Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E-Book - Arranjo Musical
E-Book - Arranjo Musical
Aberta do Brasil - UAB são licenciados nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não
Comercial – Compartilhada, podendo a obra ser remixada, adaptada e servir para criação de obras
derivadas, desde que com fins não comerciais, que seja atribuído crédito ao autor e que as obras
derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença.
Revisão de Linguagem
Vice-Reitor
Jonas Magno Lopes Amorim
Walter Canales Sant´ana
Designer de Linguagem
Pró-Reitora de Graduação Jonas Magno Lopes Amorim
Zafira da Silva de Almeida
Designer Pedagógico
Núcleo de Tecnologias para Educação Lorena Karine Santos Souza
Ilka Márcia Ribeiro S. Serra - Coordenadora Geral
Diagramação
Luis Macartney Serejo dos Santos
Sistema Universidade Aberta do Brasil
Ilka Márcia R. S. Serra - Coord. Geral Designer Gráfico
Lourdes Maria P. Mota - Coord. Adjunta | Coord. Yuri Almeida
de Curso
1. PRELIMINARES ........................................................................................... 05
2. TRANSCRIÇÕES .................................................................................... 23
4
1 UNIDADE
1. PRELIMINARES
5
• Clave de Sol
• Clave de Fá
7
frequentemente usada na 4ª linha e é esta que iremos estudar neste e-Book.
8
Exercício 6 - Identifique as notas abaixo:
• Clave de Dó
9
Observe abaixo as notas das linhas:
10
Exercício 10 - Identifique as notas abaixo:
11
Figura 7 - Relação entre as claves de Sol, Fá e Dó
• Cordas
1
É importante frisar que a tessitura dos instrumentos pode variar de acordo tanto com os novos
métodos de construção de instrumentos como, dependendo dos instrumentos, da habilidade do
instrumentista em produzir notas extremas. As tessituras aqui apresentadas foram baseadas nos
trabalhos de Guest (2009) e Rimsky-Korsakov (1971).
12
Figura 8 - Tessitura dos instrumentos do naipe das cordas
13
Figura 9 - Tessitura dos instrumentos do naipe das madeiras2
2
O piccolo, a flauta baixo e o contrafagote não são instrumentos transpositores, eles apenas soam uma oitava
acima (piccolo) ou abaixo (contrafagote e flauta baixo) do que está escrito. O mesmo pode ser dito acerca de
alguns instrumentos de percussão da figura 11.
14
• Metais
15
de percussão que possuem altura indefinida, tais como a bateria e os tambores,
possuem uma variedade de escrita muito grande de modo que, geralmente, ao
elaborar arranjos contendo estes instrumentos, é escrita apenas a célula rítmica
básica, o estilo rítmico a ser improvisado ou as pausas necessárias durante deter-
minado trecho musical. Observe na figura abaixo que, apesar de alguns dos ins-
trumentos terem o som real diferente da notação, eles não são transpositores visto
que o som real se difere do escrito apenas em questão de oitavas.
16
• Harpa e violão
17
• Vozes
Como você pôde constatar nas figuras anteriores, existem alguns instrumentos
cuja nota real emitida (som real) é diferente da nota que está escrita. Estes são
considerados como instrumentos transpositores. É necessária uma atenção espe-
cial ao escrever arranjos contendo estes instrumentos, especialmente se estiverem
combinados com outros instrumentos não transpositores de modo que, para uma
determinada tonalidade, os instrumentos transpositores estarão com uma armadu-
18
ra de clave diferente daquela dos instrumentos não transpositores, que, portanto, é
a mesma da tonalidade original da peça. Por exemplo, como trompete em Sib soa
uma 2ª maior abaixo do que está escrito, em uma peça em Dó maior, a parte do
trompete estará escrita em Ré maior. A figura abaixo mostra as transposições de
alguns desses instrumentos.
A figura abaixo exemplifica o modo como ficaria uma partitura para uma peça
em dó maior com um instrumento não transpositor, no caso, a flauta e vários outros
instrumentos transpositores. Observe:
19
Figura 15 - Partitura com instrumentos transpositores
20
Figura 16 - Resultado sonoro desejado
Isto porque, conforme a Tabela 1, este instrumento soa uma 2ª maior abaixo
do que está escrito, logo, a partitura deve estar escrita em uma 2ª maior acima.
21
RESUMO
REFERÊNCIAS
LOWELL, Dick; PULLING, Ken. Arranging for Large Jazz Ensemble. Ed. Michael
Gold. Boston, MA: Berklee Press, 2003.
