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Tipos de pronomes
De acordo com o que determina a nossa gramática normativa, existem seis tipos de
pronomes: os pessoais, demonstrativos, interrogativos, possessivos, relativos e
indefinidos.

Pronomes pessoais
A melhor maneira de entender esses tipos de pronomes é pensar neles como elementos-
chave na construção de um diálogo ou discurso. Continue a imaginar que você está
conversando com seu amigo João, sobre sua mãe. Os pronomes pessoais vão designar
diretamente as pessoas na conversa:

O locutor (ou quem fala): 1ª pessoa, que seria “eu” (no singular) ou “nós” (plural);
O interlocutor (com quem se fala): 2ª pessoa, que seria “tu/você” (singular) ou
“vós/vocês” (plural);
O assunto (de quem ou do que se fala): 3ª pessoa. Que seria “ela/ele” (singular) ou
“elas/eles” (plural).
Estes são os pronomes pessoais, ou seja: aqueles que indicam as três pessoas do
discurso (eu, tu, ele, nós, vós, eles). Como aqui no Brasil o “vós” raramente é
empregado em conversas informais e situações cotidianas, muita gente utiliza “vocês”
para substituí-lo. Nunca se esqueça que todos os pronomes pessoais são pronomes
substantivos também.

Esse tipo de pronome é classificado entre retos e oblíquos, de acordo com a função que
desempenham na oração. Os pronomes do caso reto exercem função de sujeito, ou seja,
na afirmação “ela canta muito bem” a palavra “ela” é um pronome pessoal do caso reto.

Os pronomes pessoais do caso oblíquo, por outro lado, exercem função de objeto de um
verbo, como um complemento. Para todo pronome reto, há um correspondente no caso
oblíquo. Quer ver só?

Eu → mim, me, comigo;


Tu → te, ti, contigo;
Ele → se, o, a, lhe, si, consigo;
Nós → nos, conosco;
Vós → vos, convosco;
Eles → si, os, as, lhes, se, consigo.
Por isso, quando você diz “conversei com João e ele me disse que sua mãe canta bem”,
é possível concluir que, nessa afirmação, a palavra “ele” é um pronome pessoal reto, e
“me” é um pronome pessoal oblíquo.

Pronomes possessivos
Os pronomes possessivos, como você já deve imaginar, são aqueles que você usa para
falar de algo que indica posse em relação à alguém da conversa. Um exemplo claro está
na afirmação de João: “Fernanda é minha mãe”. Fácil, não é mesmo?

Você sempre pode usar esses tipos de pronomes para falar de alguma coisa que você ou
outro(s) têm. Pode ser um objeto, um sentimento, uma relação, um espaço etc. Veja
abaixo a relação de cada pessoa do discurso com seus pronomes possessivos:

Eu → meu, minha, meus, minhas.


Tu → teu, tua, teus, tuas.
Ele → seu, seus sua, suas.
Nós → nosso, nossos, nossa, nossas.
Vós → vossa, vosso, vossos, vossas.
Eles → seu, sua, seus, suas.
Pronomes demonstrativos
Estes são usados para indicar a localização de seres, seja no espaço, seja no tempo. Não
há muito segredo: se você pensa em uma palavra que sirva para situar algo na sua
conversa, provavelmente vai fazer uso desse tipo de pronome.

Quando o assunto está situado próximo ao locutor ou interlocutor, os pronomes


demonstrativos usados podem ser os seguintes:

1ª pessoa → isto, este, esta, estes, estas.


2ª pessoa → isso, esse, essa, esses, essas.
Se o assunto estiver distante do locutor ou interlocutor, pode-se usar os seguintes
pronomes:
3ª pessoa → aquilo, aquele, aquela, aqueles, aquelas.
Guia do texto perfeito
Pronomes interrogativos
Quando você pergunta que horas são, qual é o dia certo para entregar um trabalho, quem
vai na sua festa de aniversário ou quando essa pessoa sairá de casa, está fazendo o uso
de pronomes interrogativos. Esses auxiliares servem para formular perguntas, tanto
diretas quanto indiretas.

