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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA


DIRETÓRIO REGfNAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

ANUÁRIO GEOGRÁFICO
DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO


N.º 8 - 1955

PUBLICAÇÃO FEITA CO'M O CONCURSO DO


DEPARTAMENTO GEOGRAFICO

RIO DE JANEIRO
SERVIÇO GRÁFICO DO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

1956
ANUÁRIO GEOGRÁFICO
DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
(Cria~o pela Res n ° 98, de 1º de março de 1948,
do Diret6rio Regional do Conselho Nacional de Geografia)

Diretor: Lurz DE SouzA


Engenheiro Civil
(Designado pela Res n ° 102, de 15 de dezembro de 1948, do D. R G.)

REDAÇÃO
DEPARTAMENTO GEOGRÁFICO
Edifício "Visconde de Itaboraí" - l 0° andar
Rua Vise. de Sepetiba esq da Av. Amaral Peixoto
Niter6i - Estado do Rio de Janeiro
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
ORGANISMO FEDERATIVO SUBORDINADO DIRETAMENTE À PRESIDtNCJA DA REPÚBLICA
ESQ'O'llill&A E!ITJIUTUJIAL DOS SllllVIÇOll IHIOGllÁJ'ICOS

A - ÓRGÃO ADMINISTRATIVO - Secretaria-Geral do Conselho


(Os membros do Diretório Cent111I, representando a União Federal, os Presidentes do'
.
Assembléia Geral...... • ................ ' lf Diret6nos Reg1onais, representando as Unidades Feder';'daa e dois representantes das
organ111al)llee particulares mtegradas). - Reúne-se ordmànamente em urna sooaão
anual, inaugurada a l.• de iulho, ªli'\ reunião con1unta. com a A. G. do C. N. E., sob
a presldêneta do Presidente do Instituto.
I - ConselhoNacionalde
Geografia (Or1on- (O Presidente do Iaatituto, O Diretor -do Serviço de Geografia e Cartografia, como
tação e coordenação B - Ô RGÃOS DELl- Seeretáno-Geral do Conselho, um delegado técnico de cada Mimsténo, um representanro
gera!s). Cnado pelo BERATIVOS especial do Ministério da Educacllo e Sadde, pelas Institmções olicialS do ensino de
Decreto n.0 l 527, Diretório Central .................... , , •• , Geografia um representante especial do Mimsténo das Relações Exten.ores, oomo
de 24 de março de elemento 'articulador das relações internac1ona1S do Conselho, um representante do
1937, e regulamen- { Govêrno do Distrito Federal e um representante do C. N. E.). - Reúne-se ordinà·
taçílo pela Resolução namente urna vez em cada qumzena.
n.0 31, de 10 de
1ulho do mesmo Diretórios Reg1ona1s.... . ................ {Nos Estados e no Território do Acre. (Compoa1çllo variável, mas guardada a posslvel analogia
ano, da Assembléia com o Diret6no Central).
Geral do C. N. E.
"Comisliões Técnicas. Permanentes" (Levantamentos Territona1s, Cartografia, Geografia
Ffi!ica, Geografia Humana, Geografia Regional e Didática); tantas "CoDW1Sões EspeciaJS"
Coilll88ões Técnicas........ . • . . • . . . • . . • • • • {
OPINA- quantas necessârie.s.
C - ÓRGÃOS
TI VOS { Consultoria Nae1one.l, articulada com o Diretóno Central (40 membros eleitos pela A. G. do
Corpo de Consultores Técnicos..... . • . • • • • { Conaelho); Consultonaa Reg1ona1s, articuladas com os MSpootivos Diretbnoa Regionam
(5 a 20 membl"O!! cada uma, eleitos pelo Diretóno Central).
Ôrgllo Executivo Central. ••....•••.•..• , •. fSERVICO DE GEOGRAFIA E CARTOGRAFIA.
\ (CIU.do pelo Decreto-lei n.0 6 828, de 25 de agôsto de 1944).
DEPARTAMENTO NACIONAL {Divisão de Cf!!.1'!~ª e Minemlogia
DA PRODUÇÃO MINERAL DivlSão de ag"""
DiVlBão de Fomento da Produçllo Mineral
DEPARTAMENTO NACIONAL DA PRODUÇÃO VEGETAL: Divisão de Tenas
MinlatériodaAgricultura DE;A~~1~~To NACIONAL DA PRODUÇÃO ANIMAL: DivJSllo de Caça
CEI'fT~ÕuaN4CIONAL DE ENSINO E PESQIDSAS AGRONÔMICAS: Instituto de
Ecologia e Expenmentaçllo Agrlcolas.
SERVIÇO FLORESTAL
SERVICO DE METEOROLOGIA
DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS CONTRA AS SECAS

!
DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE FERRO
A - ORGANIZAÇÃO Minis«lno da Viação... DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM
FEDERAL DEPARTAMENTO DOS CORREIOS E TELtGRAFOS
DEPARTAMENTO NACIONAL DE PORTOS, RIOS E CANAIS
DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS E SANEAMENTO
Órgãos coopera-
dores Min1Stério do Tnibalho. DEPARTAMENTO NACIONAL DE lMIGRACÃO
Mimstérlo da Educação {MUSEU NACIONAL
e Saúde \.OBSERVATÓRIO NACIONAL
Min1aténo da Fazenda .• {SERVIÇO DO PATRIMÔNIO DA UNIÃO
Minmténo das Relações {DIVISÃO DE FRONTEIRAS
Extenorea
Ministério da Justiça.. ARQUIVO NACIONAL
1 SERVICO GEOGRÁFICO DO EXtRCITO - DIRETORIA DE HIDROGRAFIA
Miwstérioa Militares. \J E NAVEGAÇÃO - DIRETORIA DE ROTAS AÉREAS - (Colaboração
II - Quadro Executivo condicionada).
(Cooperação fede-
rativa) TERRITÓRIO DO GUAPORÉ: Servioo de Geografia e Estatfstica. - TERRITÓRIO
DO ACRE: Departamento de Geotmlfla e Estatfstica. - AMAZONAS: Departa,.
mento F.atadual de :&taúatioa. - 'í'..ERRITÕRIO DO RIO BRANCO: Servi90
de Geog_rafia e Elltatfstioa. - PIARA: Difetorla de Obras Pdblicas, Terraa e Via_gão
- TERfüTORIO DO AMAP : &moo de Geografia e Estatfstica. - MARANHÃO:
Diretoria de Obras Pdblicas •. - PIAUÍ: Departamento Estadual de Eatatfstiaa. -
CEARÁ: DÍl'!1«lria de VI.ação e Obm8 Pdblioas. -.,. RIO GRANDE DO NORTE
Departamento Estadual de Estatfatlca. - PARAÍBA: Departamento Estadual de
B - ORGANIZAÇÃO Repartições que funcfonam como 6rglioa Estatfstioa, - PERNAMBUCO: Departamento Estadusl de Estatfstica. - AJ.A-
REGIONAL centrais de geografia GOAS: Departamento Estadual de Estati'stioa. - SERGIPE: Departamento Esta-
dual de Eetatt.t!ca. - BAHIA: Peimrtamento Geogn!.fiço. - M~NAS GERAIS: De-
partamento Geográfico. - ESPIRITO SANTO: Sérvi\!O Geográfico Geológico e Mi·
neral6gico. - RIO DE JANEL"ll.0: Departamento Geográfico. - bISTRlTO FE-
D::!lRAL: Departamento de Geografia e Estatfstica. - SÃO PAULO: lnsUtuto
Geográfico e Geol6111co. - PARAN A: Departamento de Geografia, Terraa e Colom-
sação, - SANTA CATARINA: Departamento Estadual de Geografia e Cartoiuafla.
- RIO GRANDE DO SUL: Diftltona de Geografia, - MATO GROSSO: :Õepar·
tamento de Terl'llll e Colonbaçllo. - GOI!s: Departamento de Geo!P'llfla e Terraa,
C - ORGANIZAÇÃO LOCAL ................... . Dlretónos Municlpaia, Corpo de lnformantl:ll e Serviooe Munioipala oom atividades
{ goográficas.
DIRETõRIO REGIONAL DE GEOGRAFIA

PRESIDENTE:
Engenheiro SALO BRAND
Secretário de Viação e Obias Públicas

SECRETARIO:
Engenheiro LUIZ DE SOUZA
Diretor do Departamento Geográfico

SECRETARIO-ASSISTENTE:
JEFFERSON FERREIRA DOS SANTOS
Chefe dos Serviços Auxilia1es do Dep Geográfico

***
Engenheiro DÉcio SILVINO DE FARIA
Chefe da Divisão da Carta do Departamento Geográfico

Dr LUIZ FELIPE DE MORAIS LAMEGO


Professor da Faculdade de Filosofia

Sr ALDEMAR ALEGRIA
Diretor do Departamento Estadual de Estatística

Sr FRANCISCO STEELE
Inspetor Regional de Estatística Municipal

Engenheiro JOSÉ JOAQUIM MONTEIRO DE CASTRO JUNIOR


Chefe da Divisão de Viação e Obras Públicas da Prefeitura Municipal
de Niterói

CONSULTORES TÉCNICOS:
Professor Lmz P ALMIER (vogal)
Engenheiro JosÉ SouzA DE MIRANDA (vogal)
Professor MOACYR PAVAGEAU (vogal)
Professor DÉcro FERREIRA CRETTON
Professor ADAUTO SOARES MoNTEIRO
Coronel DÁCIO CÉSAR
Excelentíssimo Senhor Governador do Estado do Rio de Janeiro, Doutor Miguel Couto Filho
Excelentíssimo Senhor Presidente do Diretório Regionol de Geografia e Secretário de Viação e Obras
Públicas, Engenheiro Saio Brand
SUMÁRIO

Págs
REGISTRO XV
A GEOLOGIA DE NITERÓI NA TECTÔNICA DA GUANABARA - Alberto Riheiro
Lamego
PLANÍCIE LITORANEA E ZONA CANAVIEIRA DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO - EXCURSÃO PROGRAMADA PARA O XVIII CONGRESSO
INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA 23
~ PESCA NO LITORAL FLUMINENSE - Lysia Ma1ia Cavalcanti Berna1des e Nilo
Berna1des 27~

x- CHEFES DO PODER EXECUTIVO FLUMINENSE 6? V


EXCURSÃO À BAIXADA FLUMINENSE - João Dias da Silveira, José Veiíssimo da
Costa Pereira e Lysia Maiia Cavalcanti 65
XV
... _, ___SESSÃO ORDINÁRIA
_DE GEOGRAFIA DA ASSEMBLÉIA GERAL DO CONSELHO NACIONAL
77
--RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DO D R G 'EM 1954 87
v GUIA DE EXCURSÃO A RIBEIRÃO DAS LAJES - Ney Strauch 99 t

:AGUAS MINERAIS FLUMINENSES 123 v,


O CALCÁRIO NA REGIÃO DE SÃO FIDÉLIS 127
NOTAS SôBRE A EVOLUÇÃO DA OCUPAÇÃO HUMANA NA BAIXADA FLUMI-
NENSE - Ped10 Pinchas Geiger e Ruth Lyra Santos 131
-..\VULTOS DA GEOGRAFIA FLUMINENSE: - LUIZ PALMIER - JOSÉ VERÍSSIMO
DA COSTA PEREIRA - EDUARDO RODRIGUES DE FIGUEIREDO 151 v
DECLINAÇÕES MAGNÉTICAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 163
O ESTADO DO RIO DE JANEIRO EM FACE DA MUDANÇA DA CAPITAL
FEDERAL 165
'.DIV/ISÃO REGIONAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 167.i
~ACIÇO DO ITATIAIA - A!fiedo José Pôrto Domingues 169
)\TÁS DAS REUNIÕES ORDINÁRIAS E RESOLUÇÕES DO DR G - 1954-1955 181

LEGISLAÇÃO DE INTER~SSE GEOGRÁFICO 187


ROTEIROS FLUMINENSES - A LAGOA FEIA, NA BAIX4DA DOS GOITACAZES
- José Maria Boada 195
DIVISÃO TERRITORIAL E ADMINISTRATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 199
REGISTRO

A MATE.RIA DO "ANUARIO", EMBORA FIQUE PRONTA EM FINS DE


DEZEMBRO E SEJA ENVIADA AO PRELO NOS PRIMEIROS DIAS DE
JANEIRO DE CADA ANO, TEM A SUA IMPRESSÃO CONCLU1DA NOMES
DE MAIO OU JUNHO, EM VIRTUDE DO GRANDE NUMERO DE PUBLICA-
ÇÕES EDITADAS PELOS DOIS CONSELHOS, DE ESTAT1STICA E DE GEO-
GRAFIA, NO SERVIÇO GRAFICO DO I. B G E

ASSIM, A MATERIA DE UM ANO SERA PUBLICADA SôMENTE NO ANO


SEGUINTE E JA NO VIGOR DO SEU DESENVOLVIMENTO POR ESTA
RAZÃO, ESTE NüMERO DO "ANUARIO" DEVERA SAIR À LUZ NAS ANTE-
VESPERAS DA REALIZAÇÃO DO XVIII CONGRESSO INTERNACIONAL DE
GEOGRAFIA, MARCADA PARA O MÊS DE AGôSTO DE 1956, NA CIDADE
DO RIO DE JANEIRO
TODOS OS QUE SUPERINTENDEM ESTUDOS E TRABALHOS DE GEO-
GRAFIA, NO MUNDO, ESTÃO CONVOCADOS A PARTICIPAR DESSE
IMPORTANTE CONCLAVE, O PRIMEIRO DESTA NATUREZA QUE SE
REALIZA, NÃO Só NESTE PA1S, MAS NO HEMISFERIO SUL

OS TRABALHOS PREPARATôRIOS DO CONGRESSO FORAM INTEN-


SIFICADOS DURANTE O ANO DE 1954 PELA COMISSÃO ORGANIZADORA,
QUE TEM À FRENTE DOS SEUS TRABALHOS O ESP1RITO DINÂMICO DO
PROFESSOR HILGARD O'REILLY STERNBERG, DIRETOR DO CENTRO DE
PESQUISAS DE GEOGRAFIA DO BRASIL DA FACULDADE NACIONAL DE
FILOSOFIA DA UNIVERSIDADE DO BRASIL, CATEDRATICO DA PONTI-
F1CIA UNIVERSIDADE CATôLICA E PROFESSOR DO INSTITUTO RIO
BRANCO DO MINISTBRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES

A ESCOLHA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO PARA A INSTALAÇÃO


DO XVIII CONGRESSO FOI UMA DISTINÇÃO PARA O BRASIL E UM ÍNDICE
DO PRESTIGIO QUE DESFRUTA A GEOGRAFIA BRASILEIRA NO SEIO DOS
QUARENTA PA1SES QUE INTEGRAM A UNIÃO GEOGRAFICA INTERNA-
CIONAL, PROMOTORA DESSES SODAL1CIOS

UM DOS PONTOS ALTOS NO PROGRAMA DO CONGRESSO HA DE SER


O DAS EXCURSÕES SEGUINDO ITINERARIOS PREVIAMENTE ESTABELE-
CIDOS E ACOMPANHADOS POR GEóGRAFOS NACIONAIS ESPECIALIZADOS,
-XVI-

OS HOMENS DA CIÊNCIA GEOGRAFICA DE OUTRAS TERRAS TERÃO


OPORTUNIDADE DE ESTUDAR OS PROBLEMAS GEOGRAFICOS BRASILEI-
ROS, "IN LOCO", COM FECUNDOS RESULTADOS PARA O PAÍS UMA
DAS EXCURSÕES DEVERA SER EFETUADA NO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO, REGISTRANDO ÊSTE NúMERO DO "ANUARIO" O RESPECTIVO
ROTEIRO

RESULTARA DÊSSE CONGRESSO, COMO CONTRIBUIÇÃO A GEOGRAFIA,


UMA VISÃO MAIS ESCLARECIDA DE NOSSOS PROBLEMAS, ENCARADOS
POR NOTABILIDADES DA CIENCIA GEOGRAFICA MUNDIAL

LUIZ DE SOUZA
A GEOLOGIA DE NITERÓI NA TECTÔNICA
DA GUANABARA
AI BERTO RIBEIRO LAMEGO
Engenheiro de minas, Diretor da Divisão de
Geologia e Mineralogia do Ministério da
Agricultura, e Membro do Diretório Central
do Conselho Nacional de Geografia

"Mais que qualque1 out10 tamo da Geologia, a tectônica


p10duz sôbre a nossa imaginação êsse efeito de smpresa
J:iem conhecido de todos os que assistitam a um terro-
moto Estudando-a, sente-se o solo abalar e os muros
desaba1em Crê-se ver, aos golpes da ttombeta do Apo-
calipse, os Alpes e os Himalaias inclina1em os seus
cimos, os mates abandona1em os seus leitos, países
inteitos porem-se a marchar sôbre out1os países e, ante
tais cataclismas, a próp1ia lembiança do que pode1ia te1
sido a civilização humana desapa1ece1 como fumaça"
L DE LAUNAY: 01! en ert Géologie, pág 32

Quem nos seguiu em ''Escarpas do Rio de Janeiro" através da margem ocidental


da Guanabara, há de notar aqui, na banda oposta da baía, uma associação de fenômenos
geológicos singularmente diversa da primeira, responsável pela invulgar topografia
de contrastes que caracteriza a terra carioca
Eram de ser esperadas em áreas tão vizinhas e fronteiras, de mesma constituição
petrográfica e apenas desunidas por alguns quilômetros do braço de mar por elas
encerrado, similitudes geológicas bem notáveis, quer quanto a uma aproximada
simetria na disposição dos vários tipos de rochas, quer sobretudo, quanto a um
paralelismo de ocorrências tectônicas em ambas estas faixas laterais, dado que, um
golpe de vista superficial e sob uma lógica simplista, a baía deveria resultar do
mesmo conjunto de fenômenos a atuarem simultâneamente em reduzido fragmento
da crosta terrestre
Foi nessa expectativa que começamos a cartografar as rochas regionais da margem
oriental, esperando poder concatená-las numa síntese estratigráfica e tectônica algo
semelhante à da margem ocidental A mesma precisão para as pesquisas de campo
foi adotada Idênticos e longos caminhamentos permitiram delimitar na excelente
fôlha do Serviço Geográfico Militar contatos rigorosos entr~ as rochas constituintes
de Niterói e de São Gonçalo, numa área pouco inferior a 200 quilômetros quadrados
Em muitas centenas de quilômetros percorridos a pé, ao longo dos vales, em
travessias de serrotes e beirando as elevações, - a fim de. limitar os terrenos quater-
nários com o Cristalino - , esforçamo-nos por coletar os elementos necessários a uma
compreensiva elucidação da geologia regional. Sempre que possível, os mergulhos das

-1-
-2-

camadas foram iegistiados Os planos de fratura mais conspícuos caitografados E,


quando finda a nossa taiefa analítica, demos comêço a uma recomposição sintética da
estrntura geológica das foimações, com espanto verificamos uma dissimetria absoluta
entre esta faixa marginal e a que defronte lhe fica, ocupada pela cidade do Rio de Janeiro
Em ambas, de fato, como quadro natural <la Guanabaia, revelaram-se fenômenos
dinâmicos responsáveis pela origem da baía Tais fenômenos, porém, embora resul-
tantes da atuação de mesmas causas contemporâneas, intesificaram efeitos diastróficos
bem diversos para cada uma das margens opostas
No Rio de Janeüo, já expusemos uma notável construção orogemca em tôrno do
maciço da serra da Calioca, manifesta por uma série de enrugamentos sucessivos que
se deitam sôbie uma bossa granítica As falhas são relativamente raras, e o mais
sensível efeito daquelas rugas foi o de elevai um paredão de montanhas costeüas
que separam o oceano de extensa depressão que vai às abas da Sena do Mar
Importantes diques de 10chas básicas nessa massa montanhosa vieram sobietudo definir
os vales atuais, - igualmente influenciados pelas dobras - , devido à menoi resistência
à erosão em talhos da c10sta que de remotas eias pré-traçaram as futuras linhas dos
talvegues
O que iremos piesentemcnte observar é diferente
Para começai, um único tipo de rocha é predominante, e justamente um dos que
menos abundam no Azóico brasileiro: o gnais lenticular Seus afloramentos alastram-se
por quase tôda esta região oriental, onde as exposições dos demais tipos ocupam
áreas secundáiias
Já com esta observação surgem dificuldades enormes paia uma síntese tectônica,
visto ser o gnais lenticular uma rocha intermédia e de espessura limitada a menos de
mil metros, c.onfoimc expusemos no tiabalho anterior, onde a sua gênese foi revelada
como devida a faltes dobramentos em profundidades em que os elementos ascendentes
do magma granítico são caracterizados pela cristalização do feldspato
Para uma idealização da atual estrutma iegional, é portanto impiescindível admitir-
-se um importante sistema de falhas que esfacelaram tôda a região, contràriamente ao
que se dera na maigem carioca on<le os desabamentos são relativamente secundários
A existência de tais falhas, embora menos aparentes que na outra margem onde
são ilusàriamente sugeiidas pelas impressionantes escai pas do Rio de Janeiro, não
resulta porém de meras deduções petrográficas e da possança relativas das camadas do
gnais lentirnlar Nas válias seções em que tentamos elucidai a estrutma regional,
podem-se iepetidamente notar súbitas mudanças de mergulho das camadas, inexpli-
cáveis a não ser pela intei venção de consecutivos deslocamentos veiticais
Opinamos assim que, enquanto a margem caiioca é tectônicamente definida po1
fenômenos essencialmente 010gênicos, com formação de plicaturas sucessivas, a maigem
niteroiense ca1acteriza-se p01 uma estrutura fundamental de fossas e pila1es, - g1abe111
e hoJSts
Em sua primitiva origem azóica as 10chas gnáissicas tive1 am idêntica gênese à
das da maigem ocidental, isto é, todo um sistema 010gênico desenvolveu-se permitindo
a diferenciação da série cm espécies similares às do Rio de Janeiro e <la Sena <lo Mat
Não tendo porém como na Serra da Carioca um núcleo compacto <le granito resistente
a poderosos esforços verticais, tôda esta massa logo a seguir desabou em falhas,
rompeu-se de fraturas numerosas, abateu-se afinal tão fragmentada que, a erosao
-3-

agindo sôbre as camadas superiores de biotita-gnais, já de s1 mais atacáveis pela


decomposição mais rápida, removeu-as quase inteiramente, expondo o substrato das
camadas de gnais lenticular menos destrutível
Uma das comprovações destas rupturas primitivas nos é dada pelos veios de
quartzo que sobretudo na zona central entre o Saco de São Francisco e Paciência,
alinham ininterruptamente os seus afloramentos numa exibição cabal de uma fratura
de pelo menos 18 quilômetros de extensão. Ao norte e ao sul desta linha, outras séries
de afloramentos de tais veios encurvam-se gradativamente de suleste para nordeste,
parecendo assim definir planos de ruptura da crosta já primordialmente orientados
Tal orientação a exprimir tendência~i primitivas à ruptura em arcos de círculo
de amplo raio e centralizados em algum ponto da Guanabara, parece ter persistido
através das Idades Apenas o centro, então situado na parte setentrional da baía, foi
deslocado para o sul
Com isto chegamos a uma observação fundamental para a origem da Guanabara
O mapa nos apresenta outra série de veios, de longos afloramentos, alguns dos quais
notàvelmente paralelos entre si São compostos de diabasito e em raras ocorrências
locais, passam a basaltito
Um simples olhar de geólogo à disposição dêstes veios vai-nos agora revelar um
fato importantíssimo para a tectônica da baía, não previsto no estudo anterior da
margem ocidental, onde tais ocorrências não existem. Ê que tais veios provam desaba-
mentos circulares em tôrno de um foco centralizado em plena Guanabara, a qual passa
dêste modo a ser uma fossa tectônica
Radialmente, às linhas mest1as de ruptura representadas pelos veios, os bordos da
baía racharam-se, dando em conseqüência os longos vales estreitos que para ela descem
do Saco de São Francisco a Neves, subitamente limitados na orla marítima anterior
aos sedimentos quaternários, devido a escorregamentos de massas de rochas para os
fundos da Guanabara
Chegamos assim à conclusão de que, embora aparentemente menos atrativa para
o geólogo que a margem ocidental com seus relevos imponentes e a sua rica petrografia,
a menos impressionante margem oriental é que nos dá, com a sua tectônica, a chave
mestra do problema da origem da Guanabara Foi ela ademais que, com seus tipos
de gnais intermediários do Engenho Pequeno, - que denominamos de pré-leptinitos
- , permitiu-nos verificar a passagem do gnais primitivo aos leptinitos, elucidando
não somente a origem destas rochas como esclarecendo o mais obscuro ponto de
partida para a "Teoria do Protognais".

AS ROCHAS GNÃISSICAS NA ESTRUTURA REGIONAL

Como fizemos ver nas linhas antecedentes, contávamos ao iniciarmos os trabalhos


de campo para êste estudo, chegar a conclusões de algum modo semelhantes às que
foram alcançadas para a margem carioca, onde, malgrado a topografia convulsionada
de contrastes, a estrutura geológica se apresenta compactamente bem composta numa
síntese original
Era o que se poderia à primeira vista depreender da relativa simetria destas
faixas marginais à grande baía, as quais, pelo menos à entrada da barra, notàvelmente
se assemelham, embora mais para o interior o bordo niteroiense vá se deprimindo cm
ondulações muito menos expressivas que as da cidade do Rio de Janeiro
-4-

Idêntica solicitude nas pesquisas e uma contínua busca de elementos capazes de


orientar-nos para a elucidação da estrutura e da tectônica regionais, apenas expuseram
uma complexidade estratigráfica dificilmente ultrapassada em quaisquer regiões de
composição azóica do território fluminense, no qual geologicamente se encaixa o
Distrito Federal
O tão conspícuo orogenismo do pequeno maciço da outra banda, quase não
apresenta reflexos dêste lado A distribuição das rochas, - embora visivelmente
orientadas em pequenas faixas de su~este para nordeste - , está longe de apresentar
a mesma riqueza de espécies e a relativa extensão das áreas da outra margem.
Somente em zonas bem restritas podemos relacionar fragmentos de estruturas
simétricas em ambos os lados da baía Sente-se que, num cômputo geral das observações
para cada margem, uma evidente solução de continuidade estrutural veio afetar
profundamente a esperada uniformidade tectônica dos fenômenos que em ambos os
lados se associaram para a formação da Guanabara
Enquanto a margem carioca com a sua morfologia tôda esfacelada de escarpas
que desabam de relevos montanhosos, acidentada de picos que bruscamente emergem
dé profundidades marítimas aterradas, avivada de contrastes dos mais vários entre
paisagens de planície e de montanha dificilmente revistos em outra região do globo
terrestre, apresenta-se sinteticamente definida por uma estrutura geológica condensada
em tôrno de uma bossa granítica, a margem niteroiense, com a sua topografia colinosa
e esbatida, de formas simples que entre si combinam, vai-nos paradoxalmente aparecer
com uma estratigrafia violenta de fraturas, de inesperadas inversões no mergulho
das camadas, de mineralizações que atestam um minucioso fraturamento interno sob
essa aparência de tranqüilidade paisagística regional
Uma crosta de fragmentos ajustados e soldados por cimentação magmática
Compreende-se que, em tal caso, os cortes geológicos em grandes extensões
tornam-se passíveis de revisões Por mais bem cuidadas que sejam as pesquisas dos
fenômenos estratigráficos e tectônicos, há um campo aberto a interpretações individuais
que podem divergir Os grandes lineamentos da estrutura regional precisam-se todavia
em traços que se firmam, permitindo a fixação de aspectos gerais e positivos do
conjunto dos fenômenos, e, com êles, a dedução de resultados logicamente inatacáveis
É soo tais evidências que iniciamos a nossa exposição, na qual, os dados colhidos
no campo, embora por vêzes fragmentários pela insuficiência de afloramentos, irão
gradativamente conduzir-nos à percepção da tectônica regional sob um aspecto a nosso
ver imodificável em seus fundamentos sintéticos
Um dos impecilhos a uma clara compreensão da estrutura regional é a ausência
de altos cordões montanhosos, os quais, quando não constituídos de rochas intrusivas,
geralmente apresentam ' boas exposições de camadas que deixam perceber a sua
composição e o modo por que se elevaram
Outro, que aqui infelizmente se conjuga ao primeiro, é a generalizada ocorrêncift
de gnais lenticular cujo alastramento uniformiza a petrografia regional
A êsse gnaisse sobrepõe-se em faixas medíocres, próximas aos bordos marítimos,
outros tipos de rochas Mesmo porém nestas zonas providenciais para o geólogo à
cata de elementos estruturais, a topografia ondulante e os relevos cobertos de solo
residual, quase sempre obscurecem as pesquisas estratigráficas
-5-

Ademais, êstes afloramentos, quando mais bem expostos em plicaturas, não


aparentam relacionar-se com as grandes dobras fronteitas do maciço carioca, o que
se deveria esperar de uma orientação com elas concordante
Verdade é que a topografia nos induz a crer que alguns serrotes da margem
oriental não passam de prolongamentos de cordões de morros do Rio de Janeiro.
É o que se dá com as elevações da Viração, do Sapêzal e de Santo Inácio, interpostas
entre o Saco de São Francisco e a lagoa de Pirapetinga e que parecem continuar o
serrote de Copacabana e o bloco Urca-Pão de Açúcar Similarmente, as ilhas do Pai
e da Mãe, a ponta do Itaipu e o morro do Telégrafo, dir-se-iam prolongar o arco
do arquipélago das Cagarras ou o das ilhas Redonda e Raza, prováveis testemunhos
emersos de primitivas dobras mergulhadas no Atlântico
Um estudo comparativo do mergulho geral das camadas em ambos os lados da
Guanabara, não confirma porém a ligação topográfica por uma concordância estratigráfica.
No Rio de Janeiro, o mergulho das camadas desde o Pão de Açúcar até a
Gávea, embora gire de leste para oeste em tôrno do hemidomo da serra da Carioca,
é sempre dirigido para o mar Ora, quer em Itaipu, e no morro do Telégrafo, quer
na longa península entre as lagoas de Itaipu e de Pirapetinga, quer no serrote da
Jurujuba, o gnais mergulha para o norte, só vindo a inclinar-se em pendor contrário,
- com exceção de casos locais, como na pedreira do morro do Cavalão, em Saata
Rosa - , no divisor entre as planícies de Icaraí e de Niterói
Daí para o norte, nas vizinhanças da baía, o mergulho é sempre para o sul,
enquanto nas zonas de leste as observações tornam-se quase sempre impossíveis devido
à falta de bons afloramentos, como no vale do rio Tribobó
Vemosc portanto que, além de uma contrastante divergência nos mergulhos que
impede a correlação estratigráfica entre as duas margens, existem apenas possibilidades
de verificações estruturais seguras em áreas limitadas
Uma das melhores é a que se estende entre a ilha da Boa Viagem e a ponta de
Gragoatá. Ali temos de fato uma seção natural e bem nítida, na ponta do espigão
divisor entre as planícies de Icaraí e de Niterói Devido a falejas nuas cortadas
pelo mar, a estrutura pode ser bem observada
Pelo mapa verificamos as camadas de biotita-gnais superpostas ao gnais lenticular,
sendo o contato entre as duas rochas verificável na Praia Vermelha, cujo nome
provàvelmente se deve não só à coloração das referidas falejas, - já mencionadas
como as "barreiras vermelhas" pelos primitivos cronistas - , mas também possivelmente
às manchas de areias granatíferas que ali ocorrem às vêzes com espessura de um
decímetro.
O biotita-gnaisse encontra-se ali intensamente decomposto. O feldspato caolinizado.
Os veios de quartzo riscam de alto a baixo o paredão, intercalados entre os leitos
micáceos alterados .
Vista do mar, a ilha da Boa Viagem mostra-nos outro contato esplêndido entre
as duas rochas O lado próximo à terra firme é constituído de gnaisse lenticular,
enquanto a outra metade é de biotita-gnais
Esta exposição natural vai-nos permitir a compreensão de como rochas altamente
decompostas podem-se manter em níveis elevados, quando na mesma estratificação
fortemente inclinada rochas mais resistentes são rebaixadas pela erosão
-
SECAO
, GEOLOGICA DE GRACiOATA A ILHA
'
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DA .BOA VIAGEM
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POQ ALBERTO RIBEIRO LAMEGO

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Fig. 1
-7-

Note-se que a ilha, conforme a seção que apresentamos, é composta de biotita-


-gnaisse em sua parte mais elevada, estando a rocha em plena decomposição e muito
friável E é esta justamente a extremidade da Boa Viagem exposta aos vagalhões
que entram pela barra, devendo portanto ser a mais desmoronável
O fenômeno explica-se porém de maneira simples A ilha é ali protegida por
um veio de quartzo interestratificado entre as camadas, o qual na face emersa
encobre as camadas friáveis com um paredão que, ao receber o impacto das vagas,
é mais vagarosamente demolido que as escarpas de gnaisse lenticular, ao mesmo
tempo que os destroços do veio se acumulam na base do morro, farmando um
enrocamento natural (Fig 1)
O gnaisse lenticular da parte setentrional da ilha é fendilhado de uma sene de
fraturas paralelas, indícios da falha que se vê indicada na seção geológica, única
maneira de explicar o desaparecimento dessa rocha na Praia Vermelha cujas falejas,
como vimos, são constituídas de biotita-gnais
No trecho costeiro que vai desta ilha à praia de Icaraí, esta última rocha é
dominante, exceto na saliência que separa a praia da Boa Viagem da praia do
Ingá, onde testemunhos de gnaisse lenticuar resistiram melhor ao desgaste do mar,
verificando-se ali que o contato entre as duas rochas facilitou a penetração das
águas, resultando uma curiosa ocorrência de grutas abertas pelas vagas
O mesmo fenômeno deu-se na ponta da Itapuca, na qual velhas gravuras mostram
um grande arco natural, - Itapuca significa "pedra furada" - , do qual só hoje
resta um pilar intermitentemente ilhado pelas marés
Na Pedra do índio, hoje a curiosidade natural de Icaraí, as camadas verticais
parecem ter resistido à demolição pela presença de um hialomito laminado, intrusivo
entre camadas de rochas já bastante decompostas É possível que um cimento silicoso
também seja responsável pela existência da ilha dos Cardos, próxima à Boa Viagem
e violentamente atacada pelas vagas
Tôda a margem do espigão divisor fronteira à planície de Icaraí é quase
exclusivamente constituída de biotita-gnaisse, o qual da Praia Vermelha se prolonga
para nordeste através das elevações do Ingá, sobem o morro da Boa Vista onde
vão desaparecer aos pés da sua encosta setentrional, na Alameda São Boaventura
Como acontece em outras zonas da margem ocidental, esta rocha passa quando
em vez a alguma das suas variedades Na chácara do Pé Pequeno, em Santa Rosa,
por exemplo, nota-se a presença do subtipo quartzítico, observando-se em lâminas
microscópicas de amostras locais, -além de finas camadas de caulim e de biotita,
palhetas de sericita e silimanita Como vimos, ao estudarmos as rochas do Rio
de Janeiro, a similanita, longe de evidenciar uma origem sedimentar, como querem
certos estudiosos dessas rochas, testemunha a proviniência magmática do gnaisse
quartzítico
Um dos minerais secundários resultantes do metaformismo desta zona é a
fluorita, a qual também ocorre num pseudo-quartzito do Buraco do Juca Branco,
próximo à Alamenda São Boaventura, onde o biotita-gnaisse desaparece na base da
encosta do morro da Boa Vista A presença de flúor foi também constatada em
hialomitos laminados que afloram no Rio Cricket
O espigão divisor entre as planícies de Icaraí e de Niterói é um dos poucos
testemunhos tectônicos do primitivo orogenismo que levantou as rochas azóicas
-8-

Na seção que apresentamos da sua extremidade marítima, - fig 1 - , notam-se


vestígios de um enrugamento, embora obliterado pela falha da Boa Viagem Ora,
um exame das indicações de mergulho das rochas expostas no mapa, deixam ver
a continuidade da mesma estrutura para N-NE, onde a análise estratigráfica do morro
da Boa Vista desvenda-nos um típico sinclinal, o mesmo que, outrora indo até a
Praia Vermelha, foi ali partido pela falha da Boa Viagem, a qual provàvelmente
deu origem à ilha, por facilitar a abrasão
O morro da Boa Vista centraliza a topografia niteroiense Seu tôpo é o mais
alto ponto do espigão que nêle se enraíza, projetando-se para a Praia Vermelha e
dividindo a cidade atual Seus contornos setentrionais costeiam o vale do Fonseca,
enquanto os contrafortes meridionais ondulam até o vale do Cubango
Esta elevação caracteriza-se de longe por seu aspecto fitogeográfico, peculiar
a certas lombadas de biotita-gnaisse, quando esta rocha encontra-se muito decomposta,
sendo elas então apenas recobertas de uma veludosa vegetação de gramíneas Despojadas
da floresta primitiva, não a substituem capoeirões ou cerrados, mas um capim nativo
e típico de zonas áridas É provável que a reduzida percentagem de feldspato em
tais rochas altamente micáceas e injetadas de quartzo torne estéril o solo residual
pela escassez de elementos essenciais ao desenvolvimento de um flora nca e variada,
dando a êsses morros a feição típica bem exemplificada neste caso
Onde aflora o gnaisse lenticular, os contrafortes do morro, apesar de estarem
êstes próximos a zonas de população densa, crescem capoeirões ou isoladamente
vegetais de porte, enquanto na parte mais elevada e menos acessível, onde o
embasamento é de biotita-gnaisse, o morro é apenas coberto de uma rala pelúcia de
capim
Poderá parecer estranha ao geólogo ou mesmo ao geógrafo que se disponha
a subir o morro, que a estrutura de um sinclinal de rochas tão decompostas possa
mantê-lo com tal elevação, enquanto a seu redor colinas de rochas muito mais
resistentes foram abatidas para altitudes bem menores As encostas do Boa Vista
são de tal maneira friáveis que vislvelmente escorregam Na banda do Fonseca,
sobretudo, onde o declive é mais acentuado, a superfície é corrugada em escadarias
de pequenos degraus, tão inconsistentes que desmoronam sob os pés e dir-se-iam
mantido apenas pelas raízes do capim
Ao atingir-se o tôpo, elucida-se porém o motivo da singular resistência do morro
à degradação gliptogenética Ê que ao longo da crista e do eixo do sinclinal corre
um possante veio de quattzo
Esta intrusão é que firma e consolida o arcabouço do morro, tal qual na
Boa Viagem outro veio de quartzo impede que a ilha ràpidamente se desmantele
com o bater das vagas
Tôda esta massa de gnais friável em grande parte já decomposto em argila
arenosa vermelha é resistentemente mantida e elevada por um esqueleto de quartzo
que a sustenta, impedindo um desmoronamento acelerado (Fig 2).
Uma tal estrutura deu em resultado conseqüências de alta importância para o
primitivo desenvolvimento de Niterói
Ao refletirmos sôbre a maneira como a parte central da cidade evoluiu sôbre
areias e mangues, limitada ao sul pelas abas de um baixo espigão destituído de
nascente$ dágua, é que deduzimos como teria sido árdua e problemática uma tal
expansão urbana sem a providencial estrutura geológica do morro da Boa Vista.
-9-

EsTRUTURA GEOLOGICA
DO MORRO DA BôA V1sTA (N1TER01) 2i9rns.
POR ALBERTO RIBEIRO L.AMEGO

Norte Sul

~~ ~ ~ CD
Gna1,, L;,trtrcular> .Bio&la - Gna:ts Yétos de 4Juart.z-o Falhas

Fig 2

A calha porosa do sinclinal de biotita-gnaisse decomposto deu a Niterói um


reservatório dágua natural, quando os recursos da velha província não permitiam
ainda a construção de longos encanamentos Somente agora, à luz da geologia, pode
o niteroiense compreender o que deve a cidade em sua fase inicial à estrutúra
geológica do morro da Boa Vista
A base da encosta desta elevação próxima à Alameda São Boaventura é desp10vida
dágua O gnaisse lenticular impermeável e mergulhado para o sul age como uma
reprêsa das águas pluviais do morro, o que se pode verificar num dos vales secundários
que chanfram a sua base, o já citado Bu~aco do Juca Branco
Ali, se nota a origem do pequeno vale num grotão talhado em gnaisse lenticular,
pelo qual escorre um filete dágua nas enxurradas Durante quase todo o ano o
grotão é sêco À medida entretanto que se vai subindo, ao ser alcançada a rocha
decomposta superior começam a aparecer cacimbas entre os casebres de uma favela
que surge
O fenômeno é portanto simples As águas meteóricas ao invés de baixarem
pelo declive forte da lombada num lençol próximo à superfície, vindo a jorrar na
base da encosta, infiltram-se através das camadas porosas onde são represadas pelas
camadas laterais e impermeáveis de gnaisse lenticular, sendo assim mantidas numa
calha que se inclina para a encosta ocidental e indo sair na antiga chácara do
Vintém, nos fundos da oficina dos bondes
Era ali o primitivo 'manancial da cidade, então suficiente para o seu abastecimento,
provindo o nome da chácara do preço dos barris dágua que se vendiam à população,
em ombros de negros que iam buscar na velha caixa dágua até bem pouco ainda
existente, para a qual um velho aqueduto canalizava o líquido a brotar da gigantesca
bica de um sinclinal. Hoje, tornou-se esta fonte desnecessária, visto que a água de
Niterói vem da Boca do Mato, ao pé da serra do Subaio no caminho de Friburgo.
-10-

O fato citado mostra-nos como a própria vida de uma população urbana e a sua
evolução subordinam-se às vêzes tão estreitamente a contingências de fenômenos
geológicos locais Sem o sinclinal do morro da Boa Vista e sem os atributos petrográficós
das suas rochas, permitindo a sua decomposição em massa tão porosa, não teria
Niterói êsse reservatório dágua natural e indispensável ao desenvolvimento rápido /
de uma cidade, visto que a sua expansão urbanística em fins do século passado
ficaria a depender de transportes por demais onerosos do líquido vital
Outros exemplos de plicaturas primitivas são verificáveis na região Nenhum
porém com clareza semelhante à do morro da Boa Vista, havendo necessidade de
penosas caminhadas e complexas deduções a fim de serem esclarecidos

PEDREIRA DE LEPTINITO
NO MOARO DO CAVALÃO
sT•RosA-N1TER01
PoA ALBEA.TO RIBEIRO LAMEGO

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Gnar:S Le'7élcu/ar Uio áe C7ronilb e ~//ra

Fig 3

Em Itaipu, existe uma faixa de biotita-gnais na encosta do morro do Telégrafo,


o qual limita a suleste a planície de aluviões do Engenho do Mato Os mergulhos
das rochas lQcais parecem indicar vestígios de um sinclinal deitado, cujas camadas
mergulham para noroeste em direção contrária à das dobras cariocas, faltando-nos
porém dados mais completos para uma opinião definitiva sôbre uma tal estrutura.
Na série de seções geológicas paralelas através da região, sôbre as quais adiante
voltaremos, notam-se testemunhos de enrugamentos, notadamente no serrote entre
as planícies do Saco de São Francisco e da lagoa de Pirapetinga, no Buraco da
Coruja, em Sete Pontes, no local denominado Tenda e no morro do Zumbi Tôdas
estas dobras ficam todavia sujeitas a revisões, dada a extrema complexidade da
estrutura regional subordinada por enquanto, como avisamos, às pesquisas estratigráficas
superficiais, e a deduções tectônicas em parte fundamentadas em observações de
ordem petrográfica
Um tipo de rocha bastante comum no Rio de Janeiro e de ocorrências bastante
raras dêste lado é o leptinito Na subida para o morro do Sapêzal, vindo-se da
planície de Pirapetinga, há um pequeno afloramento Outro é visível ao longo da
-11-

rodovia que da mesma planície vem a Pendotiba Um terceiro, no ramo desta estrada
que se dirige para Santa Rosa, sendo as rochas bem visíveis na descida para o
Viradouro Na encosta oriental do morro do Céu, existe uma pequena exibição de
leptinito, e mais duas no morro da Armação e na pedreira do morro do Cavalão
em Santa Rosa
As seções geológicas através destas elevações, revelam a existência de falhas
(Figs 3 e 4) A última, sobretudo, exemplifica as dificuldades com que luta o
estratígrafo nesta região, vendo-se um morro, de topografia aparentemente muito
simples como o do Cavalão, apresentar inesperadamente em sua face uma estrutura
complexa e contrastante com as observadas na cidade do Rio de Janeiro

SEcÃo
' GEOLOCICA. DO MooAo DA AAMACÁO
,
"PoQ ALBEQTO 'RIBEll20 !.AMEGO

JV/ferol

~ ~ 17
L.e,Pltnifo Gnais -.L.enliC-cdt7r- rat'hcz

Fig 4

Esta seção representa a própria face da pedreira no estágio de exploração em


que a encontramos, e por ela vemos as camadas de leptinito sob as de gnais
lenticular, sendo ambas as séries bruscamente interrompidas por um veio de granito,
à direita . do qual a rocha superior com o seu mergulho subvertido denuncia
complexidades tectônicas somente explicáveis por um sistema de falhas, uma das
quais é indicada pelo próprio veio
Conquanto as exposições de verdadeiros leptinitos sejam raras na região, ao
norte da fôlha conseguimos localizar duas faixas paralelas de rochas intimamente
relacionadas ao gnais leucocrático
Na "Teoria do Protognais" frisamos serem estas rochas de incerta classificação
segundo os processos habituais e exclusivos aos gabinetes de petrografia, mas que
a sua gênese pode ser acompanhada por quem se der ao trabalho de seguir os
afloramentos no campo, colhendo amostras sucessivas para a análise microscópica.
Mostramos assim que as rochas, embora variando em composição de zona para
zona, de maneira que, amostras de locais diversos apanhadas sem quaisquer anotações
estratigráficas poderiam ser classificadas como tipos bem diversos, não passam de
- 12 -

variedades de um mesmo tipo, o qual provém de um intenso metamorfismo dinâmico


e magmático, resultante da ação granítica sôbre o plagioclásio-gnaisse fundamental,
- o p1otognaisse.
Uma verdadeira evolução desta rocha para os leptinitos pode ser ali seguida,
desde que os petrógrafos se disponham a um exaustivo serviço de campo, no qual as
mesmas camadas de 1ochas podem ser vistas a passarem de um tipo ao outro, com
variações locais de textura e composição Dêste modo, embora tais rochas aparentem
ser tipos dos mais diversos, revelam-se todavia ante uma conjugação dos fenômenos
observados ao microscópio com a relação estratigráfica de amostra para amostra no
campo, como gradações apenas do referido metamorfismo
Os elementos do magma granítico podem ser vistos em nescente substituição
aos componentes do protognaisse, sendo êstes cada vez mais esmagados e decompostos
em minerais secundá1ios, perdendo assim a rocha primitiva a sua coloração escura
e tornando-se clara à medida que verdadeirós leptinitos vão apa1ecendo Daí a
designação de p1é-leptinitos que demos às rochas destas duas faixas
Vimos na seção da fig 4 um veio de granito Justamente uma das mai01es
difirnldades que enfrenta o geólogo nesta margem oriental é a extraordinária
raridade desta rocha Os vestígios do batólito desapareceram Pouquíssimas são as
exposições de granitos, e estas sempre ocorrem sob a forma filonar, em veios de
afloramentos inexpres,sivos
Além do que já indicamos no morro do Cavalão, conseguimos localizar um
segundo na encosta da Serra Grande e um terceiro na garganta que liga a praia de
Imbuí à planície da lagoa de Pirapetinga Terá êste cêrca de um quilômetro
de extensão e uma largura máxima de duzentos metros, parecendo encaixado entre
as camadas do gnaisse lenticular Na outra face do morro da Viração, na descida
para o Saco de São Francisco, também ocorre um insignificante veio
O granito dêstes afloramentos é em geral de grã muito fina, e nada vimos
que possa sugerir a presença de bossas ~m tôda a área percorrida e apresentada no mapa
Explica-se porém êste contraste entre a geologia desta margem e a da carioca
pelo afastamento do batólito para nordeste, ao atravessar a Guanabara A presença
de massas graníticas em profundidade é porém deduzida não somente dêstes afloramentos
filonares, mas também dos numerosos veios de quartzo e de pegmatitos que afloram
por tôda a região, patenteando a existência de um magma granítico no substrato
da coluna geológica regional
Este magma é potássico, semelhante ao dos granitos do Rio de Janeiro Em
dois locais colhemos porém amostras de um granito sódico
A primeira é da Pedra do índio, em Icaraí, onde já notamos a presença de
hialomitos laminados A segunda, do caminho de Cantagalo, em Pendotiba, onde um
pequeno veio da rocha corta o grande veio de diabasito, confo1me se vê no mapa,
o que lhe dá uma origem bem moderna
Evidentemente que, neste caso, a rocha nada tem a ver com o grande batólito
primitivo, podendo entretanto ser relacionada aos afloramentos foiaíticos das
redondezas da Guanabara, os quais, longe de terem uma grande antiguidade, seriam
posteriores mesmo às eruptivas filonares básicas, o que vem confirmar a nossa sugestão
já exposta de serem as rochas foiaíticas do Itatiaia e de Cabo Frio dos fins do
- 13 - J

Cretácio ou dos princípios do Terciário, contemporâneas da grande ruptura do bordo


continental 1
Entre as rochas cristalinas regionais aparecem às vêzes, como no Distrito Federal,
vários pequenos afloramentos de gnais quartzo-monzonítico, distantemente localizados
uns dos outros. Ao norte da fôlha, vemos o primeiro entre o morro da Vista
Alegre e o de Culubandê, no Engenho Pequeno Um outro em Sete Pontes, nos
fundos de um grotão e cortado por um dique de diabasito Um terceiro foi localizado
próximo à rua Leopoldina, à esquerda de quem vai para Sete Pontes, em fundos
de casas
A mesma rocha é vista em pequenas exposições na encosta do morro do Céu, no
Cubango, e também ao fim da rua que segue o vale da Atalaia, em Santa Rosa,
onde é aparentemente intrusivo no lenticular, o que necessàriamente não implica
uma idade posterir para aquela rocha, visto havermos provado a transição de um
gnaisse ao outro, em afloramentos da rua Saint Romain, em Copacabana 2 É provável
tratar-se de qualquer incidente local durante o próprio diastrofismo contemporaneamente
originador de ambos os tipos por metamorfismo dinâmico e de contato, o qual teria
ocasionado o envolvimento de pedaço da rocha monzonítica já também formada ·
pelo gnaisse lenticular.
Onde o gnaisse quartzo-monzonítico aparece com mais freqüência em pequenos
afloramentos, é entre o Saco de São Francisco e a Jurujuba, podendo ser vistos à
beira-mar nos cortes da rodovia
Na ponta do morro em que está a velha igreja do Saco, na encosta do morro da
Viração e na estrada de Imbuí, há sempre concordância entre a rocha e o gnaisse
lenticular O mais notável afloramento encontra-se em Jurujuba.
Na subida desta localidade para o forte São luís, há excelentes exposições de
uma rocha quase negra e de textura lamelar A sua composição é a de um gabro,
aparentando ser intrusiva Neste caso exclusivo, consideramos a ocorrência como
posterior aos gnaisse primitivos, não sendo impossível a sua ligação em magma à
bossa diorítica vizinha à estrada das Furnas no Distrito Federal
As áreas de tôdas estas exposições são todavia insignificantes em tôda a região,
se as compararmos às de gnaisse lenticular e mesmo às dos outros tipos comuns no
Distrito Federal, que ali entretanto aparecem aflorando em faixas modestas de poucos
quilômetros de extensão

MINERAIS ECONOMICOS
Contràriamente ao que até o presente se conhece da mineralogia econom1ca da
margem ocidental, esta região oriental oferece oportunidades bem promissoras para
as indústrias extrativas neste setor
De modo geral é ela menos rica de pedras para cantaria, não possuindo
granitos nem o belo diorito da estradas das Furnas, além de outras rochas de grã
fina e laminada Mas o leptinito do morro do Cavalão é uma das mais belas rochas
atualmente exploradas nas margens da Guanabara, e, o gnaisse lenticular, - a
"pedra de galho" dos pedreiros -, é também retirada em grande escala de virias
pedreiras, entre as quais citaremos a do morro de São Lourenço Mais raro é o
biotita-gnaisse, conhecido por "pedra louzada"
1
LAMEGO, A R : "Ciclo Evolutivo das Lagunas Fluminenses" Boi da Divisão de Geologia e Mineralogia,
2
LAMEGO, A R : "Teoria do Protognais" Boi 86 da Divisão de Geologia e Mineralogia, pág 27
14 -

Já mencionamos os veios de qu~rtzo Pela sua localização conseguimos verificar


a tendência a um fraturamento da crosta regional, orientado por traçados curvos que,
das proximidades da baía torcem gradualmente para nordeste Os veios de quartzo
provam que uma tal tendência vem dos tempos primitivos, e, como adiante veremos,
é ela de suma importância na tectônica regional
O mais notável dêstes alinhamentos de veios de quattzo sai dos fundos do
Saco de São Francisco, segue através de Pendotiba indo além de Paciência, onde
um grande veio de vários quilômetros indica o seguimento de uma grande fratura,
patenteada em todo o trajeto por contínuos afloramentos O quartzo dêstes veios é
explorado para fábricas de louça e de porcelana da outra margem da baía
No alto de uma colina próxima a Sete Pontes, verificamos a ocorrência de
ametistas, num pegmatito que corta o gnaisse letinítico desta zona O mineral foi
rudimentarmente explorado, mas sem resultados compensadores
Silicificações de origem hidrotermal ocorrem comumente em várias zonas, em
geral sob a forma de veios no gnaisse lenticular, achando-se êste profundamente
alterado. Embora se trate de um fenômeno que abrange vastas áreas, o que é provado
pela sua disseminação, há zonas em que é mais intensificado, tais como no Arrota
Contos, no Baldeadouro, no rio das Pedras e na Cava da Onça Neste último local
as rochas hidrossilicosas parecem responsáveis pela manutenção do divisor de águaS'
em nível elevado
O mineral mais comum resultante da ação hidrotermal é a calcedônia e as áreas
de silicificação mais intensa foram indicadas no mapa. Uma delas vê-se ao norte do
vale do Cubango e a oeste do morro do Céu Duas outras aparecem no vale de um
afluente da margem direita do Tribobó A maior, porém, no Baldeadouro, cobre
vários quilômetros quadrados Ao longo da rodovia que dos fundos da Alameda
São Boaventura segue para leste, podem-se ver em Juca Mateus inúmeros blocos de
calcedônia espalhados à direita da estrada Nesta zona ocorre um veio de ba1ita,
de provável ligação aos fenômenos hidrotermais, o qual está sendo explorado.
Outro mineral que tem sido extraído em vários locais da região é o feldspato,
de ocorrência generalizada e por vêzes aflorando em veios importantes Na Cava da
Onça observamos um veio com um metro de possança, onde o mineral aparece
entretanto entremeado com elementos hidrossilicosos
Na zona de Sete Pontes é comum a ocorrência de feldspato branco, em grandes
cristais, em veios que atravessam gnaisses leptiníticos Mesmo na própria rocha, podem
se ver cristais dêste mineral com 3 a 5 centímetros, espaçados na rocha de grã
fina, como na rua Visconde de Itaúna, no Pôrto da Madama. Um veio de feldspato
branco é explorado no Engenho Pequeno
O tipo róseo é porém mais comum Existe uma exploração a céu aberto no
local denominado Valados, próximo à rµa Martins Torres, em Santa Rosa Desta
escavação sai um túnel com cêrca de trinta metros no veio do qual se extraem
cristais de vários quilos Também ali ocorre a mica, e, segundo informes locais,
foram colhidos cristais de muscovita com 40 centímetros, beneficiados numa instalação
que existiu no Fonseca Pelas amostras que colhemos, presumimos ser verdade
No Viradouro, no prolongamento do vale ao fim da linha de bondes, anotamos
um grande pegmatito com feldspato e mica de possível exploração jndustrial, e, na
oposta, vertente do morro, no caminho de Santa Rosa ao Alto da Atalaia, verificamos
a presença de muscovita e uma possante exibição de feldspato
-15 -

Uma antiga exploração dêste mineral foi ainda 1egistrada no morro do Bumba,
no Baldeadouro, onde um poço, com cêrca de 2 5 metros de profundidade e abandonado
em meio da mata, conserva ainda em seu poder fragmentos de feldspato, quartzo
e brechas feldspáticas silicificadas pela ação hidrotermal
Entre os minerais de possível existência na região, anotamos a gtafita, da qual
colhemos amostra no vale do rio Tribobó, não nos sendo entretanto possível
localizar qualquer afloramento

.O DIASTROFISMO PRIMITIVO NA PAISAGEM REGIONAL

Com exceção do espigão divisor entre Icaraí e Niterói, a carta geológica nos
apresenta os cordões de serrotes regionais como constituídos quase exclusivamente
de gnaisse lenticular Dois dêles destacam-se paralelos, ao sul da cidade de São
Gonçalo, sendo que as suas respectivas altitudes não excedem 200 metros.
Ao sul dêste, outra série de elevações atinge 288 metros no morro do Zumbi
e 31 7 no do Castro À medida porém que vamos segui~do para o Atlântico, as
altitudes continuam a crescer com um pequeno rebaixamento no morro do Céu que
atinge 221 metros.
Um dos mais importantes dêstes serrotes é o que, deixando a ponta da Jurujuba,
separa a planície do Saco de São Francisco da planície de Pirapetinga Nêle temos
o morro da Viração com 322 metros, o do Sapêzal com 285 e o de Santo Inácio
com 349 Mais para leste, outro cordão divisor entre a bacia do rio Tribobó e as
lagoas costeiras, sobe a 407 metros no morro do Cantagalo e a 397 na Serra Grande.
E entre a lagoa de Itaipu e as restingas da planície de Maricá, outra linha de
elevações que nasce no Itaipuassu, - O Falso Pão de Açúcar ~, atinge 344 metros
no morro do Telégrafo
Contràriamente pois ao que se vê no Rio de Janeiro, a topografia desta banda
oriental é menos agitada Excetuado o pequeno grupo isolado onde as escarpas do
morro do Pico levantam-se à entrada da Guanabara, guarnecendo-a de acidentes
igualmente espetaculares aos da margem oposta, a paisagem niteroiense é singularmente
deprimida em confronto com a carioca
O contraste é inexplicável sob uma investigação puramente geográfica mas
torna-se compreensivo à luz da estratigrafia e da tectônica As estruturas de ambas
as margens são diversas Faltam à banda oriental a série de enrugamentos tão
notáveis que elevaram a margem ocidental
Indubitàvelmente existiram plicaturas de mesma idade Entretanto, os fundamentos
paisagísticos atuais do Rio de Janeiro devem-se a um fator inexistente dêste lado:
à bossa de granito sôbre a qual as sucessivas dobras se deitaram
Foi a ausência élesta insignificante intrusão destacada do corpo do batólito e
ocasionadora , não só da série de plicaturas como indiretamente responsável pela
formação dos vários tipos de gnais ligados ao tectonismo
Mostramos em "Escarpas do Rio de Janeiro" que a atual paisagem carioca é a
resultante geográfica dos fenômenos de erosão, atuando sôbre uma tal estrutura, onde
os diversos andares de gnaisse oferecem variada resistência ao desgaste e planos
previamente orientados pelo tectonismo dirigem o talhe dos paredões
Não havendo um núcleo interno de resistência, as dobras niio se acamaram com
a mesma regularidade Por isso é que os seus remanescentes apresentam-se em
-16-

sinclinais de plano axial menos inclinado, ao mesmo tempo que as relações de ruga
para ruga são menos evidentes
Compreende-se igualmente que, sem aquela compacta massa homogênea em
profundidade, mais quebradiça tornou-se a crosta gnáissica sob os esforços diastróficos.
Daí a origem de tão grande número de fraturas e de falhas, resultantes de desabamentos
que formaram tôda a série de fossas e pilares, - g1abens e ho1Sts - , observada
nas seções Fig. 7.
Com a irregularidade no sistema de rugas e com o fraturamento generalizado
nas camadas, os agentes erosivos não encontrando uma composição orogênica
suficientemente capaz de orientar um traçado paisagístico com diretrizes imutáveis,
destruíram a capa superior de biotita-gnaisse menos resistente, cuja remoção deixou-nos
exposta a parte média do pacote gnássico onde o gnais lenticular é dominante

....
CO/'ITl<FJSTE TéCT0/1/CO EJYTR.E fJS
NEl/2GeitS OPOST/:JS DE! GUR/'IH.BRl2R

#fl'RCé# OC!/JélfTflL - .BoJ'J'a gron/lrca : .Oo.6rer.s detfoáas

Hf112Cé# OR!é!IT/1./, ~flu.rencia bo.rso grtm/lrca: rãlha.s, To.r.ras e Ptlares

fig. 7

Daí o presenciarmos atualmente a generalização dos afloramentos dessa rocha


e a escassez do biotita-gnaisse, de massas tão volumosas no Rio de Janeiro, acamadas
na serra da Carioca e indo a altitudes bastante elevadas.
-17-

Esta disparidade entte cenários tão vizinhos e simetricamente relacionados é


sob1etudo uma lição proveitosa para os geógrafos A origem da paisagem deve ser
buscada antes de tudo em seus íntimos fundamentos geológicos A par dos fenômenos
petrográficos, impõe-se uma profunda investigação das causas tectônicas Da resultante
final de ambos é que parte a evolução das formas topográficas, através da gliptogênese
operando em estruturas diversas e escavando rochas que, embora regionalmente
semelhantes, apresentam contrastes somente visíveis com minuciosos trabalhos de
campo subordinados à geologia
Com esta conclusão podemos parcialmente rematar o estudo desta margem
quanto às rochas azóicas e à direta conexão do primitivo diastrofismo com a paisagem
Resta-nos porém ainda completá-la com outia série de elementos colhidos no campo
e de máxima importância para a gênese da baía
Conquanto o diastrofismo inicial não prodigalizasse efeitos conducentes à riqueza
paisagística desta margem, outras causas tectônicas, posteriormente sobrevindo, mani-
festaram-se tão relevantes que nos irão diretamente 01ientar para a solução do
problema da origem da Guanabara

AS ERUPTIVAS FILONARES BÁSICAS

Na carta geológica da cidade do Rio de Janeiro localizamos vários diques de


rochas básicas, alguns dos quais tive1am decisiva influência na formação dos vales
do maciço da serra da Carioca Vimos então a estrada da Castorina, que sobe do
Jardim Botânico, a da Tijuca e a das Furnas, tôdas três em demanda do Alto da Boa
Vista, seguirem linhas de talvegues orientadas por grandes veios de tais rochas
Além destas fraturas mais importantes no maciço, outras menores tiveram origem
similar Assim, o vale do Silvestre a Paineiras, o que da lagoa Rodrigo de Freitas
passa entre os morros da Saudade e dos Cabritos, o da estrada da Gávea entre os
Dois Irmãos e o morro do Cocrane, o que sôbre entre a ponta da J oatinga e a Gávea,
todos acusam haverem sido escavados em fraturas da crosta enchidas por aquêles
diques, cuja rocha é diabasito quase sempre, com transições de um lado para o diorito
e do outro para o basaltito
As linhas de ruptura e de menor resistência determinadas por tais veios
decisivamente orientaram os fatôres gliptogenéticos Por isso é que vemos longos
afloramentos dessas rochas ocupando o talvegue dos referidos vales, sendo provável
que outros veios fôssem também responsáveis pela abertura de rasgões semelhantes,
estando porém atualmente soterrados sob a capa de sedimentos quaternários
Na banda oriental êsses diques também aparecem, mas a sua atuação na gênese
do relêvo em geral processou-se de maneira diferente Parcialmente podemos observá-los
ainda como responsáveis por algumas aberturas ou depressões, notadamente no velho
bordo continental entre as pontas do Imbuí e de Itaipu Alguns afluentes do Tribobó
também seguem êstes veios Da grande importância decorrente da minuciosa localização
dêstes diques na carta, é que podemos deduzir uma nova ordem de fenômenos
tectônicos intimamente ligados à gênese da Guanabara.
A primeira referência a fazer é a da sua exposição em longos afloramentos
curvilíneos e paralelos, quase traçados a compasso ao redor de um mesmo centro,

-2-
-18-

aproximadamente situado em local da linha de ma10r profundidade da baía, a qual


vem seguindo desde a bana um extenso vale submatino ,,
O mais extenso dêsses veios e o maior tem início em Jurujuba, na encosta do
morro da Vitação Os seus afloramentos não são contínuos, mas, nas diversas travessias
do serrote conseguimos localizar vários segmentos até Pendotiba, e, daí para o norte
através da bacia do Tiibobó até o Baldeadouro, outros fragmentos foram cartografados
A de1radeita exposi<,.ão dêste grande veio foi verificada em Arrota Contos onde
já muito decomposto e quase constituído de ocre vermelho, completa um arco de
circunferência o qual, a partir da Jurujuba, tem cêrca de 10 quilômetros
"Êste dique, embota possa haver tido relação em seu primeiro trecho com a
encosta do senote marginal ao Saco de São Francisco, não apresenta em seu seguimento
para o norte ligação alguma com a morfologia dos pequenos vales que atravessa
Indo-se para leste, o primei10 dos demais diques parece nascer justamente na
outra banda do se1rote, onde um pequeno afloramento ocupa a garganta da Samanguaia
entre Imbuí e a lagoa de Pirapetinga A sua bem definida localização começa porém
nos fundos de um estreito vale que deságua para esta lagoa, surgindo ali de sob a
capa de aluviões, come<,.ando a subit ao longo da base da encosta do Cantagalo e
descendo então pelo talvegue de um afluente do Tribobó, não lhe acompanhando
porém todo o c.mso
Dêste veio desce um galho que passa entre a Serra Gtande e o Cantagalo, e em
contínua exposição vai terminar à margem de out10 est1eito vale que desce para a
lagoa Em seu alinhamento vamos enconttar um pequeno dique na ponta do espigão
que forma a ma1gem oposta dêsse vale, no local em que é atravessado pela estrada
de rodagem de Itaipu
O terceiro dique dá-nos uma primeira exposição num pequeno vale em Engenho
do Mato, só tornando porém a aparecer nas proximidades do local denominado
Jacaré, já no alto do caminho que passa por Muriqui indo a Paciência Nesta
localidade a tocha torna-se basáltica, voltando po1ém a ser diabasito ao descait por
um afluente da margem di1eita do Tribobó, onde apenas desaparece quando coberto
po1 aluviões
Não possuímos dados segu1os sôbre o prolongamento dêste dique pata o ma1,
sendo porém possível que, outra exposição verificada no meio da estreita península
que sepata as lagoas de Pirapetinga e de Ttaipu, a êles ainda pertença Neste caso
a sua extensão seria de pelo menos 13 quilômetros
Uma quarta linha de afloramentos começa na ponta de Itaipu onde risca o
contato da planície com o espigão de gnaisse que ali penetra no mar, sendo vista
em seguida na encosta do morro do Telégrafo onde acompanha o contato entre
o biotita-gnaisse e o lenticula1 Mais acima, ao continuai-se a subida, depara-se
com outro pequeno afloramento pa1alclo, o qual patece ajustar-se em alinhamento
à exposição que atravessa o caminho de Maricá entre êste morro e o Alto do Moirão
Vários pequenos veios foram cartografados além dêsses, mas já dispostos
irregularmente, sem atestarem qualque1 ligação aparente com a singularíssima disposição

3 LAMEGO, A R : 'Escarpas do Rio de Janeito ', Boi n9 93 da Divisão de Geologia e Mineralogia, fig 18
-19-

dos grandes diques Um dêles ocorre à beira mar, ílO Barreto Outro ao longo das
ruas Leopoldo Fróis e Pio Borges Em Sete Pontes, outro é ainda visível num
grotão onde corta gnaisse quartzo-monzonítico Afloramentos de diabasito também
ocorrem na ponta da Tapaiba, entre a Jurujuba e Imbuí, no extremo de um vale
fechado . ao norte da Alameda São Boaventura, no Fonseca, no Engenho Pequeno
e na estrada do Rocha, em São Gonçalo, onde as águas minerais do Rocha brotam
de uma exposição bastante grande e muito fraturada O afloramento torna-se notável
ao longo da estrada do morro do Boqueirão
.Na encosta ocidental do morro da Boa Vista deparamos com outro dique, em
cujo seguimento, numa barreira da rua Paulo César, em Santa Rosa observamos
um notável muro de dois metros de espessura de diabasito decomposto, ali deixado
a prumo após a remoção do saibro
A maioria dêstes pequenos diques pouco nos dizem sôbre a tectônica regional,
pela sua dispersividade e disposição irregular Ao contrário, porém, os grandes
diques vão-nos dar informes capitais
Observados em conjunto, deduz-se logo que tais arcos só podem ser provenientes
de desabamentos cinttla1 es, como os que ocasionaram os golfos de Gênova, de
Nápoles e de Salerno
Embora se note que êstes círculos não foram completados, pode-se entretanto
concluir com os fragmentos assinalados que pelo menos a pa1te sttl da Gt1anaba1a
1esttlta de ttm desabamento, o qual originou fraturas circulares, indo a suficiente
profundidade para que atr~vés delas n magma subisse e as entulhasse.
Esta movimenta.ção epirogênica ocasionou ao mesmo tempo fraturas radiais à
·curvatura, as quais vieram contribuir para a formação de um costa de esporões
tectônicos, entre os quais se afundaram fragmentos do litoral, dando lugar às pequenas
enseadas do Saco de São Francisco, de Icaraí e de Niterói, posteriormente aterradas
Note-se que estas reentrâncias são prolongadas para leste por estreitos e longos
vales de ruptura, como os do Viradouro, da Atalaia, do Cubango e do Fonseca
Outros vales semelhantes ainda existem para o norte, nos bairos do Barreto e de Neves.
Assinalemos que a orientação das camadas deve ter influído nesta ruptura,
desviando-as por vêzes da exata direção dos raios dos círculos, sem que todavia
outra explicação da origem dêstes vales possa ser mais elucidativa que a das fraturas
radiais. O desvio é logicamente admissível, mecânicamente enquadrando-se na
interpretação que apresentamos
Podemos assim compreender por que todo êsse litoral é tão rugoso, ao contem-
plarmos seus contornos paleográficos, omitindo os aterros quaternários Trata-se de uma
costa de 1ttptttra conseqüente de desabamentos internos na baía.
A esta càusa devemos a obliteração ainda maior da estrutura regional, já tôda
esfacelada, como vimos, pelo diastrofismo primitivo Movimentados por falhas e
escorregamentos, blocos inteiros de gnaisse afundaram-se na crosta fraturada (Fig. 6)
Na costa carioca os mesmos fenômenos de afundamento litorâneo podem ser
deduzidos de mergulhos locais que subitamente pendem para a baía, como se nota
por exemplo nas pedreiras da rua Bento Lisboa Também ali se deram afundamentos
- 20 -

na orla da Guanabara A possante massa montanhosa, porém, firmemente resistiu ao


empuxo epirogênico, devido ao núcleo granítico da serra da Carioca, mantendo
inalterada a sólida estrutura prímitiva Os efeitos foram assim apenas marginais,
não afetando regionalmente as camadas, enquanto a margem oriental foi tôda ela
sacudida por grandes desabamentos
À simples inexistência de um núcleo granítico nesta banda, simétrico ao da
região carioca, deve-se todo o contraste estrutural e petrográfico entre as duas
margens da Guanabara

DESABAMENTOS Cll2CULADES NA ODIGEM DR GURNRBflDA


SEGUNDO FJLBE.C.TO 'C21e>E11:20 1-FfMEGO

C"opÚ7
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..., ...
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Fig. 6
-21-

TERCIÁRIO E QUATERNÁRIO

Conquanto nada possamos apresentar de conclusivo sôbre a existência de formações


terciárias na região cartografada, há um caso em dúvida que merece notificação.
A nosso ver, a Guanabara foi um lago terciário, ou possivelmente já existia
a sua abertura para o Atlântico no Plioceno
HARTT fala em sedimentos terciários na zona do Pôrto das Caixas e ao longo
da linha de Friburgo, na Baixada Uma série de argilas variegadas visível em
Rosário, a qual aparentemente se estende pelas colinas baixas do vale do Saracuruna,
parece também representar uma sedimentação de idade terciária
Em vários trabalhos nossos temo-nos referido às camadas de seixos rolados,
comumente observadas em várias regiões do território fluminense, em alguns casos
sobrepostas a depósitos tipicamente terciários Algumas das camadas de seixos devem
ser consideradas como resultantes da decomposição "in situ" de veios de quartzo,
como as que verificamos nas margens da Araruama Outras porém, cobrindo grandes
áreas, só podem ser atribuídas a um período de erosão violenta em idade moderna
Tais são entre outras, as camadas que formam o tôpo do calcá1eo de São José, ein
Itaboraí, e as da bacia terciária de Rezende
Semelhantes depósitos podem ser vistos na bacia da Guanabara, notàvelmente
nos barrancos das colinas próximas à Fábrica de Cimento Mauá, onde os numerosos
seixos são indiscutivelmente rolados
No extremo nordeste da fôlha que apresentamos, nas colinas da margem direita
do rio Tribobó, em Culubandê, formações de aspecto semelhante foram registradas
Os seixos são todavia bem maiores que os da Mauá, e muitos dêles têm a forma
subangular Alguns entretanto são perfeitamente rolados, o que nos faz supor
pertencerem êles à mesma série, tendo sido ali depositados em zona bem próxima
à de que foram removidos O fato de estarem ambos os depósitos na bacia do rio
Guaxindiba, pode explicar a disparidade entre o tamanho e a forma dos seixos,
visto que, no caso da Mauá, a ocorrência é situada não longe da foz do rio, e no de
Culubandê em zona mais montanhosa de um de seus tributários Em ambos os casos,
os seixos de quartzo acham-se envolvidos por espêssa camada de argila vermelha
Quanto aos sedimentos quaternários, tôdas as antigas reentrâncias marítimas
além das baixadas fluviais foram por êles aterrados Note-se que as margens da
baía e do Atlântico foram particularmente favoráveis à formaçãq de restingas,
bastando um rápido olhar à carta geológica para que isto se perceba Desde o
Itaipuassu até Pôrto Velho todo êste bordo litorâneo caracteriza-se outrora por
uma seqüência excepcional de longos cabos, penetrando por vários quilômetros mar
a dentro, e destarte apresentando em águas não profundas pontos de amarração
para as línguas de areia que começaram a ligá-los entre si.
As praia de Itaipu e de Pirapetinga foram assim formadas, dando origem
às duas lagoas, o grupo do Pico foi ligado ao continente, as praias do Saco, de
Icaraí e de Niterói fecharam velhas angras pleistocênicas e as pontas e ilhas do
Barreto e de Neves foram ligadas entre si
Por trás dessas restingas pequenas lagoas e brejos então isolados pela barragem
de areias, foram sendo aos poucos aterrados por aluviões trazidas pelos curso dágua.
Até bem poucos anos grande parte da área ocupada por Niterói era um lamaçal, -
- 22 -

hoje desaparecido com a construção do pôrto de São Lourenço - , alagado pelas


marés que penetravam por trás do tômbolo entre a ponta de São Domingos e a
antiga ilha da Armação, sôbre o qual desenvolveu-se a primitiva vila da Praia Grande
Ê bem provável que a ponta do Macaco venha futuramente a ser ligada à ilha
da Boa Viagem, transformando-se desta maneira em lagoa a reentrância de Icaraí
e do Saco de São Francisco
O estágio final dessa evolução morfológica litorânea, coino já tivemos ocasiao
de' relatar, 4 é ao par da suavização das asperidades costeiras, o dessecamento das
lagoas, já totalmente efetuado nas planícies de Niterói, de Icaraí e de São Francisco,
e visivelmente processando-se por aterros naturais em Itaipu, onde os alagadiços
marginais à lagoa mostram-nos o que foram os contornos da toalha dágua rasa, outrora
bem maior Com uma ligação mais eficiente e com transportes rápidos, as lindas praias
atlânticas da margem oriental transformar-se-ão em futuro breve, bairros residenciais
idênticos aos de Copacabana, de Ipanema e do Leblon, enquanto as colinas niteroienses
_ de acesso fácil pela sua fraca elevação já começam a ser cuidadas sob um vasto
plano de urbanismo
Ao finalizarmos esta rápida expos1çao da geologia desta banda oriental da
Guanabara, queremos ainda mencionar pequenas ocorrências de sedimentos aluvionais
isolados em faixas estreitas que podem ser vistas na carta entre o vale do Fonseca e a
zona do Engenho Pequeno
Estes sedimentos ocupam vales apertados e talhados no gnaisse lenticular regional,
e nem sempre a sua localização pode ser ligada às diversas pequenas bacias hidrográficas
Uma destas exposições de argilas aluvionais que ocorre próxima às nascentes do rio
das Pedras, a noroeste do morro do Zumbi, é singularmente isolada
Embora na maioria das demais ocorrências, os pequenos arroios que cortam
estas minúsculas planícies interrompidas prossigam através de zonas pedregosas
em busca dos seus confluentes, quer nos parecer que tais limitações de estreitas
áreas sedimentadas são ainda testemunhos não só do fraturamento intensivo da crosta
como também de possíveis movimentos isostáticos posteriores possivelmente ainda
não cessados, e que tendem por sua atuação, em zonas já violentamente partidas e
falhadas, a modificar o equilíbrio das diversas rêdes hidrográficas, em trechos
rejuvenescendo-as e em outros retardando-lhes a natural evolução morfológica

' LAMEGO, A R : 'Ciclo füolutivo das Lagunas Fluminenses' •


PLANÍCIE LITORÂNEA E ZONA CANAVIEIRA
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

EXCURSÃO A SER REALIZADA POR GEóGRAFOS ESPECIALIZADOS E PRESENTES


AO XVIII CONGRESSO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA, QUE SE INSTALARÁ
NO MÊS DE AGôSTO DE 1956, NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO.

O Conselho Nacional de Geogiafia, empenhado em


proporcionar aos Cong1essistas, j)tincipalmente estian-
geiros, uma visão panorâmica das nossas tealidades
geog1áficas, traçou uma séiie de excu1sões pelo te1·
'ritó1io nacional, uma das quais coube à Zona da
Baixada Fluminense, pela sua impo1tância e 01iginali-
dade, pelas suas vatiadas catade1ísticas, zona esta ainda
não conhecida, pot contacto dileto, de geógrafos de
1enome mundial, os quais anseiam po1 esta opo1tunidade
de conhecer - obse1 vando e estudando - uma das
1egiões do globo ci1cunstancialmente debatidas
A REDAÇÃO

Esta excursão estender-se-á pela regiao litorânea situada a leste e nordeste da


Capital Federal, dando a conhecer grande parte da imensa planície que se desenvolve,
no território do Estado do Rio de Janeiro, entre a serra do Mar e o oceano - a
Baixada Fluminense
O trajeto da excursão será pela rodovia Amaral Peixoto, estando, entretanto,
previstos desvios em direção ao litoral em Saquarema e Cabo Frio Na zona de
Campos, será alcançada mais uma vez a orla marinha em Atafona, na foz do rio
Paraíba do Sul Também serio feitas incursões ao vale do Muriaé e à lagoa Feia
Os excursionistas verão que a planície não apresenta as mesmas características,
em tôda a sua extensão Próximo ao Rio de Janeiro e a Niterói, ela é interrompida
por pequenos maciços montanhosos, que, à semelhança da serra do Mar, apresentam
frente abrupta voltada para o litoral e encostas mais suaves, para o interior Na
Baixada propriamente dita, vários aspectos serão 6bservados O litoral se caracteriza,
ora por lagoas costeiras, que cordões litorâneos separam do mar, ora por extensas
planícies arenosas Na retaguarda dêsses cordões litorâneos, estende-se a planície
de colmatagem recente, especialmente desenvolvida no trecho em que a serra do
Mar, infletindo para nordeste, mais se afasta do litoral
Os geógrafos estrangeiros que participarem desta excursão descortinarão uma
visão objetiva de uma área, que, tendo-se tornado conhecida por sua insalubridade,
sua população rarefeita e seu quase abandono, graças às obras de saneamento, vai
ressurgindo aos progressos da industrialização e à crescente valorização dos produtos
agrícolas. Ao lado da baixada campista, que sempre constituiu um exceção, por
ter ficado a salvo da decadência que ~fetou as outràs áreas da Baixada Fluminense,
- 24-

os excursionistas observarão com interêsse a zona de Araruama-Cabo Frio, a um


tempo centro turístico e salineiro, e a zona industrial de São Gonçalo, bem
como aquelas áreas, que, embora conservando o seu caráter eminentemente agrícola,
revelam, em seu aproveitamento atual, tendência a uma verdadeira recuperação
econômica
No primeiro trecho da excursão entre Niterói e Araruama, a estrada atravessa
um dos maciços litorâneos e as pequenas planícies costeiras, constituídas de sedimentos
recentes, que separam do mar o relêvo cristalino À roda das lagunas que aí se
espraiam vive uma população numerosa de pescadores Nas pequenas planícies,
como na Baixada Fluminense em geral, dominou até o século passado a economia
açucareira, da qual restam apenas vestígios em alguns engenhos e velhas fábricas de
,açúcar e de aguardente, sendo raras as usinas A citricultura, a criação de gado, e,
nas encostas dos maciços, a exploração do carvão vegetal, completam a economia da
regiao Em virtude da proximidade do Rio de Janeiro, a região também está sendo
invadida pelos loteamentos, especialmente à beira das praias e às margens das lagoas
Das várias lagoas existentes nesta faixa costeira, a maior é a de Araruama, em
cujas margens se faz a exploração do sal, medinte a evaporação das águas em tanques
e critalizadores Aí está sendo instalada, junto ao Arraial do Cabo, uma grande
fábrica de álcalis.
O litoral de Araruama e a zona de Cabo Frio, famosa por suas belas praias e
por sua pitoresca aldeia de pescadores, se estão transformando atualmente em centros
de turismo, atraindo a população abastada da cidade do Rio de Janeiro
A nordeste de Araruama, os excursionistas poderão observar aspectos novos na
região litorânea Desaparecem os maciços montanhosos que compartimentam as
pequenas planícies, dominando então a paisagem, grandes planícies recentes, ainda
mal drenadas, onde divagam os rios São João, Macaé e Macabu Aí, como em outros
trechos da Baixada, podem ser observados canais, valetas e diques, construídos pelo
Departamento Nacional de Obras de Saneamento, em sua tarefa de recuperação desta
área.
A rodovia não se afasta muito da linha da costa, alcançando-a mesmo, em Barra
de São João e Macaé, cuja função portuária, outrora inportante, desapareceu progres-
sivamente, a partir do fim do século passado, com a concorrência do transporte
ferroviário e, depois, rodoviário
No baixo vale do rio Paraíba do Sul é que a planície litorânea apresenta seu
maior desenvolvimento, em parte originada pela deposição dos materiais trazidos
pelo referido rio, em parte pela sedimentação marinha
Entre Campos e São João da Barra, na foz do Paraíba, pode-se observar a
sedimentação marinha evidenciada pela sucessão de cordões litorâneos quase paralelos,
separados por depressões longitudinais, às vêzes ainda ocupadas pelas águas Ver-se-á
que aí o aproveitamento econômico é quase nulo, contrastando com a ocupação
canavieira do restante da planície
São numerosas as lagoas em tôda a planície, sendo a maior a lagoa Feia, que
será visitada pelos excursionistas Muitas têm desaparecido recentemente, em conse-
qüência dos trabalhos de drenagem executados na região, e as terras agrícolas assim
obtidas vão sendo logo ocupadas pelos canaviaís.
À atividade agrícola decorrente do plantio e da safra da cana-de-açúcar, alia-se
a industrial, representada pelas grandes usinas Esta paisagem estende-se até a entrada
- 25

da cidade de Campos, em tôrno da qual não se observa nenhuma área de horticultura:


passa-se subitamente dos canaviais para as ruas apertadas da cidade A zona de
Campos é um dos grandes e tradicionais centros açucareiros do Brasil; são numerosas
suas usinas de açúcar e destilarias de álcool, que dão ao Estado do Rio de Janeiro
um dos primeiros lugares na produção brasileira Será proporcionada aqui aos
excursionistas a visita a uma usina de açúcar e pequenas excursões de interêsse
geográfico pelos arredores da cidade
A atividade canavieira não se limita, no entanto, à baixada quaternária do
Paraíba e às terras recém-conquitadas às lagoas Estende-se pelos tabuleiros, de solos
mais pobres, onde os rendimentos obtidos, mais baixos, obrigam ao emprêgo de
adubos, e acompanha, ainda, a várzea do Muriaé, subindo pelas margens' dêste rio,
ao encontro da zona cafeeira do norte do Estado
Nesta excursão o retôrno far-se-á diretamente para o Rio de Janeiro, passando
por Rio Bonito e ltaboraí

MINAS GERAIS

o

EXCURSÃO 5
COf\tVfNÇÓES
A PESCA NO LITORAL FLUMINENSE ~ (~ ~)
LYSIA MARIA CAVALCANTI BERNARDES
NILO BERNARDES
Da Divisão de Geografia do C N G

As condições geográficas que caracterizam o litoral do estado do Rio de Janeiro


e do Distrito Federal facilitaram a instalação dos pescadores e a formação de
numerosos pequenos centros de pesca", delas dependendo também o tipo de pesca
realizado em cada um dêsses núcleos Encarado em conjunto apresenta-se êsse
litoral bastante recortado, com numerosas baías, enseadas e lagoas de barra intermitente,
que, além de oferecerem abrigo contra o mar grosso e os ventos de tempestade,
possuem uma fauna ictiológica especialmente rica e variada
São muito numerosos os centros de pesca nas baías bem abrigadas e de águas
calmas - a Guanabara, a Sepetiba, a baía da Ilha Grande e a da Ribeira - bem
como nas margens das lagoas, especialmente as de Maricá (ver foto 1), Saquarema,
Araruama e a Lagoa Feia Também nas grandes restingas oceânicas que se estendem
da Marambaia para leste, encontramos núcleos de pescadores Aí as habitações
se concentram em' pontos privilegiados mais abrigados contra os ventos de tempestade,
geralmente situados na extremidade das praias, protegidas pelos pontões rochosos ou,
então, por detrás do cordão de dunas, junto ao rio ou à lagoa, muitas vêzes dando
as costas à praia
Estas enseadas e lagoas são muito ricas em peixe, pois, como já se dizia em
1797 em relação à Araruama "é muito abundante o peixe de tôda qualidade, dos
que se criam dentro e dos que entram pela barra" 1
De fato, numerosas espécies aí penetram em determinada época do ano em
busca de abrigo ou à procuia de águas paradas, mais doces e de fundos rasos para
a desova, ou as primeiras fases do desenvolvimento dos novos indivíduos
Observando melhor êsse litoral, vemos que é a oeste que êle se apresenta mais
recortado, formando numerosas pequenas enseadas no interior das baías No entanto,
logo se impõe uma distinção capital entre estas baías, pois de uma para outra variam
as condições de profundidade, tipo de fundo etc , e, conseqüentemente, diferem
muitas vêzes as espécies encontradas e os processos empregados para a pesca Assim,
as enseadas da baía da Ilha Grande são tôdas elas de águas profundas constituídas
por pequenas praias limpas ou verdadeiras "rias", antigos vales submersos ainda
não entulhados pelos aluviões As condições de vida para os peixes e crustáceos
não podem ser idênticas às que caracterizam os fundos das outras baías da Ribeira,
Sepetiba e Guanabara, que recebem rios mais importantes e carregados de aluviões,
* O presente trabalho foi apresentado pelos autores ao XVI Congresso Internacional de Geografia,
iealizado em Lisboa em abril de 1949
** Da Revista Brasileira de Geografia, Ano XII, nQ 1, jan -mar /1950
1 Memória histórica da cidade de ('~bo Fiio e de todo o seu distrito no ano de 1797 Rev Inst
Hist e Geog1 B1 36, !, 197
- 28-

e onde não há praias, pelo contrário, águas .rasas e fundos lodosos, nas enseadas
colmatadas de antigas "rias"
A leste da Sepetiba, com exceção da Guanabara, a regularização do litoral está
mais adiantada e grandes restingas quase retilíneas uniram os pontões rochosos, aí
bem mais distantes um do outro, isolando braços de mar, lagoas de águas salgadas,
que mantêm comunicação com o oceano por meio de barras permanentes ou
provisonas Nestas lagoas encontramos condições semelhantes às das enseadas em
vias de colmatagem da parte interior da Guanabara e das outras baías Ao contrário,
a face exterior das grandes restingas, expostas geralmente ao mar grosso, apresenta
apenas alguns trechos protegidos junto às pontas rochosas ou às barras dos rios e
lagoas Aí encontramos fundos rochosos e arenosos e as profundidades aumentam
ràpidamente, assemelhando-se estas condições com as das praias e "rias" do litoral
de Angra dos Reis e Ilha Grande

1- PROCESSOS DE PESCA

Os processos e as técnicas empregadas pelos pescadores dependem diretamente


das condições acima apontadas e, para seu estudo, agruparemos de um lado, os
processos de pesca inte1ior, nas lagoas, embocaduras dos rios e fundos de enseadas
em vias de colmatagem e, de outro, a pesca marítima ou costeira que compreende
os processos tradicionais e modernos usados nas praias limpas, nas pontas e ilhas
rochosas e ao largo Em cada um dêsses casos variam as condições de vida para
os peixes e crustáceos e, conseqüentemente, aí predominam espécies diferentes,
modificando-se em cada caso os tipos de instrumento, a embarcação e os processos
de pesca 2

A - Pesca interior

Já os indígenas e os primeiros povoadores europeus do litoral fluminense


praticavam a pesca nas lagoas litorâneas e nos fundos das enseadas Aí se estabeleceram
livremente, pescando para seu sustento, índios e homens brancos, entre êstes, marinheiros,
militares foragidos, fugitivos da justiça Formavam a princípio pequenos grupos
isolados à margem destas lagoas e enseadas que mais tarde deram origem às vilas
de Saquarema, Maricá, Mangaratiba, etc Ainda hoje entre a população das lagoas
litorâneas predominam os tipos que revelam claramente a ascendência indígena, sendo
muito raros os pescadores que descendem uniCamente de portuguêses.
Muitos dos processos de pesca atualmente em uso nas lagunas e enseadas foram
legados pelos indígenas aos primeiros europeus que aí se estabeleceram para viver
da pesca Segundo narração de JEAN DE LERY, 3 desconheciam ainda os índios do
Rio de Janeiro o uso das rêdes de pesca, tendo aprendido a manejá-las com os
europeus Todavia, um dos processos atualmente mais empregados nas lagoas e
enseadas dêste litoral, o das "rêdes de espera" ou de "esm:alhar", já era assinalado
no século XVI por HANS STADEN, 4 é verdade que entre os tupinambás de Ubatuba,
2
Infelizmente as estatísticas sôbre a indústria da pesca no estado do Rio (produção, aparelhamento
etc ) são muito incompletas, faltando sempre os dados relativos a uma ou outra colônia
3 JEAN DE LERY: Viagem à terra do Bra1il Tiadução de SÉRGIO MILLIET, segundo a edição de
PAUL GAFFAREL Livraria Martins São Paulo 278 p
• HANS STADEN: Zwei Rehen nach B11uilien. Hera1i1gegeben von der Ham Staden Geulluh,tft
São Paulo, 1941, p 163
- 29 -

o
São Paulo :Estes índios costumavam estender -c

pequenas rêdes, assustando o peixe a fim de o


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emalhá-lo, o que até hoje se faz com rêdes
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Para o camarão empregavam êsses primei- "'
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ros pescadores de nosso litoral pequenas rêdes .


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pela grande procura dêsse crustáceo, muito apre- ... . ~

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se desenvolva Começa então, em janeiro ou
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fevereiro o grande período da pesca de cama-
rão nestas lagoas, especialmente nas de Maricá 2
....o
- 30 -

e Saquarema, grandes fornecedores do entreposto do Distrito Federal Nos anos


em que a barra permanece fechada por muito tempo, escasseia o camarão nestas
lagoas e os pescadores passam às vêzes por sérias dificuldades, privados de seu
principal ganha-pão
Para a pesca do camarão var10s processos são usados, desde o "puçá" e as
armadilhas ou "ganchos'', até o "balão'', uma verdadeira "rêde de arrasto" Em
cada uma dessas lagoas ou enseadas predomina um sistema, sendo os outros conhecidos
mas pouco empregados Assim é o "puça" o principal instrumento para a pesca
de camarão na zona de Parati e no fundo da baía da Ribeira (ver fig 1), refletindo-se
aí a influência dos pescadores paulistas que ainda hoje o utilizam largamente 5
Da canoa em movimento, o pescador arrasta no fundo o puçá por meio de um
cabo O uso do puçá limita-se atualmente a êsse extremo oeste do litoral fluminense,
sendo já pouco empregado na Guanabara

Foto 2 - Rêde de arrasto ou de dois calões, usada para a


pesca do camarão nas lagoas fluminenses (vide fig 2)
Foto tirada em lguaba Grande, Araruama, vendo-se as rêdes
estendidas sôbre suportes para secar (Fot Nilo Bernardes,
Janeiro 1949)

Nas lagoas litorâneas a leste da Guanabara, ainda existe o verdadeiro puçá


mas seu emprêgo é quase nulo Nota-se, no entanto, que o processo mais usado
na lagoa de Araruama, a "rêde de cauda" ou "de dois calões'', não é mais do que
um "puçá" em proporções maiores (ver fig 2) Esta rêde, conhecida também como
"rêde de arra.sto'', baseia-se no mesmo princípio do "puçá" e é arrastada contra a
correnteza por dois homens de pé que seguram os "calões" u Realiza-se essa pesca
à noite e os pescadores trazem consigo acesa uma lamparina, para avistar os siris
A rêde de cauda é usada especialmente nas enseadas da parte mais estreita da
Araruama, entre São Pedro da Aldeia e a barra, pois, mais para oeste as praias são
muitas vêzes arenosas e os fundos, recobertos por grande quantidade de conchas, não
são propícios à vida dos camarões

5 Trata se de uma pequena rêde tecida com malha fina (1 cm) na forma de um saco, cuja bôca
está prêsa a um arco de madeira ou duas varas laterais que a conservam aberta,
0 É formada por quatro "panos" unidos para formar um saco que tem 4 braças de comprimento,
2 de bôca e 1 de altura Sua malha é muito fina e seu emprêgo é às vêzes proibido pois prejudica
a criação miúda
- 31 -

Outra maneira de pescar o camarão e que também utiliza o processo de arrasto


é o "balão" (ver fig. 3) Trata-se de uma rêde maior e mais alta que as anteriores,
utilizada nas baías de fundos não muito rasos embora vasosos, não sendo por isso
encontrada nas lagoas de Maricá, Saquarema ou Araruama É o principal instrumento
para a pesca do camarão na Guanabara, sendo que só em Magé havia 40 balões
em 1942 7 füte sistema é empregado de dia, obtendo-se, geralmente, ótimos resultados.
Além dêsses processos baseados no arrasto das rêdes pelo fundo, a fim de
aprisionar o camarão, há outros também muito usados e que funcionam como
armadilhas O "gancho" empregado na Araruama é um cercado fixo onde penetra
o camarão especialmente nas noites de "escuro" (sem lua), sendo retirado na
mesma noite por meio de uma rêde de 5 a 6 braças de comprimento (ver fig- 7 e 8)
A "rêde de gancho" ou "de gancheia", é o processo mais usado nas lagoas de
Saquarema e Maricá onde os fundos são rasos e ocupados por muito "lixo" que
dificultaria o arrasto s Depois de 5 a 10 minutos de espera é a rêde recolhida
à canoa (ver fig. 5) É essa pesca feita à noite, e como no caso da "rêde de cauda",
trazem os pescadores uma lamparina para iluminar os fundos

Foto 3 - lancando a "tarrafa" para a pesca de paratis e outros peixes miúdos Praia
Grande, Arraial do Cabo (Fot Nilo Bernardes, Janeiro 1949)

Quando é muito abundante o camarão grande, usam também os pescadores a


"tarrafa" Esta rêde, cujo emprêgo exige grande habilidade, é usada para a pesca
interior como nos pontões e nas praias oceânicas, servindo para a pesca dos camarões
verdadeiros, além do parati, o carapicu e outros peixes pequenos (ver foto 3) D
Com o início do "tempo frio'', a partir de março e abril, a tainha (Mugi! lisa,
Cuv e VAL ou M11 gil b1 asiliensis AGASSIZ) penetra para desova nas lagoas,
enseadas e embocaduras dos rios, sendo sua saída interceptada pelos pescadores entre
os meses de maio e agôsto Constitui a pesca da tainha, depois da do camarão,
uma das atividades mais lucrativas nesse litoral interior Em algumas lagoas como
ná de Saquarema tem também grande significado a pesca do robalo, realizada de maneira
semelhante Os robalos (da famílio Pe1 cidae) vivem nos fundos lodosos das

7
Sua malha é fina (1,5 cm). assemelhando se muito à rêde do arrastão de praia Possui duas
"mangas" prêsas cada uma a um calão" e uma parte central mais alta (4x5 braças) e tecida com
fio mais grosso A rêde é puxada a uma certa distância da canoa por meio de quatro éabos (guias
e contra-guias) que a mantêm aberta
8
Ê retangular, com 1,5x50 a 30 braças e malha muito fina, sendo lançada em semicírculo
0
Tem a forma cônica como uma saia em sino, sendo seu bordo inferior dobrado para dentro
formando uma espé~ie de bainha con1 fundos de saco ou 'rufos" onde fica aprisionado o peixe
- 32 -

enseadas e acossados pelas "invernadas" (temporais vindos do sul no inverno)


deixam seus abrigos, sendo então pescados
Os principais instrumentos para a pesca da tainha nas enseadas e lagoas
interiores baseiam-se no seu hábito de saltar, logo que se vê cercada São, por isso,
numerosas as armadilhas ("ganchos", "estacadas", o "trimbombó na canoa" etc )
que adotam o mesmo princípio: julgando-se prêsa na armadilha ou assustando-se
com o barulho feito pelos pescadores, a tainha salta, caindo sôbre o trimbombó,
uma rêde colocada fora da água, nêle se emalhando (ver figs 9, 10, 11 e 12)

Foto 4 - Gancho para a pesca de tainha na lagoa de Saquarema


(Fot Nilo Bernardes, Janeiro 1949)

Enconttamos as armadilhas fixas, "ganchos'', "cu11ais" e "estacadas" nos fundos


rasos e desimpedidos junto às barras das lagoas (Saqua1ema e Maricá, ptincipalmente)
e nos fundos das grandes baías, em Sepetiba e Magé O "trimbombó" armado na
própria canoa é usado nos rios do fundo da Guanabara, onde a vegetação abundante
no leito dificultaria o emprêgo de outras a1madilhas ou de rêdes Da própria
canoa os pescadores fazem barulho batendo com os remos na água e jogando pedras
ao fundo, assustando, assim, as tainhas que, ao saltarem, ficam emalhadas na rêde
do trimbombó armada sôbre varas de um lado da canoa (ver fig 12)
Nas águas rasas dos fundos das enseadas e das lagoas emprega-se, também,
para a pesca da tainha e do robalo - bem como de outros peixes menores como
parati, carapicu, etc - 1êdes próprias para "cêrco" 1 º
O cêrco é feito por uma ou duas canoas, conforme se empregue uma rêde
apenas, ou duas emendadas Formado o semicírculo os pescadores "caceiam" o
peixe (fazem barulho batendo com os remos na água), que, assustado, procura fugir
e fica emalhado (ver fig 6) Em Piedade (Magé) foi mencionada a existência de
uma rêde de cêrco de tainha que contava apenas 7 braças de comprimento, sendo
o mesmo o processo empregado Talvez a exigüidade da rêde esteja ligada ao fato
de que a pesca é feita aí nas embocadmas e no baixo curso dos rios, onde seria
impossível, por falta de espaço, realizar um cêrco com uma rêde de 100 ou 150 braças

1º Tem uma altura de 1,5 a 2 braças e um comprimento variável de 60-100-150 braças (ver
fig 6) A malha varia de acôrdo com o tamanho do peixe que se pretende emalhar, e a grossura
e resistência do fio dependem de sua fôrça Assim. para o carapicu usa-se uma linha fina, enquanto
a rêde de robalo tem malha bem aberta e é tecida com barbante grosso
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SEÇOES GEOLOGICAS EM NITEROI E S.GONCALO
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POR ALBERTO RIB!!IRO LAMEGO·
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- 33 -

Além dêste grande número de rêdes e armadilhas que se destinam especialmente


a determinados peixes, há outras, de cêrco ou de espera, de emprêgo mais geral.
O "cêrco" que se destina a qualquer espécie é feito ~ noite com uma rêde de
malha muito fina (1,5 cm) e visa, não a enredar o peixe como nos cercos já descritos,
mas capturá-lo, impossibilitando-lhe a fuga Uma dessas rêdes, conhecida pela designação
de "tróia" foi proibida por ter malha muito fina, substituindo-a hoje a rêde "cai-cai" .11
Cada calão é mantido em posição vertical por um homem, de pé, dentro dágua.
(Ver figs 13 e 14) O primeiro homem segura imóvel um dêsses calões enquanto
a canoa faz o semicírculo, lançando a rêde Desce então o segundo homem, geralmente
o mestre, e aos poucos os dois se aproximam fechando o cêrco A rêde é puxada
para a canoa com cuidado, sem desfazer o cêrco Enquanto o "mestre" a recolhe
pela base, auxiliado pelos dois tripulantes que ficaram ria canoa, o outro pisa a
chumbada para evitar que o peixe escape por baixo (ver fig: 14). Este cêrco com
rêde "cai-cai'', por ser a malha muito fina (16 mm) serve a um tempo, para
camarão, tainha, carapeba, carapicu, etc

Foto 5 - Estacada com "Trimbobó" armadilha para tainhas


junto à barra da lagoa de Saquarema (Fot Nilo Bernardes,
Janeiro 1949)

A rêde de espera mais conhecida em tôdas as lagoas tem o nome de "menjoada".


