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FUNDAMENTOS DE

ECOLOGIA
Aspectos estruturais e funcionais dos ecossistemas.
A energia nos ecossistemas.
Prof. Albano
ECOSSISTEMA
 Umconjunto de seres vivos que interagem
entre si e com o meio natural de forma
equilibrada, por meio da reciclagem de
matéria e do uso eficiente de energia solar

FATORES BIOLÓGICOS
FATORES FÍSICOS
EXEMPLOS DE ECOSSISTEMAS:
• Uma simples planta constitui um ecossistema
• O oceano é um ecossistema
• Um aquário é um ecossistema
• Uma floresta é um ecossistema
• Um terrário, exemplifica um ecossistema
ELEMENTOS QUE COMPÕEM UM ECOSSISTEMA:
 Elementos bióticos - Os seres vivos
 Produtores – autótrofos
 Consumidores 1ários – herbívoros
 Consumidores 2ários – carnívoro 1ª. ordem (heterótrofos)
 Consumidores 3ários – carnívoro 2ª. Ordem (heterótrofos)
 Consumidores mistos – onívoros (heterótrofos)
 Decompositores – heterótrofos
 (Bactérias, fungos e alguns protozoários, que se alimentam de
materiais residuais)

 Elementos abióticos - Matéria inorgânica ou sem vida


(como água, ar, solo)
CARACTERÍSTICAS DOS ECOSSISTEMAS:

TODOS OS ECOSSISTEMAS SÃO INTERLIGADOS


(BIOSFERA) - CONTINUIDADE
CARACTERÍSTICAS DOS ECOSSISTEMAS:

OS ECOSSISTEMAS SÃO ABERTOS E SE MANTÊM ATRAVÉS DO


FLUXO DE ENERGIA SOLAR – SISTEMA ABERTO

PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA (OU LEI DA CONSERVAÇÃO DA


ENERGIA)

“A energia pode se transformar de uma forma em outra, mas não


pode ser criada ou destruída”

SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA


“Todo o processo de transformação de energia dá-se a partir de
uma maneira mais nobre para uma menos nobre, ou de menor
qualidade”
CARACTERÍSTICAS DOS ECOSSISTEMAS:

OS ECOSSISTEMAS RESISTEM À MUDANÇAS, OU SEJA, SÃO AUTO-


REGULADORES – HOMEOSTASE

• Hipótese de Gaia (J. E. Lovelock, 1979):


“Toda a massa de matéria viva da Terra
funciona como um vasto organismo que
ativamente modifica o seu planeta para
produzir o ambiente que melhor serve as
suas necessidades”.
EXEMPLO DE ADAPTAÇÃO ENTRE ESPÉCIES E
O MEIO FÍSICO – SUCESSÃO ECOLÓGICA:
ORGANIZAÇÃO DE UM ECOSSISTEMA:
 Em um ecossistema, cada espécie possui seu Habitat e seu
Nicho Ecológico
– Habitat – local ocupado pela espécie, com todas as suas características
abióticas. É o “endereço” de uma espécie.
– Nicho Ecológico – pode ser definido como a região (um hipervolume de n
dimensões) num espaço multidimencional de fatores ambientais que atingem o
bem-estar de uma espécie:
• Um hipervolume de n dimensões que engloba a amplitude das condições físicas e
biológicas necessárias a uma espécie que permite manter uma população estável
ou em crescimento.
• Num ecossistema equilibrado, cada espécie possui um nicho diferente do de
outras espécies, caso contrário haverá competição entre espécies que possuem o
mesmo nicho.
• Equivalentes Ecológicos – são espécies que ocupam nichos semelhantes, em
regiões distintas (redundância funcional - (Walker, 1992; Lawton & Brown, 1993).
NICHO FUNDAMENTAL E NICHO
REALIZADO
 A amplitude total de oportunidades de recursos que
um organismo é potencialmente capaz de ocupar
dentro de um ecossistemas é seu Nicho
Fundamental.
 Hutchinson (1957):
 Nicho fundamental  todos os aspectos do
hipervolume n-dimensional na ausência de outras
espécies.
 Nicho realizado  a parte do nicho fundamental a qual
a espécie fica restrita devido às interações.
ORGANIZAÇÃO DE UM ECOSSISTEMA:
CADEIA ALIMENTAR – arranjo produtor-consumidor.

