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15 erros que o Técnico de Segurança do Trabalho não

pode cometer
Por: Nestor Waldhelm Neto |

A profissão de Técnico de Segurança do Trabalho esconde algumas


particularidades interessantes e importantes. Algumas pedras ser escondem no
caminho, pedras essas que podem nos fazer tropeçar! Estar atento não é
opção, é obrigação!

Veja ao longo do textos os erros mais comuns cometidos no nosso trabalho e


aprenda a fugir deles o mais rápido possível. Antes de mais nada é preciso
dizer que o texto proporciona uma análise profunda a respeito da nossa
postura dentro dos ambientes de trabalho.

Erros que o Técnico de Segurança do


Trabalho não pode cometer
 

 1 – Pensar que sabe tudo


Em se tratando de segurança do trabalho que tem muita coisa e muita norma
interpretativa uma opinião pode mudar todo nosso ponto de vista.

A área da segurança do trabalho é tão complexa que não nos permite saber
a maioria das coisas relacionadas a ela.

Vamos pensar em um Técnico de Farmácia para ilustrar nossa opinião. Se um


Técnico de Farmácia sai de um emprego hoje e entra em outro amanhã
provavelmente não terá dificuldades com o novo trabalho. Os remédios serão
praticamente os mesmos, os procedimentos de trabalho serão os mesmos, o
ambiente de trabalho (que é a farmácia) será praticamente igual ao do
emprego anterior. Concluindo, tudo no novo trabalho será quase o mesmo do
trabalho anterior e a dificuldade com o novo será mínima.

Agora vamos pensar em um Técnico de Segurança do Trabalho que trabalha


em um hospital. Se o técnico que trabalha em hospital sai do emprego hoje e
entra trabalhando na mesma função em uma mineradora, terá que
praticamente reaprender a profissão. O ambiente hospitalar nada tem a ver
com o ambiente de uma mineradora, tudo que ele tenha aprendido em anos de
trabalho não valerá muito no novo emprego. Assim acontece com vários
segmentos de segurança do trabalho, do que se aprende em um segmento
pouco se aproveita em outro.

O grande segredo do sucesso profissional na carreira de Técnico de


Segurança do Trabalho é estar sempre estudando. Ás normas são alteradas
constantemente, e o ambiente de trabalho por uma simples mudança de layout
pode passar a apresentar riscos diferentes.

Precisamos estar de olho no site do Ministério do Trabalho e nos grupos e


sites que tratam de segurança do trabalho para saber tudo que está ocorrendo
em nossa volta. Um acidente que ocorreu em uma empresa e vimos através
dos sites e grupos pode virar tema do nosso DDS e de nossas palestras. Casos
reais sempre levantam muita curiosidade. Falar com os funcionários
apenas sobre normas não irá despertar tanto interesse neles. Experimente
falar sobre causos e acidentes da atualidade e terá resultados bem mais
expressivos.

 2 – Não cuidar da própria segurança


Na segurança do trabalho nossa palavra vale pouco ou quase nada! O que vale
é documentação. Nosso trabalho é cercado por muita responsabilidade e nem
sempre a empresa dá o suporte que precisamos para desenvolver nosso
trabalho. Documentar possíveis omissões da empresa é obrigatório a quem
não se ver comprometido com a justiça depois.

Somente documentar não resolve o problema em alguns casos. Quando a


omissão da empresa for grande é melhor deixar o emprego. É melhor perder o
emprego do que a liberdade”!

 3 – Terceirizar o trabalho que pode fazer


Tem Técnico de Segurança que terceiriza mesmo quando pode fazer. Por
exemplo, se você tem autorização da empresa para elaborar o PPRA por que
não fazer? É claro que em algumas empresas ter tempo para elaborar tudo o
que se pode fazer é bem complicado. Más, temos que pensar que quanto mais
terceirizamos menos controle temos sobre programas e procedimentos que nos
dizem respeito.

Quanto mais puder fazer pela empresa mais bem visto será, e mais controle
terá sobre seu departamento e as ferramentas que o cercam.
 

