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PC – PB

Gramática
AULA ESSENCIAL 80/20
Gramática

Sumário
Bruno Pilastre

Gramática.......................................................................................................................................... 3
Professor Bruno Pilastre. . .............................................................................................................. 3
Introdução......................................................................................................................................... 3
Análise do Edital e da Banca Cebraspe....................................................................................... 3
Análise do edital do concurso para a Polícia Civil do estado da Paraíba............................ 3
Conteúdos mais Cobrados nas Últimas Provas.. ....................................................................... 5
Conteúdos Mais Avaliados – Resumo. . ........................................................................................ 7
Equivalência, Substituição, Reorganização e Transformação de Palavras ou
Trechos do Texto/Reescrita e Correção...................................................................................... 7
Classes de Palavras – Verbos..................................................................................................... 10
Classes de Palavras – Conjunções.............................................................................................. 11
Análise das Estruturas Linguísticas do Texto/Morfossintaxe do Período Simples. . .......12
Crase..................................................................................................................................................15
Morfossintaxe do Período Composto.. .......................................................................................16
Funções do “que” e do “se”............................................................................................................16
Pontuação. ........................................................................................................................................ 17
Questões de Concurso.................................................................................................................. 20
Gabarito............................................................................................................................................ 39
Gabarito Comentado.....................................................................................................................40

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Bruno Pilastre

GRAMÁTICA
Aula Essencial 80/20 de Língua Portuguesa – Gramática. PC/PB, Banca Cebraspe

Professor Bruno Pilastre


Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília. É autor de obras didáticas de Língua
Portuguesa (Gramática, Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva). Pela Editora Gran Cur-
sos, publicou o “Guia Prático de Língua Portuguesa” e o “Guia de Redação Discursiva para
Concursos”. No Gran Cursos Online, atua na área de desenvolvimento de materiais didáticos
(Educação e popularização de C&T/CNPq: http://lattes.cnpq.br/1396654209681297).

Introdução
Nesta Aula 80/20, meu objetivo é tornar a sua preparação mais eficiente. Primeiramente,
analiso o edital que normatiza o processo seletivo para a Polícia Civil do estado da Paraíba
(PC/PB). De modo a extrair os conteúdos mais relevantes da disciplina de Língua Portuguesa
– Gramática, analiso as provas mais recentes da banca CEBRASPE, organizadora desse pro-
cesso seletivo. Dessa análise, extraio os pontos mais recorrentes, direcionando a sua prepara-
ção para o que é mais importante, indo direto ao ponto.
Apenas uma observação: esta Aula 80/20 pressupõe uma articulação com os conteúdos
abordados em meu curso de Língua Portuguesa – Gramática (aulas autossuficientes em PDF,
Gran Cursos Online). Partimos da abordagem mais ampla dos conteúdos (abarcando todos os
tópicos do edital) para, aqui, otimizarmos ao máximo sua preparação, direcionando as suas
forças para os conteúdos mais avaliados pela banca.
Vamos ao trabalho, então!

Análise do Edital e da Banca Cebraspe


Análise do edital do concurso para a Polícia Civil do estado da Paraíba
Segundo o item 8.2 do Edital n. 1 – SEAD/PC, de 29 de setembro de 2021 (Diário Oficial),
“As questões das provas objetivas serão do tipo múltipla escolha, com cinco opções (A, B, C,
D e E), sendo uma única resposta correta, de acordo com o comando da questão”. Tendo em
vista essa informação, considerarei essa modalidade de questão em minha análise das provas
anteriores.
No subitem 23.2.3 do Edital, lemos que os seguintes conteúdos de Língua Portuguesa –
Gramática são exigidos:

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Conteúdo Programático I Conteúdo Programático II

Cargo 1: A01 – Delegado de Polícia Civil


Todos os Cargos de Polícia Científica – Cargo 2: B01 – Escrivão de Polícia
Perito Oficial Criminal – Cargos 4 a 13 Cargo 3: B02 – Agente de
Todos os Cargos de Apoio Técnico – Cargos Investigação
14 a 17

6. Ortografia.
7. Acentuação gráfica.
9. Divisão silábica.
10. Fonética e Fonologia: som e fonema,
encontros vocálicos e consonantais e
dígrafos.
11. Morfologia: classes de palavras variáveis
3. Ortografia oficial.
e invariáveis e seus empregos no texto.
4. Acentuação gráfica.
12. Locuções verbais.
5. Emprego das classes de palavras.
14. Formação de palavras.
7. Sintaxe da oração e do período.
13. Funções do “que” e do “se”.
6. Emprego do sinal indicativo de
16. Sintaxe: relações sintático-semânticas
crase.
estabelecidas entre orações, períodos
8. Pontuação.
ou parágrafos (período simples e
9. Concordância nominal e verbal.
período composto por coordenação e
10. Regência nominal e verbal.
subordinação).
17. Concordância verbal e nominal.
18. Regência verbal e nominal.
19. Colocação pronominal.
8. Uso da crase.
20. Emprego dos sinais de pontuação e sua
função no texto.
Apesar de aparentarem ser diferentes, os conteúdos são semelhantes (apenas muda a no-
menclatura). Por essa razão, esta aula é capaz de atender a sua demanda, independentemente
do cargo escolhido.
TODOS os conteúdos elencados acima estão contemplados em meu curso de Língua Por-
tuguesa – Gramática (aulas autossuficientes em PDF, Gran Cursos Online). Como o objetivo
agora é otimizar a sua preparação, abordarei de forma objetiva e concisa os conteúdos mais
relevantes para a sua preparação – isto é, os conteúdos mais cobrados nas últimas provas.
A seguir, faço a análise de provas anteriores da banca CEBRASPE e, na sequência, apre-
sento didaticamente os conteúdos teóricos mais importantes. Por fim, trabalho as questões
essenciais, ilustrando o modo como cada um dos conteúdos é abordado pela banca.

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Conteúdos mais Cobrados nas Últimas Provas


Provas Analisadas

A minha análise fundamenta-se nos dados extraídos da nossa plataforma Gran Cursos
Questões (área “Assuntos Frequentes”):

 Obs.: https://questoes.grancursosonline.com.br/

Trabalho com os seguinte filtros:


• Língua Portuguesa;
• Banca CEBRASPE;
• Múltipla Escolha;
• Anos de 2019 e 2020.

Aplicados os filtros, o resultado da busca é este (3 principais disciplinas):

Temos então que a banca CEBRASPE, em suas provas dos anos 2019 e 2020, aplicou 1490
questões de Língua Portuguesa!

Descrição dos Conteúdos Abordados nas Provas

E quais foram os tópicos de Língua Portuguesa mais abordados nas provas da banca CE-
BRASPE em 2019 e 2020? A seguir, mostro o top 10 segundo a plataforma Gran Cursos Ques-
tões (com gráfico mostrando a porcentagem de incidência do conteúdo, considerando apenas
o somatório de questões do top 10):
Tabela – Top 10 dos conteúdos mais recorrentes de Língua Portuguesa nas provas da banca CEBRASPE nos
anos de 2019 e 2020

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N. de
Conteúdo Porcentagem
questões

1. Compreensão e interpretação de textos 129 32%

2. Equivalência, substituição, reorganização


e transformação de palavras ou trechos do 82 20%
texto

3. Sentidos do texto 46 11%

4. Pontuação 31 8%

5. Coesão 26 6%

6. Correção 20 5%

7. Semântica 20 5%

8. Morfossintaxe do período 19 4%

9. Tipologias e gêneros textuais 16 3%

10. Classes de palavras 16 3%

Outros - 3%
Gráfico 1 – porcentagem de cada conteúdo de Língua Portuguesa cobrado nas provas da banca CEBRASPE nos
anos de 2019 e 2020

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Conteúdos Mais Avaliados – Resumo


No âmbito da disciplina de Língua Portuguesa – Gramática, os conteúdos são mais recor-
rentes são estes:
• Equivalência, substituição, reorganização e transformação de palavras ou trechos do
texto;
• Correção;
• Classes de palavras.
• Morfossintaxe do período;
• Pontuação;

É claro que os termos acima não dizem muito sobre como cada conteúdo é abordado. Em
“morfossintaxe do período”, por exemplo, sabemos haver questões sobre sujeito, complemen-
to, passiva analítica/sintética etc. É justamente aqui que realizo o mapeamento e o detalha-
mento de cada conteúdo/tópico, direcionando a sua aprendizagem para o que é realmente
fundamental. Após a exposição sobre os conteúdos mais relevantes, comento um conjunto
de questões de provas recentes que ilustram de maneira muito clara a abordagem da banca.
Bom, vamos direto ao ponto, então!

Equivalência, Substituição, Reorganização e Transformação de


Palavras ou Trechos do Texto/Reescrita e Correção
Em questões de “Equivalência, substituição, reorganização e transformação de palavras ou
trechos do texto”, a banca CEBRASPE pode avaliar:
• a preservação de estrutura gramatical (norma culta);
• a preservação de sentido original do texto;
• a preservação da estrutura gramatical E do sentido original do texto;
• a preservação de organização textual (períodos, parágrafos etc.) (no âmbito da coerên-
cia e da coesão).

Professor, então nas questões de reescrita a banca pode avaliar qualquer conteúdo de
Língua Portuguesa?

EXATAMENTE! Eu costumo chamar a denominação “reescrita” como termo coringa para


a banca cobrar todo e qualquer conteúdo de gramática, semântica ou texto. É um desafio, eu
sei. Você precisa articular bem seus conhecimentos de gramática aos conhecimentos de texto
(tipologia, gêneros, níveis de formalidade, coesão, coerência, estrutura do parágrafo etc.).
No âmbito gramatical, os principais tópicos avaliados em questões de reescrita são estes:

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Tópicos recorrentes em questões de reescrita

No âmbito da Interpretação de Textos, a reescrita é tratada como um fenômeno de paráfra-


se, definida como “diferentes formas de dizer a mesma coisa; frase sinônima”. Assim, a pará-
frase é o recurso linguístico de dizer a mesma coisa de diferentes formas. A frase declarativa
a seguir pode ter diversas paráfrases:

O João Gabriel comprou aquela guitarra na Amazon.

Paráfrases:

(i) Foi na Amazon que o João Gabriel comprou aquela guitarra. [clivagem]
(ii) Aquela guitarra foi comprada na Amazon pelo João Gabriel. [apassivação]
(iii) O João Gabriel comprou, na Amazon, aquela guitarra. [deslocamento]
(iv) Ele a comprou lá. [pronominalização]

Há diversas formas de se realizar paráfrases. As principais são estas:

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Tipos de paráfrases mais recorrentes

Professor, e quando a banca CEBRASPE usa o termo “correção”?

Por correção gramatical, entende-se apenas a estrutura morfossintática do período (e sua


pontuação). Em uma questão que trata apenas a correção gramatical, não se considera a ma-
nutenção de sentidos originais. Por correção gramatical, então, devemos considerar as regras
da gramática normativa, aquelas que enunciam, por exemplo, que “não se separa com vírgula
o sujeito de seu predicado”.
São raras as questões que trabalham apenas a correção gramatical. O mais comum é a
questão que avalia a “correção gramatical” e “os sentidos originais do texto”, como veremos
em nossa seleção de questões essenciais. Antecipo brevemente o enunciado de uma questão
da banca CEBRASPE, a título de ilustração:

Mantendo-se a correção gramatical e o sentido original do texto precedente, a forma verbal


“afirma”, no trecho “Para combater o compartilhamento de fotos íntimas por terceiros, são
necessárias ações preventivas, afirma a advogada.” (último parágrafo), poderia ser substituída
por

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a) prescreve.
b) propõe.
c) destaca.
d) participa.
e) assevera.

Classes de Palavras – Verbos


São muitas as classes de palavras em português (10, segundo a Nomenclatura Gramatical
Brasileira). Para a banca, há duas classes que devem ser especialmente lembradas: as conjun-
ções e os verbos. As conjunções já foram destacadas no resumo sobre Coesão, ok? A classe
dos verbos, por sua vez, é sintetizada a seguir:
Classe de palavra – verbo

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O que é importante para a prova: os valores semântico-discursivos dos modos e dos tem-
pos verbais, também sintetizados a seguir:

Modo Significado

Os fatos verbais relatados pelo falante são certos, reais,


INDICATIVO
verídicos (ou são tidos como tais).

Os fatos verbais relatados pelo falante são incertos, irreais,


SUBJUNTIVO
hipotéticos.

Há uma exigência (ordem, mando), exortação, orientação ou


IMPERATIVO pedido de súplica do falante em relação à necessidade de o
sujeito realizar o evento.
O tempo presente é comum, por exemplo, em textos científicos e teóricos (e dissertações
filosóficas). O tempo passado (pretérito) é comum em narrativas, reportagens e notícias (que
reportam eventos já ocorridos).
O aspecto verbal também é objeto de avaliação: é importante diferenciar o perfeito (ação
tida como conclusa, encerrada) do imperfeito (ação tida como inconclusa, não encerrada).
Para encerrar a análise das classes de palavras, a banca tem cobrado com frequência o
modo como um substantivo é modificado por adjetivos: via modificação interna ao sintagma
nominal (por adjuntos adnominais) ou via predicação (predicativo do sujeito ou predicativo
do objeto).

Classes de Palavras – Conjunções


A classe de palavras “conjunção” possui duas propriedades morfológicas importantes:
(i) são invariáveis (isto é, não flexionam); e
(ii) é fechada (o número de conjunções é limitado e relativamente estável).
No âmbito sintático, as conjunções relacionam termos, expressando relações de sentido
(como adversão, adição, conclusão, explicação etc.).
Em termos textuais, as conjunções são articuladores coesivos sequenciais. A coesão se-
quencial é aquela que permite que o texto progrida, que o texto avance – além, é claro, de
estabelecer as relações lógicas entre as partes (como eu já disse, de conclusão, oposição,
concessão etc.).
As questões sobre coesão sequencial trabalham dois pontos centrais:
(i) os valores semântico-discursivos dos conectores (subordinativos e coordenativos); e
(ii) a possibilidade de substituição de um conector por outro. O mapa a seguir sintetiza os
conectores:

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Conectores (conjunções coordenativas)

Conectores (conjunções subordinativas)

Análise das Estruturas Linguísticas do Texto/Morfossintaxe do


Período Simples
A seguir, você pode relembrar os principais termos do período simples:
Termos essenciais e acessórios do período simples

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Nas provas da banca, duas noções são fundamentais: a tipologia do sujeito (isto é, os tipos
de sujeito) e a tipologia do predicado verbal (isto é, os tipos de predicado verbal).
Sobre os tipos de sujeito, é necessário conhecer a técnica para identificá-los: pergunte ao
predicado “quem é quê [predicado]?”. Essa técnica funciona para sujeitos em posição canôni-
ca (tipo S-V) e para sujeitos em posição pós-verbal. Destaque para o fato de que a banca exige
recorrentemente a identificação de sujeitos pospostos.
Eu também destaco a indeterminação do sujeito, que ocorre de duas maneiras:

Obs.: - terceira pessoa do plural (sem referente anterior)


 - terceira pessoa do singular com I. I. DO SUJEITO (SE). Essa estrutura é comum em
verbos transitivos indiretos e intransitivos.

Nos predicados verbais, é preciso identificar os tipos de complemento dos verbos transiti-
vos (direto, indireto; oracional). Essa identificação pode ser feita pela fórmula:

 Obs.: quem [verbo], [verbo] COMPLEMENTO

- Verbo “comprar”: quem compra, compra ALGO


- Verbo “entregar”: quem entrega, entrega ALGO a ALGUÉM

Quando o verbo é transitivo indireto, é preciso atenção se a preposição exigida for “a”, como
em “entregou o medicamento a [alguém]”. Nesse caso, se o objeto indireto (regido pela preposi-
ção “a”) tiver como núcleo um termo determinado por artigo definido feminino, a crase ocorre:

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Entregou o medicamento à paciente do leito 38.

