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NOTICIA Y DÍGRAFOS

Para acelerar os processos de titulação de terras públicas


federais, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) lançou nesta quarta-feira (10) uma plataforma virtual que
poderá ser utilizada em parceria com prefeituras. A medida faz
parte do programa Titula Brasil, lançado hoje e criado por meio
de portaria, em dezembro do ano passado, que prevê a
celebração de acordos de cooperação técnica entre Incra e
administrações municipais na vistoria de imóveis e coletas de
informações que agilizem os procedimentos.
"O objetivo do programa é a ampliação do alcance dos serviços
do Incra e a agilização dos processos de regularização fundiária,
por meio de acordo de cooperação técnica com as prefeituras
municipais. Não se trata de o Incra abrir mão do controle dos
processos em si. Na verdade, o Incra segue fazendo o seu papel,
da análise, da instrução e das decisões dos processos de
regularização fundiária. Mas, em parceria com as prefeituras que
assim desejarem, e que tiverem interesse de atuar na ponta, elas
poderão atuar em conjunto com Incra na coleta de informações,
de requerimentos e atuando também em vistorias lá na ponta
nos seus municípios", afirmou o presidente do Incra, Geraldo
Melo, durante cerimônia de lançamento do aplicativo, em
Brasília.
O evento contou com a participação da ministra da Agricultura,
Tereza Cristina, e do diretor-presidente do Serviço de
Processamento de Dados (Serpro), Gileno Barreto. Foi a empresa
de tecnologia do governo federal que desenvolveu a estrutura da
plataforma para o Incra.

Na primeira fase do programa, apenas terras públicas federais


ainda não destinadas é que terão seus processos analisados por
meio do aplicativo. Nos próximos meses, ainda sem data
definida, processos de titulação de assentamentos da reforma
agrária também devem ser contemplados. De acordo com o
presidente do Incra, os processos que serão instruídos na
plataforma são aqueles que já tramitam na autarquia. As
prefeituras que aderirem à iniciativa deverão contratar ou indicar
técnicos que serão capacitados pelo Incra para utilizar a
ferramenta.

"Esse servidor vai poder trabalhar sem necessidade de internet e


vai a campo levando a íntegra daquele processo, sabendo
exatamente o que ele precisa buscar, podendo preencher
formulários, tirar fotos, fazer pontos de georreferenciamento e
complementar exatamente o que precisar. Ao voltar à área de
serviço, esse processo carrega automaticamente na base de
dados do Incra", afirmou.
Para a ministra Tereza Cristina, o Incra sozinho não daria conta de
encaminhar a regularização fundiária em um país com dimensões
continentais e, por isso, a parceria com as administrações
municipais é essencial. "Prefeitos, essa é uma grande
oportunidade que vocês têm de colaborar com seus municípios.
Muitos têm assentamentos e glebas da União que precisam ser
regularizados", disse.

Procedimentos

Segundo instrução normativa publicada pelo Incra para


regulamentar os novos procedimentos, o requerimento de
regularização fundiária deve ser entregue na plataforma do Sigef
Titulação, que é uma base de dados da autarquia, disponível na
internet.

O interessado deve apresentar também todos os documentos


elencados no Artigo 13 do novo normativo, os mesmos já
previstos na Lei 11.952/2009, para que os técnicos do Incra
iniciem o processo. A partir dos documentos anexados ao
requerimento de regularização, o Incra faz a checagem das
informações por meio do cruzamento das bases de dados do
governo federal. Por meio do procedimento, será verificado, por
exemplo, se o interessado ou companheiro não é proprietário de
outro imóvel rural em qualquer parte do território nacional e se
não é beneficiário de programa de reforma agrária ou de
regularização fundiária.

Em seguida, será realizada a análise das ocupações, por meio do


sensoriamento remoto, que examinará especialmente a prática
da cultura efetiva e a ocupação e exploração da área em data
anterior a 22 de julho de 2008.

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