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Paulo Tadeu Barbosa Ferreira À

Os
Fundamentos Religiosos

8 dao
NAÇÃO DOS ORIXÁS. |
Del
Nação de Cabinda À
|
|
+ PORTO ALEGRE À
E. : 1994 : P
A
= j
PREFÁCIO
a isá-lo na
Lemos o presente trabalho com muita atençao e, sem revisá: À
propedêutica oo RETA histórica, filosófica, científica ou litúrgica
Gescobrimos com facilidade o seu garimpo. Ocorre que foi grafado com

Õõ j indo
muita sinceridade sob propósito sadio de ajuda e iluminação, Suger
uma ordenação ritualística e isto é por demais importante como preserva
tivo à improvisões, sobretudo depois do aparecimento em grupo de fal-
sos iniciados que tanto comprometem a pureza milenar e prejudicam as al
mas de psiquismo desorientado que lhes batem à porta ouvindo-os como se
fossem legítimos oráculos.

to de uma rainha africana toda nossa genealogia está vincula-


da DcivarTTta e na vanguarda ao Espiritismo Universalista (em seus
diferentes modelos operacionais) e portanto nossa participação EEN
nos primeiros albores da vida, levados à "Mesas", Casas de Caboc SO
"Tambores de Minas", "Catimbós", "Juremas", "Pagelanças" e "Xangos e
Pernambuco, Sergipe e Alagoas prosseguindo nas roças e barracoes do Can
domblé baiano hoje guarnecido publicitariamente por nomes famosos que
nos foram contemporâneos no aprendizado da bola de gude ou ximbra, em-
pinamento de arraia, pulo na fogueira e jogo de capoeira. Afinal sao
sessenta anos de experiências ininterruptas no esquadro e compasso, com
incursões desde o Amazonas e Rondônia pulando o oceano até o Caribé par
ra visualizar o Santerismo e o Vodú. Aqui na terra Farroupilha chegamos
em fevereiro de 1939 e até pela imprensa podemos comprovar que jamais
houve um só momento em que deixássemos o convívio da Lei! Desde os pri-
meiros dias falamos e trabalhamos. Participamos: Antena e ponte do As-
tral assumimos grandes postos e pudemos garantir à Religião sua expan-
são fabulosa. Fomos honrados com a solidariedade de vultos notáveis
pois a ação foi sempre em equipe. Empregamos vários métodos e até hoje
nos servimos da. comunicação eletrônica. Basta referir que O programa de
Rádio está no ar ininterruptamente a vinte e sete anos e a mais de trin
ta anos garantimos a coluna pela imprensa escrita - o que - data vê-
nia - não aconteceu em nenhum outro lugar. Afora as aulas, conferência

e palestras - inclusive nas Universidades! Também nas Repúblicas do Pra |

ta.

O Autor deste livro descreveu teoricamente aquilo que milhares de


pessoas do povo, ogãs e comprometidos assistem diariamente, sem cuidar
da memorização logística. Esta feitura do volume portanto, não quebra o

igilo ou segredo, como alguém de má fé poderã argumentar. Muito mais


érias e prejudiciais são as invencionices teóricas e práticas de meia
zia de charlatães que as transformaram em andarilhas e focos de conta
nação. Ou os gravames entre companheiros que deveriam se auxiliar re-
procamente para serem respeitados e assim estribar corretamente a Dou
ina perante a opinião pública e autoridades. Claro em primeiro lugar

cuidando do próprio comportamento moral e cultural, pois é um crime que

se alegue que, dentro do ilê se assume uma posição distinta e, na área


profana deixa de existir aquele compromisso, tudo então implodindo fra-
gorosamente. Esta é uma explicação suja pois se fosse verdade a Reli-
gião seria uma mentira, uma simples peça de teatro, quando sua função
precípua é justamente nos reformar, sublimar, íntima e externamente pa-
ra que os Costumes por reflexo se aperfeiçoem.

Ninguém pretenda se iludir a este respeito. Ou empulhar os demais.


A condição deste Sacerdócio é por demais evoluída para ser pretendi da
por simples aventureiros. O Babalorixã tem de ser um modelo pois é um
instrumento da Divindade! Muitos dirigentes, que não cuidam do comporta
mento e competência quando interpelados sobre os fundamentos alegam de
escanteio que têm de emudecer pois são segredos - que — verdadeiramente
desconhecem. É evidente que eles existem e são permitidos de ouvido pa-
ra ouvido aqueles que têm merecimento. O Africanismo nas suas diferen-
tes modalidades ritualísticas jamais deixou de ser oprimido inclusive
porque o jesuíta ao introduzir as imagens dos santos o que pretendia
era a conversão. Não caberia ao escravo selecionar e estabelecer simili
tude entre seus Devas e milhares de pessoas canonizadas - doutra etnia
e cultura. A pressão continuou, mudou espaços, acompanhou as alterações
políticas e ainda perdura nos nossos dias embora de forma mais disfarça
- Precisamos esclarecer a bem da verdade que os que mais prejudicaram
não foram estranhos senão os co-irmãos futriqueiros, instáveis, atrain-
do para nossos arraiais as suas enxúndias. Tipos escandalosos e anôma-
los mencionados pelos opositores a todo instante. Daí o epíteto de su-
perstição e primarismo. Repetimos: se alguém que não esteja preparado
ou comprometido lendo este documento resolver seguir-lhe os preceitos
constatará que eles de nada valerão já que suas mãos e cabeça não foram
feitos e lhes falta o "axê" e "vibração". Somente hã legitimidade quan-
do o Sacerdote (Babalorixá) se encontra imantado, irradiado pelas for-
ças da Força ou seja - pelo,Deva ou Orixã Maior! O que não é fácil como
alguns poderão supor. Inclusive todos os Magos do mundo precisam cicli-
camente refazer as próprias energias, revisar a dimensão íntima, regu-
lar as faculdades extra-sensórias, sob pena de obcessão e vampirismo.
Quantos trabalham com "Eguns" e "Quiumbas" sem saber? Pior, sendo seus
instrumentos? O Africanismo, mais que uma Religião é uma Ciência. Reli-
gião. Filosofia. Ritualística. Atendimento - são meros reflexos socor-
ristas. É deslumbrante quando praticado com pureza e autenticidade. Co-
meçou muito antes do branco aparecer na Europa aos bandos para aprender
com a raça negra já em decadência os pródomos da matemática e demais
ciências positivas. Os que falseiam, simplesmente ensanguentam sem ne-
cessidade, mais cedo do que supõem pagam muito caro pela mistificação.
Com o Astral não se brinca!

A liberdade de pensamento é uma das maiores conquistás da humanida


de e ainda hoje, rolam cabeças para que seja garantida. Por isso dever
mos estimular os que queiram falar e escrever com honestidade para que
se expressem corajosamente sem elitismos, sectarismos ou preocupação de
críticas pejorativas, estas principalmente que são ciumeiras inaceitá-
veis e ridículas - epidemia ainda sem antídoto pois tentou contestar oO
próprio Evangelho, substituindo o Salvador pelo Libertador - que tem
conotação política e subversiva. Um vento de Iansã varre o mundo subs-
tituindo conceitos ao advento da Nova Era, mas é preciso que homens e
mulheres continuem pregando e exemplificando dando o testemunho do que
aprenderam e assimilaram às novas gerações.

Salvador pela sua condição geo-política conservou a Tradição Afri-


cana, principalmente por ter ali sediado o governo português desde o
Descobrimento. Sempre houve pesquisadores e escritores sendo enorme es-
ta lista. Nos últimos tempos poetas e cantores divinizaram Sacerdotisas

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algumas foram até condecoradas diplomaticamente. Ao mesmo tempo em
he outras permaneceram no anonimato às vezes tendo mais categorias. Re
trem que Olga, do Alaketo recebe uma medalha do Poder Execútivo Fer

sa e verso noutros idiomas. Sacerdotes católicos são "aprontados" pe


OD ritual iorubano e Ministros "batem cabeça" e solicitam ma-leme! Is-
| comprova Oo quanto a Religião ê influenciadora e beneficiente e sen-
assim têm-se de creditar aos mistificadores a sua ainda não libera-
ao total. Portanto os seus crentes e praticantes é que têm a responsa-
idade de expurgo, seleção e instrução. Lembrem-se de Caribé - o es-
tor; Jorge Amado - o letrista; Pierre Verger - o diplomado pela Sor-
e em Antropologia que se apaixona por esta faixa do Conhecimento;
to sem querermos repetir Mestre Nina Rodrigues, Dr. Artur Ramso, Dra.
Landes, Oo nosso Prof. Dante de Laytano, Donald Piersen, Nunes . Per
ira, Manuel Quirino, René Ribeiro, Joao do Rio, slides do Prof. Car-
Galvão Krebs, Josê Bonifácio Rodrigues, Prof. Leopoldo Bettiol, Gil
to Freyre e tantos outros estudiosos. Convém dizer também que há ou-
s Estados em que a Religião também se legitima embora não haja esta
roclamação. Quando os jesuítas se instalaram no Japão procuraram, até
lizando a força, proceder à conversão do povo e mais tarde foram ex-
sos justamente por esta razão. Aqui no País acontecêu a mesma coisa,
izmente contornada habilidosamente pelo sincretismo da raça. O negro
mitiu a Imagem, conservando o acutá e sua fê. Sem perder a Tradição,
igia, Ritos e Costumes - que por causa das revoluções ficaram abafadas
à terra de origem O negro manteve quilombos em toda nossa extensão pá-
a. Nascemos no polígono das secas, base das paliçadas de Ganga Zum-
—- nos Palmares. Porém, os redutos da liberdade existiram aqui em Pe-
tas, Rio Grande, Montenegro e outros lugares.

é Ocorre que somente duzentos anos após a Bahia ser centro político

ional é que começou efetivamente o Rio Grande do Sul sua coloniza-


Esta área juridicamente inserida no'território pátrio pelo Tratado
Tordesilhas era contestada pela Coroa Espanhola que centrava forças,

, Salamanca do Jarau - por exemplo. Por este motivo ocorreram gran-


entreveros e o sangue de centenas de heróis enxarcou as cochilhas,
campados e canhadas. As nossas terras protegidas por grandes e espes
" florestas abrigavam numerosas tribos indígenas e oO gado formava re-
hos de milhares de cabeças. Do centro do País passando por São Pau-r
Paraná e Santa Catarina saiam muitas excursões de aventureiros e ex
radores - Entradas e Bandeiras - vinham principalmente carnear os a-
is levando-lhes o couro super valorizado deixando O resto aos abu-
Ss. Quem diria que mais tarde a carne oferecida às aves de rapina se-
elemento importante na nossa balança comercial? Com as Entradas e
Ideiras vieram os negros para ajudar no tra balho mais grosseiro. Jã
eram considerados alimárias. O próprio romanismo assim interpreta-
Bíblia e daí padres, bispos e cardeais terem magotes deles para
latifúndios. Para dirimir esta questão Papas tiveram de emitir di-
as Bulas. A escravidão no Brasil começou mais ou menos em 1530 atra
dos portos do Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Em 1737 o Governo
tuguês (éramos Colônia) para garantir a posse deste terreno .— mandou
ficar em região estratégica o forte "Jesus, Maria e José", aquarte-
ando tropas. Dentre os operários a maioria era composta de negros. Ne-
Ss que trabalharam mais tarde nos salgadouros e xarqueadas de Pelo-r
, durando no máximo cinco anos tais as misérias às quais eram subme-r
dos. Negros que muito tempo depois constituiram a Freguesia de são
opoldo e Cangussú, nas plantações de linho e cânhamo e que foram subs
tuídos em seguida pela importação de colonos europeus pois ninguém 2ê
tiria uma população de cor Como estava acontecendo. +

al; Menininha, do Gantois é filmada internacionalmente e cantada em

o Mlónianao

Estamos neste ano comemorando os duzentos anos desta presença afri


cana aqui. É a razão do Projeto Feitoria. 26 de julho de 1783. Em fins
do século passado podiam-se contar muitas Casas de Religião (ilês) en-
tão denominados Casas de Pará. Após muitos anos é que houve a substitui
ção para Casas de Batuque ... ou de Nação. De 1895 a 1935 aqui em Porto
Alegre viveu um Príncipe africano cujo nome abrasileirado era Manuel
Custódio, do Sapatã Erupê. O Príncipe de Ubá. Ou simplesmente, Prínci-
pe. Subvencionado pela Embaixada da Inglaterra. Aquela época vivia-se
um clima de incertezas e conflitos entre as facções dos Ximangos e Mara
gatos. Um Governador - Dr. Augusto Borges de Medeiros, cachoeirando - a
pesar de Positivista - reza a tradição, com testemunhos - mandou chamá-
lo e, juntamente com o Tio Xico, do Moçambique, fizeram um assentamento
pro Barã, no Palácio e centro do Mercado. Também, obrigação no lugar do
antigo patíbulo, frente ã Igreja N. Sra. das Dores. Ninguém precisa ler
os jornais da época ou Jorge Amado para saber das estrepolias policiais
quanto ao Candomblé; ou escutar aqui os contemporâneos do Interventor
Gen. Daltro Filho, em 1937 - que autorizava que os portais do Batuque
fossem rebentados a pata de cavalo e os dirigentes e membros —algemados
nas delegacias como criminosos. Se quiséssemos nos estender nestas con-
siderações muita gente ficaria arrepiada ao saber de fatos ocorridos a-
inda nos nossos dias. Nós mesmos fomos jurados de morte pelo fato de
nos transformarmos em arauto, da própria tribuna parlamentar. Hoje tudo
estã mudando mas persistem as discriminações veladamente. A própria ir
mandade africanista em geral se identifica como católica ou espiritua-
lista, poucos tendo a coragem moral da autodefinição. A respeitabilida
de africanista somente acontecerá no dia em que houver conscientização
e os dirigentes, principalmente, se prestigiarem e auxiliarem, pois com
demanda irão parar no fundo do brejo. Em Salvador predominou o grupo
Iorubano, chamado após a Invasão Francesa, de Nagô. Aqui, O Bântu. Afri
canismo, Umbandismo e Kardecismo são Correntes Paralelas que trabalham
exclusivamente com o Astral e por isso às vezes se cruzam. No Africanis
mo que é O assunto predominante no livro e neste prefãcio temos de con-
siderar a presença de diferentes Nações, pois a África é um Continente.
Como a América, a Ásia, a Oceania, etc. São outros continentes, forma-
dos de países com características especiais cada um inclusive idiomáti
cas. Isto posto, o Candomblé é parecido mas não é o mesmo que Batuque.
Nem na língua, axós, danças, passos, rezas, liturgias ou mesmo Orixás.
Ainda mantemos aqui no Estado os seguintes rituais: Oiõ, Nagô, Gêge, I-
gexã e Cabinda. Há algumas Casas de Candomblé, recentes, cultuando An-
gola ou Keto. Mais ou menos. O mais acentuado é O sincretismo gêge-ige-
xá, nos "toques". Estamos preocupados com o levantamento da memória da
Religião pois nomes, nações e ritos caíram no total esquecimento das no
vas gerações.

Já que falamos sobre Umbanda expliquemos que ela surgiu em 15 de


novembro de 1908 no Rio de Janeiro, numa Séssão memorável da Federação
Espírita, ao se manifestar o Caboclo das 7 Encruzilhadas pela primeira
vez e proclamá-la procedendo à explicação do que seria - imediatamente.
O que verdadeiramente se confirmou. Antes, absolutamente, não ser como
palavra (mais tarde se soube disto) do dialeto kibundo, significando
arte de curar. Ou como sinônimo do tratamento dado secretamente ao Sa-
cerdote do Culto de Angola, igualmente com Embanda, Upbanda e Quibanda.
como é da história antropo ca. Foi ela quem atraindo grandes perso-
nalidades do mundo social e tdo surpreendentemente garan-
tiu a liberdade daquele. Evocan os, Brancos e Pretos. Rece-|
bendo desde os primeiros momentos 2 repelênc africanista, que somen-
te muitos anos depois é que me meis ou menos a entendê-la. As raí
zes do umbandismo são milenares porém sua externa, estrutural, di
nâmica e metodologia - são verde e amarelo. Só contesta quem não estu
da. : P
Num Congresso de Psiquiatria foi considerado o tratamento dado per
Io africanismo como eficiente, pois seus resultados foram positivos.
des não consideraram a influência do Orixá porém entenderam que O Ego
— mudou de vibração ao influxo do rito. Hoje existem numero-
sos médicos de todas as áreas da Ciência, Babalorixás e "filhos de San-
£o" - como se diz. Não apenas músicos ou escultores, também —. pintores,

"como Nelson Boeira Faedrich se inspiram e deixando fluir o pincel debu-

am e fixam coloridamente. São lindos os Orixás imaginados pelo artista

consoante o que significam. Alguns Príncipes africanos, como aconteceu


a pouco em Salvador no Encontro da Tradição e Candomblé se declaram, em
da, eles mesmos - Orixás. Ou alegam que Xangô foi Rei em 0ió e, por-
to, também viveu na terra. Como estamos apenas prefaciando não quere
mos nos ampliar na definição do que seja. Simplesmente, é um espírito
gue ainda não encarnou na terra. As forças Ou energias da natureza não

podem ser confundidas consigo. Em todo universo é o espírito ou cente-


Ilha ou fagulha inteligente que dirige a energia que se condensa em mil
estados de matéria. Nao hã como se confundir. Se o espírito ja encar"

u ... ou ainda não. É outro problema. Qual a razão misteriosa das mul
jidões superlotarem os ilês nos seus "toques" ou consultarem os búzios
e alabaças? Se existem maravilhosas e luxuosas Igrejas todas ilumina-
das? Ninguém poderá negar: a alma sofrida da humanidade após ter bebido
ãàa taça de ouro e prata O mel e o fel continua sedenta e tenta reencon-
trar seu mundo original. Espiritual. Através da Comunicabilidade. Qual-
quer que seja O modelo operacional. O Africanista é o mais antigo e con
finua válido. O estudo dos agrupamentos negros é complicado sobretudo
pelo fato de Ruy Barbosa, quando Ministro da Fazenda, ter mandado SAGA
e O

chegados. Sudanezes e Bantus. Os primeiros, chegados do Dahomey,


ria e Sudão. Os segundos, vindos do Congo, Angola, Moçambique e Quelima
ne. Nina Rodrigues provou que a maioria absoluta dos sudaneses
concentrados na Bahia e os Bantus desembarcaram nos portos de
ção de escravos: São Luís do Maranhão, Recife e Rio de Janeiro donde su
Diram até o Pará, interior de Alagoas, Minas e São Paulo, donde
com as Entradas e Bandeiras até nosso Rio Grande do Sul como explicado.
Em Salvador o candomblé do Engenho Velho foi quem deu origem aos demais
a partir de 1830, fundado por três mulheres - negras da Costa — AdDêtã
(Iyá), Iyá Kalã e Iyá Nassô. Afirma-se que a primeira plantou O axé. No
Africanismo os dirigentes têm diversos títulos. No iorubano ou nago, São
chamados Babalorixás ou Yalorixás (significam exatamente pai e mae ãe

santo). No gêge, são chamados de vôduno, em ambos OS Casos. Estude-se a

Casa de Minas, do Maranhão. Lá reside uma nossa irmã camal. Nos can-
domblés de Angola e Congo, O tratamento é outro: Tata de Inquice (pai)
e mamêto de inkice (mãe). (Inqui ou ki - questão de grafia). No candom

plé de Caboclo trabalham com “FEncantados". Não são os Caboclos de —Um-

banda, eguns. O tratamento ê Padrinho e Madrinha. Zelador e Zeladora.


Os termos genéricos são pai e mae, porque assentam, preparam, imantam,
na vasilha o elementar. Quando dialogamos com os dirigentes africanis-
tas tratamo-los por babalorixás ou ialorixáãs porém em aula empregamos a
expressão Sacerdote mais atualizada e corrigida.

Desde nossa vinda do norte em 1939 morreram centenas de Babalori-


xás e o mundo moderno os esqueceu. Há tempos conseguimos reunir os no-
mes de algumas dezenas, inclusive com suas "Digines ou Sunas, endereço
do Ilê, Orixá regente e tudo publicamos na Zero Hora como homenagem. Não
deixaram documentos e objetos a não ser em casos excepcionais. A Mãe
Gratulina do Xapanã tem O cofre do saudoso Antoninho do Monte Serrat. o
mais foi despachado e como à transmissão dos segredos foi oral tudo fi
cou em silêncio. Por causa deste silêncio e falta de erudição ê que cor
meçou a improvisão, readaptação o fato real da atualidade. A não Ser
por exceção. E isto seriamente nos preocupa porque visualizamos o futu-r

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ro que se aproxima celeremente. Centros notáveis e tradicionais fecha-


ram melancolicamente. Nomes consagrados desapareceram e não houve subs-
tituições no mesmo nível, Pessoas respeitáveis e superimportantes estão
velhas e partirão dentro de pouco tempo. Quem as substituirão? Portan-
to, cabe aos senhores Babalorixãs e Ialorixás uma responsabilidade in-
crivelmente importante: garantir a perpetuidade da Religião, com toda
sua Pureza, Beleza e Força. Isto vai exigir sacrifício, moralização,
competência, sinceridade. Sobretudo sinceridade porque uma pessoa assim
imanta as forças da Força que vêem em seu auxílio. Não será jamais com
gritos, estardalhaços, fantasias, envernizamento falso que haverá cre-
denciamento. A respeitabilidade do Babalorixá ou Ialorixá partirá do in
terior de seu coração espontaneamente e assim serão sentidos e amados.
Cabe-lhes a sagrada missao de encaminhar almas para Deus. Ou se respei-
tarão e protegerão, sublimando a prática - ou sepultarão esta maravilha
que é a Religião em si mesma, sendo enterrados juntos. Um Ilê jamais po
derá ser apenas uma instituição comercial. Ou local de encontro para se

dirimir a sorte através da consulta a Ifá. Terá de haver uma organiza-

ção administrativa, com estatuto, regimento interno, diretoria, assesso


ria, e... aí sim, o poderoso Conselho de Religião pontificado pelo Sa-
cerdote e seus auxiliares imediatos. Os TIlês filiados ao Órgão Estadual
respectivo. O I11ê e O respectivo Orgão federativo anualmente estarão o-
brigados a proceder a encontros culturais, simpósios, pois O progresso
é fruto de trocas permanentes e não podemos admitir neste contexto opi-
niões pessoais sem fundamento, fruto da mentira e narcisismo, improvi-
sação e anelo de liderança. À Religião exige extrema seriedade e fideli
dade à História Universal. Como dissemos, O Africanismo, antes de
nada é uma ciência. Ciência da Alma. Do Psiquismo. O aspecto de Reli-
gião se constitui no seu raio de ação, uma espécie de rede lançada so-
bre os desmantelados do corpo e mente, para que sejam socorridos. O A-
fricanismo é um modelo operacional. Não é O modelo. Este, O modelo - a-
inda não foi estabelecido pela deficiência da nossa graduação — espiri-
tual. Cada um de nós assimila face O tridimensional em que vive utili-
zando menos de um décimo da própria capacidade cerebral.

Milhares de pessoas atravessaram Os Campos. Sangraram os pés nas


pedreiras e espinheiros. Se enlamearam. Até que um dia descobriram que
aquele chão era a t. a de um tesouro. Quando começou à escavação o ou-
ro brilhou e a multidão se lançou furiosamente ao enriquecimento. O gar
rimpo se tornou uma realidade. Visitem Serra Pelada e vão compreender
melhor. Pois bem, O Africanismo é um garimpo muito mais prodigioso porr
que o seu ouro jamais se dissolve e sem provocar acidentes ou mortes -
esclarece, dá saúde e liberta pra sempre. O que não se pode admitir nes
te trabalho de escavação da terra é a agressão entre companheiros que
se enxarcam e empoeiram e até ficam com os olhos sujos de amarelo. Tam-
bém na Religião, repetimos, que cada um cumpra Suas obrigações se consi
derando a serviço da humanidade - pois é esta nossa arande missão na
Terra.

O livro que estamos prefaciando não tem nada de misterioso Ou sin-


gular. Não está desvendando os segredos do axé - é bom repetir-se. Por
rêm, ordenando a liturgia, auxiliando milhares de simpatizantes que es-
tão "pela aí..." abrindo Casas e se intitulando, agindo expoente sua
—- por conta própria - ao sabor das ondas da imaginação! As descrimina-
ções sobre Orixás, locais, sincretismos, axerês, classes, números, su-
nas e digines, ajuntós, ferramentas, vasilhas, aves, animais, peixes,
verduras, frutas, fisiologia humana correspodente, arquitetura, er-
vas, imagens, etc., são sugestões didáticas, tradicionais do Cabinda.
Noutra Nação a operacionalidade pode ser completamente diversa. E em
todas elas variam de Estado pra Estado, país para país - sujeita ao car
Tendário, à folhinha. Portanto mutáveis como as próprias vestimentas

12

mais.
e antigamente eram de chita e hoje são de seda pura, brocardos e ou-
. O grande mérito do Autor foi o de escrever, redigir este Documento,
sumindo-lhe paternidade e se identificando sem precisar recorrer ao
fisma. Portanto, todos os Sacerdotes a partir deste momento têem obri
ção moral de parabenizá-lo mesmo que não lhes sigam os preceitos por-
é a Obra é uma contribuição ã ordenação, codificação, hierarquização
sciplinação e isto é sumamente importante. Suponhamos que você joga
m aparelho de slides centenas de fotos colhidas nos ambientes os mais
spares e relativos às coisas mais absurdas. Depois os apresenta na te
rapidamente, para que sejam visualizados e interpretados. Conclu-
há Unidade, na disparidade; Ordem na desordem; clichês mentais mul
licados e confusos comprovando que o somatório é lido porque a verda
é um Calidoscópio. Outra explicação: você recebe uma casa de presen
, cheia de móveis caríssimos, porém desarrumados. E assim tem sido em
lação a muitos companheiros. Eles filmaram slides e receberam móveis.
to é, notícias e informações. Sem uma base cultural definida, regu-
tudo permaneceu em incrível anarquia - sem arrumação. O Autor dedi
| parte de sua vida à catalogação e arrumação do que viu e aprendeu.
revendo o livro simplesmente estã arrumando os móveis e colocando si
icamente aqueles clichês. Cada um de nós portanto vai espanar, en-
tar, decorar, colocando tapetes e espelhos e jamais permitir que a
eira encubra o que foi feito com tanto bom gosto. Quem não trabalha
o tem direito de dar palpite. O verbo discordar somente deve ser con-
gado por aqueles que comprovaram obra semelhante ou superior. Só pra
fplicar ... é melhor ficar calado. O pensamento religioso segundo
kheim estabelece o contraste como traço que O distingue do profano.
ofano é aquilo que se considera útil, prático, familiar e que integra
mundo cotidiano. Sem possuir o significado emocional. Sobre a Reli-
ão há muitas teorias. A do Medo, defendida por Miller e Giddings; Ima
sta, sustentada por Dodrington e Marrett. Animista, de Spencer e Ty-
. Totemista, consoante Frazer e Goldenweiser. Sociológica, por Smit,
ne Harrison, Chapple, Coon, Wallis e Weber. E Teoria do elemento alea
io, postulada por Summer, Keller, etc.

E se todos estamos de parabéns, cantemos: Salve o Sol e a Lua!


"— Parabéns, Paulo Tadeu Barbosa Ferreira. Kau-O Cabecilhe, Xangô TO-
'

Setembro (primavera) de 1983.

MOAB CALDAS

APRESENTAÇÃO

sor

a!

O autor ao escrever este livro de fundamentos reli-


giosos não teve a pretensão de ser o "dono da verdade".
A presente materia e um estudo de anos de pesquisa, na
qual, o autor transcreve o aprendizado que teve na Nação
de Cabinda, seu berço religioso. Sem ter a intenção de
er o VERDADEIRO, o PERFEITO ou o mais CONHECEDOR
desta Nação de Orixaá.

— Este é destinado aos futuros Babalorixãás e Yalori-


xás que, como o autor, têm ou tiveram a ânsia e o direi-
o de aprender os fundamenos religi er que, por ne-
gligencia, falta de conhecimento, egoísmo, e, ate mesmo,
em alguns casos, para que o futuro Babalorixã e Yalorixa
quem na dependencia religiosa de seu mestre de ensina-
mentos, o mesmo, não transmite o seu conhecimento reli-
gioso a seus sucessores.

O Babalorixá ou Yalorixa que vai aprontar um filho,


ue vai lhe dar todos os axes de aprontamento religioso,
em a obrigação e o dever de ensinar, transmitindo ao
esmo o conhecimento religioso; os fundamentos de sua
Naçao de Orixas.

Não existem segredos que um Babalorixá ou Yalorixã não


ossa ou não deva ensinar ao filho que vai tornar-se tambem
um futuro Babalorixa ou Yalorixa, pois, a partir do mo-
mento em que hã um aprontamento religioso os dois passam
à ficar em nível igual na religião; não havendo um porquê
de não serem revelados os fundamentos religiosos. À
Este não é um livro destinado apenas aos intelectuais
Ou pessoas de grande conhecimento etimologicô, que gostam
de palavras rebuscadas e de difícil compreensao. Este livro
e destinado ao povo que nao teve a dadiva de ter em sua
É casa um dicionario ou ter cursado os bancos escolares — do

segundo e terceiro graus. Ha vezes em que o autor e repe-


f titivo, porem o intuito é a explicação cabal do que e trata-
n do nesta obra.

Que perdoem o autor os grandes intelectuais que por-


ventura passarem seus olhos nestas folhas de Fundamentos
Religiosos da Nação dos Orixas, e, ao final, repararem a
linguagem não rebuscada a qual se esperaria de um escri-

À tor. Esta obra, repetimos, e para o pequeno saber do mais


ft humilde freqientador da Religião Afro-brasileira e, para a

HOMENAGEM =
humildade dos mais cultos dos freqientadores daquela Reli- *

gião.
ti

' ixa — XANGO AGODO TOQUÍ — todo o meu


Paulo Tadeu Barbosa Ferreira Ao meu Orixa à 2 TARA
or e minha eterna gratidao, e pouco para expressa

dezembro, 1994 e sinto.

SA 4
Aos demais ORIXÁÃS, por tudo.
ito por nós todos.

17
Babalorixá VALDEMAR ANTÔNIO DOS SANTOS, de Xango Kamucã Ba-
ruálofina. Considerado o REI da Nação Religiosa de Cabinda,no esta-

do do Rio Grande do Sul - Brasil.

(PÓSTUMA).

18

Yalorixa OTÍLIA TAVARES DA SILVA, de Ossanha Becum To-


da. Esposa do Babalorixá Valdemar Antonio dos Santos, de Xango
Bis Baruálofina. A senhora me fez compreender os mistérios

a Nação Religiosa de Cabinda, uma amiga, um todo em minha


"vida religiosa. A FELICIDADE QUE ME DESTE EM VIDA, HÁ DE SER
COMPENSADA EM TEU DESCANSO. OBRIGADO... (PÓSTUMA).

"a. 19 5: 1
Axbo o EX

AbiIRS o
Yalorixã PALMIRA TORRES DOS SANTOS, de Oxum Epandãá Olobomi.
Iniciada e aprontada pelo Babalorixã Valdemar Antonio dos Santos, de

Xango Kamucã Buruálofina. UM ESTEIO DE SABEDORIA;DURO, FORTE, MACI-


ÇO. (PÓSTUMA). nal do Babalorixá Henrique Cassemiro Rocha Fraga, de Oxum Epandã

Bomi. (PÓSTUMA).

Babalorixá ONORIVAL DA SILVA FRAGA, de Xango. Esposo da Ya-


lorixá Palmira Torres dos Santos, de Oxum Epandá Olobomi, e pai carr
MESTRE RELIGIOSO DO AUTOR. Babalorixã ROMÁRIO ALMEIDA, de
Oxalá Jobocum Onifan. Iniciado e aprontado pela Yalorixã MARIA MA-
DALENA AURÉLIO DA SILVA, de Oxum Epandã Demum. TENHO A HONRA DE TER
SIDO UM DAQUELES FILHOS-DE-RELIGIÃO ESPECIAIS NO SEU CORAÇÃO. O SE-
NHOR FOI O AMIGO QUE ENCONTREI NA HORA QUE MAIS NECESSITAVA DE AM-
PARO ESPIRITUAL. Nação Religiosa de Cabinda. (PÓSTUMA).

22

Babalorixã HENRIQUE CASSEMIRO ROCHA FRAGA, de Oxum ã


Bomi. Iniciado e aprontado pela Yalorixãá Palmira Torres dos SaRtADA
de Oxum Epandã Olobomi. TENHO A GRAÇA DE SER SEU NETO, POIS O SEº-
NHOR SABIA AS DIFERENÇAS EXISTENTES EM FAZER O BEM E O MAL. Nação
Religiosa de Cabinda (PÓSTUMA). "e.

23
AOS FOTOGRAFADOS:

W
i
»
L

O autor teve o cuidado de reunir alguns dos mais des-


acados Babalorixás, Yalorixas e Iniciados das diversas Na-
ões de Orixás existentes (Cabinda, Gege, ljexa, Oyo, en-
re outras), estando estes, vivos ou falecidos. É obrigação
dos pesquisadores registrarem a história da religião. Estas
otografias incluídas nesta Obra fazem parte da historia da
"Rossa Religião, independente do Lado (Naçao Religiosa) pra-

fticado por aquele fotografado.

: otografados e uma catalogação histórica daqueles que


fazem a Religiao, um reconhecimento pelos prestimos daque-
les Iniciados, Babalorixas e Yalorixas, bem como a contribui-
ção destes vivos e daqueles que devem ser reconhecidos no
apos-morte, pelo que fazem ou pelo que fizeram pela Religiao,
independentemente da Naçao Religiosa que praticam ou pra-
ticaram.

; Na verdade, esta HOMENAGEM que o autor dedica aos


us f

É o registro, de cada um daqueles Expoentes da Reli-


gião: quem são; quem os iniciou e/ou aprontou; que Naçao
Religiosa praticam, entre outros dados. É a historia da Re-
ligiao em fotografias. É o registro que nada, nem O tempo,

apagara. É a imortalidade religiosa.

b Com o desenrolar da vida, todos seremos chamados,


“pelos Orixaãs, com a passagem para o ORUN (o alem, o infi-
mnito); e la, como ARÁ ORUN (habitantes do alem) permane-
ceremos por 'algum tempo; ao depois, retornaremos para —O
"AYÊ (mundo, vida na Terra), tornando-nos, novamente, ARA

"AYÊ (seres vivos), Esta Obra, bem como as fotografias que

25

a en AA

= So ” > =

So aq incluidas, nao passarão, permanecerão para o co.

S ás o universal da contribuição de cada um dos home-


ageados para com a Nação dos Orixas e seus Fundamentos

Tenham a certeza de a

que as pessoas que e


homenageadas pelo Autor, em suas Data o |
RA entre as melhores existentes Cada A
À a obra-de-vida que foi o destaque ara ite-
riosa escolha, com vistas à inclusão destes Neta OBERST

= Recebam assim, Magnificos homenageados, toda a con-.


a eraçao do autor, agradecido, pela oportunidade de engran-.
ecer a presente Obra com suas fotografias. AXÊ! ]

26
FE É
=
= ?
Sm e |
"
PD NR

< DECLARAÇÕES
[ão
= j
H
==

ã Declaro, para OS devidos fins, que após examinar os originais


bm B Livro "os FUNDAMENTOS RELIGIOSOS DA NAÇÃO DOS ORIXÁS", NAÇÃO DE
EE) EBINDA, escrito pelo Babalorixã Paulo Tadeu Barbosa Ferreira, que
EE : obra, escrita de uma forma prática e simples, dando primazia par
So e o fácil entendimento da matéria apresentada. Um livro elaborado
a som conhecimento e seriedade. Está, em todo seu conteúdo, de acor-
2& ão com os Fundamentos Religiosos da Nação de Cabinda, cultuada no
SS Fo Grande do Sul, sendo instrutivo e devendo ser usado como "ma-
FE ear" pelos Babalorixãs e Yalorixás.
pa |
S Em | setembro, 1983
e. Ds o
o Ser ++ eta (foca voa
à Babalorixã ROMAÁRIO ALMEIDA
o = =
Ss "Romário de Oxalá"

LUIZA THOMAZZI DE OLVEIRA, de Oiá De.

Declaro, para OS devidos fins, que após examinar OS originais


ES livro "Os FUNDAMENTOS RELIGIOSOS DA NAÇÃO DOS ORIXAS", NAÇÃO DE
CABINDA, escrito pelo Babalorixá Paulo Tadeu Barbosa Ferreira, que
5 mesmo, em todo Oo seu conteúdo, está de acordo com OS fundamentos
Se Nação de Cabinda, cultuada no Rio Grande do Sul, sendo escrito
22 uma forma prática pela simplicidade de como são expostos os en-
sinamentos. É instrutivo e deve ser usado como "manual" pelos Bar
Balorixás e Yalorixãás.

1 setembro, 1983
H. aa gate Bonsarmiro Roibe Foja

Babalorixã HENRIQUE CASSEMIRO ROCHA FRAGA


"Henrique de Oxum"

Religiosa de Cabinda.

Demun. À SENHORA ERA


MEDTA SACRIFÍCIOS PARA FAZER O BEM, Naçao ERES

Yalorixa

Aurélio da Silva, de Oxum Epanda

29
Fr

Declaro, para os devidos fins, que após examinar os origina


do livro "OS FUNDAMENTOS RELIGIOSOS DA NAÇÃO DOS ORIXÁS", NAÇÃO * ST ESSOUA
CABINDA, escrito pelo Babalorixã Paulo Tadeu Barbosa Ferreira, e: '* ãá Paulo Tadeu
Barbosa Ferrei ,
tã integralmente Sento dos preceitos religiosos da Nação de Cab por RSS REONDOES AE
Aro para que sejam esclarecidos SE
da, cultuada no Rio Grande do Sul. Que o seu conteúdo é de gran o = NES josos desta
Nação de Orixás, e que possa AEraVEdA
valia para a instrução e O aperfeiçoamento religioso dos Babalo eESSOS o o e as
barreiras do desentendimento religioso, fa
xãs e Yalorixãs desta Nação de Orixás, bem como, para enrique Be Eron tel:
bressaia-se o esclarecimento do fundamento religio
os conhecimentos religiosos de Dirigentes Espirituais de outras ENaSoS Babalorixá
ou Yalorixá, que está iniciando na nação
ÇoOes"de. Orixas. : fixás, deseje obter para entender os preceitos de sua e

iosa.

j | õ minar os originais
De os devidos fins, que apos exa :
Do OS FUNDAMENTOS RELIGIOSOS DA NAÇÃO DOS ORIXÁS", NAÇÃO DE

setembro, 1983.

à o E
Babalorixã JOÃO CLEON MELO: FONSEGC
"Cleon de Oxalá"

setembro, 1983.

AIM AO

Babalorixã AILTON FERREIRA DE ALBUQUE RQUE


"Ailton de Oxum"

— Presidente Depto. de Culto Africano da União de Umbanda RS.


Presidente Depto. do Exterior da União de Umbanda do RS.
Assessor da Presidência da AFROBRAS do RS.

— Declaro, para os devidos fins, que após examinar os originai


do livro "OS FUNDAMENTOS RELIGIOSOS DA NAÇÃO DOS ORIXÁS", NAÇÃO [
CABINDA, escrito pelo Babalorixã Paulo Tadeu Barbosa Ferreira, qt
o mesmo é de grande necessidade para o esclarecimento religiso de
ta Nação de Orixãs, pois, estã escrito de acordo com os ensinamer
tos da Nação de Cabinda, cultuada no Rio Grande do Sul, de uma me
neira fácil de entender e deixando claro os fundamentos desta N&e
ção de Orixãs aos Babalorixãs e Yalorixás, que dele se servirem r
ra engrandecer os seus conhecimentos religiosos.

TE; Su nERÃS, Te setembro, 1983.


Re :

LUIZA THOMAZZI DE OLIVEIF


à "Luiza de Oiá"

31
rr

A DIFERENÇA ENTRE CABINDA E "CAMBINDA"

Aos Dirigentes Religiosos cabe a tarefa de esclarecer


ensinar aos seus adeptos, os Fundamentos da sua Naçao

le Orixas. |

Aos religiosos cabe o arduo dever de conhecer os Fun-


entos Religiosos da sua Naçao de Orixas, e, divulga-los.

Quando você, Babalorixá ou Yalorixá, se refere à Na-


de Orixas "CAMBINDA!" está se referindo à "DANÇA
CLORICA NA QUAL OS DANÇADORES, DE COCORAS,
MOVEM AO SOM DA MUSICA"? Ou, esta se referindo
uela Nação de Orixas? ...

— Na Nação Religiosa de CABINDA, há o ritual da dan-


(cambindas).

Dos escravos africanos que trouxeram àa Religião ao


sil haviam os BANTOS (negros cabindas, entre outros).

A Nação de CABINDA (Angola) se encontra na Afri-


tal qual OYO, entre outras...

Havemos por bem, de, pedindo licença, chamar a aten-


dos Mestres de Ensinamentos, seus adeptos, e, daque-
que escrevem para os meios comunicativos para que, ao
e referirem a CABINDA (Nação de Orixás) ou à CAMBINDA -
dança folclorica) o façam assegurando a diferença, sobpena —
e confusão daqueles que vao tomar conhecimento, e dos lei--——-

A a

os em geral.

Ro
MADRINHA RELIGIOSA DO AUTOR (DE CABEÇA) Yal ã
J - e orixa TEREZA RO-
CRAOEEA MELO, de Ogum Onira, Iniciada e aprontada pelo Babalorixá SOS
eon Melo Fonseca, de Oxala Elefa. Nação Religiosa de Cabinda.

32 33

dois e 1a Da do.
r— .

Ha, no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) uma ar-

raigada mania de, os religiosos, expressarem "cambinda"


quando falam naquela Nação de Orixas: CABINDA. Assim
procedendo, estes religiosos continuarão alimentando a cor-
ruptela lingilística e alterando aquele sentido.

É necessário que os nossos Mestres de Ensinamentos


Religiosos atentem, com precisão, estas diferenças com vis-
tas a colocar um ponto final HESLeS distorções.

PADRINHO RELIGIOSO DO AUTOR (DE FACAS E BÚZIOS). Babalorixã

: do
N FERREIRA DE ALBUQUERQUE, de Oxum Pandãá Te Iê Riche. Apronta:
Yalorixãá Aurora Valmarate, de Ogum Bomatêé. Nação Religiosa de Gege. |
EO me —

PORQUÊ OS FUNDAMENTOS SÃO DIFERENTES


NAS DIVERSAS NAÇÕES RELIGIOSAS AFRICANISTAS,
SE OS ORIXÁS sÃo OS MESMOS

de
Apesar de oS Orixás serem os mesmos, a MAN ã.
trata-los, servi-los e das feituras das pessoas e ocu
,
vergem em muitas coisas.

Se mal compararmos 25 Nações Re Edo. EO = Ee


trução de uma casa poderemos, aí, tentar exp icar

meno.

Os Orixas seriam, as pedras, tijolos, Aveia o *


i taveis numa construçao. Fun
cimento, elementos imu ISA dao E
i ela construção. g
to seria o modelo daqu É NS A,
s) com janelas e p

s Fundamentos (modelo =

res Outras, com aberturas arredondadas, €& assim Pp

diante.

Assim, poderemos ver que à mudança de uma o

ara a outra e O modelo da construção daquela casa: E

Gamentos Religiosos. Podendo, coma po So = E


os alguns elementos u

o. pars todaaibm A ECSES Religiosas indistintamente (milho,

pipoca, cangica, ...)-

Em assim sendo, existe a pe ndo Se fes E,


rixa, dos Fundamentos

elo Babalorixa ou Yalo ã õ vo

Neca de Orixás, sem mescla, conservando-se a pureza

cada uma delas.

36

Se você é da Nação de Cabinda, seus Orixas so po-

ser servidos dentro dos Fundamentos da Nação de Ca-


nda. Não é possível misturar.

Se você é da Nação de Cabinda e pretende passar pa-


outra Nação, por exemplo: Oyo, deve esquecer todos os
ndamentos da Nação anterior, Cabinda, e, a partir do
mento da nova feitura cumprir e praticar so os Funda-
mtos da sua nova Nação de Orixás, que e o Oyo. Você,
sim, será mesclado CABINDA- -OYÔ. E, se você depois de
Ssar com suas obrigações religiosas da Cabinda para o
fo, quiser ser de Gege, devera praticar, a partir daíi,ape-

s a Nação de Gegê. Então você sera mesclado CABINDA-


O-GEGÊ, e assim consecutivamente.

O Orixá, como ja dissemos, é o mesmo. O que muda-


| para com aqueles Orixas são os Fundamentos daquela no-

Nação Religiosa, devendo este Orixa se adequar aos no-


s Fundamentos, pois, foi Ele, o proprio Orixa quem per-
tiu que o seu filho trocasse de Nação Religiosa, uma vez
ne o futuro da pessoa cabe exclusivamente aos Orixas e,
fomando por base que os Orixas já eram sabedoeres, desde

ventre materno, quando somos escolhidos, que aquela

soa, num determinado período da sua vida religiosa efe-


laria a troca de Nações Religiosas.

Não existe a possibilidade de se praticar duas Nações


igiosas de Fundamentos diferentes. Tal ato deixaria mar-
às duvidas ou, ate mesmo erros graves, por exemplo:
determinada Nação que serve ovos de galinha ao Orixa
ará e outras que se for servido ovos, incidira em grave
o pois tal ato implicara em quizila com este Orixa. O ini-
iado, Babalorixa ou Yalorixa deve, sempre praticar somen-
€ os Fundamentos Religiosos da última Nação em que foi
sta qualquer obrigação de assentamentos ou de obori para

E, se apenas um dos seus Orixás, por exemplo: Bara


de e Ogum Avaga, foi assentado por um Babalorixa ou Ya-
rixa de Nação Religiosa diferente da sua Nação de Cabin-
? Ainda assim, neste caso, você ficara misturado e devera

roceder para este(s) Orixás(s) os Fundamentos daquela ut


fima Nação Religiosa.

37
Sabemos que existem Babalorixá e Yalorixas que tem
assentados alguns Orixas, mais precisamente Elegba, Bara de determinar tudo (e
Lode, Ogum Avaga, Oia Timboa, Oia Dirã e, até mesmo as- ão jogo de buzios,ou de
sentamento de Bale (Igbale) feito por Nações Religiosas (e Reli Em — que se proce-
Fundamentos) diferentes da Nação de Cabinda.Pedimos licen- Icorporação em qualquer
MERLRO &
ça para discordar de tal atitude pois, inviabiliza o círculo | Obrigação diversa ou
do
fundamental da família (conjunto) dos Orixás que foram as- te o morto sempre EEE
sabia que apos a morte do seu
sentados para aquela pessoa. Em princípio, para que se pos- de saria que este Orixa
AS Seria medsaladas. ou/não teve
sa assentar qualquer um dos Orixas que compoem a família 10 (iniciado) as Obrigaço
religiosa (Orumale de Orixas) daquela pessoa é necessário

Orixá condições de chegar he reias, je Es


que se faça, ou que ja tenha se feito a obrigação de obori o
para aquela pessoa. Ou seja, que o Fundamento e o axé

: o jogo d eo
ou manifestar atraves do jog das Obrigações finais
seja unico em todos os Orixas assentados, no Obori, nas

do filho, da necessidade ou ESET EIA é impossível pois


Facas (Obes), Buzios (jogo de Ifá) e no Balé, inclusive.

sabe do nosso fu-

ladas.
re ou poderem ficar mesc Is o
ES fodos, são de um ME Edo: Sho) Ab A E
i resente, passado e luturo, €, T
a respeito no nosso pre À 2 S seta o
i r incorporaçao, Pp
manifestam-se a respeito seja po Pp SEA

de búzios, ou ainda de alguma outra maneira especi:

(Gntuição, vidência, audição, ...).-

Ousamos ainda, discordar com a feitura de "Obriga- ã


ções para os Eguns" ou "missas para os Eguns", ou ainda,
assentamento de Bale feito por Babalorixa ou Yalorixa que
não pertença à Nação de Cabinda sob pena de destruição
dos Fundamentos, os quais, aquela pessoa — em vida— sem-
pre atendeu e manteve o cuidado de não misturar. Você é
um Babalorixa ou Yalorixa que tem todos os seus — assenta-
mentos de Orixas e do seu proprio corpo feitos pela Nação
de Cabinda e, quando vem a falecer, chamam um Babalorixa
ou Yalorixa de Oyo (exemplificando) para proceder o despa-
cho daqueles assentamentos, elaboração da "missa" e/ou en- É Sos neu
cerramento do Bale que possa ter ou não assentado. Tal ati- despachar as Obrigaçoes
tude vem mesclar — mesmo apos a morte da pessoa —os as- 18
sentamentos daqueles Orixas, que nao morrem, mas que fo-
ram feitas as obrigaçoes gerais (Ocutas) pela Nação de Ca-
binda. Apesar de os Orixas serem os mesmos nas diversas
Nações Religiosas, conforme ja referimos, a maneira de tra-
taá-los, servi-los e as suas feituras fundamentais divergem
de uma Nação Religiosa para outra. O ato de encerramento
das Obrigaçoes daquela pessoa que ali esta: morta, e ores- %
peito que se tem que ter com os seus preceitos religiosos, RS
os quais, em vida, sempre observou e cumpriu, bem como,
o fato de terem os Orixas que lhe foram assentados (Oruma-
lê de Orixás = família de Orixás) sempre decidido que este
não mesclaria sua Nação (Lado) com outra, ou ainda se mes-
clado estivesse que praticaria somente a ultima Nação que
lhe procedeu feitura religiosa, sao as razoes que levam os
Mestres de Ensinamentos a primarem pela continuação de to-
das as Obrigaçoes Religiosas pelo unico ou ultimo Lado (Na

a é oca-
Os Fundamentos nao podem mudar nem EA E
ão da morte daquele Iniciado, Babaiorios ou AE oe
* -
2 i ao se prestarem ]
sr ficarem mesclados e n e
" . ISSA) para, efetivamente, despachar aquela

i as-
içoes pertencentes a Nação de Cabinda. Se não fosse

o s s DJ
por quê haveria de se ter diversas Nações Religiosas *
3 e

úns.
cão tem seu Ritual para os Se
nescla, e mistura, e engano.

o ixas e exis-
Se existem diversas Naçoes á” TA RS pr
i e ca las,
damentos particulares de | e
E E nem com a morte do Iniciado, Babalorixa ou Y

Entendemos não ser correto e e SS aos oo

rixa orixás dizem no sentido de

: É: Sã de "missa" o que importa e saber fazer E

“TT a Nação de Orixás a qual o perto: O AA

fazer estas

i entender, que se sabem :

NL orsos Lados (Naçoes) existentes tus


al vai dar certo. Porém, gostariamos de alertar os pra

11)

39
38
ticantes da Nação de Cabinda que o Axe da pessoa que es-
ta conduzindo aquela Obrigação de Balé ou "missa" (Sirrum)
será sempre o da Nação que ela foi feita. Se você contrata
um Babalorixa ou Yalorixa de Oyo "para efetuar as Obriga-
ções de Balé ou "missa" para alguem que faleceu e era ini-
ciado e/ou aprontado pela Nação de Cabinda, mesmo que tu-
do seja feito de acordo com os Fundamentos da Cabinda, o
axe (força, poder) daquela pessoa que foi contratada para

conduzir a Obrigação, e o do Fundamento da Nação Religio-.

sa de Oyo, pois o Axe e O proprio Fundamento daquela Na-


ção do condutor das Obrigações nao podem mudar, ademais,
quando a faca (obê) que vai ser usada tem que ser a dele
(condutor) que teve sua feitura na Nação de Oyo. É com a
faca do condutor que vão ser efetuados todos os sacrifícios
dos animais aos Egúns. Assim, por melhor que seja as in-
tençõoes daquele condutor de Obrigações que foi contratado,
sempre ficara faltando o axe e a faca feita pelo Lado de Ca-
binda ... Você crê que não mesclara aquela Obrigação para
os Eguns? Fundamento Religioso não permite meios termos.

