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DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS

PRÉ-FABRICADAS DE CONCRETO

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4
2. OPORTUNIDADES............................................................................................... 5
3. ADEQUAÇÃO AOS SISTEMAS PRÉ-MOLDADOS ........................................... 10
4. PRINCÍPIOS BÁSICOS DO PROJETO .............................................................. 12
5. MODULAÇÃO ..................................................................................................... 15
6. PADRONIZAÇÃO ............................................................................................... 18
7. TOLERÂNCIAS DIMENSIONAIS ....................................................................... 20
8. INSTALAÇÕES PREDIAIS ................................................................................. 21
9. PEÇAS E APLICAÇÕES DE ESTRUTURAS PRÉ FABRICADAS EM
CONCRETO .............................................................................................................. 22
9.1. SISTEMAS APORTICADOS ............................................................................... 24
9.2. SISTEMA ESQUELETO ..................................................................................... 25
9.3. PAINÉIS PORTANTES ....................................................................................... 26
9.4. FACHADAS ........................................................................................................ 27
9.5. PONTES ............................................................................................................. 27
9.6. FUNDAÇÕES ..................................................................................................... 28
10. FABRICAÇÃO E MOLDAGEM ........................................................................... 28
10.1. PRÉ-FABRICAÇÃO EM USINA ................................................................... 29
10.2. PRÉ-FABRICAÇÃO NO LOCAL .................................................................. 29
10.3. PROCESSO DE FABRICAÇÃO E MOLDAGEM ......................................... 30
10.4. AS ARMADURAS......................................................................................... 30
10.5. AS FÔRMAS ................................................................................................ 31
10.6. O CONCRETO ............................................................................................. 32
11. PROJETO ........................................................................................................... 33
11.1. PROJETO .................................................................................................... 33
12. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 36

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1. INTRODUÇÃO

O uso de concreto pré-moldado em edificações está amplamente relacionado


à uma forma de construir econômica, durável, estruturalmente segura e com
versatilidade arquitetônica. A indústria de pré-fabricados está continuamente fazendo
esforços para atender as demandas da sociedade, como por exemplo: economia,
eficiência, desempenho técnico, segurança, condições favoráveis de trabalho e de
sustentabilidade.
A evolução construtiva das edificações e das atividades da engenharia civil nas
próximas décadas será influenciada pelo desenvolvimento do processo de
informação, pela comunicação global, pela industrialização e pela automação. Já
existe bastante desta realidade sendo implementada na Europa.
Entretanto, há muito mais para ser implementado, especialmente com respeito à
eficiência dos processos construtivos atuais, desde o projeto da edificação até o seu
acabamento. Para se mudar a base produtiva na construção civil, com uso intensivo
da força de trabalho, para um modelo mais moderno como a pré-fabricação,
envolveria a aplicação de uma filosofia industrial ao longo de todo o processo
construtivo da edificação.
A pré-fabricação das estruturas de concreto é um processo industrializado com
grande potencial para o futuro. Todavia, geralmente a pré-fabricação ainda é vista por
projetistas inexperientes como se fosse apenas uma variante técnica das construções
de concreto moldadas no local. Nesse caso, a pré-fabricação significa apenas que
partes da edificação são pré-moldadas em usinas fora do canteiro, para serem
montadas depois na obra, como se o conceito inicial de uma estrutura moldada no
local fosse obtido novamente. Esse ponto de vista é completamente errôneo. Todo
sistema construtivo tem suas próprias características, as quais para uma maior ou
menor influência no layout da estrutura, largura do vão, sistemas de estabilidade, etc.
Para conseguir melhores resultados o projeto deveria, desde o início, respeitar as
demandas específicas e particulares estruturais dos sistemas construtivos pré-
moldados.

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2. OPORTUNIDADES

Comparado aos métodos de construção tradicionais e outros materiais de


construção, os sistemas préfabricados, como método construtivo, e o concreto, como
material, têm muitas características positivas. É uma forma industrializada de
construção com muitas vantagens.

 Produtos feitos na fábrica

A forma mais efetiva de industrializar o setor da construção civil é transferir o


trabalho realizado nos canteiros para fábricas permanentes e modernas. A produção
numa fábrica possibilita processos de produção mais eficientes e racionais,
trabalhadores especializados, repetição de tarefas, controle de qualidade, etc. A
competitividade e a sociedade estão forçando a industria da construção a se atualizar
constantemente, melhorando a sua eficiência e as condições de trabalho através do
desenvolvimento e inovação tecnológica, de novos sistemas e processos construtivos.
Desta forma, a automação vem sendo gradativamente implementada. Existem
exemplos bem sucedidos de automação no preparo de armadura, execução e
montagem de formas, preparo e lançamento do concreto, acabamentos do concreto
arquitetônico, entre outros. Outras operações na pré-fabricação também são passíveis
da implementação da automação.

 Uso otimizado de materiais

A pré-fabricação possui um maior potencial econômico, desempenho


estrutural e durabilidade do que as construções moldadas no local, por causa do uso
altamente potencializado e otimizado dos materiais. Isso é obtido por meio do uso de
equipamentos modernos e de procedimentos de fabricação cuidadosamente
elaborados.A pré-fabricação emprega equipamentos controlados por computador
para o preparo do concreto. Aditivos e adições são empregados para conseguir os
desempenhos mecânicos específicos, para cada classe de concreto. O lançamento e
o adensamento do concreto são executados em locais fechados, com equipamentos
otimizados. A relação água/cimento pode ser reduzida ao mínimo possível e o
adensamento e cura são executadas em condições controladas. O resultado é que o
concreto pode ser perfeitamente adaptado aos requerimentos de cada tipo de

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componente para otimizar o uso dos materiais mais caros e exaustivos. Além disso, a
eficácia da mistura é melhor que o concreto moldado no local.

