Você está na página 1de 122

Manual de

Redação
Administrativa
e
Padronização
Documental
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO 2007

Governador do Estado de São Paulo José Serra


Secretário de Estado da Saúde Luiz Roberto Barradas Barata

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA


DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Presidente do Conselho Deliberativo Marcos Boulos


Vice-Presidente Tarcisio Eloy Pessoa de Barros Filho

Membros Titulares José Otávio Costa Auler Júnior


Eloísa Silva Dutra de Oliveira Bonfá
Giovanni Guido Cerri
Milton de Arruda Martins
Dalton de Alencar Fischer Chamone

Membros Suplentes Sandra Josefina Ferraz Ellero Grisi


Wagner Farid Gattaz
Arnaldo Valdir Zumiotti
Jorge Elias Kalil Filho

Diretor Clínico José Otávio Costa Auler Júnior


Superintendente José Manoel de Camargo Teixeira
Chefe de Gabinete Haino Burmester

COMISSÃO CONSTITUÍDA PELA PORTARIA HC DE 27 DE MARÇO DE 2006 PARA


ELABORAÇÃO DO MANUAL DE REDAÇÃO ADMINISTRATIVA DO HCFMUSP

COORDENADORA
Nilza Carmen de Lemos Junqueira Franco

MEMBROS
Clara Naomi Omaki
Maria Mathilde Marchi
Rosália Bardaro
Cecília Moraes De Mingo
Nancy Val y Val Peres da Mota
Valcir Dias da Silva
Shizuka Ishii
Shizuka Tomita Campoleoni
Solange Cirelo
Simone Bracalle Ambrogi Cunha
AGRADECIMENTO

O Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental do


Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
foi inspirado no Manual de Redação Administrativa da Assembléia Legislativa
do Estado de São Paulo que autorizou sua adaptação por meio da Decisão de nº.
2649/2005 publicada no Diário Oficial de 29/11/05, ressaltando que o Grupo
que elaborou o trabalho original foi composto pela Comissão constituída pela
Portaria Conjunta SGA/SGP nº5, de 22 de dezembro de 1997, a saber:
Coordenador: Antonio Carlos Godoy Martinez – Agente Técnico Legislativo
Especializado; Membros: Luís Augusto de Arruda – Agente Técnico Legislativo
Especializado; Maria Elizabeth Melo Avelar – Agente Técnico Legislativo
Especializado; Oriana Lídia Tossani – Agente Técnico Legislativo Especializado;
Anna Christina Dziekan Rodrigues Hilgert – Assessora Chefe de Gabinete da
Secretaria Geral de Administração.

Consignamos, portanto, reais agradecimentos à Assembléia Legislativa do


Estado de São Paulo através do Dr. Benedito Dantas Chiaradia – Secretário Geral
de Administração que intermediou nossos contatos.

A Coordenação

1
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

2
ÍNDICE

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................... 7

1ª PARTE: ATOS ADMINISTRATIVOS E COMUNICAÇÕES OFICIAIS DO


HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE
SÃO PAULO – HCFMUSP

Capítulo I. ATOS ADMINISTRATIVOS ........................................................................................ 10


1. Lei ............................................................................................................................................ 10
2. Decreto .................................................................................................................................... 11
3. Resolução ................................................................................................................................ 11
4. Portaria .................................................................................................................................... 11
5. Ordem de Serviço .................................................................................................................... 12
6. Instrução de Serviço ................................................................................................................. 12
7. Procedimento Operacional Padrão - POP .............................................................................. 12

Capítulo II. COMUNICAÇÕES OFICIAIS DO HCFMUSP ....................................................... 13


8. Redação Oficial do HCFMUSP .............................................................................................. 13
8.1 Da Impessoalidade ............................................................................................................. 13
8.2 Da Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais do HCFMUSP ..................................... 14
8.3 Da Formalidade e Padronização ......................................................................................... 15
8.4 Da Concisão e Clareza ........................................................................................................ 15
8.5 Da Forma de Diagramação ................................................................................................. 16
9. Das Comunicações Oficiais do HCFMUSP ............................................................................ 16
9.1 Comunicação Externa ........................................................................................................ 16
9.1.1 Ofício ............................................................................................................................ 16
9.1.2 Requerimento .................................................................................................................. 17
9.1.3 Carta ............................................................................................................................ 18
9.1.4 Convite .......................................................................................................................... 19
9.1.5 Telegrama ...................................................................................................................... 19
9.1.6 Edital ........................................................................................................................... 19
9.1.7 Atestado ........................................................................................................................ 19
9.1.8 Certidão ........................................................................................................................ 19
9.1.9 Laudo ........................................................................................................................... 19
9.2 Comunicação Interna........................................................................................................ 19
9.2.1 Memorando .................................................................................................................... 20
9.2.2 Requerimento ................................................................................................................. 20
9.2.3 Folha de Informação ........................................................................................................ 21
9.2.4 Despacho ....................................................................................................................... 21
9.2.5 Ata ............................................................................................................................... 21
9.2.6 Aviso/Comunicado .......................................................................................................... 22
9.2.7 Fax ............................................................................................................................... 22
9.2.8 Correio Eletrônico ............................................................................................................ 22
9.2.9 Relatório de Gestão – RG .................................................................................................. 22

3
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

2ª PARTE: ORTOGRAFIA OFICIAL E TÓPICOS ESSENCIAIS DE GRAMÁTICA

Capítulo I. ORTOGRAFIA ............................................................................................................. 26


10. Grafias de formas verbais que geram dúvidas .......................................................................... 26
11. Pronúncias parecidas, significados e grafias diferentes ............................................................. 26
12. Alguns parônimos e homônimos e seus significados ................................................................. 27
12.1 Parônimos ........................................................................................................................ 27
12.2 Homônimos ..................................................................................................................... 27

Capítulo II. ACENTUAÇÃO GRÁFICA ........................................................................................ 32


13. Classificação das Palavras quanto à Sílaba Tônica ................................................................... 32
14. Sinais de Acentuação Gráfica .................................................................................................. 33
14.1 Regras de Acentuação Gráfica .......................................................................................... 34
14.2 Acentuação em Situações Especiais .................................................................................. 36
14.3 Situações nas quais não se emprega o acento .................................................................... 38
14.4 Acentuação em Formas Verbais ........................................................................................ 39

Capítulo III. PONTUAÇÃO ............................................................................................................ 40


15. Vírgula .................................................................................................................................... 40
16. Ponto e Vírgula ....................................................................................................................... 42
17. Dois Pontos ............................................................................................................................. 42
18. Ponto Final ............................................................................................................................. 43
19. Ponto de Exclamação e Ponto de Interrogação ....................................................................... 43
20. Reticências ............................................................................................................................. 43
21. Travessão ................................................................................................................................ 44
22. Aspas ...................................................................................................................................... 44
23. Parênteses ............................................................................................................................... 45
24. Colchetes ................................................................................................................................ 45
25. Asterisco ................................................................................................................................. 45
26. Parágrafo ................................................................................................................................ 45

Capítulo IV. MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS .............................................................................. 46


27. Inicial Maiúscula ..................................................................................................................... 46
27.1 Outros casos de maiúsculas ............................................................................................... 46

Capítulo V. DIVISÃO DE PALAVRAS ............................................................................................ 48


28. Na divisão de qualquer vocábulo devem ser obedecidas as seguintes normas ........................... 48

Capítulo VI. HÍFEN ......................................................................................................................... 49


29. Emprego do hífen .................................................................................................................... 49
29.1 Outros casos ..................................................................................................................... 50

Capítulo VII. APÓSTROFO ........................................................................................................... 51


30. Uso do apóstrofo ...................................................................................................................... 51

4
Capítulo VIII. NUMERAL ............................................................................................................... 52
31. Definição ................................................................................................................................. 52
31.1. Grafia de Numerais ......................................................................................................... 52
31.2. Grafia de datas ................................................................................................................. 53
31.3. Grafia de horas ................................................................................................................ 53
31.4. Grafia de números cardinais compostos ........................................................................... 53
31.5. Grafia de frações e decimais ............................................................................................. 54
31.6. Quadro de numerais e algarismos .................................................................................... 54

Capítulo IX. CRASE ......................................................................................................................... 56


32. Ocorrências de crase ............................................................................................................... 56
32.1 Quando não se usa crase ................................................................................................... 56

Capítulo X. PRONOMES ................................................................................................................ 58


33. Pronomes ................................................................................................................................ 58
33.1. Pronomes Demonstrativos ............................................................................................... 58
33.2 Pronomes Oblíquos .......................................................................................................... 58
33.2.2a Próclise ................................................................................................................... 59
33.2.2b Mesóclise ................................................................................................................ 59
33.2.2c Ênclise ..................................................................................................................... 59
34. Informá-lo ou Informa-lhe? Algumas dúvidas sobre o uso do pronome ................................... 59

Capítulo XI. VERBO ........................................................................................................................ 60


35. Conjugação de alguns verbos e seus derivados ......................................................................... 60
36. Flexão do infinitivo .................................................................................................................. 61
37. Verbos defectivos ..................................................................................................................... 61
38. Conjugação e pronúncias de alguns verbos .............................................................................. 62
39. Regência verbal ....................................................................................................................... 63

Capítulo XII. FLEXÃO NOMINAL ............................................................................................... 64


40. Formação do feminino ............................................................................................................ 64
41. Gêneros que podem gerar dúvidas ........................................................................................... 65
42. Plural de substantivos e adjetivos compostos ........................................................................... 65
42.1. Alguns casos de plural que geram dúvidas ........................................................................ 66
43 Adjetivos que não variam ......................................................................................................... 66
44. Aumentativos e Diminutivos ................................................................................................... 66
45. Superlativo dos adjetivos .......................................................................................................... 66
45.1. Formação do superlativo .................................................................................................. 66
45.2. Outras formas de superlativo ........................................................................................... 67

Capítulo XIII. CONCORDÂNCIA ................................................................................................. 68


46. Concordância Verbal ............................................................................................................... 68
47. Concordância Nominal ........................................................................................................... 69

Capítulo XIV. EMPREGO DO PORQUE ....................................................................................... 70


48. Por que / Por quê / Porque / Porquê ....................................................................................... 70

5
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

Capítulo XV. CONVENÇÕES ......................................................................................................... 71


49. Siglas ....................................................................................................................................... 71
49.1. Algumas siglas HCFMUSP ............................................................................................. 71
50. Abreviaturas ............................................................................................................................ 71
50.1. Quando não abreviar ....................................................................................................... 75
51. Adjetivos pátrios e gentílicos ............................................................................................... 75
52. Formas de tratamento ......................................................................................................... 77
52.1. Emprego dos pronomes de tratamento ............................................................................ 78
52.2. Emprego dos pronomes de tratamento no vocativo .......................................................... 78
52.3. Tratamento no fecho da comunicação ............................................................................. 79
52.4. Tratamentos abolidos e formas que não devem ser usadas ............................................... 79

Capítulo XVI. ERROS FREQUENTES .......................................................................................... 80


53. Exemplos ................................................................................................................................. 80

3ª PARTE: TÉCNICAS DE REDAÇÃO

Capítulo I. NORMAS GERAIS DE REDAÇÃO ............................................................................. 91


54. Exprimindo o pensamento ...................................................................................................... 91
55. Organização do texto .............................................................................................................. 91
55.1. Introdução ....................................................................................................................... 91
55.2. Desenvolvimento e conclusão do texto ............................................................................. 91
55.2.1 Clareza ....................................................................................................................... 91
55.2.2 Concisão ...................................................................................................................... 92
55.2.3 Precisão ....................................................................................................................... 93
55.2.4 Objetividade ................................................................................................................. 93

Capítulo II. ORDEM DIRETA E ORDEM INVERSA ................................................................... 94


56. Ordem direta ........................................................................................................................... 94
57. Ordem inversa ......................................................................................................................... 94
58. Uso de expressões idiomáticas ................................................................................................. 94
58.1. Uso correto de diversas expressões ................................................................................... 94
58.2. Uso de expressões estrangeiras ......................................................................................... 96
58.3 Palavras e expressões estrangeiras ou aportuguesadas, consagradas pelo uso ..................... 97
58.4 Algumas palavras e expressões latinas e seus significados .................................................. 99
58.5 Como empregar as expressões estrangeiras ....................................................................... 100

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 101

ANEXOS .......................................................................................................................................... 103

6
APRESENTAÇÃO

Apresentamos à comunidade hagaceana o Manual de Redação Administra-


tiva e Padronização Documental do Sistema HCFMUSP.

Este documento tem o propósito de orientar a comunicação escrita institu-


cional. É o resultado de um cuidadoso trabalho, que foi inspirado no Manual de
Redação Administrativa da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Após
autorização para este fim, um grupo de servidores reuniu-se para elaborar uma
versão aplicável ao cotidiano do HCFMUSP. Temos a satisfação de apresentá-lo,
como uma contribuição a mais em nossa caminhada pela melhoria da qualidade
em nossos serviços.

Há uma longa história de esforços semelhantes em nosso meio. Na década de


80, alguns dos Institutos do Sistema FMUSP/HC editaram documentos seme-
lhantes, embora sem a amplitude do presente trabalho. Na época, a escrita oficial,
prolixa e rígida em sua forma, dominava o ambiente da administração pública
paulista. Por vezes, a forma sobrepunha-se à função e, principalmente, ao estilo.

A evolução da administração pública no Estado de São Paulo deu origem a


iniciativas semelhantes nos diversos órgãos estatais. No Sistema FMUSP/HC, a
escrita oficial também evoluiu, com a velocidade própria das suas unidades, enri-
quecida pelo contato com o mundo acadêmico. Tal é a linha evolutiva que explica
o surgimento de um trabalho como este, que temos a satisfação de apresentar.

A exemplo do Manual de Redação da Assembléia Legislativa, já referido, o


presente documento aborda inicialmente os Atos Administrativos e as Comunica-
ções Oficiais do Hospital das Clínicas, discorrendo na seqüência sobre a ortografia
oficial, tópicos de gramática, redação e modelos de impressos usados na Instituição.

Esperamos que a publicação deste Manual de Redação Administrativa e Pa-


dronização Documental do Sistema HCFMUSP consiga chegar a todos os colabo-
radores do Complexo FMUSP/HC e se transforme num referencial, num paradigma
das boas práticas de comunicação dos assuntos oficiais dentro da instituição.

José Manoel de Camargo Teixeira


Superintendente

7
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

8
1ª PARTE

ATOS ADMINISTRATIVOS E COMUNICAÇÕES


OFICIAIS DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA
FACULDADE DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
HCFMUSP

9
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

CAPÍTULO I

ATOS ADMINISTRATIVOS

A Administração Pública realiza sua função e/ ou complementares que são elaboradas para
executiva por meio de atos jurídicos que recebem dispor e instituir sobre um determinado assunto
a denominação especial de atos administrativos. abordado em um artigo da lei básica.
Tais atos, por sua natureza, conteúdo e forma,
se diferem daqueles emanados do Legislativo e Exemplos: Lei Federal nº 8.666/93, instituindo
do Judiciário (decisões judiciais). normas para licitações e contratos da
Administração Pública, em face do
Nesse sentido, ato administrativo é toda art. 37, inciso XXI, da Constituição
manifestação de vontade da Administração Federal.
Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por
fim imediato adquirir, resguardar, transferir, Lei Federal nº 8.080/90, dispondo
modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor sobre o Sistema Único de Saúde, em
obrigações aos administrados ou a si própria. face do art. 196 da Constituição Fe-
deral.
Feitas estas colocações iniciais, o HCFMUSP
procurará, por meio deste Manual, oferecer Existem leis ou matérias abordadas em lei
informações básicas sobre os principais atos que são de aplicação imediata, ou seja, a partir
administrativos, a partir do mais importante da data de publicação ou de uma data deter-
deles, que é a Lei. Para os demais atos menores minada na própria lei; outras dependem de lei
que poderão ser emitidos em todos os níveis da disciplinadora ou decreto regulamentar para
administração do HCFMUSP, além das infor- entrarem em vigor.
mações fundamentais, serão dadas também
instruções sobre as normas que devem ser A lei é um ato complexo que resulta do
observadas em sua elaboração. consenso entre dois poderes, vale dizer, o Poder
Legislativo e o Poder Executivo. O Poder Exe-
cutivo é o Estado (sendo o Chefe do Executivo,
1. LEI o Governador). O Poder legislativo, em nível
estadual, é a Assembléia Legislativa.
Norma ou conjunto de normas elaboradas
e votadas pelo legislativo dispondo sobre deter- Uma lei pode resultar de uma proposta do
minada matéria, cujo cumprimento ou aplicação Executivo ao Legislativo, que discute e se for o caso,
torna-se obrigatório em relação ao assunto ou a aprova. Volta então, após aprovada, ao Executivo
situação tratados por ela. que a sanciona. Pode também a lei ser iniciada
dentro do legislativo que depois, a remete ao
Existem leis básicas e fundamentais, como exame do Executivo, que a sanciona, se for o caso.
por exemplo a Constituição Federal e o Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis do Estado de A Constituição do Estado de São Paulo define
São Paulo. Existem, também, leis disciplinadoras os casos em que a iniciativa pode ser do Legislativo.

10
1ª Parte – Capítulo I – Atos Administrativos

2. DECRETO sicos para implementação de Con-


selhos Estaduais e/ou Municipais de
Os decretos normalmente versam sobre a Direitos da Pessoa Portadora de
matéria já abordada em lei e independem de Deficiência.
votação do Legislativo. Nesse sentido o decreto
é ato de competência exclusiva do Chefe do
Executivo, destinando-se a prover situações 4. PORTARIA
gerais ou individuais, abstratamente previstas de
modo expresso, explícito ou implícito, pela São atos administrativos de autoridades
legislação. públicas.

Como ato administrativo, o decreto está A portaria contém instruções e normas no


sempre em situação inferior à lei e, por isso tocante à aplicação de leis, bem como reco-
mesmo não a pode contrariar. mendações de ordem geral, normas de execução
de serviços, admissões, designações etc. Por
Exemplos: Decreto nº 9.720/ 77 que aprovou o portaria também se iniciam sindicâncias e
Regulamento do HCFMUSP. processos administrativos.

Decreto nº 47.297/02 que dispõe so- Para expedir uma portaria é necessário que:
bre o Pregão no âmbito da adminis- • a autoridade expedidora tenha com-
tração pública estadual. petência legal para o ato (por isso é que
no preâmbulo da portaria sempre cons-
ta: “O Superintendente, no uso das atribuições
3. RESOLUÇÃO legais que lhe foram conferidas pelo art. 104
do Decreto nº 9.720, de 20.4.1977...”;
Atos administrativos normativos, expedidos • o ato seja publicado no Diário Oficial
pelas altas autoridades do Executivo (mas não do Estado-DOE, para ter efeito.
pelos Chefes do Executivo, que só podem expedir
decretos) ou pelos Presidentes de Tribunais, No âmbito do HCFMUSP, a expedição da
órgãos legislativos e colegiados administrativos, portaria é competência do Superintendente.
para disciplinar matéria de sua competência
específica. Exemplos: Portaria de 6.5.2003, que institui o
Núcleo Especializado em Direito –
Exemplos: Resolução do Comitê Estadual de Ges- NUDI.
tão Pública - CEGP-10, de 19.11.2002,
que aprova o regulamento para a mo- Portaria de 7.3.2006, que institui o Nú-
dalidade de licitação denominada Pre- cleo de Infra-Estrutura e Logística –
gão, destinada à aquisição de bens e NILO.
à prestação de serviços comuns, pela
administração direta e autárquica do
Estado de São Paulo.

Resolução do Conselho Nacional dos


Direitos da Pessoa Portadora de
Deficiência – CONADE nº 10, de
10.6.2002, que institui os critérios bá-

11
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

5. ORDEM DE SERVIÇO 7. PROCEDIMENTO


OPERACIONAL PADRÃO - POP
É comunicação feita a todos os servidores
para que executem determinada obrigação, com Procedimento que busca fazer com que um
ou sem instruções sobre a maneira de execução. processo, independente da área, possa ser se-
guido sempre de uma mesma forma, permitindo
O Superintendente, o Presidente do Conse- a verificação de cada uma de suas etapas. Deve
lho Deliberativo e/ou o Diretor Clínico são com- ser escrito de forma detalhada para a obtenção
petentes para expedi-las. de uniformidade de uma rotina operacional, seja
ela na produção ou na prestação de serviços.
Exemplos: Ordem de Serviço nº 28/2006, que dá Deve ser aplicada aos processos repetitivos e
nova redação e atualiza a Ordem de relevantes.
Serviço nº 17/2003, disciplinando o A elaboração do POP é de responsabilidade
fluxo no HCFMUSP, dos processos de todos os envolvidos na execução de uma
referentes a Projetos de Pesquisa determinada rotina operacional e demais cola-
financiados pela Fundação de Am- boradores, sendo que sua verificação e aprovação
paro à Pesquisa do Estado de São ficam a cargo dos superiores hierárquicos,
Paulo-FAPESP. conferindo assim os processos para validação da
atual versão do documento. Os envolvidos devem
Ordem de Serviço nº 30/2006, esta- garantir que as informações dos POPs sejam
belece orientações e disciplina o uso precisas, atuais e confiáveis, acompanhando todo
padronizado de uniformes dos servi- o processo de elaboração dos POPs.
dores do Complexo HCFMUSP.
Exemplos: Procedimento para Elaboração e Va-
Ordem Conjunta de Serviço nº 08/ lidação de POPs no Sistema FMUSP/
2000 – disciplinando a prestação de HC – POP 0 – (ANEXO I)
serviço voluntário no HCFMUSP.
Procedimento para Elaboração do
Pregão Presencial
6. INSTRUÇÃO DE SERVIÇO
Procedimento para Fluxo de Projetos
Forma de ordem dada por escrito, aos su- de Pesquisa no HCFMUSP.
bordinados, a fim de que cumpram certas de-
terminações, constantes ou não da legislação.

Exemplos: Instrução de Serviço nº 02/2005 –


Disciplina o atendimento de emer-
gência a usuários nas vias internas do
Complexo HCFMUSP, inclusive a Av.
Dr. Enéas de Carvalho Aguiar e Rua
Dr. Ovídio Pires de Campos.

Instrução de Serviço nº 04/2003 –


Implantação da “via rápida”.

12
CAPÍTULO II

COMUNICAÇÕES OFICIAIS
DO HCFMUSP

8. REDAÇÃO OFICIAL DO Apresentadas essas características funda-


HCFMUSP mentais da redação oficial do HCFMUSP, pas-
saremos à análise pormenorizada de cada uma
Em uma frase, pode-se dizer que redação delas.
oficial é a maneira pela qual o HCFMUSP redige
seus atos normativos e suas comunicações. 8.1. DA IMPESSOALIDADE

No âmbito do HCFMUSP, estabeleceremos Sendo a finalidade da língua a comunica-


que a redação oficial da Autarquia deve-se ca- ção – quer pela fala, quer pela escrita –, para
racterizar pela impessoalidade, uso do padrão que haja comunicação, são necessários:
culto de linguagem, clareza, concisão, formali- • alguém que comunique,
dade e uniformidade. • algo a ser comunicado, e
• alguém que receba essa comunicação.
Esses atributos decorrem da Constituição
Federal, que dispõe, no artigo 37: No caso da redação oficial do HCFMUSP,
quem comunica é sempre a Autarquia (o Con-
“A administração pública direta, indireta ou selho Deliberativo, a Superintendência, a Di-
fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos retoria Clínica, o Instituto, o Conselho Diretor,
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios o Núcleo, o Departamento, a Divisão, o Serviço,
obedecerá aos princípios de legalidade, impes- a Seção); o que se comunica é sempre algum
soalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. assunto relativo às atribuições do órgão que
comunica; o destinatário dessa comunicação ou
Considerando que a publicidade e a impes- é outro órgão da Autarquia, ou é o público, ou é
soalidade são princípios fundamentais de toda outro órgão público, seja do Executivo, do
administração pública, resta esclarecido que Legislativo ou do Judiciário.
devem igualmente nortear a elaboração dos atos
e comunicações oficiais do HCFMUSP. Percebe-se, assim, que o tratamento impes-
soal que deve ser dado aos assuntos que constam
Da mesma forma que não se concebe que das comunicações oficiais decorre:
um ato normativo de qualquer natureza seja
redigido de forma obscura, que dificulte ou im- • da ausência de impressões individuais
possibilite sua compreensão, as comunicações de quem comunica: embora se trate, por
oficiais também devem sempre permitir uma exemplo, de um expediente assinado pe-
única interpretação e ser estritamente impessoais lo Chefe de uma determinada Seção, é
e uniformes, o que exige o uso de certo nível de sempre em nome da Autarquia que é
linguagem. feita a comunicação. Obtém-se, assim,

13
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

uma desejável padronização, que per- Os textos oficiais do HCFMUSP, por seu
mite que comunicações elaboradas nos caráter impessoal, por sua finalidade de informar
diferentes Institutos/Departamentos do com o máximo de clareza e concisão, requerem
HCFMUSP guardem entre si certa o uso do padrão culto da língua. Há consenso de
uniformidade; que o padrão culto é aquele em que:
• da impessoalidade de quem recebe a
comunicação, com duas possibilidades: • se observam as regras da gramática
ela pode ser dirigida a outro órgão formal;
(interno ou externo) ou a um cidadão, • se emprega um vocabulário comum ao
sempre concebido como público. Nos dois conjunto dos usuários do idioma.
casos, temos um destinatário concebido
de forma homogênea e impessoal; É importante deixar claro que o padrão
• do caráter impessoal do próprio assunto culto nada tem contra a simplicidade de expres-
tratado: se o universo temático das são, desde que não seja confundido com pobreza
comunicações oficiais do HCFMUSP se de expressão. De nenhuma forma o uso do
restringe a questões que dizem respeito padrão culto implica emprego de linguagem
às finalidades da Autarquia, é natural rebuscada.
que não cabe qualquer tom particular
ou pessoal. Pode-se concluir, então, que não existe
propriamente um “padrão oficial de linguagem”; o
Nesse contexto, não há lugar na redação que há é o uso do padrão culto nos atos e comu-
oficial do HCFMUSP para impressões pessoais, nicações oficiais. É claro que haverá preferência
como as que, por exemplo, constam de uma carta pelo uso de determinadas expressões, ou será
a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, obedecida certa tradição no emprego das formas
ou mesmo de um texto literário. sintáticas, mas isso não implica, necessariamente,
que se consagre a utilização de uma forma de lin-
A redação oficial deve ser isenta da inter- guagem burocrática. O jargão burocrático, como
ferência da individualidade de quem a elabora. todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre
A concisão, a clareza, a objetividade e a forma- sua compreensão limitada.
lidade de que nos valemos para elaborar os
expedientes oficiais do HCFMUSP contribui, A linguagem técnica deve ser empregada
ainda, para que seja alcançada a necessária apenas em situações que a exijam, devendo,
impessoalidade. portanto, evitar o seu uso indiscriminado.

8.2. DA LINGUAGEM DOS ATOS E Certos rebuscamentos e mesmo o vocabu-


COMUNICAÇÕES OFICIAIS DO lário próprio de uma determinada área são de
HCFMUSP difícil entendimento por quem não esteja com
eles familiarizado, mesmo considerando que
A necessidade de empregar determinado estamos dentro de um hospital. Deve-se ter o
nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais cuidado, portanto, de explicitá-los em comuni-
do HCFMUSP decorre, de um lado, do próprio cações encaminhadas a outros órgãos da admi-
caráter público desses atos e comunicações; de nistração e em expedientes dirigidos àqueles que
outro, de sua finalidade. não têm a mesma formação profissional daqueles
que os expedem.

14
1ª Parte – Capítulo II – Comunicações Oficiais do HCFMUSP

8.3. DA FORMALIDADE E Para que se redija com essa qualidade, é


PADRONIZAÇÃO fundamental que se tenha, além de conheci-
mento do assunto sobre o qual se escreve, o ne-
As comunicações oficiais do HCFMUSP cessário tempo para revisar o texto depois de
devem ser sempre formais, isto é, devem obe- pronto.
decer a certas regras de forma: além das já men-
cionadas exigências de impessoalidade e uso do É nessa releitura que muitas vezes se per-
padrão culto de linguagem, é fundamental, ain- cebem eventuais redundâncias ou repetições
da, uma certa formalidade de tratamento. Não desnecessárias de idéias.
se trata somente da eterna dúvida quanto ao
correto emprego deste ou daquele pronome de O esforço de sermos concisos atende a se-
tratamento para uma autoridade de certo nível guinte fórmula: empregar o mínimo de palavras
(v. Pronomes de Tratamento); mais do que isso, a para informar o máximo. Não se deve, de forma
formalidade diz respeito à polidez, à civilidade alguma, entendê-la como economia de pensamento,
no próprio enfoque dado ao assunto do qual isto é, não se devem eliminar passagens subs-
cuida a comunicação. tanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho.
Trata-se exclusivamente de cortar palavras
A formalidade de tratamento vincula-se, inúteis, redundâncias, passagens que nada acres-
também, à necessária uniformidade das comuni- centem ao que já foi dito.
cações. Ora, se o HCFMUSP é uno, é natural
que as comunicações que expede sigam um A clareza deve ser a qualidade básica de
mesmo padrão. todo texto, inclusive dos textos oficiais do
HCFMUSP. Pode-se definir como claro aquele
Nesse contexto, o estabelecimento desse pa- texto que possibilite a imediata compreensão
drão, uma das metas deste Manual, exige que se pelo leitor. No entanto, a clareza não é algo que
atente para todas as características da redação se atinja por si só: ela depende estritamente das
oficial do HCFMUSP, cuidando, inclusive da demais características da redação. Para ela
apresentação dos textos. concorrem:

A clareza da digitação, o uso de papéis uni- • a impessoalidade, que evita a dupli-


formes para o texto definitivo e a correta diagra- cidade de interpretações que poderia
mação do texto são indispensáveis para a decorrer de um tratamento personalista
padronização. A esse respeito, adiante, aponta- dado ao texto;
remos as normas específicas para cada tipo de • o uso do padrão culto de linguagem, em
expediente. princípio, de entendimento geral e por
definição avesso a vocábulos de cir-
8.4. DA CONCISÃO E CLAREZA culação restrita, como a gíria e o jargão;
• a formalidade e a padronização, que
Conciso é o texto que consegue transmitir possibilitam a imprescindível uniformi-
um máximo de informações com um mínimo dade dos textos;
de palavras. Assim, pode-se dizer que a concisão • a concisão, que faz desaparecer do texto
é uma qualidade, mais do que uma característica os excessos lingüísticos que nada lhe
do texto oficial. acrescentam.