Ê importante que, se possivel, os Iniciados, Babalori-


xas e Yalorixas, procurem sempre conservar a sua Nação de
Orixas. Se voce e da Naçao de Cabinda e deseja trocar de
Babalorixá ou yalorixa por problemas pessoais, o faça sem-
pre preservando a sua Nação de Cabinda. Vá cumprir com
as suas Obrigações em outra casa, tambem de Cabinda Pre-
serve a sua raiz e a sua genealogia religiosa. Porém, repe-
timos, se não for possivel esta preservaçao da raiz religio
sa, procure sempre fazer, a partir daí, todas as Suas Obri-
gaçoes pelo seu novo Lado ou, pela sua nova Nação Religio-
sa observando integralmente os novos Fundamentos. Agindo
assim, não havera confusao de que na outra Nação era dife-

rente a forma de servir o Orixa. Ao religioso, a dúvida e


prejudicial.

40

SSSSSS———n—A—A

Le
EM à

L FERREIRA (Póstuma)

NORBERTO MIGUE

OS PAIS CARNAIS DO AUTOR.

DALIRA BARBOSA FERREIRA, FOI O


POR VOCÊS QUEM PERMITIU QUE O

PRATICADO

CONHECIDO E
OS AMO.

ERDADEIRO,
AUTOR AGORA AQUI ESTEJA. EU

AMOR V


O QUE É O ORIXÁ

O Orixá seria em princípio um antepassado


divinizado que em sua vida fixara ligaçoes permitindo-
lhe um domínio sobre certas forças de natureza, bem como
o trabalho em geral, e O conhecimento das qualidades e
propriedades das plantas. O seu manuseio e sua utilização
para os diversos fins.

O poder do antepassado divinizado tem, apos àa


morte, condiçoes de fazer uma encarnaçao em seu filho
durante o fenômeno da incorporação por ele provocado.

O Orixá é um poder imaterial, o qual somente


percebemos quando esta incorporado num de seus filhos.

O filho é o veículo que permite ao Orixá vir à terra


e é atraves dele, na incorporaçao, que O Orixa pode
dançar junto com o Povo; receber cumprimentos, ouvir
queixas, conceder graças e conversar com as pessoas.

Os poderes dos Orixás sao iguais, padronizados,


de acordo com a função de cada um complementam-se entre
si e finalmente tornam-se o conjunto de forças que regem
o universo.

A pessoa, na qual o Orixã incorpora, e denominada

"cavalo-de-Orixá"; aquele que tem o privilégio de ser


"montado" (incorporado) pelo seu Orixa.

42
/

A HIERARQUIA DOS ORIXÁS, O RESPEITO


EXISTENTE ENTRE ELES

É comum algumas pessoas, principalmente aquelas que


pertencem aos Orixás ditos "cabeças grandes, de praia Ou
Orixás maiores", não darem o verdadeiro valor, ou reveren-
ciarem devidamente os Orixas classifieados com "cabeças pe-
quenas, menores, de frente, de cruzeiro ou mato".

Algumas pessoas acreditam que Oo privilégio maior se-

ria para os Orixas "de praia" como sao Oxum, Iemanja “e


Oxala (os famosos Orixas de mel), e que OS, demais Orixas
(Baraá, Ogum, lansa, Xango, Ode, Otim, Oba, Ossanha €e

Xapana) seriam, nada mais, que seus comandados, emprega-


dos ou enviados.

É comum, até, estas pessoas dos Orixás de mel sen-


tirem-se tão enobrecidas a ponto de menosprezarem OB dez
mais Orixás, faltando-lhes em algumas vezes, ate mesmo com
o respeito devido a um Orixa.

Na verdade o que existe e uma hierarquia religiosa na


qual, o Orixa Bara se encontra em primeiro plano, em bai-
xo, e, o Orixa Oxala no último plano, no alto.

Vamos pegar o exemplo do Orixá Barãá apenas para


demonstrar a importância igualitaria de todos os demais Ori-
xás: se o Orixa Bara é o "menor" de todos os Orixas, eo
dono dos caminhos, de todos os caminhos diga-se a bem da
verdade, sendo Ele quem podera abri-los ou fecha-los, sua
importância dentro dos Fundamentos da Religiao e quase que

44

otal. Se você tem uma. oferenda ou obrigação religiosa


fazer ao Orixa Oxala (ultimo Orixá do plano hierarquico) e
não agradar Bara em primeiro lugar, esta oferenda ou obri-
ação jamais chegara ate a praia (reino de Oxala) a conten-
certamente, o orixa Bara nao realizara a abertura
os caminhos daquela oferenda/obrigação ate a praia. Os

até a praia pertencem à Bará e não à


de

riamente, sob pena de não ser recebido em sua totalidade


aquela obrigaçao voce deverá oferecer algum agrado ao Ori-
Bará, pois a Ele cabe encaminhar as oferendas ao Orixa

D: ala. Os caminhos, todos os caminhos, pertencem ao


ra.

É comum, antes de se fazer qualquer obrigação reliz


sa para qualquer iniciado, seja ele de Bara ate Oxala,
ermos uma pequena oferenda ao Orixa Bará/Ogum/Iansa
xe de Bara, varas de marmelo e velas), para, depois ser

ciada a obrigação (miero, aribibo, oboríi, ...).

O poder dos Orixás é tão maravilhoso, e maior — e

a
imildade e o respeito existente entre Eles.

O fato de ser Oxalá considerado o Orixãa "maior", não


da o direito de desrespeitar o Orixa Bara, considerado
"menor". Ao Bará foram facultados deveres e direitos e a
ala outros deveres e direitos diversos, nao cabendoa ne-
dos Deuses-Orixas ultrapassa-los. Sendo Bara consi-
rado o "menor" entre os Demais, foi-lhe facultado o poder
"cuidar dos caminhos, de todos os caminhos (do amor, da

e, da felicidade, do emprego, do encaminhamento da


renda e obrigaçoes ate O Orixa específico, da vida, da
Res o). Rol concedido, pelo Panteon do Orixas, pode-

; fabulosos ao Orixa Bara, e, outros iguais ao Orixa Oxa-

R Se não existisse a hierarquia e O respeito entre OS


xas, uma pessoa de Barãá faria obrigações e oferendas so
a Bara, e nao necessitaria ter assentadas as demais Obri-
ões e Orixas para completar sua feitura religiosa, e as-
" consecutivamente aos demais Orixãs.

Se os Orixas, respeitam e cumprem com O fundamen-

45
ENS

to religioso e hierárquico, não cabe a nos — iniciados

1
s s fe ME
faltar com este respeito e cumprimento. [5
E

-. é +
E chegada a hora de tomarmos a humildade como ves: 28
timenta e deixarmos de lado a soberanice e, começar a tra so
tar e respeitar todos os Orixás de Baraá até Oxalá como Deu: Os
ses que sao, em toda a integralidade. so
su
E:
Não somos dotados de Poder algum, e, às vezes agi e.

mos como se Deuses Orixás fossemos. Estamos apenas inves ”

tidos numa função de Babalorixas e/ou Yalorixas. Como en


tao menosprezar o Orixa Bara, ou outro Orixa? Cabe ad
nosso Orixa-de- -cabeça a iniciativa de alimentar nossos cere
bros com o condão da humildade e do respeito a todos Ori

xas indistintamente.

e no Brasil",

Sera que você acredita que o seu Bará assentado


tão importante quanto o Orixa que foi preparado para cui
dar da sua cabeça? Não estará você, ao menosprezar algu
dos Orixás, se posicionando na qualidade de um Orixá maior

Repetimos, cada um Orixá tem funções distintas com


destinação de ser formado um todo quando você tem assen
tado em sua feitura religiosa os Orixas de Bara. ate Oxalaã.
é necessario se ter todos os Orixas assentados e porquê nã
pode — hierarquicamente — um so Orixa resolver todos oO
problemas da nossa existência. Um Orixa completa o outro.
Cada Orixã respeita a função do outro. Embora hierarqui
camente o Orixa Oxala esteja no mais alto plano do Panteo
dos Orixás, e o Orixa Bara o respeita, "x: humildade de Oxa
la e tamanha, que Ele sempre respeitara Baraá de forma
nunca passar por cima, ou desrespeitar os poderes e fun
ções de Bará.

0 apreço do Autor, pelas inúmeras Obras escritas que sempre elevaram o Candomble,

Escritor JOSÉ RIBEIRO DE SOUZA, considerado "o rei do Candombl

46
ORIXÃ: O PODER QUE VÊ TUDO, QUE SABE DE TUDO

O Orixá sabe tudo e tudo vê. Assim e um Deus. Esta e


apenas algumas de suas incontáveis forças. Um Orixá, incor-
porado ou não, tem o dever de tudo saber, com o poder de
se manifestar se quiser. Um Deus não fica atrelado à satis-
fazer as vontades e curiosidades do seu povo quanto à ter
que dizer o que acontece no mundo, ou, nas pessoas, indi-
vidualmente.

Há algumas pessoas que pensam que os Orixás so sa-


bem o que os incorporados(cavalos) enxergam ou sabem. Nao
cremos que o Orixá so saiba o que o seu "cavalo" sabe ou vê.
Há pessoas, mal preparadas em sua feitura que ficam obse-
dadas com espiritos obsessores, e, estes espíritos não são
Orixás... O Orixa sabe tudo e ve tudo, e, tudo pode resol-
ver.

Há que se ter muita atenção entre os espíritos obses-


sores e o verdadeiro Orixa, quando ha incorporaçao de pes-
soas. .

48

i ider Umbandista da a-

AB CALDAS. Espiritualista e maior 1 d


— NE Três vezes o primeiro Deputados sIÇãoo Pesos: Umbanda eso
e i do em 1969 por influenc .
Bs SSPRESSAR ESCREVENDO É UMA TAREFA DIFÍCIL EM NOSSA RELIGIÃO,

E VOCÊ O SABE.

49

==s
ORIXÃ RESGATADOR

Sã Seria possível a entrada de


Não stato outros tipos de marginalizados na Religiao?
Pe s correndo o risco de abalar as estruturas dos
o ENIO, CESTA de honestidade que primam pelo ho-
| ? xas permitem ou não a influênci -
E No es poderiam ter sobre os que “A co

o principio da legalidade? E f 5
soas que costumam destruir a vid No per
ão € vida dos outros com fals S
ECA * SRA i desmantelo das mais variadas Bldvas

S principios eticos? " a

de vida, dentro da Religião, algo há .. = Wo IA Dem

o ENA Sa ta

No E o Snorimo de Força Total, com toda a certe-

ER A sempre, procurando a modificação do seu

bc pessoa iniciada ou não, na Religião, para o


j o que, para elas, significa ser correto. :

Pe CUECA desacreditando no Poder dos Orixás se pen-


assem: a pessoa, por motivos i i
= sem uma | L, pessoais, cire =
a o cAimos. e introduzida na vida da o ah
o, dro ; roubos, falatorios, entre out i É
MAS e! Dor e t , outros — descaminhos
salléRtã£o. Pp ausa disto, fica excluída dos ritos da nos-
”. Seo Religiosa de Cabinda o Orixa (e cremos que
CATANO * açoes seja o mesmo) tem a obrigação de RES-
BAsaeNA Ts que enveredou pelos descaminhos da lega-
€ õ S rixa quem vai, aos poucos, ou de uma ok

so, tirar os filhos daquele estado de erro e, aí, vai-lhe mo- -

dificando ate o completo resgate. Se olharmos o nosso pas-

50

prostitutas, drogados, as-

do, sem generalizar, encontraremos em nossa infancia e ado-


ência pequenos erros ou delitos, ditos "sem importancia",
sa de criança". Quem não furtou algo em um supermer-
do, Ou experimentou algo em um supermercado, ou expe-
nentou algo rompendo os pacotes, saindo sem pagar? Quem

furtou uma flor, do jardim alheio, sem pedir, para dar

amorada ou namorado? Quem nao maltratou um animal-de-


? Quem não praticou atos ou açoes sexuais, os quais, so-
te ela e a outra pessoa sabem? Quem não mentiu, pelo me-
uma única vez? Há diferença entre uma mentira com uma
finalidade, e uma mentira com ma finalidade? O ato de rou-
com uma arma na mão é diferente do ato de tirar de um
im, sem a autorização do dono, uma flor para presentear
pessoa que se gosta? Neste caso à arma e a propria mao
arranca a flor. É lógico que existem casos de pessoas
nunca praticaram nada fora dos padroes normais do ser

umano ... Cremos que existam.

Para o Orixa, que nos escolhe no ventre materno, que


be desde aquele momento que passaremos por tudo o que
tamos passando, de bom ou ruim, e que com sua força e
er ira, aos poucos, lapidando nossas mentes, e conceden-
as possibilidades da recuperação (uma prostituta, que se
ostitui para ter a casa para morar e à comida para comer,
Orixá, aos poucos, vai-lhe daras condições necessarias pa-
"poder encerrar aquela atividade ilegal, mesmo que estas
dições sejam de carater de abrir sua mente que não e feio
empregada domestica para sobreviver, Ou, ate varrer as
as da cidade para ter um emprego digno; as domesticas e

que varrem ruas são pessoas dotadas de um alto senso de


pela vida e sobrevivencia e merecem o nosso respeito es-
jal, aqui citadas, apenas como mero exemplo) e a possi-
dade de podermos mostrar o nosso verdadeiro valor, uma
; que se torna muito mais difícil alguém acreditar e confiar

pessoas resgatadas ou recuperadas. Permanece, na mente


E os Orixas destes que duvi-

alguns, a eterna duvida...”


acreditarão na recuperação do outro, ou nao... E se
dar o pensamento du-

Dn,
'editarem estes Orixas, procurarao mu

oso do seu filho?

Embora a dificuldade de demonstração do estado de le-


dade dos que foram resgatados, estes, nao devem desis-
da sua luta interior de primar pelo legal, embora alguns,
dosos e imbuídos a não acreditar na recuperação do ser

51

A
O

humano daquele estado de erro, comecem a impor obstaculos


ao retorno daquele membro as suas raízes religiosas. Estes
maldosos, imbuídos à não acreditar na recuperação, pelo Ori-
xa, do outro irmao-de-religiao, na verdade devem ser res.
gatados pelos seus Orixás, uma vez que Suas KÉnguas ferinas
e sua descrença do poder resgatador dos Orixás demonstram
que eles, por sua vez, Se encontram, igualmente, em estado
de erro. Você acredita verdadeiramente que um Orixa pode
retirar uma pessoa do estado de erro? Terá O Orixa forca
para recuperar um criminoso? O Orixa pode mudar à mente

(pensamento) de uma pessoa?

Mesmo que levem anos, 0OS Orixas podem e devem re-.


cuperar o filho do estado de erro. Embora levem anos O Ori.
xa vai recuperar o falador, o intrigueiro, O mal carater, O
maldoso, O olho-grande, ã.

As pessoas iniciadas na Nação de Cabinda não se de-


ram conta que, Se agirem de maneira errada (falador, pros-
tituta, ladrão, drogado, entre outros) estarão colocando seus
Orixas em cheque (como se diz no jogo de xadrez) e, esta-
rão, assim, acionando a força do seu proprio Orixa para O
sentido de resgatar o proprio filho do erro.

Com certeza o Seu Orixá terá resgatado algo em toda Suº

vida. Algo muito particular, algo que so voce sabe. O seus

Orixá, assim, demonstrou a você O Seu infinito Poder. Mas,

Se você, que e perfeito" em todos os sentidos, não promoveu

| a manifestação de resgate do seu Orixa, tenha à certeza de


| que o Poder dele é também infinito pois, não permitiu que seu

filho incorresse no erro.

£ muito mais difícil para um Orixá resgatar uma pes.


NE e

soa de um grave erro do que apenas corrigir a ingua de u

falador. É o mesmo que Orixa ajudar um milionário a comprar

um iate, e, ajudar um miserável a conseguir arrumar uma ca”


sa para morar...

E se OS Orixas permitiram o resgate, em todos os sen

tidos, para aquele filho, se promoveram aquele resgate, ca

by perá a nos, mortais, se insurgir as dádivas de nossos Deu


ses-Orixas?

5 Babalorixá PAULO TEIXEIRA ja


Bi: LO, , de Yemanja Bomi Mi i

. — ENE A RDEDEA ÃO o Tadeu Barbosa ErFÓira, dê KEnEo ASOdo


. e ”
Toq = E ORTES Ç E O TEU CONHECIMENTO RELIGIOSO TE FAZEM

53
O AXÊ DE FALA AO ORIXÃÁ

incorporadas", ou incorporadas com espíritos obsessores.

— A humildade do Orixá e tão sublime, que ele permite,


| dirimir as duvidas dos humanos, que lhe seja dado, co-
ova, o axe de fala.

Um verdadeiro Orixá e reconhecido pelas suas atitudes


Icorporar seu filho,no trato para com os presente, na ar-
> nunca errar, entre outras formas usadas para demons-
se poder.

O Orixá usa a fala (voz) do seu filho (cavalo) para se


comunicar com o seu povo. Não é necessário ser ele prova-
do para se ter a certeza de que alí se encontra um Deus in-
corporado num humano. Muito menos se pensar que com as
provações que sao feitas no "axe de fala, ou língua" ao Ori-

xa, este, passara ou rodará, ou ganhará ou não a permissao


de falar ao publico. j

A humildade de um Orixá e tamanha que ele permite que


o Babalorixá ou a Yalorixa que iniciou ou aprontou o seu 1
lho, proceda com as mais diversas provas com à finalidade
de ser concedido a ordem para que ele use a voz do seu fi.
lho e, assim, se comunique com o povo.

Há uma necessidade de serem provados os Orixas e os


"orixás", pelo fato de que havendo pessoas mal aprontadas
e possuídas pelo obsessores e falsos orixas, estes certamen-
te não conseguirão passar nas diversas provações, as quais,
só um Deus com poderes imateriais, podera passar.

Há também o fato de que se for da vontade e da con-


fiança do Babalorixa ou Yalorixa, este podera dar a orde

para o Orixá falar ao público, explicando (em público) que,


pelo fato deste Orixa ter demonstrado no decorrer do temp
a sua força e seu poder, e sua to al à :orporação no seu fi
lho sem retoques, é que vai ser dada a ordem-de-fala se ne

cessidade de submeter o Orixá às provas. Um verdadeiro O

xá necessita ser provado?


? a.

55
Babalorixá DANGLARD ALEXANDRE A. SOARES, de Oxum Epandá. Inicia-
do e aprontado pelo Babalorixá João Cleon Melo Fonseca, de Oxalá Elefãa.
UMA DAS CABEÇAS INTELIGENTES DA NOSSA RELIGIÃO; DIFUSOR DA NAÇÃO RELI-
GIOSA DE CABINDA NO BRASIL E NO EXTERIOR.

56

LOCAIS ONDE SE PODE PRATICAR O CULTO


AOS ORIXÁS

O culto aos Orixás pode ser praticado em qualquer


- Devendo-se, se possível, procurar um local mais
erto ou tranqlitilo, a menos que a obrigaçao que sera
a, requeira movimento de pessoas ou fluxo de veículos.

Costuma-se praticar o culto aos Orixas em Templos


giosos, “denominados "Casas-de-Santo", ou "Casas-
-Orixas" que congregam adeptos e freqiientadores.

Ha obrigações em que os locais são reservados e


cados a criterio do Babalorixa ou Yalorixa.

57
58

Yalorixã CARMEN TEREZINHA RODRIGUES MORAES, de Yemanjá BocÍ,na compa

MARIA DO CARMO MORAES GUEDES, de

nhia de seus familiares HERALDO DA-

ndã;

RAQUEL SIMONE M. ALFONSO, de Oxum Epa

, de Xango Agandjú;

Oxala Dacum; MAURO RICARDO P, GUEDES e HE!

NIEL R. MORAES

(Júnior). Todos, Filhos-de-religião do

RALDO DANIEL ALFONSO MORAES

Babalorixa Paulo

O INÍCIO DA NAÇÃO RELIGIOSA DE CABINDA,


NO CEMITÉRIO

O Orixa Xangô é considerado o Rei da Nação Religio-


de Cabinda.

É Xangô o dono dos Eguns juntamente com Iansã e Xa-


ã.

Na Nação Religiosa de Cabinda, o início de tudo é jus-

ta imente o final das demais Nações: o cemiterio.


,

O culto aos Eguns nesta Nação e tão forte que dificil-


ente se encontrara uma casa-de- -religião sem que tenha o
devido assentamento de Balé (culto aos egunguns), ou Igba-
º (casa dos mortos).

Na verdade, quando nas demais Nações Religiosas e ne-


Ccessario todo um ritual de serviços (axes) de limpeza, entre
"outras coisas, quando se deseja ou necessita ir a um cemi-
terio, na Nação de Cabinda tudo é bem mais facilitado, bas-
ta apenas irmos ao cemitério e, na volta, antes de aden-
"trarmos em nossa casa se esfregar nas mãos, um pouco de
"einza acompanhada de uma caneca (de alumínio preferencial-
mente) de agua pura, para ser derramada nas maos lim-
pando a cinza. E so. A pessoa esta completamente limpa das
eventuais "cargas" de malefícios que podera ter "pegado" no
cemiterio.

Na Nação de Cabinda é permitido aos filhos dos Ori


xas Oxum, Yemanjá e Oxalá a entrada em cemiterios quando

Ar
necessário for, sem qualquer prejuízo à sua feitura religio"
sa.

Nesta Nação de Orixás e muito importante que se Sa,


crifique oferendas de aves Ou de quatro patas ao Orixa
Xango, de acordo com o tipo de obrigação que esta sendo
efetuada, pois, se porventura vier a falecer uma pessoa da
própria casa religiosa, ou da família religiosa, nao ficara
aquela obrigação prejudicada conforme acontece nas demais
Nações Religiosas.

Se o Orixá Xangô tiver sido servido junto, e nas mes"


mas proporções que OS demais, ou que O dono da obrigação
(ex.: quatro patas para Oxala e quatro patas para Xango;
aves para Oxala e aves para Xango, se as obrigaçoes forem
para o Orixa Oxalá), a pessoa morta podera ser ate, vela-
da, naquele mesmo local das obrigações, sem ter que se le-
vantar toda a obrigaçao e, assim, ter O prejuízo do — corte
do Fundamento. Na Nação de Cabinda, oS Egúns não sao
considerados prejudiciais ou malignos (assunto que sera tra-
tado em livro específico sobre os Eguns e os seus Rituais,
a ser editado pelo Autor oportunamente.

Assim, como podemos Ver o Fundamento inicial da Na-


ção de Cabinda e o Orixa considerado como seu Rei: Xango,
o dono dos cemiterios.

É o voltar ao começo com a morte. É a crença no es-


pírito do antepassado divinizado: o Orixá, com poderes ima-
teriais.

- Babalorixá MÁRIO ARA(Ú.


Nação Religiosa de Ijexá E SER

É
K

VEIRA, de Oxum Epandá Tuqué


, acompanhado do Babalorixã AILTON EREETNA

DE ALBUQUERQUE, d e vê =
= QUE, de Oxum Pandã Ie Uê Richê, da Nação Religiosa de Ge-

60 B 61
ramente católicos quando iam à igreja como ligado às tradi-
çoes do culto a que tão respeitosamente e zelosamente par-
ticipavam nas obrigações aos seus Orixás.

| Não se admira, pois, que tenha o 2eulto, |


sobrepondo-se e evoluindo por sobre tantos obstáculos, ]

so
SINCRETISMO RELIGIO se vestido das variações que hoje se apresenta.

Na Nação de Cabinda, as duas Religiões permanecem


eparadas, pois, a conversão religiosa imposta aos escravos
nao fez mais do que juntar as aparências muito mal "com-
prendidas do culto católico às suas crenças e praticas
fetichistas que em nada mudaram, colocando os seus Orixás

e os santos católicos numa igualdade de categoria, embora


sejam perfeitamente diferentes.

Havia, no Brasil, por parte dos SD. Eca


ridades e da Igreja Católica um zelo natur à considera
dos escravos africanos ao FS no sem A, ser

m dever cristao receberem os mesmo: SEE. - ;


baixados e levados à prática da Religiao Catolica Hojes!vobrem,! datas aos POTRO ot
bráNeíntes
e ao desenvolvimento dos meios de comunicação que vem
possibilitando um intercâmbio amplo entre os fiéis das di-
Versas Nações de Orixás, as práticas vão se apurando
cada vez mais. Com isto, se devolverá, à Nação de Cabin-
da e às outras Nações de Orixás a pureza e a força das
Suas origens e contribuindo, assim, para a união em um
so caminho ritualístico de todos os irmaos-de-santo..

Com o objetivo de evitar choques com as peorid


des, sem deixar de persistir na pratica o E o
,
i tamente os ocCu
vos escondiam argu : see
SS Eolocando sempre à frente deles uma imagem e ão
lico que mais se aproximasse, segundo à - psi
de cada Náção de Orixa, bem o. no PD = x
ísti ixa a ser cultuado, :
sticas do Orixa 3
Do santo catolico. Os negros africanos — “Sie
& declaravam e aparentavam convertidos ao E
e assim sendo, puderam manter as praticas
S ê 4

existentes entre eles, ate hoje.

Acreditamos no Orixã como um todo, como um tudo.


Sem dependência de outras seitas, filosofias e religioes. O-
rixa: so Orixa! Temos por princípio que a semelhança entre
os Orixas e os santos católicos foi necessaria na época em
que os escravos africanos que aportaram no Brasil, la pela
decada de 70 do seculo XVI, e teve somente a intenção de
esconder, atras das imagens dos "santos" do homem branco
os seus verdadeiros Deuses do Panteon Africano: os Orixas.
Era necessario se fazer esta. semelhança catolica-africanista
pois do contrario o senhor, dono da fazenda e dos escravos,
quebrava e destruia os Pejis (quartos-de-santo) que, na
epoca, conforme era a mentalidade da Aristrocracia —Portu-
guesa, eram considerados "guardadores dos demonios dos
escravos" e por isso, proibidos. O negro escravo, de forma
Consideramos “um milagre que com O E Inteligente, atraves do See Dotiamg Aee
ricanista, con-

2 ixas continue quase tao puro seguiu preservar os seus Deuses ricanos intactos.
Por
tempos o culto aos Orixas articipação dos descendentêã exemplo: os escravos quando
se referiam à Santo Antônio
como na África, pois, com à PD stumado-se com o pró) (na frente do homem branco)
sabiam, no seu intimo, que fa-

destes africanos, ——— SA tornando-se tão sincê| lavam em orixa Bará. De igual forma
quando se referiam à
ã uas ,
fundo respeito pelas

Nasceu com isto um grande since Ss OT


: om os santos da Igreja Catolica, porem, à - a
| TisaÃão com que cada Naçao dA = e Mk
i j ra que houv
ento muito ajudou para. à o
Sã. constatáveis. Assim e que difereneiaa Sos gr
ja Católica são sincretizados num mesmo 3

63
Í 62
em

E ER e existe

xaás da divisao da fe que : é be: ê


bertando os nossos O ANACA h rem feitos ao morto e sua Orumale de Orixas. E o
Espírito
alguns pensamentos Ss do Antepassado Divinizado, como ficará apos a "encomenda-

EE. : i ue ex- b çao" feita por Religião adversa da praticada por Ele em vi-
às : do e mais valioso do q à 2] 2 dv
Nao existe nada bpaaleds 28 (Ocutás). Não devemos | da (vide O QUE É O Orixa).
ovo, OS

por ao nosso povo,

Africa-
e nem temos o porque de esconder Qu nossos ONEAhA OS em " Ha ainda, um fato de
tamanha importância que é ig-
nos dos crentes e daqueles que So VEPÉRR matérial, Se vó" À norado pelos Iniciados,
Babalorixás e Yalorixas, que consis-
busca da sua paz interior, ou da fe s seus Orixas (Ocutás) te em ser a genitora uma
pessoa adepta e praticante da Na-
cê tem medo ou vergonha de expor lta de fê no Poder To- É çao dos Orixas e, ao
engravidar, efetuar as diversas segu-.
não seria, por acaso, uma pequena falta ranças-de-gravidez existentes, e, ao
depois, quando nasce
tal que o Orixa tem? a criança (que foi segura no ventre para o Orixa) imediata-
mente a leva à uma Igreja ou Templo Cristão, ou de outra
religião adversa aos Orixás, e a batiza "para nao ficar pa-
ga". Depois de "batizada" pega a criança e a leva no Ter-
reiro dos Orixas para agradecer a sua vida e, ate, efetuar

ar os nossos Orixas aos santos ca-


tólicos e vice-versa? Sera que Neca deinamente, CrSIoS AS

ão independentes do "deus" do ho bran-


co-feit p-de-escravos? o negro escravo 1à oi Pesto: SRS nova segurança de vida para
aquela criança, que seria "fuz
to atra sos Orixás aos santos gal olicos imagens! jona" desta vida. Ha ainda, o
fato de alguns Babalorixás e
ã ACREDITAR OU NÃO NOS ORIXÁS COMO UM TODO, UM f Eatorixes que cem ARA oia. ARCA is
À

Seria justo aprision

3 7 APAC e - e
= ER UM VERDADEIRO CULTU É na Religiao Africana, e, quando têm que fazer uma
Obriga:
TUDO. É O SER, DS E INDEPENDENTES. e çao de iniciação do Africanismo, determinam
que os pais da
DOR DOS ORIXAS & í: criança levem-na à uma Igreja ou Templo Cristão (geralmen-
ho Eos srespeito e de ate des- "e te) para efetuar seu batismo. Gostaríamos de
aclarar que a
Haainda: um, fato FA A e DARA com os santos bi propria segurança de gravidez
efetuada no ventre da maejaã
crença para ORA EA após se fazer uma Obriga- * e um "batismo" — ou uma iniciação
religiosa, que po-
catolicos que se r 5
= : ? eregri- é dera, ao apos, ser confirmada com uma lavação de cabeça
ção para os Orixas (Obori, noseuiamentos, 7-2) ERRA a o com miero, aribibo ou obori
ja com a criança nascida. Repe-
ate, alguns, brigação de Pas- H timos, nossos Orixás e nossos Fundamentos
Religiosos nao
' CEE na Pa diversas Na- > necessitam em nada de qualquer outra religiao, de
qualquer
seio consiste em ir nos Templos tenha .generos alimenti- “A credo. Nao podemos
seguir desrespeitando ambas religioes
ções de Orixás, no mercado (onde Se CSESSEo com a fe : se somos praticantes da
Nação dos Orixas. Não podemos en-
cios) e ir na praia, Se nao temos na SS Tão a derNacio da + ganar ao povo, nos
enganar e tentar enganar aos nossos O-
de qualquer que seja outra religiao q Sto cuumaaAnS j rixas de Poder e de Verdade.
Sera que temos plena perteza
Orixas, tal ato e no minimo um desresp PR a TER rf de que estamos na Religiao
certa; com os Deuses certos? 3
a é e de doutrina religiosa efetuada p Temos o direito de agradar à dois ou mais
Deuses de Reli-

ao de fe 1 e à e :
EO mentos que ainda nao decidiram-se entre ser eo o 5h Seis ou nela bee de Re

nar nas Igrejas Catolicas, t


comungando ou assistindo mi

z ; : | ixas? É i
católico ou africanista. h tura por parte dos Orixas necessario que se estabeleça
k que os Orixas tem o poder de mudar as nossas mentes e os
a fato tão ou mais desrespeitoso e de descrença "Yo nossos atos para finalizar, de
uma vez, estas gritantes dis-
Ha um-2ato: e, ao pior, para com o iniciado, babalo- torçoes. O negro escravo esta
liberto, no Brasil, há mais
para com os Orixas sem re separou fielmente sua fe nos de cem anos, nao
necessitando, na atualidade, do sincretis-
rixa ou yalorixa que a So ao final da sua existencia vem mo e podem, os crentes nos
Orixas permanecerem fiéis à sua
Orixas dos demais credos e, tólico, ou pastor — pro- Naçao Religiosa sem misturarem
com outras doutrinas em mo-

a falecer e, aí, chamam um padre catolico, À :

tre outros, de outras religioes, para fazer a en” o mento algum. A nossa Religião,
e importante que se diga:
testante, entre é À

a Cristaos, ou qualquer
sua alma aos Deus dos S ual
— PRESAS ão diversa ao Africanismo do Orixas. As

e Religiao e: ã
— no e ÃO DB EgUS é o Fundamento correto para se

65
É COMPLETA, TEMOS NELA TUDO O QUE NECESSITAMOS

DO INÍCIO DA NOS
ATERIAL, QUAND

SA VIDA ATÉ APOS A NOSSA MORTE


O DO NOSSO RETORNO.

TATA ARE TERES es o gm rem

Babalorixá JAURÍ SO. ã é, FE


aco esa. gor )º ARES, de Oxum Epandã Fumique, Naçao Reli-

67
68
OU ORIXÁ-DEUS, NÃO É O MESMO

DEUS-ORIXÃ,
QUE "DEUS" CATÓLICO

O sentimento religioso pelo catolicismo que ainda im-


pera dentro dos Terreiros e de tal forma dominante que, se-
guidamente, ouvimos os mestres de Ensinamentos dizerem:
"deus te abençõe; deus te proteja; se deus quiser os Ori-
“xás realizarão os teus desejos; va com deus", e assim por

diante.

Na verdade não podemos comparar ou agrupar dois ou


"mais Deuses juntos se as doutrinas e os fundamentos reli-
giosos são diferentes.

É uma questão de crer ou de não crer, sem ter medo


de errar.

7 Quando estes Mestres de Ensinamentos dizem "deus te


abençoe..." e, no seu intimo acreditam que este DEUS e o
Orixa Bará, Ogum, lansa, Oxalá. .., e, ainda, no sentido
de que este DEUS e.o principio considerado como Supremo

natureza, o Ser infinito, perfeito, Divindade superior aos


homens, com força especial, benefica ou malefica, nos des-
inos do universo, tal assertiva e perfeitamente correta e

lógica.

Mais fácil seria dizer "Bará, Ogum, Iansã, Oxalá ...


te abençoe".

Porém, quando dizem "deus te abençoe", se referin-


do ao " deus" católico, o ato muda de figura e passa a ser

69

/
NãO

ofensivo ao Poder e a Supremacia do próprio Orixá, que se

sentirá — no mínimo — diminuído por aquele crente. Não e

uma questao de medir forças dos dois, ou mais Deuses, e o


proprio respeito e capacidade de crer e de dizer: sou afri- |
canista e politeista (pessoa que acredita em varios deuses),

pratico uma so religiao.

Se não há desrespeito, ha, no minimo um pequeno re-


ceio de desagradar ao " deus" catolico, pondo em risco sua
propria fe naqueles seus verdadeiros Deuses: os Orixas.

Ê o ter a certeza de não crer em outros deuses senão


nos Orixas, sem medo de castigo. E ter fe, acima de tudo:
fe!
.— Não se pode agradar ao " deus" católico e ao Deus O-
rixa ao mesmo tempo. Sao religioes diferentes, com cren-
ças e fundamentos diferentes.

Ou você é católico e crê no seu "deus", ou você é


africanista e crê nos seus Deuses: os Orixas. As pessoas
não devem enganarem-se a si proprias sob pena de sucum-.
birem na sua fe. E o servir a dois senhores com crenças e
doutrinas diferentes. Impossivel.

Será que quando um Babalorixa ou uma Yalorixa diz


"deus te abençoe" crendo no "deus" católico naquele momen-
to, e, ao apos, sai dali e vai acender uma vela, que seja,
ao seu Orixa esta conduzindo a sua fe de maneira correta?

Ao ser iniciada num Terreiro Africanista, aquela pes-


soa automaticamente se excluiu das demais religioes, inclusi-
ve do catolicismo. E o acreditar no Poder dos Orixas: so
dos Orixas.

Finalmente: Deus-orixãá, ou Orixá-deus não é o mesmo


que o deus nos catolicos, ou de outras religioes distintas. O
sentido "Deus", como ja foi explicado, é o do Ser com Poder
benefico ou maléfico nos destinos do universo.

Os Orixas não derivam dos deuses de outras religiões


em nada. ini ÁÓbS

7O
Ou você acredita só nos Orixás, ou você, ao iniciar-
se na Nação Religiosa de Cabinda (e demais Nações que cul-
tuam os Orixás). e continuar crendo no "deus" católico ou

de outras religioes, esta enganando a si proprio e insultan-


do sua fe. E O TER, OU NÃO, FÊ NOS ORIXÁS: SO NOS

ORIXAS.

71

AI ODILON DA 18VAD-?

Babalorixá ODILON LIMA CROSSETTI, de Yemanjá. Iniciado e apron-

* ido pelo Babalorixã Mário A. Silveira, de Oxum Tuquê. ( D.

72
BATER CABEÇA EM TODOS OS PEJÍS
(QUARTOS-DE-SANTO)

Ê bem claro que todas as pessoas que praticam a reli-


giao afro são, no minimo, crentes. Acreditam nos Orixas. Em
todos os Orixas. Os Babalorixas, as Yalorixas e os Iniciados
devem, por sua condição de membro religioso, ter muito mais
fe nos nossos Orixas (pelo menos assim nos parece).

E você, quando vai de visita a uma casa-de-religiao,


b ate a sua cabeça naquele peji (quarto-de-santo), ou apenas
sauda aqueles Orixas tirando um ago (licença) com a mao?

E, se você for um filho de Oxala, e o templo que for


visitado for governado pelo Orixa Bara, ainda assim batera
sua cabeça naquele peji?

Todos sabemos que e necessário se ter assentados àa


Orumale (conjunto, família) de Orixas, para poder abrir um
emplo religioso. À Orumale de Orixás e composta, na Nação
Religiosa de Cabinda, dos Orixas: Bara, Ogum, Iansa, Xan-
go, Ode, Otim, Oba, Ossanha, Xapana, Oxum, Yemanja e Oxa

| E você, sendo um filho de Oxala(poderia ser outro Ori-


xa) que se nega bater sua cabeça nos pejis dos outros, sa-
ndo que alí, assentado, esta um Oxala naquela Orumale de
xas, estaria renegando seu proprio Orixa?

Ao bater sua cabeça em todos os pejis que voce fre-


quentar, em festas ou visitas, estara, com tal atitude, de-
onstrando sua crença sem distinção em todos os Orixas (de
Bará ate Oxala). Estara, de igual forma, demonstrando sua

73

fe irrestrita, no Orixá e na Orumale de Orixas que foram as-


sentados para cuidar de você, pois, uma vez que exista a pos-
sibilidade (não cremos) de que alí, naquele peji, tenha algum
malefício para a sua pessoa, esta Orumale com todo o seu po-.
der tomarão conta, nao deixando nada de ruim lhe acontecer.
É a força do Orixa contra a maldade.

Entendemos ser necessaário' que, indistintamente, todo


os Babalorixãs, Yalorixas e Iniciados batam suas cabeças em
todos os quartos-de- santo(pejís) em sinal de respeito ao Orixã
e Orumale de Orixás do dono daquele templo religioso. Devem
faze-lo, igualmente, em sinal de que, independente de ser Oo
visitante um renomado e prestigiado Babalorixa ou Yalorixa,
este, tem um bom governo exercido pelo seu próprio Orixa,
que é humilde de natureza. Ademais, demonstrando ainda, que
confia no poder do seu Orixa contra os perigos do mundo.

Será que voce gostaria que as pessoas, os Babalorixaás


e Yalorixas que visitassem seu templo religioso batessem car
beça em sinal de respeito a grandeza do seu Orixa? E você,
bate sua cabeça em todos os pejis que visita?

Será que o fato de você ser uma pessoa famosa ou ter


um Orixá-de-mel (Oxum, Yemanjá e Oxalãá), ditos "cabeça gran-
de" lhe impede de bater sua cabeça nos templos dos demais
Orixas, ou das pessoas que foram menos privilegiadas pela
vida? A comparaçao feita com os Orixas-de-mel se torna ne-
cessaria pelo fato de que você tem a obrigaçao de transmitir
Fundamentos aos seus filhos-de-religiao e seguidores e, se mer
nospreza os demais Orixas em visitas aos seus templos segu.
ramente desprezaráa os Orixas dos seus filhos e seguidores...
O Orixa Bara, em todos os locais é o Orixa Bara e fim. Não
existe o Orixa Bará bom, o mais ou menos e o ruim. O mes-
mo acontece com os demais Orixãás.

74
MANIFESTAÇÃO DO ORIXÁ

Cada Orixa assentado na feitura da cabeça (eleda)


da pessoa a ser iniciada é individual, existindo numa mes-
ma família, Templo ou Terreiro, múltiplos Orixás pessoais
reunidos em torno do Orixa-Pai ou dono do Templo ou
Terreiro.

um caráter de perfeita autenticidade, pois, assumem certas


afinidades de temperamento do Orixa incorporado.

Ao examinarmos os iniciados, juntando-se em grupos

de Orixás distintos, nota-se que eles possuem traços co-

| muns, tanto nas suas constituições, nos temperamentos,


| caracteres e nas características psicológicas.

| Os transes de possessão das pessoas tem geralmente


|

||

| Os corpos parecem ser mais ou menos parecidos


aos dos Orixás a que lhes foram destinados.

] No momento do transe de possessão, o iniciado com-


porta-se inconscientemente com o Orixa, ao qual está pos-
suído.

Pode, ainda, terem os iniciados de um mesmo Orixaáã

Í as nuanças provenientes das diversidades das qualidades


atribuidas a cada Orixa, dependendo assim do nome que aquele

Orixá vai levar e assim sendo, suas características proóo-

prias podendo ser este Orixa de acordo com o caso, jovem

| ou velho, amável ou ranzinza, pacífico ou guerreiro,

Babalorixã CARLOS ALBERTO DA SILVA (BETO DE SOBO). Diret Espiri- Í


tual do Ilhe de Xango Bomi. Nação Religiosa de Gege. plo sue Í bondoso ou não.

75 76
Varia também de acordo com o Orixaã do corpo
(ajuntó), pois, apesar do Orixá do corpo não manifestar-
se incorporado no iniciado, ele influencia também o compor-
tamento das pessoas na possessão.

O carater de cada indivíduo resulta na combinação


Roo : AE
e no equilibrio que se estabelece destes dois Orixas.

Quando os iniciados estão em transe e começam


e ada
a dançar, possuídos pelos seus Orixas, ficam com as ex-

ressoes faciais e as maneiras de se portar totalmente


modificados.

â Olobedê.
Babalorixa VALNEI DE OLIVEIRA CARDOSO, de Ogum E.
pela Yalorixã Elvira Porto Garcia, de Oxum Omibolã. Nação Religiosa de

78

Aprontado

|
INCORPORAÇÃO: TRANSE DE POSSESSÃO PELO
ORIXÁ, TOTALMENTE INCONSCIENTE

Na Nação Religiosa de Cabinda o transe possessorio


“do Orixa manifestado atraves do iniciado (incorporação) e
totalmente feito com a pessoa inconsciente. Não há, na Na-
çao Religiosa de Cabinda, estado de semiconsciência ou de
consciencia.

ú A pessoa nao sabe, em momento algum, que o Orixa


ncorporou. É o poder do Orixa, sua força em dominar to-

almente o filho que Ele escolheu para cuidar, e, se assim

entender, manifestar-se ao povo atraves da incorporação.

: Ha pessoas que permanecem sob o transe possessorio


do Orixa por minutos, horas ou dias, e, ao acordar, voltan-
do a realidade, não lembram de nada do que tenha aconteci-
do naquele lapso temporal.

Um Orixa que não consegue possuir — em transe —


seu filho tirando-lhe a consciencia tera poderes totais de
eo dos mais diversos problemas que afligem a huma-
nidade?

Isto e, no minimo, um dos DOGMAS, ou seja: um dos


CS fundamentais e indiscutíveis da Nação Religiosa de
Cabinda.

A necessidade do Orixa, ao incorporar no filho, dei-


—-lo em estado de inconsciencia e tambem fundamental pelo

79

fato deste conservar sua humildade pois, se o Orixãa incor-


porado dotado dos poderes magníficos que tem, fora cada
dia ficando mais famoso e requisitado, seu filho conseguira
dominar o orgulho natural que toda a pessoa que e filha |
(carnal) de um grande religioso, político, empresario, ator,
cantor, entre outros bem sucedidos na vida material? E di-
fícil a resposta a este questionamento.

Ademais, se você vai consultar um Orixá incorporado


numa pessoa com plena consciência ou semiconsciência e, ao
lado deste tem outro Orixa incorporado noutra pessoa que e
totalmente inconsciente, se arriscaria em confiar sua intimi-
dade ou seus segredos a qual dos dois?

Nas diversas Nações de Orixás há pessoas que São


bem preparadas para ter a feitura dos seus Orixas com to-
dos os requisitos fundamentais, e outras, que nao privile-
giadas de ter escolhido uma casa-de-religiao ou um Babalo-
rixa ou Yalorixa que as preparasse seguindo todos os Fun-
damentos da sua Nação de Orixas a risca.

Se o Orixa tem, na preparação do seu filho, falhas


diversas, e obvio que algo estara faltando (feitura) para que
Ele possa realmente proceder a total incorporação naquela
pessoa: a incorporaçao podera vir com algumas falhas... Em
que pese o poder do Orixa, que e indiscutível, o fato da
semiconsciência ou a consciencia, neste caso da pessoa con-
fiar intimidades ou segredos, como e que ficaria quando O

possuído e mal preparado? No estado da semiconsciência ou

da consciencia a pessoa guardara aquele seu segredo ou in-


timidade?

Na Nação Religiosa de Cabinda não hã estado de semi-


consciência ou de consciência no momento da incorporaçao do
Orixa na pessoa. O que podera existir sao pessoas com fei-
turas incompletas ou Fundamentos mal feitos que deixam
margem para que outros "orixas" (espíritos atrasadíssimos
que, obsessores, apossam-se, com "encosto" e se fazem pas-
sar ate por espiritos mais elevados). Estas pessoas — podem
até, no seu intimo, acharem que estão se fingindo e passan-
do-se por verdadeiro Orixa sem que os demais se deem con-
ta. A verdade é que estes ditos "orixas" (espíritos atrasa-
díssimos) permitem e alimentam aquela semiconsciência ou

consciência com o falso acreditar no fingimento bem sucedi-

80 yj
do e no acreditar que esta enganando a todos ali presentes.
Estas pessoas que pensam, atraves da semiconscieência ou da
consciencia da incorporaçao, que se fingem (intimamente)
com perfeição, na verdade, então e prejudicando suas pro-
prias vidas e sua vida religiosa, uma vez que vivem em es-
tado de medo de serem descobertas pelos verdadeiros reli-
osos que não permitem o falso. Dai, se depreende a impo-
ção das provas existentes, para os incorporados, para se
mprovar quem e quem. O orixa verdadeiro (todos são ver-
dadeiros) nao necessita ser provado uma vez que o seu po-
er é incontestável, e diariamente está a demonstrar seu axe
(força) com resultados significativos.