O concreto de alto desempenho CAD (com resistência superior a 50 MPa) é


bem conhecido na indústria da pré-fabricação e muitas fábricas já estão empregando-
o diariamente. Os maiores benefícios das estruturas pré-moldadas estão relacionados
com a eficiência estrutural que permite elementos mais esbeltos e o uso otimizado de
materiais. Outra característica positiva é o aumento da durabilidade contra
congelamento e contra agentes químicos. As maiores vantagens são alcançadas dos
elementos comprimidos, especialmente os pilares. A Figura 1 mostra a influência da
resistência à compressão na capacidade de carga das seções transversais dos
diferentes pilares. Isso demonstra que, a capacidade portante relativa está
aumentando entre 100 e 150%, quando a resistência do concreto vai de 30 a 90 MPa.

Para vigas, a utilização de resistências mais altas para o concreto permite a


utilização da protensão. Isso significa a possibilidade de se empregar um número
maior de cabos de protensão e, consequentemente, uma maior capacidade última de
flexão, maior momento de fissuração e maior carga de serviço.

O concreto auto-adensado (auto-adensável) é uma solução nova e bastante


promissora para o processo de pré-fabricação. Enquanto que a alta resistência está
enfocada na otimização do desempenho do produto (resistência e durabilidade), o
concreto auto-adensado apresenta um impacto benéfico ao processo de produção,
pois o mesmo não necessita de vibração e, por isso, apresenta muitas vantagens, tais
como: menos barulho durante o processo de moldagem dos elementos pré-moldados;
menor pressão nas formas; maior rapidez e facilidade no processo de moldagem,
principalmente para seções delgadas e complicadas, gerando menos bolhas de ar na
superfície da peça, sendo fácil de bombear. O desenvolvimento desta técnica e a sua
aplicação vem crescendo rapidamente na indústria de prémoldados na Europa e, se
espera que em poucos anos, este procedimento seja empregado como uma técnica
convencional no dia a dia.

Figura 1: Capacidade de carga relativa dos pilares em função da resistência do


concreto

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Fonte: https://www.ceset.unicamp.br/~cicolin/ST%20725%20A/mpf.pdf

O concreto protendido é muito empregado na pré-fabricação, principalmente


pela facilidade da utilização das pistas de protensão, mas também pelo uso da
protensão por torquímetro em barras rosqueadas para ligações. Esta técnica não só
apresenta todas as vantagens do concreto protendido, como também, proporciona
economia por causa da ausência de equipamentos caros, como macacos hidráulicos,
e maior facilidade de execução.

 Menor tempo de construção – menos da metade do tempo necessário


para construção convencional moldada no local

Por causa da lentidão dos métodos tradicionais de estruturas de concreto


moldadas no local, os longos atrasos na construção são geralmente aceitos.
Entretanto, a demanda atual por um rápido retorno do investimento está se tornando
mais e mais importante: a decisão de iniciar a construção pode ser adiada até o último
momento, mas vez iniciada, o cronograma inicial da obra dever ser cumprido. Além
disso, os projetos estão se tornando mais complexos, que não é favorável para
construções em um curto espaço de tempo.

 A instalação pode continuar mesmo no inverno rigoroso, com


temperatura de –20°C. O trabalho no canteiro deve parar assim quando
a temperatura atinge –5°C. O processo de pré-fabricação independe das
condições adversas do clima e normalmente, a produção continua no
inverno.
 Qualidade

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O termo qualidade tem um significado amplo, o objetivo final é conseguir que
os produtos e serviços respondam as expectativas do usuário. Isso se inicia no estudo
preliminar do projeto, continuando com a produção de componentes e com o respeito
ao cronograma de entrega e de montagem do sistema construtivo pré-fabricado.

A garantia da qualidade durante a fabricação se baseia em quatro pontos: 1)


mão-de-obra; 2) instalações e equipamentos na fábrica; 3) matéria-prima e processos
operacionais; 4) controle de qualidade na execução. Geralmente, a supervisão da
qualidade é baseada num sistema de autocontrole, podendo haver ou não a
supervisão de uma terceira parte. O sistema de controle de produção da fábrica
consiste de procedimentos, instruções, inspeções regulares, testes e utilização dos
resultados dos equipamentos de controle, matéria-prima, outros insumos, processos
de produção e produtos. Os resultados da inspeção são registrados e ficam
disponíveis aos clientes. Muitas empresas de pré-fabricação possuem certificação
ISO 9000.

Isso oferece ao cliente enormes vantagens de acordo com as tendências atuais


presentes na construção civil.

 Oportunidade para boa arquitetura

Dentro do contexto da pré-fabricação aberta, o projeto do edifício não está restrito


aos elementos de concreto produzidos em série e quase todo tipo de edificação pode
ser adaptada aos requisitos dos fabricantes ou do arquiteto. Não há contradição entre
elegância arquitetônica, variedade e eficiência. Não se usa mais a industrialização em
larga escala de unidades idênticas; pelo contrário, um processo de produção eficiente
pode ser combinado com trabalho especializado que permite um projeto arquitetônico
sem custos extras. Neste sentido, a padronização de soluções construtivas apresenta-
se como uma ferramenta ainda mais importante do que a modulação dos elementos.

