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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ


CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
PROGRAMA DE POS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
MESTRADO PROFISSIONAL

WEDELL JACKSON DE CALDAS MONTEIRO

A CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO A PARTIR DO ATLAS


ESCOLAR DO MUNICÍPIO DE PATOS-PB: UMA PROPOSTA DE MEDIAÇÃO
PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

Caicó – RN
2020
Relatório acompanhado do material textual para defesa
apresentado ao Programa de Pós-Graduação em
Geografia – Mestrado Profissional (GEOPROF) do
Centro de Ensino Superior do Seridó e Centro de
Ciências Humanas, Letras e Artes, da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial
para obtenção do título de mestre em Geografia.

Orientador: Prof. Dr. Saulo Roberto de Oliveira Vital.


Área de concentração: Ensino de Geografia.
Linha de pesquisa: Saberes geográficos no espaço escolar.

Caicó – RN
2020
Dedico esta obra a todos os docentes,
discentes, à sociedade patoense e aos
apreciadores de uma boa leitura, que têm, em
seu anseio, o prazer de conhecer melhor os
diversos aspectos que relacionam o município
de Patos-PB.
AGRADECIMENTOS

É com imensa satisfação e alegria que venho expressar essas palavras de


agradecimentos. Olhar para trás e ver o caminho que trilhei, as dificuldades que superei, os
dias e as noites que fiquei atenciosamente dedicado às minhas leituras e escritas me
emocionam e dão significado à minha vida até aqui.
Durante esse período, eu vivi diversos momentos especiais, mas também muitos
momentos difíceis e até mesmo sentimento de insegurança. Porém, superei desafios, alcancei
sonhos, desejos e colecionei momentos inesquecíveis, experiências que me ajudaram a crescer
como ser humano e profissional. Conheci também pessoas maravilhosas que contribuíram
para meu crescimento e me fizeram enxergar um horizonte de muita luz e esperança.
O meu primeiro agradecimento vai a Deus todo-poderoso, pelo dom da vida e por todo
discernimento concedido durantes esse período de estudos, que muito contribuiu para a
realização desse meu sonho de cursar e concluir o meu mestrado.
Aos meus pais Josely (Tia Josa), minha grande inspiração, e Antonio Monteiro, pelos
ensinamentos de vida e por todos os incentivos consentidos com amor, carinho e dedicação.
Sempre preocupados, mas com a certeza de que seu filho, ao ter que sair de casa e viajar para
outra cidade em outro estado, conseguiria alcançar os objetivos almejados.
Agradeço também a toda a minha família, tios (as) e primos (as) por todas as palavras
de acolhimento, de ânimo, de encorajamento e apoio. Por cada abraço e carinho
compartilhado que foram e sempre serão ímpares na minha vida.
Agradeço imensamente e com muito amor à minha esposa Ana Claudia, pelo amor,
pela compreensão, pelo companheirismo, pelas palavras de incentivo, atenção, carinho,
dedicação e apoio dado à minha vida e por sempre me encorajar com suas palavras de ânimo,
que, sem sombra de dúvidas, foram fundamentais para que hoje eu estivesse aqui com
sentimento de dever cumprido.
Aos meus filhos Wedell Filho e Helena, que sempre serão minhas inspirações e razões
de existir e nunca desistir. Sei que, por muitas vezes, não pude dar a atenção e o carinho
necessários nos momentos que tanto desejaram devido à minha ausência. Sou muito feliz por
cada sorriso, carinho e abraços compartilhado, que sempre me abasteceram com fé, coragem e
determinação. Eu os amo muito!
Aos amigos e amigas, que sempre me incentivaram e apoiaram meus planos e sonhos.
Ao professor, escritor e amigo Luiz Lima de Aquino, por ter compartilhando seus
conhecimentos e experiências, concedendo suas obras literárias que foram fundamentais para
a construção do Atlas. Em especial, à minha amiga, parceira, professora e escritora Nádia
Farias dos Santos que tanto se dedicou e esteve presente em todos os momentos do meu
mestrado, compartilhando saberes que me fizeram evoluir em minha vida acadêmica.
Aos meus caros colegas e amigos (as) de turma do Geoprof – José do Carmo, Lucas,
Maria das Lágrimas (Lalá), Samara e Telma, pelo companheirismo, pelas trocas de
experiências, pelos aprendizados construídos e por todos os momentos vividos e
compartilhados durante esses anos. Meus sinceros sentimentos de gratidão.
A todo o corpo docente e colaborares que fazem parte do Programa de Pós-graduação
GEOPROF-CERES, Caicó-RN, pela atenção e dedicação dada ao longo do curso, o meu
muito obrigado pela oportunidade de fazer parte dessa história e poder contribuir para o bem
da ciência e para a sociedade.
Ao meu amigo e professor orientador Saulo Vital, pela colaboração na realização deste
trabalho. Suas observações e orientações foram de suma importância e se tornaram ao longo
do curso elementos fundamentais que alicerçaram a construção e a conclusão deste trabalho
árduo, mas muito prazeroso, que objetivou uma significativa contribuição na minha vida,
como também para toda a sociedade Patoense.
Finalizo aqui com todo o meu respeito, carinho e admiração, o meu muito obrigado!!!
“As cidades são permeadas por relações sociais
e conflitos que produzem os espaços
fragmentados. Assim, o papel da Geografia no
Ensino é aprender a pensar o espaço (seja ele
urbano seja ele rural). Logo, a reflexão sobre o
espaço deve partir de uma capacidade de leitura
de mundo, onde seja possível aprender os
conteúdos geográficos a partir da própria vida e
do seu espaço vivido. Essa leitura do mundo,
parte então do próprio lugar, pois é nele que os
fatos da vida acontecem cotidianamente,
revelando aspetos globais que se materializam
localmente de forma peculiar”.

(CALLAI, 2005)
RESUMO

No processo de ensino-aprendizagem, no tocante à Geografia Escolar, destaca-se uma


diversidade de material didático elaborado para promover o ensino de Geografia no espaço
escolar. A produção de livros no Brasil aparece como o principal recurso didático-pedagógico
e são disponibilizados pelo Ministério da Educação (MEC) por meio do Plano Nacional do
Livro Didático (PNLD). Voltados para o ensino de Geografia nas escolas da rede pública de
ensino, muitas vezes não trazem uma perspectiva de abordagem regional e muito menos local.
Com base nessa realidade, este trabalho disponibiliza um Atlas Escolar, que aparece como
produto central desta pesquisa e que discute a categoria geográfica “Lugar”. O Atlas Escolar
do Município de Patos-PB tem como intuito atender às demandas curriculares do Ensino
Fundamental, tornando-se um instrumento mediador entre o professor e o aluno. Diante disso,
vale ressaltar que o campo de pesquisa da Geografia refere-se ao espaço geográfico, que,
transformado e construído pelo ser humano, se relaciona com as diferentes escalas
cartográficas em seus diferentes níveis, desde o local, o regional, o nacional até o global. Os
procedimentos metodológicos da presente pesquisa são de natureza qualitativa, pois trata-se
de analisar um objeto de estudo com suas especificidades, condicionantes e estruturas.
Também foi realizada uma pesquisa por meio de revisão documental, bibliográfica e pesquisa
de campo na zona rural e urbana do município. Com essa pesquisa, conseguimos demonstrar a
importância do Atlas Escolar como recurso didático e pedagógico, capaz de auxiliar o
processo de ensino-aprendizagem na construção do raciocínio geográfico, associado ao
desenvolvimento do pensamento espacial por meio de uma aprendizagem a partir do espaço
vivido pelos sujeitos, contextualizando suas experiências cotidianas com o seu lugar de
vivência. Por fim, disponibilizamos um material didático, formativo, que pode auxiliar o
alcance dos objetivos da Geografia Escolar e suas aprendizagens no que se refere à educação
do município de Patos-PB.

Palavras-chave: Geografia Escolar. Cartografia Escolar. Raciocínio Geográfico. Pensamento


Espacial.
ABSTRACT

In the teaching-learning process, concerning School Geography, there is a diversity of


didactic material designed to promote the teaching of Geography in the school space. The
production of books in Brazil appears as the main didactic-pedagogical resource but made
available by the Ministry of Education (MEC) through the National Didactic Book Plan
(PNLD). Aimed at teaching Geography in public schools, in which they often do not bring a
perspective of a regional approach, much less local. Based on this reality, this work provides a
School Atlas, which appears as a central product of this research and which discusses the
geographical category "Place". The School Atlas of the Municipality of Patos-PB aims to
meet the curricular demands of Elementary Education, becoming a mediating instrument
between teacher and student. Therefore, it is worth mentioning that the field of research in
Geography refers to the geographical space, since this space transformed and built by the
human being, relates to the different cartographic scales at its different levels, from local,
regional, national, and even global. The methodological procedures of this research are
qualitative since it is about analyzing an object of study with its specificities, conditions, and
structures. The research was also carried out through documentary, bibliographic and field
research in rural and urban areas of the municipality. With this research, we were able to
demonstrate the importance of the School Atlas as a didactic and pedagogical resource,
capable of assisting the teaching-learning process in the construction of geographic reasoning,
associated with the development of spatial thinking, through learning from the space lived by
the subjects, contextualizing their daily experiences with their place of experience. Finally, we
provide educational and training material that can help achieve the objectives of School
Geography and their learning concerning education in the municipality of Patos-PB.

Keywords: School Geography. School Cartography. Geographic reasoning. Spatial Thinking.


LISTA DE ABREVIATURAS

AESA – Agência Executiva de Gestão das Águas do estado da Paraíba.


AGB – Associação dos Geógrafos Brasileiros.
BNCC – Base Nacional Curricular Comum.
BN – Banco do Nordeste.
DCN – Diretrizes Curriculares Nacionais.
ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia Estatística.
LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9.364/96.
MEC – Ministério da Educação.
PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais.
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
PCEPB - Proposta Curricular do Estado da Paraíba
PNLD – Plano Nacional do Livro Didático.
11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 12

2 ENSINO DE GEOGAFIA E O ATLAS ESCOLAR: Concepção, história e produção do livro


didático ................................................................................................................................................ 15

2.1 O ensino de Geografia no Brasil................................................................................................. 15


2.2 Um breve histórico do livro didático de Geografia ................................................................... 19
2.3 A Cartografia e a dimensão histórica do Atlas Geográfico no Brasil ...................................... 22
2.4 O Atlas Escolar como recurso didático na construção do raciocínio geográfico e
desenvolvimento do pensamento espacial ........................................................................................... 26
2.5 Construindo caminhos para ensinar e aprender Geografia com o Atlas Escolar................... 30
3 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................................... 35

3.1 LOCALIZAÇÃO E ASPECTOS GERAIS DA ÁREA DE PESQUISA ................................. 35


3.2 Procedimentos metodológicos ................................................................................................ 46
3.2.1 Processo de elaboração e construção dos mapas .................................................................. 47
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................................. 48

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 51

REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 52

ANEXOS A – ATLAS ESCOLAR DO MUNICÍPIO DE PATOS ................................................. 62


12

1 INTRODUÇÃO

Este relatório apresenta a construção de uma pesquisa, que contém marcas da minha
própria trajetória como pesquisador desde o período como aluno da educação básica até a pós-
graduação com as inquietações, descobertas e superações ao longo de todo esse período
escolar e acadêmico.
A escolha da temática se justifica, sobretudo, por tratar de temas relevantes das
reflexões e experiências pessoais, cognitivas ligadas à Cartografia, imbricadas na busca de
saber e aprender, com a linha de pesquisa, saberes geográficos no espaço escolar, ofertado
pelo programa de Pós-graduação em Geografia (GEOPROF) Campus CERES – Caicó - RN,
especificamente, no campo da Cartografia Escolar e do uso do Atlas Escolar.
A partir das discussões realizadas no tocante à disciplina de Cartografia Escolar,
oferecida pelo programa no primeiro semestre do ano de 2019, analisou-se o Atlas Escolar
como um material a ser utilizado no processo de ensino-aprendizagem da Geografia.
O desenvolvimento deste trabalho teve como objetivo a construção de um Atlas
Escolar do Município de Patos-PB como uma proposta de mediação para o ensino
fundamental. Esta pesquisa foi motivada pela inspiração em pesquisar e estudar mais a fundo
sobre o meu município, no intuito de construir um material didático que pudesse ofertar aos
professores e aos alunos um estudo mais detalhado sobre o seu espaço de vivência, auxiliando
na construção do conhecimento acerca do espaço vivido pelos sujeitos/alunos,
instrumentalizando o desenvolvimento do raciocínio geográfico e estimulando o pensamento
espacial.
Nesse sentido, a pesquisa parte de uma problemática que envolve a carência de
material didático com abordagens locais sobre o ensino de Geografia, sobretudo, investigar e
descobrir os principais elementos que qualificam o Atlas como material didático e obter
respostas consistentes para algumas questões: Qual a finalidade do Atlas? Qual papel o Atlas
deve assumir no processo de construção do raciocínio geográfico na escola? Quais
conhecimentos podem ser desenvolvidos quanto ao uso do Atlas na escola?
Nesse caso, elaboramos uma seguinte hipótese de investigação: a perspectiva escolar
sobre o uso do Atlas Escolar na condição de material didático, adotado como recurso
formativo na relação entre professor, aluno e o conhecimento a partir do seu espaço de
vivência. Para além disso, a pesquisa se preocupa em compreender a natureza da perspectiva
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de introduzir o uso do Atlas no ensino de Geografia nas redes de escolas municipais de Patos-
PB.
A partir dessa ideia, tomaremos como princípio o reconhecimento e a importância das
diferentes orientações teórico-metodológicas que nortearão a produção do Atlas Escolar, a
saber: Le Sann (1995); Aguiar (1997); Bueno (2008); Duarte (2016), entre outros.
Com base nas orientações para o desenvolvimento do trabalho, foram realizadas
pesquisas sobre as características da área de estudo, uma abordagem sobre o ensino de
Geografia no Brasil e o uso do livro didático de Geografia e um enfoque sobre os elementos
que qualificam o Atlas Escolar enquanto material didático, na perspectiva de relacionar a
comunicação cartográfica para o ensino de Geografia e a relação com os documentos
referencias para o ensino de Geografia para o Ensino Fundamental. Por fim, apresentaremos o
Atlas Escolar do Município de Patos-PB.
Os procedimentos metodológicos da presente pesquisa têm cunho qualitativo por tratar
de analisar um objeto de estudo em suas especificidades, condicionantes e estruturas que não
se limitam a quadro estatístico. A pesquisa foi desenvolvida seguindo algumas etapas, sendo
elas: a primeira foi definida por um esboço de uma revisão bibliográfica sobre materiais já
publicados sobre o tema, na perspectiva de fornecer e conhecer os dados necessários para o
desenvolvimento da pesquisa. A segunda foi desenvolvida em torno de uma coleta de
informações sobre a produção dos atlas geográficos escolares sobre a ótica de diferentes
escalas. A terceira foi realizada através de uma coleta de informações sobre o munícipio,
visitações em diversos bairros da cidade, pesquisa de campo para fotografar e registrar
imagens nas comunidades rurais e urbanas, visitações a vários órgãos municipais, dentre eles:
Secretaria Municipal de Infraestrutura, Prefeitura Municipal e Câmara Municipal de
Vereadores. A quarta e última etapa foi desenvolvida através da realização de momentos de
diversas conversas com professores de Geografia que atuam nas escolas do Município de
Patos-PB, objetivando informações a respeito do uso do Atlas Escolar no ensino de
Geografia, na perspectiva escolar.
Para o ensino da Geografia e também para as demais disciplinas escolares da educação
básica, torna-se importante e indispensável a compreensão dos conceitos e das categorias
dessa ciência como elementos que serão associados e nortearão o processo de ensino-
aprendizagem, a qual deve propor uma análise teórica e metodológica que busque alicerçar a
compreensão do “Lugar” como categoria de análise e suas relações com os diferentes espaços
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de vivência, suas experiências cotidianas a partir de uma abordagem que traga o instrumento
mediador entre o professor e aluno por meio do uso do Atlas Escolar no ensino de Geografia.
Os livros, no Brasil, aparecem como o principal recurso didático-pedagógico para o
ensino escolar. São disponibilizados pelo Ministério da Educação (MEC) por meio do Plano
Nacional do Livro Didático (PNLD) e são voltados para o ensino de Geografia nas escolas da
rede pública, mas, muitas vezes, não trazem uma perspectiva de abordagem regional e muito
menos local.
Tomando como base as experiências profissionais no ambiente escolar, percebe-se um
distanciamento dos conteúdos retratados nos materiais didáticos, que, muitas vezes, se
limitam aos aspectos regionais, nacionais, globais e pouco trazem sobre aspectos locais e o
que é vivido pelos sujeitos. Dessa maneira, nota-se a importância de produzir e disponibilizar
um material didático que aborde saberes e conhecimentos a partir de aspectos locais, que
facilitem o trabalho dos professores e alunos em relação ao ensino de Geografia, oferecendo
conteúdos sobre a realidade do lugar em que vivem.
Diante disso, vale ressaltar que o campo de pesquisa em Geografia refere-se ao espaço
geográfico, uma vez que este está relacionado com as diferentes escalas cartográficas. Diante
disso, é importante fazer uma abordagem sobre as relações dos diferentes níveis que vão do
local ao regional, nacional e global.
A elaboração e utilização de um Atlas Escolar, relacionado com a realidade local,
denotando aspectos de sua localização, clima, hidrografia, cobertura vegetal, uso do solo,
geologia, dados populacionais, econômicos, socioambientais e os problemas e as
vulnerabilidades existentes, tende a aproximar cada vez mais o estudo da ciência geográfica à
realidade dos educandos.
O presente trabalho constitui-se de duas partes: a primeira é o relatório e a segunda, o
produto educativo que se constitui com o Atlas Escolar do Município de Patos-PB. Quanto ao
relatório, este está estruturado em cinco (05) capítulos. O primeiro apresenta a introdução
trazendo os aspectos gerais do trabalho; o segundo aborda o ensino de Geografia e o Atlas
Escolar, relacionando concepções, história e produção do livro didático no Brasil; o terceiro
apresenta os materiais e métodos selecionados para a realização da pesquisa e construção do
produto educativo; o quarto retrata os resultados e a discussão acerca da elaboração e
utilização dos mapas escolares gerados para a produção do Atlas Escolar como produto desta
pesquisa o último capítulo traz as considerações finais, relatando as conclusões geradas pelo
processo da pesquisa.
15

No que diz respeito ao produto educativo, o Atlas Escolar do Município de Patos-PB,


com o intuito de alcançar os objetivos propostos para a pesquisa, foi estruturado inicialmente
com uma apresentação contendo uma breve história do surgimento do município, os fatores
que influenciaram no seu desenvolvimento, os símbolos, a bandeira e o hino, uma sessão com
orientações de como ler e entender um mapa. Em seguida, outra parte com fotos e legendas
sobre diversas paisagens do município, intitulada Geofotos, bem como um quadro
demonstrativo com possibilidades e dicas para auxiliar o professor na construção de planos de
aulas. Por fim, uma sequência com oito (08) capítulos que trazem abordagens sobre diversas
temáticas, disponibilizando um material teórico, imagens, fotos, mapas, tabelas, gráficos,
exercícios, indicações de site, canais no Youtube e leituras complementares acerca das
características locais do município de Patos-PB.

2 ENSINO DE GEOGAFIA E O ATLAS ESCOLAR: Concepção, história e produção


do livro didático

Este capítulo apresenta as rotas percorridas pela Geografia enquanto ciência escolar,
sua construção histórica, focada em seu ensino e na produção e utilização do livro didático
como uma das suas ferramentas principais de trabalho em sala de aula.

2.1 O ensino de Geografia no Brasil

A Geografia é uma das ciências mais antigas do mundo. Sua importância consistia na
organização e domínio do espaço, inclusive como instrumento de dominação, estruturação do
comércio e defesa militar. Ela, ao longo do tempo, foi se constituindo como campo de estudos
e pesquisas mediante a necessidade humana e social de conhecer o mundo conquistado.
A Geografia vem sofrendo transformações ao longo do tempo. Sua introdução como
disciplina escolar, ocorrida a partir do século XIX, permitiu que seu ensino fosse
institucionalizado e que os conhecimentos relativos à Geografia fossem trabalhados pela
instituição escolar, de forma que o saber e o pensar sobre ela se popularizassem por meio de
suas instituições. De uma abordagem positivista, ainda resistente na escola, passando por
diversos momentos de permanência ou exclusão dos currículos até chegar a uma Geografia
crítica na contemporaneidade, vem contribuindo para a construção dos sujeitos e para a
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reflexão sobre o mundo que nos cerca e as interações que mantemos com ele, sejam elas
benéficas ou não.
O ensino de Geografia no Brasil demonstra, ao longo do tempo, que a história das
disciplinas escolares passou por diversos momentos em que as pesquisas sobre a periodização
da Geografia escolar se depara com a Geografia acadêmica, admitindo que a relação entre elas
se configura numa dinâmica de trocas e complementaridades.
Segundo alguns autores como: Vlach (1988); Pontuschka (1994); Ferraz (1995);
Rocha (1996); Pereira (1999); Vesentini (2004); Santos (2005); Callai (2009), Cavalcanti
(2012), entre outros, que estudam e analisam o ensino de Geografia no Brasil, a Geografia
escolar e acadêmica se complementa e, especialmente através da história, representa um
marco inicial para o fortalecimento do conhecimento geográfico.
Nesse sentido, apontamos dois momentos históricos da Geografia Escolar no Brasil:
um com a sua institucionalização da disciplina escolar e o outro com a implementação da
Geografia moderna e suas inovações pedagógicas, sugeridas pela escola nova, apresentadas
pelo professor Carlos Miguel Delgado de Carvalho.
A institucionalização da Geografia como disciplina escolar no Brasil ocorreu em 1837
no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, sendo a primeira escola brasileira a introduzir
oficialmente no currículo a Geografia como disciplina obrigatória. Para Vlach (2004), a
Geografia como disciplina na escola se estabelece nesse cenário nacional como instrumento
de inclusão dos seus conteúdos nos exames para acesso à Faculdade de Direito e Medicina no
Rio de Janeiro.
Com isso, foi necessário criar e desenvolver currículos ou legislações para servirem de
referenciais obrigatórios para as escolas brasileiras públicas e privadas, como o Compêndio de
Geographia Elementar, em 1836, de José Saturnino, destinado às escolas brasileiras. Desta
forma, desde o período colonial até os anos de 1837, a Geografia era apenas um conhecimento
acerca do espaço e do mundo. Após os anos de 1837, ela passa a se tornar disciplina escolar
no Brasil com a criação do colégio Imperial Pedro II no Rio de Janeiro.
Segundo Rocha (1996), Carlos Miguel Delgado de Carvalho foi responsável por
introduzir a Geografia moderna para a escola brasileira. Diante disso, é na introdução de um
fazer científico que a Geografia escolar se evidencia. Dessa maneira, torna-se praticamente
impossível discutir sobre este tema sem mencionar as contribuições de Delgado de Carvalho.
Conforme Vlach (1989, p. 149),
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Pelo fato de a prática pedagógica em sala de aula poder ainda ser caracterizada pela
profunda distância entre método e conteúdo, entendemos pertinente uma análise
preliminar daquilo que esse autor compreendia como uma necessidade urgente e
imperiosa: tornar a Geografia uma ciência, o que a seu ver não seria obtido fora do
âmbito da instituição escola; assinalando, assim, relações inextricáveis entre ensino
e ciência Geografia [...].

No início do século XX, o ensino de Geografia ocupava um espaço nas escolas do


Brasil numa perspectiva de campo de investigação. As características físicas do local, o
fortalecimento de um sentimento de nacionalismo e patriotismo marcavam um elemento
direcionador do processo de ensino e aprendizagem dos estudantes. Nessa mesma década, são
publicados vários manuais, livros didáticos e compêndios, como o livro Compêndio de
Geografia Elementar, de Manuel Said Ali Ida (1861-1953). Recomenda-se que seja feito um
estudo sistematizado de forma descritiva, voltado para uma Geografia matemática, medida da
terra, uso das coordenadas geográficas e o estudo das regiões, oportunizando ao sujeito a
condição para melhor conhecer o território nacional.
Em 1934, foram criados, na Universidade de São Paulo, o departamento e o curso
superior de Geografia. A maioria dos professores vinham da escola francesa e defendiam
firmemente a abordagem tradicional. O ensino de Geografia adotava um modelo de educação
composto de um ensino mnemônico e abstrato, longe de compreensão das mudanças e
transformações sociais.
Especificamente em 1966, o geógrafo e geopolítico, francês Yves Lacoste, publica e
lança, no Brasil, seu livro Geografia do Subdesenvolvimento. Essa publicação dá início ao
surgimento de novas teorias que dão corpo à Geografia crítica e que começam a repercutir em
todo o país. Porém, dos anos de 1970 até 1985, o ensino no Brasil atravessou um período
escolar muito conservador, e o ensino de Geografia assume uma nova versão focada agora nos
estudos sociais e amparada numa perspectiva pedagógica mais tecnicista, a qual procurava
fugir de uma linha de pensamento crítico.
No contexto da crescente industrialização no país e com incentivos para a criação e
expansão das indústrias, a visão extremamente capitalista e os investimentos de capital
estrangeiro influenciaram a composição de uma educação tecnicista que tinha como premissa
principal formar os indivíduos para o trabalho com uma mão de obra disciplinada e
especializada.
Desse momento em diante, o governo passa a ter domínio do cenário educacional
inserindo currículos que serão a base para a elaboração e a publicação de livros didáticos de
geografia, focados em um ensino com conteúdos com abordagem instituída pelo Governo
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Militar, época de repressão ideológica, marcada pela censura, pelo autoritarismo, torturas e
perseguições políticas. A Escola era usada como um aparelho ideológico essencial de
imposição das ideias ditatoriais. Para Luckesi (1994, p, 56):

As matérias de estudo visam preparar o aluno para a vida, são determinadas pela
sociedade e ordenadas na legislação. Os conteúdos são separados da experiência do
aluno e das realidades sociais, valendo pelo valor intelectual, razão pela qual a
pedagogia tradicional é criticada como intelectualista e, às vezes, como
enciclopédica. [...] A ênfase nos exercícios, na repetição de conceitos ou fórmulas na
memorização visa disciplinar a mente e formar hábitos. [...] Predomina a autoridade
do professor que exige atitude receptiva dos alunos e impede qualquer comunicação
entre eles no decorrer da aula. O professor transmite o conteúdo na forma de verdade
a ser absorvida; em consequência, a disciplina imposta é o meio mais eficaz para
assegurar a atenção e o silêncio.