Nesse caso, “a paciente do leito 38” é termo feminino de natureza definida, e por isso o
artigo “a” o antecede.
Lembre-se: não ocorre crase (e a banca SEMPRE avalia esse tipo de conhecimento) quan-
do o termo introduzido pela preposição “a” é um verbo, um pronome pessoal ou qualquer forma
que não aceite artigo definido feminino (por exemplo, todo e qualquer termo masculino).
Outro ponto muito importante ligado à transitividade verbal é a transposição voz ativa<>voz
passiva. Nesse caso, APENAS verbos que selecionem objeto direto na ativa podem apassivar.
Além disso, é bom destacar que, na passiva sintética (aquela com a partícula apassivadora
“se”), o verbo flexiona de acordo com o sujeito (que tipicamente está posposto).
Na morfossintaxe do período composto, lembre-se de diferenciar as orações subordinadas
adjetivas restritivas das explicativas: estas sempre ocorrem separadas por vírgula.
Por fim, vejamos o conteúdo sobre concordância. Nos mapas mentais a seguir, você pode
observar os principais casos de concordância verbal e concordância nominal:
Casos de concordância verbal

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Casos de concordância nominal

Crase
Vejamos mais um pouco o fenômeno de crase: casos facultativos, casos proibitivos e ca-
sos obrigatórios.
CRASE: casos facultativos, casos proibitivos e casos obrigatórios

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Morfossintaxe do Período Composto


Na morfossintaxe do período composto (sintetizada no mapa mental a seguir), lembre-se
de diferenciar as orações subordinadas adjetivas restritivas das explicativas: estas sempre
ocorrem separadas por vírgula.
Morfossintaxe do período composto

Funções do “que” e do “se”


Ah, as funções das formas “que” e “se” (nos períodos simples e composto) também são
importantes. Confira o mapa mental a seguir:

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Funções do “que” e do “se”

Pontuação
A banca avalia de duas maneiras o emprego dos sinais de pontuação:
(i) valor expressivo da pontuação (como uso das aspas); e
(ii) correção gramatical.
A pontuação de um texto é capaz de trazer diversos matizes discursivos, além de ampliar
consideravelmente a expressividade. Por exemplo, a pontuação (juntamente com o desloca-
mento) é capaz de dar destaque a certos itens da frase:

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a) Fabiano caminhava com extrema dificuldade.


b) Com extrema dificuldade, Fabiano caminhava.

Na frase em (b), o adjunto adverbial “com extrema dificuldade” foi deslocado de sua posi-
ção final (canônica) para o início do período. A posição inicial é mais privilegiada em termos
informacionais (o leitor presta mais atenção nesse comecinho), por isso o deslocamento é um
recurso de destaque (juntamente com a pontuação, que marca o deslocamento).
Trabalharei dois sinais, os quais são muito recorrentes em provas da banca: as aspas e
a vírgula.
O uso mais comum das aspas é o de delimitar uma citação textual. Também se utilizam
as aspas para identificar, dentro de um texto, títulos (de obras, textos, capítulos e mídias em
geral), palavras estrangeiras e metalinguagem.
Outro uso muito comum das aspas é do tipo subjetivo, em que o autor, ao adotar as aspas
em determinado texto, indica ironia, descrença, malícia, imprecisão etc. Para que a interpre-
tação do valor semântico-discursivo das aspas torne-se mais clara, sugiro realizar a leitura
global do texto. Nessa leitura, é possível depreender o “tom” adotado pelos enunciadores (e,
consequentemente, qual valor é veiculado pelo emprego das aspas).
No emprego da vírgula, importa saber o seguinte:
Casos em que o emprego da vírgula é PROIBIDO

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Casos em que o emprego da vírgula é OBRIGATÓRIO

Casos de emprego opcional da vírgula

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QUESTÕES DE CONCURSO
Texto CB1A1-I

Quem pensa que a excelência do agronegócio brasileiro se resume a soja, café e carnes
está enganado. O país está entre os cinco maiores exportadores mundiais em valor em quase
três dezenas de produtos agrícolas. O maior destaque é para os de sempre: açúcar, cereais,
soja, milho, oleaginosas e frutas cítricas. Mas o Brasil aparece no top five de exportações da
Organização para as Nações Unidas (ONU) com produtos inusitados, como pimenta, melancia,
abacaxi, mamão papaia, coco, mandioca, caju, fumo, sisal e outras fibras, por exemplo.
Os dados, de 2019, são da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO) e foram reunidos em um estudo realizado pelo Instituto Millenium em parceria com a
consultoria Octahedron Data eXperts (ODX). O objetivo do trabalho foi traçar uma radiografia
do agronegócio brasileiro para entender as razões pelas quais o setor vive anos seguidos de
prosperidade e tem caminhado na contramão dos demais, mesmo em meio à crise provocada
pela pandemia.
O comércio internacional é um dos pilares importantes para sustentar o bom desempenho
do setor, turbinado pela desvalorização do câmbio e pelos preços em alta das commodities.
A agropecuária respondeu por cerca de 45 bilhões de dólares das exportações em 2020 e, há
vários anos, tem garantido o saldo positivo da balança comercial. Quando se avaliam as ex-
portações por setores, apenas a agropecuária apresentou crescimento nas vendas externas
(6%) em comparação a 2019, mostra o estudo. Já a indústria extrativa e a de transformação
registraram queda de 2,7% e de 11,3%, respectivamente.
Essa história se repete também no produto interno bruto (PIB), a soma de todas as ri-
quezas geradas no país. Em 2020, a agropecuária foi o único setor com resultado positivo, o
que contribuiu para que os efeitos adversos da pandemia sobre a atividade não fossem ainda
maiores. O PIB do setor avançou 2% sobre o ano anterior, enquanto o da indústria recuou 3,5%
e o dos serviços, 4,5%.
(Internet: https://economia.uol.com.br. Com adaptações.)

001. (CEBRASPE/ANALISTA/APEX/2021) A correção gramatical e o sentido original do texto


CB1A1-I seriam mantidos caso o termo “há” (segundo período do terceiro parágrafo) fosse
substituído por
a) faz.
b) a.
c) existe.
d) após.
Texto 1A1-I

Estou escrevendo um livro sobre a guerra…

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Eu, que nunca gostei de ler livros de guerra, ainda que, durante minha infância e juventude,
essa fosse a leitura preferida de todo mundo. De todo mundo da minha idade. E isso não sur-
preende — éramos filhos da Vitória. Filhos dos vencedores.
Em nossa família, meu avô, pai da minha mãe, morreu no front; minha avó, mãe do meu pai,
morreu de tifo; de seus três filhos, dois serviram no Exército e desapareceram nos primeiros
meses da guerra, só um voltou. Meu pai.
Não sabíamos como era o mundo sem guerra, o mundo da guerra era o único que conhecí-
amos, e as pessoas da guerra eram as únicas que conhecíamos. Até agora não conheço outro
mundo, outras pessoas. Por acaso existiram em algum momento?
A vila de minha infância depois da guerra era feminina. Das mulheres. Não me lembro de
vozes masculinas. Tanto que isso ficou comigo: quem conta a guerra são as mulheres. Cho-
ram. Cantam enquanto choram.
Na biblioteca da escola, metade dos livros era sobre a guerra. Tanto na biblioteca rural
quanto na do distrito, onde meu pai sempre ia pegar livros. Agora, tenho uma resposta, um
porquê. Como ia ser por acaso? Estávamos o tempo todo em guerra ou nos preparando para
ela. E rememorando como combatíamos. Nunca tínhamos vivido de outra forma, talvez nem
saibamos como fazer isso. Não imaginamos outro modo de viver, teremos que passar um
tempo aprendendo.
Por muito tempo fui uma pessoa dos livros: a realidade me assustava e atraía. Desse des-
conhecimento da vida surgiu uma coragem. Agora penso: se eu fosse uma pessoa mais ligada
à realidade, teria sido capaz de me lançar nesse abismo? De onde veio tudo isso: do desconhe-
cimento? Ou foi uma intuição do caminho? Pois a intuição do caminho existe…
Passei muito tempo procurando… Com que palavras seria possível transmitir o que escuto?
Procurava um gênero que respondesse à forma como vejo o mundo, como se estruturam meus
olhos, meus ouvidos.
Uma vez, veio parar em minhas mãos o livro Eu venho de uma vila em chamas. Tinha uma
forma incomum: um romance constituído a partir de vozes da própria vida, do que eu escutara
na infância, do que agora se escuta na rua, em casa, no café. É isso! O círculo se fechou. Achei
o que estava procurando. O que estava pressentindo.
(ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. [S.l.]: Companhia das Letras, 2016. p. 9-11. Com
adaptações.)

002. (CEBRASPE/AGENTE/IBGE/2021) Com relação à colocação pronominal, a correção gra-


matical do texto 1A1-I seria mantida caso, no trecho

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I – “Não me lembro de vozes”, o pronome “me” fosse deslocado para logo após “lembro”:
lembro-me.
II – “Estávamos o tempo todo em guerra ou nos preparando para ela”, o pronome “nos” fos-
se deslocado para logo após “preparando”: preparando-nos.
III – “a realidade me assustava”, o pronome “me” fosse deslocado para logo após “assusta-
va”: assustava-me.

Assinale a opção correta.


a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item III está certo.
c) Apenas os itens I e II estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.
Texto 15A2-II

Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade;
advirto que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o con-
traste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar
os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e
o melhor da obrigação é quando, à força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si
mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa, e a hipocrisia,
que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! Que desabafo! Que liberdade! Como
a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lantejoulas, despregar-se, despintar-se,
desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há
vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há plateia. O olhar
da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte;
não digo que ele se não estenda para cá, e nos não examine e julgue; mas a nós é que não se
nos dá do exame nem do julgamento. Senhores vivos, não há nada tão incomensurável como
o desdém dos finados.
(ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ciranda Cultural, 2018. p. 49.)

003. (CEBRASPE/PROFESSOR/SEED-PR/2021) No trecho “Na vida, o olhar da opinião, o con-


traste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar
os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência”, do
texto 15A2-II, a forma verbal “obrigam” estabelece concordância com
a) o termo “cobiças”.
b) os termos “trapos”, “rasgões” e “remendos”.
c) o termo “a gente”.
d) os termos “olhar”, “contraste” e “luta”.

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e) os termos “opinião”, “interesses” e “cobiças”.


Texto 5A1-III

Chegando ao Brasil em 1500 com nossos descobridores, praticamente só em 1534 foi in-
troduzida a língua portuguesa com início efetivo da colonização, com o regime das capitanias
hereditárias. Conclui-se que a língua que chegou ao Brasil pertence à fase de transição entre a
arcaica e a moderna, já alicerçada literalmente.
No Brasil dessa época, encontraram os descobridores e colonizadores portugueses uma
variedade de falares indígenas, no cômputo aproximado de trezentos, hoje reduzidos a cerca
de 170, na opinião de um dos seus mais categorizados conhecedores, Aryon Dall’Igna Rodri-
gues. Grande extensão territorial da nova terra era ocupada pela família Tupi-Guarani, que apre-
sentava pouca diferenciação nas línguas que a integram.
Veio depois a contribuição das línguas africanas em suas duas principais correntes para
o Brasil: ao Norte, de procedência sudanesa, e ao Sul, de procedência banto; temos, assim, no
Norte, na Bahia, a língua nagô ou iorubá; no Sul, no Rio de Janeiro e Minas Gerais, o quimbundo.
A pouco e pouco, à medida que se ia impondo, pela cultura dos europeus, o desenvolvi-
mento e o progresso da colônia e do país independente, a língua portuguesa foi predominando
sobre a “língua geral” de base indígena e dos falares africanos, a partir da segunda metade do
século XVIII.
(BECHARA, Evanildo. Breve história externa da língua portuguesa. In: Gramática Escolar da Língua Portuguesa.
2. ed. ampl. e atual. pelo novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010. p. 690-1. Com adapta-
ções.)

004. (CEBRASPE/PROFESSOR/SEED-PR/2021) As aspas empregadas na expressão ‘língua


geral’, no último parágrafo do texto 5A1-III,
a) apresentam um neologismo.
b) exprimem ironia sobre as línguas indígenas e africanas.
c) mostram que a expressão é uma citação.
d) indicam que a expressão é um arcaísmo.
e) conferem destaque à expressão.
Texto CG1A1-II

1 Segundo a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei n. 13.709/2018), dados pessoais são
informações que podem identificar alguém. Dentro desse conceito, foi criada 4 uma categoria
chamada de “dado sensível”, que diz respeito a informações sobre origem racial ou étnica, con-
vicções religiosas, opiniões políticas, saúde ou vida sexual. Registros 7 como esses, a partir da
vigência da lei, passam a ter nível maior de proteção, para evitar formas de discriminação. To-
das as atividades realizadas no país e todas as pessoas que estão no 10 Brasil estão sujeitas à
lei. A norma vale para coletas operadas em outro país, desde que estejam relacionadas a bens

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ou serviços ofertados a brasileiros. Mas há exceções, como a 13 obtenção de informações


pelo Estado para a segurança pública.
Ao coletar um dado, as empresas deverão informar a finalidade da coleta. Se o usuário
aceitar repassar suas 16 informações, o que pode acontecer, por exemplo, quando ele concor-
da com termos e condições de um aplicativo, as companhias passam a ter o direito de tratar os
dados 19 (respeitada a finalidade específica), desde que em conformidade com a legislação.
A lei prevê uma série de obrigações, como a garantia da segurança das informações e a 22
notificação do titular em caso de um incidente de segurança. A norma permite a reutilização
dos dados por empresas ou órgãos públicos, em caso de “legítimo interesse”.
25 Por outro lado, o titular ganhou uma série de direitos. Ele pode, por exemplo, solicitar
à empresa os dados que ela tem sobre ele, a quem foram repassados (em situações como a
28 de reutilização por “legítimo interesse”) e para qual finalidade. Caso os registros estejam
incorretos, ele poderá cobrar a correção. Em determinados casos, o titular terá o direito de se
31 opor a um tratamento. A lei também prevê a revisão de decisões automatizadas tomadas
com base no tratamento de dados, como as notas de crédito ou os perfis de consumo.
(Internet: Com adaptações.)