(Ver fig. 4) Tem a forma retangular ( 40 x 2 braças), sendo estendida com as
m~lhas bem abertas, nos pontos de passagem dos cardumes. Colocada à noite, é a
menjoada recolhida pela manhã, com os peixes que nela ficaram emalhados. Destina-se
a menjoada a todos os peixes de porte médio como a tainha, que ficam enredados
em sua malha de 7 cm de abertura, e na zona de Parati a cavala ( Scomberomus
1·egalis) a sororoca (Scomberomus maculatus), o bagre (Tachys11w1s sp.) e a pescada
(Cynosciom acoupa).
Encontramos nas lagoas litorâneas e nos fundos das enseadas numerosos processos
de pesca, todos êles derivados de uma das técnicas fundamentais: a armadilha, a
espera, o arrasto, ou o cêrco Alguns são mais empregados, outros menos, de acôrdo
.com a importância da espécie a que se destina. Nenhum dêles, no entanto, dá
margem a grandes lucros, mas, em compensação, exigem o emprêgo de capital

11 Esta costuma ter de 50 a 60 braças, usando-se, também duas rêdes a um tempo, como no

Pôrto do Carro, perto da bàrra da Araruama A rêde não ultrapassa duas braças e meia de ultura,
tocando sempre o fundo, e está prêsa nas extremidades aos calões,

-3-
-34-

pequeno Assim, as canoas são compradas novas por 2 000 a 3 000 cruzeiros, as rêdes,
tecidas geralmente no próprio local, não ultrapassam 500 cruzeiros. Os "ganchos"
para tainha, cujo rendimento é bem superior, não são montados por menos de
10 000 a 12 000 cruzeiros Na divisão dos lucros cabe uma pequena parte aos
pescadores O dono da canoa e das rêdes geralmente reserva para si de 30% a 50%,
sendo o resto dividido entre os camaradas que trabalharam Quando o dono também
tomou parte na pescaria ainda recebe sua parte pelo trabalho Além disso, é
geralmente êle que negocia com o pescado, mandando-o no gêlo para o Rio ou
Niterói, e desta maneira, fixa os precos baixos, prejudicando o pescador, obrigado
a vender por qualquer preço a parte que lhe cabe Essas regiões de lagoas e fundos
de enseadas são de grande importância para o abastecimento do Rio de Janeiro,
pois delas provém, além de outras espécies, o camarão, grandemente consumido pela
população da capital. Todavia, mesmo os centros de maior produção, como Maricá,
não podem ser comparados, quanto ao valor da produção, com os núcleos de pesca
marítima, atividade muito mais lucrativa 12

B- Pesca marítima ou costeira

No litoral marítimo que compreende, além das grandes restingas e pontas


rochosas, as praias limpas das enseadas da baía da Ilha Grande e algumas da
Guanabara e de Sepetiba, predominam ainda hoje os processos tradicionais: a pesca
de linha e o arrastão de praia
Já os indígenas praticavam neste litoral a pesca de linha, utilizando-se de
espinhas prêsas à extremidade de linhas de tucum 13 Os europeus introduziram o
emprêgo de rêdes e em breve quase tôdas as praias dêsse litoral foram ocupadas
por "pescarias", nelas trabalhando escravos e homens brancos assalariados Os
habitantes das primeiras povoações fundadas no litoral flu~inense no início do
século XVII mantinham-se quase exclusivamente com o produto da pesca. Era
êste o caso de Cabo Frio, fundação militar que data de 1615 e cujos moradores,
segundo testemunho da época, "vivem mais de pescarias e mais dependem do mar
e da sua lagoa que da terra" 14 Um mapa da região de Cabo Frio que data do século
XVII, publicado por A LAMEGO em A Terra Goitacá, 14 mostra-nos a distribuição
das "pescarias" nas numerosas praias que se sucedem nesse litoral Também em
Macaé, aldeia fundada pelos jesuítas em 1630, "essa gente se ocupava na pesca"
Todavia, embora se possa assegurar que a maioria da população estabelecida nesse
litoral vivia em grande parte da pesca, quase não possuímos elementos que nos
permitam estudar quais os processos então em uso, etc Apenas existem documentos
e dados estatísticos a respeito da pesca da baleia, realizada durante o período
colonial por contratadores, e que fornecia à Coroa Portuguêsa uma boa renda
Desapareceu mais tarde essa indústria de pesca hoje inexistente, e por isso não
nos deteremos sôbre o assunto Encontramos também referências às rêdes de arrasto,

12 Em 1940 foi Maricá o maior fornecedor de peixe do Entreposto do Distrito Federal, com
3 415 kg Todavia, o valor desta produção era superado por outras colônias como Caba Frio, onde
há pesca marítima. mais rendosa
18 Assim afirma JEAN DE LERY, Viagem à te11a do Blasil Trad de SÉRGIO MILLIET, segundo ac
edição de PAUL GAFFAREL Livraria Martins Ed P 278 São Paulo
" LAMEGO, ALBERTO - A tetta Goitacá - Livro III - À luz de documentos inéditos
L' édition dart - Gandio·Bruxelles, 1925, 469 p
- 35 -

na citação da defesa do P. MAN UEL DIAS contra as acusações feitas pela Câmara
de Cabo Frio (1722). " Rara vez sucede alguém ir pescar naquelas paragens
(Ponta dos Búzios) não só por ficar longe da cidade, mas por serem poucos
os que têm meios para comprar rêdes de arrasto". 15
São essas rêdes de arrasto que caracterizam até o dia de hoje a pesca costeira
no litoral do Rio de Janeiro como nos dos estados vizinhos . Em alguns núcleos
maiores como em Cabo Frio e na Ilha Grande, que gozam de condições físicas
privilegiadas (ancoradouros abrigados e com boas profundidades) e de maiores
facilidades econômicas, já vem sendo o arrastão de praia abandonado em proveito
da pesca ao largo em barcos de motor - a pesca de traineira. Todavia, em quase
tôdas as praias limpas do nosso litoral ainda se pratica o arrastão, a começar pela
de Copacabana, em plena cidade do Rio de Janeiro. O principal centro de pesca
de arrastão na zona em estudo é o Arraial do Cabo (Cabo Frio) , onde encontramos
mais de cinqüenta canoas e rêdes de arrasto e aonde há uma verdadeira organização
que visa ao rodízio das embarcações, trabalhando diàriamente, duas na Praia Grande
e uma em cada uma das praias do Anjo, do Forno e do Farol, esta na ilha

-
fronteira ao continente 1 " (Yer fotos 6, 7 e 9) .

Foto 6 - Proio Gra nde, Arroiol do Cabo. Pescadores estendendo


os rêdes poro secar ao sol. O grande número de conoos nesta
pro io como no praia do Anjo (foto 7) revelo o importância
dêste núcleo do pesco de orrostõo . ( Fot. Nilo Bernardes,
Janeiro 1949)

De cada lance do arrastão part1c1pam nove homens. Dêstes, sete seguem na


canoa, sendo quatro remadores, dois "botadores" de rêde e o mestre . Em terra
permanece, além do vigia, o "cabeiro" que segura a "bêta" deixada quando parte
a canoa. Do vigia depende, em g rande parte, o êxito do lance . Cabe-lhe ficar
de espia em uma elevação e avisar aos companheiros a aproximação dos cardumes

" LAM EGO . Au 11rn10 - ubr• citada .


•• A ride de orr.istio é form>d• por três panos··: JuJ> ·m• ni;• s" O poleg>•bs de m• lha e
um• p•rte ccntu l, o "cópio··. onde • m•lh• ~ m•is estrdt• (1.5 polci:•d•) e de fio m•is grosso.
conhecid> t>mbém como ··en sac.dor" , pois o ptixc >i fie• enuc•do . A 2ltur. da r~de ~ maior no
"'cópio'" ( 15 buçns) . diminuindo nas ··mangas" cuja extremidade possui .tptn:ts 8 brlças. A fim de
mant~·I• vertica l. olém das tr3lh as de co rti ç> e de chumbo. respectivomcnte em sua parte su!X'rior
e in ferior. cad• um• de suas cxiremidadc< est~ préu • um "c3l:io·· ou "forcada·· (p• u de 10 cm
de diâmet ro e l ~ m de altur•l. •o qu•I t-st:í • m>rudo o C3bo ou '"bit• " que strvt p2rn pux:ir :1.
r~ dr p2r:1. :1. teru.
- 36

(ver foto 8) . Geral.mente reconhece com prec1sao a qualidade e a quantidade


do peixe pela côr da mancha que aparece no mar, sua extensão, a velocidade de
seu deslocamento. Assinalado o cardume, lança-se ao mar ràpidamente a canoa
escalada para êsse dia, dirigindo-se para o local indicado. A certa distância da
praia começam a soltar a rêde, prêsa a um cabo cuja outra extremidade ficou em
terra, em mãos do "cabeiro". A canoa descreve, então, um semicírculo, aproximando-se
novamente da praia. (Ver fig. 15) . Ao terminarem o lançamento da rêde, é
trazida à terra a extremidade do cabo a ela prêso. Encosta na praia a canoa e
seus tripulantes, auxiliados por todos aquêles que aí se encontram, homens, mulheres
e crianças, unem seus esforços na faina de puxar a rêde para a terra. Realiza-se,
então, o arrastão propriamente dito: a rêde, cuja tralha de chumbo atinge o
fundo, é arrastada para a terra trazendo consigo todos os peixes que tfoham sido
cercados no lance.

Foto 7 - Arroiai do Cobo, proio do Anjo . À di reito ve mos os conoas que oguordom seu dio
de saído e, à esquerdo, o tripul oçõo do que saiu na véspe ra consertan do o rêde rompido pelos
enxovas nelo copturodas . Ao fun do, no extremidade mais protegida da praia, parte do Arroiai
do Cabo. A outra parte, constituída por um casario baixo, ocho-se disposta por detrás do cordão
de dunos que vemos à esquerda . (Fot. Nilo Bernardes, Janeiro 1949)

e esta, em essência, a forma como se processa o arrastão de praia. Há, no


entanto, algumas variedades na maneira de realizar o lance, 17 quando se trata
de casos especiais. (Ver figs. 16, 17 e 18).
Em todo o litoral fluminense é o "arrastão" o principal processo de pesca
costeira e em quase tôdas as praias limpas que dispõem de um abrigo, encontramos
no mínimp uma rêde semelhante à que acima descrevemos. A única diferença
observada é a ausência do vigia em alguns lugares, realizando-se então o arrastão
regularmente, todos os dias, quando o tempo o permite, como é o caso na baía
da Ilha Grande. As espécies mais freqüentes são aí a corvina (Micropon operc11tis
e M. 011d11lat11s) , a pescada, o xaréu, o xerelete (Caranx crysos) etc.

11 Junto às pedras. por exemplo, faz.se um cê rco de ··gancho''. assustando o peixe para que nêlc
penetre. Isto é usado. geralmente, para peixes mansos. como cavala, bonito etc. .. (ver fig. 18).
Na praia Grande, no Arraial do Cabo, onde di111 iamente trabalham duas canoas. hA casos em que elas
cooperam cm um mesmo lance. Assim, se o cardume avistado pelo vigia acha·se muito afastado,
uma das canou fomu com sua rêde uma p:ircde pc~odicular à praia, enquanto a outra completa
o cêrco (ver fig. 17) . Quando se trata de uma manta muito numerosa de enxovu (Ptr<a utltalrix e
Gasttr1J11'111 saltatrix LtNNEU) cujos dentes afiados conseguem, muitas véus, cstraçslhar a r~de, usa·se
fazer um c~rco duplo, com uma r~de por detrAs da outrn, a fim de capturar o peixe que conseguir
escapar da primeira (ver fig. 16).
- 37 -

Nas grandes restingas menos abrigadas, expostas geralmente aos ventos violentos
do sul, o arrastão é realizado quase que exclusivamente no verão, quando êste vento
é menos freqüente e o mar mais calmo. Assim, em Saquarema e na Maçambaba
só há arrastão de novembro a março. As espécies mais obtidas nesse período
são o xaréu e xerelete (de outubro a dezembro), o bonito, principalmente no
Arraial do Cabo, de novembro a fevereiro . A enxova é freqüente durante todo o
ano mas especialmente no inverno, a época em que aparece a tainha. ~ interessante
notar que a tainha sendo trazida pelos ventos do sul (a partir de abril) não pode
ser pescada nas grandes restingas expostas a êsses ventos, pois quando êles incidem
nesse litoral o mar torna-se grosso, impróprio à pesca. A tainha no litoral marítimo
só é obtida nas enseadas protegidas como na baía da Ilha Grande e nas pequenas
praias do Arraial do Cabo. A pesca do arrastão é especialmente rendosa no Arraial
do Cabo, situado no ponto em que a crosta muda de direção e onde vêm ter os
peixes trazidos pelos ventos do sul como pelo nordeste .

Foto 8 - Extremidade leste da praia Grande, Arraial do Cabo .


Nesta duna que recobre um espigão rochoso, coloca-se dià ria-
mente o " vigia", encarregado de anunciar aos companheiros a
aproximação dos cardumes. (fot. Nilo Bernardes, Janeiro 1949)

Na baía da · Ilha Grande encontramos, ao lado QO arrastão tradicional, outros


processos de pesca - o cêrco da tainha e a pesca de espia, aliás, baseados no
mesmo princípio do "arrasto". A rêde usada nesses dois casos não é mais a
mesma, constituída pelo cópio e as mangas, e sim uma rêde retangular com 6 a 8
braças de altura, 200 a 250 braças de . compri.:nento e malhas de 3 dedos. Aliás
o arrastão nessa zona da Ilha Grande usa às vêzes essa rêde, indo na canoa apenas
4 homens.
O cêrco da tainha é realizado por duas canoas, usando-se uma rêde ou duas
emendadas, conforme a distância de terra e a quantidade do peixe a cercar (ver
fig. 19). Partem as canoas do mesmo ponto e lançam a rêde em semicírculo,
puxando-a depois para a terra por meio de dois cabos. Em cada canoa seguem
4 homens, dois proeiros que remam e dirigem a operação e dois que soltam a
rêde, o chumbereiro e o popeiro, encarregados, respectivamente, da tralha de chumbo
e da de cortiça. Este tipo de cêrco também é usado para cavala, bonito, enxova .
A "pesca de espia" é uma combinação de dois processos, a "espera"" e o
"arrasto". ( Ver fig. 20). A rêde, a mesma do cêrco acima descrito, é lançada
- 38-

a partir da praia ou de uma ponta rochosa, segundo a indicação do vigia, conhecido


no local como "espia". Depois de lançada, a rêCle forma uma espécie de gancho,
com uma extremidade junto à praia e a outra encolhida a meia distância. Esta,
a parte "morta" da rêde, será puxada para a terra por meio de um cabo - quando
o peixe houver penetrado no gancho, assim armado. A fim de que a rêde não
seja levada pelas vagas é costume prender à tralha de cortiça alguns cabos amarrados
a grandes pedras, as "poitas". De uma canoa do lado de fora da rêde um homem
com um caniço a que está prêso um pano branco fica observando o momento
em que o peixe atinge a rêde. Dá então o sinal para os camaradas que, da terra
puxam a rêde, procedendo como no arrastão comum. A pesca de espia sucede,
geralmente, nos meses de verão, de novembro até março, quando certos peixes
( xaréu, cavala, xerelete, bonito, etc . ) penetram nas enseadas em busca da manjuba
(espécie de sardinha pequena) .

Foto 9 - Praia Grande, Arroiai do Cabo - rêdes e canoas de


arrastão . (Fot. Nilo Bernardes, Janeiro 1949)

Juntamente com o cêrco da tainha, acima descrito, a pesca de espia constitui


uma particularidade da baía da Ilha Grande, revelando desta maneira a influência
dos pescadores do litoral paulista.
• A distribuição dos lucros obtidos por êsses vários processos de pesca matitima,
realizados coletivamente, faz-se geralmente por partes, cabendo um certo número
de partes ao dono, dependendo do capital empregado, e sendo as outras distribuídas
aos que trabalharam no lance . Assim, ao proprietário da rêde cabe geralmente no
caso do arrastão com 9 homens um têrço do lucro obtido, dividindo-se o resto
entre os demais. Às vêzes o vigia e o mestre, que executam as tarefas mais
importantes, recebem uma parte ou meia a mais que seus colegas. Todos aquêles
que, estando na praia, auxiliam a puxar o arrastão, recebem sua paga em peixes.
Além dêsses processos de pesca coletiva baseados no princípio do arrasto, vemos
ainda nas praias e nas pontas rochosas do litoral numerosos processos de pesca
individual que, embora não cheguem nunca a proporcionar os grandes lucros que
esporàdicamente se obtêm no arrastão ou nos processos similares, têm a vantagem
de não exigir grande emprêgo de capital nem a distribuição dos lucros obtidos.
- 39 -

O processo de pesca individual mais comum e rendoso é a "pesca de linha" . is


Esta é feita de terra ou a bordo de uma pequena canoa e, em alguns lugares é
muito lucrativa, especialmente quando as águas não estão muito frias, sendo realizada
então de dia e à noite. Entre as ilhas e pontas rochosas da baía da Ilha Grande
e da zona de Cabo Frio, constitui a pesca de linha uma importante fonte de
riqueza : Na zona de · Cabo Frio, sobressaem-se entre as espécies obtidas na pesca
de linha o badejo (Epinephelu1 ip.), a garoupa (Cerna gigas), o cação, apescada
e a enxova, muito comum o ano todo, especialmente no inverno . Na baía da Ilha
Grande, o principal centro de pesca de linha é a ilha da Gipóia, onde a maioria
dos pescadores vive exclusivamente dêsse tipo de pesca, pois com material barato
obtêm peixe de boa qualidade que é vendido a bom preço sem haver necessidade
de repartir os lucros. l! esta, aliás, a vantagem da pesca individual, especialmente
nos lugares freqüentados por espécies de bom valor comercial.

Foto 1O - Pequeno troineiro, borco de motor


poro o pesco oo largo . fste tipo de troinei ro,
que oqui vemos oncorodo no p&rto de Cobo
Frio, nóo tem roio de oçõo muito grande . t
utilizado à noite, poro o cêrco, processo descrito
nos figu ras . ( Fot. Nilo Be rnardes, Janeiro 1949 )

Outros processos de pesca ind~vidual também muito empregados são os da


pesca de tarcafa e a de covos. .A. "tarrafa" (ver foto 3 ). é lançada das praias ou
dos pontões rochosos, servindo especialmente para o parati, pequeno peixe de fraco

14 Há vários processos de pesca de linha, sendo o mais comum o da linha .. simples'', .. de fundo",

jogada da terra ou da canoa. O "espinhei" é constituido por uma linha de 120 braças, cm média,
com uma linha pequena derivada de brat• cm braça e, na extremidade de cada uma delas, um anzol,
J! gerdmeote jogada à noite, sendo recolhido pela madrugada. Os peixes mais obtidos por ~sse processo
sio o cação e o bagre.
-40-

valor econom1co mas muito usado na alimentação dos pr6prios pescadores. O


pescador fica na beira dágua, com a tarrafa na mão e pronto para lançá-la,
observando com cuidado para notar a aproximação do peixe. Lança-a então, recolhendo-a
imediatamente.
Há ainda outros processos individuais de pesca costeira, de aplicação muito
limitada. 10 A não ser nas duas zonas acima apontadas, onde a pesca de linha é uma
atividade realmente rendosa, e~ geral, nos outros trechos do litoral ela é praticada
no intervalo entre as outras pescarias, ou quando o mar está grosso não permitindo .
a saída dos barcos. Mesmo assim ela constitui uma atividade importante, pois
garante ao pescador sua subsistência quando falham os outros processos geralmente
mais rendosos.
A pesca marítima ou costeira, além dos processos individuais ou c-0letivos
acima descritos e que ocorrem a pequena distância da costa, compreende também
a que se realiza ao largo, em canoas ou em barcos de motor.

Foto 11 - Traineira de um núcleo de pesca da Ilha Grande.


Ao fundo, na encosta, derrubadas cercando as casas dos
pescadores. (Fot. Nilo Bemardes, Janeiro 1949)

Entre êsses processos de pesca ao largo, podemos destacar, de início, a pesca


de linha, muito importante na zon·a de Cabo Feio. Ela é geralmente realizada à
noite, saindo cada barco com um certo número de pescadores, no máximo 8 ou 9.
Faz-se desta maneira a pesca com "linha de fundo" e com "corrico", uma linha
prêsa à canoa em movimento. Entre os peixes apanhados por êsse sistema encontram-se
a garoupa, o badejo, a enxova, o cherne (Garrupa niveata) e o mero (Promicrons
guttatus) .
São comuns, também, ao largo, os "cercos" feitos especialmente para enxovas,
com a pr6pria rêde do arrastão (ou duas emendadas) ou com outra rêde menor
como a que é usada em Saquarema e na Ponta Negra, conhecida como "rêde álta"
ou de "lanço". (Ver fig. 22). Também, outra modalidade de pesca ao largo é
a do cação, realizada com êxito no Arraial do Cabo, na baía da Ilha Grande e na

'" Entre êstcs se pode citar o ":irpio", o "2angartio'', o "gr:inzd" bem P,OUCO empregado, é
verdade. Hi ainda os "covos" us:idos especiallDCllte na 2ona de Angra dos Reis (120 covos em 1942).
Sio arlllàdilhas formadas por uma espéde de chto de abertura afunilada, construido de maneira que
o peixe possa penetrar flcilroente mas tenha sua salda interceptada. Jogados à noite, junto às pedras,
com um engôdo para 2trair o peixe, são os covos recolhidos na manhã seguinte.
- 41

Marambaia. Empregam a rêde conhecida como "caçoeira'', 2 uma grande rêde de º


espera com malha de um palmo, destinada a prender o cação pelas garras. (Ver
fig. 21) . Essa pesca tem maior êxito na baía da Ilha Grande durante o verão,
quando o cação penetra aí. No Arraial do Cabo a época mais própria é o
inverno, de maio a agôsto. Os cações obtidos por êsse processo são geralmente de
um metro, ou pouco mais, pesando, via de regra, 70-80 quilos. Nas épocas de
abundância são capturados cações até com 500 quilos.

Foto 12 - Pôrto de Ca bo Frio - Mercado em cuja s bancas


é vendido o pescado, quer se destine ao consumo loca l ou a
Niterói. (Fot. Nilo Berna rdes, J anei ro 1949)

O principal processo de pesca ao largo é o da pesca de traineira, realizada à


noite com barcos de motor. Destina-se a qualquer espécie, especialmente à sardinha,
obtida em grandes quantidades. Além da pesca de traineira tem importância também
muito grande, mas apenas para as pescadores do Distrito Federal, ou melhor, do
Caju, a pesca de linha nos parcéis do "Mar Novo.. ao largo da costa norte do Estado
do Rio, onde vão ter em barcos grandes, de motor, com 18 a 20 metros de quilha.
Já se deu também nesse litoral a introdução da rêde de arrasto ao largo, denominada
"otter-trawl". Os resultados obtidos parecem não ter sido compensadores, talvez
porque o capital exigido por êsse processo seja muito elevado. Seu emprêgo foi
proibido dentro de baías, como a baía da Ilha Grande, por exterminar quase tôda
a criação, sustento de milhares de pescadores. Por outro lado, a plataforma continental
nessa região é muito estreita. Talvez por êsses dois motivos hoje quase não se
emprega êste processo em todo o litoral do Rio de Janeiro . Essa pesca, conhecida
pelos franceses como "chalutage" é exercida ao largo das costas de Santa Catarina
e Rio Grande de onde os próprios " trawlers" trazem o pescado para o Distrito
Federal.
"Traineira" é o nome da rêde, estendendo-se atualmente também aos barcos.
Todos êles são de motor, alguns menores, sem convés (ver foto 10) e outros
maiores e mais numerosos com convés. Costumam êsses barcos ter de 8 a 14
metros de quilha, no máximo, a não ser alguns maiores, da colônia do Caju no
Rio de Janeiro.

"° Devido o seu grnnde pêso o rêde cst3 prêsa a do is onco rctes e duos bóias, a fim de não ser
levada pelas :ígu:i.s e se manter verticll.
-42-

Partindo à tarde, as traineiras voltam geralmente pela madrugada, mas os


barcos maiores que têm maior raio de ação ficam vários dias ao largo. As traineiras
de Cabo Frio, em geral, não se afastam muito, voltando para a própria colônia,
onde vendem o peixe no mercado local aos moradores que fazem a salga ou aos
arrematantes que dispõem de gêlo e remetem o pescado para Niterói. As maiores
estemdem sua pescaria a todo o litoral do Estado. As da Ilha Grande e do Caju
costumam permanecer vários dias fora (levam provisões para 5 dias), indo até o
litoral paulista a oeste e, a leste, até a zona de Cabo Frio (ver foto 11) . Vendem
o pescado obtido em Angra dos Reis, em Santos ou diretamente no Entreposto do
Rio de Janeiro, de acôrdo com a oscilação dos preços.
Quando o barco é grande, tem uma tribulação de 4 a 8 homens mais o mestre,
independente do pessoal da rêde. Este consta de 6 a 8 homens, mais o mestre,
tendo cada uma missão específica.

Foto 13 - Núcleo de pesco de t raineira em uma enseada da


Il ho Grande. Vê-se a rêde estend ida a secar e o galpão poro
abrigo das canoas. Pode-se ava liar, nesta fotografia, a a ltu ra
da rêde. Na encosta e no e nseada, as cosas dos pescadores.
(Fot . Nilo Bernardes, Janei ro 1949)

A pesca de traineira só é feita nas noites sem lua, havendo interrupção durante
a lua cheia; aproveitam apenas as horas de ;.escuro" nas noites parcialmente iluminadas.
Quando há muito vento, especialmente de junho a agôsto, os barcos de traineira
menores, de Cabo Frio não podem sair, porque o mar aí se torna muito violento.
O "escuro" é uma condição imprescindível para que seja avistado o peixe. De
fato, as mantas de sardinhas são reconhecidas pela "ardentia", um brilho ;"ncomum
nas águas, que só pode ser observado no escuro . Cabe ao "proeiro" assin.úar aos
companheiros a presença do peixe, indicando com um cigarro aceso ou uma pequena
lanterna elétrica a direção em que êste se encontra . . Aprox~ma-se o barco, tendo
o mestre ao leme e inicia-se então o lançamento da rêde. 21

21 /\. rede de traineira é formada por um pano ~etangular que tem em sua parte superior uma

tralha de cortiça e na parte inferior um cabo corrediço, a "carregadeira"' que passa por uma série de
anilhas e, ao ser puxado, junta-se, fechando a r~de na forma de um saco. /\. parte do fundo da
rêde, o "sacador" ou "'ensacador'", como é conhecida, tem malha mais fina, pois suporta um gr.1nde
pêso. O tamanho da rêde · varia de acôrdo com o barco . Um barco pequeno de Cabo Frio, ~em
convés, empregava uma .. rêdc de 75 braç•S de comprimento por 14 de altura, enquanto outrc da
Ilha Grande, possula 300mx300m, •tendo custado o seu proprietário a importância de CrS 90 000,00 .
/\. malha da traineira é fina (2 a 3 cm) e a l,inba de que é tecida muito resistente.
PESCA NO LITORAL DO RIO DE JANE IRO

1. B. G. E.
CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA
DlVISAO DE GEOGRAFIA

1949

l
..,.................................1

.............

E S í

..................... \
r.... ... . . .

CONVENÇÕES

~ RAIO DE AÇÃO DAS TRAINEIRAS

i PESCA INTERlOR

• PESCA MARÍTIMA OU COSTEIRA

POPULAÇÃO DE PESCADORES EM 1940:

----- 1200

- - - 500
_ _ _ 200
- - - 100
-43-

A rêde é lançada prêsa a um caíque, que veio a reboque do ba1co ou, quando
menor, prêsa apenas a uma bóia (ver fig 23) A canoa descreve então um círculo
a partir do ponto em que ficou a bóia, ou o caíque, e três homens, o "chumbereiro" o
"paneiro" e o "corticeiro" vão lan~ando a rêde, cuidando cada um, respectivamente,
de lançar a base da rêde, o "pano" e a tralha de cortiça Completado o círculo,
puxa-se o cabo e a rêde se fecha como um saco, sendo então recolhida à canoa
(ver fig 24) Quando a quantidade de peixe apanhada é suficiente para encher
a canoa, não repetem o lance Caso contrário, fazem até 1 O lances se necessário
Os barcos grandes costumam ter um guincho para erguer a rêde A espécie mais
obtida é a sardinha, especialmente a verdadeira ou legítima (Smdinela au1ita)
Junto com a sardinha são pescados também a tainha, o xerelete, a corvina, o xaréu,
a pescada, a enxova, o bonito, etc

Foto 14 - Caminhão frigorífico para transporte do pescado


do Arraial do Cabo a Niterói (Fot Nilo Bernardes,
Janeiro 1949)

A pesca de traineira, introduzida nesse litoral pouco antes de 1930, tem-se


desenvolvido muito nos últimos anos, principalmente no Distrito Federal (colônia
de pesca do Caju), na baía da Ilha Grande e, ainda, em menor escala, em Cabo
Frio e na Ma1ambaia Somente na baía da Ilha Grande encontram-se hoje umas
30 traineiras, sendo que no Distrito Federal elas são muito mais numerosas É
essa pesca de traineiras que abastece em pescado as várias fábricas de salga e de
conservas de peixe em funcionamento nesse litoral especialmente em Angra dos
Reis - Ilha Grande e em tôrno da baía de Guanabara, no Rio, em Niterói e São
Gonçalo
Na pesca de traineira, como no arrastão, o pagamento é feito por partes, depois
de retirada a quantia correspondente às despesas O proprietário fica com um certo
número de partes, que correspondem geralmente a 50% dos lucros. As outras
partes são divididas entre os homens, cabendo mais ao mestre Isso se dá, na
maioria dos casos, quando o proprietário da traineira e do barco é o mesmo, um
antigo pescador que progrediu, um capitalista ou uma companhia ou sociedade
anônima, caso mais freqüente nas traineiras do Rio de Janeiro e algumas de Cabo
Frio Na baía de Ilha Grande é comum haver pescadores proprietários de rêdes
que as alugam aos donos dos barcos por preço estipulado de antemão por caixa
de sardinha que fôr obtida O dono do barco pode, nesse caso, ter um lucro
-44-

pequeno, se não conseguir vender a bom preço a sardinha, ou extraordinário, no


caso contrário. De maneira geral, o lucro obtido na pesca de traineira é grandemente
compensador, constituindo para os donos dos barcos um bom emprêgo de capital.
A importância crescente da pesca de traineira tende a reduzir o papel dos
velhos processos tradicionais de pesca que ainda dominam na maior parte do litoral
do Rio de Janeiro Todavia, a falta de portos abrigados e de águas profundas
onde possam fundear os barcos de traineira é ainda uma garantia para êsses velhos
processos .em grande número dos núcleos de pescadores Somente na Guanabara,
na baía da Ilha Grande e em Cabo Frio é que se tem desenvolvido a pesca de
traineira em detrimento das velhas técnicas que, mesmo assim ainda são utilizadas
pelos pescadores durante o período de inatividade das traineiras, a quadra de lua

li - GÊNERO DE VIDA E DISTRIBUIÇÃO DOS PESCADORES

O gênero de vida dos pescadores apresenta catacterísticas gerais semelhantes


em todo o litoral em estudo Todavia, variando as condições físicas das grandes
restingas inóspitas às pequenas enseadas montanhosas isoladas, como conseqüência,
modifica-se o gênero de vida que apresenta caracteres particulares de acôrdo com
a distribuição dos pescadores num ou noutro tipo de litoral

Foto 15 - Tipo de pescador do Arraial do Cabo,


mestre de um barco de arrastão No intervalo
entre os dias de trabalho no mar dirige o consêrto
das rêdes (Fot. Nilo Bernardes, Janeiro 1949)

De maneira geral, vivem os pescadores humildemente, em casas, sempre pequenas


e às vêzes miseráveis, de terra batida ou de tejolos, com cobertura de telha vã ou
apenas de palha No Distrito Federal, nas colônias do éaju e de Maria Angu,
vemos um tipo especial de habitação, pequenos barracões de madeiríl construídos
à beira do mangue sôbre estacas São tôdas essas casas muito modestas, possuindo
em geral apenas um quarto, uma sala e a cozinha; o mobiliário se reduz às vêzes
a uma mesa, um ou dois bancos e uma cama, dormindo em esteiras o resto da
família, quase sempre numerosa Em sua quase totalidade são êsses pescadores
-45-

brasileiros natos, filhos de pais também pescadores descendentes de índios e portuguêses


No Rio de Janeiro (DF ) há grande número de filhos de portuguêses aqui
radicados.
Além de seu trabalho no mar ou na lagoa, cabe ainda ao pescador conservar
e consertar as rêdes (vide foto 16) e, mesmo, em muitos casos, tecê-las, especialmente
quando se trata de rêdes pequenas, usadas nas lagoas ou da tarrafa, sendo ajudado
nesse trabalho pela mulher e as filhas De fato, apenas as rêdes de traineira e às
vêzes as do arrastão são compradas já tecidas, aos fabricantes de São Paulo. Mesmo
assim, cabe aos pescadores prepará-las, colocando a tralha de cortiça e a carregadeira,
tingindo-a, etc Em geral há nos núcleos de pesca alguns fazedores de rêde,
homens ou mulheres (ver foto 17) e quando o pescador possui meios suficientes
compra-as dêstes colegas, mas, não podendo fazê-lo, adquire apenas o fio e tece-as
êle mesmo O trabalho de tingir, colocar as tralhas, os cabos, etc. é sempre
feito pelo pescador, para si próprio ou para o proprietário da rêde A tinta é de
fabricação doméstica, usando-se casca de aroeira, de murici, etc A "cortiça" é
feita com raiz de araticum, uma árvore do brejo, enquanto os cabos são de um
cipó conhecido pelo nome de imbê Os pescadores costumam procurar êles próprios
êsses cipós e raízes, a não ser ~as proximidades do Rio de Janeiro onde êles vão
adquiri-los no Mercado.

Foto 16 - Pormenor da foto 7 consêrto de uma rêde de arrastão


rompida pelas enxovas (Fot. Nilo Bernardes, Janeiro 1949)

As canoas, construídas com apenas um tronco para evitar a entrada da água


(ver foto 18) são compradas no Rio ou em alguns pequenos portos como Barra
de São João, onde são fabricadas com troncos de cedro, jequitibá, etc.
Costumam os pe.scadores trabalhar ora num ora noutro tipo de pesca, de acôrdo
com a época pri5pria ou as possibilidades de maior lucro. Ê interessante notar que
muitos dentre os pescadores das lagoas, nos períodos difíceis, vão ao Rio de Janeiro
trabalhar por uns tempos na pesca de traineira, voltando depois à lagoa e aos processos
tradicionais na época de fartura. As mulheres, alem de seu trabalho doméstico,
auxiliam os pescadores na confecção das tauafas e rêdes pequenas e, em alguns lugares,
trabalham na salga do peixe
A distribuição dos centros de pesca ao longo dêste litoral, ora recortado, ora
retilíneo, tem profunda influência no gênero de vida dos pescadores pois variam
.,.--, 46 -

com as condições físicas diversas aí encontradas, as possibilidades de alguma atividade


complementar
Assim, nas restingas inóspitas que se sucedem da Marambaia para leste e estão
isoladas do continente por braços de mar às vêzes bem extensos, os pescadores não
dispõem, além da pesca, de nenhum outro recurso Instalados em pleno cordão
arenoso, não possuem nenhuma agricultura complementar nem pequena cnaçao
Suas casas pequenas e na maioria miseráveis estão sempre agrupadas, formando.
povoados às vêzes grandes e de população numerosa como Saquarema, . o Arraial
do Cabo, Atafona O Arraial do Cabo é constituído quase exclusivamente por
habitações de pescadores e ocupa, a um tempo a extremidade mais protegida de
uma praia, junto ao pontão rochoso que o defende contra o forte vento de NE e
uma depressão interior, cercada de dunas, que separa esta praia da Praia Grande,
a mais desabrigada Atafona, na foz do Paraíba e Saquarema, na barra da lagoa
do mesmo nome situam-se ambas por detrás do cômoros, de costas para o mar É
interessante notar que em ambas as localidades apenas as residências modernas de
veranistas se situam no alto dos cômoros, de frente para o mar

Foto 17 - Fabricação doméstica das rêdes de pesca em


lguaba Grande, à margem da lagoa de Araruaina Nota-se
claramente no tipo da mulher a ascendência indígena
(Fot. Nilo Bernardes, Janeiro 1949)

Para os pescadores dêsses núcleos, estabelecidos em plena restinga e separados:


das terras férteis pelas lagoas ou imensos areais, o peixe é o seu ganha-pão único e
base de sua alimentação Como já foi assinalado acima, não vemos aí habitações
dispersas cercadas de árvores e culturas, mas aglomerados densos com as casas pequenas.
e muito baixas, dispostas lado a lado Em alguns lugares como Saquarema e
Atafona, não havendo outra proteção contra os ventos violentos do sul, situam-se
essas casas por detrás dos cômoros, sendo por isso muito baixas, apresentando às
vêzes algumas pedras sôbre o teto de palha a fim de que êste não seja carregado
pelo vento
Não havendo possibilid,ítde de cultura são obrigados os pesca.dores dessas localidades
a tudo comprar dos negociantes locais e, em vista das dificuldades de abastecimento
acrescidas pela grande distância das regiões produtoras, os preços dos gêneros alimentíciós.
são extraordinàriamente elevados Artigos fàcilmente perecíveis só com grandes
dificuldades podem ser encontrados em Saquarema ou no Arraial do Cabo, e não,
- 47

fazem parte da alimentação dos pescadores: os legumes e frutas aparecem raramente,


o leite de vaca é inexistente Algumas cabras fornecem leite para uma minoria
ínfima da população; outros possuem uma ou duas galinhas O abastecimento em
lenha e água constitui talvez a maior dificuldade A água geralmente salobra e
escura, é tirada de poços A lenha, devido à devastação já avançada da vegetação
pobre da restinga, só pode ser obtida a grandes distâncias e as mulheres fazem
longas caminhadas com feixe de lenha à cabeça
A alimentação dessas populações é deficiente e seu padrão de vida baixo, em
vista de tôdas essas dificuldades, acrescidas pela condição da maioria dos pescadores,
geralmente subordinados aos donos dos barcos e das rêdes

Foto 18 - Lagoa de Saquarema, vendo-se no prim~iro plano,


algumas canoas de pesca (Fot Nilo Bernardes, Janeiro 1949)

Dificuldades semelhantes são encontradas por todos os pequenos núcleos de


pescadores disseminados pelas grandes restingas oceânicas Dá-se o mesmo também
em Macaé, onde os pescadores ocupam terrenos de marinha, da grande restinga ou
das margens do rio, vivendo exclusivamente do lucro obtido com a pesca, à margem
da vida da cidade
Nas baías e enseadas do litoral recortado de oeste bem como na margem
interior das lagoas, as condições de vida diferem profundamente das que acima
foram assinaladas .nas grandes restingas, a não ser nas colônias situadas em plena
cidade do Rio de Janeiro, onde os pescadores não podem possuir roças nem criação
e são obrigados a tudo comprar nas mãos dos comerciantes
Nesse litoral recortado e na margem interior das lagoas (Maricá, Araruama,
Feia), o povoamento é em geral disperso e cada pescador possui algumas bananeiras
e árvores frutíferas, peqena roça e criação, tudo para consumo da família A vida
dêsse pescador, do muxuango do norte fluminense, do caiçara das zonas limítrofes
com São Paulo, difere profundamente da que foi apontada como característica
nas grandes restingas
O muxuango é o pequeno sitiante da planície campista, pescador na lagoa Feia
e outras numerosas pequenas lagoas que aí se formaram Dedica-se simultâneamente,
às duas atividades, cuidando da pesca e das plantações de abóbora e mandioca,
possuindo mesmo alguma pequena criação Mora em casas baixas e pequenas, isoladas
-48-

na planície O povoado de Ponta Grossa dos Fidalgos à margem da lagoa Feia


é formado por essa população de muxuangos que praticam, ao lado da pesca
especialmente do robalo, uma agricultura rudimentar 22
Nas enseadas e ilhas da baía da Ilha Grande, isoladas pelo mar e pelos pontões
rochosos, mas cercadas pos encostas 1ecobertas de mata, a auto-suficiência do pescador
- o caiçara como dizem os paulistas - atinge seu ponto máximo. Em cada
enseada uma habitação isolada, cercada por bananeiras e árvores frutíferas; nas
encostas, às vêzes muito íngremes, pequenas culturas de milho, cana, mandioca,
feijão Alguns colhem até arroz e compram apenas carne-sêca, toucinho, café, fumo,
sal e querosene, pois nem mesmo açúcar precisam, sendo o café adoçado com o
caldo de cana Com oaumento da procura da banana muitos dêsses pescadores
aumentaram sua plantação e hoje, além do peixe vendem também banana

Foto 19 - Casa de pescador da lagoa de Maricá Como na


Araruama, os pescadores de Maricá vivem na margem interior
da lagoa e suas casas são cercadas de arvoredo e, algumas
vêzes, de pequenas roças e árvores frutíferas, situação muito
superior à do pescador de Saquarema ou do Arraial do Cabo,
instalado em plena restinga (Fot Nilo Bernardes, Janeiro 1949)

Embora possua caracteres comuns ao longo de todo o litoral em estudo, o


gênero de vida dos pescadores apresenta aspectos particulares totalmente diversos
de um para outro núcleo, refletindo antes de tudo as condições físicas que diversificam
cada trecho dêsse litoral

CONCLUSÃO

De tudo o que acima foi exposto sôbre os processos de pesca empregados no


litoral fluminense e o gênero de vida dos pescadores, dois fatos principais se
destacam: a importância do papel representado pelas condições físicas variáveis e a
persistência dos aspectos tradicionais que ainda hoje tão bem caracterizam a pesca
em todo êsse litoral .
Na verdade, verificamos sempre a influência das condições físicas, ora explicando
a localização dos centros de pesca, ora modificando o tipo de rêde ou possibilitando
o desenvolvimento de uma ou outra modalidade de pesca Também o gênero de

22 Ver A LAMEGO F1LJ0 - Na Planície do Sola1 e da Senzala, Livr Católica, Rio de Janeiro,
1934, e JOSÉ VERÍSSIMO DA COSTA PEREIRA - Muxuango in TipoJ e Aspectos do Blasil - s• ed
-49-

vida dos pescado1es acha-se estreitamente subordinado às condições locais, que ora
possibilitam, ora impedem qualquer atividade complementar do pescador ligada à.
agricultura, à pecuária, etc
Por outro lado, verificamos também a persistência das técnicas e do gênero
de vida tradicionais em todo o litoral em estudo. Nota-se realmente a predominância
quase absoluta dos processos rotineiros cujas origens rematam às velhas práticas do
tempo da descoberta Como os processos empregados, também o gênero de vida
se tem mantido o mesmo através dos séculos
Êsses dois fatos acima apontados, da importância das condições físicas e da
• predominância dos processos tradicionais, são estreitamente relacionados e interde-
pendentes De fato, a sobrevivência dos processos primitivos e tradicionais de
pesca e sua predominância explicam-se, em grande parte, pelas imposições do meio
físico De nada valeria aos pescadores adotarem nas lagoas e baías técnicas modernas,
de grande rendimento, pois estariam prejudicando a criação e limitando seus ganhos
futuros Além disso, são raros os portos de pesca dêsse litoral que dispõem a um
tempo de abrigo seguro e boas profundidades, condição para aí fundearem os
barcos de traineira, processo moderno de pesca mais empregado nesse litoral Por
outro lado, a estreita subordinação da pesca às condições físicas que caracterizam
cada trecho dêsse litoral pode ser explicada, em parte, pela sob1evivência dos processos
e do gênero de vida tradicionais Não dispunha o pescado1 de outros tempos de
meios e técnicas que o libertassem de certas condições impostas pelo meio, e a
melhor solução era adaptar-se a elas, procurando o equilíbrio Atualmente êle poderia
reagir de maneira diferente mas, aferrado aos processos rotineiros e conformado com
seu padrão de vida baixo, não procura modernizar suas técnicas, preferindo manter
o status quo há tanto tempo estabelecido Agrava ainda mais a instabilidade da
situação dos pescadores o fato de estarem quase sempre subordinados aos donos
dos barcos e das rêdes que, muitas vêzes, controlam os meios modernos de conservação
e transporte do pescado para o Rio de Janeiro e as cidades fluminenses
Encontramos, pois, em tôrno da cidade do Rio de Janeiro, grande mercado
consumidor e redistribuidor do pescado, numerosos núcleos de pesca, os mais favorecidos
em franco desenvolvimento, muitos outros em verdadeiro estado de estagnação
Ao lado dos processos modernos de pesca ao largo e das técnicas aperfeiçoadas de
conservação do pescado, encontramos os métodos mais primitivos de pesca marítima
e interior e a preparação do peixe sêco e salgado, já em uso desde o tempo da
descobe1ta Todavia, apesar da ex,istência de tão grandes contrastes que caracterizam
a indústria da pesca no litoral do Rio de Janeiro, revela-se sempre presente a
influência das condições físicas às quais o homem tem procurado adaptar-se

-4-
-50-

PESCA INTERIOR
Lagoas e fundos de enseadas

-----=~

Fig 1 PUÇA: pequena reêle em rorma


de saco usada para a pesca de
camarão

- --- - -

Fig 2 REÔEoECAUDA ou deARRASTO


empregada na.s lagoas para a ca-
ptura do camarão.
- 51 -

PESCA INTERIOR
Lagoas e fundos de enseadas

-~=---==~~==="==-~==------==-=======-==----::::::::·=========,.....~--=~- == - ---

"-"~->..'.---
-- ~- -
--- --
- - - -_ ~ --· ---
- ~ ~~-=- - --_ --- --
-- ------ ~- - '·
...... - -- - -

c:Ópi o

Fig 3 BALÃO, pequena reae


de arrasto empregada na Guana-
bara para a pesca de camarão.

--
- ---- - -

Fig 4 - MENJOAOA, reêle de espera


empregada nas lagoas para aprisi-
onar peixes de porte médio
- 52-

PESCA INTERIOR
Lagoas e fundos de enseadas

.-

~-

----~ -~-=~ --

fig 5 RÊDE DE GANCHE/A principal


instrumento para a pesca de cama~
rão na .Sa9uarema

,,,._.------~-=-~--
---- /
/ ~· -- - - ---
'l'JI
-
'--.
~--
~ --~ ---'\--
- ---\-
\

fig. 6 CÊRCO para ema!har o


peixe, empregando-se reêles especiais
para cada e5pécle,
- 53 -

PESCA INTERIOR
Lagoas e fundos de enseadas

-~-- ~---=----=--~ -=
-

Fig. 7 GANCHO, cercado f'lxo


para a captura de camarão, empre-
gado r;a Lagoa de Ararvama

Fig 8 /Jefa/he da T;gura anterior,


vendo-se a maneira de recolher oca-
marão cercado com outra rêde.
- 54 -

PESCA INTERIOR
Lagoas e fundos de enseadas

-- ~--::~~-.
- __
~-.::::::: - - -:-. __-- --
-___,::-.:....:..__-_ ~

__

Fig 9 GANCHO, armadilha para a


captura da ta;nha que, assustad.a salta
camdo sobre uma reêle armada ex-
ternamente, o frimbombd .

.::= -=-- - --:--

Fig 10 CURRAL, cercado rixo


armado no fundo da Guanabara
par:a a captura de camarão e certos
peixes.
- 55 -

PESCA INTERIOR
Lagoas e ftmdos de enseadas

Fig. 11 ESTACADA, armadilha para


a cap_tura de tainha que, encontrando
obstáculo salta caindo sobre o trim -
bombó. '

.- ---
- ____,. ____ - ---_
--:-- -
__...,....__:·-- -::::::::.,--:::::__-
--r )

--
--~

Fig. 12 - TRIMBOMBÓ armado na própria


canoa. A tainha assustada com o bater
dos remos salta caindo sobre o lrim -
bombó ou na canoa.
- 56 .,.---

PESCA INTERIOR
Lagoas

--..,.__....__- - --
-~~---
- ---
~--~-

Fig.13 CERCO com réde CAI-CAI


Lancada a reoe em .semi-c/rcu/o os
pescadores da canoa as.sus/"am o
peixe com os remos.

Fig.14 CÊRCO com réde CAI-CAI


Fechado o círculo para aprisionar
o peixe, é a réde recolhida à canoa.
- 57 -

PESCA COSTEIRA OU MARíTIMA


Nas ptaias limpas

calão

Cnco n Íro

fig 15 ARRASvfo De PRA/A:f'inal


do lance, 9uando a reêle é arrae,fa-
da para a praia.

Fig. 16 ARRASTÃO com Dl/AS REDES,


t1ma .servindo de ref'<Jrço, usado
para evifar a fuga do peixe.

/
-- 58 -

PESCA COSTEIRA OU MARíTIMA


Nar p1aias limpc1J

Fig 17 ARRA57ÃO com PAREDE


usado quando o cardume esta
mutfo afastado ou e' mu/fo
grande

Fig 18 1RRASTÃO de GANCHO, u.sado


J1.1nfo as ponfa.s rochosas.
- 59 -

PESCA COSTEIRA OU MARíTIMA


Nas p1aias limpas

Fig.19 CÊRCO de TAINHA realiza-


do na zona da Ilha Grande com dva.s
rêdes.

Fig. 20 PESCA OE ESPIA :processo


//Sado na zona da Ilha Grande em
pont-o.s de ,Passagem dos cardttmes,
- 60 -

PESCA AO LARGO

Fig 21 - CAÇOEIRA, reae de espera


arma_da ao largo para emalhar o
caçao.

<~- --=--==-------~~-
' ~~-

~
-

~'// ---~~~~ ~ -
-- - -__ --
..._.....
_....._

- "

fig 22 CÊRCO 1 para emalhar


realizado ao largo com ré'des de
arrasto.
-61-

PESCA AO LARGO
------ --- -----------------------

Fig.23 - Lanç:amento da réde d.e


TRAINEIRA: deixando uma exfremi-
dctde da réo',e presa a 1.1ma boia
ou a um ca1que1 o barco solta-a
fechando um circulo.

------ ------------------------- - - - --

- -=--- -=-~-=--=-- -=- -..::= -==-----=---


---- ~ --- ~- ------ -

Fig 24 Lançada a TRAINEIRA é


puxada a carregadeira fechando-se
a rêde na forma de um saco.
CHEFES DO PODER EXECUTIVO FLU~HNENSE

DESDE 15 DE NOVEMBRO DE 1889

CARGO NOME Período Observação

Governador Francisco Portela D0 15-11-1889 a 10-12-1891 Govêrno provis11rio até·


10 5 1891
Governador e Presidente Dou CP.rios Balta:i:ar da Silvrira Dr 11-12-1891 9 2- 5-1892 Govêrno provisório Go-
vernador ató 8-4-1892
P1c~idente José Tomai da Porciúnc:rla De 3- 5-1892 a 30-12-1894
Joaquim Maurício de Abreu De 31-12-1894 a 30-12-1897
Alberto Seixas M,:i.rtins Torres De-31-12-1897 a 30-12-1900
Quintino Bocayuva De 31-12-1900 a 30-12-1903
Nilo Pcçanha De 3H2 1903 a 30-12-1906
Alfredo Augusto Guimarães Backer De 31-12-1906 a 30-12-1910
Francisco Chaves de Oliveira Botelho De 31-12-1910 a 30-12-1914
Nilo Peçanha De 31-12-1914 a 7- 5-1917
Francisco Xavier da Silva Guimarães De 8- 5-1917 a rn- G-11J17 Govêrno provisório
Ap;nelo Geraque CollPt De 20- IH917 a 30-12-1918
Raul de Morais Vci:rn De 31-12-1918 a 30-12-1922
Raul Fernandes De 31-12-1922 a 10- 1-1923
Interventor Federal Aurelino de Araujo Leal De 11- 1 l923 a 23-12-1923
Prcsiricntr. Feliciant> Pires de Abreu Sodré- De 24-12-1923 a 22-12-1927
!vhnocl de M3tos Duarte Silva De 23-12-1927 a 23-10-1930
Interventor Federal Democrito Barbosa De 24 a 28-10-1930
Plínio ele Castro Casado De 29-llH!l30 a 29- 5-1931
João de Deus !\ 1ena Barreto De 30- 5-1931 a 4-11-1931
Pantalr.ão da Silva Pess'Ja De 5-11-1931 a 15-12-1931
Ary Parreiras De lü-12-1931 a 7-11-1935
Newton Cavalrnnti De 8 a 11-11-1935
Governador Protógenes Perr.ira Guimarães De 12-11-1935 a IO-H-1937 Substituído pelo l'resi<leute
<ln AsscmlJlfia Le'?;islativa
Sr Heitor Co!let, durante
o período dr. 23 -3
15-7-1937
Interventor Federal E:rnani do Aniaral Pt>ixoto De li 11-1937 a 28-10-1945 Suhstituídope!oP1csidcute
do Conselho Administra-
tivo, Sr. Alfredo <la Silva
Neves, durante os períodos
de 17-7 a 6-11-1939 e
de 11-11- a •1-12-1940
Interventor Federal Alfredo Neves De 29-10 a 5-11-1D45
Abel Sauerbronn ,fo .\zevcr\o Maga!hfües De 6-ll-rnl5 a 1íl 2-19•!6
Lucio Martins M.eira De 11- 2 a 23 9-1946
Hugo Silva De 24- 9-1946 a 6- 2-1947
Alvaro Rocha Pereira lia Silva De 7 a 24- 2-1947
Governador Edmundo Je M,acedo Soares e Si! va De 25- 2-HJ47 a 30- 1-1951
Ernarii do Amaral P0ixoto De 31- 1-1951 a 30- 1-1955
Miguel r'outo Filho A partir de 31- 1-1955
EXCURSÃO À BAIXADA FLUMINENSE(~)
JoÃo DIAS DA SILVEIRA
JosÉ VERISSIMO DA COSTA PEREIRA
LYSIA MARIA CAVALCANTI

TRAÇOS ESSENCIAIS DA PAISAGEM

A região percorrida apresenta todos os elementos característicos dêste trecho do


-litoral fluminense: os maciços litorâneos, as pequenas planícies com as lagoas costeiras
e as grandes baixadas

1- O MACIÇO DE NITERól E AS PLANíCIES COSTEIRAS

a) Zona do maciço de Niterói

Partindo da planície de Niterói, é pelo vale do rio Fonseca, de encostas


íngremes e declive acentuado que se alcança o nível de ondulações suaves de
80-100 m de altitude :Êste nível regular caracteriza, no trecho atravessado pela
rodovia Amaral Peixoto, a encosta norte do maciço litorâneo
Os vales pouco profundos e de encostas suaves apresentam fundo aluvial,
sendo ladeados por terraços regulares, pouco elevados Nestes podem ser observados
leitos de seixos subangulosos muito irregulares São êstes os traços característicos
da encosta norte do maciço litorâneo de Niterói que descamba suavemente para o
interior: passa-se gradativamente para a baixada, em Itaboraí e São Gonçalo, como
pôde ser observado na volta, realizada pela estrada de Rio Bonito, cujo traçado
segue, aproximadamente, o limite das grandes planícies aluviais
Todo êste trecho corresponde, essencialmente, a um povoamenfo antigo e
bastante denso A \regetação primitiva foi totalmente devastada, vendo-se apenas,
nos tôpos, restos da mata secundária
Essa zona foi, outrora, ocupada por grandes fazendas senhoriais, de que são
vestígios os velhos solares localizados, de preferência, no tôpo das colinas Do
retalhamento destas propriedades surgiram numerosos sítios e chácaras, que condicionam
a existência de uma população bastante densa, dispersa ao longo das estradas As
habitações modernas encontram-se, geralmente, a meia encosta ou sôbre os terraços;
alternando com as antigas sedes de fazenda situadas no tôpo das colinas Aç longo
da atual rodovia foram notados vários pequenos povoados, de origem bem antiga
como Caramujo, Tribobó e Rio Douro, hoje Virajaba :Êste último, ponto de
cruzamento da antiga e da atual estrada e estação da Estrada de Ferro Maricá, é o
mais desenvolvido dêstes núcleos, sendo formado por numerosas casas, vendas e
uma fábrica de ladrilhos
* Dos "Anais da Associação dos Geógrafos Brasileiros , volume II, 1947, págs 67 a 78

-5-
-66-

Trata-se de uma zona econômicamente ligada ao abastecimento de Niterói,


fornecendo a esta cidade hortaliças, frutas (bananas, laranjas, abacaxis), algum
milho e também mandioca Extensos laranjais ocupam, muitas vêzes as encostas: seu
estado de abandono e sua substituição por outras culturas testemunham o fim do
ciclo da produção de laranjas para exportação e o início de uma nova fase
econÔ1Ilica, ligada apenas ao abastecimento de Niterói Caracteriza ainda a economia
desta zona a explotação das pequenas reservas de matas secundárias e capoeirões
para a fabricação de carvão e a extração de lenha, também destinados ao suprimento
da capital do Estado, atividade que muito se desenvolveu ultimamente, devido à
deficiência de combustível durante a guerra
Hoje em dia, a zona do maciço litor~neo é, essencialmente, um centro abastecedor
do mercado de Nitetói e sua produção é, em geral, transportada para esta cidade
por tropas de burros, freqüentemente encontradas ao longo das várias estradas que
ligam esta zona à Guanabara.

b) Zona das planícies e lagoas

Descendo em direção a Inoã, atinge-se a estreita faixa de planícies sedimentares


recentes, enquadradas entre a encosta sul do maciço litorâneo e o oceano Interrompidas
por pontões isolados e cristas montanhosas, dentre as quais sobressai a da serra
de Mato Grosso, tôdas estas pequenas baixadas apresentam uma drenagem desorga-
nizada: esta surgiu em conseqüência do represamento causado pelos grandes cordões
litórâneos, que isolaram do oceano uma série de lagoas (Maricá, Saquarema, Ara-
ruama e outras men01es) Nestas planícies, principalmente junto às lagunas, pode-se
reconhecer um nível de erosão extremamente regular, constituído por colinas isoladas
ou extensos esporões de tôpo uniforme que, muitas vêzes, formam pequenas falésias
como se pode observar às margens da lagoa de Maricá
A pequena baixada de Inoã é dominada por pontões cristalinos isolados, de
encostas rochosas e abruptas e limitada ao norte pela frente contínua do maciço
litorâneo, é a primeira destas· planícies alcançada pela estrada Amaral Peixoto
Como a zona do Rio do Ouro, a de Inoã encerra também um povoamento
antigo Velhas casas de fazenda e prédios característicos, com alpendre de beiral
saliente - antigas vendas - contrastam com as construções mais recentes, denun-
ciando assim um rejuvenescimento da região ~ste, porém, processa-se de maneira
diferente Já não aparecem os pequenos sítios e as hortas, tão numerosas no trecho
anterior Trata-se de um explotação de maior vulto, em propriedades maiores,
explotação esta que a estrada facilita, trazendo um novo estímulo ao progresso
de tôda a zona Representam bem êste novo aspecto os canaviais da baixada de
Inoã e o reflorestamento com eucaliptos da área recentemente drenada pelos canais
do Departamento Nacional de Obras e Saneamento (Buriche).
Evitando as margens da lagoa, a estrada Amaral Peixoto não serve diretamente
à velha cidade de Maricá, dela afastando-se cêrca de 3 quilômetros.
Depois de Maricá a estrada abandona a baixada quaternária Os vales estrei-
tam-se progressivamente devido à proximidade da serra de Mato Grosso Esta,
sob a forma de crista alongada, destaca-se da frente do maciço e, prolongando-se
para o sul até o oceano, forma a chamada Ponta Negra; entre as planícies de Maricá
Foto 1 - Vista pcrnorâm1ca C:a planície aluvial de Sampaio Correia, aparecendo na fotografia da direita a Usina Santa Luzia. As plantações de cana ocupam
tôda a planície, estendendo-se a:nda sôbre os primeiros terraços. Em nível superior a êstes aparecem então culturas de subs1stênc1a, tais como o milho e a banana.
Junto à estrada vêem-se várias casas de trabalhadores da Usina Santa Luzia. (Foto Nilo Bernardes, 25-11-1949)

Foto 2 - A lagoa de Ara rua ma vista da varanda do Hotel. Aparecem, ao fundo, à esquerda e à direita, os espigões rochosos que se prolongam para o sul. Não só
a pesca e as salinas constituem hoie as princ1pa1s at1V1dades da região de Ara rua ma: nos últimos tempos o turismo veio trazer-lhe grande incremento, JÓ sendo numerosas
as pequenas chácarcis e boas vivendas em tôrno du Lcigoa. (Foto Nilo Bernardes, 28-11-1947)
- 68-

e de Saquarema Este esp1gao é em sua parte mais elevada, ocupado por matas onde
ainda permanecem algumas grandes árvores, possivelmente relíquias do antigo "clímax",
como a Piptadenia (jacaré) O relêvo apresenta formas mais ásperas, acima de
200 m de altitude, e os vales dos pequenos rios que dissecam a encosta apresentam
gargantas profundas, verdadeiros vales suspensos em relação aos principais, de fundo
aluvial, que se desenvolvem no sopé da chamada serra

Foto 3 - O engenho São João visto de uma pequena elevação que lhe fica posterior
Engenhos semelhantes são freqüentemente encontrados na estrada de Araruama
a Rio Bonito As manchas de coloração mais clara, que aparecem no fundo do vale
e em alguns pontos da parte inferior da encosta, são constituídas por plantações de cana
(Foto Dora Romariz, 28-11-1947)

Nestes vales, vêem-se novamente os canaviais e, na base da encosta, um


engenho e a casa de fazenda (fazenda Bom Jardim) Nas vertentes e nos trechos
superiores dos vales foram observadas grandes plantações de bananeiras, extensos
latanjais e c.ulturas de abacaxi O caráter desta fruticultura difere da que foi
anteriormente descrita, por ser feita em grande escala e em propriedades maiores,
como sucede nas fazendas Mato Grosso e Manoel Ribeiro, dedicando-se ainda
esta última à criação de gado
Depois de transpor o espigão da serra de Mato Grosso, a 175 m de altitude,
divisa-se o vale e a planície aluvial de Sampaio Correia, onde se encontra situada
uma usina de álcool, Usina Santa Luzia, em tôrno da qual gira a vida de tôda a
zona em derredor No fundo do vale, ocupado pela planície aluvial, estendem-se
os canavi~is, cortados pela via férrea q1:1e serve à usina A cana prevalece até a
base da encosta e os primeiros terraços. Em nível superior a êstes aparecem culturas
de subsistência, destacando-se o milho e a banana À margem da estrada, ou
próximo à mesma, alinham-se as casas dos trabalhadores, não muito afastadas do
local onde se encontra instalada a usina Mais adiante atravessa-se o pequeno
povoado de Sampaio Correia, vila do munícipio de Saquarema, no qual existem
várias vendas que servem aos trabalhadores da usina e aos viajantes que transitam
pela estrada
69 -

Separando a baixada drenada para a lagoa de Saquarema da que é tributária


da de Araruama, não encontramos relêvo tão vigoroso como o que foi transposto
a oeste Ao contrário, atravessa-se apenas um nível de colinas e esporões, nível
êste bastante regular É de se notar, aliás, que o maciço litorâneo cuja frente
continua, apenas rebaixada por um ou outro colo, vimos acompanhando desde a
baixada de Inoã, ao norte da de Araruama apresenta-se 11!-enos elevado e mesmo
interrompido por duas grandes passagens: a oeste da cidade de Araruama e ao
norte de São Pedro da Aldeia Por estas passagens, ligeiramente acima do nível
da baixada, a planície costeira da Araruama entra em contato direto com a planície
do Rio São João Possuem, por isto, grande interêsse do ponto de vista da
circulação, sendo aproveitadas respectivamente pela estrada que liga Araruama a
Rio Bonito e pela rodovia Amaral Peixoto que, depois de São Pedro da Aldeia,
inflete para noroeste em direção a Macaé

Foto 4 - O transporte da cona para os engenhos da zona de Rio Bonito é quase


sempre feito por tropas, como essa que vemos chegando ao Engenho São João
(Foto José Feio, 28-11-1947)

A planície costeira em Araruama é muito estreita Não há mesmo, nesta


zona, uma baixada e sim uma série de pequenos vales, separados por níveis de
colinas muito regulares Os depósitos recentes ocupam o fundo de cada uma das
pequenas enseadas, que recortam a margem norte da lagoa, barradas por estreitos
cordões arenosos e separados por um nível baixo extremamente regular Em uma
destas enseadas encontra-se Araruama e, sôbre um dos terraços, São Pedro da
Aldeia
Do ponto de vista da ocupação humana, a zona da Araruama também difere
das que foram anteriormente estudadas Já não aparecem as grandes culturas, que
tanto destaque deram à planície litorânea desde Inoã. Na baixada de Araruama
o aproveitamento econômico baseia-se em outras atividades, decorrentes da explotação
da lagoa: salinas, pesca, caieiras e, recentemente, turismo A paisagem típica das
Foto 5 - Vista panorâmica tirada do mirante do Liceu de Campos em direção a oeste. À esquerda sobressai o ltaoca, serrote arqueano, que forma uma espécie de "ilha"
na baixada campista. Ao fundo aparece a serra do Mar. Na fotografia da extrema esquerda Já se podem ver extensas plantações de cana, mostrando assim que a
transição da cidade para a zona rural canav1e1ra se faz bruscamente: logo após a área res1denc1al vêem-se os canaviais que se estendem para o sul.
(Foto Nilo Bernardes, 27-11-1947)
- 71-

salinas, o cais de Araruama, até onde chegam os trilhos da Estrada de Ferro Maricá,
e os numerosos barcos utilizados para o transporte do sal, são os fatos mais
expressivos dêste último trecho, sob o ponto de vista da geografia humana

Foto 6 - Fotografia tirada da estrada entre Campos e a praia de Atafona em


direção norte Na região ocupada pelas antigas restingas, vê-se à esquerda a vegetação
de "nhundu" e, na parte central, a zona ocupada pela vegetação aquática, onde
domina uma pequena ciperácea (Foto Dora Romariz, 26-11-1947)

li - AS GRANDES BAIXADAS
Ao norte do maciço litorâneo, entre êste e a base da serra do Mar, estende-se
desde o Distrito Federal, uma longa faixa de baixadas; estas se ampliam para
nordeste, com o maior afastamento da serra, culminando na grande planície campista

a) Zona da baixada da Guanabara


O maciço de Niterói que descamba suavemente para o interior limita-se ao
norte com a baixada do rio Macacu, tributário da Guanabara A estrada percorrida
na viagem de volta acompanha, de Rio Bonito a São Gonçalo, o limite desta
baix~da, atravessando uma zona de colinas suaves e pouco elevadas que separam
vales amplos e de fundo aluvial
A cidade de Itaboraí, as velhas fazendas e a "Venda das Pedras'', testemunham
o passado florescente desta zona e sua decadência, ao passo que os vastos laranjais
e canaviais atestam seu rejuvenescimento econômico 13ste, no entanto, teve pouca
duração, pois a interrupção do comércio internacional fêz decair a citricultura e
declinar novamente a economia dêste trecho da baixada
O município de São Gonçalo representa uma exceção neste quadro de decadência,
pois aí se tem operado um grande surto industrial Em contraste com os laranjais
abandonados, novas fábricas estão surgindo aproveitando a mão-de-obra disponível
O parque industrial de São Gonçalo inclui, com efeito, inúmeras fábricas, entre
as quais a da Cia Nacional de Cimento Portland Mauá, a da Cia Brasileira de
Usinas Metalúrgicas, a Acieria Martins, duas fábricas de fósforo, uma de produtos
químicos, etc
- 72 -

A zona de Rio Bonito constitui o divisor, mais ou menos imp1eciso, entre


a baixada da Guanabara e as baixadas do leste Aparecem aí remanescentes do
maciço litorâneo que, neste trecho, apresenta, no contato com a baixada, formas
mais ásperas e mortos de nível superior a 100 m, em cujas encostas podem-se
distinguir um ou mais patamares As várzeas ocupam ainda o fundo dos vales,
mas êstes apresentam estrangulamentos ao ttansporem os alinhamentos das cristas

Foto 7 - Fotografia tirada do mesmo ponto que a anterior porém na direção


de sudoeste No fundo à esquerda uma vegetação idêntica à que ocupa a parte
esquerda da fotografia precedente (nhundu) Aquém desta uma das "avenidas
de vegetação aquática Mais para frente, uma outra faixa de nhundú, já porém
muito devastada Em primeiro plano outra "avenida" de vegetação aquática, onde domina
a pequena ciperácea Junto à margem inferior da fotografia vê-se em quantidade,
uma nifeácea (Foto Dora Romariz, 26-11-1947)

A economia canavieira tradicional mantém-se até hoje nesta zona, com seus
velhos engenhos e fábticas de aguardente Situam-se os engenhos, geralmente, nos
pequenos terraços, ao passo que os canaviais ocupam as várzeas, estendendo-se, em
alguns casos às encostas mais suaves As casas dos foteiros ocupam as pattes mais
íngremes, sempre cercadas de pequenas roças e algumas bananeiras cultivadas para
sua subsistência
Embora venham-se juntar à economia canaviena, atualmente, as plantações de
bananeiras e goiabeiras, para a fabricação de doces em Rio Bonito, a cana-de-açúcar
mantém ainda sua primazia, ocupando a maior parte da área cultivada da baixada
onde, ao lado dos an.tigos engenhos, vê-se uma moderna usina de açúcar (Taquaral),
testemunhando o rejuvenescimento econômico da zona

b) As baixadas do leste fluminense

A leste, com o maior afastamento da serra do Mar, as baixadas são mais


amplas e mais numerosas, separadas por espigões e tabuleiros pouco elevados,
sucedem-se para o norte até a grande baixada campista
Estas baixadas dos rios São João, das Ostras, Macaé e Marnbu são permanen-
temente inundadas em grandes trechos, devido ao represamento de suas águas,
- 73 -

causado pela formação dos cordões litorâneos que obstruem, total ou parcialmente,
suas barras
Até Macaé essa zona de baixadas constitui um vazio humano Não se vêem
culturas nem habitações e a zona é tôda ela ocupada por campos inundados ou por
capoeirões e capoeiras formadas em grande parte pela "unha do gato" A população
concentra-se quase tôda na velha cidade de Barra de São João Outrora importante
pôrto por onde se escoava a produção, principalmente cafeeira, de um vasto "hinter-
land'', Barra de São João é hoje expressivo exemplo da decadência da Baixada
Fluminense e de seus pequenos portos Aí ainda não chegou o impulso do
rejuvenescimento econômico notado na região anterior, dificultado, aliás, pela dis-
tância a que se acha a linha da Estrada de Ferro Leopoldina e também pela presença da
malária

Macaé constitui, sem dúvida, o mais impottante núcleo urbano da região.


O calçamento de suas ruas, as construções novas e sua procura nos últimos tempos
como centro de turismo e veraneio, denunciam e comprovam esta afirmação
Situada, como Barra de São João, junto à foz de um rio de baixada, dificultada
pela construção de um pontal que a desviou e ameaça obstruí-la, Macaé foi também
um pôrto importante beneficiado pela construção do canal Macaé-Campos Só com
a concorrência da via férrea extinguiu-se esta sua função As ruínas do grande
edifício da Alfândega testemunham até hoje êsse passado
Saindo de Macaé em direção a Campos, a rodovia Amaral Peixoto acompanha,
a princípio, a restinga e a linha formada pelas habitações dos pescadores, seguindo
depois, paralelamente ao canal Macaé-Campos, por uni.a ampla baixada recoberta
por vegetação rasteira onde predominam as gramíneas Nas partes alagadas, além
de uma grande ciperácea, o "Papiro", via-se uma outra, de porte um pouco mais
baixo, também muito freqüente Grupos de arbustos mais elevados, formando como
que ilhas de vegetação .inais densa, denunciam um antigo revestimento vegetal
mais pujante Alguns trechos de solo predominantemente arenoso, antigas restingas
apareciam espaçadamente e nêles .viam-se algumas cactáceas Tôda a região é
escassamente povoada, parecendo ser a criação de gdo a atividade mais importante

Uma série de colinas sepata êste trecho de restingas e baixadas da planície


aluvial do Macabu; esta é ocupada por canaviais de certo porte que já representam
uma amostra do "mar verde" que recobre a planície campista Antes de atingir
esta, a rodovia atravessa uma zona de colinas, em geral pouco dissecadas e de forma
alongada, e tabuleiros de nível muito regular Os vales, de encostas suaves, são
de fundo plano aluvial, ladeados por terraços pouco elevados. Esta região de relêvo
ondulado teve seu revestimento vegetal transformado em campos devido à devastação
e queimas sucessivas. Somente em alguns morros mais elevados ainda são encontrados
restos da mata secundária Nas encostas viam-se algumas formações da pequena palmeira
acaule Attalea e também, esparsamente, alguns exemplares de Cocos Romanzofianum
Dêste relêvo pouco acidentado destacam-se, mais para o interior, alinhamentos crista-
linos bastante elevados e de encostas íngremes como a serra de Itaoca, testemunhos
de um relêvo de nível superior ao atual.
- '74 -

 medida que a rodovia transpõe a zona de colinas que precede a baixada


campista, as habitações tornam-se mais numerosas e as culturas mais freqüentes.
Nos últimos tabuleiros atravessados, a cana de açúcar já impera, assinalando a
entrada na imensa planície do baixo Paraíba.

Foto 8 - Fotografia tirada da margem direita do Paraíba, prox1mo à foz Esta


aparece ao fundo à esquerda À direita vê-se o bairro de pescadores da praia de
Atafona Em primeiro plano, à direita, junto à margem aparece a mesma ciperácea
que se vê em densa formação à esquerda da fotografia
26-11-1947 Foto: José Feio

e) A planície campista

Transpostos os tabuleiros penetra-se na planície campista, baixada fertilíssima,


formada pelos aluviões recentes carreados do planalto pelo Paraíba Estes sedimentos
argilosos constituídos, principalmente, por argilas amareladas das quais se originou
um solo ubérrimo, estendem-se, sobretudo, na margem direita do Paraíba inferio1,
até a lagoa Feia
Imensos canaviais recobrem a planície quaternária, alcançando mesmo os tabu-
leiros que a limitam ao norte e a oeste Da paisagem verde destacam-se as
silhuetas das usinas com suas chaminés de tijolo e casas bem construídas em derredor
A nota característica da paisagem é dada pelos inúmeros carros de bois e os
vagões das estradas de ferro empregados no transporte da cana para as usinas
À atividade agrícola decorrente do plantio e da safra da cana-de-açúcar, alia-se
a atividade industrial representada pelas grandes usinas Esta paisagem estende-se
até às portas da cidade de Campos, em tômó da qual não se observa nenhuma
área de pequenos sítios ou chácaras para seu abastecimento: passa-se bruscamente
dos canaviais para as ruas apertadas da cidade
Saindo de Campos em direção a São João da Barra, mais uma vez, confirma-se
a transição súbita do centro urbano para os extensos canaviais Nesta direção, a
baixada argilosa já não é limitada pelos tabuleiros mas sim pela série de restingas
e "alameçlas" que marcam o avanço da planície sôbre o mar Penetra-se, então,
-75-

na já famosa planície de restingas da foz do Paraíba Ligeiramente mais baixa que


a baixada argilosa éconstituída por uma sucessão de grandes restingas paralelas,
tendo a separá-las as chamadas "alamedas", depressões ainda, às vêzes, ocupadas
pela água
Nas restingas, onde se desenvolve uma vegetação característica, notavam-se duas
sinusias: uma baixa, de cactáceas e bromeliáceas, e outra arbustiva, onde sobressaía,
por estar em flor, uma malpigiácea Cajueiros, pitangueiras, muricis eram também
muito freqüentes Existiam ainda elementos de mata mais higrófila, pois, sendo
diminuta a profundidade do lençol dágua, fàcilmente as raízes podem alcançá-lo
Nas "alamedas" dominava uma vegetação aquática, na qual se destacavam uma
pequena ciperácea e uma mimosa

Foto 9 ,.-- Casas de pescadores da praia de Atafona, vendo-se sôbre os tetos as


armações de paus roliços que servem para protegê-los contra os fortes ventos.
26-11-1947 Foto: Dora Romariz

A essa mudança de feição na paisagem física corresponde uma nova e repentina


transformação na paisagem cultural Desaparecem os canaviais, as usinas, as habitá-
ções Como prova da atividade humana figuram, além da estrada, os traços da
devastação da vegetação de restinga para a retirada de lenha, tão necessária à vida
das usinas e, nos "gramados" decorrentes desta devastação uma incipiente criação
de gado
São João da Barra, situada à margem direita do Paraíba, não longe de sua
foz, é o pôrto que comanda a navegação no baixo curso dêste rio, ate êle chegando,
também, os navios de pequeno calado que transpõem a barra Tendo exercido
outrora função importante, São João da Barra assemelha-se atualmente às outras
velhas cidades do litoral fluminense, às quais o desenvolvimento dos transportes
ferroviários e rodoviários veio trazer a decadência
A vila de Atafona situada sôbre o pontal que forma a barra é constituída,
principalmente, por habitações de pescadores, alinhadas de preferência junto à
margem do rio, atrás dos cômoros que formam a extensa praia Esta preferência
pela margem do rio e a ilha da Convivência fronteira ao pontal da barra deve
.,---- 76 -

estar ligada à maior proteção oferecida pelo local contra os ventos violentos de
nordeste e as tempestades vindas do sul Sôbre os tetos das habitações mais pobres
cobertos de tábuas, pequenos paus roliços, e mesmo pedras servem para protegê-los
contra a violência dos ventos A pesca que se estende até a zona do cabo de São
Tomé, e cujo produto se destina ao abastecimento da cidade de Campos, tem sido
a principal atividade dos habitantes de Atafona Nos últimos anos, no entanto,
esta vila vem se tornando o balneário dos campistas, alinhando-se na praia oceânica
as pequenas casas modernas que contrastam grandemente com o testo do povoado.

CONCLUSÃO

Os maciços litorâneos, ora 1nais suaves, ora mais escarpados, que se estendem
da margem leste da Guanabara até a região de Cabo Frio, limitam-se ao sul por uma
estreita faixa de planícies e lagoas costeiras A altitude uniforme dos morros e
colinas, o alinhamento das cristas mais elevadas, os vales de fundo aluvial ladeados
por terraços sugerem, desde logo, a complexidade da evolução do maciço de Niterói,
enquanto que, nas planícies costeiras, o problema maior parece ser o da existência
de terraços e esporões, perfeitamente nivelados, margeando as lagoas
Ao norte dos maciços litorâneos, já fragmentados na região de São Pedro da
Aldeia, estende-se a grande Baixada Fluminense, ocupando a depressão que precede
a serra do Mar É esta baixada formada por extensas planícies aluviais separadas
por colinas, esporões suaves ou tabuleiros pouco dissecados, onde se espraiam os
cursos dágua represados em sua foz pelos codões litorâneos A baixada campista,
a mais vasta e complexa dentre elas, é limitada a leste por uma verdadeira planície
de restingas e constitui uma unidade à parte na paisagem fluminense
Em tôda a região percorrida, as sedes das antigas fazendas e a fisionomia
das aglomerações urbanas testemunham um povoado bastante antigo, que data dos
tempos coloniais Todavia, se a baixada campista pôde manter desde então seu
equilíbrio econômico e demográfico, as duas primeiras zonas evoluíram de maneira
distinta Na primeira zona, mais próxima da capital - que conclui o maciço de
Niterói, a faixa da baixada que o limita ao norte e as planícies e lagoas costeiras
- a população é mais densa, especialmente nos vales suaves do maciço, o que
revela uma fragmentação das propriedades e um renascimento da economia local
Ao contrário, as extensas baixadas que se sucedem ao norte de São Pedro da Aldeia
jazem ainda em acentuado estado de decadência
O rejuvenescimento econômico de grande parte do trecho percorrido oferece
margem a uma série de questões e problemas que exigiriam, para sua solução, um
demorado estudo, tendo-se em vista uma interpretação mais segura Notadamente,
as causas do referido rejuvenescimento, a área por êle abrangida e suas repercussões
sôbre o modo e a forma da ocupação humana, avultam em importância e oportunidade.
XV SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLÉIA GERAL
DO CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA

Sob a presidência do Acadêmico ELMANO GOMES CARDIM, Presidente do


1 B G E , realizou-se entre os dias 19 e 9 de julho de 1955, na Capital Federal,
a XV Sessão Ordinária da Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia,
assim constituída:

Presidente: Acadêmico ELMANO GOMES CARDIM


Secretário-Geral: Eng9 FÁBIO DE MACEDO SOARES GUIMARÃES
• Secretário Assistente: Prof. NILO BERNADES

DELEGAÇÃO FEDERAL

MINISTÉRIO DA AERONAUTICA
Delegado - Brig ANTÔNIO AZEVEDO DE CASTRO LIMA

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

Delegado - Eng9 ALBERTO RIBEIRO LAMEGO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Delegado Técnico - Prof HILGARD O'REILLY STERNBERG


Delegado Especial - Prof CARLOS DELGADO DE CARVALHO

MINISTÉRIO DA FAZENDA

Delegado - Eng9 MURILO CASTELO BRANCO

MINISTÉRIO DA GUERRA

Delegado - Gen NELSON DE CASTRO SENA DIAS


Suplente - Cel. JACYNTHO DULCARDO MOREIRA LOBATO

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

Delegado - Dr EuGÊNIO VILHENA DE MoRAES

MINISTÉRIO DA MARINHA

Delegado - Contra-Almirante JORGE DA SILVA LEITE


Suplente - Comandante HÉLIO RAMOS DE AZEVEDO LEITE
- 78-

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES

Delegado - Ministro ALTAMIR DE MouRA

MINISTÉRIO DO TRABALHO

Delegado - Dr PÉRICLES MELO CARVALHO

MINISTÉRIO DA VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS

Delegado - EngQ FLÁVIO VIEIRA

CONSELHO NACIONAL DE ESTATÍSTICA

Delegado - Eng9 MoACIR MALHEIROS FERNANDES SIL\'t\

PREFEITURA DO DISTRITO FEDERAL

Delegado - EngQ ARMANDO MARQUES MADEIRA

TERRITóRIO DO ACRE

Delegado - Dr ROMANO EVANGELISTA SILVA

TERRITóRIO DO AMAP A

Delegado - Prof JosÉ DE ALENCAR FEIJÓ BENEVIDES

TERRITóRIO DO GUAPORÉ

Delegado - Prof JosÉ BEZERRA DUARTE

TERRITóRIO DO RIO BRANCO

Delegado - Dr JEROCILIO GuEIROS

INSTITUIÇõES CULTURAIS

Delegado - Almirante ADALBERTO MENEZES DE OLIYURt\

ENTIDADES TÉCNICAS

Delegado - Eng9 ALBERTO PIRES AMARANTE

DELEGAÇÃO ESTADUAL

ALAGOAS

Delegado - Prof MANOEL DIÉGUES JÚNIOR

AMAZONAS

Delegado - Prof THEMÍSTOCLES PINHEIRO GADELHA


- 79 -

BAHIA

Delegado - Prof EuzÉBIO DE CARVALHO

CEARÁ

Delegado - Dr. ADOLFO FRAJAT

ESPíRITO SANTO

Delegado - Dr CÍCERO DE MoRAES

GOIÁS

Delegado - Dr CÉLIO FONSECA

MARANHÃO

Delegado - Srta MARIA JosÉ SAMPAIO FREITAS

MATO GROSSO

Delegado - Dr JosÉ VILANOVA TORRES

MINAS GERAIS

Delegado - Eng9 w ALDEMAR LOBATO

PARÁ

Delegado - Prof FRANCISCO CRONJE DA SILVEIRA

PARAíBA

Delegado - Prof. JoFFRE BoRGES ALBUQUERQUE

PARANÁ

Delegado - Eng9 ULYSSES MEDEIROS

PERNAMBUCO

Delegado - Dr. MÁRIO CARNEIRO DO RÊGO MELO

PIAUí

Delegado - Dr. JosÉ LoPES Dos SANTOS

RIO DE JANEIRO

Delegado - Eng9 Lmz DE SOUZA

RIO GRANDE DO NORTE

Delegado - Dr AMÉRICO DE OLIVEIRA COSTA


80 -

RIO GRANDE DO SUL

Delegado - Dr ÁLVARO BATISTA ILGENFRITZ

SANTA CATARINA

Delegado Eng9 CARLOS BücHELE JÚNIOR

SÃO PAULO

Delegado - Eng9 LUDOVICO TALIBERTI

SERGIPE

Delegado Sr HARIBALDO DÁNTAS VIEIRA

DISCURSO INAUGURAL DO ACADÊMICO ELMANO CARDIM

Foi o seguinte o discurso pronunciado pelo Presidente do I. B G E , Acadêmico


ELMANO GOMES CARDIM, na solenidade de instalação das Assembléia Gerais dos
Conselhos Nacionais de Geografia e de Estatística:

"Neste primeüo contacto wm os plenários dos Conselhos que tenho a honra de p1esidit,
a sensação que experimento não é a de ap1esentação de novos cornpanheüos, mas a de encont10
com velhos amigos
Na verdade, posso dizei que jamais fui um estranho em vossos círculos pois o Conselho
Nacional de Estatística me distinguiu mais de uma vez como jornalista, incluindo-me em seu
grupo de Consultores Técnicos Coube-me, além disso, a honra de participar da Comissão Cen-
sitária Nacional orientadora dos tiabalhos do Recenseamento Geral de 1940, nos quais se
empenharam as duas alas permanentes do Instituto - a geográfica, levan,tando a cartografia dos
Municípios; a estatística, empregando sua rêde de agências e seus recursos técnicos nas diversas
fases da operação
Durante o período de vicissitudes a que foi submetida esta Casa tive a satisfação de pugnar,
atiavés do tradicional óigão de imprensa em que exerço minha atividade, pela defesa dos valores
ameaçados e preservação das bases técnicas e juiídicas em que repousa o vosso sistema de
cooperação interadministrativa
Eis as razões, de resto, pelas quais há cêrca de dez meses, homado pelo Sr Presidente da
República, me submeti à cordial imposição de vir continuar e foitalecer, no I B G E , a obra
de recomposição já iniciada pelo meu ilustre antecessoi
Aceitei, assim, um caigo que, sem vantagens matena1s, constitui um pesado, porém giato,
múnus público, tão empolgante é a vossa causa e tal é a filosofia de tr'abalho que nos inspira a
reconhecida "mística ibgeana".
Para reacender o fogo de entusiasmo por esta causa, assegurando à coordenação dos sei viços
geográficos e estatísticos aquelas características que aprendeia a admirai, convoquei para os
postos de direção dos Conselhos dois antigos e devotados servidores da instituição, aptos a
desempenharem suas funções com a competência e o entusiasmo contagiante que é o verdadeiro
segrêdo da harmonia e do êxito das nossas atividades É-me grato ressaltar, aliás, que do próprio
quadro de funcionários de um e de outro Conselho saíiam todos os titulares dos cargos de
direção e chefia
Realiza-se esta XV Sessão das Assembléias Gerais do Instituto no momento em que chega
à fase final uma série de congressos científicos e técnico-administrativos que, como já foi dito,
tornaram o nosso país o centro da estatística mundial Tendes fartos motivos de regozijo pelo
êxito das sucessivas reuniões, de cujos t1abalhos p1eparatórios e de secretaria o I B G E se
-81-

desobrigou com louvada eficiência, demonstrando, mais uma vez, a rnpacidade de organização e
o éxemplar senso de responsabilidade de seu pessoal.
Saímos dessas reuniões, ademais disso, justamente felizes pela projeção do nosso país, pela
valia da contribuição dos técnicos biasileüos, pela recomendação a outras nações de experiências
nossas no campo administrativo especializado, como é o caso da padronização orçamentária.
Sobretudo na indicação de medidas que os governos dos Estados Americanos devem adotar, para
a organização e coordenação das estatísticas nacionais, está exp1esso mais uma vez o reconheci-
mento, no plano internacional, das fecundas virtualidades da fórmula de centrilização técnica, à
base da cooperação interadministrativa, adotada na articulação do sistema estatístico-geográfico
brasileiro
Esta é a vitória fundamental do I B G E através do tempo e no seio de nossa irriquieta
vida política e institucional, a sugerir ainda solução para outros domínios da atividade estatal
e privada.
Chego mesmo a imaginar que estaria em semelhante forma de coordenação o procurado
meio de disciplinar o exercício de determinados serviços da maior importância cultural além de
sua significação política e interêsse para a segurança nacional -- como é, por exemplo, a
radiodifusão A êsses serviços, concedidos pelo Estado, falta, reconhecidamente, um contrôle de
feição democrática que, sendo compatível com a plenitude da liberdade devida aos meios de
manifestação do pensamento, fôsse, também, capaz de prese1var o poderoso instrumento de
cultura que é o rádio das deformações e abusos que a consciência nacional não pode admitir,
mas que o Estado não deve coibir policialmente
A coordenação de qualquer gênero de funções e atividades é ü uto, inicialmente, de uma
concordância de vontades Daí provém a cooperação, e, com ela, a renovação quotidiana do
desejo de servir ao bem comum.
Os frutos dessa conduta, em que se inspira continuamente a atuação do 1 B G E estão
diante do vosso exame
Aqui estudareis, como das vêzes anteriores, os problemas de imediato interêsse para os
nossos serviços, dentre os quais lembrarei, por ser de preocupação comum aos dois grandes
ramos do Instituto e constituir assunto da maior 1elevância para o País, a instabilidade da
divisão territorial administrativa e judiciária A ineficácia da legislação restritiva da faculdade
de modificação dos quadros de cada unidade Federada vem ocasionando sérios embaraços, não só
aos levantamentos estatísticos, mas também a ubiquação sistemática dêsses dados ao âmbito
territorial a que correspondem; além disso, torna impossível, em muitos casos, o preparo de
mapas corretos e atualizados, em que figurem os limites das circunscrições municipais
Parece-me oportuna a ocasião pata dirigir áos governos que representais, aos Diretórios
Regionais de Geografia e às Juntas Executivas Regionais de Estatísticas, um apêlo no sentido
de que atentem para a gravidade da questão, a fim de que se procure, ao menos, atenuar as
.dificuldades que ora se apresentam, sanando as falhas e os erros cometidos
Torna-se necessário intensificar a documentação geográfica em geral, especialmente pela
coleta de elementos cartográficos, tendo em vista não só as exigências atuais, mas também a
1ealização do Recenseamento Geral de 1960, cujos trabalhos prepaiatórios reclamam nova cam-
panha de mapas municipais, a exemplo da que se empreendeu, com 1esultados tão apreciáveis, por
-0casião do Recenseamento de 1940
Êste e outros reclamos no setor geográfico estão ligados à necessidade de expansão da ajuda
técnica do C N G , cuja tarefa coo1denadora d<ive exercer-se efetivamente, sôbre órgãos regionais
integrados no seu sistema É êste o empenho em que ora nos encontramos, com o intuito,
aliás, de retribuir, em p1oveito comum, a valiosa colaboiação dos Diretóiios Estaduais e
Municipais de todo o País, com os quais se estabeleceu maio1 convicto, graças à publicação
bimestral do Boletim Informativo.
Não é outra a orientação que está seguindo a Secretaria-Geral do C N G , solidamente
apoiada, em suas iniciativas e no cumprimento de suas atribuições regulamentares, pelo Diretório
Central, a cujo devotado labor rendo também minha homenagem
Através de su,as divisões técnicas, vem aquela Secretaria prestando proveitosa colaboração
a diversos órgãos e instituições, com a execução de trabalhos decoHentes dos convênios firmados

-6--'
- 82 -

Haja vista a elaboiação de um Atlas Eswlai destinado a gtande tilagem, a baixo custà
unitário, contlatado com o Jl.-Iinistéiio da Educação e Cultuia, e o ptepato de mapas de Estados,
poi encomenda dos iespecti\'OS governos Estudos poimenolizados sôb1e determinados aspectos
e fenômenos da iegião amazônica seião, igualmente, iealizados, em vütude de convênio com a
Supeiintendência de Valoiização da Amazônia
Empiega-se a fundo, também a Senetalia-Geial, no rnmptimento dos encaigos que lhe
fotam confiados pelo Govê100 Fedeial e das iesoluções da Assembléia-Geral e do Diretório
Cential do Conseiho, bem corno nos tlabalhos prepaiatóiios do 18° Congiesso Internacional de
Geogiafia a ieafüai-se no Rio de Janei10 em agôsto de 1956, tiabalhos êsses dos quais iesultará
irnpoitante documentação sôbie novas zonas do tettitóiio nacional, a seiern visitadas e estudadas
pelos wngiessistas
A oiganizac,ão de um rnngiesso dêsse gêneio é confiada pela piirneÍla vez a nação do
hemisféiio sul O fato de havei iecaído a escolha sôbie um país das iegiões t10picais despeita
inteiêsse especial ncis meios científicos mundiais
Numeiesos outlos tiabalhos executados e progiamados vos seião 1elatados pelo SeGetáiio-
-Geial do C N G , em ocasião oportuna E emboia o mesmo deva fazei, na piimeüa sessão
plená1ia, o 1esponsável diJeto pelos se1viços térnicos e administlativos da ala estatística, não me
dispensaiei de mencionai alguns fatos mais impoltantes oconidos no petíodo entle a última e a atual
sessão destas Assembléias Geiais
Pata êles, de modo geia!, contiibuíiam decisivamente que1 a Junta Executiva Cent!al, num
fecundo e intenso labot, que merece o nosso rnaioi apiêço, quei as Juntas Executivas Regionais,
mm a sua piestimosa wlaboração
Dispensando os necessáiios cuidados a ciescente eficiência do apaielho de coleta, base de
tôdas as suas atividades, o C N E est executando um plano de aquisição de sedes paia as
fnspetoiias Regionais A 1eest1utmac,ão administiativa dessas 1epaJtições e das Agências Muni-
cipais de Estatísticas, 1ealizada em maio último, co10ou uma sélie de medidas ligadas à
execução de um planejamento geia!, em p10veito dos seivic,ns e atendendo iis mais justas
1eivindicações do funcionalismo
Aliás, no campo da política de pessoal, paia a qual ofe1ecestes, em iesolução memo1ável
sôb1e os p10blemas de base do Brasil, sugestões gene10sas, peunanecia o Conselho em lamentável
omissão, ag01a pieenchida, 1elativamente à concessão de aposentadoiia aos seus sei vidoies A
êste foi também assegmado um sistema de afeiic,ão de meiecimento e p10moções automáticas
que 1ep1esenta apieciável conquista, além da 1evisão do enquadiamento que deixata à margem
ou mal atendidos muitos deles
A essas e outias p10vidências não te1ão sido estianhos os conside1áveis p1ogiessos alcançados
das taiefas técnicas Basta1ia mencionai o fato, iealmente auspicioso, de se te1 rnmptido, nos
ptazos mais mitos até agoia veiificados, a 19'·' Çampanha Estatística O mesmo se pode dizei
em ielação à dist1ibuição dos questionáiios do Regist10 Industlial e já de sua coleta Igual
avanço foi obtido no levantamento dos Inquétitos Econômicos e na execução de out10s enrnigos
específicos, no campo da pesquisa estatística
A obia de divulgação estatística tem p10sseguido wm o desejado p10veito, sendo de
salientai com 1elação a êsse campo e ao piepa10 de todo o mate1ial destinado a ambos os
Conselhos, a ampliação do equipamento do Serviço Giáfico do Instituto, com o objetivo já
connetizado, de aumentai-lhe a capacidade e a eficiência notóiia Nesse seto1, estão em cu1so
igualmente, as p10vidêmias que detetminastes em sessão anteiio1 desta Assembléia-Ge1al, pata
ampliação de sua vila opeiátia
Sob a 1esponsabilidade do C N E cumpte também destacai, antes das info1mações mais
minuciosas que vos seião tiansmitidas opoltunamente, as p10vidências tomadas, com êxito muito
significativo, paia ap1essai o ence11amento da apuíação dos Censos de 1950
Regozijo-me, ainda, em podei mencionai o encaminhamento, ao Cong1esso Nacional, de
mensagem do Podei Executivo, solicitando lei de ciiação do sei viço de estatística do Ministé1io
da Viação e Obias Públicas, p1eenchendo-se, dêsse modo, no sistema de ó1gãos centiais da
óibita fedetal do Instituto uma lacuna que vinha sendo assinalada há váiios anos
- 83 -

Cump1e, finalmente iefe1it, em p10veito do nível p10fissional dos estatísticos biasi!eiros, a


atuação da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, que, neste momento, vai realizar um
seminá1io de alta cultuia científica, sob a iesponsabilidade de eminentes pa1ticipantes das
1euniões internacionais de estatística
Senhores Delegados:
Recebendo-vos nesta Casa, que é vossa, e a cujo sei viço dedicais ene1gia e pat1iotismo,
tenho diante de mim a p1óp1ia imagem da fede1ação btasileita, animada dos fecundos sentimentos
de solida1iedade e dos melho1es p10pósitos em benefício da páttia comum
Mais do que founular votos pelo êxíto dos vossos t1 abalhos, como é de ptaxe nessas ocas10es
poi ségmo de que alcança1eis em ambiente co1dial e fraterno - que10 manifestar-vos meu
ieconhecimento, aos governos qué 1ep1esentais e a cada um de vós, individualtnente, pela vossá
presença a êste encont10 anual da gtande família ibgearia"

RELATÓRIO DOS TRABALHOS DA ASSEMBLÉIA

o Engenheito FÁBIO DE MACEDO SOARES GUIMARÃES, Sectetá1io-Ge1al do c N G ' telatou


na 1eunião de ence1ramento as atividades levadas a efeito dmante a iealização da Assembléia
Eis o ielató1io ap1esentado:
"Tão marcadamente ibgeana; pela fiaterna exptessão dêsse encont10, a solenidade que Ola se
realiza assinala o encetramento conjunto da XV Sessão 01diná1ia das Assembléias Getais do
Conselho Nacional de Geografia e Estatística
Conespondam, pois, as minhas ptimeitas palavlas a um agtadecimento efusivo aos nob1es
companheiros da delegação féderal e da delegação 1egional pela maneiia pattiótica, eficiente e
coopeiativa com que ievestitam sua valiosa contribuição pata o êxito dos nossos tiabalhos
Não se afastando da tiadição desta Casa, a ptesente Assembléia, estou ce1to, ficàtá registrada
nos anais da entidade pela perfeita ha1monia com que tiansco11eu e pela fecunda significação
de seus resultados pala o desenvolvimento da Geog1afia do Btasil e a consolidação da est1utura
do sistema iegional do Conselho
De fato, attavés de 26 Resoluções, 11 Moções e 4 Indica~ões, tomadas tôdas em meio a
intenso labo1 desenvolvido no plenário e nas Comissões, a XV Assembléia Gemi deu conta do
seu decidido empenho em fo1hece1 à Setreta1ia-Geial do Conselho, de fo1ma objetiva, os
instrnmentos de ação capazes de lhe pe1mititem a execução de seus supe1io1es objetivos Po1
outto lado, mediante vátios p10nunciamentos, o plenáiio da Assembléia manifestou a expressão
de seu 1econhecimento pelos atos e iniciativas de inte1êsse geográfico, havidos no País, fo1mu-
lando também cabíveis apelos e solicitações em favo1 de p10vidências de inte1êsse nacional, no
setor de sua especialidade.
Assim, no tocante às Resoluções baixadas, cabe iessalta1, desde logo, a de nQ 468, que p1evê
a constituição de um "Fundo Cartog1áfico Nacional", com o fim de 1eunit os 1ecu1sos financeitos
necessátios, destinados a p1opicia1 a u1gente expansão, po1 todo o País, dos trabalhos de
levantamentos caltográficos, em 1itmo novo e com a adoção de métodos modernos, visando ao
prepa10 de mapas, indispensáveis ao atendimento das ctescentes solicitações que 1esultam do
acelerado p10g1esso da naçãO biasileita
Ao ensejo devo exp1essa1 o 1econhecimento do Conselho Nacional de Geogiafia, ao Sei viço
Geog1áfico do Exé1cito, à Düeto1ia de Hid10glafia e 'Navegação, ao DepaÚamento Geog1áfico
de Minas Ge1ais e ao Instituto Geogtáfico e Geológico de São Paulo, pela ielevante cont1ibuição
que tais 01ganismos vêm, desde muitos anos, de fo1ma he1óica e obstinada, p1estando à Ca1to-
grafia Nacional, attavés de uma atividade que, de pai com o seu alto sentido cultural e técnico,
ieflete antes de tudo, e acima de tudo, fe1vo1 pattiótico, elevada exp1essão de amor à te11a
brasileira Igualmente declino, com justificada gtatidão, os denodados esfo1ços de Instituições
mais novas, po1ém atuantes e p10fícuas, como os Depattaméntos Geogtáfii:os dos Estados da
Bahia, Espírito Santo, Rio de Janefro, Paraná, Santa Cata1ina, Rio Gtande do Sul e de tantás
outias Unidades Fedeiais que já iniciaiam a elabolai;ão de ttabalhos geog1áficos, f1eqüentemente
conjugados aos de Estatística
- 84-

