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RESUMO
1
Rayssa Santa Cruz Monteiro Introdução: Peso, altura e Índice de Massa Corpórea (IMC) destaca-se
1
Thays Regina Louzada Cunha entre os métodos objetivos de avaliação nutricional, no entanto nem sem-
1
Meiry Elisa Nunes Santos
1
Simone Sotero Mendonça pre é possível obtê-los, sendo necessário utilizar métodos preditivos.
ABSTRACT
Introduction: Among the objective methods applied on patients´ nutritio-
nal assessment, weight, height and Body Mass Index can be highlightened.
However, it’s not always possible to obtain these measures, which raises the
need of use of predictive methods.
Results and Discussion: Early studies for obtaining weight and height pre-
dictive equations were proposed by Chumlea et al in the 80’s. These equa-
tions for weight estimation are the ones with the best applicability, even
though they were developed for American elders. There are many height
predictive equations, although there are few studies evaluating their appli-
cability, many of them which were conducted in populations with different
characteristics from the one who originated them. The majority of studies
analyzing the equations developed by Chumlea found a height super-esti-
mation, mainly among women. The need of elaboration of ethnic-specific
equations made some authors develop formulas for their own specific po-
pulation, though the validation studies for those formulas are very few. Only
one work evaluated the methods for Body Mass Index prediction although
the methodology applied in this work was not clearly described.
Key words: Nutrition assessment; Body Mass Index; Body weight; Body height.
INTRODUÇÃO
O interesse na avaliação do estado nutricional do está diretamente ligado à evolução clínica dos pa-
paciente hospitalizado aumentou a partir da déca- cientes hospitalizados, determinando maior sus-
da de 80, devido à constatação de grande preva- cetibilidade a infecções e complicações, elevando
lência de desnutrição, que variou entre 30% e 50% significativamente as taxas de morbimortalidade2.
nessa população1,2. No Brasil o Inquérito Brasileiro Sabe-se que a desnutrição está relacionada com
de Avaliação Hospitalar (IBRANUTRI), realizado piores prognósticos, e que sua instalação ou a pio-
em 1996 pela Sociedade Brasileira de Nutrição ra do estado nutricional pode ser ocasionada pelo
Parenteral e Enteral (SBNPE), concretizou uma tempo prolongado de internação hospitalar, seja
pesquisa multicêntrica em 12 estados brasileiros no período pré-diagnóstico ou no tratamento3.
e mais o Distrito Federal em hospitais da rede pú-
blica do país, envolvendo 4000 pacientes inter- A avaliação do estado nutricional tem como objetivo
nados, sendo encontrada uma taxa de 48,1% de identificar os distúrbios nutricionais possibilitando
pacientes desnutridos2,3. Esse distúrbio nutricional uma intervenção adequada de forma a auxiliar na
Autores Fórmulas para estimativa de peso População Estudos semelhantes utilizando a população latino-
105 homens e -americana são escassos. Rabito et al.8 desenvolve-
Mulheres: P (kg) = [1,27 x CP (cm)] 123 mulheres ram equações para população brasileira maior que
+ [0,87 x AJ (cm)] + [0,98 x CB brancas, com 18 anos (Tabela 1), as mesmas foram validadas em
Chumlea (cm)] + [0,4 x PCSE (cm)] – 62,35
idade entre
et al.
65 e 104
um grupo de 100 pacientes de ambos os sexos (52
(1988)13 Homens: P (kg)= [0,98 x CP(cm)] + mulheres e 48 homens) com idade média de 48
[1,16 x AJ (cm)] + [1,73 x CB (cm)] anos, de
+ [ 0,37 x PCSE (mm)]-81,69 Ohio, Estados anos (± 18 anos), do Hospital Universitário da Fa-
Unidos. culdade de Medicina de Ribeirão Preto14, São Paulo.
