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            Paixão e Vitória

de Cristo
                                  Catedral Sagrada Família - 2006

Personagens:

Com fala:
J - Jesus: Diác. Lourenço
P - São Pedro: Sr. Dejaime
F1 - Caifás: Cavalcanti
An - Anás: Dr. Zinatto
F2 - Fariseu 02 - Sr. Toninho Ferreira
F3 - Fariseu 03 - Sr. João Sérgio
Nc - Nicodemus: Sr. Polimeni
A - Anjo: Sr. Paulo Eduardo Roque
Pi - Pilatos: Sr. Egle Pavani
Sn - Sen. Romano: Sr. Colombo
SR1 - Soldado Romano 01 - Sr. Sandro
Vr - Verônica: Da. Sandra Magossi
M - Maria: Da. Cristina Constanti
J2 - Jesus 02 - Alexandre Constanti
I - Isabel: Da. Kátia
L - Abel o Leproso: Sr. Jorge
Jq - Joaquim: Vitor
Fp - Filho Pródigo: Sr. Daniel Gomes
Dp - Dono dos porcos: Sr. Leonardo Haddad
Pa - Pai do F. Pródigo: Sr. Dário
FB - Filho mais velho: Sr. Marcolino
S - Servo: Sr. Bernardo Finotti
E - Empregada do Templo: Da. Isildinha
PP - Pessoa do povo: Da.    Alice A. Prado
J1 - Judeu 01: Toninho Nunes

Retaguarda:

Sr. Sandro
Sr. José Marques
Sr. Willian Bonfim
Sr. José Elias
Sr. Enoc (maquilagem e controle de som)
Sr. Toniolo (maquilagem e controle de luz )
João Batista
Juscelino
ATO I - O HANSENIANO

CD 1 - faixa 001
N - Hoje é Sexta-feira Santa, um dia marcante na vida de todo o Cristão.
Dia em que a morte e o pecado foram vencidos pelo Sangue Precioso de Jesus
Cristo.
Cabe a nós, cristãos, tomarmos este dia com muita seriedade e
meditarmos nos passos de nosso Salvador nesta terra, em seu sacrifício
redentor, em sua ressurreição gloriosa.
Vamos imergir em outro tempo, outras circunstâncias, outro ambiente.
Esqueçamos este conturbado e aflito século em que vivemos. Esqueçamos    as
dívidas, os problemas, as alegrias ou as tristezas e viajemos no tempo...
chegaremos a uma pequena casa, próxima a Cafarnaum... corre o ano 3.790 do
calendário judaico (ano atual 5.766) e terceiro do Imperador Tibérius. As
tropas romanas fazem sua ronda habitual, oprimindo o povo hebreu com sua
arrogância.
CD 2 - faixa 001
S1 - Corneteiro! Dê o toque de recolher.
I - Ah!
S1 - P’ra sua casa mulher, já demos o toque de recolher! Nenhum rato
deve ficar fora da sua toca! Vai p’ra casa!

