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ANUÁRIO GEOGRÁFICO
DO
RIO DE JANEIRO
SERVIÇO GRÁFICO DO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
1956
ANUÁRIO GEOGRÁFICO
DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
(Cria~o pela Res n ° 98, de 1º de março de 1948,
do Diret6rio Regional do Conselho Nacional de Geografia)
REDAÇÃO
DEPARTAMENTO GEOGRÁFICO
Edifício "Visconde de Itaboraí" - l 0° andar
Rua Vise. de Sepetiba esq da Av. Amaral Peixoto
Niter6i - Estado do Rio de Janeiro
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
ORGANISMO FEDERATIVO SUBORDINADO DIRETAMENTE À PRESIDtNCJA DA REPÚBLICA
ESQ'O'llill&A E!ITJIUTUJIAL DOS SllllVIÇOll IHIOGllÁJ'ICOS
!
DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE FERRO
A - ORGANIZAÇÃO Minis«lno da Viação... DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM
FEDERAL DEPARTAMENTO DOS CORREIOS E TELtGRAFOS
DEPARTAMENTO NACIONAL DE PORTOS, RIOS E CANAIS
DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS E SANEAMENTO
Órgãos coopera-
dores Min1Stério do Tnibalho. DEPARTAMENTO NACIONAL DE lMIGRACÃO
Mimstérlo da Educação {MUSEU NACIONAL
e Saúde \.OBSERVATÓRIO NACIONAL
Min1aténo da Fazenda .• {SERVIÇO DO PATRIMÔNIO DA UNIÃO
Minmténo das Relações {DIVISÃO DE FRONTEIRAS
Extenorea
Ministério da Justiça.. ARQUIVO NACIONAL
1 SERVICO GEOGRÁFICO DO EXtRCITO - DIRETORIA DE HIDROGRAFIA
Miwstérioa Militares. \J E NAVEGAÇÃO - DIRETORIA DE ROTAS AÉREAS - (Colaboração
II - Quadro Executivo condicionada).
(Cooperação fede-
rativa) TERRITÓRIO DO GUAPORÉ: Servioo de Geografia e Estatfstica. - TERRITÓRIO
DO ACRE: Departamento de Geotmlfla e Estatfstica. - AMAZONAS: Departa,.
mento F.atadual de :&taúatioa. - 'í'..ERRITÕRIO DO RIO BRANCO: Servi90
de Geog_rafia e Elltatfstioa. - PIARA: Difetorla de Obras Pdblicas, Terraa e Via_gão
- TERfüTORIO DO AMAP : &moo de Geografia e Estatfstica. - MARANHÃO:
Diretoria de Obras Pdblicas •. - PIAUÍ: Departamento Estadual de Eatatfstiaa. -
CEARÁ: DÍl'!1«lria de VI.ação e Obm8 Pdblioas. -.,. RIO GRANDE DO NORTE
Departamento Estadual de Estatfatlca. - PARAÍBA: Departamento Estadual de
B - ORGANIZAÇÃO Repartições que funcfonam como 6rglioa Estatfstioa, - PERNAMBUCO: Departamento Estadusl de Estatfstica. - AJ.A-
REGIONAL centrais de geografia GOAS: Departamento Estadual de Estati'stioa. - SERGIPE: Departamento Esta-
dual de Eetatt.t!ca. - BAHIA: Peimrtamento Geogn!.fiço. - M~NAS GERAIS: De-
partamento Geográfico. - ESPIRITO SANTO: Sérvi\!O Geográfico Geológico e Mi·
neral6gico. - RIO DE JANEL"ll.0: Departamento Geográfico. - bISTRlTO FE-
D::!lRAL: Departamento de Geografia e Estatfstica. - SÃO PAULO: lnsUtuto
Geográfico e Geol6111co. - PARAN A: Departamento de Geografia, Terraa e Colom-
sação, - SANTA CATARINA: Departamento Estadual de Geografia e Cartoiuafla.
- RIO GRANDE DO SUL: Diftltona de Geografia, - MATO GROSSO: :Õepar·
tamento de Terl'llll e Colonbaçllo. - GOI!s: Departamento de Geo!P'llfla e Terraa,
C - ORGANIZAÇÃO LOCAL ................... . Dlretónos Municlpaia, Corpo de lnformantl:ll e Serviooe Munioipala oom atividades
{ goográficas.
DIRETõRIO REGIONAL DE GEOGRAFIA
PRESIDENTE:
Engenheiro SALO BRAND
Secretário de Viação e Obias Públicas
SECRETARIO:
Engenheiro LUIZ DE SOUZA
Diretor do Departamento Geográfico
SECRETARIO-ASSISTENTE:
JEFFERSON FERREIRA DOS SANTOS
Chefe dos Serviços Auxilia1es do Dep Geográfico
***
Engenheiro DÉcio SILVINO DE FARIA
Chefe da Divisão da Carta do Departamento Geográfico
Sr ALDEMAR ALEGRIA
Diretor do Departamento Estadual de Estatística
Sr FRANCISCO STEELE
Inspetor Regional de Estatística Municipal
CONSULTORES TÉCNICOS:
Professor Lmz P ALMIER (vogal)
Engenheiro JosÉ SouzA DE MIRANDA (vogal)
Professor MOACYR PAVAGEAU (vogal)
Professor DÉcro FERREIRA CRETTON
Professor ADAUTO SOARES MoNTEIRO
Coronel DÁCIO CÉSAR
Excelentíssimo Senhor Governador do Estado do Rio de Janeiro, Doutor Miguel Couto Filho
Excelentíssimo Senhor Presidente do Diretório Regionol de Geografia e Secretário de Viação e Obras
Públicas, Engenheiro Saio Brand
SUMÁRIO
Págs
REGISTRO XV
A GEOLOGIA DE NITERÓI NA TECTÔNICA DA GUANABARA - Alberto Riheiro
Lamego
PLANÍCIE LITORANEA E ZONA CANAVIEIRA DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO - EXCURSÃO PROGRAMADA PARA O XVIII CONGRESSO
INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA 23
~ PESCA NO LITORAL FLUMINENSE - Lysia Ma1ia Cavalcanti Berna1des e Nilo
Berna1des 27~
LUIZ DE SOUZA
A GEOLOGIA DE NITERÓI NA TECTÔNICA
DA GUANABARA
AI BERTO RIBEIRO LAMEGO
Engenheiro de minas, Diretor da Divisão de
Geologia e Mineralogia do Ministério da
Agricultura, e Membro do Diretório Central
do Conselho Nacional de Geografia
-1-
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Gm:ú's Lentrcu(a.r .Bcolc·t-a - Gacrcs Talhas Fraéuras
CoP"a o'9 @arcrrr!?:t?Z1'qrc-t"jár
Fig. 1
-7-
EsTRUTURA GEOLOGICA
DO MORRO DA BôA V1sTA (N1TER01) 2i9rns.
POR ALBERTO RIBEIRO L.AMEGO
Norte Sul
~~ ~ ~ CD
Gna1,, L;,trtrcular> .Bio&la - Gna:ts Yétos de 4Juart.z-o Falhas
Fig 2
O fato citado mostra-nos como a própria vida de uma população urbana e a sua
evolução subordinam-se às vêzes tão estreitamente a contingências de fenômenos
geológicos locais Sem o sinclinal do morro da Boa Vista e sem os atributos petrográficós
das suas rochas, permitindo a sua decomposição em massa tão porosa, não teria
Niterói êsse reservatório dágua natural e indispensável ao desenvolvimento rápido /
de uma cidade, visto que a sua expansão urbanística em fins do século passado
ficaria a depender de transportes por demais onerosos do líquido vital
Outros exemplos de plicaturas primitivas são verificáveis na região Nenhum
porém com clareza semelhante à do morro da Boa Vista, havendo necessidade de
penosas caminhadas e complexas deduções a fim de serem esclarecidos
PEDREIRA DE LEPTINITO
NO MOARO DO CAVALÃO
sT•RosA-N1TER01
PoA ALBEA.TO RIBEIRO LAMEGO
~ IJ:;? 1
Gnar:S Le'7élcu/ar Uio áe C7ronilb e ~//ra
Fig 3
rodovia que da mesma planície vem a Pendotiba Um terceiro, no ramo desta estrada
que se dirige para Santa Rosa, sendo as rochas bem visíveis na descida para o
Viradouro Na encosta oriental do morro do Céu, existe uma pequena exibição de
leptinito, e mais duas no morro da Armação e na pedreira do morro do Cavalão
em Santa Rosa
As seções geológicas através destas elevações, revelam a existência de falhas
(Figs 3 e 4) A última, sobretudo, exemplifica as dificuldades com que luta o
estratígrafo nesta região, vendo-se um morro, de topografia aparentemente muito
simples como o do Cavalão, apresentar inesperadamente em sua face uma estrutura
complexa e contrastante com as observadas na cidade do Rio de Janeiro
SEcÃo
' GEOLOCICA. DO MooAo DA AAMACÁO
,
"PoQ ALBEQTO 'RIBEll20 !.AMEGO
JV/ferol
~ ~ 17
L.e,Pltnifo Gnais -.L.enliC-cdt7r- rat'hcz
Fig 4
MINERAIS ECONOMICOS
Contràriamente ao que até o presente se conhece da mineralogia econom1ca da
margem ocidental, esta região oriental oferece oportunidades bem promissoras para
as indústrias extrativas neste setor
De modo geral é ela menos rica de pedras para cantaria, não possuindo
granitos nem o belo diorito da estradas das Furnas, além de outras rochas de grã
fina e laminada Mas o leptinito do morro do Cavalão é uma das mais belas rochas
atualmente exploradas nas margens da Guanabara, e, o gnaisse lenticular, - a
"pedra de galho" dos pedreiros -, é também retirada em grande escala de virias
pedreiras, entre as quais citaremos a do morro de São Lourenço Mais raro é o
biotita-gnaisse, conhecido por "pedra louzada"
1
LAMEGO, A R : "Ciclo Evolutivo das Lagunas Fluminenses" Boi da Divisão de Geologia e Mineralogia,
2
LAMEGO, A R : "Teoria do Protognais" Boi 86 da Divisão de Geologia e Mineralogia, pág 27
14 -
Uma antiga exploração dêste mineral foi ainda 1egistrada no morro do Bumba,
no Baldeadouro, onde um poço, com cêrca de 2 5 metros de profundidade e abandonado
em meio da mata, conserva ainda em seu poder fragmentos de feldspato, quartzo
e brechas feldspáticas silicificadas pela ação hidrotermal
Entre os minerais de possível existência na região, anotamos a gtafita, da qual
colhemos amostra no vale do rio Tribobó, não nos sendo entretanto possível
localizar qualquer afloramento
Com exceção do espigão divisor entre Icaraí e Niterói, a carta geológica nos
apresenta os cordões de serrotes regionais como constituídos quase exclusivamente
de gnaisse lenticular Dois dêles destacam-se paralelos, ao sul da cidade de São
Gonçalo, sendo que as suas respectivas altitudes não excedem 200 metros.
Ao sul dêste, outra série de elevações atinge 288 metros no morro do Zumbi
e 31 7 no do Castro À medida porém que vamos segui~do para o Atlântico, as
altitudes continuam a crescer com um pequeno rebaixamento no morro do Céu que
atinge 221 metros.
Um dos mais importantes dêstes serrotes é o que, deixando a ponta da Jurujuba,
separa a planície do Saco de São Francisco da planície de Pirapetinga Nêle temos
o morro da Viração com 322 metros, o do Sapêzal com 285 e o de Santo Inácio
com 349 Mais para leste, outro cordão divisor entre a bacia do rio Tribobó e as
lagoas costeiras, sobe a 407 metros no morro do Cantagalo e a 397 na Serra Grande.
E entre a lagoa de Itaipu e as restingas da planície de Maricá, outra linha de
elevações que nasce no Itaipuassu, - O Falso Pão de Açúcar ~, atinge 344 metros
no morro do Telégrafo
Contràriamente pois ao que se vê no Rio de Janeiro, a topografia desta banda
oriental é menos agitada Excetuado o pequeno grupo isolado onde as escarpas do
morro do Pico levantam-se à entrada da Guanabara, guarnecendo-a de acidentes
igualmente espetaculares aos da margem oposta, a paisagem niteroiense é singularmente
deprimida em confronto com a carioca
O contraste é inexplicável sob uma investigação puramente geográfica mas
torna-se compreensivo à luz da estratigrafia e da tectônica As estruturas de ambas
as margens são diversas Faltam à banda oriental a série de enrugamentos tão
notáveis que elevaram a margem ocidental
Indubitàvelmente existiram plicaturas de mesma idade Entretanto, os fundamentos
paisagísticos atuais do Rio de Janeiro devem-se a um fator inexistente dêste lado:
à bossa de granito sôbre a qual as sucessivas dobras se deitaram
Foi a ausência élesta insignificante intrusão destacada do corpo do batólito e
ocasionadora , não só da série de plicaturas como indiretamente responsável pela
formação dos vários tipos de gnais ligados ao tectonismo
Mostramos em "Escarpas do Rio de Janeiro" que a atual paisagem carioca é a
resultante geográfica dos fenômenos de erosão, atuando sôbre uma tal estrutura, onde
os diversos andares de gnaisse oferecem variada resistência ao desgaste e planos
previamente orientados pelo tectonismo dirigem o talhe dos paredões
Não havendo um núcleo interno de resistência, as dobras niio se acamaram com
a mesma regularidade Por isso é que os seus remanescentes apresentam-se em
-16-
sinclinais de plano axial menos inclinado, ao mesmo tempo que as relações de ruga
para ruga são menos evidentes
Compreende-se igualmente que, sem aquela compacta massa homogênea em
profundidade, mais quebradiça tornou-se a crosta gnáissica sob os esforços diastróficos.
Daí a origem de tão grande número de fraturas e de falhas, resultantes de desabamentos
que formaram tôda a série de fossas e pilares, - g1abens e ho1Sts - , observada
nas seções Fig. 7.
Com a irregularidade no sistema de rugas e com o fraturamento generalizado
nas camadas, os agentes erosivos não encontrando uma composição orogênica
suficientemente capaz de orientar um traçado paisagístico com diretrizes imutáveis,
destruíram a capa superior de biotita-gnaisse menos resistente, cuja remoção deixou-nos
exposta a parte média do pacote gnássico onde o gnais lenticular é dominante
....
CO/'ITl<FJSTE TéCT0/1/CO EJYTR.E fJS
NEl/2GeitS OPOST/:JS DE! GUR/'IH.BRl2R
fig. 7
-2-
-18-
3 LAMEGO, A R : 'Escarpas do Rio de Janeito ', Boi n9 93 da Divisão de Geologia e Mineralogia, fig 18
-19-
dos grandes diques Um dêles ocorre à beira mar, ílO Barreto Outro ao longo das
ruas Leopoldo Fróis e Pio Borges Em Sete Pontes, outro é ainda visível num
grotão onde corta gnaisse quartzo-monzonítico Afloramentos de diabasito também
ocorrem na ponta da Tapaiba, entre a Jurujuba e Imbuí, no extremo de um vale
fechado . ao norte da Alameda São Boaventura, no Fonseca, no Engenho Pequeno
e na estrada do Rocha, em São Gonçalo, onde as águas minerais do Rocha brotam
de uma exposição bastante grande e muito fraturada O afloramento torna-se notável
ao longo da estrada do morro do Boqueirão
.Na encosta ocidental do morro da Boa Vista deparamos com outro dique, em
cujo seguimento, numa barreira da rua Paulo César, em Santa Rosa observamos
um notável muro de dois metros de espessura de diabasito decomposto, ali deixado
a prumo após a remoção do saibro
A maioria dêstes pequenos diques pouco nos dizem sôbre a tectônica regional,
pela sua dispersividade e disposição irregular Ao contrário, porém, os grandes
diques vão-nos dar informes capitais
Observados em conjunto, deduz-se logo que tais arcos só podem ser provenientes
de desabamentos cinttla1 es, como os que ocasionaram os golfos de Gênova, de
Nápoles e de Salerno
Embora se note que êstes círculos não foram completados, pode-se entretanto
concluir com os fragmentos assinalados que pelo menos a pa1te sttl da Gt1anaba1a
1esttlta de ttm desabamento, o qual originou fraturas circulares, indo a suficiente
profundidade para que atr~vés delas n magma subisse e as entulhasse.
Esta movimenta.ção epirogênica ocasionou ao mesmo tempo fraturas radiais à
·curvatura, as quais vieram contribuir para a formação de um costa de esporões
tectônicos, entre os quais se afundaram fragmentos do litoral, dando lugar às pequenas
enseadas do Saco de São Francisco, de Icaraí e de Niterói, posteriormente aterradas
Note-se que estas reentrâncias são prolongadas para leste por estreitos e longos
vales de ruptura, como os do Viradouro, da Atalaia, do Cubango e do Fonseca
Outros vales semelhantes ainda existem para o norte, nos bairos do Barreto e de Neves.
Assinalemos que a orientação das camadas deve ter influído nesta ruptura,
desviando-as por vêzes da exata direção dos raios dos círculos, sem que todavia
outra explicação da origem dêstes vales possa ser mais elucidativa que a das fraturas
radiais. O desvio é logicamente admissível, mecânicamente enquadrando-se na
interpretação que apresentamos
Podemos assim compreender por que todo êsse litoral é tão rugoso, ao contem-
plarmos seus contornos paleográficos, omitindo os aterros quaternários Trata-se de uma
costa de 1ttptttra conseqüente de desabamentos internos na baía.
A esta càusa devemos a obliteração ainda maior da estrutura regional, já tôda
esfacelada, como vimos, pelo diastrofismo primitivo Movimentados por falhas e
escorregamentos, blocos inteiros de gnaisse afundaram-se na crosta fraturada (Fig. 6)
Na costa carioca os mesmos fenômenos de afundamento litorâneo podem ser
deduzidos de mergulhos locais que subitamente pendem para a baía, como se nota
por exemplo nas pedreiras da rua Bento Lisboa Também ali se deram afundamentos
- 20 -
C"opÚ7
., .hffrno
d',
..., ...
