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PEÇA CUIDE DOS PAIS – Antes que seja tarde

(Criação coletiva inspirada no livro de Fabrício Carpinejar. Adaptação: Elenco -


Alunos da 2ª série. Direção: Juliana Imítria.)

CENA 1 – FAMÍLIA É TUDO IGUAL

Narrador 1 Irmão Família/Figurantes


Narradora 2 Irmã

01 – FAIXA

LUZ
(Entra do lado esquerdo do público, Narrador 1 e conversa com a plateia em tom professoral.
Posiciona-se no canto esquerdo à frente.)

Narrador 1 – Família, substantivo feminino. Grupo de pessoas unidas por laços


afetivos, que partilha ou que já partilhou o mesmo espaço e mantêm entre si
relações de parentesco, de ancestralidade ou de afetividade.
(Entra do lado direito do público, Narradora 2 e conversa com a plateia em tom professoral.
Posiciona-se no canto direito à frente.)

Narradora 2 – Família: Pessoas cujas relações foram estabelecidas pelo


casamento, por filiação ou pelo processo de adoção.

Aumenta a Faixa 01.


(Entram várias pessoas e posicionam-se no centro do palco para formar um álbum de família,
inclusive porta-retrato ou pelúcia de pets. Uns tiram selfs, outros resmungam, como numa
família e suas personalidades.)

Narrador 1 – Família: Grupo de pessoas que compartilham os mesmos


antepassados, estirpe, linhagem, geração.
Narradora 2 – No sentido figurado: Grupo de indivíduos ligados por hábitos,
costumes, comportamentos ou interesses oriundos de um mesmo local.
Narrador 1 – Ou, grupo de indivíduos com qualidades ou particularidades
semelhantes.
Irmão (fanático com a camiseta e gorro de time) – a galera do time é a minha
família!
Irmã (irmã pega o irmão pela camiseta e volta-o para a foto) – Sinônimo de união
entre diferentes cabeças, que nem sempre caberiam no mesmo lugar, mas que
devem se aguentar, afinal...

TODOS – Somos uma família! (como se fizessem Xis! para a fotografia)

02 FAIXA: Som de chiques fotográficos.

PISCA A LUZ

BLACKOUT
(Saem)

FIM

1
CENA 2 – ELEGANTES SENHORAS
(Capítulo de referencia: páginas 61-63.)

Agatha Giovanna Gonçalves Angelina Sophia Pontes Fabrício Matheus Alves


Angélica Maria Victoria Catarina Isabela Santos Heitor Salomão Bastos
Garçonete Mariana Alves Beatriz

Cenografia: mesa grande com 6 cadeiras, forro, objetos de servir como


bandeja, taças de vinho em acrílico, garrafa vazia de vinho branco. Duas long
neck vazias)

03 – FAIXA – Jazz

LUZ

(Entram Agatha, Angélica e Catarina)


Catarina – Angélica! Agatha! (cumprimentam-se cada uma com dois beijos na bochecha)
Por onde vocês andaram?
Angélica – Ah! Nem me fale, ando tão ocupada ultimamente com os
preparativos do Quebra Nozes…
Agatha – Nem acredito que você finalmente vai estrear no Bolshoi, amiga!
(sorri e as duas se cumprimentam com um beijo na bochecha)
Angélica – Mas e vocês, o que as ocupam tanto? (sentam-se à mesa)
Agatha – Não vou dizer que a culpa é o lançamento do meu livro, por que
confesso aproveitei todas as viagens pela Europa como se estivesse de
férias… (as três riem)
Catarina – Já eu, passei o último mês na Zâmbia. Vocês não têm ideia de
como aquele país é rico artisticamente…

(Angelina entra com Fabrício e Heitor, um de cada lado. Antes de chegar à mesa, para
na frente de cada um e balança a cabeça negativamente. Retira o boné de Heitor, e
arruma a gravata de Fabrício.)
Angelina – Meninas!
(cumprimenta Catarina, Agatha, e por ultimo Angélica)
Angélica – Irmã!
(abraçam-se)
Angelina – Quero apresentar a vocês meus genros.
(Dá um tapinha nas costas de Fabrício)
Angelina – Esse é o Fernando…
Fabrício – É Fabrício.
Angelina – Shh! Já te falei que é feio interromper a fala dos outros, querido.
(revira os olhos)
Angelina – Enfim… Ele vai casar com a Beatriz esse ano, e o Hélio, acabou de
propor para a Anaís.
Heitor (forçando uma tosse) – Heitor.