15
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

É importante atentar que na revisão de um 9. DAS COMUNICAÇÕES OFICIAS


expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de DO HCFMUSP
fácil compreensão por seu destinatário. O que
nos parece óbvio pode ser desconhecido por A redação das comunicações da Autarquia
terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos deve, antes de tudo, seguir os preceitos grama-
assuntos em decorrência de nossa experiência ticais e ortográficos explicitados neste Manual.
profissional muitas vezes faz com que os to-
memos como de conhecimento geral, o que nem Há de se observar, ainda, outros aspectos
sempre é verdade. comuns a quase todas as modalidades de co-
municação oficial do HCFMUSP, quais sejam,
8.5. DA FORMA DE DIAGRAMAÇÃO o emprego dos pronomes de tratamento, a forma
dos fechos e a identificação do signatário.
Tanto as comunicações internas como as
externas devem obedecer o Manual de Identi- Ademais, há características específicas para
dade Visual (Anexo II) e a seguinte forma de cada tipo de comunicação oficial do HCFMUSP,
apresentação: que para melhor entendimento, serão subdivi-
didas em:
• fontes do tipo Arial, Times New Ro-
man ou Arial Narrow, de corpo 12 no • comunicação externa
texto em geral, 11 ou 10 nas citações; • comunicação interna
• é obrigatório constar, a partir da segunda
página, o número da página; 9.1 COMUNICAÇÃO EXTERNA
• margens ( superior, inferior, direita e
esquerda ) com 2 cm; Considera-se comunicação oficial externa
• deve ser utilizado espaçamento 1,5 entre do HCFMUSP: Ofício, Requerimento, Carta,
as linhas e após cada parágrafo, ou, se o Convite, Telegrama, Edital, Atestado, Certidão
editor de texto utilizado não comportar e Laudo.
tal recurso, de uma linha em branco;
• não deve haver abuso no uso de negrito, As comunicações externas devem respeitar
itálico, sublinhado, letras maiúsculas, o Manual de Identidade Visual do HCFMUSP.
sombreado, sombra, relevo, bordas ou
qualquer outra forma de formatação É importante registrar que nos ofícios,
que afete a elegância e a sobriedade do requerimentos e cartas expedidas pelo Conselho
documento; Diretor, Diretoria Clínica e Superintendência do
• a impressão dos textos deve ser feita na HCFMUSP devem constar, conforme Manual
cor preta em papel branco. A impressão de Identidade Visual, página 8, no cabeçalho,
colorida deve ser usada apenas para em preto, cinza e branco:
gráficos e ilustrações;
• dentro do possível, todos os documentos 9.1.1. OFÍCIO
elaborados devem ter o arquivo de texto
preservado para consulta posterior ou Correspondência emanada, unicamente
aproveitamento de trechos para casos pelo Superintendente do HCFMUSP, que nos
análogos. termos do art. 104 do Decreto nº 9.720/77, re-
presenta a Autarquia administrativa e judicial-
mente, a uma outra autoridade, sobre assunto
de interesse da Autarquia.

16
1ª Parte – Capítulo II – Comunicações Oficiais do HCFMUSP

O ofício deve obedecer as seguintes regras: • fecho – É o final do ofício. Não tem
fórmula padrão, porém, vem alinhado
• papel - A4; com os parágrafos;
• local e data, alinhados à margem • assinatura – Consiste no nome completo
esquerda do papel, redigidos por extenso do Superintendente e seu cargo. Entre-
e sem ponto final; tanto, dependendo do assunto versado
• numeração seqüencial, após a no ofício, o responsável pelas informa-
denominação “Ofício nº”, seguida das ções poderá assinar juntamente com o
iniciais da unidade que o preparou. Superintendente a comunicação. Nesse
Deve ser alinhada à direita; caso, a autoridade de maior nível hie-
• referência ou assunto - Deve vir logo rárquico tem o seu nome e o seu cargo
abaixo da numeração, no mesmo à direita do requerimento. Tanto o no-
alinhamento, fazendo constar o número me, como o cargo devem vir em maiús-
do processo ou expediente ao qual a culas e minúsculas, em caixa alta, sendo
matéria do ofício se refere; o nome em negrito;
• vocativo – É o tratamento dado ao • destinatário – Deve vir alinhado à
destinatário. Não deve ser seguido de esquerda, no rodapé da página, dele
nenhum sinal de pontuação e vem constando o tratamento, na primeira
alinhado à esquerda. (v. capítulo referente linha; o nome, na segunda linha; o cargo
às Formas de Tratamento); ou função, na terceira linha. Logo abai-
• identificação do HCFMUSP e sua repre- xo, devem constar o endereço, a cidade,
sentação legal – “O HOSPITAL DAS o estado e o Código de Endereçamento
CLÍNICAS DA FACULDADE DE Postal – CEP;
MEDICINA DA UNIVERSIDADE • envelope – Repete-se o que consta do des-
DE SÃO PAULO – HCFMUSP, tinatário do Ofício. No remetente, deve-
entidade autárquica, criada pelo Decre- se colocar o nome do HCFMUSP e o
to Lei nº 13.192, de 19 de janeiro de endereço da Superintendência (Anexo III).
1943, com personalidade jurídica e
patrimônio próprios, vinculado à Secre- 9.1.2. REQUERIMENTO
taria de Estado da Saúde – SES e asso-
ciado à Universidade de São Paulo – Petição formal em que o HCFMUSP, por
USP, por seu Superintendente”; seu Superintendente, isoladamente ou em
• texto – Devem ser observadas as regras conjunto com o Presidente do Conselho Deli-
para elaboração das comunicações berativo, Diretor Clínico, Diretor Executivo,
oficiais descritas no item 1 deste capí- Coordenador ou Diretor de Departamento,
tulo. Se o texto contiver mais de uma requer à autoridade competente, de qualquer
idéia sobre o assunto, elas devem ser esfera de Governo, algo que julgue de direito.
tratadas em parágrafos distintos, o que
confere maior clareza à exposição. O requerimento deve obedecer as seguintes
Releva destacar que sempre que se apre- regras:
sentar conveniente à clareza e compre-
ensão da comunicação, os parágrafos do • papel - Ofício 2;
texto devem ser numerados, exceto nos • destinatário – Deve encabeçar o docu-
casos em que estes estejam organizados mento, dele constando, apenas, o pro-
em itens ou títulos e subtítulos; nome de tratamento e a identificação
do cargo da autoridade requerida, bem

17
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

como o órgão e o poder público a que 9.1.3. CARTA


pertence;
• referência ou assunto - Deve vir abaixo, É a forma de correspondência admitida
à direita da folha, fazendo constar o entre o HCFMUSP e pessoas ou entidades
número do processo ou expediente ao particulares. Trata geralmente de assuntos ofi-
qual a matéria requerida se refere; ciais e de serviço.
• solicitante, devidamente qualificado – O
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA A carta deve obedecer as seguintes regras:
FACULDADE DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – • papel - A4;
HCFMUSP, entidade autárquica, • local e data, alinhados à margem es-
criada pelo Decreto-Lei nº 13.192, de querda do papel, redigidos por extenso
19 de janeiro de 1943, com persona- e sem ponto final;
lidade jurídica e patrimônio próprios, • numeração seqüencial, após a
vinculado à Secretaria de Estado da denominação “Carta nº”, seguida das
Saúde - SES e associado à Universidade iniciais da unidade que o expediu. Deve
de São Paulo - USP, por seu Superin- ser alinhada à direita;
tendente e representante legal,...”; • referência ou assunto - Deve vir abaixo
• texto – Observar as regras de elaboração da numeração da carta, vale dizer, à
das comunicações oficiais descritas no direita da folha, fazendo constar o nú-
item 1 deste capítulo. Após a identifica- mero do processo ou expediente ao qual
ção e qualificação do HCFMUSP, deve a matéria se refere;
seguir, com as expressões “expor e requerer • destinatário - Deve vir alinhado à es-
o que segue”. O requerimento deve ser querda, dele constando o tratamento, na
apresentado com clareza e compreensão primeira linha; o nome, na segunda li-
do objeto requerido. Os parágrafos do nha; o cargo ou função, na terceira linha.
texto devem ser numerados e organiza- Logo abaixo, devem constar o endereço,
dos em itens ou títulos e subtítulos; a cidade, o estado e o Código de Endere-
• conclusão – É o que se objetiva reque- çamento Postal – CEP;
rer. Tem fórmula padrão e vem alinhado • identificação do HCFMUSP e do sig-
com os parágrafos. Por fim, o requerente natário da missiva;
pede deferimento; • texto – Devem ser observadas as regras
• local e data; para elaboração das comunicações
• assinatura – Consiste no nome das auto- oficiais descritas no item 1 deste capí-
ridades que firmarão o requerimento. tulo. Se o texto contiver mais de uma
A autoridade de maior nível hierárquico idéia sobre o assunto, elas devem ser
tem o seu nome e o seu cargo à esquerda tratadas em parágrafos distintos, o que
do requerimento. Tanto o nome, como confere maior clareza à exposição.
o cargo devem vir em maiúsculas e Sempre que se apresentar conveniente
minúsculas, em caixa alta, sendo o nome à clareza e compreensão da comuni-
em negrito. cação, os parágrafos do texto devem ser
(Anexo IV) numerados;
• fecho – É o final da carta. Não tem fór-
mula padrão, entretanto, vem alinhado
com os parágrafos;

18
1ª Parte – Capítulo II – Comunicações Oficiais do HCFMUSP

• assinatura – Consiste no nome do envolvem terceiros. Deve ser publicado integral-


signatário da carta e seu cargo.Tanto o mente, à exceção dos editais de licitação, cuja ínte-
primeiro como o segundo, devem vir em gra os interessados obtêm no HCFMUSP, ou por
maiúsculas e minúsculas, em caixa alta, meio eletrônico nos sítios: www.hcnet.usp.br ou
sendo o nome em negrito. Deve estar www.negocios.sp.gov.br
alinhado aos parágrafos;
• rodapé – Traço negritado e abaixo a 9.1.7. ATESTADO
Identificação do HCFMUSP e da uni-
dade administrativa signatária da carta, Ato pelo qual o HCFMUSP comprova um
com endereço completo; fato ou uma situação de que tenha conhecimento
• envelope – Repete-se o que consta do por seus Institutos/ Unidades Administrativas.
destinatário da Carta. No remetente,
deve-se colocar o nome do HCFMUSP 9.1.8. CERTIDÃO
e o endereço do emitente da correspon-
dência, incluindo nome do Instituto/ A certidão é cópia ou fotocópia fiel e autenti-
Departamento/Núcleo a que pertence. cada de atos ou fatos constantes de proces-
(Anexo V) so, livro ou documento que se encontra no
HCFMUSP. Pode ser de inteiro teor ou resu-
9.1.4. CONVITE mida, desde que expresse fielmente o que contém
no original de onde foi extraída.
Comunicação escrita onde se formaliza o
ato do convite. Importante consignar que na certidão o
HCFMUSP não manifesta sua vontade, limitando-
O Núcleo de Comunicaçã Institucional – se a trasladar para o documento a ser fornecido
NCI e os Centros de Comunicação Institucio- ao interessado o que consta de seus arquivos.
nal – CCI´s são os responsáveis pela elaboração
de convites no âmbito do HCFMUSP. A certidão expedida pelo HCFMUSP tem
o mesmo valor probante do original, em razão
9.1.5. TELEGRAMA da natureza jurídica da Autarquia e deve ser
expedida no prazo máximo de 15 (quinze) dias,
Comunicação dispendiosa e tecnologica- contados do protocolo do pedido.
mente superada. Seu uso deve ser restringido
apenas às situações em que não seja possível o 9.1.9. LAUDO
uso do correio eletrônico ou faz com que a
urgência justifique sua utilização. Em razão do Peça escrita, fundamentada, na qual os
seu custo elevado, esta forma de comunicação peritos devidamente nomeados ou a Divisão de
deve ser concisa. Arquivo Médico expõem as observações e
estudos que fizeram, registrando suas conclusões.
Não há padrão rígido, devendo seguir a
estrutura dos formulários disponíveis nas agên-
cias do Correio. 9.2. COMUNICAÇÃO INTERNA

9.1.6. EDITAL Considera-se comunicação oficial interna


do HCFMUSP: memorando, requerimento,
Instrumento convocatório de divulgação folha de informação, despacho, aviso/comuni-
pública sobre procedimentos do HCFMUSP que cado, fax e correio eletrônico.

19
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

As comunicações internas devem respeitar apresentar conveniente à clareza e com-


o Manual de Identidade Visual do HCFMUSP. preensão da comunicação, os parágrafos
do texto devem ser numerados, exceto
9.2.1. MEMORANDO nos casos em que estes estejam organi-
zados em itens ou títulos e subtítulos;
O memorando é a modalidade de comuni- • assinatura – Consiste no nome do emi-
cação entre as unidades administrativas do tente e seu cargo.Tanto o primeiro como
HCFMUSP, que podem estar hierarquicamente o segundo, devem vir em maiúsculas e
em mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata- minúsculas, em caixa alta. Deve estar
se, portanto, de uma forma de comunicação emi- alinhado aos parágrafos.
nentemente interna. (Anexo VI)

Pode ter caráter meramente administrativo, 9.2.2. REQUERIMENTO


ou ser empregado para a exposição de projetos,
idéias, diretrizes etc. Documento em que o integrante do Corpo
Funcional do HCFMUSP requer à chefia me-
Sua característica principal é a agilidade. A diata, através da chefia imediata, algo que julgue
tramitação do memorando em qualquer dos necessário ou de direito.
Institutos/Unidades Administrativas/Núcleos
do HCFMUSP deve pautar-se pela rapidez e Aqueles requerimentos que não forem
simplicidade de procedimentos burocráticos. padronizados pelas diversas unidades admi-
nistrativas ou não estiverem disponibilizados na
O memorando deve obedecer as seguintes “intranet” devem obedecer as seguintes regras:
regras:
• papel - A4;
• papel - A4, com o logotipo do Instituto • destinatário – Deve encabeçar o docu-
ou do Hospital das Clínicas da FMUSP; mento, dele constando, apenas, o pro-
• numeração seqüencial, após a denomi- nome de tratamento e a identificação
nação “Memo nº”, seguida das iniciais do cargo da autoridade requerida, bem
da unidade que o expediu. Deve ser ali- como a unidade a que pertence;
nhada à direita; • referência ou assunto - Deve vir abaixo,
• data - pode ser redigida de forma abre- à esquerda da folha, fazendo constar
viada e sem ponto final (ex. 8.9.06); qual a matéria requerida;
• destinatário – Deve vir alinhado à es- • solicitante - Servidor devidamente
querda, logo abaixo da data, dele cons- qualificado;
tando o tratamento, na primeira linha; • texto – Deve, também, ser observadas
o nome, na segunda linha; o cargo ou as regras para elaboração das comu-
função, na terceira linha; nicações oficiais descritas no item 1 deste
• texto – Devem ser observadas as regras capítulo. Após a identificação e quali-
para elaboração das comunicações ficação do requerente, deve seguir, com
oficiais descritas no item 1 deste capí- as expressões “expor e requerer o que segue”.
tulo. Se o texto contiver mais de uma O requerimento deve ser apresentado
idéia sobre o assunto, elas devem ser com clareza e compreensão do objeto
tratadas em parágrafos distintos, o que requerido. Os parágrafos do texto de-
confere maior clareza à exposição. vem ser, sempre que possível, nume-
Releva destacar que sempre que se rados e organizados em itens;

20
1ª Parte – Capítulo II – Comunicações Oficiais do HCFMUSP

• conclusão – É o que se objetiva requerer. Se o texto contiver mais de uma idéia


Não tem fórmula padrão, porém, deve sobre o assunto, elas devem ser tratadas
ser alinhado com os parágrafos. Por fim, em parágrafos distintos, o que confere
o requerente pede deferimento ao maior clareza à exposição. Releva des-
pedido formulado; tacar que sempre que se apresentar
• local e data; conveniente à clareza e compreensão da
• assinatura – Consiste no nome do reque- comunicação, os parágrafos do texto
rente. Tanto o nome, como o cargo de- devem ser numerados, exceto nos casos
vem ser grafados em maiúsculas e mi- em que estes estejam organizados em
núsculas, em caixa alta, sem nenhum itens ou títulos e subtítulos;
negrito. • sigla da unidade emitente e data;
• assinatura – Consiste no nome do emi-
9.2.3. FOLHA DE INFORMAÇÃO tente e seu cargo. Tanto o primeiro
como o segundo, devem vir em maiús-
Considera-se folha de informação, o lugar em culas e minúsculas, em caixa alta. A
que se escreve no processo e/ou expediente as cotas, autoridade de maior nível hierárquico
pareceres, avaliações, encaminhamentos etc. tem o seu nome e cargo à esquerda.
(Anexo VII)
A folha de informação é o local onde se dão
as instruções sobre os assuntos tratados no pro-
cesso e/ou expediente, enquanto que os docu- 9.2.4. DESPACHO
mentos (tudo que não seja folha de informação)
servem para esclarecer ou comprovar deter- São decisões que o Presidente do Conselho
minada informação. Deliberativo, Superintendente, Diretor Clínico,
Presidente do Conselho Diretor, Diretor
A folha de informação deve obedecer as Executivo, Coordenadores e Diretores de Uni-
seguintes regras: dades Administrativas emitem em razão dos
assuntos que lhe são submetidos, obedecidas
• papel - A4; às competências dispostas na legislação vigente,
• identificação do número do processo ou no Regulamento do HCFMUSP e nas Portarias
expediente; expedidas pela Autarquia.
• indicação do interessado;
• assunto - Deve vir abaixo, fazendo cons- O despacho deve ser expedido em Papel A4.
tar qual a matéria requerida; (Anexo VIII)
• destinatário – Deve vir alinhado à es-
querda, dele constando o tratamento, na 9.2.5. ATA
primeira linha; o nome, na segunda li-
nha; o cargo ou função, na terceira linha; É o registro escrito no qual se relata o que
• numeração seqüencial, após a deno- se passou em uma sessão. É documento legal e
minação “Cota, Parecer ou Avaliação formal e deve ser lavrada em Papel A4 e com o
nº”, seguido do ano e das iniciais da uni- logotipo do HCFMUSP. Não deve comportar
dade que o expediu, se for o caso. Deve parágrafos, alíneas e nem títulos soltos.
estar centralizada no papel;
• texto – Devem ser observadas as regras Em razão de seu valor jurídico, a ata deve
para elaboração das comunicações ofi- ser lavrada de modo a evitar futuras modificações,
ciais descritas no item 1 deste capítulo. razão pela qual não se admite rasuras ou emendas.

21
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

A ata deve iniciar apontando a data (dia, Os documentos enviados por fax mantêm
mês e ano), o horário do evento, o nome dos a forma e a estrutura que lhe são inerentes. É
presentes e dos ausentes, as ocorrências e as conveniente o envio, juntamente com o docu-
deliberações tomadas. mento, de folha de rosto, que consiste em peque-
no formulário com os dados de identificação da
As atas decorrentes de processos licitatórios, mensagem a ser enviada.
em suas diversas modalidades, devem obedecer (Anexo IX)
às determinações da legislação específica e
pertinente. 9.2.8. CORREIO ELETRÔNICO

9.2.6. AVISO/COMUNICADO O correio eletrônico (e-mail), por seu baixo


custo e celeridade, transformou-se na principal
Os avisos ou comunicados são expedidos forma de comunicação para transmissão de
pelo Superintendente, Diretores dos Institutos/ documentos.
Departamentos ou Coordenadores de Núcleos
destinados a dar notícias ou conhecimento de O correio eletrônico tem como atrativo a
assuntos afetos à atividade administrativa das di- sua flexibilidade. Assim, não interessa definir
versas áreas de atuação do HCFMUSP. uma forma rígida para sua estrutura. Entretanto,
deve-se evitar o uso de linguagem incompatível
Admite-se nos Avisos ou Comunicados ex- com a comunicação oficial do HCFMUSP, esta-
pedidos pelos Institutos/ Departamentos a uti- belecida neste Manual.
lização do logotipo do respectivo Instituto/
Departamento à direita, sendo que o logotipo O campo assunto do formulário do correio
do HCFMUSP deve necessariamente constar à eletrônico deve ser preenchido de todo a facilitar
esquerda da comunicação, respeitando-se o a organização documental tanto do destinatário
Manual de Identidade Visual. quanto do remetente.

9.2.7. FAX Nos termos da legislação em vigor, para que


a mensagem do correio eletrônico tenha valor
O fax (forma abreviada de fac-símile) é um documental, é necessário existir a certificação
tipo de comunicação que está sendo menos usada digital que ateste a identidade do remetente, na
devido ao desenvolvimento da Internet. É uti- forma estabelecida em lei.
lizado para a transmissão de mensagens urgentes
e para os envios antecipados de documentos de É importante a confirmação de leitura do
cujo conhecimento há premência, quando não correio eletrônico. Tanto um como outro são
há condições de envio do documento por meio considerados documentos e, portanto, devem
eletrônico. Quando necessário original, ele segue instruir os processos administrativos a ele
posteriormente na forma de praxe. vinculados.

Se necessário o arquivamento, inclusive no 9.2.9. RELATÓRIO DE GESTÃO - RG


processo, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax
e não com o próprio fax, cujo papel, em certos O Relatório de Gestão - RG é baseado nos
modelos, se deteriora rapidamente. critérios do Prêmio Nacional de Gestão em
Saúde – PNGS e é utilizado pelos Institutos e
Unidades para avaliação da gestão do Sistema
FMUSP/HC.

22
1ª Parte – Capítulo II – Comunicações Oficiais do HCFMUSP

O RG deverá conter os seguintes tópicos, O texto do RG deverá ser elaborado em


na ordem: fonte simples, do tipo Arial, tamanho 10 ou
• primeira capa em branco maior, e em papel formato A4 (ABNT). Reco-
• folha de Capa da Organização menda-se o uso de frente e verso das folhas.
• sumário
• perfil do Instituto/Unidade As tabelas deverão ser elaboradas em fonte
• respostas aos itens dos Critérios e aos do tipo Arial, tamanho 8 ou maior.
Aspectos Importantes
• glossário de expressões especiais e de Para as figuras, desenhos, fluxogramas e
siglas utilizadas no texto do RG gráficos, desde que legíveis, poderá ser usado o
• quarta capa em branco tamanho de fonte 6.

O RG deve ser encadernado em um só con- Para o detalhamento do conteúdo do RG,


junto para evitar que os documentos e formu- deverão ser consultados os “Critérios para a
lários se extraviem durante o manuseio. avaliação do desempenho e diagnóstico orga-
nizacional – Rede Nacional da Gestão Rumo à
Não é recomendável o uso de pastas volu- Excelência”, publicado anualmente pela Funda-
mosas ou de capas duras, pois dificultam o ma- ção Nacional da Qualidade, com revisão para a
nuseio do RG pelos examinadores. O uso de saúde pelo PNGS e pelo Programa CQH –
encadernação em forma de espiral facilita o Compromisso com a Qualidade Hospitalar.
manuseio.

23
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

24
2ª PARTE

ORTOGRAFIA OFICIAL E
TÓPICOS ESSENCIAIS DE GRAMÁTICA

25
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

CAPÍTULO I

ORTOGRAFIA

A grafia atual das palavras da língua por- • escrevem-se com am os verbos no


tuguesa decorre de sua origem. O tempo e as pretérito perfeito do indicativo: foram,
diferenças regionais fizeram com que algumas vieram, entregaram, consentiram etc.
grafias, no português do Brasil, se tornassem
diferentes daquelas de Portugal. O Acordo Orto-
gráfico dos países de língua portuguesa propõe 11. PRONÚNCIAS PARECIDAS,
essa unificação, mas como ainda não foi implan- SIGNIFICADOS E GRAFIAS
tado, mantemos a grafia estabelecida pela Lei DIFERENTES
nº 5675, de 18 de dezembro de 1971.
Distinções gráficas e fônicas entre
vogais
10. GRAFIAS DE FORMAS • entre e ou i: descrição (do v. descrever),
VERBAIS QUE GERAM discrição (circunspecção, recato); meado
DÚVIDAS (dividido ao meio), miado (voz animal);
eminente (que goza de especial impor-
Escrevem-se com e os verbos: tância), iminente (que está para acon-
• terminados em oar, no presente do sub- tecer); recrear (de recreio), recriar (criar
juntivo e no imperativo: perdoe, amal- de novo); destinto (desbotado), distinto
diçoes, abençoes, voem etc. (diferente).
• terminados em uar, no presente do • entre o ou u: soar (produzir som), suar
subjuntivo e no imperativo: cultue, ha- (transpirar); acoar (latir), acuar
bitues, preceitue etc. (encurralar).
• derivados de substantivos terminados
com os hiatos i-a, i-o antecedidos de e: Distinções gráficas entre consoantes
estrear (e não estreiar), cear (e não ceiar), Entre ch e x:
encadear etc. • escrevem-se com ch: bucha, capacho,
cochichar, facho, flecha, murchar, nicho,
Escrevem-se com i os verbos: pechincha, penacho, rachar, tacha (pe-
• terminados em air no presente do indica- queno prego), mancha (mácula), tacho.
tivo e no imperativo: cai, sobressai, sai etc. • escrevem-se com x: coaxar, coxia, eixo,
• terminados em uir ou üir, no presente elixir, enxofre, faixa, feixe, madeixa,
do indicativo e no imperativo: institui, oxalá, praxe, taxa (imposto, tributo),
argúi, intui etc. vexar, xenofobia, xícara.
• escrevem-se com ão os verbos no futuro
do presente do indicativo: serão, virão,
entregarão, consentirão etc.

26
2ª Parte – Capítulo I – Ortografia

Entre g e j, com som de j: 12. ALGUNS PARÔNIMOS E


• escrevem-se com g: algema, estrangeiro, HOMÔNIMOS E SEUS
falange, frigir, geringonça, girafa, gíria, SIGNIFICADOS
herege, viagem (substantivo).
• escrevem-se com j: enjeitar, granjear, 12.1. PARÔNIMOS
jejum, jeito, jerimum, jibóia, laranjeira,
lojista, majestade, pajé, rejeitar, sujeito, Parônimos (do grego pará = semelhante;
trejeito, viajem (verbo). ónoma = nome) são palavras semelhantes na
forma, porém com sentidos diferentes.
Entre s, ss, c, ç e x, com som de ss: Essas palavras apresentam grafia e pronúncia
• escrevem-se com s: ânsia, ascensão, parecida, mas com significados diferentes.
cansar, conversão, farsa, pretensão.
• escrevem-se com ss: asseio, assorear, 12.2. HOMÔNIMOS
crasso, devassar, egresso, endossar,
escasso, obsessão, possesso, sossegar. Homônimos (do grego homo = igual; óno-
• escrevem-se com c: acervo, acetona, ma = nome) são palavras ou expressões que têm
cetim, obcecar, percevejo. a mesma pronúncia e significados dife-
• escrevem-se com ç: almaço, berço, rentes. Homônimos: vocábulos que se pronun-
caçula, dançar, enguiço, inserção, ciam da mesma forma e que diferem no sentido.
maçada, muçulmano, terço.
• escrevem-se com x: auxílio, máximo, Ablação: ato de tirar por força
próximo. Ablução: lavagem, purificação pela água
Oblação: oferenda, sacrifício
Entre s, x e z, com som de s:
• escrevem-se com s: aguarrás, anis, após, Acedente: que acede, concorda
atrás, escusar, esperto, esplanada, es- Acidente: acontecimento casual
plêndido, espontâneo, espremer, esqui- Ascendente: que ascende, sobe
sito, estender, gás, inesgotável, jus, misto, Incidente: o que incide, ocorre, sobrevém; que
retrós. diz respeito a; episódio
• escrevem-se com x: extensão, explicar,
extraordinário, inextricável, experto (pe- Aceitar: receber
rito), sextante, têxtil. Asseitar: enganar
• escrevem-se com z: assaz, capazmente,
infelizmente, giz, jaez, matiz, petiz, Ascender: subir
velozmente. Acender: atear

Entre s, x e z, com som de z: Ascensão: subida


• escrevem-se com s: aceso, analisar, Acensão: ardor
artesão, asa, asilo, besouro, brasa, bra-
são, brisa, defesa, frisar, guisa, liso, Acento: inflexão da voz; pronúncia, sotaque;
obséquio, pesquisa, presa, raso, vaso. sinal gráfico
• escrevem-se com x: exalar, exibir, exor- Assento: lugar onde sentamos
bitar, exuberante, inexato, inexorável.
• escrevem-se com z: abalizado, baliza, Acepção: significado
bazar, comezinho, deslize, guizo, proeza, Acessão: aquisição
sazão, vazar.