CD 1 - faixa 002
L - Isabel, o que houve Isabel? O que houve?
I - Não foi nada... apenas o toque de recolher... até quando viveremos
escravos desses soldados?
L - Isabel, minha querida, o Deus de Abrãao conhece melhor do que
nós os seus caminhos... tem algo para jantar?
I - Apenas uns pães e um chá de ervas do campo.
L - Abençoai-nos Senhor Deus de nossso pais, a nós e a estes
alimentos, que por vossa bondade receberemos, vós que viveis e
reinais por todos os séculos dos séculos!
Jq - Pai, o Sr. não vai ler a Escritura antes de jantarmos?
L - Ah, é claro filho, é claro! Aqui temos um trecho do Levítico, capítulo
13...
Jq - Ô pai?!
L - O que houve Joaquim?
Jq - Quem é esse tal de Levítico?
L - Filho, o Levítico é o Livro Sagrado que contém as nossas leis
religiosas.
J - Ahhh...
L - Foi ditado pelo próprio Deus a Moisés e todos nós temos que
obedecer!
I - E o que diz o livro?
L - Está escrito:
“O Senhor disse a Moisés e a Aarão:
‘Quando um homem tiver na pele do seu corpo uma ferida ou mancha
branca, que possa ser lepra, será apresentado a Aarão, ou a um dos
sacerdotes seus descendentes. Se essa doença for lepra, a pessoa é
impura; o sacerdote deve declará-la impura; e o leproso deverá andar
com as vestes rasgadas, o cabelo desalinhado, cobrir sua barba em
sinal de desonra e gritar: ‘Impuro!... Impuro!’
Enquanto conservar a ferida, será impuro, viverá isolado, e ficará fora
do acampamento!”
I - Nossa! Meu Deus!
Jq - Pai... por que tudo isso?
L - Filho, se o homem tem lepra ele vai morrer e pode contaminar todo
o nosso povo, por isso que ele é excluído. A lepra é sinal do pecado e
da maldição que cai sobre a cabeça do homem! Comamos! omamos!
Jq - Ehhh... Eu não consigo...
I - Come meu filho, come! Não se preocupe, não problema nenhum, a
lepra está longe, os leprosos estão fora da cidade. Não se preocupe
coma, vamos, coma!
[Todos comem e ao final se despedem]
I - Filho, durma bem e reze para que chegue logo o nosso Libertador!
Jq - Até amanhã mamãe!
I - Até amanhã, meu filho, durma com Deus!
I - Abel, que bom vivermos mais um dia... Abel, que mancha é esta
aqui?
L    - Isabel! Não precisa olhar...
I - Meu Deus, que mancha é esta?
L - Eu não sei, apareceu aí, mas não deve ser nada... ela não dói!
I - Não dói?
L - Não, não dói!
I - (pega um objeto pontudo e toca na mancha) Você sente alguma
coisa?
L - Sentir o que? Eu não estou sentindo nada!
I - Ah! Esta ferida... você não sente nada! Você está com lepra! Abel!
Você está com lepra Abel!
Jq - Ô pai! (chorando).
I - Meu filho, venha!
L - Afaste-se de mim! Afaste-se de mim meu filho, não me toque... eu
sou um impuro.. eu sou um impuro... eu estou leproso!
N - Pobre Abel! Caiu sobre ele a pior maldição que podia atingir uma
pessoa naquele tempo: A LEPRA!
Naquela noite ninguém na família dormiu.

CD 2 faixa 002
No dia seguinte Abel compareceu diante do sacerdote e foi confirmado:
era a Lepra! Abel é um impuro, foi excluído de seu povo, deverá viver errante
pelos montes e desertos, alimentando-se dos restos abandonados pelos abutres,
ou do que a caridade humana lance para fora da cidade.

[Sai a esposa com o(s) filho(s), vestida toda de negro e chorando e atrás sai o
marido, tocando uma matraca, com as vestes rasgadas, o cabelo em desalinho e
gritando:]

L - Leproso! Eu sou um impuro! Saiam, eu sou um leproso! Para mim


tudo acabou, agora só a dor,    lágrimas e o desespero!

N - Abandonado por todos e expulso de sua própria cidade, Abel foi


morar nas grutas inóspitas à beira do deserto. A lepra, naquele tempo, era o
símbolo do pecado, pois ela simbolizava o erro que entrou no coração dos
homens, com o pecado de Adão.

VÍDEO (a música final fica para primeira cena)


Adão vivia feliz no Paraíso, com sua esposa Eva, gozando da alegria de
uma natureza perfeita e de um convívio direto com Deus, seu Criador.
Deus tinha dado tudo ao homem e dele só pediu uma coisa: humildade!
A ingratidão porém foi maior que o amor. O Homem desobedeceu,
rejeitando a Deus, e afastando-se do seu criador. Mas Deus, como Pai piedoso,
deu ao ser humano uma nova chance de voltar à sua amizade.
O pecado entrou no mundo por uma mulher: Eva. A salvação veio aos
homens por uma Mulher: Maria!

ATO II - A    ANUNCIAÇÃO DO ANJO

CD 1 faixa 003
A - Deus te salve Maria, cheia de graça, o Senhor é contigo. Bendita
és tu entre as mulheres!
Não temas, Maria, encontraste graça diante de Deus. Eis que
conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus.
M - Mas... mas como isso será possível, se eu não conheço homem?
A- O Espírito Santo descerá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá
com a sua sombra. Por isso o Santo que nascerá de ti será chamado
Filho de Deus.
M - Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua
palavra.
(Lc 01, 29 - 38)

