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SUMÁRIO
Primeira Aula:
Maria na História da Salvação ......................... .................................................... 07
Segunda Aula:
A Imaculada Conceição ...................................................................................... 17
Terceira Aula:
A Anunciação ... .................................................................................................. 25
Quarta Aula:
A Visitação .......................................................................................................... 34
Quinta Aula :
Maternidade Divina ............................................................................................... 41
Sexta Aula:
A Virgindade Perpétua de Nossa Senhora .......................................................... 48
Sétima Aula:
Nossa Senhora e o Mistério de Cristo ................................................................ 54
Oitava Aula:
Relatório de Avaliação ......................................................................................... 62
Nona Aula:
Maria no Sacrifício Redentor ............................................................................. 63
Décima Aula:
A Assunção de Nossa Senhora .......................................................................... 70
Introdução Geral
“O desconhecimento da verdade sobre Jesus
Cristo, das verdades fundamentais da fé e da ação do
Espírito Santo que atua nos corações e os converte,
fazendo assim possível a santidade, o desenvolvimento
das virtudes e o vigor para tomar, a cada dia, a cruz de
1
Cristo, deve ser um fato freqüente, entre nós, católicos” ,
foram fortes aspectos que nos impulsionaram a nos
comprometermos com o veemente apelo do Santo Padre,
João Paulo II, para uma Nova Evangelização e nos
impeliu a assumir o nosso papel de “agentes e
destinatários da Boa Nova da Salvação e a exercer no
mundo, vinha de Deus uma tarefa evangelizadora
2
indispensável”
Todo processo evangelizador só se concretiza
plenamente através de duas etapas profundamente
importantes, onde uma não prescinde da outra. Como
primeira etapa prioritária e fundamental compreendemos
a “proclamação vigorosa do anúncio de Jesus Cristo
morto e ressuscitado (querigma), raiz de toda a
evangelização, fundamento de toda promoção humana e
3
princípio de toda e autêntica cultura cristã” , anúncio este
capaz de levar os batizados a darem “sua adesão pessoal
a Jesus Cristo pela conversão primeira” e como segunda
etapa imprescindível, a catequese, pois cometeríamos um
erro grave se ficássemos satisfeitos em apenas anunciar
Jesus Cristo, sem oferecer posterior e permanentemente
formação doutrinária e teológica que proporcione
subsídios para ultrapassar os desafios da vida nova em
1
Doc. de Sto. Domingo Cap. I, 39 - 40
2
Ibidem Cap. I,94.
3
Ibidem Cap. I,33
4
Ibidem Cap. I,33
Shalom!
Primeira Aula
Maria na História da Salvação
INTRODUÇÃO
Alguns têm afirmado ser supérflua a devoção à Nossa Senhora,
e, para isso, alegam a verdade que Deus, sendo onipotente, poderia
salvar a humanidade sem Maria. De fato, Deus, em Sua onipotência,
poderia nos salvar até sem a Encarnação do Seu Filho, mas foi
justamente usando Sua onipotência que Ele livremente decidiu fazê-lo
desse modo.
Assim é que, por livre decisão divina, Nossa Senhora tem um
lugar bem preciso na História da Salvação de toda a humanidade. No
Seu Amor e Sabedoria, o Pai realmente decidiu colocar Maria dentro
do Mistério de nossa Salvação como:
- a “Segunda Eva” (sentido figurado), porque, pela sua
obediência e fé, trouxe-nos a Vida, que é Jesus Cristo,
enquanto que a primeira trouxe-nos a morte, pela sua
incredulidade e desobediência a Deus;
- a Mãe do Salvador, que se entregou totalmente à Pessoa e
à obra de Seu Filho para servir, “na dependência dele e
com Ele, ao Mistério da nossa Salvação”5;
- a Mãe da Igreja, porque cooperou com a Obra do Salvador
para que nela nascessem os fiéis e Modelo de todo cristão,
pela sua adesão total à vontade do Pai.
Neste curso, vamos encontrar Maria na História da Salvação,
na vida de Cristo e da Igreja e de modo especial em nossa vida.
5
Constituição Dogmática Lumem Gentiun 56.
ROTEIRO DO CONTEÚDO
DESENVOLVIMENTO DO TEMA
MARIA NA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
6
Ibidem 55.
7
Cf. Cat 489
1.2 Moisés
Afirma São Paulo em I Cor 10,11 que o Antigo Testamento é
figura do Novo. Isso porque muitos dos acontecimentos narrados ali,
são figura do que viria a acontecer posteriormente narrado no Novo
Testamento: tudo quanto aconteceu ao povo hebreu, libertado por
Moisés da escravidão do Egito e conduzido à Terra Prometida, era
figura do que iria acontecer ao povo cristão, libertado por Cristo de
uma escravidão bem mais dura do que a do Egito e conduzido a uma
Terra incomparavelmente mais rica que a Palestina.
8
Cf. Gn 3,14-15
9
CANTALAMESSA, R. Maria, um espelho para Igreja, p. 9.
Segunda Aula
A Imaculada Conceição
ROTEIRO DO CONTEÚDO
DESENVOLVIMENTO DO TEMA:
A IMACULADA CONCEIÇÃO
Observação Importante:
Isso não significa que Maria era uma espécie de "marionetes",
sem vontade própria. A primeira mulher, Eva, também não conhecera
a chama da concupiscência, e escolhera o mal. Embora as tentações
do Maligno não pudessem penetrar nela, que recebeu da divina
providência uma assistência essencialíssima, Maria foi mais livre do
que nós, porque jamais saiu do âmbito da liberdade humana para a
escravidão do pecado.
“ É pela graça que sois salvos, por meio da fé, e isso não
depende de vós, é dom de Deus. Isso não vem das obras, para que
ninguém se orgulhe. Pois é Ele quem nos fez; nós fomos criados em
Jesus Cristo para as boas obras que Deus preparou de antemão, a
fim de que nelas nos empenhemos” (Ef 2,8-10).
