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As Paraolimpíadas são o equivalente das Olimpíadas tradicionais, porém ocorre a participação

somente de atletas com deficiências físicas e sensoriais (exemplos: amputações, cegueira e paralisia
cerebral) e deficientes mentais. As modalidades são adaptadas (tempo, quadras, equipamentos,
pistas) às necessidades físicas dos atletas. Estes jogos mostram que, apesar da deficiência física,
estas pessoas conseguem se dedicar aos esportes em nível profissional. É um exemplo de integração
e inclusão social e esportiva para os portadores de necessidades especiais. Os Jogos Paralímpicos
são organizados pelo Comitê Paralímpico Internacional com sede em Bonn (Alemanha).

HistóriaPara portadores de deficiências físicas, o esporte adaptado só teve início oficialmente após a
Segunda Guerra Mundial, quando muitos soldados voltavam para casa mutilados. As primeiras
modalidades competitivas surgiram nos Estados Unidos e na Inglaterra. Nos Estados Unidos surgiram
as primeiras competições de Basquete em Cadeiras de Rodas, Atletismo e Natação, por iniciativa da
PVA (ParalyzedVeteransof América). Na Inglaterra, o neurologista e neurocirurgião alemão Ludwig
Guttmann, que cuidava de pacientes vítimas de lesão medular ou de amputações de membros
inferiores, teve a iniciativa de fazer com que eles praticassem esportes dentro do hospital.Em 1948,o
neurocirurgião aproveitou os XVI Jogos Olímpicos de Verão para criar os Jogos Desportivos de
StokeMandeville. Apenas 14 homens e duas mulheres participaram. Já em 52, os Jogos de Mandeville
ganharam projeção, contando com a participação de 130 atletas portadores de deficiência. Tornou-se
uma competição anual.

5  Em 1958, quando a Itália se preparava para sediar as XVII Olimpíadas de Verão, AntonioMaglia,
diretor do Centro de Lesionados Medulares de Ostia, propôs que os Jogos de Mandeville do ano de
1960 se realizassem em Roma, após as Olimpíadas. Aconteceram então os primeiros Jogos
Paraolímpicos, as Paraolimpíadas. A competição teve o apoio do Comitê Olímpico Italiano, e contou
com a participação de 240 atletas de 23 países.Com o sucesso dos jogos o esporte se fortaleceu e
fundou-se a Federação Mundial de Veteranos, a fim de discutir regras e normas técnicas. Ao longo dos
anos, a competição foi crescendo muito. Por problemas de organização, as Paraolimpíadas de 1968 e
1972 ocorreram em cidades diferentes da sede das Olimpíadas, constituindo excessões na história dos
Jogos Paraolímpicos. Em 1988, em Seul, os jogos voltaram a ser disputados na mesma cidade que
abriga as Olimpíadas. O primeiro ano de participação brasileira foi 72. As Paraolimpíadas são
disputadas a cada quatro anos, nos mesmos locais onde são realizadas as Olimpíadas, usando a
mesma estrutura montada para os atletas olímpicos. São 19 modalidades em disputa por atletas
portadores de deficiências, divididos em categorias funcionais de acordo com a limitação de cada um,
para que haja equilíbrio.

6  .

7  História As Paraolimpídas foram organizadas pela primeira vez em 1960 e aconteceram na cidade
de Roma (Itália). Organizada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), esta primeira edição teve
competições dos seguintes esportes: esgrima, basquete, atletismo, tênis de mesa e arco-e-flecha. Na
última edição, que ocorreu na cidade de Pequim em 2008, cerca de 4 mil atletas participaram. A China
ficou em primeiro lugar no quadro de medalhas (89 de ouro, 70 de prata e 52 de bronze)

9  Modalidades Esportivas Paraolímpicas


- Atletismo - Basquete em cadeira de rodas- Bocha- Ciclismo - Esgrima em cadeira de rodas-
Futebol de 5 jogadores- Futebol de 7 jogadores- Goalball (para portadores de deficiência visual)-
Levantamento de peso- Hipismo - Judô - Natação - Remo - Rugbi em cadeira de rodas - Tênis em
cadeira de rodas- Tênis de Mesa - Tiro - Tiro com arco- Vela- Voleibol

