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Gramática
AULA ESSENCIAL 80/20
Gramática
Sumário
Bruno Pilastre
Gramática.......................................................................................................................................... 3
Professor Bruno Pilastre. . .............................................................................................................. 3
Introdução......................................................................................................................................... 3
Análise do Edital e da Banca Cebraspe....................................................................................... 3
Análise do edital do concurso para a Polícia Civil do estado da Paraíba............................ 3
Conteúdos mais Cobrados nas Últimas Provas.. ....................................................................... 5
Conteúdos Mais Avaliados – Resumo. . ........................................................................................ 7
Equivalência, Substituição, Reorganização e Transformação de Palavras ou
Trechos do Texto/Reescrita e Correção...................................................................................... 7
Classes de Palavras – Verbos..................................................................................................... 10
Classes de Palavras – Conjunções.............................................................................................. 11
Análise das Estruturas Linguísticas do Texto/Morfossintaxe do Período Simples. . .......12
Crase..................................................................................................................................................15
Morfossintaxe do Período Composto.. .......................................................................................16
Funções do “que” e do “se”............................................................................................................16
Pontuação. ........................................................................................................................................ 17
Questões de Concurso.................................................................................................................. 20
Gabarito............................................................................................................................................ 39
Gabarito Comentado.....................................................................................................................40
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GRAMÁTICA
Aula Essencial 80/20 de Língua Portuguesa – Gramática. PC/PB, Banca Cebraspe
Introdução
Nesta Aula 80/20, meu objetivo é tornar a sua preparação mais eficiente. Primeiramente,
analiso o edital que normatiza o processo seletivo para a Polícia Civil do estado da Paraíba
(PC/PB). De modo a extrair os conteúdos mais relevantes da disciplina de Língua Portuguesa
– Gramática, analiso as provas mais recentes da banca CEBRASPE, organizadora desse pro-
cesso seletivo. Dessa análise, extraio os pontos mais recorrentes, direcionando a sua prepara-
ção para o que é mais importante, indo direto ao ponto.
Apenas uma observação: esta Aula 80/20 pressupõe uma articulação com os conteúdos
abordados em meu curso de Língua Portuguesa – Gramática (aulas autossuficientes em PDF,
Gran Cursos Online). Partimos da abordagem mais ampla dos conteúdos (abarcando todos os
tópicos do edital) para, aqui, otimizarmos ao máximo sua preparação, direcionando as suas
forças para os conteúdos mais avaliados pela banca.
Vamos ao trabalho, então!
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6. Ortografia.
7. Acentuação gráfica.
9. Divisão silábica.
10. Fonética e Fonologia: som e fonema,
encontros vocálicos e consonantais e
dígrafos.
11. Morfologia: classes de palavras variáveis
3. Ortografia oficial.
e invariáveis e seus empregos no texto.
4. Acentuação gráfica.
12. Locuções verbais.
5. Emprego das classes de palavras.
14. Formação de palavras.
7. Sintaxe da oração e do período.
13. Funções do “que” e do “se”.
6. Emprego do sinal indicativo de
16. Sintaxe: relações sintático-semânticas
crase.
estabelecidas entre orações, períodos
8. Pontuação.
ou parágrafos (período simples e
9. Concordância nominal e verbal.
período composto por coordenação e
10. Regência nominal e verbal.
subordinação).
17. Concordância verbal e nominal.
18. Regência verbal e nominal.
19. Colocação pronominal.
8. Uso da crase.
20. Emprego dos sinais de pontuação e sua
função no texto.
Apesar de aparentarem ser diferentes, os conteúdos são semelhantes (apenas muda a no-
menclatura). Por essa razão, esta aula é capaz de atender a sua demanda, independentemente
do cargo escolhido.
TODOS os conteúdos elencados acima estão contemplados em meu curso de Língua Por-
tuguesa – Gramática (aulas autossuficientes em PDF, Gran Cursos Online). Como o objetivo
agora é otimizar a sua preparação, abordarei de forma objetiva e concisa os conteúdos mais
relevantes para a sua preparação – isto é, os conteúdos mais cobrados nas últimas provas.
A seguir, faço a análise de provas anteriores da banca CEBRASPE e, na sequência, apre-
sento didaticamente os conteúdos teóricos mais importantes. Por fim, trabalho as questões
essenciais, ilustrando o modo como cada um dos conteúdos é abordado pela banca.
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A minha análise fundamenta-se nos dados extraídos da nossa plataforma Gran Cursos
Questões (área “Assuntos Frequentes”):
Obs.: https://questoes.grancursosonline.com.br/
Temos então que a banca CEBRASPE, em suas provas dos anos 2019 e 2020, aplicou 1490
questões de Língua Portuguesa!
E quais foram os tópicos de Língua Portuguesa mais abordados nas provas da banca CE-
BRASPE em 2019 e 2020? A seguir, mostro o top 10 segundo a plataforma Gran Cursos Ques-
tões (com gráfico mostrando a porcentagem de incidência do conteúdo, considerando apenas
o somatório de questões do top 10):
Tabela – Top 10 dos conteúdos mais recorrentes de Língua Portuguesa nas provas da banca CEBRASPE nos
anos de 2019 e 2020
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N. de
Conteúdo Porcentagem
questões
4. Pontuação 31 8%
5. Coesão 26 6%
6. Correção 20 5%
7. Semântica 20 5%
8. Morfossintaxe do período 19 4%
Outros - 3%
Gráfico 1 – porcentagem de cada conteúdo de Língua Portuguesa cobrado nas provas da banca CEBRASPE nos
anos de 2019 e 2020
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É claro que os termos acima não dizem muito sobre como cada conteúdo é abordado. Em
“morfossintaxe do período”, por exemplo, sabemos haver questões sobre sujeito, complemen-
to, passiva analítica/sintética etc. É justamente aqui que realizo o mapeamento e o detalha-
mento de cada conteúdo/tópico, direcionando a sua aprendizagem para o que é realmente
fundamental. Após a exposição sobre os conteúdos mais relevantes, comento um conjunto
de questões de provas recentes que ilustram de maneira muito clara a abordagem da banca.
Bom, vamos direto ao ponto, então!
Professor, então nas questões de reescrita a banca pode avaliar qualquer conteúdo de
Língua Portuguesa?
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Tópicos recorrentes em questões de reescrita
Paráfrases:
(i) Foi na Amazon que o João Gabriel comprou aquela guitarra. [clivagem]
(ii) Aquela guitarra foi comprada na Amazon pelo João Gabriel. [apassivação]
(iii) O João Gabriel comprou, na Amazon, aquela guitarra. [deslocamento]
(iv) Ele a comprou lá. [pronominalização]
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Tipos de paráfrases mais recorrentes
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a) prescreve.
b) propõe.
c) destaca.
d) participa.
e) assevera.