Outra Resolução que merece p1iotidade nesta ap1eciação conjunta, é a de n• 455, que "dá
novas normas para a constituição e funcionamento das Comissões Técnicas" Tais órgãos,
previstos no Deneto n• 1 527, que instituiu o Conselho, têm elevados objetivos culturais e
técnicos, com uma nítida função a desempenhar na obra de difusão, incentivo e coordenação de
estudos geog1áficos de inte1êsse do País Po1 isso mesmo, a Assembléia Geia!, dando ampla
demonstração de seu descoitino, houve po1 bem 1eestrutura1 as normas de constituição e
funcionamento dêsses ó1gãos consultivos da entidade, permitindo-lhes, agora, a necessária facili-
dade de contato entle seus memb10s, com os novos recursos que a Secretatia-Geral lhes
deverá pôr à disposição Tal delibeiação garantirá a essas Comissões atingirem, plenamente, suas
giandes finalidades, que, de acô1do com o Ait 19 da mencionada resolução, consistem em
apresentar planos, normas e projetos pala sistematização de empreendimentos da alçada do
Conselho, e realizai, à guisa de contribuição, estudos geográficos sôbre problemas técnicos e
culturais de atualidade nacional ou 1egional, em cuja solução o Conselho estiver interessado, e,
finalmente, elaboia1 tiabalhos geográficos sôbre temas de ca1áter amplo, como parte da contti-
buição do Conselho a 1euniões nacionais ou internacionais
Ao fixar os temas de estudos paia as novas Comissões eleitas, a Assembléia Geia!, com a
objetividade que lhe caiacte1izou os tiabalhos, deu p1eferência àqueles que se incluem no plano
do temário estabelecido paia o XVIII Congresso Internacional de Geografia, a reunir-se no
Rio de Janeiro, em agôsto de 1956 Em conseqüência, para as seis Comissões previstas - a de
"Levantamentos Territoriais", a de "Cartografia", a de "Geografia Física", a de "Geografia
Humana", a de "Geografia Regional" e a de "Metodologia e Didática da Geografia" - foram
escolhidos, respectivamente, os seguintes temas: "Métodos a serem empregados na cartografia
das regiões de f!o1estas twpicais"; "simplificação do desenho de ca1tão para impressão";
"problemas da morfologia litorânea do Brasil Meridional"; "o uso da Terra e a economia da
água na região semi-átida do Nordeste"; "estado atual do conhecimento geográfico do Estado
de São Paulo" e, po1 fim, "o papel da ciência geográfica na educação rural do Brasil".
Escolhendo êsses temas, visaram, com acêrto, os convencionais da geog1afia biasileira a
utilizar os resultados de tais estudos como conttibui~ão do Conselho ao XVIII Congresso
Internacional
Em prepaiação ao magno ce1tame, a Assembléia, relembrada dos fundamentos legais da
ctiação do Conselho, decidiu, mediante a resolução n• 453, estabelecer medidas gerais de apoio
integral à sua 1esolução, do que não poderia declinar, po1 fôrça mesmo da sua condição de
órgão oficial de ligação do Brasil à União Geográfica Internacional, promotora do Congresso
Senhores Delegados:
Essa também será - senho1es - a oportunidade excepcional de exibirmos, a cientistas
vindos de tôdas as latitudes, o quad10 dinamizado das realidades nacionais, face à luta ingente
do homem, no seu afã diuturno de vencei os óbices da natureza com as armas e os recursos
da técnica e os ensinamentos recolhidos da moderna geografia Daí o nosso empenho em
assegurar o êxito do XVIII Congresso Internacional de Geogiafia
No plano estritamente nacional, devo, por out10 lado, salientai a ênfase conferida na
presente Assembléia ao estudo dos pioblemas regionais e às medidas tomadas para o fortaleci-
mento e adequada estrutuiação dos Diletóiios do Conselho nas Unidades Federadas do País
Dessa ênfase e dessas medidas, dão testemunho eloqüente várias iesoluções aprovadas: a
de n• 454, que institui estágio remunerado no C N G para técnicos indicados pelos Diretórios
Regionais, é da maioi opoitunidade para' a ampliação dos quadros de p10fissionais que, nos
Estados e Territórios, se empenham nos tiabalhos de levantamento topográfico, de desenho
cartográfico e de pesquisa geográfica E completando os felizes propósitos dessa deliberação, a
resolução n• 458 dispõe sôbre o pieparo e heinamento de operado1es para a execução de
trabalhos de topografia e de desenho cartográfico, de que se deveião incumbir os Serviços
Geográficos existentes
Os problemas da divisão iegional do Brasil, também do mais alto interêsse dos nossos
colegas estatísticos, mereceram iemarcada atenção da Assembléia, que, a respeito, teve oportuni-
dade de baixar a resolução n• 464, atualizando a divisão regional do país, face ao novo
quadro territorial-administrativo, vigente a 31 de dezembro de 1954 Todavia, a plena vigência
- 85 -

dessa divisão regional só se efetivará depois do p10nunciamento dos iespectivos órgãos locais,
do ponto de vista da exatidão geográfica dos quad10s fixados
É do conhecimento geral o empenho do nosso I B G E em preservai os salutaies princípios
de sistematização da divisão territorial, consubstanciados no Decreto-lei nº 311 Sua aplicação,
em determinado instante, possibilitou a constatação de suas reais vantagens, testemunhadas pelos
geógrafos e estatísticos de todo o país Neste particular, houve por bem a Assembléia decidü a
respeito, aprovando a resolução nº 472, que atribuiu aos Diretórios Regionais do Conselho o
encargo de acompanhar as alteiações nos quadros te11itoliais e administrativos das respectivas
Unidades Federadas e diligenciar junto aos Poderes competentes no sentido da preservação do
espírito contido nas normas de racionalização e sistematização pieconizadas pelo Instituto
Enfeixando o ielacionamento dos atos baixados pela Assembléia, no âmbito de interêsse do
sistema iegional do Conselho, podemos anotar ainda as seguintes iesoluções: a de nº 456,
que dispõe sôbre a coleta sistemática de documentação geográfica e cartográfica pelas Secretarias
dos Diretórios; a 470, que permite a remuneração a colaboradores dêsses Diretórios à conta do
auxílio financeüo concedido pela Secietaria-Geral; a 465, que autoriza a constituição de uma
Comissão especial para estudar a região noideste de Mato G10sso, em cooperação com o Diretório
Regional dessa Unidade; e a de n• 464, que associa o Conselho oficialmente à celebração do
primeiro centenáiio da elevação de Macapá à categoria de cidade
Assim, meus senhores, a enunciação dessa paite de nossos trabalhos, feita com p10positada
singeleza, 1evela que o Conselho Nacional de Geografia vem buscando realizar a sua perfeita
integração num veidadeüo sistema nacional, com suas colunas mestras assentadas nos Düetórios
Regionais, cuja consolidação tem constituído a política dominante nos últimos plenários do
órgão deliberativo máximo da entidade
Guia-nos a todos, nesse movimento, o magnífico exemplo ofe1ecido pelo sistema iegional
do Conselho Nacional de Estatística, cujo modelar funcionamento tem suas fontes permanentes
de inspiração no ideário ibgeano de MÁRIO AUGUSTO TEIXEIRA DE FREITAS
Ao fazei o ielato regimental das deliberações de maior conteúdo, não poderia deixai de
1eferir aqui à iesolução 466, que recomenda à Secretaria-Geia! medidas tendentes a estabelecer
a consolidação da legislação orgânica do Conselho, votada pelos seus órgãos -ieliberativos maiores.
Através dessa legislação que se estende por cêrca de 1 000 resolu~ões, buscaram - Diretório
Central e Assembléia Geral -- dar solução a quantos problemas, durante os 18 anos de existência
do Conselho, surgiram ligados ao desenvolvimento das atividades geog1áficas no País
Presente a todos os acontecimentos que de foima düeta ou indüeta se vinculam aos fatos
da geografia biasileüa, a Assembléia, em oportuna moção, p10nunciou-se congratulatôriamente
com os Poderes Executivo e Legislativo do Estado de Goiás, pela solicitude, patriotismo e
elevação de piincípios com que têm encarado o problema da transferência da Capital da Repú-
blica Congratulou-se igualmente, sôbre o mesmo assunto, com a Comissão de localização da
Nova Capital, sob a p1esidência do eminente brasileiro, Ma1echal JosÉ PESSOA
Se internamente o encaminhamento de magnos p10blemas de interêsse nacional foi objeto
de cogitação po1 parte da Assembléia, à sua sensibilidade patriótica não passou despercebida
a vitória da diplomacia brasileira nas Nações Unidas, conquistando a ap10vação de sua proposta
sôbre o velho problema de delimitação da faixa do ma1 te11itorial Daí haver resultado o
pronunciamento de cong1atulações ao Itamarati pelo fato
Sôbre o levantamento fotogeológico de cê1ca de 500 000 km2 , ora ptocedido na região
amazônica, mediante convênio firmado entre o Ministério da Agiicultuia e a Superintendência
da Valorização Econômica da Amazônia, formulou a Assembléia aplausos pela iealização dêsse
empreendimento, que resultará em contribuição de grande ielêvo pata os estudos das bacias dos
rios Araguaia-Tocantins e Xingu
Fiel à inspüação cristã do povo brasilei10, e trabalhando sob a influência do cenário
febtilmente pteparado para a realização do XXXVI Cong1esso Eucarístico Internacional, votamos
expressiva moção congratulatória aos altos dignatários da Ig1eja pela iealização dêsse luminoso
evento em terras do Brasil, nascido sob o signo da Ctuz
Foi curta a duração da presente Assembléia Não obstante, dela iesultaiam pronunciamentos
dos mais fecundos
- 86 -

Po1 isso mesmo, a excmsão e a Yisita feita pelos Senho1es delegados às instalações
hid1elétricas da Companhia de Ca11is, Luz e Fôrça do Rio de Janeiro, na serra do Ma1,
constituiu reconfo1tante corolá1io a tanto esfô1ço despendido Valeu como uma aula de geografia,
a céu abetto, Yivo, palpitante
Senhores Delegados:
O relato aqui feito, além de atender a impeiativos iegimentais, tiaduz, igualmente, a
justificada aleg1ia de um antigo se1vido1 do Conselho pela feliz opottunidade de - na qualidade
de seu Sec1etário-Geial - havei participado, modestamente, dos tiabalhos da Assembléia O
que avulta nesse 1elato é a exp1essão mesma dos 1elevantes p10nunciamentos tomados durante
cinco dias de intenso e p10fícuo labor Em meio à solenidade de que estamos pa1 ticipando,
significa êle o ponto final do nosso p1esente encont10, em função dos tiabalhos da XV Sessão
01dinária
Todavia, nessa oportunidade, ainda p1esta1emos 1everente e giata homenagem a um velho
rnmpanheüo, encanecido a serviço do Btasil
Ao concedei, em memo1ável 1esolução, o título de "Memb10 Hono1á1io" do Diretório
Central, ao eminente Cel RENATO BARBOSA RODRIGUES PEREIRA, a Assembléia dignifica exptes-
sivamente, a quem, po1 cêica de 18 anos, com assiduidade e pattiotismo, prestou ao Conselho
inteligente, serena e p10fírna colabo1ação
É, pois, espelhando-nos em tão magnífirn exemplo, de a11101 ao tiabalho e dedicação à
vida pública, do va1ão que vamos homenageai, que estenderemos efusivamente, uns aos out10s,
as nossas mãos, em fraternal despedida, sob o signo da gtatidão e na ambiência awlhedora
desta Casa de exempla1es dedicações"
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES GEOGRÁFICAS DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO, VERIFICADAS
DURANTE O ANO DE 1954 E APRESENTADO
PELO DIRETÓRIO REGIONAL DE GEOGRAFIA
À XV SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLÉIA
GERAL DO CONSELHO NACIONAL
DE GEOGRAFIA
INTRODUÇÃO
As atividades geográficas desenvolvidas durante o ano de 1954 foram devidamente
apreciadas pelo Diretório, havendo alcançado os objetivos previamente traçados O
acontecimento máximo para a geografia estadual foi a instalação, em Pôrto Alegre,
do Congresso Brasileiro de Geografia no mês de maio O Diretório estêve ali
representado por dois de seus membros, o ilustre escritor Prof Lmz PALMIER e o
Secretário Regional que êste Relatório subscreve Ambos apresentaram cada qual a
sua tese, que mereceram aprovação e inclusão nos "Anais" Os estudos debatidos
naquele Conclave foram da maior ressonância, muito sendo de esperar dos seus
resultados
Esta entidade geográfica também acompanha, 'com vivo interêsse, o desdobramento
dos trabalhos preparatórios para a instalação, em agôsto de 1956, na cidade do Rio
de Janeiro, do XVIII Congresso Internacional de Geografia O seu Secretário foi
eleito membro da Comissão Organizadora, cabendo-lhe, por isso, as responsabilidades
inerentes ao cargo Cogita o órgão de dar decidido apoio a estas atividades, no
quanto estiver a seu alcance O sétimo número do seu "Anuário" traz uma notícia
sôbre o Congresso e publica o Temário para o mesmo Outras iniciativas estão
sendo postas em prática, com o mesmo fim de cooperação.
Cumprindo o que dispõe a Resolução n9 26 da Assembléia Geral são expostas
a seguir as principais ocorrências verificadas com o desenrolar dos trabalhos do
Departamento Geográfico, durante o ano de 1954, através de seus órgãos: Divisão
da Carta, Divisão Sanitária e de Urbanização, Comissão de Terras e Serviços Auxiliares

DIVISÃO DA CARTA

A Divisão da Carta chegou ao término do ano com os seus recursos esgotados,


em fiel aplicação dos mesmos ao disposto na Lei Orçamentária Os trabalhos de
maior importância foram os seguintes:

1- CARTA COROGRÃFICA DO ESTADO NA ESCALA DE 1:250000

Desenvolveram-se com normalidade os trabalhos de campo e de escritório para


a feitura desta Carta. Estamos recebendo do Conselho Nacional de Geografia efetiva

/
-88-

contribuição em pessoal e em ~aterial, para esta realização. Conforme prevíramos


no ano anterior, teríamos, ao fim de 1954, duas fôlhas prontas nesta escala e grande
parte do material para a composição da terceira fôlha E assim, realmente, aconteceu.
Serão sete fôlhas, ao todo, podendo prever-se para o ano de 1956 a conclusão dêste
importante trabalho

2- MAPAS MUNICIPAIS

Com o:S elementos que estamos obtendo em campo para a elaboração da Carta
na escala de 1 :250 000, teremos ao cabo de mais algum tempo um cabedal valiosíssimo
para a feitura de novos mapas municipais Pela Lei Orgânica dos Municípios, cabe
às Comunas prepararem as suas próprias Cartas, mas por absoluta falta de meios
técnicos essa obrigação não chega a ser consumada É pois, mais um auxílio que
o Estado dará aos municípios, confeccionando os mapas municipais e mantendo-os
atualizados A Divisão da Carta está se preparando para essa grande tarefa, que
deverá ser desenvolvida mesmo antes da conclusão da Carta na escala de 1 :2Só 000.
A Divisão ocupa-se, também, da renovação dos mapas municipais envelhecidos,
introduzindo, nessa ocasião, melhoramentos colecionados em seus arquivos

3- LINHA OE LIMITES RIO OE JANEIRO-SÃO PAULO

Por ocasião da fixação da linha de limites entre êstes dois Estados foram cravados,
em pontos conspícuos, 71 marcos provisórios de madeira, ficando previamente
deliberado que tais marcos, em t!!mpo oportuno, seriam sub~tituídos por marcos
definitivos, de material pràticamente inalterável. Esta providência vem sendo tomada
neste ano de 1954, depois de entendimentos havidos entre o Departamento Geográfico
e o Instituto Geográfico e Geológico de São Paulo Os novos marcos são de concreto
armado e obedecem ao projeto aprovado Foram já substituídos, até o presente,
29 marcos

4 - PENO~NCIAS GEOGRÁFICAS MUNICIPAIS

A Divisão tem procurado auxiliar, dentro do possível, atendendo com solicitude


cada parte contentora, a solução de problemas intermunicipais. A posição da Divisão,
como a do próprio Departamento, tem sido a de se colocar em situação eqüídistante
dos extremos, na contenda, atuando com imparcialidade e esforçando-se por esclarecer
pontos divergentes à luz de sua documentação Não estando na alçada do órgão
emitir pareceres ou opiniões, limita-se êle, estritamente, a dar informações fidedignas,
transcrever trechos da lei, quando a isso compelido por solicitação expressa, interpretar
a documentação cartográfica em cotejo com a lei e agir discretamente em tôrno do
assunto, de maneira a não desviar a conduta do órgão, dessa linha intransigente de
neutralidade e equilíbrio Há, presentemente, dissensões entre Carmo, Buas Barras,
Sumidouro e Cantagalo, entre São Fidélis e Cambuci e entre Volta Redonda e
Barra Mansa .
-89-

5 - A RECUPERAÇÃO ECONôMICA DA BAIXADA FLUMINENSE

Vários estudos foram feitos com o intuito de coletar dados informativos que
melhor ilustrem as possibilidades da Baixada, no tocante ao seu problema de
recuperação econômica. Alguns técnicos da Divisão de Geografia do C N G tomaram
parte ativa nessa campanha, do que resultou a preparação que fizeram de um livro
sôbre o assunto, que deverá ser editado pela Secretaria do Conselho, consoante o que
determina a Resolução n9 407 da Assembléia Geral
A recuperação da Baixada, com os seus milhares de quilômetros quadrados de
terras abandonadas e que constituem um celeiro em potencial de produtos alimentícios,
é medida que precisa ser incentivada por todos os meios, razão por que emprega o
Diritório os seus melhores esforços para levar a bom têrmo os trabalhos que se
relacionam com a presente realização: Está a Baixada cortada em tôdas as direções
por excelentes rodovias, muitas delas de primeira classe e, em parte, providas de
pavimentação Marginando tais rodovias encontram-se quilômetros e quilômetros
de terras sem cultura, sem trato de nenhuma espécie, aguardando, da iniciativa
particular, o festejado recurso. Uma providência que a ação geográfica regional
proclama é a desapropriação, para fins exclusivos de colonização, de faixas de dois
quilômetros de fundo, marginais às rodovias, quando as terras estejam em absoluto
estado de abandono Dêste modo, algumas dezenas de milhares de colonos poderão
ser aí instalados e não seria difícil prever quais os miraculosos resultados dessa
medida, uma vez que a maior despesa foi já realizada com a construção e asfaltamento
parcial das atuais estradas Os gastos restantes, com a colonização, serão ressarcidos,
em tempo relativamente curto, graças à produção, procurada com sofreguidão pelos
numerosos centros de consumo da região, dentre os quais Rio de Janeiro e São
Paulo, de densidade demográfica excepcionalmente grande

A Divisão executou, ainda, os seguintes trabalhos específicos:

- Confecção, em "cansou'', do Mapa Geológico do Estado do Rio de Janeiro, na


escala de 1 :400 000, baseado no mapa do Serviço Geológico e Mineralógico
do Ministério da Agticultu1a na escala de 1: 1 000 000;
2 - conigendas de topônimos no mapa do Estado do Rio de Janeiro na
escala de 1:400 000;
3 - 1edução de 4 fôlhas do levantamento cadashal de Mone1á, 2° disttito do
Município de Duas Barras, da escala de 1: 500 para a de 1: 1 000;
4 - cópia, em tela, da planta de conjunto do levantamento cadastral de Monerá,
na escala de 1 : 1 000;
5 - 1edução de 18 fôlhas do levantamento cadastral da cidade de Santo Antônio
de Pádua, na escala de 1:500 para a de 1:2 000;
6 - cópia, em tela, da planta de conjunto do levantamento cadasttal da cidade
de Santo Antônio de Pádua, na escala de 1:2 000;
7 - cópia, em vegetal, da planta do levantamento das margens do rio Pomba,
na escala de 1: 2 500;
8 - 1edução de 7 fôlhas do levantamento cadastial da cidade de Duas Barras,
da escala de 1: 500 para a de 1: 1 500;
9 - cópia, em tela, da planta de conjunto do levantamento cadasttal da cidade
de Duas Banas, na escala de 1: 1 500;
- 90-

10 cópia, em vegetal, da esquernatização de um plano de giupamentos de


carreiras, com duas cópias colo1idas, atendendo a um pedido do D S P ;
11 cópia, em vegetal, do mapa do Município de Mendes, na escala de 1:25 000;
12 cópia, em vegetal, da planta do levantamento de um trecho do lio Macuco,
em Cordeiro, com localização das estacas para sua 1etificação;
13 - cópia, em tela, de uma planta de conjunto de um trecho do levantamento
cadastral de Nova Friburgo, na escala de 1:500;
14 - redução do mapa de solos do Município de Itapernna, da escala de
1:100 000 paia a de 1:400 000;
15 - cópia, em vegetal, do mapa esquemático do füasil com as principais linhas
de relêvo;
16 - redução e desenho em vegetal de um trecho da batia Hid10g1áfica dos
rios Bonito e Macaé, da escala de 1:16000 para a de 1:400000;
17 - redução de 30 fôlhas do levantamento cadastral da cidade de Mitacema,
da escala de 1: 500 paia a de 1: 2 500;
18 - cópia, em tela, da planta de conjunto do levantamento cadashal da cidade
de Miracema, na escala de 1:2 500;
19 redução de 11 fôlhas do levantamento cadastial da cidade de C01dei10, da
escala de 1: 500 para a de 1: 2 000;
20 - cópia, em tela, de 11 fôlhas do levantamento cadastial da cidade de
Cordei10;
21 cópia, em tela, da planta de conjunto do levantamento cadashal da cidade
de Cordeito, na escala de 1: 2 000;
22 cópia, em tela, da planta do levantamento de um trecho do lio Macuco,
na cidade de Monerá, na escala de 1:500;
23 cópia, em tela, da praça Santos Dumont, na cidade de Conceição de Macabu,
contendo plantações, banco, etc, na escala de 1: 200;
24 - cópia, em vegetal, do mapa municipal de Carmo e colocação de fazendas
na divisa com Duas Barras - Escala de 1: 50 000;
25 cópia colorida da planta de conjunto do plano de urbanização da cidade
de Bom Ja1dim, na escala de 1: 1 000;
26 cópia colo1ida do mapa de Cabo Frio, na escala de 1: 100 000;
27 cópia, em tela, de 18 fôlhas do levantamento cadashal da cidade de Santo
Antônio de Pádua;
28 - cópia, em tela, da planta de tiiangulação da cidade de Macaé, na estala
de 1:3000;
29 cópia, em vegetal, do projeto de canalização do ribeirão Santo Antônio,
em Miracema;
30 copra, em tela, do levantamento cadastial da cidade de Duas Barras, na
escala de 1: 500;
31 cópia, em vegetal, do perfil de um trecho do rio Macacu, no distiito de
Monerá, Município de Duas Barras - Escalas H 1:500 e V 1:50;
32 demarcação das novas linhas distritais, no mapa do Município de Duque
de Caxias, devido à criação de novos dist1itos;
33 - cópia, em vegetal, do perfil do 1io Macuco, no Município de Cordeiro
Escalas H-1:1 000 e V 1:100;
:;4 - 1edução e desenho em vegetal da Fazenda Friboraí, no Município de
Itaboraí, da escala de 1 : 2 000 para a de 1 : 6 000;
35 - cópia, em vegetal, da planta de conjunto de Bana Mansa - Escala 1:5 000;
36 - cópia, em tela, de 11 fôlhas com o plano de U!banização da cidade de
Parati Escala 1: 500;
37 cópia, em tela, do plano de urbanização (conjunto) da cidade de Parati
- Escala 1:2 000;
38 - cópia, em tela, do plano de urbanização da cidade de Atafona, organizado
o canson pela Divisão do Domínio do Estado;
-91-

39 cópia, em vegetal, dos perfis do tio Baú e Resende, no Município de


Duas Barras;
40 1edução de 7 fôlhas do plano de urbanização da cidade de Duas Banas,
da escala de 1: 500 para 1: 1 500;
41 cópia, em tela, da planta de conjunto do plano de urbanização da cidade
de Duas Banas, na escala de 1: 1 500;
42 redução de 4 fôlhas do plano de urbanização da cidade de Monerá, da
escala de 1: 500 para a de 1: 1 000;
43 cópia, em tela, do plano de urbanização da cidade de Monerá, da escala
de 1: 1 000
44 redução do mapa do Estado do Rio de Janei10, da escala de 1:400 000 para
a de 1: 800 000, e a respectiva cópia em vegetal;
45 desenho, em papel canson, do levantamento cadastral da cidade de Nova
Fiiburgo, na escala de 1: 1 000 ( 38 fôlhas);
46 - cópia, em tela, de 38 fôlhas do levantamento cadastial de Nova Friburgo,
na escala de 1: 1 000;
47 cópia, em tela, da planta de conjunto do levantamento cadastral de Nova
Fribu1go, na escala de 1: 5 000;
48 cópia ,em papel vegetal, do mapa da cidade de Magé - Escala de 1:2 000;
49 cópia, em vegetal, da planta dos ferros da ponte sôbre o tibeirão Floresta,
no Município de Bom Ja1dim - Escala de 1:50;
50 cópia, em vegetal, do mapa municipal de Barra Mansa, na escala de
1:100 000;
51 confecção de novo mapa do Município de Bana do Píraí em face do acôtdo
com o Município de Mendes - Escala de 1: 50 000;
52 4 cópias colotidas, em papel ozalid, do mapa do Estado do Rio de Janei10,
na escala de 1: 250 000;
53 cópia, em vegetal, do mapa do Município de Haverá, na escala de 1:100 000;
54 cópia, em vegetal, do mapa municipal de Cauno, na escala de 1: 100 000;
55 cópia, em vegetal, do mapa do Município de Mitacema, na escala de
1:50000;
56 - confecção de 20 placas de feno, com suportes de tubos galvanizados, para
implantação nas divisas municipais;
57 acabamento da construção de um galpão, aberto, pata abastecimento de
viaturas;
58 conservação do mate1ial técnico e 10dante do Depa1tamento;
59 aquisição de material mecânico e equipamento para o serviço de campo;
60 - se1 viços mecânicos executados na pequena oficina dêste Departamento,
como sejam: repa10s, ajustagens, conservação de carros, etc, bem como
aquisição do material necessário, inclusive combustível e lubrificante;
61 colocação de fôno em um dos galpões de 70 m';
62 constrnção de uma cisterna pata 8 000 lit10s dágua;
63 ampliação do lavado1 de canos, em conc1eto armado, com compartimento
para bomba hidráulica;
64 - instalação de uma 1êde de água principal, em 3'', em uma extensão de
155 metros, partindo da rêde geral de 12" da Av Jansen de Melo;
65 - instalação hidráulica interna em canos de %" e Y2 ", atendendo a dive1sas
derivações ( 60 metros) ;
66 - instalação hÍdráulica e eléttica de uma bomba para lavagem de veículos;
67 - instalação de a1 comp1imido para lub1ificação de veículos, em tubulação
de l/z";
68 - instalação completa de uma bomba eléttica Wayne para gasolina, com
depósito em aço para 4 000 litros;
69 -----' caiação geral em todos os galpões e mmos (galpões 330 m• com pé
direito de 4,00 e 120,00 de muros);
- 92-

70 - pintuta a óleo de fô110, ba11as, a1ma11os, madeitamentos, sobreloja,


esquadrias, etc. ( ap10ximadamente 150 m2 de óleo) ;
71 - revisão e repa10s no telhado de um dos galpões;
72 - reconstrução de 20 metros de um muro deterioiado em vista do emp1êgo
de tijolos salitrados;
73 - colocação de pôsto de concreto com fiação RCTS, para a linha trifásica
da instalação da tmbo-bomba já existente;
74 - reparos gerais de portas, esquad1ias e cisterna hidráulica antiga;
75 - construção de pequena calçada na fachada dos galpões;
76 - atêrro geia! na área fronteira aos galpões, com camada final de pó-de-pedia
(área de 600 m2 ) ;
77 - organização e cont1ôle do fichá1io de entiada e saída do matetial pertencente
ao Departamento e sob a guarda da D. C

DIVISÃO SANITÁRIA E DE URBANIZAÇÃO

Os trabalhos desta Divisão tomam dia a dia maior impulso, não só pelo cuidado
que se há de ter em zelar pela execução dos planos elaborados que de ano para
ano aumento em número, como pelo interêsse crescente que se observa por parte
dos Senhores Prefeitos, que, cada vez mais, sentem a necessidade de planos diretores,
com que se orientem nas suas administrações Damos a seguir as principais ocorrências
havidas neste setor:

1- NOVA FRIBURGO

O levantamento desta cidade serrana abrange uma área de 13 milhões de metros


quadrados. As 15 2 poligonais com 1 946 vértices foram amarradas numa rêde
geodésica de 2 3 quadriláteros As irradiações ficaram apoiadas em 51 372 pontos
de detalhe, re_gistrados em 147 cadernetas A cidade é enriquecida, anualmente,
com a construção de centenas de novas edificações Enquanto ultimam-se os cálculos
e desenhos, mantém-se uma turma em campo recolhendo todos os elementos de
atualização, para favorecer o traçado urbanístico que está sendo esboçado O desen-
volvimento da cidade tem sido tão rápido que cêrca de doze bairros não têm mais
de seis anos, a contar da data de suas primeiras construções Ê fundamental que a
Prefeitura amplie o seu corpo técnico para poder dar a atenção que merece ao
plano de urbanização, que se aproxima da sua fase final e que exigirá atuação
permanente a fim de manter-se atualizado. Embora uma das residências de fiscalização
dos planos urbanísticos das cidades fluminenses deva ficar em Nova Friburgo, não se
entende por isso que, dentro dos recursos proporcionais, não fique a Prefeitura
obrigada a manter o pessoal indispensável que acompanhe o seu crescimento normal
e previsível

2 - MIRACEMA

Conforme previsão feita em 1953, ficou concluído, calculado e desenhado todo


o levantamento desta cidade. Fêz-se a planta de conjunto, restando traçar o plano
urbanístico, fato que se consumará no primeiro semestre de 1955.

3 - SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA

Foram· concluídos todos os desenhos para o plano urbanístico desta cidade,


devendo a fase final ficar concluída em janeiro de 1955.
- 93-

4 - RESENDE E AGULHAS NEGRAS

Estas duas povoações adjacentes encontram-se com os seus levantamentos bantante


adiantados, podendo-se prever a conclusão dos mesmos dentro dos próximos três
meses. Estão também, concomitantemente, sendo desenvolvidos os serviços de escri-
tório concernentes aos cálculos e desenhos

5- MENDES

Esta cidade estará com o seu levantamento completo daqui por mais dois meses.
Estão sendo executados os cálculos e desenhos e o traçado urbanístico será feito
logo a seguir.

6 - MAGÉ

Estão concluídos o levantamento, os cálculos e os desenhos. Vão ser iniciados


os estudos de urbanização.

7- MACAÉ

Foram iniciados neste ano os trabalhos. Executou-se a triangulação. Estamos


desenvolvendo as poligonais e levantando o cadastro. A Prefeitura local, na falta
de técnico habilitado para os trabalhos rotineiros de topografia, apelou numerosas
vêzes para o concurso da nossa turma, na ansiedade de poder traçar melhoramentos
em seus logradouros. Esta circunstância, conquanto venha retardar a conclusão dos
nossos trabalhos, não pode ser evitada em face da imperiosidade das razões.

8 - CONCEIÇÃO DE MACABU

Os trabalhos ficaram, nesta cidade, interrompidos por vanos meses pelo fato
de ter-se afastado o topógrafo incumbido da tarefa. Antes de findar o ano, porém,
foi restabelecido o ritmo das atividades, com a remessa de outro técnico. Os serviços
prosseguirão durante o ano entrante.

9- CORDEIRO

Todos os levantamentos desta cidade estão concluídos, inclusive os desenhos.


Falta, apenas, o lançamento do plano urbanístico na prancha de conjunto, o qual
terá início em dias próximos vindouros

10 - DUAS BARRAS

Estamos enviando para a Prefeitura local os desenhos correspondentes ao plano


urbanístico desta cidade, que acaba de ser concluído.

11 - MONERÁ

O plano para esta vila encontra-se em elaboração, mas já em fase final. Está
na dependência, apenas, de se fazer constar nêle o novo traçado rodoviário que
abrange a parte urbanizada
-94-

12 - ITAPERUNA

Foi iniciado o levantamento geral da cidade As fôlhas de cadastro já contêm


mais de 200 casas levantadas Os trabalhos geodésicos estão concluídos. A turma
de campo está fazendo o levantamento das poligonais

13 - MUNICÍPIO DE CABO FRIO

Há neste município um litoral de grande beleza que se estende de Arraial do


Cabo a Armação dos Búzios, numa distância de algumas dezenas de quilômetros
Os principais proprietários de terras da região reuniram-se e entenderam-se no
sentido de organizar um plano de urbanização para tôdas aquelas terras, com o fim
de imprimir, ao local, um padrão de vida, turístico, de levados moldes, como se
tem feito em outras partes do mundo civilizado Conceituados urbanistas e de
reconhecido mérito aplaudiram a idéia e reforçaram a iniciativa Em busca de apoio
oficial para o invulgar empreendimento e sabedores de que o D G. é o órgão
de imprimir, ao local, um padrão de vida, turístico, de elevado moldes, como se
suas decisões e combinar os meios de levá-los a bom têrmo Sob a visão esclarecida
do Govêrno a idéia vem se consubstanciando de maneira animadora, firmando-se,
com ela, o primeiro marco de uma realização, que ficará na história administrativa
do Estado, como página seleta de particular fulgor, pois, como é de se esperar, uma
vez efetivado o programa idealizado com seguros meios disponíveis, chegaremos a
ver, em futuro não distante, a região de Cabo Ftio transformada num agrupamento
de Balneários de projeção internacional Esta pe1spectiva abre-se, presentemente con~
os prognósticos mais animadores

14 - OBRAS PREVENTIVAS CONTRA AS CHEIAS E SEUS ESTUDOS

A Divis~o está executando obras contra as cheia em Bom Jardim, Sumidomo


e Cordeiro, sendo que para a primeira destas cidádes constrói um canal de cimentG
armado de efeito arquitetônico, que representa um dos motivos de embelezamertt0
assinalado no plano urbanístico que êsse órgão especializado elaborou para essa
cidade. Os estudos para Duas Barras e Mone1á dispõem de todos os elementos
necessários à sua execução Em Miracema figura, no plano urbanístico, a posição
definitiva qo canal que virá resolver o problema das cheia, havendo ficado o D N.O ~
incumbido da sua abertura. Para a cidade de Mendes os estudos deverão fr_ar
concluídos no comêço de 1955

COMISSÃO DE TERRAS
Cabe à Comissão de Terras, pela lei que criou o Departamento Geográfico,
promover a colonização das terras devolutas do Estado, instalando núcleos coloniais
e passando-os, em seguida, à Secretaria de Agricultura, sucessivamente, depois de
instalados e eni funcionamento.
• A instalação de um núcleo compreende o levantamento topográfico da gleba,
o estudo, a locação e a construção da estrada de penetração, a construção das casas
para os colonos, a divisão e demarcação dos lotes, o suprimento aos colonos, de
madeira do local, aparelhada para a sua adaptação aos misteres agrícolas e da pequena
cnaçao Compreende, ainda, a colocação dos colonos, segundo as suas aptidões, nos
lotes mais adequados E para que funcione o núcleo é preciso que ós colonos
- 95 -

trabalhem e produzam Para isso urge fazer-lhes o fornecimento de mudas e sementes


selecionadas, de ferramentas e utensílios agrícolas e dar-lhes assistência médica e
técnica, fiscalizando o seu trabalho
Isto foi feito pela Comissão de Terras na instalação do seu primeiro Núcleo
Colonial, em Sodrelândia Não está, porém, completo, pois os dez últimos lotes
foram reservados para dez famílias de colonos franceses, que ainda não chegaram
a ocupá-los
Empenha-se, presentemente, a Comissão além de conse1 var o que está feito no
Núcleo, em construir uma estrada de rodagem que liga Sodrelândia, no Município
de Trajano de Morais, a Triunfo, no Município de Santa Maria Madalena Esta
estrada, depois de concluída, trará, não só uma acentuada valorização para as
propriedades marginais, como um grande benefício para o Núcleo Colonial, pois
o escoamento dos produtos dos colonos se dará com tôda a facilidade para a
cidade de Campos, via Conceição de Macabu Neste ano, de acôrdo com os recursos
disponíveis, foram construídos 6 quilômet10s de estrada, faltando ainda 13 para a
conclusão
A área para a instalação de um núcleo deve ser, ·no mínimo, de 10 000 ha
para conter cêrca de 500 colonos Infelizmente no Estado do Rio de Janeiro áreas
dessa grandeza estão se tornando muito escassas, quanto às de seu domínio Há
ainda em tôrno delas intrusos ou "grileiros" que precisam ser retirados No entanto,
o trabalho é demorado em razão das difíceis diligências que se fazem necessárias
Daí cogitarmos da solução de entregar as pequenas glebas restantes a particulares
que desejam desenvolver um programa pastoril ou agrícola, se possível, original
Atendendo a êste propósito estamos animando os entendimentos com ag1icultores
franceses que desejam radicar-se no Brasil Consta do programa de um dêles a
cultura de plantas européias e do rami, com fins industriais, e a criação de uma
espécie de coelho que chega a pesar oito quiJos; de cabras de Ankara para aproveita-
mento da lã, associando-a à fibra do rami; de gado da Bretanha, que se rivaliza
com o holandês, com a vantagem de se alimentar de forragem de baixo custo, como
a que consome o gado caprino; de gansos de Toulouse, de 15 quilos de pêso quando
adultos, os mais indicados para a produção de "pâte de foie gras" Encontrou-se,
para um agricultor francês, nuµ1a das glebas de terras do Estado, com área de 145
alqueires geométticos, as melhores condições climáticas, altimétricas, orográficas, para
o fim em vista, e solo de natureza física ideal para a execução do seu progràma
Está, pois, se ocupando a Comissão de Terras em converter as glebas do Estado em
fontes de produção, aproveitando-se do ensejo para introduzir, nela~, elementos
capazes, de idoneidade comprovada, e que colaborem, efetivamente, para o progresso,
com a contribuição dos seus recursos materiais e seus conhecimentos especializados
em atividades rifo conhec-idas ou não disseminadas em nosso meio, como no caso citado,
Das experiências colhidas com a instalação do Núcleo Colonial de Sodrelândia,
ficou-nos a convicção de que há necessidade de muito bem selecionar os colonos, pois,
sem vocação, sem real disposição para o trabalho, sem saúde, sem participação integral
da célula familiar no lote, não há rendimento, a j:>rodução é insuficiente e o desajus-
tamento do colono torna-se inevitável Por isso, deve se1 o colono admitido no
Núcleo em ca1áter transitório, a título experimental, sem compromissos que o detenham,
para poder ser desligado no caso de inaptidão ou de inconformação com a disciplina
ou regimento da instituição colonizadora Também pensamos que a melhor maneira
- 96-

de colonizar é fazer a mistura das nacionalidades, pela variedade dos conhecimentos que
se entrosam e pela diversidade de modos na aplicação dêsses conhecimentos Meios
mais práticos surgem da observação e esta varia sempre que vista de ângulos diferentes,
o que acontece quando os colonos que se agrupam são de origens diversas Com
êste critério a aprendizagem se difunde mais ràpidamente e os conhecimentos
se multiplicam em benefício geral

SERVIÇOS AUXILIARES
1- SERVIÇO DE SECRETARIA E PESSOAL

a) Protocolo

Deram entrada no Protocolo 973 documentos e os seus movimentos foram


devidamente anotados nas respectivas fichas Estêve a seu cargo a expedição dos
volumes do 69 número do "Anuário Geográfico", cuja edição foi de 1 000 exemplares.

b) Expediente

A chefia dos S A expediu 146 ofícios, redigiu 15 3 dos 610 expedidos pelo
D R G. e pela chefia do D G , e funcionou na maioria dos processos que transitaram
pelo Protocolo. Foi feita a compilação e a revisão da matéria a ser enviada para o
prelo, referente ao 70 número do "Anuário Geográfico"

e) Mecanografia

Foram extraídas 1 900 copias heliográficas, mimeografados diversos documentos


e datilografado todo o expediente do Departamento, assim distribuído: ofícios,
memorandos, relatórios, informações, relações, tabelas, resumos de ponto do pessoal,
mapas de diárias, requerimentos, recibos, fôlhas de pagamento de diaristas e os
respectivos cartões de ponto e a matéria para o 70 número do "Anuário Geográfico".

d) Pessoal

Os S A mantém atualizados o fichário e o arquivo relativos ao pessoal do


D G No primeiro são anotados os dados de cada servidor e os acontecimentos
referentes à sua vida funcional; no segundo são arquivados, por cópia, em pastas
individuais, os respectivos documentos. No decorrer do ano, 329 servidores, entre
funcionários, extranumerários e diaristas de obras, trabalharam para o Departamento

2 - CONTABILIDADE

Os serviços de contabilidade vêm sendo mantidos em dia. Compreendem êsses


serviços: escrituração e movimentação das verbas orçamentárias; requisição de adian-
tamentos; organização e exame das prestações de contas; confecção das fôlhas de
pagamento dos diaristas e dos respectivos cartões de ponto; cálculo de diárias.

3 - -MATERIAL

O contrôle do material aos cuidados dos S. A continua em ordem As entradas,


as saídas e os preços vêm sendo devidamente anotados nas fichas próprias As coletas
de preços e as compras de todo o material permanente adquirido pelo D G , para
os seus diferentes serviços, estiveram a cargo desta chefia.
-97-

4- SERVIÇO DE DOCUMENTAÇÃO

A mapoteca, a biblioteca, a fototeca e o arquivo corográfico constituem o Serviço


de Documentação que, durante o ano, foi constantemente consultado por funcionários
do Departamento, da Secretaria, de diversas repartições estaduais, federais e municipais
e, também por particulares
Na mapoteca estão registrados e devidamente guardados 1 600 documentos, entre
os quais são encontrados mapas do Estado, dos municípios fluminenses, do Brasil,
de diversas regiões, e plantas referentes a planos de urbanização de localidades
fluminenses, a levantamentos topográficos e cadastrais, a loteamentos submetidos à
apreciação do D G

CONCLUSÃO

Vem o Diretório Regional procurando cumprir a sua missão no concêrto das


atividades geográficas que se operam em todo o país, sob a patriótica regência do
órgão Central do Conselho Nacional de Geografia
Está a Unidade Federada fluminense com as suas divisas estaduais perfeitamente
definidas, exceção feita daquela linha que confina com o Distrito Federal; dispõe
do levantamento aerofotogramétrico do seu território e edita, anualmente, com cêrca
de 300 páginas, o "Anuário Geográfico do Estado do Rio de Janeiro" cuja procura
é maior do que as possibilidades de atendimento Continua na pauta das cogitações
oficiais dar maior amplitude ao Departamento Geográfico, cabendo, oportunamente,
criar nêle mais uma Divisão que será a de Geologia Nos limites dessa perspectiva
pode o Diretório assegurar que o valor das operações geográficas é sentido pelas
autoridades governamentais estaduais, no seu justo e elevado aspecto, não lhe faltando,
por isso, o necessário apoio, quando se dispõe a ampliar o seu programa de trabalho.
~steapoio mais uma vez se confirma, com a resolução do Govêrno de manter,
para o ano de 1955, a verba de auxílio ao Diretório, de Cr$ 100 000,00 Fatos
desta ordem significam que o movimento geográfico no Estado do Rio de Janeiro
continua em marcha regular, em busca de novos conhecimentos
O Diretório sempre encontrou por parte da Secretaria-Geral do C N G a
melhor disposição em colaborar e vem daí a maior soma de êxitos conquistados. Pode-se
afirmar que o Brasil deve a êste órgão Geográfico Nacional parte da sua fôrça de
coesão, através das suas rêdes geodésicas, das suas composições regionais, da revelação
das realidades comuns e da unificação do sentimento geográfico, fontalecido nestas
Assembléias .
É com imensa e grata satisfação que os membros do Diretório Regional do
Estado do Rio de Janeiro apresentam aos ilustres Delegados desta Assembléia Geral
os seus efusivos cumprimentos de cortesia e cordialidade

Niterói, 31 de dezembro de 1954.

LUIZ DE SOUZA
Secretário do Diretório Regional de Geografia

-7-
GUIA DE EXCURSÃO A RIBEIRÃO DAS LAJES (~)
NEY STRAUCH
Geógrafo do C N G

SISTEMA HIDRELÉTRICO DE RIBEIRÃO DAS LAJES DESVIO


PARAíBA E PIRAi (**)

A área a ser percorrida na presente excursão, apesar de pouco extensa, possibilitará


a observação de aspectos bem valiados da Grande Região Leste do Brasil, quer do
ponto de vista da geografia física, quer dos tipos de ocupação humana e as
conseqüentes paisagens culturais que surgiram
O percurso estabelecido, cêrca de 240 quilômetros (ida e volta), permitirá um
corte através da Baixada da Guanabara (pela rodovia Presidente Dutra), galgando-se
a seguir a serra do Mar, através do seu trecho mais rebaixado e por onde se desenvolveu
o traçado da Estrada de Ferro Central do Brasil Ultrapassada a serra atingir-se-á
o vale do Paraíba, a jusante de Barra do Piraí O regresso far-se-á pela Rodovia
Presidente Dutra e a travessia da serra das Araras, denominação local da serra
do Mar, possibilitará uma comparação com o corte anterior
O objetivo primordial da excursão é a VlSlta às instalações hidrelétricas da
"Light" em Ribeirão das Lajes e as obras mais atuais para aproveitamento das águas
dos rios Paraíba e Piraí, assim como a instalação da usina subterrânea Nilo Peçanha
em Fontes Nessa visita os excursionistas terão oportunidade de conhecer o complexo
sistema de barragens e reservatórios, bombeamentos e usinas geradoras que possibilitam
a considerável produção de energia elétrica, fator básico no desenvolvimento industrial
da Capital Federal, e de grande parte do Estado do Rio, principalmente do Vale do
Paraíba (inclusive Volta Redonda), influenciando até o grande parque industrial do
planalto de São Paulo
O Distrito Federal é atualmente alimentado de energia elétrica por cinco usinas
geradoras; três de origem hidráulica (Fontes, Nilo Peçanha e Ilha) e duas de origem
térmica (Reserva e Piraquê) As duas primeiras, objeto da nossa excursão, estão
situadas na área de Ribeirão das Lajes (município de Piraí) A usina "Ilha" está
localizada nas margens do rio Paraíba (município de Carmo), próximo a Pôrto Novo
do Cunha, enquanto as usinas térmicas "Reserva" e "Piraquê" acham-se respectiva-
mente na fábrica de gás em São Cristovão e em Niterói Esta última, a usina

* Guia que serviu de orientação à visita feita, em 9-7-1955, pelos membros da XV Sessão Ordinária
da Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia
** Tôdas as informações e descrições relativas ao sistema hidreléttico contidas neste "Guia" foram
fornecidas pela Companhia de Carris Luz e Fôrça do Rio de Janeiro e referem-se às condições existente
em 31-12-54:
- 100 -

flutuante Piraquê, ancorada no pôrto de Niterói, acha-se cedida à Companhia Btasileira


de Energia Elétrica, fornecedora de parte do Estado do Rio
As três usinas hidráulicas representam uma capacidade de 649 000 kw, a
quase totalidade do fornecimento ao Rio de Janeiro, cidades vizinhas, vale do
Paraíba, etc
No sistema Rio, as linhas de tiansmissão operam nas tensões de 88 000 e
132 000 volts e são constituídas de 3 560 quilômetros de cabos de cobre e alumínio
suportados por cêrca de 1 940 tôrres de ferro galvanizado Para o abastecimento
do Distrito Federal, existem cinco estações receptoras: a de Frei Caneca, a mais
antiga e ainda a mais importante, cuja potência total dos transformado1es é de
109 200 kVA; Cascadura servindo tôda a parte suburbana e rural do Distrito
Federal e municípios vizinhos do Estado do Rio (Nilópolis, Nova Iguaçu, Caxias,
Meriti, Itaguaí, etc ) , com uma capacidade instalada de 85 000 kVA; Triagem
(localizada nas proximidades da estação da Estrada de Ferro Leopoldina) construída
para servir um novo tronco desmembrado parte de Cascadura e parte de Frei Caneca
Esta estação receptora transfo1ma e distribui 75 000 kV A Campo Marte nas imediações
do Campo de São Cristovão, desmembrado também de Frei Caneca, tem uma
capacidade de 30 000 kV A Finalmente, a estação receptora do Jardim Botânico,
a mais recente de tôdas, abastece a zona sul da cidade e tem uma capacidade total
de 50 ooo kVA *
Nestas estações a energia é transformada a valores de tensões adequadas não
somente para permitir o seu transporte por tôda a área da cidade, mas ainda para
possibilitar a sua aplicação nas diversas modalidades de suptimentos, tanto para fins
de tração, como nos bondes, tanto para fôrça, como nas indústrias, tanto para
iluminação, como nas 1esidências, vias públicas, etc
A distribuição da energia obedece a três etapas: a inicial representada pela
Rêde Inte1mediá1ia ou de 25 000 volts 25% da energia por ela suprida são tomados
diretamente pelos consumidores enquanto os 75% restantes são dirigidos às subse-
qüentes etapas de distribuição
A etapa seguinte compreende a Rêde P1imá1ia ou de 6 000 volts que se estende
por quase tôda a área servida de eletricidade, suprindo não somente as rêdes de
distribuição secundária ou de baixa tensão, mas também as estações de consumidores,
ligados em alta tensão A etapa final da distribuição é a Rêde Secttndá1ia ou de
baixa tensão que ocupa tôda a área do Distrito Federal servida de eletricidade
Cêrca de 508 000 instalações de consumidores estão ligados a têdes secundárias,
através do tradicional "relógio", base das relações entre a emprêsa e o consumidor
O sistema de disttibuição compreende também o suprimento de energia elétrica
para fins de iluminação pública e tração de bondes, suprimento feito em condições
especiais
O sistema de iluminação pública envolve a rêde de alta tensão (circuito em
série) e a de baixa tensão (circuitos múltiplos)

* Em maio de 1955, foi concluída a instalação de um novo tronco de distribuição, a estação


receptora de Nova Iguaçu, com capacidade de 25 000 kw que foi ligado a um dos circuitos de
132 000 volts provenientes de Ribeirão das Lajes, passando a alimentar parte da carga suprida até
então por Cascadura
- 101 -

As rêdes de iluminação pública, não apenas no Distrito Federal mas também


as dos municípios vizinhos do Estado do Rio, estendem-se por 5 042 quilômetros
de fios aéreos e 765 quilômetros de cabos subterrâneos
Até dezembro de 1954, cêrca de 5 817 logradouros públicos do Distrito Federal
estavam iluminados a eletricidade, existindo perto de 49 500 focos luminosos que
representam uma potência total de mais ou menos 9 500 kw
Da mesma forma, o complexo sistema de distribuição de energia, pata tração
dos tradicionais bondes da capital da República, se estende por uma rêde de 240
quilômetros e cêrca de 520 quilômetros de fios que acof!lpanham os trilhos
Para concluir, é interessante lembrar ainda que o sistema de distribuição de
energia no Distrito Federal e municípios vizinhos compreende 28 330 quilômetros
de condutores aéreos e 2 820 quilômetros de cabos subterrâneos, além dos 111 360
postes, em sua maioria de concreto armado
_ A energia solicitada pelo sistema Ligth Rio durante o ano de 1954 foi de três
biliões e duzentos milhões de kilowatt-hora, comparando com os dois biliões e
trezentos milhões para o ano de 1953 Cêrca de 532 800 instalações de consumidores
estavam ligadas em 31 de dezembro de 1954 o que representa um aumento de
cêrca de 31 100 instalações sôbre o ano anterior No Estado do Rio, 75,4% da
e'nergia consumida é fornecida pelo C C L F

II

ALGUNS ASPECTOS GEOGRÁFICOS AO LONGO DO PERCURSO'

Para atingir a zona de Ribeirão das Lajes, através do percurso estabelecido,


torna-se necessário percorrer as três regiões geográficas do Estado do Rio de Janeiro:
a Baixada Fluminense, a Serra do Mar e o Vale do Paraíba do Sul

A- A Zona Industrial e a Baixada

Saindo do centro da cidade e uma vez atravessada a zona portuária, abre-se


diante do observador uma paisagem ampla onde a Avenida Brasil e a sua continuação,
a Avenida das Bandeiras, representa um dos eixos Apesar de se achar a pouco
minutos do centro da cidade, a Avenida Brasil apresenta o aspecto de ponta de
cidade, característica nas grandes metrópoles Embora se observe certa continuidade
de edificações, a impressão é de se percorrer a indefinida faixa de transição entre
a zona suburbana e a zona rural Neste caso, deve-se esclarecer que a Avenida
Brasil é de construção mais ou menos recente e sua importância como catalizadora
dos grandes eixos rodoviários, que ligam o Rio de Janeiro com São Paulo ou com
Minas Gerais e o Nordeste, é mais recente ainda, pois as antigas rodovias penetravam
na cidade através dos subúrbios da Central do Brasil ou acompanhando os trilhos
da Leopoldina Apesar de recente, a Avenida Brasil representa atualmente uma
das mais importantes zonas industriais da cidade com tendência para se desenvolver
cada vez mais, em virtude das condições extraordinárias em relação aos grandes eixos
rodoviários e à proximidade da zona portuária A Avenida Brasil reflete, com o
seu desenvolvimento, a era das rodovias em detrimento das estradas de ferro, fato
que em nosso país ganha expressão particular, porquanto ao contrário do que se
- 102 -

observou em outras nações não chegamos a estender satisfatoriamente a nossa rêde


ferroviária A era da rodovia apresenta para nós aspectos negativos, pois ela concorreu
para agravar certos problemas econômicos mais ou menos crônicos O material
rodante e o combustível importados de países de moeda forte representam um ônus
pesado para a economia brasileira tanto mais que êles se refletem sempre no
aumento incessante do custo dos transportes
Um• dos mais recentes empreendimentos da indústria nacional acha-se localizado
na Avenida Brasil Trata-se da Refinaria de Manguinhos inaugurada em 14 de
dezembro de 1954
Trata-se de uma companhia organizada exclusivamente com caprtars particulares
e nacionais Seu objetivo é destilar o petróleo vindo da Venezuela, produzindo,
além da gasolina, "Fuel Oil", gás líquido e gás combustível Segundo informações
de sua direção é a seguinte a capacidade de produção diária da Refinaria:

Gasolina - 1 O 000 barris ou 1 090 000 litros


"Fuel Oil" 435 000 litros
Gás líquido 74 000 litros
Gás combustível 7 751 libras/hora

Conforme era previsto Manguinhos pode produzir 90% da gasolina consumida


no Distrito Federal Do ponto de vista,, econômico, isso representa uma economia
anual de 5 400 000 dólares
A Refinaria montada no tempo recorde de 255 dias por engenheiros e operanos
brasileiros é do tipo denominado "Cracking Termic", tendo sido projetada por
firma especializada norte-americana I

À proporção que se avança pelas Avenidas Brasil e das Bandeiras vão-se


tornando descontínuas as áreas construídas e ao observador é possível uma visão
conjunta dêste ttecho da Baixada Fluminense No primeiro plano, bem próximo
à estrada, chamam a atenção as casas e casebres construídos sôbre os pântanos, com
estmtura bastante concentrada e que, sob certos aspectos sociais, se assemelha bastante
às favelas da cidade
A própria estrada foi conquistada ao pântano, fato que tem dificultado bastante
a sua conservação pela falta de consistência do teireno
As obras de conquista do pântano continuam ainda hoje e pela sua extensão
salienta-se a que está sendo feita pelo Ministério da Marinha, usando para o atêrro
o material resultante do desmonte das colinas que dão a nota característica na
paisagem física dêste trecho da Baixada Para o observ .. :0r, esta paisagem é barrada
pelos maciços do Gericinó-Marapicu ao sul e Tinguá ao norte que se sobressaem
da planura geral O Maciço do Gericinó será observado melhor na altura de Nova
Iguaçu, quando se torna bem visível a ocupação agrícola de suas encostas, onde
aparece com certa dominância a cultura da laranja, embora sejam numerosas as
lavouras de banana e certas verduras
Enquanto a laranja e a banana ocupam as cotas mais elevadas da encosta, num
sistema bem extensivo, as verduras se distribuem nos terrenos mais baixos em sistema
mais racional com adubação, lavoura em curvas de nível, etc
- 103 -

Esta área agrícola, na base da serra, é conhecida como zona do Mendanha,


enquanto o maciço que lhe fica ao pé é errôneamente denominado serra de Madureira
Entrando, à direita, na Rodovia Presidente Outra observa-se um imponente
conjunto fabril (SANO) de artefatos de conéreto que representa o maior avanço
da área mais os menos contínua de indústrias Logo a seguir, a paisagem se torna
essencialmente rural As meias-laranjas, colinas arredondadas, se distribuem segundo
diferentes níveis, mas dominam ainda os de 25-35 e 15-20 metros Vastas áreas
desocupadas, com habitações muito esparsas, refletem uma enorme atividade especulativa
- o loteamento de antigas fazendas, fato generalizado na Baixada Fluminense,
patricularmente nas áreas de mais fácil acesso à cidade do Rio de Janeiro Muitos
dêsses loteamentos datam de mais de dez anos e, apesar disso, são relativamente
diminutas as construções, mostrando que êste comércio de terras, na grande maioria
das vêzes, é simples investimento de capital.

Fig n ° 2 - Ao observado/ de5avisado pode passar despercebido aspectos como êste na


Baixada Trata-se de uma fqzenda de gado ainda em explotação mas já loteada em grande
parte Ao centro da fotografia nota-se a abertura de uma rua enquanto à direita está
perfeitamente nítido um pequeno lote que seu proprietário teve o cuidado de cercar
(foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)

A rarefação de construções, estabelecendo um tipo de habitat bastante disperso,


contrasta com o habitat,· quase diríamos concentrado, que se estende ao longo das
linhas da Estrada de Ferro Central do Brasil Entre a ferrovia e a rodovia permanece
um grande vazio determinado pela atitude especulativa das companhias de loteamento
e dos numerosos proprietários Esses dois tipos de ocupação podem ser observados
e comparados ao longo do percmso, nos primeiros quilômetros da Presidente Outra
O loteamento é um fenômeno generalizado neste trecho da Baixada da Guanabara
e se estende pelo município de Itaguaí e Campo Grande (através da Presidente
104 -

Dutra e antiga Rio-São Paulo), sem falar naqueles que foram feitos ao longo dos
outros grandes eixos de comunicação
Outro fato que deve ser destacado na Baixada é a cultura da laranja Ela
súrgiu quase imediatamente após o saneamento da região e retificação dos seus
rios Em 1939, Nova Iguaçu era um importante centro citrícola e o comércio da
laranja augurava para a Baixada Fluminense uma fase econômica que seria, guardadas
as devidas proporções, o renascimento das Baixada dos engenhos e dos canaviais Foi
uma esperança que durou pouco A guerra fechou os mercados consumidores da
Europa e já em 1945 a laranja da Espanha afastara qualquer possibilidade para o
produto nacional, naquele continente Por sua vez a febre dos loteamentos penetrava
pelas fazendas, derrubando os laranjais semi-abandonados Hoje, laranjais e loteamentos
se confundem na paisagem da Baixada, entretanto, nota-se, pelo menos nas áreas mais
afastadas, uma tentativa de reerguer aquela cultura São muito comuns os novos
laranjais, assim como a introdução de novas técnicas, visando à recuperação das
antigas plantações
Outras atividades apresentam certa importância. na Baixada A pecuária, atividade
de substituição do ciclo canavieiro representa ainda pa1cela ponderável na região
Muitas fazendas conservam a criação de gado, quase semp1e extensivas, enquanto
aguardam o momento propício para o loteamento
As terras aparentemente desocupadas, onde haja capoeiras, são centros de atividade
extrativa de lenha que abastece grande número de olarias e cerâmicas da orla da
cidade do Rio de Janeiro No mais, é geral a ocorrência de pequenas roças de
milho, mandioca e banana com sistema de rotação de terras primitiva, o que pode
ser verificado pela presença de capoeiras, em diferentes estágios de desenvolvimento,
e ausência do arado e de adubos O lavrador trabalha em regime de parceria, o que
lhe reduz ainda mais as possibilidades de obter um mínimo condizente com o seu
trabalho Vivem em estado de miséria crônica, com padrão de vida muito semelhante
ao dos demais agricultores do interior do país.
Um fato que deve ser ressaltado aqui refere-se às várias iniciativas de órgãos
governamentais, visando a um aproveitamento agrícola racional das terras da Baixada
Próximo ao "trevo", que dá acesso à Universidade Rural, nota-se o Núcleq Colonial
Santa Alice, do Ministério da Agricultura que vem colocando em suas terra elementos
nacionais (principalmente nordestinos), assim como alguns lavradores japonêses
Próximo de Santa Cruz é conhecido outro empreendimento no gênero que apresentou
resultados bem satisfatórios. Também, na Estrada Rio-Petrópolis, há uma grande
fazenda do Ministério da Marinha que tem demonstrado ótimo rendimento com a
lavoura racional
Concluindo nossas rápidas observações sôbre a Baixada, é interessante frisar
que esta área, próxima da capital da República, atravessa hoje em dia uma fase de
transformação das áreas agrícolas em áreas de loteamento, em conseqüência das
facilidades de comunicações com a cidade, mas principalmente em virtude da onda
de especulação imobiliária, fenômeno que não é exclusivo do Rio de Janeiro Em
oposição a estas iniciativas de organizações particulares, o Govêrno vem procurando
estabelecer novos núcleos agrícolas, mais distanciados da cidade, com objetivo de
assegurar o designo natural desta Baixada que será o de abastecer o Rio de Janeiro
de produtos agrícolas que não suportam longos transportes, como verduras e hortaliça[;
Fig. n. 0 3 - Vista panorâmica do Maciço do Gericmó nas proximidades de Nova Iguaçu. Desperta a atenção do observador as numerosas áreas
cultivadas intercaladas com capoeiras em diversos estágios de desenvolvimento. Elas representam um dos mms primitivos sistemas agrícolas: a
rotação de terrãs que neste caso é bastante pre1udic1al pors se faz em terrenos íngremes estabelecendo-se as culturas ao longo do maior declive.
(Foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)
- 106 -

A Baixada Fluminense tem sido objeto de estudos não só de geógrafos do


Conselho Nacional de Geografia mas de outros pesquisadores do Rio e São Paulo
Para citar apenas os mais recentes, lembramos as obras do Dr ALBERTO RIBEIRO
LAMEGO, "O Homem e o Brejo" e "O Homem e a Guanabara"; do Prof RENATO
DA SILVEIRA MENDES "Paisagens Culturais da Baixada Fluminense", do Prof. FRANCIS
RuELLAN "A Evolução Geomorfológica da Baía de Guanabara e das Regiões Vizinhas"
e finalmente os estudos ainda inéditos do geógrafo PEDRO GEIGER do Conselho
Nacional de Geogiafia

Fig n ° 4 - Aspeto de um laranjal típico da Baixada A fotografia não possibilita a observação


da cobertura viva que se faz com certas gramíneas e que por si só está proporcionando maior
rendimento das colheitas No segundo plano nota-se outro laranjal em colina mais acentuada com
as conseqüências da cultura ao longo do maior declive Ao fundo parte da "Serra da Madureira"
completamente tomada pelas capoeiras densas (Foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)

Estudando êsse trecho da Região Leste, o Prof RUELLAN esboçou hipóteses sôbre
a sua formação e interpretou origem da baía de Guanabara Em síntese assim
explica êle a evolução da Baixada:
Anteriormente à era cenozóica a regiao da Baixada apresentava um modelado
bem diferente do atual Com a variação da posição relativa do mar e das terras
próximas da Baixada, os rios que desciam dos escarpamentos de falhas (serra do
Mar, maciços litorâneos) transportavam grandes quantidades de detritos entulhando
gradativamente a região submersa Esta fase é conhecida como a do entulhamento
cenozóico
Sucedendo a êste ciclo de desgaste das escarpas e conseqüente acumulação
submarina, verificou-se um recuo do oceano emergindo então os sedimentos anterior-
mente depositados Estabeleceu-se a seguir uma rêde hidrográfica representada pelos
rios que cortam atualmente a Baixada Fluminense. ~ste novo sistema de drenagem
- 107 -

retirou grande parte da cobertura sedimentar recente Neste novo ciclo de erosão,
a ação dos rios não só foi responsável pelo estabelecimento dos níveis de erosão,
como também provocou o reaparecimento das antigas formas recobertas pelo entu-
lhamento cenozóico
O citado recuo do mar não se fêz de maneira continuada ílle se deu por
etapas sucessivas com fases de equilíbrio correspondentes às interrupções no movimento
negativo do mar Atestam essas etapas os níveis escalonados que se observam, não
só no trajeto ao longo da rodovia, como em tôda a extensão da Baixada Fluminense
No primeiro recuo foi modelado o atual nível de 80-100 metros, depois o de
50-65, a seguir o de 25-35 e por fim o de 15-20 metros

Fig n ° 5 - Esta footgrafía mostra o contacto do primeiro degrau da Serra do Mar com a Baixada
Observa-se perfeitamente uma zona de colinas mais elevadas, de 80 a 100 metros de altitude
que se confundem muitas vêzes com as elevações da serra Esta é uma área de loteamentos
aproveitando não só o cruzamento da rodovia Presidente Outra com a antiga Rio-São Paulo mas
ainda como um reflexo das inversões que estão ~endo feitas pelo Ministério da Agricultura
(Foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)

A última fase da evolução geomorfológica da Baixada se refere a uma última


variação do nível relativo do mar e das terras A invasão das águas inundou grande
parte da região originando-se a baía de Guanabara que era até então um vale
Em conseqüência, deu-se um novo processo de entulhamento dos vales da Baixada
originando os rios meândricos, as dificuldades de drenagem, as superfícies pantanosas,
lagoas interiores, restingas, etc.
A evolução anteriormente descrita se refere ao tempo geológico e compreender
um período de aproximadamente dez milhões de anos Vejamos a evolução econômica
que se se apresenta a partir do século do descobrimento
- 108 -

A Baixada da Guanabara, trecho visado nesta excursão, cedo foi ocupada pelos
colonizadores Em 1566 e 1568, já se faziam as primeiras concessões de terras ao
longo dos rios Meriti e do Iguaçu. Já no século XVII está mais ou menos definida
esta ocupação, com base na lavoura da cana-de-açúcar que se desenvolve à custa do
trabalho servil O braço escravo não só cultiva a cana e movimenta os engenhos,
mas ainda conserva o leito dos rios, por onde se escoa a produção agrícola da
Baixada.
O advento das ferrovias faz com que êstes rios sejam aos poucos abandonados
e conseqüentemente a drenagem se torna difícil, tornando as suas áreas impraticáveis
para a fixação humana Exemplo disso é o vale do ria Iguaçu que entra em decadência
com a construção da estrada de ferro do Rio à Raiz da Seita de Petrópolis, em 1854
A própria vila de Iguaçu, até então um dos mais importantes centros de comércio
do litoral com a serra, entra em declínio, desapatecendo completamente Nesta
época, já se desenvolvia no vale do Paraíba o ciclo do café e a Baixada perdia
aos poucos a sua importância econômica, transfetindo-se para os barões do café a
hegemonia política e social da nobreza rural. Assim, a libertação dos escravos já
encontrou a Baixada em pleno processo descendente, acelerando um fato que já
se achava em evolução

B- A Serra do Mar

Próximo de Belvedere, na entrada da garganta de Viúva da Graça, a Baixada


apresenta-se com as colinas bem acentuadas, dominando as de 80 e 60 metros, como
prováveis testemunhos de etapas diferentes do recuo do oceano A planura desaparece
como prenúncio de uma paisagem em transformação Ê a serra do Mar, o importante
degrau do planalto brasileiro que nesta área se apresenta mais rebaixado e por isso
mesmo foi escolhida como ponto de passagem da Estrada de Ferro Central do Brasil
e da Rodovia Presidente Outra que, no caso, aproveitou o traçado original da antiga
Rio-São Paulo
A serra do Mar é um extenso maciço arqueano, com orientação geral NE-SW
Trata-se de uma "frente dissecada de bloco falhado e basculado para o interior"
Em síntese, poderíamos dizer que na vertente leste dominam as formas abruptas,
resultantes do tectonism0, enquanto para oeste as feições geomorfológicas denotam
a predominância da erosão, através dos rios que drenam para o vale do Pataíba
O escarpamento voltado para o mar não é contínuo; é constituído de degraus de
falhas, o primeiro dos quais representado pelo patamar de Viúva da Graça Este
degrau está interrompido mais ao norte, onde o rio Guanduçu cavou verdadeiro
"cluse'', aproveitado pela Central do Brasil para vencer, sem maiores esforços, êste
primeiro obstáculo
O segundo degrau de falha tem como ponto de referência o Monumento
Rodoviário e a estação de Mario Belo da Central do Brasil
Ultrapassada a garganta de Viúva da Graça, observa-se que a erosão fluvial
modelou formas muito semelhantes às da Baixada Ao invés de continuar pela
Rodovia Presidente Outra, o roteiro da excursão estabelece uma inflexão para o
norte, atravessando esta área deprimida em relação ao relêvo geral, para galgar
a serra depois de Paracambi (atual Tairetá)
- 109-

Os fatos mais importantes a se observar dizem respeito aos tipos de ocupação


humana aí dominantes Enquanto nas escarpas dominam as culturas de banana,
somente intercaladas pelas capoeiras, nos fundos dos vales se estende a pecuária
extensiva com pastos de capim-gordura Trata-se de uma zona de ocupação muito
rarefeita e na paisagem estão evidenciados os sinais de um povoamento bem antigo,
onde o café ocupou lugar de relêvo

Fig n ° 6 - Vista do reverso do primeiro bloco da Serra do Mar Há intensa ocupação


agrícola na encosta à base dos bananais enquanto nas colinas e no vale entulhado dominam
os pastos (Foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)

A freqüência das bananeiras está ligada à grande exposição da encosta deter-


minando maior pluviosidade local Como reflexo de uma atividade agrícola mais
ou menos uniforme, quase monocultura, as encostas opostas, as terras noruegas são
deixadas em capoeira ou com matas secundárias de grande porte A intensa atividade
agrícola do passado, com base na lavoura do café, deixou apenas o triste vestígio dos
rastros dos cafezais e os fortes ravinamentos mais ou menos comuns na zona em
questão
Atravessando o ribeirão das Lajes, agora com seu volume de água bastante
acrescido com o desvio de parte das águas do Paraíba, atinge-se a velha vila de
Paracambi, situada na base da escarpa da serra do Mar Seu aparecimento data do
século XVIII e está bastante relacionada ao "Caminho Novo" de GARCIA RODRIGUES
PAIS Com o aparecimento do ciclo cafeeiro, do qual Vassouras foi inegàvelmente
o grande centro fluminense n~o só pelo volume da produção da rubiácea como
pelos reflexos na ocupação da serra, Paracambi passou a ser ponto de parada
obrigatória das tropas e carruagens que incessantemente circulavam entre a Côrte
e a majestosa cidade.

t.
;,l
- 110 -

A estrada de rodagem aproveitou o traçado do velho caminho colonial e


pode-se observar, então, que Paracambi apresenta um traçado que se subordina muito
mais à antiga estrada de tropas do que às influências mais recentes da estrada de
ferro, apesar de ser aquela vila a ponta de trilhos de um ramal da Central _do Brasil
Quando a ferrovia ali chegou, Paracambi já perdera tôda a sua função econômica e
o novo fator não foi capaz de estabelecer qualquer renovação na vida do velho
aglomerado urbano *

Fig n ° 7 - Foto ponoram1co no direção elo encosto interior do serro do Mor, correspondente
ao primeiro degrau de folho No primeiro plano, à esquerda, sobressai-se um sistema de rovinamentos
acentuados Na maior das voçorocas houve uma fase de equilíbrio e em seguida a retomada da
erosão acelerada Os eucaliptos plantados com o objetivo de obstar a ação erosiva não se
de.senvolveram em virtude da grande profundidade do lençol freático e a sua finalidade também
não foi alcançada pois o eucalipto apresentando raí:i:es de profundidade não tem qualquer influência
no fixação dos horizpntes superficiais do solo A fotografia deixa transparecer uma área ·de população
muito rarefeita e onde a economia predominante é o pecuário extensiva e pequenas roças de banana
A desmotoção generalizada que se observa doto do ciclo do café conform se esclarece no texto
(Foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)

Atravessada a vila, a estrada penetra na serra, ou melhor, no segundo degrau


de falha Os fortes ravinamentos nas encostas abruptas, os deslizamentos de terras,
formando grandes voçorocas deixam antever problemas sérios de erosão acelerada
~stes fatos e mais a espêssa camada de argila, muitas vêzes assentada diretamente
sôbre a rocha viva (como se observa em alguns cortes), justifica o calçamento com
paralelepípedos de todo o trecho serrano da estrada, possibilitando o tráfego durante
o período chuvoso A rodovia serpenteia pelas encostas dos vales, subordinando-se
ao relêvo bastante movimentado A vegetação original, a mata atlântica, foi pràtica-
mente removida, mas notam-se aí algumas relíquias da exuberante floresta As
próprias capoeiras têm maior porte e formam grupos densos, onde são freqüentes
as epífitas Esta é uma área de forte condensação de umidade, a par de maior
pluviosidade, em vista da barreira da serra do Mar que age como obstáculo à
penetração das massas frias que vêm do oceano Os grandes desnivelamentos constituem
também fator importante para o aparecimento de microclimas Neste particular são
notáveis as diferenças térmicas, particularmente nos vales, onde são comuns as
inversões de temperatura.
Alternando com as capoeiras e matas secundárias, encontram-se áreas de pastos
e culturas de banana, esta última mais ou menos generalizada na encosta leste da
serra A ocupação humana é aí bastante rarefeita e só ganha maior importância

A população da vila de Paracambi era em 1950 de 3 532 almas


- 111 -

quando se atinge o alto da serra, onde aparece uma ocupação mais ou menos densa,
constituída de pequenos sítios e granjas de veraneio, resultantes do retalhamento de
antigas fazendas de café As casas de veraneio ainda persistem na encosta inferior
até depois de Mendes, quando então, se penetra na tradicional e progressista zona de
pecuária leiteira do vale do Paraíba.

Fig n ° 8 - Aspecto da Fazenda Fortaleza próxima ao vale do Paraíba Note-se o tipo de habitação
que denota a influência dos mineiros na instalação da pecuária após o declínio do café Shama
a àtenção do observador a rarefação do pasto resultnte da desproporção de cabeças de gado
em relação a extensão do pasto ~ste fato sugere a idéia da pequena propriedade que caracteriza
a ocupação mineira com o retalhamento das grandes fazendas de café São ainda visíveis os sinais
de erosão nas encostas íngremes resultante da ação conjunta do pisoteio do gado e da degradação
da cobertura de gramíneas reduzindo a capacidade de retenção dos solos
(Foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)

Um fato interessante é que os pequenos sítios que se distribuem ao longo do


vale do Sant' Ana apresentam um caráter diverso dos 'já observados, pois são propriedades
produtivas, embora não d!'ixem de ter o objetivo de veraneio - são chácaras de fins
de semana, pertencente a pessoas de poucas posses que, plantando verduras nas
várzeas, milho nas encostas e fazendo uma pequena avicultura, procuram reduzir
o pêso morto que representa uma propriedade de veraneio.

C- O vale do Paraíba - A cidade de Barra do Piraí

Avançando pela es~rada sinuosa, após uma das numerosas curvas, ao observador
depara-se uma nova paisagem, onde o rio Paraíba dá a nota caracterlística. A estrada
desce do nível das garupas, sucessão de terraços do rio e chega até a estação
ferroviária de A:ristides Lôbo, seis quilômetros a jusante de Barra do Piraí, primeira

!
- 112 -

estação do ramal de Minas Gerais Êste pequeno trecho é tôda uma síntese da
evolução histórica e econômica do vale Velhas sedes de fazenda, como a de
Sant' Ana, são heranças do ciclo do café e a disposição aglomerada das construções,
tendo como pontos de referência a casa principal e a capela, mostram o quanto
tinha de feudal a estrutura rural da época A fazenda Sant' Ana é o castelo medieval
da Europa Central Ao invés de cafezais, as encostas onduladas acham-se hoje
cobertas de pastos de capim-gordura, por onde vagueia o gado fino, raçado ou
mesmo de raças puras, gado de leite que é a base de farta indústria de lacticínios

Fig 9 - Vista do vale do Paraíba em Aristides Lobo no ramal de Minas Gerais do E F C B


No primeiro plano destaco-se o sede de uma antigo fazendo de café no estilo característico do
época Ao fundo do fotografia estão bem nítidos os níveis de terraços denominados "garupas" pelo
Prof. Ruellon Elos estão relacionados à variação do nível do rio que por suo vez sofreu o influência
do variação do nível de base geral, o mar (ofto CNG - Tibor Jabfonsky - 1955)

As fazendas do vale do Paraíba estão se tornando conhecidas pelo alto padrão do '
gado leiteiro, mas não se deve esquecer a criação de eqüinos principalmente das raças
Mangalarga e Campolina O ciclo mais atual por que passa o vale do Paraíba
é o das atividades industriais A princípio era simplesmente a indústria de lacticínio
e as olarias, mas, hoje em dia, já se pode falar da existência de um sistema industrial
nesta região. São, na verdade, das mais variadas as atividades de transformação
neste trecho do Paraíba, pois compreendem desde a indústria pesada, da siderurgia
em Volta Redonda e Barra Mansa, até a fabricação de vasilhames estanhados; desde
a grande fábtica de papel até a pequena indústria de vassouras, calçados ou doces.
Esta indústria se distribui pelas cidades do vale do Paraíba, exceção das mais
importantes que procuram se colocar fora dos limites urbanos.
-113 -

MAPA ESQUEMÁTICO DA REGIÃO A PERCORRER

A CIDADE DE BARRA DO PIRAI

Um estudo superficial da cidade de Barra do .Piraí mostra a influência do


fator posição na sua evolução Desde os setecentos tinham sido feitas doações de
sesmarias em terras do atual município, nos rios Piraí e Paraíba, mas as grandes
vias de comunicações na época, o "Caminho Novo'', servindo Pati do Alferes,
Tinguá, Paraíba do Sul e indiretamente Vassouras e o "Caminho de São Paulo"
através da extinta vila de São João Marcos deixavam Barra do Piraí ao largo
Isto explica o fato de somente em 185 3 surgirem as primeiras casas junto à ponte
de madeira sôbre o rio Piraí, recém-construída por um grande fazendeiro da região
Ao chegar pela primeira vez ali, a pioneira "Baronesa" em 7 de agôsto de 1864,
Barra era um agrupamento de poucas casas Foi, portanto, a estrada de ferro o
grande fator para o progresso da dinâmica cidade de hoje, tanto mais que logo
a seguir os trilhos da Estrada de Ferro D Pedro II (atual Central do Brasil) se
projetavam nas duas direções opostas, ao longo do rio, em busca de Minas e São
Paulo Já em 1865, inaugurava-se a estação de Ipiranga para jusante e, em 1871,
a de Vargem Alegre para montante Barra tornava-se assim importante entronca-
mento ferroviário, concentrando a grande produção de café do. vale e se tornando
o centro de comércio com extensas regiões de São Paulo, Minas Gerais e Goiás

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Ali iam ter as tropas que antes chegavam até os portos da Estrêla, do Pilar ou de
Angra dos Reis Deslocado o centro de gravidade do comércio, as grandes casas
exportadoras de café abriram filiais e armazéns em Barra que se tornou assim

Fig n.·º 12 - Canal de Santa Cecília com 2,5 quilômetros, logo após a saída do túnel do
mesmo nome Através dêste canal as águas do Paraíba chegam aa reservatório de Santana.
trecho afogado cio vale do Piraí (Foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)

um importante centro comercial, distribuindo mercadorias para São Paulo, Minas


e Goiás.
Embora perdendo gradativamente sua importância no monopólio do café, seu
valor como centro ferroviário jamais decresceu. É atualmente ponto de encruzilhada
-116 -

da Estrada de Ferro Central do Brasil para as três grandes capitais - São Paulo,
Rio de Janeiro e Belo Horizonte - e da Rêde Mineira de Viação (Ramal Sul de
Minas) que a coloca em contacto, não só com Angra dos Reis (transporte de carvão
nacional para Volta Redonda), mas ainda com afastadas regiões do Estado de Minas
Gerais. Graças a êstes fatôres que aproximam Barra do Piraí dos mercados produtores
e consumidores, é hoje a cidade um dos centros mais importantes da indústria
fluminense beneficiando-se diretamente da siderurgia de Volta Redonda que lhe
fornece inúmeras matérias-primas, assim como da facilidade de energia elétrica que

é garantida pela Ligth Quanto ao sítio, observa-se que a cidade se encontra em


condições fáceis de acesso, onde os fatôres topográficos permitiram o crescimento
natural das ruas e edifiq.ções Situada na confluência do rio Piraí com o Paraíba
do Sul, ela se estende ao longo do rio principal sôbre uma "soleira" que facilitou
grandemente o seu desenvolvimento A cidade se expandiu também pela margem
direita do rio principal, espraiando-se pelos terraços mais baixos Uma grande ponte
·liga as duas partes da cidade que se desenvoiveram paralelamente *

J; * População da_ cidade em 1950; 21 024 habitantes


- 117 -

ESQUEMA GERAL DO APROVEITAMENTO HIDRELETRICCJ


DOS RIOS PARA(BA, PIRAI E DO RIBEIRÃO DAS LAJES

2-TUnol de Tóca. ~-Bortogem de lcie• o-Tünel de lo1"'


Compenioçi:io 8-Co•o de Vól•u!o• 9- Uuno de fonre, LO- fo1ur<> """ªou1i!oo1
de La1e• 11-,Uiino de Nilo Peçonho 12-Câmoro de w<Íl•u!o• 13-1.inel de
Vigário l~-Cono1 de Vigório 17- Uiino de Recalque de Vigório 19• (enol
deSan!o(ecif.o 20-TüneldcSan1oCecilto 21-U.,nodcRecolquede$anro ®
Ceci)ig 22-Bo,.agem de Santo Ce<ilto
- 118

III

O SISTEMA HIDRELÉTRICO RIBEIRÃO DAS LAJES-PARAiBA

Deixando a cidade de Barra do Piraí, dois quilômetros para montante se nos


depara a primeira grande unidade do sistema hidrelétrico da Light Trata-se da
barragem de Santa Cecília construída no rio Paraíba e que tem como objetivo
regularizar o curso do rio possibilitando desviar parte de suas águas para as turbinas
de Fontes e Nilo Peçanha É o que se conhece por Desvio Paraíba-Piraí

Fig n ° 15 - A velha e estacionária_ cidade de Piraí se estende ao longo do rio que


lhe deu o nome Os imponentes sobrados são os últimos vestígios de uma época que se
findou com o declínio dos cafezais que cobriam tôda a região (Foto cedida pela C C L F R J )

A barragem de Santa Cecília tem 262 metros de comprimento; é formada de


9 comportas de 6 metros de altura acionadas por motores elétricos. Ao lado da
barragem se encontra a usina elevatória do mesmo nome que recebendo as águas
do Paraíba as eleva a alturas variáveis entre 1O e 15 metros à razão de 160 m 3 / s.
Para isto dispõe de quatro bombas acionadas por motores elétricos de 9 50.0 HP ou
6 000 kw Cada bomba envia através das respectivas adutoras cêrca de 40 m 3 de
água por segundo para o túnel de Santa Cecília de 3 311 metros de comprimento,
todo êle cavado na rocha e revestido de concreto. Daí, as águas são conduzidas por
gravidade, através de um canal de 2,5 quilômetros de extensão até o reservatório
de Sant'Ana (parte do vale do Piraí que foi afogado) cuja área de inundação é
de 6 milhões de metros quadrados e volume útil de cêrca de 8 milhões de metros
cúbicos. Este reservatório estende-se desde as proximidades da vila de Santanésia
até a cidade de Piraí Nesta cidade as águas do reservatório de Sant'Ana juntamente
com as do rio Piraí são bombeadas a um altura de 35 metros à razão de 160 metros
- 119 -

cúbicos por segundo através da usina elevatória de Vigário A elevação da água


tem por objetivo transpor a serra das Araras, divisor das bacias dos rios Guandu
e Paraíba Atinge-se assim o Reservatório de Vigário cuja ãrea inundável é de cêrca
de quatro milhões de met1os quadrados e de capacidade útil de cêrca de 13,5 milhões

Fig n ° 21 - Vista geral da Serra do Mar na descida para a usina de Fontes que se observa no
primeiro plano Ao fundo o perfil em evidência do Maciço do Tinguá À direita notam-se algumas
elevações que correspondem ao primeiro bloco da Serra do Mar ultrapassada em Viúva da Graça
Estende-se em seguida uma zona mais rebaixada de colinas e pequenas elevações intercaladas
como vales entulhados Finalmente no primeiro plano a segunda escarpà da Serra, o segundo degrau
de falha bastante dissecado pelos rios que descem' da serra Um dêles é o Ribeirão das Lajes
cujo vale bastante escavado está em evidência no centro da fotografia
(Foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)

de metros cúbicos Por meio de um canal, com cêrca de 1 360 metros de extensão
e capacidade de vazão de 300 m 3 , as águas do Reservatório de Vigário são levadas a ul!l
túnel de 609 metros cuja extremidade oposta, dividida em três ramos vão à Câmara
Subterrânea de Válvulas onde é feita a distribuição das águas para a alimentação
das usinas "Fontes" e "Nilo Peçanha"
Além do sistema Paraíba-Piraí há o aproveitamento hidráulico através do ribeirão
das Lajes, um dos formadores do rio Guandu, cujas cabeceiras represadas pela
barragem do Salto constituem o reservatório de Lajes o qual em seguida foi ligado
às cabeceiras do ria Piraí, represadas pela barragem de Tocos, através de µm túnel
com 8 300 metros de extensão
O reservatório de Lajes, após o alteamento da barragem para a cota de 423
pode represar 735 450 000 m3 de água As usinas "Fontes" e "Nilo Peçanha"
estão situadas na parte inferior da escarpa da serra do Mar com um desnível máximo
em relação às reprêsas de 320 metros de altura.
120 -

A usma geradora "Fontes" compõe-se, atualmente, de duas partes: a usma


velha, cujas instalações iniciais datam de 1908 e 1913, equipada com oito unidades
geradoras e a usina nova, ampliação daquela, efetuada entre 1939 e 1947 e que

°
Fig n 17 - Aspecto exterior da barragem de Lajes feita em concreto ciclópico possibilitando
armazenar água até a cota 426 metros (Foto CNG - Tibor Jablonsky - 1955)
dispõe de três unidades geradoras A capacidade da usina "Fontes" totaliza 154 000 kw,
A usina subterrânea "Nilo Peçanha", inaugurada em novembro de 1954, acha-se
localizada próxima à usina "Fontes", numa caverna de 100 metros de comprimento
- 121 -

por 25 metros de largura e 30 metros de altura; o equipamento gerador instalado


compõe-se de seis unidades com a capacidade nominal de 330 000 kw, as quais
podem funcionar para a freqüência tanto de 50 como de 60 ciclos

Fig n. 0 18 - Detalhe do interior da Usina Nilo Peçonha vendo-se as seis unidades geradoras
que possibilitaram o aumento considerável na produção de energia elétrica
(Foto cedida pela C C L F R J )

Ê interessante observar que há um entrosamento bem racional entre o sistema


Fontes-Nilo Peçanha e o sistema Ilha.
' A capacidade geradora instalada na usina "Ilha" exige a descarga máxima de
670 in3/s do rio Paraíba, enquanto as das usinas "Fontes" e "Nilo Péçanha",
-122 -

exigem 200 mB/s que são fornecidos tanto do reservatório de Lajes como do
desvio Paraíba-Piraí Entretanto, a possibilidade de utilização da capacidade geradora
máxima, qual seja de 649 oookw, fica subordinada às condições hidráulicas, variáveis
durante o ano, nas épocas de chuvas e estiagem Durante a estação chuvosa, as duas
usinas são alimentadas pelas águas do desvio Paraíba-Piraí, que pode derivar, no
máximo, 160 mB/s; o reservatório de Lajes permanece quase inteiramente fechado
dado o fornecimento ininterrupto de 5,5 m 3/s de água para o abastecimento
parcial do Distrito Federal No período da estiagem ou à medida que a vazão do
rio Paraíba vai diminuindo, o reservatório de Lajes, que é o único onde se pode
acumular energia hidráulica, começa a suprir as turbinas de "Fontes" e "Nilo"
Peçanha", enquanto a capacidade geradora da usina "Ilha" vai caindo, ficando
reduzida até a um têrço da sua capacidade total.
A futura regularização das águas do rio Paraíba, por meio de reservatórios de
acumulação em suas cabeceiras, garantirá durante todo o ano, a descarga mínima
de 200 m3 /, em Barra do Piraí, aliviando, dêste modo, a situação sempre crítica
de acumulação do reservatório de Lajes

ALGUNS DADOS ESTATÍSTICOS


População ( 1950)

População
População População
MUNICÍPIOS mbana e
total rmal
submbana

Disti ito Federal 2 377 451 2 303 Of6 74 388


Nova Iguaçu 145 649 77 783 62 866
São João de Meiiti 76 462 76 472 -
Itaguaí 29 566 7 600 21 896
Mendes* 12 328 5 580 6 478
Vassouras 59 805 18 520 41 825
Bana do Piraí 45 156 27 496 17 660
Pilaí 21 035 5 862 15 179

Pecuáiia (1953)

MUNICÍPIOS Gado bovino

Nova Iguaçu . 2 500


São João de Mmiti 1 200
Itaguaí 11 000
Mendes 2 500
Vassouras 35 000
Barra do Phaí 12 500
Pirai 18 500

Piodução Ag1ícola (Principais P1odutos) - 1953

Laranja Banana Milho Café


MUNICÍPIOS
(éento) (cacho) (Saco 60 kg) (a)
-------
Nova Iguaçu 11 050 000 520 000 1 800 -
São João de Meriti 6 000 3 000 - -
Itaguaí 80 000 3 800 000 4 900 -
Mendes 1 200 18 000 3 000 50
Vassouras : 14 800 295 000 38 000 5 100
Bana do Phaí 15 000 48 000 20 000 750
Pirai 60 000 112 000 3 400 1 100
ÁGUAS MINERAIS FLUMINENSES

O Depattamento Nacional de Produção Mineral fo1-


neceu ao Departamento Geográfico, a 22 de dezemb10
de 1955, uma 1elação das fontes de águas minerais do
Estado, que se acham enquadrndas na legislação vigente
e em exploração comercial 1egula1 e, em separado, a
lista daquelas que ainda se encontiam na fase de pesquisas

a) FONTES QUE SE ACHAM ENQUADRADAS NA LEGISLAÇÃO


VIGENTE E EM EXPLORAÇÃO COMERCIAL REGULAR:

1) AGUA CUBATÃO
Situada em Cubatão - 19 Distrito do Município e Comarca de
Itaperuna
Classificação: Alcalino-terrosa-magnesiana

2) AGUA IODETADA DE PADUA


Situada em Santo Antônio de Pádua
Classificação: O ligo-mineral-iodetada

3) AGUA CASTELANIA
Situada no Quarteirão Castelânia - Cidade de Petrópolis
Classificação: Agua mineral radioativa na fonte

4) AGUA ITAí
Situada na Fazenda Itaitindiba - Município de São Gonçalo
Classificação: Agua mineral alcalina-bicarbonatada sódica e alcalino-
-terrosa

S) AGUA N S DAS GRAÇAS


Sítio Retiro Santa Cruz - Distrito de Passa Três - Município de
ltaverá
Classificação: Mineral fracamente radioativa na fonte

6) AGUA PETRóPOLIS
Situada no Sítio Santa Lúcia - Baino da Mosela - Petrópolis
Classificação: Agua mineral radioativa na fonte

7) AGUA RAPOSO
Situada em Comendador Venâncio - Distrito de Laje do Muriaé-
-ltaperuna
Classificação: Agua mineral carbogasosa - Registrada sob n9 284
- 125 -

5) AGUA DA FONTE DA PEDRA


Situada no Distrito de Paquequer Pequeno - Município de Teresópolis

6) AGUA DA FONTE JUDITH


Situada no Município de Teresópolis

7) AGUA NOVA FRIBURGO


Situada no Município de Nova Friburgo.

8) AGUA PAGÉ
Situada no Município de Santo Antônio de Pádua

9) AGUA RE'SENDE
Situada na Fazenda Independência - Distrito de Itatiaia - Muni-
cípio de Resende

10) AGUA SíTIO SANTA HELENA


Situada no Sítio Santa Helena 29 Distrito de Queimados -
Município de Nova Iguaçu

11) AGUA SANTA TEREZINHA


. Situada no Sítio Santa Helena - 29 Distrito, no lugar denominado
· "Cala Boca'', Município de São Gonçalo

12) AGUA SÃO FIDELIS


Situada no Município de São Fidélis
O CALCÁRIO NA REGIÃO DE SÃO FIDÉLIS ~
Técnicos do D.epa1tamento Nacional da Produção
Mineial pesquisam, na região de São Fidélis e' municípios
adjacentes, os afloiamentos de calcáiio, antevendo a
possibilidade de seu uso imediato na fabricação de
cimento Portland

O Engenheiro de Minas CARLOS GOMES FILHO e o Tecnologista Químico JoRGE


CUNHA, do Departamento Nacional da Produção Mineral, sob a orientação do
Engenheiro ALBERTO RIBEIRO LAMEG'o, Diretor da Divisão de Geologia e Minera-
logia, operando na zona de São Fidélis, iniciaram uma poligonal, na bacia do rio
Paraíba do Sul, com direção aproximada de N E -70-SW, estabelecendo um caminha-
mento topográfico, como base de suas observações geológicas, pelo sopé de um serrote
calcário
Partindo do quilômetro 7 da rodovia RJ-27 no trecho compreendido entre as
localidades de Jaguarembé de Cima e Itaocara, onde a estrada corta um dos mais
pronunciados colos do serrote, conseguiram atingir o Paraíba
Costeando pela aba sudoeste dessa elevação, cujo reconhecimento geológico foi
descrito em relatórios anteriores, colheram uma série de novos dados, levando a
poligonal até a Fazenda do Romão, onde alcançaram as margens daquele rio
A êsse caminhamento foi amarrada uma série de secções transversais com direção-
-geral de SE -20Q-N.W, transpondo o serrote Muitas delas estabelecem ligações entre
vales de cursos dágua tributários do Paraíba, uma vez que êste rio pouco a montante
da fazenda do Romão forma um cotovêlo, mudando a direção de N.E para SE.
Com os trabalhos realizados, pode-se agora avaliar que, no trecho levantado,
é grande o volume do calcário sôbre o nível do rio Paraíba, sendo que a sua
composição química já está em grande parte definida.
~ste serrote, parcialmente exposto nos recentes mapas do Estado /do Rio de
Janeiro, carece todavia de estudos topográficos por ser composto de uma seqüência
de elevações com. dezenas de metros de altura que encaixam uma série de afloramentos
calcários, cuja análise tem sido feita pelo entrosamento dos trabalhos daquela Divisão
com o Laboratório da Produção Mineral
A zona limítrofe dessas importantes ocorrências de calcário é de rochas do
complexo cristalino, e drenada irregularmente por um regime senil ou mais do que
maduro, que é o desta parte da bacia do grande rio
Onde se abate a altura do serrote, no extremo nordeste, o seu arcabouço é
constituído de gnaisse de vários tipos, com intercalações de calcários e veios de
pegmatitos

• Elementos coligidos do Relatório de 1954 do Diretor da Divisão de Geologia e Mineralogia do


Ministério da Agricultura
128 -

Numa das depressões do serrote, em corte praticado para a passagem do ramal


férreo agrícola da Usina Pureza e próximo ao desvio do Chalet, encontraram os
técnicos um gnaisse de granulação grosseira, que se torna gradativamente fino e
xi~toso, com camadas de quartzo e de calcário intertratificadas
As direções das camadas variam de 689 a 789 nordeste-sudoeste e o mergulho
ligeiramente para suleste, 89 a 109 com a vertical.
Dêsse modo justifica-se a quase ausência dágua na aba noroeste do serrote.
Nota-se a sua escassez no lado suleste onde apenas surgem lacrimais, quando ocorrem
fraturas diastróficas, intrusões de rochas básicas ou veios de pegmatitos
O calcátio aflora em ambas as margens do Paraíba Mas verifica-se que as
ocorrências da margem esquerda estão disseminadas em grande extensão
Ao realizarem o reconhecimento por esta margem indo da bacia do Paraíba
para a do Muriaé, observaram os técnicos que êsses afloramentos têm a mesma
direção do serrote da margem direita, e que além de se espalharem, dão a impressão
de se abrirem em leque à proporção que se caminha para o norte
Pesquisando essas ocorrências de calcário entre os rios Paraíba e Muriaé, no
trecho compreendido ent1e Pureza e Cambuci, registraram afloramentos na fazenda
de S Sebastião da Floresta, no 39 distrito do município de S. Fidélis e distante
5 quilômetros da estação de Pureza A rocha encaixante é um gnaisse micáceo
Seguindo a estrada carroçável que parte desta última localidade para noroeste,
com cêrca de 15 quilômetros, em uma encruzilhada infletiram para a esquerda
passando a percorrer a nova rodovia de comunicação com o vale do Muriaé
Nos cortes frescos dessa rodovia aparecem argilas brancas ou vermelhas, misturadas
com, areia e leitos de seixos de quartzo que acompanham as sinuosidades superficiais
Na superfície há camadas de argilas coloridas com feldspato decomposto e
grãos de quartzo que, vistos à lupa, mostram os ângulos triedros desgastados.
füses sedimentos argilosos, com embasamento de seixos rolados e que ainda
pertencem à bacia do Paraíba - valão do Timbó - continuam na direção noroeste,
até atingirem exposições de gnaisse folheado, com direção 629 N E , e que mergulham
ligeiramente para noroeste
A 19 quilômetros da margem do Paraíba, próximo à localidade de Tabua, na
antiga fazenda Socêgo, 39 distrito do município de São Fidélis, há afloramentos
de calcários na altitude de 120 metros
Embora já na bacia do Muriaé, as rochas superficiais muito se assemelham
às do valão do Timbó
Das suas observações geológicas e topográficas concluíram os técnicos que o
calcário se acha num contraforte, ligando os morros do Sapateiro e da serra de
Monte Verde
O trajeto de Tabua para as margens do Muriaé é quase todo feito sôbre uma
laterita, tornando-se a terra vermelha e exuberante, o que sugere a presença de
intrusões de rochas básicas Tratando-se porém, de ocorrências cujos ensaios químicos
'ainda não foram feitos, é também possível que sejam rochas calcárias muito
decompôst~s e ocultas pelo solo
Deduz-se essa hipótese do fato dêsses técnicos haverem localizado ria fazenda
de Boa Vista 2 quilômetros antes do marco ferroviário 402 km +
300 metros, da
Estrada de Ferro Leopoldina, no cruzamento da estrada de Tabua com essa ferrovia
-- 129

e no trecho compreendido eutre Cardoso Moreira e ltalva, afloramentos de calcário,


com veios de calcita, encaixados na laterita
A hipótese de intrusões de rochas básicas é entretanto admissível.
O interêsse econômico do estudo dos calcários do vale do Paraíba prende-se,
como já dissemos em relatórios anteriores, à possibilidade de seu uso imediato na
fabricação de cimento Portland
É êste o motivo que leva os técnicos a pesquisas geológicas pormenorizadas na zona,
estudando o calcário para aquêle fim
A rocha, via de regra, tem-se apresentado com certa percentagem de sílica
O teor dessa impureza, que em alguns casos atinge a 10% de Si0 2 , levou-os a
iniciarem uma primeira amostragem das argilas superficiais, dentro do perímetro
em estudos, a fim de verificarem se existe material argiloso ajustável ao calcário,
para fabricação de cimento
Até o presente, parece que tal material com baixo teor de sílica livre não será
difícil de ser encontrado, visto que, em 10 amostras coletadas, e posteriormente
anatisadas no Laboratório da Produção Mineral, 3 apresentam perfeitas condições
de aceitabilidade
Durante os trabalhos do ano, além das mostras de argilas, foram coletadas
e analisadas 80 de calcário, das quais 30 no L P M e 50 em São Fidélis pelo
tecnologista-químico JORGE DA CUNHA
Para que se possa avaliar o valor econômico das ocorrências, sugerem êsses
técnicos os seguintes trabalhos para o ano próximo:
a) Abertura de trincheiras no trecho já estudado do serrote, com o fim de
melhor se definir a qualidade química do material e a continuidade da massa
calcária
b) Continuação da poligonal amarrando as principais oconências entre o Paraíba
e o Muriaé
c) Levantamento aerofotográfico de uma faixa do vale do Paraíba, partindo
de Laranjais, passando pelas cidades de São Fidélis e Cambuci e prosseguindo na
direção de 709 nordeste até o vale do ltabapoana, na divisa dos Estados do Rio
e do Espírito Santo É nesta faixa que se localizam as principais ocorrências de
calcário

-9-
NOTAS SÔBRE A EVOLUÇÃO DA OCUPAÇÃO HUMANA
NA BAIXADA FLUMINENSE
PEDRO PINCHAS GEIGER
RUTH LYRA SANTOS

Em julho de 1954 1ealizou-se na cidade de Ribeüão


Prêto, Estado de São Paulo, o 1 Congresso Brasileiro de
Geógiafos, havendo o Departamento Geográfico ali
comparecido através de seu representante, o prof PEDRO
PINCHAS GEIGER, Geógiafo do Conselho Nacional de
Geografia e destacado para cooperar junto àquele Órgão
estadual, nos estudos de 1ecuperação econômiéa da
Baixada Fluminense
O prof Geiger apresentou ao Cong1esso, com a
colaboração da p10f' Ruth Lyra Santos, a Tese que a
segui1 1ep1oduzimos e que, log1ando plena aprovação,
será tiansoita nos "Anais" daquele impo1tante Conclave
A REDAÇÃO

O presente trabalho visa a apresentar observações sôb1e dete1minados aspectos


da formação das paisagens atuais da Baixada Fluminense

A BAIXADA FLUMINENSE COMO BASE DA INDúSTRIA AÇUCAREIRA

A ocupação da Baixada Fluminense data do primeiro século da colonização


portuguêsa no Brasil Esta região se integrou no Mundo Português na fase inicial
do desenvolvimento açucareiro na franja costeira atlântica
A baía de Guanabara emprestava excepcional importância a um trecho do
litoral brasileiro; sua existência muito ao sul da baía de Todos os Santos representava
um amplo e vantajoso abrigo para a localização de um pôrto em seguida ao de
Salvador
No que diz respeito à topogiafia, existem certas semelhanças entre a zona
da Guanabara e a zona de Salvador: em ambas existem, ao lado dos blocos cristalinos
elevados, superfícies de suaves ondulações e planícies nas quais se estabeleceram as
lavouras de cana.
A indústria açuca1eira foi a principal atividade econômica da Baixada Fluminense
nas primeiras fases da sua história, desenvolvendo-se inicialmente, nas áreas em
tôrno da baía de Guanabara Até o século XVIII, a zona da Guanabara era a
produtora mais importante Os ocupantes da terra preferiram as planícies e terrenos
de relêvo suave, deixando de lado as áreas mais acidentadas. As várzeas, as aluviões
dos vales eram terras propícias às plantações de cana-de-açúcar e a topografia plana
facilitava a instalação das grandes propriedades açucareiras

I
/
LF/
- 132 -

As fazendas de engenho eram auto-suficientes na sua subsistência 1 dispondo


de áreas onde se criava o gado para a alimentação e para a tração e áreas com
lavouras de gêneros alimentícios Das matas tropicais que cobriam a região se
extraía madeira para as construções e combustíveis vegetais; a "tabatinga" das
grandes planícies, situada na superfície ou a pouca profundidade, e as outras argilas
dos vales eram utilizadas para o fabrico de telhas e tijolos
O aproveitamento dos grandes rios para o transporte fácil e barato da produção
favorecia o desenvolvimento econômico da região; as mercadorias desciam os rios
para a baía de Guanabara em direção ao pôrto do Rio de Janeiro, surgindo
pequenas localidades, portos de embarque à margem dos cursos dágua, como por
exemplo Pôrto das Caixas (hoje vila decadente do município de Itaboraí)
O problema do acúmulo de águas e sedimentos nas planícies da Baixada
Fluminense que tendia a se agravar com a devastação das matas e que constitui
até hoje um dos elementos importantes das relações do homem com o meio,
foi, desde o início, enfrentado pelos colonizadores Dispunham os proprietários
do braço escravo sôbre o qual repousava a organização econômica: os negros
desobstruíam os rios, construíam canais e diques, trabalhavam nos canaviais e nos
engenhos, e também na criação de gado e nas culturas de gêneros alimentícios
para o abastecimento das fazendas. Os proprietários possuidores de muitos escravos
levavam, assim, nas primeiras fases históricas, grande vantagem sôbre os pequenos
proprietários
Até o século XIX, o açúcar era produzido, principalmente, para o mercado
estrangeiro, tendo sido, inicialmente, o principal produto de exportação do País
É natural que as regiões que o fabricassem, como a Baixada Fluminense, alcançassem
logo grande importância
Hoje em dia, a Baixada Fluminense continua sendo uma das principais regiões
brasileiras de produção açucareira, embora grandes modificações tenham ocorrido
nesta indústria Com a passagem da produção de açúcar dos engenhos que iam
sendo abandonados para a produção de usinas, processou-se, do ponto de vista
geográfico, uma. concentração das indústrias e das lavouras em determinadas áreas,
depois de se terem expandido por tôda a região
Para a compreensão destas modificações na economia do açúcar, que significaram
um progresso e soluções para crises que atingiam a velha estrutura, é necessário
relacionar as manifestações regionais do problema com o que ocorria em todo o
País no setor da lavoura canavieira, bem como na agricultura de modo geral
Já nos séculos XVII e XVIII, diz CAIO PRADO JÚNIOR, o mercado de açúcar
se apresentava instável; a agricultura, em geral, já não atraía como nos primeiros
anos da colonização A instabilidade do mercado era devida à concorrência dos
produtos das possessões espanholas e inglêsas da América Central e, além disso,
os "monopólios"* iam aumentando a pressão sôbre os agricultores, onerando-lhes
a produÇão Contudo, segundo o mesmo autor, na segunda metade do século
XVIII, a lavoura conseguira renascer na fase de decadência da mineração. Concorria

1 CAIO PRADO JÚNIOR - "Formação do Brasil Contemporâneo'


As organizações comerciais portuguêsas
- 133 -

para isto a valorização dos produtos coloniais, devido à revolução industrial que
se desenvolveu e que era fator de aumento da população na Europa e do comércio
mundial
Ê nesta ocasiao que a lavoura canav1e1ra se expandia na zona campista da
Baixada Fluminense, conquistando novas terras. Em obra moderna, o prof. RENATO
DA SILVEIRA MENDES 2 apresenta um cartograma sôbre a ocupação dos solos na
Baixada Fluminense nos fins do século XVIII, onde aparecem duas zonas canavieiras:
uma, em tôrno da Guanabara, que ia desde Itaguaí até Araruama, e outra, na
planície dos Goitacases A área da bacia do rio São João que ficava entre as duas
era coberta de matas A lavoura canavieira acentuava-se como monocultura em
grandes extensões, em prejuízo das áreas dedicadas à criação de gado e principalmente
daquelas dedicadas aos chamados "gêneros alimentícios"
No entanto, no século XIX, no País e na Baixada, encontra-se, novamente, a
economia açucareira às voltas com problemas, conforme indicam autores da época.
O aumento da concorrência no mercado internacional, a industrialização mais rápida
do açúcar nas colônias dos países europeus e a utilização da beterraba prejudicaram
a nossa exportação O café começava a substituir o açúcar para tornar-se o principal
produto agrícola nacional e as atenções e inversões de capital dirigiam-se cada vez
mais para o planalto. Para poder continuar a produção de açúcar era necessano
aplicar processos industriais de maior rendimento, de custo mais baixo, pois as
formas arcaicas tendiam a deixar de oferecer vantagens
Realmente, o que ocorreu foi, em primeiro lugar, o desaparecimento completo
dos engenhos primitivos ante o engenho de vapor e, depois, ainda no século XIX,
o aparecimento das usinas e o início do declínio total dos engenhos A primeira
usina do Brasil foi a de Quiçamã, na zona campista, instalada em 1877.
No setor agrícola, observa-se que, justamente quando se realizavam as modificações
industriais, o trabalho escravo passava a se mostrar bastante oneroso pela sua pouca
produtividade e seu maior custo, pois além do preço maior pago pela aquisição
do escravo, havia sua manutenção mais cara
O encarecimento da manutenção estava a par do encarecimento geral da vida,
que muitos autores do século passado, como SEBASTIÃO FERREIRA SOARES 3 , atribuem
ao abandono da lavoura de "gêneros alimentícios" em favor da monocultura
A concentração industrial a que se tendia no século XIX ia servir para uma
separação entre fabricantes de açúcar e agricultores de cana, pois nem todos os
antigos senhores ele engenho podiam modernizar suas indústrias A classe dos
senhores de engenho sofria cada vez mais o domínio da classe dos comerciantes,
o que lhes diminuía os meios da modernização da indústria e muitos passavam à
função de simples "fornecedores'', aquêles que apenas forneciam cana para os
engenhos maiores e as usinas Privados de indústria própria, os fazendeiros, proprie-
tários de escravos, iam tendo lucros menores, enquanto a situação dos trabalhadores
livres, junto das modernas instalações industriais, ia-se tornando cada vez melhor
pela necessidade de maiores quantidades de cana

2
RENATO DA SILVEIRA MENDES - "Paisagens Culturais da Baixada Fluminense"
3 SEBASTIÂO FERREIRA SOARES - "Notas Estatísticas sôbre a Produção Agrícola e Carestia dos
Gêneros alimentícios no Império do Brasil"
- 134 -

Outros senhores de engenho, principalmente da antiga nobreza, afastavam-se


porém da economia açucareira por não se sujeitarem à simples condição de fornecedores,
uma vez que não tinham modernizado as suas indústrias, quer pela falta de meios,
conforme foi apontado acima, quer pela incompreensão do processo que se desenvolvia
Além disto, êstes fazendeiros procuravam outras oportunidades mais lucrativas,
plantando inclusive o café na Baixada 4 ou transferindo seus interêsses à cidade,
para onde, geralmente, já tinham seguido os filhos na conquista das profissões
liberais
Na zona da Guanabara, esta tendência foi mais observada, tendo a economia
açucareira marchado para o desaparecimento completo, restando apenas os engenhos
que se transformavam em produtores de aguardente. Aí, onde o cultivo era mais
antigo, mais acentuada se mostrava a insuficiência do trabalho escravo, pois os solos
já tinham sido mais explotados Havia também a influência da proximidade da
grande cidade do Rio de Janeiro que atraía os fazendeiros, cuja agricultura se
tornava menos lucrativa, e o interêsse dos comerciantes na aquisição das terras para
outros fins
Na Baixada de Campos, os solos eram extremamente férteis para a lavoura
da gramínea As terras da planície do rio Paraíba ganharam grande fama desde
que a agricultura aí se desenvolveu, sendo apontadas como de grande rentabilidade
A lavoura canavieira se ampliava no século XIX, através de um maior desenvolvimento
das novas formas de produção Nesta zona, além dos antigos senhores de engenho
que passavam a fornecer cana para os engenhos de vapor, estabeleceram-se numerosas
pequenas prop1iedades que ampliavam as classes dos fornecedores 13stes eram
animados pelo grande rendimento agrícola das terras Produtores de açúcar e de
cana tinham interêsse que a produção não se interrompesse e procuravam encontrar
soluções para as dificuldades que viessem a ocorrer
Os agricultores e comerciantes mais empreendedores se reuniram para constituit
as usinas em substituição aos engenhos de vapor, aumentando ainda mais as
necessidades de cana-de-açúcar Em conseqüência, os proprietários de terra, desejando
maior produção agrícola, estimulavam ainda mais o sistema de parceria, que se
difundia pela região Existem dados de que as formas de trabalho livre por
negros se desenvolviam na área de Campos desde antes da abolição, em escala
crescente G
Assim, apesar da modernização dos transportes na segunda metade do século
XIX ter tido maior expressão na zona da Guanabara, êste fato não evitou a
inversão dos capitais para as usinas numa área mais afastada.
Em tôrno e nas proximidades das usinas, foram-se localizando as grandes
lavouras canavieiras As usinas compravam terras dos fazendeiros vizinhos e ampliavam
os canaviais próprios - organizavam-se as "plantations"
A concentração da produção se processava continuadamente e a sua quantidade
aumentava sempre, de modo geral, como se pode observar pelos dados do Instituto
do Açucar e do Álcool apresentados na obra do prof ALBERTO RIBEIRO LAMEGO 6

4 Houve, por exemplo, plantaçóes de café nos morros da fazenda Engenho Velho, em Maricá
Nos morro:s do município de Cachoeiras de M:acacu, existiam cafêzais até 1926
5 GILENO DÊ CARL! - "A Evolução do Problema Canavieiio Fluminense'
6 ALBERTO RIBEIRO LAMEGO - "O Homem e o Brejo'
- 135 -

Apesar da tendêncfa à concentração em certas áreas, as lavouras de cana


também se estendiam pelos trechos contíguos onde antes não haviam penetrado
Desenvolviam-se, por exemplo, ao norte do vale do Paraíba, depois da instalação
da ponte em Campos, ou na área de Carapebus (município de Macaé), depois da
fundação da respectiva usina em 1929.
Em tôrno da cidade de Campos organizou-se o maior parque. de usinas, além
de inúmeros estabelecimentos que fabricavam aguardente, melado, etc Capitais
estrangeiros, franceses e inglêses, foram invertidos nesta área com as usinas de
São José, Santa Cruz e Paraíso Em 1950, de 54 883 hectares cultivados de cana-
-de-açúcar na Baixada Fluminense, 39 300 se localizavam no município de Campos.
A cidade de Campos tornou-se um grande centro regional, sendo a segunda
do estado com 80 000 habitantes, a única além da capital, Niterói, a possuir
serviço urbano de bondes

Foto 1 - O engenho de aguardente do Foto i - Uma usina de açúcar moderno


fazendo ltopocooro, no município de no Baixado do Guanabara, o de Sampaio
ltoboroí Correio, no município de Soquoremo.

