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ROTEIRO
PERSONAGENS:
Fabiano: Nicolas
ABERTURA
Salete: E hoje iremos apresentar para vocês o livro Vidas Secas, de Graciliano
Ramos.
Érica: Graciliano Ramos nasceu em 1892 e faleceu em 1953, ele foi um escritor e
jornalista brasileiro. O romance “Vidas Secas”, foi sua obra de maior destaque.
Laís: Seus livros foram traduzidos para vários países e a obra, “Vidas Secas” chegou
no cinema!
João Vitor: A história que se passa no livro, retrata a vida de uma família de retirantes
que luta contra a seca e a fome no sertão nordestino.
Érica: Na caminhada por uma vida melhor, as personagens, nos mostram um cenário
de desigualdade social. Os pequenos já sabem como é a vida, seca, sofrida, e cheia
de lutas. Por que nesta obras as vidas são tão secas? Secas de sentimentos? Ou
secas do solo árido?
Que os perseguia.
Um grupo de retirantes
Sinhá Vitória (Itaissa): Noi não chega nunca! Que vida miserável viu!
Fabiano (Nicolas): Rapaz mulher, já falei pra ocê parar de reclamar. No já vai chegar.
Sinhá Vitória (Itaissa): Ur menino já tá tudo cansado. Num vai chegar logo não?
(Sinhá para de andar e olha para trás, depois ela volta a procurar um lugar para repousarem)
(O menino levanta, pega a trouxa coloca na cabeça e segue. Eles sobem no palco e param para
descansar)
Fabiano (Nicolas): Então vamo parar por aqui, ur menino tão morrendo de fome
memo. No já come e depois pega o camin de novo.
Sinhá Vitória (Itaissa): Cumer o que? Não tem nada pra cumer.
(Todos ficam tristes, Fabiano e Sinhá Vitória passam a olhar fixamente o papagaio)
Fabiano (Nicolas): Pegue o papagaio muié! Pegue e mate ele então. E nois come
cum farinha. Num serve pra nada memo.
(Sinhá pega o papagaio com agressividade e torce o pescoço dele tirando a vida do bicho. Depois ela
tira a fogueirinha os ossinhos e a farinha de dentro do baú e todos fingem que estão comendo)
Sinhá Vitória (Itaissa): Num servia pra nada memo, num sabia nem falar. Bora cume.
(Fingem que estão comendo, depois Laís entra fazendo o breve resumo e a família vai saindo para o
camarim para se arrumarem)
E as roupas apertadas,
Fabiano (Nicolas): Escute sua mãe viu! Não suja essa ropa não, porque é a única
boa que ocês tem!
Fabiano (Nicolas): Então tira o sapato muié, já que tá incomodando, tira e arruma
ele.
(Sinhá tira os sapatos e passa a mão nos pés. Depois ela coloca os sapatos de volta e eles param em
frente a igreja se benzam e entram. Fabiano fica do lado de fora meio desconfiado, tira os sapatos e
segue)
Fabiano (Nicolas): Eu num vô ficar aqui não, eu vô é me embora, vô tomar uma ali.
Soldado amarelo (João Christian): Errado o que? Você que é azarado só pega carta
ruim!
Fabiano (Nicolas): O meu sinhô, esse dinheiro que eu tenho aqui num dá pá jogar
mai não.
Soldado amarelo (João Christian): Que, tem nada não! Bora mais uma!
Fabiano (Nicolas): Esse dinheiro que eu tenho aqui é de fazer a fera pras criança.
Soldado amarelo (João Christian): Que rapaz, isso aí num vai afetar em nada não.
(Jogam as cartas)
Fabiano (Nicolas): Não! Perdi nada não! Tu é cabra safado, tá querendo me roubar
é?
Fabiano (Nicolas): Como assim? Ocê não pode me levar preso não, e a minha famia?
Vamo cunvesa.
(Soldado amarelo assopra o apito e chama outro soldado que estava perto)
Soldado amarelo (João Christian): (som do apito...) Leve esse cabra preso, estava
desacatando a autoridade.
(O ajudante do soldado pega Fabiano e leva para a prisão. Sinhá saí da igreja com os filhos e fica
procurando Baleia e Fabiano e o soldado saí em direção a porta do auditório)
Filho mais velho (Eduardo): Mamãe cadê Baleia? Mamãe cadê baleia?
Fabiano na vereda
Ia cortando os quipás,
Fabiano (Nicolas): Boi, boi! Ê boi! Cadê o míseravi desse gado! Venha cá meu bichin!
Boi, boi!
(Fabiano encontro o soldado amarelo andando perdido e vai atrás dele para mata-lo, ele levanta o
facão e fica lhe rodeando)
Fabiano (Nicolas): Má rapaz, oia só quem eu encontrei aqui, soldado amarelo, esse
cabra safado que me roubou, míseravi.
(O bezerro berra e Fabiano não matará mais o soldado, então ele abaixa o facão e responde o soldado)
(Soldado sai desconfiado, olhando para trás, observando se Fabiano iria lhe perseguir. Fabiano para
um momento e fica olhando a ida do amarelão, enquanto Sinhá coloca as trouxas para fora de casa, o
bezerro berra novamente e ele volta para casa)
Sinhá Vitória (Itaissa): No temo que ir embora! Esse patrão míseravi, só fica
enrolando a gente!
Sinhá Vitória (Itaissa): Já! E a gente tem que ir memo, o patrão só faz roubar nois!
Fabiano (Nicolas): Esse patrão ladrão, só fica roubando nosso dinheiro suado. Cadê
ur menino?
Fabiano (Nicolas): Antes da gente ir embora vou ter que matar baleia, ela tá muito
doente, us pelo tão caindo tudo, ela parece tá com raiva.
Filho mais novo (Murilo): Bora Baleinha!
Fabiano (Nicolas): Baleia só vai atrapaia a gente. Cobre us ouvido dur menino.
Filho mais velho (Eduardo): Não mate Baleia, não mate Baleia!
Sinhá Vitória (Itaissa): Oxe! Cala a boca menino, já não servia pra nada mermo! Tava
doente.
(Os meninos continuam chorando e Fabiano dá dois tiras em Baleia com a espingarda. Então eles
levantam)
Sinhá Vitória (Itaissa): Vamo procurar um lugar mio pra gente viver.
Fabiano (Nicolas): Vamo que aqui dá certo mai não. Aqui é uma vida míseravi!
AGRADECIMENTOS
(Todos sobem no palco para agradecer, dão as mãos, cantam o refrão e falam uma frase para fechar
com chave de ouro)
Todos: Obrigada a todos!