27
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

Acerto: ajuste Arrear: pôr arreio


Asserto: afirmação Arriar: abaixar; inutilizar

Acessório: não principal, secundário Asado: alado, que tem asas


Assessório: relativo a assessor, assessoria Azado: oportuno, propício

Acético: relativo a vinagre Assoar: soprar


Ascético: devoto Assuar: vaiar
Asséptico: isento de germes
Atuar: agir, representar
Açular: incitar Autuar: pôr em forma de processo, constituir autos
Assolar: arrasar, pôr abaixo, deitar por terra
Avocar: arrogar, atrair, chamar para si
Alisar: tornar liso Evocar: trazer à lembrança, trazer à tona
Alizar: guarnição de portas e janelas
Bocal: embocadura
Alter: prefixo = outro; raça de cavalos Bucal: relativo a boca
Haltere: intrumento de ginástica Boçal: grosseiro
Altere: flexão do verbo alterar Buçal: focinheira

Andrógeno: estimulante Brocha: prego ou alfinete (subst.); fixa, prega


Andrógino: hermafrodita (verbo); encaderna (verbo)
Broxa: pincel
Apícola: relativo a abelha
Apícula: ponta curta Bucho: estômago
Buxo: arbusto
Ápodo: sem pés Buço: penugem sobre o lábio superior
Apodo (ô): zombaria
Apodo (ó): flexão do verbo apodar Caça: relativo a caçar
Cassa: tecido de algodão; suspende, nega (di-
Apóstrofe: interrupção do discurso para inter- reito), faz cessar
pelar alguém
Apóstrofo: sinal gráfico Cadafalso: patíbulo
Catafalco: estrado sobre o qual se deposita o féretro
Apóstolo: pregador de idéia ou doutrina
Apóstata: que renegou a fé Carear: confrontar
Cariar: criar cárie
Apreçar: pôr preço, avaliar; ter apreço por
Apressar: acelerar Cardeal: prelado; ave; planta; principal (adj.)
Cardial: relativo a cárdia (passagem entre o esô-
Aprender: fixar na memória, obter conhecimentos fago e o estômago)
Apreender: entender, compreender, captar;
reter por força legal; confiscar Censo: recenseamento
Senso: juízo
Área: superfície
Ária: cantiga, trecho de ópera

28
2ª Parte – Capítulo I – Ortografia

Céptico/cético: que duvida Delação: denúncia


Séptico: que causa infecção Dilação (de prazo): adiamento
Dilatação (somente de material, de coisa
Cervo: veado física): expansão, aumento
Servo: criado Delatar: denunciar
Cerrar: fechar Dilatar: adiar; expandir
Serrar: cortar com serra
Decente: decoroso
Cessão: ato de ceder, concordar Descente: que desce
Sessão: reunião Discente: aluno
Seção: parte; repartição Docente: professor
Secção: corte
Desapercebido: despreparado, desprovido
Chá: planta aromática; infusão Despercebido: não notado, não visto
Xá: rei da Pérsia
Descensão: descida
Cheque: ordem de pagamento Dissensão: divergência, dissenso
Xeque: chefe de tribo árabe; ameaça, situação
crítica Descrição: ato de descrever, exposição
Discrição: recato, circunspecção
Comprimento: extensão
Cumprimento: saudação; ato de cumprir de- Descriminar: isentar de crime
terminação, de se desincumbir Discriminar: discernir

Concerto: sessão musical; harmonia Despensa: armário para mantimentos


Conserto: reparo Dispensa: ato de dispensar, desobrigar
Despender: gastar
Concílio: reunião de prelados católicos Dispêndio: gasto
Consílio: assembléia deliberativa
Dessabor: falta de sabor
Conjetura/conjectura: suposição, hipótese Dissabor: aborrecimento, desgosto
Conjuntura: situação, ocasião, encontro de
circunstâncias Dessecar: secar completamente
Dissecar: cortar em partes

Costear: navegar pela costa Destratar: insultar, tratar mal


Custear: arcar com despesas Distratar: desfazer contrato

Cúpido: avaro, ambicioso Devagar: sem pressa


Cupido: deus do amor Divagar: meditar, vagar (em pensamento)

Degradado: rebaixado; estragado; impuro Edílico: relativo a edil (vereador)


Degredado: desterrado, banido Idílico: relativo a idílio (romance)

29
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

Elícito: atraído Espiar: espionar, olhar


Ilícito: ilegal, imoral Expiar: sofrer pena
Elidir: eliminar Expirar: morrer, findar, extinguir; soltar ar
Ilidir: refutar, contraditar Inspirar: respirar (introduzir ar); sugerir,
sugestionar, incutir
Emanar: sair de
Imanar: imantar, magnetizar Estático: parado, imóvel
Extático: extasiado, arrebatado
Emérito: insigne, digno de
Imérito: não merecido Esterno: osso do peito
Externo: exterior, de fora
Emigração: saída Hesterno: referente ao dia anterior
Imigração: entrada
Emigrante: que sai Extirpar: tirar, remover, extrair, extinguir
Imigrante: que entra radicalmente
Estripar: tirar as vísceras
Eminência: altura, excelência Estuprar: violentar sexualmente
Iminência: pendência, proximidade de tempo
Eminente: alto; excelente, excelso Facundo: eloqüente
Iminente: prestes a ocorrer, pendente Fecundo: fértil
Imanente: contido em, próprio de, inseparável de
Fatorar: decompor
Emitir: produzir, lavrar, exarar, prolatar Faturar: emitir fatura
Imitir: investir em
Imissão: investidura Fúsil: que pode ser fundido
Fuzil: tipo de carabina
Empoçado: cheio de poças, que formou poças Fusível: dispositivo de segurança para interrom-
Empossado: que tomou posse, investido per corrente elétrica

Emular: rivalizar Imergir: submergir, mergulhar


Imolar: sacrificar Emergir: erguer-se acima da água, surgir

Encetar: dar início, principiar Incerto: duvidoso


Incitar: instigar Inserto: inserido

Enumerável: que pode ser enumerado, relacio- Incipiente: principiante, no começo


nável numericamente Insipiente: ignorante
Inumerável: que não se pode quantificar Excipiente: veículo para substância química

Esperto: sagaz, solerte Incontinente: incontido, imoderado


Experto: perito Incontinenti: imediatamente

Infligir: aplicar castigo


Infringir: transgredir

30
2ª Parte – Capítulo I – Ortografia

Intimorato: destemido, que não se deixa intimidar Reboliço: pedra para amolar
Intemerato: puro, íntegro, ilibado Rebuliço: confusão, balbúrdia

Intenção: propósito Recreação: divertimento


Intensão: aumento de tensão; veemência Recriação: ato de tornar a criar

Intercessão: ato de interceder Reincidir: incorrer na mesma falta, repetir o


Interseção/intersecção: cruzamento mesmo ato
Rescindir: anular
Lactante: que produz leite
Lactente: que se alimenta de leite Russo: originário da Rússia
Latente: não manisfesto, oculto Ruço: grisalho, pardacento, cinzento

Lida: trabalho Soar: toar, produzir som


Lide: luta, questão, querela Suar: transpirar

Lustre: luminária Solver: resolver; dissolver; liquidar débito


Lustro: período de 5 anos; brilho Sorver: beber, absorver

Mandado: ordem escrita emanada de autori- Sortir: abastecer


dade judicial Surtir: resultar
Mandato: investidura em cargo eletivo
Tacha: prego
Óptico: relativo a visão Taxa: tributo
Ótico: relativo a audição Tachar: rotular pejorativamente
Taxar: fixar taxa
Preito: homenagem
Pleito: demanda, requerimento; eleição Vestiário: quarto de vestir
Vestuário: roupa, traje, vestimenta
Ratificar: confirmar
Retificar: corrigir Vultoso: de grande vulto, muito, abundante
Vultuoso: que tem congestão da face, inchaço
da face

31
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

CAPÍTULO II

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

As regras de acentuação gráfica estão de acordo com a lei nº 5765 de 18/12/1971 que aprovou
as alterações na Ortografia da Língua Portuguesa, publicada no DOU em 20/12/1971 e em vigor a
partir de 20/01/1972.

13. CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO À SÍLABA TÔNICA

Palavras Classificação Acento tônico Exemplos

Com apenas uma sílaba: átonas não há a, o, as ,os, me, te, que,
monossílabas pois, nem, nas, com, um,
uns, mas, de, da, das, do,
dos ... (artigos, pronomes,
preposições, conjunções)

tônicas na única sílaba flor, sol, má, dá, nós,


mim, ti, cá, lá, pás ...
(substantivos, adjetivos,
verbos, pronomes,
advérbios)

Com mais de uma sílaba: oxítonas na última sílaba rapaz, cajá, bisavô,
caxambu, abajur, mamão,
dissílabas (2 sílabas) parabéns...

trissílabas ( 3 sílabas) paroxítonas na penúltima gato, cama, marmelada,


sílaba história, frase,
polissílabas (mais de 3 contribuinte, cadeira,
sílabas) afável...

proparoxítonas na antepenúltima público, tônico,


sílaba específico, catástrofe,
vocálico, lâmina...

32
2ª Parte – Capítulo I – Ortografia

14. SINAIS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Acento Sinal Finalidade

agudo (´) para marcar a tonicidade das vogais:


a (paráfrase, táxi, já ...)
i (xícara, aí, cível...)
u (cúpula, júri, miúdo...)

para marcar a tonicidade das vogais abertas:


e (exército, série, fé ...)
o (incólume, dólar, só...)

grave (`) Exclusivamente para indicar a ocorrência de crase (fusão da


preposição a com os artigos a e as, com os pronomes a, as,
aquela, aquelas, aquele, aqueles, aquilo (à, às, àquela, àquelas,
àquele, àqueles, àquilo)

circunflexo (^) para marcar tonicidade da vogais:


a nasal ou nasalada (lâmpada, câncer, espontâneo...)
e fechada (gênero, tênue, português...)
o fechado (trôpego, bônus, robô...)

til (~) para indicar a nasalidade e em geral a simultânea tonicidade em


a e o (cristã, pão, pães, cãibra, põe, põem,corações...)

trema (¨) para que o u seja pronunciado nos dígrafos güe, güi, qüe,qüi
(freqüência, tranqüilo, ungüento, eqüino...)

para nomes próprios estrangeiros e seus derivados (Müller,


mülleriano...)

33
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

14.1. REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Acentuam-se:

Palavras terminadas em Exemplos

monossílabas a, as cá, dá, já, má, pás, má, más, Brás, gás ...
tônicas e, es crê, dê, fé, pé, mês, rês, pés...
o, os dó, nó, pó, nós, cós, pôs, pós, sós...

formas verbais dá-lo, fá-lo, fá-lo-ás, tê-la, vê-las-íamos, vê-


terminadas em las, pô-los, pô-lo-emos...
a, e, o tônicas
seguidas de
pronomes
la, las, lo, los

oxítonas a, as cajá, vatapá, jacarandá, lilás, satanás, aliás,


guaraná, atrás, ananás, Amapá, Pará...
e, es café, pajé, você, cafés, através, português,
francês, convés, pontapés, crê, dendê ...
o,os paletó, cipó, avô, robô, pó, complôs, após,
avós, retrós, nós...
em, ens também, ninguém, além, parabéns,
armazéns, vinténs...
formas verbais recuperá-lo, cortá-la, dá-los... vendê-las,
terminadas em convencê-los, dizê-la, movê-lo-ia...dispô-las,
a, e , o compô-lo, repô-la, propô-los
tônicas seguidas
de pronomes:
a, e, o
tônicas seguidas
de la, las, lo, los
(pronomes
oblíquos)

34
2ª Parte – Capítulo I – Ortografia

Palavras terminadas em Exemplos

paroxítonas l ágil, amável, cônsul, têxtil, túnel, útil, horrível,


estéril, estável, fácil, imóvel...
n hífen, éden, abdômen, cânon, sêmen, pólen,
líquen, Nílton...
r caráter, revólver, éter, âmbar, vômer, néctar,
açúcar, mártir, fêmur, César...
x tórax, fênix, ônix, cóccix, córtex, látex...
ps bíceps, tríceps, fórceps, Quéops...
ã, ãs, ão, ãos ímã, órfã, ímãs, órfãs, bênção, órfão, órfãos,
órgão, órgãos...
i, is júri, júris, beribéri, táxi, dândi, lápis, grátis,
oásis, tênis, Clóvis ...
om, on, ons rádom, próton, elétrons, nêutrons...
ôo, ôos abençôo, corôo, vôos, enjôos, magôo...
um, uns médium, álbum, fórum, médiuns, álbuns,
memorânduns...
us bônus, vírus, múnus, Vênus, húmus...

ditongos:
ea, eas Áurea, área, azáleas...
eo, eos errôneo, errôneos, gêmeo, extemporâneo...
ei, eis jóquei, vôlei, imóveis, túneis, fósseis, pônei...
ia, ias ânsia, egrégia, importância...
ie, ies calvície, cáries...
io, ios lábio, colégio, lábios,lírios...
uo, uos contínuo, contíguos, árduo...
oa, oas mágoa, mágoas...
ua, uas contígua, régua, contíguas, contínuas, água...

proparoxítonas – Biológico, cálido, cátedra, parêntese,


todas as palavras têmporas,Verônica, hipódromo, árvore,
lêssemos, cônjuge, África, falávamos,
discutíamos, ofício, ministério, política.....

35
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

14.2. ACENTUAÇÃO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS

Situação Exemplos

usa-se acento agudo nos éi atéia, européia, assembléia, idéia, traquéia,


ditongos abertos tônicos Coréia, fiéis, anéis, papéis...
éu céu, troféu, véu, mausoléu, chapéus,
fogaréu, povaréu....
ói alcalóide, heróico, jibóia, anzóis, faróis, (eu )
apóio, jóia, rouxinóis, esferóide...

acentuam-se o i e o u tônicos i ruína, faísca, raízes, baía, egoísmo, saída,


dos hiatos, quando estes ateísmo, caída, doía, saí, aí, juízo...
formam sílabas sozinhos ou u viúva, baú, baús, balaústre, saúde...
são seguidos de s e não são
seguidos de nh

usa-se o trema nos dígrafos güe ou agüentar, ungüento, ensangüentado...


desde que o u seja güi argüição, lingüiça, lingüística, sagüi...
pronunciado e átono qüe ou freqüência, eloqüente, seqüestro,
delinqüência...
qüi tranqüilo, eqüino, ubiqüidade, delinqüir...

usa-se acento agudo nos gúe averigúe, averigúes, obliqúe...


dígrafos desde que o u seja gúi argúi, argúis...
pronunciado e agudo

é facultativo o uso do trema güi ou lângüido ou lânguido, sangüíneo ou


quando for facultativa a gui sanguíneo,sangüinário ou sanguinário...
pronúncia do u do dígrafo: qüi ou líqüido ou líquido, eqüidade ou
qui equidade,eqüivaler ou equivaler...

36
2ª Parte – Capítulo I – Ortografia

Situação Exemplos

é facultativo o uso do acróbata ou acrobata


acento nas palavras que hieróglifo ou hieroglifo
admitem dupla tonicidade Oceânia ou Oceania
zângão ou zangão

mantém-se o acento na cód. ( código )


vogal das abreviaturas côn. ( cônego )
quando ela é acentuada pág. ( página )
na escrita por extenso gên. (gênero ) ...

usa-se acento para pêlo (substantivo) e pelo, pelos (per+o,os)


diferenciar homógrafos pélo (verbo pelar) e pelo (per+o)
pólo (substantivo ) e polo (por+lo )
pôr (verbo ) e por (preposição)
porquê (substantivo) e porque (conjunção)
pôde (pretér. perf. ind.) e pode (pres. ind.)
côa, côas (verbo) e coa,coas (com+a, as)
pára (verbo) e para (preposição)
apóio (verbo) e apoio (substantivo)
ás (substantivo ) e as (artigo defin. fem. plural)

mantém-se o acento nos chã ................... chãmente


vocábulos derivados de mão .................. mãozinha
palavras com til romã ................. romãzeira
cristã .............. cristãmente

37
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

14.3. SITUAÇÕES NAS QUAIS NÃO SE EMPREGA O ACENTO

não se acentua a sílaba tônica das apropinqüe, delinqüem...


formas verbais terminadas em: qüe e
qüem

não se acentuam o i e o u dos hiatos moinho, rainha, tainha, bainha, ventoinha...


quando seguidos de nh e de l, m, n, r ou Raul, ruim, ruins, ainda, Coimbra, cair,
z que não iniciam sílabas cairdes, juiz, raiz, Adail, contribuinte...

não se acentuam os prefixos paroxítonos Semi-círculo, semi-árido, hemiplegia,


terminados em i, r, um: semi, hemi, super-homem, hipertonia, hipermercado,
super, hiper, circum, anti, inter, arqui circuncisão, anti-rábico, anti-herói,
inter-racial, inter-regional, arqui-histórico...

não se acentuam as oxítonas terminadas rubi, caqui, aqui, Parati, barris, anis, civis...
em i, is e u, us caju, Bauru, bambu, rebu, urubus, perus...

não se acentuam as oxítonas terminadas sutil, clamor, impor, condor, ruim, folhetim,
em consoantes capaz, talvez, feroz...

não se acentuam os monossílabos tem, tens, vem, vens, si, ti, tu, pus, vis, xis...
tônicos terminados em em, ens, i, is, u,
us

não se acentuam formas verbais fi-lo, puni-la, feri-las,reduzi-los...


terminadas em i, seguidas de pronomes
la, las, lo, los

não se acentuam os vocábulos nos quais cortês ............. cortesmente


figuram o sufixo mente ou sufixo iniciado prático ............ praticamente
por z , derivados de palavras com acento só .......................... somente
agudo ou circunflexo pá ............................ pazada
café ......................... cafezal
faísca ................ faiscazinha
avó ....................... avozinha

não se acentua a base dos ditongos tônicos atraiu, saiu, ruiu, contribuiu, traiu...
iu e ui quando precedidos de vogal

não se acentua o plural de éden, hífen, líquen edens, hifens, liquens

não se acentuam os vocábulos passagem, imagem, homem, garagem,


paroxítonos terminados em em, ens viagem, item, imagens, jovens, itens,
homens, nuvens...

38
2ª Parte – Capítulo I – Ortografia

14.4. ACENTUAÇÃO EM FORMAS VERBAIS

Verbos Singular Plural

ter ele tem eles têm

vir ele vem eles vêm

derivados de ter =
manter ele mantém eles mantêm
conter ele contém eles contêm
entreter ele entretém eles entretêm
deter ele detém eles detêm

derivados de vir =
intervir ele intervém eles intervêm
convir ele convém eles convêm
provir ele provém eles provêm
advir ele advém eles advêm

Crer ele crê eles crêem

dar ele dê eles dêem

ler ele lê eles lêem

ver ele vê eles vêem

derivados de
crer = descrer ele descrê eles descrêem
dar = desdar ele desdê eles desdêem
ler = reler ele relê eles relêem
ver = rever ele revê eles revêem

prever ele prevê eles prevêem

prover ele provê eles provêem

39
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

CAPÍTULO III

PONTUAÇÃO

Segundo Cegalla, tríplice é a finalidade dos • para separar apostos:


sinais de pontuação: André, funcionário do hospital, estuda
1) assinalar as pausas e as inflexões da voz à noite.
(a entoação) na leitura; O professor, titular de cirurgia, orientou
2) separar palavras, expressões e orações a tese.
que devem ser destacadas; O presidente da associação, Manoel da
3) esclarecer o sentido da frase, afastando Silva, é contrário à proposta.
qualquer ambigüidade. “Iracema, a virgem dos lábios de mel,
tinha os cabelos mais negros que a asa
Não há uniformidade entre os escritores da graúna.” (José de Alencar)
quanto ao emprego dos sinais de pontuação.
Na redação oficial, esses recursos são • para separar certas expressões expli-
utilizados com outros critérios, de modo que pre- cativas, ou retificativas, como isto é, a
valeçam as características indispensáveis de saber, por exemplo, ou melhor, ou antes etc.:
impessoalidade, clareza e precisão da linguagem. Trocarei o soro, isto é, seguirei a pres-
crição médica.
Prescreverei alguns exames, por exem-
15. VÍRGULA plo, tomografia, endoscopia, exames
laboratoriais entre outros.
Emprega-se a vírgula: O amor, isto é, o mais forte e sublime
dos sentimentos humanos, tem seu
• para separar palavras ou orações entre princípio em Deus.
as quais não há conjunção:
Os funcionários João da Silva, José de • para separar orações adjetivas explicativas:
Oliveira e Paulo de Almeida foram O fiscal, que estava atento, percebeu que
convocados para a reunião de PNGS. os candidatos conversavam.
Os candidatos fazem a prova, o fiscal Pelas 11h do dia, que foi de muito tra-
observa, a sala está em silêncio. balho, terminamos de redigir o relatório
Os pacientes chegam, olham, pergun- do PNGS.
tam e aguardam.
• para separar orações intercaladas e
• para separar vocativos: outras de caráter explicativo:
Colega, peço a palavra. O problema, explicou o funcionário, é
Por favor, Doutor. que o exame deve ser repetido.
“Olha, Roque, você me vai dar um Segundo as pesquisas, a satisfação dos
remédio.” (Menotti Del Picchia) clientes foi boa no ano passado.
A história, diz Cícero, é a mestra da vida.

40
2ª Parte – Capítulo II – Pontuação

• para separar orações adverbiais: • para separar as palavras sim ou não, no


O Senhor Superintendente, esgotado o começo da oração:
assunto, deu por encerrada a reunião. Sim, eu concordo.
Não, pretendo fazer de outra forma.
• para separar adjuntos adverbiais, inter-
calados ou no início da frase: • para separar, nas datas, o nome da
O aprimorando expôs, detalhadamente, localidade:
as razões pelas quais o tema de sua São Paulo, 20 de dezembro de 2005.
monografia deveria ser aceito.
Aos poucos, os pacientes foram sendo Não se empregará vírgula:
convencidos da necessidade da reali-
zação do procedimento. • entre o sujeito e o verbo da oração, quan-
“Com mais de setenta anos, andava a do juntos:
pé.” (Graciliano Ramos) Funcionários de vários institutos parti-
ciparão da reunião com a superin-
• para indicar a elipse de um termo (em tendência.
geral, o verbo):
Uns disseram que o médico agiu corre- Observação:
tamente; outros, que deveria ter tido Se entre o sujeito e o verbo ocorrer adjunto ou
mais cuidado. oração, com pausas obrigatórias, terá lugar a
Uns diziam que se matou, outros que vírgula:
fora para o Acre. [= outros diziam que Meus olhos, devido à fumaça, ardiam e lacri-
fora para o Acre.] mejavam muito.

• para separar certas conjunções ou lo- • entre o verbo e seus complementos,


cuções conjuntivas coordenativas, como quando juntos:
pois, porém, contudo, entretanto, no entanto, Dona Elza pediu ao médico que colocas-
todavia, logo, por isso, portanto etc.: se o filho em outra enfermaria.
Na reunião de ontem, porém, não houve
concordância quanto ao conteúdo do • antes da oração adverbial consecutiva
manual. do tipo:
O vento soprou tão forte que arrancou
Quando essas conjunções tiverem signi- mais de uma árvore.
ficado equivalente a mas, e não inicia- A freqüência cardíaca foi tão alta que
rem período, não é necessário que provocou a perda de consciência do
fiquem entre vírgulas: paciente.
Todas as ações desta gestão são boas,
porém a melhor é a padronização de
documentos emitidos por todo o
complexo Hospital das Clínicas.

• para separar elementos paralelos de um


provérbio:
Filho de peixe, peixinho é.
Pai ganhador, filho gastador.
Mocidade ociosa, velhice vergonhosa.

41
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

16. PONTO E VÍRGULA família e dos demais grupos que compõem a


comunidade;
Empregam-se ponto e vírgula para separar: b) o respeito à dignidade e às liberdades
fundamentais do homem;
• orações independentes longas, especial- c) o fortalecimento da unidade nacional e
mente se já apresentam divisões internas da solidariedade internacional;
por vírgulas: d) o desenvolvimento integral da perso-
Todos os trabalhos são importantes, nalidade humana e a sua participação na obra
igualmente; mas alguns são mais interes- do bem comum;
santes para quem os faz. e) o preparo do indivíduo e da sociedade
Astrônomos já tentaram estabelecer para o domínio dos recursos científicos e tecno-
contato com seres extraterrestres; suas lógicos que lhes permitam utilizar as possibi-
tentativas, porém, foram infrutíferas. lidades e vencer as dificuldades do meio;
f) a preservação e expansão do patrimônio
• partes principais de uma oração cujas cultural;
partes subalternas são separadas por g) a condenação a qualquer tratamento
vírgulas: desigual por motivo de convicção filosófica,
Santos, Campinas e Recife são cidades política ou religiosa, bem como a quaisquer
do Brasil; Madri, Sevilha e Barcelona, preconceitos de classe ou de raça.
da Espanha; Lisboa, Porto e Coimbra,
de Portugal Observação:
Ponto e vírgula dividem longos períodos em par-
• os considerandos de atos administrativos: tes menores, principalmente quando repre-
Considerando a necessidade de bem re- sentam idéias coordenadas ou uma relação de
gulamentar os procedimentos adminis- paralelos.
trativos do Complexo Hospital das Clí-
nicas; considerando que a comunicação
deve seguir normas de correção em 17. DOIS PONTOS
língua portuguesa; considerando que os
despachos e instruções de processos Os dois pontos são empregados:
administrativos devem primar pela
precisão e correção, fica constituída • para indicar uma enumeração:
comissão de servidores para elaborar o Alguns dos sinais de pontuação são:
Manual de Redação. vírgula, ponto e vírgula, dois pontos,
ponto final, ponto de exclamação e pon-
• os diversos itens de enunciados enume- to de interrogação.
rativos em leis, decretos, regulamentos etc. Algumas das especialidades do Hospital
Serve por exemplo o Título I (Dos fins das Clínicas são: neurologia, pneumo-
da Educação) da Lei de Diretrizes e logia, cardiologia, ortopedia, pediatria,
Bases da Educação Nacional: nefrologia, psiquiatria, ginecologia entre
outras.
Art. 1º - A educação nacional, inspirada nos Duas coisas lhe davam prestígio: o saber
princípios de liberdade e nos ideais de solida- e o cargo.
riedade humana, tem por fim:
a) a compreensão dos direitos e deveres da
pessoa humana, do cidadão, do Estado, da

42
2ª Parte – Capítulo II – Pontuação

• para anunciar uma citação: • para indicar algumas abreviaturas:


Dizia Aristóteles: “Meus amigos, não há Exa., c.c., Ilmo., cf., Sr., pág.
amigos.”
“O pessoal do extremo norte tem um
slogan: Amazônia também é Brasil!” 19. PONTO DE EXCLAMAÇÃO E
(Raquel de Queirós) PONTO DE INTERROGAÇÃO

• para anunciar a fala de um personagem: • Usa-se o ponto de exclamação para mar-


João disse: - Não enfrentarei esta fila car qualquer expressão ou oração de
para consulta de novo. entoação exclamativa. É um sinal cujo
significado só pode ser depreendido do
• para anunciar um esclarecimento, contexto e normalmente é mais usado
explicação ou conseqüência da oração na linguagem literária ou para marcar
anterior: tons da fala. É um sinal raramente uti-
Não se engane: o chefe sempre está de lizado na redação oficial que, como foi
mau humor. dito no início, busca precisão de lingua-
O Jornal anunciou o resultado da pes- gem, evitando expressões ou sentimen-
quisa: 80% dos clientes estão satisfeitos tos subjetivos.
com o atendimento. Deus! onde estás que não respondes?
(Castro Alves)
Chamem o médico! Depressa!
18. PONTO FINAL “- Nunca! gemeu o enfermo.”
(Machado de Assis)
O ponto final é o sinal que marca a pausa
longa ou definitiva. • Usa-se o ponto de interrogação ao fim
de qualquer interrogação direta, ainda
Emprega-se o ponto final: que não se exija resposta à pergunta:
Pergunta-se: onde estão os recursos pre-
• para indicar o término de uma oração vistos para a Saúde?
declarativa ou de um período:
Conforme a solicitação dessa Diretoria, Se o ponto de interrogação não marca
informo que o serviço contratado foi realizado a o fim de um período, continua-se em
contento, podendo ser dado como recebido em letra minúscula:
definitivo. Cabe lembrar que, a partir do Este projeto foi suficientemente discu-
recebimento, passa a vigorar o prazo de garantia. tido? perguntou o Diretor.

• para separar parágrafos:


Em atenção ao solicitado por Vossa Se- 20. RETICÊNCIAS
nhoria, informo que a servidora Maria
da Silva exerce a função de Assistente • As reticências marcam uma interrupção
Técnico de Direção. Foi a servidora no- da frase. Nesse sentido, têm valor no dis-
meada pelo Diretor Técnico de Depar- curso literário ou para marcar inflexões
tamento e encontra-se lotada, atualmen- da fala.
te na Divisão de Recursos Humanos. Veja bem...não sei se concordo com
Devidamente informado, encaminho o você.
presente processo a Vossa Senhoria.

43
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

• para introduzir citação parcial: Observação:


O artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases Servindo o travessão para destacar termos ou
da Educação, em sua alínea “f ”, diz: expressões explicativas, a depender do destaque
“Artigo 1º -... que se pretenda dar, pode substituir vírgula, dois
f) a preservação e expansão do pa- pontos ou parênteses.
trimônio cultural;”

Na Decisão nº 234/95, da Mesa, pu- 22. ASPAS


blicada em 15 de maio último, leia-
se:”...a partir de 14 de maio de 1995.” As aspas são empregadas:

• para suprimir parte de uma citação: • para conter citações diretas:


No dizer de Hely Lopes Meirelles, “(...) o “Auriverde pendão da minha terra que
ato administrativo típico é sempre ma- a brisa do Brasil beija e balança.” (Castro
nifestação volitiva da administração, (...) Alves)
visando a produzir algum efeito jurídico
(...)” Quando o trecho entre aspas faz parte de
um período, o ponto que o encerra vem depois
das aspas. Quando o período é composto pela
21. TRAVESSÃO citação, o sinal de pontuação que o encerra vem
depois das aspas. Quando o período é composto
O travessão (-) é um traço maior que o hí- pela citação, o sinal de pontuação que o encerra
fen e usa-se: virá antes das aspas.

• para indicar o início da fala de um perso- • para destacar palavras estrangeiras não
nagem ou a mudança de interlocutor. aportuguesadas:
- Onde é a dor? perguntei. Não há previsão para aquisição de
- No peito, respondeu o paciente. “tailleurs” para a composição do uniforme.
A licença foi solicitada “ex officio” pelo
• para destacar expressões explicativas na superior do funcionário.
oração:
A vantagem a que faz jus o peticionário • para indicar ironia ou desprezo no uso
- décimos decorrentes do exercício de de certos vocábulos ou expressões:
cargo de remuneração superior à de seu O Senhor se diz “humanista” mas não
cargo efetivo - deve ser paga a partir de demonstrou interesse pelas vítimas do
novembro de 1994. desastre.
Um bom atendimento ao cliente - diga-
se mais uma vez - exige treinamento e Podem receber aspas, ainda, títulos de livros,
valorização do profissional. jornais, revistas, obras de arte, conferências, mú-
sicas, se forem escritos no mesmo tipo gráfico
• para indicar início e fim de trajetos: do restante do texto. O melhor, entretanto, é su-
A estrada Rio - Bahia; blinhá-los ou pô-los em destaque com o uso de
A linha aérea São Paulo - Buenos Aires. negrito ou itálico.

44
2ª Parte – Capítulo II – Pontuação

Não se usam aspas para indicar nomes de 25. ASTERISCO


autores de livros ou obras de arte, de filmes ou
musicais, ou, ainda, autoridades ou pessoas co- O asterisco (*) palavra que significa estre-
nhecidas do público por qualquer motivo, bem linha, é usado:
como nomes próprios que fazem parte da deno-
minação de logradouros, escolas, instituições, • para remeter a uma nota ou explicação
sociedade ou outras entidades: Plenário Juscelino ao pé da página ou no fim de um
Kubitschek de Oliveira, Escola Estadual de 2º capítulo;
Grau Almirante Barroso, Praça João Mendes,
Avenida São João. • nos dicionários e enciclopédias, para
remeter a um verbete;

23. PARÊNTESES • no lugar de um nome próprio que não


se quer mencionar: o Dr. *, o jornal *.
• Usam-se para isolar palavras, locuções
ou frases intercaladas no período, com
caráter explicativo, as quais são pro- 26. PARÁGRAFO
feridas em tom mais baixo:
“O Cristianismo (escreveu Chateaubriand) Representa-se com o sinal § e serve para
inventou o órgão e fez suspirar o bron- indicar um parágrafo de um texto ou artigo de
ze.” (Carlos de Laet) lei.

24. COLCHETES

Os colchetes ([ ]) têm a mesma finalidade


que os parênteses; todavia, seu uso se restringe
aos escritos de cunho didático, filológico,
científico:
“Cada um colhe [conforme semeia].”
(A. de Gama Kury)

45
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

CAPÍTULO IV

MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS

Facultativo o uso de inicial maiúscula em • Nos substantivos comuns que adquirem


palavras usadas reverencialmente ou hierarqui- significado de especial relevo, ao se refe-
camente no início de versos, em nomes de logra- rirem a instituições: a Mesa da Assembléia,
douros públicos e de edificações: rua da Liber- a Carta Magna (a Constituição), o Conselho
dade ou Rua da Liberdade, igreja do Bonfim ou Deliberativo etc.
Igreja do Bonfim, palácio 9 de Julho ou Palácio
9 de Julho etc. (Acordo Ortográfico) • Nos nomes comuns, quando personifi-
cados ou individuados, e nos nomes de
seres morais ou fictícios: a Capital do
27. INICIAL MAIÚSCULA Estado, os Anais, do Parlamento, o Poeta
(Camões), a Bondade, a Temperança, a Cigarra
• No começo de período ou citação direta: e a Formiga, a Lei etc.
Disse o Padre Vieira:
“Estar com Cristo em qualquer lugar, ainda • Nos nomes que designam atos de autori-
que seja no inferno, é estar no Paraíso.” dades públicas ou proposições legisla-
tivas quando determinados: a Lei de 13
• Nos nomes próprios de eras históricas e de maio, o Decreto nº 49.343 a Portaria nº
épocas notáveis: Idade Média, Quinhentos 07, Norma nº 32, o Projeto de lei nº 25 etc.
(o século XVI), Era Paleozóica, Anos 30 etc.
• Nos nomes, adjetivos, pronomes e ex-
• Nos nomes de vias e locais públicos: pressões de tratamento ou reverência:
Avenida Ibirapuera, Rua Direita, Alameda Dom, D., Vossa Excelência, V. Exa.,
Franca, Praça da Sé etc. Eminência, Ema. etc.