005. (CEBRASPE/CARGO/TJ-PA/2020) Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido ori-


ginal do texto CG1A1-II, a forma verbal “há” (l.12) poderia ser substituída por
a) existem.
b) existe.
c) ocorre.
d) têm.
e) tem.
Texto CG2A1-I

1 Na década de 1960, o mundo passou por um aumento populacional inédito devido à brus-
ca queda na taxa de mortalidade, o que gerou preocupações sobre a capacidade dos 4 países
em produzir comida para todos. A solução encontrada foi desenvolver tecnologia e métodos
que aumentassem a produção.
7 Em 1981, o indiano ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Amartya Sen, em seu livro
Pobreza e Fomes, identificou a existência de populações com fome mesmo em 10 países que
não convivem com problemas de abastecimento. O economista indiano traçou então, pela pri-
meira vez, uma relação causal entre fome e questões sociais como pobreza e 13 concentração
de renda. Tirou, assim, o foco de aspectos técnicos e mudou o tom do debate internacional
sobre a questão e as políticas públicas a serem tomadas a partir daí.
16 As últimas décadas foram de grande evolução no combate à fome em escala global.
Nos últimos 25 anos, 7,7% da população mundial superou o problema, o que representa 19 216
milhões de pessoas. É como se mais que toda a população brasileira saísse da subnutrição

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em menos de três décadas. Contudo, 10,8% do mundo ainda vive sem acesso a uma dieta 22
que forneça o mínimo de calorias e nutrientes necessários para uma vida saudável, e 21 mil
pessoas morrem diariamente por fome ou problemas derivados dela.
25 Um estudo publicado em 2016 pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Ali-
mentação e a Agricultura) mostra que a produção mundial de alimentos é 28 suficiente para
atender a demanda das 7,3 bilhões de pessoas que habitam a Terra. Apesar disso, aproximada-
mente uma em cada nove dessas pessoas ainda vive a realidade da fome. A 31 pesquisa põe
em xeque toda a política internacional de combate à subnutrição crônica colocada em prática
nas últimas décadas. Em vez de crescimento da produção e ajudas momentâneas, 34 surge
agora como caminho uma abordagem territorial que valorize e potencialize a produção local.
Embora os números absolutos estejam caindo, o tema 37 ainda é um dos mais delicados
da agenda internacional. Um exemplo da extensão do problema está na declaração dada em
2017 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância 40 (UNICEF), segundo a qual 1,4 milhão
de crianças, de quatro diferentes países da África — Nigéria, Somália, Iêmen e Sudão do Sul
—, corre risco iminente de morrer de fome. A questão 43 é tão antiga quanto complexa, e se
conecta intrinsecamente com a estrutura política e econômica sobre a qual o sistema interna-
cional está construído. Concentração da renda e da 46 produção, falta de vontade política e até
mesmo desinformação e consolidação de uma cultura alimentar pouco nutritiva são fatores
que compõem o cenário da fome e da desnutrição no 49 planeta.
(Internet: Com adaptações.)

006. (CEBRASPE/ANALISTA/MPC-PA/2019) A correção gramatical do texto CG2A1-I seria


preservada se fosse inserido sinal indicativo de crase em
a) “a demanda” (l.28).
b) “as políticas públicas” (l.15).
c) “a uma dieta” (l.21).
d) “a Terra” (l.29).
e) “a produção local” (l.35).
Texto CG1A1-I

1 Atitudes para um desenvolvimento sustentável tornaram-se uma urgência e estão in-


seridas de forma definitiva na agenda da sociedade. Até no mundo dos negócios a 4 susten-
tabilidade está em pauta. Empresas que antes pensavam só em lucro agora otimizam seus
processos por meio da sustentabilidade empresarial. Outro campo de estudos voltado 7 para
o consumo consciente e equilibrado com o meio ambiente é a bioeconomia, ou economia sus-
tentável, cujo objetivo é promover a utilização de recursos de base biológica, recicláveis 10 e
renováveis, e consequentemente mais sustentáveis.

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Hoje, a sustentabilidade é um imperativo para o sucesso das empresas, que precisam cada
vez mais entregar ao 13 cliente valor agregado e estilo de vida, e não somente mercadorias. A
preocupação com o meio ambiente converte-se, portanto, em vantagem competitiva, notada-
mente em mercados 16 cada vez mais exigentes e desafiadores. Isso amplia a perenidade da
marca, em virtude do fortalecimento de sua reputação e credibilidade.
19 Para o desenvolvimento sustentável, os negócios devem estar amparados em boas
práticas de governança, com benefícios sociais e ambientais. Essa metodologia influencia os
22 ganhos econômicos, a competitividade e o sucesso das organizações. Qual é o motivo de a
sustentabilidade ser tão 25 importante para a economia? A população cresce em número e em
capacidade de consumo; com isso, a demanda pela utilização de recursos naturais recrudesce
de forma quase 28 insustentável. A utilização de matrizes não renováveis tende ao esgota-
mento e à poluição progressiva do meio ambiente. Para quebrar esse paradigma, mobilizam-se
conceitos econômicos 31 que propõem um novo modo de gestão da sociedade, como a eco-
nomia circular e a bioeconomia.
A bioeconomia está ligada à melhoria de nosso 34 desenvolvimento e à busca por novas
tecnologias que priorizem a qualidade de vida da sociedade e do meio ambiente em seu eixo
de elaboração. Ela, agora, reúne todos os setores 37 da economia que utilizam recursos bioló-
gicos. Assim, a bioeconomia surgiu para possibilitar soluções eficazes e coerentes para os pro-
blemas socioambientais contemporâneos: 40 mudanças climáticas, crise econômica mundial,
substituição do uso de energias fósseis, saúde, qualidade de vida da população, entre outros.
43 O objetivo é criar uma economia inovadora com baixas emissões de poluentes, que
concilie as exigências para a agricultura sustentável e a pesca, a segurança alimentar e o 46
uso sustentável dos recursos biológicos renováveis para fins industriais, e que assegure, ao
mesmo tempo, a biodiversidade e a proteção ambiental. A bioeconomia contempla não ape-
nas 49 setores tradicionais como agricultura, silvicultura e pesca, mas também setores como
as biotecnologias e bioenergias. Ao que tudo indica, o futuro será definitivamente bio.
(CHIAPETTA, Marina Santos. Internet: (com adaptações).)

007. (CEBRASPE/ANALISTA/MPC-PA /2019) Cada uma das opções a seguir apresenta uma
proposta de reescrita para o seguinte segmento do texto CG1A1-I: “A bioeconomia está ligada
à melhoria de nosso desenvolvimento e à busca por novas tecnologias” (l.33 e 34) Assinale a
opção em que a reescrita apresentada mantém a correção gramatical do texto.
a) A bioeconomia está ligada a melhoria de nosso desenvolvimento e à buscas por novas
tecnologias
b) A bioeconomia está ligada à melhorias de nosso desenvolvimento e a busca por novas
tecnologias
c) A bioeconomia está ligada a melhorias de nosso desenvolvimento e buscas por novas
tecnologias

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d) A bioeconomia está ligada à melhorias de nosso desenvolvimento e à buscas por novas


tecnologias
e) A bioeconomia está ligada à uma melhoria de nosso desenvolvimento e busca por novas
tecnologias
Texto CG1A1BBB

1 O Tocantins dá abrigo à mais completa floresta fossilizada do mundo, que viveu no Perí-
odo Permiano, em uma época anterior à dos dinossauros. No final desse período, o 4 planeta
assistiu à maior extinção em massa da fauna e da flora de sua existência.
Os fósseis da floresta foram preservados graças à 7 presença de sílica no ambiente, que
se infiltrou nas plantas e conservou seus formatos, por meio do processo de permineralização
celular. A infiltração e a impregnação de 10 sílica nas células e nos espaços intercelulares for-
maram uma matriz inorgânica que sustentou os tecidos das plantas, preservando-os. A origem
do agente da permineralização 13 silicosa ainda permanece obscura.
O alto índice de samambaias indica que a região central do Tocantins era, então, uma pla-
nície costeira com farto 16 sistema hídrico sob um clima tropical. E o ambiente? Há dúvidas
quanto à sua caracterização, isto é, se era amazônico ou parecido com o do cerrado.
(Internet: Com adaptações.)

008. (CEBRASPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-TO/2017) No trecho “em uma época ante-


rior à dos dinossauros” (l. 2 e 3) do texto CG1A1BBB, o emprego do sinal indicativo de crase
decorre da
a) regra de acentuação de palavras monossílabas.
b) presença de expressão adverbial com nome feminino.
c) elipse do nome “época” imediatamente depois de “à” (l.3).
d) regência do adjetivo “anterior” (l.3) e presença do artigo feminino antes do termo elípti-
co “época”.
e) regência do nome “época” (l.3).
Texto CG1A2AAA

1 Desde que a urna eletrônica foi adotada em todo o território brasileiro, votar passou a ser
uma atividade relativamente simples. Diante da urna, o eleitor pode seguir 4 quatro caminhos
diferentes. É possível deixar o voto em branco; para isso, basta apertar a tecla branca. A segun-
da opção é digitar um número que não corresponda a nenhum dos 7 candidatos ou partidos e,
com isso, anular o voto. A terceira opção é digitar o número de um partido e votar “na legenda”.
Por fim, é possível escolher um candidato específico 10 digitando-se o seu número.
Até meados da década de 90 do século XX, ainda na era da cédula de papel, a apuração
geralmente era feita em 13 ginásios esportivos e durava muitos dias. As pessoas que tiveram
a oportunidade de ver uma dessas apurações devem se lembrar das fases da contagem de

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votos. Inicialmente, os votos 16 em branco eram carimbados para evitar que eles fossem pre-
enchidos de maneira fraudulenta durante o cômputo. Os votos nulos eram separados em uma
pilha específica. Depois de 19 contados os votos, os boletins de cada urna eram preenchidos,
enviados para níveis superiores de apuração e totalizados. Hoje os poderosos computadores
da justiça eleitoral em Brasília são 22 capazes de proclamar, em poucas horas, quais foram,
entre os milhares de candidatos, os eleitos.
(NICOLAU, Jairo. Representantes de quem? Os (des)caminhos do seu voto da urna à Câmara dos Deputados. Rio
de Janeiro: Zahar, 2017. p. 21-3. Com adaptações.)

009. (CEBRASPE/ANALISTA/TRE-BA/2017) Em relação aos aspectos linguísticos do texto


CG1A2AAA, julgue os itens a seguir.
I – A correção gramatical e o sentido original do texto seriam mantidos caso se substituís-
se “foi adotada” (l.1) por se adotou.
II – A oração “apertar a tecla branca” (l.5) exerce, no período em que ocorre, a função de
complemento da forma verbal “basta”.
III – A correção gramatical do texto seria mantida caso o trecho “devem se lembrar” (l.14 e
15) fosse reescrito de qualquer uma das seguintes formas: devem-se lembrar ou de-
vem lembrar-se.

Assinale a opção correta.


a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas o item III está certo.
d) Apenas os itens I e II estão certos.
e) Apenas os itens II e III estão certos.
Texto para a próxima questão

1 Uma vez declarada, a ilicitude de algumas relações entre empresas e poder público e par-
tidos políticos, ao contrário do que se diz, certamente diminuirá o fluxo de 4 dinheiro clandesti-
no. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou inclusive a possibilidade de que
empresas possam doar a partidos em anos não eleitorais enquadra-se em 7 um esforço sane-
ador cujo efeito imediato será obrigar as legendas e seus candidatos a buscar recursos legais.
Esse novo cenário levou os críticos da decisão do STF 10 a argumentar também que, agora,
somente os candidatos mais conhecidos terão visibilidade eleitoral, inviabilizando-se a cons-
trução de candidaturas de gente comum. Mais uma vez, 13 trata-se de uma falácia: desde
sempre, figuras notórias puxam votos, sem que isso represente prejuízo irremediável para a
democracia ou impeça a renovação da representação popular.
16 O grande prejuízo se dá quando os partidos se viciam em dinheiro farto, transforman-
do as campanhas eleitorais em espetáculos dirigidos por “marqueteiros” que hoje são, na 19

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prática, os responsáveis por formular o programa dos candidatos. Assim, não será surpresa
se, para substituir a fartura das “doações” empresariais, os partidos pleitearem 22 ainda mais
dinheiro do Fundo Partidário e a ampliação da propaganda eleitoral dita “gratuita”, que de gra-
tuita não tem nada, pois é financiada por meio de renúncia fiscal. Em ambos 25 os casos, o
contribuinte banca as despesas de partidos com os quais não tem necessariamente alguma
afinidade.
(Pelo fim do doping eleitoral. In: O Estado de S.Paulo, out./2015. Internet: (com adaptações).)

010. (CEBRASPE/ANALISTA/TRE-RS/2015) A respeito do emprego dos sinais de pontuação


no texto Pelo fim do doping eleitoral, assinale a opção correta.
a) O emprego de vírgula logo após “saneador” (l.7) preservaria o sentido original do período.
b) As aspas foram empregadas tanto em ‘doações’ (l.21) quanto em ‘gratuita’ (l.23) com a
mesma finalidade.
c) A supressão da vírgula empregada logo após “se” (l.20) manteria a correção gramati-
cal do texto.
d) Caso a vírgula empregada logo após “eleitoral” (l.11) fosse substituída por ponto final, a cor-
reção gramatical do texto seria mantida.
e) Os dois-pontos empregados logo após “falácia” (l.13) introduzem uma enumeração
Texto 1A1-II

1 O homem primitivo procurava defender-se do frio e da fome abrigando-se em cavernas e


alimentando-se de frutos silvestres, ou do que conseguia obter da caça e da pesca. Ao 4 longo
dos séculos, passou a espécie humana a sentir a necessidade de maior conforto e começou a
reparar no seu semelhante. Assim, como decorrência das necessidades 7 individuais, surgiram
as trocas. Sistemas de troca direta, que duraram vários séculos, ocasionaram o aparecimento
de palavras como “salário” (pagamento feito por meio de certa 10 quantidade de sal) e “pecú-
nia” (do latim pecus, que significa rebanho de gado, ou peculium, relativo a gado miúdo, como
ovelha ou cabrito).
13 As primeiras moedas, peças que representavam valores, geralmente em metal, surgi-
ram na Lídia (atual Turquia), no século VII a.C. As características que se desejava 16 ressaltar
eram gravadas nas peças por meio da pancada de um objeto pesado (martelo), em primitivos
cunhos. Foi o surgimento da cunhagem a martelo, na qual os signos 19 monetários eram valo-
rizados também pela nobreza dos metais empregados, como o ouro e a prata. Embora a evo-
lução dos tempos tenha levado à substituição do ouro e da prata por 22 metais menos raros
ou suas ligas, preservou-se, com o passar dos séculos, a associação dos atributos de beleza e
expressão cultural ao valor monetário das moedas, que quase sempre, na 25 atualidade, apre-
sentam figuras representativas da história, da cultura, das riquezas e do poder das sociedades.

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A necessidade de guardar as moedas em segurança fez 28 surgirem os bancos. Os nego-


ciantes de ouro e prata, por terem cofres e guardas a seu serviço, passaram a aceitar a res-
ponsabilidade de cuidar do dinheiro de seus clientes e a dar 31 recibos escritos das quantias
guardadas. Esses recibos passaram, com o tempo, a servir como meio de pagamento por seus
possuidores, por serem mais seguros de portar do que o 34 dinheiro vivo. Assim surgiram as
primeiras cédulas de papel moeda, ou cédulas de banco, ao mesmo tempo em que a guarda
dos valores em espécie dava origem a instituições bancárias.
(Internet: Com adaptações.)