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nuêCfarat&
Fig. 6
-21-
TERCIÁRIO E QUATERNÁRIO
MINAS GERAIS
o
•
EXCURSÃO 5
COf\tVfNÇÓES
A PESCA NO LITORAL FLUMINENSE ~ (~ ~)
LYSIA MARIA CAVALCANTI BERNARDES
NILO BERNARDES
Da Divisão de Geografia do C N G
e onde não há praias, pelo contrário, águas .rasas e fundos lodosos, nas enseadas
colmatadas de antigas "rias"
A leste da Sepetiba, com exceção da Guanabara, a regularização do litoral está
mais adiantada e grandes restingas quase retilíneas uniram os pontões rochosos, aí
bem mais distantes um do outro, isolando braços de mar, lagoas de águas salgadas,
que mantêm comunicação com o oceano por meio de barras permanentes ou
provisonas Nestas lagoas encontramos condições semelhantes às das enseadas em
vias de colmatagem da parte interior da Guanabara e das outras baías Ao contrário,
a face exterior das grandes restingas, expostas geralmente ao mar grosso, apresenta
apenas alguns trechos protegidos junto às pontas rochosas ou às barras dos rios e
lagoas Aí encontramos fundos rochosos e arenosos e as profundidades aumentam
ràpidamente, assemelhando-se estas condições com as das praias e "rias" do litoral
de Angra dos Reis e Ilha Grande
1- PROCESSOS DE PESCA
A - Pesca interior
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São Paulo :Estes índios costumavam estender -c
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cujos fundos são geralmente constituídos por o'
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vasa e muitas vêzes ocupados por uma vege- ::i e
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tação característica conhecida pela denominação '"' E
de "lixo". As espécies comuns nesse litoral são
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Peneus brasiliensis e Peneus setiferus. Expli- ª"
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ca-se essa importância da pesca do camarão
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pela grande procura dêsse crustáceo, muito apre- ... . ~
5 Trata se de uma pequena rêde tecida com malha fina (1 cm) na forma de um saco, cuja bôca
está prêsa a um arco de madeira ou duas varas laterais que a conservam aberta,
0 É formada por quatro "panos" unidos para formar um saco que tem 4 braças de comprimento,
2 de bôca e 1 de altura Sua malha é muito fina e seu emprêgo é às vêzes proibido pois prejudica
a criação miúda
- 31 -
Foto 3 - lancando a "tarrafa" para a pesca de paratis e outros peixes miúdos Praia
Grande, Arraial do Cabo (Fot Nilo Bernardes, Janeiro 1949)
7
Sua malha é fina (1,5 cm). assemelhando se muito à rêde do arrastão de praia Possui duas
"mangas" prêsas cada uma a um calão" e uma parte central mais alta (4x5 braças) e tecida com
fio mais grosso A rêde é puxada a uma certa distância da canoa por meio de quatro éabos (guias
e contra-guias) que a mantêm aberta
8
Ê retangular, com 1,5x50 a 30 braças e malha muito fina, sendo lançada em semicírculo
0
Tem a forma cônica como uma saia em sino, sendo seu bordo inferior dobrado para dentro
formando uma espé~ie de bainha con1 fundos de saco ou 'rufos" onde fica aprisionado o peixe
- 32 -
1º Tem uma altura de 1,5 a 2 braças e um comprimento variável de 60-100-150 braças (ver
fig 6) A malha varia de acôrdo com o tamanho do peixe que se pretende emalhar, e a grossura
e resistência do fio dependem de sua fôrça Assim. para o carapicu usa-se uma linha fina, enquanto
a rêde de robalo tem malha bem aberta e é tecida com barbante grosso
... ,
SEÇOES GEOLOGICAS EM NITEROI E S.GONCALO
'
POR ALBERTO RIB!!IRO LAMEGO·
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Pre-ler'lmiéos Gncus .Biolita Gra.nrlo VeéoS aé Fallcas ·
Len-i'/cLFt°CV- Gncus Quar~z-o
Fig. 5
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LEGENDA
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Gnois -Lenhct.Jar>
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Gobros e
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Hidro-sllif icação
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Veios de 9uarh:;o
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Veio.:1 de dioba3e Lin~os de
fra uros
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Sambaquis
primitivos
11 Esta costuma ter de 50 a 60 braças, usando-se, também duas rêdes a um tempo, como no
Pôrto do Carro, perto da bàrra da Araruama A rêde não ultrapassa duas braças e meia de ultura,
tocando sempre o fundo, e está prêsa nas extremidades aos calões,
-3-
-34-
pequeno Assim, as canoas são compradas novas por 2 000 a 3 000 cruzeiros, as rêdes,
tecidas geralmente no próprio local, não ultrapassam 500 cruzeiros. Os "ganchos"
para tainha, cujo rendimento é bem superior, não são montados por menos de
10 000 a 12 000 cruzeiros Na divisão dos lucros cabe uma pequena parte aos
pescadores O dono da canoa e das rêdes geralmente reserva para si de 30% a 50%,
sendo o resto dividido entre os camaradas que trabalharam Quando o dono também
tomou parte na pescaria ainda recebe sua parte pelo trabalho Além disso, é
geralmente êle que negocia com o pescado, mandando-o no gêlo para o Rio ou
Niterói, e desta maneira, fixa os precos baixos, prejudicando o pescador, obrigado
a vender por qualquer preço a parte que lhe cabe Essas regiões de lagoas e fundos
de enseadas são de grande importância para o abastecimento do Rio de Janeiro,
pois delas provém, além de outras espécies, o camarão, grandemente consumido pela
população da capital. Todavia, mesmo os centros de maior produção, como Maricá,
não podem ser comparados, quanto ao valor da produção, com os núcleos de pesca
marítima, atividade muito mais lucrativa 12
12 Em 1940 foi Maricá o maior fornecedor de peixe do Entreposto do Distrito Federal, com
3 415 kg Todavia, o valor desta produção era superado por outras colônias como Caba Frio, onde
há pesca marítima. mais rendosa
18 Assim afirma JEAN DE LERY, Viagem à te11a do Blasil Trad de SÉRGIO MILLIET, segundo ac
edição de PAUL GAFFAREL Livraria Martins Ed P 278 São Paulo
" LAMEGO, ALBERTO - A tetta Goitacá - Livro III - À luz de documentos inéditos
L' édition dart - Gandio·Bruxelles, 1925, 469 p
- 35 -
na citação da defesa do P. MAN UEL DIAS contra as acusações feitas pela Câmara
de Cabo Frio (1722). " Rara vez sucede alguém ir pescar naquelas paragens
(Ponta dos Búzios) não só por ficar longe da cidade, mas por serem poucos
os que têm meios para comprar rêdes de arrasto". 15
São essas rêdes de arrasto que caracterizam até o dia de hoje a pesca costeira
no litoral do Rio de Janeiro como nos dos estados vizinhos . Em alguns núcleos
maiores como em Cabo Frio e na Ilha Grande, que gozam de condições físicas
privilegiadas (ancoradouros abrigados e com boas profundidades) e de maiores
facilidades econômicas, já vem sendo o arrastão de praia abandonado em proveito
da pesca ao largo em barcos de motor - a pesca de traineira. Todavia, em quase
tôdas as praias limpas do nosso litoral ainda se pratica o arrastão, a começar pela
de Copacabana, em plena cidade do Rio de Janeiro. O principal centro de pesca
de arrastão na zona em estudo é o Arraial do Cabo (Cabo Frio) , onde encontramos
mais de cinqüenta canoas e rêdes de arrasto e aonde há uma verdadeira organização
que visa ao rodízio das embarcações, trabalhando diàriamente, duas na Praia Grande
e uma em cada uma das praias do Anjo, do Forno e do Farol, esta na ilha
-
fronteira ao continente 1 " (Yer fotos 6, 7 e 9) .
Foto 7 - Arroiai do Cobo, proio do Anjo . À di reito ve mos os conoas que oguordom seu dio
de saído e, à esquerdo, o tripul oçõo do que saiu na véspe ra consertan do o rêde rompido pelos
enxovas nelo copturodas . Ao fun do, no extremidade mais protegida da praia, parte do Arroiai
do Cabo. A outra parte, constituída por um casario baixo, ocho-se disposta por detrás do cordão
de dunos que vemos à esquerda . (Fot. Nilo Bernardes, Janeiro 1949)
11 Junto às pedras. por exemplo, faz.se um cê rco de ··gancho''. assustando o peixe para que nêlc
penetre. Isto é usado. geralmente, para peixes mansos. como cavala, bonito etc. .. (ver fig. 18).
Na praia Grande, no Arraial do Cabo, onde di111 iamente trabalham duas canoas. hA casos em que elas
cooperam cm um mesmo lance. Assim, se o cardume avistado pelo vigia acha·se muito afastado,
uma das canou fomu com sua rêde uma p:ircde pc~odicular à praia, enquanto a outra completa
o cêrco (ver fig. 17) . Quando se trata de uma manta muito numerosa de enxovu (Ptr<a utltalrix e
Gasttr1J11'111 saltatrix LtNNEU) cujos dentes afiados conseguem, muitas véus, cstraçslhar a r~de, usa·se
fazer um c~rco duplo, com uma r~de por detrAs da outrn, a fim de capturar o peixe que conseguir
escapar da primeira (ver fig. 16).
- 37 -
Nas grandes restingas menos abrigadas, expostas geralmente aos ventos violentos
do sul, o arrastão é realizado quase que exclusivamente no verão, quando êste vento
é menos freqüente e o mar mais calmo. Assim, em Saquarema e na Maçambaba
só há arrastão de novembro a março. As espécies mais obtidas nesse período
são o xaréu e xerelete (de outubro a dezembro), o bonito, principalmente no
Arraial do Cabo, de novembro a fevereiro . A enxova é freqüente durante todo o
ano mas especialmente no inverno, a época em que aparece a tainha. ~ interessante
notar que a tainha sendo trazida pelos ventos do sul (a partir de abril) não pode
ser pescada nas grandes restingas expostas a êsses ventos, pois quando êles incidem
nesse litoral o mar torna-se grosso, impróprio à pesca. A tainha no litoral marítimo
só é obtida nas enseadas protegidas como na baía da Ilha Grande e nas pequenas
praias do Arraial do Cabo. A pesca do arrastão é especialmente rendosa no Arraial
do Cabo, situado no ponto em que a crosta muda de direção e onde vêm ter os
peixes trazidos pelos ventos do sul como pelo nordeste .
14 Há vários processos de pesca de linha, sendo o mais comum o da linha .. simples'', .. de fundo",
jogada da terra ou da canoa. O "espinhei" é constituido por uma linha de 120 braças, cm média,
com uma linha pequena derivada de brat• cm braça e, na extremidade de cada uma delas, um anzol,
J! gerdmeote jogada à noite, sendo recolhido pela madrugada. Os peixes mais obtidos por ~sse processo
sio o cação e o bagre.
-40-
'" Entre êstcs se pode citar o ":irpio", o "2angartio'', o "gr:inzd" bem P,OUCO empregado, é
verdade. Hi ainda os "covos" us:idos especiallDCllte na 2ona de Angra dos Reis (120 covos em 1942).
Sio arlllàdilhas formadas por uma espéde de chto de abertura afunilada, construido de maneira que
o peixe possa penetrar flcilroente mas tenha sua salda interceptada. Jogados à noite, junto às pedras,
com um engôdo para 2trair o peixe, são os covos recolhidos na manhã seguinte.
- 41
"° Devido o seu grnnde pêso o rêde cst3 prêsa a do is onco rctes e duos bóias, a fim de não ser
levada pelas :ígu:i.s e se manter verticll.
-42-
A pesca de traineira só é feita nas noites sem lua, havendo interrupção durante
a lua cheia; aproveitam apenas as horas de ;.escuro" nas noites parcialmente iluminadas.
Quando há muito vento, especialmente de junho a agôsto, os barcos de traineira
menores, de Cabo Frio não podem sair, porque o mar aí se torna muito violento.
O "escuro" é uma condição imprescindível para que seja avistado o peixe. De
fato, as mantas de sardinhas são reconhecidas pela "ardentia", um brilho ;"ncomum
nas águas, que só pode ser observado no escuro . Cabe ao "proeiro" assin.úar aos
companheiros a presença do peixe, indicando com um cigarro aceso ou uma pequena
lanterna elétrica a direção em que êste se encontra . . Aprox~ma-se o barco, tendo
o mestre ao leme e inicia-se então o lançamento da rêde. 21
21 /\. rede de traineira é formada por um pano ~etangular que tem em sua parte superior uma
tralha de cortiça e na parte inferior um cabo corrediço, a "carregadeira"' que passa por uma série de
anilhas e, ao ser puxado, junta-se, fechando a r~de na forma de um saco. /\. parte do fundo da
rêde, o "sacador" ou "'ensacador'", como é conhecida, tem malha mais fina, pois suporta um gr.1nde
pêso. O tamanho da rêde · varia de acôrdo com o barco . Um barco pequeno de Cabo Frio, ~em
convés, empregava uma .. rêdc de 75 braç•S de comprimento por 14 de altura, enquanto outrc da
Ilha Grande, possula 300mx300m, •tendo custado o seu proprietário a importância de CrS 90 000,00 .
/\. malha da traineira é fina (2 a 3 cm) e a l,inba de que é tecida muito resistente.
PESCA NO LITORAL DO RIO DE JANE IRO
1. B. G. E.
CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA
DlVISAO DE GEOGRAFIA
1949
l
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.............
E S í
..................... \
r.... ... . . .
CONVENÇÕES
i PESCA INTERlOR
----- 1200
- - - 500
_ _ _ 200
- - - 100
-43-
A rêde é lançada prêsa a um caíque, que veio a reboque do ba1co ou, quando
menor, prêsa apenas a uma bóia (ver fig 23) A canoa descreve então um círculo
a partir do ponto em que ficou a bóia, ou o caíque, e três homens, o "chumbereiro" o
"paneiro" e o "corticeiro" vão lan~ando a rêde, cuidando cada um, respectivamente,
de lançar a base da rêde, o "pano" e a tralha de cortiça Completado o círculo,
puxa-se o cabo e a rêde se fecha como um saco, sendo então recolhida à canoa
(ver fig 24) Quando a quantidade de peixe apanhada é suficiente para encher
a canoa, não repetem o lance Caso contrário, fazem até 1 O lances se necessário
Os barcos grandes costumam ter um guincho para erguer a rêde A espécie mais
obtida é a sardinha, especialmente a verdadeira ou legítima (Smdinela au1ita)
Junto com a sardinha são pescados também a tainha, o xerelete, a corvina, o xaréu,
a pescada, a enxova, o bonito, etc
CONCLUSÃO
22 Ver A LAMEGO F1LJ0 - Na Planície do Sola1 e da Senzala, Livr Católica, Rio de Janeiro,
1934, e JOSÉ VERÍSSIMO DA COSTA PEREIRA - Muxuango in TipoJ e Aspectos do Blasil - s• ed
-49-
vida dos pescado1es acha-se estreitamente subordinado às condições locais, que ora
possibilitam, ora impedem qualquer atividade complementar do pescador ligada à.
agricultura, à pecuária, etc
Por outro lado, verificamos também a persistência das técnicas e do gênero
de vida tradicionais em todo o litoral em estudo. Nota-se realmente a predominância
quase absoluta dos processos rotineiros cujas origens rematam às velhas práticas do
tempo da descoberta Como os processos empregados, também o gênero de vida
se tem mantido o mesmo através dos séculos
Êsses dois fatos acima apontados, da importância das condições físicas e da
• predominância dos processos tradicionais, são estreitamente relacionados e interde-
pendentes De fato, a sobrevivência dos processos primitivos e tradicionais de
pesca e sua predominância explicam-se, em grande parte, pelas imposições do meio
físico De nada valeria aos pescadores adotarem nas lagoas e baías técnicas modernas,
de grande rendimento, pois estariam prejudicando a criação e limitando seus ganhos
futuros Além disso, são raros os portos de pesca dêsse litoral que dispõem a um
tempo de abrigo seguro e boas profundidades, condição para aí fundearem os
barcos de traineira, processo moderno de pesca mais empregado nesse litoral Por
outro lado, a estreita subordinação da pesca às condições físicas que caracterizam
cada trecho dêsse litoral pode ser explicada, em parte, pela sob1evivência dos processos
e do gênero de vida tradicionais Não dispunha o pescado1 de outros tempos de
meios e técnicas que o libertassem de certas condições impostas pelo meio, e a
melhor solução era adaptar-se a elas, procurando o equilíbrio Atualmente êle poderia
reagir de maneira diferente mas, aferrado aos processos rotineiros e conformado com
seu padrão de vida baixo, não procura modernizar suas técnicas, preferindo manter
o status quo há tanto tempo estabelecido Agrava ainda mais a instabilidade da
situação dos pescadores o fato de estarem quase sempre subordinados aos donos
dos barcos e das rêdes que, muitas vêzes, controlam os meios modernos de conservação
e transporte do pescado para o Rio de Janeiro e as cidades fluminenses
Encontramos, pois, em tôrno da cidade do Rio de Janeiro, grande mercado
consumidor e redistribuidor do pescado, numerosos núcleos de pesca, os mais favorecidos
em franco desenvolvimento, muitos outros em verdadeiro estado de estagnação
Ao lado dos processos modernos de pesca ao largo e das técnicas aperfeiçoadas de
conservação do pescado, encontramos os métodos mais primitivos de pesca marítima
e interior e a preparação do peixe sêco e salgado, já em uso desde o tempo da
descobe1ta Todavia, apesar da ex,istência de tão grandes contrastes que caracterizam
a indústria da pesca no litoral do Rio de Janeiro, revela-se sempre presente a
influência das condições físicas às quais o homem tem procurado adaptar-se
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PESCA INTERIOR
Lagoas e fundos de enseadas
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PESCA INTERIOR
Lagoas e fundos de enseadas
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PESCA AO LARGO
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PESCA AO LARGO
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Foto 2 - A lagoa de Ara rua ma vista da varanda do Hotel. Aparecem, ao fundo, à esquerda e à direita, os espigões rochosos que se prolongam para o sul. Não só
a pesca e as salinas constituem hoie as princ1pa1s at1V1dades da região de Ara rua ma: nos últimos tempos o turismo veio trazer-lhe grande incremento, JÓ sendo numerosas
as pequenas chácarcis e boas vivendas em tôrno du Lcigoa. (Foto Nilo Bernardes, 28-11-1947)
- 68-
e de Saquarema Este esp1gao é em sua parte mais elevada, ocupado por matas onde
ainda permanecem algumas grandes árvores, possivelmente relíquias do antigo "clímax",
como a Piptadenia (jacaré) O relêvo apresenta formas mais ásperas, acima de
200 m de altitude, e os vales dos pequenos rios que dissecam a encosta apresentam
gargantas profundas, verdadeiros vales suspensos em relação aos principais, de fundo
aluvial, que se desenvolvem no sopé da chamada serra
Foto 3 - O engenho São João visto de uma pequena elevação que lhe fica posterior
Engenhos semelhantes são freqüentemente encontrados na estrada de Araruama
a Rio Bonito As manchas de coloração mais clara, que aparecem no fundo do vale
e em alguns pontos da parte inferior da encosta, são constituídas por plantações de cana
(Foto Dora Romariz, 28-11-1947)
salinas, o cais de Araruama, até onde chegam os trilhos da Estrada de Ferro Maricá,
e os numerosos barcos utilizados para o transporte do sal, são os fatos mais
expressivos dêste último trecho, sob o ponto de vista da geografia humana
li - AS GRANDES BAIXADAS
Ao norte do maciço litorâneo, entre êste e a base da serra do Mar, estende-se
desde o Distrito Federal, uma longa faixa de baixadas; estas se ampliam para
nordeste, com o maior afastamento da serra, culminando na grande planície campista
A economia canavieira tradicional mantém-se até hoje nesta zona, com seus
velhos engenhos e fábticas de aguardente Situam-se os engenhos, geralmente, nos
pequenos terraços, ao passo que os canaviais ocupam as várzeas, estendendo-se, em
alguns casos às encostas mais suaves As casas dos foteiros ocupam as pattes mais
íngremes, sempre cercadas de pequenas roças e algumas bananeiras cultivadas para
sua subsistência
Embora venham-se juntar à economia canaviena, atualmente, as plantações de
bananeiras e goiabeiras, para a fabricação de doces em Rio Bonito, a cana-de-açúcar
mantém ainda sua primazia, ocupando a maior parte da área cultivada da baixada
onde, ao lado dos an.tigos engenhos, vê-se uma moderna usina de açúcar (Taquaral),
testemunhando o rejuvenescimento econômico da zona
causado pela formação dos cordões litorâneos que obstruem, total ou parcialmente,
suas barras
Até Macaé essa zona de baixadas constitui um vazio humano Não se vêem
culturas nem habitações e a zona é tôda ela ocupada por campos inundados ou por
capoeirões e capoeiras formadas em grande parte pela "unha do gato" A população
concentra-se quase tôda na velha cidade de Barra de São João Outrora importante
pôrto por onde se escoava a produção, principalmente cafeeira, de um vasto "hinter-
land'', Barra de São João é hoje expressivo exemplo da decadência da Baixada
Fluminense e de seus pequenos portos Aí ainda não chegou o impulso do
rejuvenescimento econômico notado na região anterior, dificultado, aliás, pela dis-
tância a que se acha a linha da Estrada de Ferro Leopoldina e também pela presença da
malária
e) A planície campista
estar ligada à maior proteção oferecida pelo local contra os ventos violentos de
nordeste e as tempestades vindas do sul Sôbre os tetos das habitações mais pobres
cobertos de tábuas, pequenos paus roliços, e mesmo pedras servem para protegê-los
contra a violência dos ventos A pesca que se estende até a zona do cabo de São
Tomé, e cujo produto se destina ao abastecimento da cidade de Campos, tem sido
a principal atividade dos habitantes de Atafona Nos últimos anos, no entanto,
esta vila vem se tornando o balneário dos campistas, alinhando-se na praia oceânica
as pequenas casas modernas que contrastam grandemente com o testo do povoado.
CONCLUSÃO
Os maciços litorâneos, ora 1nais suaves, ora mais escarpados, que se estendem
da margem leste da Guanabara até a região de Cabo Frio, limitam-se ao sul por uma
estreita faixa de planícies e lagoas costeiras A altitude uniforme dos morros e
colinas, o alinhamento das cristas mais elevadas, os vales de fundo aluvial ladeados
por terraços sugerem, desde logo, a complexidade da evolução do maciço de Niterói,
enquanto que, nas planícies costeiras, o problema maior parece ser o da existência
de terraços e esporões, perfeitamente nivelados, margeando as lagoas
Ao norte dos maciços litorâneos, já fragmentados na região de São Pedro da
Aldeia, estende-se a grande Baixada Fluminense, ocupando a depressão que precede
a serra do Mar É esta baixada formada por extensas planícies aluviais separadas
por colinas, esporões suaves ou tabuleiros pouco dissecados, onde se espraiam os
cursos dágua represados em sua foz pelos codões litorâneos A baixada campista,
a mais vasta e complexa dentre elas, é limitada a leste por uma verdadeira planície
de restingas e constitui uma unidade à parte na paisagem fluminense
Em tôda a região percorrida, as sedes das antigas fazendas e a fisionomia
das aglomerações urbanas testemunham um povoado bastante antigo, que data dos
tempos coloniais Todavia, se a baixada campista pôde manter desde então seu
equilíbrio econômico e demográfico, as duas primeiras zonas evoluíram de maneira
distinta Na primeira zona, mais próxima da capital - que conclui o maciço de
Niterói, a faixa da baixada que o limita ao norte e as planícies e lagoas costeiras
- a população é mais densa, especialmente nos vales suaves do maciço, o que
revela uma fragmentação das propriedades e um renascimento da economia local
Ao contrário, as extensas baixadas que se sucedem ao norte de São Pedro da Aldeia
jazem ainda em acentuado estado de decadência
O rejuvenescimento econômico de grande parte do trecho percorrido oferece
margem a uma série de questões e problemas que exigiriam, para sua solução, um
demorado estudo, tendo-se em vista uma interpretação mais segura Notadamente,
as causas do referido rejuvenescimento, a área por êle abrangida e suas repercussões
sôbre o modo e a forma da ocupação humana, avultam em importância e oportunidade.
XV SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLÉIA GERAL
DO CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA
DELEGAÇÃO FEDERAL
MINISTÉRIO DA AERONAUTICA
Delegado - Brig ANTÔNIO AZEVEDO DE CASTRO LIMA
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
MINISTÉRIO DA FAZENDA
MINISTÉRIO DA GUERRA
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
MINISTÉRIO DA MARINHA
MINISTÉRIO DO TRABALHO
TERRITóRIO DO ACRE
TERRITóRIO DO AMAP A
TERRITóRIO DO GUAPORÉ
INSTITUIÇõES CULTURAIS
ENTIDADES TÉCNICAS
DELEGAÇÃO ESTADUAL
ALAGOAS
AMAZONAS
BAHIA
CEARÁ
ESPíRITO SANTO
GOIÁS
MARANHÃO
MATO GROSSO
MINAS GERAIS
PARÁ
PARAíBA
PARANÁ
PERNAMBUCO
PIAUí
RIO DE JANEIRO
SANTA CATARINA
SÃO PAULO
SERGIPE
"Neste primeüo contacto wm os plenários dos Conselhos que tenho a honra de p1esidit,
a sensação que experimento não é a de ap1esentação de novos cornpanheüos, mas a de encont10
com velhos amigos
Na verdade, posso dizei que jamais fui um estranho em vossos círculos pois o Conselho
Nacional de Estatística me distinguiu mais de uma vez como jornalista, incluindo-me em seu
grupo de Consultores Técnicos Coube-me, além disso, a honra de participar da Comissão Cen-
sitária Nacional orientadora dos tiabalhos do Recenseamento Geral de 1940, nos quais se
empenharam as duas alas permanentes do Instituto - a geográfica, levan,tando a cartografia dos
Municípios; a estatística, empregando sua rêde de agências e seus recursos técnicos nas diversas
fases da operação
Durante o período de vicissitudes a que foi submetida esta Casa tive a satisfação de pugnar,
atiavés do tradicional óigão de imprensa em que exerço minha atividade, pela defesa dos valores
ameaçados e preservação das bases técnicas e juiídicas em que repousa o vosso sistema de
cooperação interadministrativa
Eis as razões, de resto, pelas quais há cêrca de dez meses, homado pelo Sr Presidente da
República, me submeti à cordial imposição de vir continuar e foitalecer, no I B G E , a obra
de recomposição já iniciada pelo meu ilustre antecessoi
Aceitei, assim, um caigo que, sem vantagens matena1s, constitui um pesado, porém giato,
múnus público, tão empolgante é a vossa causa e tal é a filosofia de tr'abalho que nos inspira a
reconhecida "mística ibgeana".