11  Participação e desempenho do Brasil nas Paraolimpíadas de Pequim 2008:


Nas Paraolimpíadas de Pequim, em 2008, os atletas brasileiros fizeram bonito e conquistaram 16
medalhas de ouro (8 na natação, 4 no atletismo, 1 no judô e 1 no futebol de 5 e 2 na bocha), 14 de
prata (4 no atletismo, 7 na natação, 2 no judô e 1 no tênis de mesa) e 17 de bronze (7 no atletismo, 4
na natação e 2 no judô, 1 na bocha, 2 na equitação e 1 no remo). Nosso país ficou em 9º lugar no
quadro de medalhas.

12  Participação e desempenho do Brasil na Paraolimpídas de Londres 2012.


Mais uma vez os atletas brasileiros fizeram bonito e conquistaram 21 medalhas de ouro, 14 de prata e
8 de bronze. Nosso país ficou em 7º lugar no quadro de medalhas, com 43 medalhas conquistadas.
13  Os Jogos de Londres 2012, definitivamente, entraram para a história do esporte paraolímpico
brasileiro. Com 21 medalhas de ouro conquistadas, o país teve a sua edição de Jogos mais vitoriosa
de todos os tempos. Se em termos quantitativos a campanha em Londres ficou abaixo de Pequim
2008, com 43 pódios contra 47, em termos qualitativos os 21 ouros ficaram bem acima dos 16 de
quatro anos atrás.O grande destaque da campanha brasileira foi a natação, responsável pelo maior
número de ouros. Foram nove ao todo. Além disso, os nadadores brasileiros somaram outras quatro
pratas e um bronze.E vem da natação o maior nome verde e amarelo dos jogos. Daniel Dias fez o hino
brasileiro ressoar seis vezes no centro aquático de Londres. Com seus seis ouros, tornou-se o maior
atleta paraolímpico brasileiro na história, com 15 medalhas no total. Ele deixou para trás outras lendas
como o também nadador Clodoaldo Silva e a velocista Adria Santos, ambos com 13.O atletismo
também ganhou destaque em terras britânicas. Foram sete ouros, oito pratas e três bronzes. A
velocista Terezinha Guilhermina conquistou dois ouros, nos 100m e 200m rasos classe T11 (para
deficientes visuais).

14  Das pistas do Estádio Olímpico também surgiu a maior polêmica dos Jogos. Alan
Fontelessurpreendeu nos 200m rasos classe T44 (para amputados) ao superar o grande favorito da
prova e um dos principais nomes da Paraolimpíada, Oscar Pistorius. Inconformado com a derrota, o
sul-africano disparou contra o brasileiro, que evitou rebater os ataques do rival.Londres também foi o
palco de conquistas inéditas, como o primeiro ouro da história na esgrima em cadeira de rodas, com
JovaneGuisone na Espada categoria B. No goalball, o título não veio, mas a prata garantiu o primeiro
pódio na modalidade na história.E, afinal, como todo brasileiro nasce com a bola nos pés, o futebol de
5 (para deficientes visuais) confirmou o favoritismo e sagrou-se tricampeão paraolímpico de maneira
impecável, invicto e sem sofrer gols.21 ouros, 14 pratas e oito bronzes. Com esta marca o Brasil deixa
a terra da Rainha e volta suas atenções para o Rio de Janeiro. Na Cidade maravilhosa, em 2016, o
objetivo é superar o desempenho de 2012 e entrar de vez no time das potências paralímpicas. E que
ninguém duvide da capacidade destes brasileiros.

