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Caicó – RN
2020
Relatório acompanhado do material textual para defesa
apresentado ao Programa de Pós-Graduação em
Geografia – Mestrado Profissional (GEOPROF) do
Centro de Ensino Superior do Seridó e Centro de
Ciências Humanas, Letras e Artes, da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial
para obtenção do título de mestre em Geografia.
Caicó – RN
2020
Dedico esta obra a todos os docentes,
discentes, à sociedade patoense e aos
apreciadores de uma boa leitura, que têm, em
seu anseio, o prazer de conhecer melhor os
diversos aspectos que relacionam o município
de Patos-PB.
AGRADECIMENTOS
(CALLAI, 2005)
RESUMO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 12
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 52
1 INTRODUÇÃO
Este relatório apresenta a construção de uma pesquisa, que contém marcas da minha
própria trajetória como pesquisador desde o período como aluno da educação básica até a pós-
graduação com as inquietações, descobertas e superações ao longo de todo esse período
escolar e acadêmico.
A escolha da temática se justifica, sobretudo, por tratar de temas relevantes das
reflexões e experiências pessoais, cognitivas ligadas à Cartografia, imbricadas na busca de
saber e aprender, com a linha de pesquisa, saberes geográficos no espaço escolar, ofertado
pelo programa de Pós-graduação em Geografia (GEOPROF) Campus CERES – Caicó - RN,
especificamente, no campo da Cartografia Escolar e do uso do Atlas Escolar.
A partir das discussões realizadas no tocante à disciplina de Cartografia Escolar,
oferecida pelo programa no primeiro semestre do ano de 2019, analisou-se o Atlas Escolar
como um material a ser utilizado no processo de ensino-aprendizagem da Geografia.
O desenvolvimento deste trabalho teve como objetivo a construção de um Atlas
Escolar do Município de Patos-PB como uma proposta de mediação para o ensino
fundamental. Esta pesquisa foi motivada pela inspiração em pesquisar e estudar mais a fundo
sobre o meu município, no intuito de construir um material didático que pudesse ofertar aos
professores e aos alunos um estudo mais detalhado sobre o seu espaço de vivência, auxiliando
na construção do conhecimento acerca do espaço vivido pelos sujeitos/alunos,
instrumentalizando o desenvolvimento do raciocínio geográfico e estimulando o pensamento
espacial.
Nesse sentido, a pesquisa parte de uma problemática que envolve a carência de
material didático com abordagens locais sobre o ensino de Geografia, sobretudo, investigar e
descobrir os principais elementos que qualificam o Atlas como material didático e obter
respostas consistentes para algumas questões: Qual a finalidade do Atlas? Qual papel o Atlas
deve assumir no processo de construção do raciocínio geográfico na escola? Quais
conhecimentos podem ser desenvolvidos quanto ao uso do Atlas na escola?
Nesse caso, elaboramos uma seguinte hipótese de investigação: a perspectiva escolar
sobre o uso do Atlas Escolar na condição de material didático, adotado como recurso
formativo na relação entre professor, aluno e o conhecimento a partir do seu espaço de
vivência. Para além disso, a pesquisa se preocupa em compreender a natureza da perspectiva
13
de introduzir o uso do Atlas no ensino de Geografia nas redes de escolas municipais de Patos-
PB.
A partir dessa ideia, tomaremos como princípio o reconhecimento e a importância das
diferentes orientações teórico-metodológicas que nortearão a produção do Atlas Escolar, a
saber: Le Sann (1995); Aguiar (1997); Bueno (2008); Duarte (2016), entre outros.
Com base nas orientações para o desenvolvimento do trabalho, foram realizadas
pesquisas sobre as características da área de estudo, uma abordagem sobre o ensino de
Geografia no Brasil e o uso do livro didático de Geografia e um enfoque sobre os elementos
que qualificam o Atlas Escolar enquanto material didático, na perspectiva de relacionar a
comunicação cartográfica para o ensino de Geografia e a relação com os documentos
referencias para o ensino de Geografia para o Ensino Fundamental. Por fim, apresentaremos o
Atlas Escolar do Município de Patos-PB.
Os procedimentos metodológicos da presente pesquisa têm cunho qualitativo por tratar
de analisar um objeto de estudo em suas especificidades, condicionantes e estruturas que não
se limitam a quadro estatístico. A pesquisa foi desenvolvida seguindo algumas etapas, sendo
elas: a primeira foi definida por um esboço de uma revisão bibliográfica sobre materiais já
publicados sobre o tema, na perspectiva de fornecer e conhecer os dados necessários para o
desenvolvimento da pesquisa. A segunda foi desenvolvida em torno de uma coleta de
informações sobre a produção dos atlas geográficos escolares sobre a ótica de diferentes
escalas. A terceira foi realizada através de uma coleta de informações sobre o munícipio,
visitações em diversos bairros da cidade, pesquisa de campo para fotografar e registrar
imagens nas comunidades rurais e urbanas, visitações a vários órgãos municipais, dentre eles:
Secretaria Municipal de Infraestrutura, Prefeitura Municipal e Câmara Municipal de
Vereadores. A quarta e última etapa foi desenvolvida através da realização de momentos de
diversas conversas com professores de Geografia que atuam nas escolas do Município de
Patos-PB, objetivando informações a respeito do uso do Atlas Escolar no ensino de
Geografia, na perspectiva escolar.
Para o ensino da Geografia e também para as demais disciplinas escolares da educação
básica, torna-se importante e indispensável a compreensão dos conceitos e das categorias
dessa ciência como elementos que serão associados e nortearão o processo de ensino-
aprendizagem, a qual deve propor uma análise teórica e metodológica que busque alicerçar a
compreensão do “Lugar” como categoria de análise e suas relações com os diferentes espaços
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de vivência, suas experiências cotidianas a partir de uma abordagem que traga o instrumento
mediador entre o professor e aluno por meio do uso do Atlas Escolar no ensino de Geografia.
Os livros, no Brasil, aparecem como o principal recurso didático-pedagógico para o
ensino escolar. São disponibilizados pelo Ministério da Educação (MEC) por meio do Plano
Nacional do Livro Didático (PNLD) e são voltados para o ensino de Geografia nas escolas da
rede pública, mas, muitas vezes, não trazem uma perspectiva de abordagem regional e muito
menos local.
Tomando como base as experiências profissionais no ambiente escolar, percebe-se um
distanciamento dos conteúdos retratados nos materiais didáticos, que, muitas vezes, se
limitam aos aspectos regionais, nacionais, globais e pouco trazem sobre aspectos locais e o
que é vivido pelos sujeitos. Dessa maneira, nota-se a importância de produzir e disponibilizar
um material didático que aborde saberes e conhecimentos a partir de aspectos locais, que
facilitem o trabalho dos professores e alunos em relação ao ensino de Geografia, oferecendo
conteúdos sobre a realidade do lugar em que vivem.
Diante disso, vale ressaltar que o campo de pesquisa em Geografia refere-se ao espaço
geográfico, uma vez que este está relacionado com as diferentes escalas cartográficas. Diante
disso, é importante fazer uma abordagem sobre as relações dos diferentes níveis que vão do
local ao regional, nacional e global.
A elaboração e utilização de um Atlas Escolar, relacionado com a realidade local,
denotando aspectos de sua localização, clima, hidrografia, cobertura vegetal, uso do solo,
geologia, dados populacionais, econômicos, socioambientais e os problemas e as
vulnerabilidades existentes, tende a aproximar cada vez mais o estudo da ciência geográfica à
realidade dos educandos.
O presente trabalho constitui-se de duas partes: a primeira é o relatório e a segunda, o
produto educativo que se constitui com o Atlas Escolar do Município de Patos-PB. Quanto ao
relatório, este está estruturado em cinco (05) capítulos. O primeiro apresenta a introdução
trazendo os aspectos gerais do trabalho; o segundo aborda o ensino de Geografia e o Atlas
Escolar, relacionando concepções, história e produção do livro didático no Brasil; o terceiro
apresenta os materiais e métodos selecionados para a realização da pesquisa e construção do
produto educativo; o quarto retrata os resultados e a discussão acerca da elaboração e
utilização dos mapas escolares gerados para a produção do Atlas Escolar como produto desta
pesquisa o último capítulo traz as considerações finais, relatando as conclusões geradas pelo
processo da pesquisa.
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Este capítulo apresenta as rotas percorridas pela Geografia enquanto ciência escolar,
sua construção histórica, focada em seu ensino e na produção e utilização do livro didático
como uma das suas ferramentas principais de trabalho em sala de aula.
A Geografia é uma das ciências mais antigas do mundo. Sua importância consistia na
organização e domínio do espaço, inclusive como instrumento de dominação, estruturação do
comércio e defesa militar. Ela, ao longo do tempo, foi se constituindo como campo de estudos
e pesquisas mediante a necessidade humana e social de conhecer o mundo conquistado.
A Geografia vem sofrendo transformações ao longo do tempo. Sua introdução como
disciplina escolar, ocorrida a partir do século XIX, permitiu que seu ensino fosse
institucionalizado e que os conhecimentos relativos à Geografia fossem trabalhados pela
instituição escolar, de forma que o saber e o pensar sobre ela se popularizassem por meio de
suas instituições. De uma abordagem positivista, ainda resistente na escola, passando por
diversos momentos de permanência ou exclusão dos currículos até chegar a uma Geografia
crítica na contemporaneidade, vem contribuindo para a construção dos sujeitos e para a
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reflexão sobre o mundo que nos cerca e as interações que mantemos com ele, sejam elas
benéficas ou não.
O ensino de Geografia no Brasil demonstra, ao longo do tempo, que a história das
disciplinas escolares passou por diversos momentos em que as pesquisas sobre a periodização
da Geografia escolar se depara com a Geografia acadêmica, admitindo que a relação entre elas
se configura numa dinâmica de trocas e complementaridades.
Segundo alguns autores como: Vlach (1988); Pontuschka (1994); Ferraz (1995);
Rocha (1996); Pereira (1999); Vesentini (2004); Santos (2005); Callai (2009), Cavalcanti
(2012), entre outros, que estudam e analisam o ensino de Geografia no Brasil, a Geografia
escolar e acadêmica se complementa e, especialmente através da história, representa um
marco inicial para o fortalecimento do conhecimento geográfico.
Nesse sentido, apontamos dois momentos históricos da Geografia Escolar no Brasil:
um com a sua institucionalização da disciplina escolar e o outro com a implementação da
Geografia moderna e suas inovações pedagógicas, sugeridas pela escola nova, apresentadas
pelo professor Carlos Miguel Delgado de Carvalho.
A institucionalização da Geografia como disciplina escolar no Brasil ocorreu em 1837
no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, sendo a primeira escola brasileira a introduzir
oficialmente no currículo a Geografia como disciplina obrigatória. Para Vlach (2004), a
Geografia como disciplina na escola se estabelece nesse cenário nacional como instrumento
de inclusão dos seus conteúdos nos exames para acesso à Faculdade de Direito e Medicina no
Rio de Janeiro.
Com isso, foi necessário criar e desenvolver currículos ou legislações para servirem de
referenciais obrigatórios para as escolas brasileiras públicas e privadas, como o Compêndio de
Geographia Elementar, em 1836, de José Saturnino, destinado às escolas brasileiras. Desta
forma, desde o período colonial até os anos de 1837, a Geografia era apenas um conhecimento
acerca do espaço e do mundo. Após os anos de 1837, ela passa a se tornar disciplina escolar
no Brasil com a criação do colégio Imperial Pedro II no Rio de Janeiro.