 Eficiência estrutural

O concreto pré-moldado oferece recursos consideráveis para melhorar a


eficiência estrutural. Vãos grandes e redução da altura efetiva podem ser obtidos
usando concreto protendido para elementos de vigas e de lajes. Para construções
industriais e comerciais, os vãos do piso podem chegar a 40 m ou mais. Para
estacionamentos, o concreto pré-fabricado permite que mais carros sejam colocados

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na mesma vaga, por causa dos grandes vãos e das seções de pilares mais esbeltas.
Isso oferece não apenas flexibilidade na construção, como também maior vida útil da
edificação, pois há maior adaptabilidade para novos usos. Dessa maneira, a
construção retêm seu valor comercial por mais tempo.

 Flexibilidade no Uso

Certos tipos de construções são freqüentemente devem ser adaptáveis para


satisfazer as necessidades dos usuários, como é o caso de escritórios, onde a solução
mais apropriada é criar um grande espaço interno livre sem nenhuma restrição para
possibilitar a adaptação de possíveis subdivisões com divisórias.

 Adaptabilidade

Futuramente, haverá muito menos demolição de edificações inteiras e mais


demandas para adaptar as construções existentes para as novas exigências do
mercado. As razões principais para essa atitude serão os custos elevados para
demolição devido a barulho, poeira, problemas com tráfego e muitas outras
inconveniências. Por outro lado, depois de 30 ou 50 anos, um prédio comercial se
torna menos atrativo para alugar, e o proprietário vai querer fazer algumas inovações,
como por exemplo, uma fachada mais moderna. O conceito do projeto deveria facilitar
tais renovações, sem necessidade de demolir o resto da estrutura. A concepção inicial
da edificação por inteira terá que considerar a vida ao longo dos diferentes
componentes da construção, como: estrutura portante acima de 100 anos ou mais;
fachada de 30 a 60 anos; serviços 20 anos. Consequentemente, todos os
subsistemas, a parte da estrutura principal, devem ser projetados para que possam
ser trocados e renovados dentro da vida útil da construção, evitando assim, a
demolição. Devem ser possíveis reformas periódicas, modificações maiores,
substituição e melhorias durante a vida útil da construção.

 Material resistente ao fogo

Normalmente, as estruturas em concreto armado e protendido apresentam


resistência ao fogo de 60 a 120 minutos ou mais. Para edificações comerciais, todos
os tipos de componentes prémoldados sem nenhuma medida especial de proteção
atingem a exigência de resistência ao fogo de 60 minutos. Para outros tipos de

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edificações, a resistência ao fogo de 90 a 120 minutos é conseguida aumentando o
cobrimento da armadura.

 Construção menos agressiva ao meio ambiente

A preservação do meio ambiente está se tornando um assunto globalmente


importante. Desde que as necessidades mais básicas de qualquer geração são
moradia e mobilidade, o setor da construção civil ocupa uma posição central nesse
desenvolvimento. Mas, a maioria das atividades na área da construção civil ainda gera
um impacto desfavorável sobre o meio ambiente em termos de consumo de energia,
utilização não racional de recursos naturais, poluição, barulho e desperdício durante
a produção.

No contexto de uma relação mais amigável ao meio ambiente, a indústria do


concreto prémoldado apresenta-se como uma alternativa viável: com uso reduzido de
materiais até 45%; redução do consumo de energia de até 30%; diminuição do
desperdício com demolição de até 40%. Muitas fábricas estão reciclando o
desperdício do concreto, tanto o endurecido quanto o fresco, e futuramente as
indústrias de pré-fabricados funcionarão como um sistema de produção fechado, onde
todo material gasto é processado e utilizado novamente.

3. ADEQUAÇÃO AOS SISTEMAS PRÉ-MOLDADOS

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Muitas tipologias de edificações são adequadas para a utilização da construção
pré-moldada. Tipologias com planos ortogonais são ideais, pois apresentam um grau
de regularidade e repetição em sua malhar estrutural, nos vãos, no tamanho dos
membros, facilitando a modulação. De qualquer modo, durante o projeto de uma
edificação, seria sempre interessante conseguir padronização e repetição de soluções
no sentido de se conseguir uma maior economia na construção, não apenas em
relação ao concreto prémoldado, mas em qualquer tipo de projeto.

Mesmo “layouts ” irregulares de pavimentos podem vir a ser apropriados para


pré-fabricação em várias ocasiões, se não totalmente ao menos parcialmente. É
completamente errôneo pensar que o concreto pré-moldado não possui flexibilidade
arquitetônica. Construções modernas de concreto pré-moldado podem ser projetadas
de forma segura e econômica, com uma variedade de planos e com variações
consideráveis em relação ao tratamento das elevações, para edifícios com vinte
andares ou mais.

A pré-moldagem oferece recursos consideráveis para melhorar a sua eficiência


estrutural. Vãos grandes e redução da altura efetiva podem ser obtidos usando
concreto protendido para elementos de vigas e de lajes. Para construções industriais
e comerciais, os vãos do piso podem chegar a 40 m ou mais. Para estacionamentos,
o concreto pré-fabricado permite que mais carros sejam colocados na mesma vaga,
por causa dos grandes vãos e das seções de pilares mais esbeltas. Isso oferece não
apenas flexibilidade na construção, como também maior vida útil da estrutura, pois há
maior adaptabilidade para novas utilizações. Dessa maneira, a edificação retêm seu
valor comercial por mais tempo.

Figura 2: Pavimentos com layouts irregulares também são apropriados para a


aplicação do concreto pré-moldado.

