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EQUITY RESEARCH

20/12/2022

TAURUS ARMAS S.A.

TESE DE INVESTIMENTO TASA4

PREÇO ALVO R$ 21,73


Líder em armas leves no mundo; PREÇO (19/12/22) R$ 12,50

Forte atuação nos EUA UPSIDE 74%


VALOR MERCADO R$ 1,57 BI
Potencial de crescimento no mercado VOL. MÉDIO NEG. R$ 11,35 MI
asiático; MÁXIMO 52 SEM. R$ 24,55
Tendência de queda na demanda nos EUA; MÍNIMO 52 SEM. R$ 12,50
Possível aumento do controle sobre as
armas no Brasil.

HEITOR MELO
RESEARCH ANALYST

BRENO SALES
RESEARCH ANALYST

UNICAP BULL MARKET RESEARCH


EQUITY RESEARCH

A COMPANHIA
A Taurus Armas S.A. é uma multinacional brasileira fundada em 1939, com
sede na cidade de São Leopoldo (RS) e com unidade produtiva em
Brainbridge, Geórgia (EUA). A companhia possui capital aberto desde 1982 e
faz parte do Nível 2 de Governança Corporativa da B3 (símbolos de
negociação: TASA 3 e TASA4). A sua controladora é a BYK Participações S.A.
(nova denominação para Tauruspar Participações S.A.), que por sua vez, é
controlada pela CBC AMMO LLC, localizada em Delaware.

A Taurus possui um portfólio amplo de produtos voltados ao armamento e é


especializada na fabricação de armas como revólveres, pistolas,
submetralhadoras, fuzis, carabinas, rifles, espingardas para atender os
mercados militar, policial e civil. Além disso, atua nos segmentos de
Capacetes e Acessórios e M.I.M (“Metal Injection Molding”), uma técnica
conhecida como moldagem por injeção de metal para a fabricação de peças
de aço.

Possui três plantas industriais, sendo uma em São Leopoldo (RS) e uma no
Paraná, além da fábrica na Geórgia, sendo líder mundial na fabricação de
revólveres e uma das maiores produtoras mundiais de pistolas. A companhia
é credenciada como EED - Empresa Estratégica de Defesa, o que a habilita a
fornecer produtos para as Forças Armadas do Brasil, além das suas vendas
para polícias estaduais, federais, civis e militares, assim como para o mercado
civil.

A empresa vende os seus produtos para mais de 100 países e é a quarta


marca de armas que mais vende nos Estados Unidos. Além de distribuí-los
com o nome TAURUS e ROSSI produzidos no Brasil, a unidade de Bainbridge
produz os modelos de pistolas TAURUS e revólveres HERITAGE.

Por esses motivos, com a consolidação da marca, a Taurus já recebeu diversos


prêmios de reconhecimento internacional relacionados ao padrão de
qualidade e inovação dos seus produtos, dados por associações do setor
armamentício e pela mídia especializada, tais como: o “Handgun of the Year”,
premiação mais importante da Indústria de Armas dos Estados Unidos;
Golden Bullseye Awards; Gun of the Year; Editor’s Choice; Manufacturer of the
Year; e Best of the Best.

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HISTÓRICO

Primeiros anos da companhia


A fundação da Taurus ocorreu em um momento de grande tensão pré-
Segunda Guerra Mundial, quando o presidente Getúlio Vargas incentivava a
indústria metalúrgica para que se preparasse com a produção de armas,
explosivos e materiais bélicos, para caso o conflito estourasse. Com tais
incentivos, um grupo de empresários do Rio Grande do Sul se uniu e fundou a
Forjas Taurus em 1939, encomendando os primeiros equipamentos
diretamente da Alemanha. Contudo, com o início da guerra, não foi mais
possível importar as máquinas, fazendo com que a empresa tivesse que
construir os seus próprios equipamentos e máquinas, dando início a sua
operação.

Mais tarde, em 1942, a Taurus já lançava os seus primeiros revólveres e, em


passo de desenvolvimento, no ano de 1949, se tornou uma sociedade
anônima. No ano de 1950 foi construída uma nova fábrica em Porto Alegre
para atender à crescente demanda da época, possuindo suporte para a
fabricação de suas próprias ferramentas.

Taurus em crescimento
Durante a década de 60, com o crescimento da sua capacidade de produção
e a diversificação dos seus produtos, a empresa viu a necessidade de criar
mais uma fábrica, em São Leopoldo (RS).

Em 1970, a Bangor Punta Corporation, que na época era dona da Smith &
Wesson, maior fabricante de armas dos Estados Unidos, adquiriu 51% das
ações da Taurus. A aquisição foi importante para a brasileira pois permitiu
uma forte troca de tecnologia e designs entre ambas as fabricantes. No
mesmo período, a Taurus incorporou a fabricante de ferramentas inglesa
Ifesteel, passando a fabricar ferramentas e acessórios. No ano de 1977, a
empresa foi adquirida pela Polimetal, iniciando seu processo de expansão.