É necessario se dizer que se o seu caso e saber que


ocupa (incorpora) com o Orixa, você poderãa estar obse-
do por um espírito atrasadissimo pois, nao cremos que as
essoas que têm a religião no coração e na razão se passem
por um "orixa" incorporado sem ter medo da cobrança pelo
erdadeiro Orixa. Isto seria desacreditar na religiao a qual
atica ou, pelo menos não temer a ira do Orixa. Você de=
imediatamente procurar um Babalorixá ou Yalorixa que
atique e observe o Fundamento Religioso e ali, faça as
brigaçoes novamente para seus Orixás, e, apos, temos a
erteza de que se for na Nação Religiosa de Cabinda a ma-
1 estação, atraves da incorporaçao, do seu Orixa (se for o
aso do Orixá entender que deva incorporar) sera feita em
" estado de inconsciência da pessoa.

Ha muitos casos na Nação de Cabinda em que o Orixa


pessoa não se manifestara em momento algum da sua Vil
a. Outros casos em que o Orixá so se manifesta um pouco
ntes da pessoa partir (morrer) para dar o aviso fatidico.
stes casos o poder (axe) do Orixa e da pessoa continuam
.mesmos pois, a incorporação nao aumenta nem diminui o
é (força) do Orixa, iniciado, Babalorixa ou Yalorixa.

| Já imaginou um Orixa que tem o poder de resolver to-


dos os problemas dos humanos, que tem o poder da vida e
morte, sem força para retirar da mente do seu filho os
utos, as horas ou os dias em que este permaneceu in-
porado? O Orixa da Nação Religiosa de Cabinda, em que
feitura foi elaborada com todos os Fundamentos, e um Ori-
com poder de incorporar, pelo período que for necessa-

81

rio, e deixar seu filho no transe de possessao em estado de

inconsciência .

rio, atraves da incorporação do ini-

ciado pelo Orixa, pode ocorrer em alguns raros casos, ea

pessoas leigas, especialíssimas, que ao depor E AhS. ã


ao para dar co

tamente ser iniciadas na religi a


dádiva de ter sido escolhida para ser "montada" (incorpora

da) pelo seu Orixã.

O transe possesso

82
ão Religiosa de Cabinda.

Babalorixá MANOEL RICARDO SILVA CAMUNA,

83

de Xango Agandjú Ibeje Inã.

ACREDITAR, OU NÃO, NA FEITURA DAQUELA PESSOA


ONDE FOI EXECUTADO UM PREPARO PARA O ORIXÁ
CUIDAR E, SE QUISER, INCORPORAR

As pessoas são preparadas para o Orixã. Aprontada


para o Orixa. Estes preparos e aprontamentos devem seguir
à risca os Fundamentos daquela Nação de Orixas. Aqui fala-
mos da Nação Religiosa de Cabinda.

Há casos em que os Babalorixás e Yalorixas que tem fi


lhos-de-religião que são prontos(cabeça, Orixás, axês) e, em
caso de necessidade, procuram chamar um outro Babalorixa
ou Yalorixa para resolver o seu problema. Os filhos-de-reli
gião que foram aprontados pelo Mestre, se e que foram be
iniciados e aprontados, são as pessoas de maior confiança pa-
ra executar tais tarefas. A menos, que o Babalorixã ou a Ya
lorixa nada transmitam aos filhos, e, que estejam conscien-
tes que aqueles filhos não estão aprontados de acordo com
Fundamento da sua Nação de Orixas, eles são, os de maior
credibilidade e confiança para resolverem qualquer problema.

O Babalorixã ou Yalorixa deve, sempre, transmitir to


dos os seus conhecimentos religiosos para os seus filhos-de
religião prontos. Não há o que esconder ou resguardar(Fun
damentos) de um filho pronto que esta equip em apron
tamento religioso, ao seu Mestre de En nan

— Se você tem certeza de que é um Babalorixa ou Yalo


rixá com conhecimentos verdadeiros, e que transmite estes co
nhecimentos aos seus seguidores, nao ha um porque de con
vidar um outro Babalorixá ou Yalorixa, de fora do seu ter
reiro, para resolver o seu problema seja de ordem que for.

84
É necessario que o Babalorixa ou Yalorixá confie na-
quelas obrigações religiosas, de iniciação e de aprontamento,
que ele proprio fez para aquele filho-de-religião, a menos,

que ele saiba que nem tudo esta de acordo como Fundamen-
to da sua Nação de Orixãás...

O Mestre de Ensinamentos deve,


rizar o filho que foi iniciado e apronta.
herança religiosa que ficara.

antes de tudo, valo-


do por ele. Alí esta a

Da mesma forma, se torna necessário aclarar quanto sos


Orixas destas pessoas que foram aprontadas por aquele Ba-
balorixa ou aquela Yalorixa, devendo estes estres, na pre-
Sença daqueles Orixas, se Ccurvarem e beij a

incorporado, independente deste Orixa ser Bara(o primeiro)


ou Oxalá (o último). Ali na sua frent

” €, incorporado, está o
Deus Bará, ou Orixa Bará, com

o queiram. Ali não está mais

o Orixa Bará, com todo o po-


1&Eer e grandeza. Como não ter o devido respeito com um Deus
que esta materializado naquele seu filho-de-religião? Você con-
eégue ser maior e mais poderoso que um Orixa? Onde está
Ensinamentos?

Os Babalorixás e Yalorixás deveriam ficar felizes pelo


fato de terem executado uma iniciação o

u aprontamento reli-
Bioso naquele filho-de-religião e, tendo sido aceito pelo Ori-
xa, e este resolvido se manifestar através da incorporação,
Yeio ao mundo e alí esta, à sua frente.

Nação de Orixas, tambem terá a certeza e a


rixa do seu filho-de-religião, que
frente é um verdadeiro Deus que

é > Ã Não impor-


que seja Bara, Ogum, Iansa, Xango, Ode, Otim, Oba, Os-
ha, Xapana, Oxum, Yemanjá ou Oxala, alí est

“e merece, em primeiro lugar, toda a considera.

85

Ú ———"———

is ri mentos daquel.
ais rigorosos Funda: é
essoa, dentro dos m osOo Sa
Nebãe de Orixás, para que, se o Orixã As - E
CS REE AIEA como não temer e respeitar o Deus q
ta à sua frente?

e a cabe
i o Orixá e tamanha que ele batera ca
* "” BANCA ou Yalorixa que iniciou ou oiee S
fil Era como, beijaraá as suas mãos em sinal de DA
Seo: e de Mestre de Ensinamentos a que esta .. e
picado sempre um Orixaá e, como tal, TA e :
ndiatintameiior quer seja o Mestre: de Orixa
Orixa Oxala.

Salvo, esteja o Mestre de Ensinamentos aeebor 2d. col


seu Orixá-de-cabeca, neste caso, os Orixas "AA So
RiearoRiL e procederão hierarquicamente como
ate Oxala).

Não devemos esquecer que temos Se UE o SRA Sa


bora investidos no cargo de Babalorixa, 5

Mestre de Ensinamentos.
eps riscar ra iate:

: Babalorixá MILTON FLORES DA SILVA, de Xango, e sua esposa Yalorixã


IRIA DE LOURDES P. FLORES DA SILVA (LOURDINHA DE OXALÁ). Dirigentes da
Dciedade Africana Xango e Oxalá. Nação Religiosa de Gege.

87

ORIXÁ QUE -INCORPORADO- AMEAÇA

. O tema é complexo e difícil de ser explicado. O Deus-


orixá ou o Orixá-deus ameaçando seus seguidores.

Imagine o meu Orixá, com poderes de vida e de morte


se prestando para discutir, brigar, bater-boca com os seus
fiéis e seguidores. Imagine um Deus que com um simples pis-
car de olhos da pessoa incorporada pode deixar uma outra
pessoa aleijada, cega, ferida e etc. Imagine o meu Deus fei-
to um humano dizendo que podera me acontecer malefícios se
eu não fizer o que ele me determinou. Um Deus que tem O
poder de mudar mentes e pensamentos... Um Orixa completo

em todos os sentidos.

O Orixá não deve se prestar para discutir, xingar, per-


der a compostura, ameaçar... Um Deus não perde sua ele-
gancia e sua postura divina. Ele deve se fazer respeitar pe-
la sua força, e força esta que muda mentes e pensamentos.
Se é para o Orixá ficar ameaçando os seus seguidores, qu
então, cumpra com sua ameaça alí, naquele instante, na fren

te de todos.
Ti

Existe uma estória em que alguns "orixas" |


incorporados, assustar seus fieis com "ameac:
"espera para ver o que poderei te-fazer"...Um
ventura for fazer ameáças(nao cremos que o faca
pre impor: vai te acontecer isto, e isto, em tanto tempo.

fim, acontece. É a força do Orixa contra um humano.

Finalmente, com todos os poderes imateriais que o Orix


tem, certamente nao se prestara para ameaçar pessoas, poi
“é

Orixa, seja em qual for a circunstância que se apresen-


r, nunca demonstrara irritação, ignorancia ou qualquer ou-
tipo de estado nervoso. Um Deus possui serenidade.

] Babalorixá LUIS CARLOS VIGANO DA SILVA, de "Oxum Pandá Lakéê. Inícia-


do e aprontado pela Yalorixa Maria Barbosa Pontes(Preta, de Oxalá). Di-

— retor Espiritual da Sociedade Africana Nossa Senhora do Rosário-Ile dé


Oxum. Nação Religiosa de Gege-ljexa.
ORIXÁ INCORPORADO NA PESSOA
FALA OUTRAS LÍNGUAS?

Alguns Babalorixãs e Yalorixas costumam não deixar que


o Orixá incorporado no filho-de-religião de origem estrangeira
(Argentina, Uruguaia, Inglesa, Francesa, etc.) fale, em pu-
blico, no Brasil. Alguns, poucos, ainda tem coragem de acre-
ditar que fica ridículo um Orixa incorporado numa pessoa Ar-
sentina ou Uruguaia falar o castelhano, ou mesmo espanhol,
no Brasil, uma vez que acreditam que deveriam Estes fala-
rem o portugues. Tal fato fica ainda mais agressivo quando
remos, no Uruguay e na Argentina, entre outros paises, Ori
ás que seu filho teve iniciação e aprontamento religioso no
asil, falarem um portunhol (mistura de portugues e espa-
ol) na espectativa de se tornarem, assim, mais abrasilei-

rados.

O Orixa, que usa a matéria (corpo) do seu filho, que,


D0r sua vez, nasceu na Argentina, no Uruguay, na Espanha,

ança, Estados Unidos da America, Inglaterra, ete.5/ê, por


onsequencia, fala a língua da sua Terra Mãe, deve sempre
falar a língua que o seu filho (cavalo) fala.

Se o Orixá escolheu uma pessoa que nasceu no Uftu-


guay ou Argentina, e porque necessitava transmitir seu po-
der e força para o povo argentino ou uruguaio. Do contra-
rio, teria escolhido um filho brasileiro. Se escolheu um filho
brasileiro, é porque necessitava transmitir sua força e poder
Y povo brasileiro e não ao povo africano, onde tem a — sua

igem.

91

ETEES

uma vez e necessario se aclarar que os Orixas que incorp

Os Orixas incorporados nas pessoas brasileiras falam


português e não a língua africana. Por quê, então, os Ori-
xas de pessoas argentinas e uruguaias deveriam falar o por:
tugueês, ao inves da lingua africana?

Como poderá um Orixa de uma pessoa brasileira se co


municar com o povo brasileiro falando linguas ou dialetos afri
canos? Não seria ele entendido pelo povo brasileiro.

E, por qual motivo deveria o Orixá de uma pessoa uru


guaia ou argentina, aqui no Brasil, falar o portugues, ou qui
ça, a língua ou dialetos africanos?

A humildade do Orixá, verdadeiro, não permite o exi-


bicionismo de falar diversas linguas atraves do seu filho, al
incorporado. Mesmo que este filho seja um poliglota (pesso
que fala diversas línguas), o Orixá se reservara no direite
de falar apenas a lingua da Terra Mãe do seu filho.
Um Orixá não necessita falar diversas línguas para st
comunicar com os mais diversos povos. O seu poder e inter
minaável. Seu entendimento com os povos vai alem do falar sua
línguas. Orixa sabe tudo.

ã Chamamos a atenção, pedindo desculpas aos Babalori:


xás e Yalorixas brasileiros, para que permitam que os Ori
xãás de pessoas argentinas, uruguaias, espanholas, inglesa
francesas, e etc. falem a sua lingua mãe dentro dos noss
Terreiros brasileiros. Por outro lado, da mesma forma, qui
os Babalorixaás e Yalorixás argentinos, uruguaios, espanhois
franceses, ingleses, norte americanos, e etc. não contribua
e/ou permitam que o Orixa da sua Terra fale o portugues
ao invés da língua da Terra Mãe do filho daquele Orixa. M
ram em pessoas brasileiras, falam o portugues e não a lingu
ou os dialetos africanos. Se o Orixa usa o corpo todo do in
corporado, porquê somente o linguajar teria que ser diferen
te? Como um Orixá poderá se comunicar com o seu povo (lo:
cal) em línguas diferentes, as quais, as pessoas nao enten
dem? Onde fica a humildade do Orixá que vai a público e co
meça a falar línguas que o povo não vai conseguir entender
So para aparecer e demonstrar que sabe tudo? Um Orixa na
necessita demonstrar nada, ele ja e tudo.

92
Porém, reunidos os Orixás incorporados de diversas
pessoas, das mais variadas nacionalidades, estes falarão di-
v ersas linguas (cada Orixá falando a língua do seu filho).
Veste caso veremos os Orixas falando, em publico, diversas
É linguas. É muito bom e bonito um Babalorixa ou Yalorixa que
tenha filhos-de-religião de diversas nacionalidades, reuní-los
na mesma casa a falar, cada um, a lingua do filho. Em assim
sendo, o Orixá fala diversas linguas, sendo-lhe facultado fo]
poder de ter, acima de tudo, a humildade de falar, em pu-
blico, a língua da terra natal do seu filho.

Entre os Orixás, sem estarem incorporados em ninguem,

ha, com certeza uma lingua propria para a comunicação en-


re eles.

93
Há pessoas que usam pedir e tratar dos assuntos
relacionados com o Orixa, diretamente com o Achere, pois,
o Orixá é sério, sendo o Achere mais acessível.

Há Babalorixás e Yalorixás que entendem não poder

o Acherê beber ou comer, bem como, fazer as necessidades

fisiologicas que o organismo requer. Entendemos que O

Achere pode beber tudo o que não contenha alcool, ou

À que va de encontro à sua Feitura e Fundamento, podendo

O ACHERÊ | comer doces, frutas e determinadas comidas, a criterio

j do Babalorixã ou Yalorixaã que devera determinar de acordo

com a Feitura de cada Acherê, Quando a pessoa tem o

vício de fumar, o Acherê certamente o fara, porem, £

a pessoa não o tiver, o mesmo não fumara ou nao terá

O Acherê é, em princípio, o mediador entre o Orixa | a obrigação de fazê-lo. Como O


Acherê pode fer ão o”
iniciado, no transe de incorporação do Orixá no mes- tado de incorporação durante
horas, dias e ate mese é
entendemos que o mesmo pode fazer as necessidades fisio
lógicas da pessoa incorporada.

É uma possessão um tanto menos violenta da do fi

— ARS s s - - 7 Ego - 4: cas ar


xá inteiro, pois o Acherê, e uma mistura Orixa-pessoa Não existem oferendas de
frente So DOS
onsciente. | o Achere, por 18SO, entendemos de oferecer oces e gu

ê a ISAAds seimas ao mesmo para agrada-lo.


O Achere serve para apagar, com menos violencia

o Orixá inteiro, da memoria do iniciado, o que ocorreu


rante o tempo em que o Orixa esteve incorporado nele.

) O Achere, devido a esta combinação Orixá-pessoa,


mm a força e O conhecimento do Orixa congregado com
vivência, a maldade ou bondade da pessoa, por isso,
mos que ter o maximo de respeito e cuidado ao tratar-

com o Achere, fazendo com que o mesmo não venha, .


entura, revoltar-se conosco.

O comportamento da pessoa incorporada, no esta-


de Acherê, em geral é de uma criança, pois, fala um
to atrapalhado, outras vezes trocando o sim pelo nao,
erto pelo errado e a frente pelas costas, na sua manei-
2 de se expressar. É muito alegre e brincalhão, e bondo-
) e dócil; sorri com facilidade e chora com a mesma faci-
dade. Gosta de receber presentes e costuma fazer a me-
ção com o Orixa e a pessoa para resolver os problemas
a mesma, em troca de guloseimas —ou presentes, ou, ate
esmo, pela simples satisfação de ver a pessoa feliz.

95
NOMES E CLASSES DE ORIXÁS

Na Nação de Cabinda, temos 12 (doze) Orixás distin-

tos que são: BARÁ, OGUM, IANSÃA, XANGO, ODÊ, OTIM,


OBA; OSSANHA, XAPANA) OXUM, YEMANTAN INCA.

S Destes Orixás, alguns têm divisões por classe de


Orixa, que Sao:

BARÁ

Elegba, Lodê, Lanã, Adague, Agelu.


OGUM

Avaga, Onira, Olobedé, Adiolã.

IANSÁ

Oiá, (Oia que. também subdivide-se em classe de Oia


Timboãe Oia Dira), lIansa.

XANGÕ
Agandjú Ibeje, Agandjú, Agodo.

XAPANÁ

: Jubetef, Belujá, Sapatãá.


Babalorixa LUIZ ANTONIO FRANÇA JACOBI, de Oxalã Bocum. Apronta-
do pelo Babalorixá Nilton Rodrigues, de Oxum Epandã. Nação Religiosa de * OXUM

CT Epandãá Ibeje, Epandá, Ademun, Olobã, Adoco.


YEMANJÁ
1, Bomi, Nanã Borocum.

DXALA
Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum, Oromilaia.

99

— Babalorixã AILTON FERREIRA DE ALBUQUERQUE, de Oxum Pandã Ie Ie Ri-


che, acompanhado de seu filho carnal, Babalorixa EVANDRO ACIMAR ALBUQUER
QUE, de Oxum Pandã. Nação Religiosa de Gege.

100
ELEGBA, UMA CLASSE DE BARÁ CULTUADA NA
NAÇÃO RELIGIOSA DE CABINDA

Í O BARÃÁ ELEGBA é um Orixá cultuado somente na Na-


ão de Cabinda.

Elegba não é um Orixá que se possa assentar para mu-


1eres, sequer estas podem lidar com este Bara, ou mesmo
h egar à sua frente. É, portanto, um Baraá para os homens,
xclusivamente.

O Ladode Cabinda é o único que começa seu ritual de


que (batuque) para os Orixas, tirando as rezas para Elegba
n primeiro lugar. Neste momento, na roda-de-dança, devem
star somente homens, e devem estes, dançar para Elegba de
ente para o meio da roda-de-dança, até que o alabe (tam-
1 eiro) comece a cantar para Bara Lana (um pedacinho) e,

o outro, vao dançando normalmente para os Orixas. Depois


este momento e que, então, as mulheres e crianças poderão
1trar na roda-de-dança para participar do ritual de dança
ara os Orixás. Apos cantar para Bara Lode.

Quando o Babalorixa for fazer uma Obrigação para o


rixa Bara Elegba, esta Obrigação deve ter a participação de
omens, somente homens com mais de l4(quatorze) anos de
lade. É proibido a participação de mulheres neste ritual. De
ual forma, na festa do toque (batuque) para o Orixa Bara
legba, somente e permitida a participação de homens, com
ais de quatorze anos de idade. Na balança (roda-de-quatro-
atas), igualmente, so e permitida a participação de homens
om mais de quatorze anos de idade.

O Orixa Bara Elegba deve estar assentado sempre na


tente do Templo Religioso (dentro do patio).

101

) apos, para Bara Lodê. Apos, então, viram-se e, um atras .

Nação Religiosa

alorixa AURORA VALMARATE, de Ogum Bomatê.


Gegê. - (PÓSTUMA). *

x =

102
ENSINAR AOS INICIADOS QUANTO AS CLASSES,
ESCRAVO E PASSAGENS DOS ORIXÃS
QUE COMPÕOEM O SEU CORPO

As pessoas tem, na Nação dos Orixas, um Orixá que vai

vernar sua cabeça; outro que governara seu corpo e outro


le governara seus pes.

Ha outras que têm um Orixá que governa a cabeça; ou-


para o corpo; outro para as pernas e, finalmente outro
ra governar os pes. Ha, ainda casos especialíssimos de pes-
as que tem somente um Orixa para governar a cabeça e, ou-
para o corpo; de igual forma há os que têm mais de qua
o Orixas que compoem seu corpo (cabeça, corpo, pernas e
Ss), e estes subsequentes são denominados passagens.

Explicaremos tomando por base uma pessoa que tenha


conjunto corporal cinco Orixas distintos, ou seja:

CABEÇA: este Orixa comandaraá os demais Orixás da-


quela pessoa.

CORPO: este Orixãá comandarãá o corpo da pessoa. É


um Orixa que sera, feminino, se o Orixá do-
no-da-cabeça for masculino, e vice-versa. Há
casos, especialissimos, em que o Orixá do cor-
po e feminino e o da cabeça também feminino;
bem como o do corpo masculino e o da cabe-
ça masculino (ex.: Xapana e Ogum").

103

ESCRAVO: este Orixa e o servidor direto do Orixa do-


no-da-cabeça, e quem trabalha, propriamen-
te dito, para aquele Orixa.

PASSAGEM: este Orixá geralmente e dado para o caso


de ter a pessoa, a disputa de dois ou mais
Orixas pela posse da sua cabeca, com a fi-.-
nalidade de não desagradar o que entregou
a cabeça ao outro. É A CHAMADA PRIMEI-
RA PASSAGEM.

DEMAIS PASSAGENS: é para o caso da pessoa ter di-


versos Orixas que desejam ficar ligados ao
seu corpo para o fim de protege-lo.

Em todos os casos, e necessario que se estabeleça, que.


se a classe do Orixa dono-da-cabeça for de qualidade cha-
mada vulgamente de "MOÇO", os demais Orixas que vão com-
por aquele corpo deverão, necessariamente, serem "MOÇOS",.
De igual forma, se o Orixaã dono-da-cabeça for de classe vul-
garmente chamada de "VELHOS", os demais Orixás daquele
corpo serao, necessariamente, "VELHOS". Na Naçao Religio-
sa de Cabinda não há como mesclar um Orixa "VELHO" na ca-
beça e um Orixa "MOÇO" no corpo, escravo e/ou passagens;
ficando da mesma forma, impedidos quanto ao Orixa dono-da-
cabeça ser "MOÇO" na cabeça e se querer mesclar um "VE-
LHO" no corpo, escravo e passagens. As particularidades de
cada um dos Orixás não permitem tal mescla, como, por exem-
plo: OGUM ONIRA (Orixa de mato) dono-da-cabeça da pes-
soa; IANSÁ (Orixa de mato e da beira da praia) dona do cor
po; e, YEMANJAÁ BOCÍ (Orixa da beira da praia de agua do
ce ou salgada) o escravo. Se Ogum Onira que eo Orixa que
vai comandar aquele conjunto de Orixas que governarao aque-
la pessoa, e um Orixa de mato, como entao proceder para ser-
vir todos os Orixas, em oferendas para o corpo daquela pes
soa? Melhor seria se fosse OGUM ONIRA (cabeca); IANSA(cor-
po) e BARÁ LANÃ, (Orixa de mato); XANGO AGODO (Ori-
xa de mato); ODÊ e OTIM (Orixas de mato); OBA (Orixa d
mato); OSSANHA (Orixa de mato) ou XAPANÁ(Orixa de ma-
to). O conjunto deve ter coerência, afinidade, pois, segui-
dores serao daquele Orixa dono-de-cabeça: de mato.

Ha que se ter um extremo cuidado, quando se vai jo-


gar os buzios para ser examinado o conjunto de Orixas que
vai governar o corpo daquela pessoa, atentando-se para a

104
classes e qualidades dos mesmos, sob pena de ficar, aquela pes-
soa com uma mescla de Orixás e, consequentemente, estes não
ficarao afinados nos Fundamentos Religiosos, no sentido de
serem servidos, os locais das oferendas, entre outros Fun-
damentos de grande valor para os Orixás. Se existem as :clas-
ses de Orixas, os diferentes locais que devem ser servidos,
bem como a função individual de cada um, e para ser segui-
do e respeitado à risca, sob pena daquela Obrigação restar
com problemas no Fundamento Religioso.

A pessoa que vai ser iniciada deve saber, detalhada-


mente, qual e a função especifica de cada um dos. Orixas que
compoe seu corpo, como trata- los e onde serví-los. Isto e uma
Obrigação que deve ser seguida a risca pelo Mestre de En-
sinamentos.

105

Yalorixã MARIA ELOIZA DO VALLE, de Bará Adague Bi. Aprontada pelo


Babalorixá Ailton Ferreira de Albuquerque, de Oxum Pandã Iê IE Riche. Na-
ção Religiosa de Gegê.

106
OXUM (Epandá Ibeje, Epanda, Ademun, Olobã, Adocô

Orí iê iêo

YEMANJÃ (Bocí, Bomí, Nanã Borocum)


Omio odô

A SAUDAÇÃO AOS ORIXÁS OXALÁ (Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum, Oromilaia)

Epaô eebabã

: ARÁ (Elegba, Lodê, Lanã, Adague, Agelú)


Lalupo

DGUM (Avaga, Onira, Olobedê, Adiolá)

XA! GÔ (Agandjú Ibeje, Agandjú, Agodô)


Cao Cabecile

ODÊ

Dquê oquebamo

F PANÁ (Jubetei, Beluja, Sapatá) REL ERA ão.


A bão : Pi 15

107 | 108
O
à
SEE)

X Babalorixá LUIZ ANTÔNIO DA SILVA (LUIZ DE BARÁ LANÃ).


= . Fam Ba-
oa do Estado do Rio Grande do Sul. Nação Religiosa Ot Naga: POSSE

109

A CHAMADA DOS ORIXÁS E A SAUDAÇÃO AOS ORIXÁS

Ha um momento sublime em todos os atos de um Iniciado

Babalorixa ou Yalorixa, que e o momento da feitura da cha

mada dos Orixas. É um momento de vital importancia para


aquele determi

aceitação, ou não, do objetivo de chamarmos &


nado Orixá, ou, aqueles Orixás todos. É um momento magic
onde temos que nos transportar, em concentraçao, ate os nos
sos Orixas, e aí, buscá-los, chamá-los até nos, ate nossa

preces.
Não é muito fácil se chamar um, ou mais Orixas ate jun.

to de nós. Chamar um Orixá requer concentração e despren

dimento das materialidades, e, principalmente, o fato de s


saber realmente fazer uma chamada para os Orixas.

“ESE você diz, Pp J) JN


CAO CABECILE, ... na verdade você nao esta chamando of

Orixas Bará, Ogum, lIansa, Xangose.


do estes Orixas.

Se você diz, por exemplo: LALUPO BARÁ, OGUNH


OGUM, EPAIEIO IANSA, CAO CABECILE XANGO, ..., aind
assim você está saudando os Orixas e generalizando todos o:
Barás, Oguns, lIansas, Xangos, ... , sem se preocupar em in
dividualizar aquele Orixa saudado.

Se você diz, por exemplo: LALUPO BARÁ LODÊ, OG


NHÊE OGUM AVAGÃ, EPAIÊIO OIAÁ TIMBOÃÁ, CAO CABECIL
XANGO AGODO, ..., você esta saudando aquele Orixá e, in
dividualizando-o pela sua classe, tendo aí, chamado apena
uma classe de cada um destes Orixas.

110
j Mas, se você diz, por exemplo: LALUPO BARÁ LODÊ
CUAÁ, BEI, BEMI, ELAUÉ, ELUPANDA, LONA, ..., aí, nes-
: caso você acaba de chamar varios(nomes) Baras, da clas-
e de LODÊ. Porém, se você disser: LALUPO BARÁ ELEG-
A, LODE, LANAÁ, ADAGUE, AGELU, CRONY, AÇUÁÃ, AGUI
E, BI, BIOMÍ, ..., você estará saudando o Orixa (Bará),
das as suas classes (Elegba, Lodê, Lana, Adague e Agelu)
, finalmente chamando ao Bara Elegba Crony; ao Bara Lo-
Acuã; ao Bará Lana Aguidê; ao Bará Adague Bi; ao Ba-
Agelua Biomí; consecutivamente. Da mesma forma se dá com

rixa Ogum, lIansa, Xango e os demais Orixas.

Conforme você bem sabe, os Orixás ODÊ, OTIM, OBÂ


OSSANHA, nao tem divisões em classes e, devem ser cha-
ados da seguinte forma, por exemplo:

ODÊ: Oquê oquebamo Ode Abaim, Burú, Bilade, Ride,


OTIM: Oquê oquebamo Otim Alé, Cadina, Jipie, Labiaá,
OBÁ: Exô Obá Ladê, Mire, Mideí, Nafiquê, Soarê,...
OSSANHA: Eu eu Ossanha Rá, Tolá, Malé, Tunexê,...

Há alguns Babalorixás e Yalorixas que se equivo-


im quando saudam um Orixá, e, no seu íntimo, pensam es-
rem chamando-o. Ha uma diferença gritante entre fazer uma
audação ao Orixá e, efetivamente chama-lo.

É necessário que se preste atenção parao seguinte fa-

Exemplificando no Orixá Xapanãa (poderia ser outro):

SAUDAÇÃO: abão;

ORIXÁ: Xapana;

S CLASSES DESTE ORIXÁ: Jubeteí, Belujá e Sapata;


SS NOMES DESTE ORIXÁ:

a) classe de Jubeteí: Inata, Obí-robô, Tanho, ...


b) classe de Belujã: Iroco, Obiribara, EU; ...

c) Classe de Sapatá: Barue, Gama, Obí-taio, ...

111

Quando você chama seu Orixa, o faz apenas saudando


[o] Deus? Ou, além de saudar o Deus, você refere a classe es-
pecifica (se o Orixaá tiver), e, ainda, o nome específico do
seu Orixa? 1

Voce costuma saudar e chamar efetivamente, pelo nome.


específico, os Orixas que estao assentados (Orumale) no seu

Peji?

112
DIA DA SEMANA CONSAGRADO AOS ORIXÁS

SEGUNDA-FEIRA

BARÁ (Elegba, Lodê, Lana, Adague); OGUM (Avagã);


OSSANHA.

TERÇA-FEIRA |
IANSÁ (Oiá) (Oia Timboá, Dirã); XANGÔO (Agandju Ibeje,
Agandju, Agodo).

QUARTA-FEIRA

OBA; XAPANÁ (Jubeteí, Beluja, Sapata); OXALAÃS


(Obocum, Olocum, Dacum). 5 E

QUINTA-FEIRA
OGUM (Avaga, Onira, Olobede, Adiolá).

SEXTA-FEIRA 3

BARÁ (Agela); ODE, OTIM; YEMANJÃ (Bocí, Bomi, Nana


Borocum).

SÁBADO
OXUM (Epandá Ibeje, Epandá, Ademun, Olobã, Adocoó).

DOMINGO

Yalorixá WALDECY BUENO DE ANDRADE(NENECA DE XANGÕ). Iniciada e apron | OXALÁ


(Jobocum, Orimilaia).
tada pela. Yaiorixá Roberta Fabricio de Oliveira, de Oxalã. Filha carnal
da Yalorixãá Matilde Fabrício Bueno, de Ogum Bií., Nação Religiosa de Oyó.

114

113
Os Orixás recebem oferendas simples diariamente,
independente do dia consagrado a eles. Ha casos que po-
demos, de acordo com o ajunto da pessoa, levar determi-
1adas oferendas em outros dias da semana, independente,
dia consagrado ao Orixa. Exemplo: uma pessoa de lIe-
anja, com ajunto para Ossanha, pode levar determinadas
oferendas em segunda-feira, pois, o Orixa do ajunto — per-
ence à classe de Orixas de segunda-feira.

115

| Olorixã ODILON JORGE BUENO DE ANDRADE, de Ogum Onira. Aprontado p

â de Ogum. Herdeiro Religioso da Ya


| lo Babalorixá Ramiro Soares Pereira, gum ER AS Sosa de oME

lorixá Waldecy Bueno de Andrade (Neneca de Xango

116
OS NÚMEROS E MÚLTIPLOS DOS ORIXÃS

ARÁ (Elegba, Lodê, Lanã, Adague, Agelú)


Bsscte) = (038 = 0/4 22 cds

IGUM (Avaga, Onira, Olobedé, Adiolá)


ES.

INSÁ (Oiã), Oiá Timboá, Oiá Dirã)


Bíscte) - (03, 07, 14, 21, ...).

ANGÔO (Agandjú Ibeje, Agandjú, Agodô)


BíSscis) - (03, 06, 125/48, 24, ...).

à (oito) ou 13 (treze) - (03, 04, 08,13, 16, 26, 32, ...).


(sete) - (03, 07, 14, 21, O

117

5 (cinco) ou 07 (sete) - (03, 05, 07, 10, 14, 15, 20,

(oito) ou 13 (treze) - (03, 04, 08, 13, 16, 26, 32,

OSSANHA
07 (sete) ou 11 (onze) - (03, 07, 11, 2452ZETD22,.....)2

XAPANÃÁ (Jubeteí, Belujá Sapatá)


09 (nove) “ (0309 TST ce).

OXUM (Epandá Ibeje, Epandá, Ademun, Olobã, Adoco)


08 (oito) =" (04, 0SFH6A SAS <=).

IEMANJÃ (Bocí, Bomi, Nanã Borocum)


08. (oito), = (04, 08,546) 3X...)

OXALÁ (Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum, Oromilaia)


08 (oito) - (04, 08, 16, 32, --.).

Chamamos a atenção para o fato de que o correto é


se colocar o axe de numero completo ao Orixa, ou seja:

06 (SEIS) - (06, 12, 18, 24, ...) para o Orixa XANGO


(Agandjú Ibeje, Agandju e Agodo).

07 (SETE) — (07, 14; 21, 28, hd) parasos Orixas BAR A


(Elegba, Lode, Lana, Adague e Agelú); OGUM (Avaga, Oni-
ra, Olobedeé e Adiola); IANSÁ (Oia), (Oiã Timboa e Dirãa);
OBÁ e OSSANHA.

08 COITO) = (08;-=16,/24, 32, ...) Paramos Orixas ODÊ;


OTIM; OXUM (Epanda Ibeje, Epanda, Ademun, Olobae Ado-
co); YEMANJAÁ (Boci, Bomi e Nana Borocum) e OXALÁ (O:
bocum, Olocum, Dacum, Jobocum e Oromilaia).

Chamamos a sua atenção ainda, para o fato de alguns


Babarolixas e Yalorixás, da Nação de Cabinda, insistirem em
colocar os seguintes axes de numeros para alguns Orixas, o
que, entendemos não deva ser usado, a saber:

05 (CINCO) - (05, 10, 15, 20, ...) para o Orixã Ogum (A;
vaga, Onira, Olobede e Adiolá). É

118
(ONZE) - (11, 22, 33, 44, ...) para o Orixa OSSANHA.

13 (TREZE) - (13, 26, 39, 52, ...) paraos Orixas ODÊ e


DTIM.

Conforme você mesmo verificou na primeira tabela de


Xxé de números dos Orixás há os numeros 03 (TRÊS) e 04
(QUATRO) como sendo múltiplos dos números dos Orixas. Tal
to ocorreu devido a ser considerado por alguns poucos
abalorixás e Yalorixas estes numeros (03 e 04) como sen-
"meio axé de numero do Orixa". Ou seja, se vai sacrifi-
um animal de quatro patas aos Orixas Bara, Ogum, lan-
Xango, Ode, otim, Oba, Ossanha, e Xapana "pode" a-
mpanhar este sacrifício o numero de aves corresponden-
aqueles Orixás que seria 0 TRÊS (03). Se o sacrificio
osse para os Orixas Oxum, Yemanja e Oxala, "pode" acom-
anhar este sacrifício, o numero de aves correspondentes
queles que seria Oo QUATRO (04).

Tal assertiva nos parece incoerente. Parece-nos ter


ido feita para economizar algumas aves e, correndo o risco
aquela Obrigação ou Feitura ficarem incompletas, a saber:

Se o axé de número do Orixa e 06,07. 08 ou 09,


spendendo do caso, é porque necessário se faz que as aves
1 os acompanhamentos que devam ajuntar-se ao animal de
1atro patas sejam de acordo com o numero completo daque-
: Orixa. Pegaremos como exemplo o Orixa Xango, que tem
mo numero, o 06 (seis). Ao sacrificarmos —"um carneiro
ara Xango, o acompanhamento das aves sera 06 (seis) ga-
s/frangos brancos. De igual forma o amala com 06 pedaços
º carne e 06 bananas... Se no amala de Xango e obriga-
o que os acompanhamentos sejam 06 ou multiplos de 06,

1e é uma oferenda considerada simples, e ate certo — pon-


, módica em seu preço, e os Babalorixas e Yalorixas —o-
tam o amalá com seis, ou mais, bananas, pedaços de car-
2, folhas de mustarda; nunca oferecendo ao Orixa um ama-
| com três, ou menos, bananas, pedaços de carne, folhas
º mustarda, ... Por qual razao, quando se trata de com-
r o axé de numero completo de Xango, em aves (galos/
gos), este axe pode ser partido, ou reduzido para

ne e mustarda, ou, até mesmo as velas? Ou sera q

119

Ss... Porque as aves custam muito mais que as bananas,

quando se trata das aves o Orixá Xango não da importân-


cia para o Fundamento do axe de numero completo, que é
o seis?

É necessario que se dê uma atenção toda esvecial pa-


ra o fato de que uma Feitura é praticamente irreversível:
Não hã como arrmuar. E necessario, se estiver incompleta,
que se faça tudo de novo da maneira correta, para que
Fundamento fique de acordo com suas normas.
. Se você leva um amalá incompleto, na pedreira,para O
Orixa Xango, este, nao tera a mesma aceitaçao de um amas
la dentro das normas fundamentais dos Orixas, correndo O
risco de até ser rejeitado pelo Orixa.

Se você é iniciado ou aprontado na Religiao, de uma


maneira incompleta, sua iniciação/aprontação corre o risco
de não se prestar para o Orixa a que foi feita. E o caso de
compararmos com uma pista de um aeroporto com alguns bu-
raquinhos, que, com o decorrer do tempo, com o pouso e
decolagem do aviao, vai crescendo e, aos poucos, se tor.
nando uma cratera que impossibilitara que aquele aviao — al
pouse novamente. Ate que esta pista seja devidamente ar.
rumada/consertada, o aviao nao podera ali pousar. Assim se
da com as pessoas na Naçao do Orixas, se a inicação ou O
aprontamento estao defeituosos, aquela feitura esta aleijada,
não se prestando para a completa ligação pessoa-Orixa. d

Se o axé de número de Xangoó nao fosse obrigatorio


um minimo de 06 (SEIS) porque, entao, foi destinado o nus
mero seis ao Orixa Xango (poderia ser o tres), ao inves de
outro numero?

é Sabemos que a materia que estamos tratando neste


item (numeros e multiplos dos Orixas) vai deixar muita gen-
te pensativa mas, e necessario que seja aclarado desde ja
o gritante erro que existe em feituras de pessoas com a
"economia das aves" feita por alguns Babalorixas e Yaloriz
xas. A feitura de uma pessoa ao seu Orixa é algo tão subliz
me e de vital importância que não permite meios termos, e,
as pessoas, devem perguntar aos seus Mestres de Ensina;
mentos: AFINAL DE CONTAS QUAL E O AXE DE NUMERO
DO ORIXA XANGO; TRÊS OU SEIS???

120
TETE ENE

EXISTE MEIO ANIMAL DE QUATRO PATAS (CARNEI-


/CORDEIRO) PARA SER SACRIFICADO AO ORIXA XAN-

EXISTE MEIO AXÉ DE NÚMERO (SEIS) PARA os


MPANHAMENTOS DO SACRIFÍCIO DO ANIMAL DE QUA-
PATAS AO ORIXÁ XANGO (se o axé é seis, e porque
pode ser três, do contrario o axe seria tres, e uma
ão de raciocinio)?

Em assim sendo, se torna necessario aclarar o Funda-


nto, na esperança de que acabe esta "economia das aves"
prejudicial as verdadeiras e completas feituras e apron-
ntos das pessoas que são iniciadas na Religiao e aos
s em todos os seus assentamentos. Porque, justamen-
na feitura da pessoa e nos assentamentos religiosos e que
vai economizar, diminuindo o axe de numero de aves aos
ás, se são efetuadps gastos de grande valor para as
vidades do povo em geral, nas festas e nos toques pu-

Ss?

Se sua iniciação e/ou aprontamento não esta completo,


timos, algo sempre ficara faltindo para que ligaçao
Soa-Orixa se complemente. Os Orixas e seus Fundamen-
não podem se perder no mundo do TALVEZ... Funda-
1to Religioso de uma Nação de Orixas e coisa seria, deve
' tratado com a seriedade exigida sob pena de ser, ate,
sitado pelos próprios Orixaãs.

— Só para exemplificar tomamos o Orixa Xango e seu


e de numero para esta explicação, porem, tal fato ocorre
n todos os Orixás, o que € uma lastima.

e ij e: E

— Yalorixã DIANA GRUETZMACHER, de Yemanjã. Dirigente do Reino de

Yemani. Oxosse Estrela Guia. Aprontada pelo Babalorixá Joao Cleon Mer
loFonseca, de Oxalá Elefã. Nação Religiosa de Cabinda.

121 122
OSSANHA

Verde e branco

XAPANÁ (Jubeteí, Belujá)


Vermelho e preto

XAPANÃÁ (Sapata)

AS CORES CORRESPONDENTES AOS ORIXÁS


Lilás escuro.

ET

' OXUM (Epanda Ibeje)


ARA (Elegba, Lodêe, Lana, Adague, Agelu) Vermelho, branco e amarelo

Vermelho & ” S
: " OXUM (Epandá, Ademun, Olobãá, Adoco)

GUM (Avaga, Onira, Olobedé, Adiolá) Amarelo


N

fermelho e verde S
| YEMANJÃ (Bocí, Bomi)
ANSÁ (Oiá), (Oiá Timboã, Oiá Dirá) Azul claro
ermelho e branco . 4

YEMANJÁ (Nana Borocum)

(ANGO (Agandjú Ibeje) Lilás claro

'ermelho, branco e amarelo


OXALÁ (Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum, Oromilai

/ NGÔ (Agandjuúu, Agodo) Branco


ermelho e branco

tosa ou marrom

123 124
|| AS GUIAS CORRESPONDENTES AOS ORIXÁS

BARÁ (Elegba)

Toda vermelho escuro

BARÁ (Lodê, Lana, Adague, Agelu)

Toda vermelho

OGUM (Avaga)

Vermelho escuro e verde escuro (01 conta de cada cor)

OGUM (Onira, Olobede, Adiolã)

Vermelho e verde (01 conta de cada cor)

IANSÁ (Oiá), (Oiá Timboá, Oiá Dira)


Vermelho e branco (01 conta de cada cor)

XANGO (Agandjú Ibeje)

Todas as cores dos Orixás (menos preto), 01 conta d


cada cor. Pode ainda, ser feita a guia apenas com as core
vermelho, branco e amarelo (01 conta de cada cor)

XANGO (Agandjú, Agodo)

Babalorixá TAURINO F. CAMPOS, de O


º gum. Aprontad: tia
a Paulo Tadeu Barbosa Ferreira, de Xango Agodo Foqui. SEER ANE SUTRDOE Vermelho e
pranco cos contas de cada so

o de Yemanjá e Oxosse Estrela Guia. Nação Religiosa de Cabinda.

125 126
zulão, rosa e branco (01 conta de cada cor)

TIM
zulão, rosa e branco (03 contas de cada cor)

osa ou marrom (toda rosa ou marrom, ou 01 conta de

SPANÁ (Sapata)
ás escuro (toda lilás escuro)

(UM (Epanda Ibeje)

das as cores dos Orixas (menos preto), 01 conta de


C cor. Pode, ainda, ser feita a guia apenas com as
Pes vermelho, branco e amarelo - 02 contas de cada

(UM (Epanda)

tarelo claro (toda amarelo claro)

(UM (Ademun, Oloba)

j1arelo gema (toda amarelo gema)

(UM (Adocô)

arelo gema e branco (02 contas de cada cor)

EMANJÁ (Bocíi)
ul claro (toda azul claro)

127

P——————

YEMANJÃ (Bomi)
Azul claro e branco (02 contas de cada cor)

YEMANJÁ (Nanã Borocum)


Lilás claro e branco (02 contas de cada cor)

OXALÁ (Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum)


Branco (toda branco)

OXALÁ (Oromilaia)
Branco e preto (02 contas de cada cor)

Existem casos em que as guias de determinados


Orixas devem ser feitas de acordo com o Orixa do ajunto
A estes Orixás as guias devem ser feitas da seguinte ma-
neira:

XANGÔO (Agandjú) com OXUM (Epandã)


Vermelho e amarelo claro (01 conta de cada cor)

OSSANHA com OXUM (Ademun)


Verde e amarelo gema (01 conta de cada cor)

OXUM (Epandã) com XANGO (Agandju)


Amarelo claro e vermelho (02 contas de cada cor)

OXUM (Ademun) com OSSANHA


Amarelo gema e verde (02 contas de cada cor)

A Guia Imperial

A guia imperial significa a reunião de todos os


Orixás numa única guia. É também atraves da guia imperi
que os Orixás são consultados no axé de buzios. Serv
para determinar se uma pessoa é pronta de cabeça co

128
bori de quatro patas pois somente pessoas com este tipo
e aprontamento religioso podem usar a guia imperial.

Toda a guia imperial deve ter o numero de pernas


fios) de acordo com o axé de numero correspondente ao
T ixa da pessoa que vai usar, ou ainda, de acordo com
axe de número de Oxalá. Cada passagem (parte da guia
iperial) de cada Orixá (na cor do Orixá) deve ter, em
ada perna, o numero de contas de acordo com o axe de
umero do Orixa daquela passagem; por exemplo: PASSA-
EM PARA BARRA, dever ser 07, 14, 21, ... eontascna
or de Bara em cada perna (fio).

A passagem do Orixaã dono da cabeça da pessoa deve


um pouco maior no numero de contas em cada perna
devera ser um pouco mais enfeitada, ao gosto da pes-
a, nunca fugindo das cores e do axe de numero corres-
ondente aquele Orixa. Se quiser, a pessoa pode fazer
imbem um pouco maior e mais enfeitada, a passagem do

rixa de seu Babalorixa ou Yalorixa por uma questão de


grado ao Orixa a qual o está iniciando à Religião. Cada
assagem deve ser separada por uma firma (conta maior),
le pode ser de louça, buzio, vidro, cristal, madeira,
e...; de modo que todas as pernas daquela passagem
e esta sendo enfiada passem por dentro da firma que
separar as passagens dos Orixas na guia imperial.

Pode-se colocar na guia imperial as passagens de


dos os Orixás de acordo com esta sequência: BARÁ,
3GUM, IANSÁA, XANGO (Agandju Ibeje), XANGÔO, ODÊ,
TIM, OBA, OSSANHA, XAPANÃ, OXUM, YEMANJA, OXA-
A, OXALÁ (Oromilaia). Pode-se colocar as passagens
Ss Orixás mais detalhadamente de acordo com esta seqiiên-
ia: BARÁ (Elegba, Lodêe. Lana, Adague, Agel), OGUM
Avaga, Onira, Olobede, Adiolã), IANSÁ (Oia, oia Timboa,
fia Dira), XANGO (Agandjuú Ibeje, Agandju, Agodo), ODÊ,
TIM; OBÁ, OSSANHA, XAPANÃ (Jubeteí, Belujá, Sapa-
) OXUM (Epandá Ibeje, Epandãa, Ademun, Olobãá,
idoco), YEMANJÁ (Bocí, Bomi, Nana Borocum), OXALÃ
Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum, Oromilaia).

As guias dos Orixás devem ser usadas de acordo


fom a ocasiao ou necessidade, sempre devendo-se cuidar

129

para usar a guia do Orixa certo para a ocasião OU


finalidade especifica. Pode, ainda, a pessoa ter uma so
guia feita para o seu Orixa de cabeça (frente), e usá-
la em todas as ocasiões em que se apresentar.

A função das guias e para proteger a pessoa de


todos os perigos como um amuleto de segurança, pois,
o Orixa esta sempre junto à guia e automaticametne com
a pessoa que a usa; salvo, se a pessoa for uma iniciada
a Religião; aí, neste caso, a feitura do Orixá está na ca”
beça da pessoa, ficando o Orixa sempre junto à cabeça
e as guias respectivamente.
' As guias devem ser resguardadas do sol, do alcool
(inclusive de bebidas que contenham álcool), do ato
sexual, do período menstrual das mulheres, das doenças
venereas (de qualquer especie), da água e do fogo. Devem
sempre ser usadas com todo o respeito para que não sejam
quebradas as Obrigações de Orixas que foram feitas na
quelas guias para aquela pessoa ou finalidade.

Existem guias que são feitas para pessoas leigas,


para proteçao em geral. Outras guias são para os iniciad
com miero (ervas). Outras para os iniciados com aribi
(pombos). Outras para os oboridos (aves). Outras para
os prontos de cabeça (quatro pés). Outras para os prontos
com Orixas assentados. Outras para os Babalorixás e Yalo-
rixas (prontos com todos os axeéês).
3

7 Iniciado JAIR BRUNO HAUSMANN, de Oxalã. Iniciado pelo Babalori-

| Paulo Tadeu Barbosa Ferreira, de Xango Agodo Toqui. Nação

Cabinda.