Segundo Rocha (1996), Carlos Miguel Delgado de Carvalho foi responsável por
introduzir a Geografia moderna para a escola brasileira. Diante disso, é na introdução de um
fazer científico que a Geografia escolar se evidencia. Dessa maneira, torna-se praticamente
impossível discutir sobre este tema sem mencionar as contribuições de Delgado de Carvalho.
Conforme Vlach (1989, p. 149),
17
Pelo fato de a prática pedagógica em sala de aula poder ainda ser caracterizada pela
profunda distância entre método e conteúdo, entendemos pertinente uma análise
preliminar daquilo que esse autor compreendia como uma necessidade urgente e
imperiosa: tornar a Geografia uma ciência, o que a seu ver não seria obtido fora do
âmbito da instituição escola; assinalando, assim, relações inextricáveis entre ensino
e ciência Geografia [...].
Militar, época de repressão ideológica, marcada pela censura, pelo autoritarismo, torturas e
perseguições políticas. A Escola era usada como um aparelho ideológico essencial de
imposição das ideias ditatoriais. Para Luckesi (1994, p, 56):
As matérias de estudo visam preparar o aluno para a vida, são determinadas pela
sociedade e ordenadas na legislação. Os conteúdos são separados da experiência do
aluno e das realidades sociais, valendo pelo valor intelectual, razão pela qual a
pedagogia tradicional é criticada como intelectualista e, às vezes, como
enciclopédica. [...] A ênfase nos exercícios, na repetição de conceitos ou fórmulas na
memorização visa disciplinar a mente e formar hábitos. [...] Predomina a autoridade
do professor que exige atitude receptiva dos alunos e impede qualquer comunicação
entre eles no decorrer da aula. O professor transmite o conteúdo na forma de verdade
a ser absorvida; em consequência, a disciplina imposta é o meio mais eficaz para
assegurar a atenção e o silêncio.
Especialmente em 1978, Milton Santos (1926 - 2001) publica o seu livro Por Uma
Geografia Nova, o qual traz uma perspectiva diferente daquela imposta pelo sistema militar.
Nesse momento, o autor dá importância ao estudo das questões sociais. Na década seguinte,
começa a circular suportes didáticos focados em atribuir uma abordagem didático-pedagógica
por meio de livros com conteúdos e abordagens teóricas, iconografias e propostas de ensino
mais crítico e significativo para o sujeito.
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Desde os anos de 1990, ocorreram extensos debates sobre a Geografia Escolar que,
por sua vez, influenciaram na publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e nas
avaliações realizadas pelo Ministério da Educação – MEC, no Programa Nacional de Livro
Didático (PNLD), entre outros, com a perspectiva de fortalecer o processo de ensino e
aprendizagem com novos documentos referenciais, aportes teóricos, materiais didáticos,
novas práticas pedagógicas escolares e um crescente número de publicações que passaram a
compor e fortalecer o ensino da Geografia escolar até os dias atuais.
Diante disso, vale reconhecer que a geografia escolar passou por vários momentos e
que estes foram resultados das transformações das práticas escolares, dos recursos didáticos,
das políticas públicas educacionais, dos saberes, dos conteúdos e dos métodos que, de certa
forma, tiveram influência direta na escola.
1905, além de outros da história mais recentes como Delgado de Carvalho, Aroldo de
Azevedo e Mário da Veiga Cabral (PINA, 2009).
A produção do livro didático de Geografia ganhou solidez a partir do século XIX com
os manuais didáticos de Delgado de Carvalho e, posteriormente, de Aroldo de Azevedo,
utilizados nos cursos primário, ginasial e secundário numa perspectiva tradicionalista do
ensino da Geografia, focada no paradigma do homem e da terra com base na descrição e
memorização dos conceitos geográficos.
Com a reorganização do ensino de 1° e 2° graus, a partir da Lei 5.691 de 1971, a
Geografia entra numa nova etapa, embora ainda apegada ao paradigma anterior, alinhada às
práticas da corrente tecnicista da educação com seus estudos dirigidos, cadernos de exercícios
direcionados aos alunos. Contudo, mudanças teóricas e metodológicas orientadas para o
surgimento de uma Geografia crítica começam a despontar em algumas coleções de livros e
conduzem a reflexão e adoção de um processo de ensino, de uma didática renovada pelas
pesquisas da área.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.393 de 1996 promove uma
nova organização da Educação em seus diversos níveis, mudando nomenclaturas, ampliando a
duração dos níveis, entre outras modificações que influenciaram a produção dos livros
didáticos no Brasil com os estabelecimentos de critérios mais específicos, ampliação da
oferta, avaliação e destruição em larga escala.
Com relação aos objetivos elencados pelos PCN´s (BRASIL, 1998, p. 35) para o
Ensino Fundamental, estes propõem um ensino de Geografia através do qual os alunos
possam conhecer o mundo atual em sua diversidade, como as paisagens, os lugares e os
territórios que se constroem; avaliar as ações do homem em sociedade e sua relação com os
diferentes espaços e tempos; conhecer a espacialidade e temporalidade dos fenômenos
geográficos em suas dinâmicas e interações; orientá-los a compreender a importância das
diferentes linguagens na leitura da paisagem através de imagens, músicas, leitura de dados e
documentos, de modo que consiga analisar, interpretar e relacionar informações sobre o
espaço, espacialmente, o espaço vivido.
Tomando como referência a BNCC (BRASIL, 2017), podemos perceber que estudar a
Geografia se torna um caminho mais fácil de se compreender o mundo em que vivemos e as
relações que se materializam em diversas regiões do planeta. Desta forma, entende-se que a
educação geográfica contribui para o desenvolvimento do raciocínio geográfico, na formação
do conceito de identidade, compreensão das diferentes formas de paisagens, estimulando os
22
Com o descobrimento de novas terras por meio das grandes navegações no século
XVI, a expansão das dimensões geográficas terrestres foi aos poucos sendo conhecida pelos
homens; assim, a cartografia possui uma relação com a ciência geográfica, sendo capaz de
relacionar os fenômenos geográficos com o intuito de fortalecer o estudo da dinâmica
espacial. Diante do exposto, Souza (2001. p. 123) afirma que:
proporcionar uma abordagem didática ao ensino, em uma perspectiva cada vez mais dinâmica
e interativa aos respectivos conteúdos geográficos a serem trabalhados na escola ou na
academia.
Para o Ensino Fundamental, a BNCC evidencia que a Geografia a ser ensinada nos
anos iniciais e finais precisa ampliar a valorização das experiências do sujeito com o seu
espaço cotidiano de vivência através da leitura de mundo com o auxílio de fotos, desenhos,
mapas, maquetes, entre outros recursos, e que os alunos ampliem seus conhecimentos e
observações sobre os usos dos espaço em suas diversas dimensões geográficas e
compreendam as estruturas e os processos que resultaram na desigualdade social (BRASIL,
2017).
De acordo com o documento que oficializa a Proposta Curricular1 do Estado da
Paraíba de 2018, o ensino de Geografia, no currículo estadual, está norteado na perspectiva do
desenvolvimento do raciocínio geográfico, baseado por uma educação geográfica que tem por
objetivo conduzir a formação de um cidadão crítico, participativo, democrático e eticamente
responsável, priorizando a construção de uma consciência do sujeito, conduzindo para uma
melhor qualidade social e ambiental em dimensão local e global.
Consideramos, conforme as ideias de Cavalcanti (2002, p.12), “ que a Geografia
aplicada na escola tem significativa finalidade na formação do pensar geográfico do sujeito”.
Portanto, acretita-se que:
1
Em relação ao município de Patos-PB, no que se refere a sua proposta curricular para o ensino de Geografia,
até a finalização deste trabalho encontrava-se em processo de construção para atender as exigências da BNCC,
portanto, não a referenciamos devido a sua inconclusão.
29
[Escola Básica Americana]”. Com base nesse documento, (NRC, 2006, p.ix) mostra que a
definição para pensamento espacial se torna:
Com base nesse conceito elaborado pelo Conselho Nacional de Pesquisa, apresentam-se
três funções do pensamento espacial: a função descritiva de localização dos objetos no espaço e as
relações topológicas entre eles; a função analítica que permite compreender as estruturas espaciais
e a função inferencial, que responde às perguntas sobre a função dessas estruturas, bem como sua
evolução.
De acordo com Duarte (2017), a proposição apresentada pelo NRC sobre o
pensamento espacial contribuiu para grandes avanços no campo de investigação sobre o
Ensino de Geografia, sobretudo, para os processos de mapeamentos. Embora os estudos sobre
a cartografia demonstrassem grandes avanços em muitos aspectos, estavam muito carentes de
fundamentos teórico-metodológicos do pensamento espacial proposto pela NRC.
Segundo De Miguel (2016), a ideia de pensamento espacial apresentado no NRC não
expõe somente uma compreensão dos processos espaciais, mas inclui também os conceitos, as
ferramentas e métodos de compreensão, os processos de raciocínio, preconizando aos sujeitos
a capacidade de compreender, analisar e transformar as estruturas espaciais.
O autor aponta que o pensamento espacial não descreve apenas a compreensão dos
processos espaciais, mas também conceitos, ferramentas e métodos espaciais para a
representação espacial, na busca de compreensão do raciocínio espacial. De maneira clara, o
pensamento espacial é um conjunto imprescindível de habilidades e conhecimentos que
possui o papel de auxiliar os alunos a compreender a organização e a resolução dos problemas
espaciais (DE MIGUEL, 2016).
Uma forma importante para os alunos demonstrarem a compreensão do raciciocinio
geográfico e do pensamento espacial ocorre por meio da cartografia, que, em contextos
escolares, o Atlas Escolar se apresenta como um material didático importante a ser usado nas
escolas, aliadas aos objetivos propostos da Geografia escolar, articulado o papel do professor,
seu planejamento e sua prática de sala de aula, através de uma mediação que construa o
conhecimento do espaço local em seus diversos aspectos.
30
[...] são uma das modalidades de atlas escolares e têm como finalidade maior a construção do
conhecimento pela criança, a partir do estudo da localidade. Esse material didático apresenta
uma proposta inovadora, cuja linguagem gráfica é adaptada ao nível de ensino a que se destina.
Esse tipo de atlas não se propõe, somente, a “alfabetizar”, cartograficamente, o aluno e o
professor, mas visa a oferecer, além de fundamentação, básica para o saber geográfico,
oportunidade de formação continuada para o professor.
2.5 Construindo caminhos para ensinar e aprender Geografia com o Atlas Escolar
Para a ciência geográfica, assim como as outras ciências, são indispensáveis o domínio
e o conhecimento dos conceitos básicos no que se refere ao ensino e à aprendizagem da
Geografia escolar. Esses conceitos reforçam um arcabouço teórico e metodológico dentro do
processo de ensino.
31
O Atlas como ferramenta didático pedagógico revela uma concepção que permite uma
abordagem de diversas temáticas e dos processos de ensinar e aprender Geografia, cujo intuito
é trazer informações com a finalidade de facilitar a comunicação com o usuário, através de
uma gama variada de conteúdos físico-naturais, sociais, políticos, econômicos, culturais e
ambientais. De acordo com esse pensamento, o uso do Atlas Escolar possibilitará uma leitura
do espaço geográfico, oferecendo aos jovens as ferramentas necessárias para analisar e
interpretar o mundo de hoje frente aos problemas da sociedade.
Levando em consideração os diversos aspectos sobre o uso do Atlas Escolar para
ensinar e aprender Geografia, devem-se considerar quatro aspectos cruciais: Para que ensinar
com os Atlas? Como ensinar com o Atlas? O que ensinar com o Atlas? A quem ensinar com o
Atlas?