ATO III - O SERMÃO DA MONTANHA

CD2 faixa 003


N - Passavam-se os anos e o Menino crescia, e se fortalecia, cheio de
sabedoria, e a graça de Deus era com Ele!
Atingindo a idade de 30 anos,    Jesus deu início à sua vida pública,
pregando a todos o Reino de Deus:
+ CD 1 faixa 004
J - Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o Reino de
Deus!
Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis
saciados!
Bem-aventurados vós que agora chorais, porque vos alegrareis!
Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam,
abençoai o
O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles.
Se amais somente os que vos amam, que recompensa mereceis?
Também os pecadores amam aqueles que os amam.
O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração,
e o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, porque a boca
fala daquilo de que o coração está cheio.
Por que me chamais: Senhor, Senhor... e não fazeis o que digo?
Todo aquele que    ouve as minhas palavras e as pratica, é
semelhante ao homem que edificou sua casa sobre a rocha. Vem a
tempestade, e ela se mantém de pé.
Mas aquele que ouve minhas palavras e não as põe em prática,
é semelhante ao homem que construiu a sua casa sobre a areia. Vem
a tempestade e a casa desaba, e sua ruína será completa.
I - Este é o Messias prometido pelos Profetas! Este é o filho de Deus,
feito homem!    Joaquim, não chore... não fique triste! Aprendemos hoje
tudo para a nossa vida! A salvação chegou para todos, Joaquim!
Jq - Não! Não p’ro meu pai! Aqui, todos estão felizes e alegres, mas
ele... ele não sei se está vivo... ou morto... pai.... papai! (chora)
I - Filho! Não chores... seu pai está vivo sim! Mas a Lei manda que ele
seja excluído.
J - [aproximando-se da criança - cena muda, música emotiva. Jesus
passa a mão cabeça da criança, que abraça Jesus e e depois    sai
contente, decidido, puxando a mãe pela mão, como quem já sabe o
que vai fazer]
ATO IV - O FILHO PRÓDIGO    (LC 15, 11-32)

J - O perdão e o amor são muito importantes. Vou lhes contar uma


história de um homem que tinha dois filhos...
J - Um dia, o mais novo aproximou-se de seu pai e disse:
FP - Pai, eu estou cansado desta casa...    Quero minha parte da sua
herança e amanhã mesmo vou partir!
J - Por mais que o pai insistisse, ele não quis voltar atrás. E assim, a
contragosto, o pai se viu forçado a dar o que o filho pedia.
Poucos dias depois, juntando tudo o que lhe pertencia, o jovem
partiu para um país muito distante, e lá dissipou a sua fortuna, vivendo
dissolutamente.    [Fica jogando até perder tudo o que tem]

CD 2 faixa 004
Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma
grande fome e ele começou a passar necessidade.
Foi pôr-se ao serviço de um dos habitantes daquela região, que
o mandou para os seus campos guardar os porcos.
DP - Vagabundo nojento! Fique aqui. Mas nem pense em tocar na
comida de meus porcos. Eles valem mais do que você!
J - O jovem passava tanta fome que queria comer a lavagem dos
porcos, mas nem isso lhe era permitido.

[FP vai cuidar dos porcos]

J-    Enlouquecido de fome, o pobre rapaz, resolveu comer a lavagem


de que se alimentavam os porcos.

[Quando está quase pondo na boca a tigela de lavagem, chega o dono dos porcos
e o apanha em flagrante. Furioso, vira a tigela no rosto do    rapaz]

DP - O quê?! Leproso!!! Ainda quer roubar a comida de meus porcos?!


Ladrão, vagabundo! Essa comida é para os meus porcos, e não pra
você, verme infame! (sai furioso)
FP - Aí está... Agora eu valho menos do que um porco. (chora) Onde,
onde eu fui parar! Eu nunca, eu nunca imaginei que eu ia chegar a
isso... O meu pai... meu pai! Quantos empregados de meu pai têm pão
à vontade, e eu aqui, morrendo de fome...
Eu... eu vou voltar!...Vou me levantar, e vou até a casa do meu pai, e
eu vou dizer:
“Pai, eu pequei contra Deus e contra ti; eu já não mereço que me
chamem de seu    filho. Trata-me como um de seus empregados”.
J - Todos os dias o pai subia ao ponto mais elevado das suas terras e,
com um olhar distante, percorria o horizonte à procura do seu filho. E
um dia, um ponto perdido na distância, ia se aproximando e ganhando
vulto.
Seu coração disparou.
Pa - É meu filho! Meu filho voltou! Filho, meu filho!
FP - Pai! Meu pai! Meu pai! Pai!
Pa - Fi... filho! Ó meu filho!
FP - Pai, eu pequei contra Deus e contra ti; eu já não mereço que me
chamem teu filho... Trata-me como um de seus empregados.
Pa - Não... não filho, não fales assim. Não importa o que aconteceu.   
O que realmente importa é que você está aqui, nos meus braços!
Depressa, tragam a melhor túnica para vestir meu o filho. E
coloquem um anel em seu dedo e sandálias em seus pés! Vamos!
Peguem o novilho gordo e o matem. Vamos fazer um banquete!
Oh, meu Deus! Este é o meu filho desaparecido! Eu já o dava por
morto, e ele agora tornou a viver! Estava perdido, e foi encontrado! Ó
meu filho, meu filho...