Durante o período de regime militar, as disciplinas de Geografia e História foram


transformadas em uma só disciplina, que ficou conhecida como Estudos Sociais. Essas
mudanças foram estratégias políticas do governo para defender a ideia de que um
conhecimento acadêmico e escolar mais focado na reflexão e na criticidade seria uma ameaça
à hegemonia nacional.
Nessa época, as disciplinas que levavam um teor crítico, como a Filosofia e a
Sociologia, foram radicalmente eliminadas, pois os estudos não permitiam ao sujeito refletir
sobre a realidade vivenciada durante esse período e nem tampouco questionar as condições da
escola e nem o que esta propunha para a população brasileira. Portanto, verifica-se nesse
momento que o professor como agente do e no processo educativo convive com uma
profissão docente precarizada, como discorrem Vicentini e Lugli (2009, p, 222),

Não se pode deixar de mencionar os efeitos da ditadura militar (1964-1985) sobre a


docência. Nesse período houve uma visível deterioração no sistema de ensino
público, identificada pelo excessivo número de professores trabalhando em caráter
precário (os antigos estagiários) para compensar a falta de profissionais efetivados.
Os substitutos muitas vezes não tinham formação pedagógica [...] as relações
pedagógicas se construíam de forma efêmera e pouco produtiva, impondo inegáveis
dificuldades aos resultados do trabalho escolar.

Especialmente em 1978, Milton Santos (1926 - 2001) publica o seu livro Por Uma
Geografia Nova, o qual traz uma perspectiva diferente daquela imposta pelo sistema militar.
Nesse momento, o autor dá importância ao estudo das questões sociais. Na década seguinte,
começa a circular suportes didáticos focados em atribuir uma abordagem didático-pedagógica
por meio de livros com conteúdos e abordagens teóricas, iconografias e propostas de ensino
mais crítico e significativo para o sujeito.
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Desde os anos de 1990, ocorreram extensos debates sobre a Geografia Escolar que,
por sua vez, influenciaram na publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e nas
avaliações realizadas pelo Ministério da Educação – MEC, no Programa Nacional de Livro
Didático (PNLD), entre outros, com a perspectiva de fortalecer o processo de ensino e
aprendizagem com novos documentos referenciais, aportes teóricos, materiais didáticos,
novas práticas pedagógicas escolares e um crescente número de publicações que passaram a
compor e fortalecer o ensino da Geografia escolar até os dias atuais.
Diante disso, vale reconhecer que a geografia escolar passou por vários momentos e
que estes foram resultados das transformações das práticas escolares, dos recursos didáticos,
das políticas públicas educacionais, dos saberes, dos conteúdos e dos métodos que, de certa
forma, tiveram influência direta na escola.

2.2 Um breve histórico do livro didático de Geografia

O livro didático constituiu-se, ao longo da história da educação brasileira, como uma


das principais ferramentas para o ensino. Desde o período imperial e nos diferentes
momentos históricos posteriores, ele foi utilizado como instrumento político e ideológico das
classes dominantes. De acordo com Silva (2012), o livro didático surgiu no Brasil de maneira
mais ordenada com a criação do Colégio Dom Pedro II e, em sua maioria, importado da
França, uma vez que, na concepção da época, o país ainda possuía as condições para sua
produção e publicação com a qualidade europeia.
Enquanto ensino, a Geografia é introduzia durante a Colônia por meio de educação
científica (2013, p. 123) e assim se faz presente na construção da nação brasileira desde o seu
primórdio. O livro didático, no contexto dos projetos educacionais desde a criação das Escolas
de Primeiras Letras em 1827, evidencia as tentativas do poder instituído de controlar o ensino
e seu conteúdo como mecanismo de controle do Estado (BITTENCOURR, 1993).
Um dos primeiros mecanismos de controle do livro didático surge com a criação do
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IBGE) em 1838 que lançou um concurso vencido
por Karl Friedrich Philipp Von Martius cujo trabalho passa a fazer parte dos manuais
didáticos (FERNANDES, 2005). A história do livro didático caracteriza-se por alguns
períodos. O primeiro ocorreu no século XIX constituído em dois momentos: o primeiro deles
é anterior ao ano de 1880, sendo marcado pela influência de livros estrangeiros e posterior a
20

essa data com o incentivo à produção de obras nacionais na busca de atender às


transformações em curso na sociedade da época.
O século XX é marcado pela criação do Instituto Nacional do Livro (INL) em 1929,
órgão regulador de políticas para o livro didático, com o propósito de legitimá-lo e ampliar a
produção nacional. A produção, o controle e a circulação dos livros vieram com a criação da
Comissão Nacional do livro (1938), seguido pela consolidação da legislação em 1945 sobre
produção, importação, utilização e escolha pelo professor do livro para os alunos.
A comissão do Livro Técnico e Livro Didático (COLTED) surge com acordo entre a
Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e o Ministério da
Educação (MEC) em 1966, cabendo a cada um deles o controle e a execução, respectivamente
(FILGUEIRAS, 2013). Com o fim desse acordo, o Programa do Livro Didático para o Ensino
Fundamental (PLIDEF) do INL passa a assumir a gerência administrativa e financeira que,
com a extinção deste último, fica sob a responsabilidade da Fundação Nacional do Material
Escolar (FENAME) criada em 1976 que utiliza os recursos financeiros do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE). A Fundação de Assistência ao Estudante (FAE),
criada em 1983, substitui as FENAME assumindo todos os seus programas que são
administrados por ela até a criação em 1985 Livro Didático (PNLD) em vigor até os dias
atuais (FNDE, 2008; CASSIANO, 2004).
O livro didático ainda é, para muitos alunos, a principal fonte de acesso aos saberes
historicamente construídos pela humanidade, em se tratando da Geografia enquanto disciplina
escolar. De acordo com Azambuja (2016, p. 24), as transformações ocorridas nos livros
didáticos de Geografia Escolar se dividem em três períodos: 1) início do século XIX até 1960;
2) reforma do Ensino de 1º e 2º graus em Lei nº 5.692/1971 e 3) Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional nº 9.394/1996.
Em relação aos livros para o ensino de Geografia, José Saturnino da Costa Pereira, em
1836, publicou o Compendio de Geographia Elementar que pode ter sido o primeiro livro de
Geografia do Brasil (2009). No entanto, de acordo com Silva (2010), o primeiro livro didático
de Geografia foi Elementos de Astronomia de Araújo Guimarães (1814) usado com os alunos
da Academia Real Militar. Com o Colégio Pedro II e a introdução da Geografia como
disciplina obrigatória no currículo escolar, outros livros podem ser destacados entre eles: o
Compêndio Elementar de Geographia Geral e Especial do Brasil de Thomaz Pompeu de
Souza Brasil em 1859; o Compêndio de Geografia Elementar de Manuel Said Ali Ida em
21

1905, além de outros da história mais recentes como Delgado de Carvalho, Aroldo de
Azevedo e Mário da Veiga Cabral (PINA, 2009).
A produção do livro didático de Geografia ganhou solidez a partir do século XIX com
os manuais didáticos de Delgado de Carvalho e, posteriormente, de Aroldo de Azevedo,
utilizados nos cursos primário, ginasial e secundário numa perspectiva tradicionalista do
ensino da Geografia, focada no paradigma do homem e da terra com base na descrição e
memorização dos conceitos geográficos.
Com a reorganização do ensino de 1° e 2° graus, a partir da Lei 5.691 de 1971, a
Geografia entra numa nova etapa, embora ainda apegada ao paradigma anterior, alinhada às
práticas da corrente tecnicista da educação com seus estudos dirigidos, cadernos de exercícios
direcionados aos alunos. Contudo, mudanças teóricas e metodológicas orientadas para o
surgimento de uma Geografia crítica começam a despontar em algumas coleções de livros e
conduzem a reflexão e adoção de um processo de ensino, de uma didática renovada pelas
pesquisas da área.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.393 de 1996 promove uma
nova organização da Educação em seus diversos níveis, mudando nomenclaturas, ampliando a
duração dos níveis, entre outras modificações que influenciaram a produção dos livros
didáticos no Brasil com os estabelecimentos de critérios mais específicos, ampliação da
oferta, avaliação e destruição em larga escala.
Com relação aos objetivos elencados pelos PCN´s (BRASIL, 1998, p. 35) para o
Ensino Fundamental, estes propõem um ensino de Geografia através do qual os alunos
possam conhecer o mundo atual em sua diversidade, como as paisagens, os lugares e os
territórios que se constroem; avaliar as ações do homem em sociedade e sua relação com os
diferentes espaços e tempos; conhecer a espacialidade e temporalidade dos fenômenos
geográficos em suas dinâmicas e interações; orientá-los a compreender a importância das
diferentes linguagens na leitura da paisagem através de imagens, músicas, leitura de dados e
documentos, de modo que consiga analisar, interpretar e relacionar informações sobre o
espaço, espacialmente, o espaço vivido.
Tomando como referência a BNCC (BRASIL, 2017), podemos perceber que estudar a
Geografia se torna um caminho mais fácil de se compreender o mundo em que vivemos e as
relações que se materializam em diversas regiões do planeta. Desta forma, entende-se que a
educação geográfica contribui para o desenvolvimento do raciocínio geográfico, na formação
do conceito de identidade, compreensão das diferentes formas de paisagens, estimulando os
22

alunos a pensarem espacialmente, visando à orientação, à direção e às relações entre as


diferentes escalas geográficas e as hierarquias existentes no espaço geográfico.
Conhecer a história do livro didático e da produção de materiais didáticos para o
ensino de Geografia é muito importante. Para grande parte dos estudantes brasileiros, isso
ainda é a ferramenta pedagógica mais utilizada para acessar os saberes geográficos. Disso
advém a necessidade da sua produção com qualidade, da escolha consciente do livro focada
na realidade dos alunos e naquilo que se faz necessário aprender.
Assim sendo, o ensino de Geografia entra na sua terceira fase voltada para uma
abordagem crítica desta ciência, estabelecendo rupturas com a Geografia Tradicional que
implicaram reorganizações temáticas, análise na realidade brasileira sociopolítica, adoção de
concepções socioconstrutivistas, novas práticas didáticas, superação da dualidade natureza e
sociedade, espaço geográfico com eixo articulador, expansão do pensamento geográfico entre
outros; direcionaram o livro didático para novos patamares, tornando-se uma material cada
vez mais indispensável para o ensino-aprendizagem.

2.3 A Cartografia e a dimensão histórica do Atlas Geográfico no Brasil

Com o descobrimento de novas terras por meio das grandes navegações no século
XVI, a expansão das dimensões geográficas terrestres foi aos poucos sendo conhecida pelos
homens; assim, a cartografia possui uma relação com a ciência geográfica, sendo capaz de
relacionar os fenômenos geográficos com o intuito de fortalecer o estudo da dinâmica
espacial. Diante do exposto, Souza (2001. p. 123) afirma que:

[...] o entendimento do mapa como meio de comunicação de diversas realidades


territorializadas ou como linguagem utilizada no ensino de Geografia pode também
auxiliar em nossa reflexão sobre a função deste último, que seria a compreensão do
espaço geográfico ou [...] o entendimento e desvelamento da lógica da distribuição e
diferencialidade territorial dos fenômenos.

A cartografia no mundo contemporâneo possibilita não somente a representação do


espaço físico, mas a relação do homem com o espaço e as relações entre o meio físico e as
ações humanas. Portanto, a linguagem cartográfica e seus recursos metodológicos para o
ensino de Geografia são indispensáveis para a formação e aquisição de conhecimentos do
sujeito, por meio de “analisar os fenômenos geográficos e relacioná-los quando possível, entre
si” (PARANÁ, 2008, p. 79).
23

Nessa perspectiva, os Parâmetros Curriculares Nacionais – os PCN (BRASIL, 1998, p.


76) de Geografia (6º ao 9º) reiteram a importância da cartografia para o processo de ensino e
aprendizagem em Geografia, uma vez que

[...] a cartografia torna-se recurso fundamental para o ensino e a pesquisa. Ela


possibilita ter em mãos representações dos diferentes recortes desse espaço e na
escala que interessa para o ensino e pesquisa. Para a Geografia, além das
informações e análises que se podem obter por meio dos textos em que se usa a
linguagem verbal, escrita ou oral, torna-se necessário, também, que essas
informações se apresentem especializadas, com localizações e extensões precisas, e
que possam ser feitas por meio da linguagem gráfica/cartográfica. É fundamental,
sob o prisma metodológico, que se estabeleçam as relações entre os fenômenos,
sejam eles naturais ou sociais, com suas espacialidades definidas.

Com vistas ao Ensino Médio, os PCN (BRASIL, 2006, p. 50) defendem a


funcionalidade e a importância da linguagem cartográfica na sala de aula, já que

Os conceitos cartográficos (escala, legenda, alfabeto cartográfico) e os geográficos


(localização, natureza, sociedade, paisagem, região, território e lugar) podem ser
perfeitamente construídos a partir das práticas cotidianas. Na realidade, trata-se de
realizar a leitura da vivência do lugar em relação com um conjunto de conceitos que
estruturam o conhecimento geográfico, incluindo as categorias espaço e tempo.

Assim, as Diretrizes Curriculares Nacionais destacam que a linguagem cartográfica


deve ser ensinada na escola nos primeiros anos do Ensino Fundamental, associada ao domínio
da escrita e dos números, dando continuidade nas séries e níveis posteriores do Ensino
Fundamental e Médio. Portanto, as DCE (PARANÁ, 2008, p. 83) de Geografia orientam que:

[...] o domínio da leitura de mapas é um processo de diversas etapas porque primeiro


é acolhida a compreensão que o aluno tem da realidade em exercícios de observar e
representar o espaço vivido, com o uso da escala intuitiva e criação de símbolos que
identifiquem os objetos. Depois aos poucos são desenvolvidas as noções de escala e
legenda, de acordo com os cálculos matemáticos e as convenções cartográficas
oficiais (RUA, 1993). Ao apropriar-se da linguagem cartográfica, o aluno estará apto
a reconhecer representações de realidades mais complexas que exigem maior nível
de abstração.

Em função disso, Oliveira (2007) afirma que Cartografia desempenha um papel


importante na representação e no reconhecimento do espaço da superfície terrestre, além de
constituir uma atividade mental capaz de conduzir o sujeito ao reconhecimento e à
compreensão do planeta em que vivemos.
24

Nesse contexto, a Geografia torna-se uma disciplina indispensável na formação crítica


dos alunos, cabendo a escola ser o espaço de construção do conhecimento, disponibilizando
recursos como mapas, atlas, globo terrestre, gráficos, entre outros recursos.
É importante que o professor leve os seus alunos a trabalharem com esses recursos
didáticos-pedagógico em sala de aula, como também orientá-los a construir os seus próprios
mapas, assim eles poderão ter maior compreensão da linguagem cartográfica, capaz de
atribuir significados sobre a realidade em que vive, construir internamente uma visão de
mundo, obtendo uma maior compreensão do seu espaço de vivência e suas relações com
outros espaços geográficos.
Com a institucionalização da Geografia na Europa no campo universitário no século
XIX, seguindo uma linha essencialmente cultural, o Atlas geográfico como material didático-
pedagógico teve grande importância na formação do conhecimento geográfico da época. A
elaboração e a produção do Atlas geográfico surgiram ainda nesse mesmo século como uma
seleção de referência no contexto de uma ampla difusão do modo de produção capitalista
hegemônico da época (ANDRADE, 2006).
A princípio, o primeiro Atlas foi publicado na Alemanha nos anos de 1710 pelo editor
Homann de Nuremberg, intitulado “O Kleiner Atlas Scholasticus”, composto de uma seleção
de 18 mapas acompanhada de ausência de texto.
Posteriormente em 1719, foi publicada uma nova edição estritamente desenvolvida
para atender os cursos de Geografia, intitulado de Atlas Methodicus. Eram publicações que
tinham uma relação no campo da Geografia, ligado à Cosmografia, cujo interesse era em
representar os diferentes espaços, sobretudo, pelo desenvolvimento e pela expansão dos
conhecimentos cartográficos, geográficos, matemáticos e astronômicos, a fim de contribuir
para um amplo entendimento dos mapas e posteriormente dos Atlas (AGUIAR, 1996).
Vale lembrar que houve uma contribuição significativa dos relatos exploratórios dos
viajantes e de suas narrativas que impulsionaram o avanço da ciência cartográfica e de suas
tecnologias. Muitas cartas e mapas foram produzidos para diversas finalidades, buscando
aproximar-se cada vez mais das medidas e dimensões da terra.
Nos anos de 1894, foi publicado na França o “Atlas general Vidal-Lablache: Historie
et Geographie” de Paul Vidal-Lablache, ou seja, “Atlas Geral Vidal de Lablache: História e
Geografia”. De acordo com Martinelli (2014), esse Atlas foi considerado um clássico, que
inspirou a produção de diversos outros materiais na França e em outros países.
25

No Brasil, em consequência do grande impacto causado pela publicação do Atlas


General de Lablache há quase trinta anos, já se tinha conhecimento da publicação do primeiro
atlas escolar brasileiro nos anos de 1868, intitulado “Atlas do Império do Brazil” de Cândido
Mendes de Almeida, adotado principalmente no Rio de Janeiro no Imperial Colégio D. Pedro
II. Esse Atlas continha vinte e sete mapas com representações das divisões do território
brasileiro (AGUIAR, 1996).
Quanto aos Atlas publicados entre o século XIX e a segunda metade do século XX,
estes sempre enfatizaram uma geografia física e os lugares, entretanto, ainda estavam presos à
descrição dos lugares e à localização geográfica.
Durante os anos de 1970 no Brasil, o “Atlas para Estudos Sociais” de Rodrigues
(1977) constituiu-se um modelo para outras publicações de Atlas geográficos escolares. Sua
especificidade consistia em ter um formato mais cômodo que facilitava o manuseio pela
criança e contava também com um conteúdo bem objetivo em consonância com o programa
escolar da disciplina para os moldes da época.
De acordo com Aguiar (1996), a partir da década de 1980, a produção dos Atlas
geográficos escolares era marcada por uma nova fase de produção, preocupada em apresentar
mapas temáticos que trouxessem relevantes inovações e que possibilitassem ao aluno a
construir uma compreensão mais ampliada do espaço geográfico e um aprofundamento do
conhecimento das múltiplas dimensões de um mesmo lugar.
Um momento singular que representou o pioneirismo dessa fase ocorreu com a
publicação do “Atlas Geográfico Escolar” nos anos de 1984 pela editora Ática com autoria de
Maria Elena Simielli. Posteriormente, houve outra publicação pela mesma editora de outro
Atlas com características similares da mesma autora, intitulado “Geoatlas”; depois, outro de
maneira mais simplificada, sobretudo, obedecendo à mesma estrutura do Atlas, chamado de
“Geoatlas Básico”.
Como resultado de uma grande evolução histórica, de uma transformação
epistemológica da cartografia de atlas e da afirmação de uma economia de mercado em
constante mundialização, podemos dispor de um enorme e variado leque de atlas escolares,
desde os que tratam de aspectos gerais, regionais e até locais.
Porém, alguns Atlas ainda continuam repetindo as velhas tradições e costumes,
incluindo erros na representação gráfica. Outros se direcionam por uma concepção mais
elaborada, principalmente nos dias atuais, em que se dispõem de atlas eletrônicos e cada vez
mais modernos e complexos. Esses aspectos no contexto atual se efetiva na maneira de
26

proporcionar uma abordagem didática ao ensino, em uma perspectiva cada vez mais dinâmica
e interativa aos respectivos conteúdos geográficos a serem trabalhados na escola ou na
academia.

2.4 O Atlas Escolar como recurso didático na construção do raciocínio geográfico e


desenvolvimento do pensamento espacial

Podemos considerar que a Geografia enquanto disciplina escolar possibilita o


desenvolvimento de competências e habilidades que capacite o educando enquanto sujeito
para compreender a estrutura e a organização do espaço, reforçando o entendimento de que
essa disciplina é capaz de contribuir para o desenvolvimento das percepções de localização,
orientação, interpretação e representação do espaço geográfico. Desta forma, o conhecimento
cartográfico possibilita desenvolver diferentes formas de ver e entender o mundo.
No processo de ensino-aprendizagem, no que se refere à Geografia Escolar,
compreende-se a importância de que esse ensino precisar ser instrumentalizado de forma
prática e inovadora, que tenha uma dimensão formativa para a construção do raciocinio
geográfio do sujeito (aluno), sendo capaz de representar e interpretar as transformações entre
a sociedade e a natureza, o quanto vem resistindo e sofrendo com as mudanças ao longo do
tempo. É preciso assegurar ao sujeito a capacidade do domínio sobre o conhecimento dos
conceitos geográficos (lugar, território, paisagem e região), que permita uma maior
compreeensão sobre o seu espaço de vivência e suas relações com o mundo.
Podemos compeeender, com base na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de
2017, que o raciocinio geográfico consiste em um conjunto de principios, conforme o Quadro
1, com habilidades e conhecimentos que são capazes de mediar a aprendizagem do sujeito
para compreender os aspectos que se materializam em sua realidade, identificar as relações
existentes e que influenciam nas transformações naturais, sociais, econômicas, como se
desenvolvem a organização do território e as relações existentes em seu espaço vivido.
27

QUADRO 1 – DESCRIÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO


PRINCÍPIO DESCRIÇÃO
Um fenômeno geográfico sempre é comparável a outros. A identificação
das semelhanças entre fenômenos geográficos é o início da compreensão da
Analogia
unidade terrestre.
Conexão Um fenômeno geográfico nunca acontece isoladamente, mas sempre em
interação com outros fenômenos próximos ou distantes.
Diferenciação É a variação dos fenômenos de interesse da geografia pela superfície
terrestre (por exemplo, o clima), resultando na diferença entre áreas.
Distribuição Exprime como os objetos se repartem pelo espaço.
Extensão Espaço finito e contínuo delimitado pela ocorrência do fenômeno
geográfico.
Posição particular de um objeto na superfície terrestre. A localização pode
ser absoluta (definida por um sistema de coordenadas geográficas) ou
Localização
relativa (expressa por meio de relações espaciais topológicas ou por
interações espaciais).
Ordem Ordem ou arranjo espacial é o princípio geográfico de maior complexidade.
Refere-se ao modo de estruturação do espaço de acordo com as regras da
própria sociedade que o produziu.
Fonte: BNCC (BRASIL, 2017, p. 358).

Nesse sentido, entendemos que o raciocionio geográfico (Idem) é capaz de auxiliar no


desenvolvimento do pensamento espacial do sujeito sobre a Geografia e também com outras
áreas do conhecimento, entre elas, a Matemática, a Arte, a Literatura e a Ciência. A propósito,
essas relações permitem uma maior compreensão de mundo, envolvendo as mudanças de
escalas de espaço e distância, localização dos objetos e as relações de hierarquias que se
desenvolvem entre esses espaços de vivência, etc.
Com base no PCN, o papel da Geografia Escolar para o ensino fundamental é o de
alfabetizar cartograficamente os alunos dentro de uma perspectiva de visão espacialmente nas
diversas escalas geográficas, ofertando-lhe condições suficientes para desenvolver a
compreensão dos conceitos geográficos de espaço, paisagem, lugar, região e território.
Segundo a BNCC (2017), ao estudar a Geografia na escola, oferta-se ao sujeito a
oportunidade de compreender o mundo em que se vive e suas relações espaciais temporais,
sobretudo, quando se aplica um ensino em que os alunos sejam estimulados a pensar
espacialmente, desenvolvendo o raciocínio geográfico. Nessa perspectiva, é de suma
importância que os alunos compreendam e dominem corretamente a aplicabilidade dos
conceitos geográficos (espaço, lugar, região, território e paisagem), estimulando o
desenvolvimento de pensar, refletir e resolver os problemas gerados na vida cotidiana
(BRASIL, 2017).
28

Para o Ensino Fundamental, a BNCC evidencia que a Geografia a ser ensinada nos
anos iniciais e finais precisa ampliar a valorização das experiências do sujeito com o seu
espaço cotidiano de vivência através da leitura de mundo com o auxílio de fotos, desenhos,
mapas, maquetes, entre outros recursos, e que os alunos ampliem seus conhecimentos e
observações sobre os usos dos espaço em suas diversas dimensões geográficas e
compreendam as estruturas e os processos que resultaram na desigualdade social (BRASIL,
2017).
De acordo com o documento que oficializa a Proposta Curricular1 do Estado da
Paraíba de 2018, o ensino de Geografia, no currículo estadual, está norteado na perspectiva do
desenvolvimento do raciocínio geográfico, baseado por uma educação geográfica que tem por
objetivo conduzir a formação de um cidadão crítico, participativo, democrático e eticamente
responsável, priorizando a construção de uma consciência do sujeito, conduzindo para uma
melhor qualidade social e ambiental em dimensão local e global.
Consideramos, conforme as ideias de Cavalcanti (2002, p.12), “ que a Geografia
aplicada na escola tem significativa finalidade na formação do pensar geográfico do sujeito”.
Portanto, acretita-se que:

O trabalho de Educação Geográfica na escola consiste em levar as pessoas em geral,


os cidadãos, a uma consciência da espacialidade das coisas, dos fenômenos que elas
vivenciam diretamente ou não, como parte da história social. O pensamento espacial
é importante para a realização de práticas sociais variadas, já que essas práticas são
práticas sócio espaciais.

A educação Geográfica favorece a capacidade de uma forma de raciocinar


geograficamente, ou seja, pensar o espaço em suas múltiplas dimensões e relações. Para
Cavalcanti (2012, p. 47): “desenvolver o pensamento autônomo com base na internalização
do raciocínio geográfico”. Portanto, com base nesse objetivo, destacamos o importante papel
do Atlas Escolar como um instrumento didático capaz de possibilitar a construção do
raciocínio geográfico e o pensamento espacial.
O conceito de pensamento espacial passou a ser difundido a partir de uma
preocupação do Conselho Nacional de Pesquisa - NCR (National Research Council) com o
ensino de Geografia nos Estado Unidos da América através da elaboração de um documento
intitulado “Aprendendo a Pensar Espacialmente: SIG como Sistema de Apoio ao Currículo da

1
Em relação ao município de Patos-PB, no que se refere a sua proposta curricular para o ensino de Geografia,
até a finalização deste trabalho encontrava-se em processo de construção para atender as exigências da BNCC,
portanto, não a referenciamos devido a sua inconclusão.
29

[Escola Básica Americana]”. Com base nesse documento, (NRC, 2006, p.ix) mostra que a
definição para pensamento espacial se torna:

Um conjunto de habilidades cognitivas que incluem formas específicas,


habilidades de compreensão do conhecimento espacial e de operações mentais
que podem ser utilizadas para analisar, compreender, transformar e produzir
novas formas de conhecimento espacial. Trata-se de um tipo de pensamento
que é baseado na interrelação de três elementos: conceitos espaciais, formas
de representação e processos de raciocínio .