Para reacender o fogo de entusiasmo por esta causa, assegurando à coordenação dos sei viços
geográficos e estatísticos aquelas características que aprendeia a admirai, convoquei para os
postos de direção dos Conselhos dois antigos e devotados servidores da instituição, aptos a
desempenharem suas funções com a competência e o entusiasmo contagiante que é o verdadeiro
segrêdo da harmonia e do êxito das nossas atividades É-me grato ressaltar, aliás, que do próprio
quadro de funcionários de um e de outro Conselho saíiam todos os titulares dos cargos de
direção e chefia
Realiza-se esta XV Sessão das Assembléias Gerais do Instituto no momento em que chega
à fase final uma série de congressos científicos e técnico-administrativos que, como já foi dito,
tornaram o nosso país o centro da estatística mundial Tendes fartos motivos de regozijo pelo
êxito das sucessivas reuniões, de cujos t1abalhos p1eparatórios e de secretaria o I B G E se
-81-
desobrigou com louvada eficiência, demonstrando, mais uma vez, a rnpacidade de organização e
o éxemplar senso de responsabilidade de seu pessoal.
Saímos dessas reuniões, ademais disso, justamente felizes pela projeção do nosso país, pela
valia da contribuição dos técnicos biasileüos, pela recomendação a outras nações de experiências
nossas no campo administrativo especializado, como é o caso da padronização orçamentária.
Sobretudo na indicação de medidas que os governos dos Estados Americanos devem adotar, para
a organização e coordenação das estatísticas nacionais, está exp1esso mais uma vez o reconheci-
mento, no plano internacional, das fecundas virtualidades da fórmula de centrilização técnica, à
base da cooperação interadministrativa, adotada na articulação do sistema estatístico-geográfico
brasileiro
Esta é a vitória fundamental do I B G E através do tempo e no seio de nossa irriquieta
vida política e institucional, a sugerir ainda solução para outros domínios da atividade estatal
e privada.
Chego mesmo a imaginar que estaria em semelhante forma de coordenação o procurado
meio de disciplinar o exercício de determinados serviços da maior importância cultural além de
sua significação política e interêsse para a segurança nacional -- como é, por exemplo, a
radiodifusão A êsses serviços, concedidos pelo Estado, falta, reconhecidamente, um contrôle de
feição democrática que, sendo compatível com a plenitude da liberdade devida aos meios de
manifestação do pensamento, fôsse, também, capaz de prese1var o poderoso instrumento de
cultura que é o rádio das deformações e abusos que a consciência nacional não pode admitir,
mas que o Estado não deve coibir policialmente
A coordenação de qualquer gênero de funções e atividades é ü uto, inicialmente, de uma
concordância de vontades Daí provém a cooperação, e, com ela, a renovação quotidiana do
desejo de servir ao bem comum.
Os frutos dessa conduta, em que se inspira continuamente a atuação do 1 B G E estão
diante do vosso exame
Aqui estudareis, como das vêzes anteriores, os problemas de imediato interêsse para os
nossos serviços, dentre os quais lembrarei, por ser de preocupação comum aos dois grandes
ramos do Instituto e constituir assunto da maior 1elevância para o País, a instabilidade da
divisão territorial administrativa e judiciária A ineficácia da legislação restritiva da faculdade
de modificação dos quadros de cada unidade Federada vem ocasionando sérios embaraços, não só
aos levantamentos estatísticos, mas também a ubiquação sistemática dêsses dados ao âmbito
territorial a que correspondem; além disso, torna impossível, em muitos casos, o preparo de
mapas corretos e atualizados, em que figurem os limites das circunscrições municipais
Parece-me oportuna a ocasião pata dirigir áos governos que representais, aos Diretórios
Regionais de Geografia e às Juntas Executivas Regionais de Estatísticas, um apêlo no sentido
de que atentem para a gravidade da questão, a fim de que se procure, ao menos, atenuar as
.dificuldades que ora se apresentam, sanando as falhas e os erros cometidos
Torna-se necessário intensificar a documentação geográfica em geral, especialmente pela
coleta de elementos cartográficos, tendo em vista não só as exigências atuais, mas também a
1ealização do Recenseamento Geral de 1960, cujos trabalhos prepaiatórios reclamam nova cam-
panha de mapas municipais, a exemplo da que se empreendeu, com 1esultados tão apreciáveis, por
-0casião do Recenseamento de 1940
Êste e outros reclamos no setor geográfico estão ligados à necessidade de expansão da ajuda
técnica do C N G , cuja tarefa coo1denadora d<ive exercer-se efetivamente, sôbre órgãos regionais
integrados no seu sistema É êste o empenho em que ora nos encontramos, com o intuito,
aliás, de retribuir, em p1oveito comum, a valiosa colaboiação dos Diretóiios Estaduais e
Municipais de todo o País, com os quais se estabeleceu maio1 convicto, graças à publicação
bimestral do Boletim Informativo.
Não é outra a orientação que está seguindo a Secretaria-Geral do C N G , solidamente
apoiada, em suas iniciativas e no cumprimento de suas atribuições regulamentares, pelo Diretório
Central, a cujo devotado labor rendo também minha homenagem
Através de su,as divisões técnicas, vem aquela Secretaria prestando proveitosa colaboração
a diversos órgãos e instituições, com a execução de trabalhos decoHentes dos convênios firmados
-6--'
- 82 -
Haja vista a elaboiação de um Atlas Eswlai destinado a gtande tilagem, a baixo custà
unitário, contlatado com o Jl.-Iinistéiio da Educação e Cultuia, e o ptepato de mapas de Estados,
poi encomenda dos iespecti\'OS governos Estudos poimenolizados sôb1e determinados aspectos
e fenômenos da iegião amazônica seião, igualmente, iealizados, em vütude de convênio com a
Supeiintendência de Valoiização da Amazônia
Empiega-se a fundo, também a Senetalia-Geial, no rnmptimento dos encaigos que lhe
fotam confiados pelo Govê100 Fedeial e das iesoluções da Assembléia-Geral e do Diretório
Cential do Conseiho, bem corno nos tlabalhos prepaiatóiios do 18° Congiesso Internacional de
Geogiafia a ieafüai-se no Rio de Janei10 em agôsto de 1956, tiabalhos êsses dos quais iesultará
irnpoitante documentação sôbie novas zonas do tettitóiio nacional, a seiern visitadas e estudadas
pelos wngiessistas
A oiganizac,ão de um rnngiesso dêsse gêneio é confiada pela piirneÍla vez a nação do
hemisféiio sul O fato de havei iecaído a escolha sôbie um país das iegiões t10picais despeita
inteiêsse especial ncis meios científicos mundiais
Numeiesos outlos tiabalhos executados e progiamados vos seião 1elatados pelo SeGetáiio-
-Geial do C N G , em ocasião oportuna E emboia o mesmo deva fazei, na piimeüa sessão
plená1ia, o 1esponsável diJeto pelos se1viços térnicos e administlativos da ala estatística, não me
dispensaiei de mencionai alguns fatos mais impoltantes oconidos no petíodo entle a última e a atual
sessão destas Assembléias Geiais
Pata êles, de modo geia!, contiibuíiam decisivamente que1 a Junta Executiva Cent!al, num
fecundo e intenso labot, que merece o nosso rnaioi apiêço, quei as Juntas Executivas Regionais,
mm a sua piestimosa wlaboração
Dispensando os necessáiios cuidados a ciescente eficiência do apaielho de coleta, base de
tôdas as suas atividades, o C N E est executando um plano de aquisição de sedes paia as
fnspetoiias Regionais A 1eest1utmac,ão administiativa dessas 1epaJtições e das Agências Muni-
cipais de Estatísticas, 1ealizada em maio último, co10ou uma sélie de medidas ligadas à
execução de um planejamento geia!, em p10veito dos seivic,ns e atendendo iis mais justas
1eivindicações do funcionalismo
Aliás, no campo da política de pessoal, paia a qual ofe1ecestes, em iesolução memo1ável
sôb1e os p10blemas de base do Brasil, sugestões gene10sas, peunanecia o Conselho em lamentável
omissão, ag01a pieenchida, 1elativamente à concessão de aposentadoiia aos seus sei vidoies A
êste foi também assegmado um sistema de afeiic,ão de meiecimento e p10moções automáticas
que 1ep1esenta apieciável conquista, além da 1evisão do enquadiamento que deixata à margem
ou mal atendidos muitos deles
A essas e outias p10vidências não te1ão sido estianhos os conside1áveis p1ogiessos alcançados
das taiefas técnicas Basta1ia mencionai o fato, iealmente auspicioso, de se te1 rnmptido, nos
ptazos mais mitos até agoia veiificados, a 19'·' Çampanha Estatística O mesmo se pode dizei
em ielação à dist1ibuição dos questionáiios do Regist10 Industlial e já de sua coleta Igual
avanço foi obtido no levantamento dos Inquétitos Econômicos e na execução de out10s enrnigos
específicos, no campo da pesquisa estatística
A obia de divulgação estatística tem p10sseguido wm o desejado p10veito, sendo de
salientai com 1elação a êsse campo e ao piepa10 de todo o mate1ial destinado a ambos os
Conselhos, a ampliação do equipamento do Serviço Giáfico do Instituto, com o objetivo já
connetizado, de aumentai-lhe a capacidade e a eficiência notóiia Nesse seto1, estão em cu1so
igualmente, as p10vidêmias que detetminastes em sessão anteiio1 desta Assembléia-Ge1al, pata
ampliação de sua vila opeiátia
Sob a 1esponsabilidade do C N E cumpte também destacai, antes das info1mações mais
minuciosas que vos seião tiansmitidas opoltunamente, as p10vidências tomadas, com êxito muito
significativo, paia ap1essai o ence11amento da apuíação dos Censos de 1950
Regozijo-me, ainda, em podei mencionai o encaminhamento, ao Cong1esso Nacional, de
mensagem do Podei Executivo, solicitando lei de ciiação do sei viço de estatística do Ministé1io
da Viação e Obias Públicas, p1eenchendo-se, dêsse modo, no sistema de ó1gãos centiais da
óibita fedetal do Instituto uma lacuna que vinha sendo assinalada há váiios anos
- 83 -
Outra Resolução que merece p1iotidade nesta ap1eciação conjunta, é a de n• 455, que "dá
novas normas para a constituição e funcionamento das Comissões Técnicas" Tais órgãos,
previstos no Deneto n• 1 527, que instituiu o Conselho, têm elevados objetivos culturais e
técnicos, com uma nítida função a desempenhar na obra de difusão, incentivo e coordenação de
estudos geog1áficos de inte1êsse do País Po1 isso mesmo, a Assembléia Geia!, dando ampla
demonstração de seu descoitino, houve po1 bem 1eestrutura1 as normas de constituição e
funcionamento dêsses ó1gãos consultivos da entidade, permitindo-lhes, agora, a necessária facili-
dade de contato entle seus memb10s, com os novos recursos que a Secretatia-Geral lhes
deverá pôr à disposição Tal delibeiação garantirá a essas Comissões atingirem, plenamente, suas
giandes finalidades, que, de acô1do com o Ait 19 da mencionada resolução, consistem em
apresentar planos, normas e projetos pala sistematização de empreendimentos da alçada do
Conselho, e realizai, à guisa de contribuição, estudos geográficos sôbre problemas técnicos e
culturais de atualidade nacional ou 1egional, em cuja solução o Conselho estiver interessado, e,
finalmente, elaboia1 tiabalhos geográficos sôbre temas de ca1áter amplo, como parte da contti-
buição do Conselho a 1euniões nacionais ou internacionais
Ao fixar os temas de estudos paia as novas Comissões eleitas, a Assembléia Geia!, com a
objetividade que lhe caiacte1izou os tiabalhos, deu p1eferência àqueles que se incluem no plano
do temário estabelecido paia o XVIII Congresso Internacional de Geografia, a reunir-se no
Rio de Janeiro, em agôsto de 1956 Em conseqüência, para as seis Comissões previstas - a de
"Levantamentos Territoriais", a de "Cartografia", a de "Geografia Física", a de "Geografia
Humana", a de "Geografia Regional" e a de "Metodologia e Didática da Geografia" - foram
escolhidos, respectivamente, os seguintes temas: "Métodos a serem empregados na cartografia
das regiões de f!o1estas twpicais"; "simplificação do desenho de ca1tão para impressão";
"problemas da morfologia litorânea do Brasil Meridional"; "o uso da Terra e a economia da
água na região semi-átida do Nordeste"; "estado atual do conhecimento geográfico do Estado
de São Paulo" e, po1 fim, "o papel da ciência geográfica na educação rural do Brasil".
Escolhendo êsses temas, visaram, com acêrto, os convencionais da geog1afia biasileira a
utilizar os resultados de tais estudos como conttibui~ão do Conselho ao XVIII Congresso
Internacional
Em prepaiação ao magno ce1tame, a Assembléia, relembrada dos fundamentos legais da
ctiação do Conselho, decidiu, mediante a resolução n• 453, estabelecer medidas gerais de apoio
integral à sua 1esolução, do que não poderia declinar, po1 fôrça mesmo da sua condição de
órgão oficial de ligação do Brasil à União Geográfica Internacional, promotora do Congresso
Senhores Delegados:
Essa também será - senho1es - a oportunidade excepcional de exibirmos, a cientistas
vindos de tôdas as latitudes, o quad10 dinamizado das realidades nacionais, face à luta ingente
do homem, no seu afã diuturno de vencei os óbices da natureza com as armas e os recursos
da técnica e os ensinamentos recolhidos da moderna geografia Daí o nosso empenho em
assegurar o êxito do XVIII Congresso Internacional de Geogiafia
No plano estritamente nacional, devo, por out10 lado, salientai a ênfase conferida na
presente Assembléia ao estudo dos pioblemas regionais e às medidas tomadas para o fortaleci-
mento e adequada estrutuiação dos Diletóiios do Conselho nas Unidades Federadas do País
Dessa ênfase e dessas medidas, dão testemunho eloqüente várias iesoluções aprovadas: a
de n• 454, que institui estágio remunerado no C N G para técnicos indicados pelos Diretórios
Regionais, é da maioi opoitunidade para' a ampliação dos quadros de p10fissionais que, nos
Estados e Territórios, se empenham nos tiabalhos de levantamento topográfico, de desenho
cartográfico e de pesquisa geográfica E completando os felizes propósitos dessa deliberação, a
resolução n• 458 dispõe sôbre o pieparo e heinamento de operado1es para a execução de
trabalhos de topografia e de desenho cartográfico, de que se deveião incumbir os Serviços
Geográficos existentes
Os problemas da divisão iegional do Brasil, também do mais alto interêsse dos nossos
colegas estatísticos, mereceram iemarcada atenção da Assembléia, que, a respeito, teve oportuni-
dade de baixar a resolução n• 464, atualizando a divisão regional do país, face ao novo
quadro territorial-administrativo, vigente a 31 de dezembro de 1954 Todavia, a plena vigência
- 85 -
dessa divisão regional só se efetivará depois do p10nunciamento dos iespectivos órgãos locais,
do ponto de vista da exatidão geográfica dos quad10s fixados
É do conhecimento geral o empenho do nosso I B G E em preservai os salutaies princípios
de sistematização da divisão territorial, consubstanciados no Decreto-lei nº 311 Sua aplicação,
em determinado instante, possibilitou a constatação de suas reais vantagens, testemunhadas pelos
geógrafos e estatísticos de todo o país Neste particular, houve por bem a Assembléia decidü a
respeito, aprovando a resolução nº 472, que atribuiu aos Diretórios Regionais do Conselho o
encargo de acompanhar as alteiações nos quadros te11itoliais e administrativos das respectivas
Unidades Federadas e diligenciar junto aos Poderes competentes no sentido da preservação do
espírito contido nas normas de racionalização e sistematização pieconizadas pelo Instituto
Enfeixando o ielacionamento dos atos baixados pela Assembléia, no âmbito de interêsse do
sistema iegional do Conselho, podemos anotar ainda as seguintes iesoluções: a de nº 456,
que dispõe sôbre a coleta sistemática de documentação geográfica e cartográfica pelas Secretarias
dos Diretórios; a 470, que permite a remuneração a colaboradores dêsses Diretórios à conta do
auxílio financeüo concedido pela Secietaria-Geral; a 465, que autoriza a constituição de uma
Comissão especial para estudar a região noideste de Mato G10sso, em cooperação com o Diretório
Regional dessa Unidade; e a de n• 464, que associa o Conselho oficialmente à celebração do
primeiro centenáiio da elevação de Macapá à categoria de cidade
Assim, meus senhores, a enunciação dessa paite de nossos trabalhos, feita com p10positada
singeleza, 1evela que o Conselho Nacional de Geografia vem buscando realizar a sua perfeita
integração num veidadeüo sistema nacional, com suas colunas mestras assentadas nos Düetórios
Regionais, cuja consolidação tem constituído a política dominante nos últimos plenários do
órgão deliberativo máximo da entidade
Guia-nos a todos, nesse movimento, o magnífico exemplo ofe1ecido pelo sistema iegional
do Conselho Nacional de Estatística, cujo modelar funcionamento tem suas fontes permanentes
de inspiração no ideário ibgeano de MÁRIO AUGUSTO TEIXEIRA DE FREITAS
Ao fazei o ielato regimental das deliberações de maior conteúdo, não poderia deixai de
1eferir aqui à iesolução 466, que recomenda à Secretaria-Geia! medidas tendentes a estabelecer
a consolidação da legislação orgânica do Conselho, votada pelos seus órgãos -ieliberativos maiores.
Através dessa legislação que se estende por cêrca de 1 000 resolu~ões, buscaram - Diretório
Central e Assembléia Geral -- dar solução a quantos problemas, durante os 18 anos de existência
do Conselho, surgiram ligados ao desenvolvimento das atividades geog1áficas no País
Presente a todos os acontecimentos que de foima düeta ou indüeta se vinculam aos fatos
da geografia biasileüa, a Assembléia, em oportuna moção, p10nunciou-se congratulatôriamente
com os Poderes Executivo e Legislativo do Estado de Goiás, pela solicitude, patriotismo e
elevação de piincípios com que têm encarado o problema da transferência da Capital da Repú-
blica Congratulou-se igualmente, sôbre o mesmo assunto, com a Comissão de localização da
Nova Capital, sob a p1esidência do eminente brasileiro, Ma1echal JosÉ PESSOA
Se internamente o encaminhamento de magnos p10blemas de interêsse nacional foi objeto
de cogitação po1 parte da Assembléia, à sua sensibilidade patriótica não passou despercebida
a vitória da diplomacia brasileira nas Nações Unidas, conquistando a ap10vação de sua proposta
sôbre o velho problema de delimitação da faixa do ma1 te11itorial Daí haver resultado o
pronunciamento de cong1atulações ao Itamarati pelo fato
Sôbre o levantamento fotogeológico de cê1ca de 500 000 km2 , ora ptocedido na região
amazônica, mediante convênio firmado entre o Ministério da Agiicultuia e a Superintendência
da Valorização Econômica da Amazônia, formulou a Assembléia aplausos pela iealização dêsse
empreendimento, que resultará em contribuição de grande ielêvo pata os estudos das bacias dos
rios Araguaia-Tocantins e Xingu
Fiel à inspüação cristã do povo brasilei10, e trabalhando sob a influência do cenário
febtilmente pteparado para a realização do XXXVI Cong1esso Eucarístico Internacional, votamos
expressiva moção congratulatória aos altos dignatários da Ig1eja pela iealização dêsse luminoso
evento em terras do Brasil, nascido sob o signo da Ctuz
Foi curta a duração da presente Assembléia Não obstante, dela iesultaiam pronunciamentos
dos mais fecundos
- 86 -
Po1 isso mesmo, a excmsão e a Yisita feita pelos Senho1es delegados às instalações
hid1elétricas da Companhia de Ca11is, Luz e Fôrça do Rio de Janeiro, na serra do Ma1,
constituiu reconfo1tante corolá1io a tanto esfô1ço despendido Valeu como uma aula de geografia,
a céu abetto, Yivo, palpitante
Senhores Delegados:
O relato aqui feito, além de atender a impeiativos iegimentais, tiaduz, igualmente, a
justificada aleg1ia de um antigo se1vido1 do Conselho pela feliz opottunidade de - na qualidade
de seu Sec1etário-Geial - havei participado, modestamente, dos tiabalhos da Assembléia O
que avulta nesse 1elato é a exp1essão mesma dos 1elevantes p10nunciamentos tomados durante
cinco dias de intenso e p10fícuo labor Em meio à solenidade de que estamos pa1 ticipando,
significa êle o ponto final do nosso p1esente encont10, em função dos tiabalhos da XV Sessão
01dinária
Todavia, nessa oportunidade, ainda p1esta1emos 1everente e giata homenagem a um velho
rnmpanheüo, encanecido a serviço do Btasil
Ao concedei, em memo1ável 1esolução, o título de "Memb10 Hono1á1io" do Diretório
Central, ao eminente Cel RENATO BARBOSA RODRIGUES PEREIRA, a Assembléia dignifica exptes-
sivamente, a quem, po1 cêica de 18 anos, com assiduidade e pattiotismo, prestou ao Conselho
inteligente, serena e p10fírna colabo1ação
É, pois, espelhando-nos em tão magnífirn exemplo, de a11101 ao tiabalho e dedicação à
vida pública, do va1ão que vamos homenageai, que estenderemos efusivamente, uns aos out10s,
as nossas mãos, em fraternal despedida, sob o signo da gtatidão e na ambiência awlhedora
desta Casa de exempla1es dedicações"
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES GEOGRÁFICAS DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO, VERIFICADAS
DURANTE O ANO DE 1954 E APRESENTADO
PELO DIRETÓRIO REGIONAL DE GEOGRAFIA
À XV SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLÉIA
GERAL DO CONSELHO NACIONAL
DE GEOGRAFIA
INTRODUÇÃO
As atividades geográficas desenvolvidas durante o ano de 1954 foram devidamente
apreciadas pelo Diretório, havendo alcançado os objetivos previamente traçados O
acontecimento máximo para a geografia estadual foi a instalação, em Pôrto Alegre,
do Congresso Brasileiro de Geografia no mês de maio O Diretório estêve ali
representado por dois de seus membros, o ilustre escritor Prof Lmz PALMIER e o
Secretário Regional que êste Relatório subscreve Ambos apresentaram cada qual a
sua tese, que mereceram aprovação e inclusão nos "Anais" Os estudos debatidos
naquele Conclave foram da maior ressonância, muito sendo de esperar dos seus
resultados
Esta entidade geográfica também acompanha, 'com vivo interêsse, o desdobramento
dos trabalhos preparatórios para a instalação, em agôsto de 1956, na cidade do Rio
de Janeiro, do XVIII Congresso Internacional de Geografia O seu Secretário foi
eleito membro da Comissão Organizadora, cabendo-lhe, por isso, as responsabilidades
inerentes ao cargo Cogita o órgão de dar decidido apoio a estas atividades, no
quanto estiver a seu alcance O sétimo número do seu "Anuário" traz uma notícia
sôbre o Congresso e publica o Temário para o mesmo Outras iniciativas estão
sendo postas em prática, com o mesmo fim de cooperação.