Nesse sentido, é preciso esclarecer o que se espera com essas indagações para que o
sujeito seja capaz de fazer uma leitura de mundo a partir de suas aprendizagens através do
ensino de Geografia, estimulando os alunos e desenvolver um pensamento espacial e um
raciocínio geográfico (BNCC, 2017).
A respeito da indagação para quê, surge a preocupação de descobrir os objetivos e
qual o verdadeiro sentido de utilizar o Atlas dentro da geografia no espaço escolar. Assim, a
utilização do Atlas nas aulas de geografia fortalece ainda mais o sentido de darmos a esse
ensino a construção de habilidades e competências para reflexionar sobre sua finalidade para a
construção e a solidificação da educação geográfica e de como ela pode contribuir para a
formação do raciocínio geográfico aplicado ao desenvolvimento do pensamento espacial.
A valorização do ensino de Geografia Escolar por meio de mapas é o caminho e um
importante recurso para aperfeiçoar a leitura e a compreensão do espaço geográfico. No
entanto, para que isso se concretize, é fundamental que os alunos aprendam utilizar os
mecanismos cartográficos necessários para essa leitura de mundo através das representações
cartográficas.
Segundo Simielli (2008), uma proposta significante para o desenvolvimento do ensino
e da aprendizagem por meio de mapas, ou seja, uma “Alfabetização Cartográfica”, por meio
da qual o sujeito deve ter a compreensão dos mapas em suas dimensões bidimensional,
tridimensional, visão oblíqua e vertical, noção de legenda, proporção, escala e lateralidade. De
acordo com a autora, esse ensino deve ser iniciado nas primeiras séries do ensino
fundamental, dando sequência nas séries posteriores. O desenvolvimento dessas noções tem a
33
uma leitura objetiva, descritiva e reflexiva por meio das relações subjetivas que se
materializam dentro desses lugares e sua importância para a vida do aluno.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Esta seção tem por escopo apresentar o desenho metodológico traçado para desenvolver a
pesquisa e a construção do Atlas Escolar.
O município de Patos é um dos 223 municipios paraibanos, sendo uma das quinze
regiões imediatas e uma das quatro regiões intermediárias (IBGE, 2017), estando a uma
altitude de 221 metros acima do nível do mar, possuindo as seguintes coordenadas
geográficas: Lat: 7º 1’ 32’’ Sul, Long: 37º 16’ 40’’ Oeste. Possui limites territoriais
municipais com São José de Espinharas (Norte), São Mamede, Quixaba e Cacimba de Areia
(Leste), São José do Bonfim (Sul), Santa Terezinha e Malta (Oeste).
O município de Patos está localizado em uma porção territorial da região Nordeste,
conhecida como polígono das secas2. No interior do estado da Paraíba, suas condições
naturais demonstram uma variação climática em relação aos municípios próximos à região
37
2
Pediplano sertanejo é uma superfície formada por processos sucessivos de erosão, ou seja, é uma região
deprimida, onde pode ser visto inselbergs, localizado em regiões de clima árido e semiárido ao longo do limite
ocidental do Estado da Paraíba.
2
Poligono das secas corresponde a uma área localizada no interior da região nordeste e norte da
região sudeste do Brasil, que sofre com a escassez de água por longos períodos.
38
3
Serrote do Espinho Branco, localizado ao sudoeste do município de Patos-PB, na depressão sertaneja. Essa
formação ocupa uma área de aproximadamente 12,94 ha, apresenta altitude máxima de aproximadamente 417m,
2020.
40
4
Rio Espinharas em tempo de cheia visto da ponte do Ginásio o Rivaldão em Patos-PB, 2020.
41
Esse novo recorte das regiões geográficas paraibanas disponibiliza dados estatísticos e
geocientíficos do IBGE para os próximos 10 anos. Essa nova divisão territorial não tem
intenção de substituir a divisão política administrativa dos municípios, pelo contrário, essa
proposta estrutura-se em processos de transformações ocorridos ao longo dos anos, como a
dinâmica dos fluxos econômicos, o desenvolvimento da rede urbana, a disponibilidade e
oferta de informações e serviços, entre outros fenômenos geográficos nos diversos espaços e
escalas regionais.
As definições feitas pelo IBGE das regiões geográficas imediatas consideraram as
influências dos núcleos urbanos como cidades-polos. Essa classificação regional foi projetada
graças à dinâmica das cidades e à disponibilidade de recursos para a satisfação do consumo da
população, tais como a oferta de serviços, os sistemas educacionais de educação básica
(educação infantil, fundamental e médio) e nível superior, a oferta dos sistemas de saúde, a
presença dos setores industriais, o amplo comércio varejista e atacadista e os diversos serviços
oferecidos pelo município à população local e cidades vizinhas.
Tabela 3 – regiões imediatas
Regiões geográficas Imediatas Número de municípios
João Pessoa 22
Guarabira 26
Mamanguape-Rio 10
Tinto
44
Itabaiana 5
Campina Grande 47
Cuité-Nova Floresta 10
Monteiro 7
Sumé 8
Patos 26
Itaporanga 15
Catolé do Rocha-São 10
Bento
Pombal 7
Princesa Isabel 5
Sousa 13
Cajazeiras 12
Fonte: IBGE, 2017
Dessa maneira, observamos que Patos é uma das quinze Regiões Imediatas do estado
da Paraíba, que juntas são compostas por 26 cidades, sendo ela a cidade mais populosa da
região com 107.605 habitantes, de acordo com os dados do IBGE (2019). As seguintes
cidades são: Água Branca, Areia de Baraúnas, Cacimba de Areia, Cacimbas, Catingueira,
Coremas, Desterro, Emas, Imaculada, Mãe d’água, Malta, Maturéia, Olho d´agua, Passagem,
Patos, Quixaba, Salgadinho, Santa Luzia, Santa Terezinha, São José de Espinharas, São José
do Bomfim, São José do Sabugi, São Mamede, Teixeira, Várzea e Vista Serrana.
Com base dos dados do IBGE (2010), a população de Patos está estimada em torno de
107.605 habitantes (2019), uma densidade demográfica de 212,82 hab/km 2. Possui uma
classificação 0,701 com base no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que é
considerado entre médio para alto; já a taxa de mortalidade infantil fica em torno de 15,29
(2017).
A economia tem por objetivo desenvolver um conjunto amplo de atividades que visam
gerar riqueza, produção, comercialização e bens necessários ao desenvolvimento de uma
região. No que diz respeito à economia, está dividida em três setores: primário (agricultura,
pecuária e o extrativismo), secundário (indústria) e terciário (comércio e serviços).
Em relação à sua economia no passado, por muito tempo, destacou-se o cultivo de
algodão. No entanto, devido à praga do bicudo, esse setor entrou em decadência. Hoje, no
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setor agrícola, está em destaque a produção de arroz, de feijão e de milho (IBGE, 2007),
baseada no modelo agrícola familiar. No setor pecuarista, temos a produção de camarão,
peixes, bovino, equino, galináceas, ovino, suíno e a produção de mel de abelha (IBGE, 2018).
Embasados pelos dados do IBGE, no ano de 2017, Patos está em 5º lugar em nível
industrial em escala estadual, destacando-se os setores da Indústria de Transformação,
Construção Civil, Agropecuária, Serviços Industriais de Utilidade Pública e o Extrativismo
Mineral. Como indústrias principais, estão as de calçados, com destaque para (Carreiros
Calçados); bebidas (Coroa); material de limpeza (Quasar) e beneficiamento de alimentos
(Moinho Patoense) e de Minerações (GC). O município possui boas reservas de riqueza
mineral, com jazidas de mármore cor-de-rosa e ocorrências
de ouro, ferro, calcários e cristal de rocha.
Já o setor econômico atual de maior expressão para o município é o terciário, por meio
do comércio de roupas, tecidos, calçados, lanchonetes, restaurantes, supermercados, lojas de
conveniências, farmácias, óticas, panificadoras, pizzarias, serviços de transportes de pessoas
como moto táxi, táxi, transporte por aplicativo, entre outros.
Além do comércio como importante setor para a economia, podemos destacar também
o setor educacional com um elevado número de escolas públicas e privadas que vão desde o
ensino infantil, fundamental, médio, técnico e superior. Entre as instituições de ensino
superior temos: IFPB, UFCG, UEPB, UNOPAR, UNIFIP, entre outras.
O turismo enquanto uma atividade econômica abarca uma importante parcela de
contribuição para a economia da cidade, sendo um atrativo e fonte de diversão e
entretenimento social. O turismo pode ser realizado de diversas maneiras: doméstico,
comercial, nacional e internacional.
Em épocas de grandes festejos de tradições culturais nordestinas, como o São João, o
fluxo de pessoas eleva a população para 200 mil pessoas aproximadamente com a chegada
dos turistas, o que aquece a economia gerando emprego e renda para muitos empresários e
trabalhadores ambulantes. A cidade também é considerada a que possui a melhor distribuição
de renda e estrutura urbana do interior paraibano.
Também se destaca pelo turismo religioso com a presença do Parque Cruz da Menina,
localizado na saída Oeste da cidade às margens da BR 230, visitado diariamente por várias
pessoas de diversos lugares. Entre as festas religiosas, temos a festa da Igreja de Nossa
Senhora da Conceição, Nossa Senhora de Fátima e a festa de Nossa Senhora da Guia, também
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conhecida como a festa de setembro, um dos maiores e mais importantes eventos religiosos do
município.
No turismo cultural, temos a Fundação Ernani Sátiro (museu), Centro Cultural
Amaury de Carvalho, Fundação Cultural de Patos (FUNDAP) e o São João de Patos, evento
que acontece no mês de junho e movimenta a vinda de milhares de turistas de vários lugares
do estado e até de outras regiões com o desejo de garantir diversão e alegria; representa um
período do ano que aquece e movimenta o comércio em geral, o setor industrial, o setor
hoteleiro, vendedores ambulantes, bares e restaurantes.
Nesse sentido, torna-se importante um estudo mais detalhado com intuito de elaborar
um planejamento entre o poder público, setor privado e a sociedade civil, com intuito de
construir uma rota para o fortalecimento do Geoturismo para o município, visto que sua área
dispõe de várias aspectos paisagísticos e geomorfológicos, que poderiam ser mais explorados,
a fim de criar novas formas de dinamismo e desenvolvimento econômico, aliando à
construção de uma sociedade com uma maior consciência ambiental e sustentável, na
perspectiva de oferecer mais opções com atividades turísticas para o município.
Hoje em dia, o município possui uma conexão muito intensa, dentro. As relações
ocorrem pelo fluxo contínuo de estudantes, turistas e principalmente pelas atividades
comerciais que se estabelecem entre diversas cidades e estados vizinhos.
Os mapas foram criados por meio do software Qgis, com base nos dados obtidos a
partir das seguintes fontes: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério
do Meio Ambiente (MMA), Empresa brasileira de pesquisas agropecuária (Embrapa),
Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA-PB) e Instituto
Nacional de Metereologia (INMET).
48
A utilização dos mapas no Atlas será de grande importância para que os alunos
aprendam a analisá-los, podendo compreender as características físicas, naturais, econômicas,
políticas e ambientais sobre o município de Patos, além de ampliar seus conhecimentos
através do auxílio da linguagem cartográfica.
Estes mapas serão bastantes úteis para o ensino da Geografia Escolar, sobretudo, por
apresentar aos alunos o conhecimento do espaço/local onde vivem, as relações existentes
nesse espaço, possibilitando uma melhor compreensão e análise através dos elementos que
compõem um mapa, como o título, a legenda, a escala, a fonte de dados e outros.