No Magnificat, Maria reconhece a graça, aceitando a sua
gratuidade e atribuindo somente a Deus tudo de bom que está
acontecendo nela.
A primeira coisa que a criatura deve fazer como resposta à
graça de Deus é reconhecer-se como dependente dele, porque
ninguém pode “remir a si próprio, nem pagar a Deus o seu resgate”
(Sl 49,8). A maior heresia do homem moderno é pensar que pode
dispensar a graça. Para muitos, ela é inteiramente dispensada pela
razão. Mas uma diferença infinita existe entre a ordem da inteligência
e a da graça. Para outros, ela é considerada como ajuda necessária
para a vontade fraca do homem, a fim de que possa praticar a lei e
evitar de pecar. No entanto, é preciso recuperar a nossa dependência
de Deus pela abertura total à graça, que supera infinitamente a
inteligência e a vontade do homem.
A segunda coisa que é necessário fazer consiste em não
receber em vão a graça de Deus (cf. IICor 6,1) por uma vida de
pecado. As graças que pedimos são coisas que Deus dá por
acréscimo a quem o busca em primeiro lugar (cf. Mt 6,33). Não há
como dividir a graça incriada, que é o próprio Deus, das graças
criadas, que nos vêm dele.
“A Contemplação de Maria ajuda-nos hoje a reencontrar a
síntese e a unidade da fé. Ela é o ícone da graça, ainda não partida,
mas inteira. Nela a graça significa tanto a plenitude do favor divino
como a plenitude da santidade pessoal; indica a presença mesma de
Deus na maneira mais forte que se possa conceber, física e espiritual
ao mesmo tempo, e indica o efeito desta presença, aquilo pelo que
Maria é Maria e nenhum outro é semelhante a ela, mesmo possuindo
o mesmo Espírito que a santificou” (Raniero Cantalamessa).
Terceira Aula
A Anunciação
ROTEIRO DO CONTEÚDO
1. ANÚNCIOS DE VOCAÇÕES NO ANTIGO TESTAMENTO
2. A NARRATIVA DA ANUNCIAÇÃO
2.1 A saudação
2.2 A revelação do Mistério da Encarnação
2.3 O diálogo
2.4 O Consentimento livre e pleno
3. A ANUNCIAÇÃO NA NOSSA VIDA
4. A FÉ DE MARIA
DESENVOLVIMENTO DO TEMA
A ANUNCIAÇÃO
INTRODUÇÃO
Para termos uma correta devoção a Nossa Senhora,
precisamos compreender que ela aderiu ao plano de Deus, não
porque Deus tivesse lhe tirado a liberdade de decisão, ou porque
fosse repleta de ciência infusa como alguns pretendem afirmar. Maria
aderiu ao plano de Deus NA FÉ. Assim é que ensinam os Padres da
Igreja, que antes de conceber Jesus no seio, Maria concebeu-o
mediante a fé. Por isso, Cristo diz no Evangelho que mais felizes são
os que antes o concebem no coração.
Deus elege para uma missão sem nossa COOPERAÇÃO
CAUSAL, mas não realiza através de nós a missão sem o nosso
CONSENTIMENTO. Na Anunciação, Maria ofereceu a Deus o
voluntário dom da sua submissão. Pela Anunciação, foi pedido o
consentimento da Virgem, como representante de toda a natureza
humana. Assim foi mostrada a relação de amor esponsal entre Deus
e a criatura humana.
1.1 Jacó
revela que estava agindo na sua vida como um Deus que iria interferir
a seu favor (cf. Gn 28, 10-22).
1.2 Gedeão
Esse grande juiz foi chamado por Deus em um momento de
crise quando os madianitas atacavam e feriam o povo de Israel, que
havia abandonado a pureza da fé. Esse juiz é chamado para salvar
seu povo enfrentando o inimigo e também conduzi-lo à obediência ao
seu Deus (cf. Jz 6,7-16). Devemos notar como este se apresenta
diante de Deus como o mais insignificante e membro da menor tribo
(cf. Jz 6, 15).
1.3 Jeremias
Esse profeta também é chamado em um momento difícil, Seu
ministério consiste em anunciar ao povo o castigo divino devido aos
maus caminhos por ele trilhados. Diante de tão grande chamado, o
profeta reconhece ser “apenas uma criança”, o que manifesta
novamente a escolha livre e misericordiosa de Deus com seus
mediadores humanos (cf. Jr 1, 4-10).
Esses homens manifestam, assim, anúncios de vocações, que
continham algum aspecto do chamado à Maria, mas não todos os
aspectos, porque seu chamado foi especialíssimo, superando todos
os anteriores. Devemos notar como Deus escolhe homens simples
para grandiosas missões. Maria anuncia esse mistério de forma bela
ao dizer: “Minha alma exalta o Senhor e meu espírito se encheu de
júbilo por causa de Deus, meu salvador, porque ele pôs os olhos
sobre a sua humilde serva. Sim, doravante todas as gerações me
proclamarão bem-aventurada, porque o Todo-poderoso fez por mim
grandes coisas: Santo é o seu Nome”.
2. A NARRATIVA DA ANUNCIAÇÃO
Toda a glória da Imaculada Conceição de Maria teve em vista a
missão à qual Deus lhe chamou. Vamos refletir a passagem do
Evangelho que narra o Mistério da Anunciação, que é a revelação
divina do chamado de Deus à própria Virgem Santíssima e também,
de certa forma, a cada um de nós. O relato da Anunciação à Maria
2.1 A Saudação
Tome Lc 1,28b a 30
Tal saudação traduz o convite a alegrar-se pela escolha divina
de si mesma e de seu povo, o povo de Deus. É o convite não a uma
alegria passageira, superficial, mas a uma alegria messiânica,
histórica, da realização de uma promessa abrangente no tempo e no
espaço: é a espera de todo um povo, e de muito tempo, para todos os
que virão e de todos os tempos.