(Enquanto cada um se senta em seu respectivo lugar à mesa, Fabricio vai para o meio do
palco e direcionado ao público diz:)

Fabrício –Almocei com mais quatro senhoras, minha sogra e suas amigas, em
Belo Horizonte. Heitor e eu éramos os únicos homens naquele clube de
mulheres mais velhas, na faixa dos 75, o que a princípio a ideia não pareceu
2
tão ruim... Bem, tentei puxar conversa, afinal, precisava me sobressair naquele
grupo, mostrar minha trajetória gloriosa e excitante. Quebrei as pernas e os
braços lentamente. (senta-se no centro da mesa)
Agatha – Então me diz, Angelina, como estava o verão em Veneza?
Angelina – Esplêndido! Veneza, bem sabe como é se perder naqueles
canais... Sabe que quase comprei uma segunda casa lá.
Heitor – Ué, pensei que a senhora tinha ido lá para vender sua casa.
(Angelina o olha seriamente e Fabrício lhe dá uma cotovelada.)
Fabrício (limpa a garganta) – Um momento, por favor! Vocês sabem o meu
propósito com a Beatriz e como um homem de classe, queria mostrar uma de
minhas especialidades! Gostariam de beber algo?
Angelina –Vinho, de preferência!
Agatha – Amiga, você tem uma conexão comigo! Tirou as palavras da minha
boca!
Angelina – Você sabe Agatha, amigas de alto nível sempre tem bons
gostos! Fabrício surpreenda-nos com uma boa escolha!

(Fabrício chama a Maitre com um movimento desajeitado de mãos, mistura de pedir a conta e
disfarçando não ter sido visto pela maitre).

(Entra a Maitre)
Maitre – Bem-vindos, senhores! Bem-vindas, senhoras! Em que posso servi-lo,
cavalheiro?
Fabrício – (fala em tom mais baixo tentando seguir a polidez da Maitre) Quero que
me traga um vinho tinto suave, por favor! (confidencia à maitre) Traga um de boa
qualidade, quero encantá-las com uma boa escolha!

(Sai a Maitre)
Angélica – Suave?! (Fala em tom chocante) Na minha opinião pessoas a esse
nível não estão preparadas para se casar com a filha de minha irmã Angelina!
No mínimo o seu pedido devia ser um vinho branco, para harmonizar com o
peixe!
Fabrício – Nossa me desculpe, me enganei, com o gosto de vocês! Me
desculpe mesmo! De verdade! (Chama a maitre novamente) Traga um vinho
branco!

(Entra a Maitre)
Maitre – Sim, um vinho branco. Preferência de safra? Uvas?
Fabrício – O melhor da casa para cativar uma noite tão especial!
Heitor (confidencia ao amigo) – Achei essa velharada exibida e chata. Tenho
uma ideia melhor, Fabrício! Pede logo uma cerveja que nós bebemos aqui!
(Chama a Maitre) Garçonete... (Fabrício bate na mão de Heitor que se agita chamando a
Maitre.)
Fabrício – Heitor, pelo menos disfarce, estamos diante da nossa sogra e você
fala isso! Tá louco?! Em outros ambientes a gente bebe até umas, mas aqui ou
é o vinho ou o vinho!

(Volta a Maitre)
Maitre – Algo mais, senhores?
Fabrício – Não, traga o vinho que eu pedi mesmo!
Heitor – Branco, que elas não gostam de tinto. Não harmoniza...
(Sai a Maitre. Fabrício reprime a atitude de Heitor, conversam por gestos.)

3
Catarina (cochicha com Agatha) – Nossa amiga não fui com a cara deles não,
acho melhor conversar com a Angelina sobre deixar esse rapaz casar-se com
Beatriz! Nem por favor e obrigado ele falou para o atendente.
Angélica – Nossa, mas que demora! Quem escolheu esse restaurante para
nos encontramos hoje?
Angelina – Quem você acha? Fernando!
Fabrício – Fabrício!
Angelina – Mas você é um sem educação mesmo hein! Acho que você não
entendeu a parte que a gente não interrompe e corrige pessoas de idade!
Fabrício – É que eu não estou acostumado com as pessoas não saberem nem
me chamar pelo meu próprio nome! Quanto ao restaurante, sempre venho aqui
e o atendimento é super rápido! Agora acho que o problema está em vocês!
Que não sabem esperar nem um minuto e já reclamam! Acho melhor vocês se
mancarem!
Heitor – Fabríciooooo!!! Você está passando do ponto!
Agatha – Sabe de uma coisa Angelina, meu genro nunca me faria passar um
vexame desses… Beatriz deveria aprender com minha Isabelli como se
escolhe um bom homem.
Catarina – É claro que Carlos é um ótimo homem, é o meu filho.
Fabrício – Se ele ao menos fosse fiel… (Heitor e Fabrício riem sob o olhar horrorizado
das senhoras.)
Heitor – Um milagre seria se Isabelli também fosse.
Catarina – O que vocês querem dizer com isso?
Agatha – Pra mim já deu! Esses homens não se tocam, se acham que podem
sair fazendo o que querem e falar o que pensam! Quem tem que rever as
atitudes é você! Que má educação! Peço perdão, Angelina, mas estou de
saída.
Catarina – Mostrem que são cavalheiros e ao menos paguem a conta! (sai
resmungando.)