(FERRANTE & TORRES, 2013)
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Essa seção tem como objetivo apresentar os resultados da pesquisa, que consistem na
produção do Atlas Escolar, que, por sua vez, foi estruturado inicialmente por uma
apresentação sobre o município de Patos-PB e noções básicas de cartografia. A
composição do Atlas como produto final da pesquisa conta com uma apresentação inicial,
seguida da exposição dos oito (08) capítulos que trazem uma caracterização sobre a área
de estudo e seus aspectos gerais.
O Atlas Escolar é composto por mapas didáticos, atualizados com uma linguagem de
fácil compreensão, com gráficos, tabelas, fotos, indicações de leitura, sites e vídeos com
informações detalhadas que se propõem a nortear o professor e o aluno no processo de
ensino-aprendizagem sobre o espaço local do sujeito.
No final de cada capítulo, é apresentado um agrupamento de fotos sobre o município
em seus diversos espaços urbanos e rurais, constituídos por legendas explicativas
intitulado de “Geofotos”. Também são ofertadas sugestões numa vertente chamada de
“Conversa Pedagógica”, com dicas e orientações para o professor pensar e construir seu
planejamento de aula para ser aplicado dentro e fora do ambiente escolar.
➢ Apresentação: Contexto histórico sobre o surgimento do município de Patos - PB,
os fatores que contribuíram para sua evolução ao longo do tempo, os símbolos,
bandeira e hino, uma parte ilustrativa sobre noções de cartografia para o professor
orientar o aluno como aprender a ler e interpretar um mapa.
➢ Capítulo 1 – PATOS: LOCALIZAÇÃO, DISTRITO E BAIRROS: exibe um
estudo detalhado por meio de mapas sobre a localização do município, os limites e
49
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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57
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59
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1989.
VICENTINI, Paula Perin, LUGLI Rosário Genta. História da Profissão Docente no Brasil:
Representações em Disputa. Cortez Editora, 2009.
61
Fotografia 1- Patos (PB): Paisagem urbana Atlas Geográfico Escolar do Munícipio de Patos-PB
traz até você um estudo reformulado e atualizado sobre as
características gerais do município. Esse Atlas é resultado de
uma pesquisa fundamental para o ensino de Geografia e para o
conhecimento do espaço dentro da perspectiva da categoria
geográfica “Lugar”. A aplicabilidade desse material em sala de
aula irá propiciar o sujeito a observar, comparar, conhecer,
entender e refletir sobre seu espaço vivido e as dinâmicas que
acontecem em seu entorno.
A estrutura organizacional apresenta-se em formato de
capítulos, entre eles: Apresentação; 1. Patos e sua fundação; 2.
Patos: distritos e bairros; 3. A população patoense; 4. Economia
e seus setores; 5 .Turismo e cultura; 6. As rochas e as formas de
relevo; 7. As chuvas. A seca e o calor; 8. Rios, açudes e
barragens e 9. Paisagens e problemas socioambientais.
Fonte: Monteiro, 2020.
. O Atlas também contém textos, indicações de vídeos e sites. Disponibilizamos um conjunto de dados cartográficos, geográficos e
estatísticos. O Atlas contempla habilidades e competências exigidas pelos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) do MEC (Ministério
da Educação) e da BNCC (Base Nacional Comum Curricular).
Desta forma, espera-se que o uso do Atlas nas aulas de Geografia venha despertar o interesse do público para a compreensão da
realidade do seu espaço de vivência, as relações existentes, as dinâmicas que se materializam e que compõem o cenário atual do
município. Assim, convido todos vocês a fazerem uma exploração geográfica pelo município de Patos/PB.
7
Aprendendo a ler e interpretar um mapa
Título
Legenda
(convenções
cartográficas)
Coordenadas
Geográficas
(latitude)
Rosa dos
ventos
Escala
Coordenadas
Geográficas
(longititude)
Fonte
A ocupação populacional do município de Patos ocorreu em meados do século XVII a partir da chegada da família
Oliveira Ledo, que partiu do recôncavo baiano e seguiu às margens do Rio São Francisco, sentido norte, com o objetivo de
colonizar novas terras e implantar fazendas de gado na região. O surgimento dos primeiros currais e o surgimento das primeiras
fazendas de gado fixaram-se nas imediações onde hoje se encontra situada a Escola Cidadã Monsenhor Manoel Vieira,
conhecida, na época, como Colégio Diocesano.
Fotografia 2- Patos (PB): Início da ocupação
A partir das instalações das primeiras fazendas de
gado, foram ocorrendo diversos conflitos entre os povos
indígenas Pegas e Panatis da etnia Cariris. Tais conflitos
resultaram em fugas e em um grande número de mortes.
A partir da ocupação dessas áreas pela família
Oliveira Ledo, surgiu um povoado próximo ao Rio
Espinharas, onde existia uma lagoa repleta de patos,
gansos e marrecos, motivo pelo qual surgiu o nome do
Município de Patos. No início, esse povoado, às margens
da Lagoa dos Patos e do Rio Espinharas, fazia parte da
Vila de Pombal, onde, mais tarde, em 1833, recebeu o
título de vila. Anos mais tarde, especialmente em 24 de
agosto de 1903, Patos recebeu o título de cidade,
desmembrando-se da Vila de Pombal, regulamentado
pela Lei Nº 200, sancionada pelo então presidente do
Estado da Paraíba, Dr. José Peregrino de Araújo.
Fonte: http://construindoahistoriahoje.blogspot.com/2010/08/patos-paraiba.html
13
1.2 Símbolos do município
HINO DE PATOS São homens de feito brilhantes amando e As serras destacam o relevo do município
honrando o Brasil pela presença de Inselbergs. Na base da
Num cantinho da minha pátria amada e Patos, te amo Patos, imagem, podemos perceber o nome da
dentro do meu coração Patos, eu sempre hei de amar. cidade, dia, mês e ano de sua fundação. A
Está minha terra adorada de sonhos cor azul representa o manto da padroeira da
e de tradições Letra e música de Amaury de Carvalho cidade, Nossa Senhora Da guia, símbolo de
O seu nome foi tirado da lagoa dos patos Você sabe o que significa cada cor e cada religiosidade e fé. Já as cores pretas que
tranquilos de lá. símbolo que está no brasão e na bandeira de fazem o contorno simbolizam uma
No mundo uma terra tão boa eu creio, Patos/PB? exigência heráldica para as portas da coroa,
meu Deus, que não há. Vamos conhecer um pouco mais desse dando destaque às outras cores.
Patos, te amo Patos, contexto histórico e geográfico? Vem Por fim, a presença do amarelo e da cor
Patos, eu sempre hei de amar comigo! cinza simboliza em sua história todo o
A riqueza escondida no teu seio não pode Na parte de cima da imagem, percebemos processo de defesa da prosperidade e do
ninguém calcular. cinco torres de cor prata, símbolo que crescimento da cidade.
De artista, a cidade é um esteio, são lindas representava as cidades do Brasil na época. Imagem 1- Patos (PB): Bandeira Oficial e
as morenas de lá. Também podemos ver dois ramos; um o brasão do Município
Nos teus campos é bonita a alvorada nos representando a cultura do milho e o outro,
rios que correm por lá. o algodão, duas culturas agrícolas
As loiras meninas douradas derramam importantes que impulsionaram o comércio
perfume no andar. na cidade. A igreja ao fundo representa o
Patos, te amo Patos, primeiro monumento religioso construído
Patos, eu sempre hei de amar na cidade: a igreja de Nossa Senhora da
O progresso foi chegando de repente e Conceição. Os patos na lagoa, destacados
os patos fugiram de lá no centro da imagem, simbolizam, de
Deixando a saudades na gente e a ânsia de maneira singular, a origem do nome da
vê-los voltar. cidade. O sol representa sua localização no
Os seu filhos nos recantos mais distantes sertão nordestino, fazendo referência às Bandeira Oficial do Município de Patos
sussurram seu nome sutil. condições climáticas locais. Decreto de Lei n° 3.767/2009
14
Capítulo 2
PATOS: DISTRITOS E BAIRROS
Fonte: Arquivo pessoal
2.1 Localização Geográfica
Fotografia 3- Patos (PB): Acesso pela BR 230 O município de Patos está localizado na porção centro-oeste do Estado
da Paraíba, com uma área de 473,056 km2 (IBGE, 2018), população em torno
de 107.605 hab. (IBGE, 2019), densidade demográfica de 212,82 hab./m2
(IBGE, 2010). Patos fica a uma distância de 305 km da capital paraibana, João
Pessoa. Tem acesso no sentido leste para noroeste pela BR 230 e no sentido
leste a oeste pela BR 361. Ainda conta com outras rodovias estaduais que
ligam a diversos municípios circunvizinhos. O município possui o distrito de
Santa Gertrudes, localizado geograficamente na porção noroeste, com distância
de 16 km da sede municipal.
Fotografia 4- Patos (PB): Acesso a BR 361 pelo eixo Leste
Patos faz parte dos 223 municípios paraibanos, sendo uma das quinze
regiões imediatas e uma das quatro regiões intermediárias (IBGE, 2017). Seu
relevo está situado a uma altitude de 221 metros acima do nível do mar,
possuindo as seguintes coordenadas geográficas: Lat: 7° 1’ 32’’ Sul, Long:
37° 16’ 40’’ Oeste. Possui limites territoriais municipais com São José de
Espinharas (Norte), São Mamede, Quixaba e Cacimba de Areia (Leste), São
José do Bonfim (Sul), Santa Terezinha e Malta (Oeste). A sua localização é
situada no vale do rio Espinharas, contornado pelo Planalto da Borborema a
leste e sul. Fonte: Fonte: Monteiro, 2020.
arquivo
pessoal 16
2.1 Localização Geográfica
Fonte:
arquivo
pessoal 17
Fonte: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S., 2020.
2.2 Vias de acesso ao município
De acordo com a divisão geográfica da área urbana de Patos, podemos identificar cinco zonas geográficas, cada uma composta
por um conjunto de bairros bem distintos. Observando a Mapa 5, verificaremos a distribuição dos bairros em suas respectivas zonas ou
regiões geográficas. A Zona Norte é composta pelos bairros: Bela Vista, Belo Horizonte, Distrito Industrial, Bairro dos Estados,
Jardim Europa, Jardim Magnólia, Noé Trajano e o Novo Horizonte. A zona Sul é composta pelos bairros: Alto da Tubiba, Jardim
Santa Cecilia, Jatobá, Monte Castelo, Nova Conquista. A zona Leste, composta pelos bairros: Ana Leite, Jardim Assunção,
Salgadinho, São Sebastiao, Sete Casas. A zona Oeste é composta pelos bairros: Bivar Olinto, Liberdade, Maternidade, Morada do Sol,
Morro (Frei Damião). A zona Central é composta pelos bairros da Brasília, Centro e Santo Antônio. Com relação aos bairros
existentes e não mencionados no mapa e nem no texto, ainda não foram oficializados por decreto de lei pela câmara dos vereadores.
Fotografia 5- Patos (PB): Zona geográfica central. Centro da cidade Fotografia 6- Patos (PB): Zona geográfica sul. Alto da Tubiba
19
2.3 Divisão geográfica dos bairros
Mapa 5- Patos (PB): Divisão dos bairros e das zonas (regiões) geográficas
21
2.4 Comunidades rurais (sítios)
Rua Peregrino Filho – centro FUNDAP Concha Acústica na Praça Casarão de 1930 ao lado da
Edivaldo Mota Praça Edivaldo Mota
23
Fonte: Monteiro, 2020.
