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de 2023 so s
Lorena
Mulher. Mãe. 27 anos. Estudante. Batalhadora. Sonhadora.
Lorena é uma jovem que foi mãe na adolescência, e, mesmo em
meio a muitas dificuldades, conseguiu entrar na faculdade. Ela
contava apenas com sua mãe para auxiliar com o filho. Seu
marido, provedor do lar, nunca participou dos cuidados da criança.
A vida dela sofre uma reviravolta quando, assim que se forma na
faculdade, recebe um e-mail de aceite no mestrado internacional
que vinha há anos sonhando, e, logo em seguida, descobre que
está grávida. Ela não queria isso. Não conseguiria arcar com as
despesas no mestrado e de mais um filho. Seria muito custoso, não
só financeiramente. Sem apoio, principalmente do marido, com
mais uma criança ela precisaria morar com a mãe novamente. Em
meio a um enorme sofrimento e envolta em questionamento, porém
certa de que não teria como dar continuidade àquela gestação,
Lore começa a procurar diversas formas de fazer o aborto. Ela está
empenhada em dar um futuro melhor para seu filho e alcançar
também os seus próprios sonhos.
Sua saúde mental nunca esteve tão abalada. Ela tenta realizar o
aborto da maneira que consegue, mas sua tentativa não dá certo e
ela precisa procurar um hospital para atendimento. Chegando lá,
percebendo a situação, alguns profissionais da equipe de saúde
começa a tratá-la de maneira diferente, ela fica amedrontada
com os olhares e comentários que recebe.
Melinda
Mulher preta. 32 anos. Moradora de uma comunidade no interior do Rio de Janeiro. Católica. Dona de
casa. Casada com Gabriel há 12 anos. Mãe dedicada de 2 filhos.
A maternidade sempre foi um sonho para Melinda, que, sem planejar, engravidou de seu primeiro filho
aos 19 anos. Ela e Gabriel se casaram pouco antes do bebê nascer e ele foi morar na casa da família
de sua, agora, esposa. A partir de então, enquanto seu esposo trabalha como garçom e vendendo
balas em seus turnos livres, ela cuida da casa, dos filhos, de sua mãe e sobrinhos. Apesar da casa ser
pequena, de morarem lá muitas pessoas, e da renda apertada da casa vem das faxinas que sua mãe
faz, do trabalho fixo e dos bicos de seu marido, nunca passaram necessidades, que, infelizmente, é a
realidade de alguns dos seus vizinhos.
Aos 25 anos, durante o parto de sua caçula, algumas complicações ocorreram e ela perdeu a
consciência. Seu marido, que estava de acompanhante, até então conversava tranquilamente com a
obstetra e dava força para Melinda, quando os apitos dos monitores começaram a soar e ele foi
informado que precisaria sair da sala e que sua esposa iria passar por um procedimento de
emergência porque os batimentos cardíacos do bebê estavam caindo. Somente a equipe e a mulher
ficaram naquela sala. Ao acordar, ainda sem entender muito onde estava, sentiu algo diferente e
dolorido, não somente entre as pernas, mas também notou que no pé da barriga havia uma cicatriz
de cesariana. Como poderia isso ter acontecido se sua escolha foi por um parto natural? A sua
atenção voltou-se então para procurar pela bebê, que não estava no quarto. Foi quando soube que a
filha estava internada no CTI. Somente dias depois a equipe de saúde informou que a mulher, não
somente havia passado por uma cesariana, como também "ligaram suas trompas". A notícia foi um
choque para ela, pois não era a sua vontade, nem de seu marido, que, enquanto ela estava
inconsciente, não foi informado da situação. A decisão foi tomada pela médica plantonista.
Melinda ainda recorda como foi difícil se recuperar fisica e mentalmente daquela situação, ainda
mais com sua filha internada por meses. Ela mal conseguiu processar tudo que ocorreu com ela.
Quem dirá questionar.
Eduarda
Mulher. 40 anos. Preta. Arquiteta. Casada. Sem filhos. Livre.
Eduarda tem uma família consolidada, ela e seu marido tem um
relacionamento aberto e livre sexualmente. A maternidade nunca foi um
desejo. Para eles, a vida cercada pelos sobrinhos, seus cães, amigos e
muitas plantas, era mais que suficiente. Tudo virou de ponta-cabeça
quando Eduarda, após exames de rotina, recebeu o diagnóstico de um
câncer de mama. O tratamento seguiu, a cirurgia para retirada da mama
foi indicada pela equipe médica, e a etapa seguinte seria de radio e
quimioterapia.
Eduarda sempre foi uma mulher muito alegre, de grande fé e de muitos
amigos, que a cercaram ainda mais de amor nesse período difícil.
Foi em um sábado qualquer, em um bar do centro da cidade, que ela e seu
marido se aventurarem com um rapaz mais jovem. Houve uma exposição
ao risco dela engravidar, já que, por indicação médica, ela precisou
interromper o uso de anticoncepcional. Como nunca esteve nos planos, ela
tomou a pílula do dia seguinte. No entanto, semanas depois a
quimioterapia começou a gerar grande mal estar, seu marido então pediu
para que fizesse também um teste de gravidez, que resultou positivo. Foi
um baque. Chegaram a cogitar que seria o destino. Porém, a equipe
médica informou que a gestação poderia prejudicar o tratamento, e vice-
versa. Com isso, o casal optou pela interrupção. No entanto, devido ao
cenário, só seria possível mediante a judicialização.
a s p ri n c i p a is
Quais s u o s
õ es q u a n t o a
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