(Angelina, Angélica, Agatha e Catarina levantam e saem andando, e Fabrício e Heitor ficam na
mesa.)
Fabrício – Aleluia posso ficar em paz! Não aguentava mais ter que ser
educado com esse tanto de idosa mandona e metida a besta!
Heitor (rindo) – Acho que depois dessa estamos solteiros…

(Volta a Maitre com o vinho e as taças.)


Maitre – Aqui está o vinho.
Fabrício – Cancele o vinho. Traga duas cervejas!
(A Maitre faz uma cara engraçada e sai.)

(Beatriz entra pisando duro.)


Beatriz – O que vocês aprontaram, hein? Minha mãe não para de me ligar.
(Volta a Maitre com duas cervejas, interrompe a cena, serve as cervejas, num tom inocente,
pergunta.)
Maitre –Trago mais uma cerveja, senhora?
(Os dois olham-se com atitude suspeita. Beatriz ao centro. Congela a cena.)

AUMENTA FAIXA 03

BLACKOUT

4
(Saem todos.)

FIM

CENA 03 – A HORA INESPERADA

(Velório. Mesa grande ao centro e quatro cadeiras em diagonal na lateral direita


do público.)

Mãe Izabela Filho Luiz Felipe Braga Familiar 2/ Narrador Antônio


3
Viúvo Murilo Familiar 1 Isaque

Narrador 3 – Quando criança, os meus pais me acordavam com a didática do


grito. Não surtindo efeito, iam lá mexer nos meus ombros. Não cumprindo a
sua missão ainda, puxavam as minhas cobertas. Na época, não havia celular,
muito menos alarmes de aplicativos. Rádio relógio era caro e ficava na
cabeceira dos adultos, a estação preferida tocava música na hora marcada,
rompendo a quietude. Agora, tudo são lembranças ternas.

04 – FAIXA – Fúnebre

LUZ

(Entram familiares 1 e 2, o Viúvo e o Filho em pé na frente do caixão da mãe/esposa. Familiar


1 aproxima-se e cumprimenta o Viúvo.)

Familiar 1 (chorando) – Ela era uma ótima mãe.


Marido – Nunca estaremos prontos para a hora inesperada.
Familiar 1 – E Caíque?
Marido – Tentando ser forte! Como ela sempre dizia... “encare a vida de frente,
meu filho!” (chora)

(Familiar 2 chega e cumprimenta os dois filhos. Sem dizer nada com profunda tristeza.)

Filho (faz um pronunciamento) – Hoje, nos reunimos para celebrar a vida de uma
mulher incrível, minha querida mãe, que partiu para um lugar melhor. Ela foi
uma pessoa que irradiava amor, sabedoria e alegria. Ainda me lembro das
inúmeras vezes em que ela me apoiou, me incentivou e sempre esteve lá para
mim e hoje nos despedimos dela com pesar, mas também celebramos o
privilégio de tê-la tido em nossas vidas. Que sua alma descanse em paz.

Aumenta a Faixa 04

BLACKOUT

(Saem todos.)
FIM

CENA 4 – O TEMPO QUE SE FOI

Narrado Matheus Zanelato Mãe Guilherme Deancovich Filho João Lucas Louzada
r futuro

5
Pai João Maurício Torres Filho passado Lucas Mozaico

Cenografia: Mesa de jantar e quatro cadeiras. Forro de mesa, talheres, pratos e


alimentos.