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O que é importante para a prova: os valores semântico-discursivos dos modos e dos tem-
pos verbais, também sintetizados a seguir:
Modo Significado
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Conectores (conjunções coordenativas)
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Nas provas da banca, duas noções são fundamentais: a tipologia do sujeito (isto é, os tipos
de sujeito) e a tipologia do predicado verbal (isto é, os tipos de predicado verbal).
Sobre os tipos de sujeito, é necessário conhecer a técnica para identificá-los: pergunte ao
predicado “quem é quê [predicado]?”. Essa técnica funciona para sujeitos em posição canôni-
ca (tipo S-V) e para sujeitos em posição pós-verbal. Destaque para o fato de que a banca exige
recorrentemente a identificação de sujeitos pospostos.
Eu também destaco a indeterminação do sujeito, que ocorre de duas maneiras:
Nos predicados verbais, é preciso identificar os tipos de complemento dos verbos transiti-
vos (direto, indireto; oracional). Essa identificação pode ser feita pela fórmula:
Quando o verbo é transitivo indireto, é preciso atenção se a preposição exigida for “a”, como
em “entregou o medicamento a [alguém]”. Nesse caso, se o objeto indireto (regido pela preposi-
ção “a”) tiver como núcleo um termo determinado por artigo definido feminino, a crase ocorre:
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Nesse caso, “a paciente do leito 38” é termo feminino de natureza definida, e por isso o
artigo “a” o antecede.
Lembre-se: não ocorre crase (e a banca SEMPRE avalia esse tipo de conhecimento) quan-
do o termo introduzido pela preposição “a” é um verbo, um pronome pessoal ou qualquer forma
que não aceite artigo definido feminino (por exemplo, todo e qualquer termo masculino).
Outro ponto muito importante ligado à transitividade verbal é a transposição voz ativa<>voz
passiva. Nesse caso, APENAS verbos que selecionem objeto direto na ativa podem apassivar.
Além disso, é bom destacar que, na passiva sintética (aquela com a partícula apassivadora
“se”), o verbo flexiona de acordo com o sujeito (que tipicamente está posposto).
Na morfossintaxe do período composto, lembre-se de diferenciar as orações subordinadas
adjetivas restritivas das explicativas: estas sempre ocorrem separadas por vírgula.
Por fim, vejamos o conteúdo sobre concordância. Nos mapas mentais a seguir, você pode
observar os principais casos de concordância verbal e concordância nominal:
Casos de concordância verbal
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Casos de concordância nominal
Crase
Vejamos mais um pouco o fenômeno de crase: casos facultativos, casos proibitivos e ca-
sos obrigatórios.
CRASE: casos facultativos, casos proibitivos e casos obrigatórios
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Funções do “que” e do “se”
Pontuação
A banca avalia de duas maneiras o emprego dos sinais de pontuação:
(i) valor expressivo da pontuação (como uso das aspas); e
(ii) correção gramatical.
A pontuação de um texto é capaz de trazer diversos matizes discursivos, além de ampliar
consideravelmente a expressividade. Por exemplo, a pontuação (juntamente com o desloca-
mento) é capaz de dar destaque a certos itens da frase:
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Na frase em (b), o adjunto adverbial “com extrema dificuldade” foi deslocado de sua posi-
ção final (canônica) para o início do período. A posição inicial é mais privilegiada em termos
informacionais (o leitor presta mais atenção nesse comecinho), por isso o deslocamento é um
recurso de destaque (juntamente com a pontuação, que marca o deslocamento).
Trabalharei dois sinais, os quais são muito recorrentes em provas da banca: as aspas e
a vírgula.
O uso mais comum das aspas é o de delimitar uma citação textual. Também se utilizam
as aspas para identificar, dentro de um texto, títulos (de obras, textos, capítulos e mídias em
geral), palavras estrangeiras e metalinguagem.
Outro uso muito comum das aspas é do tipo subjetivo, em que o autor, ao adotar as aspas
em determinado texto, indica ironia, descrença, malícia, imprecisão etc. Para que a interpre-
tação do valor semântico-discursivo das aspas torne-se mais clara, sugiro realizar a leitura
global do texto. Nessa leitura, é possível depreender o “tom” adotado pelos enunciadores (e,
consequentemente, qual valor é veiculado pelo emprego das aspas).
No emprego da vírgula, importa saber o seguinte:
Casos em que o emprego da vírgula é PROIBIDO
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Casos em que o emprego da vírgula é OBRIGATÓRIO
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QUESTÕES DE CONCURSO
Texto CB1A1-I
Quem pensa que a excelência do agronegócio brasileiro se resume a soja, café e carnes
está enganado. O país está entre os cinco maiores exportadores mundiais em valor em quase
três dezenas de produtos agrícolas. O maior destaque é para os de sempre: açúcar, cereais,
soja, milho, oleaginosas e frutas cítricas. Mas o Brasil aparece no top five de exportações da
Organização para as Nações Unidas (ONU) com produtos inusitados, como pimenta, melancia,
abacaxi, mamão papaia, coco, mandioca, caju, fumo, sisal e outras fibras, por exemplo.
Os dados, de 2019, são da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO) e foram reunidos em um estudo realizado pelo Instituto Millenium em parceria com a
consultoria Octahedron Data eXperts (ODX). O objetivo do trabalho foi traçar uma radiografia
do agronegócio brasileiro para entender as razões pelas quais o setor vive anos seguidos de
prosperidade e tem caminhado na contramão dos demais, mesmo em meio à crise provocada
pela pandemia.
O comércio internacional é um dos pilares importantes para sustentar o bom desempenho
do setor, turbinado pela desvalorização do câmbio e pelos preços em alta das commodities.
A agropecuária respondeu por cerca de 45 bilhões de dólares das exportações em 2020 e, há
vários anos, tem garantido o saldo positivo da balança comercial. Quando se avaliam as ex-
portações por setores, apenas a agropecuária apresentou crescimento nas vendas externas
(6%) em comparação a 2019, mostra o estudo. Já a indústria extrativa e a de transformação
registraram queda de 2,7% e de 11,3%, respectivamente.
Essa história se repete também no produto interno bruto (PIB), a soma de todas as ri-
quezas geradas no país. Em 2020, a agropecuária foi o único setor com resultado positivo, o
que contribuiu para que os efeitos adversos da pandemia sobre a atividade não fossem ainda
maiores. O PIB do setor avançou 2% sobre o ano anterior, enquanto o da indústria recuou 3,5%
e o dos serviços, 4,5%.
