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APOIO PEDAGÓGICO
PARA APRENDIZAGENS
Ciências Humanas
3º Ano Ensino Médio
e Sociais Aplicadas
Língua Portuguesa
Caderno do Professor(a) - 2ºVOLUME
Bimestre 1
2024
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE EDUCADORES
Governador do Estado de Minas Gerais
Romeu Zema Neto
Secretária Adjunta
Geniana Guimarães Faria
Produção de Conteúdo
Professores Formadores da Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de
Educadores
Revisão
Equipe Pedagógica e Professores Formadores da Escola de Formação e Desenvolvimento
Profissional de Educadores
2
a
MATERIAL DE APOIO
PEDAGÓGICO PARA
APRENDIZAGENS
MAPA 2024
No intuito de contribuir com o seu trabalho em sala de aula, preparamos este caderno com
muito carinho. Por meio dele, você terá a oportunidade de ampliar o trabalho já previsto em seu
planejamento. O presente caderno foi construído tendo por base os Planos de Curso 2024, que
foram elaborados a partir das competências e habilidades estabelecidas na BNCC e no CRMG a
serem desenvolvidas e trabalhadas por todas as unidades escolares da rede pública de Minas
Gerais. Aborda os diversos componentes curriculares e para facilitar a leitura e manuseio foi
organizado de forma linear. Contudo, ao implementá-lo em sala de aula, você poderá recorrer
aos planejamentos de forma não sequencial, atendendo às necessidades pedagógicas dos
estudantes. É preciso atentar-se, apenas, para os conhecimentos que são pré-requisitos, ou seja,
aqueles que foram trabalhados nos planejamentos anteriores e que precisam ser retomados com
os estudantes para a construção do novo conhecimento em questão.
Como o principal objetivo deste material é o trabalho com o desenvolvimento de habilidades, este
caderno vem com o propósito de dialogar com sua prática e com o seu planejamento dentro das
habilidades básicas - aquelas que devemos assegurar que todos os nossos estudantes aprendam.
Destacamos ainda, que o livro didático continua sendo um instrumento eficiente e necessário,
principalmente por não anular o papel do professor de mediador insubstituível dentro dos
processos de ensino e de aprendizagem. Coracini[1] (1999) nos diz que “o livro didático já se
encontra internalizado no professor (...) o professor continua no controle do conteúdo e da forma
(...)”, reafirmando que, o que torna o livro didático e o que torna os Cadernos MAPA eficientes,
é justamente a maneira como o professor utiliza-os junto aos estudantes.
1. CORACINI, Maria José. (Org.) Interpretação, autoria e legitimação do livro didático. São Paulo: Pontes, 1999.
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SUMÁRIO
GEOGRAFIA............................................................................................... 7
TEMA DE ESTUDO: Redes Geográficas e a hierarquia urbana ....................... 7
TEMA DE ESTUDO: Território e Territorialidades: aspectos socioespaciais
de Minas Gerais.......................................................................................... 15
REFERÊNCIAS......................................................................................... 27
HSTÓRIA.................................................................................................. 28
TEMA DE ESTUDO: Era Vargas (1930 – 1945)............................................ 28
TEMA DE ESTUDO: Segunda Guerra Mundial............................................. 33
TEMA DE ESTUDO: Guerra Fria................................................................. 43
TEMA DE ESTUDO: Descolonização Afro-asiática........................................ 50
REFERÊNCIAS......................................................................................... 58
FILOSOFIA............................................................................................... 59
TEMA DE ESTUDO: Filosofia Insurgente: decolonialidade e
Filosofia Africana........................................................................................ 59
TEMA DE ESTUDO: Indústria Cultural........................................................ 69
REFERÊNCIAS......................................................................................... 79
SOCIOLOGIA...........................................................................................80
TEMA DE ESTUDO: Participação política e a construção da cidadania........... 80
TEMA DE ESTUDO: Reflexão sobre a Carta da Terra................................... 86
REFERÊNCIAS....................................................................................... 102
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3º ANO
Ensino medio
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS - MAPA
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços,
mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades
e o papel geopolítico dos Estado-nações.
OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Analisar a formação de (EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do
territórios e fronteiras em espaço e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras,
diferentes tempos e es- identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e
paços, mediante a com- culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos internacionais)
preensão das relações de e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a
poder que determinam as diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas,
territorialidades e o papel políticas e tecnológicas.
geopolítico dos
(EM13CHS206) Analisar a ocupação humana e a produção do
Estado-nações. espaço em diferentes tempos, aplicando os princípios de localização,
distribuição, ordem, extensão, conexão, arranjos, casualidade,
entre outros que contribuem para o raciocínio geográfico.
PLANEJAMENTO
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Para este planejamento, o professor deve ajudar os estudantes a entender a definição básica
de uma cidade e o que a diferencia de uma área rural. Eles devem ser capazes de identificar
os principais elementos que compõem uma cidade e o que caracteriza um espaço urbano. Os
estudantes devem aprender a reconhecer e diferenciar espaços urbanos comuns, como parques,
praças, ruas e avenidas, escolas, hospitais, entre outros. Eles devem ser capazes de descrever as
funções e características de cada um desses espaços. Ambas as habilidades são essenciais para o
estudo da Geografia e também para o desenvolvimento da alfabetização visual e textual.
O professor contextualiza a importância do estudo do espaço urbano, mencionando a relevância
das cidades no cenário global, tanto do ponto de vista econômico quanto social. Ele pode citar,
por exemplo, a contribuição das cidades para o PIB do país, a concentração de infraestruturas e
serviços, e a diversidade cultural presente nas cidades.
Ao contextualizar essas habilidades com os objetos do conhecimento da Geografia, estamos
promovendo uma abordagem integrada e significativa do conhecimento geográfico, preparando
nossos estudantes para enfrentar os desafios e oportunidades do século XXI.
Que possamos, juntos, inspirar nossos estudantes a explorar as múltiplas facetas do espaço
geográfico e a se tornarem cidadãos ativos e comprometidos com a construção de um mundo mais
justo, sustentável e inclusivo.
DESENVOLVIMENTO
1º MOMENTO:
Saudação aos estudantes e introdução ao tema sobre redes geográficas. Professor, explique a
importância das redes na organização do espaço e na vida das pessoas. Destaque como diferentes
partes do mundo estão interconectadas por meio de fluxos de pessoas, mercadorias, informações
e ideias.
No mundo contemporâneo, a rede geográfica desempenha um papel fundamental na conectividade
e interdependência entre pessoas, lugares e sistemas. Essa conectividade possibilita a circulação
de pessoas, mercadorias, informações e ideias em uma escala sem precedentes, encurtando
distâncias e promovendo interações entre culturas e sociedades. É essencial transmitirmos aos
nossos estudantes a importância e as implicações dessa rede global.
Apresentação Teórica:
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Fluxos e Redes Geográficas.
Disponível em : https://youtu.be/gA85wb017bE.
Atividade em Grupo:
◊ Peça aos grupos que identifiquem e marquem no mapa as principais rotas marítimas,
aéreas e terrestres que conectam diferentes regiões do mundo. Eles podem usar diferentes
cores para representar cada tipo de rota. (acesso a internet para pesquisa rápida se julgar
necessário)
◊ Em seguida, peça aos estudantes que identifiquem os principais centros urbanos, portos,
aeroportos e centros de produção industrial em diferentes partes do mundo e os marquem
no mapa. (acesso à internet para pesquisa rápida, se necessário.
◊ Após os grupos terem completado a atividade, promova uma discussão em sala de aula
sobre as descobertas feitas;
Imagem 1 - Mapa-Múndi
Apresentação e Reflexão: Peça a cada grupo que apresente suas descobertas para toda a classe,
explicando as rotas identificadas e os principais pontos de conexão. Incentive os estudantes a
refletirem sobre como as redes geográficas influenciam suas próprias vidas e o mundo ao seu redor,
e como a globalização está impactando diferentes aspectos da sociedade, como cultura, economia
e meio ambiente.
Atividade Escrita: Como atividade de acompanhamento, peça aos estudantes que escrevam um
breve ensaio refletindo sobre o papel das redes geográficas na globalização, destacando exemplos
específicos de como as conexões globais afetam diferentes aspectos da vida contemporânea.
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2º MOMENTO:
As cidades são os epicentros da vida humana moderna, onde culturas se entrelaçam, ideias florescem
e comunidades se formam. O estudo do espaço urbano é fundamental para compreendermos não
apenas o ambiente construído que habitamos, mas também as dinâmicas sociais, econômicas,
políticas e culturais que moldam nossas vidas.
Ao investigarmos o espaço urbano, podemos desvendar os segredos por trás do crescimento urbano,
da gentrificação, das desigualdades socioeconômicas, da mobilidade urbana, da governança local e
de tantos outros fenômenos que moldam o mundo em que vivemos. O estudo das cidades também
nos desafia a refletir sobre questões urgentes, como a sustentabilidade ambiental, a justiça social, a
segurança urbana e a participação cidadã.
Professor (a), neste 2º momento os estudantes precisam compreender como o espaço é organizado
e utilizado, como as pessoas interagem com seu ambiente construído e como os desafios e
oportunidades urbanas impactam a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável. É importante
promover a observação, análise e reflexão sobre diferentes aspectos urbanos.
Introdução ao conceito de cidade: apresentação do conceito de cidade e suas características.
É importante neste primeiro momento que os estudantes façam a leitura dos textos:
Texto 1: “Evolução das Cidades”
Texto 2: “Função das Cidades”
Ambos os textos fornecem uma visão geral da evolução das cidades ao longo do tempo e dos
principais aspectos que definem uma cidade.
Após a leitura, promova uma discussão em grupo sobre as principais conclusões das ideias exploradas
nos textos.
Observação do espaço urbano local: professor, faça uma visita ao bairro ou região urbana que
a escola está inserida.
Ö Peça aos estudantes que façam os registros fotográficos e anotações sobre os elementos
urbanos como edifícios, ruas, praças, transporte público, comércio, entre outros.
Ö Após a visita, abra uma roda de discussão em sala de aula ou em outro espaço da escola,
e peça aos estudantes que apresentem as observações feitas.
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Ö Estimule a participação efetiva dos estudantes.
Análise de espaços urbanos: neste momento é importante que os estudantes comparem
diferentes espaços urbanos. O objetivo é comparar e contrastar dois ou mais espaços urbanos
distintos, destacando suas características físicas, sociais, econômicas e culturais.
Ö Separe nomes de cidades: cidade desenvolvida (EX: Nova York, Paris, Londres), cidade
em desenvolvimento (EX: São Paulo, Curitiba) , cidade costeira (EX: Salvador, Santos,
Florianópolis), cidade histórica (Ouro Preto, Paraty), e cidade moderna (Cingapura, Pequim).
Ö Divida a turma em grupos e atribua a cada grupo que pesquisem duas cidades. Eles devem
coletar informações sobre a demografia, economia, infraestrutura, e outras características.
Ö Os estudantes devem realizar uma visita virtual às cidades pesquisadas, usando mapas
online, imagens de satélite, e recursos digitais disponíveis.
Ö Com base nas informações coletadas os estudantes podem criar tabelas, gráficos, mapas
comparativos ou apresentações visuais para destacar as semelhanças e diferenças entre
as cidades estudadas;
Ö Cada grupo deve apresentar as suas descobertas em sala de aula, compartilhando as
informações coletadas, as análises realizadas e as conclusões alcançadas;
3º MOMENTO:
Não existe cidade autossuficiente ou totalmente isolada. Todas precisam se relacionar com as outras
para obter tudo aquilo que sua população necessita. Ao se relacionarem, são criadas as redes
urbanas, ou seja, um sistema de fluxos (idas) e refluxos (vindas) de pessoas, de mercadorias, de
serviços, de capitais, de informações através dos meios de comunicação e das vias de transporte,
com grandes articulações entre os espaços urbanos.
A hierarquia urbana determina a estrutura econômica em diversas escalas de organização (e posições),
o que cria uma rede de ligações e influências entre os centros urbanos do mundo (pequenas, médias
e grandes cidades). Dessa forma, o conceito de rede urbana está intimamente relacionado ao de
hierarquia urbana, posto que determina, por meio dos dados, as diferentes escalas hierárquicas
entre as cidades.
O objetivo desse 3º momento é que os estudantes compreendam o conceito de rede urbana e as
relações entre as cidades, e possam refletir sobre os processos de urbanização e suas consequências.
Introdução à rede urbana/hierarquia urbana:
Professor, comece a aula com uma breve explicação sobre o que é uma rede urbana, destacando a
interconexão de cidades e a importância desse fenômeno para o desenvolvimento socioeconômico
do país. Utilize a imagem abaixo para ilustrar e iniciar a discussão sobre a temática.
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Imagem 2 - Modelo de Christaller urbana e funções centrais
Jogo da conexão urbana: o objetivo do jogo é que os estudantes compreendam as conexões entre
cidades em uma rede urbana, explorando aspectos como transporte, economia e infraestrutura.
Crie um jogo de tabuleiro onde os estudantes devem conectar diferentes cidades através de rodovias,
ferrovias e hidrovias, considerando a hierarquia urbana e a influência de cada cidade na rede urbana.
O objetivo é entender a interdependência entre os centros urbanos.
Divida os estudantes em grupos e forneça materiais para a construção dos tabuleiros. Eles devem
definir as regras e os elementos do jogo.
Cada grupo apresenta seu tabuleiro, explicando as escolhas feitas na representação das cidades e
conexões.
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Os estudantes analisam as conexões estabelecidas durante o jogo e refletem sobre as implicações
na hierarquia urbana.
Adapte as regras conforme necessário para tornar o jogo mais envolvente e alinhado aos objetivos
de aprendizado. Incentive a discussão e análise das estratégias adotadas pelos jogadores para
fortalecer a compreensão dos conceitos de rede urbana.
Após o jogo, promova uma discussão sobre as decisões tomadas, os desafios enfrentados e as lições
aprendidas em relação à hierarquia urbana.
Visita virtual a metrópoles: utilize recursos tecnológicos para realizar uma visita virtual a
diferentes metrópoles ao redor do mundo. Os estudantes poderão explorar a infraestrutura urbana,
os pontos turísticos, a diversidade cultural e os desafios enfrentados por essas cidades, enriquecendo
o entendimento sobre a rede urbana global. Seguem sugestões de sites de visitas virtuais:
4º MOMENTO:
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As cidades inteligentes são uma revolução no desenvolvimento urbano, promovendo a
sustentabilidade, a inclusão e a qualidade de vida por meio do uso estratégico de dados, tecnologia
e inovação. Pela sua importância na transformação da maneira como vivemos e trabalhamos, é
fundamental que estudemos e compreendamos como as cidades podem se tornar inteligentes, de
que maneira podem ser planejadas e quais os benefícios e desafios envolvidos.
Professor, neste 4º momento os estudantes irão simular um planejamento e desenvolver uma mini
cidade inteligente. Através da atividade os estudantes amadureceram sua visão sobre cidades
inteligentes e a integração entre urbanismo e tecnologia.
ATIVIDADE FINAL:
Descrição do Projeto:
Cada grupo deverá, inicialmente, pesquisar sobre cidades inteligentes e como o urbanismo e a
tecnologia da informação e comunicação podem ser integrados para melhorar a qualidade de vida
dos cidadãos.
Após esse estudo inicial, cada grupo realizará o projeto de uma “Mini Cidade Inteligente”. Cada Mini
Cidade deverá apresentar soluções inteligentes para ao menos três diferentes áreas de um ambiente
urbano. Exemplos de áreas que podem ser exploradas são: Mobilidade Urbana, Segurança, Gestão
de Resíduos, Eficiência Energética, Habitação, Educação, Saúde, entre outros.
Os grupos deverão apresentar tanto o modelo físico de sua Mini Cidade, bem como um relatório
detalhado de seu projeto.
Dica Importante!!!
Materiais recicláveis oferecem infinitas possibilidades criativas. De garrafas plásticas a
rolos de papelão, de caixas de papelão a jornais velhos, há uma infinidade de recursos
ao nosso redor que podem ser transformados em obras de arte funcionais. Incentive
os estudantes na reutilização desses materiais e ao mesmo tempo refletir sobre a
importância da sustentabilidade e cuidados com o meio ambiente.
Realização da Atividade
Os estudantes se dividirão em grupos de 3 a 5 pessoas.
O grupo realizará uma pesquisa sobre cidades inteligentes e como o urbanismo e a TICs são
integradas Após a pesquisa, o grupo escolherá ao menos três áreas para implantar soluções
inteligentes em sua Mini Cidade.
