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15 ERROS QUE O TÉCNICO DE SEGURANÇA

DO TRABALHO NÃO PODE COMETER

A profissão de Técnico de Segurança do Trabalho esconde algumas


particularidades interessantes e importantes. Algumas pedras ser
escondem no caminho, pedras essas que podem nos fazer tropeçar!
Estar atento não é opção, é obrigação!
Veja ao longo do textos os erros mais comuns cometidos no nosso
trabalho e aprenda a fugir deles o mais rápido possível. Antes de mais
nada é preciso dizer que o texto proporciona uma análise profunda a
respeito da nossa postura dentro dos ambientes de trabalho.

Erros que o Técnico de Segurança do Trabalho não


pode cometer
 

 1 – Pensar que sabe tudo


Em se tratando de segurança do trabalho que tem muita coisa e muita
norma interpretativa uma opinião pode mudar todo nosso ponto de
vista.
A área da segurança do trabalho é tão complexa que não nos
permite saber a maioria das coisas relacionadas a ela.
Vamos pensar em um Técnico de Farmácia para ilustrar nossa
opinião. Se um Técnico de Farmácia sai de um emprego hoje e entra
em outro amanhã provavelmente não terá dificuldades com o novo
trabalho. Os remédios serão praticamente os mesmos, os
procedimentos de trabalho serão os mesmos, o ambiente de trabalho
(que é a farmácia) será praticamente igual ao do emprego anterior.
Concluindo, tudo no novo trabalho será quase o mesmo do trabalho
anterior e a dificuldade com o novo será mínima.
Agora vamos pensar em um Técnico de Segurança do Trabalho que
trabalha em um hospital. Se o técnico que trabalha em hospital sai do
emprego hoje e entra trabalhando na mesma função em uma
mineradora, terá que praticamente reaprender a profissão. O ambiente
hospitalar nada tem a ver com o ambiente de uma mineradora, tudo
que ele tenha aprendido em anos de trabalho não valerá muito no
novo emprego. Assim acontece com vários segmentos de segurança
do trabalho, do que se aprende em um segmento pouco se aproveita
em outro.
O grande segredo do sucesso profissional na carreira de Técnico de
Segurança do Trabalho é estar sempre estudando. Ás normas são
alteradas constantemente, e o ambiente de trabalho por uma simples
mudança de layout pode passar a apresentar riscos diferentes.
Precisamos estar de olho no site do Ministério do Trabalho e nos
grupos e sites que tratam de segurança do trabalho para saber tudo
que está ocorrendo em nossa volta. Um acidente que ocorreu em uma
empresa e vimos através dos sites e grupos pode virar tema do nosso
DDS e de nossas palestras. Casos reais sempre levantam muita
curiosidade. Falar com os funcionários apenas sobre normas não
irá despertar tanto interesse neles. Experimente falar sobre causos
e acidentes da atualidade e terá resultados bem mais expressivos.
 

 2 – Não cuidar da própria segurança


Na segurança do trabalho nossa palavra vale pouco ou quase nada! O
que vale é documentação. Nosso trabalho é cercado por muita
responsabilidade e nem sempre a empresa dá o suporte que
precisamos para desenvolver nosso trabalho. Documentar possíveis
omissões da empresa é obrigatório a quem não se ver comprometido
com a justiça depois.
Somente documentar não resolve o problema em alguns casos.
Quando a omissão da empresa for grande é melhor deixar o emprego.
É melhor perder o emprego do que a liberdade”!
 

 3 – Terceirizar o trabalho que pode fazer


Tem Técnico de Segurança que terceiriza mesmo quando pode fazer.
Por exemplo, se você tem autorização da empresa para elaborar o
PPRA por que não fazer? É claro que em algumas empresas ter
tempo para elaborar tudo o que se pode fazer é bem complicado. Más,
temos que pensar que quanto mais terceirizamos menos controle
temos sobre programas e procedimentos que nos dizem respeito.
Quanto mais puder fazer pela empresa mais bem visto será, e mais
controle terá sobre seu departamento e as ferramentas que o cercam.
 