I – [0,5030 x CB (cm)] +[ 0,5634 Observou-se alta concordância entre as equações
x CA (cm)] + [1,318 x CP (cm)] + na obtenção de peso, e a equação III, que utilizou
[0,0339 x PCSE (mm)] - 43,156 173 mulheres
e 195 homens como variáveis a circunferência do braço, circun-
Rabito II – [0,4808 x CB (cm)] + [0,5646
com idade ferência abdominal e circunferência da panturilha,
et al. x CA (cm)] + [1,316 x CP (cm)] –
entre 32 e 66 foi a que possuiu maior correlação com o peso real
(2006)8 42,2450
anos, de São
III – [0,5759 x CB (cm)] + [0,5263 Paulo, Brasil. dos pacientes. A equação III apresentou resultados
x CA (cm)] + [1,2452 x CP (cm)] – estatisticamente similares aos obtidos a partir da
[4,8689 x (sexo)*] - 32,9241
fórmula proposta por Chumlea et al.13 evidencian-
do alta concordância entre essas equações14.
P = peso, CP = circunferência da panturrilha, AJ = altura do joelho, CB
= circunferência do braço, PCSE = prega cutânea subescapular, CA =
circunferência abdominal. Outro estudo avaliou a concordância entre os pe-
* Fator de multiplicação de acordo com o sexo: 1 para o sexo masculino e sos obtidos utilizando-se as fórmulas de Chumlea
2 para o sexo feminino. et al.13 e Rabito et al.8. A amostra dessa pesquisa
foi composta de 121 pacientes adultos e idosos, de
As fórmulas para estimativa de peso desenvolvidas ambos os sexos da Clínica Médica do Hospital Re-
por Chumlea et al. em 1988, foram as primeiras gional da Asa Norte, Brasília15. Observou-se que os
a serem elaboradas a partir de medidas corporais dois métodos superestimaram os valores reais de
consideradas indicadores da composição corporal peso, apesar de boa concordância entre as equa-
como circunferências e dobras cutâneas. Até então ções, exceto para o grupo de adultos do sexo mas-
a estimativa de peso era feita considerando apenas culino. Os resultados obtidos por Chumlea et al.13
o sexo, a altura e a idade, dessa forma, limitando a se aproximaram mais do peso real, com destaque
avaliação da variação do peso, uma vez que esses para o sexo feminino enquanto que os pesos obti-
dados não contemplam as mudanças na composi- dos usando as fórmulas de Rabito et al.8 chegaram
ção corporal. Outra desvantagem das fórmulas pre- a superestimar em 10,25 kg ± 4,66 e 5,2 kg ± 9,63,
ditivas anteriores era a dependência de aferição da o peso em idosos e adultos, respectivamente15.
altura, medida que pode ser realizada através de
métodos diretos e com altura recumbente, porém Sampaio et al.7 e Dock-Nascimento et al.16 ao estu-
nem sempre pode ser feita adequadamente em in- darem uma amostra de indivíduos hospitalizados
divíduos amputados ou com deformidades ósseas13. em Fortaleza e no Mato Grosso, respectivamente,
também observaram valores médios de pesos esti-
Diante disso, Chumlea et al.13, utilizaram medi- mados por Chumlea et al.13 próximos aos valores
das de altura do joelho, circunferência do braço reais, mostrando a eficácia da predição de peso
e panturrilha, dobras cutâneas triciptal e subesca- dessas fórmulas, mesmo para indivíduos adultos,
pular, as quais são recomendadas para avaliação apesar de terem sido desenvolvidas para idosos.
antropométrica e possíveis de serem realizadas em
indivíduos que não deambulam. Foram obtidas Dock-Nascimento et al.16 encontraram que o peso
fórmulas preditivas utilizando duas, três ou qua- real e o estimado pela fórmula de Chumlea13 apre-
tro dessas variáveis a fim de proporcionar o uso sentaram boa correlação, sendo a diferença média
das fórmulas de acordo com a possibilidade de entre o peso real e estimado de + 4,5 kg. Porém
obtenção das medidas antropométricas. Contudo, em Viçosa-MG, Rezende17 observou que o peso
a validação feita pelo próprio autor em duas amos- estimado pela fórmula de Chumlea et al.13 diferiu
tras independentes mostrou que os pesos obtidos significativamente do peso real.