Em 1981, a empresa iniciou suas operações no mercado internacional, com a


inauguração da Taurus International Manufacturing em Miami, sul da Flórida,
para representar e distribuir as armas da Taurus no mercado norte
americano. Em 1982, em seu momento de expansão, abriu o capital na Bolsa
de Valores brasileira. Em 1983, foi criada a empresa Taurus Blindagem,
responsável por fabricar coletes balísticos, capacetes e escudos.

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HISTÓRICO

Primeiros anos da companhia

A fundação da Taurus ocorreu em um momento de grande tensão pré-


Segunda Guerra Mundial, quando o presidente Getúlio Vargas incentivava a
indústria metalúrgica para que se preparasse com a produção de armas,
explosivos e materiais bélicos, para caso o conflito estourasse. Com tais
incentivos, um grupo de empresários do Rio Grande do Sul se uniu e fundou a
Forjas Taurus em 1939, encomendando os primeiros equipamentos
diretamente da Alemanha. Contudo, com o início da guerra, não foi mais
possível importar as máquinas, fazendo com que a empresa tivesse que
construir os seus próprios equipamentos e máquinas, dando início a sua
operação.

Mais tarde, em 1942, a Taurus já lançava os seus primeiros revólveres e, em


passo de desenvolvimento, no ano de 1949, se tornou uma sociedade
anônima. No ano de 1950 foi construída uma nova fábrica em Porto Alegre
para atender à crescente demanda da época, possuindo suporte para a
fabricação de suas próprias ferramentas.

Expansão
Durante a década de 60, com o crescimento da sua capacidade de produção
e a diversificação dos seus produtos, a empresa viu a necessidade de criar
mais uma fábrica, em São Leopoldo (RS).

Em 1970, a Bangor Punta Corporation, que na época era dona da Smith &
Wesson, maior fabricante de armas dos Estados Unidos, adquiriu 51% das
ações da Taurus. A aquisição foi importante para a brasileira pois permitiu
uma forte troca de tecnologia e designs entre ambas as fabricantes. No
mesmo período, a Taurus incorporou a fabricante de ferramentas inglesa
Ifesteel, passando a fabricar ferramentas e acessórios. No ano de 1977, a
empresa foi adquirida pela Polimetal, iniciando seu processo de expansão.

Em 1981, a empresa iniciou suas operações no mercado internacional, com a


inauguração da Taurus International Manufacturing em Miami, sul da Flórida,
para representar e distribuir as armas da Taurus no mercado norte americano.
Em 1982, em seu momento de expansão, abriu o capital na Bolsa de Valores
brasileira. Em 1983, foi criada a empresa Taurus Blindagem, responsável por
fabricar coletes balísticos, capacetes e escudos.

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Com o passar dos anos, a Taurus lançou diversas armas e fez algumas
aquisições, como a compra da produção de armas longas da Rossi, em 2008,
passando a fabricar também rifles, carabinas e espingardas.

Já em 2012, a Taurus comprou a norte-americana Heritage Manufacturing,


também produtora de armas da Flórida, por cerca de US$ 10 milhões,
seguindo a estratégia de crescimento por aquisições e parcerias.

O TURNAROUND
Em 2015, com a aprovação do CADE, a Companhia Brasileira de Cartuchos
(CBC) passou a exercer seus direitos como controladora da Taurus. Nesse
momento, a Taurus recebeu suporte de uma poderosa parceira, além de ter
tido acesso à imensa rede de clientes presentes em mais de 130 países,
atendendo aos mercados militar, policial e comercial.

A empresa é uma das maiores fornecedoras de munição para a OTAN e forças


aliadas no mundo inteiro, contando com mais de 300 anos de experiência na
fabricação de calibres pequenos e médios e mais de 3.500 trabalhadores que
produzem mais de 1,7 bilhão de cartuchos de munição todo ano. Esta
aquisição foi o momento que deu início ao “turnaround” da Taurus e gerou
diversas mudanças positivas à sociedade.

Isso porque, em 2016, a companhia estava passando por momentos negativos


de saúde financeira e carregava uma má fama no que tange à falta de
processos de qualidade, pois fabricava suas peças e armas de forma artesanal,
que inevitavelmente estava suscetível a falhas humanas e uma menor
qualidade, conforme demonstra imagens abaixo:

Fonte: Taurus RI

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Por isso, a Taurus mudou o seu parque fabril, saindo de Porto Alegre/RS para
São Leopoldo, no interior do estado, com o intuito de promover uma robusta
reengenharia interna, investindo fortemente nos processos tecnológicos,
operacionais e administrativos, que auxiliaram a redução de custos e
desperdícios, estabelecendo padrões de qualidade superiores às normas
técnicas exigidas pelo mercado internacional. As fotos colacionadas
evidenciam tal reestruturação promovida pela companhia:

Fonte: Taurus RI

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Em 2018, a dívida bruta da empresa, à época de cerca de R$ 900 milhões, foi


totalmente renegociada e reperfilada, resultando em um impacto positivo de
aproximadamente R$ 120 milhões em encargos no prazo de 5 anos. Além
disso, a fim de colaborar com este processo, a companhia realizou um follow
on para conseguir captar recursos.

Além disso, a empresa passou ter um EBITDA positivo, após 4 anos, chegando
a margens próximas a 16%.