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Fonte: https://www.ceset.unicamp.br/~cicolin/ST%20725%20A/mpf.pdf

4. PRINCÍPIOS BÁSICOS DO PROJETO

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Os projetistas devem considerar as possibilidades, as restrições e vantagens
da utilização do concreto pré-moldado, seus detalhes, produção, transporte,
montagem e estados de serviço antes de completar o projeto da estrutura pré-
moldada. É muito importante a organização da equipe de projeto e a definição das
rotinas de projeto. É recomendado que as empresas de pré-fabricados deixem
informações referentes ao projeto e à produção disponíveis ao cliente, ao arquiteto,
ao engenheiro responsável e a todos os demais projetistas e técnicos envolvidos, de
modo a fornecer diretrizes unificadas para toda a equipe envolvida. Isto assegurará
que todas as partes estão a par dos métodos adotados em todas as fases do projeto,
levando ao máximo de eficiência e benefícios. Isso é muito importante nos estágios
de produção e montagem, onde muitos engenheiros podem não estar familiarizados
com alguns dos métodos usados.

É muito importante compreender que é possível se obter um melhor projeto


para a estrutura pré-moldada, se a estrutura for concebida com a pré-moldagem
desde o projeto preliminar e não meramente adaptada de um método tradicional de
concreto moldado no local. As maiores vantagens em soluções pré-moldadas serão
obtidas quando no estágio da concepção do projeto forem considerados os seguintes
pontos:

a) Respeito à filosofia específica de projeto

Um dos objetivos mais importantes com este texto é explicar a filosofia


específica de projeto de estruturas pré-moldadas, pois esta é a chave para se
conseguir uma construção eficaz e econômica:

 Utilizar um sistema de contraventamento próprio;


 Utilizar grandes vãos;
 Assegurar a integridade estrutural.

b) Usar soluções padronizadas sempre que possível

A padronização é um fator importante no processo de prefabricação. Isso


possibilita repetição e experiência portanto, custos mais baixos, melhor qualidade e
confiabilidade, assim como uma execução mais rápida. A Padronização é aplicável
nas seguintes áreas:

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 Modulação de projeto;
 Padronização de produtos entre fabricantes;
 Padronização interna para detalhes construtivos e padronização de
procedimentos para produção e ou montagem.

c) Os detalhes devem ser simples

Um bom projeto em concreto pré-moldado deve envolver detalhes o mais


simples possível. Devem ser evitados detalhes muito complicados ou
vulneráveis.

d) Considerar as tolerâncias dimensionais

Produtos de concreto pré-moldados apresentam inevitavelmente diferenças


entre as dimensões especificadas e as executadas. Essas variações devem ser
admitidas e previstas no projeto desde o inicio, por exemplo:

 Possibilidade de tolerâncias de absorção nas ligações (entre dois


elementos pré-moldados, e entre os elementos pré-moldados e as
partes moldadas no local);
 Necessidade de almofadas (aparelhos) de apoio · conseqüências
causadas por curvaturas e diferenças em curvaturas;
 Tolerância de movimentação, causada por retração, expansão térmica,
etc.

e) Obter vantagem do processo de industrialização

A produção de concreto pré-moldado deve se basear na industrialização. Isso


é parcialmente influenciada pelo projeto, por exemplo:

 A pré-tração permite a produção de elementos em longas pistas de protensão;


 A padronização de componentes e de detalhes típicos garante a padronização
do processo;
 A posição adequada dos detalhes, por exemplo: barras de espera etc., diminui
o tempo dos serviços;
 Simplicidade na descrição do projeto ajuda a evitar erros;
 Modificações imprevistas no projeto prejudicam o planejamento da produção,
etc.

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5. MODULAÇÃO

A modulação é um fator econômico muito importante no projeto e construção


de edifícios, tanto para o trabalho estrutural como para o acabamento. Em pré-
fabricação, isso é ainda mais marcante, especialmente em relação à padronização e
economia na produção e execução. Modulação é geralmente bem estabelecida para

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componentes estruturais em construções pré-moldadas. Geralmente, o módulo básico
é 3M (M= 100 mm), 12 M é uma medida muito usada. Os pilares internos são
posicionados no centro do eixo modular. Os pilares de canto podem ser posicionados
com a grade de eixo paralela à direção da face do pilar, mas essa solução é menos
recomendada que a anterior. Na primeira solução, todas as vigas são do mesmo
comprimento e a folga deixada no canto do elemento de piso pode ser facilmente
preenchida com concreto moldado no local ou com placas de fechamento.

O comprimento dos elementos do piso é a princípio completamente livre. A


modulação é certamente recomendada, mas terá pouco impacto no custo dos
assoalhos. Contudo, possivelmente terá conseqüências na modulação das unidades
da fachada. Núcleos centrais e poços de elevadores são posicionados de tal maneira
que a modulação axial na direção do vão do piso coincida com a parte externa do
núcleo. Na outra direção, a implantação deve, preferivelmente, ser semelhante a todos
os elementos do assoalho do compartimento que têm o mesmo comprimento.

Para elementos da fachada, o ponto de vista é bem diferente. Indubitavelmente,


a modulação é desejável, mas não deve constituir um obstáculo para o conceito da
arquitetura do edifício. Cada projeto é desenhado individualmente e, sempre, novos
moldes têm que ser feitos. A modulação em conexão com a produção industrial não é
obrigatória, mas certamente influencia no custo dos elementos. A modulação deve ser
considerada como uma ajuda, não como uma obrigação.

Figura 3: Exemplo de sistema modular para estruturas pré-moldadas.

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Fonte: https://www.ceset.unicamp.br/~cicolin/ST%20725%20A/mpf.pdf

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6. PADRONIZAÇÃO

A padronização de produtos e processos é amplamente difundida na pré-


fabricação. Fabricantes de prémoldados têm padronizado seus componentes
adotando uma variação de sessões transversais apropriadas para cada tipo de
componente. Geralmente, a padronização se limita a detalhes, dimensões e geometria
das seções transversais, mas raramente ao comprimento das unidades. Produtos
típicos padronizados são: pilares, vigas e lajes de piso.