(Internet: https://economia.uol.com.br. Com adaptações.)
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Eu, que nunca gostei de ler livros de guerra, ainda que, durante minha infância e juventude,
essa fosse a leitura preferida de todo mundo. De todo mundo da minha idade. E isso não sur-
preende — éramos filhos da Vitória. Filhos dos vencedores.
Em nossa família, meu avô, pai da minha mãe, morreu no front; minha avó, mãe do meu pai,
morreu de tifo; de seus três filhos, dois serviram no Exército e desapareceram nos primeiros
meses da guerra, só um voltou. Meu pai.
Não sabíamos como era o mundo sem guerra, o mundo da guerra era o único que conhecí-
amos, e as pessoas da guerra eram as únicas que conhecíamos. Até agora não conheço outro
mundo, outras pessoas. Por acaso existiram em algum momento?
A vila de minha infância depois da guerra era feminina. Das mulheres. Não me lembro de
vozes masculinas. Tanto que isso ficou comigo: quem conta a guerra são as mulheres. Cho-
ram. Cantam enquanto choram.
Na biblioteca da escola, metade dos livros era sobre a guerra. Tanto na biblioteca rural
quanto na do distrito, onde meu pai sempre ia pegar livros. Agora, tenho uma resposta, um
porquê. Como ia ser por acaso? Estávamos o tempo todo em guerra ou nos preparando para
ela. E rememorando como combatíamos. Nunca tínhamos vivido de outra forma, talvez nem
saibamos como fazer isso. Não imaginamos outro modo de viver, teremos que passar um
tempo aprendendo.
Por muito tempo fui uma pessoa dos livros: a realidade me assustava e atraía. Desse des-
conhecimento da vida surgiu uma coragem. Agora penso: se eu fosse uma pessoa mais ligada
à realidade, teria sido capaz de me lançar nesse abismo? De onde veio tudo isso: do desconhe-
cimento? Ou foi uma intuição do caminho? Pois a intuição do caminho existe…
Passei muito tempo procurando… Com que palavras seria possível transmitir o que escuto?
Procurava um gênero que respondesse à forma como vejo o mundo, como se estruturam meus
olhos, meus ouvidos.
Uma vez, veio parar em minhas mãos o livro Eu venho de uma vila em chamas. Tinha uma
forma incomum: um romance constituído a partir de vozes da própria vida, do que eu escutara
na infância, do que agora se escuta na rua, em casa, no café. É isso! O círculo se fechou. Achei
o que estava procurando. O que estava pressentindo.
(ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. [S.l.]: Companhia das Letras, 2016. p. 9-11. Com
adaptações.)
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I – “Não me lembro de vozes”, o pronome “me” fosse deslocado para logo após “lembro”:
lembro-me.
II – “Estávamos o tempo todo em guerra ou nos preparando para ela”, o pronome “nos” fos-
se deslocado para logo após “preparando”: preparando-nos.
III – “a realidade me assustava”, o pronome “me” fosse deslocado para logo após “assusta-
va”: assustava-me.
Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade;
advirto que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o con-
traste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar
os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e
o melhor da obrigação é quando, à força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si
mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa, e a hipocrisia,
que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! Que desabafo! Que liberdade! Como
a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lantejoulas, despregar-se, despintar-se,
desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há
vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há plateia. O olhar
da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte;
não digo que ele se não estenda para cá, e nos não examine e julgue; mas a nós é que não se
nos dá do exame nem do julgamento. Senhores vivos, não há nada tão incomensurável como
o desdém dos finados.
(ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ciranda Cultural, 2018. p. 49.)
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Chegando ao Brasil em 1500 com nossos descobridores, praticamente só em 1534 foi in-
troduzida a língua portuguesa com início efetivo da colonização, com o regime das capitanias
hereditárias. Conclui-se que a língua que chegou ao Brasil pertence à fase de transição entre a
arcaica e a moderna, já alicerçada literalmente.
No Brasil dessa época, encontraram os descobridores e colonizadores portugueses uma
variedade de falares indígenas, no cômputo aproximado de trezentos, hoje reduzidos a cerca
de 170, na opinião de um dos seus mais categorizados conhecedores, Aryon Dall’Igna Rodri-
gues. Grande extensão territorial da nova terra era ocupada pela família Tupi-Guarani, que apre-
sentava pouca diferenciação nas línguas que a integram.
Veio depois a contribuição das línguas africanas em suas duas principais correntes para
o Brasil: ao Norte, de procedência sudanesa, e ao Sul, de procedência banto; temos, assim, no
Norte, na Bahia, a língua nagô ou iorubá; no Sul, no Rio de Janeiro e Minas Gerais, o quimbundo.
A pouco e pouco, à medida que se ia impondo, pela cultura dos europeus, o desenvolvi-
mento e o progresso da colônia e do país independente, a língua portuguesa foi predominando
sobre a “língua geral” de base indígena e dos falares africanos, a partir da segunda metade do
século XVIII.
(BECHARA, Evanildo. Breve história externa da língua portuguesa. In: Gramática Escolar da Língua Portuguesa.
2. ed. ampl. e atual. pelo novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010. p. 690-1. Com adapta-
ções.)
1 Segundo a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei n. 13.709/2018), dados pessoais são
informações que podem identificar alguém. Dentro desse conceito, foi criada 4 uma categoria
chamada de “dado sensível”, que diz respeito a informações sobre origem racial ou étnica, con-
vicções religiosas, opiniões políticas, saúde ou vida sexual. Registros 7 como esses, a partir da
vigência da lei, passam a ter nível maior de proteção, para evitar formas de discriminação. To-
das as atividades realizadas no país e todas as pessoas que estão no 10 Brasil estão sujeitas à
lei. A norma vale para coletas operadas em outro país, desde que estejam relacionadas a bens
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1 Na década de 1960, o mundo passou por um aumento populacional inédito devido à brus-
ca queda na taxa de mortalidade, o que gerou preocupações sobre a capacidade dos 4 países
em produzir comida para todos. A solução encontrada foi desenvolver tecnologia e métodos
que aumentassem a produção.
7 Em 1981, o indiano ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Amartya Sen, em seu livro
Pobreza e Fomes, identificou a existência de populações com fome mesmo em 10 países que
não convivem com problemas de abastecimento. O economista indiano traçou então, pela pri-
meira vez, uma relação causal entre fome e questões sociais como pobreza e 13 concentração
de renda. Tirou, assim, o foco de aspectos técnicos e mudou o tom do debate internacional
sobre a questão e as políticas públicas a serem tomadas a partir daí.