No modelo físico da Mini Cidade, as soluções inteligentes para as áreas escolhidas devem ser
destacadas e representadas de maneira criativa.
Paralelamente à construção do modelo físico, o grupo deverá redigir o relatório do projeto.
Relatório Final: é uma parte essencial da atividade, pois é através dele que os estudantes poderão
mostrar ao professor o conhecimento adquirido durante o projeto. Além disso, pode servir como
uma oportunidade para os estudantes aprimorarem suas habilidades de escrita e argumentação.
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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços,
mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades
e o papel geopolítico dos Estado-nações.
OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Desigualdade no territó- (EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades
rio: diferentes formas de em suas dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e
ocupação em diferentes sociais, no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para
espaços. Transição demo- as culturas juvenis.
gráfica, população econo-
micamente ativa e ocupa-
ção das áreas urbanas.
PLANEJAMENTO
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e igualitária.Promova debates em sala de aula que estimulem os estudantes a refletir sobre as
desigualdades socioespaciais de Minas Gerais e seu impacto na vida das pessoas e na organização
da sociedade. Explore como esses objetos do conhecimento se relacionam com os processos de
produção, circulação, apropriação e transformação do espaço geográfico em diferentes escalas
e contextos. Que essa jornada de descoberta seja enriquecedora para todos nós e para nossos
estudantes, permitindo que exploremos juntos as múltiplas facetas do território mineiro.
DESENVOLVIMENTO
1º MOMENTO:
A regionalização de Minas Gerais revela um estado marcado por uma diversidade notável, tanto
geográfica quanto socioeconômica. Essa subdivisão se torna essencial para compreender as nuances
que definem cada parte dessa terra rica e multifacetada.
A regionalização de Minas Gerais não é apenas uma divisão administrativa; é um reflexo das
disparidades e riquezas que compõem esse estado tão vasto. Cada região contribui de maneira
única para a identidade coletiva de Minas, moldando suas paisagens, modos de vida e desafios
futuros. Ao entendermos e apreciarmos essa diversidade, abrimos caminho para estratégias mais
eficazes de desenvolvimento regional e para a valorização de todas as facetas que tornam Minas
Gerais singular.
Professor, neste 1º momento é importante os estudantes compreenderem o conceito de regionalização
e as características geográficas e socioeconômicas de diferentes regiões de Minas Gerais, além de
analisar os fatores que contribuem para a diversidade regional e relacionar a regionalização com
aspectos históricos, culturais e econômicos. Para enriquecer a atividade, convide um professor (a)
História para explorar sobre a ocupação e colonização de Minas Gerais e como essas influências
culturais moldaram as identidades regionais.
Introdução da temática:
Inicie a atividade com uma breve discussão sobre a diversidade geográfica em Minas Gerais.
Perguntas norteadoras podem ajudar na discussão, como por exemplo: Como as características
geográficas de Minas Gerais influenciam nas relações sociais, na organização política e na gestão
territorial do estado? Como a diversidade econômica de Minas Gerais se expressa em diferentes
regiões, considerando atividades como mineração, agricultura, indústria, turismo e serviços? Como as
diferenças históricas, políticas e culturais entre as regiões de Minas Gerais influenciam nas dinâmicas
sociais e econômicas do estado? Como a distribuição demográfica varia entre as diferentes regiões
de Minas Gerais e quais são os principais fatores que contribuem para essas diferenças? Como as
diferenças regionais de Minas Gerais contribuem para a diversidade cultural e identitária do estado
e como isso influencia nas relações sociais e na construção de uma identidade mineira?
Destaque como a regionalização é crucial para entender as diferentes características de cada parte
do estado.
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Estimule os estudantes na compreensão do conceito de regionalização e sua importância na análise
geográfica.
Identificação das Regiões:
Divida os estudantes em grupos e forneça mapas de Minas Gerais em branco. Segue o modelo do
Mapa de Minas Gerais, por mesorregiões, em branco para impressão:
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2º MOMENTO:
Minas Gerais, um dos maiores estados brasileiros em extensão territorial, apresenta uma rica
diversidade demográfica que reflete suas características geográficas e históricas. Com uma população
heterogênea, o estado destaca-se pela distribuição irregular de seus habitantes, o que influencia
diretamente diversos aspectos sociais e econômicos.
A concentração populacional nas áreas urbanas, especialmente na Região Metropolitana de Belo
Horizonte, representa um traço marcante do perfil demográfico mineiro. O dinamismo econômico,
aliado à oferta de serviços e oportunidades de emprego, atrai uma parcela significativa da população
para os centros urbanos.
Entretanto, esse cenário contrasta com a realidade de vastas áreas rurais e municípios do interior,
onde a densidade populacional é menor. Essas regiões enfrentam desafios como a migração de
jovens em busca de oportunidades nas cidades maiores, resultando em um envelhecimento da
população e na diminuição da força de trabalho no campo.
No que diz respeito à distribuição etária, Minas Gerais passa por um processo de transição
demográfica, evidenciando uma diminuição nas taxas de natalidade e mortalidade. Esse fenômeno
traz consigo implicações para os setores de saúde e previdência, demandando políticas públicas que
se ajustem às mudanças na estrutura etária da população.
Professor, neste 2º momento os estudantes irão desenvolver a capacidade de analisar e interpretar
indicadores demográficos, promovendo a pesquisa independente, a colaboração em grupo e a
reflexão crítica sobre as implicações sociais e econômicas desses indicadores. Convide um professor
(a) de Matemática para auxiliar na interpretação de dados demográficos.
Introdução da temática:
Inicie a aula explicando brevemente aos estudantes o que são indicadores demográficos e sua
importância na compreensão da dinâmica populacional.
Destaque alguns indicadores demográficos comuns, como taxa de natalidade, taxa de mortalidade,
taxa de fertilidade, expectativa de vida, entre outros.
Atividade Prática:
Divida a turma em pequenos grupos.
Proponha uma atividade prática em que os estudantes analisem dados demográficos de diferentes
cidades de Minas Gerais, como densidade populacional, taxa de crescimento e distribuição etária.
Com base nessas informações, peça para os estudantes identificarem e compararem a estrutura
populacional das cidades estudadas. Esses dados demográficos devem ser preparados previamente
pelo professor.
Cada grupo analisará diferentes conjuntos de indicadores (demográficos e socioeconômicos),
procurando padrões, tendências e possíveis relações entre eles.
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Apresentação dos grupos:
Cada grupo terá a oportunidade de apresentar suas descobertas à classe.
Os estudantes devem usar gráficos, tabelas ou outros recursos visuais para apoiar suas apresentações.
Análise e Reflexão (produção de texto):
Peça aos estudantes para escreverem uma análise reflexiva sobre como os indicadores demográficos
e socioeconômicos influenciam a vida da população em Minas Gerais. Eles devem abordar possíveis
implicações, desafios e sugestões para melhorias
3º MOMENTO:
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Imagem 4 - Gráfico: Transição Demográfica
20
Distribua dados estatísticos sobre a PEA em Minas Gerais aos estudantes (previamente preparado
pelo professor).
Peça que analisem os dados em grupos pequenos e destaquem tendências ou padrões.
Discuta como as mudanças na PEA podem afetar a economia local, o desenvolvimento social e as
políticas públicas.
Com base nos dados coletados, os grupos devem criar gráficos ou infográficos que visualizem as
informações mais relevantes sobre a PEA em Minas Gerais.
Reflexão: incentive os estudantes a refletirem sobre possíveis soluções para desafios relacionados
à PEA em Minas Gerais.
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ANEXO
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urbanas. O advento da Revolução Industrial, somado à centralização da administração do Estado,
deu impulso à urbanização de vastos espaços territoriais, levando à necessidade de criar políticas de
planejamento e urbanização, visando sanar problemas habitacionais, sanitários e de deslocamento,
e também como forma do Estado evitar e combater distúrbios sociais decorrentes da vida urbana
contemporânea.
O desenvolvimento verificado durante o capitalismo criou metrópoles e megalópoles, sendo as
primeiras grandes cidades de importância nacional e regional, e as segundas, espaços de união de
metrópoles. No ano 2000 metade da população mundial vivia em cidades, e a ONU projeta para o
ano de 2050 a existência de dois terços da população urbana.
Fonte: (Brasil Escola,2024)
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ser classificadas como cidades industriais. Essas se caracterizam por centrarem a maioria de
suas atividades quase que exclusivamente no setor industrial, apresentando vastos e modernos
parques empresariais produtivos. Citam-se como exemplo as cidades de Camaçari (Brasil), Córdoba
(Argentina), Manchester (Inglaterra), Dusseldorf (Alemanha) e muitas outras.
Apesar dessa classificação, existem aquelas cidades que conseguem apresentar duas ou mais dessas
tipificações acima mencionadas. Dotadas de um grande dinamismo, essas formações urbanas
caracterizam-se, em geral, pelo elevado peso econômico tanto em âmbito regional quanto em
escala internacional, além de um significativo contingente populacional. Citam-se como exemplos
São Paulo, Paris, Nova Iorque, Rio de Janeiro, entre outras.
Fonte: (Brasil Escola, 2024)
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“HIERARQUIA URBANA” (ícone clicável)
A Hierarquia Urbana é um modelo hierárquico entre as cidades e está dividido em diferentes níveis.
Em outras palavras, a hierarquia urbana determina a estrutura econômica em diversas escalas de
organização (e posições), o que cria uma rede de ligações e influências entre os centros urbanos do
mundo (pequenas, médias e grandes cidades).
Lembre-se que o conceito de hierarquia designa uma estrutura vertical de subordinações e poderes.
Portanto, a grande cidade exerce grande influência econômica sobre as médias e pequenas. E, as
cidades médias, influenciam as pequenas. Essas relações criam uma cadeia que consequentemente
resultam na rede urbana (infraestrutura, transportes, comunicação, etc.)
Observe que esse conceito pode não estar relacionado com o tamanho dos centros urbanos sendo
que as cidades podem alterar sua posição.
Segundo a classificação apresentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na
publicação “Região de Influência das Cidades (2007)”, a hierarquia urbana no Brasil está dividida
basicamente em 5 grupos sendo que cada um deles apresentam subdivisões:
Metrópoles: As maiores cidades do país e que apresentam melhores infraestruturas e condições
econômicas, sendo classificadas em: Grande Metrópole Nacional (São Paulo), Metrópole Nacional
(Rio de Janeiro e Brasília) e Metrópole (Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte,
Curitiba, Goiânia e Porto Alegre).
Capitais Regionais: Exercem influências numa região, nas pequenas e médias cidades do país,
sendo divididas em: Capitais Regionais A (11 cidades), Capitais Regionais B (20 cidades) e Capitais
Regionais C (39 cidades), donde a primeira (A) é a mais influente.
No Brasil, cerca de 70 centros urbanos fazem parte dessa categoria. Note que essa classificação leva
em conta o número de habitantes e o nível de influência das cidades.
Assim, na classe A, as cidades apresentam cerca de 955 mil habitantes, por exemplo, Natal, São Luís,
Maceió, Campinas, Florianópolis, etc.; na categoria B, cerca de 435 mil habitantes, por exemplo,
Ilhéus, Campina Grande, Blumenau, Palmas, Juiz de Fora, etc.; e, por fim, na classe C, o número de
habitantes se aproxima de 250 mil, por exemplo, Macapá, Rio Branco, Santarém, Ponta Grossa, São
José dos Campos, dentre outras.
Centros Sub-regionais: Exercem menor influência que as capitais regionais, as quais apresentam
mais complexidade na gestão e maior número de habitantes. Nessa categoria, 169 centros estão
incluídos que sofrem grande influência de 3 metrópoles nacionais. Elas também apresentam
subdivisões: Centro sub-regional A (85 cidades), por exemplo, Pouso Alegre, Rio Verde, Parnaíba,
Barretos, Itajaí, etc.; e Centro sub-regional B (79 cidades), por exemplo, Cruzeiro do Sul, Parintins,
Viçosa, Angra dos Reis, Bragança Paulista, dentre outros.
Centros de Zona: Reúne 556 médias cidades as quais apresentam influência local. Subdivide-
se em: Centros de Zona A (192 cidades, com aproximadamente 45 mil habitantes), por exemplo,
Amparo, Porto Seguro, Votuporanga, Fernandópolis, São Bento do Sul, etc.; e, Centros de Zona B
(364 cidades, cerca de 23 mil habitantes, por exemplo, Tietê, Barra Bonita, Vila Rica, Monte Alto,
Capivari, dentre outros.
Centros Locais: Incluem 4.473 pequenas cidades que apresentam menos de 10 mil habitantes
(média de 8 mil) e exercem somente influência local, por exemplo, Água Branca, Capitólio, Divisópolis,
Faro, Guarani, dentre outros.
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Rede Urbana e Hierarquia Urbana: A rede urbana, oriunda dos processos de urbanizações,
representa as diversas cidades que compõem um país. Ela determina um sistema integrado de
cidades que, por sua vez, apresenta as diferenças entre o tamanho e a quantidade de habitantes de
determinado local, além de apresentar a influência de uma sobre a outra. Dessa forma, o conceito
de rede urbana está intimamente relacionado ao de hierarquia urbana, posto que determina, por
meio dos dados, as diferentes escalas hierárquicas entre as cidades. A rede urbana está classificada
em: cidades globais, metrópoles, médias e pequenas cidades.
Conurbação e Hierarquia Urbana
Vale lembrar que o processo de conurbação determina a união de duas (ou mais cidades) que,
com o passar do tempo, cresceram tanto que acabaram se ligando. Ou seja, quando a conturbação
ocorre fica difícil analisar os limites de cada município. Esse processo está intimamente relacionado
com a hierarquia urbana posto que determina as relações econômicas de interdependência entre os
municípios que se conurbam.
Região Metropolitana e Hierarquia Urbana
A região metropolitana compreende um conjunto de cidades que, pelo processo de conurbação,
acabaram ficando interligadas. Nesse caso, podemos citar a cidade de São Paulo, que conta com
uma grande região metropolitana, com a inclusão das cidades satélites: Osasco, São Bernardo do
Campo, Guarulhos.
A relação estabelecida entre as cidades que compõem as regiões metropolitanas é organizada
através da hierarquia urbana, ou seja, a grande cidade exerce forte influência econômica e social
sobre as menores.
26
REFERÊNCIAS
ARANHA, Francisco. Losch, Christaller e a Teoria do Lugar Central. Mundo Geo, [S.l], 2012. Dis-
ponível em: <https://mundogeo.com/2001/04/01/losch-christaller-e-a-teoria-do-lugar-central/>
acesso em 10 de mar.2024.
CARLOS, Ana Fani A. et al. (Org.). A Geografia na Sala de Aula. São Paulo: Contexto, 2003
CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos; CALLAI, Helena Copeti; KAERCHER, Nestor André; Ensino de
Geografia: práticas e textualizações no cotidiano; estudar o Lugar para compreender o mundo.
Porto Alegre, Editora Mediana, 9ª edição, 2010.
FLUXOS e Redes Geográficas. [S. l.: s. n.]. 2020. 1 vídeo (5 min. 26 seg.). Publicado pelo canal
Geo Educação. Disponível em: <https://youtu.be/gA85wb017bE>acesso em: 15 de fev.2024.
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27
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS - MAPA
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
Competência 6: Participar, pessoal e coletivamente, do debate público de forma consciente e
qualificada, respeitando diferentes posições, com vistas a possibilitar escolhas alinhadas ao
exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.
OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
A Era Vargas e o Estado (EM13CHS602) Identificar e caracterizar a presença do paternalismo,
Novo. do autoritarismo e do populismo na política, na sociedade e nas
culturas brasileira e latino-americana, em períodos ditatoriais e
democráticos, relacionando-os com as formas de organização e de
articulação das sociedades em defesa da autonomia, da liberdade,
do diálogo e da promoção da democracia, da cidadania e dos
direitos humanos na sociedade atual.
PLANEJAMENTO
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democráticos e ditatoriais e pede a correspondência com as construções atuais de democracia,
cidadania e direitos humanos. Vale ressaltar que essas experiências anteriores são importantes
para o patamar de liberdades e direitos que vivenciamos. E isso é importante ressaltar para os(as)
estudantes. Uma forma de apresentar as características paternalista e populista dessa época é
através das propagandas governamentais produzidas. Por meio dessas imagens, se pode, também,
analisar as propagandas dos governos atuais, de diferentes autarquias, e traçar paralelismos.