Com base nesse conceito elaborado pelo Conselho Nacional de Pesquisa, apresentam-se
três funções do pensamento espacial: a função descritiva de localização dos objetos no espaço e as
relações topológicas entre eles; a função analítica que permite compreender as estruturas espaciais
e a função inferencial, que responde às perguntas sobre a função dessas estruturas, bem como sua
evolução.
De acordo com Duarte (2017), a proposição apresentada pelo NRC sobre o
pensamento espacial contribuiu para grandes avanços no campo de investigação sobre o
Ensino de Geografia, sobretudo, para os processos de mapeamentos. Embora os estudos sobre
a cartografia demonstrassem grandes avanços em muitos aspectos, estavam muito carentes de
fundamentos teórico-metodológicos do pensamento espacial proposto pela NRC.
Segundo De Miguel (2016), a ideia de pensamento espacial apresentado no NRC não
expõe somente uma compreensão dos processos espaciais, mas inclui também os conceitos, as
ferramentas e métodos de compreensão, os processos de raciocínio, preconizando aos sujeitos
a capacidade de compreender, analisar e transformar as estruturas espaciais.
O autor aponta que o pensamento espacial não descreve apenas a compreensão dos
processos espaciais, mas também conceitos, ferramentas e métodos espaciais para a
representação espacial, na busca de compreensão do raciocínio espacial. De maneira clara, o
pensamento espacial é um conjunto imprescindível de habilidades e conhecimentos que
possui o papel de auxiliar os alunos a compreender a organização e a resolução dos problemas
espaciais (DE MIGUEL, 2016).
Uma forma importante para os alunos demonstrarem a compreensão do raciciocinio
geográfico e do pensamento espacial ocorre por meio da cartografia, que, em contextos
escolares, o Atlas Escolar se apresenta como um material didático importante a ser usado nas
escolas, aliadas aos objetivos propostos da Geografia escolar, articulado o papel do professor,
seu planejamento e sua prática de sala de aula, através de uma mediação que construa o
conhecimento do espaço local em seus diversos aspectos.
30

Tomando como referência as propostas apresentadas na visão de Le Sann (1983), a


concepção sobre o Atlas Escolar deve estar associada a uma interatividade cooperativa com o
professor e o aluno em sala de aula, na perspectiva de fornecer orientações metodológicas
para o professor através de uma linguagem objetiva e adequada ao público destinado,
introduzindo conceitos da Geografia e da Cartografia ao conjunto de aspectos sobre o
município. Para que esse desenvolvimento seja efetivamente alcançado, acreditamos que seja
preciso integrar o raciocínio geográfico ao pensamento espacial, colaborando para a
construção do processo de orientação sobre o espaço geográfico pelo sujeito.
De acordo com Bueno (2018), o Atlas Escolar é uma ferramenta pedagógica que,
aliada ao livro didático, proporciona uma ampliação das situações de ensino-aprendizagem,
uma vez que o atlas escolar faz uso de recursos como representação do espaço como princípio
importante para o desenvolvimento do raciocínio geográfico. Nesse sentido, os atlas escolares
municipais possuem importante contribuição, apresentam e definem temas com aspectos
diretamente ligados a situações políticas, sociais, naturais, econômicas etc., que evidenciam
situações que estão ligadas com a vida e o lugar de vivência do sujeito. Sobre a importância
dos atlas escolares municipais, Bueno (Idem, p. 29) expressa que:

[...] são uma das modalidades de atlas escolares e têm como finalidade maior a construção do
conhecimento pela criança, a partir do estudo da localidade. Esse material didático apresenta
uma proposta inovadora, cuja linguagem gráfica é adaptada ao nível de ensino a que se destina.
Esse tipo de atlas não se propõe, somente, a “alfabetizar”, cartograficamente, o aluno e o
professor, mas visa a oferecer, além de fundamentação, básica para o saber geográfico,
oportunidade de formação continuada para o professor.

Em outras palavras, estamos interessados em demonstrar a eficácia do Atlas Escolar


na dimensão formativa do sujeito, por meio da compreensão dos fenômenos geográficos
vivenciados no seu cotidiano, expressos pelas diferentes escalas geográficas e suas múltiplas
relações que acontecem e se materializam em seu espaço local.

2.5 Construindo caminhos para ensinar e aprender Geografia com o Atlas Escolar

Para a ciência geográfica, assim como as outras ciências, são indispensáveis o domínio
e o conhecimento dos conceitos básicos no que se refere ao ensino e à aprendizagem da
Geografia escolar. Esses conceitos reforçam um arcabouço teórico e metodológico dentro do
processo de ensino.
31

A compreensão desses conceitos facilitará a análise e a reflexão em diferentes


contextos geográficos. Dessa forma, a compreensão dos aspectos que estão inseridos na escala
local, ou seja, no espaço vivido pelo sujeito, em outras palavras, no lugar e vivência do aluno,
torna-se importante para a compreensão da sua realidade, sabendo que esse lugar é
perceptível, palpável, transformado e passível de observações.
A Geografia Escolar representa um campo de estudo fundamental para
compreendermos a realidade do sujeito, auxiliando na compreensão e reflexão do espaço de
vivência, motivando-o a construir conceitos e conhecimentos sobre sua realidade
espacial/local. As noções espaciais são construídas gradativamente, na perspectiva, segundo
Almeida e Passini (1994, 26), de que:

O espaço vivido refere-se ao espaço físico, vivenciado através do movimento e do


deslocamento. É apreendido pela criança através de brincadeiras ou de outras formas
ao percorrê-lo, delimitá-lo, ou organizá-lo segundo seus interesses. [...] O espaço
percebido não precisa mais ser experimentado fisicamente. Assim, a criança da
escola primária é capaz de lembrar-se do percurso de sua casa à escola, o que não se
dava antes, pois era necessário percorrê-lo para identificar os edifícios, logradouros
e ruas [...]. Por volta de 11-12 anos o aluno começa a compreender o espaço
concebido, sendo-lhes possível estabelecer relações espaciais entre elementos apenas
através de sua representação, isto é, é capaz de raciocinar sobre uma área retratada
em um mapa, sem tê-la visto antes. (grifos das autoras).

O estudo da Geografia parte de um pressuposto de que os estudos devem estar ligados


às orientações teóricas e às atividades práticas com objetivo de motivar a reflexão na tentativa
de propor aprendizagem baseada em problemas, por projetos, estudos de casos e
aprendizagem cooperativa. Dessa forma, o papel do professor é orientar os alunos a se
colocarem com sujeitos do conhecimento, tendo a Geografia como mediação principal em sua
relação com o mundo.
Para isso, a utilização da linguagem cartográfica tem significativa importância, sendo
capaz de fazer com que o sujeito faça interações entre fenômenos espaciais em sua dinâmica.
Tendo a certeza da grande importância e contribuição que a cartografia escolar tem para com
o ensino de geografia nesse sentido podemos destacar que Souza (2001, p. 33) acrescenta que:

O entendimento do mapa como meio de comunicação de diversas realidades


territorializadas ou como linguagem utilizada no ensino de Geografia pode também
auxiliar em nossas reflexões sobre a função deste último, que seria a compreensão
do espaço geográfico ou [...] o entendimento e desvelamento da lógica da
distribuição e diferencialidade territorial dos fenômenos.
32

O Atlas como ferramenta didático pedagógico revela uma concepção que permite uma
abordagem de diversas temáticas e dos processos de ensinar e aprender Geografia, cujo intuito
é trazer informações com a finalidade de facilitar a comunicação com o usuário, através de
uma gama variada de conteúdos físico-naturais, sociais, políticos, econômicos, culturais e
ambientais. De acordo com esse pensamento, o uso do Atlas Escolar possibilitará uma leitura
do espaço geográfico, oferecendo aos jovens as ferramentas necessárias para analisar e
interpretar o mundo de hoje frente aos problemas da sociedade.
Levando em consideração os diversos aspectos sobre o uso do Atlas Escolar para
ensinar e aprender Geografia, devem-se considerar quatro aspectos cruciais: Para que ensinar
com os Atlas? Como ensinar com o Atlas? O que ensinar com o Atlas? A quem ensinar com o
Atlas?
Nesse sentido, é preciso esclarecer o que se espera com essas indagações para que o
sujeito seja capaz de fazer uma leitura de mundo a partir de suas aprendizagens através do
ensino de Geografia, estimulando os alunos e desenvolver um pensamento espacial e um
raciocínio geográfico (BNCC, 2017).
A respeito da indagação para quê, surge a preocupação de descobrir os objetivos e
qual o verdadeiro sentido de utilizar o Atlas dentro da geografia no espaço escolar. Assim, a
utilização do Atlas nas aulas de geografia fortalece ainda mais o sentido de darmos a esse
ensino a construção de habilidades e competências para reflexionar sobre sua finalidade para a
construção e a solidificação da educação geográfica e de como ela pode contribuir para a
formação do raciocínio geográfico aplicado ao desenvolvimento do pensamento espacial.
A valorização do ensino de Geografia Escolar por meio de mapas é o caminho e um
importante recurso para aperfeiçoar a leitura e a compreensão do espaço geográfico. No
entanto, para que isso se concretize, é fundamental que os alunos aprendam utilizar os
mecanismos cartográficos necessários para essa leitura de mundo através das representações
cartográficas.
Segundo Simielli (2008), uma proposta significante para o desenvolvimento do ensino
e da aprendizagem por meio de mapas, ou seja, uma “Alfabetização Cartográfica”, por meio
da qual o sujeito deve ter a compreensão dos mapas em suas dimensões bidimensional,
tridimensional, visão oblíqua e vertical, noção de legenda, proporção, escala e lateralidade. De
acordo com a autora, esse ensino deve ser iniciado nas primeiras séries do ensino
fundamental, dando sequência nas séries posteriores. O desenvolvimento dessas noções tem a
33

contribuir para quebrar as barreiras do ensino e construir conceitos e representações acerca


dos mapas como ferramenta de transmissão de informações sobre o espaço de representação.
Diante do exposto apresentado nas indagações sobre para quê ensinar com o atlas
escolar no ensino de geografia, percebemos a importância dessa linguagem, cuja finalidade
corresponde à perspectiva do ensino de Geografia no espaço escolar.
Entre os pesquisadores na área de Cartografia Escolar, várias discussões têm sido
empreendidas em relação à utilização do Atlas Escolar, deixando a entender que esse ensino
deverá partir das reflexões a respeito da construção de uma noção de espaço pelo aluno e
sobre os estudos referentes à representação gráfica desse espaço pelo próprio sujeito, sempre
na busca de envolver práticas iniciais da linguagem Cartográfica (MARTINELLI, 2008).
Segundo Martinelli (2008), ao elaborar um Atlas, não basta apenas construir uma
seleção de mapas prontos e acabados; é necessária uma organização sistematizada, cuja
finalidade caminha em promover uma aprendizagem específica, por meio da qual se alcance o
raciocínio geográfico. As representações nos mapas não devem ser meras ilustrações, mas
representações que demonstrem aspectos a partir de análises espaciais, partindo da sua escola
com seu bairro, do seu bairro com sua escola, do seu bairro com a cidade, analisando suas
funções e relações existentes. Portanto, os Atlas Escolares precisam permitir a construção de
saberes a partir de conceitos que se interagem com a linguagem cartográfica, estimulando a
compreensão da leitura do espaço articulado com o estudo do lugar.
Quando nos perguntamos sobre como ensinar com o Atlas, precisamos conhecer as
múltiplas estratégias para alcançar os objetivos que permeiam o ensino de Geografia. Para
tanto, é necessário entender o que se pretende ao ensinar Geografia. As respostas para essas
questões se revelam ao ensino de quando se baseia na compreensão da espacialidade dos
fenômenos e dos fatos geográficos.
O papel da cartografia, nesse sentido, é ressaltado como uma linguagem para revelar
questões e processos espaciais. Portanto, aparece nesse caso “como meio de comunicação,
estrutura-se por meio de símbolos e signos, e é compreendido como um produto de
comunicação visual que dissemina informação espacial” (CASTELLAR, 2015, p.198).
Para a autora, não basta apenas que os atlas constituam uma coleção de mapas prontos
e acabados, mas que apresente uma organização sistematizada de representações, com
finalidade de propor uma aprendizagem específica, em outras palavras, que promova o
desenvolvimento do raciocínio geográfico. Os Atlas Escolares precisam dar condições para
que o ensino do mapa e o ensino pelo mapa possibilitem o desenvolvimento do ensino-
34

aprendizagem, compondo exercícios-típicos baseados em atividades que sejam capazes de


responder às suas perspectivas, que devem partir de uma problematização do espaço,
superando a metodologia baseada apenas na localização, orientação e ocorrência dos fatos
geográficos.
Segundo Cavalcanti (2012), a partir da localização desses fenômenos geográficos, os
alunos precisam responder a algumas questões como: Onde? Por que aqui e não em outro
lugar? Por que esse lugar é assim e não do outro jeito? Quais os impactos dessa localização
sobre os lugares próximos e distantes? Nesse sentido, vale ressaltar a importância do aluno em
refletir sobre o lugar através do mapeamento e da leitura dos mapas, pensar sobre as ações que
acontecem nesse espaço e no mundo, fazer comparações, análises e sínteses.
Com relação ao o quê ensinar com os Atlas, destacamos conteúdos e temas
geográficos historicamente estabelecidos. Essa proposta cabe destacar sobre o que ensinar e
quais os conteúdos específicos para o ensino em suas diferentes escalas de estudo local,
regional, nacional e global. Os conteúdos selecionados para esse ensino devem estar
conectados à educação geográfica, de forma que favoreça conexões com o cotidiano dos
alunos.
O sentido de o quê ensinar aflora diversos questionamentos que surgem: Quais
conteúdos e temas geográficos devem estar presentes no material didático? Quais os
referencias que devem orientar a escolha desses conteúdos? As orientações, os temas e os
conteúdos precisam ser definidos pelos professores e sujeitos envolvidos nesse processo e
suas demandas, de forma que sejam capazes de trazer envolvimento com o espaço vivido do
sujeito.
Quando nos perguntamos A quem ensinar com os Atlas, devemos levar em
consideração os sujeitos envolvidos nesse processo de ensino. É preciso nortear uma
concepção na elaboração do material didático, adequando sua finalidade à própria concepção
de que o aluno não é um sujeito passivo no processo de ensino, nem muito menos o professor
deve ser o centro desse processo. É importante levar em consideração o papel participativo do
aluno, reconhecendo que os conhecimentos prévios adquiridos pelos alunos, ao longo de suas
histórias, sejam valorizados no processo de ensino-aprendizagem.
Os Atlas Escolares devem se preocupar em apresentar uma linguagem tecnicamente
correta, compreensível para o espaço escolar que desenvolva os níveis cognitivos dos alunos e
que facilite a análise e a correlação das diferentes linguagens expressas no Atlas, valorizando
35

uma leitura objetiva, descritiva e reflexiva por meio das relações subjetivas que se
materializam dentro desses lugares e sua importância para a vida do aluno.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Esta seção tem por escopo apresentar o desenho metodológico traçado para desenvolver a
pesquisa e a construção do Atlas Escolar.

3.1 LOCALIZAÇÃO E ASPECTOS GERAIS DA ÁREA DE PESQUISA

O processo de formação e ocupação do território, pertencente ao município de Patos-


PB, data seu início por volta da metade do século XVII, quando a família dos “Oliveira
Ledo”, vindo da Casa da Torre de Garcia D’Ávila, no recôncavo baiano, desce pelo Rio São
Francisco chegando ao lugar no qual hoje se encontra o município de Patos. Esse momento
ficou marcado como surgimento das primeiras fazendas de gado que formaram as bases
sustentadoras da economia local em seus primórdios (CONSTRUINDO HISTÓRIA, 2005;
DA GUIA, S/A).
A chegada da família Oliveira Ledo impulsionou o nascimento de um povoado e de
suas primeiras edificações nas proximidades da uma lagoa que ficava situada nos arredores do
Rio Espinharas que, atualmente, contorna a cidade. A referida lagoa vivia repleta de marrecos,
gansos e patos, sendo devido a estes últimos e devido a sua abundância que geraram
oficialmente o nome da cidade de Patos.
Historicamente, com a chegada dos Oliveira Ledo, diversos conflitos étnicos
ocorreram e com eles, diversas lutas entre as duas aguerridas tribos indígenas que já
habitavam aquela localidade: os Pegas e os Panatis, membros da grande família dos Cariris.
Em seu início, o povoado inicialmente pertenceu à comarca de Pombal, adquirindo sua
condição de Vila e, em seguida, à condição de cidade na data de 24 de outubro de 1903,
graças à Lei nº 200, sancionada pelo Presidente do Estado da Paraíba, Desembargador José
Peregrino de Araújo.
O município de Patos está localizado na porção centro-oeste do estado da Paraíba e
possui uma área de 473,056 km2, uma população em torno de 107.605 habitantes com uma
densidade demográfica de 212,82 hab/km2 (IBGE, 2010). Ele está localizado a uma distância
de 305 km da capital paraibana João Pessoa, com acesso, no sentido norte, às margens da BR
230 e, no sentido leste a oeste, é cortada pela BR 361. Ainda conta com outras demais
36

rodovias estaduais que ligam diversos municipios circuvizinhos. O município é constituído


por um distrito, Santa Gertrudes, que fica geograficamente situada na porção à distância de 16
km da sede municipal. Observe a seguir o Mapa de Localização do município de Patos-PB.

O município de Patos é um dos 223 municipios paraibanos, sendo uma das quinze
regiões imediatas e uma das quatro regiões intermediárias (IBGE, 2017), estando a uma
altitude de 221 metros acima do nível do mar, possuindo as seguintes coordenadas
geográficas: Lat: 7º 1’ 32’’ Sul, Long: 37º 16’ 40’’ Oeste. Possui limites territoriais
municipais com São José de Espinharas (Norte), São Mamede, Quixaba e Cacimba de Areia
(Leste), São José do Bonfim (Sul), Santa Terezinha e Malta (Oeste).
O município de Patos está localizado em uma porção territorial da região Nordeste,
conhecida como polígono das secas2. No interior do estado da Paraíba, suas condições
naturais demonstram uma variação climática em relação aos municípios próximos à região
37

litorânea do Estado. Situa-se no vale do rio Espinharas, contornado pelo Planalto da


Borborema a leste e sul, seguido ao norte e a oeste do municipio pelo Pediplano 2 Sertanejo
Com base nas condições naturais do município e de acordo com os estudos de
Morengo (2006), podemos afirmar que o clima predominante é o semiárido, possuindo uma
elevada variabilidade de precipitações, baixos índices de umidade, altas temperaturas na
maior parte do ano, presença de eventos extremos de seca e também de enchentes, observadas
em algumas áreas com irregularidades na distribuição dos índices de chuvas, com médias
anuais inferiores a 700 mm, entretanto, as chuvas, em sua maior parte, são concentradas entre
três e quatro meses no ano.
De acordo com o IBGE (2019), o município está presente numa área na qual
predomina a vegetação da Caatinga (palavra que vem da língua tupi-guarani, que significa
“mata branca”). Esse bioma é exclusivamente brasileiro, não ocorrendo em nenhum outro
lugar do mundo e totaliza 10% do território nacional, ocupando uma vasta área que
corresponde a cerca de 850.000 km no Nordeste.
Para Albuquerque e Bandeira (1995), a Caatinga é um ecossistema composto por uma
diversidade de espécies de árvores e arbustos caracterizados pela sua resistência ao déficit
hídrico na região. Essa formação vegetal possui uma rica biodiversidade, com uma grande
quantidade de animais que nela habitam, destacando-se os répteis (principalmente cobras e
lagartos), roedores, insetos, aracnídeos (aranhas), raposa, arara azul, diversas espécies de
aves, entre elas, a asa branca, sapos cururus, cutia, gambá, preá, veado catingueiro, tatupeba,
sagui do Nordeste, entre outros.
Há uma predominância de plantas do tipo Xerófita (plantas que perdem suas folhagens
na seca, processo conhecido como caducifólia), espécies cactáceas, arbustivas, herbáceas e
arbóreas com folhas pequenas e com muitos espinhos, entre elas, o Mandacaru, Xique-xique,
Amburana, Umbuzeiro, Jurema, Marmeleiro, Favela, Juazeiro, entre outras espécies.
A sua alta resistência em período de estiagem garante sua conservação pela maior
parte dos meses do ano; a perda de suas folhagens na estação seca torna-se um elemento
natural que garante a fertilização do solo, a diminuição da perda da umidade do solo e o
desenvolvimento da matéria orgânica.

2
Pediplano sertanejo é uma superfície formada por processos sucessivos de erosão, ou seja, é uma região
deprimida, onde pode ser visto inselbergs, localizado em regiões de clima árido e semiárido ao longo do limite
ocidental do Estado da Paraíba.
2
Poligono das secas corresponde a uma área localizada no interior da região nordeste e norte da
região sudeste do Brasil, que sofre com a escassez de água por longos períodos.
38

Devido ao uso intenso do solo, práticas de queimadas, desmatamento e o processo de


urbanização na região ao longo do tempo, diversos problemas desencadearam vários impactos
ambientais como a eliminação quase completa da mata ciliar do rio Espinharas, resultando do
aumento do processo de erosão e assoreamento, a desertificação originada pela extração da
vegetação para fabricação de carvão, uso de madeira para as fábricas (padarias e doceiras),
como também para a agricultura, produção de pastagem e criação de gado.
O município de Patos-PB está localizado em uma área conhecida como depressão
sertaneja e apresenta altitudes moderadas situadas entre 240 a 580 m (conhecida como
depressão relativa, por estar acima do nível do mar). Sua declividade varia de média para
baixa, constituindo extensões de terras com presença de solos rasos e pedregosos.
Uma grande preocupação é presença acentuada de cálcio, fósforo e potássio em seu
solo, o que provoca uma deficiência de matérias orgânicas. O escasseamento das reservas de
mata ciliar expõe o solo à erosão, causando uma diminuição da capacidade de retenção de
água em seu subsolo, aumento da aridez, o afloramento rochoso (exposição de rochas na
superfície) e a desertificação devido à pouca cobertura vegetal.
Em seu relevo, as rochas presentes na região do município são bastantes resistentes e
antigas, remetendo-se à era pré-cambriana (era geológica em que houve a formação dos
escudos cristalinos, rochas magmáticas e metamórficas e dos primeiros continentes) com
mais de 2,5 milhões de anos, sua estrutura geológica é composta de rochas Ígneas ou
magmáticas e metamórficas, formando um complexo cristalino sertanejo.
Podemos encontrar algumas formações rochosas denominadas de Inselbergs que são
grandes formações de rocha arredondada, intermonatanas em meio à depressão sertaneja,
resultante de um intenso processo erosivo pluvial e eólico, dentre eles, temos catalogados
nove Inselbergs: os serrotes do Espinho Branco, Trapiá, Serra Negra das Onça, Pedro
Agostinho, Farinha dos gatos I e II, Morro do Careca, Pia e o serrote da Lagoa.
39

Fotografia 1 - Serrote do Espinho Branco3

Foto: Arquivo Monteiro, 2020.

Devido à composição de geologia, são encontrados, no município de Patos, alguns


minerais importantes como Calcário (como destaque), Cristais de rochas, Ferro, Granito,
Mármore cor-de-rosa e Ouro. A presença e a exploração desses minerais favorecem a
economia do município e do estado, impulsionando o desenvolvimento do setor de construção
e a geração de emprego e renda.
De acordo com a classificação do SIBCS (Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos), no
município, podemos encontrar três classificações tipológicas de solos: a) formações pedológicas, em
que o tipo predominante são os LUVISSOLOS crômicos Órticos, de ordem zonal e que apresentam
características pouco profundas e de coloração avermelhada ou amarelada; b) NEOSSOLOS Litólico
Eutróficos, que são solos jovens e pouco evoluídos, constituídos de material orgânico encontrado em
menos de 20 cm de profundidade. São solos da ordem azonal e de antiga nomenclatura LITÓLICOS
eutróficos; c) NEOSSOLOS Flúvicos, que antigamente possuíam a nomenclatura de ALUVIAIS
Eutróficos. São solos constituídos de material sedimentar encontrados próximos à rede de drenagem
em profundidades com mais de 2 metros.
Os solos presentes no município de Patos são do tipo Luvissolos, com forte presença
de afloramentos rochosos, que são rochas expostas na superfície terrestre, com tipo de
formação geológica sedimentar, onde os solos são rasos, pedregosos e pobre em matéria
orgânica, porém rico em presença de cálcio e potássio. Esse solo tipicamente contém um
baixo armazenamento de água em seu subsolo, em sua maior parte, devido apresentar pouca

3
Serrote do Espinho Branco, localizado ao sudoeste do município de Patos-PB, na depressão sertaneja. Essa
formação ocupa uma área de aproximadamente 12,94 ha, apresenta altitude máxima de aproximadamente 417m,
2020.
40

cobertura vegetal por causa do processo de desmatamento e das queimadas ao longo do


tempo.
Desta forma, Jacomine (1996) considera que, na região semiárida, os solos estão
distribuídos percentualmente em Neossolos Litólicos (19,2%), Latossolos (21%), Argissolos
(14,7%), Luvissolos (13,3%), Neossolos Quartzarênicos (9,3%), Planossolos (9,1%),
Neossolos Regolíticos (4,4%) e Cambissolos (3,6%). Perfazendo 5,4% da região, podem
também ser encontrados Neossolos Flúvicos, Vertissolos, Chernossolos, entre outros, em
pequenas extensões.
Tomando como referência o SIBCS, o município possui um solo predominantemente
classificado de Luvissolos (solos que recebem pouca quantidade de água), com características
de serem pouco profundos, sujeitos a sofrerem processos erosivos devido à ação dos agentes
externos ou exógenos (vento, água e ação humana), provocando um empobrecimento dos
nutrientes, em alguns casos, sujeitos ao processo de desertificação.
Patos está inserida na bacia hidrográfica do Rio Piranhas, tendo como rio principal o
Piranhas-Açu que nasce no município de Santa Fé na Paraíba, seguindo seu curso natural pelo
Rio Grande do Norte e desemboca no Oceano Atlântico.