João Paulo II, na sua Encíclica sobre Nossa Senhora
(Redemptoris Mater), refere-se a Maria como "Filha de Sião", usando
uma comparação de grande sentido teológico: Os "filhos de Sião" são
aquele resto de Israel, povo humilde e humilhado, mas renovado pelo
Amor de Deus, de Quem depende inteiramente, e por Quem será
elevado, segundo a promessa divina. Segundo documentos do
Magistério da Igreja, o termo "Filha de Sião" realmente é aplicável a
Maria. O Salmo 87 diz que Sião se transformará em "mãe de todas as
nações", e Maria realmente se transformou em "Mãe dos Filhos de
Deus".
A expressão "Cheia de graça", que substitui o nome de Maria,
indica ao mesmo tempo a missão e unção recebida da parte de Deus.
O título anuncia não somente o papel de Maria na história da
Salvação, mas indica que Deus já o fez de tal maneira a dispô-la para
esse papel. Ele é assim o "germe" de sua missão. Preparada com a
plenitude da graça para uma missão específica na Salvação trazida
por Jesus Cristo, ela é a imagem da atuação criadora de Deus, santa
por obra divina, e não por simples esforço humano.
A expressão " O Senhor é contigo " traz a certeza de que é o
Senhor quem realizará a obra por meio de quem é chamado. Deus
está presente para assistir o fiel, ao qual se lhe confia uma obra que
interessa a todo povo escolhido.
Maria, por compreender a grandeza da missão, superior à sua
pequenez, "perturbou-se". Ela realmente, por si mesma, não estaria à
altura do chamado de Deus para si, mas o Senhor a conforta: "Não
temas". Não há o que temer, pois esta não é apenas a história de
2.3 O diálogo
Tome Lc 1,34 a 37
No Antigo Testamento, várias mulheres estéreis deram
milagrosamente à luz seus filhos predestinados que tinham um papel
especial na história da Salvação (Gn 18,11;Jz 13, 4ss;1 Sm 1,11;Gn
30,23). Esse prodígio, destinado a mostrar claramente a intervenção
divina, repete-se no nascimento de João Batista (Lc 1,36). Mas eles
foram sinal e figura de uma manifestação divina ainda mais
maravilhosa, o nascimento virginal de Jesus. Isso porque, quanto à
Nossa Senhora, o milagre foi singular, ultrapassando todas as outras
manifestações milagrosas do Antigo Testamento. A maternidade e a
virgindade consagrada são duas vocações distintas, que Deus
conciliou em Maria, não em duas fases, mas simultaneamente e
perpetuamente. Maria, cuja virgindade se tornou eloqüente na
intervenção onipotente de Deus na história do homem, é assim
modelo e intercessora das duas vocações: o matrimônio e a
virgindade consagrada.
4. A FÉ DE MARIA
São dignos de admiração a total disponibilidade e
esquecimento de si que percebemos em Maria. Nisto consiste sua
humildade. Maria tem consciência da vontade de Deus e mantém-se
na simplicidade. Deus é toda a sua riqueza e posse. Ela está
totalmente a serviço da Palavra Criadora de Deus.
Digna de nossa admiração é também sua fé. A fé de Maria é
mais preciosa do que sua maternidade, que é fruto da fé. Ela
consentiu em ser Mãe de Jesus, não apenas por uma maternidade
física (nesse caso só seria venerada como uma das mães dos filhos
"que chegam a ser heróis"). Ela aceitou livremente ser a Mãe do Deus
que salva, do Filho do Altíssimo, daquele que será chamado Filho de
Deus. E é claro que, no momento da Anunciação, captou essa missão
segundo a fé, própria de uma jovem israelita, que não conhecia a
doutrina trinitária. Por isso, sua fé teve de crescer em meio à
escuridão, junto com a experiência do crescimento do Filho, e à luz da
Palavra (Maria também foi evangelizada).
Por isso, a Igreja, desde o princípio, afirmou, através dos
Santos Padres, que Maria "Concebeu primeiro em seu coração e
depois em seu ventre" (Sto. Agostinho). Ela representa, por isso, a fé
da Igreja, que se regozija ao acolher em seu seio o Salvador. Deus
lhe pediu que aceitasse ser a, Mãe do Filho de Deus, o Redentor. Ela,
porém, não conhecia em profundidade a essência desse Redentor ou
seja, a divindade de seu Filho no sentido trinitário, e ainda assim se
entregou na fé. Por isso, Maria é a primeira cristã.
Se para nós Maria é apenas mãe biológica de Jesus, nossa
doutrina não difere da de alguns protestantes que não negam a
maternidade de Maria. Ela seria apenas a mãe de um grande herói.
Mas, se compreendemos que sua maternidade é também e
principalmente pela fé e dentro da ordem salvífica, aí podemos vê-la,
sua maternidade, como projeto divino de Salvação em favor da Igreja.
No plano divino, o Filho se encarna PARA ser Redentor, essa
encarnação se realiza no seio de Maria, com seu livre consentimento
e já é desde o início parte da obra de nossa Salvação.
Quarta Aula
A Visitação
ROTEIRO DO CONTEÚDO
1. A NARRATIVA DA VISITAÇÃO
2. O MAGNIFICAT
3. O MAGNIFICAT E NÓS
DESENVOLVIMENTO DO TEMA:
A VISITAÇÃO
INTRODUÇÃO
Na Visitação, Isabel, a prima de Maria, exulta de alegria no
Espírito Santo e proclama quão bendita é Maria, e quão bendito é o
fruto do seu ventre. De fato, não existe senão uma bênção expressa
em Maria e no divino fruto que ela carrega. Maria leva em seu ventre
a maior bênção que Deus dará ao mundo.
E Maria, sob a inspiração do mesmo Espírito Santo que
inspirou Isabel, vai louvar a Deus, que fez nela maravilhas. Mas ela
não vai evocar no Magnificat somente o grande acontecimento que é
a Maternidade divina, mas todas as maravilhas que Deus realizará
através dela, em todas as gerações que virão.