011. (CEBRASPE/ASSISTENTE/SEFAZ-RS/2018) A correção gramatical e os sentidos do tex-


to 1A1-II seriam preservados caso a forma “preservou-se” (l.22) fosse substituída por
a) foi preservada.
b) foram preservados.
c) teria sido preservada.
d) teriam sido preservados.
e) tinha sido preservada.
Texto 1A1-I

1 Peças de barro de 4.000 a.C. encontradas na Mesopotâmia são os documentos escritos


mais antigos que conhecemos. E o mais antigo desses documentos faz referência 4 aos im-
postos. Naquela época, além de entregar parte dos alimentos que produziam ao governo, os
sumérios, um dos povos que viviam por ali, eram obrigados a passar até cinco 7 meses por ano
trabalhando para o rei.
Os mais sortudos eram empregados para realizar a colheita ou para retirar lama dos canais
da cidade. Os menos 10 afortunados entravam para o exército, com grandes chances de morrer
em uma guerra. Quem era rico escapava: mandava escravos para fazer o serviço sujo. Assim
que surgiu a moeda, 13 surgiu também a ideia de substituir a contribuição braçal por dinheiro.
Era assim também no antigo Egito. As evidências 16 indicam que, em 3.000 a.C., os faraós
coletavam impostos em dinheiro ou em serviços pelo menos uma vez por ano. Ninguém era
tão temido quanto os escribas, responsáveis por determinar 19 a dívida de cada um. O con-
trole era tão rigoroso que fiscalizavam até o consumo de óleo de cozinha nas residências, já
que essa era uma substância tributada. Os impostos eram 22 mais altos para estrangeiros,
e especula-se que foi para pagar dívidas tributárias que os hebreus, por exemplo, acabaram
como escravos.
25 O Império Romano aperfeiçoou a técnica de impor tributos a estrangeiros. Em econo-
mias pré-industriais, a terra e o trabalho são os principais ingredientes da riqueza. Por isso, 28
a conquista de outras terras e de povos dava aos romanos acesso a mais riqueza, o que, por
sua vez, permitia que conquistassem e controlassem um território ainda maior. 31

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O censo, usado até hoje em muitos países, foi criado pelos romanos para decidir quanto
deveriam cobrar de cada província. Os cálculos eram feitos com base no número de 34 pes-
soas. Até hoje, a capacidade de cobrar impostos é diretamente proporcional à quantidade e à
qualidade de informações disponíveis sobre os contribuintes.
(Internet: Com adaptações.)

012. (CEBRASPE/TÉCNICO/SEFAZ-RS/2018) A correção gramatical do texto 1A1-I seria


mantida caso se substituísse
a) “encontradas” (l.1) por que encontravam-se.
b) “faz referência” (l. 3) por referem-se.
c) “que produziam” (l.5) por produzidos
d) “fiscalizavam” (l.20) por fiscalizavam-se.
e) “dava” (l.28) por davam.
Texto CG1A1-I

1 No meio científico, é insuficiente — aliás, é perigoso — produzir apenas um grupo de pro-


fissionais pequeno, altamente competente e bem remunerado. Um esforço 4 combinado que
vise transmitir a todos os cidadãos a ciência — por meio de rádio, TV, cinema, jornais, livros,
programas de computadores, parques temáticos, salas de 7 aula — deve pautar-se em quatro
razões principais.
Mesmo que nem sempre possibilite ao cientista um bom emprego, a ciência pode ser o
caminho propício para 10 vencer a pobreza nas nações emergentes. Ela faz funcionar a eco-
nomia e a civilização global.
A ciência nos alerta contra os perigos introduzidos por 13 tecnologias que alteram o mun-
do, especialmente o meio ambiente de que nossas vidas dependem. Assim, a ciência providen-
cia um sistema essencial de alerta antecipado.
16 A ciência nos esclarece sobre as questões mais profundas das origens, das naturezas
e dos destinos — de nossa espécie, da vida, de nosso planeta, do Universo. A longo prazo, 19 a
maior dádiva da ciência talvez seja nos ensinar, de um modo ainda não superado por nenhum
outro empenho humano, alguma coisa sobre nosso contexto cósmico, sobre o ponto do 22
espaço e do tempo em que estamos, e sobre quem nós somos.
Os valores da ciência e os da democracia são concordantes, em muitos casos indistin-
guíveis. A ciência e a 25 democracia começaram ao mesmo tempo e no mesmo lugar: na
Grécia dos séculos VI e VII a.C. A ciência confere poder a qualquer um que se der ao trabalho
de aprendê-la (embora 28 muitos tenham sido sistematicamente impedidos de adquirir esse
conhecimento). Ela se nutre do livre intercâmbio de ideias. Tanto a ciência quanto a democra-
cia encorajam opiniões não 31 convencionais e debate vigoroso. Ambas requerem raciocínio
adequado, argumentos coerentes, padrões rigorosos de evidência e honestidade.

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34 Descobrir a gota ocasional da verdade no meio de um grande oceano de confusão e


mistificação requer vigilância, dedicação e coragem. Mas, se não praticarmos esses hábitos
37 rigorosos de pensar, não poderemos ter esperança de solucionar os problemas verdadeira-
mente sérios que enfrentamos.
(SAGAN, Carl. Ciência e esperança. In: O mundo assombrado pelos demônios: a ciência vista como uma vela no
escuro. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 58-9. Com adaptações.)

013. (CEBRASPE/ANALISTA/TCE-MG/2018) No texto CG1A1-I, em “não poderemos ter espe-


rança de solucionar os problemas verdadeiramente sérios” (l. 37 e 38), o trecho “de solucionar
os problemas verdadeiramente sérios”
a) exprime uma circunstância de modo para “poderemos ter”.
b) exprime uma circunstância de modo para “ter esperança”.
c) completa o sentido do termo abstrato “esperança”.
d) completa o sentido da expressão “poderemos ter”.
e) exprime uma circunstância de finalidade para “ter esperança”.
Texto 10A1CCC
Esse Povo maldito
1 Ausentei-me da Cidade
porque esse Povo maldito
me pôs em guerra com todos
4 e aqui vivo em paz comigo.
Aqui os dias me não passam
porque o tempo fugitivo,
7 por ver minha solidão,
para em meio do caminho.
Graças a Deus, que não vejo
10 neste tão doce retiro
hipócritas embusteiros,
velhacos entremetidos.
13 Não me entram nesta palhoça
visitadores prolixos,
políticos enfadonhos,
16 cerimoniosos vadios.
(GUERRA, Gregório de Matos. Obras Completas. Salvador, BA: Janaína, 1968. v. 1, p. 170. Org.: James Amado.
Com adaptações.)

014. (CEBRASPE/PROFESSOR/PREF. DE SÃO LUIZ – MA/2018) No texto 10A1CCC, as ex-


pressões “neste tão doce retiro” (v.10) e “nesta palhoça” (v.13) exercem, respectivamente, as
funções sintáticas de

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a) oração adjetiva restritiva e adjunto adnominal.


b) complemento nominal e adjunto adverbial de lugar.
c) adjunto adverbial de tempo e predicativo do objeto.
d) adjunto adnominal e adjunto adverbial de tempo.
e) adjunto adverbial de lugar e adjunto adverbial de lugar.
Texto CG1A01AAA

1 As perícias médico-legais relacionadas ao fato tanatológico comportam sempre forte


impregnação cronológica.
4 A definição cronológica da morte, isto é, a determinação do momento em que ela ocor-
reu, é de extrema importância. Em termos jurídicos, é bastante relevante a 7 determinação
do momento de ocorrência do êxito letal ou de seu relacionamento com eventos não ligados
diretamente a ele — como no caso, por exemplo, dos problemas sucessórios 10 surgidos na
comoriência. Também na área do direito penal, sobretudo quando se lida com mortes presumi-
velmente criminosas, a fixação do momento da morte tem especial 13 importância, pois pode
ajudar a esclarecer os fatos e a apontar autorias.
Por outro lado, os progressos da ciência médica têm 16 tornado imperioso que o momento
do óbito seja estabelecido com o máximo rigor. De fato, a problemática ligada à separação de
partes cadavéricas destinadas a transplantes em 19 vivos exige que sua retirada seja feita em
condições de aproveitamento útil, o que impõe, em muitos casos, que esse procedimento seja
feito em prazos curtos, iniciados com o 22 momento da morte. É importante, pois, que o médi-
co estabeleça o momento de ocorrência do êxito letal com a maior precisão possível.
25 Estabelecer o momento da morte é situá-la no tempo e, para situar um acontecimento
no tempo, é preciso que se tenha um conceito claro do que seja tempo. Fugindo das 28 con-
ceituações matemáticas ou filosóficas de tempo, pragmaticamente aceitamos a conceituação
popular de tempo, isto é, a grandeza que se mede em minutos, horas, dias, meses 31 ou anos.
Essa tomada de posição, embora simplista e empírica, é a única que se nos afigura capaz de
contribuir para a solução do problema tanatognóstico e, consequentemente, do da 34 concei-
tuação do momento da morte.
Estando a medicina legal a serviço do direito e as conceituações jurídicas estando frequen-
temente ligadas às 37 noções temporais, compreende-se que se deva esperar da medicina
legal uma função cronodiagnóstica. Os critérios cronológicos não se limitam a classificar os
fatos em anteriores 40 ou posteriores; vão mais longe. É preciso medir o tempo que separa
dois eventos, pois, como afirma Bertrand Russel, só podemos afirmar que conhecemos um fe-
nômeno quando somos 43 capazes de medi-lo, e o conceito de morte está intimamente ligado
ao conceito de tempo.
(MARLET, José Maria. Conceitos médico-legal e jurista de morte. (Internet: Com adaptações.))

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015. (CEBRASPE/PERITO/POLÍCIA CIENTÍFICA – PE/2016) No texto CG1A01AAA, a partí-


cula “se”, em “a grandeza que se mede em minutos, horas, dias, meses ou anos” (l.30 e 31),
classifica-se como
a) parte integrante de verbo.
b) pronome reflexivo recíproco.
c) pronome apassivador.
d) palavra expletiva.
e) índice de indeterminação do sujeito.
Texto III

1 A história do grafite no Brasil iniciou-se na década de 70 do século XX, precisamente na


cidade de São Paulo, em uma época conturbada da história do Brasil, época essa 4 silenciada
pela censura resultante da chegada dos militares ao poder.
Paralelamente ao movimento que despontava em Nova 7 York, o grafite surgiu no cenário
da metrópole brasileira como uma arte transgressora, a linguagem da rua, da marginalidade,
que não pedia licença e que gritava nas paredes da cidade os 10 incômodos de uma geração.
A partir disso, a arte de grafitar se transformou em um importante veículo de comunicação
urbano, corroborando, de 13 alguma maneira, a existência de outras vozes, de outros sujeitos
históricos e ativos que participam da cidade.
É importante ressaltar que o grafite, inicialmente, foi 16 uma arte caracterizada pela autoria
anônima, por meio da qual o grafiteiro transformava a cidade em um importante suporte de
comunicação artística sem delimitação de espaço, de 19 mensagem ou de mensageiro.
Portanto, o que importava naquele momento era a arte em si e não o nome de seu autor.
Por esse motivo, os ditos 22 “cânones” são retirados de sua posição central e imperativa para
dar lugar a uma arte de todos e para todos; arte da rua, na rua e para a rua; arte da cidade, na ci-
dade e para a cidade: o 25 grafite. Nesse sentido, a arte se funde com a vida do cidadão da me-
trópole por meio do movimento mútuo de transformação e de identificação de seus sujeitos.
(Internet: Com adaptações.)

016. (CEBRASPE/ASSISTENTE/PREF. DE SÃO PAULO – SP/2016) Assinale a opção que


apresenta um trecho do texto III que contém uma oração na voz passiva.
a) “A história do grafite no Brasil iniciou-se na década de 70 do século XX” (l.1 e 2).
b) “a arte de grafitar se transformou em um importante veículo de comunicação urbano”
(l.11 e 12).
c) “o grafite, inicialmente, foi uma arte caracterizada pela autoria anônima” (l.15 e 16).
d) “os ditos ‘cânones’ são retirados de sua posição central e imperativa” (l.21 e 22).
e) “a arte se funde com a vida do cidadão da metrópole” (l.25 e 26).
Texto para a próxima questão

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1 Do fenômeno que corresponde ao que C. Lévy-Strauss chama de “as variantes culturais”


resulta a ideia de que a identidade cultural é, ao mesmo tempo, estável e movediça. Ela 4 pode
até evoluir no tempo, mas ela também se reconhece nas grandes áreas civilizacionais, históri-
cas: é o que os antropólogos chamam de hipótese do “continuísmo”. Não se 7 diz que o século
XVI foi ítalo-ibérico; o XVII e o XVIII, franceses; o XIX, anglo-germânico, assim como o XX seria
norte-americano? Mas o que isso quer dizer? Trata-se ainda de 10 uma essência?
O “essencialismo” e “a busca da origem” são duas ideias falsas. A ideia segundo a qual o
indivíduo ou um grupo 13 humano funda(m) sua existência sobre uma perenidade, sobre um
substrato cultural estável, que seria o mesmo desde a origem dos tempos, sobre uma “essên-
cia”, não se sustenta. Se, 16 no entanto, existe uma identidade coletiva, esta só pode ser a que
está relacionada àquilo que é partilhado, logo, relacionado à produção de um sentido coletivo.
19 Trata-se, porém, de uma partilha instável, cujas fronteiras são imprecisas e na qual in-
tervêm influências múltiplas. É uma ilusão crer que nossa identidade repousa 22 sobre uma
entidade única, homogênea, uma essência que constituiria nosso substrato do ser: “Não existe
identidade ‘natural’ que nos seria imposta pela força das coisas. Não há 25 senão estratégias
identitárias, racionalmente conduzidas por atores identificáveis. Nós não estamos condenados
a permanecer reféns desses sortilégios” (Bayard, 1996). 28 Infelizmente, essa ilusão — esse
sortilégio — é o que impede que se atinja a identidade plural dos seres e das comunidades e,
infelizmente, é uma ilusão em nome da qual muitos abusos 31 são cometidos.
Quanto à “busca de si”, eis outra falsa ideia igualmente perigosa. Estudiosos têm feito
pesquisas sobre esse 34 ponto. O que é a autenticidade de um indivíduo ou de um grupo? O
retorno à condição de feto para o indivíduo, à origem da espécie para o grupo? A busca pela
origem não é sempre 37 uma fantasia? Vamos nos desvencilhar dessas duas noções e esta-
belecer que “ser eu mesmo” é, primeiramente, ver-me diferente do outro; que, se há uma busca
do sujeito, isso é, 40 antes de mais nada, a busca de não ser o outro.
(CHARAUDEAU, P. Identidade linguística, identidade cultural: uma relação paradoxal. In: Lara e Limbert (orgs.).
Discurso e desigualdade social. São Paulo: Contexto, 2015. p. 17-8. Com adaptações).

017. (CEBRASPE/ANALISTA/TRE-PI/2016) Assinale a opção correta a respeito de aspectos


linguísticos do texto Identidade linguística,…
a) No último período do texto, o trecho “isso é” tem caráter explicativo e poderia ser correta-
mente substituído por isto é.
b) No primeiro período do texto, os termos “cultural”, “estável” e “movediça” exercem a mesma
função sintática, uma vez que atribuem característica ao termo “identidade” (l.3).
c) No trecho “mas ela também se reconhece nas grandes áreas civilizacionais” (l.4 e 5), a par-
tícula “se” foi empregada como pronome reflexivo.
d) A frase “Quanto à ‘busca de si’, eis outra falsa ideia igualmente perigosa” (l.32 e 33) é forma-
da por um predicado verbal cujo núcleo é “eis”.

