderá ser
substituída por Alvará de Funcionamento), "d", "g", "h, "i" e inciso II, e o resultado da
investigação de passivos ambientais, quando solicitado pelo órgão ambiental
licenciador.
§ 2o Os estabelecimentos abrangidos por esta Resolução ficam proibidos de utilizarem
tanques recuperados em instalações subterrâneas-SASCs
Art. 6o Caberá ao órgão ambiental competente definir a agenda para o licenciamento
ambiental dos empreendimentos identificados no art. 1o em operação na data de
publicação desta Resolução.

29
§ 1o Todos os empreendimentos deverão, no prazo de seis meses, a contar da data de
publicação desta Resolução, cadastrar-se junto ao órgão ambiental competente. As
informações mínimas para o cadastramento são aquelas contidas no Anexo I desta
Resolução.
§ 2o Vencido o prazo de cadastramento, os órgãos competentes terão prazo de seis
meses para elaborar suas agendas e critérios de licenciamento ambiental, resultante da
atribuição de prioridades com base nas informações cadastrais.
Art. 7o Caberá ao órgão ambiental licenciador, exercer as atividades de fiscalização dos
empreendimentos de acordo com sua competência estabelecida na legislação em vigor.
Art. 8o Em caso de acidentes ou vazamentos que representem situações de perigo ao
meio ambiente ou a pessoas, bem como na ocorrência de passivos ambientais, os
proprietários, arrendatários ou responsáveis pelo estabelecimento, pelos equipamentos,
pelos sistemas e os fornecedores de combustível que abastecem ou abasteceram a
unidade, responderão solidariamente, pela adoção de medidas para controle da situação
emergencial, e para o saneamento das áreas impactadas, de acordo com as exigências
formuladas pelo órgão ambiental licenciador.
§ 1o A ocorrência de quaisquer acidentes ou vazamentos deverá ser comunicada
imediatamente ao órgão ambiental competente após a constatação e/ou conhecimento,
isolada ou solidariamente, pelos responsáveis pelo estabelecimento e pelos
equipamentos e sistemas.
§ 2o Os responsáveis pelo estabelecimento, e pelos equipamentos e sistemas,
independentemente da comunicação da ocorrência de acidentes ou vazamentos, deverão
adotar as medidas emergenciais requeridas pelo evento, no sentido de minimizar os
riscos e os impactos às pessoas e ao meio ambiente.
§ 3o Os proprietários dos estabelecimentos e dos equipamentos e sistemas deverão
promover o treinamento, de seus respectivos funcionários, visando orientar as medidas
de prevenção de acidentes e ações cabíveis imediatas para controle de situações de
emergência e risco.
§ 4o Os tanques subterrâneos que apresentarem vazamento deverão ser removidos após
sua desgaseificação e limpeza e dispostos de acordo com as exigências do órgão
ambiental competente. Comprovada a impossibilidade técnica de sua remoção, estes
deverão ser desgaseificados, limpos, preenchidos com material inerte e lacrados.
§ 5o Responderão pela reparação dos danos oriundos de acidentes ou vazamentos de
combustíveis, os proprietários, arrendatários ou responsáveis pelo estabelecimento e/ou
equipamentos e sistemas, desde a época da ocorrência.
Art. 9o Os certificados de conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de
Certificação, referidos no art. 3o desta Resolução, terão sua exigibilidade em vigor a
partir de 1o de janeiro de 2003.
Parágrafo único. Até 31 de dezembro de 2002, o órgão ambiental competente,
responsável pela emissão das licenças, poderá exigir, em substituição aos certificados
mencionados no caput deste artigo, laudos técnicos, atestando que a fabricação,
montagem e instalação dos equipamentos e sistemas e testes aludidos nesta Resolução,
estão em conformidade com as normas técnicas exigidas pela ABNT e, na ausência
destas, por diretrizes definidas pelo órgão ambiental competente.
Art. 10. O Ministério do Meio Ambiente deverá formalizar, em até sessenta dias,
contados a partir da publicação desta Resolução, junto ao Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial-INMETRO, a lista de equipamentos,

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sistemas e serviços que deverão ser objeto de certificação, no âmbito do Sistema
Brasileiro de Certificação.
Art. 11. A cada ano, no segundo trimestre, a partir de 2003, o Ministério do Meio
Ambiente deverá fornecer ao CONAMA informações sobre a evolução de execuções
das medidas previstas nesta Resolução, por Estado, acompanhadas das análises
pertinentes.
Art. 12. O não cumprimento do disposto nesta Resolução sujeitará os infratores às
sanções previstas nas Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981; 9.605, de 12 de fevereiro
de 1998 e no Decreto no 3.179, de 21 de setembro de 1999.
Art. 13. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ SARNEY FILHO JOSÉ CARLOS CARVALHO