16 As últimas décadas foram de grande evolução no combate à fome em escala global.
Nos últimos 25 anos, 7,7% da população mundial superou o problema, o que representa 19 216
milhões de pessoas. É como se mais que toda a população brasileira saísse da subnutrição
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em menos de três décadas. Contudo, 10,8% do mundo ainda vive sem acesso a uma dieta 22
que forneça o mínimo de calorias e nutrientes necessários para uma vida saudável, e 21 mil
pessoas morrem diariamente por fome ou problemas derivados dela.
25 Um estudo publicado em 2016 pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Ali-
mentação e a Agricultura) mostra que a produção mundial de alimentos é 28 suficiente para
atender a demanda das 7,3 bilhões de pessoas que habitam a Terra. Apesar disso, aproximada-
mente uma em cada nove dessas pessoas ainda vive a realidade da fome. A 31 pesquisa põe
em xeque toda a política internacional de combate à subnutrição crônica colocada em prática
nas últimas décadas. Em vez de crescimento da produção e ajudas momentâneas, 34 surge
agora como caminho uma abordagem territorial que valorize e potencialize a produção local.
Embora os números absolutos estejam caindo, o tema 37 ainda é um dos mais delicados
da agenda internacional. Um exemplo da extensão do problema está na declaração dada em
2017 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância 40 (UNICEF), segundo a qual 1,4 milhão
de crianças, de quatro diferentes países da África — Nigéria, Somália, Iêmen e Sudão do Sul
—, corre risco iminente de morrer de fome. A questão 43 é tão antiga quanto complexa, e se
conecta intrinsecamente com a estrutura política e econômica sobre a qual o sistema interna-
cional está construído. Concentração da renda e da 46 produção, falta de vontade política e até
mesmo desinformação e consolidação de uma cultura alimentar pouco nutritiva são fatores
que compõem o cenário da fome e da desnutrição no 49 planeta.
(Internet: Com adaptações.)
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Hoje, a sustentabilidade é um imperativo para o sucesso das empresas, que precisam cada
vez mais entregar ao 13 cliente valor agregado e estilo de vida, e não somente mercadorias. A
preocupação com o meio ambiente converte-se, portanto, em vantagem competitiva, notada-
mente em mercados 16 cada vez mais exigentes e desafiadores. Isso amplia a perenidade da
marca, em virtude do fortalecimento de sua reputação e credibilidade.
19 Para o desenvolvimento sustentável, os negócios devem estar amparados em boas
práticas de governança, com benefícios sociais e ambientais. Essa metodologia influencia os
22 ganhos econômicos, a competitividade e o sucesso das organizações. Qual é o motivo de a
sustentabilidade ser tão 25 importante para a economia? A população cresce em número e em
capacidade de consumo; com isso, a demanda pela utilização de recursos naturais recrudesce
de forma quase 28 insustentável. A utilização de matrizes não renováveis tende ao esgota-
mento e à poluição progressiva do meio ambiente. Para quebrar esse paradigma, mobilizam-se
conceitos econômicos 31 que propõem um novo modo de gestão da sociedade, como a eco-
nomia circular e a bioeconomia.
A bioeconomia está ligada à melhoria de nosso 34 desenvolvimento e à busca por novas
tecnologias que priorizem a qualidade de vida da sociedade e do meio ambiente em seu eixo
de elaboração. Ela, agora, reúne todos os setores 37 da economia que utilizam recursos bioló-
gicos. Assim, a bioeconomia surgiu para possibilitar soluções eficazes e coerentes para os pro-
blemas socioambientais contemporâneos: 40 mudanças climáticas, crise econômica mundial,
substituição do uso de energias fósseis, saúde, qualidade de vida da população, entre outros.
43 O objetivo é criar uma economia inovadora com baixas emissões de poluentes, que
concilie as exigências para a agricultura sustentável e a pesca, a segurança alimentar e o 46
uso sustentável dos recursos biológicos renováveis para fins industriais, e que assegure, ao
mesmo tempo, a biodiversidade e a proteção ambiental. A bioeconomia contempla não ape-
nas 49 setores tradicionais como agricultura, silvicultura e pesca, mas também setores como
as biotecnologias e bioenergias. Ao que tudo indica, o futuro será definitivamente bio.
(CHIAPETTA, Marina Santos. Internet: (com adaptações).)
007. (CEBRASPE/ANALISTA/MPC-PA /2019) Cada uma das opções a seguir apresenta uma
proposta de reescrita para o seguinte segmento do texto CG1A1-I: “A bioeconomia está ligada
à melhoria de nosso desenvolvimento e à busca por novas tecnologias” (l.33 e 34) Assinale a
opção em que a reescrita apresentada mantém a correção gramatical do texto.
a) A bioeconomia está ligada a melhoria de nosso desenvolvimento e à buscas por novas
tecnologias
b) A bioeconomia está ligada à melhorias de nosso desenvolvimento e a busca por novas
tecnologias
c) A bioeconomia está ligada a melhorias de nosso desenvolvimento e buscas por novas
tecnologias
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1 O Tocantins dá abrigo à mais completa floresta fossilizada do mundo, que viveu no Perí-
odo Permiano, em uma época anterior à dos dinossauros. No final desse período, o 4 planeta
assistiu à maior extinção em massa da fauna e da flora de sua existência.
Os fósseis da floresta foram preservados graças à 7 presença de sílica no ambiente, que
se infiltrou nas plantas e conservou seus formatos, por meio do processo de permineralização
celular. A infiltração e a impregnação de 10 sílica nas células e nos espaços intercelulares for-
maram uma matriz inorgânica que sustentou os tecidos das plantas, preservando-os. A origem
do agente da permineralização 13 silicosa ainda permanece obscura.
O alto índice de samambaias indica que a região central do Tocantins era, então, uma pla-
nície costeira com farto 16 sistema hídrico sob um clima tropical. E o ambiente? Há dúvidas
quanto à sua caracterização, isto é, se era amazônico ou parecido com o do cerrado.
(Internet: Com adaptações.)
1 Desde que a urna eletrônica foi adotada em todo o território brasileiro, votar passou a ser
uma atividade relativamente simples. Diante da urna, o eleitor pode seguir 4 quatro caminhos
diferentes. É possível deixar o voto em branco; para isso, basta apertar a tecla branca. A segun-
da opção é digitar um número que não corresponda a nenhum dos 7 candidatos ou partidos e,
com isso, anular o voto. A terceira opção é digitar o número de um partido e votar “na legenda”.
Por fim, é possível escolher um candidato específico 10 digitando-se o seu número.