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e) No trecho “esta só pode ser a que está relacionada àquilo” (l.16 e 17), os termos “esta”, “a” e
“àquilo” classificam-se como pronomes demonstrativos.
Texto para a próxima questão

1 A Internet virou de ponta-cabeça a maneira como trabalhamos, fazemos negócios e nos


relacionamos com outras pessoas e com o mundo. Eliminamos a ajuda dos carteiros para 4
entregar cartas e documentos. Também ultrapassamos a fase de marcação de data e hora
para conversar por telefone com clientes e sócios de lugares distantes. Nossas mensagens e 7
documentos agora são digitais: encaminhadas em segundos, ao clicar de uma tecla, ao toque
dos dedos ou em resposta a um comando de voz, materializam-se diante dos nossos olhos
em 10 telas, telinhas e telonas do computador, do tablet, do celular e até do relógio de pulso.
Nossos colegas de trabalho são virtuais. Trocamos 13 informações com pessoas insta-
ladas do outro lado do oceano como se estivéssemos sentados à mesma mesa, mas mal
as conhecemos. Falamos com elas línguas diferentes, em 16 horários improváveis, embora
tenhamos objetivos comuns e comemoremos juntos os resultados alcançados. Negociamos
milhões sem nunca as termos encontrado. Compramos sem 19 conhecer os produtos ao
vivo. Estamos fisicamente distantes uns dos outros, mas conectados em rede em um mundo
globalizado.
22 Só uma coisa continua a mesma: nossas mensagens ainda chegam em forma de texto,
do mesmo modo como acontecia com os antigos documentos e cartas de papel. Mudou 25 o
meio pelo qual essas mensagens desembarcam na nossa mesa de trabalho, mas a essência
permaneceu. Quase toda a comunicação e informação digital do nosso tempo acontece por
28 meio de mensagens escritas. Emails, torpedos, SMS, posts na pasta de correspondência
do Facebook, Twitter, Skype, todas essas ferramentas registram textos. Até os modernos apli-
cativos 31 de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, transmitem conversas por escrito.
Falamos pouco uns com os outros. Telefone agora serve para escrever. Quem diria, hein? 34
Nunca escrevemos tanto.
(SALVADOR, Arlete. A mensagem virtual. In: Para escrever bem no trabalho: do WhatsApp ao relatório. São Paulo:
Contexto, 2015. p. 13-4. Com adaptações.)

018. (CEBRASPE/ANALISTA/TRE-PI/2016) Com relação aos sentidos e aos aspectos lin-


guísticos do texto A mensagem virtual, assinale a opção correta.
a) Em “do mesmo modo como acontecia com os antigos documentos e cartas de papel” (l.23
e 24), o verbo acontecer é impessoal.
b) A partícula “se”, em “materializam-se” (l.9), classifica-se como pronome apassivador.
c) No primeiro e no segundo parágrafos, as formas verbais flexionadas na primeira pessoa do
plural, no modo indicativo, foram empregadas para exprimir ações realizadas no passado.
d) Na linha 2, a forma pronominal “nos” classifica-se como pronome reflexivo, exercendo a
função de complemento da forma verbal “relacionamos”.

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e) Os dois-pontos empregados logo após “mesma” (l.22) introduzem trecho que exprime uma
explanação.
Texto para questão

1 Durante o período imperial, os Correios do Brasil foram reorganizados, dando-se início


ao processo de criação de administrações de correios nas províncias. Sob as ordens de 4 D.
Pedro II, as reformas postais instituíram o pagamento prévio de franquia unificada, lançaram
os primeiros selos postais, criaram o quadro de carteiros, as caixas postais e de coleta e o 7
serviço de distribuição domiciliária de correspondência na corte e nas províncias. Foi estabele-
cido o serviço telegráfico, e o Brasil aderiu, por tratados, aos organismos internacionais 10 de
telecomunicações recém-criados.
(Idem, ibidem.)

019. (CEBRASPE/AGENTE/CORREIOS/2011) O texto permaneceria correto se a expressão


“Foi estabelecido” (l.8) fosse substituída por
a) Estabeleceriam-se.
b) Estabelecendo.
c) Estabeleceu-se.
d) Estabeleceram-se.
e) Estabelecer-se-iam.
Texto para questão

1 Diariamente, milhões de pessoas em todo o mundo conectam-se à Internet e mais de


doze milhões de e-mails são enviados. Isso sem se mencionar o número de negócios fecha-
dos e o 4 dinheiro movimentado. Com o advento do computador e, mais tarde, da Internet, as
informações e os grandes negócios acontecem com uma velocidade impressionante. Resul-
tado de um mundo globalizado, 7 em que a informação se transformou na moeda corrente. E,
quando o assunto é informação, ou seja, transmitir informações, nada melhor do que utilizar a
tecnologia. A cada dia, mais e mais serviços são 10 disponibilizados por empresas para que as
pessoas interessadas tenham acesso à informação de maneira rápida e eficaz.
(Internet: (com adaptações).)

020. (CEBRASPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-MT/2010) Em relação às estruturas e às ideias


do texto acima, assinale a opção correta.
a) O emprego do acento grave em “à Internet” (l.2) justifica-se pela regência de “pessoas” (l.1),
que exige emprego de preposição.
b) O trecho “mais de doze milhões de e-mails são enviados” (l.2-3) estaria gramaticalmente
correto se fosse reescrito da seguinte forma: envia-se mais de doze milhões de e-mails.

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c) Altera-se a informação original do texto ao substituir-se o trecho “Resultado de um” (l.6) pelo
seguinte: Isso é resultado de um.
d) A substituição de “se transformou” (l.7) por foi transformada mantém a correção gramatical
e as informações originais do período.
e) Na linha 11, o emprego do acento grave em “à informação” justifica-se pela regência de “in-
teressadas” (l.10).

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GABARITO
1. a
2. d
3. d
4. e
5. a
6. a
7. c
8. d
9. c
10. b
11. a
12. c
13. c
14. e
15. c
16. d
17. e
18. e
19. c
20. d

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GABARITO COMENTADO
Texto CB1A1-I

Quem pensa que a excelência do agronegócio brasileiro se resume a soja, café e carnes
está enganado. O país está entre os cinco maiores exportadores mundiais em valor em quase
três dezenas de produtos agrícolas. O maior destaque é para os de sempre: açúcar, cereais,
soja, milho, oleaginosas e frutas cítricas. Mas o Brasil aparece no top five de exportações da
Organização para as Nações Unidas (ONU) com produtos inusitados, como pimenta, melancia,
abacaxi, mamão papaia, coco, mandioca, caju, fumo, sisal e outras fibras, por exemplo.
Os dados, de 2019, são da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO) e foram reunidos em um estudo realizado pelo Instituto Millenium em parceria com a
consultoria Octahedron Data eXperts (ODX). O objetivo do trabalho foi traçar uma radiografia
do agronegócio brasileiro para entender as razões pelas quais o setor vive anos seguidos de
prosperidade e tem caminhado na contramão dos demais, mesmo em meio à crise provocada
pela pandemia.
O comércio internacional é um dos pilares importantes para sustentar o bom desempenho
do setor, turbinado pela desvalorização do câmbio e pelos preços em alta das commodities.
A agropecuária respondeu por cerca de 45 bilhões de dólares das exportações em 2020 e, há
vários anos, tem garantido o saldo positivo da balança comercial. Quando se avaliam as ex-
portações por setores, apenas a agropecuária apresentou crescimento nas vendas externas
(6%) em comparação a 2019, mostra o estudo. Já a indústria extrativa e a de transformação
registraram queda de 2,7% e de 11,3%, respectivamente.
Essa história se repete também no produto interno bruto (PIB), a soma de todas as ri-
quezas geradas no país. Em 2020, a agropecuária foi o único setor com resultado positivo, o
que contribuiu para que os efeitos adversos da pandemia sobre a atividade não fossem ainda
maiores. O PIB do setor avançou 2% sobre o ano anterior, enquanto o da indústria recuou 3,5%
e o dos serviços, 4,5%.
(Internet: https://economia.uol.com.br. Com adaptações.)

001. (CEBRASPE/ANALISTA/APEX/2021) A correção gramatical e o sentido original do texto


CB1A1-I seriam mantidos caso o termo “há” (segundo período do terceiro parágrafo) fosse
substituído por
a) faz.
b) a.
c) existe.
d) após.

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O trecho original é este: “A agropecuária respondeu por cerca de 45 bilhões de dólares das
exportações em 2020 e, há vários anos, tem garantido o saldo positivo da balança comercial.”
A forma “há” denota tempo decorrido. A forma verbal equivalente é “faz”, a qual também pode
denotar tempo decorrido. Em termos de concordância, o verbo “fazer” com sentido de tempo
decorrido é impessoal (sempre flexionado na terceira pessoa do singular).
Letra a.

Texto 1A1-I

Estou escrevendo um livro sobre a guerra…


Eu, que nunca gostei de ler livros de guerra, ainda que, durante minha infância e juventude,
essa fosse a leitura preferida de todo mundo. De todo mundo da minha idade. E isso não sur-
preende — éramos filhos da Vitória. Filhos dos vencedores.
Em nossa família, meu avô, pai da minha mãe, morreu no front; minha avó, mãe do meu pai,
morreu de tifo; de seus três filhos, dois serviram no Exército e desapareceram nos primeiros
meses da guerra, só um voltou. Meu pai.
Não sabíamos como era o mundo sem guerra, o mundo da guerra era o único que conhecí-
amos, e as pessoas da guerra eram as únicas que conhecíamos. Até agora não conheço outro
mundo, outras pessoas. Por acaso existiram em algum momento?
A vila de minha infância depois da guerra era feminina. Das mulheres. Não me lembro de
vozes masculinas. Tanto que isso ficou comigo: quem conta a guerra são as mulheres. Cho-
ram. Cantam enquanto choram.
Na biblioteca da escola, metade dos livros era sobre a guerra. Tanto na biblioteca rural
quanto na do distrito, onde meu pai sempre ia pegar livros. Agora, tenho uma resposta, um
porquê. Como ia ser por acaso? Estávamos o tempo todo em guerra ou nos preparando para
ela. E rememorando como combatíamos. Nunca tínhamos vivido de outra forma, talvez nem
saibamos como fazer isso. Não imaginamos outro modo de viver, teremos que passar um
tempo aprendendo.
Por muito tempo fui uma pessoa dos livros: a realidade me assustava e atraía. Desse des-
conhecimento da vida surgiu uma coragem. Agora penso: se eu fosse uma pessoa mais ligada
à realidade, teria sido capaz de me lançar nesse abismo? De onde veio tudo isso: do desconhe-
cimento? Ou foi uma intuição do caminho? Pois a intuição do caminho existe…
Passei muito tempo procurando… Com que palavras seria possível transmitir o que escuto?
Procurava um gênero que respondesse à forma como vejo o mundo, como se estruturam meus
olhos, meus ouvidos.

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Uma vez, veio parar em minhas mãos o livro Eu venho de uma vila em chamas. Tinha uma
forma incomum: um romance constituído a partir de vozes da própria vida, do que eu escutara
na infância, do que agora se escuta na rua, em casa, no café. É isso! O círculo se fechou. Achei
o que estava procurando. O que estava pressentindo.
(ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. [S.l.]: Companhia das Letras, 2016. p. 9-11. Com
adaptações.)

002. (CEBRASPE/AGENTE/IBGE/2021) Com relação à colocação pronominal, a correção gra-


matical do texto 1A1-I seria mantida caso, no trecho
I – “Não me lembro de vozes”, o pronome “me” fosse deslocado para logo após “lembro”:
lembro-me.
II – “Estávamos o tempo todo em guerra ou nos preparando para ela”, o pronome “nos” fos-
se deslocado para logo após “preparando”: preparando-nos.
III – “a realidade me assustava”, o pronome “me” fosse deslocado para logo após “assusta-
va”: assustava-me.

Assinale a opção correta.


a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item III está certo.
c) Apenas os itens I e II estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

Em (I), a próclise é obrigatória (porque há fator de atração, o “não”), e por isso a afirmativa está
errada. Em (II), a ênclise é permitida (não há fator de atração). Em (III), por fim, a ênclise tam-
bém é permitida (com sujeito manifesto). Por essa razão, a alternativa (D) está correta.
Letra d.

Texto 15A2-II

Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade;
advirto que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o con-
traste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar
os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e
o melhor da obrigação é quando, à força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si
mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa, e a hipocrisia,
que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! Que desabafo! Que liberdade! Como
a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lantejoulas, despregar-se, despintar-se,

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desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há
vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há plateia. O olhar
da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte;
não digo que ele se não estenda para cá, e nos não examine e julgue; mas a nós é que não se
nos dá do exame nem do julgamento. Senhores vivos, não há nada tão incomensurável como
o desdém dos finados.
(ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ciranda Cultural, 2018. p. 49.)

003. (CEBRASPE/PROFESSOR/SEED-PR/2021) No trecho “Na vida, o olhar da opinião, o con-


traste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar
os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência”, do
texto 15A2-II, a forma verbal “obrigam” estabelece concordância com
a) o termo “cobiças”.
b) os termos “trapos”, “rasgões” e “remendos”.
c) o termo “a gente”.
d) os termos “olhar”, “contraste” e “luta”.
e) os termos “opinião”, “interesses” e “cobiças”.

Para saber o sujeito da forma verbal “obrigam”, devemos perguntar: “o que/quem é que obri-
gam?” A resposta será o sintagma “o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das
cobiças”, cujos núcleos são os termos “olhar”, “contraste” e “luta”. Assim, a alternativa corre-
ta é a (D).
Letra d.

Texto 5A1-III

Chegando ao Brasil em 1500 com nossos descobridores, praticamente só em 1534 foi in-
troduzida a língua portuguesa com início efetivo da colonização, com o regime das capitanias
hereditárias. Conclui-se que a língua que chegou ao Brasil pertence à fase de transição entre a
arcaica e a moderna, já alicerçada literalmente.
No Brasil dessa época, encontraram os descobridores e colonizadores portugueses uma
variedade de falares indígenas, no cômputo aproximado de trezentos, hoje reduzidos a cerca
de 170, na opinião de um dos seus mais categorizados conhecedores, Aryon Dall’Igna Rodri-
gues. Grande extensão territorial da nova terra era ocupada pela família Tupi-Guarani, que apre-
sentava pouca diferenciação nas línguas que a integram.
Veio depois a contribuição das línguas africanas em suas duas principais correntes para
o Brasil: ao Norte, de procedência sudanesa, e ao Sul, de procedência banto; temos, assim, no
Norte, na Bahia, a língua nagô ou iorubá; no Sul, no Rio de Janeiro e Minas Gerais, o quimbundo.

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A pouco e pouco, à medida que se ia impondo, pela cultura dos europeus, o desenvolvi-
mento e o progresso da colônia e do país independente, a língua portuguesa foi predominando
sobre a “língua geral” de base indígena e dos falares africanos, a partir da segunda metade do
século XVIII.
(BECHARA, Evanildo. Breve história externa da língua portuguesa. In: Gramática Escolar da Língua Portuguesa.
2. ed. ampl. e atual. pelo novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010. p. 690-1. Com adapta-
ções.)

004. (CEBRASPE/PROFESSOR/SEED-PR/2021) As aspas empregadas na expressão ‘língua


geral’, no último parágrafo do texto 5A1-III,
a) apresentam um neologismo.
b) exprimem ironia sobre as línguas indígenas e africanas.
c) mostram que a expressão é uma citação.
d) indicam que a expressão é um arcaísmo.
e) conferem destaque à expressão.

Estamos diante de uma questão sobre o uso das aspas (pontuação). No texto, as aspas são
utilizadas para dar destaque à expressão “língua geral”. Assim, não há que se falar em adoção
de aspas para apresentar um neologismo, exprimir ironia sobre as línguas indígenas e africa-
nas, mostrar que a expressão é uma citação ou indicar que a expressão é um arcaísmo.
Letra e.