15  Daniel Dias

16  Alan Fonteles

17  Terezinha Guilhermina

18  JovaneGuissone

19  Paraolimpíadas: a superação do limite


Contudo, a maior glória das olimpíadas dos deficientes não está somente na conquista de medalhas e
na própria competição, está sobretudo no exemplo que esses atletas passam para centenas de
milhares que vivem estigmatizados por suas deficiências físicas e mentais e sem perspectivas em suas
casas. Mesmo quem não aspira ser atleta, pelo menos pode encontrar inspiração e coragem em
acompanhar as notícias, onde termina se identificando com aqueles que superaram as inúmeras
dificuldades com muita luta, coragem, persistência e dedicação por algum esporte. Saber que há
pessoas que apesar das dificuldades de toda ordem foram à luta e venceram no esporte, pode irradiar
otimismo, levantar a auto-estima e reorientar as perspectivas em muita gente.A famosa frase do Barão
de Coubertin, hoje desgastada nas olimpíadas, parece ganhar mais sentido como slogan dos atletas
paraolímpicos, pois eles sabem e sentem que realmente “o importante não é ganhar uma medalha,
mas simplesmente competir”. O atleta paraolímpico antes de competir nacional e internacionalmente
teve que competir com ele mesmo; sem dúvida, superar esse primeiro obstáculo subjetivo não tem
medalha que possa premiá-lo.

20  Os atletas com deficiência física são classificados em cada modalidade esportiva através do
sistema de classificação funcional. Este sistema visa classificar os atletas com diferentes deficiências
físicas em um mesmo perfil funcional para a competição. Tem como meta garantir que a conquista de
uma medalha por um atleta seja fruto de seu treinamento, experiência, motivação e não devido a
vantagens obtidas pelo tipo ou nível de sua deficiência. Na natação, são 10 classes para o nado de
costas, livre e golfinho, 10 classes para o medley e 9 classes para o peito. Os atletas com deficiência
visual, passam por uma classificação médica, baseada em sua capacidade visual. Entre os atletas com
deficiência visual, há somente 3 classes. Apesar destas classificações serem aceitas pelo Comitê
Paraolímpico Internacional – IPC, existe muita polêmica em relação a estes sistemas e muitos atletas
são protestados durante as competições.Somente o bocha, o goalball, o rugby e o halterofilismo são
modalidades que foram criadas especificamente para a participação dos deficientes. De maneira geral
as adaptações das modalidades convencionais para a participação dos atletas com deficiência são
mínimas. Como é o caso das corridas com deficientes visuais, nas classes T11 e T12 onde são
permitidos guias.

21  Todos reconhecem que à dimensão psíquica, física e social do esporte paraolímpico é muito
significativa para os atletas, mas também contribui para a construção de um mundo verdadeiramente
pluralista, que sabe respeitar e conviver com as diferenças sejam elas quais forem.As pessoas com
deficiências física e mental não precisam de nossa pena, ou de nossa compaixão, mas sim de
estímulo, demonstração de apoio e de luta conjunta pela democratização das oportunidades de acesso
para além do âmbito dos jogos, para que tenham uma existência cotidiana digna e feliz.

28  OlimpismoO Barão de Coubertin foi o principal idealizador do Olimpismo, uma filosofia de vida cujo
objetivo é equilibrar as qualidades do corpo, do espírito e da mente, unindo esporte, cultura e
educação. Essa filosofia visa criar um modo de viver fundamentado no prazer encontrado no esforço,
no valor educacional do bom exemplo e no respeito ao próximo.A proposta é que o esporte esteja a
serviço do desenvolvimento harmonioso do ser humano e do estabelecimento de uma sociedade
pacífica, desde que apoiado no espírito olímpico, o que requer a prática sem discriminação , o
entendimento mútuo e o espírito de amizade, a solidariedade e o fair play (jogo limpo).Com base
nesses princípios, elaborou-se a carta olímpica, que é atualizada regularmente (a última atualização foi
em 11 de fevereiro de 2010). Ela mantém e fortalece os princípios e valores do Olimpismo; serve como
código de conduta do COI e define os direitos e obrigações principais do Movimento Olímpico: o COI,
as federações Internacionais e os Comitês Olímpicos Nacionais.

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