Ou seja, neste planejamento, teremos a intenção de desenvolver a habilidade EM13CHS602 de
forma a levar o entendimento do que é populismo, paternalismo, cidadania e direitos humanos por
meio das interseções entre a realidade e o período varguista da história brasileira.
Docente: desenvolva essa proposta pedagógica adequando-a à carga horária das suas salas de
aulas e à realidade material e humana apresentada em cada uma dessas salas.
DESENVOLVIMENTO
1 MOMENTO
Professor(a): num primeiro momento, apresente a habilidade aos(às) estudantes e explicite que essa
será trabalhada através do Objeto “Era Vargas”. O mapa mental, impresso ou copiado no quadro da
sala de aula, será a base para discutir a organização política do período e sua caracterização.
Imagem 01 - Era Vargas Fonte: (Pinterest, 2024)
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Por fim, verse sobre o golpe do Estado Novo, o fim da democracia, a criação do órgão de censura
e propaganda e demonstre como o ufanismo e a exaltação do líder foram eficientes para o
desenvolvimento da versão brasileiro do populismo. Comente sobre a participação do Brasil na
Segunda Guerra Mundial e como o combate ao fascismo, na Europa, refletiu na perda de sustentação
à ditadura de Vargas que foi derrubada no final de 1945, pelos militares, para garantir as eleições
do fim de ano que elegeram o presidente Eurico Gaspar Dutra.
2º MOMENTO:
Docente: divida a sala em grupos e entregue, para cada grupo, uma das folhas A3 e duas imagens
selecionadas por você (as imagens podem ser diferentes para cada grupo) que tratam do período
Vargas e do ufanismo oficial. Peça aos(às) estudantes que analisem as imagens, as descrevam e
caracterizem os elementos nacionalistas, populistas, de exaltação do líder e outros, caso você julgue
necessários. Ao final, solicite a leitura das análises para a troca de visões de cada grupo.
O endereço web a seguir traz diversas imagens e possibilidades de leituras dessas imagens:
3º MOMENTO:
Professor(a): nesse último momento didático sobre o objeto “Era Vargas”, sugere-se trabalhar com
os(as) discentes a questão das leis de trabalho. Inicie sua aula comentando sobre como foi importante
a luta operária para que, pressionados, os representantes políticos brasileiros aprovassem medidas
que eram demandas da classe trabalhadora. Comente, também, como Vargas utilizou dessas leis
criadas para fortalecer sua imagem de líder da nação e “pai” do povo. Após essa introdução, projete,
imprima e distribua ou escreva no quadro, algumas leis de trabalho aprovadas em 1943, na CLT,
e sua nova redação na reforma trabalhista aprovada em 2017 e que rege as relações de trabalho
atuais. Após a leitura, abra o debate para que os(as) estudantes reflitam e dissertem sobre as
positividades e/ou negatividades advindas dessas alterações e como a reforma trabalhista pode
impactar na vida deles(as) que estão iniciando suas inserções no mundo do trabalho.
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CLT de 1943 Reforma Trabalhista de 2017
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Art. 59 - A duração diária do trabalho
Art. 59 - A duração normal do trabalho poderá poderá ser acrescida de horas extras, em
ser acrescida de horas suplementares, número não excedente de duas, por acordo
em número não excedente de 2 (duas), individual, convenção coletiva ou acordo
mediante acordo escrito entre empregador coletivo de trabalho.
e empregado, ou mediante contrato coletivo § 1º A remuneração da hora extra será, pelo
de trabalho. menos, 50% (cinquenta por cento) superior
à da hora normal.
Observação: Docente, esses são alguns artigos escolhidos, previamente, para a análise dos(as)
estudantes e debate em sala de aula. Acesse a fonte desses e busque, se necessários, outras
comparações que podem melhor se adequar à realidade de cada uma das suas salas de aula. Outra
consideração é a da seleção do artigo sobre teletrabalho que, em 1943, era algo inexistente e, nos
dias atuais, faz parte da realidade da vida laboral.
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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
Competência 1: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos
âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de
procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-
se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões
baseadas em argumentos e fontes de natureza científica.
Competência 5: Reconhecer e combater as diversas formas de desigualdade e violência,
adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos
Humanos.
Competência 6: Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e
fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
A Segunda Guerra Mun- (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e
dial. compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos,
sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na
sistematização de dados e informações de diversas naturezas
(expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos
históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais,
entre outros).
(EM13CHS504) Analisar e avaliar os impasses ético-políticos
decorrentes das transformações científicas e tecnológicas no
mundo contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos
valores de indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas.
(EM13CHS604) Discutir o papel dos organismos internacionais
no contexto mundial, com vistas à elaboração de uma visão
crítica sobre seus limites e suas formas de atuação nos países,
considerando os aspectos positivos e negativos dessa atuação
para as populações locais.
PLANEJAMENTO
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Através das habilidades e do objeto de conhecimento selecionados, refletir sobre eventos da
Segunda Guerra é de suma importância para a cultura de paz e de respeito entre as pessoas, que
são elementos basilares das competências gerais da BNCC e da Formação Humana Integral.
Portanto, é sugerido que esse sequenciamento didático se inicie com as seguintes perguntas: “-
Vocês sabem o que foi a Segunda Guerra Mundial?”; “- Vocês têm noção de quantas pessoas
morreram na Guerra?”; “- Vocês sabem o porquê os Estados Unidos utilizaram uma nova tecnologia,
as bombas atômicas, para derrotar o Japão?”; “- Vários genocídios já foram registrados na história
das civilizações humanas. Vocês sabem qual foi o genocídio ocorrido durante a Segunda Guerra
Mundial?”.
Essas perguntas irão direcionar para que você, professor(a), possa introduzir os elementos factuais
que compõem a Segunda Guerra em consonância com a reflexão sobre a brevidade da vida; sobre
como as tecnologias podem ser usadas para o negativo; sobre como a discriminação e o preconceito
podem levar à eliminação de milhões de inocentes sem justificativa. Dessa forma, se pode traçar
paralelos com guerras e relações xenofóbicas atuais e os impactos na validação dos direitos humanos
e na vida das vítimas dessas atrocidades.
Posto isso, se sugere, antes de iniciar os estudos sobre esse objeto por meio das indagações já
mencionadas, solicitar que os(as) estudantes, na última aula antes de iniciar o tema “Segunda
Guerra Mundial”, em casa, preencha a seguinte tabela (entregar, em folha fotocopiada, ou solicitar
a cópia e reproduzi-la no quadro):
Anschluss
Holocausto
Holocausto
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Gabarito:
Docente: ao entregar ou solicitar a cópia pelos(as) estudantes, reforce que realizar a atividade de
pesquisa e anotação é importante para acompanhar as discussões e reflexões para as próximas
aulas. O uso da metodologia “sala de aula invertida” permite o protagonismo estudantil.
Docente: desenvolva essa proposta pedagógica adequando-a à carga horária das suas salas de
aulas e à realidade material e humana apresentada em cada uma dessas salas.
B) DESENVOLVIMENTO
1º MOMENTO
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Professor(a): inicie a aula solicitando aos(as) estudantes que peguem a atividade prescrita na aula
anterior. Por meio de alguns eventos pré e durante a Segunda Guerra Mundial, vá conversando com
a sala sobre como Hitler organizou a recuperação alemã por meio de uma ideologia ultranacionalista
de direita. Dessa forma, por meio um discurso de exaltação da nação e do povo alemão, Hitler foi
avançando sobre territórios vizinhos e discriminando grupos sociais considerados indesejáveis pela
ideologia nazista.
É importante, nessa explanação inicial, tratar de como as nações capitalistas europeias deixaram a
ideologia fascista crescer porque estavam mais preocupadas em resolver suas catástrofes econômicas
resultantes da Crise de 1929. Outro fator é o discurso anticomunista do fascismo, um elemento
importante para essa “vista grossa” frente aos avanços alemães. Por fim, o clima beligerante era
importante para a própria recuperação econômica das nações europeias.
Outro destaque nesse momento inicial, é tratar das organizações nazistas, como a Gestapo, a SS e
o ministério das comunicações. Demonstrar como funcionava todo o aparato de repressão e falsa
segurança e como funcionava toda a estratégia de propaganda de exaltação do regime e do líder
e as propagandas contra os setores sociais considerados indesejáveis, como judeus e comunistas.
Explique o início da guerra, as blitzkrieg, a ocupação francesa e a guerra aérea contra a Inglaterra.
Comente sobre a mudança de estratégia nazista e a invasão da União Soviética. Comente do ataque
a Pearl Harbour e o início da guerra no Pacífico entre EUA e Japão. Disserte sobre a participação de
outros países, como o Brasil, na invasão dos territórios do EIXO. Associe a participação brasileira ao
fornecimento de matérias-primas aos Aliados (minério de ferro), que ajudou o regime varguista a
inaugurar a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e a CVRD (Companhia Vale do Rio Doce).
Por fim, disserte sobre a retomada soviética das ocupações nazistas do leste europeu; da tomada
soviética da Alemanha e a derrocada final de Hitler. Cite a estratégia militar do Dia D para libertação
da França e a execução de Mussolini após rendição italiana. Finalize explicando que o Japão não
dava sinais de rendição e que, por isso, os Estados Unidos decidem pelo lançamento das bombas
atômicas sobre cidades japonesas (saliente a vertente de cientistas que entendem que o uso desses
armamentos teve mais a ver com a demonstração de força do país e um recado velado às pretensões
soviéticas sobre territórios ocupados pelo Exército Vermelho na Europa do que somente forçar a
rendição japonesa). Esse evento finaliza o conflito.
2º MOMENTO
Professor(a): para esse momento foi pensada duas estratégias que ficará à sua escolha:
Utilizar a canção Rosa de Hiroshima, de Ney Matogrosso ou
Utilizar um dos textos da Enciclopédia do Holocausto.
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Se você tiver recursos audiovisuais disponíveis, você pode projetar a letra da música e executar a
canção para melhor compreensão dos(as) estudantes. Para isso, visite o sítio web: https://www.
letras.mus.br/ney-matogrosso/47735/. Acesso em: 21 fev. 2024). Caso não tenha esse recurso,
copie e reproduza em fotocópia a letra da canção.
Rosa de Hiroshima
(Vinicius de Moraes / Gerson Conrad)
Se você, professor(a), tiver acesso a recurso audiovisuais, projete o sítio web da enciclopédia do
Holocausto (https://encyclopedia.ushmm.org/pt-br. Acesso em: 21 fev. 2024). Apresente esse
espaço de conhecimento aos(às) discentes e, na sequência, apresente os possíveis artigos que
podem ser lidos. Deixe que, rapidamente, a turma escolha um deles para leitura e análise.
Caso não possua recursos audiovisuais, reproduza, para leitura e análise o seguinte texto:
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A IDEOLOGIA RACIAL NAZISTA
Adolf Hitler, líder do partido nazista, elaborou e expressou as ideias que vieram a ser conhecidas
como a “ideologia nazista”. Hitler se imaginava um pensador sério e de profundidade intelectual,
e estava convencido de haver encontrado a chave para a compreensão de um mundo
extraordinariamente complexo. Ele partia do princípio de que as características, as atitudes, as
habilidades e o comportamento das pessoas eram determinadas por suas “origens raciais”. Na
sua visão, todos os grupos, raças e povos [sem cultura científica ele usava estes termos como
sinônimos] traziam dentro de si traços que haviam sido transmitidos de forma imutável de uma
geração para a geração seguinte, e ninguém poderia superar as qualidades inatas da sua raça.
Para ele, toda a história humana poderia ser explicada em termos do conceito de luta racial.
Ao elaborar sua ideologia racial, Hitler e os nazistas utilizaram as ideias dos darwinistas sociais
alemães do final do século 19. Assim como os darwinistas sociais de antanho, os nazistas
acreditavam que os seres humanos poderiam ser classificados coletivamente como “raças”, e
que cada raça apresenta características diferentes das demais, as quais foram geneticamente
transmitidas desde o surgimento dos seres humanos na Pré-história. Essas características herdadas
tinham relação não somente com a aparência e a estrutura físicas, mas também moldavam a
a vida mental interna, as formas de pensamento, as habilidades criativas e organizacionais, a
inteligência, os gostos e a valorização da cultura, a força física e a capacidade militar.
Os nazistas também adotaram a abordagem social darwinista sobre a teoria da evolução relativa
à “sobrevivência dos mais fortes”. Para os nazistas, a sobrevivência de uma raça dependia de sua
capacidade de se reproduzir e multiplicar, sua acumulação de terras para sustentar e alimentar tal
população em crescimento, e do cuidado em manter a pureza de seu patrimônio genético, para
assim preservar as características “raciais” exclusivas com as quais a “natureza” os havia dotado
para que tivessem sucesso na luta pela sobrevivência. Uma vez que cada “raça” procurava se
expandir e o espaço sobre a terra era finito, a luta pela sobrevivência resultava, “naturalmente”,
em conquistas e confrontos militares violentos. Desta forma, a guerra – na verdade uma guerra
contínua – era parte da natureza, parte da condição humana.
Para definir uma raça, os darwinistas sociais criaram estereótipos, positivos e negativos, sobre a
aparência, o comportamento e a cultura de diferentes grupos étnicos, os quais seriam supostamente
inalteráveis e baseados em uma herança biológica que não poderia ser modificada, seja ao longo
do tempo ou por diferenças de ambiente, intelecto, desenvolvimento ou socialização. Para os
nazistas, a assimilação de um membro de uma raça em outra cultura ou outro grupo étnico era
impossível, pois os traços originais herdados não poderiam ser modificados: eles seriam apenas
degenerados pela miscigenação.
GRUPOS VISADOS
Os nazistas definiam os judeus como uma “raça”. Considerando a religião judaica irrelevante,
os nazistas atribuíam vários estereótipos negativos aos judeus e ao que definiam como
“comportamento judaico”. Tais ideias eram embasadas na crença de uma suposta herança
biologicamente predeterminada que havia levado à criação da “raça judaica”. Acreditavam que
o mesmo havia acontecido com as demais raças, todas lutando por sua sobrevivência em um
mundo de recursos finitos, às custas das demais.
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Ao mesmo tempo em que classificava os judeus como seu principal “inimigo”, o conceito
ideológico de raça nazista visava outros grupos para perseguição, aprisionamento e aniquilação,
entre eles os ciganos, os deficientes físicos e mentais, os poloneses, os prisioneiros de guerra
soviéticos e os afro-germanos. Os nazistas também classificaram seus opositores políticos,
as Testemunhas de Jeová, os homossexuais e as pessoas antissociais como inimigos que
colocavam em risco a segurança, uma vez que não apoiavam o regime nazista ou porque
algum aspecto do seu comportamento não se encaixava nas percepções nazistas sobre as
normas sociais. Eles procuravam eliminar pessoas não-conformistas e as chamadas “ameaças
raciais” internas na busca por por uma eterna purificação da sociedade alemã.
Os nazistas acreditavam que raças superiores não só tinham o direito, mas também a
obrigação de dominar e até mesmo exterminar as inferiores. Eles acreditavam que a “luta
racial” era consistente com as leis da natureza. A visão estratégica que guiava as políticas
raciais dos nazistas, era a de que a raça dominante, i.e. a ariana, governaria os demais
povos, especialmente os eslavos e os chamados asiáticos (termo que usavam para se referir
aos povos da Ásia Central Soviética e os islâmicos da região do Cáucaso), a quem julgavam
inferiores por natureza. Para fins propagandísticos, os nazistas frequentemente tratavam
essa visão estratégica como uma cruzada para salvar a civilização ocidental dos bárbaros
“orientais” ou “asiáticos”, e de seus líderes e organizadores judeus.
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A RAÇA “ARIANA”
Mas, alertava Hitler, uma ameaça de dissolução, tanto interna como externa, pesava sobre a
raça “ariana”. A ameaça interna estava presente nos casamentos inter-raciais entre alemães
“arianos” e membros de raças inerentemente inferiores: judeus, ciganos, africanos e eslavos.
Dizia-se que a descendência desses casamentos diluiria as características superiores do
sangue alemão, debilitando a raça em sua luta contra as demais pela sobrevivência.
O estado alemão de entreguerras [OBS: República de Weimar] havia enfraquecido ainda
mais a raça “ariana” ao tolerar a procriação entre pessoas que os nazistas consideravam
geneticamente degeneradas e que exerciam uma influência prejudicial à pureza da raça como
um todo: pessoas com deficiências físicas e mentais, criminosos habituais ou profissionais,
e pessoas que compulsivamente apresentavam “comportamentos socialmente depravados”,
segundo a visão nazista, tais como mendigos, mulheres supostamente promíscuas, pessoas
incapazes de permanecerem em um emprego, e alcoólatras, entre outros.