2.5 Geofotos
Prefeitura Municipal de Acesso pela BR 361 – Câmara Municipal “Casa Igreja Matriz de Nossa
Patos Zona urbana Juvenal Lúcio de Sousa” Senhora Da Guia
Antiga Estação Ferroviária Hotel J. K. Terminal Rodoviária de Patos BR 230 acesso para a PB
“Rodoshopping” 275
24
Fonte: Monteiro, 2020.
Localização
2.6 Geográfica
Conversa pedagógica de Patos
Produção de
mapas desenhos
Bingos com Maquetes Google Maps Quebra-cabeça
representações de
locais importantes
25
Capítulo 3
A POPULÃÇÃO PATOENSE
3.1 Crescimento demográfico
Quando falamos em população, estamos nos referindo ao conjunto de pessoas que habitam um determinado lugar. Pode-se verificar que a
população cresce ou eventualmente diminui por meio das seguintes situações: a diferença entre o número de pessoas que entraram (imigrantes) e
o número de pessoas que saíram (emigrantes) e o saldo entre nascidos e os óbitos. Esse crescimento populacional pode estar relacionado com a
busca de melhores condições de vida, emprego, acesso à educação, saúde, disponibilidade de serviços oferecidos a um determinado país.
O estudo demográfico leva em consideração diversos aspectos, como idade, sexo, taxa de natalidade, mortalidade, expectativa de vida,
crescimento natural ou vegetativo, população absoluta e relativa, entre outros.
Com base nos último Censo Demográfico, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado no ano de 2010, o
município de Patos/PB possuía uma população absoluta de 100.674 habitantes, distribuídos em uma área de 472, 892 km2 com uma população
relativa ou densidade demográfica em torno de 212,82 hab./km2.
Desse total da população, estima-se que se encontra divindade em um total 47.805 do sexo masculino e 52.869 do sexo feminino (IBGE,
2010).
Analisando os dados publicados pelo último censo de 2010, podemos observar que houve um crescimento demográfico considerável.
Levando em consideração os dados censitários do IBGE, o município de Patos/PB ocupa o 4º lugar entre os municípios mais populosos do estado
da Paraíba, ficando atrás apenas de João Pessoa com 809.15 hab; Campina Grande com 409,07 hab. e Santa Rita com 136,05 hab.
A seguir, observe a Tabela 1, que apresenta dados sobre a evolução da população do município de Patos entre os anos de 1991 a 2010.
28
3.3 Densidade demográfica
A densidade demográfica é também chamada de população relativa e corresponde ao número de habitantes existentes em cada
quilômetro quadrado em um determinado local. É também considerado um importante elemento para o estudo da população.
Agora vamos entender melhor o mapa da densidade populacional do Município de Patos/PB? Venha comigo!
Ao observarmos o Mapa 6, percebemos que a população se encontra dividida entre cinco regiões geográficas, agrupando um
total de 26 bairros, sendo que alguns apresentam densidades populacionais elevadas, médias e baixas. Não obtivemos informações de
alguns bairros.
Agora vamos descobrir o que o mapa está nos querendo dizer? Muito bem! Analise com bastante atenção o mapa da Densidade
Populacional, as descrições das regiões geográficas contidas no Mapa 6. Observe atentamente a distribuição dos bairros, as regiões
geográficas a as cores presentes em cada quadrinho na legenda para responder aos seguintes questionamentos. Use como material de
auxílio o Mapa 5 como suporte para responder às perguntas a seguir.
30
3.4 Estrutura da população
TAXA DE ANALFABETISMO
Gráfico 1: Patos (PB): Gráfico das taxas de analfabetismo
Para conseguir entender o que se refere à taxa de
analfabetismo, é preciso compreender que esse índice relaciona as Taxa de analfabetismo
pessoas com 15 anos ou mais que não sabem escrever e nem ler.
35
Agora vai ser a hora de conhecermos um pouco desse assunto
tomando o município de Patos como exemplo. 30
32,6
Conforme está representado n Gráfico 1, vale ressaltar que a
25
31
proporção da população analfabeta era de 32,6% em 1991. No
24,9
decorrer dos anos, com as melhorias e maior acesso à educação, 20
através dos programas sociais aplicados sob responsabilidade do
(%)
poder público, esse quadro começou a evoluir, caindo para 24,9% 15 18,4
em 2000, seguido de outra queda em 2010 e chegando ao índice de
18,4% da população analfabeta. 10
31
3.4 Estrutura da população
O estudo da população serve como base de conhecimento 4-Passo: observar a parte central, também conhecida como corpo da
para o planejamento de políticas públicas, que sejam capazes de pirâmide, a qual representa a população adulta, que vai dos 20 aos
atribuir benefício em prol do bem-estar da sociedade. A 59 anos.
constituição da população pode ser verificada através de alguns 5-Passo: por último, observar o topo ou ápice da pirâmide, que
indicadores, como: faixa de idade, sexo, qualificação representa população idosa com 60 anos ou mais.
profissional, nível de escolarização, taxa de natalidade,
mortalidades, expectativa de vida, entre outros. Gráfico 2- Patos (PB) Pirâmide Etária
32
3.5 Distribuição da população
Distribuição em %
vem crescendo relativamente, e o seu topo demonstrando um 80 A 94 0,7 1,2
significativo aumento em relação à pirâmide de 2000. 75 A 89 1,1 1,9
60 A 74 3,2 4,5
Como resultado da diminuição da base da pirâmide,
percebemos um alargamento do corpo, representando um 45 A 59 6,2 7,7
34
3.6 População urbana e rural
População População (1991) % do Total (1991) População (2000) % do Total (2000) População (2010) % do Total (2010)
População
76.708 94,05% 87.949 95,85% 97.278 96,63%
urbana
As informações contidas no Mapa 7 nos revelam que há um predomínio da população urbana no município com 97.278 e com
apenas 3. 396 habitantes na zona rural, conforme os dados do IBGE (2010).
Esse aumento ocorreu devido às transformações espaciais e estruturais do município, resultando em uma maior oferta de serviços e
oportunidades de trabalho para a população. Tais fatores influenciaram na dinâmica das relações culturais, sociais, econômicas, políticas e
ambientais. Essas transformações, ocorridas ao longo do tempo na organização populacional no município de Patos, estão diretamente
associadas à produção e à organização do espaço. Desta maneira, podemos dizer que o fenômeno do êxodo rural está relacionado a esse
processo das relações sociais e também ao desenvolvimento de atividades ligadas aos diversos setores da economia.
Fotografia 11- Patos (PB): Zona rural – Barragem da Farinha Fotografia 12- Patos (PB): Zona urbana – Centro da cidade
37
Elaboração: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S ., 2020.
3.6 População urbana e rural
Tabela 3- Patos (PB): Crescimento da população urbana e rural em %. Fotografia 13- Patos (PB): População urbana
A Tabela 3 demonstra a variação entre os índices de crescimento da Fotografia 14- Patos (PB): População rural
população urbana e rural em porcentagem. Notamos que, entre os anos de
Produção de
mapas desenhos
Bingos com Quebra-cabeça
representações de
locais importantes
Pesquisa
sobre a Exposição
Passeio guiado
origem da fotográfica
pela cidade cidade ou
bairro.
Jogo da
memória Palavras cruzadas Caça-palavras
39
Fonte: Monteiro, 2020.
Capítulo 4
ECONOMIA E SEUS SETORES
4.1 Setores econômicos
ATIVIDADES ECONÔMICAS
Como podemos observar, o Gráfico 5 mostra a distribuição da
Quando falamos em economia, estamos nos referindo a um produtividade agrícola do município em relação ao estado da Paraíba
conjunto de atividades desenvolvidas pelo ser humano, animais e por nos anos de 2017. Verificamos um destaque para a produção de
máquinas com o objetivo de produzir riqueza, bens e serviços que melancia, representando 24% em relação ao estado, seguido pela
serão consumidos pela sociedade em seus diversos espaços produção de batata doce com 23%, manga com 20%, mamão com
geográficos. Com base nas diversas atividades econômicas, temos três 15%, milho com 11% e o feijão com 6%, ficando com o menor índice
setores que se destacam e possuem diferenças, mas se completam e de produção no município.
dependem um do outro. Vamos conhecer um pouco mais dos setores Com base nos dados, podemos identificar que a produção local
econômico e suas atividades? Venha comigo! em relação aos outros municípios do estado da Paraíba fica abaixo dos
Temos o Setor primário que representa todas as atividades 25% no ano de 2017. Desta forma, percebe-se que a cultura agrícola
ligadas à extração de matérias-primas, agricultura e a pecuária, ou que teve maior expressão foi a melancia, produto muito consumido
seja, geralmente são atividades ligadas ao campo. pela população e comercializado nas feiras livres, nos mercadinhos e
Já o Setor secundário representa todas as atividades supermercados locais e regionais, desenvolvida por agricultura
industriais, diversas indústrias de automóveis, calçados, bebidas, familiar ao longo da área rural do município.
roupas, entre outros produtos. Gráfico 6- Patos (PB): Produção agrícola em 2017
Por fim, temos o Setor terciário, que contempla o comércio e
a prestação de serviços. Entre esses profissionais, temos: o médico, Produtividade agrícola do município em
professor, advogado, engenheiro, gari, balconista, secretária (o), relação ao Estado em 2017
.
esteve relacionada à agricultura e à pecuária, atividades econômicas
Milho
pioneiras que fortaleceram o crescimento do comércio local e regional
e desempenharam um papel importante na economia do município. Manga
20% Mamão
AGRICULTURA 24%
Atualmente, o setor primário representa pouca expressividade Feijão
na economia do município. 11%
41
4.1Setores econômicos
43
4.1 Setores econômicos
44
4.1 Setores econômicos
45
4.1 Setores econômicos
Ao verificarmos a Tabela 4, percebemos que ela traz informações com dados estatísticos sobre o número de estabelecimentos
empregatícios entre os anos de 2011 e 2017 no município de Patos/PB. Através dos dados, desde os anos de 2011, houve um crescimento
exponencial considerável de estabelecimentos empregatícios. O período de maior crescimento foi entre os anos de 2013 e 2014, em que
houve um salto de crescimento da oferta de 119 postos de trabalho.
Esse crescimento está diretamente ligado à influência das rodovias que corta o município, a circulação de transportes, produtos, o
grande fluxo de pessoas, indústria, fábricas, lojas e empresas de vários ramos da economia e que prestam diversos serviços. Apesar de os
dados da Tabela 4 demonstrarem um crescimento dos estabelecimentos empregatícios, não podemos esquecer que o número de
desempregados ainda é muito alto, o que é resultado da mecanização e da informatização das tarefas produtivas, pois antes eram realizadas
por pessoas e hoje estão sendo substituídas por máquinas.
Entre algumas das causas do crescimento do setor informal, podemos destacar o desemprego, o êxodo rural (saída do home do
campo para cidade), a burocracia trabalhista, o excesso de impostos. A expansão do setor informal é um grande desafio para a sociedade,
pois não garante ao trabalhador direitos trabalhistas, tais como: férias remuneradas, décimo terceiro salário, seguro desemprego, auxílio
doença e aposentadoria.
Tabela 4- Patos (PB): Estabelecimentos empregatícios
46
4.2 Geofotos
Produção de mudas de
Produção de manga Produção de batata Produção de mamão
hortaliças
48
Fonte: Monteiro, 2020.