 4 – Se acomodar perante as dificuldades


Pode acontecer que de tanto lutar para conseguir fazer segurança na
empresa e ás vezes em vão, desistamos de tentar, nos entregando
completamente, e no máximo entregando EPI… Tal condição além de
gerar risco de responsabilidade em caso de acidente de trabalho, gera
sofrimento, afinal, ninguém se forma no segmento de segurança do
trabalho apenas para entregar EPI.
Precisamos lembrar que se entregar a situação não resolve o
problema! Talvez uma simples conversa com a direção da empresa
possa resolver o problema. Se não resolver, pare e analise se vale a
pena continuar fazendo parte da empresa. Se vale a pena correr o
risco de ver o acidente acontecer por causa de uma condição
insegura, se vale a pena correr o risco de responder solidariamente
pelo acidente juntamente com a empresa que te contratou…
 

 5 – Aceitar desvio de função


Técnico de segurança do trabalho tem carga de trabalho definida pela
NR 4, item 4.8, são 8 horas de trabalho por dia em prol de ações
prevencionistas na empresa.
Se a empresa ficar te desviando de função poderá ser multada por
isso.
 

 6 – Não observar a hierarquia da empresa


Precisamos ter uma visão real a respeito do nosso verdadeiro papel a
ser desempenhado, bem como, de onde devemos nos posicionar na
empresa. Não somos os líderes no setor do funcionário, por isso, não
devemos ficar distribuindo broncas a advertências na empresa. Isso é
dever do verdadeiro líder do funcionário, do líder de setor.
 

 7 – Não conhecer a empresa onde trabalha


É preciso conhecer as pessoas com quem trabalhamos, ás vezes
confiamos em quem não devemos e quando prestamos atenção já
fomos ao chão! As pessoas são a coisa mais perigosa que existe. Se
dar o tempo de conhecer os colegas de trabalho é fundamental  para
evitar ser surpreendido depois.  Seguindo esse pensamento devemos
lembrar o que está escrito no livro de Jeremias 17:5 “maldito é o
homem que confia no homem”.
Mesmo as pessoas mais amáveis hoje podem se tornar a pedra no
seu sapato amanhã. Esteja atento e pense o tempo todo “até onde
vale a pena confiar em alguém”…
 
 8 – Se ausentar por muito tempo do chão de
fábrica
No chão de fábrica é onde as coisas acontecem. É claro que
precisamos cuidar da parte documental, más, cuidar dos riscos na
fonte é bem mais importante do que “apenas” os colocá-los no papel.
A palavra chave nesse sentido é ser dosador! É procurar trabalhar
fazendo as coisas na dose certa e na sequencia certa. É saber dosar
o tempo entre chão de fábrica e serviço documental.

 9 – Não saber se comunicar


Quanto mencionamos aqui comunicação não nos referimos apenas a
comunicação verbal, e sim, qualquer tipo de comunicação. Na nossa
profissão precisamos saber nos comunicar:
- Por escrito: É incrível e ás vezes chocante a quantidade de erros que
ás vezes encontro nos comentários dos colegas tanto no site quanto
no Facebook. Fico pensando será que na empresa eles erram da
mesma forma? Acredito que sim. Erros gramaticais normalmente
ocorrem com quem lê pouco ou é muito displicente no que faz.
Não podemos nos acomodar com a escrita errada! Em tudo que
fazemos deixamos nossa marca, deixamos nossas pegadas, tudo
serve como referência do que somos! Precisamos nos preocupar com
o que temos deixado, e com o que aparentamos ser!
- Verbalmente: Usar gírias ou linguagem de baixo calão mancha a
imagem de qualquer profissional e com o Técnico de Segurança do
Trabalho não é diferente. O profissional que tem nível técnico precisa
atuar como profissional de nível técnico que é. Precisa saber pelo
menos o mínimo da linguagem de nosso país para poder se
comunicar, falar erradamente é outra coisa que não podemos nos
admitir.
 

 10 – Não saber usar as ferramentas que possui


- Tecnologia: Precisamos e devemos tirar proveito dos avanços
tecnológicos que estão á disposição da nossa geração. Por incrível
que pareça tem Técnico de Segurança do Trabalho que tem
dificuldade para enviar um e-mail. Gente, isso é o básico do básico
que precisamos saber!
Precisamos dominar de forma razoável pelo menos os sistemas que
enviam e-mails, e os programas tipo:
- Microsoft Word: Usamos esse para fazer PPRA, criar relatórios,
fazer Mapa de Risco, criar procedimentos de segurança para ser
entregues aos funcionários, criar comunicados que podem ser
colocados no mural da empresa, criar documentos de CIPA (atas,
processo eleitoral, etc.). Criar lista de presença e cronogramas de
presença.
- Microsoft Power Point: Para criar treinamentos e apresentações,
criar Mapa de Risco.
- Microsoft Excel: Criar planilhas de controle de extintores, controle
de das de CIPA, Checklist, Mapa de Risco. Criar planilha para ser
“colada” no PPRA. Criar planilha de presença e controle de datas de
treinamentos.
- Microsoft Paint ou Paint Net: Criar ou modificar imagens para
serem usadas em treinamentos e campanhas de segurança. Fazer
Mapa de Risco. Criar materiais para serem usados em campanhas de
segurança.
- Facebook: O que tem de gente se complicando na empresa por
causa de bate papo e Facebook “não está no gibi (essa é antiga :))”.
Precisamos saber tirar proveito das ferramentas e não usá-las para
benefício próprio. O que é da empresa é para uso no trabalho.
 