Texto CG1A1-II

1 Segundo a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei n. 13.709/2018), dados pessoais são
informações que podem identificar alguém. Dentro desse conceito, foi criada 4 uma categoria
chamada de “dado sensível”, que diz respeito a informações sobre origem racial ou étnica, con-
vicções religiosas, opiniões políticas, saúde ou vida sexual. Registros 7 como esses, a partir da
vigência da lei, passam a ter nível maior de proteção, para evitar formas de discriminação. To-
das as atividades realizadas no país e todas as pessoas que estão no 10 Brasil estão sujeitas à
lei. A norma vale para coletas operadas em outro país, desde que estejam relacionadas a bens
ou serviços ofertados a brasileiros. Mas há exceções, como a 13 obtenção de informações
pelo Estado para a segurança pública.
Ao coletar um dado, as empresas deverão informar a finalidade da coleta. Se o usuário
aceitar repassar suas 16 informações, o que pode acontecer, por exemplo, quando ele concor-
da com termos e condições de um aplicativo, as companhias passam a ter o direito de tratar os
dados 19 (respeitada a finalidade específica), desde que em conformidade com a legislação.
A lei prevê uma série de obrigações, como a garantia da segurança das informações e a 22

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notificação do titular em caso de um incidente de segurança. A norma permite a reutilização


dos dados por empresas ou órgãos públicos, em caso de “legítimo interesse”.
25 Por outro lado, o titular ganhou uma série de direitos. Ele pode, por exemplo, solicitar
à empresa os dados que ela tem sobre ele, a quem foram repassados (em situações como a
28 de reutilização por “legítimo interesse”) e para qual finalidade. Caso os registros estejam
incorretos, ele poderá cobrar a correção. Em determinados casos, o titular terá o direito de se
31 opor a um tratamento. A lei também prevê a revisão de decisões automatizadas tomadas
com base no tratamento de dados, como as notas de crédito ou os perfis de consumo.
(Internet: Com adaptações.)

005. (CEBRASPE/CARGO/TJ-PA/2020) Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido ori-


ginal do texto CG1A1-II, a forma verbal “há” (l.12) poderia ser substituída por
a) existem.
b) existe.
c) ocorre.
d) têm.
e) tem.

No trecho em análise, a forma verbal “há” está empregada em sentido existencial. Como se
sabe, nessa acepção o verbo “haver” é impessoal (sempre flexionado na terceira pessoa do
singular) e pode ser substituído por “existir”. No entanto, quando utilizamos o verbo “existir”,
devemos notar a necessidade de se realizar a concordância (porque esse verbo é pessoal).
Assim, a forma “existir” deve ser flexionada no plural, de modo a concordar com “exceções”:
“Mas existem exceções”.

Letra a.

Texto CG2A1-I

1 Na década de 1960, o mundo passou por um aumento populacional inédito devido à brus-
ca queda na taxa de mortalidade, o que gerou preocupações sobre a capacidade dos 4 países
em produzir comida para todos. A solução encontrada foi desenvolver tecnologia e métodos
que aumentassem a produção.
7 Em 1981, o indiano ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Amartya Sen, em seu livro
Pobreza e Fomes, identificou a existência de populações com fome mesmo em 10 países que
não convivem com problemas de abastecimento. O economista indiano traçou então, pela pri-
meira vez, uma relação causal entre fome e questões sociais como pobreza e 13 concentração
de renda. Tirou, assim, o foco de aspectos técnicos e mudou o tom do debate internacional
sobre a questão e as políticas públicas a serem tomadas a partir daí.

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16 As últimas décadas foram de grande evolução no combate à fome em escala global.


Nos últimos 25 anos, 7,7% da população mundial superou o problema, o que representa 19 216
milhões de pessoas. É como se mais que toda a população brasileira saísse da subnutrição
em menos de três décadas. Contudo, 10,8% do mundo ainda vive sem acesso a uma dieta 22
que forneça o mínimo de calorias e nutrientes necessários para uma vida saudável, e 21 mil
pessoas morrem diariamente por fome ou problemas derivados dela.
25 Um estudo publicado em 2016 pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Ali-
mentação e a Agricultura) mostra que a produção mundial de alimentos é 28 suficiente para
atender a demanda das 7,3 bilhões de pessoas que habitam a Terra. Apesar disso, aproximada-
mente uma em cada nove dessas pessoas ainda vive a realidade da fome. A 31 pesquisa põe
em xeque toda a política internacional de combate à subnutrição crônica colocada em prática
nas últimas décadas. Em vez de crescimento da produção e ajudas momentâneas, 34 surge
agora como caminho uma abordagem territorial que valorize e potencialize a produção local.
Embora os números absolutos estejam caindo, o tema 37 ainda é um dos mais delicados
da agenda internacional. Um exemplo da extensão do problema está na declaração dada em
2017 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância 40 (UNICEF), segundo a qual 1,4 milhão
de crianças, de quatro diferentes países da África — Nigéria, Somália, Iêmen e Sudão do Sul
—, corre risco iminente de morrer de fome. A questão 43 é tão antiga quanto complexa, e se
conecta intrinsecamente com a estrutura política e econômica sobre a qual o sistema interna-
cional está construído. Concentração da renda e da 46 produção, falta de vontade política e até
mesmo desinformação e consolidação de uma cultura alimentar pouco nutritiva são fatores
que compõem o cenário da fome e da desnutrição no 49 planeta.
(Internet: Com adaptações.)

006. (CEBRASPE/ANALISTA/MPC-PA/2019) A correção gramatical do texto CG2A1-I seria


preservada se fosse inserido sinal indicativo de crase em
a) “a demanda” (l.28).
b) “as políticas públicas” (l.15).
c) “a uma dieta” (l.21).
d) “a Terra” (l.29).
e) “a produção local” (l.35).

Como sabemos, a crase ocorre com a junção da preposição(a) e do artigo definido femi-
nino (a(s)).
a) Certa. O verbo “atender” possui dupla regência (transitiva direta ou transitiva indireta) – e por
isso a crase pode ser aplicada, pois o artigo está lá. Assim, a construção “atender à demanda”
considera a regência transitiva indireta do verbo “atender”.

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b, d, e) Erradas. Falta a preposição “a”.


c) Errada. Já há artigo (indefinido).
Letra a.

Texto CG1A1-I

1 Atitudes para um desenvolvimento sustentável tornaram-se uma urgência e estão in-


seridas de forma definitiva na agenda da sociedade. Até no mundo dos negócios a 4 susten-
tabilidade está em pauta. Empresas que antes pensavam só em lucro agora otimizam seus
processos por meio da sustentabilidade empresarial. Outro campo de estudos voltado 7 para
o consumo consciente e equilibrado com o meio ambiente é a bioeconomia, ou economia sus-
tentável, cujo objetivo é promover a utilização de recursos de base biológica, recicláveis 10 e
renováveis, e consequentemente mais sustentáveis.
Hoje, a sustentabilidade é um imperativo para o sucesso das empresas, que precisam cada
vez mais entregar ao 13 cliente valor agregado e estilo de vida, e não somente mercadorias. A
preocupação com o meio ambiente converte-se, portanto, em vantagem competitiva, notada-
mente em mercados 16 cada vez mais exigentes e desafiadores. Isso amplia a perenidade da
marca, em virtude do fortalecimento de sua reputação e credibilidade.
19 Para o desenvolvimento sustentável, os negócios devem estar amparados em boas
práticas de governança, com benefícios sociais e ambientais. Essa metodologia influencia os
22 ganhos econômicos, a competitividade e o sucesso das organizações. Qual é o motivo de a
sustentabilidade ser tão 25 importante para a economia? A população cresce em número e em
capacidade de consumo; com isso, a demanda pela utilização de recursos naturais recrudesce
de forma quase 28 insustentável. A utilização de matrizes não renováveis tende ao esgota-
mento e à poluição progressiva do meio ambiente. Para quebrar esse paradigma, mobilizam-se
conceitos econômicos 31 que propõem um novo modo de gestão da sociedade, como a eco-
nomia circular e a bioeconomia.
A bioeconomia está ligada à melhoria de nosso 34 desenvolvimento e à busca por novas
tecnologias que priorizem a qualidade de vida da sociedade e do meio ambiente em seu eixo
de elaboração. Ela, agora, reúne todos os setores 37 da economia que utilizam recursos bioló-
gicos. Assim, a bioeconomia surgiu para possibilitar soluções eficazes e coerentes para os pro-
blemas socioambientais contemporâneos: 40 mudanças climáticas, crise econômica mundial,
substituição do uso de energias fósseis, saúde, qualidade de vida da população, entre outros.
43 O objetivo é criar uma economia inovadora com baixas emissões de poluentes, que
concilie as exigências para a agricultura sustentável e a pesca, a segurança alimentar e o 46
uso sustentável dos recursos biológicos renováveis para fins industriais, e que assegure, ao
mesmo tempo, a biodiversidade e a proteção ambiental. A bioeconomia contempla não ape-
nas 49 setores tradicionais como agricultura, silvicultura e pesca, mas também setores como
as biotecnologias e bioenergias. Ao que tudo indica, o futuro será definitivamente bio.

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(CHIAPETTA, Marina Santos. Internet: (com adaptações).)

007. (CEBRASPE/ANALISTA/MPC-PA /2019) Cada uma das opções a seguir apresenta uma
proposta de reescrita para o seguinte segmento do texto CG1A1-I: “A bioeconomia está ligada
à melhoria de nosso desenvolvimento e à busca por novas tecnologias” (l.33 e 34) Assinale a
opção em que a reescrita apresentada mantém a correção gramatical do texto.
a) A bioeconomia está ligada a melhoria de nosso desenvolvimento e à buscas por novas
tecnologias
b) A bioeconomia está ligada à melhorias de nosso desenvolvimento e a busca por novas
tecnologias
c) A bioeconomia está ligada a melhorias de nosso desenvolvimento e buscas por novas
tecnologias
d) A bioeconomia está ligada à melhorias de nosso desenvolvimento e à buscas por novas
tecnologias
e) A bioeconomia está ligada à uma melhoria de nosso desenvolvimento e busca por novas
tecnologias

Em (C), a correção está mantida, tendo em vista ser possível expressar apenas uma preposi-
ção em uma sequência coordenada. Nessa reescrita, os artigos foram suprimidos (no par co-
ordenado). Nas demais alternativas, há falha de paralelismo (ou porque a primeira preposição
não foi expressa, ou porque o artigo não está expresso).
Letra c.

Texto CG1A1BBB

1 O Tocantins dá abrigo à mais completa floresta fossilizada do mundo, que viveu no Perí-
odo Permiano, em uma época anterior à dos dinossauros. No final desse período, o 4 planeta
assistiu à maior extinção em massa da fauna e da flora de sua existência.
Os fósseis da floresta foram preservados graças à 7 presença de sílica no ambiente, que
se infiltrou nas plantas e conservou seus formatos, por meio do processo de permineralização
celular. A infiltração e a impregnação de 10 sílica nas células e nos espaços intercelulares for-
maram uma matriz inorgânica que sustentou os tecidos das plantas, preservando-os. A origem
do agente da permineralização 13 silicosa ainda permanece obscura.
O alto índice de samambaias indica que a região central do Tocantins era, então, uma pla-
nície costeira com farto 16 sistema hídrico sob um clima tropical. E o ambiente? Há dúvidas
quanto à sua caracterização, isto é, se era amazônico ou parecido com o do cerrado.
(Internet: Com adaptações.)

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008. (CEBRASPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-TO/2017) No trecho “em uma época ante-


rior à dos dinossauros” (l. 2 e 3) do texto CG1A1BBB, o emprego do sinal indicativo de crase
decorre da
a) regra de acentuação de palavras monossílabas.
b) presença de expressão adverbial com nome feminino.
c) elipse do nome “época” imediatamente depois de “à” (l.3).
d) regência do adjetivo “anterior” (l.3) e presença do artigo feminino antes do termo elípti-
co “época”.
e) regência do nome “época” (l.3).

O emprego ocorre em razão da forma nominal “anterior”, a qual rege preposição “a” (anterior a
algo). Como há artigo definido diante do termo elíptico “época”, a crase ocorre: “em uma época
anterior à época dos dinossauros”.
Letra d.

Texto CG1A2AAA

1 Desde que a urna eletrônica foi adotada em todo o território brasileiro, votar passou a ser
uma atividade relativamente simples. Diante da urna, o eleitor pode seguir 4 quatro caminhos
diferentes. É possível deixar o voto em branco; para isso, basta apertar a tecla branca. A segun-
da opção é digitar um número que não corresponda a nenhum dos 7 candidatos ou partidos e,
com isso, anular o voto. A terceira opção é digitar o número de um partido e votar “na legenda”.
Por fim, é possível escolher um candidato específico 10 digitando-se o seu número.
Até meados da década de 90 do século XX, ainda na era da cédula de papel, a apuração
geralmente era feita em 13 ginásios esportivos e durava muitos dias. As pessoas que tiveram
a oportunidade de ver uma dessas apurações devem se lembrar das fases da contagem de
votos. Inicialmente, os votos 16 em branco eram carimbados para evitar que eles fossem pre-
enchidos de maneira fraudulenta durante o cômputo. Os votos nulos eram separados em uma
pilha específica. Depois de 19 contados os votos, os boletins de cada urna eram preenchidos,
enviados para níveis superiores de apuração e totalizados. Hoje os poderosos computadores
da justiça eleitoral em Brasília são 22 capazes de proclamar, em poucas horas, quais foram,
entre os milhares de candidatos, os eleitos.
(NICOLAU, Jairo. Representantes de quem? Os (des)caminhos do seu voto da urna à Câmara dos Deputados. Rio
de Janeiro: Zahar, 2017. p. 21-3. Com adaptações.)

009. (CEBRASPE/ANALISTA/TRE-BA/2017) Em relação aos aspectos linguísticos do texto


CG1A2AAA, julgue os itens a seguir.

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I – A correção gramatical e o sentido original do texto seriam mantidos caso se substituís-


se “foi adotada” (l.1) por se adotou.
II – A oração “apertar a tecla branca” (l.5) exerce, no período em que ocorre, a função de
complemento da forma verbal “basta”.
III – A correção gramatical do texto seria mantida caso o trecho “devem se lembrar” (l.14 e
15) fosse reescrito de qualquer uma das seguintes formas: devem-se lembrar ou de-
vem lembrar-se.

Assinale a opção correta.


a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas o item III está certo.
d) Apenas os itens I e II estão certos.
e) Apenas os itens II e III estão certos.

Vamos analisar cada afirmativa:


I – Errado. a substituição de “foi adotada” por “se adotou” torna a construção “estranha”: o
sujeito da passiva sintética ocorre tipicamente posposto (e, na reescrita, está em posição pré-
-verbal). Os sentidos também são “estranhos”, como uma potencial leitura reflexiva.
II – Errado. A oração “apertar a tecla branca” exerce, no período em que ocorre, a função de
SUJEITO da forma verbal “basta”.
III – Certo. As duas colocações pronominais propostas são aceitas.
Letra c.

Texto para a próxima questão

1 Uma vez declarada, a ilicitude de algumas relações entre empresas e poder público e par-
tidos políticos, ao contrário do que se diz, certamente diminuirá o fluxo de 4 dinheiro clandesti-
no. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou inclusive a possibilidade de que
empresas possam doar a partidos em anos não eleitorais enquadra-se em 7 um esforço sane-
ador cujo efeito imediato será obrigar as legendas e seus candidatos a buscar recursos legais.
Esse novo cenário levou os críticos da decisão do STF 10 a argumentar também que, agora,
somente os candidatos mais conhecidos terão visibilidade eleitoral, inviabilizando-se a cons-
trução de candidaturas de gente comum. Mais uma vez, 13 trata-se de uma falácia: desde
sempre, figuras notórias puxam votos, sem que isso represente prejuízo irremediável para a
democracia ou impeça a renovação da representação popular.
16 O grande prejuízo se dá quando os partidos se viciam em dinheiro farto, transforman-
do as campanhas eleitorais em espetáculos dirigidos por “marqueteiros” que hoje são, na 19

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prática, os responsáveis por formular o programa dos candidatos. Assim, não será surpresa
se, para substituir a fartura das “doações” empresariais, os partidos pleitearem 22 ainda mais
dinheiro do Fundo Partidário e a ampliação da propaganda eleitoral dita “gratuita”, que de gra-
tuita não tem nada, pois é financiada por meio de renúncia fiscal. Em ambos 25 os casos, o
contribuinte banca as despesas de partidos com os quais não tem necessariamente alguma
afinidade.
(Pelo fim do doping eleitoral. In: O Estado de S.Paulo, out./2015. Internet: (com adaptações).)