LUZ

Narrador – Ela me despertava pelo olfato. Pois não é pelo ouvido que
acordamos, é pelo nariz! Cheirinho de mãe, queiro de hortelã, café passado na
hora e a fornada saindo quente e apressada para logo queimar minha boca,
cheia de pressa e gulodice matinal. Mas era no jantar que perdíamos as horas
nas conversas pra falar do dia, dia, a cada dia passavam, sem que eu pudesse
perceber, eles escorriam, dia a dia.

05 – FAIXA

(Família em torno da mesa de jantar.)


Filho do passado – Mandou bem no jantar, mãe!
Pai – É, sua mãe caprichou hoje, filhão!
Mãe – E foi só hoje?
Pai e Filho – Não!
Mãe – Obrigada! Mas agora que já comeram tudo! É hora de tirar a mesa,
querido. Filho, você pode lavar a louça para nós.
Filho no passado – Eu odeio lavar louça. Tenho que fazer tudo nessa casa!
Pai – Respeita a sua mãe! Vai lavar agora a louça!

06 – FAIXA
(O Filho sai da mesa revoltado, e acaba o jantar com todos angustiados. Saem todos, exceto a
quarta pessoa, que sempre esteve à mesa como observador, representa o filho no futuro.)

Filho no futuro – Como eu sinto falta da época que discutia com meus pais.
Quanto tempo perdi com discussões bobas... e o tempo que se foi, não volta
mais.
(Caminha pelo vazio da mesa. Observa o infinito e sai.)
Aumenta faixa 06

BLACKOUT
(Saem.)
FIM

CENA 5 – ESTOU AQUI, PAI!


Pai Yuri Filho 2 Luiz Felipe Alves Médico Miguel
Filho 1 Arthur Yasu Filho 3 Vitor

Cenografia: Sala de jogos e seus objetos de entretenimento.

LUZ

07 – FAIXA
(Em Casa)
Pai – Filhos, finalmente terminei os trabalhos da semana, estava pensando em
passarmos um tempo juntos, curtir a natureza... pescar...

6
Filho 1 – Ah pai, a gente teve tarefa a semana inteira, a gente quer jogar
videogame!
Filho 2 – Pô pai, tava doido pra jogar, esperei a semana inteira.
Filho 3 – Pois é, pai.
(O pai sai.)
VOZ OVER (Murilo): 25 ANOS DEPOIS

08 – FAIXA – Som dos equipamentos hospitalares.


(No hospital)

Filho 1 – Como está meu pai?


Médico – Ele está em estado grave, chegou no estágio 4 do câncer, seus
órgãos estão comprometidos, não deve sobreviver muito mais tempo. Aproveite
o tempo que resta com ele, não temos muito o que fazer.

(Cena corta pra maca)


Filho 2 – Pai, me desculpe por não ter aproveitado o tempo que deveria com
você!
Filho 1 – Eu poderia ser um filho melhor, me desculpa.
Filho 3 – Eu também pai! Fui tão egoísta.
Pai – Eu deveria ter sido um pai melhor também, saibam que eu amo todos
vocês.
Filhos 1, 2, 3 – A gente também te ama pai.
Pai – O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seus filhos
estão aqui.
Filhos 1, 2, 3 – Estamos aqui, pai!

Aumenta Faixa 08

BLACKOUT
(Saem)
FIM

CENA 06 – AMOR EM POTES


Avó Ariane Filha 2 Júlia Filha 3 Luana
Filha Yasmin Mãe/ Filha 1 Lara Filha/Neta Yasmin
Filho/Neto João Pedro

Cenografia: Pequena estante com vários potes, forro de mesa, artigos de


lanche da tarde (gluloseimas), cadeiras.

LUZ

09 – FAIXA
(Um final de jantar em família. Conversam amistosos.)

Neta (fala para o irmão) – Quando a mãe for embora vai pedir um pote para
levar um pouco da comida para casa.
Neto – Por que a vó tem tantos potes? (Faz um sinal de ‘não sei’)
Mãe / Filha 1 – Está ficando tarde e melhor a gente ir. Mãe, será que teria
como levar um pouco para casa.
Neta – Eba! Eu quero jantar a comida da vó.

