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Capítulo 4

Profibus
Introdução
✓ A rede Profibus foi inicialmente desenvolvida no final da década de 80 por um pool de
empresas alemãs capitaneadas pela Siemens, porém também contando com o apoio de
institutos de pesquisas e do governo alemão.
✓ Em 1996 a rede foi padronizada e recebeu o nome EN50170, Volume 2.

EN 50170
IEC 61358-3
Características Principais
✓ Protocolo de controle múltiplo e de acesso híbrido ao barramento.
✓ Troca de dados básicos cíclicos.
✓ Lógica de ciclo fixa e permanente.
✓ Troca de parâmetros estendidos por meio de mensagens acíclicas.
✓ Possibilidade de leitura de diagnósticos padrão e estendido.
✓ Uma rede maior e mais rápida, para a época de lançamento.
Tipos de Estações
✓ Mestres ou estações ativas.
✓ Controlam o barramento por um período limitado de tempo.
✓ Mestre classe 1: CLP, Controladores, alguns SCADA.
✓ Mestre classe 2: Ferramentas de engenharia e analisadores de rede.

✓ Escravos ou estações passivas.


✓ Só respondem a pedidos do mestre.
✓ Nunca controlam o barramento
✓ Entradas e saídas remotas, transmissores, sensores, atuadores, válvulas, drivers, etc.
Lógica Permanente e Fixa
Características Principais – Especificações

Característica Especificação
Tipo de Protocolo Mestre – Escravo
Tipo de Acesso Varredura Cíclica
Tempo de Atualização Variável, porém fixo (Confuso né??)
Meio Físico RS 485 ou FO (DP) e MBP (PA)
Número Máximo de Escravos 125 (Considerando Sistema MonoMestre)
Número de Entradas / Saídas 1952 Sensores e Atuadores, por Escravo
Campo de Dados 244 bytes
Tamanho Máximo do Barramento Varia com a Taxa (100 m à 1 km)
Alimentação de Dispositivos 24 Volts, separado da comunicação
Taxa de Comunicação 9,6 kbps à 12 Mbps
Versões do Profibus
✓ O Profibus possui três versões:
✓ Versão 0 (DP-V0) – Define funções básicas
✓ Troca de dados básicos cíclicos
✓ Configuração e Parametrização de dispositivos
✓ Diagnósticos padrão
✓ Versão 1 (DP-V1) – Definem funções estendidas
✓ Telegramas acíclicos de leitura e escrita (on demand)
✓ Parametrização e Configuração estendida
✓ Alarmes normalizados por tipo de escravo
✓ Versão 2 (DP-V2) – Alta velocidade (Não utilizado)
✓ Comunicação Escravo – Escravo
✓ Transferência de arquivos
✓ Redundância padronizada
✓ Modo isócrono com tempo de ciclo constante e sincronização
Tipos de Profibus
✓ O Profibus possui três tipos:

✓ Profibus FMS

✓ Profibus DP

✓ Profibus PA
Tipos de Profibus
✓ Profibus DP
✓ A comunicação é permanente e cíclica
✓ Os dados que serão transmitidos são especificados durante a configuração.
✓ É permitido até 244 bytes de dados de entrada e saída por estação.
✓ Possui taxas de transmissão que podem chegar a 12 Mbps.
✓ Todos os escravos possuem a mesma prioridade para troca de dados.
Tipos de Profibus
✓ Profibus PA
✓ Utiliza uma técnica para a alimentação ser transmitida pelo barramento (Manchester).
✓ Projetado para substituir o padrão 4 a 20 mA.
✓ Utiliza o DP-V0 para comunicação cíclica de dados de processo.
✓ Utiliza o DP-V1 para acesso acíclico de parâmetros dos dispositivos.
✓ Apropriado para aplicações de áreas classificadas.
✓ Os segmentos podem atingir até 1900 m.
Camadas Profibus
Camadas Profibus
✓ A camada FDL (2) é idêntica para as três versões do Profibus, desse modo, os
dispositivos DP e PA podem coexistir na mesma rede, utilizando o mesmo
telegrama.

✓ Na camada Física (1):


✓ O perfil DP utiliza o meio físico RS-485 ou fibra óptica
✓ O perfil PA utiliza o meio físico MBP
Camadas Profibus
✓ RS-485:
✓ Simples, robusto e de alta velocidade de comunicação.
✓ Dois fios de transmissão balanceada de dados em par trançado blindado.
✓ Permite que até 32 estações possam ser conectadas juntas em um único barramento (segmento).