• Nos nomes que designam artes, ciências


ou disciplinas ou nos que se referem, 27. 1 OUTROS CASOS DE
conceitualmente, às manifestações do MAIÚSCULAS
engenho e do saber: Agricultura, Medicina,
Literatura, Poética, Física etc. • Nos substantivos próprios de qualquer
natureza: José, Oliveira, Rio de Janeiro, Tietê,
• Nos nomes de repartições, corporações Atlântico, Oriente, Deus, Alá, Jeová, Júpiter,
ou agremiações, edifícios e estabeleci- Piraporinha, Maria, Totó, Brasil etc.
mentos públicos ou particulares e esco-
las: Divisão de Recursos Humanos, Ministério Quando são parte de palavras compostas
da Saúde, Academia Brasileira de Letras, do vocabulário comum, ligadas por hífen, os
Tesouro do Estado, Imprensa Oficial, Teatro substantivos próprios escrevem-se com iniciais
Municipal, Faculdade de Filosofia, Escola de minúsculas: joão-de-barro, água-de-colônia etc.
Enfermagem, Panificadora Orquídea etc.

46
2ª Parte – Capítulo IV – Maiúsculas e Minúsculas

Quando são compostos de prefixo que não • Nos títulos de livros, produções artísti-
forma unidade semântica, escreve-se o radical com cas, literárias ou científicas: Dom Casmurro
inicial maiúscula: além-Andes, aquém- Atlântico etc. (de Machado de Assis), O Guarani (de Carlos
Gomes), Uma Breve História do Tempo (de
Os nomes de povos escrevem-se com inicial Stephen Hawking), O Espírito das Leis (de
minúscula: brasileiros, paulistas, russos, ingleses etc. Montesquieu ) etc.

• Nos nomes que designam cargos, digni- As partículas internas a tais palavras com-
dades ou postos, quando determinados: postas permanecem em letra minúscula.
Presidente da República, Ministro da Saúde,
Arcebispo de São Paulo, Deputados à Assem- • Nos nomes de fatos históricos e impor-
bléia, Embaixador da França, Superintendente, tantes, atos solenes e grandes empreen-
Presidente do Conselho etc. dimentos públicos: Descobrimento da
América, Refoma Ortográfica, Dia do
Quando indeterminados, os mesmos nomes Município, 9 de Julho, 23 de Maio etc.
são escritos com inicial minúscula: presidentes de
autarquias, os ministros, os embaixadores das nações As festas pagãs ou populares são grafadas
amigas, os diretores, os assistentes de direção etc. com inicial minúscula: carnaval, bumba-meu-boi,
cavalhadas etc.
• Nos nomes de instituições religiosas,
políticas ou nacionais, quando tomados Os meses do ano são escritos com minús-
por conceitos: a Igreja, o Estado, a Pátria, a culas: março, setembro, dezembro etc.
Língua Portuguesa, o Idioma, o Vernáculo etc.

Quando empregados em sentido geral ou


indeterminado, são escritos em letra minúscula:
os estados da Região Sul etc.

47
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

CAPÍTULO V

DIVISÃO DE PALAVRAS

Muitas vezes, quando estamos produzindo • as letras com que representamos os


um texto, não há espaço no final da linha para ditongos e tritongo:
escrevermos uma palavra inteira. Devemos, a-ni-mais, cá-rie, sá-bio, gló-ria, au-ro-
então, recorrer a sua divisão em duas partes. Esta ra, or-dei-ro, jó-ia, réu;
partição é sempre indicada com hífen e obedece
às regras de separação silábica. • as letras com que representamos os
Com os recursos oferecidos pelo computador, tritongos:
não há necessidade de se dividir vocábulos no a-güen-tar, sa-guão, Pa-ra-guai, u-ru-
texto, os próprios programas organizam o fluxo guai-a-na;
de palavras para que não precisem ser separadas.
• os prefixos bis-, cis-, des-, dis-, trans-,
e ex-, quando a sílaba seguinte começa
28. NA DIVISÃO DE QUALQUER por consoante:
VOCÁBULO DEVEM SER ex-tra-ir; bis-ne-to, des-li-gar
OBEDECIDAS AS SEGUINTES
NORMAS Separam-se:

Não se separam: • as vogais idênticas e os dígrafos rr, ss,


sc, sç, xc:
• as letras com que representamos os car-ro, pás-sa-ro, des-ci-da, cres-ça, ex-
dígrafos ch, lh e nh: ce-len-te;, re-es-tru-tu-rar;
cha-ma, ma-lha, ma-nhã, a-char, fi-lho,
a-ma-nhe-cer; • as letras com que representamos os
hiatos:
• os encontros consonantais que iniciam sa-ú-de, cru-el, gra-ú-na, re-cu-o, vô-o;
sílaba:
a-blu-ção, cla-va, re-gra, a-bran-dar, • as consoantes seguidas que pertencem
dra-gão, tra-ve; a sílabas diferentes:
ab-di-car, cis-mar, ab-dô-men, bis-ca-te,
• a consoante inicial seguida de outra sub-lo-car, as-pec-to;
consoante:
mne-mô-ni-co, psi-có-ti-co; • os prefixos bis-, cis-, des-, dis-, trans-,
e ex-,quando a sílaba seguinte começa
por vogal:
bi-sa-vô; tran-sa-tlân-ti-co

48
CAPÍTULO VI

HÍFEN

O emprego correto do hífen é um dos pro- • inter-, hiper-, mini- e super-, quando se-
blemas encontrados na redação de palavras guidos de palavras iniciadas por h ou r:
compostas. Enquanto não são implantadas as inter-racial, inter-humano, hiper-rugoso, mini-
novas formas propostas na reforma ortográfica, hélice, mini-rádio, super-homem, super-
continuam em vigor as regras, um tanto confusas, requintado, super-hidratação etc.
aprovadas pela Lei nº 5675, de 18 de dezembro
de 1971. • entre-, quando seguindo de h: entre-hostil
etc.

29. EMPREGO DO HÍFEN • ab-, ad-, ob- sob- e sub-, quando segui-
dos de palavra começada por r: ab-rogar,
Emprega-se o hífen nos vocábulos formados ad-renal, ob-repitício, sub-reino etc.
pelos prefixos:
• pan- e mal-, quando seguidos de palavra
• auto-, contra-, extra-, infra-, neo-, inciada por vogal ou h: pan-asiático, pan-
proto-, pseudo-, semi- e ultra-, quando helenismo, mal-educado, mal-humorado etc.
seguidos de palavras começadas por
vogal, h, r ou s: auto-educação, auto-exame, Exceção: panamericano, já consagrado.
auto-análise, contra-almirante, contra-
indicação, extra-oficial, extra-abdominal, extra- • bem-, em todos os casos, salvo as formas
sagital, infra-hepático, intra-ocular, neo- já consagradas, como benfeitor, ben-
republicano, proto-revolucionário, proto-sistólico, quisto, benfazejo etc.
pseudo-epilético, pseudo-revelação, semi-
internato, semi- selvagem, ultra-sensível, ultra- • sem-, sota-, soto-, vice-, vizo, ex- (este
sonografia, etc. último com o sentido de cessamento ou
estado anterior): sem-cerimônia, sota-piloto,
Exceção: extraordinário, já consagrado pelo soto-ministro, vice-reitor, vizo-rei, ex-diretor etc.
uso.
• pós-, pré- e pró-, que têm acento pró-
• ante-, anti-, arqui- e sobre-, quando prio, por causa da evidência dos seus
seguidos de palavras iniciadas por h, r significados e da sua pronúncia, ao con-
ou s: ante-histórico, ante-sala, anti-higiênico, trário de seus homógrafos não acentua-
anti-raquítico, anti-sifilítico, arqui-rabino, dos, que se aglutinam com o segundo
sobre-saia, sobre-humano, etc. elemento: pós-meridiano, pós-doutorado, pós-
operatório, pré-escolar, pré-lombar, pré-nupcial,
• supra-, quando seguido de palavra co- pró-britânico; mas: pospor, preanunciar,
meçada por vogal, r ou s: supra-axilar, procônsul etc.
supra-renal, supra-sensível etc.

49
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

29.1 OUTROS CASOS • nos compostos com o primeiro elemento


de forma adjetiva, reduzida ou não:
Emprega-se o hífen ainda: anglo-brasileiro, histórico-geográfico,
latino-americano, luso-brasileiro, euro-
• nos compostos cujos elementos, redu- africano, técnico-jurídico etc.
zidos ou não, perderam a sua signi-
ficação própria: água-marinha, arco-íris, • para separar palavras ao fim da linha;
pé-de-meia, pára-choque, bel-prazer, és-
sueste etc. • para unir pronomes átonos a verbos:
ofereceram-me, retive-o, levá-la-ei etc.

50
CAPÍTULO VII

APÓSTROFO

30. USO DO APÓSTROFO

O apóstrofo assinala a supressão de um


fonema, geralmente uma vogal. Usa-se nos ver-
sos, por exigências métricas como ocorre mais
freqüentemente entre poetas portugueses; em-
prega-se também em certas pronúncias popu-
lares, em nomes próprios ou palavras compostas
ligadas pela preposição de:pau-d’água, Sant’Anna,
‘tá bem etc.

51
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

CAPÍTULO VIII

NUMERAL

31. DEFINIÇÃO • quando expressam frações em que o nu-


merador é escrito com uma única pala-
Numeral é uma palavra que exprime nú- vra: três quartos, dois quintos; mas: 88 cen-
mero, número de ordem, múltiplo ou fração. O tésimos, 23 trigésimos, 25/38 avos etc.
númeral pode ser cardinal, ordinal, multipli-
cativo, fracionário ou coletivo. Escrevem-se os numerais com algarismos:

31.1. GRAFIA DE NUMERAIS • quando designam horas ou tempo de du-


ração: a sessão começa às 14 horas; trabalha-se
Escrevem-se por extenso, nos textos co- 8 horas por dia; das 10 às 15 horas; 12h30 etc.
muns, os numerais:
• quando designam datas: 5 de maio de
• cardinais de um a dez e aqueles que re- 1995, 04/7/97 etc.
presentam dezenas, centenas, milhares,
milhões, bilhões redondos. • quando usados em endereços: Rua 7 de
Abril, nº 20, apartamento 36.
• substantivados ou usados como parte de
substantivo: vinte e um (jogo de cartas). • quando expressam medidas, grandezas
ou dados matemáticos: 5 litros, 3 quilos,
• em expressões de linguagem popular ou 2/5, 3+7=10 etc.
informal e também em frases feitas: cria-
ram mil e uma dificuldades; já disse cem vezes • quando expressam valores monetários:
a mesma coisa. R$ 4.000,00, £ 5, US$ 600.00 etc. (Nos
documentos, quando necessário, por
• em documentos, entre parênteses, quan- medida de segurança, é admissível não
do necessário, por precisão ou segu- manter espaço entre o sinal de unidade
rança, para repetir o número grafado monetária e a importância).
em algarismos ou cifras: Recebi, nesta data,
a importância de R$200.000,00 (duzentos mil • na denominação de estradas e indicação
reais) etc. da respectiva quilometragem: BR 116,
quilômetro 170.
• quando em destaque, por ênfase: Eu disse
vinte e um, e não trinta e um. • nas citações de textos: A Mão e a Luva,
pág. 40.
• quando usados no início de oração; re-
comenda-se, caso o numeral seja muito • quando indicam idade: Maria tem 3 anos;
extenso, alterar a ordem da frase. o edifício foi construído há 30 anos etc.

52
2ª Parte – Capítulo VIII – Numeral

• na referência direta à figura do número: 31.2. GRAFIA DE DATAS


faça um 4, o 2 parece um pato etc.
• Não se usa o ponto de milhar na grafia
• quando indica posição numa dada série do ano: 1998, 1732, 1950, 2007.
numérica: Ofício nº 72, estrela de magnitude
6 etc. • os dias do mês, salvo o primeiro dia, em
que é regra o ordinal, são grafados em car-
• em estatísticas ou tabulações de qual- dinais, precedidos de 0 do segundo ao no-
quer natureza. no dia: 1º de abril, 20 de setembro, 03 de janeiro.

• quando conveniente para economia de • os meses, quando a data é grafada


espaço. abreviadamente, por números, também
são precedidos de 0 do primeiro ao nono
Como já foi dito antes, os números podem mês: 03/02/ 97, 28/01/95. Admite-se,
(e até devem) ser grafados por extenso, entre pa- entretanto, que não se use o zero do ter-
rênteses, após sua grafia em numerais, para ga- ceiro mês em diante, já que não há treze
rantir maior precisão e segurança à informação ou dezessete meses no ano.
prestada ou ao despacho proferido. Esta provi-
dência obedece a uma regra simples, mas de fun- 31.3. GRAFIA DE HORAS
damental importância, qual seja: após o número,
grafam-se entre parênteses as unidades padrão • as horas escrevem-se com algarismos,
utilizadas abreviadamente junto ao numeral que seguidos do indicador de tempo: 3 horas
antecede os parênteses, bem como as desinências e 12 minutos, 12 horas etc.
próprias do número grafado. Os demais comple-
mentos, se houver, são grafados após o referido • abreviadamente, escreve-se: 3h20 ou
sinal. 3:20; 12h ou 12:00 (e não 12:20hs) etc.

Assim: R$ 25,12 (vinte e cinco reais e doze 31.4. GRAFIA DE NÚMEROS


centavos) e não (vinte e cinco) reais e (doze) CARDINAIS COMPOSTOS
centavos.
• com dois ou três dígitos usa-se a con-
Ou: 20/25 (vinte vinte e cinco avos), e não junção e: 836 = oitocentos e trinta e seis;
(vinte vinte e cinco) avos. 37 = trinta e sete.

Mas: 23 (vinte e três) dias. • com quatro algarismos ou mais, escre-


vem-se com a conjunção e os valores de
Ou: 99 (noventa e nove) folhas numeradas dois ou três algarismos, usando-se fa-
e rubricadas. cultativamente a vírgula entre os grupos,
salvo quando o primeiro algarismo da
Ou, ainda, em um exemplo composto: centena final for 0: 4.556 = quatro mil
12/14 (doze catorze avos) da Referência 23. quinhentos e cinqüenta e seis ou quatro mil,
quinhentos e cinqüenta e seis; 3.084 = três mil
e oitenta e quatro; 1.079.334 = um milhão
setenta e nove mil trezentos e trinta e quatro:
3.565.092 = três milhões quinhentos e sessenta
e cinco mil e noventa e dois.

53
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

31.5. GRAFIA DE FRAÇÕES E DECIMAIS • os decimais com números inteiros gra-


fam-se com a conjunção e: 1,84 = um in-
• as frações grafam-se indicando o nu- teiro e oitenta e quatro centésimos, 5,369 =
merador e o fracionário sem conjunção: cinco inteiros e trezentos e sessenta e nove
1/3 = um terço, 7/8 = sete oitavos, 5/15= milésimos etc.
cinco quinze avos etc.
• as porcentagens grafam-se conforme os
• as frações que acompanham números decimais, com a indicação do percen-
inteiros grafam-se com a conjunção e: 2 tual: 6,77% = seis inteiros e setenta e sete
1/4 = dois inteiros e um quarto, 5 3/9 = centésimos por cento, 20,4% = vinte inteiros e
cinco inteiros e três nonos etc. quatro décimos por cento, 3,5% = três e meio
por cento etc.
• os decimais sem inteiros grafam-se in-
dicando o numerador decimal: 0,3 = três
décimos, 0,54 = cinqüenta e quatro centésimos,
0,856 = oitocentos e cinqüenta e seis milésimos
etc.

31.6. QUADRO DE NUMERAIS E ALGARISMOS

Números (árabes) Números (romanos) Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários Coletivos

1 I um primeiro, primário, simples, singelo


primo

2 II dois segundo, duplo, dobro, meio, metade duo, dueto


secundário dúplice, binário

3 III três terceiro, terciário triplo, tríplice, terço trio


ternário, trino

4 IV quatro quarto, quádruplo, quarto quarteto


quaternário quaternário

5 V cinco quinto quíntuplo quinto quinteto

6 VI seis sexto sêxtuplo sexto sexteto

7 VII sete sétimo, setenário séptuplo sétimo

8 VIII oito oitavo óctuplo oitavo

9 IX nove nono nónuplo nono novena

10 X dez décimo, decimal décuplo décimo dezena, década

11 XI onze undécimo, undécuplo undécimo, onze


décimo primeiro avos

12 XII doze duodécimo, duodécuplo duodécimo, doze dúzia


décimo segundo avos

13 XIII treze décimo terceiro treze avos

14 XIV catorze décimo quarto catorze avos

15 XV quinze décimo quinto quinze avos

16 XVI dezesseis décimo sexto dezesseis avos

17 XVII dezessete décimo sétimo dezessete avos

54
2ª Parte – Capítulo VIII – Numeral

Números (árabes) Números (romanos) Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários Coletivos

18 XVIII dezoito décimo oitavo dezoito avos

19 XIX dezenove décimo nono dezenove avos

20 XX vinte vigésimo vigésimo, vinte


avos

21 XXI vinte e um vigésimo primeiro vinte e um avos

30 XXX trinta trigésimo trigésimo, trinta


avos

40 XL quarenta quadragésimo quadragésimo,


quarenta avos

50 L cinquenta quinquagésimo qüinquagésimo,


cinquenta avos

60 LX sessenta sexagésimo sexagésimo,


sessenta avos

70 LXX setenta septuagésimo setuagésimo,


setenta avos

80 LXXX oitenta octogésimo octogésimo,


oitenta avos

90 XC noventa nonagésimo nonagésimo,


noventa avos

100 C cem centésimo cêntuplo centésimo, cem centena, cento


avos

200 CC duzentos ducentésimo ducentésimo


duzentos avos

300 CCC trezentos tricentésimo tricentésimo,


trezentos avos

400 CD quatrocentos quadrigentésimo quadringentésimo,


quatrocentos avos

500 D quinhentos quingentésimo qüingentésimo,


quinhentos avos

600 DC seiscentos seiscentésimo sexcentésimo,


seiscentos avos

700 DCC setecentos septigentésimo setingentésimo,


setecentos avos

800 DCCC oitocentos octigentésimo octingentésimo,


oitocentos avos

900 CM novecentos nongentésimo nongentésimo,


novecentos avos

1000 M mil milésimo milésimo,mil avos milhar


(1)
10 000 X dez mil dez milésimos dez mil avos
(1)
100 000 C cem mil cem milésimos cem mil avos
(1)
1 000 000 M um milhão milionésimo milionésimo
(2)
1 000 000 000 M um bilião bilionésimo bilionésimo

1 000 000 000 000 mil milhões

(1)
Estas letras são grafadas com um traço em cima.
(2)
Estas letras são grafadas com dois traços em cima.

55
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

CAPÍTULO IX

CRASE

A crase é a contração da preposição a com • em locuções adverbiais (preposição +


um determinativo iniciado pela vogal a (o artigo substantivo, com valor de advérbio), pre-
definido feminino a e os pronomes demonstrati- positivas (advérbio + preposição, com
vos aquilo, aquele e aquela, no singular ou no plural). valor de preposição) e conjuntivas (gru-
pos e palavras com valor de conjunção):
a Diretoria fica na próxima sala à direita; não
32. OCORRÊNCIA DE CRASE se incomode quanto àquilo que lhe disse ontem;
progredia à medida que se dedicava ao trabalho.
A crase, representada pelo acento grave,
ocorre nos seguintes casos: 32.1. QUANDO NÃO SE USA CRASE

• quando a preposição a é seguida de subs- • antes de substantivo masculino ou de


tantivo feminino, comum ou próprio, verbo: entregou a alma a Deus; ele começou a
que admite o artigo definido a, ainda falar etc.
que seja precedido de adjetivo, numeral,
pronome ou advérbio: fui à aula hoje; ele • antes de expressões de tratamento: soli-
se encaminhou em direção à paciente; o professor cito a Vossa Senhoria; os netos deram adeus a
dirigiu-se às duas alunas; recorri às minhas Dona Maria, sua avó etc.
anotações; entregue o prêmio às mais estudiosas
alunas da classe etc. • antes dos pronomes ela(s), esta(s), certa(s),
nenhuma(s), quanta(s), toda(s), cada, cada
• quando a preposição a é seguida pelos uma, pouca(s), que, cuja(s), quem, qualquer:
pronomes demonstrativos aquele, aquela, dei a cada criança um doce; requerer a qualquer
aqueles, aquelas ou aquilo: obedeci àquela tempo; não se referiram a nenhuma das
ordem; comparecemos àqueles eventos, mas situações; a certa altura; a pouca profundidade
resistimos àquilo que tentaram nos vender etc. etc.

• quando a preposição a modifica subs- • nas locuções formadas pela repetição da


tantivo feminino oculto que admite o mesma palavra: tomou o remédio gota a gota;
artigo a: móveis à (moda) Luís XV; ele fornece de parte a parte não houve interesse em continuar.
couro à (empresa) Calçados São Luís Ltda.;
eles subiram à (lancha) Riachuelo etc. • antes de substantivos próprios que não
admitem o artigo a: fui a Roma; dirigimo-
• para evitar ambigüidade: matar à fome, nos a São Paulo; Alberto referiu-se a Maria
ferir à bala, o mecânico cheirava à gasolina etc. etc. Entretanto, se esses nomes são par-
ticularizados, usa-se a crase: refiro- me à
Roma de César; fomos à Veneza dos Doges etc.

56
2ª Parte – Capítulo IX – Crase

• antes da palavra terra, quando significa • antes da palavra distância, quando usa-
terra firme, em oposição a mar: os mari- da em sentido indeterminado: reconheci
nheiros desceram a terra. Porém, ocorre o homem a distância. Temos crase, entre-
crase se a palavra é particularizada: che- tanto, quando a distância é determina-
guei à terra de meus avós. da: o homem estava à distância de vinte metros.

• antes da palavra casa, na acepção de mo- • nas locuções até as e após as, tempo-
radia: vou a casa. A crase ocorre, porém, rais: a sessão foi suspensa até as 17 ho-
quando a palavra é particularizada: vou ras; a sessão solene iniciou-se após as
à casa de João. 20 horas; o congresso será realizado de
18 a 20 de maio.

57
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

CAPÍTULO X

PRONOMES

33. PRONOMES Em relação ao espaço (lugar), usamos este,


esta, isto para representar qualquer elemento
Tudo que escrevemos pode envolver três que esteja próximo da pessoa que fala; esse,
diferentes pessoas: essa, isso, para elemento que esteja próximo
da pessoa com quem se fala; aquele, aquela,
• a pessoa que escreve aquilo, para elemento distante de ambos. Por
• a pessoa que lê ou a quem me dirijo exemplo:
• a pessoa que não está envolvida nessa
troca, isto é, uma 3a. pessoa “Comprei esta jaqueta que estou usando daquele camelô
que vai lá adiante. Onde você comprou essa sua?”
Os pronomes se referem às pessoas que “Dê-me essa caneta, que é minha, e não sua.”
estão participando de uma conversa: quem fala, “Que cara é essa, João?”
quem ouve, quem não está na conversa.
Em relação ao tempo, usamos este, esta,
33.1. PRONOMES DEMONSTRATIVOS isto para representar o tempo presente; esse,
essa, isso, para o passado recente ou para o
Os pronomes demonstrativos são os se- futuro; aquele, aquela, aquilo, para o pas-
guintes: este, esta, isto, esse, essa, isso, sado remoto.
aquele, aquela, aquilo, o, a, os, as, tal, tais.
33.2. PRONOMES OBLÍQUOS
Para maior clareza verifique a tabela
Os pronomes oblíquos átonos são me, te,
Pronomes Espaço (lugar) Tempo se, o, a lhe, nos, vos, os, as, lhes.
Este, esta, isto Aqui Presente Se o verbo for terminado em M, ÃO ou
Esse, essa, isso Aí Passado recente Õe, os pronomes o, a, os, as se transformarão
ou futuro
em no, na, nos, nas.
Aquele, aquela, Ali, lá, acolá Passado remoto
aquilo “Quando encontrarem o material, tragam-no até mim.”
“Os sapatos, põe-nos fora, para aliviar a dor.”

Se o verbo terminar em R, S ou Z, essas


terminações serão retiradas, e os pronomes o,
a, os, as mudarão para lo, la, los, las.

“Quando encontrarem as apostilas deverão traze-las até


mim.”
“As apostilas, tu perde-las toda semana.”

58
2ª Parte – Capítulo X – Pronomes

Independente da predicação verbal, se o 33.2.2.c. ÊNCLISE


verbo terminar em mos, seguido de nos ou de
vos, retira-se a terminação –s. É a colocação dos pronomes oblíquos áto-
nos depois do verbo. Usa-se a ênclise, princi-
“Encontramo-nos ontem à noite.” palmente nos seguintes casos:
“Recolhemo-nos cedo todos os dias.”
• Quando o verbo iniciar a oração.
33.2.2.a. PRÓCLISE Ex.: Trouxe-me as propostas já assinadas.

É a colocação dos pronomes oblíquos átonos • Com o verbo no imperativo afirmativo.


antes do verbo. Usa-se a próclise, obrigato- Ex.: Por favor, traga-me as propostas já assinadas.
riamente, quando houver palavras atrativas. São
elas: Obs.: Se o verbo não estiver no início da frase e
não estiver conjugado no Futuro do Presente ou
Palavras de sentido Ela nem se incomodou com no Futuro do Pretérito, poderemos usar Próclise,
negativo. minhas dúvidas. quanto Ênclise. Por exemplo: Eu me queixei de você
Advérbios. Aqui se tem sossego, para ou Eu queixei-me de você. Os alunos se esforçaram ou
trabalhar.
Os alunos esforçaram-se.
Pronomes Indefinidos. Alguém me telefonou?

Pronomes Interrogativos. Que me acontecerá agora?

Pronomes Relativos. A pessoa que me telefonou 34. INFORMÁ-LO OU


não se identificou.
INFORMAR-LHE? Algumas
Pronomes Demonstrativos
Neutros.
Isso me emocionou muito. dúvidas sobre o uso do pronome
Conjunções Escrevia os nomes,
Subordinativas. conforme me lembrava No caso de verbos transitivos diretos e
deles.
indiretos, como informar, avisar, comunicar,
participar, lembrar e assemelhados (sempre com
Obs.: Não ocorre próclise em início de frase. o sentido de comunicar), vale a seguinte regra,
segundo Napoleão Mendes de Almeida: se a
Ex.: O certo é Traga-me essa caneta que aí está. E pessoa (pronome) for objeto direto, a coisa será
não Me traga essa caneta. indireta; se a coisa for objeto direto, a pessoa
(pronome) será indireto.
33.2.2.b. MESÓCLISE
• Informar: Venho informar-lhe que as
É a colocação pronominal no meio do ver- máquinas pararam; Venho informá-lo de que
bo. A mesóclise é usada: as máquinas pararam.

• avisar: Devo avisá-lo de que os convidados


• Quando o verbo estiver no futuro do chegaram; Venho avisar-lhe que os convidados
presente ou futuro do pretérito, contanto chegaram.
que esses verbos não estejam precedidos
de palavras que exijam a próclise. • lembrar: Pediu-me para lembrá-lo de que
tem consulta hoje; Pediu-me para lembrar-lhe
Ex.: Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento que tem consulta hoje.
em prol da paz no mundo.
• comunicar: É inútil comunicar-lhe agora
Não fosse os meus compromissos, acompanhar-te-ia nessa
o ocorrido; É inútil comunicá-lo agora do
viagem
ocorrido.

59
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

CAPÍTULO XI

VERBO

Nesta parte serão abordados somente casos • precaver e reaver não são derivados de ver.
de formas verbais que geram dúvidas e erros (Veja em Verbos defectivos.)
freqüentes.
Exceção:
O verbo prover não se conjuga como ver nos
35. CONJUGAÇÃO DE ALGUNS seguintes tempos:
VERBOS E SEUS DERIVADOS
• pret. perf. ind.: provi, proveste, proveu,
VIR provemos, provestes, proveram.

• na 1ª pessoa do plural do presente do in- • pret. m.q.p. ind.: provera, proveras, pro-
dicativo conjuga-se vimos (e não viemos): vera, provêramos, provêreis, proveram.
Vimos avisá-lo de seu compromisso hoje.
• pret. imp. subj.: provesse, provesses, pro-
• na 1ª pessoa do plural do pretérito per- vesse, provêssemos, provêsseis, provessem.
feito do indicativo, conjuga-se viemos: Vie-
mos do Rio para São Paulo de ônibus. • fut. subj. : prover, proveres, prover, pro-
vermos, proverdes, proverem.
• o futuro do subjuntivo é vier (e não vir):
Quando eu vier à Capital, far-lhe-ei uma visita. • particípio: provido.

• os derivados de vir conjugam-se da mes- TER


ma forma: Os guardas intervieram na discus-
são; O parlamentar interveio no discurso do • os derivados de ter conjugam-se como o
orador que ocupava a tribuna; O resultado verbo de origem: O policial deteve o suspeito;
adveio dos testes. Mantiveram-se as práticas consagradas; Os
copos vazios contêm ar.
VER
PÔR
• o futuro do subjuntivo é vir (e não ver):
Quando você o vir, diga-lhe que demos nossa • permanece o acento diferencial em por-
contribuição; Quando virem o logro em que tuguês: Mandei pôr alguns quadros no
caíram, ficarão furiosos. corredor.
os derivados de pôr conjugam-se como
• os derivados de ver conjugam-se da o verbo de origem: O poeta compôs lindos
mesma forma: O orador reviu suas anotações; versos; Os deputados opuseram-se ao veto.
os presentes anteviram o que lhes esperava.

60
2ª Parte – Capítulo VI – Verbo

36. FLEXÃO DO INFINITIVO O infinitivo pessoal flexionado emprega-se


obrigatoriamente num só caso: quando tem
O verbo no infinitivo é usado sem flexão: sujeito próprio, distinto do sujeito da oração
principal
• quando não se refere a nenhum sujeito (salvo no caso em que o sujeito é pronome
ou tem sentido imperativo: Viver é lutar; pessoal átono): Viveu o melhor que pôde, sem lhe falta-
Cessar fogo. rem amigos; Há quem murmure sermos nós simples
gastadores de papel.
• quando, regido pela preposição de, tem
sentido passivo e é complemento de
adjetivo: Nem sempre os erros administrativos 37. VERBOS DEFECTIVOS
são fáceis de perceber (de serem percebidos).
São aqueles que não tem alguns tempos ou
• quando, precedido da preposição a, pessoas:
equivale a gerúndio e indica modo ou
fim: Todos buscam a solução: uns a escrever, • verbos impessoais: chover, nevar, relam-
outros a pensar (uns escrevendo, outros pejar, trovoar.
pensando).
• verbos terminados em ir que não se
• quando se agrega, como verbo principal, conjugam nas pessoas em que depois do
a um verbo auxiliar, formando unidade radical aparecem a ou o: banir, abolir,
semântica: Aceitaram, por já não saberem aturdir, brandir, carpir, colorir, demolir,
negar. emergir, exaurir, fremir, fulgir, haurir,
imergir, jungir, retorquir, ungir.
Observação:
Os verbos chamados “auxiliares” são aque- • verbos terminados em ir que têm so-
les que se unem a outros para constituir formas mente as formas em que depois do
compostas. São, entre outros, ter, ser, haver, estar, radical vem i: adir, aguerrir, combalir,
poder, saber etc., e dão ao verbo principal (verbo comedir-se, delinqüir, descomedir-se,
de ação) noções de modo, possibilidade, esbaforir, espavorir, empedernir, falir,
obrigação etc. Nessas formas compostas, o verbo fornir, polir, puir, remir, renhir, ressarcir.
principal sofre flexão apenas nominal ou infinita Destaquem-se, ainda, alguns verbos
(infinitivo, gerúndio e particípio), enquanto o muito especiais:
auxiliar flexiona-se plenamente.
Há ainda os chamados “auxiliares acurativos”, PRECAVER E REAVER
que indicam começo de ação, duração, repetição,
continuação etc.: ir, principiar a..., começar a..., • no presente do indicativo só têm as duas
acabar de..., tornar a... etc. Exemplo: Vamos continuar; primeiras pessoas do plural: precavemos,
Começaram a escrever; Tornamos a vencer. precaveis; reavemos, reaveis.