Cumprindo o que dispõe a Resolução n9 26 da Assembléia Geral são expostas
a seguir as principais ocorrências verificadas com o desenrolar dos trabalhos do
Departamento Geográfico, durante o ano de 1954, através de seus órgãos: Divisão
da Carta, Divisão Sanitária e de Urbanização, Comissão de Terras e Serviços Auxiliares
DIVISÃO DA CARTA
/
-88-
2- MAPAS MUNICIPAIS
Com o:S elementos que estamos obtendo em campo para a elaboração da Carta
na escala de 1 :250 000, teremos ao cabo de mais algum tempo um cabedal valiosíssimo
para a feitura de novos mapas municipais Pela Lei Orgânica dos Municípios, cabe
às Comunas prepararem as suas próprias Cartas, mas por absoluta falta de meios
técnicos essa obrigação não chega a ser consumada É pois, mais um auxílio que
o Estado dará aos municípios, confeccionando os mapas municipais e mantendo-os
atualizados A Divisão da Carta está se preparando para essa grande tarefa, que
deverá ser desenvolvida mesmo antes da conclusão da Carta na escala de 1 :2Só 000.
A Divisão ocupa-se, também, da renovação dos mapas municipais envelhecidos,
introduzindo, nessa ocasião, melhoramentos colecionados em seus arquivos
Por ocasião da fixação da linha de limites entre êstes dois Estados foram cravados,
em pontos conspícuos, 71 marcos provisórios de madeira, ficando previamente
deliberado que tais marcos, em t!!mpo oportuno, seriam sub~tituídos por marcos
definitivos, de material pràticamente inalterável. Esta providência vem sendo tomada
neste ano de 1954, depois de entendimentos havidos entre o Departamento Geográfico
e o Instituto Geográfico e Geológico de São Paulo Os novos marcos são de concreto
armado e obedecem ao projeto aprovado Foram já substituídos, até o presente,
29 marcos
Vários estudos foram feitos com o intuito de coletar dados informativos que
melhor ilustrem as possibilidades da Baixada, no tocante ao seu problema de
recuperação econômica. Alguns técnicos da Divisão de Geografia do C N G tomaram
parte ativa nessa campanha, do que resultou a preparação que fizeram de um livro
sôbre o assunto, que deverá ser editado pela Secretaria do Conselho, consoante o que
determina a Resolução n9 407 da Assembléia Geral
A recuperação da Baixada, com os seus milhares de quilômetros quadrados de
terras abandonadas e que constituem um celeiro em potencial de produtos alimentícios,
é medida que precisa ser incentivada por todos os meios, razão por que emprega o
Diritório os seus melhores esforços para levar a bom têrmo os trabalhos que se
relacionam com a presente realização: Está a Baixada cortada em tôdas as direções
por excelentes rodovias, muitas delas de primeira classe e, em parte, providas de
pavimentação Marginando tais rodovias encontram-se quilômetros e quilômetros
de terras sem cultura, sem trato de nenhuma espécie, aguardando, da iniciativa
particular, o festejado recurso. Uma providência que a ação geográfica regional
proclama é a desapropriação, para fins exclusivos de colonização, de faixas de dois
quilômetros de fundo, marginais às rodovias, quando as terras estejam em absoluto
estado de abandono Dêste modo, algumas dezenas de milhares de colonos poderão
ser aí instalados e não seria difícil prever quais os miraculosos resultados dessa
medida, uma vez que a maior despesa foi já realizada com a construção e asfaltamento
parcial das atuais estradas Os gastos restantes, com a colonização, serão ressarcidos,
em tempo relativamente curto, graças à produção, procurada com sofreguidão pelos
numerosos centros de consumo da região, dentre os quais Rio de Janeiro e São
Paulo, de densidade demográfica excepcionalmente grande
Os trabalhos desta Divisão tomam dia a dia maior impulso, não só pelo cuidado
que se há de ter em zelar pela execução dos planos elaborados que de ano para
ano aumento em número, como pelo interêsse crescente que se observa por parte
dos Senhores Prefeitos, que, cada vez mais, sentem a necessidade de planos diretores,
com que se orientem nas suas administrações Damos a seguir as principais ocorrências
havidas neste setor:
1- NOVA FRIBURGO
2 - MIRACEMA
5- MENDES
Esta cidade estará com o seu levantamento completo daqui por mais dois meses.
Estão sendo executados os cálculos e desenhos e o traçado urbanístico será feito
logo a seguir.
6 - MAGÉ
7- MACAÉ
8 - CONCEIÇÃO DE MACABU
Os trabalhos ficaram, nesta cidade, interrompidos por vanos meses pelo fato
de ter-se afastado o topógrafo incumbido da tarefa. Antes de findar o ano, porém,
foi restabelecido o ritmo das atividades, com a remessa de outro técnico. Os serviços
prosseguirão durante o ano entrante.
9- CORDEIRO
10 - DUAS BARRAS
11 - MONERÁ
O plano para esta vila encontra-se em elaboração, mas já em fase final. Está
na dependência, apenas, de se fazer constar nêle o novo traçado rodoviário que
abrange a parte urbanizada
-94-
12 - ITAPERUNA
COMISSÃO DE TERRAS
Cabe à Comissão de Terras, pela lei que criou o Departamento Geográfico,
promover a colonização das terras devolutas do Estado, instalando núcleos coloniais
e passando-os, em seguida, à Secretaria de Agricultura, sucessivamente, depois de
instalados e eni funcionamento.
• A instalação de um núcleo compreende o levantamento topográfico da gleba,
o estudo, a locação e a construção da estrada de penetração, a construção das casas
para os colonos, a divisão e demarcação dos lotes, o suprimento aos colonos, de
madeira do local, aparelhada para a sua adaptação aos misteres agrícolas e da pequena
cnaçao Compreende, ainda, a colocação dos colonos, segundo as suas aptidões, nos
lotes mais adequados E para que funcione o núcleo é preciso que ós colonos
- 95 -
de colonizar é fazer a mistura das nacionalidades, pela variedade dos conhecimentos que
se entrosam e pela diversidade de modos na aplicação dêsses conhecimentos Meios
mais práticos surgem da observação e esta varia sempre que vista de ângulos diferentes,
o que acontece quando os colonos que se agrupam são de origens diversas Com
êste critério a aprendizagem se difunde mais ràpidamente e os conhecimentos
se multiplicam em benefício geral
SERVIÇOS AUXILIARES
1- SERVIÇO DE SECRETARIA E PESSOAL
a) Protocolo
b) Expediente
A chefia dos S A expediu 146 ofícios, redigiu 15 3 dos 610 expedidos pelo
D R G. e pela chefia do D G , e funcionou na maioria dos processos que transitaram
pelo Protocolo. Foi feita a compilação e a revisão da matéria a ser enviada para o
prelo, referente ao 70 número do "Anuário Geográfico"
e) Mecanografia
d) Pessoal
2 - CONTABILIDADE
3 - -MATERIAL
4- SERVIÇO DE DOCUMENTAÇÃO
CONCLUSÃO
LUIZ DE SOUZA
Secretário do Diretório Regional de Geografia
-7-
GUIA DE EXCURSÃO A RIBEIRÃO DAS LAJES (~)
NEY STRAUCH
Geógrafo do C N G
* Guia que serviu de orientação à visita feita, em 9-7-1955, pelos membros da XV Sessão Ordinária
da Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia
** Tôdas as informações e descrições relativas ao sistema hidreléttico contidas neste "Guia" foram
fornecidas pela Companhia de Carris Luz e Fôrça do Rio de Janeiro e referem-se às condições existente
em 31-12-54:
- 100 -
II
Dutra e antiga Rio-São Paulo), sem falar naqueles que foram feitos ao longo dos
outros grandes eixos de comunicação
Outro fato que deve ser destacado na Baixada é a cultura da laranja Ela
súrgiu quase imediatamente após o saneamento da região e retificação dos seus
rios Em 1939, Nova Iguaçu era um importante centro citrícola e o comércio da
laranja augurava para a Baixada Fluminense uma fase econômica que seria, guardadas
as devidas proporções, o renascimento das Baixada dos engenhos e dos canaviais Foi
uma esperança que durou pouco A guerra fechou os mercados consumidores da
Europa e já em 1945 a laranja da Espanha afastara qualquer possibilidade para o
produto nacional, naquele continente Por sua vez a febre dos loteamentos penetrava
pelas fazendas, derrubando os laranjais semi-abandonados Hoje, laranjais e loteamentos
se confundem na paisagem da Baixada, entretanto, nota-se, pelo menos nas áreas mais
afastadas, uma tentativa de reerguer aquela cultura São muito comuns os novos
laranjais, assim como a introdução de novas técnicas, visando à recuperação das
antigas plantações
Outras atividades apresentam certa importância. na Baixada A pecuária, atividade
de substituição do ciclo canavieiro representa ainda pa1cela ponderável na região
Muitas fazendas conservam a criação de gado, quase semp1e extensivas, enquanto
aguardam o momento propício para o loteamento
As terras aparentemente desocupadas, onde haja capoeiras, são centros de atividade
extrativa de lenha que abastece grande número de olarias e cerâmicas da orla da
cidade do Rio de Janeiro No mais, é geral a ocorrência de pequenas roças de
milho, mandioca e banana com sistema de rotação de terras primitiva, o que pode
ser verificado pela presença de capoeiras, em diferentes estágios de desenvolvimento,
e ausência do arado e de adubos O lavrador trabalha em regime de parceria, o que
lhe reduz ainda mais as possibilidades de obter um mínimo condizente com o seu
trabalho Vivem em estado de miséria crônica, com padrão de vida muito semelhante
ao dos demais agricultores do interior do país.
Um fato que deve ser ressaltado aqui refere-se às várias iniciativas de órgãos
governamentais, visando a um aproveitamento agrícola racional das terras da Baixada
Próximo ao "trevo", que dá acesso à Universidade Rural, nota-se o Núcleq Colonial
Santa Alice, do Ministério da Agricultura que vem colocando em suas terra elementos
nacionais (principalmente nordestinos), assim como alguns lavradores japonêses
Próximo de Santa Cruz é conhecido outro empreendimento no gênero que apresentou
resultados bem satisfatórios. Também, na Estrada Rio-Petrópolis, há uma grande
fazenda do Ministério da Marinha que tem demonstrado ótimo rendimento com a
lavoura racional
Concluindo nossas rápidas observações sôbre a Baixada, é interessante frisar
que esta área, próxima da capital da República, atravessa hoje em dia uma fase de
transformação das áreas agrícolas em áreas de loteamento, em conseqüência das
facilidades de comunicações com a cidade, mas principalmente em virtude da onda
de especulação imobiliária, fenômeno que não é exclusivo do Rio de Janeiro Em
oposição a estas iniciativas de organizações particulares, o Govêrno vem procurando
estabelecer novos núcleos agrícolas, mais distanciados da cidade, com objetivo de
assegurar o designo natural desta Baixada que será o de abastecer o Rio de Janeiro
de produtos agrícolas que não suportam longos transportes, como verduras e hortaliça[;
Fig. n. 0 3 - Vista panorâmica do Maciço do Gericmó nas proximidades de Nova Iguaçu. Desperta a atenção do observador as numerosas áreas
cultivadas intercaladas com capoeiras em diversos estágios de desenvolvimento. Elas representam um dos mms primitivos sistemas agrícolas: a
rotação de terrãs que neste caso é bastante pre1udic1al pors se faz em terrenos íngremes estabelecendo-se as culturas ao longo do maior declive.
(Foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)
- 106 -
Estudando êsse trecho da Região Leste, o Prof RUELLAN esboçou hipóteses sôbre
a sua formação e interpretou origem da baía de Guanabara Em síntese assim
explica êle a evolução da Baixada:
Anteriormente à era cenozóica a regiao da Baixada apresentava um modelado
bem diferente do atual Com a variação da posição relativa do mar e das terras
próximas da Baixada, os rios que desciam dos escarpamentos de falhas (serra do
Mar, maciços litorâneos) transportavam grandes quantidades de detritos entulhando
gradativamente a região submersa Esta fase é conhecida como a do entulhamento
cenozóico
Sucedendo a êste ciclo de desgaste das escarpas e conseqüente acumulação
submarina, verificou-se um recuo do oceano emergindo então os sedimentos anterior-
mente depositados Estabeleceu-se a seguir uma rêde hidrográfica representada pelos
rios que cortam atualmente a Baixada Fluminense. ~ste novo sistema de drenagem
- 107 -
retirou grande parte da cobertura sedimentar recente Neste novo ciclo de erosão,
a ação dos rios não só foi responsável pelo estabelecimento dos níveis de erosão,
como também provocou o reaparecimento das antigas formas recobertas pelo entu-
lhamento cenozóico
O citado recuo do mar não se fêz de maneira continuada ílle se deu por
etapas sucessivas com fases de equilíbrio correspondentes às interrupções no movimento
negativo do mar Atestam essas etapas os níveis escalonados que se observam, não
só no trajeto ao longo da rodovia, como em tôda a extensão da Baixada Fluminense
No primeiro recuo foi modelado o atual nível de 80-100 metros, depois o de
50-65, a seguir o de 25-35 e por fim o de 15-20 metros
Fig n ° 5 - Esta footgrafía mostra o contacto do primeiro degrau da Serra do Mar com a Baixada
Observa-se perfeitamente uma zona de colinas mais elevadas, de 80 a 100 metros de altitude
que se confundem muitas vêzes com as elevações da serra Esta é uma área de loteamentos
aproveitando não só o cruzamento da rodovia Presidente Outra com a antiga Rio-São Paulo mas
ainda como um reflexo das inversões que estão ~endo feitas pelo Ministério da Agricultura
(Foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)
A Baixada da Guanabara, trecho visado nesta excursão, cedo foi ocupada pelos
colonizadores Em 1566 e 1568, já se faziam as primeiras concessões de terras ao
longo dos rios Meriti e do Iguaçu. Já no século XVII está mais ou menos definida
esta ocupação, com base na lavoura da cana-de-açúcar que se desenvolve à custa do
trabalho servil O braço escravo não só cultiva a cana e movimenta os engenhos,
mas ainda conserva o leito dos rios, por onde se escoa a produção agrícola da
Baixada.
O advento das ferrovias faz com que êstes rios sejam aos poucos abandonados
e conseqüentemente a drenagem se torna difícil, tornando as suas áreas impraticáveis
para a fixação humana Exemplo disso é o vale do ria Iguaçu que entra em decadência
com a construção da estrada de ferro do Rio à Raiz da Seita de Petrópolis, em 1854
A própria vila de Iguaçu, até então um dos mais importantes centros de comércio
do litoral com a serra, entra em declínio, desapatecendo completamente Nesta
época, já se desenvolvia no vale do Paraíba o ciclo do café e a Baixada perdia
aos poucos a sua importância econômica, transfetindo-se para os barões do café a
hegemonia política e social da nobreza rural. Assim, a libertação dos escravos já
encontrou a Baixada em pleno processo descendente, acelerando um fato que já
se achava em evolução
B- A Serra do Mar
t.
;,l
- 110 -
Fig n ° 7 - Foto ponoram1co no direção elo encosto interior do serro do Mor, correspondente
ao primeiro degrau de folho No primeiro plano, à esquerda, sobressai-se um sistema de rovinamentos
acentuados Na maior das voçorocas houve uma fase de equilíbrio e em seguida a retomada da
erosão acelerada Os eucaliptos plantados com o objetivo de obstar a ação erosiva não se
de.senvolveram em virtude da grande profundidade do lençol freático e a sua finalidade também
não foi alcançada pois o eucalipto apresentando raí:i:es de profundidade não tem qualquer influência
no fixação dos horizpntes superficiais do solo A fotografia deixa transparecer uma área ·de população
muito rarefeita e onde a economia predominante é o pecuário extensiva e pequenas roças de banana
A desmotoção generalizada que se observa doto do ciclo do café conform se esclarece no texto
(Foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)
quando se atinge o alto da serra, onde aparece uma ocupação mais ou menos densa,
constituída de pequenos sítios e granjas de veraneio, resultantes do retalhamento de
antigas fazendas de café As casas de veraneio ainda persistem na encosta inferior
até depois de Mendes, quando então, se penetra na tradicional e progressista zona de
pecuária leiteira do vale do Paraíba.
Fig n ° 8 - Aspecto da Fazenda Fortaleza próxima ao vale do Paraíba Note-se o tipo de habitação
que denota a influência dos mineiros na instalação da pecuária após o declínio do café Shama
a àtenção do observador a rarefação do pasto resultnte da desproporção de cabeças de gado
em relação a extensão do pasto ~ste fato sugere a idéia da pequena propriedade que caracteriza
a ocupação mineira com o retalhamento das grandes fazendas de café São ainda visíveis os sinais
de erosão nas encostas íngremes resultante da ação conjunta do pisoteio do gado e da degradação
da cobertura de gramíneas reduzindo a capacidade de retenção dos solos
(Foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)
Avançando pela es~rada sinuosa, após uma das numerosas curvas, ao observador
depara-se uma nova paisagem, onde o rio Paraíba dá a nota caracterlística. A estrada
desce do nível das garupas, sucessão de terraços do rio e chega até a estação
ferroviária de A:ristides Lôbo, seis quilômetros a jusante de Barra do Piraí, primeira
!
- 112 -
estação do ramal de Minas Gerais Êste pequeno trecho é tôda uma síntese da
evolução histórica e econômica do vale Velhas sedes de fazenda, como a de
Sant' Ana, são heranças do ciclo do café e a disposição aglomerada das construções,
tendo como pontos de referência a casa principal e a capela, mostram o quanto
tinha de feudal a estrutura rural da época A fazenda Sant' Ana é o castelo medieval
da Europa Central Ao invés de cafezais, as encostas onduladas acham-se hoje
cobertas de pastos de capim-gordura, por onde vagueia o gado fino, raçado ou
mesmo de raças puras, gado de leite que é a base de farta indústria de lacticínios
As fazendas do vale do Paraíba estão se tornando conhecidas pelo alto padrão do '
gado leiteiro, mas não se deve esquecer a criação de eqüinos principalmente das raças
Mangalarga e Campolina O ciclo mais atual por que passa o vale do Paraíba
é o das atividades industriais A princípio era simplesmente a indústria de lacticínio
e as olarias, mas, hoje em dia, já se pode falar da existência de um sistema industrial
nesta região. São, na verdade, das mais variadas as atividades de transformação
neste trecho do Paraíba, pois compreendem desde a indústria pesada, da siderurgia
em Volta Redonda e Barra Mansa, até a fabricação de vasilhames estanhados; desde
a grande fábtica de papel até a pequena indústria de vassouras, calçados ou doces.
Esta indústria se distribui pelas cidades do vale do Paraíba, exceção das mais
importantes que procuram se colocar fora dos limites urbanos.