131

Religiosa

AS OFERENDAS DE FRENTE DOS ORIXAS

BARÁ (Elegba)

Milho torrado, amendoim torrado, feijão preto torrado, mia


miã gordo, farinha de mandioca com azeite-de-dende), 0
pifes com azeite-de-dende, pimenta verde e pimenta da cos
ta, 07 cachimbos de taquara recheados com pimenta verd

ao inves de fumo.

BARÁ (Lode)

Milho torrado, pipoca, 07 batatas inglesas assadas, 07 ope


tés de batatas inglesas cozidas e amassadas sem casca.

BARÁ (Lana, Adague)


Milho torrado, pipoca, 07 batatas inglesas assadas.

BARÁ (Agelú)

Milho torrado claro com mel, pipoca, 07 batatas inglesa:


assadas, milho cozido (axoxo), 07 tiras de coco (fruta)

OGUM (Avagaã)

Churrasco de costela de gado frito no azeite-de-dende


miamiã gordo (farinha de mandioca e azeite-de-dende x
07 pedaços de laranja azeda (de fazer doce).

OGUM (Onira, Olobedé, Adiolã)

Churrasco de costela de gado frito no azeite-de-dende


miamia gordo (farinha de mandioca e azeite-de-dende),

132
NSÁ (Oiá), (Oia Timboa, Oia Dira)
poca, 07 rodelas de batatas doce fritas no azeite comum,
batata doce assada, ou ainda, feijao miudo cozido e

ogado' com azeite comum e tempero verde, 07 rodelas


batatas doce fritas no azeite comum, pipocas.

GO (Agandjuú Ibeje)

mMalá) - Pirão (farinha de mandioca com água fervendo)


nº um pouquinho de farinha de milho grossa junto, carne
ito com osso frito no azeite comum, mostarda cozida
o bafo da panela da carne, depois que a mesma estiver
an, 06 bananas da terra ou catarina, 01 maça vermelha
tida em 04 partes, 06 doces de massa.

NGO (Agandjúu, Agodo)

malá) - Pirão (farinha de mandioca e água fervendo),


ne de peito com osso frita no azeite comum, mostarda
ida só no bafo da panela da carne, depois que a mesma
iver frita, 06 bananas da terra ou catarina, 01 “maça
'melha partida em 04 partes.

la de porco frita no azeite comum, miamiã doce


inha de mandioca e mel).

la de porco frita no azeite comum, miamiã doce


nha de mandioca e mel), 08 gomos de batata
lesa fritas no azeite comum, inhame cozido.

ica amarela cozida, feijão miudo cozido. Refogar a


ica e o feijao miúdo com azeite-de- -dendeêé e salsa. Po-
colocar milho cozido (axoxo) e 07 tiras de coco (fru-

133

OSSANHA
Um opete de batata inglesa cozida sem casca e amassada,
miamia gordo (farinha de mandioca e azeite-de-dende), 07

folhas de alface que servirá de forro, 07 rodelas de o


cozido, 07 pedaços de lingitiça de porco. Pode-se colocar,

tambem, um cagado feito de batata ingle -


sa coz
ca e amassada. * ão

XAPANÁ (Jubetei, Belujá, Sapata)


Milho torrado, feijão preto torrado, amendoim torrado,
pipoca. '
OXUM (Epanda Ibeje)

Cangica amarela cozida e refogada com mel, 08 doces de


massa, 01 maça verde partida em 04 pedaços, :
bananas da terra ou catarina. |

OXUM (Epanda)
Cangica amarela cozida.
OXUM (Ademun)

Couve manteiga partida fina, refogada com farinha de mi


lho, gema de ovo cozido esmagado e misturado com a cou-
ve. '

OXUM (Oloba)

Cangica amarela cozida e refogada com mel.

OXUM (Adoco) o

Cangica amarela cozida e cangica branca cozida misturadas.

YEMANJÃ (Bocí, Bomi)

Cangica branca cozida, refogada com salsa e azeite comum.

YEMANJÁ (Nana Borocum)


Cangica branca cozida, refogada com tempero verde (sals:
e cebola) e cebola de cabeça com um pouquinho de sal.

134
À (Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum)
ca branca cozida. |

À (Oromilaia)

ca branca cozida, 04 ovos partidos cada um em dois


iÇos, ao comprido.

Babalorixã TATI, DE BARÁ (PÓSTUMA), acompanhado de sua esposa OL


DE XANGÕO, Nação Religiosa de Cabinda.

135 136
O LUGAR ONDE SE LEVA AS OFERENDAS,
ONDE SE DESPACHA

eruzeiro (encruzilhada) aberto, no cruzeiro de mato


“ ,

B à.

eruzeiro (encruzilhada) ab: i

Í erto de pr i

— ASSIS praia, na beira da

(Avaga)

mato, no cruzeiro (encruzilhada) abe:to, no cruzeiro

137

OGUM (Olobede)
No mato próximo a uma árvore, ou, próximo a uma arvor
com pedras ou cachoeira.

OGUM (Adiolã)
Ne mato próximo a uma praia, Numa árvore próxima à beir

da praia, no mato proximo a uma cachoeira.

IANSÁ (Oiá Timboã) 7»


Em uma figueira de mato.

IANSÁ (Oiá Dira)


Em uma figueira de mato, próxima a uma cachoeira.

IANSÁ (Oiá)
No mato próximo a uma árvore, em uma árvore próxim
da beira da praia, na beira da praia.

IANSÁ se

ESA ão =
No mato próximo a uma arvore, em uma
da beira da praia, na beira da praia. E

És

XANGÔ (Agandju Ibeje)

Numa pedreira de praia Ou:


(proximo dos balanços).

XANGÔ (Agandju)
Numa pedreira de beira de praia.

XANGÔ (Agodo)
Numa pedreira de mato ou numa pedreira de cachoeira.

ODÊ
Num coqueiro de mato"ou num coqueiro de praia.

OTIM
Num coqueiro de mato ou num coqueiro de praia.

138
BA
> cruzeiro (encruzilhada) aberto ou no mato ou na figuei-
: Tambem no cruzeiro de praia se O ajunto for com Xango

coqueiro de mato ou no coqueiro de praia ou na figuei-

APANÁ (Jubeteí)

ma figueira de praia ou numa figueira de mato ou no ma-

pracinha de crianças(proximo aos


b eira da praia de água doce ou salgada, ou na beira de

beira da praia de água doce ou salgada, ou num coquei-

139

ra junto à praia ou cachoeira de mato, ou numa pedra junt


à praia ou cachoeira de mato.

OXUM (Adoco)
Na beira da praia de agua doce ou salgada.

IEMANJÃ (Bocí, Bomi, Nana Borocum)


Na beira da praia de agua salgada ou doce.

OXALÁ (Obocum)
Na beira da praia de agua doce ou salgada, ou na cachoeir

OXALÁ (Olocum)

Na beira da praia de água doce ou salgada.


x

OXALÁ (Dacum)

Na beira da praia de água salgada


za das aguas. b

OXALÁ (Jobocum)
Na beira da praia de água doce o

OXALÁ (Oromilaia)
Na beira da praia de água salgada ou doce, nos rios com p
dras.

Os Orixas devem receber suas oferendas, de uma mã


neira geral, nos respectivos lugares acima esclarecidos; pe
rêm, de acordo com O ajunto, podem os Orixas mudar o lt
gar de receberem as oferendas, ou ainda, de acordo com
"obrigaçao" que o Babalorixa ou Yalorixa vai realizar, pod
igualmente mudar o lugar do Orixá receber as oferendas.

140
7 Babalorixá FRANCISCO CARNET(FRANK, DE BARÁ LANÃ IADEFÃ), acompanha-
do de sua esposa MARILDA MACHADO CARNET (NECA, DE OXUM TADOCÕO) e de al-
guns de seus filhos de Santo. Iniciado e aprontado pelo Babalorixá Wla-
dimir Rocha Nazário, de Bará. Nação Religiosa de Cabinda.

141

ALGUNS SOBRENOMES DE ORIXÃÁS

BARÁ

Aguidê, Aguidê-omi, .Apanada, Adague, Agelú, Apanadã


lana, Ajanada, Açua, Alupagema, Açana, Bí, Bilana,
Belomí, Berím, Beremim, Beí, Bemi, Biri, Bo, Borocum;
Borocum-lana, Bí-comí, Birim, Bomi, Biqglim, Bemí-otãá,
Crony, Carinoloa, Dalé, Digui, Dê, Dei. Darê, Denim;
Diki, Djteia, Demi, Emim, Emi, Epanada, Elupanda, Elau
Funiquê, Fumí, Fumí-layo, Gelu, Grajé, Gebí, Homí, Har
xe, Ho, Ingue, Idê, Kravi, Krajeu, Kaminoloa, Lodê, Lolú
Lona, Lana, Lonam, Laque, Laron, Leba, ;
Lapô, Modibau, Motim, MÍ, Nabuê, Naum,

Nique, Odeí, OPbí, Obí-otá, irí, Obe-emí,


Remí, * . Sapata, Tirirí, ana, Tolalu,
Tukí, Una, Xe. ME

OGUM

&

Anirê, Adiokô, Adio-laia, Avagã, Adiolá, Adeiba,


Abedé, Bomaté, Birí, Bei, Bola, Bomi, Cassadjo,
Darê, Dê, Deí, Doveí, Eluna, Elefa, Iraje, Jare,
Lobe-dé, Lecí, Megê, Malé, Miremí, Nira, Naruê,
Onira, Omí, Onira-adiola, Onira-olobedêe, Onira-obirata

Omim-maré, Olobede, Peremí, Riolú, Ronei.

IANSÁ

AKkÍ, Abedé, Bola, Bomi, Bomi-micê, Bará-tena,


Cará, Doaé, Dilaim, Difíf, Dira, Demi, Diola, Diua,

142
E A Piodá, Dilajá, Def, Daní, Dê, Delê, Emf
Es Spture inaçd mi, lIansa, Kital ES TE são
ade gu AEASAISTTRO PSEATEA ; Ritala, Laja, 1

— ec MÍ, Micê, Mieml, Mir:


” 2? e irêe, Niná á so == ys
ínboa, Taladê, Tofan. ina, Oda, Oia, Sessu, Tola,

ANGO

loxe, a ju o

Po CADETE ABSDOI Agodo, Amalací, Abaduamí, Awa


-. SAE e. Bomi, “Boboxe, Bibola, Baim, Baba

me Babá-orofina, Baruá, Barualofina, Deí


S ;, Delé, Dopan, Doluar, Dolua iai oa DAS!

E ENA SP Bura, Belujam, Bomi, Bilade, Cadi-


— E ua EA Sd Dei, Elefaburu, Emi, Inde, Jipie
& a Ludia, Male, Mirê, Miremí, MíÍ, Omiale OA
ale, ru, Omi , Omintunde; Omi, Ride, lilo,

TIM

lé, Abelujam, Abaim ú j i


— cesta ; Re Belujam, Bomi, Bilade, Ca-
pie, Labia Laté Ludil FS. E ANE
é é ate, ia, ale, Miremí í, islo
imaru, Oberemi, Omiburu, OMintundê) o Neo RS
, 2, o.

rum, Bomi, Beremim-omí, Dê í

n mi, mí, De, D i í


layo, Fumi-ota, Fumilake, Koemí De) E de ABS E,
ia, Lafim, Luke, Lubemí, Mirê, Mideí E Núrtque, Ole
— 2h emí, Mire, Mideí, Nike, Nafique, Olo-
* : omí, Suemi, Sumi-ota, Soare, Talade 2 SRRESA

143

OSSANHA

Ambí, BÍ, Beremim, Beremim-osê, Bened, Ba-

e, Dompe, Diff, Fumague, Gue, Guetema,


Lajupé, Migue, Miua, Male, Nique, Obiota, Ossí, Osanibim,
Ogunique, Ra, Seka, Serebua, Tolá, Tunexe, Tumiche. ;

Agué, Ajube,
dueí, Beremí, Dequ

XAPANÁ

Ajorotomi, Atá-ude, Bolá, Bí-oce, Belujá, Barue, Costasum


Costasanfre, Costabarue, Costasunse, Djobí, Djobí-toio, Djo
pí-teum, Djamdjam, Dompe, Diona, Guenví, Guangauna, Ga

ma, Inata, Idiu-ofa, Iroco, Jobioní, Jobí, Jubetel, Jubeteo,


í, Obe-jobí,

Jobí-teiu, Mido-sum, Obeloní, Obe-oní, Obe-joni,

Obemim, Obeteum, Obetoio, Omimbola, Obe-emim, Obiribara,


Obi-robô, Obf-taio, Omorobo, Obfí-ti-ude, Omide, Oloko, Ob
tunjé, Obibola, Omidompê, Omiorô, Omiorobo, Omí-barum

Obí-alé, Okó, Omitoio, Onirobo, Orôco, Onimarum, Sapata,

Toió, Teiú, Tanho, Tonho, Teum, Ude.

OXUM

Atolá, Aminarê, Alaóro, Adoco, Ademun Aguidá, Aguidãs


mí, Adimun-ide, Bomi, Boco, Bambala, Bambalawebo, Berez

mi, Beremim-omí, Carurum, Caruru lá, Diuá, Dopon, Dei,


Decí, Doko, Diniocl, Dioní, Dewê, Dão Diniomí, Diniobí, Di-
nilomí, Dinibomi, Diní, Dele, De, Dêmi, Demun, Didú, Dudu,
Digama, Diní-odaá, Dinioa, DA, Emiremí, Emireomí, Emiloml,
Emibomi, Emiocí, Emiomí, Emiodaça, Epanda, Emioma, Emiluá
Emi uê, Emí, lê iê dokô, Iê ie erichê, Iê ie cári, Iêcario, Ica-

Ludu, Lomí, Loc, Lukum-ide, Laoro, Miuá, Miremí,


déle, Minioa, Mare, Miniolí, Minioci

ná-de-mí, Nana, Oda, Oní, Oní-bibola, Omí, Olobomi,


Olocim, Olomí, Ocí, Oló, Oro, Omiuá, Omioro,
Omibolá, Omilokum, Ol, Omí-lokum-idê, Omidocô, Oromí, Ole
lê-omí, Omiodaça, Oruga Raçaná, Tiomi, Tiolá, Tiodaça, Ta-
ladê, Talabí, Tukê, Tualê, Taraide, Viagade.
Afaomí, Afabocí, Afalomi, Afatola, Afaocí, Afací,
q Afatoa, Afaemí, Afamí, Afatobí, Afabomi, Aebocí,
lelomi, Aeomí, Aetobi, Aeoci, Akre, Afayabá, Agomarê,
Lfayaomí, Bemike, Bomimare, Beremí, Bocí, Bomi, Djabocí,
mí, Dominarãu, Dopan- naruá, Dilê, Emiodo, Emiremí,
iomí, Emilomí, Emitobií, Emiocí, Emibomi, Emeremí, Ex
Emitoalé, Emikê, Eminanãa, lalê, lIakerê, Iakejaá,
Ieberemí, Jaomí, Jalomí, Jaobí, Jalomirê, Lobocí,
Ladê, Miremí, Mirê, Miniu, Mitoalé, Mike, Maré,
Mikeomio, Mikeomi, Mirade, Naruá, Nanamí,
a amio, Nanaeu, Nanã, Nakele, Naruá -ibim, Niná, Omi-
nu, Olu- omí, Omí-ofa, Odoaxê, Omidopan, Omimareê, ODí,
mí-delê, Omí-tola, ás Olomí, Olobocí, Omitobí, Omitoalê,
Olocí, Omí-narua, Omiocí, of, Olomike, omí, olu,
3 Omiaxê,. Rê, Reê-omí, Sessum, Tobí, Toalêé, Yabocií,
bomi, Yaomí.

—u-dê, ALufan, Bô, Babá, Becum, Bonifan, Bocum,


Babakelê, Babakerê, Babakejaue, Dacum, Elefan, Ele-
efam-del, Efam-dei, EDÍ, Ebi-orifan, Elerum, Falabí,
lufan, Grenã, Iomã, Ibím, Idê, Jibocum, Jobocum, Kri-
$ Kejauê, Kenchã, ro, Lerum, Lorum, Nitelêe, Omí,
, Oromi, Oroco, an, Orifan, Obi, Olocum, Obocum,
miaia, Odomaia, Olobojo, Oromilaia, Oxeredê, Olomirê,
à, Omibomai, Orifan-efam-deí, Obí-omí, Odoceuí,
lomeuí, Tolobí, Talade.

145

Babalorixá JOÃOZINHO DO BARÁ. Do Mont'Serrat. os Nação


ligiosa de Gegê.

146
ALGUNS SOBRENOMES DE ORIXAS DE ACORDO
COM A SUA CLASSE

BARÁ (Elegba)

Bo, Biqitim, Borocum, Crony, Dalé, Denim, Elauê,


Gebí, Ho, Homí, Ingue, Kraví, Lobi, Lona, Lapo,
Leba, Motim, Nabue, Naum, Nabueé-denim, Omulum,
Tirirí, Tolalu, Xe.

RÁ (Lode)

rocum, Denim, iu, Dalé,. Elupanda, Elaue, Fumi,


mi-layo, Lonã, «e, Modibãáu, Motim, Nabue, Obí,
i-ota, Obiri, Obe-emí, Sapata, Xe.

pagema, Açcuã, jóicia, + Bemí, Birí, Bomi, Bigllim,

PARÁ (Lanã)

ide, Aguide-omi, Apanada-lana, Açana, BE, Bilana, Be-


mi, Borocum, Borocum- lana, Crony, Diguí, De, Dei, Da-
Emí, Funique, Haráxe, Ho, Homi, Krajau, Kaminoloa,
uê, Mi, Odei, Omulum, Tuke, Tiriri, Tirirílana.

BARÃÁ (Adague)

nada, Aguidê, Aguidêé-omi, Borocum, Berim, BL,


elomi, Birim, Bomi, Caminoloa, Diki, Dei, Epanada,

147

Ingué, Kraví, Larom, Lonã, Lapô, Naum, Sebiú, Tuki


Tuebí.

BARÁ (Agelú)

Apanada, Bi-omí, Biomí, Bi, Dare, Dei, Demí, Emim, Funi-


quê, Gebí, Graje, Idêé, Lolu, Lonam, Lobi, Nique, Remi
Tolalu, Tolabi, Una.

OGUM (Avaga)

Adei, Abede, Adiola, Bei, Bomate, Dovei, Dei, Eléfa, Elunaã,


Jare, Onira, Olobede, Peremí, Ronei, Riolu.

OGUM (Onira)

Adioko, Adiola, Avaga, Bola, Beí, Djobí, Dovei, Dare, De.


Lua, Lobe-de, Male, Olobede, Obirata, Peremí.

UGUM (Olobede)

Anire, Adi-o-laia, Avaga, Adiola, Abede, Bomate, Bomí


já a1ssadjo, Dare, Elefa, Iraje, Miremi, Narue, Onira, Onira
adiola.

OGUM (Adiola) Ve
Adeiba, Adeií, Avaga, Biri, Bomi, * à De, Jare, Leci, Me
ge, ANira, Onire, Onira, Olobede, Omi, Onira-olobede, Omin
mare, Riolu.

IANSÁ (Oia Timboa)

Bará-tena, Balé, Dilajá, Daní, DIifí, Kitala, Lajá, Odãá.


Tofan. 5

IANSÁ (Oia Diraã)

AKÍ, Bomi-micê, Cará, Dilajá, Daní, Ditolá, Dilaim, Difí


Fumí, Lajá, Micê, Migue, Tofan. 1

IANSÁ (Oiã)
Abedê, AKÍ, Bolá, Cará, Diolá, Diuá, Di-beiji, Delê, Dê

o 148
if ; Dilaim, Emi, Lajá,. Laté, Ladêeê, Migue, MÍ, Miuá, Micê,
is, Nina, Tofan, Tolã.

jomi, Bomi-micê, Bará-tená, Demí, Ditolá, Dioda, Dilajá,

eí, Doaê, . Funique, Iomí, Kitala, Ladia, Mitola, Mioda,


ire, Miremi, Nique, Oda, Sessu, Taladê.
? ANGO (Agandju Ibeje) >

W a, Açua, Baim, Barua, Dei, Doum, Dolua- -midi-omí,


Pa Lua Midiomí, Midi-omí-odulua, Oduluá, Omí, Oduluá-
i-omí, Toki, Tokiuí, Toquim, Tuquê.
GÔ (Agandja)
cua, Bolá, Boboxe, Bibolá, Baim, Bomí, Baruã, Dei,
emí, Dele, Dopan, Doluar, Emi, Fukê, Fumilayo, Herí,

Irá, Lelê, Muquê, Mací, Mukê, odeí, Oloxê, OÍ, Oko-

te, Toió-ele, Toele, Toio, Tuqueê, Tuki, Una.


ANGO (Agodo)
lua, Aloxé, Abaluá, Amalací, Abaduamí, Bariálofina

Iba-alafim, Bamboxe, Boboxê, Baba-orofina, Doluá, Dada,


À mbadeí, Iwã, Klaobê, Kamucã,. Luá, Lofina, Odumbadeí,
loqué, Olofuke, Odemã, Okô-axe, Sabaluja, Toquí, Taio,
oki, Toquiím, Zanzadureí.

2 - ERES :
lujam, Abaim, Ale, Buru, jam, Bilade, Bomi, Ca-

nã, Cardinam, Dire, Def, Elefaburu, Emi, Inde,


é, Labia, Late, Ludiu, e. Miremí, Mire, Mi,
mibura, Oberemí, Omintunde, Omialé, Omí, Omimale,
ni maru, Ride, Tinde.

149

OTIM

Abelujam, Abaim, Ale, Burú, Belujam, Bilade, Bo ni


Cadina, Cardinam, Dire, Def, Dê, Elefaburu, Emí, Inde
Jipie, Labia, Late, Ludiu, Malé, Miremí, Mirê, .MÍ, Omi
burúu, Oberemí, Omintunde, Omiale, Omí, Omimalêé

Omimarú, Ride, Tinde.

OBÁ

Axurum, Bomi, Beremim- omí, De, Daí, Demim, Fumi, Fum


layo, Fumi- ota, Fumilake, Koemí, La o, Ladê, Labaê, Ladi:
Lafim, Lukê, Lubemí, Mirê, Midei, Nike, Nafique, Olom:
ota, Olomí, Suemí, Sumí-ota, Soare, Talade. j

OSSANHA

Ague, Ajube, Ambí, Bí, Beremim, Beremim- -ose, Bened


Badueí, Beremí, Deque, Dompe, Difí, Fumague, Gue, Gui
temã, Lajupe, Migue, Miuã, Male, Nique, Obiotaá, Oss
Osanibim, Ogunique, Rá, Seká, Serebuá, Tola, Tunex
Tumiche.

XAPANÃ (Jubeteí)

Atá-ude, Bolá, Bi-ocê, Djobí, Dionã, Dijobí-toio, Dior


teum, Dompe, Inata, Idu-ofa, Jobioní, Jubeteo, Jobi-tei

Jobí, Omí-dompe », Obi-robo, Tanhô, Tonho, Teum, Ude..

XAPANÁ (Beluja)

Iroco, Mido-sum, Orocô, Onirobo, Omimarum, Obelo;)


Obe-oní, Obejoní, Obemim, Obe-jobí, Obeteum, Obetoi
Omimbola, Obe-emim, Omide, Omioro, . Omiorobo, Or
barum, Omo-robô, Obiribara, OKo, Omitoió, Toioó, Tei
XAPANÃ (Sapata)

Ajorotomí, Barue, Costasum, Costasanfre, . Costabaru

LA

150
stasunsê, Djam-Djam, Gama, Guangaúna, Guenví, Obfí-
CR Obi-taio, Obi-ticudêe, Oloko, Obi-tunjê, Obibolá,
i-rale.

UM (Epanda Ibeje)

ida, Aguida-mi, Bomi, Digama, Dudú, Dê, Dida, Demí,

Pe. s s s eso FIRE s s :


; Dinibomi, Dewe, Diniomi, Dinilomí , Dioní, Diniocí, De-
, Dei, Ioma, Ioci, Iê iê erichê, Locí, Lomi, Mare, Miua, Mobo

, Mire, Niná, Niná-de-mi, Omiua, Omibola, Ocí, Olomi, Olo-


mi, Olocim.

(UM (Epanda)

ida, Aguida-mi, Adimun, Bomi, Beremí, De, Dei, Demun,


”., Dinioci, Diori, Deve, Diniomí, Dinilomi, Diní, Dinibo-
. Didu, Demi, Dudu, Digama, le ie erichê, Iocí, Ioma, Lo-
Lo, Mobomí, Miuá, Mire, Mare, Niná, Niná-de-mí, Olo-
mí, Olomí, Olocim, Ocí, Omiuá, Olobãá, Omibola, Tuke.

(UM (Ademun)

inare, Alaoro, Dokô, Adimun-idê, Bambala, Bambalawebo,


remim-omíi, Da, Duo, Emiremí, Emireomí, Emilomí, Emibomi,
oma, Emioci, Emiodaça, Emiomí, Emiuê, Iaóro, Ludu, Mi-
Mire, Oní, Olobá, Omí, Olele-omí, Oruga, Raçana, Via-

(UM (Oloba)
Ss

ola, Adoco, Bomi, Carurum, Carurum-bolá, Diuá, Dopon,


6, Dele, Diniocí, Diniobi, Diniodã, Dinioa, Doko, Emi,
andá, Icari, Iêcario, Iaoro, Ladia, Lobe-edé, Miua, Mide-
Nique, Oda, Olo, Omioró-oní, Omilokum, Oro, Omilokum-
, Tarai-de.

(UM (Adoco)

151

imun, Bambalá, Bocô, Dudu, Emilua, Emí, Iê ie doko, Ile -

iê cari, Laké, Lokum-idê, Midêle, Minioá, Miniocí, —Miniol,


Nana, Omioro, Oni-bibola, Oda, Ol, Omiodaça, Oloba, Omi:

lokum, Omioro-oní, Oromí, Ocí, Omidoco, Tiomí, Tiodaça, Tio-

lá, Taladê, Talabí, Tuale.

YEMANJÁ (Bocí)

Afobocí, Afalomí, Afatoa, Afatola, Afaocí, Afaci, Afaemí, Afa:


mi, Afatobí, Aebocí, Aelomí, Aeocí, Aetobí, Afayaba, Agom

ré, Akré, Bemike, Beremí, Bomi, Djabocí, Dile, Emicdo,


remí, Emitobí, Emiocí, Emeremí, Enmitoale, Emike, Iale, Iake
re, lakeja, Loboci, Lade, Miremi, Mitoale, Mike, Mire, Na

Ninã, Odoaxe, ObÍí, Olobocí, Ocí, Olocí, Olomike, —.Sessun

Tobí, Toalêé, Yabocí.

YEMANJÁÃÁ (Bomi)

Aebomi, Afaomí, Afamio, Afabomi, Aecomí, Bocí, Domi, Emio


mí, Emilomí, Emibomi, Iakele, Jaomí, Jalomí, Jaobí, Lomií, Mi
niú, Miremí, Mare, Nana, Narua, Omimare, Omidopan, Omi
ofá, Omí-anu, Omidele, Omitolá, Olomí, Omitobí, Onmitoale
Omí, Omiocí, Omiaxe, Olu, Re, Toale, Yabomí, Yaomí.

YEMANJÁ (Nanã borocum)

Afayaomí, Domí, Domimaru, Dopan-narua, Eminana, Iakele


í, Jalomire, Lade, Miremio, Mikeomi, Miniú, Nº

Jalomií, Jaomi s N
namí, Nanaeu, Nanamio, Narua, Nakele, Naruaá-ibim, Omima

rê, Omí-narua, Olú-omí, Omiaxe, Re-omi.

OXALÁ (Obocum)

Atá-u-dê, Alufan, Becum, Bocum, Dacum, Elefan, Efam-de


1, Falabí, Falufan, Kencha, Krina, Nitole, OC

Elefan-efam-de É )
roco, Olocum, Orifan, Odormiaia, Olobojo, Odomaia, Oxerede

Omibomai, Orifan-Efam-Del, Odomeui, Odoceui.

E

OXALÁ (Olocum)

Atá-u-dê, Alufan, Bocum, Becum, Dacum, Elefan, Efam-de

152
Nefan-efam-deí, Falabí, Falufan, Kencha, Krinãa, Nitole, Oroco,
Dbocum, Orifan, Odomiaia, Olomire, Olobojo, Odomaia, Oxe-
fredê, Omibomai, Odomeuí, Orifan-efam-dei, Odoceui.

)XALAÁ (Dacum)

Ita-u-de, Alufan, Bocum, Becum, Elefan, Efam-dei, Elefan-


fam-deí, Falabí, Falufan, Kencha, Krina, Nitole, Oroco, Obo-
m, Olocum, Orifan, Odomiaia, Olobojo, Odomaia, Oxerede,

Imibomai, Odomeuí, Odoceuí, Orifan-efam-deí.

Baba, Bonifan, Bí, Babakele, Babakere, Babakejaue, Ebií,


Grena, Ide, Ibim, Jibocum, Kejaue, Lero, Lerum, Omi,

Omã, Oromí, Omila, ODbí, Oromilaia, Orifan, Obí-omi,


Talabí.

(Oromilaia)

Babá, Bonifan, Bí, Babakelê, Babakerê, Barakejaue, Ebií, |


Grena, Idê, Ibim, Jibocum, Jobocum, Kejaueê, Lero, |
Lorum, Omí, Onifan, Oromí, Omã, Omilá, Obí, Ori-
Obí-omí, Taladêé, Talabí. .

TLA DA OBÁ BOMI), acompanhada


XANTO DO ODÊ). Nação Religiosa

] Yalorixá DIRLENE MADEIRA DE LIMA(D


| seu esposo AMARO JESUS LOPES PEREIRA (

153 Gege-Ijexã.
154
OS AJUNTOS DE ACORDO COM A CLASSE DE ORIXÁ

BARÁ (Elegba)
Dom Oiá Timboãá
BARÁ (Lode)

Com Iansa, com Oba

BARÁ (Lanã)

om Oba e às vezes com Oia

SARÁ (Adague)

Com Oia, com Oba

BARÃ (Agelu)

Com Oxum Epanda e às vezes com Oiá

OGUM (Avagã)

Com Oia Timboa, com Oia Dira

155

OGUM (Onira)

Com Oia

OGUM (Olobede)

Com lIansa

OGUM (Adiola)

Com Oxum Epandãa, com Yemanjá Bocí


IANSÁ (Oiá Timboa)

Com Bará Elegba, com Ogum Avaga

IANSÁ (Oiá Dira)

Com Ogum Avaga

IANSÁ (Oia)
Com Bará Adague (as vezes com Bará Lanã e com Bará A

gelu), com Ogum Onira, com Xango Agandjau, com Xapa


na Jubetel.

IANSÁ

Com Bara Lodêe, com Ogum Olobede, com Xango Agodo, co


Xapana Beluja, com Xapana Sapata

XANGO (Agandjú Ibeje)


Com Oxum Epanda Ibeje

156
INGO (Agandju)

m Oiá, com Obá, com Oxum Epandã, com Yemanja Bocí

| GO (Agodo)

m Iansa, com Oxum Olobã

Otim, com Yemanja Bocí

V gandjú, com Xapana Jubeteí, com Xapana Sapata

SANHA

n Oxum Ademun, com Yemanja Bocí

PANÁ (Jubeteí)

n Oiá, com Obá

PANÁ (Beluja)

n Iansã, com Oxum OLoba

? ANÁ (Sapata)

n Iansã, com Obá

157.

m Bará Lodê, com Bará Lana, com Baraá Adague, com Xan-

OXUM (Adoco)

OXALÁ (Obocum)

| se
Com Oxum Epandã (quando a passagem de Orixa for Xan

OXUM (Epandãá Ibeje)

Com Xango Agandju Ibeje

OXUM (Epandaã)

Com Bara Agelú, com Ogum Adiolá, com Xango Agandju, co


Oxala Obocum, com Oxala Olocum

OXUM (Ademun)

Com Ossanha

OXUM (Oloba)

Com Xangô Agodo, com Xapana Beluja

Com Oxalá Jobocum (as vezes com Oxala Oromilaia)

YEMANJÁ (Boci)
Com Ogum Adiolã, com Xangô Agandjú, com Ode, com Ossa
nha, com Oxala Dacum

YEMANJÁ (Bomi)

Com Oxalá Jobocum (às vezes com Oxalá Oromilaia)

YEMANJÁ (Nanã Borocum)

Com Oxalá Jobocum

Agandiu)
158
XALÁ (Olocum)

m Oxum Epandã (quando a passagem de Orixa for Xapana


beteí)

ALÃÁ (Dacum)

m Yemanja Boci

ALÃÁ (Jobocum)
m Oxum Adoco, com Yemania Bomi
XALÃ (Oromilaia)

omente em casos especiais este Orixá faz ajunto com Oxum


oco e Yemanja Bomi

159

Yalorixá NEUSA MARA VIEIRA OLIVEIRA, de Ogum Onira, Iniciada :


aprontada pelo Babalorixá João Cleon Melo Fonseca, de Oxalá Elefa. Di:
retora Espiritual do Reino de Ogum, Templo de Mae Jurema e Abace de
Nação Religiosa de Cabinda.

160
O AJUNTO COMANDA A PESSOA?

O Orixa dono-da-cabeça é o verdadeiro comandante da


ossa vida em geral. O Ajunto, popularmente chamado de"Jun-
" e o Orixa do corpo da pessoa. É o segundo Orixa de pro-
ção da pessoa. É um Orixá que exerce grande influência na
mação da personalidade daquele filho, uma vez queo Ori,
da cabeça da pessoa e o Orixa do corpo, com suas par-
alaridades e caracteristicas pessoais, somadas, formarao a
sonalidade, diferenciando muito pouco do arquetipo daque-
Orixas. O Orixa escravo, e ós das passagens (se a pes-
tiver) tambem influenciarão na sua personalidade, com
or abrangencia.

Logo, uma pessoa que seja de Ogum (cabeça), Iansa


po) e Xango (escravo) tera uma personalidade diferente
uma pessoa que seja de Ogum (cabeça), Oxum (corpo) e
go (escravo).

Apesar do Orixa do corpo influenciar na formação da


sonalidade da pessoa, ele jamais ira comandar, em momen-
lgum, aquela pessoa. Cabe ao Orixa dono-da-cabeça a ex-
iIsividade do comando da vida daquela pessoa que foi es-
polhida no ventre materno para que ele governasse.

Babalorixã NEVITON CLACK SCHUMACKER, de Xangõo Agandjú. Apronta


pelo Babalorixá" José Renato Vieira Oliveira, de Tenanga ses PCC
Espiritual do Templo Africano Xango Agandjú. Nação Religiosa de Cabinde

161 162
ALGUMAS FERRAMENTAS E ARMAS DOS ORIXÁS

inça, rebenque, foice, corrente, ponteira, tridente, gada-


no, chave, xaiva, cadeado, canivete, sineta, cachimbo de
arro ou de taquara, moedas, buzios.

ARÁ (Lode)

orrente, porrete de cambuí, xaiva, gadanho, chave, cadea-


), ponteira, canivete, cachimbo de barro ou de taquara,
ice, sineta, moedas, buzios.

ARÁ (Lana, Adague, Agelúu)

orrente, foice, chave, cadeado, ponteira, porrete de cam-


ui, sineta, canivete, moedas, buzios.

GUM (Avagã)

obra feita de aço, lança feita de aço, bigorna, malho, mar-


elo, tenaz, alicate, ferradura, 07 cravos de ferradura, pon-

163

teira, prego, capacete, foice, trilho de trem, xaiva, lima, es


pora, escudo, torques, parafuso com porca, dobradiça, pa
enxada, moedas, buzios, espada.

OGUM (Onira, Olobede, Adiolá)

Cobra feita de aço, lança feita de aço, espada, bigorna, ma


lho, pa, martelo, alicate, tenaz, ferradura, 07 cravos de fer
radura, prego, ponteira, lima, capacete, xaiva, espora, es:
cudo, torques, parafuso com porca, dobradiça, marreta, en
xada, moedas, buzios.

IANSÁ (Oia Timboa, Oia Dirã)

Espada, alianças (um par), raio de 02 ou 04 segmentos, pu


nhal, taça, coraçao, leque de penas, vassoura de crina |
cavalo, calice, espelho, pente, espada feita em raio, relho fei:
to de crina de cavalo, rebenque de 03 pernas, moedas, bú
zios.

IANSÁ (Oia, Iansa)

Espada, calice, taça, espelho, pente, alianças (um par), ca


raçao, raio de 02 ou 04 ségmentos, espada feita em raio, re:
lho de crina de cavalo, lequêé de penas, moedas, búzios.

XANGO (Agandju Ibeje)

Brinquedos em geral, mobília para criança brincar, um vul


to (boneco) masculino de madeira, mamadeira, chocalho, bo
necas, bichinhos, estrela de 06 pontas, pedras de fogo, rai
de 03 segmentos, moedas, búuzios.

XANGO (Agandju, Agodo)


Espada, balança, livro, tinteiro, pilão com mão de pilão, pu-
nhal, enxo (machado de garela), raio de 03 segmentos, es
trela de 06 pontas, pedra de fogo, uma pena de escreve!
(caneta ou lapis), machado de 02 lados, moedas, buzios.

164

co e flexa, um vulto (boneco) masculino de madeira, espin-


rda, faca de mato, funda, bodoque, tacape, machado (sim-
es), lança, moedas, buzios.

co e flexa, um vulto (boneco) feminino de madeira, espin-


rda, faca de mato, funda, bodoque, tacape, machado (sim-
55), lança, moedas, buzios.

imã, navalha, orelha, espada, roda de madeira, moedas,


ZioS.

SANHA

pe de madeira, um vulto (boneco) masculino de madeira


2om uma perna so, um par de muletas, tesoura, agulha, 1º=
a para cozer, figueira de Osanha de metal com. buzios, cor-
nte feita de cobre com todos os fetiches de Ossanha, bis-
1, plaina, esquadro, compasso, serrote, prego, martelo,
mão, arco e pua, pinça, faca, enxada, pa de corte, pa de
cha, ancinho (rastelo), facão, lima grossa, cachimbo de
deira, moedas, buzios.

PANÁ (Jubeteí, Belujá, Sapata)

Soura, cachimbo, gadanho, relho de crina de cavalo, re-


ver, chicote, moedas, buzios.

UM (Epanda Ibeje)

nquedos em geral, mobília para criança brincar, um vulto


neco) feminino de madeira, mamadeira, chocalho, bonecas,

ninhos, pente, espelho, brinco, leque de ouro, dourado


de latão, corrente de ouro, dourada ou de latão, brace-

165

lete de ouro, dourado ou de latão, moedas de ouro, doura-


da ou de latão, peneira, espada, Punhal, lua crescente, co.
ração de ouro, dourado ou de latao, estrela, peixe, caramu-
jo, sol de ouro, dourado ou de latão, anel com pedra verme
lha (rubi), moedas, búuzios. ;

OXUM (Epanda, Ademun, Oloba, Adocõ)

Espelho, pente, coração de ouro, dourado ou de latão, cara-


mujo, peixe, estrela, lua crescente, sol de ouro, dourado o
de latão, punhal, espada, peneira, brinco, moedas de ouro
dourada ou de latão, bracelete de ouro, dourado ou de latão,
corrente de ouro, dourada ou de latão, leque de ouro, dou
rado ou de latão, moedas, buzios.

EPANDÃA: as ferramentas e armas acrescidas de um anel


com pedra vermelha (rubi).

ADEMUN: as ferramentas e armas acrescidas de um ane!


com pedra amarela (topaázio).
OLOBÁ: as ferramentas e armas acrescidas de um an
com pedra amarela (topazio).

ADOCO: as ferramentas e armas acrescidas de um ane


com pedra branca (brilhante).
YEMANJÃ (Bocí, Bomi, Nanã Borocum)
Âncora, leme, navio, joias de prata, caramujo, peixe, cava
lo-marinho, estrela-marinha, espada, meia lua, cometa, rez
mo, pérola, concha, macassite de prata, concha de madrep
rola, moedas, búzios.

OXALÃ (Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum)

Bastão, jóias de Prata, caramujo, sabre, estrela de 08 pon-

tas, espada, pilão de madeira, pomba de metal ou prata, sol


moedas, buzios.

166
==]

ALÁ (Oromilaia)

s ferramentas e armas de OXALÁ, acrescidas de um par de ||


lhos de vidro.

As ferramentas e as armas dos Orixás devem acompanhar


Ocuta do Orixá no momento em que o Babalorixá ou Yalo-
ixa começar a fazer a primeira feitura para a prepar ação de
sentamento de Orixás, devendo tambem, estarem — sempre |
intas ao Orixa mesmo depois de assentado, durante toda a |
a do futuro Babalorixa ou Yalorixa. |

Babalorixá JOSÉ LUIZ CARDOSO, de Oxum. Dirigente Espirítual da S


ciedade Africana Nossa Senhora de Lourdes. Iniciado e aprontado pelo
balorixã Alvarino Pires (Adão de Bará). Nação Religiosa de Cabinda.

167 | 168
DE ORIXÁS

ARÁ (Elegba, Lodê, Lana, Adague, Agelú)

guidar de barro envernizado.

(Avaga, Onira, Olobede, Adiola)

lguidar de barro envernizado.

INSÁ (Oia Timboa, Oia Dira)

guidar de barro envernizado.

amela de madeira, pilão de madeira ou alguidar de barro


IWernizado.

lguidar de barro envernizdo, vasilha de louça ou vidro.

169

OTIM

Alguidar de barro envernizado, vasilha de louça ou vidro.

OBÁ

Alguidar de barro envernizado, vasilha de louça ou vidro.

OSSANHA

Alguidar de barro envernizado, vasilha de louça ou vidro,


num casco de cagado, numa casca de coco (fruta).

XAPANÁ (Jubeteí, Belujá, Sapatá)


Alguidar de barro envernizado, numa casca de coco (fruta) 3X
num porongo. ; : :
OXUM (Epandaã Ibeje, Epanda, Ademun, Olobã, Adocõ)

Alguidar de barro envernizado, vasilha de louça, vidro o


cristal.

YEMANJÃ (Boci, Bomi, Nana Borocum)

Alguidar de barro envernizado, vasilha de louça, vidro ov


cristal.

OXALÃ (Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum, Oromilaia)

Alguidar de barro envernizado, vasilha de louça, vidro o


cristal.

Pode-se tambem usar para o assentamento de Orixaã


vasilhas de acordo com o metal referente aquele Orixa. Ex.:
vasilha de prata para Iemanjá ou Oxalá.

170
Ex CIR: KM

TIPOS DE POMBOS OFERECIDOS AOS ORIXÁS

| BARÁÃ (Elegba, Lode, Lana, Adague, Agelu).

Pombos pintados branco e preto ou branco e marrom, cor


telha, cinza ou brancos.

OGUM (Avaga, Onira, Olobede, Adiola)

| Pombos pintados branco e preto ou branco e marrom,cor.


| telha, cinza ou branco.

IANSÁ (Oia), (Oia Timboa, Oia Dira)

Pombos pintados branco e preto ou branco e marron, cor


| telha, cinza ou branco.

XANGO (Aganju Ibejéó),

Pombos brancos, branco e marrom ou cor de telha.

XANGO (Agandjú, Agodo)

Pombos pintados brando e preto ou branco e marrom,cor


telha, cinza ou branco.

do pelo Ba-
Babalorixá SIDNEI LAGES MARQUES, de Ogum Oníra. Aprouu-a
ialorixã José Luiz Cardoso, de Oxum Pandá. Nação Religi de Cabinda.

172
171
mbos pintados branco e preto ou branco e marrom,cor de
elha, cinza ou branco.

mbos pintados branco e preto ou branco e marrom, cor


telha, cinza ou branco.

Pombos pintados branco e preto ou branco e marrom, cor de


elha, cinza ou branco.

XAPANÃÁ (Jubeteí, Beluja, Sapata)

Pombos pintados branco e preto ou branco e marrom, cor de


elha, cinza ou branco.

XUM (Epanda Ibeje)

»ombos brancos, branco e marrom ou cor de telha.

XUM (Epanda, Ademun, Oloba, Adoco)

Pombos brancos. =

IANJÁ (Boci, Bomi, Nana Borocum)


?ombos brancos.

XALÁ (Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum, Oromilaia)

Babalorixá FÁBIO VIANA DA COSTA, de Oxum. Nação Religiosa de Oió.


(POSTUMA) . :

?ombos brancos.

173 174
TIPOS DE AVES OFERECIDAS AO ORIXÁS

BARÁ (Elegba)

Galo vermelho escuro.

Galo vermelho

BARÁ (Lanã, Adague, Agelú)

Frango vermelho.

DGUM (Avaga)
Galo prateado escuro (carijo amarelado escuro)

OGUM (Onira, Olobede, Adiola)

Frango prateado (carijo amarelado)

IANSÁ (Oiá Timboa, Oia Dira)

Galinha carijo escura.

IANSÁ (Oia)

Franga carijo.

175

IANSÁ
Galinha carijo.

XANGO (Agandju Ibeje)


Frango de raça garnize (qualquer cor, menos preto).

XANGO (Agandju)
Frango branco.

XANGO (Agodo)
Galo branco.

ODÊ
Frango pintado (colorido).

OTIM
Franga pintada (colorida).

OBÁ

Galinha de pescoço pelado (qualquer cor menos preto), O


galinha cinza (se não encontrar de pescoço pelado). :

OSSANHA

Galo de raça arrepiado (qualquer cor menos preto), ou £&


pintado (colorido), se nao encontrar arrepiado.

XAPANÁ (Jubeteí)
Frango carijo.

XAPANÁ (Beluja)
Galo carijo.

176
OXALÁ (Oromilaia)

(APANÁ (Sapata)
alo carijo escuro ou galo vermelho escuro.
Galinha branca. Este Ori j
. ixa so
por ocasião da Feitura do Axe "ds Búnios ue Aa Drs

)XUM (Epanda Ibeje)

'ranga de raça garnize (qualquer cor menos preta).

)XUM (Epanda)
'ranga amarela ou vermelha.

XUM (Ademun)
zalinha amarela escura ou vermelha.
1

)XUM (Oloba)
Salinha amarela escura ou vermelha.

)XUM (Adoco)
alinha amarela escura.

EMANJÁ (Boci)
'wranga branca.

(EMANJÁ (Bomi, Nana Borocum)

Galinha branca.

XALÁ (Obocum, Olocum, Dacum)

'ranga branca.

)XALÁ (Jobocum)

3alinha branca.

177
178
Babalorixá é Tamboreiro JORGE DI'TRA BARBOSA, de Ogum Adiolã. Iníicia-
do e aprontado pela Yalorixa Diva Dutra do Amaral, de Oxum Adoco. Nação
ligiosa de Gege.

179

OUTROS TIPOS DE AVES OFERECIDAS AOS ORIXÁS

Na Nação de Cabinda temos as aves destinadas a cad


Orixa, conforme já relatamos anteriormente, e temos ainda,
aves de maior valor aos Orixas, por sua força e consisten-
cia espiritual. Estas aves quando oferecidas aos Orixas de:
vem sempre estarem acompanhadas de aves do tipo comur
(frango, franga, galo ou galinha); e de pombos que corre
pondam ao Orixa. Deste tipo de ave oferecemos sempre
casal, independente do Orixa ser masculino ou feminino.

BARÁ (Elegba, Lodê, Lana, Adague, Agelu)


Casal de galinha d'angola (coquem) cinza escuro.

OGUM (Avagã, Onira, Olobede, Adiolã)


Casal de galinha d'angola (coquem) cinza escuro.

IANSÁ (Oiá), (Oia Timboa, Oia Dira)


Casal de galinha d'angola (coqueêem) cinza escuro.

XANGO (Agandju Ibeje)


Casal de galinha d'angola (coquêém) cinza claro.

XANGO (Agandju, Agodo)


Casal de galinha d'angola (coquem) cinza escuro.

180
sal de galinha d'angola (coquem) cinza escuro.

É
asal da galinha d'angola (coquem) cinza escuro.

SSANHA
asal de galinha d'angola (coquem) cinza escuro.

APANÁ (Jubeteí, Beluja, Sapata)


asal de galinha d'angola (coquém) cinza escuro.

XUM (Epanda Ibeje)


asal de galinha d'angola (coquem) cinza claro, casal de
recos brancos ou branco e marrom ou branco e preto.

XUM (Epanda)

asal de marrecos brancos ou branco €e marrom ou branco


preto.

XUM (Ademun, Olobã, Adoco)

'asal de marrecos brancos.

ANJÃ (Bocí)
asal de patos brancos ou branco e preto claros.

EMANJÁ (Bomi, Nana Borocum)


asal de patos brancos.

XALÁ (Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum, Oromilaia)


Jasal de patos brancos.

181

Yalorixãá SONTA BEATRIZ S. F. PAZ, de Oxum Epandã. A) tad


A z "
, Pp: prontada pelo
balorixã José Rodrigues(Zeca Curitibano), de Oxum Demun. Nação Religi

182
XANGO (Agandju, Ibeje)
Cordeiro, inteiro, de cor branca.

XANGO (Agandju)

Carneiro com aspa pequena (novo), inteiro, de cor branca

XANGO (Agodo)

Carneiro com aspa volteada (velho), inteiro, de cor branc


TIPOS DE ANIMAIS DE QUATRO PATAS

OFERECIDOS AOS ORIXÁS ODÊ

Porco novo, de qualquer cor.

OTIM
 go SS Porca nova,, de qualquer cor.
ode preto com aspa, inteiro.
ARÁ (Lode) : EA
abrito ou bode com aspa, inteiro, de qualquer cor (in- Gdbrita moda! (Se aspa)
NaMNNARR A nos preta
lusive preto).
: OSSANHA
ARÁ (Lana) Cabrito com aspa, inteiro, de qualquer cor (menos preto).