a partir da equação com quatro variáveis (Tabela
Assim como na estimativa de peso, Chumlea et Sampaio et al.7 compararam a altura estimada a
al.19 foram pioneiros na realização de estudos para partir da equação proposta por Chumlea et al.19
obtenção de fórmulas preditivas de altura através com as medidas de forma direta em pacientes
da altura do joelho (Tabela 2). O primeiro traba- adultos e idosos, de ambos os sexos. Os resulta-
lho foi realizado na década de 80 com uma pe- dos demonstraram que as fórmulas exibem boa
quena amostra de idosos brancos, provenientes correlação com as medidas diretas, em ambas as
de instituições de abrigo dos EUA. Observou-se faixas etárias, embora haja grandes discrepâncias
nesse estudo que a altura do joelho era a medida nas medidas obtidas. Observou-se que altura foi
que melhor se correlacionava com a altura, evi- superestimada em 5,23 cm e 4,74 cm nos indiví-
denciando superioridade em relação ao cumpri- duos adultos e idosos respectivamente. O mesmo
mento do braço anteriormente recomendada por foi encontrado em estudo semelhante em que os
Mitchell e Lipschitz27 como método preditivo17. valores obtidos por Chumlea et al.19 superestima-
ram as medidas reais de altura tanto em adultos
No mesmo estudo, os autores encontraram que a quanto em idosos, sendo que no sexo feminino os
altura do joelho não se correlacionava com a ida- valores foram consideravelmente discrepantes, +
de na população masculina, enquanto que para 4,06 cm e 7,87 cm para adultas e idosas brasilei-
o sexo feminino houve uma correlação negativa ras, respectivamente15. Dock-Nascimento et al.16
e significativa. Concluiu-se também que essa me- utilizando a mesma fórmula em indivíduos adul-
dida feita em pacientes em decúbito dorsal é mais tos brasileiros encontraram boa correlação entre
fidedigna do que a realizada com o paciente sen- a altura aferida e estimada, com diferença média
tado19. de + 0,5 cm.
Outras fórmulas preditivas foram desenvolvidas Já Silveira et al.22 em seu trabalho com adultos
pelos mesmos autores20,21,24, as quais se diferen- em Pelotas- RS, com idade variando de 25 e 59
ciam pela população utilizada para a obtenção anos, constataram que a altura foi superestimada
das mesmas, como apresentado na Tabela 2. Se- na população feminina, enquanto que para o sexo
gundo Chumlea et al.24 as equações desenvolvi- masculino não houve diferença significativa. O
das a partir de uma amostra nacionalmente re- mesmo foi encontrado ao se estudar outra popula-
presentativa aumenta a precisão da estimativa de ção de indivíduos adultos saudáveis em São Paulo,
altura na população em geral, além de reduzir os com idade variando entre 20 e 59 anos em que a
erros inerentes a especificidade da amostra. Res- altura das mulheres foi superestimada em 5,6%29.
saltam ainda que para maior acurácia na predi- Vale ressaltar que essa diferença encontrada no
ção de altura é importante que a altura do joelho sexo feminino pode ser explicada pela diferença
aferida esteja entre os valores médios daqueles de idade entre a população usada para predizer a
obtidos a partir da população usada para desen- fórmula (idosos > 65 anos) e a população usada
volver a fórmula20. Deve-se considerar também nos estudos citados, uma vez que Chumlea et al.19
a margem de erro das equações, principalmen- concluíram que a idade tinha correlação significa-
te porque as medidas usadas para predizê-las tiva e negativa com a altura em mulheres.