CD1 faixa 005


J - O filho mais velho estava no campo. Ao voltar para casa, ouviu a
música e viu a festa.
FB - Hallel! Hallel!
S - Chamou-me senhor?
FB - Hallel, o que está havendo, temos uma festa em casa?
S - O senhor não sabia? Toda a casa está em festa. Teu irmão voltou e
o teu pai mandou matar o novilho gordo!
FB - O que? O novilho gordo!?    Ah! Aquele vagabundo volta e em vez
de ser castigado, lhe fazem uma festa?! É um absurdo!
P - Filho, o que houve, porque estás gritando?
FB - Pai... pai! Há tantos anos que te sirvo, pai! E nunca transgredi
uma ordem sua, pai. E o senhor nunca me deu um cabrito pra me
banquetear com os meus amigos, mas agora... agora que veio esse
teu filho, que devorou todos os teus bens, o Sr. manda matar o novilho
gordo, pai?!
P - Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Era,
porém, justo que houvesse banquete e festa, porque este teu irmão
estava morto e ressuscitou, estava perdido e foi encontrado. Vamos...
vamos    juntos comemorar!

CD 2 faixa 005
L - Leproso! Impuro! Saiam todos,    sou um leproso...

CD 1 faixa 006
Jq - Pai este é Jesus!
F1 - O que? o que faz este leproso entre nós? A lei manda que você
esteja fora da cidade! Impuro! Pecador!
J - Se o pecador volta a seu pai, este o recebe com amor! Mas quem é
egoísta e não ama a Deus, não perdoa o seu irmão. Com a mesma
moeda com que julgardes, sereis julgados!
Filho, por que estás distante dos outros? Aproxima-te, vem para
o meio!
ATO V - A CURA DO HANSENIANO

L - Senhor, sois o Filho de Deus, se quiserdes, eu serei curado!


J - Eu quero! Fica curado!    (Levanta o leproso, pegando-lhe nos
ombros). Vai e mostra-te aos sacerdotes e cumpre a lei de Moisés,
mas não contes a ninguém que eu te curei.
L -    Curado! Eu estou curado!
I - Abel!
L - Eu estou curado!
I - Você está curado! Que maravilha, meu Deus!
Jq - Senhor! Muito obrigado! O Senhor devolveu a vida para o meu
Pai. Muito obrigado, Senhor, muito obrigado!
I - Obrigado, Senhor!
A - Eu estou curado!

ATO VI - A CONSPIRAÇÃO DOS FARISEUS

CD 2    faixa 006
N - Jesus passou pela terra fazendo o bem, porém, houve uma
divisão no meio do povo por causa dEle.    Alguns fariseus quiseram
prendê-Lo, mas ninguém pôs as mãos em Jesus. Entre si discutiam a
melhor forma de condenar o Filho de Deus.
F1 - Este homem está dominando o povo e vai tirar o nosso poder!
Nós não podemos aceitar isso!
F2 - Que faremos? Esse homem multiplica os milagres.
F1 - Senhores! Convém que morra um só homem pelo povo, para que
não pereça toda a nação!
F2 - Caifás não disse isso por si mesmo, ele é o sumo sacerdote neste
ano, e está profetizando que Jesus vai morrer pela nação!
An - Então, votemos a morte de Jesus!
Nc - Mas, que crime Ele cometeu? Alguns do povo já estão dizendo:
“Este é verdadeiramente o Profeta, o Cristo!”
F1 - Cale-se Nicodemus! Você também se deixou enganar? Por acaso
algum dos chefes ou dos fariseus acreditou neste Homem? Pense
bem Nicodemus: se você não concordar cososco vai ser expulso da
Sinagoga! Nós somos o Supremo Conselho do Sinédrio e vamos votar
agora a sentença sobre Jesus!
Qual é a opinião dos juízes?
An - Condenado!
F2 - Condenado!
F1 - Condenado!
F1 - Em nome do Supremo Conselho do Sinédrio está decretado:
Jesus, o Nazareno, deverá morrer! Precisamos de alguém que o
denuncie, para que possamos prendê-Lo!