E S i m aspa, inteiro, de qual- " SA

à geto sto dO mescaros IO ARS: COMAISE XAPANÁ (Jubeteí, Belujá, Sapatá) :

d S Bode com aspa, inteiro, de qualquer cor (menos preto).

ARÁ (Adague, Agelu) : À

Jabrito até 04 meses de idade, com aspa, inteiro, de qual- OXUM (Epanda Ibeje)

juer cor (menos preto). Cabrita ate 04 meses de idade, com aspa, de qualquer ec

- (menos preta)

IGUM (Avaga) É A

ode com aspa, inteiro, de qualquer cor (inclusive preto). OXUM (Epanda, Ademun,
Oloba, Adoco)

= Wo Cabrita com aspa, mae, de qualquer cor (menos preta).

GUM (Onira, Olobede, Adiola)

ode com aspa, inteiro, de qualquer cor (menos preto). YEMANJAÃ (Bocí, Bomi, Nana
Borocum)
- NO Ovelha b :

ANSÁ (Oiáã), (Oia Timboa, Oia Dira) “o

abrita com aspa, mãe, de qualquer cor (menos preta). OXALÁ (Obocum, Olocum, Dacum,
Jobocum, Oromilaia)

Cabrita branca, mãe, com aspa.


183 Ç 184
Apesar de não sermos de acordo, em alguns casos,
leterminados Orixas podem receber outros tipos de animais

le quatro patas, que sao:


ANSÁ (Oiá), (Oia Timboá, Oia Diraã)
Pode receber ovelha branca.

Pode receber cabrito com aspa, inteiro, de qualquer cor

mãe, de qualquer cor

Pode receber carneiro marrom, inteiro, com aspa.

YEMANJÁ (Nanã Borocum)

Pode receber cabrita, branca, mae, com aspa.

185

186

ines vos, Abr $ =

e
TIPOS DE PEIXES OFERECIDOS AOS ORIXÃÁS

O peixe para os Orixás significa a multiplicação do di-


eiro, da fortuna e da felicidade da pessoa e e por isso,
e sempre que oferecermos animais de quatro patas numa
igaçao ao Orixa, os mesmos, devem ser acompanhados de
ixes para que se complemente a obrigação. Sacrifica-se
ixes somente para os Orixas que estão recebendo animais
quatro patas. Sacrifica-se somente peixes vivos. À quan-
ade de peixes que se oferece a cada Orixa varia de acor-
com o axe de numero do mesmo.

Na Nação de Cabinda todos os Orixás recebem peixes


tipo pintado (sem escamas) com exceção de dois Orixas,
quais, alguns Babalorixas e Yalorixas entendem por sa-
car peixes do tipo pintado ou jundia, conforme veremos
eguir:

BARÁ (ELEGBA) ate OXALÁ (Oromilaia)

dos, sem exceção, recebem peixes do tipo pintado — (sem


as).

(Elegba, Lode), OGUM (Avagãa)

ns Babalorixas e Yalorixas entende por sacrificar pei-


': do tipo pintado ou jundiá para estes Orixas.

187

Yalorixã JÚLIA DE OLIVEIRA (JULINHA, DE OXUM DEMUN). Aprontada ]


lo Babalorixá Romário Almeida, de Oxalá Onifan, Diretora Espiritual
Centro Afro-brasileiro Nossa Senhora das Dores. Nação Religiosa de

binda.

188
GUNS TIPOS DE LEGUMES E HORTALIÇAS OFERECIDOS
AOS ORIXAÁS

ARÁ (Elegba)

ilho, amendoim, feijão preto, pimenta verde, pimenta da


osta, pimenta malagueta, couve, batata branca, batata ro-
a, batata roxa, rabanete redondo, rabanete comprido, pi-
então, pepino, brocolos, milho-zaburro.

IARÁ (Lode, Lana, Adague, Agelú)

lho, milho de pipoca, batata rosa, batata roxa, batata


nca, rabanete redondo, rabanete comprido, pimenta ma-
eta, pimentão, pepino, milho-zaburro, brocolos.

GUM (Avaga, Onira, Olobede, Adiola)

anete redondo, rabanete comprido, espinafre, aipo, azei-


ona, porro, beldroega, endívia, sorgo.

ANSÁ (Oia), (Oia Timboa, Oia Dira)

fomate, batata doce, feijao miudo, milho de pipoca, rabane-


e redondo, rabanete comprido, beterraba branca, moran-
a, mogango, cara, porro, centeio.

'ANGO (Agandju Ibeje, Agandju, Agodo)

grião, quiabo, caruru, cogumelo, topinambo, cará, grãao-


le-bico, nabo chato, nabo comprido, nabo redondo, espina-

189

nm td nto

OXALÁ (Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum, Oromilaia)

fre, ervilha, mandioca, repolho, gombo, fruta-pão, mostar


da, inhame, centeio, cevada. :

ODÊ, OTIM

Inhame, batata rosa, batata branca, palmito, cardo, cevada

OBÁ

Abobora, cebolinho, cebola, couve- flor, alho, espargo, sal


sa, aveia, cangica de milho.

OSSANHA

Alface, batata branca, batata rosa, batata roxa, cenour:


branca, cenoura amarela, cenoura laranja, agriao, chicoria
azeitona, chucrute, palmito, fruta-paão, sorgo.

XAPANÁ (Jubetei, Beluja, Sapata)

Mastruço, beterraba roxa, feijao preto, feijão branco, feija


cor de vinho, pimenta malagueta, pimentão, amendoim, azei
tona, beldroega, funcho, centeio, milho de pipoca, milho, mi
lho-zaburro, fava.

OXUM (Epanda Ibeje, Epandãá, Ademun, Olobã, Adocõ)

Couve manteiga, cangica de milho amarelo, cenoura branca


cenoura amarela, cenoura laranja, tomate, abobora, melão.
moranga, mogango, arroz, chucrute, ren feijao miudo.

YEMANJÃ (Boci, Bomi, Nana Borocum)

Alface, cebola, cebolinho, feijão, feijão branco, feijao soja.


fava, chicoria, alcachofra, salsa, chuchu, aveia, cangica di
milho branco.

Acelga, fava, grao- de-bico, feijao branco, feijao vagem, tri:


go, araruta, cangica de milho branco, feijao miudo, inhame

190
j INICIADOR E APRONTADOR RELIGIOSO DO AUTOR, Babalorixá JOÃO CLEON
FONSECA (CLEON, DE OXALÁ ELEFÃ). Herdeiro Religioso' da Yalorixã
RA TORRES DOS SANTOS, de Oxum Epandá Olobomi.

UM DOS POUCOS BABALORIXAS REALMENTE PUROS DA NAÇÃO RELIGIOSA DE

IA. O senhor foi quem me iniciou, quem me fez Babalorixa e quem

imou-me os primeiros Fundamentos Religiosos. Obrigado...

Babalorixá JORGE LUIZ MONTEIRO, de Oxalá Bocum. Iniciadoe à


tado pela Yalorixá Adalice Cruz Corrêa, de Oxum Ademun. Nação Relig
de Nago-Gegê.
(CLEON,

Babalorixá JOÃO CLEON MELO FONSECA

DE OXALÃ
HENRIQUE CASSE
Religiosa de Cab:

or religioso, Babalorixa

acompanhado de seu iniciad

CEE, F
Yalorixa NEUSA MARA SKUNIF CURY, de Oiá. Iniciada e aprontada na Nação Religiosa de
Oyó pela Yalori-

xã Mocinha, de Iansa e, na Nação Religiosa de Keto (Candomblé) foi feita pela


Yalorixáã Maria Escolástica
da Conceição Nazaré (Mãe Menininha do Gantois - Bahia).

Bomi (póstuma). Nação

ROCHA FRAGA, de Oxum Epanda


Yalorixãá ÁUREA LEMOS (CIGANA ÁUREA, DE OXUM) e Babalorixã

SON BAGESTEIRO (NECO, DE OXALÃ). Aprontados pelo Babalorixá Jose Vi


cius Galhardo Passos, de Oxalá Domaia. Dirigentes Espirituais do Cen
Africano Reino de Oxala e Oxum, Yleê da Ciganinha Puere. Naçao Relig

Cegê-Nago.

Nação

dt.

a Henrique Cassemiro Rocha Fraga, de Oxum Epanda Bom

Orientadora Espiritual VERA MARINA MARENCO, de Oiá Fumiqué. Dirigente do "GRUPO QUE
BUSCA AS RAÍZES
Orientada pelo Babalorix

DA RELIGIÃO AFRO."

Religiosa de Cabinda.
3

da Bomi (póstuma)
Religiosa de Cabinda.

e sua mae carnal,

menageando seu Babalorixã HENRIQUE CASSEMIRO ROCHA FRAGA, de Oxum Ep


CERES RAIMUNDO STEEMBURGO.

Babalorixã LUÍS ROBERTO DO COUTO STEEMBURGO (YDY, DE OXUM)

Na

Orientadora Espiritual VERA MARINA MARENCO, de Oiá Fumiqué,


piritual,

homenageando sua filha e sucessora es-


PRISCILA MARENCO (no colo) e, suas filhas ANA CAROLINA S. SOARES e RENATA CARDOSO
MENDONÇA.
nageando o Babal

orixa

JOSÉ AILTON DE VASCONCELOS, de Xango Sobôõ, q

Babalorixá LUÍS ROBERTO DO COUTO SIEEMBURGO (YDY, DE OXUM) |


outorgou a herança da continuação do Culto ao seu O

rixã.

Babalorixã WLADIMIR ROCHA NAZÁRIO, de Bará Lodê. Aprontado pelo Babalorixá Mário da
Silva Veríssimo,
de Oxum Epandá Miuá. Dirigente da Sociedade Africana São Pedro "Fraternidade
Cacique Junco Verde". Nação

Religiosa de Cabinda.
Yalorixá MARLENE SAMPAIO DE CARVALHO, dê Iansã, homenagea

em paramentos - seu Orixá: IANSÃ OYÁ MIQUÉ TOLA. Nação Religiosa


binda. dy

Babalorixá JOÃO CLEON MELO FONSECA (CLEON, DE OXALÁ ELEFÃ) acom-


de seu herdeiro religioso, Babalorixãa EVERTON ALEXANDRE FONSECA,
Oo Agandjú. Nação Religiosa de Cabinda.
e aprontado

Babalorixã JOÃO Babalorixãá JOÃO CARLOS FLORES, de Oxalã. Iniciado


panhado de sua herdei CERONTMERO FONSECA (CLEON, DE OXALÁ ELEFÃ) ac 9 Babalorixá
Henrique Cassemiro Rocha Fraga, de Oxum Epandãá Bomi. Di-
CA; de ORAS A religiosa, Yalorixãá ROSÂNGELA APARECIDA FONS r Espiritual da
Sociedade Africana Divino Espírito Santo. Nação Re-

, um Epanda Ibeje. Nação Religiosa de Cabinda. 1 S

tosa de Cabinda.
Lui, D SET

a a

ALGUNS TIPOS DE FRUTAS OFERECIDOS AOS ORIXÁS

RÁ (Elegba)

nga, laranja azeda, laranja de umbigo, butia, “maracujá,


arroba, cola, toronja, cana-de-açucar, amora.

RÁ (Lodê, Lanã, Adague, Agelu)

ranja comum, amora, manga, alfarroba, toronja, cola, ca-


rmde-açucar.

UM (Onira, Olobede, Adiola)

rmelo, laranja comum, butia, framboesa, groselha, cás-


, coco, limao.

NSÁ (Oiá), (Oiá Timboa, Oia Dira)


anga, maça vermelha, maça verde, laranja de umbigo,

ora, uva rosa, ameixa vermelha, cereja vermelha, tange-


ha, bergamota, roma, framboesa, groselha, goiaba.

NGO (Agandjú Ibeje, Agandju, Agodo)


ana, caqui, morango, castanha, avela, roma, jambo, ca-
u.

Yalorixã MARLENE SAMPAIO DE CARVALHO, de Iansã, homenageandt


Povo do Oriente, na figura - em paramentos - de sua Entidade, CIG

ALINA.
191

SS
ODÊ, OTIM

Butia, coquinho, banana-do-mato, ameixa branca, cassi


guanabano, coco, cana-de-açucar, uva rosa, alfarroba, |1
ranja azeda.

OBÁ

Abacaxi, ananás, ameixa preta, uva rosa, cherimoólia, coc:


romã.

OSSANHA

Limão cidra, limão, banana-do-mato, fruta-de-conde, cacai


mamão, pêssego, figo preto, abacate, figo branco,
nho, coco, nespera, ameixa amarela, uva branca,
cereja.

XAPANÁ (Jubetei, Beluja, Sapata)

Abacate, maracuja, cactos, ameixa preta, uva preta,


moscato, jabuticaba, amora preta, cereja preta, coco,
rongo, cacau, amendoa, figo preto.

OXUM (Epanda, Ademun, Oloba, Adoco)

Bergamota, tangerina, melão, pêssego, coquinho, amei


amarela, uva branca, damasco, limao bergamota, maça vel
de, tâmara, mamão, manga.

YEMANJÁ (Boci, Bomi, Nanã Borocum)

Melancia, coco, uva dedo-de-dama, inga, ameixa branca, u!

branca, nespera, pera, sapota, baunilha, cana-de-açuca:


cereja.

OXALÁ (Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum, Oromilaia)

Coco, araça, lima, pomelo, araticum, ginja, pera, pêsseg


branco, limão, tamara, noz, baunilha.

Nação Religiosa de Gege. (PÓSTUMA).

192

Yalorixã CATARINA ZILDA DA SILVA RICARDO, de Ogum Onira Tledã.


anjeira, palma de Santa Luzia, ameixeira, palmeira, car-

ba, seringueira, erva-mate, coqueiro, butiazeiro, bana-


a-do-mato.

À
? aranda, româázeira, ameixeira, videira, umbuzeiro, ipe,
o, azougue, erva-mate.

ALGUNS TIPOS DE ÁRVORES E PLANTAS PERTENCENTI| SSANHA

AOS ORIXÁS eira, coqueiro, abacateiro, gameleira, bananeira-do-ma-

mamoeiro, pessegueiro, nespereira, limoeiro, palmeira,


uitiba, oliveira, congonha.

PANÁ

eira, jequitiba, paineira, cactus, cacaueiro, mariea, ci-


omo, guabiju, guanxuma, ameixeira, videira, abacateiro,
nendoeira, cerejeira, japecanga, primavera, catuaba.

BARÁ

Cambuí, laranjeira, amoreira, plátano, vassoura vermelha.

OGUM

Taquara, coqueiro, marmeleiro, laranjeira, marica, butiaze


ro, framboeseira, groselheira, eucalipto, limoeiro.

sm

segueiro, damasqueiro, bergamoteira, palmeira, coquei-


— ameixeira, videira, limoeiro, macieira, tangerineira, ta-
eira, mamoeiro, mulungu.

IANSA
Pitangueira, macieira, goiabeira, arveira (anti-egum), am MANJÃ

: AS azei inei ixeira cerej


reira, videira, romazeira, tangerineira, amei , À x . d S :

: : : ira, coqueiro, ingazeiro, ameixeira, nespereira, perei-


framboeseira roselheira. ”. o. O, 5 js

ra, bergamoteira, de , chorão, salgueiro, cerejeira.

XANGO | XALÃÁ

aticunzeiro, araçazeiro, coqueiro, limeira, gingeira,limoei-


nogueira, tamareira, guabiroba, cedro, paineira.

Bananeira, cacaueiro, carvalho, louro, jacaranda, caqui,


meleira, coqueiro, morangueiro, castanheiro, aveleira,
preste, angico.
ODÊ

Coqueiro, laranjeira, butiazeiro, bananeira-do-mato, ame


xeira, palmeira, carnauba, seringueira, erva-mate, palma |
Santa Luzia.

194 195
ALGUMAS PARTES DO CORPO HUMANO
PERTENCENTES AOS ORIXÃS

“ ARÁ (Elegba, Lode, Adague, Agelu)

à : ênis, pâncreas, uretra, urina, sangue, ossos das mãos,


sos das pernas.
GUM (Avaga, Onira, Olobede, Adiola)

entes, nariz, costelas, sangue, músculos, ossos da coxa.

INSÁ (Oia), (Oia Timboa, Oia Dira)


tomago, trompas, vagina, sangue, ossos da cintura pelvi-
|, Seios.

ANGO (Agandju, Agodo)

ngua, glândulas salivares, esofago, boca, sangue, bron-


fios, peito, ossos da face, ossos da cintura escapular, os-
ss do abdomen.

DE, OTIM

afragma, intestino delgado, pulmão, sangue, ossos do to-


x, ossos da cintura escapular.

Babalorixá JOSÉ RENATO RODRIGUES, de Ogum Onira. Iniciado e apron É.


tado pela Yalorixá Catarina Zilda da Silva Ricardo, de Ogum Onira Iled: BA

acompanhado de seu sobrinho e herdeiro religioso, Babalorixá LÊO FER = AM o


DO OLIVEIRA RODRIGUES, de Oxalá”Jobocum. Nação Religiosa de Gege. relhas, apendice,
maos, sangue, ossos da mao.

196
197
OSSANHA

Pés, pernas, coxas, sangue, ossos do pe.

XAPANÁ (Jubeteí, Beluja, Sapata)

Pele, intestino grosso, ânus, sangue, bexiga.

OXUM (Epandãá Ibeje, Epandá, Ademun, Oloba, Adoco)

Coração, utero, estomago, sangue, ovários, antebraço, mã:


ossos do antebraço, ossos da mão, ossos da cintura pelvi

YEMANJÁ (Bocí, Bomi, Nana Borocum)


Vesícula, fígado, testístulos, pelos, cabelos, sangue, brac
ossos do braço, ossos da cintura pelvica.

OXALÁ (Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum, Oromilaia)


Olhos, miolos, baço, rins, sangue, ossos do cranio.

Deixamos para minuciar detalhadamente as partes


corpo humano em nossos proximos lançamentos do "livro
dividual" de cada Orixa.

Yalorixã APOLINARIA MATHIAS BAPTISTA (PEQUERRUCHALE TANSA).


Aprontada pela Yalorixa Herminda, de Oxum. Yalorixa que, pelo seu
destaque religioso é nome de rua na Cidade de Porto Alegre, no Rio
Grande do Sul. (PÔSTUMA).

199

E)
udo, douradinha-do-campo, quina-do-mato, barbatimao.

SÁ (Oia), (Oia Timboa, Oia Dira)

uine, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, avenca,


spada de Santa Barbara, espada de Santa Catarina, erva
e loia, abobora (folha), alecrim, alfazema, amor perfeito,
atata doce (folha), moranga (folha), mogango (folha), ro-
1ã (folha), suspiro, pitangueira (folha), mangericão, jasmim,
aiburana.

ALGUNS TIPOS DE ERVAS PERTENCENTES

g: GO (Agandju Ibeje, Agandju, Agodo)


AOS ORIXAS

uine, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, trevo,


prião, fios de pedra, quebra-pedra, erva de xango, caru-
quebra tudo, quiabo (folha), bananeira (folha), mange-
a, marapuama, ipê.

Ha muitas qualidades e interpretações referentes DÊ


ervas e aos Orixas. Citaremos, nesta obra, somente algum :
ervas que mais sao usadas para os Orixas específicos, de
xando para dar uma explicação mais variada em nossos p
ximos trabalhos a serem lançados em breve, onde apresent.,
remos as ervas correspondentes aos Orixas num trabalho i
dividual de cada Orixa.

u e, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, catinga


e mulata, erva-de- bugre, aipim (folha), coqueiro (folha),
ananeira-do-mato (folha), butiazeiro (folha), rapazinho,
Issoura vermelha, cambara, caraguata.

Visando facilitar o entendimento da materia apresent:


da, citamos as ervas por seus nomes conhecidos pelo pos
sem preocupar-nos com a grafia ou o nome científico de c:
da erva.

uiné, orô, alevante, dinheiro em penca, fortuna, lírio, co-


eiro (folha), catinga de mulata, erva-de-bugre, aimpim
folha), bananeira-do-mato (folha, butiazeiro (folha), rapa-
nho, vassoura vermelha, mangericao, cambara, caragua-

BARÁ (Elegba, Lode, Lana, Adague, Agelu)

Guine, orô, alevante, dinheiro em penca, fortuna, arnica, ame


doim (folha), couve, batata inglesa (folha), erva lancet:
cipo-mil-homens, vassoura, carqueja, erva de Nossa Senh
ra, canela-sassafras.

uine, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, RADEOo


nor perfeito, urtiga, abacaxi (folha), abobora (folha), alho,
fe (folha), salsaparrilha, salsa, rosa (cor de rosa), espa-
ás 2 de Santa Catarina, cana-do-brejo, bauínia, imburana.

OGUM (Avaga, Onira, Olobede, Adiola)


Guine, orô, Alevante, dinheiro em penca, fortuna, cevad:
caruru, pata-de-vaca, alfafa, espada de São Jorge, lanc
de São Jorge, rosa de São Jorge, aipo, escadinha do ce

SSANHA
nine, orô, alevante, dinheiro em penca, fortuna, onda-

200 201

rabo de galo), açoita-cavalo, aroeira, beldroega, quebra .


do-mar (verde), abacateiro (folha), abrico (folha), agrião.
alcachofra, alface, chicória, batata inglesa (folha), gervao;
aperta-ruao, cana-do-brejo, caxeta.

XAPANÁ (Jubeteí, Beluja, Sapata)

Guine, oró, alevante, dinheiro em penca, fortuna, barba-d


pau (cipo cabeludo), gervao, onda do mar (vermelho), los
na, absinto, concorosa, picao, erva-de-bicho, abacateiro (É
lha), amendoeiro (folha), amendoim (folhas), aroeira, arum
beva, tuna, cafe (folha), beringela roxa (folha), funcho;
menstruz (mastruço), urtiga, vassoura, carqueja, carque

jinha, videira (folha), suspiro, quebra pedra.

OXUM (Epandãá Ibeje, Epanda, Ademun, Olobã, Adoco)

Guiné, orô, alevante, dinheiro em penca, fortuna, mimo di


vênus, poejo, alecrim, alfazema, jasmim, lírio, amor-perfei:
to, sândalo, abobora (folha), abricó (folha), arroz (folha)
avenca, couve, funcho, moranga (folha), mogango (folha)
melão (folha), rosa (amarela), Salvia, tamareira (folha), ta
marindeiro (folha), tomateiro (folha), hortela, trevo, verbe
na, vetiver, violeta, junco, mangericao, simaruba.

YEMANJÁ (Bocí, Bomi, Nana Borocum)

Guiné, orô, alevante, dinheiro em penca, fortuna, hortênm


sia, alfazema, alface, amor-perfeito, violeta, verpena, VE
tiver, onda-do-mar (verde e vermelho), jasmim, junco, mai,
va cheirosa, cipo ouro, imburana.

OXALÁ (Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum, Oromilaia)

Guiné, orô, alevante, dinheiro em penca, fortuna, acelga


é 2 : E :

alecrim, jasmim, lírio, arnica, araruta, rosa (branca), cop:

de leite, sape, junco, trigo (folha), rosa d'agua.

É... Yalorixãá AAISA SILVA DE OLIVEIRA (NIRA, DE XANGO — AGANDJO)


Iniciada e aprontada pela Yalorixá Ramona Almeida de Almeid d m
Bomi. Nação Religiosa de Cabinda. fã SAR

202 208
ALGUNS TIPOS DE METAIS PERTENCENTES
AOS ORIXÁS

BARÁ (Elegba, Lode, Lanã, Adague, Agelu)


Níquel, ferro

OGUM (Avaga, Onira, Olobedê, Adiolã)

Ferro, aço
IANSÁ (Oiá), (Oiá Timboá, Oia Dira)
Cobre, ferro, chumbo, zirconio

XANGO (Agandju Ibeje, Agandju, Agodo)


Chumbo, cobre, bronze

ODÊ

Estanho

OTIM
Estanho

OBÂ
Estanho, cobre

204

OSSANHA

íquel, cobre amarelo, latão

PANÁ (Jubeteí, Beluja, Sapata)


Chumbo

OXUM (Epandã Ibeje, Epanda, Ademun, Oloba, Adoco)


Ouro, cobre amarelo, latão

YEMANJÁ (Boci, Bomi, Nana Borocum)


Prata, estanho

OXALÁ (Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum, Oromilaia)


Prata, ouro

205
206

ORIXÁS DE AZEITE-DE-DENDÊ

Os Orixas de azeite-de-dendê são aqueles que rece-


m azeite-de-dende por ocasiao de sua feitura ou assenta-

ento, bem como, em oferendas e outras tantas obrigaçoes

ritual aos Orixas.

São os seguintes Orixas que recebem azeite-de-den-

RÁ (Elegba, Lodêe, Lana, Adague)

3UM (Avaga, Onira, Olobede, Adiola)

INSÀ (Oia), (Oia Timboa, Oia Dira)

GO (Agandjúu, Agodo)
À, OSSANHA,

ANÁ (Jubetei, Beluja, Sapata)

207
ORIXÁS DE: AZEITE-DE-DENDÊ E MEL

Os Orixas de azeite-de-dende e mel são aqueles que


recebem azeite-de-dende e mel por ocasião de sua feitura ou
ssentamento, bem como, em oferendas e outras obrigaçoes
o ritual aos Orixas.

* São os seguintes os Orixás que recebem azeite-de-


ende e mel:

PARÁ (Agelu)
(ANGO (Agandju Ibeje)
DÊ, OTIM $

Alguns Babarolixas e Yalorixas adotam em colocar a-


eite-de-dende e mel em: '

NSÁ (Oia), (Oia Timboa, Oia Dira)


ISSANHA, OXUM (Epanda Ibeje).

ixãá WILSON Xango Sobo. Iniciado e aprom


Babalorixá WILSON DA SILVEIRA CHAVES, de pi e aprom
tado, aos dez anos de idade, pela Yalorixa Esperança, de Oia. Nação RE

ligiosa de Oyó.

208 209
PRINCIPAIS IMAGENS DO SINCRETISMO RELIGIOSO
CATOLICO-AFRICANISTA

tao

BARÁ (Elegba)

o há forma sincretica para Elegba. Alguns sincretizam es-


Orixá na forma de um demonio de guampa e rabo.

BARÁ (Lode)
São Pedro, quando faz ajuntoó com Iansa.

São Benedito, quando faz ajunto com Oba.

BARÁ (Lana) |
Santo Antonio do Pão dos Pobres.

BARÁ (Adague)

Santo Antonio.

BARÁ (Agelu)

213
OGUM (Onira, Olobede, Adiola)

São Jorge.

IANSÁ (Oia Timboa)


Santa Terezinha, quando faz ajunto com Ogum Avaga.

IANSÁ (Oia Dira)

Joana D'arc.

IANSÁ (Oia)

Santa Barbara (sem o castelo)

IANSÁ Ê
Santa Barbara (com o castelo)

XANGO (Agandju Ibeje)


São Cosme e São Damião.
XANGO (Agandju)

São Miguel Arcanjo.


XANGO (Agodo)

São: Jerônimo, quando faz ajunto com lansa.

São João Batista, quando faz ajunto com Oxum Oloba.

ODÊ

São Sebastião.
OTIM

Santa Bernadete

OBÁ
Santa Catarina.

OSSANHA

Sao Cristovao, quando faz ajunto com Oxum Ademun.


São Judas Tadeu, quando faz ajuntoó com Yemanja Boci.

214

APANÁ (Jubetei)
o Roque, quando faz ajunto com Oia.

io Lázaro, quando faz ajunto com Obá.

ANÁ (Beluja)
sus Cristo crucificado, quando faz ajunto com lIansa.
enhor dos Passos, quando faz ajunto com Oxum Olobaá.
ANÁ (Sapata)

sus Cristo crucificado, quando faz ajunto com lIansa.


ão Lazaro, quando faz ajuntó com Oba.
XUM (Epanda Ibeje)

possa Senhora Fatima. «

E (Epsndo)

A Senhora do Rosário, quando faz ajunto com Ogum A-


ola.

ossa Senhora de Lourdes, quando faz ajunto com Xango

naculada Conceição, quando faz ajunto com Oxalá Olocum.

grado Coração de Maria, quando faz ajunto


acum.

com Oxala

XUM (Ademun)
ossa Senhora Aparecida.

XUM (Oloba)

ossa Senhora do Carmo, quando faz ajunto com Xangô A-

215
Nossa Senhora Medianeira, quando faz ajunto com Xapa É
Beluja.

OXUM (Adoco)
Nossa Senhora Conceição.

> YEMANJÁ (Bocí, Bomi)


Nossa Senhora dos Navegantes

YEMANJÁ (Nana Borocum)

INHALAS *
Sant'anna Ss

OXALÁ (Obocum, Olocum)

Menino Jesus de Praga. : | :


Consideramos as inhalas como partes importantes

o organismo do animal que foi oferecido ao Orixa, e, por iss


OXALÁ (Dacum) reservamos estas partes para entregarmos como oferenda C€
Sagrado Coração de Jesus. | frente a Ele.

Ss | As inhalas são retiradas dos pombos, das aves e d


OXALA (Jobocum)

animais de quatro patas, como verificaremos a seguir: !


Divino Espírito Santo (pomba)

A ESSE 3 Das Inhalas dos Pombos


OXALA (Oromilaia) .

Santa Luzia: ' Retira-se dos pombos as seguintes partes que ss


consideradas inhalas:
01) a ponta do pescoço
02) a ponta das asas
03) os pes sem o couro e sem as unhas
04) o fígado
05) o coração
06) a moela (aberta e limpa)

07) os ovos (ovário) da pomba


08) os ovos do pombo.

218
Deve-se abrir (cortar) os pombos sempre pelo — peito

rente).

a cabeça dos pombos ao ser sacrificada ja fi-


ca junto na mesma vasilha onde esta o san-
gue, crua.

As inhalas dos pombos devem ser colocadas cruas pa-


os Orixas.

Inhalas que podem ou não serem misturadas (pombos)

As inhalas dos pombos que podem ser misturadas nu-


a vasilha so, de acordo com os Orixás que podem ser a-
pesados, e, se os mesmos Orixas estiverem na mesma pe-
a (casa) para que se possa colocar as inhalas na frente de-
8; do contrário, devemos separar as inhalas, procurando
gregar de acordo com os Orixás que estiverem na peça da
inte forma:

RÁ (Elegba, Lode), OGUM (Avaga)

odem ser misturadas as inhalas.


ARÁ (Lana, Adague, Agelu)

odem ser misturadas as inhalas.

IGUM (Onira, Olobede, Adiola), . XANGO (Agandju Ibeje,


gandju, Agodo), ODÊ, OSSANHA, XAPANÁ (Jubetei, Be-
nan, Sapata)

Bue ser misturadas as inhalas.


ANSÁ (Oiã Timboa, Oia Diraã)
odem ser misturadas as inhalas.

ANSÁ (Oiã, Iansã), OTIM, OBÁ


podem ser misturadas as inhalas.

219

OXUM (Epanda Ibeje, Epanda, Ademun, Oloba, Adoco),


MANJÃ (Bocí, Bomi, Nana Borocum), OXALÁ (Obocum,
cum, Dacum, Oromilaia)

Podem ser misturadas as inhalas. Oxalá é o unico Ori


masculino em que as inhalas dos pombos podem ser mistura
das as dos Orixas femininos de mel.

ATENÇÃO: O que mencionamos nesta separação de inh


de acordo com os Orixás (ou grupos de Orixa:
e somente para as obrigações em que os pomb
são oferecidos para o Orixa especifico. Exer
plo: pombos oferecidos para Bara Lode e c€
o axe de reza (cântico) do mesmo, na hora &
que estivermos oferecendo o sacrifício. Podem
independente do Orixá a quem está se oferece]
do a obrigação, sacrificar os pombos de Bara |
legba a Oxala, somente para Oxala, pois,
pombos, em geral, pertencem a Oxala, e tira
do o axé de reza (cântico) de Oxalá, não impí
tando se o Orixa que esta recebendo o sangi
daqueles pombos seja Bara, Ogum, Xango, Otir
Xapana ou outro Orixa distinto, e assim sendo,
inhalas devem ficar todas em uma so vasilha,
Bara Lana até Oxala Oromilaia, separando-se
penas as dos Orixás de rua (Bara Elegba; E
de; Ogum Avaga; Oiá Timboa, Dirã), que ta
bem poderão ficar juntos em suas respectiv
classes, na mesma peça (casa).

Os pombos são sacrificados em uma . obrigação (ebt


para que | Oxalá confirme, junto com todos os demais Orixí
a aceitação do Ebo. Conforme explicamos, anteriormente,
pombos, mesmo que se sacrifique para um determinado Oi
xa, continuam pertencendo a Oxala.

Das Inhalas das Aves

Retira-se das aves as seguintes partes que sao


sideradas inhalas:
01) a ponta do pescoço

02) a ponta das asas

220
03) os pés, sem o couro e sem as unhas

04) o fígado

05) O coração

06) a moela (aberta e limpa)

07) os ovos do galo crus

08) os ovos e todo o ovario da galinha, crus.

“* Deve-se abrir (cortar) as galinhas pela frente e galos


pelas costas.

N.B.: a cabeça das aves, ao ser sacrificada ja fica junto


na mesma vasilha onde esta o sangue, crua.

As inhalas devem ser fritas no azeite doce (comum),


sendo que somente colocadas na frente dos Orixas depois de
rias e com os ovos e ovarios, crus.

Inhalas que podem ou não serem misturadas (aves)

As inhalas das aves que podem ser misturadas “numa


asilha só, de acordo com os Orixas que podem ser agrega-
los, e, se os mesmos Orixas estiverem na mesma peça (ca-
a) para que se possa colocar as inhalas na frente deles; do
ontrário, devemos separar as inhalas, procurando agregar
le acordo com os Orixás que estiverem na peça da seguinte
rma:

ARÁ (Elegba, Lodê), OGUM (Avaga)

odem ser misturadas as inhalas.

IARÁ (Lanã, Adague, Agelu)


odem ser misturadas as inhalas.

IGUM (Onira, Olobedé, Adiola), XANGO (Agandju 2, Ibeje,


ganja, Agodo), ODÊ, OSSANHA, XAPANÁ (Jubetei, Belu-

1, Sapata)
odem ser misturadas as inhalas.

IANSÁ (Oia Timboa, Oia Dira)


Podem ser misturadas as inhalas.

IANSÁ (Oia, Iansa), OTIM, OBÁ

Podem ser misturadas as inhalas.

OXUM (Epanda Ibeje, Epanda, Ademun, Oloba, Adoco), YE-


MANJÁ (Boci, Bomi, Nana Borocum), OXALÁ (Obocum, Olo-:
cum, Dacum, Jobocum, Oromilaia).

Podem ser misturadas as inhalas. Oxalá é o unico Orixá mas


culino, em que as inhalas das aves podem ser misturadas así
dos Orixas femininos de mel.
ATENÇÃO: Na Nação de Cabinda temos aves de maior valor
aos Orixás por sua força e consistência espiri-
tual, tais como galinhas d'angola (coquêm), mar:
recos, patos, etc... Destas aves, as suas inha:
las devem ser tiradas e preparadas igualment
as inhalas das aves que acabamos de relatar
bem como colocadas nas respectivas vasilhas do
Orixas acima mencionados.

Das Inhalas dos Animais de Quatro Patas

Retira-se dos animais de quatro patas as seguinte:


partes que sao consideradas inhalas:

01) a cabeça do animal, crua

02) as patas com o couro e cruas

03) os testículos (ovos) do animal macho, crus

04) as tetas do animal fêmea, cruas

05) o fígado

06) o coração

07) a passarinha (baço).

O animal de quatro patas e aberto pela frente.

222
.B.: a cabeça do animal de quatro patas, fica numa vasi-
lha, separada e na frente do Orixa ao qual foi ofere-
cido o animal para que depois de ser efetuada toda a
obrigação de serao (matança), sejam, então, retiradas
as patas os ovos e as tetas e colocadas junto com a
cabeça daquele respectivo animal, na vasilha que ja
deverá estrar na frente ao Orixa que recebeu aquele
sangue. Deverão ser colocados crus.

O fígado, o coração e a passarinha devem ser cozidos


e feitos de sarrabulho e depois colocados na frente dos Ori-
xaás, podendo o sarrabulho ser feito nesta ordem:

BARÁ (Elegba, Lode), OGUM (Avaga)

Fazer das inhalas dos animais de quatro patas destes Ori-


xas, um sarrabulho onde so poderão comer os homens e as
mulheres que não mais menstruem. Ficando proibidos de co-
mer as pessoas de idade menor de 14 anos e as mulheres
que ainda tenham período menstrual.

Coloca-se o sarrabulho, antes de ser comido pelas


pessoas, na frente dos Orixás. Pode ser feito numa so va-
silha e juntos, se os Orixás estiverem na mesma peça (ca-
sa), do contrario, separe-os.

ANSÁ (Oiáã Timboa, Oia Dira)

Fazer as inhalas dos animais de quatro patas destes Orixas,


um sarrabulho, onde, somente as pessoas menores de 14
anos não poderão comer. Coloca-se o sarrabulho na frente
os Orixas antes de ser comido pelas pessoas. Pode ser fei-

numa vasilha so e juntos, se os Orixas estiverem na mes-


ma peça (casa), do contrário, separe-os.

DEMAIS ORIXÁS DE BARÁ (Lana) ATÉ OXALÁ (Oromilaia)

azer das inhalas dos animais de quatro patas destes Ori-


ás, um sarrabulho, que poderá ser feito numa só vasilha e
juntos, sendo colocado na frente dos Orixas antes de ser
comido pelas pessoas. Poderão comer este sarrabulho todas
as pessoas de qualquer idade e sexo. Se os Orixas não es-
iverem na mesma peça (casa), o sarrabulho devera, então
ser separado de acordo com os Orixás.

223

. Babalorixã OSCAR FRA


“SE NCISCO QUEIROZ SANTOS (CHIQUINHO, DE OXALÃ MA:

o e aprontado pela Yalorixá Eulinda de Araújo Santos(O1li

da, de O0iá NãO. Diretor Es FERE 1 Cc. o


P al da Sociedade Africana Reino de Oxar-

224
MIERÔO

Na Nação de Cabinda usamos o miero como elemento


arificador e de reforço a tudo quanto diz respeito as feitu-

; limpeza, purificaçao do que sera dado ou usado com re-


ção aos Orixas.

O mieró é uma mistura de ervas específicas de cada


fixa, ou ainda, para cada ocasiao segundo o conceito de
da Babarolixa ou Yalorixa.

A partir do momento em que lavamos com mieroe cha-


amos o Orixá para responder ou garantir ao que Se esta
zendo, o mesmo fica compromissado de cuidar ou resolver

que está sendo solicitado, de acordo com o merecimento de


Ida pessoa.

| As ervas usadas no miero devem ser novas e sempre


lhidas ainda com o final do sereno, ou seja, antes do nas-
r do sol. Devem ser bem limpas antes de ser preparado o

Ao Orixa específico deve-se usar ervas proprias da-


1€le Orixa.

Quando se usa ervas para mais de um Orixa as mes-


s devem ser concordantes entre os Orixas que atuarao no
ró. Deve-se evitar que sejam colocadas ervas que possam
car os Orixas. Ex.: quando se usa um miero em que

ram Bará e Xangô, não se coloca folha de bananeira e

225

sim, alguma outra erva de Xango, pois, a Bara não se cor


loca esta erva em hipotese alguma. |

A combinação das ervas fica a criterio do Babalorixa


ou Yalorixa que esta preparando o miero, sempre primando
pelos conceitos de cada Orixa. j

O número de ervas usadas num miero e


acordo com o numero de axe usado pelo Orixa.
07, Xango 06 e Oxum 08, etc...

sempre de
Ex.: Barg

As ervas do mieró devem ser maceradas com água pur


ra e um pouco de água de quartinha do Orixa ate que a cor
desta fique verde escura. Depois de bem maceradas as er"
vas devem ser coadas ficando como miero somente o líquid
verde. Pega-se as ervas (amassadas) e despacha-se nos
verdes (grama).

As ervas do miero devem ser maceradas por pessoas


que tenham recebido em sua cabeça as obrigaçoes iguais ou
superior à obrigação que será efetuada com o miero. Ex.:
para lavar uma cabeça com miero a pessoa que vai macera
as ervas devera ter tido sua cabeça já lavada com miero;
para lavar a cabeça de uma pessoa pronta com axes, quem
for macerar as ervas deverá ser, tambem, pronta com axes.

226
Yalorixá JANE
ada pela Yalorixã
ora espiritual da
giosa de Oyó-Gege.

DAICY QUEIRÓZ SANTOS, de

Eulinda de Araújo Santos(Olinda de Oiá Bemi), Dire-

Sociedade Africana Reino

227

Oxum Bomi. Iniciada e apron-

de Oxalá e Oxum. Nação Reli

— .. Re.

BANHO DE MIERO

lo sozinha: pega-se um pouco de miero (líquido) e coloca-t


mais agua para enfraquecer (clarear a agua) numa vasil
Acende-se uma vela branca ou da cor do Orixã para qu
será feito o banho de mierô, ao lado da pessoa durante toé
o tempo em que se proceder O banho. Coloca-se no chao um
vasilha, tipo bacia, grande, de modo que a pessoa pícsf
ficar em pe dentro da mesma é que O miero caia igualme
dentro da bacia apos lavar o corpo. Durante todo o te
em que esta sendo feito o banho deve-se pedir ao(s)
xa(s) o que se quer com aquele banho de miero.

Procede-se o banho de mieró da seguinte forma: d


peja-se bem devagar, do pescoço para baixo, o miero. À p
soa vai esfregando as mãos no corpo no sentido da cabe(
para os pés, pedindo purificação juntamente com os Seus Ç
sejos ou finalidades, daquele banho.

ATENÇÃO: a pessoa não pode secar o corpo com BE


no (toalha), devendo ficar esfregando as maos no corpo E
cima para baixo ate que O mesmo fique seco.
O Babarolixa ou Yalorixa, então, pega a bacia do ch
e leva para ser, o miero, despachado nos verdes (grama)

Pega-se a vela e coloca-se no quarto de Santo pa


queimar totalmente. O banho de miero pode ser feito semp
que houver necessidade de purificação, porém, sempre
ministrado por um Babalorixa ou Yalorixa.

228
== uses CoRFCÇ

- —

RAFAEL PEDRO (PEDRO DE OXUM-DOCO). Iniciad ixá


ReLIEIECNAA TiCra. iado e aprontado pelo Babalorixa Gelson de Jesus,

Naçao

Babalorixa

de Bará Lode.

LAVAÇÃO DE CABECA COM MIERÔ

O mieró usado para lavação de cabeça deve ser feit


com as ervas pertencentes ao Orixá que rege aquela cabeça
e dependendo do caso pode-se misturar ervas pertencen
ao Orixa dono do Templo Religioso juntamente com as €
do dono da cabeça (eleda) da pessoa, pois, o mesmo,
todos os demais Orixas do Templo Religioso 3 iscrimi
mente, procurando não colocar ervas que seja
entre os Orixás. A cabeça devera ser jogada (jo

zios) para ver qual o Orixá que rege aquela pessoa.


Procede-se da seguinte maneira para se lavar uma Ca
beça (eleda) com miero:

01) Coloca-se as frentes e ecos de costume no quart


de santo.
02) Faz-se um banho de miero na pessoa.

rva

03) Passa-se um serviço de limpeza de corpo, na pes:

soa.
04) Coloca-se O miero puro na vasilha onde sera la
vada a cabeça da pessoa.

05) Lava-se uma guia da cor do Orixa da pessoa par


segurança.

06) Coloca-se a pessoa de joelhos em frente a bac


e o Babalorixa ou Yalorixa, então, começa a l
a cabeça com o axe de reza (cântico) do Orixa

quela pessoa.

230
07) Lava-se os braços e as mãos dentro da bucia.

08) Lava-se os pes fora da bacia.

Em seguida o padrinho com a toalha (pano) usada pa-


ra secar cabeças, começara a se-
ar a cabeça da pessoa, sendo que desta vez o axe de reza
cântico) que sera tirado devera ser o do Orixa do padri-
1 ho ou madrinha, o mesmo secaraá da seguinte forma:

01) A cabeça.
02) Os braços.

03) Não deve-se secar os pes, ficando os mesmos mo-


lhados.

| Logo após, o Babalorixá ou Yalorixa despacha o miero


nos verdes (grama).

O iniciado então bate (deita) a cabeça no quarto de


santo com o axe de reza (cantico) do Orixa dono do Templo

Babalorixá ou Yalorixa do Templo e para o seu padrinho ou


madrinha, pedindo tudo de bom que os Orixas possam ser
naquela obrigaçao que foi feita.

ú A pessoa (iniciado) deve ter um isolamento no Templo


Religioso de 24 horas, devendo, apos as 24 horas ter ainda
o cuidado de ficar durante 03 dias sem lavar a cabeça, pro-
tegendo a mesma do sol, da chuva e do sereno. O referido
isolamento, no Templo Religioso, significa não afastar-se do
local do Templo em hipotese alguma, sob pena de ter a sua
obrigação religiosa prejudicada e assim, ter que repeti-la.

Apos o prazo de isolamento e entregue a guia de se-


gurança para a pessoáf usar sempre.

A pessoa com uma feitura de miero na cabeça, não po-


dera ajudar em obrigação de Ariribo, de aves, de quatro pa-
tas, bem como participar de Balança (roda de quatro pes)
ou Arissum (obrigações para Eguns). Somente podendo aju-
dar ou participar com a devida autorização do seu Babalori-
xa ou Yalorixa, ou do dono do Templo Religioso, onde esta
se procedendo estes tipos de obrigaçoes religiosas aos Orixás.

231

Religioso, devendo consecutivamente bater a cabeça para o.

É obrigatório que o Babalorixa ou Yalorixa permaner


ça em estado de isolamento, no Templo Religioso, durante O
mesmo período em que a pessoa (iniciado) que esta sendo
iniciada com lavação de cabeça com miero devera ficar. O
referido isolamento, no Templo Religioso, significa nao afas-z
tar-se do local do Templo em hipotese alguma, sob pena de
ter a obrigação religiosa prejudicada e assim, ter que rep
ti-la. O fato da obrigatoriedade do Babalorixa ou Yalori
ter que permanecer isolado pelo mesmo periodo da pessoa
ser iniciada com lavação de cabeça com miero se da devi
a necessidade deste estar em estado de purificação e ss
contato com pessoas ou locais que nao estejam limpos ou pur
rificados aos Orixas. O Babalorixa ou Yalorixa e a pessoê
que durante o período em que durar a obrigaçao estara em
contato direto com os Orixas que estao sendo feitos para à
pessoa iniciada no ritual, daí porque da obrigatoriedade do
isolamento irrestrito do Babalorixa ou Yalorixa na obrigar

ção citada.

232
Yalorixã ALMERINDA EUNICE CUN
pelo Babalorixa Valmor Valter Moreira,
Gege-ILjexa.

233

HA SANTOS, de Iansã Niqué. Aprontada

de Oxum Pandãá. Nação Religiosa de

————

: mesmo um Babalorixá/Yalorixa) que alivie a "mão" (axe) do sei

É PERMITIDO AO FILHO-DE-RELIGIÃO ALIVIAR A MÃO


DO SEU BABALORIXÁ OU YALORIXÁ
QUE AINDA ESTEJA VIVO?

Não e permitido ao filho-de-religião (quer seja este att

Mestre, se ele ainda vive, para queo mesmo possa se gove


nar.

Na verdade,embora alguns Babalorixás e Yalorixas acre


ditem que possa ser aliviada a "mão" do Mestre que ainda vi
ve, discordamos de tal assertiva pelo fato de um filho, q |
foi feito (iniciado ou aprontado) por aquele Mestre nao ter
condições necessarias para poder aliviar a "mao" do mesmo
sua cabeça e das suas obrigaçoes gerais. O proprio Orix
cumpridor do Fundamento não permitiria tal ato. Neste cas!
você (feituras) e a criação e o Mestre é o criador. Há um el

muito forte que impede que a criação se equipare ao criador;

Porém, se o seu Mestre Religioso lhe autorizar que


governe, o ato mudara de figura e, aí, é totalmente perm
tido que você se governe com o Seu Babalorixa ou Yalori
vivo. É necessario se. fazer uma ressalva para o fato de
haver dito governar, ao inves de aliviar.

Se o seu Mestre lhe autoriza que promova seu gover €


sem a necessidade de chama-lo para proceder suas Obrig:
ções, tudo se torna facil:

a) você não aliviara nenhuma "mão" da sua cabeça


Obrigações gerais;

234
b) você apenas promoverá as Obrigações todas em ci-
das que voce ja tem;

c) seu Mestre continuará como antes, com a "mão" em


a cabeça e Obrigaçoes;

d) finalmente: você apenas esta autorizado a governar


da sua vida religiosa sem a presença física do mesmo. Pa-
tanto, é necessário que voce seja pronto com todos os axes
Orixás assentados (buzios, facas, etc.).

235

—- Yalorixã VERA JANDIRA E


religiao do Babalorixá Paulo Ta
qui. Nação Religiosa de Cabinda

SCOBAR DA ROSA, de Ogum Onira.


deu Barbosa Ferreira, de Xango Agodo To
ARIBIBO

O Aribibo e uma obrigação religiosa feita exclusiva-


ente com pombos na cabeça (eledá) da pessoa, sempre um
a1sal de pombos na cor usada para o Orixá dono da cabe-
1 da pessoa.

O Aribibo devera ser feito em cabeças que ja tenham


ido jogadas (jogo de buzios), e consecutivamente feita a
origaçao de miero.

