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CETEP LITERÁRIO 2°ADM-D ( VIDAS SECAS )

ROTEIRO

PERSONAGENS:

Sinhá Vitória: Itaissa

Fabiano: Nicolas

Filho mais velho: Eduardo

Filho mais novo: Murilo

Soldado amarelo: João Christian

Soldado que prende: Igor

ABERTURA

Todos (Érica, João Vitor, Laís e Salete) Bom dia pessoal!!!

Laís: Nós somos os alunos do 2° ADM-D.

Salete: E hoje iremos apresentar para vocês o livro Vidas Secas, de Graciliano
Ramos.

Érica: Graciliano Ramos nasceu em 1892 e faleceu em 1953, ele foi um escritor e
jornalista brasileiro. O romance “Vidas Secas”, foi sua obra de maior destaque.

João Vitor: O mesmo é considerado o melhor ficcionista e o prosador mais importante


da segunda fase do Modernismo.

Laís: Seus livros foram traduzidos para vários países e a obra, “Vidas Secas” chegou
no cinema!

Salete: Suas obras embora tratem de problemas sociais do Nordeste brasileiro,


apresentam uma visão crítica nas relações humanas, que as tornam de interesse
universal.
BREVE RESUMO ( 1° parte, Érica e João Vitor)

João Vitor: A história que se passa no livro, retrata a vida de uma família de retirantes
que luta contra a seca e a fome no sertão nordestino.

Érica: Na caminhada por uma vida melhor, as personagens, nos mostram um cenário
de desigualdade social. Os pequenos já sabem como é a vida, seca, sofrida, e cheia
de lutas. Por que nesta obras as vidas são tão secas? Secas de sentimentos? Ou
secas do solo árido?

CORDEL (1° parte, Raissa e Naiane coreografia, Queveli,


Livia Silva, Deize e Itauana)
(Música na entrada das meninas)

É assim que começa a história, de

Uma família sofrida, que luta contra a seca e a fome

Que os perseguia.

Lá no sertão o sol escaldante foi onde tudo começou,

Um grupo de retirantes

Que a esperança buscou! (Raissa)

Fábiano e sua família na catinga a caminhar,

Que vida seca e miserável

O nordestino vai enfrentar. (Manu no pandeiro) (Raissa, Naiane e as meninas


atrás cantando e coreografando)
Fábiano é o pai da família, era conhecido

Como durão, coitados dos pequeninos,

Conviviam com essa sequidão.

De palavras e sentimentos viviam na aflição

Só a cachorra baleia que trazia uma consolação. (Naiane)

No xepe xepe da sandália,

No sol quente a escaldar,

Debaixo do juazeiro avistaram uma fazenda

Para poder se abrigar.

Pensou que iria ser dono mas teve que trabalhar,

E a cama de Sinhá Vitoria teve que esperar. (Raissa)

Fábiano e sua família na catinga a caminhar,

Que vida seca e miserável

O nordestino vai enfrentar. (Manu no pandeiro) (Raissa, Naiane e as meninas


atrás cantando e coreografando)

DRAMATIZAÇÃO (1° parte. Caminhada até a fazenda)


(Música do início do filme para a entrada da família. Os personagens caminham devagar da porta do
auditório em direção ao palco. Sinhá com o filho mais novo segurando em sua mão e as trouxas,
Fabiano na frente procurando um lugar, e o filho mais velho com uma trouxa na cabeça)

Sinhá Vitória (Itaissa): Noi não chega nunca! Que vida miserável viu!

Fabiano (Nicolas): Rapaz mulher, já falei pra ocê parar de reclamar. No já vai chegar.
Sinhá Vitória (Itaissa): Ur menino já tá tudo cansado. Num vai chegar logo não?

Filho mais velho (Eduardo): Tô cansado, tô cansado, tô muito cansado.

(Todos caminham com expressões de sofrimento, procurando um lugar para descansar)

Sinhá Vitória (Itaissa): Que vida miserável é essa meu Deus?

Filho mais velho (Eduardo): Tô cansado, tô muito cansado!

(O filho mais velho cai no chão chorando)

Fabiano (Nicolas): Levanta moleque! Levante logo vá!

(Sinhá para de andar e olha para trás, depois ela volta a procurar um lugar para repousarem)

Filho mais velho (Eduardo): Tô muito cansado!

Fabiano (Nicolas): Vá moleque, levante logo! Tá longe ainda!

(Fabiano mexe no menino com a ponta da espingarda)

Filho mais velho (Eduardo ): Tô muito cansado!

Fabiano (Nicolas): Venha, Venha!