Produtos padronizados são produzidos em formas preestabelecidas. O


projetista pode selecionar o comprimento, dimensões e capacidade de carga dentro
de certos limites. Essa informação pode ser encontrada em catálogos dos fabricantes.

Geralmente, os elementos de painéis têm espessura padronizada, mas a altura


e largura são livres dentro de certos limites, é claro. As aberturas para as janelas e
portas são, normalmente, livres. As fachadas são geralmente projetadas
individualmente para cada projeto. Algumas vezes, os painéis de fechamento para
edifícios de uso geral são disponíveis nas dimensões padronizadas.

Figura 4: Exemplos de padrões de seções transversais.

Fonte: https://www.ceset.unicamp.br/~cicolin/ST%20725%20A/mpf.pdf

A pré-fabricação também pode ser aplicada para componentes não


padronizados. Além dos elementos da fachada já mencionados, elementos em
concreto arquitetônico, a indústria de pré-moldados também está produzindo
componentes para outras finalidades, por exemplo: escadas, rampas; sacadas;
elementos de formato especiais, etc.

A padronização constitui-se também num fator econômico importante no


processo de pré-fabricação, por causa dos baixos custos das formas, industrialização
do processo de produção com alta produtividade, larga experiência em execução, etc.
A padronização tem também, um impacto benéfico em uma série de componentes

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idênticos, resultando em uma grande redução de trabalho por unidade produzida.
Mas, os produtos não padronizados também têm papel importante no custo da
produção.

Os fabricantes de pré-fabricados têm desenvolvido manuais com rotinas de


projeto que auxiliam os projetistas a elaborarem e organizarem os projetos. A
padronização de sistemas construtivos, componentes, ligações, etc., não significa
apenas a industrialização da produção de componentes, mas a repetição de tarefas
também significa evitar erros e experiências negativas.

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7. TOLERÂNCIAS DIMENSIONAIS

Sempre haverá diferenças inevitáveis entre as dimensões especificadas e as


dimensões reais dos componentes e da construção final. Essas variações devem ser
examinadas e permitidas. O concreto prémoldado é geralmente fabricado com
variações relativamente pequenas, mas os projetistas devem ter conhecimento da real
variabilidade dimensional. É essencial considerar essa forma desde o início do projeto
preliminar e discutir as tolerâncias o mais cedo possível com os fabricantes de pré-
moldados.

As tolerâncias ocorrem na fábrica e no canteiro. As tolerâncias de produção na


fábrica incluem variações dimensionais dos produtos, superfícies não lineares ou não
planas, falta de ortogonalidade da seção transversal, variações na curvatura dos
elementos protendidos, posição de incertos, etc.

As tolerâncias no canteiro dizem respeito aos desvios dos eixos e dos níveis
no início da construção. Além disto, os desvios de montagem durante o levantamento
da estrutura ocorrerão com relação à posição e ao alinhamento entre os elementos.

Informações sobre as tolerâncias permitidas podem ser encontradas nos


manuais das associações internacionais de pré-moldados, nas normas técnicas e em
catálogos de fabricantes.

Figura 5: Combinação das tolerâncias da construção.

Fonte: https://www.ceset.unicamp.br/~cicolin/ST%20725%20A/mpf.pdf

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8. INSTALAÇÕES PREDIAIS

As instalações podem ser parcialmente integradas nas unidades pré-moldadas.


Por exemplos dutos, caixas ou aberturas para adaptação elétrica podem ser moldadas
nos elementos de painéis. Outro exemplo são os tubos de água pluvial que são
moldados dentro das colunas ou nos elementos de fachada. Grandes conduítes pré-
fabricados para ventilação e outras tubulações podem ser instaladas dentro dos forros
duplos ou ao longo de elementos em arco para fachada durante a montagem das
unidades pré-moldadas.

Existem certas vantagens e também alguns problemas específicos. A maior


vantagem é que a estrutura pré-moldada pode ser projetada de acordo com as
necessidades específicas dos equipamentos de montagem. Os elementos podem ser
fornecidos com uma variedade de nichos, as fixações podem ser moldadas nos
componentes, e outras formas adicionais ainda estão disponíveis no canteiro depois
da montagem da construção pré-moldada.

No caso da pré-moldagem todos os componentes e subsistemas que devem


ser moldados dentro dos elementos pré-moldados devem ser planejados em estágios
anteriores. Ambos, os serviços de engenharia e arquitetura devem estar prontos para
definir os requisitos de projeto a fim de que os fabricantes possam preparar os seus
projetos de produção. Daqui em diante, o estudo final das instalações precisam serem
feitos antes do habitual, mas isso também pode ser visto como uma vantagem.

O processo de pré-moldagem também oferece certas vantagens em relação às


técnicas de construção. Por exemplo: a massa térmica do concreto tem sido usada
satisfatoriamente para armazenar energia térmica em pisos de laje alveolar,
resultando em economia substancial em relação a equipamentos de aquecimento. Os
alvéolos das placas de piso são utilizados para ventilação antes que o ar entre no
ambiente. No inverno, o excesso de energia que vem das máquinas, da luz elétrica,
da luz solar e dos usuários é estocada durante o dia e recuperada durante a noite. No
verão, os pisos são resfriados durante a noite pelo ar de fora. Esse sistema permite
uma economia de energia superior a 30 %. Esses alvéolos também podem ser
utilizados para incorporar dutos e tubulações na parte interior dos pisos.

Figura 6: Unidades de laje alveolar com labirinto interno para circular o ar.

