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(IHS) O Fim do Moço Rico do Evangelho

O FIM DO MOÇO RICO


DO EVANGELHO
(Peça teatral para a Quaresma,
reflexão sobre a avareza e o apego dos bens terrenos)

1º Ato: Personagens:       Figurantes:                                                                               


1) Nosso Senhor - Alessandro P. Feza 4) Figurante 1 - Lucas Cordeiro
2) Moço rico - Robertson 5) Figurante 2 - Eraldo Lima
3) São Pedro - Fernando Brasileiro 6) Figurante 3 - Cristiano
7) Figurante 4 - Isac
8) Figurante 5 - Nascimento
9) Figurante 6 - Anderson Luís

2º Ato: Personagens:       Figurantes:                                                                               


1) Moço rico - MAF 8) Baderneiro 4 - Eraldo Lima
2) Gabi - Guilherme 9) Baderneiro 5 - Cristiano
3) Empregado 1 - Samuel 10) Baderneiro 6 - Isac
4) Empregado 2 - Armando 11) Baderneiro 7 - Lucas Cordeiro
5) Baderneiro 1 - Anderson Luís 12) Baderneiro 8 - Fernando B.
6) Baderneiro 2 - Nascimento
7) Baderneiro 3 - João Paulo
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(IHS) O Fim do Moço Rico do Evangelho

1º ATO
Trecho do Evangelho
FAIXA 1

[Cena da entrada de Nosso Senhor e seus discípulos no palco. A trilha sonora da peça
irá narrar o trecho abaixo do Evangelho. Portanto ninguém dirá nada, tudo será
encenado.]
Trecho do Evangelho de São Marcos, Capítulo 10, 17-31 (com dois pequenos
acréscimos destacados em itálico).
Jesus pregava na região da Judéia, ensinando a todos como praticar o bem e evitar o
mal, e como deviam fazer-se inocentes como os pequeninos. Estando a caminhar com
seus apóstolos e discípulos, viu de repente alguém correndo que, dobrando os joelhos
diante dele, suplicou-lhe: "Bom Mestre, que farei para alcançar a vida eterna?"
Jesus disse-lhe: "Por que me chamas bom? Só Deus é bom.”
Jesus queria com esta pergunta mostrar que se só Deus é bom, chamando-o de bom, o
jovem dava mostras de que o reconhecia como Deus.
“Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não furtes; não digas
falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe."
Ele respondeu-lhe: "Mestre, tudo isto tenho observado desde a minha mocidade."
Jesus fixou nele o olhar, amou-o e disse-lhe: "Uma coisa só te falta; vai, vende tudo o que
tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, VEM E SEGUE-ME!
Ao ouvir estas palavras, o jovem entristeceu-se e foi-se todo abatido, porque possuía
muitos bens...
E, olhando Jesus ao seu redor, disse ao discípulos: "Quão dificilmente entrarão no Reino
de Deus os ricos!"
Os discípulos ficaram assombrados com suas palavras. Mas Jesus replicou: "Filhinhos,
quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que põem a sua confiança nas riquezas! É
mais fácil passar o camelo pelo buraco de uma agulha do que entrar o rico no Reino de
Deus."
Eles ainda mais se admiravam, dizendo a si próprios: "Quem pode então salvar-se?"
Olhando Jesus para eles, disse: "Aos homens isto é impossível, mas não a Deus; pois a
Deus tudo é possível.
Pedro começou a dizer-lhe: "Eis que deixamos tudo e te seguimos." Respondeu-lhe Jesus.
"Em verdade vos digo: ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai,
ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho que não receba
— já neste mundo — cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras e para o
futuro a vida eterna.
“Muitos dos primeiros serão os últimos, e dos últimos serão os primeiros."
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(IHS) O Fim do Moço Rico do Evangelho
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(IHS) O Fim do Moço Rico do Evangelho
2º ATO
Alegoria sobre o fim do moço rico
FAIXA 2

A história do moço rico do Evangelho... Quem ouvira falar dele depois?