Fotografia 2 - Rio Espinharas4

Foto: Arquivo Monteiro, 2020.

4
Rio Espinharas em tempo de cheia visto da ponte do Ginásio o Rivaldão em Patos-PB, 2020.
41

O município localiza-se na sub-bacia do Rio Espinharas (temporário ou intermitente),


que corta a cidade de Norte a Sul, sendo formado pelo encontro do Rio da Cruz que nasce do
município de Imaculada e pelo Rio da Farinha que nasce no município de Salgadinho.
O curso do Rio Espinharas percorre cerca de 45 km em terras paraibanas atravessando
a depressão sertaneja e deságua no Rio Piranhas no estado do Rio Grande do Norte. Suas
águas atravessam cerca de 20 cidades em seus arredores da cidade de Patos, seu leito é
arenoso, considerado um rio temporário, suas águas são poluídas, resultados de um
inadequado saneamento básico e resíduos sólidos. Atualmente são desenvolvidas práticas de
agricultura de subsistência e produção de pastagens.
Ainda temos a importante presença das barragens que abastecem o município de
Patos, entre elas, a Capoeira, a Farinha e o Jatobá como parte da sub bacia do Rio Espinharas,
que juntas formam a bacia do Piranhas.
É importante destacar que todas as áreas que estão presentes nessas sub bacias sofrem
impactos diretos e indiretos de origem antrópica (ação humana), depósito de esgoto, lixo
doméstico, mudanças de curso do rio, uso de agrotóxico, retirada de areia do seu leito e o
crescimento do setor imobiliário, que vem alterando e provocando, ao longo do tempo,
impactos socioambientais, transformando e prejudicando a qualidade de suas águas e a vida
das pessoas.
Fotografia 3 – Açude do Jatobá em tempo chuvoso

Foto: Arquivo Monteiro, 2020.


42

Os principais mananciais que abastecem o município de Patos-PB.


Tabela 1 – capacidades dos reservatórios
Açudes Município Capacidade em m3
Coremas Mãe D’água Coremas 744.144.694,00 m³
Capoeira Santa Terezinha 53.450.000,00 m³
Farinha Patos 25.738.500,00 m³
Jatobá Patos 17.516.000,00 m³
Fonte: AESA, 2020. (http://www.aesa.pb.gov.br/aesa-website/monitoramento/volume-acude/?id_acude=2442).

Fotografia 4 - Barragem da Farinha em período de cheia transbordando

Foto: Arquivo Monteiro, 2020.

No quesito regional, o IBGE, no ano de 2017, oficializou uma nova regionalização do


estado da Paraíba. Antes era conhecida como mesorregião e microrregião geográficas.
Atualmente essa regionalização passou a ser classificada em quatro regiões Intermediárias e
quinze regiões imediatas. Essa nova divisão baseia-se no novo quadro regional vinculado a
diversos processos políticos, econômicos e sociais.
43

Seu objetivo é atualizar informações e fornecer estudos sobre articulações entre as


cidades, pessoas, serviços e informações e, além disso, desenvolver planejamento de gestão
pública nos diferentes níveis políticos das esferas municipal, estadual e federal.

Tabela – 2 Regiões intermediárias


Regiões geográficas Intermediárias Número de municípios
João Pessoa 63
Campina grande 72
Patos 63
Sousa-Cajazeiras 25

Fonte: IBGE, 2017.

Esse novo recorte das regiões geográficas paraibanas disponibiliza dados estatísticos e
geocientíficos do IBGE para os próximos 10 anos. Essa nova divisão territorial não tem
intenção de substituir a divisão política administrativa dos municípios, pelo contrário, essa
proposta estrutura-se em processos de transformações ocorridos ao longo dos anos, como a
dinâmica dos fluxos econômicos, o desenvolvimento da rede urbana, a disponibilidade e
oferta de informações e serviços, entre outros fenômenos geográficos nos diversos espaços e
escalas regionais.
As definições feitas pelo IBGE das regiões geográficas imediatas consideraram as
influências dos núcleos urbanos como cidades-polos. Essa classificação regional foi projetada
graças à dinâmica das cidades e à disponibilidade de recursos para a satisfação do consumo da
população, tais como a oferta de serviços, os sistemas educacionais de educação básica
(educação infantil, fundamental e médio) e nível superior, a oferta dos sistemas de saúde, a
presença dos setores industriais, o amplo comércio varejista e atacadista e os diversos serviços
oferecidos pelo município à população local e cidades vizinhas.
Tabela 3 – regiões imediatas
Regiões geográficas Imediatas Número de municípios
João Pessoa 22
Guarabira 26
Mamanguape-Rio 10
Tinto
44

Itabaiana 5
Campina Grande 47
Cuité-Nova Floresta 10
Monteiro 7
Sumé 8
Patos 26
Itaporanga 15
Catolé do Rocha-São 10
Bento
Pombal 7
Princesa Isabel 5
Sousa 13
Cajazeiras 12
Fonte: IBGE, 2017

Dessa maneira, observamos que Patos é uma das quinze Regiões Imediatas do estado
da Paraíba, que juntas são compostas por 26 cidades, sendo ela a cidade mais populosa da
região com 107.605 habitantes, de acordo com os dados do IBGE (2019). As seguintes
cidades são: Água Branca, Areia de Baraúnas, Cacimba de Areia, Cacimbas, Catingueira,
Coremas, Desterro, Emas, Imaculada, Mãe d’água, Malta, Maturéia, Olho d´agua, Passagem,
Patos, Quixaba, Salgadinho, Santa Luzia, Santa Terezinha, São José de Espinharas, São José
do Bomfim, São José do Sabugi, São Mamede, Teixeira, Várzea e Vista Serrana.
Com base dos dados do IBGE (2010), a população de Patos está estimada em torno de
107.605 habitantes (2019), uma densidade demográfica de 212,82 hab/km 2. Possui uma
classificação 0,701 com base no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que é
considerado entre médio para alto; já a taxa de mortalidade infantil fica em torno de 15,29
(2017).
A economia tem por objetivo desenvolver um conjunto amplo de atividades que visam
gerar riqueza, produção, comercialização e bens necessários ao desenvolvimento de uma
região. No que diz respeito à economia, está dividida em três setores: primário (agricultura,
pecuária e o extrativismo), secundário (indústria) e terciário (comércio e serviços).
Em relação à sua economia no passado, por muito tempo, destacou-se o cultivo de
algodão. No entanto, devido à praga do bicudo, esse setor entrou em decadência. Hoje, no
45

setor agrícola, está em destaque a produção de arroz, de feijão e de milho (IBGE, 2007),
baseada no modelo agrícola familiar. No setor pecuarista, temos a produção de camarão,
peixes, bovino, equino, galináceas, ovino, suíno e a produção de mel de abelha (IBGE, 2018).
Embasados pelos dados do IBGE, no ano de 2017, Patos está em 5º lugar em nível
industrial em escala estadual, destacando-se os setores da Indústria de Transformação,
Construção Civil, Agropecuária, Serviços Industriais de Utilidade Pública e o Extrativismo
Mineral. Como indústrias principais, estão as de calçados, com destaque para (Carreiros
Calçados); bebidas (Coroa); material de limpeza (Quasar) e beneficiamento de alimentos
(Moinho Patoense) e de Minerações (GC). O município possui boas reservas de riqueza
mineral, com jazidas de mármore cor-de-rosa e ocorrências
de ouro, ferro, calcários e cristal de rocha.
Já o setor econômico atual de maior expressão para o município é o terciário, por meio
do comércio de roupas, tecidos, calçados, lanchonetes, restaurantes, supermercados, lojas de
conveniências, farmácias, óticas, panificadoras, pizzarias, serviços de transportes de pessoas
como moto táxi, táxi, transporte por aplicativo, entre outros.
Além do comércio como importante setor para a economia, podemos destacar também
o setor educacional com um elevado número de escolas públicas e privadas que vão desde o
ensino infantil, fundamental, médio, técnico e superior. Entre as instituições de ensino
superior temos: IFPB, UFCG, UEPB, UNOPAR, UNIFIP, entre outras.
O turismo enquanto uma atividade econômica abarca uma importante parcela de
contribuição para a economia da cidade, sendo um atrativo e fonte de diversão e
entretenimento social. O turismo pode ser realizado de diversas maneiras: doméstico,
comercial, nacional e internacional.
Em épocas de grandes festejos de tradições culturais nordestinas, como o São João, o
fluxo de pessoas eleva a população para 200 mil pessoas aproximadamente com a chegada
dos turistas, o que aquece a economia gerando emprego e renda para muitos empresários e
trabalhadores ambulantes. A cidade também é considerada a que possui a melhor distribuição
de renda e estrutura urbana do interior paraibano.
Também se destaca pelo turismo religioso com a presença do Parque Cruz da Menina,
localizado na saída Oeste da cidade às margens da BR 230, visitado diariamente por várias
pessoas de diversos lugares. Entre as festas religiosas, temos a festa da Igreja de Nossa
Senhora da Conceição, Nossa Senhora de Fátima e a festa de Nossa Senhora da Guia, também
46

conhecida como a festa de setembro, um dos maiores e mais importantes eventos religiosos do
município.
No turismo cultural, temos a Fundação Ernani Sátiro (museu), Centro Cultural
Amaury de Carvalho, Fundação Cultural de Patos (FUNDAP) e o São João de Patos, evento
que acontece no mês de junho e movimenta a vinda de milhares de turistas de vários lugares
do estado e até de outras regiões com o desejo de garantir diversão e alegria; representa um
período do ano que aquece e movimenta o comércio em geral, o setor industrial, o setor
hoteleiro, vendedores ambulantes, bares e restaurantes.
Nesse sentido, torna-se importante um estudo mais detalhado com intuito de elaborar
um planejamento entre o poder público, setor privado e a sociedade civil, com intuito de
construir uma rota para o fortalecimento do Geoturismo para o município, visto que sua área
dispõe de várias aspectos paisagísticos e geomorfológicos, que poderiam ser mais explorados,
a fim de criar novas formas de dinamismo e desenvolvimento econômico, aliando à
construção de uma sociedade com uma maior consciência ambiental e sustentável, na
perspectiva de oferecer mais opções com atividades turísticas para o município.
Hoje em dia, o município possui uma conexão muito intensa, dentro. As relações
ocorrem pelo fluxo contínuo de estudantes, turistas e principalmente pelas atividades
comerciais que se estabelecem entre diversas cidades e estados vizinhos.

3.2 Procedimentos metodológicos

Os procedimentos metodológicos se desenvolveram por meio de um levantamento


bibliográfico, das análises de diversos materiais, entre eles: sites, livros, artigos científicos de
autores respeitados e renomados na perspectiva da pesquisa aqui apresentada, entre eles:
Almeida e Passini (1989), Callai (2001), Demo (2000), Santos (1997), Souza (2001), Souza e
Zanella (2009), entre outros autores.
Foram incorporadas diversas contribuições em relação a dados e informações
provenientes de alguns órgãos e entidades como o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA),
Banco do Nordeste (BN), secretarias municipais, Câmara dos vereadores e Prefeitura, bem
como os documentos oficiais que norteiam as diretrizes da educação brasileira no ensino
fundamental como: Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCN), Base Nacional Comum Curricular (BNCC), Proposta Curricular do Estado
47

da Paraíba (PCEPB), Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e o Plano


Nacional do Livro Didático (PNLD).
A pesquisa se configura como indutiva, uma vez que esta parte da observação de
fenômenos, da experimentação, possibilitando a ampliação dos conhecimentos que são
construídos do particular para posterior generalizações a partir da coleta de dados particulares
(GIL, 2010; MARKONE e LAKATOS, 2019).
A referida pesquisa é qualitativa, pois se trata de analisar um objeto de estudo com
suas especificidades, condicionantes e estruturas. Para Moreira (2011, p. 76), o interesse
central da pesquisa está em sua interpretação e atribuição dos significados pelos sujeitos a
suas ações em uma realidade que é socialmente construída, por meio da observação
participativa, ou seja, na imersão do pesquisador no fenômeno de interesse a ser explicado.
Assim sendo, os dados coletados por meio da pesquisa qualitativa geram hipóteses no
processo investigativo e credibilidade para seus modelos interpretativos.
A pesquisa qualitativa enfatiza o estudo de fenômenos por retratar aspectos subjetivos
do comportamento humano, suas experiências e vivências do cotidiano, suas interações
sociais, uma vez que essa experiência humana é medida pela interpretação, a qual não
acontece de forma autônoma, mas sim na condição que o indivíduo interage com o outro.
Assim, as interações sociais vão sendo construídas pelas interações e os significados surgem
pela percepção da realidade do sujeito (ANDRÉ, 1998).
A elaboração de um Atlas Escolar requer a compreensão da linguagem cartográfica de
fácil entendimento a partir de processo metodológicos numa concepção crítica, estruturado na
aplicação de conceitos e categorias que auxiliem a leitura do espaço articulado com o lugar de
vivência, objetivando uma interatividade entre o produto e o leitor (Le Sann, 1983).
Nessa perspectiva, o Atlas Escolar foi construído a partir de três diretrizes, a
contextualização temática, os registros cartográficos e imagéticos fotográficos,
problematização, preocupações didáticas e pedagógicos estruturados em cada capítulo.

3.2.1 Processo de elaboração e construção dos mapas

Os mapas foram criados por meio do software Qgis, com base nos dados obtidos a
partir das seguintes fontes: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério
do Meio Ambiente (MMA), Empresa brasileira de pesquisas agropecuária (Embrapa),
Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA-PB) e Instituto
Nacional de Metereologia (INMET).
48

A utilização dos mapas no Atlas será de grande importância para que os alunos
aprendam a analisá-los, podendo compreender as características físicas, naturais, econômicas,
políticas e ambientais sobre o município de Patos, além de ampliar seus conhecimentos
através do auxílio da linguagem cartográfica.
Estes mapas serão bastantes úteis para o ensino da Geografia Escolar, sobretudo, por
apresentar aos alunos o conhecimento do espaço/local onde vivem, as relações existentes
nesse espaço, possibilitando uma melhor compreensão e análise através dos elementos que
compõem um mapa, como o título, a legenda, a escala, a fonte de dados e outros.
(FERRANTE & TORRES, 2013)

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Essa seção tem como objetivo apresentar os resultados da pesquisa, que consistem na
produção do Atlas Escolar, que, por sua vez, foi estruturado inicialmente por uma
apresentação sobre o município de Patos-PB e noções básicas de cartografia. A
composição do Atlas como produto final da pesquisa conta com uma apresentação inicial,
seguida da exposição dos oito (08) capítulos que trazem uma caracterização sobre a área
de estudo e seus aspectos gerais.
O Atlas Escolar é composto por mapas didáticos, atualizados com uma linguagem de
fácil compreensão, com gráficos, tabelas, fotos, indicações de leitura, sites e vídeos com
informações detalhadas que se propõem a nortear o professor e o aluno no processo de
ensino-aprendizagem sobre o espaço local do sujeito.
No final de cada capítulo, é apresentado um agrupamento de fotos sobre o município
em seus diversos espaços urbanos e rurais, constituídos por legendas explicativas
intitulado de “Geofotos”. Também são ofertadas sugestões numa vertente chamada de
“Conversa Pedagógica”, com dicas e orientações para o professor pensar e construir seu
planejamento de aula para ser aplicado dentro e fora do ambiente escolar.
➢ Apresentação: Contexto histórico sobre o surgimento do município de Patos - PB,
os fatores que contribuíram para sua evolução ao longo do tempo, os símbolos,
bandeira e hino, uma parte ilustrativa sobre noções de cartografia para o professor
orientar o aluno como aprender a ler e interpretar um mapa.
➢ Capítulo 1 – PATOS: LOCALIZAÇÃO, DISTRITO E BAIRROS: exibe um
estudo detalhado por meio de mapas sobre a localização do município, os limites e
49

acessos, o mapeamento das comunidades rurais (sítios), a divisão geográfica, como


uma maneira mais fácil e didática para os alunos compreender a regionalização por
bairros e regiões geográficas que delimitam o município. Podemos também
observar, além dos mapas, boxes informativos com curiosidades, indicação de
pesquisas, exercícios, sessão com fotos autorais ilustrativas (Geofotos) e um
quadro com indicações de possibilidades de planejamentos, auxiliando o trabalho
do professor em sala de aula com os alunos.
➢ Capitulo 2 – A POPULAÇÃO PATOENSE: apresenta um enredo sobre a
história da evolução populacional do município, os fatores que influenciaram na
ocupação territorial, dados gerais e estatísticos atualizados sobre o crescimento
populacional, os fatores que influenciaram em seu desenvolvimento, tabelas, mapa
de densidade demográfica, gráficos sobre a estrutura etária da população, um
panorama sobre a população urbana e rural em seus diversos contextos
socioeconômicos e um quadro com indicações de possibilidades de planejamentos,
auxiliando o trabalho do professor em sala de aula com os alunos.
➢ Capítulo 3 - ECONOMIA E SEUS SETORES: demonstra um panorama geral
sobre os setores econômicos que se destacam no município, sua participação de
sua economia em relação ao estado da Paraíba, a influência e importância da
economia entre os estabelecimentos empregatícios, seguido de boxe informativos,
gráficos, tabelas, exercícios, sessão com fotos autorais ilustrativas (Geofotos) e um
quadro com indicações de possibilidades de planejamentos, auxiliando o trabalho
do professor em sala de aula com os alunos.
➢ Capítulo 4 - TURISMO E CULTURA: exibe uma seleção de materiais com
características sobre as atividades turísticas e culturais presentes no município,
destacando alguns eventos festivos, tais como festas juninas, eventos religiosos,
marcos históricos e geográficos, áreas comerciais tradicionais, sessão de fotos
autorais ilustrativas (Geofotos) e um quadro com indicações de possibilidades de
planejamentos, auxiliando o trabalho do professor em sala de aula com os alunos.
➢ Capítulo 5 – AS ROCHAS E AS FORMAS DE RELEVO: apresenta as
principais características das formas e estruturas geológicas e geomorfológicas do
município, sua influência na paisagem, a importância para a sociedade e para a
economia. O material é ilustrado com mapas, boxes informativos, atividades,
indicação de sites, canais na plataforma do You Tube, material complementar para
50

pesquisa, sessão de fotos autorais ilustrativas (Geofotos) e um quadro com


indicações de possibilidades de planejamentos, auxiliando o trabalho do professor
em sala de aula com os alunos.
➢ Capítulo 6 – AS CHUVAS, A SECA E O CALOR: apresenta uma
caracterização sobre os aspectos climatológicos, dados estatísticos anuais sobre
índices de chuvas e temperaturas registrados nos últimos anos, tabelas, gráficos,
boxes informativos, pesquisas, exercícios, sessão de fotos autorais ilustrativas
(Geofotos) e um quadro com indicações de possibilidades de planejamentos,
auxiliando o trabalho do professor em sala de aula com os alunos.
➢ Capítulo 7 – RIOS, AÇUDES E BARRAGENS: destaca informações acerca da
rede hidrográfica do município, destacando os principais mananciais, os problemas
acerca das relações entre a natureza e as ações antrópicas, mapa, indicações de
pesquisas em sites e canais na plataforma do youtube, exercícios, sessão de fotos
autorais ilustrativas (Geofotos) e um quadro com indicações de possibilidades de
planejamentos, auxiliando o trabalho do professor em sala de aula com os alunos.
➢ Capítulo 8 – PAISAGENS E PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS: destaca as
características elementares da paisagem e vegetação, os principais problemas
ambientais, os fatores relacionados com o uso e ocupação das terras, os níveis dos
índices de vegetação e as tipologias do solo presentes no município. O material é
ilustrado com mapas, boxes informativos, pesquisas, gráficos, imagem, exercícios,
sessão de fotos autorais ilustrativas (Geofotos) e um quadro com indicações de
possibilidades planejamentos, auxiliando o trabalho do professor em sala de aula
com os alunos.

O presente trabalho é de suma importância enquanto material didático para o ensino de


Geografia, especialmente, na realidade dos professores da educação básica da rede pública e
privada de ensino, que não dispõe de um material específico sobre a realidade local, dando
significado para a aprendizagem dos alunos.
Nesse sentido, por meio do Atlas, esperamos que alunos e professores possam
aprender, refletir e conhecer mais sobre os principais aspectos e características que estão
relacionados com o seu lugar de vivência, sobre o seu espaço vivido, no que se refere ao
município de Patos-PB.
51

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo permite um maior aprofundamento da compreensão sobre o espaço


de vivência do sujeito, visto que os conhecimentos acerca da disciplina Geografia Escolar
estão contemplados nesse trabalho como instrumento de mediação entre o professor, aluno e o
conhecimento, com intuito de contribuir na formação social e cultural dos educandos no
espaço escolar, o que, por sua vez, trará uma abordagem sobre diversas temáticas,
disponibilizando material teórico, imagens, fotos, mapas, tabelas, gráficos, exercícios,
indicações de leituras, sites, vídeos e orientações para construção de planos de aula acerca das
características locais do município de Patos-PB.
Com o desenvolvimento desse trabalho, percebemos que os objetivos foram
alcançados com a construção do Atlas Escolar, que traz, em seu cerne, o intuito de atender às
demandas curriculares para o Ensino Fundamental, ofertando uma leitura sobre o espaço
vivido pelo sujeito, oportunizando a ampliação do conhecimento da linguagem cartográfica,
enfatizando a construção do raciocínio geográfico e formação do pensamento espacial, aliados
ao estudo dos fenômenos geográficos, na perspectiva de reforçar as relações existentes entre o
Atlas Escolar e o ensino de Geografia no chão da escola.
Diante disso, vale ressaltar que o campo de pesquisa da Geografia refere-se ao espaço
geográfico, uma vez que este está relacionado com as diferentes escalas cartográficas, aliado
às relações entre diferentes níveis, que vão do local ao global.
Nesse sentido, trabalhar com a escala local, ou seja, o lugar vivenciado, percebido e
concebido pelo sujeito é fundamental para o processo de aprendizagem, sobretudo com a
certeza de que o lugar é palpável, real e, além disso, um importante recurso para ensinar e
aprender Geografia, que, por sua vez, caminha em uma perspectiva de disponibilizar um
material didático formativo direcionado para o Ensino Fundamental, sendo capaz de auxiliar
os propósitos da Geografia Escolar no município de Patos-PB.
Essa pesquisa se justifica, sobretudo, por tratar de temas relevantes que se enquadram
nas discussões da linha de pesquisa: Saberes geográficos no espaço escolar do programa de
Pós-Graduação em Geografia – Mestrado Profissional – GEOPROF do Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes CERES – Caicó – RN, despertando o interesse da comunidade
acadêmica, que tem produzido estudos e produtos na perspectiva de ofertar ao público um
material didático escolar.
52

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ANEXOS A – ATLAS ESCOLAR DO MUNICÍPIO DE PATOS


Atlas Escolar
do Município de
Patos - Paraíba

Wedell Jackson de Caldas Monteiro


Saulo Roberto de Oliveira Vital
Sumário
APRESENTAÇÃO .............................................................................................. 7
1 PATOS E SUA FUNDAÇÃO ........................................................................... 12
1.2 História do município .................................................................................... 13
1.2 Símbolos do município ................................................................................... 14
2 PATOS: DISTRITOS E BAIRROS ................................................................. 15
2.1 Localização geográfica ................................................................................... 16
2.2 Vias de acesso ao município ........................................................................... 18
2.3 Divisão geográfica dos bairros ...................................................................... 20
2.4 Comunidades rurais (sítios) ........................................................................... 22
2.5 Geofotos ........................................................................................................... 23
2.6 Conversa Pedagógica ..................................................................................... 25
3 A POPULAÇÃO PATOENSE .... ..................................................................... 26
3.1 Crescimento demográfico .............................................................................. 27
3.2 Dados populacionais ....................................................................................... 28
3.3 Densidade demográfica .................................................................................. 29
3.4 Estrutura da População ................................................................................. 31
3.5 Distribuição da População ............................................................................. 33
3.6 População Urbana e Rural ............................................................................ 35
3.7 Conversa pedagógica ...................................................................................... 39
4 ECONOMIA E SEUS SETORES .................................................................... 40
4.1 Setores econômicos ......................................................................................... 41
4.2 Geofotos ........................................................................................................... 47
4.3 Conversa pedagógica ...................................................................................... 50
5 TURISMO E CULTURA .................................................................................. 51
5.1 Fundação Ernani Sátiro ................................................................................. 52
5.2 Instituto Histórico e Geográfico de Patos ..................................................... 53
5.3 Festas populares – São João .......................................................................... 54
5.4 Festas populares – Patos Moto Fest .............................................................. 55
5.5 Festas religiosas – Festa de Nossa Senhora da Guia ................................... 56
5.6 Parque Religioso Cruz da Menina ................................................................ 57
5.7 Filarmônica 26 de julho ................................................................................. 58
5. 8 FUNDAP e o Centro Cultural Amaury de Carvalho ................................. 59
5.9 Marco do eclipse ............................................................................................. 60
5.10 Geofotos ........................................................................................................ 61
5.11 Conversa pedagógica ................................................................................... 63
6 AS ROCHAS E AS FORMAS DE RELEVO ............................................... 64
6.1 Geologia e recursos minerais ......................................................................... 65
6.2 Hipsometria .................................................................................................... 68
6.3 Relevo .............................................................................................................. 69
6.4 Relevo e os Inselbergs .................................................................................... 70
6.5 Recorte do relevo ........................................................................................... 71
6.6 Paisagem sertaneja ......................................................................................... 72
6.7 Geofotos .......................................................................................................... 73
6.8 Conversa pedagógica ..................................................................................... 75
7 AS CHUVAS, A SECA E O CALOR ................................................................ 76
7.1 Aspectos climatológicos .................................................................................. 77
7.2 Chuva e temperatura ..................................................................................... 79
7.3 Índice mensal e anual de chuvas e temperaturas ........................................ 82
7.4 Revisando a explicação .................................................................................. 83
7.5 Geofotos ........................................................................................................... 84
7.6 Conversa pedagógica ...................................................................................... 86
8 RIOS, AÇUDES E BARRAGENS ................................................................... 87
8.1 Hidrografia ..................................................................................................... 88/
8.2 Aspectos hidrográficos ................................................................................... 89
8.3 Açude do Jatobá .............................................................................................. 90
8.4 Barragem da Farinha ..................................................................................... 91
8.5 Aprendendo com os mapas ............................................................................ 92
8.6 Geofotos ........................................................................................................... 93
8.7 Conversa pedagógica .................................................................................... 96
9 PAISAGENS E PROBLEMAS SÓCIOAMBIENTAIS ................................. 97
9.1 Paisagem e vegetação ..................................................................................... 98
9.2 Desmatamento e queimada ............................................................................ 99
9.3 Poluição hídrica .............................................................................................. 100
9.4 Uso e ocupação da terra ................................................................................. 101
9.5 Índice de vegetação ........................................................................................ 104
9.6 Solo e Vegetação ............................................................................................. 106
9.7 Geofotos ........................................................................................................... 107
9.8 Conversa pedagógica ...................................................................................... 109
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 110
APRESENTAÇÃO
Fonte: Arquivo pessoal
Apresentação

Fotografia 1- Patos (PB): Paisagem urbana Atlas Geográfico Escolar do Munícipio de Patos-PB
traz até você um estudo reformulado e atualizado sobre as
características gerais do município. Esse Atlas é resultado de
uma pesquisa fundamental para o ensino de Geografia e para o
conhecimento do espaço dentro da perspectiva da categoria
geográfica “Lugar”. A aplicabilidade desse material em sala de
aula irá propiciar o sujeito a observar, comparar, conhecer,
entender e refletir sobre seu espaço vivido e as dinâmicas que
acontecem em seu entorno.
A estrutura organizacional apresenta-se em formato de
capítulos, entre eles: Apresentação; 1. Patos e sua fundação; 2.
Patos: distritos e bairros; 3. A população patoense; 4. Economia
e seus setores; 5 .Turismo e cultura; 6. As rochas e as formas de
relevo; 7. As chuvas. A seca e o calor; 8. Rios, açudes e
barragens e 9. Paisagens e problemas socioambientais.
Fonte: Monteiro, 2020.