Podem ser divididas em dois tipos:


 As que começam pelos vegetais vivos e passam pelos
herbívoros e carnívoros (cadeia autotrófica).
 E as que se iniciam pelos detritos vegetais e animais e
passam pelos detritívoros (cadeia de detritos).

Capim  gafanhotos  pássaros  raposas (Cadeia de Predadores)


Trigo  pulgão  protozoários (Cadeia de Parasitas)
Folhas  fungos  vermes (Cadeia de Decomposição)
ORGANIZAÇÃO DE UM ECOSSISTEMA:
 Cadeia alimentar (exemplos nacionais):
ORGANIZAÇÃO DE UM ECOSSISTEMA:
 Teia alimentar (exemplos gerais):
ORGANIZAÇÃO DE UM ECOSSISTEMA:
ORGANIZAÇÃO DE UM ECOSSISTEMA:
 Teia ou cadeia alimentar?
ORGANIZAÇÃO DE UM ECOSSISTEMA:
 Pirâmides ecológicas
 Números:
ORGANIZAÇÃO DE UM ECOSSISTEMA:
 Pirâmides ecológicas
 Biomassa:
ORGANIZAÇÃO DE UM ECOSSISTEMA:
 Pirâmides ecológicas
 Energia:

Carnívoros 2
Quarto NT
Ou onívoros
Carnívoros 1 Terceiro NT
Herbívoros Segundo NT

Produtores Primeiro NT
ORGANIZAÇÃO DE UM ECOSSISTEMA:
 Pirâmides ecológicas
 Energia:

Produção líquida de cada nível

Respiração
ORGANIZAÇÃO DE UM ECOSSISTEMA:
 Fluxo de energia e ciclo da matéria no ecossistema

Energia Radiante Cadeia de Pastagem

Produtores consumidores
primários primários Carnívoros E
E (herbívoros) E
nutrientes
Consumidores
Decompositores Terciários
(carnívoros)

Consumidores Consumidores
E Detritos primários secundários E
E (detritívoros) E (carnívoros)

Cadeia de Detrito
ORGANIZAÇÃO DE UM ECOSSISTEMA:
 Produtividade dos Ecossistemas

o Matéria orgânica
produzida, ou energia
fixada pelos produtores

o Transferência para os
consumidores ao longo das
seqüências alimentares
ORGANIZAÇÃO DE UM ECOSSISTEMA:
 Alterações na cadeia alimentar
Bloqueio da cadeia alimentar

o Destruição de um dos elos da cadeia;


o Introdução de organismo estranho à cadeia;
Exemplos:
 O Eucalipto e a Caturrita (ave praga no sul, Argentina e Uruguai).
 Eichhornia crassipes, um aguapé brasileiro conquista o mundo.
 Anopheles gambiae, um mosquito africano década de 30.
 Austrália, ex-paraíso dos coelhos (Oryctolagus cunniculus).
ORGANIZAÇÃO DE UM ECOSSISTEMA:
 Produtividade dos Ecossistemas: a cada nível trófico, parte
da energia recebida é incorporada à biomassa e parte é
dissipada como calor.
ORGANIZAÇÃO DE UM ECOSSISTEMA:
 Alterações na cadeia alimentar
Biomagnificação
• Alterações provocadas pela ação de poluentes químicos.
• Os últimos níveis tróficos, são os mais prejudicados.

Mergulhão (2500)

Peixes carnívoros (22 a 221) Inseticida


transferido
Peixes planctófagos (7 a 9) por via
alimentar
Zooplâncton (3,0)

Fitoplâncton (0,5)

Água (0,014)

Pirâmide de biomassa do Lago Clear, na Califórnia (concentração de TDE em


ppm) Charbonneau, J. P. et al., 1979.
PRODUTIVIDADE:
 Produtividade Primária Bruta (PPB) de um
Ecossistema: é a quantidade de material produzido
pela fotossíntese, num período fixo de tempo.

 Produtividade Primária Líquida (PPL): é a parte


da energia dos produtores utilizável como alimento
para os consumidores. Pois a outra parte é utilizada
pelos produtores em suas funções vitais.