[Enquanto se narra o trecho abaixo, o jovem rico deve passar andando no palco com
ares de muita tristeza e abatimento.]
Após a rejeição do chamado de Cristo, o Evangelho nada mais diz sobre ele. Como teria
sido a sua vida? Teria ele se convertido ou teria se deixado afundar mais ainda na
avareza, se afastando completamente de Deus?
Uma antiga e interessante lenda, nos narra a seguinte estória:
Após ter sido chamado pelo próprio Cristo a ganhar o Reino dos Céus e de tê-lo rejeitado,
a realidade é que sua vida já não poderia mais ser como a de outrora... A cena do encontro
com Nosso Senhor e as palavras “vem e segue-me” iriam atormentá-lo por muito tempo.
Querendo encontrar um remédio que o fizesse esquecer do chamado de Cristo, procurou
aumentar exorbitantemente suas riquezas. Fosse por meio do trabalho, fosse por meios
desonestos, em pouco tempo ele quadruplicara sua fortuna.
[Cena do jovem rico mergulhando em moedas com ar de ganância.]
FAIXA 3

Diz o velho provérbio: “O dinheiro não traz felicidades!”. Ao contrário do que se poderia
imaginar, o jovem rico, longe de gastar o seu tesouro com regalias, controlava cada
centavo e economizava tanto quanto podia... Para não gastar dinheiro, tinha o menor
número possível de empregados, sobrecarregando-os e obrigando-os a trabalhar muitas
horas a fio. Até a água e a comida que dava a eles era controlada.
[Cena de dois empregados carregando pesos enormes.]
FAIXA 4

Passou vinte anos com o mesmo par de sandálias, visto que andava quase sempre
descalço a fim de economizá-las.
Não tinha mais contato algum com seus parentes, pois temia que lhes pedissem dinheiro
emprestado... Um belo dia, ganhou um presente de um irmão seu, mas o mandou
devolver, acreditando que depois do presente o irmão iria procurá-lo para pedir-lhe algum
favor.
[Cena do moço rico mandando um empregado devolver o presente.]
FAIXA 5

Desconfiava de tudo e de todos e assim foi envelhecendo imerso no lodo da avareza. A


ninguém amava e por ninguém era amado, vivia só e todos os seus empregados o haviam
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abandonado, estava quase completamento isolado... Quase, quase porque um só deles
ainda o acompanhava: Gabi!
FAIXA 6

Gabi, um jovenzinho dócil e amável que havia abraçado a doutrina e a lei de Jesus Cristo.
Por ser cristão, ele sentia pena do velho e não tinha coragem de deixá-lo.
FAIXA 7

[Palco imitando um quarto. O moço rico tem agarrado em cada mão um saco de
moedas de ouro.]
Estamos no ano 100 e há 67 da morte de Cristo. O moço rico conta agora com 89 anos...
Doente [tossir bastante aqui], gasto pela vida, carcomido pela avareza e angústia
[resmungar algo], não se deixava vencer pelas evidências da morte que se aproximava.
[Vozes de rebuliço.]
FAIXA 8

Do lado de fora da sua casa, à espera de sua morte, amotinou-se um punhado de homens.
O egoísmo o tornara um homem ácido e insuportável. Era odiado por todos, e de tal
modo, que não deixara herdeiros. Queria que sua fortuna fosse enterrada com ele.
[Vozes de rebuliço.]