Mesmo na zona da Guanabara, onde a tendência do açúcar era desaparecer,


instalaram-se também duas usinas depois da crise da 1 ~ guerra mundial: a de
Tanguá (município de Itaboraí), fundada em 1920, e a de Sampaio Correia
(município de Saquarema) Nas suas proximidades a cana voltou a ser um produto
valorizado e os fazendeiros e meeiros aumentaram novamente o seu cultivo. É
interessante observar que o aparecimento destas usinas terminou de vez com a
produção de açúcar de alguns engenhos da área Itaboraí-Rio Bonito
Quando se processava a expansão da indústria açucareira nos meados do século
XIX, êste fenômeno ainda se relacionava com o mercado externo e as oscilações
internacionais influíam na curva da produção e no ritmo da instalação dos novos
estabelecimentos Contudo, o açúcar ia-se tornando essecialmente um produto do
mercado interno e êste passava a influir decisivamente no progresso da indústria.
A expansão açucareira na zona de Campos no século XX se relaciona com as
modificações sociais que se acentuavam desde o século anterior: o aumento da
população, o desenvolvimento do sul do Brasil, o crescimento das cidades, o
aumento da população livre, etc. Produto essencial à alimentação, com o preço
de custo industrial baixando, o açúcar encontrava no consumo interno uma tompensação
às dificuldades no exterior
É claro que, nos tempos modernos, a curva da produção da lavoura canavieira
apresentou muitas oscilações, de acôrdo com a conjuntura econômica nacional e
- 136 -

mternacional Em tempos de baixa, assistia-se à queima de canavms e à ampliação


dos pastos No entanto, novas soluções se apresentavam como a da fabricação do
álcool De modo geral, a expansão açucareira é contínua e, atualmente, a fase é
de ampliação dos canaviais. Na zona de Campos, trata-se de drenar vastas áreas
pantanosas para plantar a gramínea e existem projetos de novas usinas, tendo
as antigas planos de ampliação.
Com a sua grande potência econom1ca, as usinas foram dominando a classe
dos fornecedores, impondo-lhes as suas condições Em geral, tôdas elas adquirem
maiores extensões de terra, formando canaviais próprios cada vez maiores O
regime do colonato tende a desaparecer nestas propriedades em benefício do assalariado
Em 1950, o valor da produção canavieira da Baixada era de Cr$ 329 670 090,00
que representavam 39,6% do valor de tôda a produção agrícola da região, corres-
pondendo a 2 858 225 toneladas A gramínea continua sendo portanto a lavoura
principal
A Baixada, que tinha no açúcar a sua principal base econômica no início
da sua história, continua pois como um de seus principais produtores no país,
apresentando mais de 30 usinas. O Estado do Rio de Janeiro é o terceiro, originando-se
a totalidade da produção da Baixada Fluminense e superando o Estado da Bahia,
que iniciou o ciclo açucareiro ao mesmo tempo
Como, pois, falar simplesmente que houve uma decadência da Baixada Fluminense?
Depois da abolição da escravatura, quis-se atribuir a êste acontecimento histórico
a causa da decadência da lavoura na zona da Guanabara e muitos autores aceitaram
esta tese Estende-se mesmo essa idéia a tôda a Baixada Fluminense.
Talvez muitos proprietários de escravos julgassem subsistir com sua economia,
desde que pudessem manter esta qualidade de mão-de-obra Observem-se, porém,
os engenhos que continuaram a fabricar o açúcar depois da Abolição: êles foram
desaparecendo devido à concorrência das usinas ou passaram a produzir apenas
aguardente
As quantidades de cana produzida antes da Abolição seriam irrisórias se
comparadas com as atuais
No que diz respeito ao açúcar, o que houve foi uma concentração capitalista
e respectiva redistribuição geográfica da ocupação, o que explica o abandono de
certas áreas .

li. A IMPORTANCIA DO MERCADO EXTERNO E O DESENVOLVIMENTO DA


FRUTICULTURA

No século XX, a Baixada tornou-se uma das principais regiões fruticultoras


do País Assim, uma nova atividade agrícola se desenvolvia em áreas que não
se concentraram na produção de açúcar ou donde êste se retirara
Ao se desenvolverem as cidades na zona da Guanabara, apresentavam nas suas
vizinhanças chácaras que abasteciam com frutas as populações urbanas . As laranjas
de São Gonçalo têm fama antiga e as chácaras desta área foram descritas por
SAINT-HILAIRE Este cultivo em pequena escala foi o germe para o ulterior progresso
da cultura de frutas

/
i
- 137 -

Nesta zona, foi verificado anteriormente o abandono dos engenhos e com


êle a decadência de uma classe de fazendeiros Muitas terras passaram a ser
menos utilizadas com a transferência para a cidade de seus proprietários, pouco
interessados na lavoura Havia também a aquisição de propriedades por parte
dos capitalistas, seja por compra seja pelo pagamento de dívidas e hipotecas
O processo contínuo de expansão da cidade incentivou a especulação destas terras
surgindo, então, as primeiras formas de loteamento
Uma das modalidades de valorização dos terrenos e sua conseqüente venda
em lotes era o plantio de pomares e a transformação dêsses lotes em pequenos
sítios que eram apresentados ao público com uma propaganda intensa Os compradores
eram grandemente interessados pelo fato de os laranjais serem de cultura permanente,
o que não exigia mão-de-obra muito numerosa em relação às outras culturas
Com a abertura dos portos europeus e platinos às nossas frutas, a situação
destas lavouras melhorava, e com o desenvolvimento da exportação desde a 2~
década do século, a fruticultura foi-se tornando uma atividade importante, criando-se
grandes emprêsas.
A penetração desta lavoura foi atingindo as antigas fazendas, sep aquelas
que tinham continuado a produção agrícola de cana-de-açúcar para aguardente,
de mandioca e de cereais, seja nas outras onde a agricultura havia sido interrompida
e onde apenas se fazia a explotação florestal, ou a criação de gado, ou a produção
de cerâmica Muitos comerciantes de frutas passaram a adquirir propriedades na
zona da Guanabara para a instalação de pomares próprios
As principais frutas produzidas na Baixada Fluminense são as laranjas, as
bananas, e os abacaxis, de acôrdo com as condições climáticas e de solos da região
O clima da Baixada é suficientemente quente e úmido para a cultura dos
bananais e a existência de uma estação sêca, relativamente acentuada em certas
áreas é favo1ável às plantações de abacaxi e de laranjais. Quanto aos solos,
existem os que são bastante argilosos e fofos, necessários às touceiras de banana,
e os mais ou menos arenosos e menos úmidos para a cultura de laranja e abacaxi
A localização da Baixada na costa assegura a exportação imediata de produtos
cuja conservação é delicada e o Rio de Janeiro, além de pôrto, oferecendo um
importante mercado consumidor do refugo, trazia vantagens para a localização da
fruticultura na Baixada da Guanabara
Com o desenvolvimento dos laranjais, ocorreu a maior ocupação de colinas
e morros As laranjeiras se instalaram, também em algumas planícies onde foram
abertas valetas de drenagem e onde não havia "tabatinga" na superfície No
município de Nova Iguaçu, os pomares se estabeleceram, tanto nas planícies e
colinas como nos morros, e mesmo nas encostas íngremes da serra da Madureira,
onde atingem altitudes elevadas. Em fazendas antigas de Itaboraí observam-se os
canaviais ocupando as planícies dos vales e os pomares e abacaxizais, as colinas
Os bananais se situaram nas planícies e nas encostas úmidas das serras
Encontramo-los na planície da foz do Macacu (fazenda Amorins, no município
de Itaboraí), nos vales da zona de Tinguá e de Magé, na serra do Mar, em Itaguaí
e Petrópolis, na serra do Braçanã, em Rio Bonito, etc
Quanto às plantações de abacaxi, localizam-se numa área bem restrita da
Baixada da Guanabara, situando-se principalmente nas colinas e terraços dos municípios
de Itaboraí e São Gonçalo.
- 138 -

Ao se espalhar a fruticultura pelas propriedades da Baixada da Guanabara,


acentuou-se a aquisição de terras e fazendas por parte de capitalistas da cidade,
notadamente de comerciantes de frutas aos quais já nos referimos, de exportadores
e de barraqueiros do Mercado Municipal São conhecidos em tôda a zona os
nomes de alguns proprietários e comerciantes, como os OLIVEIRA, os CocozzA,
os CALCERADA, os PERROTA, etc Exemplos de fazendas adquiridas por comerciantes
são: Amorins, Sampaio, Engenho Velho, etc
A situação das grandes propriedades deixadas ao abandono pelos donos radicados
na cidade contrasta com o rejuvenescimento agrícola das áreas onde êstes comerciantes
ou os antigos fazendeiros introduziam a fruticultura.
O interêsse pelas frutas motivou a volta de capitais da cidade para o campo
não só na forma de aquisição de pomares como pelo financiamento dos fazendeiros
por parte dos negociantes de frutas. Nas culturas permanentes, laranja e banana, o
trabalho assalariado toma expressão maior No município de Nova Iguaçu, os
particulares empregaram a mão-de-obra assalariada para tratar dos problemas de
drenagem, bem antes das grandes obras governamentais de saneamento Nesta
área grassava a malária, quando se instalaram os primeiros pomares e a doença,
apontada como obstáculo à ocupação humana, não o foi quando se tratava de
desenvolver uma cultura valorizada
O transporte fluvial também foi restabelecido em certos trechos Por exemplo,
na localidade de Itambi (município de Itaboraí) um packing-hottse foi construído
ao lado do canal, para que êste fôsse utilizado no escoamento da produção que
seguia pelo rio Macacu, fazendo-se as limpezas necessárias nos cursos dágua
Na Baixada da Guanabara, o desenvolvimento da fruticultura foi expulsando
as chamadas culturas de gêneros alimentícios como a do feijão, do milho e,
principalmente, a da mandioca No município de Itaboraí, por exemplo, cujos
laranjais começaram a se desenvolver por volta de 1913, a farinha de mandioca
e o milho figuravam entre os principais produtos daquela época Em 1925, o
Município de Cachoeiras de Macacu exportava milho, feijão e farinha, enquanto
que atualmente importa.
fütes fatos mostram que muitas das razões invocadas em geral para explicar
o abandono de lavouras falta de mão-de-obra, malária, inundações, falta de
transporte - desaparecem quando se trata de um emprêsa agrícola muito lucrativa
As frutas possuíam êste poder de expansão, porque encontravam escoamento
no mercado. estrangeiro Isto é uma realidade da conjuntura econômica do país:
os produtos de exportação são. valorizados, o que significa facilidades de financiamento,
fato importante para os produtores; significa também comércio assegurado. É comum
que o colheita e o transporte das laranjas, das bananas e dos abacaxis sejam
feitos por conta do comerciante Outra prática usual no comércio das frutas é a
compra "no pé", isto é, tempos antes da colheita
O que podemos chamar o "cido" das frutas vem demonstrar a fragilidade
da teoria de que um acontecimento existe desligado do conjunto do processo
econômico, como se supõe ao atribuir à Abolição o desaparecimento de lavouras
na Baixada da Guanabara Mesmo numa fase que já se caracterizava principalmente
pela intensificação das atividades industriais e pelo crescimento das cidades, verificou-se
uma renovação da lavoura e o enriquecimento da Baixada Fluminense com novas
139 -

culturas e novas paisagens rurais Como, pois, falar simplesmente de uma decadência
da região?
No século XX, as oscilações do mercado e as especulações sucedem-se com
mais freqüência e as transformações são mais rápidas A história das frutas também
apresenta altos e baixos. A crise de 30, por exemplo, ou a 2~ guerra mundial
afetaram a economia frutícula O abandono do trato de muitos laranjais contribuía
para a difusão da "môsca" e a recuperação nos tempos melhores, sendo custosa,
diminuía os lucros com a cultura
Assiste-se atualmente a um deslocamento da fruticultura em direção leste na
Baixada Fluminense Ê uma analogia com o que ocorreu com o açúcar: a relação
com a instabilidade dos mercados internacionais; a maior procura por parte do
mercado interno, e o aparecimento de novas atividades ~bsorventes nas áreas mais
próximas das grandes cidades - neste caso, o loteamento urbano. 7
Assim, para o leste, nos municípios de Itaboraí e Maricá, vão surgindo novos
pomares As plantações de banana também ~e deslocam nesta direção, surgindo
nos municípios pouco desenvolvidos de Silva Jardim e Casimiro de Abreu

Foto 3 - Pomares de laranjeiras na área Foto 4 - Pomares de laranjeiras na


a sudoeste da cidade de Nova Iguaçu, fazenda Engenho Novo, no município
notando-s~ as valetas de drenagem de Maricá

Nas zonas próximas das grandes cidades os terrenos estão muito valorizados
para qualquer produção agrícola Observa-se, em muitas áreas do Distrito Federal,
de Nova Iguaçu, de São Gonçalo, sujeitas a loteamento, o abandono dos laranjais,
o mesmo acontecendo aos bananais na área de Itaguaí Em muitos trechos a
paisagem se transformou em matagais e em outros, já se urbanizou pela construção
de bairros residenciais ou pela abertuta de ruas nos terrenos loteados
Contudo, Nova Iguaçu é ainda o principal produtor de laranjas da Baixada
e em certos trechos do seu imenso território ainda surgem novos laranjais, apesar
de não compensarem em área às partes abandonadas
São Paul~ é importador de frutas da Baixada, havendo possibilidades de maior
desenvolvimento da indústria de doces e talvez de sucos na própria região
Devido à fruticultura da Baixada Fluminense, o Estado do Rio de Janeiro
é o primeiro prodtitor de laranjas no País em 1952, com 1 562 436 000 centos.
Ê o terceiro produtor de bananas e o quinto de abacaxi Pelas estatísticas de

7 PEDRO PINCHAS GEIGER - "Loteamento na Baixada da Guanabara" - "Anuário Geográfico do


Estado do Rio de Janeiro';, n9 5
- 140 -

1950, o valor da produção destas três frutas nos mun1C1p10s fluminenses da Baixada
somou a quantia de Cr$ 295 429 910,00 Considerando-se a produção de frutas
e de cana-de-açúcar em 1950, a quantia é de Cr$ 605 200 000,00, ou seja mais
de dois terços da produção agrícola total da tegião que foi de Cr$ 830 447 714,00

Ili O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL E URBANO NA BAIXADA


FLUMINENSE - MODIFICAÇÕES NOS TRANSPORTES

Enquanto a produção agrícola da Baixada Fluminense foi em 1950 de


Cr$ 830 447 714,oo, o Distrito Federal sozinho produziu Cr$ 14 769 098 000,00
nas indústrias de transformação O númeto de operários em tôdas as indústrias
do Distrito Federal era de 165 957, ou seja, mais do que a população rural ativa
de tôda a Baixada Fluminense em 1940 Deve-se, ainda, acrescentar a produção
industrial dos municípios fluminenses da região Os dados para todo o Estado
do Rio de Janeiro e dos quais unia boa parte deve corresponder à Baixada são:
produção de indústrias de todo o tipo Cr$ 7 320 673 000,00; operários - 77 000
A mudança da correlação de fôrças entre a agricultura e a indústria na
Baixada Fluminense se vem acentuando desde os fins do século passado, represen-
tando o aspecto mais importante da sua evolução histórica Historiadores como
CAIO PRADO JÚNIOR caracterizam, de modo geral para todo o País, a fase iniciada
em 1850, pelo emprêgo dos capitais acumulados na organização de sociedades
comerciais, bancárias, de seguros e na instalação de ferrovias, como sendo de
desenvolvimento das formas iniciais do capitalismo
A Baixada Fluminense é uma das regiões onde esta modernização mais se
fêz sentir Nela foram colocados os primeiros trilhos de via férrea por iniciativa
do barão DE MAuÁ; nela se desenvolveu uma das principais bases da classe comercial
- industrial: _a cidade do Rio de Janeiro A instalação das usinas de açúcar, já
tratada neste trabalho também se relaciona com êste processo de industrialização
A variedade de indústrias que começam a surgir no século XIX era possível
desde que o País estava politicamente independente, liberto da opressão econômica
das leis portuguêsas
Até então, as únicas indústrias importantes da região eram pràticamente as
de açúcar, de farinha, de cerâmica e pequenas serrarias
Nos meados do século XIX, aparecem, inicialmente, as fábricas de produtos
de largo consumo, como as de tecidos, de bebidas, de artigos de fumo, A primeira
fábrica de tecidos do Estado do Rio de Janeiro foi instalada em Magé
Desde então, desenvolvem-se novas indústrias, muitas relacionadas com as matérias-
-primas locais, como no caso da grande fábrica de cimento Guaxindiba (município
de São Gonçalo), a maior do Brasil no gênero, explotando a bacia calcária de
Itaboraí Antigas indústrias nas mesmas condições aumentaram o seu número e
sua capacidade, como no caso das olarias que aproveitam os depósitos de "tabatinga"
dos largos vales planos da Baixada
O progresso industrial, principalmente no século XX, se processa num ritmo
que não é acompanhado pela agricultura Apesar da ocupação de novas terras e do
rejuvenescimento das lavouras em áreas de ocupação antiga; apesar de surgirem
novos produtos como as frutas, a agricultura nunca mais alcançou o antigo prestígio
141 -

da Baixada Fluminense, principalmente na zona da Guanabara. Esta zona, particular-


mente, se caracteriú pela industrialização e urbanização
É preciso salientar, contudo, que devido em parte à urbanização e ao aumento
do nível de vida das populações ocupadas na indústria e no comércio é que foi
possível o progresso absoluto na agricultura como, por exemplo, na ampliação da
produção do açúcar, das frutas, das verduras e dos legumes em certas áreas
Industrialização, urbanização e modernização de transportes estão muito ligados
e a sua evolução se caracteriza pela tendência à concentração, mais nitidamente
do que na agricultura
A concentração industrial se processou na zona da Guanabara e, principalmente,
nas áreas urbanas do Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo. Em menor escala
também se desenvolveu na cidade de Campos
Em 1872, o Distrito Federal já tinha uma população de 275 000 habitantes,
enquanto todo o atual estado do Rio de Janeiro contava 783 000 Em 1890, os
números eram 522 000 e 877 000, respectivamente Muitos autores querem atribuir
o aumento da população da cidade do Rio de Janeiro à Abolição, mas esta
tendência já vinha de antes e se acelerava com o desenvolvimento da exportação
de café, com o progresso de suas atividades comerciais e portuárias de modo
geral, e com a industrialização Em 1950, a população do Distrito Federal é
maior que a de todo o Estado do Rio de Janeiro: 2 377 500 e 2 297 000. A
população urbana na Baixada Fluminense, sem o Distrito Federal, era de 714 850
sôbre o total de 1 268 596
A maioria das cidades de grande população se encontra nas vizinhanças da
Capital Federal Uma das causas do seu crescimento é justamente esta proximidade,
pois isto permite que muitos de seus moradores trabalhem no Rio de Janeiro
Êste deslocamento de trabalhadores em distâncias cada vez maiores tornou-se possível
com a modernização dos meios de comunicação, instalação de ferrovias e abertura
de rodovias A eletrificação da Central e ampliação da rêde rodoviária na zona da
Guanabara nos últimos tempos tem ájudado a expansão de cidades como Nova
Iguaçu, Caxias, Nilópolis, São Gonçalo, etc, chamadas "cidades-dormitório" São
centros industriais e residenciais ao mesmo tempo Hoje existem numerosas linhas
de ônibus e lotação que partem do Rio de Janeiro, da Praça Mauá, ou das "Barcas"
em Niterói Segundo o censo de 1950, de 1 365 513 brasileiros naturais do
Distrito Federal, 102 108 residem no Estado do Rio de Janeiro ou sejam 7,5%
(3,0% no resto do Brasil), a maioria dêles nas chamadas cidades-dormitório
É sabido que as indústrias tendem a se localizar na periferia das grandes
cidades, em parte pelo preço menor dos teirenos necessários às instalações e pela
localização da mão-de-obra. Muitos dos velhos estabelecimentos fabris do Rio de
Janeiro, antigamente situados na periferia, hoje se encontram englobados pelo
crescimento da cidade Durante o grande impulso industrial dos últimos decênios,
novas emprêsas foram-se localizando nos subúrbios modernos, já muito longe do
centro da cidade e também nestas cidades vizinhas cada vez mais próximas. Amplia-se,
pois, a atividade industrial de Nova Iguaçu, Nilópolis ou São Gonçalo e de tantas
outras.
Para dar um indício da importância industrial destas cidades fluminenses servem
os seguintes dados: em 1946 a produção industrial de São Gonçalo somava
Cr$ 470 373 021,00, existindo neste município prodgção metalúrgica, têxtil, de cimento,
- 142 -

de papel, de fósforos, de vidro, de sardinhas, de cloro e soda cáustica, etc O


município de Nova Iguaçu dispõe de fábricas de papel, cerâmicas, metalúrgicas,
indústrias plásticas, montagem de jeeps, etc Na área de Magé, existem quatro
fábricas de tecidos e três de bebidas
Fora da zona da Guanabara, Campos, como capital regional, tornou-se também
um centro industrial com outras emprêsas além das usinas de açúcar e álcool
Dispõe de indústrias de tecidos, cimento, bebidas e outras
Ê interessante observar que, enquanto um número de cidades, como as que
foram citadas, progrediam ràpidamente, outras se imobilizavam e caíam na decadência
Este fenômeno é idêntico ao que vinha ocorrendo na agricultura com o abandono
de certas áreas e o aproveitamento de outras A concentração se desenvolvia em
todos os setores como uma conseqüência da integração da Baixada numa economia
mais capitalista Exemplos de cidades decadentes são Itaboraí, Itaguaí e Maricá,
estagnadas, ou Barra de São João e Iguaçu em ruínas
Apesa1 dêste declínio de algumas cidades, ninguém negará a grande expansão
urbana na Baixada Fluminense Como não entender do mesmo modo o problema
na agricultura e insistir numa decadência?
E mesmo que a agricultura tivesse tido decadência, a vida urbana não faz
parte das atividades humanas de uma região? Pode-se falar em decadência quando
se constroem grandes cidades e uma metrópole?
Entre as razões que levaram à diferenciação das cidades da Baixada serão
mencionadas duas: a transformação do sistema de transporte e as modificações
econômicas das diversas zonas
Quanto aos transportes, influía não só o traçado das linhas ferroviárias e,
mais tarde, das rodovias e a formação de novos entroncamentos, como também,
a rapidez dos deslocamentos que facilitam as relações diretas das zonas rurais mais
afastadas com as grandes cidades eliminando o papel dos centros intermediários
Pôrto das Caixas, por exemplo, perdeu a função de centro de convergência do
açúcar, que vinha dos engenhos da zona para descer pelo rio Macacu; hoje, a
aguardente dos engenhos segue diretamente pelos caminhões das fazendas ao distribuidor
de Niterói ou do Rio de Janeiro A pavimentação da Rodovia Niterói-Campos,
via Araruama, afeta as cidades de Casimiro de Abreu e Silva Jardim, situadas na
velha estrada Os pequenos portos marítimos também sofreram as conseqüências
dêste encurtamento de distâncias, pelo fato de que o escoamento dos produtos se
fazia dos pontos mais afastados diretamente pata o pôrto do Rio de Janeiro. Um
exemplo é a exportação do açúcar produzido na zona de Campos, que antigamente
se utilizava do canal Campos-Macaé
Quanto às modificações das atividades econômicas, temos os exemplos de
Sambaetiba, vila que pràticamente não mais existe (município de Itaboraí), em
conseqüência das devastações das matas vizinhas, pois fazia o comércio da madeira
A cidade de Macaé perdeu a sua importância e Barra de São João· caiu em ruínas,
tanto pela modificação dos transportes quanto pelo desaparecimento do café que
era embarcado nos seus portos
O desenvolvimento industrial não se processou apenas nas cidades; nas zonas rurais,
também se intensificou, e isto em parte devido às condições locais. As atividades
industriais antigas, como a fabricação de açúcar, de farinha e de materiais de barro
se ampliaram niuito, sempre localizadas no âmbito rural
143 -

Sôbre as usmas já se tratou neste trabalho Quanto à produção de telhas,


tijolos, manilhas, etc, o desenvolvimento das cidades deu grande impulso, multi-
plicando-se os estabelecimentos em tôrno da baía de Guanabara, ao longo das
principais vias de comunicação Novas olarias vão sendo levantadas em conseqüência
do enorme movimento imobiliário do Rio e de Niterói, havendo ao mesmo tempo
tendência à concentração da produção Instalaram-se grandes emprêsas que utilizam
máquinas apropriadas para o fabrico de tijolos furados, necessários nos edifícios
modernos
A produção da mandioca era feita nas fazendas de açúcar para o abastecimento
local e venda das sobras, sendo o engenho de farinha uma pequena indústria
doméstica Parece que esta indústria acompanha a do açúcar, pois paralelamente
ao desenvolvimento açucareiro do município de Campos desenvolveu-se a cultura
da mandioca e sua indústria no município de São João da Barra, ao norte da
zona do açúcar s
Contudo, dois grandes empreendimentos modernos, as fábricas de amido em
Barra do Itabapoana e Visconde de Itaboraí estão paralisadas
Outras novas indústrias apareceram na zona rural como, por exemplo, a
fábrica de cimento de Guaxindiba, a fábrica de álcalis em Cabo Frio, etc Deve-se
mencionar também o desenvolvimento das atividades extrativas do sal, da pesca,
que dominam certas extensões da costa fluminense A atividade salineira se concentrou
nas margens da lagoa de Araruama
A industrialização e a urbanização intensificaram também a devastação das
matas na explotação dos combustíveis vegetais Desde os meados do século passado,
acentuava-se o consumo da lenha e do carvão, forçando o desbravamento de novas
áreas e ampliando o desflorestamento das encostas das serras A área ao norte
da estrada de Itaboraí a Rio Bonito foi desbravada pela explotação madeireira
Ao norte do município de São João da Barra, novas áreas vão sendo abertas à
ocupação humana pelas atividades florestais Existem também exemplos de áreas
que no início dêste século abandonaram as lavouras de gêneros alimentícios parà
se dedicar à extração da lenha, como ocorreu em estação de Rio dos índios, junto
da serra do Braçanã
Apesar da ocupação antiga da regiao e do desflorestamento constante, já
criticado por autores do século passado, havia ainda muitas matas e capões para
serem derrubados Em 1911, havia, 35 981 km 2 de matas no Estado do Rio de
Janeiro sôbre uma área total de 42 588 km 2 Em 1947 tinham sobrado apenas
3 479 km 2 de matas Grande parte desta devastação se processou nas encostas,
nos morros e nas planícies da Baixada
A explotação da lenha vem-se fazendo mesmo em muitas antigas fazendas
da Baixada da Guanabara, seja porque, tendo sido abandonadas as lavouras, grandes
áreas foram recobertas pelas capoeiras, seja pela formação das mesmas no sistema ,
agrícola de rotação de terras, que é geralmente o empregado 9

8 MYRIAM GOMES COELHO MESQUITA - "A mandioca na Baixada Fluminense", "Anuário Geográfico
do Estado do Rio de Janeiro", n• 5
9 ORLANDO VALVERDE - "Aspectos Geográficos e Econômicos da Agricµltura no Município de Itaboraí" ~
"Anuário Geográfico do Estado do Rio de Janeiro", n• 5
144 -

O combustível vegetal é necessário, não só nas cidades sem gás e nas indústrias
como nas estradas de ferro A Leopoldina adquiriu muitas propriedades para explotar
lenha e madeiras para dormentes Diversas emprêsas industriais também adquiriram
terras para dispor de abastecimento próprio como, por exemplo, a Eletro-Química,
que comprou a fazenda Santa Teresinha, no município de Itaboraí Esta companhia
comprava antes a sua lenha nesta fazenda e depois de se apossar da propriedade
tratou de plantar um bosque de eucaliptos para substituir o material retirado
Atualmente, surgem bosques de eucaliptos nas paisagens da Baixada devido
às atividades destas emprêsas industriais, que procuram substituir a lenha das matas
e capoeiras que vão escasseando Junto de muitas usinas de açúcar já é comum
se encontrar êstes bosques
No entanto, existem ainda áreas com reservas de mata, como na zona da
bacia do rio São João Muitas propriedades foram adquiridas nos municípios de
Rio Bonito, Araruama, Cabo Frio e principalmente Silva Jardim e Casimiro de Abreu
por capitalistas da cidade, que as guardam como reserva de madeira

Foto 5 - O loteamento da fazenda Caluje,


imediatamente ao sul da cidade de
ltaboraí

A possibilidade de explotar a lenha, o barro, as areias, em relação com a


industrialização e urbamzação facilitavam o desinterêsse dos grandes proprietários
pela agricultura
Antes de terminar as observações sôbre a urbanização, deve-se focalizar alguns
aspectos ao crescimento espacial das cidades e da especulação imobiliária, que
atingem o auge nos tempos atuais
O loteamento é hoje certamente a atividade mais lucrativa na esfera rural da
Baixada da Guanabara .
O fenômeno do loteamento e construção de bairros residenciais na periferia
das grandes cidades da Baixada leva ao desaparecimento de espaços vazios entre
os diversos bairros e entre êstes e as cidades vizinhas, muitas vêzes, à custa da
destruição das lavouras. A tendência entre o Rio de Janeiro, Caxias, São João
de Meriti, Nilópolis e Olinda é formar uma única massa urbana, assim como já
formam conurbação Niterói e São Gonçalo
O loteamento não se prende sàmente aos trabalhos urbanos, mas também
ao aumento do turismo causado pela elevação do nível de vida nas cidades. O
uso de lotes para construções de week-end se processa, naturalmente, nos trechos
pitorescos, como nas praias marítimas ou às margens das lagoas.
- 145 -

O loteamento já vai com intensidade além da cidade de Itaguaí a oeste,


no extremo da Baixada, e além de Itaboraí e Maricá, a leste Com menos
continuidade evolve pelo litoral mesmo até Campos
O alastramento da urbanização foi facilitado pela existência de latifúndios em
tôrno das cidades As grandes propriedades pouco produtivas são também a causa
do loteamento se desenvolver para tão longe, em lugares onde cedo não haverá
construções Isto é feito somente pelo espírito especulativo numa época de inflação
É de se notar que as terras saneadas pelo govêrno na Baixada, com o objetivo
de melhorar as condições da lavoura de abastecimento da capital, foram muito
valorizadas pela possibilidade de também serem loteadas, o que aliás tem acontecido.
Nos trabalhos de loteamento têm sido usadas muitas espécies de máquinas
e em quantidade; as lavouras têm sido prejudicadas; no entanto, a respeito dos
problemas da agricultura, apresenta-se quase sempre como razão das difiwldades,
.a falta de mão-de-obra

IV A MANUTENÇÃO DA VELHA ESTRUTURA AGRÁRIA

Apesar da modernização da indústria açucareira e da concentração da respectiva


lavoura em plantations; apesar do desenvolvimento de maior variedade de produtos
agrícolas, apesar da forte industrialização e urbanização na região, ainda restam
muitos elementos da antiga estrutura econômica, principalmente nas atividades do
campo, em quantidade tal que são suficientes para caracterizar a estrutura agrária
como muito atrasada Esta estrutura agrária· é responsável em grande parte pelo
menor aproveitamento das terras e pela existência de grandes extensões incultas nas
paisagens atuais da Baixada Fluminense
Uma das características da estrutura econômica é a predominância da grande
propriedade Existiam em 1940, na Baixada, excluído o Distrito Federal, 21 746
propriedades que produziam agrkolamente, ocupando a área total de 1 201 997,4
hectares No Distrito Federal eiam 7 994 numa área de 48 578 ha Para êste número
de propriedades, a população ativa permanente era de 157 475 pessoas nos municípios
fluminenses e 18 878 em terra carioca Isto significa que a relação entre a população
:ativa das p1opriedades e o número destas era de 7, se fôr excluído o Distrito
Federal e de 6, considerando também esta unidade
Ainda pelo censo de 1940, existiam 173 propriedades de mais de 1 000 hectares
ada uma, cobrindo uma área de 424 000 hectares, ou sep, aproximadamente 1/3
do total da área recenseada
As propriedades de mais de 2 000 hectares ocupavam áreas de:

117 058 ha na chamada zona dos Goitacases * sôbre o total de 692 884;
23 441 ha na chamada zona de Araruama sôbre o total de 272 679;
52 658 ha na chamada zona de Guanabara sôbre o total de 193 762;
13 890 ha na chamada zona da Ilha Grande * * sôbre o total de 42 672.

Segundo a divisão regional vigente em 1940


::: ::: Foi considerado apenas o município de Itaguaí

-10-
- 146 -

Observa-se maior concentração na chamada zona da Guanabara


A retirada de famílias importantes da zona rural para as cidades no transcurso
da evolução da Baixada não fêz com que todos abandonassem a posse da terra
Radicados na cidade e interessados em outras ocupações, êstes proprietários não
podiam cuidar com eficiência do aproveitamento agrícola e suas terras se mantêm
como latifúndios
Também nas áreas onde a lavoura vinha sendo feita sem interrupção e os
fazendeiros não se afastaram de suas terras, como em Campos, no sul do município
de Itaboraí, etc , as grandes fazendas com as suas antigas estruturas foram mantidas
Nestas áreas também se processava a aglutinação das terras dos pequenos cultivadores,
cuja resistência era menor nas épocas de dificuldades
A grande quantidade de terras adquiridas pelos capitalistas também foi um
fator da manutenção das grandes propriedades Além daqueles que se interessaram
pela produção de frutas, muitos capitalistas p1ocuraram manter latifúndios pelo
espírito de especulação imobiliária De qualquer modo, a pqsse de terras por parte
de habitantes da cidade em grande proporção se reflete no alto índice de absentismo
no Estado do Rio de Janeiro: é de 29,4% em relação à extenção das terras
recenseadas .
A existência destas grandes propriedades cujos donos pouco se interessam
pela lavoura é uma das razões para que grandes extensões da Baixada fiquem
ao abandono ou sejam apenas aproveitadas para a extração da lenha, barro ou
areia, pois não exigem capitais e cuidados e não apresentam os riscos da agricultura.
É também comum a colocação do gado em criação extensiva, o que exige pouca
mão-de-obra Ocorre principalmente nas grandes planícies de campos naturais, como
na bacia do Macacu, do Guandu e do rio Macaé
Aliás, nestas áreas de grandes planícies, muitas extensões foram sempre dedicadas
à criação de gado devido às condições naturais, às inundações e à pouca profundidade
da tabatinga
Quanto à concentração das propriedades em função de um produto valorizado,
como foi observado na compra de fazendas pelos comerciantes de frutas ou pelas
usinas, deve ser considerado de modo especial o aumento dos domínios destas
últimas É que se trata, no caso, de intensificar a produção agrícola em concorrência
com os fornecedores, utilizando-se cada vez mais o trabalho assalariado e métodos
mais modernos de cultivo Em conseqüência, também os fornecedores procuram
melhorar as suas lavouras O fato é que no município de Campos, onde os
solos são considerados os mais férteis, o consumo de adubos corresponde à maior
parte dos empregados na Baixada Neste município também se concentra a maior parte
das máquinas agrícolas De 1 144 propriedades da Baixada que possuem instrumentos
agrários, 638 se situam no município de Campos
O nível mais elevado da lavoma açucareira nas áreas de usinas se deve
também ao fato de que as lavouras não se podem deslocar para longe das usinas,
devendo ser cultivada a mesma terra.
As terras que têm sido adquiridas pelas emprêsas interessadas na explotação
da lenha também passam a servir ao jôgo de especulação imobiliária depois da
devastação florestal
- 147 -

Em geral, quando um comprador adquire terras visando a determinado aprovei-


tamento agrícola, êle se interessa por uma quantidade maior do que a sua capacidade
de ocupação. Assim, muitos fruticultores e outros fazendeiros se tornaram ao
mesmo tempo loteadores
O valor das terras muito superior às benfeitorias, máquinas e gastos de produção
é outra característica da estrutura agrária Reflete a manutenção de uma economia
em que o principal elemento é a terra e indica a pouca aplicação de capital na
agricultura Pelos dados de 1940, observa-se:

- Valor das terras Valor dos prédios, máquinas, Gastos com a produção
veículos e animais
Cr$ 291 ooo 000,00 Cr$ 157 000 000,00 Cr$ 5 5 ooo 000,00

Note-se que a tendência dos declarantes é de diminuir o valor das terras e


aumentar o dos gastos
Compensando as divisões das terras por heranças ou vendas, o reagrupamento
de propriedades pela especulação ou pela valorização de certos produtos vem man-
tendo a grande propriedade.
Entre 1940 e 1950, segundo o Serviço Nacional de Recenseamento, o número
de propriedades de todo o Estado do Rio de Janeiro passou de 48 389 para
40 602 e êste fenômeno foi certamente muito acentuado na Baixada Fluminense
Enquanto isso, a população rural aumentava de 461 961 habitantes para 553 746
O trabalho agrícola é exercido, pois, em grande parte pelos meeiros e "colonos".
Em 1940 os dados indicam 91 000 colonos e empregados e 13 000 trabalhadores
extraordinários Sôbre a população ativa de cêrca de 15 7 000, 58 000 pessoas eram
parentes do responsável pela propriedade respectiva
O regime da meação é uma forma antiquada Ainda no tempo da escravidão,
na segunda metade do século XIX, "os escravos possuem até na maior parte
das fazendas lavouras próprias de cujos produtos dispõem livremente 1 0 Atualmente,
a meação e o colonato se exercem principalmente na produção de cereais, mandioca,
cana-de-açúcar dos fornecedores e engenhos de aguardente e na produção de abacaxi
Ê freqüente também se encontrar a meação na produção do carvão vegetal e da
lenha O trabalho no regime de empreitada e colonato é, às vêzes, encontrado nos
laranjais e bananais Nos pomares penetram as formas do salariato, tal como já
foi visto nos terrenos das usinas Contudo, esta penetração capitalista é ainda
muito pequena no conjunto da Baixada e os salários são mais empregados nos
serviços não permanentes Nas fazendas de cana-de-açúcar existe o trabalho perma-
nente dos meeiros ou colonos e nas épocas de maior serviço o emprêgo de
trabalhadores rurais Nas fazendas de frutas, existem os "moradores" das propriedades,
meeiros e colonos, que ganham salários trabalhando nas plantações do proprietário
na colheita ou na poda. O sistema da meação seria mais difundido nas áreas
dedicadas à fruticultura se os laranjais e bananais não fôssem culturas permanentes,
como acontece com o abacaxi em que o sistema é mais comum

10
"O Império do Brasil na Exposição Universal de 1873 em Viena d'Ãustria"
- 148 -

No regime de meeiros e colonos, o proprietário tem uma função comercial,


sendo o intermedi~rio entre êles e o mercado, pois compra a parte dêles da
produção, abastecendo-os por meio da "venda" da fazenda O sistema do "vale"
ainda é comum a poucos quilômetros do Rio de Janeiro
As conseqüências desta situação, grandes propriedades, trabalho de meação,
pouco capitalismo na agricultura e comércio feudal, são as seguintes:
a) a grande massa da população rural não se radica na terra em que mora
Além do regime da propriedade facilitar o êxodo rural, é uma causa dos numerosos
deslocamentos dos lavradores de uma fazenda paia outra Não dispondo de contrôle
sôbre as atividades econômicas da propriedade, os "moradores" são obrigados a se
mudar quando elas se modificam desfavoràvelmente.
b) A expansão de uma lavoura só é feita quando interessa aos proprietários,
pois são êles que assalariam ou financiam os "meeiros" Os grandes empreendimentos
agrícolas ficam limitados aos interêsses de uma parte apenas daqueles que se ocupam
com a terra Como, em geral, os proprietários, principalmente os que dispõem
de outras emprêsas econômicas, só se interessam pelas atividades muito lucrativas,
a lavoura é muitas vêzes abandonada ou se dá maior importância aos produtos de
exportação
e) Os proprietários dos grandes domínios não podem aproveitar a totalidade
de suas terras sem aplicar grandes capitais, principalmente onde houvesse necessidade
de obras, como nas planícies sujeitas a inundação Daí, a pobreza em lavouras i;ias
planícies em tôrno do Rio de Janeiro As áreas cultivadas são pequenas nos
latifúndios
d) O regime de meia significa um aluguel caro da terra, pouco rendimento
para o lavrador e no fundo encarecimento da produção Neste sistema o proprietário
não se preocupa com o preço de custo 11 pois, dispõe sempre da metade da produção
livremente Esta é uma das razões importantes da manutenção dos velhos sistemas
agrícolas da rotação de terras e queimadas O meeiro não terá vantagens em aplicar
dinheiro na melhoria do trabalho agrícola, porquanto as vantagens obtidas teriam
de ser divididas com o proprietário O lavrador subestima o problema da degradação
do solo, porque pode mudar de fazenda quando o solo lhe rende pouco Ademais
êle pode ser forçado a se retitar da fazenda e seu~ investimentos seriam perdidos
Aliás, sendo muito baixo o rendimento do lavrador, desde que não seja financiado
é difícil haver melhoria ou ampliação da área cultivada
e) Os latifúdios facilitaram a intensificação da especulação imobiliária, os
loteamentos urbanos e uma expansão espacial desmesurada, desnecessária da capital
Observava-se que onde se intensificava a especulação imobiliária ou o proprietário
não oferecia trabalho ou financiamento, deslocava-se maior quantidade de gente
para a cidade
No entanto, existem outras razões para a manutenção dos velhos métodos
agrícolas Uma delas é a pouca disponibilidade em dinheiro nas mãos dos agricultores,
dominados cada vez mais pelos comerciantes Outras razões são: o alto preço das
máquinas, dos adubos, enfim de tudo que é importado, que muitas vêzes não se
encontra; o desinterêsse pelo aumento da produção motivado pelas especulações dos

11 A R COUTINHO - "Por que faltam agrônomos no Brasil?"

/
f.t
149 -

intermediários; as dificuldades da manutenção dos instrumentos agrícolas; os pequenos


lucros dos produtos agrícolas, principalmente dos chamados gêneros alimentícios,
enquanto nos setores urbanos os capitais rendem muito mais; a tradição dos velhos
métodos, e, finalmente, a ignorância dos próprios lavradores
Um fato importante é que grande número de fazendeiros não tem prática
do trabalho da terra o Prof RENATO DA SILVEIRA MENDES, na sua obra já
citada, mostra como na citricultura, muitos produtores provenientes da cidade não
estavam qualificados
O sistema agrário vigente, estabelecido na Baixada desde o início da colonização,
foi um fator para a forte degradação dos solos. A baixa produtividade de muitas
áreas devido ao sistema agrícola empregado, foi certamente mais importante para
o abandono da lavoura do que a Abolição O empobrecirriento dos solos explica
em parte a ausência de milho e de feijão em muitas roças, predominando as
'lavouras de mandioca, menos exigente A baixa produtividade, por sua vez, passa
a ser uma das causas do desinterêsse dos proprietários pelas lavouras, em muitas áreas.
Um simples parcelamento das terras não teria evitado que diversos dêstes
problemas afetassem a economia agrícola, mas, por si só os teria atenuado Na
zona de Campos, um grande número de propriedades agrícolas foi um fator pata
o desenvolvimento da economia açucareira, atravessando-se uma época de transfor-
mações; na zona de Santa Cruz, os parcelamentos goternamentais para a explotação
agrícola, contribuem aí para a resistência da lavoura no meio de loteamentos

CONCLUSÃO

Depois de longo processo econômico-social, criou-se na Baixada 1}m contraste


enorme entre as cidades, onde predominam estruturas econômicas modernas e o
campo, onde permanecem de modo amplo as formas arcaicas O grande crescimento
das cidades só fêz aumentar os problemas do abastecimento de gêneros, enquanto
extensas áreas eram abandonadas pela lavoura
No entanto, no conjunto a produção da Baixada Fluminense, tanto industrial
como agrícola, tem aumentado sempre

BIBLIOGRAFIA

1) COUTINHO, AR - Po1 qtte fctltam ag1ônomos 110 Bictsil? - Tese inédita apresentada
ao I Cong1esso dos Setvidores Públicos de Nível Unive1sitá1io Superiot
2) DE CARL!, Gileno - A Evolttção do P1oblema Ccmc11,iei10 Flttminenre - Irmãos Pongetti
- Rio de Janeito, 1942

3) FERREIRA SOARES, Sebastião - Notas Estatísticas sôb1e a Piodttção Ag1ícola e Carestia dos
Gêne10s Alimentícios no Impé1io do Biasil - Rio de Janei10, 1860

4) GEIGER, Ped10 Pinchas - O Loteamento na Baixadct dct G11c111ctbc11a, 1ll "Anuátio


Geog1áfico do Estado do Rio de Janeiro", nº 5, 1952

5) Góis, Hildebrando de Araújo - Saneamento dct .Baixadct Fluminense - Publ da


Diteto1ia de Saneamento da Baixada Fluminense, Rio de Janeito, 1939

6) GoMES CoELHO MESQUITA, Mytianí - A mandioca nct Baixc1da Fluminense, in "Anuátio


Geog1áfico do Estado do Rio de Janeiro", nº 5, 1952
- 150 ..,.---

7) O lmpé1io do Bu1sil na Exposição Univeisal de 1873 em Viena d'Âurl!ia, Rio de Janei10,


Tipografia Nacional, 1873

8) LAMEGO, Albe1to Ribei10 - O Homem e o B1ejo, Biblioteca Geográfica Brasileira,


publicação nº 1 da séiie-A - Livros, Conselho Nacional de Geografia, Rio de
Janeiro, 194 5

9) MENDES, Renato da Silveüa - Paisagens Cultmais da Baixada Flttminense - Univ de


São Paulo, Fac de Filosofia, Ciências e Letras, São Paulo, 1950

10) PRADO JÚNIOR, Caio - Fo1mação do Biasil Contempo1âneo, Livra1ia Martins Editôia, São
Paulo, 1942

11) SAINT-HILAIRE, Augusto - Viagem pelas p101•íncicis do Rio de Jctneii o e Minar Geiais,
tomo I, tradução e notas de CLADO RIBEIRO LESSA, coleção Btasiliana, vol 126, Comp
Editôra Nacional, São Paulo, 1938

12) V ALVERDE, Otlando - Aspectos Geog1áficor e Econômicos da Ag1icultu1a no Município de


ltaboiaí, in "Anuário Geog1áfico do Estado do Rio de Janeüo'', n• 5, 1952 Dados
estatísticos do I B G E

/
VULTOS DA GEOGRAFIA FLUMINENSE

PROFESSOR LUIZ PALMIER

O Dr LUIZ PALMIER 1ealizou o seu objetivo, formando-se em Medicina, em


1918, quando recebeu o seu batismo de fogo na campanha da epidemia "espanhola",
em São Gonçalo, município que escolhera para início de sua carreira profissional
Daí se projetou por tôda a Baixada Fluminense, onde trabalhou, incansável
e produtivamente, como apóstolo da ciência, como amigo do Bem, como devotado
patriota
Nesse ínterim as suas atividades, nos domínios da inteligência, não cessam:
ei-lo membro da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro; toma parte no V
Congresso Brfisileiro de Geografia, apresentando interessante monografia sôbre "O
Município de Sapucaia"; compartilha do Comitê Organizador do XX Congresso
Internacional de Americanistas. e da Comissão Executiva do Tri-centenário de Cabo
Frio
Na imprensa de São Gonçalo, de Niterói e do Rio de Janeiro, a sua colaboração
foi constante, havendo sido o redator-chefe da revista "Folclore Fluminense" e
versado colaborador do Anuário Geográfico do Estado do Rio de Janeiro.
Escolhido para Conselheiro da Liga Brasileira Contra o Analfabetismo, cooperou
na fundação das Ligas Fluminense e Petropolitana, como, também, tomou parte
saliente nas atividades da Associação Brasileira de Educação e Cruzada Nacional
de Educação
Atuando desassombradamente em memoráveis campanhas ov1cas, políticas e
educacionais, viu o seu nome espraiar-se por tôdas as fronteiras dos muniop10s
fluminenses, aureolado de apreciável prestígio, o que o impeliu a ingressar nos
nos domínios da política
Eleito representante do povo à Câmara Municipal de São Gonçalo e depois
deputado estadual, a sua ação profícua e patriótica na Constituinte de 1936 e na
Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro fêz-se sentir de maneira
realmente notável
LUIZ PALMIER foi, incontestàvelmente, um dos parlamentares que mais traba-
lharam pela prosperidade e grandeza da Terra Fluminense, e a prova desta assertiva
pode ser encontrada nos Anais da Câmara Estadual, onde registrada ficou a sua
brilhante passagem por aquela Casa do nosso Legislativo

*
Conseqüência de pereg_rinação constante pelas serras e baixadas, e o estudó do
estado de miséria e sofrimento das populações sem recursos, integrado perfeitamente
nas sociedades gonçalense e fluminense, iniciou e chefiou um movimento de ampla
repercussã'o popular, que tinha por finalidade a construção e respectiva instalação
- 152 -

do "Hospital de São Gonçalo", acontecimento que teve o seu feliz epílogo, festivamente,
no dia 4 de março de 1934, com a inauguração do tão desejado e necessário
nosocômio
O "Hospital de São Gonçalo", fruto quase exclusivo da tenacidade, desprendimento
e idealismo construtor do Dr LUIZ PALMIER, com a ajuda e boa vontade de alguns
outros líde1es e do povo, por êle devidamente orientado, ergue"se, garbosamente,
com suas sóbrias linhas arquitetônicas, no sopé que domina, qual sentinela vigilante,
a entrada da cidade de São Gonçalo, e vem prestando os mais relevantes serviços
médico-cirúrgicos não só à população dêsse Município, como à de tôda a Baixada
Fluminense, além de outras mais distanciadas regiões do Estado
Dirigindo o Hospital, durante 8 anos, nêle introduziu melhoramentos de vulto,
já ampliando a sua capacidade, já aperfeiçoando as suas instalações, de acôrdo
com as novas conquistas da Ciência Médica
Nesse modelar nosocômio, criado pelo puro idealismo de LUIZ PALMIER, em
mais de três lustros, milhares e milhares de patrícios nossos foram recuperados para
uma vida nova, para o trabalho profícuo, para a grandeza do Brasil

*
Não querendo dormir à sombra dos louros colhidos, fundou o Instituto Gonça-
lense de Assistência à Maternidade e à Infância, com instalação de Lactário e aparelhagem
em benefício de milhares de escolares, como a instalação completa de Puericultura
Tomando parte na Campanha da Sociedade Brasileira de Puericultura, de âmbito
nacional, fundou diversas filiais no interior do Estado e do País
Dando o seu valioso apoio à campanha que se fêz a favor dos leprosos, em
todo o Estado do Rio de Janeiro, bateu-se com vigor em defesa dos atacados pelo
mal de Hansen, sustentando memoráveis debates na Sociedade de Medicina e
Cirurgia de Niterói, pela Imprensa, nos Congressos Científicos e no plenário da
Assembléia Fluminense
Presidiu a Caixa Escolar de São Gonçalo, em mais de uma gestão, 1ealizando
trabalho de satisfatórios resultados de serviços médicos, dentários e os demais de
assistência social ao escolar, particularmente a instalação de dois modelares gabinetes
odontológicos: o do "Gmpo Melquiades Picanço", no bairro operário de Neves
e do "Grupo Amanda Velasco", na zona rural, em Vila Ipiíba (Santa Izabel)
Querendo a Prefeitura de São Gonçalo oferecer gratificação financeira a tão
abnegado esculápio, pelos serviços inexcedíveis prestados à população, em ocasiões
várias, como na época da epidemia de gripe, em 1918, foi tal oferta delicada e
peremptoriamente recusada
Serviços de previdência social, onde ressaltam os de Educação e Saúde, foram os
preferidos pelo Dr. LUIZ PALMIER, pois, nesses setores pôde manifestar mais ampla-
mente a grandeza de seu espírito e a magnanimidade de seu coração e, por isso,
quando foi escolhido pelo govêrno para Vice-Presidente do Conselho Estadual de
Serviço Social, com justificada razão recebeu, da consagração pública, os epítetos
de "Apóstolo do Bem", "Pai da Pobreza" e "Benemérito de São Gonçalo"

*
Professor Luiz Palmier
- 154 -

Os seus incontestáveis méritos, reconhecidos pelo govêrno, pelas instituições


culturais e pelo povo em geral, fizeram, naturalmente, que fôsse êsse incansável
servidor da Pátria escolhido pelo Governador AMARAL PEIXOTO para representar
o nosso Estado no I Congresso Brasileiro de Folclore, que se realizou, em 1953,
em Curitiba, Estado do Paraná, como Secretário-Geral da Comissão Fluminense de
Folclore, missão de que se desempenhou com notável brilhantismo; tendo, ainda, por
êsse motivo, sido cotividado para proferir uma conferência na Faculdade Fluminense
de Filosofia, no curso de Extensão Universitária e de "Estudos Fluminenses", o
que gostosamente fêz, discorreu sôbre o tema - "O Folclore nas Tradições de
Cultura dos Fluminenses" .
Realizando-se, ultimamente, o XI Congresso Brasileiro de Geografia, em Pôrto
Alegre, a adiantada Capital do Estado do Rio Grande do Sul, foi o Dr LUIZ
PALMIER mais uma vez indicado pelo Governador fluminense para fazer parte
da (omissão representativa do Estado do Rio de Janeiro, apresentando, naquele
concorrido Conclave Científico, alentada tese que versou sôbre "Mutações Econômicas
do Médio Paraíba do Sul"
A inauguração do "Grupo Escolar Luiz Palmier", em São Gonçalo, foi, ainda,
expressiva homenagem do Govêrno Fluminense ao insigne brasileiro
A Câmara Municipal de São Gonçalo não ficou indiferente aos inestimáveis
serviços prestados pelo Dr LUIZ PALMIER ao Município, daí o haver agraciado,
em solenidade pública, com o honroso título de CIDADÃO GONÇALENSE,
oportunidade em que se fizeram ouvir, não só o seu Presidente, mas todos os
vereadores, líderes de seus Partidos, em inflamados discursos congratulatórios
Atravessando as fronteiras do Estado a fama de suas realizações nos domínios
da beneficência coletiva, para se projetar na Capital da República, prestou-lhe a
"Esso Standard do Brasil", por tal motivo, significativa homenagem no seu glorioso
programa "Honra ao Mérito", que se realizava até há pouco na Rádio Nacional,
tendo a medalha de ouro, do prêmio consagrador, sido colocada em seu generoso
peito pelo Desembargador MIRTARÍSTIDES DE TOLEDO PIZA, gesto que foi acompanhado
com palavras da mais elevada e entusiástica exaltação.
Com a entrada do Brasil na grande conflagração mundial, fêz o curso de guerra,
conquistando a patente de Capitão-Médico do Exército Naci~nal
Professor em vários Institutos de Ensino, foi Diretor do Instituto de Educação
do Estado do Rio de Janeiro, do "Ginásio Orlando Rangel'', Catedrático de
Microbiologia da Faculdade de Farmácia e Odontologia do Estado do Rio de
Janeiro, e lente em disponibilidade da Faculdade Fluminense de Medicina.
Foi fundador e presidente do Instituto Fluminense de Cultura, além de membro
da Academia Niteroiense de Letras, havendo ocupado a presidência, onde ilustrou
a cadeira patrocinada por JOAQUIM MANOEL DE MACEDO; foi dedicado Consultor
Técnico do Diretório Regional de Geografia do Estado do Rio de Janeiro

*
Entre os seus trabalhos históricos e científicos podemos anotar: "São Gonçalo
Cinqüentenário", "Município de Sapucaia", "A Lepra - Problema Mundial", "Dis-
trito de Neves'', "Sinopse Estatística do Município de Niterói'', "A Lagoa de
Araruama e suas Riquezas", "Divisão Administrativa do Estado do Rio de Janeiro",
- 155 -

"Geografia e Industrialização do Calcáreo", "A "B C G " na Maternidade do


Hospital de São Gonçalo'', "Aula Inaugural da Faculdade de Farmácia e Odontologia
do Estado do Rio de Janeiro'', "Marquês de Valença - um Estágio de Grandeza
da Aristocracia Rural Fluminense", "Os Beaurrepaire Rohan na História do Brasil",
"Itaverá e São João Marcos", "Maurício de Abreu - um Pioneiro da Democracia"/
tendo deixado em preparo trabalhos de apreciável mérito, entre outros: "Geografia
e História do Estado do Rio de Janeiro", "Ciclos Econômicos do Vale do Paraíba
do Sul" e "Coletânea de Poetas Fluminenses"
Considerado como figura exponencial no Município de São Gonçalo e no
Estado do Rio de Janeiro, o Dr LUIZ PALMIER recebeu muitas manifestações de
simpatia e admiração por parte do povo, sendo iniciativa popular, aprovada pelo
Prefeito, a placa com o seu nome, que se ostenta na principal praça da Cidade de
São Gonçalo, desde 1952
Pelas Damas de Caridade do Hospital, que êle fundou, foi inaugurado o seu
retrato no salão principal do mesmo Hospital, assim como no seu pórtico pode ser
contemplado o seu busto em bronze, com a seguinte inscrição: "Ao idealizador e
primeiro Diretor dêste Hospital de São Gonçalo, Dr. LUIZ PALMIER - O grande
amigo do Município de São Gonçalo - Homenagem da população do 29 distrito -
1920-1934"
Eis, em ligeiros traços, esboçadas as qualidades que se cristalizam na personali-
dade de escol dêsse paladino das causas públicas - o Dr LUIZ PALMIER -
verdadeiro varão de Plutarco, que honrou, sobremaneira, a cidadania brasileira,
pelo muito que fêz erri benefício da família, da sociedade, da Pátria e da
Humanidade.
Faleceu no dia 17 de outubro de 1955
PROFESSOR JOSÉ VERíSSIMO DA COSTA PEREIRA

P1of MARIA CONCEIÇÃO VICENTE DE


CARVALHO
Do corpo técnico do C N G

Ao se imprimirem novos rumos à Geografia no Brasil, desde logo se salientou


a figura de JosÉ VERÍSSIMO DA COSTA PEREIRA como um dos seus elementos de
maior valor Possuidor de aguda inteligência e de espírito de observação, leitot
infatigável e apaixonado pela Geografia, tudo o indiciva para ocupar o lugar de
destaque no meio geográfico brasileüo, que efetivamente ocupou.
Nasceu em 1º de outubro de 1904 em Paraíba do Sul, oride fêz os estudos
primários e iniciou o curso secundário, que iria te1minar em Vassouras, tendo prestado
exames de suficiência no Colégio Pedro II
No Instituto de Vassouras, ainda estudante, começou a ensinar Geografia e
História; aí mesmo, no interior da província fluminense, travou conheciipento com
os grandes mestres da Geografia, lendo as obras básicas da geografia moderna, o
que determinou a sua inclinação definitiva para esta ciência e o seu ensino
Ao transferir-se para o Rio de Janeiro em 1924, trazia considerável cabedal
de conhecimento geográfico, pouco freqüente na sua idade e na época Aqui
chegado dedicou-se ao magistério em várias instituições particulares e, alguns anos
depois, no Colégio Universitário da Universidade do Brasil e no Colégio Pedro II
Professor nato, sabia como poucos captar o interêsse dos estudantes para a
Geografia, que, para êle, constituía o apaixonante instrumento pelo qual se adquiriam
conhecimentos úteis do nosso País e do mundo em geral A sua cultura geográfica,
a sua simpatia pessoal, o seu modo de expor assuntos mais complexos por meio
de comparações vivas com os fatos aos quais os alunos estavam habituados, tudo
contribuía para despertar estusiasmo nestes, conseguindo dêles trabalhos de maior
envergadura do que seria de esperar-se em adolescentes que não se destinavam
a ser futuros geógrafos
Sentindo a deficiência de material geográfico, escreveu, em colaboração com
AFONSO VÁRZEA, "Geografia" (1931); "Geografia Física" (1935) e "Geografia
Humana" (1936), livros didáticos que revelam a atualização dos conhecimentos
dos autores anteriormente à criação das Faculdades de Filosofia
Com a sua formação eclética, não se filiou a qualquer escola, tal como não
se limitou a um dos tamos da ciência geográfica Interessava-se por todos êles,
não lhe escapando também a metodologia e a didática da geografia Preocupava-se
com os seus problemas sôbre as quais escreveu vários trabalhos, dentre os quais
podem-se destacar "Perfis e Faixas Estatístico-Geográficas Padrões efetivos" "A
Propósito da Evolução, Conceito e Métodos da Geografia", "A Geografia na
Universidade do Ar", "Organização de uma Monografia Geográfica Brasileira";
Professor José Veríssimo da Costa Pereira
- 158 -

"Programa de Geografia"; "O Professorado e o Papel no Brasil das Faculdades


de Filosofia e do Conselho Nacional de Geografia"
Não possuíndo diploma de curso superior, entretanto dispunha, graças ao seu
talento e cultura geográfica, de grande prestigío nos meios educacionais do país,
e várias vêzes foi convidado a participar de bancas de exames de concursos de
catedrático e de doutoramento nas Universidades de São Paulo, Minas Gerais e
Bahia
A pedido de FERNANDO DE AZEVEDO escreveu um trabalho de vulto sôbre
a evolução da Geografia no Brasil Empolgado pelo assunto, estusiasmado diante
do volume e do acêrto das observações feitas sôbre o nosso País pelos viajantes e
geógrafos dos primeiros séculos de nossa vida, VERÍSSIMO sentiu dificuldade em
limitar-se às poucas páginas pedidas Conseguiu finalmente fazer uma síntese brilhante,
mas com o material recolhido preparou um livro A publicação dessa obra póstuma
será mais uma contribuição sua, e. de grande valor, para a nossa Geografia
Em 1945 ingressou como geógrafo especializado no Conselho Nacional de
Geografia, ao qual já pertencia como membro da Biblioteca Geográfica 'e da
Comissão de Redação da Revista Logo a seguir partiu para os Estados Unidos,
onde cursou a Universidade de Wisconsin, em Madison e a Northwestern University,
em Evanston, Illinois Dos estudos aí realizados trouxe o trabalho sôbre "Aproveita-
mento de Terra em Relação ao Solo e às formas Glaciais, na zona de Lannon,
Washington County, Wisconsin, U S A "
De regresso ao Brasil, seguiu com outros geógrafos para o Planalto Central,
a fim de estudar a localização da nova capital e, em colaboração com o Instituto
de Imigração e Colonização, procedeu a estudos visando à colonização nos estados
de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás Com o material obtido nessas
excursões organizou um filme geográfico, colorido e sonoro, o primeiro realizado
pelo Conselho de Geografia Participou de várias outras excursões por diversas
regiões do território brasileiro, quer como orientador de técnicos do Conselho, quer
em caráter diverso.
Sôbre suas observações no campo escreveu vários trabalhos, como "Mapeamento
da Vegetação do Município de Poxoréu e traços Essenciais da Carta esquemática
resultante"; (em colaboração) : "A criação de centros de Atividades econômicas
nos Países Novos"; "O lugar dos trabalhos geográficos na obra da Colonização do
Centro Oeste Brasileiro"; "Areas de Colonização do Centro de Mato Grosso em
relação com a exigüidade das Planícies e terraços fluviais e com o problema da
acessibilidade dos mercados"; "Traços da Geografia da MaÜria no Oest~ Paulista
ao longo da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil"; "Tipos Morfológicos do Habitat
Rural e Urbano no trecho noroeste do Paraná"; "A penetração linear na Bacia
Amazônica"
De feitio essencialmente gregário, encontrou na Associação dos Geógrafos Bra-
sileiros o ambiente propício à sua sociabilidade e aos seus ideais de geógrafo
Mais de uma vez ocupou a Presidência da agremiação, dedicando-se sobretudo a
atrair associados para ela e a fortificar os laços entre os grupos de geógrafos
existentes em várias regiões do País, o que contribui para lhe dar o cunho
nacional, que hoje tem.

P.
- 159 -

Se foi um grande viajante, se percorreu o Brasil de norte a sul, se v1s1tou


outros países, como a Argentina, o Uruguai, o Chile e os Estados Unidos, nunca
esqueceu a sua terra natal, a pequenina Paraíba do Sul À frente da Secção
Regional do Rio de Janeiro, escolheu como programa de trabalho o estudo daquele
recanto fluminense Conseguiu transmitir o seu entusiasmo a tôda uma equipe
de geógrafos moços cujas horas de lazer foram dedicadas àquele estudo Essa
qualidade sua, essa influência sôbre os jovens, dentro ou fora de suas classes, foi
um dos traços mais construtivos e marcantes de sua personalidade
Seu espírito de boêmio não impedia de se dedicar ao trabalho e foi no seu
pôsto de geógrafo, já sentindo-se doente, mas cônscio de que não devia faltar a
compromissos assumidos nem à confiança nêle depositada que, quando ~iajava pela
Amazônia a serviço do Instituto Nacional de Imigração e Colonização, aí faleceu
no dia 7 de agôsto de 1955.
PROFESSOR EDUARDO RODRIGUES DE FIGUEIREDO

Eng 9 EDUARDO RODRIGUES DE FIGUEIREDO FILHO

Nascido em 30 de abril de 1875, na Ilha do Governador, Distrito Federal,


desde muito cedo manifestou extremo gôsto pelos estudos Terminando o curso
primário, ingressou na Escola Normal, diplomando-se professor Durante o curso,
partidário acirrado do Marechal FLORIANO PEIXOTO, engajou-se no "Batalhão Tira-
dentes", organizado, como tantos outros, para jugular a revolta irrompida contra
o célebre "M.arechal de Ferro" Aí obteve a patente de capitão
Concluído o curso normal, lecionou durante alguns anos até que aceitou a
proposta de um notável engenheiro construtor uruguaio, do qual foi secretário
Por instâncias de seu chefe, ingressou na Escola Politécnica, cujo curso não chegou
a concluir, devido à morte prematura de seu benfeitor, vitimado por um ataque
de febre amarela
Nessa ocasião, não desejando voltar ao magistério, deliberou aceitar o comando
da Guarda Noturna do Rio de Janeiro, o qual exerceu até o seu casamento, em 1904,
quando resolveu ingressar no antigo Conselho Municipal do Distrito Federal, hoje
Câmara Municipal
Senhor de sólida cultura geral e de uma atividade incomum, logo se destacou,
começando a galgar os cargos, até que se aposentou, em 1924, como Diretor do
Expediente da referida Câmara
Uma vez aposentado, transferiu sua residência para a fazenda onde terminou
seus dias, no Município de Maricá
Até o fim de sua existência, empregou suas atividades político-sociais em
benefício da coletividade do Município Foi Vereador e Presidente da Câmara de
Maricá, tendo tido atuação destacada durante o período que ali serviu Foi,
também, Presidente do Conselho Florestal Municipal e Membro do Diretório
Municipal de Geografia, funções que exerceu com o zêlo que lhe era peculiar
Sua vida foi sempre pontilhada de atos de benemerência, pois socorria a
todos quantos o procuravam Era o Presidente da Sociedade de Socorros Mútuos
de Maricá, organização de cunho puramente filantrópico
Conseguiu a instalação de uma escola pública em Cassorotiba, local onde
residia, cujo terreno foi por êle doado ao Estado Devido a sua interferência foi
grandemente melhorada a estrada que serve àquela região
Amante acendrado da natureza, dedicou-se por longos anos à agricultura
Durante mais de 30 anos foi Consultor-Técnico da popular revista agrícola "Chácaras
e Quintais", por intermédio da qual publicou diversos trabalhos, destacando-se,
entre outros, a sua esplêndida "Floricultura Brasileira'', obra que está sendo reeditada,
Professor Eduardo Rodrigues de Figueiredo

-11-
- 162 -

e "Cultura de especiarias", trabalhos êsses muitas vêzes reproduzidos nas revistas


especializadas estrangeiras
Nos últimos tempos, totalmente devotado às coisas do Município de Maricá,
escreveu um importante trabalho - "Notas para a História de Maricá" - que
foi publicado no "Anuário Geográfico do Estado do Rio de Janeiro" (Vols 2 a 5,
de 1949 a 1952)
Prosseguindo suas investigações, estava, quando o alcançou a morte, coligindo
notas para o término de novo e interessante trabalho de cunho folclórico, ao qual
dera o título de "Lendas e Tradições de Maricá"
Faleceu no dia 10 de setembro de 1955
Cidadão íntegro, extremamente dedicado à sua família, amigo incondicional
de seus amigos, deixa o saudoso extinto uma lacuna que dificilmente poderá ser
preenchida
QUADR~ DEMONsi;,RATIVO DAS DECLINAÇÕES
MAGNETICAS LEVANTADAS NO ESTADO DO
RIO DE JANEIRO

LOCALIDADE MUNICÍPIO Decl Data Localiza~~ão


magnética

Areal Três Rios 15°31,6' 8-1952 Margem oeste do campo de futebol


e no prolongamento da linha que
divide as duas metades do rnferido
campo
Araruama Araruama 15047,9' 8-1954 A uns 150 metros a sudeste do
"Parque Hotel Araruarna"; 9,60 m
da esquina sudoeste f:1mada pela
avenida con1 a rua Beta; 3 ,30 m do
lado leste da citada rua
Cabo Frio Cabo Fiio 16°12,0' 3-8-1952 A 29,08 m e 92°00' NE da Igreja
Correntezas Silva Jardim 17°22,0' 22-7-1954 A 10 metios da cabeceirn, da ponte,
na margem direita do rio São João,
na estrada Gaviões-Silva Jairlim
Consei vat6ria Marquês de Valença 16°17,0' 28-4-195'1 Na praça a 39,10 m e 89°20' SO da
Ig1eja
Caidoso Moieixa Campos 17-7-1952 A 223 metros e 72°06' SO da Igreja
próxima à estação da Leopoldina
Conceição de Macabu Conceição de Macabu 16°27,0' 30-7-1952 Em frente ao Cemité1io
Duas Barras Duas Barras 17°10,0' 16-6-1954 A 50 metros e 15°15' SE da Igreja
Guandu Campos 18°22,0' 7-7-1952 A 145 metros e 80°41' NO da Igreja
Itaocara Itaocara 16°17,3' 8-1952 A 1,0 m do canto n01 oeste do campo
de futebol e 5,7 m do muro oeste
que ràdeia o referido campo
Macaé Macaé 16°30,0' 8-1-1952 Canto sudoeste do campo de aviação
e na conf1ontação da biruta do
campo; 28,15 m a leste da cêrca
de arame faipado que fica junto
à estrada de rodagem; 21 inetros
a oeste da estiada de acesso ao campo
e 102,70 ma n01deste da esquina
nordeste da casa de alvenaria mais
próxima da estação
Mauá Resende 15008,0' 11-4-1954 No campo de futebol a 83,85 rn e
54002· SE da Igreja
Manuel Duarte Rio das Flores 16°53,0' 12-6-1954 A 21,60 metros e 50°48' NO da Igreja
Moiangabo Campos 16°26,0' 12-7-1952 A 178 metros e 68°34' SE da Igreja
Monte Verde Cambuci 17038,0' 25-6-1954 A 31,30 m e 31°30' NE da Igreja
Mono do Coco Campos 17°07,0' 3-7-1952 A 14,85 m e 74°37' NE da Igreja
Nova Friburgo Nova Fribu1go 14047,5' 8-1952 Em terreno da viúva Hemique
Lage e no campo de aviação A
estação está no CI uzamento da linha
que indica o extremo norte do campo
cmn a linha que divide em duas
metades, a pista de aterrissagem
Pati do Alferes Vassouras 17°17,0' 8-10--1952 A 50,40 m e 140° 43' NE da Igreja
Renascença Santa Maria Madalena 18°00,0' 13-7-1954 Bifurcação da estrada de Sta Mar ia
Madalena-São Fidélis-Faz Santo
Antônio
Rosal B J do Itabapoana 17°33,0' 5-6-1953 A 48,25 m e 43°27' NE da lgieja e
na Praça
Sapucaia Sapucaia 17°04,0' 13-0-1954 Em li ente ao Grupo Escolar a 71,40 m
e 01°44' NE do Busto do Gal.
Dutra (RN RJ-13U)
Sodrelândia Trajano de Morais 15,43,0' 31-7-1952 Na praça em frente ao quarteirão
do Departamento Geográfico
Sampaio Coneia Saquarema 13032,0· 3-8-1954 A 34,30 m e 66°52' NE da Igreja.
São Vicente de Paulo Araruama 16°10,0' 2-8-1952 A 214 metros e 52°26' NO da Igreja.
Tribobó São Gonçalo 15°12,0' 11-8-1952 A 80,20 m e 57054• SE do Pôsto
ESSO
O ESTADO DO RIO DE JANEIRO EM FACE DA
MUDANÇA DA CAPITAL FEDERAL
Assunto da máxima relevância para o Estado do Rio de Janeiro é o que se
prende _à mudança da Capital Federal para o planalto central de Goiás Isto porque
o Distrito Federal, área do território fluminense, corpo geogràflcamente integrante
do Estado do Rio de Janeiro e que dêle foi destacado exclusivamente para constituir,
primeiramente, o Município Neutro e, depois, o Distrito Federal, uma vez deixe
de servir a êsse especial fim, deveria retornar a ser o que foi, um território do
Estado do Rio de Janeiro
A Constituição Federal diz que, uma vez efetuada a transferência da Capital da
República, o atual Distrito Federal passará a constituir o Estado da Guanabara Em
ângulo oposto se encontra a Constituição do Estado fluminense que refletindo o pensa-
mento dominante da sua esfera cultural, declara que o Estado do Rio de Janeiro deverá
pleitear a recuperação do território atualmente ocupado pelo Distrito Federal, uma
vez seja efetivada a mudança da Capital da República para o interior do País
O relativamente minúsculo território do Distrito Federal não pode oferecer à
cidade do Rio de Janeiro condições de auto-suficiência, indispensáveis, ao menos,
quanto ao suprimento de gêneros alimentícios de primeira necessidade Dividida
a insignificante área do território do então Estàdo da Guanabara em municípios,
mais se acentuaria o aspecto da insuficiência e da pobreza de espaço, na formação
de Comunas, num País de opulenta extensão territorial Fazer, sem necessidade, da
cidade do Rio de Janeiro a Capital de um Estado tão diminuto seria quase
subestimar a sua importância e a sua grandeza.
A área para o futuro Distrito Federal foi fixada em 5 000 km2 , enquanto a
do atual é tão-somente de 1 356 km2 Acrescente-se a essa diferença o fato de que
a primeira é quase plana e inteiramente arável, ao passo que a segunda é cortada
por várias serras rochosas assim como restingas Evidentemente se um área como a do
Distrito Federal de hoje foi considerada pequena, por uma Comissão de técnicos,
para os fins a que se destina, com maior razão será insuficiente para abranger os
requisitos inerentes a um Estado.
Pondere-se que, assim como, de maneira bem aceita, a cidade de São Paulo
é a Capital do Estado do mesmo nome, a cidade do Rio de Janeiro seria a Capital do
Estado homônimo, e que a linha litorânea fluminense não ficaria mais interrompida
ao atingir a orla marinha do Distrito Federal, para tornar-se contínua como a
Natureza a delineou, uma vez estabelecida a união dos dois territórios
Não se presuma que o Distrito Federal transmutado em município fluminense
venha a ser, em relação aos outros municípios do Estado, uma unidade de dilatadas
dimensões, pois área maior possuem as Comunas de Campos, Macaé, São João da
Barra, Itaperuna, Marquês de Valença e Resende, notando-se que Campos tem
uma superfície aproximadamente três vêzes mais ampla
- 166 -

TEIXEIRA DE FREITAS, o idealizador do sistema ibegeano, ao traçar um esbôço


para uma nova Carta Política do Brasil, em que a cidade do Rio de Janeiro deixaria
de ser a Capital Federal, imaginou fôsse ela a Capital de um Estado com cêrca de
170 000 km 2 ; o Estado do Rio de Janeiro contribuiria, para êsse fim, com os seus
42 588 km2 , o Distrito Federal com a sua área de 1 356 km2 e Minas Gerais com
o restante. Seria o Estado da Mantiqueira. Esta concepção encerra o pensamento
de se conceder a uma grande Capital um território condizente com a sua elevada
classe.
Os mapas do Brasil de maior divulgação, escolhidas as dimensões mais conve-
nientes, são os da escala vizinha de 1 : 5 000 000; nesse tamanho o território do
Distrito Federal desaparece, para ficar ligeiramente assinalada a sua posição Isto
significa que o Estado da Guanabara não teria representação cartográfica nos
mapas do Brasil, na citada escala, de uso escolar.
O nome "Estado da Guanabara", reservado para o atual Distrito Federal,
traz a idéia de que o acidente geográfico louvado para a escolha do citado nome
é peculiar ao território do Distrito Federal, quando, na realidade, a baía de
Guanabara está muito mais engastada no Estado do Rio de Janeiro, em que banha
cinco de seus municípios, num percurso mais de duas vêzes maior do que aquêle
ocupado pelo Distrito Federal O Estado da Guanabara deveria envolver a baía
do mesmo nome para que ficasse bem apropriado o emprêgo do vocábulo Neste
caso levando-se em conta o que já dispõe a Constituição Federal de que a cidade
do Rio de Janeito se torne a Capital do Estado da Guanabara, quem sabe se, em
última análise, fazendo provàvelmente prevalecer os sentidos de confraternização,
renúncia e de acatamento a injunções geográficas, seria admissível deixar que o
Estado da Guanabara cobrisse as fronteiras do Estado do Rio de Janeiro Os
fluminenses continuariam a desfrutar dessa mesma designação que os distingue no
seio da família brasileira, não perdendo, pois, a sua continuidade histórica e
recuperariam, para o seu acervo homérico, quiçá até com grande simpatia dos
cariocas, a maior cidade do Brasil
A e.idade do Rio de Janeiro projetar-se-ia melhor sendo a Capital de um
Estado de 43 944 km2 de superfície, do que de outro com apenas 1 356 km2
Ambos, cidade e Estad'o do Rio de Janeiro, deverão ficar grandemente beneficiados
com a junção de seus territórios e unificação de suas atividades econômica, política
e administrativa .
Aqui ficam, acima assinaladas, algumas razões de @rdem geográfica, que talvez
possam ser úteis na ocasião em que se deva dar cumprimento ao que prescteve o
artigo da Constituição estadual

/,
DIVISÃO REGIONAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
1955

Segundo a Resolução nQ 462, de 7-7-1955, da


Assembléia Geia! do Conselho Nacional de Geogtafia

ZONA DA BAIXADA DE GOITACAZES 3 Itaperuna


Campos 4 Mira cem a
2 Conceição de Macabu 5 Natividade do Catangola
3 Macaé 6. Po1ciúncula
4 São João da Baua 7 Santo Antônio de Pádua

2 ZONA DA BAIXADA DO RIO SÃO 8 ZONA DE CANTAGALO


JOÃO Cantagalo
1 Casimi10 de Abreu 2 Carmo
2 Silva Jatdim 3 Cordeito
4 Duas Bairas
3 ZONA DA BAIXADA DE ARARUAMA 5 Itaocata
Aia1uama 6 São Sebastião do Alto
2 Cabo F1io 7 Santa Ma1ia Madalena
3 Ma1icá 8 Sapucaia
4 São Ped10 da Aldeia 9 Sumidouro
Saquarema 10 São Fidélis
4 ZONA DA BAIXADA DA GUANABARA 11 Tiajano de Matais
1 Cochoeiias do Macacu 9 ZONA DO ALTO DA SERRA
2 Duque de Caxias 1 Bom Jardim
3 ltaboraí 2. Nova F1ibu1go
4 Magé 3 Pet1ópolis
5 Nilópolis 4 Te1esópolis
6 Nite1ói
7 Rio Bonito 10 ZONA DE RESENDE
8 São Gonçalo 1 Baua do Pitaí
9 São João de Me1iti 2 Baua Mansa
3 Itaverá
ZONA DA BAIXADA DO RIO GUANDU 4 Ma1quês de Valença
Itaguaí 5 Mendes
2 Nova Iguaçu 6 Miguel Peteita ( *)
6 ZONA DO LITORAL DA BAIA DA 7 Paiaíba do Sul
8 Piraí
ILHA GRANDE
Ang1a dos Reis 9 Resende
2 Mangaratiba 1O Rio das Flô1 es
3 Patati 11 T1ês Rios
12 Vassouias
7 ZONA DO MURIAÉ 13 Volta Redonda
Bom Jesus do Itabapàana
2 Cambuci (''') Criado pela Lei nQ 2 626, de 25-10-955
4 44
MACIÇO DO ITATIAIA ( )

ALFREDO ]osÉ PORTO DOMINGUES


Geógrafo do C N G

Quem VIaJa do Rio para São Paulo, seia pela rodovia, seja pela ferrovia, após
atravessar uma área em que o Paraíba corre enquadrado por uma série de garupas
gnáissicas, de altitudes que osciJam entre 450 e 550 metros, chega à região entre
Resende e Queluz e vê, ao norte, erguer-se um gigantesco conjunto de montanhas
dominando o vale do Paraíba, com elevações de mais de 2 000 metros Surge
tal barreira como um imenso pilar alçado a grande altitude O contraste é muito
vivo, por se ter interrompido a série de garupas, dando lugar ali a um relêvo
menos movimentado com formas tabulares E ao fundo, dominando tudo isto,
ergue-se1 abruptamente, o , Itatiaia
E, também, ao lançar a vista para o sul, divisará a sucessão de colinas
elevando-se pouco a pouco naquela direção e, como que estreitando o horizonte,
ao fundo observará um outro maciço que domina esta planura Ê a serra da
Bocaina
Ultrapassando-,se o maciço do Itatiaia a rumo norte, penetra-se numa zona
mais baixa, cortada de rios que drenam diretamente para o rio Grande Os cimos,
nesta parte, agrupam-se em tôrno da mesma altitude
O maciço do Itatiaia caracteriza-se pela apresentação da paisagem de um
planalto eriçado de pontões, os mais variados Muitas vêzes a superfície é coberta
por uma camada de blocos de sienito de tamanhos diversos, até vários metros,
que se erguem sôbre o solo turfoso, coberto de gramíneas
O alto do Itatiaia pode ser descrito como um alto planalto, bastante acidentado
Dominando-o, erguem-se, soberanamente, os gigantescos conjuntos representados pelas
Prateleiras e as imponentes Agulhas Negras
Separadas do Itatiaia pràpriamente. dito, mas pertencentes ao mesmo conjunto
do maciço, encontramos outras serras majestosas, como a serra Negq e a serra de
Queluz Caracterizam-se estas por pertencerem ao grupo das elevações constituídas
das mesmas rochas que as do maciço do Itatiaia
Entretanto, estudaremos, mais pormenorizadamente, o bloco no qual se erguem
as Agulhas Negras e as Prateleiras.
O topônimo indígena Itatiaia, comó quer TAUNAY, significa penhasco cheio
de pontas e é, segundo TEODORO SAMPAIO, corruptela da forma primitiva Ita-ti-ai
O nome foi, sem dúvida, influenciado pela aspereza das formas e êste aspecto
impressionou próvàvelmente os indígenas que palmilhavam o território.

* Conferência pronunciada no Parque Nacional de Itatiaia, por ocasião da excursão dos delegados
à XII Assembléia Geral do C N G , em outubro de 1952
** Da Revista Brasileira de Geografia, ano XIV, outubro dezembro de 1952, n• 4

/;
/
Fig. l - Vista panorâmica do planalto. - Creio que após o exame dessa forografia será difícil afirmar a existência de traços da superfície de campos de DE
MARTONNE. Trata-se óuma topografia bastante confusa, cheia de estranhas formas dentre as qums destacamos agulhas e outros acidentes curiosos. Ao fundo
na parte central têm-se as famosas Agulhas Negras que se destacam pelo seu perfil alcantilado dominando a pmsagem. (Foto A. Domingues)
- 171-

O têrmo Agulhas Negras tira o seu nome do aspecto de verdadeiras agulhas,


aspecto topográfico que reflete uma adaptação das formas do relêvo à estrutura
e que veremos mais tarde, quando passarmos em revista os problemas de geomorfologia
do maciço
Quando o visitante contempla o conjunto das Agulhas Negras queda-se extasiado
com a paisagem que se assemelha a uma paisagem lunar, com os seus picos de
formas variadas e no meio dos quais a vegetação mal se percebe, ofuscada pela
grandiosidade dos blocos. Esta paisagem em nada se compara ao que se observa
em outras tantas regiões do Brasil
O limite da grande massa de rochas eruptivas, que constituem o Itatiaia, é
bem mais dilatado que aquêle figurado na carta geológica de Minas. No lado
fluminense se estende até a divisa com o estado de São Paulo, penetrando mesmo
neste estado, como foi verificado pelo Dr. ALBERTO RIBEIRO LAMEGO
Êste geólogo observou que o maciço se estende bem mais para oeste, prolon-
gando-se além do meridiano que passa pela cidade de Cruzeiro Na direção do
norte observa-se que as rochas foiaíticas se estendem até as proximidades de
Santana do Capivari, localidade vizinha à cidade mineira de Pouso Alto
Para leste segue uma linha até as proximidades do velho núcleo Mauá, quando
se inflete para o sul, atingindo a baixada sedimentar do vale do Paraíba
\ '
A área abr'\_~gida pelos afloramentos destas rochas é bastante extensa, cobrindo
cêrca de 1 450 km2 É o segundo maciço de rochas nefelínicas do mundo
Em primeiro lugar, temos o de Kola, na Lapônia, com 1 554 km 2 Os outros
maciços existentes, são de menor monta
Para termos uma idéia m~lhor da grandeza da área do maciço do Itatiaia, basta
ver que ela é maior que a do Distrito Federal
Já DERBY afirmara: "A grande massa montanhosa do Itatiaia, que se eleva
cêrca de 2 500 metros de SUfl base, é, na maior parte, composta de uma variedade
de foiaíto, que tem mais o aspecto de um granito do que a rocha predominante no
Tinguá e Cabo Frio"
Como em todo maciço alcalino, observamos aí no Itatiaia uma diversidade
bem grande de rochas Assim, ao lado dos sienitos nefelínicos - rochas com
pouca sílica, de estrutura holocristalina (isto é, de cristais grandes e bem formados),
encontramos outros, como os fonolitos porfiróides, onde vemos sàmente alguns
cristais pequenos no meio de massa cristalina ou semi-cristalina
Observa-se, também, que algumas vêzes a rocha se apresenta mais silicosa,
tornando-se mais ácida Assim, esta tendência da rocha de se tornar mais ácida
é verificada pelo aparecimento de quartzo-sienitos.
A diversidade de rochas tem importância, pois mais tarde veremos que ela
influenciará no modelado do alto do planalto
Estas rochas alcalinas estão encravadas entre outras gnáissicas, bastante características
das serras litorâneas
Na rocha encaixante observamos ser a mesma bastante pobre em calcários,
circunstância esta de capital importância para definirmos a origem do maciço
Assim, DALY, explicando a gênese das rochas alcalinas, afirma que elas sãó formadas
pela reação dum magma b~sáltico sôbre rochas calcárias
Como as rochas calcárias são pràticamente inexistentes em tôrno do maciço,
somos forçados a refritar tal conceito

I
L/'
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- 172 -

A teoria que podemos apresentar para explicar a gênese das rochas do Itatiaia
é a de BACKLUND, segundo a qual te1íamos a formação de um gigantesco domo
Neste batólito interno encontraríamos a cristalização; havendo diferenciações devido
à diversidade de densidade dos vários minerais solidificados
Entretanto, enquanto o magma se achava fluído, ocorreu uma série de movimentos
com o aparecimento de várias correntes convectivas Esta série de movimentos de
convecção explica a situação atual de rochas, das mais variadas origens, próximas
umas às outras
Deu-se, também, concomitantemente, com os movimentos de convecção do magma,
a digestão das paredes

Fig 2 - Pode-se observar o caos de blocos Resultam de


ataque da erosão realizando os planos de diáclase Ao fundo
temos um aspecto das Prateleiras Estas sugerem a um viajante
mal avisado a presença de camadas quase horizontais Entretanto
êste aspecto é fornecido por juntas quase horizontais Êste
é um dos aspectos do planalto

O p10cesso de consolidação do magma pode dar-se da seguinte maneira:


1) A temperatura desce até abaixo do ponto de fusão do primeiro mineral:
a aegirina, e com isto o magma se cristaliza, segregando gradações de rochas
subsaturadas
2) As altas temperaturas continuam nas paredes elevadas, persistindo nestas
áreas a diferenciação magmática (chegando a haver nesta a digestão da aegirina
já formada)
3) Formam-se núcleos de rochas, onde se observam associações de sílica,
devido à proximidade da cúpula gnáissica
Obse1va-se que o teto da gigantesca cúpula apresenta-se ftaturado e injetado
de diques lamp10fíricos, alguns ricos em carbonatos e formações hidrotermais
No caso do Itatiaia, a te01ia de BACKLUND satisfaz, pois, obse1vando-se ao
redor da região magmática, vamos encontrar uma área de zonas contendo fontes
(hidrotermais) e minerais
Nas zonas limítrofes verifica-se a pob;eza em aegirina e tudo parece mostrar
que houve a digestão das paredes gnáissicas
173

Nas encostas predominam fo!aítos típicos Os cimos do maciço são representados


pelas Agulhas Negras onde situamos o sienito quartzoso, indicando que o teto
gnáissico se apresentava bem próximo, e tendo havido aí a digestão do gnaisse
da cúpula
A existência das correntes convectivas no magma explicaria a pseudo estrati-
ficação observada aí Podemos considerar estas rochas como se fôssem cristais de
rochas diferenciadas, encaixadas de outras foiaíticas
Assim vemos que as rochas da Agalhas se continuam para W S W. como se
formassem uma crista, chegando a constituir, devido a sua maior dureza; um
obstáculo aos rios, formando vales suspensos, como a várzea das Flôres
A idéia de DERBY, segundo a qual teríamos aqui a gigantesca raiz dum
vulcão, ou, então, os fundamentos duma região vulcânica com várias chaminés,
não se explica, por não encontrarmos as chaminés vulcânicas, como nos casos do
Tinguá, Poços de Caldas e, também, no de Mendanha:

Fig 3 - Paisagem dum vale de fundo chato do planalto


Êstes vales estão com o fundo atulhado de matéria orgânica
De quando em quando encontramos pequenas lagoas aí

O ponto fraco da teoria de DERBY depara-se após um exame cuidadoso das


amostras de rochas Elas apresentam uma estrutura granítica muito homogênea e
não têm as características de rochas efusivas ou hipoabissais como se verifica com
as rochas de zonas, onde encontramos chaminés vulcânicas Assim, não aparecem
no gigantesco monolito do Itatiaia, os fonolitos tufáceos ou basaltos, ou, então,
tufos verdadeiros
As rochas efusivas, quando surgem, são pequenas manchas que ràpidamente
passam a tipos de cristalização em profundidade
Também não podemos admitir a hipótese de serem as raízes dum vulcão,
pois deveríamos encontrar, ainda, sinais do mesmo e, sua idade relativamente recente,
não comportaria que a erosão tivesse carreado os testemunhos
Outra prova, em contrário, seria a quase ausência de diques fonolíticos, que
formam uma verdadeira auréola em tôrno dos centros vulcânicos
Quanto à idade, foi observado que os arenitos de Botucatu, em Poços de
Caldas, tiveram a influência de rochas oriundas do magma nefelínico. Portanto,
podemos, desde logo, admitir, para as rochas do maciço uma idade eo-jurássica

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- 174 -

Para explicar a atual fisionomia do maciço somos levados a admitir, para a


sua formação, a existência de movimentos que o teriam alçado a tal altitude
Quando se observa minuciosamente a topografia do maciço, vindo do vale
do Paraíba, vê-se que, de quando em quando, surgem vales que rompem as colinas
foiaíticas, e após um curso rápido, cheio de quedas, apresentam uma série de cones
de dejeção, dos quais destacamos o de Campo Belo, que se atravessa, para chegar
à sede do parque
Para se explicar a formação dêstes cones temos que admitir a existência de
falhas. Devido a elas o maciço foi alçado, e em seguida trabalhado violentamente
pelos agentes do intemperismo, fornecendo material para a construção dos cones
de dejeção Observando-se com mais atenção, vemos surgir, à meia encosta, um
degrau Ê a primeira frente de falha
Do lado do rio Paraíba o maciço apresenta duas frentes de bloco falhado,
que afetaram os gnaisses e os foiaítos Observamos que do lado mineiro, o bloco
do Itatiaia aptesenta-se basculado, suavemente para o norte

Fig 4 - Vista tomada na direcão da serra de Queluz (no fundo à esquerda) vendo-se à direita
uma zona acidentada, mas muito mais baixa No primeiro plano temos um aspecto do planalto

Somos forçados a admitir que o sistema de falhamento, que deu como resultado
a formação do Itatiaia, é da mesma idade daquele que constituiu a serra do Mar
Nesta última; temos fortes razões para admitir a existência de frentes de falha
A idade das falhas é provàvelmente post-cretáceas, pois encontramos na costa
do Brasil, mais ao norte, falhas importantes, que afetaram as rochas cretáceas
Outra prova da idade, relativamente recente, para o imponente escarpamento
do Itatiaia, é a própria existência do mesmo De outra maneira não se explicaria
que tal escarpa subsistisse por muito tempo, encarregando-se de provocar o nivela-
mento da região
Também os rios, caindo como torrentes, constituem outras provas da juventude
da escarpa
Nestes rios observamos a quase ausência de capturas Tal fato constitui um
forte argumento para a idade, relativamente recente, da frente do bloco falhado
Naturalmente, quando se elevou o maciço do Itatiaia, e chegando à posição
atual, tal bloco passou, então a constituir uma barreira às massas de ar, carregadas
de umidade, que vinham do oceano
- 175 -

Como resultado, temos aí uma pluviosidade anual, maior que a da base em


Resende, chegando a cair, em cima um excesso de 800 mm, sôbre a quantidade
de chuva registrada na base
A pluviosidade decresce para o lado mineiro, refletindo nas associações florísticas
Devido à grande altitude, a temperatura anual média é baixa, comparada
com a. da base, caindo em muitos invernos abaixo de zero grau centígrado,
prdvoca as geadas, e os pequenos lagos e riachos ficam também gelados
Tendo em vista as temperaturas, que são muito baixas, não se verifica, pois,
o desenvolvimento dos solos lateríticos, que caracterizam a zona baixa do vale
do Paraíba.