(O menino levanta, pega a trouxa coloca na cabeça e segue. Eles sobem no palco e param para
descansar)

Sinhá Vitória (Itaissa): Bo parar pra descansar um pouquinho, ur menino já tá tudo


cansado e eu também já não tô aguentando mais!

Fabiano (Nicolas): Então vamo parar por aqui, ur menino tão morrendo de fome
memo. No já come e depois pega o camin de novo.

Sinhá Vitória (Itaissa): Cumer o que? Não tem nada pra cumer.

(Todos ficam tristes, Fabiano e Sinhá Vitória passam a olhar fixamente o papagaio)

Fabiano (Nicolas): Pegue o papagaio muié! Pegue e mate ele então. E nois come
cum farinha. Num serve pra nada memo.

(Sinhá pega o papagaio com agressividade e torce o pescoço dele tirando a vida do bicho. Depois ela
tira a fogueirinha os ossinhos e a farinha de dentro do baú e todos fingem que estão comendo)

Sinhá Vitória (Itaissa): Num servia pra nada memo, num sabia nem falar. Bora cume.
(Fingem que estão comendo, depois Laís entra fazendo o breve resumo e a família vai saindo para o
camarim para se arrumarem)

BREVE RESUMO (2° parte, Laís)

No decorrer da história, a família passará por uma série de acontecimentos,


momentos de felicidades, como a vinda do inverno, onde eles se reuniram em volta
da fogueira para se esquentarem e ouvirem histórias e a festa na cidade, quando
vestiam suas melhores roupas e ficavam admirados com as imagens da igreja. Mas
também houve momentos de sofrimento e tristeza; quando Fabiano foi preso
injustamente sem poder se defender e as contas, Fabiano ganhava pouco e ainda
tinha que pegar empréstimos com seu patrão. Será que um dia essa família
conseguirá sair dessa vida sofrida? Ou Fabiano continuará sendo submisso a seu
patrão, e sendo castigado injustamente?

CORDEL (2° parte com a coreografia, Victoria Lara, Jaiane,


Maiquely, Adrislayne e Railane)

A família vai a festa, vestindo suas melhores roupas.

Mas o caminho era longo, e eles ficaram cansados.

Sufocados com o calor

E as roupas apertadas,

Avistaram um rio, para dar Uma descansada. (Vitoria)

Fábiano e sua família na catinga a caminhar,

Que vida seca e miserável

O nordestino vai enfrentar. (Manu no pandeiro) (Victoria, e as meninas atrás


cantando e coreografando)
Chegando na cidade, se espantaram com multidão.

A igreja lotada, incomodava o durão.

Que resolveu tomar um ar,

E seguiu o caminho do bar. (Vitoria)

Na bodega do seu Inácio, ele foi se embriagar.

Encontrou um cabra safado, que dizia ser soldado.

Resultou que Fabiano, ficou liso e preocupado.

Foi parar na prisão, esse pobre injustiçado. (Vitoria)

Fabiano e sua família na catinga a caminhar,

Que vida seca e miserável

O nordestino vai enfrentar. (Victória e as meninas atrás cantando e


coreografando) (Manu no pandeiro)

DRAMATIZAÇÃO ( 2° parte, Festa na cidade e Prisão de


Fabiano)
(Saem do camarim todos arrumados, sorridentes)

Sinhá Vitória (Itaissa): Vamo vamo, não suja a ropa!

Fabiano (Nicolas): Escute sua mãe viu! Não suja essa ropa não, porque é a única
boa que ocês tem!

Sinhá Vitória (Itaissa): Ai esse sapato apertado, andano nesse areião.

Fabiano (Nicolas): Então tira o sapato muié, já que tá incomodando, tira e arruma
ele.
(Sinhá tira os sapatos e passa a mão nos pés. Depois ela coloca os sapatos de volta e eles param em
frente a igreja se benzam e entram. Fabiano fica do lado de fora meio desconfiado, tira os sapatos e
segue)

Fabiano (Nicolas): Eu num vô ficar aqui não, eu vô é me embora, vô tomar uma ali.

(Fabiano segue e se encontra para jogar com o soldado)

Soldado amarelo (João Christian): E aí camarada! Como vai?

Fabiano (Nicolas): Opa! Vô bem graças a Deus!

Soldado amarelo (João Christian): Bora jogar um trinta e um?

Fabiano (Nicolas) Isto é, vamo e não vamo, é conforme!

Soldado amarelo (João Christian): Sente aí!

Fabiano (Nicolas): Bora, vá.

(Fingem estar jogando)

Soldado amarelo (João Christian): Ocê perdeu!

