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ACIDENTES DOMÉSTICOS

Angela Cristina Lopes*

Grande parte dos atendimentos em pronto-socorros e centros de


intoxicações, trata-se de acidentes ocorridos nos ambientes domésticos
com medicamentos, produtos de limpeza, inseticidas e raticidas,
acometendo, muitas vezes, crianças até 12 anos.
Tais acidentes podem determinar quadros clínicos de extrema gravidade,
exigindo cuidados especiais para evitá-los ou tratá-los da forma mais
adequada possível.
COMO PREVINIR
- Os medicamentos devem estar sempre guardados em local longe do
alcance de crianças, em prateleiras altas e armários trancados, aspirina,
sais solúveis de ferro e barbitúricos merecem atenção especial.
- Nunca dizer às crianças que o remédio "é bom, doce e gostoso", deve-se
começar desde cedo a educar as crianças sobre o perigo de ingerir tais
substâncias, que podem apresentar cor, odor e gosto agradável que
despertem a atenção delas.
- Não utilize medicamentos sem orientação médica.
- Nunca utilize ou manipule produtos perigosos sem as precauções que
devem ser especificadas, leia o rótulo e as intruções.
- Não armazene produtos químicos (querosene, água sanitária, por
exemplo) em garrafas de refrigerante, potes e frascos vazios. Nunca
guardá-los próximo a alimentos.
- Durante a pintura ou aplicação de inseticidas deve-se evitar a inalação
destes vapores.
- Dentre as intoxicações por produtos químicos, temos uma parcela
importante delas como intencionais, as chamadas tentativas de
suicídio. Faz-se, por isto, importante reconhecer as causas relacionadas à
depressão, como a insônia, anorexia com perda progressiva de peso,
perda de interesse pelo ambiente e conseqüente isolamento. É importante
identificar e favorecer a ajuda às pessoas acometidas.
COMO AGIR EM CASO DE ACIDENTES
- Observar atentamente o ambiente em que a vítima foi encontrada,
procurar frascos, garrafas, envelopes ou cartelas de remédios, a fim de
identificar o produto que causou o acidente.
- Procurar manchas ou odores que possam caracterizar os produtos,
verificar ou perguntar (quando possível) se a pessoa mastigou ou engoliu
alguma coisa.
- Lavar a pele, olhos e regiões que possam estar em contato com o
produto, causando maior absorção e potencializando a intoxicação.
- Ficar atento para os possíveis efeitos: desmaios, convulsões, vômitos,
protegendo a vítima e evitando maiores complicações.
- Levantar o maior número possível de informações a respeito da
intoxicação como o nome do produto, finalidade do uso, tempo do contato,
a quantidade deve ser referida no caso de ingestão, principais sintomas
apresentados.
- Não provocar vômito nos casos de intoxicação por corrosivos ou
hidrocarbonetos (querosene, por exemplo).
- Entrar em contato com um centro de referência em intoxicações para
obter maiores informações e transportá-lo para o serviço de emergência,
se for o caso. O tratamento baseia-se na remoção e retardo da absorção
do tóxico, manutenção das funções vitais e administração de antídotos
quando forem indicados.
DESMAIO
Consiste na perda transitória da consciência e da força muscular, havendo, ainda, palidez e
suor. O pulso e a respiração podem estar enfraquecidos. Diante de alguém que sofreu um
desmaio, deve-se proceder da seguinte maneira:

l Arejar o ambiente
l Desapertar suas roupas
l Deixá-lo deitado e, se possível, com as pernas elevadas
l NÃO permitir aglomeração no local, para n ão prejudicá-lo
l Procurar sentir o h álito para detectar algum cheiro característico (álcool, por exemplo).

Bibliografia consultada
MANTOVANI, M. Primeiros Socorros - Suporte Básico de Vida. Campinas, 2. ed., 1993

PETROBRÁS. Manual de Primeiros Socorros, 14.ed., out. 1994.


CONVULSÃO
Pode ser caracterizada por queda abrupta, perda de consciência, movimentos desordenados
da musculatura corporal, aumento da atividade glandular com salivação abundante e
VÔMITOS . Muitas vezes ocorre relaxamento de esfíncteres, com mic ção e evacuação
involuntários. A conduta a ser tomada consiste, principalmente, em proteger o doente, evitar
complicações, além de:

l Deixar o indiv íduo com roupas leves e desapertadas (as contrações musculares
aumentam a temperatura corpórea)
l Virá-lo de lado para evitar que aspire secreções ou vômito para os pulm ões
l Deve-se dar um cuidado especial à boca, introduzindo um pedaço de pano ( um lenço,
por exemplo) entre os dentes para evitar que se fechem e a pessoa morda a língua. A
manobra deve ser cuidadosa, evitando que quem socorre seja mordido)
l NÃO segure a vítima, deixe-a debater-se, protegendo-a
l NÃO dê tapas
l NÃO jogue água sobre a pessoa
l Após cessada a crise, mantenha a pessoa deitada, faça uma higiene dela, se necessário
l Transporte-a com seguran ça até receber atendimento especializado.

Bibliografia consultada
MANTOVANI, M. Primeiros Socorros - Suporte Básico de Vida. Campinas, 2. ed., 1993

PETROBRÁS. Manual de Primeiros Socorros, 14.ed., out. 1994.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BORTOLETTO, M. E. Tóxicos, Civilização e Saúde. Contribuição à


análise dos sistemas de informações tóxico-farmacológicas no Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz, RJ, 1990.
BUDDEN, L.; VINK, R. Superdosagem de paracetamol: patofisiologia e
avaliação de Enfermagem. Nursing, n.104,out. 1996, ano 09.
DREISBACH, R. H. Manual de Envenamentos: diagnóstico e
tratamento. São Paulo, Atheneu, 1975.
MENEZES, J. B. Intoxicações Agudas. Medicina. Ribeirão Preto, v. 25, n.
04, p.555-60, out-dez 1992.
POINSIGNON, Y. Intoxication Medicamenteuse. L'infirmière magazine, n
61, p.64, mai 1991.
SANTOS FILHO, E; ARAÚJO, O. R. Lesões por ingestão de cáusticos em
crianças. Pediatria Moderna vol. 33, no.04, abril 1997.

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