são feitas em indivíduos que deambulam, assim
quando essas são realizadas em pacientes com Observou-se que quando as equações foram utili-
dificuldade de locomoção podem proporcionar zadas em população com características próximas
maior discrepância entre a estatura real e a esti- daquela que a originou a diferença entre a altura
mada21. No entanto, os estudos publicados nem estimada e real foi minimizada. Um estudo avaliou
sempre informam estes valores. Alguns estudos a aplicabilidade das equações de Chumlea et al.19
realizados por Chumlea et al. descreveram essas e Chumlea et al.24 feitas para idosos dos EUA de
margens de erros (erro padrão individual- EPI) origem hispânica e não hispânica em uma popu-
para estimativa de altura como descrito na Tabela lação com características semelhantes e observou
220,21,24. que a diferença entre a altura estimada e real foi
de + 0,1 cm e + 1,7 cm para homens e mulheres,
A aplicabilidade das fórmulas de Chumlea et al. respectivamente, para primeira fórmula e de + 2,8
em outras populações é controversa. Estudos que cm para homens e + 2,1 cm para mulheres para
compararam a altura estimada com a altura real segunda fórmula. Quando as mesmas equações
têm mostrado que há uma superestimação dessa foram usadas em uma população de etnia dife-
medida tanto em adultos quanto em idosos, inde- rente, houve uma superestimativa média de 5 cm,
pendente do sexo7,15,16,22,25,28. para ambos os sexos25.
A influência étnica e geográfica na altura dos in- segundo a metodologia descrita por Chumlea et
divíduos é bem documentada na literatura20,24,30,31, al.19. Observou-se que quando a altura do joelho
bem como as diferenças no comprimento dos seg- obtida com fita métrica era usada em equações
mentos corporais de acordo com a etnia, eviden- como as de Chumlea, prática comum na área clí-
ciando que há especificidade étnica nas equações nica, produzia erros na estimativa da altura, com
baseadas na altura do joelho24. Isso tem levado menores coeficientes de correlação com a altura
pesquisadores a desenvolverem equações especí- real. Por isso, foram propostas equações a partir
ficas para suas populações com finalidade de re- da altura do joelho aferida com fita métrica, as
duzir o erro na estimativa de altura. mesmas tiveram boa validade preditiva com erro
menor do que 2,44 cm23.
Silveira e Silva 22 propuseram uma adaptação
da fórmula de Chumlea et al.19 a partir de uma Além da altura do joelho, outras medidas são
população de adultos de Pelotas-RS (Tabela 2) e usadas para estimar a altura. No Brasil, foram
observaram alturas bem mais próximas das reais, realizados estudos por Rabito et al.8,14 para ob-
contudo outros estudos avaliando a aplicabilidade tenção e validação de equações de estimativa
dessas fórmulas não foram encontrados. de altura específicas para a população brasileira
maior que 18 anos utilizando como segmentos
As fórmulas elaboradas a partir de indivíduos his- corporais a meia envergadura e cumprimento do
pânicos norte-americanos foram validadas e mos- braço. Foram obtidas duas equações (Tabela 2),
traram-se eficazes para predição de altura nessa sendo a equação I, que utilizou o comprimento
população, não havendo diferença estatística entre do braço, a que apresentou melhor concordância
os dados reais e estimados25. Quando utilizadas com a altura real. Quando utilizada para predi-
em outra população de idosos, também de origem zer a altura de adultos e idosos, as fórmulas de
hispânica, do nordeste dos Estados Unidos, as fór- Rabito et al.8 subestimaram as medidas no sexo
mulas obtiveram valores superestimados de altura masculino tanto para idosos quanto para adul-
em 2,4 cm para homens e 1,6 cm para mulheres, tos, contudo foram mais precisas para população
contudo, a diferença entre as medidas reais e es- adulta de ambos os sexo quando comparada com
timadas não foi estatisticamente significativa. No as obtidas de Chumlea et al. em 198519. Houve
mesmo estudo, observou-se que a tendência de concordância moderada entre as equações desses
superestimar a altura ao se utilizar essas fórmulas autores15. Quando o paciente apresenta algum
pode ser explicada pelo fato de haver alterações grau de comprometimento da mobilidade, o uso
de postura nos idosos influenciando na sua altura das equações dos dois autores é limitado. As de
real o que os diferem da população usada para Chumlea et al.19 possuem emprego limitado na-
predizer a fórmula que normalmente não apresen- queles que possuem deficiência de mobilidade
ta alteração aparente de postura32. nos membros inferiores, e as de Rabito et al.8
possuem utilização comprometida quando a de-
Um estudo feito com metodologia semelhante a ficiência é nos membros superiores, contudo as
de Chumlea et al. a partir da população latino- equações dos últimos autores possuem medidas
-americana, obteve equações específicas para mais fáceis de serem feitas por necessitarem ape-
negros, mestiços, mexicanos, mulatos e brancos, nas de fita métrica.