1. A NARRATIVA DA VISITAÇÃO
Tome Lc 1,39-41
A presteza de Maria em visitar Isabel é física, cronológica, pois
realmente o termo hebraico significa "apressadamente". Mas tal
diligência e disponibilidade não nascem de um simples desejo
humano de "ajudar" a prima numa necessidade, nem de dúvida
acerca do que Deus lhe tinha revelado pelo anjo, mas de uma grande
disponibilidade de Espírito, conseqüência da visita de Deus na
Anunciação e da esperança que transborda de sua alma. Maria não
foi contemplar o sinal divino manifestado em Isabel, só que, chegando
lá, ela junto com o Filho no Seu ventre, se tornou sinal para Isabel de
que a Salvação chegara para a humanidade:
"Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, apenas
Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio;
e Isabel ficou cheia do Espírito Santo" (Lc 1,40-41).
A saudação de Maria provoca o sinal preparado por Deus. O
movimento natural da criança no seio de sua mãe converte-se em
sinal de gozo e simpatia suscitado pelo encontro. E a paz que Maria
2. O MAGNIFICAT
Tome e leia com os alunos Lc 1,46-56
"Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria
em Deus, meu Salvador". Este versículo encontra paralelo no AT,
Salmo 34(33), 3 que diz: "Glorie-se a minha alma no Senhor, ouçam-
me os humildes, e se alegrem". Maria glorifica ao Senhor porque tem
consciência de que é Ele quem age aqui e agora no âmago de sua
a Palavra, abrindo assim as portas para que Deus "os exaltem" pelas
magníficas obras que realizarão em si.
3. O MAGNIFICAT E NÓS
Quinta Aula
Maternidade Divina
ROTEIRO DO CONTEÚDO
DESENVOLVIMENTO DO TEMA
MATERNIDADE DIVINA
INTRODUÇÃO
Já sabemos que Deus escolheu Maria, por mera benevolência
(por que ELE é bom) e gratuidade (não por merecimento algum da
parte de Maria), para ser A MÃE DO SALVADOR. E com vistas a
esse objetivo, preparou-a muito bem, preservando-a da mancha do
Pecado Original, enchendo-a de graças. Mas Deus jamais tira a
liberdade das criaturas. Ele deu a Maria a liberdade de escolher, e ela,
então, decidiu PESSOALMENTE e LIVREMENTE aderir ao plano do
Criador, e tornar-se MÃE DE DEUS. Maria acolhe em seu seio a
Palavra de Deus e gera Cristo. A Igreja, seguindo o caminho de Maria,
acolhendo em seu seio a Palavra de Deus, gera para a Salvação os
membros de Cristo.
Sexta Aula
A Virgindade Perpétua de Nossa Senhora
ROTEIRO DO CONTEÚDO
1. O DOGMA
2. O QUE DIZ A SAGRADA ESCRITURA (CAT 497-498)
3. O QUE DIZ A TRADIÇÃO (CAT 496)
4. MARIA SEMPRE VIRGEM (CAT 499-501)
5. O MISTÉRIO NO SEU DESÍGNIO SALVÍFICO
DESENVOLVIMENTO DO TEMA:
A VIRGINDADE PERPÉTUA DE NOSSA SENHORA
INTRODUÇÃO
Desde as primeiras formulações da fé, a Igreja confessou que
Jesus foi concebido exclusivamente pelo poder do Espírito Santo no
seio da Virgem Maria, afirmando também o aspecto corporal desse
evento. Os relatos evangélicos explicam a Conceição Virginal como
uma obra divina que ultrapassa toda compreensão e toda
possibilidade humanas. Os primeiros intérpretes da Palavra viram na
Conceição Virginal o sinal de que verdadeiramente o Filho de Deus
veio a uma humanidade como a nossa. E o Dogma realmente faz-nos
compreender que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, visto ser
Mãe do Filho eterno de Deus feito homem sem deixar de ser Deus.
Além disso, faz-nos compreender a Maternidade espiritual de Maria,
que se estende a todos na humanidade, que Jesus veio salvar.
1. O DOGMA
"Se alguém não confessa, de acordo com os santos Padres,
que a Santa e sempre Virgem e Imaculada Maria é própria e
verdadeiramente Mãe de Deus, como queira que própria e
verdadeiramente concebeu sem sêmen, por obra do Espírito Santo, o
mesmo Deus-Verbo que nasceu do Pai antes de todos os séculos, e
que deu à luz sem corrupção, permanecendo sua virgindade
indissolúvel depois do parto, seja condenado". (Sínodo Romano
Lateranense, sob Martinho I (649))
Mt 1,18-20; Lc 1,26-38
Em Lc 2,48 José é dito "pai de Jesus". Lucas afirma (Lc 3,22)
que José era o pai adotivo de Jesus. A Divina Providência quis que
Maria fosse verdadeiramente casada com José, homem justo, a fim
de que seu lar tivesse a tutela que o homem pode e deve dar à mãe e
ao filho.
Sétima Aula
Nossa Senhora e o Mistério de Cristo
ROTEIRO DO CONTEÚDO
1. MARIA E JOSÉ, UNIDOS NA FÉ
2. FÉ NA HUMILHAÇÃO E NA GLÓRIA
3. FÉ NO ANÚNCIO DA DOR
4. FÉ EM MEIO A TODA INSEGURANÇA HUMANA
5. FÉ NO MISTÉRIO DO DEUS ALTÍSSIMO
6. FÉ NA INTERCESSÃO
7. A FÉ COROADA NA GLÓRIA
DESENVOLVIMENTO DO TEMA:
NOSSA SENHORA E O MISTÉRIO DE CRISTO
INTRODUÇÃO
"Feliz de ti que acreditaste que teriam cumprimento as coisas
que te foram ditas da parte do "Senhor" (Lc 1,45). As proféticas
palavras de Isabel não se aplicam apenas ao momento particular da
Anunciação, porque aquele foi apenas o ponto de partida no qual se
inicia todo o Seu "itinerário para Deus". Na saudação de Isabel,
revela-se a verdade sobre a caminhada de Maria, que chegou a entrar
realmente no Mistério de Cristo porque acreditou.