Fabiano (Nicolas): Oxe! Perdi o que rapaz? Tá doido é?

Soldado amarelo (João Christian): Perdeu sim rapaz, olhe aí.

Fabiano (Nicolas): Rapaz, isso tá errado!

Soldado amarelo (João Christian): Errado o que? Você que é azarado só pega carta
ruim!

Fabiano (Nicolas): Isso tá suspeito!

Soldado amarelo (João Christian): Suspeito o que, bora mais uma!

Fabiano (Nicolas): O meu sinhô, esse dinheiro que eu tenho aqui num dá pá jogar
mai não.

Soldado amarelo (João Christian): Que, tem nada não! Bora mais uma!

Fabiano (Nicolas): Esse dinheiro que eu tenho aqui é de fazer a fera pras criança.

Soldado amarelo (João Christian): Que rapaz, isso aí num vai afetar em nada não.

Fabiano (Nicolas): Só mais uma então viu.


Soldado amarelo (João Christian): Bora.

Fabiano (Nicolas): Vamo.

(Começam a jogar as cartas novamente)

Fabiano (Nicolas): Vá!

(Jogam as cartas)

Soldado amarelo (João Christian): Ocê perdeu de novo!

Fabiano (Nicolas): Eu perdi o que rapaz? Tá doido é?

Soldado amarelo (João Christian): Perdeu sim sinhô, olhe aí.

Fabiano (Nicolas): Não! Perdi nada não! Tu é cabra safado, tá querendo me roubar
é?

Soldado amarelo (João Christian): Me respeite! Eu sou autoridade!!

Fabiano (Nicolas): Eu sei que tu é autoridade, mas tu é cabra safado, tu tá me


roubando!

Soldado amarelo (João Christian): Ocê tá desacatando a autoridade é? A pois


então, agora ocê tá preso!

Fabiano (Nicolas): Como assim? Ocê não pode me levar preso não, e a minha famia?
Vamo cunvesa.

Soldado amarelo (João Christian): Nada disso! Cale a boca!

(Soldado amarelo assopra o apito e chama outro soldado que estava perto)

Soldado amarelo (João Christian): (som do apito...) Leve esse cabra preso, estava
desacatando a autoridade.

(O ajudante do soldado pega Fabiano e leva para a prisão. Sinhá saí da igreja com os filhos e fica
procurando Baleia e Fabiano e o soldado saí em direção a porta do auditório)

Filho mais velho (Eduardo): Mamãe cadê Baleia? Mamãe cadê baleia?

Filho mais novo (Murilo): Baleia sumiu mãe? Cadê Baleia?

Sinhá Vitória (Itaissa): Num sei, sumiu.

Filho mais novo (Murilo): Mamãe, Baleia votô?


Sinhá Vitória (Itaissa): Nem Fabiano num tá aqui!

(A família sai em direção ao camarim para se trocarem para as últimas cenas)

BREVE RESUMO (3° Salete)


Após todo esses acontecimentos, os últimos capítulos do livro nos trarão o desfecho
da história da família de Fabiano, haverá o reencontro com o soldado amarelo mas
dessa vez na catinga a terra de Fabiano, onde aquele que o humilhou se tornou tão
pequeno. A saudade de baleia que se faz presente, principalmente quando os sinais
da volta da seca ressurgem, aquela vida tão sofrida voltaria ...? E nesses capítulos
finais veremos oque a família vai fazer? Novas perspectivas de vida? Esperança?
Iremos descobrir.

CORDEL (3° parte com a coreografia, Victoria Lara, Queveli,


Livia Silva, Deize e Itauana)

Fabiano na vereda

Ia cortando os quipás,

Procurando a égua ruça que se metia por lá.

Naquela catinga velha

Com o soldado se trombou

Aquele que o humilhava tão pequeno se tornou.

Fábiano era carrasco, mas tinha um bom coração

Recuou sua vingança e ajudou o amarelão. (Victoria)

Fábiano e sua família na catinga a caminhar,

Que vida seca e miserável


O nordestino vai enfrentar. (Manu no pandeiro) (Victoria, e as meninas atrás
cantando e coreografando)

Agora era fatal a seca havia de voltar

O Rio ia secando o gado vai se acabar,

Pobre família miserável ao sofrimento retornar

Caminhando na catinga, não tinham pra onde escapar. (Victoria)

Sinhá Vitoria, Fábiano e os meninos a sonhar

Sem a cachorra baleia para os acompanhar,

Que vida seca e miserável, aonde iam repousar?