considerando também o sexo dos indivíduos. As
fórmulas gerais resultantes desse trabalho, de- Outra equação encontrada que utiliza a meia
monstradas na Tabela 2, foram elaboradas a partir envergadura do braço para estimar a altura foi
de toda a população do estudo, ou seja, engloba as a proposta pela OMS18. A população usada para
diferentes etnias da amostra. Contudo os autores predizer essa fórmula, bem como a metodologia
recomendam que seja considerada a etnia ao se usada para obtenção da mesma não foi elucidada,
utilizar as fórmulas, sobretudo a diferença entre todavia é interessante citá-la devido a sua utiliza-
negros e brancos. As equações tiveram boa vali- ção frequente na prática clínica. Embora poucos
dade preditiva26. trabalhos que avaliam sua aplicabilidade tenham
sido encontrados na literatura, um estudo realiza-
As equações propostas por Hernández et al.23 (Ta- do com pacientes adultos e idosos do Hospital de
bela 2) se diferem das demais equações de estima- Clínicas de Porto Alegre/RS encontrou boa corre-
tiva de altura pela técnica usada para aferição da lação entre a altura estimada por esse método e
altura do joelho. Na maioria dos trabalhos, a altu- altura real (r = 0,832), a diferença média foi de
ra do joelho é aferida utilizando um antropômetro, 3,3 cm33.
Dentre os estudos realizados com população eu- preditiva por meio destes dados analisados, con-
ropéia incluídos neste trabalho34,35,36 destacamos o forme apresentado a seguir:
de Hickson et al.34, no qual compararam a utiliza-
ção da altura do joelho proposta por Chumlea18, IMC = -7,527 + [0,628 x diâmetro da cintura
envergadura do braço35,36 e meia envergadura do (cm)] + [0,387 x diâmetro do quadril (cm)]
braço37 para estimativa de altura em pacientes
idosos ingleses; e observaram que o coeficiente de Houve correlação positiva entre a escala de figu-
correlação foi de r = 0,89, r = 0,87 e r = 0,86,res- ras e o IMC objetivo (obtido a partir das medidas
pectivamente, e que a altura obtida a partir da antropométricas aferidas), bem como das medi-
altura do joelho foi a que apresentou menor dife- das dos diâmetros, sendo o diâmetro da cintura
rença média (-0,6 cm). em relação ao diâmetro do quadril, a variável que
melhor se correlacionou com o IMC. Dentre os
Em suma, é possível observar, a partir dos estu- parâmetros avaliados a escala de figuras foi a que
dos apresentados, que os trabalhos que avaliaram apresentou melhor correlação positiva, sendo in-
a aplicabilidade das fórmulas de Chumlea et al. dicada como um bom instrumento para predição
tanto em idosos quanto em adultos geralmente de IMC.
utilizaram a equação elaborada em 1985 a par-
tir de idosos brancos dos EUA. Isso pode explicar Não foram feitos outros estudos para validar a
parcialmente a dificuldade de se concluir acerca escala de figuras e a fórmula apresentada em ou-
da eficácia dessas fórmulas para estimar a altura tras populações, além de não ter sido elucidado
em outras populações. Como há outras equações no trabalho supracitado a metodologia usada para
elaboradas por esses autores, usando amostras obtenção dos diâmetros do quadril e cintura, bem
com diferentes etnias e idades, é importante iden- como a origem da escala de figuras utilizada, a
tificar qual delas é mais indicada para o grupo po- qual não foi encontrada na referência original ci-
pulacional que se deseja estudar. tada, tornando o mencionado artigo de difícil re-
produtibilidade.
Mesmo com essas limitações, as fórmulas elabora-
das por Chumlea et al. são as que possuem maior São necessários novos estudos para complemen-
número de trabalhos avaliando sua aplicação, por- tar esse método preditivo com intuito de torná-lo
tanto, sabe-se que há possibilidade de superesti- um parâmetro eficaz na avaliação nutricional na
mar a altura ao utilizá-las. prática clínica.
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