Fig. 5 - Outro aspecto . das Prateleiras ao fundo Em primeiro plano vemos


caneluros e pequenos depressões resultando do dissolução do sienito devido
à água do chuva A superfície do rocha está coberto por uma crosta de
líquens A água que escorre traz dissolvido certo quantidade de ácidos
orgnicos que têm grande importância no ataque às rochas

A matéria orgânica se acqmula com o tempo e vai constituir os solos turfosos,


próprios das zonas temperadas e frias.
Ainda no alto do Itatiaiâ se verifica uma estação sêca, bem mais nítida, que
nas encostas mais baixas
A topografia do planalto, com suas agulhas, grandes bossas ou um mar de
grandes blocos, ou, então, com gigantescas caneluras, explica-se fàcilmente Não
podemos invocar, exclusivamente nas condições atuais, para explicar êste modelado,
a existência de geleiras, pois, embora seja o planalto bem elevado, está localizado
aquém do limite das neves eternas
Poderia, durante o Quaternário antigo, quando tivemos períodos glaciários,
ter sido o Itatiaia sede de algum glaciário Isto é provável, pois o planalto está
situado próximo do limite das neves, e, um abaixamento de alguns graus de
temperatura teria colocado esta no domínio das neves eternas
Entretanto, sabemos, devido a estudos recentes, que a ação mais enérgica da
erosão se dá, preferencialmente, nas zonas periglaciárias, e, aí, a geada e outros.
- 176 -

agentes do modelado periglacial têm papel ativo na desagregação da rocha A


neve, por si só não esculpe, a não ser localmente, na descida das geleiras Ela
constitui, de modo geral, um manto protetor
Hoje em <lia, pode-se observar nas encostas e nos solos a ação da geada,
erguendo blocos que podem ultrapassar a 2 kg Esta geada, com tal ação, pode
provocar a queda de blocos pequenos nas encostas mais íngremes, ou desl9car os
mesmos como observamos nos cortes da estrada de rodagem Nas secções, da estrada
de rodagem pode-se ver o papel ativo que têm as juntas que cortam o foiaíto
É o grande número de fendas que vai possibilitar a desagregação mais rápida
das rochas Na superfície rochosa, os líquens e musgos permitem conservar a
água caída, por mais alguns dias, sôbre a crosta vegetal, que reveste as rochas
após a chuva, permitindo a penetração da água
Também nas partes deprimidas a decomposição química é mais ativa, por
causa do solo rico em maté1ia 01gânica, pois esta tem a propriedade de reter uma
quantidade muito grande de água Esta desce ao longo das fissuras das rochas,
e decompõe profundamente os feldspatos e feldspatóides De quando em quando,
observamos núcleos, pouco fendilhados, e que restam quase intactos, como grandes
blocos (devido à rocha não fendilhada 1esistir mais aos agentes de meteo1ização)
Às vêzes a rocha caulinizada é retirada, testando êstes blocos, que vão constituir
o caos dos blocos, que podem ser vistos do planalto Aliás, êste mesmo aspecto
é observável bem ptóximo da sede do parque, já muito mais baixo que o planalto,
sôbre a rocha mattiz
Outra prova da forte ação da decomposição química, é o grande núme10
de alvéolos, existentes na superfície das rochas, onde se dá uma verdadeira dissolução
do foiaíto O mesmo se obsetva na fotmação das canelutas
Isto se vetifica em função da constituição da próptia rocha e com o auxílio
de vegetais infetiores, ressaltando entre êles os líquens
Dêste modo fica patente a supremacia aí da decomposição química sôbte a
desagregação mecânica, única responsável por todo o modelado
A própria formação das depressões é fàcilmente explicada pela ação química
Com a hidratação dos feldspato e feldspatóides, êstes podem ser evacuados em
suspensão ou sob a fottna coloidal Além disso, outra parte é levada em dissolução
Forma-se, assim, a primeita cavidade A partir daí, a evolução é fácil Os ácidos
orgânicos têm um papel ativo na dissolução, e, assim, amplia-se a depressão
A erosão difetencial nos blocos, que se apresentam mais ou menos cortados
de juntas, e os diferentes tipos de rochas alcalinas observadas, explicam a topografia
atual
Assim, surgem formas de telêvo, as mais diversas As cristas constituem
ferrolhos, que banam as lagoas, formando verdadeiros vales pantanosos suspensos,
como as vargens do Lírio, do Aiuroca, das Flôres, etc Isto se verifica, devido
ao ataque mais fácil da erosão e a variedade de rochas alcalinas
É aos agentes da decomposição química, aliados aos agentes atmosféricos e à
ação dos vegetais, que devemos a multiplicidade das formas Assim são, ora grandes
blocos arredondados, como o da Maçã, ora em forma de tábuas gigantescas, como
a espetacular Prateleira e a Pedra Assentada Outras vêzes são formas de gigantescas
- 177 -

agulhas, como ocorre com as descomunais Agulhas Negras Enfim, temos aí, um
aspecto tumultuário de formas de blocos e picos
Há quem encontre no alto do planalto os vestígios de uma alta superfície,
correspondendo à de campos, do famoso mestre DE MARTONNE. Cremos, entretanto,
ser um pouco temerário afirmar tal, pois não se assemelha à de uma superfície
típica de erosão. Temos, antes, um relêvo bastante acidentado É muito provável
aí, a existência de uma antiga glaciação Entretanto, as formas que resultariam
da glaciação, trabalhadas em um clima tão pluvioso, estariam profundamente mascaradas

Fig. 6 - Depressíio formada no sienito. Pouco a jusante


encontramos uma queda abrupta do riacho O vale aqui é
embrejado e o rio l!ÕO apresenta um curso bastante nítido
A quantidade da mptéria orgânica no fundo do vale é bem
considerável e , resulta da lavagem das vertentes

Há observadores mal orientados que consideram a existência de hogbacks,


entretanto é absurda tal hipótese pois as chuvas eruptivas não apresentam camadas
No modelado das enco~tas, tem papel ativo a retirada da vegetação primitiva
Devido à forte inclinação das encostas, com a derrubada, o material desta, por
uma questão de equilíbrio, desl~zará Constituem-se, assim, as voçorocas, e outros
pequenos deslizamentos, que ori~inam formas, como pequenos terraços e pequenas
corridas de solo.
A lavagem, pela água da chuva, na encosta, quando se retira a vegetação,
tem, como conseqüência, carreações parciais do solo, diminuindo o rendimento das
culturas.

FLORA

Na flora do Itatiaia, temos a considerar, de pronto, dois tipos diversos:


a) a da encosta;
b) a do campo.
Na da encosta, podemos distinguir dois subtipos, bem característicos:
1) as capoeiras;
2) a mata primária.

- 12 -
- 178

As primeiras resultam da retirada da mata primária A capoeira se caracteriza


pelo aparecimento de espécies, que não existem na mata primária
Os seus elementos se distinguem dos elementos da mata, por se apresentarem
de porte fino e menor resistência
Imediatamente após a derrubada e queimada, surgem as primeiras espécies
invasoras, sendo mais características as samambaias e outras árvores rasteiras
Dentre as outras espécies, encontramos a quaresma, cujo nome resulta de
apresentar na semana santa o seu período de floração Então, nesta época, em
tôda a encosta onde encontramos capoeira, ver-se-á o revestimento arroxeado, emprestado
pelas flôres daquele vegetal.
Dominando esta formação com seus galhos, que mais se parecem gigantescos
candelabros invertidos, erguem-se as prateadas imbaúbas
Encontramos, além dêsses, outros elementos próprios, como assa-peixe, o ipê
branco, muitas canelas, jacaré, ôlho de cabra, etc
Observamos que, enquanto na mata primária, não há homogeneidade na constituição
das associações, na capoeira, ela se verifica
Quanto às associações, o murici e o jambeiro constituem, como a imbaúba,
o pente de macaco e os cararás, as espécies mais comuns, em permeio com a
canela e o cedrinho
Na mata primária, os elementos arbóreos destacam-se pelo maior porte A
côr da folhagem varia, e, quando observada do alto, as copas das árvores, caracterizam-
-se pelos matizes do verde.
Quando se vê a floresta virgem da encosta, nota-se de pronto, uma sensível
diferença entre as faces sul e norte As massas frias, vindas do sul, agravadas
pela existência da gigantesca barreira, são responsáveis pela intensa pluviosidade
na face sul
Ao norte, devido ao efeito da posição de sotavento, temos uma regiao mais
sêca Etn conseqüência, a vegetação reflete esta diferença, constituindo dois tipos
díspares
Ao sul, temos entre as palmeiras: o palmito doce e a brejaúba, que não
aparecem ao norte
Ao norte, encontramos a pereira, o sassafràzinho e o jacarandá, que não
existem no sul
Há, entretanto, plantas comuns nos dois lados, como a candeia, casca d'anta,
e o cedro guatambu. Depararam-se-nos também, entre os de maior porte o ipê,
o bico-de-pato, o angelim, a canela preta, a canjerana, etc
No campo a flora apresenta-se com uma fitofisionomia bem diversa. A primeira
impressão leva-nos a crer que exista sàmente uma vegetação rasteira, entretanto,
surgem capões no meio dela, dando-lhe aspecto diferente com os seus elementos:
arbóreos
A floração, no planalto, é, verdadeiramente, um espetáculo inigualável Surgem,
onde quase não se via vegetação, flôres, as mais diversas, quanto a sua côr, e odor,
deixando-nos em dificuldades para distinguir qual a mais bela
Assim, encontramos os brincos de princesa, as belas carminadas e algumas
orquídeas
Impressionam, pela sua forma esdrúxula, os belos Paepalanthus.
- 179 -

Ainda destacamos os fetos e licopódios e os bambuzinhos do gênero Chusquea,


além da grande quantidade de líquens e musgos
A época de floração do planalto verifica-se no fim da primavera e durante
o verão
Infelizmente o fogo devasta, de quando em quando, a vegetação do planalto,
maltratando bastante as espécies rasteiras
Alguns chamam a esta flora de alpina; entretanto, preferimos chamar de
flora do planalto, pois a mesma ocorre, também, no maciço, e reflete condições
ecológicas especiais .
Quando estamos na época de floração, o planalto se nos afigura mais um
jardim, com miríades de flôres, cada qual a mais bela.

FAUNA

Quanto à fauna, embora tenha sido duramente castigada pelo homem e pelo
fogo, é bastante variada Para isto, basta lançar os olhos pelo museu admiràvelmente
organizado pela administração do parque.
Uma observação interessante é relativa à fauna dos rios âo planalto, onde não
existem espécies da ordem "Piseis". Sómente há nestas águas um pequeno anfíbio.
Não se encontram serpentes venenosas nas regiões elevadas do planalto

OCUPAÇÃO HUMANA

Quanto à ocupação humana, sómente podemos apresentar algumas notas relati-


vamente às encostas Num primeiro estágio, o homem derrubou as matas e fêz
suas culturas Os cafezais trouxeram a devastação até certa altitude.
Ê bem antigo o caminho entre a serra de Queluz e do Itatiaia Por aí
caminharam os bravos bandeirantes
Também aí passa a at4al estrada de rodagem, que vai ter às estações de águas
São Lourenço e Caxambu
O tipo de atividade das fazendas antigas do lado mineiro é o de criação, e o
gado, durante o verão, é trazido para o alto (transumância)
Do lado do rio Paraíba, devido a maior umidade, temos aí possibilidades de
alguma lavoura Os terrenos agrícolas estão, de preferência, nas encostas menos
íngremes e vales de fundo chato, como se pode observar quando se sobe o rio
do Salto.
Deram-se duas tentativas de colonização, uma no núcleo Mauá e outra em
Macieiras, mas malograram
Com o desenvolvimento da indústria no vale do Paraíba, foram devastadas
áreas consideráveis para o fabrico do carvão vegetal, destinado àquelas indústrias
Ultimamente se desenvolvf'u a indústria do turismo e veraneio, sendo bem
procurado os hotéis dos arredores, e o número de visitantes do Parque cresce a
olhos vistos.
O Govêrno, aproveitando esta área excepcional, que é capaz de despertar o
interêsse do público criou, no maciço do Itatiaia, um parque nacional. Assim,

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180 -

êle tornou-se proprietário duma área, que poderia servir de fonte de estudo e
também ser utilizada pelas gerações futuras É o Parque Nacional uma criação de
inestimável valor, e o Govêrno oferece ao povo um centro de descanso e de
identificação com a natureza
No plano do Parque, consta a cuaçao por parte do Govêrno de hotéis e abrigos
que possam proporcionar ao habitante menos favorecido das grandes cidades, um
retiro onde se sentirá feliz e, a um preço razoável
A função ~ais importante do Parque, entretanto, é resguardar o cenário, a
natureza, enfim, a paisagem, fugindo à ação destruidora do homem

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ATA DAS REUNIOES ORDINÁRIAS E RESOLUÇÕES
DO D.R.G. - 1954-1955
Ata da tiigésima teiceiia 1 e;mião 01dinárict do
Diietóiio Regional do Conselho Nacional de Geog1afi,1
no Estado do Rio de fcmeiio

Aos sete dias do mês de ab1il do ano de mil novecentos e cinqüenta e quat10, às nove hoias
e vinte minutos, no Gabinete do Excelentíssimo Senho1 Secietário de Viação e Obias Públicas,
nesta cidade de Niterói, Capital do Estado do Rio de Janeito, 1ealizou se a tiigésima terceira reunião
01dinária do Diretório Regional de Geogiafia, sob a p1esidência do Doutor MANOEL PACHECO DE
CARVAIHO, secretariada pelo Engenheiro LUIZ DE SouzA e p1esentes os Consultores-Técnicos
Doutores MoACYR PAVAGEAU e LUIZ PALMIER, 'os Conselheiros Senho1 ALDEMAR ALEGRIA e
Engenheitos LIBERTÁRIO BOTINO e DÉCIO SILVINO DE FARIA, e o Secretátio-Assistente JEFFERSON
FERREIRA DOS SANTOS Depois de os Senhores Conselhei10s terem apôsto as suas arsinatuias no
liv10 de Piesença, o Senho1 Presidente decla10u abe1ta a sessão e dete1minou que se procedesse à
leitu1a da ata da sessão ante1io1, finda a qual foi ap1ovada, sem debates Na parte rese1vada
à leitu1r1 do expediente, foi lida uma carta firmada pelo P10fesso1 ZIEDE COELHO MOREIRA, datada
de trinta e um de ma1ço do coirente ano, na qual comunica que o signatário dessa missiva e Dona
MAUDE COIMBRA MoREIRA, indicados pelo Diretório, fteqüentaiam e obtiveram aprovação no
Curso de Fétias pat10cinado pelo Conselho Nacional de Geogiafia e destinado ao ape1feiçoamento
dos p10fessô1es secundátios de geografia Pwsseguindo, o Senho1 Secretá1io fêz as seguintes
comunicações: a) que se achava p1esente, pela p1imeira vez, o novo Conselheito Engenheito
LIBERTÁRIO BoTINO, Chefe da Divisão de Viação e Obras Públicas da P1efeitura de Niterói;
b) XI Congresso Brasilei10 de Geogiafia - comunica a sua designação e a do Doutor LUIZ
PALMIER paia 1ep1esentarem o Diretótio nesse Conclave - o Douto1 LUIZ PALMIER agradece
Info1ma que os aludidos delegados ap1esentarão àquele Ce1tame, 1espectivamente, as teses intituladas
"Movimento de Recupeiação Éconômica da Baixada Fluminense" e "Mutações Econômicas do
Médio Paraíba do Sul" Finalmente, ficou delibeiado que o Ditetótio custeasse as adesões dos
seus Membros ao refe1ido Cong1esso; c) Mapa do Solo do Estado - comunica o desenvolvimento
dos trabalhos para a elaboraÇão dessa Ca1ta O Douto1 MoACYR PAVAGEAU dá explicações a
1espeito dos estudos que estão sendo executados e a maneita pela qual se1ão os mesmos
publicados A seguit, o Senho1 ALDEMAR ALEGRIA comunicou que o Ministétio da Agricultuia
estava 1ealizando, no Estado,: estudos sôbi:e o efeito das sêcas na agticultuia e que a comissão
encarregada dêsse sei viço estava colhendo dados junto a Repattições estaduais os presentes
tecem comentátios 1elativos ao assunto 01dem do dia - Iniciada essa patte dos ttabalhos, o
Senho1 Sec1etário lê o 1elatótio das atividades do Ditetó1io durante o ano de 1~53, a ser
apresentado à XIV Sessão 01diná1ia da Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia,
o qual é finalmente aprovado - duiante a leitma do 1elató1io, na patte 1efe1ente ao problema
das enchentes, o Senho1 Presidente:; dá info1mações e explicações sôb1e os estudos e as obias em
realização no Estado O Douto1 LUIZ PALMIER propõe e é aprovada a consignação em ata de
um voto de aplausos ao Senhor Seuetáiio, Engenheiro LUIZ DE SouzA, pela elaboiação do relatório
que acabava de sei lido O Douto1 MoACYR PAVAGEAU solicita, então, pe1missão e retira-se às
dez hoias e quinze minutos Em p10sseguimento, são ap1esentados, submetidos a julgamento e,
finalmente, ap10vadas as seguintes Resoluções: N 9 127 - Encaminhando à consideração da
XIV Sessão 01dinátia da Assembléia Geia! do Conselho o 1elatótio das atividades desenvolvidas
pelo Diretótio <lutante !) ano de 1953; N 9 128 - Ap10vando a p1estação de contas das
- 182 -

despesas efetuadas pelo Düetólio, duiante o 2• semestle de 1953, na impo1tância total de


mil cruzeiros Interêsses ge1ais - O Douto1 Lurz PALMIER faz comentários sôbre a existência
de um projeto paulista no sentido de desviai o Rio Paraíba O Senhor Presidente informa,
então, que a Comissão Estadual de Energia Elétrica está ciente do fato e que aguarda a
decisão final do Conselho Nacional de Ene1gia Elétrica, depois dos estudos que estão sendo
1ealizados em São Paulo A seguir, o Doutor Lurz PALMIER distribui entre os presentes
exemplares do primeiro número da 1evista "Folclore Fluminense" Nada mais havendo a tlatar,
o Senhor P1esidente encerrou os trabalhos às onze horas E, para constar, eu, JEFFERSON FERREIRA
DOS SANTOS, Secretálio-Assistente, lavrei a p1 esente ata, que vai assinada pelo Senhor Presidente,
pelo Senhor Sec1etá1io e por mim subsctita

(a) M PACHECO DE CARVALHO


Lurz DE SOUZA
JEFFERSON FERREIRA DOS SANTOS

Ata da t1 igésima qumta 1eunião 01diná1ia do


Diietó1io Regional do Conselho Nacional de Geog1afia
no Estado do Rio de Janei10

Aos dezenove dias do mês de janeüo do ano de mil novecentos e cinqüenta e cinco, às dez horas,
no Gabinete do Excelentíssimo Senho1 Sec1etário de Viação e Obras Públicas, nesta cidade de
Niterói, Capital do Estado do Rio de Janeiro, realizou-se a trigésima qua1ta reunião ordinária
do Diretório Regional de Geog1afia, sob a presidência do Douto1 MANOEL PACHECO DE
CARVALHO, secretariada pelo Engenheiro Lurz DE SouzA e presentes .. os Consultores-Técnicos:
Doutores Lurz PALMIER, MoACYR PAVAGEAU e JosÉ SouzA DE MIRANDA, o Conselheiro
Engenheiro DÉCIO SILVINO DE FARIA e o Secretário-Assistente JEFFERSON FERREIRA DOS SANTOS
Depois de os Senhores Conselheüos terem apôsto as suas assinatuiar no !iv10 de p1esença, o
Senhor Presidente declarou aberta a sessão e determinou que se procedesse à leituia da ata da
sessão ante1io1, finda a qual foi aprovada, sem debates Na parte reservada à leitu1a do
expediente, o Senho1 Secretálio leu o Ofício n• 651, de 6-12-1954, em que o Senhor Comandante
da Escola Superior de Guerra solicita o envio de seis exemplares do último núme10 do "Anuário
Geográfico" e escla1ece a utilidade do mesmo no Curso Superior de Guerra P10sseguindo, o Senho1
Sec1etário fêz as seguintes comunicações: a) XI Cong1esso Brasileiro de Geografia - comunica
que os representantes do Düetório, Douto1 Lurz PALMIER e Engenheüo Lurz DE SouzA,
compareceram a êsse Conclave, 1ealizado de 5 a 13 do mês de maio do ano próximo passado,
na cidade de Pfüto Alegre, Rio Giande do Sul, durante o qual os mencionados delegados
apresentaram, respectivamente, as teses intituladas "Mutações Econômicas do Médio Paraíba do
Sul" e "Movimento de Recuperação Econômica da Baixada Fluminense", que mereceram
apreciáveis 1eferências e foiam classificadas para publicação nos "Anais" do Cong1esso Enalteceu,
ainda, o Senhor Secretário, a eficiente ação do Douto1 Lurz PALMIER, durante a realização do
Conclave; b) XIV Sessão Ordinária da Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia -
comunica que, como 1ep1esentante do Estado e do Diretório, participou dos trabalhos dessa
Assembléia Geral, 1ealizada entre os dias 1• a 12 de julho de 1954, na Capital Federal Fêz
um ligeiro relato dos tiabalhos mais impoltantes ali abo1dados; c) XVIII Congresso Internacional
de Geografia - comunica a sua designação paia memb10 da Comissão 01ganizado1a dêsse
Congresso, que se1á 1ealizadà em meados de 1956, na cidade do Rio de Janeiro; d) Curso de
Fé1ias para os P10fessô1es de Geografia - comunica que, para freqüentar o aludido Curso,
no corrente exercício, o Diretório indicou a P10fessoia YoLANDA DAMASCENO COIMBRA; e) que
sob o pat10cínio da Associação Fluminense de Engenheiros e Arquitetos, 1ealizou no dia 18 de
novembro último, no Salão Nob1e da Associação Comercial de Niterói, uma Confe1ência intitulada
"Domínios da Geografia" A seguir, o Douto1 Lurz PALMIER agradece as 1eferências elogiosas
que lhe foram feitas pelo Senhor Sec1etálio, pela sua participação no XI Congresso Brasileiro de
Geografia, fala dos tlabalhbs ali desenvolvidos, da designação dos representantes fluminenses paia
membros das comissões, ambos como presidentes, e enaltece a atuação do Senhor Secretário,
- 183 -

Engenheiro LUIZ DE SouzA, nesse Certame Oidenz do dia - Iniciada essa parte dos trabalhos
são apresentadas, submetidas a julgamento e, finalmente, aprovadas as seguintes Resoluções:
N• 129 - Aprovando as prestações de contas das despesas efetuadas pelo Diretório, durante
os p1imeiro e segundo semestres de 1954, na importância total de C!$ 140 390,00 (cento e
quarenta mil tlezentos e noventa cwzei10s); N" 130 - Concedendo ao Sec1etário Nato do
Diretório, a partii de janeiro de 1954 e a título de rep1esentação, a vantagenm constante da
Resolução n• 491, de 29-12-1954, do Diretório Central do Conselho Nacional de Geografia -
ao submeter esta Resolução à apreciação dos Senhores Conselhei1os, o Senhor Secretário lê a
citada Resolução n•491 e histolia os tiâmites por que passou o respectivo p10jeto, antes da sua final
aprovação pelo Diretório Central Inteiêsses ge1ais - O Douto1 LUIZ PALMIER propõe e é
aprovada a consignação em ata dos seguintes votos de congratulações: 1<·) pelas nomeações dos
Doutores ELMANO GOMES CARDIM e FÁBIO DE MACEDO SOARES GUIMARÃES, 1espectivamente,
para Presidente do I B G E e Secretário-Geral do C N G ; 2•) coin o Departamento Estadual
de Estatística, pela publirnção do primeilo número do Anuário Estatístico do Estado cjp Rio de
Janeiro; 3•) com o Senhor Secretá1io, Engenheilo LUIZ DE SOUZA, pela Conferência que o
mesmo 1ealizou sob o patrodnio da Associação Fluminense de Engenheüos e Arquitetos, e pela
sua designação para a Comissão Organizadora do XVIII Congresso Internacional de Geografia
o Doutor l:UIZ PALMIER, em breves palavras, saudando o Douto! MANOEL PACHECO DE CARVALHO,
no ensejo do seu próximo afastamento do cargo de Sec1etálio de Viação e Obias Públicas e,
conseqüentemente, da Presidência do Diretório, exaltou os serviços executados pela Secretaria na
sua gestão; finalmente, o Douto1 PALMIER propõe e é aprovada, por unanimidade, a consignação
em ata de umo voto de congratulações com o Douto1 MANOEL PACHECO DE CARVAIHO, que
agradece O Senho1 Sec1etário p1opõe, e também é aprovada po1 unanimidade, a consignação em
ata de um voto de congratulações com o Excelentíssimo Senhor Governador, Contra-Almirante
ERNANI DO AMARAL PEIXOTO, pela maneira com que ptestigiou as atividades geográficas no
Estado, durante o seu Govêrno O Douto1 JosÉ SouzA DE MIRANDA p10põe e é aprovada a
consignação em ata de um voto de louvor ao Doutor LUIZ PALMIER e ao Engenheiro LUIZ DE
SouzA, pela blilhante pa1ticipação de ambos nos trabalhos do XI Cong1esso füasileiro de
Geografia, como 1ép1esentantes do Düetório O Doutor P ALMIER agradece em nome da delegação
Com a palavia, o Douto1 MoACYR PAVAGEAU fala do desenvolvimento dos trabalhos para a
elaboração do Mapa de Solos do Estado, das atividades do Douto1 LUIZ BRAMÃO nesses serviços
e da colaboiação valiosa que a Secretaria de Agricultma vem 1ecebendo do Departamento
Geográfico Nada mais havendo. a tratai, o Senho1 Presidente encerrou os tiabalhos às onze
horas e vinte minutos E, paia rnnstar, eu, JEFFERSON FERREIRA DOS SANTOS, Seoetário-Assistente,
lavrei a presente ata, que vai assinada pelo Senhor Presidente, pelo Senhor Sec1etá1io e por mim
subsc1ita

(a) SALO BRAND


Lurz DE SOUZA
JEFFERSON FERREIRA DOS SANTOS

RESOLUÇÃO N. 0 129

Ap1ova ,1s despesas efetttadcts pelo D R G duiante


os 1• e 2• senzest1es de 1954

O Düetório Regional do Conselho Nacional de Geogiafia, no Estado do Rio de Janeiro,


usando das suas atribuições e,
Considerando que, na p1esente 1eunião, foiam tomadas as suas contas 1efe1entes às despesas
efetuadas nos 1° e 2• sen;estres de 1954;
Considerando que, por fôrça do disposto no pa1ág1afo único do aitigo 2• da Resolução
n• 103, de 26 de julho de 1941, da Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia,
compete ao Diletólio Regional aprová-las, uma vez esteja de acfüdo com as mesmas;

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,,r;.
- 184 -

RESOLVE:
Artigo único - Ap1ova1 as contas das despesas efetuadas pela Sec1eta1ia do Düetórió
Regional, durante os 1º e 2º semestres de 1954, na importância total de Cr$ 140 390,00 (cento
e quarenta mil trezentos e noventa cruzeiros), de acô1do com os documentos encaminhados a
esta Presidência, pelos ofícios nº' 74 e 6, de 8-3-1954 e 18-1-1955, respectivamente, do
Sec1etário do D R G
Niterói, 19 de janeüo de 195 5
Conferido e numerado (a) Jeffe1son Fe11eiia dos Santor, Secretário-Assistente - Visto
e iubricado (a) Luiz de Souza, Secretálio - Publique-se. (a) Manoel Pacheco de Catvalho,
Presidente

RESOLUÇÃO N. 0 130
Concede g1atificação ao Sec1etá1io do D R G , a
título de 1ep1esentação

O Diretó1io Regional do Conselho Nacional de Geogiafia, no Estado do Rio de Janeito,


usando das suas atribuições e,
Consideiando que a Sec1eta1Ía-Geial do Conselho Nacional de Geogiafia, por fôrça de
Resolução da Assembléia Geia!, entrega, como auxílio, a êste Düetó1io, a importância de vinte
e cinco mil crnzeitos, anualmente;
Considerando que a Assembléia Geia!, em sua XIV Sessão 01diná1ia, delegou pode1es ao
Düetório Centtal para estudai a melhor fotma de indenizai ?S Secretários Regionais por despesas
de iepresentação, a conta do auxílio que a Seoetaria-Geial concede;

RESOLVE:
Attigo único - Fica concedida ao Secretálio Nato dêste Düetó1io Regional de Geografia, a
pa1tü de janeüo de 1954 e a título de representação, a vantagem constante da Resolução
nº 491, de 29 de dezemb10 de 1954, do Diretório Central do Conselho Nacional de Geografia,
na forma nela expressa
Nite1ói, 19 de janeito de 1955
Confe1ido e numeiado (a) Jeffe1son Fe11eita dos Santos, Sec1etário-Assistente - Visto
e rnbricado (a) Luiz de Souza, Sec1etá1io - Publique-se (a) Manoel Pacheco de Ca1vctlho,
P1esidente

RESOLUÇÃO N. 0 131
Encaminha o Relató1io das atividades do D R G ,
1efe1ei;te ao ano de 1954, à considetação da XV Sessão
01diná1ia da Assembléia Ge1al do C N G

O Diretó1io Regional do Conselho Nacional de Geogiafia, no Estado do Rio de Janeiro,


usando das suas atiibuições e,
considerando as exigências 1egulamenta1es;

RESOLVE:
Aitigo único - Fica encaminhado à consideração da XV Sessão 01dinária da Assembléia
Geia! do Conselho Nacional de Geografia o Relató1io anexo das atividades dêste Diretório
Regional, 1efe1ente ao ano de 1954
Niterói, 25 de maio de 1955
Conferido e numerado (a) Jeffe1son Fe1e1i1a dos Santos, Sectetário-Assistente Visto
e rnbricado (a) Luiz de Souza, Secretário - Publique-se (a) ]alo Btand, Presidente
0
Fotografia tirada por ocasiao da visita do Prof Allyrio de Matos e seu Assistente Eng Gilvandro
Simas Pereira ao Diretório Regional de Geografia, em 13 de dezembro de 1955
LEGISLAÇÃO DE INTERÊSSE GEOGRÁFICO
Ementário

Decreto n• 4 91'.>, de 4-12-1954


"Declara de utilidade pública teireno necessátio à execução do plano urbanístico de
Sodrelândia, 5• distiito do M de Trajano de Morais"
Decreto n• 4 914, de 4-12-l.954
"Declara de utilidade pública tetreno necessano à execuçfo do plano uibanístico de
Sodrelândia, 5• distrito do M de Trajano de Moiais"
Lei n• 2 382, de 18-1-1955
"Ctia o disttito de Serraria, 5• do Município de Três Rios"
Lei n• 2 385, de 20 1-1955
"Cria a Comarca de Volta Redonda"
Lei n• 2 419, de 28-1-1955
"Amplia o pe1ímet10 urbano da cidade de Miracema"
Lei n•2 429, de 4-2-1955
"Ap1ova a delimitação das zonas uibana e suburbana do M de Nova Iguaçu"
Decreto legislativo n• 61, de 31-3-1955
"Cria a zona uibana da Vila de Werneck"
Lei n• 2 435, de 5-4-1955
"Aprova os limites do M de Volta Redonda"
Lei n• 2 626, de 25-10-1955
"Cria o Município de Miguel Pe1eira"

DECRETO N. 0 4 913, DE 4 DE DEZEMBRO DE 1954

O Governador do Estado do Rio de Janeito, com fundamento no art 40, item 1, da


Constituição Estadual, de 20 de junho de 1947,

DECRETA:

Art 1• - Fica declaiado de utilidade pública, de acôido com os artigos 2• e 69 combinados


com a alínea "i" do artigo 5• do Deoeto-lei federal n• 3 365, de 21 de junho de 1941, para
o fim de se1 desapropriado, por conta e em favo1 do Estado do Rio de Janeiro, mediante
composição amigável ou pr~cedimento judicial, o terreno de prop1iedade de PAU! o LONGO e
sua mulher ESPERANÇA MELO LONGO, com a área de 2 510,00 mº (dois mil, quinhento e dez
metros quadrados), situado na Vila de Sodrelândia, 5• distrito do Município de Tiajano de
Morais, e necessário à execução do plano urbanístico local
Art: 2• - O terreno de que tiata o artigo antetio1, de fauna itregula1, está situado na
quadra limitada pelas ruas "!'', "N" e "C" e Avenida "5", p10jetadas e já construídas de acôrdo
com o plano de urbanização de Sodrelândia, e tem as seguintes dimensões e confrontações: A
testada para a rua "I" mede 38 (trinta e oito) metros em 1eta; a segui! em cu1 va circular à
direita, de raio de 6 (seis) metros com o desenvolvimento de 22 (vinte e dois) met10s,
limita-se co.m o cruzamento da rua "I" .com a rua "N"; prosseguindo, em reta de 64 (sessenta
- 188 -

e quatro) met10s ,01ientada em 63 9 30' S W magnétiws, fica dete1minada a sua testada pata
a rua "N"; continuando, em cm va citcula1 à direita, de 1aio de 6 (seis) metros com o
desenvolvimento de 15 (quinze) met10s, limita-se com o n uzamento da rua "N" com a
Avenida "5"; continua po1 cmva citcula1 à esque1da, com iaio de 50 (cinqüenta) metros e
desenvolvimento de 13 (treze) met10s, couespondendo à sua testada pela Avenida "5", atingindo,
então, a divisa com teueno de p10p1iedade do Estado co11espondendo à parte já construída da
praça projetada "B"; dês te ponto em 1eta de 12 (doze) metlos, à ditei ta, segue confrontando
com o citado teueno; a seguit, em 1eta de 20 (vinte) metlos, à direita, normal à anteriot,
limita com o fundo do lote do Sr NESTOR ]osÉ MoRAES e finalmentte, a seguit, em reta de
60 (sessenta) metros, à esque1da ,normal à anterior, atinge a testada da lUa 'T', confrontando
em tôda a sua extensão com o mesmo lote de p10ptiedade do S1 NESTOR ]osÉ MoRAES
Att 3• - A Secretatia de Viação e Obias Públicas levanta1á e depositará, em tempo útil,
por inteunéd.io do Depattamento Geog1áfico, a planta do imóvel 01a declarado de utilidade
pública, por conhecimento dos inte1essados e demais efeitos legais
Att 49 - A exp10ptiação de que tiata o p1esente dec1eto é declaiada de ca1áte1 u1gente, nos
tê1mos e pata a finalidade p1evista no attigo 15 do citado Dec1eto-lei n• 3 365, de 21 de
junho de 1941
Att 59 - ílste dec1eto entia1á em vigo1 na data de sua publicação, 1evogadas as disposições
em conttá1io

Palácio do Govêino, em Nite1ói, 4 de dezemb10 de 1954

(a) ERNANI DO AMARAL PEIXOTO


Manoel Pacheco de Caivalho
Paulo Ly1ct

DECRETO N. 0 4 914, DE 4 DE DEZEMBRO DE 1954

O Goveinado1 do Estado do Rio de Janei10, com fundamento no a1t 40, item I, da


Constituição Estadual, de 20 de junho de 1947,

DECRETA:

Art 19 - Fica declaiado de utilidade pública, de aéôtdo com os a1 tigos 29 e 69 cbmbinados


com a alínea "i" do attigo 59 do Dec1eto-lei fedetal n• 3 365, de 21 de junho de 1941, pata
o fim de se1 desap10p1iado, po1 conta e em favo1 do Estado do Rio de Janeito, mediante
composição amigável ou p10cedimento judicial, o te11eno de proptiedade de NESTOR ]osÉ
MoRAES, com a área de 1 200,00 m 2 (mil e duzentos met10s quadiados), situado na Vila de
Sodrelândia, 59 distrito do Município de Tiajano de Moiais, bem como a benfeito1ia no mesmo
existente, o qual é necessá1io à execução do plano mbanístico local.
Art 29 - O te11eno de que tiata o a1tigo ante1io1, na fo1ma de um 1etângulo, está
situado na quadia limitada pelas lUas "C", "I" e "N" e Avenida "5", p10jetadas e já construídas
de acôrdo com o plano de mbanização de Sod1elândia, e tem as seguintes dimensões e confron-
tações: A sua testada é pata a 1ua "I" e tem a extensão de 20 (vinte) met10s; o seu lado
direito, na posição do obse1 vado1 que tem o te11eno pela ftente, inede 60 (sessenta) met10s,
confrontando em tôda a sua extensão com o te11eno de p10ptiedade do Estado, ou seja a parte
já construída da piaça p10jetada "B"; o seu lado esque1do, patalelo e oposto ao anterio1, mede
60 (sessenta) met10s e confronta em tôda a sua extensão com o te11eno de prop1iedade do
S1 PAULO LONGO e, finalmente, a la1gma nos fundos é de 20 (vinte) metros, confrontando
com o mesmo te11eno de p10p1iedade do St PAULO LoNGo; a sua maiot extensão está orientada
segundo a linha este-oeste
Art 39 - A Sec1eta1ia de Viação e Obras Públicas levanta1á e deposita1á, em tempo útil,
por intermédio do Depa1tamento Geográfico, a planta do imóvel ota declarado de utilidade
pública, po1 conhecimento dos inte1essados e demais efeitos legais
- 189 -

Art 4• - A exptopriação de que tiata o presente é declaiada de caráte1 mgente, nos têunos
e para a finalidade prevista no artigo 15 do citado Decreto-lei n• 3 365, de 21 de junho de 1941
Art 5• - :Este decreto entrará em vigor na data <le sua publicação, 1evogadas as disposições
em contrário

Palácio do Govêrno, em Nite1ói, 4 de dezembro de 1954

(a) ERNANI DO AMARAL PEIXOTO


Manoel Pacheco de Caivalho
Paulo Ly1a

LEI N. 0 2 382, DE 18 DE JANEIRO DE 1955

A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janei10 deneta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1• - Fica criado o 5• distrito do Município de T1ês Rios, com a denominação de


Serra1ia e sede na localidade dêsse nome
Att 2• - O disttito de Sena1ia obedece1á aos limites seguintes:
Com o 1• Distrito (Três Rios) - começando no alto conhecido como Sena do Rio Novo,
segue uma linha teta até atingir, no eixo da Rodovia União e Indústria, um ponto f10nteiro ao
marco do quilômetro 71 dessa estrada e po1 outia linha reta segue na direção no1deste até
atingir, na 1espectiva linha de vertentes, o ponto ftonteiro mais próximo da nascente principal
do córrego denominado Travessão, e, daí descendo pelo grotão, atinge a dita nascente e
continua pelo aludido cóirego abaixo até sua confluência com o rio Paraibuna, no limite com
o Estado de Minas Gerais
Com o 2• Distrito (Afonso Atinos) - começa na confluência do cóirego Santa Ma1ia,
com o Rio Paiaibuna, segue pelo cóttego acimà até sua nascente nos contrafo1tes da Sena das
Abóboras, limite entre os Municípios de Três Rios e Pataíba do Sul
Art 3• - Revogam-se as disposições em contrário

Palácio do Govêrno, em Niterói, 18 de janeiro de 1955

(a) ERNANI DO AMARAL PEIXOTO


De1meval Mo1aes
Romei10 Netto
José de Mou1a e Silva
Adelino de Mendonça
A F S Leal Júnior
Paulo Ly1c1
Manoel Pacheco de Ca1valho
José de Cc11 valho J annotti

LEI N. 0 2 385, DE 20 DE JANEIRO DE 1955

A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janei10 decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Att 1• - Fica ctiada a Coma1ca de Volta Redonda, consideiada de segunda entrância


Art 2• - Fié:am c1iados no Quadro da Justiça e conespondentes à Coma1ca ora c1iada:
1 catgo de Juiz de Ditei to de 2• ent1ância, pad1ão "T";
1 caigo de Promotor de Justiça de 2• entrância, classe "B" da caneita do
Ministério Público;
2 cargos de Oficial de Justiça, Padrão "B" (50%);
o ofício de Distiibuidor, Contador e Partido1;
o 1• Ofício - Tabelião de Notas, do Público Judicial, Esctivão do Cível,
Comercial, de órfãos e Ausentes, da Ptovedotia, P1ivativo do C1ime e do Júri e
- 190 -

Oficial do Regist10 de Imóveis, do Regist10 de Títulos e Documentos e do Protesto


de Letras, Notas Promissórias e Duplicatas;
o 29 Ofício - Tabelião dde Notas, do Público Judicial, Escrivão do Cível,
de órfãos e Ausentes, da Provedoria, P1ivativo de Ca1tas Precatórias e Oficial do
Registro de Comércio
Att 39 - Esta lei entra em vigo1 na data de sua publicação, 1evogadas as disposições em
contrário

Palácio do Govê100, em Niterói, 20 de janei10 de 1955

(a) ERNANI DO AMARAL PEIX010


De1meval Mo1aes
Romeiio Netto
José de Mo ma e Silva
Adelmo de Mendonça
A F S Leal Júnio1
Manoel Pacheco de Caivctlho
Paulo Ly1a
José de Ca11'ctlho Jannotti

LEI N. 0 2 419, DE 28 DE JANEIRO DE 1955

A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro deoeta e eu sanciono a seguinte Lei:

Ait 1• - Fica ampliado, nos têtmos 'elos parágrafos 1°, 39 e 4 9 do a1tigo 69 da Lei n• 109, de
16 de fevereiro de 1948 (Lei Orgânica das Municipalidades), o pelÍmetro urbano, da cidade de
Müacema, sede do Município do mesmo nome
Att 2° - O pe1ímetro u1bano a que se 1efe1e o a1tigo 1° desta Resolução margeará a
estiada auto-viação que liga Miracema ao Município de Itape1una, tendo como ponto de partida
a sede da "Cerâmica Mitacema'', passando pelo local onde estão instaladas as máquinas e o
escritório da Usina Santa Rosa, até atingü o local denominado "Córrego do Fubá"
Ait 3° - A áiea a que se 1efe1em os a1tigos 1• e 2• da p1esente Resolução compreende1á
tôda a extensão do lado direito da 1eferida Estiada auto-viação "Miracema-Itaperuna'', pattindo
da sede da Cerâmica Müacema, até às ma1gens do Ribeüão Santo Antônio, e daí, atingindo,
novamente, ao "Córrego do Fubá"
Att 4° - Pelo lado esque1do da citada estiada, cingindo-se ao mesmo ponto de pa1tida
previsto no attigo 3•, e abrangendo uma áiea de 50 met10s, até atingir a 190, aquém do
esctitório da mencionada Usina, e daí subindo mais 100 met10s até 150 além do mesmo escritório,
conse1 vando, posterio1mente, uma faixa de la1gma de 50 met10s, até o 1epo1 tado "Có11ego do
Fubá"
Ait 5° - A alteiação p1evista na p1esente Resolução obedece1á as dimensões p1evistas nas
quotas constantes da "Planta" que segue em anexo
Art 6• - Esta lei ent1a1á em vigo1 na data de sua publicação, 1evogadas as disposições em
conttário

Palácio do Govê100, em Nite1ói, 28 de janei10 de 1955

(a) ERNANI DO AMARAL PEIXOTO


De1 meval Mo1aes
Romei1 o N eito
José de Mou1.1 e Silva
Adelmo de Mendonça
A F S Leal J1ínio1
Paulo Ly1a
Manoel Pacheco de Ca1valho
José de Cai valho Jannotti
- 191 -

LEI N.º 2 429, DE 4 DE FEVEREIRO DE 1955

A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janei10 decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art 1• - Fica aprovada a delimitação das zonas mbana e suburbana do Município de Nova
Iguaçu, ex vi do disposto no Decreto-lei n• 1 242, de 9 de outubro de 1944 e de acô1do com a
lei n• 109, 8e 16 de feve1eüo de 1948, e constante da deliberação n• 292 de 1953 da Câmaia
do referido Município
Art 2• - Esta lei entra1á em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário

Palácio do Govêtno, em Niterói, 4 de feverei10 de 1955

(a) MIGUEL COUTO FILHO


Olivei1a Rod1igues
Romeil o N etto
Alva10 Be1a1dinelli
Angelo Pinheil o Bittencom t
Paulo Mamity
José Antônio Somes de Souza, 1espondendo
pelo expediente da Secretaria das Finanças
Léo Fe11az, respondendo pelo expediente
da Sec1etaria de Viação e Ob1as Públicas
Moacy1 Gomes de Azevedo

DECRETO LEGISLATIVO, N. 0 61, DE 31 DE MARÇO DE 1955

A1t 1° - Fica ap10vada a Deliberação n• 193, de 1952, da Câmara Municipal de Paiaíba do


Sul, criando a zona mbana da Vila de Werneck
Art 2• - A zona urbana de que tiata o artigo antetio1 fica assim delimitada: Partindo do
0

ma1m de pedra existente à ma1gem c!ireita da estrada que v em de Cavam e que serve de ponto d'e
partida da divisa de Fiancisco Mendes e Otávio Vizeu, segue por uma carreira de bambus até
encontrar a estrada da fazenda de O~ávio Vizeu; segue daí po1 uma vala, que passa pelo sítio de
ALBERTO MANES, até encontrai uma catreira de bambus, onde fazem divisa Augusto Azevedo e
João And1ade; por essa caueira de bambus até o marco de pedia existente à margem da Estrada de
Paiaíba; daí em reta que, passando por uma cruz à margem da linha Auxiliar, vai encontrar o
córrego Cavam, prosseguindo por êste até um ponto em f1ente ao marco· inicial; daí, em reta até
encontrai o ponto de pai tida acima referido
Ait 3• - :aste Dec1eto entlará ~m vigo1 na data de sua publicação, 1evogadas as disposições
em contrário

Paço da Assembléia, em Niterói, 31 de ma1ço de 1955

(a) Togo de Ba11os, Presidente

LEI N. 0 2 435, DE 5 DE ABRIL DE 1955

A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro dec1eta e eu sanciono a seguinte Lei:

A1t 1• - O teuitório do Município de Volta Redonda, a que se refe1e o alt 1•. da lei
n• 2 185, de 17 de julho de 1954, é compreendido dentlo dos seguintes limites: - Com o
Município de Barra Mansa - começa na nascente principal de Ribei1ão do Inferno e segue em
reta até o marco existente na Seua do Amparo Daí, em 1etas sucessivas, definidas po1 matcas,
- 192 -

vai até a margem esque1da do Rio Paraíba, num ponto a 30·0 ( tlezentos) metros acima
da desembocadura do có11ego do Ano Bom Nesse ponto, atlavessa o Rio Paraíba,
alcançando a margem direita num ponto que fica à ma1gem esquerda do có11ego Ponte Alta, a
600 (seiscentos) metros acima do pontilhão da Estrada de Ferro Central do Brasil Dêsse ponto
flete paia a esquerda e segue, por linhas 1etas paralelas ao perímet10 mbano descrito em anexo ao
Dec1eto-lei n• 1 242, de 9-10-44, e dêsse perímetlo eqüidistantes, de 300 (trezentos) metros, até
alcançar a ma1gem esquerda do córrego do füandão Continua por êste, até a confluência do
córrego Serenon e sobe, por êste, até a sua principal nascente Daí, em reta, alcança a principal
nascente do iibeirão Três Poços também chamado "Brandão", estabelecendo divisas com o Município
de Piraí Com o município de Piraí - parte da confluência do ribeüão dos Três Poços, no rio
Paraíba; sobe pelo mesmo ribeirão, até a sua nascente principal; daí, em reta, vai à nascente
principal do córrego Serenon, afluente da margem direita do córrego Brandão - Com o Município
de Barra do Piraí - pa1te. da nascente principal do ribeirão do Inferno, pelo qual desce até sua
confluência no rio Paraíba, e, por êste, até a confluência do ribeirão dos Três Poços
Art 29 - A presente lei entiará em vigor na data de sua publicação, p10duzindo seus efeitos
a partir de 17 de julho de 1954
Ait 39 - Revogam-se as disposições em cont1álio

Palácio do Govêrno, em Nite1ói, 5 de abril de 1955

(a) MIGUEL COUTO FILHO


Oliveila Rod1igues
Romeiio Netto
Angelo Pinhe110 Bittencou1t
Alva1 o Be1aidinelli
Paulo Mau1ity
Oi/ando B Vilela
Saio Biand
Moacy1 Gomes de Azevedo

LEI N. 0 2 626, DE 25 DE OUTUBRO DE 1955

A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Ait 1• - Fica criado o Município de Miguel Pereira com sede na atual Vila do mesmo
nome e constituído do atual teiritó1io dos distritos de Governador Portela e Miguel Pereira,
ora desmembrados do Município de Vassomas
Art 29 - O território do novo Município a que se refere o art 19 é compreendido dentlo
dos seguintes limites intermunicipais e interdistritais:
a) LIMITES MUNI CIPAIS
I - Com o Município de Vassouias:
Começa na interseção da linha do divisor de águas dos rios São Pedro e Santana com a
reta que pa1te da ponte de feno da Linha Auxiliar da Estrada de Ferro Central do Brasil,
próxima da estação de Santa Branca e passa por um pontilhão da mesma Linha Auxiliar sôbre
o rio Santana; segue po1 esta reta até a sua interseção com a Estrada Miguel Pereiia-Vassouras,
segue por esta e pela estrada que vai a Miguel Pe1eira, até a encruzilhada das estradas de
Miguel Pereila-Retüo e Miguel Pereira-Vargem do Manejo em São José da Rolinha; daí
segue em linha reta até a confluência do córrego das Pedras Ruivas no Ribeüão do Saco; sobe
por aquêle até a sua nascente principal no divisor de águas dos rios Santana e Ubá; segue
por êste divisor de águas até encont1ar o divisor de águas dos iios Piabanha e Santana, na
divisa com o Município de Petlópolis
II - Com o Município de Petrópolis:
Começa na interseção do diviso1 de águas dos lios de Santana e Ubá com o divisor dos
rios Piabanha, numa vertente, e Santana e Ubá noutra; segue por êste último divisor de águas
áté o alto da serra da Estrêla, que dá para as tlês vertentes dos 1ios Piabanha, Santana e o mar

/
/
,e
- 193 -

III - Com o Município de Duque de Caxias:


Começa no ponto mais alto do divisor de águas dos rios Pataíba e Iguaçu, que dá para as
ttês vertentes dos tios Piabanha e Santana, e o mar e ptossegue pela cumiada da serra da Estrêla
até o marco implantado no ponto de conve1gência dos Ilmites dos três Municípios de (Novo
Município), Duque de Caxias e Nova Iguaçu
IV - Com o Município de Nova Iguaçu:
Começa no marco acima tefe1ido e segue pelo divisoi de águas dos tios Santana e São Ped10
até a sua interseção com a linha reta que patte da ponte de ferro da Linha Auxiliai da
Estrada de Ferro Centtal do Brasil, pióximo da estação de Santa Bianca e passa pot um pontilhão
da mesma Linha Auxiliai sôbte o rio Santana
b) DIVISAS INTERDISTRITAIS
I - Ent1e os disttitos de Governador Portela e Miguel Pereiia:
Começa em São José da Rolinha, na encruzilhada das estradas de Rodagem de Miguel
Peteira, Vaigem do Manejo e Retiio, e segue em linha ieta até a patada Barão de Javali;
continua em reta até a parada Monte Líbano, ambas da Linha Auxiliai da Estrada de Feno
Céntra1 do füasil; e, ainda na reta, vai até o alto da seira de Vera Crnz ou Sena do Couto,
na divisa com o Município de Nova Igua~u
A1t 3Q - O Município oiado po1 esta lei constituü-se-á de dois dist1itos: l9 - Miguel
Peieüa e o 2 9 Govenador Pottela, consei vando os 1espectivos limites
A1t 4• - As iepartições públicas municipais, estaduais e fedeiais, quando instaladas, em
definitivo, teião seus edifícios constrnídos em local, (VETADO) eqüidistantes das
atuais sedes dos distiitos de Miguel Pe1eira e Governado1 Portela, que constituirão o novo
Município
A1t 5 9 - A p1esente lei entra1á em vigor na data de sua publicação
Palácio do Govêrno, em Niterói, 25 de outub10 de 1955
(a) MIGUEL Couro FILHO
Oliveiia Rod1 igues
Romei1 o N etto
Rubens Falcão
Alva1 o Be1a1dinelli
Angelo Pinhei10 Bittencou1t
Paulo Mau1ity
01lando B Vilela
Saio B1and
Moacy1 Gomes de Azevedo

RAZOES DO VETO PARCIAL


A ilustie Assembléia Legislativa aprovou a Resolução n 9 523, que ciia o Município de
Miguel Pereüa, consoante comunicação iecebida do seu Piesidente, pelo ofício nQ 411, de 21
do corrente mês
2 A proposição me1ece1ia integial acolhimento do Podei Executivo, não fôsse o texto
do artigo 4Q, onde se verifica Jigeüa impropriedade de 1edação, passível de sei 1etificada
mediante veto pa1cial
3 De fato, a exp1essão "tanto quanto possível", incluída no citado dispositivo não deve
prevalecer, assim pela sua iqppe1ância, como pela sua inadequada significação giamatical
4 Em face disso, 1esolvo vetar, no refetido artigo 4 9 a locução "tanto quanto possível",
cabendo-me, pata fundamentai esta decisão, invocai o interêsse público, po1 fô1ça do disposto
no a1 t 24, § 1Q da Constituição do Estado
Comuniquem-se as iazões do presente veto ao Senhor P1esidente da Assembléia Legislativa
Palácio do Govêrno, em Niterói, 25 de outubio de 1955
(a) Miguel Couto Filho

-13-
ROTEIROS FLUMINENSES

A LAGOA FEIA, NA BAIXADA DOS GOITACAZES


JosÉ MARIA BoADA
Do Corpo Técnico do Departamento Geográfico

"Peico ct metade de minh'alme1 ao peidei a solidão"


MAURICE DE GUÉRIN

Em decorrência do atual levantamento do Estado do Rio de Janeiro para a


confecção de cartas nas escalas de 1 :250 000 e 1 :50 000, tivemos ocasião; de
percorrer todo o contôrno da magnífica "Lagoa Feia", cuja peculiar beleza não teria
sido convenientemente apreciada por aquêles que lhe deram tão desacertado nome
Em uma canoa, do tipo "ãatá", usada pelos índios, tirada do tronco secular de
um gigante das matas, sulcamos ao amanhecer, sob a luz das estrêlas e ainda
durante o dia, as suas águas mansas e acinzentadas, cujo limite aparente fica no
horizonte distante Levantando topogràficamente a sua sinuosa e longa linha peri-
metral e desembarcando em suas numerosas ilhas, sempre tivemos a impressão
de nos acharmos em um mar de água doce, que se estende indefinidamente em
várias direções Quando em busca de pontos de referência, para não perdermos a
nossa posição naquela imensa superfície líquida, descobríamos, vez por outra, ao
fundo, nas proximidades ,da linha do horizonte, silhuetas,,pe altíssimas palmeiras,
cujas copas, como leques abertos, emprestam um pronunciado caráter tropical à
paisagem Esse caráter, impôsto pela vegetação e pela imensa solidão que se sente
por ali, diante daquelas distâncias descomedidas, são os aspectos essenciais que
matizam a fisionomia da Lagoa Feia.
De outro lado, reforçando essa sensação de distância e dando maior profundidade
ao quadro, destaca-se a Serra do Mar, bem afastada, em sua sucessão de contrastes
coloridos e onde se confina a grande planície Também as nuvens, sempre muito
altas, os grandes cúmulos que se formam sôbre a Serra e os estratos elevados
ampliam notàvelmente a abóboda celeste, dando-lhe uma perspectiva de maravilhoso
efeito A Lagoa Feia oferece panoramas dignos de serem pintados, nas horas
crepusculares É, então, quando a côr cinza de suas águas desaparece, substituída
pelo brilho côr de prata da contraluz
Os raios de sol, passando obliquamente pelos interstícios das nuvens abrem
novos caminhos de luz para a planície das águas, tornando as sombras mais
intensas, em contrastes , espetaculares
Os ventos predominantes da Baixada, desde Ararnama até Atafona, nos sentidos
N E. e S.W, açoitam esta extensa lagoa, com intensidade, por faltar obstáculo que
diminua ou desvie sua fôrça É precisamente, nesses dias turbulentos que a coloração
acinzentada das águas mais se escurece, a ponto de não se saber se é realmente
água o que se tem à vista O fenômeno tem por origem a escassa profundidade
- 196 -

da lagoa - 1,50 m nas zonas centrais e de 2 a 3 m na zona sul - e à compos1çao


do fundo, formado de um lodo argiloso finíssimo e muito leve, côr de chumbo,
ali acumulado durante séculos pelas águas aluvionais. Ao agitar o vento a superfície
das· águas, as ondas alcançam ràpidamente as camadas superiores do lodo, turvando
o líquido inteiramente. Foi, sem dúvida, numa dessas ocasiões, quando se acham
turvas as águas da lagoa, que os desbravacores de outrora entenderam de chamarem-na
de feia. Já em 1632, segundo consta do "Roteiro dos Sete Capitães", o fenômeno
vinha sendo observado. AUGUSTO DE CARVALHO em "Apontamentos para a História
da Capitania de São Tomé", diz - "Era um grandíssimo lago de água doce,
o qual estava tão agitado com o vento sudoeste e tão crespas e turvas se achavam
as suas águas, que metiam horror, quando lhe demos o apelido de Lagoa Feia".

1. Pa isagem do Lagoa Feio .

Recebe, no entanto, a Lagoa Feia, águas bem puras e transparentes, procedentes


da Serra do Mar . l!ste pormenor se observa junto ao litoral N.W. da lagoa, em
lugares próximos da desembocadura do rio Ururaí, cujas águas límpidas permitem
ver, como através de um cristal, o fundo escuro de limo e a nutrida vegetação
subaquática, em que predomina a folhagem laciniada do aquapé. O citado rio
nasce na lagoa de Cima, situada na região dos tabuleiros, na proximidade das
escarpas da serra do Mar, a qual é alimentada pelos rios Urubu e Imbé, êste
último proveniente da serra de igual_ nome, no município de Trajano de Morais.
Outro valioso contribuinte da Lagoa Feia. é o rio Macabu, que tem suas cabeceiras
na Serra de Macaé.
·A abertura, pelo Departamento Nacional de Obras de Saneamento, do amplo
Canal da Flexa, que une diretamente a zona de principal escoamento da grande
bacia com a Barra do Furado, no litoral atlântico, produziu um notável decréscimo
no nível da Lagoa Feia, dêste modo motivando o desaparecimento de numerosas
lagoas secilndárias, inclusive a da Ribeira, no município de Macaé. A limpeza
de rios, como ainda a do próprio Canal da Flexa, a abertura do canal de Santo Amaro,
197 ~

•1ue secou a lagoa dos Coqueiros, e obras de saneamento empreendidas pelas


•:ercanias têm contribuído para baixar ainda mais o nível da grande Lagoa, rom o
que acentuada modificação operou-se no aspecto hidrográfico, nesta parte da planície
campista
Na medida que as águas da Lagoa Feia foram baixando de nível, o perímetro
dela foi-se contraindo, novas terras em redor foram ocupadas pelas fazenda adjacentes
e no interior da lagoa surgiram novas ilhas enquanto outras tiveram suas áreas
aumentadas A maior destas ilhas é ·a chamada Ilha dos Fernandes, com cêrca de
80 alqueires; está atualmente habitada por duas tamílias

2 Canoa primitiva na Lagoa Feia'~'

Embora não esteja concluído o levantamento perimetral da lagoa, pode a sua


área ser avaliada, a grosso modo, em , 350 alqueires A sua profundidade varia
desde 0,50 m na zona norte-oriental, o~de se acham agrupadas as ilhas, até 4 m,
na parte sul, entre a península de Capivari e o local denominado Tatu, numa
zona denominada Farinha Sêca
As margens da Lagoa Feia são sêcas, em parte, e cobertas em certos trechos
por densas moitas de tabua, nas quais vivem reptis perigosos, como surucucu,
diferentes variedades de jararaca e a j~raracussu; êstes ofídios também se encontram
nas ilhas Na margem oeste fica a extensa região dos pantanais, viveiro de
mosqui.tos, que partindo da fazenda . da Machadinha vai até Ponta Grossa dos
Fidalgos A terra firme· dista mais de' 1 km da linha dágua e nessa faixa há uma
densa vegetação aquática, alfombras e aguapé, tabua verde e sêca e hervas daninhas.
Ê nessa margem que desembocam, num labirinto de canais, os rios Macabu e
Ururaí. Na zona de escoamento da lagoa, junto ao Canal da Flexa, há também
uma área pantanosa. A ilha da Lama, cujo nome bem define' a sua natureza,
fecha parcial e longitudinalmente o canal de escoamento, apenas permitindo a
descarga das águas por duas estreitíssimas passagens laterais, naturais, profundas,
que forçam caminho através do emaranhado das vegetações agrestes, em forte
198 -

correnteza, que não permite obstruição :Este local pode ser considerado como o
melhor cevadouro para a caça de jacarés; com a ajuda de cães amestrados e uma
espingarda, os habitantes locais caçam, com facilidade relativa, exemplares que
variam de 40 a 50 quilos E, numa vivenda da Ilha dos Fernandes, cujo dono se
dedica à caça de jacarés para vender as respectivas peles, podem ser vistas algumas
delas, a secar, com dois metros de comprimento Não seria necessário dizer que,
nesses lugares, a carne de jacaré é consumida e tida como bom acepipe proteínico.
Possui a Lagoa Feia pesca variada e abundante, notando-se a peculiaridade
de ali viverem espécies comuns à água salgada, mas perfeitamente adaptadas, como
a lagosta, o robalo, a tainha e a sardinha; o 10balo e a lagosta são tão saborosos
como os melhores do próprio mar

3 Aspecto típico das águas mansas da Lagoa Feia

Para os aficionados à caça de aves, tem a Lagoa Feia, também recantos


fa1lamente sortidos Ora vêem-se garças passeando vagarosamente pelas margens;
ora aparecem bandos de 200 a 300 marrecos que pousam nas "Coroas", formando
um e;_tenso manto negro na linha de superfície das águas e que ao aproximar-se
dêles a canoa, abre-se em partes aquêle manto, como se ali houvesse explodido
uma granada, e voam, então, em alas, formando faixas escuras que ornamentam o céu.
As te1ras circundantes da grande lagoa estão ao norte e ao leste ocupadas por
canaviais e ao sul e ao oeste po1 enormes pastos em que se criam milhares de
cabeças de gado Da fazenda Machadinha para o norte o terreno está abandonado,
parte coberto de pântanos, parte 1evestido de matas, com pequenas áreas cultivadas,
especialmente de milho
O único povoado de 1elativa impo1tância, ligado a Campos por uma linha de
ônibus, é Ponta Grossa dos Fidalgos, cujos habitantes dedicam-se à pesca e ao
cultivo da terra
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S. Amanhecer no Lagoa Feía.
DIVISÃO TERRITORIAL E ADMINISTRATIVA
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

A Divisão Tetrito1ial e Administtativa do Estado regula-se pelo Deoeto-lei n 9 1 056, de


31 de dezemb10 de 1943, e pela decorrência de leis posterio1es que oiaram municípios e distritos
Acontece que, em 1943, a· Carta Co10g1áfica estadual, que pode1ia sei vú de guia aos estudos
de fixação das linhas divisóiias municipais e disttitais, datava de 1922, não havia sido atualizada
e eu1 poltadora de numerosas falhas e imp1ecisões
A ptimeira Carta Geia! do Estado elabotada à base de leYantamentos aéreos, com apoio
te11est1e, foi a de 1950, na escala de 1 :400 000
Mais tarde, em 1953, nova Catta foi imptessa, na mesma escala, já então executada com
a int10dução de opetações de maiot precisão Esta é, ainda, a Ca1ta em cmso "°"
A Divisão da Catta ocupou-se em 1954 e 1955 éom a revisão feita à luz da Carta Co10g1áfica
citada, mais recente, dos textos das leis que definem .as divisas internas e p1epa10u o ttabalho
que aqui, a seguü, se ap1esenta, pata que em tempo opottuno, quando nova lei da Divisão
Administrativa estadual fô1 baixada, enwntrem, os legislado1es incumbidos da ta1efa, na contti-
buição p1esente, meios que facilitem os fins
Não houve a p1etensão de se fazei obta definitiva, pois, com a fututa edição da Catta do
Estado na escala de 1:250 000, em exeLUção, novos elementos se1ão cattogtafados e mais precisas
podetão sei as desoições das linhas lindeirns fluminenses
Desde já, po1ém, ofe1ece1á esta publicação uma inte1p1etação mais cla1a de cettos tlechos
das linhas, em que, 1ealmente, há dificuldades a superai, wm 1espeito ao seu 1econhecimento
A REDAÇÂO

DIVISÃO ADMINISTRATIVA
ANGRA DOS REIS BOM JARDIM
1• Angta dos Reis 19 Bom Jardim
29 Cunhambebe 29 São José do Ribeüão
39 Banquete
39 J acuecanga
4° Ba11a Alegre
4• Mambucaba
59 Abiaão 6 BOM JESUS DO ITABAPOANA
69 Ptaia de Aiaçatiba 19 Bom Jesus do Itabapoana
29 Calhei10s
2 ARARUAMA 3° Rosal
19 Arai uama 4° Catabuçu
29 Morro Giande 5• Püapetinga de Bom Jesus
39 São Vicente de Paulo
7 CABO FRIO
3 BARRA DO PIRAÍ 1• Cabo Frio
29 Tamoios
19 Bana do Püaí 3º Atmação dos Búzios
29 Do1ândia 4 9 Atraia! do Cabo
3• São José do Tutvo
4 • Va1gem Alegte 8 CACHOEIRAS DO MACACU
59 Ipiabas 1• Cachoeüas do Macacu
29 Japuíba
4 BARRA MANSA 39 Subaio
1• Batra Mansa
9 CAMBUCI
29 Floiiano
19 Cambuci
39 Rialto
29 Monte Ve1de
4 9 Nossa Senhoia do Ampato 39 São João do Paraíso
59 Quatis 4° São José de Ubá
6• Ribeirão de São Joaquim 59 Funil
79 Falcão 69 T1ês Irmfos
- 200 -

10 CAMPOS 20 ITAOCARA
19 Campos 1'' Itaocata
2 9 Goitacazes 29 Latanj ais
3• Santo Amato de Campos 39 Pottela
4 9 São Sebastião de Campos 4 9 Jagua1embé
59 Muçu1epe 59 Estiada Nova
69 Guarns
7? Ttavessão 21 ITAPERUNA
s• Italva 19 1taperuna
9 9 Morangaba 29 Nossa Senhota da Penha
10 9 Ibitioca 39 Laje do Mutiaé
11 • Dôres de Macabu 4° ltajata
12 9 Mouo do Côco 5'' Comendado1 Venâncio
13 9 Santo Eduardo 6° Retiro do Muriaé
149 Ca1doso Moreila 7" Boa Ventura
1 5• Paciência
16'' São Joaquim 22 ITAVERÁ
l • ltavetá
11 CANTAGALO 29 Lídice
l • Cantagalo 3• São João Matcos
29 Santa Rita da Flotesta 4 9 Passa Tiês
3• Euclidelândia 59 Getulândia
4 9 São Sebastião do Pataíba
5<• Boa Solte 23 MACAÉ
1? Macaé
12 CARMO 29 Cabiúnas
19 Ca1mo 39 Caiapebus
29 Cótrego do Ptata 4• Quissamã
3º Pôrto Velho do Cunha 59 Irili
6 9 Cachoeitas
13 CASIMIRO DE ABREU 7 9 Glicétio
l 9 Casimiro de Ab1eu s• Sana
2• Ba1ra de São João
24 MAGÉ
14 CONCEIÇÃO DE MACABU 19 Magé
19 Conceição de Macabu 2• Santo Aleixo
29 Macabuzinho 39 Guapi-Müim
4 9 Su1uí
15 CORDEIRO 5'' Gma de Pacobaíba
l 9 Cotdeilo 69 Inhomiiim
2• Macuco
25 MANGARATIBA
16 DUAS BARRAS 19 Manga1atiba
l • Duas Banas 29 Conceição de Jaca1eí
29 Monerá 3• ltacurnçá
4'' Vila Muriqui
17 DUQUE DE CAXIAS
l • Duque de Caxias 26 MARICÁ
29 Campos Elísios 19 Maricá
39 lmbariê 2 9 ltapeteiú
4 9 Xerém 3• Inoã
18 ITABORAÍ 27 MARQUÊS DE VALENÇA
19 ltabotaí 19 Matquês de Valença
29 Pôtto das Caixas 29 Barão .c!e Juparanã
3• ltambi 3• Santa Izabel do Rio Prêto
4° Sambaetiba 4 9 Pentagna
5• Tanguá 59 Parapeúna
6 9 Cabuçu 69 Conset vató1ia

19 ITAGUAí 2R MENDES
1• ltaguaí 19 Mendes
2• Seropédica
3• Paracambi 29 MIGUEL PEREIRA
4º Ibituporanga 19 Miguel Peteita
59 Coroa Grande 29 Governador Portela
- 201 -

30 MIRACEMA 41 RESENDE
1• Miracema 1• Resende
2• Pa1aíso do Tobias 2 9 Agulhas Negtas
3• Venda das Flores 3• Pôrto Real
4• Itatiaia
31 NATIVIDADE DO CARANGOLA
s• Pirangaí
6• Pedia Selada
1• Natividade do Carangola 7• Fumaça
2• Varre Sai 8 9 Engenhei10 Passos
3• Outânia
42 RIO BONITO
32 NILóPOLIS 1• Rio Bonito
1• Nilópolis 2• Boa Esperança
2• Olinda
43 RIO DAS FLORES
33 NITERÓI 1 '' Rio das Flo1 es
1• Nite1ói 2• Manoel Dua1te
2• Itaipu 3• Taboas
4" Abauacamento
34 NOVA FRIBURGO
44 SANTA MARIA MADALENA
l9 Nova F1iburgo
1• Santa Ma1ia Madalena
2• Riog1andina
2• T1iunfo
3• Campo do Coelho
)" Santo Antônio do Imbé
4• Refúgio
4• Douto1 Loreti
5• Lumia1 59 Renascença
6• Conselheiro Paulino 6° Sossêgo

35 NOVA IGUAÇU 45 SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA


1• Nova Iguaçu 1• Santo Antônio de Pádua
2• Queimados 2• Baltaza1
3• Cava 3'' Ibitinema
4• Belford Roxo 4 9 Ma1angatu
5'' Ape1ibé
5• Mesquita
6° Ibitipotã
6• Japeti 7'' Paiaoquena
s• Ibitiguaçu
36 PARAIBA DO SUL
1• Paraíba do Sul 46 SÃO FIDÊLIS
2• Saluta1is 1• São Fidélis
3• Inconfidência 2• Ipuca
4• Werneck 3• Pu1eza
4• Colônia
37 PARATI s• Cambiasca
1• Parati
2• Parati-Mirim 47 SÃO GONÇALO
3• Tarituba 1 • São Gonçalo
2• lpiíba
38 PETRÓPOLIS 39 Monjolo
1• Pet1ópolis 4 9 Neves
2• Cascatinha 5• Sete Pontes
3• Itaipava
48 SÃO JOÃO DA BARRA
4• Pedro do Rio
l9 São João da Batra
5 9 São José do Rio P1êto
2 9 Bana Sêca
3• Itabapoana
39 PIRAÍ
4• Maniva
1• Pitaí
5• Pipeitas
2• Monumento
3• Anozal 49 SÃO JOÃO DE MERITI
4• Pinheiral 1• São João de Meriti
5• Santanésia 2• São Mateus
3'' Coelho da Rocha
40 PORCiúNCULA
1• Po1ciúncula 50 SÃO PEDRO DA ALDEIA
2• Pmilândia 1• São Ped10 da Aldeia
3• Santa Clara 2• Iguaba Gtande
- 202 -

51 SÃO SEBASTIÃO DO ALTO 57 TRAJANO DE MORAIS


1Q São Sebastião do Alto i• T1ajano de Moiais
2" Valão do Bauo 2• Visconde de Imbé
3• Douto! Elias
52 SAPUCAIA 4• Ponte da Gtama
1Q Sapurnia 5• Sod1elândia
29 Anta
3" Nossa Senhoia da Apa1ecida 58 TRÊS RIOS
4• Jamapará 1• Três Rios
2• Afonso Arinos
53 SAQUAREMA 3• Bem posta
19 Saqua1ema 4" Ateai
2• flaLaXá 5• Seu ar ia
3" Sampaio Coueia
59 VASSOURAS
54 SILVA JARDIM 1Q Vassouras
1Q Silva Ja1dim 2• Pati do Alfé1es
2'' Qua1téis 3• Andiade Pinto
3" Gaviões 4• Fe11ei10s
4'' Cou entezas
5• Saoa Família do Tinguá
55 SUMIDOURO 6º Engenheiro Paulo de Frontin
11) Sumidomo 7• Taitetá
s• Sebastião de Lace1da
56 TERESôPOLIS 9• Avela1
1Q Te1esópolis
2• Paqueque1 Pequeno 60 VOLTA REDONDA
3• Nhunguaçu 1 Q Volta Redonda

DIVISÃO TERRITORIAL

I - MUNICíPIO DE ANGRA DOS REIS


a) LIMITES MUNICIPAIS

1 Com o 11Zunicípio de Pa1c1ti


Começa na foz do tio Mambucaba, no Oceano Atlântiw, sobe pelo mesmo até a confluência
do tibeitão Guaripu
Inte1 p1etação:
Começa no Oceano Atlântico, na embornduta do tio Mambucaba e, po1 êste sobe
até a confluência com o rio Gua1ipu, no limite com o Estado de São Paulo
2 Com o fütado de Sãa P:utlo
Pelos limites estaduais
3 Com o 11Zunicíj;io de ltdt'et,í
Começa na nascente principal do cóuego Ronca e sobe o diviso1 das águas que vellem pata
o tio Pitaí das que vettem para o ma1, até o ponto de onde patte o rnnttafo1te da seua
das Lajes
Interp1etação:
Começa na linha de cumiada da seua do Ma1, eni um ponto f10ntei10 e mais
p1óximo da nascente p1incipal do cóirego do Ronca, segue pela linha idêntica do
diviso1 das águas que ve1 tem pata o tio Pitaí das que descem pata o mal, e vai
até atingit um ponto no alto do mono das Lajes, onde vem te1 a linha de cumiada
da seua de igual nome
4 Com o m11nicípio de .llfong<11C1tib:1
Começa no ponto ante1io1111ente citado na seua das Lajes, segue a seua de Capiva1i até .1
nascente piincipal do tio Jaca1eí, descendo pelo mesmo até a sua foz no Oceano Atlântico
Inte1 pretação:
Começa no ponto ante1io1111ente titado na seua das Lajes, continua pela linha de
vettentes que sepata as águas do rio J acuecanga das dos iios Ingaíba e Coatiquaia,
até alcançai o ponto f10ntei10 e mais próximo da nascente ptincipal do 1io Caia-
tucaia ou Jacateí, atinge a dita nascente e po1 ela desce até a sua foz no Oceano
J\.tlintico
- 203 -

b) LIMITES DISTRITAIS

,1
1
Ent1e os dist1itos de Ang1a dos Reis e Cunhambebe
Começa na foz do tio Itanguá-Pequeno; segue em ieta até o ponto alto do mouo da Ribeiia;
continua em ietas sucessivas ao alto dos moiros do Bulé, Caimo, Ctuz e Camorim

2 Ent1 e os distiitos de Ang1c1 dos Reis e fctcnecangçt'


Começa no alto do moiro do Camoiim; daí segue, em ieta até o maico existente na praia
do Camorim

3 Ent1e os distiitos de Cunhmnbebe e Jacuecc111ge1


Começa no pico das Divisas; segue pelo divisoi de águas dos tios Japuiba e Jacuecanga
até o morro do Camotim

4 Ent1e os dist1itos de Czmhmnbebe e l\1ambucaba


Começa no maico existente na praia de Itaorna; segue em ieta até o alto dos Dois Irmãos;
daí, em reta, até o pico do Fiade e daí pelo divisoi de águas dos rios Itapetininga e Grataú

Inte1 pietação: '


Começa no ma1ço existente na piaia de Itaorna, segue em ieta, ao alto mais
setenttional dos "Dois Irmãos"; daí, em ietas, passa pelo alto do morro do
Omb10 e vai te1 ao pico do Ftade; daí, acompanha o divisoi das águas do rio
Mambucaba das dos tios do Fiade e Gtataú e vai teiminai no limite com o Estado
de São Paulo

Ent1e os dist1itos de Putic1 de A1e1çc1tibct e Ab1e1ão


Começa no alto da Costeita da Pamaioca e segue em teta até o ma1co existente na piaia
de Mata1iz

II - MUNICíPIO DE ARARUAMA
a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de 5'1qttm emc1


Começa em um ma1co existente na praia de Maçambaba, no Oceano Atlântico, apioximada-
rnente a 3,5 quilômetros paia o lado de este do povoado de Caimo, em Saquarema, em üma
linha 1eta, com a 01iéntação aproximada de 5º30' (cinco giaus e trinta minutos) nordeste
ve1dadeiro, atiavessa a lagoa Ve11nelha e, passando pióximo e a este da lagoa de Jaconé-Pequeno
vai encontiar um ma1co situado na ma1gem da lagoa de Ararnama e a oeste da ponta do Capim;
dês te ponto contorna a enseada (extremo oeste) da lagoa de Arai uama até alcançai a embocadma
do tio dos Leites, em sua margem esqueida; daí, em linha ieta, com a 01ientação aproximadit
de 8° (oito graus) no1àeste veidadeilo, vai atingi! o pico ocidental do morro de Itatiquara,
distante cêrca de 540 metros pata o lado de oeste, de um ma1co de matinha; dêste pico,
continua em outra ieta com a dileção de 82º (oitenta e dois giaus) no10este verdadeiro, e com
cêrca de 8 quilômet10s de extensão, até atingir um ponto em que, com a direção de 3º ( t1ês giaus)
no1deste verdadeüo, p10ssegue até encontiar um marco que divide os municípios de Rio Bonito,
Saquarema e Aiarnama, na denominada linha ou rnmo da C1ispina

2 Com o muniiípio de Rio Bonito


Começa no ma1co que divide os municípios de Rio Bonito, Saqua1ema e Ata1uama, na linha
ou rumo da Ctispina, continua em p10longamento da ieta antetio1, com a mesma direção de
3º ( tlês graus) nordeste verdadeito, passa ap10ximadamente a meia distância da fazenda do
Morro das Moendas, em teuas de Rio Bonito, e da fazenda do Rio Pa1do, neste município, e,
depois de enconttai dois marcos, atinge, pouco além, o rio Bacaxá ou do Mato-Alto

3 Com o município de, Silv11 Jmdim


Começa no ponto em que, em seguimento da linha ou iumo da C1ispina e pouco além dos
dois marcos, atinge o tio Bacaxá ou do Mato-Alto, desce por êste rio, atiavessa a lagoa de
Juturnaíba, pela linha média de suas águas, e alcançando o rio de São João, desce poi êste até
a confluência com o tio da Aldeia Velha

4 Com o município de Cçtsimi1 o de Ab1 eu:


Começa na confluência dos rios da Aldeia Velha e São João e desce por êste último até
alcançar nêle um ponto no p10longamento da ieta do rnmo da Conse1vatória dos índios
- 204 -

Com o immicípio de Cabo Fiio


Começa no ponto, no tio de São João, no p1olongamento do rumo da Conse1vatóiia dos
Índios, e continua pelo dito rumo, na direção sudeste, em reta, até um ponto a trezentos ( 300)
met10s e a noroeste do cemitério do Aiaçá ou do Goiaba!

6 Com o município de São Ped1 o da Aldeia


Começa em um ponto, no 1umo da Conservatória dos índios a tiezentos (300) metlos e a
noroeste do cemitéiio do Araçá ou do Goiaba!; passa pata a direção de sudoeste e, em reta,
prossegue até alcançai o local denominado Enc1uzilhada da Sapucaia; daí, fletindo à esque1da,
continua, em outra reta, no quadiante sudoeste e vai atingit o mo110 da Posse, de onde, fletindo
à direita, vai, em uma nova 1eta, na direção de sudoeste até o alto do morro de Igaiapiapunha
Dêste alto alcança, em 1eta, o alto do mono das Canelas do qual, em outra reta, ganha o
ponto mais elevado do morro do Peró Dêste ponto desce, em reta, até a ponta da Praia, na
lagoa de Aiaruama, no lugar conhecido por ponta ou pedra das Andorinhas, ponto de intersecdo
dos limites de Cabo Fiio, São Ped10 da Aldeia e Aia1 uama

7 Com o município de Cabo F1io·


Começa na ponta da Piaia, no local conhecido po1 Pedia das Ando1inhas a este de Iguaba
Pequena; prossegue, em outra 1eta, até a ponta das Co10in1ias, seguindo, daí,, pela piaia do Saco
do Acaí até um ponto em que, em uma linha reta mm a 01ientação norte-sul verdadeiro, vai
passar pela ponta mais do lado de este da lagoa Pernambuca e p1ossegue, na mesma teta, até
alcançar a piaia de Maçambaba, no Oceano Atlântico

8 Com o Oceano Atlântico


Começa no ponto, na piaia de Maçambaba, em que te1mina a 1eta com a 01ientação de
noite-sul ve1dadeüo e que passa pela ponta mais do lado de este da lagoa Pernambuca, segue,
em direção de oeste, pela praia de Maçambaba até alcançar o ma1co existente na dita piaia
e ap10ximadamente a 3,5 quilômetros paia o lado de este do povoado do Ca1mo, em Saquatema

b) LIMITES DISTRITAIS

Entie os distiitos de Aiaiumna e Moiio Giande


Começa no marco existente no pico ocidental do mo110 do Itatiquaia, na divisa com o
município de Saquarerna; segue em teta ao pico imediato, do lado de este do mesmo n10110,
seguindo, em reta, pata o marco existente no mo110 de Boa Vista; daí, em reta, ao alto do
moiro de Iga1apiapunha

2 Entie os distiitos de Mouo Giande e São Vicente de Paulo


Começa no alto do moiro de Igaiapiapunha e segue, em 1eta patalela ao 1umo da Conse1va-
tó1ia dos índios até encontrai o rio Bacaxá, na divisa com o município de Silva Jatdim

III - MUNICíPIO DE BARRA DO PIRA1


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Bm1a Mansa


Começa na nascente plincipal do 1ibeirão do Inferno Daí, vai em 1eta, à confluência do
ribeirão Bonsucesso no iibeirão Turvo, subindo pelo primei10 até a sua nascente principal e
daí segue pelo grotão até atingit a 'linha de cumiada do diviso1 das águas dos tios Ptêto e
Paraíba

2 Com o município de Volta Redonda


Começa na nascente principal do ribeitão do Inferno, pelo qual desce até sua confluência
no lio Paraíba, e, po1 êste, até a confluência no ribeirão dos Três Poços

3 Com o município de Maiquês de Valença


Começa no último ponto desciito acima, onde conve1gem as linhas divisó1ias dos mumc1p10s
de Barra do Piraí, Matquês de Valença e Ba11a Mansa e segue pelo divisor dos lÍos Paraíba
e Prêto, até o ponto de inte1secção com a linha de cumiada da se11a do Banoso, passa pel:ii
linha de cumiada da sena das Minhocas, até atingir o alto da mesma setra, de onde em uma,
linha 1eta vai atingir um ma1co existente no se11ote de Santa Te1esa, de cujo marco segue pelos
serrotes de São Sebastião, Palmeiras e São João, continuando pela cumiada da se11a do Ba11ei10
até alcança1 o ponto de intersecção com a linha idêntica da se11a do Duboc onde foi colocado
um marco Segue pela linha de cumiada da setra do Duboc e desce pelo espigão p1incipal desta
<tté alcançar o 1io das Flotes, pelo qual sobe até a confluência com o có11ego de Santo Antônio;
- 205 -

daí, sobe po1 êste cónego até a sua n:J.scente principal e pelo g10tão até alcançar a linha de
cumiada da setra de S Manoel, divisor das águas dos rios das Flores e Paraíba; acompanha 0
aludido divisor até um ponto fronteiro e mais p1óximo da nascente principal do córrego Monte
Alegre, ganha a dita nascente e desce êste có11ego até a confluência com o rio Paiaíba

4 Com o município de Varrou1ar


Começa na confluência do cótrego Monte Alegre com o rio Paraíba; sobe po1 êste até a
confluência com o 1ibeitão dos Focinhos e por êste 1ibeirão até a Ponte do Rocha

5 Com o município de Pi1aí


Começa em um ponto frontei10 e mais p10x1mo da nascente principal do cónego do Fabião
e segue por êste, até a confluência com o 1io Piraí; desce pelo 1io Piraí até encontrar um valão,
sem nome, que vai ter ao açude São Félix, conendo pelo dito valão até a sua foz no referido
açude; atravessa êste açude em sua linha média, ganha o cóirego de São Félix e sobe por êste
até a sua nascente principal; daí atinge o diviso! das águas dos rios Pitaí e Paiaíba (setra
dos Tomazes); segue pelo mesmo diviso1 até um marco no mesmo plantado; daí, em reta,
atravessando o tibeitão João Congo, até o centro da ponte sôbre o córrego de Botafogo, na
rodovia Vargem Aleg1e-Pinheiral Deste pelo referido córrego até a confluência com o 1io
Paraíba e por êste até a confluência com o ribeitão dos Três Poços

6 Com o município de Mendes


Começa na Ponte do Rocha e segue em linha 1eta até atingir um ma1co existente na
Fazenda São Paulo; daí em linha teta atinge as divisas das Fazendas Santa Ma1ia e Ponte Alta
com as Fazendas São Joaquim, São José das Palmeiras e da Boa Esperança, acompanha estas
divisas até a Ponte do Cunha, na E F C B , seguindo esta linha fénea até o km 100 e daí,
em uma linha reta, vai atingir as cabeceitas do cóirego do Fabião

b) LJMITFS DISTRITAIS

Entle os distlitos de Ba11a do Pi1aí e Va1gem Aleg1e


Começa na nascente principal do ribeirão de Ipiabas, no diviso! de águas dos tios Paraíba
e Prêto, desce pelo mesmo ribeirão até a confluência com o rio Paraíba; sobe po1 êste até a
confluência com o 1ibeitão João Congo e po1 êste até a sua nascente principal no divisor de águas
do rio Paiaíba e tibeitão dos Focinhos

Inte1p1etação:
Começa na linha de cumiada da seua das Crnzes, diviso1 entre os tios Pa1aíba e
Prêto, em um ponto frontei10 e mais próximo da nascente principal do 1ibeirão
de Ipiabas, atinge a dita nascente e desce pelo aludido ribeirão até a confluência
com o rio Paraíba; daí, sobe êste último até a confluência com o ribeirão J oâo
Congo e por êste até o ponto em que cortado pela reta que, partindo de um marco
na sena dos Tomazes, vai até o centro da ponte sôbre o cónego de Botafogo, reta
esta que serve de divisa ent1e os municípios de Ba1ra do Piraí e Piraí

2 Ent1e os dist1itos de Do1ândia e Vaigem Aleg1e·


Começa na nascente principal do ribeirão das Minhocas e desce po1 êle até a confluência
com o córrego das Duas Barras; daí em reta, até a confluência dos 1ibeirões da Boa Esperança
e das Minhocas, continua pelo ribeirão da Boa Esperança até encontrar a reta perpendicular ao
rio Paraíba na confluência, 90 córrego Botafogo

3 Ent1e os dis11itos de Do1ândia e São José do Tu1vo


Começa na confluência do ribeitão das Quinze Ilhas no tio Paraíba e sobe pelo mesmo
ribeirão até sua nascente principal; segue pela cumiada da serra das Minhocas até o seu entronca-
mento com o divisor de águas dos dos Paraíba e P1êto

4 Ent1e os dist1itos de Ipiabas e Do1ândia:


Começa no ma1co implantado no seuote de Santa Te1esa e vai em 1eta a confluência do
ribeirão que desce de Ipiabas no das Minhocas

5 Ent1e os dist1itos de lpiabas e Vaigem Aleg1e:


Começa na confluência do tibeirão que desce de Ipiabas no das Minhocas e ganha a linha
de cumiada do divisor das águas do 1io das Flores das do 1io Paiaíba, pela qual segue até um
ponto fronteiro e mais próximo da nascente ptinci pai do cóu ego de Santo Antônio
- 206 -

Intetptetação:
Começa no tibeirão das Minhocas no ponto em que tetmina a linha teta que,
partindo do mo110 denominado alto <la Se11a das Minhocas, passa pelo ma1co
existente no se11ote de Santa Tetesa e segue pela linha de vertentes do diviso1 das
águas do tio das Flo1es das do tio Pataíba até um ponto f10ntei10 e mais ptóximo
da nascente ptincipal do có11ego de Santo Antônio

IV MUNICIPIO DE BARRA MANSA *


a) LIMITES MUNICIPAIS

Co111 o município de Rerende


Começa na nascente ptincipal do tibeitão Cantagalo, na divisa com o Estado de São Paulo;
segue o diviso1 do tio Ba11ei10s e có11ego do Cafundó; daí segue o divisor de águas do tio
Baneitos e do cótrego da Lagoinha até a nascente ptincipal <lo có11ego da Cachoeita, descendo
po1 êste até o rio Pataíba; dêste ponto, sobe o tio Parníba até a confluência do tibeitão da
Figueita, subindo pot êste até a sua nascente ptincipal; segue, depois, pelo divisot de ágnas
dos rios Pataíba e Ptêto até a nascente ptincipal do có11ego São Domingos, pelo qual desce até
a sua confluência no tibeitão das Lajes, e pot êste ribeitão até a sua confluência no tio P1êto

2 Com o Ertado de Mi11t1r Ge1dir


Pelos limites estaduais

3 Com o 111ttnicípio de Mt11qttês de Vt1lençr1.


Começa na confluência do tibei1ão do Pattiatca no tio Ptêto e segue o esptgao aí existente
até alcançai a setra do Rio Bonito Ptossegue pelo divisot <lesta seua até a nascente ptincipal
do tibeiião Bonsucesso

4 Com o município de Bt111t1 do Piiaí


Começa em um ponto f10ntei10 e mais ptóximo da nascente ptincipal do ribeitão Bonsucesso,
pelo qual desce até a sua confluência no tibeitão do Tui vo; daí, em teta, até a nascente ptincipal
do ribeirão do Inferno

Com o 1111111itípio de Pi1,1í


Pelo Deoeto-lei n• 1 056, de 31-12-43:
Começa no ponto de conve1gência dos mumop10s de Ba11a Mansa, Volta Redonda e Piiaí
no tibeirão dos Três Poços; sobe pot êste até a sua nascente ptincipal; daí, em teta, vai it
nascente ptincipal do có11ego Setenon, afluente da ma1gem diteita <lo tibeirão do Btandão
OBS: Pela Lei n• 2 435, de 5 de abtil de 1955, o município de Balla Mansa não se limita
com o de Pitaí

6 Com o município de Itc1ve1á


Começa na nascente ptincipal do có11ego Setenon, afluente da matgem diteita do ti?eitão
do Btandão; palte em teta, ao alto do mo110 do Palmital, e daí, em teta, ao Alto do Laieado;
dêste ponto, em teta, ao açude Mo1eira Pinto, m matgem diteita .do tio Ba11a Ma?sa; daí,, pelo
tio Ba11a Mansa até o valo que passa pelo extmto açude de baixo, no Bom Retuo e dai, em
teta, it estiada de 10dagem Rio - São Paulo, no divisot da set ia da Catioca

7 Com o Estctdo de São Pctttlo


Pelos limites estaduais

8 Com o município de Voltct Redonda


Pelo Decteto-lei n• 1 056, de 31-12-1943:
Começa na nascente ptincipal do ribeitão do Inferno e segue em teta até o matco existente
na se11a do Ampa10 Daí, em tetas sucessivas definidas pot matcos, até o tio Pataíba; pot êste,
até a confluência do tibeitão do Btandão; continua 1101 êste até as divisas com o município de
Pitaí
Pela Lei n'' 2 435, de 5-4-1955:
Começa na nascente ptincipal do tibeitão do Iuferno e segue em teta até o ma1co existente
na seira do Ampa10 Daí, em tetas sucessivas, definidas po1 ma1cos, vai até a margem esque1da

Foram feitas as descrições dos limites pelo Decreto-lei n• 1 056, de 31-12-1943, e pela Lei
no 2 435 de 5-4 1955, em vittude de a sua fixação final depender ainda de decisão do Egrégio
Supremo Tribunal Fedem!
- 207 -

do tio Paiaíba, num ponto a 300 ( ttezentos) met10s acima da desembocaduta do có11ego do
'Ano Bort1 Nesse ponto atravessa o rio Pataíba, alcançando a margem diteita num ponto que
fica à margem esque1da do córrego Ponte Alta, a 600 (seiscentos) metros acima do pontilhão
da Estiada de Feuo Centrnl do Brasil Dêsse ponto flete pata esque1da e segue po1 linhas tetas
paialelas ao pe1ímet10 urbano desoito em anexo ao Dec1eto-lei nº 1 242 de 9-10-944, e dêsse
pe1ímetro eqüidistante de 300 (trezentos) met10s, até alcançar a ma1gem esqueida do có11ego
do Btandão Continua po1 êste, até a confluência do cóuego Se1enon e sobe, po1 êste, até a sua
principal nascente Daí, em ieta, alcança a principal nascente do 1ibeirão Ttês Poços, também
chamado "Btandão", estabelecendo divisas com o município de Pitaí

b) LIMITES DISTRITAIS

Ent1e os dist1itor de B,111a Mcmsa e Fio1iano


Começa na confluência do 1ibeilão das Antinhas no iio Bananal; segue po1 êste até a sua
confluência no iio Paraíba; continua po1 êste até a confluência do ribeirão do Tm vo

2 Ent1 e os distiitos de Ba11a Mcmsa e Rictlto


Começa na divisa estadual com São Paulo, no cóuego da Caiioca; segue pot êste até a
confluência do ribeirão das Antinfas; continua po1 êste até a sua confluêntia no tio Bananal

3 Ent1e or dist1itos de Ba11a Mansa e NoSJa Senh01a do Ampa10·


Começa na confluência do 1ibei1ão das Pedias no 1ibei1ão do Turvo; segue em ieta ao ma1co
existente na se11a do Ampa10

4 Enhe or dist1itos de Bc111e1 Mcmsct e Q1tC1tis


Começa no iio Paraíba, na confluêntia do iibei1ão do Turvo; segue por êste até a con-
fluência do 1ibeüão das Pedias

En11 e os di rt1 itos de Floiicmo e RiC1lto


Começa na divisa estadual com São Paulo, no cóuego do Cafundó; segue po1 êste até a sua
confluência no iio Bananal, e po1 êste até a confluêntia do 1ibei1ão das Antinhas

6 Ent1e os dist1itor de Flo1ic1110 e Q11C1tis


Começa em um ponto ftonteito à confluência do cóHego da Cachoeila no iio Pa1aíba; segue
po1 êste até um ponto fronteiro à confluência do iibeirão do Tm vo

7 Ent1e os dist1itor de Nosrct Senho1e1 do Ampmo e Q11t1tis


Comec,a no iibeitão do Tui vo, na confluência do ribeilão das Pedras; segue po1 êste até a
confluência do có11ego do Desembarque

8 Ent1e os dist1itos de Nossa Senho1e1 do AmjJmo e Ribeilão de São Joaqttim:


Começa no iibeirão das Pedias, na confluência do có11ego do Desemba1que; segue po1 êste
até a confluência do cóirego Ma1imbondo; pot êste até a sua nascente p1incipal e, daí, em reta
ao alto da Mutuca, na divisa com o inunicípio de Marquês de Valença

9 Ent1e os distJitos de Quatis e Ribei1ão de São Joctquim:


Começa na confluência do tÓ11ego do Desemba1que no iibeirão das Pedias; segue po1 êste
até a confluência do 1ibeilão Vermelho

10 Ent1 e os dist1 itos de Qttcttis e Fctlcão.

Começa na confluência do iibeiião Ve1111elho no iibeilão das Pedias; segue po1 êste até a
divisa com o município de Resende

11 Ent1e os distJitos de Ribei1ão de São fOClqttim e Falcão


Começa na confluência do iibeirão Ve1melho no iibeilão das Pedias; segue po1 aquêle 1ibeiião
até a sua nascente piincipal; daí, em reta, até a nascente p1indpal do iibeirão das Cruzes; segue
por êste até a sua confluência no iio Prêto
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V - MUNICíPIO DE BOM JARDIM


a) LIMITES MUNICIPAIS

Coni o município de Duas Be11ias


Começa na pedteita nos altos dos Michéis; vai em reta, até a nascente ptincipal do córrego
do Monte Vetde e daí, segue pela cumiada do divisor de águas dos tios Negro e Gtande até
o alto da Pena

Interpretação:
Começa na pedreita situada no ponto mais otiental dos altos dos Michéis, que
dividem as águas do có11ego do Banquete das do ttecho do 1io Gtande; daí, em
uma linha reta, corta os córregos do Banquete e Santa Te1esa, passa pelo alto
da pedra de Santa Teresa e vai atingir, no diviso1 das águas do rio Gtande das
dos 1ios Macacu e Neg10 (linha de cumiada da serra do Monte Verde), o ponto
f1onteito e mais p1óximo da nascente principal do córrego do Monte Verde; daí,
continua pela linha de cumiada da se11a do Monte Verde até alcan,a1 o alto da
Pena

2 Com o município de Co1dei10


Começa no alto da Pena, segue pela linha de ve1tentes, na direção de sudeste, e, depois de
descei esta linha, sobe pelo divisor de águas do cónego do Soco110 e de um outro cótrego sem
nome que passa pela fazenda de São Lou1enço, desce po1 êste diviso1 até um ponto no tio Grande
no local denominado Santa Rosa, onde tetmina a divisa com o município de Tiajano de Motais

lntetptetação:
Come,a no alto da Pena, segue pela linha de veltentes, na di1eção de sudeste, até
atingir a linha de vertentes do espigão que divide as águas do córrego do Socollo
das de um out10 có11ego sem nome que passa pela fazenda de São Lou1enço e
deságua no tio Grande; daí, desce pela linha de veltentes do dito espigão até um
ponto f1onteiro, no tio Grande, e distante do local denominado Santa Rosa

Com o município de 1'1 aja no de Mo1e1is


Começa no ponto no tio Grande f10nteiro ao lugat denominado Santa Rosa, sobe pelo diviso1
de águas dos ribeirões São Lourenço e Santo Antônio, por êle continua até alcançai a linha de
cumiada da serra de Macaé

lnterp1 etação:
Começa no rio Gtande, em um ponto f1onteüo à linha de vertentes do esp1gao que
divide as águas do cónego do Socorro das de um outro córrego sem nome que
passa pela fazenda de São Lou1enço e que deságua no tio Grande, p1óximo à
ponte do Cassiano, diante do local denominado Santa Rosa Daí, pela linha de
vertentes do contraforte que divide as águas do 1ibeitão de Santo Antônio das do
ribeüão de São Lourenço, por ela continua até atingir a linha de cumiada da setra
de Macaé

4 Com o município de Not'a F1ibu1go·


Começa no ponto acima indicado na se11a de Macaé e segue pela linha de cumiada até o
alto da Tapera; daí em 1eta, até o alto do Catete; segue em düeção à nascente principal do
córrego das Flo1es, pelo qual desce até a sua confluência no tio Bengala segue por êste até a
ma confluência no 1io Giande, e, daí, em teta, ao alto dos Michéis

Interp1etação:
Começa no ponto em que a linha de veltentes do contiaforte que divide as águas
do 1ibeiião de Santo Antônio das do 1ibeirão de São Lomenço atinge a linha de
cumiada da setra de Macaé e por esta linha continua até alcançai o alto da Tapera;
daí, em uma linha teta, na direção de noroeste e coitando a estiada de rodagem
Refúgio - São José do Ribeirão e o 1ibeitão de São José, vai atingir um ponto no
alto do Catete; daí, desce pelo g10tão da nascente ptimipal do córrego das Flores,
alcança a dita nascente e desce o aludido cótrego até a confluência com o rio
Bengala e po1 êste prossegue até a confluência com o tio Gtande; desta confluência
e em uma linha teta, na diteção de noroeste, continua até o ponto mais oriental da
linha de cumiada dos altos dos Michéis
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b) LIMITES DISTRITAIS

Ent1e os dist1itos de Bom Jc11dim e São José do Ribeiião·


Comec,a na confluência do cónego do Soco110 no rio Grande, sobe po1 êste até o lugar
denominado Saudade, segue pelo espigão da Saudade, até Cambucás e daí continua pelo alta
de São José até a pedra do Silveira

2 Ent1e os dirt1itos de Bom Ja1dim e Banquete:


Começa na pedia do Silveila, segue pelo alto das ve1tentes da "Buracada", até o rio Grande;
at1avessa êste rio, e segue pelo diviso1 de águas dos cóuegos Santa Te1esa e Jequitibá até a
pedia de Santa Te1esa
Inte1p1etação:
Começa em um ponto no alto da pedra do Silveila, segue pela linha de vertente>
do contraforte da "Buiacada" e, dêste, desce até um ponto f10nt_ei10 e mais próximo
no iio Giande; daí, atravessa o dito rio, galga pela linha de ve1tentes o espigão
que divide as águas do cóuego do Jequitibá das do cóirego de Santa Te1esa e
sobe pela dita linha de vertentes até a pedia de Santa Teresa

3 Ent1e os dist1itos de Bom Ja1dim e Bai1a Aleg1e


Começa no luga1 denominado Santa Rosa e segue pelo 1io Giande até a confluência do
cóuego Socono
Inte1 p1etação:
Começa no rio Giande, no ponto frontei10 à linha de ve1tentes do esp1gao que
divide as águas do cóuego do Socono das de um out10 cónego sem nome que
passa pela fazenda de São lou1enço e diante do local denominado Santa Rosa, e
sobe o 1io Giande, até a confluência com o cóuego do Soco110

4 Entie os dist1itos de São José do Ribei1ão e Bc1nquete


Começa na pedia do Silveila e segue pelo alto das ve1tentes do Reti10 e da Pedia Bianca
até a divisa com o município de Nova Flibmgo
Interp1etação:
Começa na pedia do Silveila e segue pela linha de veJtentes do Retiro e do moiro
da Pedia Branca até o ext1emo oeste e, daí, desce até o ponto fronteiro e mais
próximo no córrego das Flo1es, no limite com o município de Nova F1iburgo

5 Ent1e os distJitos de São José do Ribeilão e Ba11a Aleg1e


Começa na confluência do cóuego do Socono, no lio Giande, e segue pelo divisor de águas
dos libeirões de São José de Santo Antônio até o alto da Tapera

Interp1etação:
Começa na confluência do cóuego do Socono com o rio Grande, sobe pela linha
de vertentes do espigão que sepaia êsses dois cu1sos-d'água até alcançar a linha
de vertentes que sepaia as águas do ribeirão de São José das do libeirão de Santo
Antônio e, po1 ela continua, até o alto da Tapeia

VI - MUNICíPIO DE BOM JESUS DO ITABAPOANA


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Natividc1de do Caiangola:


Começa no alto denominado "da Pinaça", na seua do mesmo nome, divisor de águas
<los rios Muriaé e Itabapoana e, daí, segue pela linha de cumiada dêsse diviso1 até a nascente
p1incipal do cóirego Grota Funda e, po1 êste abaixo, até a sua confluência no 1ibeirão Varre-Sai,
pelo qual desce até a sua confluência no lio Itabapoana
Interpretação:
Começa no alto denominado "da Pilraça", na seira da Piuaça, divisor das águas
que veitem para o 1io Muiiaé das que descem para o rio Itabapoana e, daí, continu,1
pela linha de cumiada dêsse diviso1 passando pelo alto denominado "Pão de Açúcar"
indo atingir, na sena do Monte Azul, um ponto fronteiro e mais próximo d~
nascente principal do cónego do Ciissiúma ou do Pimentão; dêste ponto, descendo
pelo respectivo grotão, alcança a dita nascente, continua pelo aludido córrego
abaixo até a confluência com o ribeüão Vaue-Sai e, po1 êste, desce até a confluênéia
com o rio Itabapoana, no limite com o Estado do EspÍlito Santo

-14-
- 210 -

2 Com o Estado do Espí1ito Sa11to


Pelos limites estaduais

3 Com o município de Campos


Começa no ponto do 1io Itabapoana, f10nteito ao matco do Caiabuçu, e, daí em 1eta, ao
ma1co da Pedra situado à ma1gem direita do ribeitão Santo Edua1do; dêste ponto, sobe o mesmo
1ibeitão até a sua nascente p1incipal, de onde continua pelo g10tão que dá origem a dita
nascente até atingi! o ponto mais próximo na linha de veltentes

Inte1 p1etação:
Começa no 110 Itabapoana, em um ponto f10ntei10 ao matco do Carabuçu, a
nordeste da vila de Santo Eduardo e, em uma linha teta, na direção de sudoeste.
vai atingi1 o 1ibeirão Santo Eduardo, em um ponto frontei10 ao marco da Pedia
situada entre a dita vila e a Usina de Santa Maria; daí, sobe o aludido tibeitão
até a sua nascente principal, galga o 1espectivo g10tão e vai alcançai um ponte,
fronteito e mais próxixmo da 1eferida nascente e na linha de vertentes que sepau
as águas do có11ego da Chica das do valão da Onça e das do ribeirão de Santo
Edua1do

4 Com o 111unicípio de Itape1una·


Começa num ponto f10ntei10 e mais p1óximo da nascente p1incipal do 1ibeitão de Santo
Eduardo; segue pelo divisor de águas, dos tios Itabapoana e Mutiaé, até encontrar o altD
da Pirraça, na seira do mesmo nome
Interpretação:
Começa num ponto f10ntei10 e mais p10x1mo da nascente plÍncipal do 1ibeirão de
Santo Edua1do, na linha de veltentes que sepaia as águas dêste 1ibeitão das do valão
da Onça e das do cónego da Chica, continua pela linha de cumiada do diviso1 de
águas que ve1tem pata o rio Itabapoana das que descem pata o tio Muriaé, passando
pelos picos do Matinho, da Ventania, se11a do Carvão, do Tatdim, de São Brás,
pico de São füás, se11a do Bom Jardim, do Himalaia, do Sacramento, passando
pela pedia do Leite, continua pela linha de cumiada do mesmo diviso1 de águas
até atingir o alto da Piuaça, na seua do mesmo nome

b) LIMI1 ES DISTRITAIS

Ent1e or distiitos de Bo111 Jesur do Itabapoa11ct e Caiabuçu


Começa no ponto médio entle os córregos de São Domingos e Pau-Feuo; segue pelas veltentcs
do São Domingos e do lÍbeüão da Liberdade até o alto da seua de São füaz

2 Ent1e os diJt1itor de Bom Jesus do ltabapocmct e Calheiios


Começa na confluência elo có11ego elo Leite, no tio Pitapetinga; desce po1 êste até a sua
foz no 110 Itabapoana

3 Ent1e os distJitos de Bom Jesur do ltabapotlllc/ e Piiapetingct de Bom Jerus


Começa na confluência do cóuego do Leite no lÍo Pitapetinga; sobe pelo cóuego elo Leite
a confluência do cóuego do Reti10; sobe po1 êste até a sua cabeceita, dêste ponto até o clivisot
de águas ela se11a da Biaúna, pela distância mais curta; segue pela cumiacla da se11a da Biaúna,
po1 linha que se desenvolve, seguindo a mais cm ta distância, ao ponto ela atual linha ele limite.>
entle os muniCÍj)ios de Bom Jesus do Itabapoana e Itape1una

4 E11t1e os dist1itos de Calhei1os e PiJapetingct de Bom Jesus:


Começa na seua elo Monte Ve1cle; segue até a cachoeita de Dona Flota, no 1io Pitapetinga,
abaixo elo Auaial Novo; daí até a seua ele Bonito, apanhando a bacia elo cóuego do Cágado,
até a confluência elo cóuego do Leite

Ent1e or dist1itos de Roscd e Cctlhei1os


Começa na bacia do Ribeitão ela Água Limpa, e no Itabapoana, segue pelas vertentes clêstc
até sua nascente principal
- 211 -

VII - MUNICiPIO DE CABO FRIO


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de A1ai11t111u1


Começa no ponto da praia de Maçambaba no ptolongamento de uma linha ieta com a
olientação noite-sul veidadeito, e que passa pela ponta mais do lado este, da lagoa Pernambuca,
segue po1 esta reta até a p1aia do Saco do Acaí, e, daí, po1 esta piaia, até a ponta das Coroinhas;
segue, em linha teta, até a ponta da praia conhecida po1 pedia das Ando1inhas, a este de Iguaba
Pequena

2 Com o município de São Ped10 da Aideia:


Começa na ponta da praia, no local conhecido po1 pedia das Ando1inhas a este de Iguaba
Pequena e segue, pela linha média das águas da lagoa de Aiarnama, até um marco existente no
Pôito do Carro; daí pela linha ca1acterizada por ma1cos até um ponto a 300 met10s a noroeste
do cemité1io do Aiaçá ou do Goiaba!
Inte1 p1etação:
Começa a este de Iguaba Pequena, na ponta da p1aia conhecida por ponta oú pedia
das Andorinhas e segue, pela linha média das águas da lagoa de Araruama, até
o ponto f10ntei10 ao ma1co de exttemo do turno da Conservatóiia dos Índios,
localizada a oeste do povoado de Pôito do Cauo; daí, em uma linha reta, continua
até ao maico do Retito, de onde, defletindo à esqueida e em outra reta vai alcançai
out10 marco, do mesmo turno, em São Jacinto, de onde, defletindo novamente à
esqueida, prossegue, ainda pelo dito rnmo e em nova ieta, até atingir o ponto
a nordeste e a 300 mettos do canto no10este do cemité1io do Aiaçá ou do Goiaba!