22
2 UNIDADE
2 . TRANSCRIÇÕES
A próxima etapa que iremos abordar neste e-Book será um breve treina-
mento em transcrições. Este processo consiste em reescrever uma música de uma
formação instrumental para outra. É, portanto, um tipo de exercício que ajuda muito
na prática de escrita nos instrumentos transpositores, entendimento das formações
instrumentais e assimilação de diversas possibilidades sonoras. Sendo assim, esta
Unidade tem como objetivos:
2.1.1 Câmara
3
Observe que os instrumentos do naipe das cordas, apesar de geralmente executarem linhas me-
lódicas, podem, mesmo que de forma não tão espontânea, emitir intervalos harmônicos, sendo
portanto, instrumentos harmônicos.
24
Observe na figura abaixo um exemplo de peça para quinteto de metais.
4
Você pode escutar esta peça através do link: https://www.youtube.com/watch?v=tJF7rv8ulos.
25
Também são comuns os grupos de câmara com instrumentos de diversos
naipes.
5
Você pode escutar esta peça através do link: https://www.youtube.com/watch?v=F40X8bRxKI4&-
t=11s.
26
Também são comuns os duos contendo algum instrumento melódico, ou voz
junto de um instrumento harmônico, sendo geralmente o piano. Também existem
duos entre dois instrumentos melódicos onde geralmente um será de tessitura mais
aguda e outro de tessitura mais grave.
• Orquestra Sinfônica
28
SUGESTÃO DE LEITURA
• Banda sinfônica
É um grande grupo instrumental com forte presença dos metais, dos saxofo-
nes (do naipe das madeiras), da seção de acompanhamento e, em alguns casos,
dos outros instrumentos do naipe das madeiras. Uma característica desta formação
instrumental é a presença da seção de improvisação onde alguns instrumentos irão
improvisar solos de acordo com uma progressão harmônica. Neste momento, os
compassos do pentagrama do instrumento a improvisar estarão sem nenhuma nota
escrita e conterão apenas as cifras da harmonia, nos compassos em que deverá
improvisar.
7
Você pode escutar o áudio desta peça através do link: https://www.youtube.com/watch?v=vO-
vXhyldUko.
8
Você pode encontrar o áudio desta partitura, bem como outras partituras para banda sinfônica
com os respectivos áudios, através do link: http://davidavshalomov.com/musical-works/band/.
29
SUGESTÃO DE LEITURA
Neste link você poderá observar um exemplo de partitura de Big Band de Jazz9: ht-
tps://www.armyfieldband.com/images/uploads/education/ItWasntYou_Full_Score.
pdf
Estas formações são apenas algumas das mais comuns, você também é
livre para escolher e experimentar outras possibilidades de instrumentação.
2.2 Sonoridades
• Cordas friccionadas
• Madeiras
De modo geral, os instrumentos deste naipe são menos flexíveis que os das
cordas. Segundo Rimsky-Korsakov (1971), estes instrumentos podem ser divididos
9
Você poderá escutar o áudio desta peça através do link: https://www.armyfieldband.com/images/
uploads/education/ItWasntYou_FullMix.mp3.
Você também poderá encontrar outras partituras similares com seus respectivos áudios através do
link: https://www.armyfieldband.com/education/perspectives.
30
em duas classes. Uns com sonoridade nasal e sombria, tais como oboé, corne-in-
glês e fagote, e outros com sonoridade brilhante, tais como as flautas e os clarine-
tes. Estas características são bem evidentes nos registros médios e altos.
• Metais
• Percussão
Quanto aos instrumentos de teclas, tais como o piano e a celesta, quando in-
corporados na instrumentação (não como solista), geralmente executam um papel
rítmico, de acompanhamento ou executam em uníssono, trechos com outros instru-
mentos. Também é bastante comum o seu uso em combinação com os xilofones.
Algumas vezes executam passagens solo e trechos temáticos mais importantes.
31
estejam ao alcance das mãos, de modo que os acordes para cada mão possuam
no máximo 4 notas (5 notas é possível, mas o seu uso deve ser moderado) e as
notas extremas de cada acorde não ultrapassem o intervalo de uma oitava (nem
todos possuem mãos grandes o suficiente para tocar intervalos de 10ª).
• Harpa e violão
• Vozes
32
2.3 Realizando uma transcrição
10
Todas as faixas de áudio contidas neste e-Book compreendem arquivos sonoros gerados por software de
computador e foram elaboradas pelo autor.
33
Fonte: elaborada pelo autor
Áudio: faixa 2
35
Exercício 14 - Faça a transcrição deste movimento completo (Allegretto e trio) con-
tido na Figura 21 para um quarteto de saxofones (fique atento quanto aos instru-
mentos transpositores).