• quando o sujeito é pronome pessoal áto- • no imperativo afirmativo, têm a 2ª


no, complemento dos verbos ver, ouvir, pessoa do plural: precavei, reavei.
deixar, fazer e mandar: O diretor deixou-os
entrar; Ouviram-no falar por três horas. • não têm imperativo negativo nem pre-
sente do subjuntivo.

61
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

ADEQUAR E ANTIQUAR Observação:


As indicações acima não esgotam a matéria.
• são conjugados somente nas formas ar- Assim, convém sempre, em caso de dúvida, con-
rizotônicas : Trabalhamos para adequar o sultar um bom dicionário de verbos e regimes.
equipamento às necessidades da casa. Adequa- (v. Bibliografia).
mos a solução aos meios. Antiquava, de pro-
pósito, a forma de escrever.
38. CONJUGAÇÃO E
Observação: PRONÚNCIA DE ALGUNS
Formas rizotônicas - são aquelas em que VERBOS
o acento tônico recai sobre o radical da palavra.
Formas rizotônicas do verbo interromper: AGUAR
interrompo, interrompes.
• pres. ind.: águo, águas, água, aguamos,
Formas arrizotônicas - são aquelas em que aguais, águam.
o acento tônico não recai sobre o radical da
palavra. For mas arrizotônicas do verso • pres. subj.: ágüe, ágües, ágüe, agüemos,
interromper: interromperás, interrompido. agüeis, ágüem. E da mesma forma: desa-
guar, enxaguar, minguar.
GRASSAR

• só é conjugado nas terceiras pessoas: AVERIGUAR


Grassam erros de português nas legendas de
filmes. • pres. ind.: averiguo (ú), averiguas (ú),
averigua (ú), averiguamos, averiguais,
SOER averiguam (ú).

• emprega-se somente nas terceiras pes- • pres. subj.: averigúe, averigúes, averigúe,
soas do presente do indicativo e no pre- averigüemos, averigüeis, averigúem.
térito imperfeito do indicativo: sói, soem;
soía, soías, soía, soíamos, soíeis, soíam. E da mesma forma: apaziguar, obliquar.

VIGER IMPUGNAR

• não tem 1ª pessoa do singular do • pres. ind.: impugno (ú), impugnas (ú),
presente do indicativo, nem presente do impugna (ú), impugnamos, impugnais,
subjuntivo: O contrato vige a partir de 1º de impugnam (ú).
janeiro; As disposições vigeram até a revogação
do decreto. • pres. subj.: impugne (ú), impugnes (ú),
impugne (ú), impugnemos, impugneis,
TRANSIR impugnem (ú).

• Só é conjugado nas formas em que o s E da mesma forma: dignar-se, indignar-se,


vem seguido do i: O frio transiu-o; Estava obstar, optar, pugnar, ritmar, raptar.
transido de medo.

62
2ª Parte – Capítulo VI – Verbo

39. REGÊNCIA VERBAL ansiar por: Ansiávamos por sua chegada.

Apresentamos a seguir a regência de alguns anuir: Todos anuíram àquela proposta.


verbos, que costumeiramente geram dúvidas.
aspirar, a: Aspiro o perfume das flores; Aspirava ao
abrigar-se de, em: Abrigou-se da chuva; A igreja cargo de direção.
abrigou os flagelados.
aproveitar: Aproveito a oportunidade para manifestar
absolver, de: A sentença que absolveu o réu (...); repúdio ao tratamento dado ao paciente.
Absolveram-no das acusações que lhe foram imputadas.
apelar para, de: Apelo para Vossa Excelência
abster-se de: O parlamentar absteve-se de manifestar considerar o preito; O advogado apelou da sentença.
seu voto.
argüir de: O Governador argüiu da inconstitucio-
acautelar-se com: Devemos nos acautelar com os nalidade da lei.
que nos induzem a erro.
assentir a: Assentiu à pretensão do requerente.
acercar-se de: Para tomar tal decisão, o dirigente
acercou- se de pareceres que lhe forneceram os fundamentos assistir a: Assistiu o doente de imediato; Assiste razão
legais. a Vossa Senhoria; Assistiu ao filme.

afixar a: Os cartazes foram afixados aos murais da atender a: O Prefeito atendeu ao pedido do vereador;
entidade. o Superintendente atendeu o Ministro em sua reivindicação.

almejar, por: Almejava o cargo; Almejo por estar em avisar: o Tribunal Eleitoral avisou os eleitores da
seu lugar. necessidade de recadastramento.

63
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

CAPÍTULO XII

FLEXÃO NOMINAL

Esta parte apresenta a flexão de nomes, • os terminados em ês, l e z acrescentam


substantivos e adjetivos, em gênero, número e a: freguesa, inglesa, juíza, oficiala etc.
grau. As formas femininas, plurais, aumentativas
e diminutivas, bem como as superlativas, são de- • os derivados de outros substantivos for-
correntes da origem da palavra e se dão pelo uso mam feminino por meio de esa, essa,
de formas consagradas. É possível, porém, esta- isa: português — portuguesa; abade —
belecer as regras a seguir. abadessa; alcaide— alcaidessa (ou alcaidina);
píton — pitonisa etc.

40. FORMAÇÃO DO FEMININO • os femininos (cargos) – primeira-


ministra; senadora; deputada; gover-
nadora, secretária, prefeita; juíza;
A flexão para o feminino segue, na sua maior procuradora.
parte, formas consagradas pelo uso, de modo que Presidente é usado tanto para homem
é difícil estabelecer regras precisas. A maior parte como para mulher.
das flexões de substantivos ocorre da seguinte
maneira: Alguns substantivos têm palavras diferentes
para masculino e feminino:
• os terminados em o fazem, em geral, o
feminino em a: filha, aluna, menina, gata • nomes de pessoas: cavaleiro — amazona;
etc. cavalheiro — dama; frei — sóror, soror ou sor
etc. - nomes de animais: bode — cabra;
• os terminados em ão podem ser fle- cavalo — égua etc.
xionados em ã, oa: anã, cidadã, irmã,
ermitoa, horteloa, leoa etc. Os substantivos invariáveis formam femi-
nino com o uso do artigo feminino. Entre outros:
• os aumentativos terminados em ão fa- amante, cliente, constituinte, doente, habitante, inocente,
zem o feminino em ona: chorona, pedin- ouvinte, servente, estudante, consorte, mártir, camarada,
chona, valentona etc. capitalista, agente.

• os terminados em or formam o femini- Há, ainda, substantivos de um só gênero,


no em a ou eira: doutora, professora, lava- aplicados indistintamente a homens e mulheres.
deira, arrumadeira, faladeira etc. Destacamos alguns: o algoz, o carrasco, o cônjuge, a
criatura, o ente, o ser, a pessoa, a testemunha, o verdugo,
• os terminados em e ficam invariáveis ou a vítima.
mudam para a: presidente ou presidenta,
alfaiate ou alfaiata, infante ou infanta, gover- Há palavras que têm mais de uma forma
nante ou governanta, parente ou parenta etc. feminina. É o caso das seguintes: aldeão — aldeoa

64
2ª Parte – Capítulo XII – Flexão Nominal

ou aldeã, deus — deusa ou déia, diabo — diaba, diabra • a mesma palavra é repetida nos dois ele-
ou diaboa, elefante — elefanta ou aliá, javal — javalina mentos: tico-ticos, ruge-ruges etc.
ou gironda, ladrão — ladra, ladrona ou ladroa,
motor — motora ou motriz, pardal — pardoca ou • os dois elementos são adjetivos: social-
pardaloca, varão — varoa, virago ou matrona, vilão — democratas, nacional-socialistas, azul-claros,
vilã ou viloa. verde-escuros etc.

• os dois elementos são unidos sem hífen:


41. GÊNEROS QUE PODEM clarabóias, montepios, neoliberais etc.
GERAR DÚVIDAS
Vão para o plural os dois elementos se am-
• são masculinos: os nomes de letras do alfa- bos são variáveis (substantivos ou substantivo e
beto, clã, champanha, coma (estado clínico), adjetivo) e separados por hífen: couves-flores, porcos-
diabetes, dó, eclipse, formicida, grama (uni- espinhos, obras-primas, amores-perfeitos, boas-vidas,
dade de peso), jângal, jângala, lança-per- quartas-feiras etc.
fume, milhar, pijama, proclama, saca-rolhas,
sanduíche, sósia, telefonema, soma, tapa Não varia o segundo elemento quando:
(bofetada).
• encerra idéia de finalidade: escolas-modelo,
• são femininos: aguardente, análise, fama, cal, cafés-concerto, canetas-tinteiro etc.
cataplasma, cólera, cólera-morbo, coma (ca-
beleira ou vírgula), dinamite, elipse, faringe, • está ligado ao primeiro elemento por
fruta-pão, gesta (quando façanha), libido, preposição: pães-de-ló, corações-de-boi,
polé, preá, síndrome, tíbia, variante e os nomes comandantes-em-chefe etc.
terminados em gem (com exceção de perso-
nagem, que admite os dois gêneros). Nenhum dos elementos vai para o plural
quando:
• são indiferentemente masculinos e femi-
ninos: ágape, avestruz, caudal, crisma, gambá, • ambos são verbos ou são verbo ou advér-
hélice, íris, juriti, lhama, laringe, ordenança, bio: bota-fora, leva-e-traz, bate-volta etc.
personagem, renque, sabiá, sentinela, soprano,
tapa (quando significa tampa). • o primeiro é verbo e o segundo já está
no plural: quebra-nozes, saca-rolhas etc.

42. PLURAL DE SUBSTANTIVOS E • o substantivo é complemento do ad-


ADJETIVOS COMPOSTOS jetivo que indica cor: ver-de-garrafa, cor-
de-rosa, vermelho-sangue, azul-turquesa etc.
Nos nomes compostos, vai para o plural
somente o segundo elemento quando: Plural de siglas. Acrescenta-se um S minús-
culo às siglas usadas no plural: BTNs, CDBs,
• o primeiro elemento é verbo, prefixo ou LTNs, SPCs. A regra vale também para o caso
adjetivo reduzido: guarda-roupas, beija- em que se queira pluralizar uma entidade nor-
flores, grão-mestres, grão-duques, vice-reis, auto- malmente única: os BBs, BCs, MECs.
sugestões, salvo-condutos etc.

65
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

42.1. ALGUNS CASOS DE PLURAL 44. AUMENTATIVOS E DIMINUTIVOS


QUE GERAM DÚVIDAS
Os aumentativos e diminutivos não servem
Substantivos terminados em ão apenas para adicionar graus de tamanho ou im-
portância, mas também emprestar ao nome noções
O plural dos nomes terminados em ão é afetivas, depreciativas, de desproporção ou dis-
formado em ões, ães ou ãos. Na maior parte formidade. Outros, ainda, com o tempo, adquiri-
das vezes, as formas plurais são consagradas pelo ram significados próprios, passando a substantivos
uso, mas é possível destacar algumas regras: normais, como: cartão, portão, corpete, lingüeta,
pastilha, ribeirão, pontilhão, folhinha, cavalete etc.
• em todos os aumentativos, o final é mu-
dado para ões: casarões, facões, homen-
zarrões etc. 45. SUPERLATIVO DOS ADJETIVOS

• todos os paroxítonos recebem apenas o Há três graus de variação do adjetivo:


acréscimo de s: acórdãos, bênçãos, órgãos
etc. • positivo, que é o próprio valor do adjetivo;

A maioria dos substantivos terminados em • comparativo, que estabelece, entre dois


ão têm plural em ões: eleições, operações, consi- ou mais seres, noção de igualdade, infe-
derações etc. Em menor número, fazem plural em rioridade ou superioridade (tanto quan-
ães: escrivães, tabeliães etc. to, menos ou mais que);

Outros, ainda, não têm forma definida para • superlativo, que ressalta a qualidade pe-
o plural, sendo possível utilizar mais de uma das rante outros seres ou indica que a quali-
formas: sultãos, sultões, sultães; aldeões, aldeães, aldeãos; dade ultrapassa a noção do adjetivo, caso
corrimãos, corrimões. Recomenda-se, entretanto, em que é chamado superlativo absoluto.
optar pela forma mais sonora ou corrente: sultões,
aldeãos, corrimãos. Este último é o que nos interessa.

45.1. FORMAÇÃO DO SUPERLATIVO


43. ADJETIVOS QUE NÃO
VARIAM O superlativo forma-se, em geral, com o
acréscimo do sufixo intensivo -íssimo, com as
• não variam os adjetivos em que a cor é modificações a seguir:
indicada por nome de animal ou coisa:
vestidos cinza, chapéus castor, camisas abacate • os adjetivos terminados em A,E,O e
etc. E,I,O. Desaparecem o A,E,O e I,O, e
acrescenta-se íssimo: cuidadosíssima, ele-
• não variam os compostos azul-marinho e gantíssimo, vaidosíssimo etc.
azul-celeste.
• os terminados em -vel, mudam para
• não varia o adjetivo ultravioleta, mas in- -bil: terribilíssimo, amabilíssimo etc.
fravermelho, sim (infravermelhos).
• os terminados em m e ão, passam para
n e an: comuníssimo, saníssimo etc.

66
2ª Parte – Capítulo XII – Flexão Nominal

• os terminados em z mudam para c: inferior - ínfimo


ferocíssimo, sagacíssimo etc. íntegro - integérrimo
jovem - juveníssimo
• os terminados em io, mantêm dois is: livre - libérrimo
seriíssimo, precariíssimo, feiíssimo etc. louvável - laudabilíssimo
magnífico - magnificentíssimo
Outros superlativos se prendem às formas magro - macérrimo, magérrimo, magríssimo
de origem, admitem mais de uma forma ou maléfico - maleficentíssimo
formas anômalas (não derivadas do principal), malévolo - malevolentíssimo
podendo ser destacados os seguintes: mau - péssimo
mísero - misérrimo
acre - acérrimo miúdo - minutíssimo
ágil – agílimo, agilíssimo negro - nigérrimo, negríssimo
agudo – acutíssimo, agudíssimo nobre - nobilíssimo
alto - supra-sumo, altíssimo pequeno – mínimo
amargo - amaríssimo pessoal - personalíssimo
amigo - amicíssimo pobre - paupérrimo, pobríssimo
antigo - antiqüíssimo pródigo - prodigalíssimo
atroz - atrocíssimo posterior - póstumo
audaz - audacíssimo provável - probabilíssimo
áspero - aspérrimo sábio - sapientíssimo
baixo – ínfimo, baixíssimo sagrado - sacratíssimo
benéfico - beneficentíssimo salubre - salubérrimo
benévolo - benevolentíssimo semelhante - símílimo
bom - ótimo, boníssimo simples - simplicíssimo, simplíssimo
capaz - capacíssimo soberbo - superbíssimo, soberbíssimo
célebre - celebérrimo superior - supremo, sumo
célere - celérrimo tétrico - tetérrimo
cheio - cheíssimo ulterior - último
comum - comuníssimo vão - vaníssimo
cruel - crudelíssimo
custão - custianíssimo 45.2. OUTRAS FORMAS DE
cruel - crudelíssimo SUPERLATIVO
difícil - dificílimo
doce - dulcíssimo • com o acréscimo de prefixos como
eficaz - eficacíssimo arqui-, extra-, hiper-, super-, ultra-
fácil - facílimo etc: arquimilionário, extrafino, hipersensível,
feroz - ferocíssimo super-exaltado, ultra-rápido etc.
fiel - fidelíssimo
frio - rigidíssimo, friíssimo • com a repetição do próprio adjetivo: claro,
geral – generalíssimo claro (claríssimo);velho, velho (velhíssimo) etc.
grande - máximo
honorífico - honorificentíssimo • com o uso de diminutivo: feiozinho, ruin-
horrível - horribilíssimo zinho, branquinho etc.
humilde - humílimo, humildíssimo
incrível - incredibilíssimo • com o uso do advérbio bem: bem fácil (fa-
inimigo – inimicíssimo cílimo), bem burro (burríssimo) etc.

67
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

CAPÍTULO XIII

CONCORDÂNCIA

46. CONCORDÂNCIA VERBAL ou distância, não variam: Faz cinco anos


que não o vejo; Há três quilômetros passamos
Na oração, o verbo concorda com o sujeito por um posto de gasolina; Tem dias em que não
em gênero e número: A menina foi tida como desa- nos sentimos bem; Depois das últimas chuvas
parecida; Os pacientes reuniram-se no saguão. haverá centenas de desabrigados.
• os verbos ter e haver, com sentido de
No caso de sujeito composto: existir, não variam em número: Havia
milhares de pessoas no concerto ao ar livre; Tem
• se composto por enumeração, o verbo vai certos dias em que eu penso em minha gente...”
para o plural: As mesas, as cadeiras e os (Chico B. Hollanda e Vinícius de Moraes).
armários estavam fora de lugar.
• se composto por núcleos complexos, po- Concordância do verbo com quantidades:
de ir para o plural ou concordar apenas
com o núcleo mais próximo, especial- • se o sujeito é simples e numeral, o verbo
mente se o verbo vier antes: Dá-lhe (ou vai para o plural para quantidades acima
dão-lhe) de comer o dono da mercearia na de 1: Milhares assistiram ao evento; Uma pes-
calçada em frente, os vizinhos em seus portões, soa esteve presente; 100% concordam com essa
e até o pipoqueiro da esquina. posição; 2/4 não são favoráveis à medida
• se o núcleo é singular seguido de adjun- provisória.
tos que equivalem a um aposto, o verbo • se o sujeito é composto de porcentagem
fica no singular ou vai para o plural: A e adjunto que se refere a pessoa no plu-
autoridade materna e paterna é indiscutível (ou ral, vai para o plural: 50% dos eleitores
são indiscutíveis). aprovam o governo; 23% dos entrevistados não
• se composto de pronomes pessoais, entre doariam seus órgãos.
os quais uma 1ª. pessoa, vai para a 1ª. • se o sujeito é composto de porcentagem
pessoa do plural: Tu e eu somos os únicos a e adjunto que se refere a pessoa no cole-
trabalhar aos sábados; ou para a 2ª., se não tivo, vai para o plural ou fica no singular:
houver 1ª. pessoa: Tu e tua mulher sois muito 42% do eleitorado votariam (ou votaria) de
unidos. novo nos mesmos representantes; 30% do
• se composto de pronomes pessoais em eleitorado considera (ou consideram) o governo
3ª. pessoa, o verbo vai para a 3ª. pessoa regular; 10% da audiência não conseguiu (ou
do plural: João, José e Fátima vão juntos à conseguiram) ver o espetáculo.
escola. • se o sujeito é composto de fração e ad-
junto que se refere a pessoa no plural, o
A concordância dos verbos haver, ter e verbo vai para o singular ou para o plu-
fazer: ral: 3/5 dos Deputados se abstiveram (ou
absteve) de votar na proposta; 1/3 dos presentes
• os verbos haver, ter e fazer, quando à reunião não quiseram (ou quis) falar no
empregados como indicativos de tempo assunto.

68
2ª Parte – Capítulo XIII – Concordância

• se o sujeito é composto de fração e 47. CONCORDÂNCIA NOMINAL


adjunto, simples ou no coletivo, o verbo
concorda com o numerador: 1/8 da frota Regra geral:
está em péssimo estado; 3/5 do Congresso não
aprovam a proposta; 2/3 do bolo ficaram • os adjetivos, nomes ou determinativos
intactos. (pronomes, artigos) e numerais concordam
• se o sujeito é composto pela fração meio em gênero e número com os substantivos
ou metade, ou por expressão partitiva (o que complementam: Todos os processos exa-
grosso de, o resto de etc.), fica no singular: minados; As pessoas presentes ao evento.
Meia platéia não entendeu a peça; Metade dos • o predicativo concorda em gênero e nú-
servidores foi promovida; O resto das vagas não mero com o sujeito: Todos os processos esta-
foi preenchido. vam arquivados; Essas meninas continuam
• se o sujeito denota quantidade aproxi- estudiosas.
mada (cerca de, mais de, menos de etc.), o
verbo vai para o plural: Cerca de 100 crian- Outros casos:
ças não obtiveram vaga nessa escola; Menos de
200 vagas foram ocupadas. • se o adjetivo refere-se a diversos substan-
tivos de gêneros iguais, flexiona-se em
Concordância nas locuções verbais: gênero e vai para o plural: As casas e cercas
desgastadas; Coragem e dignidade humanas.
• nas locuções verbais formadas por verbo • se o adjetivo refere-se a diversos substan-
predicativo + verbo no particípio, ambos tivos de gêneros diferentes, vai para o
concordam com o sujeito em número, e masculino plural: Comércio e navegação
o principal concorda também em gêne- costeiros; Posse e domínio incompletos.
ro: Gerou-se uma ordem de estorno no valor de • se diversos adjetivos qualificam um só
R$200,00, da qual nada foi estornado; A substantivo, mantém-se o substantivo no
quantia não era considerada alta na ocasião; singular: Primeiro e segundo batalhão; O Velho
Têm sido feitas as alterações necessárias no texto. e o Novo Testamento.
• nas locuções formadas por verbo nomi-
nal auxiliar de verbo no infinitivo impes- Observação:
soal ou no gerúndio, só o verbo auxiliar Outras formas de concordância para os
varia: As meninas deviam se preocupar com os casos de que tratamos acima são admitidas, mas
estudos; Vinham andando calmamente. para o propósito da redação oficial, as regras
estabelecidas são suficientes para que não
ocorram erros.

69
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

CAPÍTULO XIV

EMPREGO DO PORQUE

48. POR QUE / POR QUÊ / POR QUÊ (separados, com circunflexo)
PORQUE / PORQUÊ
• pronome interrogativo (quê) antecedido
As diferenças entre as palavras porque e de preposição (por), incidindo em final de
porquê, e as expressões por que e por quê merecem frase interrogativa (interrogativa direta):
ser tratadas separadamente, pois seu emprego Ele não vai por quê ?
gera sempre dúvida, e o assunto envolve classes
de palavras diversas, assim como mudança de • pronome relativo (quê) antecedido de pre-
significado, de acordo com a função sintática. posição (por), incidindo em final de frase:
Ele não vai, mas não disse por quê.
Assim, temos:
PORQUE (sem circunflexo)
POR QUE (separados, sem circunflexo)
• conjunção subordinativa adverbial cau-
• pronome interrogativo (que) antecedido sal (equivale a pois, visto que, já que, uma
de preposição (por); ocorre em interro- vez que):
gativas diretas, nunca no final da frase: Não veio porque adoeceu.
Por que você não vai?
• conjunção coordenativa explicativa
• pronome interrogativo (que) antecedido (equivale a portanto, pois, porquanto):
de preposição (por); ocorre em interro- Choveu durante a noite, porque a rua está
gativas indiretas: molhada.
Quero saber por que você não vai; Ele não disse
por que não fez o serviço. PORQUÊ (com circunflexo)

• pronome relativo (que) antecedido de • substantivo:


preposição (por): Ele não vai, mas não disse o porquê.
O caminho por que devo seguir; O motivo Não explicou os porquês de assim
por que não veio. proceder.

• conjunção integrante (que) antecedida


de preposição (por) regida por verbo ou
nome transitivo:
Todos nos empenhamos por que haja maior
justiça social. Estávamos ansiosos por que
ela voltasse.

70
CAPÍTULO XV

CONVENÇÕES

49. SIGLAS ções Unidas; FMI - Fundo Monetário


Internacional, salvo quando o uso con-
Em conseqüência do crescimento da buro- sagra outra forma (AIDS)- Síndrome de
cracia, a multiplicação de órgãos nacionais e Imunodeficiência Adquirida; FAO - Or-
internacionais, governamentais, paraestatais e ganização das Nações Unidas para
conglomerados de múltiplas facetas, com suas Alimentação e Agricultura).
subdivisões, gera uma babel de siglas de difícil
apreensão. A utilização aleatória de vogais e 49.1 ALGUMAS SIGLAS HCFMUSP
consoantes maiúsculas e minúsculas, seguidas ou
não de pontuação, termina em confusão que ACMG Ambulatório de Clínica Médica Geral
cada vez mais dificulta, ao invés de facilitar, a (PAMB)
identificação do órgão a que se referem. AGD Ambulatório Geral e Didático (PAMB)
Inútil tentar deter essa tendência. Provei- AMBAN Ambulatório de Ansiedade (IPq)
toso, no entanto, estabelecer regras mínimas para AMJO Ambulatório de Jogos Patológicos (IPq)
o uso das siglas, minorando os confusos efeitos AVOHC Associação dos Voluntários do HC
da improvisação desorganizada. Esta intenção CAIP Comissão de Análise de Informações sobre
recomenda a adoção de algumas normas: Pacientes
CAMATA Centro de Apoio Médico Administrativo ao
• Não são usados pontos finais ou pontos Trabalhador
intermediários nas siglas: RG, CIC, CAPO Comissão de Análise de Prontuários e
PIS/PASEP, DRH, SUS, BEC etc. Óbitos do HCFMUSP
CAPPesq Comissão de Ética para Análise de Projetos
• Quando compostas unicamente das ini- de Pesquisa
ciais dos nomes dos órgãos ou empresas CARE Comitê de Assistência Religiosa do
referidos, são as siglas grafadas em HCFMUSP
maiúsculas: HCFMUSP, PRODESP, CCIH Comissão de Controle de Infecção
ANVISA etc. Hospitalar
CCR Centro de Convenções Rebouças
• Quando, além das iniciais, outras letras CD Conselho Deliberativo do HCFMUSP
dos nomes dos órgãos ou empresas com- CEFACs Centro de Formação e Aperfeiçoamento em
põem a sigla, grafa-se em maiúscula Ciências da Saúde
apenas a primeira: Telesp, Eletropaulo, CEFAP Centro de Formação e Aprimoramento de
Denarc, Banespa etc. Pessoal
CEIP Centro de Estudos do IPq
• As siglas de órgãos estrangeiros cujos CETEC Centro de Tecnologia Integrada em Telemedicina
nomes foram traduzidos para o portu- CF Comissão de Farmácia
guês seguem essa designação e não a CGI Comitê Gestor de Informática
original (ONU) - Organização das Na- CIA Centro de Informações e Análise

71
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

CIES Centro Interdepartamental de Estudos do NUDI Núcleo Especializado em Direito


Sono (IPq) PA Prédio da Administração
CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes PAMB Prédio dos Ambulatórios
CJL Comissão de Julgamento e Licitações PGRSS Programa de Gerenciamento de Resíduos
COBI Comissão de Bioética Sólidos de Saúde
CODI Comissão de Difusão Técnico-Científico do PNGS Prêmio Nacional de Gestão em Saúde
Corpo Clínico POP Procedimento Operacional Padronizado
CONDIR – ICHC Conselho Diretor do ICHC PRATO Projeto de Atendimento ao Obeso (IPq)
CPP Comissão Permanente Processante PROAHSA Programa de Estudos Avançados em
CPAVO Comissão Permanente de Acidentes em Administração Hospitalar e de Sistemas
Veículos Oficiais de Saúde
CTOT Comissão de Transplante de Órgãos e Tecidos PRODESP Companhia de Processamento de Dados
DAM Divisão de Arquivo Médico do Estado de São Paulo
DC Diretoria Clínica PROJESP Projeto de Estudos da Esquizofrenia (IPq)
DCC Divisão de Construções e Conservação PROSEX Projeto Sexualidade (IPq)
DHAC Divisão de Hospital Auxiliar de Cotoxó PROTER Projeto Terceira Idade
DHAS Divisão de Hospital Auxiliar de Suzano PS Pronto Socorro
DIREX Diretoria Executiva PURA Programa de Uso Racional da Água
DMR Divisão de Medicina de Reabilitação RPA Recuperação Pós-Anestésica
FFM Fundação Faculdade de Medicina SAMSS Serviço de Assistência Médica e Social aos
FPS/HSP Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Servidores
Paulo SCUT Serviço de Consultas de Urgência e Triagem
FZ Fundação Zerbini SDPO Seção de Desenvolvimento Profissional e
GAI Grupo Assessor de Informática Organizacional
GOI Grupo Operacional de Informática SEVIGH Serviço de Segurança e Vigilância Hospitalar
GPO Grupo de Planejamento Orçamentário UCO Unidade Coronariana
GRUDA Grupo de Estudos de Doenças Afetivas (IPq) UGE”s Unidades Gestoras Executoras
HCFMUSP Hospital das Clinicas da Faculdade de UTI Unidade de Terapia Intensiva
Medicina da Universidade de São Paulo UTR Unidade de Transplante Renal
HESAP Hospital Estadual de Sapopemba
ICHC Instituto Central do Hospital das Clínicas Obs.: As demais siglas do HCFMUSP encon-
ICr Instituto da Criança tram-se na página: www.phcnet.usp.br no link
InCor Instituto do Coração Estrutura Organizacional.
InRad Instituto de Radiologia
IOT Instituto de Ortopedia e Traumatologia
IPq Instituto de Psiquiatria 50. ABREVIATURAS
LIMs Laboratórios de Investigação Médica
NCD Núcleo de Capacitação e Desenvolvimento Abreviatura é a representação abreviada de
NCI Núcleo de Comunicação Institucional uma palavra ou expressão. Em geral, a abre-
NEAH Núcleo de Engenharia e Arquitetura Hospitalar viatura termina com consoante seguida de ponto
NEF Núcleo Econômico Financeiro final. As abreviaturas de símbolos científicos,
NGP Núcleo de Gestão de Pessoas porém, se grafam sem ponto e, no plural, sem s.
NETI Núcleo Especializado em Tecnologia da
Informação Exemplos:
NILO Núcleo de Infra-Estrutura e Logística A. autor
NIS Núcleo de Informação em Saúde AA. autores
NPG Núcleo de Planejamento e Gestão Ab. abade