-113 -
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Ali iam ter as tropas que antes chegavam até os portos da Estrêla, do Pilar ou de
Angra dos Reis Deslocado o centro de gravidade do comércio, as grandes casas
exportadoras de café abriram filiais e armazéns em Barra que se tornou assim
Fig n.·º 12 - Canal de Santa Cecília com 2,5 quilômetros, logo após a saída do túnel do
mesmo nome Através dêste canal as águas do Paraíba chegam aa reservatório de Santana.
trecho afogado cio vale do Piraí (Foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)
da Estrada de Ferro Central do Brasil para as três grandes capitais - São Paulo,
Rio de Janeiro e Belo Horizonte - e da Rêde Mineira de Viação (Ramal Sul de
Minas) que a coloca em contacto, não só com Angra dos Reis (transporte de carvão
nacional para Volta Redonda), mas ainda com afastadas regiões do Estado de Minas
Gerais. Graças a êstes fatôres que aproximam Barra do Piraí dos mercados produtores
e consumidores, é hoje a cidade um dos centros mais importantes da indústria
fluminense beneficiando-se diretamente da siderurgia de Volta Redonda que lhe
fornece inúmeras matérias-primas, assim como da facilidade de energia elétrica que
III
Fig n ° 21 - Vista geral da Serra do Mar na descida para a usina de Fontes que se observa no
primeiro plano Ao fundo o perfil em evidência do Maciço do Tinguá À direita notam-se algumas
elevações que correspondem ao primeiro bloco da Serra do Mar ultrapassada em Viúva da Graça
Estende-se em seguida uma zona mais rebaixada de colinas e pequenas elevações intercaladas
como vales entulhados Finalmente no primeiro plano a segunda escarpà da Serra, o segundo degrau
de falha bastante dissecado pelos rios que descem' da serra Um dêles é o Ribeirão das Lajes
cujo vale bastante escavado está em evidência no centro da fotografia
(Foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)
de metros cúbicos Por meio de um canal, com cêrca de 1 360 metros de extensão
e capacidade de vazão de 300 m 3 , as águas do Reservatório de Vigário são levadas a ul!l
túnel de 609 metros cuja extremidade oposta, dividida em três ramos vão à Câmara
Subterrânea de Válvulas onde é feita a distribuição das águas para a alimentação
das usinas "Fontes" e "Nilo Peçanha"
Além do sistema Paraíba-Piraí há o aproveitamento hidráulico através do ribeirão
das Lajes, um dos formadores do rio Guandu, cujas cabeceiras represadas pela
barragem do Salto constituem o reservatório de Lajes o qual em seguida foi ligado
às cabeceiras do ria Piraí, represadas pela barragem de Tocos, através de µm túnel
com 8 300 metros de extensão
O reservatório de Lajes, após o alteamento da barragem para a cota de 423
pode represar 735 450 000 m3 de água As usinas "Fontes" e "Nilo Peçanha"
estão situadas na parte inferior da escarpa da serra do Mar com um desnível máximo
em relação às reprêsas de 320 metros de altura.
120 -
°
Fig n 17 - Aspecto exterior da barragem de Lajes feita em concreto ciclópico possibilitando
armazenar água até a cota 426 metros (Foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)
dispõe de três unidades geradoras A capacidade da usina "Fontes" totaliza 154 000 kw,
A usina subterrânea "Nilo Peçanha", inaugurada em novembro de 1954, acha-se
localizada próxima à usina "Fontes", numa caverna de 100 metros de comprimento
- 121 -
Fig n. 0 18 - Detalhe do interior da Usina Nilo Peçonha vendo-se as seis unidades geradoras
que possibilitaram o aumento considerável na produção de energia elétrica
(Foto cedida pela C C L F R J )
exigem 200 mB/s que são fornecidos tanto do reservatório de Lajes como do
desvio Paraíba-Piraí Entretanto, a possibilidade de utilização da capacidade geradora
máxima, qual seja de 649 oookw, fica subordinada às condições hidráulicas, variáveis
durante o ano, nas épocas de chuvas e estiagem Durante a estação chuvosa, as duas
usinas são alimentadas pelas águas do desvio Paraíba-Piraí, que pode derivar, no
máximo, 160 mB/s; o reservatório de Lajes permanece quase inteiramente fechado
dado o fornecimento ininterrupto de 5,5 m 3/s de água para o abastecimento
parcial do Distrito Federal No período da estiagem ou à medida que a vazão do
rio Paraíba vai diminuindo, o reservatório de Lajes, que é o único onde se pode
acumular energia hidráulica, começa a suprir as turbinas de "Fontes" e "Nilo"
Peçanha", enquanto a capacidade geradora da usina "Ilha" vai caindo, ficando
reduzida até a um têrço da sua capacidade total.
A futura regularização das águas do rio Paraíba, por meio de reservatórios de
acumulação em suas cabeceiras, garantirá durante todo o ano, a descarga mínima
de 200 m3 /, em Barra do Piraí, aliviando, dêste modo, a situação sempre crítica
de acumulação do reservatório de Lajes
População
População População
MUNICÍPIOS mbana e
total rmal
submbana
Pecuáiia (1953)
1) AGUA CUBATÃO
Situada em Cubatão - 19 Distrito do Município e Comarca de
Itaperuna
Classificação: Alcalino-terrosa-magnesiana
3) AGUA CASTELANIA
Situada no Quarteirão Castelânia - Cidade de Petrópolis
Classificação: Agua mineral radioativa na fonte
4) AGUA ITAí
Situada na Fazenda Itaitindiba - Município de São Gonçalo
Classificação: Agua mineral alcalina-bicarbonatada sódica e alcalino-
-terrosa
6) AGUA PETRóPOLIS
Situada no Sítio Santa Lúcia - Baino da Mosela - Petrópolis
Classificação: Agua mineral radioativa na fonte
7) AGUA RAPOSO
Situada em Comendador Venâncio - Distrito de Laje do Muriaé-
-ltaperuna
Classificação: Agua mineral carbogasosa - Registrada sob n9 284
- 125 -
8) AGUA PAGÉ
Situada no Município de Santo Antônio de Pádua
9) AGUA RE'SENDE
Situada na Fazenda Independência - Distrito de Itatiaia - Muni-
cípio de Resende
-9-
NOTAS SÔBRE A EVOLUÇÃO DA OCUPAÇÃO HUMANA
NA BAIXADA FLUMINENSE
PEDRO PINCHAS GEIGER
RUTH LYRA SANTOS
I
/
LF/
- 132 -
para isto a valorização dos produtos coloniais, devido à revolução industrial que
se desenvolveu e que era fator de aumento da população na Europa e do comércio
mundial
Ê nesta ocasiao que a lavoura canav1e1ra se expandia na zona campista da
Baixada Fluminense, conquistando novas terras. Em obra moderna, o prof. RENATO
DA SILVEIRA MENDES 2 apresenta um cartograma sôbre a ocupação dos solos na
Baixada Fluminense nos fins do século XVIII, onde aparecem duas zonas canavieiras:
uma, em tôrno da Guanabara, que ia desde Itaguaí até Araruama, e outra, na
planície dos Goitacases A área da bacia do rio São João que ficava entre as duas
era coberta de matas A lavoura canavieira acentuava-se como monocultura em
grandes extensões, em prejuízo das áreas dedicadas à criação de gado e principalmente
daquelas dedicadas aos chamados "gêneros alimentícios"
No entanto, no século XIX, no País e na Baixada, encontra-se, novamente, a
economia açucareira às voltas com problemas, conforme indicam autores da época.
O aumento da concorrência no mercado internacional, a industrialização mais rápida
do açúcar nas colônias dos países europeus e a utilização da beterraba prejudicaram
a nossa exportação O café começava a substituir o açúcar para tornar-se o principal
produto agrícola nacional e as atenções e inversões de capital dirigiam-se cada vez
mais para o planalto. Para poder continuar a produção de açúcar era necessano
aplicar processos industriais de maior rendimento, de custo mais baixo, pois as
formas arcaicas tendiam a deixar de oferecer vantagens
Realmente, o que ocorreu foi, em primeiro lugar, o desaparecimento completo
dos engenhos primitivos ante o engenho de vapor e, depois, ainda no século XIX,
o aparecimento das usinas e o início do declínio total dos engenhos A primeira
usina do Brasil foi a de Quiçamã, na zona campista, instalada em 1877.
No setor agrícola, observa-se que, justamente quando se realizavam as modificações
industriais, o trabalho escravo passava a se mostrar bastante oneroso pela sua pouca
produtividade e seu maior custo, pois além do preço maior pago pela aquisição
do escravo, havia sua manutenção mais cara
O encarecimento da manutenção estava a par do encarecimento geral da vida,
que muitos autores do século passado, como SEBASTIÃO FERREIRA SOARES 3 , atribuem
ao abandono da lavoura de "gêneros alimentícios" em favor da monocultura
A concentração industrial a que se tendia no século XIX ia servir para uma
separação entre fabricantes de açúcar e agricultores de cana, pois nem todos os
antigos senhores ele engenho podiam modernizar suas indústrias A classe dos
senhores de engenho sofria cada vez mais o domínio da classe dos comerciantes,
o que lhes diminuía os meios da modernização da indústria e muitos passavam à
função de simples "fornecedores'', aquêles que apenas forneciam cana para os
engenhos maiores e as usinas Privados de indústria própria, os fazendeiros, proprie-
tários de escravos, iam tendo lucros menores, enquanto a situação dos trabalhadores
livres, junto das modernas instalações industriais, ia-se tornando cada vez melhor
pela necessidade de maiores quantidades de cana
2
RENATO DA SILVEIRA MENDES - "Paisagens Culturais da Baixada Fluminense"
3 SEBASTIÂO FERREIRA SOARES - "Notas Estatísticas sôbre a Produção Agrícola e Carestia dos
Gêneros alimentícios no Império do Brasil"
- 134 -
4 Houve, por exemplo, plantaçóes de café nos morros da fazenda Engenho Velho, em Maricá
Nos morro:s do município de Cachoeiras de M:acacu, existiam cafêzais até 1926
5 GILENO DÊ CARL! - "A Evolução do Problema Canavieiio Fluminense'
6 ALBERTO RIBEIRO LAMEGO - "O Homem e o Brejo'
- 135 -
/
i
- 137 -
culturas e novas paisagens rurais Como, pois, falar simplesmente de uma decadência
da região?
No século XX, as oscilações do mercado e as especulações sucedem-se com
mais freqüência e as transformações são mais rápidas A história das frutas também
apresenta altos e baixos. A crise de 30, por exemplo, ou a 2~ guerra mundial
afetaram a economia frutícula O abandono do trato de muitos laranjais contribuía
para a difusão da "môsca" e a recuperação nos tempos melhores, sendo custosa,
diminuía os lucros com a cultura
Assiste-se atualmente a um deslocamento da fruticultura em direção leste na
Baixada Fluminense Ê uma analogia com o que ocorreu com o açúcar: a relação
com a instabilidade dos mercados internacionais; a maior procura por parte do
mercado interno, e o aparecimento de novas atividades ~bsorventes nas áreas mais
próximas das grandes cidades - neste caso, o loteamento urbano. 7
Assim, para o leste, nos municípios de Itaboraí e Maricá, vão surgindo novos
pomares As plantações de banana também ~e deslocam nesta direção, surgindo
nos municípios pouco desenvolvidos de Silva Jardim e Casimiro de Abreu
Nas zonas próximas das grandes cidades os terrenos estão muito valorizados
para qualquer produção agrícola Observa-se, em muitas áreas do Distrito Federal,
de Nova Iguaçu, de São Gonçalo, sujeitas a loteamento, o abandono dos laranjais,
o mesmo acontecendo aos bananais na área de Itaguaí Em muitos trechos a
paisagem se transformou em matagais e em outros, já se urbanizou pela construção
de bairros residenciais ou pela abertuta de ruas nos terrenos loteados
Contudo, Nova Iguaçu é ainda o principal produtor de laranjas da Baixada
e em certos trechos do seu imenso território ainda surgem novos laranjais, apesar
de não compensarem em área às partes abandonadas
São Paul~ é importador de frutas da Baixada, havendo possibilidades de maior
desenvolvimento da indústria de doces e talvez de sucos na própria região
Devido à fruticultura da Baixada Fluminense, o Estado do Rio de Janeiro
é o primeiro prodtitor de laranjas no País em 1952, com 1 562 436 000 centos.
Ê o terceiro produtor de bananas e o quinto de abacaxi Pelas estatísticas de
1950, o valor da produção destas três frutas nos mun1C1p10s fluminenses da Baixada
somou a quantia de Cr$ 295 429 910,00 Considerando-se a produção de frutas
e de cana-de-açúcar em 1950, a quantia é de Cr$ 605 200 000,00, ou seja mais
de dois terços da produção agrícola total da tegião que foi de Cr$ 830 447 714,00
8 MYRIAM GOMES COELHO MESQUITA - "A mandioca na Baixada Fluminense", "Anuário Geográfico
do Estado do Rio de Janeiro", n• 5
9 ORLANDO VALVERDE - "Aspectos Geográficos e Econômicos da Agricµltura no Município de Itaboraí" ~
"Anuário Geográfico do Estado do Rio de Janeiro", n• 5
144 -
O combustível vegetal é necessário, não só nas cidades sem gás e nas indústrias
como nas estradas de ferro A Leopoldina adquiriu muitas propriedades para explotar
lenha e madeiras para dormentes Diversas emprêsas industriais também adquiriram
terras para dispor de abastecimento próprio como, por exemplo, a Eletro-Química,
que comprou a fazenda Santa Teresinha, no município de Itaboraí Esta companhia
comprava antes a sua lenha nesta fazenda e depois de se apossar da propriedade
tratou de plantar um bosque de eucaliptos para substituir o material retirado
Atualmente, surgem bosques de eucaliptos nas paisagens da Baixada devido
às atividades destas emprêsas industriais, que procuram substituir a lenha das matas
e capoeiras que vão escasseando Junto de muitas usinas de açúcar já é comum
se encontrar êstes bosques
No entanto, existem ainda áreas com reservas de mata, como na zona da
bacia do rio São João Muitas propriedades foram adquiridas nos municípios de
Rio Bonito, Araruama, Cabo Frio e principalmente Silva Jardim e Casimiro de Abreu
por capitalistas da cidade, que as guardam como reserva de madeira
117 058 ha na chamada zona dos Goitacases * sôbre o total de 692 884;
23 441 ha na chamada zona de Araruama sôbre o total de 272 679;
52 658 ha na chamada zona de Guanabara sôbre o total de 193 762;
13 890 ha na chamada zona da Ilha Grande * * sôbre o total de 42 672.
-10-
- 146 -
- Valor das terras Valor dos prédios, máquinas, Gastos com a produção
veículos e animais
Cr$ 291 ooo 000,00 Cr$ 157 000 000,00 Cr$ 5 5 ooo 000,00
10
"O Império do Brasil na Exposição Universal de 1873 em Viena d'Ãustria"
- 148 -
/
f.t
149 -
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
1) COUTINHO, AR - Po1 qtte fctltam ag1ônomos 110 Bictsil? - Tese inédita apresentada
ao I Cong1esso dos Setvidores Públicos de Nível Unive1sitá1io Superiot
2) DE CARL!, Gileno - A Evolttção do P1oblema Ccmc11,iei10 Flttminenre - Irmãos Pongetti
- Rio de Janeito, 1942
3) FERREIRA SOARES, Sebastião - Notas Estatísticas sôb1e a Piodttção Ag1ícola e Carestia dos
Gêne10s Alimentícios no Impé1io do Biasil - Rio de Janei10, 1860
10) PRADO JÚNIOR, Caio - Fo1mação do Biasil Contempo1âneo, Livra1ia Martins Editôia, São
Paulo, 1942
11) SAINT-HILAIRE, Augusto - Viagem pelas p101•íncicis do Rio de Jctneii o e Minar Geiais,
tomo I, tradução e notas de CLADO RIBEIRO LESSA, coleção Btasiliana, vol 126, Comp
Editôra Nacional, São Paulo, 1938
/
VULTOS DA GEOGRAFIA FLUMINENSE
*
Conseqüência de pereg_rinação constante pelas serras e baixadas, e o estudó do
estado de miséria e sofrimento das populações sem recursos, integrado perfeitamente
nas sociedades gonçalense e fluminense, iniciou e chefiou um movimento de ampla
repercussã'o popular, que tinha por finalidade a construção e respectiva instalação
- 152 -
do "Hospital de São Gonçalo", acontecimento que teve o seu feliz epílogo, festivamente,
no dia 4 de março de 1934, com a inauguração do tão desejado e necessário
nosocômio
O "Hospital de São Gonçalo", fruto quase exclusivo da tenacidade, desprendimento
e idealismo construtor do Dr LUIZ PALMIER, com a ajuda e boa vontade de alguns
outros líde1es e do povo, por êle devidamente orientado, ergue"se, garbosamente,
com suas sóbrias linhas arquitetônicas, no sopé que domina, qual sentinela vigilante,
a entrada da cidade de São Gonçalo, e vem prestando os mais relevantes serviços
médico-cirúrgicos não só à população dêsse Município, como à de tôda a Baixada
Fluminense, além de outras mais distanciadas regiões do Estado
Dirigindo o Hospital, durante 8 anos, nêle introduziu melhoramentos de vulto,
já ampliando a sua capacidade, já aperfeiçoando as suas instalações, de acôrdo
com as novas conquistas da Ciência Médica
Nesse modelar nosocômio, criado pelo puro idealismo de LUIZ PALMIER, em
mais de três lustros, milhares e milhares de patrícios nossos foram recuperados para
uma vida nova, para o trabalho profícuo, para a grandeza do Brasil
*
Não querendo dormir à sombra dos louros colhidos, fundou o Instituto Gonça-
lense de Assistência à Maternidade e à Infância, com instalação de Lactário e aparelhagem
em benefício de milhares de escolares, como a instalação completa de Puericultura
Tomando parte na Campanha da Sociedade Brasileira de Puericultura, de âmbito
nacional, fundou diversas filiais no interior do Estado e do País
Dando o seu valioso apoio à campanha que se fêz a favor dos leprosos, em
todo o Estado do Rio de Janeiro, bateu-se com vigor em defesa dos atacados pelo
mal de Hansen, sustentando memoráveis debates na Sociedade de Medicina e
Cirurgia de Niterói, pela Imprensa, nos Congressos Científicos e no plenário da
Assembléia Fluminense
Presidiu a Caixa Escolar de São Gonçalo, em mais de uma gestão, 1ealizando
trabalho de satisfatórios resultados de serviços médicos, dentários e os demais de
assistência social ao escolar, particularmente a instalação de dois modelares gabinetes
odontológicos: o do "Gmpo Melquiades Picanço", no bairro operário de Neves
e do "Grupo Amanda Velasco", na zona rural, em Vila Ipiíba (Santa Izabel)
Querendo a Prefeitura de São Gonçalo oferecer gratificação financeira a tão
abnegado esculápio, pelos serviços inexcedíveis prestados à população, em ocasiões
várias, como na época da epidemia de gripe, em 1918, foi tal oferta delicada e
peremptoriamente recusada
Serviços de previdência social, onde ressaltam os de Educação e Saúde, foram os
preferidos pelo Dr. LUIZ PALMIER, pois, nesses setores pôde manifestar mais ampla-
mente a grandeza de seu espírito e a magnanimidade de seu coração e, por isso,
quando foi escolhido pelo govêrno para Vice-Presidente do Conselho Estadual de
Serviço Social, com justificada razão recebeu, da consagração pública, os epítetos
de "Apóstolo do Bem", "Pai da Pobreza" e "Benemérito de São Gonçalo"
*
Professor Luiz Palmier
- 154 -
*
Entre os seus trabalhos históricos e científicos podemos anotar: "São Gonçalo
Cinqüentenário", "Município de Sapucaia", "A Lepra - Problema Mundial", "Dis-
trito de Neves'', "Sinopse Estatística do Município de Niterói'', "A Lagoa de
Araruama e suas Riquezas", "Divisão Administrativa do Estado do Rio de Janeiro",
- 155 -
P.
- 159 -
-11-
- 162 -
/,
DIVISÃO REGIONAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
1955
Quem VIaJa do Rio para São Paulo, seia pela rodovia, seja pela ferrovia, após
atravessar uma área em que o Paraíba corre enquadrado por uma série de garupas
gnáissicas, de altitudes que osciJam entre 450 e 550 metros, chega à região entre
Resende e Queluz e vê, ao norte, erguer-se um gigantesco conjunto de montanhas
dominando o vale do Paraíba, com elevações de mais de 2 000 metros Surge
tal barreira como um imenso pilar alçado a grande altitude O contraste é muito
vivo, por se ter interrompido a série de garupas, dando lugar ali a um relêvo
menos movimentado com formas tabulares E ao fundo, dominando tudo isto,
ergue-se1 abruptamente, o , Itatiaia
E, também, ao lançar a vista para o sul, divisará a sucessão de colinas
elevando-se pouco a pouco naquela direção e, como que estreitando o horizonte,
ao fundo observará um outro maciço que domina esta planura Ê a serra da
Bocaina
Ultrapassando-,se o maciço do Itatiaia a rumo norte, penetra-se numa zona
mais baixa, cortada de rios que drenam diretamente para o rio Grande Os cimos,
nesta parte, agrupam-se em tôrno da mesma altitude
O maciço do Itatiaia caracteriza-se pela apresentação da paisagem de um
planalto eriçado de pontões, os mais variados Muitas vêzes a superfície é coberta
por uma camada de blocos de sienito de tamanhos diversos, até vários metros,
que se erguem sôbre o solo turfoso, coberto de gramíneas
O alto do Itatiaia pode ser descrito como um alto planalto, bastante acidentado
Dominando-o, erguem-se, soberanamente, os gigantescos conjuntos representados pelas
Prateleiras e as imponentes Agulhas Negras
Separadas do Itatiaia pràpriamente. dito, mas pertencentes ao mesmo conjunto
do maciço, encontramos outras serras majestosas, como a serra Negq e a serra de
Queluz Caracterizam-se estas por pertencerem ao grupo das elevações constituídas
das mesmas rochas que as do maciço do Itatiaia
Entretanto, estudaremos, mais pormenorizadamente, o bloco no qual se erguem
as Agulhas Negras e as Prateleiras.
O topônimo indígena Itatiaia, comó quer TAUNAY, significa penhasco cheio
de pontas e é, segundo TEODORO SAMPAIO, corruptela da forma primitiva Ita-ti-ai
O nome foi, sem dúvida, influenciado pela aspereza das formas e êste aspecto
impressionou próvàvelmente os indígenas que palmilhavam o território.
