Caríssimos, na primeira leitura, acompanhamos mais um dos relatos das
perseguições aos Apóstolos. Estamos vendo mais uma vez as palavras de Cristo se cumprindo, quando disse em outra passagem: vos entregarão aos tribunais por minha causa. Pedro toma a palavra e diz algo que ecoará em todos os tempos, uma verdade que nos serve de encorajamento, uma Verdade que é capaz de, sim, fazer perder essa vida, porém, ganhar a Verdadeira Vida: é preciso obedecer a Deus antes que os homens... Nos tempos em que vivemos, onde diariamente nossa fé é confrontada... aí podemos trazer a reflexão para nossa realidade, nas ruas... diante de pessoas incrédulas, diante de um um mundo cada vez mais distante de Deus, que ridiculariza a nossa Fé... na Univesidade... estes são os novos Cinédrios, aos quais somos chamados, neste tempo a testemunhar nossa Fé em Cristo, junto do Espírito Santo, concedido pelo Pai aos que obedecem. Somos nós autênticas testemunhas? Diz o Salmo, Feliz o homem que tem Nele o seu refúgio... clamam os justos e o senhor bondoso escuta... muitos males se abatem sobre os justos, mas o senhor de todos eles os liberta. Repitamos isso constantemente, a exemplo dos Apóstolos, sobretudo nos momentos difíceis de nossos dias; não só, mas especialmente quando sofremos por causa de Cristo, antes dessa repetição, busquemos nos refugiar e esperar de fato somente em Deus, gritar, clamar por Ele. E a condição para podemos ser ouvidos, é a de que sejamos justos, que vimamos na justiça; virtude que procede Dele mesmo, que é a Suma Justiça. O Evangelho mais uma vez torna-se um divisor de águas, se assim quisermos dizer. Diante do que fora revelado em Jesus, não há tempo para mornidão. Há duas únicas opções (e junto destas suas consequências), acreditar no filho e possuir a vida Eterna, ou rejeitar o Filho e não ver a Vida. É Mais do que Justa esta sentença, confirma Santo Agostinho: “[...] O Filho de Deus descendeu sem ter pecado, revestindo- se de nossa mortalidade, morreu para que tu vivas. Aquele, porém, que se recusa a crer no Filho, merece ver pesar sobre si a Ira de Deus.” Nos resta acolher de verdade as palavras proferidas por Aquele que Deus enviou, e por em prática, no aguardo da Vida Eterna. Esse deve ser o programa da nossa vida. É vivendo assim, que nos será concedido ver frutificar em nossa vida as graças do mistério Pascal, como reza a Oração Coleta. Que Pela Intercessão de Maria Santíssima, Aquela que soube tão bem acolher e viver a Palavra de Deus, nos ajude a compreender e a por em prática as lições desta Santa Liturgia.