72
2ª Parte – Capítulo XV – Convenções

a.C, A.C. antes de Cristo dl decilitro


A/C ao(s) cuidado(s) dm² decímetro quadrado
al. alameda Dr. doutor
alf. alferes Dra. doutora
alm. Almirante dz. dúzia(s)
alq. alqueire DD. digníssimo
ap. apartamento E. editor
arc° arcebispo E.C. era cristã
art. artigo ed. edição
asp., aspte. aspirante e.g. por exemplo (exempli gratia)
av. avenida E.M. em mão(s), estado maior
Bel. bacharel E. Mesa Egrégia Mesa
Béis. Bacharéis Ema. eminência
c. cento Emmo. eminentíssimo
°C grau centígrado ou Celsius enf. enfermeiro, enfermeira
c.-alm. contra-almirante eng° engenheiro
cap. capitão ex. exemplo(s)
cap. capítulo Exa. excelência
cap.frag. capitão de fragata Exma. excelentíssima
cap.m.g. capitão de mar e guerra Exmo. excelentíssimo
cap.-ten. capitão tenente f. feminino, forma
card. cardeal F. fulano
c/c conta corrente Fac. faculdade
cel. coronel farm. farmacêutico
cent. centavo fasc. fascículo
cf., cfr. confira, conforme, confronte fig. figura
Cia. companhia Fr. frei
Cl. clérigo fs. fac simile (ou fac-símile)
cl centilitro g grama
cm centímetro gen. general
cm² centímetro quadrado g.m. guarda-marinha
cm/s centímetro por segundo gr., grs. grosa
Cód. código h hora
Col. colégio ha hectare
com. comandante hab. habitantes
com. comendador h.c. por honra (honoris causa)
côn. cônego hg hectograma
cons. ou cons° conselheiro hl hectolitro
c.v. cavalo-vapor hm hectômetro
D. digno hon. honorário
D. dom, dona H.P. cavalo-vapor (horse power)
dal decalitro ib., ibi ibidem (no mesmo lugar)
dam decâmetro id. idem (o mesmo)
dam² decâmetro quadrado i.e. isto é (id est)
d.C., D.C. depois de Cristo Ilmo. Ilustríssimo
dec. decreto Ilma. ilustríssima
dg decigrama k quilowatt, quilograma

73
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

kg quilograma N.T. Novo Testamento


kl quilolitro N.W., N.O. noroeste
km quilômetro O. oeste
km² quilômetro quadrado ob.cit., op.cit. obra citada (opus citatum)
km/h quilômetro por hora obs. observação
K.O. fora de combate (knockout) p.f. próximo futuro
kv quilovolt P.F. por favor
kw quilowatt P.J. pede justiça
kw/h quilowatt/hora pl. plural
l. linha(s), loja, largo pol. polegada
l litro(s) p.p. próximo passado, por procuração
l., l°, liv. livro pref. prefeito
lat. latim, latino, latitude pres. presidente
lb. libra(s) (medida de peso) presb° presbítero
Lda. licenciada proc. processo, procurador, procuração
Lég. légua prof. professor
loc.cit. lugar citado (loco citato) profa. professora
log logaritmo long. longitude P.S. pós-escrito (post scriptum)
ltda. limitada Q.G. quartel general
m. masculino, mês(es) ql. quilate
m metro q.v. veja isto (quod vide)
m² metro quadrado r. rua
maj. major R. rei, réu, rua
m, min minuto Rª rainha
m/min metro por minuto rec° recebido
méd. médico ref. reformado
méd.vet. médico veterinário reg° registrado, regulamento
M.D. muito digno Remte. remetente
Me. madre Rev., Revdo. reverendo
ms.,mss. manuscrito Revª reverência
mg miligrama Revmo. reverendíssimo
mi milha náutica R.D., r.d respeitável despacho, respeitável decisão
mil milha terrestre R.I.P. descanse em paz (requiescat in pace)
ml mililitro r.p.m. rotações por minuto
m/s metro por segundo r.p.s. rotações por segundo
mm milímetro S. são, santo, santa
mm² milímetro quadrado S. sul
Mons. monsenhor S.A. sociedade anônima, Sua Alteza
N. norte S.A.I. Sua Alteza Imperial
N.B. note bem S.A.R. Sua Alteza Real
N.E. nota do editor, nordeste sarg. sargento
N. da R. nota da redação S.A.S. Sua Alteza Sereníssima
N. do T. nota do tradutor S.C., S/C Sociedade por cotas
n° número s.d. sem data (sine die)
N.Obs. nada obsta (nihil obstat) S.E. salvo erro, sudeste
N.S. Nosso Senhor S.Ema. Sua Eminência
N. Sa. Nossa Senhora S. Ema. Revma. Sua Eminência Reverendíssima

74
2ª Parte – Capítulo XV – Convenções

séc. século (pl. sécs.) V. M. Vossa Majestade (pl. VV. MM.)


seg. seguinte (pl. segs. ou ss.) v° verso, no verso
S.E.O. salvo erro ou omissão V.P. Vossa Paternidade
S. Exa. Sua Excelência V.Reva. Vossa Reverência (pl. V. Revas.)
S.Exa. Revma. Sua Excelência Reverendíssima V. Revma. Vossa Reverendíssima (pl. V. Revmas.)
sing. singular V.Sa. Vossa Senhoria (pl. V. Sas.)
S.M. Sua Majestade V.T. Velho Testamento
s.m.j., S.M.J. salvo melhor juízo W watt
Soc. sociedade W., O. oeste
Sor. soror yd jarda (yard)
S.O.S. pedido de socorro (save our souls)
Sr. Senhor (pl. Srs.) 50.1. QUANDO NÃO ABREVIAR
Sra. Senhora (pl. Sras.)
S. Reva. Sua Reverência • os nomes de moedas quando grafados
S. Revma. Sua Reverendíssima por extenso: duzentos reais, oitocentos reais,
Srta. Senhorita três libras, vinte dólares etc.
SS. santíssimo, santíssima
S.S. Sua Santidade • os nomes dos pontos cardeais, exceto
S.Sa. Sua Senhoria quando servem a indicações numéricas:
S.Sas. Suas Senhorias 20°S., trinta quilômetros ao sul etc.
S.W., S.O. sudoeste
Supte. superintendente • nomes de cidades, estados ou países,
supte. suplicante exceto EUA.
t tonelada
tel. telefone, telegrama • substantivos que designam vias ou
ten., tte. tenente logradouros, exceto em relações de
ten.-cel. tenente-coronel endereços.
test. testemunha
test° testamento
tít. título 51. ADJETIVOS PÁTRIOS E
trad. tradução GENTÍLICOS
trav. travessa
Univ. universidade Afeganistão afegão, afegane, afegânico
V volt Algarve algarvio, algarviense
v. veja, verso, você Alpes alpino
V. visto Andaluzia andaluz
V.A. Vossa Alteza Andes andino
v.-alm. vice-almirante Angola angolano
V. Ema. Vossa Eminência (pl. V. Emas.) Anju (Anjou) angevino
vet. veterinário Aragão aragonês
Vet. veterano Arecio (Arezzo) aretino
V. Exa. Vossa Excelência (pl.V. Exas.) Argel argelino
V. Exa. Revma. Vossa Excelência Reverendíssima Artésia artesiano
Vg. vírgula Bagdá bagdali
v.g. por exemplo (verbi gratia) Bálcãs balcânico
Vid., vid. veja Batávia batavo
Vig. vigário Baviera bávaro

75
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

Beira beirão(oa), beirense Évora eborense


Belém (Jordânia) belemita, beltemita Filipinas filipino
Belém (Pará) belenense Finlândia finlandês, finês, fino
Bélgica belga Flandres flamengo
Bengala bengalês, bengali Florença florentino, fiorentino
Bangladesh bangali Gales galês
Beócia beócio Gália gaulês, galo
Bérgamo bergamasso Galícia galego
Bilbao bilbaíno Gana ganês, ganense
Birmânia birmanês, birmane, birmã Gasconha gascão
Borgonha borguinhão, borgonhês Goa goense, goano
Bósnia bósnio Granada granadino
Braga bracarense, braguês, brácaro Guatemala guatemalteco, guatemalense
Bragança braganção, bragançano, bragantino Guimarães vimarenense
Bretanha bretão Guiné guinéu
Buenos Aires portenho, bonoarense, buenairense Honduras hondurenho
Cádis gaditano Hungria húngaro, magiar
Cairo cairota Iêmen emenita
Camarões camarão, camaronês Iraque iraquiano
Canárias canarino, canarês Irã iraniano
Cândia candiota Israel israelense
Caracas caraquenho Java javanês, jau
Catalunha catalão Jerusalém hierosolimita, hierosolimitano,
Ceilão cingalês, ceilanês jerosolimita, jerosolimitano
Chaves flaviense Juiz de Fora juiz-forense, juiz-forano
Chipre cipriota, chipriota, cíprio Laos laociano
Coimbra coimbrão, coimbrês, coimbricense Laponia lapão
Congo conguês, congo, congolês Levante (Oriente) levantino, oriental
Córdova cordovês Lima limenho
Córsega corso Lisboa lisboeta, lisboense, lisbonino,
Costa Rica costa-riquenho lisbonês, lisboês, lisboano,
Creta cretense olisiponense, ulissiponense, alfacinha
Croácia croata Letônia letão, letoniano
Curdistão curdo Lituânia lituano
Dalmácia dálmata Lombardia lombardo
Damasco damasceno, damasquino Macau macaísta, macaense
Damão damanense Madagascar malgaxe,malgaxo, madagascarense
Dinamarca dinamarquês, danês Madri madrilenho, madrilense, madrilês,
Douro duriense matritense
Entre-Rios entrerriano Maiorca maiorquino
Eslováquia eslovaco Malaca malaqueiro, malaquista, malaquês
Eslovênia esloveno Málaga malaguenho, malaguês
Estados Unidos da América estadunidense, Malásia malaio
norte-americano Mancha manchego
Estônia estoniano Manchúria manchu
Etiópia etíope, etiópico, etiópio (fem. etiopisa) Marajó marajoara
Estremadura estremenho Marrocos marroquino

76
2ª Parte – Capítulo XV – Convenções

Mianma (antiga Birmânia) birmanês, birmane Tui tudense, tudino


Milão milanês Tuvalu tuvanuense, tuvaluano
Minho minhoto Ucrânia ucraniano
Mônaco monegasco União Soviética soviético
Mongólia mongol Urais uraliano
Montenegro montenegrino Usbequistão usbeque
Nazaré nazareno Vanuatu vanuatuano, vanuatuense
Nigéria nigeriano Veneza veneziano
Nova Zelândia neozelandês Viana vianense, vianês
Ovar ovarino Vietnã vietnamita
Panamá panamenho Zaire zairense
País Basco basco Zululândia zulu, zulo
Paquistão paquistanês
Papua-Nova Guiné papua
Parma parmesão 52. FORMAS DE TRATAMENTO
Patagônia patagão, patagônio
Polônia polonês, polaco As formas de tratamento se dão pelo uso
Porto portuense de determinados pronomes de tratamento, ou
Porto Rico porto-riquenho seja, palavras e expressões que valem por pro-
República Tcheca tcheco nomes pessoais.
Rio da Prata platino, platense, rioplatense
Ribeirão Preto riberopretano Os mais comuns são você e senhor. Tais pro-
Rodes ródio nomes, embora se refiram à 2a. pessoa gramatical
Romênia romeno (a pessoa com quem se fala ou a quem se dirige
Salamanca almantino, salamanquino, a comunicação), são da 3a. pessoa e com ela
salamanquense concordam o verbo e os pronomes oblíquos e
Salvador (Bahia) soteropolitano, salvadorense possessivos.
Samaria samaritano
Santarém santareno Outra peculiaridade dos pronomes de tra-
São Salvador salvatoriano, salvadorenho tamento refere-se à concordância do adjetivo
Sardenha sardo com o sexo do destinatário, independentemente
São Domingos dominicano do gênero das palavras que compõem o pronome
Sérvia sérvio de tratamento. Assim: Vossa Excelência está satisfeito,
Sião siamês quando o destinatário é homem, ou Vossa
Sintra sintrão Excelência está satisfeita, tratando-se de mulher.
Somália somali
Sri Lanka(antigo Ceilão) cingalês, ceilanês 52.1. EMPREGO DOS PRONOMES DE
Tadjiquistão tadjique TRATAMENTO
Tailândia (antigo Sião) tailandês, siamês
Tanger tangerino, tingiano • O emprego dos pronomes de trata-
Terra do Fogo fueguino mento, no âmbito do Poder Executivo
Tchecoslováquia tchecoslovaco Federal, é regulamentado pela Ins-
Trento trentino, tridentino trução Normativa nº 04, de 06 de março
Três Corações tricordiano de 1992, da Secretaria da Administra-
Trás os Montes trasmontano ção Federal. Adotamos a norma, com
Tunis tunisino pequenas adaptações à prática já
Tunísia tunisiano, tunisino consagrada.

77
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

Emprega-se Vossa Excelência para as seguin- - Presidente e Membros do Superior Tri-


tes autoridades: bunal Militar
- Presidente e Membros do Tribunal Supe-
• do Poder Executivo: rior Eleitoral
- Presidente da República - Presidente e Membros do Tribunal Supe-
- Vice-Presidente da República rior do Trabalho
- Ministros de Estado - Presidente e Membros dos Tribunais de
- Secretário Geral da Presidência da República Justiça
- Consultor Geral da República - Presidente e Membros dos Tribunais
- Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Regionais Federais
- Chefe do Gabinete Militar da Presidência - Presidente e Membros dos Tribunais
da República Regionais Eleitorais
- Chefe do Gabinete Pessoal da Presidência - Presidente e Membros dos Tribunais
da República Regionais do Trabalho
- Secretários da Presidência da República - Desembargadores e Juízes
Federal - Auditores da Justiça Militar
- Procurador Geral da República
- Governadores e Vice-Governadores de Empregam-se, para autoridades religiosas, os
Estados e do Distrito pronomes a seguir:
- Chefes de Estado-Maior das três Armas
Oficiais-Generais das Forças Armadas • Vossa Santidade para o Papa
Embaixadores • Vossa Eminência ou Vossa Emi-
- Secretário Executivo e Secretário Nacional nência Reverendíssima para
de Ministérios Cardeais
- Secretários de Estado • Vossa Excelência Reverendíssima
- Prefeitos Municipais para Bispos e Arcebispos
- Secretários Municipais • Vossa Reverendíssima, Vossa
Reverência para Sacerdotes, Clérigos
• do Poder Legislativo: e Religiosos
- Presidente, Vice-Presidente e Membros da • Emprega-se Vossa Magnificência
Câmara dos Deputados e do Senado para Reitores de Universidades, sendo
Federal possível substituir o termo por Vossa
- Presidente e Membros do Tribunal de Excelência, mais simples e agradável.
Contas da União • Emprega-se Vossa Senhoria para
- Presidente e Membros das Assembléias Le- quaisquer pessoas não investidas nos
gislativas Estaduais cargos ou ordens relacionados neste
- Presidente e Membros dos Tribunais de item.
Contas Estaduais
- Presidente e Membros das Câmaras 52.2. EMPREGO DOS PRONOMES DE
Municipais TRATAMENTO NO VOCATIVO

• do Poder Judiciário: No vocativo, empregam-se os pronomes de


- Presidente e Membros do Supremo Tri- tratamento com as seguintes formas:
bunal Federal
- Presidente e Membros do Superior Tri- • Excelentíssimo Senhor, seguido do
bunal de Justiça cargo respectivo, é o vocativo emprega-

78
2ª Parte – Capítulo XV – Convenções

do nas comunicações dirigidas aos Che- • Respeitosamente, para o Presidente da


fes de Poder, por exemplo: República e autoridades de hierarquias
Excelentíssimo Senhor Presidente da República superiores, como presidentes de poderes
Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembléia e governadores de Estado;
Legislativa
Excelentíssimo Senhor Governador • Atenciosamente, entre autoridades de
mesma hierarquia e para todos os
• Senhor, seguido do cargo respectivo, é demais.
o vocativo para as demais autoridades
públicas, por exemplo: Nos expedientes administrativos, não se usa
Senhor Senador fecho, encerrando-se com a proposta final.
Senhor Deputado
Senhor Juiz A assinatura da autoridade deve sempre
estar no corpo da comunicação, não devendo
• Santíssimo Padre é o vocativo em- ser transferida isoladamente para a página se-
pregado nas comunicações ao Papa. guinte, o que equivaleria a assinar uma folha em
branco. Recomenda-se que, no caso de matéria
• Eminentíssimo Senhor Cardeal ou que ocupe mais de uma página, ao menos parte
Eminentíssimo Reverendíssimo do texto siga para aquela em que constará a
Senhor Cardeal, para os Cardeais. assinatura.
Opta-se, entretanto, pela simplicidade de
tratamento, utilizando o vocativo Senhor, 52.4. TRATAMENTOS ABOLIDOS E
seguido da ordem eclesiástica correspon- FORMAS QUE NÃO DEVEM SER
dente, para todas as autoridades eclesiás- USADAS
ticas abaixo do Papa:
Senhor Cardeal • O pronome Ilustríssimo para aqueles
Senhor Padre que recebem o tratamento Vossa Se-
Senhor Bispo nhoria; usa-se o pronome Senhor.

• Senhor é o vocativo empregado para • Doutor não é pronome de tratamento,


quaisquer pessoas, podendo ser seguido mas título acadêmico, podendo ser em-
da profissão ou do cargo ocupado pelo pregado somente quando dirigido a pes-
particular, ou antecedido do adjetivo soas que tenham grau de doutorado; e
Prezado se indefinido: o pronome Senhor é suficiente de-
Prezado Senhor monstração de respeito quando não
Senhora Diretora houver certeza da formação do desti-
Senhor Gerente natário. Por costume, abre-se exceção a
médicos e advogados.
52.3. TRATAMENTO NO FECHO DA
COMUNICAÇÃO • DD. (Digníssimo), em endereçamento,
antes de qualquer cargo:
Segundo a norma a que nos referimos, fi- Exmo. Senhor Doutor Fulano
cam estabelecidos dois tipos de fecho para comu- Procurador Geral do Estado
nicações oficiais: Referência como esta é suficiente para
a maioria dos endereçamentos.

79
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

CAPÍTULO XVI

ERROS FREQUENTES
53. EXEMPLOS

O ERRADO O CERTO

eu sube .................................................. eu soube


não reveu .............................................. não reviu
eu poude ................................................ eu pude
eu seio bem ....................................... eu sei bem
se ela prever ........................................... se ela previr
requiseram indenização ....................... requereram indenização
se eu prevesse ......................................... se eu previsse
se o verdes subir ao céu ....................... se o virdes subir ao céu
quem o detera ....................................... quem o detivera
ele obteu diploma ............................... ele obteve diploma
a chuva o deteu ..................................... a chuva o deteve
ela tem intervido ..................................... ela tem intervindo
ele interviu para separá-los ................. ele interveio para separá-los
haviam prevido tudo ........................... haviam previsto tudo
ali nos detíamos sempre ...................... ali nos detínhamos sempre
eles reteram as cartas .......................... eles retiveram as cartas
não se sustia em pé ............................ não se sustinha em pé
atei-vos a isso ..................................... atende-vos a isso
só me ati ao edital ............................... só me ative ao edital
não nos atíamos a ele ........................... não nos atínhamos a ele
manti meus compromissos ................. mantive meus compromissos
ela se entreteu com o jogo .................... ela se entreteve com o jogo
nós nos entretíamos ali .......................... nós nos entretínhamos ali
o passeio o entretia ................................ o passeio o entretinha
ficou entertida ....................................... ficou entretida
não se proviu do melhor ...................... não se proveu do melhor
proviram-se de tudo ............................ proveram-se de tudo
fora provisto na vaga ........................... fora provido na vaga
ainda não proviu o cargo .................... ainda não proveu o cargo
é bom que te precavenhas ...................... é bom que te previnas
é bom que te precavejas ......................... é bom que te previnas
vão revindicar direitos ......................... vão reivindicar direitos
reinvidicou o direito ............................. reivindicou o direito
direitos prostergados .............................. direitos postergados
encontrei-o prostado ............................ encontrei-o prostrado
vão impretar outorga .......................... vão impetrar outorga

80
2ª Parte – Capítulo XVI – Erros Frequentes

já prefaz um milhão ........................... já perfaz um milhão


ela prescrutava as pessoas .................... ela perscrutava as pessoas
prescrute os fatos ................................. perscrute os fatos
vem reinterar pedido .......................... vem reiterar pedido
vou interar a quantia .......................... vou inteirar a quantia
pode enterar a passagem ..................... pode inteirar a passagem
ela interou-se dos fatos ........................ ela inteirou-se dos fatos
dispendeste muito ................................ despendeste muito
havia dispendido o lucro ...................... havia despendido o lucro
podem desaver-se contigo ................... podem desavir-se contigo
os dois se desouveram ............................ os dois se desavieram
acabaram se desavendo ......................... acabaram se desavindo
não vá frustar os outros ...................... não vá frustrar os outros
vão pulir os móveis ............................ vão polir os móveis
não devem macomunar-se ..................... não devem mancomunar-se
desiguino-o substituto .......................... designo-o substituto
eu impuguino ......................................... eu impugno
isso pode inguiçar ................................. isso pode enguiçar
está intulhando a rua ........................... está entulhando a rua
o local estava entulhado de gente ......... o local estava atulhado de gente
eu opitei por esse ................................ eu optei por esse
não consegue engulir ............................ não consegue engolir
não deixe entopir .................................. não deixe entupir
vai inflingir castigo ............................. vai infligir castigo
não deve infrigir a lei .......................... não deve infringir a lei
queriam denigrir sua imagem ............. queriam denegrir sua imagem
está guardado na dispensa ................... está guardado na despensa
cometeu uma inflação .......................... cometeu uma infração
provocou a despensa do empregado .... provocou a dispensa do empregado
ela aprende a cirzir .............................. ela aprende a cerzir
o guarda aprendeu a carteira ............... o guarda apreendeu a carteira
quando vai estreiar ............................... quando vai estrear
aprendeu a chuliar ............................... aprendeu a chulear
continui trabalhando .......................... continue trabalhando
constitue crime .................................... constitui crime
vão distilar o licor .............................. vão destilar o licor
destendeu o músculo ........................... distendeu o músculo
está com desinteria ................................ está com disenteria
ele sentenceia ......................................... ele sentencia
os abonos remediam .............................. os abonos remedeiam
assim incendiam tudo .......................... assim incendeiam tudo
vi-o ansear por liberdade ................... vi-o ansiar por liberdade
não deves infezá-los .............................. não deves enfezá-los
faça como prefirir ................................. faça como preferir
vamos requesitá-lo ................................. vamos requisitá-lo
vai entumescer ........................................ vai intumescer

81
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

podem suflagá-lo .................................. podem sufragá-lo


sabem destinguir ................................... sabem distingüir
podes estrupiar ..................................... podes estropiar
vítima de estrupo .................................. vítima de estupro
começaram a empedir .......................... começaram a impedir
a idéia de enculcar ................................. a idéia de inculcar
deiz reais e cincoenta centavos .............. dez reais e cinqüenta centavos
a luz bruxoleava ..................................... a luz bruxuleava
passou a comprimentar .......................... passou a cumprimentar
o cumprimento do fio ........................... o comprimento do fio
o comprimento da lei ............................ o cumprimento da lei
chegou a cotucá-lo ................................ chegou a cutucá-lo ( ou catucá-lo)
esbogalhava o olho .............................. esbugalhava o olho
esbolhar a propriedade alheia ............. esbulhar a propriedade alheia
o ventre engorgitou ................................ o ventre engurgitou
o menino regorgitou .............................. o menino regurgitou
ele surropiava moedas ........................ ele surripiava moedas (ou surrupiava)
vamos incetar vida nova ..................... vamos encetar vida nova
deves adimoestá-lo ................................. deves admoestá-lo
um bom adevogado ............................... um bom advogado
passaram a advinhar ............................. passaram a adivinhar
saiu serpeiando ...................................... saiu serpeando
ali veraneiamos ....................................... ali veraneamos
onde vamos ceiar ................................. onde vamos cear
ele impreguina ....................................... ele impregna
ele se indiguina ...................................... ele se indigna
frigem os ovos ..................................... fregem os ovos
nós fumos juntos ................................ nós fomos juntos
o sal corroiu o prédio .......................... o sal corroeu o prédio
ele contribue diariamente .................... ele contribui diariamente
ele distribue simpatia .......................... ele distribui simpatia
ele distripou a ave ............................... ele estripou a ave
não estou ao par ................................... não estou a par
ele de menos atenção ............................ ele deu menos atenção

82
2ª Parte – Capítulo XVI – Erros Frequentes

OUTROS ERROS FREQÜENTES E - Ninguém exigiu para vocês assinarem


C - Ninguém exigiu que vocês assinassem.
ERRADO - Minhas intenções com você são claras
E - Fizemos isso com a melhor intenção
CERTO - Minhas intenções para com você são
C - Fizemos isso na melhor intenção.
claras.
E - Minha estadia no Rio foi breve
E - Caiu a moça no chão
C - Minha estada no Rio foi breve.
C - Caiu a moça ao chão.
E - A estada do navio no porto foi de 15 dias
E - Ele trabalhou como adido de embaixada
C - A estadia do navio no porto foi de 15 dias.
C - Ele trabalhou como adido à embaixada.
E - Usufuir das delícias da vida
E - Basta ele querer e todos o seguirão
C - Usufruir as delícias da vida.
C - Basta-lhe querer e todos o seguirão
E - Ele desfruta de muito prestígio
E - Mandei cromear a peça
C - Ele desfruta muito prestígio.
C - Mandei cromar a peça
E - Não preguei o olho esta noite
E - Eu disse para ele ficar quieto
C - Não preguei olho esta noite.
C - Eu disse a ele para ficar quieto.
E - Estamos há cinco minutos de Sorocaba
E - Assisti um espetáculo
C - Estamos a cinco minutos de Sorocaba.
C - Assisti a um espetáculo.
E - Estamos aqui a cinco minutos
E - Assistiu ao doente
C - Estamos aqui há cinco minutos.
C - Assistiu o doente.
E - Se eu ver o professor, falarei com ele
E - Vende-se apartamentos
C - Se eu vir o professor, falarei com ele.
C - Vendem-se apartamentos.
E - Quando reaverem o produto, aumentarão o preço.
E - Cheguei em casa pela manhã
C - Quando reouverem o produto,
C - Cheguei a casa pela manhã.
aumentarão o preço.
E - Vultuosa quantia foi gasta
E - Este documento implica no pagamento da dívida.
C - Vultosa quantia foi gasta.
C - Este documento implica o pagamento da
E - Barretos fica ao norte de São Paulo e Uberlândia ao dívida.
sul de Minas.
E - O doce que mais gosto é bolo
C - Barretos fica no norte de São Paulo e
C - O doce de que mais gosto é bolo.
Uberlândia no sul de Minas.
E - Ombrear-se a alguém é medir forças
E - Condições sine qua non
C - Ombrear-se com alguém é medir forças.
C - Condições sine quibus non.
E - Propositalmente, mostrei seus pontos fracos
E - Condição sine quibus non
C - Propositadamente, mostrei seus pontos
C - Condição sine qua non.
fracos.
E - Nunca faríamos uma coisa dessa
E - Fazem dois anos que ele morreu
C - Nunca faríamos uma coisa dessas.
C - Faz dois anos que ele morreu.
E - Torcer para o clube
E - Entre eu e tu
C - Torcer pelo clube.
C - Entre mim e ti.
E - Esse garoto sai com cada uma
C - Esse garoto sai-se com cada uma.