Em um lugar longe dali,

Tentando gente virar. (Victoria)

Fábiano e sua família na catinga a caminhar,

Que vida seca e miserável

O nordestino vai enfrentar. (Victória e as meninas atrás cantando e


coreografando) (Manu no pandeiro)

DRAMATIZAÇÃO ( 3° Reencontro com o soldado nas


veredas, indo embora da fazenda e morte de Baleia)
(Fabiano sai do camarim a procura do bezerro da vaca laranja, e o soldado amarelo vem pela porta de
entrada do auditório andando perdido, procurando o caminho de volta para a estrada)

Fabiano (Nicolas): Boi, boi! Ê boi! Cadê o míseravi desse gado! Venha cá meu bichin!
Boi, boi!
(Fabiano encontro o soldado amarelo andando perdido e vai atrás dele para mata-lo, ele levanta o
facão e fica lhe rodeando)

Fabiano (Nicolas): Má rapaz, oia só quem eu encontrei aqui, soldado amarelo, esse
cabra safado que me roubou, míseravi.

(Soldado toma um susto)

Soldado amarelo (João Christian): Onde é o camin da estrada paisano?

Fabiano (Nicolas): Ocê mandou me prender num foi! Me roubou e me prendeu


injustamente, seu pilantra.

(Os dois ficam se encarando um pouco e o soldado fica com medo)

Soldado amarelo (João Christian): Me diga o camin de volta.

(O bezerro berra e Fabiano não matará mais o soldado, então ele abaixa o facão e responde o soldado)

Fabiano (Nicolas): Governo é governo!

Soldado amarelo (João Christian): Como?

Fabiano (Nicolas): No fim da vereda virando a direita.

(Soldado sai desconfiado, olhando para trás, observando se Fabiano iria lhe perseguir. Fabiano para
um momento e fica olhando a ida do amarelão, enquanto Sinhá coloca as trouxas para fora de casa, o
bezerro berra novamente e ele volta para casa)

Sinhá Vitória (Itaissa): No temo que ir embora! Esse patrão míseravi, só fica
enrolando a gente!

Fabiano (Nicolas): As coisa já tão arrumada?

Sinhá Vitória (Itaissa): Já! E a gente tem que ir memo, o patrão só faz roubar nois!

Fabiano (Nicolas): Esse patrão ladrão, só fica roubando nosso dinheiro suado. Cadê
ur menino?

Sinhá Vitória (Itaissa): Tá aqui.

Fabiano (Nicolas): Então vamo embora. Baleia, Baleia!

(Fabiano para uns 5 segundos e fica olhando para Baleia)

Fabiano (Nicolas): Antes da gente ir embora vou ter que matar baleia, ela tá muito
doente, us pelo tão caindo tudo, ela parece tá com raiva.
Filho mais novo (Murilo): Bora Baleinha!

Fabiano (Nicolas): Baleia só vai atrapaia a gente. Cobre us ouvido dur menino.

(As crianças choram e Sinhá tapa seus ouvidos)

Filho mais velho (Eduardo): Não mate Baleia, não mate Baleia!

Filho mais novo (Murilo) Baleinha!

Sinhá Vitória (Itaissa): Oxe! Cala a boca menino, já não servia pra nada mermo! Tava
doente.

(Os meninos choram)

Filho mais velho (Eduardo): Não mate Baleia!

(Os meninos continuam chorando e Fabiano dá dois tiras em Baleia com a espingarda. Então eles
levantam)

Sinhá Vitória (Itaissa): Vamo procurar um lugar mio pra gente viver.

Fabiano (Nicolas): Vamo que aqui dá certo mai não. Aqui é uma vida míseravi!

(Os meninos chorando, eles pegam as trouxas e saem)

PARALELO COM A REALIDADE ( João Vitor )

A obra “Vida Secas” de Graciliano Ramos, apresenta um paralelo impactante com a


realidade. Assim como os personagens da obra, muitas pessoas na vida real
enfrentam adversidades e injustiças, em um cenário de desigualdade social e falta de
oportunidades. Através da história desses personagens , a obra nos convida a refletir
sobre as condições desumano a que muitos são submetidos, revelando as brechas
existentes em nossa sociedade.

AGRADECIMENTOS
(Todos sobem no palco para agradecer, dão as mãos, cantam o refrão e falam uma frase para fechar
com chave de ouro)
Todos: Obrigada a todos!

Todos: Fábiano e sua família na catinga a caminhar,

Que vida seca e miserável

O nordestino vai enfrentar.

Todos: “Respeita o nordeste cabra da peste!”

( Dançam xaxado rapidinho, reverenciam fecham as cortinas e saem)

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