Em 2019, para mudar a percepção da marca perante o mercado, e para


demonstrar que a antiga Taurus já não existia mais, foi alterada a razão social
da Forjas Taurus S.A. - FJTA3 (ON) e FJTA4 (PN) - para a Taurus Armas S.A,
sendo negociada através dos tickers TASA3 (ON) e TASA4 (PN). Além disso, foi
uma estratégia para indicar que ela passou a focar no seu core business, com
a produção e venda de armas.

Fonte: Taurus RI

Também em 2019, a Taurus recebeu um incentivo fiscal de US$ 42 milhões


pelo governo da Geórgia/USA para realizar a mudança da sede da companhia
de Miami para o centro de fabricação com mais de 18 mil metros quadrados
na Geórgia, a fim de conseguir fomentar novos empregos na região. Com isso,
a companhia conseguiu dobrar as capacidades de engenharia e manufatura,
saindo de uma produção de 400 mil unidades por ano em Miami para 800
mil, em Bainbridge.

No ano de 2021, a Taurus inaugurou um complexo industrial novo e moderno


para atuação de fornecedores estratégicos da companhia, na cidade de São
Leopoldo (RS), contando com 12.000 m2. Além disso, foi inaugurada em
Brasília a primeira loja conceito AMTT (Armas, Munições, Tiro e Treinamento),
que tem o objetivo de ser uma loja completa para o cliente, contando com
serviços para aquisição de armas e munições, assistência técnica, e até linhas
de tiro e cursos de qualificação para habilitação de porte e posse de armas.

Ainda em 2021, a companhia reforçou a área de tecnologia com


investimentos em pesquisa e desenvolvimento, e com a criação do Centro
Integrado de Tecnologia e Engenharia Brasil/Estados Unidos (CITE), que traz
mais agilidade no desenvolvimento de produtos com inovação e qualidade.

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No mesmo ano, a Taurus possuía R$ 740,7 milhões de prejuízos acumulados e,


para absorvê-los, realizou uma redução de capital, que diminuiu o prejuízo para
a monta de R$ 333,7 milhões. Finalmente, utilizou parte do lucro de R$ 635
milhões do mesmo ano e conseguiu zerar a conta.

Em 2022, realizou importante passo para conseguir entrar no mercado de


armamentos asiático, por meio da joint venture entre a Taurus e o Jindal Group,
que contempla a pioneira transferência de tecnologia brasileira e atendimento
das demandas do promissor mercado indiano, com a criação de uma fábrica na
Índia. Inclusive, a Taurus já está participando de licitações dentro da Índia, o
que poderá garantir boas vendas de suas armas.

O ano de 2022 também foi marcado pela retomada do pagamento de


proventos aos acionistas, em abril, após quase 10 anos sem distribuir lucros,
distribuindo R$ 194 milhões, ou R$ 1,62 por ação. Além disso, os seus diretores
pretendem iniciar o pagamento de dividendos trimestrais a partir de abril de
2023, após o constituir reservas suficientes para realizar os pagamentos.

GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPOSIÇÃO ACIONÁRIA


A Taurus S.A. está listada na Bolsa de Valores Brasileira (B3) desde o ano de
1982. A companhia possui uma base acionária composta de ações
ordinárias (TASA3 - 36,74%) e ações preferenciais (TASA4 - 63,25%). Além
disso, a companhia faz parte do Nível 2 de Governança Corporativa da B3.

A sua composição acionária é dada da seguinte forma:

Ações Preferenciais Ações Ordinárias


BYK Participações S.A.
5.26% Outros
CBC Brasil Com. Dis. Ltda 16.8%
7.7%

Luiz Barsi Filho CBC Brasil Com. Dis. Ltda


7.5% 3.1%

BYK Partipações S.A.


Outros 80.1%
79.6%

Fonte: Taurus RI

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Além disso, tem como atual CEO Salésio Nuhs, que atua há mais de 30 anos no
mercado de armas e munições e foi Vice-Presidente Comercial e de Relações
Institucionais da CBC, sendo considerado uma referência e possui amplo
conhecimento sobre a operação e os mercados brasileiro e internacional.
Promovido ao cargo de Presidente Global da Taurus em janeiro de 2018, foi um
dos maiores responsáveis pelos novos rumos da companhia, liderando a sua
reestruturação.

Fonte: Site da Taurus Armas

É importante mencionar que a atual governança faz um trabalho bastante


importante para a Taurus, possui um perfil corporativo voltado para o
investimento em tecnologias, otimização de processos e na qualidade dos
produtos. Não é à toa que a companhia conseguiu conquistar um forte renome
mundial há poucos anos, e agora vem conseguindo trazer maior valor agregado
aos seus produtos e, consequentemente, conseguir rentabilizar mais a partir do
aumento dos valores dos produtos vendidos.Grande exemplo disso é a criação
das suas lojas conceito AMTT em Brasília e São Paulo,que além de ser uma
vitrine para os seus clientes, agrega muito valor à entrega final da companhia.

Além disso, existe uma cultura muito forte desta governança em investimentos
em pesquisa e desenvolvimento, em parcerias com renomadas instituições de
ensino e, claro, em novas tecnologias, como o Centro Integrado de Tecnologia e
Engenharia Brasil/Estados Unidos (CITE).