83
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

E - A rixa entre eu e ela é velha E - O Juiz media o acordo


C - A rixa entre mim e ela é velha. C - Juiz medeia o acordo.
E - Emprestei dinheiro do banco E - Custei a conseguir isto
C - Tomei emprestado dinheiro ao banco. C - Custou-me conseguir isto.
E - Fiquei curioso por conhecê-lo E - Quero falar consigo
C - Fiquei curioso de conhecê-lo. C - Quero falar com você.
E - Ele é tal qual os irmãos E - Duzentas gramas de queijo
C - Ele é tal quais os irmãos. C - Duzentos gramas de queijo.
E - Eles são tais quais o pai
PALAVRAS QUE GERAM CONFUSÃO
C - Eles são tais qual o pai.
E - Estão todos com a moral alta O ERRADO O CERTO
C - Estão todos com o moral alto. abóboda .................... abóbada
aborígene ................... aborígine
E - Haja visto o que foi dito
abissoluto .................. absoluto
C - Haja vista o que foi dito.
açoreano .................... açoriano
E - O telefone foi broquiado acobracia .................. acrobacia
C - O telefone foi bloqueado. advinho ..................... adivinho
adimoestar ................ admoestar
E - O assunto do item 2 não pertine a esta Diretoria.
ádrio ........................ adro
C - O assunto do item 2 não é pertinente a esta
ameúde ..................... amiúde, a miúdo
Diretoria.
aminésia ................... amnésia
E - Informo-lhe de que antimão .................... antemão (de antemão)
C - Informo-o de que ou informo-lhe que antiontem .................. anteontem, antes de ontem
apiritivo .................... peritivo
E - Atenda o telefone (ou a porta)
arquiólogo ................. arqueólogo
C - Atenda ao telefone (ou a porta)
arquediocese ............... arquidiocese
E - Vamos tirar a sorte artemanha ................. artimanha
C - Vamos tirar à sorte. asperina .................... aspirina
asperríssimo .............. aspérrimo, asperíssimo
E - Ande com gente de sua iguala
atiar ......................... atear
C - Ande com gente de sua igualha.
agúrio ....................... augúrio
E - Nem imagina quanto a quero atemosfera ................. atmosfera
C - Nem imagina quanto lhe quero. bandeija .................... bandeja
bandeiar ................... bandear
E - Eu estou ao par do assunto
barbeiar .................... barbear
C - Eu estou a par do assunto.
berebere ..................... beribéri
E - Escrevo-lhe afim de pedir bubina ...................... bobina
C - Escrevo-lhe a fim de pedir budega ...................... bodega
bonanchão ................. bonachão
E - Ele deu dinheiro para mim pagar a conta
boqueaberto ............... boquiaberto
C - Ele deu dinheiro para eu pagar a conta.
butijão ................... botijão
E - Deus premeia os bons bruxolear, broxulear .... bruxulear
C - Deus premia os bons. boeiro ........................ bueiro
bunganvile ................. buganvília

84
2ª Parte – Capítulo XVI – Erros Frequentes

buginganga, bogiganga .... bugiganga discortínio ...................... descortino


bojão ............................ bujão, botijão desentopir ....................... desentupir
boliçoso ......................... buliçoso desequelíbrio ................... desequilíbrio
bomerangue ................... bumerangue dispautério ..................... despautério
borburinho .................... burburinho, borborinho displante ........................ desplante
caetetu .......................... caititu dissimetria ..................... dessimetria
camoneano .................... camoniano dissuetude ....................... dessuetude
canjerão ........................ canjirão distrambelhar ................. destrambelhar
capueira ....................... capoeira distilação ....................... destilação
carangueijo .................... caranguejo distilaria ........................ destilaria
careado ......................... cariado (de cárie) dicernir .......................... discernir
casemira ....................... casimira discreção ........................ discrição
catapulca ...................... catapulta descricionário .................. discricionário
setim ............................. cetim desintranhar ................... desentranhar
célebro ........................... cérebro desfarce .......................... disfarce
cirzir ............................ cerzir despêndio ....................... dispêndio
cesareana ...................... cesariana, cesárea dispender ........................ despender
choviscar ....................... chuviscar desplicência .................... displicência
circucisão ...................... circuncisão dessimular ...................... dissimular
cirineu e cerineu .............. cireneu dessipar ......................... dissipar
cox ............................... cóccix dissuassão, dessuasão ...... dissuasão
cubiça ........................... cobiça dissuassório, dessuasório .. dissuasório
cobrero .......................... cobrelo (ê), cobreiro destinção ........................ distinção
cucuruco, cucuruto .......... cocuruto, cocoruto destinguir ....................... distinguir
colheta .......................... colheita, coleta destorção ........................ distorção
colebri ........................... colibri diblar, dibrar .................. driblar
contínguo ....................... contíguo efinge ............................. efígie
contigente ...................... contingente elocubração ..................... elucubração
corremão ....................... corrimão imbulia .......................... embolia
corruído ........................ corroído êmbulo ........................... êmbolo
corropio ......................... corrupio impecilho ........................ empecilho
curtiça .......................... cortiça implastar ....................... emplastrar, emplastar
curtiço ........................... cortiço implasto ......................... emplastro, emplasto
coscovilhar ..................... coscuvilhar incarte ............................ encarte
cutão ............................ cotão incetar ............................ encetar
crâneo ........................... crânio indiscritível ..................... indescritível
cortição ......................... curtição infezado ......................... enfezado
comprimentar ................ cumprimentar engulir ........................... engolir
cortume ......................... curtume eníguima ........................ enigma
de afogadinho ................. de afogadilho eniguimático ................... enigmático
de formas que ................. de forma que intalado ......................... entalado
de maneiras que .............. de maneira que entiado ........................... enteado
de modos que .................. de modo que intoujo ............................ entojo
denigrir ......................... denegrir intranhável ..................... entranhável
dentrifício, dentefrício ...... dentifrício entabolar ........................ entabular
desaver-se ...................... desavir-se intertela .......................... entretela

85
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

intulho ......................... entulho indentidade ......................... identidade


emolar ......................... emular iguinomínia ......................... ignomínia
esbogalhar .................... esbugalhar empaludismo ....................... impaludismo
escárneo ....................... escárnio impretar, empetrar ................ impetrar
escoreação ..................... escoriação emplante ............................. implante
escolachado .................. esculachado imprópio ............................. impróprio
esfige ........................... esfinge enclinar ............................... inclinar
esmulambado ............... esmolambado imprescrutável ..................... imperscrutável
esperniar ...................... espernear encrustado e encrustrado ........ incrustado
expoliado ...................... espoliado enculcar .............................. inculcar
esquesito ....................... esquisito indiscreção .......................... indiscrição
esterelizar ................... esterilizar inflingir .............................. infligir
estrategema ................... estratagema infrigir ................................ infringir
estreiar ......................... estrear engorgitar ............................ ingurgitar
estauta ......................... estátua inóquo ................................ inócuo
estrupelia ..................... estrepolia, estripulia, ensosso ............................... insosso
estropelia intertício ............................. interstício
estrupo ......................... estupro interiço ............................... inteiriço
estrupiar ...................... estropiar interpetação e interpetração .... interpretação
estrepidante .................. estrepitante Intinerário ......................... itinerário
desvaziar ..................... esvaziar entoxicar ............................. intoxicar
etmologia ...................... etimologia entrigante ............................ intrigante
etmológico .................... etimológico entróito ............................... intróito
etinia ........................... etnia inverterado .......................... inveterado
etinográfico ................... etnográfico envés, ao envés de .................. invés, ao invés de
estralado ...................... estrelado envestida ............................. investida
etinologia ...................... etnologia envólucro ............................. invólucro
fastídio ........................ fastio irrascível ............................. irascível
ferpa ............................ felpa irriquieto ............................. irrequieto
femural ........................ femoral ístimo ................................. istmo
femenino ...................... feminino joá ..................................... juá
fragelado ...................... flagelado laçadeira ............................. lançadeira
fécola ........................... fécula lampeão .............................. lampião
fambloiã ...................... flamboaiã linitivo ................................ lenitivo
fragrante ...................... flagrante lenimento ............................ linimento
flagrância .................... fragrância logarítimo ........................... logaritmo
fraticida ....................... fratricida losângulo ............................ losango
frenisi .......................... frenesi locubração ........................... lucubração
frontespício ................... frontispício mancambúzio ...................... macambúzio
frustado ....................... frustrado maguinata .......................... magnata
güela ............................ goela maguinésia .......................... magnésia
gôndula ........................ gôndola maguinesita ......................... magnesita
gorgumilo ..................... gorgomilo maguinético ......................... magnético
esterisa ......................... histerisa maguinífico ......................... magnífico
hortigranjero ................. hortigranjeiro maguinitude ........................ magnitude
umildade ...................... humildade maguinólia .......................... magnólia

86
2ª Parte – Capítulo XVI – Erros Frequentes

macomunar ............................ mancomunar prescutar ........................... perscrutar


mandímbola ........................... mandíbula percursão ........................... percussão
marmório ............................... marmóreo pespectiv ............................ perspectiva
meieiro ................................... meeiro pespicaz ............................ perspicaz
mendingo, mindingo ................. mendigo pessuas.o ........................... persuasão
mexirico e mixirico ................... mexerico pessuassivo ........................ persuasivo
meretíssimo, meretríssim ........... meritíssimo pessuassório .................... persuasório
meretício ................................. meretrício pertubação ......................... perturbação
mistiço ................................... mestiço piguemeu ........................... pigmeu
minúncia ................................ minúcia penicar .............................. pinicar (beliscar)
mimiógrafo ............................. mimeógrafo pinico ................................ penico (urinol)
minuncioso ............................. minucioso peor .................................. pior
mixto ..................................... misto pirolito .............................. pirulito
mucambo ............................... mocambo pintoresco .......................... pitoresco
muchila .................................. mochila peneu ................................ pneu
mulambo ................................ molambo pulir ................................. polir
muleque .................................. moleque ponteagudo ........................ pontiagudo
molato .................................... mulato praguimático ..................... pragmático
muringa ................................. moringa partelera ............................ prateleira
murubixaba ............................ morubixaba prazeiroso .......................... prazeroso
moco(ô) .................................. mouco prefirir .............................. preferir
moamba ................................. muamba preságio ............................. presságio
mocama............................... mucama poblema, pobrema .............. problema
murmorinho ............................ murmurinho previlégio ........................... privilégio
mormúrio ............................... murmúrio procastinação ..................... procrastinação
nafitalina ............................... naftalina promisquo ......................... promíscuo
obscecação .............................. obcecação propiedade ......................... propriedade
obscecado ................................ obcecado propretário ......................... proprietário
obscecar .................................. obcecar própio ............................... próprio
óbulo ...................................... óbolo prostado ............................ prostrado
obiceno ................................... obsceno quási ................................ quase
obscedar ................................. obsedar quisito ............................... quesito
obscessão ................................ obsessão quezila .............................. quizila (quizília)
opróbio ................................... opróbrio raviole ............................... ravióli
orangutango ............................ orangotango rebolício ............................ rebuliço
óscolo ..................................... ósculo receiar ............................... recear
padeola .................................. padiola recheiado ........................... recheado
paralepípedo ........................... paralelepípedo recindiva ........................... recidiva
paliólogia ............................... paleólogia rédia ................................. rédea
paleativo ................................. paliativo reflatário ........................... refratário
panariço ................................. panarício reinteração ......................... reiteração
pardeeiro ................................ pardieiro reinterar ............................ reiterar
penerar ................................... peneirar reinvidicação ...................... reivindicação
precalço .................................. percalço repercursão ........................ repercussão
pequenês ................................. pequinês repercurtir .......................... repercutir
piriquito ................................. periquito requesito ............................ requisito

87
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

resido ............................. resíduo surropiar e soriar ........... surripiar (surrupiar)


ressucitar ........................ ressuscitar sucetível ....................... suscetível (susceptível)
réstea ............................. réstia sucitar ......................... suscitar
rítimo ............................ ritmo táboa ........................... tábua
rumeno ........................... romeno taboada ....................... tabuada
robicundo ....................... rubicundo taboleta ........................ tabuleta
salobo, saloba ................. salobro, salobre tão-somente .................. tão somente
sandalha ........................ sandália tão pouco ...................... tampouco
sanguissuga .................... sanguessuga terebentina .................... terebintina
sinão .............................. senão testimunha ................... testemunha
siquer ............................. sequer tegela ........................... tigela
siringa ........................... seringa tonitroante .................... tonitruante
simuntâneo ..................... simultâneo torcecolo ....................... torcicolo
sanapismo ...................... sinapismo turvelinho ..................... torvelinho
sinosite ........................... sinusite tribu ............................ tribo
solerteza ......................... solércia tussígino ....................... tussígeno
serigaita ......................... sirigaita orticária ....................... urticária
solestício ......................... solstício urupígio ....................... uropígio
surumbático ................... sorumbático ortiga ........................... urtiga
sutaque .......................... sotaque úvola ........................... úvula
suassório ........................ suasório ventríloco ...................... ventríloquo
suflagar ......................... sufragar chingar ........................ xingar
superfice ......................... superfície zaroio .......................... zarolho
superflo .......................... supérfluo zuada .......................... zoada
supertição ....................... superstição

88
3ª PARTE

TÉCNICAS DE REDAÇÃO

89
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

Não existem regras para o bem escrever quando se trata da arte


de fazê-lo, de literatura. O método de realização de um romance ou
de um poema está internalizado no autor, que sabe o que dizer e
como dizer sem se submeter deliberadamente a disposições externas.

As necessidades, porém, são outras quando falamos de textos


didáticos, científicos ou da chamada “redação oficial”. Nestes casos,
é necessário distanciar-se da subjetividade para que a clareza, a
precisão predominem sobre as emoções, e o texto surja voltado apenas
para sua finalidade: frio, claro, objetivo. Aí o método sobrepõe-se ao
sentimento, embora não se abdique da estética.

É possível - mais do que isso, necessário - que se saiba escrever


sobre assuntos não-criativos, muitas vezes áridos, utilizando uma
linguagem nobre, mas despretensiosa, que não seja empobrecida
pela dificuldade da indispensável precisão. Estamos nos referindo a
uma técnica, isto é, um método apreensível de ser objetivo e distante
do que se escreve sem resvalar na indigência e na monotonia. Uma
técnica pressupõe regras a serem apreendidas, e é dessas regras espe-
cíficas que este manual passa a tratar, esperando que se tenha con-
cretizado a intenção de fazê-las simples e facilmente assimiláveis
pelos leitores interessados.

90
CAPÍTULO I

NORMAS GERAIS DE REDAÇÃO

54. EXPRIMINDO O se perceber quais informações são realmente


PENSAMENTO imprescindíveis à compreensão imediata do
propósito do texto. Tudo quanto não remeta à
Redigir nada mais é que falar por escrito. finalidade pretendida é perfeitamente dispen-
O que é escrito é reflexo imediato do pensamento sável e, por isso, desaconselhável; torna o texto
daquele que escreveu, de modo que um pensa- maçante ou confuso, podendo desestimular o lei-
mento ordenado e lógico gera uma redação igual- tor a prosseguir no exame da matéria.
mente ordenada e lógica. O jornalista José
Hamilton Ribeiro, quando professor de Técnicas 55.2. DESENVOLVIMENTO E
de Redação, dizia que “saber escrever é saber CONCLUSÃO DO TEXTO
pensar”; logo, antes de se escrever, é preciso ter
claro o que se vai dizer. Deve-se, ainda, ter em Chamamos desenvolvimento do texto
mente que o leitor tem que compreender exata- aquilo que constitui informação nova, seja pela
mente o que se pretendeu comunicar. Assim, análise do que foi relatado, seja pela proposta
escrever com simplicidade e precisão, evitando de procedimentos a serem adotados ou soluções
qualquer tipo de excesso e referência ao que não para problemas levantados. Ao desenvolver
seja pertinente à matéria tratada, será o caminho idéias no texto, deve-se optar, como por expor o
para não errar. A linguagem escrita presta-se a pensamento de modo simples e claro, evitando
registrar ações e pensamentos e comunicá- los a o que pode desviar ou confundir a exposição do
outros. Entre suas diversas funções, destacamos objetivo proposto, que, antecipadamente, deve
as que estão ligadas ao trabalho burocrático e o autor ter preciso e claro em sua mente. A re-
que interessam a este manual: comunicar, con- dação oficial deve, tanto quanto possível, ser ela-
sultar, informar, relatar, registrar e propor. borada de forma direta, exprimindo o pensa-
mento sem rodeios ou floreios. Adjetivações em
excesso ou informações já referidas tiram a preci-
55. A ORGANIZAÇÃO DO TEXTO são do que se quer dizer e acabam por tornar o
texto pouco compreensível.
A organização básica do texto, para que ele
seja eficaz, consiste em: introdução, desenvol- Para se chegar a um bom texto, quatro qua-
vimento e conclusão. Essa divisão tem o objetivo lidades são essenciais à redação: clareza, conci-
de situar o leitor, fazer com que ele compreenda são, precisão e objetividade, que têm com as
a idéia contida no texto e, para expor a conse- seguintes características:
qüência ou a proposta decorrente do relato.
55.2.1. CLAREZA
55.1. INTRODUÇÃO
Sendo a clareza a expressão límpida do
São as informações, preferivelmente sucin- pensamento, é ela que o torna inteligível. No
tas, necessárias para situar ou preparar o leitor caso da redação oficial, devemos ter cuidado com
para a exposição de idéias que virá a seguir. Deve- os seguintes casos:

91
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

1) AMBIGÜIDADE • PLEONASMO
Frases com dois ou mais sentidos possíveis: Excesso de significantes ao enunciar uma
Criticam os deputados os comícios improvisados. A idéia: Sai lá para fora, entra para dentro, volta para
frase sugere tanto que os deputados criticam trás; há casos em que o uso do adjetivo ou
os comícios quanto que os comícios criticam advérbio é uma prática condenável: principal
os deputados. Escreva-se: Os deputados criti- protagonista (protagonista significa principal
cam os comícios improvisados. (que deixa claro que personagem); acima epigrafado (epígrafe significa
o sujeito é os deputados.) escrito em cima).

2) FIGURAS DE SINTAXE 3) PRECIOSISMO


Colocação irregular, lacunas, desvios e inver- Emprego de palavras, expressões e constru-
sões na estrutura das orações. Esses recursos, ções antigas ou em desuso, que prejudicam o
que enriquecem a língua quando se trata da entendimento: malo por mal; incréu por incrédulo;
arte literária, podem comprometer o enten- segre por século.
dimento da redação oficial. Dentre eles,
convém ressaltar: 55.2.2. CONCISÃO

• ANÁSTROFE Deve-se procurar obter o máximo efeito


Simples deslocação dos termos da oração: comunicativo com o mínimo de palavras. Para
Escuta do nobre deputado o aparte (inversão de isso, recomenda-se evitar:
Escuta o aparte do nobre deputado);
1) FRASES LONGAS, COM TERMOS
• HIPÉRBATO SUPÉRFLUOS:
Inversão em que ocorre uma interrupção de A aplicação pragmática dessas ponderadas consi-
dois termos para a interposição de outro: Su- derações pede estritas salvaguardas para garantir que
porta dos homens tormentos (a expressão dos homens o setor de informática atinja a maturidade e compe-
interfere na ordem das palavras; escreva-se: titividade internacional dentro de um período de tempo
Suporta tormentos dos homens); razoável, evitando assim um interminável fardo para
o resto da economia.
• SÍNQUISE
Inversão dos termos da oração que torna mui- Escreva-se:
to difícil sua compreensão: Entre todos os funcio- A aplicação dessas considerações pede salvaguardas
nários, antes de novembro, corre a informação de que para o setor de informática atingir maturidade e compet-
os salários a empresa reajustará (é de difícil itividade internacional, a tempo de evitar que seja ele um
entendimento; escreva-se: Entre todos os empre- fardo perene para a economia.
gados corre a informação de que a empresa reajustará
os salários antes de novembro); 2) ORAÇÕES INTERCALADAS E
SUBORDINADAS DESENVOLVIDAS
• ANACOLUTO Em lugar de conjunções subordinativas, deve-
Interrupção ou mudança de construção já se optar, preferencialmente, por usar substan-
começada por outra, de nexo diferente: O di- tivos, adjetivos ou orações reduzidas de infiniti-
retor que não escreve o que diz, não é difícil prever as vo: Consta a anulação da concorrência (em vez de
situações conflitivas dentro de seu Departamento (é Consta que anularam a concorrência); Os jornais
um texto confuso; escreva-se: Não é difícil prever publicam a fotografia do meliante procurado pela polícia
as situações conflitivas criadas dentro de seu (em vez de Publicam os jornais a fotografia do meliante
Departamento pelo diretor que não escreve o que diz); que está sendo procurado pela polícia).

92
3ª Parte – Capítulo I – Normas Gerais de Redação

3) CIRCUNLÓQUIO Deve-se , ao contrário, buscar:


Uso de número desnecessário de termos, em
busca de pretensa beleza estilística ou de- 1) COERÊNCIA
monstração de erudição: amigo do alheio, por Ligação lógica entre as idéias, formando um
ladrão; astro-rei, por sol; precioso líquido, por água; texto harmônico e com sentido evidente.
lei maior, ou, Magna Carta, por Constituição etc.
2) ESCOLHA DA PALAVRA ADEQUADA
4) DIGRESSÕES Devem-se evitar palavras que impliquem opi-
Caso em que se abandona o assunto princi- nião, convicção, interpretações afetivas, que
pal para discorrer sobre pormenores irrele- variam segundo o contexto (conotação/pala-
vantes: A execução da reforma hidráulica, em que vra conotativa), em favor das palavras chama-
esta diretoria tem se empenhado dia e noite para das referenciais, que não deixam margem
realizar a contento, estará terminada no prazo. para interpretações errôneas, e significam o
mesmo para quem escreve e para quem lê
5) PROLIXIDADE (denotação/palavra denotativa). Exemplo de
Termos excessivos: ver caso semelhante, por nós palavras que criam obstáculo à comunicação:
anteriormente citado, às fls.04 do presente processo, ruim; superado; qualidade; bom; desejável; progresso;
em vez de ver fls.04. desenvolvimento, estrutural, melhor. Porém, se essas
palavras estiverem dentro de um contexto que
55.2.3. PRECISÃO as restrinja, dando-lhes sentido específico, não
há porque recriminar o seu uso. Exemplo: Este
Limite-se a empregar os termos necessários projeto não é bom porque não atende às especificações
à transmissão da mensagem, atentando para a exigidas.
escolha da palavra certa. Vocabulário preciso faci-
lita o entendimento. Não se deve considerar que 3) CONHECIMENTO DA PALAVRA
o uso de vocabulário variado e de palavras raras UTILIZADA
impressionam. Linguagem precisa não significa Importa saber se a palavra empregada tem
linguagem inacessível; é , sim, linguagem exata. o sentido que lhe é atribuído. Inócuo é inofensi-
vo - e não inútil; acurado é aprimorado - e não
Deve-se evitar: demorado.

- EXPRESSÕES VAGAS
Expressões que deixam a redação sem sen- 55.2.4. OBJETIVIDADE
tido. Frases como seu depoimento tem estreita
relação com nosso parecer não esclarecem se o Objetividade consiste em transmitir a men-
depoimento confirma, contraria, reforça, re- sagem sem equívocos. Há de se manter evidente
bate, corrobora ou refuta o parecer. o propósito da comunicação. Deve-se usar ape-
nas as palavras imprescindíveis à compreensão,
sem omitir pontos essenciais ou incluir dados
irrelevantes.

93
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

CAPÍTULO II

ORDEM DIRETA E ORDEM INVERSA

56. ORDEM DIRETA • em construções afetivas: Medíocre - isso


ele o é!
Dos termos na oração se dá pela seqüência: • na voz passiva analítica, quando o par-
sujeito/ verbo/ objeto (agente/ ação/conse- ticípio precede as formas do auxiliar ser:
qüência) ou sujeito/ verbo/ predicativo (coisa/ Abençoados sejam os fiéis!
estado/qualidade). Ela favorece a compreensão
do texto e é a estrutura que deve prevalecer nas Estas construções não cabem ao texto insti-
comunicações oficiais: Paulo não recebeu a gra- tucional. A ordem direta é necessária e impres-
tificação (sujeito/ verbo/ objeto direto); Este projeto cindível à compreensão das comunicações ofi-
é inconstitucional (sujeito/ verbo/ predicativo) ciais. As exceções são orações em que o verbo
está na voz passiva pronominal (Serve-se o almoço
às dez) ou na voz passiva com valor imperativo
57. ORDEM INVERSA (Arquive-se; Publique-se).

Caracteriza-se pela alteração da seqüência


direta. As inversões de natureza estilística ge- 58. USO DE EXPRESSÕES
ralmente dão ênfase a determinada parte da IDIOMÁTICAS
estrutura da frase. O realce do sujeito provoca
a sua posposição ao verbo: Não vês o que te dou eu? Consagradas pelo uso, as expressões idio-
O realce do predicativo, do objeto direto e/ou máticas sintetizam idéias de que lançamos mão
indireto ou do adjunto adverbial, provoca sua com freqüência. Entretanto, muitas vezes tais
antecipação ao verbo: Fraca foi a resistência; A ela expressões são empregadas de maneira equi-
devia a minha felicidade. Estas inversões são próprias vocada ou fora de contexto. A seguir relaciona-
dos textos literários. mos aquelas de uso mais corriqueiro e a forma
correta de empregá-las.
As inversões de natureza gramatical são
verbo/sujeito (dize-me tu) e predicativo/verbo 58.1. USO CORRETO DE DIVERSAS
(lindas eram as flores do terraço). EXPRESSÕES

Em quase todos os casos de inversão verbo/ • À MEDIDA QUE


sujeito é possível e perfeitamente correta a mu- Significa “à proporção que, ao passo que,
dança para a ordem direta sujeito/verbo. conforme”: Os preços deveriam diminuir à medida
que diminui a procura.
O predicativo precede o verbo nos seguintes
casos: • NA MEDIDA EM QUE
• nas orações interrogativas: Que informa- Significa “pelo fato de que, uma vez que,
ções ocultaria aquele funcionário? porque”: Na medida em que foi esgotado o objeto da
• nas orações exclamativas: Que desastradas sessão, o Presidente deu-a por encerrada.
são as crianças!

94
3ª Parte – Capítulo II – Ordem Direta e Ordem Inversa

• A PARTIR DE • COLOCAR
Deve ser empregada somente no sentido de Significa “pôr, pôr-se em”: O rapaz colocou o
tempo e espaço: A partir de Registro a estrada processo sobre a mesa; Ele se colocou entre os litigantes.
fica muito pior; A partir da próxima semana entra Não deve ser utilizado com o sentido de dizer,
em vigor a nova lei. expressar-se. Assim, é errado dizer: Ele fez uma
colocação a respeito. Deve-se usar de outras ex-
• AMBOS pressões, de acordo com o contexto: Ele mani-
Significa “os dois”, logo, ambos os dois é errado. festou-se a respeito; Ele fez uma crítica; Ele fez uma
sugestão etc.
• ANEXO
Adjetivo que concorda em gênero e número • MESMO
com o substantivo ao qual se refere: Anexos ao Trata-se de pronome adjetivo ou neutro.
requerimento estavam os documentos; Encaminho a Assim, não deve nunca substituir substantivos,
Vossa Senhoria as xerocópias anexas, para providênci- pronomes pessoais retos, nem pronomes re-
as. Não é admitida a função de advérbio, lativos: Convocada, a funcionária não compareceu
sendo errada a expressão em anexo (da mesma (e não Convocada, a mesma não compareceu); Recebi
forma, apenso). seu pedido, o qual fiz chegar às mãos do diretor (e
não Recebi seu pedido e fiz o mesmo chegar às mãos
• AO NÍVEL DE do diretor).
Significa “à altura de”: Santos fica ao nível do mar.
• DADO, VISTO, PROIBIDO
• EM NÍVEL DE Trata-se de verbos no particípio com valor
Significa “instância, âmbito”: A decisão foi toma- passivo, e concordam em gênero e número
da em nível ministerial. com o substantivo a que se referem: Dadas as
circunstâncias em que ocorreu o fato (e não Dado as
• A NÍVEL DE - constitui erro. circunstâncias); Vistas as provas apresentadas,
arquive-se o presente processo (e não Visto as provas
• AO INVÉS DE apresentadas); É proibida a entrada de pessoas
Significa “ao contrário”: Ao invés de curá-lo, o estranhas (e não É proibido a entrada).
remédio matou-o. Não confundir com em vez de.
• EM FACE DE
• ATRAVÉS DE Equivale a “diante de, em frente de”: Em face
Significa “de lado a lado, por entre”: Através dos problemas apontados, revogou-se a decisão. Não
daquela passagem chegava-se a um grande salão. Não é correto usar face a, frente a.
deve ser usado com o sentido de meio ou ins-
trumento. Neste caso, empreguem-se por inter- • EM VEZ DE
médio de, por, mediante, por meio de, servindo-se de, Significa “no lugar de”: Em vez do terno cinza,
valendo-se de: A comissão foi constituída por meio de vestiu o preto. Não confundir com ao invés de.
Portaria.
• EM VIRTUDE DE
• CADA Significa “em razão de, em decorrência de”:
Pronome adjetivo que, como tal, deve ser em- Em virtude de aprovação no concurso, ele foi nomeado.
pregado: A mãe deu a cada criança uma maçã (e A expressão tem sentido positivo, não devendo
não A mãe deu às crianças uma maçã para cada). ser usada quando se tratar de fato desagradável
ou prejudicial: Em razão do falecimento do ocupante,
o cargo ficou vago (e não Em virtude do falecimento).

95
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

• ENQUANTO do texto oficial, tornando-o menos monótono.


Equivale a “ao passo que, à medida que”: A Algumas expressões de uso corrente têm equi-
paisagem modificava-se enquanto o trem passava. A valentes em grande quantidade, embora pouco
expressão enquanto que constitui erro. utilizados por falta de conhecimento. Consulte-
se sempre o dicionário.
• FAZ JUS
Significa “tem direito a”: O servidor faz jus à 58.2. USO DE EXPRESSÕES
incorporação da gratificação. Quando se trata de ESTRANGEIRAS
obrigação e não de direito, não deve ser usada:
O servidor deve repor a quantia que lhe foi paga a “A Língua Portuguesa é o idioma oficial da
maior (e não O servidor faz jus à reposição da República Federativa do Brasil.” (Constituição da
quantia). República, artigo 13.)

• ONDE Conseqüentemente, a redação oficial do


Significa “lugar em que”: A cidade onde nasceu; país é feita nesse idioma, cuja grafia é regula-
A escola onde estuda. Só deve ser usado com esta mentada por lei, e a exigência de correção nos
acepção, sendo correto utilizar nas demais as textos faz-se acompanhar de restrições ao uso
locuções no qual, na qual, nos quais, nas quais, em de expressões estrangeiras.
que: A lei em que foi estabelecida a pena (e não A lei
onde foi estabelecida a pena); A reunião na qual foi Mas é evidente que a língua, não sendo
tomada a decisão (e não A reunião onde foi tomada a atemporal, é histórica - isto é, modifica-se com
decisão). as transformações sociais - e por isto, se diz que
é “viva”. Além disso, é resultante de fusões de
• OPOR VETO outras línguas e da incorporação de termos
O Governador opôs veto ao projeto aprovado pela criados ou importados de outros idiomas. Assim,
Assembléia. temos palavras e expressões de origem es-
trangeira que já se aportuguesaram, outras que
• PERTINENTE são recentes e ainda mantêm sua forma original
Significa “concernente, relativo, referente, im- e ainda outras, em geral termos relativos a novas
portante, relevante”: A questão levantada não é tecnologias, que vêm sendo usadas sob a alegação
pertinente à matéria; O relatório é pertinente à obra de não haver palavra em português que as
em andamento; Suas observações são pertinentes; Disse traduza convenientemente. Na maior parte das
coisas pertinentes sobre o assunto. Sendo, como vezes, porém, é perfeitamente possível redigir
pertinência, nome derivado do latim “pertine- sem fazer uso de estrangeirismos ou dos
re”, e não havendo verbo equivalente na impropriamente denominados “ neologismos”.
língua portuguesa, é errado dizer: A afirmação
não pertine. Deve-se escrever: A afirmação não é Ressalvem-se as expressões e termos do
pertinente (da mesma forma com impertinente). latim que podem ser empregados, especialmente
nos textos de matéria jurídica, em razão de sua
Na boa redação, procura-se evitar a repe- extrema precisão e, até, da tradição que mantém
tição de termos, uma vez que a língua portuguesa seu uso. De qualquer forma, mesmo que se opte
é bastante rica, oferecendo grande variedade de pelo seu emprego, o bom senso deve prevalecer,
sinônimos, que, se não chegam a embelezar a para que não se chegue a um texto, ao invés de
linguagem, ao menos tiram um pouco da aridez preciso, prejudicial à compreensão.