A raça “ariana” alemã também enfrentava uma ameaçada de dissolução externa porque,
segundo Hitler, a República de Weimar perdia a competição pelas terras e pela população
para as raças eslava e asiática, consideradas “inferiores” pelos nazistas. Nessa competição,
a “raça judaica” havia refinado sua ferramenta socialista tradicional - o comunismo soviético
- para mobilizar os eslavos, considerados incapazes de pensar, e também enganar os
alemães, fazendo-os acreditar que o instrumento artificial do conflito de classes superava
o instinto natural da luta racial. Hitler acreditava que a falta de “espaço vital” reduzia os
índices de natalidade dos alemães a níveis perigosamente baixos. Para piorar a situação, a
Alemanha havia perdido a Primeira Guerra Mundial e, pelo Tratado de Versalhes, havia sido
forçada a ceder milhares de valiosos quilômetros quadrados de terra para seus vizinhos.
Para sobreviver, alegava Hitler, a Alemanha precisaria romper o cerco territorial de seus
inimigos e conquistar vastos espaços dos países eslavos ao leste. A conquista do leste
europeu forneceria à Alemanha o espaço necessário para a ampla expansão de sua
população, com os recursos necessários para alimentá-la, e com os meios de concretizar
seu destino biológico de raça superior, chegando a Alemanha assim ao seu devido status
como potência mundial.
ELIMINAÇÃO DOS INIMIGOS RACIAIS
Hitler e o Partido Nazista estereotipavam seus inimigos raciais em termos muito claros e
inquestionáveis. Para Hitler e demais nazistas, os judeus representam um inimigo prioritário,
tanto dentro como fora da Alemanha. Sua suposta constituição racial e genética inferior
havia gerado os sistemas de exploração do capitalismo e do comunismo. Impulsionados
pelo desejo de expansão, os judeus promoviam e usavam sistemas de governo e de
organização de Estado, incluindo constituições, proclamações de direitos iguais para todos,
e paz internacional, de forma a minar a consciência racial das raças superiores como a
alemã, e para possibilitar a diluição do sangue superior pela assimilação e pelos casamentos
inter-raciais.
Os judeus usavam ferramentas que estavam sob seu controle ou eram por eles manipuladas
– a mídia, a democracia parlamentar com seu foco em direitos individuais, e as organizações
internacionais dedicadas à resolução pacífica de conflitos nacionais – para levar adiante seu
impulso biológico para controle do poder mundial. Se a Alemanha não agisse decisivamente
contra os judeus, tanto dentro como fora do país, alegava Hitler, as multidões de eslavos e
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asiáticos sub-humanos e não civilizados, que os judeus poderiam mobilizar, acabariam por
exterminar a raça “ariana”.
Para Hitler, a intervenção do governo para segregar as raças, promover a reprodução daqueles
com as “melhores” características, impedir a reprodução daqueles com características
inferiores e preparar-se para guerras de expansão, colocava o estado alemão em sintonia
com seu instinto natural de sobrevivência, biologicamente determinado. Além disso, tal
intervenção incentivaria uma consciência natural de raça entre os alemães; consciência
que os judeus procuravam eliminar através da democracia parlamentar, de acordos
internacionais de cooperação e da expressão dos conflitos de classe. Hitler acreditava que,
por sua superioridade racial, os alemães tinham o direito e o dever de tomar, dos eslavos,
“asiáticos” e de seus fantoches judeus, os territórios do leste. Na busca para alcançar tais
objetivos, insistia Hitler, os alemães estavam apenas seguindo seus instintos biológicos.
Para derrotar e dominar definitivamente os eslavos, os líderes alemães teriam que aniquilar
as classes dominantes da região e os judeus, que eram a única “raça” capaz de organizar
as raças inferiores através da doutrina bolchevista-comunista, a qual era uma ideologia
“judaica” biologicamente determinada.
Para eliminar essa doutrina prejudicial, perigosa à sobrevivência dos alemães, era
necessário eliminar as pessoas que por natureza eram seus criadores e mantenedores,
pois segundo Hitler era assim que a natureza funcionava. Em suma, o programa de guerra
e de genocídio de Hitler foram resultantes do que ele via como uma equação: os alemães
“arianos” precisavam se expandir e dominar outros povos e espaços, um processo que
exigia a eliminação de todas as ameaças raciais—especialmente a judaica — ou então eles
próprios seriam extintos.
https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/victims-of-the-nazi-era-nazi-racial-ideology. Acesso em: 21 fev. 2024
ATENÇÃO!
Para quaisquer dos textos selecionados, você deverá promover, após leitura desses textos, a reflexão
sobre a violação dos direitos humanos. Utilize, para iniciar essa reflexão, o seguinte argumento:
as destruições, as mortes e os horrores cometidos foram tão graves e odiosos que, na sequência
da guerra, após a criação da ONU, foi aprovado, em dezembro de 1948, a Declaração Universal
dos Direitos Humanos. Após refletir sobre as violações, discuta e estimule os(as) estudantes a criar
estratégias de defesa dos direitos humanos nos dias atuais.
3º MOMENTO
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Docente: para finalizar essa sequência didática com o objeto “Segunda Guerra Mundial”, se propõe
trabalhar pedagogicamente com a criação e estrutura de funcionamento da ONU (Organização das
Nações Unidas).
Divida os(as) estudantes em grupos, entregue, para cada grupo, uma folha de papel pardo ou
cartolina, e uma imagem com a organização de funcionamento da ONU.
42
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
Competência 4: Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios,
contextos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e
transformação das sociedades.
OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
A Guerra Fria e seus des- (EM13CHS403) Caracterizar e analisar os impactos das
dobramentos transformações tecnológicas nas relações sociais e de trabalho
próprias da contemporaneidade, promovendo ações voltadas à
superação das desigualdades sociais, da opressão e da violação
dos Direitos Humanos.
PLANEJAMENTO
43
DESENVOLVIMENTO
1º MOMENTO
Docente: o primeiro momento é para entreter os(as) estudantes sobre o tema Guerra Fria. Você irá
promover com a sala de aula o bingo da Guerra Fria. Para isso serão necessárias cartelas diferentes
e na quantidade suficiente para cada participante. Distribua as cartelas, explique que você lerá
algumas afirmações e que, marcará ponto, quem tiver o país correspondente àquela afirmação. A
primeira pessoa que fechar a cartela (ou fazer uma coluna diagonal, vertical, horizontal) deve gritar
bingo! Você premiará o sortudo à sua escolha. Sugerimos que seja com pontuação no bimestre.
Faça a quantidade de rodas possíveis dentro do horário da aula. É importante salientar que você
deve ler a afirmação, deixar os(as) estudantes descobrirem a resposta e, só intervir, caso eles não
consigam relacionar a afirmação com a resposta correta.
É sugerido, também, que, na aula anterior a essa prática, você solicite à turma que leia e pesquise
sobre o tema “Guerra Fria”.
Afirmações: (somente o docente tem acesso a essa parte)
País que teve um governo socialista liderado por Pol Pot e que
Camboja foi uma tragédia humanitária.
44
País se formou da união de vários povos após a derrota austro-
húngara na Primeira Guerra. Após o fim da Segunda Guerra,
Iugoslávia adotou o socialismo, mas não aceitou ser nação satélite ao
bloco socialista.
Cartelas:
(colocaremos algumas cartelas como modelo. Você, docente, pode produzir outras, modificando as
posições dos países e, também, se quiser, colocar as bandeiras dos países juntos aos nomes).
45
Modelo 3:
2º MOMENTO
Para essa aula, docente, foi pensado entregar aos(as) estudantes uma folha fotocopiada com
conceitos e eventos importantes desse período. Após entregar a folha, você deverá iniciar suas
explicações se direcionando de forma a auxiliar os(as) estudantes a irem preenchendo a folha.
Outra opção é solicitar que os(as) discentes apenas prestem atenção na sua fala e deixe que o
preenchimento da folha seja feito fora do horário de aula e que a mesma será avaliada na aula
seguinte. Uma terceira possibilidade é, novamente, usar a metodologia da sala de aula invertida:
após aplicar o bingo, entregue a folha e solicite aos(às) estudantes que tragam as folhas respondidas
para acompanhar as explicações desse momento que será lecionada por você, docente.
Modelo da atividade para reprodução: (edite e adicione espaço para escrita manual do[a]
discente).
46
Dependendo da situação metodológica escolhida, finalize a atividade com devolutiva de equívocos
e acertos de cada estudante. Essa devolutiva pode ser acompanhada de comentários gerais sobre
aqueles eventos elencados que são de suma importância para o entendimento do objeto como, por
exemplo: OTAN, Plano Marshall, Macartismo, Crise dos Mísseis de Cuba, Perestroika, Glasnost.
3º MOMENTO
47
Nesse último momento dessa sequência didática, professor(a), foi selecionado um texto motivador
para finalizar a construção da habilidade EM13CHS403 nos(as) discentes. Previamente, transfira a
avaliação para um documento editável, configure-o conforme o modelo/matriz de avaliações de sua
escola, reproduza e aplique na(s) sala(s) de aula.
Antes de iniciar a atividade, relembre as aulas anteriores e explique como a guerra ideológica entre
capitalismo e socialismo deixou marcas profundas até os dias atuais. Relembre as propagandas, os
filmes e séries de TV, HQs (leia os exemplos após o fim desse parágrafo), e ações que se pautavam
nessa disputa ideológica. Por fim, explique que, para finalizar os estudos sobre esse objeto de
conhecimento, os(as) discentes irão ler um texto sobre como as disputas ideológicas da Guerra Fria
influenciaram as equipes desportivas das principais nações desses blocos antagônicos.
48
1) Identifique a ideia central do texto.
2) Reproduza o trecho onde há um subentendimento de que os(as) atletas olímpicos do
bloco socialista recebiam tratamento diferenciado.
3) O autor do texto menciona o uso político do esporte pelas duas potências rivais do período
da Guerra Fria. Cite, pelo menos, dois exemplos em que o esporte, no século XX, foi utilizado
como arma/propaganda política de exaltação do regime.
4) Na sua opinião, por que vitórias nos esportes olímpicos foram importantes para enaltecer
as ideologias políticas das nações rivais da Guerra Fria?
49
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
Competência 6: Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e
fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
A independência das co- (EM13CHS603) Analisar a formação de diferentes países, povos
lônias africanas e asiáti- e nações e de suas experiências políticas e de exercício da
cas. cidadania, aplicando conceitos políticos básicos (Estado, poder,
formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.).
PLANEJAMENTO
DESENVOLVIMENTO
1º MOMENTO
50
Professor(a): a ideia dessa sequência de aulas é apresentar a descolonização afro-asiática para
os(as) estudantes (relembrando que é um objeto manipulado na última etapa/ ultimo ano do ensino
fundamental anos finais) por meio de uma explicação geral, uma pesquisa em grupo em sala de aula
e uma apresentação de uma personagem importante nesse processo e que tem ligação com o tema
da próxima etapa do plano de curso 2024 da SEE/MG: o Apartheid.
Nesse primeiro momento, você deverá explicar as causas gerais dos processos de emancipação
das ex-colônias europeias na África e Ásia, estadunidense e japonesa na Ásia. Explicar que esses
momentos estavam imbuídos de forte sentimento nacionalista (Pan-Africanismo, Negritude e Pan-
Arabismo) e, devido à Segunda Guerra Mundial, em que a ideia de liberdade foi a essência dos
discursos, esses movimentos puderam aprofundar suas lutas pelas independências políticas. Além
das questões nacionalistas, o palco da Guerra Fria e as disputas por áreas de influência entre
EUA e URSS, irão fazer esses dois países financiarem grupos políticos rivais em alguns processos
emancipatórios.
Na sequência, aborde que os movimentos emancipatórios tiveram diferentes formas: em algumas
regiões, como as colônias inglesas na África, as independências ocorreram de forma mais diplomática,
por meio de referendos. Já nos territórios coloniais franceses e belga, houve intensa luta armada
contra os exploradores. Nesse momento, você pode citar o caso da formação do Congo, ex-colônia
Belga, que se tornou livre e, na sequência, grupos opositores aos vencedores (apoiados pela URSS)
entraram em guerra civil com o novo governo e foram patrocinados pelos Estados Unidos. A vitória
do grupo financiado pelo capitalismo levou ao assassinato de Lumumba e à intervenção da ONU na
região.
Professor(a), em seguida, explique o caso indiano contra os ingleses e o conceito de Desobediência
Civil. A Índia, na sua luta pacífica, se tornou independente em 1947. Adicione a informação da
formação do Paquistão e de Bangladesh e de que a divisão do território do subcontinente indiano
por questões religiosas reflete, até os dias de hoje, em tensão diplomáticas na região (Caxemira,
por exemplo).
Na sequência, explane sobre as ocupações na Ásia e como, no pós-guerra, algumas regiões passaram
por densos conflitos. Explique a divisão da indochina francesa, ocupada pelos japoneses e a divisão
do Vietnã em norte comunista e sul capitalista. Essa divisão acabou levando à guerra no país entre
1964 e 1975. Situação semelhante ocorreu na península coreana e a divisão permanece até os dias
atuais. Outro caso a ser citado é o da Revolução Chinesa, de 1949.
Por fim, fale sobre os antigos territórios coloniais portugueses na África. Lembre aos(às) estudantes
do fato de que Portugal ainda era uma ditadura fascista na década de 1970 e, por isso, além do
fato de não ter participação ativa na Segunda Guerra Mundial, os territórios coloniais portugueses
foram os últimos a se emanciparem. Cite as frentes de libertação nesses territórios e o fato de que,
em abril de 1974, os portugueses realizaram a Revolução do Cravos, evento que marca o fim da
ditadura salazarista e o início da república democrática. Esse evento dá impulsos aos movimentos
separatistas e a formação dos países oriundos da colonização portuguesa como, por exemplo,
Angola e Moçambique.
51
2º MOMENTO
Docente: Nos horários oportunos anteriores a esse momento, selecione a atividade a seguir, edite e
imprima para fotocópia a cada grupo de estudantes que agrupar de acordo com a realidade de cada
sala de aula. Os(As) estudantes, em grupo, devem utilizar recursos de pesquisas trazidos de casa
e/ou pertencentes ao acervo da escola, além de recursos tecnológicos com acesso a internet, para
realizar atividade de aprofundamento de conhecimentos sobre alguns processos emancipatórios nos
continentes asiático e africano.
Após a confecção pelos(as) estudantes, recolha atividade, verifique se estão de
acordo com o solicitado e faça a devolutiva. Outra opção é avaliar qualitativamente o
desenvolvimento da atividade pela observação do interesse participativo individual de cada
discente e, antes de terminar o momento, fazer uma devolutiva oral com cada grupo.
3º MOMENTO
Nesse último momento, docente, trabalhar-se-á, de forma sucinta, a biografia de Miriam Makeba.
Conhecida como “Mama África”, Miriam foi uma voz importante no período em que os povos africanos
buscavam suas liberdades políticas. Miriam era sul-africana e foi impedida de regressar ao seu país
devido ao seu posicionamento contra o regime de segregação racial de seu país: o Apartheid.
A escolha de Miriam para esse momento é destacada pelos seguintes motivos: traçar o elo desse
objeto de conhecimento com o próximo objeto do plano de curso de 2024, o regime do Apartheid;
o fato de sua luta contra a segregação e pela liberdade da África e por ser mulher e ativista dos
direitos sociais e políticos, o que a aproximava do ideário socialista.
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Professor(a): para saber mais sobre Miriam Makeba, assista o seguinte vídeo e leia sobre sua vida
em é importante o conhecimento prévio para melhor auxiliar a confecção da atividade pelos(as)
estudantes:
Vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=REX8pFAq_bA.
Biografia:
https://capiremov.org/cultura/miriam-makeba-uma-voz-de-luta-pelas-mulhe-
res-africanas/.
Miriam Makeba
Mulheres artistas estão presentes na história das resistências feministas e populares ao redor
do mundo. Através das suas vozes, palavras e criatividade irreverente, essas mulheres tratam
das histórias e da realidade de lutas dos povos e das outras mulheres ao seu redor. [...] Essas
mulheres fazem parte da história e da cultura dos seus países e territórios, e se somam às
vozes de tantas outras mulheres de luta. No continente, uma artista que inspirou tantas outras
e marcou a luta pelos direitos das mulheres em diversos países africanos foi Zenzi Miriam
Makeba. [...] Miriam Makeba nasceu em 4 de março de 1932 em Joanesburgo, África do
Sul. Enfrentou desde criança a pobreza e a segregação, marco do regime político racista de
apartheid, que permaneceria em vigor por quase 50 anos no país. [...]