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Fonte: https://www.ceset.unicamp.br/~cicolin/ST%20725%20A/mpf.pdf

9. PEÇAS E APLICAÇÕES DE ESTRUTURAS PRÉ FABRICADAS EM


CONCRETO

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A tabela 1 mostra alguns exemplos de formas que podem ser aplicadas na
utilização de concretos pré-moldados.

Tabela 1: Exemplos de elementos em concreto pré-moldado

Fonte: Adaptada de: Anne Lauterbach (2004)

Van Acker (2002) explica que as peças pré-moldadas apresentam uma


padronização para cada tipo de elemento. Geralmente, os detalhes, dimensões e
geometria das seções transversais dos componentes são padronizados, o que não
ocorre com frequência com relação ao seu comprimento. Exemplos de produtos que
são padronizados são pilares, vigas e lajes de piso.

As peças usadas em sistemas pré-fabricados, quando servem de apoio para


outras peças, geralmente fazem uso de um consolo para a sua ligação. Usa-se
consolos viga-viga, viga-pilar ou piso-parede como na Figura 7.

Figura 7: Consolos para apoio em estruturas pré-moldadas.

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Fonte: Van Acker (2002)

Dentre os elementos bidimensionais, destacam-se as lajes alveolares


protendidas, que são “painéis de concreto com seção transversal com altura constante
e alvéolos longitudinais responsáveis pela redução do peso próprio e da quantidade
de concreto empregada no elemento”(MIZUMOTO et al, 2013, p. 2). Segundo
Mizumoto (2013), as lajes alveolares trazem muitas vantagens na construção, dentre
elas, capacidade de vencer grandes vãos, baixo peso próprio e capacidade de
produção em série. A norma brasileira de lajes alveolares – ABNT NBR 14861
estabelece os requisitos e procedimentos de projeto, na produção e na montagem das
lajes alveolares pré-moldadas de concreto protendido. Na figura 9, está um exemplo
de laje alveolar.

Figura 8: Laje alveolar

Fonte: R4 Tecnologia aplicada.

9.1. SISTEMAS APORTICADOS

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Chastre e Lúcio (2012) descrevem os sistemas aporticados como estruturas
formadas em pórticos que, por sua vez são formados por pilares e vigas prémoldados
com fechamentos. As aplicações usuais deste sistema são, geralmente, galpões
industriais, instalações comerciais como centros de distribuição e instalações de
agronegócio. Na Figura 9, observa-se um exemplo de como funciona o sistema
aporticado.

Figura 9: Sistema aporticado.

Fonte: AMAC Pré-moldados

9.2. SISTEMA ESQUELETO


O sistema esqueleto é formado por pilares vigas e lajes. Apresenta grande
flexibilidade sob o aspecto arquitetônico, pois possibilita a concepção de estruturas
com grandes vãos que podem estar associadas a diferentes sistemas de fechamento.
(CHASTRE; LÚCIO, 2012 p. 25-26) Van Acken (2002) considera que os sistemas
esqueleto tem ótima aplicação para construções industriais, shopping centers,
estacionamentos, centros esportivos e, também, para construções de escritórios
grandes por causa da possibilidade de grandes vãos que permite alcançar espaços
abertos sem interferência de vigas e pilares. Na Figura 10, observa-se a foto aérea da
construção do Shopping Estação e da Estação Vilarinho, em Belo Horizonte, cuja obra
foi concebida no sistema esqueleto.

Figura 10: Construção do Shopping Estação e da Estação Vilarinho.

25
Fonte: Obras BH

9.3. PAINÉIS PORTANTES


Os sistemas de pré-moldados em painéis portantes constituem-se por um
modo de construção no qual a estrutura é formada por painéis portantes que se
localizam em suas fachadas. Esse tipo de construção permite que a estrutura tenha
grandes vãos livres e por isso, diversas vezes, é utilizado por arquitetos para criar o
projeto de uma maneira mais livre, usando divisórias leves como drywall ou divisórias
de PVC nas vedações internas da edificação. Os painéis portantes são também muito
vantajosos quando se trata de otimização de produtividade e sustentabilidade, pois
substituem os métodos de vedação tradicionais e minimizam os desperdícios
(CHASTRE; LÚCIO, 2012). Além da rapidez de execução, Van Acken (2002) ainda
cita outras vantagens como acabamento liso, isolamento acústico e resistência ao
fogo. Na figura 11, está um exemplo de edifício construído como painéis portantes.

26
Figura 11: Exemplo de Construções em painéis portantes.

Fonte: Faria (2008)

9.4. FACHADAS
As fachadas pré-fabricadas têm função decorativa e estrutural e suportam as
cargas dos pavimentos e dos painéis superiores, dispensando vigas e pilares, da
mesma forma que os painéis portantes, porém, geralmente são usadas em conjunto
com o sistema esqueleto, sendo que as vigas e pilares são para a estrutura interna.
Como vantagem do sistema de fachadas pré-moldadas, nota-se que a construção fica
protegida nos estágios iniciais da obra. Pode-se usar diversos tipos de acabamento
nas fachadas pré-moldadas (MELO, 2007).

9.5. PONTES
As pontes construídas em sistemas pré-fabricados, muitas vezes são em
concreto protendido, por causa de sua necessidade de vencer grandes vãos livres.
Os processos e tecnologia construtivos para as construções de pontes em pré-
moldado são diversos. É comum o uso de estruturas auxiliares para a montagem das
pontes. Dentre os sistemas de montagem das pontes prémoldadas, destacam-se
montagem pelo solo, por balsa, por lançamento e por balanços sucessivos
(ROSENBLUM, 2009). A Figura 12 representa um exemplo de execução de uma
ponte por balanços sucessivos.

