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NÃO LEIA ESTE POST! CONTÉM PALAVRÕES.

Recentemente, uma startup ucraniana de ensino on-line de idiomas divulgou um


levantamento das cidades brasileiras mais 'boca suja', ou seja, as cidades com a maior média
diária de uso de palavrões.
Entre outras informações curiosas do levantamento, consta o ranking composto pelas cidades
mais ‘desbocadas’ do país, tendo como líderes o Rio de Janeiro, Brasília e Fortaleza (com 8
palavrões por dia por pessoa), seguidas por São Paulo e Belo Horizonte (com 7 palavrões por
dia por pessoa) e Manaus (com 6 palavrões por dia por pessoa). São Luís aparece como a
cidade que menos fala palavrão entre as avaliadas.
Longe de ser algo de outro planeta, aqui e ali, todo mundo, em algum momento, solta aquele
pequeno palavrão, seja para desabafar, aliviar o estresse ou até mesmo para elogiar ou
comemorar algo. Sim, pessoas também proferem “palavrões do bem” em momentos de
empolgação. É nesses momentos, inclusive, que palavrinhas se transformam em palavrões. Ou
vocês acham que a pessoa para e pensa: “tive uma ideia! Vou criar um palavrão”. Não,
comedida leitora, sensato leitor, a metamorfose se dá na hora da raiva, da surpresa, da
vontade de afrontar, eis que nasce o palavrão.
Permita-me contar uma história que aconteceu entre dois amigos que tocavam em uma
filarmônica aqui, da cidade de Triunfo, no interior de Pernambuco. A história é verdadeira e
tenho testemunhas.
Há muito tempo, dos músicos estavam em uma discussão acalorada. Um xingava o outro “de
tudo que era nome”, como se costuma dizer por aqui. Apesar das palavras mais cabeludas
proferidas de um para com o outro, o bate boca não passava disso, até que um disse ao outro:
- Sabe o que você é?
- Não sei, diga!
- Você é muito é inesquecível.
- Inesquecível é você, seu... (impublicável)
Pronto, a partir daí os ex-amigos abandonaram o embate verbal e partiram para a agressão
física.
Você se sentiria ofendido ao receber o título de inesquecível? Creio que não, mas depende do
contexto.
E assim muito substantivo inocente, geralmente relacionado a nomes de doenças, partes
íntimas, excrementos e outros vocábulos inofensivos, a princípio, passam a conotar ofensa,
obscenidade, grosseria. Porém o inverso também ocorre: palavras que um dia já agrediram os
ouvidos pudicos de alguém, vão desgastando o seu potencial obsceno e aos poucos sendo
incorporadas ao jargão informal. Ou alguém ainda se ofende com palavras como caramba,
pinóia, pitomba, preula, bexiga, pomba, caraca, puxa e pôxa?
A percepção de uma palavra como sendo rude, de baixo nível, pode variar de acordo com a
cultura, a sociedade e o contexto em que é usada. Além disso, algumas palavras podem ser
ofensivas em uma situação, mas serem usadas de forma amigável em outras.

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