Ao longo de sua carreira, Miriam alcança grande audiência e popularidade no continente
africano. Siphathisiwe Moyo, da MMM no Zimbábue, fala que “a contribuição de Miriam Makeba
para a luta foi imensa. Ela era franca nas letras e nos shows, que às vezes se transformavam
em atos políticos. Com sua música, ela se tornou a voz de África”.
Sua atuação política é intensa ao longo de toda a vida. Miriam, chamada de “Mama Africa”, se
tornou uma figura importante do movimento pan-africanista, que defende a união dos povos
do continente. A perseguição do governo da África do Sul durante o regime do apartheid, a
forçou a viver em exílio por três décadas.
[...]
“Na música dela, quando ela canta ‘A Luta Continua’, ela convoca as pessoas a saírem e
continuarem lutando”. Sefu compartilha que uma de suas canções preferidas da artista é
“Hapo Zamani”, que significa “há algum tempo”, e é cantada em suaíli. “Ela diz: ‘foge, homem
branco, porque eu vou voltar para a minha terra’. Ela estava sendo perseguida por causa da
luta, por usar a música e a voz para lutar pelos direitos da classe trabalhadora, que estava
sendo discriminada, por lutar contra o apartheid. Ela chegou a ser deportada. Mas ela disse
que voltaria — e de fato voltou”.
53
Canções foram selecionadas duas, mas você selecionar outras que se aproximem mais à realidade
de cada sala de aula. Para acesso ao canal oficial da artista no YouTube.
Musica
Disponível em: https://www.youtube.com/@Miriam_Makeba.
Hapo Zamani
Neste momento, estamos caindo (caindo),
Hapo zamani, sikuya (sikuwa) hivi,
Hapo zamani, shauri ya pombe
Hapo zamani, shauri ya pombe
Você me vê ficando bêbado só por causa dos touros
Nindibona ndilinxila nje kungenxa yamabhulu
(Estou bêbado por causa do homem branco Afrikaner)
(I am a drunk because of the Afrikaner white man)
Você me vê sem teto só por causa dos brancos
Nindibona ndingenakhaya nje kungenxa yabelungu
(Estou sem teto por causa dos brancos)
(I am homeless because of the whites)
Você me vê vagando por aí por causa dos brancos
Nindibona ndizula nje kungenxa yabelungu
(Eu sou um vagabundo por causa dos brancos)
(I am a hobo because of the whites)
Corra homem branco
Baleka bhulu (Run white man)
Bem vindo de volta
Sizobuya (We’ll come back)
Voltaremos para casa
Sizobuy’ ekhaya (we’ll come back home)
Fonte: Musixmatch
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A Luta Continua
Samora Machel
Meu povo, meu povo
Samora Machel
My people, my people
Samora Machel ganhou
abra seus olhos
Samora Machel has won
open your eyes
Moçambique aluta continua
E atenda ao chamado do tambor
Mozambique aluta continua
And answer the call of the drum
Aluta continua, continua
Frelimo, Frelimo
Aluta continua, continua
Frelimo, Frelimo
Moçambique aluta continua
Samora Machel
Mozambique aluta continua
Samora Machel
Aluta continua, continua
Samora Machel chegou
Aluta continua, continua
Samora Machel has come
Moçambique aluta continua
Maputo, Maputo
Mozambique aluta continua
Maputo, Maputo
Aluta continua, continua
Casa dos corajosos
Aluta continua, continua
Home of the brave
Moçambique aluta continua
Nossa nação em breve será como
Mozambique aluta continua
uma só
Aluta continua, continua
Our nation will soon be as one
Aluta continua, continua
Frelimo, Frelimo
E para aqueles
Frelimo, Frelimo
And to those
Que deram suas vidas
Who have given their lives
55
Louvores a ti Mozambique aluta continua
Fonte: LyricFind
56
Para sonorização das músicas, se sugere os seguintes endereços (Professor[a], você pode
utilizar quaisquer plataformas de streaming e/ou outros mecanismos que contenham as músicas
selecionadas:
Hapo Zamani:
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=c16wylsMQ-E.
Professor(a): após apresentar, de forma resumida, a vida de Mama África e, após a execução de
duas de suas canções, faça um debate reflexivo sobre a luta dos povos africanos contra o racismo,
a miséria e a opressão e, ademais, debate com os(as) estudantes sobre os paralelos possíveis com
a realidade brasileira. Busca fazer com que os(as) discentes destaquem elementos do objeto de
conhecimento estudado e que são abordados nas letras das canções selecionadas.
57
REFERÊNCIAS
ABUD, K. M. Formação da Alma e do Caráter Nacional: Ensino de História na Era Vargas. Revista
Brasileira De História. 1998. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbh/a/HKkz5F7FF7gS3ZX-
FDjhSH4J/?lang=pt#ModalTutors. Acesso em: 10 fev. 2024.
ALEKSIÉVITCH, S. As últimas testemunhas: crianças na Segunda Guerra Mundial. Tradução:
Cecília Rosas. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
AMORIM, V. Quadro comparativo da reforma trabalhista: lei 13.467/2017 e lei 5.452/1943.
JusBrasil. 2018. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/quadro-comparativo-da-re-
forma-trabalhista-lei-13467-2017-e-a-lei-5452-1943/524490742. Acesso em: 21 fev. 2024.
BASTOS, P. P. Z. Ortodoxia e Heterodoxia Antes e Durante a Era Vargas: Contribuições para
uma Economia Política da Gestão Macroeconômica nos Anos 1930. Disponível em: https://anpec.
org.br/revista/vol9/vol9n4p183_214.pdf. Acesso em: 09 fev. 2024.
BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica - documentos de
referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira;
Diretoria de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018. Disponível em: https://download.inep.
gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_referencia_versao_1.0.pdf.
Acesso em: 05 fev. 2023.
CÂNEDO, L. B. A descolonização da Ásia e da África. 1. ed. São Paulo: Atual, 1985.
CAPIORE. Miriam Makeba, uma voz de luta pelas mulheres africanas. 31 jul. 2023. Capiore.
[s.l.]. Disponível em: https://capiremov.org/cultura/miriam-makeba-uma-voz-de-luta-pelas-mulhe-
res-africanas/. Acesso em: 26 fev. 2024.
COSTA, M. C. C. A censura no governo Vargas - antes, durante e depois. E-Revista de
Estudos Interculturais do CEI – ISCAP. 2015. Disponível em: https://recipp.ipp.pt/bitstre-
am/10400.22/8364/1/A_CristinaCosta_2015.pdf. Acesso em: 09 fev. 2024.
HERZ, M. Teoria das Relações Internacionais no Pós-Guerra Fria. Disponível em: https://
www.scielo.br/j/dados/a/YgDB7pDqDTnKjFYdXvwB9yh/. Acesso em: 26 fev. 2024.
KARNAL, L. A Guerra Fria. São Paulo: FTD, 2000.
MAPA MENTAL: ERA VARGAS. In: Pinterest. Disponível em: https://br.pinterest.com/
pin/586101339022344265/. Acesso em: 20 fev. 2024.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Ge-
rais, Belo Horizonte, 2022. Disponível em: https://acervodenoticias.educacao.mg.gov.br/images/
documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9 dio.pdf.
Acesso em: 04 out. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2024.
Disponível em: https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg.
Acesso em: 05 fev. 2024.
MIRIAM MAKEBA. [S.l.: s.n.], 2024. 1 vídeo (22 minutos). Publicado pelo canal Tempero Drag.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=REX8pFAq_bA. Acesso em: 26 fev. 2024.
OLIVEIRA, G. A. A. de; MUNDIM, H. F. Os mapas de propaganda durante a Guerra Fria
(1947-1991): uma revisão cartográfica. Cadernos do Leste. UFMG. 2022. Disponível em: https://
periodicos.ufmg.br/index.php/caderleste/article/view/39270/31817. Acesso em: 27 fev. 2024.
REIS, M. A. dos. A Colonização, Descolonização e os movimentos de independência da
África. São Paulo: Clube dos Editores, 2022.
SANTOS, J. L. D. dos. Movimentos de descolonização em África das colônias de lín-
gua portuguesa. UFJF, 2017. Disponível em: http://www.repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/
ufjf/5721/1/jorgeluizdomingosdossantos.pdf. Acesso em: 22 fev. 2024.
58
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS - MAPA
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
Competência 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades
e o papel geopolítico dos Estados-nações.
OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Decolonialidade (EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das
populações, das mercadorias e do capital nos diversos continentes,
Filosofia Africana
com destaque para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos
Ética Ubuntu humanos e povos, em função de eventos naturais, políticos,
econômicos, sociais, religiosos e culturais, de modo a compreender
e posicionar-se criticamente em relação a esses processos e às
possíveis relações entre eles.
(EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades
em suas dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e
sociais, no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para
as culturas juvenis.
PLANEJAMENTO
59
Como mostraremos ao longo desse planejamento, uma das marcas do colonialismo é a monocultura
do pensamento, ou mesmo, a inculcação do pensamento do colonizador como métrica epistemológica
universal. As páginas que compõem esse caderno pretendem ser uma modesta, mas importante
contribuição para a construção de uma prática pedagógica decolonial que valorize a pluriversalidade
do pensamento, e resgate a potência das filosofias produzidas pelas populações africanas, latino-
americanas e brasileiras.
Desse modo, do ponto de vista das habilidades que orientam esse planejamento, acreditamos
que analisar e caracterizar a dinâmica de produção do conhecimento de diferentes populações
(EM13CHS205) e, especialmente, de populações cujos saberes são apagados e silenciados, permitirá
ao estudante se posicionar criticamente diante dos saberes produzidos pela tradição européia de
pensamento (EM13CHS201).
DESENVOLVIMENTO
1º MOMENTO
Caro professor, para despertar ou aguçar o desejo dos estudantes sobre o tema, sugerimos organizá-
los em círculo para escutar a música “A carne”.
Essa canção mostra os efeitos do racismo estrutural escancarando as violências sofridas pela
população negra no Brasil. Ela foi composta por Seu Jorge, Marcelo Yuka e Ulisse Cappelletti e
tornou-se popular nas interpretações do grupo Farofa Carioca e, especialmente, pela saudosa
cantora Elza Soares.
Após ouvir a canção, realize uma conversa inicial para coletar as ideias e sentimentos dos estudantes
suscitados pela canção.
Logo em seguida, sugerimos pedir aos estudantes para comentaram a seguinte frase:
Nesse momento faz-se necessário conduzir a conversa para as causas das múltiplas violências que
as minorias, como a população negra, sofre no Brasil, além de ouvir alguns exemplos do cotidiano
dos estudantes dessas violências.
O objetivo dessa sensibilização é reconhecer e evidenciar as diversas desigualdades e violências,
geográficas, econômicas e sociais decorrentes do processo de colonização do Brasil.
60
2º MOMENTO
Caro professor(a), com o intuito de oferecer fundamentos conceituais sobre as diversas faces do
colonialismo, a principal causa do racismo e outros tipos de violências, apresentaremos alguns
textos e vídeos sobre esse tema. Ressaltamos que as referências aqui são ponto de partida e não de
chegada. Há uma vasta bibliografia sobre esse assunto que será indicada nas referências.
Decolonialidade
A decolonialidade é um movimento ou programa epistemológico e político, estruturado de modo
transdisciplinar cujo objetivo é resistir e desconstruir paradigmas, conceitos e padrões impostos
aos povos subalternizados desde a colonização. O grupo modernidad/colonialidad composto por
intelectuais latino-americanos como Anibal Quijano, Walter Mignolo, Catherine Walsh, Enrique
Dussel entre outros, foi a mola propulsora do pensamento decolonial. Para esses autores há uma
relação intrínseca entre colonialidade e modernidade e que, portanto, é necessário criticar os efeitos
colaterais nefastos do projeto civilizatório moderno.
Além de ser um conjunto de categorias acadêmicas, a decolonialidade é conjunto de estratégias
práticas de resistência à permanência de vieses e práticas colonialistas. Nesse sentido, movimentos
sociais e políticos que resistem ao racismo negro e indígena, à desigualdade econômica e geográfica,
aos grandes latinfúndios compõem o programa da decolonialidade. Todas essas formas de violência
revelam o não desaparecimento das estruturas wcolonialistas e precisam ser combatidas na teoria
e na prática sob pena de tornar a nossa história apenas uma nota de rodapé da história dos
colonizadores.
Racismo Epistêmico
A maneira como o conhecimento foi produzido e os sujeitos produtores de conhecimento são
predominantes homens brancos e do norte. O apagamento de outras epistemologias, como as
epistemologias do sul (epistemologias africanas, ameríndias… entre outras) é o que muitos teóricos
chamam de racismo epistemológico. A filósofa brasileira Sueli Carneiro afirma que esse racismo
produz o apagamento de modos de ser e de pensar de populações à margem da Europa.
As práticas de violência física e simbólica contra negros e negras no Brasil - podemos voltar nos
exemplos que a música “A carne” apresenta - acontece porque no imaginário coletivo a população
negra não possui capacidade de produção de conhecimento, de pensamento e, que portanto, são
menos gente, ou seja, possui menos humanidade que a população branca. Toda vez que nós,
professoras e professores ensinamos a Filosofia Européia como modelo universal de pensamento,
estamos contribuindo para reforçar o estereótipo do branco como produtor de conhecimento e,
consequentemente, apresentamos os negros, indígenas, latino-americanoss como coadjuvantes
subjugados: sem filosofias, sem racioanlidade, sem saberes e sem história.
61
Para ficar por dentro dos conceitos Decolonialidade e Racismo Epistêmico
assista ao vídeo “O pensamento decolonial para superar a
Colonialidade e o Racismo Epistêmico”, de Suze Piza. (disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=8qs9uXf0I0Y).
3º MOMENTO
Filosofia Africana
A Filosofia Africana pode ser compreendida como o conjunto de ideias e conceitos filosóficos
desenvolvidos dentro do continente africano. A Filosofia Africana açambarca diversas perspectivas
62
teóricas que dialogam com o sistema de crenças tradicionais africanos além de ideias que dialogam
ou sofrem influências do mundo ocidental.
Temas como comunidade e tradição, e a relação entre o ser humano e a natureza são centrais no
escopo da Filosofia Africana. De maneira geral, a Filosofia Africana exprime o esforço de compreender
e articular a especificidade da perspectiva filosófica e existencial da África no mundo.
A Filosofia Africana, por estar assentada em uma experiência cultural diversa da experiência cultural
européia, oferece chaves de leitura teóricas únicas. A história e a cultura da população africana
possuem características que promoveram uma cosmovisão mais comunitária, mais integradora que
a experiência filosófica européia.
Por outro lado, é correto afirmar que há filosofias africanas, pois em África existem diversas correntes
de pensamento filosófico que interagem com outras diversas formas de pensamento.
Professor(a), a filósofa e pesquisadora de Filosofia Africana Adilbênia Freire Machado apresenta
uma lista com alguns filósofos africanos. Sugerimos a projeção através de recursos multimédia do
material a seguir: “Alguns filósofos africanos” (disponível em: https://filosofiapop.com.br/wp-content/
uploads/2015/09/ALGUNS-FIL%C3%93SOFOS-AFRICANOS-ADILB%C3%8ANIA-MACHADO.pdf).
O professor e pesquisador Wanderson Flor do Nascimento criou e mantém um site com diversos
textos de filósofos e filosofias africanas. Vale a pena conferir: “Textos africanos“ (disponível em:
https://filosofia-africana.weebly.com/textos-africanos.html).
Conforme salientamos, a monocultura do pensamento é geradora de racismo epistêmico. Para
demonstrar a segregação da população negra do cânone filosófico selecionamos trechos racistas
de filósofos consagrados da história da filosofia hegemônica. Nosso intuito não é criar um clima de
“anticanonicidade” filosófica, mas de reconhecer que muitos filósofos que ensinamos aos nossos
estudantes não são inocentes na legitimação da segregação racial promovida pelos Europeus
sobre outros povos.
63
Hegel sobre a África
A África propriamente dita, tão longe quanto a história registra, conservou-se fechada, sem
laços com o resto do mundo; é a terra do ouro, debruçado sobre si mesma, terra da infância
que além do surgimento da história consciente, está envolvida na cor negra da noite...[...]