Figura 12: Montagem por balanços sucessivos

27
Fonte: Rosenblum (2009)

9.6. FUNDAÇÕES
Um dos mais utilizados tipos de utilização dos concretos pré-moldados são as
fundações com as estacas pré-moldadas. Este tipo de estaca é cravado no solo
através de maquinário específico que pode ser hidráulico ou de queda livre e durante
a sua execução, deve-se tomar cuidado, pois existe um grande risco das peças
romperem. (ALONSO, 2012).

10. FABRICAÇÃO E MOLDAGEM

28
Em relação a seu local de moldagem, Mokk (1964) apresenta dois tipos de pré-
fabricação: a pré-fabricação em usina e a pré-fabricação no local ou no canteiro de
obras. Serão abordados apenas métodos de fabricação para concreto armado, sendo
desconsiderados os sistemas de concreto protendido.

10.1. PRÉ-FABRICAÇÃO EM USINA

Conforme explicado por Mokk (1964), as vantagens oferecidas pela fabricação


na usina são que nesses casos o pré-fabricado é produzido em um ambiente próprio
para isso. O trabalho será feito em um local fechado, onde é desprezível a influência
de maus tempos ou de temperaturas desfavoráveis do ambiente, com mão-de-obra
especializada com uma equipe organizada para o trabalho industrial que tem ajuda de
mecanização e automação.

Com as condições executivas da fabricação em usina e o laboratório


permanente da fábrica que garante controle contínuo, a pré-moldagem na usina pode
ser muito favorável para o barateamento da obra e maior controle de qualidade.

“Porém a desvantagem da fabricação na usina é que as peças devem ser


transportadas de onde elas são produzidas até o local de aplicação final na obra”
(MOKK, 1964, p. 13). Isso pode gerar um aumento no preço final da obra e também
uma limitação nas dimensões das peças que, por sua vez gera a necessidade de mais
ligações na estrutura e limitações no projeto.

Em geral, a pré-fabricação na usina é mais vantajosa na produção em massa, para


obras que utilizem peças padronizadas.

10.2. PRÉ-FABRICAÇÃO NO LOCAL

Mokk (1964) também cita a pré-fabricação no local. As peças oriundas deste


processo são geralmente produzidas a céu aberto ou em barracões temporários feitos

29
para esta finalidade e, na maioria das vezes, são executadas por operários também
temporários. A automação é limitada por causa do maquinário disponível no canteiro
de obras que é temporário e o clima influencia na sua fabricação, que fica prejudicada
durante tempos chuvosos.

O controle de qualidade, evidentemente, também pode sofrer, pois os


laboratórios provisórios de campo costumam ter menos recursos que os laboratórios
permanentes.

As vantagens da pré-fabricação em campo são que, na sua produção, o


transporte desnecessário e já é possível executar peças de maior porte e, portanto o
projeto é menos limitado.

10.3. PROCESSO DE FABRICAÇÃO E MOLDAGEM

De acordo Melo (2007), as etapas da fabricação do concreto pré-fabricado são


divididos segundo a Figura 13.

Figura 13: Etapas da fabricação do concreto pré-fabricado.

Fonte: Melo (2007)

10.4. AS ARMADURAS

Para a NBR 9062:2006 os controles e inspeções das armaduras devem ser


feitos das seguintes formas: Armaduras passivas (concreto armado):

a) Verificação quanto à limpeza e oxidação;

b) Verificação de dimensões de corte e dobramento e atendimento das tolerâncias


especificadas;

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c) Verificação de tipos, quantidades, dimensões e locações das barras, conforme
desenhos de projeto;

d) Verificação de deformações e torções no armazenamento das armações prontas e


na posição final nas formas;

e) Verificação de tipo, quantidades, dimensões e locações de insertos metálicos


especificados no projeto e daqueles eventualmente destinados à identificação dos
elementos.

Armadura protendida:

a) Verificação quanto à limpeza e oxidação;

b) Verificação de tipos, quantidades, dimensões e locações de fios e cordoalhas e


respectivas tolerâncias;

c) Verificação das dimensões, locações, tolerâncias e estanqueidade dos isolamentos


de cordoalhas especificados no projeto;

d) Verificação dos dispositivos de ancoragem e tração dos fios e cordoalhas;

e) Verificação das dimensões e posição dos calços e outros dispositivos de


manutenção da pré-tração dos fios ou cordoalhas;

f) Verificação da força de tração aplicada e da deformação dos fios e cordoalhas de


acordo com as especificações de projeto e respectivas tolerâncias;

g) Verificação das condições de alívio da fixação das ancoragens.

10.5. AS FÔRMAS

A NBR 9062:2006 exige que:

As formas devem adaptar-se às formas e dimensões das peças prémoldadas


projetadas, respeitadas as tolerâncias de dimensões. Podem ser constituídas de aço,
alumínio, concreto ou madeira, revestidos ou não de chapas metálicas, fibra, plástico
ou outros materiais.

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Segundo Melo (2007), o tipo de fôrma mais usual para a pré-fabricação são as
fôrmas metálicas. Essas fôrmas acabam por se desgastar muito ao longo do seu uso
principalmente por causa dos vibradores. No caso do concreto auto adensado, existe
uma grande dificuldade de manter a estanqueidade nas fôrmas e que elas não deixem
que a massa do coconcreto saia por frestas que, em geral, não passaria nos casos de
concretos comuns.

Outra preocupação que se deve ter quando se projeta e escolhe um tipo de


fôrma é garantir que ela tenha suportes e sistemas de fixação e amarração suficiente
para garantir que a carga hidrostática do concreto não a deforme durante a
concretagem.

Na Figura 14, observa-se um exemplo de fôrma metálica de uma viga


préfabricada de concreto.