. O Atlas também contém textos, indicações de vídeos e sites. Disponibilizamos um conjunto de dados cartográficos, geográficos e
estatísticos. O Atlas contempla habilidades e competências exigidas pelos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) do MEC (Ministério
da Educação) e da BNCC (Base Nacional Comum Curricular).
Desta forma, espera-se que o uso do Atlas nas aulas de Geografia venha despertar o interesse do público para a compreensão da
realidade do seu espaço de vivência, as relações existentes, as dinâmicas que se materializam e que compõem o cenário atual do
município. Assim, convido todos vocês a fazerem uma exploração geográfica pelo município de Patos/PB.

7
Aprendendo a ler e interpretar um mapa

✓ A escala cartográfica serve para


O que é um mapa? E para que serve? Vamos agora conhecer o significado de
representar o tamanho de uma área em
cada elemento expresso no mapa. Leia a
Os mapas são um importante instrumento seguir com bastante atenção. uma proporção territorial reduzida, pois
de auxílio para a compreensão do espaço e seria impossível representar o tamanho
para a Geografia como um todo. Também O título é uma referência que se dá ao real de uma área em um mapa.
são conhecidos como cartas e servem para nome do mapa, que informa aquilo que está
sendo representado cartograficamente. • As escalas cartográficas podem ser
visualizar e explicar a localização dos
classificadas de duas formas: a escala
fenômenos no espaço, ou seja, na ✓ As convenções cartográficas, que
numérica (ou fracionária), que tem um
superfície terrestre. também podem ser chamadas de
formato apenas em números e vai
símbolos, são elementos informativos
Os mapas consistem em uma linguagem de mostrar a relação entre dois números: o
que indicam:
representação gráfica ou um desenho, que numerador que representa um cm no
busca retratar um lugar no espaço terrestre. • os aspectos existentes em uma mapa (sempre o número 1) e o
O profissional responsável pela elaboração localidade, como variados tamanhos de denominador que representa a medida
e criação dos mapas é chamado de círculos, bolinhas, triângulo, avião, cruz, no mapa, ou seja, a quantidade de
cartógrafo. A disciplina responsável para o com finalidade de demonstrar e centímetros entre dois pontos no
representar determinados fenômenos que
estudo dos mapas é a Cartografia (carta: mapa, por exemplo: 1: 1000, 1:1.000
foram mapeados, como uma cidade
mapa; grafia: escrita, “descrição”). 000, 1: 110 000 000. A leitura da escala
grande, uma cidade média, aeroporto ou
(1: 1000) ficaria assim: um centímetro
Para melhor entender as informações hospital.
no mapa corresponde a mil metros ou
contidas em um mapa, é preciso conhecer ✓ A Legenda é representada por um um km na realidade mapeada. Em um
os principais elementos presentes nos conjunto de símbolos, elementos segundo caso, temos a escala gráfica
mapas, entre eles: o título, a legenda, as indispensáveis para a compreensão dos que tem o mesmo significado da
convenções cartográficas, a escala, a rosa mapas. É compreendendo a legenda que numérica, mas é representada de outra
dos ventos e as coordenadas geográficas se consegue entender tudo o que há no
maneira: destaca-se por ter um gráfico
(paralelos e meridianos) mapa e seus significados.
que demonstra as distâncias expressa no
mapa.
8
Aprendendo a ler e interpretar um mapa

Através dos paralelos, podemos meridiano cortar o observatório Real de


A leitura da escala gráfica abaixo
determinar a latitude de um lugar na Greenwich na cidade
ficaria assim: cada um centímetro no mapa
corresponde a cinquenta quilômetros na superfície terrestre. Londres na Inglaterra.
realidade mapeada, dois centímetros A latitude é uma distância medida em graus
correspondem a cem quilômetros na que podem ser traçadas de Norte ✓ A rosa dos ventos é uma imagem que
realidade mapeada e assim sucessivamente. (Setentrional ou boreal) a Sul (Meridional representa os pontos cardeais: Norte-(N),
ou Austral) ou inverso. A latitude varia de 0º Sul-(S), Leste-(E ou L), O-(O ou W) e os
pontos colaterais: Noroeste-(No),
a 90º.
Nordeste-(NE), Sudeste-(SE) e
Imagem 2- Escala gráfica Existem cinco paralelos que são: o
Sudoeste-(SO).
Equador, como principal, que dividi a terra
em dois hemisférios (Norte e Sul), o ✓ A fonte é um elemento que indica a
Trópico de Câncer, o Trópico de origem e a data dos dados apresentados
Capricórnio, o Círculo Polar Ártico e o no mapa.
✓ Coordenadas Geográficas
Círculo Polar Antártico.
Podemos dizer que as coordenadas • Os Meridianos são linhas imaginárias Imagem 3 - Planisfério.
geográficas são linhas imaginárias que verticais traçadas de um polo a outro no
circulam o planeta Terra de norte a sul e sentido Norte-Sul. O uso dos meridianos
leste a oeste. Através dessas linhas determina a longitude de um lugar na
imaginárias, conseguimos encontrar superfície terrestre e também estabelece
qualquer objeto e lugar em qualquer ponto os fusos horários.
da superfície. As coordenadas podem ser A longitude é uma distância medida
classificadas em paralelos e meridianos. em graus que pode ser traçada de leste
• Os paralelos são linhas imaginárias (Oriental) a Oeste (Ocidental) ou inverso; a
horizontais traçadas de Leste-Oeste da longitude varia de 0º a 180º. Fonte; https://www.geographyrealm.com/absolute-
O principal meridiano é o de relative-location
terra, ligando um ponto a outro.
Greenwich, nome dado pelo fato de esse
9
Aprendendo a ler e interpretar um mapa

Mapa 1- Patos (PB): Mapa Físico.


É possível identificar uma gama
variada de tipos de mapas. Vamos conhecer
alguns agora? Observe alguns exemplos a
seguir:
Mapa político: são representações Eu acho que você já deve ter um usado um
cartográficas que trazem informações e GPS em algum momento na vida, ou seja, em
divisões regionais entre bairros de uma cidade, uma viagem, para encontrar a casa de um
estados, regiões, países e continentes. amigo, localizar um endereço, entre outros. O
✓ Mapas físicos ou hipsométricos: são GPS é um instrumento tecnológico auxiliador
representações cartográficas que demarcam por sistema de satélite que tem o objetivo de
as altitudes de uma área. Mapa 1- Patos (PB): Mapa Físico. fornecer dados de posicionamento e
Fonte: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S., 2020 velocidade de um determinado ponto na
✓ Cartas: são representações cartográficas da
superfície terrestre que apresentam um superfície terrestre através das coordenadas
Mapa 2- Patos (PB): Mapa político. geográficas.
elevado grau de precisão entre as distâncias
e são muito utilizadas na navegação
marítima e em viagens.
Imagem 4 - Sistema de Posicionamento Global – GPS
✓ Plantas: são representações cartográficas da
superfície terrestre que possui uma escala
grande, variando entre (1: 10 até 1: 20 000).
Esse tipo de mapa representa uma área
pequena como um terreno, um bairro, uma
fazenda ou até um condomínio.
✓ Mapas Temáticos: são representações
cartográficas usadas para representar um
tema em especial: agricultura, urbanização, Fonte: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S., 2020.
clima, vegetação, relevo, entre outros Fonte: www.freepik.com
aspectos.
10
Aprendendo a ler e interpretar um mapa

Mapa 3- Patos (PB): Mapa de localização geográfica

Título
Legenda
(convenções
cartográficas)

Coordenadas
Geográficas
(latitude)

Rosa dos
ventos

Escala

Coordenadas
Geográficas
(longititude)
Fonte

Fonte: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S., 2020.


11
Capítulo 1
PATOS E SUA FUNDAÇÃO
Fonte:
http://www.folhapatoense.com/2016/10/24/113-anos-
de-elevacao-de-patos-a-categoria-de-cidade-veja-
30-fotos-historicas-da-nossa-cidade/
1.1 História do município

A ocupação populacional do município de Patos ocorreu em meados do século XVII a partir da chegada da família
Oliveira Ledo, que partiu do recôncavo baiano e seguiu às margens do Rio São Francisco, sentido norte, com o objetivo de
colonizar novas terras e implantar fazendas de gado na região. O surgimento dos primeiros currais e o surgimento das primeiras
fazendas de gado fixaram-se nas imediações onde hoje se encontra situada a Escola Cidadã Monsenhor Manoel Vieira,
conhecida, na época, como Colégio Diocesano.
Fotografia 2- Patos (PB): Início da ocupação
A partir das instalações das primeiras fazendas de
gado, foram ocorrendo diversos conflitos entre os povos
indígenas Pegas e Panatis da etnia Cariris. Tais conflitos
resultaram em fugas e em um grande número de mortes.
A partir da ocupação dessas áreas pela família
Oliveira Ledo, surgiu um povoado próximo ao Rio
Espinharas, onde existia uma lagoa repleta de patos,
gansos e marrecos, motivo pelo qual surgiu o nome do
Município de Patos. No início, esse povoado, às margens
da Lagoa dos Patos e do Rio Espinharas, fazia parte da
Vila de Pombal, onde, mais tarde, em 1833, recebeu o
título de vila. Anos mais tarde, especialmente em 24 de
agosto de 1903, Patos recebeu o título de cidade,
desmembrando-se da Vila de Pombal, regulamentado
pela Lei Nº 200, sancionada pelo então presidente do
Estado da Paraíba, Dr. José Peregrino de Araújo.
Fonte: http://construindoahistoriahoje.blogspot.com/2010/08/patos-paraiba.html

13
1.2 Símbolos do município

HINO DE PATOS São homens de feito brilhantes amando e As serras destacam o relevo do município
honrando o Brasil pela presença de Inselbergs. Na base da
Num cantinho da minha pátria amada e Patos, te amo Patos, imagem, podemos perceber o nome da
dentro do meu coração Patos, eu sempre hei de amar. cidade, dia, mês e ano de sua fundação. A
Está minha terra adorada de sonhos cor azul representa o manto da padroeira da
e de tradições Letra e música de Amaury de Carvalho cidade, Nossa Senhora Da guia, símbolo de
O seu nome foi tirado da lagoa dos patos Você sabe o que significa cada cor e cada religiosidade e fé. Já as cores pretas que
tranquilos de lá. símbolo que está no brasão e na bandeira de fazem o contorno simbolizam uma
No mundo uma terra tão boa eu creio, Patos/PB? exigência heráldica para as portas da coroa,
meu Deus, que não há. Vamos conhecer um pouco mais desse dando destaque às outras cores.
Patos, te amo Patos, contexto histórico e geográfico? Vem Por fim, a presença do amarelo e da cor
Patos, eu sempre hei de amar comigo! cinza simboliza em sua história todo o
A riqueza escondida no teu seio não pode Na parte de cima da imagem, percebemos processo de defesa da prosperidade e do
ninguém calcular. cinco torres de cor prata, símbolo que crescimento da cidade.
De artista, a cidade é um esteio, são lindas representava as cidades do Brasil na época. Imagem 1- Patos (PB): Bandeira Oficial e
as morenas de lá. Também podemos ver dois ramos; um o brasão do Município
Nos teus campos é bonita a alvorada nos representando a cultura do milho e o outro,
rios que correm por lá. o algodão, duas culturas agrícolas
As loiras meninas douradas derramam importantes que impulsionaram o comércio
perfume no andar. na cidade. A igreja ao fundo representa o
Patos, te amo Patos, primeiro monumento religioso construído
Patos, eu sempre hei de amar na cidade: a igreja de Nossa Senhora da
O progresso foi chegando de repente e Conceição. Os patos na lagoa, destacados
os patos fugiram de lá no centro da imagem, simbolizam, de
Deixando a saudades na gente e a ânsia de maneira singular, a origem do nome da
vê-los voltar. cidade. O sol representa sua localização no
Os seu filhos nos recantos mais distantes sertão nordestino, fazendo referência às Bandeira Oficial do Município de Patos
sussurram seu nome sutil. condições climáticas locais. Decreto de Lei n° 3.767/2009
14
Capítulo 2
PATOS: DISTRITOS E BAIRROS
Fonte: Arquivo pessoal
2.1 Localização Geográfica

Fotografia 3- Patos (PB): Acesso pela BR 230 O município de Patos está localizado na porção centro-oeste do Estado
da Paraíba, com uma área de 473,056 km2 (IBGE, 2018), população em torno
de 107.605 hab. (IBGE, 2019), densidade demográfica de 212,82 hab./m2
(IBGE, 2010). Patos fica a uma distância de 305 km da capital paraibana, João
Pessoa. Tem acesso no sentido leste para noroeste pela BR 230 e no sentido
leste a oeste pela BR 361. Ainda conta com outras rodovias estaduais que
ligam a diversos municípios circunvizinhos. O município possui o distrito de
Santa Gertrudes, localizado geograficamente na porção noroeste, com distância
de 16 km da sede municipal.
Fotografia 4- Patos (PB): Acesso a BR 361 pelo eixo Leste

Fonte: Monteiro, 2020.

Patos faz parte dos 223 municípios paraibanos, sendo uma das quinze
regiões imediatas e uma das quatro regiões intermediárias (IBGE, 2017). Seu
relevo está situado a uma altitude de 221 metros acima do nível do mar,
possuindo as seguintes coordenadas geográficas: Lat: 7° 1’ 32’’ Sul, Long:
37° 16’ 40’’ Oeste. Possui limites territoriais municipais com São José de
Espinharas (Norte), São Mamede, Quixaba e Cacimba de Areia (Leste), São
José do Bonfim (Sul), Santa Terezinha e Malta (Oeste). A sua localização é
situada no vale do rio Espinharas, contornado pelo Planalto da Borborema a
leste e sul. Fonte: Fonte: Monteiro, 2020.
arquivo
pessoal 16
2.1 Localização Geográfica

Mapa 4 - Patos (PB): Mapa de Localização do município

Fonte:
arquivo
pessoal 17
Fonte: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S., 2020.
2.2 Vias de acesso ao município

Imagem 5 - Patos (PB): Vias de acesso ao município

Fonte: Monteiro, 2020.


18
2.2 Vias de acesso ao município

De acordo com a divisão geográfica da área urbana de Patos, podemos identificar cinco zonas geográficas, cada uma composta
por um conjunto de bairros bem distintos. Observando a Mapa 5, verificaremos a distribuição dos bairros em suas respectivas zonas ou
regiões geográficas. A Zona Norte é composta pelos bairros: Bela Vista, Belo Horizonte, Distrito Industrial, Bairro dos Estados,
Jardim Europa, Jardim Magnólia, Noé Trajano e o Novo Horizonte. A zona Sul é composta pelos bairros: Alto da Tubiba, Jardim
Santa Cecilia, Jatobá, Monte Castelo, Nova Conquista. A zona Leste, composta pelos bairros: Ana Leite, Jardim Assunção,
Salgadinho, São Sebastiao, Sete Casas. A zona Oeste é composta pelos bairros: Bivar Olinto, Liberdade, Maternidade, Morada do Sol,
Morro (Frei Damião). A zona Central é composta pelos bairros da Brasília, Centro e Santo Antônio. Com relação aos bairros
existentes e não mencionados no mapa e nem no texto, ainda não foram oficializados por decreto de lei pela câmara dos vereadores.

Fotografia 5- Patos (PB): Zona geográfica central. Centro da cidade Fotografia 6- Patos (PB): Zona geográfica sul. Alto da Tubiba

Fonte: Monteiro, 2020. Fonte: Monteiro, 2020.

19
2.3 Divisão geográfica dos bairros

Mapa 5- Patos (PB): Divisão dos bairros e das zonas (regiões) geográficas

Fonte: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S., 2020.


20
2.3 Divisão geográfica dos bairros

Fotografia 7- Patos (PB): Rua do Prado.


Você conhece a sua cidade? De olho no
mapa, identifique qual das regiões geográficas da
cidade concentram mais bairros? Em qual das
regiões está localizado o bairro onde você mora e a
escola onde você estuda?
• Identifique em qual zona geográfica o seu bairro
está localizado;
• Identifique no mapa os bairros que fazem limite
com o seu bairro.
• Observe nos mapas se alguma das rodovias corta
o bairro onde você mora.

Fonte: Monteiro, 2020.

Conhecendo o meu bairro


Você sabia que a rua do Prado é uma das mais
antigas do município de Patos e recebeu esse nome • Qual é a história do seu bairro? Como ele
porque acontecia prado de cavalo? Esse evento surgiu?;
geralmente acontecia aos domingos como diversão • Que atividades econômicas são
da época. Prado era o nome dado às corridas entre desenvolvidas?;
diversos cavalos e cavaleiros (vaqueiro) e o • Escolha cindo ruas de seu bairro e pesquise
cavaleiro que chegasse primeiro ao ponto final da sobre a origem de seus nomes;
disputa seria o campeão e receberia uma calorosa • Existe alguma coisa em seu bairro que se
chuva de palmas e euforia dos expectadores.. destaca ou chama a sua atenção? Comente
um pouco.

21
2.4 Comunidades rurais (sítios)

Mapa 6- Patos (PB): comunidades rurais (sítios)

Fonte: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S., 2020.


22
2.5 Geofotos

Fotografia 8 - Patos (PB): Paisagens urbanas

Centro e, aos fundos, o bairro Escola Cidadã Integral


Igreja de Nossa Senhora da Acesso leste pela BR 230
São Sebastião Monsenhor Manuel Vieira
Conceição

Rua Peregrino Filho – centro FUNDAP Concha Acústica na Praça Casarão de 1930 ao lado da
Edivaldo Mota Praça Edivaldo Mota

23
Fonte: Monteiro, 2020.
2.5 Geofotos

Fotografia 9 - Patos (PB): Paisagens urbanas

Prefeitura Municipal de Acesso pela BR 361 – Câmara Municipal “Casa Igreja Matriz de Nossa
Patos Zona urbana Juvenal Lúcio de Sousa” Senhora Da Guia

Antiga Estação Ferroviária Hotel J. K. Terminal Rodoviária de Patos BR 230 acesso para a PB
“Rodoshopping” 275

24
Fonte: Monteiro, 2020.
Localização
2.6 Geográfica
Conversa pedagógica de Patos

Imagem 6 - Conversa pedagógica – Possibilidades de trabalho

Produção de
mapas desenhos
Bingos com Maquetes Google Maps Quebra-cabeça
representações de
locais importantes

Pesquisa Entrevistas com


sobre a Glossário os moradores
Passeio guiado origem da Google Earth
Cartográfico mais antigos do
pelos bairros cidade ou bairro
bairro.

Jogo da Mapa do tesouro e Exposição


Palavras
jogos de geo- fotográfica Visita a marcos
memória cruzadas/
localização Caça-palavras históricos

Fonte: Monteiro, 2020.

25
Capítulo 3
A POPULÃÇÃO PATOENSE
3.1 Crescimento demográfico

Sabemos que o processo de ocupação do atual município de


Patos ocorreu a partir da presença de povos indígenas e, mais tarde, por
meio da chegada da família Oliveira Ledo no século XVII. Houve
Fotografia 10- Patos (PB): Antigo Colégio Diocesano, atualmente, Escola Cidadã
também uma crescente migração, resultado do êxodo rural, que Integral Monsenhor Manuel Vieira, localizada na Praça Edvaldo Fernandes Mota.
promoveu a vinda de diversos povos de vários lugares, atraídos pela
crescente prosperidade por que a região passava naquela época.
A partir daí, foram surgindo novas habitações, Igrejas, áreas
comerciais, que, apoiadas ao desenvolvimento das culturas agrícolas do
milho e do algodão, acabaram influenciando ainda mais no
desenvolvimento do município, formando, assim, os primeiros núcleos
habitacionais.
A presença de córregos, riachos, rios e açudes influenciou a
fixação populacional. Desta maneira, fica evidente que o surgimento da
população do município de Patos/PB resultou de um processo de
miscigenação entre grupos de brancos, europeus, indígenas e
afrodescendentes.
De acordo com o processo de desenvolvimento econômico,
atribuído principalmente pela cultura do algodão, pode-se afirmar que
houve um intenso processo de migração rural-urbana, enfatizado pelo
intenso êxodo rural, que, anos mais tarde, foram surgindo novas
ocupações que influenciaram no crescimento do comércio, da oferta dos Fonte: Monteiro, 2020.
serviços e, posteriormente com a indústria, promoveram o
desenvolvimento, favorecendo o crescimento populacional local e
regional do município.
27
3.2 Dados populacionais

Quando falamos em população, estamos nos referindo ao conjunto de pessoas que habitam um determinado lugar. Pode-se verificar que a
população cresce ou eventualmente diminui por meio das seguintes situações: a diferença entre o número de pessoas que entraram (imigrantes) e
o número de pessoas que saíram (emigrantes) e o saldo entre nascidos e os óbitos. Esse crescimento populacional pode estar relacionado com a
busca de melhores condições de vida, emprego, acesso à educação, saúde, disponibilidade de serviços oferecidos a um determinado país.
O estudo demográfico leva em consideração diversos aspectos, como idade, sexo, taxa de natalidade, mortalidade, expectativa de vida,
crescimento natural ou vegetativo, população absoluta e relativa, entre outros.
Com base nos último Censo Demográfico, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado no ano de 2010, o
município de Patos/PB possuía uma população absoluta de 100.674 habitantes, distribuídos em uma área de 472, 892 km2 com uma população
relativa ou densidade demográfica em torno de 212,82 hab./km2.
Desse total da população, estima-se que se encontra divindade em um total 47.805 do sexo masculino e 52.869 do sexo feminino (IBGE,
2010).
Analisando os dados publicados pelo último censo de 2010, podemos observar que houve um crescimento demográfico considerável.
Levando em consideração os dados censitários do IBGE, o município de Patos/PB ocupa o 4º lugar entre os municípios mais populosos do estado
da Paraíba, ficando atrás apenas de João Pessoa com 809.15 hab; Campina Grande com 409,07 hab. e Santa Rita com 136,05 hab.
A seguir, observe a Tabela 1, que apresenta dados sobre a evolução da população do município de Patos entre os anos de 1991 a 2010.

Tabela 1- Patos (PB): Evolução da população

Evolução entre a população entre os anos de 1991 a 2010


População População (1991) % do Total (1991) População (2000) % do Total (2000) População (2010) % do Total (2010)
População
81.565 100% 91.761 100% 100.674 100%
total
Fonte: PNUD, Ipea e FJP

28
3.3 Densidade demográfica

Mapa 7 - Patos (PB): Mapa da Distribuição/densidade da população Urbana

Fonte: Elaboração: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S.


29
3.3 Densidade demográfica

A densidade demográfica é também chamada de população relativa e corresponde ao número de habitantes existentes em cada
quilômetro quadrado em um determinado local. É também considerado um importante elemento para o estudo da população.
Agora vamos entender melhor o mapa da densidade populacional do Município de Patos/PB? Venha comigo!
Ao observarmos o Mapa 6, percebemos que a população se encontra dividida entre cinco regiões geográficas, agrupando um
total de 26 bairros, sendo que alguns apresentam densidades populacionais elevadas, médias e baixas. Não obtivemos informações de
alguns bairros.
Agora vamos descobrir o que o mapa está nos querendo dizer? Muito bem! Analise com bastante atenção o mapa da Densidade
Populacional, as descrições das regiões geográficas contidas no Mapa 6. Observe atentamente a distribuição dos bairros, as regiões
geográficas a as cores presentes em cada quadrinho na legenda para responder aos seguintes questionamentos. Use como material de
auxílio o Mapa 5 como suporte para responder às perguntas a seguir.

1- Quais os bairros mais populosos de cada zona geográfica?


2- Identifique o bairro mais populoso do município de Patos/PB e em qual zona geográfica
se encontra.
3- Justifique os motivos que fazem com que os bairros mais próximos da região geográfica
central de Patos sejam os mais populosos. Essa grande concentração de pessoas acarretam
algum tipo de problema socioambiental? Use seus conhecimentos e faça um pequeno
comentário.
4- Identifique os bairros menos populosos de cada zona geográfica.
5- Em seguida, apresente seu trabalho ao professor e aos colegas em sala.