Até meados da década de 90 do século XX, ainda na era da cédula de papel, a apuração
geralmente era feita em 13 ginásios esportivos e durava muitos dias. As pessoas que tiveram
a oportunidade de ver uma dessas apurações devem se lembrar das fases da contagem de
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votos. Inicialmente, os votos 16 em branco eram carimbados para evitar que eles fossem pre-
enchidos de maneira fraudulenta durante o cômputo. Os votos nulos eram separados em uma
pilha específica. Depois de 19 contados os votos, os boletins de cada urna eram preenchidos,
enviados para níveis superiores de apuração e totalizados. Hoje os poderosos computadores
da justiça eleitoral em Brasília são 22 capazes de proclamar, em poucas horas, quais foram,
entre os milhares de candidatos, os eleitos.
(NICOLAU, Jairo. Representantes de quem? Os (des)caminhos do seu voto da urna à Câmara dos Deputados. Rio
de Janeiro: Zahar, 2017. p. 21-3. Com adaptações.)
1 Uma vez declarada, a ilicitude de algumas relações entre empresas e poder público e par-
tidos políticos, ao contrário do que se diz, certamente diminuirá o fluxo de 4 dinheiro clandesti-
no. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou inclusive a possibilidade de que
empresas possam doar a partidos em anos não eleitorais enquadra-se em 7 um esforço sane-
ador cujo efeito imediato será obrigar as legendas e seus candidatos a buscar recursos legais.
Esse novo cenário levou os críticos da decisão do STF 10 a argumentar também que, agora,
somente os candidatos mais conhecidos terão visibilidade eleitoral, inviabilizando-se a cons-
trução de candidaturas de gente comum. Mais uma vez, 13 trata-se de uma falácia: desde
sempre, figuras notórias puxam votos, sem que isso represente prejuízo irremediável para a
democracia ou impeça a renovação da representação popular.
16 O grande prejuízo se dá quando os partidos se viciam em dinheiro farto, transforman-
do as campanhas eleitorais em espetáculos dirigidos por “marqueteiros” que hoje são, na 19
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prática, os responsáveis por formular o programa dos candidatos. Assim, não será surpresa
se, para substituir a fartura das “doações” empresariais, os partidos pleitearem 22 ainda mais
dinheiro do Fundo Partidário e a ampliação da propaganda eleitoral dita “gratuita”, que de gra-
tuita não tem nada, pois é financiada por meio de renúncia fiscal. Em ambos 25 os casos, o
contribuinte banca as despesas de partidos com os quais não tem necessariamente alguma
afinidade.
(Pelo fim do doping eleitoral. In: O Estado de S.Paulo, out./2015. Internet: (com adaptações).)
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O censo, usado até hoje em muitos países, foi criado pelos romanos para decidir quanto
deveriam cobrar de cada província. Os cálculos eram feitos com base no número de 34 pes-
soas. Até hoje, a capacidade de cobrar impostos é diretamente proporcional à quantidade e à
qualidade de informações disponíveis sobre os contribuintes.
(Internet: Com adaptações.)
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e) No trecho “esta só pode ser a que está relacionada àquilo” (l.16 e 17), os termos “esta”, “a” e
“àquilo” classificam-se como pronomes demonstrativos.
Texto para a próxima questão
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e) Os dois-pontos empregados logo após “mesma” (l.22) introduzem trecho que exprime uma
explanação.
Texto para questão
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c) Altera-se a informação original do texto ao substituir-se o trecho “Resultado de um” (l.6) pelo
seguinte: Isso é resultado de um.
d) A substituição de “se transformou” (l.7) por foi transformada mantém a correção gramatical
e as informações originais do período.
e) Na linha 11, o emprego do acento grave em “à informação” justifica-se pela regência de “in-
teressadas” (l.10).
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GABARITO
1. a
2. d
3. d
4. e
5. a
6. a
7. c
8. d
9. c
10. b
11. a
12. c
13. c
14. e
15. c
16. d
17. e
18. e
19. c
20. d
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GABARITO COMENTADO
Texto CB1A1-I
Quem pensa que a excelência do agronegócio brasileiro se resume a soja, café e carnes
está enganado. O país está entre os cinco maiores exportadores mundiais em valor em quase
três dezenas de produtos agrícolas. O maior destaque é para os de sempre: açúcar, cereais,
soja, milho, oleaginosas e frutas cítricas. Mas o Brasil aparece no top five de exportações da
Organização para as Nações Unidas (ONU) com produtos inusitados, como pimenta, melancia,
abacaxi, mamão papaia, coco, mandioca, caju, fumo, sisal e outras fibras, por exemplo.
Os dados, de 2019, são da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO) e foram reunidos em um estudo realizado pelo Instituto Millenium em parceria com a
consultoria Octahedron Data eXperts (ODX). O objetivo do trabalho foi traçar uma radiografia
do agronegócio brasileiro para entender as razões pelas quais o setor vive anos seguidos de
prosperidade e tem caminhado na contramão dos demais, mesmo em meio à crise provocada
pela pandemia.
O comércio internacional é um dos pilares importantes para sustentar o bom desempenho
do setor, turbinado pela desvalorização do câmbio e pelos preços em alta das commodities.
A agropecuária respondeu por cerca de 45 bilhões de dólares das exportações em 2020 e, há
vários anos, tem garantido o saldo positivo da balança comercial. Quando se avaliam as ex-
portações por setores, apenas a agropecuária apresentou crescimento nas vendas externas
(6%) em comparação a 2019, mostra o estudo. Já a indústria extrativa e a de transformação
registraram queda de 2,7% e de 11,3%, respectivamente.
Essa história se repete também no produto interno bruto (PIB), a soma de todas as ri-
quezas geradas no país. Em 2020, a agropecuária foi o único setor com resultado positivo, o
que contribuiu para que os efeitos adversos da pandemia sobre a atividade não fossem ainda
maiores. O PIB do setor avançou 2% sobre o ano anterior, enquanto o da indústria recuou 3,5%
e o dos serviços, 4,5%.
(Internet: https://economia.uol.com.br. Com adaptações.)
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O trecho original é este: “A agropecuária respondeu por cerca de 45 bilhões de dólares das
exportações em 2020 e, há vários anos, tem garantido o saldo positivo da balança comercial.”
A forma “há” denota tempo decorrido. A forma verbal equivalente é “faz”, a qual também pode
denotar tempo decorrido. Em termos de concordância, o verbo “fazer” com sentido de tempo
decorrido é impessoal (sempre flexionado na terceira pessoa do singular).
Letra a.
Texto 1A1-I
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Uma vez, veio parar em minhas mãos o livro Eu venho de uma vila em chamas. Tinha uma
forma incomum: um romance constituído a partir de vozes da própria vida, do que eu escutara
na infância, do que agora se escuta na rua, em casa, no café. É isso! O círculo se fechou. Achei
o que estava procurando. O que estava pressentindo.
(ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. [S.l.]: Companhia das Letras, 2016. p. 9-11. Com
adaptações.)
Em (I), a próclise é obrigatória (porque há fator de atração, o “não”), e por isso a afirmativa está
errada. Em (II), a ênclise é permitida (não há fator de atração). Em (III), por fim, a ênclise tam-
bém é permitida (com sujeito manifesto). Por essa razão, a alternativa (D) está correta.
Letra d.
Texto 15A2-II
Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade;
advirto que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o con-
traste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar
os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e
o melhor da obrigação é quando, à força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si
mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa, e a hipocrisia,
que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! Que desabafo! Que liberdade! Como
a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lantejoulas, despregar-se, despintar-se,
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desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há
vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há plateia. O olhar
da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte;
não digo que ele se não estenda para cá, e nos não examine e julgue; mas a nós é que não se
nos dá do exame nem do julgamento. Senhores vivos, não há nada tão incomensurável como
o desdém dos finados.
(ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ciranda Cultural, 2018. p. 49.)
Para saber o sujeito da forma verbal “obrigam”, devemos perguntar: “o que/quem é que obri-
gam?” A resposta será o sintagma “o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das
cobiças”, cujos núcleos são os termos “olhar”, “contraste” e “luta”. Assim, a alternativa corre-
ta é a (D).
Letra d.
Texto 5A1-III
Chegando ao Brasil em 1500 com nossos descobridores, praticamente só em 1534 foi in-
troduzida a língua portuguesa com início efetivo da colonização, com o regime das capitanias
hereditárias. Conclui-se que a língua que chegou ao Brasil pertence à fase de transição entre a
arcaica e a moderna, já alicerçada literalmente.
No Brasil dessa época, encontraram os descobridores e colonizadores portugueses uma
variedade de falares indígenas, no cômputo aproximado de trezentos, hoje reduzidos a cerca
de 170, na opinião de um dos seus mais categorizados conhecedores, Aryon Dall’Igna Rodri-
gues. Grande extensão territorial da nova terra era ocupada pela família Tupi-Guarani, que apre-
sentava pouca diferenciação nas línguas que a integram.
Veio depois a contribuição das línguas africanas em suas duas principais correntes para
o Brasil: ao Norte, de procedência sudanesa, e ao Sul, de procedência banto; temos, assim, no
Norte, na Bahia, a língua nagô ou iorubá; no Sul, no Rio de Janeiro e Minas Gerais, o quimbundo.
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A pouco e pouco, à medida que se ia impondo, pela cultura dos europeus, o desenvolvi-
mento e o progresso da colônia e do país independente, a língua portuguesa foi predominando
sobre a “língua geral” de base indígena e dos falares africanos, a partir da segunda metade do
século XVIII.
(BECHARA, Evanildo. Breve história externa da língua portuguesa. In: Gramática Escolar da Língua Portuguesa.
2. ed. ampl. e atual. pelo novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010. p. 690-1. Com adapta-
ções.)
Estamos diante de uma questão sobre o uso das aspas (pontuação). No texto, as aspas são
utilizadas para dar destaque à expressão “língua geral”. Assim, não há que se falar em adoção
de aspas para apresentar um neologismo, exprimir ironia sobre as línguas indígenas e africa-
nas, mostrar que a expressão é uma citação ou indicar que a expressão é um arcaísmo.
Letra e.
Texto CG1A1-II
1 Segundo a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei n. 13.709/2018), dados pessoais são
informações que podem identificar alguém. Dentro desse conceito, foi criada 4 uma categoria
chamada de “dado sensível”, que diz respeito a informações sobre origem racial ou étnica, con-
vicções religiosas, opiniões políticas, saúde ou vida sexual. Registros 7 como esses, a partir da
vigência da lei, passam a ter nível maior de proteção, para evitar formas de discriminação. To-
das as atividades realizadas no país e todas as pessoas que estão no 10 Brasil estão sujeitas à
lei. A norma vale para coletas operadas em outro país, desde que estejam relacionadas a bens
ou serviços ofertados a brasileiros. Mas há exceções, como a 13 obtenção de informações
pelo Estado para a segurança pública.
Ao coletar um dado, as empresas deverão informar a finalidade da coleta. Se o usuário
aceitar repassar suas 16 informações, o que pode acontecer, por exemplo, quando ele concor-
da com termos e condições de um aplicativo, as companhias passam a ter o direito de tratar os
dados 19 (respeitada a finalidade específica), desde que em conformidade com a legislação.
A lei prevê uma série de obrigações, como a garantia da segurança das informações e a 22
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No trecho em análise, a forma verbal “há” está empregada em sentido existencial. Como se
sabe, nessa acepção o verbo “haver” é impessoal (sempre flexionado na terceira pessoa do
singular) e pode ser substituído por “existir”. No entanto, quando utilizamos o verbo “existir”,
devemos notar a necessidade de se realizar a concordância (porque esse verbo é pessoal).
Assim, a forma “existir” deve ser flexionada no plural, de modo a concordar com “exceções”:
“Mas existem exceções”.
Letra a.
Texto CG2A1-I
1 Na década de 1960, o mundo passou por um aumento populacional inédito devido à brus-
ca queda na taxa de mortalidade, o que gerou preocupações sobre a capacidade dos 4 países
em produzir comida para todos. A solução encontrada foi desenvolver tecnologia e métodos
que aumentassem a produção.
7 Em 1981, o indiano ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Amartya Sen, em seu livro
Pobreza e Fomes, identificou a existência de populações com fome mesmo em 10 países que
não convivem com problemas de abastecimento. O economista indiano traçou então, pela pri-
meira vez, uma relação causal entre fome e questões sociais como pobreza e 13 concentração
de renda. Tirou, assim, o foco de aspectos técnicos e mudou o tom do debate internacional
sobre a questão e as políticas públicas a serem tomadas a partir daí.
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Como sabemos, a crase ocorre com a junção da preposição(a) e do artigo definido femi-
nino (a(s)).
a) Certa. O verbo “atender” possui dupla regência (transitiva direta ou transitiva indireta) – e por
isso a crase pode ser aplicada, pois o artigo está lá. Assim, a construção “atender à demanda”
considera a regência transitiva indireta do verbo “atender”.
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Texto CG1A1-I
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(CHIAPETTA, Marina Santos. Internet: (com adaptações).)