ATO VII - ÚLTIMA CEIA (Mt 26, 19-35; Mc 14, 18-25; Lc 22, 14-23; Jo 16, 1-24)

CD 1 faixa 007 (preparação do cenário)


CD 2 faixa 007 (após cenário pronto)
N - Chegando a festa da Páscoa, Jesus sabia que tinha chegado a hora de
voltar para Pai. Quis permanecer conosco através do Sacramento da
Eucaristia. Assim, reuniu seus apóstolos para uma ceia.    Depois de ter-se
humilhado e, semelhante a um escravo, ter lavado os pés dos discípulos, Ele
tomou o pão, deu graças, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo:

J -    (Ergue o pão, parte e diz) Tomai todos e comei, este é o meu


Corpo, que será entregue por vós. (divide metade para cada lado)
N - Do mesmo modo, ao fim da Ceia, Jesus tomou o cálice em suas
mãos, deu graças novamente e o deu aos seus discipulos, dizendo:
J -Tomai todos e bebei: este é o cálice do meu Sangue, o Sangue da
nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos para
remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim. (distribui entre
os discípulos)
N - Depois de dizer isto, Jesus ficou profundamente comovido e declarou
abertamente:
J - Em verdade    vos digo: um de vós há de me trair.
N - Os discípulos se entreolharam, sem saber de quem Ele falava. Pedro
fez um sinal a João, para que perguntasse a Jesus quem seria o traidor, e Jesus
respondeu:
J - Será aquele a quem eu der um pedaço de pão molhado no vinho.
N -    E, levantando-se, tomou o Pão, molhou-o no vinho e o deu a Judas
Iscariotes.
Logo que Judas recebeu o pão, Satanás entrou nele.
J -    O que tendes a fazer, fazei-o logo!
N - Nesse momento, Judas dirigiu-se ao Sinédrio para vender Jesus aos
Fariseus.
Aqueles pés que Jesus havia lavado e beijado humildemente, dirigiam-se
agora para o local do pecado.
Jesus tinha dado muitas chances a Judas e misericordiosamente o avisou
várias vezes, mas, mesmo assim, Judas O traiu!

CD 1 faixa 008
[Cena da traição]

N - Neste momento, Judas, vendeu o próprio Homem-Deus por trinta


moedas.
Muitas vezes olhamos para Judas como aquele jovem da parábola olhava
para seu irmão pecador.
Não temos dúvidas de que Judas estava errado. Ele traiu seu próprio
Salvador. Mas devemos tomar cuidado, pois muitas vezes nós podemos agir
como Judas!
Quantas vezes o demônio nos oferece uma traição a Deus pelo pecado
e... o que respondemos? Quanto me pagas? Um mero prazer carnal, uns
minutos de falsa alegria? Um pouco de dinheiro?
Às vezes, vendemos, o Céu, por um pecado. A paz da família por uma
criatura mentirosa e egoísta! A missa de domingo por uma hora de descanso
ou um programa de televisão.
Olhemos para a bondade de Jesus e peçamos perdão por nossos erros.
Tenhamos confiança e peçamos a Maria que nos dê arrependimento e amor
para assim alcançarmos, nesta Sexta-feira Santa, a graça de praticarmos
verdadeiramente os mandamentos de Deus.

J - Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros,
assim como Eu vos tenho amado.

ATO VIII    - A PRISÃO DE JESUS (Mt 26, 47-56; Mc 14, 43-52; Lc 22, 47-53; Jo 18, 1-
12)

N - Depois de ter dito isto, Jesus foi com seus discípulos para o outro
lado da torrente de Cedron. Havia ali um jardim onde Jesus entrou com eles.
Judas, o traidor, conhecia bem o lugar, porque Jesus e seus apóstolos se
reuniam lá muitas vezes. Judas, conseguindo um destacamento de soldados e
guardas dos sacerdotes e fariseus, lá chegou à luz de lanternas e tochas.