Figura 14: Fôrma metálica para pré-fabricados.

Fonte: Blog Concreto pré-moldado e pré-fabricado BH.

10.6. O CONCRETO

As especificações de concreto para agregados e aglomerantes, sua dosagem,


bem como as suas propriedades (trabalhabilidade, durabilidade, diagrama tensão-
deformação, módulo de deformação longitudinal à compressão, ao módulo de
deformação transversal, coeficiente de Poisson, ao coeficiente de dilatação térmica e
à retração e fluência) conforme orientado na NBR 9062:2006, devem estar de acordo
com outra norma técnica, a NBR 6118:2014 que regulariza os projetos e execução em
concreto armado.

32
“De todos os tipos de cimento, o mais utilizado para a indústria de pré-
fabricados é o CP V-ARI, devido à sua característica principal de resistência inicial
elevada” (MELO, 2007, p. 405). O cimento CP V-ARI-RS que tem escória de alto-forno
em sua composição pode ser utilizado para regiões com agressividade ambiental
maior, pois o componente confere resistência a sulfatos.

Com relação aos aditivos, conforme a NBR 9062:2006, “não podem conter
ingredientes que proporcionem a corrosão do aço, sendo rigorosamente proibidos
aditivos que contenham cloreto de cálcio ou quaisquer outros halogenetos.”

11. PROJETO

11.1. PROJETO

33
A NBR 9062:2006 – Projeto e execução de concreto pré-moldado define os
processos necessários para projeto e execução para os concretos pré-moldados e
pré-fabricados. Segundo a referida norma “aplicam-se às estruturas de concreto pré-
moldado as regras e processos de cálculo relativos às estruturas moldadas no local,
conforme disposto na NBR 6118:2014.” Porém, são dadas algumas informações
complementares em relação ao dimensionamento, estabilidade e ligações das
estruturas.

Os desenhos, segundo a NBR 9062:2006, devem representar, de forma clara


e precisa, as dimensões e posições dos elementos, armaduras, insertos, furos,
saliências e aberturas e devem ser elaborados facilitando a execução da estrutura e
também a qualidade da produção dos elementos pré-moldados.

Com relação ao dimensionamento das peças, deve-se levar em consideração


fatores como tolerâncias globais compatíveis com o processo construtivo (fabricação
e montagem).

Como estabelecido pela NBR 9062, os elementos pré-moldados podem ser


assentados nos seus apoios definitivos:

a) Com junta a seco;

b) Com intercalação de uma camada de argamassa

c) Com concretagem local;

d) Com rótulas metálicas;

e) Com almofadas de elastômero.

A Figura 15 mostra a representação de um apoio usado na pré-


fabricação.

Figura 15: Exemplo de apoio para pré-moldado.

34
Fonte: NBR 9062:2001.

De acordo com Van Acken (2002), as possibilidades, restrições e vantagens do


concreto pré-moldado devem ser consideradas na concepção do projeto, bem como
sua caraterísticas de produção, transporte, montagem e estado de serviço.

É importante compreender que é possível se obter um melhor projeto para a


estrutura pré-moldada, se (...) for concebida com a pré-moldagem desde o projeto
preliminar e não meramente adaptada de um método tradicional de concreto moldado
no local (VAN ACKEN, 2002, p. 6).

Para se obter um bom projeto de pré-fabricados Van Acken (2002) cita alguns
conceitos a serem seguidos, tais como:

a) Respeito à filosofia específica de projeto. Deve-se atentar em utilizar um sistema


de contraventamento próprio, utilizar grandes vãos e assegurar a integridade
estrutural.

b) Usar soluções padronizadas sempre que possível que possibilita repetição e


experiência e garante melhores custos, rapidez, qualidade e confiabilidade. É usada
na modulação do projeto, padronização de material entre fabricantes e padronização
executiva.

c) Tolerâncias dimensionais. Devem ser considerados no projeto: necessidade de


aparelho de apoio, tolerância de absorção nas ligações, tolerância de movimentação
térmica.

d) Obter vantagem do processo de industrialização.

Segundo Van Acken (2002), a modulação é importante economicamente para


o projeto e a construção de edifícios em pré-moldados, tanto para o trabalho estrutural
como para o acabamento. A ABNT NBR 15873:2010 – Coordenação modular para

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edificações é a norma em vigor que define os princípios, os termos e o valor do módulo
básico da coordenação modular para edificações. Segundo a ABDI (Agência Brasileira
de Desenvolvimento Industrial), esta norma é importante para a elaboração de uma
construção modular, pois permite:

 Reduzir e dar coerência à variedade de medidas utilizadas na fabricação


de componentes;
 Simplificar a coordenação dimensional nos projetos das edificações, que
hoje é elaborada caso a caso;
 Simplificar o processo de marcação no canteiro de obras para
posicionamento e montagem de componentes construtivos;
 Reduzir cortes e ajustes de componentes e elementos construtivos e a
geração de resíduos no canteiro de obras;
 Aumentar a intercambiabilidade de componentes tanto na construção
inicial quanto em reformas e melhorias ao longo da vida útil da
edificação;
 Evitar cortes e ajustes desnecessários;
 Induzir maior cuidado na resolução de projetos e maior acuidade técnica
na sua execução ;
 Ampliar a cooperação entre os diversos agentes da cadeia produtiva da
construção.
 Minimizar desperdícios, com redução de custos e diminuição nos prazos
de execução das obras, devido à maior facilidade de ajustes e
montagens.

REFERÊNCIAS

36
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AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. Relatório de


Avaliação dos Esforços para Implantação da Coordenação Modular no Brasil.
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execução de estruturas de concreto pré-moldado. Rio de Janeiro, 2006.

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