30
3.4 Estrutura da população

TAXA DE ANALFABETISMO
Gráfico 1: Patos (PB): Gráfico das taxas de analfabetismo
Para conseguir entender o que se refere à taxa de
analfabetismo, é preciso compreender que esse índice relaciona as Taxa de analfabetismo
pessoas com 15 anos ou mais que não sabem escrever e nem ler.
35
Agora vai ser a hora de conhecermos um pouco desse assunto
tomando o município de Patos como exemplo. 30
32,6
Conforme está representado n Gráfico 1, vale ressaltar que a
25
31
proporção da população analfabeta era de 32,6% em 1991. No
24,9
decorrer dos anos, com as melhorias e maior acesso à educação, 20
através dos programas sociais aplicados sob responsabilidade do

(%)
poder público, esse quadro começou a evoluir, caindo para 24,9% 15 18,4
em 2000, seguido de outra queda em 2010 e chegando ao índice de
18,4% da população analfabeta. 10

Ao verificar esses dados, é possível observar que houve 5


uma considerável queda nos índices de analfabetismo, porém vale
0
destacar o quanto é importante que a educação seja vista com
olhares que proporcionem maiores investimentos físicos, 1991 2000 2010
tecnológicos e humanos, que sejam capazes de mudar ainda mais Fonte:BNB, 2019.
essa realidade, ofertando mais melhoria nas condições de ensino e Fonte: Monteiro, 2020.
aprendizagem no município.
.

31
3.4 Estrutura da população

O estudo da população serve como base de conhecimento 4-Passo: observar a parte central, também conhecida como corpo da
para o planejamento de políticas públicas, que sejam capazes de pirâmide, a qual representa a população adulta, que vai dos 20 aos
atribuir benefício em prol do bem-estar da sociedade. A 59 anos.
constituição da população pode ser verificada através de alguns 5-Passo: por último, observar o topo ou ápice da pirâmide, que
indicadores, como: faixa de idade, sexo, qualificação representa população idosa com 60 anos ou mais.
profissional, nível de escolarização, taxa de natalidade,
mortalidades, expectativa de vida, entre outros. Gráfico 2- Patos (PB) Pirâmide Etária

Desse modo, compreender como a população se organiza


pelo seu espaço geográfico de vivência, sua origem, sua dinâmica
e o seu comportamento torna as informações capazes de subsidiar
planejamento e uma efetiva intervenção do poder público.
Assim, vale considerar que o instrumento que vai
viabilizar uma compreensão com mais detalhes sobre a
distribuição da população por idade, sexo e o número de pessoas
é a Pirâmide Etária.
Para compreender uma pirâmide etária, é preciso aprender
alguns detalhes que eu vou lhe mostrar agora. Vamos lá!
1-Passo: identificar o título, fonte, ano de publicação.
2-Passo: observar a divisão entre a população masculina e
feminina.
3-Passo: observar a base da pirâmide que representa a população Fonte: Monteiro, 2020.
jovem com idade até 19 anos.

32
3.5 Distribuição da população

Gráfico 3- Patos (PB): Distribuição da população de Patos em 2000 e 2010


Ao compararmos os dados das duas pirâmides etárias no
Gráfico 3, a qual representam a distribuição da população entre os
anos de 2000 e 2010, nos permite observar algumas alterações no seu
formato em função das transformações ocorridas ao longo dos anos.
Dessa forma, levando em consideração a base da pirâmide,
nota-se que houve uma redução dos números de jovens em razão do
controle de natalidade, motivada pela diminuição das taxas de
fecundidade, pelo acesso aos métodos contraceptivos e pela maior
participação da mulher no mercado de trabalho. A taxa de mortalidade
tem diminuído nos últimos anos devido a melhoria das condições
higiênicas e sanitárias (rede de esgoto, água tratada, habitação, etc.) e
o acesso ao sistema médico hospitalar
Com relação à população adulta, podemos perceber um
expressivo crescimento, resultante das diminuições do número de
natalidade e fecundidade. Por fim, ao observar o topo das pirâmides,
notamos um relativo crescimento da população idosa, configurando
um aumento da expectativa de vida da população com mais de 60
anos, fato que reflete na posição de número 0,701 no que refere ao a
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), (IBGE, 2010),
considerado de médio para alto.

Faça uma pesquisa sobre as causas e as


possíveis consequências relacionadas com o
envelhecimento populacional. Na sua
opinião, quais os aspectos positivos e
negativos que podemos identificar através de
Fonte: Monteiro, 2020.
33
uma crescente população idosa.
3.5 Distribuição da população

Tomando como base a organização da pirâmide etária,


devemos entender que ela não é uniforme, sempre vai apresentar
alguma alteração nos seus gráficos a cada senso. Gráfico 4- Patos (PB): Distribuição populacional em %.

Analisando os dados das pirâmides no Gráfico 3,


podemos afirmar que houve uma redução das taxas de natalidade Distribuição da população em 2010
no município, bem como um aumento da população adulta e
uma aumento da expectativa de vida. Desta maneira, verificamos
que a base da pirâmide de 2010 vem se estreitando, o seu corpo ACIMA DE 95 ANOS 0,0 0,1

Distribuição em %
vem crescendo relativamente, e o seu topo demonstrando um 80 A 94 0,7 1,2
significativo aumento em relação à pirâmide de 2000. 75 A 89 1,1 1,9
60 A 74 3,2 4,5
Como resultado da diminuição da base da pirâmide,
percebemos um alargamento do corpo, representando um 45 A 59 6,2 7,7

aumento da população adulta e um ligeiro alargamento do seu 30 A 44 10,4 11,8


topo ainda pequeno, mas representando um aumento da 15 A 29 8,1 7,9
população idosa, demonstrando que houve um considerável 0 A 14 12,6 12,4
aumento da expectativa de vida no ano de 2010.
Homens Mulheres
Fonte: BNB, 2019
Através da análise do Gráfico 4, podemos compreender
melhor como essa distribuição populacional do município de
Patos está representada em porcentagem entre homens e Fonte: Monteiro, 2020.
mulheres, demonstrando que há uma maior porcentagem de
mulheres, 52% do total, em relação à quantidade de homens -
48% do total.

34
3.6 População urbana e rural

Tabela 2- Patos (PB): Evolução da população urbana e rural

Evolução entre a população rural e urbana entre os anos de 1991 a 2010

População População (1991) % do Total (1991) População (2000) % do Total (2000) População (2010) % do Total (2010)

População total 81.565 100% 91.761 100% 100.674 100%

População
76.708 94,05% 87.949 95,85% 97.278 96,63%
urbana

População rural 4.857 5,95% 3.812 4,15% 3.396 3,37%

Fonte: PNUD, Ipea e FJP


Gráfico 5- Patos (PB): Distribuição da população urbana e rural

Vamos conhecer um pouco mais sobre as características da


população urbana e rural no município de Patos? Vamos lá!

Verificando os dados da Tabela 2 e do Gráfico 4, notamos que,


desde os anos de 1991 a 2010, a população urbana sempre
ultrapassou em números a população rural. Assim, podemos
identificar atualmente, com base nos dados da Tabela 2, um
predomínio de mais de 95% da população urbana.
Diante dessa realidade, notamos um processo intenso e com
elevados índices de urbanização, sendo registrado 96,63% da
população residente na área urbana, contra 3,37% da população
vivendo em áreas rurais, com base nas estatísticas em 2010.
Fonte: Monteiro, 2020. 35
3.6 População urbana e rural

As informações contidas no Mapa 7 nos revelam que há um predomínio da população urbana no município com 97.278 e com
apenas 3. 396 habitantes na zona rural, conforme os dados do IBGE (2010).
Esse aumento ocorreu devido às transformações espaciais e estruturais do município, resultando em uma maior oferta de serviços e
oportunidades de trabalho para a população. Tais fatores influenciaram na dinâmica das relações culturais, sociais, econômicas, políticas e
ambientais. Essas transformações, ocorridas ao longo do tempo na organização populacional no município de Patos, estão diretamente
associadas à produção e à organização do espaço. Desta maneira, podemos dizer que o fenômeno do êxodo rural está relacionado a esse
processo das relações sociais e também ao desenvolvimento de atividades ligadas aos diversos setores da economia.

Fotografia 11- Patos (PB): Zona rural – Barragem da Farinha Fotografia 12- Patos (PB): Zona urbana – Centro da cidade

Fonte: Monteiro, 2020.


36
Fonte: Monteiro, 2020.
3.6 População urbana e rural

Mapa 8 - Patos (PB): Mapa da Distribuição da população urbana e rural no município

37
Elaboração: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S ., 2020.
3.6 População urbana e rural

Tabela 3- Patos (PB): Crescimento da população urbana e rural em %. Fotografia 13- Patos (PB): População urbana

Índice de crescimento populacional em porcentagem (%)

Fonte: Monteiro, 2020.


População População (1991) População (2000) População (2010)
População
0% 15% 11%
urbana
População
0% -22% -11%
rural

Fonte: PNUD, Ipea e FJP

A Tabela 3 demonstra a variação entre os índices de crescimento da Fotografia 14- Patos (PB): População rural
população urbana e rural em porcentagem. Notamos que, entre os anos de

Fonte: Monteiro, 2020.


1991 a 2000, a população urbana cresceu em torno de 15%, enquanto a
população rural teve uma redução de 22%.
Entre os anos de 2000 e 2010, a população urbana representou um
crescimento de 11%; já a população rural sofreu uma redução de 11% do
seu total, provocando um despovoamento através do fenômeno do êxodo
rural. Essa condição acabou promovendo uma maior concentração
populacional na zona urbana do município, que, por sua vez, não estava
devidamente preparada para esse processo de urbanização. Isso resultou
um crescimento urbano desordenado.
38
3.7Localização Geográfica
Conversa pedagógica de Patos

Imagem 7 - Patos (PB): Quadro de possibilidades de trabalho

Produção de
mapas desenhos
Bingos com Quebra-cabeça
representações de
locais importantes

Pesquisa
sobre a Exposição
Passeio guiado
origem da fotográfica
pela cidade cidade ou
bairro.

Jogo da
memória Palavras cruzadas Caça-palavras

39
Fonte: Monteiro, 2020.
Capítulo 4
ECONOMIA E SEUS SETORES
4.1 Setores econômicos

ATIVIDADES ECONÔMICAS
Como podemos observar, o Gráfico 5 mostra a distribuição da
Quando falamos em economia, estamos nos referindo a um produtividade agrícola do município em relação ao estado da Paraíba
conjunto de atividades desenvolvidas pelo ser humano, animais e por nos anos de 2017. Verificamos um destaque para a produção de
máquinas com o objetivo de produzir riqueza, bens e serviços que melancia, representando 24% em relação ao estado, seguido pela
serão consumidos pela sociedade em seus diversos espaços produção de batata doce com 23%, manga com 20%, mamão com
geográficos. Com base nas diversas atividades econômicas, temos três 15%, milho com 11% e o feijão com 6%, ficando com o menor índice
setores que se destacam e possuem diferenças, mas se completam e de produção no município.
dependem um do outro. Vamos conhecer um pouco mais dos setores Com base nos dados, podemos identificar que a produção local
econômico e suas atividades? Venha comigo! em relação aos outros municípios do estado da Paraíba fica abaixo dos
Temos o Setor primário que representa todas as atividades 25% no ano de 2017. Desta forma, percebe-se que a cultura agrícola
ligadas à extração de matérias-primas, agricultura e a pecuária, ou que teve maior expressão foi a melancia, produto muito consumido
seja, geralmente são atividades ligadas ao campo. pela população e comercializado nas feiras livres, nos mercadinhos e
Já o Setor secundário representa todas as atividades supermercados locais e regionais, desenvolvida por agricultura
industriais, diversas indústrias de automóveis, calçados, bebidas, familiar ao longo da área rural do município.
roupas, entre outros produtos. Gráfico 6- Patos (PB): Produção agrícola em 2017
Por fim, temos o Setor terciário, que contempla o comércio e
a prestação de serviços. Entre esses profissionais, temos: o médico, Produtividade agrícola do município em
professor, advogado, engenheiro, gari, balconista, secretária (o), relação ao Estado em 2017

Fonte: Monteiro, 2020.


pedreiro, pintor, entre outros.
Fonte: BNB, 2019
A economia do município de Patos desde os primórdios do 7% Batata-doce
século XVII, com o advento de ocupação até aos dias atuais, sempre
15% 23% Melancia

.
esteve relacionada à agricultura e à pecuária, atividades econômicas
Milho
pioneiras que fortaleceram o crescimento do comércio local e regional
e desempenharam um papel importante na economia do município. Manga
20% Mamão
AGRICULTURA 24%
Atualmente, o setor primário representa pouca expressividade Feijão
na economia do município. 11%
41
4.1Setores econômicos

AGRICULTURA condicionado às dinâmicas anuais de chuva e ao período de estiagem.


Além desses elementos citados anteriormente, não podemos
A cultura agrícola que por muitos anos representou um deixar de destacar o problema histórico da concentração de terras no
lugar de destaque na economia do município de Patos foi o Brasil, o que não foi diferente na história do município, revelando
algodão. No entanto, teve sua decadência motivada pela chegada um estrutura fundiária com altos níveis de concentração, que, por sua
da praga do bicudo (besouro), considerada um vilão que acabou vez, foram palcos de diversos conflitos que resultaram em uma maior
destruindo a produção no município. Há uma expressiva produção concentração de terras nas mãos dos latifundiários, aumentando,
de hortaliças nas várzeas próximas aos rios e açudes no município desde tempos passados, a dificuldade de acesso às terras no
e também a produção de legumes, frutas e grãos. Vamos analisar o município pela população loca acompanhada por uma má
gráfico? Preste bem atenção! distribuição da estrutura fundiária.
Perceba que o Gráfico 7 traz os mesmos componentes
Gráfico 7- Patos (PB): Participação da produção agrícola em %.
agrícolas mostrados no Gráfico 6. Dessa forma, percebemos,
através dos dados, que a produção de Melancia representou a
maior porcentagem com 3,10% na participação da produção em
relação aos demais municípios paraibanos no ano de 2017,
acompanhado da produção de batata doce, com 0,63%, seguido da

Fonte: BNB, 2019


produção de manga com 0,41%, milho com 0,25%, feijão com
0,12% e o mamão com apenas 0,05%.
Os dados nos revelam uma baixa produtividade agrícola e
um pequeno percentual de participação na produção municipal em
relação ao estado, no ano de 2017.
Essa dura realidade demonstra que essa baixa
produtividade está relacionada com a utilização de práticas
agrícolas aliadas a métodos rudimentares, como as queimadas, o
baixo nível de mecanização e a falta de práticas de conservação do
solo e um sistema de irrigação ineficiente,
Fonte: Monteiro, 2020.
42
4.1 Setores econômicos

PECUÁRIA Atualmente, vêm sendo desenvolvido diversos avanços nos


métodos de criação, melhoramento genético e rações que vêm
Para analisar a dinâmica do setor pecuário no município
propiciando um crescimento expressivo do setor pecuário.
de Patos, observe atentamente o Gráfico 8, onde iremos
A caprinocultura é um importante rebanho no comércio; sua carne
verificar as informações acerca da participação dos principais
e o seu leite são produtos bastante consumidos pela população. A carne é
rebanhos presentes no município, verificando sua porcentagem
considerada um prato típico sertanejo servido em diversos restaurantes,
em comparação com o estado da Paraíba. Vamos agora resolver
bares e no mercado público da cidade. Outro produto oriundo da
alguns desafios? Para isso, você deverá fazer uma leitura do
pecuária caprina é a utilização do couro para a fabricação de calçados,
gráfico e, em seguida, completar as lacunas de acordo com o
tapetes, cintos, chapéus e outros produtos comercializados no comércio
tipo de rebanho indicado corretamente.
local e regional.
Com base nos dados apresentados pelo Gráfico 8,
podemos verificar que o rebanho de _________________ é a Gráfico 8- Patos (PB): Produção de rebanhos em %
atividade com maior percentual, seguido de _______________.
Já o setor de criação de ___________________ representa a
menor participação no total em relação ao estado
A pecuária é a atividade que mais se destacou nesse
cenário, principalmente a pecuária extensiva. A criação de
bovino destina-se à produção de leite, carne e couro, com
finalidade de atender à demanda das indústrias de laticínios,
queijeiras, padarias e o comércio local e regional. De acordo
com o Gráfico 8, entendemos que, entre os principais rebanhos,
podemos considerar que a criação de ________________ é o
rebanho que mais se adapta às condições climáticas naturais do
município; são resistentes à seca e ao calor, representando
apenas 0,42% da participação total em relação ao estado.
Fonte: Monteiro, 2020.

43
4.1 Setores econômicos

INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS No setor educacional, o município dispõe de um amplo serviço,


tornando-se um importante centro educacional do sertão paraibano, com
O município de Patos foi marcado por um processo de
diversas escolas de ensino na rede de Educação Básica e Superior.
industrialização do tipo tardio ou periférico, motivo pelo qual
demorou mais de dois séculos para que seu processo industrial O município dispõe de escolas municipais na zona rural e
viesse a acontecer, demonstrando assim o atraso de sua urbana, escola estaduais. O ensino superior é representado por
modernização em relação ao Brasil e aos países desenvolvidos, que universidades públicas e privadas, que oferecem cursos de licenciatura,
foram as primeiras áreas a se industrializarem no mundo. bacharelado, pós-graduação, mestrado e doutorado.
O município possui variados estabelecimentos industriais, Entre elas, temos a Estácio de Sá, UNIFIP, UEPB, UFCG, IFPB,
concentrado em sua maior parte no Distrito Industrial, localizado nas ITEC, UNOPAR, MAURÍCIO DE NASSAU. Atualmente, a cidade
margens da BR 230, caracterizando um importante polo industrial e recebe inúmeros estudantes e profissionais de cidades e estados vizinhos
calçadista do sertão paraibano. Também concentra um número que se deslocam diariamente e retornam ao final do dia, representando
considerável de indústrias, com destaque para Indústria de Bebidas um grande fluxo de migrações pendulares.
Coroa Ltda. |Na área alimentícia, temos o Moinho Patoense Ltda.;
Fotografia 15- Patos (PB): Centro Universitário FIP
na produção de material de limpeza, temos a Polux e a Quasar; no
setor extrativista, temos a Calmisa Mineração de Cal Ltda e GC
mineração; no setor calçadista, temos a indústria Carreiros Calçados,
entre outros.
Temos também um amplo e importante setor comercial e de
serviços com empresas nos mais diversos ramos de atacado e varejo,
com destaque para: Atacadão, Grupo Queiroz, Grupo Guedes,
Armazém Paraíba, Atacadão Rio do Peixe, Casas Bahia,
Americanas, Magazine Luiza, Realce Calçados, Paraíba Calçados,
Carreiros Calçados, Patos Importado, além de empresas de cunho
estrangeiro e lojas de Importados.
Fonte: Monteiro, 2020.

44
4.1 Setores econômicos

Fotografia 17- Patos (PB): UFCG


Como você percebeu com base nas leituras anteriores, o
município possui um setor econômico muito dinâmico e
diversificado, dispondo de uma ampla capacidade na área
industrial, comercial e de serviços, gerando um significativo
número de empregos e oportunidades de trabalho para a
população local e também de várias cidades e munícipios
circunvizinhos.

Fotografia 16- Patos (PB): Área comercial no centro da cidade

Fonte: Monteiro, 2020.


Fotografia 18- Patos (PB): IFPB

Fonte: Monteiro, 2020. Fonte: Monteiro, 2020.

45
4.1 Setores econômicos

Ao verificarmos a Tabela 4, percebemos que ela traz informações com dados estatísticos sobre o número de estabelecimentos
empregatícios entre os anos de 2011 e 2017 no município de Patos/PB. Através dos dados, desde os anos de 2011, houve um crescimento
exponencial considerável de estabelecimentos empregatícios. O período de maior crescimento foi entre os anos de 2013 e 2014, em que
houve um salto de crescimento da oferta de 119 postos de trabalho.
Esse crescimento está diretamente ligado à influência das rodovias que corta o município, a circulação de transportes, produtos, o
grande fluxo de pessoas, indústria, fábricas, lojas e empresas de vários ramos da economia e que prestam diversos serviços. Apesar de os
dados da Tabela 4 demonstrarem um crescimento dos estabelecimentos empregatícios, não podemos esquecer que o número de
desempregados ainda é muito alto, o que é resultado da mecanização e da informatização das tarefas produtivas, pois antes eram realizadas
por pessoas e hoje estão sendo substituídas por máquinas.
Entre algumas das causas do crescimento do setor informal, podemos destacar o desemprego, o êxodo rural (saída do home do
campo para cidade), a burocracia trabalhista, o excesso de impostos. A expansão do setor informal é um grande desafio para a sociedade,
pois não garante ao trabalhador direitos trabalhistas, tais como: férias remuneradas, décimo terceiro salário, seguro desemprego, auxílio
doença e aposentadoria.
Tabela 4- Patos (PB): Estabelecimentos empregatícios

Estabelecimentos empregatícios entre 2011


O trabalho formal se refere a todo serviço prestado
a 2017
por uma pessoa ou um grupo que tem carteira
(lojas, oficinas, fábricas, indústrias e assinada ou funcionário público que contribui com
outros) os devidos impostos previdenciários seguindo as
2.000 orientações das Leis de trabalho.
de estabelecimentos

1.500 1.485 1.604 1.634 1.629 1.658


1.280 1.380 Já o trabalho informal envolve toda prestação de
1.000 serviço feita por uma pessoa ou um grupo. As
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 pessoas exercem funções sem nenhum vínculo legal,
não possuem registro na carteira de trabalho e nem
Fonte: Monteiro, 2020. contato.

46
4.2 Geofotos

Fotografia 19- Patos (PB): Atividade econômicas

Produção de mudas de
Produção de manga Produção de batata Produção de mamão
hortaliças

Produção de melancia e feijão Produção de hortaliça Produção de banana Pecuária extensiva

Fonte: Monteiro, 2020.


47
4.2 Geofotos

Fotografia 20- Patos (PB): Atividade econômicas

CEASA Criação de suínos Indústria Carreiros Calçados Lojas Americanas

Mercado Central Darcílio


Hipermercado Queiroz Atacadão Feira Central
Wanderley

48
Fonte: Monteiro, 2020.
4.2 Geofotos

Fotografia 21- Patos (PB): Atividade econômicas

Avicultura – margens da BR
Feira central Feira central Patos Shopping 361

Área de Mineração (Britador) Área de Mineração (Britador) Indústria de Bebidas Coroa Indústria de Bebidas Coroa

Fonte: Monteiro, 2020.


49
4.3 Conversa Pedagógica

Imagem 8 - Patos (PB): Quadro de possibilidades de trabalho

Produção de
Bingos seminários sobre Quebra-cabeça
os setores
econômicos

Pesquisa
Passeio guiado sobre a Exposição
pela cidade economia da fotográfica
cidade

Jogo da
memória Palavras cruzadas Caça-palavras

Fonte: Monteiro, 2020.


50
Capítulo 5
TURISMO E CULTURA
5.1 Fundação Ernani Sátiro

Fotografia 22: Fundação Ernani Sátiro Você conhece a FUNES? Já ouviu falar sobre esse museu? Então vamos lá!
A Fundação Ernani Sátyro foi criada em 21 de Julho de 1988, pelo decreto 5.048,
sancionado pelo então governador da Paraíba, Tarcísio de Miranda Burity. A
inauguração ocorreu em 05 de Março de 1991. A FUNES está localizada na rua
Miguel Sátyro, nº 93, no centro de Patos, próximo à praça Edivaldo Mota.
A fundação tem como objetivo resgatar, preservar e disponibilizar para toda
a sociedade a memória de seu homenageado, Hernani Sátyro, cidadão patoense,
político, escritor e poeta. A FUNES dispõe ao público de um acervo considerável de
fotos, sala de reunião, objetos antigos da casa em que viveu. Para melhor
compreender sobre a história da FUNES, faça uma visita ao museu e conheça um
pouco mais sobre a vida desse cidadão paraibano e patoense de natureza.

Fotografia 23: Fundação Ernani Sátiro

Fonte: Monteiro, 2020.

Ernani Ayres Sátiro e Sousa foi um ilustre patoense que nasceu em 11


de setembro de 1911 e faleceu em 8 de maio de 1986. Advogado e
agricultor, ele foi deputado federal pela Paraíba por 8 mandatos, além
de prefeito de João Pessoa e governador do estado. Teve uma brilhante
carreira politica, mas também transitava pela literatura. Como poeta,
romancista, ensaísta e cronista, foi membro das Academias de Letras
paraibana, brasiliense e Campinense.

Acesse o site da Funes em <www.funes.pb.gov.br>


52
Fonte: Monteiro, 2020.
5.2 Instituto Histórico e Geográfico de Patos

O Instituto Histórico e Geográfico de Patos (IHGP) foi fundado no dia 24 de outubro de 1997. É uma sociedade civil com
direitos privados sem fins lucrativos e tem o objetivo de resgatar, registrar, preservar e materializar a memória e a história do
município de Patos/PB e seu patrimônio cultural. O IHGP conta com uma biblioteca especializada com um acervo de livros
paraibanos e patoenses, revistas, documentos com registros que fazem parte da história e da cultura do município. O IHGP
encontra-se localizado no Sobrado de Dr. José Mota, na Praça Edivaldo Motta, nº 156, no centro da cidade de Patos. O prédio do
sobrado foi construído no inicio do século XX, especialmente no ano de 1930, pertenceu ao farmacêutico Alcebíades Parente, na
qual foi comprado e restaurado pelo então proprietário José Mota Victor nos anos de 1992. O Sobrado é um dos exemplos de
monumentos arquitetônicos que preservam os traços das construções do passado com muita beleza.

Fotografia 24: IHGP Fotografia 25: IHGP

Fonte: Monteiro, 2020. Fonte: Monteiro, 2020.


53
5.3 Festas populares – São João

Esses festejos ampliaram a programação para 10 dias.