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ANÁLISE SETORIAL

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, a cultura armamentista enraizada nos americanos já se


encontra bastante difundida, bem como a regulação de armas favorável ao uso
faz com que o mercado americano seja o principal consumidor de armas do
mundo, em volume, no segmento civil.

Um importante estudo realizado pela Small Arms Survey realizado em 2018 já


apontava que no ano de 2017 a população civil americana já era a mais armada
do mundo. Isso porque o número de armas existentes em todo o globo era de
cerca de 1 bilhão, enquanto apenas os Estados Unidos possuíam 393,3 milhões
de armas (entre legais e ilegais), sob a posse de civis, sendo o único país no
relatório que possuía mais armas de propriedade de civis do que pessoas, com
cerca de 120,5 armas de fogo por 100 habitantes. Este valor é bastante elevado
quando comparado à segunda colocada, Índia, que com 1,4 bilhão de
habitantes, possuía 71,1 milhões de armas.

Além disso, um indicador relevante para o setor de armamentos é o NICS


(National Instant Background Check System), coletado pelo FBI, que aponta a
intenção de compra de armamento por civis nos Estados Unidos, e verifica se o
comprador que possui a intenção de adquirir está apto para tal.

Conforme demonstra o gráfico abaixo, o indicador demonstra os efeitos


sazonais da temporada de caça e, analisando os anos mais recentes, a partir de
2009 foi apresentado um crescimento em relação aos anos anteriores devido
aos temores de aumento de controle sobre a compra de armamentos durante
o Governo de Barack Obama.

Variação do NICS no acumulado dos 9 meses de 2000 a 2022

20.000

15.000

10.000

5.000

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Em 2016, durante o período eleitoral entre Hillary Clinton e Donald Trump,


houve um pico de volume diante da possibilidade de vencimento da candidata,
que em sua campanha apoiava o controle sobre a venda e porte de armas,
eliminação da proteção legal da indústria, e leis que proibissem a venda para
acusados de violência doméstica. Por isso, os revendedores e distribuidores
aumentaram seus estoques para se prevenir, caso a candidata Democrata fosse
vitoriosa. Contudo, com a eleição de Donald Trump, houve um processo de
normalização da demanda, já que o ex-presidente revisou as proibições
impostas pelo antecessor Barack Obama.

Já nos anos subsequentes, ocorreram os picos nos números coletados no NICS


nos anos de 2020 e 2021, que foram anos fora da curva já que os últimos dois
anos do Governo Biden foi marcado por um aumento da criminalização, e as
pessoas comuns quiseram proteger a si mesmos e a suas famílias.

Volume de vendas da Taurus nos EUA e NICS Ajustado

No ano de 2022 o nível do indicador teve uma redução quando comparado aos
dois anos anteriores, mas ainda se encontra em níveis bem superiores aos dos
anos de 2000 à 2019, demonstrando que a demanda por armas de fogo é
constante e sustentada e a tendência de que o mercado do país encontre uma
maior estabilidade, apresentando ainda assim, boas perspectivas para a Taurus
seguir com uma consistente operação nos EUA.

Apesar de o Adjusted NICS (ajustado pois não leva em consideração a


renovação de uma pessoa já credenciada anteriormente) indicar a tendência
da demanda do mercado e servir como um termômetro do setor de
armamentos, o valor apontado não converte precisamente em aquisições
efetivadas, tendo em vista que as características das leis estaduais variam
bastante de acordo com a regulação de estado para estado.

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Com isso, entendendo que o mercado americano possui uma flexibilidade


superior a de outros países no quesito de portes, comércio e posse de armas, os
Estados Unidos são o maior mercado consumidor mundial desse segmento.
Não é à toa que a Taurus consegue aproveitar este mercado potencial,
possuindo uma unidade fabril em Bainbridge, Georgia, construída a partir de
incentivos concedidos pelo estado, contando com capacidade de produção de
800 mil armas/ano.

Por isso, a produção nos Estados Unidos é quase que inteiramente voltada para
o atendimento do mercado local, enquanto a fábrica de São Leopoldo atende
ao mercado brasileiro e aos demais países.

Ainda assim, é importante lembrar que nem todos são pró-armas, tendo em
vista que massacres são comuns e assolam os americanos, o que faz com que
cresça o ativismo pró controle de armas, que podem alterar a regulação e
impor restrições sobre a compra, posse e porte de armas e gerar um certo risco
para as vendas e produção da Taurus.

Brasil
No mercado brasileiro, a Taurus produz e comercializa armas de fogo para
órgãos de segurança pública e para civis, sendo credenciada como EED
(Empresa Estratégica de Defesa) e, assim como na venda para civis, a regulação
brasileira sobre o mercado de armamentos é o principal fator de atuação da
companhia.

A legislação brasileira que dispõe acerca do comércio, da posse e do porte de


armas de fogo é uma das mais restritivas do mundo, a partir da criação do
Sinarm (Sistema Nacional de Armas), em 19997, e do Estatuto do
Desarmamento de 2003, que restringiu o porte de armas ao cidadão comum e
tipificou a conduta como crime inafiançável.