FAIXA 9

1) Ahrrr, ahrrr, ahrrr! [Toda a fala do moço rico deve ser de alguém ofegante,
agonizante.] O que está havendo aí fora? Que barulho é esse?!
2) Não..., não..., éééé, não é nada Sr. Jamir, são apenas bagunceiros que estão à procura
de uma cabra perdida.
[Vozes de rebuliço.]
4) Velho avarento! Onde está o dinheiro!
5) Abram, ou vamos arrombar a porta!
6) Ah, velho rabugento! Agora quero ver se com teu dinheiro você se safa da morte!
1) Uh, uh, uh! [ofegante pelos sinais da agonia]. Você está mentindo para mim! Estão é
atrás do meu dinheiro! Animais! Lobos famintos!
>>>>>>>>>>>>>> ENCERRAR A FAIXA 9 >>>>>>>>>>>>>>

2) Não se deixe tomar com isso, Sr. Jamir, confie em Deus, porque Ele...
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1) Deus!
FAIXA 10

Uh, uh, uh! [O grande desta frase será fazê-la bem lenta.] Você é um menino tolo e
inexperiente.
[A música de suspense repete.]
Eu, eu vi... vi e sei quem é Deus...
2) [Arregala os olhos como quem não esperava por esta resposta!]
FAIXA 11

VEM E SEGUE-ME!
FAIXA 12
1) Ah! A voz, a voz, a voz d’Ele me persegue há décadas e eu não consigo apagá-la!
7) Vamos, velho! O dinheiro!
5) O dinheiro! O dinheiro!
Muitas vozes:) O dinheiro! O dinheiro! O dinheiro! O dinheiro! O dinheiro! O dinheiro!
2) [Vai olhar na janela espantado.]
1) Cães raivosos! Ahrr, ahrr, ahrr! Abutres à procura de carniça! Pensam que vão levar o
meu dinheiro! Estão muito enganados [segura ainda com mais força os sacos de
moedas].
Gabi!
2) Sim, Sr. Jamir!
1) Olhe aqui! Você não deixe que eles apanhem o dinheiro, hein! Não deixe! Enterre tudo
comigo! Tudo, hein! E, ahrr, ahrr, em consideração ao que você irá fazer, serei generoso...
Ahrr, ahrr. pode, pode pegar uma moeda de ouro, como, ahrr, como, ahrr, como, ahrr...
pa-ga-meeeen-to... [morre].
FAIXA 13

Mal terminara de expirar, a casa foi invadida pela populaça sedenta de ouro. Tentaram
arrancar os sacos de moedas das mãos do velho, porém estas estavam tão rígidas e
fortemente fechadas que não havia quem pudesse abri-las. Foi preciso primeiro cortar-lhe
os pulsos e depois a cada dedo a fim de tomarem-lhe as moedas.
FAIXA 14

Quaresma, tempo de reflexão e penitência! Meus queridos irmãos, quantos pensamentos


sadios nos sugerem a estória que acabamos de assistir. Este é o fim de todos os que se
apegam demasiadamente aos bens do mundo. Mundo passageiro, mundo enganoso,
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mundo fútil. O grande pecado do moço rico não foi ter riquezas, mas sim ter preferido a
elas do que a Nosso Senhor Jesus Cristo.
“Vem e segue-me!” Todos os dias ouvimos este chamado de Jesus, entretanto, na
Quaresma ele ainda se torna mais vigoroso. O “vem e segue-me” de Cristo é um chamado
à conversão, é um chamado a cumprir a Sua vontade, é um chamado a rezar, a amar ao
próximo como Ele nos amou, é, em resumo, um chamado ao cumprimento do maior e
principal dos Mandamentos: “Amar a Deus sobre todos as coisas!” Ou seja, amá-lo
acima de nossos bens, acima de nossos caprichos, acima de nossos gostos e devaneios,
acima de nossas vaidades. Acima da preguiça de rezar, de assistir missa, de freqüentar os
sacramentos, de cumprir seus mandamentos e de ser cristão no sentido pleno do termo.
Vem e segue-me, diz Ele a nós, Vem e segue-me, meu filho, vem e segue-me, minha
filha!    Siga-me sem medo, siga-me sem ter vergonha de levar o meu nome e sem ter
vergonha de levar o nome da criatura que mais amo, minha Mãe virginalíssima e toda
feita de luz: Maria.

FIM

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