Diz o Santo Padre João Paulo II: "Acreditar quer dizer
abandonar-se à própria verdade da Palavra de Deus vivo, sabendo e
reconhecendo humildemente quão insondáveis são os seus desígnios
e imperscrutáveis as suas vias" (Rm 11,33). Maria, que pela eterna
vontade do Altíssimo veio encontrar-se, por assim dizer, no próprio
centro daquelas "imperscrutáveis vias" e daqueles "insondáveis
desígnios" de Deus, conforma-se a eles na obscuridade da fé,
aceitando plenamente e com o coração aberto tudo aquilo que é
disposição dos desígnios divinos” (RM).
O Mistério do desígnio divino deve ser por nós respeitado.
Somos criaturas, e não criadores e mantenedores de nossas vidas.
Será ao longo do caminho da obediência da fé que Maria, “esperando
contra toda esperança” (Rm 4,18), encontrou para si e para os que se
dão à mesma obediência da fé, a realização de todas as promessas
divinas.
2. FÉ NA HUMILHAÇÃO E NA GLÓRIA
3. FÉ NO ANÚNCIO DA DOR
6. FÉ NA INTERCESSÃO
Tome Jo 2,4-5: "Respondeu-lhe Jesus: 'Mulher, isso nos
compete a nós? Minha hora ainda não chegou'. Disse, então, sua mãe
aos serventes: 'Fazei o que ele vos disser ".
A mãe de Jesus encontra-se com ele e seus discípulos numa
festa de Bodas. Atenta ao desenrolar da festa, Maria vê que a
situação se transforma num problema porque falta vinho. Então
informa seu Filho dessa carência. Não o impõe. A maneira de ajuda e
a intervenção ficam a critério do Filho. Um fato que pode parecer
banal, mas de uma teologia riquíssima. Recolhido provavelmente
duma fonte dos milagres de Jesus, essa narração revela a situação
desesperadora do ser humano, carente da Bem-Aventurança que o
vinho simbolizava para o povo de Israel (ver Is 25,6-9).
Maria preocupa-se com a situação do homem, afastado de
Deus e separado do próximo, e dirige-se ao Filho numa respeitosa e
confiante súplica de intervenção divina em favor dos homens. A fé de
Maria contrasta com a desconfiada pergunta de André a Jesus, antes
da multiplicação dos pães: "Que é isto para tanta gente? (Jo 6,9). Mas
a resposta de Jesus é misteriosa. Ela indica que a realidade não é tão
simples como costumamos supor. Jesus explicita agora a
transformação que se processa no relacionamento entre Ele e Sua
mãe: Maria é posta à prova na sua fé, como representante de nós
criaturas.
Em uma outra ocasião, Jesus perguntara: "Quem é minha mãe
e quem são os meus irmãos?" (cf. Mc 3,33;Mt 12,48). Maria vive
perfeitamente também essa dimensão da maternidade em relação a
Jesus, porque tanto o concebe na fé, como acolhe a Sua Palavra,
pondo-a em prática. “Concebe Jesus sem dá-lo à luz, quem se
comporta diante da Palavra de Deus como observador apressado,
que olha para o seu rosto no espelho e depois vai embora,
esquecendo logo como era (cf. Tg 1,23-24). Em suma, quem tem a fé,
mas não tem as obras. Por outro lado, dá à luz Cristo sem tê-lo
concebido, quem faz muitas obras, boas até, mas que não saem do
coração, do amor para com Deus e da reta intenção, mas saem do
hábito, da hipocrisia, da procura da própria glória e do próprio
interesse ou simplesmente da satisfação que vem do agir. Em suma,
7. A FÉ COROADA NA GLÓRIA
Tome Ap 12,5: "Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que
deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho
foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono. A mulher fugiu então
para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um retiro para aí ser
sustentada por mil duzentos e sessenta dias".
Maria esteve grávida e deu à luz "um filho, varão, aquele que
deve reger todas as nações com cetro de ferro". Essa expressão se
refere sem dúvida nenhuma a Cristo, e pode ser também aplicada aos
que participam da Sua vida, e de modo especial guardam a fidelidade
até o fim. A luta entre a Mulher e a serpente, que pretende devorar o
Seu Filho, alude a Jesus e a Maria, e nela, também à Igreja. A mulher
então foge para o deserto, lugar que Deus preparou para sua
proteção e refúgio. Ali se alimenta - alusão à Eucaristia - durante
1.260 dias, tempo simbólico que significa uma longa perseguição,
mas, ao mesmo tempo, limitada pela vontade divina.
Maria continua sua missão. Está na Igreja. Maria deu o corpo a
Jesus. E agora seu corpo se dá a nós pela Eucaristia. Há, portanto,
uma estreita relação entre Maria e a Eucaristia. Devemos receber a
Oitava Aula
Relatório de Avaliação
Caro(a) Aluno(a)
Esta avaliação tem como objetivo colher o seu testemunho
sobre os frutos que você tem percebido em sua vida e oração a partir
das aulas que você tem participado, e dos exercícios de oração que
você tem praticado neste semestre. Não se trata de uma avaliação
intelectual, mas de uma avaliação de sua caminhada com Deus
nestas últimas semanas. Por esta razão, cada questão deve ser
respondida em oração e escuta do Senhor. Trata-se, pois, de um
momento muito importante, no qual o Espírito Santo pode realizar
maravilhas em seu coração, como no coração daqueles que vierem a
conhecer sua partilha. Que Nossa Senhora, Rainha da Paz, seja sua
mestra e companheira nesta tarefa!