Durante os anos consequentes, ocorreram algumas tentativas para ampliação


dessas normas, como o PL 3.722/2012, o Estatuto de Controle de Armas de Fogo,
com o objetivo de garantir uma maior concessão do porte de armas, no tempo
de registro, na idade mínima e no limite de compra de munições.

Em 2016, o Decreto 8.935 do presidente Michel Temer prolongou de 3 para 5


anos a validade do Certificado de Registro de armas de fogo e alongamento
também do teste de aptidão.

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Nos últimos 4 anos, durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, que


defende a utilização de armas de fogo por pessoas físicas e entrou no poder
com a promessa de facilitar o acesso pelas mesmas, o número de pessoas com
registro de armas de fogo no Brasil cresceu 474% e a Taurus surfou essa onda
de crescimento exagerado.

Anteriormente a este governo, eram permitidos para civis os calibres com


potência máxima de 400 joules. Em portaria publicada no Diário Oficial da
União em 15 de agosto de 2019, para adequação do decreto presidencial 9.846
de 25 de junho, foi permitido que os cidadãos que cumprissem as etapas
adquirissem arma com potência máxima de 1.620 joules.

Ademais, a Câmara aprovou também a posse de arma em toda a extensão da


propriedade rural, já que antes apenas a sede era considerada como residência,
impedindo o porte nas demais localidades da propriedade rural.

Com isso, as mudanças governamentais do governo pró-armas impactou


positivamente as vendas internas da Taurus, conforme demonstra o gráfico
abaixo:

Volume de vendas da Taurus no Brasil x N° de novos registros de armas à Polícia


Federal por ano (em milhares)

Fonte: Taurus RI

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Outro dado importante é que ao final do ano de 2017 cerca de 13,5% da receita
líquida de armas da companhia era proveniente do mercado interno(Brasil), já
ao final do 3T22 esse número chegou a 34,3%.

Com a volta do PT (Partido dos Trabalhadores) ao poder em 2023, o número de


registros deve ter uma maior estabilidade, visto que durante os anos que esteve
no poder e também durante a campanha eleitoral, o presidente eleito Lula
sempre demonstrou opiniões contrárias ao acesso “facilitado” à armas de fogo.

Para o cenário de 2023, com a eleição do candidato Luís Inácio Lula da Silva,
certamente haverá um ambiente de questionamento e de controle sobre o
comércio e a utilização de armas, o que trará uma maior estabilidade aos
números da companhia.

Além disso, o mercado se prepara para uma desaceleração econômica,


decorrente da diminuição da demanda interna decorrente das medidas anti-
inflacionárias. Apesar disso, com base nos governos anteriores, este partido não
tem o costume de governar por meio de decretos, e o legislativo, que possui
composição majoritária dos políticos alinhados com a direita conservadora,
favorece a Taurus pois indica que será mais difícil para o Executivo agir
buscando a aprovação de pautas restritivas do segmento de armas.

Apesar deste fato se caracterizar um risco eminente para Taurus, é importante


ratificar que a companhia possui uma estratégia de vendas com foco na
diversificação geográfica das suas fábricas e vendas, que se concentram no
mercado americano, mas se espalham por todo o mundo. Não é à toa que a
venda de armas e acessórios no Brasil corresponde a cerca de 30% da sua
receita, o que demonstra que a maior parte da receita não está sob a
regulamentação do mercado brasileiro.

Além disso, importa mencionar que a Taurus atua em atividade legal, sendo a
maior exportadora e líder na venda de armas do Brasil, o que colabora com a
balança comercial brasileira, gera mais de 6 mil empregos diretos e 60 mil
indiretos e recolhe aproximadamente R$ 1,2 bilhão de impostos por ano, além
de que desenvolve tecnologia nacional de ponta e exporta para o mundo.

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Apesar deste fato se caracterizar um risco eminente para Taurus, é importante


ratificar que a companhia possui uma estratégia de vendas com foco na
diversificação geográfica das suas fábricas e vendas, que se concentram no
mercado americano, mas se espalham por todo o mundo. Não é à toa que a
venda de armas e acessórios no Brasil corresponde a cerca de 30% da sua
receita, o que demonstra que a maior parte da receita não está sob a
regulamentação do mercado brasileiro.

Além disso, importa mencionar que a Taurus atua em atividade legal, sendo a
maior exportadora e líder na venda de armas do Brasil, o que colabora com a
balança comercial brasileira, gera mais de 6 mil empregos diretos e 60 mil
indiretos e recolhe aproximadamente R$ 1,2 bilhão de impostos por ano, além
de que desenvolve tecnologia nacional de ponta e exporta para o mundo.

MODELO DE NEGÓCIO E PRODUTOS

A Taurus atua em 3 principais segmentos de onde é proveniente a receita da


companhia, sendo eles o segmento de Armas e acessórios, Capacetes e M.I.M
(Metal Injection Molding ou Peças de Metal Injetado no português).

Atualmente o principal mercado de oferta da empresa é o dos Estados Unidos,


que é responsável por aproximadamente 64,4% da receita líquida no ano de
2022, onde também a Taurus é líder absoluta no mercado de revólveres. Após
os EUA aparece o Brasil, representando cerca de 30,4% da receita líquida da
companhia no ano, e os outros 5,2% são distribuídos por diversos países de
diferentes continentes.