4.2 Geofotos
Avicultura – margens da BR
Feira central Feira central Patos Shopping 361
Área de Mineração (Britador) Área de Mineração (Britador) Indústria de Bebidas Coroa Indústria de Bebidas Coroa
Produção de
Bingos seminários sobre Quebra-cabeça
os setores
econômicos
Pesquisa
Passeio guiado sobre a Exposição
pela cidade economia da fotográfica
cidade
Jogo da
memória Palavras cruzadas Caça-palavras
Fotografia 22: Fundação Ernani Sátiro Você conhece a FUNES? Já ouviu falar sobre esse museu? Então vamos lá!
A Fundação Ernani Sátyro foi criada em 21 de Julho de 1988, pelo decreto 5.048,
sancionado pelo então governador da Paraíba, Tarcísio de Miranda Burity. A
inauguração ocorreu em 05 de Março de 1991. A FUNES está localizada na rua
Miguel Sátyro, nº 93, no centro de Patos, próximo à praça Edivaldo Mota.
A fundação tem como objetivo resgatar, preservar e disponibilizar para toda
a sociedade a memória de seu homenageado, Hernani Sátyro, cidadão patoense,
político, escritor e poeta. A FUNES dispõe ao público de um acervo considerável de
fotos, sala de reunião, objetos antigos da casa em que viveu. Para melhor
compreender sobre a história da FUNES, faça uma visita ao museu e conheça um
pouco mais sobre a vida desse cidadão paraibano e patoense de natureza.
O Instituto Histórico e Geográfico de Patos (IHGP) foi fundado no dia 24 de outubro de 1997. É uma sociedade civil com
direitos privados sem fins lucrativos e tem o objetivo de resgatar, registrar, preservar e materializar a memória e a história do
município de Patos/PB e seu patrimônio cultural. O IHGP conta com uma biblioteca especializada com um acervo de livros
paraibanos e patoenses, revistas, documentos com registros que fazem parte da história e da cultura do município. O IHGP
encontra-se localizado no Sobrado de Dr. José Mota, na Praça Edivaldo Motta, nº 156, no centro da cidade de Patos. O prédio do
sobrado foi construído no inicio do século XX, especialmente no ano de 1930, pertenceu ao farmacêutico Alcebíades Parente, na
qual foi comprado e restaurado pelo então proprietário José Mota Victor nos anos de 1992. O Sobrado é um dos exemplos de
monumentos arquitetônicos que preservam os traços das construções do passado com muita beleza.
54
Fonte: https://www.patosmetropole.com.br Fonte: https://www.patosmetropole.com.br
5.4 Festas populares – Patos Moto Fest
Considerado o segundo maior evento cultural do município de Patos, ficando atrás somente do São João, o Moto Fest é um
evento organizado pela Associação dos Motociclistas de Patos/PB (AMO) desde o ano de 2009, um momento esperado por todos os
amantes das duas rodas (moto) a cada ano. O evento é comemorado no mês de agosto. Durante o dia, ocorre uma recepção aos
motociclistas de vários lugares da Paraíba, dos estados vizinhos e de diversas regiões do Brasil com café da manhã, área de camping,
churrasco 0800, ou seja, gratuito. À noite, é oferecido ao público um amplo espaço para alimentação, tendas e barracas com vendas de
materiais personalizados, equipamentos para condutores e motocicletas, exposição de motos de várias cilindradas, escolha da garota
Moto Fest, Shows de Rock, Motoculto (Benção aos motociclistas e ao evento) e várias premiações.
Fotografia 28: Patos (PB): Patos moto Fest Fotografia 29: Patos (PB): Patos moto Fest
Fonte: www.patosonline.com.
Fonte: www.patosonline.com.
55
5.5 Festas religiosas – Festa de Nossa Senhora da Guia
Você conhece o Parque Religioso Cruz da Menina? Já visitou alguma vez? Será que você já ouviu falar sobre o parque Cruz
da Menina? Sendo assim, quero oportunizar a todos vocês conhecer um espaço de fé, religiosidade que se tornou também um local
de turismo da cidade de Patos/PB.
Nas rotas turísticas do município de Patos, temos um lugar de grande expressão religiosa, que oferece aos fiéis espaços de
reflexões, orações, missas, sala de velas, altar externo e lojas de artesanatos com lembranças do Parque Religioso Cruz da Menina. O
parque está localizado às margens da BR 230, no bairro Novo Horizonte, sentido Oeste, saída para o distrito de Santa Gertrudes. A
origem do parque ocorreu por um acontecimento que marcou a história do município; uma menina assassinada foi encontrada
próximo a um amontoado de rochas por um morador chamado José Justino, que construiu uma capela, a qual foi inaugurada em 25
de Abril de 1929. Anos depois passou por uma reforma e o seu espaço foi ampliado e inaugurado na década de noventa para um
complexo turístico e religioso que é um dos lugares mais bonitos e visitados do Nordeste. Atualmente, o Parque Religioso Cruz da
Menina encontra-se aberto ao público local e aos turistas de vários lugares do Brasil e do mundo todos os dias da semana. De segunda
a sábado funciona das 5h às 18h e aos domingos, das 5h às 19h.
Fotografia 32: Patos (PB): Parque religioso Cruz da Menina Fotografia 33: Patos (PB): Capela da Menina Francisca Marta
57
5.7 Filarmônica 26 de julho
Criada e regida por Anézio Leão, músico vindo de Campina Grande nos anos 20 do século passado. Inicialmente era
conhecida como Banda do Instituto São José, sendo assumida pela prefeitura de Patos na gestão do prefeito Adelgício Olinto de
Mello e Silva que mudou seu nome para Filarmônica 26 de julho em homenagem a João Pessoa, assinando nessa data no ano de
1930. Com base em seu regimento, a Filarmônica 26 de Julho foi oficializada através da lei nº 3.655/98, sancionada pelo então
prefeito Nabor Wanderley da Nóbrega Filho. Representa uma entidade sem fins lucrativos que tem por finalidade oferecer, acolher e
promover oportunidades de formação musical para o público em geral, participar de eventos culturais, artísticos, momentos cívicos
e festas tradicionais no município. Atualmente, a sede da Filarmônica foi transferida para um prédio público no bairro Belo
Horizonte onde funciona também a Fundação Cultural de Patos (FUNDAP).
Fotografia 34: Patos (PB): Filarmônica 26 de julho Fotografia 35: Patos (PB): Filarmônica 26 de julho
58
5.8 FUNDAP e o Centro Cultural Amauri de Carvalho
59
5.9 Marco do eclipse
Esse obelisco marca a reunião de Fotografia 37: Patos (PB): Marco histórico e geográfico. Obelisco do marco do eclipse
estudiosos de diversos países que estiveram na
cidade de Patos para observar o eclipse total do
sol que ocorreu às 9h da manhã do dia 1º de
outubro de 1940, deixando a cidade às escuras,
transformando o dia em noite, podendo
visualizar o céu estrelado e ouvir até o galo
cantando. Esse monumento foi instalado e
inaugurado em 1970 dentro da Firma Anderson
Clayton e tem os seguintes dizeres “Aqui
estiveram reunidos astrônomos brasileiros e
estrangeiros para observar e estudar o eclipse
total do sol, em 01/10/1940. [...]”. Após esse
acontecimento, a cidade recebeu a homenagem
que ficou conhecida como Morada do sol.
Atualmente, esse monumento se encontra
fora de seu local original e foi realocado para o
estacionamento em frente ao local de
funcionamento da antiga firma e hoje se
encontra localizado ao lado das lojas
Americanas. Fonte: Monteiro, 2020.
60
5.10 Geofotos
Fotografia 38: Patos (PB): Espaços de representação histórico, geográfico, econômico e cultural
Fotografia 39: Patos (PB): Espaços de representação histórico, geográfico, econômico e cultural
Paróquia de nossa Senhora Secretaria da paróquia de Igreja de Nossa Senhora da Parte interna da Igreja de
da Guia Nossa Senhora da Guia Conceição Nossa Senhora da Conceição
Produção de Quebra-cabeça
Bingos seminários sobre a Com fotos dos
cultura da cidade pontos turísticos
Entrevista
Passeio guiado com pessoas Exposição
pela cidade ligadas ao fotográfica
turismo
Jogo da
memória Palavras cruzadas Caça-palavras
Você já parou para observar o relevo do município de Patos? Sua composição e suas formas? Os fatores que podem estar
relacionados com as interações entre a natureza e o homem? Iremos agora aprender um pouco mais sobre essas características.
Vamos lá! O estudo da geologia consiste em analisar a origem e a estrutura que compõe do planeta Terra, a sua composição e os
dinâmicos processos internos e externos que estão diretamente relacionados com a sua evolução ao longo do tempo. Por sua vez, a
geologia como ciência tem a finalidade de estudar a formação das rochas e a dinâmica entre os fatores de transformações físicas, químicas
e biológicas. (POPP, 2004). Os recursos minerais são compostos por um conjunto de matérias-primas presentes na natureza que, por sua
vez, são explorados, transformados e comercializados.
Na composição geológica do município, há forte presença de formações cristalinas com atuação de rochas resistentes e antigas,
remetendo-se à era pré-cambriana (era geológica em que houve a formação dos escudos cristalinos, rochas magmáticas e metamórficas e
dos primeiros continentes) com mais de 2,5 milhões de anos. Sua estrutura geológica é composta predominantemente por rochas Ígneas ou
magmáticas e metamórficas, fazendo parte do complexo cristalino sertanejo. A geologia do município é caracterizado por apresentar
elementos minerais não renováveis, entre eles, o mármore cor-de-rosa,, granito, gnaisse, ouro, ferro, sendo o calcário o mineral em
destaque no município. O mapa nº 8 demonstra com clareza as principais características geológicas presentes no município.
65
6.1 Geologia e Recursos minerais
66
Elaboração: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S, 2020..
6.1 Geologia e Recursos minerais
A formação e a composição do relevo é resultado de diferentes processos, que ao longo do tempo modelaram
numa dinâmica contínua oriunda da decomposição e fragmentação das rochas. Essas transformações estão
associados a diversos fatores climáticos, tais como: temperatura, umidade, precipitação e a ação humana. Também
podemos associar ao estudo do relevo a análise dos tipos de solos e suas características.
Podemos verificar, no Mapa 9, as cotas altimetrias gerais do município de Patos/PB, apresentando áreas com
altitudes moderadas situadas entre 240 a 580m de altitude, possuindo uma declividade que varia de média para baixa,
formando uma baixa extensão de terras Situa-se nas proximidades da encosta do planalto da Borborema com uma
superfície aplainada que se limita dentro da área onde se localiza o Pediplano Sertanejo.
Fotografia 41- Patos (PB): O Pediplano Sertanejo, visto da Pedra do Tendó
(Teixeira, PB)
67
6.2 Hipsometria
68
Elaboração: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S., 2020..
6.3 Relevo
O relevo do município de Patos/PB encontra-se em uma área chamada de Pediplano Sertanejo que fica situada na depressão
sertaneja. É um relevo suavemente ondulado, com presença marcante de Inselbergs, também conhecidos como ilhas intermontanas,
afloramentos rochosos e serrotes. São morros geralmente isolados, em alguns casos agrupados, e com encostas íngremes. Sua
presença ocorre principalmente nas terras mais baixas da periferia do escudo cristalino do Planalto da Borborema.
Estas formações rochosas apresentam estruturas peculiares, como elevado índice de radiação solar, baixa disponibilidade
hídrica e com presença de um intenso processo erosivo, que está relacionado ao fatores externos, entre eles, o sol, a temperatura, o
vento e a interação e dinâmica das ações antrópicas (homem) ao longo do tempo.
69
6.4 Relevo e Inselberg
70
Elaboração: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S, 2020..