 4 – Se acomodar perante as dificuldades


Pode acontecer que de tanto lutar para conseguir fazer segurança na empresa e
ás vezes em vão, desistamos de tentar, nos entregando completamente, e no
máximo entregando EPI… Tal condição além de gerar risco de
responsabilidade em caso de acidente de trabalho, gera sofrimento, afinal,
ninguém se forma no segmento de segurança do trabalho apenas para entregar
EPI.

Precisamos lembrar que se entregar a situação não resolve o problema!


Talvez uma simples conversa com a direção da empresa possa resolver o
problema. Se não resolver, pare e analise se vale a pena continuar fazendo
parte da empresa. Se vale a pena correr o risco de ver o acidente acontecer por
causa de uma condição insegura, se vale a pena correr o risco de responder
solidariamente pelo acidente juntamente com a empresa que te contratou…

 5 – Aceitar desvio de função


Técnico de segurança do trabalho tem carga de trabalho definida pela NR 4,
item 4.8, são 8 horas de trabalho por dia em prol de ações prevencionistas na
empresa.

Se a empresa ficar te desviando de função poderá ser multada por isso.

 6 – Não observar a hierarquia da empresa


Precisamos ter uma visão real a respeito do nosso verdadeiro papel a ser
desempenhado, bem como, de onde devemos nos posicionar na empresa. Não
somos os líderes no setor do funcionário, por isso, não devemos ficar
distribuindo broncas a advertências na empresa. Isso é dever do verdadeiro
líder do funcionário, do líder de setor.

 7 – Não conhecer a empresa onde trabalha


É preciso conhecer as pessoas com quem trabalhamos, ás vezes confiamos em
quem não devemos e quando prestamos atenção já fomos ao chão! As pessoas
são a coisa mais perigosa que existe. Se dar o tempo de conhecer os colegas
de trabalho é fundamental  para evitar ser surpreendido depois.  Seguindo esse
pensamento devemos lembrar o que está escrito no livro de Jeremias 17:5
“maldito é o homem que confia no homem”.

Mesmo as pessoas mais amáveis hoje podem se tornar a pedra no seu sapato
amanhã. Esteja atento e pense o tempo todo “até onde vale a pena confiar em
alguém”…

 8 – Se ausentar por muito tempo do chão de fábrica


No chão de fábrica é onde as coisas acontecem. É claro que precisamos cuidar
da parte documental, más, cuidar dos riscos na fonte é bem mais importante
do que “apenas” os colocá-los no papel.

A palavra chave nesse sentido é ser dosador! É procurar trabalhar fazendo as


coisas na dose certa e na sequencia certa. É saber dosar o tempo entre chão de
fábrica e serviço documental.

 9 – Não saber se comunicar


Quanto mencionamos aqui comunicação não nos referimos apenas a
comunicação verbal, e sim, qualquer tipo de comunicação. Na nossa profissão
precisamos saber nos comunicar:

- Por escrito: É incrível e ás vezes chocante a quantidade de erros que ás vezes


encontro nos comentários dos colegas tanto no site quanto no Facebook. Fico
pensando será que na empresa eles erram da mesma forma? Acredito que sim.
Erros gramaticais normalmente ocorrem com quem lê pouco ou é muito
displicente no que faz.

Não podemos nos acomodar com a escrita errada! Em tudo que fazemos
deixamos nossa marca, deixamos nossas pegadas, tudo serve como referência
do que somos! Precisamos nos preocupar com o que temos deixado, e com o
que aparentamos ser!

- Verbalmente: Usar gírias ou linguagem de baixo calão mancha a imagem de


qualquer profissional e com o Técnico de Segurança do Trabalho não é
diferente. O profissional que tem nível técnico precisa atuar como profissional
de nível técnico que é. Precisa saber pelo menos o mínimo da linguagem de
nosso país para poder se comunicar, falar erradamente é outra coisa que não
podemos nos admitir.

 10 – Não saber usar as ferramentas que possui


- Tecnologia: Precisamos e devemos tirar proveito dos avanços tecnológicos
que estão á disposição da nossa geração. Por incrível que pareça tem Técnico
de Segurança do Trabalho que tem dificuldade para enviar um e-mail. Gente,
isso é o básico do básico que precisamos saber!