Outros
5.2%

Brasil
30.4%

EUA
64.4%

Fonte: Taurus RI

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Apesar do desinvestimento em algumas operações para focar num mix de


vendas de armas de maior valor agregado, a Taurus possui um portfólio
interessante deste segmento, que conta com a fabricação e venda de pistolas,
revólveres, armas táticas e armas longas por meio das marcas: Taurus, Rossi e
Heritage.

Por ser o core business da companhia, são os produtos que mais geram receita
à Taurus, contando com cerca de 95,4% da Receita Total no 3T22 (R$ 1.942,1
milhões), conseguindo um leve aumento de 1,1% quando comparado ao 9M21,
apesar de o volume de vendas ter recuado. Tal crescimento se deu
principalmente pelo aumento do ticket médio da empresa, pelo aumento dos
preços de seus produtos de 15,4% comparando o 3T22 com o realizado em
2021, já que a Taurus conseguiu estabelecer um mix de vendas de armas de
maior valor agregado.

Capacetes M.I.M
4% 0,6%
Receita Líquida Consolidada(R$ Milhões)
2.000

1.500

Receita Total 9M22


1.000
R$ 1.942,1 milhões

500

0
9M21 9M22
Armas e Acessórios
95.4%
Fonte: Taurus RI

Além disso, conta com a produção de peças metal-injetadas fabricadas a partir


da tecnologia (Metal Injection Molding) M.I.M. para produzir componentes de
armas, sendo o uso do MIM no processo de fabricação um diferencial para os
produtos da Taurus pelo nível de precisão conferido pela tecnologia por um
custo vantajoso.

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FATORES DE CRESCIMENTO

Estados Unidos

No ano de 2022 apenas os Estados Unidos foi responsável por cerca de 64,4%
da receita líquida da companhia nos primeiros três trimestres do ano. O país
conta ainda com uma unidade fabril da Taurus localizada em Bainbridge, no
estado da Geórgia, que é responsável por produzir principalmente pistolas e
revólveres(armas leves) e visa atender a demanda dos EUA e também de outros
países.

O mercado dos EUA apesar de ser gigante quando comparado a outros países,
ainda demonstra que há perspectivas de crescimento para o setor no país. O
NICS (National Instant Criminal Background System) acumulado dos três
primeiros trimestres de 2022 soma 11,9 milhões de consultas.

Como mencionado anteriormente, este número mostra como o mercado de


armas nos EUA tem crescido nos últimos anos, visto que os 9M22 é 66,5% maior
do que a média registrada no mesmo período dos anos de 2000 a 2020,
superando o 9M19 (ano antes do início da pandemia) em 29,3%, o número,
porém, é menor que os dados registrados nos 9M20 e 9M21, anos que a procura
por armas cresceu em níveis extraordinários, principalmente por conta da
pandemia do covid-19 e também por conta das tensões políticas que tomaram
conta do país.

Joint Venture na Índia

Outro fator importante que demonstra o potencial de crescimento da Taurus é


a planta fabril localizada na cidade de Hisar, na Índia, que está em processo de
conclusão e é fruto de uma Joint Venture com o Jindal Group(maior fabricante
de aço na Índia).

Com a conclusão da fábrica, a Taurus planeja entrar de vez no mercado da


Índia, principalmente o de defesa e segurança pública do país, mas também o
mercado civil, com a produção de pistolas e revólveres de calibres permitidos
no país.

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É importante ressaltar que recentemente, foi publicado um edital pelo


Ministério de Defesa da Índia para a aquisição de mais de 420 mil fuzis, sendo
a maior licitação para fuzis realizada no mundo nos últimos anos. A Taurus
tem a intenção de participar de tal licitação, tanto que já enviou o
RFI(Request for information) com todos os dados solicitados. Estão sendo
mapeadas, ainda, futuras licitações que devem ser publicadas em breve,
como por exemplo a de 140 mil submetralhadoras, e outra de 120 mil
unidades de armas diversas(pistolas, submetralhadoras e fuzis) que visam
suprir as forças policiais estaduais e paramilitares.

Investimentos

A Taurus possui ainda uma forte linha de investimentos, com o intuito de


tornar a o processo de produção e toda a operação da empresa mais
moderna e eficiente.

No ano de 2021 a companhia realizou o investimento total de R$181 milhões,


sendo R$113 milhões destinados apenas para máquinas e equipamentos. O
ano de 2022 tende fechar com um montante de investimentos ainda maior,
visto que nos 9M22 foram realizados investimentos no total de R$149
milhões, sendo R$103 milhões para máquinas e equipamentos.

Ainda, uma parcela significativa desses investimentos são destinados a P&D,


visto que a Taurus está sempre desenvolvendo e lançando novos produtos
para preencher seu portfólio. A empresa conta com o CITE(Centro Integrado
de Tecnologia e Engenharia Brasil/EUA), que conta com cerca de 250
engenheiros que desenvolvem e apresentam armas com novas tecnologias,
materiais inovadores e processos mais eficientes de produção, visando
aumentar e otimizar a gama de produtos que compõem as marcas da
companhia.