6.5 Recorte do relevo
Fotografia 42- Patos (PB): Pediplano e a depressão sertaneja Fotografia 43- Patos (PB): A depressão sertaneja (Zona rural)
Para saber mais informações, acesse o canal Geo Certão na plataforma do Youtube que você terá a
oportunidade de conhecer melhor a geomorfologia do município de Patos/PB e suas características
principais. Não esqueça de se inscrever e ativar o sininho. Bons estudos!
72
6.7 Geofotos
Serrote Pedro Augustinho Serrote Trapiá Serrote Morro do Carioca Serrote Farinha dos Gatos I e II
Descamamento da rocha
Vista de Patos do cume do Rocha metamórfica oriunda Comunidade da Barragem da
provocado pelo intemperismo
Serrote do Espinho Branco do granito. Farinha.
físico.
Produção de Quebra-cabeça
Bingos seminários sobre Com fotos dos
as formações Inselbergs
rochosas
Produção de
blog sobre os
Passeio guiado aspectos Exposição
pela zona rural geomorfológi fotográfica
da cidade cos do
município
Jogo da
memória Palavras cruzadas Caça-palavras
O município de Patos está localizado em uma área da região Nordeste conhecida como polígono das secas, ambiente marcado
pelas intensas estiagens de chuvas e secas prolongadas, o que acaba influenciando no acesso à água e nas condições de vida da
população como um todo.
Tomando por base a localização geográfica do município de Patos-PB, podemos afirmar, segundo a classificação de Koppen &
Geiger (1928) e pelas condições naturais que o município apresenta, que há um predomínio do clima semiárido, caracterizado por
temperaturas elevadas na maior parte do ano, baixa umidade relativa do ar, chuvas mal distribuídas, médias anuais de pluviosidade
(chuva) inferiores a 800 mm/ano, podendo chegar a uma média de 9 a 10 meses sem chuvas, período conhecido como estiagem,
originando, assim, a seca.
O clima é um dos principais elementos de um lugar. Portanto, é considerado um fator determinante para a formação da
vegetação. Podemos também perceber outros elementos geográficos importantes que podem influenciar na formação e classificação do
clima em uma região.
Entre eles, é preciso analisar: altitude (distância vertical medida de um
determinado ponto em relação ao nível do mar), latitude (distância medida
em graus a partir da linha do equador, variando entre 0º e 90º no sentido Norte
ou Sul), continentalidade (distância de uma área em relação ao mar),
maritimidade (proximidade de uma área em relação ao mar) e o relevo
(variação do modelado da superfície terrestre). O Polígono das secas corresponde a uma área
A cidade de Patos é conhecida e chamada de “Cidade Morada do Sol”, localizada no interior da região nordeste e norte
homenagem dada a um acontecimento astronômico que ocorreu na década de da região sudeste do Brasil, que sofre com a
1940, quando astrônomos brasileiros e estrangeiro vieram acompanhar um escassez de água por longos períodos, repetidas
fenômeno de um eclipse total do sol. crises de estiagens, aliadas ao desmatamento e
Devido às irregularidades de chuvas na região e as condições térmicas uso predatório da terra.
presentes, ouvimos dizer que o clima é quente e seco, com ocorrências de
chuvas de inverno, porém essa expressão é apenas um ditado popular
enraizado na cultura do cidadão sertanejo. As chuvas geralmente ocorrem na
estação do verão.
77
7.1 Aspectos climatológicos
Devido ao aumento do desmatamento e das queimadas, houve um relativo Tabela 5- Patos (PB): Índices de chuva e temperatura 2019
extermínio da vegetação natural em torno dos rios e das nascentes, tornando o solo
frágil e arenoso, podendo chegar a formar áreas de intenso processo de Índices de chuvas e temperaturas
desertificação. de Patos-PB no ano de 2019
Os longos períodos de estiagem têm provocado cada vez mais um aumento
nos prejuízos aos agricultores, associados ao mal uso do solo, a perda de plantações
Chuvas Temperatura
e animais, a falta de produtividade causada pela seca, que acabam influenciando no Mês (mm) (°C)
aumento de diversos problemas socioeconômicos e no êxodo rural. Jan 87,1 28,45
Um dos agravantes do clima semiárido é a irregularidade das chuvas que
acaba afetando o déficit hídrico. As secas são um fenômeno climático natural, que Fev 176,8 27,71
acaba afetando a agricultura, a pecuária e as demais atividades desenvolvidas pelo Mar 189,9 27,81
homem.
Explorando a tabela ao lado. Abr 96,8 26,79
1-Observando a Tabela 5, o mês de ______________ representou o período mais Mai 75,5 26,73
chuvoso, registrando uma média de ___________ mm em 2019. Nesse mesmo ano,
os meses de ___________________________ e ________________________, jun 1,9 27,99
apresentaram os piores índices pluviométricos, registrando _______mm. Jul 24,3 28,38
2-Tomando como referência os dados estatísticos entre chuvas e temperaturas Ago 1,4 29,68
contidos na Tabela 5, procure construir argumentos que possam expressar o
Set 0 30,20
comportamento da sociedade frente às condições do tempo e da temperatura nos
meses de setembro e outubro registrados no ano de 2019 no munícipio de Patos/PB. Out 0 29,72
___________________________________________________________________
Nov 10,7 29,38
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ Dez 12,8 28,32
___________________________________________________________________ Fonte: INMET
78
7.2 Chuva e Temperatura
Agora vamos explorar e entender os dados estatísticos sobre os índices de temperatura e de chuva ocorridos ao longo dos
anos no município de Patos. Para o desenvolvimento desta atividade, procure analisar as informações contidas na Tabela 6 e 7, o
Gráfico 9 e 10, pois ambos demonstram o histórico de variação anual entre os índices de temperatura e precipitações (chuva) entre
os anos de 2006 e 2012. Em seguida, escreva suas conclusões acerca dos questionamentos e sugestões propostas.
1. De acordo com os dados das tabelas e dos gráficos, use suas ideias e construa um pequeno texto relacionando às possíveis
consequências socioeconômicas e ambientais originadas nos períodos secos e menos chuvosos para o município. Podem construir
cartazes, mapa mental, vídeo curto e podcast. Depois compartilhe com o professor e seus colegas e apresente o seu trabalho em
sala de aula.
2. Observando os dados, quais foram os meses mais chuvoso do ano de 2006 e 2012? Construa uma tabela demonstrativa. Na sua
opinião, o que representa as chuvas para o povo sertanejo? Use seus conhecimentos e, se possível, converse com agricultores,
comerciantes sobre a influência dos anos chuvosos e secos para o município como um todo.
3. Use seu lado artístico e criativo para desempenhar uma tarefa que será feita em grupos. Cada equipe irá pesquisar na internet
vídeo, biografia, e fotografias, letra e música de Luiz Gonzaga “A triste partida” e o poema “A seca e o inverno” de Patativa do
Assaré, que retratam o fenômeno da seca, as relações e os desafios de conviver com esse fenômeno. Desta forma, use sua
criatividade e produza um cartaz ou um vídeo curto, uma cena teatral, um cordel ou poemas que possam expressar os diversos
aspectos que representam o modo de vida das pessoas que vivem no sertão nordestino.
79
7.2 Chuva e Temperatura
JAN 343,9 27 34
350,0
FEV 224,9 27 33
300,0
MAÇ 148,4 27 32
ABR 250,0
Temperatura (°C)
66,3 26 31
Chuvas (mm)
MAI 0,2 27 200,0 30
Chuvas (mm)
JUN 3,0 28 29 Temperatura (°C)
150,0
JUL 0,0 28 28
AGO 100,0
11,1 29 27
SET 7,1 30 50,0
26
OUT 71,3 30 0,0 25
NOV Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
8,6 30
Ano de 2006.
DEZ 358,7 28
Fonte: INMET, 2006. Fonte: INMET, 2006.
80
7.2 Chuva e Temperatura
Tabela 7- Patos (PB): Relações entre chuvas Gráfico 11- Patos (PB): ): Relações entre chuvas e temperaturas
e temperaturas
Mês Chuvas Temp. Climograma de Patos-PB
120,0 35
JAN 14,5 30
34
FEV 14,3 30 100,0
33
MAÇ 2,7 29
32
ABR 80,0
13,0 28
Temperatura (°C)
31
Chuvas (mm)
MAI 1,0 27
60,0 30
JUN Chuvas (mm)
0,0 28
29 Temperatura (°C)
JUL 0,0 29 40,0
28
AGO 0,0 30
27
SET 20,0
0,2 30
26
OUT 6,8 31 0,0 25
NOV Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
96,6 30
Ano de 2012.
DEZ 3,3 31
Fonte: INMET, 2012. Fonte: INMET, 2012.
81
7.3 Índice mensal e anual de chuvas e temperaturas
Tabela 8- Patos (PB): Índices pluviométricos Tabela 9- Patos (PB): Índices de temperaturas
Histórico mensal/anual de chuvas no município de Patos-PB entre os Histórico de temperatura média mensal do município de
anos de 2015 - 2019 Patos 2015-2019
2015 2016 2017 2018 2019 2015 2016 2017 2018 2019
83
7.5 Geofotos
A presença da caatinga esparsa e A presença da caatinga esparsa e Áreas degradas nas proximidades
Área com intenso processo de
degradada vista do serrote do Espinho degradada vista do serrote do do rio Espinharas.
erosão próximo a alça sudeste.
Branco. Espinho Branco.
85
Fonte: Monteiro, 2020.
7.6 Conversa pedagógica
Criação de
campanha Pesquisa sobre Pesquisa
informativa sobre tecnologias de sobre
convivência com mudanças
racionamento
o semiárido climáticas
consciente de água
86
Fonte: Monteiro, 2020.
Capítulo 8
RIOS, AÇUDES E BARRAGENS
8.1 Hidrografia
Encontramos também no município de Patos a Barragem ou açude da Farinha, que é considerado um dos principais
reservatórios hídricos do sertão paraibano, possuindo uma capacidade de armazenagem de 25.738.500,00 m³ (AESA, 2020).
Sua construção ocorreu na década de 70, tornando-se uma das principais obras de engenharia hídrica da região; suas águas
abastecem o município, propiciando o desenvolvimento da agricultura familiar e fortalecendo o desenvolvimento da economia local.
Existem inúmeras famílias que desenvolvem vários tipos de culturas agrícolas irrigadas, entre elas: a produção de hortaliças,
legumes, frutas, pastagens e a pecuária. Em tempos de cheia, as suas águas percorrem seu leito, aumentando o nível do curso do rio
da Farinha, percorrendo um trecho que interliga suas águas com o rio da Cruz. A partir do encontro do rio da Farinha e do rio da
Cruz, inicia a formação do rio Espinharas, localizado nas imediações da ponte próximo à alça sudeste. Com o transbordamento da
barragem da Farinha em períodos chuvosos, parte de suas águas são direcionadas por meio do canal que recebe água do riacho dos
Mares, onde deságua no açude do Jatobá através de um canal de escoamento.
Fotografia 59- Patos (PB): Vazão da barragem da Farinha, desaguando para Fotografia 60- Patos (PB): Agricultura familiar na comunidade da
o Rio da Farinha barragem da Farinha (hortaliças)
Agora vamos aprender mais com a ajuda dos mapas, na busca de entender a relação entre o meio natural e a ocupação humana
nas áreas urbanas do município de Patos/PB.
Para a realização dessa atividade, use como auxílio o Mapa 5, que representa a divisão das Regiões Geográficas, localizado no
capítulo 1, comparando com o Mapa 12, que representa a Hidrografia do município. Em seguida, procure realizar a atividade sugerida a
seguir.