007. (CEBRASPE/ANALISTA/MPC-PA /2019) Cada uma das opções a seguir apresenta uma
proposta de reescrita para o seguinte segmento do texto CG1A1-I: “A bioeconomia está ligada
à melhoria de nosso desenvolvimento e à busca por novas tecnologias” (l.33 e 34) Assinale a
opção em que a reescrita apresentada mantém a correção gramatical do texto.
a) A bioeconomia está ligada a melhoria de nosso desenvolvimento e à buscas por novas
tecnologias
b) A bioeconomia está ligada à melhorias de nosso desenvolvimento e a busca por novas
tecnologias
c) A bioeconomia está ligada a melhorias de nosso desenvolvimento e buscas por novas
tecnologias
d) A bioeconomia está ligada à melhorias de nosso desenvolvimento e à buscas por novas
tecnologias
e) A bioeconomia está ligada à uma melhoria de nosso desenvolvimento e busca por novas
tecnologias
Em (C), a correção está mantida, tendo em vista ser possível expressar apenas uma preposi-
ção em uma sequência coordenada. Nessa reescrita, os artigos foram suprimidos (no par co-
ordenado). Nas demais alternativas, há falha de paralelismo (ou porque a primeira preposição
não foi expressa, ou porque o artigo não está expresso).
Letra c.
Texto CG1A1BBB
1 O Tocantins dá abrigo à mais completa floresta fossilizada do mundo, que viveu no Perí-
odo Permiano, em uma época anterior à dos dinossauros. No final desse período, o 4 planeta
assistiu à maior extinção em massa da fauna e da flora de sua existência.
Os fósseis da floresta foram preservados graças à 7 presença de sílica no ambiente, que
se infiltrou nas plantas e conservou seus formatos, por meio do processo de permineralização
celular. A infiltração e a impregnação de 10 sílica nas células e nos espaços intercelulares for-
maram uma matriz inorgânica que sustentou os tecidos das plantas, preservando-os. A origem
do agente da permineralização 13 silicosa ainda permanece obscura.
O alto índice de samambaias indica que a região central do Tocantins era, então, uma pla-
nície costeira com farto 16 sistema hídrico sob um clima tropical. E o ambiente? Há dúvidas
quanto à sua caracterização, isto é, se era amazônico ou parecido com o do cerrado.
(Internet: Com adaptações.)
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O emprego ocorre em razão da forma nominal “anterior”, a qual rege preposição “a” (anterior a
algo). Como há artigo definido diante do termo elíptico “época”, a crase ocorre: “em uma época
anterior à época dos dinossauros”.
Letra d.
Texto CG1A2AAA
1 Desde que a urna eletrônica foi adotada em todo o território brasileiro, votar passou a ser
uma atividade relativamente simples. Diante da urna, o eleitor pode seguir 4 quatro caminhos
diferentes. É possível deixar o voto em branco; para isso, basta apertar a tecla branca. A segun-
da opção é digitar um número que não corresponda a nenhum dos 7 candidatos ou partidos e,
com isso, anular o voto. A terceira opção é digitar o número de um partido e votar “na legenda”.
Por fim, é possível escolher um candidato específico 10 digitando-se o seu número.
Até meados da década de 90 do século XX, ainda na era da cédula de papel, a apuração
geralmente era feita em 13 ginásios esportivos e durava muitos dias. As pessoas que tiveram
a oportunidade de ver uma dessas apurações devem se lembrar das fases da contagem de
votos. Inicialmente, os votos 16 em branco eram carimbados para evitar que eles fossem pre-
enchidos de maneira fraudulenta durante o cômputo. Os votos nulos eram separados em uma
pilha específica. Depois de 19 contados os votos, os boletins de cada urna eram preenchidos,
enviados para níveis superiores de apuração e totalizados. Hoje os poderosos computadores
da justiça eleitoral em Brasília são 22 capazes de proclamar, em poucas horas, quais foram,
entre os milhares de candidatos, os eleitos.
(NICOLAU, Jairo. Representantes de quem? Os (des)caminhos do seu voto da urna à Câmara dos Deputados. Rio
de Janeiro: Zahar, 2017. p. 21-3. Com adaptações.)
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1 Uma vez declarada, a ilicitude de algumas relações entre empresas e poder público e par-
tidos políticos, ao contrário do que se diz, certamente diminuirá o fluxo de 4 dinheiro clandesti-
no. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou inclusive a possibilidade de que
empresas possam doar a partidos em anos não eleitorais enquadra-se em 7 um esforço sane-
ador cujo efeito imediato será obrigar as legendas e seus candidatos a buscar recursos legais.
Esse novo cenário levou os críticos da decisão do STF 10 a argumentar também que, agora,
somente os candidatos mais conhecidos terão visibilidade eleitoral, inviabilizando-se a cons-
trução de candidaturas de gente comum. Mais uma vez, 13 trata-se de uma falácia: desde
sempre, figuras notórias puxam votos, sem que isso represente prejuízo irremediável para a
democracia ou impeça a renovação da representação popular.
16 O grande prejuízo se dá quando os partidos se viciam em dinheiro farto, transforman-
do as campanhas eleitorais em espetáculos dirigidos por “marqueteiros” que hoje são, na 19
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prática, os responsáveis por formular o programa dos candidatos. Assim, não será surpresa
se, para substituir a fartura das “doações” empresariais, os partidos pleitearem 22 ainda mais
dinheiro do Fundo Partidário e a ampliação da propaganda eleitoral dita “gratuita”, que de gra-
tuita não tem nada, pois é financiada por meio de renúncia fiscal. Em ambos 25 os casos, o
contribuinte banca as despesas de partidos com os quais não tem necessariamente alguma
afinidade.
(Pelo fim do doping eleitoral. In: O Estado de S.Paulo, out./2015. Internet: (com adaptações).)
Texto 1A1-II
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nia” (do latim pecus, que significa rebanho de gado, ou peculium, relativo a gado miúdo, como
ovelha ou cabrito).
13 As primeiras moedas, peças que representavam valores, geralmente em metal, surgi-
ram na Lídia (atual Turquia), no século VII a.C. As características que se desejava 16 ressaltar
eram gravadas nas peças por meio da pancada de um objeto pesado (martelo), em primitivos
cunhos. Foi o surgimento da cunhagem a martelo, na qual os signos 19 monetários eram valo-
rizados também pela nobreza dos metais empregados, como o ouro e a prata. Embora a evo-
lução dos tempos tenha levado à substituição do ouro e da prata por 22 metais menos raros
ou suas ligas, preservou-se, com o passar dos séculos, a associação dos atributos de beleza e
expressão cultural ao valor monetário das moedas, que quase sempre, na 25 atualidade, apre-
sentam figuras representativas da história, da cultura, das riquezas e do poder das sociedades.