Além disso, a Taurus tem parceria firmada com dois renomados fornecedores
de armas dos Estados Unidos, disponibilizando para o mercado brasileiro as
famosas plataformas AR e AK, ambas em 9mm.

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VANTAGENS COMPETITIVAS

Uma das principais vantagens competitivas da Taurus frente ao mercado, é o


fato da companhia brasileira ser a maior produtora de armas leves(pistolas e
revólveres) do mundo. Essas armas representam o maior volume de vendas de
armas de fogo tanto no mercado civil, quanto para forças governamentais.

No mercado dos Estados Unidos, a empresa é líder em vendas de revólveres,


alcançando no ano de 2021 cerca de 60% do share do país. A companhia vem
investindo fortemente neste segmento, almejando dominá-lo ainda mais, tanto
que no terceiro trimestre de 2022 os revólveres representaram 25% do volume
total de armas produzidas pela companhia, sendo cinco pontos percentuais
maior que no segundo trimestre.

É ainda válido mencionar que o processo de produção de um revólver


demanda mais horas/homem do que o de uma pistola, então essa maior
participação de revólveres no mix de produtos representou uma queda de
38,8% no volume total produzido comparando o 3T22 e o 2T22. Em
compensação, os revólveres tem um maior valor médio que as pistolas, o que
justifica um aumento na receita líquida de 2,3% entre os dois trimestres,
mesmo tendo um menor volume produzido.

A Taurus é responsável também pela produção da arma mais vendida do


mundo, tratando-se da pistola Taurus série G2 calibre 9mm.

Um ponto bem importante de ser ressaltado é o fato da Taurus conseguir ter


um menor custo de produção quando comparado às suas principais
concorrentes, fazendo com que a companhia tenha uma maior escalabilidade
em seus preços, que por sua vez são bastante competitivos.

Esse menor custo de produção é fruto principalmente do fato da empresa ter


um menor custo de mão de obra que suas principais concorrentes. Isso porque
a Taurus possui maior parte da sua produção no Brasil, país que apresenta mão
de obra mais barata quando comparado com países como EUA e Áustria, onde
estão instaladas algumas das concorrentes da empresa.

No gráfico a seguir é possível analisar que no ano de 2021 a Taurus apresentou


um preço médio menor do que duas de suas principais concorrentes na
modalidade de armas leves e curtas.

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Ticket Médio em 2021

Taurus* 247

Ruger 340

S&W 390

0 100 200 300 400

* Desconsiderando vendas da Heritage


Fonte: Taurus RI

MERCADO E CONCORRÊNCIA

A Taurus é atualmente a quarta marca de armas de fogo mais vendida dos


Estados Unidos e a primeira mais importada no país. Dentre as principais
concorrentes da companhia é possível destacar duas principais fabricantes, a
Ruger e a Smith & Wesson, ambas americanas.


P/L P/VP M/Líquida ROE


2,86 1,60 21,93% 55,91%


9,96 2,69 17,49% 26,98%


3,67 1,23 17,94% 33,64%

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Na tabela acima é possível perceber que no geral, a Taurus possui indicadores


da bolsa de valores melhores que duas das suas principais concorrentes, mas é
importante salientar alguns pontos:

A empresa possui margens, tanto líquida, quanto bruta melhores que a


média geral do setor, e isso se dá por conta principalmente dos menores
custos de produção citado anteriormente.

Quanto ao ROE, pode-se perceber que este indicador encontra-se em um


patamar bem mais alto que o das concorrentes, alcançando o número de
55,91%. Porém, é importante dizer que esse indicador está de certa forma
"distorcido", pois nos últimos anos a companhia vem abatendo os prejuízos
acumulados de exercícios anteriores, então a estrutura do patrimônio
líquido é afetada, o que acarreta em um ROE maior que não é fiel à
realidade.

ENDIVIDAMENTO

Desde que passou pelo processo de reestruturação, a Taurus foca também na


diminuição e controle de sua dívida. A dívida líquida da empresa ao final do
terceiro trimestre do ano de 2022 foi de 218,4 milhões de reais, representando
uma diminuição de 67,2% quando comparado ao mesmo período do ano
anterior.

Dívida Líquida
750

500

250

0
9M21 9M22

Fonte: Taurus RI

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A relação Dívida/EBITDA da companhia atualmente encontra-se no patamar de


0,26. Este indicador vem sofrendo grandes reduções ao longo dos últimos
resultados, principalmente por conta das reduções da dívida por parte da
companhia, e também mostra o ganho de força operacional da empresa. No
gráfico abaixo é possível observar a evolução do indicador nos últimos anos

Dívida Líquida/EBITDA
10

7,5

2,5

0
2018 2019 2020 2021 2022

Fonte: Taurus RI

Já o ICJ(Índice de Cobertura de Juros), que tem por objetivo medir a


capacidade que a empresa tem de pagar os serviços da dívida(juros) com a
geração de caixa operacional, encontra-se em 1,46, apresentando uma leve
melhora quando comparado aos 9M21. O resultado do índice mostra que a
Taurus, mesmo que ligeiramente, vem melhorando o índice, para operar com
ainda mais folga com relação aos juros de suas dívidas.