: Procede-se da seguinte forma para que seja feita uma


rigação de Aribibo:

01) Coloca-se as frentes e os ecos de costume no


quarto de santo.

02) Faz-se um banho de miero na pessoa.

03) Passa-se um serviço de limpeza de corpo, na pes-


soa.

04) Lava-se a cabeça com miero e despacha-se no pa-


tio do, Templo.

05) Coloca-se uma quartinha e uma guia da cor do


Orixa lavadas em miero e imantadas de acordo com

os itens 07, 08, 09, numa bacia no colo da pes-


soa.

06) Coloca-se banha de ori, no meio da cabeça, nas


frontes, no pescoço, na nuca, na palma das mãos,
nas costas das maos, no peito dos pes e na sola
dos pes, na quartinha e na guia.

237

07) Se o Orixã for de azeite-de-dendê (epo).

08) Se o Orixa for de azeite-de-dendê e mel coloca- e


junto com o ori (banha), em todos os luga

mencionados no item 06, um pouco de azeite-de-


dende e mel.

09) Se o Orixá for de mel, coloca-se junto com o ori


(banha) em todos os lugares mencionados no item
06, um pouco de mel. j

10) Acende-se uma vela ao lado da pessoa, colocando

de preferência uma criança com menos de 07 ano


para segurar a vela.

Esta obrigação e feita sempre com o Babalorixá ou


Yalorixa tirando o axé de reza (cantico) do Orixa da pessoa.

Depois de sacrificados os pombos, o Babalorixa ou


Yalorixa deve fazer o ebo de penas ao redor do eledãá (co
as penas pequenas das asas ao redor do Ori (centro da ca-
beça) e cobertas com as plumas do peito e das costas —d
pombos). Devem tambem colocar um pouco de plumas nos
locais mencionados nos itens 05, 06, 07, 08 e 0O9.

Durante todo o tempo em que estiver retirando as p


nas e plumas e fazendo o ebó de penas, deve o Babalori
ou Yalorixa tirar o axé de reza (cântico) para depena
Apos, o Babalorixa ou Yalorixá tira o axé de reza (cantic
do Orixa ao padrinho ou madrinha e, os dois apresentam

trunfa (pano) que irá cobrir aquele eleda, aos Orixa


no quarto de santo pedindo licença (ago), fazendo

238
mesmo com as demais pessoas que estão assistindo o ritual
para pedir licença aqueles Orixas, também ali presentes, a-
traves de seus filhos. O padrinho ou madrinha então colo-
ca e amarra a trunfa na cabeça da pessoa. Depois o Babalo-
rixa ou Yalorixá e o padrinho ou madrinha devem cercar o
corpo da pessoa com a vela acesa, pedindo que seja ilumi-
nada aquela obrigação e cercado aquele corpo contra todos
os perigos. Devendo o Babalorixa ou Yalorixa e o "Padrinho
ou madrinha levantarem a pessoa. A pessoa então devera
bater (deitar) a cabeça no quarto de santo, para o Babalo-
rixa ou Yalorixa, para o padrinho ou madrinha.

Apos bater (deitar) a cabeça, apaga-se a vela do ari-


bibo e coloca-se junto com a bacia do mesmo.

Apos encerrado o prazo de isolamento da pessoa, o Ba-


Dbalorixa ou Yalorixa, então, faz a levantação de cabeça e
do Ebó como de praxe, e a(s) guia(s), bem como, aàa vela
do Aribibo, devem ser entregues para a pessoa que, deve

usar a guia sempre e acender um pouquinho à vela quando


ecessario.

Nesta obrigação a pessoa permanecerá em regime de


isolamento, no Templo Religioso, durante 24 horas ou até
03 dias de acordo com o criterio do Babalorixá ou Yalorixaá.
Deve, ainda, apos levantar do chão (isolamento) ter o cui-
dado, durante 07 dias de proteger a cabeça do sol, da chu-
va e do sereno. O referido isolamento, no Templo Religioso,
significa não afastar-se do local do Templo em hipotese al-
guma, sob pena de ter a sua obrigação religiosa prejudica-
da e assim, ter que repeti-la. A pessoa com uma feitura de
Aribibo na cabeça, não poderá ajudar em obrigação de aves,
de quatro patas, bem como participar de Balança (roda de
quatro pês) ou Arissum (obrigação para Egúns). Somente
podendo ajudar ou -participar com a devida autorização do
seu Babalorixa ou Yalorixa, ou dono do Templo Religioso
onde esta se procedendo estes tipos de obrigações religio-
[sas ao Orixás.

É obrigatório que o Babalorixá ou Yalorixá permaneça


em estado de isolamento, no Templo Religioso, durante o
goesmo período em que a pessoa (iniciado) que esta sendo
iniciada com Aribibo devera ficar. O referido isolamento, no

239

Templo Religioso, significa não afastar-se do local


plo em hipotese alguma, sob pena de ter a obrigação :
giosa prejudicada e assim, ter que repeti-la. O fato da obri-
gatoriedade do Babalorixa ou Yalorixa ter que permanece
isolado pelo mesmo período da pessoa a ser iniciada com Ari”
bibo se dá devido a necessidade deste estar em estado —* d
purificação e sem contato com pessoas ou locais que não es
tejam limpos ou purificados aos Orixas. O Babalorixá ou Ya-
lorixa e a pessoa que durante o período em que durar :
obrigação estara em contato direto com os Orixas que es
tao sendo feitos para a pessoa iniciada no ritual, dai o por-
que da obrigatoriedade do isolamento irrestrito do Babalori
xa ou Yalorixa na obrigação citada.

240
ASSENTAMENTO DE OBORI

on
Na-

O assentamento de obori e feito para que seja esta


lecida uma ponte entre o Orixá e a pessoa; é a seguranec
da cabeça (eledá) em caso de alguma necessidade, onde
ja preciso fazer certas obrigações e a pessoa não possa
tar junto. É a raiz da pessoa no Templo Religioso a que es
ta ligado espiritualmente.

rs

tada pelo Babalorixá Helio Helenito de Souza, de Xango Agandju Oi.

O assentamento de obori e feito da seguinte maneir

01) Uma vasilha pequena com tampa do tipo pote


manteigueira, na cor estabelecida pelo Babalo
ou Yalorixa, lavada em miero e imantada com
(banha).

02) Buzios abertos (ralados) de acordo com o axe C


numero do Orixa da pessoa, lavados em miero
imantados com ori (banha).

03) Uma moeda determinada de acordo com O crit: 1


do Babalorixa ou Yalorixa, lavada em miero.
imantada-com ori (banha).

04) Uma mecha de cabelo da pessoa retirada doce


da cabeça (ori) que devera ser enrolada numa.
lha de fortuna (planta) para receber o ach
(sangue). Apos a obrigação de Obori a mecha.
cabelo e colocada na vasilha do obori, sem a fo
de fortuna. 3

Yalorixã MANOELA DE LOURDES C. DE PAULA (LOURDES, DE OXUM). Apr

ligiosa de Cabinda.

ção re

242
05) Uma quartinha na cor correspondente ao Orixa da
s E s o
pessoa, lavada em miero e imantada com ori (ba-
nha).

06) As guias do Orixa da cabeça, do corpo e das pas-


sagens da pessoa lavadas em miero e imantadas
com orí (banha).

Pega-se uma bacia de tamanho que caiba dentro o que


tá relatado nos itens 01 a 06. Pega-se a vasilha do item
| e coloca-se o cabelo (04) no centro da vasilha (01), colo-
ando-se em cima do cabelo a moeda (03) e ao redor doca-
elo coloca-se os buzios (02) com a parte aberta (ralada)
ara cima. Coloca-se esta vasilha dentro de uma bacia
aior, cuidando para que a vasilha (01) fique destapada e
om a tampa colocada ao lado da mesma dentro da bacia.

Feito isto, coloca-se dentro da bacia a quartinha igual-


ente destapada e com a tampa ao lado. Coloca-se ao redor
a vasilha (01) dentro da bacia as guias do Orixa da pes-
0a, do corpo, e passagens.

Coloca-se azeite-de-dendê ou azeite-de-dende e mel


somente mel de acordo com o Orixa da pessoa, por cima
tudo na bacia.

O oborí assim estara pronto para receber o achoro


sangue) que e dado na ocasiao da feitura do obori para o
rixa, que podera ser feito com aves ou com animais de qua-
patas.

Durante todo o tempo em que estiver sendo feita a


brigaçao de Obori, devera estar acesa, segurada por uma
riança com menos de 07 anos, uma vela branca ou na cor
Orixá da pessoa, que apos terminada a feitura do obori
laquela pessoa sera apagada e colocada na bacia junto com
obori após a levantação do obori sera entregue para àa
essoa juntamente com as guias e devera ser acesa um pou-
inho sempre que necessario.

Babalorixá ASTRONOGILDO BARCELOS (PERICA), de Xango Agand-


jú De IT. Iniciado e aprontado pela Yalorixã Soberana, de Yemanjã
Tanão Nação Religiosa de Gegeê.

243 :
244
PREPARAÇÃO DO INICIADO AO OBORI

O iniciado deve ser preparado para receber a Obriga-


ao de Obori da seguinte forma:

01) Coloca-se no quarto-de-santo as frentes (comidas)


e os ecos de costume.

02) Um copo com água, um com vinho, um com cacha-


ça, no quarto-de-santo.

03) Faz-se um banho de miero na pessoa.

04) Passa-se um serviço de limpeza de corpo, na pes-


soa.

: Feito isto, o Babalorixá ou Yalorixa deverá colocar a

ssoa deitada de frente para o quarto-de-santo com a ca-


ça coberta com um pano branco e fazer uma chamada dos
rixas (nomes) e pédir tudo de bom para aquela pessoa, bem
mo licença (ago) para fazer a obrigação do obori. Deve fa-
er a pessoa deitar de frente para as outras três paredes
de deverão existir pessoas para responder ao pedido de
cença (ago) em cada uma das paredes.

A pessoa, então, devera sentar de frente para os Ori-


as no quarto-de-santo e o Babalorixá ou Yalorixa procede-
da seguinte forma:

01) Coloca-se orí (banha) no meio da cabeça.

02) Coloca-se ori nas frontes.

245

03) Coloca-se ori no pescoço (frente).


04) Coloca-se ori na nuca.

05) Coloca-se ori na palma das mãos.


06) Coloca-se ori nas costas das mãos.
07) Coloca-se ori no peito dos pes.
08) Coloca-se ori na sola dos pes.

Se o Orixa da pessoa for de azeite-de-dende, coloca


se azeite-de-dende por cima do ori em todos os lugares de:
terminados nos itens de 01 ate 08.

Se o Orixa da pessoa for de azeite-de-dende e mel,


coloca-se azeite-de-dende e mel por cima do ori em todos of
lugares determinados nos itens de 01 ate 08.

Se o Orixa da pessoa for de mel, coloca-se mel po!


cima do ori em todos os lugares determinados nos itens L
01 ate 08.

Apos esta preparação, o Babalorixa ou Yalorixa p


a bacia com o obori (assentamento) que ja devera estar p
parado para que seja feito o assentamento dentro da bacia
e coloca sobre as pernas da pessoa de modo que a mesma fi
que segurando a bacia com as mãos, e então acendida um:
vela individual para a pessoa e uma criança a segura, de
tro do quarto-de-santo, ate o final desta obrigaçao de o
A

água numa das mãos e o copo com vinho na outra mão e


coloca nas frontes (um de cada lado) da pessoa, com o
ximo de cuidado para não derramar o conteúdo e. diz:
aquilo não seja para os olhos, e sim, para não faltar o
de cada dia, a comida e a felicidade".

Ao mesmo tempo, devolve o copo com o vinho ao qua


to-de-santo e pega o copo com a cachaça e juntamente ec
o copo com agua coloca novamente nas frontes (um de cad
lado) da pessoa, com o maximo cuidado para não derramar
conteúdo e diz: "que aqulio não seja para os olhos e sim pa
ra que te livre dos vícios, das coisas ruins e das pessoa
mal intencionadas".

246
t Apos, o Babalorixa ou Yalorixa apresenta no quarto-
de-santo as aves e os pombos que serao sacrificados para
aquele obori, colocando-os ao redor do pescoço da pessoa e
pedindo que aquele obori seja de paz, saude, felicidade e
realizações de todos os pedidos que aquela pessoa fara no
decorrer daquela obrigação, se for merecedora.

NOTE BEM: mesmo que a obrigação de obori que sera


feita, seja de quatro patas, somente se
apresentam as aves e os pombos para os
Orixas no quarto-de-santo, no pescoço
da pessoa. Os animais de quatro patas
nao sao apresentados no quarto-de-santo.

i Assim a pessoa estara preparada para ser feito o obo-


ti e o assentamento de obori, com aves ou animais de qua-
tro patas, a criterio do Babalorixa ou Yalorixa.

Apos o sacrifício dos animais para obori (assentamen -


to) na cabeça da pessoa e na bacia, onde os animais de qua-
ro patas da cabeça da pessoa sao sacrificados, sempre ti-
rando o axe de reza (cantico) do Orixá dono da cabeça; e
as aves da pessoa são sacrificadas, sempre tirando o axe
de reza (cântico) do Orixa dono do corpo; e as aves das
passagens da pessoa são sacrificadas sempre tirando o axé
de reza (cântico) do Orixa dono daquela passagem em que
se esta sacrificando as aves naquele momento e assim dian-
te; os pombos devem ser sacrifieados com o axe de reza
(cântico) do Orixaã dono da cabeça da pessoa ou com o axe
de reza (cântico) de Oxalã a quem os pombos pertencem em
geral, independente do Orixá para o qual estamos oferecen-
do o sacrifício.

A cada ave ou pombo que for sacrificada aos Orixás


da pessoa por ócasião do assentamento de obori, deveo Ba-
balorixá ou Yalorixá ter o cuidado para que no final do san-
sue (achorô) de cada um, fiquem marcadas as partes vitais
do corpo relatadas nos itens de 01 ate 08, bem como apos
egolar o pescoço que molhe a ponta do mesmo no Eco de

k A cabeça das aves e dos pombos ficam, apos degola-


das, dentro da bacia onde foi assentado o obori.

247

Depois de Satrittados o animal de quatro patas (se


houver), as aves e os pombos, o Babalorixá ou Yalorixa dez
ve fazer o ebo de penas na cabeça da pessoa e na bacia onz
de está assentado o obori (verificar na parte de ebo de pe

nas).

Apos, o Babalorixá ou Yalorixa tira o axe de reza


(cântico) do Orixa do padrinho ou madrinha, os dois aprezs
sentam a trunfa (pano) que Ira cobrir aquela cabeça aos
Orixas, no quarto-de-santo, pedindo licença (ago), fazend
o mesmo para com as pessoas que estão assistindo o ritu
pedindo licença (ago) aqueles Orixás ali presentes atraves
de seus filhos. O padrinho ou madrinha coloca e amarra &
trunfa na cabeça da pessoa, coloca o ala nas costas da pes:
soa (pano de costa), retira a bacia do Obori com o Axe d
reza do dono da casa. Depois o Babalorixa ou Yalorixa e
padrinho ou madrinha devem cercar o corpo da pessoa com
vela acessa pedindo que seja iluminada aquela obrigação €
cercado aquele corpo contra todos os perigos. O Babalorixe
ou Yalorixa, junto com o padrinho ou madrinha, levantam &
pessoa colocando-a de pe. A pessoa então devera bater dei
tar) a cabeça no quarto-de-santo, para o Babalorixa ou Ya
lorixa e para o padrinho ou madrinha. Apos, apaga-se a ve:
la do obori da pessoa e coloca-se junto na bacia onde foi as-
sentado o obori. :

Quando estiver encerrado o prazo de isolamento d


pessoa (chão), no Templo Religioso, deve-se fazer a levan:
tação da cabeça e do ebo, como de praxe, e a(s) guia(s)
bem como a vela do obori devem ser entregues para a pes
soa que deve usar a(s) guia(s) sempre e acender um pou
quinho a vela sempre que necessario.

Se o obori for de aves, a pessoa permanecerá em re:


gime de isolamento, no Templo Religioso, durante 03 ou 90
dias de acordo com o critério do Babalorixa ou Yalorixa. De
ve ainda, apos levantar do regime de isolamento, ter o cuj
dado, durante 07 dias de protegnk a cabeça do sol, da chu

Seca n não afastar-se do local do Templo em hipotese à


guma, sob pena de ter sua obrigação religiosa prejudica
e assim, ter que repeti-la. A pessoa com uma feitura
obori de aves na cabeça não poderá ajudar em obrigação
quatro patas, bem como participar de Balança (roda de qua-

248
ro pés) ou Arissum (obrigação para Eguns), somente po-
dendo ajudar ou participar, com a devida autorizaçao de seu
Babalorixá ou Yalorixa ou do dono do Templo Religioso onde

esta se procedendo estes tipos de obrigações religiosas aos

1 Se o obori for de quatro patas, a pessoa permanecera


rm regime de isolamento, no Templo Religioso, durante 06, 07,
08 ou 09 dias de acordo com o criterio do Babalorixa ou Yalori-
tá. Deve ainda, após levantar do regime de isolamento, ter
o cuidado, durante 21 ou 32 dias de proteger a cabeça do
sol, da chuva e do sereno. O referido isolamento, no Tem-
plo Religioso, significa não afastar-se do local do Templo em
hipótese alguma, sob pena de ter sua obrigação religiosa
prejudicada e assim, ter que repeti-la. A pessoa com uma
feitura de obori de quatro patas na cabeça pode assistir e
participar de qualquer dos rituais aos Orixas e Egúns.

É obrigatório que o Babalorixa ou Yalorixa permaneça


em estado de isolamento, no Templo Religioso, durante o
mesmo período em que a pessoa (iniciado) que esta sendo
aprontada (obori de aves ou de quatro patas, assentamento
de Orixás ou até buzios) devera ficar. O referido isolamen-
to, no Templo Religioso, significa não afastar-se do local
do Templo em hipótese alguma, sob pena de ter a obrigação
religiosa prejudicada e assim, ter que repeti-la. O fato da
obrigatoriedade do Babalorixa ou Yalorixa ter que permane-
cer isolado pelo mesmo período da pessoa a ser iniciada ou
permanecer isolado pelo mesmo periodo da pessoa a ser ini-
ciada ou aprontada se da devido a necessidade deste estar
em estado de purificação e sem contato com pessoas ou lo-
cais que não estejam limpos ou purificados aos Orixas. O Ba-
balorixa ou Yalorixa e a pessoa que durante o período em
que durar a obrigaçao estará em contato direto com os Ori-
xas que estão sendo feitos para a pessoa iniciada no ritual,
daí o porque da obrigatoriedade do isolamento irrestrito do
Babalorixa ou Yalorixa em todas as obrigaçoes citadas.

249

Babalorixa EDGAR BAPTISTA, de Oxalá Biomi. Iniciado e aprontadi:

= Hd Mía
pela Yalorixã Luíza omazzi de ve a De Naçao Reli-
Y. Th de Oliveira (Luiza de Oi is Reli

250
PODE O BABALORIXÁ OU YALORIXA SE AFASTAR DO
TEMPLO DE RELIGIÃO QUANDO ESTÁ EXECUTANDO
OBRIGAÇÕES RELIGIOSAS PARA OS ORIXÁS
OU PARA OS SEUS FILHOS?

O Babalorixa ou Yalorixa que vai executar uma Obri-


ção religiosa(feitura de cabeças, de assentamentos de Ori-
Is, etc.) deve, antes de inicia-la, estar em estado de pu-
ficação (descarregado, limpo) pois, e ele quem vai coman-
r aquela Obrigação. Falamos em estado de purificação, pe-
: ato de que, se o filho deve ter seu corpo purificado pe-
"banho-de- miero", e, ao apos, pelo axê (serviço) de lim-
za para Bara antes de iniciar toda a Obrigação: o mesmo
ontece com o Mestre que ira comandaá-la.

O Mestre Religioso, que comandara toda a "Obrigação


ve obrigatoriamente estar muito bem limpo e, descarregado
is possíveis "cargas materiais e espirituais" que possa ter
rregado no mundo exterior.

Se, para o filho que alí vai fazer a Obrigação e exi


do um retiro, e um estado de purificação total para poder
rvir plenamente ao Orixa, o mesmo ocorre com o Babalori-
|! que vai comandar aquela Feitura ou Obrigação.

Porquê aquele ou aquela que vai lidar diretamente com

' limpeza e de purificaçao?

— Afinal de contas: o que e exigido para o filho-de-re-


iao que vai para o "chão", em uma Obrigação de Oborí(no

251

Obrigações, que vai comandaá-las não é exigido o estado

sentido de estar limpo e purificado para o Orixã), como co-


rolario logico, deve ser exigido ao que vai comandar aquela
Obrigaçao.

Se o Babalorixa ou Yalorixá pode sair às ruas, ter con-


tato com gente impura, varar cruzeiros e caminhos, talvez
ate passar em frente a cemiterios, ou ter contato com enfer:
mos e contaminados... Se pode tudo isso, porque o Funda:
mento Religioso proibe o filho que esta de Obrigação de fa
zé-lo? Afinal de contas é aquele Mestre quem vai comandai
toda a Obrigaçaão..

Entendemos que o mesmo confinamento religioso que &


exigido ao filho que vai fazer suas Obrigações, deva ser exi
gido para o Mestre, sob pena de afetar contaminando com à
impurezas do mundo as Obrigações que alí estão sendo fei
tas. Se não fosse possível a contaminação do estado Dpurifi
catorio das pessoas que estão lidando com os Orixas(direta
mente) numa Feitura Religiosa, não haveria um porque de se
necessario o isolamento do filho durante o período das Obri
gaçoes para os Orixas.

É de se perguntar: se o Babalorixa ou Yalorixa, qu


vai comandar aquela Obrigação durante o período de isolamen
to do filho sai para as ruas, ou fora do Templo Religioso,
se contamina com as impurezas do mundo, ao retornar par
o Templo-de- religiao contaminara aquelas Obrigações e a do
filhos-de-religiao?

Por qual motivo se limpam as pessoas com "banhos d


miero", e com axes de limpeza para Bara e os demais Orixà
antes de dar início aquela Obrigação? É PARA QUE É TUD
FIQUE LIMPO, PURIFICADO. |

Da mesma forma tudo é lavado com miero antes de


começar o sacrifício dos animais para os Orixás, e por qui
motivo? É PARA QUE TUDO FIQUE LIMPO, PURIFICADO.

Por todos estes motivos, entendemos que o Babalorix


ou Yalorixa não pode se afastar do Templo-de-religiaão (pc
qualquer pretexto ou hipotese), sob pena de ficarem as Ob
gaçoes contaminadas com as impurezas do mundo exterior, 1
momento em que ele manusear aquelas Obrigaçoes.

252
Por outro lado, um Babalorixa, Yalorixa e Iniciado que vá
sitar um Templo-de-religiao e este esteja promovendo Obri-
çoes para os Orixas deve, sempre, se purificar, em sua
a com um axe(serviço) passado em seu corpo, ou um ba-
o de miero (ervas), em sinal de respeito aquelas pessoas
e alí estão em Obrigação purificadas. No Fundamento Re-
ioso esta previsto a entrada de pessoas não purificadas no
into religioso destinado as pessoas em geral (salão) emno
ji, desde que não toque em nenhuma das Obrigações (Fei-
as de cabeça e assentamentos) que alí estão sendo feitas.
purificação das "visitas" aqui citada e para o fato de de-
mstrar aquele visitante (Babalorixá, Yalorixa, Iniciado) a
rdadeira amizade e o respeito que tem pelas Obrigaçoes-de-
igiao dos outros demais; tambem demonstrando o seu pro-
do conhecimento pelos Fundamentos da sua Nação de Ori-
s, ademais, quando ele (o visitante) e tambem um Mestre
> Ensinamentos e deve demonstrar aos seus seguidores que
redita nos Orixás e, se acredita, vai cumprir a risca os
ndamentos da sua Nação de Orixás. Se você não respeita
Obrigação dos outros, respeitara irrestritamente a sua tam-
TRAS

253
O QUE SIGNIFICA SER UM FILHO-DE-RELIGIÃO?

O Filho-de-religiao e o portador da sabedoria mais di-


ícil de se encontrar nas pessoas: humidade, cumprimento
das determinações religiosas do seu Mestre Religioso e von-
tade obstinada de aprender tudo a respeito dos Fundamen-
tos e dos Orixas.

O. Filho-de-religiao deve acatar as determinações re-


ligiosas transmitidas pelo seu Mestre Religioso, e colocar em
pratica os fundamentos da sua naçao de Orixas.

O Filho-de-religiao nunca deve se prestar em "rece-


ber os axes de aprontamentos, facas e buzios" — em pu-
blico —, quando, na verdade, e sabedor de que ainda fal-

tam alguns aprontamentos, necessarios para tal. Como o Filho-


de-religiao conseguira enganar a si proprio e ao Orixa? O
Filho-de-religiao, no momento em que souber que o seu Ba-
balorixa ou Yalorixa não possui os Aprontamentos exigidos
para tal (ser pronto-de-cabeça; ter todos os Orixas —- de
Bará ate Oxala - assentados; ter axe de facas e búzios de-
idamente aprontados) tem que ter a inteligência de saber

Ode e Otim) jamais podera assentar para seus filhos aquele


Orixa que nao lhe foi assentado; bem como o axé de buzios
ficara em falta com aquele Orixa... É desse filho-de-religião
que deve partir a conclusao logica que o seu Mestre Reli-
gioso nao esta - ainda -, efetivamente pronto com todos A-
Xxes (cabeça, orixas assentados, buzios, facas, entre ou-
tros), portanto, nunca podera - efetivamente - apronta-lo.

255

que, se o Mestre nao tem determinado Orixa assentado (ex.:.

O Filho-de-religião tem a obrigaçao de respeitar a pes


soa do seu Mestre Religioso, nada devendo fazer que impli
que em desprestigia-lo; se portando de maneira conveniente
bo fx 2

a um membro da família daquele Babalorixa ou Yalorixa, e


assim, elevando o bom nome da Religiao e dos Orixas.

O Filho-de-religiãao deve demonstrar vontade de apren


der, disposição em cumprir os Fundamentos da sua Naç
Religiosa. Não tenha vergonha ou medo de perguntar e r
perguntar ao seu Mestre de Ensinamentos. Voce pode àa
chetear o seu Mestre, em determinados momentos, Com su
curiosidades religiosas, porém, nao desista, retorne a pe j
guntar em outro momento diverso. Seu Mestre sabe que ten
a obrigação de ensinar-lhe todo o Fundamento da sua Na:
ção de Orixás, e, com certeza, ficara feliz com suaansia dé
tudo aprender, tudo querer saber. Afinal de contas, este &
o seu direito: aprender tudo. ;

256
Babalorixã AILTON FERREIRA DE ALBUQUERQUE, de Oxum Pandá

Te Tê Riche acompanhado da Yalorixá RITA GARIBALDI, de Xango


JTUMA) e da Yalorixá PATINHA, DE BARÁ (PÓSTUMA).

257

(PÓS-

O QUE SIGNIFICA UMA PESSOA PERTENCER A UM


DETERMINADO ORIXÁ

Voce que pertence à um determinado Orixa (Orixa-de


cabeça) naturalmente sofrerá as influências das característ
cas das qualidades daquele Orixa.

A influencia dos Orixas do seu corpo, escravo e paí


sagens vao contribuir para a formação da sua personalidade:
seu modo de ser e de fazer algo. As nuanças, de acordo c
a formação do seu conjunto de Orixás (cabeca, corpo e p
sagens) e que comporao as suas características proprias,
versificando uma pessoa da outra, embora com o mesmo Or
xa. Sendo, por exemplo: uma pessoa de Xango(cabeça), lar
sa(corpo), Ogum(escravo) e Bara(passagem), e outra pe:
soa, de Xango(cabeça), Oxum(corpo), Yemanja (escravo)
Oxala (passagem), tem o mesmo Orixa na cabeça e difere!
tes Orixas no conjunto corporal (corpo, escravo e passag
ou passagens), logo, as nuanças provenientes das dive
dades das qualidades atribuídas a cada Orixa que comp
corpo da pessoa determinarão personalidades distintas sq
las pessoas de Xango.

Pertencer à um determinado Outra e cumprir, irrest


tamente, com suas determinações. É o não colocar em risco o b
nome daquele Orixa, ao enveredar pelos descaminhos da
da material. É o cuidar para que a execução dos Fundaã
tos da sua Nação de Orixás seja conservado e aplicado «e
certeza e exatidão, sob pena de outras pessoas acreditar:
que o seu Orixa falhou ou omitiu-se daquele fato.

Mode eo espelho refletor das luzes de bondade ou

258
dade, de sabedoria ou falta de conhecimento e/ou fundamen-
o do seu proprio Orixa. É atraves de você que o seu Ori-
xa demonstrara o Poder de construção ou de destruição que
em. Se ele não constroi seu proprio filho, se nao corrige seu

proprio as podera, ou tera força de faze-lo com as demais


pessoas?.

Repetimos, hã pessoas que são mal aprontadas, ou que


ao foram observadas as feituras e fundamentos religiosos
daquela Nação de Orixás quando foi iniciada na Religiao. O
Drixa desta pessoa mal aprontada agira de forma incompleta
para poder ajuda-la. Se você não procede de forma correta
com os Fundamentos de sua Nação de Orixás, não podera es-
perar outra coisa dos Orixas, que nao ultrapassam os pre-
ceitos fundamentais daquela Nação. O Orixa podera nao lhe
prejudicar se o seu erro for inconsciente, porem, com cer-
eza ira, no decorrer do tempo, lhe mostrar uma casa-de-re-

giao que promova os verdadeiros fundamentos e, aí, o aju-


dara com toda a sua força.

Não existe Orixá ruim, ou mais fraco. O que existem


sao. pessoas mal aprontadas que acabam enfraquecidas na Re-
figiao e acreditam que estão com sua vida mal determinadas
porque vieram ao mundo para sofrerem. Se você está com o
seu corpo, suas Obrigações e Assentamentos Religiosos pre-
parados dentro dos verdadeiros Fundamentos da sua Nação
de Orixas, ou da ultima Nação de Orixás a que foi feito, bem
como, sua conduta religiosa for irretocavel, seus Orixas so
poderão ajuda-lo sem qualquer tipo de restrição. Tudo, na sua
vida religiosa estara em completo funcionamento, tudo dentro
dos mais difíceis e mais irrestritos Fundamentos daquela Na-
ão de Orixás. E, se sua vida espiritual está em perfeito es-
tado, a sua vida material, obviamente, estará muito bem en-
aminhada.

O significado de pertencer à um determinado Orixaá e,


tambem, de zelar pelo bom nome daquele Orixa. Uma vez que
ocê seja um falador, um fofoqueiro, um intrigueiro irrecu-
eravel, estara, com tais atitudes, demonstrando que o seu
Jrixa não quer, ou nao pode lhe recuperar. Você será mau
ratado, seu Orixá será ignorado. Uma pessoa de religiao,
ue e governada por um Deus com poderes imateriais, que
ode tudo, certamente tera a inteligencia de se flagrar e, ao
pos, enveredar para o caminho do bom e do verdadeiro, sob
ena de colocar em risco a força e o poder do seu proprio
Jrixa governante.

259

Babalorixá CLAUDIOMAR BITENCOURT CHAGAS (CLAUDIO DE OIÁ).


do pelo Babalorixá Luis Carlos Oliveira Fogazzi, de Oxum Doco.

Apront.
Diret

Espiritual da Sociedade Afro-brasileira Santa Bárbara e Ogum Beira Mar,


Nação Religiosa de Cabinda.

260
»
FEITURA DA PESSOA. NÃO SE FAZ UM ORIXÁ
QUE JÁ É PRONTO

Ainda bem que existem poucos, os Babalorixás e as Ya-


orixas, que crêem que "fazem" o Orixá para uma determina-
a pessoa. Ou ainda, aqueles que se autodenominam os "pais"
o Orixa. Ainda bem que existem poucos.

A verdade é que as pessoas e os seus corpos e quem


ao preparados para o Orixa. Podemos comparar as pessoas
om aeroportos e, os Orixas com os avioes que aterrisam
estes aeroportos.

A pista do aeroporto(pessoa) deve estar bem deslizan-


e, sem qualquer saliencia ou buraco para que o avião (Ori-
xa) possa efetuar um pouso tranquilo e sereno.

Se não somos aprontados ou iniciados de acordo com to-


os os preceitos e fundamentos religiosos da nossa Nação de
Orixas, certamente restará uma lacuna (buraco) em nossa pis-
a (feitura) e o nosso aviao (Orixá) não deverá efetuar um
ouso com perfeiçao. Algo vai se passar com esta feitura in-
completa. Da mesma forma acontece com os nossos ocutaás, fa-
tas, buzios, e demais aprontamentos religiosos.

Um Orixa é poder imaterial, ninguémo faz. O que ocor-

e e a preparação das pessoas para receberem(pousarem) seus


rixas.

Um Orixa não se prepara. Um Orixaá já é feito.

Quando falamos que as pessoas se preparam para rece-


erem seus Orixas, e sempre no sentido de o Orixá pousar,

261

estar ligado ao filho pela Feitura Religiosa, nunca no seni


do de receberem (incorporarem) os seus Orixás. A incorp
ração existe em muitas pessoas e, é sempre inconsciente. P
ra uma pessoa ter o seu Orixa ligado ao seu corpo, é des
cessario a incorporação (materialização) do Orixa para o pov

É necessário aclarar que as pessoas e quem são feii


para os seus Orixas, e nunca o Orixa feito para a pessoa

Como é que pode um Babalorixa ou Yalorixa comand:


o seu Deus? Como é que pode um Babalorixa ou Yalorixa
zer o seu Deus, atraves dos sacrifícios com animais? O
se prepara são as pessoas para o Orixá.

BIS

FS ?

262
OBORI COM AVES

Varia de acordo com o Orixa, a quantidade de aves


ser sacrificada para o obiri de aves:

Se o obori for para:

BARÁ (Elegba, Lode, Lana, Adague, Agela), OGUM (Avé


ga, Onira Olobede, Adiola, IANSÁ (Oia Timboa, Oia Dira)

OBÁ, OSSANHA

- Sacrificar na cabeça 07 (sete) aves


tes ao axé de numero destes Orixas, e um
correspondente aquele Orixa.

- Sacrificar no corpo as aves correspondentes ao


de número daquele Orixa do corpo.

— Sacrificar em cada passagem as aves correspond


tes ao axé de numero do Orixa de cada passagem.

corresponder
casal de pom

Se o Obori for para:

XANGO (Aganju Ibeje, Agandju, Agodo)

- Sacrificar na cabeça, 06 (seis) aves correspondem


tes ao Orixa, e um casal de pombos correspondente ao mes

: dalorixa MANEL NS MACIEL, de Oiá Toladê, acompanhada de seu Pai-


e-religião Babalorixá João Cleon Melo Fonseca,de Oxala El. fã. Naçã -
ligiosa de Cabinda. : a OOo mona.

263 264
| - Sacrificar no corpo as aves de acordo com o axé de
umero daquele Orixa.

- Sascrificar em cada passagem, as aves corrsponden-


ao axe de numero de cada Orixá daquela passagem.

Se o Obori for para:


APANÁ (Jubeteí, Beluja, Sapatá)

- Sacrificar na cabeça, 09 (nove) aves corresponden-


es ao Orixa, e um casal de pombos correspondentes aomes-
no Orixa.

—- Sacrificar no corpo, as aves de acordo com o axé de


umero daquele Orixa.

- Sacrificar em cada passagem, as aves corresponden-


es ao axe de numero de cada Orixa daquela passagem.

ODÊ OTIM, OXUM (Apandã Ibeje, Ademun, Olodá, Adoco),


YEMANJÃ (Boci, Bomi, Nanã Borocum), OXALÃ (Obocum,
Dlocum, Dacun, Jobocum, Oromilaia).

- Sacrificar na cabeça 08 (oito) aves correspondentes

ao Orixa, e um casal de pombos correspondentes ao mesmo


Drixa.

— 7 Sacrificar no corpo, as aves correspondentes ao axe


de numero daquele Orixa.

À - Sacrificar em cada passagem, as aves corresponden-


tes ao axe de numero de cada Orixa daquela passagem.

O tempo de duração de um Obori com aves é de O01


(um) ano, apos este perído aconselha-se, dependendo do
caso, renova-lo. Sugerimos seja consultado os Orixas, atra-
ves do Axé de Buzios quanto a renovação do Obori.

265

Obori com outros tipos de Aves

Existem casos em que o obori de aves e es


panhado de aves de maior valor para o Orixa, É
sal de angolistas, marrecos, patos, etc...

- Sacrificar na cabeça, 01 casal de Aogonsres a E


recos ou patos, correspondentes ao Orixa; e a SEA
pondente ao Orixá; os pombos correspondentes

Orixa. !
- Sacrificar no corpo, as aves correspondentes ao '
rixa do corpo.

espo!l
- Sacrificar em cada passagem, as aves CcCorrespo!

dentes ao Orixá de cada passagem.


a i stes tipos
o de duração de um Obori com e A
aves Aos (dois) anos, apos este periodo aconselha-s:

i j nsul
dependendo do caso, renová-lo. Sugerimos seja CO 1

à e à
os Orixás, atraves do Axe de Buzios quanto a renovaç À

266
Yalorixá HORACINA PINTO CUNHA, de Oxalá Alufan. Iniciada
aprontada pelo Babalorixá José Vinícius Galhardo Passos, de Oxalá Do-

maia, Diretora Espiritual da Sociedade de Umbanda e Religião

Africana
— Xango e Oxalá. Nação Religiosa de Gegeê.

267

OBORI COM ANIMAIS DE QUATRO PATAS

O obori com animais de quatro patas deve deve S&€


feito com a quantidade de animais abaixo descrito: :

- Sacrificar na cabeça, o animal de quatro patas c


respondente ao Orixaã; as aves correspondentes ao Orixa ( É
parte "Obori de aves"); os pombos correspondentes ao Ori
xa.

Sacrificar no corpo, as aves correspondentes


Orixa do corpo.

Sacrificar em cada passagem, as aves corresponder


tes ao Orixa de cada passagem.

O tempo de duração de um Obori de quatro patas


de 04 (quatro) anos, apos este período aconselha-se, le
pendendo do caso, renovaá-lo. Sugerimos seja consultado
Orixas, atraves do Axe de Buzios quanto a renovação a
Oborí.

268
Se forem sacrificadas aves de maior valor aos Orixás
(angolistas, marrecos, etc...) acompanhado de aves e pom-
bos, deverao ser retiradas as penas destas aves (angolis-
tas ...) que correspondem ao axe de numero (múltiplo) do
referido Orixa (Bara 14 ou 21, Xango 12 ou 24 ...) e .a
mesma quantidade de penas das asas das aves que foram sa-
erificadas juntamente nesta Obrigação, e coloca-se ao redor
do sangue oferecido em sacrifício dentro da vasilha (bacia),
na vertical, intercaladas uma ao lado da outra, cercando-o.

CARMEN

« Todas, aprontadas pelo Babalori-

e suas filhas carnais, Yalorixas

Retira-se as penas do peito (se for galinha, angolista


fêmea, marreca, pata, ...) ou das costas (se for galo, an-
golista macho, marreco, pato, ...) e cobre-se a vasilha (ba-
cia) com estas penas, sem contá-las (à vontade), retira-se
o rabo de um galo (se for o caso) e coloca-se completo, cra-
vado bem no meio da vasilha (bacia).

Se foram sacrificados animais de quatro patas acompa-


nhados de aves e pombos, deve-se proceder da mesma for-

ma como se faz em obrigaçoes onde são sacrificados mais de


uma ave aos Orixas.

, acompanhada d

Olocum e CARMEN ROSE S. OLIVEIRA, de Bara Lana

MARIA ORLANDINA S., OLIVEIRA, de Yemanja

Se forem sacrificados somente pombos, deverão ser


retiradas as penas das asas que correspondem ao axe de
numero (multiplo) do referido Orixá (Bara 14 ou 21, Xango
12 ou 24 ...) ou so o axé de numero (múltiplo) de Oxalá
(16 ou 32) que é o dono. Coloca-se ao redor do sangue ofe-
recido em sacrifício dentro da vasilha (bacia), na vertical,
uma ao lado da outra, cercando-o.

Religiosa de Cabinda.

Elefã. Nação

Retira-se as penas do peito e das costas dos pombos


(macho e fêmea) indiscriminadamente e cobre-se a vasilha
(bacia) com as mesmas, sem conta-las (à vontade), retira-se

o rabo de um dos pombos e coloca-se completo, cravado bem


no meio da vasilha (bacia)

Sempre que for retirar penas das aves ou pombos sa-


crificados aos Orixas para fazer o ebo de penas, deve, o
Babalorixa ou Yalorixa, faze-lo tirando (cantando) o axé de
reza para retirar (depenar) penas.

Yalorixa

LÚCIA S. OLIVEIRA, de Oxalá


Cleon Melo Fonseca, de Oxal.

xá João

271
O EBÔO DE PENAS

Se faz o Ebo de Penas sempre que se sacrificar ani


mais, aves e pombos aos Orixás da seguinte forma: retira-s
das aves correspondentes ao Orixa que esta recebendo o sa
crifíicio, o axe de numero do Orixa, em penas das asas da
mesma, por exemplo: se for sacrificado uma ave apenas, re
rita-se exatamente um numero de penas das asas corresponz
dente ao axé de numero do referido Orixa (Bara 07, Xar 0
06, Oxum 08 ...) e coloca-se ao redor do sangue oferec. dal
em sacrifício dentro da vasilha (bacia), na vertical, uma ao
lado da outra cercando-o.

Retira-se as penas do peito (se for galinha) ou das


costas (se for galo) e cobre-se a vasilha (bacia) com estas
penas sem conta-las (a vontade), retira-se o rabo de um ga"
lo (se for o caso) e coloca-se completo, cravado bem no
meio da vasilha (bacia).

Se foram sacrificadas mais de uma ave, deverão sef


retiradas as penas das asas que correspondem ao axe de
numero (múltiplo) do referido Orixa (Bara 14 ou 21, Xango
12 ou 24, Oxum 16 ou 32 ...) e coloca-se ao redor do sans
gue oferecido em sacrifício dentro da vasilha (bacia), na
vertical, uma ao lado da outra, cercando-o.

Retira-se as penas do peito (se for galinha) ou d


costas (se for galo) e cobre-se a vasilha (bacia) com est
penas sem conta-las (a vontade), retira-se o rabo de um
galo (se for o caso) e coloca-se completo, cravado bem ne
meio da vasilha (bacia).

Babalorixá ALEXANDRE ROCHA CORDEIRO, de Oxalá Olocum Efam de TI. Apronz


tado pelo Babalorixá João Cleon Melo Fonseca, de Oxalá Elefã. Nação Re-
ligiosa de Cabinda.

270 272
A OBRIGAÇÃO DO PASSEIO

Esta obrigação e feita pela manha cedo.

3 Para darmos encerramento numa obrigação de obori


seja ele qual for, e necessario fazer o passeio, que consis-
te em fazer com que as pessoas que estão de obori saiam
Soa de religiao em regime de jejum (sem comer). e então

01) a um mercado (local onde hã gêneros alimentícios


frutas, etc...) e lá comprem ou toquem com as mãos nos
alimentos e peçam aos Orixas que não deixem faltar em sua
casa, a comida, a fartura e que assim como fei feita aquela
obrigaçao de obori para os Orixas, seja a sua casa farta co-
mo e aquele mercado.

02) a uma praia (agua doce ou salgada) e la molhem


felicidade, e que aquela agua possa limpar os caminhos e o
corpo da pessoa contra feitiços, bruxarias, mandingarias,

etc... Pode-se colocar dentro da agua, s $


e quiser f
doces, balas, moedas, flores, etc... , q , trutas,

03) à casa dos Babalorixãs ou Yalorixas amigos


- - 21.” p o
que tenham ido visita-lo na obrigação que esta nao Ee

E la chegando, batam a cabeça no quarto-de-santo e


peçam aos Orixás que nunca falte a fê e que Eles sempre

273

as maos na agua e peçam aos Orixas, a paz, a saude e a.

façam com que a crença e o carinho perdure para sempre


com à: pessoa.

O Babalorixá ou Yalorixa, quando sabe que a pessot


que faz a obrigação de obori vai visita-lo no passeio,
quiser, pode preparar uma mesa com café, cha ou leit
pão, bolos, doces, frios, frutas, etce..., enfim uma mef
com alguma coisa para comer, em sinal de fartura daquel
casa que está recebendo a pessoa oborida, pois, a mesma
so vai comer nesta hora, ou então, quando chegar no fina
à casa de seu Babalorixa ou Yalorixa.

O número de Templos Religiosos a serem visitados d x


rante o passeio fica a livre escolha do Babalorixa ou Yalori
xa e da pessoa oborida, devendo-se observar, sempre, par
que o penultimo Templo a ser visitado seja o do Babalorix
ou Yalorixá avos da pessoa oborida, se tiver; e que o ult
mo Templo a ser feita a obrigaçao de passeio seja o do B
balorixa ou Yalorixa da pessoa oborida para assim finaliz
o passeio, e que se dara apos bater a cabeça no quarto-d
santo, para o Babarolixa ou Yalorixa, para Oo padrinho
madrinha e de receberem os cumprimentos dos demais filhos
da-casa (irmãaos-de-religiao) e então apos comer alguma cois
(se já não o tiver feito durante o passeio) estara encerrad
a obrigação de passeio.

Por uma questão de sincretismo catolico-africanista


os Babalorixás ou Yalorixás escravos, quando faziam a obri
gação do passeio, costumavam visitar as igrejas catoólicas
prática esta ainda adotada por alguns Babarolixas e Yalori
xas da atualidade. j

Entendemos por bem, em não adotar a visitação


templos católicos, pois achamos desnecessario, visto que
fundamento reza visitar Templos da mesma Seita Religios:
nas diversas naçoes de Orixas cultuadas. |

274
AS

de Xango Agodo. Iniciado e


de Oiá. Nação Religiosa Ge-

Babalorixá PAULO JOCELITO SOARES,


tado pela Yalorixa Maria Helena Maciel,

ge-Cabinda.

apron

275

A ESCOLHA E A AUTORIDADE
DO BABALORIXÁ OU YALORIXÁ

A responsabilidade da escolha certa de um Babalori


ou Yalorixá, e toda da pessoa que será iniciada na Religiao
a mesma, devera sempre verificar nos diversos Templos Re:
ligiosos daquela Nação de Orixas, o modo de conduzir,
maneira de tratar e o. carinho dedicado aos seus filhos-de:
religiao pelo Babalorixá ou Yalorixa. Deverá dar uma especia
atençao para o nível de conhecimento religioso e, se o mes
mo, transmite aos iniciados do Templo os Ensinamentos e Fun:
damentos de sua Nação de Orixás.

O Babalorixá ou Yalorixá será o conselheiro de su


vida, procurando resolver todas as suas duvidas, os seu
problemas de ordem espiritual e ate material da pessoa qui

será iniciada a religiao.

A autoridade do Babalorixá ou Yalorixa, para com


iniciado e sua vida, começa no momento em que e feita.
primeira obrigaçao de lavação de cabeça com miero e e con
firmada no momento em que é cortada a mecha de cabelo
centro da cabeça do iniciado para o assentamento do obo
É a imposição de um domínio, atraves do Orixã, para com

iniciado pelo Babalorixa ou Yalorixa.

A partir do momento em que à confiança e o carink


entre o mestre e o iniciado terminar, o iniciado devera pro
curar um outro Babalorixa ou Yalorixa de sua confiança

276
ntão fazer as devidas obrigações e dar continuidade a sua =
da religiosa neste outro Templo escolhido. Aconselhamos,
o caso de troca de Babalorixa ou Yalorixa, que o iniciado
nserve a mesma Nação onde foi inicialmente preparado
eito), por exemplo: de um Templo da Nação de Cabinda pa-
a outro Templo da mesma Nação de Orixas. Se o iniciado
referir trocar para outra Nação diferente da sua, devera
ptar em seguir os ensinamentos e fundamentos religiosos
lesta ultima Nação onde foram ou serao feitas as suas obri-
rações para os Orixás.

O domínio, do Babalorixá ou Yalorixá nos seus filhos


tão concreto que às vezes podem ocorrer casos em que es-
e mestre vem a falecer e querer ter os filhos junto com ele
alem, sendo pois, de vital necessidade que ao ocorrer o
alecimento do seu Babalorixa ou Yalorixa, o iniciado procu-
e outro Templo Religioso, ou dependendo do caso, ele pro-
rio, e então proceda a obrigaçao de "tirar a mao do egum
morto)". Não se deve ficar com a mão do Babalorixa ou
alorixa morto na cabeça ou nas obrigações de Orixas.

balorixã ROGÉRIO CALONE, de Ossanha. Aprontado pelo Babalori-

277 n Melo Fonseca, de Oxala Elefã. Nação Religiosa de Cabinda :

27
O QUE SIGNIFICA A PESSOA SER
UM BABALORIXA OU UMA YALORIXÁ?

Se você é um Babalorixa ou Yalorixa, OU, ./ pretende


ser um Babalorixa ou Yalorixa, se torna necessario —* seguir
ertas regras basicas para tal.