A necessidade de guardar as moedas em segurança fez 28 surgirem os bancos. Os nego-
ciantes de ouro e prata, por terem cofres e guardas a seu serviço, passaram a aceitar a res-
ponsabilidade de cuidar do dinheiro de seus clientes e a dar 31 recibos escritos das quantias
guardadas. Esses recibos passaram, com o tempo, a servir como meio de pagamento por seus
possuidores, por serem mais seguros de portar do que o 34 dinheiro vivo. Assim surgiram as
primeiras cédulas de papel moeda, ou cédulas de banco, ao mesmo tempo em que a guarda
dos valores em espécie dava origem a instituições bancárias.
(Internet: Com adaptações.)
A forma “preservou-se” constitui uma passiva sintética cujo sujeito é “a associação dos atri-
butos de beleza e expressão cultural”. Em uma passiva analítica (auxiliar + particípio), deve-se
preservar os traços de modo-tempo e número-pessoa (além da concordância nominal no parti-
cípio passivo): “a associação dos atributos […] foi preservada”. Essa é a proposta da alternativa
(A), correta.
Letra a.
Texto 1A1-I
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a) Errada. Temos um problema que já elimina essa alternativa: a colocação pronominal deveria
ser a próclise.
b) Errada. Há um problema de se registrar o plural (o sujeito é explícito, no singular).
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c) Certa. A substituição da oração “que produziam” pela forma nominal “produzidos” está cor-
reta (note a concordância com “alimentos”).
d) Errada. Temos originalmente uma estrutura impessoal, a qual não é compatível com a rees-
crita com o “se”.
e) Errada. Em razão de o sujeito ser singular (a conquista).
Letra c.
Texto CG1A1-I
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Texto 10A1CCC
Esse Povo maldito
1 Ausentei-me da Cidade
porque esse Povo maldito
me pôs em guerra com todos
4 e aqui vivo em paz comigo.
Aqui os dias me não passam
porque o tempo fugitivo,
7 por ver minha solidão,
para em meio do caminho.
Graças a Deus, que não vejo
10 neste tão doce retiro
hipócritas embusteiros,
velhacos entremetidos.
13 Não me entram nesta palhoça
visitadores prolixos,
políticos enfadonhos,
16 cerimoniosos vadios.
(GUERRA, Gregório de Matos. Obras Completas. Salvador, BA: Janaína, 1968. v. 1, p. 170. Org.: James Amado.
Com adaptações.)
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As funções sintáticas são estas: “neste tão doce retiro” é adjunto adverbial de lugar (o verbo é
“vejo” (transitivo direto) e o complemento direto é “hipócritas embusteiros”) e “nesta palhoça”
também é adjunto adverbial de lugar (relacionado ao verbo “entrar”).
Letra e.
Texto CG1A01AAA
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dois eventos, pois, como afirma Bertrand Russel, só podemos afirmar que conhecemos um fe-
nômeno quando somos 43 capazes de medi-lo, e o conceito de morte está intimamente ligado
ao conceito de tempo.
(MARLET, José Maria. Conceitos médico-legal e jurista de morte. (Internet: Com adaptações.))
O verbo “medir” é transitivo direto (quem “mede”, “mede” algo). Na oração subordinada adje-
tiva, o “que” é o sujeito (retoma “a grandeza”). Então temos o seguinte: “mede-se a grandeza”
(ou, na passiva analítica, “a grandeza é medida”). Por essa razão, a forma “se” é um pronome
apassivador.
Letra c.
Texto III
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dade e para a cidade: o 25 grafite. Nesse sentido, a arte se funde com a vida do cidadão da me-
trópole por meio do movimento mútuo de transformação e de identificação de seus sujeitos.
(Internet: Com adaptações.)
Para sabermos se uma oração está na passiva, temos de observar a forma verbal (deve ser, na
ativa, transitiva direta) e a possibilidade de reversão (passiva <para> ativa). Além disso, o su-
jeito sintático da passiva é tipicamente paciente. Em “são retirados”, na alternativa (D), temos
um verbo transitivo na ativa: retirar (quem retira, retira algo). A semântica do sujeito sintático é
paciente (os ditos cânones). Por fim, há a possibilidade de se reverter a estrutura para a ativa:
alguém retira os ditos cânones de sua posição central e imperativa.
Letra d.
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identitárias, racionalmente conduzidas por atores identificáveis. Nós não estamos condenados
a permanecer reféns desses sortilégios” (Bayard, 1996). 28 Infelizmente, essa ilusão — esse
sortilégio — é o que impede que se atinja a identidade plural dos seres e das comunidades e,
infelizmente, é uma ilusão em nome da qual muitos abusos 31 são cometidos.
Quanto à “busca de si”, eis outra falsa ideia igualmente perigosa. Estudiosos têm feito
pesquisas sobre esse 34 ponto. O que é a autenticidade de um indivíduo ou de um grupo? O
retorno à condição de feto para o indivíduo, à origem da espécie para o grupo? A busca pela
origem não é sempre 37 uma fantasia? Vamos nos desvencilhar dessas duas noções e esta-
belecer que “ser eu mesmo” é, primeiramente, ver-me diferente do outro; que, se há uma busca
do sujeito, isso é, 40 antes de mais nada, a busca de não ser o outro.
(CHARAUDEAU, P. Identidade linguística, identidade cultural: uma relação paradoxal. In: Lara e Limbert (orgs.).
Discurso e desigualdade social. São Paulo: Contexto, 2015. p. 17-8. Com adaptações).
a) Errada. A expressão “isso é” não possui caráter explicativo (o pronome “isso” é um anafórico).
b) Errada. As funções sintáticas são distintas: “cultural” é adjunto adnominal e “estável” e “mo-
vediça” são predicativos do sujeito.
c) Errada. O verbo “rever-se” é pronominal (e o “se” é parte integrante do verbo).
d) Errada. O erro está em afirmar que “eis” é uma forma verbal (na verdade, é um advérbio (se-
gundo o Houaiss, 2009) ou, em outras classificações, uma palavra denotativa).
e) Certa. Temos a classificação correta das formas destacadas (observe que o “a” pode ser
substituído por “aquela”: aquela que está relacionada àquilo).
Letra e.
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Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília. É autor de obras didáticas de Língua Portuguesa
(Gramática, Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva). Pela Editora Gran Cursos, publicou o “Guia
Prático de Língua Portuguesa” e o “Guia de Redação Discursiva para Concursos”. No Gran Cursos Online,
atua na área de desenvolvimento de materiais didáticos (educação e popularização de C&T/CNPq: http://
lattes.cnpq.br/1396654209681297).