Nona Aula
Maria no Sacrifício Redentor
ROTEIRO DO CONTEÚDO
1. POR SEU LIVRE CONSENTIMENTO
2. A TÍTULO DE SUA PERFEITA SANTIDADE
2.1 A plenitude da fé
2.2 A plenitude da esperança
2.3 A plenitude da Caridade
3. A TÍTULO DE MÃE CO-REDENTORA
4. A MEDIAÇÃO INTERCESSORA DE MARIA
4.1 A continuidade da Igreja terrena com a celeste
4.2 A comunhão de bens espirituais
DESENVOLVIMENTO DO TEMA:
MARIA NO SACRIFÍCIO REDENTOR
INTRODUÇÃO
Tome Gl 4,4. Deus Filho quis nascer na carne, de Maria, para a
Salvação do mundo. Assim, não há como ignorar sua participação na
obra Redentora. Podemos dizer que Maria participou ativamente da
obra de Redenção, realizada por Cristo, como participa ativamente na
aplicação das graças que recebemos hoje, que são todas fruto da
Obra da Redenção. Maria foi, historicamente, uma ativa colaboradora
na obra de Seu Filho e continua colaborando ativamente pela
intercessão e pelo exemplo. A presença de Maria AO PÉ DA CRUZ
não é a de um espectador ou personagem extra. Ela ali se colocou:
2.1 A plenitude da fé
Ao pé da Cruz, Maria exerceu a plenitude humana da fé. Ao vê-
lo aparentemente derrotado, embora outros vacilassem fugindo
aterrorizados, conservou-se firme, crendo sempre que Ele era Deus.
Maria ficou firme na sua jamais abalada fé na divindade de Cristo. A
fé de Maria, embora seja muito comparada à de Abraão, ainda vai
mais longe e é mais poderosa, pois Deus lhe pediu que consumasse
o holocausto de Seu Filho. Um anjo deteve a Mão de Abraão quando
já estava erguida para imolar o seu Filho, mas Nossa Senhora teve
que beber todo o cálice da dor. Seu sacrifício tem um valor tão
grande, a ponto de receber o título de Co-Redentora, ao pé da Cruz.
mesma ofereceu o Seu Filho à Justiça divina, para nos receber como
Filhos. Aqui a causa da imensa dor de Maria: Nós. Por nós, Jesus
morre e por nós sofre Maria. A dor de Maria é conseqüência das
inúmeras culpas de todos os Filhos de Adão, que causaram nossa
expulsão do paraíso. Em Maria, de maneira única, revela-se o
mistério salvífico do sofrimento. A Virgem, sendo a toda formosa, a
sempre Imaculada, não sofreu somente por si mesma: sofreu por nós,
porquanto é a Mãe de todos.
Quando o nosso horizonte nos parecer estreito, nublado,
fechado; quando nos parecer que Cristo fracassa em nossa própria
vida ou no ambiente que nos rodeia, será a hora de recorrermos a
Maria e de deixarmo-nos invadir por sua fé inabalável, pela sua
esperança sem limites, pelo seu amor inflamado. Talvez a dor não
diminua, mas dela nascerão - com a graça de Deus - uma fé nova e
mais firme, uma esperança mais segura e um amor mais
substancioso.
Tome Jo 19,26-27
Jesus não se limitou a um ato de piedade para com ela,
quando deu ao discípulo amado a incumbência de "levá-la para casa".
Na realidade, nesse momento de grande sofrimento, Jesus deu a
Maria a missão de olhar pela Igreja nascente. E ela aceitou, ao pé da
cruz, a missão que o Pai lhe encomendava, por meio de Jesus, na
obra Redentora.
Não é de se estranhar que a Virgem seja chamada Co-
redentora. Não se deve temer o uso de palavra tão expressiva e justa.
A rigor, embora de modo muito mais modesto, todos somos
Décima Aula
Assunção de Nossa Senhora
ROTEIRO DO CONTEÚDO
1. FUNDAMENTO BÍBLICO DA ASSUNÇÃO
2. DEFINIÇÃO DOGMÁTICA
3. FATOS DECORRENTES DA GLORIFICAÇÃO DE MARIA
4. A INTERCESSÃO DE MARIA
5. SENTIDO TEOLÓGICO
DESENVOLVIMENTO DO TEMA:
ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
INTRODUÇÃO
Nos quatro primeiros séculos da Igreja, esta verdade era
professada só implicitamente, até que, no Séc. IV, foi instituída a festa
da Assunção de Nossa Senhora, para celebrar o Mistério. E pelo fim
do Séc. V, a Assunção de Maria se encontrava já afirmada
explicitamente em vários documentos, até que em 1950 foi definida
solenemente.
2. DEFINIÇÃO DOGMÁTICA
"Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma dignamente
revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria,
terminando o curso de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma
à glória celestial". (Constituição apostólica "Munificentissimus Deus"
(M.D DE Pio XII - primeiro de Novembro de 1950).
Entende-se por Assunção a glorificação corporal antecipada da
Santíssima Virgem, em razão dos méritos do seu Filho Jesus Cristo.
Assim, enquanto dizemos que Jesus ascendeu aos céus, sobre Maria
é certo que esta foi assunta ao Céu, de corpo e alma, porque Jesus
subiu aos céus por virtude própria, enquanto Maria foi assunta aos
céus pelas virtudes e méritos de Jesus. Ela foi assim, levada, não
tendo subido por si.
Diz-se glorificação antecipada porque a glorificação corporal
das criaturas é prevista apenas para o fim dos tempos, enquanto que
com Maria ela aconteceu antecipadamente.
Obs: Se Maria morreu ou não morreu, o fato não é artigo de fé
e constitui divergência desde os primeiros séculos da Igreja. De
qualquer modo, se Deus envolveu de mistério o fim de sua santíssima
Mãe, não cabe a nós nos perdermos em tais discussões.
4. A INTERCESSÃO DE MARIA
A ação de Maria em favor de seus filhos consiste numa
intercessão viva e eficaz:
- Viva porque procede do Amor. Ela não nos conhece como
um sábio que registra friamente os fenômenos que vê, mas
com desejos pela nossa Salvação, que coincidem com os
de Deus e com seu imenso amor por nós.
- Eficaz, não porque Deus necessitasse dela,
independentemente de Sua vontade, já que Deus
realmente não necessita de ninguém, mas porque Deus
quis fazer da redenção uma obra na qual a Salvação seja,
em cada uma de suas etapas, tanto no plano terrestre
como no celeste, um trabalho simultaneamente humano e
divino. Senão vejamos:
- Deus se fez homem para salvar os homens.