Precisamos dominar de forma razoável pelo menos os sistemas que enviam e-


mails, e os programas tipo:

- Microsoft Word: Usamos esse para fazer PPRA, criar relatórios, fazer
Mapa de Risco, criar procedimentos de segurança para ser entregues aos
funcionários, criar comunicados que podem ser colocados no mural da
empresa, criar documentos de CIPA (atas, processo eleitoral, etc.). Criar lista
de presença e cronogramas de presença.

- Microsoft Power Point: Para criar treinamentos e apresentações, criar Mapa


de Risco.

- Microsoft Excel: Criar planilhas de controle de extintores, controle de das


de CIPA, Check list, Mapa de Risco. Criar planilha para ser “colada” no
PPRA. Criar planilha de presença e controle de datas de treinamentos.

- Microsoft Paint ou Paint Net: Criar ou modificar imagens para serem


usadas em treinamentos e campanhas de segurança. Fazer Mapa de Risco.
Criar materiais para serem usados em campanhas de segurança.

- Facebook: O que tem de gente se complicando na empresa por causa de bate


papo e Facebook “não está no gibi (essa é antiga )”. Precisamos saber tirar
proveito das ferramentas e não usá-las para benefício próprio. O que é da
empresa é para uso no trabalho.

 
 11 – Ser fumante
Como o Técnico de Segurança do Trabalho sendo fumante terá “moral” para
fazer campanhas Sobre os Efeitos Nocivos e Restrições ao Fumo: Portaria
Interministerial MS/MTb 3.257 de22/09/1988.

E mais, que o cigarro faz mal a saúde todo mundo sabe! Como alguém que faz
mal a própria saúde respiratória por causa do fumo poderá instruir o
funcionário a usar máscara para proteger para preservar a saúde?

Sei que temos alguns colegas fumantes, más, antes de comentarem me


xingando reflitam sobre esse parágrafo. A intenção não é criticar e sim levar a
reflexão, ok?

12 – Ser alcoólatra ou beberrão


Como o Técnico de Segurança do Trabalho sendo beberrão terá “moral” para
fazer campanhas Sobre os Efeitos do Uso de Bebidas Alcoólicas no Trabalho
– Portaria Interministerial GSI/MTE nº 10 de 10/07/2003.

13 – Ter uma vida sexual promíscua


Como um Técnico de Segurança do Trabalho com vida sexual promíscua
poderá fazer parte da Campanha Anual de Prevenção da AIDS prevista na NR
5 item 5.16 letra “P”. Se sua vida sexual é promíscua procure não transparecer
isso no trabalho e cuidado com as DST’s e AIDS elas são uma realidade mais
presente a cada dia que passa.

14 – Não saber escutar a opinião dos outros


Ninguém sabe tudo, e ás vezes basta escutarmos uma opinião de outra pessoa
para começar a ver um problema por outro anglo de vista!

Sempre costumo dizer que ás vezes as opiniões mais tolas podem virar joias
se forem analisadas com calma e humildade.

A pessoa que acha que sabe tudo na verdade não sabe nada. As pessoas mais
inteligentes que conheço são exatamente aquelas que mais interagem e mais
estão prontas a ouvir.
*O profissional inteligente sabe que não sabe tudo, sabe que outra pessoa sabe
coisas que ele não sabe, sabe que ele e outra pessoa juntos saberão muito, sabe
que nunca saberá tudo que pode ser sabido! Fui claro! 

15 – Não cuidar da CIPA


A CIPA é braço da segurança do trabalho na empresa quem tem uma CIPA
que funciona já tem meio caminho andado para o se sucesso da gestão de
segurança do trabalho na empresa.

Como a CIPA é formada por funcionários voluntários, ou seja, os funcionários


que não recebem remuneração para ser cipeiro. Por não receberem
financeiramente para fazer parte da CIPA o único combustível que sobre para
fazê-los trabalhar se chama motivação!

Precisamos aprender a motivar os cipeiros, precisamos cuidar da CIPA,


mostrar que eles cipeiros desempenham um papel importante e são
importantes para toda empresa. Garantir a segurança no ambiente de trabalho
é garantir qualidade de vida no trabalho.

A CIPA precisa ser estimulada, apoiada e ouvida. É como se fosse uma planta
que precisa ser cuidada para dar fruto naturalmente.

*Professor Mário Sergio Cortella

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