 11 – Ser fumante


Como o Técnico de Segurança do Trabalho sendo fumante terá
“moral” para fazer campanhas Sobre os Efeitos Nocivos e Restrições
ao Fumo: Portaria Interministerial MS/MTb 3.257 de22/09/1988.
E mais, que o cigarro faz mal a saúde todo mundo sabe! Como
alguém que faz mal a própria saúde respiratória por causa do fumo
poderá instruir o funcionário a usar máscara para proteger para
preservar a saúde?
Sei que temos alguns colegas fumantes, mas, antes de comentarem
me xingando reflitam sobre esse parágrafo. A intenção não é criticar e
sim levar a reflexão, ok?
 

12 – Ser alcoólatra ou beberrão


Como o Técnico de Segurança do Trabalho sendo beberrão terá
“moral” para fazer campanhas Sobre os Efeitos do Uso de Bebidas
Alcoólicas no Trabalho – Portaria Interministerial GSI/MTE nº 10 de
10/07/2003.
 

13 – Ter uma vida sexual promíscua


Como um Técnico de Segurança do Trabalho com vida sexual
promíscua poderá fazer parte da Campanha Anual de Prevenção da
AIDS prevista na NR 5 item 5.16 letra “P”. Se sua vida sexual é
promíscua procure não transparecer isso no trabalho e cuidado com
as DST’s e AIDS elas são uma realidade mais presente a cada dia
que passa.
 

14 – Não saber escutar a opinião dos outros


Ninguém sabe tudo, e ás vezes basta escutarmos uma opinião de
outra pessoa para começar a ver um problema por outro anglo de
vista!
Sempre costumo dizer que ás vezes as opiniões mais tolas podem
virar joias se forem analisadas com calma e humildade.
A pessoa que acha que sabe tudo na verdade não sabe nada. As
pessoas mais inteligentes que conheço são exatamente aquelas que
mais interagem e mais estão prontas a ouvir.
*O profissional inteligente sabe que não sabe tudo, sabe que outra
pessoa sabe coisas que ele não sabe, sabe que ele e outra pessoa
juntos saberão muito juntos, sabe que nunca saberá tudo que pode
ser sabido! Fui claro! 
15 – Não cuidar da CIPA
A CIPA é braço da segurança do trabalho na empresa quem tem uma
CIPA que funciona já tem meio caminho andado para o se sucesso da
gestão de segurança do trabalho na empresa.
Como a CIPA é formada por funcionários voluntários, ou seja, os
funcionários que não recebem remuneração para ser cipeiro. Por não
receberem financeiramente para fazer parte da CIPA o único
combustível que sobre para fazê-los trabalhar se chama motivação!
Precisamos aprender a motivar os cipeiros, precisamos cuidar da
CIPA, mostrar que eles cipeiros desempenham um papel importante e
são importantes para toda empresa. Garantir a segurança no
ambiente de trabalho é garantir qualidade de vida no trabalho.
A CIPA precisa ser estimulada, apoiada e ouvida. É como se fosse
uma planta que precisa ser cuidada para dar fruto naturalmente.
 
O parágrafo com * (asterisco) é de autoria do Professor Mário Sergio
Cortella.
 
Glossário:
CIPA: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
MS: Ministério da Saúde.
MTE: Ministério do Trabalho e Emprego.
PPRA: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
Alcoólatra: Pessoa que bebe todos os dias. Viciado em bebida
alcoólica.
Checklist: Lista de tarefas, checklist ou lista de verificação é o nome
dado a listas usadas para detalhar tarefas longas, a fim de otimizar as
ações e o tempo gasto com elas.
Terceirizar: É quando a empresa abre mão de executar parte de um
processo de trabalho contratando outra empresa para fazê-lo. Seja por
que a outra empresa domina o processo ou para reduzir custos.
EPI: Equipamento de Proteção Individual
 
Dicas para Técnicos em Segurança do Trabalho recém formados
Como ser um bom Técnico em Segurança do Trabalho
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Que Deus nos abençoe.
-
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