- Associou uma criatura, uma mulher, à sua missão Salvífica
(Maria).
- Colocou a Igreja nas mãos de homens e compraz-se em
lhes deixar fazer obras "maiores" que as suas.(Jo 14,12\ Jo
4,38)
- E faz cada homem colaborar livremente para sua própria
salvação ou perdição.(Eclo 15,11-22)
Assim, o papel concedido às intercessões de Nossa Senhora e
dos santos manifesta um desígnio divino.
5. SENTIDO TEOLÓGICO
A Assunção não pode ser considerada como um fato isolado,
mas no contexto da obra redentora de Jesus e no contexto da missão
que Jesus encomendou a Maria na Cruz, em favor da Igreja.
5.1 Com relação a Jesus, a Assunção de Maria não tem luz
própria, mas é o reflexo que Cristo ressuscitado faz incidir sobre Ela.
É participação na glória de Cristo, devido à Redenção. Sua
maternidade não é simplesmente biológica, mas participação
consciente e aceita na obra de seu Filho. Jesus a ama com amor
divino e, por isso, a mantém inseparável a Ele. Assim, por desígnio
divino, Maria está associada à vitória de Cristo sobre o pecado e
consequentemente sobre a morte. Maria é vitoriosa sobre o pecado e
a morte não por si mesma como Cristo, mas porque está unida a
Cristo vitorioso.
5.2 A virgindade de Maria também é motivo de sua Assunção
por ter sido Ela vocacionada a doar sua carne unicamente a Deus.
A Assunção de Maria é sinal de que a Graça não transforma
somente o espírito, mas todo o ser humano. A graça da glorificação
do corpo humano foi antecipada em Maria, enquanto nós haveremos
de esperar a ressurreição final.
O final terreno de Maria também traz para nós o fruto de tirar de
nós a idéia da morte apenas como pena pelo pecado, mas nos fazer
vê-la como a mais completa renúncia e entrega de si mesma nas
mãos do Pai.
5.3 Com relação à Igreja devemos estar conscientes de que
toda obra Salvífica de Cristo e a participação de Maria na mesma tem
ROTEIRO DO CONTEÚDO
DESENVOLVIMENTO DO TEMA:
MARIA E A SANTÍSSIMA TRINDADE
INTRODUÇÃO
A referência trinitária é extremamente urgente para a Mariologia
e o culto mariano, a fim de que encontrem o seu justo lugar e a
verdadeira finalidade. Se Maria é Aquela a Quem, pela primeira vez,
foi revelado, embora somente em termos alusivos(O Anjo lhe revelou
na Anunciação), o mistério trinitário do Altíssimo que, por mediação
do Espírito Santo, daria origem a Cristo (Lc 1,28-35), ela pode ser
para todo cristão um lugar de encontro com as três pessoas divinas e
de revelação da Sua obra Salvífica.
Na companhia de Maria, a vida cristã é um itinerário para a
Santíssima Trindade: a vida dos santos é um excelente testemunho
disso. (Ver, por ex.: Sta. Teresinha, Elizabete da Trindade, etc).
1. MARIA: DESCOBRIR O PAI
ROTEIRO DO CONTEÚDO
DESENVOLVIMENTO DO TEMA:
NOSSA SENHORA E A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO
INTRODUÇÃO
Tomar Jo 19, 30
A exegese moderna vê o Pentecostes já iniciado no Calvário,
no momento mesmo da morte de Cristo, que é o início da sua
glorificação. A água que sai do lado traspassado de Jesus é vista, por
João, como o cumprimento da promessa sobre os rios de água viva
que iriam jorrar do seu seio, e como sinal do Espírito que iriam
receber os que nele acreditassem (cf. Jo 7,39).
Tomar Jo 19,25. Maria estava junto à Cruz para receber esse
sopro e as primícias do Espírito. Também ao pé da Cruz ela foi a
primeira “Batizada no Espírito” como representante de toda a Igreja.
O Espírito que Jesus dá aos discípulos na Cruz e na noite de
Páscoa é a própria vida de Jesus, Espírito da verdade, que faz
conhecer Jesus (Jo 16,13), que assegura a sua permanência em nós
e a nossa nele (IJo 4,13), Espírito que irá morar no coração dos
discípulos (Jo 14,17). Este é o Espírito do qual Maria recebeu as
primícias, estando perto da Cruz de Cristo.
3. MARIA NO CENÁCULO
Tomar At 1,14. Embora sua presença seja lembrada com
outras mulheres, Maria está ali como a Mãe de Jesus. O Espírito
Santo, que está para vir, é o Espírito do Seu Filho. Entre ela e o
Espírito Santo há uma ligação profunda, que vem desde a
Encarnação. Maria está ali como alguém que já recebeu o Batismo no
Espírito, e apresenta os discípulos do seu Filho para recebê-lo.
Que nos diz Maria, com sua presença no cenáculo, no
momento de Pentecostes?
Primeiro, antes de empreendermos qualquer coisa,
necessitamos receber o Espírito. Segundo, para a vinda do Espírito
Santo, precisamos preparar-nos sobretudo com a oração. “Entre
oração e dom do Espírito há a mesma circularidade que há entre
Graça e Liberdade. Nós precisamos receber o Espírito para poder
rezar e precisamos rezar para poder receber o Espírito Santo. No
começo, há o dom de Graça, mas depois é preciso rezar para que
esse dom se mantenha e aumente” (Raniero Cantalamessa) .
ROTEIRO DO CONTEÚDO
DESENVOLVIMENTO DO TEMA:
A DEVOÇÃO MARIANA
INTRODUÇÃO
Devemos ser gratos a Maria por ela ter assumido seu lugar e a
vontade de Deus na sua vida, o que nos favoreceu inteiramente.
Precisamos compreender com isso o quanto vale a nossa adesão ao
plano de Deus para as nossas vidas. Não temos o papel de Maria na
história da Salvação, mas temos o nosso: útil e necessário para a
Salvação dos nossos irmãos e para a nossa própria Salvação.