Presidente do CONAMA Secretário-Executivo

ANEXO C – RESOLUÇÃO Nº 313, DE 29 DE OUTUBRO DE 2002


Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso de suas


competências atribuídas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo
Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, e tendo em vista o disposto em seu
Regimento Interno, Anexo à Portaria nº 326, de 15 de dezembro de 1994; e
Considerando a necessidade da elaboração de Programas Estaduais e do Plano Nacional
para Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais;
Considerando a ausência de informações precisas sobre a quantidade, os tipos e os
destinos dos resíduos sólidos gerados no parque industrial do país;
Considerando que esses resíduos podem apresentar características prejudiciais à saúde
humana e ao meio ambiente;
Considerando que para a elaboração de diretrizes nacionais visando o controle dos
resíduos industriais é essencial a realização de um inventário dos resíduos industriais
gerados e existentes no país;
Considerando que o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais é um dos
instrumentos de política de gestão de resíduos, resolve:
Art. 1º Os resíduos existentes ou gerados pelas atividades industriais serão objeto de
controle específico, como parte integrante do processo de licenciamento ambiental.
Art. 2º Para fins desta Resolução entende-se que:
I - resíduo sólido industrial: é todo o resíduo que resulte de atividades industriais e que
se encontre nos estados sólido, semi-sólido, gasoso - quando contido, e líquido - cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em
corpos d`água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em
face da melhor tecnologia disponível. Ficam incluídos nesta definição os lodos
provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição.
II - Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais: é o conjunto de informações
sobre a geração, características, armazenamento, transporte, tratamento, reutilização,
reciclagem, recuperação e disposição final dos resíduos sólidos gerados pelas indústrias
do país.
Art. 3º As concessionárias de energia elétrica e empresas que possuam materiais e
equipamentos contendo Bifenilas Policloradas-PCBs deverão apresentar ao órgão
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estadual de meio ambiente o inventário desses estoques, na forma e prazo a serem
definidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis-IBAMA.
Art. 4º As indústrias das tipologias previstas na Classificação Nacional de Atividades
Econômicas do IBGE, abaixo discriminadas, deverão, no prazo máximo de um ano após
a publicação desta Resolução, ou de acordo com o estabelecido pelo órgão estadual de
meio ambiente, apresentar a este, informações sobre geração, características,
armazenamento, transporte e destinação de seus resíduos sólidos, de acordo com os
Anexos de I a III:
I - preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de viagem e calçados
(Divisão 19);
II - fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e
produção de álcool (Divisão 23);
III - fabricação de produtos químicos (Divisão 24);
IV - metalurgia básica (Divisão 27);
V - fabricação de produtos de metal, exclusive máquinas e equipamentos (Divisão 28);
VI - fabricação de máquinas e equipamentos (Divisão 29);
VII - fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática (Divisão
30);
VIII - fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias (Divisão
34); e
IX - fabricação de outros equipamentos de transporte (Divisão 35).
§ 1º As informações previstas neste artigo deverão ser prestadas ao órgão estadual de
meio ambiente e atualizadas a cada vinte e quatro meses, ou em menor prazo, de acordo
com o estabelecido pelo próprio órgão.
§ 2º O órgão estadual de meio ambiente poderá incluir outras tipologias industriais,
além das relacionadas no caput deste artigo, de acordo com as especificidades e
características de cada Estado, e as informações sobre as tipologias industriais incluídas
deverão ser repassadas ao IBAMA, de acordo com o estabelecido nesta Resolução.
§ 3º O órgão estadual de meio ambiente poderá, dentro das tipologias industriais
relacionadas no caput deste artigo, limitar o universo de indústrias a serem inventariadas
de acordo com as características e especificidades de cada Estado, priorizando os
maiores geradores de resíduos.
Art. 5º As indústrias deverão indicar as informações que considerarem sigilosas.
Art. 6º Os órgãos estaduais de meio ambiente deverão, no prazo máximo de dois anos,
contados a partir da data de publicação desta Resolução, apresentar ao IBAMA os dados
do Inventário mencionados no art. 2º, na forma a ser definida por este Instituto.
§ 1º As informações previstas no caput deste artigo deverão ser atualizadas a cada vinte
e quatro meses, na forma determinada pelo IBAMA.
§ 2º A cada dois anos, os Anexos integrantes desta Resolução poderão ser revistos, a
critério do IBAMA, conjuntamente com os órgãos estaduais de meio ambiente.
Art. 7º O IBAMA e os órgãos estaduais de meio ambiente deverão elaborar, em até três
anos contados a partir da publicação desta Resolução, de forma coordenada e no âmbito
de suas competências, os Programas Estaduais de Gerenciamento de Resíduos
Industriais, e, em até quatro anos, também contados a partir da publicação desta
Resolução, o Plano Nacional para Gerenciamento de Resíduos Industriais.
Art. 8º As indústrias, a partir de sessenta dias da data de publicação desta Resolução,
deverão registrar mensalmente e manter na unidade industrial os dados de geração e

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destinação dos resíduos gerados para efeito de obtenção dos dados para o Inventário
Nacional dos Resíduos Industriais.
Art. 9º O não cumprimento do disposto nesta Resolução sujeitará os infratores as
penalidades e sanções previstas Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e no Decreto nº
3.179, de 21 de setembro de 1999.
Art. 10. Fica revogada a Resolução CONAMA nº 006, de 15 de junho de 1988.
Art. 11. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

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