Um dos grandes eventos festejados em Patos todo ano é o Lojas e o comércio aumentam suas vendas com muita
São João. Um momento esperado por todos como espaço de animação, tendo a presença de trio pé de serra soando alegria e
representação das tradições nordestinas, como a queima de fogueira, muita satisfação a toda a sociedade durante o dia em espaços
forró pé de serra, quadrilhas, queimas de fogos, shows e as comidas como o Terrerinho ao lado hotel JK e coreto II (Restaurante
típicas que alimentam e animam a população local e os turistas que Pirão de Queijo). À noite, acontece o encontro de todos no
visitam a cidade. As festas juninas sempre foram uma tradição, mas terreiro do forró.
foi a partir de 1997 que ocorreram grandes investimentos do poder A festa tornou-se, ao longo dos anos, um importante
público e privado, passando a acontecer festas com bandas e acontecimento anual que favorece a preservação da cultura
músicos conhecidos regionalmente e nacionalmente. junina da Paraíba e do Nordeste, impulsionando o crescimento
da economia local e também dos diversos setores industriais, o
Fotografia 26: Patos (PB): Terreiro do Forró
comércio e os serviços da cidade, como hotéis, pousadas, bares,
restaurantes, lojas de artesanato e diversos vendedores
ambulantes, que aproveitam o evento para ganhar uma renda
extra, mantendo sempre um clima festivo no mês de Junho.
Fotografia 27: Patos (PB): Terrerinho do Forró

54
Fonte: https://www.patosmetropole.com.br Fonte: https://www.patosmetropole.com.br
5.4 Festas populares – Patos Moto Fest

Considerado o segundo maior evento cultural do município de Patos, ficando atrás somente do São João, o Moto Fest é um
evento organizado pela Associação dos Motociclistas de Patos/PB (AMO) desde o ano de 2009, um momento esperado por todos os
amantes das duas rodas (moto) a cada ano. O evento é comemorado no mês de agosto. Durante o dia, ocorre uma recepção aos
motociclistas de vários lugares da Paraíba, dos estados vizinhos e de diversas regiões do Brasil com café da manhã, área de camping,
churrasco 0800, ou seja, gratuito. À noite, é oferecido ao público um amplo espaço para alimentação, tendas e barracas com vendas de
materiais personalizados, equipamentos para condutores e motocicletas, exposição de motos de várias cilindradas, escolha da garota
Moto Fest, Shows de Rock, Motoculto (Benção aos motociclistas e ao evento) e várias premiações.

Fotografia 28: Patos (PB): Patos moto Fest Fotografia 29: Patos (PB): Patos moto Fest

Fonte: www.patosonline.com.
Fonte: www.patosonline.com.

55
5.5 Festas religiosas – Festa de Nossa Senhora da Guia

Fotografia 30: Patos (PB): Igreja de Nossa Senhora da Guia

A Festa de Nossa Senhora da Guia ou Festa de Setembro é o


maior e mais esperado evento religioso da cidade de Patos. A
devoção a Nossa Senhora da Guia se inicia com a doação de partes
das terras pelo Capitão Paulo Mendes de Figueiredo e sua mulher
Maria Teixeira de Melo, onde foi erguida a capela em 1772. A
cidade cresceu ao seu redor, e a capela se tornou paróquia em 1778.
A matriz de Nossa Senhora da Guia foi inaugurada em 1906 na Rua
Alegre, que depois passou a se chamar Rua Grande e atualmente
Sólon de Lucena.
A Festa da Guia ou de Setembro acontece durante 10 dias,
iniciando dia 14 de setembro com uma grande carreata levando a
imagem de Nossa Senhora da Guia por toda a cidade e hasteamento Fonte: Monteiro, 2020.
da bandeira e terminando com a procissão no dia 24 de setembro, dia
da padroeira da cidade. Durante os dia da festa, os fiéis assistem às Fotografia 31: Patos (PB): Igreja de Nossa Senhora da Guia
novenas e missas, frequentam o pavilhão central onde encontram
bebidas, comidas típicas, leilões, bingos e música ao vivo com
diversos artistas locais, além da quermesse com suas inúmeras
barracas de comidas típicas, artesanato e vendas de objetos
religiosos.
As ruas em torno da igreja matriz são tomadas por uma
imensidade de parques de diversões que oferecem muito
divertimento ao público, seja infantil ou adulto. Além dos parques, as
pessoas podem escolher entre as muitas opções de lazer, entre elas,
os estabelecimentos que comercializam lembranças da festa,
bijuterias, brinquedos, barracas de alimentação e bebidas,
apresentações artísticas, bem como eventos de clube com shows de
56
Fonte: Monteiro, 2020.
artistas do cenários regional e nacional.
.
56 Festas religiosas – Parque Religioso Cruz da Menina

Você conhece o Parque Religioso Cruz da Menina? Já visitou alguma vez? Será que você já ouviu falar sobre o parque Cruz
da Menina? Sendo assim, quero oportunizar a todos vocês conhecer um espaço de fé, religiosidade que se tornou também um local
de turismo da cidade de Patos/PB.
Nas rotas turísticas do município de Patos, temos um lugar de grande expressão religiosa, que oferece aos fiéis espaços de
reflexões, orações, missas, sala de velas, altar externo e lojas de artesanatos com lembranças do Parque Religioso Cruz da Menina. O
parque está localizado às margens da BR 230, no bairro Novo Horizonte, sentido Oeste, saída para o distrito de Santa Gertrudes. A
origem do parque ocorreu por um acontecimento que marcou a história do município; uma menina assassinada foi encontrada
próximo a um amontoado de rochas por um morador chamado José Justino, que construiu uma capela, a qual foi inaugurada em 25
de Abril de 1929. Anos depois passou por uma reforma e o seu espaço foi ampliado e inaugurado na década de noventa para um
complexo turístico e religioso que é um dos lugares mais bonitos e visitados do Nordeste. Atualmente, o Parque Religioso Cruz da
Menina encontra-se aberto ao público local e aos turistas de vários lugares do Brasil e do mundo todos os dias da semana. De segunda
a sábado funciona das 5h às 18h e aos domingos, das 5h às 19h.
Fotografia 32: Patos (PB): Parque religioso Cruz da Menina Fotografia 33: Patos (PB): Capela da Menina Francisca Marta

Fonte: Monteiro, 2020. Fonte: Monteiro, 2020.

57
5.7 Filarmônica 26 de julho

Criada e regida por Anézio Leão, músico vindo de Campina Grande nos anos 20 do século passado. Inicialmente era
conhecida como Banda do Instituto São José, sendo assumida pela prefeitura de Patos na gestão do prefeito Adelgício Olinto de
Mello e Silva que mudou seu nome para Filarmônica 26 de julho em homenagem a João Pessoa, assinando nessa data no ano de
1930. Com base em seu regimento, a Filarmônica 26 de Julho foi oficializada através da lei nº 3.655/98, sancionada pelo então
prefeito Nabor Wanderley da Nóbrega Filho. Representa uma entidade sem fins lucrativos que tem por finalidade oferecer, acolher e
promover oportunidades de formação musical para o público em geral, participar de eventos culturais, artísticos, momentos cívicos
e festas tradicionais no município. Atualmente, a sede da Filarmônica foi transferida para um prédio público no bairro Belo
Horizonte onde funciona também a Fundação Cultural de Patos (FUNDAP).

Fotografia 34: Patos (PB): Filarmônica 26 de julho Fotografia 35: Patos (PB): Filarmônica 26 de julho

Fonte: http://www.folhapatoense.com/2019/07/26/os-88-anos-da-filarmonica-26-de-julho/<acesso em 07-10-2020

58
5.8 FUNDAP e o Centro Cultural Amauri de Carvalho

Fotografia 36: Patos (PB): FUNDAP e o Central cultural Amauri de


Carvalho, próximo da praça Edivaldo Mota

A Fundação Cultural de Patos (FUNDAP) foi


criada em 16 de janeiro de 2017 pelo decreto Lei
Municipal Complementar Nº 002/2017.
Efetivamente esse espaço funciona desde janeiro de
2018. A FUNDAP está situada no centro da cidade,
próximo à praça Edivaldo Motta, no prédio do
Centro de Cultura Amaury de Carvalho. Neste
mesmo local, já funcionou o primeiro mercado de
carne da cidade e por muitos anos foi sede do
Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL)
e também a sede da Banda Filarmônica 26 de Julho.
A instituição tem como objetivo elaborar e aplicar
políticas e atividades que promovam o
desenvolvimento e a expansão da cultura.
Atualmente é utilizado como um importante espaço
de representação artística e cultural do município,
pois é um local destinado a promover eventos
culturais, exposições de artes visuais, reuniões entre
artistas da cidade e regiões circunvizinhas da capital Fonte: Monteiro, 2020.
do sertão paraibano.

59
5.9 Marco do eclipse

Esse obelisco marca a reunião de Fotografia 37: Patos (PB): Marco histórico e geográfico. Obelisco do marco do eclipse
estudiosos de diversos países que estiveram na
cidade de Patos para observar o eclipse total do
sol que ocorreu às 9h da manhã do dia 1º de
outubro de 1940, deixando a cidade às escuras,
transformando o dia em noite, podendo
visualizar o céu estrelado e ouvir até o galo
cantando. Esse monumento foi instalado e
inaugurado em 1970 dentro da Firma Anderson
Clayton e tem os seguintes dizeres “Aqui
estiveram reunidos astrônomos brasileiros e
estrangeiros para observar e estudar o eclipse
total do sol, em 01/10/1940. [...]”. Após esse
acontecimento, a cidade recebeu a homenagem
que ficou conhecida como Morada do sol.
Atualmente, esse monumento se encontra
fora de seu local original e foi realocado para o
estacionamento em frente ao local de
funcionamento da antiga firma e hoje se
encontra localizado ao lado das lojas
Americanas. Fonte: Monteiro, 2020.

60
5.10 Geofotos

Fotografia 38: Patos (PB): Espaços de representação histórico, geográfico, econômico e cultural

Capela de Santa Francisca Marta,


Cruz da Menina, acesso oeste as Local onde foi encontrado o corpo
parte interna do parque religioso Antiga Estação Ferroviária
margens da BR 230 da menina Francisca
Cruz da Menina.

Centro de comercialização na Mercado Central Mercado Central Mercado Central


praça Getúlio Vargas. Darcilio Wanderley Darcilio Wanderley Darcilio Wanderley

Fonte: Monteiro, 2020.


61
5.10 Geofotos

Fotografia 39: Patos (PB): Espaços de representação histórico, geográfico, econômico e cultural

Paróquia de nossa Senhora Secretaria da paróquia de Igreja de Nossa Senhora da Parte interna da Igreja de
da Guia Nossa Senhora da Guia Conceição Nossa Senhora da Conceição

Parte interna da Igreja de Estação Meteorológica


Nossa Senhora da Guia Hotel JK Estação Meteorológica (instrumentos)

Fonte: Monteiro, 2020.


62
5.11 Conversa pedagógica

Imagem 9 - Patos (PB): Quadro de possibilidades de trabalho

Produção de Quebra-cabeça
Bingos seminários sobre a Com fotos dos
cultura da cidade pontos turísticos

Entrevista
Passeio guiado com pessoas Exposição
pela cidade ligadas ao fotográfica
turismo

Jogo da
memória Palavras cruzadas Caça-palavras

Fonte: Monteiro, 2020.


63
Capítulo 6
AS ROCHAS E AS FORMAS DE RELEVO
6.1 Geologia e recursos minerais

Você já parou para observar o relevo do município de Patos? Sua composição e suas formas? Os fatores que podem estar
relacionados com as interações entre a natureza e o homem? Iremos agora aprender um pouco mais sobre essas características.
Vamos lá! O estudo da geologia consiste em analisar a origem e a estrutura que compõe do planeta Terra, a sua composição e os
dinâmicos processos internos e externos que estão diretamente relacionados com a sua evolução ao longo do tempo. Por sua vez, a
geologia como ciência tem a finalidade de estudar a formação das rochas e a dinâmica entre os fatores de transformações físicas, químicas
e biológicas. (POPP, 2004). Os recursos minerais são compostos por um conjunto de matérias-primas presentes na natureza que, por sua
vez, são explorados, transformados e comercializados.
Na composição geológica do município, há forte presença de formações cristalinas com atuação de rochas resistentes e antigas,
remetendo-se à era pré-cambriana (era geológica em que houve a formação dos escudos cristalinos, rochas magmáticas e metamórficas e
dos primeiros continentes) com mais de 2,5 milhões de anos. Sua estrutura geológica é composta predominantemente por rochas Ígneas ou
magmáticas e metamórficas, fazendo parte do complexo cristalino sertanejo. A geologia do município é caracterizado por apresentar
elementos minerais não renováveis, entre eles, o mármore cor-de-rosa,, granito, gnaisse, ouro, ferro, sendo o calcário o mineral em
destaque no município. O mapa nº 8 demonstra com clareza as principais características geológicas presentes no município.

Fotografia 40- Patos (PB): Britador as margens da BR 230


Os Recursos minerais são elementos inorgânicos que
compõem e dão origem a diferentes tipos rochas e são
muito utilizados como matéria-prima para diversos
setores da economia. Podemos perceber a presença na
indústria de cerâmica, produção de aço, pedras para
piso, produção de argamassa e outros. Na foto ao
lado, nº 40, podemos verificar uma área de
exploração de rochas graníticas para produção de
britas e pó de brita para a construção civil na zona
rural do município nas margens da BR 230.

Fonte: Monteiro, 2020.

65
6.1 Geologia e Recursos minerais

Mapa 9 - Patos (PB): Aspectos geológicos.

66
Elaboração: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S, 2020..
6.1 Geologia e Recursos minerais

A formação e a composição do relevo é resultado de diferentes processos, que ao longo do tempo modelaram
numa dinâmica contínua oriunda da decomposição e fragmentação das rochas. Essas transformações estão
associados a diversos fatores climáticos, tais como: temperatura, umidade, precipitação e a ação humana. Também
podemos associar ao estudo do relevo a análise dos tipos de solos e suas características.
Podemos verificar, no Mapa 9, as cotas altimetrias gerais do município de Patos/PB, apresentando áreas com
altitudes moderadas situadas entre 240 a 580m de altitude, possuindo uma declividade que varia de média para baixa,
formando uma baixa extensão de terras Situa-se nas proximidades da encosta do planalto da Borborema com uma
superfície aplainada que se limita dentro da área onde se localiza o Pediplano Sertanejo.
Fotografia 41- Patos (PB): O Pediplano Sertanejo, visto da Pedra do Tendó
(Teixeira, PB)

Observe o Mapa 9 e complete os espaços a seguir


corretamente.
De acordo com o mapa hipsometrico do município de
Patos/PB, podemos identificar uma relevo marcado por
altitudes __________________, com uma declividade
variando de ______________para ______________
estruturas. Seu relevo é composto por terras baixas que se
situam a uma área plana chamada de
____________________________________________.

Fonte: Monteiro, 2020.

67
6.2 Hipsometria

Mapa 10 - Patos (PB): Mapa Hipsométrico ou Altitude.

68
Elaboração: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S., 2020..
6.3 Relevo

O relevo do município de Patos/PB encontra-se em uma área chamada de Pediplano Sertanejo que fica situada na depressão
sertaneja. É um relevo suavemente ondulado, com presença marcante de Inselbergs, também conhecidos como ilhas intermontanas,
afloramentos rochosos e serrotes. São morros geralmente isolados, em alguns casos agrupados, e com encostas íngremes. Sua
presença ocorre principalmente nas terras mais baixas da periferia do escudo cristalino do Planalto da Borborema.
Estas formações rochosas apresentam estruturas peculiares, como elevado índice de radiação solar, baixa disponibilidade
hídrica e com presença de um intenso processo erosivo, que está relacionado ao fatores externos, entre eles, o sol, a temperatura, o
vento e a interação e dinâmica das ações antrópicas (homem) ao longo do tempo.

Com base no Mapa 10, percebemos que o relevo do


município em sua maior parte é marcado pela presença O Pediplano Sertanejo é uma superfície formada por uma
da______________________________, tendo como variação de áreas deprimidas. É suavemente ondulado, com
destaque na paisagem os___________________________. presença de morros, serras localizadas em regiões de clima
Você já ouviu falar em inselbergs? Já visitou algum em seu árido e semiárido. No município de Patos/PB, tais áreas
município? Existe alguns deles que fica próximo ao bairro encontram-se distribuídas ao longo da bacia hidrográfica do
onde você mora? Pesquise e construa um texto contendo rio Espinharas, com destaque para depressão sertaneja. São
argumentos que possam descrever as características de suas áreas sujeitas a sucessivos processos de erosão, pois são
estruturas geomorfológicas, sua localização e registre suas visto inúmeros inselbergs isolados e agrupados na paisagem
observações no entrono da área. Depois socialize com a ao longo do limite ocidental do Estado da Paraíba.
turma através de um debate e exposição de imagens.

69
6.4 Relevo e Inselberg

Mapa 11 - Patos (PB): Relevo.

70
Elaboração: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S, 2020..
6.5 Recorte do relevo

Mapa 12 - Patos (PB): Relevo.

Elaboração: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S, 2020..


71
6.6 Paisagem sertaneja

Fotografia 42- Patos (PB): Pediplano e a depressão sertaneja Fotografia 43- Patos (PB): A depressão sertaneja (Zona rural)

Fonte: Monteiro, 2020. Fonte: Monteiro, 2020.

Para saber mais informações, acesse o canal Geo Certão na plataforma do Youtube que você terá a
oportunidade de conhecer melhor a geomorfologia do município de Patos/PB e suas características
principais. Não esqueça de se inscrever e ativar o sininho. Bons estudos!

72
6.7 Geofotos

Fotografia 44 - Patos (PB): Aspectos geomorfológicos

Serrote Pedro Augustinho Serrote Trapiá Serrote Morro do Carioca Serrote Farinha dos Gatos I e II

Serrote Serra negra das


Serrote do Espinho branco Serrote da Pia Serrote da Lagoa
onças

Fonte: Monteiro, 2020.


73
6.7 Geofotos

Fotografia 45 - Patos (PB): Aspectos geomorfológicos

Relevo de Patos/PB Vista do sopé do serrote Paisagem do relevo de Paisagem do relevo


(Pediplano sertanejo) Espinho Branco Patos/PB. Pediplanado de Patos/PB.

Descamamento da rocha
Vista de Patos do cume do Rocha metamórfica oriunda Comunidade da Barragem da
provocado pelo intemperismo
Serrote do Espinho Branco do granito. Farinha.
físico.

Fonte: Monteiro, 2020.


7
4
6.8 Conversa pedagógica

Imagem 10 - Patos (PB): Quadro de possibilidades de trabalho

Produção de Quebra-cabeça
Bingos seminários sobre Com fotos dos
as formações Inselbergs
rochosas

Produção de
blog sobre os
Passeio guiado aspectos Exposição
pela zona rural geomorfológi fotográfica
da cidade cos do
município

Jogo da
memória Palavras cruzadas Caça-palavras

Fonte: Monteiro, 2020.


75
Capítulo 7
AS CHUVAS, A SECA E O CALOR
7.1 Aspectos climatológicos

O município de Patos está localizado em uma área da região Nordeste conhecida como polígono das secas, ambiente marcado
pelas intensas estiagens de chuvas e secas prolongadas, o que acaba influenciando no acesso à água e nas condições de vida da
população como um todo.
Tomando por base a localização geográfica do município de Patos-PB, podemos afirmar, segundo a classificação de Koppen &
Geiger (1928) e pelas condições naturais que o município apresenta, que há um predomínio do clima semiárido, caracterizado por
temperaturas elevadas na maior parte do ano, baixa umidade relativa do ar, chuvas mal distribuídas, médias anuais de pluviosidade
(chuva) inferiores a 800 mm/ano, podendo chegar a uma média de 9 a 10 meses sem chuvas, período conhecido como estiagem,
originando, assim, a seca.
O clima é um dos principais elementos de um lugar. Portanto, é considerado um fator determinante para a formação da
vegetação. Podemos também perceber outros elementos geográficos importantes que podem influenciar na formação e classificação do
clima em uma região.
Entre eles, é preciso analisar: altitude (distância vertical medida de um
determinado ponto em relação ao nível do mar), latitude (distância medida
em graus a partir da linha do equador, variando entre 0º e 90º no sentido Norte
ou Sul), continentalidade (distância de uma área em relação ao mar),
maritimidade (proximidade de uma área em relação ao mar) e o relevo
(variação do modelado da superfície terrestre). O Polígono das secas corresponde a uma área
A cidade de Patos é conhecida e chamada de “Cidade Morada do Sol”, localizada no interior da região nordeste e norte
homenagem dada a um acontecimento astronômico que ocorreu na década de da região sudeste do Brasil, que sofre com a
1940, quando astrônomos brasileiros e estrangeiro vieram acompanhar um escassez de água por longos períodos, repetidas
fenômeno de um eclipse total do sol. crises de estiagens, aliadas ao desmatamento e
Devido às irregularidades de chuvas na região e as condições térmicas uso predatório da terra.
presentes, ouvimos dizer que o clima é quente e seco, com ocorrências de
chuvas de inverno, porém essa expressão é apenas um ditado popular
enraizado na cultura do cidadão sertanejo. As chuvas geralmente ocorrem na
estação do verão.

77
7.1 Aspectos climatológicos

Devido ao aumento do desmatamento e das queimadas, houve um relativo Tabela 5- Patos (PB): Índices de chuva e temperatura 2019
extermínio da vegetação natural em torno dos rios e das nascentes, tornando o solo
frágil e arenoso, podendo chegar a formar áreas de intenso processo de Índices de chuvas e temperaturas
desertificação. de Patos-PB no ano de 2019
Os longos períodos de estiagem têm provocado cada vez mais um aumento
nos prejuízos aos agricultores, associados ao mal uso do solo, a perda de plantações
Chuvas Temperatura
e animais, a falta de produtividade causada pela seca, que acabam influenciando no Mês (mm) (°C)
aumento de diversos problemas socioeconômicos e no êxodo rural. Jan 87,1 28,45
Um dos agravantes do clima semiárido é a irregularidade das chuvas que
acaba afetando o déficit hídrico. As secas são um fenômeno climático natural, que Fev 176,8 27,71
acaba afetando a agricultura, a pecuária e as demais atividades desenvolvidas pelo Mar 189,9 27,81
homem.
Explorando a tabela ao lado. Abr 96,8 26,79
1-Observando a Tabela 5, o mês de ______________ representou o período mais Mai 75,5 26,73
chuvoso, registrando uma média de ___________ mm em 2019. Nesse mesmo ano,
os meses de ___________________________ e ________________________, jun 1,9 27,99
apresentaram os piores índices pluviométricos, registrando _______mm. Jul 24,3 28,38
2-Tomando como referência os dados estatísticos entre chuvas e temperaturas Ago 1,4 29,68
contidos na Tabela 5, procure construir argumentos que possam expressar o
Set 0 30,20
comportamento da sociedade frente às condições do tempo e da temperatura nos
meses de setembro e outubro registrados no ano de 2019 no munícipio de Patos/PB. Out 0 29,72
___________________________________________________________________
Nov 10,7 29,38
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ Dez 12,8 28,32
___________________________________________________________________ Fonte: INMET

78
7.2 Chuva e Temperatura

Agora vamos explorar e entender os dados estatísticos sobre os índices de temperatura e de chuva ocorridos ao longo dos
anos no município de Patos. Para o desenvolvimento desta atividade, procure analisar as informações contidas na Tabela 6 e 7, o
Gráfico 9 e 10, pois ambos demonstram o histórico de variação anual entre os índices de temperatura e precipitações (chuva) entre
os anos de 2006 e 2012. Em seguida, escreva suas conclusões acerca dos questionamentos e sugestões propostas.

1. De acordo com os dados das tabelas e dos gráficos, use suas ideias e construa um pequeno texto relacionando às possíveis
consequências socioeconômicas e ambientais originadas nos períodos secos e menos chuvosos para o município. Podem construir
cartazes, mapa mental, vídeo curto e podcast. Depois compartilhe com o professor e seus colegas e apresente o seu trabalho em
sala de aula.

2. Observando os dados, quais foram os meses mais chuvoso do ano de 2006 e 2012? Construa uma tabela demonstrativa. Na sua
opinião, o que representa as chuvas para o povo sertanejo? Use seus conhecimentos e, se possível, converse com agricultores,
comerciantes sobre a influência dos anos chuvosos e secos para o município como um todo.

3. Use seu lado artístico e criativo para desempenhar uma tarefa que será feita em grupos. Cada equipe irá pesquisar na internet
vídeo, biografia, e fotografias, letra e música de Luiz Gonzaga “A triste partida” e o poema “A seca e o inverno” de Patativa do
Assaré, que retratam o fenômeno da seca, as relações e os desafios de conviver com esse fenômeno. Desta forma, use sua
criatividade e produza um cartaz ou um vídeo curto, uma cena teatral, um cordel ou poemas que possam expressar os diversos
aspectos que representam o modo de vida das pessoas que vivem no sertão nordestino.

79
7.2 Chuva e Temperatura

Tabela 6- Patos (PB): Relações


entre chuvas e temperaturas Gráfico 10- Patos (PB): Relações entre chuvas e temperaturas

Mês Chuvas Temp. Climograma de Patos-PB


400,0 35

JAN 343,9 27 34
350,0
FEV 224,9 27 33
300,0
MAÇ 148,4 27 32
ABR 250,0

Temperatura (°C)
66,3 26 31

Chuvas (mm)
MAI 0,2 27 200,0 30
Chuvas (mm)
JUN 3,0 28 29 Temperatura (°C)
150,0
JUL 0,0 28 28
AGO 100,0
11,1 29 27
SET 7,1 30 50,0
26
OUT 71,3 30 0,0 25
NOV Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
8,6 30
Ano de 2006.
DEZ 358,7 28
Fonte: INMET, 2006. Fonte: INMET, 2006.

80
7.2 Chuva e Temperatura

Tabela 7- Patos (PB): Relações entre chuvas Gráfico 11- Patos (PB): ): Relações entre chuvas e temperaturas
e temperaturas
Mês Chuvas Temp. Climograma de Patos-PB
120,0 35
JAN 14,5 30
34
FEV 14,3 30 100,0
33
MAÇ 2,7 29
32
ABR 80,0
13,0 28

Temperatura (°C)
31
Chuvas (mm)
MAI 1,0 27
60,0 30
JUN Chuvas (mm)
0,0 28
29 Temperatura (°C)
JUL 0,0 29 40,0
28
AGO 0,0 30
27
SET 20,0
0,2 30
26
OUT 6,8 31 0,0 25
NOV Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
96,6 30
Ano de 2012.
DEZ 3,3 31
Fonte: INMET, 2012. Fonte: INMET, 2012.