Um Mestre Religioso deve ser, primeiranente, humil-


de. Independentemente de ser este Mestre um« pessoa com
srandes conhecimentos religiosos da sua Nação de Orixas,
)u ainda, das diversas Naçoes de Orixás; como sabio, sa-
bera o momento exato de demonstrar o seu saber religioso,
sem a necessidade de humilhar ou maltratar - com palavras
>? atos - o seu interlocutor ou as pessoas que o cercam. Da
mesma forma, se este Mestre for uma pessoa abastada e a-
fortunada em sua vida material, desnecessario se fara — de-
lonstrar suas riquezas e sua felicidade. As pessoas, por si
ão, ja enxergam. A humildade da não demonstração das suas
naterialidades, visíveis a olho nu, fazem do Mestre Religio-
so um modelo a ser seguido por seus adeptos.

Um Mestre Religioso deve ter - acima de tudo - um


grande conhecimento dos Fundamentos da sua Nação de Ori-
xas, e a vontade de querer repassa-los aos seus seguidores,
sem o trauma destes - futuramente - obterem mais —conhe-
eimentos que o seu proprio Mestre. Deve ter igualmente, es-
te Mestre, a consciência de que nao está enganando —a si
proprio com o fato de não ter todos os complementos neces-
sarios (obori de quatro patas; assentamento de todos os Ori-
as (Orumale) de Bara ate Oxalá; assentamento das facas e

279

axé de buzios, entre outros) e exigidos para se poder; ef


tivamente, ter a condição de Babalorixaá ou Yalorixaá com a f
nalidade de ministrar os conhecimentos adquiridos. Se vo:
que e o Mestre, não tem todas as Obrigações exigidas pa!
tal, como podera transmitir os verdadeiros Fundamentos,

para si proprio não observou? ...

280
Babalorixá e Alabê ANTONIO CARLOS MACHADO, de Xango Agandjú. Alabe
oficial da Nação Cabinda, cujas raízes religiosas descende do Babalori-
xã Valdemar, de Xango Kamucã Baruálofina; Yalorixã Palmira Torrês dos San-
tos, de Oxum Epandã Olobomí e do Babalorixá João Cleon Melo Fonseca, de
Oxalá Elefã. Nação Religiosa de Cabinda.

281

O QUE SIGNIFICA SER UM RELIGIOSO AFRICANISTA?

O religioso africanista deve ter, sempre, OS Orixas


no coração e no pensamento.

É o deitar conversando e pedindo uma boa noite para


os Orixás; e o acordar e levantar, conversando e pedinde
um bom dia para os Orixas.

É ter o pensamento sempre elevado aos Orixas duran-


te o seu dia-a-dia, principalmente, naqueles momentos
que so os Orixas nos ouvem e veem, e nos, em perfeita co

munhão com Eles, comunicamo-nos, e pedimos Sua misericor<


dia.

É o ter a certeza de que os Orixas podem tudo. Por


dem dar a vida e tirá-la. Dar a felicidade, e tira-la. Curar.

Ser benéfico ou malefico.

É o acreditar que outros "deuses" não importam mai


nada valem, pois o Poder dos Orixas e infinitamente maior
Ter a certeza da Onipotência, Onipresença e da Onisciêncii
dos Orixas.

É o não usar as Forças da Religiao como se fora ]


"quebra-galho",-e sim, crer no seu Poder Maior, como Deu:
que tudo resolve, bastando se ter fe inabalavel.

É, finalmente, o não mesclar duas ou mais religi


em sua fé. O não crer em outros "deuses" que nao sejam
Orixás. Não participar, ativamente, dos rituais de outra
"religioes" sob pena de confusão da sua propria crença. Po:
exemplo: você olhar para uma imagem de santo católico K
pretender impor aos seus Orixas e aos seus seguidores que
ali está representado o Bara, Ogum, Oxum, Oxala, ... /Im
possível.

282
HUMILDADE DO BABALORIXAÁ E DA YALORIXAÁ

Você é o líder religioso de uma família de seguidor


ansiosa em saber os mais requintados detalhes da nossa £

ligiao. Voce e O líder de gente que possui sede de saber


] mais secretos Fundamentos da Naçao dos Orixas. :

Você é o espelho dos seus seguidores religiosos. Se


como um doidivanho, não sera o melhor modelo de liderança
ser seguida. Se é soberbo, contraria os princípios primari
daqueles que representam os Orixas na terra.

Seu Orixá, e todos os demais Orixás sao humildes,


demais. Seu Orixa certamente terá força para impregnar
sua mente um pouco que seja, da sua humildade... Acre
tamos ter esta força. . À

Um Mestre de Ensinamentos deve ser, antes de qu


quer coisa, humilde. Por mais rico ou. sabio que seja: de
ser humilde. Al está a pessoa que vai transmitir o conhe
mento religioso para o seu povo, o espelho do seu Ori:
de todos os Orixás.

Acreditamos que se tal ato ocorre com você, o seu O


está trabalhando para que, no decorrer do tempo
'sgatado e recolocado no caminho do princípio prim
sa Nação dos Orixas: a humildade. ;

Yalorixa IVÔNE MATHIAS, de Oxum olobá e o Be ixã ANTONIO CARLOS


MACHADO, de Xango Agandjú. Dirigentes Espiri U "Reino dos Orixás".
Nação Religiosa de Cabinda. 5

283 |

284
A ESCOLHA E À AUTORIDADE DO PADRINHO
OU MADRINHA

A responsabilidade da escolha certa de um padrinho


ou madrinha, e toda da pessoa que sera iniciada na religiao,
que devera ter o mesmo cuidado no modo de conduzir, tra-
tamento dado, carinho dedicado aos seus afilhados, bem co-
mo, para o nível de conhecimento religioso do mesmo, ado-
tado na escolha de seu Babalorixá ou Yalorixa.

O padrinho ou madrinha nunca podera ter a feitura


e obrigações inferiores à do iniciado.

De preferência, deverá ser o padrinho ou madrinha, da


mesma Naçao de Orixas, podendo, no entanto, ser de outra
Nação de Orixas diferente da sua.

O Babalorixá ou Yalorixa deverá manter-se neutro na


escolha do padrinho ou madrinha pelo iniciado, visto que
deve ser pessoal e de livre vontade do iniciado à escolha
das pessoas que governarao sua vida religiosa juntamente
com os Orixás que o regem. |

No caso de enfermidade do Babalorixá ou Yalorixa, O


padrinho ou madrinha ficara respondendo integralmente pe-
lo afilhado até que seu mestre Se restabeleça, salvo, Se O
mesmo, não tiver as obrigaçoes de feitura que o caso Te"
queira, aí entao o Babalorixá ou Yalorixa e quem decidira o
que sera feito.

286

A partir do momento e
ntre padrinho ou madrinha
era procurar outro
as obrigações e dar
seu novo padrinho ou madrinha.

que falecer o padrinho


diatamente procurar ou
mão do egum (morto)'".
adrinho ou madrinha morto na cabeça

de sua con

O iniciado poderá ter som


ha para todas as obrigaço
esmo, ou se preferir
ara cada obrigação com
o obori, axe de facas,

Assim como o Babalorixá ou Yalorixa, no momento em


ou madrinha, devera, o iniciado, ime-
tro e proceder a obrigação de "tirar
Não se deve ficar com a

287

m que a confiança e O carinho


e afilhado acabar, o iniciado de-
fiança e entao fazer as devi-

continuidade a sua vida religiosa

ente um padrinho ou madri-


gaçoes em que se fizer necessa
podera ter um padrinho ou madrinha
obrigatoriedade do mesmo, tais co-
axe de buzios entre outras.

a mao do
ou nas obrigaçoes de
PADRINHO OU MADRINHA DE AXEÊS NÃO É APENAS QUEM
ENTREGA, EM PÚBLICO, AS FACAS E OS BÚZIOS

Você é acostumado a ver Babalorixas e Yalorixas en-


tregando os Axés de Facas e Buzios, em público, e lá asse-
gurando que aquela pessoa realmente e pronta com todos os
Axés necessários. Se imagina que aquele Padrinho ou Madri-
nha conheça, com profundidade, os Orixas que foram assen-
tados para aquele(a) afilhado(a).

O Padrinho/Madrinha de Obrigação de cabeça (Oborí)


deve, sempre, segurar os animais que serao sacrificados na
cabeça do(a) afilhado(a), bem como, atar a trunfa, e etc.

O Padrinho/Madrinha de Axé de facas deve segurar os


animais que serão sacrificados naqueles Orixas(Baraou Ogum).

O Padrinho/Madrinha de Axe de Búzios deve segurar


os animais que serão sacrificados naquele Axe.

O Padrinho/Madrinha deve ter sempre obrigações iguais


ou maiores que as Obrigações que o(a) afilhado(a) estara re-
cebendo naquele momento. Stesbh sóRsa: hos, nã;

A participação ativa do Padrinho/Madrinha nas Obri-


gações a que foi convidado a apadrinhar ou amadrinhar, se
deve, pelo fato, da necessidade da imposiçao do Axe(força)
do seu Orixa naquela Obrigação; da necessidade daquele Mes-
tre que alí esta executando aquela Obrigaçao para o (a) fi-
lho(a) de demonstrar que na sua casa religiosa o Fundamen-
to é observado plenamente, que nada tem a esconder; bem
como, da necessidade de ser presenciado por aquele que vai

— Yalorixá ELBA ESTER VERÓN, de Oiá. Iniciada e aprontada pélo Baba


lorixã João Cleon Melo Fonseca, de Oxala Elefã. Nação Religiosa de Ca
binda. (República Argentina).

fio 289
a a Feitura Religiosa, sen:
tudo esta correto, que a
Mestre Religioso,

entregar o Axe ao(a) afilhado(a) tod


do a certificação, no local, de que
pessoa realmente obteve aquele Axe do seu

Ha um fator importantíssimo que deve Ser sempre ob-


servado pelo(a) afilhado(a): que Axeé(Força) voce tera de su
Madrinha ou de seu Padrinho, se o mesmo não comparece
para fazer a Sua parte naquela Obrigaçao?

Há uma estória de que não é necessário a presença fi:


sica do Padrinho/Madrinha no momento de atar a trunfa nm
cabeça do afilhado ou da afilhada, bastando que Se cante
Axe-de-reza do Orixa do Padrinho/Madrinha, e aí, tudo es:
tá muito bem... Discordamos com tal prática, uma vez que
necessário a presença do Padrinho/Madrinha, fisicamente, da
do ao fato de que se não fosse requisito essencial, para qui
então ter um Padrinho/Madrinha físico, bastaria o espirítua
bem como este tem que passar o Axe (Força) para o(a) all
lhado(a) no decorrer daquela Obrigação ao segurar anim

atar trunfa, e etc...

E se o Padrinho/Madrinha for enganado, eaquela pes


soa que vai receber a ordem, em público, de dirigir sua vi
da com aqueles Axes, nao tiver sido efetivamente aprontad
para aquele Axé? E se o aprontamento estiver com falhas mn
Fundamento? Você, como Padrinho/Madrinha daria o seu avê

à uma farsa solene? E se depois for descoberto que

pessoa que você apadrinhouou amadrinhou não tem os apron


tamentos (Oborí, assentamentos,

etc.) necessarios para recê.


ber aquele ou aqueles Axeés?... Poderiam ate pensar que

seu Orixa também foi enganado...

Finalmente, tanto para o(a) afilhado(a) que necessit:


do Axé (Força) direto do Padrinho ou Madrinha na sua Fei
tura, e a presença deste fisicamente naquele momento; qu
to para o Padrinho/Madrinha que, por uma questão de se ce
tificar que tudo alí ocorreu dentro dos Fundamentos daqu
Nação de Orixas, bem como, conceder efetivamente o Axe(f
ca) de seu Orixá, através da presença física (se este o
quiser, podera até incorporar e coroar, com brilhantismo aqueli

290

Dbrigaçaão) e espiritual,
ença do Padrinho/Madrinha no momento da Feitura (Serão)
jaquela Obrigaçao.

lemas em convidar o Padrinho ou a Madrinha,


o filho-de-religiao, para que este assista e participe do Se-
ao daquela Obrigação Religiosa, ao contrario, a
oder demonstrar que ali
damentos sao executados na integra.

e que se torna imprescindível a pre-

O verdadeiro Babalorixá ou Yalorixa jamais tera pro-


escolhido pe-

ficara feliz de
, naquele Templo Religioso, os Fun-

291
apro
ção

Babalorixá NESTOR OSVALDO LOPEZ, de Xango Agandjú Ibeje. Iniciado e


ntado pelo Babalorixá João Cleon Melo Fonseca, de Oxalá Elefã. Na-

Religiosa de Cabinda. (República Argentina).

292

OCUTÁS E A PREPARAÇÃO DOS OCUTÁS

O Ocutá é o centro, o íma que atrai o Orixa, o pon-


o principal entre o Orixa e a pessoa.

Os Ocutas são distintos em forma, cor, consistencia e


amanho, devendo ser escolhido o tipo de Ocuta de acordo
om o Orixa que vai ser assentado, sempre atraves do jogo
e búzios, pois é o Orixa que vai ser assentado que esco-
he o Ocutá que mais se enquadrara à sua feitura; de acor-
o com o seu nome, o seu Orixa de ajunto e as passagens
e Orixas de pessoa que o mesmo regera por toda a sua vi-
a. Os demais OCcutaás que formarão a familia ou a Orumale
e Orixas que serão assentados para aquele futuro Babalo-
ixa ou Yalorixa deverao ser, tambem, de acordo ou da mes-
a Ala, pois, se o Orixa que regera a cabeça da pessoa for
do tipo conhecido como"NOVO"(moço), os demais Orixas que
ormarão a Orumale junto com o mesmo deverão ser igual-
ente "NOVOS" (moços); o mesmo acontecendo com os do ti-
po "VELHO".

*
o Ócuta devera ser sempre. de auiba, HS, Babalorixás
e Yalorixas que adotam, como Ocuta para certos Orixas, ao
invés de de pedra, um vulto em madeira ou metal, “porem,
entendemos que o Ocutá em pedra é insubstituível e que
o vulto em madeira ou metal e apenas uma: | ferramenta que
acompanha o Ocutá (pedra), em sua feitura. :

Há diversos tipos de Ocutas (pedras) que variam, co-

mo já dissemos, em forma, cor, consistencia e tamanho, de-


pendendo do Orixa ao qual vai ser consagrado.

293
Nesta oportunidade estamos apresentando uma expla-
nação superficial sobre as formas e feitios dos Ocutas (pe-
dras). Nos proximos trabalhos apresentaremos, de forma
mais detalhada, tipos de Ocutas (pedras) mais usados para
cada Orixaá.

BARÁ

Pedra de forma piramidal

OGUM

Pedra de forma de um capacete ou espada, de


ferro.

minério de

IANSÁ

Pedra de forma arredondada chata, tipo um coraçao, aver"


melhada ou escura.

XANGO

Pedra de forma de machado.

ODÊ

Pedra de forma semicilíndrica, deitada, lembrando um arco.

OTIM

Pedra de forma arredondada lembrando um coco (fruta).

OBÁ

Pedra em forma de uma orelha.

OSSANHA

Pedra em forma de um pé.


XAPANÁ

Pedra em forma de um tecido varioliforme e bexigoso, de C


escura ou em forma de um porongo.

294

OXUM
Pedra em forma arredondada e amarela.
NJÁ

Pedra brilhosa branca, azul ou lilas de diversas formas sen-


do a mais comum arredondada

OXALÁ

Pedra brilhosa branca ou leitosa branca,


mas sendo a mais comum arredondada.
de diversas for-

A Preparação do Ocuta

2 O Ocuta (pedra), para ser escolhido atraves do jogo


de Búzios, pelo Orixa ao qual esta assentado, devera estar
sempre cru, sem qualquer preparo.

Após ser jogado e confirmado pelo Orixa, o Ocuta de-


verá ficar de molho em água pura por 24 horas e depois fi-
cara de molho em meiro específico para o Orixa referente a-
quele Ceuta durante o tempo de duração (em dias) do Axe
de numero daquele Orixa. Ex.: se for Bara, 07 dias; se for
Oxalá, 08 dias. Deve-se, nos primeiros quatro (04) dias
trocar (despachar) o miero por outro igual diariamente, e
então, o miero do quarto dia permanecera, sem ser trocado,
ate o ultimo dia do Axé de numero do Orixa, quando o miero
sera despachado.

Feito isto o Ocuta devera ser enxugado com uma toa-


lha (alá) branca e imantado totalmente com ori (banha).

Se o Orixá for de azeite-de-dendê, passa-se uma ca-


mada de azeite-de-dendê em todo o Ocuta, por cima do ori.

Se o orixá for de azeite-de-dendê e mel, passa-se uma


camada de azeite-de-dendê e mel em todo o Ocuta, por cima
do ori.

Se o Orixá for de mel, passa-se uma camada de mel


em todo o Ocutãá, por cima do ori. Depois coloca-se o Ocu-
tá na vasilha (bacia) onde receberãá o sangue do animal de
quatro patas, aves e pombos para o assentamento.

295
lorixãá JORGE ORONEL, de Ossanha. Iniciado e a
r ãh a aprontado pelo B
João Cleon Melo Fonseca, de Oxalá Elefa. Naçao Religiõda de |

FACAS

2 A faca serve para sacrificar os animais destinados aos


Orixás, é conhecida tambem pelo termo "ope".

Na realidade todas as facas deveriam pertencer a

Ogum, que é O legítimo dono das facas, porém, a Bará tam-


bem costuma-se consagrar facas.

] Os tipos de facas usados para os sacrifícios destina-


dos aos Orixas sao os seguintes: Y

BARÁ (Elegba, Lode)


Uma faca do tipo comum, com ponta

BARÁ (Lana, Adague, Agelu).


Uma faca do tipo comum, com ponta

OGUM (Avaga)
Uma faca do tipo comum, com ponta

OGUM (Onira, Olobede, Adiola)

Uma faca do tipo comum, com ponta, com o cabo de madei-


ra, aço, osso, prata, alpaca, ete.

297
Onde Usam-se as Facas

BARÁ (Elegba, Lode)

Para sacrificar animais aos


para os mesmos, e de rua
Eguns.

BARÁ (Lanã, Adague, Agelu)


Para sacrificar animais em serviços
sa ou na rua (fora do Templo Religioso),
cas, limpezas. E a faca mais usada no Tem
quase todos os serviços são feitos com ela.

mesmos, em serviços (feitiços)


fora do Templo Religioso), 4

(feitiços) dentro de car


para Eguns, tros

plo Religioso, pois

OGUM (Avaga)
Para sacrificar animais ao mesmo, em serviços (feitiços) par
ra o mesmo, e de rua (fora do Templo Religioso). é

OGUM (Onira, Olobede, Adiola)

o que costumamos chamar de "axe

O axé de faca de Ogum €


de faca do Orixa", pois, e uma faca usada somente para Sar

crificar animais em Obrigaçoes de Feituras, Assentamento, Se-


guranças de Vida para os Orixas. :

a fazer serviços (feitiços) de

Não usa-se esta faca par


ou limpezas

espécie alguma (salvo, as Seguranças de Vida),


ou Obrigações para Egúns, etc.

Alguns Babalorixas e Yalorixás, adotam que a Feitur:


da "faca de Orixá" (faca de Ogum) seja feita para O pro:
prio Orixa dono da cabeça da pessoa, porem, entendemos
que o legítimo dono das facas e Ogum e que à faca e ape:

nas o elemento conducen l

te do axé do Orixá que está send


chamado para aquela Feitura, Assentamento ou Obrigaçao.

298

Babalorixã VICTOR HUGO RODRIGUEZ, de Oxalá. Iniciado e aprontado pe


to DADaLOriAs João Cleon Melo Fonseca, de Oxalá Elefã. Nação Religiosa
e Cabinda.
299
PREPARAÇÃO DAS FACAS

As facas utilizadas para o io dos animais — aos


Orixás, devem ser novas, sem uso, devendo-se lava-las em
miero de acordo com o Orixã aos quais serão destinadas
imantaá-las com ori (banha), azeite-de-dende, e coloca-las n
vasilha (bacia) onde já devera estar o Ocutaá do Orixa que
corresponde a feitura daquela faca, para que os animais se-
jam sacrificados e o sangue caia em cima do Gceutá e da fa
ca consecutivamente, estabelecendo assim uma ligação hete-
rogenea entre os dois.

As facas deverão ter uma feitura com animais de qua-


tro patas, acompanhados de quantidade de aves e pombo
correspondentes aquele Orixá ao qual a faca pertence.

Há casos em que alguns Babalorixas e Yalorixás cos:


tumam "encostar" as facas somente com aves, prática esta.
que entendemos nao adotar, visto que a faca e de fund
mental importância para o desempenho das obrigaçoes, do:
fundamentos e das feituras dos Orixas, não podendo, assim,
ser a feitura da faca feita "por partes".

no daquela faca", seja devidamente assentado, antes, ou


momento da feitura da faca.

Babalorixá MIGUEL ANGEL ALANIS, de Xang


tina).

301

o Aganjú. (República Argen-


suas próprias maos, uma pessoa qualquer podera auxiliar
dando-lhe as comidas na boca, devendo permanecer sempre
tras da criança ou com à mesma sentada no colo. Sempre
que houver uma senhora gravida (em qualquer mes da ges-
tação) na peça onde está sendo realizada a mesa de Ibeje,
a mesma, devera ter prioridade em sentar na mesa de Ibeje
nto com as demais crianças e sera contada como se fosse
uma criança, ela comerá junto com as crianças e tudo o que
lhe for servido para comer deverá ser duplo (para ela e o
filho que está para nascer).

* Como Arriar a Mesa de Ibeje


ASSENTAMENTO DE ORIXAS
Coloca-se os axeés e o restante das coisas para a me-
sa na seguinte ordem:

01) a toalha ou ala, estendida no assoalho, no meio da


O Ocutá depois de ser preparado para receber o san: peça (casa).
gue, estara pronto para ter assentado um Orixa, com o sa
crifício dos seguintes animais: j 02) a vela apagada.

À 03) o amala.
01) o animal de quatro patas correspondente ao Orix&ê

que será assentado no Ocutaá. 04) as flores.

a 05) as frutas.
02) o numero de aves correspondente ao Orixa qu )
sera assentado no Ocuta devera ser de acordo co

É 06) a quartinha de Xango Agandju Ibeje.


o axe de numero do mesmo.

07)
08)

a quartinha de Oxum Epanda Ibeje.


a

09) a quartinha de Oxalá.


o

03) um casal de pombos correspondente ao Orixá qu

* 1 quartinha de Yemanja.
sera assentado no Ocuta.

O assentamento de Orixás deve ser feito sempre e 10) o mel.

Obrigação de Festa de Quatro Patas e sua Feitura e Obriga


ções decorrentes desta Festa, tais como, mesa de Ibeje, pei

r t A seguir, coloca-se sem ordem predeterminada, os do-


xe e terminação de festa de quatro patas.

ces, as balas, cremes, bolos, uma galinha assada (se a obri-


gação for de aves), um pedaço do animal de quatro patas
"assado (se a obrigaçao for de quatro patas), os copos, OS
pratos, atam, refrigerantes, Sucos, etc...
Y

O ebó de penas e a levantação de ebo pode ser veri-


ficado nos itens especificados nesta obra. À

Após, o Babalorixa ou Yalorixa acende a vela e entao


| faz com que as crianças sentem-se uma ao lado da outra,
— sempre pelo lado direito, ao redor da mesa.

Serve-se a canja para todas as crianças “(que sinda

anna

205
não poderão começar a comer). Quando todas as crianças es.
tiverem servidas com um prato de canja na frente, o Bab
lorixá ou Yalorixá autorizará o tamboreiro a começar a tocal
para Xango e Oxum Ibeje e, apos, é que as crianças come:
carão a tomar a canja. Durante o tempo de duração da mese
de Ibeje, o tamboreiro estara sempre tocando para os Orixãás

sea obrigação de mesa de Ibeje for com toque de tambor, do


contrario sera em silencio.

de cada criança um pouquinho de amala. A pessoa de Oxum


oloca na boca de cada criança um pouco de mel. A pessoa
de Yemanjá lava as maos de cada criança, seguida da pessoa
de Oxalá que virá secando as maos das crianças.

Depois que a última criança da mesa estiver proúta des-

e ritual, o tamboreiro devera tirar um "aluja" (axe de reza


de Xangô) e aí então é que as crianças começarão a levan-
tar da mesa, permanecendo de pe nos seus respectivos lu-

gares de frente para a mesa.

Quando todas as crianças terminarem de comer a can:


ja, retira-se os pratos, pela direita novamente; sendo que no
momento em que estiver retirando os pratos, nenhuma cri

O Babalorixá ou Yalorixa entao manda que as crianças


ança podera tomar mais canja.

dêem uma volta completa ao redor da mesa dançando o "alu-


ja".

Retirados todos os pratos, começa-se a servir os do: |

ces e refrigerantes ou atam, sempre pela direita. As cria

cas só poderão iniciar a comer quando todas as demais esti

verem com o seu prato de doce e o copo com o atam ou re.

frigerante servidos na sua frente, iniciam a comer todas ju


tas.

Na mesa de Ibeje, as crianças filhos de Oxum, Yeman-


1á e Oxalá poderão dançar o "aluja" ou apenas caminhar ao
redor da mesa.

Após darem a volta completa ao redor da mesa, cada


criança devera ir ao quarto-de-santo e bater a cabeça para
os Orixás e a partir deste momento ficam livres para fazerem

O tamboreiro continua tocando os axés de reza (can- S


| o que quiserem.

tico) para Xango e Oxum Ibejes.


Apos todas as crianças comerem os doces e tomarem (&
atam ou refrigerante, começa-se a retirar os pratos, pela d
reita, conforme foi servido. Neste momento nenhuma criançê
podera mais comer doces ou beber atam ou refrigerante.

A retirada da mesa de Ibeje deve ser feita toda com o


axé de reza (alujá) de Xango e na seguinte ordem: retira-
se, sem ordem predeterminada, os doces, as balas, EEE
bolos, a galinha assada ou o pedaço do animal de qua he pa
tas, os copos, pratinhos, atam, refrigerantes, oo o

Depois de retirados os pratos, deverá o Babalorixá ou deixando para o final estas


coisas que obedecerao g
Yalorixá determinar que uma pessoa pronta, de Xango, pe. te ordem de retirada:
gue o amala; uma pessoa pronta, de Oxum, pegue o mel; u
pessoa pronta, de Yemanjá, pegue uma bacia com agua e um
sabonete dentro (a bacia com agua nao e colocada na mesa
permanecendo dentro do quarto-de-santo); uma pessoa pro

ta, de Oxalá, pegue uma toalha branca (igualmente no quar-


to-de-santo).

01) o mel.

02) a quartinha de Oxalã.

03) a quartinha de Yemanjá.


a | i á Ibeje.

O Babalorixá ou Yalorixa pede ao tamboreiro que toqui 04) a quartinha de Oxum


Epanda j

axés de reza (cântico) para Xango (um pouco), para Oxur

: : ; : djú Ibeje.

(um pouco), para Yemanjá (um pouco) e para Oxala (um pou 05) a quartinha de Xango
Agand) d

"e. ; 06) as frutas.


Sempre pela direita, a pessoa de Xangó coloca na bocê

07) as flores.

306 307

a 2
08) o amalá.
09) a vela acesa.

10) a toalha, que o Orixa enrolará tipo um canudo, co


locará nos seus ombros e devera ir ate a porta
rua, até a frente do tambor e depois ira ate o qua:
to-de-santo onde colocará arriada no assoalho, se
pre dançando O "aluja". q

Costuma-se dar, apos arriar a toalha no quarto-de-san

to, bandeijas com balas para os Orixas jogarem para o po


comer, sempre no axe de reza (aluja) de Xango. j

308

Yalorixá VIRGÍNIA PARODI, de Oiá Timboã. (República Argentina).


O AXÉ DE BÚZIOS

O Axé de Buzios deverá ser dado somente se a. pessoa


for pronta de cabeça e se tiver assentado os Orixas de Ba-
ra até Oxalá ou se for assentar os mesmos por ocasião da fei-
tura do Axe de Búzios. Pois, para que se. estabeleça a rela-
ção Búzio-Orixá, é necessario que todos os Orixás(Orumale)
estejam devidamente assentados com animais de quatro patas.
O axe de Búzios deverá ser dado somente apos um determi-
nado número de anos da pessoa na religiao e de acordo com
o conhecimento religioso do iniciado que irá recebe-lo, a cri-
tério de seu Babalorixá ou Yalorixa.

Somente se prepara o Axê de Buzios em obrigações on-


de todos os Orixás de Bará à Oxalá recebam o sacrifício de
animais de quatro patas.

É através do Axe de Búzios que os Babalorixas e Ya-


lorixas consultam aos Orixás e à Oxalá Oromilaia, Orixá do-
no da adivinhação, dos problemas do consulente, sendo dos
mais variados tipos e de ordem espiritual ou material, bem
como, dependendo da responsabilidade de cada um, deverá,
o mesmo, consultar pelo Axe de Búzios a confirmação ou não
dos trabalhos (feitiços) que seno realizados e posteriormen-
te o andamento dos mesmos. É, igualmente, atraves do Axê
de Buzios que o Babalorixá ou Yalorixá descobrirá o Orixã.
dono da cabeça, do corpo e de todas as passagens que re-
gerão a pessoa que sera iniciada por toda a sua vida.

Ao Babalorixá ou Yalorixá, ou ainda, ao Padrinho ou


Madrinha de Axé de Búzios, caberá a obrigação de ensinar

310

—dondada do búuzio é sempre a traseira. A parte que e

ao iniciado a maneira de jogar os búzios e a interpretação


das "caídas" (maneiras com que ficam os buzios quando jo-
gados pela pessoa).

Costumamos colocar no Axe de Buzios a quantidade de


buzios que corresponde ao axé de número de Oxala Oromilaia
que e o letítimo dono dos buzios em geral e da adivinha-
ção, e tantos buzios quantos forem os Orixas que a pessoa
tiver assentado, que deverá ser de Bara ate Oxala, um bu-
zio para cada Orixa. Sendo assim, independente da pessoa

— que estiver recebendo o Axé de Buzios ser de Baraá, Ogum,

Iansa, Xango, ou de qualquer outro orixá, o número de bu-


zios que serão preparados no Axé de Búzios será sempre 08,
16 ou 32, sendo que nunca menos de 08 e não mais do que
32 buzios. Os búzios poderão ser dos tipos: brancos ou co-
loridos (pintados), de acordo com o Orixa dono da cabeça da
pessoa e do Babalorixa ou Yalorixa que determinara otipo e
o tamanho dos búzios que serão preparados para aquela pes-
soa. Os buzios deverão ser ralados numa pedra, na parte oval
dos mesmos, por uma pessoa que já tenha o Axe de Búuzios
assentado. A ralação dos búzios devera furá-los ate que apa-
reça no local onde foi ralado, o miolo(interior) de cada um.

A parte do buzio que foi ralada, se cair para cima, quan-


do for jogado pela pessoa no jogo de buzios, correspondera
ao "SIM" do buzio, ou correspondera ao "Buzio aberto". A
parte contrária do buzio (que não foi ralada), se cair para
cima, quando a pessoa o jogar, corresponderá ao "NÃO" do
buzio, ou corresponderaã ao "Búuzio fechado". A parte arre-
mais

fina do buzio e sempre a dianteira.

O jogo de búzios pode ser realizado em qualquer local


da casa-de-santo ou dependendo do caso, a critério do Ba-
balorixá ou Yalorixa, nos mais variados locais fora da casa-
de-santo.

Em ocasiões especiais, O Babalorixá ou Yalorixa pode-


ra consultar aos Orixas, jogando com o Axé de Buzios no as-
soalho e proximo a determinado Orixã assentado ou com o Ori-
xa arriado junto com o Axé de Buzios no assoalho, dentro do
quarto-de-santo pois ali a vibração dos Orixás é mais inten-
sa.

311
Preparação do Axé de Buzios

Colocam-se os búzios do Axé de Buzios (08,16 ou 32),


e os demais búuzios que corresponderão a cada Ocuta(Barãá,
Ogum, lIansa, ...) assentado, numa vasilha (bacia) junta
mente com uma campainha (sineta), a guia imperial, 04 moes
das de tamanho médio e uma de tamanho grande, 04 conchas
ou caramujos. Coloca-se orí e mel para imantar os componen-
tes acima referidos. Esta vasilha (bacia) deverá permanecer
do início ao fim da obrigação de Serão da Festa de Quatro Pa
tas, dentro do quarto-de-santo onde receberão um pouco de
sangue dos animais de quatro patas, aves e pombos de to
dos os Orixás de Bará até Oxalá, devendo-se fazer na vasi-

lha (bacia), depois que forem sacrificados todos os animai

para os Orixás, o ebo de penas, somente com as penas das


aves sacrificadas para Oxala e no axe de numero do mesmo.

Entendemos que o Axé de Búzios deve receber o san"


gue de todos os animais de quatro patas, aves e pombos que
foram sacrificados aos Orixás, de Bará até Oxala, na Obri)
gação de Serão da Festa de Quatro Patas, para que haja um
aprontamento de Feitura e se estabeleça uma ligaçao de Oxaz
lã Oromilaia e todos os Orixas, pois, apos à levantaçao do
ebo de quatro patas, os búzios que acompanharam os do Axe

de Buzios, na sua feitura, deverão ser colocados um em ca


da Orixá assentado para a pessoa que esta recebendo o À
de Búzios, e, assim sendo, aconteça o ligamento dos axes d
Orixás, através daquele (s) búzios (s) que recebeu (ram)
sangue em conjunto, de todos os animais oferecidos a tod
os Orixás (Orumale) no assentamento, para que assim pos
o Babalorixá ou Yalorixa, quando for consultar o Axe de B
zios, ter a certeza de que na Feitura dos buzios que esta jo
gando há uma verdadeira ligação com os Orixas e que no Oc
tá de cada Orixá assentado, o Axé de Oxala Oromilaia, q

é o dono dos búzios, se faz presente ligado atraves dos mes”

mos.

Os outros búzios (08, 16 ou 32) que restaram, junt


mente com a campainha, a guia imperial, as moedas, as co
chas e caramujos sao os que vão ser preparados na feitu
do Axe de Buzios para Oxala Oromilaia, que se faz da segui
te forma: pega-se uma vasilha (bacia) branca e forra-se
fundo todo da mesma com algodão. Coloca-se a guia imper
esten de forma oval dentro da bacia. Coloca-se em for

mato de dois olhos, duas gemas de ovos, distanciadas cerca


de oito centímetros uma da outra, no centro da guia impes

312

rial. Coloca-se quatro buzios "abertos" ao redor de uma ge-


ma e os outros quatro buzios restantes ao redor da outra ge-
ma. Coloca-se a moeda grande no meio das duas gemas, ou se-
ja, mais ou menos cerca de quatro centimetros uma da outra.
Coloca-se as outras quatro moedas uma em cada canto dentro
da guia imperial. Coloca-se à campainha (sineta) igualmente

"dentro da guia imperial. Coloca-se quatro caramujos ou con-


"chas um em cada canto dentro da guia imperial ao lado de ca-

da moeda. Coloca-se orí (banha) e mel na guia imperial, nos

"buzios, nas moedas, nas conchas e na campainha (sineta).

O Assentamento do Axé de Búuzios

A pessoa deve ficar de joelhos no quarto-de-santo com


vasilha (bacia) do Axe de Buzios nas maos. Uma criança, ou
uma pessoa que ja tenha ganhado Axe de Buzios, devera per-

manecer com uma vela acesa, nas costas da pessoa ate que

seja feito todo o assentamento do Axe de Buzios. Pega-se um


pouco de ori e um pouco de mel e passa-se nas palpebras dos
olhos abaixo da sobrancelha, nas costas e palmas das maos.

O Babalorixá ou Yalorixa então, pega uma galinha de

"cor preta, que deverá ser segurada pelo padrinho ou madri-

nha de Axé de Búzios da pessoa, e sacrifica degolando em


cima do Axé de Buzios que foi preparado na vasilha (bacia)
e logo em seguida coloca um pouco de sangue nos olhos (pál-
pebras), nas costas e palmas das maos da pessoa, sempre ti-
rando o axé de reza (cântico) de Oxalá Oromilaia. Depois pe-
ga um casal de pombos brancos e sacrifica igualmente em ci-
ma do Axe de Buzios e nos olhos (palpebras), costas e pal-
mas das mãos, sempre tirando o axe de reza de Oxala Oro-

—milaia durante todo o tempo.

Depois, tira-se dezesseis penas das asas da galinha pre-


ta e oito penas das asas de cada pombo e coloca-se na vasi-
lha (bacia) ao redor da guia imperial de maneira que fique
uma pena preta e uma pena branca consecutivamente uma ao
lado da outra. Pega-se um pouco de penas do peito dos pom-
bos e coloca-se sobre os olhos da pessoa cobrindo totalmen-
te os mesmos, colocando-se igualmente um pouco de penas do
peito dos pombos nas costas e palmas das maos. Coloca-se na
vasilha (bacia) a cabeça da galinha preta e a cabeça dos pom-
bos. Cobre-se toda a vasilha (bacia) com penas de peito e
costas dos pombos e coloca-se espaçcadamente algumas penas
do peito da galinha preta.

313
Após, a pessoa que esta gasaoo o Axe de A
i À j interior do quarto-de-
minhando de joelhos para o 1nt€ qa 4
1068 a vasilha (bacia) com o Axe acido Ae SATA ”
icará ate tação do |
de ficará até o momento da levan € o SS
à apo itura do Axé de Buzios.
se dará apos 24 horas da feitur: / á e e Seeln
ira itar- hão e ficar totalmente
to a pessoa ira deitar-se no Cc À oro
Oxi m falar com ningu :
durante as proximas 24 horas, Se ' .—.
o maior tempo pos ó
abrir os olhos, procurando dormir : A A
a to pedir tudo o qu
rá durante o período de isolamen 1 j
SS RtOs com relação ao Axe de Buzios que esta recebendo

godão e o sangue de dentro da vasilha(bacia) do Axé de Búu-


zios sao colocados na outra vasilha (bacia) da levantação do
ebo, e com bastante mel e flores por cima, deverão ser des-

pachadas dentro d'agua para que Oxalá Oromilaia clareie aque-


le Axe de Buzios. :

. Depois, um dia antes de apresentar ao publico o Axé de


Buzios daquela pessoa, ou ainda, um dia apos a pessoa ter
assentado o Axe de Buzios, o Babalorixá ou Yalorixá devera
entender um pano (ala) branco no assoalho, dentro do quar-
to-de-santo, e arrumar(armar) o Axê de Buzios daquela pes-
soa, fazer uma chamada dos Orixas de Bara ate Oxala,e or-
denar que a pessoa jogue os búzios para que o Babalorixá ou
Yalorixa possa confirmar, através dos búzios da propria pes-
soa, se Oxala Oromilaia aceitou ou não aquela obrigação de
Feitura de Axé de Búzios da pessoa. No caso de Oxalá Oro-
milaia não aceitar a Feitura de Axé de Buzios da pessoa, de-
vera o Babalorixa ou Yalorixa refaze-lo com mais cuidado ou
entao verificar, atraves dos buzios, o motivo de não aceitar
a Feitura. No caso de ser aceito a Feitura do Axe de Buzios
por Oxala Oromilaia, o Babalorixa ou Yalorixa deverá, jun-
tamente com o padrinho ou madrinha do Axe de Buzios, apre-

. O senta-lo no dia da Festa de Terminação do Ebó(de quatro pa-


As inhalas da galinha e dos pombos, depois de frias, |) tas) ao publico e dizer que
a partir daquele momento a pes-

S : j de Buzios nº | soa tem assentado o Axé de Buzios e que poderá joga-lo


] o da vasilha (bacia) do Axe ) a que p joga-los

aa CEARA lad quando e onde se fizer necessário.

quarto-de- .

Como a pessoa não poderá, durante estas 24 horas, 7


ceber claridade do sol nos olhos, devera o Babalorixa ou é
lorixãá, conservar a peça (casa) fechada procurando prop

no s
cionar a maior escuridao possível e o maximo de silencio.

A galinha do Axe de Búzios, depois de Aepenado.s -


pa, deverá ser assada com um pouco de mel. As inhalas

galinha são fritas com mel.

i i deverão ser
bos, depois de depenados e limpos E í
sao SS SouO de mel. As inhalas dos pombos sao fri

tas com mel.

A pessoa que vai receber O Axe de Buzios NA om


mer a galinha e os pombos sozinha no decorrer daque ão :
horas, não podendo ser ajudada por ninguem que nao seja O

seu Babalorixa ou Yalorixa e Padrinho ou Madrinha de Axe


de Buzios.

Alguns Babalorixas ou Yalorixas entendem em fazer uma


Obrigaçao de serao para a Feitura de Axe de Buzios, na praia.
Outros entendem que nao se deve sacrificar galinha de cor
preta para a Feitura deste axe. Outros adotam que os olhos
devem ser vendados com pano preto para invés de penas nas
24 horas de duraçao do isolamento no chao.
Apos as 24 horas em que a pessoa ficou em Jaglame a
no chão, O Babalorixá ou Yalorixa PRES — eia E
a branco e deve retirar do
com agua e um pano € CORRER
aquela agua para r É
nas e lavar os mesmos naq x
secando com o pano. Depois pega A Sajiga e aa TASA “
uzi i ca ao lado ;
Búzios retira todas e coloca ao
no Pega a guia imperial, os buzios, as moedas, o .—.
ou caramujos, a campainha (sineta) e coloca de molho "o
da vasilha (bacia) onde lavou os olhos da pessoa índr "o
va i o excesso de sangue e depo
te lava tudo para retirar
tudo com o pano branco. As penas, as gemas de ovo, o al

Entendemos, que o Axe de Buzios deve ser feito no quar-


o-de-santo e em frente aos Ocutas dos Orixás que garantem
pelas obrigaçoes, os Orixas daquele Templo; e que sacrifi-
2a-se a galinha preta, em primeiro lugar significando o que

oculto para as pessoas pela escuridao ou impossibilidade de


se ver ou descobrir e pedindo-se que Oxalá Oromilaia de luz
para que aquela pessoa a partir daquele momento possa conhe
cer, ver e ter iluminado tudo o que estiver oculto quando fi-
zer uso daquele Axe de Buzios. Não colocamos a venda de pa-
mo preto nos olhos pois como o Axe de Buzios e justamente

314 315
— para clarear, entendemos, por bem, em não usar a cor pr:
s E C

"ta para cobrir os olhos da pessoa durante o periodo de isc

lamento, quando sera concretizada a feitura. y

Babalorixá ROBERTO CORONEL, de Oxalá, Iniciado e aprontado pelo Ba-

balorixã João Cleon Melo Fonseca, de Oxalã a. é


binda. (República Argentina). dedo ae 4
317 E.

316
este Axe não foi aprontados para aquele(s) Orixa(s)? Ha que
ter uma ligação do Axe de Buzios com o Orixa que vai res-
ponder naquele Axe, e, esta ligação e justamente o apronta-
mento daquele Axé de Buzios com os Orixas assentados (vi-
de OAXE DE BÚZIOS). Da mesma forma que voce nao pode
iniciar ou aprontar pessoas de Ode, otim, Obá, Ossanha e

é Z Xapana (ou qualquer outro Orixa) se nao tiver, assentados,


AXÊ DE BÚZIOS: COMO JOGAR SEM O DEVIDO PREPARO? estes Orixás (não se concede o que
não se tem).

Se você não tem, assentados, estes Orixas, como fara


para que estes respondam em seu Axe de Buzios? Repetimos,
os Orixas não ultrapassam a barreira da hierarquia e a fun-
ção específica de cada um deles, portanto, o Orixá Oxalá nao
responderá sobre as funções destinadas aos Orixas Ode, Otim,
Oba, Ossanha e Xapana. Nem mesmo Oxala Oromilaia respon-
dera, se sobrepondo aos demais, do contrario nao haveria a
necessidade de se ter uma guia imperial onde estao al, to-
"dos reunidos; seria uma so guia de Ooxala Oromilaia e fim. Os
Orixás, como Deuses corretos que são, não se prestam para
quebrar a hierarquia ou se sobrepor aos demais nas suas es-
pecíficas funçoes. Quando falamos em induzimento ao erro na
interpretação do Axe de Buzios, e velo fato de não sabermos
como fazem aquelas pessoas que não tem, assentado, por exem-
plo: Ossanha, e, desejam consultar o Orixa para o consu-
lente com respeito aos problemas de doenças variadas, ou es-
pecíficas. É necessário se deixar claro que mesmo que Xan-
go seja o Orixa dono da garganta, as doenças de garganta
serão analisadas pelo "medico" da religiao: Ossanha. É uma
questão de função específica de cada Orixa. E assim, conse-
cutivamente, se da com as funções dos demais Orixas, nas

consultas feitas através do Axe de Buzios.

Ha Babalorixas e Yalorixas que acreditam que se po


conceder o Axe de Buzios para os filhos-de- religiao que t
assentados os Orixas Bara, Ogum, Iansa, Xango, (Ossanhi
e/ou Xapana), Oxum Yemanjá e Oxala. Geralmente concedem
o Axe de Buzios para os filhos que têm sete (7) Orixas a
sentados. Tal pratica nos parece irregular, e pode indu
aquela pessoa ao erro na interpretação daquele Axe de Bu-
zios. Í

A verdade e que o Axé de Buzios é o coroamento dr:


aprontação total daquele filho-de-religiãao. Somente podenci
ser concedido se o filho tiver assentados os Orixas todos (Oru
male) que são: Bara, Ogum, Iansa, Xango, Ode, Otim, Obá,
Ossanha, Xapana, Oxum, Yemanja e Oxala.

A necessidade de se ter assentados todos os Orixas se


da, pelo fato, de cada um deles estar representado na a
imperial e, de necessitar esta guia imperial de ser apronta-
da para cada um destes Orixas, antes de ter a sua feitura
para Oxalá Oromilaia (vide OAXE DE BÚZIOS).

Se ha uma representação na guia imperial de cada um


dos Orixás que eompoe a Orumale dos Orixás, e porque car
da um individualmente respondera naquele Axé de Buzios. D
contrário, não se faria necessario guia imperial, um
passagem para cada Orixa, individualmente, é uma questão
ate de lógica.

Se você não tiver assentado qualquer um dos Orixas,

por exemplo: Ode, Otim, Oba, Ossanha ou Xapana, como por


derá querer que estes respondam no seu Axe de Buzios, se

318
É
este Axé não foi aprontados para aquele(s) Orixa(s)? Ha que
ter uma ligação do Axe de Buzios com o Orixa que vai res-
ponder naquele Axe, e, esta ligaçao e justamente o apronta-
mento daquele Axé de Buzios com os Orixás assentados (vi-
de OAXÊ DE BUZIOS). Da mesma forma que você não pode
iniciar ou aprontar pessoas de Ode, Otim, Oba, Ossanha &€

Xapana (ou qualquer outro Orixá) se nao tiver, assentados,


| EX Orixás (não se concede o que nao Se tem).

Se você não tem, assentados, estes Orixás, como fara


para que estes respondam em seu Axé de Buzios? Repetimos,
os Orixas nao ultrapassam à barreira da hierarquia e a fun-
ção específica de cada um deles, portanto, o Orixa Oxala nao

responderá sobre as funçoes destinadas aos Orixas Ode, Otim,

Oba, Ossanha e Xapana. Nem mesmo Oxala Oromilaia respon-

dera, se sobrepondo aos demais, do contrario nao haveria a


necessidade de se ter uma guia imperial onde estão al, to-
dos reunidos; seria uma so guia de Oxalá Oromilaia e fim. Os
Orixas, como Deuses corretos que são, não se prestam para
quebrar a hierarquia ou se sobrepor aos demais nas suas es-
pecíficas funçoes. Quando falamos em induzimento ao erro na
interpretação do Axé de Buzios, é velo fato de não sabermos
como fazem aquelas pessoas que não tem, assentado, por exem-
plo: Ossanha, e, desejam consultar o Orixa para o —consu-

lente com respeito aos problemas de doenças variadas, ou es-


ar claro que mesmo que Xan-

pecíficas. E necessário se deix

go seja o Orixa dono da garganta, as doenças de garganta


"serão analisadas pelo "médico" da religiao: Ossanha. É uma
questao de função específica de cada Orixa. E assim, conse-
cutivamente, se dá com as funçoes dos demais Orixas, nas

consultas feitas atraves do Axe de Buzios.

319

320

acompanhada de seus

Yalorixã MARIA NADIR MOREIRA, de Oxum Epanda,


OBRIGAÇÃO DE EBO SECO AOS ORIXÁS
(QUINZENA SECA)

A obrigação de Ebo que se oferece aos Orixas, a qual


chamanos vulgarmente de "Quinzena Seca" e feita sempre
que necessario agradar aos Orixas com barulho (toque de
tambor) e que não se queira ou possa oferecer sacrifícios
com sangue aos mesmos. É uma Obrigação simples e de du-
ração menor que as demais. Consiste de oferecer aos Ori-
xas e ao povo doces, frutas, bolos, tortas, cremes, refri-
"gerantes, sucos, atam, amalas, cangicas, etc...

Pode-se fazer junto a esta Obrigação uma Mesa de


Hbeje.

Deve-se frentear todos os Orixás com os axes de fren-


te dos mesmos.

Este Ebo pode ser feito tambem em silêncio (sem to-


car tambor).

A levantação deste Eboó se dara 24 horas ou 06, 07, 08


ou 09 dias apos ser oferecido.

|: Yalorixãá HELOISA DE SOUZA CARBONE, de Yemanjá Omilaiá, Aprontada pe


lo Babalorixá Henrique Cassemiro Rocha Fraga, de Oxum Epandá Bomi. Nação
Religiosa de Cabinda. (Homenagem do afilhado-de-cabeça Luís Roberto do.
são C. Steemburgo-Ydy de Oxum-).