CD 2 faixa 008
N - Jesus, sabendo de tudo que lhe ia acontecer, disse:

J - Amigo, a que vens? (Judas oscula Nosso Senhor).


J - Judas, com um beijo tu trais o Filho do homem?

N - Então o destacamento, seu comandante e os guardas dos Judeus


prenderam Jesus e amarraram-nO, levando-O diante dos fariseus.

ATO IX - AS NEGAÇÕES DE SÃO PEDRO (Mt 26, 69-75; Mc 14, 66-72; Lc 22, 45-
62)

CD 1 faixa 009
N -    Enquanto Jesus era levado, do lado de fora do palácio, Simão Pedro
e o discípulo João, acompanhavam Jesus. Na entrada, a empregada do templo
perguntou a Pedro:

E - Huuummm... Não és tu também um dos discípulos daquele


homem?
P-    Eu? Eu não! Eu não sou, não!
N -    Logo depois, um guarda que também ali estava falou:
S - (P/Pedro) Por acaso não és tu também um dos discípulos deste
homem?
P - Não... eu não! Eu não conheço este homem.
PP - Como?! Eu não te vi com Ele no Jardim?
P - Não! Eu não conheço este homem... eu juro! Eu juro que não    O
conheço! (o galo canta)
N - São Pedro negou o seu Mestre, como o próprio Cristo o tinha
avisado. Porém, naquele momento Jesus passou por ele e, num olhar
carregado de dor, mas cheio de perdão, penetrou profundamente nos olhos de
Pedro, que se encheram de lágrimas.
Pedro se lembrou do primeiro olhar de Jesus no Mar da Galiléia quando,
a sorrir, pronunciou o seu nome.

X - NO PRETÓRIO DE PILATOS (Mt 26, 11-31;    Lc 23, 14-76; J0 19, 14-16)

CD 2 faixa 009
N - Condenado pelos fariseus, Jesus foi levado ao Governador Romano
da Judéia,    Pôncio Pilatos.
Pilatos era o homem forte da Judéia. Ele representava o poder do Império
Romano sobre o povo dominado.
Nenhuma sentença de morte poderia ser aplicada sem que ele a
sancionasse.
Pilatos era, porém, um homem indeciso. Diante do bem e do mal, nunca
queria tomar uma posição, queria estar sempre no “meio-termo” e os fariseus
aproveitaram esta sua fraqueza para pressioná-lo.
F1 - Pilatos! Aqui temos um malfeitor para que o condenes à morte!
Pi - Que acusação trazeis contra este homem?
F2 - Se ele não fosse um malfeitor, não o traríamos aqui!
Pi - Tomai-o e julgai-o vós mesmos segundo a vossa lei.
F3 - Vocês Romanos não nos permitem matar ninguém!
Pi - És tu o rei dos judeus?
J - Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?
Pi -    Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes
entregaram-te a mim. Que fizeste?
J - O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste
mundo, os meus soldados me defenderiam. Mas o meu Reino não é
deste mundo.
Pi - Eu... eu não encontro nEle nenhuma culpa!
F1 - Condene-O à Cruz Pilatos!
An - Nós já o condenamos! Ele deve ser sentenciado!
Sn - Com licença! Senhor Governador, vossa esposa Prócula envia
esta carta.
“Pilatos eu te peço! Não te metas nesse problema e não te tornes
responsável pela morte desse Justo. Por causa dele, nesta noite,    eu
fui horrivelmente atormentada em sonhos!”
N -    Pilatos não tinha fé; mas, como todos os pagãos, era supersticioso:
por isso ele viu naquele sonho um supremo aviso do Céu, e resolveu fazer
uma tentativa desesperada para salvar Jesus.
Pi - Povo! Eu não encontro nele culpa nenhuma. Estamos na Páscoa,
e é costume vosso libertar um preso por ocasião da Páscoa. Quereis
que eu solte...    vosso Rei?
F1 - Nós não temos outro rei a não ser César!
F2 - Se quiserdes soltar alguém, que solte a Barrabás!
Pi - Sim... está bem! Soldados! Soltem Barrabás!
Pi - E... que quereis vós então que eu faça de Jesus, o rei dos
Judeus?
F2 - Crucifiquem-No!
Pi - (Volta-se espantado para o povo, como quem não esperava tanta
radicalidade).
Pi - Mas... mas que mal Ele fez?
F1 - Nós temos uma lei, e segundo esta lei Ele deve morrer, porque
Ele se declarou Filho de Deus.
N - Pilatos ficou novamente em dúvida. Em lugar de dar uma sentença
em nome da justiça, teve medo de enfrentar o povo.
Pi - Eu vejo que quereis sangue e penso que não lhes posso negar...
Pi - Soldados! Tomem o flagellum e castiguem este homem para que o
seu sangue sacie a sede desse povo.
N - Jesus foi levado à praça pública, ao lado do palácio de Pilatos.
Amarraram suas mãos e empunhando o terrível açoite armado de bolas de
ferro, atiraram-se contra Ele com uma fúria verdadeiramente infernal.

