Ensaio Sobre A Pandemia

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Ensaio sobre a pandemia.

Ao tentar escrever sobre a pandemia, eu acho que nada será mais ilustrativo que se
falasse sobre o que me aconteceu a partir do dia 27 de fevereiro passado. Aquele foi o
dia em que tudo mudou.

Primeiro, vou-me apresentar porque não tem sentido que eu relate os fatos da minha
vida, sem que você me conheça. Meu nome é Ezequiel, sou funcionário e estudante,
e sou casado faz 7 anos (são quase 12 juntos em total). Meu marido se chama
Facundo, é vice-diretor duma escola primaria e docente dum instituto de formação
superior.

Justamente por culpa desse jeito e da covid, que obriga constantemente a mudar os
planos o tempo todo, a viagem de formados que tinham planejado para o final do ano
passado, na escola primaria dele, teve que ser reprogramado para este verão. Mais
especificamente um dia depois de eu completar anos, em 23 de fevereiro.

Então, depois de nós ficar todo um ano protegidos do mundo exterior, sem quebrar
nenhuma bolha, nem de família, nem de amigos, meu marido e seus alunos foram de
avião para San Rafael, Mendoza.

Tudo bem, lá ficaram vários dias até que, infelizmente, ao voltar, vários dos alunos e
professores haviam pegado a doença sem a mínima explicação de onde foi que
aconteceu.

De fato, eu me pergunto: Por que acontecerá que precisamos saber onde se produz o
contágio? Como se isso permitisse presumir alguma coisa, sei lá...

No caso de meu esposo, as autoridades lhe avisaram que era positivo um dia depois
de seu regresso, quando nós já tínhamos convivido durante 24 horas. Nesse
momento, ele começou com febre, dor de corpo, perdeu o olfato e o paladar e ficou
doente. Eu, cinco dias depois, sem sintomas tive que passar por essa sensação
horrível do hissopado. Mas aconteceu não por ter alguma coisa, senão pelo fato de ter
um “contato estreito” com um positivo, e como fazemos tudo juntos, eu também fui
positivo.
À medida que o tempo passava, Facundo se recuperou bem e eu estava cursando a
doença assintomático. Dum dia para outro, sem que ninguém suspeitasse nada, eu
fiquei sem olfato nem paladar, com febre e pneumonia. Graças a Deus, no hospital
falaram-me que, em princípio não ia precisar ficar internado e voltei para minha casa,
sem poder sair da cama durante quase 10 dias.

Dessa forma aconteceu que, no dia 18 de março, tive a minha alta médica para voltar
ao mundo exterior. Atualmente, ainda não recuperei os sentidos (hoje se completa um
mês sem eles), emagreci demais, me falta um pouco de ar e fico cansado muito
rápido, mas dia a dia, eu vou melhorando e tenho certeza de que isto ficará no futuro
próximo como uma anedota, amarga, mas só como uma anedota.

Portanto, eu quero pedir a todas as pessoas que leiam este ensaio (sem pensar se é
ou não é isto um ensaio) que se cuidem muito. Cuidem a seus amigos, suas famílias,
a todas as pessoas que sejam importantes para vocês e também, aquelas que nem
conhecem. Porque, em suma, todos somos importantes para alguém e isso, merece o
maior dos respeitos.

Se vocês se cuidam e eu me cuido, nós nos cuidamos entre todos e o mundo é um


lugar melhor, pois desta pandemia saímos todos juntos.

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