✓ Fibra óptica:
✓ Cabo ótico de fibra plástica ou de fibra de vidro.
✓ Pode ser utilizado para transmissões em alta velocidade, livre de interferência elétrica e com
isolamento elétrico.

✓ MBP:
✓ Transmissão em par trançado blindado que suporta até 32 estações por segmento.
✓ Alimentação e dados no mesmo cabo.
✓ Certificação de segurança intrínseca muito simples de implementar.
Segmentação de Redes Profibus
✓ O Profibus permite que até 126 dispositivos sejam conectados em uma mesma rede.
✓ Porém, os meios físicos RS-485 e MBP permitem até 32 dispositivos por segmento.
✓ Segmentos são formados usando links de fibra óptica, acopladores ou repetidores.
Segmentação de Redes Profibus
✓ Cada segmento RS-485 é projetado como um barramento linear e sem ramificações (“daisy
chain”).
✓ Segmentos MBP podem ser projetados de forma mais flexível com caixas de junção para a
criação de ramificações.

Máximo de 32
Toda a rede deve conter 126
dispositivos por
segmento! dispositivos no total!
Endereçamento
✓ Cada dispositivo Profibus possui um endereço.
✓ Esse endereço é definido pelo planejador da rede.
✓ Os endereços podem ser definidos por algumas maneiras:
✓ Chave local no dispositivo;
✓ Software de rede (Mestre Classe 2, por exemplo);
✓ Software especial do fabricante ou ferramenta Hand-held.
Endereçamento
✓ Existem 128 endereços disponíveis, com intervalo de 0 a 127. No entanto, alguns
endereços são reservados.
✓ O endereço 127 é reservado para mensagens de broadcast.
✓ O endereço 126 é reservado para dispositivos novos serem endereçados pelo
barramento.
✓ Portanto, os endereços restantes, 0 a 125, podem ser utilizados para endereçar
mestres classe 1 e escravos.
✓ Porém, o endereço 0 é reservado por alguns fabricantes para ferramentas de
configuração e análise.
Taxa de Comunicação
✓ A rede Profibus DP opera em uma determinada taxa de comunicação, ou baud rate.
✓ 9,6 kbps ✓ 500 kbps
✓ 19,2 kbps ✓ 1,5 Mbps
✓ 45,45 ✓ 3 Mbps
✓ 93,75 kbps ✓ 6 Mbps
✓ 187,5 kbps ✓ 12 Mbps

✓ A maioria dos escravos DP suporta todas as taxas de dados e detectam a taxa


automaticamente.
✓ As redes PA sempre operam a uma taxa fixa de 31,25 kbps.
Relação entre Taxa e Segmento de Rede
Taxa de Comunicação (kbps) Comprimento Segmento de Rede (m)
9,6 1000
19,2 1000
45,45 1000
93,75 1000
187,5 1000
500 400
1500 200
3000 100
6000 100
12000 100
Forma de Onda RS-485
Cabo e Conectores Profibus
✓ O cabo Profibus é composto por um par trançado de fios, envoltos em uma
blindagem, que deve ser aterrada.