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ANÁLISE DA DRE

Receita Líquida

Comparando o acumulado dos nove primeiros meses de 2022 com o mesmo


período do ano anterior, pode-se observar que a receita líquida da Taurus teve
uma leve variação positiva de 1,1%, totalizando R$1.942,1 milhões de reais no ano
atual.

Como visto anteriormente, a receita da Taurus é provinda majoritariamente da


venda de armas e acessórios. Essa categoria teve um aumento de 1,9%
considerando o acumulado do 9M22 com o exercício de 2021, sendo resultado
da alta do mercado brasileiro(36,6%), acompanhada também do resto do
mundo(5,9%).

Em contrapartida, a receita líquida proveniente dos segmentos de capacetes e


M.I.M apresentaram redução de 12,3% e 15,4% respectivamente, porém, as duas
categorias representam apenas 4,6% da receita total da companhia, fazendo
com que a alta de armas e acessórios se sobressaísse.

Receita Líquida(R$ MIL)


2.000 1920,1 1942,1

1.500

1212,9

1.000

727,3

500

0
9M19 9M20 9M21 9M222

Fonte: Taurus RI

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Despesas e Receitas Operacionais


Um destaque negativo para a Taurus no acumulado do período do 9M22 foi a
linha de Despesas/Receitas Operacionais na DRE. No acumulado de 2021 a
conta foi de R$248.373 milhões negativos, já em 2022 o resultado foi de
R$321.527 milhões também negativos, representando uma alta de 29,4%.

As principais contas que afetaram negativamente a linha foram as despesas


gerais e administrativas que tiveram um aumento de 5,1% em comparação com
o ano de 2021, principalmente por conta do aumento da inflação no Brasil,
além da intensificação na contratação de consultorias. Além disso, as despesas
com vendas sofreram uma alta ainda maior, de 13,4%, esse aumento é
justificado porque no primeiro trimestre de 2022 a companhia reforçou o time
de vendas e também de marketing, além da participação em eventos do setor e
da troca da agência de propaganda.

EBITA

O EBITDA da companhia apresentou uma redução de 9,6% na comparação


entre o período de 9M22 com 9M21. A redução se dá principalmente por conta
da alta nas despesas operacionais citadas no último tópico.

DESEMPENHO OPERACIONAL

Somando as unidades industriais localizadas nos Estados Unidos e no Brasil, a


Taurus alcançou no acumulado dos primeiros nove meses de 2022 um volume
de produção de aproximadamente 1,5 milhões de unidades. Quando
comparado com o mesmo período do ano de 2021, o resultado apresenta uma
redução de 10,9%, que é justificada quando se olha principalmente o cenário
do mercado no Brasil e principalmente nos EUA, onde a Taurus precisou
atender uma demanda recorde que surgiu no país, resultando também num
volume de produção recorde.

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É possível observar no gráfico abaixo a evolução da produção com base nos


primeiros nove meses de cada ano.

Produção de armas (mil unidades)


2.000

1.695
1.510
1.500

1.000

500

0
9M21 9M22

Fonte: Taurus RI

Com relação à produção média por dia, a Taurus também teve uma redução,
saindo de 9,3 mil unidades por dia para cerca de 8 mil quando comparado os
nove primeiros meses de 2021 e 2022. Essa redução se dá por conta da
estratégia de otimização no mix de produtos, focando em produtos com maior
valor agregado, mas que demandam mais tempo para serem produzidos, e
principalmente por conta da redução na demanda.

Produção média por dia (mil unidades)


10
9,3

8,0
7,5

6,4

2,5

0
2020 2021 9M22

Fonte: Taurus RI

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As vendas do acumulado anual em 2022 seguem o mesmo padrão da


produção da Taurus. No terceiro trimestre de 2022 a Taurus vendeu cerca de
474 mil armas, totalizando 1,5 milhão de unidades nos 9M22. O principal
destino dessas vendas foi os Estados Unidos, que absorveu cerca de 76,1% do
total do período. Com a já esperada redução na demanda por parte dos
americanos, o volume total de vendas da Taurus no país nos primeiros nove
meses de 2022 apresentou uma redução de 14,6% quando comparado ao
mesmo período do ano anterior. Já no Brasil, houve um aumento de 9,1%
quando comparado o volume de vendas do período 9M22 com 9M21.

Volume de vendas - armas(mil unidades)


2.000

1.735

1.500
1.481

9M22 X 9M21
1.000

Brasil: +9,1%
EUA: -19,6%
Outros países: -2,5%
500

0
9M21 9M22

Fonte: Taurus RI

VALUATION

Realizando o valuation através do método de fluxo de caixa descontado,


chegamos ao valor justo por ação de R$21,73, representando um upside de
aproximadamente 73,85% com relação ao preço atual de R$12,50.

Para chegar nesse valor, utilizamos como base o volume de produção anual
para 2026 de cerca de 12.000 unidades, com crescimento gradativo para
projetar a receita.

Chegamos ainda a uma taxa de desconto(WACC) de 13,30%.

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