3 Com o município de A1a1uamc1


Começa no último ponto acima indicado e segue na dileção notoesté em 1eta pelo rumo da
Conservatólia dos índios até um ponto no iio São João, em p10longamento do dito rnmo

4 Com o município de Carimito de Ab1eu


Começa no 1io São João, em um ponto em p10longamento do 1umo da Conservatória dos
Indios e desce po1 êsse iio até a sua foz no Oceano Atlântico

S Com o Oceano Atlântico:


Começa na foz do lio São João e vai até a piaia de Maçambaba em um ponto no qual com
a otientação n01te - sul veidadeira, passa pela ponta mais do lado este da lagoa Pernambuca

b) LIMITES DISTRITAIS

Ent1e os qist1itoJ de Cabo F1io e Armação dos BIÍzios:


Começa no ma1co municipal do RetÍlo e segue em ieta até 0 maico do Mosteiro de São
Bento, na piaia do Peró;

2 Bt111 e os dist1itoJ de Cabo F1io e A11t!Íal do Cc1bo


Começa no maico da Baua Nova do Pontal e segue em ieta até o maico das Camboinhas
na piaia do Sudoeste

3 Ent1e os disl1itor de Tamoios e A111?t1ção dos BtízioJ


Começa no maico municipal do Gonçalves e segue em 1eta até o ma1co do Reti10

VIII - MUNICíPIO DE CACHOEIRAS DO MACACU .


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Magé


Começa na confluência dos iios Macacu e Guapi-Açu; sobe po1 êste até a confluência do
Libeüão Olindi-Açu, pelo qual segue até a sua nascente piincipal, na seua dos Ó1gãos
Inte1 pietação:
Começa na confluência dos 1ios Macacu e Guapi-Aç-u, sobe por êste até a sua
confluência com o 1ibcüão 01indi-Açu, po1 êste acima até a nascente p1incipal, de
onde, galgando o 1espectivo g10tão, vai alcançai, na linha de cumiada da sena dos
Órgãos ( tiecho do Subaio) o ponto fronteÍlo e mais p1óximo da dita nascente
- 212 -

2 Com o município de Te1esópolir


Começa na nascente ptincipal do 1ibeitão 01indi-Açu, na serra dos órgãos, e segue pela
linha desta até o início da se11a do Paqueque1
Interpretação:
Começa no ponto f10ntei10 e mais p10x11no da nascente principal do 1ibeirão
Orindi-Açu, na linha de cumiada da se11a dos Ó1gãos (trecho do Subaio) e segue
pela dita linha até o seu ent1oncamento com a linha idêntica da serra do Paqueque1

3 Com o município de F1ibu1go


Começa no alto da se11a dos Órgãos no ponto de encont10 com a se11a do Paquequer, e
segue pelo divisor daquela sena também conhecido pelos nomes de se11a do Mo110 Queimado
e serra da Boa Vista, até encontta1 a seua de Santana
Inte1p1etação:
Começa no ponto em que se encont1arn as linhas de curniada das seuas do Paquequer
e dos Ó1gãos e, semp1e pela cumiada passando pelos trechos desta última, conhecidos
pelos nomes de setra do Mono Queimado e serra da Boa Vista, corta a estrada-
-ttonco Norte Fluminense e a E F Leopoldina, na ga1ganta pouco ao sul da estação
de Teodo10 de Oliveita e continua até atingir o ponto de encont10 das linhas de
curniada das se11as dos Ótgãos ( ttecho da Boa Vista), de São João e de Santana

4 Com o município de Silva Jaidim


Começa no ent10ncamento da seua da Boa Vista com a de Santana, seguindo pelo diviso1
de águas desta até o pico da Mo1 umbeca e daí, em reta até o alto do Monte Azul, na se1ra
das Lavias
Interpretação:
Começa no ponto em que se enconttarn as linhas de cumiada da seua dos Ó1gãos
( ttetho da Boa Vista, de São João e Santana) e prossegue pela curniada desta
última até alcançai o pico da Mo1urnbeca; daí em urna linha 1eta vai atingit o
alto do Monte Azul, na se11a das Lav1as

Co11J o município de Rio Bonito


Começa no alto do Monte Azul, na se11a das Lavias e segue pelo diviso1 dos tios Macacu
e Casserebu, até enconttar o rna1co, na se11a de Btaçanã, ponto de conve1gência dos limites de
Rio Bonito, Itabotaí, Cathoeitas do Matam

Inte1p1etação:
Começa no alto do Monte Azul, na se11a das Lavtas e segue pela linha de curniada
do divisor que sepata as águas que descem para o rio Macacu das que ve1tem paia
os rios das Lavias e Casserebu, constituído pelas setras do Monte Azul, das Lavias,
pa1te da se11a do Sambê e senas dos Tatus, da Gtanada, do Taquaral, da Boa
Vista, do Alvarenga, da De1rubada e de Braçanã até enconttar Ci marco, na se11a
de Blaçanã, ponto de convergência dos limites de Rio Bonito, Itabotaí e Cachoeitas
do Macacu

6 Co11J o município de ltaboiaí


Começa no ma1co da setra do Brnçanã, ponto de conve1gência dos limites de Rio Bonito,
Itaboraí e Cachoeiras do Macacu e segue em reta até a ponte da E F Leopoldina sôbre o rio
Imbuí Dêste ponto desce pelo 1eferido rio até a sua confluência no 1io Macacu, pelo qual desce
até encontrai o 1io Guapi-Açu

b) LIMITES DISTRITAIS

Ent1e os dist1itor de Cachoei1as do Macacu e Japuíba:


Começa na se11a de Santana, na nascente ptincipal do rio Batatal de Baixo, na divisa com
o mumop10 de Silva Ja1dim; segue pela linha de cumiada da seua Suja, diviso1 de águas dos
tios Batatal de Cima das do Batatal de Baixo até a ped1eira do km 110 da E F Leopoldina,
daí, continua em 1eta até atingit o alto do moiro do Céu, de onde continua com a mesma direção
até o alto do 1110110 do Piquitote

Interp1etação:
Começa no limite com o mun1C1p10 de Silva Ja1dim no ponto em que se enconttam
as linhas de cumiada das serras de Santana e Suja, esta, diviso1 das águas dos
rios Batatal de Cima das do Batatal de Baixo, e acompanha a linha de cumiada
dêsse divisor até um ponto de onde desce até a pedteira do km 110 da E. F Leo-
- 213 -

ooldina, daí, continua em uma linha teta que co1ta a dita Estiada de Ferro, o tio
Macacu, a estrada-tronco No1te Fluminense, e, passando pelo alto do mouo do
Céu, ptossegue até atingit o alto do morro do Piquitote

2 Ent1 e os dist1 itos de Cachoei1 aJ do Macacu e Subaio:


Começa no alto do mouo do Piquitote e segue pelo diviso1 das águas dos tios Guapi-Açu
e Duas Banas, até os limites com o município de Nova Ftibmgo

Inte1p1etação:
Começa no alto do mouo do Piquitote e segue pela linha de cumiada da seua do
Quebra Côco, diviso1 das águas das cabeceitas do tio Guapi-Açu das do tio das'
Duas Banas, até encontrat a linha idêntica da seua dos Ó1gãos ( ttecho do mouo
Queimado), no limite com o município de Nova Ftibmgo

3 E11t1e os dist1itos de Jc1puíba e Subaio


Começa na confluência dos Jios Imbuí e Macacu e, pot linhas tetas, atinge os altos dos
mouos do Pico Cantagalo, Tauá e Piquitote

IX - MUNIC1PIO DE CAMBUCI

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Santo Antônio de Pádua


Começa na confluência do tio Pomba no tio Pataíba e sobe po1 aquêle até o ponto ftonteito
ao espigão do divisor de águas do 1ibeitão das F1echeitas e 1ibeitão dos Leites; sobe por êste
espigão até atingit a linha de cumiada da seua das F1ech}'itas, passa pelo pico da Ponta Gtossa
e, ptosseguindo, alcança o diviso1 de águas do tio Pomba e Muriaé, pelo qual segue até enconttat
a nascente p1incipal do cónego que passa pot Monte Alegte, atual Ibitipotã

Inte1 pretação:
Começa na confluência do tio Paiaíba com o tio Pomba e sobe po1 êste até o ponto
frnnteito à linha de ve1tentes do espigão que sepata as águas do tibeitão das
F1echeitas das do 1ibeirão dos Leites, galga êsse espigão, pela sua linha de ve1tentes,
até atingit a linha de cumiada da seua das F1echeiras, pela qual continua, passando
pelo pico da Pouta G10ssa e, prosseguindo pela linha de cumiada da seua do Romão,
divisor das águas do rio Mu1Í3é das do 1io Pomba, vai até o ponto de inte1secção
dessa linha com a linha idêntica da sena da Boa Vista

2 Com o município de Miiacema.


Começa na nascente ptincipal do çóuego que passa po1 Monte Aleg1e, atual Ibitipo1ã e
segue o divisor de águas dos rios Pomba e Muriaé até a sena da Boa Vista, ponto ele inte1secção
com o divisor de águas dos tibeitões Lirnoei10 e da Salgada
Inte1p1etaÇão:
Começa no ponto de inte1secção da linha de cumiada da seua do Romão com a
linha idêntica da seua da Boa Vista, divisai das águas do tio Mutiaé das do rio
Pomba, e, por ela, prossegue, passa pelo alto denominado sena da Cascata e vai
até atingit o ponto inicial da seua da Reset va e de onde parte a linha de vettentes
do contrafo1te que sepata as águas dos ribeitões do Limoeito e do Cubatão das do
tibeitão de São Domingos

3 Com o mttnicípio de Itape11111a ·


Começa na seua da Boa Vista e segue pelo diviso1 de águas dos 1ibeitões do Limoeito e
da Salgada com o tibei1ão São Domingos e pelo diviso1 de águas do tibeitão São Domingos
com os ribeitões Cubatão e Toiama até a confluência do Toiama no São Domingos; dlste ponto
segue em 1eta, na extensão de 10 quilômetros no rnmo de trinta e um giaus sudeste ve1dadeir')
até alcançar um ma1co, com as iniciais A C , de onde continua; na mesma dileção, na extensão
de 2 400 met10s vai encontta1 outto ma1co, idêntico ao ptimei10 e também com as iniciais A C ;
dêste ma1co segue a linha de vettentes até encontrai outro matco de cimento a1mado, com 4
faces e as iniciais A C , em f1ente à Usina Eléttirn do Gambá, no Valão Gtande
Inte1 pretação:
Começa no ptimeito ttecho da seu a <la Reset va, no ponto de intetsecção da linha
ele cumiada da sena da Boa Vista com a linha idêntica do contrafo1te que separa
as águas dos ribeitões do Cubatão e do Limoeiro das do ribeitão São Domingos, e
segue por esta última linha, passan<lo pelos pontões do Joaquim Branco e do
- 214 -

Alva1enga, até o ponto em que, descendo pela linha de ve1tentes do espigão que
sepata os 1ibeüões Toiama e São Domingos, vai atingir a confluência dêstes dois
1ibeirões; daí, segue, em uma linha teta com a 01ientação de trinta e um graus
sudeste ve1dadei10, e, com 10 quilômetros de extensão, vai alcançai um ma1co, com
as iniciais A C de onde, com a mesma orientação e com 2 400 metros de extensão,
vai atingi! um out10 marco, idêntico ao primeüo e com as mesmas iniciais; dêste
matco segue a linha de vertentes até o ponto de onde, descendo, vai ter a um
matco de cimento a1mado, com 4 faces e as iniciais A C , no valão Grande e em
frente à Usina Eléttica do Gambá

4 Com o município de Campos


Começa no ma1co existente em f1ente à Usina do Gambá, no valão Grande e segue em reta,
até o ponto situado a 5 quilômetros da confluência do ribeirão da Carqueija no rio Muriaé, e,
dêste ponto, em reta, até o matco da Pedra dos Fundos

5 Com o município de São Fidélis


Começa no marco da Pedra dos Fundos e segue em linha teta até a nascente ]?rincipal do
c.ó11ego Engenho-d'Agua, pelo qual desce até a sua confluência no tio Paraíba e, subindo êste
tio, vai terminai em um ponto no mesmo tio, a meia distância do povoado da Bóia e do valão
de Paricá
Interpretação:
Começa no ma1co da Pedia dos Fundos e, em uma linha teta, vai ter na linha de
ve1tentes que dá pata o có11ego do Engenho-d'Agua, em um ponto fronteiro e
mais p1óximo da nascente p1incipal do dito córrego; daí, desce o iespectivo grotão,
ganha a aludida nascente e continua pelo citado cótrego abaixo até a confluência
com o tio Paraíba e, daí, sobe êste tio até um ponto a meia distância entre o
povoado da Bóia e o valão do Pa1icá

6 Com o município de ltcwct11c1


Começa no ponto no tio Paiaíba, a meia distância do povoado da Bóia e do valão do Pa1icá,
sobe o rio Pataíba e termina na conflluência do tio Pomba, ponto inicial desta descrição

b) LIMITES DISTRITAIS

Ent1e os dirtiitos de Cambuci e Monte Ve1de.


Começa no alto das Aguas Claras, e segue pela linha de cumiada da se11a do Monte Verde
até o alto da Esmetalda

2 Ent1e os distiitor de Cc1mbuci e São João do Paic1íso


Começa no alto da Esmetalda e segue pelo divisot de águas do tio Mu1iaé e Paiaíba até a
nascente principal do có11ego Engenho-d'Agua

3 Entie os dirtiitor de Cmnbuci e Tiês limãos:


Começa no tio Paiaíba, em um ponto a meia distância entte o povoado denominado da Bóia
e o valão de Paricá e segue em teta ao alto do Bom Retito e dêste ponto desce em teta até a
confluência do rio Pomba no tio Pataíba

4 Ent1 e os dist1ito1 de Cmnbuci e Funil·


Começa na divisa com o mumc1p10 ele Itaocata, segue pelo diviso1 ele águas elos 110s Pataíba
e Pomba até o alto elas Aguas Claias

5 Entie os distiitos de Monte Ve1de e São João do Pc11aíso


Começa no ma1co existente na seua elos Cunhas, daí, em tetas sucessivas, vai ao alto elos
moiros ele Santa Paula, Founiga, Pau-Feno e Alto elo Que10-Ve1 na se11a de Monte Ve1de; segue
pela linha ele cumiacla desta até o Alto da Esmeialcla

6 Entie os dist1itor de Monte Ve1de e Funil


Começa no alto das Aguas Clatas e segue, pelo cliviso1 ele águas do tio Mllliaé e Pomba, até
encontrar a linha ele cumiacla ela se11a elo Romão

7 Entie os distiitos de Monte Veide e São José de Ubá·


Começa no ponto ele intersecção ela linha ele cumiada ela serra elo Romão com a linha idêntica
ela serra elos Cunhas ou elo Curti, e segue por esta até o marco existente na mesma, no morro de
Santa Paula
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8 E11t1e os dist1itos de São João do Paiaíso e São José do Ubá


Começa na selfa dos Cunhas ou do Cu1ti, no matco existente no molfo de Santa Paula, segue,
pela linha de cumiada da serra da Onça e continua pelo divisot das águas do tio Todos os Santo5
das do cónego da Onça, até o limite com o município de Itapetuna

X - MUNIC1PIO DE CAMPOS

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de São Fidélir


Começa no pico do Macapá, ponto em que se encont1am as seuas do Macapá, do Imbê,
Grande e do rio Prêto e continua pelas linhas de cu.miada das serras do tio Ptêto e da Salina,
passa pelo pico de São Mateus, na sena do Mocotó, cuja linha de cumiada acompanha e prossegue,
ainda pelas linhas de cumiada das senas dos Três Picos, das Palmeitas ou de São José, até alcançai
o mouo do Domo, nesta última seua; dêsse 1110110, desce, pelo divisot de águas dos rios Ptêlo
e Paraíba, até alcançai neste último um ponto f10nteiro e mais ptóximo à pedta do Alectim;
sobe o rio Pataíba até o ponto frontei10 e em ptolongamento do turno da Vala, pelo qual sobe
até alcançai o pico de Santa Maria, na seua da Bandeita, também conhecida por serra do Sapateito
ou da Caconda Do pico de Santa Matia prossegue pela linha da seua da Bandeira até atingit o
pico do Sapateito; daí, em uma linha reta, vai até akançat o marco do Paiol e, dêste, em outta
teta, ptossegue até atingit o matco da Pedia dos Fundos, na linha divisótia de Cambuci

2 Com o municíf;io de Cambuci


Começa no marco da Pedia dos Fundos, de onde, em uma linha teta, vai alcançai um pont,)
no cóuego Catqueja, situado a S quilômetros da sua confluência com o tio Mmiaé e, daí, em
outra linha teta, pro.•segue até um ponto no valão Gtande situado em fiente à Usina Hid1elét1ica
do Gambá

3 Com o 112unicífJio de Itape1unt1:


Começa no matco existente no valão Grande e em frente à Usina Eléttirn do Gambá e desce
pot êsse valão até a confluên,ia com o tio Muriaé; desce po1 êste rio até o início do espigão
à ma1gem esquerda do cÓHego da Chica; segue êste espigão, até alcançai a linha de vertentes;
passa pelo pico do Gambá, e daí até um ponto ftonteito e mais próximo da nascente principal
do 1ibeirão Santo Edua1do
Interptetação:
Começa no ma1co existente no valão Giande e em f1ente à Usina Eléttica do Gambá
e dr-,ce pelo dito valão até a confluência com o rio Muriaé; daí, desce por êste rio
até o ponto f10ntei10 à linha de vertentes do espigão que sepata o CÓlfego da
Chica do córrego da Lapa, ganha e sobe pela dita linha dêsse espigão até alcançai
a linha de cumiada das seuas do Monte Alegte e do Leitão, pela qual segue e,
passando pelos picos do Leitão e dos Ptazeres, do Encantado e do Gambá, continua
até enrnnttat a linha de vertentes que separa as águas do cÓHego da Chica das
do valão da Onça e das do ribeirão de Santo Edua1do, um ponto f10ntei10 e mais
p16ximo da nascente p1incipal dêste 1ibeitão

4 Com o município de Bom Jesur do Itabapoana.


Começa na linha de ve1tentes, no ponto acima indicado, atinge a nascente ptincipal do
1ibeitão Santo Edua1do, desce por êste até um ponto fronteito ao matrn da Pedia e, daí, vai
em teta até o rio ltabapoana, em um ponto ftonteiro ao marco do Catabuçu
lnterp1etação:
Começa na linha de vettentes que sepata as águas do cótrego da Chica das do
valão da Onça e das do tibeitão de Santo Edua1do, em um ponto f1onteito e mais
ptóximo da nascente ptincipal dêste tibeitão, desce pelo respectivo g10tão, alcança
a dita nascente e continua pelo aludido tibeirão abaixo até um ponto fronteito
ao matco de pedra situado entre a Usina de Santa Maria e a vila de Santn
Eduardo, e, daí, em urna linha teta na diteção de noídeste, continua até atingit
o tio ltabapoana, em um ponto f1onteito ao matco do Catabuçu, a nordeste da
aludida vila

Com o Estado do Espíiito Santo:


Pelos limites estaduais
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6 Com o município de São João da Bai1t1'


Começa na confluência do cóuego do Juvêncio no tio Itabapoana, ma1rn I; sobe po1 êste
có11ego até o seu c1uzamento com a estiada da Co11enteza, ma1co II; segue po1 esta estrada
até o seu nuzamento com a estiada da Mutuca, ma1co III; continua pela estiada da Boa Vista
até o seu ent10ncamento com a estiada do Imburi, marco IV; segue po1 esta estrada até o rumo
da Regaleira, acompanhando êste rumo até a lagoa da Cauaia; e pela linha• média das águas
desta lagoa até a lagoa da Saudade, continuando pela linha média desta, até a passagem do
Campeio e daí pela linha das águas da lagoa do Campeio até o cónego da Cataia; daí po1
êste cóuego até a sua confluência no rio Paraíba subindo po1 êste até em frente a um ponto
situado em sua ma1gem düeita, a um quilômet10 a montante da Usina Ba1celos, ma1co V;
dêste ponto, em uma linha leta, vai alcançar a intersecção do eixo da estiada de ferro (linha
ag1ícola da Usina de Cambaíba) com a linha média das águas da lagoa do Taí Pequeno, pela
qual segue e continua pela linha média das águas das lagoas dos Jaca1és e das Bananeiras até
a embocadma do rio do Colégio nesta última lagoa, dêste ponto, em leta, segue até a bana do
iio Açu, no Oceano Atlântico

7 Com o Oceano Atlântico


Come<,a na ba11a do Açu e segue pelo litoial até a baua do Fmado

8 Com o município de Macaé


Começa no Oceano Atlântico, na baua do Fuiado, segue o lio dêste nome e o lio Bauo
Ve1melho até a sua embocadura na lagoa de Dentro; daí, em leta, até a foz sul do iio Majo1,
na dita lagoa; po1 êste rio até a sua foz noite, na lagoa Feia; daí, em outia reta até a foz do
lio Macabu, pelo qual sobe até à confluênda do có11ego das Piabas
Intel p1etação:
Começa no Oceano Atlântico, na baua do Fuiado, sobe pelo do do mesmo nome
e continua pelo rio do Barro Veunelho até a sua nascente na lagoa de Dent10,
de onde, em uma linha leta, vai alcançar a bôca sul do canal do Major; continua
por êste até a sua bôca norte, na lagoa Feia; daí, em uma linha leta vai atingir,
na mesma lagoa, a embocaduia do tio Macabu e po1 êste sobe até a confluência
com o có11ego das Piabas

9 Com o município de Semtet Maiia Me1dalena


Começa ha confluência do cónego da Pedia Branca com o tio Macabu, sobe por aquêle
até a sua nascente principal, atinge a linha de vertentes, pela qual segue até um ponto f10ntei10
à nascente plincipal do rio dct Mundo, desce por êste e, em seguida, pelo tio Imbê até a
confluência com o rio Segundo Norte, sobe êste rio até a sua nascente p1incipal na serra da
Forquilha, no luga1 denominado Aguas Paiadas e subindo pelo g10tão desta nascente ganha a
linha de vertentes e segue até atingi! o pico de Macapá, na seua do Rio Prêto
Interpretação:
Come<,a na confluência do lio Macabu, com o có11ego da Pedra Bianca, sobe po1
êste até a sua nascente principal, galga o lespectivo g10tão e vai atingi1, na linha
de ve1tentes, um ponto fronteiro e mais p1óximo da dita nascente; continua pela
linha de vertentes até um ponto frontei10 e mais p1óximo da nascente ptincipal do
tio do Mundo, desce pelo 1espectivo grotão, alcança a dita nascente e prossegue
pelo aludido tio abaixo e, em seguida, pelo tio Imbê até a confluência com o
lio Segundo Noite, de onde, subindo êste, até a sua nascente principal e galgando
o lespectivo grotão, alcança a linha de ve1tentes e po1 ela segue até encontrar o
)Jico do Macapá, ponto em que se encontiam as seuas do Macapá, do Imbê,
G1ande e do Rio P1êto

10 Com o município de Conceição de Macabtt:


Começa na confluência do córrego das Piabas com o lio Macabu e sobe por êste até a
confluência com o có11ego da Pedia Branca

b) LIMITES DISTRITAIS

Entie os distiitos de Campos e Gttaitts:


Começa no limite com o munmp10 de São João da Baua, no lio Paiaíba, e segue po1
êste até a confluência com o tio P1êto

2 Ent1 e os dist1itos de Campos e Moiangaba:


Começa no limite com o município de São Fidélis, a cinco quilômetios do lio Paiaíba;
daí vai em leta até a nascente principal do rio Ururaí
- 217 -

3 Ent1e os dist1itos de Campos e Ibitioca:


Co1mv;a na nascente ptincipal do tio Ututaí e segue pot êste até a ponte da E F l copoldina
no lugat denominado Urntaí

4 Ent1e os dist1itos de Campos e Do1es de Macc1bu:


Começa na ponte da E F Leopoldina sôbte o rio Urutaí, no lugat do mesmo nome, segue
pot êste tio até o canal do João Duatte; e pot êste até o canal Campos - Macaé

5 Ent1 e os dist1 itos de Campos e Goitacazes


Começa na confluência do canal do João Dua1te no canal de Macaé a Campos, sobe por
êste o limite subuibano da cidade aquém ttezentos e vinte mettos das compottas do teferido
canal; dêste ponto, em teta, até o encontro das todovias de Cambaíba e Goitacazes em Cruz das
Almas, segue pela todavia de Cambaíba até o crnzamento com a E F Leopoldina; segue por
esta até encõnt1a1 um ponto a quinhentos mettos da platafotma da estação de Poço Gotdo

6 Ent1e os dist1itos de Campos e São Sebastião de Campos:


Começa na E F Leopoldina, num ponto a quinhentos mettos da platafouna da estação de
Poço Gotdo, pata o lado da estação de Cambaíba, segue em reta até a lagoa de Saquarema,
contorna a sua ma1gem e segue em teta, até o ext1emo da lagoa do Taí Pequeno
Intet pt etação:
Começa na E F Leopoldina, em um ponto situado a no10este e a quinhentos met10s
do cent10 da platafotma da estação de Poço Gotdo, segue, em urna lihha teta,
até um ponto mais ao sul e mais a oeste, na enseada da lagoa de Saquarema,
contorna esta pela matgem de oeste até atingit o seu ponto mais setenttional e,
daí, em uma linha teta, vai alcançai o ponto de inte1secção do eixo da estrada de
fe110 (linha agrícola da Usina de Cambaíba) com a linha média das águas da
lagoa do Taí Pequeno

7 E11t1e os dis11itos de Campos e Caidoso Mo1eh"


Começa na confluência do tio Prêto com o rio Pataíba e sobe pot êste até o ponto f10ntei10
e mais ptóximo à pedia do Alecrim, no limite com o munidpio de São Fidélis

8 En11e os dist1itos de Goitacazes e São Sebmlião de Campos·


Começa na E F Leopoldina, iama! de Colimins, a quinhentos met10s da estação de Poço
Gotdo; daí segue em reta, até a lagoa de Colomins e segue, contornando a sua matgem ocidental;
e segue em reta até a E F Leopoldina, iama! de Santo Ama10 próximo a estação de Mineitos
e segue pela tefetida estiada até Coqueitos
Intetptetação:
Começa na E F Leopoldina, em um ponto situado a no10este e a quinhentos
metias do centto da platafo1ma da tstação de Poço Go1do, de onde, em uma
linha teta, vai alcan~at o ponto mais ao noite e mais a oeste da lagoa de Colomins
e segue, contornando a sua margem ocidental, até o ponto mais ao sul e mais a
oeste da dita lagoa; daí, em uma linha teta vai atingit a E F Leopoldina (ramal
de Santo Amaro), ptóximo a estação de Mineiros e segue pot esta Estrada de Fe110
até Coqueiros

9 Enti e os dist1 ito r de Santo A111c11 o de C"mj10s e Goitacazes:


Começa na E F Leopoldina, iama! de Santo Amato, em Coquei10s, segue em teta, até a
embocaduta do có11ego do Pau Fincado na lagoa dos Coqueiros; daí, em teta até o limite com
o Município de Macaé, na lagoa Feia

10 E11t1e os dist1itos de Santo A111e110 de Campos e Mussu1ejJe:


Começa em Coqueitos; segue pela Estiada de Fe110 Leopoldina até Santo Ama10; daí, pela
estiada de automóvel até o fa10l de São Tomé

11 Ent1e os dist1itos de Muss111ej1e e São Sebastião de Campos:


Começa na divisa com o município de São João da Batra, no meio da lagoa das Bananeitas;
segue em teta, até Coqueitos

12 Ent1e os dist1itos de Moiangaba e Ibitio<ct


Começa na nascente ptincipal do tio lJrutaí, na lagoa de Cima, atravessa esta lagoa até a
foz do rio Imbê e segue por êste até a confluência com o rio Segundo-Norte
- 218 -

13 En11e os dist1itor de Jbitiocct e Do1es de Macabu


Comec,a na da ponte da E F Leopoldina sôb1e o rio Ururaí, na localidade do mesmo nome;
segue em uma teta, até o alto do moiro da Itaoca, daí, até o entroncamento da estiada de ferro
agrícola da Usina do Cupim com a rodovia Etnani do Amaral Peixoto (marw 1); dêste ponto
em reta, até um ponto sôb1e o tio Quimbita, a quinze quilômettos da sua foz, na lagoa de Cima
Intel pretação:
Comec,a no cent10 da ponte da E F Leopoldina sôbre o rio Urn1aí, no povoado
do mesmo nome, segue, em uma linha teta, até o alto do morro da Itaoca, de
onde, em outia linha teta, continua até alcançar o ponto de cruzamento da linha
féirea da Usina do Cupim com a 1odovia Ernani do Amaral Peixoto (marco I);
daí, em uma linha reta, vai atingit, no tio Quimbira ou U1ubu, um ponto situado
a quinze quilômettos de sua foz, na lagoa de Cima

14 Ent1e os distiitos de Jbitioca e Paciência


Começa no ponto do tio Quimbita a quinze quilômet10s da sua foz, na lagoa de Cima e,
segue em reta até a wnfluência do rio Segundo-Norte no tio Imbê

15 Ent1 e os dist1 itos de Do1 es de Mc1cabu e Paciência


Começa na da ponte da E F Leopoldina sôb1e o tio Macabu e segue em teta, até o tio
Quimbita a quinze quilômet10s da sua foz na lagoa de Cima

.. 16 Ent1e os dist1itos de G11c111tr e Tu{/)essão


Começa no extremo sul da lagoa do Campeio, na divisa com o município de São João da
Batra; segue em teta até o marco do quilômetro ttezentos e vinte e seis da E F Leopoldina
segue em reta até a ponte da estrada de fe110 ag1ícola da Usina Sapucaia sôbre o tio Muriaé é
sobe por êste rio até a foz do valão da Onc,a

17 Ent1 e os dis11itos de Italtw e Sc111to Edua1do


Começa no matco do quilômet10 ttezentos e oitenta da E F Leopoldina, iama! Mmundu -
Po1ciúncula e segue em reta até as cabeceiras do 1ibeitão Santo Edua1do

18 Ent1e os dist1itos de Jt,tl1·r1 e Cc11doso Mo1ei1c1


Começa no quilômet10 ttezentos e oitenta da E F Leopoldina iama! Murnndu - Porciúncula;
por esta estrada até o matco I, sito a dois quilômetros aquém da estação de Cardoso Moreira;
segue em reta até o marco II, situado na estrada de Cardoso Moreira - Maribondo a dois
quilômet10s a pa1tit da linha férrea, segue em teta até o ma1co III, situado em frente a caixa-
-d' água ptóxima à ponte sôb1e o rio Muriaé e dêsse matco até a cumiada da sena do Sapateito

19 E11t1e os distJitos do Mo110 do Côco e T1c11•essão.


Começa no limite com o município de São João da Ba11a (turno da Regaleira), na 10dovia
Campos - Manguinhos, segue po1 essa até a distância de seis quilômet10s daí, em reta, até a foz
do valão da Onc,a, na lagoa do mesmo nome

20 E1111e os distJitos de Mouo do Côco e Santo Edua1do


Começa no limite com o município de São João da Baua, segue pelo có11ego do Juvêncio,
até a sua cabeceita p1incipal; daí, em reta até a Chave do Paraíso, na E F Leopoldina

21. En11e os dist1itos de Santo Edumdo e Cmdoso Mo1eiic1'


Começa no quilômet10 t1ezentos e oitenta da E F Leopoldina, iama! Mmundu - Poiciúncula,
e em uma linha teta, vai alcançai um ponto no cónego do Baú

22 Ent1e os distJitos de São Joaquim e Mo110 do Côco


Começa na Chave do Paiaíso no valão da Onça e segue por êste até a sua foz na lagoa do
mesmo nome

23 Ent1e os dist1itos de São fottqttim e T1avessão·


Começa na foz do valão da Onça, na lagoa do mesmo nome, e segue pelo mesmo valão a
confluência com o tio Muriaé

24 E1111e os dist1itos de Cmdoso Mo1eiic1 e Gttaws.


Começa na confluência do valão da Onça com o rio Mu1iaé e segue, em uma linha teta.
até a confluência dos tios Pataíba e P1êto.
- 219 -

25 Eizt1e ar dist1itor de São fodquim e S,mto Edud1do


Começa em um ponto no cóuego do Baú, na continuação da linha 1eta que sepata os distiitos
de Cardoso Moreita e Santo Edua1do, até Chave do Paraíso, no valão da Onça

26 Entie os dist1itos de São fodqui111 e Cd1doso Jo.fo1eiu1·

Começa em um ponto no limite com o disttito de Santo Edua1do no cótrego do Baú, desce
po1 êste até a confluência com o cónego Pau Brasil, descendo o referido cól!ego até a confluência
com o lÍo Mu1iaé, atiavessando-o e continuando pela Rodovia Campos - Italva até a ponte Santana
sôbre o rio Muriaé, desce por êste tio, até a confluência com o Valão da Onça

XI - MUNICÍPIO DE CANT AGALO

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o Estddo de Minds GtMir


Pelos limites estaduais

2 Com o município de Sdnto Antônio de Pádud


Começa na confluência dos rios Pirapitinga e lÍo Paraíba e desce por êste último até um
ponto fronteiro ao povoado de Pôtto das C1 uzes

3 Com o município de ltcwcmc1


Começa no lÍo Paraíba, em um ponto f1ontei10 ao povoado de Pôrto das Crnzes, e, vai em
uma linha reta, na direção S E ; continua até alcançai a chave do Lontta, e daí, em outia
teta, no mesmo quadrante S E vai até a confluência do córrego da Jataraca no rio Neg10
Interpretação:
Começa no 1io Paraíba, em um ponto f10ntei10 ao povoado de Pô1to das Cruzes,
e, em uma linha reta, passando pelas serras da Bela Vista e das Mangueiras, vai
atingir a chave do Lontia, na E F Leopoldina; da chave do Lontra, em outra
linha 1eta, passa pela se11a das Aguas Quentes e vai a confluência do cótrego
da Jararaca com o lÍo Negro

4 Com o mtmicípio de São Sebt1stião do Alto


Começa na confluência do cónego da Jararaca no lÍo Neg10, sobe êste último até a con
fluência do rio Macuco, sobe por êste e vai alcançai a confluência do có1rego do Oliveita

5 Com o 111unicípio de Co1deiio


Começa na confluência do cónego do Oliveita no 1io Marnco, e sobe po1 êste até a
confluência do cónego Vai de Palmas; dêste ponto sobe o Vai de Palmas até o ponto de travessia
da E F Leopoldina sôbre o dito cónego e pouco aquém da Patada do Andrade Da travessia
da estiada de feno sôbre o Vai de Palmas, acompanha a estrada de ferro até a confluência do
córrego São Ma1tinho no tio Macuco, de onde, em uma linha 1eta, vai até a nascente ptincipal
do cónego das Lavrinhas; daí, em outta linha reta, corta as esttadas de feno e todagem, abaixo
da Chave das Lav1inhas e ptossegue até atingit na linha de cumiada da seua da Batalha, o
ponto que ve1te pata a fazenda das Lav1inhas; daí acompanha a linha de cumiada da dita se11a
da Batalha; em seguida desce pelo conttafotte que divide as águas dos rios Negro e Macuco até
alcançar um ponto na linha 1eta divisória do município de Duas Banas

6 Com o mtmicípio de Dut1s Bc111c1s


Começa no ponto da linha 1eta divisória com Duas Ba11as, acima descrito, e segue pela
dita reta, até encontta1 a confluência do 1io Quilombo no có11ego do Souza

7 Com o município de Cmmo


Começa no ponto acima indicado, no no Quilombo e de&ce po1 êste até a sua confluência
no rio Paraíba.
- 220 -

b) LIMITES DISTRITAIS
Ent1 e os dist1 ito r de Cantagalo e Santa Rita da F/01 esta:
Começa na se11a <le Rodolfo Gonçalves e segue em teta até a sen,a do Pouso-Aleg1e
Sugestão: *
Começa no ponto em que a teta que divide com o município de Duas Ba11as coita
a linha de cumiada da setra do Quilombo e acompanha essa linha de cumiada até
um ponto fronteito e mais ptóximo da nascente ptincipal do córrego Vai de Graças,
e, em seguida, alcança o ponto idêntico da nascente p1incipal do có11ego das Facas
2 Ent1e os dist1itos de Cantagalo e Euclidelândict
Começa no cóirego Ftio e segue em teta até a se11a de Santa Ma1ta; daí vai em teta até
a patada do Teixeita, na E F Leopoldina
Sugestão: *
Começa no ponto de intetsecção das linhas <le cumiada das se11as da Itaoquinha
e de Santa Rita de onde, descendo, ganha a nascente mais ptóxima do cótrego
do Teixeiia pelo qual desce até a confluência com o tio Neg10; daí, desce o tio
Neg10 até a confluência com o cónego do Bom Vale e pot êste sobe até a con-
fluência com o có11ego Vai de Palmas
3 Entie os dist1itos de Cc111tc1gd!o e São Sebctstião do Pmctíba·
Começa no có11ego Ftio e segue em 1eta até a se11a do Itagiba
Sugestão: *
Começa na linha de cumiada da se11a do Quilombo, em um ponto f10nteito e
mais ptóximo da nascente ptincipal do có11ego das Facas, ganha esta nascente,
desce o dito córrego até a confluência com o tibeitão das Areias pelo qual desce
até a sua confluência com o có11ego Santa Bátbata
4 Ent1e os dist1itos de Sctnttt Ritct da Flo1estct e São Sebctstião do Pct1ctíbtt'
Começa na localidade denominada Campo Aleg1e; segue em teta até o tio Quilombo; e
vai em reta até a sena do mesmo nome
Sugestão: *
Começa na confluência do tio Pataíba com o cóllego Vai de Giaças, sobe por êste
até a sua nascente principal e, daí, sobe até um ponto f10nteito e mais ptóximo
na linha de cumiada da setra do Quilombo
Ent1e os dist1itos de Euclidelânditt e Boct So1te
Começa no luga1 denominado Limoeito; segue em reta até o túnel da Estiada de Fe110
Leopoldina; daí vai em teta até a se11a da Itaoqu1nha; e daí em teta até a se11a do Itagiba
Sugestão: *
Começa no ponto de intetsecção das linhas de cumiada das se11as de Itaoquinha
e Santa Rita, acompanha a linha de c.umiada desta última, passa por cima do túnel
da E F Leopoldina (km 229), passa pelo divisot das águas do tibeitão das Ateias
e do tio Neg10, alcança a linha de cumiada da se11a das Águas Quentes e po1
ela continua até o ponto de intetsecção com a teta que patte da confluência do
cónego da Jaiaiaca com o tio Negro e vai tet à chave do Lontla (limite com o
município de Itaocara)
6 Ent1e os dist1itos de São Sebastião do Pmaíbtt e Bott So1te·
Começa no tibeitão das Ateias, em Santa Bátbata e segue em teta até a se11a do Pôtto
Matinho e pot esta, até o limite com o município de Itaocaia
Sugestão: *
Come~a na confluência <lo có11ego Santa Bá1baia com o tibeitão das Ateias e, em
uma linha teta, vai alcançar o ponto de intetsecção das linhas de cumiada das
se11as do Curti e da Bela Vista; daí, acompanha a linha de cumiada da serra da
Bela Vista até o ponto em que esta ctuza com a teta que patte da chave do Lontta
e vai tet ao Pôrto das Cwzes (limite com o município de Itaocata)
7 Entie os dist1itos de Cantagalo e Boct So1te:
Sugestão: *
Começa na confluência do có11ego Santa Bátbaia com o tibeitão das Ateias e desce
por êste até a confluência com o cónego da Itaoca; daí, sobe êste cótrego até a
* Sugestão para a redação de um novo texto, em virtude de o atual não oferecer margem pata
uma boa interpretação; houve algum descuido na redação, visto como, pela descrição, não se chega
a fechar o perímetro
- 221 -

nascente p1incipal e, depois de alcançai um ponto f10nteito e mais p1óximo na


linha de cumiada da serra da Itaoquinha, acompanha esta linha de cumiada até
o seu ponto de inte1secção com a linha idêntica da sena de Santa Rita

XII MUNICi'PIO DE CARMO


a) LIMITES l\1UNICIPAIS

Com o município de Sapucaia


Começa na confluência do 1io São Fiantisco no Paqueque1, segue po1 êste último até a
confluência do cóirego Magé, sobe por êste até sua nascente p1incipal, segue pela linha de cumiada
da serra da Boa Vista e um contiaforte que te1mina a ilha do Cortume, no' tio Pa1aíba, pouco
abaixo da cidade mineira de São José d' Além Paiaíba
lnterp1etação:
Começa na confluência do 1io São Fiancisco com o iio Paqueque1; segue por êste
último até a confluência do có1rego Magé, sobe po1 êste até a sua nascente piincipal,
deflete à direita, atingindo a linha de cumiada da seua da Boa Vista, no diviso1
de águas do Ribeitão do Co1ti~o e rio Paquequer, e daí continua pelo teferido
diviso1 até o ponto de encont10 da linha de ve1 tentes do contraforte, pela qual
desce e continua até atingit o ponto centtal da ilha do Cortume, no tio Paraíba
e pouco abaixo da cidade mineira de São José d'Além Pataíba

2 Com o Estado de Mi11as Ge1CIÍr


Pelos limites estaduais

3 Com o município de Cc11ztc1galo'


Começa na confluência do 1io Quilombo no tio Paraíba e sobe o p1imeito até a confluência
com o cótrego do Souza

4 Com o município de Duas Ba11c1s


Começa na confluência do cóuego do Souza no iio Quilombo e segue o diviso1 de águas
dos tios Paiaíba e Neg10 até o início do diviso1 de águas dos 1ios Neg10 e Paqueque1

S Com o município de Sumidou10:


Começa no diviso1 de águas dos rios Neg10 e Paqueque1 e vai em 1eta, até a confluência
do rio São Francisco no 1io Paqueque1
Inte1 pretação:
Começa na pedia de São João, na linha de cumiada da serra de Santo Antônio
do Monte, ponto inicial do diviso! das águas do iio Negro das do iio Paqueque1,
e, em uma linha 1eta, segue até alcançai a confluência do rio São Francisco com
o 1io Paquequet

b) LIMITES DISTRITAIS

Enti e os dist1 itos de Ca11no e Pô1 to Velho do Cunha:


Começa no rio Paiaíba, limite com o Estado de Minas Gerais, e segue pelo valão Fundo até
o alto da serra dos Cdoulos
Interp1etação:
Começa na confluência do 1io Pataíba com o Valão Fundo, sobe por êste até a
sua nascente principal e, galgando o respectivo g10tão, vai alcançar, na linha de
cumiada da sena dos Crioulos, um ponto fronteito e mais próximo da aludida
nascente; daí, continua pela dita linha de cumiada até atingir o ponto de onde
parte a linha idêntica da setra da Santa Luz

2 Entie os dist1itos de Cmmo e Có11ego do P1c1ta:


Começa no alto da sena dos C1ioulos e segue pela setra da Santa Luz, até o ponto de
convergência dos limites municipais de Ca1mo, CantagaJo e Duas Bairas
lnte1 pretação:
Começa na linha de cumiada da seua dos C1ioulos, no ponto de onde parte a
linha idêntica da seua da Santa Luz, segue po1 esta linha até o ponto de intersecção
com a linha de vertentes do contrafoite que separa as águas do córrego do Glória
das do cóirego do Quilombo, acompanha esta última linha até alcançai o ponto
fronteiro e mais p1óximo da confluência do cónego do Quilombo com o córrego
- 222 -

do Souza, ponto de 01igem do cóuego do Quilombo, e, df'scendo daquele ponh


em uma linha teta, vai alcançar o dito ponto de 01igem dêste último cóneg~i.
onde confina êste município com os de Cantagalo e Duas Bauas

3 Ent1e os disl1itos de Có11ego do Piata e Pô1to Velho do Cttnha:


Começa na junção das seuas da Santa Luz e do Ab1eu e segue po1 esta última até as
vertentes do tio Quilombo

Começa ria linha de cumiada da setra dos Ctioulos, no ponto de onde pa1te a linha
idêntica da setra da Santa Luz, daí, prossegue pela primeira linha de cumiada e,
alcançando a linha idêntica da sena do Abreu, po1 ela continua o córrego do
Quilombo

XIII - MUNICíPIO DE CASEMIRO DE ABREU

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Nova F1ib111go·


Começa no divisai de águas dos tios Bonito e da Aldeia Velha, em um ponto fronteito e
mais próximo da nascente principal do cóuego do Novo Destino; desce por êle até a sua
confluência no tio Macaé e desce po1 êste até a confluência do tio Sana
Intel p1etação:
Começa na linha de cumiada da seua de F1ibu1go, diviso! das águas do tio Bonito
das do tio da Aldeia Velha, no ponto f10nteiro e mais ptóximo da nascente ptincipal
dêste último tio, segue pela dita linha de cumiada e vai atingir o ponto ftonteiro
e mais ptóximo da nascente ptincipal do cótrego do Novo Destino; daí, desce
pelo 1espectivo g10tão, atinge a dita nascente e continua pelo aludido córrego
abaixo até a confluência com o rio Macaé e po1 êste desce até a confluência com
o tio Sana

2 Com o m1111icípio de Macaé.


Começa na confluência do tio Sana no 1io Macaé, segue pot êste até a confluência do
cóuego do Retito, daí, po1 êste, até o diviso1 de águas do 1io de São João e rio Macaé (senas
da Malta, do Cangulo e do Iriti), po1 êste divisai até encontrai a nascente principal do rio
Imboassica; segue po1 êste, até a sua foz, na lagoa do mesmo nome, e continua pela linha média
das águas desta lagoa até a sua baua, no Oceano Atlântico
Intel p1etação:
Começa na confluência do tio Sana com o 1io Macaé, segue po1 êste até a con-
fluência com o cónego do Retito, sobe po1 êste até a sua nascente principal e,
galgando o iespectivo g10tão, continua, até atingi1 a linha de cumiada do divisor
das águas do tio de São João das do tio Macaé (seuas da Malta, do Cangulo e
do Ititi), daí, p10ssegue pela dita linha de cumiada até chegai ao ponto f10nteiro
e mais p1óximo da nascente principal do 1io Imboassica, de onde desce pelo
tespectivo g10tão, atinge a citada nascente e continua pelo mencionado tio abaixo
até a sua foz, na lagoa de igual nome, e, seguindo pela linha média de suas águas,
vai até a baua da mesma, no Oceano Atlântico

3 Com o Oceano Atlântico:


Começa na baua da lagoa de Imboassica até a foz do tio de São João

4 Com o m11nicíf1io de Cabo F1io:


Começa na foz do tio de São João no Oceano Atlântico e sobe po1 êste até um ponto
f10nteito e em prolongamento do turno da Cansei vató1ia dos índios

5 Com o município de A1a111ama:


Começa no ponto acima desctito e sobe o tio São João até a confluêni:ia do tio da Aldeia
Velha

6 Com o município de Silvei fa1dim


Começa na confluência dos tios São João e da Aldeia Velha, sobe po1 êste até a sua
nascente p1incipal, no diviso1 de águas do 1io Bonito e da Aldeia Velha, e mais p1óximo eh
nascente p1incipal do cóuego do Novo Destino
- 223 -

lnte1 p1etação:
Começa na confluência do lio de São João com o iio da Aldeia Velha, sobe por
êste até a sua nascente principal, galga o 1espectivo grotão e vai atingit, fü
linha de cumiada da sena de Friburgo, diviso1 das águas do rio Bonito das do
1io da Aldeia Velha, o ponto f10ntei10 e mais próximo da dita nascente e, dêste
ponto, segue a mesma linha de rnmiada, até alcançar o ponto f10nteito e mais
próximo da nascente ptincipal do tÓHego do Novo Destino

b) LIMITES DISTRITAIS

Entie os dirflitos de Casimi10 de Ab1eu e Ba11c1 de São João:


Começa na nascente piincipal do cónego do Retiro, e sobe ao alto da se!fa do Cangulo;
daí desce, em 1eta, e até a nascente principal do tio Domado, e po1 êste, até sua confluênci-1
no 1io de São João
Inte1 pt etação:
Começa na linha de cumiada do diviso1 das águas do rio Macaé das do 1io de
São João (sena do Cangulo), no ponto f10nteito e mais próximo da nascente
p1incipal do córrego do Retiro, segue pela dita linha de cumiada até o ponto
fronteiro e mais p1óximo da nascente principal do tio Dourado, a qual, descendo
pelo tespectivo grotão, atinge e continua pelo aludido tio abaixo até a sua con-
fluência com o tio de São João

XIV - MUNICíPIO DE CONCEIÇÃO DE MACABU


a) UMITES MUNICIPAIS

C1n11 o município de T1ajano de Matais


Começa na linha de cumiada da seqa do Deitado até o ponto f10ntei10 e mais prox1mo da
nascente p1incipal do iibeirão Ca10cango, desce pelo tespectivo gtotão atinge a dita nascente e
continua pelo aludido tibeitão abaixo até a confluênda com o rio Macabu

2 Com o município de Santct Maiict Madalena


Começa na confluência do ribeitão Ca10cango no tio Macabu e desce po1 êste até a confluência
do tÓHego da Pedia Bianca

3. Com o município de Campos-


Começa na confluência do cÓHego da Pedia Bianca no tio Macabu e pot êste desce até a
confluência com o có11ego das Piabas

4 Com o municíJ1io de Macaé


Começa nas ve1tentes da serra do Deitado; segue pot esta até as ve1tentes do có11ego <la
Onça; e po1 êste até a sua confluência no tio São Ped10; desce po1 êste até a confluência com
o có11ego das Aduelas, segue pelo refe1ido cónego até a estiada de Cantagalo e daí segue em
linha 1eta até ao ma1co existente num ponto na sena de Santa Catarina; daí vai em teta à
nascente p1incipal do có11ego Ubas e em outia 1eta segue até o eixo da estiada do turno, també1.1
em linha 1eta, segue até atingit a nascente mais 01iental do biejo dos Patos, desce por êste até
a confluência com o có11ego das Piabas e pot êste có11ego abaixo até a confluência com o 1io
Macabu

b) LIMITES DISTRITAIS

Entle os dist1itos de Conceição de Macabu e Macabuzinho:


Começ~ no ma1co existente num ponto na se11a de Santa Catarina, vai eni uma linha 1eta
até alcançai a platafouna da patada de Pinheito, daí até o cÓHego Felicíssimo, descendo por
êste até a confluência com o 1io Macabu

XV - MUNICíPIO DE CORDEIRO
a) LIMITES MUNICIPAIS
Com o município de Cantagalo
Começa no ponto onde termina a divisa com o munic1p10 de Duas Ba11as, frontei10 ao
contrafotte da se!fa da Batalha e que divide as águas dos tios Negro e Macuco; sobe êsse dito
contrafo1te, ganha o alto da se11a da Batalha e acompanha a sua linha de cumiada até o ponto
- 224 -

em que velte pa1a a fazenda das Lavlinhas; daí, em uma linha 1eta, coita as estiadas de 10dagem
e de ferro, abaixo da Chave das Lav1inhas e vai te1 a nascente principal do córrego das Lavrinhas;
dêste último ponto, em uma outra linha 1eta, vai alcançai confluência do có11ego São Martinho
no rio Macuco Da confluência do cónego São Maitinho, acompanhando a Estiada de Ferro
Leopoldina, desce até a segunda travessia desta estrada sôb1e o cóuego Vai de Palmas; pouco
além da Paiada do Andtade Desta segunda tlavessia desce o dito cóuego até a sua confluência
no tio Macuco descendo em seguida pot êste até a rnnfluência do cónego do Oliveita

2 Com o município de São Sebartião do Alto·


Começa na confluência do cóuego do Oliveila no 1io Macuco sobe po1 aquêle cóuego até
a sua nascente plincipal; daí vai em 1eta até a nascente p1incipal do córrego do Sobiado e, po1
êste desce até a sua confluência no rio Grande

3 Com o munitípio de TMjano de .i\fo1aís·


Começa na confluência do cóuego do Sob1ado no 1io Giande e sobe po1 êste até um
ponto no local denominado Santa Rosa, entle o ribeirão São Lomenço e o corrego do Soco110
ponto f10nteito ao diviso1 de águas do cóuego do Socouo e de um out10 cónego sem nome,
que passa pela fazenda de São Lou1enço

4 Com o município de Bom Jc11di111


Começa no ponto acima desoito, onde termina o limite com o mu01c1p10 de T1ajano de
Mo1ais sobe o divisor das águas do cóuego dó Socono das de um outlo có11ego sem nome
que passa pela fazenda de São Lou1enço; e continua pela linha de vertentes até atingi! o alto
da Pena

Com o município de Duas Ba11as:


Começa no alto da Pena, e vai em linha reta até a confluência no 1io Macuco, do libeirão
que passa por Mone1á, conhecido como rio Macuquinho e, daí em outla linha 1eta e à direita
da pedia do Cheviand, até o ponto f10nteiro ao contlafo1te da seua da Batalha que divide as
águas dos tios Neg10 e Macuco

b) LIMITES DISTRITAIS

E11t1e os dist1itos de Co1dei10 e Macuco.


Começa na confluência do lio Macuco com o cóuego São Ma1tinho, sobe pot êste último
até a sua nascente; daí, continua até alcançai a linha de vertentes e descendo, pela nascente mais
próxima de um cónego, sem nome, que passa ao sul da fazenda Benfica, desce po1 êste até a
sua confluência no lio Dourado Dêste último có11ego desce um pequeno trecho do rio Dourado
alcança a confluência do có11ego Benfica e, por êste, sobe até a sua nascente principal e atinge
a linha de cumiada da sena de São Sebastião, dêste ponto, em linha reta, vai terminar em um
out10 ponto no rio Giande e fronteilo à ig1eja do povoado de Santa Maria do Rio Giande

XVI - MUNICíPIO DE DUAS BARRAS

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Sumidouio:


Começa no ponto de convergência das linhas divisó1ias dos mu01op10s de Nova Fribmgo,
Duas Bauas e Sumidouro no início do diviso1 dos 1ios Grande e Paquequer, prossegue pela serra
do Paquequer, diviso1 de águas dos lios Paqueque1 e 1io Neg10, até o seu fim no ponto de
encontro dos limites municipais de Duas Barras, Sumidouro e Ca1mo
Interpretação:
Começa no ponto que separa as águas do rio Paqueque1 das do lio Neg10 e das
do lio Grande, ponto êste co11espondente à inte1secção da linha de cumiada da
se11a do Paquequer com a linha idêntica do alto dos Michéis e segue por esta
até o alto da Laje; daí, continua pela linha de cumiada do divisor das águas
do 1io Paquequer das do rio Neg10 e, passando pelos altos de Santa Clara, da
Soledade, do Bano Branco e do Cemitério, prossegue até alcançai a pedra de São
João, na linha de cumiada da sena de Santo Antônio do Monte e onde termina
o diviso1 das águas do 1io Paqueque1 das do 1io Negro

2 Com o município de Cc111110 ·


Começa no ponto acima indicado segue pelo divisor de águas dos rios Paraíba e Neg10 e
desce até a confluência do cóirego do Souza no rio Quilombo
- 225 -

3 Com o municíj1io de Canta galo·


Começa na confluência do cónego do Souza no rio Quilombo e vai, em reta, até um ponto
situado no contraforte da sena da Batalha, que divide as águas dos 1ios Negro e Macuco

4 Com o municfpio de C01deiio:


Começa em um ponto do contiafo1te da seua da Batalha, e segue em 1eta, com a mesma
direção da reta divisória Cantagalo-Duas Batras, até a confluência do cóuego que desce de
Monerá, no tio Macuco, dêste ponto continua em outra reta até o alto do Pena, início do diviso1
de águas dos rios Giande e Negro

5 Com o município de Bom Ja1dim ·


Começa no alto da Pena ponto inicial do diviso1 de águas dos 1ios Negro e Giande e segue
po1 êste divisor até a nascente p1incipal do cónego do Monte Ve1de; daí, vai em reta, até a
ped1eüa no alto dos Michéis
Interpretação:
Começa no alto do Pena e segue, pela linha de cumiada da se1ra do Monte Verde
(divisor das águas do rio Giande das dos tios Macuco e Negro), até alcançar o
ponto f10nteüo e mais p1óximo da nascente principal do cóuego do Monte Verde;
daí, em uma linha reta, com a direção de sudoeste, passa pelo alto da Pedra
de Santa Te1esa, corta os có11egos de Santa Te1esa e do Banquete e continua até
encontrar a ped1eüa no ponto mais 01iental da linha de cumiada dos altos dos
Michéis

6 Com o município de Nova F1ibu1go


Começa na ped1eira no alto dos Mithéis e segue pelo diviso1. de águas do có11ego que
passa em Três Barras e o tio Giande até encont1a1 o diviso1 de águas dos rios Giande e Paquequer
Interpretação:
Começa na pedreila no ponto mais 01iental da linha de cumiada dos altos dos
Michéis, e segue pela aludida linha de cumiada, diviso1 das águas do rio Grande
das do 1io Negro, até encont!ar o ponto de inte1secção com a linha de cumiada
da sena do Paqueque1, ponto que sepaia as águas do tio Giande das do tio Negro
e das do tio Paqueque1

b) LIMITES DISTRITAIS

Ent1e os dist1itos de Duas Ba11as e Mone1á:


Começa no espigão do Rosário no córrego da Anta, segue pelas suas ve1tentes, continua pelo
cónego do Pacáu até o alto do Maliano; desce pelo espigão de São Sebastião, atravessa o córrego
da Boa Vista e a estiada Duas Batras - Bom Jardim; sobe po1 linhas de espigões até o alto da
Motuca; desce o espigão de São Ped10 atiavessa a estiada de Duas Barras-Cantagalo; corta o
rio Negro pelo espigão dp alto das Embaúbas, prossegue pelo alto do Penedo, contorna as vertentes
da Gavetinha e Cachoeira Alta, atinge o espigão de Matmama, segue po1 êste até a nascente
p1incipal do có11ego Bonito; segue pelo alto da Campanha, pela cumiada da sena do Bananal
até o alto da Boa Vista, com veltentes para o Quilombo e daí, pelas vertentes do Bananal, Boa
Vista, Bonfim, Santiago, Naza1é e Conservatória até o alto da Ba11a

XVII - MUNICíPIO DE DUQUE DE CAXIAS


a) LIMITES MUNI CIPAIS

Com o município de Nova Iguaçu:


Começa no marco plantado no ponto de con,ve1gência do limite dos três municípios de
t;fov.a ~Iguaçu,
_Duque de Caxias e Miguel Pereira e segue em reta até a nascente p1incipal do
11be1rao das Piabas; desce po1 êste até a sua confluência no 1io Otum · pelo curso dêste até a
sua confluênci_a d_o ri~ Tinguá e pot êste até a confluência do 1io lg,uaçu, desce po1 êste até
.alca~çar a primeira lmha de transmissão da Companhia de Ca11is, Luz e Fôrça do Rio de
Janeiro; segue por esta até encontrai o 1io Sarapuí

2 Com o muniâpio de Miguel Pe1eiia·


Começa. no ponto. de convergência dos limites dos munmp10s de Duque de Caxias, Nova
Iguaçu e .1'41guel Pere11a na serra da Estrêla, prossegue pela cumiada desta até o ponto mais
alto do d1v1sor de águas dos tios Pa1aíba e Iguaçu, que dá para as três ve1tentes do Piabanha,
Santana e o mar

-15 -
- 226 -

3 Com o município de Pet16polis:


Começa no ponto já desciito, de convergência dos limites dos municípios de Duque .:le Caxias,
Miguel Peteita e Pet1ópolis, segue pela linha de cumiada da seua da Esttêla, atinge a nascentê
ptincipal do rio Sapucaia; desce pot êste até sua confluência no tio Mantiquita até encontrar o
mono do F1eitas Daí, em teta, com a extensão de mil oitocentos e sessenta e três metros até
o matco !aviado do Bananal, P II B SOO; daí em teta, com a extensão de 1 62S,20 metro>,
até o ma1co I F P l6S Daí em reta, com o rumo de 84º4S'30"S O (ano 1916) e com
a extensão de 3 278, 70 met10s até encontiar o marco F P E , situado no diviso1 de águas do;
1ibeirões Imba1iê e Moça Bianca

4 Com o município de Magé


Começa no ma1co F P E , no diviso1 de águas dos 1ibeitões Imbatiê e Moça Bianca, desce
em teta, até a ponte da estiada Automóvel Clube sôb1e o canal do Imbatiê; continua por êste
até a sua confluêntia no tio da Est1êla e po1 êste abaixo até a sua foz na baía de Guanabata

Com o Distiito Fede1al:


Pelos limites estaduais:

6 Com o município de São João de Me1iti:


Começa no do Saiapuí, no ponto em que êle é atravessado pela linha de t1ansmissão da
Cia Cauis, Luz e Fôtça do Rio de Janeiro e segue por essa linha, até encont1ar o limite coP1
o Distrito Fedem!

b) LIMITES DISTRITAIS

O 2'' dist1ito tem sua sede na localidade de Campos Elíseos, delimitando-se po1 uma Jinl1a
que pa1tindo do cruzamento da linha de ttansmissão da Cia Cauis, Luz e Fôrça do Rio de
Janeito com o canal Satapuí, segue po1 essa até encontta1 o canal de Saiacuruna; seguindo o
canal de Saracut una até encontlat a sua foz no rio Esttêla e pot êsse até a sua foz na Baía de
Guanaba1a; segue pela Baía de Guanabata, da foz do tio Estrêla até o Rio Iguaçu, seguindo
pot êsse até encontrai a foz do canal Satapuí, pot êste seguindo até encontta1 a linha de
ttansmissão da Cia Catris, Luz e Fô1ça do Rio de Janei10
Conf1onta: - Ao noite com o canal de Satacurnna, ao sul com o canal de Satapuí e
tio Iguaçu, a leste com a baía de Guanabarn e tio Est1êla, a oeste com a linha de transmissão
da Cia Cauis, Luz e Fô1ça do Rio de Janei10
O 3• disttito tem sua sede na localidade de Imba1iê, delimitando-se por uma linha que
partillldo do crnzamento da Cia Cauis, Luz e Fôrça do Rio de Janeito com o canal de Saracurum,
segue por esta até encontta1 a linha de divisa com o município de Pet1óp0Jis, pela qual continu~
até encontta1 o ma1co F P E e dêste pela linha de divisa com o município de Magé até
encontrai o canal de Imba1iê; segue pelo canal Imba1iê até o crnzamento com o tio Saiacurnna
e pot êste e pelo canal de Saracut una até encontiat o ponto de pattida
Confronta: - ao noite com a linha de divisa com os municípios de Petiópolis e Magé;
ao sul com o canal de Satacurnna e tio Saracurnna; a leste com o canal de Imba1iê; a oe-;te
com a linha de transmissão da Cia Carris, Luz e Fôtça do Rio de Janeiro
O 4• disttito tem sua sede na localidade de Xe1ém, delimitando-se po1 uma linha que
partindo do crnzamento da linha de transmissão da Cia Cauis, Luz e Fôtça do Rio de Janeito
com o canal de Iguaçu; segue po1 êste até enconttat a foz do tio Tinguá e por êste continua
até encontta1 o tio Mutum, pelo qual segue até o tio das Piabas; segue p01 êste até a linha
de cumiada da seua do Couto divisa com os municípios de Nova Iguaçu e Vassoutas; segue
pela linha de cumiada da seua do Couto até o pico da Boa Vista ou do Couto, divisa com
os municípios de Vassouias e Pettópolis; daí pela linha de cumiada da seua da EsttêJa, divisa
com o município de Pettópolis, seguindo o Jeito do tio Sapucaia e do Mantiquita até o ponto
onde encontta o 1110110 do Fteitas; daí em linha teta segue até o ma1co P H B SOO; dêste ao
ma1co I F P 165 e, daí, em dite~ão ao ma1rn F P E , até encontia1 a linha de tiansmissão
da Cia Cauis, Luz e Fôtça do Rio de Janei10, dêste ponto segue pela linha de tiansmissão até
o ponto de !1<11 tida
Confronta: - Ao noite, com os municípios de Vassouias e Pettópolis; ao sul, com o
município de Nova Iguaçu; a leste, com a linha de t1ansmissão da Cia Cauis, Luz e Fôtc,ct
do Rio de Janeito; a oeste com o município de Nova Iguaçu

XVIII MUNICíPIO DE ITABORAí


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com a bafo de Guanaba1a


Começa na foz do 1io Guaxindiba e vai até a foz do tio Macacu.
- 227 -

2 Com o município de Magé:


Começa na foz do tio Macacu e, sobe pot êle até a confluência do tio Guapi-Açu

3 Com o município de Cachoeiias do Macacu


Começa na confluência do tio Guapi-Açu no tio Macacu e sobe po1 êste último até a
confluência d'b Imbuí; sobe êste tio até a ponte da E F Leopoldina (linha de Nova Fributgo);
daí, em reta que tem o out10 extiemo na confluência do tio Tanguá no Cassetebu, e vai tet
ao ~iviso1 da seua do Btaçanã onde existe um matco

4 Com o município de Rio Bonito


Começa na intetsecção do divisor da seua de Btaçanã com a 1eta da ponte do Imbuí, à
confluência do tio Tanguá e segue a 1efetida 1eta até a confluência do mesmo tio no rio
Casserebu; sobe pelo 1io Tanguá até a sua nascente principal no diviso1 de águas do Oceano
Atlântico e do 1io Casse1ebu
Inte1p1eta~ão:
Começa no ma1co existente na linha de rnmiada da seua de Biaçanã e segue,
em p10longamento da linha 1eta que, pa1tindo do centio da ponte da E F Leopol-
dina sôbre o 1io Imbuí, pouco além da estação de Sambaetiba, passa po1 êsse ma1co
e vai te1 à confluência do 1io Casserebu com o 1io Tanguá; daí, sobe êste 1io até
a sua nascente p1incipal e, galgando o 1espectivo g10tão, vai atingi!, na linha de
cumiada da seira Redonda ( diviso1 das águas do 1io Casserebu das que vertem
para o Oceano Atlântico) o ponto f10ntei10 e mais p1óximo da aludida nascente

5 Com o município de Saquc11e111c1·


Começa na nascente piincipal do 1io Tanguá, no diviso1 de águas do 1io Casse1ebu e do
Oceano Atlântico, e segue po1 êste diviso1 até o ponto de encontio das senas do Espiaiado e
de Mato Giosso

6 Com o município de l\foi icá:


Começa no ponto de encontro das seuas do Esp1aiado e de Mato G10sso, segue o divisot
de águas do oceano Atlântico e do 1io Casse1ebu até o matco existente no alto da seua de
Itaitindiba

7 Com o município de São Gonçrilo:


Começa no ma1co existente no alto da seua de Itaitindiba, e daí segue, em 1eta que vai
passai po1 um ma1co situado à ma1gem esque1da da estiada de Cabuçu, e vai até um out10
marco implantado à margem esque1da do 1io Cabuçu; desce po1 êste tio até a sua confluência
no tio da Aldeia; daí segue em 1eta, até o ma1co existente à margem do alagado denominado
Esp1aiado; onde nasce o ribeitão Guaianã; des(e po1 êste até a sua confluência no tio Guaxindiba,
pelo qual seeue até a sua foz na baía de Guanabara
Inte1p1etação:
Começa no ma1co existente no alto do Guaiá na se11a de Itaitindiba e segue em
uma linha 1eta que coita a E F Industtial Po1tland, passa po1 um ma1co situado
à ma1gem da estiada de Cabuçu e a leste do povoado do La1go da Idéia e vai
até atingi!, no 1io Cabuçu, um ponto f10ntei10 ao ma1co existente em sua ma1gem
esque1da; daí, desce o dito 1io até a conflu?ncia com o tio da Aldeia, de onde
em uma linha 1eta, continua até o ma1co existente à ma1gem do alagado denominado
Esp1aiado; daí e p1óximo a êste ma1co, alcança a nascente mais p1óxima do 1io
Guaianã, pelo qual desce até a confluência com o 1io Guaxindiba e p10ssegue po1
êste abaixo até a sua foz na baía de Guanaba1a

b) LIMI1ES DlSTRITAIS

Ent1e os dist1itos de Itr1bo1c1í e Pôito das Cc1ixe1s


Começa na ponte metálica da E F Leopoldina sôb1e o 1io da Aldeia; segue pelo eixo
desta via féuea (linha do litoral) até encontia1 a esttada-tlonco Noite Fluminense e, pelo eixo
desta até a sua passagem pelo tio Casse1ebu

2 Entie os distiitos de Itaboirtí e Tc112g11á·


Começa na confluência do có11ego Ba1bosão no tio Casse1ebu sobe po1 êste até 1ecebe1 o tio
Mutuapita e, daí águas acima até a confluência do córrego Quissamã, pelo qual sobe até encontrn1
a estiada de Pe10bas; segue pelo eixo desta até encontrai o 1io Iguá
- 228 -

3 Ent1e os dist1itos de ItaboMÍ e Cabuçu


Começa na ponte da estiada de Pe10bas sôb1e o 1io lguá, pelo qual segue até o entronca-
mento da estiada do Cabuçu; continua pelo eixo desta até ao marco existente na fazenda de
São Tomé e daí, em uma linha reta, até a ponte da estrada de Itaboraí sôbre o ribeirão dos
Caboclos, pelo qual desce até a confluência com o rio Cabuçu e pelo mesmo até a sua confluência
no rio da Aldeia

4 Ent1e os distiitor de Itaboiaí e Smnbaetiba


Começa na ponte da estrada-t10nco N01te Fluminense sôb1e o 1io Casse1ebu e sobe pelo
mesmo até a confluência do cóltego Ba1bosão

Enti e os dist1 itos de Itabo1e1í e Itambi


Começa na confluência do 1io Cabuçu com o rio da Aldeia e desce po1 êste até o cent10 da
ponte metálica da E F Leopoldina sôb1e o mesmo

6 E11t1e os dist1itos de Pô1to deis Caixas e Itambi


Começa no cent10 da ponte metálica da E F Leopoldina sôb1e o no da Aldeia e desce por
êste até a confluência com o iio Macacu

7 Entie os dist1itos de Pô1to das Cciixas e Sc1111baetiba


Começa no cent10 da ponte da estiada-t10nco Norte Fluminense sôb1e o iio Casserebu e,
em uma linha 1eta no quadiante de no1oeste, vai alcançai a confluência do 1io Sambaetiba com
o iio Macacu

8 E11t1 e os dist1 itos de Smnbaetiba e Tanguá.


Começa na confluência do cónego Ba1bosão, no 1io Casse1ebu, e sobe po1 aquêle até a
sua nascente p1incipal, na se1ra de Biaçanã; continua pela sua linha de cumiada :lté encontrar
a divisa inteununicipal com Cachoeiias do Macacu e Rio Bonito
lnte1 pretação:
Começa na confluência do cgnego do Ba1bosão mm o iio Casse1ebu, sobe por
aquêle até a sua nascente p1incipal, de onde, galgando o 1espectivo grotão, atinge
um ponto f10nteiio e mais próximo na linha de cumiada da sena de Braçanã pela
qual continua até alcançai o marco existente na ieta que liga a ponte da E F
Leopoldina sôbre o iio Imbuí à confluência do 1io Casse1ebu com o rio Tanguá
e onde confinam os municípios de Cachoeiias do Macacu, Rio Bonito e êstc

9 Enti e os disti itos de T anguá e Cabuçu


Começa no centro da ponte da estrada de Pe1obas sôb1e o 1io Iguá, sobe po1 êste até o
centlo da ponte da estiada de Pachecos e continua pelo eixo até atingir a linha de cumiada da
seira do Lagaito, no limite com o município de Maiicá

XIX MUNICIPIO DE ITAGUAí

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Mcmgarntiba


Começa no antigo matco da Fazenda Nadonal de Santa Cruz existente no litoral, em frente
da Pedia da Cruz das Almas na ilha da Itacurnçá e segue na dileção sul - norte verdadeiro com
a extensão de cinco quilômet10s, até o alto da sena do Mazomba e segue pelo divisor de águas
dos rios Mazomba e Saí até o diviso1 da Seua do Mat Na ilha de Itacuruçá a divisa com o
município de Mangaratiba é constituída por uma reta na direção norte - sul ve1dadei10, cujo
ponto de partida é o antigo rna1co da Fazenda Nacional de Santa Crnz, já 1efeiido

2 Com o município de ltc1ve1á


Segue pelo diviso1 da seua do Ma1 até a nascente piincipal do 1ibeiião da Cacalia, no alto
da Boa Vista, onde se encontla um marco do Sei viço Geog1áficq Militai
Inte1 p1etação:
Começa no ponto de inte1secção da linha de cumíada da se11a do Mazomba com
a linha idêntica da seua do Ma1 e segue, passando pelos altos da Pedra Branca
pico das Duas '?telhas, se11as do Pouso Frio e da Gua1da Giande, até atingir ~
alto da Boa Vista onde se encontta um ma1co do Se1viço Geog1áfico Militar
e ponto inicial da seua de Itaguaí
- 229 -

3 Com o município de Pi1t1í


Começa no alto da Boa Vista, onde se encontia um ma1co <lo Se1viço Geog1áfico Militai,
e segue pela linha de cumiada da seua de Itaguaí; atiavessa antiga estiada de Santa Cwz
numa garganta e sobe pela se11a do Caranguejo passando pelo pico do Palacete, estiada do
Vira Cairo, pico do Ca1anguejo e alto da Bauinha, indo atingit a serra da Costaneira do
Prata, em um ponto f10nteiro e mais p1óximo da nascente principal do cónego do mesmo nome;
desce por êste até a sua confluência no tibeitão da Onça e, po1 êste até a sua confluência no
iibeirão das Lajes e, po1 êste acima até a sua confluência no có11ego da Flo1esta, pelo qual sobe
até a sua nascente plincipal, até atingit um ponto na linha de cumiada da seua do Mar e
p1ossegue pot essa linha até a inte1secção com o diviso1 de águas ent1e os 1ios Pirai e Sana
Família

4 Com o município de Mendes


Começa na inte1secção do diviso1 de águas dos 1ios Pitaí e SaCla Família com a linha de
cumiada da sena do Mar, pelo qual segue até aléança1 um ponto f10nteiro e mais próximo da
nascente principal de um có11ego, afluente <la ma1gem diteita do 1ibeirão dos Macacos e que
desemboca acima da 1eprêsa do Engenho da Se11a

Com o municí[Jio de Vctsrouictr


Começa na nascente ptincipal de um có11ego, afluente da ma1gem düeita do tibeitão dos
Macacos, desce pelo mesmo có11ego até a sua confluência no 1ibei1ão dos Macacos acima da
1ep1êsa do Engenho da Seua; desce po1 êste 1ibei1ão até a sua confluência no libeitão das Lajes
e po1 êste até a confluência do rio Santana

6 Com o município de No1«1 lgttc1çu·


Começa na confluência do 1io Santana, no 1ibeitão das Lajes, onde os dois juntos tomam
o nome Guandu, e desce po1 êste até a confluência do tio Guandu-Mirim

7 Com o Dirtiito Fede1al


Pelos limites estaduais

8 Com o Oceano Atlântico


Da foz do 1io Itaguaí até o antigo ma1co da Fazenda Nacional de Santa Cwz, existente
no litoial, em f1ente à pedra da Cruz das Almas

b) LIMITES DlSTRITAIS

Com os dist1itos de Itaguaí e Co1 oa Giande


Começa na foz do rio do Cação; segue po1 êste até a sua nascente ptincipal na se11a do
Leandro; segue pelos espigões das se11as do Leand10. Co1m Gtande e Mazomba até o limite com
o município de Mangatatiba
Interp1etação:
Começa na confluência do tio Itaguaí mm o 1io do Cação, sobe po1 êste até a
sua nascente principal e, galgando pelo 1espectivo g10tão, vai até atingit um ponto
fiontei10 e mais próximo na linha de cumiada da se11a do Leand10; daí continua
por essa linha e pelas linhas idênticas das senas da Co10a Grande e de Mazomba
até alcançai o ponto em que vai ter a linha teta que, com a orientação de norte
vetdadeüo, passa pelo antigo ma1co da Fazenda Nacional de Santa Ctuz, existente
no litoral, em f1ente à pedta da Crnz das Almas, na ilha de Itacmussá

2 Ent1e os dist1itos de I1<1guaí e Ibituf>oianga:


Começa no limite com o munmp10 de Itave1á no espigão da seua do Guatda Gianda;
segue po1 êste e pelos espigões das setras do Caçado1 e do Espigão até a garganta do Espigão

3 Ent1 e os dist1'Ítos de lt<tguaí e Sei of>édicc1


Começa na ga1ganta do Espigão, segue pelo có11ego da Euftásia ou do Espigão até a sua
confluência no tio Püanema, continua po1 êste até a ponte da estiada Itaguaí à Rio - São Paulo
sôbte o 1efe1ido tio; daí em reta até a ponte dos Jesuítas sôb1e o tio Guandu

4 Ent1e or dist1itos de Seiopédica e Ibitupo1angc1


Começa na garganta do Espigão, segue pelos espigões das seuas da Cachoeüa e da Viúv.1
Giaça até a ga1ganta de igual nome, daí continua pela est1ada Rio - São Paulo até enconttar a
estrada de Patacambi
- 230 -

Ent1 e os distritos de Se10pédice1 e Pme1cmnb1


Começa na inte1secção das esttadas Rio - São Paulo e Paiacambi, segue por esta até o
tibeirão das Lajes e pot êste até o limite com o munidpio de Vassomas

6 Enl!e or dist1itos de Pc11<1cmnbi e Ibitupo1e1nge1·


Começa na inte1secção das estiadas de Pa1acambi e Rio - São Paulo, segue po1 esta última
até o 1ibeirão das Lajes, e po1 êste até o limite com o município de Piraí

XX - MUNICíPIO DE ITAOCARA

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Scmto Antônio de Páduct


Começa no tio Paiaíba, em frente ao Pôito das Cruzes, e desce po1 êste tio até a confluência
do tio Pomba

2 Com o município de Cmnbuci


Começa na confluência do tio Pomba com o rio Paiaíba, desce po1 êste último até em
fiente a um ponto a meia distância do valão do Paticá e do povoado da Bóia

3 Com o município de São Fidélir


Começa no ponto a meia distância do valão do Paricá e o povoado da Bóia e continua por
uma linha 1eta, até a confluência dos tios Neg10 e Gtande

4 Com o município de São Sebe1stião do Alto·


Começa na confluência do rio Grande com o rio Negro e segue por êste até a confluência
do tótrego da J arataca

Com o município de Cmztage1lo


Começa na confluência do cóuego da Jatataca, no tio Neg10, e segue em teta, no quadtante
N O até alcançar a chave do Lontra e, daí, po1 outra reta, no mesmo quadiante até um
ponto no rio Pataíba, f10nteiro ao povoado de Pô1to das Ciuzes
Interpretação:
Começa na confluência do rio Neg10 com o cóuego da Jarataca e segue em uma
linha teta que passa pela setra da Água Quente e continua até atingir a chave do
Lontra, na E F Leopoldina; daí, em outra linha reta, prossegue, passando pelas
seuas das Mangueiras e da Bela Vista, até alcançai, no rio Pataíba, um ponto
f10ntei10 ao povoado de Pôtto das Cruzes

b) LIMITES DISTRITAIS

Ent1e os dist1itos de Ite1ocmct e Lmcmjctis:


Começa em um ponto no tio Pa1aíba ftonteito à confluência do ribeitão das Areias; segue,
em reta, atravessando a ga1ganta da seua de São Roque e vai atingir um ponto, na linha de
cumiada da serra da Água Quente, o qual divide as águas do ribeitão da Água Preta, do
córrego da Sena Ve11nelha e do valão do Batro, que passa próximo à sede do distrito de
Estrada Nova

2 En/1 e os dist1 itos de Ite1ocm ct e Po1tele1


Começa em um ponto do tio Paiaíba fronteito à foz do valão do Papagaio, próximo à
localidade Boinha, sobe pelo dito valão até a sua nascente principal e, daí, vai atingir a linha
de cumiada da seua Ve1melha, diviso! dos rios Paiaíba e Negro

3 Ent1 e os dist1 itos de Itaoca1 a e Jagua1 embé ·


Começa no ponto da linha de cumiada da seua Vermelha mais próximo da nascente ptincipal
do valão do Papagaio, segue o divisor dos rios Pataíba e Neg10 (seuas da Agua Quente e
Vermelha), até atingir o ponto em que se dividem as águas do ribeitão da Agua P1eta, do
córrego da Sena Ve1melha e do valão do Bauo
Interp1 etação:
Começa no ponto ftonteito e mais p10x11no da nascente ptincipal do valão do
Papagaio, na linha de cumiada da serra Vermelha ou da Entupição, pela qual
segue e continua pela linha idêntica da seua da Águà Quente ou Bucker, divisor
- 231 -

das águas do rio Paiaíba das do tio Negro, até atingir o ponto de on<le descem
as águas para as ttês vertentes: do tibeirão da Água Preta, do cónego da Sena
Ve1melha e do valão <lo Barro

4 E11t1e or dist1itor de Lc11e11ziais e Estiada Nova:


Começa em um ponto no diviso1 das águas dos tios Paiaíba e Neg10 (se11a da Água Quente)
na divisa com o município de Cantagalo e segue pelo dito divisor até o ponto em que se dividem
as águas do 1ibeitão da Água P1eta, do cónego da Serra Vermelha e do valão do Ba110

Ent1e os dist1itos de Po1tela e Tagumembé


Começa em um ponto do limite com o 111un1C1p10 de São Fidélis na linha de cumiada da
se11a onde nasce o valão do Veado e segue o divisot de águas dos rios Paraíba e Neg10 até
o ponto na sena Ve1melha, mais ptóximo da nascente principal do valão do Papagaio

6 Ent1e os dist1itos de Jaguaiembé e Estiada Nova


Começa no ponto que divide as águas do ribeitão da Água Preta, do córrego da Se11a
Ve1melha e do valão do Batro, e segue em linha reta até um ponto no no Neg10, situado a
quinhentos metros e a montante do centto da ponte Monte Puti '

XXI - MUNICÍPIO DE ITAPERUNA


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o Estado de Minas Ge1ais


Pelos limites estaduais

2 Com o município de Natit,idade do Cmangola


Começa no limite com o município de Bom Jesus do Itabapoana, no alto da Pinaça e
desce pela linha de vertentes da ma1gem esquerda do ribeitão da Conceição, até o ponto de
encontro dêste com o rio Carangola; desce pela linha de vettentes dêste último, seguindo pelo
divisor de águas entre o ribeirão São Lourenço e o có11ego de Santiago até o ponto de encontro
das linhas de ve1tentes do córrego Santiago com os ribeirões de São Lomenço e Santa Paz;
segue, pelo divisor de águas dos rios Carangola e Mutiaé, até encontrar a linha de vertentes da
esquerda do rio Gavião no limite com o Estado de Minas Gerais
lnte1 ptetação:
Começa no limite com o município de Bom Jesus do Itabapoana, no alto da
Pirraça e desce pela linha de vertentes da margem esquerda do tibeirão da Conceição,
passando pela Peúa Grande, pico da Desordem e o morro do Barbado, até o
ponto de encontro do ribeitão da Conceição com o rio Caiangola; desce pela linha
de vettentes dêste último, ~eguindo pelo divisor de águas ent1e o tibei1ão São
Lomenço e o có11ego de Santiago até o ponto de encontro das linhas de vertentes
do cónego Santiago com os 1ibeirões de São Lomenço e Santa Paz; dêste ponto,
ptossegue pela linha de cumiada do divisor que sepaia as águas que ve1 tem pata
o tio Carangola das que descem para o tio Muriaé até alcançar o ponto de inte1-
secção com a linha idêntica da serra do Se1rote, no limite com o Estado de Minas
Gerais

3 Com o município de Bom Jesus do Itabapoana


Começa no alto da Pirraça, na serra do mesmo nome, diviso1 de águas dos tios Muriaé e
Itabapoana até o ponto onde se dividem as águas do tibeitão Santo Eduatdo, cóirego da Chica
e da Onça
lnte1 pretação:
Começa no alto da Pinaça, na se11a do mesmo nome, diviso1 das águas que vettem
pata o 1io Itabapoana das que descem para o rio Muriaé, continua pela linha de
cumiada do mesmo divisot de águas, passando pela pedra do Leite, serra do
Sacramento, do Himalaia, do Bom Jardim, pico de São Brás, se11as de São Btás,
do Tardim, do Carvão, picos da Ventania, do Matinho e continua pelo mesmo
diviso1 até atingit o ponto f10nteito e mais próximo da nascente p1incipal do
ribeirão de Santo Edua1do, na linha de vertentes que separa as águas dêste ribeitão
das do valão da Onça e das do có11ego da Chica

4 Com o município de Campos.


Começa em um ponto f10nteito e mais p10x11no da nascente principal do ribe11ão Santo
Edua1do, segue pelas ve1tentes do có11ego da Chica e desêe pelo espigão até encontra1 o lio
- 232 -

Mmiaé; sobe poi êste até a confluência <lo valão Gian<le e por êste até um ponto em frente
à Usina Hidrelétdca do Gambá, onde existe um ma1co
Interpretação:
Começa no ponto fionteito e mais p1óximo <la nas(ente piincipal do iibeüão de
Santo Eduardo, na linha de veltentes que sepa1a as águas dêste ribeitão das do
valão da Onça e das do cótrego da Chica; daí segue pela linha de cumiada da
serra do Leitão passando pelos picos do Gambá, do Encantado, dos Prazeies e do
Leitão e continua pela linha idêntica da se11a do Monte Alegre até alcançai a
linha de ve1tentes do espigão que sepata o cónego da Chica, do cóuego da Lapa,
de onde desce pela dita linha do espigão até atingit o iio Mmiaé no ponto f10nteiio
à aludida linha de vertentes; daí, sobe o iio Mmiaé até a sua confluência cóm
o valão Giande e, poi êste acima, até enconttat um marco existente em f1ente l
Usina Hid1eléttica do Gambá

5 Com o mmzicípio de Cmnbuci


Começa nas iniciais A C , no valão Gtande e em frente à Usina Hid1eléttica do Gambá,
onde existe um maico de cimento a1rnado, de 4 faces com a insuição A C do lado de baixo
da estiada que vai da esta~ão de Paiaíso a Pataisinho; dêste mal(O segue pela linha de vertentes
até alcançar um mairn semelhante ao piimei10, segue em ieta na extensão de 2 400 metros até
alcançai outto maico semelhante; dêste ma1co em ieta, com a diteção de tlinta e um giau~,
no10este veidadeito e na extensão de 10 quilômetros, enrnntla a confluência do córrego Toiarn,1
no ribeitão São Domingos; desta confluência sobe pelo divisai de águas do cónego Toiama e
tibeirão de São Domingos até encontla1 o divisai de águas do iibeitão de São Domingos e
cóuego do Cubatão, continua po1 êste diviso! e pelo dos 1ibeitões do Limoeito e da Salgada
até encontrai o divisai de águas dos tios Muiiaé e Pomba
Inte1p1etação:
Começa no ma1w Je Limento aimaJo de quatlo faces com as iniciais A C , no
valão Gtande e em frente à Usina Hidieléttica do Gambá; daí, subindo pela
linha de vettentes, vai te1 a um out10 matco com as iniciais A C de onde, em
uma linha teta e com a otienta~ão de tlinta e um giaus no10este vetdadeito e
com a distância de 2 400 metws vai alcançai out10 maico idêntico, também com
as iniciais A C , e, com a mesma oiientação, wntinua a ieta, na extensão de
10 quilômet10s, onde alcanc,a a confluência do tibeüão Toiama com o tibeüão São
Domingos; desta confluência sobe pela linha de ve1tentes do espigão que sepa1a
o ribeitão Toiama do 1ibeitão de São Domingos até atingi! a linha idêntica do
contiafott.e que sepa1a as águas Jo tibeitão de São Domingos das dos tibeitões
do Cubatão e do Limoeiro, e continua po1 essa linha passando pelos pontões do
Alva1enga e do Cotreia Btanco, até atingir o ponto de intetsecção desta com a
linha de cumiada da seua da Boa Vista, ponto inicial da sena da Reseiva

6 Com o município de Mi1ace111a


Começa no encont10 do divisot de águas dos tios Mu1iaé e Pomba, na se1ra da Boa Vista,
com o das águas dos iibeitões do Limoei10 e da Salgada, e segue pelo 1efe1ido divisai até o
pontão de Santo Antônio
lnterp1etação:
Começa no ptimei10 t1echo da sena da Rese1 va, no ponto de encont10 do divisot
de águas dos rios Mmiaé e Pomba, na se11a da Boa Vista, com o das águas dos
tibeirões do Limoeito e da Salgada e segue pelo tefe1ido divisor até alcançat
o ponto de Santo Antônio, no limite com o Estado de Minas Gerais

b) LIMITES DISTRITAIS

E11t1e oJ dist1itor de ltape1une1 e Nosse1 Senho1?1 dei Penha


Começa na divisa com o município de Bom Jesus do Itabapoana na nascente ptincipal do
có11ego de São João, na seua do Himalaia, desce pelo cóuego de São João até a sua confluência
no cónego do Ou10, desce po1 êste até a sua wnfluência no 1io Mu1iaé; daí, em teta, a baira do
tibeitão São Domingos e sobe po1 êste até a ba11a do cóuego Toiama
Inte1pietação:
Começa na divisa com o mumctp10 de Bom Jesus do Itabapoana na linha de
cumiada da se11a do Himalaia, no ponto f10nteito e mais ptóximo da nascente
principal do cóuego de São João, desce pelo 1espectivo g10tão, atinge a dita
nascente e continua pelo aludido córrego abaixo até a confluência com o tibeitão
do Ouw e pot êste desce até a confluência com o tio Mu1iaé; · daí, em uma
linha 1eta, p1ossegue até alcançai a confluência dêsse tio com o tibeirão São
Domingos, pelo qual sobe até a confluência com o tibeirão do Toiama
- 233 -

2 Entie os distiitos de Itape1unc1 e Itaja1a


Começa na divisa com o município de Cambuci, no ponto de encontlo dos diviso1es dos
tibeirões São Domingos, Reserva e Limoei10; continua pelo diviso1 dos ribeirões. Salgada, Limoeito
até o marco tliangula1 com quatro crnzes na divisa das fazendas da Capoeua Grande e Boa
Vista; dêste ma1co, em ieta e com cinqüenta giaus no10este ve1dadei10, até o diviso! de águas
da esque1da do 1ibeirão da Salgada (ma1co de 3 pedias)

3 Ent1e or dist1itos de lt<1peiunc1 e Reti10 do Mu1iaé


Começa no ma1co das 3 pedias e p10ssegue pelo diviso1 das águas da esque1da do iibeitão
Salgada até o ponto onde êsse diviso1 encontla a ma1gem diteita do 1io Muriaé; sobe pela dita
ma1gem até conf1onta1 a ponta Leste da ilha Santana, atlavessa nesse ponto o 1io Muiiaé e
alcança do out10 lado o divisor de águas da esque1da do cóuego Santana; sobe po1 êste divisor
até encont1a1 o diviso1 de águas da diteita do 1ibeitão Santiago; desce por êste diviso1 até o rio
Ca1angola até o ponto que conf10nta com o diviso1 de águas da esque1da do iibeirão Santiago

4 Ent1 e o r di rt1 itos de Laje do Mu1 ie1é e Retii o do MU1 ie1é


Começa em um ponto no iio Mmiaé em fiente ao km 15 do ramal de Poço Fundo e
descendo pelo 1io até o ponto onde a seua Jo Campinho se confronta com o 1io Mutiaé, segue
po1 esta seua, pelo diviso1 de águas, dos cóuegos Paixão e Santa Rosa e depois o dos cóiregos
São João e Santa Rosa, até o ponto onde se encontra o diviso1 de águas dos iefetidos cóiregos
mm o diviso1 de águas da esque1da do tibeüão Salgada

5 Ent1 e os dist1 itos de Laje do Mm Í<1é e Comendado1 Venâncio.


Começa no limite com o Estado de Minas Geiais no lugat denominado Poço Fundo, na
ma1gem esquetda do 1io Mu1iaé, onde vem a linha de vertentes da esquerda da baía do rio
Gavião; desce o tio Mmiaé até o ponto f10ntei10 ao km 15 do ramal de Poço Fundo

6 Ent1e os dist1itos de Laje do M111ie1é e Ite1je11C1


Começa no ponto comum aos diviso1es de águas dos cónegos Santa Rosa, São João e
1ibeitão Salgada e sobe pela linha de veltentes, do 1ibeitão da Salgada, até o diviso1 de águas
dos rios Pomba e Mmiaé, sena da Boa Vista, na divisa com o município de Mitacema