322
OBRIGAÇÃO DE EBÔ COM AVES AOS ORIXÁS
(QUINZENA COM AVES)

A obrigação de Ebo com Aves que se oferece aos or


xas, a qual vulgarmente chamamos de "Quinzena com Aves
é feita sempre que for necessario uma Obrigação com aves aos
Orixás. Esta Obrigação podera ser feita com barulho (toque
de tambor) ou em silêncio (sem toque de tambor).

A Obrigação de serão (matança) de aves, deve ser E


da seguinte maneira: coloca-se as oferendas de ee AEE
das) e os ecos no quarto-de-santo e prepara-se as vas "
(bacias) de cada Orixa que recebera o sacrificio ef o
serão, colocando no fundo de cada vasilha um pouco:-de aze
te-de-dendê; azeite-de-dende e mel; mel, de acordo com o
Orixá. Se houver feitura de guias, amuletos, joias, ete... fãs
de Obori, deve proceder-se de acordo com o que esta rela

tado na parte de Obori.

Estende-se no meio do salão uma toalha branca (de plas-


tico), que servira de mesa no decorrer da Obrigaçao. Na par-
te da toalha que fica para o lado da frente do Templo (rua)
deve ser colocado o axe de frente (comida) de Bara e a quar-
tinha do mesmo. Na parte oposta da toalha, na frente do quar-
to-de-santo, devem ser colocados os axes de frente (comida)
de Oxum, Yemanjá e Oxala e suas respectivas quartinhas. De-
verá ser colocado nesta toalha (mesa) o axe de frente e à
quartinha do Orixa dono do Templo Religioso.

As aves que foram sacrificadas deverao ser colocadas em


cima da toalha (mesa) e por ala de Orixá, no sentido da fren-

323

te da casa (rua) para o quarto-de-santo, ou, do axe de fren-


te de Bara para o axe de frente de Oxala.

-— Apos o sacrifício da ultima ave, o Babalorixa ou Yalori-


xa formara uma roda de pessoas ao redor da toalha (mesa)
e juntos dançarão, em círculo, os axeés de reza (cântico) de
Bara ate Oxala. Apos, serao levantadas (retiradas) todas as
aves por ala de Orixa e levados para a cozinha de Obriga-
çoes para serem limpas; e os axes de frente, as quartinhas
daqueles Orixas que foram colocados na mesa devem ser re-
colocados no quarto-de-santo. A toalha (mesa) devera ser
recolhida por um Orixa que a dobraraá tipo um canudo e co-
locara à suas costas e dançando a levara ate a porta, ate o

tambor e finalmente a depositara no assoalho do quarto-de-


santo.

Na noite seguinte devera ser feito um toque (batuque)


para os Orixas da maneira costumeira, sem obrigação de Ba-
lança (que somente e feita em Obrigação de Quatro Patas).
Quanto ao fato de se fazer um toque (batuque) ou nao, de-
pendera do criterio do Babalorixa ou Yalorixa, de acordo com
os Orixas do Templo.
A levantação deste Ebo se -dará apos decorridos 03/04
dias, ou melhor, o Axe de numero completo daquele(s) Ori-
xa(s), da data em que foram sacrificadas as aves, depen-
dendo do critério do Babalorixá e Yalorixa.

2— As pessoas leigas, ou com Obrigaçoes na cabeça de


miero ou ariribo nao poderao participar diretamente desta
Obrigação tal como segurar e limpar aves, dançar ao redor

da Toalha (mesa), enfim, poderão apenas assistir ao ritual


de Serão com Aves.

324
B. - - -
abalorixá MANOEL JOSÉ DE MIRANDA, de Oia Dira. EpTontado pelo Ba-

balorixã Luís Roberto do Couto Steemburgo (Ydy de Oxum). Nação Religio-

sa de Cabinda.

325

PENA ÇA

OBRIGAÇÃO DE SERÃO DA FESTA DE QUATRO PATAS

A Obrigação de Serao (matanca), de animais de quatro


patas, deve ser feita da seguinte maneira:

Orixás
no quarto-de-santo, bem como os ecos costumeiros e prepa--
ra-se as vasilhas (bacias) de cada Orixa que receberá o Sa"
crifício (sangue) dos animais, aves e pombos no decorrer da
Obrigação de Serão, colocando, no fundo de cada vasilha (ba-
cia), um pouco de azeite-de-dende, azeite-de-dende e mel ou
so mel, de acordo com O Orixã. Se houver Feitura de Ocu-

tás, Obori, guias, amuletos, joias, etc... deve proceder-se


de acordo com o que esta relatado no item proprio de cada

Obrigação.

Coloca-se as oferendas de frente (comida) dos

Juntamente com as frentes, ecós, vasilhas, etc.. colo”

ca-se um prato com acaças (comida de frente para Oxala),.


imal de quatro pa"

que devera ter dois acaçãás para cada ani


tas que sera sacrificado no decorrer da Obrigaçao de Serao,.

Ex.: oito animais de quatro patas correspondem à dezesseis


acaças no prato. Pode-se substituir os acaças por paes pe-

quenos ou fatias (pedaços) de pao.

salão uma toalha branca (plasti-

Estende-se no meio do
decorrer da Obrigaçao.

co) que servira de mesa no

Na parte da toalha que fica para o lado da frente (rua)


do Templo Religioso, coloca-se O axé de Bará e sua respec-
tiva quartinha. Na parte oposta da toalha(na frente do quar-s
to-de-santo) deve Se colocar os axês de frente (comida) de
Oxum, Yemanja e Oxala e as Suas respectivas quartinhas.. Coz
loca-se ao lado do axe de frente de Oxalão prato com os aca”

326
cás ou pães (fatias) que acompanharao cada animal de qua-
ro patas que for colocado na toalha (mesa) apos sacrificado
ara o Orixá, devendo-se colocar um acaça ou pao(fatia) no
eio das patas dianteiras e outro no meio das patas trasei-
ras do animal. Coloca-se o axe de frente (comida) e a quar-
tinha do Orixá dono do Templo Religioso, no meio da toalha
(mesa) pois o mesmo e que governara aquela Obrigação em

seu Templo.

Pega-se o axe de faca de Ogum(Orixa) e pede-se licen-


ça na porta da frente do Templo para os Orixas de rua, de-
pois pede-se licença (ago) para os Orixas no quarto-de-san
to e para o povo em geral. O Babalorixa ou Yalorixa entao
tira (canta) o axe de reza de Ogum para sacrificar animais

de quatro patas (licença).

O animal de quatro patas que sera sacrificado devera ser


conduzido da rua ate a porta do salão onde tera as suas pa-
tas lavadas em água pura e enxugadas. Sera colocado sobre
seu dorso uma capa de tecido na cor do Orixa para o qual
será sacrificado. Após, o Babalorixa ou Yalorixa ordena que
seja tirado (cantado) o axé de reza correspondente ao Orixa
que vai receber O sacrifício daquele animal e pega um galho
“verde (planta ou árvore) ou um punhado de capim e vai pu-
xando o animal que caminhara tentando comer aquele galho
ou capim e induzindo-o a dar uma volta completa ao redor da
toalha (mesa) e apos, o conduzirá ate o quarto-de-santo on-
de deixará, o mesmo, colocar na boca O galho (capim) para
comer. Então, rapidamente, deve ser a sua boca segurada
firme para que nao abra e nao berre. Segura*se nas patas
— dianteiras e traseiras e levanta-se O animal que ficara deita-
"do de lado, no ar, e então, O Babalorixa ou Yalorixa corta-
rá o seu pescoço, degolando e deixando cair o sangue den-
tro da vasilha (bacia) que ja estava preparada, ou, da car
beça da pessoa (Obori) que tambem ja devera estar —prepa-
rada para receber O sacrifício.

Após degolado o animal, o Orixá ou uma pessoa o colo-


cará às suas costas e dará uma volta com o mesmo ao redor
da toalha (mesa) e o colocará em cima da toalha(mesa) segui-
do das aves e pombos referentes ao mesmo. A colocação dos
animais a toalha (mesa) devera ser feita sempre de acordo com
a ala de Orixá, e no sentido da frente do Templo para os fun-=

dos ou do axé de frente de Bara para o axe de frente —* de


Oxala. :
327

Depois que se sacrificar o último animal de quatro pa-


tas e o ultimo pombo para os Orixas, o Babalorixa ou Yalo-
rixa formara uma roda de pessoas prontas (feitura) ao redor
da toalha (mesa) e juntos dançarão, em círculo, os axes de
reza (cântico) de Bara ate Oxalá. É

Apos, serao levantados (retirados) todos os animais,


aves e pombos por ala de Orixa e encaminhados para a co”
zinha de Obrigações apra serem limpos. Os axes de frente
(comidas), as quartinha e os acaças (que devem ser retira
dos apos o animal de quatro patas ser retirado da toalha
(mesa) para ser limpo) devem ser recolodados no quarto
de-santo. A Toalha (mesa) deverá ser recolhida por um Ori-
xá que a dobrarãá tipo canudo e colocará às suas costas €
dançando a levara ate a porta, ate o tambor e a depositarãá
no assoalho do quarto-de-santo.

Na noite seguinte será feito um toque (batuque) para


os Orixas de maneira costumeira, com Obrigação de Balança
(roda de quatro patas). é

! A levantação deste Eboó se dará apos decorridos 03/0/


dias, ou melhor, o axe de numero completo daquele(s) Ori
xa(s), 06; 07; 08 e 09, ..., da data do sascrifício dos ani-
mais de quatro patas, de acordo com o criterio do Babalori
xa ou Yalorixa. i

As pessoas que nao tiverem Obrigações com animais de


quatro patas na cabeça nao poderão participar diretament
desta Obrigaçao, ficando limitadas em assistir somente; pois
não poderão segurar ou limpar os animais de quatro patas,
aves e pombos deste Orixas a que forem sacrificados. Não
poderao, igualmente dançar ao redor da toalha (mesa),
fim, poderão somente assitir ao Ritual de Serão com

mais de quatro patas.

Não permitidmos que as pessoas sem o devido apron-


tamento religioso participem ativamente do Serão da Festa
de quatro patas, devido ao Axê (força) que deve ser dado
pelos participantes por ocasião da feitura das Obrigações de
Serão da Festa de Quatro Patas. |

328
FESTA DE QUATRO PATAS (BATUQUE)

A festa de quatro patas, ou seja o Toque (batuque),


uma festa de Batuque onde sao tirados (cantados), todos os
Axés de reza dos Orixas de Bara ate Oxala normalmente.

As pessoas que não tiverem Obrigações de quatro pata


na cabeça não poderão participar da roda do Batuque (cir-
culo onde as pessoas dançam para os Orixas), ou da Obriz
gação de Balança (roda de prontos ou de quatro patas). Li-
mitando-se apenas em assistir ao Batuque sem participar diz
retamente do mesmo.

Quando tocar para Xango se faz a Obrigação de Balan


ça (roda de quatro patas).

Além das Obrigaçoes enumeradas acima, deve-se faze


todas as Obrigações costumeiras de uma Festa de Batuque co
mum.

Yalorixãá LIÍDIA GONÇALVES DA ROCHA (MOÇA DE OXUM). Nação Religiosa


de Oyó. (PÓSTUMA).

329 E
o
TIE A 06 m TresaaAT APERTA TALENTO

Yalorixá NÉLIDA RAQUEL VELAZQUES, de Oxum Pandá(Natural da Repúbli


ca Argentina). Iniciada e aprontada pelo Babalorixá Ailton Ferreira de
Albuquerque, de Oxum Pandá Iê Tê Richê. Nação Religiosa de Gege.

331

OBRIGAÇÃO DE SERÃO DA MESA DE IBEJE

A Obrigação de Serão (matança) da Mesa de Ibeje, de-


ve ser com aves, que serao sacrificadas para Xango Agandju
Ibeje e Oxum Epanda Ibeje.

Coloca-se as oferendas de frente (comidas) dos Orixas


no quarto-de-santo, bem como, os ecos. Prepara-se a vasi-
lha (bacia) de Xangô Agandjú Ibeje e de Oxum Epanda Ibe-
je, colocando no fundo da vasilha um pouco de azeite-de-den-
de e mel para Xango, e, um pouco de mel para Oxum Epan-
da Ibeje.

Sacrifica-se as aves correspondentes a Xango Agandju


Ibeje e Oxum Epanda Ibeje, apos limpa-se e faz-se as inha"
las, colocando-se no quarto-de-santo. Da carne das aves ێ
feito uma canja que será servida no decorrer do Toque (ba-
tuque) que e feito na noite seguinte.

O serão da mesa de Ibeje pode ser feito independente


de ter ou não o toque (batuque); em qualquer data a crite-
rio do Babalorixá ou Yalorixa, e as suas aves deverao ser
rem feitas em canjas ou de acordo com o caso, assadas.

As pessoas leigas ou com obrigações de miero ou aribi-


bó na cabeça não poderão participar diretamente desta Obri-
gação tal como segurar e limpar as aves, podendo apenas as-
sistir ao Ritual de Serão da Mesa de Ibeje.

Não se deve permitir que pessoas sem o devido apron-

tamento religioso participem ativamente do Serão da Mesa de


Ibeje devido ao Axe (força) que deve ser transmitido pelos

332
que participam da feitura das Obrigações de Serão da Mesa
de Ibeje.

A levantação deste Ebo se dará apos decorridos 03/04


dias, ou melhor, o axe de numero completo daquele(s) Ori-
xa(s), da data do sacrifício das aves, de acordo com o cri-
tério do Babalorixa ou Yalorixa.

333

2 Babalorixá AILTON FERREIRA DE ALBUQUERQUE, de Oxum Epandãá Ie Iê Ri-


che, acompanhado de sua filha-de-religiao, natural da República Argenti-
na, Yalorixãa ADA, DE OXUM. Nação Religiosa de Gegê.

334
FESTA DA MESA DE IBEJE (BATUQUE)

Ss A Festa da Mesa de Ibeje, ou seja, o toque (batuque),


é uma festa de batuque onde são tirados(cantados) todos os
axêés de reza dos Orixas de Bara ate Oxala normalmente.

A mesa de Ibeje deve ser arriada (preparada) no axe


de reza de Xango ou Oxum. Podendo participar, neste caso,
todas as crianças presentes, nao importando se as mesmas fo-
rem leigas, iniciadas com miero ou aribibo, prontas ou pron-

tas com Orixás assentados.

Se a mesa de Ibeje for arriada em Festa de quatro pa-


tas, a festa devera ter a Obrigaçao de Balança.

Além das Obrigações enumeradas acima, deve-se fazer to-


das as Obrigações costumeiras de uma Festa de Batuque co-

mum.

335

“336

eus filhos-de-re-
DE OIÁ

Yalorixa DOCINDA,

, acompanhado de s:
3

, de Oxum Panda Te Te Riche

iguay, Babalorixá GUSTAVO, DE YEMANJÁÃ

IQUERQUE

publica Oriental do Uru;

DE

Babalorixã AILTON FERREIRA DE ALBU

ligião, naturais da Re

ixã JUANJO,

e, Bábalor
c) as harbatanas trazeiras;
d) as barbatanas de cima;
e) o rabo.

Deixar cair bem o sangue dentro do prato. A medida que


se vai cortando as partes do peixe, ja se deve ir armando
na propria vasilha onde vai o sangue como se fosse um pei- :
xe (forma), ou de acordo como foi cortado no peixe. Os pei- d
xes devem ser limpos por ala de Orixa. :

OBRIGAÇÃO DE SERÃO DO PEIXE

Depois de limpos pega-se os peixes e faz-se com pirão


ensopados ou fritos; e coloca-se em frente aos Orixás os que j
foram sacrificados a eles e para o povo não é necessario dar 3
os que foram sacrificados aos Orixás, devendo-se sempre com-

prar peixes vivos de modo que de para dar aos Orixas e ao


povo. i

O peixe para o Orixas significa o dinheiro, a fortuna. a

felicidade; sendo por isso que sempre que fizermos uma obri-
gaçao aos Orixás com animais de quatro patas, a mesma de-

verá estar acompanhada de peixes, aos Orixás que estão re-


cebendo os animais de quatro patas.

O peixe a ser oferecido varia de acordo com o Orixá, ao


qual oferecemos os animais de quatro patas.

São sacrificados aos Orixás somente peixes vivos, pela


manhã cedinho. E depois que as Obrigações de quatro patas
e de Obori foram levantadas e que Se sacrifica os peixes.

A quantidade de peixe a ser oferecida ao Orixá varia de


acordo com o axe de numero do mesmo.

Prepara-se as vasilhas onde serão sacrificados os peixes


com azeite-de-dende; azeite-de-dende e mel; mel, de acordo
com o Orixá que ira receber à obrigaçao de peixe. ;

Pegam-se peixes um por um ce m


co (pano) para que nao escape das
o axé de reza (cântico) do Orixá, o O
estiver sacrificando os peixes daquele Or á. O sacrifício dos

cixes deve ser feito da seguinte forma: corta-se bem rente


a pele do peixe, arrancando fora, um de cada vez:

o auxílio de um alá bran-


e começa-se a tirar
o tempo que

a) os bigodes; 1 e
b) as barbatanas dianteiras;

337
Yalorixã ODETH INEZ MENDES PENA, de
xá Ailton Ferreira de Albuquerque, de Oxum
ligiosa de Gegê. (República Argentina).

339

n ntada pelo Babalori-

é Richêe. Nação Re

FESTA DO PEIXE (BATUQUE)

A Festa do Peixe, ou seja o toque(batuque) e uma festa


de batuque onde sao tirados (cantados) todos os Axes de re-
za dos Orixás de Bara ate Oxalá normalmente.

Quando tocar para Xango se faz a Obrigação de Balan-


ça (roda de quatro patas).

Alem das Obrigações enumeradas acima, deve-se fazer to-


das as Obrigaçoes costumeiras de uma Festa de Batuque co-
mum.

340
OBRIGAÇÃO DE SERÃO DA TERMINAÇÃO DA FESTA DE
QUATRO PATAS

A Obrigação de Serão da Terminação da Festa de Quatro


Patas é a mesma Obrigação de Ebo com aves aos Orixas(quin-
zena com aves), devendo-se proceder da mesma forma.

Alguns Babalorixás e Yalorixas entendem em adotar por


terminar a festa de quatro patas somente com doces e frutas.

. — Entendemos que devem ser sacrificadas aves para os Ori-


xaás, pois, as que foram sacrificadas na Obrigação de Serao
da Festade Quatro Patas fazem parte do acompanhamento do
animal de quatro patas na Feitura que foi realizada.

]
L
]
]

Babalorixá AILTON ANTONIO SAMURIO, de Oxum Pandá. Iniciado e apron-


tado pelo Babalorixá João Carlos Flores, de Oxalã. Diretor Espiritual da
Casa de Nação Reino de Mãe Oxum e Pai Ogum. Nação Religiosa de Cabinda.

341

| 342
Babalorixá WINETON FERREIRA VAZ (SANDRO DE BARÁ)

Bab r É +. Apronta:
DaLoTIaa João Carlos Flores, de Oxala. Diretor ES tual da
eneficente Reino de Santo Ântonio. Nação Religiosa de Cabinda.

do pelo Ba
Sociedade

343

FESTA DE TERMINAÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE QUATRO


PATAS (BATUQUE)

A festa de terminação de Obrigação da Festa de Quatro


Patas, ou seja, o toque (Batuque), é uma festa de batuque
onde são tirados (cantados) todos os Axeés de reza dos Ori-
xás de Bará ate Oxalá, normalmente.

Quando tocar para Xango se faz a Obrigação de Balan-


ça (roda de quatro patas).

Quando estiverem tocando para Oxum, Yemanja ou Oxa-


lá devem ser apresentados (se tiver) os Axês de Buzios, Fa-
cas e Aprontamento Religioso das pessoas daquele templo, ou
a critério do Babalorixá ou Yalorixa.

Quando há Axe de Lingua (fala) para dar aos Orixas do


Templo, o mesmo devera ser feito na Festa de Terminaçao.

— As pessoas que não tiverem Obrigação de Obori de qua-


tro patas na cabeça, não poderão participar da roda do ba-
tuque (círculo onde as pessoas dançam para os Orixas); ou
da Obrigação de Balança (roda de prontos ou de quatro pa-
tas), limitando-se apenas em assistir ao batuque sem parti-
cipar diretamente do mesmo.

Alem das Obrigações enumeradas acima, deve-se fazer


todas as Obrigações costumeiras de uma Festa de Batuque co-
mum.

344
OBRIGAÇÃO DE BALANÇA (RODA DE QUATRO PATAS) |

A Obrigação de Balança é o coroamento, e a confirma-


cão da festa de quatro patas para os Orixás. É a reuniao de
todos os Orixás (Orumale) numa roda onde somente os pron-
tos (pessoas que tenham recebido feitura de Obori de qua-
tro patas) e os Babalorixás e Yalorixas podem participar. As
pessoas se dão as mãos, formando um circulo, e de frente pa-
ra trás (sem soltar as maos).

A Balança é o termômetro que medirá o comportamento


da Obrigação, pois, de acordo com a suavidade com que OS
Orixás se comportem ao dançar, na mesma, terá sido a acei- |
tação ou não daquele ebó pelos Orixas. Em hipotese alguma
a Balança podera rebentar (soltar as mãos) depois que a mes-
ma for fechada (círculo) e que Oo tamboreiro comece a tocar
e cantar o axé de reza para Balança, sob pena de que algu-
ma das pessoas que integram aquela Balança ou que algum
filho daquele Templo Religioso, venha a morrer decorrente de

haver sido rebentada a Balança.

É uma responsabilidade enorme integrar uma Obrigação |


de Balança e devemos faze-lo com seriedade e concentraçao. |

O Orixa, quando a festa for de quatro patas, nao de-


verá chegar (incorporar) antes de iniciar a Obrigaçao de Ba-
h lança, pois, o mesmo, so chegará antes, se a Obrigação es-
| tiver errada ou se algo de muito grave estiver para aconte-

Babalorixá LEOPOLDO PIRES, de Tansa. Inici - j j


" nsa niciado e aprontado pela Ya cer e o mesmo veio avisar.

ra Marfisa, de Oxalá. Nação Religiosa de Ijexá-Gege (Nago). (PÓSTU-

Depois de fechada (círculo) a roda da Balança, a mes"

345
346
ma, so podera ser aberta quando o tamboreiro começar a ti-
rar (cantar) a reza de "al “para Xango.

bem, do aprontamento re-

A Balança e a confirma:
a, pois, a mesma so pode-

ligioso da pessoa que dela


rao participar os prontos.

. Quando se fizer um para os Orixas novos, de


Bara ate Xapana, e ou Jrixas velhos, Oxum, lIe-
manja e Oxala, a pessc r de uma (novos), não
podera participar da outrs omente podendo faze-

: na falta de pessoas para


: xa e assim poder se

Esta Balança é composta de 14 (ou 07)


mens) e com a porta da rua (frente) aberta.

Para BARÁ, OGUM, IANSA, OBÁ, OSSANHA

Esta Balança e composta de 14 (ou 07) pessoas (Homens!


e mulheres). bs; ES *

Para XANGO

sta de 12 (ou 06) pessoas (homens

IANJAÁ, OXALÁ
Esta B a de 16 ou 32 (ou 08) pessoas

que, entendemos !
numero destes dois

Quando a Balança não for somente para um Orixá es-


pecífico, em que na Obrigação de Serao se tenha sacrifica-
do o animal de quatro patas somente para aquele determina-
do Orixá, e sim, para diversos Orixas, a Balança, neste ca--—
so, deverá ser composta de 12160224 32, “:. "pessoas |
(homens e mulheres). Tambaám, neste caso (diversos Ori
xás), se pode fazer uma Balança para os Orixás "Moços" (de
Bará até Xapana) com 12, 24, ... pessoas (homens e mulhe-
res); e outra Balança para os Orixas "Velhos" (Oxum, Ye--

manjá e Oxala), com 16, 32, ... pessoas (homens e mulhe-


res). f

RA obrigação de Balança pertence exclusivamente — ao”


Orixá XANGO. É no axe deza (cântico) de Xango que e fei--
ta a Balança, independentemente desta ser de Orixa "Mo

ços", ou de Orixas "Velhos".

348
Babalorixá JORGE
Babalorixá Leopoldo

de Xango Agodo. In
- : . Iniciado
ligião Afro-brasileire e aprontado pelo

nsã. Atual Presidente d


t a Federação o
Nação Religiosa Ijexá-Gegêe A NEBODOA

ECOS OFERECIDOS AOS ORIXÁS

O Eco serve para atrair as coisas ruins, feiticarias, Egúns


e outros malefícios existentes contra O Templo Religioso OU
às pessoas ligadas a Ele e à Religião. Funciona como um Íma
que atrai para Si mesmo, e, como um defensor do Templo Re-

ligioso e das pessoas que O freqliientam.


Os principais Ecós oferecidos a0S Orixás sao:

BARÁ (Lode)

Água, azeite-de-dende, farinha de mandioca.

BARÁ (Lana, Adague, Agelu)

Água, azeite-de-dende 5

OGUM (Avagã)

Água, vinho, açúcar.


3,

Adiola)
IANSÁ (Oiá), (Oiá Timboá, Oiá Dira)

Água, mel, perfume, flores vermelhas.

XANGO (Agandju Ibeje, Agandju, Agodo)

Banana amassada com mel, água, farinha de mandioca, azei-


te-de-dende. ; : SO:

OXUM (Epandá Ieje, Epandá

Água, mel, perfume e flores amarelas.


4

PxAs

YEMANJÃ (Bocí, Bomi, Nana Borocum)

Água, mel, perfume e flores azuis.

OXALÁ (Obocum, Olocum, Dacum, Jobocum, Oromilaia)

ã le ; é
Água, ime, mel e flores brancas.

pacha o ecó, esta se despachando as coi-

sas e outros malefícios que foram atraídas


durante o mesmo ficou na casa ou Templo Reli-
gioso.

SEBASTIÃO MADEIRA DE LIMA, de Oxalá. Aprontado pelo Ba-


Lemos Pinheiro, de Oxalã Coefã. Atual Presidente da Con
alista de Umbanda(C.E.U.). Nação Religiosa de Gege-Ije-

352

e.
OBRIGAÇÃO DE ECÔS NA FESTA PARA OS ORIXAÁS

RS Sora os Oct RARA quando se faz uma festa (ba-


v s, sempre no axé de rezade Xapana
então, antes de começar a tocar o axé de reza de Ea. "

Alguns Babalorixas e Yalorixas entendem em despachar

o Eco apos o final da festa, depois que os visitantes forem

embora; no dia segui o O


festa. guinte a festa ou na levantaçaão do ebo da

e 3

+ É qse o eo “e em dia de festa, no axé


ou antes de iniciar a tocar e

à L o axe -

za de Oxala, da seguinte maneira: o

O tamboreiro devera estar tirando (cantando) o axe de

reza " a a
alalupagema", de Bara, e então se deve ir na casinha

de Bara (Lode) e d ã :
o que segue: e Ogum(Avaga) e retira-se para fora (rua)

01) o axé de frente (comida) de Bará Lodê.


02) a quartinha de Bará Lode.

03) o eco de Bara Lode.

04) a quartinha de Ogum Avaga.

05) o eco de Ogum Avaga.

E sÃ: LJ -
stes ecos devem permanecer na rua, nao podendo en-

trar no Templo Religioso.

Feito isso, pega-se do quarto-de-santo e coloca-se no


meio do salão o que segue:

01) o axé de frente (comida) de Bará(Lana, Adague ou


Agelu).

02) a quartinha de Bará (Lana, Adague ou Agelu).


03) o ecó de Bara (Lana, Adague ou Agelu).
04) o ecó de sangue (se tiver).

05) o eco de Oxum, Yemanjá ou Oxalá.

Os Orixás ou as pessoas encarregadas de despachar os


ecos saem para fazê-lo da seguinte forma: os ecos, frentes e
quartinhas de Bará (Lode) ou Bara (Lana, Adague ou Age-
lu) e de Ogum (Avaga) deverao ser despachados no cruzei-

ro (encruzilhada) aberto, mais proximo. do Templo Religioso.

O Ecó de Oxum, Yemanjá ou Oxalá deverá ser despacha-


do dentro do patio do Templo Religioso.

Quando os Orixás ou as pessoas voltam para dentro do


Templo, após despachar os Ecós, o tamboreiro ainda estara
tirando (cantando) O axe de reza de Bará(alalupagema) e lo-
go apos deverá cantar o axe de reza para Ogum Avaga (xo,
xo, xonipado, gam, gam, g2am, gam, xonipado) e apos entao
estara terminada a Obrigação de despachar o Eco na festa pa-

ra os Orixas.

354
q fome anexi
. Ap rontado pela Ya
Babalorixá HERCULANO ' TEODORO NOCIETAS dire Me ndoao ANRES

lorixãá Dorvalina, de Xango Sabaluja,


ligião Africana Mensageiros de Oxalã
Tjexá.

(AFRO-RITO). Nação Religiosa Gege-

355

AS LEVANTAÇÕES

Levantação dos Ebos

Costumamos levantar os Ebos por partes (alas) e de acor-


do com o local onde os Orixas costumam receber as oferen-
das, agregando os mesmos numa so vasilha (bacia).

A levantação de Ebos, de uma maneira geral, obedece o


guinte criterio: forra-se a vasilha (bacia) com folhas de ma-
moneiro. Coloca-se no fundo da vasilha(bacia) o axe de fren-
te (comida) de cada Orixa..

Em cima de cada axe de frente colocar a levantação (pe-


nas, sangue, inhalas, etc...) de cada Orixa.

Em cima das inhalas coloca-se as balas, doces, frutas,


flores, azeite-de-dende ou mel (de acordo com o Orixa).

Se tiver cabeças e inhalas, de animais de quatro patas,


estas, deverão ser colocadas na vasilha(bacia) por cima da le-
vantação do último Orixa agregado na vasilha para depois en-
tão colocar as balas, doces, frutas, flores, azeite-de-dende
ou mel.

(Elegba, Lode), OGUM (Avagaã)


Estes Orixás são agregados na mesma vasilha. Não deve

as (fruta) nem flores nesta levantaçao. Deve-se


a levantação no mato. Coloca-se somente azei-

356
[ANSA (Oiá Timboá, Oiá Dira)

Orixás sã ilha. Coloca-


i são agregados na mesma Vvasl a
se ae azeite-de-dende. Deve-se despachar esta levan
tação no mato.

a Ú ira, Olobede, Adio-

 , Adague, Agel), OGUM (Onirá,'". io


BAR CS XANGO (Agandju leio: Agnelo
Agodô), OREEETIM. OBA. OSSANHOS XAPANÁ (Jubeteí,

Belujá, Sapata)

Estes Orixás são agregados na mesma AA oo


se somente agzeite-de-dende. Deve-se despachar & pende
tação nos verdes (grama) proximo a praia de agu

salgada.

á j a Olobá, Adoco), IE-

dá Ibeje, Epanda, Ademun, . ó


ANNA, Bomi, Nana Borocum), OXALÁ (Obocum, Olo
cum, Dacum, Jobocum, Oromilaia).

Estes Orixás são agregados nº mesma vasilha. co


somente mel. Deve-se despachar esta levantação dentro d ag
na praia de agua doce ou salgada.

locadas nas
ÃO: frutas e doces que forem co À:
gen ee devem ser partidos com as maos.

estas vasilh bacias) onde foram sacrifi-


. RF. CC. ou pombos para os Ori-
o LREARCAA Acutás, guias, facas, quartinhas, amuletos,
oo Babalorixa ou Yalorixa, no momento em que es-
o o Eboó, pegar o(s) Ocuta(s) e ea AREA
a) re
e com um pano (toalha) branco, secar, para

e do(s) mesmo(s), sem molhar com água o(s) Ocutá(s)


e Be a(s) faca(s) para retirar o sangue:

gar as guias uarti e colocar


nas, amuletos, etc...,
Pe s, qu nhas, e
numa vasilha com água. E retirar o sangue com à agua e
i

pois secar com uma toalha (pano) branco.

deve arrumar a tinhas,


O os cutás, facas, guias, quarto.
autos e colocar os axes de acordo com à feitura

do Orixa ao qual pertence.


357

——

= al nat,

ã Alguns Babalorixas e Yalorixas costumam lavar os Ocu-


tas de Oxum, Iemanjá e Oxalá em água pura, bem como co-
locar água pura na vasilha dos referidos Orixas. Entendemos
em não adotar a pratica de colocar agua na vasilha ou lavar

os Ocutás, pois, a água e usada quase sempre para afastar


o Orixa.

Levantação do Peixe

O peixe dos Orixás (sacrificado) é levantado apos


decorridos 03/04 dias, ou melhor, o axé de numero comple-
to daquele(s) Orixa(s), da data do sacrifício dos mesmos.
Deve ser despachado agregando-se à levantação por ala de
Orixa e local que recebe oferendas, conforme relatado na
"LEVANTAÇÃO DE EBÔOS", colocando-se o axe-de-frente (co-
mida) do Orixá e a levantação dos peixes em cima.

Levantação de Cabeças

A levantação da Obrigação de Obori feita na cabeça da


pessoa, deve ser efetuada somente pelo Babalorixa ou Yalo-
rixa, ou, pelo padrinho ou madrinha da pessoa.

O Babalorixá ou Yalorixá faz uma chamada dos Orixás


(nomes) no quarto-de-santo e pede licença(ago) aos mesmos
e aos presentes à cerimônia, para efetuar a levantação de Obo-
ri que foi feito na cabeça da pessoa.

Retira a trunfa da cabeçá, bem como todas as penas dos


pombos e coloca numa vasilha. Depois pega outra vasilha com
agua e começa a lavar a cabeça da pessoa, tirando (cantan-
do) o axé de reza (Cântico) correspondente ao Orixá da ca-
beça da pessoa, ate que o sangue saia completamente. Feito
isto o Babalorixa ou Yalorixa manda despachar aquela agua
nos verdes (grama), dentro do patio do Templo Religioso.

Apos, a pessoa bate a sua cabeça no quarto-de-santo

para os Orixas, para o Babalorixa ou Yalorixa, para o pa-


drinho ou madrinha.

Levantação de Obori (Assentamento)

Prepara-se uma vasilha (bacia) com água e outra sem


358
água e uma toalha (pano) branca e deixa-se ao lado.

Retira-se as penas que cobrem Oo Obori e coloca-se den-


tro da vasilha sem agua.

Da manteigueira, retira-se O cabelo da pessoa, que es-


tará enrolado numa folha de fortuna, os buzios e a moeda e
limpa-se o sangue com à toalha (pano), sem molhar com agua
os mesmos. Coloca-se a folha de fortuna na vasilha sem agua.

As guias, a quartinha, a manteigueira(pote de Obori),


deverão ser colocadas dentro da vasilha (bacia) com agua e
retirado o sangue para depois se secar os mesmos com a toa-
lha (pano).

As penas, o sanguee a cabeça dos animais, aves ou pom-


bos sacrificados no Obori, devem ser colocados dentro da va-
silha sem água e colocado azeite-de-dende, azeite-de-dende e
mel ou mel, de acordo com o Orixá, ou, dependendo do eri-
tério do Babalorixá ou Yalorixá serem despachados junto com
à levantação do Ebó ou enterrado no patio do Templo Reli-
gioso.

Coloca-se dentro do pote ou manteigueira do Obori, o ca-


belo, a moeda, os buzios e enche-se de mel puro e tampa-se.
Encher a quartinha do Obori com água e tampar. A vasilha
do Obori e a quartinha do mesmo devem permanecer dentro
do quarto-de-santo junto aos Orixas.

A obrigação de Ariribó deve ser levantada apos — de-


corridos 24 horas, ou melhor, o axe de numero completo da-
quele(s) ixa(s), da data do sacrifício dos pombos, depen-

tério do Babalorixa ou Yalorixa, do sacrifício

ação de Obori com aves (ou outros tipos de


r levantada apos decorridos 03/04 dias, ou me-
numero completo daquele(s) Orixa(s), da da-
das mesmas, dependendo do criterio do Ba-

"do sacrifício das aves (ou outros ti

ori com animais de quatro patas de-

orridos 03/04 dias, ou melhor, oO


daquele(s) Orixa(s), da data do sa-
ro patas.

crifício dos animais

DILMAIR MONTE DOS SANTOS, Omo Orisã de Xapanã Belujá. Iniciado


pelo Babalorixa Joao Carlos Honatel, de Oxum Pandã. Atual Coordenador
do Centro Nacional da Africanidade e Resistência Afro-brasileira (CE-
NARAB). Nação Religiosa Gege-Ijexã.

360
OS MERCADOS OFERECIDOS AO POVO

2. Existem diversos tipos dermercados ou de comidas que


se da ao povo para comer, no decorrer ou no final de uma
Obrigação de Ebo para os Orixas.

Num Ebo Seco dos Orixas (quinzena seca)

Para este tipo de Ebo não se


servido no decorrer da cerimonia

tinhos com um pedaço 6


ça, laranja, e outro: E.
tura tenha. Serve-se, també

rante ou suco de frutas para beber.

Não há maneiras diferentes para servir os


de doces aos Babalorixas e Yalorixas dos Filhos-d
leigos.

ão ã
Num Ebo com Aves (quinzena com aves)

Costuma-se dar dois tipos de mercados, sendo um pa-


ra Filhos-de religiao e leigos que e denominado "mercado sim-
ples", e outro para os prontos de cabeça, prontos com axes

ixas e Yalorixas, que e denominado — "mercado de

conforme veremos à seguir:

361

Mercado Simples (Ebo de aves)

Deve ser colocado num saco de papel ou plástico, um


pedaço de ave da Obrigação laranja, banana, maça, pedaço
de bolo, tortas e cremes, pipocas, rodelas de batata doce
frita, amendoim torrado e moido, polenta temperada, “milho
cozido (axoxo), doces, acaraje com ou sem casca, etes..

Mercado de Prontos (Ebo de aves)

Deve ser colocado numa bandeja, um pedaço de ave,


laranja, banana, maça, pedaço de bolo, tortas e cremes, pi-
pocas, rodelas de batata doce frita, polenta temperada, amen-
doim torrado e moído, milho cozido (axoxo), doces, acaraje
com ou sem casca, etc...

Num Ebó com Animais de Quatro Patas

Mercado Simples (Ebo de quatro patas)

Tudo o que é dado num ebô com aves, acrescido de


um pedaço de carne do animal de quatro patas.

Mercado de Prontos (Ebó de quatro patas)


s
Tudo o que é dado num Ebo com aves, acrescido —de
um pedaço de carne do animal de quatro patas.
363

kh”

AS LIMPEZAS EM GERAL

Das Obrigações para os Orixás, acreditamos —ser às


limpezas de fundamental importância visto que alem de tra-
tar dos Orixas, pois, Sua consistência e toda de oferendas,
animais, pombos e axes diversos dos orixas, trata do espií
rito e da materia porque nos retira o mal, limpando nosso
corpo e espírito das feiticarias "feitas" e das cargas e des-
cargas "recebidas ou apanhadas" sem que saibamos.

Costumamos fazer as limpezas obrigatorias, em diver-


sas ocasioes do ano conforme veremos:

A) Limpeza para os filhos-da-casa e para o povo


em geral antes de se fazer uma festa
de quatro patas.

Antes de se fazer uma festa de quatro patas (festa


grande) deve-se limpar as pessoas freglientadoras do Tem-
plo e os filhos-de-religiao para que à Obrigação transcorra
com paz e leveza e que as pessoas que vão lidar com os Ori-
xás e suas Feitura, estejam descarregadas das possíveis
feiticarias e maleficências.

"Neste caso deverá ser feito uma limpeza para todos os


xas conforme segue:

j O axe de frente (comida) de todos os Orixás de Bara


ate oo

364
Aves para Bara, Ogum (conforme o caso), Iansa (con-
forme o caso), Xango, Oxalá, e as aves do Orixa dono do
Templo onde sera feito a limpeza.

Um casal de pombos para Oxala.

Pedaços de panos coloridos (nas cores dos Orixás) pa-


ra Xapana (vassoura).

Velas para lIansa.


Varas de marmelo para Ogum Avaga.

Opetes para Ossanha, sendo um com casca (batata) e


o outro sem casca (batata).

Azeite-de-dendê ou mel, de acordo com o Orixa.

B) Limpeza de semana santa.

Alguns Babalorixás e Yalorixás, e determinadas pes-


soas costumam maleficiar, acreditando no sincretismo catoli-
co-africanista de que Jesus Cristo (Oxala) estaria morto e
que o demônio (catolico) com as suas forças maleéficas, co-
mandaria absoluto de zero hora de sexta-feira ate as 24 ho-
ras do mesmo dia, da semana santa, pois, o Orixas que te-
riam sido "mandado para a guerra", na quarta-feira (da
semana santa) somente retornariam no sabado de "aleluia"
(aleluia, o sabado da ressurreição de Jesus Cristo), as 10
horas do dia, onde se fara uma Obrigação (batuque) com
toque de tambor, para Oxalá Oromilaia e então trazer os
Orixás de volta da "guerra" para o quarto-de-santo Ou,
ainda, para os Ocutas.

Entendemos que não existe conotação analógica no fa-


to do Cristo (católico) estar morto e os Orixas, visto que
a feiticaria maléfica pode ser feita em qualquer epoca, dia ou
horario e que pelo fato dos Orixas "serem mandados a guer-
ra" não muda em nada, pois, os mesmos, nos amparam, cui-
dando-nos sempre.

Porém, baseado na "prática de maleficiar na semana


santa" que, infelizmente, alguns Babalorixas e Yalorixas,

365

bem como certas pessoas ainda adotam, costumamos fazer na


segunda, terça ou quarta-feira apos o dia da Páscoa, uma
limpeza para afastar os eguns e as feitiçarias em geral.

Neste caso, deverá ser feito uma limpeza para os Ori-


xas, de Bara ate Oxalá conforme segue:

— O axê de frente (comida) de todos os Orixás, de Barãá


ate Oxala.

Aves para Bara, Ogum, Iansã, Xango, Xapana, Oxala


e do Orixa dono do Templo onde sera feito a limpeza.

Um casal de pombos para Oxala.


Pedaços de panos coloridos (nas cores dos Orixas)
para Xapana (vassoura).

Velas para lIansa.


Varas de marmelo para Ogum Avaga.

Opetes para Ossanha, sendo um com casca (batata) e


o outro sem casca (batata).

Azeite-de-dendê ou mel, de acordo com o Orixá.

C) Limpeza de finados.

Como o dia de finados e uma data onde se costuma ve-


nerar os mortos de uma maneira universal, onde todos os
pensamentos estao voltados para os nossos antepassados e
entes queridos que ja desencarnaram e, sabendo- se, que o
egun (morto) "naquele dia" estara mais próximo de todos
nos, costumamos, apos o dia de finados na segunda, terça
ou quarta-feira fazer uma limpeza para que o egun, que po-
dera ter se aproximado de nos, retorne ao seu devido lu-
gar. Tambem, visamos ao fazer a limpeza, salvaguardar o
nosso espírito e materia dos possíveis malefícios feitos por
nossos inimigos nesta data.

Neste caso, devera ser feito uma limpeza pParaos Ori-


xas, de Bara até Oxalá, da mesma forma como e feito a lim-

366
peza da semana santa e com os mesmos axes de frente, aves,

| pombos, velas, ...


| | pem como certas pessoas ainda adotam, costumamos fazer na

segunda, terça ou quarta-feira apos o dia da Páscoa, uma

Quanto às limpezas e marcações de fim de ano, deixa-


limpeza para afastar os eguns e as feiticarias em geral.

mos para explanar com todos os detalhes em nossos proximos

lançamentos dos livros individuais de cada Orixa.


Neste caso, devera ser feito uma limpeza para os Ori-

xas, de Bara ate Oxalá conforme segue:

oO axe de frente (comida) de todos os Orixás, de Bara


ate Oxala.

Aves para Bara, Ogum, Iansã, Xangô, Xapana, Oxala


e do Orixá dono do Templo onde sera feito a limpeza.

Um casal de pombos para Oxala.

| | Pedaços de panos coloridos (nas cores dos Orixás)


F para Xapana (vassoura).

Velas para lansa.


2 Í "
Varas de marmelo para Ogum Avaga.

Opetes para Ossanha, sendo um com casca (batata) e


o outro sem casca (batata). ?

Azeite-de-dendeê ou mel, de acordo com o Orixa.

C) Limpeza de finados.

Como o dia de finados é uma data onde se costuma ve-


nerar os mortos de uma maneira universal, onde todos OS
pensamentos estão voltados para os nossos antepassados e
entes queridos que já desencarnaram e, sabendo-se, que o
—egun (morto) "naquele dia" estara mais proximo de todos”
—nos, costumamos, apos O dia de finados na segunda, terça
1 quarta-feira fazer uma limpeza para que O egun, que po-
a ter se aproximado de nos, retorne ao seu devido lu-
“Também, visamos ao fazer a limpeza, salvaguardar — O

“ME s s "eM s

espírito e materia dos possiveis malefícios feitos por


; inimigos nesta data.
A

e Caso, devera ser feito uma limpeza para os (6 4


à até Oxalá, da mesma forma como e feito a lim-
o
366 É
Pp
pombos,

Quanto à

velas,

eza da semana santa e com os mesmos axe

mos para explana


lançamentos dos ú

vros 1

eo
o
-

s limpezas e marcaço
r com todos os

ões de fim d
detalhes e
ndividuai

s de cada Orixa.

m nossos proxi

e ano, deixa-

mos

s de frente, aves, i

Yalorixãá ESTER FERREIRA, de Yemanjá (Pó ; â


FERREIRA DE ALBUQUERQUE, de Oxum Panda 1 CFóntama); Bent or iai SOS

Tê Tê Riche io): z
LUIZ ANTONIO DA SILVA, de Bará Lanã ERES A o meio); Babalorixá
OS RESGUARDOS (LOCAIS PROIBIDOS)
DAS OBRIGAÇÕES

Sempre que se fizer uma obrigação para os Orixás, o


resguardo e Oo cumprimento das determinações feitas pelo Ba-
balorixá ou Yalorixa, se torna fator importante para que O
efeito ou resultado do trabalho seja positivo ou nao.

Ê A pessoa apos fazer determinada obrigação para o Ori-


xa deve ter o cuidado em:

01) não ir em cemitério ou enterro

02) não ir a hospitais ou ter contato direto com doen-


ças

03) não pegar o meio dia (em ponto) andando na rua

04) não pegar a meia noite (em ponto) andando na rua

Quanto ao tempo (prazo) em que a pessoa. deverá ter


o cuidado em não ir aos locais acima descritos, e sempre de
acordo com o tipo de obrigaçao feita ou ainda, com o crite-
rio adotado pelo Babalorixa ou Yalorixa como veremos:

01) BANHO DE MIERÔO, resguardar durante 03 dias

02) LAVAÇÃO DE CABEÇA COM MIERÔ,


durante 03 ou 07 dias

resguardar

03) ARIBIBÔO, resguardar durante 07 dias

369

04) OBORI COM AVES E OUTROS TIPOS DE AVES,


resguardar durante 07, 14, 21 dias

05) OBORI COM ANIMAIS DE QUATRO PATAS, res-


guardar durante 21, 24, 27, 32 dias

06) APÔS SERVIÇOS (AXÉS) EM GERAL, resguardar


durante 07, 14, 21 dias

07) APOS TROCAS, LIMPEZAS, EBO-HERU,


resguardar durante 07, 14, 21 dias

ete...,

Há casos em que os Babalorixás ou Yalorixas aumen-


tam ou diminuem estes prazos, de acordo com o criterio e à
Obrigação que foi feita para a pessoa, e, inclusive podendo
determinar que não façam outra coisa, tais como: ir a boite,
bares, locais de muito movimento, nao tomar banho em de-
terminados dias, abster-se do sexo, alcool etc...

370
QUEM PODE EFETUAR AS OBRIGAÇÕES RELIGIOSAS E :
PARA OS EGUNGUNS (EGUNS) V

? O Babalorixá ou Yalorixá deve ter assentado o Balé (Igba


le), bem com aprontada a faca (obe) para poder proceder as .
Obrigaçoes para os Egúns (Egungun ou Eegun ou Egun).

ÉMBURGO(YDY DE OXUM) homenage”


responsável pelos ensinamentos e aprontamento no Culto
BUENO, de "Exú Pimenta e Oxalá. Dirigente Espirítual da Soc.
jão Africana Sete Penas Azuis e Nosso Senhor do Bom Fim.

à LUIS ROBERTO DO COUTO STE

Na Nação Religiosa de Cabinda, o ritual dos Egúns e to


do especial e, por isso, o autor dedicara, futuramente, uma
Obra que tratara, especificamente dos Egungúns e dos seus

Rituais.

Na verdade O Egún, propriamente dito, é O Orixá que


perde o filho (cavalo; elegun: aquele que e montado(possuí-
do) pelo Orixa) e, fica sem ter alguem em especial para cui-
dar e comandar por um tempo indeterminado, ate que retor-.

ne com outro escolhido no ventre da mae.

to que desejar Obrigações, determi-

nara ao seu filho (cavalo) e, este, providenciara em servi-


lo. O Egun, por outro lado não tendo "cavalo" para lhe ser-
vir ficara à merce de ter Obrigaçoes feitas quando o Baba-

rixá ou a Yalorixa assim decidirem (sempre cumprindo as

ens do seu Orixa). Esta e a diferença.

O Orixá, no momen

O Egún não é malefico. Está sujeito aos maleficiamen- É


por pessoas que entendem devam usar os Eguns pa- 2
À cremos que o EgunL apar srrão, seja favoravel à

GRAÇA FERNANDES, de Oxum Demun. Nação Religio-

as devem sempre ter um cuidado especial


> Egun, tendo sempre a necessidade de, n

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