O que caracteriza os negros, é precisamente o fato de que sua consciência não tenha ainda
chegado à intuição de nenhuma objetividade firme, como por exemplo Deus, a Lei, onde o
homem se sustentasse na sua vontade, possibilitando assim a intuição do seu ser... Como
já dito, o negro representa o homem natural, em toda sua selvageria e sua petulância;
é preciso fazer abstração de qualquer respeito e qualquer moralidade, do que se chama
sentimento, se se deseja de fato conhecê-lo; não se pode encontrar nada nesse caráter que
possa lembrar o homem
(HEGEL, 1987, p. 75-76 apud SOMET, 2016, p. 83).
64
Sugestão de atividade: Professor(a), oculte a autoria dos textos e leia ou projete para os estudantes.
Em seguida, peça a eles para tentarem adivinhar as autorias. Depois de reveladas, discuta e sublinhe
a presença do racismo no âmbito da filosofia.
4º MOMENTO
Recursos e providências Quadro. Pincéis ou giz. Três pirulitos ou balas. Três cordas ou
faixas de pano de mais ou menos meio metro.
“Ubuntu é uma maneira de estar na vida. É uma palavra que condensa a verdadeira
essência do que é ser Humano. A minha humanidade está intrinsecamente ligada
à tua e, por isso, eu sou humano porque pertenço, participo e partilho de um
sentido de comunidade. Tu e eu somos feitos para a interdependência e para a
complementaridade.”
Desmond Tutu
Filosofia Ubuntu
Caro professor(a), para viabilizar esse momento do planejamento, comece a aula com a seguinte
dinâmica:
1. Convide três estudantes para serem voluntários da dinâmica;
2. Peça aos estudantes que coloquem as mãos para trás;
3. Amarre as mãos dos estudantes com fitas de pano ou cordas (de maneira confortável);
4. Coloque nas mãos de cada estudante uma bala ou um pirulito;
5. Dê o seguinte comando: tentem descascar o pirulito ou a bala e colocá-la na boca.
Como é impossível realizar essa atividade com as mãos para trás, essa dinâmica solicitará dos es-
tudantes o trabalho em equipe. A solução é que em duplas cada um descasque a bala do outro e
coloque na boca.
Depois do êxito ou do insucesso da realização do desafio, sob a orientação do professor, os volun-
tários poderão comentar sobre como se sentiram realizando a dinâmica e os colegas que assistiram
a apresentação serão convidados a apresentar suas opiniões e suas impressões.
Perguntas que podem embalar a conversa são:
1. O que essa dinâmica tem a ver com a vida em sociedade?
2. Quais as consequências do individualismo?
3. Que tipo de ética é mais interessante construir para tornar as relações interpessoais mais harmô-
nicas e saudáveis?
Apresentação do tema
Para apresentar o tema, sugerimos começar a aula, lendo ou contando a experiência do professor
Alexandre Nascimento sobre uma visita a uma tribo Zulu na África.
65
Quando estive na África do Sul visitei uma comunidade de etnia Zulu. Lá conheci pessoas,
assisti a uma apresentação de danças e pude presenciar alguns costumes, o principal deles
era o de fazer as coisas coletivas sempre da forma mais simples e em grupo, nunca uma
pessoa só, como quando, no almoço, usei as mãos para levar os alimentos à boca, sentado
no chão junto com outras pessoas em volta de um belo tecido colorido onde foram postas
as comidas. Tudo muito alegre, solidário, suave e lindo. Já quase na hora de voltar para o
hotel onde eu estava hospedado, como havia naquela comunidade muitas crianças e elas
gostavam de futebol, propus a elas uma brincadeira para eu me despedir, uma corrida
em que a criança que chegasse em primeiro lugar ganharia uma bola como prêmio. Elas
imediatamente toparam. Então organizei as linhas de partida e a chegada. Todas as crianças
se posicionaram na linha de partida e o combinado era que quando eu desse o sinal elas
começariam a correr em direção à linha de chegada. Com tudo pronto, dei a partida e
as crianças iniciaram a corrida. Curiosamente para mim, elas correram juntas e chegaram
juntas na linha de chegada. Como achei aquilo diferente, eu lhes perguntei porque fizeram
isso, ou seja, porque saíram, correram e chegaram juntas. Uma delas me respondeu: É
Ubuntu, senhor, somos cada uma e cada um de nós porque nós fazemos e fazemos tudo
juntos. O senhor não percebeu que tudo que fizemos hoje, fizemos juntos? Meus olhos
transbordaram de emoção. Nunca uma experiência me afetou tão fortemente. Ubuntu,
ternura e constituição comum do comum. Pretinhosidade.
(NASCIMENTO, 2014, p. 1)
Aprofundando o tema
Uma das Filosofias Africanas mais conhecidas é a Filosofia Ubuntu. A palavra Ubuntu tem origem
nos povos bantus do continente Africano e significa “humanidade para todos” ou “eu sou porque
tu és”. Na África do Sul, na língua bantu, Ubuntu ganhou um significado muito especial. Ubuntu
apresentou, nesse contexto histórico e social, a força da coletividade contra o modo de segregação
racial chamado apartheid. A ética Ubuntu mostrou-se tão encarnada no povo sulafricano, que Nelson
Mandela, mesmo depois de ter sido preso durante 27 anos, não escolheu revidar as violências que
recebeu. Em 1994, quando assumiu a presidência da África do Sul afirmou:
Eu lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra. Eu tenho prezado pelo
ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas possam viver juntas
em harmonia e com iguais oportunidades. É um ideal pelo qual eu espero viver e que eu
espero alcançar.
(FRAZÃO, 2021).
66
Referências para saber mais sobre a Filosofia Ubuntu:
Texto - RAMOSE, Mogobe B. A filosofia do Ubuntu e o Ubuntu como uma filosofia (dis-
ponível em: https://filosofia-africana.weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/
texto16.pdf).
Vídeo - Ubuntu: o que significa essa filosofia africana e como pode nos ajudar
nos desafios do hoje (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=KaQ-
SIvWV7wo).
5º MOMENTO
As estórias são contadas no passado, mas elas não têm passado. Só tem
presente. Estão sempre vivas. Quando as ouvimos ficamos “possuídos”, rimos,
choramos, amamos, odiamos – embora elas nunca tenham acontecido.
Rubens Alves
Roda de contação de histórias
Prezado professor(a), para coroar o percurso dessa proposta didática sugerimos a criação de um
tempo/espaço para contação de histórias.
Sugerimos convidar contadores de histórias da comunidade. Pode ser aquele avô ou aquela avó
que adora contar histórias do passado. Podem ser contadores de história infanto-juvenis. Pode ser
qualquer pessoa que tenha uma história para contar.
Resgatar a memória e a cultura de uma população é uma forma de resistir às narrativas hegemônicas
apagadoras das múltiplas formas de ser e estar no mundo. As histórias contadas nesse evento
podem ser folclóricas ou factuais. O importante é fazer circular os saberes e vivências socialmente
construídos na comunidade.
67
Sugerimos que seja um evento que envolva toda a comunidade escolar. Pode acontecer em um
sábado letivo, por exemplo.
A ornamentação e organização pode ser organizada por grupos ou turmas de estudantes sob o
auxílio dos professores.
Inspiração: Para se inspirar, conheça o projeto de contação de histórias intitulado “Griôs: contos
e dengos por uma construção identitária positiva” criado e desenvolvido pela pesquisadora e
professora da educação infantil, Juliana Borges em uma escola da periferia de Belo Horizonte.
No desenvolvimento desse projeto, familiares eram convidados para contarem histórias. A escola
preparava um cardápio previamente acordado com a família e com os estudantes. Memórias
ancestrais eram ativadas através dos saberes e dos sabores.
68
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
Competência 3: Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e
sociedades com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos
e socioambientais, com vistas à proposição de alternativas que respeitem e promovam a
consciência, a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional,
nacional e global.
OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Razão instrumental e te- (EM13CHS303) Debater e avaliar o papel da indústria cultural e
oria crítica: indústria cul- das culturas de massa no estímulo ao consumismo, seus impactos
tural e cultura de massa. econômicos e socioambientais, com vistas à percepção crítica
das necessidades criadas pelo consumo e à adoção de hábitos
sustentáveis.
PLANEJAMENTO
69
DESENVOLVIMENTO
1º MOMENTO
Caro professor(a), para aguçar o interesse dos estudantes para o assunto, sugerimos começar a
aula lendo o poema “Eu etiqueta” de Carlos Drummond de Andrade.
70
Após a leitura do texto, os estudantes podem ser organizados em dupla para debaterem os versos
do poema.
Após a conversa entre as duplas, é hora da socialização das reflexões. Nossa orientação é que você
faça a mediação da discussão de maneira acolhedora, garantindo um ambiente de segurança e
empatia entre os estudantes.
2º MOMENTO
71
Caro professor(a), há um vasto material sobre a indústria cultural. De toda forma, selecionamos
dois textos fundamentais. Estes excertos são parte de obras maiores que estarão indicadas na
bibliografia ao final deste planejamento. Vale a pena conferir a obra completa também.
3º MOMENTO
72
MÚSICA I: “OS MENINOS DA PECUÁRIA” INTERPRETADA PELA DUPLA
LÉO E RAPHAEL (2021)”: (ícone clicável)
Professor(a), essa atividade serve para mostrar a diferença entre uma canção produzida para
expressar, divulgar uma ideologia dominante - a do agronegócio - e uma canção produzida a partir
das vivências culturais do povo sertanejo que sofre com o clima, a precarização do trabalho e a
necessidade de procurar uma vida melhor fora do sertão.
Compreendemos que explorar essa diferença serve ao propósito de debater e criticar os efeitos
colaterais da indústria cultural produzida na sociedade, além de despertar os estudantes para a
necessidade de reconhecer os valores e ideologias propagadas pelos bens culturais dessa indústria.
Culminância: Como culminância, sugerimos que os grupos formados pesquisem uma música antiga
ou nova que esteja na periferia das superproduções das gravadoras e também uma música que se
enquadre nas características da lógica da indústria cultural e apresente na próxima aula para todos
ouvirem e debaterem.
73
ANEXO
“A carne mais barata do mercado é a carne negra”: o refrão eternizado na voz de Elza Soares,
como forma de manifestação política e cultural a respeito das questões étnicoraciais, continua
ecoando em nossa sociedade. A música apontava, já nos anos de 1990, que, por um lado, os
espaços que culturalmente são percebidos com a maior incidência de negros são os presídios,
hospitais psiquiátricos, os subempregos, a escravidão e a criminalidade. (NOVAES et al., 2020, p.
31).A relação entre os dois aspectos da cultura também pode ser observada através de elementos
específicos. Um achado arqueológico, por exemplo, que possui materialidade, pode carregar consigo
toda uma dimensão abstrata e subjetiva acerca da comunidade a que ele pertence. Ele pode informar
costumes, tradições, histórias e crenças.
Fonte: SENA. Ailton. Cultura material e imaterial: entenda o que é e qual sua importância. Educa Mais Brasil, [s. l.], out.
2020.
Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/antropologia/cultura-material-e-imaterial.
A carne mais barata do mercado é a carne negra Ainda guardo o direito de algum antepassado
(Tá ligado que não é fácil, né, mano?) da cor
(Né, mano? Vixe!) Brigar sutilmente por respeito
(Se liga aí!) Brigar bravamente por respeito
A carne mais barata do mercado é a carne negra Brigar por justiça e por respeito (pode
A carne mais barata do mercado é a carne negra acreditar)
A carne mais barata do mercado é a carne negra De algum antepassado da cor
A carne mais barata do mercado é a carne negra Brigar, brigar, brigar, brigar, brigar
(Só serve o não preto) (Se liga aí!)
Que vai de graça pro presídio A carne mais barata do mercado é a carne
E para debaixo do plástico negra
Que vai de graça pro subemprego (Na cara dura, só serve o não preto)
E pros hospitais psiquiátricos A carne mais barata do mercado é a carne
A carne mais barata do mercado é a carne negra negra
(diz aí!) A carne mais barata do mercado é a carne
A carne mais barata do mercado é a carne negra negra
A carne mais barata do mercado é a carne negra (Na cara dura, só serve o não preto)
A carne mais barata do mercado é a carne negra A carne mais barata do mercado é a carne
Que fez e faz história negra
Segurando esse país no braço, mermão (Tá ligado que não é fácil, né, mano?)
O cabra aqui não se sente revoltado Negra
Porque o revólver já está engatilhado Negra
E o vingador é lento Carne negra (pode acreditar)
Mas muito bem intencionado
E esse país vai deixando todo mundo preto (Disponível em: https://www.letras.mus.br/elza-
74
TEXTO II E ATIVIDADE INTERATIVA (ícone clicável)
A indústria cultural, os meios de comunicação de massa e a cultura de massa surgem como funções
do fenômeno da industrialização. E esta, através das alterações que produz no modo de produção
e na forma do trabalho humano, que determina um tipo particular de indústria (a cultural) e de
cultura (a de massa), implantando numa e noutra os mesmos princípios em vigor na produção
econômica em geral: o uso crescente da máquina e a submissão do ritmo humano de trabalho ao
ritmo da máquina; a exploração do trabalhador; a divisão do trabalho. Estes são alguns dos traços
marcantes da sociedade capitalista liberal, onde é nítida a oposição de classes e em cujo interior
começa a surgir a cultura de massa. Dois desses traços merecem uma atenção especial: a reificação
(ou transformação em coisa: a coisificação) e a alienação. Para essa sociedade, o padrão maior (ou
único) de avaliação tende a ser a coisa, o bem, o produto, a propriedade: tudo é julgado como coisa,
portanto tudo se transforma em coisa — inclusive o homem. E esse homem reificado só pode ser
um homem alienado: alienado de seu trabalho, trocado por um valor em moeda inferior às forças
por ele gastas; alienado do produto de seu trabalho, que ele mesmo não pode comprar, pois seu
trabalho não é remunerado à altura do produzido; alienado, enfim, em relação a tudo, alienado de
seus projetos, da vida do país, de sua própria vida, uma vez que não dispõe de tempo livre, nem de
instrumentos teóricos capazes de permitir-lhe a crítica de si mesmo e da sociedade. Nesse quadro,
também a cultura — feita em série, industrialmente, para o grande número — passa a ser vista não
como instrumento de crítica e conhecimento, mas como produto trocável por dinheiro e que deve
ser consumido como se consome qualquer outra coisa. (...)
(COELHO NETTO, 1980, p. 10-11)
75
MÚSICA I: “OS MENINOS DA PECUÁRIA” INTERPRETADA PELA DUPLA LÉO E RAPHAEL
(2021) (ícone clicável)
(Meus amigos me perguntam lá na escola) Senta que aqui nóis tem dinheiro
(Quando crescer o que eu vou ser) Mas usa chapéu de palha, oh
(Eu falei que eu já sou formado na pecuária) Não para, oh, oh
(O menino da pecuária) Senta que aqui nóis tem dinheiro
De ponta a ponta o Brasil Os menino da pecuária
Tem boiadeiro movimentando a parada Fala comigo
Não é a toa que o PIB começa com P, de pecuária A arroba trezentos conto
Eu não tenho carro importado Uma carga de boi de vinte boi gordo com vinte
Mas a Hilux é do ano toda suja de barro arroba, quando dá?
Calculo o valor que tá o gado Senta que aqui nóis tem dinheiro
Quantas Ferrari tem aqui nesse pasto Os menino da pecuária, oh, oh
Os menino da pecuária, oh Uh, uh
Não para, oh, oh
Senta que aqui nóis tem dinheiro
Nós usa chapéu de palha, oh
Não para, oh, oh
Senta que aqui nóis tem dinheiro
Os menino da pecuária, oh
Não para, oh, oh
Senta que aqui nóis tem dinheiro
Nós usa chapéu de palha, oh
Não para, oh, oh
Senta que aqui nóis tem dinheiro
Os menino da pecuária
É os menino da pecuária, oh, oh
Eu não tenho carro importado
Mas a Hilux é do ano toda suja de barro
Calculo o valor que tá o gado
Quantas Ferrari tem aqui nesse pasto
Os menino da pecuária, oh
Não para, oh, oh
Senta que aqui nóis tem dinheiro
Nós usa chapéu de palha, oh
Não para, oh, oh
Senta que aqui nóis tem dinheiro
Os menino da pecuária, oh
Não para, oh, oh
(Disponível em: https://www.letras.mus.br/leo-e-
raphael/os-menino-da-pecuaria/)
76
MÚSICA II: ““SERTÃO VAZIO” INTERPRETADA POR TIÃO CARREIRO E PARDINHO
(1980)” (ícone clicável)
77
REFERÊNCIAS
A CARNE. Compositores: Marcelo Yuka, Seu Jorge e Ulisses Cappelletti. Intérprete: Elza Soares.