Especificações do cabo tipo A


Impedância 135 a 165 Ω em 3 a 20 MHz
Capacitância <30 pF/ m
Resistência <110 Ω/ km
Diâmetro do fio >0,64 mm
Área do condutor >0,34 mm²
Cabos e Conectores Profibus
✓ Os dois condutores do par trançado carregam os sinais “Data line plus” (B-line) e
“Data line minus” (A-line).
✓ Os cabos PROFIBUS em geral possuem código de cores. Normalmente, o positivo (B-
line) é o vermelho e o negativo (A-line) verde. Entretanto, é possível encontrar cabos
com outros padrões.
✓ É essencial que o padrão de cores adotado para A e B seja mantido em toda a
instalação para se evitar problemas na operação. Inversão dos condutores é um erro
comum no campo!
Cabo e Conectores Profibus
✓ É recomendado o uso de conectores DB-9 e M12 específicos para Profibus DP.
✓ Características:
✓ Terminador interno que pode ser manipulado;
✓ Conexão rápida e confiável da malha de blindagem;
✓ Indutores internos para taxas superiores a 1,5 Mbps;
✓ Conexões para cabeamento de entrada e saída (daisy chain);
✓ Isolação do cabo de saída quando o terminador for desligado;
✓ Soquete adicional (piggy back) para conexão de ferramentas de diagnóstico.
Cabo e Conectores Profibus
Conexões RS-485
✓ Dispositivos PROFIBUS DP em geral utilizam a conexão padrão de 9 pinos “sub-D”.
✓ Conexões M12 podem ser utilizados para áreas expostas (grau IP67).
✓ Quando se utilizam conectores sub-D ou M12, deve-se atender ao padrão de
pinagem definido por norma.
✓ Outros tipos de conexões podem ser utilizados (ex. híbridos) e inclusive terminais de
bornes
Conexões RS-485
Conexões RS-485
Reflexões e Terminadores
✓ A reflexão é causada pela descontinuidade elétrica, como a alteração da impedância
do cabo.
✓ Como um eco, o sinal refletido pode causar múltiplos sinais na linha, corrompendo o
sinal original.
✓ Para minimizar as reflexões, o barramento deve ser terminado com elementos de
impedância idênticas a impedância característica do cabo. Isso reduz, teoricamente,
a reflexão para zero.
✓ O Profibus utiliza uma terminação ativa alimentada por 5 V.
✓ O barramento deve ser terminado em ambas as extremidades e em nenhum outro
ponto.
Reflexões e Terminadores
Layout Ideal
✓ Em redes com somente um mestre, o ideal é posicionar o mestre no final, ou no
início, do segmento com o terminador ligado.
✓ Se o mestre perder a alimentação por qualquer motivo, a rede cairá e a perda do
terminador não terá consequências adicionais.
✓ Na outra extremidade, um repetidor ou um terminador “ativo” pode ser instalado.
✓ Desta forma, qualquer dispositivo escravo pode ser removido ou substituído sem
prejudicar a comunicação. Note que a alimentação do repetidor ou do terminador
deve sempre ser garantida.
✓ Quando uma rede só possui 2 dispositivos, deve-se pelo menos utilizar 2m de cabo.
Layout Ideal
Outros Layouts
Outros Layouts
Exercício
✓ É necessário realizar o layout de um mestre Profibus DP e 60 escravos em uma
fábrica. O cabeamento deve ser lançado de modo a conectar o mestre na sala de
controle com todos os escravos. O layout requer aproximadamente 180m de cabo
no total e deve operar a 500kbit/s. É importante que nenhum escravo interrompa a
operação da rede ao ser substituído. Mostre como conectar todas as estações de
acordo com a melhor prática de instalação, mostre o uso de quaisquer
terminadores, repetidores, etc.
Exercício
✓ A figura a seguir apresenta o layout de uma instalação com um mestre Profibus e 20
e escravos. A rede deve operar a 12 Mbit/s e requer aproximadamente 50m de
cabo. Mostre como os dispositivos podem ser conectados indicando o uso de
terminadores, repetidores, etc.
Conexão de Segmentos PA
✓ Escravos PA são sempre controlados por mestres DP, porém, são utilizados
acopladores DP/PA e links conectar segmentos PA em segmentos DP;
Terminadores MBP
✓ O terminador MBP é utilizado pelo mesmo motivo do terminador RS-485. Contudo,
o elemento terminador é diferente.
✓ Os terminadores são montados nas extremidades do barramento principal, sendo
que os acopladores e links, em geral, incorporam terminadores internos.
✓ O terminador da outra extremidade, em geral, é colocado na última caixa de junção
ou no último dispositivo.
Terminadores MBP
Instalação de Cabos
✓ Quando o cabo entrar em um painel ou cabine, as malhas de blindagem devem ser
aterradas o mais próximo possível da entrada.
Equipotencialização de Terra

Cabo de Terra local


equipotencialização
Terra local de terra

Cabo de rede Não há distância mínima


Equipotencialização de Terra

Repetidor Não conectar


ao terra

C < 10nF
Aterramento capacitivo
V > 1500V

Diferentes potenciais
de terra
Principais Problemas de Redes Profibus
✓ Os 5 principais problemas em rede Profibus são:
✓ Terminadores.
✓ Linhas de Energia.
✓ Regra de Cabeamento.
✓ Problemas de Configuração.
✓ Transmissores danificados ou fora da especificação.
Telegrama Profibus
✓ Os telegramas DP são transmitidos serialmente como um conjunto de bytes
formatados no seguinte padrão:

SD LE Ler SDr DA SA FC DSAP SSAP PDU FCS ED


68h xx xx 68h xx xx xx xx xx xx... xx 16h

LE
Telegrama Profibus
✓ SD: Delimitador de início
✓ LE: Comprimento de Telegrama. Equivale a quantidade de bytes a serem enviados.
✓ Ler: Redundância do LE
✓ SDr: Redundância do Delimitador de Início
✓ DA: Endereço destino
SD LE Ler SDr DA SA FC DSAP SSAP PDU FCS ED
✓ SA: Endereço fonte 68h xx xx 68h xx xx xx xx xx xx... xx 16h
✓ FC: Código de função
✓ DSAP e SSAP: Pontos de acesso de serviço destino e fonte.
✓ PDU: Dados de processo LE

✓ FCS: Checagem de Erro


✓ ED: Delimitador de final de quadro
Telegrama Profibus
✓ Cada byte no telegrama segue o seguinte padrão:

Bit de Stop
Bit de Start Bit de Dados
Bit de Paridade

✓ O protocolo Profibus utiliza paridade par, ou seja, o número de bits com o valor 1
compreendidos pelos bits de dados e o bit de paridade deve ser par.

Paridade
Arquivo GSD
✓ As estações possuem diferentes capacidades e características como, por exemplo, o
número de canais de I/O, mensagens de diagnóstico, taxas de comunicação
suportadas.
✓ Antes de qualquer sistema Profibus operar, ele deve ser configurado.
✓ Isso significa que o mestre deve ter o conhecimento prévio das características dos
escravos.
✓ A configuração é efetuada por meio de uma ferramenta de configuração, que
normalmente é o software proprietário para a estação Mestre.
Arquivo GSD
✓ Todos os fornecedores de equipamentos Profibus fornecem o arquivo GSD de seus
dispositivos.
✓ Os arquivos GSD são lidos pela ferramenta de configuração.
✓ A cada dispositivo Profibus é dado um número de identificação que fornece uma
rápida verificação se o GSD está correto.
Processo de Partida da Rede
✓ O mestre precisa executar alguns procedimentos para o início da troca de dados
com o escravo. Se algum desses procedimentos não for realizado de maneira
correta, o escravo não entra em modo de troca de dados.
✓ Durante a comunicação, tanto mestre quanto escravo verificam se o outro
dispositivo está funcionando corretamente.
✓ O mestre faz a verificação pelas respostas dos escravos e os escravos verificam pelo
tempo de watchdog. Se for detectado uma falta de comunicação, as saídas são
automaticamente zeradas, ou irão para um estado de falha segura.
Tempo de Varredura da Rede
✓ O tempo de ciclo de uma rede depende de:
✓ Taxa de bits (taxa de transmissão).
✓ Número de escravos.
✓ Total de dados de I/O trocados.
✓ Número de mestres tem muito pouco efeito já que o telegrama de token é muito
curto.
Tempo de Varredura da Rede
✓ O tempo de ciclo das mensagens, 𝑇𝑀𝐶 , pode ser estimado a partir de:
✓ 𝑆 → número de escravos
✓ 𝐷 → número total de bytes de dados de I/O.
✓ Uma equação empírica que funciona bem para todas as taxas de transmissão é:
𝑇𝑀𝐶 = 380 + 300 ∗ 𝑆 + 11 ∗ 𝐷 ∗ 𝑇𝑏𝑖𝑡 + 75 𝜇𝑠
Exemplo
✓ Calcule o tempo de varredura, para a rede Profibus abaixo:
✓ Dados:
✓ Número de escravos = 61
✓ Taxa de transmissão = 19,2 kbps
OBS: Desconsiderar tempo de execução do programa do usuário e as mensagens
acíclicas.
Escravos Quantidade de bytes de entrada Quantidade de bytes de saída
1 até 23 8 7
24 até 50 12 5
51 até 61 20 18
Exercício
✓ Calcule o tempo de varredura, para a rede Profibus abaixo:
✓ Dados:
✓ Número de escravos = 45
✓ Taxa de transmissão = 187,5 kbps
OBS: Desconsiderar tempo de execução do programa do usuário e as mensagens
acíclicas.
Escravos Quantidade de bytes de entrada Quantidade de bytes de saída
1 até 4 20 8
5 até 26 4 0
27 até 45 0 16

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