81
7.3 Índice mensal e anual de chuvas e temperaturas

Tabela 8- Patos (PB): Índices pluviométricos Tabela 9- Patos (PB): Índices de temperaturas

Histórico mensal/anual de chuvas no município de Patos-PB entre os Histórico de temperatura média mensal do município de
anos de 2015 - 2019 Patos 2015-2019

2015 2016 2017 2018 2019 2015 2016 2017 2018 2019

JAN 148,0 214,7 149,1 76,5 87,1 JAN 28 29 29 28 28

FEV 117,2 45,5 138,6 176,4 176,8 FEV 28 28 29 27 28

MAR 3,7 22,1 23,7 25,2 189,9 MAR 29 28 29 27 28

ABR 5,9 13,7 31,3 1,0 96,8 ABR 28 27 27 26 27

MAI 14,1 0,0 23,0 0,0 75,5 MAI 27 28 26 27 27

JUN 3,2 0,0 0,0 0,0 1,9 JUN 28 28 28 28 28


JUL 0,0 0,0 0,0 0,0 24,3 JUL 29 29 28 29 28
AGO 0,0 0,0 0,0 7,9 1,4 AGO 29 30 30 30 30

SET 0,0 0,0 2,6 33,2 0 SET 29 30 30 30 30

OUT 9,0 0,7 2,1 31,8 0 OUT 29 30 30 29 30

NOV 142,5 46,4 93,8 87,1 10,7 NOV 28 30 29 29 29

DEZ 82,9 129,4 209,4 176,8 12,8 DEZ 28 29 28 28 28


82
Fonte: INMET. Fonte: INMET
7.4 Revisando a explicação

Agora, vamos exercitar e construir um gráfico? Vai ser moleza!


De acordo com os dados estatísticos meteorológicos fornecidos neste capítulo, podemos verificar um demonstrativo
sobre os índices de chuvas e temperatura entre os anos de 2015 e 2019, que se encontram registrados nas Tabelas 8 e 9. Siga os
passos a seguir:
1º Passo: Escolha um ano
2º Passo: Preencha a legenda com duas cores, uma para o índice de chuva e outro para o índice de temperatura.
3º Passo: Preencha as colunas com o índice de chuva para cada mês do ano.
4º Passo: Faça uma linha que demonstre a variação dos índices de temperaturas para cada mês do ano.
5º Passo: Registre suas conclusões acerca das informações contidas no seu climograma e compartilhe com o professor e os
colegas em sala

83
7.5 Geofotos

Fotografia 53 - Patos (PB): Paisagem sertaneja no período de estiagem

Barragem da Farinha na Paisagem rural (Farinha)


Sítio Trapíá Paisagem rural
estação seca.

Paisagem rural Canal de transposição das águas


Pecuária extensiva Vegetação Caatinga esparsa.
da Farinha para o Jatobá
Fonte: Monteiro, 2020. 84
7.5 Geofotos

Fotografia 54 - Patos (PB): Paisagem sertaneja no período de estiagem

Canal que interliga as águas da


Vegetação arbórea da Caatinga na Vegetação arbustiva da Caatinga na
Pecuária extensiva barragem da farinha ao Jatobá em
estação seca. estação seca.
período seco.

A presença da caatinga esparsa e A presença da caatinga esparsa e Áreas degradas nas proximidades
Área com intenso processo de
degradada vista do serrote do Espinho degradada vista do serrote do do rio Espinharas.
erosão próximo a alça sudeste.
Branco. Espinho Branco.

85
Fonte: Monteiro, 2020.
7.6 Conversa pedagógica

Imagem 13 - Patos (PB): Quadro de possibilidades de trabalho

Entrevistas com Pesquisa sobre a


Visita virtual a relação das
sites de pessoas ligada a
secretaria do queimadas e a
metereologia seca
Meio Ambiente

Pesquisa sobre a Produção de


vídeos sobre a Exposição
transposição do
Rio São seca no fotográfica
município
Francisco

Criação de
campanha Pesquisa sobre Pesquisa
informativa sobre tecnologias de sobre
convivência com mudanças
racionamento
o semiárido climáticas
consciente de água

86
Fonte: Monteiro, 2020.
Capítulo 8
RIOS, AÇUDES E BARRAGENS
8.1 Hidrografia

Fotografia 55- Patos (PB): Rio Espinharas visto da ponte do Juá


Doce
A rede hidrográfica do município de Patos/PB é composta por um
conjunto de rios intermitentes ou temporários, que dependem dos índices
pluviométricos, ou seja, de chuvas na região. Durante o período chuvoso,
que dura em média três meses, e que geralmente ocorre no verão, o
volume dos rios aumentam e intensificam os cursos d'água, mudando a
paisagem sertaneja para um verde vibrante.
O município está inserido na bacia hidrográfica do Rio Piranhas,
sendo que a cidade de Patos está inserida na sub-bacia do Rio Espinharas,
que corta a cidade no sentido sul-norte. O rio Espinharas tem sua
formação a partir do encontro dos rios da Cruz e Farinha. O seu curso
possui em torno de 45 km de extensão, percorrendo terras sertanejas
paraibanas e potiguares, desaguando no Rio Piranhas, no estado do Rio
Fonte: Monteiro, 2020.
Grande do Norte.
Em seu curso, inúmeras cidades foram construídas em seu Fotografia 56- Patos (PB): Degradação do rio Espinharas,
entorno, deixando, ao longo do tempo, consequências ambientais que vista da parte inferior da ponte do Juá Doce
permanecem até os dias de hoje. Conforme o que está presente no Mapa
12, podemos observar a distribuição da rede hidrográfica do município de
Patos/PB, rios, riachos e açudes..
A bacia do rio Espinharas apresenta um leito composto por um
solo arenoso, elevado nível de degradação de sua mata ciliar. Suas águas
poluídas são resultados de um inadequado saneamento básico, despejo de
esgoto em seu leito resultante das ações humanas. Na maior parte do seu
percurso, suas margens são utilizadas para a criação de animais, irrigação
e produção de pastagens. Desta forma, podemos concluir que a
degradação dos recursos hídricos do município estão relacionadas com o
mau uso do solo, a expansão urbana e a desvalorização com o meio
ambiente. Fonte: Monteiro, 2020. 88
.
8.2 Aspectos hidrográficos

Mapa 13 - Patos (PB): Hidrografia

Elaboração: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S, 2020. 89


8.3 Açude do Jatobá

Fotografia 57- Patos (PB): Produção de hortaliças irrigada com água do


açude do Jatobá.
No município de Patos, também temos a importante
presença de reservatórios hídricos que abastecem várias cidades,
entre eles, o açude do Jatobá e a Barragem da Farinha, fazendo
parte da sub-bacia do rio Espinharas. Mesmo não fazendo parte da
rede hidrográfica do município, temos também como fonte de
abastecimento o açude da Capoeira, localizado no município de
Santa Terezinha, com capacidade de armazenamento em torno de
53.450.000,00 m³ e o açude de Coremas Mãe D'água, localizado
no município de Coremas, com a capacidade de armazenamento
em torno de 744.144.694,00 m³ (AESA, 2020). .
O açude do Jatobá está localizado próximo às margens da
rodovia PB-262, na região geográfica sul, que dá acesso à cidade Fonte: Monteiro, 2020.
de São José do Bomfim. Possui capacidade de armazenamento
Fotografia 58- Patos (PB): Açude do Jatobá em período de cheia
hídrico de 17.516.000,00 m³ (AESA, 2020). Sua construção foi
realizada pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca
(DNOCS) na década de 50 com objetivo de abastecer o consumo
da população, promovendo o desenvolvimento de diversas
atividades econômicas em seu entorno.
Nas proximidades do açude, encontramos inúmeras áreas
com agricultura familiar, com destaque para a produção de
hortaliças, legumes, frutas e pastagens para animais. Devido ao
aumento das áreas ocupadas por sítios, residências e criatórios de
animais, ocorre o aumento do desmatamento, da poluição de suas
águas e comprometendo a qualidade dos recursos hídricos
situados na região. Fonte: Monteiro, 2020.
90
8.4 Barragem da Farinha

Encontramos também no município de Patos a Barragem ou açude da Farinha, que é considerado um dos principais
reservatórios hídricos do sertão paraibano, possuindo uma capacidade de armazenagem de 25.738.500,00 m³ (AESA, 2020).
Sua construção ocorreu na década de 70, tornando-se uma das principais obras de engenharia hídrica da região; suas águas
abastecem o município, propiciando o desenvolvimento da agricultura familiar e fortalecendo o desenvolvimento da economia local.
Existem inúmeras famílias que desenvolvem vários tipos de culturas agrícolas irrigadas, entre elas: a produção de hortaliças,
legumes, frutas, pastagens e a pecuária. Em tempos de cheia, as suas águas percorrem seu leito, aumentando o nível do curso do rio
da Farinha, percorrendo um trecho que interliga suas águas com o rio da Cruz. A partir do encontro do rio da Farinha e do rio da
Cruz, inicia a formação do rio Espinharas, localizado nas imediações da ponte próximo à alça sudeste. Com o transbordamento da
barragem da Farinha em períodos chuvosos, parte de suas águas são direcionadas por meio do canal que recebe água do riacho dos
Mares, onde deságua no açude do Jatobá através de um canal de escoamento.
Fotografia 59- Patos (PB): Vazão da barragem da Farinha, desaguando para Fotografia 60- Patos (PB): Agricultura familiar na comunidade da
o Rio da Farinha barragem da Farinha (hortaliças)

Fonte: Monteiro, 2020.


91
Fonte: Monteiro, 2020.
8.5 Aprendendo com os mapas

Agora vamos aprender mais com a ajuda dos mapas, na busca de entender a relação entre o meio natural e a ocupação humana
nas áreas urbanas do município de Patos/PB.
Para a realização dessa atividade, use como auxílio o Mapa 5, que representa a divisão das Regiões Geográficas, localizado no
capítulo 1, comparando com o Mapa 12, que representa a Hidrografia do município. Em seguida, procure realizar a atividade sugerida a
seguir.

1- Com base nos mapas, faça uma lista destacando os bairros que ficam localizados às margens do rio Espinharas dentro dos limites
urbanos do município.

2- O bairro onde você mora fica próximo do rio? Caso sim, faça um comentário relatando os problemas ambientais que estão
relacionados com a ocupação das áreas no entrono do rio.

A seca é um dos maiores problemas enfrentados pela população que vive no semiárido
nordestino, mas podemos verificar que existem graves problemas ocasionados por fortes
chuvas que provocam vários prejuízos e problemas que afetam tanto o meio ambiente como a
vida da população.

1- Diante disso, faça uma pesquisa na internet sobre as chuvas atípicas que ocorreram no ano
de 2009 no município de Patos/PB, identificando as principais causas e consequências no
âmbito social, econômico e ambiental. Em seguida, apresente sua pesquisa e as conclusões a
que você chegou.
2- Faça uma visita ao rio Espinharas, registrando através da observação, fotos e vídeos, a
relação entre a ocupação humana e o meio ambiente, demonstrando a situação atual. Se
possível, monte uma exposição de suas fotos em sala e apresente para a turma sua conclusões.

92
8.6 Geofotos

Fotografia 61- Patos (PB): Rio Espinharas

Despejo de esgoto no rio Degradação da mata ciliar nas


Rio espinharas visto da margem da Vista do rio Espinharas da ponte margens do rio Espinharas,
Espinharas, bairro do são
Br 230 do Rivaldão em período chuvoso próximo a Alça Sudeste
Sebastião

Rio Espinharas visto da ponte do Despejo de esgoto no Rio Vista do rio Espinharas próximo a
Vista do Rio da Farinha
bairro São Sebastião. Espinharas próximo a linha férrea alça sudeste em período chuvoso
.
Fonte: Monteiro, 2020.

93
8.6 Geofotos

Fotografia 62- Patos (PB): Açude do jatobá

Pôr do sol visto do açude do Açude do jatobá em período de Sangria do açude do jatobá em
Açude do jatobá em período de cheia
Jatobá cheia período chuvoso
.

Açude do Jatobá e a barragem da


Açude do jatobá visto do bairro do Açude do jatobá em período de Açude do jatobá em período de
Farinha visto do alto do serrote do
Alto da Tubiba cheia cheia
Espinho Branco
Fonte: Monteiro, 2020.
94
8.6 Geofotos

Fotografia 63- Patos (PB): Barragem da Farinha

Canal que interliga as águas da Comporta do canal que interliga Canal que interliga as águas da Comporta do canal que interliga
barragem da Farinha para o açude agua da barragem da Farinha para barragem da Farinha para o agua da barragem da Farinha para o
do Jatobá o açude do Jatobá açude do Jatobá açude do Jatobá

Vazão da barragem da Farinha no Vazão da barragem da Farinha no Barragem da Farinha em período Vista do pôr do sol na barragem da
período chuvoso período chuvoso de estiagem Farinha.

Fonte: Monteiro, 2020. 95


8.7 Conversa pedagógica

Imagem 14 - Patos (PB): Quadro de possibilidades de trabalho

Entrevistas
Visita a estação com pessoas
Pesquisa sobre
meteorológica de que
as grandes secas
Patos-PB testemunharam
as enchentes na
cidades

Pesquisa sobre a Visita a


Estação de Exposição
transposição do
Rio São Tratamento de fotográfica
água
Francisco

Criação de
campanha Pesquisa sobre Pesquisa
informativa sobre tecnologias de sobre
convivência mudanças
racionamento
com o climáticas
consciente de água
semiárido

Fonte: Monteiro, 2020.


96
Capítulo 9
PAISAGENS E PROBLEMAS
SÓCIOAMBIENTAIS
9.1 Paisagem e Vegetação

Costumamos dizer que a paisagem é tudo aquilo que podemos perceber, ou seja, o que podemos ver, porém a paisagem vai além do
que os nossos olhos podem enxergar. Podemos compreender uma determinada paisagem através dos vários sentidos do nosso corpo, por
exemplo, pelo olfato, pela audição, pelo tato e principalmente pela visão. Um dos elementos que compõe a paisagem é a vegetação, que
corresponde a um conjunto de vegetais próprios de um lugar. Pode também ser composta por plantas de diferentes espécies e está sujeita às
variadas condições geográficas sobre um determinado espaço na superfície da terra.
A vegetação não é importante somente do ponto de vista visual ou paisagístico, mas também pela sua influência sobre a qualidade de
vida, proteção do solo, produção de oxigênio, para o ciclo do carbono na atmosfera, para a economia, construções de móveis, elaboração de
medicamentos com suas folhas e raízes medicinais, que, por sua vez, são muito usados na medicina popular.
O município de Patos está localizado em uma área onde predomina a vegetação da Caatinga (palavra que vem da língua tupi-guarani,
que significa “mata branca”), com presença de várias espécies de plantas do tipo xerófitas (plantas que perdem suas folhagens na seca,
processo conhecido como caducifólia). Na área mencionada, existem espécies cactáceas, arbustivas, herbáceas e arbóreas com folhas
pequenas e com muitos espinhos, entre elas, o mandacaru, xique-xique, imburana, umbuzeiro, jurema, marmeleiro, favela, juazeiro, angico,
cumaru, entre outras espécies.
A sua alta resistência em período de estiagem garante sua conservação pela maior parte dos meses do ano. Portanto, a perda de suas
folhagens na estação seca torna-se um elemento natural que garante a fertilização do solo, a diminuição da perda da umidade do solo e o
desenvolvimento da matéria orgânica suficiente para mantê-la viva durante vários meses do ano.
Fotografia 46- Patos (PB): Xique-xique Fotografia 47- Patos (PB): Jurema

Fonte: Monteiro, 2020.


98
Fonte: Monteiro, 2020.
9.2 Desmatamento e queimada

Fotografia 48- Patos (PB): Área com foco de desmatamento


O ser humano sempre esteve à procura de meios que pudessem
facilitar o seu dia a dia, com a intenção de atender os seus próprios
interesses de sobrevivência. No entanto, a busca incessante e a utilização
inadequada dos recursos naturais acabaram gerando um cenário de
transformações que comprometeram a qualidade da vida ambiental e
também humana. No munícipio de Patos e na maioria dos municípios
brasileiros, é possível perceber que, com o passar dos tempos, o seu
espaço foi sendo ocupado, transformado e deixado marcas visíveis de
degradação na vegetação, nos rios, no solo, na fauna, flora, no ar e nos
seus lenções subterrâneos.
O desmatamento e as queimadas são grandes vilões que afetam
diretamente o meio ambiente, provocando danos à biodiversidade, ao
solo e à vida humana. O desmatamento da vegetação presente no
município de Patos/PB está associado aos vários fatores, entre eles, a
Fonte: Monteiro, 2020.
retirada da lenha para uso doméstico, produção de carvão e a demanda de
algumas indústrias (padarias, restaurantes e fábricas de Doce).
Outro grave problema, que está associado diretamente à
degradação da vegetação da caatinga no município e que tem contribuído
para a evolução do processo de desertificação em algumas áreas, são as A desertificação é resultado de sucessivos processos de
irregularidades das chuvas na região, as altas temperaturas, os elevados degradação dos solos em regiões áridas, semiáridas e
índices de evaporação, a presença de práticas agrícolas tradicionais, subúmidas, provocados pela s ações antrópicas (homem),
técnicas rudimentares de manejo e adubação, a erosão do solo, a pecuária pelo déficit hídrico, queimadas, desmatamentos, uso de
extensiva e a falta de assistência técnica ao produtor rural sore o manejo agrotóxicos, entre outros. As principais consequências da
do solo. Desta maneira, podemos afirmar que as causas da desertificação desertificação, destacamos a diminuição dos recursos
podem estar associadas a fatores naturais e principalmente humanos. hídricos, redução e perda de áreas de produção agrícola,
eliminação da cobertura vegetal, elevados índices de
erosão do solo, o assoreamento dos rios, entre outros.

99
9.3 Poluição hídrica

A água é um elemento indispensável para a vida, porém esse recurso natural vem sofrendo diversos tipos de degradação gerando
impactos ambientais e socioeconômicos. Existe no município a presença de vários corpos de água (rios e açudes), que constantemente
são afetados pela ação humana. Um dos exemplos presentes no município é o rio Espinharas, que corta o município no sentido sul a
norte, como você pode observar no Mapa 12, no capítulo 8. Esse manancial tem sofrido diversos impactos ao longo do tempo, devido ao
crescimento urbano sem planejamento e principalmente pelo descarte de resíduos orgânicos (esgotos) por setores residenciais,
comerciais, industriais, de serviços e de mineração ao longo dos limites urbanos e rurais.
Outro fator determinante que ameaça a saúde da água dos rios, represas, açudes e os lençóis subterrâneos é a aplicação excessiva
de agrotóxicos usados na agricultura. Essas substâncias são infiltradas no solo e acabam afetando a qualidade da água nos reservatórios
externos e internos trazendo prejuízos ambientais e socioeconômicos para região. O Gráfico 9 e o Mapa 11 demonstram os principais
agentes atuantes no uso e na ocupação da terra no município de Patos-PB.
Fotografia 49- Patos (PB): Poluição no Rio Espinharas Fotografia 50- Patos (PB): Poluição no Rio Espinharas

Fonte: Monteiro, 2020. Fonte: Monteiro, 2020.


100
9.4 Uso e ocupação da terra

Gráfico 9- Patos (PB): Uso e ocupação da terra

Uso e ocupação da terra em %


0,15%
0,27% 0,07% Caatinga esparsa
3,88%
3,97% Caatinga degradada
4,42%
Caatinga densa

10,07%
Áreas urbanas
Corpos d'água
Afloramentos rochosos
13,86%
63,31%
Áreas descobertas
Áreas de mineração
Vilas

Fonte: IBGE, 2018.

101
Fonte: Monteiro, 2020.
9.4 Uso e ocupação da terra

Mapa 14 - Patos (PB): Uso e ocupação da terra.

102
Elaboração: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S., 2020..
9.4 Uso e ocupação da terra

Vamos agora entender como as terras no município de Patos/PB estão sendo usadas e ocupadas atualmente?
Com base no Mapa 11, podemos observar que o destaque da cor verde-clara na imagem destaca que há uma grande presença de
vegetação esparsa, resultado do desmatamento associado às atividades econômicas desenvolvidas na região, como: agricultura, pecuária
extensiva, carvoarias, produção de pastagens, a expansão urbana, entre outros.
Diante desse quadro, percebemos a presença de grandes áreas de vegetação esparsa, pequenos focos com vegetação densa,
especialmente nas localidades mais distantes da área urbana. Outro detalhe que chama atenção quando verificamos o entorno da área
urbana do município é um elevado nível de caatinga degradada nas proximidades do rio Espinharas e também no entorno dos mananciais
localizados na região sul do município.
Os principais responsáveis por esse quadro de elevado nível de degradação de sua vegetação original são motivados pelo
crescimento urbano, extração mineral, produção de capim e criação de gado, além do surgimento e expansão de novos bairros e
loteamentos, que acabam intensificando ainda mais o desmatamento de diversas áreas no município, provocando um desequilíbrio
ambiental e um desconforto térmico.
Desta maneira, verificamos que o uso e a ocupação das terras no município deve-se a diversos fatores, os quais tiveram
influência em sua dinâmica natural, associados a diversas atividades econômicas locais, como a agricultura, pecuária, produção de
pastagens, extração mineral, entre outros.
Dessa forma, avaliando o diagnóstico florestal do município, observamos que algumas espécies vegetais e animais são afetadas e
ameaçadas de extinção devido à ocupação e à destruição dos habitat natural de várias espécies encontradas no bioma caatinga.

Observe atentamente e complete os espaços a seguir: De acordo com o Mapa 11,


observamos a presença de vários fatores que estão ligados com o uso e ocupação da terra no
município de Patos/PB, onde podemos identificar uma forte presença de uma
vegetação_________, resultante da degradação ambiental. Além disso, verificamos que no
entorno da área urbana do município, predomina uma caatinga com elevado nível
de__________, resultando em um amplo processo de desmatamento que estão relacionados
com ________________________.

103
9.5 Índice de vegetação

O Mapa 12 demonstra o índice de qualidade fisionômica da vegetação em uma área, ou seja, analisa através de sensoriamento
remoto e imagens de satélite as diferentes colorações projetadas. Esse índice é obtido através do nível de diferença entre a reflectância do
infravermelho (IVP) e do vermelho (V) pela soma das mesmas variáveis. Esse cálculo resulta em um índice que varia entre -1 e 1.
Portanto, quanto mais próximo de 1, por exemplo, ambientes com índice a partir 0,60 a 1 representam presença de plantas
moderadas saudáveis a muito saudáveis. Já as áreas que apresentam índices abaixo de 0,60 demonstram baixo nível de qualidade da
vegetação, podendo estar em estágio de degradação.
Na prática, o valor representa a presença de vegetação em uma área. Quanto mais verde escuro estiver no mapa, maior é quantidade
de vegetação no local, demonstrando a presença de uma vegetação ainda saudável, ou seja, bem preservada e densa. Quando a área
demonstra regiões com cores mais claras e avermelhadas, significa que há forte presença de áreas degradas, desmatadas, urbanizadas e
também indica ocorrência de corpos hídricos (rios, açudes e barragens), ou até mesmo, solo exposto, demonstrando que pouca paisagem
existe e baixa atividade clorofiliana e, com isso, baixa quantidade de vegetação.

Imagem 11- Patos (PB): Classificação do índice de vegetação

Fonte: . https://tecnologianocampo.com.br/o-que-e-ndvi/
104
9.5 Índice de vegetação

Mapa 15 - Patos (PB): Índice de vegetação.

Elaboração: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S., 2020..


105
9.6 Solo e Vegetação

Podemos encontrar no município solos do tipo Luvissolos e Neossolos, com predominância de solo do tipo
Luvissolos (solos que recebem pouca quantidade de água) com características de serem pouco profundos, sujeitos a
sofrerem processos erosivos devido à ação dos agentes externos ou exógenos (vento, água e ação humana), provocando um
empobrecimento dos nutrientes e baixa fertilidade.
De acordo com as informações apresentadas nos Mapas 11 e 12, percebemos que o ambiente natural corresponde ao
bioma caatinga, tem demonstrado uma falta de conservação e um mau uso do solo, e ao mesmo tempo vem apresentando
elevados índices de degradação ambiental.
Chegou a hora de saber se você conseguiu entender o que os mapas demonstraram sobre as condições atuais do uso
e ocupação das terras e também de analisar os níveis de índice de qualidade da vegetação presentes no município de
Patos/PB. Chegou a hora de testar nossos conhecimentos!

✓ Atividade de revisão
✓ Consulte o texto, os mapas e a tabela e, em seguida, reflita e responda corretamente:

1-Construa uma tabela com alguns exemplos que demonstrem áreas de degradação ambiental no município de Patos/PB,
destacando as suas causas, consequências e possíveis medidas que poderiam ajudar a solucionar esses problemas.

2-Faça uma pesquisa em seu bairro através de entrevistas com moradores do bairro, procure identificar quais são os
problemas ambientais existentes e que ações são realizadas ou deveriam ser realizadas para sua conter o seu avanço.

3-Tomando com referência os Mapas 11 e 12, observe, identifique e construa argumentos que possam demonstrar os reais
motivos que levaram a um elevado nível de degradação ambiental dentro da área urbana e rural do município.

106
9.7 Geofotos

Fotografia 51 - Patos (PB): Paisagem natural e cultural

Urbanização e poluição do Rio


Caatinga arbustiva degradada Paisagem rural Paisagem rural
Espinharas

Corredor verde Pé de Angico Pecuária e produção de pastagem


Plantação de Palma forrageira
nas margens do Rio Espinharas

Fonte: Monteiro, 2020.

107
9.7 Geofotos

Fotografia 52- Patos (PB): Paisagem natural e cultural

Pé de Cumaru, comunidade Paisagem rural Caatinga arbórea. Caatinga em período chuvoso.


Barragem da farinha.

Solo com nível elevado de Paisagem degrada do rio Paisagem vista de cima do serrote Caatinga esparsa vista do serrote
desertificação Espinharas, BR 230. do Espinho Branco. do Espinho Branco.

Fonte: Monteiro, 2020.


108
9.8 Conversa Pedagógica

Imagem 12 - Patos (PB): Quadro de possibilidades de trabalho

Produção de Produção de
Bingos painel sobre a material
vegetação do instrucional
município sobre poluição

Visita ao Exposição
Passeio guiado Herbário da
pela zona rural fotográfica
UFCG
da cidade

Caça-palavras
Jogo da com os nomes
memória Palavras cruzadas da vegetação
nativa

Fonte: Monteiro, 2020.


109
BIBLIOGRAFIA

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