São Paulo: Tratore: 2002. CD.
A CARNE. Letras, Belo Horizonte, 2024. Disponível em: https://www.letras.mus.br/elza-soa-
res/281242/. Acesso em: 1 mar. 2024.
ADORNO, Theodor W. Indústria cultural. In: COHN, Gabriel. Comunicação e indústria cultural.
São Paulo: Nacional/Edusp, 1971. p. 287-288.
ANDRADE, Carlos Drummond. Obra poética. Volumes 4-6. Lisboa: Publicações Europa-América,
1989.
ARANHA, Maria Lúcia; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. 3ª ed. São Paulo:
Moderna, 2005.
COELHO NETTO, José Teixeira. O que é indústria cultural. Col. Primeiros Passos. São Paulo:
Brasiliense, 1980.
COLONIALIDADE/decolonialidade e colonialismo/descolonização. [S.l.:s.n.], 23 maio de 2020. 1
vídeo (5:08min). Publicado pelo canal Rafiltro - Cartoon Doc Delírio Realidade. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=NeKgozaC4pc. Acesso em: 24 fev 2024.
FILOSOFIA Pop 15: Filosofia africana: Ubuntu, com Wanderson Flor do Nascimento. Entrevistado-
res: Murilo Ferraz, Marcos Carvalho e Adilbânia Machado. Entrevistado: Wanderson Flor do Nas-
cimento. [S. l.]: Filosofia Pop, 16 nov. 2015. Podcast. Disponível em: https://filosofiapop.com.br/
podcast/filosofia-pop-015-filosofia-africana-ubuntu/. Acesso em: 27 fev. 2024.
FRAZÃO, Dilva. Nelson Mandela. ebiografia, [s.l.], 7 jan. 2021. Disponível em: https://www.ebio-
grafia.com/nelson_mandela/. Acesso em: 1 mar. 2024.
MACHADO, Adilbênia. Alguns filósofos africanos. Filosofia Pop, [s.l.], 21 set. 2015. Disponível
em: https://filosofiapop.com.br/wp-content/uploads/2015/09/ALGUNS-FIL%C3%93SOFOS-AFRI-
CANOS-ADILB%C3%8ANIA-MACHADO.pdf. Acesso em: 1 mar. 2024.
MALOMALO, Bas’ilele. Filosofia do Ubuntu: valores civilizatórios das ações afirmativas para o
desenvolvimento. Curitiba: CRV, 2014.
MANGANA, Gregório Adélio; GOMANE, Manuel Cochole Paulo. Da ideia do pensamento
africano à concepção do Ubuntu: uma breve introdução à Filosofia Africana contemporâ-
nea. Teresina: Entre Tópicos, 2022. Disponível em: https://filosofia-africana.weebly.com/uplo-
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do_pensamento_africano_%C3%A0_concep%C3%A7%C3%A3o_do_ubuntu.pdf. Acesso em: 27
fev. 2024.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Ge-
rais, Belo Horizonte, 2022. Disponível em: https://acervodenoticias.educacao.mg.gov.br/images/
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Acesso em: 04 out. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2024.
Disponível em: https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg.
Acesso em: 05 fev. 2024.
NASCIMENTO, Alexandre do. Ubuntu como fundamento. UJIMA - Revista de Estudos Cultu-
rais e afrobrasileiros, [s.l.], n. 20. v. 20, 2014, p. 1-4. Disponível em: https://filosofia-africana.
weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/alexandre_do_nascimento_-_ubuntu_como_fundamento.
pdf. Acesso em: 1 mar. 2024.
NOVAES, Edmarcius Carvalho et al. “A carne mais barata do mercado (acadêmico) é a carne
negra”: O estado da arte sobre o diálogo entre as relações raciais e a educação em periódicos
brasileiros de educação. Pró-Discente, Vitória, v. 26, n. 1, 2020, p. 30-49.
O PENSAMENTO decolonial para superar a Colonialidade e o Racismo Epistêmico. Suze Piza.
[S.l.:s.n.], 17 maio 2021. 1 vídeo (9:45min). Publicado pelo canal Casa do Saber. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=8qs9uXf0I0Y. Acesso em: 24 fev. 2024.
78
OS MENINOS da pecuária. Compositores: Rapha Soares, Rodolfo Alessi e Léo Targino. Intérpretes:
Léo e Raphael. Rio Janeiro: Alto Falante. 2021. DVD.
OS MENINOS da Pecuária. Letras, Belo Horizonte, 2024. Disponível em: https://www.letras.mus.br/
leo-e-raphael/os-menino-da-pecuaria/. Acesso em: 1 mar. 2024.
RAMOSE, Mogobe B. A ética do ubuntu. In: COETZEE, Peter H.; ROUX, Abraham P.J. (eds). The
African Philosophy Reader. Tradução de Éder Carvalho Wen. New York: Routledge, 2002, p. 324-
330. Disponível: https://filosofia-africana.weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/mogobe_b._ra-
mose_-_a_%C3%A9tica_do_ubuntu.pdf. Acesso em: 29 fev. 2024.
RAMOSE, Mogobe B. A filosofia do Ubuntu e o Ubuntu como filosofia In: RAMOSE, Mogobe B. Afri-
can Philosophy through Ubuntu. Tradução de Arnaldo Vasconcellos. Harare: Mond Books, 1999,
p. 49-66. Disponível em: https://filosofia-africana.weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/texto16.
pdf. Acesso em: 29 fev. 2024.
RELÂMPAGOS 27 - Colonialidade do ser, do saber e do poder. [S.l.:s.n.], 17 de abr. de 2021. 1 vídeo
(3:50min). Publicado pelo canal José Luiz Quadro de Magalhães. Disponível: https://www.youtube.
com/watch?v=_kpkkkCm-VE. Acesso em: 24 fev. 2024.
SERTÃO vazio. Compositores: Arlindo Rosas, Tião Carreiro e Toninho. Intérprete: Tião Carreiro e
Paraíso. São Paulo: Chantecler. 1980. Disco Vinil.
SERTÃO Vazio. Letras, Belo Horizonte, 2024. Disponível em: https://www.letras.mus.br/tiao-carrei-
ro-paraiso/975643/. Acesso em: 1 mar. 2024.
SOMET, Yoporeka. A África e a Filosofia. Revista Sísifo, Feira de Santana, tradução de Humberto
Luiz Lima de Oliveira, n. 4, v. 1, 2016. Disponível em: https://filosofia-africana.weebly.com/uplo-
ads/1/3/2/1/13213792/yoporeka_somet_-_a_%C3%81frica_e_a_filosofia.pdf. Acesso em: 01 mar.
2024.
TEXTOS africanos. Filosofia africana, [s.l.], 2024. Disponível em: https://filosofia-africana.weebly.
com/textos-africanos.html. Acesso em: 1 mar. 2024.
TOWA, Marcien. A Ideia de uma filosofia Negro-africana. Tradução de Roberto Jardim da Silva.
Belo Horizonte: Nandyala; Curitiba: NEAB-UFPR, 2015.
UBUNTU: o que significa essa filosofia africana e como pode nos ajudar nos desafios do hoje.
[S.l.:s.n.], 17 maio 2020. 1 vídeo (6:04min). Publicado pelo canal BBC News Brasil. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=KaQSIvWV7wo. Acesso em: 27 fev. 2024.
79
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS - MAPA
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
Competência 3: Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e
sociedades com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos
e socioambientais, com vistas à proposição de alternativas que respeitem e promovam a
consciência, a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional
e global.
Competência 6: Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e
fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Inter-relações entre o po- (EM13CHS305) Analisar e discutir o papel e as competências
der, a política e o estado, legais dos organismos nacionais e internacionais de regulação,
bem como suas influên- controle e fiscalização ambiental e dos acordos internacionais para
cias no cotidiano. a promoção e a garantia de práticas ambientais sustentáveis.
PLANEJAMENTO
80
Entendemos que repensar os processos de construção do conhecimento é ter o desafio constante de
criar novas práticas pedagógicas. Afinal, não podemos nos eximir da responsabilidade de construir
com nossos alunos novas metodologias de ensino e aprendizagem. Pois, sabemos que o aluno é
um cidadão com grande potencial de atuação, mas que é necessário que ele tome consciência disso
através do seu protagonismo no exercício e na reflexão sobre a realidade social a partir de seus
saberes. Só então, compreenderá como seu protagonismo nas decisões e ações afetam a si e a toda
a sociedade.
Nesse planejamento, daremos enfoque na análise e discussão sobre a Participação política e a
construção da cidadania e seus desdobramentos nas questões ambientais, institucionais, geográficas
e de direitos humanos.
Quando refletimos sobre o meio ambiente, podemos entender a importância da conservação dos
ecossistemas para a manutenção da vida no planeta e a necessidade de adotar práticas sustentáveis
para garantir um futuro saudável para as gerações futuras.
Ao discutirmos sobre as questões institucionais, podemos avaliar a efetividade das instituições
governamentais e não governamentais em promover políticas e ações que visem ao bem-estar da
população, à justiça social e ao progresso econômico.
Ao analisarmos o aspecto geográfico, podemos compreender as características e os desafios
enfrentados pelas diferentes regiões do mundo, como a distribuição desigual de recursos naturais,
os impactos das mudanças climáticas e os desastres naturais.
E finalmente, refletiremos sobre os direitos humanos no sentido de percebermos a importância
da igualdade, da justiça e da dignidade para todos os seres humanos, motivando os alunos a
perceberem a importância de ser ter uma posição contra a discriminação, a opressão e a violação
dos direitos fundamentais para o avanço do processo civilizatório.
A partir dessa perspectiva, faremos uso das metodologias ativas desenvolvendo abordagens
pedagógicas que valorizam a participação ativa dos estudantes no seu próprio processo de
aprendizagem, as metodologias ativas promovem a construção coletiva do conhecimento, estimulam
o pensamento crítico e a autonomia dos alunos.
Através de dinâmicas participativas, debates, trabalhos em grupo e projetos, propicie aos estudantes
a oportunidade de interagir entre si, compartilhar opiniões, trocar experiências e construir
conhecimentos significativos de forma mais dinâmica e contextualizada.
Essa estratégia oportuniza que os alunos se tornem mais engajados em seu processo de
aprendizagem, desenvolvam habilidades socioemocionais e se preparem de maneira mais efetiva
para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.
Obs: Professor (a) desenvolva esse planejamento de acordo com o seu tempo, adequando-o à carga
horária da sua disciplina, rotina pedagógica da sua escola e características das suas turmas.
DESENVOLVIMENTO
1º MOMENTO
81
Atlas da Violência 2023
Após o tempo de reflexão apresente aos estudantes a pergunta abaixo para que eles reflitam rela-
cionando-a com os dados apresentados no infográfico:
• Quais são as causas e consequências da violência em diversos grupos da sociedade bra-
sileira?
Oriente e promova com os estudantes um debate criando conexões entre os novos conhecimentos e
suas vivências, estabelecendo sentidos entre o conteúdo estudado com fatos do cotidiano, tornando
o aprendizado mais significativo.
Ao final, convide 01 estudante de cada grupo para que anote no quadro “as principais causas e
consequências da violência em diversos grupos da sociedade brasileira” que foram apresentadas e
debatidas pelos estudantes em seu grupo.
Para finalizar, escreva no quadro a pergunta abaixo que será respondida individualmente por cada
estudante em casa, informando-o que deverá trazê-la para o próximo momento.
82
2º MOMENTO
Professor(a),
Acolha os alunos de forma afetiva, bem humorada e motivadora, apresentando de forma dialógica
a proposta da aula. Retome e relembre aos estudantes a pergunta da aula anterior.
Em seguida, oriente-os a se organizarem em duplas, distribua 01 cópia do texto para cada dupla,
solicite que leiam, discutam e façam reflexões entres si sobre o conteúdo apresentado no texto.
Retome a discussão sobre o Atlas da Violência procurando evidenciar para os estudantes como a
violência perpassa e está presente em vários grupos sociais e de diversas maneiras.
Reflita sobre os grupos marginalizados, como comunidades de baixa renda ou minorias étnicas, a
violência pode ser uma consequência direta da falta de recursos, acesso à educação de qualidade,
oportunidades de emprego e outros fatores socioeconômicos.
Demonstre como ela também ocorre de formas mais sutis e disfarçadas. Tais como, casos de
violência doméstica, assédio sexual, bullying nas escolas, crimes de ódio motivados pela orientação
sexual ou crenças religiosas são apenas alguns exemplos de como a violência pode se manifestar
em diferentes grupos sociais.
Destaque que a violência não se restringe apenas a ações físicas, ela também pode ser emocional,
psicológica e verbal, causando danos graves às vítimas.
Para finalizar, professor (a), destaque a importância de identificar e reconhecer a existência da
violência em todos os grupos sociais, e a necessidade de se trabalhar coletivamente para combatê-
la. Isso envolve promover a igualdade de oportunidades, educação sobre respeito e tolerância,
políticas públicas adequadas, além de incentivar o diálogo e a conscientização sobre os impactos
negativos da violência em nossa sociedade.
Os estudantes, colocados em círculo (grupão) devem ser estimulados a partilhar suas reflexões e
opiniões sobre o texto.
Portanto, professor (a) de forma dialógica e mediadora guie a discussão, fazendo perguntas e
incentivando a participação de todos os estudantes:
Professor(a),
finalizando esse momento, disponibilize previamente os links dos vídeos abaixo para os estudantes.
Essa estratégia pedagógica visa fornecer conhecimentos úteis para as atividades do momento
seguinte, pois permitirá que os estudantes adquiram conhecimentos para realizar de forma mais
assertiva as atividades, já que o conteúdo pode ser acessado várias vezes para compreendê-lo
completamente.
83
Juventude, Democracia e Participação Política | Curtas Democracia
O documentário acompanha um dia na vida de jovens e como sua atuação no par-
lamento jovem de Ribeirão Preto se reflete na vida da comunidade onde vivem.
Disponível em : https://www.youtube.com/watch?v=NV6-U3uEULs&t=147s.
A questão da minoria na democracia
Embora a democracia se baseie na vontade da maioria, isso não implica na exclu-
são da minoria. Quais as opções que as minorias têm para atuar politicamente?
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=phA-mXDR7BY.
3º MOMENTO
Professor(a),
Acolha os alunos de forma afetiva, bem humorada e motivadora.
Identifique a impressão e desperte as opiniões da turma acerca da temática abordada e apresentada
nos dos vídeos assistidos pelos estudantes. Pois os vídeos são um instrumento pedagógico poderoso
para aplicar metodologias ativas, eles promovem de forma eficaz a participação dos estudantes
estimulando o pensamento crítico, lúdico e criativo, promovendo um aprendizado mais significativo.
Apresente de forma dialógica a proposta desse momento, e em seguida distribua 01 cópia do texto
para cada grupo.
OBS: Flipped Classroom (Aula Invertida): Os vídeos foram disponibilizados aos alunos antes da
aula presencial, para que eles pudessem assistir previamente. Agora, durante a aula, servirá de
embasamento para atividades práticas e discussões em grupo.
84
Professor (a),
Faça uma discussão dialógica identificando quais foram as ideias que mais chamaram a atenção dos
estudantes nos textos estabelecendo relações com os vídeos assistidos.
Lembrando sempre que na discussão dialógica a comunicação deve ser feita de forma respeitosa,
buscando compreender diferentes pontos de vista, promovendo um ambiente de confiança onde os
estudantes se sintam à vontade para expressar suas opiniões e ideias sem receio de serem julgados
e desrespeitados. Esse tipo de diálogo permite o aprendizado através da troca de conhecimentos.
Em seguida, solicite que os estudantes se organizem em grupos e reflitam sobre a seguinte pergunta:
Como a participação política pode resolver problemas ligados ao meio ambiente, povos indígenas,
quilombolas, racismo, homofobia, feminicídio e insuficiência alimentar severa?
Informe aos estudantes que cada grupo apresentará a sua proposta para toda a turma.
Encerramento e finalização da discussão.
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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
Competência 3: Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e
sociedades com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos
e socioambientais, com vistas à proposição de alternativas que respeitem e promovam a
consciência, a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional
e global.
Competência 6: Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e
fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Dimensões civil, política e (EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes
social do exercício da ci- de práticas de instituições governamentais, de empresas e de
dadania. indivíduos, discutindo as origens dessas práticas, selecionando,
incorporando e promovendo aquelas que favoreçam a consciência
e a ética socioambiental e o consumo responsável.