7 E11t1e os dirtiitos do Retiio do Mmie1é e ltC1jC11e1


Começa no ponto comum aos diviso1es de águas dos cóuegos Santa Rosa, São João e
iibeirão Salgada, segue pelo diviso1 dêsses dois últimos cmsos-d' água até o marco das 3 pedras
(ponto onde teunina a 1eta de 50° N O que pa1te do ma1co ttiangular com 4 cruzes, da divisa
das fazendas Ca]Joei1a Grossa e Boa Vista)

8 Ent1e os distiitos do Retho do Mt11ie1é e Comendadoi Venâncio.


Começa no ponto onde se enconttam os divisores de águas dos tibeirões Santa Paz, São
Lomenço e Fumaça, p1ossegue pelo diviso1 de águas da düeita do tibeirão Santa Paz até encontrai
o tio Mu1iaé e111 um ponto que se acha p1óximo ao ma1co quilométtico n• 15 do iama! Poço
Fundo da Estiada de Feno Leopoldina

9 Ent1e os dis11itos de Nosse1 Se11ho1c1 dct Pe11he1 e Boct Ventu1e1:


Começa no Pico de São füás, descendo pelo di,·iso1 de águas da direita do cóuego Posses
até o tibeitão da Onça e po1 êste abaixo até o tio Mu1iaé no encont10 daquele com êste; da
confluência do 1ibeitão da Onça desce pelo lio Mutiaé até enconttat o espigão das ve1tentes da
esque1da do cóuego da Chica

XXII MUNICÍPIO DE ITAVERÁ

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o Estc1do de São Paulo


Pelos limites estaduais

2 Com o município de Ba11e1 Man5":


Começa na estiada de 10dagem Rio - São Paulo, no diviso1 de águas da se11a Calioca;
segue em reta até o valão que passa pelo extinto açude de baixo no Bom Retüo, e daí pelo rio
Baua Mansa até o açude Mo1eira Pinto, na matgem diteita, seguindo em 1eta ao alto do
Lajeado, e daí ao alto do mono do Palmital e finalmente dêste ponto à nascente piincipal do
cónego Se1enon, afluente da ma1gem direita do 1ibei1ão do füandão
- 234 -

3 Com o município de Pi1C1Í


Começa na nascente printipal do cónego Se1enon afluente da ma1gem direita do 1ibeirão
do Brandão, e em 1eta vai a nascente principal do ribeirão da Glória; desce por êste até a sua
confluência no 1io Piraí; daí sobe pelo espigão divis01 de águas dos 1ibeirões da Glória e Chico
Ferreita, passa pelo diviso1 de águas dos 1ios Pataíba e Pitaí na se1ra do Auozal, vai a nascente
principal do córrego das Águas Frias, pelo qual desce até a sua confluência no 1io Piraí e
por êste até a confluência do cóirego da Aiataca Sobe por êste córrego até a sua nascente
p1incipal na seira das Araias, seguindo daí, em reta, até a nascente principal do rio Bonito,
pelo qual desce até a sua foz na reprêsa do 1ibeirão das Lajes Corre daí pela linha média da
1eprêsa até a ba1ragem nela existente Desta segue pelo diviso1 de águas do 1ibeirão das Lajes
e ribeitão da Cacatia até encontia1 o ma1co do Se1viço Geográfico Militai no alto da Boa Vista

4 Com o município de Itc1guC1Í


Começa no ma1co acima aludido e segue pelo diviso1 da seua do Ma1
Inte1 preta<,ão:
Começa no ma1co do Serviço Geog1áfico Militai, no alto da Boa Vista, s,egue
pela linha de cumiada da sena do Ma1, passando pelas senas da Guarda Grande
e Pouso Frio, pico das Duas 01elhas e alto da Pedra Branca até atingir o ponto
de inte1secção da linha de cumiada dessa serra com a linha idêntica da serra do
Mazomba ou de Itacurussá

5 Com o município de Mcmgmatiba


Começa no ponto de encont10 do diviso1 dos 1ios Mazomba e Sai com o divisor da se1u
do Mar e segue por êste até atingir o ent10ncamento das seuas de Capiva1i e das Lajes

6 Com o município de Ang1e1 dos Reis


Começa no contiafo1te da serra das Lajes, e segue pelo diviso1 das águas que veitem
para o rio Piraí das que vertem pata o mar, à nascente p1incipal do có11ego do Ronca
Inte1 pretação:
Começa no alto do mouo das Lajes, na linha de cumiada da se11a do mesmo
nome e segue pelo diviso1 das águas que ve1tem para o tio Piraí das que descem
pata o ma1, até atingir, na linha de cu1niada da serra do Mar, o ponto fronteito
e mais próximo à nascente ptincipal do cóirego do Ronca, no limite com o Estado
de São Paulo

b) LIMITES DISTRITAIS

Ent1 e os dist1itos de ltc1ve1á e Lídice


C~meça no diviso1 de águas dos córregos Canoas, Campo do Meio e Passa Quatio; segue
pelo d1viso1 dêstes dois últimos córregos até atingir o 1io Pitaí na confluência do 1io do Braço
pelo qual sobe até atingir a confluência do ribeiião da Jarataca
Interp1etação:
Começa na linha de cumiada do divisor das águas do tibeiião das Lajes das do
tio Piraí, no ponto de onde pa1te a linha de ve1tentes do contraforte entre os
córregos das Canoas e o cóirego Passa Quatlo pela qual desce até alcançar a
confluência do rio Pitaí com o tio do Biaço e por êste acima até a confluência
com o ribeitão da Jararaca, no limite com o Estado de São Paulo

2 Entie os dist1itos de ltc1ve1cí e Getulcindia


Começa na sena da Catioca, em um ponto f10ntei10 e mais prox1mo do divisor de águas
dos tios Piiaí e Barra Mansa e desce êste divisor até um ponto fronteiro e mais próximo da
nascente ptincipal do cónego dos Bois, pelo qual desce até a sua confluência no rio Pitaí
Interpretação:
Começa na linha de curniada da seira da Carioca, no limite com o Estado de
São Paulo, no ponto de onde patte a linha de vertentes do contraforte que sepaia
as águas do tio Pitaí das do tio Baua Mansa e segue pot esta linha até atingi1
o ponto f10nteiro e mais próximo da nascente principal do cónego dos Bois, ganha
a dita nascente e desce o aludido có11ego até a confluência com o tio Piiaí

3 Entie os distiitos de lü11·e1á e Pe1ssct T1ês


Começa na confluência do cóuego dos Bois no rio Pitaí; alcança o esp1gao divisor de águas
da vertente à diieita do cóirego da Água Fria até atingir o divisor das águas do rio Piraí e
tibeitão das Lajes e segue êste diviso1 até um ponto fronteiro e mais ptóximo da nascente
principal do tibeiião Passa Vinte
- 235 -

lnte1 p1etação:
Começa na confluência do cótrego dos Bois com o 1io Pitaí, sobe pela linha de
vertentes do esp1gao mais f10nteiro até atingit um ponto na linha idêntica, de
onde descem as águas para a ma1gem diteita do lio Água Fiia, e por ela continua
até alcançai, na linha de cumiada do divisor das águas do libeitão das Lajes das
do lio Pitaí, um ponto frontei10 e mais próximo da nascente plincipal do ribeilão
Passa Vinte

4 Ent1e os distiitos de ltave1á e São João Mc11cos


Começa no último ponto descrito e segue o diviso1 das águas ent1e o tio Pitaí e ribeirão
das Lajes até encontta1 o divisor dos córregos Campo do Meio, Canoas e Passa Quatro
lnterp1etação:
Começa na linha de cumiada do diviso1 das águas do 1ibeitão das Lajes das do
rio Pitaí, no ponto fronteiro e mais próximo da nascente principal do ribeirão
Passa Vinte e continua pela dita linha de cumiada até atingir o ponto de onde
pa1te a linha de vertentes do conttafo1te entre os córregos das Canoas e Passa
Quat10

S Ent1 e os di rt1 itos de Lídice e São João Ma1 cus


Começa no ponto do diviso1 dos có11egos do Campo do Meio, Canoas e Passa Quat10
e segue pelo espigão que vai te1 à se11a das Lajes
Interpretação:
Começa na linha de cumiada do diviso1 das águas do libeirão das Lajes das do
rio Pitaí, no ponto de onde parte a linha de vertentes do contraforte entre os
cónegos das Canoas e Passa Quatro, e daí segue pela linha de veltentes dos
espigões mais diletos e vai alcançar a linha de cumiada da se11a das Lajes no
limite com o município de Mangaiatiba

6 E11t1 e os dist1 itos de Getulândia e Passa Ti ês ·


Começa na confluência do córrego dos Bois com o lio Piraí pelo qual desce até a confluência
do córrego da Gló1ia

7 Ent1e os dist1itos de Pctsscl T1és e São João Maicos


Começa no divisor de águas do iio Piraí e ribeirão das Lajes no ponto f10nteito e mais
próximo da nascente principal do ribeitão Passa Vinte, desce po1 êste até a sua confluência no
tibeirão das Lajes e po1 êste até a passagem da 1ep1êsa no limite com o município de Pitaí

XXIII -- MUNICíPIO DE MACAE

a) IIMITES MUNICIPAIS

Com o município de T1ajc1110 de Moic1is


Começa na linha de cumiada da se11a dos Crubixais, diviso1 das águas do rio Macaé das
do lio Macabu, no ponto de intersecção da linha de vertentes do contraforte que separa as
águas do lio Boa Esperança das do lio Sana, afluente do rio Macaé, segue pela dita linha de
cumiada e pela linha idêntica da seira do Deitado até o ponto f10nteito e mais próximo da
nascente p1incipal do 1ibeirão Ca10cango

2 Com o município de Cmnpos


Começa na confluência do cónego das Piabas com o 1io Macabu e po1 êste desce até a
sua embocadura na lagoa Feia; daí, em uma linha reta, vai atingir a bôca norte do canal do
Major na mesma lagoa, segue po1 êste canal até a sua bôca sul na lagoa de Dentro; daí, em
outra linha 1eta, vai atingi1 a nascente do rio do Baao Ve1melho nessa última lagoa, desce
po1 êle até a confluência com o rio do Fuiado e po1 êste abaixo até a sua batra no Oceano
Atlântico
lnte1 pretação:
Começa na confluência do cótrego das Piabas com o rio Ma(abu e po1 êste desce
até a sua embocadura na lagoa Feia; daí, em uma linha 1eta, vai atingir a bôca
norte do canal do Majo1 na mesma lagoa, segue por êste canal até a sua bôca sul
na lagoa de Dentro; daí, em outia linha 1eta, vai atingir a nascente do rio do
Barro Vermelho nessa última lagoa, desce po1 êle até a confluência com o rio
do Furado e po1 êste abaixo até a sua ba1ra, no Oceano Atlântico
- 236 -

3 Com o município de Conceiião de Macabu


Começa na confluência do 1io Macabu com o cóuego das Piabas, sobe po1 êste até a
confluência com o biejo dos Patos e por êste até a sua nascente mais 01iental; prosseguindo
em uma linha reta, segue até atingir o ponto de intersecção do eixo da estiada do t umo com
a linha de vei:tentes que separa as águas que descem pata o do Macabu das que veltem para
o Oceano Atlântico, e em outra linha 1eta vai atingü a linha de vertentes de onde descem as
águas para o cóuego dos Ubás no ponto f10nteiro e mais p1óximo da nascente mais ocidental
dêste cónego, e daí em out1a linha teta vai atingi1 o matco existente num ponto existente
na serra de Santa Cata1ina, em outla teta segue até atingi! a estiada de Cantagalo, daí desce
o córrego das Aduelas até a confluência com o tio São Pedro, sobe po1 êste tio até a confluência
com o córrego da Onça, sobe po1 êste até a sua nascente, atinge o iespectivo g10tão e segue
pela cumiada da sena . do Deitado, prnsseguindo até o ponto fronteito e mais p1óximo da
nascente p1incipal do tibeitão Ca10cango

4 Com o Oceano Atlântico


Começa na ba11a do Fmado, no Oceano Atlântico, e segue, pelo litoral até a bana da
lagoa Imboassica

Com o município de Casimi10 de Ab1eu


Começa no Oceano Atlântico, na barra da lagoa de Imboassica e segue pela linha média
das águas desta lagoa até a bana do 1io Imboassica, sobe po1• êste 1io até a sua nascente principal
no diviso! de águas do 1io Macaé das do 1io de São João (se11as do Iriti, do Cangulo e da
Ma1ta); po1 êste diviso1, à nascente p!Íncipal do cóuego do Retüo; desce po1 êste até a sua
confluência no 1io Macaé e segue po1 êste até a confluência do iio Sana
Inte1 p1 etação:
Começa no Oceano Atlântico, na baua da lagoa de Imboassica e segue pela linha
média de suas águas até a embocad uia do tio Imboassica pelo qual sobe até a
sua nascente p1incipal; daí, galgando o 1espectivo g10tão, vai atingi! o ponto
f10nteiio e mais próximo, na linha de cumiada do diviso! das águas do tio Macaé
das do tio de São João (seu as do Itüi, do Cangulo e da Malta), pela qual
continua até atingü o ponto f10nteiro e mais ptóximo da nascente ptincipal do
cótrego do Retiio; daí, desce pelo tespectivo grotão, alcança a dita nascente e
continua pelo aludido cóirego abaixo até a confluência com o rio Macaé e, pot
êste, sobe até a confluência com o rio Sana

6 Com o município de Noi•a F1ibu1go


Começa na confluência do tio Macaé com o tio Sana e sobe pelo espigão diviso1 dos tios
Sana, numa veltente, e Macaé e Boa Esperança noutta ve1tente, até o ponto de encontro do
divisor dos tios Macaé e Macabu com a se1ra de Crubixais

b) LIMITES DISTRITAIS

Ent1e or distiilt>r de Macaé e Cc1biúnc/5


Começa na foz do 1io Macaé e segue po1 êste até a wnfluência do 1ibeitão Teimoso

2 E11t1e or dirt1itor de Macaé e lliii


Começa na confluência do ribeirão Teimoso, segue po1 êste até a sua nascente ptincipal,
daí segue pela seua do Itüi à nascente principal do tio Imboassica
Inte1p1etação:
Começa na confluência do tio Macaé com o tibei1ão do Teimoso, sobe pot êste
até a sua nascente, galga o respectivo g10tão e vai atingii o ponto f1ontei10 e mais
p1óximo na linha de cumiada da seua do Ititi, pela qual prossegue e continua
pela linha idêntica da serra do Cangulo até o ponto f10nteito e mais ptóximo
da nascente ptincipal do 1io Imboassica

Ent1 e os dist1 itos de Cabití11as e 11 i1 i ·


Começa na confluência do 1ibeüão Teimoso no tio Macaé, segue pot êste até a confluência
do tio São Ped10, e po1 êste até a confluência do cóuego Aduelas

4 Ent1e os dist1itos de Cachoeiia e liiii.


Começa nas nascentes do tibeitão Atalaia, segue pot êste tibei1ão até a sua foz no !Ío
Macaé; segue po1 êste até 1ecebet o cóuego Bonsucesso; e po1 êste último até as suas nascentes
- 237 -

5 Ent1e os dist1itos de Cabiúnas e Cmc1peb11s:


Começa na lagoa de Jurnbatiba no 1io do mesmo nome e segue por êste até a sua nascente
p1incipal, e daí, em 1eta, até a nascente plÍncipal do cóHego dos Ubás

6 Ent1e os dist1itos de Caiapeb11s e Q11isramã.


Começa na lagoa do Paulista, no canal de Macaé - Campos segue po1 êste até a confluência
do rio Canapato e por êste até o brejo do Imbuí, daí em reta aos brejos do rio do Meio e daí,
em 1eta, a estiada do turno

7 Enfie os dist1itos de Iiili e Glicéiio:


Começa na nascente principal do 1ibeilão da Atalaia e daí segue em 1eta ao km 34 do iama!
de Glicério e daí pelo 1io de São Pedro até a confluência do córrego_ da Onça

8 Ent1e os dist1itos de Cachoei1as e Scmc1·


Começa na confluência do có11ego Antônio Dias no iio Macaé, segue por aquêle até a sua
nascente prinlipal, daí, em reta, até a nascente p1incipal do cónego João Manuel e daí em
ieta, até a nascente principal do 1io das Duas Ba11as

9 Ent1e os distiitor de Cachoeiws e Glicéiio:


Começa na nascente plintipal do rio das Duas Banas e segue em 1eta até a nascente
plincípal do ribeiião Atalaia

10 Ent1 e os dist1 ito r de Glicéi io e Sem a


Começa na se11a do Fiade e segue po1 ela até a nascente principal do lio das Duas Banas.

XXIV - MUNICíPIO DE MAGÉ

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o m1111icípio de Duque de Caxias:


Começa na foz do do Estlêla na baía de Guanabara, sobe por êle até a confluência do
ribeirão Imbariê; por êste até a ponte da estrada Automóvel Clube daí vai, em reta, até o
marco F P E , no divisor de águas dos libeiiões Imbariê e Moça Branca, ponto de conve1gência
dos limites de Magé, Duque de Caxias e Petrópolis

2 Com o mnnicípio de Pet1 ópolis


Começa no ma1co F P E situado no espigão diviso1 de águas dos ribeüões Imba1iê e Moça
Bianca, segue em 1eta até o marco I F P 45, e daí po1 out1a 1eta, até o marco colocado à
distância de cinqüenta met10s, ao sul da estação de Meio da Se1ra; continua po1 outra ieta
até o marco situado no alto do mo110 Cabeça de Negro, daí segue em reta até o ma1co da
Lagoinha, na se1ra dos órgãos, p1óximo da nascente ptincipal do rio Caioaba-Mirim, e continua
pela linha de cumiada da mesma sena até o 1110110 Açu, no ponto das três ve1tentes dos
lios Piabanha, Paqueque1 e do ma1

3 Com o município de Teiesópolis:


Começa na se11a dos Órgãos no indicado ponto das três veltentes e segue pela mesma
serra até um ponto f10nteiro e mais p1óximo da nascente principal do tibeüão Orindi-Açu
Interpretação:
Começa no mo110 Açu, na linha de cumiada da se11a dos Ó1gãos no ponto das
ttês veitentes: do rio Piabanha, do rio Paqueque1 e do mar, e segue po1 esta
linha até alcançai um ponto fronteiro e mais próximo da nascente principal do
ribeirão 01indi-Açu

4 Com o município de Cachoeiiar do Macacu:


Começa no ponto fronteilo e mais próximo antes mencionado e alcança a nascente principal
<lo tibeirão Orindi-Açu, desce por êle até a sua confluência no tio Guapi-Açu e por êste até a
sua confluência no tio Macacu
Interpretação:
Começa na linha de cumiada da seua dos ó1gãos no ponto f10nteüo e mais próximo
d~ nascente principal do ribeüão 01indi-Açu, desce o 1espectivo !Wtão, atinge a
dita nascente e segue pelo aludido ribeirão abaixo até a confluência com o rio
Guapi-Açu e desce po1 êste até alcançai a confluência com o lÍo Macacu
- 238 -

Com o município de ltabo1aí·


Começa na confluência do iio Guapi"Açu no Macacu e po1 êste até a sua foz na bafa
de Guanabaia

6 Com a baía de G11cmabct1ct.


Começa na foz do iio Macacu à do Est1êb
lnte1 pretação:
Começa na embocadu1a do iio Macacu na baía de Guanabaia e segue pelo litoial
desta até a foz do rio da Estrêla

b) LIMITES DISTRITAIS

E11t1e oJ diJt1itos de Magé e Santo Aleixo


Começa na nascente p1incipal do có11ego Roncado1, e desce po1 êste até enconttat o iio
Santo Aleixo, pelo qual desce até a sua confluência no 1io Se1tão
Sugestão: *
Começa na linha de vettentes de onde descem as águas pata a nascente plindpal
do cónego Roncador, no ponto f10nteüo e mais p1óximo à dita nascente, desce
pelo g10tão, atinge a dita nascente e segue pelo aludido cóuego até a confluência
com o iio de Santo Aleixo; continua po1 êste abaixo até a confluência com o
lio do Sertão, sobe po1 êste até a sua nascente p1incipal, de onde, galgando o
iespectivo g1otão vai atingü o ponto f10nteito e mais p1óximo, na linha de ve1tentes
de onde descem as águas paia êste do

Ent1 e oJ dist1 itos de Magé e Gu,1pi-Mi1 im


Começa na baira do 1io do Settão pelo qual sobe até sua nascente piincipal de onde segue
em linha ieta até a nascente plincipal do iio Magé-Mitim pelo qual desce até a sua foz na
baía de Guanabaia
Sugestão: *
Começa na linha de ve1tentes no ponto f10nteüo e mais p10x1mo da nascente
principal do tio do Settão, daí deste em uma linha ieta até atingi!, na linha
de ve1tentes de onde descem as águas paia o 1io Magé-Müim, o ponto f10ntei10
e mais p1óximo da sua nascente principal, e, descendo pelo g10tão, atinge a dita
nascente e p10ssegue pelo aludido iio abaixo até a sua foz na baía de Guanabata

Ent1 e os diJt1 ito r de Mc1gé e Stt1 uí ·


Começa no litoial e ganha o divisai de águas dos lias Suwí e hiti e co11e pelo mesmo
até a nascente plincipal do cóuego Roncado1
lntei p1 etação:
Começa na linha de ve!tentes, no ponto f10nteito e mais p1óxi1110 da nascente
principal do có11ego Roncado1, e segue pela linha idêntica que sepaia as águas
que descem paia o úo Su1 uí das que ve1 tem paia o tio Iti1i até atingi! um
ponto fronteiro à dita linha no lito1al da baía de Guanabata

4 Ent1e os dist1itos de Santo Aleixo e GuC1pi-Mi1im


Começa na nascente ptincipal do iio do Se1tão e segue pelo diviso1 das águas dos 1ios
Bananal e Santo Aleixo
Interpretação:
Começa na linha de veitentes em um ponto f10ntei10 e mais p10x11110 da nascente
p1incipal do tio do Se1tão e segue pela linha de cumiada do diviso1 das águas
do 1io de Santo Aleixo das do úo Bananal até atingir o ponto de inte1secção com
a linha idêntica da se11a dos Ó1gãos, no mo110 Açu

Ent1e os distiitos de Santo Aleixo e Surní


Começa na nascente p1incipal do có11ego Roncado1 e segue pelo divisai das águas do iio
de Santo Aleixo e Sm uí
Inte1 p1 etação:
Começa na linha de ve1 tentes, no l'onto fiontei10 e mais p1óxi1110 da nascente
p1incipal do có11ego Roncad01 e segue pela linha de cumiada do diviso1 das águas

Sugestão para a redação de um novo texto, em virtude de o atual não ofe1ecer ma1gem pata
uma boa interpretação; houve algum descuido na redação, visto como. pela descrição, não se chega
a fechar o perímetro
- 239 -

do 1io de Santo Aleixo das do iio Sm uí até o ponto de onde pai te a linha idêntica
que sepata as águas do tio Surní das do rio Timbita ou Bonga ou ainda de
Cachoeita

6 Ent1e os dist1itos de Santo Aleixo e Inhomi1im·


Coue pelo espigão que sepaia as águas dos 1ios Santo Aleixo (Piw) e Cachoeita Grande
Interpretação:
Começa no ponto de inte1secção da linha de cumiada entie os iios de Santo Aleixo
e Suruí com 'a linha idêntica entle os 1ios Suruí e Timbira ou Bonga ou arnda
de Cachoeira e segue pelo divisai de águas entle êste último e o de Santo Aleixo
até atingit o ma1co de Lagoinha na linha de cumiada da setra dos ó1gãos

7 Ent1 e os dist1 itos de Su1 uí e Guia de Pacobaíba:


Começa na foz do iio Suruí, pelo qual sobe até a foz do cóuego Goiá, segue po1 êste
até a ponte do mesmo nome; daí pela estiada o que vai te1 à ponte do Bonga
Inte1 p1etação:
Começa no litoral da baía de Guanabata, na embocaduta do 1io Smuí, sobe por
êste até a confluência com o cóuego Goiá ou Guia, po1 êste acima até o centro
da ponte do mesmo nome na estiada que vai te1 a Smuí; daí segue pelo eixo
dessa estiada até o ponto de bifmcação da estiada em dileção ao mo110 do Inglês
pela qual segue até o ponto em que encontn o eixo da estiada Imbariê - Magé;
daí, p10ssegue por esta última, atiavessa a E F Leopoldina e vai atingü o ponto
f10ntei10 à linha de ve1tentes do espigão ptincipal do mo110 do Inglês

8 Ent1e os distJitos de Su1uí e Inhomhim ·


Começa na divisa do Bonga e segue pelo divisot de águas dos tios Su1uí e Cachoeiia Grande
Interp1etação:
Começa no eixo da estiada Imbatiê - Magé, no ponto f10nteiro à linha de ve1tentes
do espigão ptincipal do motro do Inglês, sobe po1 esta linha até alcançai a linha
de cumiada do divis01 de águas entie os 1ios Suruí e Timbiia ou Bonga ou ainda
da Cachoeita e segue por esta última linha até atingit o ponto de intersecção com
a linha idêntica enüe os tios de Santo Aleixo e Surní

9 EntJ e os dist1itos de Guia de Pacobaíba e Inhomi1im:


Começa na divisa do Bonga, segue até a ponte do mesmo nome e desce pelo 1io Inhomirim,
daí, desce até a sua confluência no iio Estiêla
Inte1 p1etação:
Começa no eixo da estiada de Imba1iê - Magê, no ponto f10ntei10 à linha dt
'vertentes do espigão ptincipal do mo110 do Inglês, segue pela dita estrada, na
diteção de Imbatiê até atingii o cent10 da ponte do Bonga, sôbre o iio do mesmo
nome, também denominado tio Timbita ou da Cachoeiia, e daí desce êste rio até
a confluência com o 1io da Estiêla

XXV - MUNICÍPIO DE MANGARATIBA

a) LIMITES MUNI CIP AIS

Com o município de Ang1<1 dos ReiJ


Começa na foz do 1io Jacareí no Oceano Atlântico; sobe po1 êste até a sua nascente
p1incipal, no cont1afo1te da sena de Capiva1i e segue por êste na se11a das Lajes
Inte1 ptetação:
Começa no Oceano Atlântico, na foz do tio Jaca1eí ou Ca1atucaia pelo qual sobe
até a sua nascente ptincipal; daí, galga o respectivo g10tão e vai atingit o ponto
f10nteito e mais próximo, na linha de ve1tentes das águas dos tios Coatiquara e
Ingaíba de um lado e do rio Jacuecanga do out10 e segue pela dita linha até
atingit o alto do mo110 das Lajes, na linha de rnmiada da se11a de igual nome

2 Com o município de Itave1d:


Começa no ent10ncamento da se11a de Capiva1i com a se11a das Lajes e segue pelo divisot
da serra do Mar até encontia1 a 01igem do diviso1 dos tios Mazomba e Sai
- 240 -

3 Com o município de Itaguaí


Começa no ponto de encontro do diviso1 da seua do Ma1 com o divisor de águas dos rios
Mazomba e Sai; segue pot êste até o alto da seira do Mazomba; daí em reta, na direção norte -
sul verdadei10 com a extensão de cinrn quilômet10s até o antigo marco da Fazenda Nacional de
Santa Cruz, existente no litoral em frente da pedia da Cruz das Almas, na ilha de Itacurussá

3A Na ilha de ItacUJussá
Delimita-se com o município de ltaguí, po1 uma 1eta noite - sul ve1dadeiro, iniciada no
antigo marco da Fazenda Nacional de Santa Cruz

4 Com o Ocectno Atlântico:


Começa no antigo ma1co da Fazenda Nacional de Santa Crnz, até a foz do rio Jaca1eí

b) LIMITES DISTRITAIS

Entie os dist1itos de Manga1atiba e Conceição de Jacaieí:


Começa na foz do rio Coatiquara, segue po1 êste até o contrafo1te da seua do Corisco e
pela linha de cumiada desta até o seu ent10nrnmento com a de Capiva1i

2 Enfie os dist1itos de Mmzgc11c1tiba e Vila Mu1iqui:


Começa na baía de Sepetiba no ponto de onde em uma linha 1eta passa pelo quilômet10 91
da E F Central do Brasil, situado a 750 met10s da ponte sôb1e o lÍo Sai, prosseguindo com
a olientação de norte verdadeiio, segue até atingÍl um espigão na se1ra que divide os municípios
de Mangaratiba e Itacurnssá

3 Ent1e os dist1itos de Itc1cuwsscí e Vila Mu1iqui


Começa na linha de cumiada da seua ltaguaçu, na divisa com o mumop10 de ltaverá no
ponto de onde palte a linha divisória que sepaia a antiga fazenda de Mmiqui, das terras dos
herdeiros de Fiancisco Ma1çal Coelho, até a um ponto na Estrada de Feuo Central do Brasil,
a 138,45 metros, do quilômetro 84 da aludida estiada, daí p10sseguindo até a baía de Sepetiba

XXVI MUNICíPIO DE MARICA

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Nite1ói·


Começa na ponta de Itaipu-Açu, no Oceano Atlântico, sobe pelo esp1gao principal até o
alto do Moiião; continua pelo espigão até alcançar o Morro do Telégiafo e p10ssegue pela
cumiada da serra da Tiiüica até o ponto de convergência dos limites de Maricá, Niterói e
São Gonçalo, no eixo da estiada de rodagem Niterói - Maricá
1nte1 pretação:
Começa no litoral no Oceano Atlântico, na ponta de Itaipu-Açu, ponto fronteiro
à linha de vertentes do espigão p1incipal que dá acesso ao alto do Moirão, ao
qual vai te1, segue pela sua linha de montante, continua pela linha de cumiada
da serra denominada MoHo do Telégrafo e prossegue pela linha idêntica da
serra da Tiririca até atingir na ga1ganta do Cala Bôca, convergência dos limites
Maúcá, Niterói e São Gonçalo, o ponto de intersecção com o eixo da estrada de
rodagem Niterói - Ma1icá

2 Com o município de São Gonçalo


Começa no ponto acima indicado; sobe po1 um esp1gao até encont1ar um ma1co existente
na se1ra do Cala Bôca; daí, segue pelo divisor de águas do 1io Macacu e do Oceano Atlântico,
até o marco existente na serra de ltaitindiba
Inte1 pretação:
Começa na ga1ganta do Cala Bôca, no ponto de intersecção da linha de cumiada
da serra da Tiriiica com o eixo da estrada de 10dagem Niterói - Maricá, sobe pela
linha de ve1tentes do espigão mais fronteiro até alcançar um marco na linha de
cumiada da serra do Cala Bôca e continua pela linha idêntica da sena de ltaitindiba,
diviso1 das águas que descem para o rio Macacu das que ve1tem para o Oceano
Atlântico, até atingir o ma1co existente no alto do Guaiá
- 241 -

3 Com o município de Itabo1aí


Começa no ma1co existente no alto da seira do Itaitindiba, e segue pelo divisai de águas
do 1io Casse1ebu e do Oceano Atlântico até atingir o ponto de encont10 das seuas do Espraiado
e de Mato Grosso

4 Com o município de Saquaiema


Começa no ponto de encontro das senas do Espiaiado e de Mato Grosso, segue pela
cumiada desta última sena até o ponto f10ntei10 e mais próximo do 1io Giande de Jaconé;
daí desce por êste até a sua foz na lagoa de Jaconé e daí continua em ieta, até a barra desta
lagoa, no Oceano Atlântico
Inte1p1etação:
Começa na linha do divisor das águas que descem pata o tio Casse1ebu das que
vertem pata o Oceano Atlântico, no ponto em que se encontram as linhas idênticas
das seuas do Ba1ba de Omo ou Esptaiado, e de Mato Grosso, segue pela dita
linha desta última e continua pela linha idêntica da seua de Jaconé até atingit
o ponto f10nteiro e mais próximo da nascente principal do iio Giande de Jaconé;
daí desce pelo 1espectivo giotão, atinge a dita nascente e continua pelo aludido
tio abaixo até a sua embocaduia na lagoa de Jaconé e, dêste ponto em linha ieta,
vai alcançai o centro da bana desta lagoa, no Oéeano Atlântico

Com o Ocectno Atlântico


Começa na baua da lagoa de Jaconé, até a ponta de Itaipu-Açu
Interptetação:
Começa no cent10 da baua da lagoa de Jaconé, no Oceano Atlântico, segue pelo
litornl até atingÍJ, na ponta de Itaipu-Açu, o ponto fronteito à linha de vettentes
do espigão p1incipal que dá acesso ao alto do Moitão

b) LIMITES DISTRITAIS

E11t1e os dirt1itos de Maiicá e ltapeteiú:


Começa no limite com o município de Itaborní na junção do Mouo Grande com a seua
do Lagarto; desce pelo espigão desta até o canal do Pilai; continua até o Monte Aleg1e; segue
pelo alto dêste até o 1io Ubatiba; desce po1 êste até a ponte sôb1e o mesmo; daí pela estrada
Venda das Pedias - Ma1icá até a base da seua do Caju; sobe até o espigão mestre desta sena
e por êle até o local denominado moiro Ped10 Guedes, daí pelo cóirego Ped10 Guedes até a
lagoa da Bana, daí, em 1eta, de otientação noite - sul até o Oceano Atlântico
Inte1 p1etação:
Começa no ponto de inte1secção da linha de cumiada da seua denominada Mom,
Grande com a linha idêntica da seira do Lagatto, segue po1 esta última linha
até um ponto de onde, descendo em reta, vai ter ao ext1emo do canal do Pilar,
daí sobe pela linha de vertentes do espigão mais próximo até atingit a linha
idêntica do Monte Alegte, pela qual continua até atingii um ponto mais próximo
e de onde, descendo, vai te1 à confluência do canal do Pilai com o rio Ubatiba;
daí desce êste rio até o centro da ponte da estiada Venda das Pedras-Maricá;
dêste ponto segue pelo eixo desta estiada até atingir o ponto de inte1secção com
o eixo da estrada-t10nco Niterói - Campos; daí sobe pela linha de veltentes do
espigão mais p1óximo até atingir a linha de cumíada da sena do Caju, pela qual
continua até o local denominado morro do Pedro Guedes; dêste ponto, descendo
pelo tiecho mais dileto atinge a nascente ptincipal do cónego do Ped10 Guedes
pelo qual desce até a sua foz na lagoa da Ba1ra, de onde, em uma linha leta,
vai atingü o centro da bana da lagoa da Baira, no Oceano Atlântico

2 Ent1e os dist1itor de Maiicá e lnoã


Começa na divisa com o município de Itaboraí, no mono do Ilhéu; daí em reta até o
:alto do Cambmi, na seua do Retiro; do alto do Cambuti à nascente principal do riacho Buriche;
desce pelo mesmo riacho até a sua foz na lagoa de São José do Imbassaí; atravessa esta em
reta até o marco existente no lugar denominado Biejo das Tábuas, daí em 1eta, de olientação
norte - sul, até o Oceano Atlântico
lnterp1etação:
Começa no morro do Ilhéu, na linha de cumiada da seua de Cassorotiba pela
qual continua e, passando pelo alto do Cambuii, vai até o ponto fronteiro e
mais p1óximo da nascente principal do cónego do Buriche; daí desce o respectivo
grotão, alcança a dita nascente e continua pelo aludido córrego abaixo até a
sua foz na lagoa de São José do Imbassaí ou de Maricá; daí, em uma linha reta,

-lü-
- 242 -

segue até atingi! o matco existente no lugat denominado Btejo das Tábuas, de
onde, em outia linha teta, e com a orientação de sul verdadeiro, vai atingir um
ponto no litotal no Oceano Atlântico

XXVII - MUNICÍPIO DE MARQU:Ê DE VALENÇA


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o Estado de Minas Ge1ais:


Pelos limites estaduais

2 Com o município de Rio das Flo1es:


Começa na confluência do tibeitão das Comas no tio Ptêto, e segue por êste ribeirão
até a sua nascente principal; daí, em reta, até a confluência do rio Bonito no rio das Flores·
sobe pot êste até a confluência do cótrego Boa Vista e pot êste até a sua nascente principal;
dêste ponto vai em reta, até o alto do morro situado ptóximo da ptimeira passagem de nível
da estiada Taboas - Valença; daí continua noutra teta que vai até garganta situada a cêtca de
cento e cinqüenta mettos da estiada de rodagem Taboas - Sebastião Lacerda, ex-Cométcio; desce
então pelo pequeno có11ego aí existente até a ponte da estiada Taboas - Sebastião Lacerda
( ex-Cométcio), segue pot esta estrada (antiga estrada de ferro) até alcançai um córrego, ptóximo
da localidade de Sebastião Lacerda ( ex-Cométcio), e dêste ponto desce pelo mesmo córrego
até a sua confluência no tio Paraíba

3 Com o município de Vassouias


Começa na confluência do có11ego acima 1efe1ido, na linha de limites dos mun1C1p10s de
Matquês de Valença e Rio das Flores e sobe pelo tio Pataíba até a sua confluência do córrego
Monte Alegte

4 Com o município de Br111<1 do Piiaí·


Começa na confluência do cóuego Monte Alegte no úo Paraíba e sobe pelo mesmo
cóttego até a sua nascente ptincipal e desta pelo grotão até alcançar a linha de cumiada da
setra de São Manuel, divisot das águas dos rios das Flores e Pataíba; segue por êsse divisot
até um ponto f10ntei10 e mais ptóximo da nascente ptincipal do cóuego Santo Antônio, desce
por êste até a confluência no tio das Flotes e, pot êste, até um ponto fronteito ao espigão
principal da sena do Duboc; daí ganha êsse espigão até atingit a linha de cumiada da sena
do Duboc, pelo qual segue até o ent10ncamento da se11a do Ba11eiro onde foi colocado um
matco do qual segue pela cumiada da tefeiida serra, continuando pelos serrotes de São João,
Palmeiras e São Sebastião, divisor das águas entte os úos das Flores e Bonito, atingindo o
matco existente no divisor denominado settote de Santa Tetesa, ponto em que descem as águas
pata a margem diteita do 1ibeirão das Minhocas, de onde em uma linha teta de dileção aptoximada
de oeste, pela cumiada da setra das Minhocas atinge o motto denominado Alto da Sena das
Minhocas, continuando pela cumiada da sena do mesmo nome atingindo a cumiada da seu:i
do Batroso na sua inte1secção com o divisor entte os tios Ptêto e Paraíba pelo qual prossegue,
até atingi! o ponto f10nteito e mais ptóximo da nascente ptincipal do tibeitão do Bonsucesso,
na linha de cumiada da seua do rio Bonito, divisot das águas do tio Ptêto das do tio
Pataíba, ponto onde confinam os municípios de Barra do Pitaí, Marquês de Valença e Barr1
Mansa

Com o município de Ba11c1 Mansct


Começa na linha de cumiada do diviso1 de águas dos 1ios Pataíba e Ptêto em um ponto
f10nteito e mais p1óximo da nascente p1incipal do 1ibeitão Bonsucesso, na sena do lÍo Bonito;
continua pelo divisor desta sena e depois, pelo espigão que nela tem 01igem, até a confluência
do tibeitão Pat1ia1ca no ti(.7 P1êto

b) LIMITES DISTRITAIS

Entle os dist1itos de Mmquês de Valença e Baião de Jupmanã


Começa na setta de Santo Antônio, no ponto onde foi implantado um ma1co no alto da
mesma serra, deftontando com as nascentes do cótrego Monte Alegte; segue pelos settotes da
Concó1dia, São Manuel e Conceição, até nascente ptincipal do tio do Quitino; e po1 êste até
a sua confluência no tio Paiaíba
lntet p1 etação:
Começa em um ponto f1onteito e mais ptoxuno da nascente p1incipal do có11ego
Monte Aleg1e, na linha de cumiada da se11a de São Manuel e segue pela linha
idêntica dos settotes de São Manuel, Concórdia e Conceic,ão, até atingir o ponto
- 243 -

frontei10 e mais p1óximo da nascente plincipal do lio do Quüino; daí des(e


pelo grotão, atinge a dita nascente, e continua pelo aludido iio abaixo até a
confluência com o 1io Paraíba

2 Ent1e os dist1itos de Maiquêr de Valença e Pentagna


Começa no ponto em que a antiga linha de sesmalia que tem a olientação de cinqüenta e
quat10 graus ( 54°) noroeste ( 1938), coita sena de Cantagalo; segue pelas se11as de Cantagalo
e da Charneca até a grande pedra da Charneca e daí, em 1eta, até a confluência do 1io Bonito
no 1io das Flores

3 Ent1e os disf1itos de Maiquês de Valença e Pmape1í11a


Começa no ponto de encontro das senas do Duboc e Barreiro no limite dos municípios de
Marquês de Valença e Bana do Piraí; segue pela linha de cumiada das seHas do Barrei10 e
Cantagalo até encontiar a antiga linha de sesmalia, com a orientação de cinqüenta e quatro giaus
( 54º) no10este ( 1938)

4 Ent1e os dist1itos de Paiapeúna e Pentagnct'


Começa no ponto de encontro da aludid'a linha de sesma1ia com a se11a de Cantagalo e
segue po1 essa linha ·até atingir o pico das Sete Léguas, e pela linha de cumiada das senas
de Santa Luzia, Mandembo e Luiz Velho, até um ponto f10ntei10 e mais próximo da nascente
principal do ribeirão do Macuco; dêste ponto, à nascente dêste libeüão e por êle desce até
a sua confluência no lio P1êto

Ent1e os dist1itos de Pa1apeúna e Conse1vató1ia:


Começa na confluência do cónego Alfa com o lio Bonito seguindo po1 uma 1eta, daí
ao ponto de encont10 das linhas de cumiada das senas do Barreiro e do Duboc

6 Ent1e os dist1itos de Santa lrabel do Rio P1êto e Paiapeúna


Começa na confluência do libeüão São Fernando no rio P1êto e sobe pelo mesmo libeirão
até sua confluência no ribeirão dos Rochedos e po1 êste até a confluência do có11ego dos
Velhacos, pelo qual sobe, até a sua nascente p1incipal Daí em linha reta, ganha o diviso! de
águas do libeüão dos Rochedos e do lio Bonito e desce até a nascente plincipal do cónego
Alfa, pelo qual desce até a sua confluência no lio Bonito

7 Ent1e os dist1itos de Santa Isabel do Rio P1êto e Conse1vató1ia:


Começa no ponto de inte1secção da linha de cumiada da se11a do Rio Bonito, divisor das
águas dos rios P1êto e Pa1aíba, com a linha de cumiada da se11a do Barroso, descendo em
uma linha reta até atingir a confluência do córrego Beta com o có11ego da Prata, de onde, em
outra reta, vai alcançai a confluência do cÓHego Alfa com o tio Bonito

XXVIII - MUNICíPIO DE MENDES

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Ba11a do Pilaí


Começa nas cabeceüas do có11ego do Fabião e em linha 1eta vai atingi! o km 100 da
E F C B ; acompanha essa via fénea até a Ponte do Cunha e daí po1 diante vai acompanhando
as divisas das Fazendas da Boa Espeiança, São José das Palmeüas e São Joaquim com as
Fazendas Ponte Alta e Santa Matia; depois segue em linha 1eta até atingir um ma1co existente
na Fazenda São Paulo; dêste ma1co em linha 1eta até a Ponte do Rocha

2 Com o município de Vassou1as


Começa na ponte do Rocha, sôb1e o iibeüão dos Focinhos, sobe po1 êste até a sua nascente
ptincipal e, em linha reta, segue até o suspüo do Túnel Giande da Estiada de Fe110 Central do
Brasil e, dêste ponto, segue pela linha de cumiada da se11a do Ma1 até um ponto fionteüo e
mais próximo da nascente p1incipal de um afluente do libeüão dos Macacos, que desemboca
acima da 1ep1êsa do Engenho da Seaa

3 Com o munfrípio de Itaguaí:


Começa na linha de cumiada da se11a do Ma1, em um ponto f10ntei10 e mais p10x1mo da
nascente principal do cónego afluente do iibeirão dos Macacos, que desemboca acima da rep1êsa
do Engenho da Se11a; segue pela linha de cumiada da sena do Ma1 até a inte1secção com o
diviso1 de águas dos rios Püaí e Sana Família
~ 244 -

4 Com o município de Piiaí ·


Come<,a no ent10ncamento ela linha ele cumiacla da se1ra cio Mat com a linha de vettentes
do divis01 elas águas do Püaí das cio 1ibeitão Sacia Família, também denominado Meneies;
desce pelo mesmo divisor até um ponto f10nteiw e mais próximo ela nascente p1incipal do
cóuego Fabião

b) LIMITES DISTRITAIS

Êste município tem apenas 1 (um) clist1ito denominado Meneies

XXIX - MUNICíPIO DE MIGUEL PEREIRA


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o municíjno de Ve1srouic1r


Começa na intetsecção da linha cio divisor ele águas cios lÍos São Pecl10 e Santana com a
teta que pa1te da ponte de fe110 ela Linha Auxiliai da Estiada ele Feno Centtal cio Brasil,
ptóxima ela estação ele Santa Bianca e passa pot um pontilhão ela mesma Linha Auxiliai sôb1e o
tio Santana; segue pot esta teta até a sua intersecção com a estiada Miguel Pereiia - Vassouras,
segue po1 esta e pela estiada que vai a Miguel Pe1eiia, até a enct uzilhacla elas esttaclas ele
Miguel Peteiia, Retito e Miguel Pe1eiia - Va1gem do Manejo, em São José ela Rolinha; daí
segue em linha reta até a confluência cio cóuego elas Pedias Ruivas no ribeirão cio Saco; sobe
pot aquêle até a sua nascente plincipal no diviw1 de águas dos rios Santana e Ubá; segue po1
êste divisor de águas até encontrai o divisor de águas dos 1ios Piabanha e Santana, na divisa
com o município ele Pet1ópolis

2 Com o município de Pet1 ó polis:


Começa na intetsecção cio divisor ele águas cios tios ele Santana e Ubá com o divisor de
águas cios rios Piabanha numa vet tente e Santana e Ubá noutra; segue por êste último divisor
de águas até o alto da se11a da Est1êla, que dá pata as três vertentes cios rios Piabanha,
Santana e o Ma1

Com o município de Duque de Ce1xic1r·


Come<,a no ponto mais alto do divisor ele águas dos !Íos Paraíba e Iguaçu, que dá paia
as ttês veltentes dos tios Piabanha e Santana e o mar, e prossegue pela cumiada da seua da
Estrêla até o marco implantado no ponto de convetgência dos limites dos três municípios de
(Novo Município), Duque de Caxias, e Nova Iguaçu

4 Com o município de Nol'a Iguaçu


Começa no matco acima 1efe1ido e segue pelo divisot de águas dos 1ios Santana e São
Ped10 até a sua inte1secção com a linha 1eta que parte da ponte ele feno da Linha Auxiliai
da Estrada ele Feuo Central do Brasil, próximo ela estação de Santa Branca e passa po1 um
pontilhão da mesma Linha Auxiliai sôbte o 1io Santana

b) LIMITES DISTRITAIS

Ent1e os dist1itor de Gove111C1do1 Po1tela e Miguel Pe1eiia.


Começa em São José da Rolinha, na encrnzilhada das estradas de 10dagem de Miguel
Pereira, Vatgem do Manejo e Retiro, e segue em linha reta até a parada Barão de' Javari;
continua em reta até a patada Monte Líbano, ambas da Linha Auxiliar da Estrada de Feuo
Centtal do Btasil; e, ainda na 1eta, vai até o alto da se11a de Vera Cruz ou seua cio Couto,
na divisa rnm o município de Nova Iguaçu

XXX - MUNICíPIO DE MIRACEMA


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o Este1do de Minas Ge1ais


Pelos limites estaduais

2 Com o município de ltape1una


Começa no pontão de Santo Antônio e segue pelo divisor de águas dos 1ios Mmiaé e
Pomba até enconttat o diviso1 ele águas dos 1ibeüões Salgada e do Limoeüo, na seua da
Boa Vista
- 245 -

Inte1 p1 etação:
Começa no pontão de Smto Antônio, no limite com o Estado de Minas Geiais e
segue pelo divisor de águas dos rios Mmiaé e Pomba até encontrai o divisor
de águas dos libeirões S:dgada e do Limoei10, na seua da Boa Vista, ponto
inicial da sena da Rese1 va

3 Com o município de Cambuct


Começa no ponto de enconho antes mencionado e segue pelo diviso1 de águas dos 1ios
Pomba e Mmiaé na direção S e continua po1 êle até alcançai o ponto f10nteüo e mais p1óximo
da nascente p1incipal do cóuego que passa po1 Ibitip~1ã (ex-Monte Aleg1e)
Interp1etação:
Começa na linha de cumiada da se1ia da Boa Vista no ponto inicial da seua da
Reserva e de onde parte a linha de vertentes do contrafolte que sepaia as águas
dos 1ibeüões do Limoeüo e do Cubatão das do 1ibeüão de São Domingos, segue
pela linha de cumiada da seira da Boa Vista, passa pelo alto denominado Sena
da Cascata e continua até o ponto de inte1secção com a linha de cumiada da
sena do Romão, diviso1 das águas do 1io Mu1iaé das do tio Pomba

4 Com o município de S,mto Antônio de Páduct


Começa no ponto fiontei10 e mais p1óxirno da nascente p1incipal do cóuego que passa
po1 Ibitiporã (ex-Monte Aleg1e), segue pelo diviso1 do valão do Senote até alcançai o divisot
de águas dos 1ibeüões do Mota e dos Omives; daí· segue em reta a nascente piincipal do
córrego de Duas Banas; desce por êle até a sua confluência no 1io Bonito e po1 êste até
a ponte do Vicente Félix, seguindo em 1eta até o ponto mais alto e a düeita da nasLente
principal do cónego dos Ou1ives; wntinua em 1eta, até um ma1w, plantado na rna1gem da
E F Leopoldina, a meia distância das estações de Pa1aoquena e Müacema; daí em teta, até
ao alto do Cabo1é, donde prossegue, na mesma diteção, até o ponto frontei10 e mais p1óximo
do mencionado alto, na linha divisó1ia com o Estado de Minas Geiais
Inte1 pretação:
Começa no ponto de inte1secção da linha de cumiada da seua do Romão com
a linha idêntica da seua da Boa Vista e segue po1 esta até alcançai o ponto
fionteito e mais próximo da nascente plÍncipal do cóuego das Duas Bauas; daí,
desce pelo grotão, atinge a dita nascente, continua pelo aludido Lóuego abaixo
até a confluência com o lio Bonito e desce f'Ol êste até atingü o cent10 da ponte
do Vicente Félix; daí, em uma linha teta vai atingir um marco rnunicip'.ll existente
nas p1oximidades da nascente do cóuego dos Ou1ives, de onde, em outla linha
reta, vai alcançar um ma1co, J;llantado na margem da E F Leopoldina, a meia
distância das estações de Paraoquena e Miracema; dêste' último ma1co, em outra
linha teta, vai te1 ao alto do Cabo1é e em outia linha 1eta vai atingit a linha
divisória com o Estado de Minas Geiais, no ponto f10ntei10 e mais p1óximo do
aludido alto

b) LIMITES DISTRITAIS

En11e os dist1itos de Mi1acema e Pctiaíso do Tobias


Começa na seHa do Gavião no divisor de águas dos cóuegos dêsse nome e Lagoa P1eta;
segue po1 esptgoes até o f>Ovoado de Aieías onde atlavessa o 1íbeüão do Bonito e segue na
dileção N E pelo espigão até atingÍl a seua da Boa Vista
Inte1 pretação:
Começa no cent10 da ponte do Vicente Félix, sobe pela linha de ve1tentes do
espigão mais próximo, até atingit a linha de cumiada do diviso1 de águas ent1e
o có11ego do Barro füanco e o iibeiião do Bonito, pela qual segue; passa pelo
tio do Gavião e continua pela linha idêntica que sepaia as águas que descem
pata o tibeüão de Santo Antônio das que ve1tem pata o iibeitão do Bonito, até
o ponto de inte1secção com a linha de vettentes do espigão de onde descem as
águas fiara a margem esque1da de um afluente que vai desaguai no 1ibeitão do
Bonito, ao sul do povoado de A1eias; daí, desce pela aludida linha de veltentes,
atiavessa o 1ibeiião do Bonito e, subindo pela linha de ve1tentes do eSJ;ligão
f10ntei10, ganha a linha de cumiada do diviso1 de águas que sepata as águas que
descem pala o iibeitão do Bonito das que ve1tem para o cóuego da P1ospe1idade
e p10ssegue flela dita linha, até o ponto de inte1secção com a linha idêntica ~a
sell'a da Boa Vista, no alto denominado Se11a da Cascata
- 246 -

2 Ent1 e os distiítos de Mil acemcr e Venda das Flo1 es


Começa no div,isoi de águas dos cóiregos Peiissé e Ventania, segue pela cumiada da sena
<lo Sossêgo até Humaitá; desce pela mesma linha, atiavessa o libeirão Santo Antônio; desce em
teta; até a serra da Cachoeila, por cuja linha de cumiada atinge o lugar denominado Araponga
Interpretação:
Começa no ponto de inteisec<,ão da linha de cumiada da sena da Boa Vista
com a linha idêntica da se11a do Sossêgo, divisor de águas entie os córregos Santa
Cruz, Perissé e do Bananal, de um lado, e cóuego de Ventania, da Água Limpa
e da Boa Esperança do outro, passa próximo à fazenda Humaitá e vai até atingit
o ponto de inteisecção da linha de vertentes do contrafoite entre o córrego da
Boa Esperança e o ribeirão de Santo Antônio; daí, desce pela linha de vettentes
do espigão mais fronteiro à wnfluência do ribeirão de Santo Antônio com o córrego
da Serra Nova, à qual vai ter; desta confluência, em uma linha reta, continua,
até atingü o alto da pedra da Cachoeila, na linha de cumiada do divisor das
águas do ribei1ão de Sanlo Antônio das do iíbeilão do Bonito, prossegue pela
dita linha de rnmiada até o ponto de intersecção com a linha idêntica da serra
da Boa Vista, no lugar denominado Araponga

XXXI - MUNICíPIO DE NATIVIDADE DO CARANGOLA

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Po1 ciúnculc1


Começa no limite com o Estado de Minas Geiais, no ponto onde vem tei o divisor de
águas dos córregos Capanema de Baixo e Malacacheta; desce pelo refeiido divisor até o ponto
onde os dois cóuegos se encontram paia formai o iibeilão São José; desce por êste até o
tio Carangola; por êste até encontta1 a linha de vettentes da direita do cóáego do Triunfo;
por esta até encontrai a linha de vertentes do cónego Caeté; e por esta até encontrar a linha de
, vettentes do córrego da Apaiedda; desce pela linha de vertentes da direita do córrego da Aparecida
até o pico de Mato Dentro; dêste em reta, com a dileção de oeste-este, corta o ribeilão São
Sebastião, passa a trinta e cinco mettos abaixo da Pedra Montada e atinge o espigão da encosta
em que a mesma se encontra; sobe poi êste espigão até o pico da Boa Vista; dêste ponto, desce
pelo espigão mais saliente que vai terminai na margem do cónego do Tesouto; pelo córrego do
Tesouro até o encont10 da linha de vertentes do cóuego de Matipó, e, por êste, até encontrai
a linha de vertentes do córrego da Providência; segue por êste até o divisoi dos rios Carangola
e Itabapoana, e por êste divisot até enconttar o iibeirão da Onça e do córrego Jacutinga; desce
por êste divisot até a confluência do córrego Jacutinga, no iibeirão da Onça e desce por êste
ribeirão, até a sua confluência no rio Itabapoana

2 Com o Estado do Esphito Smito


Pelos limites estaduais

3 Com o município de Bom Jesus do Itabapoana·


Começa na confluência do ribeilão do Vaire-Sai no lio Itabapoana, e sobe pot êste ribeirão
até encontrai a confluência do córrego G10ta Funda; segue por êste acima até a sua nascente
principal, daí segue até encontiar o alto da Pinaça, na serra do mesmo nome no divisor de
águas dos lios Muiiaé e Itabapoana
Interpi etação:
Começa no limite com o Estado do Espíiito Santo, na confluência do lio Itabapoan.1
com o libeüão do Varre-Sai, sobe por êste até a sua confluência com o córrego
do Crissiúma ou do Pimenta, poi êste acima até a sua nascente principal, de onde,
galgando o iespectivo grotão, vai alcançar um ponto fronteilo e mais próximo na
linha de cumiada da serra do Monte Azul, divisoi das águas que vertem pata
o rio Itabapoana das que descem pata o iio Muriaé; daí, segue pela dita linha de
cumiada e continua pela linha idêntica da serra da Pilraça, passa pelo alto denomi-
nado "Pão de Açúcar", e prossegue pela linha de cumiada do mesmo divisor de
águas até atingir o alto da Piuaça

4 Com o mtmicÍ/JÍO de Itc1pe1 una


Começa no limite com o município de Bom Jesus do Itabapoana no alto da Pilraça e desce
pela linha de vertentes da ma1ge111 esquerda do ribeirão da Conceição, até o ponto de encont10
dêste com o 1io Carangola; desce pela linha de vertentes dêste último seguindo pelo divisor de
águas entre o libeilão São Lomenço e o cónego de Santiago, até o ponto de encont10 das linhas
de vertentes do cóuego Santiago com os iibeüões São Louienço e Santa Paz; segue pelo divisor
- 247 -

de águas dos tios Caiangola e Mutiaé até encontiar a linha de ve1tentes da esquerda do tio
Gavião, no limite com o Estado de Minas Geiais
Jnte1 pretação:
Começa na linha de cumiada da seua da Püraça, no alto de igual nome, no
limite com o município de Bom Jesus do Itabapoana e desce pela linha de
vertentes da margem esqueida do ribeirão da Conceição, passando pela Pedia
Grande, pico da Desordem e mono do Barbado, até ao ponto de encontro do
ribeüão da Conceição com o 1io Carangola; desce pela linha de vertentes dêste
último, seguindo pelo divisor de águas entre o có~rego do Santiago e o ri?eilão
de São Lourenço até o ponto de encontro das linhas de vertentes do corrego
Santiago com os ribeirões de São Lourenço e Santa Paz; dêste ponto, prosseg~e
pela linha de cumiada do divisor que separa as águas que vertem para o no
Carangola das que descem pata o rio Muriaé até alcançar o ponto d~ intersec~ão
com a linha idêntica da seua do Serrote, no limite com o Estado de Mmas Gerais

b) LIMITES DISTRITAIS

Enti e os diJtiitos de Natividade do Cm angola e Vau e-Sai


Começa na intersecção da linha de vertentes da direita do cóuego Matipó com a linha de
veitentes do córrego da P10vidência; segue po1 esta linha até o pico do Céu

2 Ent1e os distiitos de Natividade do Caiangola e Ou1ânia


Começa no pico do Céu e desce pelo divisor de águas dos 1ibeilões São Sebastião e Conceição
até enconttar a linha de vertentes do cónego da Esperança; desce pela linha de vertentes da
düeita do córrego da Espeiança até o 1io Caiangola e po1 êste, até o encontro da linha de
ve1 tentes do ribeirão da Conceição ·

3 Ent1e or dist1itos de Va11e-Sai e Omânia


Começa no divisor de águas dos tios Carangola e Itabapoana, no ponto onde se encontra a
linha de vertentes da esquerda do cónego Mundo Novo; desce pela refe1ida linha até à pedreira
denominada Piteüa, à margem esque1da do cóuego Mundo Novo; atiavessa êste cónego, segue
pelo espigão da Paulista até atingir o córrego da Boa Sorte, na cachoeira abaixo da estiada de
Santana; desce pelo cónego da Boa Sorte até a confluência dêste no cónego da Ventania; dêste
ponto sobe pelo espigão frontei10 até o alto do Monte Babam; daí pela linha de vertentes do
cóuego da Correnteza, até a linha de ve1tentes da esquerda do cóuego da Candonga; pela linha
de vertentes da esquerda do cónego da Candonga até o alto da ped1eira do Monte Azul; dêste
ponto em linha reta, até a oista da cachoeüa de baixo do cóuego da Providência, dêste ponto
em out1a reta, ao pico do Céu

XXXII MUNICíPIO DE NILóPOLIS

a) LIMITES MUNI CIPAIS

Com o município de Nova Iguaçu


Começa no rio Sarapuí no ponto em que é atravessado pela segunda linha de transmissão
da Companhia de Carris, Luz e Fôiça do Rio de Janeüo, e sobe pelo rio Saiapuí até o limite
com o Distrito Fedeial

2 Com o município de São João de Me1iti:


Começa no limite com o Distrito Federal; segue pela segunda linha de tiansmissão da
Companhia de Carris, Luz e Fôiça do Rio de Janeuo até enconttar o tio Saiapuí

3 Com o Dist1ito Fede1al·


Pelos limites estaduais

b) LIMITES DISTRITAIS

1• Dist1ito (Nilópolis):
Faz limites: com o município de Nova Iguaçu pelo canal do Sarapuí, com o Disttito Federal
pelo campo de instrução de Gericinó, com o município de São João de Me1iti pela linha de
transmissão da Companh'ia de Canis, Luz e Fôrça do Rio de Janeüo e com o 2° dist1ito pelos
eixos das ruas Corina Padrez e Manuel Reis
- 248 -

2'' Dirt1ito (Olinda)


Faz limites: com o 19 distlito pelos eixos das iuas Colina Padiez e Manuel Reis, com o
Distiito Fedeial pelo campo de instlução de Gericinó e pelo 1io Pavuna, com o município de
São João de Meiiti, pela linha de tiansmissão da Companhia de Cairis, Luz e Fôrça do Rio
de Janeito

XXXIII - MUNIC1PIO DE NITERÓI


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de São Gonçttlo


Começa no litoial da baía de Guanabaia, no p10longamento da i ua Padre Ma1celino, e
continua pelo eixo desta iua até encontia1 a 1ua Geneial Castrioto Segue po1 esta até atingü
o iio Bomba, pelo qual sobe até alcançai a iua Di Ma1ch, po1 cujo eixo continua até o seu
final Dêste ponto p10ssegue pelo caminho do 1io das Pedias até atingü o leito do mencionado
1io pelo qual continua até alcançai a ponte sôbie o mesmo, no lugai denominado Anota-Contos;
daí segue pelo eixo da estiada de 10dagem Niterói - Ma1icá até o ponto de inte1secção dos
limites dos municípios de Niteiói, São Gonçalo e Ma1i~á

2 Com o município de Maiicá


Começa na conveigência dos limites de São Gonçalo-Nite1ói e Maticá e segue pela linha de
cumiada da seua da Tirítica até alcançai o moiro do Telégiafo e pelo espigão dêste continua
até o alto do Moirão e po1 cujo espigão desce até a ponta de Itaipu-Açu, no Oceano Atlântico
Inte1 p1 etação:
Começa na ga1ganta do Cala Bôca, conve1gência dos limites de São Gonçalo,
Niteiói e Maiicá, no ponto de inte1secção do eixo da estiada Nite1ói-Maricá com
a linha de cumiada da seua da TitÍlica pda qual segue e continua, pela linha
idêntica da seira denominado moiro do Telégrafo e do alto do Moitão, até atingü
o ponto de onde desce a linha de vettentes do espigão piincipal, pela qual desce
até atingit um ponto ftonteüo na ponta de Itaipu-Açu, no litoial, no Oceano
Atlântico

3 Com o Oceano Atlântico


Começa na ponta de Itaipu-Açu, e vai até a fortaleza de Santa Ctuz na entiada da baía de
Guanabaia

4 Com a baíct de Gua11abt11a


Começa no Oceano Atlântico, em um ponto na fottaleza de Santa Crnz e vai até alcançai,
no litoral, o ponto no p1olongamento do eixo da tua Pad1e Ma1celino, no bairro do Baueto

b) LIMITES DISTRITAIS

E11t1e os dist1itoJ de Nite1ói e Itâpu


Começa na ponte sôbie o 1io Muriqui no luga1 denominado Paciência e sobe po1 êste tio
até encontrai o p10longamento da linha de cumiada do contiafo1te da serra Giande; continua
poi esta linha de cumiada até o alto da mesma seira e daí ainda pela linha de cumiada segue
até atingir a pedia de Cantagalo, passando pelo alto da seua de igual nome Desce depois
pela linha de cumiada em dileção a lagoa de Püatininga e até encontiai a estiada de Itaipu,
oitenta e sete mettos ( 87 mettos) depois da ponte sôbie o attaial do Airozal, segue pela estrada
de Itaipu até o encontto do caminho da Vitação e poi êste continua até atingit o caminho do
Apetta Cinta pelo qual p10ssegue até o Oceano Atlântico
Inte1pietação:
Começa na localidade denominada Paciência, no cent10 da ponte da estiada Nite-
iói - Maiicá sôbie o iio Mu1iqui e sobe po1 êste 1io até o ponto f10nteito ao ma1co
existente no p10longamento da linha de vertentes do contiafo1te de onde descem
as águas paia a margem düeita do rio Chibante; do dito marco sobe pela aludid.i
linha até alcançai a linha de cumiada da sena Grande, pela qual segue e continua
pela linha idêntica da se11a de Cantagalo até atingit o alto da pedra de igual nome;
daí, desce pela linha de vertentes do conttafo1te p1incipal, na dileção da lagoa
de Püatininga e segue até atingit, no eixo da estiada de Itaipu, um ponto fronteito
ao maico plantado à sua rna1gem e a oitenta e sete 111et10s ( 87 met10s) do centro
da ponte da dita estiada sôbre o rio do Arrozal; dêsse ponto, segue pelo eixo da
aludida estiada até o ponto de inte1secção com o eixo do caminho da Vitação
pelo qual continua até o ponto idêntico com o eixo do caminho do Aperta Cinta
e po1 êste p10ssegue até atingir um ponto no litoial, no Oceano Atlântico
- 249 -

XXXIV - MUNICíPIO DE NOVA FRIBURGO


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Te1esópolís


Começa no ponto onde se encontram as seuas dos Ó1gãos e do Paqueque1 e segue pela
linha de cumiada desta última até o alto que dá para as três veitentes dos lÍos Giande, Prêto
e Paqueque1

2 Com o município de Sumidomo


Começa no alto da setra do Paquequer, que dá pata as tlês ve1tentes dos 1ios P1êto, Paquequer
e Gtande e segue pela linha de cumiada da se1ra do Paqueque1, diviso1 de águas dos lÍos G1ande
e Paqueque1, até alcançar o diviso1 de águas do 1io Gtande e do cóuego das Tiês Bauas
Inte1 p1etação:
Começa na linha de cumiada da seua do Paqueque1, no ponto no alto de onde
descem as águas pata as ttês ve1tentes: do iio P1êto, do lÍo Paqueque1 e do rio
Giande e continua pela dita linha da aludida se11a até alcançar o ponto de inte1secção
com a linha idêntica dos altos dos Michéis que sepaia as águas do úo Paquequer
das do 1io Neg10 e das do lÍo Giande

3 Com o município de Duas Bm1c1s


Começa no ponto de encont10 do diviso1 de águas dos 1ios Giande, Paqueque1 com o 1io
Giande e có11ego das Tiês Ba11as e segue po1 êste último diviso1 até a pedreüa do alto dos'
Michéis
Inte1 p1etação:
Começa no ponto que sepaia as águas do 1io Paquequet das do iio Neg10 e das
do 1io Giande, na intetsecção da linha de cumiada da setra do Paqueque1 com a
linha idêntica dos altos dos Michéis, divisor das águas do 1io Neg10 das do rio
Giande, e, po1 esta, p10ssegue até atingit o ponto mais 01iental da linha de cumiada
dos altos dos Michéis

4 Com o município de Bom Jmdim


Começa na ped1eüa do alto dos Michéis, e vai em 1eta até atingü a confluência do 110
Bengala no rio Grande; sobe o rio Bengala até a confluência do córrego das Flo1es; sobe êste
último até a sua nascente principal, vai daí ao alto do Catete; segue em reta, até a nascente
principal do cótrego da Tapera, na seua de Macaé; e continua pelo diviso1 desta se11a, até o
ponto em que encontia o diviso1 de águas dos 1ibeüões do Santo Antônio e São Lou1enço
Interp1etação:
Começa no ponto mais 01iental da linha de cumiada dos altos dos Michéis, e, em
uma linha teta, na di1eção de sudeste, vai até a confluência do lÍo Grande com
o 1io Bengala, sobe po1 êste até a confluência com o córrego das Flo1es, segue
po1 êste acima até a sua nascente p1incipal, galga o 1espectivo g10tão e p10ssegue
até alcançai um ponto no alto do Catete; daí, em uma linha teta, na diteção sudeste,
e coitando o 1ibeüão de São José e a estiada de 10dagem São José do Ribeirão -
Refúgio, vai até alcançai o alto da Tapeia na linha de cumiada da se11a de
Macaé; daí, segue por esta linha de cumiada até o ponto de onde parte a linha
de ve1tentes do contiafo1te que sepaia as águas do 1ibeüão de Santo Antônio das
do 1ibeüão de São Lourenço

5 Com o município de TMiano de Mo1CIÍs


Começa na se11a de Macaé, no ponto de encont10 do diviso1 de águas dos 1ibeirões Santo
Antônio e São Lou1enço e segue pelo divisor de águas dos 1ios Macaé e Macabu até encontiar
o diviso1 de águas da sena de Crnbixais

6 Com o município de Macaé


Começa no ponto em que o divisor de águas dos tios Macaé e Macabu encontla o divisor
de águas da se11a de Crubixais; daí desce pelo diviso1 de águas dos tios Macaé e Boa Espeiança
numa vertente e Sana na outia até a confluência do 1io Sana no tio Macaé

7 Com o município de Cctsimho de Ab1eu:


Começa na confluência do úo Sana no tio Macaé, sobe po1 êste até a sua confluência no
cónego Novo Destino e po1 êste có11ego até a sua nascente p1incipal; daí vai alcançai um ponto
frontei10 e mais próximo no diviso1 de águas do tio Bonito e có11ego da Aldeia Velha
- 250 -

Interpretação:
Começa na confluência do rio Sana com o rio Macaé, sobe pot êste até a confluência
com o córrego do Novo Destino, por êste acima até a sua nascente ptincipal e,
galgando o respectivo grotão, continua até atingir o ponto fronteiro e mais próximo
da dita nascente, na linha de cumiada da serra de Friburgo, divisot das águas do
rio Bohito das do rio da Aldeia Velha e prossegue pela linha de cumiada até
alcançar o ponto fronteiro e mais ptóximo da nascente principal do último tio
mencionado

8 Com o município de Silt'cl Jaidím ·


Começa em um ponto fronteiro e mais próximo da nascente principal do cótrego Novo
Destino, no divisor do rio Bonito e cóuego Aldeia Velha; segue pelo mesmo divisor e continua
pela serra da Boa Vista até o ponto em que encontra a linha de cumiada da setra de Sant'Ana
divisor de águas dos tios Macacu, São João e ribeitão Santo Antônio

9 Com o município de Cc1choei1as do MacacU'


Começa no ponto acima indicado na serra da Boa Vista, acompanha o divisor da sena dos
Órgãos, aí também conhecida pelos nomes de setra da Boa Vista e serra do Mo110 Queimado
até o alto daquela sena no ponto de encont10 com a do Paquequer
Interpretação:
Começa no ponto em que se enconttam as linhas de cumiada das seuas de São
João, de Sant'Ana e dos órgãos, ttecho da Boa Vista, segue pela dita linha desta
última e, passando pela chamada seua do Mo110 Queimado e pelo alto de São
Loutenço, continua até atingir o ponto de intersecção com a linha de cumiada
da serra do Paquequet

b) LIMITES DISTRITAIS

Entie os dist1itos de Nova Fiibmgo e Lu111íc11


Começa no alto do Estoquim, daí vai em reta ao alto dos Cinqüenta, segue pela linha de
cumiada das setras de São Bernatdo e da Boa Vista e pelo divisor de águas dos tios Debossan
e Macaé até a divisa com o município de Cachoeiras do Macacu

2 Entie os dist1itos de No1'ct F1ibmgo e Campo do Coelho


Começa no alto de São Lourenço, segue pela linha de cumiada das seuas de Salina e
córrego d'Anta, e continua pelos altos de Três Cachoeiras, Pilões e Campina até a divisa com
o município de Sumidouro

3 Entie os dist1itos de No1•a F1ibu1go e Riog1cmdina


Começa no alto dos Michéis e segue em linha reta até o 110 Gtande, no ponto de
intetsecção dêste com a linha de cumiada do motto de D Mariana

4 Entie os dist1itos de Nova F1ib111go e Conselheiio Paulino·


Partindo do tio Grande, no ponto de intetsecção dêste com a linha de cumiada da sena
de D Mariana, segue pata montante até a ponte de concreto atmado da estrada Rio Grande
de Cima-Friburgo; desta em linha teta até o alto do motto do Arraial de S Geraldo, seguindo
pela linha de cumiada até o mono de Zéca Lúcio; dêste, pela linha de cumiada, até o córrego
de D'Anta na confluência com o cónego do Risso e, pata montante dêste, até a sua nascente;
desta e em linha teta até a foz do có11ego Fundo; pot êste, para montante, até a ponte sôbre
a estrada de cótrego Fundo; dêste ponto, pela cumiada do moiro do córrego Fundo até o alto
do Zigue-Zague

Ent1e os distJitos de No1·a F1ibu1go e Refúgio


Começa no alto do Zigue-Zague, daí em uma linha teta, atravessa a estrada de 10dagem
Nova Friburgo - Refúgio e vai atingit o alto do Cornju na linha de cumiada da serra do
Estoquim, e por esta prossegue até ganhat o alto de igual nome

6 Ent1e os dist1itos de Conselheiio Paulino e Refúgio


Começa no alto do Zigue-Zague; segue pela Seua do Cóuego Fundo; daí, em linha teta,
até a nascente p1intipal do cóuego das Flores.

7 Ent1 e os dist1 itos de Conselhei1 o Paulino e Riog1 midina:


Partindo da nascente p1incipal do cóirego das F101es no alto do Catete, segue em linha teta
até a foz do cóuego da Invernada, no rio Bengala; dêste ponto, em linha reta, até o pico da
serra dos Maias, e daí em linha reta, até o moiro dos Afonsos, seguindo pela linha de cumiada
- 251 -

dêste até a garganta do alto da Lagoa Sêca e, em linha 1ela, pela cumiada das serras de
D Mariana até o rio Grande

8 Ent!é os disflitos d<! Refúgio e Lumia1


Começa no alto da Vargem Alta, segue pela se11a dos Leandros e continua pela serra dos
Tardins até o alto do Estoquim

XXXV - MUNICíPIO DE NOVA IGUAÇU


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Itaguaí


Começa na confluência do rio Guandu-Mirim no rio Guandu e sobe por êste até o rio
Santana com o ribeirão das Lajes, que passa a deno'mina1-se rio Guandu

2 Com o município de Vassou1as


Começa na confluência do lio Santana mm o libeüão das Lajes, sobe po1 aquêle rio até
um ponto situado no prolongamento da reta que passa pelo km 65 (sessenta e cinco) da Linha
Auxiliar, e pela ponte da Estrada de Ferro Central do Brasil, sôbre o rio São Pedro; daí por
essa reta, até essa ponte, sobe em 1eta até alcançar o divisar de águas dos rios Santana e São
Ped10, pelo qual segue até a sua intersecção com a linha reta que parte da ponte de ferro da
Linha Auxiliai da Estrada de Ferro CentJal do füasil, p1óximo da estação de Santa Branca e
passa p01 um pontilhão da mesma Linha Auxiliar sôb1e o rio Santana

3 Com o município de Miguel Pe1eiu1.


Começa no ponto acima refe1ido e segue pelo diviso1 de águas dos rios Santana e São Pedro
até o marco implantado no ponto de conve1gência dos limites dos tJês municípios de Nova Iguaçu,
Duque de Caxias e Miguel Pe1eira

4 Com o município de Duque de Caxias


Começa no ma1co plantado no ponto de conve1gência dos limites dos tiês munmp10s de
Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Vassouras e segue em reta até a nascente principal do ribeirão
das, Piabas, desce por êste até a sua confluência no rio Otum, pelo curso dêste até a sua con-
fluência no rio Tinguá e por êste até a sua confluência no rio Iguaçu e po1 êste até alcançar a
primeira linha de transmissão da Companhia de Carris, Luz e Fôrça do Rio de Janeiro; segue
po1 esta até encontlar ó rio Saiapuí

Com o município de Nilópolis


Começa no rio Sarapuí no ponto em que êle é atlavessado pela segunda linha de transmissão
da Companhia de Carris, Luz e Fô1ça do Rio de Janeiro e sobe pelo lio Sarapuí até encontrar os
limites com o Distrito Federal

6 Com o município de São João de Me1iti·


Começa no 1io Sarapuí no ponto em que êle é atravessado pela i • linha de transmissão da
Companhia de Cal!is, Luz e Fôrça do Rio de Janeiro, e sobe pelo rio Sarapuí, até encontrar o
ponto em que é atravessado pela 2" linha de transmi~são daquela Companhia

7 Com o Dist1ito Fede1,d


Pelos limites estaduais

b) LIMITES DISTRITAIS

Ent1e os dist1itos de No11# Iguaçu e Queimados


Começa na ponte Washington Luiz, sôbre o rio Guandu-Mirim, na rodovia Rio - São Paulo
segue por esta até o seu entroncamento com a estrada de Marapicu; po1 esta até encontrar a
estrada Cabuçu - Queimados; po1 esta até a via de Queimados, cujo perímetro urbano contorna
por um arco de círculo de quat1ocentos e cinqüenta metros ( 450 met10s) de mio até a estrada
Queimados - Rio do Ouro, segue pela mesma até crnzar a Linha Auxiliai da Estrada de Ferro
Central do Brasil

2 Ent1e os dist1itos de Nov# Iguaçu e C#va.


Começa no cruzamento da rodovia Queimados - Rio do Ouro, com o leito da Linha Auxiliar
da E F Cential do Brasil; segue por esta envolvendo, para Nova Iguaçu, por um arco de
círculo de quatrocentos e cinqüenta metros ( 450 metros) de raio tôdas as estações e paradas
-252 -

nesse ttecho, até a estação de Ambaí; daí, em 1eta até a esta~ão de Miguel Couto <la E F Rio
do Ouro; rnntorna a estação po1 um a1co, cÍlrnlo de 450 met10s de iaio, envolvente, pa1a Novtt
Iguaçu, até atingil a 10dovia Miguel Couto - Babi

Ent1e oJ dist1itoJ de Nova Iguaçu e Belfo1d Roxo


Começa na 10dovia Miguel Couto - Babi, no ponto que dista 450 mettos da estação de
Miguel Couto, na E F Rio do Ou10; contorna a esta~ão de Miguel Couto po1 um a1co de
cí1culo de 450 met1os de iaio até a 10dovia que liga Miguel Couto a Nova Iguaçu, segue po1
esta estiada até a sua junção com a 10dovia Miguel Couto - Heliópolis, de onde segue por
uma linha eqüidistante dos leitos da E F Rio do Ou10 e da Linha Auxiliai da E F Centtal
do Brasil, até o iio Saiapuí

4 Entie os dist1itor de Queimados e Cm'a


Começa na divisa mm o município de Vassomas no iio São Ped10, segue po1 êste até a
paiada do mesmo nome na E F Rio do Ou10; daí envolve a 1efetida paiada, po1 um a1co de
cí1culo de quat10centos e cinqüenta met10s ( 450 metros) de iaio pata Queimados; segue pelo
leito da estiada de feuo até a estação de Rio do Omo; contorna-a pata Queimados po1 um
a1co de cí1culo de 450 met10s de raio até atingil a 10dovia Queimados - Rio do Ou10, pelo
qual continua até Cluza1 o leito da Linha Auxiliai da E F Centtal do Btasil

En11e os dist1itos de Cavc1 e Belfo1d Roxo


Começa na ponte de Iguaçu na E F Rio do Ou10 (iama! de Xetém) segue pelo leito
desta fe1rovia até a estação de Babi, contornando-a po1 um arco de cí1culo de quat10centos e
cinqüenta met1os ( 450 met1os) de iaio paia Belfo1d Roxo, até atingü a estiada de 10dagem
Babi - Miguel Couto e segue pot esta até o ponto a 450 met10s da estação de Miguel Couto, na
E F Rio do Ou10

XXXVI - MUNICíPIO DE P ARAíBA DO SUL


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o Estado de Minm Ge1ai1


Pelos limites estaduais

2 Com o município de T1êJ Rio1


Começa no iio P1êto, em um ponto frontei10 e mais p1óximo <le um ma1co colorndo a um
quilômet10 ( 1 quilômet10) e a oeste da capela em Afonso A!Ínos, na direção noite - sul ve1da-
deito, pelo qual passa em ieta até a linha de cumiada da seua das Abóboias, pela qual rnntinua
até um ponto em p10longamento da ieta que pa1tindo da seua do Rio Novo passa pela seua de
São Lourenço daquele ponto segue pela 1eta já 1efe1ida até encontrai a sena do Rio Novo;
daí passa pelo ma1co denominado Galeão, em Baião de Angia, até alcançai o 1io Paiaíba
Segue daí em ietas sucessivas passando pelas seuas de Ma1ia Comprida, Mato Aleg1e e Monte
Aleg1e, desce pa1a encont1a1 o Piabanha, em um ponto f10ntei10 ao km 49, da estiada União
e Indústtia; sobe pelo Piabanha até a confluência do iio Fagundes, pelo qual sobe até atingit
a ponte do mesmo nome
Inte1 p1etação:
Começa no iio P1êto, em um ponto de onde, em uma linha ieta, mm a 01ientaçãc>
de sul ve1dadeüo, passa pelo ma1co localizado a um quilômet10 ( 1 quilômetro)
e a oeste da capela de Afonso A1inos e continua, mm a mesma 01ientação, até
atingÍ! um ponto na linha de cumiada da sena das Abóboias, pela qual prossegue,
na dileção do o!Íente, até alcançai o ponto em que, em uma linha ieta e com
a 01ientação de sul ve1dadei10, coita a sena de São Lou1enço e vai atingÍl o pico
do alto conhecido como serra do Rio Novo; daí, rnntinua, passando pelo marco
denominado Galeão, em Barão de Ang1a, e vai alcançai um ponto no iio Paraíba;
dêste ponto, segue em uma linha ieta que, passando pelo alto da Tocaia, na seua
da Ma1ia Comprida, vai alcançai um ponto na linha de cumiada da seua do Mato
Aleg1e, de onde, em outia linha ieta vai atingit a linha de cumiada da seua do
Monte Aleg1e, em um ponto a oeste e a tiês quilômet10s do ma1co do km 49
da Estiada União e Indústria; dêste ponto, na seua do Monte Aleg1e e em dileção
ao dito marco quilométtirn, desce, em outta linha ieta, até atingil o iio Piabanba
pelo qual sobe até a confluência com o 1io do Fagundes e p1ossegue po1 êste acitfüt
até o cent10 da ponte do mesmo nome

3 Com o município de Petiópolis


Começa na ponte sôb1e o rio Fagundes, e continua subindo êste iio até o ma1co divisótio
dos municípios de Paraíba do Sul, Petrópolis e Vassomas, no sítio do Cunha
- 253 -

4 Com o município de Vmromas


Começa no ma1co divisó1io dos ttês municípios e vai em 1eta, à serra do Cavaru, passando
pelo marco da Seuapilheita, dêste ponto em reta, a confluência do cóirego do Lucas no rio
Paraíba, p1óxima à ponte da E F Centtal do Biasil e sobe o iio Pataíba até a ponte da mesma
estrada de feno

S Com o município de Rio das Flo1es


Começa na ponte da Estiada de Feuo Cential do füasil no iio Pataíba, vai em 1eta, até
a confluência do cónego das Tiês Ilhas no iio P1êto

b) LIMITES DISTRITAIS

Ent1 e os distiitos de Pmaíba do Sul e 1/7eineck


Começa no quilômetro 5 da estiada de Vieita Cortez, à ma1gem do rio Paraíba, daí pelo
mesmo iio, para montante até a foz do cónego do Lucas, na divisa com o município de Vassoutas

2 Entle os dist1itor de Pa1aíb<1 do Sul e Salutá1ir


Começa no quilômetro 5 da estiada de Vieita Co1tez, à matgem do iio Paraíba, segue por
êste até a divisa do município com o de Tiês Rios

3 Ent1e os dist1itos de 1/7eineck e Inconfidênâa


Começa no ma1co da Seuapilheira na divisa do município de Vassoutas com Pa1aíba do
Sul, segue em linha 1eta até o divisor de águas do Alto da Jacutinga, com vertentes para Se1tão
do Calixto e Plínio Babo, daí pela linha de espigões até o alto do Moiro do Céu, passando pelo
morro dos Pinheiros na fazenda Laianjeitas, continuando pela linha de espigões até o mono do
Urubu, daí em linha 1eta até o alto dos Montes Claros, na divisa do distrito de Salutátis

4 Ent1e os dist1itos de !/7e111eck e Saiutcíiis·


Começa no alto dos montes Claros, seguindo em linha reta, até a ga1ganta de Águas Fétreas;
daí em linha 1eta, até o quilômetto 5 da estiada de Vieita Cottez, à margem do iio Paraíba

Enti e os dist1 itos de Sctlutá1 is e Incon fidêncía


Começa no alto dos Montes Cla10s no ponto de confrontação com os distritos de W eineck,
Salutáris e Inconfidência, segue em linha 1eta até o córrego de Matozinho; daí, atravessa o
respectivo córrego e p10ssegue pela linha de cumiada do divisor de águas até o ponto fronteüo
e mais próximo da nascente piincipal do córrego da Cruz; daí, desce o respectivo grotão, atinge
a dita nascente e continua pelo aludido cónego abaixo até o cent10 da ponte da estrada
Inconfidência - Salutá1is sôb1e o dito cóuego, daí em uma linha 1eta prossegue até atingir na
linha de cumiada da serra do Monte Aleg1e, no limite com o município de Tiês Rios

XXXVII - MUNICÍPIO DE PARATI

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o Eslddo de São P,1ulo


Pelos limites estaduais

2 Com o município de Ang1<1 dos Reis:


Começa na confluência do lÍo Guaripu no 1io Mambucaba e desce po1 êste lio até a sua
foz na baía da Ilha Grande
lnterp1etação:
Começa no limite com o Estado de São Paulo, na confluência do iio Guaripu com ,
o rio Mambucaba e por êste desce até a sua embocaduta no Oceano Atlântico

3 Com o Oceano Atlântico:


Começa na foz do iio Mambucaba e vai à divisa corp o Estado de São Paulo

b) LIMITES DISTRITAIS

1. Enfie os dist1itos de Pmati e Ta1ituba:


. ~omeça n? limite com o Estado de São Paulo, segue em reta na direção este até a nascente
p11nc1pal do 110 Paquari, desce po1 êste até a sua foz na baía da Ilha Gtande
- 254-

2 Entie os distiitos de Paiati e Paiati-Miiim


Começa na foz do 1io dos Me10s, segue po1 êste até sua nascente p1incipal e daí, em 1eta,
na direção oeste, até o limite mm o Estado de São Paulo

XXXVIII MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Vassouiar


Começa na inte1secção do diviso1 de águas dos tios Santana e Ubá com o diviso1 de água-;
dos rios Piabanha numa veltente e Santana e Ubá noutia; segue por êste último diviso1 até o
marco do Cunha, na conve1gência dos limites dos municípios de Pettópolis, Vassouias e Pataíba
do Sul

2 Com o mttnicíj1io de Miguel Pe1 ei1t1


Começa na inte1secção do diviso1 de águas dos iios de Santana e Ubá com o Jiviso1 de
águas dos rios Piabanha, numa ve1tente e Santana e Ubá noutta; segue por êste último divisot
de águas até o alto da seua da Esttêla, que dá pata as três ve1tentes dos rios Piabanha, Santana
e o ma1

3 Com o município de Paiaíba do Sul:


Começa no ma1co do Cunha e desce pelo 1io Fagundes até a ponte do Fagundes sôbte o
rio, do mesmo nome

4 Com o município de Tiês Rios·


Começa na ponte do Fagundes sôbte o rio de igual nome e sobe em linha 1eta até alcançai
o divisot de águas da seua das Cambotas po1 cuja linha de cumiada continua; desce em se~uida
pelo espigão que sepata o 1ibeitão do Ced10 do iio Piabanha passando pelo túnel do Cedto,
<la Estiada de Feiro Leopoldina até a ponte desta Estiada de Feno sôb1e o 1io Piabanha; daí,
vai em reta, às cachoeitas do tio Ptêto, a ttês quilômet10s ap10ximadamente a montante de
A1eal, segue pelo tio Ptêto até a sua confluência no 1ibeitão Sujo; sobe po1 êste até a sua
nascente mais oiiental; dêste ponto em 1eta attavessa a seua do Tubatão até a nascente ptincipal
do cónego Á~ua Fiia ou Mnndo Novo e, descendo pelo iespectivo g10tão, atinge a dita nascente
e desce pot êste até a confluência do 1io Calçado
Inte1p1etação:
Começa no cent10 da ponte do Fagundes sôb1e o iio do mesmo nome e sobe pela
linha de ve1tentes do espigão mais ptóximo até atingit um ponto na linha de
cumiada da seua das Cambotas pela qual p10ssegue e, passando sôbte o túnel do
Cedto, da E F Leopoldina, continua pela dita linha de cumiada até um ponto
de onde, descendo pela linha de vettentes do espigão mais dileto, vai atingii o
cent10 da ponte da dita Estrada de Fe110 sôbte o tio Piabanha; daí, continua,
em uma linha ieta, até um ponto nas cachoeitas do rio Ptêto, localizado a ttês
quilômet10s a montante da vila de Ateai, sobe o dito tio até a confluência com
o cóuego Sujo e p10ssegue pot êste acima até a sua nascente mais oriental; daí,
galga o 1espectivo g10tão, atinge um ponto na linha de cumiada da seua do
Tubatão, p10ssegue po1 esta até o ponto f10nteito e mais p1óximo da nascente
p1incipal do cóuego da Água F1ia ou Mundo Novo e, descendo pelo 1espectivo
gtotão, atinge a dita nascente e continua pelo aludido cóuego abaixo até a con-
fluência com o 1io Calçado

5 Com o município de Sapucaia


Começa na confluência do cónego Água F1ia ou do Mundo Novo no tio Calçado, e sobe
êste tio até a sua nascente piincipal, na seua do Capim e prossegue po1 esta se11a até a nascente
ptincipal do cótrego do Capim, ponto êste onde coincidem as linhas divisóiias dos municípios
de Sapucaia, Sumidouto e Tetesópolis
Inte1 pretação:
Começa na confluência do cóuego Água Ftia ou Mundo Novo com o 1io Calçado,
e sobe po1 êste até a sua nascente p1incipa!; daí, galga o iespectivo g10tão e vai
atingit um ponto na linha de cumiada da seua do Capim, pela qual prossegue
até atingit o alto do Pião, ponto em que se encontta esta linha de cumiada com
as linhas idênticas das seuas da Rosa e da Água Quente e onde confina êste
município com os de Sapucaia, Sumidou10 e Te1esópolis
- 255 --

6 Com o mtmicípio de Te1 erÓjJo/is


Começa no ponto de convergência das divisas dos municípios de Petrópolis, Sapucaia, Sumi-
domo e Te1esópolis e daí vai à nascente p1incipal do có11ego do Capim, desce pelo mesmo até
a sua confluência no Rio P1êto; continua po1 êste iio arima até o marco no local denominado
Ponte Nova; prossegue subindo o espigão até alcan~ar o divisai de águas dos !Íos Piabanha
e Paqueque1 e segue pelo mesmo até a se11a dos Órgãos, no ponto que dá pata as veitentes
dos iios Piabanha, Paqueque1 e o mar
Inte1 pretação:
Começa no alto do Pião, onde confina êste município com os de Sapucaia, Sumidou10
e Teresópolis e daí segue pela linha de cumiada da serra do Capim até a nascente
plincipal do cóirego do Capim, pelo qual desce até a confluência com o rio Prêto
e p10ssegue po1 êste acima até um ma1co no local denominado Ponte Nova e
sobe pela linha de vertentes do espigão mais próximo, até alcança1 um ponto na
linha de cumiada da sena do Taquaril, divisai entre os rios Piabanha e Paqueque1
e continua por esta linha, passando pelos picos do Cantagalo, da T~pera, do
Carnei10, do Castelito, até atingü na linha de cumiada da serra dos Orgãos, o
mono Açu, ponto das tiês ve1tentes do rio Piabanha, do iio Paqueque1 e do mat

7 Com o município de Mc1gé


Começa no mo110 Açu na se11a dos Ó1gãos, no ponto que dá pata as ve1tentes dos iios
Piabanha, Paqueque1 e o mar (ponto das tiês ve1tentes); segue pela linha de cumiada da sena
dos Órgãos até encontia1 o ma1co da Lagôinha, p1óximo da nascente principal do iibeirão
Caioba-Müim; daí, em linha reta, até o ma1co situado no alto do morro Cabeça de Neg10; dêste
ponto ainda em linha ieta, vai até o ma1co colocado a cinqüenta metros e ao sul da estação
de Meio da Seua, continuando po1 outia ieta, até o ma1co I F P 45 e dêste, daí flete à
düeita em dileção ao marco F P E ( Fáb1ica de Pólvota da Estrêla) ponto de encont10 com
a linha divisó1ia dos municípios de Magé e Duque de Caxias, e situado no espigão divisot
dos ribeiiões Imbaliê e Moça Bianca

8 Com o municíjJio de Duque de Cc1xic1s


Começa no ma1co F P E (ponto de encont10 com a linha divisó1ia de Magé e Duque de
Caxias, situado no divisai de águas dos iibeirões Imba1iê e Moça Bianca e segue em linha ieta
com o rnmo de 81°45'30" S O (1916) e com a extensão de 3 278,70 met10s vai alcançai o
ma1co I F P 165 situado em Santa Rosa nas p10xirnidades do km 44, da rodovia Rio - Petró-
polis Do 1efe1ido ma1co I F P 165, fletindo à direita, com o rumo 8º11'25" N O e a extensão
de 1 625,20 metias, vai ter ao ma1co laviado do Bananal, P I 1 B 500 Dêste marco flete à
direita e com o iumo 28º49'55" N E e a extensão de 1 625,00 aproximadamente atinge o
ma1co no mouo do F1eitas, daí p10ssegue até encontrai o iio Mantiquira e por êste até a sua
confluência no iio Sapucaia, por êste até a sua nascente p1incipal e segue pela linha de cumiada
da seira da Estrêla, até o ponto de conve1gência dos limites dos municípios de Duque de Caxias,
Vassoutas e Pet1ópolis

b) LIMITES DISTRITAIS

Ellt1e os disf1itos de Pet1ópolis e Cc1scc1tinhc1


Começa no limite com o município de Duque de Caxias, na se11a da Estiêla, no ponto mais
p1óximo do iio da Cidade, daí, em reta, até a nascente do iefe1ido rio; desce pelo rio da
Cidade até a confluência com o rio das Aiaias, daí em ieta até o véitice 314, na ma He1mogênio
Silva; daí, em ieta, ao ma1co p1óximo à cabeceüa da ponte do Itamarati sôbre o rio do mesmo
nome; segue po1 êste até a sua nascente p!Íncipal, daí em ieta pelo mais cmto tiajeto até
alcançar a divisa com o município de Magé

2 Ent1e os disf1itos de Cascc1tinha e Ped10 do Rio:


Começa no limite com o município de Vassouias na se11a das Ataias e segue pela linha
de cumiada da iefe1ida sena até o seu ponto mais próximo das nascentes do córrego da Manga
La1ga

3 Ent1 e os distiitos de Cascatinha e Itaipava.


Começa na se11a das Ataras, p1óximo à nascente piincipal do có11ego da Manga La1ga e
daí em reta passando pelo marco da confluência do iio das Aiaras até encontiar as divisas
municipais
Jnte1 p1etação:
Começa na linha de cumiada da se11a das Ataias, no pico da Maiia Comp1ida, e
segue, em uma linha 1eta que, passando pelo marco da confluência do rio das
Ara1as com o rio Piabanha, p10ssegue até encontlar a linha de cumiada da sena
do Taqua1il, no limite com o município de Te1esópolis
- 256 -

4 Ent1e os dist1itos de ltaipm•a e Ped10 do Rio


Começa na linha de cumiada da serra das Ataras, p1óximo da nascente p1incipal do cónego
da Manga Larga, segue, em 1eta, até o marco na nascente p1incipal do cóirego da Prata e, daí, em
reta que passa pelo marco da Fazenda de Sumidou10, à ma1gem da estiada União e Indústria,
até encontrar os limites municipais
Inte1 p1etação:
Começa na linha de cumiada da se11a das Aiaias no pico da Ma1ia Comprida e
segue, em uma linha reta, até o ma1co p1óximo à nascente principal do córrego
da Prata e, daí, em outia linha 1eta que passa pelo ma1co da fazenda de Sumidomo,
à margem da estrada União e Indústria, p10ssegue até atingÍl a linha de cumiada
da se11a do Taquaril, no limite com o município de Teresópolis

Entie os distiitos de Ped10 do Rio e São José do Rio Piêto


Começa no limite com o município de Três Rios, no túnel do Cedro segue em 1eta até
o meio do eixo da ponte da Posse sôb1e o tio Piabanha; segue po1 êste até a confluência do
cónego Jacuba, por êste até a sua nascente p1incipal, daí, em teta pelo ttajeto mais curto, até
encontla1 os limites com o município de Te1esópolis
Inte1 p1etação:
Começa no limite com o mumc1p10 de T1ês Rios, no centro da ponte da E F
Leopoldina sôb1e o 1io Piabanha, sobe por êste até a confluência com o có11ego
Jacuba, po1 êste acima até a sua nascente principal, de onde, galgando o 1espectivo
g10tão, vai atingir o ponto f10nteüo e mais próximo na linha de cumiada da .serra
do Taqua1il, no limite com o município de Te1esópolis

XXXIX -- MUNICÍPIO DE PIRAí


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Ba11c1 Mansa


Começa na nascente principal do cóirego Se1enon, afluente da margem direita do ribeirão
do Btandão e, em reta, vai à nascente principal do ribeirão T1ês Poços e desce por êste até o
ponto de conve1gência dos municípios de Piraí, Ba11a Mansa e Volta Redonda

2 Com o município de Bana do Piiaí


Começa na confluência do 1ibeirão dos T1ês Poços com o 1io Paiaíba, pelo qual desce até
a confluência com o córrego Botafogo e po1 êste sobe até o centlo da ponte da estrada de
rodagem Va1gem Aleg1e - Pinheiral Daí continua em uma linha 1eta que atravessa o ribeitão
do João Congo e atinge um mano situado no divisor de águas entle os 1ios Pa1aíba e Piraí,
na serra dos Tomazes; continua pelo mesmo divisor até o ponto honteiro e mais próximo da
nascente principal do córrego Félix; daí, alcança a dita nascente e desce o refe1ido córrego até
o açude do mesmo nome, atravessa êste pela linha média das suas águas e prossegue pelo valo
até a confluência com o !Ío Piraí, subindo por êste até a confluência com o cónego Fabião e
subindo por êste até um ponto fronteiro e mais p1óximo de sua nascente p1incipal

3 Coin o município de Mendes


Começa em um ponto f10nteito e mais p1óximo do có11ego Fabião, daí atinge o ponto
fronteiro e mais próximo no diviso1 de águas ent1e os tios Piraí e Sacia Família do Tinguá
(também denominado Mendes) e continua por êste diviso1 até encontla1 a linha de cumiada
da serra do Mar

4 Com o município de Itaguaí:


Começa no ponto de inte1secção da linha de vertentes do divisor de águas entre os rios
Piraí e Sacta Família com a linha de cumiada da se11a do Mar e continua por esta linha de
cumiada até o ponto frontei10 e mais p1óximo da nascente principal do córrego da Floresta; e
por êste desce até a sua confluência no ribeirão das Lajes; po1 êste abaixo até a confluência
do ribeirão da Onça; pelo qual sobe até a confluência do có11ego da CostaneÍla da Prata; sobe
por êste até a sua nascente principal na serra de igual nome; alcança a linha de cumiada desta
serra; prossegue pela serra do Caranguejo, passando pelo alto da Bairinha, pico do Caranguejo,
estrada do Vüa-Carro e pico do Palacete, daí ganha a linha de cumiada <la se11a de Itaguaí,
pela qual segue até o alto da Boa Vista, onde se encontia um marco do Serviço Geog1áfico
Militar
- 257 -

Com o município de Itave1eí:


Começa no aludido ma1co no alto da Boa Vista, segue pelo divisor de águas dos ribeirões
da Cacaria e das Lajes até a barragem da reprêsa neste último existente; segue dêste ponto
pela linha média da reprêsa até a confluência do rio Bonito, pelo qual sobe até a sua nascente
principal; de onde, em reta, vai à nascente principal do córrego Arataca, descendo por êste
até a sua confluência no rio Piraí Sobe po1 êste rio até a confluência do córrego das Águas
Flias, e por êste até a sua nascente plincipal na sena do Arrozal, diviso1 de águas dos rios
Paraíba e Piraí Continua po1 êste divisor até alcançar o divisor de águas dos ribeirões da
Glória e Chico Ferreira, descendo por êste até a confluência do ribeirão da Glória no rio Piraí
Sobe por êste ribeirão até a sua nascente p1incipal e daí, em reta, vai à nascente principal do
córrego Serenou, afluente da margem direita do ribeirão do Brandão

6 Com o 1mtnicípio de Volta Redonda


Começa no ponto de convergência dos municípios de Püaí, Volta Redonda e Baua Mansa,
no ribeirão dos Três Poços, segue po1 êste até a sua confluência no 1io Paraíba

b) LIMITES DISTRITAIS

Entie os distiitos de Pilt1í e Monumento


Começa no 1ibeüão das Lajes, a pa1tü da divisa mm o munmp10 de Itave1á, na linha
média da reprêsa do ribeirão das Lajes e segue po1 êle até a sua barragem
Interpretação:
Começa no limite com o município de Haverá, no centro da barragem da reprêsa
do 1ibeüão das Lajes e desce por êste libeirão até a sua confluência com o córrego
da Floresta, no limite com o município de Itaguaí

2 Entie os dist1itos de Pi1aí e A11ozal


Começa na nascente principal do córrego das Águas Frias, na seua do Auozal diviso1 de
águas dos rios Paraíba e Piraí, até as nascentes do córrego Maria Prêta, e por êste até a
ponte sôbre o mesmo existente, na estiada de Pinheiral
Interpretação:
Começa na linha de cumiada da seua do Anozal, no ponto f10nteiro e ma1~
prox1mo da nascente principal do córrego das Águas Frias, segue pela dita linha
da aludida serra e continua pela linha idêntica que separa as águas que descem
para o rio Piraí das que vertem para o rio Paraíba, até o ponto fronteiro e mais
próximo da nascente principal do córrego da Maria Prêta; daí, desce o g10tão,
atinge a dita nascente e continua pelo aludido cóuego abaixo até o centro da
ponte da estrada Piraí - Pinheiral.