010. (CEBRASPE/ANALISTA/TRE-RS/2015) A respeito do emprego dos sinais de pontuação


no texto Pelo fim do doping eleitoral, assinale a opção correta.
a) O emprego de vírgula logo após “saneador” (l.7) preservaria o sentido original do período.
b) As aspas foram empregadas tanto em ‘doações’ (l.21) quanto em ‘gratuita’ (l.23) com a
mesma finalidade.
c) A supressão da vírgula empregada logo após “se” (l.20) manteria a correção gramati-
cal do texto.
d) Caso a vírgula empregada logo após “eleitoral” (l.11) fosse substituída por ponto final, a cor-
reção gramatical do texto seria mantida.
e) Os dois-pontos empregados logo após “falácia” (l.13) introduzem uma enumeração

Vamos a cada alternativa:


a) Errada. A inserção da vírgula não é permitida diante de “cujo” (dada a sua natureza restritiva).
b) Certa. As aspas foram empregadas para relativizar o valor de um termo (o autor os questiona).
c) Errada. A vírgula é necessária, pois isola um termo intercalado (, para substituir a fartura das
“doações” empresariais,).
d) Errada. A substituição proposta é inadequada, porque a sequência está diretamente vincula-
da (sintaticamente e em termos de coesão) à oração principal.
e) Errada. Por fim, os dois-pontos introduzem uma explicação (um desenvolvimento que explica).
Letra b.

Texto 1A1-II

1 O homem primitivo procurava defender-se do frio e da fome abrigando-se em cavernas e


alimentando-se de frutos silvestres, ou do que conseguia obter da caça e da pesca. Ao 4 longo
dos séculos, passou a espécie humana a sentir a necessidade de maior conforto e começou a
reparar no seu semelhante. Assim, como decorrência das necessidades 7 individuais, surgiram
as trocas. Sistemas de troca direta, que duraram vários séculos, ocasionaram o aparecimento
de palavras como “salário” (pagamento feito por meio de certa 10 quantidade de sal) e “pecú-

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nia” (do latim pecus, que significa rebanho de gado, ou peculium, relativo a gado miúdo, como
ovelha ou cabrito).
13 As primeiras moedas, peças que representavam valores, geralmente em metal, surgi-
ram na Lídia (atual Turquia), no século VII a.C. As características que se desejava 16 ressaltar
eram gravadas nas peças por meio da pancada de um objeto pesado (martelo), em primitivos
cunhos. Foi o surgimento da cunhagem a martelo, na qual os signos 19 monetários eram valo-
rizados também pela nobreza dos metais empregados, como o ouro e a prata. Embora a evo-
lução dos tempos tenha levado à substituição do ouro e da prata por 22 metais menos raros
ou suas ligas, preservou-se, com o passar dos séculos, a associação dos atributos de beleza e
expressão cultural ao valor monetário das moedas, que quase sempre, na 25 atualidade, apre-
sentam figuras representativas da história, da cultura, das riquezas e do poder das sociedades.
A necessidade de guardar as moedas em segurança fez 28 surgirem os bancos. Os nego-
ciantes de ouro e prata, por terem cofres e guardas a seu serviço, passaram a aceitar a res-
ponsabilidade de cuidar do dinheiro de seus clientes e a dar 31 recibos escritos das quantias
guardadas. Esses recibos passaram, com o tempo, a servir como meio de pagamento por seus
possuidores, por serem mais seguros de portar do que o 34 dinheiro vivo. Assim surgiram as
primeiras cédulas de papel moeda, ou cédulas de banco, ao mesmo tempo em que a guarda
dos valores em espécie dava origem a instituições bancárias.
(Internet: Com adaptações.)

011. (CEBRASPE/ASSISTENTE/SEFAZ-RS/2018) A correção gramatical e os sentidos do tex-


to 1A1-II seriam preservados caso a forma “preservou-se” (l.22) fosse substituída por
a) foi preservada.
b) foram preservados.
c) teria sido preservada.
d) teriam sido preservados.
e) tinha sido preservada.

A forma “preservou-se” constitui uma passiva sintética cujo sujeito é “a associação dos atri-
butos de beleza e expressão cultural”. Em uma passiva analítica (auxiliar + particípio), deve-se
preservar os traços de modo-tempo e número-pessoa (além da concordância nominal no parti-
cípio passivo): “a associação dos atributos […] foi preservada”. Essa é a proposta da alternativa
(A), correta.
Letra a.

Texto 1A1-I

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1 Peças de barro de 4.000 a.C. encontradas na Mesopotâmia são os documentos escritos


mais antigos que conhecemos. E o mais antigo desses documentos faz referência 4 aos im-
postos. Naquela época, além de entregar parte dos alimentos que produziam ao governo, os
sumérios, um dos povos que viviam por ali, eram obrigados a passar até cinco 7 meses por ano
trabalhando para o rei.
Os mais sortudos eram empregados para realizar a colheita ou para retirar lama dos canais
da cidade. Os menos 10 afortunados entravam para o exército, com grandes chances de morrer
em uma guerra. Quem era rico escapava: mandava escravos para fazer o serviço sujo. Assim
que surgiu a moeda, 13 surgiu também a ideia de substituir a contribuição braçal por dinheiro.
Era assim também no antigo Egito. As evidências 16 indicam que, em 3.000 a.C., os faraós
coletavam impostos em dinheiro ou em serviços pelo menos uma vez por ano. Ninguém era
tão temido quanto os escribas, responsáveis por determinar 19 a dívida de cada um. O con-
trole era tão rigoroso que fiscalizavam até o consumo de óleo de cozinha nas residências, já
que essa era uma substância tributada. Os impostos eram 22 mais altos para estrangeiros,
e especula-se que foi para pagar dívidas tributárias que os hebreus, por exemplo, acabaram
como escravos.
25 O Império Romano aperfeiçoou a técnica de impor tributos a estrangeiros. Em econo-
mias pré-industriais, a terra e o trabalho são os principais ingredientes da riqueza. Por isso, 28
a conquista de outras terras e de povos dava aos romanos acesso a mais riqueza, o que, por
sua vez, permitia que conquistassem e controlassem um território ainda maior. 31
O censo, usado até hoje em muitos países, foi criado pelos romanos para decidir quanto
deveriam cobrar de cada província. Os cálculos eram feitos com base no número de 34 pes-
soas. Até hoje, a capacidade de cobrar impostos é diretamente proporcional à quantidade e à
qualidade de informações disponíveis sobre os contribuintes.
(Internet: Com adaptações.)

012. (CEBRASPE/TÉCNICO/SEFAZ-RS/2018) A correção gramatical do texto 1A1-I seria


mantida caso se substituísse
a) “encontradas” (l.1) por que encontravam-se.
b) “faz referência” (l. 3) por referem-se.
c) “que produziam” (l.5) por produzidos
d) “fiscalizavam” (l.20) por fiscalizavam-se.
e) “dava” (l.28) por davam.

a) Errada. Temos um problema que já elimina essa alternativa: a colocação pronominal deveria
ser a próclise.
b) Errada. Há um problema de se registrar o plural (o sujeito é explícito, no singular).

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c) Certa. A substituição da oração “que produziam” pela forma nominal “produzidos” está cor-
reta (note a concordância com “alimentos”).
d) Errada. Temos originalmente uma estrutura impessoal, a qual não é compatível com a rees-
crita com o “se”.
e) Errada. Em razão de o sujeito ser singular (a conquista).
Letra c.

Texto CG1A1-I

1 No meio científico, é insuficiente — aliás, é perigoso — produzir apenas um grupo de pro-


fissionais pequeno, altamente competente e bem remunerado. Um esforço 4 combinado que
vise transmitir a todos os cidadãos a ciência — por meio de rádio, TV, cinema, jornais, livros,
programas de computadores, parques temáticos, salas de 7 aula — deve pautar-se em quatro
razões principais.
Mesmo que nem sempre possibilite ao cientista um bom emprego, a ciência pode ser o
caminho propício para 10 vencer a pobreza nas nações emergentes. Ela faz funcionar a eco-
nomia e a civilização global.
A ciência nos alerta contra os perigos introduzidos por 13 tecnologias que alteram o mun-
do, especialmente o meio ambiente de que nossas vidas dependem. Assim, a ciência providen-
cia um sistema essencial de alerta antecipado.
16 A ciência nos esclarece sobre as questões mais profundas das origens, das naturezas
e dos destinos — de nossa espécie, da vida, de nosso planeta, do Universo. A longo prazo, 19 a
maior dádiva da ciência talvez seja nos ensinar, de um modo ainda não superado por nenhum
outro empenho humano, alguma coisa sobre nosso contexto cósmico, sobre o ponto do 22
espaço e do tempo em que estamos, e sobre quem nós somos.
Os valores da ciência e os da democracia são concordantes, em muitos casos indistin-
guíveis. A ciência e a 25 democracia começaram ao mesmo tempo e no mesmo lugar: na
Grécia dos séculos VI e VII a.C. A ciência confere poder a qualquer um que se der ao trabalho
de aprendê-la (embora 28 muitos tenham sido sistematicamente impedidos de adquirir esse
conhecimento). Ela se nutre do livre intercâmbio de ideias. Tanto a ciência quanto a democra-
cia encorajam opiniões não 31 convencionais e debate vigoroso. Ambas requerem raciocínio
adequado, argumentos coerentes, padrões rigorosos de evidência e honestidade.
34 Descobrir a gota ocasional da verdade no meio de um grande oceano de confusão e
mistificação requer vigilância, dedicação e coragem. Mas, se não praticarmos esses hábitos
37 rigorosos de pensar, não poderemos ter esperança de solucionar os problemas verdadeira-
mente sérios que enfrentamos.
(SAGAN, Carl. Ciência e esperança. In: O mundo assombrado pelos demônios: a ciência vista
como uma vela no escuro. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 58-9. Com adaptações.)

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013. (CEBRASPE/ANALISTA/TCE-MG/2018) No texto CG1A1-I, em “não poderemos ter espe-


rança de solucionar os problemas verdadeiramente sérios” (l. 37 e 38), o trecho “de solucionar
os problemas verdadeiramente sérios”
a) exprime uma circunstância de modo para “poderemos ter”.
b) exprime uma circunstância de modo para “ter esperança”.
c) completa o sentido do termo abstrato “esperança”.
d) completa o sentido da expressão “poderemos ter”.
e) exprime uma circunstância de finalidade para “ter esperança”.

O trecho “de solucionar os problemas verdadeiramente sérios” modifica “esperança” (esperan-


ça de algo). É por isso que a alternativa (C) está correta.
Letra c.

Texto 10A1CCC
Esse Povo maldito
1 Ausentei-me da Cidade
porque esse Povo maldito
me pôs em guerra com todos
4 e aqui vivo em paz comigo.
Aqui os dias me não passam
porque o tempo fugitivo,
7 por ver minha solidão,
para em meio do caminho.
Graças a Deus, que não vejo
10 neste tão doce retiro
hipócritas embusteiros,
velhacos entremetidos.
13 Não me entram nesta palhoça
visitadores prolixos,
políticos enfadonhos,
16 cerimoniosos vadios.
(GUERRA, Gregório de Matos. Obras Completas. Salvador, BA: Janaína, 1968. v. 1, p. 170. Org.: James Amado.
Com adaptações.)

014. (CEBRASPE/PROFESSOR/PREF. DE SÃO LUIZ – MA/2018) No texto 10A1CCC, as ex-


pressões “neste tão doce retiro” (v.10) e “nesta palhoça” (v.13) exercem, respectivamente, as
funções sintáticas de
a) oração adjetiva restritiva e adjunto adnominal.

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b) complemento nominal e adjunto adverbial de lugar.


c) adjunto adverbial de tempo e predicativo do objeto.
d) adjunto adnominal e adjunto adverbial de tempo.
e) adjunto adverbial de lugar e adjunto adverbial de lugar.

As funções sintáticas são estas: “neste tão doce retiro” é adjunto adverbial de lugar (o verbo é
“vejo” (transitivo direto) e o complemento direto é “hipócritas embusteiros”) e “nesta palhoça”
também é adjunto adverbial de lugar (relacionado ao verbo “entrar”).
Letra e.

Texto CG1A01AAA

1 As perícias médico-legais relacionadas ao fato tanatológico comportam sempre forte


impregnação cronológica.
4 A definição cronológica da morte, isto é, a determinação do momento em que ela ocor-
reu, é de extrema importância. Em termos jurídicos, é bastante relevante a 7 determinação
do momento de ocorrência do êxito letal ou de seu relacionamento com eventos não ligados
diretamente a ele — como no caso, por exemplo, dos problemas sucessórios 10 surgidos na
comoriência. Também na área do direito penal, sobretudo quando se lida com mortes presumi-
velmente criminosas, a fixação do momento da morte tem especial 13 importância, pois pode
ajudar a esclarecer os fatos e a apontar autorias.
Por outro lado, os progressos da ciência médica têm 16 tornado imperioso que o momento
do óbito seja estabelecido com o máximo rigor. De fato, a problemática ligada à separação de
partes cadavéricas destinadas a transplantes em 19 vivos exige que sua retirada seja feita em
condições de aproveitamento útil, o que impõe, em muitos casos, que esse procedimento seja
feito em prazos curtos, iniciados com o 22 momento da morte. É importante, pois, que o médi-
co estabeleça o momento de ocorrência do êxito letal com a maior precisão possível.
25 Estabelecer o momento da morte é situá-la no tempo e, para situar um acontecimento
no tempo, é preciso que se tenha um conceito claro do que seja tempo. Fugindo das 28 con-
ceituações matemáticas ou filosóficas de tempo, pragmaticamente aceitamos a conceituação
popular de tempo, isto é, a grandeza que se mede em minutos, horas, dias, meses 31 ou anos.
Essa tomada de posição, embora simplista e empírica, é a única que se nos afigura capaz de
contribuir para a solução do problema tanatognóstico e, consequentemente, do da 34 concei-
tuação do momento da morte.
Estando a medicina legal a serviço do direito e as conceituações jurídicas estando frequen-
temente ligadas às 37 noções temporais, compreende-se que se deva esperar da medicina
legal uma função cronodiagnóstica. Os critérios cronológicos não se limitam a classificar os
fatos em anteriores 40 ou posteriores; vão mais longe. É preciso medir o tempo que separa

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dois eventos, pois, como afirma Bertrand Russel, só podemos afirmar que conhecemos um fe-
nômeno quando somos 43 capazes de medi-lo, e o conceito de morte está intimamente ligado
ao conceito de tempo.
(MARLET, José Maria. Conceitos médico-legal e jurista de morte. (Internet: Com adaptações.))

015. (CEBRASPE/PERITO/POLÍCIA CIENTÍFICA – PE/2016) No texto CG1A01AAA, a partí-


cula “se”, em “a grandeza que se mede em minutos, horas, dias, meses ou anos” (l.30 e 31),
classifica-se como
a) parte integrante de verbo.
b) pronome reflexivo recíproco.
c) pronome apassivador.
d) palavra expletiva.
e) índice de indeterminação do sujeito.