As palavras que fazem parte desse grupo são: que, quem, qual, quais, quanta, quanto,
quantas e quantos.

Pronomes relativos
Você já sabe que os pronomes em geral possuem a função de substituir ou remeter uma
palavra à outra, certo? Os pronomes relativos usam termos específicos para que o texto
fique menos repetitivo e mais direto. Veja alguns exemplos:

O remédio que preciso custa caro.


Esta é a menina de quem te falei.
A casa onde ela mora é muito pequena.
São eles: onde, que, quem, o qual, a qual, os quais, as quais, quanto, quantos, cujo, cuja,
cujos, cujas, quantas, etc.

Eles retomam substantivos, substituindo-os na oração seguinte. Você pode não perceber,
mas faz uso de todos eles constantemente, em provavelmente todos os seus textos.

Pronomes indefinidos
Quem nunca viu alguma mensagem sem a especificação do destinatário nas redes
sociais? As famosas “indiretas” servem para criticar, alertar ou desabafar, e geralmente
começam com pronomes indefinidos. Quer ver alguns exemplos?

Certas pessoas só dão valor depois da perda.


Algumas meninas veem defeito em tudo, menos nelas mesmas.
Tantos comentários ruins por aqui que a minha vontade é de ficar só offline.
É cada pessoa querendo aparecer…
Essas palavras (algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vários, tanto, quanto,
qualquer, alguém, ninguém, tudo, nada, cada, demais, algo) que se referem a
substantivos de modo impreciso ou genérico são os pronomes indefinidos.

Um macete para especificar esse tipo de pronome na sua cabeça é sempre se lembrar
das “indiretas”, pois os indefinidos se referem sempre à 3ª pessoa do discurso. Ou seja,
são usadas para falar de alguém (ou algo) sem dizer de forma clara quem é.

Vale lembrar que os pronomes indefinidos também podem aparecer na forma de


locuções ( cada um, cada qual, qualquer um, seja qual for, seja quem for, todo aquele
que, etc.).

Antes de prosseguir para a sessão de erros comuns, confira este kit para aperfeiçoar a

sua capacidade de identificar e corrigir erros de português! 🙂

Check list de revisão


4. Curiosidades/erros comuns
Com tantas classificações e detalhes, é comum acabar se confundindo. Por isso, o
conhecimento extra é sempre bem-vindo para evitar possíveis erros gramaticais.

Ambiguidades com pronomes possessivos


Algumas formas flexionadas de pronomes possessivos podem deixar o leitor confuso.
Veja os exemplos:

Encontrei minha irmã perto da sua casa ontem ( a casa do interlocutor ou da irmã?)
Falei com a mãe da noiva que se acidentou (quem se acidentou? A noiva ou a mãe
dela?)
Lá vem o moço do carro vermelho que precisa de água (quem precisa de água? O moço
ou o carro?)
Para evitar estas ambiguidades, é possível usar outras variações do mesmo tipo de
pronome. Exemplo: encontrei minha irmã perto da casa dela ontem.

“Eu” e “mim”
Como você já aprendeu, o pronome pessoal “eu” desempenham a função de sujeito,
diferente de “mim”, que exerce a função de objeto indireto. Sendo assim, a palavra “eu”
geralmente é usada seguida de uma ação, enquanto “mim” é sempre acompanhado de
preposição. Exemplos:

Eu devo sair às seis horas.


Esse caderno é um presente para mim.
Por isso, jamais use “mim” para acompanhar verbos, evitando frases como: “tinham
muitas coisas para mim fazer” ou “preciso de um feriado para mim descansar”. Apenas
o “eu”, “tu”, “ele/ela”, “nós”, “vós” e “eles” conjugam verbos.

Agora que você já viu de perto a importância do pronome para as interações verbais e o
processo de construção da coesão em um texto, não deixe de aplicar o que aprendeu na
sua produção de conteúdo! A prática é a melhor forma de aprender a escrever
corretamente e garantir bons resultados!

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