96
3ª Parte – Capítulo II – Ordem Direta e Ordem Inversa

58.3. PALAVRAS E EXPRESSÕES ensemble - conjunto


ESTRANGEIRAS OU estalagem - pousada
APORTUGUESADAS, CONSAGRADAS evasê - tipo de saia
PELO USO fezandê - estado de decomposição de carnes
filé - fatia de carne
FRANCÊS: frisson - agitação
garagem - local em que se estacionam veículos
abajur - luminária (trens, caminhões, automóveis etc.)
avant-garde - novo, moderno, vanguarda garção - atendente de mesa de bar ou
bagagem - o que se leva nas viagens, cabedal restaurante
de conhecimento glacê - cobertura de açúcar
baguete - tipo de pão glamour - graça
bandagem - faixa, curativo guichê - postigo de atendimento ao público
batom - pintura para os lábios holofote - luz direcional
bidê - peça sanitária jeton - gratificação por trabalho em comissão
boate - casa noturna ou participação em reunião ou assembléia
bólido - algo muito veloz, projétil licor - bebida adocicada
bombom - tipo de doce lustre - luminária
bufê - móvel de sala de jantar, local alugado maionese - molho à base de ovos
para festas, mostruário de pratos vendidos por mantô - casaco feminino
auto-atendimento maquilagem/maquiagem - pintura facial
buquê - maço de flores menu - cardápio
bureau - comissão, equipe, escritório la même chose - a mesma coisa
borderô - listagem mise-en-scène - encenação
cabotagem - navegação costeira mise-en-plis - penteado, jeito no cabelo
cachepô - porta-vaso decorado miragem - ilusão de ótica, alucinação
capô - cobertura do motor de veículo omelete - prato à base de ovos
automotivo patê - pasta à base de queijos, carnes etc.
cardã - eixo transmissor de força pavê - tipo de doce
carrossel - brinquedo de parque de diversões penhoar - peça de roupa feminina
carruagem - espécie de carro puxado por purê - pirão
cavalos robe - peça de roupa masculina
champanhe - bebida rouge - pintura facial
champignon - cogumelo sabotagem - ato de destruir ou causar dano
chantilly - creme de leite batido com o fito de impedir algo
chemisier - vestido acamisado sachê - saquinho com produtos aromáticos com
chilique - tipo de reação emocional, histeria que se perfumam armários e gavetas
chique - refinado suflê - espécie de torta
colete - peça do terno sutiã - peça íntima feminina
composê - composição estética tablier - habitáculo
coqueluche - grito da moda, doença infantil tailleur - traje feminino
croissant - tipo de pão trufa - tipo de fungo, tipo de doce
croquete - bolinho, em geral, de carne turnê - ciclo de apresentações
dèjà-vu - antigo, ultrapassado vitrô - janela basculante
demodê - fora de moda
echarpe - cachecol

97
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

INGLÊS: overnight - que vara a noite, tipo de aplicação


financeira
appointment - compromisso, agenda performance - desempenho
award - prêmio, premiação point - lugar
basquetebol, basquete - cestobol, modali- plugue - espécie de pino para conexão elétrica,
dade esportiva tomada
bazuca - arma de guerra pufe - peça de mobiliário
background - conhecimento, experiência radar - equipamento civil ou militar de detecção
backup - registro ou cópia de segurança release - nota institucional à imprensa (jornalismo)
(informática) revólver - arma de fogo
bife - fatia de carne rifle - arma de fogo
blecaute - escuridão rosbife - carne assada
blefe - mentira, engodo, dissimulação show - espetáculo, apresentação
box - caixa, caixa de vidro que envolve o espaço sinuca - modalidade de jogo
de banho, espaço de banho standard - padrão
breque - freio target - tarefa
cachemir - lã tramada de modo específico, ma- tíquete - bilhete, ingresso, passagem
lha dela resultante turfe - corrida de cavalos
carpete - forração para piso uísque - tipo de bebida destilada
checar - conferir, verificar underground - metrô; marginal, não convencional
clean - limpo, simples, harmonioso vôlei, voleibol - volibol, modalidade esportiva
clipe - arame moldado para prender papéis W.C. - banheiro, lavabo, privada
cockpit - habitáculo warm up - aquecimento, preparação
disruptivo - destrutivo, demolidor ware - coisas, conjunto de coisas, sistema, con-
fashion - moda, modismo, hábito junto de sistemas, armário, local para armaze-
feedback - realimentação namento de coisas
flerte - namorico, paquera wireless - sem fio
futebol - modalidade esportiva
handicap - rendimento, padrão de desem- ALEMÃO:
penho, qualidade intrínseca
happening - evento, acontecimento chucrute - prato à base de repolho
hardware - equipamento estrudel - doce de massa folhada com creme
know-how - técnica de maçã
insight - inspiração, idéia
locaute - greve de patrões, interrupção de atividade ITALIANO:
marketing - mercadologia
mídia (media) - veículo de comunicação; os camarote - local de audiência em estádio,
meios de Comunicação teatro, cinema, em geral, fechado
nocaute - fora de combate canelone - massa da culinária nacional,
on line - direto, pelo telefone importada para o Brasil
open market - mercado aberto, aplicação carroça - carro de tração animal
financeira carroceiro - o que conduz a carroça
outsider - marginal carroceria - lataria de veículo
overdressed - excessivamente vestido, enfeitado espaguete - massa da culinária nacional,
overdose - dose excessiva, excesso importada para o Brasil
overall - o melhor de todos, o principal

98
3ª Parte – Capítulo II – Ordem Direta e Ordem Inversa

nhoque - massa da culinária nacional, im- data venia - com a devida permissão
portada para o Brasil. de auditu - por ouvir dizer
taça - em italiano, com zz, xícara; em português, de cujus - de que (quem) se trata
com ç, tipo de copo próprio para apreciação deficit - prejuízo, falta
de vinho, licor, champanhe etc. de plano - sem formalidades, sem dificuldades
tchau - interjeição traduzida do italiano ciao; dura lex sed lex - a lei é dura mas é lei
na origem significa “olá” e, na passagem para errando discitur - errando se aprende
o português, passou a significar “adeus”. errata - falha, falta, erro
terrina - vasilha et reliqua - e o restante
vendetta - vingança ex abrupto - de repente, subitamente
ex aequo - com igualdade
OBSERVAÇÃO: ex lege - da lei, conforme a lei
ex nunc - de agora em diante
• Todos as denominações técnicas de ex officio - de ofício, oficialmente
movimentos e tempos musicais são italianas: ex potestate legis - pelo poder da lei
allegro, suelto, andante etc. ex professo - com conhecimento
ex tunc - desde então
• A presente listagem é meramente indicativa. ex vano - inutilmente
Trabalho mais completo poderá ser ex vi - por força
consultado no Novo Manual de Português, ex vi legis - por força de lei
de Celso Luft. (v. Bibliografia) exempli gratia - por exemplo
exceptio firmat regulam - a exceção faz a regra
58.4. ALGUMAS PALAVRAS E expressis verbis - categoricamente
EXPRESSÕES LATINAS E SEUS fac simile - cópia, reprodução fiel
SIGNIFICADOS fac totum - faz-tudo
factum et transactum - feito e acabado
a posteriori - depois, posteriormente hic et ubique - aqui e em toda parte
a priori - antes, antecipadamente, em primeiro hic et nunc - aqui e agora
lugar, preliminarmente homo sui juris - homem no pleno gozo de seus
ab initio, ab ovo - desde o início direitos
ad calendas graecas - nunca honoris causa - a título de honra
ad cautelam - por precaução, por cautela ibidem - no mesmo lugar
ad hoc - para isso, para esse efeito idem - a mesma coisa
ad interim - provisoriamente in albis - em branco, sem nada
ad judicia - para fins judiciais in extenso - por extenso
ad nutum - conforme a vontade in fine - no fim
ad referendum - para ser referido e decidido in globo - na totalidade
apud acta - nos autos, no processo in hanc diem - até hoje, até o presente
apud - em, mencionado, encontrado em in hoc tempore - neste momento
bis in idem - repetir o mesmo in illo tempore - naquela ocasião
bona fide - de boa fé in tempore opportuno - no momento oportuno
caput - em cima, a cabeça (usa-se para o prin- in transitu - de passagem
cipal, onde está encerrada a idéia central, ipsis litteris - literalmente
sendo o restante conseqüente ou acessório) ipsis verbis - pelas mesmas palavras, exatamente
conditio sine qua non - condição indispensável ipso facto - por isso mesmo, por esse fato
data occasione - apresentando-se a ocasião jure et de facto - por direito e de fato

99
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

jus certum - direito certo 58.5 COMO EMPREGAR AS


lato sensu - no sentido geral EXPRESSÕES ESTRANGEIRAS
mens legis - a intenção da lei
more solito - de acordo com o costume • as expressões ou palavras de outra língua
motu proprio - de própria iniciativa devem sempre ser grafadas entre aspas ou em
mutatis mutandi - fazendo-se as necessárias destaque: Esta assessoria entende, “data venia”, não
modificações deva ser deferido o pedido; Esta assessoria entende,
nec plus ultra - não mais além, sem ultrapassar data venia, não deva ser deferido o pedido.
nunc aut nunquam - agora ou nunca
nunc et semper - agora e sempre • as palavras latinas não têm acento, e as
omnium consensu - com o consentimento de todos expressões não são divididas com hífen: A licença
onus probandi - obrigação de provar foi requerida “ex officio” (e não “ex- offício”); Esta é
pari passu - simultaneamente a condição “sine qua non” ( e não “sine-qua-non”).
persona alieni juris - pessoa incapaz
persona sui juris - pessoa capaz • as palavras inglesas não têm acentos e algumas
pleno juris - de pleno direito expressões são palavras compostas separadas
post mortem - após a morte com hífen ou compostas por aglutinação, sen-
pro labore - pelo trabalho do recomendável consultar o dicionário para
pro rata - em proporção esclarecer a grafia: O novo “software” é muito
quod capita, tot sensus - quantas cabeças, eficiente (e não “sóftware”); Infelizmente, não temos
tantas sentenças o “know-how” para fabricar este produto (e não
res - coisa “know how”); É um bom profissional porque tem
res judicata - coisa julgada “background” (e não “back ground”).
res privata - coisa privada
sine diae - sem dia determinado • muitas das palavras francesas são acentuadas
sine qua non - sem o que não, indispensável e se deve ter cuidado com o correto emprego
sponte propria, sponte sua - de própria vontade desses acentos, sendo recomendável consultar
statu quo - sem alteração, no mesmo estado o dicionário para não cometer um barbarismo
sic - assim (mesmo) duplo; deve-se ainda cuidar das palavras
sub judice - em julgamento compostas hifenizadas: O quadro deve ser montado
sui generis - incomum, especial com “passe-par-tout” branco (e não “pas-patu”);
stricto sensu - em sentido restrito Muda-se tudo para acabar “en la même chose” (e
tabula rasa - limpar tudo não “em la méme chose”). Tudo não passou de “mise-
tollitur quaestio - terminou a questão en-scène” (e não “misencene”).
transeat - admita-se
ultima ratio - última razão • o uso de palavras e expressões estrangeiras
usque - até não é recomendável, salvo quando não hou-
usque ad finen - até o fim ver palavras em português que as traduzam,
ut fama est - como se sabe ou se seu sentido for apropriado ao contexto,
ut supra - conforme acima como é o caso de muitas das expressões em
verba legis - a letra da lei latim.
verbi gratia - por exemplo
vide - veja • as citações em língua estrangeira não são
voluntas legis - a vontade da lei recomendáveis mas, se ocorrerem, devem
sempre ser seguidas da tradução.

100
Bibliografia

BIBLIOGRAFIA CEREJA, William Roberto. Português:


linguagem: literatura, gramática e redação:
ACENTUAÇÃO gráfica. Disponível em: 2º grau. São Paulo: Atual, 1994. 328p.
<http://www.icmc.usp.br/~estagio/escrita/
português/acentos.htm> Acesso em 22 jun. CQH. Prêmio Nacional da Gestão em Saúde.
2006. Critérios de Avaliação – ciclo 2004 – 2005.
São Paulo: 2005. 71p.
___________________ . Disponível em:
<http://wwwprofabeatriz. hpg.ig.com.br/ CRETELLA JÚNIOR, José. Lições de direito
gramática/acentuacao.htm> Acesso em 22 administrativo. São Paulo: Forense, 1982.
jun.2006.
CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário eti-
___________________ . Disponível em: mológico da língua portuguesa. 2. ed. São
<http://wwwBrazilianportugues. htm> Paulo: Nova Fronteira, 1982.
Acesso em: 13 abr.2006.
CUNHA, Celso. Gramática do português
___________________ . Disponível em: contemporâneo. 8. ed. Rio de Janeiro: Padrão
<http://www.pt.wikipedia.org/wiki/ Livraria e Editora, 1980.
acentua.htm> Acesso em: 22 jun. 2006.
DUARTE, Sérgio Nogueira. Português sem
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática complicação: regras, dicas e respostas
metódica da língua portuguesa. São Paulo: comentadas. 48p.
Saraiva, 1988.
FERNANDES, Francisco. Dicionário de sinô-
ARRUDA, Aydano. Normas de redação e nimos e antônimos da língua portuguesa. 11.
revisão – DROAG. São Paulo: Assembléia ed. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1957.
Legislativa de São Paulo, 1979.
___________________ . Dicionário de verbos e regimes. 35.ed.
AULETE, Francisco Júlio de Caldas. Dicionário Porto Alegra: Livraria do Globo, 1990.
contemporâneo da língua portuguesa. 4. ed.
Rio de Janeiro: Delta, 1958. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. No-
vo dicionário da Língua portuguesa. São
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática Paulo: Nova Fronteira, 1975.
Portuguesa. São Paulo: Nacional, 1992.
FUNDAÇÃO PARA O PRÊMIO NACIONAL
BRASIL. Lei n. 5.765 de 18 de dezembro de DA QUALIDADE. Rumo à excelência:
1971. Aprova alterações na ortografia da critérios para avaliação de desempenho e
língua portuguesa, e dá outras providências. diagnóstico organizacional (ciclo 2005 –
Lex: coletânea de legislação: edição federal, 2006). São Paulo: 95 p
São Paulo, v.35, 1971.
GRION, Laurinda. 400 erros que um executivo
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima comete ao redigir. São Paulo: Ediata, 2002.
gramática da língua portuguesa. 2. ed. São 241p.
Paulo: Nova Fronteira, 1982.
HOUAISS, Antonio. Dicionário de língua portu-
guesa. 25.ed. São Paulo: Objetiva, 2001.

101
Manual de Redação Administrativa e Padronização Documental - HCFMUSP

INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto: curso MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Elementos
prático de leitura e redação. 3. ed. São Paulo: de direito administrativo. São Paulo: Revista
Scipione, 1992. 223p. dos Tribunais, 1992.

LIMA, Carlos Henrique da Rocha. Gramática MENDES, Gilmar Ferreira. Manual de redação
normativa da língua portuguesa. 25. ed. São da Presidência da República. Brasília, DF:
Paulo: José Olimpio, 1985. Imprensa Nacional, 1996.

LUFT, Celso Pedro. Novo manual de português. NASCENTES, Antenor. O idioma nacional. 3.
4. ed. São Paulo: Globo, 1997. ed. Rio de Janeiro: Acadêmica, 1960.

MARMO, Arnaldo Augusto. Dicionário de NEY, João Luiz. Guia de redação. São Paulo:
sinônimos e antônimos da língua portuguesa. Nova Fronteira, 1995.
Rio de Janeiro: Livraria Tupã Editora, 1959.
REGRAS de acentuação gráfica. Disponível em :
MARTINS FILHO, Eduardo Lopes. Manual < h t t p. w w w 2 . u o l . c o m . b r / M i ch a e l i s /
de redação e estilo de O Estado de São Paulo. acentos.htm>. Acesso em: 22 jun. 2006.
São Paulo: O Estado de São Paulo, 1977.
400p. SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44
lições. São Paulo: Ática, 1988.
MASUCCI, Oberdan. Prática forense. São
Paulo: Brasilivros, 1981. SCARTON, G., SMITH, M.M. Manual de
redação: acentuação gráfica. Disponível em:
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administra- <http.www.pucrs.br/manualred/
tivo brasileiro. 31. ed. São Paulo Malheiros, acentuacao.php> Acesso em 13 abr.2006.
2005.

102
ANEXOS

103
ANEXO
Manual de Redação Administrativa e Padronização I
Documental - HCFMUSP

Procedimento Operacional Padrão - POP FMUSP - HC


Logo do Unidade/Instituto Nº POP 00 5 00000- 00
Instituto/ Área/Divisão Data: Rev:
Unidade 3/9/2007 00
Processos Procedimento para elaboração e validação de POPs no Sistema FMUSP/HC Próxima Rev.: 15/02/2009

I. OBJETIVO

Orientar as diversas áreas do Sistema FMUSP/HC quanto à elaboração e validação dos POPs. Estes deverão ser seguidos para
sistematizar a realização de processos, a fim de uniformizar a comunicação e padronizar os procedimentos inerentes a cada área.

II. ABRANGÊNCIA

Todas as áreas e unidades do Sistema FMUSP/HC.

III. EXIGÊNCIA(s) E JUSTIFICATIVA(s)

A qualidade, padronização e o gerenciamento de rotinas devem sempre ser observados na condução de procedimentos dentro
da Instituição. Dessa forma, o desenvolvimento de POPs específicos para cada etapa da realização de tarefas é indispensável.

Os POPs devem ajudar a unificar, de maneira simples e conveniente, a comunicação e as operações em todos os setores da
Instituição. Essa é a idéia básica de estabelecer padrões, definindo a melhor maneira de se realizar uma determinada tarefa e
adotá-la como a tecnologia do setor ou departamento.

A padronização é um processo de alta seletividade, devendo ser aplicada aos processos repetitivos e relevantes. Estes atributos
determinam os critérios para que se defina a elegibilidade da padronização, como mostra o esquema em anexo.

IV. RESPONSABILIDADES

A elaboração do POP é de responsabilidade de todos os envolvidos na execução de uma determinada rotina operacional e
demais colaboradores. Sua verificação e aprovação ficam a cargo dos superiores hierárquicos, conferindo assim os processos
para validação da atual versão do documento.

Os envolvidos devem garantir que as informações dos POPs sejam precisas, atuais e confiáveis, acompanhando todo o processo
de elaboração dos POPs.

V. ABREVIAÇÕES

HCFMUSP – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo;


LIM – Laboratórios de Investigação Médica;
NPG – Núcleo de Planejamento e Gestão;
POP – Procedimento Operacional Padronizado;
HC – Hospital das Clínicas.

VI. DEFINIÇÕES

A) Sistema FMUSP/HC – Conjunto de unidades de ensino, pesquisa e assistência, incluindo os institutos, hospitais auxiliares,
LIMs.

B) Fluxograma – representação gráfica que apresenta a seqüência de um trabalho de forma analítica, caracterizando as operações,
os responsáveis e/ou as unidades organizacionais envolvidas no processo. O fluxograma permite identificar: lacunas do processo,
superposições de trabalho, desperdício de esforço e possibilidades de simplificações e melhorias.

C) Padrão de Trabalho – Regras de funcionamento das práticas de gestão, que podem estar sob a forma de diretrizes
organizacionais, procedimentos, rotinas de trabalho, normas administrativas, fluxogramas, quantificação dos níveis que se
pretende atingir ou qualquer meio que permita orientar a execução das práticas. O padrão de trabalho pode ser estabelecido

ELABORADO POR: VERIFICADO POR: APROVADO POR:


Nome: Nome: Nome:
Setor: Setor: Setor:

104
ANEXO I

Procedimento Operacional Padrão - POP FMUSP - HC


Logo do Unidade/Instituto Nº POP 00 5 00000- 00
Instituto/ Área/Divisão Data: Rev:
Unidade 3/9/2007 00
Processos Procedimento para elaboração e validação de POPs no Sistema FMUSP/HC Próxima Rev.: 15/02/2009

tomando como critérios as necessidades das partes interessadas, estratégias, requisitos legais, nível de desempenho de
concorrentes, informações comparativas pertinentes, normas nacionais e internacionais, entre outros.

D) POP – Procedimento que busca fazer com que um processo, independente da área, possa ser seguido sempre de uma mesma
forma, permitindo a verificação de cada uma de suas etapas. Ele deve ser escrito de forma detalhada para a obtenção de
uniformidade de uma rotina operacional, seja ela na produção ou na prestação de serviços.

E) Processo – Representa uma série regular de ações a fim de atingir determinado objetivo.

F) Relevante – Um processo relevante é o que tem impacto significativo nos objetivos e metas de uma organização.

G) Repetitivo – Não representa necessariamente uma ação freqüente mas que tenha uma periodicidade.

H) 5W1H - O 5W1H é uma ferramenta que consiste em se fazer perguntas de modo a explorar exaustivamente o tema em
questão. O significado da sigla proveniente do inglês é What (O QUE) Who (QUEM), Where (ONDE), Why (POR QUE),
When (QUANDO) e How (COMO).

VII. POPs RELACIONADOS

Não se aplica ao POP 0, visto que este é o procedimento que direciona a elaboração dos demais procedimentos.

VIII. PROCEDIMENTOS

As etapas para elaboração do POP:

ETAPA I: Instruções gerais para escrever um POP

Os Procedimentos devem ser escritos de forma objetiva tal como deve ser executado na prática e deverá responder a todos os
itens propostos neste modelo. Para elaboração do POP a ferramenta de qualidade 5W1H poderá ser seguida, uma vez que o
procedimento deverá responder às perguntas Quem (Who) Quando (When), O que (What), Porque (Why), Quando (When),
Como (How).

Existem algumas regras que deverão ser seguidas a fim de facilitar a compreensão e padronizar a elaboração de um procedimento:
A) O POP deverá conter todos os itens e numerações aqui descritas.
B) Todos os itens deverão ser preenchidos. Caso algum não puder ser preenchido deverá manter o item e escrever “ Não se
aplica”.
C) O verbo deverá estar no infinitivo ou no futuro, desde que seja seguido um mesmo tempo verbal.
D) A fonte utilizada deverá ser Arial, tamanho 10.

ETAPA II: Passos a serem seguidos na elaboração de um POP

Os itens básicos para estruturação dos POPs deverão obedecer ao que está disposto e definido a seguir:

• OBJETIVO: Descrever a finalidade do POP (este item deverá responder à pergunta “O que”).

• ABRANGÊNCIA: Definir a área responsável pela execução do POP (este item deverá responder à pergunta “Onde”).

• EXIGÊNCIA(s) E JUSTIFICATIVA(s): Descrever a razão pela qual o POP está sendo elaborado (este item deverá
responder à pergunta “Por quê” ou “Para quê”). Quando aplicável, referenciar legislação, normas, documentos e
manuais que justifiquem determinada tarefa dentro do POP.

ELABORADO POR: VERIFICADO POR: APROVADO POR:


Nome: Nome: Nome:
Setor: Setor: Setor:

105
ANEXO
Manual de Redação Administrativa e Padronização I
Documental - HCFMUSP

Procedimento Operacional Padrão - POP FMUSP - HC


Logo do Unidade/Instituto Nº POP 00 5 00000- 00
Instituto/ Área/Divisão Data: Rev:
Unidade 3/9/2007 00
Processos Procedimento para elaboração e validação de POPs no Sistema FMUSP/HC Próxima Rev.: 15/02/2009

• RESPONSABILIDADES: Citar, por meio de cargo/função, quem é (são) o(s) responsável(eis) pela execução das
diversas atividades que compõem o POP (este item deverá responder à pergunta “Quem”).

• ABREVIAÇÕES: Citar as siglas existentes no POP e descrever seu significado (ex.: POP – Procedimento Operacional
Padronizado).

• DEFINIÇÕES: Definir os termos técnicos e especializados de uso restrito inerentes aos procedimentos de cada área,
palavras em outros idiomas, palavras de uso cotidiano com significado diferente do gramatical.

• POPs RELACIONADOS: Quando aplicável, citar os POPs que se relacionam aos procedimentos descritos.

• PROCEDIMENTOS: Descrever passo a passo o procedimento, de modo a deixar clara a seqüência de atividades a ser
seguida. Deverá ser descrito em parágrafos curtos e objetivos, de fácil entendimento, tal como o processo deverá ser
executado na prática (este item deverá responder à pergunta “Como”).

• FLUXOGRAMA: Mostrar o fluxograma das atividades envolvidas no processo facilitando seu entendimento. Os
símbolos a serem usados na confecção dos fluxogramas estão representados no quadro abaixo:

SÍMBOLO SIGNIFICADO SÍMBOLO SIGNIFICADO

TERMINAL DOCUMENTO

EXECUTANTE DECISÃO

ARQUIVO CONECTOR DE PÁGINA

CONECTOR DE ROTINA SENTIDO DE CIRCULAÇÃO

OPERAÇÃO MATERIAL

• REFERÊNCIAS: Quando aplicável, citar o nome de todo material de referência consultado, data de sua publicação e
autor.

• ANEXO: Quando aplicável, colocar neste item ferramentas, planilhas, tabelas, check lists, etc, que estejam relacionados
ao POP.

ETAPA III: Como validar e divulgar o POP

Discutir esta etapa após a implementação do sistema.

• Os POPs deverão ser revisados pela área responsável de acordo com suas necessidades, toda vez que o processo sofrer
alteração.
• Uma nova revisão do POP deverá ser elaborada, aprovada e autorizada sempre que houver quaisquer alterações no processo.
Essas alterações deverão ser adequadamente documentadas em formulário próprio (ver formulário em anexo) e encaminhadas
ao Núcleo de Planejamento e Gestão - NPG juntamente com uma solicitação de nova revisão.
ELABORADO POR: VERIFICADO POR: APROVADO POR:
Nome: Nome: Nome:
Setor: Setor: Setor:

106
ANEXO I

Procedimento Operacional Padrão - POP FMUSP - HC


Logo do Unidade/Instituto Nº POP 00 5 00000- 00
Instituto/ Área/Divisão Data: Rev:
Unidade 3/9/2007 00
Processos Procedimento para elaboração e validação de POPs no Sistema FMUSP/HC Próxima Rev.: 15/02/2009

• Na hipótese de cessação de qualquer POP, uma declaração deverá ser elaborada pelos responsáveis pela aprovação e
autorização do mesmo, descrevendo as razões para a natureza que levaram a tal cessação. Esta declaração deverá ser
encaminhada ao NPG para que se mantenha o controle da atualização dos POPs na Instituição.
• As versões antigas dos POPs estarão disponibilizadas em pastas separadas podendo ser consultadas caso seja necessário
rastrear algum procedimento.
• O POP entrará em vigor somente após sua aprovação, autorização e disponibilização na Intranet.
• O POP estará disponível na Intranet e terá acesso restrito às pessoas autorizadas através de uma senha, que será liberada
pelo NPG, quando necessário.
• Após ter escrito o POP no formato padrão, revisado e aprovado devidamente, o responsável deverá entrar em contato com
o NPG no telefone 3069-6200 para que seja realizado o trâmite para sua validação através da disponibilização do mesmo
na Intranet, com código e numeração específica.

IX. FLUXOGRAMA

X. REFERÊNCIAS

GOMES, Hélio. Qualidade Total na Escola – Padronização. Belo Horizonte: Editora LÊ, 1994.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas, organização e métodos: uma abordagem gerencial: São Paulo: Atlas,
1996. 391p.
Critérios para avaliação do desempenho e diagnóstico organizacional do Prêmio Nacional da Gestão em Saúde - PNGS 2005.

ANEXOS
fluxograma.doc
formulário para controle das versões do POP.doc

ELABORADO POR: VERIFICADO POR: APROVADO POR:


Nome: Nome: Nome:
Setor: Setor: Setor:

107
ANEXO
Manual de Redação Administrativa e Padronização II - HCFMUSP
Documental

Manual de Identidade Visual

O Manual de Identidade Visual Hospital das Clínicas descreve e


programa o uso dos elementos que compõem a sua identidade
gráfica e transmite informações necessárias à produção de
manifestações visuais institucionais.

Esse Manual foi concebido para a implantação dos padrões da


Imagem Institucional da empresa consolidando, assim, a sua
identidade corporativa e sendo acessível a todos os envolvidos
no processo de reprodução dessa imagem.

A aplicação rigorosa das normas, padrões e recomendações


aqui descritas resultará numa identidade forte e reconhecível
tanto para o público interno como externo.

O Manual de Identidade
Visual Hospital das
Clínicas foi desenvolvido
pelo Estúdio de Criação

Janeiro 2002

108
ANEXO II

Assinatura Institucional

É o principal elemento
da Identidade Visual.
A combinação dos
letterings deve ser feita
com rigor e precisão
para não descaracterizar
a nova proposta.

Aplicação:
Papelaria de uso
institucional, Papelaria
dos Institutos, Cartões
pessoais, Impressos
com circulação ampla.

Logotipo

É o elemento secundário
da Identidade Visual.
Devem ser respeitados:
o seu desenho, recuos e
entornos para que sua
leitura seja clara.

Identificação pessoal:
crachá, uniformes,
identificação veículos,
identificação predial,
papelaria de uso interno
da Instituição, impressos
com circulação restrita.

Cores

Definição das cores


institucionais que devem
seguir os padrões
especificados, para
impressões direta, off
set ou outro sistema de
reprodução.

Azul Pantone 3005


Cinza Pantone 421

Aplicações:
Impressos Institucionais
ou promocionais, folders
ou livros, onde o sistema
de impressão seja em
quadricomia off set.

109
ANEXO
Manual de Redação Administrativa e Padronização II - HCFMUSP
Documental

Assinatura Institucional: Alfabeto Impact

Assinatura Institucional: Alfabeto Frutiger Ultra Black

Alfabetos

Foram escolhidas as
famílias tipográficas Impact
e Frutiger Ultra Black para
a assinatura institucional.

Para os endereços a
Endereços: Alfabeto Frutiger Roman família Frutiger Roman

Endereços para impressos

Alinhamentos:
Formato A4
Formato Ofício

110
ANEXO II

Impressos

Alinhamentos:
Cartão de Visita
Selo Adesivo
Formato Ofício

111
ANEXO
Manual de Redação Administrativa e Padronização II - HCFMUSP
Documental

Impressos

Formato A4

112
ANEXO II

Impressos

Formato Ofício

Alinhamento

113
ANEXO
Manual de Redação Administrativa e Padronização III - HCFMUSP
Documental

São Paulo, ...........de................de 2....... Ofício.....nº ..../2.....


Ref.:.......................

Excelentíssimo (ou Ilustríssimo) Senhor (cargo ou função)

O HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE


MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – HCFMUSP, entidade autárquica,
criada pelo Decreto Lei nº 13.192, de 19 de janeiro de 1943, com personalidade
jurídica e patrimônio próprios, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde – SES e
associado à Universidade de São Paulo - USP, (encaminha, informa, solicita ou
esclarece) o que segue:

1- .................

2- ................

O HCFMUSP aproveita a oportunidade para expressar


consideração e apreço.

(NOME)
SUPERINTENDENTE

EXCELENTÍSSIMO ( OU ILUSTRÍSSIMO) SENHOR

DR. ..............

DD. ..............

Av. (ou Rua) .................,nº ........ –.......... andar-......... - ..........-CEP.

114
ANEXO IV

Excelentíssimo (ou Ilustríssimo ) Senhor (cargo ou função) da (o).........

Ref. Processo nº.......


Ofício nº

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da


Universidade de São Paulo - HCFMUSP, entidade autárquica, criada pelo Decreto-
Lei nº 13.192, de 19 de janeiro de 1943, com personalidade jurídica e patrimônios
próprios, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde- SES e associado à Universidade
de São Paulo- USP, por seu Superintendente e representante legal, vem expor e
requerer o que segue:

I- DOS FATOS

1-..........

2-..........

3-..........
II- DO PEDIDO

O HCFMUSP, fundado nas razões de fato e de direito


expostos, requer ...............

Neste Termos,
P. Deferimento.
São Paulo, ....................... 200....

(NOME) (NOME)
CARGO/ FUNÇÃO SUPERINTENDENTE

115
ANEXO
Manual de Redação Administrativa e Padronização V - HCFMUSP
Documental

São Paulo, ...........de.............de 2.... Carta .... nº ...../2...


Ref.........
Proc nº Exp nº

Ilustríssimo Doutor (ou Senhor)

..........
DD. ...........
Av. (ou Rua) ..............nº,
(bairro- Cidade- Estado e CEP)

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade


de São Paulo – HCFMUSP, por seu Superintendente (ou através do Diretor Executivo do
Instituto.../ Coordenador do Núcleo..../ Diretor do Departamento/ Divisão), em atenção à
correspondência datada de .....e recebida em..........., (informa, esclarece, orienta, encaminha,
etc ) ............

Cordialmente,

Nome

Cargo

116
ANEXO VI

MEMO Nº..... /2....- (sigla da unidade expedidora)

SP, (data)

Ilustríssimo (a) Senhor (a)


(Nome)...............
DD. ......(cargo/função)

(texto)

Nome do emitente
Cargo

117
ANEXO
Manual de Redação Administrativa e Padronização VII - HCFMUSP
Documental

PROCESSO Nº ( OU EXPEDIENTE AVULSO DE):


INTERESSADO:
ASSUNTO:

ILUSTRÍSSIMO SENHOR
..............
DD.

(SE FOR O CASO COTA, PARECER OU AVALIAÇÃO Nº..../2.....- INICIAL DA


UNIDADE EXPEDIDORA)

1–
2–

(SIGLA DA UNIDADE EMITENTE) e data.

Nome do emitente
Cargo

118
ANEXO VIII

PROCESSO Nº ( OU EXPEDIENTE AVULSO DE):


INTERESSADO:
ASSUNTO:

DESPACHO

(SIGLA DA UNIDADE EMITENTE) e data.

Nome do emitente
Cargo

119
ANEXO
Manual de Redação Administrativa e Padronização IX - HCFMUSP
Documental

FAX

Data:

Número de páginas incluindo esta folha


de rosto:

De: Para:

Fax: Fax:

Assunto:

Comentários:

Confirmar Recebimento

120

Você também pode gostar