* Conferência pronunciada no Parque Nacional de Itatiaia, por ocasião da excursão dos delegados
à XII Assembléia Geral do C N G , em outubro de 1952
** Da Revista Brasileira de Geografia, ano XIV, outubro dezembro de 1952, n• 4
/;
/
Fig. l - Vista panorâmica do planalto. - Creio que após o exame dessa forografia será difícil afirmar a existência de traços da superfície de campos de DE
MARTONNE. Trata-se óuma topografia bastante confusa, cheia de estranhas formas dentre as qums destacamos agulhas e outros acidentes curiosos. Ao fundo
na parte central têm-se as famosas Agulhas Negras que se destacam pelo seu perfil alcantilado dominando a pmsagem. (Foto A. Domingues)
- 171-
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- 172 -
A teoria que podemos apresentar para explicar a gênese das rochas do Itatiaia
é a de BACKLUND, segundo a qual te1íamos a formação de um gigantesco domo
Neste batólito interno encontraríamos a cristalização; havendo diferenciações devido
à diversidade de densidade dos vários minerais solidificados
Entretanto, enquanto o magma se achava fluído, ocorreu uma série de movimentos
com o aparecimento de várias correntes convectivas Esta série de movimentos de
convecção explica a situação atual de rochas, das mais variadas origens, próximas
umas às outras
Deu-se, também, concomitantemente, com os movimentos de convecção do magma,
a digestão das paredes
/
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- 174 -
Fig 4 - Vista tomada na direcão da serra de Queluz (no fundo à esquerda) vendo-se à direita
uma zona acidentada, mas muito mais baixa No primeiro plano temos um aspecto do planalto
Somos forçados a admitir que o sistema de falhamento, que deu como resultado
a formação do Itatiaia, é da mesma idade daquele que constituiu a serra do Mar
Nesta última; temos fortes razões para admitir a existência de frentes de falha
A idade das falhas é provàvelmente post-cretáceas, pois encontramos na costa
do Brasil, mais ao norte, falhas importantes, que afetaram as rochas cretáceas
Outra prova da idade, relativamente recente, para o imponente escarpamento
do Itatiaia, é a própria existência do mesmo De outra maneira não se explicaria
que tal escarpa subsistisse por muito tempo, encarregando-se de provocar o nivela-
mento da região
Também os rios, caindo como torrentes, constituem outras provas da juventude
da escarpa
Nestes rios observamos a quase ausência de capturas Tal fato constitui um
forte argumento para a idade, relativamente recente, da frente do bloco falhado
Naturalmente, quando se elevou o maciço do Itatiaia, e chegando à posição
atual, tal bloco passou, então a constituir uma barreira às massas de ar, carregadas
de umidade, que vinham do oceano
- 175 -
agulhas, como ocorre com as descomunais Agulhas Negras Enfim, temos aí, um
aspecto tumultuário de formas de blocos e picos
Há quem encontre no alto do planalto os vestígios de uma alta superfície,
correspondendo à de campos, do famoso mestre DE MARTONNE. Cremos, entretanto,
ser um pouco temerário afirmar tal, pois não se assemelha à de uma superfície
típica de erosão. Temos, antes, um relêvo bastante acidentado É muito provável
aí, a existência de uma antiga glaciação Entretanto, as formas que resultariam
da glaciação, trabalhadas em um clima tão pluvioso, estariam profundamente mascaradas
FLORA
- 12 -
- 178
FAUNA
Quanto à fauna, embora tenha sido duramente castigada pelo homem e pelo
fogo, é bastante variada Para isto, basta lançar os olhos pelo museu admiràvelmente
organizado pela administração do parque.
Uma observação interessante é relativa à fauna dos rios âo planalto, onde não
existem espécies da ordem "Piseis". Sómente há nestas águas um pequeno anfíbio.
Não se encontram serpentes venenosas nas regiões elevadas do planalto
OCUPAÇÃO HUMANA
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180 -
êle tornou-se proprietário duma área, que poderia servir de fonte de estudo e
também ser utilizada pelas gerações futuras É o Parque Nacional uma criação de
inestimável valor, e o Govêrno oferece ao povo um centro de descanso e de
identificação com a natureza
No plano do Parque, consta a cuaçao por parte do Govêrno de hotéis e abrigos
que possam proporcionar ao habitante menos favorecido das grandes cidades, um
retiro onde se sentirá feliz e, a um preço razoável
A função ~ais importante do Parque, entretanto, é resguardar o cenário, a
natureza, enfim, a paisagem, fugindo à ação destruidora do homem
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ATA DAS REUNIOES ORDINÁRIAS E RESOLUÇÕES
DO D.R.G. - 1954-1955
Ata da tiigésima teiceiia 1 e;mião 01dinárict do
Diietóiio Regional do Conselho Nacional de Geog1afi,1
no Estado do Rio de fcmeiio
Aos sete dias do mês de ab1il do ano de mil novecentos e cinqüenta e quat10, às nove hoias
e vinte minutos, no Gabinete do Excelentíssimo Senho1 Secietário de Viação e Obias Públicas,
nesta cidade de Niterói, Capital do Estado do Rio de Janeito, 1ealizou se a tiigésima terceira reunião
01dinária do Diretório Regional de Geogiafia, sob a p1esidência do Doutor MANOEL PACHECO DE
CARVAIHO, secretariada pelo Engenheiro LUIZ DE SouzA e p1esentes os Consultores-Técnicos
Doutores MoACYR PAVAGEAU e LUIZ PALMIER, 'os Conselheiros Senho1 ALDEMAR ALEGRIA e
Engenheitos LIBERTÁRIO BOTINO e DÉCIO SILVINO DE FARIA, e o Secretátio-Assistente JEFFERSON
FERREIRA DOS SANTOS Depois de os Senhores Conselhei10s terem apôsto as suas arsinatuias no
liv10 de Piesença, o Senho1 Presidente decla10u abe1ta a sessão e dete1minou que se procedesse à
leitu1a da ata da sessão ante1io1, finda a qual foi ap1ovada, sem debates Na parte rese1vada
à leitu1r1 do expediente, foi lida uma carta firmada pelo P10fesso1 ZIEDE COELHO MOREIRA, datada
de trinta e um de ma1ço do coirente ano, na qual comunica que o signatário dessa missiva e Dona
MAUDE COIMBRA MoREIRA, indicados pelo Diretório, fteqüentaiam e obtiveram aprovação no
Curso de Fétias pat10cinado pelo Conselho Nacional de Geogiafia e destinado ao ape1feiçoamento
dos p10fessô1es secundátios de geografia Pwsseguindo, o Senho1 Secretá1io fêz as seguintes
comunicações: a) que se achava p1esente, pela p1imeira vez, o novo Conselheito Engenheito
LIBERTÁRIO BoTINO, Chefe da Divisão de Viação e Obras Públicas da P1efeitura de Niterói;
b) XI Congresso Brasilei10 de Geogiafia - comunica a sua designação e a do Doutor LUIZ
PALMIER paia 1ep1esentarem o Diretótio nesse Conclave - o Douto1 LUIZ PALMIER agradece
Info1ma que os aludidos delegados ap1esentarão àquele Ce1tame, 1espectivamente, as teses intituladas
"Movimento de Recupeiação Éconômica da Baixada Fluminense" e "Mutações Econômicas do
Médio Paraíba do Sul" Finalmente, ficou delibeiado que o Ditetótio custeasse as adesões dos
seus Membros ao refe1ido Cong1esso; c) Mapa do Solo do Estado - comunica o desenvolvimento
dos trabalhos para a elaboraÇão dessa Ca1ta O Douto1 MoACYR PAVAGEAU dá explicações a
1espeito dos estudos que estão sendo executados e a maneita pela qual se1ão os mesmos
publicados A seguit, o Senho1 ALDEMAR ALEGRIA comunicou que o Ministétio da Agricultuia
estava 1ealizando, no Estado,: estudos sôbi:e o efeito das sêcas na agticultuia e que a comissão
encarregada dêsse sei viço estava colhendo dados junto a Repattições estaduais os presentes
tecem comentátios 1elativos ao assunto 01dem do dia - Iniciada essa patte dos ttabalhos, o
Senho1 Sec1etário lê o 1elatótio das atividades do Ditetó1io durante o ano de 1~53, a ser
apresentado à XIV Sessão 01diná1ia da Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia,
o qual é finalmente aprovado - duiante a leitma do 1elató1io, na patte 1efe1ente ao problema
das enchentes, o Senho1 Presidente:; dá info1mações e explicações sôb1e os estudos e as obias em
realização no Estado O Douto1 LUIZ PALMIER propõe e é aprovada a consignação em ata de
um voto de aplausos ao Senhor Seuetáiio, Engenheiro LUIZ DE SouzA, pela elaboiação do relatório
que acabava de sei lido O Douto1 MoACYR PAVAGEAU solicita, então, pe1missão e retira-se às
dez hoias e quinze minutos Em p10sseguimento, são ap1esentados, submetidos a julgamento e,
finalmente, ap10vadas as seguintes Resoluções: N 9 127 - Encaminhando à consideração da
XIV Sessão 01dinátia da Assembléia Geia! do Conselho o 1elatótio das atividades desenvolvidas
pelo Diretótio <lutante !) ano de 1953; N 9 128 - Ap10vando a p1estação de contas das
- 182 -
Aos dezenove dias do mês de janeüo do ano de mil novecentos e cinqüenta e cinco, às dez horas,
no Gabinete do Excelentíssimo Senho1 Sec1etário de Viação e Obras Públicas, nesta cidade de
Niterói, Capital do Estado do Rio de Janeiro, realizou-se a trigésima qua1ta reunião ordinária
do Diretório Regional de Geog1afia, sob a presidência do Douto1 MANOEL PACHECO DE
CARVALHO, secretariada pelo Engenheiro Lurz DE SouzA e presentes .. os Consultores-Técnicos:
Doutores Lurz PALMIER, MoACYR PAVAGEAU e JosÉ SouzA DE MIRANDA, o Conselheiro
Engenheiro DÉCIO SILVINO DE FARIA e o Secretário-Assistente JEFFERSON FERREIRA DOS SANTOS
Depois de os Senhores Conselheüos terem apôsto as suas assinatuiar no !iv10 de p1esença, o
Senhor Presidente declarou aberta a sessão e determinou que se procedesse à leituia da ata da
sessão ante1io1, finda a qual foi aprovada, sem debates Na parte reservada à leitu1a do
expediente, o Senho1 Secretálio leu o Ofício n• 651, de 6-12-1954, em que o Senhor Comandante
da Escola Superior de Guerra solicita o envio de seis exemplares do último núme10 do "Anuário
Geográfico" e escla1ece a utilidade do mesmo no Curso Superior de Guerra P10sseguindo, o Senho1
Sec1etário fêz as seguintes comunicações: a) XI Cong1esso Brasileiro de Geografia - comunica
que os representantes do Düetório, Douto1 Lurz PALMIER e Engenheüo Lurz DE SouzA,
compareceram a êsse Conclave, 1ealizado de 5 a 13 do mês de maio do ano próximo passado,
na cidade de Pfüto Alegre, Rio Giande do Sul, durante o qual os mencionados delegados
apresentaram, respectivamente, as teses intituladas "Mutações Econômicas do Médio Paraíba do
Sul" e "Movimento de Recuperação Econômica da Baixada Fluminense", que mereceram
apreciáveis 1eferências e foiam classificadas para publicação nos "Anais" do Cong1esso Enalteceu,
ainda, o Senhor Secretário, a eficiente ação do Douto1 Lurz PALMIER, durante a realização do
Conclave; b) XIV Sessão Ordinária da Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia -
comunica que, como 1ep1esentante do Estado e do Diretório, participou dos trabalhos dessa
Assembléia Geral, 1ealizada entre os dias 1• a 12 de julho de 1954, na Capital Federal Fêz
um ligeiro relato dos tiabalhos mais impoltantes ali abo1dados; c) XVIII Congresso Internacional
de Geografia - comunica a sua designação paia memb10 da Comissão 01ganizado1a dêsse
Congresso, que se1á 1ealizadà em meados de 1956, na cidade do Rio de Janeiro; d) Curso de
Fé1ias para os P10fessô1es de Geografia - comunica que, para freqüentar o aludido Curso,
no corrente exercício, o Diretório indicou a P10fessoia YoLANDA DAMASCENO COIMBRA; e) que
sob o pat10cínio da Associação Fluminense de Engenheiros e Arquitetos, 1ealizou no dia 18 de
novembro último, no Salão Nob1e da Associação Comercial de Niterói, uma Confe1ência intitulada
"Domínios da Geografia" A seguir, o Douto1 Lurz PALMIER agradece as 1eferências elogiosas
que lhe foram feitas pelo Senhor Sec1etálio, pela sua participação no XI Congresso Brasileiro de
Geografia, fala dos tlabalhbs ali desenvolvidos, da designação dos representantes fluminenses paia
membros das comissões, ambos como presidentes, e enaltece a atuação do Senhor Secretário,
- 183 -
Engenheiro LUIZ DE SouzA, nesse Certame Oidenz do dia - Iniciada essa parte dos trabalhos
são apresentadas, submetidas a julgamento e, finalmente, aprovadas as seguintes Resoluções:
N• 129 - Aprovando as prestações de contas das despesas efetuadas pelo Diretório, durante
os p1imeiro e segundo semestres de 1954, na importância total de C!$ 140 390,00 (cento e
quarenta mil tlezentos e noventa cwzei10s); N" 130 - Concedendo ao Sec1etário Nato do
Diretório, a partii de janeiro de 1954 e a título de rep1esentação, a vantagenm constante da
Resolução n• 491, de 29-12-1954, do Diretório Central do Conselho Nacional de Geografia -
ao submeter esta Resolução à apreciação dos Senhores Conselhei1os, o Senhor Secretário lê a
citada Resolução n•491 e histolia os tiâmites por que passou o respectivo p10jeto, antes da sua final
aprovação pelo Diretório Central Inteiêsses ge1ais - O Douto1 LUIZ PALMIER propõe e é
aprovada a consignação em ata dos seguintes votos de congratulações: 1<·) pelas nomeações dos
Doutores ELMANO GOMES CARDIM e FÁBIO DE MACEDO SOARES GUIMARÃES, 1espectivamente,
para Presidente do I B G E e Secretário-Geral do C N G ; 2•) coin o Departamento Estadual
de Estatística, pela publirnção do primeilo número do Anuário Estatístico do Estado cjp Rio de
Janeiro; 3•) com o Senhor Secretá1io, Engenheilo LUIZ DE SOUZA, pela Conferência que o
mesmo 1ealizou sob o patrodnio da Associação Fluminense de Engenheüos e Arquitetos, e pela
sua designação para a Comissão Organizadora do XVIII Congresso Internacional de Geografia
o Doutor l:UIZ PALMIER, em breves palavras, saudando o Douto! MANOEL PACHECO DE CARVALHO,
no ensejo do seu próximo afastamento do cargo de Sec1etálio de Viação e Obias Públicas e,
conseqüentemente, da Presidência do Diretório, exaltou os serviços executados pela Secretaria na
sua gestão; finalmente, o Douto1 PALMIER propõe e é aprovada, por unanimidade, a consignação
em ata de umo voto de congratulações com o Douto1 MANOEL PACHECO DE CARVAIHO, que
agradece O Senho1 Sec1etário p1opõe, e também é aprovada po1 unanimidade, a consignação em
ata de um voto de congratulações com o Excelentíssimo Senhor Governador, Contra-Almirante
ERNANI DO AMARAL PEIXOTO, pela maneira com que ptestigiou as atividades geográficas no
Estado, durante o seu Govêrno O Douto1 JosÉ SouzA DE MIRANDA p10põe e é aprovada a
consignação em ata de um voto de louvor ao Doutor LUIZ PALMIER e ao Engenheiro LUIZ DE
SouzA, pela blilhante pa1ticipação de ambos nos trabalhos do XI Cong1esso füasileiro de
Geografia, como 1ép1esentantes do Düetório O Doutor P ALMIER agradece em nome da delegação
Com a palavia, o Douto1 MoACYR PAVAGEAU fala do desenvolvimento dos trabalhos para a
elaboração do Mapa de Solos do Estado, das atividades do Douto1 LUIZ BRAMÃO nesses serviços
e da colaboiação valiosa que a Secretaria de Agricultma vem 1ecebendo do Departamento
Geográfico Nada mais havendo. a tratai, o Senho1 Presidente encerrou os tiabalhos às onze
horas e vinte minutos E, paia rnnstar, eu, JEFFERSON FERREIRA DOS SANTOS, Seoetário-Assistente,
lavrei a presente ata, que vai assinada pelo Senhor Presidente, pelo Senhor Sec1etá1io e por mim
subsc1ita
RESOLUÇÃO N. 0 129
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- 184 -
RESOLVE:
Artigo único - Ap1ova1 as contas das despesas efetuadas pela Sec1eta1ia do Düetórió
Regional, durante os 1º e 2º semestres de 1954, na importância total de Cr$ 140 390,00 (cento
e quarenta mil trezentos e noventa cruzeiros), de acô1do com os documentos encaminhados a
esta Presidência, pelos ofícios nº' 74 e 6, de 8-3-1954 e 18-1-1955, respectivamente, do
Sec1etário do D R G
Niterói, 19 de janeüo de 195 5
Conferido e numerado (a) Jeffe1son Fe11eiia dos Santor, Secretário-Assistente - Visto
e iubricado (a) Luiz de Souza, Secretálio - Publique-se. (a) Manoel Pacheco de Catvalho,
Presidente
RESOLUÇÃO N. 0 130
Concede g1atificação ao Sec1etá1io do D R G , a
título de 1ep1esentação
RESOLVE:
Attigo único - Fica concedida ao Secretálio Nato dêste Düetó1io Regional de Geografia, a
pa1tü de janeüo de 1954 e a título de representação, a vantagem constante da Resolução
nº 491, de 29 de dezemb10 de 1954, do Diretório Central do Conselho Nacional de Geografia,
na forma nela expressa
Nite1ói, 19 de janeito de 1955
Confe1ido e numeiado (a) Jeffe1son Fe11eita dos Santos, Sec1etário-Assistente - Visto
e rnbricado (a) Luiz de Souza, Sec1etá1io - Publique-se (a) Manoel Pacheco de Ca1vctlho,
P1esidente
RESOLUÇÃO N. 0 131
Encaminha o Relató1io das atividades do D R G ,
1efe1ei;te ao ano de 1954, à considetação da XV Sessão
01diná1ia da Assembléia Ge1al do C N G
RESOLVE:
Aitigo único - Fica encaminhado à consideração da XV Sessão 01dinária da Assembléia
Geia! do Conselho Nacional de Geografia o Relató1io anexo das atividades dêste Diretório
Regional, 1efe1ente ao ano de 1954
Niterói, 25 de maio de 1955
Conferido e numerado (a) Jeffe1son Fe1e1i1a dos Santos, Sectetário-Assistente Visto
e rnbricado (a) Luiz de Souza, Secretário - Publique-se (a) ]alo Btand, Presidente
0
Fotografia tirada por ocasiao da visita do Prof Allyrio de Matos e seu Assistente Eng Gilvandro
Simas Pereira ao Diretório Regional de Geografia, em 13 de dezembro de 1955
LEGISLAÇÃO DE INTERÊSSE GEOGRÁFICO
Ementário
DECRETA:
e quatro) met10s ,01ientada em 63 9 30' S W magnétiws, fica dete1minada a sua testada pata
a rua "N"; continuando, em cm va citcula1 à direita, de 1aio de 6 (seis) metros com o
desenvolvimento de 15 (quinze) met10s, limita-se com o n uzamento da rua "N" com a
Avenida "5"; continua po1 cmva citcula1 à esque1da, com iaio de 50 (cinqüenta) metros e
desenvolvimento de 13 (treze) met10s, couespondendo à sua testada pela Avenida "5", atingindo,
então, a divisa com teueno de p10p1iedade do Estado co11espondendo à parte já construída da