CD 1 faixa 10 (coroação de espinhos)


Os soldados fizeram uma coroa de espinhos e enfiaram na cabeça de
Jesus. Puseram em seus ombros um manto de púrpura e uma cana nas mãos.
Depois aproximavam-se dEle e zombavam de sua realeza, dando-Lhe
bofetadas.
S1 - Salve, Rei dos Judeus!
Pi - Torno-vos a trazer o acusado, e declaro mais uma vez que o julgo
inocente. E, ainda que fosse culpado, vêde o estado em que ele se
encontra, e dar-vos-eis por satisfeitos...Eis... o homem!
F1 - À Cruz!
F2 - Crucifiquem-no!
J3 - Vamos, crucifiquem-No.
J1 - Vamos Pilatos, à Cruz, à Cruz!
F1 - À Cruz!
Pi - Eu repito: não encontro culpa neste homem. Tomaio-O vós e
crucificai-O, pois eu não acho nEle culpa alguma. Ele não pode ser
condenado!
An - É a hora de dar tudo por tudo... ameace-o Caifás!
F1 - Deixe comigo! Pilatos! Vê bem Pilatos, se soltares este homem,
não és amigo do imperador, porque todo o que se faz rei, se declara
contra César!
N - Essa frase tocou fundo no coração egoísta de Pilatos. Ele sentiu
diante de si a opção de fazer a vontade de Deus, cumprir com a justiça de sua
consciência, ou perder seu cargo de governador.    O interesse pessoal venceu
sua consciência, e decidiu-se enfim a condenar Jesus, mesmo sabendo que Ele
era inocente.
Pi - Se eu não O condenar, serei prejudicado...    Que seja escrita a
sentença!
Eu lavo as minhas mãos do sangue deste justo
N - Momento solene na História, onde o Filho de Deus foi condenado
pelos seres que Ele mesmo criou. A altivez romana, vitoriosa no Reno, no
Danúbio, no Nilo e no Mediterrâneo, afogou-se na bacia covarde de Pilatos.
O que o levou a condenar o próprio Filho de Deus?
O medo! O medo de perder um cargo, o medo de dizer não àquele povo,
o medo de enfrentar a opinião dos outros.

Gr1 - [Puxa Nosso Senhor amarrado com uma corda e lhe entrega a cruz, a qual Ele
oscula e toma aos ombros. Todo o populacho lança impropérios e pedras e o caminho da
cruz é seguido por todos.]

XI - JESUS CARREGA A CRUZ (Mt 27, 32-34; Mc 15, 21-22;    Lc 23, 26-32; Jo 19, 17)

CD 2 faixa 010
N - Condenado por Pôncio Pilatos, Jesus carrega dolorosamente a Cruz
às costas...
Em sua Cruz, Ele carregava os pecados de toda a humanidade. Ele
carregava os pecados de cada um de nós. Olhemos para o seu sofrimento e
meditemos agora: “não será este o momento de mudar a minha vida? De viver
conforme a vontade de Deus? Ele quer a nossa salvação, Ele carrega nossos
pecados para nos perdoar, mas cabe a cada um de nós colocar em prática seus
Mandamentos e humildemente perdir perdão pelos nossos pecados.
Muitas vezes é difícil para nós o sacrifício para fazer a vontade de Deus,
assim como foi difícil para Jesus carregar a Cruz de nossos pecados. Quantas
vezes percebemos que é necessário fazer algum sacrifício para adequar nossa
vida aos ensinamentos de Jesus, mas, ao invés de aceitarmos este sacrifício,
largamos nossa cruz à beira do caminho?
Quando para nós for difícil carregar nossa Cruz peçamos o auxílio de
Nossa Senhora, pois Ela é a Mãe que nos conduz a Jesus. (entra Nossa
Senhora)

[Um sodado afasta Nosso Senhor]

CD 1 faixa 11 (após N. Senhora, segue o carregamento da


Cruz)

CD 2 faixa 11 (Verônica - Cireneu - Santas Mulheres)

SR - Afaste-se daqui mulher, ninguém deve aproximar-se do criminoso


Vr - Tire as mãos de mim nojento! Deixe-me passar!
SR - Afaste-se, eu disse!
Vr - Cale-se soldado, eu vou ajudar este homem!
SR - Vá senhora, mas seja breve...
Vr - Oh Jesus, Jesus... meu Deus do céu!... Ó vós todos...