 PP Varia com:
PPB = PPL + R
 Estação do ano
 Idade do indivíduo
 Clima (PPL é superior em climas tropicais)
 Disponibilidade de água, sais minerais e intensidade
luminosa
PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA
BRUTA E LÍQUIDA
PRODUTIVIDADE NOS ECOSSISTEMAS

Produtividade Primária Bruta (PPB) = Taxa fotossintética total


Produtividade Primária Líquida (PPL) = PPB - Respiração dos
autótrofos
Produtividade Líquida da comunidade (PLC) = PPL - Consumo por
herbívoros
PRODUTIVIDADE – CHARLES ELTON (1920)

Cada nível trófico incorpora apenas 10% da


energia do nível precedente
Quanto maior o nível trófico do organismo  menor
a quantidade de energia disponível

10% 10% 10%

100 10
1000
Produtores Consumidores Consumidores Consumidores
primários secundários terciários
900
0 900 90 9
PRODUTIVIDADE – ESTÁGIO DE SUCESSÃO
PB/R – Relação entre Comunidade Clímax ou Sucessão Ecológica
PB/R = 1,0 (Ecossistema Maduro) – toda produção primária líquida de um
certo intervalo de tempo é consumida pela fauna em intervalo de tempo igual
(PL = 0).
PB/R > 1,0 (Ecossistema Sucessional) – apenas parte da produção primária
líquida é consumida, ou seja, fica saldo de energia para manter novos
consumidores (PL > 0).
Diferenças entre o ecossistema sucessional e maduro
Características Ecossistema sucessional Ecossistema maduro
Diversidade biológica Baixa Alta
Biomassa total Pequena Grande
Número de relações Pequeno Grande
Teia alimentar Simples Complexa
Relação produção/consumo Maior que 1 Menor que 1
Estabilidade Instável Estável
Resistência aos distúrbios externos Baixa Alta
TRANSFERÊNCIA DE MATÉRIA E ENERGIA NOS
ECOSSISTEMAS
FLUXO DE ENERGIA NAS CADEIAS DE
PASTAGEM E DE DETRITO

Modelo de cadeia alimentar (Odum, 2004)


PADRÃO DE FLUXO ENERGÉTICO EM
DIFERENTES TIPOS DE ECOSSISTEMAS

(Begon et al., 2006)


EFICIÊNCIA ECOLÓGICA
 Eficiência ecológica é a porcentagem de energia
transferida de um nível trófico para o outro, em
uma cadeia alimentar.
 De modo geral, essa eficiência é,
aproximadamente, de apenas 10%, ou seja, cerca
de 90% da energia total disponível em um
determinado nível trófico não são transferidos para
a seguinte, sendo consumidos na atividade
metabólica dos organismos do próprio nível ou
perdidos como restos.
 Em certas comunidades, porém, a eficiência pode
chegar a 20%, como nas aquáticas.
EFICIÊNCIAS FOTOSSINTÉTICAS - TERRESTRE
EFICIÊNCIAS FOTOSSINTÉTICAS - AQUÁTICA
EFICIÊNCIA ECOLÓGICA – PRODUTIVIDADE
SECUNDÁRIA
FATORES LIMITANTES À PRODUTIVIDADE
PRIMÁRIA (OU CONTROLADORES)
 Comunidades terrestres:
 Luz solar  varia com as estações do ano, todas as
comunidades a utilizam de maneira ineficiente.
 Dióxido de carbono (CO2)  raramente, abundante no
ar.
 Água  precipitação e textura do solo.
 Nutrientes no solo  textura, clima (runoff).
 Temperatura  atua nas taxas fotossintéticas, atua na
velocidade das reações químicas mediadas por
enzimas.
FATORES LIMITANTES À PRODUTIVIDADE
PRIMÁRIA (OU CONTROLADORES)
 Comunidades aquáticas:
 Disponibilidade de luz  atenuação da intensidade
luminosa com a profundidade, até o ponto de
compensação (em que PPB = R), depois fica negativa.
 Disponibilidade de nutrientes:
 Nitrogênio  Nitrato (NO3).
 Fósforo  Fosfato (PO4, ortofosfato).
 Razão N:P  pode ser importante ao fitoplâncton.
 Ferro (Fe2, Fe3)  Oceanos abertos (pobres desse
elemento de origem continental).
 Upwellings (ressurgência)  no mar.
 Mixing (mistura da coluna)  lagos, represas.

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