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Avó – Eu vou preparar um potinho pra você, minha neta preferida! Mas não conta
pra ninguém que senão vira uma ciumeira só.
Filha 2 – Ah, mãe, quero levar um pouco pra almoçar amanhã. Mas não quero
te dar trabalho.
Avó – Imagina, eu faço com todo prazer filha. Eu tenho mais potinhos aqui.
Filha 3 – Se tiver como, eu também quero levar uns potinhos, mãe. Tá uma
delícia! Você capricha sempre! (abraçam-se)
Avó – Eu vou buscar uns potes para vocês botarem a comida.
(vai até a estante e pede ajuda ao Neto para pegar os potes).
Neto – Vó, deixa eu te ajudar.
Avó – Que bom, netinho! (anda até os potes), pega ali pra vovó porque minha
coluna… dói as costas, as cadeiras, isso quando o reumatismo não ataca.
Neto – Deixa que eu pego pra senhora. Mas vó, porque a senhora tem tantos
potes, nem tem onde guardar mais.
Avó – Então, filho, às vezes, os potes são apenas um motivo de vocês me
visitarem.
Neto – Como assim vó, não entendi.
Avó – Porque vocês demoram para vir me ver, e quando vocês voltam, nunca
lembram de trazer os potes de volta. Mas eu vou arrumando mais e mais potes,
enquanto espero vocês voltares; assim vocês sempre vão voltar e lembrar de
mim quando levarem para casa o meu amor em potes.
Neto – Que bonito, vó. Prometo que nunca lembrarei da senhora apenas pelos
potes e sim porque amo você!
Avó – Ah é por isso que você é meu neto preferido, mas não conta pra sua irmã tá
bom, ela fica enciumada... Vamos que elas estão com pressa.

(Com ternura, juntam os potes e voltam a mesa.)

Avó – Aqui os potes para todas vocês! (Distribui)


Filha 3 – Tchau mãe, obrigada (todos se despedem e vão embora)
Neta – Bença, vó!
Avó – Deus te abençoe netinha. (confidencia) Você tá magrinha, precisa comer
mais, tá em fase de crescimento. E nada de ficar no celular, tem que dormir bem!
Mãe – Filho, você vai ficar aqui ou volta com a gente.
Neto – Vou ajudar a vó, mais tarde eu vou.
Avó – (alto) Vão com Deus! Não esqueçam de trazer os meus potinhos.
(Todos se despedem da avó e vão embora. Fica o Neto senta-se ao lado da avó enquanto
assistem TV.)

Aumenta a FAIXA 09

BLACKOUT
FIM

CENA 7 – MAIOR-IDADE
Zelina anfitriã Rabelo Carpinejar Ken Emireli César
Maria Amanda Valdete Carol Irene Esther
Gertrudes Vitória André Guilherme Faria Valentina Mariana Leal
Adelino Vinícius

Cenografia:

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LUZ

10 – FAIXA

Carpinejar – Hoje eu fui com meu amigo, almoçar com tias e amigas e amigos
da minha sogra.

(Entram as tias e amigas.)


Zelina – Hoje o almoço vai ser galinhada, aí, isso só piora a minha artrite!
Maria – Ô dona Zelina! Acredita que minha coluna também tá só piorando...

(As três começam a rir.)


Valentina – Tia, quando vai ficar pronto? Tô com uma fome de leão!
Zelina – Tá quase minha sobrinha querida... (à parte Maria) Esfomeada....
parece um saco sem fim.
Maria – Coisa de jovem. Acaba de comer e fala que está com fome.
André – Ai nossa eu também estou morrendo de fome...
Carpinejar – Ah, vocês viram Cruella? Esse filme aí foi indicado pro Oscar,
dizem que é bom, mas ainda não o vi.
(Silêncio constrangedor de todas olhando o Carpinejar. Falam cortando cebola. Exageram para
parecerem emocionadas.)

Zelina – Sabe que ele é bom mesmo!


Gertrudes – Sim!
Maria – Concordo, concordo! Mas o filme que me marcou mesmo foi O Jardim
Secreto, esse aí é bom de mais!
Emireli – Eu amei esse!
Zelina – Nossa sim! Eu gosto também A Princesinha, marcou minha infância
Adelino – Ah esse eu já vi!
Maria – Já viu o musical dele? É lindo!
Valdete – O da Broadway?
Zelina – Ah sim! Eu gosto muito dos musicais, já assisti TODOS, até o da
Broadway também.
Gertrudes – Eu assisti também, gostei muito!
Irene – Foi tão divertido!
Zelina – Ah eu não vi...
Maria – Você ainda é muito nova minha querida...
Carpinejar – Caramba, mas vocês gostam de filmes, né?
André – Fiquei impressionado!
Zelina – Você sabe né querido, aposentadoria chega e aí é só alegria agora
com essas tecnologias novas.
Maria – Netflix é tudo!
(As velhas riem.)

Aumenta FAIXA 10

FIM

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