O verbo “medir” é transitivo direto (quem “mede”, “mede” algo). Na oração subordinada adje-
tiva, o “que” é o sujeito (retoma “a grandeza”). Então temos o seguinte: “mede-se a grandeza”
(ou, na passiva analítica, “a grandeza é medida”). Por essa razão, a forma “se” é um pronome
apassivador.
Letra c.

Texto III

1 A história do grafite no Brasil iniciou-se na década de 70 do século XX, precisamente na


cidade de São Paulo, em uma época conturbada da história do Brasil, época essa 4 silenciada
pela censura resultante da chegada dos militares ao poder.
Paralelamente ao movimento que despontava em Nova 7 York, o grafite surgiu no cenário
da metrópole brasileira como uma arte transgressora, a linguagem da rua, da marginalidade,
que não pedia licença e que gritava nas paredes da cidade os 10 incômodos de uma geração.
A partir disso, a arte de grafitar se transformou em um importante veículo de comunicação
urbano, corroborando, de 13 alguma maneira, a existência de outras vozes, de outros sujeitos
históricos e ativos que participam da cidade.
É importante ressaltar que o grafite, inicialmente, foi 16 uma arte caracterizada pela autoria
anônima, por meio da qual o grafiteiro transformava a cidade em um importante suporte de
comunicação artística sem delimitação de espaço, de 19 mensagem ou de mensageiro.
Portanto, o que importava naquele momento era a arte em si e não o nome de seu autor.
Por esse motivo, os ditos 22 “cânones” são retirados de sua posição central e imperativa para
dar lugar a uma arte de todos e para todos; arte da rua, na rua e para a rua; arte da cidade, na ci-

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dade e para a cidade: o 25 grafite. Nesse sentido, a arte se funde com a vida do cidadão da me-
trópole por meio do movimento mútuo de transformação e de identificação de seus sujeitos.
(Internet: Com adaptações.)

016. (CEBRASPE/ASSISTENTE/PREF. DE SÃO PAULO – SP/2016) Assinale a opção que


apresenta um trecho do texto III que contém uma oração na voz passiva.
a) “A história do grafite no Brasil iniciou-se na década de 70 do século XX” (l.1 e 2).
b) “a arte de grafitar se transformou em um importante veículo de comunicação urbano”
(l.11 e 12).
c) “o grafite, inicialmente, foi uma arte caracterizada pela autoria anônima” (l.15 e 16).
d) “os ditos ‘cânones’ são retirados de sua posição central e imperativa” (l.21 e 22).
e) “a arte se funde com a vida do cidadão da metrópole” (l.25 e 26).

Para sabermos se uma oração está na passiva, temos de observar a forma verbal (deve ser, na
ativa, transitiva direta) e a possibilidade de reversão (passiva <para> ativa). Além disso, o su-
jeito sintático da passiva é tipicamente paciente. Em “são retirados”, na alternativa (D), temos
um verbo transitivo na ativa: retirar (quem retira, retira algo). A semântica do sujeito sintático é
paciente (os ditos cânones). Por fim, há a possibilidade de se reverter a estrutura para a ativa:
alguém retira os ditos cânones de sua posição central e imperativa.
Letra d.

Texto para a próxima questão

1 Do fenômeno que corresponde ao que C. Lévy-Strauss chama de “as variantes culturais”


resulta a ideia de que a identidade cultural é, ao mesmo tempo, estável e movediça. Ela 4 pode
até evoluir no tempo, mas ela também se reconhece nas grandes áreas civilizacionais, históri-
cas: é o que os antropólogos chamam de hipótese do “continuísmo”. Não se 7 diz que o século
XVI foi ítalo-ibérico; o XVII e o XVIII, franceses; o XIX, anglo-germânico, assim como o XX seria
norte-americano? Mas o que isso quer dizer? Trata-se ainda de 10 uma essência?
O “essencialismo” e “a busca da origem” são duas ideias falsas. A ideia segundo a qual o
indivíduo ou um grupo 13 humano funda(m) sua existência sobre uma perenidade, sobre um
substrato cultural estável, que seria o mesmo desde a origem dos tempos, sobre uma “essên-
cia”, não se sustenta. Se, 16 no entanto, existe uma identidade coletiva, esta só pode ser a que
está relacionada àquilo que é partilhado, logo, relacionado à produção de um sentido coletivo.
19 Trata-se, porém, de uma partilha instável, cujas fronteiras são imprecisas e na qual in-
tervêm influências múltiplas. É uma ilusão crer que nossa identidade repousa 22 sobre uma
entidade única, homogênea, uma essência que constituiria nosso substrato do ser: “Não existe
identidade ‘natural’ que nos seria imposta pela força das coisas. Não há 25 senão estratégias

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identitárias, racionalmente conduzidas por atores identificáveis. Nós não estamos condenados
a permanecer reféns desses sortilégios” (Bayard, 1996). 28 Infelizmente, essa ilusão — esse
sortilégio — é o que impede que se atinja a identidade plural dos seres e das comunidades e,
infelizmente, é uma ilusão em nome da qual muitos abusos 31 são cometidos.
Quanto à “busca de si”, eis outra falsa ideia igualmente perigosa. Estudiosos têm feito
pesquisas sobre esse 34 ponto. O que é a autenticidade de um indivíduo ou de um grupo? O
retorno à condição de feto para o indivíduo, à origem da espécie para o grupo? A busca pela
origem não é sempre 37 uma fantasia? Vamos nos desvencilhar dessas duas noções e esta-
belecer que “ser eu mesmo” é, primeiramente, ver-me diferente do outro; que, se há uma busca
do sujeito, isso é, 40 antes de mais nada, a busca de não ser o outro.
(CHARAUDEAU, P. Identidade linguística, identidade cultural: uma relação paradoxal. In: Lara e Limbert (orgs.).
Discurso e desigualdade social. São Paulo: Contexto, 2015. p. 17-8. Com adaptações).

017. (CEBRASPE/ANALISTA/TRE-PI/2016) Assinale a opção correta a respeito de aspectos


linguísticos do texto Identidade linguística,…
a) No último período do texto, o trecho “isso é” tem caráter explicativo e poderia ser correta-
mente substituído por isto é.
b) No primeiro período do texto, os termos “cultural”, “estável” e “movediça” exercem a mesma
função sintática, uma vez que atribuem característica ao termo “identidade” (l.3).
c) No trecho “mas ela também se reconhece nas grandes áreas civilizacionais” (l.4 e 5), a par-
tícula “se” foi empregada como pronome reflexivo.
d) A frase “Quanto à ‘busca de si’, eis outra falsa ideia igualmente perigosa” (l.32 e 33) é forma-
da por um predicado verbal cujo núcleo é “eis”.
e) No trecho “esta só pode ser a que está relacionada àquilo” (l.16 e 17), os termos “esta”, “a” e
“àquilo” classificam-se como pronomes demonstrativos.

a) Errada. A expressão “isso é” não possui caráter explicativo (o pronome “isso” é um anafórico).
b) Errada. As funções sintáticas são distintas: “cultural” é adjunto adnominal e “estável” e “mo-
vediça” são predicativos do sujeito.
c) Errada. O verbo “rever-se” é pronominal (e o “se” é parte integrante do verbo).
d) Errada. O erro está em afirmar que “eis” é uma forma verbal (na verdade, é um advérbio (se-
gundo o Houaiss, 2009) ou, em outras classificações, uma palavra denotativa).
e) Certa. Temos a classificação correta das formas destacadas (observe que o “a” pode ser
substituído por “aquela”: aquela que está relacionada àquilo).
Letra e.

Texto para a próxima questão

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1 A Internet virou de ponta-cabeça a maneira como trabalhamos, fazemos negócios e nos


relacionamos com outras pessoas e com o mundo. Eliminamos a ajuda dos carteiros para 4
entregar cartas e documentos. Também ultrapassamos a fase de marcação de data e hora
para conversar por telefone com clientes e sócios de lugares distantes. Nossas mensagens e 7
documentos agora são digitais: encaminhadas em segundos, ao clicar de uma tecla, ao toque
dos dedos ou em resposta a um comando de voz, materializam-se diante dos nossos olhos
em 10 telas, telinhas e telonas do computador, do tablet, do celular e até do relógio de pulso.
Nossos colegas de trabalho são virtuais. Trocamos 13 informações com pessoas insta-
ladas do outro lado do oceano como se estivéssemos sentados à mesma mesa, mas mal
as conhecemos. Falamos com elas línguas diferentes, em 16 horários improváveis, embora
tenhamos objetivos comuns e comemoremos juntos os resultados alcançados. Negociamos
milhões sem nunca as termos encontrado. Compramos sem 19 conhecer os produtos ao
vivo. Estamos fisicamente distantes uns dos outros, mas conectados em rede em um mundo
globalizado.
22 Só uma coisa continua a mesma: nossas mensagens ainda chegam em forma de texto,
do mesmo modo como acontecia com os antigos documentos e cartas de papel. Mudou 25 o
meio pelo qual essas mensagens desembarcam na nossa mesa de trabalho, mas a essência
permaneceu. Quase toda a comunicação e informação digital do nosso tempo acontece por
28 meio de mensagens escritas. Emails, torpedos, SMS, posts na pasta de correspondência
do Facebook, Twitter, Skype, todas essas ferramentas registram textos. Até os modernos apli-
cativos 31 de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, transmitem conversas por escrito.
Falamos pouco uns com os outros. Telefone agora serve para escrever. Quem diria, hein? 34
Nunca escrevemos tanto.
(SALVADOR, Arlete. A mensagem virtual. In: Para escrever bem no trabalho: do WhatsApp ao relatório. São Paulo:
Contexto, 2015. p. 13-4. Com adaptações.)

018. (CEBRASPE/ANALISTA/TRE-PI/2016) Com relação aos sentidos e aos aspectos lin-


guísticos do texto A mensagem virtual, assinale a opção correta.
a) Em “do mesmo modo como acontecia com os antigos documentos e cartas de papel” (l.23
e 24), o verbo acontecer é impessoal.
b) A partícula “se”, em “materializam-se” (l.9), classifica-se como pronome apassivador.
c) No primeiro e no segundo parágrafos, as formas verbais flexionadas na primeira pessoa do
plural, no modo indicativo, foram empregadas para exprimir ações realizadas no passado.
d) Na linha 2, a forma pronominal “nos” classifica-se como pronome reflexivo, exercendo a
função de complemento da forma verbal “relacionamos”.
e) Os dois-pontos empregados logo após “mesma” (l.22) introduzem trecho que exprime uma
explanação.

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a) Errada. A forma verbal “acontecia”, na acepção “ser ou tornar-se realidade no tempo e no


espaço, seja por acaso, seja como resultado de uma ação, ou como o desenvolvimento de um
processo ou a modificação de um estado de coisas, envolvendo ou afetando (algo ou alguém)”,
ocorre sempre na terceira pessoa (do singular ou do plural). No texto, podemos subentender
uma espécie de “isso acontecia”, não sendo possível classificá-lo como impessoal.
b, d) Erradas. O “se” é parte integrante do verbo (que é pronominal: materializar-se).
c) Errada. por fim, os eventos denotados pelos verbos não exprimem ações realizadas no pas-
sado (trata-se, na verdade, de um presente discursivo).
e) Certa. Afirma-se adequadamente que os dois-pontos empregados logo após “mesma” intro-
duzem trecho que exprime uma explanação (e essa explanação diz respeito ao que seja essa
“uma coisa que continua a ser a mesma”).
Letra e.

Texto para questão

1 Durante o período imperial, os Correios do Brasil foram reorganizados, dando-se início


ao processo de criação de administrações de correios nas províncias. Sob as ordens de 4 D.
Pedro II, as reformas postais instituíram o pagamento prévio de franquia unificada, lançaram
os primeiros selos postais, criaram o quadro de carteiros, as caixas postais e de coleta e o 7
serviço de distribuição domiciliária de correspondência na corte e nas províncias. Foi estabele-
cido o serviço telegráfico, e o Brasil aderiu, por tratados, aos organismos internacionais 10 de
telecomunicações recém-criados.
(Idem, ibidem.)

019. (CEBRASPE/AGENTE/CORREIOS/2011) O texto permaneceria correto se a expressão


“Foi estabelecido” (l.8) fosse substituída por
a) Estabeleceriam-se.
b) Estabelecendo.
c) Estabeleceu-se.
d) Estabeleceram-se.
e) Estabelecer-se-iam.

No trecho em análise, o sujeito da passiva é “o serviço telegráfico”. Como estamos diante de


um sujeito no singular e o tempo do verbo é o pretérito perfeito do indicativo, a passiva sinté-
tica adequada expressa esses traços: “estabeleceu-se” o serviço telegráfico (alternativa (C).
Letra c.

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Texto para questão

1 Diariamente, milhões de pessoas em todo o mundo conectam-se à Internet e mais de


doze milhões de e-mails são enviados. Isso sem se mencionar o número de negócios fecha-
dos e o 4 dinheiro movimentado. Com o advento do computador e, mais tarde, da Internet, as
informações e os grandes negócios acontecem com uma velocidade impressionante. Resul-
tado de um mundo globalizado, 7 em que a informação se transformou na moeda corrente. E,
quando o assunto é informação, ou seja, transmitir informações, nada melhor do que utilizar a
tecnologia. A cada dia, mais e mais serviços são 10 disponibilizados por empresas para que as
pessoas interessadas tenham acesso à informação de maneira rápida e eficaz.
(Internet: (com adaptações).)

020. (CEBRASPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-MT/2010) Em relação às estruturas e às ideias


do texto acima, assinale a opção correta.
a) O emprego do acento grave em “à Internet” (l.2) justifica-se pela regência de “pessoas” (l.1),
que exige emprego de preposição.
b) O trecho “mais de doze milhões de e-mails são enviados” (l.2-3) estaria gramaticalmente
correto se fosse reescrito da seguinte forma: envia-se mais de doze milhões de e-mails.
c) Altera-se a informação original do texto ao substituir-se o trecho “Resultado de um” (l.6) pelo
seguinte: Isso é resultado de um.
d) A substituição de “se transformou” (l.7) por foi transformada mantém a correção gramatical
e as informações originais do período.
e) Na linha 11, o emprego do acento grave em “à informação” justifica-se pela regência de “in-
teressadas” (l.10).

a) Errada. A preposição “a” é regida pela forma verbal “conectar-se”.


b) Errada. A concordância é no plural (concorda com o numeral “doze”): enviam-se.
c) Errada. A inserção do “Isso é” altera a cadeia coesiva texto.
d) Certa. A transformação proposta neste item uma passiva sintética (se transformou) por uma
passiva analítica (foi transformada). Essa alteração é adequada, pois há compatibilidade de
traços (pretérito perfeito do indicativo, concordância de número-pessoa e de gênero/número).
e) Errada. O erro é afirmar que o emprego do acento grave se justifica pela regência de “interes-
sadas”. Na verdade, o termo regente é “acesso”.
Letra d.

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Bruno Pilastre
Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília. É autor de obras didáticas de Língua Portuguesa
(Gramática, Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva). Pela Editora Gran Cursos, publicou o “Guia
Prático de Língua Portuguesa” e o “Guia de Redação Discursiva para Concursos”. No Gran Cursos Online,
atua na área de desenvolvimento de materiais didáticos (educação e popularização de C&T/CNPq: http://
lattes.cnpq.br/1396654209681297).

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