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Arte autofágica

Quando me retrato, falo de mim.

Percebo-me correndo em volta


dos meus próprios círculos.
Alguns deles, desenho com raios
maiores, mas assim como
órbitas, se voltam para o mesmo
centro.

Nesse vai e vem entre minhas


diversas bolhas, tudo sou eu.

Leio dos outros, me encontro


naquelas palavras, procuro novos
sons e reverbero naquelas
músicas.

Todo trabalho meu, é sobre


mim(?) Seres me encontram em
meus laytous, me enxergam, me descrevem, mas quando sou eu quem procuro, onde
estarão?

Tudo que irradio veio de profundas perfurações em meu âmago, manifestações de muito
trabalho interno forçado a sair, expulsos em pulsões de Marina.

Aqui nesse texto repousa uma partícula.


Aquele 1% (m)EU.

Marina Mahaila

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