N - Jesus é seguido por grande multidão, e muitas mulheres choram por


causa dEle.

J - Filhas de Jerusalém, não choreis por mim! Chorai por vós e por
vossos filhos. Por que virão dias em que se dirá: Felizes as mulheres
estéreis; e também aquelas cujos ventres não deram a luz e cujos
seios não amamentaram.
XX

CD 1 faixa 12 (levantamento da Cruz)


N - Chegou porém Jesus ao monte Calvário e lá O mandaram largar a
cruz e o pregaram nela.

XII - A CRUCIFIXÃO (Mt 27, 35-54; Mc 15, 24-39; Lc 23, 33-49; Jo 19, 17-30)

CD 2 faixa 012 (depois da Cruz colocada)


N - A impiedade escolheu para Vós, meu Senhor, o pior dos tormentos
finais. O pior sim, pois era o que fazia morrer lentamente e que produzia
sofrimentos maiores. Era o mais vergonhoso, pois assim morriam os
criminosos mais abjetos.
Jesus passou 3 horas na cruz entre dores e sofrimentos terríveis.
Abandonado por todos e vendo, do alto da cruz, os pecados de todos os
homens, até o fim do mundo.
No momento em que tudo estava terminado, Ele olhou para o céu e disse
em alta voz:

J - “Tudo está consumado, em Vossas mãos, meu Pai, entrego o meu


espírito!”

N - Nesse momento, o sol se velou / a terra tremeu / o véu do templo se


rasgou e a desolação cobriu todo o Universo.

S - Na verdade este homem era o Filho de Deus!

XIII - CONCLUSÃO:

N - Os inimigos de Cristo quiseram a sua morte. Quiseram que


desaparecesse para sempre    a linguagem de seus exemplos e a sabedoria de
seus ensinamentos.
A morte de Jesus não poderia ser a sua derrota. Pelo contrário, ela iria
proclamar bem alto o seu triunfo sobre a morte e o pecado.
A Cruz, antes símbolo da maldade e da ignomínia, hoje está luzindo na
coroa dos eeis, é Ela o símbolo do perdão, do amor e da vitória!
De seu Coração atravessado pela lança, Jesus deu-nos a última gota de
sangue e de água que faria germinar a Santa Igreja Católica, ali representada
por Maria Santíssima e as santas mulheres; por João, o apóstolo virgem, por
Nicodemos e José de Arimatéia...

CD 1 faixa 013
Em nossas vidas, teremos muitas alegrias, muitos sucessos, mas também
decepções e sofrimentos. Haverá momentos em que a dureza das dificuldades
nos fará bradar aos céus como Jesus: “Meu Pai, meu Pai, por que me
abandonastes?!”
Porém, mesmo nas horas mais difíceis da vida, quando a dor e aflição
nos visitarem, recorramos sempre a Jesus, através de sua bondosa e Santa
Mãe. Não percamos nunca a confiança em Maria, pois Ela é a Consoladora
dos Aflitos, o Refúgio dos Pecadores. A Ela devemos pedir    Fé e coragem,
para sermos sempre fiéis a Jesus e à sua Santa Igreja!
Olhando para cada um de nós Jesus diz: “Vem para o meio! Nada temei,
Eu venci o mundo!”

CD2 faixa 013


Três dias depois, num esplendor de glória que tomou conta de todo o
Universo, Jesus ressuscitou triunfante, vencendo a morte, o mal e pecado. A
sua vida é para nós um modelo. Sua ressureição,    uma certeza perene de
vitória.
Se o mundo hoje parece querer crucificar novamente a Jesus, guardemos
esta frase em nossos corações:
Felizes dos que souberem perseverar fiéis a Jesus como perseverou
Maria! Destes serão as alegrias e as glórias do dia da ressurreição!

(A.M.D.G.)

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