praça projetada "B"; dês te ponto em 1eta de 12 (doze) metlos, à ditei ta, segue confrontando
com o citado teueno; a seguit, em 1eta de 20 (vinte) metlos, à direita, normal à anteriot,
limita com o fundo do lote do Sr NESTOR ]osÉ MoRAES e finalmentte, a seguit, em reta de
60 (sessenta) metros, à esque1da ,normal à anterior, atinge a testada da lUa 'T', confrontando
em tôda a sua extensão com o mesmo lote de p10ptiedade do S1 NESTOR ]osÉ MoRAES
Att 3• - A Secretatia de Viação e Obias Públicas levanta1á e depositará, em tempo útil,
por inteunéd.io do Depattamento Geog1áfico, a planta do imóvel 01a declarado de utilidade
pública, por conhecimento dos inte1essados e demais efeitos legais
Att 49 - A exp10ptiação de que tiata o p1esente dec1eto é declaiada de ca1áte1 u1gente, nos
tê1mos e pata a finalidade p1evista no attigo 15 do citado Dec1eto-lei n• 3 365, de 21 de
junho de 1941
Att 59 - ílste dec1eto entia1á em vigo1 na data de sua publicação, 1evogadas as disposições
em conttá1io
DECRETA:
Art 4• - A exptopriação de que tiata o presente é declaiada de caráte1 mgente, nos têunos
e para a finalidade prevista no artigo 15 do citado Decreto-lei n• 3 365, de 21 de junho de 1941
Art 5• - :Este decreto entrará em vigor na data <le sua publicação, 1evogadas as disposições
em contrário
Ait 1• - Fica ampliado, nos têtmos 'elos parágrafos 1°, 39 e 4 9 do a1tigo 69 da Lei n• 109, de
16 de fevereiro de 1948 (Lei Orgânica das Municipalidades), o pelÍmetro urbano, da cidade de
Müacema, sede do Município do mesmo nome
Att 2° - O pe1ímetro u1bano a que se 1efe1e o a1tigo 1° desta Resolução margeará a
estiada auto-viação que liga Miracema ao Município de Itape1una, tendo como ponto de partida
a sede da "Cerâmica Mitacema'', passando pelo local onde estão instaladas as máquinas e o
escritório da Usina Santa Rosa, até atingü o local denominado "Córrego do Fubá"
Ait 3° - A áiea a que se 1efe1em os a1tigos 1• e 2• da p1esente Resolução compreende1á
tôda a extensão do lado direito da 1eferida Estiada auto-viação "Miracema-Itaperuna'', pattindo
da sede da Cerâmica Müacema, até às ma1gens do Ribeüão Santo Antônio, e daí, atingindo,
novamente, ao "Córrego do Fubá"
Att 4° - Pelo lado esque1do da citada estiada, cingindo-se ao mesmo ponto de pa1tida
previsto no attigo 3•, e abrangendo uma áiea de 50 met10s, até atingir a 190, aquém do
esctitório da mencionada Usina, e daí subindo mais 100 met10s até 150 além do mesmo escritório,
conse1 vando, posterio1mente, uma faixa de la1gma de 50 met10s, até o 1epo1 tado "Có11ego do
Fubá"
Ait 5° - A alteiação p1evista na p1esente Resolução obedece1á as dimensões p1evistas nas
quotas constantes da "Planta" que segue em anexo
Art 6• - Esta lei ent1a1á em vigo1 na data de sua publicação, 1evogadas as disposições em
conttário
Art 1• - Fica aprovada a delimitação das zonas mbana e suburbana do Município de Nova
Iguaçu, ex vi do disposto no Decreto-lei n• 1 242, de 9 de outubro de 1944 e de acô1do com a
lei n• 109, 8e 16 de feve1eüo de 1948, e constante da deliberação n• 292 de 1953 da Câmaia
do referido Município
Art 2• - Esta lei entra1á em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário
ma1m de pedra existente à ma1gem c!ireita da estrada que v em de Cavam e que serve de ponto d'e
partida da divisa de Fiancisco Mendes e Otávio Vizeu, segue por uma carreira de bambus até
encontrar a estrada da fazenda de O~ávio Vizeu; segue daí po1 uma vala, que passa pelo sítio de
ALBERTO MANES, até encontrai uma catreira de bambus, onde fazem divisa Augusto Azevedo e
João And1ade; por essa caueira de bambus até o marco de pedia existente à margem da Estrada de
Paiaíba; daí em reta que, passando por uma cruz à margem da linha Auxiliar, vai encontrar o
córrego Cavam, prosseguindo por êste até um ponto em f1ente ao marco· inicial; daí, em reta até
encontrai o ponto de pai tida acima referido
Ait 3• - :aste Dec1eto entlará ~m vigo1 na data de sua publicação, 1evogadas as disposições
em contrário
A1t 1• - O teuitório do Município de Volta Redonda, a que se refe1e o alt 1•. da lei
n• 2 185, de 17 de julho de 1954, é compreendido dentlo dos seguintes limites: - Com o
Município de Barra Mansa - começa na nascente principal de Ribei1ão do Inferno e segue em
reta até o marco existente na Seua do Amparo Daí, em 1etas sucessivas, definidas po1 matcas,
- 192 -
vai até a margem esque1da do Rio Paraíba, num ponto a 30·0 ( tlezentos) metros acima
da desembocadura do có11ego do Ano Bom Nesse ponto, atlavessa o Rio Paraíba,
alcançando a margem direita num ponto que fica à ma1gem esquerda do có11ego Ponte Alta, a
600 (seiscentos) metros acima do pontilhão da Estrada de Ferro Central do Brasil Dêsse ponto
flete paia a esquerda e segue, por linhas 1etas paralelas ao perímet10 mbano descrito em anexo ao
Dec1eto-lei n• 1 242, de 9-10-44, e dêsse perímetlo eqüidistantes, de 300 (trezentos) metros, até
alcançar a ma1gem esquerda do córrego do füandão Continua por êste, até a confluência do
córrego Serenon e sobe, por êste, até a sua principal nascente Daí, em reta, alcança a principal
nascente do iibeirão Três Poços também chamado "Brandão", estabelecendo divisas com o Município
de Piraí Com o município de Piraí - parte da confluência do ribeüão dos Três Poços, no rio
Paraíba; sobe pelo mesmo ribeirão, até a sua nascente principal; daí, em reta, vai à nascente
principal do córrego Serenon, afluente da margem direita do córrego Brandão - Com o Município
de Barra do Piraí - pa1te. da nascente principal do ribeirão do Inferno, pelo qual desce até sua
confluência no rio Paraíba, e, por êste, até a confluência do ribeirão dos Três Poços
Art 29 - A presente lei entiará em vigor na data de sua publicação, p10duzindo seus efeitos
a partir de 17 de julho de 1954
Ait 39 - Revogam-se as disposições em cont1álio
Ait 1• - Fica criado o Município de Miguel Pereira com sede na atual Vila do mesmo
nome e constituído do atual teiritó1io dos distritos de Governador Portela e Miguel Pereira,
ora desmembrados do Município de Vassomas
Art 29 - O território do novo Município a que se refere o art 19 é compreendido dentlo
dos seguintes limites intermunicipais e interdistritais:
a) LIMITES MUNI CIPAIS
I - Com o Município de Vassouias:
Começa na interseção da linha do divisor de águas dos rios São Pedro e Santana com a
reta que pa1te da ponte de feno da Linha Auxiliar da Estrada de Ferro Central do Brasil,
próxima da estação de Santa Branca e passa por um pontilhão da mesma Linha Auxiliar sôbre
o rio Santana; segue po1 esta reta até a sua interseção com a Estrada Miguel Pereiia-Vassouras,
segue por esta e pela estrada que vai a Miguel Pe1eira, até a encruzilhada das estradas de
Miguel Pereila-Retüo e Miguel Pereira-Vargem do Manejo em São José da Rolinha; daí
segue em linha reta até a confluência do córrego das Pedras Ruivas no Ribeüão do Saco; sobe
por aquêle até a sua nascente principal no divisor de águas dos rios Santana e Ubá; segue
por êste divisor de águas até encont1ar o divisor de águas dos iios Piabanha e Santana, na
divisa com o Município de Petlópolis
II - Com o Município de Petrópolis:
Começa na interseção do diviso1 de águas dos lios de Santana e Ubá com o divisor dos
rios Piabanha, numa vertente, e Santana e Ubá noutra; segue por êste último divisor de águas
áté o alto da serra da Estrêla, que dá para as tlês vertentes dos 1ios Piabanha, Santana e o mar
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- 193 -
-13-
ROTEIROS FLUMINENSES
correnteza, que não permite obstruição :Este local pode ser considerado como o
melhor cevadouro para a caça de jacarés; com a ajuda de cães amestrados e uma
espingarda, os habitantes locais caçam, com facilidade relativa, exemplares que
variam de 40 a 50 quilos E, numa vivenda da Ilha dos Fernandes, cujo dono se
dedica à caça de jacarés para vender as respectivas peles, podem ser vistas algumas
delas, a secar, com dois metros de comprimento Não seria necessário dizer que,
nesses lugares, a carne de jacaré é consumida e tida como bom acepipe proteínico.
Possui a Lagoa Feia pesca variada e abundante, notando-se a peculiaridade
de ali viverem espécies comuns à água salgada, mas perfeitamente adaptadas, como
a lagosta, o robalo, a tainha e a sardinha; o 10balo e a lagosta são tão saborosos
como os melhores do próprio mar
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S. Amanhecer no Lagoa Feía.
DIVISÃO TERRITORIAL E ADMINISTRATIVA
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
DIVISÃO ADMINISTRATIVA
ANGRA DOS REIS BOM JARDIM
1• Angta dos Reis 19 Bom Jardim
29 Cunhambebe 29 São José do Ribeüão
39 Banquete
39 J acuecanga
4° Ba11a Alegre
4• Mambucaba
59 Abiaão 6 BOM JESUS DO ITABAPOANA
69 Ptaia de Aiaçatiba 19 Bom Jesus do Itabapoana
29 Calhei10s
2 ARARUAMA 3° Rosal
19 Arai uama 4° Catabuçu
29 Morro Giande 5• Püapetinga de Bom Jesus
39 São Vicente de Paulo
7 CABO FRIO
3 BARRA DO PIRAÍ 1• Cabo Frio
29 Tamoios
19 Bana do Püaí 3º Atmação dos Búzios
29 Do1ândia 4 9 Atraia! do Cabo
3• São José do Tutvo
4 • Va1gem Alegte 8 CACHOEIRAS DO MACACU
59 Ipiabas 1• Cachoeüas do Macacu
29 Japuíba
4 BARRA MANSA 39 Subaio
1• Batra Mansa
9 CAMBUCI
29 Floiiano
19 Cambuci
39 Rialto
29 Monte Ve1de
4 9 Nossa Senhoia do Ampato 39 São João do Paraíso
59 Quatis 4° São José de Ubá
6• Ribeirão de São Joaquim 59 Funil
79 Falcão 69 T1ês Irmfos
- 200 -
10 CAMPOS 20 ITAOCARA
19 Campos 1'' Itaocata
2 9 Goitacazes 29 Latanj ais
3• Santo Amato de Campos 39 Pottela
4 9 São Sebastião de Campos 4 9 Jagua1embé
59 Muçu1epe 59 Estiada Nova
69 Guarns
7? Ttavessão 21 ITAPERUNA
s• Italva 19 1taperuna
9 9 Morangaba 29 Nossa Senhota da Penha
10 9 Ibitioca 39 Laje do Mutiaé
11 • Dôres de Macabu 4° ltajata
12 9 Mouo do Côco 5'' Comendado1 Venâncio
13 9 Santo Eduardo 6° Retiro do Muriaé
149 Ca1doso Moreila 7" Boa Ventura
1 5• Paciência
16'' São Joaquim 22 ITAVERÁ
l • ltavetá
11 CANTAGALO 29 Lídice
l • Cantagalo 3• São João Matcos
29 Santa Rita da Flotesta 4 9 Passa Tiês
3• Euclidelândia 59 Getulândia
4 9 São Sebastião do Pataíba
5<• Boa Solte 23 MACAÉ
1? Macaé
12 CARMO 29 Cabiúnas
19 Ca1mo 39 Caiapebus
29 Cótrego do Ptata 4• Quissamã
3º Pôrto Velho do Cunha 59 Irili
6 9 Cachoeitas
13 CASIMIRO DE ABREU 7 9 Glicétio
l 9 Casimiro de Ab1eu s• Sana
2• Ba1ra de São João
24 MAGÉ
14 CONCEIÇÃO DE MACABU 19 Magé
19 Conceição de Macabu 2• Santo Aleixo
29 Macabuzinho 39 Guapi-Müim
4 9 Su1uí
15 CORDEIRO 5'' Gma de Pacobaíba
l 9 Cotdeilo 69 Inhomiiim
2• Macuco
25 MANGARATIBA
16 DUAS BARRAS 19 Manga1atiba
l • Duas Banas 29 Conceição de Jaca1eí
29 Monerá 3• ltacurnçá
4'' Vila Muriqui
17 DUQUE DE CAXIAS
l • Duque de Caxias 26 MARICÁ
29 Campos Elísios 19 Maricá
39 lmbariê 2 9 ltapeteiú
4 9 Xerém 3• Inoã
18 ITABORAÍ 27 MARQUÊS DE VALENÇA
19 ltabotaí 19 Matquês de Valença
29 Pôtto das Caixas 29 Barão .c!e Juparanã
3• ltambi 3• Santa Izabel do Rio Prêto
4° Sambaetiba 4 9 Pentagna
5• Tanguá 59 Parapeúna
6 9 Cabuçu 69 Conset vató1ia
19 ITAGUAí 2R MENDES
1• ltaguaí 19 Mendes
2• Seropédica
3• Paracambi 29 MIGUEL PEREIRA
4º Ibituporanga 19 Miguel Peteita
59 Coroa Grande 29 Governador Portela
- 201 -
30 MIRACEMA 41 RESENDE
1• Miracema 1• Resende
2• Pa1aíso do Tobias 2 9 Agulhas Negtas
3• Venda das Flores 3• Pôrto Real
4• Itatiaia
31 NATIVIDADE DO CARANGOLA
s• Pirangaí
6• Pedia Selada
1• Natividade do Carangola 7• Fumaça
2• Varre Sai 8 9 Engenhei10 Passos
3• Outânia
42 RIO BONITO
32 NILóPOLIS 1• Rio Bonito
1• Nilópolis 2• Boa Esperança
2• Olinda
43 RIO DAS FLORES
33 NITERÓI 1 '' Rio das Flo1 es
1• Nite1ói 2• Manoel Dua1te
2• Itaipu 3• Taboas
4" Abauacamento
34 NOVA FRIBURGO
44 SANTA MARIA MADALENA
l9 Nova F1iburgo
1• Santa Ma1ia Madalena
2• Riog1andina
2• T1iunfo
3• Campo do Coelho
)" Santo Antônio do Imbé
4• Refúgio
4• Douto1 Loreti
5• Lumia1 59 Renascença
6• Conselheiro Paulino 6° Sossêgo
DIVISÃO TERRITORIAL
b) LIMITES DISTRITAIS
,1
1
Ent1e os dist1itos de Ang1a dos Reis e Cunhambebe
Começa na foz do tio Itanguá-Pequeno; segue em ieta até o ponto alto do mouo da Ribeiia;
continua em ietas sucessivas ao alto dos moiros do Bulé, Caimo, Ctuz e Camorim
II - MUNICíPIO DE ARARUAMA
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
daí, sobe po1 êste cónego até a sua n:J.scente principal e pelo g10tão até alcançar a linha de
cumiada da setra de S Manoel, divisor das águas dos rios das Flores e Paraíba; acompanha 0
aludido divisor até um ponto fronteiro e mais p1óximo da nascente principal do córrego Monte
Alegre, ganha a dita nascente e desce êste có11ego até a confluência com o rio Paiaíba
b) LJMITFS DISTRITAIS
Inte1p1etação:
Começa na linha de cumiada da seua das Crnzes, diviso1 entre os tios Pa1aíba e
Prêto, em um ponto frontei10 e mais próximo da nascente principal do 1ibeirão
de Ipiabas, atinge a dita nascente e desce pelo aludido ribeirão até a confluência
com o rio Paraíba; daí, sobe êste último até a confluência com o ribeirão J oâo
Congo e por êste até o ponto em que cortado pela reta que, partindo de um marco
na sena dos Tomazes, vai até o centro da ponte sôbre o cónego de Botafogo, reta
esta que serve de divisa ent1e os municípios de Ba1ra do Piraí e Piraí
Intetptetação:
Começa no tibeirão das Minhocas no ponto em que tetmina a linha teta que,
partindo do mo110 denominado alto <la Se11a das Minhocas, passa pelo ma1co
existente no se11ote de Santa Tetesa e segue pela linha de vertentes do diviso1 das
águas do tio das Flo1es das do tio Pataíba até um ponto f10ntei10 e mais ptóximo
da nascente ptincipal do có11ego de Santo Antônio
Foram feitas as descrições dos limites pelo Decreto-lei n• 1 056, de 31-12-1943, e pela Lei
no 2 435 de 5-4 1955, em vittude de a sua fixação final depender ainda de decisão do Egrégio
Supremo Tribunal Fedem!
- 207 -
do tio Paiaíba, num ponto a 300 ( ttezentos) met10s acima da desembocaduta do có11ego do
'Ano Bort1 Nesse ponto atravessa o rio Pataíba, alcançando a margem diteita num ponto que
fica à margem esque1da do córrego Ponte Alta, a 600 (seiscentos) metros acima do pontilhão
da Estiada de Feuo Centrnl do Brasil Dêsse ponto flete pata esque1da e segue po1 linhas tetas
paialelas ao pe1ímet10 urbano desoito em anexo ao Dec1eto-lei nº 1 242 de 9-10-944, e dêsse
pe1ímetro eqüidistante de 300 (trezentos) met10s, até alcançar a ma1gem esqueida do có11ego
do Btandão Continua po1 êste, até a confluência do cóuego Se1enon e sobe, po1 êste, até a sua
principal nascente Daí, em ieta, alcança a principal nascente do 1ibeirão Ttês Poços, também
chamado "Btandão", estabelecendo divisas com o município de Pitaí
b) LIMITES DISTRITAIS
Começa na confluência do iibeiião Ve1111elho no iibeilão das Pedias; segue po1 êste até a
divisa com o município de Resende
Interpretação:
Começa na pedreita situada no ponto mais otiental dos altos dos Michéis, que
dividem as águas do có11ego do Banquete das do ttecho do 1io Gtande; daí, em
uma linha reta, corta os córregos do Banquete e Santa Te1esa, passa pelo alto
da pedra de Santa Teresa e vai atingir, no diviso1 das águas do rio Gtande das
dos 1ios Macacu e Neg10 (linha de cumiada da serra do Monte Verde), o ponto
f1onteito e mais p1óximo da nascente principal do córrego do Monte Verde; daí,
continua pela linha de cumiada da se11a do Monte Verde até alcan,a1 o alto da
Pena
lntetptetação:
Come,a no alto da Pena, segue pela linha de veltentes, na di1eção de sudeste, até
atingir a linha de vertentes do espigão que divide as águas do córrego do Socollo
das de um out10 có11ego sem nome que passa pela fazenda de São Lou1enço e
deságua no tio Grande; daí, desce pela linha de veltentes do dito espigão até um
ponto f1onteiro, no tio Grande, e distante do local denominado Santa Rosa
lnterp1 etação:
Começa no rio Gtande, em um ponto f1onteüo à linha de vertentes do esp1gao que
divide as águas do cónego do Socorro das de um outro córrego sem nome que
passa pela fazenda de São Lou1enço e que deságua no tio Grande, p1óximo à
ponte do Cassiano, diante do local denominado Santa Rosa Daí, pela linha de
vertentes do contraforte que divide as águas do 1ibeitão de Santo Antônio das do
ribeüão de São Lourenço, por ela continua até atingir a linha de cumiada da setra
de Macaé
Interp1etação:
Começa no ponto em que a linha de veltentes do contiaforte que divide as águas
do 1ibeiião de Santo Antônio das do 1ibeirão de São Lomenço atinge a linha de
cumiada da setra de Macaé e por esta linha continua até alcançai o alto da Tapera;
daí, em uma linha teta, na direção de noroeste e coitando a estiada de rodagem
Refúgio - São José do Ribeirão e o 1ibeitão de São José, vai atingir um ponto no
alto do Catete; daí, desce pelo g10tão da nascente ptimipal do córrego das Flores,
alcança a dita nascente e desce o aludido cótrego até a confluência com o rio
Bengala e po1 êste prossegue até a confluência com o tio Gtande; desta confluência
e em uma linha teta, na diteção de noroeste, continua até o ponto mais oriental da
linha de cumiada dos altos dos Michéis
- 209 -
b) LIMITES DISTRITAIS
Interp1etação:
Começa na confluência do cóuego do Socono com o rio Grande, sobe pela linha
de vertentes do espigão que sepaia êsses dois cu1sos-d'água até alcançar a linha
de vertentes que sepaia as águas do ribeirão de São José das do libeirão de Santo
Antônio e, po1 ela continua, até o alto da Tapeia
-14-
- 210 -
Inte1 p1etação:
Começa no 110 Itabapoana, em um ponto f10ntei10 ao matco do Carabuçu, a
nordeste da vila de Santo Eduardo e, em uma linha teta, na direção de sudoeste.