36
RESUMO
Nesta Unidade você teve a oportunidade de aprender um pouco sobre como
combinar diversos instrumentos musicais a partir das formações instrumentais
mais comuns e das características musicais de cada instrumento. É aconselhável
que você também escute músicas escritas para diversas formações instrumentais
acompanhando a partitura para então adquirir mais experiências sobre as diver-
sas possibilidades instrumentais que você pode explorar. Além disso, através dos
exemplos e exercícios propostos, você pôde praticar um pouco a transcrição de
uma peça de uma formação instrumental para outra, um exercício muito útil para
desenvolver a prática de escrita para diferentes instrumentos.
REFERÊNCIAS
FARIA, Nelson. Toque junto: bossa nova. Rio de Janeiro: Ed. Lumiar, 2008.
GUEST, Ian. Arranjo – Método Prático. Rio de Janeiro: Ed. Lumiar, 2009, v.2.
37
3 UNIDADE
38
dicas ou até mesmo executar a melodia inteira. Observe o exemplo abaixo.
Áudio: faixa 3
39
Figura 25 - Arranjo para quarteto de madeiras
• Arpejos
40
uma, em sequência. Observe isto através de um arranjo da melodia da Figura 26
para violino e piano.
Áudio: faixa 4
Agora observe essa mesma ideia sendo aplicada através de um arranjo para
trio de cordas.
Áudio: faixa 5
Figura 27 - Arranjo para trio de cordas
41
Também podemos explorar diferentes articulações e, inclusive, escrever
notas duplas durante os arpejos, onde dois instrumentos executarão, simultanea-
mente, notas diferentes do mesmo acorde. Além disso, você também pode experi-
mentar diversas articulações tais como o pizzicato, por exemplo. Observe isto num
arranjo para quarteto de cordas.
Áudio: faixa 6
Figura 28 - Arranjo para quarteto de cordas
• Ritmos
Podemos aplicar ritmos de diversos estilos musicais entre as notas dos acordes
distribuídas entre os instrumentos do arranjo. Isto pode ser aplicado através dos
acordes em blocos, por exemplo. Observe abaixo a melodia da Figura 23 sendo ar-
ranjada para piano solo num ritmo de maxixe. Ao realizar este procedimento, pode
ser necessário alterar a métrica e o ritmo original da melodia.
Áudio: faixa 7
42
Figura 29 - Arranjo num ritmo de maxixe
Você também pode criar ou utilizar outras células rítmicas de acordo com
suas intenções musicais e, inclusive, alterná-las com a execução dos acordes em
bloco, sem nenhum movimento rítmico. Você é livre para explorar diversas possibi-
lidades musicais.
Aqui serão abordados alguns dos elementos que requerem um maior esfor-
ço criativo aliado a uma forte base técnica. Estes consistem tanto na criação de es-
truturas contrapontísticas, ou seja, linhas melódicas independentes que atuam de
forma combinada à melodia, como na aplicação de recursos harmônicos estudados
nas disciplinas de harmonia.
Além de criar uma base rítmica, você também pode adicionar intervalos mu-
sicais à melodia para incrementá-la. Os mais comuns são as terças, sextas e quar-
tas. Observe a figura abaixo.
Áudio: faixa 8
43
Figura 30 - Intervalos acrescentados à melodia
Áudio: faixa 9
44
Figura 31 - Arranjo com linha melódica independente combinada à melodia
• Incrementando a harmonia
Você também pode adicionar algumas notas estranhas ao acorde ou utilizar téc-
nicas de rearmonização tais como o emprego de dominantes secundários e subs-
titutos, acordes de empréstimo modal e diminutos de passagem, entre outros. Ob-
serve isto aplicado num arranjo para orquestra de cordas (repare que o contrabaixo
está dobrando a parte do violoncelo).
Áudio: faixa 10
45
Figura 32 - Arranjo com rearmonização
46
RESUMO
REFERÊNCIAS
GUEST, Ian. Arranjo – Método Prático. 3. v. Rio de Janeiro: Ed. Lumiar, 2009LUCAS,
Juliano Lima. Orquestração e Instrumentação no Nacionalismo: Um estudo de
quatro obras representativas do repertório sinfônico brasileiro. 2011, 86p. Dissertação
(Mestrado – Programa de Pós-graduação em Música da Universidade Federal de
Goiás. Área de concentração: Música na Contemporaneidade). Universidade de
Goiás, Goiás, 2011.
47
Apêndice: Partituras abordadas nas
vIdeoaulas
I – Mendelssohn Canção sem Palavras Op. 62, nº 3 (Marcha Fúnebre) – Versão
original para piano11
49
50
51
52
Fonte: elaborada pelo autor
53
III – Melodia e cifra de “Noite Feliz”
54
Fonte: elaborado pelo autor(Footnotes)
1 Podem haver vários cantores em cada categoria formando um coro com vários integrantes.
55