1- Com base nos mapas, faça uma lista destacando os bairros que ficam localizados às margens do rio Espinharas dentro dos limites
urbanos do município.
2- O bairro onde você mora fica próximo do rio? Caso sim, faça um comentário relatando os problemas ambientais que estão
relacionados com a ocupação das áreas no entrono do rio.
A seca é um dos maiores problemas enfrentados pela população que vive no semiárido
nordestino, mas podemos verificar que existem graves problemas ocasionados por fortes
chuvas que provocam vários prejuízos e problemas que afetam tanto o meio ambiente como a
vida da população.
1- Diante disso, faça uma pesquisa na internet sobre as chuvas atípicas que ocorreram no ano
de 2009 no município de Patos/PB, identificando as principais causas e consequências no
âmbito social, econômico e ambiental. Em seguida, apresente sua pesquisa e as conclusões a
que você chegou.
2- Faça uma visita ao rio Espinharas, registrando através da observação, fotos e vídeos, a
relação entre a ocupação humana e o meio ambiente, demonstrando a situação atual. Se
possível, monte uma exposição de suas fotos em sala e apresente para a turma sua conclusões.
92
8.6 Geofotos
Rio Espinharas visto da ponte do Despejo de esgoto no Rio Vista do rio Espinharas próximo a
Vista do Rio da Farinha
bairro São Sebastião. Espinharas próximo a linha férrea alça sudeste em período chuvoso
.
Fonte: Monteiro, 2020.
93
8.6 Geofotos
Pôr do sol visto do açude do Açude do jatobá em período de Sangria do açude do jatobá em
Açude do jatobá em período de cheia
Jatobá cheia período chuvoso
.
Canal que interliga as águas da Comporta do canal que interliga Canal que interliga as águas da Comporta do canal que interliga
barragem da Farinha para o açude agua da barragem da Farinha para barragem da Farinha para o agua da barragem da Farinha para o
do Jatobá o açude do Jatobá açude do Jatobá açude do Jatobá
Vazão da barragem da Farinha no Vazão da barragem da Farinha no Barragem da Farinha em período Vista do pôr do sol na barragem da
período chuvoso período chuvoso de estiagem Farinha.
Entrevistas
Visita a estação com pessoas
Pesquisa sobre
meteorológica de que
as grandes secas
Patos-PB testemunharam
as enchentes na
cidades
Criação de
campanha Pesquisa sobre Pesquisa
informativa sobre tecnologias de sobre
convivência mudanças
racionamento
com o climáticas
consciente de água
semiárido
Costumamos dizer que a paisagem é tudo aquilo que podemos perceber, ou seja, o que podemos ver, porém a paisagem vai além do
que os nossos olhos podem enxergar. Podemos compreender uma determinada paisagem através dos vários sentidos do nosso corpo, por
exemplo, pelo olfato, pela audição, pelo tato e principalmente pela visão. Um dos elementos que compõe a paisagem é a vegetação, que
corresponde a um conjunto de vegetais próprios de um lugar. Pode também ser composta por plantas de diferentes espécies e está sujeita às
variadas condições geográficas sobre um determinado espaço na superfície da terra.
A vegetação não é importante somente do ponto de vista visual ou paisagístico, mas também pela sua influência sobre a qualidade de
vida, proteção do solo, produção de oxigênio, para o ciclo do carbono na atmosfera, para a economia, construções de móveis, elaboração de
medicamentos com suas folhas e raízes medicinais, que, por sua vez, são muito usados na medicina popular.
O município de Patos está localizado em uma área onde predomina a vegetação da Caatinga (palavra que vem da língua tupi-guarani,
que significa “mata branca”), com presença de várias espécies de plantas do tipo xerófitas (plantas que perdem suas folhagens na seca,
processo conhecido como caducifólia). Na área mencionada, existem espécies cactáceas, arbustivas, herbáceas e arbóreas com folhas
pequenas e com muitos espinhos, entre elas, o mandacaru, xique-xique, imburana, umbuzeiro, jurema, marmeleiro, favela, juazeiro, angico,
cumaru, entre outras espécies.
A sua alta resistência em período de estiagem garante sua conservação pela maior parte dos meses do ano. Portanto, a perda de suas
folhagens na estação seca torna-se um elemento natural que garante a fertilização do solo, a diminuição da perda da umidade do solo e o
desenvolvimento da matéria orgânica suficiente para mantê-la viva durante vários meses do ano.
Fotografia 46- Patos (PB): Xique-xique Fotografia 47- Patos (PB): Jurema
99
9.3 Poluição hídrica
A água é um elemento indispensável para a vida, porém esse recurso natural vem sofrendo diversos tipos de degradação gerando
impactos ambientais e socioeconômicos. Existe no município a presença de vários corpos de água (rios e açudes), que constantemente
são afetados pela ação humana. Um dos exemplos presentes no município é o rio Espinharas, que corta o município no sentido sul a
norte, como você pode observar no Mapa 12, no capítulo 8. Esse manancial tem sofrido diversos impactos ao longo do tempo, devido ao
crescimento urbano sem planejamento e principalmente pelo descarte de resíduos orgânicos (esgotos) por setores residenciais,
comerciais, industriais, de serviços e de mineração ao longo dos limites urbanos e rurais.
Outro fator determinante que ameaça a saúde da água dos rios, represas, açudes e os lençóis subterrâneos é a aplicação excessiva
de agrotóxicos usados na agricultura. Essas substâncias são infiltradas no solo e acabam afetando a qualidade da água nos reservatórios
externos e internos trazendo prejuízos ambientais e socioeconômicos para região. O Gráfico 9 e o Mapa 11 demonstram os principais
agentes atuantes no uso e na ocupação da terra no município de Patos-PB.
Fotografia 49- Patos (PB): Poluição no Rio Espinharas Fotografia 50- Patos (PB): Poluição no Rio Espinharas
10,07%
Áreas urbanas
Corpos d'água
Afloramentos rochosos
13,86%
63,31%
Áreas descobertas
Áreas de mineração
Vilas
101
Fonte: Monteiro, 2020.
9.4 Uso e ocupação da terra
102
Elaboração: Monteiro, W. J. C.; Santos, A. S., 2020..
9.4 Uso e ocupação da terra
Vamos agora entender como as terras no município de Patos/PB estão sendo usadas e ocupadas atualmente?
Com base no Mapa 11, podemos observar que o destaque da cor verde-clara na imagem destaca que há uma grande presença de
vegetação esparsa, resultado do desmatamento associado às atividades econômicas desenvolvidas na região, como: agricultura, pecuária
extensiva, carvoarias, produção de pastagens, a expansão urbana, entre outros.
Diante desse quadro, percebemos a presença de grandes áreas de vegetação esparsa, pequenos focos com vegetação densa,
especialmente nas localidades mais distantes da área urbana. Outro detalhe que chama atenção quando verificamos o entorno da área
urbana do município é um elevado nível de caatinga degradada nas proximidades do rio Espinharas e também no entorno dos mananciais
localizados na região sul do município.
Os principais responsáveis por esse quadro de elevado nível de degradação de sua vegetação original são motivados pelo
crescimento urbano, extração mineral, produção de capim e criação de gado, além do surgimento e expansão de novos bairros e
loteamentos, que acabam intensificando ainda mais o desmatamento de diversas áreas no município, provocando um desequilíbrio
ambiental e um desconforto térmico.
Desta maneira, verificamos que o uso e a ocupação das terras no município deve-se a diversos fatores, os quais tiveram
influência em sua dinâmica natural, associados a diversas atividades econômicas locais, como a agricultura, pecuária, produção de
pastagens, extração mineral, entre outros.
Dessa forma, avaliando o diagnóstico florestal do município, observamos que algumas espécies vegetais e animais são afetadas e
ameaçadas de extinção devido à ocupação e à destruição dos habitat natural de várias espécies encontradas no bioma caatinga.
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9.5 Índice de vegetação
O Mapa 12 demonstra o índice de qualidade fisionômica da vegetação em uma área, ou seja, analisa através de sensoriamento
remoto e imagens de satélite as diferentes colorações projetadas. Esse índice é obtido através do nível de diferença entre a reflectância do
infravermelho (IVP) e do vermelho (V) pela soma das mesmas variáveis. Esse cálculo resulta em um índice que varia entre -1 e 1.
Portanto, quanto mais próximo de 1, por exemplo, ambientes com índice a partir 0,60 a 1 representam presença de plantas
moderadas saudáveis a muito saudáveis. Já as áreas que apresentam índices abaixo de 0,60 demonstram baixo nível de qualidade da
vegetação, podendo estar em estágio de degradação.
Na prática, o valor representa a presença de vegetação em uma área. Quanto mais verde escuro estiver no mapa, maior é quantidade
de vegetação no local, demonstrando a presença de uma vegetação ainda saudável, ou seja, bem preservada e densa. Quando a área
demonstra regiões com cores mais claras e avermelhadas, significa que há forte presença de áreas degradas, desmatadas, urbanizadas e
também indica ocorrência de corpos hídricos (rios, açudes e barragens), ou até mesmo, solo exposto, demonstrando que pouca paisagem
existe e baixa atividade clorofiliana e, com isso, baixa quantidade de vegetação.
Fonte: . https://tecnologianocampo.com.br/o-que-e-ndvi/
104
9.5 Índice de vegetação
Podemos encontrar no município solos do tipo Luvissolos e Neossolos, com predominância de solo do tipo
Luvissolos (solos que recebem pouca quantidade de água) com características de serem pouco profundos, sujeitos a
sofrerem processos erosivos devido à ação dos agentes externos ou exógenos (vento, água e ação humana), provocando um
empobrecimento dos nutrientes e baixa fertilidade.
De acordo com as informações apresentadas nos Mapas 11 e 12, percebemos que o ambiente natural corresponde ao
bioma caatinga, tem demonstrado uma falta de conservação e um mau uso do solo, e ao mesmo tempo vem apresentando
elevados índices de degradação ambiental.
Chegou a hora de saber se você conseguiu entender o que os mapas demonstraram sobre as condições atuais do uso
e ocupação das terras e também de analisar os níveis de índice de qualidade da vegetação presentes no município de
Patos/PB. Chegou a hora de testar nossos conhecimentos!
✓ Atividade de revisão
✓ Consulte o texto, os mapas e a tabela e, em seguida, reflita e responda corretamente:
1-Construa uma tabela com alguns exemplos que demonstrem áreas de degradação ambiental no município de Patos/PB,
destacando as suas causas, consequências e possíveis medidas que poderiam ajudar a solucionar esses problemas.
2-Faça uma pesquisa em seu bairro através de entrevistas com moradores do bairro, procure identificar quais são os
problemas ambientais existentes e que ações são realizadas ou deveriam ser realizadas para sua conter o seu avanço.
3-Tomando com referência os Mapas 11 e 12, observe, identifique e construa argumentos que possam demonstrar os reais
motivos que levaram a um elevado nível de degradação ambiental dentro da área urbana e rural do município.
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9.7 Geofotos
107
9.7 Geofotos
Solo com nível elevado de Paisagem degrada do rio Paisagem vista de cima do serrote Caatinga esparsa vista do serrote
desertificação Espinharas, BR 230. do Espinho Branco. do Espinho Branco.
Produção de Produção de
Bingos painel sobre a material
vegetação do instrucional
município sobre poluição
Visita ao Exposição
Passeio guiado Herbário da
pela zona rural fotográfica
UFCG
da cidade
Caça-palavras
Jogo da com os nomes
memória Palavras cruzadas da vegetação
nativa
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