"Ele nos amou primeiro". Todo amor concreto vem da gratidão
a Deus, que nos amou primeiro e assim plantou a semente do amor
em nosso coração. Por isso, gratidão e amor se completam, já que o
amor é a conseqüência natural da gratidão para aqueles que sabem
ter em de si mesmos somente os seus pecados.
Podemos demonstrar nossa gratidão e amor à Nossa Senhora,
interiormente, com a nossa inteligência (pelos pensamentos e pela
adesão às verdades de fé a seu respeito), e exteriormente, com
palavras e obras.
1.3 Invocação
Maria não é somente Mãe de Deus e nossa Mãe e Co-
Redentora da humanidade. Ela é também distribuidora de todas as
Graças que recebemos. Devemos, pois, recorrer a ela invocando-a
com ilimitada segurança.
Certamente Maria sabe nossas necessidades, porque, estando
no céu de corpo e alma, tem identidade com nossa humanidade, e,
porque imersa na Bem-Aventurança celeste, vê claramente o estado
de nossa alma e nossas reais necessidades, através da ótica de
Deus, a quem contempla sem cessar.
Certamente Maria pode nos socorrer com suas intercessões,
como a Palavra mesmo mostra nas Bodas de Caná. Hoje, pelo
mistério da Comunhão dos Santos, ela continua seu ministério de
intercessão por nós. Devemos invocar a intercessão de Maria nas
nossas necessidades materiais e espirituais e para a hora da nossa
morte.
1.4 Vassalagem
"Ó Virgem santa, sou todo teu! Teu para sempre, para a vida e
para a morte, no tempo e na eternidade!" (Papa Pio XII).
1.5 Imitação
Maria não deve ser para nós apenas a Mãe admirável ou
aquela para quem os filhos de Deus correm a fim de alcançar Graças,
mas sobretudo deve ser aquela a quem todos os homens e mulheres
devem e podem imitar. São Gregório Magno disse com muita razão
que "A verdadeira devoção consiste em imitar aqueles a quem
veneramos". E isso não é impossível a nenhuma criatura nem
desagradável a Jesus, pois Ele mesmo nos ensinou onde estava o
exemplo mariano da Bem-Aventurança: Ouvir a Palavra de Deus e
observá-la.
Ela é o modelo mais perfeito para todos e em tudo. É modelo
no cumprimento dos deveres para com Deus: Piedade filial. É modelo
no cumprimento dos deveres para consigo mesma: Pureza do corpo e
da alma. É modelo no cumprimento dos deveres para com o próximo:
Misericórdia que consola, socorre e perdoa.
ROTEIRO DO CONTEÚDO
1. MARIA NOS CONCEBEU E NOS DEU À LUZ
2. “MULHER, EIS AÍ O TEU FILHO”
3. “EIS A TUA MÃE”
DESENVOLVIMENTO DO TEMA:
MARIA, MÃE DE TODOS NÓS
INTRODUÇÃO
Vamos finalizar este curso contemplando Maria como mãe dos
cristãos, como nossa Mãe. Mãe de Deus é um título definido
solenemente com a verdade central da nossa fé, que Jesus é Deus e
homem (Credo). Já o título de Mãe dos cristãos, ou nossa Mãe, indica
uma maternidade espiritual.
O nosso objetivo, neste dia, será perceber o dom de Cristo que
esse título contém, de modo que sirva não só para honrarmos Maria
com mais um título, mas para nos edificar na fé e crescer na imitação
de Cristo.
Caro(a) Aluno(a)
Esta avaliação tem como objetivo colher o seu testemunho sobre os
frutos que você tem percebido em sua vida e oração a partir das aulas que
você tem participado, e dos exercícios de oração que você tem participado
neste semestre. Não se trata de uma avaliação intelectual, mas de uma
avaliação de sua caminhada com Deus nestas últimas sete semanas. Por
esta razão, cada questão deve ser respondida em oração e escuta do
Senhor. Trata-se, pois, de um momento muito importante, no qual o Espírito
Santo pode realizar maravilhas em seu coração, como no coração daqueles
que vierem a conhecer sua partilha. Que Nossa Senhora, Rainha da Paz,
seja sua mestra e companheira nesta tarefa!
1. Nossa Senhora acompanhou seu filho até a Cruz, dando livre
consentimento ao seu Sacrifício, e vivendo, em meio à dor, a
plenitude da fé, da esperança e da caridade que jamais outra
criatura humana viveu. Assim, é que ela se torna co-redentora e
medianeira de todas as graças que recebemos do sacrifício de
Seu Filho Jesus. Partilhe aqui como você tem recorrido à
intercessão de Maria em sua vida, e quais os frutos colhidos.
2. Partilhe aqui como você corresponde o relacionamento de Maria,
durante sua vida terrena, com o Pai, com o Filho e com o Espírito
Santo, e como você percebe que pode imitá-la neste
relacionamento.
3. Em Pentecostes, Maria está presente como a Mãe de Jesus, do
qual nos vem o Espírito Santo. Após Pentecostes, diz-se que
Maria inaugura na Igreja a alma orante, que intercede por
aqueles que vão em missão. Sabemos que como batizados
somos todos missionários. Faça aqui, por escrito e em oração,
seus propósitos de, confiando na intercessão de Nossa Senhora,
evangelizar com mais coragem e determinação.
4. Pare um instante e viva um breve momento de oração escutando
o Senhor sobre o que mudou na maneira de você viver sua
devoção à Nossa Senhora como fruto deste semestre de aulas e
orações. Partilhe aqui
BIBLIOGRAFIA
AQUINO, TOMÁS DE. Summa Teológica, Questões 27 a 49
BERMEJO, JESUS. Maria na vida de João XXIII, São Paulo, Ave Maria, 1988
GAMBERTO, LUIGI, Maria nel pensiero dei padri della Chiesa, Milão,
Paoline, 1991
JOÃO PAULO II, Carta Encíclica Redemptoris Mater. São Paulo, Paulinas,
1987