PLANEJAMENTO
APRESENTAÇÃO
Caro(a) Professor(a),
Tem-se por objetivo nesse planejamento de Sociologia envolver os estudantes diretamente na
construção do seu conhecimento. Assim, quando falamos do estudo de Sociologia e suas interfaces
com as questões ambientais podemos usar estratégias pedagógicas estruturadas a partir das
metodologias ativas de diversas maneiras.
Colocar os estudantes em contato direto com o meio social e o meio ambiente no qual estão
inseridos buscando compreender as relações sociais e as questões ambientais presentes nesses
lugares. Essas atividades podem ser entrevistas, observações e coleta de dados com o intuito de
compreender a multiplicidade dos diferentes fenômenos sociais e ambientais presentes naquela
comunidade.
No estudo e análise do texto “A carta da terra” pode-se usar também debates, discussões em
grupo estimulando os estudantes a realizarem pesquisas sobre temas específicos relacionados à
Sociologia e ao meio ambiente, para ao final apresentarem seus estudos para a turma, promovendo
e incentivando debates e reflexões coletivas.
A ideia central é usar uma metodologia ativa no estudo da Sociologia e suas interfaces com o meio
ambiente e propiciar o desenvolvimento nos estudantes de habilidades como senso crítico, trabalho
em grupo, pesquisa e análise de dados. Por isso, professor (a), incentive os estudantes na busca
por soluções e mudanças positivas em relação às questões sociais e ambientais da sua comunidade.
Observação: O professor desenvolverá esse planejamento de acordo com o seu tempo, carga
horária da sua disciplina, rotina pedagógica da sua escola e características das salas atendidas.
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DESENVOLVIMENTO
1º MOMENTO
Professor(a)
Acolha os estudantes de forma afetiva, bem humorada e motivadora.
Apresente de forma dialógica a proposta da aula.
Faça uma breve apresentação do assunto a ser trabalhado no vídeo.
Leve os alunos para a sala de multimeios, ou informática, ou auditório para assistirem o vídeo:
Professor (a), certifique-se de que a sala de multimeios esteja previamente organizada e com uma
conexão de internet estável.
Deixe o vídeo já no ponto de exibição.
Use as opções de tela cheia ou legendas para uma visualização eficiente para todos os estudantes.
Após a exibição do vídeo mobilize os estudantes com algumas perguntas.
87
TEXTO III: CARTA DA TERRA. (ícone clicável)
TEXTO IV: RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA (ícone clicável)
TEXTO V: INTEGRIDADE ECOLÓGICA (ícone clicável)
TEXTO VI: JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA (ícone clicável)
TEXTO VII: DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ (ícone clicável)
2º MOMENTO
Professor(a),
Reflita com os alunos como as ações políticas têm um papel fundamental no trato das questões
ambientais.
É através das ações políticas, que a sociedade mobiliza seus sujeitos sociais, governos e organizações
para implementação de leis, regulamentações e medidas que protegem o meio ambiente, promover
o desenvolvimento sustentável.
Para realizar a tarefa proposta, organize os estudantes em grupo. Cada grupo receberá um dos
temas contido no texto, e terão a incubencia de organizar uma apresentação sobre o tema recebido,
para a toda a turma. Segue abaixo os temas que devem ser repassados aos grupos:
Após a apresentação o professor fará uma breve conclusão do que foi estudado e desenvolvido com
os estudantes.
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3º MOMENTO
Professor(a),
Acolha os estudantes de forma afetiva, bem humorada e motivadora.
Apresente de forma dialógica a proposta que será desenvolvida nesse momento.
Faça um breve resgate do assunto trabalhado no momento anterior.
Com a sala organizada e os estudantes divididos em grupos, apresente-lhes a seguinte pergunta,
anotando-a no quadro para que cada grupo possa refletir e respondê-la.
Quais atitudes e ações possíveis que podemos adotar em relação às questões ambientais que po-
dem melhorar a vida da minha comunidade?
Cada grupo fará o registro de suas reflexões no papel Kraft para posteriormente apresentar para a
sala.
Após as apresentações, você professor(a) deve fazer uma breve conclusão estabelecendo sentidos,
significados e possibilidades de concretização entre os temas.
Em seguida, convide dois representantes de cada grupo para fazer a exposição dos seus cartazes
pela escola em lugares previamente negociados com a supervisão da escola.
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ANEXO
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E o que a política tem a ver com a democracia?
No sentido de tudo que já vimos até aqui, é de se imaginar que a democracia e a política estejam
interligadas, né?! Isso acontece porque a democracia contemporânea assegura a soberania popular,
ou seja, o direito de o povo, conforme a legislação vigente, tomar as decisões.
Somos, portanto, agentes políticos, e a concretização do ideal democrático estampado no artigo 1º
da nossa Constituição Federal só ocorrerá se assumirmos o nosso papel de cidadãos:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.
Quando falamos em cidadania, devemos pensar que esta é uma qualidade que nos é conferida por
sermos indivíduos pertencentes a um Estado. Logicamente, por pertencemos a um Estado, é natural
que surjam direitos e, também, deveres no âmbito político!
91
Participação-protesto: expressar rechaço a uma determinada situação ou circunstância
política (participar de manifestações, “boicotar” determinados produtos e/ou empresas por
razões políticas, fazer passeatas etc.).
Note que são diversas as formas de participação política, porém, o que nos importa é, no fim das
contas, alcançar o objetivo maior: a promoção do bem-estar do povo (o chamado “bem comum”).
Além disso, cumpre dizer que a participação política à qual nos referimos é aquela autêntica, isto é,
a participação que leva em consideração as relações de poder e a luta por direitos!
Clovis Gorczevski (2018) explica que existem formas de participação que são verdadeiras negação
à participação política, a saber: a participação manipulada, a participação decorativa (indivíduos
que se fazem presentes objetivando um espetáculo, um lanche ou um sorteio de brindes) e a
participação simbólica (indivíduos que são chamados para manifestar-se e a sua manifestação não
possui qualquer influência no curso do evento).
Dito isso, em suma, o que precisamos entender é que a participação política necessita da informação,
da reflexão e do pensamento crítico de todo o povo. De nada adianta votar ou participar da política
de maneira inconsciente! O que almejamos, acima de tudo, é a capacidade de agirmos de forma
responsável e visando o bem da comunidade através da democratização, ok?!
92
TEXTO II E ATIVIDADE INTERATIVA (ícone clicável)
O voto é apenas uma das formas de participação política. Existem diferentes formas de exercer a
cidadania, como o engajamento em espaços de participação social ou criação de novas formas e
estratégias para influenciar decisões políticas e públicas.
Neste texto, a Politize! preparou uma lista com 28 formas de participação cidadã. Nela é possível
encontrar possibilidades que os cidadãos possam ser protagonistas, através da presença em
decisões públicas e na fiscalização dos poderes. Além disso, ela foca em orientar como as pessoas
podem participar no nível municipal, uma vez que esse é o espaço que mais afeta as pessoas.
93
Organizar um “observatório cidadão” que possa acompanhar as metas municipais determinadas
pela Prefeitura e monitorar as políticas públicas da cidade. – algo inspirado nas iniciativas da Rede
Cidades por Territórios Justos, Democráticos e Sustentáveis, tais como: Rede Nossa São Paulo,
Instituto Nossa Ilhéus e Ilhabela Sustentável.
Adaptar ferramentas digitais já existentes (com licenças livres e códigos abertos disponíveis) para
que passem a conter informações específicas sobre sua cidade e auxiliar no controle social, tal como
o Login Cidadão ou o De Olho nas Metas.
Utilizar alguns aplicativos cívicos e aproveitar a tecnologia a favor da participação e da fiscalização
da vida pública. Alguns exemplos de apps são: Colab e Poder do Voto.
Utilizar a ouvidoria pública do governo municipal como um canal de denúncias ou sugestões de
melhorias para a cidade.
Criar um grupo específico do a organização de um grupo específico do Observatório Social do Brasil
em sua cidade, cujo foco é o acompanhamento das compras e licitações públicas. Cidades como Rio
de Janeiro e Natal fazem parte dessa rede.
Solicitar o compromisso do Prefeito e dos Vereadores com o Programa Cidades Sustentáveis, para
que realizem a elaboração de metas municipais associadas a um conjunto de indicadores que,
juntos, contribuem para uma gestão pública municipal mais sistêmica e efetiva.
94
Educação política
Estudar sobre Política e Cidadania. Para fazer isso não precisa iniciar uma faculdade, é possível
estudar sobre esses assuntos com cursos e sites de educação. É o caso do curso de Ciência Política
online oferecido de forma gratuita pela USP, a plataforma de educação política Meu Município e a
própria Politize!
Levar educação política para sua cidade! Você pode, por exemplo, procurar o Instituto Terroá, o Fast
Food da Política e o programa de embaixadores da Politize!
Opinar em projetos de lei, consultas públicas e matérias legislativas através dos portais digitais
oficiais do governo. Você pode acessar o e-cidadania do Senado Federal, e também o portal da
Câmara dos deputados.
Ativismo político
Organizar ou participar de campanhas de abaixo-assinado no Avaaz, Change.org ou no Panela de
Pressão. Elas são ferramentas importantes de participação, mas podem e devem ser complementadas
com outras ações.
Participar em manifestações e protestos democráticos como forma de exercer sua liberdade de
expressão e opinião sobre assuntos públicos e políticos.
Se alistar, ou atender ao convite, para ser um mesário ou mesária voluntária(o) nas próximas
eleições. É uma maneira muito importante de ser parte ativa do processo eleitoral, garantindo que
centenas de pessoas possam exercer sua cidadania através do voto em sua localidade.
Na escola ou universidade, você pode participar da liderança estudantil, como representante de
classe ou membro de diretórios acadêmicos ou grêmios estudantis
Filiar-se a um partido político! Sim, independente da sua ideologia ou preferência partidária, ser
parte de um partido significa opinar sobre as pessoas que vão ser candidatas em eleições, bem
como participar dos debates sobre alianças partidárias e planos de governo do partido. Além disso,
você também pode lançar uma candidatura, caso se interesse.
Essas são apenas algumas formas de participar mais da vida política da sua cidade e ao longo da
sua trajetória como cidadão, você pode se deparar com outras formas de exercer cidadania. O
importante é considerar o coletivo e os valores democráticos.
E aí, entendeu como você pode participar mais?
Fonte: (Iozzi, 2021)
95
TEXTO III: CARTA DA TERRA (ícone clicável)
Carta da terra.
Preâmbulo
Estamos num momento crítico da história da Terra, em que a humanidade deve escolher o seu
futuro. À medida que o mundo se torna cada vez mais interdependente e frágil, o futuro encerra
grandes riscos e grandes promessas. Para avançar, devemos reconhecer que, no meio da magnífica
diversidade de culturas e modos de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre
com um destino comum. Devemos unir-nos para criar uma sociedade global sustentável, fundada
no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura de
paz. Para este fim, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos a nossa responsabilidade
uns para com os outros, para com a grande comunidade da vida e para com as gerações futuras.
A situação global
Os padrões dominantes de produção e consumo estão a causar devastação ambiental, esgotamento
de recursos e extinção em massa de espécies. As comunidades estão sendo destruídas. Os
benefícios do desenvolvimento não são partilhados de forma equitativa e o fosso entre ricos e
pobres está a aumentar. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos manifestam-se
em todo o lado e são a causa de grande sofrimento. Um aumento sem precedentes da população
humana sobrecarregou os sistemas ecológicos e sociais. Os fundamentos da segurança global estão
ameaçados. Estas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.
Responsabilidade universal
Para concretizar estas aspirações, devemos tomar a decisão de viver de acordo com um sentido de
responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade da Terra, bem como com as
96
nossas comunidades locais. Somos cidadãos de diferentes nações e ao mesmo tempo de um mundo
único, onde as esferas local e global estão intimamente ligadas. Todos partilhamos a responsabilidade
pelo bem-estar presente e futuro da família humana e do mundo vivo em geral. O espírito de
solidariedade humana e de afinidade com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência
diante do mistério do ser, com gratidão pelo dom da vida e com humildade em relação ao lugar do
ser humano na natureza.
Precisamos urgentemente de uma visão partilhada sobre valores fundamentais que proporcionem
uma base ética para a comunidade global emergente. Portanto, juntos e com muita esperança,
afirmamos os seguintes princípios interdependentes, para um modo de vida sustentável, como um
alicerce comum pelo qual a conduta de indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições
transnacionais deve ser orientada e valorizada.
PRINCÍPIOS
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a. Adotar planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam
com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de
desenvolvimento.
b. Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras
selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a
biodiversidade e preservar nossa herança natural.
c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçados.
d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano
às espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organismos daninhos.
e. Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de
formas que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas.
f. Manejar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis
de forma que diminuam a exaustão e não causem dano ambiental grave.
98
b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as
culturas que contribuam para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental,
incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.
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assim como às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida.
c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial
na criação de sociedades sustentáveis.
d. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.
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16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.
a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as
pessoas, dentro das e entre as nações.
b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na
resolução de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura não-
provocativa da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo
restauração ecológica.
d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa.
e. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico mantenha a proteção ambiental e a paz.
f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras
pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos
parte.
O CAMINHO ADIANTE
Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal
renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que
nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.
Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência
global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão
de um modo de vida sustentável aos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade
cultural é uma herança preciosa, e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas
de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra,
porque temos muito que aprender a partir da busca iminente e conjunta por verdade e sabedoria.
A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas
difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade,
o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo.
Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes,
as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as
organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança
criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade
efetiva.
Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu
compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos
internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um
instrumento internacional legalmente unificador quanto ao ambiente e ao desenvolvimento.
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo
compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz,
e a alegre celebração da vida.
Fonte: (Ministério do Meio Ambiente,2024)
101
REFERÊNCIAS
Atlas da Violência 2023. In: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasil, 2023. Disponível
em:https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/arquivos/artigos/6858-atlas-violencia-2023-infografico-
-v06-1.pdf. Acesso em: 12 fev. 2024.
A QUESTÃO da minoria na democracia. [S. l.: s. n.], 28 de jun. de 2020. 1 vídeo (6min). Publicado
pelo Canal do Cortella. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=phA-mXDR7BY. Acesso
em: 12 fev. 2024.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Carta da Terra. Brasília,1987. Disponível em: https://
antigo.mma.gov.br/educacao-ambiental/pol%C3%ADtica-nacional-de-educa%C3%A7%C3%A3o-
-ambiental/documentos-referenciais/item/8071-carta-da-terra.html. Acesso em: 19 fev. 2024.
DIREITOS Humanos. [S. l.: s. n.], 16 de mar. de 2016. 1 vídeo (3min). Publicado pelo Canal oficial
da ONU Mulheres Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hGKAaVoDlSs&t=29s.
Acesso em: 12 fev. 2024.
HANNIGAN, John. Sociologia ambiental. Tradução de Annahid Burnett. Petrópolis, RJ: Vozes,
2009.
IOZZI, Luis Fernado. Participação na política: conheça 28 formas de exercer a cidadania. POLITI-
ZE!, Florianópolis, SC. 18 set. 2021. Disponível em: https://www.politize.com.br/cidadania-formas-
-de-exercer/ Acesso em: 19 fev. 2024.
JUVENTUDE, Democracia e Participação Política | Curtas Democracia. [S. l.: s. n.], 10 de nov. de
2022. 1 vídeo (13min). Publicado pelo Canal Futura. Disponível em: https://www.youtube.com/wa-
tch?v=NV6-U3uEULs&t=147s. Acesso em: 12 fev. 2024
LINHARES, Rafaela. Participação Política: o que é e qual sua importância? POLITIZE!, Florianó-
polis, SC. 9 set. 2022. Disponível em: https://www.politize.com.br/participacao-politica/?https://
www.politize.com.br/&gad_source=1&gclid=CjwKCAiA0PuuBhBsEiwAS7fsNd8EG047ZQVU4fiNJj-
nhmNraJeXn-Nr50jnOW23Usb-ZPQxEuf_2HhoCyP8QAvD_BwE. Acesso em: 19 fev. 2024.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Educação. Planos de curso: ensino médio. 2024. Dispo-
nível em: https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso
em: 07 fev. 2024.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensi-
no Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2022. Disponível em: https://acervodenoticias.educacao.mg.gov.br/images/documentos/
Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 07
fev. 2024.
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