3 Ent1e os dist1itos de Pi1t1í e Pinhei1t1l


Começa na ponte sôbre o córrego Ma1ia Prêta na 10dovia Pilaí - Pinheiral e segue pelo
1eferido córrego até a sua confluência no Paraíba

4 Ent1 e os dist1itos de Pi1t1í e Santanésia:


Começa no 1io Piraí na confluência do córrego dos Tomazes; sobe por êste até a sua
nascente piincipal, onde encontra o açude da fazenda de Santa Rosa e daí, vai à nascente
plincipal do ribeirão do João Congo, pelo qual desce até encontrar o limite municipal com
Bana do Piraí

5 Ent1e os dist1itos de A11ozal e Pinhei1al


Começa em um marco cravado na margem düeita do cóuego Três Poços, divisa com o
município de Barra Mansa, e segue em reta até a ponte lançada sôbre o córrego da Maria
Prêta, na estrada do Pilaí - Pinheiral, passando pelo km 3 da estrada Pinheiral - Arrozal

XL - MUNICíPIO DE PORCiúNCULA

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o Estado de Minas Ge1ais:


Pelos limites estaduais

2 Com o Estado do Espíiito Santo·


Pelos limites estaduais

-17 -
- 258 -

3 Com o m111licíj1io de Natizoidt1de do Ca1t111gol,1:


Comec,a no lin1ite com Estado de Minas Geiais, no ponto onde vem tet o divisot de águas
dos cóuegos Capanema de Baixo e Malacacheta; desce pelo referido divisor até o ponto onde
os dois cónegos enconttam pata fotmar o tibeitão São José; desce por êste até o rio Carangola;
pot êste até enconttat a linha de vettentes da diteita do cóirego, do Triunfo; pot esta, até
enconttat a linha de vettentes do cóuego Caeté e, pot esta, até enconttar a linha de vertentes
do cónego da Apatecida, desce pela linha de vettentes da direita do cóuego da Aparecida até
o pico de Mato Dent10; dêste em teta, com a direção oeste - este, corta o ribeitão São Sebastião,
passa trinta e cinco mettos abaixo da pedia Montada e atinge o espigão da encosta em que
a mesma se encontta, sobe, pot êste espigão, até o pico da Boa Vista; dêste ponto desce pelo
espigão mais saliente, que vai tetminar na matgem do cóuego do Tesou10; pelo cónego do
Tesouro até o encont10 da linha de vettentes da diteita do cóuego de Matipó, e, por êste,
até enconttat a linha de vettentes do cóuego da P10vidência; segue pot êste até o divisor dos
tios Caiangola e Itabapoana e, pot êste divisot, até enconttat o ribeitão da Onça e do tótreg'1
Jarntinga, desce, por êste divisor até a confluência do cóuego no tibeitão da Onça, e, desce
pot êste tibeitão até a sua confluência no rio Itabapoana

b) LIMITES DISTRITAIS

Ent1e os dist11tos de P01ci1inculc1 e Puiilândict


Começa na intetsecção do diviso! de águas do cótrego Caeté e do tibeitão São Sebastião
com a se1ra dos Quintinos, na divisa com o Estado de Minas Geiais, e desce pelo referido
divisot até encontlat a linha de ve1tentes da bacia do tibeitão do Ttiunfo
Intetp1etação:
Começa no pico do Mato Dent10, na linha de cumiada da seua das Palmeita~,
segue pela linha de vettentes do rnntrafo1te que sepata as águas do 1ibeirão do
Caeté das do ribeitão de São Sebastião e pot ela continua até atingit o pico do
Montei10, no limite com o Estado de Minas Geiais

2 Entt e os dist1 itos de Pu1 ilândia e Santa Clai a


Começa na intersecção do diviso1 de águas do cóuego Jacutinga e tibeirão da Onça, com
o divisor dos tios Itabapoana e Catangola; segue por êste último divisot até o limite com o
Estado de Minas Geiais

XLI - MUNICíPIO DE RESENDE

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o Estado de Minas Ge1ctis


Pelos limites estaduais

2 Com o município de Bc111a Mansa:


Começa na confluência do tibeitão das Lajes no tio Pi êto e sobe pot êste ribeirão até a sua
rnnfluência com o cóuego de São Domingos; sobe po1 êste até a sua nascente p1incipal; daí, segue
pelo diviso1 de águas dos tios Paiaíba e Ptêto, até a nascente ptincipal do 1ibeitão Figueira;
desce pot êste até a sua confluência no tio Pataíba; desce o tio Pataíba até a confluência do
cóuego da Cachoeita; sobe êste cóuego até a sua nascente principal; prossegue pelo divisor de
águas do 1ibeitão de Ba11ei10s e tórrego da Lagoinha e continua pelo divisot do 1ibeirão de
Ba11eitos e cóirego do Cafundó, até a nascente p1incipal do tibeitão Cantagalo, no limite com
o Estado de São Paulo
3 Com o Estado de São Paulo
Pelos limites estaduais
b) LIMITES DISTRITAIS
Ent1e os dist1itos de Resende e Agulhas Neg1as
Começa na confluêntia do 1ibeitão dos Po1tinhos no tio Pataíba e segue por êste até a
confluência do tio Pitapitinga
2 En11e os dist1itos de Resende e Ped1t1 Selada
Começa na confluência do tio Pitapitinga no tio Paraíba e segue pot êste até a confluência
do tibeirão de Baueitos
- 259 -

3 Entie os diJf1itos de Resende e Pô1to Real·


Começa na confluêneia do tibeitão de Baneitos, segue po1 êste até a confluência do có!lego
Boa Vista e, daí, em reta, ao marco situado à margem do cóuego da Cachoeila

4 Ent1 e os disf1itos de Resende e Pi1a11gaí


Começa na confluência do córrego da Je1ônima no iio Pa1aíba; sobe pelo cóuego iefeti<lo
até a confluência do cóuego das Pitangueüas; po1 êste até a rnnfluência do cÓHego do Tanque;
po1 êste até a sua nascente p1incipal; daí, em reta, até o ma1co existente à ma1gem do tio
Feio e po1 êste até a divisa com o Estado de São Paulo
Inte1 pretação:
Começa na confluência do tio Pataíba mm o tibeüão da Je1ônima, sobe po1 êste
até a confluência com o cóuego das Pitangueüas, po1 êste acima até a confluência
com o córrego do Tanque, sobe po1 êste até a sua principal nascente, galga um
ponto mais próximo na 1espectiva linha de ve1tentes, de onde, em uma linha
teta, vai alcançai o ponto no tio Feio, f10nteüo e mais p1óximo ao marco locali-
zado à sua margem, a no10este da fazenda de Settãozinho e, daí, sobe pelo dito iio
Feio, até o limite com o Estado de São Paulo

Ent1e os dist1itos de Resende e Itatiaia


Começa na confluência do 1ibeüão dos Po1tinhos no 1io Pataíba e segue po1 êste até a
confluência do cóuego da Je1ônima

6 E1111e os dist1itor de Agulhas Neg1as e Itatiaia


Começa na foz do 1ibeüão dos Po1tinhos no tio Paiaíba; segue pelo tibeitão dos Portinhos
até a sua nascente piincipal, e, daí, em ieta ao ma1co situado à margem do rio Pirapiting2
Intel p1 etação:
Começa na confluência do iio Paiaíba com o 1ibeüão dos Pottinhos, sobe po1 êste
até a sua nascente principal, galga o g10tão e vai atirigü o ponto f10ntei10 e mais
p1óximo, na 1espectiva linha de vettentes, e, daí, prossegue, em uma linha reta,
até alcançai, no 1io Pirapitinga, o ponto f10nteiro e mais p1óximo ao marcó
localizado à sua margem

7 Enf1e os dist1itos de Agulhas Neg1as e Ped1e1 Seladct'


Começa no ma1co existente à margem do 1io Pirapitinga e segue po1 êste tio até a ponte
da estrada Resende - Pedra Selada; daí, em reta, na dü eção este, até o 1ibeüão Brigada, po1 êste
até a sua confluência no rio Piiapitinga e por êste até a confluência no tio Paraíba

8 En11e or dist1itos de Pô1to Ree1l e Ped1ct Sele1da


Começa na confluência do tibeüão de Baueiros no tio Paiaíba; e segue po1 êste até a
confluência do 1ibeirão da Figueüa

9 E1111e os dist1itos de Itcttiaia e Pi1angaí


Começa na confluência do cótrego da Je1ônima no tio Pataíba e segue po1 êste até a sua
confluência com o tio Itatiaia

10 Ent1 e os dist1itos de Itatiaict e Pedia Seladct


Começa no ma1co existente à matgem do J io Pitapitinga, segue po1 êste tio até a sua
nascente principal; daí, em teta, à nascente ptindpal do cóuego Matimbondo e, po1 êste, até
a sua confluência no tio P1êto

11 Ent1e os dist1itos de Pedia Seladct e Fumaça


Começa na confluência do cóuego da Bagagem no 1io Ptêto e daí vai em teta à nascente
ptincipal do 1ibeüão da Figueüa

12 Ent1 e os disflitos de Itaticlict e Eng PctJSo r


Começa na confluência do tio Pa1aíba com o 1io Itatiaia seguindo o cu1so do mesmo parn
montante até a confluência pela ma1gem esquerda com o cóuego Colônia; continua a linha
subindo pelo córrego Colônia até a sua nascente Dêste ponto, pela distância mais cmta à
próxima linha divisó1ia de águas das bacias dos rios Campo Belo e Itatiaia, e mais ao noite
pela linha de cumiada que sepaia as águas das bacias dos tios Campo Belo e Salto Em continuação
desta linha, pela mais curta distância até a linha de limites com o Estado de Minas Geiais
- 260 -

13 Entie os dirt1itos de Eng Passos e PiHtngaí


Começa na confluência do 1io Itatiaia com o rio Paiaíba e sobe por êste até a sua
confluência com o cónego das Palmeitas no limite com o Estado de São Paulo

XLII - MUNICíPIO DE RIO BONITO


a) LIMITES MUNICIPAIS
Com o mttnicípio de Cachoeiias do Macacu:
Começa no ma1co existente no diviso1 da sena de Braçanã, e segue pelo divisor de águas
dos rios Matacu e Cassetebu atê o alto do monte Azul, na se11a de Lavras

2 Com· o município de Silvc1 Jmdim ·


Começa na nascente principal do tio Capivati, no monte Azul, desce êste tio até o ponto
de onde parte uma reta que passando po1 um antigo ma1co e po1 um buei10 da E F Leopoldina
localizado a 800 metros da parada de Santa Terezinha vai ter ao rio da Posse; desce por êste
a sua confluência no rio Bacaxá; desce por êste último até o ponto onde começa a divisa dos
municípios de Atatuama e Rio Bonito (rnmo da C1ispina)

3 Com o municíj;Ío de Aiarnamti


Começa no rio Bacaxá no ponto onde vai te1 o turno da Ctispina; segue po1 fste rumo,
passando ap10ximadamente a meia distância da fazenda do Mouo das Moendas, neste município,
e da fazenda do Rio Pardo, em Araruarna, até encontrar o marco que caracteriza a convergência
dos limites dos municípios de Ata1uama e Saquatema e Rio Bonito

4 Com o município· de Saq11c11emt1


Começa no ma1co existente na rnnve1gência dos limites dos mumc1p1os de Rio Bonito,
Atarnama e Saquarema, e segue em reta, na diteção aproximada de oeste - este até encontrai
o contraforte denominado Palmital; segue por êste conttaforte denominado Palmital, seguindo
pot êste contiafoite pata depois prosseguir pelo divisot de águas constituído pelas seuas Caste-
lhana, Boqueitão ou de São João, Amat e Que1e1, Tingui e Redonda até o lugar denominado
Tomascat, na seua Redonda, onde termina os limites municipais de Itabotaí
Interpretação:
Começa na linha ou 1umo da Crispina, no marco em que confina êste mumnp10
com os de Ataruama e Saquarema e, em uma linha reta, na direção oeste, alcança
a linha de vertentes do contraforte mais próximo, pela qual sobe até atingir um
ponto na linha de cumiada do divisot que separa as águas que descem para o rio
Barnxá ou do Mato Alto das que vertem para o mar, acompanha êste divisor,
constituído pelas seuas da Castelhana, do Amar e Quetet, do Boqueirão ou de
São João, da Boa Espeiança, dos Po1telas, parte da setra do Catimbau, serra do
Tingui e Redonda e atinge a nascente principal do tio Tanguá ou Tomascat, onde
terminam os limites municipais de Itaboraí

Com o município de Itabo1aí


Começa no divisot de águas do Oceano Atlântico e do tio Casse1ebu num ponto prox11no e
f10nteiro à nascente principal do tio Tanguá, desce po1 êste até a sua confluência no rio
Casserebu e, daí, segue em reta, até o ponto de inte1secção do divisor da sena de Braçanã com
a reta que vai da ponte do Imbuí até a confluência do rio Tanguá
Jntet pretação:
Começa na linha de cumiada da seua Redonda, no ponto f10nteiro e mais ptóximo
da nascente ptincipal do rio Tomascar ou Tanguá, desce o grotão, atinge a dita
nascente e continua pelo aludido rio abaixo até a confluência com o tio Casserebu;
daí, em uma linha 1eta, cujo exttemo é o cent10 da ponte da E F Leopoldina sôbre
o rio Imbuí, pouco além da estação de Sambaetiba, segue até atingir o marco
existente na linha de cumiada da serra de Braçanã e onde confina êste município
com os de Cachoeiias do Macacu e Itaboraí

b) LIMITES DISTRITAIS
Ent1 e os dist1itos de Rio Bonito e Boa Espe1ança
Começa no limite com o município de Saquatema e segue pela cumiada da sena de Catimbau
Gtande, descendo pela mesma em linha teta até o pontilhão da estrada de Duas Batras sôbre
o rio Vista Alegte; segue pelo eixo da 1efe1ida estrada até encontrar o rio Duas Ba11as e por
êste vai até a sua confluência no tio Vetmelho, ptosseguindo pelo mesmo até a sua confluência
no rio Bacaxá e po1 êste abaixo até encont1a1 a linha divisótia com o município de Silva Jatdim
- 261 -

XLÍII - MUNICÍPIO DE RIO DAS FLORES


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o Estado de Mil1<11 Ge1ais


Pelos limites estaduais

2 Com o m1micí/1io de Pautíba do Sul


Começa na confluência do có11ego Tiês Ilhas no uo P1êto e vai, em 1eta, até a ponte
da E F Central do füasil, sôb1e o 1io Pa1aíba

3 Com o município de Vassouiar


Começa no iio Paiaíba, na ponte da E F Centlal do Btasil, vai até a confluência do
cónego que füa p1óximo da localidade de Sebastião Lacei da ( ex-Comé1tio)
Inte1p1etação:
Começa no cent10 da ilhota localizada entle as duas pontes da E F Cential do
Brasil, a montante do córrego do Retüo, no 1io Paiaíba, e sobe por êste até
alcançai a sua confluência com um tó11ego a montante do iibeüão da Maiambaia
có11ego que fica próximo da localidade de Sebastião Lacerda (ex-Comércio)

4 Com o município de lvfa1quês de Vctlençct


Começa na confluência de um cónego, sem nome, no 110 Pa1aíba, p1óximo da localidade de
Sebastião Lace1da ( ex-Comé1cio), segue po1 êsse tónego até encontia1 a estrada de Sebastião
Lacerda ( ex-Comé1cio); continua po1 ela até encontiar um pequeno có11ego, pelo qual sobe até
a ga1ganta situada a cento e cinqüenta met10s da estiada Taboas - Sebastião Lace1da ( ex-Comé1-
cio); daí continua em reta, até oalto do n10110 situado p1óximo da passagem de nível da estrada
Taboas - Marquês de Valença; daí em 1eta, até a nascente principal do có11ego Boa Vista, desce
por êste até a sua confluência no 1io das F101es e po1 êste até a confluência no rio Bonito
Continua, daí em 1eta, até a nascente p1incipal do 1ibeüão das Co10as, pelo qual desce até
a sua confluência com o 1io Prêto

b) LIMITES DISTRITAIS

Entte os disltitos de Rio dar F!o1es e Mc111uel Dtt(ll/e


Começa no 1io P1êto e, em 1eta, alcança os contiafo1tes da se11a das Taqua1as que descem
paia aqtiêle iio, em teiras da fazénda de São Ped10 (Baueado), e continua, em reta, passando
pela queda-d'água do có11ego Bonsucesso, a cêica de duzentos metlos adma da ~stação de
Cachoeiias do Funil, até terminai na seua das Abóboias, em teuas limít10fes das prop1iedades
Capoeüão e Bemposta, na divisa com o distiito de Abauacamento

2 Entte or dis!titos de Rio d"s Flo1e1 e Abm;(lcameizto


Começa na conve1gência das divisas de Rio das Flo1es, Manuel Duaite e Abauacamento na
se11a das Abóbo1as e segue pela linha de cumiada desta, até o alto <lo Cha1 utei10

3 En!te oJ diJt1itos de Rio d(/f Flo1es e Tabom


Começa no alto do. Charutei10, daí em 1eta até a ped1eiia Antônio Maurício, na sena do
mesmo nome e daí em 1eta até a confluência do 1ibeiião <la Boa Vista no iio das Flores

4 Entte os dist1itos de M(lnttel Dua1te e Abm·1ttct1mento


Começa na divisa com o município de Paiaíba do Sul e segue pelos cimos da sena das
Abóboras até encontrai a divisa com o distiito de Rio das Flo1es

5 Entte or dist1itos de T"boar e Abm1ttcm11ento'


Começa no alto do Charuteüo e daí segue, em 1eta, até a rnnflúência do cónego de
Santa Maria no 1io Paraíba

XLIV - MUNICíPIO DE SANTA MARIA MADALENA


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de São Sebastião do Alto:


Começa na confluência do ribeüão da Bonança no iio Giande e desce po1 êste até a
confluência do 1i9 Macapá
- 262 -

2 Com o município de São Fidélir:


Começa na confluência do tio Macapá no rio Grande, sobe pelo p1imeiro até a confluência
do 1ibeüão da Muribeca; sobe po1 êste 1ibeirão até a sua nascente p1incipal, de onde sobe em
direção ao ponto em que a serra do Rio P1êto encontra as seuas do Macapá, Imbé e Grande,
no pico de Macapá
Interp1etação:
Começa na confluência do 1io Grande com o úo de Macapá, sobe po1 êste até a
confluência com o ribeüão da Muribeca e por êste último até a sua nascente
principal, galga o grotão, atinge o ponto f10nteiro e mais próximo na linha de
cumiada da sena do mesmo nome e segue, pela dita linha de cumiada, até atingü
o pico de Macapá, ponto em que se encontram as se1ras de Macapá, do Imbé,
Grande e do Rio Prêto e onde confina êste município com os de São Fidélis e
Campos

3 Com o município de Campos.


Começa no pico de Macapá, na serra do Rio P1êto, segue pela linha de veitentes e desce
o g10tão da nascente principal do iio Segundo Norte na serra da Fo1quinha no lugar denominado
Águas Paradas; desce por êste até a confluência com o tio Imbé; daí, sobe por êste até a
confluência no rio do Mundo, pelo qual sobe até a sua nascente p1incipal Daí, atinge a linha
de vettentes pela qual continua até um ponto fronteito e mais próximo da nascente principal
do córrego da Pedia Bianca, e daí desce pot êste cónego até a sua confluência no tio Macabu
Interpretação:
Começa no pico de Macapá, ponto em que se encontram as se11as de Macapá,
do Imbé, Giande e do Rio P1êto, segue, pela linha de veitentes, até atingir o
ponto f10ntei10 e mais p1óximo da nascente ptincipal do 1io Segundo Norte, desce
o 1espectivo g10tão, alcança a dita nascente e continua pelo aludido rio abaixo até
a confluência com o rio Imbé; daí, sobe por êste até a confluência com o rio do
Mundo, continua po1 êste acima até a sua nascente principal, de onde, galga
o g10tão e atinge o ponto ftonteüo e mais próximo na respectiva linha de vertentes;
daí, segue po1 esta linha, até o ponto frontei10 e mais próximo da nascente principal
do cóuego da Pedia Branca, desce o grotão, atinge a dita nascente e ,continua,
po1 êste cóuego abaixo, até a confluência com o rio Macabu

4 Com o município de Conceição de Macabu:


Começa na confluência do córrego da Pedra Bianca no rio Macabu e sobe por êste até a
confluência do ribeüão Carocango

Com o município de Tic1j<1no de Moiais:


Começa na confluência do ribeirão Carocango no 1io Macabu e segue, em 1eta, até o
pontilhão sôb1e o có1rego das Cambotas, na estiada Imperial; dêste ponto, em outra reta, vai
ao km 2 do tamal fe1roviário Ttajano de Morais - Santa Maria Madalena; daí, em ieta, até a
nascente principal do córrego de Santana, pelo qual desce até a confluência do ribeirão da
Bonança e continua pot êste cóuego até a sua confluência no tio Gtande

b) LIMITES DISTRITAIS

Ent1 e os distiitos de Scmtct Mm ia Madalena e Renascença:


Começa na confluência do córrego do Poção no tio Grande, segue por esp1goes e linhas de
cumiada até a confluência do valão da Ateia no ribeirão da Meia Laranja; atravessa êste ribeirao;
segue em reta, até o divisot d.e águas dos có1regos da Meia Laianja e Mangueita; por êste
divisor até a pedia do Bom Destino, daí pela linha de cumiada até o ribeirão do Santíssimo;
po1 êste, até as vettentes do cótrego São Leopoldo e, por estas, até a Pedra Feno

2 Ent1e os dist1itos de Santc1 .Ma1ía Madalena e Sossêgo


Começa na Pedra Fetro, e, pot ve1tentes, vai até a pedra do Desengano; daí, pot vertente,
vai alcançar o diviso1 dos tibeüões Notte e Ve11nelho e pot êste divisor até o espigão que
vem da pedra da República, seguindo daí pot ve1tentes até a pedra de Santa Clata, no lugat
denominado Pau da Ctuz

3 Ent1e os dist1itos de Santa Maiia MC1dalenC1 e Sctnto Antônio do Imbé


Começa no alto da pedra de Santa Claia, no lugar denominado Pau da C1uz, e segue,
po1 vertentes até o alto da serra dos Guinâncios, onde nasce o có1rego da Pedra Lisa; e daí.
em linha reta, segue até a confluência do cónego de Santa Margarida no rio Imbé
- 263 -

4 Ent1e or dist1itor de Santa Madalena e Douto1 Lo1éti


Começa na confluêntia do tó11ego Santana com o rio Imbé, sobe pot êste até a conf!uênda
do cónego da Bananeira; por êste até a se11a do mesmo nome e daí pela linha de q1miada
até o alto da pedra da Rochela; segue daí, em teta, até as vettentes do cótrego do Fernandes;
continua pot êste até a confluência do có11ego da Cascata; daí pelo espigão até o alto da se11a
do Castelo e segue pelas ve1tentes do có11ego Fernandes e do tibeirão Fumai até a confluência
dêste no rio Giande

5 Ent1e os dist1itos Je T1iunfo e Santo A111ônio do Imbé


Começa na confluência do cótrego de Santa Margatida; no rio Imbé sobe pelo cótrego
Santa Margarida até a confluência do cótrego Tupã, sobe por êste até a sua nascente ptincipal;
daí, por espigões da setra Velha, vai até o alto da serra dos T1ês Bicos; daí, em reta, até a
nascente principal do có11ego da Ateia, desce po1 êste até a sua confluência no rio Macabu

6 Ent1e or dirflitos de T1iunfo e Douto1 Lo1éti


Começa no pontilhão sôbre o córrego das Cambotas na estiada de T1iunfo - Tiajano de
Matais, sobe pot êste até o alto da seua do Seixas e vai em reta até a confluência do có11ego
Santana no 1io Imbé

7 Entie or dirt1itor de Sauto Antônio do Imbé e SoJSêgo


Começa no alto da serra de Santa Clata, no lugar denominado Pau da C1uz e segue em
teta até o alto da se11a da Agulha; continua daí, também em 1eta, ao alto da se11a da Repúbfüa;
daí, por vettente, ao alto da se11a do Sossêgo; dês te ponto po1 vettentes até o alto da sena
de São Mateus, continuando po1 vettentes até o alto da se11a da Califórnia Vai, daí, em reta
até o pôrto da Seuinha, no 1io Imbé; po1 êste até a confluência do 1io do Mundo

8 Ent1e os dist1itos de Renarcença e Sosrêgo·


Começa no limite com o município de Campos, no alto da se1ra de Marnpá e daí em
düeção à Pedia Fe110, por ve1 tentes, paosando pela se11a da Muribeca

9 Ent1e os dirt1itos de St111tc1 Mmia Madalend e T1iunfo


Começa na rnnfluência do 1ibeüão S'lntana com o rio Imbé e deste po1 êste até a
confluência com o córrego de Santa Ma1ga1ida

XLV ~ MUNICíPIO DE SANTO ANTONIO DE PADVA

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o Estado de Minas Ge1air


Pelos limites estaduais

2 Com o município de Mi1c1ce111C1


Começa no ponto frontei10 e mais p1ox1mo do alto do Cabo1é, na linha divisó1ia com o
Estado de Minas Getais, em uma linha teta, e atinge o mencionado alto; daí, em outra reta,
vai alcançai um ma1co plantado na margem da E F Leopoldina, a meia distância de Paraoquena
e Müacema Dêste ma1co, em outta linha 1eta, continua até o ponto mais alto e a düeita
da nascente do 1ibeüão dos Ourives, e daí, ainda em outta teta, prossegue até a ponte do Vicente
Félix, no rio do Bonito; sobe êsse tio até a confluência do có11ego de Duas Ba11as, pot êste
até a sua nascente ptincipal; daí, em linha reta, alcança o diviso1 de águas dos ribeüões da
Mota e dos Ou1ives e daí wntinua pelo diviso1 do valão do Se11ote, até o ponto f10nteiro e
mais p1óximo da nascente ptincipal do cónego que passa pot Monte Alegre, atual Ibitipcitã
Inte1 p1etação:
Começa na linha divisó1ia com o Estado de Minas Gerais, em um ponto f10nteüo
e mais ptóximo do alto do Caboté, ao qual vem ter em uma linha teta; daí, em
outia linha reta, continua até alcançai um marco plantado na margem da E F
Leopoldina, a meia distância das estações de Paraoquena e Müacema, de onde, em
linha 1eta, prossegue até atingÍl, na linha de vertentes que dá pata o córrego
dos Ourives, o ponto f1onteüo e mais ptóximo da nascente principal do dito cótrego;
daí segue em outla linha reta, até alcançai o centlo da ponte de Vicente Félix,
sôbre o rio do Bonito, pelo qual sobe até a confluência com o có11ego das Duas
Ba1ras e por êste acima até a sua nascente p1intipal, de onde, galgando o respectivo
giotão, vai te1 ao ponto mais p1óximo na linha de cumiada da serra da Boa
Vista e po1 esta prossegue até o seu ponto de inte1secção com a linhà idêntica
da setra do Romão, diviso1 das águas do 1io Mmiaé das do tio Pomba
- 264: -

3 Com o município de Cmnbuci


Começa na linha de ve1tentes em um ponto f10nteiro e mais p10x1mo da nascente do cónego
que passa pot Ibitipo1ã (ex-Monte Aleg1e); segue pelo divisor de águas dos rios Pomba e
Muriaé, até atingit a linha de cumiada da seua das Frecheitas por onde continua, em direção
sudoeste, passando pelo pico da Ponta Gtossa; p1osseguindo alcança o divisor de águas do córrego
das Frecheitas e do iibeirão dos Leites; pela qual desce até o lio Pomba, em um ponto fronteito
ao dito espigão Daí desce êste último rio até a sua confluência no rio Paraíba
Inte1 ptetação:
Começa no ponto de inte1secção das linhas de cumiada da setra da Boa Vista com
a da seua do Romão, diviso1 das águas do iio Muriaé das do rio Pomba, segue
po1 essa última, continua pela linha idêntica da setra das Frecheitas e, passando
pelo pico da Ponta G1ossa, vai até o ponto de inte1sec1,ão com a linha de vertentes
do espigão que separa as águas do ribeirão dos Leites das do ribeitão F1echeiras,
pela qual desce e prossegue até akançat um ponto ftonteiro no lio Pomba, de
onde, descendo, vai até atingit o ponto de confluência com o iio Pataíba

4 Com o município de Itaocma


Começa na confluência do iio Pomba e Patafba e sobe êste último até um ponto ftonteito
ao Pôrto das Cruzes, no tio Pataíba

Com o município de Cante1galo


Começa em um ponto fronteito ao Pô1 to das C1uzes, no tio Pataíba e sobe êste iio até a
sua confluência com o rio Pitapitinga

b) LIMJTES DISTRITAIS

Entie or dist1itos de Scmto Ai'tônio de Pádua e Baltazm


Começa no ma1co existente à ma1gem do tio Pomba, continua po1 êste até encont1a1 a
confluência do valão de Santa Afta, e pto: segue pelas ve1tentes dêste valão até encont1a1 ~
nascente do cóuego Lamba1i-Mi1im

2 Entie os dist1itoJ de Santo A11té11io de Pádua e Mc11a11gatu


Começa na nascente p1incipal do cóuegc Lamba1i-Mitim, segue pelas vettentes dos valõe~
Santa Afra, do Lambati e Batra Alegre e Teimc•so até encontlat a ponte sôbre o valão Brinquinho

3 E11t1e os dirt1itor de Sctnto Anténio de Pádua e Pa1aoquen<1'


Começa na ponte sôbte o valão Brinquinho, segue pelas vertentes do valão Teimoso até
o lio Pomba; desce po1 êste até enconttat o prc longamento das vertentes do ribeitão dos Ourives
e continua po1 elas até encontrai o limite com o município de Mitacema

4 Ent1e or dist1itoJ de Santo Antônio de Pádua e Ibitiguaçu


Começa no limite com o município de M racema e segue pelas vettentes dos iibeirões do
M0ta, dos Ourives e Pimentel, até encontlat o iio Pomba

Enti e os dist1 itos de Santo Amô1: io de Pádua e Ibitinema


Pela ponte do valão Blinquinho

6 Entie os dirt1itos de Baltcizi11 e _\<!arnngc1tu


Começa na nascente plindpal do cóuego Lamba1i-Mitim; segue pelas suas ve1tentes da
esquerda e pelas do valão Suíço até o alto da seua dos Facões e daí pelas ve1tentes do valiio
do Menezes até às nascentes do valão do Cedi•_,

7 Entie os dist1itos de Bctltazm e Ape1ibé·


Começa na nascente ptincipal do valão do Cedro; segue pot êle até a sua confluência do
valão dos Menezes e po1 êste até a sua confluência do !Ío Pomba

8 Entie os dist1itos de Baltaza1 e Ibitigu<1çu:


Começa no limite com o município de Cambuci; segue pelas vettentes da esquetda do
valão do X; atiavessa o valão dos Leites e segue em ieta até o lio Pomba

9 Entie os dist1itos de Ibitinema e Maiangcttu:


Começa na ponte sôb1e o valão Brinquinho e segue pelas vertentes dos valões Blinquinho,
Boa So1te, Braço Folte e Posse Grande, até a confluência do rio Pirapitinga no lio Paraíba
- 265 -

10 E12t1e os disf1itos de Ibitinema e Paiaoquena:


Começa na nascente principal do valão da Eva e segue pelas veitentes da diieita dos valões
Bom Ja1dim e Brinquinho até a ponte sôbre êste último valão

11 E1211e os disf1itos de Ma1angc1ttt e Ape1ibé


Começa na nascente p1incipal do valão do Novato e segue po1 êste até a sua confluência
no 1io Paraíba

12 Ent1e os dist1itoJ de Ibitipo1ã e Ibitiguaçu


Começa na nascente principal do valão do Setrote e segue pelas suas ve1tentes, atravessa o
tibeirão dos Outives, e continua pelas vettentes do valão do Floresta até o alto da serra
das Frecheiras

XLVI - MUNICÍPIO DE SÃO FIDiiLIS

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Itaocaia


Começa na confluência dos rios Negto e Gtande e daí, em uma linha teta, vat até um
ponto equidistante do povoado da Bóia, e do valão de Paticá

2 Com o município de Cambuci:


Começa em um ponto situado a meia distância entte o valão do Paticá e o povoado da
Bóia, ao rio Pataíba; desce êste tio até a confluência do cóirego do Engenho-d'Ãgua e, por
êste córrego até a sua nascente principal; dêste ponto em linha teta continua até alcançai o
matco da Pedia dos Fundos
Interpretação:
Come~a no rio Paraíba, em um ponto situado a meia distância entte o valão do
Paricá e o povoado da Bóia, desce o dito 1io até a confluência com o tórrego do
Engenho-d'Ãgua e, pot êste acima, até a sua nascente ptincipal; daí, galga o
gtotão, atinge o ponto fronteito e mais ptóximo, na tespectiva linha de vertentes
e, em uma linha reta, vai ter ao marco da Pedta dos Fundos, no limite com
o município de Campos

3 Com o município de Campos:


Começa no matco da Pedra dos Fundos e, vai ém 1eta até o matco do Paiol, dêste em teta
pata sueste vai atingit o pico do Sapateito, na setta do mesmo nome ou da Bandeira ou,
ainda da Caconda Do dito pico continua pela linha de cumiada da setra do Sapateito ou
Bandeita até o pico de Santa Matia, na mesma seua, dêste ponto, desce pelo turno da Vala e
vai alcançai o tio Paiaíba, daí desce o rio Pataíba até um ponto fronteito e mais ptoxuno
da pedia do Alecrim, e ganhando a margem diteita do dito Paraíba sobe o divisot das águas
dos rios P1êto e Pataíba até atingir o mono do Douro na sena das Palmeiras ou de São José, pot
cuja linha de cumiada continua passando depois pelas linhas de cumiadas das senas dos Tiês
Picos, do Mocotó, pelo do pico de São Mateus nesta última pela se11a da Salina e finalmente
pela cumiada da setra do tio Ptêto até o ponto em que esta última encontra as serras de
Macapá, do Imbé e Giande, setvindo essas linhas de cumiada em tôda a sua extensão, de
divisores de águas dos rios do Colégio, do Imbé e Prêto

4 Com o município de Scmtt1 Mt11it1 Madctlenct


Começa no ponto em que a se11a do Rio P1êto encontta as seuas do Macapá, do Jmbé e
Giande, desce em diteção a nascente principal do ribeitão da Muribeca e pot êste até a sua
confluência no rio Macapá, pelo qual continua até a sua confluência no Jio Grande
Interpretação:
Começa no pico do Macapá, ponto onde se enconttam as se11as do Imbé, do
Rio Prêto, Gtande e de Macapá, segue pela linha de cumiada desta última e
continua pela linha idêntica da se11a da Mutibeca até alcançai o ponto ftonteito
e mais ptóximo da nascente ptincipal do tibeirão do mesmo nome; daí desce
pelo grotão, atinge a dita nascente, continua pelo tefe1ido tibeirão abaixo até a
wnfluência com o Jio Macapá e pot êste até a confluência com o 1io Grande

5 Com o município de São Sebastião do Alto·


Começa na confluência dos tios Macapá e Grande e segue pot êste até a confluência no
rio Neg10
- 266 -

b) LIMITES DISTRITAIS

Enti e os disti itos de São Fidélis e Ce11nbi<1J ca


Começa na nascente piincipal do úo Mu1ibeca; segue pela seua· do ltacolomi e pelo seu
espigão; continua pelo diviso! de águas fotmado pela se1ra de Macapá até atingir a serra do
Mi10val e pela linha de cumiada desta até o alto da seua do Jmamento, ponto de convergência
das divisas dos dist1itos de São Fidélis, Colônia e Cambiasca

2 Entre os distiitos de São Fidélis e Colônict


Começa no alto da sena do Juramento e segue pela linha de cumiada desta sena e da
do Palmital até a nascente principal do córrego Pitaí, desce por êste até a confluência com
o rio Dois Rios (formado pelos úos Neg10 e Gtande} e p10ssegue po1 êste abaixo até a
confluência com o rio Paraíba

3 Entie os dist·1itos de São Fidélis e Ipuca


Começa na confluência do 1io Dois Rios (formado pelos 1ios Neg10 e Gtande) 1io
Paiaíba e po1 êste segue até um ponto fronteito a pedia do Aleoim

4 Entie os distiitos de /fJUCcJ e Colônia


Começa na confluência do rio Dois Rios (fo1mado pelos rios Neg10 e Giande} no rio
Pataíba e sobe lJOt êste até a sua confluência no có11ego do Cachono-d' Água

Enti e os disti itos de Ipucct e Pm eza


Começa na confluência do cótrego do Cachono-d'Agua no úo Paiaíba sobe pelo 1efe1i<lo
cótrego até a sua nascente principal, segue pelo divisor de águas, passando pela cumiada das
serras denominadas Se11inh2., Gtandeza até atingit o matco do Paiol, no limite com o município
de Campos

6 Enti e os di rti itos de Pui eza e Colônia·


Começa na confluência do córrego do Cachorro-d'Agua no tio Pataíba e sobe po1 êste
até a confluência do córrego do Engenho-d'Agua

7 Entie os dirtiitos de Colônia e Cc1mbiascc1


Começa no alto da serra do Juramento segue pela linha de cumiada e pela setra de Monte
C1isto em direção ao valão Sêco, desce por êste até o valão de São Tomé; daí, vai em teta,
até o alto da seua do mesmo nome, seguindo por vettente dessa se11a, de onde desce em reta
até o rio Dois Rios (formado pelos rios Grande e Negro) atravessa-o e segue em reta, até a
linha de cumiada da Setrinha Segue por esta e pela linha de cumiada da setra do Lobo até
o limite com o município de ltaoca1a

XL VII - MUNIOPIO DE SÃO GONÇALO

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Itaboiaí


Começa na baía de Guanabara, na foz do úo Guaxindiba e sobe pot êste até a sua confluência
no tio Guaianã; segue po1 êste até o alagado denominado Espiaiado, onde, existe um marco;
daí, segue em reta, até a confluência dos rios da Aldeia e Cabuçu e sobe por êste último
até encontiar o marco existente à margem do mesmo; dêste ponto, segue em teta, até atingit
um marco à ma1gem da estiada de Cabuçu, e daí, continua em reta até o ma1co existente na
sena de ltaitindiba, ponto de encont10 dos limites de São Gonçalo, Itabotaí e Ma1icá
Jnte1pretação:
Começa na baía de Guanabara, na foz do rio Guaxindiba, sobe po1 êste até a
rnnfluência com o tio Guaianã, por êste acima até a sua nascente mais p1óxima
do marco existente à rna1gem do alagado denominado Espraiado e de onde, em
uma linha teta, vai atingit o dito marco; daí, em out1a linha teta, segue até
encontta1 a confluência do tio da Aldeia com o rio Cabuçu e sobe por êste até
o ponto ftonteiro e mais próximo do marco existente em sua ma1gem esquerda;
dêste ponto, em outra linha teta, vai até alcançai o ma1co existente à margem
da estrada de Cabuçu e a leste do povoado do Largo da Idéia e daí, prossegue,
em outra linha reta que coita a E F Industtial Pottland e vai até alcança1 o marrn
existente no alto do Guaiá, na seua de Itaitindiba
- 267 -

2 Com o município de Mc11ic:í


Começa no ma1co existente no alto da serra de ltaitindiba e segue pelo diviso1 de águas
do oceano e do rio Macacu, até atingÍl o ma1co existente na se1ra do Cala Bôca e daí, desce
por um espigão até encontrar o eixo da estiada de rodagem estadual Nite1ói - Maricá, ponto de
encont10 dos limites Nite1ói, São Gonçalo e Maiicá
Interpretação:
Começa no alto do Guaiá, na serra de ltaitindiba, segue pela linha de cumiada
desta seua, continua pela linha idêntica da sena do Cala Bôca, divisor das águas
que descem para o 1io Macacu das que vertem para o Oceano Atlântico, até alcançai
o ma1co existente na dita linha desta última seua; daí, desce pela linha de
vertentes do espigão mais fronteÍlo ao ponto de ínteisecção do eixo da estrada
de 10dagem Nite1ói - Ma1icá com a linha de cumiada da sena da Titirica, na
gaiganta do Cala Bôca, ao qual vai ter

3. Com o município de Nite1ói.


Começa no ponto de intersecção dos limites dos mumop10s de Niteiói, São Gonçalo e
Maricá, seguindo pelo eixo da estiada de 10dagem Niterói - Maricá, até a ponte no lugar
denominado Anota Contos, sôb1e o lio das Pedias; continua poi êste rio até encontrai o caminho
do rio das Pedras; segue pelo mesmo até atingü o final da rna D1 March; por seu eixo
p10ssegue até encontrar o 1io Bomba; continua por êste iio, até encontiar a rua Gene1al Castiioto;
prossegue por esta rua até o crnzamento com a rna Padie Mar(elino, continuando pelo eixo
desta, e pelo seu p10longarnento, até a baía de Guanabaia

b) LIMITES DISTRITAIS

Ent1e os dist1itos de São Gonçcilo e ljJiíba


Começa no ent10ncamento da estiada do Saoamento com a 10dovia Amam! Peixoto, e por
esta segue até o crnzamento com a estiada do Coelho, seguindo pelo eixo desta até encontrai
o tio do Alcântaia Sobe por êste até a rnnfluência do iio das Pedras, e poi êste até atingü a
estrada do Ttibobó e poi esta rnntinua até o ent10ncamento da estrada da Fazendinha

2 Enti e os dist1itos de São Gonçalo e Moniolo:


Começa no entroncamento da estiada do Saciamento com a 10dovia Amaial Peixoto; segue
pelo eixo desta estrada até o ponto fronteiro ao marco situado à margem da mesma e daí
continua em reta, até o matco implantado à ma1gem direita do rio do Alcântara, descendo pelo
mesmo até a sua confluência com o rio Guaxindiba e p10ssegue po1 êste abaixo até a confluência
com o rio Guaianã

3 Enti e os dist1itos de São Gonçalo e N et'es


Começa na foz do rio Imboaçu na baía de Guanabaia e sobe pelo mesmo até o centro da
ponte da rua Moreira Césa1 Daí segue pelo eixo da mencionada 1ua até encontrai a rua
Co1onel Joaquim Serrado pela qual segue até atingir o eixo da E F Ma1icá

4 En11e os distJitos de São Gonçalo e Sete Pontes·


Começa no entroncamento da rua Co1onel Joaquim Senado mm o da E F Maritá, pelo
eixo da qual segue até o centro da ponte sôbie o rio Imboaçu e por êste até encontia1 a
estiada do Engenho Pequeno Continua pela mesma até o início da estrada da Lacomba e por
esta segue até encontiar a estrada da Fazendinha, por onde continua até atingir a estrada do
Ttibobó, no limite dos distiitos de São Gonçalo, Jpiíba e Sete Pontes

5 Entte os distiitos de Jpiíbct e Moniolo.


Começa no entroncamento da 10dovia Amara! Peixoto com a estiada do Saoarnento, segue
po1 esta até o início da estiada do Engenho Novo; daí continua, pela última, até atingir a
estiada da Aldeia e por esta até o entroncamento com a estrada do Cabuçu e daí, em reta,
até o marco existente na linha divisóiia intermunicipal

6 En11e os dist1itor de lpiíbc1 e Sete Pontes.


Começa no entroncamento das est1adas da Fazendinha e do Tiibobó, seguindo po1 esta
última até enconttar a estiada de 10dagem Niterói - Maticá

7 Ent1e os dirt1itos de Net•es e Sete Pontes·


Começa no c1uzamento da ma Co10nel Joaquim Seuado com o da E F Maricá e segue
pelo eixo das ruas Getúlio Vargas, Pio Borges, Ma1echal Flotiano Peixoto e Maurício de Abreu
até os limites com o município de Niterói

J
- 268 -

XL VIII - MUNICíPIO DE SÃO JOÃO DA BARRA


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o Estado do Esphito Santo


Pelos limites estaduais

2 Com o Oceano Atlântico


Começa na foz do rio Itabapoana até a baua do iio Açu

3 Com o município de Campos


Começa na barra do iio Açu no Oceano Atlântico; segue em 1eta à embocaduia <lo iio
do Colégio na lagoa das Bananeilas; continua pela linha média das águas das lagoas das
Bananeiras, Jaca1és e Taí Pequeno, até a inte1secção com o eixo da estrada de ferro (linha
agrícola da Usina de Cambaíba) Daí, em uma linha 1eta, até um ponto no rio Paraíba, fronteiro
ao marco V, e a um quilômet10 a montante da Usina Barcelos Desce o iio Pa1aíba até a
confluência do cónego da Cataia; segue po1 êste até a lagoa do Campeio, e daí pela linha
média das águas desta lagoa até a passagem do Campeio. Dês te ponto continua pela linha
média das águas das lagoas da Saudade e Cataia até o rnmo da Regaleira; acompanha êste
rumo até o seu ent10ncamento com a estiada do Imburi, segue po1 esta até o, ent10ncamento da
estrada da Boa Vista, ma1co IV Continua, dêste ponto, pela estrada da Boa Vista até o
marco III, situado no cruzamento das estiadas da Mutuca e Conenteza; continua po1 esta última
até encontia1 o cónego do Juvêncio, marc.o II, e desce po1 êste até a confluência no rio
Itabapoana, rna1co I

b) LIMITES DISTRITAIS

l. Entie os distiitos de São João dei Baiic1 e Bt111a Sêca


Começa em um ponto f10ntei10 à localidade de Viana e desce pelo 1io Paiaíba até a sua
foz no Oceano Atlântico

2 E1111e os distiitos de São João da Be111a e Pipeiias


Começa na localidade de Viana à ma1gem do 1io Paiaíba e segue em 1eta, rnja direção é a
inicial da estrada de 10dagem Antônio Ma1tins, até a beila ma1 em Iquipari

3 Entie os dirtiitos de Ba11" Sêca e ltabapoana


Começa na localidade denominada Cauapato e daí segue em 1eta até a baua do 1io
Guaxindiba

4 Entie os distiitos de Bt111c1 Sêcc1 e Maniva:


Começa na localidade denominada Ca1rapato e daí vai, em 1eta, até a localidade Valão do
Ponto e, daí, em 1eta, até a localidade de Ibiquiii

E1111e os distiitos de Ba11a Sêca e Pipeiic1s


Começa na Ba11a Sêca, no 1io Paiaíba e segue po1 êste até um ponto frontei10 à localidade
do Viana

6 Entie os dist1itos de ltabapot111t1 e Mc111frt1.


Começa na localidade denominada Canapato; segue daí, em 1eta, até a localidade de Bom
Lugar; continua em reta até a nasc~nte piincipal do cóuego Todos os Santos e desce pot
êste até a sua confluência no 1io Itabapoana

XLIX - MUNIC1PIO DE SÃO JOÃO DE MERITI


a) LIMITES MUNI CIP AIS

Com o município de Nilópolir


Começa no limite com o Distlito Fedem!; segue pela segunda linha de tiansmissão da
Companhia de Cauis, Luz e Fôiça do Rio de Janei10 até encontrai o rio Saiapuí

2 Com o município de Not·a lgut1çu


Começa no Rio Saiapuí no ponto em que êle é atiavessado pela p1imeila linha de transmissão
da Companhia de Ca11is, Luz e Fô1ça do Rio de Janeüo e sobe o 1io Sa1apuí até encontta1 o
ponto em que êle é atlavessado pela segunda linha de tiansrnissão daquela Companhia
- 269 -

3 Com o município de Duque de Caxias.


Começa no rio Saiapuí no ponto em que êle é atravessado pela p1imeita linha de tlansmissão
da Companhia de Catris, Luz e Fôrça do Rio de Janeito e segue por essa linha, até encontrai
o limite com o Disttito Federal

4 Com o Dist1ito Fede1al


Pelos limites estaduais

b) LIMITES DIS'TRIT AIS

1' dist1ito (São João de Me1iti)


Faz limites: com o Distrito Fedeial, pelo 1io Pavuna; com o 2• distrito pelos eixos da
tiavessa Albertina, rnas Siqueüa Campos, Miguel Jaseh, Elua1 Airuda, Lucinda e estrada de
Minas; com o 39 distrito pelo eixo das rnas Maria Gama Bernardino e Dr Emico de Oliveira;
com o município de Duque de Caxias pela antiga linha inte1distrital

2' dist1ito (São Mateur)


Faz limites: com o Distrito Federal pelo rio Pavuna; o 1• distrito pelos eixos da travessa
Albertina, e das rnas Siqueira Campos, Miguel Jaseh, Eluar Arruda, Lucinda e estrada de Minas;
com o 3• distrito pelo eixo da rna Maria Gama; com o município de Nilópolis pela linha de
transmissão da Companhia de Canis, Luz e Fô1ça do Rio de Janeiro

3' dist1ito (Coelho da Rocht1)


Faz limites: com o 1• disttito pelo eixo das 1uas Be10a1dino e Dr Eurico de Oliveira;
com o 2• distrito pelo eixo da rna Ma1ia Gama; com o município de Nilópolis pela linha de
transmissão da Companhia de Cauis, Luz e Fô1ça do Rio de Janeiro; com o município de
Nova Iguaçu pelo canal do Sarapuí; com o município de Duque de Caxias pela antiga linha
interdistrital

L - MUNICíPIO DE SÃO PEDRO DA ALDEIA


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Cabo F1iu


Começa em um ponto situado a trezentos metros e a no10este do cemité1io do Araçá ou
do Goiaba!, no rumo da Conse1 vató1ia dos índios e segue pela linha caracterizada por ma1cos
até um marco existente no Pôrto do Cairo Daí vai pela linha média das águas da lagoa de
Araruama até a ponta da praia ao local conheddo po1 Pedia das Andorinhas, a este de Iguaba
Grande
Interpretação:
Começa em um ponto situado a ttezentos met10s e a noroeste do cemitério do
Aiaçá ou do Goiaba!, no rumo da Conse1vatória dos índios, segue pelo dito
rnmo, em direção sudeste, até alcançar o marco em São Jacinto; daí, defletindo
à diteita e, em outra linha reta, vai atingir o ma1co do Retiro, de onde, ainda
defletindo à direita, segue pelo 1umo da Conservató1ia dos índios até encontrar o
seu marco de extremo, localizado a oeste do povoado de Pôrto do Carro; dêste
marco atinge o ponto fronteiro na linha média das águas da lagoa de Araruama e
p10ssegue po1 esta linha até a ponta da praia conhecida por ponta ou pedra das
Andorinhas, a este de Iguaba Pequena

2 Com o município de A1a111amt1


Começa na ponta da praia, no local conhecido por Pedia das Ando1inhas; segue, em 1eta,
até o alto do mouo do Peró, e, dêste, em outra 1eta, até atingir o pico do morro das Canelas;
dêste último ponto em reta até o morro do Igaiapiapunha Dêste ponto segue, em reta ao
morro da Posse e daí, em linha reta, na direção nordeste até alcançar o local denominado
Encruzilhada da Sapucaia; segue em reta, de direção nordeste, até um ponto no 1umo da Conserva-
tória dos índios, ·situado a trezentos met10s e a no10este do cemitério do Araçá ou de Goiaba!

b) LIMITES DIS'TRITAIS

Entie os dist1itos de São Ped10 da Aldeia e Iguaba Giande.


Começa na ponta da Falinha, na lagoa de Arai uama e em linha reta ao morro do Macedo,
daí a localidade de Pau Ferro, continuando em linha rela, até a Venda do Buraco; e daí pela
estrada de rodagem até encontta1 o moiro dêste nome; e daí em linha reta ao ponto mais alto
do morro Igarapiapunha, divisa com o município de Ararnama ·
-- 270 -

LI - MUNICíPIO DE SÃO SEBASTIÃO DO ALTO

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Cantagalo


Começa na confluência do cónego do Oliveita no 1io Macuco, desce po1 êste até a sua
confluência no 1io Neg10 e po1 êste desce até a confluência do cóuego <la Jaiaraca

2 Com o município de Itaoca1a


Começa na confluência do cóuego da Jatataca no 1io Negto e desce po1 êste até a sua
confluência no 1io Giande

3 Com o município de São Fidélis·


Começa na confluência dos tios Neg10 e Giande e sobe po1 êste último até a confluência
do iio Macapá

4 Com o município de Santa Ma1ia Madalenc1


Começa na confluência dos tios Macapá e Giande e segue po1 êste até a confluência do
iibeilão da Bonança ou de São Fiancisrn

Com o município de T1ajc1110 de Mo1c1is


Começa na confluência do iio Giande e iibeirão da Bonança ou de São Fiancisco e segue
pelo p1imeüo até a confluência do córrego do Sobrado

6 Com o município de Coideiio·


Começa na confluência do cóuego <lo Sobiado, no tio Gian<le, sobe po1 aquêle até a sm
nascente principal; daí em ieta vai à nascente plincipal do cóuego do Oliveita e desce pot
êste até a sua confluência no rio Macuco

b) LIMITES DISTRITAIS

Ent1e or dist1itos de São Sebc1rtião do Alto e Valão do Ba110


Começa na confluência do cóuego dos índios no iio Neg10, sobe pelo ptimei10 até a
confluência do có11ego Águas Fé11eas, e po1 êste até a sua nascente p1incipal; continua daí em
reta até a nascente p1incipal do cÓHego da Babilônia e desce po1 êste até a sua confluência
no rio Grande

LII - MUNICíPIO DE SAPUCAIA

a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o Estc1do de Minas GeJtiir


Pelos limites estaduais

2 Com o município de Cmmo


Começa no iio Paiaíba, em um ponto f10nteito à ilha do Co1tume, sobe o diviso1 do contla-
fo1te fronteito a esta ilha até a seua da Boa Vista; segue pela cumiada desta seua até a nascente
p1incipa!' do cónego Magé; desce êste córrego até a sua confluência no tio Paqueque1 e cbí
po1 êste até a confluência do 1io de São Fiancisco
Jnte1 pretação:
Começa no ponto cential da ilha do Co1tume, no tio Paiaíba em um ponto ab:lixo
da cidade mineita de São José d'Além Paiaíba, sobe pela linha de ve1tentes do
contiafo1te do espigão mais p1óximo até atingi! o ponto de inte1secção <la aludida
linha de ve1tentes com a linha de cumiada da seua da Boa Vista, pela qual continua
até o ponto fronteiro e mais p1óximo da nascente p1incipal do cóuego Magé; daí,
desce pelo g10tão, atinge a dita nascente, continua pelo aludido cóuego abaixo até
a confluência com o iio Paqueque1 e continua po1 êste até a confluência com o
rio de São Francisco
- 271 -

3 Com o município de Sumidou10·


Começa na confluência dos lios São Fiancisw e Paqueque1, e segue pelo diviso1 de águas
dêstes rios até o ma1co divisor dos municípios de Petiópolis, Sumidouro e Teresópolis
Inte1p1etação:
Começa na confluência do iio de São Fiancisco com o rio Paqueque1, sobe pela
linha de veitentes do espigão mais f10nteüo até atingir um ponto na linha de
cumiada do diviso1 que separa as águas do tio de São Francisco das do rio Paque-
quer, denominado se1ra do Rosa e, passando pelos altos da Boa Vista, do Guedes,
do Rosa e dos Caetés, p10ssegue pela dita linha de cumiada até atingi! o alto do
Pião, ponto em que se encontram as linhas de cumiada desta sena e das serras
do Capim e da Água Quente e onde confina êste município com os de Petlópolis,
Sumidomo e Teresópolis

4 Com o município de Pet1ópolis ·


Começa no ma1co da conjunção das quat10 linhas divisótias dos munmp10s acima citados,
vai à nascente do cóuego do Capim, p10ssegue pelo divisor da serra de igual nome até a
nascente principal do tio do Calçado, desce êste lio até a confluência do córrego da Água Fria
ou do Mundo Novo
Interp1 etação:
Começa no alto do Pião, ponto em que confina êste município com os de Sumidomo,
Teresópolis e Petrópolis, onde se encontram as linhas de cumiada das serras do
Rosa, da Água Quente e do Capim, segue pela dita linha desta última até atingir
o ponto fronteito e mais p1óximo da nascente principal do rio Calçado, desce
pelo gtotão, alcança a aludida nascente e continua pelo aludido tio :ibaixo até a
confluência com o cónego da Água F1ia ou Mundo Novo

5 Com o município de T1és Rios·


Começa na confluência do cóirego da Água F1ia ou do Mundo Novo no 1io Calçado,
vai em reta até a nascente ptincipal do cónego Manuel Parente e desce êste córrego até a sua
confluência no tio Paraíba

b) LIMITES DISTRITAIS
Ent1 e os dist1 itos de Sapucaia e Anta·
Começa na foz do cónego Boa Espeiança ou São João, sobe po1 êste até a sua nascente
principal, daí, em reta, até a pedra de São João na serra da Banqueta; segue pela linha de cumiada
desta até a nascente piincipal do cónego Lava-Pés, desce por êste até a sua confluência no
rio Calçado.

2. Ent1e os dist1itos de Sapucaia e Nossa Senho1a da Apmecida:


Começa a montante do cóuego do Fundão e vai até a confluência do cóuego do Seitão,
segue por êste, a montante, até o ponto que medeia entre sua confluência no cóirego do Fundão
e a fazenda do Sertão, dêste ponto segue em reta que passa a serra Morena, attavessa a serra
de Santa Rita, passa pelo morro do Resende e continua pela sena do Capim ou Souza até o
Pião, ponto de convergência dos limites dos quatro municípios de Sapucaia, Petrópolis, Tetesó-
polis e Sumidouto

3 En11e os disl1itos de Nossa Senho1a d<1 Apmecid<1 e Jc1map<11á


Começa na confluência do cóuego do Foites ou das Mangueiias e segue em 1eta qu~
atiavessa o morro da Mangueüa, atinge as faldas de Campo Aleg1e, atravessa o morro da Pedia
de Amolar, passa pela ponte existente na estiada pata o Co1tiço, sôb1e o cótrego das Palmeiias,
em teiras da fazenda do mesmo nome e termina no limite com o município de Sumidouto

LIII - MUNICíPIO DE SAQUAREMA


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Itab01aí


Começa no ponto de encontto das seuas do Espiaiado e Mato Grosso e segue pelo diviso1
de águas do tio Cassetebu e do Oceano Atlântico até um ponto ftonteito e mais p1óximo da
nascente ptincipal do tio Tanguá

2 Com o município de Rio Bonito:


Começa no lugat denominado Tomascar, na seua Redonda, onde te1minam os limites muni-
tipais de ftaboiaí e segue pelo divisor de águas constituído pelas serras Redonda, Tingui,

J
- 272 -

Boqueirão ou de São João, Amar e Querer e Castelhana; prossegue pelo contraforte denominado
Palmital e daí em reta este - oeste, aproximadamente, até o marco existente na convergência
dos limites de Saquarema, Araruama e Rio Bonito.
Interpretação:
Começa no ponto fronteiro e mais próximo da nascente principal do rio Tanguá
ou Tomascar, na linha de cumiada da serra Redonda e segue pela linha idêntica
do divisor que separa as águas que descem para o rio Bacaxá ou do Mato Alto
das que vertem para o Oceano Atlântico, constituído pelas serras Redonda, do
Tingui, parte da serra do Catimbau, serras dos Portelas, da Boa Esperança, do
Boqueirão ou de São João, do Amar e Querer e da Castelhana, até atingir o
ponto de onde desce pela linha de vertentes do contraforte mais direto, até a
respectiva aba e, daí, em linha reta, em direção de este, prossegue até alcançar o
marco na linha ou rumo da Crispina, onde confina êste município com os de Rio
Bonito e .Araruama .

3. Com o munirípio de A.rar11a111a:


Começa no marco situado na convergência dos limites dos municípios de Rio Bonito, Ararua-
ma e Saquarema e segue, em reta, que é prolongamento do rumo da Crispina, até encontrar uma
reta de aproximadamente 8 quilômetros e de orientação 82º sudeste verdadeiro que parte do
pico ocidental do morro de Itatiquara, distante de cêrca de 540 metros de um marco de marinha,
pelo lado de oeste; prossegue por esta última reta até o pico ocidental já referido; dêste ponto,
em reta, de aproximadamente s0 sudoeste até a embocadura do rio dos Leites, na lagoa de
Araruama; daí, continua contornando a mesma lagoa até enrontra.r o marco existente na sua
margem meridional e dêste marco segue em linha reta de orientação 5º30' sudoeste, até o marro
existente na praia de Maçambaba .

4. Com ·o Oceano A.Jlánti<o:


Começa no marco existente na praia de Maçambaba, até a barra da lagoa de Jaconé.

5. Com o m1111irípio de Ma1·i<á:


Começa na barra da lagoa de Jacnné no Oceano AtlBntico e vai em reta até a foz do rio
Grande de Jaconé; sobe por êste até a sua. nascente principal e segue, daí, até um ponto
fronteiro e mais próximo da linha de cumiada da serra de Mato Grosso, pela qual segue até
o ponto de encontro da serra do Espraiado.
Interpretação:
Começa no Oceano Atlântico, no centro da barra da lagoa de Jaconé, segue em
uma linha reta até a embocadura do cio Grande de Jaconé, na dita lagoa, sobe
pelo aludido rio até a sua nascente principal e, galgando pelo respectivo grotão,
continua até atingir o ponto fronteiro e mais próximo na linha de cumiada da
serra de Jaroné; daí, segue por esta linha e prossegue pela linha idêntica da
serra de Mato Grosso até alcançar, no divisor das águas que descem para o rio
Casserebu das que vertem para o Oceano Atlântico, o ponto em que se encontram
as linhas de cumiada desta última serra e da serra do Barba de Ouro ou do
Espraiado.

b) LIMITES DISTRITAIS

1. Entre os distritos de Saquarema e Bar:axá:


Começa na foz do rio dos Leites, na lagoa de Araruama, sobe êste rio até a foz do rio
Bonsucesso; daí, em reta, ao alto do morro da Fazendinha e segue em reta até a ponte ela
rodovia Niterói - Cabo Frio, sôbre o rio Jundiá.

2. Entre os distritos de Saquarema e Sampaio Correia:


Começa na ponte sôbre o rio Jundiá na rodovia Niterói - Cabo Frio; desce pelo mesmo rio
até a sua foz, na lagoa de Saqua.rema; dai, em uma linha reta, contínua até alcançar a emboca-
dura do rio Salgado, na mesma lagoa e, daí, ero reta, norte sul, até o Oceano Atlântico.

3. Entre os dislrilos de Baçaxá e Sampaio Correia:


Começa na ponte sôbre o rio Jundiá, na rodovia Niterói - Cabo Frio; sobe pelo rio Juodiá
até a confluência do valão Xavier ou da Cach<>eira; sobe por êste até a sua nascente principal
na Serrinha e segue, pela cumiada da Serrinha, até os limites com o município de Rio Bonito.
- 273 -

LIV - MUNIClPIO DE SILVA JARDIM


a) LIMITES MUNICIPAIS

Com o município de Cachoeiras de Macacu:


Começa no alto do monte Azul, na serra de Lavrns, segue em reta, até o pico da Morumbeca,
na serra de Santana e continua pelo divisor de·águas desta até a serra da Boa Vista.
Interpretação:
Começa no pico do monte Azul, na linha de curniada da serra das Layras, segue,
em uma linha reta, até atingir o pico da Morumbeca, na linha de cumiada da
serra de Santana e continua por esta até o ponto de intersecção com as linhas
idênticas da serra de São João e da serra dos Órgãos (trecho da Boa Vista).

2. Com o município de Nova Friburgo:


Começa no encontro da linha de curniada da serra de Santana, divisor de águas dos rio,;
Macacu, São João, e ribeirão Santo Antônio com a serra da Boa Vista; segue pela linha de
curniada desta última, e pelo divisor do rio Bonito e rio da Aldeia Velha até um ponto
fronteiro e mais próximo da nascente principal do córrego Novo Destino.

3. Com o município de Casimiro de Abreu:


Começa na nascente principal do rio da Aldeia V eiha, e pór êle desce até a sua confluência
no rio São João.
Interpretação:
Começa na linha de cumiada da serra de Friburgo, no ponto fronteiro e mai5
proxuno da nascente principal do rio da Aldeia Velha, desce pelo grotão, atinge
a dita nascente e rnntinua pelo aludido rio abaixo até a confluência com o rio
de São João.

4. Com o município de Al'mtwma:


Começa na confluência do rio da Aldeia Velha no rio São João, sobe por êste até a lagoa
de Juturnaíba .e segue pela linha média das águas desta lagoa até a embocadura do rio Bacaxá
ou do Mato Alto pelo qual sobe até um ponto fronteiro no rumo da Crispina.

5. Com o município de Rio Bonito:


Começa no rio Bacaxá em um ponto fronteiro ao rumo da Crispina, onde vai ter o limite
do município de Araruama e Rio Bonito; sobe pelo rio Bacaxá até o ponto de onde parte
uma reta que passando por um antigo marco e por um boeiro da Estrada de Ferro Leopoldina
a 800 metros da parada de Santa Teresinha segue por esta reta até alcançar o rio Capivari e
sobe por êste l'Ío até a sua nascente principal no Monte Azul.

b) LIMITES DISTRITAIS

1. Entre os distritos de Silva fat'dim e Gaviões:


Começa no limite com o município de Rio Bonito e segue pela cumiada da serra das
Embaúbas até a estrada do Rio. do Ouro no lugar denominado Descanso; segue pela mesma
estrada até a confluência do ribeirão Crubixais rio rio São João.
Interpretação:
Começa no pico do Monte Azul, na líoha de cumíada da serra das Lavras, pela
qual segue e continua pela linha idêntica da serra das Embaúbas, divisor das
águas do rio de São João das do rio Capivari, até o local denominado Descanso;
daí, continua pela linha de cumiada da serra do Rio do Ouro, divisor das águas
do ribeirão dos Crubixais das do rio Boqueirão, até um ponto determinado por
esta linha no rio São João.

2. Entre os distt'itos de Silva Jardim e Conentezas:


Começa na ·confluência do ribeirão Crubixais no rio São João e desce por êste até a
confluência do ribeirão Maratuã.

3. Entre os distritos de Silva Jardim e Q11artéis:


Começa na confluência do ribeirão Maratuã no rio São João e segue por êste até ;i
confluência do canal da lagoa Juturnaíba.
- 274 -

4. Entre os distritos de Gaviões e Co1'1'entezaJ:


Começa na nascente principal do ribeirão Taquaruçus, segue por êste até a sua confluência
no ribeirão Crubixais e por êste até a sua confluência no rio São João.
Sugestão: *
Começa na linha de cumiadà da serra de Santana no ponto fronteiro e mais
proxuno da nascente principal do rio dos Taquaruçus, desce pelo grotão, atinge
a dita nascente, continua pelo aludido rio abaixo até a confluência do ribeirão
Crubixais.

5. Entre os distritos de Correntezas e Quartéis:


Começa na nascente principal do ribeirão Maratuã e segue por êste até a sua confluência
no rio de São João.

LV - MUNICíPIO DE SUMIDOURO
a) LIMITES MUNICIPAIS
1. Com o município de Sapucaia:
Começa no marco divisor dos municípios de Sumidouro, Teresópolis, Petrópolis e Sapucai.1
e segue pelo divisor de águas dos rios Paquequer e São Francisco até a confluência do rio
Paquequer no de São Francisco.
Interpretação:
Começa no alto do Pião, no ponto em que se encontram as linhas de cumiada das
serras do Capim da Agua Quente e do Rosa, segue pela dita linha desta última
serra e, passando pelos altos dos Caetes, do Rosa, do Guedes e da Boa Vista,
continua até atingir a linha de vertentes do espigão mais direto, pela qual desce
e vai atingir a confluência do rio Paquequer com o rio de São Francisco.

2. Com o município de Carmo:


Começa na confluência do rio São Francisco no Paquequer e segue, em reta, até o início
do divisor de águas dos rios Paquequer e Negro.
Interpretação:
Começa na confluência do rio Paquequer com o rio de São Francisco e segue,
em uma linha reta, até atingir a pedra de São João, ponto inicial do divisor das
águas do rio Negro das do rio Paquequer, na linha de cumiada da serra de Santo
Antônio do Monte.

3. Com o município de Duas Barras:


Começa no ponto de encontro da linha divisória dos mumop10s de Carmo, Duas Barras e
Sumidouro e segue pelo divisor das águas dos rios Negro e Paquequer, até o ponto em que
encontra o divisor de águas do rio Grande e córrego das Três Barras, ponto de convergêncü
das linhas divisórias dos municípios de Duas Barras, Nova Friburgo e Sumidouro.
Interpretação:
Começa na pedra de São João, na linha de cumiada da serra de Santo Antônia
do Monte, ponto inicial do divisor das águas do rio Negro das do rio Paquequer,
segue pela linha idêntica dêste divisor, passando pelos altos do Cemitério, do
Barro Branco, da Soledade, de Santa Clara e da Laje e prossegue pela linha de
cumiada dos altos dos Michéis, até o seu ponto de intersecção com a linha
idêntica da serra do Paquequer.

4. Com o município de Nova Friburgo:


Começa no ponto de encontro do divisor de águas do rio Grande e córrego das Três
Barras com o dos rios Paquequer e Grande, segue pela linha de cumiada da serra de Paquequer,
divisor de águas dos rios Grande e Paquequer, até alcançar o alto que dá para as três vertentes
dos rios Prêto, Grande e Paquequer.
Interpretação:
Começa no ponto de intersecção da linha de cumiada dos altos dos Michéis com
a linha idêntica da serra do Paquequer, ponto êste que separa as águas do rio
Paquequer das do rio Grande e das do rio Negro, e segue, pela dita linha desta
última serra, até atingir o ponto de onde descem as águas para as três vertentes:
do rio Prêto, do rio Paquequer e do rio Grande.
* Sugestão para a redação de um novo texto, em virtude de o atual não oferecer margem para
uma boa interpretação; houve algum descuido na redação, visto como, pela descrição, não se chega
a fechar o perímetro.
- 275 -

5. Com o município de Teresópolis:


Começa na serra do Paquequer, no ponto que dá para as três vertentes dos rios Prêto,
Grande e Paquequer e segue pelo divisor das águas dos rios Prêto e Paquequer, até o marco
divisório dos municípios de Teresópolis, Petrópolis e Sapucaia.
Interpretação:
Começa na linha de cumiada da serra do Paquequer, no ponto de onde descem
as águas para as três vertentes: do rio Prêto, do rio Grande e do rio Paquequer,
segue pela linha idêntica do divisor que separa as águas do rio Prêto das do
Paquequer, passa pelo alto do Vieira e continua, pela linha de cumiada da serra
da Água Quente, até alcançar o alto do Pião, ponto onde se encontram as linhas
de cumiada desta última serra com as linh:is idênticas das serras do Capim e do Rosa.

b) LIMITES DISTRITAIS

Êste município tem apenas um distrito denominado Sumidouro.

· LVI - MUNICíPIO DE TERESóPOLIS

a) LIMITES MUNICJP AIS

1. Com o município de Petrópolis:


Começa no alto da serra dos Órgãos que dá para as três vertentes do mar e dos rios
Piabanha e Paquequer e segue pelo divisor de águas dêstes rios até o marco no local denominado
Ponte Nova; desce o riq Prêto até a confluência do córrego do Capim, segue êste córrego até
a sua nascente princip~l; daí vai ao marco em que convergem as linhas divisórias dos municípios
de Sapucaia, Sumidouro, Petrópolis e Teresópolis.
Interpretação:
Começa no ponto das três vertentes do Piabanha, do Paquequer e do mar, no
morro Açu, na linha de cumiada da serra dos Órgãos e segue pela linha idêntica
da serra do Taquaril, passando pelos picos do Castelito, do Carneiro, da Tapera, do
Cantagalo, e prossegue pela mesma linha até atingir o ponto de intersecção com
a linha de vertentes do espigão mais direto, pela qual desce e vai atingir o rio
Prêto em um marco no local denominado Ponte Nova, desce o rio Prêto até a
confluência com o córrego do Capim, segue êste córrego até a sua nascente principal,
dêste ponto segue pela linha de cumiada da serra do Capim até ao alto do Pião,
ponto onde confina êste município com os de Petrópolis, Sapucaia e Sumidouro.

2. Co111 o mmzicípio de Sumidouro:


Começa no marco de convergência das linhas divisórias dos mumc1p10s de Teresópolis,
Petrópolis, Sapucaia e Sumidouro e segue, pelo divisor de "águas dos rios Prêto e f':1quequer,
até a serra dêste último nome no alto que dá para as três vertentes dos rios Prêto, Paquequer e
Grande.
Interpretação:
Começa no alto do Pi.ão, ponto onde confina êste mumnp10 com os de Petrópolis,
Sapucaia e Sumidouro e para onde convergem as linhas de cumiada das serras do
Capim, do Rosa e da Água Quente, segue pela linha de cumiada desta última
e continua pela linha idêntica do divisor que separa as águas do rio Prêto das
do rio Paquequer, passando pelo alto do Vieira, e prossegue pela mesma linha da
serra de Paquequer até alcançar o ponto das três vertentes: do rio Prêto, do rio
Grande e do rio Paquequer.

3. Com o 111unicípio de Nova Friburgo:


Começa no alto que dá para as três vertentes dos rios Prêto, Paquequer e Grande, e segue
pelo divisor da serra do Paquequer até o divisor da serra dos Órgãos.

4. Com o município de Cachoeiras de Macacu:


Começa no início da serra de Paquequer, na serra dos Órgãos, e segue pelo divisor desta
última até a nascente principal do ribeirão Orindi-Açu.
Interpretação:
Começa no ponto de intersecção da linha de cumiada da serra do Paquequer com
a linha idêntica da serra dos Órgãos, segue por esta e vai atingir, no trecho deno-
minado serra do Subaio, o ponto fronteiro e mais próximo da nascente principal do
ribeirão Orindi-Açu.
- 276 -

5. Com o 111111/icípio de M,1gé:


Começa em um ponto fronteiro e mais próximo da nascente principal do ribeirão Orindi-Açu
e segue pela serra dos Órgãos até o alto que dá para as três vertentes do mar e dos rios!
Piabanha e Paquequer.
Interpretação:
Começa no pon to fronte iro e mais próximo da nascente pri ncipal do ribeirão
Orindi·A<u e continua pe la linha de cumiada da serra dos Órgãos até ;1tingir o
morro Açu , ponto das três vertentes: do rio Paquequer, do rio Pia banha e do mar.

b) LIMITES DISTRITAIS

1. EHtre os distrito.r de Tere.rópolis e Paq11eq11er Peq11e110: \


Começa na confluência dos rios Vargem Grande e Benga las, segue. em reta, até o quilômetro
doze (km 12). da estrada Teresópo lis - Ponte Nova e, da í, em reta de direção 6 1º 1 l' noroeste.
prossegue até encontrar as divisas com o município Je Petrópolis.
Interpretação:
Começa na confluência do rio da Vargem Grande com o rio das Bengalas. segue.
em um'.l linha reta, até atingir um ponto fronteiro ao quilômetro doze (km 12), no
eixo da estrada Teresópolis - Ponte Nova e. daí. em outra linha reta, çom a
orientação de 61°00' noroeste. prossegue até alcançar um ponto na linha de cu miada
da serra do Taquaril no li mi te com o município de Petró po lis.

2. E11tre os distrito.r de Teresópoli.r e Nhu11gw1ç11:


Começa na confluência dos rios Vargem Grande e Bengalas e segue pdo primt:iru até
encontrar a divisa com o município de Cachoeiras de Macacu .

3. E11tre o.r distritos de Pr1q11eq11er Pequeno e Nh1111g11<l('ll:


Começa na confl uência dos rios V argem Grande e Bengalas; segue por êste até a sua
confluência no rio Prêto, e por êste até a confluência do ribeirão Sujo, pelo qual sobe até ;1
sua cabeceira principal; e, daí, seg ue pela estrada Soledade - Arrozal até a d ivisa com o
município de Sumidouro.
Interpretação :
Começa na confluência do rio da Va rgem Grande com o rio Bengalas. segue por
êste a té a confluência com o rio Prêto. continua por êstc :icima até a conflu ênci:1
com o córrego Sujo, pelo qual sobe até a s ua nascente p rincipa l, e. galga ndo o
grotão. vai atingir o ponto fronteiro e mais próximo. na linha de cum iada da
serra da Agua Quente, no limite com o município de Sumido uro.

LVII - MUNIC1PIO DE TRAJANO DE MORAIS

a) LIMITES MUN ICIPAIS

l. Com o 1111111icípir; de Cordeiro:


Começa no rio Grande, em um ponto fronteiro ao divisor das águas do córrego do Soco rro
e de um outro córrego. sem nome. que passa na fazenda de São Lourenço, ponto êste, no local
denominado Santa Rosa. entre o ribeirão São Lourenço e o córrego do Socorro, e. daí, desce
o rio Grande até a confluência do córrego do Sobrado.

2. Com o m1111icípio de São Seba.rtião do Alto:


Começa na confl uência do có rrego do Sob rado no rio Gran<l<:, segue por êste até a wnfluênr ia
do ribeirão da Bonança o u de São Francisco .

3. Com o m1111icpio de 5"111'1 Mmú Madale11a:


Começa na confluência com o rio G rande, do ribeirão ela Bonança ou ele São l'rnncisco.
~o~e por êste até a confluência do córrego de Santana. conti nua por êste até a sua nascentt
p rinci pal. daí em rc'ta ao quilômetro 2 ( km 2) do rama l ferroviário T rajano de Morais - Sant:t
~faria Madalena; daí em outra n'ta até akançar o pon tilhão sôbre o có rrego das Cambotas n:t
cs<r:tda imperial e continua, pOI' ou tra reta, a confl uência do rio Macabu no ribeirãoC1rocan~o.

4. Com o 1111micí/1io de Conceicão de Macrib11:


Começa na confluência do rio Macabu e ribeirão Caromngo, sobe por ês te até a sua nascente
principal, galga o respectivo grotão e vai atingir o ponto fronteiro e mais próximo, na linh a
de cumiada da serra do D eitado.
- 277 -

5. Com o município de Macaé:


Começa na linha Je cumiaJa da serra Jo DeitaJo e prossegue, pelo divisor das água,s dos
nos Macabu e Macaé, até encontrar a serra de Crubixais.

6. Com o município de Nova Friburgo:


Começa no ponto de encontro dos divisores das águas das serras de Crubixais e .Macaé e
segue pelo divisor desta última serra até o ponto de encontro do divisor das águas dos ribeirões
Santo Antônio e São Lourenço.

7. Com o mtmicípio de Bom Jardim:


Começa na serra de Macaé, no ponto de encontro do divisor Je águas dos ribeirões Santo
Antônio e São Lourenço, e segue por êste divisor até o ponto no rio Grande, no local denomi-
nado Santa Rosa em que convergem os limites Jos municípios de Trajano de Morais, Bom Jardim
e Cordeiro.
Interpretação:
Começa na linha de cumiada Ja serra de Macaé, no ponto de onde parte a linha
de vertentes do contraforte que separa as águas do ribeirão de São Lourenço das
do ribeirão de Santo Antônio, pela qual desce e vai atingir, no rio Grande, o
ponto fronteiro à linha de vertentes do espigão que separa as águas do córrego
Jo Socorro Jas Je um outro córrego, sem nome, que passa pela fazenda de São
Lourenço e que deságua no rio Grande, próximo à ponte do Cassiano, diante do
local denominaJo Santa Rosa.

b) LIMITES DISTRITAIS

1. Entre os distritos de Trajano de Morais e Sodrelândic1:


Começa na confluência do córrego das Cambotas no rio Macabu; segue por ê::te até a
confluência do São Joaquim; segue por êste até o km 10 da estrada Trajano de Morais - Sodre·
lãndia, que passa por São Joaquim Velho e, daí, corre pelo divisor de águas do córrego São
Joaquim Velho e do rio Macabu até· encontrar a cachoeira do Marett.

2. Entre os distritos de Trc1ja110 de Morais e Ponte da Grama:


Começa no encontro do divisor de águas do Macabu e São Joaquim Velho com. os dos
córregos São Joaquim e Barreiro, segue por êste último divisor até encontrar o dos rios Macabu
e Grande.
Interpretação:
Começa no rio Macabu, _no ponto onde começa a cachoeira do Marett, e sobe, pela
linha de vertentes Jo contraforte que separa as águas do córrego de São Joaquim
das do córrego dó Barreiro, até atingir o seu ponto de intersecção com a linha de
cumiada do divisor que separa as águas do rio Marnbu das do rio Grande.

3. Entre os distritos de Trajano de Morclis e Visronde de Imbé:


Começa no encontro do divisor de águas dos córregos São Joaquim e Barreiro com o divisor
dos rios Macabu e Grande; segue por êste último divisor até a nascente principal do córrego
das Neves; continua por êste até a confluência no córrego Santo Inácio; daí, prossegue em reta
até a nascente principal do córrego do Retiro e, pelo prolongamento dessa reta, até encontrar
a linha de cumiada ,do contraforte da serra de Imbé.
ln terpretação:
Começa no ponto de intersecção da linha de vertentes do contraforte que separa
as águas do córrego de São Joaquim das do córrego do Barreiro com a linha de
cumiada do divisor que separa as águas do rio Macabu das do rio Grande, segue
pela dita linha até alcançar o ponto fronteiro e mais próximo da nascente principal
do córrego das Neves, desce pelo grotão, atinge a dita nascente e continua pelo
aludido córrego abaixo até a confluência com o córrego de Santo Inácio; daí, em
uma linha reta, vai atingir, na respectiva linha de vertentes, o ponto fronteiro e
mais próximo da nascente principal do córrego do Retiro e, dêste ponto, em outra
linha reta, prossegue até alcançar o ponto fronteiro e mais próximo da nascente
principal do córrego de Santana, no limite com o município de Santa Maria
Madalena.

4. Entre os dishitos de Visconde de l111bé e Poll!e da. Grama:


Começa no ponto que divide as águas dos córregos do Coqueiro, Água Limpa e São
Caetano; segue dêste ponto pelo divisor das águas dos rios Macacu e Grande e segue por êsfe
divisor até encontrar o do córrégo São Joaquim e rio Macabu. com o divisor do referido có!·rego
do ·Barreiro'. · ·'
- 278 -

5. E11tre os distritos de Visconde de lmbé e Doutor Elic1s:


Começa na confluência do córrego do Retiro no rio Grande; sobe pelo mesmo córrego até
a nascente principal; daí ganha a linha de vertentes e vai alcançar a nascente principal do
córrego Rolisco, pelo qual desce até a sua confluência no córrego do óleo. Sobe daí pelo divisor
de águas dos córregos Lírio ou óleo, de um lado, e São Caetano de outro, até o ponto ond·:
;,e dividem as águas dos córregos do Coqueiro, Água Limpa e São Caetano.
Sugestão: *
Começa na confluência do rio Grande com o ribeirão dos Passos e sobe por êste,
até o seu ponto de origem, na confluência do córrego do óleo ou do Lírio com
o córrego de São Caetano; daí, sobe pela linha de vertentes do contraforte que
separa êstes córregos e por êle prossegue até atingir o ponto das três vertentes:
do córrego de São Caetano, do córrego do Coqueiro e do córrego da Agua Limpa,
na linha de cumiada do divisor que separa as águas do rio Grande das do rio
Macabu.

6. Elltre os distritos de Doutor Elic1s e Ponte da Grama:


Começa no ponto comum aos municípios de Bom Jardim, Nova Friburgo e Trajano de
Morais, e segue pelo divisor das águas dos rios Macabu e Grande até um ponto cm que se
dividem as águas dos córregos do Coqueiro, Agua Limpa e São Caetano.

7. Entre os distritos de Sodrelândia e Ponte dei Grama:


Começa na cachoeira do Marett seguindo pelo divisor de águas do córrego da Boa Esperança
e rio Macabu até encontrar a linha de cumiada da serra dos Crubixais.

LVIII - MUNICf PIO DE TR.ES RIOS

a) LIMITES MUNICIPAIS

1. Com o Estc1do de Minas Gerais:


Pelos limites estaduais.

2. Com o município de Sapucaic1:


Começa na confluência, no rio Paraíba, do córrego do Manuel Parmte, sobe por êste até
a sua nascente principal, e daí vai, em reta, até a confluência do córrego da Água Fria ou
Mundo Novo no rio do Calçado.

3. Com u município de Petrópolis:


Começa na confluência, no rio Calçado, do córrego do Mundo Novo ou da Água Fria; sobe
por êste até a sua nascente principal, daí, em reta, atravessando a serra do Tubatão até " nascente
mais oriental do ribeirão Sujo; desce por êste até a sua confluência no rio Prêto; segue por
êste até cachoeiras nêle existente, a três quilômetros, aproximadamente a montante de Areal;
daí continua, em reta, até a ponte da E. F. Leopoldina sôbre o rio Piabanha; daí em direção
ao túnel do Cedro, da Estrada de Ferro Leopoldina; continua pelo espigão divisor do ribeirão
do Cedro e do rio Piabanha até alcançar a linha de cumiada da serra das Cambotas; prossegue
por esta linha até um ponto fronteiro à ponte do Fagundes sôbre o rio do mesmo nome; e
desce, em reta, até esta ponte.
Interpretação:
Começa na confluência do rici Calçado com o córrego do Mundo Novo ou da
Água Fria, wbe por êste até a sua nascente principal, galga o grotão e vai atingir
o ponto fronteiro e mais próximo, na linha de cumiada da serra do Tubatão; daí.
segue pela dita linha de cumiada até alcançar o ponto fronteiro e mais próximo
da nascente mais oriental do córrego Sujo, desce pelo respectivo grotão, atinge a
dita nascente, continua pelo aludido córrego abaixo até a sua confluência com o
rio Prêto e prossegue por êste até alcançar um ponto nas cachoeiras do rio Prêto,
localindo a três quilômetros a montante da vila de Areal; dêste ponto segue, em
uma linha reta, até o centro da ponte da E. F. Leopoldina sôbre o rio Piabanha,

Sugestão para a redação de um novo texto, em virtude de o atual não oferecer margem para
uma boa interpretação; houve algum descuido na redação, visto como, pela descrição, não se chega
a fechar o perímetro.
- 279 -

de onde, sÚbindo pela linha de vertentes do esp1gao _mais prox1mo, atinge a linha
de cumiada da serra das Cambotas, passa sôbre o túnel do Cedro, da mesma Estrada
de Ferro, continua ·pela dita linha de cumiada até alcançar a linha de vertentes
do espigão mais direto, pela qual desce e vai ter no centro da ponte do Fagundes,
sôbre o rio do mesmo nome.

4. Com o município de Paraíba do Sul:


Começa na ponte do Fagundes, sôbre o rio do mesmo nome, desce por êste até a sua
confluência no rio Piabanha; segue por êste até um ponto fronteiro ao marco do. quilômetro
quarenta e nove (km 49) da estrada União e Indústria; dêste ponto em retas sucessivas, vai ao
alto das serras do Monte Alegre, Mato Alegre, e Maria Comprida, daí, em reta, na mesma
direção ao rio Paraíba, vai a um marco de alvenaria de pedra que se denomina marco do Galeão,
em Barão de Angra; continua em retas sucessivas, até o alto das serras do Rio Novo e São
Lourenço, na direção aproximada de sul - norte; segue pela linha de cumiada da serra das
Abóboras até um ponto obtido pelo prolongamento de uma reta que partindo de um marco
colocado a um quilômetro a oeste da capela em Afonso Arinos, na direção norte - sul verdadeiro,
atinge a referida serra, daí segue em reta, já referida, até o rio Prêto, passando pelo marcv
antes mencionado.
Interpretação:
Começa no centro da ponte do Fagundes, sôbre o no do mesmo nome, desce· por
êste até a sua confluência com o rio Piabanha e continua por êste abaixo até o
ponto fronteiro ao marco do quilômetro quarenta e nove (km 49) da estrada
União e Indústria e, em uma linha reta, vai atingir um ponto, na linha de cumiada
da serra do Monte Alegre, localizado a oeste e a três quilômetros do aludido
marco quilométrico; daí, em outra linha reta, segue até alcançar um ponto na linha
de cumiada da serra do Mato Alegre, de onde segue, em outra reta que, passando
pelo alto da Tocaia, na serra da Maria Comprida, vai atingir, no rio Paraíba, o
ponto fronteiro ao marco denominado Galeão, em Barão de Angra; dêste ponto,
passando pelo aludido marco, segue, em uma linha reta, até alcançar o alto
conhecido como serra do Rio Novo e, em outra reta, com a orientação de norte
verdadeiro, cortando a serra de São Lour~nço, prossegue até o seu ponto de
intersecção com a linha de cumiada da serra das Abóboras; daí, acompanha a dita
linha de cumiada, em direção do ocidente, até alcançar um ponto, de onde segue
cm um1 linha reta, que passa pelo marco localizado a um quilômetro e a oeste
da capela Afonso Arinos e prossegue até atingir um ponto no rio Prêto, no limite
com o Estado de Minas Gerais.

b) LIMITES DISTRITAIS

1. Entre os distritos de Três Rios e Serraria:


Começa no alto conhecido como serra do Rio Novo, segue em uma linha reta, até atingir,
no eixo da estrada União e Indústria, um ponto fronteiro ao marco do quilômetro setenta e um
(km 71) dessa -estrada e, por outra linha reta, segue na direção de nordeste até atingir, na
respectiva linha de vertentes, o ponto fronteiro e mais próximo da nascente principal do córrego
denominado Tnvcssão, e, d~í descendo pelo grotão, atinge a dita nascente e continua pelo
aludido córrego abaixo até a sua confluência com o rio Paraibuna, no limite com o Estado
de Minas Gerais. '

2. Entre os distritos de Afonso Arinos e Serraria:


Começa na confluência do córrego Santa Maria com o rio Paraibuna, segue' pelo córrego
acima até sua nascente nos contrafortes da serra das Abóboras, limite entre os municípios de
Três Rios e Paraíba do Sul.

3. Entre os distritos de Três Rios e Bemposta:


Começa na confluência do rio Piabanha no rio Paraíba, segue pelo rio Piabanha até a ponte
Ja estrada União e Indústria e sobe, por esta estrada, até o quilômetro quarenta e nove (km 49).

4. Entre os distritos de Bem posta e Areal:


Começa no quilômetro quarenta e nove (km 49), da estrada União Indústria; segue pelos
-divisores de águas dos rios Paraíba, ao norte, Piabanha e Prêto, .ao sul, até o alto da serra de
Moçambique e daí, em reta, até a confluência do ribeirão Sujo no .rio Prêto.
- 280 -

LIX - MUNICíPIO DE VASSOURAS


a) LIMITES MUNICIPAIS

1. Co111 o 111u11iâpio de Marquês de Valença:


Começa na confluência do córrego Monte Alegre no rio Paraíba e desce por êste até a
confluência do córrego divisor de Marquês de Valença e Rio das Flores e próximo da localidade
de Sebastião de Lacerda (ex-Comércio).
2. Com o 111u11icí/1io de Rio du.r Flore.r:
Começa na confluência do córrego próximo à localidade de Sebastião de Lacerda ( ex-Comér-
cio), no rio Paraíba e segue por êste rio até a ponte da E. F. Central do Brasil.
Interpretação:
Começa na confluência de um córrego que deságua a montante de ribtcirão da
Marambaia e próximo da localidade denominada Sebastião de Lacerda ( ex-Comér-
cio), com o rio Paraíba e desce por êste até atingir o centro da ilhota localizada
entre as duas pontes da E. F. Central do Brasil, a montante do córrego do Retiro.
3. Co111 o 1111micíj1io de PurclÍba do Sul:
Começa na intersecção dos eixos do rio Paraíba e da ponte da E. F. Central do Brasil no
km. 173,738 sôbre o mesmo rio. desce por êste até a confluência do córrego do Lucas próximo
da referida ponte e, em reta, vai à serra do Cavaru; noutra reta, passa pelo marco da SE:rrapilheira
e mi ao marco divisório dos três municípios Paraíba do Sul, Petrópolis e Vassouras.

4. Com o mu1úcípio de Petrópolis:


Começa no marco do Cunha na convergência dos limites dos mu111op10s de Petrópolis,
Vassouras e Paraíba do Sul, segue pelo divisor de águas dos rios Santana e Ubá numa vertente
e o Piabanha noutra até a intersecção com o divisor de águas dos rios de Santana e l'bá.

5. Com o 111u11icí/1io de N01'e1 lg1ü1çu:


Começa na intersecção da linha reta que parte da ponte de ferro da Linha Auxiliar da
Estrada de Ferro Central do Brasil, próxima da estação de Santa Branca, e passa por um
pontilhão da mesma Linha Auxiliar sôbre o rio Santana com o divisor de águas dos rios Santana
e São Pedro, segue por êste divisor até um ponto fronteiro à ponte da E. F. Central do Brasil
sôbre o rio São Pedro; desce em reta até essa ponte; daí, em reta, passando pelo quilômetro
sessenta e cinco (km 65) da Linha Auxiliar até encontrar o rio Santrna, dE:sce por êste até ;i
sua confluência no ribeirão das Lajes.

6. Com o mu11iâpio de ltt1guC1Í:


Começa na confluência do rio Santana no ribeirão das Lajts, sobe por êste até a confluência
do ribeirão dos Macacos e por êste acima até a confluência do seu afluente que desemboca acima
da reprêsa do Engenho da Serra; sobe por êste afluente até a sua nascente principal é" daí até
alcançar a linha de cumiada da serra do Mar.

7. Com o 111mlicí/1io de Mendes:


Começa na linha de cumiada da serra do Mar. no ponto fronteiro e mais prox1mo d:t
nascente principal de um córrego, afluente da margem direita do ribeirão dos Macacos e que
nêle desemboca a montante da reprêsa do Engenho da Serra, segue, pela dita linha de cumiada,
até atingir o suspiro do túnel Grande, da E. F. Central do Brasil. de onde, em uma linha reta.
,·ai atingir, na respectiva linha de vertenteoi, o ponto fronteiro e mais próximo da nascente
principal do córrego dos Pocinhos, desce por êste até a ponte do Rocha.

8. Com o município de Barre1 do Pirt1í:


Começa "'na Ponte do Rocha sôbre o córrego dos Pocinhos, descendo por êste até a sua
confluência com o rio Paraíba e por êste até sua confluência com o córrego Monte Alegre.

9. Com o 111t111icíj1io de Miguel Pereira:


Começa na intersecção da linha do divisor de águas dos nos São Pedro e Santana com a
reta que parte da ponte de ferro da Linha Auxiliar da Estrada de Ferro Central do Brasil,
próxima da estação de Santa Branca e passa por um pontilhão da mesma Linha Auxiliar sôbr<::
o rio Santana; segue por esta reta até a sua intersecção com a estrada Miguel Pereira - Vassouras.
segue, por esta e pela estrada que vai a Miguel Pereira, até a encruzilhada das estradas de Miguel
Pereira E: Retiro e Miguel Pereira - Vargem do Manejo em São José da Rolinha; daí segue e1:1
linha reta até a confluência do córrego das Pedras Ruivas no ribeirão do Saco; sobe por aquêle
até a sua nascente principal no divisor de águas dos rios Santana e Ubá; segue por êsk
divisor de águas até encontrar o divisor de águas dos rios Piabanha e Santana, na divisa com
o município de Petrópolis.
- 281-

b) LIMITES DISTRITAIS

1. Entre os distritos de V assourc/S e Sebastião de Lacerda:


Começa no rio Paraíba, em um ponto fronteiro à linha divisória com o munmp10 de Marquês
de Valença; segue pela estrada até a fazenda de Santana; continua pela estrada da fazenda de
Santa Maria até a fazenda da Boa Esperança na encruzilhada da dita estrada com a que
vai a .Bela Vista e Piedade.

2. Entre os distritos de VC1Ssouras e Fe1"!'eiros:


Começa na encruzilhada da estrada da fazenda de Santa Maria e Boa Esperança com a
de Bela Vista - Piedade; segue pela estrada até encontrar a rodovia Vassouras - Ferreiros,
próximo à fazenda de Castro; continua pela estrada Vassouras - Ferreiros até encontrar il
estrada para Morro Azul e segue por esta até o Alto Sêco.

3. Entre os distritos de Vassouras e Sacra Família do Tinguá:


Começa no Alto Sêco e segue em reta até a nascente principal do ribeirão do Focinho.

4. Entre os distritos de Pati do Alferes e Avelar:


Começa no alto de Indaiá e vai em linha reta, passando por Bueno de Andrade, no
cruzamento da estrada de rodagem com o leito da Linha Auxiliar da Estrada de Ferro Central
do Brasil, até o rio Fagundes, terminando no lugar denominado Cunha.

S. Entré os distritos de Pati do Alféres e Ferreiros:


Começa em São José da Rolinha e segue pela estrada para a Vargem do Manejo e, pela
estrada Secretário - Arcozelo, até encontrar a estrada Alto do Indaiá - Vargem do Manejo.

6. Entre os distritos de Andrade Pinto e Sebastião de Lacerda:


Começa na ponte dos Coelhos na estrada de Massambará; vai por esta até o Alto das
Camélias e daí, em linha reta, que passa pelo centro do túnel do Casal, na Estrada de Ferro
Central do Brasil e termina na margem direita do rio Paraíba.

7. Entre os distritos de Andrnde Pinto e Avelar:


Começa na ponte dos Coelhos, na estrada de Massambará, e segue em linha reta, que
passa pela localidade denominada ~ucupira, até terminar no marco de Figueira, nos limites com
o município de Paraíba, do Sul.

8. Entre os distritos de Fel"feiros e Sacra Família do Tinguá:


Começa na ponte de ferro da Linha Auxiliar da Estrada de Ferro Central do Brasil, prox1ma
à Santa Branca, segue, em reta, até a ponte dos Tabuões, na estrada Ferreiros - Morro Azul e
daí vai em reta até o Alto Sêco.

9. Entre os distritos de Ferreiros e Sebastião de Lacerda:


Começa na encruzilhada da estrada das fazendas de Santa Maria e de Boa Esperança com
a que vai para Bela Vista e Piedade e segue em reta até o Alto do lndaiá.

10. Entre os distritos de Sacra Fmnília do Tinguá e Tairetá:


Começa na nascente principal do rio do Provedor ou de Botais e segue, em reta, passando
pelo lugar Três Porteiras, até encontrar o divisor de águas dos rios São Pedro e Santana, na
divisa com o município de Nova Iguaçu.

11. Entre os distritos de Sacra Família do Tinguá e Engenheiro Paulo de Frontin:


Começa na nascente principal do rio do Provedor ou de Botais; desce por êle até a sua
confluência no ribeirão de Sacra Família e segue daí, em reta, até a nascente principal do
ribeirão do Focinho.

12. Entre os distritos de Engenheiro Paulo de Frontin e Tairetá:


Começa na nascente principal do rio do Provedor ou de Botais; segue pela estrada da
Polícia até o lugar denominado Evaristo Lucas; daí, em reta, à bôca do túnel n. 0 6, da Estrada
de Ferro Central do Brasil e daí em reta à cachoeira do Engenho da Serra, no rio dos Macacos.

13. Entre os distritos de Sebastião de Lacerda e Avelar:


Come~a, ~a pon_t_e dos Coelhos,_ na estràda 'de Massambará, e segue em .linha · 1·eta até o
Alto· do · fndàiá.
- 282 -

LX - MUNICíPIO DE VOLTA REDONDA*


a) LIMITES MCNICIPAIS

1. Com o m1111icí/1ir; de Bc11"J"t1 Man.rc1:


P<:Jo Decreto-lei n.'1 1 056, de 31-12-1943:
Corne<;a na nascente principal do ribeirão do Inferno e segue ern reta até o rnarco existente
na serra do Amparo. Daí. ern retas sucessivas definidas por marcos, até o rio Paraíba; por
êste, até a confluência do ribeirão do Brandão; continua por êste até as divisas corn o município
de Piraí.

Peb Lei n 9 2 43'i. de 5-·Í-1955:


Começa na nascente principal do ribeirão do Inferno e segue em reta até o marco existente
na serra do Amparo. Daí. em retas sucessivas, definidas por marcos. \ai até a margem esquerda
do rio Paraíba, num ponto a 300 (trezentos) metros acima da desembocadura do córrego do
Ano Bom. Nesse ponto atravessa o rio Paraíba. alcan(ando a margern direit<t num ponto que
fica à rnargern esquerda do córrego Ponte Alta, a 600 (seiscentos) metros acima do pontilhão
da Estrada de Ferro Central do Brasil. Dêsse ponto f!de para esquerLb e segue 1•or linhas
retas paralelas ao perímetro urbano descrito em ant'XO ao Decréto-lei n.'1 1 2-42. de 9-10-194-í.
e, dêsse perírnetro equidistante de 300 (trezentos) metros, até alcanc·ar a margem esquerda du
LÓrrego do Brandão. Continua, por êste. até confluência do córrego S<:renon e sobe. por êste a
sua principal nascente. Daí. em reta, alcança a principal nascente do ribeirão Três Poc:os,
também chamado "Brandão", estabelecendo di'"isas com o município de Piraí.

Pelo Decreto-lei n.'' 1 056. de 31-12-1943:


Começa na confluência do ribeirão dos Três Poços, no rio Paraíba; sobe pelo mesmo
ribeirão até o ponto de con\"ergência dos municípios de Volta Redonda, Piraí e !farra Mansa.

P<:Lt L<:i n.'1 2 435. de 5--í-1955:


Park da confluência do ribeirão dos Três Poços. no rio Paraíba; sobe pelo mesmo ribeirão.
até a sua nascente principal; daí cm reta. \"aI à nasc<:nk principal do córrego Serenem. afluenL
da margtcm direita do córrego Brandão.

3. Cu111 u 111111zicí/1ÚJ de Rmd do PirdÍ:


Parte da nascente principal do ribeirão do Inferno. pelo qual desce até a sua confluência
no rio Paraíba, e, por êstc, até a confluênci2 do ribeirão dos Três Poços.

b) LIMITES DISTRITAIS

.Êste município tem apenas um distrito, denominado Volta Redonda.

Foram feitas as descrições dos limites pelo Decreto-lei no 1 056, de 31-12-19·!3, e pela Lei
n9 2 435, de 5-4-1955, em virtude de a sua fixação final <lep':'nder ainda de decisão do Egrégio
Supremo Tribunal Federal.

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