vai atingi1 o 1ibeirão Santo Eduardo, em um ponto frontei10 ao marco da Pedia
situada entre a dita vila e a Usina de Santa Maria; daí, sobe o aludido tibeitão
até a sua nascente principal, galga o 1espectivo g10tão e vai alcançai um ponte,
fronteito e mais próxixmo da 1eferida nascente e na linha de vertentes que sepau
as águas do có11ego da Chica das do valão da Onça e das do ribeirão de Santo
Edua1do
b) LIMI1 ES DISTRITAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
Inte1p1etação:
Começa no alto do Monte Azul, na se11a das Lavtas e segue pela linha de curniada
do divisor que sepata as águas que descem para o rio Macacu das que ve1tem paia
os rios das Lavias e Casserebu, constituído pelas setras do Monte Azul, das Lavias,
pa1te da se11a do Sambê e senas dos Tatus, da Gtanada, do Taquaral, da Boa
Vista, do Alvarenga, da De1rubada e de Braçanã até enconttar Ci marco, na se11a
de Blaçanã, ponto de convergência dos limites de Rio Bonito, Itabotaí e Cachoeitas
do Macacu
b) LIMITES DISTRITAIS
Interp1etação:
Começa no limite com o mun1C1p10 de Silva Ja1dim no ponto em que se enconttam
as linhas de cumiada das serras de Santana e Suja, esta, diviso1 das águas dos
rios Batatal de Cima das do Batatal de Baixo, e acompanha a linha de cumiada
dêsse divisor até um ponto de onde desce até a pedteira do km 110 da E. F Leo-
- 213 -
ooldina, daí, continua em uma linha teta que co1ta a dita Estiada de Ferro, o tio
Macacu, a estrada-tronco No1te Fluminense, e, passando pelo alto do mouo do
Céu, ptossegue até atingit o alto do morro do Piquitote
Inte1p1etação:
Começa no alto do mouo do Piquitote e segue pela linha de cumiada da seua do
Quebra Côco, diviso1 das águas das cabeceitas do tio Guapi-Açu das do tio das'
Duas Banas, até encontrat a linha idêntica da seua dos Ó1gãos ( ttecho do mouo
Queimado), no limite com o município de Nova Ftibmgo
IX - MUNIC1PIO DE CAMBUCI
a) LIMITES MUNICIPAIS
Inte1 pretação:
Começa na confluência do tio Paiaíba com o tio Pomba e sobe po1 êste até o ponto
frnnteito à linha de ve1tentes do espigão que sepata as águas do tibeitão das
F1echeitas das do 1ibeirão dos Leites, galga êsse espigão, pela sua linha de ve1tentes,
até atingit a linha de cumiada da seua das F1echeiras, pela qual continua, passando
pelo pico da Pouta G10ssa e, prosseguindo pela linha de cumiada da seua do Romão,
divisor das águas do rio Mu1Í3é das do 1io Pomba, vai até o ponto de inte1secção
dessa linha com a linha idêntica da sena da Boa Vista
Alva1enga, até o ponto em que, descendo pela linha de ve1tentes do espigão que
sepata os 1ibeüões Toiama e São Domingos, vai atingir a confluência dêstes dois
1ibeirões; daí, segue, em uma linha teta com a 01ientação de trinta e um graus
sudeste ve1dadei10, e, com 10 quilômetros de extensão, vai alcançai um ma1co, com
as iniciais A C de onde, com a mesma orientação e com 2 400 metros de extensão,
vai atingi! um out10 marco, idêntico ao primeüo e com as mesmas iniciais; dêste
matco segue a linha de vertentes até o ponto de onde, descendo, vai ter a um
matco de cimento a1mado, com 4 faces e as iniciais A C , no valão Grande e em
frente à Usina Eléttica do Gambá
b) LIMITES DISTRITAIS
X - MUNIC1PIO DE CAMPOS
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
Começa em um ponto no limite com o disttito de Santo Edua1do no cótrego do Baú, desce
po1 êste até a confluência com o cónego Pau Brasil, descendo o referido cól!ego até a confluência
com o lÍo Mu1iaé, atiavessando-o e continuando pela Rodovia Campos - Italva até a ponte Santana
sôbre o rio Muriaé, desce por êste tio, até a confluência com o Valão da Onça
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
Ent1 e os dist1 ito r de Cantagalo e Santa Rita da F/01 esta:
Começa na se11a <le Rodolfo Gonçalves e segue em teta até a sen,a do Pouso-Aleg1e
Sugestão: *
Começa no ponto em que a teta que divide com o município de Duas Ba11as coita
a linha de cumiada da setra do Quilombo e acompanha essa linha de cumiada até
um ponto fronteito e mais ptóximo da nascente ptincipal do córrego Vai de Graças,
e, em seguida, alcança o ponto idêntico da nascente p1incipal do có11ego das Facas
2 Ent1e os dist1itos de Cantagalo e Euclidelândict
Começa no cóirego Ftio e segue em teta até a se11a de Santa Ma1ta; daí vai em teta até
a patada do Teixeita, na E F Leopoldina
Sugestão: *
Começa no ponto de intetsecção das linhas <le cumiada das se11as da Itaoquinha
e de Santa Rita de onde, descendo, ganha a nascente mais ptóxima do cótrego
do Teixeiia pelo qual desce até a confluência com o tio Neg10; daí, desce o tio
Neg10 até a confluência com o cónego do Bom Vale e pot êste sobe até a con-
fluência com o có11ego Vai de Palmas
3 Entie os dist1itos de Cc111tc1gd!o e São Sebctstião do Pmctíba·
Começa no có11ego Ftio e segue em 1eta até a se11a do Itagiba
Sugestão: *
Começa na linha de cumiada da se11a do Quilombo, em um ponto f10nteito e
mais ptóximo da nascente ptincipal do có11ego das Facas, ganha esta nascente,
desce o dito córrego até a confluência com o tibeitão das Areias pelo qual desce
até a sua confluência com o có11ego Santa Bátbata
4 Ent1e os dist1itos de Sctnttt Ritct da Flo1estct e São Sebctstião do Pct1ctíbtt'
Começa na localidade denominada Campo Aleg1e; segue em teta até o tio Quilombo; e
vai em reta até a sena do mesmo nome
Sugestão: *
Começa na confluência do tio Pataíba com o cóllego Vai de Giaças, sobe por êste
até a sua nascente principal e, daí, sobe até um ponto f10nteito e mais ptóximo
na linha de cumiada da setra do Quilombo
Ent1e os dist1itos de Euclidelânditt e Boct So1te
Começa no luga1 denominado Limoeito; segue em reta até o túnel da Estiada de Fe110
Leopoldina; daí vai em teta até a se11a da Itaoqu1nha; e daí em teta até a se11a do Itagiba
Sugestão: *
Começa no ponto de intetsecção das linhas de cumiada das se11as de Itaoquinha
e Santa Rita, acompanha a linha de c.umiada desta última, passa por cima do túnel
da E F Leopoldina (km 229), passa pelo divisot das águas do tibeitão das Ateias
e do tio Neg10, alcança a linha de cumiada da se11a das Águas Quentes e po1
ela continua até o ponto de intetsecção com a teta que patte da confluência do
cónego da Jaiaiaca com o tio Negro e vai tet à chave do Lontla (limite com o
município de Itaocara)
6 Ent1e os dist1itos de São Sebastião do Pmaíbtt e Bott So1te·
Começa no tibeitão das Ateias, em Santa Bátbata e segue em teta até a se11a do Pôtto
Matinho e pot esta, até o limite com o município de Itaocaia
Sugestão: *
Come~a na confluência <lo có11ego Santa Bá1baia com o tibeitão das Ateias e, em
uma linha teta, vai alcançar o ponto de intetsecção das linhas de cumiada das
se11as do Curti e da Bela Vista; daí, acompanha a linha de cumiada da serra da
Bela Vista até o ponto em que esta ctuza com a teta que patte da chave do Lontta
e vai tet ao Pôrto das Cwzes (limite com o município de Itaocata)
7 Entie os dist1itos de Cantagalo e Boct So1te:
Sugestão: *
Começa na confluência do có11ego Santa Bátbaia com o tibeitão das Ateias e desce
por êste até a confluência com o cónego da Itaoca; daí, sobe êste cótrego até a
* Sugestão para a redação de um novo texto, em virtude de o atual não oferecer margem pata
uma boa interpretação; houve algum descuido na redação, visto como, pela descrição, não se chega
a fechar o perímetro
- 221 -
b) LIMITES DISTRITAIS
Começa ria linha de cumiada da setra dos Ctioulos, no ponto de onde pa1te a linha
idêntica da setra da Santa Luz, daí, prossegue pela primeira linha de cumiada e,
alcançando a linha idêntica da sena do Abreu, po1 ela continua o córrego do
Quilombo
a) LIMITES MUNICIPAIS
lnte1 p1etação:
Começa na confluência do lio de São João com o iio da Aldeia Velha, sobe por
êste até a sua nascente principal, galga o 1espectivo grotão e vai atingit, fü
linha de cumiada da sena de Friburgo, diviso1 das águas do rio Bonito das do
1io da Aldeia Velha, o ponto f10ntei10 e mais próximo da dita nascente e, dêste
ponto, segue a mesma linha de rnmiada, até alcançar o ponto f10nteito e mais
próximo da nascente ptincipal do tÓHego do Novo Destino
b) LIMITES DISTRITAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
XV - MUNICíPIO DE CORDEIRO
a) LIMITES MUNICIPAIS
Com o município de Cantagalo
Começa no ponto onde termina a divisa com o munic1p10 de Duas Ba11as, frontei10 ao
contrafotte da se!fa da Batalha e que divide as águas dos tios Negro e Macuco; sobe êsse dito
contrafo1te, ganha o alto da se11a da Batalha e acompanha a sua linha de cumiada até o ponto
- 224 -
em que velte pa1a a fazenda das Lavlinhas; daí, em uma linha 1eta, coita as estiadas de 10dagem
e de ferro, abaixo da Chave das Lav1inhas e vai te1 a nascente principal do córrego das Lavrinhas;
dêste último ponto, em uma outra linha 1eta, vai alcançai confluência do có11ego São Martinho
no rio Macuco Da confluência do cónego São Maitinho, acompanhando a Estiada de Ferro
Leopoldina, desce até a segunda travessia desta estrada sôb1e o cóuego Vai de Palmas; pouco
além da Paiada do Andtade Desta segunda tlavessia desce o dito cóuego até a sua confluência
no tio Macuco descendo em seguida pot êste até a rnnfluência do cónego do Oliveita
b) LIMITES DISTRITAIS
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
-15 -
- 226 -
b) LIMITES DISTRITAIS
O 2'' dist1ito tem sua sede na localidade de Campos Elíseos, delimitando-se po1 uma Jinl1a
que pa1tindo do cruzamento da linha de ttansmissão da Cia Cauis, Luz e Fôrça do Rio de
Janeito com o canal Satapuí, segue po1 essa até encontta1 o canal de Saiacuruna; seguindo o
canal de Saracut una até encontlat a sua foz no rio Esttêla e pot êsse até a sua foz na Baía de
Guanaba1a; segue pela Baía de Guanabata, da foz do tio Estrêla até o Rio Iguaçu, seguindo
pot êsse até encontrai a foz do canal Satapuí, pot êste seguindo até encontta1 a linha de
ttansmissão da Cia Catris, Luz e Fô1ça do Rio de Janei10
Conf1onta: - Ao noite com o canal de Satacurnna, ao sul com o canal de Satapuí e
tio Iguaçu, a leste com a baía de Guanabarn e tio Est1êla, a oeste com a linha de transmissão
da Cia Cauis, Luz e Fô1ça do Rio de Janei10
O 3• disttito tem sua sede na localidade de Imba1iê, delimitando-se por uma linha que
partillldo do crnzamento da Cia Cauis, Luz e Fôrça do Rio de Janeito com o canal de Saracurum,
segue por esta até encontta1 a linha de divisa com o município de Pet1óp0Jis, pela qual continu~
até encontta1 o ma1co F P E e dêste pela linha de divisa com o município de Magé até
encontrai o canal de Imba1iê; segue pelo canal Imba1iê até o crnzamento com o tio Saiacurnna
e pot êste e pelo canal de Saracut una até encontiat o ponto de pattida
Confronta: - ao noite com a linha de divisa com os municípios de Petiópolis e Magé;
ao sul com o canal de Satacurnna e tio Saracurnna; a leste com o canal de Imba1iê; a oe-;te
com a linha de transmissão da Cia Carris, Luz e Fôtça do Rio de Janeiro
O 4• disttito tem sua sede na localidade de Xe1ém, delimitando-se po1 uma linha que
partindo do crnzamento da linha de transmissão da Cia Cauis, Luz e Fôtça do Rio de Janeito
com o canal de Iguaçu; segue po1 êste até enconttat a foz do tio Tinguá e por êste continua
até encontta1 o tio Mutum, pelo qual segue até o tio das Piabas; segue p01 êste até a linha
de cumiada da seua do Couto divisa com os municípios de Nova Iguaçu e Vassoutas; segue
pela linha de cumiada da seua do Couto até o pico da Boa Vista ou do Couto, divisa com
os municípios de Vassouias e Pettópolis; daí pela linha de cumiada da seua da EsttêJa, divisa
com o município de Pettópolis, seguindo o Jeito do tio Sapucaia e do Mantiquita até o ponto
onde encontta o 1110110 do Fteitas; daí em linha teta segue até o ma1co P H B SOO; dêste ao
ma1co I F P 165 e, daí, em dite~ão ao ma1rn F P E , até encontia1 a linha de tiansmissão
da Cia Cauis, Luz e Fôtça do Rio de Janei10, dêste ponto segue pela linha de tiansmissão até
o ponto de !1<11 tida
Confronta: - Ao noite, com os municípios de Vassouias e Pettópolis; ao sul, com o
município de Nova Iguaçu; a leste, com a linha de t1ansmissão da Cia Cauis, Luz e Fôtc,ct
do Rio de Janeito; a oeste com o município de Nova Iguaçu
b) LIMI1ES DlSTRITAIS
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DlSTRITAIS
XX - MUNICíPIO DE ITAOCARA
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
das águas do rio Paiaíba das do tio Negro, até atingir o ponto de on<le descem
as águas para as ttês vertentes: do tibeirão da Água Preta, do cónego da Sena
Ve1melha e do valão <lo Barro
Mmiaé; sobe poi êste até a confluência <lo valão Gian<le e por êste até um ponto em frente
à Usina Hidrelétdca do Gambá, onde existe um ma1co
Interpretação:
Começa no ponto fionteito e mais p1óximo <la nas(ente piincipal do iibeüão de
Santo Eduardo, na linha de veltentes que sepa1a as águas dêste ribeitão das do
valão da Onça e das do cótrego da Chica; daí segue pela linha de cumiada da
serra do Leitão passando pelos picos do Gambá, do Encantado, dos Prazeies e do
Leitão e continua pela linha idêntica da se11a do Monte Alegre até alcançai a
linha de ve1tentes do espigão que sepata o cónego da Chica, do cóuego da Lapa,
de onde desce pela dita linha do espigão até atingit o iio Mmiaé no ponto f10nteiio
à aludida linha de vertentes; daí, sobe o iio Mmiaé até a sua confluência cóm
o valão Giande e, poi êste acima, até enconttat um marco existente em f1ente l
Usina Hid1eléttica do Gambá
b) LIMITES DISTRITAIS
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
lnte1 p1etação:
Começa na confluência do cótrego dos Bois com o 1io Pitaí, sobe pela linha de
vertentes do esp1gao mais f10nteiro até atingit um ponto na linha idêntica, de
onde descem as águas para a ma1gem diteita do lio Água Fiia, e por ela continua
até alcançai, na linha de cumiada do divisor das águas do libeitão das Lajes das
do lio Pitaí, um ponto frontei10 e mais próximo da nascente plincipal do ribeilão
Passa Vinte
a) IIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
Sugestão para a redação de um novo texto, em virtude de o atual não ofe1ecer ma1gem pata
uma boa interpretação; houve algum descuido na redação, visto como. pela descrição, não se chega
a fechar o perímetro
- 239 -
do 1io de Santo Aleixo das do iio Sm uí até o ponto de onde pai te a linha idêntica
que sepata as águas do tio Surní das do rio Timbita ou Bonga ou ainda de
Cachoeita
3A Na ilha de ItacUJussá
Delimita-se com o município de ltaguí, po1 uma 1eta noite - sul ve1dadeiro, iniciada no
antigo marco da Fazenda Nacional de Santa Cruz
b) LIMITES DISTRITAIS
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
-lü-
- 242 -
segue até atingi! o matco existente no lugat denominado Btejo das Tábuas, de
onde, em outia linha teta, e com a orientação de sul verdadeiro, vai atingir um
ponto no litotal no Oceano Atlântico
b) LIMITES DISTRITAIS
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
Inte1 p1 etação:
Começa no pontão de Smto Antônio, no limite com o Estado de Minas Geiais e
segue pelo divisor de águas dos rios Mmiaé e Pomba até encontrai o divisor
de águas dos libeirões S:dgada e do Limoei10, na seua da Boa Vista, ponto
inicial da sena da Rese1 va
b) LIMITES DISTRITAIS
a) LIMITES MUNICIPAIS
de águas dos tios Caiangola e Mutiaé até encontiar a linha de ve1tentes da esquerda do tio
Gavião, no limite com o Estado de Minas Geiais
Jnte1 pretação:
Começa na linha de cumiada da seua da Püraça, no alto de igual nome, no
limite com o município de Bom Jesus do Itabapoana e desce pela linha de
vertentes da margem esqueida do ribeirão da Conceição, passando pela Pedia
Grande, pico da Desordem e mono do Barbado, até ao ponto de encontro do
ribeüão da Conceição com o 1io Carangola; desce pela linha de vertentes dêste
último, seguindo pelo divisor de águas entre o có~rego do Santiago e o ri?eilão
de São Lourenço até o ponto de encontro das linhas de vertentes do corrego
Santiago com os ribeirões de São Lourenço e Santa Paz; dêste ponto, prosseg~e
pela linha de cumiada do divisor que separa as águas que vertem para o no
Carangola das que descem pata o rio Muriaé até alcançar o ponto d~ intersec~ão
com a linha idêntica da seua do Serrote, no limite com o Estado de Mmas Gerais
b) LIMITES DISTRITAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
1• Dist1ito (Nilópolis):
Faz limites: com o município de Nova Iguaçu pelo canal do Sarapuí, com o Disttito Federal
pelo campo de instrução de Gericinó, com o município de São João de Me1iti pela linha de
transmissão da Companh'ia de Canis, Luz e Fôrça do Rio de Janeüo e com o 2° dist1ito pelos
eixos das ruas Corina Padrez e Manuel Reis
- 248 -
b) LIMITES DISTRITAIS
Interpretação:
Começa na confluência do rio Sana com o rio Macaé, sobe pot êste até a confluência
com o córrego do Novo Destino, por êste acima até a sua nascente ptincipal e,
galgando o respectivo grotão, continua até atingir o ponto fronteiro e mais próximo
da dita nascente, na linha de cumiada da serra de Friburgo, divisot das águas do
rio Bohito das do rio da Aldeia Velha e prossegue pela linha de cumiada até
alcançar o ponto fronteiro e mais ptóximo da nascente principal do último tio
mencionado
b) LIMITES DISTRITAIS
dêste até a garganta do alto da Lagoa Sêca e, em linha 1ela, pela cumiada das serras de
D Mariana até o rio Grande
b) LIMITES DISTRITAIS
nesse ttecho, até a estação de Ambaí; daí, em 1eta até a esta~ão de Miguel Couto <la E F Rio
do Ouro; rnntorna a estação po1 um a1co, cÍlrnlo de 450 met10s de iaio, envolvente, pa1a Novtt
Iguaçu, até atingil a 10dovia Miguel Couto - Babi
b) LIMITES DISTRITAIS
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
XL - MUNICíPIO DE PORCiúNCULA
a) LIMITES MUNICIPAIS
-17 -
- 258 -
b) LIMITES DISTRITAIS
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
Ent1 e os dist1itos de Rio Bonito e Boa Espe1ança
Começa no limite com o município de Saquatema e segue pela cumiada da sena de Catimbau
Gtande, descendo pela mesma em linha teta até o pontilhão da estrada de Duas Batras sôbre
o rio Vista Alegte; segue pelo eixo da 1efe1ida estrada até encontrar o rio Duas Ba11as e por
êste vai até a sua confluência no tio Vetmelho, ptosseguindo pelo mesmo até a sua confluência
no rio Bacaxá e po1 êste abaixo até encont1a1 a linha divisótia com o município de Silva Jatdim
- 261 -
b) LIMITES DISTRITAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMJTES DISTRITAIS
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
J
- 268 -
b) LIMITES DISTRITAIS
b) LIMITES DIS'TRITAIS
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
a) LIMITES MUNICIPAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
Ent1 e os dist1 itos de Sapucaia e Anta·
Começa na foz do cónego Boa Espeiança ou São João, sobe po1 êste até a sua nascente
principal, daí, em reta, até a pedra de São João na serra da Banqueta; segue pela linha de cumiada
desta até a nascente piincipal do cónego Lava-Pés, desce por êste até a sua confluência no
rio Calçado.
J
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Boqueirão ou de São João, Amar e Querer e Castelhana; prossegue pelo contraforte denominado
Palmital e daí em reta este - oeste, aproximadamente, até o marco existente na convergência
dos limites de Saquarema, Araruama e Rio Bonito.
Interpretação:
Começa no ponto fronteiro e mais próximo da nascente principal do rio Tanguá
ou Tomascar, na linha de cumiada da serra Redonda e segue pela linha idêntica
do divisor que separa as águas que descem para o rio Bacaxá ou do Mato Alto
das que vertem para o Oceano Atlântico, constituído pelas serras Redonda, do
Tingui, parte da serra do Catimbau, serras dos Portelas, da Boa Esperança, do
Boqueirão ou de São João, do Amar e Querer e da Castelhana, até atingir o
ponto de onde desce pela linha de vertentes do contraforte mais direto, até a
respectiva aba e, daí, em linha reta, em direção de este, prossegue até alcançar o
marco na linha ou rumo da Crispina, onde confina êste município com os de Rio
Bonito e .Araruama .
b) LIMITES DISTRITAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
LV - MUNICíPIO DE SUMIDOURO
a) LIMITES MUNICIPAIS
1. Com o município de Sapucaia:
Começa no marco divisor dos municípios de Sumidouro, Teresópolis, Petrópolis e Sapucai.1
e segue pelo divisor de águas dos rios Paquequer e São Francisco até a confluência do rio
Paquequer no de São Francisco.
Interpretação:
Começa no alto do Pião, no ponto em que se encontram as linhas de cumiada das
serras do Capim da Agua Quente e do Rosa, segue pela dita linha desta última
serra e, passando pelos altos dos Caetes, do Rosa, do Guedes e da Boa Vista,
continua até atingir a linha de vertentes do espigão mais direto, pela qual desce
e vai atingir a confluência do rio Paquequer com o rio de São Francisco.
b) LIMITES DISTRITAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
a) LIMITES MUNICIPAIS
Sugestão para a redação de um novo texto, em virtude de o atual não oferecer margem para
uma boa interpretação; houve algum descuido na redação, visto como, pela descrição, não se chega
a fechar o perímetro.
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de onde, sÚbindo pela linha de vertentes do esp1gao _mais prox1mo, atinge a linha
de cumiada da serra das Cambotas, passa sôbre o túnel do Cedro, da mesma Estrada
de Ferro, continua ·pela dita linha de cumiada até alcançar a linha de vertentes
do espigão mais direto, pela qual desce e vai ter no centro da ponte do Fagundes,
sôbre o rio do mesmo nome.
b) LIMITES DISTRITAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
b) LIMITES DISTRITAIS
Foram feitas as descrições dos limites pelo Decreto-lei no 1 056, de 31-12-19·!3, e pela Lei
n9 2 435, de 5-4-1955, em virtude de a sua fixação final <lep':'nder ainda de decisão do Egrégio
Supremo Tribunal Federal.